Tema 1: Aviso Prévio a uma Esc

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Tema 1: Aviso Prévio a uma Esc
Detalhe de contactos para correspondência:
Fernanda Zermoglio
[email protected]
+56 99 902 6149
Director do Projecto: Joao Tiago MM Ribeiro
Coordenadora do Projecto: Barbara van Logchem
Coordenador Científico: Antonio J Queface
Tradução: Carlos Vaz
Relatório a ser referenciada como:
Zermoglio, F. 2012. Respondendo as mudanças climáticas em Moçambique: Tema 1: Aviso Prévio a
uma Escala Maior: componente Gestão de Informação. Maputo: INGC.
Outubro 2012, p 1
TEMA 1: AVISO PRÉVIO NUMA ESCALA DIFERENTE
COMPONENTE GOOGLE
RELATÓRIO FINAL _____________________________________ 3
RECOMENDAÇÕES CHAVE
RESUMO
MOTIVAÇÃO
UM BREVE OLHAR SOBRE O QUE É A ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
METODOLOGIA
VISÃO GERAL DOS UTILIZADORES DE TECNOLOGIA
LINHAS DE NARRATIVA FINAIS
3
8
8
9
12
12
13
Linha de narrativa 1: Perspectiva Sectorial e Regional de Impactos Climáticos relacionados
MOZ-ADAPT
13
Questões emergentes exploradas na Linha de narrativa 1
Linha de narrativa 2: Lições da experiência de aviso prévio do INGC. Soluções institucionais
e Perspectivas
Linha de Narrativa 3: Fluxos de informação e resposta eficaz às catástrofes- estudo de caso
sobre inundações
Linha de Narrativa 4: Redução da Vulnerabilidade
Anatomia de uma Linha de Narrativa
Locais e Distritos prioritários MICOA
Distritos prioritários para o INGC a partir do Plano Director de 2006
Lista sítios na Web de acompanhamento regular dos perigos pelo CENOE
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14
16
19
19
20
21
22
23
24
Tema 1: Aviso Prévio numa Escala Diferente
Componente Google
Relatório Final
“As exigências de endereçar as mudanças climáticas são tais que altos funcionários e decisores políticos
devem constantemente aprender e reter informações sobre uma gama enorme de temas e questões,
que mudam rapidamente. A única maneira que eles podem fazer isso é contar com informações
concisas, claras e confiáveis de várias fontes. As histórias apresentadas, podem ser vistas numa
plataforma do Google Earth que oferece uma metodologia pragmática para ajudar os decisores a
partilharem e alavancarem os melhores dados e conhecimento disponíveis na tomada de decisões”
A plataforma Google Earth pode fornecer uma ponte de colaboração entre departamentos
especializados, tais como DPM e escritórios regionais.
Dada a sua facilidade de utilização e visualização e ferramentas de análise poderosas, o Google Earth
pode ser facilmente implementado como uma plataforma para partilha de dados e digitalização das
actividades em curso, tanto dentro do INGC, bem como com outros parceiros.



A ferramenta fornece uma base sólida para permitir uma verificação rápida de no terreno de
conjuntos de dados regularmente compilados (tais como a base de dados CLRG) a serem
validados no terreno, corrigidos em tempo real por especialistas nos escritórios no campo,
promovendo a apropriação das respostas, facilitando assim o processo de da construção de
uma memória institucional colaborativa.
Um segundo benefício é a capacidade de partilhar, em formato digital, conjuntos de dados
intercalares e de trabalho entre especialistas em departamentos de SIG e não-especialistas na
área, facilitando diálogos em torno da vulnerabilidade, a monitorização das dinâmicas do clima
e o planeamento de processos de adaptação.
Como uma opção “fora de caixa” sem qualquer tipo de custo, poderia melhorar uma resposta
no terreno por vezes desfasada, agilizando a partilha de informações inclusive nos escritórios
do INGC mais remotos em todo o país, muitos dos quais, não obstante, têm acesso à Internet
3G.
A necessidade de melhorar a comunicação e a colaboração entre parceiros na área do
conhecimento vai crescer em importância no âmbito das mudanças climáticas
Existem muitas iniciativas e organizações activas que trabalham questões de gestão de calamidades
ligadas às mudanças climáticas e acção ambiental em Moçambique, no entanto, fracos mecanismos
institucionais e falta de coordenação entre os sectores ameaçam criar fadiga de "avaliação" das partes
interessadas, especialmente ao nível da comunidade. As partes interessadas, muitas vezes lamentam "a
falta de acção" no terreno classificando-a como "o círculo viscoso de projectização”. Além disso, há
muito pouca experiência no terreno disponível para orientar a entrega e comunicação de dados
climáticos e para informar as decisões a níveis que se encontrem fora da sede do INGC. Sintetizando a
Outubro 2012, p 3
melhor informação disponível para definir uma série de possíveis impactos, simultaneamente
permitindo que o utilizador potencial da informação avalie a melhor forma em que pode ser aplicada
requer abordagens inovadoras que até à data têm sido pouco exploradas. Nem no Xai Xai, nem em
Nacala as equipas técnicas se aperceberam, ou estiveram conscientes das acções e actividades do INGC
em mudanças climáticas como um todo e poucos tinham visto o estudo de Fase I, ou foram informados
de uma segunda fase em andamento. Mesmo no caso da gestão, onde eles estavam cientes desses
estudos, os decisores alegaram ter-lhes sido dadas orientações limitadas sobre como, quando e em que
contexto alguma das suas decisões deveriam ser aplicadas em face das constatações científicas
emergentes sobre a variabilidade e mudanças climáticas.
As iniciativas do INGC em curso devem ser integradas para promover a gestão de calamidades
→ A integração de iniciativas pode endereçar a actual falta de clareza, em relacionar as necessidades
de tomada de decisão com a gama disponível de informação sobre mudanças climáticas. Por
exemplo, a iniciativa GRIP (http / / moz.gripweb.org) catalogou as calamidades e seus impactos em
todo Moçambique de 1979 até 2009, mas tal informação ainda tem de ser efectivamente
integradas com a informação sobre mudanças climáticas para orientar os tomadores de decisão
sobre os riscos e oportunidades colocados pelas mudanças climáticas.
→ Promover padrões simples de partilha de dados - A disponibilidade crescente de dados disponíveis
sobre vulnerabilidade, a ciência do clima e o impacto de calamidades, juntamente com novas
ferramentas de análise estão direccionados para fazer avançar significativamente as análises
disponíveis para a tomada de decisão sobre adaptação. No entanto, há uma necessidade de
incentivar padrões de dados de colaboração entre as instituições, para permitir uma integração e
avaliações rápidas. Por exemplo, UNOSAT compila regularmente mapas de inundações da extensão
a partir de imagens de alta resolução por satélite de muitos dos rios de Moçambique durante a
estação chuvosa, no entanto, estes são apenas disponibilizados em formato de imagem (PNG, BMP)
ou de documento (PDF) para a equipe CENOE, onde a distribuição digital aumentaria a eficácia do
planeamento da resposta e reduziria a duplicação de esforços.
→ Os Mapas não devem ser vistos como produtos finais, mas sim como parte e parcela de um
processo de tomada de decisão que envolve ir para além dos dados para compreender como é que
estes irão influenciar as decisões. O mapeamento e a compreensão do impacto (por exemplo, vidas
perdidas, número de deslocados, número de casas destruídas), do perigo como uma função da
exposição e dosear a resposta (sensibilidade) das pessoas expostas. Este é o alcance de muitas
iniciativas de gestão de risco de calamidades, incluindo o CENOE do INGC, os sitema de aviso prévio
de fome da USAID e o Programa Mundial Alimentar. Uma dependência de métodos analíticos,
muitas vezes espaciais e estatísticos, para quantificar os riscos e impactos é uma característica da
sua abordagem, cuja informação é utilizada para desenvolver modelos espaciais de riscos e
impactos usando uma combinação observações de campo e por satélite. Responder às questões
centrais de 'onde' e 'o quê', é essencial para lidar com os desafios de uma gestão de calamidades
em geral. No entanto, um "mapa" não é uma solução em si mesma, e também exige certas
estruturas, compromissos e conhecimentos técnicos para permitir respostas eficazes no terreno.
→ Promover ampla colaboração entre instituições – a colaboração muitas vezes é informal e ligada
aos indivíduos, em vez de uma cultura institucional, frequentemente fazendo e requerendo uma
sensibilização e formação repetidas e tornando difícil de fazer avançar o diálogo sobre o quê deverá
ser feito sobre as mudanças climáticas.
Outubro 2012, p 4
Os esforços actualmente em vigor para reduzir os impactos de calamidades precisam ser
aumentados e/ ou reforçados para continuar com os sucessos observados até o presente.
O impacto e a eficácia do INGC melhoraram drasticamente, tanto em termos de planeamento de
resposta e de aviso prévio, onde as previsões sazonais são facilmente empregues, como também ao
nível da comunidade e do nível administrativo, onde simulações de inundações têm aumentado a
cooperação e a eficácia da prontidão da resposta no terreno. No entanto, ainda há muito a ser feito
para aumentar a escala esses esforços. Algumas constatações sobre essas lições, desenvolvidas de
forma mais completa nas linhas de narrativa relevantes, são listadas abaixo.
- Os Comités Locais para a Gestão do Risco de Calamidades (CLGRCs) a nível central precisam de
mais recursos - Nos escritórios da Região Sul do INGC, foram criados 103 Comités Locais de
Gestão do Risco de Calamidades (CLGRC). No entanto, destes apenas 18 estão totalmente
equipados e 40% encontram-se classificados como adequadamente preparados para lidar com
calamidades. Isto parece ser consistente com outras regiões do país, como mostramos na
tabela abaixo, que fornece um resumo dos CLGRC planeados e criados, juntamente com um
relatório do estado da situação sobre 1)a sua formação, e 2) o equipamento por Província
Quadro 1: CLRGCs Relatório da Situação- DPM (INGC)
Formação
Equipamento
Formados
Ainda por dar
formação
Equipados
Por equipar
Equipados
50
39
335
11
0
50
0
50
0
45
0
50
0
GAZA
36
103
1451
11
72
33
15
80
30
10
24
61
0
INHAMBANE
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
MANICA
30
19
242
4
24
5
19
8
10
14
7
28
0
SOFALA
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
TETE
66
48
975
17
31
35
4
61
5
60
11
51
40
ZAMBEZIA
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
NAMPULA
28
28
420
0
12
16
5
23
2
26
0
28
0
NIASSA
31
17
291
14
8
14
5
14
6
14
0
15
1
CABO DELGADO
Total
22
263
28
282
344
4058
0
57
14
161
8
161
5
53
17
253
0
53
25
194
0
42
25
258
1
42
Equipados
Por equipar
Ainda por criar
MAPUTO
Por equipar
Provincia
Nº de membros
Uniformes
# Criado
Crachás
Planeados
Com KITS
Localizados em áreas de
reassentamentos
Criados
Além disso, de acordo com o banco de dados do DPM dos Comités de Gestão de Risco de
Calamidades (CLGRC), cerca de 51 dos 79 distritos prioritários de terras áridas encontram-se
sem Comité e mais de 50% dos que foram criados não foram adequadamente treinados ou
receberam os kits necessários (Figura abaixo).
Outubro 2012, p 5
Figura 1:
Situação dos Comités Comunitários para a Gestão de Riscos de Calamidades, Fonte, DPM
Como a variabilidade climática e eventos climáticos extremos continuam a impactar Moçambique,
os tomadores de decisão vão ter de enfrentar, cada vez mais, novos desafios a respeito de como
gerir esses riscos.
A capacidade do país para lidar com os impactos das calamidades nas áreas, por si já vulneráveis,
melhorou, devido em parte às acções do INGC, onde foi implementado um sistema de aviso prévio,
juntamente com uma melhor preparação e comunicação. No entanto, como a variabilidade climática e
eventos climáticos extremos continuam a impactar Moçambique, o INGC irá enfrentar, cada vez mais,
novas decisões sobre como gerir esses riscos.
Existem muitos pontos de entrada para o uso da tecnologia do Google Earth na Gestão do Risco de
Calamidades sob um Clima em Mudança
Em termos práticos, existem muitos pontos de entrada para incorporar a tecnologia existente do
Google Earth em todos os níveis de actividades e de governanção, incluindo as implementadas:
Outubro 2012, p 6
→ A nível de campo (escritórios regionais e distritais) – partilha de informações em sistemas de
meios de subsistência existentes, ideias sobre a diversificação das fontes existentes de
rendimentos e estratégias de meios de subsistência em mudança, sensibilização em questões
de mudanças climáticas e proporcionar um ambiente propício para a partilha de dados;
→ A nível de projecto – Utilização efectiva de informações sobre o clima e os resultados estudos
das mudanças climáticas das Fases I e Fase II do INGC, partilha de informação sobre as
infraestruturas melhoradas para a captação, armazenamento e utilização de água em pequena
escala, e melhores práticas da gestão dos solos;
→ A nível político – Facilitar o intercâmbio de comunicação e respostas fiscais pró-activas, que
incluam intervenções estratégicas para impactos de alta probabilidade, fortalecendo o nível e o
referencial de políticas,
A capacitação direccionada e apropriada assenta no entendimento da capacidade local e da
selecção de esforços que melhor correspondam a essas necessidades. As iniciativas à escolha
incluem:
→ Construir a base analítica para apoiar a recolha e a análise de informações relevantes para
apoiar o planeamento da adaptação.
→ Fornecer apoio incluindo abordagens de harmonização, a promoção de um ambiente favorável
e recursos para os responsáveis pela execução das tarefas de adaptação, e
→ Promover a partilha de conhecimentos e de experiências para apoiar a adaptação como se
fosse um processo de "aprendizagem com base na experiência" em vez de um ponto de
chegada.
Outubro 2012, p 7
As mudanças climáticas representam um risco significativo para o sustento das gerações futuras em
muitos lugares e um desafio para o planeamento do
desenvolvimento sustentável em todo o lado. A adaptação a
estes riscos e desafios é um processo social que, quando
“A coisa mais importante é ter a
apoiado por dados, ferramentas e exemplos podem fornecer
certeza que o mundo não muda sem
uma via flexível para explorar respostas robustas. Um dos
que você esteja consciente disso !! “
grandes desafios enfrentados pelas comunidades de
CLRG Líder, Bacia do Limpopo
desenvolvimento e adaptação é a escassez de ferramentas e
metodologias estabelecidas para entender a natureza do
risco. Há volumes de dados disponíveis sobre as mudanças
climáticas e a variabilidade climática, bem como impactos sobre os sectores economicamente
relevantes e vulneráveis, porém, os não-técnicos não têm tempo para rastrear tais fontes de dados,
nem a experiência para reformatar, re-projectar e os carregar em ferramentas de sistema de
informação apropriados. Há um sério estrangulamento no fornecimento de informação, muita da qual é
espacial por natureza, aos tomadores de decisão de uma forma que lhes permita poderem transformar
resultados de pesquisa de mudanças climáticas em decisões e políticas eficazes de adaptação.
As tecnologias analíticas estão a evoluir rapidamente para fornecerem novas ferramentas, que são mais
transparentes e mais poderosas para a análise, visualização, gestão e divulgação da informação. O êxito
da integração e disseminação de informações na tomada de decisão depende da criação de ferramentas
flexíveis e escaláveis, e estruturas metodológicas que permitam a comunicação de dados e a análise de
uma forma sistemática que seja útil para os pesquisadores e acessível aos decisores. As ferramentas do
Google são um dos exemplos mais interessantes dessas tecnologias envolventes.
Um sistema eficaz de aviso prévio exige canais de comunicação eficazes entre elementos interrelacionados, abrangendo o conhecimento dos riscos e vulnerabilidades até à preparação e capacidade
de resposta. O objectivo de um sistema de alerta é o de capacitar pessoas e instituições para agirem em
tempo útil e de forma adequada, para reduzirem a possibilidade de ferimentos, perca de vidas e danos
à propriedade e ao meio ambiente. Ele requer dados e uma consciência do problema a ser traduzido em
conhecimento accionável (Figura 1). A disseminação e comunicação são, portanto, parte central do
sistema de aviso prévio. Os avisos não devem ser apenas baseados em evidências, convertendo dados
em informação, mas também devem alcançar os que estão em risco e aqueles com capacidade de
resposta. Este trabalho comunicou diálogos sobre modelos de comunicação e resposta espaciais e para
actores específicos com o objectivo de identificar as deficiências do actual sistema de aviso prévio e
oferece sugestões sobre como estes podem ser melhorados.
Assentando sobre uma série de entrevistas com partes interessadas chave em Maputo bem como em
dois locais de campo: Nacala e XaiXai, foi desenvolvida uma série de linhas de narrativa focadas na
gestão da adaptação e do risco de calamidades para demonstrar como vários aspectos da informação
sobre as mudanças climáticas, desde cenários climáticos até impactos e vulnerabilidade , podem ser
implantados usando a Tecnologia Google Interactiva, permitindo que uma comunidade de utilizadores
mais ampla aceda ao que de mais recente existe sobre a ciência climática e orientações sobre seu uso
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na consideração das suas decisões e em melhorar uma plataforma comum de informações sobre o
desenvolvimento e adaptação às mudanças climáticas através do país.
A adaptação às mudanças climáticas é definida pelo IPCC como "o ajustamento nos sistemas, naturais
ou humanos, em resposta a estímulos climáticos reais ou esperados e seus efeitos, e que modera danos
ou aproveita oportunidades benéficas". Note-se que a definição inclui mudanças no clima "actuais"
(realizadas - presentes e históricas), bem como "esperadas" (futuras ou antecipada). Assim, a adaptação
pode acontecer em resposta à mudança percebida no clima ou na antecipação de mudanças futuras no
clima. Muitas situações em que as decisões serão feitas à luz da variabilidade e mudanças climáticas
(como a concepção de uma estratégia de adaptação para a agricultura) são típicas de problemas muito
complexos, ou seja, problemas que compartilham um conjunto comum de características:




Interdependência – têm muitos factores interdependentes e é, muitas vezes, multi-causal. Por
exemplo, as mudanças climáticas combinadas com outros factores, tais como crescimento
populacional e as demandas crescentes de água, provavelmente irão intensificar os desafios
existentes na gestão da água na agricultura, os quais são exacerbados pela precipitação e
escoamento médios.
Complexidade – não têm soluções óbvias e são socialmente complexos. De facto, em muitos
casos, as estratégias de enfrentamento (‘coping strategies’), como a liquidação de activos, e
retirar crianças da escola para as colocar a trabalhar em quintas ou a zelar pelo gado, como
uma resposta à vulnerabilidade climática, pode ter impactos adversos sobre os meios de
subsistência.
Requer uma perspectiva de várias partes interessadas, que raramente se localiza
convenientemente no âmbito da responsabilidade de apenas uma organização ou
departamento e, normalmente envolve mudanças de comportamento.
Controvérsia – pode parecer ser intratável ou em desacordo com outras opções. A eficiência
das entradas e portanto da rentabilidade , por exemplo, poderá ter de ser comprometida, a
fim de adaptar a produtividade agrícola a certas condições climáticas.
A natureza do acima exposto pode colocar desafios para as abordagens tradicionais de elaboração de
políticas e implementação de programas, obrigando os tomadores de decisão a endereçarem e, de
alguma forma, integrarem informações sobre o clima, dentro de definições explícitas de tempo,
contexto, vulnerabilidade e incerteza na elaboração de políticas ou estratégias e na implementação de
acções. Isso requer uma estrutura de decisão explícita que liga vulnerabilidade, variabilidade climática e
dinâmica do clima no futuro em processos de adaptação.
Isso requer um referencial de decisão explícito que ligue vulnerabilidade, variabilidade climática e
dinâmicas futuras do clima no planeamento de processos de adaptação. Aos tomadores de decisão
muitas vezes são dadas poucas orientações sobre como, quando e em que contexto deverá ser aplicada
uma reavaliação rolante das suas decisões à luz de descobertas científicas emergentes sobre a
variabilidade e mudanças climáticas. A adaptação torna-se assim num processo, como ilustrado na
Figura 2, uma actividade integrante no desenvolvimento agrícola através da qual os riscos e a
vulnerabilidade são definidos à luz do clima actual e futuro.
Outubro 2012, p 9
Figura 2: O processo de ADAPTAÇÃO, adaptado de Jones e Mearns, 2009.
Adicionalmente, as próprias decisões de adaptação funcionam dentro horizontes de planeamento
específicos, cada uma com as suas necessidades próprias de informação sobre o clima (Figura 3). Por
exemplo, as decisões ao nível das explorações agrícolas sobre quando plantar dependem da informação
da previsão sobre o início da estação chuvosa, enquanto informações sobre horizontes de prazo mais
longo (10 + anos) são necessárias quando se decide sobre a localização de novos projectos de cultura de
árvores.
Legenda: Eixo vertical: contexto típico de decisão; eixo horizontal: horizonte temporal (anos desde o presente)
Figura 3: Contextos de Decisão de Adaptação e os seus horizontes temporais associados (de Jones 2007)
O INGC reconhece que a adaptação é um processo em si, que requer uma abordagem abrangente, o
envolvimento das partes interessadas, a avaliação da vulnerabilidade actual, a compreensão de riscos
climáticos futuros, o desenvolvimento de estratégias e a implementação e avaliação dos resultados
alcançados. Essa abordagem integradora de adaptação deve combinar actividades que apoiem (Figura
4):
Outubro 2012, p 10
→ A Análise – a capacidade analítica para compreender os perigos actuais, as tendências
emergentes e o fornecimento de ferramentas para visualizar, descrever e identificar as áreasalvo, onde se cruzam múltiplas necessidades, por exemplo, áreas mais propensas à seca, o
fornecimento de serviços críticos ao ecossistema e comunidades vulneráveis;
→ Integração – especialmente a colaboração inter-sectorial entre instituições em diferentes
escalas de integração da adaptação em iniciativas de desenvolvimento. Esta componente
fomenta a construção de conhecimento especializado institucional para gerir o risco e incerteza
com base numa tomada de decisão robusta em vez de óptima.
→ Comunicação e Partilha de Conhecimentos - que orienta a entrega de informação para apoiar a
tomada de decisão e a partilha de experiências de apoio à aprendizagem com base na
experiência.
Figura 4: Objectivo das Linhas de Narrativa
O produto deste projecto é uma série de linhas de narrativa utilizadas graficamente para:
→ Aumentar a consciência sobre as questões que envolvem as mudanças climáticas com base nas
evidências mais recentes, incluindo o estudo do INGC Fase 1 sobre os Impactos das Mudanças
Climáticas em Moçambique.
→ Providenciar um ponto de partida para iniciar o processo de mapeamento das experiências,
instituições e dados sobre as mudanças climáticas e gestão de riscos de calamidades, que:
-
-
Capitalize a experiência e conhecimento das pessoas - os que vivem em ambientes
marginais têm uma longa história de adaptação à variabilidade climática. Embora os
mecanismos tradicionais de enfrentamento possam não ser suficientemente robustos
num clima em mudança, eles podem oferecer perspectivas sobre estratégias eficazes
para lidar com um clima em mudança e ampliar a base de informações disponível.
Aumentar a escala das experiências e evitar a potencial duplicação de trabalho –
disseminar os resultados e perspectivas das abordagens dos técnicos e da comunidade
pode promover a partilha de investimentos e evitar a duplicação do trabalho.
Outubro 2012, p 11
-
Promove a propriedade de respostas – Estabelecer um diálogo eficaz para a resolução
de problemas de colaboração, pode fornecer um entendimento partilhado de
conceitos de risco, juntamente com a confiança e credibilidade entre as partes, quer
sejam elas pertencentes ao INGC ou a organizações parceiras.
Estas linhas de narrativa mostram o poder do Google Earth como plataforma para a disseminação de
dados e proporciona uma base para a construção de uma plataforma de conhecimento mais
abrangente.
O desenvolvimento das linhas de narrativa baseou-se numa abordagem metodológica que combinava
→ Uma série de entrevistas e diálogos informais com os principais membros do INGC, CENOE,
gestores distritais, líderes comunitários e outras instituições que trabalham no domínio das
mudanças climáticas. Foram conduzidas visitas de campo a dois locais, uma para os escritórios
da região Sul no Xai Xai e outra para a região Norte em Nacala e a uma área de estudo piloto na
Província de Cabo Delgado. Foram conduzidas entrevistas e discussões participativas com o
pessoal do INGC e com os beneficiários locais, incluindo líderes comunitários das Organizações
de Gestão de Risco no Sul para poder entender os fluxos de informação e necessidades.
→ Uma revisão abrangente da bibliografia de gestão de riscos e calamidades sob um clima de
mudanças
→ A compilação e disseminação de uma linha de base e de uma base de dados sobre mudanças
climáticas... identificar e compilar novos dados e informações úteis que possam ser adicionados
de forma útil às actuais camadas do Google.
→ Análise destes conjuntos de dados para ilustrar graficamente a base de evidências a ser
apresentada nas camada do Google.
A camada do Google foi utilizada como uma ferramenta para provocar a discussão durante uma série
participativa de entrevistas com as principais partes interessadas nos escritórios do INGC em Maputo,
Nacala e XaiXai, bem como outros parceiros relevantes na gestão de risco de calamidades (IFRC, WFP, a
Save the Children, entre outros). Os resultados destas discussões, se apropriado, estão incluídos nas
linhas de narrativa finais e nas recomendações apresentadas no início deste relatório.
Outubro 2012, p 12
O alcance e a ênfase de cada uma das histórias disponíveis baseia-se no relatório do INGC e nos
produtos iniciais do trabalho da Fase II sobre a resposta às mudanças climáticas em Moçambique. As
linhas de narrativa são destinadas a orientar os leitores através dos resultados deste projecto. As linhas
de narrativa cobrem exemplos ao longo do eixo seguinte de actividades de adaptação:
As seguintes linhas de narrativa são entregues digitalmente em formato KMZ, visível na sua totalidade,
usando a plataforma Google Earth.
-
Linha de narrativa 1: Perspectiva Sectorial e Regional de Impactos Climáticos relacionados focase em melhorar a base de conhecimento sobre a variabilidade e mudanças climáticas.
Linha de narrativa 2: Lições da experiência de aviso prévio do INGC. Soluções institucionais e
Perspectivas
Linha de narrativa 3: Fluxos de informação e resposta eficaz às catástrofes- estudo de caso
sobre inundações
Linha de narrativa 4: Redução da Vulnerabilidade
Estas linhas de narrativa são discutidas em detalhe nas secções que se seguem. É importante notar que,
apesar de serem ilustrativas e não histórias exaustivas de adaptação e gestão do risco de calamidades, o
referencial oferecido permitirá aos novos utilizadores terem a capacidade de adicionar informações e
dados à medida que se tornam disponíveis, construindo uma memória institucional para compilar e
traduzir experiências críticas e relatórios.
Linha de narrativa 1: Perspectiva Sectorial e Regional de Impactos Climáticos
relacionados
Foi identificada uma falta de consciência sobre as questões de mudanças climáticas e sua relação/
relevância para as prioridades dos tomadores de decisão como um dos obstáculos à implementação da
mudança climática nas políticas e planeamento. Esta linha de narrativa resume os resultados do "Estudo
Outubro 2012, p 13
do INGC da Fase I: Os Impactos das Mudanças Climáticas em Moçambique" do INGC, destacando
grandes impactos e tendências das mudanças climáticas em todo Moçambique. Informações sobre
vulnerabilidade, impactos e tendências projectadas sobre os principais perigos relacionados com o clima
Provenientes do resumo do relatório e entrevistas conduzidas.
Também são exploradas sob este enredo questões emergentes e suas implicações para a gestão do
risco de calamidades, assim como opções de resposta:
→
→
→
→
→
O número de calamidades está a aumentar?
Como é que os rendimentos agrícolas serão afectados pelas mudanças climáticas?
Como é que as áreas são impactadas pelos ciclones?
Como é que o clima varia de acordo com a região?
Como é que as temperaturas vão mudar no futuro?
Componente de Gestão de Informação Espacial
Moz-Adapt é um portal eletrónico de apoio à tomada de decisão desenvolvido como parte do Tema 1:
Aviso Prévio em diferente escalas. O portal, disponível em Inglês e Português, está organizada em torno
de quatro temas principais:
Figura 5: Interface primário do Moz-Adapt
Outubro 2012, p 14
- Dados
Uma solução completa para gerenciamento de metadados, partilha e armazenamento
de dados espaciais.
Ferramentas para facilitar a partilha de informações espaciais em múltiplas formas,
incluindo PDF, Google Earth e outros.
Uma interface de visualização de dados e de mapeamento para permitir a integração
- Impactos e Vulnerabilidade
Acesso dinâmico e consulta a informações sobre modelo climático a escala de um
pixel e mesmo regional para todo Moçambique, incluindo o acesso aos 15 Modelos de
Circulação Global, 4 períodos de tempo, e otras diversas variáveis
- Ferramentas
Ferramentas para apoio à criação mapas participativos.
Uma porta de entrada para outras ferramentas de decisão de apoio construídos para o
propósito em Moçambique, incluindo a ferramentas hidrológicas desenvolvido no
Tema 5, GripWeb, e outros.
- Adaptação
Um historial visualizado em Google Earth fornecendo informações sobre as
oportunidades e os riscos decorrentes da mudança climáticas
Sobre Moz-Adapt
Moz-Adapt é construído com tecnologia GeoNode, uma plataforma de acesso aberto que facilita a
criação, partilha de dados geoespaciais de forma colaborativa. A tecnologia têm como objetivo superar
as soluções existentes de infra-estrutura de dados espaciais, integrando ferramentas sociais e
cartográfica robustas. Na sua essência, GeoNode é construído sobre uma base em GeoServer, Django, e
GeoExt que fornece uma plataforma sofisticada para visualização web browser espacial e suas
respectivas análises. No seu topo está disponível um compositor e visualizador de mapas , ferramentas
para análise e de produção de relatórios. Neste, está disponíivel um ambiente de protecção por via de
uma senha para providenciar o acesso restrito ao bancos de dados aos parceiros do INGC.
Outubro 2012, p 15
Questões emergentes exploradas na Linha de narrativa 1
Questões
Emergentes
Resumo
Implicações para a Gestão e
Preparação contra Calamidades:
(Exemplo de Subida do Nível do Mar) Beira, a segunda
maior cidade de Moçambique, é a capital da província de
Sofala. Comporta-se como o centro empresarial e de
transportes para a região central do país. O
desenvolvimento da cidade está intimamente ligado ao
porto e ao caminho
de ferro que foram projectados para servir a
maioria dos vizinhos interiores de Moçambique - o
Corredor da Beira.
O número de
calamidades
está a
aumentar em
todo o país?
Esta série de imagens, que mostra a Beira em 2030
devido à subida gradual do nível do mar e a um risco de
ciclone mais intenso mostra claramente os riscos para a
infraestrutura (linhas amarelas), o sistema do porto
(preenchimento amarelo) e as áreas costeiras da cidade –
todos em risco no caso de subida do nível do mar e de
ciclones graves.
Em todos os cenários da Beira em 2030, a terra costeira e
as pessoas que vivem e trabalham lá estão sob ameaça de
eventos extremos de aumento do nível do mar e terão de
ser devidamente protegidos.
Numa grande subida do nível do mar estes irão se
encontrar abaixo do novo nível do mar. Supõe-se que a
antiga cidade da Beira permanecerá protegida. Se a nova
costa não for protegida, a maré fluirá sobre a terra atrás
da cidade. Em tais circunstâncias, o rio tomará um novo
rumo para o mar, e a área da cidade e do porto da beira
tornar-se à numa uma ilha separada do continente pela
inundação das terras baixas.
Opções de resposta:
Estão disponíveis duas respostas para proteger a
Beira das mudanças projectadas no nível do mar
e dos impactos resultantes:
Alguns lugares do Norte terão cheias
com maior frequência
O Centro exige maior
monitoria para todo tipo de
calamidades naturais e os parâmetros
relacionados com clima nesta região
precisam de ser ampliados e
melhorados como urgência, visto que as
mudanças climáticas estão em curso.
No Sul de Moçambique é necessário um
esforço integrado para lidar com as
secas e com estações húmidas mais
curtas
.
→ Construir defesas costeiras sólidas e
abrangentes para proteger o porto e a cidade
do mar, bem como a construção de novas
estradas e ligações ferroviárias para o
interior.
→ Estabelecer uma política de retirada gerida
para os limites antigos da cidade, restringir
novos desenvolvimentos para terrenos mais
elevados e deslocalizar as instalações
portuárias a montante no Zambeze.
A escolha entre estas opções exigirá uma reflexão
sobre as compensações tais como os custos
envolvidos, a vontade política e cultural de se
deslocalizar, bem como o valor relativo de
proteger a Beira à luz de outras áreas que
também se encontram sob risco significativo
devido a essas mudanças, incluindo a cidade de
Quelimane e a área urbana da cidade de Maputo.
Outubro 2012, p 16
Questões
emergentes
Visão Global
Implicações para a Gestão e
Preparação contra Calamidades:
Opções de resposta:
A principal ameaça para a costa de Moçambique,
as suas pessoas e a sua economia no momento
presente, vem dos danos que potencialmente
poderão ser causados pelo impacto de um
ciclone tropical.
Será que as
mudanças
climáticas
intensificarão
os ciclones
tropicais que
constituem o
perigo -chave
ao longo da
costa de
Moçambique?
(Exemplo sobre ciclones tropicais) Pensa-se que a
prevalência de ciclones tropicais no Sudoeste do Oceano
Índico é devida à sua associação com as temperaturas da
superfície do mar no Verão que fornecem o calor para
orientar a formação e desenvolvimento dos ciclones. Esta
afirmação é derivada das figuras apresentadas no globo,
que mapeiam as trajectórias de ciclones do Sudoeste do
Oceano Índico durante a estação dos ciclones do período
1980-2007.
Quer as tendências recentes em observações e os
resultados de modelagem a longo prazo sugerem que as
mudanças climáticas afectarão as características dos
ciclones tropicais no Sudoeste do Oceano Índico de duas
maneiras distintas: Os ciclones tendem a tornar-se menos
frequentes, mas a sua intensidade e precipitação
associada é susceptível a aumentar.
Alguns lugares do Norte terão cheias
com maior frequência
O Centro exige maior
monitoria para todo tipo de
calamidades naturais e os parâmetros
relacionados com clima nesta região
precisam de ser ampliados e
melhorados como urgência, visto que as
mudanças climáticas estão em curso.
No Sul de Moçambique é necessário um
esforço integrado para lidar com as
secas e com estações húmidas mais
curtas
Se a proporção de ciclones tropicais intensos
tender a aumentar, então o impacto de cada
um dos ciclones tropicais intensos será muito
maior quando eles ocorrerem.
Verifica-se a necessidade de reavaliar o risco de
vagas tempestuosas e de cheias, bem como os
factores de agravamento associados com mega
catástrofes, com uma carga cada vez maior de
ciclones intensos
A vulnerabilidade aos ciclones depende da
natureza da linha da costa, se a costa é dura ou
macia, rígida ou maleável. Da mesma forma, a
infraestrutura costeira e serviços são
protegidos do mar de diferentes maneiras no
caso de costas rígidas rochosas, costas
dinâmicas arenosas e para costas macias
enlameadas. Há um equilíbrio que tem de ser
alcançado em termos de viabilidade, de custo e
do nível aceitável de risco ao escolher entre
duas opções de engenharia para proteger as
zonas costeiras: paredões fortificados e
barreiras de dunas com vegetação
Outubro 2012, p 17
Questões
Emergentes
Visão Global
Implicações para a Gestão e
Preparação contra Calamidades:
Opções de Resposta:
Uma questão crucial em paralelo com o tema das
mudanças climáticas é se o número de calamidades
naturais está ou não a aumentar. A resposta a esta
questão foi analisada utilizando dados históricos da
ocorrência de quatro tipos de calamidades: Inundações,
Secas, Epidemias e Ciclones.
Os impactos
das
Calamidades
estão a
aumentar?
De acordo com a base de dados,
→ As inundações são muito mais comuns no
Centro e Sul;
→ Os ciclones tropicais afectam mais o Centro e o
Sul;
→ As secas ocorrem mais frequentemente no Sul e
Centro;
→ As epidemias parecem afectar o Centro e o Sul.
O Norte, apesar de terem sofrido menos danos no
passado, está sujeito a ciclones tropicais e epidemias.
O relatório examinou a questão visualizando a ocorrência
histórica de calamidades desde a década de 1980, e
regista um número crescente de eventos que foram
relatados durante as últimas três décadas. Isto pode
dever-se à falta de informação de boa qualidade sobre
calamidades antes da década de 1980. A figura acima
mostra um aumento significativo no número de
calamidades desde os anos 80, com uma taxa crescente
de inundações e epidemias a dominar as duas últimas
décadas do Século 20.
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Linha de narrativa 2: Lições da experiência de aviso prévio do INGC. Soluções
institucionais e Perspectivas
O estudo do INGC Fase I sobre os Impactos das Mudanças Climáticas relata que as barreiras a uma
mitigação adequada das calamidades incluem a falta de coordenação institucional para responder a
situações extremas, fracos mecanismos de comunicação entre diferentes níveis de administração, falta
canais de comunicação eficazes com as comunidades, relações fracas e inconsistentes entre diferentes
autoridades e a não existência de uma relação clara de papéis institucionais. No seguimento das
ocorrências de cheias de 2000, o INGC foi fundamentalmente reestruturado e redimensionado quer de
uma perspectiva operacional como política. Mas será que as mudanças e a estrutura suficientes para
lidar com as mudanças climáticas futuras?
O caso do INGC oferece perspectivas práticas, entre outras coisas, sobre:
Formas eficazes de encorajar a colaboração entre organizações distribuídas pelos sectores
público e privado, permitindo uma resposta rápida e eficaz a calamidades, quer as inesperadas
quer as que podem ser monitoradas.
O papel de fluxos de informação e processos de coordenação para melhorar a gestão multiagências de desastres.
Salientar áreas onde a integração bem sucessidade da gestão de calamidades nas operações
possa ser utilizada como modelo para incorporar a adaptação em actividades de
desenvolvimento.
Esta linha de narrativa demonstra as acções tomadas por Moçambique para responder a calamidades
no âmbito da reestruturação do INGC e coloca o foco na necessidade de ampliar a escala das lições
aprendidas para os níveis regional e nacional, bem como para uma capacidade adicional de aviso prévio,
planeamento e coordenação de modo a lidar com mudanças climáticas futuras. Estes passos decorrem
das prioridades nacionais de Moçambique tal como delineado no NAPA, Estratégia Nacional de
Comunicação e Redução da Pobreza e inclui: o fortalecimento de sistemas de aviso prévio, melhorar a
capacidade de adaptação do sector agrícola para lidar com as mudanças climáticas, reduzir os impactos
em zonas costeiras e melhorar a gestão dos recursos hídricos. A linha de narrativa também salienta
como é que este referencial poderá formar a base para uma estratégia nacional de adaptação e gestão
do risco das mudanças climáticas.
Esta linha de narrativa estará estreitamente ligada à 1 acima, conduzindo os utilizadores através de
projectos e actividades implementadas por Moçambique dentro do INGC na preparação e resposta a
calamidades, endereça as lacunas de conhecimentos críticos, comunicação e informação que levaram
aos acontecimentos catastróficos de 2000. Proporcionará perspectivas sobre a natureza organizacional
do INGC e sugerirá formas em que as lições da reestruturação do INGC poderão informar uma
estratégia de adaptação.
Linha de Narrativa 3: Fluxos de informação e resposta eficaz às catástrofes- estudo
de caso sobre inundações
O estudo do INGC Fase I sobre os Impactos das Mudanças Climáticas relata que as barreiras a uma
mitigação adequada das calamidades incluem a falta de coordenação institucional para responder a
situações extremas, fracos mecanismos de comunicação entre diferentes níveis de administração, falta
canais de comunicação eficazes com as comunidades, relações fracas e inconsistentes entre diferentes
autoridades e a não existência de uma relação clara de papéis institucionais. Esta linha de narrativa guia
os leitores pelo processo do fluxo de informação sob a monitoria do CENOE e o modelo de resposta do
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INGC, notando as várias fontes de dados e actores envolvidos em respostas proactivas e reactivas e
proporcionando perspectivas e lições aprendidas que poderão ser úteis em projectos de adaptação.
Linha de Narrativa 4: Redução da Vulnerabilidade
Esta linha de narrativa disponibiliza informação sobre actuais projectos relacionados com a redução da
vulnerabilidade, enfatizando a necessidade de aumentar a escala de abordagens a outros territórios
secos vulneráveis. A informação sobre projectos chave de adaptação é incluída e resumida utilizando
um formato pré-definido. É colocada uma ênfase especial em salientar a necessidade de melhor
preparar e equipar as organizações de gestão de risco comunitário para lidarem com calamidades.
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Anexos
Anatomia de uma Linha de Narrativa
Outubro 2012, p 21
Locais e Distritos prioritários MICOA
Arquivo em anexo. Mapa abaixo.
Outubro 2012, p 22
Distritos prioritários para o INGC a partir do Plano Director de 2006
Outubro 2012, p 23
Lista sítios na Web de acompanhamento regular dos perigos pelo CENOE
http://www.mtotec.com/
http://www.earthquake.usgs.gov
http://www.nrlmry.navy.mil/tc_pages/tc_home.html
http://www.accuweather.com/
http://www.hamweather.net/maps/globalqpf/480x360/afr.html
http://www.cenacarta.com/
http://maps.geog.umd.edu/activefire_html/checkboxes/moz_checkbox.htm
http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/
http://www.inam.gov.mz/
http://severe.worldwheather.wmo.int/tc/swi/
http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/96072
http://paraguay.cptec.inpe.br/produto/queimadas/index.jsp;jsessionid=4EE02FF65D81E0F18494B3C52
4F4FB92?language=pt_br
http://www.cenacarta.com/
http://meteorologia.pt.msn.com/local.aspx?wealocations=wc:MZXX0003&q=Maputo%2c+MOZ
http://www.hamweather.net/cgibin/hw3/hw3.cgi?forecast=pass&pass=precipmap_gfs&dpp=0&size=480x360&i=24&type=qpf&s=afr&
msg=1&fill=
http://www.nrlmry.navy.mil/tcbin/tc_home2.cgi?YEAR=2008&MO=03&BASIN=IO&STORM_NAME=null&PROD=microvap&AID_DIR=/d
ata/www/indian/southern/microvap/dmsp&PHOT=yes&ARCHIVE=active&NAV=tc&AGE=Latest&SIZE=T
humb&STYLE=tables
http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/
http://www.weathersa.co.za/RSMC/login.jsp
http://maps.geog.umd.edu/activefire_html/checkboxes/moz_checkbox.htm
http://www.meteo.fr/temps/domtom/La_Reunion/
http://www.gdacs.org/
http://www.nrlmry.navy.mil/sat-bin/cloud_tops.cgi
http://www.metoffice.gov.uk/weather/africa/lam/
http://www.ecmwf.int/
http://cimss.ssec.wisc.edu/tropic/real-time/tpw2/prodDesc/
http://firefly.geog.umd.edu/firemap/
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