Jornal Abril 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária

Transcrição

Jornal Abril 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária
Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira da Região de Viçosa
www.ufv.br/pdpl
PDPL-RV
Jornal da Produção de Leite / Ano XIX - Número 261 - Viçosa, MG - Abril de 2011
Apresentação da DPA
Vívian Rodrigues Coelho
Estudante de Medicina Veterinária
O PDPL-RV promoveu no dia 19
de abril de 2011 uma palestra explicativa sobre a DPA (Dairy Partners
Américas – “Parceiros em Laticínios
nas Américas”), com os estagiários
da primeira, segunda e terceira fase
do Programa.
A palestra foi ministrada pela Zootecnista e ex-estagiária do PDPL-RV, Janaina Giordani - especialista
em Serviço ao Produtor de Leite
Milk Sourcing – DPA Manufacturing
(DPAM), e pela Médica Veterinária e
trainee, Isabella Albefaro.
A DPAM é responsável por gerenciar a compra, transporte e manufatura do leite, e produzir em suas fábricas leite em pó, pré-condensado,
e gordura anidra de leite, comercializados para a Nestlé, Fonterra, DPA
Chilled and Liquid e suas unidades.
As palestrantes apresentaram o
funcionamento da empresa, as divisões e funções dos seus setores, e a
relação que esta estabelece com seus
fornecedores e colaboradores.
Além da palestra, nos dias 18, 19 e
20 de abril, Janaína e Isabella visitaram algumas propriedades do PDPL-RV, avaliando diferentes sistemas de
produção, e a Unidade de Ensino,
Pesquisa e Extensão em Gado de
Leite (UEPE-GL/DZO/UFV), setor
onde são realizadas as atividades da
1ª e 2ª fase do PDPL-RV.
Dessa forma, a palestra foi uma
oportunidade para os estagiários conhecerem melhor o trabalho e atuação dessa empresa, além de mostrar
que o mercado precisa e tem espaço
para os profissionais preparados,
como exemplos de ex-estagiários do
PDPL-RV que atualmente são colaboradores da DPA.
Produtores de Santa
Maria de Itabira e região
visitam fazendas assistidas pelo PDPL-RV
Rafael Gasparoni
Estudante de Agronomia
Fabiana Cirino dos Santos
Estudante de Veterinária
O PDPL-RV, no dia 16 de abril
de 2011, recebeu uma visita técnica dos produtores pertencentes ao
grupo do Educampo de Santa Maria do Itabira e região.
Visitaram as fazendas Tum-Tum,
em Guaraciaba-MG, pertencente
ao Sr. Áureo Alcântara Ferreira, no
período da manhã, e à tarde a Fazenda Chácara, situada em Coimbra-MG, pertencente ao Sr. José
Afonso Frederico.
O evento proporcionou aos produtores a troca de experiências e
conhecimentos a respeito do manejo adotado nas propriedades,
principalmente os índices técnicos
e econômicos, e ainda as perspectivas das fazendas. A apresentação
foi feita pelos estagiários com o
acompanhamento dos técnicos.
Houve grande participação e interesse por parte dos produtores,
o que foi fundamental para a dinâmica e realização do evento, sendo,
de forma geral, bastante proveitoso
para todos.
Dia de Campo para calouros
Fabiana Cirino dos Santos
Estudante de Medicina Veterinária
Renata Vasconcelos
Estudante de Medicina Veterinária
No sábado de 2 de abril de 2011 foi
realizado, na propriedade do Senhor
Sérgio Maciel, situada em Coimbra-MG, o Dia de Campo, evento destinado aos estagiários recém ingressos
na terceira fase do PDPL-RV. Foram
abordados diversos assuntos relacionados à atividade leiteira, através
de apresentações feitas por estagiários mais experientes do Programa,
orientados pelos técnicos. As palestras foram sobre:
- Manejo Sanitário: mostrou-se a
importância de manter a saúde do
rebanho através da prevenção de doenças com estratégias de vacinação e
controle de endo e ecto parasitas;
- Canavial, Capineira e Pasto:
orientou-se sobre a produção de
volumosos citando planejamento,
implantação das culturas, manejo e
colheita;
- Milho e Sorgo: discursou-se sobre
a implementação das culturas, apon-
tando todas as etapas da produção e
solução de problemas adversos;
- Boas Práticas na Fazenda (BPF):
foi explicado sobre o programa que
é feito pela DPA, o qual busca implementar o conceito de produção com
qualidade na fazenda, com consciência social e ecológica;
- Manejo de Cria: discutiu-se assuntos sobre todo o manejo das
bezerras, desde o fornecimento do
colostro e cura do umbigo até o desaleitamento;
- Qualidade do leite: manejo de
ordenha, limpeza de equipamentos,
Instrução Normativa 51, análises de
CBT e CCS, e controle de mastite,
foram pontos discutidos na apresentação.
O objetivo principal do Dia de
Campo foi permitir um nivelamento
aos novos estagiários e o aprofundamento nesses temas de grande
importância dentro de uma propriedade leiteira, com participação nas
atividades e esclarecimento de dúvidas, possibilitando assim, uma maior
formação e desempenho desses futuros profissionais no campo.
Profissionais da Argélia
visitam fazendas assistidas pelo PDPL-RV
Emílio Alves Fonseca
Estudante de Agronomia
Visita à propriedade Santa Edwiges
Os desafios e os paradigmas da
sustentabilidade no sistema de
produção de leite
Renan Valadares
Estudante de Zootecnia
O PDPL-RV organizou uma palestra para os estagiários sobre os desafios e paradigmas da sustentabilidade
da produção de leite, com o objetivo
de ampliar os conhecimentos dos estudantes.
A palestra foi ministrada pelo exestagiário e Eng. Agrônomo Daniel
Carneiro de Abreu, Mestre em nutrição de ruminantes e doutorando
pelo Departamento de Zootecnia/
UFV.
Foram discutidos na apresentação
temas variados como: a sustentabilidade e a bovinocultura; aplicação da
análise de Benchmarking; mercado
de lácteos; competição e estratégia
no mercado, e o estudo de caso de
uma fazenda de leite orgânico nos
EUA.
A palestra foi muito importante
para os estagiários, pois possibilitou
o conhecimento sobre produção de
leite sustentável, custo de produção
por região, exportação de leite, entre outros, que ajudaram a ampliar
a visão e formação profissional dos
alunos.
No dia 26 de abril, algumas fazendas assistidas pelo PDPLRV, receberam a visita de um grupo de
profissionais do Instituto Nacional
de Pesquisa Agronômica da Argélia
(INRAA), especialistas capacitados
em técnicas de gestão da água para
o gado.
O grupo teve a oportunidade de
conhecer a propriedade do Sr. Geraldo Aleixo, onde puderam ver a
realidade de uma propriedade cuja
mão-de-obra utilizada é familiar,
com a utilização de cana-de-açúcar
como alternativa de volumoso para
o período da seca, e capim elefante
para a época das águas. Também
visitaram a propriedade de Antônio
Maria, José Afonso e Sérgio Maciel.
Esse foi um processo de grande
valia para todos, conseguindo fazer
um intercâmbio de conhecimentos
sobre diferentes sistemas de produção.
Estação sobre milho e sorgo
Dicas do zootecnista:
Com o milho em alta, farelo de
trigo torna-se uma boa opção
p.2
Cria de fêmeas leiteiras em abrigos contínuos
Milho safrinha:
Cultura de risco ou opção?
Qualidade do leite:
Os vilões da mastite
p.2
p.2
p.4
Cria de fêmeas leiteiras em abrigos contínuos
Thiago Francisco Rodrigues
Estudante de Zootecnia
Rafael A. S. P. Gasparoni
Estudante de Agronomia
O sucesso na atividade leiteira tem
início com uma boa criação das fêmeas leiteiras, principalmente durante a fase de aleitamento.
É imprescindível criar esses animais de forma eficiente, a um custo
reduzido e sem esquecer que se trata
de um investimento para o futuro,
porque o melhoramento genético
depende de uma rápida substituição
das vacas mais velhas por animais
jovens e com potencial produtivo
elevado.
De um modo geral, a instalação
para bezerras em aleitamento, deve
ser simples e funcional; apresentar
dimensões corretas visando o conforto animal; favorecer a entrada de
Jornal da Produção de Leite
Programa de Desenvolvimento
da Pecuária Leiteira
da Região de Viçosa
Publicação editada sob
a responsabilidade do
Coordenador do PDPL-RV:
Prof. Sebastião Teixeira
Gomes
Jornalista Responsável:
José Paulo Martins
(MG-02333-JP)
Redação:
Christiano Nascif
Zootecnista
Marcus Vinícius C. Moreira
Médico Veterinário
André Navarro
Médico Veterinário
Thiago Camacho Rodrigues
Engenheiro Agrônomo
Diagramação e coordenação
gráfica:
Camila Caetano
Impressão:
Suprema Gráfica e Editora
(32) 3551 2546
Endereço do PDPL-RV:
Ed. Arthur Bernardes
Subsolo/ Campus da UFV
Cep: 36570-000
Viçosa - MG
Telefax: (31) 3899 5250
E-mail: [email protected]
www.pdpl.ufv.br
Twitter: @PDPLRV
2
raios solares; proteger contra correntes de ar frio; e não acumular umidade. Todas estas medidas evitam altas
taxas de mortalidade, fato corriqueiro nessa fase de criação.
Diante disso, uma das alternativas
bem difundidas entre os produtores
do PDPL-RV, e utilizada pelo produtor Áureo de Alcântara Ferreira,
proprietário da fazenda Tum-Tum, é
o bezerreiro contínuo.
Os resultados obtidos na propriedade são bastante satisfatórios, começando por um ganho de peso de
530 g/dia com a dieta baseada em: 2
litros de leite pela manhã e à tarde;
concentrado com 18% de proteína
bruta oferecida à vontade; pasto de
braquiária como volumoso; além de
água fresca e de boa qualidade.
Dessa forma, o índice de enfermidades é baixo graças ao manejo facilitado pelo abrigo e ao calendário
sanitário seguido pelo produtor.
Neste sistema, os animais são pre-
sos a vergalhões esticados próximos
aos cochos de água e concentrado,
a cobertura é feita com telas do tipo
sombrite, com malha de 70% de
sombra e as laterais são abertas. Os
dejetos não se acumulam, tornando
desnecessário mudar o animal várias
vezes de lugar, o que pode ser uma
opção indicada quando não se dispõe de área extensa.
Em termos construtivos podem-se
adotar as seguintes dimensões para
confecção dos abrigos contínuos: 1,5
m de largura, 12 m de comprimento, com estacas colocadas a cada 3
m (gasto total de 10 estacas) e 1,6
m de altura. Os vergalhões, onde as
bezerras ficarão acorrentadas, devem
ser dispostos ao centro do corredor
formado pelas estacas, estas sustentarão o sombrite e os cochos de água
e concentrado.
Quanto aos custos, estes variam de
acordo com os materiais empregados, em média 60 reais por animal
alojado. Tais custos se tornam atraentes quando comparados aos valores médios dos abrigos individuais,
tipo casinha, de 145 reais.
O importante é ter em mente que
não existe uma instalação que possa
servir como modelo ideal. Adotando
os princípios de higiene, conforto
térmico, alimentação, ausência de
umidade e lotações adequadas, a implementação de diferentes tecnologias torna-se viável, tendo como objetivo sempre a produção de bezerras
sadias e com baixo custo.
Abrigos contínuos que são utilizados na fazenda Tum-Tum
Dicas do zootecnista:
Com o milho em alta, farelo de trigo torna-se uma boa opção
Bruno Moura
Estudante de Zootecnia
Cerca de 30% dos custos nas propriedades leiteiras são provenientes
de gastos com concentrados. Com
o milho em alta os gastos podem ser
ainda maiores, visto que, na maioria
das vezes, ele é um dos componentes
principais.
Desta forma, cabe aos produtores
e técnicos procurar alternativas viáveis. Neste sentido, o farelo de trigo é
uma boa opção disponível na maioria das regiões do Brasil.
A utilização do farelo de trigo proporciona além da diminuição nos
gastos com concentrado, algumas
outras vantagens:
- aumento de proteína degradável
no rúmen, sendo esta de melhor qualidade e maior absorção pelas vacas,
podendo levar ao aumento da produção de leite;
- melhora na reprodução, pois o farelo de trigo é rico em selênio (micro
mineral de grande importância para
a reprodução);
- maior teor de fibra (em vacas de
alta produção com dieta rica em
concentrados, ajuda a evitar a acidose metabólica que pode causar queda
na produção e até morte do animal);
- menor custo por kg de proteína
bruta quando comparado ao milho:
Custo/Kg de PB do farelo de trigo
na matéria natural: R$ 4,40
Custo/Kg de PB do milho na matéria natural: R$ 7,11
*Preço do milho – R$/Kg: 0,64
*Preço do farelo de trigo – R$/kg: 0,66
Em virtude das boas vantagens citadas acima, substituir parte do milho pelo farelo de trigo pode ser uma
boa estratégia para os produtores de
leite, obtendo ganhos tanto reprodutivos quanto produtivos, desde que a
dieta seja bem balanceada.
Milho safrinha: cultura de risco ou opção?
Vinícius Ferreira
Estudante de Agronomia
Sílvio Quintão Braga
Estudante de Veterinária
O plantio de milho safrinha tem
apresentado um crescimento expressivo no Brasil, em área e produtividade. Na nossa região essa tecnologia possibilita o uso mais racional da
terra em um período ocioso do ano,
bem como proporciona a produção
de um volumoso de qualidade.
Cultivado normalmente sem irrigação, no período de janeiro a março, possui potencial produtivo menor quando comparado à safra, em
virtude de menores precipitações,
baixas temperaturas e baixa radiação
solar na fase final do ciclo da cultura,
o que exige um bom planejamento e
aplicação de tecnologias que reduzam os riscos e garantam a produtividade.
As lavouras devem ser implantadas, preferencialmente, em áreas de
boa fertilidade, com necessidades
de aplicação de fertilizantes em doses suficientes para a reposição das
quantidades exportadas na safra e
recomenda-se efetuar o plantio em
solo já corrigido antes do plantio da
cultura de verão, uma vez que não há
tempo para a correção do solo com
calcário antes do plantio da safrinha.
Outro ponto a ser observado é em
relação ao plantio de híbridos mais
precoces na safrinha, justificados
pelo provável déficit hídrico no final
do ciclo da cultura e principalmente
por uma alta defensividade às principais doenças.
Pela mesma razão, o estande de
plantas recomendado normalmente
é cerca de 20% menor do que na safra
normal e deve-se adotar um espaçamento mais reduzido. O controle de
pragas e principalmente de doenças
deve ser maior na safrinha porque os
problemas ocasionados geralmente
são mais sérios, enquanto o controle
de plantas daninhas normalmente é
mais fácil.
O produtor Sérgio H. V. Maciel,
da Fazenda Oásis em Coimbra-MG,
realizou o plantio do milho safrinha
no final de janeiro. Foi utilizado um
híbrido transgênico de segunda geração com indicação para safrinha,
resistente à lagarta do cartucho, considerada a maior praga da cultura, à
lagarta da espiga e à broca do colmo.
A lavoura passou por um veranico
que comprometeu em partes a germinação e o desenvolvimento pleno
da cultura. O espaçamento utilizado
no plantio foi de 0,8 metros entre linha, com população final de 62500
plantas por hectare e com produtividade esperada de 40ton/ha, o que deverá ser atingido em função do bom
desenvolvimento da lavoura.
Com o intuito de melhorar as condições gerais do solo e complementar
a alimentação volumosa na forma de
pastejo, é plantada na mesma área,
em sucessão ao milho, a cultura de
aveia preta.
Portanto, a experiência com a safrinha na Fazenda Oásis foi uma alternativa de sucesso para o complemento da silagem no planejamento
de volumosos da propriedade.
Plantio de milho safrinha na propriedade do Sr. Ségio H. V. Maciel
Momento do Produtor: Rosival Ananias de Toledo
Thiago Francisco Batista Teixeira
Estudante de Agronomia
Bruno Andrade Ricardo
Estudante de Zootecnia
A fazenda São Matheus está situada
no município de Paula Cândido, na
região da zona da mata mineira. Há
décadas pertence à família de Rosival Ananias de Toledo, no passado
administrada por seu pai, um entusiasta com a pecuária leiteira.
A tradição familiar se estendeu
até Rosival, que há 10 anos passou
a administrá-la, mas, por residir em
Ouro Branco-MG, o dia a dia da propriedade é gerenciado por seu irmão
Maninho.
No entanto, em fevereiro 2010, a
participação do produtor passou a
ser mais intensa, sendo realizadas
visitas mais constantes. Com o intuito de crescimento e sentindo a
necessidade de assistência técnica
e gerencial, o produtor procurou o
PDPL-RV, iniciando no Programa
em agosto de 2010.
A propriedade possui 148 hectares
com relevo levemente acidentado,
áreas predominantemente de baixadas e boa disponibilidade de água.
Devido a estas características, o sistema de produção a pasto faz parte do
perfil da propriedade e do interesse
do produtor.
A totalidade é destinada à pecuária leiteira, sendo 7,5 ha destinados
ao plantio de milho silagem; 5 ha de
pastejo rotacionado com brachiaria
decumbens e cultivar mulato; 104 ha
de brachiaria decumbens em pastos
maiores; 0,8 ha de cana-de-açúcar;
0,7 ha de capineira cultivar Cameron, e aproximadamente 30 ha de
mata nativa.
As áreas de pastejo rotacionado e
capineira foram implantadas no final de 2010, já com a orientação do
PDPL-RV, o que possibilitou um
melhor aproveitamento das áreas
da fazenda, flexibilidade no fornecimento de volumosos aos animais, e
diferentes estratégias de manejo.
O rebanho da propriedade é formado por animais remanescentes da
própria fazenda e recentes compras
realizadas pelo produtor. O grau de
sangue é variado, sendo utilizados
dois touros (Gir leiteiro e Holandês)
nas coberturas das vacas e novilhas.
A utilização da inseminação artificial vem sendo estudada, a fim de
acelerar o ganho genético.
Atualmente, possui 48 vacas, sendo
29 em lactação, de um rebanho total
de 104 animais. A produção média é
de 330 l/dia, gerando uma média de
11,4 l/vl.
As vacas em lactação são divididas
em 2 lotes. As de maior produção
têm acesso aos piquetes adubados,
e as de menores ficam nos pastos
maiores.
As demais categorias aproveitam
as extensas áreas da propriedade recebendo no cocho suplementação
mineral. Com a chegada do período
de seca as vacas de maior produção
recebem silagem de milho e as demais cana-de-açúcar corrigida (na
proporção de 9:1, ou seja, 9 partes de
uréia e uma de sulfato de amônio).
A suplementação com concentrado
é feita ao longo do ano, sendo oferecida parte no canzil, durante as duas
ordenhas, e o restante junto ao volumoso. Esse manejo varia de acordo
com a dieta oferecida. O mesmo é
misturado na propriedade durante
todo o ano, com intuito de redução
nos custos.
O fornecimento do concentrado
às vacas segue arraçoamento mensal
passado pelos estagiários, mediante
o controle leiteiro, escore corporal e
dias em lactação.
As bezerras são criadas de forma
coletiva, recebendo concentrado à
vontade, e 4 litros de leite por dia até
ocorrer o desaleitamento de forma
abrupta, aos 90 dias. Além disso, o
produtor cumpre o calendário sanitário indicado pelo PDPL-RV.
A qualidade do leite está dentro dos
padrões da Instrução Normativa 51,
apresentando na análise do leite de
março 2011 contagem de células somáticas 662mil/ml e contagem bacteriana total 174mil ufc/ml.
Também houve um avanço significativo com a aquisição de um tanque
de expansão, que permite um resfriamento correto do leite dentro dos padrões ideais, além de otimizar a mão
de obra, que gastava uma hora e meia
para levar a produção até um tanque
comunitário.
A ordenha é do tipo balde ao pé,
e foi expandida recentemente de 2
para 4 conjuntos, visando agilidade
nesta etapa tão importante da atividade.
Já para 2011 será intensificado o
uso das pastagens e implantação de 3
ha de cana-de-açúcar, além da aquisição e descarte de animais.
Apesar do curto tempo de trabalho junto ao PDPL-RV, a fazenda já
demonstra avanços significativos,
aumentando assim o entusiasmo do
produtor com a atividade leiteira.
2010
(antes do PDPL-RV)
2012
(meta)
Produção (l/dia)
200
500
Produção/vaca em lactação (l/vl/dia)
6,45
14,3
Eficiência da mão de obra (l/dh)
50
143
Indicadores
Produtor junto ao lote de novilhas
Área com capim elefante
Vacas recebendo suplementação volumosa
3
As 10 Maiores produções do mês de março de 2011
RECEITA
Requeijão cremoso
Produtor
1
Antônio Maria da Silva
2
Davi Carvalho
3
Município
Produção
Cajuri
112.901
Senador Firmino
60.381
José Afonso Frederico
Coimbra
50.683
4
Marco Túlio Kfouri
Oratórios
48.710
Ingredientes:
1 litro de leite
1 colher de sopa de margarina
3 colheres de sopa de vinagre
Sal a gosto
5
Hermann Müller
Visc. do Rio Branco
40.809
6
Paulo Frederico
Araponga
31.000
7
Cristiano José da Silva Lana
Piranga
27.590
Mode de preparo:
1- Ferva o leite
2- Separe 2 dedos do leite fervido em um copo tipo americano
3- No restante do leite acrescente as 3 colheres de vinagre e misture bem. O
leite, vai talhar, depois de talhado tire todo o líquido e coloque a massa no
liquidificador.
4- Acrescente o leite que separou, a margarina e o sal, bata por alguns minutos
5- Depois é só levar à geladeira e pronto.
8
Sérgio H. V. Maciel
Coimbra
23.209
9
Danilo de Castro
Ervália
22.378
10
Paulo Martiniano Cupertino
Coimbra
18.606
Fonte: http://tudogostoso.uol.com.br
Qualidade do leite:
Os vilões da mastite
Bruno Gonçalves Caixeta
Estudante de Medicina Veterinária
A mastite é causada em grande
parte dos casos por microrganismos,
como as bactérias e os fungos, sendo
que as bactérias se destacam como os
principais agentes etiológicos. Cada
grupo de microrganismo possui características específicas que geram
diferentes sintomas, dessa maneira
podem ser reconhecidos associando
o caso com as características de cada
grupo.
Uma ferramenta pouco explorada
pelos produtores e técnicos, que pode
ajudar a aumentar as taxas de cura no
rebanho é a coleta de amostras para
realização de cultura bacteriana e
antibiograma. Com os resultados em
mãos as ações de controle poderão
ser mais eficientes e o tratamento
direcionado a um tipo específico de
bactéria, utilizando o medicamento
mais eficiente para a propriedade, fugindo do tratamento às escuras.
Bactérias causadoras de mastite
contagiosa ( que podem estar localizadas nas mãos do ordenhador, nos
utensílios de ordenha, no canal do
teto, ou na pele do teto e úbere):
- Staphylococcus aureus: as infecções apresentam-se normalmente
na forma subclínica, possui grande
capacidade de invasão na glândula
mamária e forma abscessos que dificultam o acesso dos medicamentos
e por isso causam infecções de longa
duração com baixas taxas de cura;
- Streptococcus agalactiae: causa na
maioria dos casos infecção subclínica, os casos geralmente são leves e se
isolado na cultura bacteriana poderá
ser realizada blitz terapia com elevadas taxas de cura inclusive nos casos
subclínicos;
- Corynebacterium bovis: presente
no interior da glândula mamária e
no ducto do teto, tem como principal
modo de transmissão o momento da
ordenha. Altas incidências no rebanho indicam deficiência no manejo
pós ordenha. Os casos geralmente
são leves e subclínicos.
Bactérias causadoras de mastite
ambiental, que estão disseminadas
no ambiente da vaca:
- Grupos dos coliformes: Escherichia
coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp., e
dos Streptococci ambientais formados principalmente por Streptococcus
uberis e Streptococcus dysgalactiae levam à ocorrência de casos clínicos
agudos que colocam em risco a vida
do animal, exigem terapia mais pesada e também altas taxas de perda
do teto afetado. O risco desse tipo de
infecção aumenta no pré e pós-parto
imediato.
Outros Microrganismos causadores de mastite:
- Leveduras e fungos: não apresentam grande significado em termos
de mastite do rebanho, porém, a
comprovação de um caso deve servir
de alerta, pois, a transmissão ocorre
quando o tratamento não é feito de
forma adequada e também pelo fato
de que o tratamento com antibióticos
não é recomendado nesse caso;
- Prototheca sp., Pseudomonas sp.,
Micoplasmas, Arcanobacterium sp.,
e Nocardia sp.: os animais afetados
podem apresentar mastite subclínica
ou clínica (aguda ou crônica) prevalecendo os casos clínicos crônicos,
onde se observam alterações no leite
e na consistência do quarto afetado.
Possuem alta resistência aos medicamentos comumente utilizados no
tratamento de mastite, as medidas
de controle envolvem a segregação e
descarte dos animais infectados para
eliminar o agente do rebanho.
A taxa de sucesso no controle da
mastite passa por vários pontos e o
primeiro deles é conhecer o “vilão”
que está presente no rebanho através
da cultura do leite dos animais infectados. Com base nessas informações serão traçados os objetivos que
poderão ser: tratamento quando a
resposta for adequada durante a lactação ou no período seco, ou eliminação do agente do rebanho quando
o tratamento não for viável.
As 10 Maiores produtividades do mês de março de 2011
Produtor
Produtividade Produtividade
Município
por vacas em
por vaca total
Cajuri
24,78
19,58
1
Antônio Maria da Silva
2
Áureo de Alcântara
Guaraciaba
17,78
16,84
3
Ozanan Luiz Moreira
Ubá
19,36
14,26
4
Sérgio H. V. Maciel
Coimbra
18,72
12,91
5
José Geraldo Lisboa
Paula Cândido
14,21
12,85
6
José Afonso Frederico
Coimbra
15,42
12,48
7
João Bosco Diogo
Porto Firme
17,63
11,99
8
Cléber Luís de Oliveira
Divinésia
12,26
11,49
9
Cristiano José da Silva Lana
Piranga
12,71
10,85
10
Marco Túlio Kfouri
Oratórios
15,40
10,69
10 Melhores leites em CCS do mês de março de 2011
Produtor
1
José Araújo Mafia
2
Município
Produção
Amparo do Serra
170
Renato Santana Saraiva
Porto Firme
183
3
Áureo de Alcântara
Guaraciaba
187
4
Felipe Neri
Teixeiras
188
5
Agenor Américo da Silva Neto
Teixeiras
217
6
Vicente de Paula
Viçosa
234
7
Antônio Saraiva da Silva
Porto Firme
256
8
José Vicente V. de Barros
Porto Firme
262
9
Luciano Sampaio
Teixeiras
312
10
Davi Carvalho
Senador Firmino
318
10 Melhores análises totais de bactérias CBT do mês de março de 2011
Produtor
1
Vicente de Paula
2
Município
Produção
Viçosa
18
Áureo de Alcântara
Guaraciaba
23
3
João Bosco Diogo
Porto Firme
25
4
Edmar Lopes
Canaã
36
5
Renato Alves
Pedra do Anta
59
6
Alvimar Sérgio de Carvalho
Teixeiras
62
7
Célio de Oliveira Coelho
Porto Firme
63
8
Cristiano José da Silva Lana
Piranga
69
9
Wilma Lúcia de Paiva
Pedra do Anta
74
10
José Vicente de Barros
Porto Firme
79
4

Documentos relacionados

Jornal Outubro 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária

Jornal Outubro 2011 - Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leite (UEPE-GL) da Universidade Federal de Viçosa, onde o professor, evidenciando muita experiência e didática, simulou a aplicabilidade dos diferentes métodos de contenção citados na parte teórica...

Leia mais

Treinamento de MDO: Curso de IA

Treinamento de MDO: Curso de IA ha, alcançando uma média de 57 ton/ha de silagem e média de 9000 kg de grãos. Os gastos referentes à aplicação do fungicida são inferiores a 2,5% do custo total de produção do milho, o que é equiva...

Leia mais