1 Meditação de novembro 2015 Padre Kolbe e a família Há pouco
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1 Meditação de novembro 2015 Padre Kolbe e a família Há pouco
1 Meditação de novembro 2015 Padre Kolbe e a família Há pouco concluido o Sínodo Ordinário1 com o tema: “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, vamos refletir sobre o casal no pensamento de Deus, no seu desígnio de amor, para enfrentar da melhor forma os desafios que esperam pelas famílias do nosso tempo. Escutemos novamente a palavra sempre nova e sempre verdadeira de Deus sobre o casal e, portanto, sobre a família. Uma das frases que marcam o relato de Gn 1 é: “E Deus viu que isso era bom”2. Quando Deus criou o homem e a mulher, quando criou o casal, “viu que isso era bom”. O casal saído das mãos de Deus é muito bom, é muito bonito. Aos fariseus que perguntam a Jesus se é lícito ao marido repudiar a mulher, ele lembra que “desde o princípio da criação ele (Deus) os fez homem e mulher... e os dois serão uma só carne...”. Esta doação total de um ao outro é conforme à vonatade de Deus. “Portanto, o que Deus uniu o homem não separe” (Mc 10,2-9). Não contaminar o sonho de Deus é um imperativo. Os discípulos do Senhor são chamados a ser testemunhas de comunhão, não de ruptura. O que é essencial é aprender o amor que é possível e que pode durar todo o caminho de uma vida. Para que isso seja uma realidade, para que a família, mesmo quando caminha pelos caminhos ásperos da vida, seja capaz de ternura, de dom de si ao outro, coloquemo-nos à escuta de um homem que doou a vida no campo de concentração de Auschwitz por um pai de família, para que Francisco pudesse retornar para sua mulher e seus filhos. Estamos falando de São Maximiliano “o protetor da família”. O homem capaz de um amor maior. Somente com este tipo de amor a família pode ser unida e capaz de não se perder nos caminhos do nada. A ternura que acompanhou o padre Kolbe na sua família de origem, na família de Niepokalanòw, explode em um campo de concentração. Explode extamente ali, onde o amor de Deus nunca foi tão escondido como pela fumaça de Auschwitz. Sempre solícito para com os outro, também neste lugar padre maximiliano fala à família com o testemunho da sua vida. 1 2 Morre no lugar de um, testemunhando que cada membro é importante; por cada um, doente ou não, inteligemnte ou pouco dotado, vale a pena doar-se. Dar a vida. Morre no lugar de um desconhecido sugerindo à família e, sobretudo, à mãe que leva no ventre um filho, do qual ainda não conhece a face, que cada filho é um dom único e irrepetível. Morre para salvar outros nove condenados no bunker da fome. Estes homens estão longe da compreensão da paternidade de Deus. Com a presença de padre Kolbe descobrem o verdadeiro rosto do Pai. Rosto de ternura e de misericórdia. E assim, homens duramente devastados no espírito e no corpo, podem reconciliar-se com o Deus da vida e Senhor da história. Realizado de 4 a 23 de outubro de 2015. Gn 1,25. 2 Morre para dar novamente esperança no campo de concentração. Um dos prisioneiros sobreviventes, Giorgio Bielecki, escreverá anos depois: “Em Oswiecim se sentia a degradação do homem. A psique do homem era perturturbada sem nenhuma piedade. Dava a impressão que todo o mundo se sufocava no ódio recíproco. E eis que, de repente, um forte estremecimento abala o campo de concentração. Não é verdade que a humanidade jaz por terra. Não é verdade que os nossos perseguidores venceram. Não é verdade que o desespero nos engoliu. Aquela morte foi a salvação para milhares de homens e nisto está a sua grandeza”. Morre capturando na rede de sua loucura de amor também os carcereiros, que assistem à lenta agonia; são obrigados a manisfestar a sua admiração: “Eis um homem gentil. Um assim nunca tivemos aqui”. Morre para revelar o amor da Mãe. E, como uma mãe, padre Maximiliano se inclina sobre o homem ferido, angustiado e aniquilado, caído na cerca de arame farpado do campo de concentração. Enfaixa-lhe as feridas com o bálsamo da acolhida, da escuta, da consolação. Por este homem tira o pão de sua boca até dar a sua vida. Obrigado ao padre Kolbe! Auschwitz, por antonomásia lugar de ódio, será lembrado também como lugar da vitória alcançada mediante o amor. Se a família quer recuperar o seu valor e dar novamente vida ao mundo, como o samaritano Kolbe, deve inclinar-se sobre cada um de seus membros desiludido e estressado pelos vários ambientes que frequenta fora de casa e enfaixar-lhe as feridas com o dom da escuta, da acolhida, da consolação. Com o dom da própria vida. Padre Maximiliano nos mostra, com o seu estilo de vida doada, que “só o amor constrói”: um ideal capaz de fazer desabrochar a flor do amor e da doação gratuita também no deserto de um campo de concentração. Também nos corações áridos das nossas existências. Força do amor! Aquela força que se circulasse nas famílias, nos ambientes em que vivemos e trabalhamos, seria capaz de gerar a paz, faria realçar em todo o seu esplendor a beleza da vida. Angela Esposito MIPK