57 Resumos Expandidos
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Resumos Expandidos AVALIAÇÃO TÉCNICA E ECONÔMICA DE TRÊS GARRAS TRAÇADORAS OPERANDO EM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TORAS Fabrícia Conceição Menez Mota¹, Reginaldo Sérgio Pereira²; Ailton Teixeira do Vale ³ ¹Doutoranda em Ciências Florestais - UnB ([email protected]); ² Prof.Dr. Departamento de Engenharia Florestal UnB ([email protected]); ³ Prof.Dr. Departamento de Engenharia Florestal UnB ([email protected]). Introdução e objetivos O progresso da mecanização da colheita florestal intensificou-se nos últimos anos, desencadeando mais pesquisas sobre os rendimentos operacionais e de estimativa dos custos [1], devido à importância do percentual dos custos de produção de florestas comerciais [2]. O objetivo do trabalho foi analisar técnica e economicamente a operação do traçamento florestal para toras de 2m, 3m e 6m de comprimento. Material e Métodos A área de estudo pertence à Votorantim Siderurgia, Grupo Votorantim, localizada no Noroeste do Estado de Minas Gerais. O clima da região é tropical úmido com subtipo clima de savana e possuem duas estações bem definidas, inverno seco de maio a setembro e chuvoso de outubro a abril [3]. A latitude é 17º36’09” e a longitude é 46º42’02” Oeste de Greenwich, e altitude de 550m [4]. Para a análise de tempos e movimentos foram coletados os elementos do ciclo operacional, foi utilizado o cronômetro EXTECH 365535, Split memory 500 Lap para coleta desses dados. Os elementos do ciclo operacional da Gar- ra Traçadora coletados foram: I - Tempo de deslocamento: tempo necessário para o deslocamento da máquina até o feixe; II - Tempo de pegadas: é o tempo contabilizado desde a abertura da garra até o deslocamento do feixe para a pilha formada; III - Tempo de posicionamento: tempo necessário para a adaptação e medição da tora de acordo com as especificações da empresa; IV - Tempo de traçamento: inicia-se com o acionamento do sabre sobre a tora e assim, ocorrendo o seccionamento das árvores em toras; V - Tempo de soltura: movimento gerado pela abertura da Garra Traçadora e depósito no feixe de toras cortadas; e VI - Tempo de interrupções: tempo gasto em interrupção durante a realização do traçamento das toras. Foram coletados dados de três Garras Traçadoras. A máquina I é adaptada, escavadeira da marca Hyunday,modelo1806C, potência de 160CC, possui uma Garra Traçadora MSU e sabre da marca Oregon 11BC/H. A escavadeira apresentou aproximadamente 30.000 horas de uso e foi utilizada para o traçamento da madeira de 3m. A máquina II possui uma Garra Traçadora e sabre, escavadeira da marca Doosan 225 57 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal LCA. A escavadeira apresentava aproxima- racionais, respectivamente. A intensidade damente 6.000 horas de uso. Foi utilizada amostral mostrou a necessidade de coleta de aproximadamente 409, 350 e 436 ciclos. para o traçamento da madeira de 6 m. A máquina III é uma máquina adaptada, es- O tempo médio do ciclo de trabalho foi de: cavadeira da marca Cattepiller, modelo 320 59,90; 115,86 e 92,72 s. O tempo médio do D com Garra Traçadora e sabre. A escava- ciclo operacional para a Garra Traçadora deira apresentou aproximadamente 2.900 I, responsável pelo traçamento de árvores horas de uso. Foi utilizada para o traçamen- em toras de 3 metros, apresentou o menor tempo médio do ciclo de trabalho, compato da madeira de 2m. rado ao tempo médio da Garra Traçadora As características dendrometricas das áreas II - traçamento de árvores em toras de 6m trabalhadas estão descritas na Tabela 1. – e a Garra Traçadora III, utilizada para o Tabela 1: Características dendrométricas traçamento de árvores em toras de 2m. das áreas trabalhadas. O menor tempo médio por ciclo da GarDAP Altura Volume Nº ra Traçadora I é justificado pelo número Volume Máquimédio média médio/ arv. na (m³/ha) de árvores por ciclo operacional, média de (cm) (m) árvore /ha I 23,29 25,26 110,46 0,442 249 1,67 árvores. A Garra Traçadora mostrou II 14,24 22,32 328,26 0,277 1183 maior facilidade de operar quando havia III 14,19 22,85 235,39 0,181 1300 menor número de árvores por ciclo, justiO número ideal de amostras de cada etapa ficado pelo elevado diâmetro das árvores. foi estabelecido com base na precisão de As árvores foram oriundas de SAF’s, o que erro estabelecido de 10% e 95% de proba- explica o menor número de árvores agarrabilidade definida. Para os cálculos da pro- das pela Garra. O percentual dos elementos dutividade (Prod(m³/he)), eficiência ope- do ciclo operacional das Garras Traçadora racional (EO) e disponibilidade mecânica é mostrado na Figura 1. (DM) foram necessários o tempo em horas efetivas, horas paradas e tempo em manutenção. A avaliação econômica envolveu a determinação dos custos operacionais e do custo de produção. O custo operacional total do sistema produtivo foi dividido em custos fixos (CF), variáveis (CV) e de administração (CA). Resultados e Discussões Figura 1:Figura 48: Composição percentual Foram coletadas para as Garras Traçado- do ciclo operacional das Garras Traçadoras ras I, II e III: 412; 352 e 438 ciclos ope- 58 Resumos Expandidos I, II e III. A – percentual do tempo total consumido pelos elementos operacionais, B – consumo efetivo dos elementos do ciclo operacional e C – percentual das interrupções inerentes. 6m, em área com produtividade de 300m³/ ha, alcançou o valor de 0,63US$/m³, valor abaixo ao encontrado nesse estudo, 1,11 US$/m³ e semelhante ao valor simulado para a gestão verticalizada 0,59 US$/m³. As interrupções acarretaram uma eficiência operacional de 71,05%, 56, 97% e 46,55% para Garra Traçadora I, II e III, respectivaTabela 3: Custo de produção para o traçamente (tabela 2). mento de toras de 3, 6 e 2m e simulação dos Tabela 2: Rendimento operacional das Gar- custos na gestão verticalizada e terceirizada. ras Traçadoras I, II e III. AD – média de Garra CT C prod EO % árvores por ciclo de trabalho. Traçadora (US$/he) (US$/m³) Garra Traçadora AD Prod (m³/ he) EO % DM I 1,67 13,97 71,05 99,45 II 18 108,68 56,97 79,54 III 20 50,97 46,55 96,92 A Produtividade da Garra Traçadora foi menor, em relação ao traçamento de toras em 6m e 2m. Tal resultado pode ser explicado pelo número de árvores traçadas por ciclo de trabalho e potência da Garra Traçadora. A empresa apresentava máquinas próprias, alugadas e terceirizadas. A Garra Traçadora utilizada para o traçamento de toras de 3m pertence à empresa, enquanto que as Garras utilizadas no traçamento de toras de 6 e 2m são terceirizadas. O custo de produção para o traçamento de árvores em toras de 3m foi de 3,26 (US$/ m³), enquanto que para o traçamento de toras em 6 e 2m foi de 1,11 e 2,38 (US$/ m³), respectivamente (Tabela 3). Estudos realizados por [5] e [6], na avaliação econômica de uma Garra Traçadora, madeira de I 71,06 45,61 3,26 II 46,97 121,21 1,11 II¹ 46,97 64,83 0,59 III 46,55 121,56 2,38 III¹ 46,55 65,42 1,28 ¹ Simulação dos custos para gestão verticalizada. Conclusões Na análise do traçamento florestal em toras de 3 m, 6 m e 2 m. Pode se concluir que o traçamento de árvores em toras de 6 m alcançou maior produtividade, valor de 108,68 m³/he. Tal rendimento é justificado pelo menor número de traçamento por árvore, conseqüentemente menor gasto de tempo no traçamento do feixe. Referências Bibliográficas [1] SIMÕES, D.; IAMONTI, I. C.; FENNER, P. T.Avaliação técnica e econômica do corte de eucalipto com feller buncher em diferentes condições operacionais. Revista Ciência Florestal, v. 20, n. 4, p. 649-656, 2010. 59 XVII Seminário de Atualização em Sistemas de Colheita de Madeira e Transporte Florestal [2] MACHADO, C. C.; LOPES, E. S. Análise da influência do comprimento de toras de eucaliptos na produtividade e custos da colheita e transporte florestal. Revista Cerne, V.6, N.2, P. 124-129, 2000. [3] SILVA, F. A. M. de.; ASSAD, E. D.; EVANGELISTA, B. A. Caracterização Climática do Bioma Cerrado.SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. D.; RIBEIRO, J. F (org.). In: Cerrado: Ecologia e Flora. Embrapa Cerrados - Brasília DF: Embrapa Informação Tecnológica, v. 2, 2008. 88 p. [4] SOUZA, A. N. D. Crescimento, produção e análise econômica de povoamentos clonais de Eucalyptus sp em sistemas agroflorestais. 203 f.. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Lavras, Lavras - MG, 2005. [5] LOPES, S. E. Análise técnica e econômica de um sistema de colheita florestal. Tese (Doutorado em engenharia agrícola). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa MG, 124f. 2007. [6] LOPES, S. E.; FERNANDES, H.C.; SANTOS, N. T.; RINALDI, P. C. N. Avaliação técnica e econômica de uma Garra Traçadora operando em diferentes produtividades. Revista Scientia Forestalis. Piracicaba, v.36, n.79, p.215-222, set. 2008. 60