Ana Amélia Arruda (Org.)
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Ana Amélia Arruda (Org.) Rua: Emiliano Rosendo Silva, 115, Bairro Universitário, Sala 04, CEP: 58429‐690 / Campina Grande – Paraíba E‐mail: [email protected] www.portalrealize.com.br Fone: (83) 2101 9046 (83) 8873 7411 PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINA GRANDE prefeito VENEZIANO VITAL DO RÊGO SEGUNDO NETO vice‐prefeito JOSÉ LUIZ JÚNIOR REALIZE EDITORA diretor ALLYSON DA VEIGA CAVALCANTE divisão de editoração KARENINE FARIAS DE LIMA editoração eletrônica FELIPE VILA NOVA COELHO 1º ENCONTRO NORDESTINO DE CAPS INFANTIL / Ana Amélia Arruda (Org.) – Campina Grande: Realize Editora, 75p. ISSN 2177‐3475 SUMÁRIO A INTERSETORIALIDADE E A CLÍNICA AMPLIADA NA REDE DE CUIDADOS À INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Léa Dolores Gomes 10 Luciano da Fonseca Elia 10 A PERCEPÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO À INFÂNCIA SOBRE A LOUCURA EM CRIANÇAS: IMPASSES PARA O OBJETIVO DE INCLUSÃO SOCIAL PROPOSTO PELO ATUAL MODELO BRASILEIRO DE ASSISTÊNCIA NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL. Fábio Walace de Souza Dias 13 prof. Dra. Izabel Christina Friche Passos 13 A SUBJETIVIDADE CONSTITUÍDA NA VIOLÊNCIA Ana Maria Zuwick 16 CAPSI CENTRO CAMPINENSE DE INTERVENÇÃO PRECOCE: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA Vitória Etelvina de Araújo Bulcão 18 CAPSI, LOCAL PRIVILEGIADO PARA FORMAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA Maria Sílvia Elia Galvão 19 EXPERIÊNCIA DE TRABALHO NO CAPSI COM CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE GRAVE SOFRIMENTO PSÍQUICO Danielle Nogueira de Menezes 20 INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO Gigliola Alves de Oliveira Ramberta Maria Leite Torres 21 21 INTERSETORIALIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA: TEORIA X REALIDADE Edenilson Cavalcante Santos 22 “O ENCONTRO COM A DIFERENÇA / DEFICIÊNCIA: ASPECTOS INTERSUBJETIVOS DA INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS” Mariza P. Porto 23 OFICINA DE ACOLHIMENTO Tathianne Joanne Rocha da Fonseca Danielle Nogueira de Menezes Vívian Carvalho Francisca Eugênia Bernardino 24 24 24 24 PADIN – PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL – UMA EXPERIÊNCIA PÚBLICA DE INTERVENÇÃO INTER‐SETORIAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA Eriton Araújo 25 O PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PRECOCE E SUA PROPOSTA PARA O PSF. Ana Amélia Arruda 27 SUJEITO E INSTITUIÇÃO: A QUEM SE TRATA? Ana Aparecida Rocha 29 A CLÍNICA AMPLIADA CONSTRUINDO UMA NOVA INTERVENÇÃO NAS PSICOSES INFANTIS Manoela Patrícia Oliveira da Silva Hayala Jeniffer de Oliveira Curvêlo Fabiana Josefa do Nascimento Sousa 33 33 33 A POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL E A PSICANÁLISE EM UM ESPAÇO AMBULATORIAL DE UM HOSPITAL GERAL Jackeline Sibelle Freires Aires Mª Madalena do Nascimento Quirino Margarida Elia Assad, Marília Moura de Castro Priscylla Cavalcanti Guedes Wilker Luiz Pessoa de França 34 34 34 34 34 A TERAPIA DE GRUPO COMO INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA EM ADOLESCENTES COM SINTOMAS PSICÓTICOS Lana Dutra Viot Erivanda de Oliveira Fontenele Andréa Adriano Cavalcante 35 35 35 A IMPORTÂNCIA DA MUSICOTERAPIA NA SAÚDE MENTAL Luana Fernandes Marinete Genuino da Silva Profª Dra. Luiza Elena Bradley A. Araujo 37 37 37 ANÁLISE DO PROJETO SAÚDE NA ESCOLA APLICADO NOS ABRIGOS PSICOSSOCIAIS NO MUNICIPIO DE CAMPINA GRANDE. Ana Maria Tavares de França Adriana Costa Maia Bruna Kelly Lopes Tavares Inalda Mércia Cordeiro Oliveira Ingrid Coelho Sales 39 39 39 39 39 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE CRIANÇAS INSTITUCIONALIZADAS EM UM ABRIGO Jaqueline Queiroz de Macedo Maria Edilnete Maciel Araújo Eutália de Lemos Vilela Quirino Raíssa Barbosa Frutuoso 43 43 43 43 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DOS USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTIL Raíssa Barbosa Frutuoso Jaqueline Queiroz de Macedo Violante Augusta Batista Braga 44 44 44 CASO: A MENINA QUE COME TUDO Lúcia de Fátima Santos de Lira Tavares Fabiana Josefa do Nascimento Sousa 45 45 CASO: MARCAS EM UM CORPO NÃO DESEJANTE Márcia Ione Alves Santos Cabral Fabiana Josefa do Nascimento Sousa 46 46 CASO: O “COITADO DO MENINO BURRINHO” Márcio Rubens de Oliveira Fabiana Josefa do Nascimento Sousa 48 48 DEPRESSÃO INFANTIL: UM OBSTÁCULO A SER RECONHECIDO Johana Maria Oliveira de Andrade José Sidney Oliveira de Andrade 49 49 DROGADIÇÃO: A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA AMPLIADA Hayala Jeniffer de Oliveira Curvêlo Manoela Patrícia Oliveira da Silva Fabiana Josefa do Nascimento Sousa 50 50 50 DROGADIÇÃO INFANTO‐JUVENIL Ramberta Maria Leite Torres Gigliola Alves de Oliveira 52 52 ESQUIZOFRENIA INFANTIL: UMA PSICOSE RARA, PORÉM POSSÍVEL Érica de Oliveira Correia José Sidney Oliveira de Andrade Johana Maria Oliveira de Andrade 53 53 53 GRUPO DE ESTUDO SOBRE PSICANÁLISE E CLÍNICA COM BEBÊS: POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL INFANTO‐JUVENIL DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE‐PB Inalda Mércia C. de Oliveira Karinny Michelle Alves Moreira Carolina Farias Almeida Gomes 54 54 54 INTERSETORIALIDADE NA SAÚDE MENTAL DE CAMPINA GRANDE – PB: POSSIBILIDADES E LIMITES Carolina F. Almeida Gomes Francisca Eugênia b. c. de Lima Geovanna Queiro de Farias Rachell de Farias Vivian Batista de Carvalho Tereza Cristina r. da Costa 56 56 56 56 56 56 INTERVENÇÃO PRECOCE NO BERÇÁRIO DE MÉDIO RISCO E ALOJAMENTO CONJUNTO DO HOSPITAL REGIONAL DE IGUATU‐CE (HRI) Nirley Moreira de Oliveira Eriton Araújo 58 58 INTERVENÇÃO PSICOMOTORA EM CRIANÇAS COM CONDUTAS VIOLENTAS Andréa Adriano Cavalcante Emidio Giuseppe Pinheiro Misici Myrna de Menezes Lopes 59 59 59 JOVENS COM RETARDO MENTAL: ORIENTANDO SOBRE A SEXUALIDADE Ana Maria Zuwick Deborah Maria Pinheiro Fernandes 60 60 O MENINO QUE NÃO PÁRA QUIETO: UM CASO QUE ESTUDA AS POSSIBILIDADES DE ESCUTA À LINGUAGEM QUE FOGE DAS PALAVRAS Micheline Kelly de Assis Florêncio Fabiana Josefa do Nascimento Sousa 62 62 O SERVIÇO SOCIAL NA ARTICULAÇÃO ENTRE O CAPSI‐CEMPI E OS EQUIPAMENTOS SOCIAIS Cristiane Santana 64 O SIGNIFICADO DO BRINCAR PARA AS CRIANÇAS Sivanilça Lúcia de Souza Manoela Patrícia Oliveira da Silva Hayala Jeniffer de Oliveira Curvêlo Fabiana Josefa do Nascimento Sousa. 65 65 65 65 PERFIL PSICOMOTOR DE CRIANÇAS QUE FREQUENTAM CRECHES PÚBLICAS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE‐PB. Amanda Pereira Moreira Correia Monilly Ramos Araujo 66 66 PREDITORES AMBIENTAIS E A SAÚDE MENTAL DAS CRIANÇAS José Sidney Oliveira de Andrade Érica de Oliveira Correia Johana Maria Oliveira de Andrade 67 67 67 PREMATURIDADE E A CONSTRUÇÃO SUBJETIVA: O OLHAR DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA PRECOCE Carolina Farias Almeida Gomes Karinny Michelle Alves Moreira Adriana Costa Maia 68 68 68 PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PRECOCE EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE ‐ PB Karinny Michelle A. Moreira Aline Michelle F. de Lima Danielle N. de Menezes Jullianne B. da Silva Vitória E. Bulcão Vivian B. de Carvalho 70 70 70 70 70 70 REFORMA PSIQUIÁTRICA: CONSTRUINDO UMA NOVA ÉTICA DE ASSISTÊNCIA EM SAÚDE MENTAL NO BRASIL Márcio Rubens de Oliveira Fabiana Josefa do Nascimento Sousa 72 72 UM CASO FOBIA: A CRIANÇA E A INSTITUIÇÃO Glaucia Thais Justiniano Dr ª Glacy Gorski 75 75 UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL: UM ESTUDO PSICANALÍTICO DA DROGADIÇÃO Ana Lúcia da Silva França Fabiana Josefa do Nascimento Sousa 74 74 UM CASO FOBIA: A CRIANÇA E A INSTITUIÇÃO Glaucia Thais Justiniano Dr ª Glacy Gorski 75 75 A INTERSETORIALIDADE E A CLÍNICA AMPLIADA NA REDE DE CUIDADOS À INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Léa Dolores Gomes Luciano da Fonseca Elia Neste estudo, serão enfocadas questões pertinentes à ações que se fazem necessárias quanto ao trabalho com a intersetorialidade no atendimento à crianças e adolescentes. Trataremos deste tema perquirindo sobre o conceito de “Clínica Ampliada”, haja vista que o mesmo traz uma importante contribuição na efetivação da constru,ção de uma rede de cuidados ao período de vida aqui considerado. Assim, durante esta abordagem haverá um aprofundamento a respeito do conceito sobre o “Sujeito de Desejo” utilizado pela linha psicanalítica, entre outros nessa área, uma vez que esta disciplina nos proporciona uma prática coerente e profícua no que condiz com as problemáticas psicossociais que permeiam o setor infanto‐juvenil da saúde mental; como também serão utilizadas outras temáticas relevantes que tratam da questão da construção de uma rede de cuidados. Nesse sentido, vale salientar que a “Clínica Ampliada” na rede pública permite um olhar, uma escuta e um tipo de intervenção “político‐clínico” bastante relevantes para a proposta aqui exposta. A pesquisa será realizada com os profissionais dos principais setores da rede municipal da cidade de Campina Grande‐PB que se ocupam da infância e adolescência, ou seja, a Justiça, a Assistência Social e a Educação, com o intuito de detectar as lacunas no tocante ao que a temática desse trabalho traz, a fim de que, assim, possamos dar início ao plano de intervenção, tendo como meta estimular a construção de uma rede articulada de cuidados à criança e ao adolescente na nossa cidade, já que há a necessidade emergente na nossa realidade desse tipo de interlocução. A pesquisa se dará através de entrevistas semi‐dirigidas sobre as dificuldades encontradas de tais profissionais, bem como de um questionário sobre as soluções possíveis e cabíveis de acordo com tais dificuldades e com a proposta da Clínica Ampliada. O intuito da pesquisa é fortalecer o trabalho intersetorial através das demandas que ocorrerão no momento da pesquisa, pois a pesquisa também terá caráter de intervenção. Palavras‐chave: Saúde mental. Intersetorialidade. Clínica Ampliada. Rede de cuidados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDON, Glaucy. A dinâmica familiar. Rev. Psique Ciência & Vida. São Paulo: Editora Escala, 2008 ano II, n. 24. ALBUQUERQUE, J. A. Guilhon. Metáforas da Desordem: o contexto social da doença mental. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. AMARANTE, Paulo; TORRE, Eduardo H. Guimarães. Protagonismo e subjetividade: a construção coletiva no campo da saúde mental. Revista Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, Brasil, 6 (1), 2001. ________. Saúde Mental, política e instituições: programa de educação à distância. Rio de Janeiro: Fiotec/Fiocruz, 2003. ARRUDA, Ana Amélia (org.). Atenção Básica à Criança Pequena. Campina Grande‐PB: EDUFCG, 2007. 10 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edição 70, 1977. 225p. BASAGLIA, Franco. Psiquiatria alternativa: contra o pessimismo da razão, o otimismo da prática. Trad. 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Tomaremos como ponto de partida os avanços obtidos no campo da saúde mental de adultos e o proporcional marasmo do desenvolvimento deste campo quando este trata de questões referentes à infância. Dessa forma, visa‐se discutir as demandas para tratamento de crianças, numa perspectiva do discurso, endereçadas ao CAPSi pelos setores representativos de atenção à infância como o Conselho Tutelar, a Escola e o Programa de Saúde da Família. Levar‐se‐à em consideração que tais pedidos para tratamento carregam consigo a noção de conserto que será discutido na “lógica” da normalidade versus anormalidade. Nessa perspectiva pressupõe‐se que a loucura em crianças vem sendo considerada como um desvio passível de restauração em busca da suposta normalidade. Mas, a loucura considerada um desvio sinalizaria a dificuldade que os Setores de Atenção á infância teriam para compreender que os comportamentos considerados, por eles, como anormais não alcançaram um padrão de normalidade. E que, portanto, o que se espera desses Setores é o acolhimento da loucura em crianças em sua forma singular de manifestação, e o reconhecimento da diferença para que a inclusão social se efetive. Mas se esses setores encaminham crianças com um pedido de conserto, não estariam sinalizando sua intolerância com a diferença criando assim um impasse para a inclusão social proposto pela reforma Psiquiátrica? Assim, o projeto objetiva investigar, através da análise dos discursos da demandas para tratamento, se a percepção desses setores sobre a loucura em crianças poderia se constituir num impasse para a construção de um novo lugar social da loucura infantil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AKERMAN, Jacques. Estratégias de segregação na infância e adolescência: um recorte sobre o campo da saúde mental. In: GUERRA, A. M. C.; LIMA, N. L. (orgs). A clínica de crianças com transtornos no desenvolvimento: uma contribuição no campo da psicanálise e da saúde mental. Belo Horizonte: Ed. 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A alteração de comportamento dificulta a convivência social destas crianças e adolescentes e a reorganização de suas subjetividades o que, num processo circular, acaba por aumentar o agravo causado pela violência. A ferida psíquica profunda causada pela violência é reforçada pela realidade de um entorno social que as considera portadoras de um transtorno mental deixando‐as mais estigmatizadas. Há uma tendência no senso comum a subestimar uma reação possível ao trauma do abuso quando as manifestações de sofrimento se prolongam passando então ao status de sintomas, passíveis de constituírem um transtorno, passíveis de medicalização. O eixo teórico apóia‐se na concepção de González Rey sobre a subjetividade como estando em contínuo processo de interação com o entorno social. Para o autor, a subjetividade constitui‐se na relação dialética entre o sujeito e seu meio social atual que possibilitaria o surgimento de forças contraditórias entre o que é real e o que é subjetivo. Pretende‐se levantar uma possibilidade de intervenção no sentido de possibilitar‐lhes um ambiente de maior continência e compreensão, que não reproduza a percepção caótica de si mesmas. O trabalho é tecido em torno de dois exemplos de vítimas de violência e a importância de prestarmos um apoio psicossocial efetivo às mesmas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARO, Sarita T. A. Crianças vítimas de violência: caos, complexidade e resistência. Boletim da Saúde, v.17, n.1, p 72‐83, 2003. CECATTO, Grasiela M. Comportamento agressivo e aspectos psicodinâmicos em crianças abrigadas. Porto Alegre: PUCRS, 2008. Dissertação (Mestrado em Psicologia), Faculdade de Psicologia, Universidade Pontifícia Católica do Rio Grande do Sul, 2008. FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade de saber. 13. Ed. Rio de Janeiro: Graal, 1999. GONZÁLEZ REY, Fernando. Epistemología cualitativa y subjetividad. Havana: Pueblo y Educación, 1997. NOGUEIRA, Analuiza Mendes Pinto. 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A escolha do tema relaciona‐se diretamente com o objetivo do encontro, no sentido de fortalecer as práticas existentes mediante a troca de experiências dentro da clínica voltada para a infância e adolescência. O CAPSi Centro Campinense de Intervenção Precoce, tem alcançado grandes avanços no contexto da clínica ampliada, particularmente no atendimento a crianças muito pequenas que já apresentam sofrimento psíquico. Além do atendimento clínico realizado dentro do CAPS, tem sido fundamental os projetos que desenvolvem atividades extra‐muros, ou seja, as atividades intersetorias, que tem procurado identificar o mais cedo possível o risco psíquico, bem como capacitado profissionais cuidadores da pequena infância para que possam fazer o mesmo. Um outro ponto importante dessa experiência é a formação continuada dentro do próprio serviço através do seminário clínico aberto participação de toda rede de atendimento a criança e ao adolescente e a supervisão clínico institucional. 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RJ: 2006. 18 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 CAPSI, LOCAL PRIVILEGIADO PARA FORMAÇÃO DA EQUIPE TÉCNICA Maria Sílvia Elia Galvão [email protected] APPEC Assistência e Pesquisa em Psicologia Educação e Cultura/ LAEP – Laço Analítico Escola de Psicanálise INTRODUÇÃO: Os dispositivos CAPS são relativamente recentes. Eles teem um modo peculiar de atendimento, bem complexo. Mais complexo se mostra o atendimento a crianças e jovens com grave sofrimento psíquico. As Equipes, de modo geral, não estão preparadas para essa complexidade. Urge pensar em uma maneira eficaz de formação das Equipes. OBJETIVO: Apresentar um modo de formação da Equipe Técnica que se dá “ em serviço”, i.é. , dentro da Unidade e durante o trabalho realizado. JUSTIFICATIVA: A formação em serviço vem demonstrando eficácia, pois ajuda a Equipe a entender os problemas surgidos à luz do conhecimento teórico dos sintomas apresentados no mesmo momento em que eles se apresentam. O estudo em conjunto e a discussão de casos aumenta a solidariedade entre os membros da Equipe e cria uma positiva sintonia de trabalho. MÉTODO: Observação das situações, discussões em grupo, leituras individuais e debates, reuniões semanais de Supervisão Clínica. PRINCIPAIS RESULTADOS: No CAPSI Pequeno Hans, em que esse método vem sendo utilizado, os resultados surpreendem: A Equipe não sofre baixas, há solidariedade entre os membros e uma sintonia de trabalho significativa. DISCUSSÃO: Esse método, por ser desenvolvido em meio ao trabalho a ser executado, oferece oportunidades de aprendizagem a partir do problema apresentado, o que motiva de modo muito incisivo a busca de recursos teóricos, técnicos e clínicos para os problemas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Estou à disposição para debater a implantação desse método, onde isso for viável 19 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 EXPERIÊNCIA DE TRABALHO NO CAPSI COM CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE GRAVE SOFRIMENTO PSÍQUICO Danielle Nogueira de Menezes [email protected] CAPSi – Intervenção Precoce Esse estudo, de base psicanalítica, apresenta um trabalho no CAPSi com crianças em situação de grave sofrimento psíquico, tendo como teóricos de referência sobre este assunto: Winnicott, Jerusalinsk, Kanner e Tustin. Não iremos abordar a questão do diagnóstico fechado, visto que acreditamos assim como cita Bernardino (2004, p. 83), "a cautela em apresentar um diagnóstico fechado, de caráter definitivo, num momento de desenvolvimento como é a infância, permite não confundir uma fenomenologia autística ou psicótica com o que diz respeito a uma estrutura psíquica." Este trabalho, foi realizado no CAPSi ‐ Centro Campinense de Intervenção Precoce, situado na cidade de Campina Grande, Paraíba, que tem como objetivo principal prestar assistência a bebês, crianças e adolescentes, dos 0 aos 14 anos, em situação de risco social e em grave estado de sofrimento psíquico. O trabalho com crianças em situação de grave sofrimento psíquico, é focalizado especialmente na formação de vínculo, estímulos sociais e interação do outro, pois todo ser humano depende do jogo da interação social para o seu desenvolvimento, especialmente do toque, o olhar e da voz, e apresenta ainda uma escuta diferencial às famílias. O acompanhamento interdisciplinar permite que os usuários sejam vistos como um todo, e através de discussões acerca dos aspectos técnicos e práticos das situações de cada indivíduo temos chegado a formas de tratamento que tem auxiliado o desenvolvimento de habilidades e de minimização do sofrimento dos usuários e das famílias. Ao conseguir a produção de um "novo olhar", por aqueles que o cercam, pela família, pela sociedade e até pela equipe técnica, o tratamento no CAPSi, tem cumprido o papel social de inclusão e desmistificação de valores ou ressalvas acerca de determinadas patologias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AXLINE, Virginia M. Dibs: Em busca de si mesmo. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1989. 5ª edição. BERNARDINO, Leda Mariza Fischer. As psicoses não‐decididas da infância: um estudo psicanalítico. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2004. Coleção 1ª infância. CORIAT, Elsa. Psicanálise e Clínica de Bebês. Porto Alegre: Editora Artes e Ofícios Psicanalítica, 1997. JERUSALISNK, Alfredo. Psicanálise do Autismo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984. ROCHA, Paulina S, CAVALCANTI, Ana E., Autismo: Construções e desconstruções. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001. Coleção Clínica Psicanalítica. TUSTIN, Francis. Barreiras autísticas em pacientes neuróticos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. 20 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO Gigliola Alves de Oliveira [email protected] Ramberta Maria Leite Torres Facinter – Faculdade Internacional de Curitiba Incluir do Lat. includere verbo transitivo direto 1. Compreender, abranger; 2. Conter em si, envolver, implicar; 3. Inserir, intercalar, introduzir, fazer parte, inserir‐se; figurar entre outros; pertencer juntamente com outros. 4. Estar incluído ou compreendido De acordo com o conceito acima referenciado, ‘incluir’ não aponta em nenhum dos seus conceitos que para ‘fazer parte’ pressupõe a igualdade como premissa para a inserção junto aos demais ao qual se fez incluso, seja de cor, idade, gênero, tipo de necessidade especial ou característica pessoal. A ideia de inclusão é ainda hoje atrelada ao conceito de integração, conceitos distintos, porém paralelos, uma vez que estar incluso não necessariamente garanta o “estar integrado”, sendo esta a grande busca dos que idealizam e lutam pela inclusão, quer seja apontada no âmbito familiar, educacional, econômico, ou padrão social comum. O Brasil optou pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, firmada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, de acordo com os Declaração de Salamanca (Espanha, 1994) na Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade, do qual retiramos um trecho que justifica o acordo: “cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprios”. Diante de tais constatações, faz‐se necessário um olhar mais direcionado aos conceitos inclusivistas, de modo que se promova a integração paralelamente à inclusão, pois apenas desse modo teremos uma criança inclusa na Escola, porém, também interagindo ativamente do processo de cidadania. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, et al. Minidicionário Século XXI Escolar: O minidicionário da língua portuguesa. 4. Ed. rev. Ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília: DF. 21 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 INTERSETORIALIDADE NA ATENÇÃO BÁSICA: TEORIA X REALIDADE Edenilson Cavalcante Santos [email protected] UBSF Rocha Cavalcante / Secretaria Municipal de Saúde de C. Grande ‐ PB A Atenção Básica é conceitualmente segundo o Sistema Único de Saúde (SUS) como a porta de entrada do usuário, através da qual este busca a solução de seu agravo. A Estratégia Saúde da Família (ESF) representa de forma categórica este meio de acesso inicial. O objetivo deste trabalho é avaliar a discrepância entre a teoria e a realidade percebida, contando coma análise experiências profissionais sob a luz da literatura vigente. Na atual conjectura, a cidade de Campina Grande conta com uma razoável cobertura da ESF, porém apresenta problemas no que diz respeito à intersetorialidade. Diversas reclamações são ouvidas tanto por parte dos usuários quanto por parte dos profissionais que compõem a ESF. Na atual conjectura, a cidade de Campina Grande conta com uma razoável cobertura da ESF, porém apresenta problemas no que diz respeito à intersetorialidade. Diversas reclamações são ouvidas tanto por parte dos usuários quanto por parte dos profissionais que compõem a ESF. Podemos então enumerar alguns fatores que impedem uma real e eficaz intersetorialidade, ligados aos profissionais da ESF, aos usuários, aos gestores e às entidades de ensino. A proposta é que se firme melhor articulação entre estes segmentos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COUTO, MCV; DUARTE, CS; DELGADO, PGG. A saúde mental infantil na Saúde Pública brasileira: situação atual e desafios. Rev Bras Psiquiatr. 2008; 30(4): 390‐8 GIL, CRR. Atenção primária, atenção básica e saúde da família: sinergias e singularidades do contexto brasileiro. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(6): 1171‐1181, jun, 2006 LEITE, RFB; VELOSO, TMG. Limites e Avanços do Programa Saúde da Família de Campina Grande: um estudo a partir de representações sociais. Saúde Soc. São Paulo, v.18, n.1, p.50‐ 62, 2009 22 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 “O ENCONTRO COM A DIFERENÇA / DEFICIÊNCIA: ASPECTOS INTERSUBJETIVOS DA INCLUSÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS”. Mariza P. Porto [email protected] CAPSi / SMS / Natal /RN Este trabalho consiste na tentativa de olhar o processo de inclusão numa perspectiva intersubjetiva e problematizá‐lo no contexto escolar e social. A teorização aqui proposta, tem como matéria‐prima alguns fragmentos do discurso de familiares e profissionais que partilham da convivência com pessoas em situação de deficiência prestando‐lhes determinado tipo de assistência, quer seja de natureza pedagógica, terapêutica ou reabilitatória. Esses fragmentos foram por mim ouvidos ao longo da minha experiência como professora, psicopedagoga e psicanalista. A análise teórica apresentada tornou‐se possível a partir da utilização dos conhecimentos da teoria psicanalítica, bem como de outras contribuições teóricas especificamente direcionadas ao tema abordado. Portanto, é colocado em evidência as reações afetivas intra e interpessoais suscitadas mediante o enfrentamento com a diferença/deficiência, procurando enfocar a temática da inclusão escolar na perspectiva das interações humanas, sem perder de vista o contexto escolar, os objetivos da educação inclusiva, bem como os efeitos da cultura sobre esse novo paradigma de ensino, cuja vertente se apóia em práticas pedagógicas voltadas para uma educação que possa atender à diversidade de seus alunos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, L. A. Pensar a Diferença / Deficiência. Brasília: Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 1994. BEYER, H. O. A Proposta de Educação Inclusiva: Contribuições da Abordagem Vygotskiana e da Experiência Alemã. Revista Brasileira de Educação Especial / Universidade Estadual Paulista. V.9, n.2, 2003, Marília: ABPEE / FFC – Unesp – Publicações. COLLI, F. A. G. e AMÂNCIO V. Construindo a Travessia pelo Ponte. Revista Estilos da Clínica / Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, v.1, n.1, 1996, São Paulo: USP – IP – Publicações. PESSOTI, I. Deficiência Mental: de superstição à ciência. São Paulo: T.A.Queiroz: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1984. SASSAKI, K. R. Inclusão. Construindo uma Sociedade para Todos. Rio de Janeiro, RJ: WVA, 1997. 23 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 OFICINA DE ACOLHIMENTO Tathianne Joanne Rocha da Fonseca tathijrf@hot Danielle Nogueira de Menezes [email protected] Vívian Carvalho [email protected] Francisca Eugênia Bernardino CAPSi – Intervenção Precoce A oficina de acolhimento surgiu de uma experiência de trabalho com oficinas terapêuticas e profissionalizantes no CAPS II, onde o plano de tratamento e encaminhamento para as oficinas eram decididos aleatoriamente, sem observar as habilidades motoras e cognitivas dos usuários. No CAPSi – Centro Campinense de Intervenção Precoce, esta oficina surgiu com o intuito de dispor de atividades diversificadas, e de caráter interdisciplinar, algumas pré‐ determinadas e outras livres, onde aparecem de forma natural as habilidades, os desejos de cada criança/adolescente, a demanda da família a respeito da queixa principal e observação das dificuldades. Considerando o desejo de suma importância para traçarmos um plano de tratamento único e individual, baseado não apenas nas dificuldades, mas também nas habilidades de cada usuário. Após a triagem, escuta individual, o usuário é encaminhado para as oficinas de acolhimento, nas quais as crianças/adolescentes são acolhidas por idade cronológica levando em consideração o curso do desenvolvimento normal. A proposta da oficina de acolhimento também dá suporte aos bebês, recém nascidos, incluindo, nesse momento o trabalho junto aos pais. As oficinas têm duração de uma hora, acontecendo semanalmente, por um período de quatro a oito semanas, nas quais são realizadas atividades lúdicas, pedagógicas, expressivas e psicomotoras. Enquanto as crianças/adolescentes estão na oficina, seus familiares/responsáveis participam do grupo de família que é mediado por uma psicóloga e assistente social. Após esse período é traçado um plano terapêutico individual, e as crianças/adolescentes são encaminhadas para os grupos de atividades diante de cada necessidade, e inseridas no tratamento do CAPSi ou encaminhadas para acompanhamento em um outro serviço. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARDINO, Leda Mariza Fischer. As psicoses não‐decididas da infância: um estudo psicanalítico. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2004. Coleção 1ª infância. CORIAT, Elsa. Psicanálise e Clínica de Bebês. Porto Alegre: Editora Artes e Ofícios Psicanalítica, 1997. SHEPHERD, Ray, JOHNS, Jennifer, ROBINSON, Helen Taylor (Orgs.). D. W. Winnicott ‐ Pensando sobre crianças. 2ª reimpressão. Porto Alegre: Artmed, 2005. ZIMERMAN, David E. Fundamentos Psicanalíticos: Teoria, técnica e clínica‐ uma abordagem didática. Porto Alegre: Artmed, 1999. 24 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 PADIN – PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL – UMA EXPERIÊNCIA PÚBLICA DE INTERVENÇÃO INTER‐SETORIAL NA PRIMEIRA INFÂNCIA Eriton Araújo2 [email protected] Casa Azul – CAPS Infantil de Iguatu‐CE Introdução: A primeira infância é o período mais importante do desenvolvimento da criança. Contraditoriamente não existe nenhuma política pública no Brasil para acompanhar o desenvolvimento das crianças de 0 a 6 anos. Objetivos: Analisar os primeiros nove meses de funcionamento do PADIN – Programa de Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil, no município de Iguatu, estado do Ceará. Justificativas: Este programa é formado por um grupo de serviços que trabalham em caráter contínuo, integrado e inter‐setorial, com o objetivo comum de acompanhar o desenvolvimento sensório‐motor, cognitivo, social e emocional das 8.890 crianças com a idade de 0 a 6 anos (incluindo os fetos) que representam 9,03 % dos 98.455 habitantes do município de Iguatu‐CE. Método: A coordenação do programa é constituída pelas secretarias municipais de Saúde, Educação, Assistência Social, Cultura e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e contém os seguintes serviços (alguns dos quais já em pleno funcionamento): Intervenção precoce do Hospital Regional de Iguatu (HRI); Follow‐up do HRI; Tratamento e estimulação precoce do Centro de Reabilitação Física; Atenção ao desenvolvimento infantil no PSF; Criação das Madrinhas do Desenvolvimento Infantil; Agentes do Desenvolvimento Infantil nas creches e pré‐escolas; Grupos artísticos para estimulação da sensibilidade materna; Monitoramento dos parques infantis nas comunidades e outros. Principais Resultados: Cada um dos serviços já implantados tem seus resultados quantitativos e qualitativos. Considerações Finais: Os mesmos funcionam em rede, promovendo um complexo acompanhamento que permite o reconhecimento, prevenção, intervenção e tratamento durante o período mais determinante do desenvolvimento infantil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRESPIN, G. A clínica precoce: o nascimento do humano. São Paulo: Casa do psicólogo, 2004. KUPFER MCM, BRANT JAC, PESARO ME. Pesquisa multicêntrica de indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil. Ver Latinoam Psicopatol Fundam. 2003. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde da Criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. OPAS/OMS. Relatório sobre a saúde no mundo 2001. Saúde mental: nova concepção, nova esperança. Genebra: OPAS/MS, 2001. WANDERLEY, D. Palavras em torno do berço: intervenções precoces bebê e família. Salvador: Ágalma, 1997. 2 Psicanalista, Membro de Mayéutica – Institución Psicoanalítica (Buenos Aires), Coordenador de Saúde Mental de Iguatu‐CE e Coordenador Geral do PADIN – Programa de Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil 25 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 WHO. Maternal mental health and child health and development in low and middle income countries: report of the meeting held in Geneva, Switzerland 2008. Geneva: WHO, 2008. 26 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 O PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PRECOCE E SUA PROPOSTA PARA O PSF. Ana Amélia Arruda A clínica com crianças pequenas vem despertando nossa atenção desde 1995 quando no ambulatório de Psicologia Clínica do HU foram recebidas as primeiras crianças muito pequenas que apresentavam sofrimento psíquico. Em função dessa nova clínica foi iniciado um grupo de estudos seguido pela criação do Centro de Intervenção Precoce que logo foi transformado em Caps Infantil. A partir da fundação do Caps Infantil foi criado um Programa de Intervenção Precoce cujo início se deu através do Projeto Saúde na Escola, enquanto as equipes de capsi se preparavam para atender com mais resolutividade e assim tornar possível a implantação do Programa de Intervenção Precoce, não apenas nas creches e abrigos, conforme havia sido iniciado, mas em algumas unidades do PSF que aderiram ao Programa. A partir da implantação de tal programa é esperado que o sofrimento psíquico na pequena infância possa ser detectado em tempo hábil desde a atenção básica que, mais capacitada, poderá acompanhar alguns casos assumindo‐os como sendo da sua competência e até evitando que outros casos cheguem aos caps infantis em estado de debilização progressiva. Espera‐se que outras equipes de PSF possam aderir ao programa de modo que o sofrimento psíquico da pequena infância passe a ser contemplado pela atenção básica tanto quanto as demais clínicas. 27 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 A SAÚDE MENTAL DE CAMPINA GRANDE Ana Amélia Arruda A reforma psiquiátrica no Brasil tem sido um processo social complexo que teve início na década de 90. Em Campina Grande foi realizada a interdição do Hospital Dr. João Ribeiro em 2005 e os usuários daquela instituição transferidos para a emergência psiquiátrica num processo de transição que culminou com a mudança de 48 deles para as residências terapêuticas, inseridas em 2005 e 2006. Inicialmente foram criados um Caps II e um Caps AD, seguidos pelo Caps III e Caps infantil. Posteriormente foi inaugurado um outro Caps Infantil e mais dois Caps I nos distritos rurais de São José da Mata e Galante. Também foi inaugurado um Centro de Convivência e Cultura cujo objetivo é permitir a circulação dos usuários de Saúde Mental entre outros da comunidade. Está sendo desenvolvido, a partir da inauguração do 2º caps Infantil, o Programa de Intervenção Precoce cujos principais projetos são o Projeto de Saúde na Escola e o Programa de Intervenção Precoce em Saúde Mental na Atenção Básica. A partir de tal programa esperam‐se outras equipes do PSF também façam adesão ao trabalho com a Saúde Mental e que mais pessoas possam ser beneficiadas pelo atendimento em Saúde Mental deste a Estratégia Saúde na Família. Todo o trabalho da Saúde Mental realizado extra‐ muros é desenvolvido por 03 equipes itinerantes criadas para tal finalidade, com os profissionais dos próprios Caps. 28 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 SUJEITO E INSTITUIÇÃO: A QUEM SE TRATA? Ana Aparecida Rocha [email protected] Capsi da Secretaria Municipal de Saúde de Natal RN O trabalho tem por objetivo realizar uma mediação entre os princípios da reforma psiquiátrica Brasileira e os atos e ditos de um sujeito criança portador de autismo.Reconhecemos os ideais e a existência dos princípios norteadores de um trabalho destinado a um coletivo, a grupos e, em particular, em um Capsi obedecendo a prevalência de normas instituídas e asseguradas pelo projeto da reforma psiquiátrica.Porém, levantamos algumas questões em torno do trabalho a ser realizado com as crianças autistas quando estas, sabemos, não interagem com facilidade em um grupo e apresentam uma particular maneira de se posicionar frente a realidade e na sua relação com os demais.Reconhecendo a necessidade de nos debruçarmos sobre a problemática que o autismo nos coloca enquanto transtorno mental presente na infânica decidimos discutir sobre que leitura e, conseqüente trabalho podemos pensar em realizarmos frente tal realidade. Ilustramos as questões levantadas narrando um fragmento de caso ocorrida com menino autista usuário do Capsi e que diante do ato ocorrido suscita na equipe interrogações diversas sobre o saber fazer no tratamento ofertado a tais crianças.Colocamos algumas posições defendidas por diversos autores que têm como orientação a psicanálise e apostamos junto com estes que há de se valorizar os princípios que a instituição Capsi é guardiã, mas devemos também e, sobretudo, escutarmos e ficarmos atentos aos ditos, falas e posição que cada sujeito que nesta instituição se trata, expressa em seu modo de se portar e conviver nela. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Di Ciaccia, A. Inventar a psicanálise na instituição.In:Pertinências da psicanálise aplicada:trabalhos da Escola da Causa Freudiana reunidos pela Associação do Campo Freudiano;tradução de Vera Avellar Ribeiro.Rio De Janeiro:Forense Universitária,2007p.69‐75. Borsoi, P. Zenoni, A. Orientação analítica na instituição Psiquiátrica. Baio, V. Nome do pai e Autismo. Scilicet dos Nomes do pai.Textos preparatórios para o Congresso de Roma.2006.p21‐23. Mattos de, C.P. Comentário do Trabalho Angústia como excesso de gozo.In: Folhas dos Núcleos de Psicanálise com crianças dos Institutos do Brasil.Rio de Janeiro.Fevereiro,2005. Lamy,I.Presença/ausência do analista‐ apresentação de um caso de autismo Opção Lacaniana.nº34,p.51‐54.Outubro 2002. 29 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 30 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 ACOLHIMENTO FAMILIAR: SUAS FALAS, SEUS CAMINHOS Glaucia Thais Justiniano [email protected] Adriana Costa Maia Capsinho – Centro Campinense de Intervenção Precoce Campina Grande A partir das atividades desenvolvidas no Capsinho na cidade de Campina Grande‐PB, este trabalho relatará a experiência de um grupo, nomeado de Acolhimento Familiar, constituído por uma psicóloga, uma fisioterapeuta, crianças ‐ entre 7 meses a 2 anos, que estejam em sofrimento psíquico ‐ e seus pais. O objetivo desta comunicação é refletir sobre a importância de construir terapêuticas a esta população específica, já que se observado a ausência de espaços para empreender formas que venham servir de intervenção significativa, quando necessária, a este momento de vida. Os eixos de exposição serão regidos pelos princípios e diretrizes no campo da saúde mental infantil a partir da reforma psiquiátrica, como também à luz das observações da psicanálise por meio do Caso Hans de Freud, fundamentos da intervenção precoce e experiências de outros serviços, o CPPL – Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem – e o Instituto Sedes Sapientiae. Verificou‐se que o funcionamento deste espaço possibilita perspectivas de subjetivação na criança, via sintomática ocupada por ela na família, no qual, o fazer compartilhado pelos pais, crianças e terapeutas, favorece efeitos para o aparecimento do caminho a ser percorrido pelo andar, as palavras ditas no falar, o desejo que direciona o olhar. Ao grupo recai a atribuição de um acolhimento como forma de intervenção: supor outro olhar, que no decorrer do tempo configura‐se num novo olhar, que privilegia a experimentação criativa e singular de si, dos outros e do mundo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SCHECHTMAN Alfredo. Exortação às mães: Uma breve consideração histórica sobre a saúde mental infantil no Brasil. IN: Caminhos para uma política de saúde mental infanto‐juvenil / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2005.(Série B. Textos Básicos em Saúde) RIZZINI, Irene. Abordagem crítica da institucionalização infanto‐juvenil no Brasil In: Caminhos para uma política de saúde mental infanto‐juvenil / Ministério da Saúde, 31 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2005. (Série B. Textos Básicos em Saúde) Freud, Sigmund (1996). Duas Histórias Clínicas (o “Pequeno Hans” e o “Homem dos Ratos”, v. X. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1909) Drumond, Cristina. Ser Mâe hoje. http://www.ebp.org.br/biblioteca/pdf_biblioteca/Cristina_Drummond_Ser_mae_hoje. pdf CAVALCANTI, Ana Elizabeth. Ser brincando: Sobre a psicanálise em grupo com crianças. In Cata‐ventos. Invenções na Clínica Psicanalítica Institucional. Org. Paulina Schmidtbauer Rocha. São Paulo: Escuta, 2006. Arruda, Ana Amélia Araújo (org.). Atenção básica a criança pequena. Campina Grande: EDUFCG: 2007. Cullere – Crespin Graciela. A clínica precoce: o nascimento do humano. São Paulo. Casa do Psicólogo. Livraria e editora LTDA, 2004. Bernadino, Leda Maria Fisher (org.) o que a psicanálise pode ensinar sobre a criança, sujeito em constituição. Infância e psicanálise. Editora Escuta. São Paulo, 2006. Holanda, Adriana Lima de. Fundamentos teóricos e práticos do tratamento fisio‐ terapêutico por estimulação precoce em crianças consideradas de risco para a ocorrência de atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Monografia, 2000. Departamento de educação física IV curso de especialização em educação motora. Elia, Luciano. A rede da atenção na Saúde Mental – articulações entre Caps e ambulatórios In: Caminhos para uma política de saúde mental infanto‐juvenil / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2005. (Série B. Textos Básicos em Saúde) 32 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 A CLÍNICA AMPLIADA CONSTRUINDO UMA NOVA INTERVENÇÃO NAS PSICOSES INFANTIS Manoela Patrícia Oliveira da Silva [email protected] acadêmica de psicologia Hayala Jeniffer de Oliveira Curvêlo [email protected] acadêmica de psicologia Fabiana Josefa do Nascimento Sousa3 [email protected] Introdução: A clínica ampliada possui prática complexa, e atuação em rede profissional com equipes interdisciplinar e multidisciplinar com caráter comunitário na prevenção e tratamento de psicoses. Justificativa: contribuir teoricamente com a luta por uma política de saúde mental para crianças. Objetivos: desconstruir o estigma da loucura e proporcionar reflexão sobre a singularidade da criança psicótica como um ser em construção e com capacidades a serem desenvolvidas. Metodologia: trata‐se de uma pesquisa bibliográfica. Discussão: Valorizando o lugar que ocupa o sofrimento psíquico da criança, prioriza‐se a escuta da subjetividade, colocando o sujeito diante de uma ressignificação da psicose. O processo terapêutico deve analisar o comportamento, procurando dá alternativas para uma melhor qualidade de vida às crianças com problemas mentais, dentro da realidade social e cultural de cada uma. Considerações finais: A reforma psiquiátrica implica uma nova formação de profissionais com novo olhar sobre a loucura; uma loucura que gera exclusão, aflição e desamparo. É fundamental pensar numa política que assegure a intervenção precoce nas psicoses infantis, onde, a assistência deve ter início logo nos primeiros meses de vida, para impedir que se agrave o quadro de uma psicopatologia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS QUINET, A. Psicose e laço social: esquizofrenia, paranóia e melancolia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. BRASIL.MINISTÉRIO DA SAÙDE. SECRETARIA EXECUTIVA. SECRETARIA DE ATEÇÂO À SAÚDE. Legislação em saúde mental: 1990‐2004.Brasília, Ministério da saúde, 2004 KLEIN, Melanie. Psicanálise da Criança. São Paulo: Ltda, 1997. 26‐39p. 3 psicóloga; mestre em neuropsiquiatria; professora da Favip. 33 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 A POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL E A PSICANÁLISE EM UM ESPAÇO AMBULATORIAL DE UM HOSPITAL GERAL Jackeline Sibelle Freires Aires [email protected] Mª Madalena do Nascimento Quirino Margarida Elia Assad Marília Moura de Castro Priscylla Cavalcanti Guedes Wilker Luiz Pessoa de França Universidade Federal da Paraíba Psicanálise e saúde mental possuem concepções diferentes do que seja o psíquico. É indiscutível que existe uma tensão entre os objetivos da psicanálise e o dos novos serviços, do conflito entre o social, a clínica e o político. O analista, muitas vezes, depara‐se com o impasse de encontrar seu lugar na instituição, sem atropelar a ética psicanalítica. De acordo com Barreto, a psicanálise tem como direcionamento a clínica do sintoma, aquilo que tem de mais subjetivo num sujeito, dando ênfase, assim, à singularidade. Incluir o usuário deve significar, também, incluir o seu desejo, a sua subjetividade. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar como a psicanálise pode contribuir com os novos serviços, a partir da experiência num ambulatório de referência ao tratamento de pacientes psiquiátricos dentro de um hospital geral na cidade de João Pessoa ‐ PB. Neste serviço são realizadas oficinas terapêuticas livres, atendimentos individuais, atendimentos à família e acolhimentos. São utilizados como vias de acesso à produção subjetiva, o trabalho com o delírio ‐ não sua negação mas um trabalho de construção de uma metáfora delirante, através do qual significante e significado se estabilizam – e, segundo Monteiro, as trivializações, estratégia que vai na contra mão do delírio esvaziando a força que este tem de capturar o sujeito em sua condição de objeto. O trabalho do analista na instituição tem como meta implicar o sujeito e, para Barreto, a psicanálise procura tratar pela palavra o gozo que se apresenta sob a forma de um insuportável. Palavras‐chave: psicanálise; saúde mental; ambulatório. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, F. P. A urgência subjetiva na saúde mental. In: Opção Lacaniana, n°40, agosto de 2004. _____________. A psicanálise aplicada ao campo da saúde mental: uma contribuição ao tema da prática lacaniana nas instituições. Minas Gerais, 1998 – 2001. MONTEIRO, C. P. As ações do analista na instituição. A clínica das psicoses e a prática analítica nas instituições públicas de saúde mental. p.113 – 166. Tese (Mestrado em Psicologia). Universidade Católica de Pernambuco, 2005. 34 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 A TERAPIA DE GRUPO COMO INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA EM ADOLESCENTES COM SINTOMAS PSICÓTICOS Lana Dutra Viot [email protected]/[email protected] Erivanda de Oliveira Fontenele Andréa Adriano Cavalcante Centro de Atenção Psicossocial da Infância e da Adolescência Estudante Nogueira Juca Fortaleza, Ceará ‐ CAPSI SER III A psicose é definida como a perda do contato com a realidade, sendo considerada um transtorno grave caracterizado por déficits no afeto, na cognição e na capacidade de relacionar‐se socialmente com os outros. (STUBBE, 2008). Desta forma, a abordagem grupal é de grande relevância pelos benefícios frente às pessoas com transtornos psicóticos, podendo dar suporte às habilidades sociais e estimular a exploração de idéias e sentimentos. O objetivo deste trabalho é ressaltar a importância da utilização de grupos no tratamento de adolescentes com transtornos psicóticos realizado em um Centro de Atenção Psicossocial Infanto‐Juvenil. A metodologia utilizada se deu através de encontros semanais com 8 adolescentes, na faixa etária de 13 a 18 anos, durante o período de 6 meses. O processo grupal foi facilitado por psicóloga e terapeuta ocupacional, sendo utilizados como recursos terapêuticos: atividades lúdicas e artísticas, expressão corporal, atividades culturais, orientações às famílias, entre outros. Como resultado, constatou‐se a diminuição da agressividade, aumento da auto‐estima, melhora no desempenho ocupacional, fortalecimento de vínculos afetivos e a reinserção social dos adolescentes. Diante da análise realizada, a terapia de grupo tem se mostrado um importante recurso terapêutico, associado ao tratamento farmacológico, na reabilitação psicossocial de adolescentes com sintomas psicóticos, podendo atuar no nível psíquico, interpessoal e social desses pacientes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AJURIAGUERRA, J. e Marcelli, D. Manual de psicopatologia infantil. 2ª ed. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1991. BARBOSA, R. In: D’Acri, G.; Lima, P.; Orgler, S. (Org.) Dicionário de Gestalt– terapia – Gestaltês. São Paulo: Summus Editorial, 2007. CUNHA, A C F da e Santos, T F dos. A utilização do grupo como recurso terapêutico no processo da terapia ocupacional com clientes com transtornos psicóticos: apontamentos bibliográficos In: Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos. V.17, nº 2 – São Carlos, SP, 2009. DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. 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Luiza Elena Bradley A.Araujo7 Este estudo teve como tema a importância da Musicoterapia e a Psicanálise na Saúde Mental como modalidade terapêutica que emprega uma linguagem específica, a música, que é utilizada como objetivo intermediário da relação terapêutica, levando a abertura de canais de comunicação q permitem a expressão e conseqüente veiculação de conteúdos internos, o q proporciona a possibilidade de modificação e elaboração de conflitos psíquicos, partindo da orientação ética e metodológica da psicanálise de Freud e Lacan, basicamente teve como objetivo central a caracterização da musicoterapia articulada à Psicanálise em uma equipe de Saúde Mental, onde a identificação do panorama contemporâneo, com graves dificuldades na comunicação, foi um veículo que permitiu um melhor relacionamento do paciente consigo mesmo e com seu ambiente e com o musicoterapeuta, cuja experiência se procedeu no Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro ( CPRJ0). Na crença de que seus sons possuam propriedades de fazer brecha ao advento do sujeito e, acender assim, ao estatuto de significantes, dentro de uma acertiva que segundo Freud, todas as produções humanas são psíquicas por terem no psiquismo sua fonte, configurando‐se, assim na arte. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABERASTURY, A. A Criança e seus jogos. Ed. Vozes: Petrópolis. RJ, 1972. BENENZON,R.O. Manual de Musicoterapia Enelivros: RJ, 1985. BERNARDINO, L. M. F. Aspectos Psíquicos do Desenvolvimento Infantil in Wanderley, D. B. O Cravo e a Rosa. A Psicanálise e a Pediatris: um diálago possível? Editora Ágalma: Salvador, 2008. BOYSSON‐BARDIES, B.A. Inteligência anterior a palavra: novos enfoque sobre o bebê. Artmed: Porto Alegre, 1999. CATÃO, I. O bebê nasce pela boca: Voz, sujeito e clínica do autismo. Instituto Langage: São Paulo, 2009 . 4 Trabalho apresentado no ‐ CENTRO CAMPINENSE DE INTERVENÇÃO PRECOCE) (CAPSINHO) referente ao Curso de Saúde Mental Contextualizado para funcionários , da Prefeitura Municipal de Campina Grande em convênio com a Pro‐Reitoria de Pó‐Graduação e Pesquisa (PRPG) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). E‐mail:[email protected] 5 2/ Musicoterapeuta, graduada pelo Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro.e‐mail 6 3/ Psicóloga Clínica e Especialista em Saúde Mental, respectivamente pela Universidade Estadual da Paraíba( UEPB) e pela Fundação Integrada de Patos (FIP). 7 4/ Psicanalista, Professora Titular das Faculdades Frassinetti do Recife ( FAFIRE ). E‐mail: [email protected]. 37 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 DIDIER‐ WEILL. Os Três Tempos da Lei. Jorge Zahar Ed.: RJ, 1997. FREUD,S. Obras Completas. Imago: R.J., 2006. FREUD, S. Além do Princípio de Prazer. [1920]. Imago: R.J.,1996. FREUD, S. 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Rio de Janeiro, 2003. 38 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 ANÁLISE DO PROJETO SAÚDE NA ESCOLA APLICADO NOS ABRIGOS PSICOSSOCIAIS NO MUNICIPIO DE CAMPINA GRANDE Ana Maria Tavares de França [email protected] Adriana Costa Maia Bruna Kelly Lopes Tavares Inalda Mércia Cordeiro Oliveira Ingrid Coelho Sales CAPS – Centro de Atenção Psicossocial De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal (2007), o abrigo é destinado a crianças e adolescentes privados da convivência familiar e que se encontram em situação de risco pessoal e social. Segundo Cavalcante et al (2007), com base em estudos sobre o desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens e adultos que viviam em instituições de abrigo, pode‐se perceber que a saúde física e mental desses indivíduos estavam abaladas, uma vez que o ambiente e as relações desenvolvidas não eram adequadas, não existindo pessoas preparadas para lidar com eles, causando danos decisivos para o desenvolvimento humano. Diante das dificuldades enfrentadas por essas crianças e adolescentes abrigados, vê‐se a importância de projetos e programas de intervenção que visem amenizar os riscos e o sofrimento desses menores, dando‐lhes, conseqüentemente, uma melhor qualidade de vida. Na cidade de Campina Grande, PB, os abrigos tutelares contam com a atuação do projeto de intervenção Saúde na Escola, que tem como objetivo identificar crianças que apresentam sinais de riscos psíquicos precoces e que necessitem de acompanhamentos especializados. Nesse contexto, foi realizado um estudo descritivo‐analítico, através da exploração de aspectos qualitativos, com o objetivo de avaliar a atuação e os resultados do Projeto Saúde na Escola, visando à identificação e o trabalho com crianças e adolescentes em risco psicossocial, assistidos nos abrigos do Município de Campina Grande, enquanto instrumento de intervenção precoce nos transtornos mentais e na inclusão social. Foi aplicado um questionário semi‐ estruturado aos diretores que atuam em vários abrigos da cidade. Os dados obtidos pelo estudo revelam que os quatro abrigos pesquisados estão satisfeitos com a atuação do Projeto Saúde na Escola e acreditam que o projeto irá contribuir de forma significativa tanto para as crianças assistidas quanto para os educadores que colaboram com o trabalho. Eles dizem sentir‐se mais seguros agora para detectar algum risco nas crianças e encaminhá‐las. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANUNCIATO, N.S. O processo Plástico do Sistema Nervoso. In: Temas sobre desenvolvimento, 1998 . BAINES, Christian. Lula sanciona nova lei de adoção: legislação reduz tempo de crianças nos abrigos. Brasilia, 2009. Disponível em:http://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 15/12/2009. 39 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 BARBOSA, Denise Carvalho. Da Concepção ao Nascimento ‐ A Razão da Intervenção Precoce. 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Trata‐se de uma pesquisa documental, transversal e descritiva, realizada no período de 2007‐2008. Ao entrar no serviço, as crianças apresentavam como maus‐tratos físicos a presença de fome, baixo peso, pediculose, ausência de higiene, febre, gripe, escabiose, e, em alguns casos, suspeita de abuso sexual; como maus‐tratos emocionais, apresentavam irritação, agressividade e reclusão. Os procedimentos realizados foram dieta alimentar, higienização, encaminhamento ao pediatra e psicólogo, vacinação e, em alguns casos, ao Caps infantil. Os problemas de saúde mais freqüentes são aqueles relacionados com as condições adversas decorrentes da condição de pobreza e do tipo de cuidado prestado. A entrada no abrigo proporcionou às crianças a possibilidade de experimentar cuidados de ordem física e emocional antes inexistentes. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, P B et al. Atividades cotidianas de crianças em situação de rua. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, 18: 3, Dez. 2002 . CAVALCANTE, L I C; MAGALHAES, C M C; PONTES, F A R. Processos de saúde e doença entre crianças institucionalizadas: uma visão ecológica. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, 14: 2, Abr. 2009 . 43 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DOS USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTIL Raíssa Barbosa Frutuoso [email protected] Jaqueline Queiroz de Macedo Violante Augusta Batista Braga CAPSinho (Centro de Intervenção Precoce ) O processo de Reforma Psiquiátrica trouxe para os usuários da Saúde Mental serviços substitutivos e novas oportunidades de atenção (AMARANTE,2003) . Como objetivo, buscou‐se analisar o perfil dos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial infantil do município de Campina Grande‐PB. Trata‐se de uma pesquisa quantitativa, transversal e descritiva, realizada no período de janeiro a junho de 2009. Como critério de inclusão estão aqueles indivíduos que ainda continuam em tratamento no serviço. Os resultados evidenciaram um total de 47 crianças que deram entrada na instituição e continuam em tratamento até hoje. Dessas, a média de idade girou em torno de 5 anos e 8 meses, 71% são do sexo masculino e 29% feminino. O diagnóstico mais presente foi Transtorno de desenvolvimento psicológico não especifico, 21.2%. O motivo, Hipóxia neonatal, 14,8%. Das características psico‐cognitivas presentes encontram‐se agressividade, dificuldade de aprendizagem, de linguagem e de socialização e agitação. A procura infantil por serviços de saúde mental é um dado importante que merece reflexões mais profundas, evidenciando a necessidade de maior aprofundamento e estudos (BOARINI; BORGES, 1998; PELISOLI; MOREIRA, 2005). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARANTE, P. Saúde mental, políticas e instituições: programa de educação a distância. Rio de Janeiro(RJ): FIOTEC/FIOCRUZ, EAD/FIOCRUZ; 2003. BOARINI, ML; BORGES, RF. Demanda infantil por serviços de saúde mental: sinal de crise. Estud. psicol. (Natal), Natal, v. 3, n. 1, Jun 1998 . PELISOLI, CL; MOREIRA, AK. Caracterização epidemiológica dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial Casa Aberta. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul, Porto Alegre, v. 27, n. 3, Dez. 2005 44 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 CASO: A MENINA QUE COME TUDO Lúcia de Fátima Santos de Lira Tavares [email protected] acadêmica de psicologia Fabiana Josefa do Nascimento Sousa8 [email protected] Faculdade do Vale do Ipojuca – Favip Introdução: Juli é uma menina de 9 anos. Chegou ao serviço de psicologia, oferecido pelos acadêmicos do último ano do curso, por solicitação da supervisora pedagógica do município de Caruaru, com a queixa principal que “come o que estiver ao seu alcance e morde sem temor objetos cortantes e pontiagudos”. Tem dificuldade de comunicar‐se, afetando a compreensão e a expressão, o gesto e a linguagem falada. Justificativa: inexistência de uma política de saúde mental infantil. Objetivo: estudar as patologias da infância. Metodologia: estudo de caso. Discussão: Segundo a genitora, Juli foi diagnosticada pelo psiquiatra como autista; fala que a gravidez foi um erro e não foi desejada. Considerações Finais: Juli não entra na equação sequer como falo presente, mas como exclusão total de uma mãe cuja função aparece previamente suturada, ou seja, sem desejos (Jerusalinsky, 1984). Por outro lado, o referido autor pontua também que o que articula a estrutura autistizante na mãe é a sua impossibilidade para deixar cair o objeto real restitutivo de sua castração, e dar lugar, assim, à constituição ou persistência do desejo materno. Na leitura lacaniana apud Bandinter (1985), o “nome‐do‐pai”, quando excluído, a psicose se desencadeia na criança, que não consegue se erigir em sujeito, ou seja, como sujeito do discurso e sujeito social. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BADINTER, Elisabeth. O Amor Conquistado: O mito do Amor Materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. CORIAT, Elsa.Psicanálise e Clínica de Bebês. Artes e Ofício. Buenos Aires, 1996. JERUSALINSKY, Alfredo. Psicanálise do Autismo. Porto Alegre: Artes médicas, 1984. 8 Psicóloga; Mestre em neuropsiquiatria; Professora da Favip 45 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 CASO: MARCAS EM UM CORPO NÃO DESEJANTE Márcia Ione Alves Santos Cabral9 [email protected] Fabiana Josefa do Nascimento Sousa10 [email protected] Faculdade do Vale do Ipojuca – Favip Introdução: A alopécia, a dificuldade na linguagem, e a síndrome de down marcam a história de Pedro; doze anos de idade. “Ser portador de síndrome, não inscreveria a criança, a priori, no lugar da diferença, mas, as estruturas relacionais com os pais e a presença desses significantes deixarão marcas no orgânico” (Elsa,1997). Justificativa: Somar estudos na área. Objetivo: Apresentar um estudo com suporte da psicanálise e psicossomática na clínica infantil. Metodologia: O estudo de caso acompanhado na Policlínica Batista ‐ serviço oferecido pelos acadêmicos do último ano do curso de psicologia FAVIP ‐ Caruaru‐PE. Discussão: Lacan (1975) afirma que “o fenômeno psicossomático é de ordem da escrita no corpo”. A psicanálise, ao marcar a diferença entre sintoma neurótico e fenômeno psicossomático abre a possibilidade de que o gozo seja deslocado ao campo da palavra na direção da cura; seja descarregada pela elaboração mental (Marty, 1993/1988). Considerações Finais: “A criança responde a um mito familiar, ou ocupa o lugar de fantasma do desejo materno. Em ambos o sintoma aparece pela ausência da palavra”. (Lacan, 1969). “O investimento que deveria estar nos objetos é diluído e redirecionado para o Eu (Freud, 1914). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Freud, Sigmund. (1894) As neuropsicoses de defesa. In: Obras Completas, vol.II. Rio de Janeiro: Imago, 1996. ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐.(1895) Sobre os fundamentos para destacar da neurastenia uma síndrome específica intitulada “neurose de angústia”. In: Obras Completas, vol. III. Rio de Janeiro: Imago, 1996. ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐. (1915) O inconsciente. In: Obras Completas, vol. XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1996. ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐. (1919) Sobre o ensino da Psicanálise nas Universidades. In: Obras Completas, vol. XVII. Rio de Janeiro: Imago, 1996. Lacan, Jacques. (1963). Kant com Sade. Em Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. CORIAT, E. (1997) A psicanálise na clínica de bebês e crianças pequenas. Porto Alegre: Artes e Ofícios. 9 Pedagoga, Especialista em Planejamento e Gestão, Acadêmica em Psicologia Psicóloga; Mestre em neuropsiquiatria; Professora da Favip 10 46 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 FREUD, S. (1914/1980) “Sobre o narcisismo: uma introdução”, in Obras completas pela Editora Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago. 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Objetivo: estudar o caso de adolescente estigmatizado por rótulos. Metodologia: estudo de caso. Discussão: O garoto apresenta déficit cognitivo, mas, o lugar de “coitado” e “burrinho” que ocupa demonstra a posição de objeto de desejo que representa para os pais (JERUSALISKY, 1984). Esse significante coloca‐o sempre inferior aos outros, não apenas pela dificuldade de aprendizado, mas, sobretudo, pela relação familiar e social que estabelece, provavelmente, causadora de um estigma forjado sobre uma concepção ideal de sujeito concebida pelos seus pais: o estigma da linguagem (CORIAT, 1996). Considerações Finais: a teoria do filho ideal em detrimento do filho real se apresenta como uma realidade efetiva, considerado incapaz, Roni assume o papel do filho “coitado”, que frustrando o desejo dos pais pelo filho ideal passa a ocupar o lugar de merecedor de compensação, visto sua condição incapacitante de aprender, e, é a mãe quem se mostra a maior provedora dessas compensações. Os significantes aqui expressos parecem corroborar com a teoria da ligação do sintoma da criança ao contexto familiar (SEI; SOUZA; ARRUDA, 2008). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORIAT, E. Psicanálise e Clínica de bebês. Artes e ofícios: Buenos Aires, 1996. JERUSALISKY, A. Psicanálise do autismo. Artes Médicas: Porto Alegre, 1984. SEI, M. B.; SOUZA, C. G. P.; ARRUDA, S. L. S. O sintoma da criança e a dinâmica familiar: orientação de pais na psicoterapia infantil. Vínculo – Revista do NESME, v. 2, n. 5, p. 194‐205, São Paulo, 2008. 11 12 acadêmico de psicologia Psicóloga; Mestre em neuropsiquiatria; Professora da Favip 48 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 DEPRESSÃO INFANTIL: UM OBSTÁCULO A SER RECONHECIDO Johana Maria Oliveira de Andrade13 nanna‐[email protected] José Sidney Oliveira de Andrade14 [email protected] Érica de Oliveira Correia15 [email protected] Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande INTRODUÇÃO: A Depressão Infantil (D.I) vem chamando atenção de muitos profissionais que atuam nas clínicas pediátricas principalmente depois da década de 70, no entanto, não é freqüentemente reconhecida já que seus sintomas diferem dos apresentados pelos adultos. Rodriguez e Caballerro (1990) relatam não existir causa única em explorações etiopatogênicas fáceis. JUSTIFICATIVA: A escassez da produção científica brasileira sobre a D.I. OBJETIVO: Pensando nessa população, apresentamos uma revisão bibliográfica atualizada que visa contribuir com o esclarecimento da apresentação clínica dessa patologia grave. METODOLOGIA: Revisão literária atualizada realizada entre Janeiro e Setembro de 2009 tendo como base de dados publicações científicas entre 1999 ‐ 2009 em: MEDLINE, SCIELO, livros técnicos e publicações relevantes. ANÁLISE DE DISCURSSÃO DE DADOS: Encontramos 30 publicações, sendo 76% artigos, 16% revisão literatura e 8% teses. Dentre os principais sintomas presentes nos pacientes destacam‐se: 70% déficit de atenção, 43% hiperatividade, 52% tristeza, 36% distúrbio do sono, 47% baixa auto‐estima, 27% medo, 6% dores abdominais, 8% enurese, 85% apresentavam núcleos familiares depressivos, 68% comportamento suicida. Cavalcanti (1996) chama a atenção muitos sintomas nem sempre são indicativos de uma "depressão mascarada" sendo preciso ser cuidadoso ao considerarmos os aspectos relativos ao desenvolvimento infantil. CONCLUSÃO: A D.I é considerada comum, debilitante e recorrente, envolvendo um alto grau de morbi‐mortalidade representando serio problema de saúde pública. Conforme observamos, seus sintomas diferem dos apresentados pelos adultos evidenciando a necessidade que as pessoas envolvidas com os pacientes estejam alerta para os sintomas, pois o diagnóstico tardio perpetua o sofrimento da criança e dos envolvidos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA RODRIGUEZ,S.J; CABALLERRO.A.R. Depression em La infância y adolescência. Em: Formas clinicas y diagnóstica de la depresion. Jornadas Internacionale. Fund. Valgrande, pág. 117‐142, Madrid, 1990. Cavalcanti, R. S. C. (1996). Socialização e depressão infantil. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 6(1‐2), 57‐62. 13 14 15 acadêmica de enfermagem acadêmico de medicina acadêmica de fisioterapia 49 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 DROGADIÇÃO: A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA AMPLIADA Hayala Jeniffer de Oliveira Curvêlo16 [email protected] Manoela Patrícia Oliveira da Silva17 [email protected] Fabiana Josefa do Nascimento Sousa18 [email protected] Faculdade do Vale do Ipojuca – Favip Introdução: A sociedade contemporânea atravessa transição, onde modelos educativos sofrem mudanças no espaço familiar, escolar e social. Justificativa: esclarecer pais e educadores sobre a adicção. Objetivo: Estudar teoricamente aspetos subjetivos do dependente de droga para compreender sua singularidade. Metodologia: Trata‐se de um estudo bibliográfico de teoria psicanalítica que permite pensar os efeitos do encontro/desencontro entre sujeito e coletividade (Poli, 2005). Discussão: A família é a rede sistêmica primária que pode influenciar no encontro do sujeito com a droga (Sousa, et al, 2007). Segundo Freud (1930 [1929]), o maior sofrimento do homem é seu relacionamento com os outros; um eu que pensa, mas um pensamento que é inconsciente: pulsional (Quinet, 2008). A teoria psicanalítica pontua que o tratamento é efetivado através do discurso (Quinet, 2006), de um olhar individual que possibilita a ressignificação das vivências psíquicas e afetivas do sujeito. Considerações Finais: os aspectos abordados sugerem novas reflexões referentes à subjetividade do drogadicto e a necessidade de intervenções políticas que viabilizem junto à escola‐família‐sociedade informações de como lidar com o adicto e, principalmente, uma política de prevenção. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FREUD, Sigmund. Obras Completas. Volume XXI. O mal estar na civilização (1930 [1929]. Rio de Janeiro: Imago, 1996. LAURENT, Éric. A sociedade do sintoma – a psicanálise, hoje. Rio de Janeiro: Contracapa, 2007. MEDEIROS, J.W.M., et.al. Diálogos sobre drogadição – experiência no combate à dependência química. In: SOUSA, F.J.N., et al. Uma relação perigosa: uso de drogas injetáveis e infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. João Pessoa: Editora UFPB, 2007. POLI, Maria Cristina. Clínica da Exclusão. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. QUINET, Antônio. Psicose e laço social. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. 16 17 18 acadêmica de psicologia acadêmica de psicologia psicóloga; mestre em neuropsiquiatria; professora da Favip 50 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 __________________. A descoberta do inconsciente. 3ª edição. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. 51 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 DROGADIÇÃO INFANTO‐JUVENIL Ramberta Maria Leite Torres [email protected] Gigliola Alves de Oliveira Faculdades Integradas de Patos No mundo atual, as drogas, tanto licitas como ilícitas, fazem parte da vida social, dos festejos, da inclusão no grupo, embora nem todos façam uso delas, mas é um fator de risco para a saúde mental infanto‐juvenil que cada vez mais cedo tem o contato inicial com as substâncias psicoativas. Essa situação necessita de uma atenção especial para garantir os direitos infanto‐ juvenis, de acordo com a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, Capitulo V, Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: II ‐ bebidas alcoólicas; III ‐ produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida, traçando medidas específicas de proteção e medidas socioeducativas, objetivando prevenir a evolução para um quadro de dependência e suas complicações. A drogadição ocorre devido aos fatores sociais, familiares, educacionais e econômicos, que influencia aos infanto‐juvenis adicionar as drogas na sua vida, expressando comportamentos diferenciados, pelos seus atos, algo que não consegue expressar através das palavras, desta forma, eles são rotulados como figuras negativas na sociedade, havendo uma prevenção centrada na fuga do problema, a qual deveria ser centrada no conhecimento da realidade, reconhecendo situações de risco, promovendo a qualidade de vida, valorização da vida e perspectiva de futuro dos infanto‐ juvenis. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. SENAD (Secretaria Nacional Antidrogas) – Curso de prevenção do uso de drogas para educadores de escola públicas. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006. 52 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 ESQUIZOFRENIA INFANTIL: UMA PSICOSE RARA, PORÉM POSSÍVEL. Érica de Oliveira Correia19 [email protected] José Sidney Oliveira de Andrade20 [email protected] Johana Maria Oliveira de Andrade21 nanna‐[email protected] Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande INTRODUÇÃO: Gonçalves e Gonçalves (1983) definem Esquizofrenia como sendo um grupo de desordens manifestado por distúrbios comportamentais, humor e pensamento podendo levar a falsa impressão da realidade e às vezes idéias delirantes como autoproteção psíquica. JUSTIFICATIVA: A escassez de dados sobre a Esquizofrenia Infantil(E.I). OBJETIVO: Pensando nessa população, apresentamos uma revisão literária atualizada sobre a E.I, permitindo ao profissional da saúde reconhecer esta patologia em sua rotina de trabalho. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica entre Agosto e Dezembro de 2009, baseada em publicações científicas entre 1995 a 2009 em: MEDLINE, Psyclit, BVS, Scielo e Lilacs, livros técnicos e publicações relevantes na área. ANÁLISE DE DISCURSSÃO DE DADOS: Encontramos 30 publicações relacionadas ao assunto, sendo 63% artigos, 20% revisão literária, 4% capítulos, 13% teses. Dentre os principais sintomas destacaram‐se: linguagem bizarra, raciocínio estranho, afeto anormal ou ligado a objetos estapafúrdios, alucinações, alterações de personalidade, retraimento, diminuição acentuada e inexplicável no desempenho escolar, comportamento obcessivo‐compulsivo e ritualístico, agressividade, mau humor e desleixo com aspecto higiênico‐pessoal entre outros. Pull (2005) aponta ocorrência de alucinações visuais em 15%, as auditivas em 50%, táteis 5% e delírios em mais de 90% deles. CONCLUSÃO: Apesar de ser uma patologia rara, quase 50 vezes menos freqüente quando comparada com pacientes que iniciaram a doença com idade acima de 15 anos, a E.I tem nuances próprio o que requer estudos de epidemiologia, diagnóstico diferencial e tratamento da doença nessa etapa do desenvolvimento. Tais conhecimentos possibilitariam ao profissional uma avaliação mais segura dos seus pacientes. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Gonçalves, A., & Gonçalves, N.N.S (1983). Esquizofrenia: um conceito e uma realidade controvérsia. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 32(5), 313‐322. Pull, C. (2005). Diagnóstico da esquizofrenia: uma revisão. In M. Maj & N. Sartorius (Orgs.), Esquizofrenia (pp. 13‐70). Porto Alegre: Artmed. 19 20 21 acadêmica de fisioterapia acadêmico de medicina acadêmica de enfermagem 53 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 GRUPO DE ESTUDO SOBRE PSICANÁLISE E CLÍNICA COM BEBÊS: POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL INFANTO‐JUVENIL DO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE‐PB Inalda Mércia C. de Oliveira [email protected] Karinny Michelle Alves Moreira [email protected] Carolina Farias Almeida Gomes [email protected] CAPS Infantil – Centro Campinense de Intervenção Precoce O Grupo de Estudo sobre Psicanálise e Clínica com bebês, teve sua origem a partir das experiências clínicas de atendimento ambulatorial anteriormente vivenciada pelo Grupo de Intervenção Precoce do Hospital Universitário Alcides Carneiro – HUAC, Instituto de Saúde Elpídio de Almeida – ISEA e Universidade Estadual da Paraíba – UEPB, onde se verificou que muitos dos atendimentos se constituíam da procura de mães com suas crianças cada vez menores (ARRUDA, 2007). Diante dessa nova clientela, foi iniciado em 1999 um grupo de estudos interdisciplinares sobre temas de intervenção precoce, bem como foi visto a necessidade de participação em eventos maiores sobre tal temática, que por coincidência também teve início no mesmo ano. Este grupo proporciona trocas e encontros entre profissionais de diferentes especialidades, capacitando‐os para um olhar mais atento aos problemas relacionados ao sofrimento psíquico na infância. Tais Seminários Semanais Interdisciplinares sobre temas de Intervenção Precoce realizados nas quintas‐feiras de 07:30 às 09:00 horas no Centro de Atenção Psicossocial Infanto‐Juvenil (CAPSi) Centro Campinense de Intervenção Precoce se destinam a todos que se interessam pela atenção e cuidados à população infanto‐juvenil. Participam destes estudos profissionais da rede de Saúde Mental (psicanalista, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogos, fisioterapeutas); profissionais da atenção básica, educação, área social e estagiários. Esta Clínica de Intervenção Precoce é sustentada em um marco interdisciplinar e atravessada pela linha da Psicanálise, o que possibilita a articulação dos diversos conhecimentos necessários para se intervir com bebês e crianças pequenas consideradas de risco ou que apresentam transtornos do desenvolvimento, bem como para com o Outro primordial, sem submetê‐los aos efeitos desorganizadores produzidos pelas múltiplas intervenções. Por isto, é importante a continuidade deste estudo, visto que o saber sobre as necessidades da primeira infância coloca todos que trabalham com tal clientela diante de um compromisso ético e de responsabilidade, já que um bebê não existe sozinho. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ARRUDA, Ana Amélia Araújo, 2007. Programa Desenvolvido pelo CAPS Infantil – Centro Campinense de Intervenção Precoce. IN: ARRUDA, Ana Amélia e colaboradores. ABC ‐ Atenção Básica à Criança Pequena. CG: EDUFCG, p. 11‐16. ARRUDA, A. A. Araújo, 2003. Clínica com Bebês: Uma Abordagem Interdisciplinar. I Encontro Nordestino de Psicanálise e Clínica com Bebês. ANAIS. CG, p. 51‐54. 54 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 CRESPIN, Graciela. 2004. A Clínica Precoce: Contribuição ao Estudo da Emergência do Psiquismos no Bebê. In: CRESPIN, Graciela. A Clínica Precoce. O Nascimento Humano. Coleção 1ª Infância. SP: Casa do Psicólogo, p. 13‐45. JERUSALINSK, Julieta, 2002. Enquanto o Futuro não Vem: A Psicanálise na Clínica Interdisciplinar com Bebês. Salvador, BA: Ágalma, p. 306. MELGAÇO, R. G.; 2006. A Ética na Atenção ao Bebê: Psicanálise‐Saúde‐Educação. Coleção 1ª Infância. São Paulo: Casa do Psicólogo, p. 226 ROHENKOHL, C. M. F. 1997. O Questionamento da Prevenção em Psicanálise e a Possibilidade da Antecipação como Forma de uma Intervenção Analítica com Profissionais de Outras Áreas. Disponível em: http://www.geocities.com/HotSprings/Villa/3170/Rohenkohl.htm. ROHENKOHL, C. M. F.; 2007. O Sofrimento na Pequena Infância: Uma Introdução à Psicopatologia do Bebê. Campina Grande: EDUFCG, p. 7‐91. 55 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 INTERSETORIALIDADE NA SAÚDE MENTAL DE CAMPINA GRANDE – PB: POSSIBILIDADES E LIMITES Carolina F. Almeida Gomes22 [email protected] Francisca Eugênia B. C. de Lima23 [email protected] Geovanna Queiro de Farias24 [email protected] Rachell de Farias25 [email protected] Vivian Batista de Carvalho26 Tereza Cristina R. da Costa27 [email protected] O presente trabalho é fruto de uma pesquisa acerca da Intersetorialidade na Saúde Mental de Campina Grande‐PB. A importância desse estudo consiste contribuir para uma reflexão e intervenção mais pontual dos profissionais que atuam em instituições com crianças e adolescentes. Tem como objetivo analisar a concepção dos profissionais que são parceiros do CAPS i – Centro Campinense de Intervenção Precoce, acerca da intersetorialidade. A metodologia utilizada na coleta de dados foi a Entrevista semi‐estruturada e análise de conteúdo. O universo desta pesquisa foi constituído por onze (11) profissionais. Diante dos resultados obtidos, destaca‐se que todos os sujeitos reconhecem a importância da intersetorialidade para o serviço, os mesmos tem conhecimento sobre as instituições que trabalham com criança e adolescentes no município. Embora alguns entrevistados afirmam que sentem dificuldades em cuidar desses usuários, enfatizam que necessitam de capacitações, orientações e um trabalho articulado com o CAPSi e demais instituições envolvidas. PALAVRAS CHAVES: Intersetorialidade, Integralidade, Saúde Mental. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AMARANTE, P. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1995. ANTUNES, S. M. M. O., QUEIROZ, M. S. A. A Configuração da Reforma Psiquiátrica em contexto local no Brasil: uma análise qualitativa. Cad. de Saúde Públlica, Rio de Janeiro (RJ), v. 23, n. 1, jan, 2007. disponível em: HTTP://www.scielo.br.htm. Acesso em: 21 de abril de 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial. Brasil, 2004. 22 Fisioterapeuta Assistente Social 24 Fonoaudióloga 25 Assistente Social 26 Psicóloga 27 Assistente Social 23 56 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 CIRILO, L. S. Novos tempos: saúde mental, CAPS e cidadania nos discursos de usuários e familiares. Campina Grande, 2006. Dissertação do Mestrado Interdisciplinar em Saúde Coletiva – Universidade Estadual da Paraíba. ELIA, Luciano. Psicanálise e Saúde Mental. Coletânea de textos. vol.1. Rio de Janeiro, 2006. RIBEIRO, P. R. M. História da Saúde Mental Infantil: A Criança Brasileira da Colônia à República Velha. Revista Interface – Comunic., Saúde, Educ. v. 10 n.20, p. 299 – 316, jul/dez. 2006. 57 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 INTERVENÇÃO PRECOCE NO BERÇÁRIO DE MÉDIO RISCO E ALOJAMENTO CONJUNTO DO HOSPITAL REGIONAL DE IGUATU‐CE (HRI) Nirley Moreira de Oliveira 28 Eriton Araújo 29 Introdução: Todo recém‐nascido necessita de amparo e cuidados nos primeiros momentos de vida, demonstrando, assim, total dependência da figura materna, da qual obtém calor, proteção e alimento (Del Ciampo, 1994). Tanto Almeida, como Frederico (2000, p. 38‐44) relata que o trabalho de intervenção precoce no Berçário de Médio Risco e no Alojamento Conjunto é um sistema hospitalar composto por uma equipe multidisciplinar. Objetivos: Facilitar o Vínculo Mãe‐Recém Nascido, Estimular o Aleitamento Materno (Almeida, 2004), Posicionamento adequado, Estimulação Oromotora, Interação com a Equipe e Humanização do berçário e a redução dos índices de infecção hospitalar cruzada. Metodologia: Esse trabalho está inserido no Programa de Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil – PADIN. Diariamente são realizadas visitas e suporte técnico às puérperas e aos recém‐nascidos do berçário. Mesmo após a alta hospitalar, quando necessário o binômio mãe‐filho é acompanhado, semanalmente por programas realizados nos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), desenvolvido por profissionais de diferentes áreas. Conclusão: O acompanhamento pós‐natal proporcionado pelo Berçário e Alojamento Conjunto tem propiciado a educação e promoção da saúde materno‐infantil, estimulando o aleitamento materno e estreitando o vínculo mãe‐filho (Sousa, 2003). REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALMEIDA, J. A. G. Amamentação: um híbrido natureza cultura. Jor Pediatria. 2004; 80: 119‐25. ALMEIDA, J. S. Alojamento conjunto para a família. Saúde neonatal – Enfermagem neonatal. Disponível em: http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/index.html.> Acesso em: quinze de fevereiro de 2010. DEL CIAMPO, L. A.; RICCO, R.G.; MUCHILLO, G.; DANELUZZI, J. C. B. Influência dos diferentes tipos de alojamento sobre recém‐nascidos na prática do aleitamento materno. Jornal de Pediatria. 1994; 1(70): 10‐15. FREDERICO, P; FONSECA L. M. M; NICODEMO A. M. C. Atividade no alojamento conjunto: relato de experiência. Rev Lat Am Enfermagem. 2000; 8(4): 38‐44. SOUSA, S. L; CASTRO, R. M; NOGUEIRA, M. I. Comportamento alimentar neonatal. Rev Bras Saúde Mater Infant. 2003; 3(3): 241‐6. 28 Fonoaudióloga do berçário e alojamento conjunto do Hospital Regional de Iguatu e Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS‐infantil), Especialista em Audiologia pela Universidade de Fortaleza‐CE. 29 Psicanalista, Membro de Mayéutica – Institución Psicoanalítica (Buenos Aires), Coordenador de Saúde Mental de Iguatu‐CE e Coordenador Geral do PADIN – Programa de Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil. 58 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 INTERVENÇÃO PSICOMOTORA EM CRIANÇAS COM CONDUTAS VIOLENTAS Andréa Adriano Cavalcante [email protected] Emidio Giuseppe Pinheiro Misici Myrna de Menezes Lopes Centro de Atenção Psicossocial da Infância e da Adolescência Estudante Nogueira Juca Fortaleza, Ceará ‐ CAPSI SER III Na nossa prática em um CAPSi, nos deparamos frequentemente com crianças que apresentam falta de limites e um comportamento impulsivo, muitas vezes agressivo, frente a uma situação. Estas crianças necessitam de uma intervenção psicomotora que permitam uma associação de corpo e psiquismo, desenvolvendo os sentidos, a afetividade, a linguagem, a motricidade e a inteligência, num processo contínuo de interação. Estas atividades fornecem oportunidade de desenvolver o comportamento de crianças, compensando condutas inadequadas e inadaptadas em diversas situações, facilitando a sua relação consigo, com o outro e com o grupo. O objetivo deste trabalho foi o de ressaltar a importância da aplicação da psicomotricidade em um grupo de crianças com condutas agressivas. A metodologia foi conduzida por acompanhamentos semanais de 10 crianças, de 06 a 10 anos, no período de 03 meses. Nos resultados e discussão é observada a evolução na organização corporal, além de ganhos quanto ao respeito e responsabilidade por si e pelo outro, diminuindo a agressividade. Diante da análise realizada, a intervenção inicial ocorreu com dificuldades, necessitando de adaptações e adequações diante das manifestações agressivas e destrutivas. A teoria de Piaget defende a transformação do organismo em função do meio e do movimento frente ao outro, através do equilíbrio, da adaptação motora e intelectual. Portanto, a intervenção psicomotora através de suas atividades estimuladoras, contribui para a melhora da conduta da criança, trabalhando as funções motoras, afetivas, cognitivas e sociais. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AJURIAGUERRA, J. e Marcelli, D. Manual de psicopatologia infantil. 2ª ed. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1991. LAPIERRE, André. AUCOUTURIER, Bernard. Fantasmas Corporais e Prática Psicomotora. São Paulo: Manoele, 1984. LEVIN, Esteban. A Clínica Psicomotora: O Corpo na linguagem. 2ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. LAPIERRE, André. AUCOUTURIER, Bernard. A simbologia do movimento: psicomotricidade e educação. 2ªedição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988. LAPIERRE, André & Anne. O Adulto diante da Criança. São Paulo: Manole, 1987. ZAVASCHI, Maria Lucrécia Scherer. Crianças e adolescentes vulneráveis: o atendimento interdisciplinar nos centros de atenção psicossocial. São Paulo: Artmed, 2009. 59 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 JOVENS COM RETARDO MENTAL: ORIENTANDO SOBRE A SEXUALIDADE Ana Maria Zuwick30 [email protected] Deborah Maria Pinheiro Fernandes31 Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil Estudante Nogueira Jucá – Fortaleza – Ceará. Uma das queixas da família de jovens com retardo mental são as manifestações desadaptadas de sexualidade, que causam embaraço na convivência social. Como intervenção, formamos um grupo de orientação sobre sexualidade para jovens com deficiência mental, clinicamente, entre leve e moderada, a fim de propiciar o desenvolvimento de habilidades para lidar satisfatoriamente com seus aspectos afetivos e sexuais. Constituímos um grupo fechado com 10 adolescentes, de ambos os sexos, entre 13 e 17 anos, que participaram de 10 encontros semanais. O objetivo foi aliar a informação ao reconhecimento da identidade psicossexual de cada um/a: a consciência da legitimidade de suas sexualidades, a informação sobre o corpo e os cuidados com o mesmo, o respeito entre os gêneros e afetividade. Com base na série de atividades propostas no livro de Paul, Regen e Lopes (2005), e em revisão de literatura sobre o tema, estruturamos as atividades propostas para cada encontro, considerando também sugestões advindas dos jovens ao longo do trabalho. Nossa percepção da relevância deste grupo emerge diante do desenvolvimento positivo dos participantes nas atividades realizadas no decorrer dos encontros e na mudança da percepção corporal. Esta refletiu‐se nos desenhos que fizeram sobre o corpo humano, masculino e feminino, no início e no final das atividades e que entendemos resultar tanto das informações dadas, como do auto‐reconhecimento de suas identidades de gênero. Pretendemos trazer a experiência do grupo, realizado no Centro de Atenção Psicossocial Estudante Nogueira Jucá, em Fortaleza –CE‐, e a importância deste para jovens participantes e suas famílias. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALBUQUERQUE, Marta; RAMOS,Suzana Isabel Vicente. A sexualidade na deficiência mental profunda: um estudo descritivo sobre atitudes dos pais e profissionais. Disponível em : < http://www.psicologia.com.pt > Acesso em 12/02/2009. GEJER, Débora; KLOURI, Célia. O adolescente deficiente mental e sua sexualidade. Disponível em: < http://www.cibersaude.com.br/revistas.asp?id_materia=2668&fase > Acesso em 11/02/2009. GIAMI, Alain. O Anjo e a Fera: sexualidade, deficiência mental, instituição. São Paulo: casos do psicólogo, 2004. MAIA, Ana Cláudia Bortolozzi; CAMOSSA, Denise do Amaral. Relatos de jovens deficientes mentais sobre a sexualidade através de diferentes estratégias. Disponível em: < 30 31 psiquiatra ‐ psicóloga 60 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&bas e=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=405351&indexSearch=ID > Acesso em 21/04/09. PAULA, Ana Rita; REGEN, Mina; LOPES, Maria da Penha. Sexualidade e Deficiência: Rompendo o Silêncio. São Paulo: Expressão e Arte, 2005. YALOM, Irvin D. Manual de psicoterapia de grupo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. 61 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 O MENINO QUE NÃO PÁRA QUIETO: UM CASO QUE ESTUDA AS POSSIBILIDADES DE ESCUTA À LINGUAGEM QUE FOGE DAS PALAVRAS Micheline Kelly de Assis Florêncio32 Fabiana Josefa do Nascimento Sousa33 [email protected] Faculdade do Vale do Ipojuca – Favip Introdução: O diagnóstico psiquiátrico segue critérios de exatidão que rotula e, muitas vezes, estigmatiza o sujeito. Léo, seis anos, foi encaminhado ao serviço de psicologia (FAVIP), com diagnóstico de autismo e hiperatividade. Justificativa: somar estudos na área. Objetivo: analisar numa perspectiva psicanalítica, o modo encontrado pelo sujeito de se posicionar no mundo para lidar com o Outro. Metodologia: estudo de caso. Discussão: Léo apresenta dificuldades de fixar em algo por algum tempo, ecolalia, discurso incoerente e ecopraxia. Jacques Lacan (1969), em suas contribuições sobre a especificidade da clínica infantil, levanta duas hipóteses na construção do sintoma em uma criança: ou a criança responde a um mito familiar, um não‐dito que precisa ser simbolizado; ou ocupa o lugar de fantasma do desejo materno. Tanto em um caso quanto em outro, o sintoma aparece pela ausência da palavra, expressando a verdade do pacto familiar. Considerações Finais: As inscrições parentais ofertam marcas e constroem a história de Léo, deixando rastros no orgânico, onde o sintoma passa a ser o modo encontrado por ele para se posicionar no mundo e para lidar com o Outro. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AMY, Marie Dominique. Enfrentando o autismo: a criança autista, seus pais e a relação terapêutica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. BERGÈS, J. (1988) Retardo da linguagem e afetividade, in Doze textos de Jean Bergès. (Jerusalinsky). Escritos da criança, n.2. Porto Alegre: Centro Lydia Coriat. BETTELHEIM, B. 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SILVA, Ana Beatriz B. Mentes Inquietas: entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. São Paulo: Editora Gente,2003. ZENONI, A. (1998) Rétrospective, HTTP://equipe.lesiteweb.be. petite histoire conceptuelle du Foyer: 63 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 O SERVIÇO SOCIAL NA ARTICULAÇÃO ENTRE O CAPSI‐CEMPI E OS EQUIPAMENTOS SOCIAIS Cristiane Santana¹ [email protected] CAPSI – CEMPI Os CAPS, entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm um valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Os projetos dos CAPS, muitas vezes ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando‐se com o sujeito e a singularidade, sua história, cultura e sua vida quotidiana (CARVALHO,1997). A posição estratégica dos CAPS como articuladores da rede de atenção de saúde mental em seu território é, por excelência, promotora de autonomia, já que articula os recursos existentes em variadas redes: sócio‐sanitárias, jurídicas, sociais e educacionais, etc. A tarefa de promover a reinserção social exige uma articulação ampla, desenhada com variados componentes ou recursos da assistência, para a promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários dos serviços (VASCONCELOS,2002). Esta reinserção exige uma ampla articulação do CAPS com os equipamentos disponíveis no território. Nesse sentido, percebe‐se a importância de haver, por parte dos assistentes sociais nas instituições de saúde mental: ações sistemáticas continuadas, articuladas com as comunidades, escolas, empresas, clubes e associações. Possibilitando fluxo de atendimento e fortalecendo os processos de referência e contra‐referência, através de um contato direto com as Unidades de Saúde da Família, associações locais, organizações não‐governamentais,escolas, creches e Igrejas, dentre outros, com ações mais sistemáticas, otimizando ações e intervenções terapêuticas e garantindo uma melhor articulação com o conjunto dos equipamentos, no sentido da formação de fluxos de atendimentos, fortalecendo a Rede Básica, para alcançar uma Clínica verdadeiramente Ampliada (CUNHA,2004). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, Antônio Ivo de. Conselhos de saúde, Responsabilidade pública e Cidadania: a Reforma Sanitária como Reforma do Estado. In:Sônia Fleury (org.). Saúde e Democracia: a luta do CEBES. São Paulo: Lemos editorial, 1997. CUNHA, Gustavo Tenório. A Construção da Clínica Ampliada na Atenção Básica. Campinas, SP [s.n.], 2004. VASCONCELOS, Ana Maria . A prática do Serviço Social: cotidiano, formação e alternativas na área da saúde. São Paulo: Cortez, 2002. 64 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 O SIGNIFICADO DO BRINCAR PARA AS CRIANÇAS Sivanilça Lúcia de Souza 34 [email protected] Manoela Patrícia Oliveira da Silva35 Hayala Jeniffer de Oliveira Curvêlo36 [email protected] Fabiana Josefa do Nascimento Sousa37 [email protected] Faculdade do Vale do Ipojuca – Favip Introdução: O brinquedo oferece à criança experiências que correspondem às necessidades específicas (Aberastury, 1992). O brincar faz parte do seu universo e auxilia no desenvolvimento psíquico, cognitivo e social. Justificativa: somar estudo teórico à temática sugerida. Objetivo: estudar e ampliar o conhecimento referente ao brincar na construção da subjetividade da criança. Metodologia: trata‐se de estudo teórico psicanalítico, pois a psicanálise contribuiu para o lugar que o jogo ocupa nas psicoterapias infantis. Discussão: ao brincar, crianças podem apresentar condutas e reações destrutivas, bem como retração social, que sinalize um transtorno. Na ludoterapia é importante observar a relação da criança com o brinquedo e intervir. Considerações finais: laços afetivos são construídos nas brincadeiras que fazem parte do mundo de fantasias, de ilusão e de imaginação que a criança vive em meio a sua realidade. Considera‐se a fundamental a ampliação do conceito e da prática do brincar para fazer com que a criança simbolize todo o seu prazer e sofrimento psíquico através do brincar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. MARCELLI, D. Manual de Psicopatologia da Infância de AjuriaGuerra. 5 Edição.São Paulo: Artmed, 1998.145p. HACHET, Amal. Entre prevenir e Remediar, que lugar terá o sofrimento da Criança. Agora (Rio de Janeiro) v.IX n.1 jan/jun 2006. 27‐34 p. KLEIN, Melanie. Psicanálise da criança. São Paulo: Ltda, 1997. 26‐39p 34 acadêmica de psicologia acadêmica de psicologia acadêmica de psicologia 37 psicóloga; mestre em neuropsiquiatria; professora da Favip 35 36 65 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 PERFIL PSICOMOTOR DE CRIANÇAS QUE FREQUENTAM CRECHES PÚBLICAS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE‐PB. Amanda Pereira Moreira Correia [email protected] Monilly Ramos Araujo O desenvolvimento humano é um processo peculiar por englobar, afirma Piaget (1967/2003) fatores físicos, cognitivos e psicossociais. A psicomotricidade tem grande importância no processo de desenvolvimento, pois esta é considerada como primeiro processo humano de aprendizagem e apropriação do real (FONSECA, 1998). Para Vayer (1982) uma forma essa forma está no fato de que o uso significativo de gestos e posturas corporais. Esta área destacou‐se inicialmente por ter um enfoque patológico. No século XX, enveredou pela ideia de uma ligação entre o psiquismo e o movimento corporal. A motricidade humana tem suas raízes filogenéticas a partir da Antropologia, da Genética e da Embriologia. Reunindo também duas componentes ontogenéticas fundamentais justificadoras da hierarquia da experiência humana (FONSECA, 1998). Este estudo teve por objetivo caracterizar o perfil psicomotor de 41 crianças na faixa etária de 3 a 5 anos, em 2 creches da cidade de Campina Grande‐PB. A psicomotricidade afirmam Meur e Staes (1989) é uma ciência que possui uma importância cada vez maior no desenvolvimento global do indivíduo. O instrumento de avaliação utilizado foi o Exame Psicomotor da pequena infância de Pierre Vayer (1992). Verificou‐se que as crianças estudadas foram caracterizadas com perfil psicomotor adequado. A pesquisa possibilitou contribuir para o conhecimento sobre psicomotricidade na literatura acadêmica e evidenciar a pertinência de pesquisas realizadas por Pierre Vayer na área do desenvolvimento infantil. Com a psicomotricidade é possível reconhecer diversas influências presentes na constituição do ser humano, tais como: fatores biológico, psíquicos, social, intimamente ligados uns aos outros e tendo‐se também no traçar do perfil psicomotor possíveis intervenções. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FONSECA, V. da. Psicomotricidade: Filogênese, Ontogênese e Retrogênese. Porto Alegre: Artmed, 1998. MEUR, A. de. ; STAES. L. Psicomotricidade: educação e reeducação: nível maternal e infantil. Tradução de Ana Maria Izique Galuban. São Paulo: Manole, 1989. PIAGET, J. Seis Estudos de Psicologia. 24. ed. Rio de Janeiro: Forense‐Universitária, 1967‐2003. VAYER, P. A criança diante do mundo: na idade da aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 1982. ______. O diálogo corporal: A acção educativa para a criança de 2 a 5 anos. Portugal: Instituto Piaget, 1992. 66 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 PREDITORES AMBIENTAIS E A SAÚDE MENTAL DAS CRIANÇAS José Sidney Oliveira de Andrade38 [email protected] Érica de Oliveira Correia39 [email protected] Johana Maria Oliveira de Andrade40 nanna‐[email protected] Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande INTRODUÇÃO: O desenvolvimento infantil é um processo complexo e multifatorial. Munidos dessa informação, adotamos a perspectiva ecossistêmica para melhor compreendê‐lo e abordá‐lo. JUSTIFICATIVA: A escassez da produção científica correlacionando deficiência mental x Infância. OBJETIVO: Stewart‐Brown (2003) encontrou uma prevalência de problemas de saúde mental (SM) na criança variando de 10 até 20%, sendo considerada a causa mais importante de problemas na infância. Pensando nesse segmento da população, apresentamos uma revisão bibliográfica atualizada sobre a influência ambiental na SM da criança, os principais preditores de risco e medidas práticas para intervenção. METODOLOGIA: Revisão literária entre Agosto‐Dezembro de 2009, baseada em publicações científicas entre 1999 a 2009 nos seguintes meios: MEDLINE, Psyclit, BVS, Scielo e Lilacs, livros técnicos e publicações relevantes na área. ANÁLISE DE DISCURSSÃO DE DADOS: Encontramos 104 publicações, sendo 48% artigos, 18% revisão literatura, 10,4% capítulos, 10% teses e 10,2% resenhas. Dentre os principais preditores presentes na história de vida dessas crianças destacam‐se: 39% alta prevalência de doenças, 21% gestações desfavoráveis ou incompletas e 85% condições socioeconômicas adversas. Conforme reforçado por Sanson & Oberklaid (1991) o efeito cumulativo demonstrou ser de grande impacto no resultado cognitivo e socioemocional da criança. CONCLUSÃO: Conforme Rutter (1989) os transtornos mentais na infância não só têm impacto imediato nas crianças e suas famílias, mas podem ser precursores de problemas psiquiátricos e sociais ao longo da vida. Logo, faz‐se necessária a conscientização dos integrantes da equipe multidisciplinar sobre os benefícios da identificação precoce das crianças de risco ambiental e intervenções precoces nesses preditores e conseqüente acompanhamento no desenvolvimento desses usuários. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Stewart‐Brown S. Research in relation to equity: extending the agenda. Pediatrics. 2003; 112(Pt 3):763‐5 Rutter M. Pathways from childhood to adult life. J Child Psychol Psychiatry. 1989;30(1):23‐51 Sanson A, Oberklaid F. Risk indicators: assessment of infancy predictors of pre‐school behavioural maladjustment. J Child Psychol Psychiatry. 1991;32(4):609‐26 38 39 40 acadêmico de medicina acadêmica de fisioterapia acadêmica de enfermagem 67 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 PREMATURIDADE E A CONSTRUÇÃO SUBJETIVA: O OLHAR DA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA PRECOCE Carolina Farias Almeida Gomes [email protected] Karinny Michelle Alves Moreira [email protected] Adriana Costa Maia [email protected] CAPSi – Centro Campinense de Intervenção Precoce O nascimento prematuro ainda constitui a principal causa de morbimortalidade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde/2009, mais de um milhão de crianças morrem a cada ano no mundo em razão da prematuridade. Os estudos sobre a prematuridade estão sendo muito relevantes para o aumento da sobrevida destes bebês e, conforme relatos de Ventura (2006) veio à preocupação com a qualidade de vida dessa população: humanização dos cuidados nas unidades neonatais, prevenção precoce de patologias associadas à prematuridade, como também da participação da família, que tem uma importância fundamental na construção subjetiva do bebê, visto este recolher no olhar, na voz, nos cuidados que são ministrados; o lugar, a posição e o valor que lhe são atribuídos pelo Outro. O objetivo deste estudo é mostrar a importância da intervenção fisioterapêutica precoce na clínica de crianças prematuras. Este estudo bibliográfico levanta aspectos relevantes quanto à prematuridade, construção subjetiva, relação parental, além do olhar fisioterapêutico precoce instituído a estas crianças. Segundo estudos, os resultados dos acompanhamentos de bebês prematuros que passaram pelas Unidades de Terapia Intensiva ‐ UTIs sinalizam que muitos não são salvos, outros vão para casa com seqüelas importantes e outros apresentam distúrbios que parecem ser ressignificações importantes da experiência traumática do nascimento e das internações que não puderam ser elaboradas. Portanto, a intervenção fisioterapêutica precoce a partir do trabalho de estimulação precoce e de forma interdisciplinar, auxilia no desenvolvimento deste pequeno sensibilizando não só a equipe envolvida, como também os pais ou cuidadores primordiais. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ANAUATE, Carla.; AMIRALIAN, M. L. T. M. A Importância da Intervenção Precoce com Pais de Bebês que Nascem com Alguma Deficiência. Educar, Curitiba, n. 30, p. 197‐210, 2007. Editora UFPR. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/er/n30/a13n30.pdf>. Acesso em: 15/02/2010. BARRETO, S. J. Psiquismo Parental e a Prematuridade. Revista Recrearte. 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Moreira [email protected] Aline Michelle F. de Lima [email protected] Danielle N. de Menezes [email protected] Jullianne B. da Silva [email protected] Vitória E. Bulcão [email protected] Vivian B. de Carvalho [email protected] CAPS Infantil – Centro Campinense de Intervenção Precoce Campina Grande–PB segue um novo paradigma da política de Saúde Mental (SM), e dentre os dispositivos substitutivos existentes, têm‐se os seguintes centros especializados: CAPS Infanto‐ Juvenis: “Viva Gente” e o “Centro Campinense de Intervenção Precoce”, este contempla a SM de bebês como também das crianças pequenas e adolescentes, além dos CAPS I de Galante e São José da Mata. Diante do expressivo número de casos graves assistidos, torna‐se evidente a necessidade de expandir o Programa de Intervenção Precoce (IP) para a Atenção Básica, pois esta continua descoberta (ARRUDA, 2009). O objetivo deste estudo é auxiliar os profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) na identificação de sinais de risco psíquico, transtornos do desenvolvimento na infância e em questões do vínculo (função materna e paterna). Este estudo teve início em março/2009, e abrangerá 41 das 92 unidades da ESF, onde 23 destas já foram contempladas com o programa. As atividades estão sendo desenvolvidas a partir de encontros coletivos com os profissionais da ESF, sensibilizando‐os para os indicadores de risco psíquico; buscando, em conjunto não só diagnosticar em tempo hábil, mas orientar pais e cuidadores para os cuidados com a criança. Os resultados esperados são: Expandir o programa para a Atenção Básica; Maior integração entre a SM e ESF; Equipes capacitadas para o atendimento inicial em SM; Intervenção realizada em “tempo hábil” a partir da Atenção Básica; Transtornos mentais leves serão atendidos na Atenção Básica; Transtornos mentais graves serão identificados pela ESF e encaminhados aos Centros Especializados; Maior implicação dos profissionais da ESF no trato com as crianças e seus familiares e Formação de grupos de famílias na própria unidade. Tal trabalho tem um cunho de extrema responsabilidade, visto que cuidar da IP é cuidar não só do hoje e sim da vida inteira, e tais iniciativas precoces contribuirão para que as políticas públicas em SM infanto‐juvenil sejam ampliadas e efetivadas. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ARRUDA, Ana Amélia. Programa Desenvolvido pelo CAPS Infantil – Centro Campinense de Intervenção Precoce. IN: ARRUDA, Ana Amélia e colaboradores. ABC ‐ Atenção Básica à Criança Pequena. Campina Grande: EDUFCG, 2007a. 70 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 ARRUDA, Ana Amélia. Programa de Prevenção Precoce em Saúde Mental de Campina Grande. In: FERNANDES, Claúdia Mascarenhas. Pequena Infância: Uma introdução à Psicopatologia do Bebê. Campina Grande: EDUFCG, 2007b. p. 96. ARRUDA, A. A. A.; SANTOS, B F.; SILVA, J. B.; SILVEIRA, M. J. DE O.; MONTEIRO, M. G., BULCÃO, V. E. A Implantação de um Programa de Intervenção Precoce em Saúde Mental na Atenção Básica de Campina Grande. Campina Grande: 2009. CRESPIN, Graciela. A Clínica Precoce. O Nascimento Humano. Coleção 1ª Infância. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004. p. 187. FERNANDES, Cláudia Mascarenhas. O Sofrimento na Pequena Infância: Uma Introdução à Psicopatologia do Bebê. Campina Grande: EDUFCG, 2007. p. 96. JERUSALINSK, Julieta. Um Olhar que Faz Diferença. In: A Mente do Bebê – O Fascinante Processo de Formação do Cérebro e da Personalidade. n. 3. SP: 2006. p. 30‐35. JERUSALINSK, Julieta. 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São Paulo: Casa do Psicólogo; Fapesp, 2005. p. 159 71 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 REFORMA PSIQUIÁTRICA: CONSTRUINDO UMA NOVA ÉTICA DE ASSISTÊNCIA EM SAÚDE MENTAL NO BRASIL Márcio Rubens de Oliveira41 [email protected] Fabiana Josefa do Nascimento Sousa42 [email protected] Faculdade do Vale do Ipojuca – Favip A pesquisa visa compreender o processo histórico e as implicações relacionadas com as lutas reformistas pela saúde mental no Brasil e sua eclosão na Reforma Psiquiátrica Brasileira. Baseando‐se na influência italiana (AMARANTE, 1994), nas experiências de programas pilotos e com a Lei 10.216, de 06 de abril de 2001 (BRASIL, 2001), a Reforma Psiquiátrica torna‐se realidade e instaura‐se uma nova ordem para as políticas assistenciais em saúde mental no país. A reforma defende a cidadania do louco, sua inserção na sociedade e no seio familiar, que passam a assumir junto ao Estado a co‐participação no seu tratamento (TENÓRIO, 2002). Os serviços passam a ser oferecidos por programas de substituição asilar objetivando a desospitalização, mas, sobretudo, a dignidade do usuário, em serviços que se propõem mais humanizados (SADIGURSY; TAVARES, 1998; BRASIL, 2004a; 2004b). Sob a responsabilidade dos municípios, a política de saúde mental atua em paralelo com o ideário do SUS de descentralização do serviço e serviço mais próximo da comunidade. Os programas buscam possibilitar um modelo assistencial de promoção de cidadania, além de dar suporte à família no trato com o doente mental (GONÇALVES; SENA, 2001; BRASIL, 2005). Os serviços se propõem a ser uma importante ferramenta de inclusão para o usuário, além de um exemplo para a comunidade no sentido de respeito e dignidade dos assistidos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AMARANTE, P. Uma aventura no manicômio: a trajetória de Franco Basaglia. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. I, n. 1, p. 61‐77, jul. – out. 1994. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Subsecretaria de Assuntos Administrativos. Coordenação‐Geral de Documentação e Informação. Legislação em saúde mental 1999‐2001 / Coordenação‐Geral de Documentação e Informação. 2. ed. Brasília, DF, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília, DF, 2004a. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Residências terapêuticas: o que são, para que servem. Brasília, DF, 2004b. 41 42 acadêmico de psicologia psicóloga; mestre em neuropsiquiatria; professora da Favip. 72 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. 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Lucas não conheceu o pai, morou na rua por muito tempo, presenciou assassinatos e usou droga precocemente. Sabe‐se que os primeiros anos de vida são fundamentais na construção psíquica do sujeito; o estádio do espelho com o apoio na imagem especular do outro auxiliar na construção da imagem própria (Lacan, 1998) / (Zimerman, 1999). Considerações Finais: Lucas nunca faltou uma sessão; esse desejo é importante, pois a transferência é o instrumento principal para se conhecer, descobrir e reconstruir sua história inicial. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ABERASTURY, Arminda. Psicanálise da criança: Teoria e Técnica. Porto Alegre. Artes Médicas, 1982. CORIAT, Elza. Psicanálise e Clínica de bebês. Artes e ofícios. Buenos Aires, 1996. POLI, Maria Cristina.Clínica da exclusão. Casa do psicólogo. São Paulo, 2006. OLIVEVENSTEIN, C. A clínica do toxicômano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. SEI, Maíra Bonafé; SOUZA, Carolina Grespan Pereira; ARRUDA, Sérgio Luiz Saboya. O sintoma da criança e a dinâmica familiar: orientação de pais na psicoterapia infantil. Vínculo – revista do NESME, 2008. 43 44 acadêmica de psicologia Psicóloga; Mestre em neuropsiquiatria; Professora da Favip 74 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010 UM CASO FOBIA: A CRIANÇA E A INSTITUIÇÃO Glaucia Thais Justiniano [email protected] Dr ª Glacy Gorski Núcleo de estudos e Pesquisas em Psicanálise e Medicina – NEPPSIM ‐ EBP Relato de caso de uma criança com cerca de dois anos, que participa, principalmente com sua mãe, do grupo de Acolhimento Familiar. A necessidade de atingir novos caminhos na saúde mental infantil, a respeito de patologias com a primeira infância remete‐nos a pensar no atual impasse: a de serem efetivados cuidados a estes sujeitos. Estas evidências serviram de fundamento para objetivar esta comunicação, como também, para refletir sobre dispositivos de atendimentos para crianças até a faixa etária referida. A partir do sintoma apresentado, o “medo de cair’ ‐ este vivificado nos momentos de convulsão da criança ‐ discutiremos a fobia, através dos ensinamentos da psicanálise por meio de Freud em seu O Caso Hans (1909), o qual Lacan retoma no Seminário 4 A relação de objeto. Este caso indicou uma das dificuldades enfrentadas pela equipe do CAPSi, que corresponde a traçar dispositivos de manejo e direção do tratamento mais apropriada a questão trazida, relacionada a crianças menores e seus familiares. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Lacan, Jacques. O seminário 4: A relação de objeto. Editora Jorge Zahar editor. Coleção Campo Freudiano no Brasil Freud, Sigmund (1996). Duas Histórias Clínicas (o “Pequeno Hans” e o “Homem dos Ratos”, v. X. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1909) 75 Campina Grande, ISSN 2177‐3475 REALIZE Editora, 2010