aspectos da participação das famílias no processo de recuperação
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aspectos da participação das famílias no processo de recuperação
ASPECTOS DA PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS NO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO DO DEPENDENTE QUÍMICO NA ENTIDADE DE TRATAMENTO “VIVER CLARA MOREIRA” Ana Cléria C. Bernades Deberaldini Marta Elena de Sousa Reis SAO PAULO 2015 1 Monografia apresentada à Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas – UNIAD, da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, como requisito parcial para obtenção especialista Química em sob do título de Dependência orientação da Professora Doutora Clarice Sandi Madruga. São Paulo 2015 2 Resumo Em 2013 foi implantado o Programa Recomeço no estado de São Paulo tendo como objetivo o acolhimento e atendimento dos dependentes químicos e de suas famílias. Para a realização deste serviço foram conveniadas 41 Entidades modelo Comunidade Terapêutica. O trabalho aqui apresentado é referente a pesquisa realizada na Entidade Clínica de Reabilitação Viver “Clara Moreira”; a pesquisa teve como objetivo traçar: a) o perfil sócio demográfico dos atendidos; b) o histórico de tratamento e de uso de substâncias psicoativas, c) o índice de suporte social e de participação da família dos pacientes em tratamento na Clínica de Reabilitação. Foram realizadas 24 entrevistas com homens adultos em regime de internação na Entidade, contemplados ou não pelo programa. Podemos concluir que 83% dos entrevistados reconhecem ter problemas com o uso de drogas e/ou álcool a mais de cinco anos, sendo que a media de idade é de 33 anos, com 58% apresentando padrão de poli uso com prevalência a combinação de cocaína/crack/álcool. Um dado que chama a atenção é que dos 79% dos residentes tem família participando do tratamento e 54,16% diz morar com a família. Sabendo que o suporte social e de participação da família no processo de tratamento é um fator de proteção pode-se concluir que estes residentes terão uma maior chance de sucesso no processo de recuperação. Palavras chave – Programa Recomeço; dependência química; família 3 Sumário Resumo........................................................................................... 03 Sumário........................................................................................... 04 1 - Introdução................................................................................. 05 2 - Objetivo..................................................................................... 06 3 - Método 3.1 Desenho do Estudo.......................................................... 07 3.2 Amostra............................................................................. 07 3.3 Instrumento........................................................................ 07 3.4 Procedimentos................................................................... 07 3.5 Aspectos Éticos ................................................................. 08 3.6 Análise de dados................................................................ 08 4 – Resultados 4.1 Sessão histórico de tratamento............................................. 08 4.2 Sessão histórico de uso de SPA............................................ 11 4.3 Sessão perfil sócio demográfico............................................. 13 4.4 Sessão aspectos da participação da família e suporte social 15 4.5 Observações do entrevistador................................................ 16 5 – Discussão...................................................................................... 16 6 – Conclusão...................................................................................... 19 7 – Bibliografia .................................................................................... 20 8 – Anexos ........................................................................................ 21 4 1 - Introdução A questão do uso abusivo de drogas na atualidade corresponde a um problema crescente e aparentemente sem solução. Nas conversas entre amigos, nas redes sociais, nos programas da televisão aberta ou fechada, nas manchetes dos jornais ou revistas o assunto em debate parece sempre o mesmo: o aumento da violência, acidentes automobilísticos por abuso de álcool, assaltos e roubos e a relação com o uso e o tráfico de drogas. As políticas públicas em nosso país não tem conseguido acompanhar a velocidade dessa epidemia. A impressão é que, para cada nova estratégia voltada a mudar esse panorama, uma rápida ação dos líderes do tráfico é reformulada. Segundo Laranjeira (2004), poucos fenômenos sociais acarretam mais custos com justiça e saúde, dificuldades familiares, e notícias na mídia do que o consumo abusivo de álcool e drogas. O conceito de dependência química é extremamente recente, se comparado ao consumo de substâncias psicoativas pela humanidade, que compreende vários milênios. A OMS define uso problemático/nocivo como um padrão de uso de substancias psicoativas e psicotrópicas que esteja causando dano à saúde, podendo ser esse de natureza física, mental ou social. De acordo com o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) de 2012, sobre Uso de Cocaína e Crack no Brasil, a prevalência do uso da cocaína uma vez na vida pela população adulta observada na pesquisa foi de 3,8%, representando cerca de cinco milhões de brasileiros. No caso dos adolescentes, 2,3% declararam ter utilizado cocaína pelo menos uma vez na vida, representando mais de 300 mil jovens de 14 a 17 anos. Já a prevalência do uso de crack e oxi alguma vez na vida foi de 1,4%, representando mais de 1,8 milhões de brasileiros. Entre adolescentes, a prevalência do uso de crack observadas foi de 1,0%, ou seja mais de 150 mil jovens. Vale destacar que por ser um estudo probabilístico domiciliar, a população de rua não está contemplada na amostra, nesse sentido, a prevalência reflete a população de brasileiro que não vive em situação de rua. 5 Os resultados apresentados pelo LENAD Família demonstram a importância do acompanhamento tanto na prevenção como durante e após o tratamento das famílias do dependente químico. O governo do Estado de São Paulo decidiu enfrentar a epidemia do uso e abuso de drogas sob o ponto de vista primordial da saúde e da assistência social, por meio do Programa Recomeço. Foram conveniados vários serviços de atendimento ao dependente químico e seus familiares tanto ambulatorial como de internação, entre eles as Comunidades Terapêuticas. A Comunidade Terapêutica é um método de tratamento voluntário que realiza o acolhimento social, e prepara o dependente para a reinserção social por meio de reuniões de mútua ajuda, atividades em grupo, troca de experiência, laborterapia, entre outros, o tempo mínimo de permanência nesses locais é de seis meses prorrogáveis. O trabalho aqui apresentado teve sua pesquisa realizada na Clínica de Reabilitação Viver “Clara Moreira”, no modelo de tratamento comunidade terapêutica, conveniada no Programa Recomeço. Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos de atendimento e serviços de atenção às pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de drogas licitas e ilícitas. Está localizada na zona rural da cidade de Jaboticabal interior de São Paulo, Rodovia Carlos Tonanni km 120. Atualmente possui capacidade de atendimento para 45 residentes do sexo masculino, maiores de 18 anos. A permanência no tratamento é voluntária e tem duração de 9 meses. Das 45 vagas disponíveis 13 foram destinadas ao Programa Recomeço. 2. Objetivo Este trabalho tem por objetivo verificar: perfil sócio demográfico, histórico de tratamento, histórico de uso e principalmente investigar o índice de suporte social e participação da família dos pacientes em tratamento na Entidade Clínica de Reabilitação Viver “Clara Moreira” no tratamento da Dependência Química. 6 3. Método 3.1 Desenho do Estudo Este é um estudo observacional transversal quantitativo realizado no serviço Clínica de Reabilitação Viver “Clara Moreira”. 3.2 Amostra Foram entrevistados 24 residentes sendo este o total dos pacientes que estavam em tratamento no serviço durante o período da coleta de dados. Os pacientes eram do sexo masculino, adultos (com idade maior de 18 anos) e as entrevistas foram realizadas durante os atendimentos psicológicos individuais em sala reservada. 3.3 Instrumento O questionário padronizado foi desenvolvido exclusivamente para este trabalho e foi composto por 22 perguntas fechadas. O questionário possui 3 sessões que descrevem o pervil socio demográfico, o histórico de tratamento e o histórico de uso de SPA. Uma pergunta referente a participação da familia também foi incluida bem como uma pergunta de indicaçao de suporte social. (Anexo 1) 3.4 Procedimentos A coleta de dados ocorreu na Clínica de Reabilitação Viver “Clara Moreira”. Os usuários que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram realizadas entrevistas estruturadas no período de 01/04/2015 a 30/04/2015. O critério utilizado foi entrevistar os residentes no ato da acolhida para internação, no ato do atendimento psicológico. As entrevistas foram realizadas por profissional treinado, em local especificamente determinado garantindo o sigilo, após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. 7 3.5 Aspectos Éticos A Entidade recebeu a carta de apresentação da pesquisa em mãos, tendo assim a explição tambem verbal sobre a estudo, (anexo 2) e também o TCLE (anexo 3) devidamente assinado pelo presidente da instituição. A pesquisa foi submetida a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP e Plataforma Brasil CAAE Número: 43093415.1.0000.5505. 3.6 Análise de dados Foram realizadas análises descritivas de frequências de respostas para cada pergunta do questionário. Foi utilizado o programa Excel para a tabulação dos dados e as prevalências foram feitas usando percentagem sobre o total de participantes, elaboração de tabelas, quadros e gráficos para apresentação dos resultados. 4. Resultados 4.1 Sessão histórico de tratamento Observou-se que 54% dos entrevistados estavam neste serviço pela primeira vez, sendo que 62% deles já haviam procurado outro tipo de ajuda anterior. Foi possível observar um índice de 66% de reincidência no serviço no último ano, de uma a quatro vezes. Constatou-se que 54% dos entrevistados buscaram outros serviços de tratamento no ultimo ano, sendo os mais citados foram: Fundação Padre Gabriel Correr, Assis. Lar São Francisco de Assis na Providencia de Deus, GRAAUSGrupo de Recuperação de Álcool Augusto Silva, Instituto Bezerra de Menezes Espirito Sto. do Pinhal, Hospital Psiquiátrico da Agua Funda, CAPS-AD Tabuão da Serra, Hospital Lacan, CAPS-AD Pirituba, entre outros não cadastrados no Programa Recomeço. Foi possivel identificar que 83% dos entrevistados reconhecem ter problemas com o uso de drogas e\ou alcool a mais de 5 anos, e apenas 40% diz ter procurado serviços de atendimento há mais de cinco anos. Salientamos que 8 46% dos entrevistados estão internados através do convenio com o Programa Recomeço. Gráfico 1: histórico de procura pelo serviço Clínica de Reabilitação Viver “Clara Moreira” Gráfico 2: histórico anual de procura pelo serviço Clínica de Reabilitação Viver “Clara Moreira” 9 Gráfico 3: histórico de procura pelo serviço de atendimento à DQ Gráfico 4 : histórico quantitativo de procura pelo serviço de atendimento à DQ Gráfico 5: tempo de procura pelo serviços de atendimento à DQ 10 Gráfico 6: histórico de procura pelos serviços de atendimento à DQ Gráfico 7: Programa Recomeço 4.2 Sessão histórico de uso de SPA (substância psicoativa) Observou-se que 58% dos entrevistados apresentaram padrão de poliuso, com prevalência de uso da combinação de cocaína crack e álcool e 41% declararam fazer uso regular de maconha. Ressaltamos que 87% dos entrevistados declararam que tem ou teve algum problemas com a justiça. 11 Gráfico 8: Histórico de percepção subjetiva de problema com SPA Gráfico 9: Histórico de uso de droga. 12 Gráfico 10: Histórico de uso de maconha. Gráfico 11: Histórico forence. 4.3 Sessão perfil sócio demográfico Foram entrevistadas 24 pessoas do sexo masculino adultas com idades entre 21 e 53 anos sendo a média 33 anos, 54% declararam que moram em casa com a família, sendo que 79% encontram-se desempregadas, e 58% declaram não ter nenhuma renda. Quanto ao grau de instrução observou-se que 33% dos entrevistados possuem ensino fundamental incompleto e 70% deles não tem o ensino médio completo. 13 Gráfico 12: Moradia Gráfico 13: Condição de laborativa Gráfico 14: Avaliação financeira 14 Gráfico 15: histórico escolar 4.4 Sessão aspectos da participação da família e suporte social O gráfico abaixo demonstra que 79% dos residentes relatam contar com o apoio da família no tratamento. Na questão referente a rede de apoio social a média de pessoas é 1,87 pessoa por residente. Um dos entrevistados chamou a atenção pelo numero de pessoas mencionadas (15) como rede de apoio, foi necessário não incluir esse dado para não causar desvio nos resultados. Gráfico 16: Participação da família 15 4.5 Observações do entrevistador Todos os entrevistados estavam em regime de internação voluntária, pois se trata de uma Entidade com o modelo de tratamento de Comunidade Terapeutica que não permite internações involuntárias, também não se encontravam intoxicados no momento da entrevista. Foram coletados dados de prontuário por serem os residentes atendidos pela entrevistadora que é também a responsável técnica pela comunidade. 5 - Discussão Criado pelo governo do estado de SP o Programa Recomeço tem o objetivo de ajudar os usuários e suas famílias no caminho de saída do uso de drogas em direção à abstinência e ao retorno à vida social. Está organizado e atua a partir de uma rede de ações e de serviços de saúde, de desenvolvimento social e de cidadania conforme seu decreto de criação. Da rede de serviços idealizada para o Programa Recomeço o aumento do número de leitos (Hospitais) e camas (Comunidades terapêuticas) foi importante. Foram conveniadas 41 Comunidades Terapêuticas totalizando 983 vagas. Mas também ouve uma preocupação com a família e para tanto foi lançado o Recomeço Família. O Recomeço Família proporciona aos familiares de dependentes químicos serviço gratuito de aconselhamento, orientação, informação e apoio por meio da ação de um técnico (psicólogo ou assistente social), um conselheiro (com experiência em dependência química) e um voluntário de Amor Exigente (grupo de auto ajuda). Desse modo, os problemas com a dependência química dessas famílias serão compartilhados de forma responsável e séria. Conforme o II LENAD a família leva um tempo médio entre 2 e 4 anos para buscar ajuda e tratamento e o familiar fica, em média, mais de sete anos em uso de substâncias sem tratamento. Na pesquisa do LENAD dos entrevistados 30% desconheciam o que fazer; 24% acreditam que podem resolver o problema em casa; 17% acreditam que o uso de drogas e álcool pode ser passageiro. 16 Na proposta da pesquisa aqui apresentada, foram traçados quatro objetivos sendo o nosso foco maior de investigação e discussão o índice de suporte social e participação da família dos pacientes em tratamento na Entidade Clínica de Reabilitação Viver “Clara Moreira” no tratamento da Dependência Química. O perfil dos entrevistados é de homens, com idade media de 33 anos, a maioria com ensino médio incompleto, desempregados e sem renda. Apesar da media de idade ser de adultos 58% declarou morar com a família. A maioria reconhece ter problemas com o uso de drogas e\ou alcool a mais de 5 anos, e apenas 40% já procurou serviços de atendimento há mais de cinco anos. Conforme Marcelo Ribeiro 2012 o perfil mais recorrente entre os usuários de crack corresponde ao de individuo do sexo masculino, jovens e adultos jovens, com baixa escolaridade, desempregados, provenientes de famílias desestruturadas e de baixa renda. Observou-se que 58% dos entrevistados apresentaram padrão de poliuso, com prevalência de uso na combinação de cocaína/crack/álcool e 41% disseram fazer uso regular de maconha. Ressaltamos que 87% dos entrevistados declararam que tem ou teve algum envolvimento jurídico. Apesar de todas as dificuldades encontradas em relação ao abuso de drogas 79% dos residentes relatam contar com o apoio da família no tratamento e diz possuir em media 1,87 pessoa na rede de apoio social, abaixo da media nacional que é 6 pessoas e no usuário de crack é 4 pessoas conforme II LENAD. Podemos então refletir sobre a importância do papel da família em todas as esferas da vida do individuo sabendo que a família representa o primeiro grupo social do qual o individuo participa. Para a Secretaria Nacional de Politicas sobre Drogas 2013, família é um conjunto de pessoas, que convivem em um determinado lugar, durante um período de tempo mais ou menos longo, com ou mesmo sem laços consanguíneos e que se encontra articulado com a estrutura social na qual está inserido. A tarefa primordial da família seria o cuidado e a proteção de seus membros. 17 A literatura sobre dependência química fala sobre a importância da família ressaltando que esta pode representar fatores de risco ou de proteção. Portanto identificar as situações que protegem os membros é fundamental na abordagem do usuário. Como fatores de risco estão os problemas de relacionamentos entre os pais e filhos, ausência de regras e normas claras entre o contexto familiar, uso de drogas pelos pais, irmãos ou parentes próximos, violência familiar as dificuldade de comunicação; falta de acompanhamento de monitoramento constante dos filhos por parte dos pais entre outros fatores. Já entre os fatores de proteção podemos apontar estipular regras claras, como forma de permitir ao jovem estabelecimento de parâmetro que possibilitem agir e assumir desde cedo responsabilidades de acordo com suas capacidades, além de aprender a ser responsável pelas suas próprias escolhas . Pelos dados coletados na pesquisa 79% dos residentes declararam que a família participa do seu tratamento, mas a partir de uma leitura dos prontuários multidisciplinar e dos comentários dos residentes durante a entrevista, percebemos a existência de um conflito na definição do conceito de participação da família no tratamento. Conforme demonstrado no quadro abaixo: Nº de residentes Q21 atualmente sua família esta participando do seu tratamento? Prontuários/comentários 1 Sim 10 Sim 4 Não 1 Não Nunca recebeu visitas ou telefonemas mas tem apoio financeiro ilimitado. Tem visita regular e telefonemas. Mas nenhuma família seguiu a orientação da equipe técnica em busca de ajuda especializada. Em algum momento da internação terem recebido uma ligação. Família não encontrada. 8 Sim Telefonemas eventuais Para a equipe técnica da Clinica de Reabilitação Viver “Clara Moreira” o adequado num processo de participação no tratamento seria que essa família 18 seguisse as orientações sugeridas pela equipe. Para trabalhar com famílias precisamos levar em consideração as características das mesmas como: negação, segredos que devem ser mantidos, famílias emaranhadas e chegando a exaustão emocional. Portanto são pessoas que levam um tempo para entender o que esta sendo sugerido e precisa ser orientada e motivada a procurar e aceitar ajuda profissional (terapia familiar) para ela mesma e não focar apenas no querer “arrumar” o dependente químico. Segundo Payá, o ponto chave de toda a discussão da terapia familiar como modalidade é reconhecer que traz benefícios e contribui de maneira positiva para a mudança no padrão de abuso ou dependência de substâncias e para a qualidade de vida da família. Mesmo não havendo um consenso sobre o melhor modelo de terapia familiar, evidencias apontam que abordagens pautadas na teoria sistêmica e cognitivo –comportamental apresentam resultados positivos por focarem as relações e os padrões de comportamento , e não exclusivamente a abstinência do dependente. Conclusão E necessário um olhar diferenciado às famílias dos usuários no sentido de ajuda-las a se fortalecer e enfrentar os problemas decorrentes do uso de álcool e drogas com intuito de agregar a família na busca por tratamento. A abstinência do dependente esta intimamente ligada à compreensão da família a respeito da doença instalada no usuário, pois a partir do momento que eu entendo eu aceito e não me culpo. Dentro de tudo que foi levantado concluímos que ha a necessidade de maior investimento em praticas que estimulem as famílias a participarem efetivamente do tratamento do dependente químico procurando tratamento para si mesma lembrando que uma família protetiva é aquela que é receptiva às orientações da equipe técnica e que normalmente constitui em busca de ajuda especializada. 19 Bibliografia Decreto 59.164/2013 - Programa Estadual de Enfrentamento ao Crack - Programa Recomeço Dependência química: prevenção, tratamento e políticas públicas/ Alessandra Diehl...(et al.). – Porto Alegre: Artmed, 2011. 528p. Cap. 29 Capacitação para comunidades terapêuticas – Conhecer para cuidar melhor: Curso para líderes, voluntários, profissionais e gestores de comunidades terapêuticas; organizadores Florence Kerr-Corrêa, Vitore André Zilio Maximiano – Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2013. O Tratamento do Usuário de Crack/ Organizadores, Marcelo Ribeiro, Ronaldo Laranjeira. - 2. ed. – Porto Alegre: Artmed 2012. 664 p. Laranjeira R, Madruga CS, Pinsky I, Caetano R, Ribeiro M, Mitsuhiro S. II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas - Consumo de Álcool no Brasil: Tendências entre 2006/2012. São Paulo: INPAD; 2013 [acesso em 27 julho 2015]. Disponível em: http://inpad.org.br/wp-ontent/uploads/2013/04/LENAD_ALCOOL_ResultadosPreliminares.pdf 20 ANEXO I 21 ANEXO II 22 ANEXO III 23