American History X - Culturalinguaecomunicacao

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American History X - Culturalinguaecomunicacao
ESCOLA PROFISSIONAL VASCONCELLOS LEBRE
Curso de Instalação e Gestão de Redes
Informáticas
FUNDAMENTOS DE CULTURA, LINGUA E COMUNICAÇÃO
“A outra história americana”
José Vitor Nogueira Santos
Saberes Fundamentais – O Elemento
Mealhada, 2009
1. O filme tem à partida algo que não é normal, começamos a ver o filme não
do lado de quem sofre a perseguição, mas sim de quem persegue.
American History X é um drama profundo sobre as consequências do
racismo, ou melhor, uma minuciosa análise do extremismo na América. O
filme segue a frustração de um homem que vai ter de lutar contra os seus
ideais para não colocar em perigo a sua família.
Em traços gerais, o filme procura evidenciar, com o decorrer dos
acontecimentos, o lado mais forte do racismo exacerbado (Nazismo).
Neste âmbito, a acção desenrola-se em torno de uma pacata família
americana constituída pelo pai (Bombeiro), mãe, um irmão e duas irmãs,
realçando, através de "flashbacks" entre o passado e o presente, episódios
marcantes e decisivos para os membros dessa mesma família,
nomeadamente para Derek Vinyard (o filho mais velho) e para Danny
Vinyard (o filho mais novo). Notória, é também a relação que estes jovens
estabelecem com uma terceira personagem ( Cameron Alexander) e que
vai condicionar o rumo das suas vidas, bem como o dos acontecimentos da
história na sua globalidade. Observando o argumento um pouco mais ao
pormenor, a acção centra-se na personalidade do jovem Derek e na sua
manifestação - o seu quotidiano citadino. A América que nos é exibida é
um país contemporâneo, bastante heterogéneo, não só a nível racial, como
também a nível de emigração. Como resultado, estamos na presença de
uma nação que, apesar de ser uma enorme potência mundial, padece das
mazelas causadas pelo êxodo africano e hispânico.
Em
consequência
desta
situação,
surgem
desigualdades
sociais,
discrepâncias económicas e pequenos nichos de frustração individual.
Mealhada, 2009
É precisamente a frustração individual de Derek, um skinhead repleto de
ódio e fúria por todos os que são diferentes de si, que vai fazer com que
dedique a sua vida à brutalidade.
Inteligente e normal jovem Norte-americano com vontade de aprender, o
que lhe ensinava o Dr. Sweeney, professor negro de literatura Inglesa,
através de livros como “Native Son” ficção
saborosamente
num
universo
contraditória:
onde
só
os
ridículas
brancos
demanda uma autonomia individual, num
não
é
ser
pessoa,
mas
antes
realista
e
personagens,
sobrevivem;
a
meio onde a cor
representação
de um inteiro grupo; que retrata um negro que fora condenado pela
sociedade branca. Derek, inicialmente terá sido influenciado pelo pai,
bombeiro de profissão que vê o seu emprego em risco com a chegada de
Emigrantes.
A aversão a outras raças dispara com a morte do seu pai num incêndio,
(tragédia que Derek responsabiliza os negros) altura em que ele estabelece
como princípio primordial da sua existência a supremacia branca perante
as demais raças. Cameron, fazendo uso de um discurso persuasivo e com
uma personalidade hipócrita e sem escrúpulos (retratado no livro de Adolf
Hitler, Mein Kamp) era o mentor ideológico de muitos jovens e
principalmente de Derek, dada a sua capacidade de liderança (do gang).
Mealhada, 2009
Era com audácia e mestria que este guia se aproveitava da frustração das
pessoas, principalmente as de personalidade mal formada, levando-as a
transformar a sua terra num verdadeiro campo de batalha, tudo em prol do
orgulho branco.
Danny, um adolescente carente de alimento ideológico e que via no seu
irmão mais velho um exemplo a seguir (através de atitudes impressionistas
perante ele), foi presa fácil para Cameron.
Na sua viagem trágica pelo mundo do ódio, da raiva e da violência, Derek
não escapará à prisão. Neste período de solidão, Derek aproveita para
Mealhada, 2009
reflectir e para fazer uma retrospectiva ponderada da sua vida
apercebendo-se, não só que devido a atitudes erróneas daqueles que
partilhávamos os seus ideais, mas fundamentalmente porque se mantinha
vivo devido ao companheirismo de um negro, que podia ser um homem
diferente. De facto, os condicionalismos e a realidade prisional fizeram
desmoronar toda a estrutura do seu edifício mental. Derek, o skinhead que
nunca tinha encontrado respostas para as suas perguntas, de súbito
conclui que durante toda a sua vida tinha feito as perguntas erradas. O seu
maior erro havia sido a generalização, ou seja, generalizar a toda a
população diferente de si, os crimes que uns quantos negros ou hispânicos
praticavam.
Três anos mais tarde, Derek é um homem mudado. Ao sair da prisão e,
assente o princípio de que o ódio não tem razão de ser, Derek vai tentar
ajudar o seu irmão, nesta altura, já um adolescente extremista e com ideias
bem vincadas. De facto, era já tarde demais. Embora tenha conseguido
que o irmão percebesse o seu ponto de vista, não conseguiu salvar o irmão
da morte provocada pelo racismo.
Em suma Danny constrói o seu eu à imagem do seu irmão Derek, com
percursos de vida muito idênticos, diferendo apenas na consequência final,
enquanto o segundo vive o primeiro paga com a própria vida as suas
escolhas.
Mealhada, 2009
2. Situações raciais penso que todos nós já sentimos, ora com ciganos, ora
com negros ou outras raças, que não se sentindo totalmente seguras
perante a generalidade caucasiana, por vezes provoca a mesma, mas
nunca senti maldade absoluta nisso. Quanto à discriminação social já senti,
principalmente na minha vida profissional, talvez por não ter estudado e
como tal exercer uma profissão mais “suja” mas não menos digna. Sei que
posso parecer irrealista mas o facto é que os “Doutores e Engenheiros”
raramente se juntam em reuniões ou outras manifestações sociais com
funcionários da Construção Civil, Canalizadores, Mecânicos, etc.
3. Estas são situações um pouco difíceis de alterar devido ao facto de não se
querer mudar algumas susceptibilidades da sociedade mais idosa, mas
que com o tempo e vontade dos mais novos, será corrigida. Quanto ao
primeiro ponto da minha resposta anterior, se deixarmos de os ver como os
outros, eles provavelmente farão o mesmo. Quando houver por exemplo,
um assalto ou desacato na rua, se apontarmos primeiro um caucasiano e
só depois outra raça, naturalmente, as outras raças não se irão sentir
marginalizadas e ajudarão na construção de uma sociedade mais digna e
segura. Quanto ao segundo ponto, penso que se deixarmos de tratar as
pessoas por títulos, mas pelo que são como pessoas, desaparecerá uma
grande discriminação social existente na actualidade.
4. Essa é uma forma da sociedade se desculpar dos erros que comete. As
crianças agem instintivamente da forma como os pais e a sociedade em
geral os ensina. Se ensinarem as crianças que se deve respeitar e tratar do
mesmo modo todas as raças, são elas, as primeiras a cumprir esse
ensinamento. Se lhes ensinarem o contrário, é claro que procederão do
modo racista e quando estiverem em idade de pensarem por eles, se ainda
forem a tempo, poderão proceder de forma correcta perante as outras
raças que acima de tudo são Humanas.
5. As ilações tiradas da reflexão do percurso de vida do Derek vão ao
encontro do respondido por mim na questão anterior. A personalidade
Mealhada, 2009
racista e delinquente de Derek foi numa primeira fase construída com a
ajuda do pai que era racista e do professor Cameron que o influenciaram
nesse sentido e numa segunda fase, na mudança de personalidade, para
uma pessoa justa, compreensível e amiga dos outros, com o auxílio de um
amigo negro da prisão e do Professor negro.
Portanto, daqui se concluí que como se mudam as personalidades das
crianças também é possível, com algum esforço, compreensão e respeito
pelo outro, mudar algumas personalidades adultas.
Espantoso é o facto de um filme que foi considerado pela crítica americana
como "magnífico", "arrebatador" e "tremendamente poderoso", não tenha
sido recompensado na noite dos Óscares. Perante um filme explosivo e
onde Edward Norton tem uma representação brilhante, que terá acontecido
aos senhores que controlam Hollywood? Muito provavelmente, a resposta
a esta questão reside no facto desta produção abordar de forma desinibida
um problema crónico e que a América e o mundo ainda não arranjou forma
de solucionar.
Mealhada, 2009
Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mein_Kampf
http://radioislam.org/historia/hitler/mkampf/por/por.htm
http://www.ipv.pt/forumedia/5/23.htm
http://pt.shvoong.com/travel/websites-online-communities/656930-filmeam%C3%A9rica-proibida-american-history/
http://cine-anarquia.blogspot.com/2009/03/outra-historia-americana-american.html
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/letras/recen003.htm
EFA NS, Nível 3
VIII

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