A coleção egípcia do Museu Nacional

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A coleção egípcia do Museu Nacional
 IV Curso de Formação de Mediadores do Museu Nacional A coleção egípcia do Museu Nacional – Handout 1 -­‐
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A maior e mais importante coleção egípcia da América Latina: cerca de 700 objetos Múmias humanas e animais; caixões decorados; estelas; shabtis e outras estatuetas funerárias como as de Ptah-­‐Sokar-­‐Osíris; adornos; amuletos; estatuetas votivas em bronze; líticos; papiros; cerâmica. Breve história: maior parte dos objetos comprada por D. Pedro I em 1823. D. Pedro II agregou objetos à coleção (como por exemplo estelas e a múmia de Sha-­‐Amun-­‐em-­‐su) a partir de suas duas viagens ao Egito (1871 e 1876). Outros objetos foram agregados posteriormente por doadores privados. O primeiro curador da coleção egípcia do MN foi Albeto Childe, autor do primeiro catálogo. Em 1988, Kenneth Kitchen (Universidade de Liverpool) publica o Catálogo da Coleção Egípcia do Museu Nacional. Esta publicação é uma das grandes responsáveis pelo reconhecimento internacional dos objetos egípcios do Museu Nacional. Hoje em dia a curadoria é responsabilidade do professor Antonio Brancaglion Jr., coordenador de projetos coletivos sobre estudo e contextualização da coleção egípcia. Um grane projeto em desenvolvimento atualmente envolve a aplicação de tecnologias tridimensionais no estudo de objetos egípcios do museu. Objetos de destaque o Sha-­‐Amun-­‐em-­‐su: cantora do Templo de Karnak (atual Luxor) durante a XXIII dinastia. Parte de uma elite composta por sacerdotes e outros funcionários envolvidos nas atividades do templo (o maior de toda a Antiguidade). Sha-­‐
Amun-­‐em-­‐su encontra-­‐se selada em seu caixão decorado, mas a partir de exames médicos realizados, sabemos que morreu com cerca de 50 anos com boa saúde. Existem vários amuletos no interior do caixão sob as bandagens da múmia, incluindo um escaravelho coração. A decoração do caixão é típica de Tebas do 3º Período Intermediário, época em que os antigos locais sagrados e de sepultamento foram amplamente reutilizados como locais de enterramento. o Esquife de Hori: Hori foi um alto funcionário tebano ligado ao palácio. A tampa de seu belo esquife demonstra opulência e signos de poder no Egito antigo, como os braços cruzados e a barba falsa. A base de seu caixão apresenta cenas mitológicas como a pesagem do coração e a chegada do morto à Duat (reino de Osíris ou mundo dos mortos) e o mito de criação de Heliópolis (antiga cidade no Baixo Egito, centro de culto solar). o Dama Takushit (c. 700 a. C.): Alberto Childe definiu que a estatueta de madeira do Museu Nacional é a Dama Takushit, a mesma do Museu de Atenas. Ele chegou à conclusão com base no estudo das proporções entre as duas esculturas. Takushit descende de uma tribo de origem líbia – meshwesh – que dominou o Delta do Egito no período tardio. o Estela de Bakenamun (XVIII dinastia): estela votiva do funcionário Bakenamun. Apresenta cena de oferendas ao deus Osíris. A parte “Amun” do nome do proprietário foi raspada na Antiguidade, o que indica que foi danificada durante o período de Amarna (reforma religiosa do faraó Akhenaton). o Shabti de Haremakhbit (XXI dinastia – c. 1000 a. C.) – Figura em faiança azul de alta qualidade. Procedência: Tebas (Ramesseum). Texto: “O iluminado, Osíris, sacerdote divino e escriba do temple de Amon Haremakhbit, o justo”. Dono de shabtis nos museus de Leiden (2), Berlin (1), Turim (1), Florença (1) e Cairo. Em Berlin há uma caixa para shabtis e um sarcófago pertencente a ele. Chefe dos Seshat – Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional www.seshat.com.br [email protected] 1 -­‐
escribas do templo de Amon, sacerdote-­‐chefe do altar das oferendas em Karnak etc. o Shabtis de Seti I (XIX dinastia) – shabtis em madeira do faraó Seti I, segundo governante da XIX dinastia, pai de Ramsés II. o A “bela de Tebas” – uma cabeça de múmia do MN, a primeira peça da coleção egípcia submetida à tomografia e estudos com base em tecnologias 3D. o Múmia de gato – a múmia de gato do MN chama a atenção devido à sua forma. Suas bandagens indicam datação do período romano. o Múmia “romana” (Época romana) – trata-­‐se, na verdade, de uma múmia egípcia do período romano. O tipo de embalsamamento é bastante característico, com os membros enfaixados separadamente, inclusive os dedos. Há 2 múmias como esta em Liverpool (femininas), 1 no Museu Britânico, 3 em Leiden e 1 criança no Museu Calvet em Avignon. Há um crânio semelhante em Londres e outro em Leiden. Quais deveriam ser os objetivos da mediação na sala egípcia? o Ponte entre a pesquisa acadêmica e o público geral o Alfabetizar o olhar para as peculiaridades do que é diferente e, ao mesmo tempo, magnífico o Relativizar a nossa própria inserção no mundo como agentes da história o Sensibilizar o público para a preservação do patrimônio material o Encorajar o engajamento dos visitantes em relação à cultura material o Transformar o museu em um local de construções variadas sobre o passado e o presente o Desmitificar a noção de um museu estático: inserir o passado no presente e vice-­‐
versa. Seshat – Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional www.seshat.com.br [email protected] 2 

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