Ju no Kata - Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro

FEDERAÇÃO DE JUDO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
COMISSÂO ESTADUAL DE GRAUS
SR. PRESIDENTE DA COMISSÃO ESTADUAL DE GRAUS
PELOS PROF. PROF GILMAR DOS SANTOS DIAS E PROF ANTÔNIO SÁ
DISCIPLINA: Teoria e Metodologia do Ensino do JU – NO - KATA
1- KATAS (BREVE HISTÓRICO)
É um conjunto de técnicas fundamentais, um método de estudo especial, para
transmitir a técnica, o espírito e a finalidade do judô. O mestre Jigoro Kano dizia: "Os katas são a
ética do judô”. Alguns dos kata do Judo foram elaborados após muitos anos de investigação e de
trabalho e ganharam forma definitiva em 1906 e 1907.
Em 24 de Julho de 1906 , foi constituída uma comissão no Dai Nippon Butokukai, em Kyoto, a
fim de harmonizar os kata do Ju Jutsu. Esta Comissão foi presidida por Mestre Jigoro Kano. Foi
decidido, nessa reunião, unificar os diferentes katas que eram praticados e ensinados nas cerca de
116 escolas de ju jutsu, então existentes. Foram eleitos, em todo o Japão, 20 especialistas dos
koryu mais representativos.
A comissão era composta pelos seguintes membros:
Presidente JIGORO KANO
Membros
-Yôshin Ryu: 3 representantes, Katsuta HIRATSUKA, Hidemi TOTSUKA, Takayoshi
KATAYAMA
-Takenouchi Ryu: 4 representantes, Hikosaburo OSHIMA, Koji YANO, Shikataro TOKENO,
Kotaro IMAI
-Sekiguchi Ryu: 2 representantes, Jushin SEIKIGUCHI, Mokichi TSUMIZU
-Kôdôkan Judo Ryu: 5 representantes, Hajime ISOGAI, Yoshiaki YAMASHITA, Sakujiro
YOKOYAMA, Hidekazu NAGAOKA, Hoken SATO
-Shiten Ryu: 1 representante, Kumon HOSHINO
-Kyushin Ryu: 1 representante, Yazo EGUCHI
-Miura Ryu: 1 representante, Masamitsu INAZU
-Fusen Ryu: 1 representante, Mataemon TANABE (escola rival em 1886)
-Sosuishitsu Ryu: 1 representante, Kihei AOYAGI
Os kata são, de fato, a forma mais estética de demonstrar o Judo, mas em verdade não
têm essa finalidade. O UKE nunca deve sofrer passivamente a ação do TORI. Tanto um como
outro estão a combater. Os ataques são reais, verdadeiros, nunca teatro, e a reação do TORI têm
de ser também autêntica. Se assim não for não é kata. É teatro, é tão só dança. UKE e TORI
devem ser vistos samurai, especialistas em combate corpo a corpo, ou com armas brancas,
enfrentando-se, num duelo, em que cada um usa as suas técnicas, por vezes representativas de
princípios diferentes, como a força agressiva, cega, imensa e a força provocada, flexível, usada
com inteligência. Os dois judocas executam com extrema seriedade, concentração mental é muito
importante. E em cada kata os mestres de antigamente arrumaram as técnicas mais representativas
de cada família. Onde resultam os kata com predomínio de NAGE WAZA, outros de KATAME
WAZA, outros de ATEMI WAZA, outros que tudo misturam. Na maior parte das vezes UKE
toma a iniciativa e começa o ataque, em outras partes é TORI que toma a iniciativa, antecipandose ao UKE. Na função de Uke não é certo saltar quando o TORI o tenta projetar, ou parar um
soco, a meio da trajetória, a fim de dar tempo a que TORI, faça TAI SABAKI.
Porém o foco desse estudo é o JU NO KATA, o qual de forma simplificada
tentaremos auxiliar o Corpo Discente, como apóio nos estudos, e sem a pretensão de ser os donos
da verdade, cabendo críticas construtivas em benefício da perpetuação do judô.
2-JU NO KATA
Segundo fontes de pesquisa, o JU NO KATA, fora Desenvolvido por volta de
1888, era originalmente composto por 10 (dez) técnicas, somente em 1908 foi expandido para 15
(quinze) técnicas. O JU NO KATA, ensina os princípios do Ju (suavidade), que usa a força do
oponente para criar desequilíbrio (kusushi), se o oponente empurra, você sede ao se movimentar
para trás, se o oponente puxar, você se movimenta em direção a ele. O randori regular é muito
tenso, mas este kata ensina delicadamente como superar o ataque do oponente sem tensão. O JU
NO KATA, é composto de técnicas que aprimoram a flexibilidade do corpo, através de técnicas
de alongamentos. Não existem projeções, somente deslocamentos, esquivas e combinações
suaves, dentro de uma continuidade de movimentos. Por isso, a execução deve se de forma a
evidenciar a fluidez dos deslocamentos e dos gestos de não resistência, mantendo um ritmo lento,
contínuo e uniforme. Cada movimento encerra uma aplicação de ataque e defesa, é composto de
15 (quinze) técnicas, divididas em 3 (três) grupos de 5 (cinco).
3-SEQUENCIA TÉCNICA DO JU NO KATA
NOTA: Para facilitar a aprendizagem, buscou-se didaticamente utilizar a metodologia de
tradução aproximada de cada movimento, o que poderá divergir da tradução real da
língua Japonesa.
1º GRUPO
12345-
TSUKI DASHI - Transpassar com as mãos
KATA – OSHI – Empurrar o Ombro
RYOTE – DORI – Pegar os dois Pulsos
KATA – MAWASHI- Girar o Ombro
AGO – OSHI – Empurrar o Queixo
2º GRUPO
12345-
KIRI – OROSHI - Partir a cabeça
RYO –KATA OSHI – Pressão nos Ombros
NANAME – UCHI – Cutilada Diagonal
KATATE – DORI – Pegar um dos Pulsos
KATATE –AGE – Levantar uma das Mãos
3º GRUPO
12345-
OBI - TORI- Pegar a Faixa
MUNE – OSHI – Empurrar o Peito
TSUKI - AGE – Soco no queixo de baixo para cima (Upper Cut)
UCHI – OROSHI – Soco na cabeça de cima para baixo
RYO – GAN – TSUKI – Ataque aos Olhos
4-ENTRADA DE UKE E TORI
-Os dois entram de frente para JOSEKI a 4 metros um do outro, TORI à direita e UKE á
esquerda;
-Juntos saúdam o JOSEKI;
-Vira-se de frente um para o outro e saúdam-se mutuamente em pé;
- TORI E UKE, simultaneamente, avançam um passo com o pé esquerdo e assumem a postura
SHIZEN HONTAI (postura natural) e ao atingir 3 metros um do outro, iniciam o KATA;
6-BIBLOGLAFIA
KUDO, K. O judô em ação. São Paulo:Sol, 1978.
LASSARRE, Judô: Manual pratico. São Paulo: Mestre Jou, 1975.
ROBERT, L O, Judô. Lisboa:Editora Notícias, 1989.
KANO, J. Energia Mental e Física. São Paulo, Editora Pensamento, 2008.
KANO, J. Judô Kodokan. Tokio: Kodansha Internacional, 1994.
KAZUO,Ito – This is Judo For Women
KOTANI,Sumiyuki – Katas de Judo
KAWAISHI, M – Katas de Judo
MAFRA, José Carlos – Os Oito Katas do Judo
GAMA, Raimundo João – MICHI, O Caminho do Guerreiro
BUDOKUKAI – Kodokan Judô
Fonte:http://www.kodokan.org/e_basic/history.html
Fonte:http://www.kodokan.org/e_basic/kata.htm
KANO, J. Energia Mental e Física. São Paulo, Editora Pensamento, 2008.
KANO, J. Judô Kodokan. Tokio: Kodansha Internacional, 1994.
Sites:
Judô Kodokan . www.judobrasil.com
FEJERJ – Federação de Juo do Estado do Rio de Janeiro www.fjerj.com.br
CBJ – Confederação Brasileira de Judo – www.cbj.com.br