experiências latino-americanas na agricultura orgânica.

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experiências latino-americanas na agricultura orgânica.
Semana de Estudos da Engenharia Ambiental
UNESP – Rio Claro, SP.
ISSN 2359-1161
EXPERIÊNCIAS LATINO-AMERICANAS NA AGRICULTURA ORGÂNICA
Natália Ferreira Gomes, Muriel de Oliveira Gavira, Clauciana Schmidt Bueno de Moraes.
Universidade de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual Paulista/ UNESP)
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a sustentabilidade passou a fazer parte da preocupação da
sociedade mundial e trouxe como prioridade um desenvolvimento que concilie o bem estar
social, o lucro econômico e o meio ambiente. Essas questões têm sido discutidas em diversas
conferências sobre meio ambiente e desenvolvimento. A partir daí, a população começou a
perceber a pressão do crescimento populacional e econômico nos recursos naturais e
preocupar-se com uma geração posterior a nossa também carente desses recursos para
sobreviverem.
A agricultura é considerada um dos setores mais críticos, por estar intimamente ligada
ao meio ambiente e devido seus efeitos negativos sobre o mesmo e sobre a sociedade. Mas
também é um dos setores mais promissores para garantir um desenvolvimento mais
sustentável. Segundo Caporal e Costabeber (2007) a agricultura tem sido um dos focos
preferidos do tema da sustentabilidade. Isso acontece, pois a agricultura é uma atividade que
necessita conciliar a produção com seus impactos sociais, com necessidade do consumidor e
com a preservação e conservação dos recursos naturais. Ou seja, para uma agricultura mais
sustentável é necessário coordenar a dimensão econômica com a ambiental e social
(ELKINGTON, 2001).
Em meados de 1930 surgiu no Brasil, o fenômeno conhecido como Revolução Verde,
período onde se produzia muito e em um curto período de tempo e com pequena expansão de
área agrícola. Utilizávamos mais equipamentos agrícolas, e se aproveitava ao máximo os
avanços recentes da Biotecnologia e da Engenharia Genética para obter uma alta produção de
alimentos em um curto período de tempo e a um baixo custo (MOREIRA, 1999b). A
utilização da biotecnologia e da engenharia genética trouxe um grande melhoramento
genético de plantas, permitindo desde o cruzamento de espécies de diferentes até a
possibilidade de redução do tempo de obtenção de novos cultivos (MELO MOURA, 2009).
Entretanto, apesar dos melhoramentos obtidos na produção de alimentos, houve
também um uso excessivo de produtos químicos (incluindo os agrotóxicos), para se controlar
a criação de plantas daninhas e a expansão de pragas e doenças (COSTA 2004). Com isso, os
problemas ambientais decorrentes da rápida expansão agrícola foram se intensificando, entre
os mais comuns estão exploração da mão de obra, deslocamento de pequenos produtos,
desmatamento, perda da biodiversidade genética, a erosão dos solos, a contaminação dos
recursos naturais (água, solo e ar), contaminação de pesticidas em alimentos, além do
aquecimento global (IBGE, 2010).
Nesse contexto, sociedade e produtores se voltam a práticas agrícolas consideradas
sustentáveis, entre elas a Agricultura Orgânica. De acordo com o Ministério da Agricultura
(2014), na agricultura orgânica não é permitido o uso de substâncias que coloquem em risco a
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saúde e o meio ambiente, tais como fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e
transgênicos. Além disso, deve levar em conta o uso responsável do solo, da água, do ar e dos
demais recursos naturais.
Visando conhecer um pouco mais o desenvolvimento, barreiras e iniciativas da
agricultura orgânica em outros países, esse trabalho tem como objetivo principal analisar as
experiências internacionais da Agricultura Orgânica, abordando os principais desafios
enfrentados por países selecionados da América Latina e as possíveis soluções que eles têm
encontrado para as principais barreiras a expansão dessa agricultura. Os países selecionados
para a comparação com o Brasil foram: Guatemala, Colômbia, Cuba, Equador, Chile e Costa
Rica. Os Países da América Latina foram selecionados a fim de se ter uma análise que
considerasse países de cultura e localização próximas.
2. MÉTODOS
Para realizarmos o estudo em questão, utilizamos uma pesquisa com abordagem
exploratória visando proporcionar maior familiaridade com o problema com o intuito de
torná-lo explícito (GIL, 2002).
Em relação aos procedimentos, utilizamos a pesquisa bibliográfica, utilizamos artigos
e monografias que abordaram temas como: benefícios da agricultura orgânica; preço de
produtos orgânicos; análise do mercado nacional e internacional de orgânicos; principais
desafios para o pequeno agricultor no Brasil e no mundo.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para Yussefi (2006), a agricultura orgânica é aquela baseada nos princípios da saúde,
ecologia, equidade, ambiente. Na saúde porque deve melhorar a saúde da planta, do solo, do
homem, do animal. Na ecologia porque deve ser baseado em sistemas vivos, ecológicos e
sustentáveis. Na equidade porque deve garantir uma relação de equilíbrio entre um ambiente
comum e a oportunidade de vida. No cuidado com o ambiente, pois deve proteger a saúde e o
bem estar das gerações futuras e atuais.
Darolt (2000) enfatiza que a agricultura orgânica é baseada na melhoria da fertilidade
do solo através de processos biológicos naturais, como pelo uso da matéria orgânica, o que é
essencial à saúde das plantas. Por isso, é contra a utilização de adubos não biológicos assim
como agrotóxicos.
Consumir um alimento orgânico depende não só dos conhecimentos básicos do
consumidor, mas também da motivação e condições que ele possui para consumi-lo. Essa
motivação varia de acordo com o país, a cultura, a classe social. Por exemplo, nos Estados
Unidos e na Europa, o aspecto mais levado em conta para o consumo de orgânicos é a saúde e
sua ligação com o alimento, seguido da preocupação com o meio ambiente e o sabor do
produto (HENDERSON, 1999). No Brasil, a principal motivação do brasileiro em consumir
um alimento orgânico é a saúde, seguido da não utilização de agrotóxicos (DATACENSO,
2002).
Segundo Willer et al. (2008), em 2006, a Agricultura Orgânica era praticada em 138
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países com no mínimo 700 mil propriedades e aproximadamente 30.4 milhões de hectares que
cresce ano a ano. Ainda segundo esses autores, os países que se destacam na produção de
orgânicos são a Austrália com 12.29 milhões de ha. a China com 2.3 milhões de ha. e
Argentina com 2.22 milhões de ha. no ano de 2006.
Em países como França, Itália e Alemanha, o aumento dos produtos orgânicos foi
impulsionado principalmente pelos incentivos do governo. Nos Estados Unidos e na Europa, a
preocupação com a segurança e qualidade dos alimentos aumentou em decorrência do
aumento das doenças como Vaca Louca, bactérias, E. Coli (coliformes fecais) e das
contaminações (WILLER et al., 2008).
Na tabela 1, temos uma comparação da área de expansão da agricultura orgânica com
relação à área de expansão da agricultura convencional no mundo e podemos notar que a área
destinada à agricultura orgânica vem crescendo gradativamente.
Tabela 1. Evolução das áreas agrícolas orgânicas comparadas a áreas de exploração
convencional no mundo, 1999 - 2008.
Fonte: Elaborada com base em dados de Willer (2010)
Na figura 1, podemos observar os principais alimentos orgânicos cultivados e a sua
porcentagem no cultivo mundial do ano de 2008. Na categoria outros, podemos encontrar
produtos como açúcar, leite, frango, fumo, e laranja que também vêm crescendo no mercado
(WILLER, 2010).
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25%
25%
Café
Oliveira
Nozes
Cacau
8%
Uva
23%
9%
Outros
10%
Figura 1. Principais alimentos orgânicos cultivados no mundo no ano 2008
Fonte: Elaborada pelas autoras segundo dados de Willer (2010)
O consumo e produção de alimentos orgânicos vêm crescendo principalmente nos
países em desenvolvimento, oferecendo oportunidades para pequenos, médios e grandes
produtores agrícolas. Entretanto, existe uma quantidade de barreiras que precisam ser
enfrentados a fim de expandir essa produção e consumo.
Por exemplo, na Guatemala, onde a área estimada a produção de alimentos orgânicos é
de 12.500 ha e 70% dessa área estão coberta por plantações de café, entretanto o governo não
considera a agricultura orgânica como benéfica para o país, por isso não a incentiva. Alguns
dos principais problemas que esse país passa é: a não existência de crédito para orgânicos; a
falta de programas que investiguem e invistam nos orgânicos, um mercado de orgânicos
estagnado com altos preços e baixa demanda, a falta de profissionais capacitados, entre outros
(CONTRERAS, 2004).
Na Colômbia, os principais alimentos orgânicos cultivados são: café, cacau, frutas e
cana de açúcar. Os obstáculos à agricultura orgânica são basicamente a falta de tecnologia na
área, o desequilíbrio entre a oferta e a demanda, a baixa capacidade de compra da grande
maioria da população, os altos custos das certificações, além de um fluxo de informações
restrito sobre as experiências nesse tipo de agricultura. Diante dessas dificuldades, o governo
da Colômbia tem apresentando alguns incentivos aos produtos orgânicos, dentre eles o
reembolso das certificações pelo Ministério do Meio Ambiente, incentivos financeiros para a
conversão do sistema convencional em orgânico, facilitação para adquirir financiamentos para
pequenos e médios produtores (SICARD; ALZATE; 2004).
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Em Cuba,os produtos orgânicos são cultivados desde os anos 70 por parte dos
camponeses que ali viviam, obtendo assim uma produção de orgânicos em larga escala e sem
agrotóxicos. A maior área de plantação é destinada ao café, com 4849.7 ha e a maior
quantidade de produtores cultiva se concentra no cacau, com 2215 produtores. Devido aos
grandes problemas como insegurança alimentar e pobreza que o pais possui, para facilitar
(especialmente baratear) esse comércio à certificação não são obrigatórias. O que é exigido é
que o produtor cumpra com as normas do cultivo de orgânicos do país e isso é medido através
de visitas constantes de auditores. As universidades Cubanas também vêm desenvolvendo
cursos e atividades para atualizar seus alunos com relação às plantações orgânicas.
(MORALES; GARCIA; LARA, 2004).
No Equador, os alimentos orgânicos são basicamente os cereais, as hortaliças e as
pimentas. Já no Chile, as frutas são as mais produzidas. Ambos os países, possuem um
problema com a falta de consumo interno dos alimentos orgânicos, devido ao pouco
conhecimento do consumidor sobre os benefícios, o que acaba acarretando na
comercialização desses produtos no exterior (ROSERO, 2004). Para tentar reverter isso,
segundo Ryan (2004), o governo do Chile criou uma associação chamada Terra Viva que é
formada por agricultores, ecologistas e pessoas interessadas no assunto. Esses membros
ajudam a promover um compartilhamento de conhecimentos, experiências, e estreitar os laços
entre produtores e clientes. Além disso, para levar o conhecimento aos consumidores e
promover uma maior venda de produtos, a associação possui uma loja própria chamada
Puranatura, que é dedicada a promoções e comercializações de produtos orgânicos a um baixo
preço.
A Costa Rica produz principalmente hortaliças, cítricos, mamão, manga, abacaxi,
feijão e arroz também possuem. O problema da falta de conhecimento do consumidor com
relação ao produto orgânico é bastante relevante. Para tentar reverter isso uma das estratégias
adotadas pelo país, segundo o Informe Agropecuário (2014) é o Movimento da Agricultura
Orgânica Costa Catarinense, que tem como foco reunir associações de produtores,
organizações da sociedade civil, universidades, o Governo e os prestadores de Cooperação
Técnica (como Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, IICA, e
Cooperação Técnica Alemã, GTZ) para elaborar estratégicas nacionais de promoção de
alimentos orgânicos. Além desse movimento, na Costa Rica há uma forte interação entre o
setor público e privado na área de orgânicos e eles vem realizando algumas ações como:

Prestação de serviços de informação especializados para facilitar os processos de
tomada de decisão na gestão da cadeia de orgânicos.

Promoção de atividades de formação e de capacitação para agricultores, técnicos e
consumidores.

Apoio e orientação para a pesquisa agrícola orgânico, por meio de programas que
forneçam incentivos financeiros e parcerias entre agricultores e universidades.

Facilita a coordenação e iniciativas conjuntas entre organizações públicas e
privadas em apoio à agricultura orgânica.
No Brasil, segundo dados do Instituto Biodinâmico (2008), um dos principais órgãos
certificadores de orgânicos, os produtos são 34% é representada por frutas, 26% por produtos
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industrializados, 17% por grãos, 12% em outros e 6% em legumes. Os principais gargalos
para o desenvolvimento do mercado de orgânico, por exemplo, o custo da certificação dos
orgânicos, poucos estudos na área do mercado de orgânicos, o não equilíbrio entre a oferta e a
demanda, a falta de conhecimento por parte dos consumidores, além da falta de dados oficiais
sobre esse tipo de mercado (GOMES, 2013). Os dados encontrados não são oficiais sobre a
produção e comercialização de alimentos orgânicos. Além disso, os poucos dados que existem
estão fragmentados e dispersos nas certificadoras, associações de produtores ou em Censos
Agropecuários como é o caso do IBGE. Essa falta de informações e estatísticas, bem como
sua não divulgação, contribui para a falta de estudos na área, resultando assim no não
melhoramento de um mercado promissor como o de orgânicos (GOMES, 2013).
O Brasil tem realizado alguns incentivos para que a agricultura orgânica continue se
fortalecendo e atraindo cada vez mais agricultores. Entre esses incentivos, podemos citar:
comissão formada pelos Ministérios: da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; da Educação;
do Meio Ambiente; do Desenvolvimento Agrário e da Ciência e Tecnologia que
desenvolvem, aperfeiçoam e incentivam políticas públicas de apoio ao agricultor e, além
disso, tentam levar esses conhecimentos a todos os níveis e modalidades de educação e ensino
através de palestras, discussões, fóruns, congressos (FAO, 2008). Além disso, estão sendo
criadas algumas campanhas para promover uma melhor inserção dos orgânicos no mercado.
Em 2005 começou uma parceria entre o setor público e privado e ambos promoveram
e continuam promovendo uma campanha voltada fundamentalmente aos consumidores, que
tem como marco a “Semana do Alimento Orgânico”. Esse evento é uma semana por ano, em
todos os estados e traz palestras, feiras demonstrativas, exposições e outras atividades, em
locais onde existe grande circulação de pessoas, para que atinja assim uma maior quantidade
de pessoas possíveis (FAO, 2008).
Apesar da produção de orgânicos estar crescendo na América Latina, ainda existem
restrições da população desses próprios países em consumi-los, e dos produtores da
agricultura convencional a aderirem a esse tipo de produção. Essas restrições estão
relacionadas principalmente a falta de conhecimento dos alimentos orgânicos, baixa
produtividade e altos custos, aos baixos incentivos do governo, falta de mão de obra
especializada, altos preços e tempo das certificações.
Para superar essas barreiras, os países latino-americanos têm promovido alguns
incentivos para a produção e consumo de orgânicos. Esses incentivos estão relacionados
principalmente à facilitação do consumo, ligação de produtores e consumidores, e
financiamento a produção. Poucos desses incentivos estão relacionados a desenvolvimento de
tecnologias específicas para a produção agrícola e para o aumento de sua produtividade
Na tabela 2, Podemos verificar resumidamente as dificuldades e estratégias adotadas
por cada país. Alguns governos, precisam focar mais nas suas estratégias. Por exemplo, na
Colômbia, as estratégias do governo tem visado apenas beneficiar financeiramente os
produtores, sendo que as dificuldades não só somente financeiras. Caberia Alguma estratégia
que visa-se o estudo e adoção de tecnologias, além de eventos, palestras, feiras para tentar
suprir esse desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Outros governos como, da Guatemala e
do Equador, precisavam verificar se a agricultura orgânica pode trazer benefícios para o país e
como ela pode fazer isso e dessa forma tentar incentiva-la.
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Tabela 2. Resumo dos países e suas estratégias.
Fonte: Elaborada pelas autoras.
4. CONCLUSÃO
Esse trabalho teve com objetivo principal analisar as principais barreiras da agricultura
orgânica nos países latino-americanos e como eles têm revertido esses problemas.
Na seção anterior discutimos que a grande maioria dos países encontra-se em fase de
desenvolvimento quanto se trata de produtos orgânicos. Entre os principais desafios
enfrentados pelos produtores desse mercado, destacamos os custos das certificações, a falta de
tecnologias de Gestão e de Produtos, os poucos programas de financiamento entre outros, a
falta de informação com relação a esse tipo de produto.
Por exemplo, em Cuba, não é necessário pagar para se certificar um produto orgânico,
basta seguir as normas do país perante a auditoria periódica. A Costa Rica e o Chile estão
compartilhamento de conhecimentos e experiências entre produtores, pesquisadores,
consumidores. No Brasil, os investimentos em campanhas, feiras, palestras, propagandas,
estão crescendo e com isso os consumidores tem tido maiores informações sobre esses
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produtos.
Com uma maior quantidade de estímulos é possível que o produtor permaneça nesse
mercado e que novos produtores tenham interesse em conhecer o mercado de orgânicos. Esses
estímulos são basicamente ações que possam facilitar o desenvolvimento de tecnologias e
técnicas de produção, a produção, e a comercialização de café orgânico. Essas estratégias
podem envolver ações para o aumento de mecanismos de financiamento, parcerias entre
restaurantes e produtores orgânicos, feiras orgânicas, cursos de capacitação de mão de obra,
estudos na área, entre outros.
A principal forma de estímulos pode ser através de projetos de melhorias, que
busquem entender quais são as principais necessidades do agricultor e como melhorar isso,
para que dessa forma a produção e consumo de orgânicos. Esses projetos podem ter como
base associações de produtores, ou seja, tudo o que envolva um compartilhamento de
informações, para melhor entender as necessidades de cada um, sejam eles produtores,
consumidores ou políticos. Além disso, um compartilhamento de informações e melhores
práticas entre os principais países produtores de orgânicos também seria muito importante,
pois dessa forma podemos verificar o que cada governo tem feito para melhorar o seu setor e
como aplicar isso no Brasil.
Dessa forma, esse artigo traz insumos para se pensar estratégias coletivas entre
produtores e consumidores, além de políticas públicas para apoiar o crescimento do setor de
café orgânico no mundo todo.
Como sugestão para trabalhos futuros, podemos explorar se houve um aumento dos
produtores orgânicos nos países citados acima e se esses produtores têm recebido mais
auxílios do governo. Além disso, podemos abordar como esses produtores têm feito para
continuar cultivando esse tipo de alimento diante de tantos desafios.
5.
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