ANAIS DA XI Jornada UNISUZ: "EDUCAÇÃO
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ANAIS DA XI Jornada UNISUZ: "EDUCAÇÃO
ANAIS DA XI Jornada UNISUZ: "EDUCAÇÃO, CIDADANIA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ISSN: 1984-9060 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 XI JORNADA UNISUZ A já tradicional jornada Unisuz completa seu 11º ano, como todo processo em desenvolvimento este ano o evento se apresenta em um novo modelo. Atingindo um maior grau de maturidade acadêmica o evento passa a ter caráter estritamente científico . Neste novo modelo, a Jornada UNISUZ se caracteriza como um Congresso Multidisciplinar onde trabalhos científicos de todas as áreas do conhecimento podem ser apresentados ; preferencialmente os que tenham ênfase no tema central do evento. São inscritos trabalhos de pesquisadores e estudantes de graduação; profissionais com formação superior das diversas áreas do conhecimento e de instituições educacionais e empresas públicas e particulares de todo o território nacional. Todo trabalhos enviados para inscrições devem ser pesquisas em andamento ou concluídas ou ainda relatos de experiência, que sejam conduzidos obedecendo o rigor da metodologia científica. Todos os trabalho são apresentados na forma de Banners com medidas padronizadas pela organização do evento. Todos os trabalhos são expostos em datas e local estipulados pela comissão científica. Essa vivência garante ao aluno de graduação viver, dentro da sua própria instituição, os ares de um congresso. Desta forma a UNISUZ-UNIESP garante a tríplice função do nível superior. Ensino, pesquisa e extensão. Prof. Jairo José Matozinho Cubas Coordenador do Núcleo de pesquisa e Extensão (NUPE) - UNISUZUNIESP. Organizador e coordenador do evento 1 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 JORNADA UNISUZ- (UNISUZ-UNIESP) ANAIS JORNADA UNISUZ ISSN: 1984-9060 ANUAL 2015 1. Educação. 2. Ciências da Computação 3-Licenciatura 4-Direito 5- Ciências Contábeis 6- Administração. Obs: Todas os artigos aqui plublicados são de inteira responsabilidade jurídica dos autores. As opiniões e dados contidos nos trabalhos não refletem necessariamente a posição da organização do evento. Erros ortográficos e gramaticais também são de responsabilidade dos autores, embora o material passe por revisões. 1. Educação. 2. Ciências da Computação 3-Licenciatura 4-Direito 5Ciências Contábeis 6- Administração. 2 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Sumário: Sumário ARTIGOS COMPLETOS ........................................................................................................ 13 A AÇÃO DO CHAMADOR COM ALUNOS DO 8°ANO COM OU SEM DEFICIENCIA, NA MODALIDADE FUTEBOL DE CINCO...................................................................................... 14 A ANÁLISE SEMIÓTICA NA LETRA DE MÚSICA DE CHICO BUARQUE DE HOLLANDA, COM AÇÚCAR, COM AFETO, COM A INFLUÊNCIA SOCIOCULTURAL. ............................................. 25 A AUSÊNCIA DA DANÇA DENTRO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA....................................... 33 A CONTRIBUIÇÃO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NO DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS. ...................................................................................................... 43 A CORRIDA COMO FERRAMENTA PARA DESENVOLVIMENTO MOTOR EM CRIANÇAS EM CRIANÇAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. ........................................................................... 51 A DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO DURANTE AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO FUTSAL ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL II .................................................................................... 59 A FÁBRICA DE CHOCOLATES COMO ALTERNATIVA AO EMPREENDEDOR: UM PLANO DE NEGÓCIOS NO RAMO ALIMENTÍCIO .......................................................................................... 70 A FILOSOFIA DE ENRIQUE DUSSEL COMO PRESSUPOSTO PARA UMA PEDAGOGICA .............. 76 A FRANQUIA COMO OPORTUNIDADE DE EMPREENDIMENTO: UM PLANO DE NEGOCIO NO RAMO DE PISCINAS. ................................................................................................................... 86 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ................... 95 A INFLUÊNCIA DA TV NAS ESCOLHAS DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PELAPRÁTICA DE ESPORTES .................................................................................................................................. 103 A MÚSICA COMO CONTRIBUIÇÃO NA MOTRICIDADE GLOBAL DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I....................................................................................................................... 112 A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO PELA PERDA DE UMA CHANCE NA FASE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO CÍVEL .......................................................................................... 122 A TRIBUTAÇÃO NO SISTEMA “CLOUD COMPUTING” E O PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N° 171/12 ....................................................................................................................................... 132 A VISÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE A INSERÇÃO DAS DANÇAS CIRCULARES NO CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO ................................................................... 142 ANÁLISE DA RELAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM AS MÍDIAS .................... 154 PLANO DE NEGÓCIO: VISÃO E MÉTODOS PARA A CRIAÇÃO DE UMA EMPRESA DE HIGIENIZAÇÃO A SECO ............................................................................................................. 166 3 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 BULLYING: NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, NO ENSINO FUNDAMENTAL II ...................... 177 FAST FOOD SAUDÁVEL: UMA ALTERNATIVA VIÁVEL DE EMPREENDIMENTO ....................... 188 PLANO DE NEGÓCIO – INDÚSTRIA DE EMBALAGENS METÁLICAS DECORATIVAS ................. 197 AS MENINAS NO FUTSAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA .................................................. 206 CARGAS FRACIONADAS EM OPÇÃO DE FRANCHISING, UM SEGMENTO EM ASCENÇÃO REFLETIDO EM UM PLANO DE NEGÓCIOS ............................................................................... 217 DANÇA EDUCATIVA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. ........... 226 ESCALADA INDOOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO CONTRIBUIÇÃO NO DESENVOLVIMENTO MOTOR NO ENSINO FUNDAMENTAL ll ......................... 235 ESTRESSE E TRAUMAS OCORRIDOS NOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II APÓS CABECEAR A BOLA DE FUTSAL ................................................................................................. 242 PROMOÇÕES DE FAIXAS NO JIU JITSU BRASILEIRO: EXISTE CRITÉRIO? ...... 252 A FRANQUIA COMO OPORTUNIDADE DE EMPREENDIMENTO: UM PLANO DE NEGOCIO NO RAMO DE PISCINAS. ................................................................................................................. 264 GESTAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO E A NECESSIDADE DE SUA REGULAMENTAÇÃO JURÍDICA .. 273 CONCEPÇÕES DA FORMAÇÃO CIDADÃ NA EDUCAÇÃO .......................................................... 284 O PAPEL DO EDUCADOR PARA FORMAÇÃO DO CIDADÃO NA CONCEPÇÃO DOS PENSADORES DA EDUCAÇÃO .............................................................................. 302 EXPANSÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO: SANEANTES E PRODUTOS DE LIMPEZA....................... 315 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO .................................................... 324 JOGOS E BRINCADEIRAS COMO FACILITADOR DO APRENDIZADO NO ENSINO FUNDAMENTAL I.................................................................................................................................................. 335 O CONFLITO NA COBRANÇA DE IMPOSTO EM ÁREAS IRREGULARES, A GARANTIA DO DIREITO A MORADIA FRENTE AO PRÍNCIPIO “NON OLET”.................................................................... 344 O DESENVOLVIMENTO DA ESCALADA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II...................................................................................................................... 351 O LÚDICO COMO FERRAMENTA FUNDAMENTAL PARA APRENDIZADO DA NATAÇÃO EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL l ................................................................................. 362 O OLHAR DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA OS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA/SURDEZ ................................................................................................................... 375 O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O USO DA LIBRAS: UMA BREVE ANÁLISE. ................ 384 O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................. 394 O RÚGBI: UMA MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II? .................................................................................................................... 404 4 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O USO DA LIBRAS COMO FERRAMENTA NO ENSINO DOS JOGOS COOPERATIVOS ............... 416 TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS E SUA CLASSIFICAÇÃO HIERÁRQUICA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. ........................................................................... 425 PLANO DE NEGÓCIO – INDÚSTRIA DE EMBALAGENS METÁLICAS DECORATIVAS ................. 435 PLANO DE NEGÓCIOS DE UM EMPREENDIMENTO DE PÃES INTEGRAIS ................................ 444 PLANO DE NEGÓCIOS: LOJA VIRTUAL – LUXOSMALTE............................................................ 452 RECONHECIMENTO DA LATERALIDADE EM MENINOS E MENINAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL I........................................................................................ 461 SEDENTARISMO EM ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR ............................................................. 470 A ANÁLISE SEMIÓTICA NA LETRA DE MÚSICA DE CHICO BUARQUE DE HOLLANDA, COM AÇÚCAR, COM AFETO, COM A INFLUÊNCIA SOCIOCULTURAL. ............................................... 479 Noções sobre a Linguagem e Ideologia ................................................................................. 480 Noções básicas de Análise do Discurso ............................................................................. 480 Figura 2: sentimentos e ideias .................................................................................................. 485 Enfim, pode-se dizer que essa canção provém de uma aguda observação da realidade, de uma crítica sobre a realidade social e que as representações de gênero aqui verificadas ultrapassam o que poderia ser mera reprodução de estereótipos banalizados ou naturalizados pelo senso comum. Ao contrário disso, é a visão de alguém que está atento à realidade social, às relações de poder presentes na sociedade e também atento às particularidades e subjetividades de cada um. .................................................................................................................................... 485 Considerações finais .................................................................................................................. 485 Referências ................................................................................................................................ 486 TEORIA DE MASLOW .......................................................................................................... 487 UM PLANODE NEGÓCIOS NO RAMO FITNESS ......................................................................... 493 FOTOGRAFIA: UMA NOVA FORMA DE EMPREENDER ............................................................. 503 UM PLANO DE NEGÓCIOS DIRECIONADO A DECORAÇÕES DE AMBIENTES ROMÂNTICOS ... 512 IBGE. Sinopse do Censo Demográfico 2010. São Paulo. IBGE. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php. Acesso em: 10. Mar.2013. ........... 517 IBGE. Sinopse do Censo Demográfico 2010. São Paulo. IBGE. Disponível em: http://www.censo2010.ibge.govbr/sinopse/index php?dado=2R&uf =35. Acesso em: 10.Mar.2013. ....................................................................................................................... 517 IPCBR.O consumo dos brasileiros ultrapassará a marca dos R$ 3 trilhões em 2013. São Paulo: IPCBR. Disponível em: http://www.ipcbr.com/ downpress/Release _Imprensa_2013.pdf. Acesso em: 10.Mar.2013. .......................................................... 517 5 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 PLANO DE NEGÓCIOS DA EMPRESA EKOBLOKO DE TIJOLOS ECOLÓGICOS MODULARES COM REJEITO DE MÁRMORE ............................................................................................................. 519 PLANO DE NEGÓCIOS DA EMPRESA EKOBLOKO DE TIJOLOS ECOLÓGICOS MODULARES COM REJEITO DE MÁRMORE ............................................................................................................. 528 FOTOGRAFIA: UMA NOVA FORMA DE EMPREENDER ............................................................. 537 INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 44 DA LEI Nº 11.343/2006 NO QUE TANGE À VEDAÇÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA PARA O CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS ................. 546 A BOCHA ADAPTADA- MOTIVAÇÃO DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL DURANTE AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ................................................................................................... 557 A PRÁTICA DE JOGOS TRADICIONAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL I. ........................................................................................................ 567 O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................. 578 A SUTENTABILIDADE COMO ALTERNATIVA AO EMPREENDEDOR: UM PLANO DE NEGOCIO NO RAMO DE AQUECEDOR SOLAR................................................................................................. 588 DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS - Percepção de Melhoria com a Aplicação do Treinamento ........................................................................................................................... 594 RESUMOSA OBRIGATORIEDADE DA NOTIFICAÇÃO E ANUÊNCIA DOS CÔNJUGES DOS CONFRONTANTES NA RETIFICAÇÃO DE REGISTRO DO IMÓVEL ............................................. 604 A OBRIGATORIEDADE DA NOTIFICAÇÃO E ANUÊNCIA DOS CÔNJUGES DOS CONFRONTANTES NA RETIFICAÇÃO DE REGISTRO DO IMÓVEL ............................................................................ 605 A AFETIVIDADE COMO PROCESSO FACILITADOR NA ALFABETIZAÇÂO NAS SÉRIES INICIAIS 606 A AFETIVIDADE NOS PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL ... 607 A ANÁLISE SEMIÓTICA NO DISCURSO LITERÁRIO: A LETRA DE MÚSICA DE CHICO BUARQUE DE HOLLANDA, COM A INFLUÊNCIA SOCIOCULTURAL. ........................................................... 608 A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. .................................................................................................................................. 609 A CONTRIBUIÇÃO DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL ... 610 Este trabalho tem por objetivo apresentar de forma sucinta sobre como identificar as práticas pedagógicas na Educação Infantil e suas influencias. Explica como as práticas pedagógicas refletem no desenvolvimento cognitivo.A leitura de referencial bibliográfico pertinente ao tema propõe que as práticas pedagógicas contribuem muito para o desenvolvimento infantil. Uma vez que nas creches as práticas educativas tornam-se imprescindíveis, já que nessa fase os alunos estão em processo de desenvolvimento cognitivo. É necessário um olhar específico, nesse processo onde o professor como mediador deve estar preparado e qualificado. Além de comentar sobre o papel do professor no processo ensino aprendizagem. Este trabalho foi feito por meio de pesquisas bibliográficas. Os resultados obtidos durante a pesquisa elucidam 6 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 fatores determinantes da ação das praticas pedagógicas e concluem que a variação e a diversificação das práticas refletem para o bom desenvolvimento das crianças que além de receber amparo assistencial saem da escola com seus conhecimentos ampliados obtidos por meio das praticas desenvolvidas. Conclui também a eficácia do papel do professor mediante a ação dessas práticas. Assim acredita-se que as práticas pedagógicas na Educação Infantil visam aumentar o repertório dos alunos propiciando um ambiente atrativo e estimulador, onde as atividades precisam desenvolver no aluno o raciocínio e levar o mesmo a refletir e relacionar as atividades com o seu cotidiano tornando-os participantes ativos de cada ação. Valorizando assim a autonomia das crianças e auxiliando na preservação da identidade de cada um. ...... 610 A CONTRIBUIÇÃO DOS JOGOS PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICAIS........................................................................................................................... 611 A DRAMATIZAÇÃO COMO AGENTE FACILITADORA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...................... 612 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: CONCEITOS E POSSIBILIDADES NO TRABALHO DO PROFESSOR. .............................................................................................................................. 613 A FORMAÇÃO DO PEDAGOGO E SEUS DESAFIOS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA ........................................................................................................................... 614 A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................................................ 615 A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ..................... 616 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO ENSINO FUNDAMENTAL l .................................................. 617 A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE NEGÓCIOS ............................................................................. 618 A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO. ................................. 619 A INFLUÊNCIA DA POESIA CONCRETA NA OBRA DE ARNALDO ANTUNES ............................. 620 A LEITURA FEITA PELO PROFESSOR COMO ESTRATÉGIA NA FORMAÇÃO DE LEITORES ........ 621 A LITERATURA INFANTIL COMO RECURSO PARA AQUISIÇÃO DA LEITURA NAS SÉRIES INICIAIS. .................................................................................................................................... 622 LUDICIDADE COMO FACILITADORA DA AQUISIÇÃO DE APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS ESPECIAIS. ................................................................................................................................. 623 A MATEMÁTICA E A MÚSICA ................................................................................................... 624 Faculdade Unida de Suzano – UNISUZ/UNIESP ............................................................. 624 A PERSPECTIVA DA LEGISLAÇÃO NO PROCESSO DE INCLUSÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA REDE REGULAR DE ENSINO ........................... 625 A TRANSIÇÃO DO ALUNO COM SEIS ANOS DE IDADE DA PRÉ-ESCOLA PARA O PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ..................................................................................................... 626 Rosimeire Valéria da Silva [email protected] ................................................. 626 7 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ALFABETIZAR, COMO E QUANDO. ........................................................................................... 627 ALUNOS COMO ALVOS E VITIMAS DE VIOLÊNCIA VERBAL E FÍSICA ....................................... 628 APRENDENDO À APRENDER OS NÚMEROS RACIONAIS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL –CICLO I DA EDUCAÇÃO BÁSICA ................................................................ 629 Este trabalho tem por objetivo evidenciar dados pesquisados para o seu desenvolvimento, que dispõe sobre os números racionais nos primeiros anos da Educação Básica no Ensino Fundamental ciclo I, associados à questão do ensino da matemática, reavaliando as práticas pedagógicas e recursos utilizados para o desenvolvimento do aprendizado da matemática entre as crianças . Abordar esse assunto de números fracionários nesta faixa etária é no mínimo desafiador para o profissional desta área, uma vez que desde pequenas, as crianças, aprendem a contar os números naturais sem ter consciência da existência dos números racionais , mesmo fazendo uso deles a todo instante em situações tanto no âmbito escolar, familiar e social. Aprender a ensinar as frações de forma lúdica (sem que necessariamente se abra mão dos esquemas matemáticos já praticados nas escolas ou em livros didáticos),a fim de contextualizar e aproximar esse aprendizado abstrato da linguagem matemática ao aprendizado concreto já vivenciado por elas em situações rotineiras ( preço dos produtos nos comércios, divisão ou repartição de lanches , moedas de centavos, outros ), enfim; ensinar frações sobre o olhar indagador da criança, exige do educador, envolvimento com a educação, disposição à interação dos conhecimentos já existentes nas crianças; criando não apenas oportunidades de construção do aprendizado, mas também contextualizando este aprendizado de forma que tenha significado na vida delas . ......................................... 629 Palavras chave:Ensino Fundamental; Números racionais; Lúdica; Experiências vividas. ..................................................................................................................................... 629 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIOS DE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS, NO RAMO DE ASSESSORIA DE CASAMENTOS, ANIVERSÁRIOS E EVENTOS CORPORATIVOS. ....................................................................................................................... 630 ARTES VISUAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DE 4 A 5 ANOS ....................................................... 631 AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM RELAÇÃO AO ALUNO SURDO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES. ................................................................................................................................................... 632 PLANO DE MARKETING PARA EMPRESA BRICOLAV ................................................................ 633 O BULLYNG NO AMBIENTE ESCOLAR E A IMPORTÂNCIA DE UM DIAGNÓTICO PRECOCE: UMA REVISÃO .................................................................................................................................... 634 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIO PARA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE CADEIRAS DE RODAS ......................................................................... 635 DIÁLOGOS ONLINE. AS INTERSEMIOSES DO FACEBOOK ......................................................... 636 DISLEXIA: DESAFIOS NO CONTEXTO ESCOLAR ........................................................................ 637 8 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ENSINAR A COMPREENSÃO HUMANA: OS VALORES ÉTICOS NAS SÉRIES INICIAIS. .............. 638 ESCRITA DO ALUNO – SONDAGEM, O QUE É ISSO ? ............................................................... 639 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIOS, VOLTADO A ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE. ...................................................................................................................... 640 ESTUDO DE VIABILIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE UMA INDÚSTRIA NO RAMO VIDREIRO (VC VIDROS LTDA)..................................................................................................................... 641 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIO DE BARES/RESTAURANTES .... 642 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIO NO RAMO DE PET SERVICE. ... 643 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIOS, VOLTADO A ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE. ...................................................................................................................... 644 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS NO RAMO DE CAFETERIA. .................................................................... 645 EXATA CONTABILIDADE – PLANEJAMENTO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONTÁBEIS ........... 646 O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NUMA PERSPECTIVA AFETIVA ENTRE O PROFESSOR E OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL...................................................................................... 647 GESTÃO DEMOCRÁTICA ................................................................................................... 648 HISTÓRIA DE VIDA DE UMA PROFESSORA DE MATEMÁTICA ................................................. 649 Palavras-chaves: História de Vida; Formação de Professores; Saberes Docentes A CONTRIBUIÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM ... 649 A CONTRIBUIÇÃO DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 650 CONSUMIDOR INFANTIL........................................................................................................... 651 INTERTEXTOS E INTERDISCURSOS ENTRE SHERLOCK HOLMES E ED MORT ........................... 652 JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................. 653 JOGOS MATEMÁTICOS COMO RECURSO DIDÁTICO ............................................................... 654 LIDERANÇA ........................................................................................................................... 655 LOGARITMOS PRA QUÊ? .......................................................................................................... 656 LÚDICO: A IMPORTÂNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO/APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................................... 657 A PRODUÇÃO DE SIGNIFICADOS NO ENSINO DE ÁLGEBRA NUMA PERSPECTIVA VYGOTSKYANA ......................................................................................................................... 658 METODOLOGIAS COMO SOLUÇÃO PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA ................................. 659 NOVAS TECNOLOGIAS E A DIDÁTICA DA HISTORIA NO ENSINO FUNDAMENTAL.................. 660 NÚMEROS INTEIROS ................................................................................................................. 661 9 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: REFLETINDO SOBRE ESSA PRÁTICA. ........................... 662 O DISCENTE NO PROGRAMA DA ESCOLA DA FAMÍLIA: O ENSINO DE LIBRAS NA COMUNIDADE OUVINTE........................................................................................................... 663 O DISCURSO POLÍTICO PRESENTE NO EPISÓDIO “VOCÊ NÃO MERECE VIVER COMO UM ÁRBITRO” DE OS SIMPSONS ..................................................................................................... 664 O ENSINO DE FUNÇÕES ATRAVÉS DE SITUAÇÕES-PROBLEMA: A MODELAGEM MATEMÁTICA DO FENÔMENO DA DILATAÇÃO TÉRMICA DE LÍQUIDOS. ....................................................... 665 O IMPACTO DA RELAÇÃO AFETIVA PROFESSOR E ALUNO NO ENSINO FUNDAMENTAL I ..... 666 O IMPACTO DA RELAÇÃO AFETIVA PROFESSOR E ALUNO NO ENSINO FUNDAMENTAL IDific ................................................................................................................................................... 667 O IMPACTO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NA ECONOMIA BRASILEIRA E SEU ATENDIMENTO AS FAMILIAS CARENTES NOS ÚLTIMOS 10 ANOS.......................................... 668 O LÚDICO COMO FACILITADOR NO ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL .... 669 O RESGATE DAS CANTIGAS DE RODA PARA O DESENVOLVIMENTO DA ORALIDADE DO 1° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I ................................................................................................... 670 O TEATRO COMO PRÁTICA DOCENTE NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ...... 671 ORFEU DA CONCEIÇÃO: UM ESTUDO DA TRAGÉDIA NA OBRA DE VINÍCIUS DE MORAES .... 672 OS BENEFICIOS DA MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................................................................ 673 OS JOGOS LÚDICOS COMO RECURSOS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL ................................... 674 PLANEJAMENTO EMPRESARIAL ............................................................................................... 675 PLANO DE NEGÓCIO ................................................................................................................. 676 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIO NO RAMO DE ALIMENTAÇÃO. ................................................................................................................................................... 677 LEITURA EM VOZ ALTA: A POSTURA DO PROFESSOR ............................................................. 678 PROJETO INTEGRADOR DA EMPRESA FESTA CHOPP ........................................... 679 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ......................................................................................... 680 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO ENSINO DA MATEMÁTICA NA 4º SÉRIE/ 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL I....................................................................................................................... 681 A PARTICIPAÇÃO EM CONJUNTO DA FAMÍLIA E ESCOLA NA QUALIDADE DE ENSINO DO ENSINO FUNDAMENTAL 1 ........................................................................................................ 682 ESTUDO DE VIABILIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE UMA EMPRESA NO RAMO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA (DK CONSULTORIA TRIBUTÁRIA LTDA) ........... 683 SOFTWARE PARA GERENCIAMENTO DE ATELIER CERÂMICO DE ESTILO ORIENTAL .............. 684 10 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 PROJETO DE NEGÓCIO: UMA EMPRESA CALÇADISTA ............................................................. 685 INFORMATIZAÇÃO DE SISTEMA DE ENSINO PROFISSIONALIZANTE ....................................... 686 O USO DA TECNOLOGIA MOBILE PARA O ENTRETENIMENTO ................................................ 687 PROJETO ECOUNISUZ ............................................................................................................... 688 SISTEMA DE APOIO A GESTÃO E AGENDAMENTO DE CONSULTAS EM PET SHOPS ............... 689 SISTEMA DE GESTÃO DE CEMITÉRIOS VERTICAIS .................................................................... 690 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIOS DE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS, NO RAMO DE ASSESSORIA DE CASAMENTOS, ANIVERSÁRIOS E EVENTOS CORPORATIVOS. ....................................................................................................................... 691 SALA DE RECURSO MULTIFUNCIONAL: DESAFIOS E DIFICULDADES .............. 692 SISTEMA DE GESTÃO DE TREINAMENTO PARA CALL CENTER ................................................ 693 PROJETO INTEGRADOR DE MARKETING: Sol FASHION ........................................................... 694 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA EMPRESA CASTELO DAS CORES ...................................... 695 TRANSFORME SUAS IDEIAS EM UMA EMPRESA DE SUCESSO. ............................................... 696 TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE .................................................. 697 UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA CURRICULAR DO ESTADO DE SÃO PAULO ............................................................................................................................... 698 VIABILIDADE ECONÔMICA FINANCEIRA .................................................................................. 699 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM DA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................................................................... 700 A SUSTENTABILIDADE COMO ALTERNATIVA AO EMPREENDEDOR: UM PLANO DE NEGOCIO NO RAMO DE AQUECEDOR SOLAR .......................................................................................... 701 INDISCIPLINA DA SALA DE AULA, NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL I, COM ENFOQUE NO 1° ANO. .......................................................................................................................................... 702 O USO DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO COGNITIVO DOS ALUNOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................................................ 703 A MÚSICA COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM .......................................................... 704 A LITERATURA INFANTIL COMO RECURSO PARA AQUISIÇÃO DA LEITURA NAS SÉRIES INICIAIS. .................................................................................................................................... 705 O JOGO E A BRINCADEIRA NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................................................ 706 A POSTURA ÉTICA DO EDUCADOR DIANTE DAS DIVERSIDADES CULTURAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I....................................................................................................................... 707 A DANÇA COMO HABILIDADE CINESTÉSICA PARA O ALUNO SURDO ..................................... 708 11 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 SURDEZ: REDIRECIONAMENTO DO OLHAR PEDAGÓGICO ...................................................... 709 TÍTULO: ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIOS NO RAMO CALÇADISTA ................................................................................................................................................... 710 O IMPACTO DA RELAÇÃO AFETIVA PROFESSOR E ALUNO NO ENSINO FUNDAMENTAL I. .... 711 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO DE PLANO DE NEGÓCIO NO RAMO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS RELACIONADOS À BUFFET. ...................................................................................... 712 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA. .............................................................................................. 713 PROJETO INTEGRADOR DA EMPRESA FESTA CHOPP ........................................... 714 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA. .............................................................................................. 715 A INCLUSÃO EDUCACIONAL DA CRIANÇA SURDA NAS SÉRIES INICIAIS ................................. 716 A IMPORTÂNCIA DO PEDAGOGO NO ACOMPANHAMENTO DE CRIANÇAS HOSPITALIZADAS. ................................................................................................................................................... 717 Estratégias de Leitura na formação da competência leitora para alunos do 9° ano do ensino fundamental II .......................................................................................................................... 718 COMPETÊNCIA E HABILIDADE NA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM ALUNOS SURDOS NA SALA REGULAR DE ENSINO ................................................................................................................ 719 A PRESENÇA DA CRIANÇA COM TDAH NA ESCOLA E A PROPOSTA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA ................................................................................................................................................... 720 A DIVERSIDADE DE GÊNEROS LITERÁRIOS QUE CIRCULAM NO ÂMBITO ESCOLAR ............... 721 JORNAL ESCOLAR: A MÍDIA COMO UMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR NO CONTEXTO DE UMA EDUCAÇÃO PARA TODOS ................................................................................................ 722 A FUNÇÃO DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................................................................................................................... 724 O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL......................................................................................... 725 12 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ARTIGOS COMPLETOS 13 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A AÇÃO DO CHAMADOR COM ALUNOS DO 8°ANO COM OU SEM DEFICIENCIA, NA MODALIDADE FUTEBOL DE CINCO Gleison Silva Alves –[email protected] Ronaldo Gonçalves de Oliveira email - [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira, email –[email protected] Faculdade Unida de Suzano UNISUZ/UNIESP RESUMO Este trabalho apresenta elementos que auxiliam na pratica do futebol de cinco para deficientes visuais ou não. Nos dias atuais falar da inclusão social e bastante comum no meio educacional e na sociedade, no entanto, como educadores sabemos que para efetivar esta inclusão e mais complicado do que pensamos, ou seja, a falta de profissionais capacitados e outros fatores como o preconceito que contribuem para não realização.com isso o objetivo de nosso estudo foi analisar a ação do chamador com alunos do 8°ano com ou sem deficiência na pratica do futebol de cinco. a inclusão do deficiente visual na pratica do futebol de cinco nos permite trabalhar com elementos fundamentais para o seu desenvolvimento, pois neste esporte podemos trabalhar com o posicionamento de corpo, questões de seguranças, ou seja, à partir do momento que o aluno está praticando esta modalidade ele se sente mais confiante pois o mesmo terá uma postura melhor, melhorando a coordenação motora, locomoção, a afetividade e a psicomotora que faz que tenha um interação social. Em relação à questão do futebol de cinco foi aplicado um método de analise com questionário sobre a ação do aluno o chamador guia que é fundamental para que o educando sinta se mais seguro no seu desenvolvimento, pois é ele quem guia e orienta nas atividades e nas suas ações. Conforme foi analisado nos resultados e discussões que confirma as nossas pesquisas que a inclusão de alunos com DV nas aulas necessita de apoio tanto do professor quanto dos pais. PALAVRA CHAVE: Futebol de cinco; Ensino Fundamental; Deficientes Visuais. INTRODUÇÃO Quando o assunto é inclusão social todo cidadão tem alguma coisa pra falar, no entanto na pratica é raro vermos alguém contribuindo para que essa inclusão seja real, afinal a nossa sociedade não esta preparada para conviver com crianças com alguma deficiência não só pelo fato de condições estruturais, mas emocionais, ou seja, alem do fato que não disponibilizamos de espaço 14 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 físico adequado para acolher essas crianças existe o preconceito, por não saber como fazer ou lidar com tal situação dificultando o processo inclusivo. Pensando nesses fatores e sabendo que o Brasil é conhecido como o país do futebol, com base nessa idéia escolhemos o futebol de cinco, mesmo que não sendo conhecido pela maioria da população é considerada uma potencia nessa modalidade. Sendo assim podemos considerar que é possível desenvolver um trabalho sobre inclusão relacionado a essa modalidade para deficientes visuais integrando-o a sociedade e amenizando o pré-conceito existente em nosso país, não apenas no contexto escolar, mas em vários segmentos da nossa sociedade. Reforçando essa idéia temos Castro (2005) corrobora com o relato acima dizendo, que a Atividade Física para alunos com deficiências, é como um corpo de conhecimentos, dirigido à identificação e solução de problemas psicomotores, ao longo do período, esses problemas podem ter origem nos indivíduos, no entanto, só se tornam visíveis, à medida que as demandas de tarefas, não são satisfeitas, devido a limitações ou atrasos nas atividades aplicadas. Sendo assim por meio do futebol de cinco os alunos com algum tipo de deficiência visual podem desenvolver outros sentidos, como o tato, olfato e audição, este contribuir de forma acentuada para as questões corpóreas e de locomoção, pois muitos apresentam algumas limitações, como má postura, coordenação motora, locomoção insegura, socialização etc. De acordo com Souza (2002) a importância da prática do futebol de cinco é o aprendizado do posicionamento do corpo e a orientação de um tutor chamador durante o jogo, até mesmo por questão de segurança, pois os choques são inevitáveis e todos devem estar preparados para impedi-los, ou melhor, absorvê-los. Já a orientação deve ser para que o aluno discrimine os tipos de sons e também se habitue a dar atenção ao seu técnico, ao chamador (posicionado atrás do gol adversário) e ao goleiro (no setor de defesa). Sobre o posicionamento corporal, um dos braços deve manter-se à frente do tronco, à altura do peito e a cabeça em posição erguida. Reforçando essa idéia temos que estudiosos que afirmam que existem algumas conseqüências que prejudicam o desenvolvimento motor, sendo essas as restrições de oportunidades que o deficiente pode ter, existe ainda os aspectos psicológicos, como a baixa auto-estima, e a super proteção, que ocorre em algumas famílias, causando atrasos na suas capacidades motoras, cognitivas e sociais. Oliveira (2006) concorda com a idéia do autor referido acima que a pessoa com deficiência visual, a interação com o mundo deverá se feita pela percepção tátil através de um tutor chamador, por ela ser mais analítica e lenta, 15 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 e pela audição que propiciará uma percepção à distância, ausente na percepção tátil, a audição dará condições de a pessoa cega orientar-se mesmo afastada de um lugar ou objeto e fornecendo dados para a ação independente, enquanto no sujeito com baixa visão este sentido funcionará como apoio, ao resíduo visual. É importante ter o sistema de apoio sempre que necessário ao seu lado seja ele um professor, tutor/chamador ou pais do aluno com deficiência visual. No caso da modalidade futebol de cinco existe o chamador, ou seja, um auxiliar, que durante o jogo orienta os jogadores na questão da locomoção com a bola. O professor de Educação Física pode adequar um plano de aula a partir das particularidades de cada indivíduo, respeitando a diversidade de cada um e auxiliando-os para uma vida independente sem qualquer tipo de diferença. Partindo dessa idéia acreditamos que o deficiente físico que está envolvido nesse esporte consegue interagir mais facilmente com a sociedade, pois ele se sente seguro diante dos obstáculos encontrados no dia-dia. Reforçando nossa idéia temos a afirmação de Ribeiro (2001) que a inclusão proporciona a participação de pessoas com deficiência em ambientes que eram considerados exclusivos, sob este aspecto é interessante que o professor de educação física possa compreender o processo pelo qual a inclusão ocorre. O esporte pode viabilizar uma ação inclusiva, e que as atividades esportivas fizeram e ainda fazem parte do processo de construção do homem no seu meio cultural, a inclusão através da prática da atividade esportiva pode ser efetivada a partir da compreensão de possibilidades de jogar. De acordo com Carvalho (1998) reforçando essa idéia de que todas as pessoas têm o direito de ir para a escola, sem exceção, devem participar de uma vida acadêmica, seja ela em escolas publica ou particular em um ensino regular onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos, precisando que haja uma grande importância na participação de todos os alunos na construção deste processo, contribuindo de forma global para seu melhor desenvolvimento tanto cognitivo, afetivo ou psicomotor do educando com deficiência. O professor de educação física ao lecionar para um aluno com deficiência visual, não pode esquecer que ser deficiente não é um fator limitador nas aulas de Educação Física. Assim o Deficiente Visual, ou que tenha baixa visão pode fazer todos os movimentos que os demais alunos, isso requer alguns cuidados, algumas adaptações como muda a cor da bola por um tom que tenha contraste, mas forte, ou bolas sonoras para facilitar a percepção através do som, para saber se esta próxima do objeto ou sua localidade Alem 16 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 da possibilidade de comando (cinestésicos), ou seja, o toque no aluno e o auditivo para ter maior percepção. O objetivo deste trabalho foi analisar a ação do aluno chamador (orienta o deficiente visual ou não o vendado na locomoção da bola), na modalidade Futebol de cinco, e com base nas suas orientações que é desenvolvida durante atividade no processo de inclusão. MÉTODO Segundo Lakatos; Marconi (2007) pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informação e/ou conhecimentos acerca de um problema, para qual se procura uma resposta, ou de hipótese, que se queria comprovar, ou, ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. AMOSTRA: Foi composta por 10 chamadores, alunos de salas, de uma escola da rede publica estadual da cidade de Itaquaquecetuba, 8°ano que participarão das aulas pratica do futebol de cinco como conteúdos escolares, todos os indivíduos da amostra têm entre 13 e 14 anos do sexo masculino. INSTRUMENTO: Foi utilizado o manual de procedimentos pedagógicos no tratamento com o deficiente visual do Sesi-SP, (2013) para os chamadores dos alunos que serão vendados, após a explicação para os alunos da modalidade de Futebol de cinco, os alunos que serão chamadores terão que responde um questionário para coletas de dados como procedimentos pedagógicos. PROCEDIMENTO: O procedimento de execução primeiramente foi com a direção da escola, após entrega o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para que os pais dos alunos assinem e autorizem o aluno a participar da pesquisa. Em seguida aplicarei um questionário para os alunos que desempenharam a função de chamador no futebol de cinco. Foi feita uma análise sobre escola que desenvolve um trabalho de inclusão de pessoas deficientes, para que possamos fazer a escolha da escola priorizamos os seguintes aspectos: a) possuir aluno com deficiência física e/ou visual, pois serão avaliadas estas questões pelo qual os objetivos e interesses desta pesquisa. Foram escolhidos 10 chamadores da turma do 8°ano para modalidade de futebol de cinco, explicaremos as regras aos alunos na sala também na quadra durante o jogo, estes alunos serão observados quanto ao cumprimento ou não dos procedimentos pedagógicos com o deficiente visual ou não. Na aula seguinte será realizada uma explanação sobre a modalidade futebol de cinco e novamente foi feita uma atividade para maior percepção do aluno chamador. PLANO DE ANÁLISE DE DADOS: 17 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Foi feita a coleta de dados, realizamos o confronto entre os dados obtidos e discussão com os autores selecionados a fim de verificarmos alguma mudança de comportamento. RESULTADOS E DISCUSSÕES Gráfico 1. Como você enquanto chamador avalia o desempenho do aluno deficiente ou não nas aulas de Educação Física (na pratica do futebol de cinco)? 80% 60% 40% 20% 0% Se encontram inseguros A falta de empenho no aluno Maior dificudade de locomoção De acordo com Oliveira (2013) É importante que o professor adote meios que perceba se o DV é adotado de técnicas de condução, para que na hora de se locomover durante o jogo venha favorecer seus desempenhos nas atividades deixando de lado a sua insegurança. Com base nessa idéia podemos considerar que o professor tem que adotar técnicas de treinamentos para facilitar o aprendizado do aluno nas aulas praticas para que ele se sintam mais seguro em se locomover perdendo o medo que dificulta a sua locomoção. Gráfico 2. Como que o chamador pode influenciar no jogo de futebol de cinco para aluno deficiente ou não vendado? 18 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Não sabe Atraves da batidas na trave e a utilização da bola com quizos Atraves da fala e de utilização de objetos De acordo com Carvalho (2012) O professor que realiza trabalho com pessoas com deficiência visual, seja cego ou de baixa visão, destaca que num primeiro momento o processo de informação verbal é muito importante, pois está associado aos movimentos do corpo do professor. Com o passar do tempo os movimentos serão associados aos obstáculos e as informações verbais passarão a ser menos importantes. Partindo desta idéia consideramos que através de um bom dialogo com o aluno DV com explicações claras e informações que faça o educando se sentir mais seguro e sempre que for sai de perto dele sempre comunicá-lo para estabelecer um laço de confiança entre o professor e o educando. Gráfico 3. Você como chamador qual métodos e equipamentos sonoros são utilizados para obter melhor percepção do aluno deficiente ou não? 80% 60% 40% 20% 0% Atraves da fala e de objeto sonoros Dizem que a batida na trave e a utilização da bola com quizos Fazer o reconhecimento do local Com base nos resultados apontados no gráfico fica claro que é de extrema importância que o professor de educação física faça o reconhecimento do espaço que vai ser desenvolvido as atividades com o educando deficiente visual para que se sinta mais seguro na aula pratica com isso o educando consegue se locomover sem medo do desconhecido por conhecer o local previamente. 19 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para reforçar nossa idéia temos Mataruna (2005) que afirma que é necessário que o professor de educação física desenvolva o trabalha de fundamental importância e de princípios básicos que se faça o reconhecimento do local a onde será inserida as atividades dessa maneira pode facilitar o desenvolvimento do educando nas aulas praticas reconhecendo as trajetórias por onde deve se locomover e pela as marcações que foram adaptadas. Gráfico 4. Você executa comandos auditivos claros para deixa o deficiente visual ou não o vendado para deixá-lo mais confiante? 100% 80% 60% 40% 20% 0% Não sabe responder Atraves da fala De acordo com Carvalho (2012) O professor pode realizar um trabalho com deficiência através dar fala e deverá estar sempre atento para suprir as informações visuais para o educando. Ao aproximar-se ou afastar-se do grupo, deverá informar suas ações, sendo que com o tempo o grupo vai sentindo maior segurança, dispensando-se, assim, informações mais detalhadas. Com base na pesquisa é na idéia do autor acima é de fundamental importância que o professor de educação física junto com o chamador desenvolva um trabalho de comando de voz com o aluno DV para que tenha uma melhor percepção auditiva durante as atividades na aula pratica. Gráfico 5. Qual o método que você utiliza para explicar os movimentos por meio sonoros para o deficiente visual ou não obter melhor desenvolvimento na pratica do futebol de cinco? 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Atraves da fala e com simples explicações Com equipamentos sonoros Não souberam responder 20 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 De acordo com Diehl ( 2006). Afirma que o professor deve estar ciente que o comando verbal é o primeiro contato para boa relação com o educando que tem DV e com explicações de forma simples e objetivas, não mudar o local da atividade, para que o aluno não perca a direção da origem e das informações que já foram adquiridas, quando o comando verbal não for suficiente, poderão passar as informações através do tato, ate que tenha autonomia, orientando sobre o espaço físico onde estão os materiais da quadra, para que organize seu mapa mental. É de fundamental importância que o professor de educação física utilize de métodos de aprendizagem com o educando com falas simples clara e objetivas de modo que facilitar o desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e psicomotor do aluno com deficiência visual. Gráfico 6. Quais estratégias você utiliza para explicar as ações condutivas para os alunos deficientes ou não? 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Atraves da fala e do toque 1° fazer a demarcação do local e depois o reconhecimento Não sabe responder O professor de educação física antes de conheça as atividades com o educando deve primeiramente fazer a demarcação do local e depois o reconhecimento isso é de uma fundamental importância na pratica do futebol de cinco. Com base nessa idéia temos Cidade, Freitas (2002), que defende que é de fundamental importância que o professor faça as demarcações necessárias do local e depois o reconhecimento para assegurar-se de que o educando estejam familiarizados com o espaço físico, percursos, inclinações da quadra. Estas informações são úteis, pois previnem acidentes, lesões e quedas. É importante que toda instrução seja verbalizada, dando possibilidade para que o DV se sinta mais seguro nas atividades proposta. 21 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Gráfico 7. Qual a maneira mais adequada que o professor junto com o chamador deve adotar para possibilitar o conhecimento do local, com explicação verbal e pelo tato para que o deficiente se sinta mais seguro? 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Com orientações atraves da fala em direta e esquerda e com as demarcações do local Com fala clara e objetiva De maneira objetiva e com a demarcação do local É fundamental que o professor esteja sempre falando e orientando o tempo todo o educando com deficiência visual, porque senão o educando ficar sem a noção a onde estar se sentindo inseguro para atividade. Defendendo essa idéia temos Fonseca (2004) Afirma que desenvolver um trabalho de inclusão com aluno com deficiência requer muito esforço mais ao final de um desempenho prolongado chegaremos ao êxito, por isso é valido sempre estarmos orientando-os nas aulas de educação física. Gráfico 8. Enquanto chamador como deve agir no momento em que você for distanciar do aluno deficiente visual ou não? 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Devo comunica o aluno Devo informa ao que vou sai deficiente que vou se retira Não souberam responder O profissional que desenvolver um trabalho de inclusão de alunos com deficiência visual deve toma algumas precauções com o educando antes de se sai de perto devesse comunicá-los que estará se retirando para que ele não 22 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 fique perdido falando sozinho pensando que esta na companhia do seu professor. Reforçando essa idéia temos Mataruna (2005), que afirma que tanto guia quanto o professor de educação física deve toma alguns cuidados com DV na hora de se retira de perto dela comunicado o educando que precisa sai para que não fique falando sozinho e nem perdido no lugar a onde foi deixado. Considerações finais. O objetivo deste estudo foi verificar a ação do aluno chamador ( que orienta o deficiente visual ou não o vendado na locomoção da bola), na modalidade Futebol de cinco, e com base nas suas orientações que é desenvolvida durante atividade no processo de inclusão. Em relação à inclusão de alunos com deficiência visual nas aulas de educação física com a interação dos alunos do 8°ano do ensino fundamental na rede publica de ensino na pratica da modalidade de futebol de cinco. Neste trabalho foi utilizado um questionário do SESI/SP com adaptações para o futebol de cinco com resultado satisfatório de acordo com a pesquisa que foi realizada com aluno deficiente visual ou não avaliando a ação do chamador. Conclui-se que de acordo com este pesquisa que é de fundamental importância a presença de um chamador guia na pratica da modalidade do futebol de cinco para que o professor possa desenvolve um trabalho com os alunos com ou sem deficiência nas aulas de educação física trazendo mais segura e conforto para o educando. Referenciais CARVALHO, Liete Fonseca De. A INCLUSÃO DE DEFICIENTES VISUAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA; Universidade de Brasília – Polo Ariquemes – RO. 2012. CARVALHO, Rosita edler; Temas em Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA. 1998. CASTRO, Maurberg de. Atividade física adaptada. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005 CIDADE, Ruth Eugênia; FREITAS, Patrícia Silvestre. Educação Física e inclusão: considerações para a prática na escola. In: Integração: educação física adaptada. Brasília: MEC/SEF, 2002. DIERHL, Rosilene Moraes. Jogando com as diferenças: jogos para crianças e jovens com deficiências. São Paulo: Phorte, 2006. 23 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed, 2004. MATARUNA, Leonardo et al. Inclusão social: esporte para deficientes visuais. In: DA COSTA, L. Atlas do esporte no Brasil.Rio de Janeiro: Shape, 2005. PÁTRIA, Claudinei Marques da, FLORÊNCIO, Ronaldo Pazini. Divisão de esportes; paradesporto/serviço social da indústria (São Paulo), São Paulo: SESI-SP editora, 2013 OLIVEIRA FILHO, Ciro Winckler, et al; As relações do jogo e o desenvolvimento motor na pessoal com deficiência visual, Revista Brasileira de ciências do esporte; campinas, 2006. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamento de metodologia cientifica. 5. Ed. São Paulo: Atlas 2003. RIBEIRO, Samuel. Inclusão e esporte: um caminho a percorrer. In: Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada. 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O texto é analisado não só do ponto de vista de sua estruturação interna, mas também de suas relações com o contexto. Com objetivo de analisar a canção como objeto Semiótico, apresentando, na canção as formas discursivas dos sentidos e dos valores ideológicos considerando o texto como um todo de significação, e evidenciando a visão de mundo da sociedade brasileira em relação à canção. A metodologia utilizada foi dedutiva e o procedimento, o de compilação. As leituras feitas subsidiaram as análises e permitiram a relação de alguns valores que subjaz a canção. Palavras chave: Semiótica; Estrutura Superficial; Estrutura Narrativa; Estrutura Profunda; Canção MPB; Chico Buarque; Introdução O tema deste trabalho apresenta como base a análise Semiótica direcionado a música de Chico Buarque de Hollanda. A Semiótica como a ciência da Significação está inserida dentro da área de linguística, sendo esta uma área de extremo valor por tratar de assuntos concernentes a todo e qualquer tipo de linguagem. A pesquisa irá possibilitar uma melhor reflexão acerca da linguagem e também a compreensão das produções discursivas presente na letra de música. Na elaboração do primeiro capítulo foram utilizados autores que explicitaram todas as concepções sobre os estudos linguísticos, passando pelo campo da ideologia, linguagem, análise do discurso, discurso literário e semiótica. 25 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Já no segundo capítulo houve a elaboração da análise utilizando os teóricos apresentados numa junção em relação à Semiótica e a letra de música selecionada, mostrando a produção discursiva existente. Trazendo a compreensão da letra, apresentando riquezas discursivas implícitas e explicitas, e os percursos de ação, manipulação, sansão, suas personagens, as espacialização, temporalização, tematização e na estrutura mais profunda com suas tendências contrarias definindo a tensão dialética, mostrando assim os sistemas de valores na semântica profunda.Seguem as Considerações Finais e Referências. O objetivo é analisar por meio do percurso gerativo de sentido a letra Com açúcar, Com afeto de Chico Buarque de Hollanda, relacionando as estruturas narrativas, discursivas e profundas, mostrando como cada discurso é apresentado e a verdadeira mensagem deixada por ela. Metodologia A metodologia utilizada no presente artigo é a dedutiva tendo em vista a racionalização de ideias em sentido interpretativo partindo de dados gerais para particulares, com isso podemos apontar que a aplicação da Semiótica na música de Chico Buarque acarretará o leitor a localização dos valores ideológicos e a produção discursiva existente. Noções sobre a Linguagem e Ideologia Inicia-se esta pesquisa trazendo as considerações de linguagem e ideologia, definindo a necessidade do ser humano em viver em sociedade utilizando a fala. Segundo Fiorin (1998), a fala é a exteriorização psicofísico-fisiológica do discurso, sendo o ato concreto, e individual de manifestação da linguagem. Para viver em sociedade o homem utiliza um sistema para se comunicar, unido com seus conhecimentos de mundo, por meio deste sistema interage com seus semelhantes, compartilhando da mesma cultura, formada pela ideologia. Constituída pela realidade e constituinte da realidade. Não é um conjunto de ideias que surge do nada ou da mente privilegiada de alguns pensadores. Por isso, diz-se que ela é determinada, em última instância, pelo nível econômico. (FIORIN, 1998, p. 29). Segundo Fiorin (1998),a semântica discursiva é o campo da determinação ideológica propriamente dita. Noções básicas de Análise do Discurso 26 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Ao dissertar sobre linguagem e ideologia, vem à necessidade de entrar no campo dos textos, o discurso. Nos textos são demonstradas as formas discursivas dos sentidos e dos valores ideológicos. Para isso será necessário o aprofundamentona análise do discurso, que é uma teoria Linguística, que visa a estudar as produções textuais, buscando em cada uma delas o objeto de sentido. Para Orlandi (2002), a palavra discurso, etimologicamente, tem a ideia de curso, de percurso, é a palavra em movimento, isto é, observar o ser humano falando, compreendendo a língua fazendo sentido através da história, na vida social. Por meio da análise do discurso a linguagem torna-se mediação entre o homem a realidade natural e social, considerando a produção de sentidos enquanto parte de suas vidas. Colocando assim, a análise do discurso entre a Linguística e as Ciências Sociais. Orlandi diz que para compreender o funcionamento do discurso, isto é, para explicitarmos as suas regularidades, é preciso fazer intervir a relação com a exterioridade, ou seja, compreendermos a sua historicidade, pois o repetível a nível do discurso é histórico e não formal (ORLANDI, 2004, p. 29). Em suma, Orlandi (2004) mostra que a análise do discurso tem função da linguagem com a exterioridade conhecendo os sentidos trabalhados nos textos em sua discursividade, do qual transforma a noção de linguagem em sua forma material, deslocando a própria noção de social, histórico e ideológico. Noções básicas do Discurso Literário Após ser definida a análise do discurso, será estudado o discurso literário para mais entendimento das formas discursivas dos sentidos e dos valores ideológicos considerando o texto como um todo de significação. Bertrand (2003) considera o texto propriamente dito como um todo de significações que produz condições contextuais de sua leitura, e que o texto ditoliterário, diferente dos outros textos, incorpora seu contexto e contém em si mesmo o seu código semântico atualizado por seu leitor, indiferente das intenções do seu autor, trazendo condições de ser legitimado. Bertrand (2003) afirma que o escritor ao redigir consegue tornar-se estrangeiro em sua própria língua, deixando possibilidades inéditas não percebidas antes, forçando a se tornar outra. Mostrando que o texto literário exerce na naturezauma função crítica sobre a língua em relação a si mesma em cada obra. Noções básicas da Semiótica 27 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Nesta fase, o aprofundamento será feito por meio dos estudos da Semiótica científica, como uma das ciências humanas e sociais, no processo de significação, mostrando as dimensões do discurso num contexto literário, trabalhando a estrutura Narrativa, a estrutura Discursiva e a estrutura Profunda, seguindo a linha francesa de Algirdas Julien Greimas. Bertrand (2003) apresenta a Semiótica como modelo de análise da significação, além da palavra, além da frase, na dimensão do discurso, tendo suas raízes na teoria da linguagem, e suas estruturas e concepções da língua como instituição social. Prados (2009) ratifica que a Semiótica é a ciência da significação, pois a transmissão, conservação, transformação e aprendizagem da cultura ocorrem por meio das práticas sociais, com o estudo de uma comunidade. Os sistemas e discursos são historicamente determinados e geograficamente delimitados, pois a “visão de mundo” de uma comunidade sociocultural e linguística, bem como sua ideologia e sistema de valores, acha-se sempre em processo de (re)formulação e um constante processo de “vir a ser” que paradoxalmente transmite a seus membros o sentido de estabilidade e continuidade, ou melhor, os processos culturais são apreendidos no convívio social, uma vez que, as semióticas-objeto (linguagem verbal, música, gestualidade, literatura, artes, etc) são particulares em cada sociedade (PRADOS, 2009, p. 15). A semiótica, de que se trata neste estudo, segundo Prados (2009), tem suas raízes na teoria da linguagem, em que se concebe a língua como instituição social, considerando o sentido gerado no desempenho da fala. Analisando a música em diferentes etapas na realização discursiva, desde a superficialidade de um discurso até as estruturas fundamentais e mais profundas. Para isso será utilizado a Figuratividade, as Estruturas Narrativa, Discursiva e a Profunda. Para Fiorin (2006) a estrutura discursivaé responsável por revestir as formas abstratas da estrutura narrativa por termos que as concretizem, nomeando os atos, os seres, o espaço, o tempo e a figurativizações dos seres, mostrando qual éou quais são as pessoas do discurso, enquanto a narrativa realiza a análise de um determinado sujeito em busca de um objeto de valor. Já a estrutura profunda do discurso constitui a primeira etapa do percurso gerativo do sentido, da qual é gerada a significação, e mostrará o que pode ocorrer num nível mais profundo, sendo possível ser representado topologicamente pelo quadro semiótico (GREIMAS apud PRADOS, 2008, p. 80). Neste contexto é possível descrever os sistemas de valores na semântica profunda utilizando modalidades aléticas, ser/parecer (do 28 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 verdadeiro/falso), no modelo dinâmico da lógica dialética (PAIS apud PRADOS, 2008, p. 82). A análise Semiótica da canção de Chico Buarque de Hollanda, Com açúcar, Comafeto. Para realizar esta análise serão utilizados os três níveis do percurso gerativo de sentido, a estrutura narrativa, a discursiva e a profunda. A música selecionada, Com açúcar, com afeto, uma composição de aspecto social, do qual se utilizará da Semiótica para mostrar seus valores discursivos e ideológicos. Com a análise do nível narrativo podemos identificar neste texto complexo três etapas narrativas: o sujeito (eu), a ação praticada pelo sujeito (você) e o sujeito (você) recobrando o contato com o sujeito (eu), isto é, o sujeito (eu) manipulando o outro sujeito (você) para que não saísse de casa, em um fazer ou não fazer. Em seguida, do verso “qual o quê” até “pra você rememorar”, temos a ação realmente praticada pelo sujeito (você), que rejeita a manipulação do primeiro, e que desenvolve o percurso em sentido oposto ao que o narrador desejava, e que passa a fazer o que o outro não deveria fazer. E por fim, quando o sujeito (você) volta à noite para casa recobrando o contato com o sujeito (eu) e se submetendo ao processo de julgamento/sanção que irá decidir sua sorte, a estrutura narrativa determinará o sujeito em busca de um objeto de valor. Já na análise da estrutura discursiva serão mostradas as formas abstratas do nível narrativo passando para formas concretas, nomeando de forma mais precisa as personagens, o tempo, o espaço e a figurativização em que ocorre a narrativa. Destinatário Marido confiança Destinador Adjuvante Busca da Suprimir a liberdade Sujeito Oponente Objeto de valor Marido Ócio/lazer mantê-lo em casa 29 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Figura 1: ação e manipulação do sujeito Neste início de análise observa-se a manipulação do sujeito (eu/mulher), tentando persuadir o sujeito (você/ marido), despertando sua confiança em fazer crer que ficar em casa é bom (seu objeto de valor), assim suprimindo sua liberdade (adjuvante), num processo de manipulação, tendo como oponente o lazer e o ócio, do qual seu marido quer viver. No trecho Com açúcar, com afeto, “fiz seu doce predileto Pra você parar em casa”, fica clara a intenção de manipulação, despertando o querer do destinatárionas vantagens de se parar em casa, em que o destinador ira fazer o seu doce predileto. Da ação mostrada nesta letra verifica-se que as ações desenvolvidas pelo destinatário não correspondem ao do destinador, que em vez de ficar em casa, ele se entrega aos prazeres da rua. No trecho “Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança Pra chorar o meu perdão” o destinatário está cansado de perambular pelas ruas e regressa ao lar, que assume a função de julgamento/sançãopelo destinador. Finalmente, Com açúcar, com afeto apresentam as três fases típicas de uma narrativa completa: a manipulação, ação e sanção. Nas estruturas Discursivas podem-se ver as Personagens: eu (mulher), você (marido), a Temporalização: tempo da enunciação: presente,oTempo do enunciado: música composta em 1966, a Espacialização: casa, bar, oficina, rua, esquina, praia, a Figurativização: doce, açúcar, afeto, terno que mostra o sujeito (você) ao sair para o trabalho, maltrapilho ao regressar a sua casa, amigo, futebol, samba, copo e a Tematização: manifestações de paciência do ator (eu), a vadiagem incorrigível do ator (você). Já a estrutura Profunda mostrará a tentativada mulher, de fazer o sujeito/marido, integrar-se aos hábitos domésticos, a transgressão, e a sequência de ações efetivamente realizadas pelo sujeito. 30 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Integração transgressão (Ser) (não parecer) Não transgressão (parecer) (não ser) Não integração Figura 2: sentimentos e ideias Como a passagem de um polo ao outro da categoria, integração e transgressão, jamais se dá diretamente, pois um termo para ser negado, precisa que o outro seja afirmado, o sujeito/marido não acolhe a manipulação, tendo a consequência não integração. E para ser reintegrado, o sujeito/marido, se submete ao fazer interpretativo do destinador/mulher, reunindo esforços para anular o peso da transgressão, não transgressão, até conseguir o perdão, “Quando a noite enfim lhe cansa/você vem feito criança”, por fim, a reintegração, “Dou um beijo em seu retrato/E abro os meus braços pra você”, portanto, estão atribuindo-lhe, no quadrado semiótico, valores tensivos. Enfim, pode-se dizer que essa canção provém de uma aguda observação da realidade, de uma crítica sobre a realidade social e que as representações de gênero aqui verificadas ultrapassam o que poderia ser mera reprodução de estereótipos banalizados ou naturalizados pelo senso comum. Ao contrário disso, é a visão de alguém que está atento à realidade social, às relações de poder presentes na sociedade e também atento às particularidades e subjetividades de cada um. Considerações finais Essa pesquisa teve como alvo a análise Semiótica da letra de música de Chico Buarque de Hollanda, Com açúcar, Com afeto. Com o objetivo de mostrar na estrutura da canção uma linguagem verbal interligada a um 31 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 contexto sociocultural, as formas discursivas dos sentidos e dos valores ideológicos subentendido em seu texto. As informações colhidas acerca da linguística foram de grande valor para a compreensão de seu uso e funcionamento. Por meio desta análise foi possível entender que cada discurso inserido na sociedade apresenta um duplo sentido, o sentido oculto e o explicito, e que a Linguística nos dá a possibilidade de afirmar que esses fatores são usados pelos compositores para compor. Esta linguagem extraordinária, que pode ser utilizada na escrita sem dizer o seu real significado, deixando implícito no texto. A semiótica tem esse papel de analisar o discurso de forma mais próxima, destrinchando o texto, e tentando entender o que o mesmo quer passar. Estão claras as relações com a sociedade e a história na construção dos sentidos dos textos que revelam, de alguma forma, as determinações sociais inconscientes por meio das relações intertextuais e interdiscursivas que os textos mantem com o que dialogam. Portanto é cabível afirmar que o sentido presente na canção foi desvendado com a realização da análise Semiótica. Referências BERTRAND, Denis. Caminhos da Semiótica literária. Bauru, SP: ESDUSC, 2003. FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. São Paulo, 6ª ed. Ed. Ática, 1998. FIORIN, José Luiz. Introdução à linguística- I Objetivo Teórico. São Paulo, 6ª ed. Ed. Contexto, 2012. FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. São Paulo, 14º ed. Ed. Contexto, 2006. MELO, Eliana Meneses de, PRADOS, Rosália Maria Netto. GARCIA, Wilton. Linguagens. Tecnologias, culturas: discursos contemporâneos. São Paulo, 1ª ed. Editora Factash, 2008. ORLANDI, Eni P. Análise do Discurso: princípios & procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 4ª edição, 2002. PRADOS, Rosália Maria Netto (org.). Semiótica, Discursos e Cultura. São Paulo: Factash Editora, 2009. 32 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A AUSÊNCIA DA DANÇA DENTRO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Geovane de Oliveira Vieira –[email protected] EspSilvana de Jesus Santos – [email protected] Ms Marilene Ferreira de Lima [email protected] Faculdade Unida de Suzano – Unisuz/Uniesp RESUMO: Quando falamos de Educação Física estamos falando de movimento, pois com a dança posso trabalhar várias habilidades como ritmo,lateralidade, corporeidade, tempo e espaço, mostrando sua contribuição nas aulas de Educação Física. O objetivo para esse estudo é analisar a ausência da dança dentro das aulas de Educação Física e verificar a exclusão da dança no âmbito escolar. O método utilizadofoi entregue para 20 professores de Educação Física do ensino fundamental I, um questionário adaptado contendo 10 questões. Vimos que nas discussão e resultados desta pesquisaque os professores mostraram-se não apto a aplicar uma aula após terminarem a graduação, mais todos acham importante, observamos que ainda temos professores que não trabalham com a dança. Sobre a importância da dança na escola, onde comparamos se os professores de Educação Física trabalham com a modalidade dança em seu planejamento escolar, verificando e analisando o olhar e a grande importância deste profissional relacionado a dança. Conclui-se que ao analisar a possibilidade da dança dentro das aulas de Educação Física, precisamos de mais estudos relacionados a essa área, para obter melhores resultados, onde a educação física como cultura corporal do movimento se tornou essencial na educação dos alunos. Palavras –chaves: dança, Educação Física, movimento. INTRODUÇÃO: A dança é rica em movimento considerando queo professor de educação física trabalha osaspectos cognitivos, psicomotores, afetivo e social, pode contribuir para o aprimoramento das habilidades básicas além de favorecer a criatividade do aluno, a dança é rica em movimento que envolve o corpo, espírito, mente e emoções que enriqueça a aprendizagem, a escola é um lugar privilegiado para que isso aconteça, o professor tem o dever de mostrar o significado da dança para sua vida e não execução da alta qualidade técnica. A dança é um movimento de expressão completo e complexo, presente em todas as épocas e etapas da historias, e também considerado umas das 33 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 artes mais antigas criadas pelo humano, usada para exprimir os sentimentos na necessidade de expandir- se por movimentos e vínculos emocionais, portanto ao falar do homem aplica também falar do seu corpo e falar do seu espaço multidisciplinar (SILVA, et al 2012). No entanto, falar de educação física estamos falando em movimento e cultura corporal, e atualmente sem dúvidas a dança é movimento, ritmo e expressão, pois o professor de educação física trabalha com o movimento e por que não trabalhar com a dança nas suas aulas pois ela trabalha vários aspectos de diversas habilidades motoras, podendo também contribuir para o aprimoramento das habilidades básicas, além de favorecer a criatividade do aluno, a dança é rica em movimento que envolve o corpo, espírito, mente e emoções que enriqueça a aprendizagem. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física(1997),num país em que pulsam o samba, o bumba-meu-boi, o maracatu, o frevo, o afoxé, a catira, o baião, o xote, o xaxado entre muitas outras manifestações, é surpreendente o fato de a Educação Física ter promovido apenas a prática de técnicas de ginástica (eventualmente) danças europeias e americanas. A diversidade cultural que caracteriza o país tem na dança uma de suas expressões mais significativas, constituindo um amplo leque de possibilidades de aprendizagem. O professor de educação física tem como conteúdo atividades rítmicas, não podendo deixar de lado, pois é capaz, depende como transmite o conteúdo, tratar se de um pensamento crítico e reflexivo, através da realidade do aluno da sua cultura local, trazendo um pouco das outras culturas para o aluno e uma crítica através da atividade rítmica, podendo ver as diversas culturas. Segundo Silva, et al (2012), A dança traz inúmeros benefícios sociais, culturais, emocionais, cognitivos emotores de maneira conceitual, atitudinal e procedimental que favorecem a conscientização do corpo e do senso crítico, formando um cidadão autônomo, ciente de seus direitos e deveres. Segundo LDB 93/94/96, Brasil (1996), A escola tem o dever de educação de liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento a arte e o saber, e o dever de educar tendo ao acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. O aluno tem o direito de expressar seus sentimentos, pois a dança traz essa possibilidade de se expressar com o corpo, às vezes um aluno tímido, tem vergonha de se apresentar numa dança, e colocando uma máscara ele se descobre se liberta dessa timidez que lhe inibe, pois a dança consegue trazer o aluno para aula, através da música dos movimentos do ritmo. E trazendo cultura de movimento para o aluno. 34 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Mais ainda vimos uma resistência dos professores de educação física trabalhar com a dança, será por quais motivos afinidades, não ter tido uma base na universidade, à dança ainda é realizada de forma muito restrita, isto se dá, principalmente, devido ao despreparo na formação dos profissionais, embora a dança tenha crescido nas principais universidades, mais ainda vem sendo pouco explorada no âmbito escolar. (GARIBA, FRANZONI 2007) Segundo Silva, et al (2012), foi apontado que na maioria das vezes a dança é aplicada apenas em datas comemorativas quando isso acontece, não é de forma coerente com os objetivos da Educação Físicaque os profissionais de Educação Física não conseguem utilizar o conteúdo dança em suas aulas por falta de afinidade com ele, preconceito, por não terem tido essa disciplina de forma eficiente na graduação, despreparo dos professores, falta de conhecimento dos profissionais ou por falta de instalações e materiais. O professor de educação física tem essa ideia de saber fazer para ensinar, temos que acabar com essa ideia que existe, têm que saber executar o movimento na pratica para ser um bom profissional, e sim saber ensinar e corrigir os movimentos corporais dos alunos, não ser uma cópia onde eu mostro o movimento para o aluno e ele tenta imitar meus movimentos, e sim deixar o aluno usar a criatividade em cima de alguns temas dado. Segundo Silva, et al (2012), os futuros profissionais e profissionais de Educação Física devem refletir, pois os alunos não podem ser prejudicados aprendendo apenas aquilo com o que seus professores têm mais afinidade, aprendendo os mesmos conteúdos em todos os anos escolares, e sim explorar o máximo de vivências corporais possíveis, pois tudo se torna um desafio. Na educação física estamos falando de movimento e a dança é rica em movimento que é a essência da vida que toda forma de expressão seja falar, escrever, cantar e pintar, em tudo que fazemos tem ritmo no que faz, pois o professor pode pegar qualquer movimento simples e transforma em dança. (LABAN, 1990). Do contrário, matem-se possibilidades de desenvolvimento da criatividade, pois é difícil ser criativo num ambiente hostilizado, que não aceita ideias novas e/ou. que reprime o que é fora do comum. (FIAMONCINI, 2003). O professor o que se pode concluir, entretanto, dessas concepções é que o mais importante não é o campo de trabalho a ser escolhido por meio de um ou outro estilo de dança, mas de que forma se pode trabalhar com os elementos considerados importantes para o desenvolvimento da dança em suas aulas. (GARIBA, FRANZONI 2007). O objetivo desta pesquisa é analisar a ausência da dança dentro das aulas de educação físicae verificar a exclusão da dança no âmbito escolar. 35 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 MÉTODO Amostra:Esta pesquisa foi realizada com 20 professores do ensino fundamental I de ambos os sexos, em 8 escolas de Suzano. Instrumentos /Materiais: Foi utilizado um questionário Texeira (2009), adaptado que contem 10 questões, sendo 6 abertas e 4 fechadas que foi aplicado para os professores. Procedimento: Foi feito primeiramente um contato com a direção escolar, depois foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido o (TCLE), onde em algumas escolas foi entregue o questionário para a direção ou coordenador que entregaram para os professores e marcando um dia só para retirar os questionários deixados, já em algumas escolas teve o contado com os professores assinando e respondendo na hora. Plano de Análise de Dados: Após a coleta de dados, os mesmos foram tabulados, analisados por meio da literatura e apresentados em forma de gráficos. RESULTADOS E DISCUSSÕES GRAFICO 1 –Ao terminar sua graduação, você se sentia apto para aplicar uma aula de dança? 60% 50% 40% 55% 45% 30% 20% 10% 0% sim não De acordo com o gráfico 45% dos professores entrevistados disseram que sentiam apto a aplicar uma aula de dança após terminarem a graduação, já 55% não se sentiam apto a aplicar uma aula de dança. Os professores que 36 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 se sentiam apto afirmaram que dava para aplicar uma boa aula conforme teve em sua graduação, e também afirmando já ter um conhecimento fora da universidade, tendo uma facilidade com a dança, elogiando a matérias e o conteúdo do professor na graduação. Os professores que falaram que não se sentiam apto afirmaram que por falta de tempo hábil e o conteúdo sendo insuficiente, tendo dificuldade em trabalhar com a dança até hoje. Verificamos que a carga horário destinada a dança, se comparada aos esportes é reduzida, os acadêmicos vivenciam apenas duas disciplinas que desenvolvem as atividades rítmicas e expressivas. Nesta primeira analise podemos afirmar que os acadêmicos podem sair do curso sem a experiência corporal e teórico necessária para desenvolver a dança como conteúdo em suas práticas, os licenciados em educação física não se sentem aptos a ensinar a dança nas escolas, porque não receberam os subsídios para exercer tal conteúdo, pois os currículos destes cursos apresentam uma lacuna que se refere as questões especificas a este ensino. ( NACIMENTO, KLEE, 2012 ). Podemos ver que nessa questão os professores que se sentiam apto a aplicar uma aula de dança, já tem um conhecimento fora da graduação, gostando da dança antes mesmo de cursa tendo mais felicidade e compreendendo mais a dança, já os professores que faram que não se sentiam apto a aplicar tem dificuldades com a dança, nunca tendo um vivencia e acabam deixando de lado um conteúdo importante, vimos que tem ainda professores saindo da graduação que não sabem o que como ou até mesmo por que ensinar dança nas aulas de educação física. Gráfico 2 - Você acha importante a dança na escola? Por que? 120% 100% 80% 100% 60% 40% 20% 0% 0% sim não Dos professores entrevistados 100% acham importante a dança nas escolas mesmo vendo que ainda tem uma porcentagem na questão anterior que não se senti apto a trabalhar com a dança nas aulas após a formação, mais todos alegaram que a dança e importante trabalhando ritmo, expressão, coordenação, autonomia, corpo e mente, cognitivo e ao sócio afetivo, 37 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 possibilitando a inclusão de todos nas aulas, afirma também que além de ser um conteúdo importante e bom para um bom desenvolvimento, trabalhando a cultura do movimento sendo um conteúdo técnico e lúdico, e atraente para os alunos. Segundo Gariba, Franzoni (2007), fala que a dança enquadra-se como linguagem que deve ser ensinada, aprendida e vivenciada, na medida em que favorece o desenvolvimento de vertentes cognitivos, éticas e estéticas e contribui qualitativamente para as questões da socialização a expressão, atividades corporais advindas da expressividade, comunicação, alegria são, liberdade são elementos relevantes na vida do ser humano Podemos ver que na questão anterior tivemos um número grande de professores que não se sentiam apto a trabalhar com a dança, mais nessa questão todos consideram a dança importante, até mesmo citando algumas habilidades motoras, ao falar da importância da dança apresentamos bastante autores como podemos ver no trabalho que falam dos benefícios de se trabalhar com a dança, podemos ver que os professores conhecem os benefícios e a importância da dança na escola. GRAFICO 3 - A dança está incluída no seu planejamento escolar? Porque? 80% 60% 75% 40% 20% 25% 0% sim não Em relação a esta questão os professores que falam que esta incluído no seu planejamento escolar a dança 75% falaram que sim, e 25% faram que não está incluído no seu planejamento. Os professores que falaram que trabalha com a dança nesta questão, por que é importante e faz parte do currículo da educação física e dentro dos parâmetros curriculares, trabalhando a cultura corporal e também auxilia na alfabetização, socialização, autoconfiança, coordenação motora, ritmo, expressão e criatividade, os professores que falaram que não está incluído no seu planejamento escolar, pois não domina esse conteúdo tendo dificuldade não considerando apto a dar uma aula de dança, pois faram que falta uma vivencia ou oportunidade para preparar uma aula voltada a dança. 38 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Os professores podem sim utilizar a dança nas escolas, dar parâmetros para sistematização e apropriação crítica, consciente e transformação e apropriação crítica, consciente e transformadora dos conteúdos específicos da dança e portanto da sociedade. O professor teria, assim, o papel não de reproduzir, mais de instrumentalizar e de construir conhecimento através da dança com seus alunos, pois ele é formado de conhecimento, elementos essenciais para educação de um ser social. (MARQUES, 1997). Como vimos ao longo do trabalho que a dança é rica em uma aula de educação física, mesmo todos professores considerando a dança importante, temos um número que não trabalha, podendo ver também conforme a questão 6 podemos analisar que temos um número maior de não se sentiam apto a trabalhar com a dança, do que nesta questão discutida onde a grande maioria trabalha com a dança, que mesmo professores tendo dificuldade e não se sentindo apto a aplicar uma aula de dança após o termino da graduação, mais está no seu planejamento trabalhando com a dança. GRAFICO 4 - Você considera a proposta do PCN, importante na elaboração de suas aulas? Porque? 120% 100% 80% 100% 60% 40% 20% 0% 0% sim não Nessa questão 100% dos professores consideram a proposta do PCN importante, trabalhando em suas aulas alguns adaptando conforme a necessidade de seus alunos, também não fugindo da proposta dos professores, ajudando na elaboração do planejamento, uns falam que tem dificuldade em elaborar suas aulas e o PCN auxiliam na elaboração do planejamento e organização, um dos professores falam que ajudam e muito no fundamental I, pois no fundamental ll e ensino médio tem o currículo do estado de São Paulo. Segundo Vieira (2007), fala que ao ser tratada na escola, tanto pelo ensino da arte, quanto pelo ensino da educação física, a dança contribui para a sua desmistificação no âmbito escolar proporcionando o conhecimento e a vivencia desta manifestação artística, reconstruindo o transito entre os vários 39 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 gêneros de dança, sem privilegiar um único gênero em detrimento de outros, estabelecendo-se, dessa forma como comunicação com outras formas de saberes em dança. A dança tendo nos PCN de arte como atividade expressiva, e de educação física como atividades rítmicas que entra a dança, são importantes para trabalha nas escolas, pois é uma ferramenta adequada para os professores utilizar nos seus planejamentos, proporcionando o conhecimento e vivencia historias e corporal em suas aulas, pois todos consideram importantes os PCN na elaboração de suas aulas, mais ainda tento um número de professores que não trabalha com a dança, mesmo achando importante e tendo no PCN. CONSIDERAÇOES FINAIS Este trabalho teve como objetivo analisar a ausência da dança dentro das aulas de educação físicae verificar a inclusão da dança no âmbito escolar. Observou-se nesta pesquisa de campo realizada, que a ausência da dança dentro das aulas de educação física na qual fundamentamos em alguns autores como os Parâmetros Curriculares Nacional e Leis de Diretrizes de Bases, que trazem a dança como um fundamento importante para trabalhar nas escolas falando dos benefícios e importância. Vimos que nas discussão e resultados dessas pesquisa os professores mostraram-se não apto a aplicar uma aula após terminarem a graduação, mais todos acham importante, observamos que ainda temos professores que não trabalham com a dança, mesmo tendo vários autores, PCN e LDB falando da importância, ainda o número que trabalham com a dança e não se sentem apto a aplicar são bem inferiores, quando comparados os gráficos temos um número maior de professores que não se sentem aptos, e que não trabalhar com a dança, pois vimos que mesmo um número que não se sente apto ao terminar a graduação, mais mesmo assim trabalham com a dança. Conclui-se que ao analisar a possibilidade da dança dentro das aulas de educação física, precisamos de mais estudos relacionados a essa área, para obter melhores resultados, onde a educação física como cultura corporal do movimento se tornou essencial na educação dos alunos. REFERÊNCIAS BRASIL Leis de Diretrizes bases1996, http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/idf.pdf., acessado em 14 de Abril de 2014 40 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 BRASIL Parâmetros Curricular Nacional: Educação Física/Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília MEC/SEF, 1997. FIAMONCINI, Luciana. Dança na educação: A busca de elementos na arte e na estética. Pensa a Pratica 6: 59-72, jul/jun, 2002-2003. GARIBA, Chames Maria Stalliviere, FRANZONI Ana. Dança escolar: uma possibilidade na Educação Física-movimento. Porto Alegre,v.13,n.02,p.155171,maio/agosto de 2007. LABAN, Rudolf. Dança educativa moderna. Tradução maria da conceição parayba campos. São Paulo: Ícone, 1990. MARCONI Marina de Andrade, LAKATOS Eva Maria, Fundamentos de Metodologia Científica. 5. Ed.-SãoPaulo : atlas 2003. MARQUES, Isabel A. Dança na escola. Motriz- Volume 3, Número 1, Junho/1997. NASCIMENTO, Flávia Marchi. KLEE, Maria Helena Oehlsclarger. A dança como componete curricular no curso de educação física da ESEF/UFPEL. Revista didática sistêmica,.V. especial, n.1, 2012. SILVA Monique Costa de Carvalho, et al, Aimportancia da dança nas aulas de educação física, revisão sistemática. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte-V.11,n.2,2012,p.38-54. TEXEIRA, Marcio da Silva. A concepção de professores formados em educação física quando à inclusão da dança no planejamento das aulas de educação física de ensino fundamental. Rondônia, MT. Faculdade de educação, saúde e meio ambiente – FAEMA, 2009. VIEIRA, Marcilio de Souza. O sentido do ensino da dança na escola. Revista educação em questão, Natal, v.29,n.15,p.103-121, maio/ago. 2007. 41 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 42 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A CONTRIBUIÇÃO DESENVOLVIMENTO FUNDAMENTAIS. DA GINÁSTICA ARTÍSTICA NO DAS HABILIDADES MOTORAS Tatiane de Lima Novaes- [email protected] Eduardo [email protected] Marilene Ferreira de Lima [email protected] FACULDADE UNIDA DE SUZANO- Unisuz- Uniesp RESUMO:A Ginástica Artística é uma modalidade que embora pouco praticada nas aulas de Educação Física, tem uma grande contribuição no desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais. Este trabalho teve como objetivo analisar e verificar o desempenho motor de crianças do sexo feminino com a faixa etária de 10 a 11 anos, o método utilizado foium teste de rolamento para frente do corpo para analisar e verificar a coordenação motora das alunas com base nos estágios inicial, elementar e maduro. Constatou – se que os professores que trabalham com os conteúdos de Ginástica Artística com seus alunos apresentaram uma melhoria na coordenação motora e os professores que não trabalham não apresentam um resultado significante.Conclui-se que a escola que tem em sua proposta curricular e contempla os conteúdos de Ginástica Artística,seus alunos apresentam uma boa coordenação motora, precisamos de mais estudos relacionados a essa área, para obter melhores resultados. Palavra – Chave: Ginástica Artística, Habilidades motoras fundamentais, Rolamento do corpo para frente. INTRODUÇÃO Entre as modalidades esportivas a Ginástica Artística (G.A) é uma das modalidades que se destaca pela beleza da execução dos movimentos e complexidade dos movimentos e também pela contribuição que esta modalidade proporciona aos praticantes, enriquecendo o desempenho motor através dos exercícios propostos. Este tema se justifica pela necessidade dos conteúdos de Ginástica Artística serem trabalhados no âmbito escolar e pela influencia e contribuição que estes conteúdos proporcionam no desenvolvimento motor das crianças, e pela observação a partir da vivencia no estágio de como esses elementos podem ser trabalhados e de como são trabalhados nas escolas. A G.A tem inteira contribuição para a prática de outros esportes, pois através da G.A, a criança desenvolve flexibilidade, agilidade, força, equilíbrio, 43 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 resistência e habilidades motoras bem coordenadas como: correr, saltar, rolar, manter-se em equilíbrio, fazer rotações e giros, proporcionando melhoria nas capacidades físicas e dando suporte a outros esportes, que exploram e utilizam dessas capacidades físicas. Publio (2002),relata que a Ginástica Artística é uma modalidade que foi iniciada por Friedrich Ludwig Jahn e difundida pelo mundo em virtude do “bloqueio ginástico” de 1820- 1842, na Alemanha, teve seu início no Brasil com a colonização Alemã no Rio Grande do Sul, em 1824. Os exercícios feitos durante a prática da G.A são exercícios fundamentais para o corpo humano, pois desde o principio da história da humanidade esses mesmos são utilizados, tanto para uma boa saúde como preparação para guerras e hoje a G.A é muito utilizada e tem grande importância no desenvolvimento motor, desde a infância, onde há necessidade de aprendizagem das capacidades físicas e habilidades motoras fundamentais. Embora pouco praticada nas aulas de educação física a G.A pode ser contemplada no âmbito escolar, pois o professor pode se basear em um programa de iniciação para aplicar os conteúdos de G.A e fazer adaptações de materiais caso haja falta desses. Conforme afirma Schiavon (2005), a G.A é um dos principais motivos para o desenvolvimento das crianças, seja no aspecto físico, motor, cognitivo, afetivo e social, exatamente por estes aspectos que a G.A deve ser trabalhada nas escolas. Nascimento (2010),destaca que é importante que as escolas contemplem a G.A em seus projetos pedagógicos, pois pode – se aplicar com materiais adaptados, para as escolas com poucos recursos financeiros e essa pratica possibilita ao aluno um melhor desenvolvimento e formação psicomotora. O ser humano tem necessidade de se locomover, manipular objetos e manter-se em equilíbrio e entre outras capacidades físicas que a G.A proporciona. Como destaca Gallhaue e Ozmun (2005), a locomoção é um dos fatores fundamentais no aprendizado do movimentar- se efetivamente e eficientemente, pelo ambiente que envolve projeção do corpo no espaço externo, alterando sua localização relativamente e a pontos fixos da superfície atividades como caminhar, correr, pular, escorregar e saltar obstáculos são consideradas movimentos locomotores fundamentais. Para Ferreira Junior (2012), existem fatores para a exclusão desta modalidade tais, o mito da baixa estatura a falta de qualificação, a falta de material pedagógico e a desinformação dos gestores contribuem para a exclusão desta modalidade no âmbito escolar. 44 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Uma dos fatores que também contribui para a exclusão da G.A são os mitos e verdades sobre a modalidade e uma das questões que mais abrange os mitos e verdade é a questão da baixa estatura, pois ao observarmos as características físicas dos atletas desta modalidade e de outras é bem comum que existam biótipos específicos da modalidade e é bem comum que alguns pais não surgiram esta modalidade, para seus filhos, pois existe o medo da criança não crescer. Em todas as modalidades esportivas é possível identificar certas características físicas, motoras e psicológicas necessárias para que se obtenha sucesso. Esses traços particulares criam estereótipos de atletas como jogadores de basquetebol altos, ginastas de G.A baixos e fortes, nadadores com envergadura avantajada, e corredores de velocidade com músculos bem desenvolvidos. O sucesso alcançado por esses atletas transforma suas figuras em “modelo”. A circulação de suas imagens pela mídia leva muitos a acreditarem que se a criança praticar basquete atingirá facilmente os dois metros de altura ou se a criança praticar G.A terá problemas de crescimento. Sem dúvida, essa é uma visão limitada que não leva em consideração fatores importantes como a carga genética, as características da modalidade e do treinamento. (Tsukamoto e Nunomura 2008 p.123). Existem muitas pessoas que acreditam que a intensidade de treinamento prejudica no crescimento dos praticantes e atletas de G.A, pois no alto nível há uma carga de treinamento de 5 a 6 horas por dia e isso acaba influenciando no pensamento dos pais e pessoas leigas no assunto, pois assim como no alto nível da G.A, no vôlei e no basquete e em outras modalidades de alto rendimento também existe há essa necessidade de carga horária de treinamento. Como nos relata Ferreira Filho(2006), se o problema estivesse na carga de treinamento a maioria dos atletas de alto rendimento apresentaria problemas de estatura, mas podemos visar que não é isto que ocorre, pois existem características físicas e especificas predominantes, em virtude das próprias exigências de cada modalidade. No ponto de vista da biomecânica seria mais interessante o praticante ter baixa estatura, pois ele ganha vantagens em algumas situações de giros nos diferentes eixos do corpo e é o que colabora para um bom desempenho. MÉTODO Esta pesquisa é uma pesquisa de campo, qualitativa, pois será necessário analisar a coordenação motora de escolares do ensino fundamental I de 10 a 11 anos, praticantes e não praticantes de Ginástica Artística. 45 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Pesquisa de Campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e / ou conhecimentos acerca de um problema, para qual se procura uma resposta de uma hipótese, que se queira comprovar ou, ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Marconi (1990, p.75) Amostra: A amostra foi composta por 20 crianças de 10 a 11 anos do sexo feminino sendo elas 10 praticantes e 10 não praticantes de G.A. Instrumentos:Foi utilizado para coleta de dados o teste de sequência de desenvolvimento para rolamento do corpo da tabela 11.3 (GALLAHUE E OZMUN 2005). Plano de Análise de Dados: após a coleta de dados, os mesmo foram tabulados, analisados e apresentados em forma de tabelas e em forma de analise. RESULTADOS E DISCUSSÕES TABELA 1 SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO ROLAMENTO DO CORPO. NÃO PRATICANTES DE GINÁSTICA ARTÍSTICA. ESTÁGIO CABEÇA CORPO FINALIZAÇÃO DO ROLAMENTO INICIAL ELEMNTAR MADURO 80% 20% 0% 50% 50% 0% 90% 10% 0% No rolamento do corpo percebemos que em relação a posição da cabeça 80% das alunas encontram – se no estágio inicial, enquanto 20% encontram – se no estagio elementar e nenhuma das alunas encontram – se no estágio maduro. Em relação a posição do corpo verificamos que 50% das alunas estão no encontram – se no estágio inicial, 50% no estágio elementar e nenhuma encontra- se no estágio maduro. Na finalização do rolamento percebemos que 90% das alunas encontram – se no estágio inicial, 10% no estágio elementar e nenhuma encontra- se no estágio maduro. 46 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 De acordo com Gallahue e Ozmun (2005), os movimentos de rolamento são considerados como movimentos estabilizadores fundamentais e a estabilidade é destacada como um aspecto fundamental no aprendizado de movimentar – se, os autores afirmam que a estabilidade envolve a habilidade de se manter em equilíbrio e também a relação do individuo com a força da gravidade. Ao observarmos a tabela, podemos chegar ao conceito de que os conteúdos de G.A devem ser trabalhados nas aulas de Educação Física, pois o ideal seria que todas ou a maioria das aulas com essa faixa etária estivessem no estágio maduro. O professor deve apresentar preocupação de que seus alunos se expressem nem adequado nível de desenvolvimento, os movimentos que ele considera básico como, andar, correr, girar, rolar, lançar, etc. (FREIRE, 2009). Gallahue e Ozmun (2005) nos apresenta a ampulheta, como modelo de desenvolvimento motor durante o ciclo de vida, a ampulheta é dividida em fases, como fase motora reflexa, fase motora rudimentar, fase motora fundamental e fase motora especializada, a faixa etária de 10 a 11 anos é considerada a fase motora especializada. Por isso devemos nos atentar para os conteúdos de G.A que temos que trabalhar nas aulas de Educação Física, para que as habilidades motoras fundamentais sejam trabalhadas durante a infância e trabalhar com os conteúdos de G.A contribuiu para um bom desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais. O programa de Educação Física deve se atentar em fazer parte do desenvolvimento do ser humano desde os primeiros anos de vida. (PICCOLO, 1995). “É inteiramente possível uma criança de 10 anos trabalhar na fase de movimentos especializados, no estagio de utilização permanente, em atividades estabilizadoras que envolvam movimentos de ginástica.” (GALLAHUE E OZMUN, 2005 p. 64) A G.A adquiri um papel importante no desenvolvimento das habilidades motoras, pois poderemos verificar no teste realizado com as alunas praticantes de G.A, Ao analisarmos a tabela podemos observar os resultados e perceber que as crianças que não tiveram contato com a G.A, se apresentam no estagio inicial e elementar em relação ao rolamento do corpo. Go Tani et al (1998), relata que não é pequeno o número de indivíduos que não atingem o padrão maduro nas habilidades básicas rudimentar e que prejudica o desenvolvimento posterior. 47 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Sendo assim o professor deve se atentar a relevância de trabalhar com os conteúdos de G.A, nas aulas de Educação Física. TABELA 2 SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO ROLAMENTO DO CORPO. PRATICANTES DE GINÁSTICA ARTÍSTICA. ESTÁGIO CABEÇA CORPO FINALIZAÇÃO DO ROLAMENTO INICIAL ELEMENTAR MADURO 10% 20% 70% 10% 10% 80% 0% 30% 70% No rolamento do corpo percebemos que em relação à posição da cabeça 70% das alunas estão no estagio maduro, enquanto 20% estão no estágio elementar e 10% no estágio inicial. Em relação à posição do corpo podemos verificar que 80% das alunas encontram- se no estágio maduro, 10% no estágio elementar e 10% no estágio inicial. Em relação à finalização do rolamento percebemos que 70% das alunas encontram- se no estágio maduro, 30% no estágio elementar e nenhuma no estágio inicial. Como definem Gallahue e Ozmun (2005), o estágio inicial de uma fase de movimentos representa as primeiras tentativas da criança, o estágio elementar envolve maior controle e melhor coordenação rítmica dos movimentos fundamentais e o estágio maduro na fase de movimentos fundamentais é caracterizado por desempenhos mecanicamente eficientes, coordenados e controlados, é sugerido pelos autores que as crianças de 5 a 6 anos estejam no estágio maduro. Como podemos verificar e analisar nas tabelas apresentadas, as alunas que praticam G.A, apresentam um melhor desempenho motor em relação as que não praticam, sendo que são todas da mesma faixa etária. Darido (2011), afirma que o principal objetivo da Educação Física é proporcionar e oferecer experiências adequadas para o nível de crescimento e desenvolvimento, pois a criança deve aprender a se movimentar para adaptar aos desafios motores. 48 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O professor que consegue incluir em suas aulas de Educação Física os conteúdos de G.A, consegue obter uma melhoria no acervo motor de seus alunos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho onde o objetivo foi, analisar e verificar o desempenho motor de crianças do sexo feminino de 10 a 11 anos praticantes e não praticantes de Ginástica Artística, verificamos, que as meninas que praticam Ginástica Artística, apresentam um melhor desenvolvimento motor em relação meninas que não praticam e nem vivenciaram os conteúdos de Ginástica Artística no âmbito escolar. Com os resultados da pesquisa, podemos refletir sobre os conteúdos de Educação Física e de como eles deveriam ser aplicados de acordo com o PCN e a faixa etária dos alunos, respeitando assim suas etapas de desenvolvimento e contribuindo para o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais. Neste trabalho verificamos que a falta de materiais adequados não é um empecilho para que possamos trabalhar com os conteúdos de Ginástica Artística, pois na falta desses temos a possibilidade de adapta – los, podendo aplicar no mínimo o básico dos conteúdos de Ginástica Artística, que já possibilita uma melhoria no desenvolvimento motor dos alunos. Conclui- se que a escola que em sua proposta curricular os professores de Educação Física que trabalham com a Ginástica Artística, seus alunos apresentam uma boa coordenação motora, precisamos de mais estudos relacionados a essa área, para obter melhores resultados. REFERENCIAS DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física na escola Questões e reflexões.Ed. Guanabara Koogan S.A. 2003 FERREIRA FILHO Raul Alves et al . Ginástica Artística e estatura: mitos e verdades na sociedade brasileira.Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v 5(2):21-31- 2006 FERREIRA JUNIOR, Celso Ferreira et al. A ginástica Artística como conteúdo da educação física. perps. Online: biol & saúde, campos dos Goytacazes, 5 (2), 12-22, 2012. 49 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 FREIRE, João Batista. Educação Física de corpo inteiro, teoria e pratica da Educação Física. Ed. Scipione, 2009. 5º Ed. GALLAHUE, David L; OZMUN John C. Compreendendo o desenvolvimento motor bebês, crianças, adolescentes e adultos. Ed. Phorte 2005. 3º Ed. GO TANI, et al. Educação Física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. Editora da Universidade de São Paulo, 1988. PICCOLO, Vilma Leni Nista (org). Educação Física Escolar: ser... ou não ter?. Editora da Unicamp 1995. 3ºEd. SHAVION, Laurita Marconi. Materiais alternativos para a Ginástica Artística, In:NUNOMURA,M.; PICCOLO,V.L. (org) Compreendendo a ginástica artística. São Paulo: Ed.Phorte 2005. TSUKAMOTO Mariana Haruni Cruz e NUNONURRA Myrian: Considerações sobre crescimento e maturação na Ginástica Artística. São Paulo: Ed Phorte, 2005. In: NUNOMURA,M.; PICCOLO,V.L. (org) Compreendendo a ginástica artística. São Paulo: Ed.Phorte 2005 50 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A CORRIDA COMO FERRAMENTA PARA DESENVOLVIMENTO MOTOR EM CRIANÇAS EM CRIANÇAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Douglas Martins de Amorim - [email protected] Hélio Gunji – [email protected] Marilene Ferreira De Lima – [email protected] Faculdade Unida de Suzano – (UNISUZ- UNIESP). RESUMO: este estudo se caracterizou por ser de pesquisa de campo e teve por objetivo ilustrar a deficiência nos conteúdos das aulas de Educação Física mostrando uma nova opção de atividades, o atletismo “corrida” para a melhora da coordenação motora. A metodologia adotada baseou-se na aplicação de teste SHUTTLE RUN (corrida de ir e vir), com crianças do Ensino Fundamental I em duas escolas da região de Mogi das Cruzes, no ano de 2014 sendo uma que pratica o atletismo e outra que não pratica. Os resultados do estudo revelaram a importância da diversidade de atividades nas aulas de Educação Física ilustrando como trabalhar uma competência que é inata do ser humano, a locomoção. Conclui-se dessa forma que o atletismo mostra-se importante para a melhora do desenvolvimento motor em crianças do Ensino Fundamental I, podendo colocar em prática essa melhora no desenvolvimento em outras atividades correntes nas aulas de Educação Física, por isso a importância deste estudo. Palavras chave: Atletismo; corrida; desenvolvimento motor; educação física. INTRODUÇÃO Havendo uma aplicação maior e melhor do atletismo “corridas” dentro das aulas de Educação Física, levará a um desenvolvimento motor maior nas crianças melhorando sua vida escolar pelo fato da corrida ser um esporte básico que influenciará em outros esportes em sua trajetória escolar e fora da escola. Justificando-se importante para professores de Educação Física por ser um esporte de fácil aplicação e de suma importância para o desenvolvimento motor dos alunos nessa faixa etária que está sendo pesquisada. É cada vez mais necessária, a atuação de profissionais competentes e conscientes na formação esportiva de crianças e jovens, com o objetivo inicial o desenvolvimento motor e contribuindo para sua formação enquanto cidadãos, 51 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 visando uma criança mais equilibrada e melhor preparada para o futuro. Dessa forma, terá obtido uma contribuição da prática esportiva que foram incorporadas a sua vida escolar. Além, de a corrida ajudar a melhorar o condicionamento físico em crianças esta pratica vem diminuindo muito. Essa melhora ocorre segundo Fernandes (2003), a partir do aumento da capilarização muscular, porque são colocados em funcionamento uma grande quantidade de vasos capilares que não são ativados em crianças com estilo de vida sedentário. Segundo Teixeira, (1993), o esporte olímpico Atletismo, que serve como base para a maioria das demais modalidades, é uma atividade natural por excelência. No início dos tempos, essa prática era realizada, visando à conservação e à preservação da espécie e foi sendo incorporada à cultura humana. Assim começou o Atletismo, chamado esporte de base, por não apresentar grande dificuldade em sua prática, ser de fácil assimilação, e por utilizar as formas básicas do movimento: andar, correr, saltar, saltitar, lançar, arremessar. "Adotou-se a arte desses movimentos no lazer, medindo-se velocidade (rapidez), destreza e em relação aos outros”, segundo as regras oficiais do Atletismo. Já Barros; Ricieri (1990), afirma que o atletismo ao mesmo tempo em que pode ser considerado de fácil aplicação e de boa aceitação pela maioria dos professores, isto é, pode incluir-se como ponto comum, é também uma das menos realizadas. Tendo a corrida como base para a maioria dos esportes. Por que a corrida propriamente dita pouco é trabalhada em aulas de Educação física? Para esta pergunta pouco há resposta, pois o que acontece na maioria das vezes é que, os professores de Educação Física sabem de sua importância e competências, porém muitas vezes preferem dar uma bola para os alunos ou atividade lúdica sem muita preocupação com o que se está ensinando e o nível de aprendizagem do aluno. Deixando assim o aluno ausente do contato com a modalidade, contribuindo para um circulo vicioso de apenas esportes coletivos. Sendo que para Fernandes, (2003), a locomoção é inata, o homem nasce e já sente uma necessidade de se locomover, primeiro em quatro apoios, depois em bipedia em pé andando para só depois começar a correr sendo natural essa evolução. Tendo a característica de uma forma inata de locomoção. Por que não trabalhar e utilizar essa evolução para melhorar o seu desenvolvimento? Para que possa ter uma evolução maior e melhor na sua vida escolar. Pois possibilitará uma maior participação e melhor aproveitamento em aulas práticas de Educação Física, esportiva para ter uma melhor técnica e social, sendo um indivíduo que teve uma maior vivência em atividades práticas, terá uma melhor desenvoltura em atividades corriqueiras. Weineck, (1991), afirma que crianças e adolescentes necessitam para um desenvolvimento psicofísico harmonioso, uma dose suficiente de 52 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 movimentação. Esta necessidade geralmente é conduzida pela própria criança através de seu acentuado ímpeto de movimento. Sabendo da necessidade que crianças e adolescentes sentem em se movimentar, faz-se importante as aulas práticas de Educação Física visto que em tempos que internet e jogos de vídeo game estão tirando de crianças a possibilidade de uma atividade extraescolar, o papel do professor de educação física torna-se muito importante no desenvolvimento motor. Já Nascimento, (2010), destaca que o brincar, o jogar e o se movimentar para o ser humano e, principalmente para a criança, é importante no seu desenvolvimento emocional, social e cognitivo. No momento do jogar a criança testa suas ideias e conceitos, podendo desfrutar dos momentos de alegria ou medo, incerteza, frustração e experimentar o mundo que o cerca. Por isso é cada vez mais necessária, a atuação de profissionais competentes e conscientes na formação esportiva de crianças e jovens, contribuindo para sua formação escolar e enquanto cidadãos. Segundo Nascimento, (2010), o atletismo tem importante contribuição no desenvolvimento corporal e psicológico de quem o pratica, principalmente crianças e adolescentes, que estão em fase de desenvolvimento e crescimento, a qual se faz necessária a diversidade de movimentos. A contribuição do atletismo não é somente no aspecto físico, se dá também nos aspectos psicológico e social. Embora o atletismo seja um esporte em sua maioria de prática individual, os treinamentos com jovens e crianças geralmente ocorrem em grupos, trabalhando o aspecto social, que está diretamente ligado ao fato do atletismo ser um esporte de fácil acesso econômico, portanto, sua prática atinge todas as classes sociais. Barros; Ricieri, (1990), Se realmente queremos fazer do atletismo, um esporte praticado pela nossa juventude escolar, o padrão de exigências atenderia não somente aos problemas específicos do atletismo, mas daria por certo um melhor nível de preparo físico aos alunos, principalmente com as corridas, cuja não utilização, tem sido uma das grandes falhas da Educação Física brasileira. Assim reafirmo a importância da diversidade e aperfeiçoamento de movimentos básicos na infância, nas aulas de Educação Física, tendo a corrida como um dos mais inatos do ser humano, sendo sua evolução natural, o professor tem essa liberdade de trabalhar para acentuar e melhorar essa evolução mesmo a corrida não sendo o foco, mas nunca esquecendo de que é uma atividade que praticamos quase em todos os esportes e momentos da nossa vida dentro e fora da escola. Sendo o objetivo desta pesquisa, analisar a contribuição da corrida para o desenvolvimento motor em crianças do Ensino Fundamental I e mostrar a diferença de praticantes e não praticantes, destacando a importância desta prática nas aulas de Educação Física. MÉTODO 53 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Este estudo se caracteriza como pesquisa de campo qualitativa e quantitativa e tem por objetivo a coleta de dados para analise e obtenção de resultados que comprovem que a prática do atletismo melhora o desenvolvimento motor em crianças praticantes e mostrando a diferença de crianças que não praticam. Amostra: A amostra será composta por 30 alunos de ambos os sexos, em duas escolas públicas na região de Jundiapeba Mogi das Cruzes SP. Instrumentos: Será utilizado para coleta de dados o teste SHUTTLE RUN (corrida de ir e vir), onde os alunos realizaram na quadra da escola, o teste, de acordo com explicação dada pelo professor responsável pela aplicação. Procedimento: Será entregue um Termo de Consciente Livre Esclarecido (TCLE), para a assinatura dos responsáveis e após receber os termos assinados de volta será aplicado o teste. Tempo de execução: Anotado em segundos para o masculino e feminino sendo alunos praticantes e não praticantes. Plano de analise dos dados: Os dados após coletados foram tabulados e apresentados em forma de tabela. E analisados. RESULTADOS E DISCUSSÕES TABELA 1 Escola Não Praticante Meninos Suj. 1 Suj. 2 Suj. 3 Suj. 4 Suj. 5 Suj. 6 Total: Meninas Suj. 1 Suj. 2 Suj. 3 Suj. 4 Suj. 5 Suj. 6 Suj. 7 1ª Tentativa 2ª Tentativa Média 13.00 13.10 12.50 13.00 12.00 12.80 12.73 12.40 12.50 12.20 12.50 13.10 12.00 12.45 12.70 12.80 12.35 12.75 12.55 12.40 12.59 15.40 14.90 15.00 13.50 14.30 13.40 14.00 15.40 12.80 15.10 12.60 13.40 13.40 14.00 15.40 13.85 15.05 13.05 13.85 13.40 14.00 54 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Suj. 8 Suj. 9 13.50 13.80 13.40 13.80 13.45 13.80 Total 14.20 13.76 13.98 SUJ.= (SUJEITO). Na primeira tabela percebemos que os meninos foram melhores na segunda tentativa do que na primeira tentativa obtendo um resultado de 12.45 na segunda tentativa e 12.73 na primeira tentativa. As meninas também apresentaram um melhor desempenho na segunda tentativa do que na primeira tentativa, obtendo um resultado de 13.76 na segunda tentativa e 14.20 na primeira tentativa Para Vilma; Piccolo (1995), embora ainda hoje muitos professores de Educação Física procurem resultados imediatos em seus trabalhos, sabendo que um programa adequado às necessidades da criança deve ter um processo contínuo e prolongado. Podendo ser notado isso se comparando as duas escolas, uma tem o atletismo como pratica corrente há mais tempo nas aulas de educação física e a outra não tem, essas escolas obtiveram resultados diferentes mesmo as duas escolas sendo na mesma região e teoricamente os alunos tendo as mesmas condições de desenvolvimento fora da escola, pois convivem como amigos no bairro onde não tem condições de prática de esportes diferentes do que o futebol. Para Freire (2009), o homem pode apresentar movimentos cada vez mais bem coordenados, sendo possível conseguir tanto pelas necessidades impostas pelo meio como por uma educação sistemática, orientada na escola sendo perfeitamente cabível focar a educação diretamente em termos de habilidades motoras e serem desenvolvidas. Para apresentar esses movimentos mais bem coordenados terá que ser introduzida uma diversidade maior de esportes que com isso propicie maior vivência motora nos alunos que receberão essa diversidade, assim vamos minimizar essas diferenças de resultados de alunos que vivam no mesmo bairro e em outros também. TABELA 2 Escola Praticante Meninos Suj.1 Suj.2 Suj.3 Suj.4 1ª Tentativa 2ª Tentativa Média 13.00 12.90 11.80 11.40 11.50 11.40 13.70 12.40 11.30 11.60 12.20 13.30 12.10 11.35 11.55 55 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 11.60 11.30 12.00 11.80 11.92 11.50 11.30 11.80 11.80 11.86 11.55 11.30 11.90 11.80 11.89 Meninas Suj. 1 Suj. 2 Suj. 3 Suj. 4 Suj. 5 Suj. 6 13.70 12.30 12.30' 12.50 12.80 12.80 12.00 12.00 12.00 12.90 13.00 12.70 12.85 12.15 12.15 12.70 12.90 12.75 Total: 12.70 12.40 12.58 Suj.5 Suj.6 Suj.7 Suj.8 Suj.9 Total: SUJ.= (SUJEITO) Na primeira tabela percebemos que os meninos foram melhores na segunda tentativa do que na primeira tentativa obtendo um resultado de 11.86 na segunda tentativa e 11.70 na primeira tentativa. As meninas também apresentaram um melhor desempenho na segunda tentativa do que na primeira tentativa, obtendo um resultado de 12.40 na segunda tentativa e 12.70 na primeira tentativa. De acordo com Gallahue e Ozmun (2005) o desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionando pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente. Podemos observar isso na tabela acima onde percebemos que na primeira tentativa obtivemos uma média superior do que na segunda, mesmo os alunos estando mais descansados, mas apresentaram grande dificuldade na realização do teste, já na segunda tentativa apresentaram-se mais cansados após uma tentativa já realizada com um período curto de recuperação entre as tentativas, mas observamos uma melhora na execução e consequentemente nos tempo, pois já tinham realizado uma tentativa e reforçado a explicação sobre como proceder no teste, mesmo os alunos que se queixaram do cansaço elevado obtiveram melhora nos tempos devido já terem realizado uma vez. Ficando evidente segundo Vilma; Piccolo, (1995), que dos 7 aos 10- 12 anos, o desenvolvimento é caracterizado pelo refinamento e diversificação na combinação dessas habilidades em padrões sequências cada vez mais complexos. Isso se traduz nas tabelas acima, os alunos de ambas as escolas (praticantes e não praticantes), obtiveram uma média melhor na segunda tentativa salvo algumas exceções e esse refinamento só se da com uma 56 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 continuidade de movimentos por isso é tão importante a diversidade nas aulas de educação física, não só esportes coletivos mas sim os individuais são importantes também. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho onde o objetivo foi analisar contribuição da corrida para o desenvolvimento motor em crianças do ensino fundamental I, destacando a importância desta pratica nas aulas de educação física, que foi verificado através do teste de SHUTTLE RUN (CORRIDA DE IR E VIR). Observou-se uma diferença entre as duas escolas, o que já era esperado, pois sabemos da importância da diversidade motora para alunos do ensino fundamental I, e com o resultado da pesquisa podemos refletir sobre os conteúdos a serem aplicados nas escolas, respeitando sempre as etapas de desenvolvimento de cada aluno. Os alunos da escola que tem o atletismo como prática corrente ha mais tempo obtiveram uma média mais baixa do que os que não têm essa prática, os meninos em ambas as escolas obtiveram uma média inferior do que as meninas, mas a média dos meninos que não praticam com frequência o atletismo foi maior do que as meninas que praticam. Foram notadas que ambas as escolas conseguiram diminuir o tempo após uma tentativa, depois de uma breve explicação e após uma vez já realizado mostrando que com a prática apesar de estarem cansados fica mais fácil a realização da atividade uma vez já feita. Conclui-se que uma diversidade motora se faz necessário para o desenvolvimento pleno dos alunos e uma melhora no desenvolvimento motor dos mesmos, necessitando de mais estudos sobre esse tema para obtermos melhores resultados e ampliar e educação física nas escolas. REFERÊNCIAS BARROS, Nelson, RICIERI Dezem, O Atletismo 2ªedição, São Paulo, 1990. FERNANDES, José Luis. Atletismo corridas 3º Ed, EPU 2003. NASCIMENTO, Marilândia. Contribuições da inclusão do atletismo no currículo escolar do ensino fundamental1, Mafra, v.17, n 2, 2010 disponível em: <http://WWW.periodicos.unc.br> acessado em: 11/04/2014. 57 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 TEIXEIRA, M. S. Atletismo da iniciação a técnica: corridas, saltos, arremessos. São Paulo: Obelisco, 1993. WEINECK, Jourgen. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991. 58 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO DURANTE AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO FUTSAL ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL II Adriano Santos Andrade – [email protected] Elcio Antonio Adami Terra – [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira –[email protected] Faculdade Unida de Suzano UNISUZ/UNIESP RESUMO Podemos observar que a aula de Educação Física sempre está relacionada com o esporte e o futebol, mas precisamente o futsal está presente na vida escolar dos alunos desde os primeiros anos, contribuindo para uma melhor coordenação motora, equilíbrio, agilidade e etc.O objetivo dessa pesquisa foi investigar se existe o preconceito contra as meninas em âmbito escolar no ensino fundamental II.Na pesquisa de campo, foi usado um questionário estruturado com nove perguntas, sendo composto por sete questões fechadas com base em Darido e Junior (2002), acrescido de uma questão aberta e uma questão fechada.A amostra foi composta por alunas de uma escola estadual do Município de Suzano, que cursam o Ensino Fundamental II no ano de 2014.Ao analisar os resultados dos questionários, pudemos perceber que o campo de atuação das meninas no futsal escolar aumentou, muitas jogam de igual pra igual com os meninos, muitas ocupam a quadra em horários antes dominados pelos meninos, mas ainda impera o preconceito quando se fala em jogar juntos meninos e meninas. Diante da situação apresentada, podemos concluir que a interação de meninos e meninas no futsal escolar é essencial para que esse preconceito diminua cada vez mais. Palavras chave:futsal escolar; meninos; meninas. INTRODUÇÃO Vendo situações que ocorreram nos estágios, escola da família, trabalho e na própria faculdade, escolhi estudar esse fenômeno que é a discriminação de gênero, meninas que são sempre excluídas do esporte, em especial o futsal escolar e só os meninos que ficam com o “direito” de jogar. O Brasil é conhecido nacionalmente e internacionalmente como o “país do futebol”, entretanto, devido às questões machistas, preconceito e principalmente as questões envolvendo gêneros,sendo assim, poderíamos rotular e modificar para“O país do futebol masculino”. Podemos explicar como gênero, algum conceito que se baseia nas diferenças biológicas entre homem e mulher, e que, acabam por separá-los, de modo geral, determinando o que um ou outro pode ou não fazer. 59 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Tentando investigar as relações entre gêneros na educação física escolar, podemos identificar alguns pontos negativos, que até o momento não foram vistos, atentados pelos professores, ou seja, pela escola em si, que desde a base escolar já divide meninos e meninas dos esportes, Romero (1994) expõe que nas atividades físico-desportivas, detecta-se uma discriminação sexual quando os meninos são conduzidos e direcionados às atividades que requerem, em maior grau, a motricidade ampla, e as meninas, a motricidade fina. É fundamental que, os docentes compreendam, de que modo ocorrem os conflitos envolvendo qualquer tipo de discriminação na Educação Física, para que sejam tomadas medidas adequadas, visando transmitir ao educando conhecimento necessário para que possa ser levado para sua vida fora da escola, para que conviva com os demais membros da sociedade. Durante toda historia a mulher manteve-se a margem das decisões da sociedade. Em diversos setores sofreram, de certo modo, com exclusões, restrições, etc. No esporte em geral, seja em veículos de comunicação em massa, seja por reconhecimento profissional, o gênero femininofoi subjugado pelo masculino em relações de domínio e poder, na antiguidade grega, por exemplo, a possibilidade de vida das mulheres era muito restrita, sendo reservado a elas o papel de procriar e cuidar dosfilhos. Neste contexto, o esporte era uma prática geralmente proibida para elas. Desde os Jogos Olímpicos da Antiguidade, somenteas jovens e solteiras tinham a permissão de assistir as competições com a finalidade explícita de escolher um marido e informar seusirmãos ou o pai sobre a escolha. (MIRAGAYA, 2002). Vale lembrar que por um período a mulher foi impedida de praticar alguns esportes considerados sem qualquer tipo de embasamento teórico, impróprios, em função de sua natureza frágil. Dado semelhante, de certo modo, foi transferido para a Educação Físicaque atua como meio social desde o inicio da vida do indivíduo. Sempre houve uma separação entre meninos e meninas, equivocadamente. Para as meninas sempre foram aplicadas atividades mais “leves”, esportes de pouco contato físico, para que não se machuquem e os meninos são vistos como preparados para um esporte forte e violento. Supõe-se que, práticas, comportamentos considerados adequados ou inadequados, possam ser transferidas de modo a atuar na vida fora da escola dos discentes. É essencial a investigação, o entendimento de todos os escolares, a fim de que sejam tomadas decisões de modo adequado, pensadas e executadas, no sentido de que a sociedade seja mais tolerante e justa no que diz respeito aos comportamentos. 60 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Como aponta Swain (2009), o feminismo como movimento político transformador interroga e desconstrói a naturalização dos corpos em papéis e práticas sociais, e, como conhecimento crítico, interroga os discursos sociais, em seus desdobramentos de etnia, raça, classe, gênero e sexualidade, além de interrogar o próprio sexo biológico na constituição do sujeito “mulher”. Analisando o assunto abordado, para que não haja a discriminação de gênero na Educação Física escolar, desde o início da vida escolar deve ter a inclusão das meninas com os meninos, para que quando chegue às séries mais adiante, não ocorra nenhum tipo de preconceito, discriminação ou algo similar, todos têm a mesma capacidade de desenvolver qualquer trabalho em âmbito escolar, independente de sexo. Diante da breve ideia exposta, o presente estudo tem como objetivo investigar como é trabalhado o futsal na escola, analisando as relações entre meninos e meninas nas aulas de educação física. MÉTODO Foi feito uma pesquisa de campo de forma quantitativa, que segundo Marconi; Lakatos (2003) é utilizada com o objetivo de conseguir informações, conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. AMOSTRA: A amostra foi composta por10 alunas de uma escola estadual doAlto Tietê, do Ensino Fundamental II no ano de 2014. INSTRUMENTOS: Foi aplicado um questionário estruturado com nove perguntas, sendo composto por sete questões fechadas com base em Darido e Junior (2002), acrescido de uma questão aberta e uma questão fechada. PROCEDIMENTOS: Dentre as salas disponíveis, foram selecionadas duas salas aleatoriamente para a realização da pesquisa. Foi entregue para as alunas das salas selecionadas, um termo de consentimento para que o pai ou responsável autorizasse a participação das alunas na pesquisa. PLANO DE ANÁLISE DE DADOS Após os resultados coletados, os mesmos foram tabulados e apresentados em forma de gráfico. Resultados e Discussões 61 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 De acordo com o gráfico número 1, as turmas nas aulas de Educação Física, em relação aogênero, são de 60% mistas e 40% separadas. Dentre esses espaçosestá o futebol que, conforme Vaz (2005) é um esporte construídopor homens e para homens.O futebol aparece, portanto, como uma configuração social de gênero, que se reflete em quase todos os espaços sociaisonde a participação feminina ainda é inferior à dos homens. Analisando a opinião dos dois autores, vejo que existe sim a possibilidade das meninas jogarem ou serem inseridas no futebol, levando em consideração que a estrutura física não é a mesma dos meninos e o jogo sendo disputado em âmbito escolar com o respaldo do professor para que não haja situações constrangedoras ou de riscos físicos para ambos os sexos, entretanto o preconceito persiste quando os meninos dizem que as meninas não sabem ou não aguentam jogar como eles. Gráfico 1 - Como são as turmas nas suas aulas de Educação Física em relação ao sexo dos (as) alunos (as)? 60% 40% MISTAS SEPARADAS Gráfico 2- Você já teve alguma experiência com o futebol nas aulas de Educação Física neste ou nos outros anos? E as meninas jogam? 100% 100% Experiência com Futebol nas Aulas de Ed. Física Meninas jogam futebol na Escola 62 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 De acordo com o gráfico número 2, 100% dos alunos já tiveram alguma experiência com o futebol nas aulas de Educação Física neste ou em outros anos. De acordo com SARAIVA-KUNZ (1994), diz que o esporte masculino, futebol, ganha uma valorização e atenção especial de toda a sociedade brasileira e que as meninas ganham uma notoriedade maior em outros esportes, mas não no futebol. A mulher ganhou destaque, espaço em muitas modalidades, mas no futebol ainda não teve um reconhecimento, um campo maior para mostrar seu potencial. Para Altmann (1999), quando meninas jogam contra meninos, ao invés deles se sentirem-se desafiados, acabam se sentindo ameaçados com medo de serem derrotados, porque as meninas podem, a qualquer instante ou ocasião, superar as expectativas e apresentarem-se com grande desenvoltura para os esportes. Analisando os autores citados, eu vejo que a sociedade dá um destaque especial ao futebol, evidenciando que as meninas ganham espaço em outros esportes, mas não no futebol, em contrapartida, os meninos se sentem ameaçados em jogar contra as meninas, com receio ou diria certo medo de serem vencidos. De acordo com o gráfico número 3, 100% das meninas costumam jogar futebol na escola. Vendo a posição dos dois autores, entendemos que, de um lado deve ser feito um trabalho para a inclusão da menina no futsal escolar, como forma educativa e pedagógica, por outro lado, o futebol é um esporte “pesado” para as meninas praticarem, porque as deixaram com o corpo fisicamente modificado. 63 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Gráfico 3 - Como são compostas as turmas que jogam futebol em sua escola quanto ao sexo: turmas exclusivamente femininas ou turmas mistas? 60% 40% FEMININAS Gráfico 4 - Como ocorre a ocupação da quadra fora do horário da aula de Educação 80% Física? 10% 0% MENINOS 10% MENINAS De acordo com o gráfico número 3, as turmas que jogam futebol na escola, em relação ao gênero são de 40% femininas e 60% mistas. Segundo Oliveira (2004) ratifica que através de um estudo realizado com alunos do ensino fundamental, mostra que a discriminação é notável durante o período escolar e que as meninas são o sexo frágil dito pela sociedade e durante as aulas dizem que são menos privilegiadas. Contudo, desde a base escolar já existe a exclusão de gênero, meninas não se juntam aos meninos para participarem de todas as atividades, em especial o futebol. De acordo com Haertel; Gonçalves Júnior (2007) algumas atividades recreativas devem ser implantadas para que diminua a discriminação, supere a questão de gênero e a supremacia masculina. Entretanto deve ser colocados jogos, para que não ocorra a discriminação de nenhum tipo, cor, raça, religião, e aconteça a inclusão. 64 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Observando a visão dos autores, vemos que existem pesquisas verídicas que mostram turmas são exclusivas de meninos, mostrando que as meninas ficam “de lado” da prática do futsal, entretanto, através do professor pode ser feito um trabalho para que possa incluir as meninas juntamente com os meninos para praticar o futebol. Gráfico 6 - Indique o seu esporte preferido para jogar dentre: basquete, futebol, handebol ou voleibol. 80% 20% VÔLEI FUTEBOL 0% 0% HANDEBOL BASQUETE De acordo com o gráfico número 4, 80% dos alunos não ocupam a quadra fora do horário da aula de Educação Física e em outras duas ocasiões, 10% dos meninos ocupam a quadra fora do horário da aula de educação física e outros 10% são ocupadas igualmente por ambos os sexos. Segundo Ventura, Hirota (2007) enfatizam que apesar do aumento no número de meninas que ingressam no futebol e começam a praticá-lo hoje, perdura o machismo da sociedade sobre o tema e excluía oportunidade de se destacarem em relação ao futebol profissional. Observando essa situação acima mencionada, vemos que os meninos são quem usam com mais frequência à quadra em horários fora do horário escolar, às meninas também poderiam usar a quadra, mas talvez pela falta de garotas osuficiente para formarem times não consiga frequentar a quadra na mesma proporção dos meninos. 65 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 De acordo com o gráfico número 5, para 90% dos alunos, o futebol deve fazer parte do programa nas aulas de Educação Física e para 10% dos alunos, o futebol não deve fazer parte do programa nas aulas de educação física. Segundo os estudos de Silveira (2008) ao pesquisar uma equipe de futsal feminino encontrou em suas entrevistadas respostas semelhantes às descritas pelos adolescentes da escola quando indagadas sobre seu inicio no esporte, percebe-se que a inserção das meninas na prática do futsal se deu predominantemente, através de jogos e brincadeiras realizados próximos às suas residências, como forma de lazer e de socialização, vividos por elas em seu cotidiano. Entendendo o futebol como uma modalidade escolar, ele deve sim fazer parte das aulas de Educação Física, porque faz com que todos os alunos se interajam. Procurando que através do esporte, todos participem sem exclusão. Gráfico 5 - O futebol deve fazer parte do programa de suas aulas de Educação 90% Física? 10% SIM NÃO De acordo com o gráfico número 6, 80% dos alunos preferem o futebol e 20% preferem praticar o voleibol. Assim, o entendimento dos motivos pelos quais as adolescentes se envolvem com a prática dos esportes, em nosso caso o voleibol, tem sido fonte de várias pesquisas para profissionais e pesquisadores da área. Nas ultimas décadas, o esporte que mais se popularizou foi o voleibol. Hoje o voleibol é o segundo esporte mais praticado no Brasil. As recentes conquistas das seleções brasileiras e o patrocínio de grandes empresas fizeram com que sua popularidade crescesse de maneira considerável na última década. Sua prática ocorre tanto na forma recreativa e de lazer, quanto profissional (BOJIKIAN, 1999). Analisando essa questão de preferência, vimos que o futebol ainda é o primeiro esporte mais praticado no Brasil, mas o vôlei veio crescendo 66 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 consideravelmente, chegando em alguns lugares, a ser mais praticado do que o próprio futebol. Gráfico 7 - Você participa dos jogos de futsal? 40% 40% 20% 0% SEMPRE QUASE SEMPRE De acordo com o gráfico número 7, 40% dos alunos sempre participam dos jogos de futsal, outros 40% quase sempre participam dos jogos de futsal e 20% quase nunca participa dos jogos de futsal. Conforme Vaz (2005) aoposição à participação das meninas nos jogos de futsal,tem diminuído sensivelmente, entretanto, as que topam jogar e são aceitas pelos times dos meninos só são porque aceita praticar o futsal do jeito que ele é jogado pelos meninos. Ou seja, um jogo para homens, no qual não se pode reclamar, deve-se jogar duro, de forma viril, usando a força de forma desproporcional, tanto para chutar a bola, quanto para tirá-la do adversário, é legal por todos os praticantes. Avaliando esse impasse de jogar ou não os jogos de futsal, a modalidade deveria ser igual para ambos os sexos, o mesmo direito de jogar que os meninos têm as meninas também, muitas jogam melhor do que muitos meninos. Considerações Finais O objetivo desse estudo foi verificar a existência de preconceito em relação ao gênero no futsal escolar no ensino fundamental II. Em relação à discriminação dos meninos para com as meninas. Como visto, o futsal é um esporte praticado em todo o mundo, em especial no Brasil, entretanto, sendo que é o primeiro esporte do país, detentor de cinco títulos mundiais, mas observando a modalidade sendo praticada em âmbito escolar, pude constatar que numa escola do Alto Tietê onde foi feita à pesquisa, o futsal acaba ficando restrito somente aos meninos, só eles praticando e as meninas ficando 67 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 “jogadas” de lado, muitas sendo excluídas ou se excluindo, embora em algumas escolas, tem turmas de futsal exclusivas de meninas, onde jogam de 2 a 3 vezes por semana, fazem treinos específicos e etc. Alguns professores não abrem espaço para que as meninas joguem com isso muitas delas no momento da aula de educação física vão jogar voleibol ou ficam sentadas conversando ou mexendo no celular. Conclui-se que a iniciativa de incluir meninos e meninas nas aulas de futsal deve ser do professor que está no comando da situação, que leva a aula de acordo com a sua filosofia de trabalho, motivando meninos e meninas a se interagirem e praticarem o futsal em conjunto. Referências ALTMANN, Helena. Rompendo fronteiras de gênero: marias (e) homens na educação física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v.21, p. 112-117; 175-176 1999. BOJIKIAN, João. Crisóstomo. Marcondes. Ensinando Voleibol. Guarulhos: Phorte Editora, 1999. DARIDO, S.C. Futebol feminino no Brasil, do seu início práticapedagógica. Motriz, Rio Claro, v. 8, n. 2, p 43-49, abr – ago. 2002. a HAERTEL, B.; GONÇALVES JUNIOR, L. O gênero nas aulas de Educação Física: uma experiência em escola de ensino médio da cidade de São Carlos. In: II Congresso Nacional de Educação e encontro nacional sobre atendimento escolar hospitalar. Saberes docentes. Anais. Curitiba: PUCPR, 2007. P.1777-1789. Lakatos, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica/ Marina de Andrade Marconi, Eva Maria Lakatos.- 5. Ed.- São Paulo: Atlas, 2003. MIRAGAYA, Ana. A mulher olímpica: tradição versus inovação na busca pela inclusão, Fórum olímpico, 2002. Grupo de estudos olímpicos, UGF. OLIVEIRA, Flavia Fernandes. Relações de gênero nas aulas de educação física: discriminação e;ou preconceitos. 2004. Educaçãofísica.com. br. 68 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ROMERO, Elaine (Org.). Corpo, mulher e sociedade.Campinas: Papirus, 1994. SARAIVA-KUNZ, Maria do Carmo. O gênero: o confronto das culturas nas aulas de Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 15, n. 3, p. 247-252, jun./1994. SILVEIRA, Raquel Da.Esporte,homossexualidade e amizade: estudo etnográfico sobre o associativismo no futsal feminino. 2008,156. F. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Educação Física. Programa de Pós - graduação em Ciências do Movimento Humano. Porto Alegre, BR-RS, 2008. SWAIN, Tania Navarro. Quem tem medo de Foucault? Feminismo, corpo e sexualidade. Disponível em: <<http://www.unb.br/fe/tef/filoesco/foucault/>>. Acesso em: 25 abr.2009. T. S, VENTURA; HIROTA, Vinicius Barroso. Futebol e salto alto: porque não?Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 6, n. 03, 2007. VAZ, Antônio Carlos. Futebol e representações de gênero: engendrandoações afirmativas e pedagógicas. In: SOUZA, Adalbertodos Santos (org.). Desafios para uma educação física crítica.São Paulo: Cult, 2005. 69 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A FÁBRICA DE CHOCOLATES COMO ALTERNATIVA AO EMPREENDEDOR: UM PLANO DE NEGÓCIOS NO RAMO ALIMENTÍCIO Aline Serafim da Silva¹ Diana Mondeck Gaffo² Elisabete de Carvalho Silva Santos³ Rodrigo Hidaka4 ProfºAntonio Eduardo Batista Profº Fernando Souza Cáceres Profª Cristiane Gomes de Carvalho Fontana RESUMO O presente projeto tem como principal propor um plano de negócios para a implantação de empresa no ramo Alimentício, na cidade São Paulo. Para atingir este objetivo foram aproveitados os principais conceitos que compõem a estrutura de um plano de negócios, utilizando a visão de autores renomados. O processo metodológico desenvolveu-se por meio de pesquisa de mercado pelas referências da internet, na qual foi possível identificar que o segmento de Chocolates Finos é um mercado favorável e que possui uma grande aceitação, devido o chocolate ser apreciado por milhares de pessoas, visando esta oportunidade de negócio e o constante crescimento do mercado de Chocolates, decidimos atender essa demanda, introduzindo como proposta Bombons Gourmet, uma linha sofisticada. Palavras chaves: Plano de negócios, Chocolates Gourmet, demanda. 1 INTRODUÇÃO 2 1 Aline Serafim da Silva, Graduada do curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano (Unisuz). E-mail: [email protected] 2 Diana MondeckGaffo, Graduada do Curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano (Unisuz) E-mail: [email protected] 3 Elisabete de Carvalho Silva Santos, Graduada do Curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano (Unisuz). E-mail: [email protected] 4 Rodrigo Hidaka, Graduando do Curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano (Unisuz). 70 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para desenvolvimento do projeto que segundo Chiavenato (2004)“[...] é um conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento, definindo suas principais características e condições, para proporcionar uma análise de sua viabilidade e dos seus riscos, bem como para facilitar sua implementação”, na qual foi aplicado todo o conhecimento adquirido no decorrer do curso de administração, com o objetivo de abrir um empreendimento no ramo de chocolates. Conforme o estudo de mercado e dados obtidos pela ABICAB (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados), o Brasil é o terceiro maior mercado de chocolates do mundo, esta atrás apenas dos Estados Unidos e Reino Unido, mas logo alcançará a segunda posição até 2016, à porcentagem que mostra esta tendência é a taxa de crescimento de 3,6%, sendo que a média mundial é de 2%. Este mercado de chocolates movimenta9 bilhões no Brasil, e todos buscam uma participação ou aumentar sua fatia nesse mercado. No ano de 2013 foram consumidas cerca de 180 toneladas de chocolate no país, tendo um consumo per capita de 2,2 quilos por ano, na cidade de São Paulo esta média esta acima da média nacional, sendo este percentual de 3,8 quilos por pessoa. Uma pesquisa encomendada pela ABICAB, constatou que 75% da população consome o alimento e 35% não troca o chocolate por nenhum outro alimento ou bebida e 56% desses consumidores são do sexo feminino.O faturamento no segmento de bombons no Brasil é de 1,5 bilhão e a linha gourmet cresce 20% ao ano. O Brasil é o segundo maior fabricante de chocolates do mundo, atrás da Inglaterra, com cerca de 60 mil agricultores cultivando o cacau, o Brasil tem seis estados produtores da commoditie. A Bahia possui a maior parcela, com 61% da produção nacional e o Pará vem em segundo, com 23%. Os estados de Roraima, Espírito Santo e Amazonas respondem por 15%. Através das pesquisas citadas e estudos de mercado, conhecimentos sobre a concorrência instalada, preço praticados, poder aquisitivo do publico alvo predominante da região que se pretende atender e cultura, é possível projetar bons resultados para este empreendimento na qual se compreende que são critérios da análise SWOT, que segundo Chiavenato (2004)“Trata-se de relacionar as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo e com as forças e fraquezas mapeadas no ambiente interno da organização.” E-mail: [email protected] 71 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para o desenvolvimento do projeto, foi escolhida a cidade de São Paulo por ter um fator econômico elevado, e possuir um grande número de atacadistas e distribuidoras de chocolates fazendo que o produto chegue de forma rápida ao consumidor final. Como o objetivo específico, analisamos o mercado que possui atratividade devido à alta aceitação do produto, o que corresponde ao fato do chocolate ser apreciado por pessoas de todas as idades e gêneros o que faz do produto um item muito requisitado. Foram utilizadas as ferramentas de planejamento estratégico, análise SWOT, As Cinco Forças de Porter, cálculo de demanda, insumos, investimentos necessários e por fim os resultados dos índices financeiros TMA, TIR, VPL e PAYBACK para constatar a viabilidade do negócio. METODOLOGIA A metodologia aplicada foi análise de mercado, com embasamento em livros e artigos tanto virtuais, como físicos, avaliando o segmento a ser trabalhado e o tipo de pesquisa desenvolvido foi a Descritiva, que segundo Malhotra (2001) é o “Tipo de pesquisa que se destina a descrever características de determinada situação ou funções do mercado.”, pois ela auxilia a realizar previsões especificas de consumo e determinar as percepções dos consumidores em relação ás características do produto. Outra pesquisa aplicada foi à pesquisa quantitativa que teve por principal objetivo quantificar os dados para obter um resultado de amostra para determinar a demanda. DESENVOLVIMENTO Para iniciar o planejamento deste projeto foram pesquisados dados sobre o ambiente interno e externos, relacionado à implantação de uma indústria de Chocolates Gourmet, uma linha sofisticada, e para isso foram feitas análises sobre o setor econômico no Brasil de movimentação de chocolate, e estudouse o consumo per capita. Para mensurar a demanda foram pesquisados junto a ABICAB (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados), baseando-se nos dados do ano de 2013, o consumo de Bombons no Brasil 72 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 onde foi retirada uma fatia de 10% do mercado para abranger a cidade de São Paulo, cidade que foi escolhida para o desenvolvimento do presente projeto. Com base nessas informações foram selecionados o público alvo, que será destinado para todas as idades tanto do gênero feminino e masculino pertencendo às classes A, B e C, com a renda familiar R$ 10.200,00 à R$ 2.040,00, a princípio será oferecido para as pessoas que residem na cidade do estado de São Paulo, que gostam de consumir chocolates regularmente, que buscam produtos mais sofisticados e diferenciados e que possuem o hábito de presentear familiares e amigos com o chocolate. Outra ferramenta utilizada foram as Cinco forças, que segundo Porter (1989, p.04), “[...] determinam a rentabilidade da indústria, porque influência os preços, custos e o investimento necessário, os elementos do retorno sobre o investimento.” Onde são analisados a rivalidade entre os concorrentes, ameaças de novos entrantes, ameaça de produtos substitutos, poder de barganha dos fornecedores e com compradores, para aplicabilidade no negócio. Na força Intensidade da rivalidade entre os concorrentes, existem alguns concorrentes diretos e indiretos, porém a conquista dos clientes deve ser feito por meio da diferenciação, criando um sentimento de lealdade e preferência, o que gera isolamento contra os concorrentes. Já para Ameaças de novos entrantes, criaremos barreiras aos novos entrantes a empresa terá que estar sempre se antecipando aos seus concorrentes, através de desenvolvimento e lançamento de novos produtos, com freqüência, tendo em vista as informações necessárias, em um mercado de rápida evolução. O método de apreçamento adotado para o preço do produto é de preço de mercado, que para Kotler (1996.p. 306), “Quando uma empresa fixa seus preços principalmente baseados no que seus concorrentes estão cobrando, sua política de preços pode ser descrita como orientada para concorrência.” Neste caso a empresa se baseará nos seus concorrentes e todas as ações de promoções que os mesmos realizarem será acompanhado para que assim possa ser igualado dentro do mercado de chocolates. A estratégia escolhida para esse empreendimento será a estratégia de diferenciação, Conforme Porter (1989, p.111) “Diferenciação é a capacidade que uma empresa tem de ser percebida como diferente dos concorrentes, em função de suas vantagens competitivas”. O Diferencial do empreendimento será na sua produção a matéria prima que será utilizada é de altíssima qualidade e as embalagens possuirão um toque de sofisticação e design, serão latas de metais, que serão decoradas em forma de presente, para que assim, o cliente se sinta totalmente satisfeito com um produto completo, pois não será 73 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 necessário embrulhar caso seja oferecido como presente, o que irá gerar valor percebido aos clientes. A praça escolhida é a cidade de São Paulo, segundo Crocco, Telles, Gioia, Rocha e Strehlau (2010), “praça está relacionada à logística e distribuição do produto para que ele chegue ao seu destino, o consumidor.” O projeto do canal vai ser de distribuição indireta, de nível dois, pois terá a principio apenas dois intermediários facilitadores para os clientes, sendo para distribuidoras de chocolates e atacadistas, e depois para mercado de varejo, situados na cidade de São Paulo. A estratégia deste canal tem como objetivo, que o produto chegue de forma rápida ao consumidor final, pois os intermediários farão a distribuição do produto para as vendas no varejo. As entregas nos estabelecimentos serão realizadas com o veiculo da empresa pelo motivo da necessidade do transporte ter padrões específicos, refrigeração no veículo, que tem que estar em temperatura ambiente adequada para a conservação dos produtos. Referente à análise das projeções financeiras e o balanço patrimonial, observamos que a empresa possui uma lucratividade considerável ao longo dos cinco anos. Os investimentos no projeto serão realizados com 100% de capital próprio, na análise da Taxa Mínima de Atratividade (TMA) de 25%, o Valor Presente Líquido (VPL) é maior que a Taxa Interna de Retorno (TIR) de 51%, e o PAYBACK Descontado é o período de tempo necessário para recuperar o investimento, considerando-se o valor do dinheiro no tempo, a empresa terá este retorno em 4 anos. CONCLUSÃO Para o desenvolvimento do negócio foram utilizadas referências bibliográficas de autores renomados, e conhecimentos adquiridos ao longo da vivência acadêmica do curso de Administração de Empresas, através deles foram possíveis aplicar na prática o conteúdo para criar um projeto empreendedor conforme apresentado neste artigo. Concluímos que para criar um plano de negócios é necessário estudar e analisar o mercado e as ferramentas que devem ser trabalhadas no empreendimento como a pesquisa de mercado, análise SWOT, as Cinco Forças de Porter e os índices financeiros, nos demonstraram o quanto são importantes para identificar a viabilidade do negócio. 74 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto.Planejamento Estratégico: Aplicações. 8ª reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 Fundamentos e CROCCO, Luciano. TELLES, Renato. GIOIA, Ricardo M., ROCHA, Thelma. STREHLAU, Vivian Lara. Decisões de Marketing: Os 4 Ps. São Paulo: Saraiva, 2010. KOTLER, Philip. Marketing. Ed. Compacta. São Paulo: Atlas, 1996. MACHADO, José Roberto. Administração de finanças empresariais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de Marketing: Uma Orientação Aplicada. 3ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2001 VALOR econômico. Mercado projeta avanço maior do PIB e IPCA, São Paulo: Valor Econômico [2013]. Disponível em: http://www.valor.com.br/brasil/3303464/mercado-projeta-avanco-maior-do-pibe-ipca-menor-em-2013 Acesso em: 02 de nov. 2013 [2013} PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva. Rio Janeiro, Campus, 1989 75 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A FILOSOFIA DE ENRIQUE DUSSEL COMO PRESSUPOSTO PARA UMA PEDAGOGICA Fábio Junio Soares [email protected] Marco Aurélio Pinheiro [email protected] Coordenador adjunto Faculdade Unisuz Resumo A Filosofia da Libertação traz para a América Latina um modo de pensar que principia da significação de mundo deste continente. A necessidade de sistematização de um pensamento circunstancial se fundamenta quando se olha para a realidade, essa é o norteador da Filosofia da Libertação, que é uma tentativa de afirmação de um pensamento oriundo de sua terra, que foi negada pelo processo de colonização. Essa discussão norteia os trabalhos de Enrique Dussel. A pesquisa bibliográfica realizada encontrou-se com o pensamento deste autor e sua proposta metafísica, que é a devida afirmação deste sujeito negado, esse processo de afirmação, de ressignificação passa pela metafísica da libertação, que um de seus momentos é sua Pedagógica, que abre caminhos para o futuro político de determinado grupo. Palavras chave: Filosofia da libertação; Pedagógica; Enrique Dussel. Introdução O que aqui é abordado é o fazer filosófico latino americano. No século passado ficou conhecido em nosso continente um movimento chamado da “libertação”, que abrange várias áreas do conhecimento, este artigo concentrará na chamada filosofia da libertação, e sua Pedagógica. Cada grupo, tribo, povo tem seus aspectos que lhes são peculiares, que caracteriza o que se entende por identidade, essa é o significado existencial desse povo, negar, romper, destruir estas suas características é destruir o próprio povo. No processo de colonização das Américas é ocorrida esta destruição, uma negação de um povo que já estava instituído dentro do mundo e, o que hoje chamam de crise de identidade provém da decorrência histórica vivida, por isso é preciso refletir uma proposta que reafirme, resgata, liberta da negação velada. O caminho traçado para alcançar o objetivo final deste artigo acontece com a apresentação dos fundamentos da Filosofia da Libertação e o desembocar disso na prática é a ética, pois é o lugar que a vida acontece e, analisar a Pedagógica de Enrique Dussel, como projeto de esperança para o futuro. Metodologia 76 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Foi realizado uma revisão bibliográfica dos últimos trabalhos éticos de Enrique Dussel, com ênfase a sua obra “Ética da libertação na idade da globalização e da exclusão” e com apoio a seus trabalhos primeiros foi feito uma releitura de sua obra “Método para uma filosofia da libertação”. Filosofia da libertação A história de nossa América já é de nosso conhecimento, passamos por longo período de colonização explícita e, vivemos as consequências no desenrolar histórico deste fato. A filosofia da libertação, um movimento filosófico que nasce em território latino com a proposta de criticar a hegemonia imposta pelos grandes centros culturais e, demostrar a negação ocorrida ao nosso povo. Com estabelecimento do sistema colonizador, ocorre a negação da identidade do povo latino americano, pois já ocorria toda uma significação de mundo, uma linguagem específica, que o rompimento disso, desmonta um ethos, para a construção de outro, no entanto essa passagem foi realizada impossibilitando a Alteridade, de modo que estabeleceu uma crise de identidade (PANSARELLI, 2013). Dussel com a filosofia da libertação, fala sobre o mito da modernidade, ou seja, uma modernidade que faz a Universalização de seus conceitos, e não observa, e até mesmo justifica com isso as consequências na Mundialidade. Essa observação é fundamental para toda a arquitetônica filosófica da filosofia da libertação. Com o levantamento dos problemas apontados, vemos que Dussel propõe uma tarefa desconstrutiva, para depois propor uma tarefa construtiva e a ética da libertação. O autor que utilizamos para demonstrar a crítica de Dussel é o filosofo Hegel. Hegel em seu método dialético propõe um caminho ao conhecer, porém o conhecimento está em uma relação entre sujeito e objeto, e Hegel pretende estabelecer uma unidade entre esses dois. Para Dussel, Hegel entenderá o ser como uma síntese entre sujeito e objeto, superando a oposição entre eles, chegando a uma unidade que abarcará toda a compreensão. Isso significa dizer que o processo dialético torna-se o próprio conhecimento, uma vez que conhecer, como ação exige, pelo menos, um sujeito (que conhece) e um objeto (cognoscível). A síntese promovida pela dialética, que reúne objeto e sujeito, superando-os em uma unidade, inviabiliza todo o conhecimento, ou, antes, faz com que todo conhecimento seja única e exclusivamente autoconhecimento. (PANSARELLI, 2013 p.82). Após a apresentação deste recorte e de jogarmos luz sobre como Dussel faz sua leitura ao filósofo Hegel, fica mais claro sua intenção de mostrar que a dialética hegeliana elimina a diversidade, para estabelecer um sistema dialético, que culminará na transformação do diferente no mesmo. Isso implicará na negação da exterioridade, ou pelo menos, na eliminação do direito a exterioridade, não possibilitando a alteridade. 77 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A superação deste sistema aparece na proposta de um novo método, que ele chama: “analético”, este método é uma tentativa de superação do dialético de Hegel, que “...é o caminho que a totalidade realiza em si mesma: dos entes ao fundamento e do fundamento aos ente.” (DUSSEL, 1986 p196). A Analética parte do outro livre, que está além da totalidade, ou seja, é um falar, é a palavra pronunciada pela exterioridade. A diferença entre os métodos consiste em que para Dussel “O método dialético é a expansão dominadora da totalidade desde si; a passagem da potência para o ato de ‘o mesmo’. O método analético é a passagem ao justo crescimento da totalidade desde o outro e para servi-lo criativamente” (1986 p.196). O revelar do outro é agora um ato extensivo a totalidade, não mais voltando ao mesmo, mas o Outro enquanto Outro, livre, e ele diz, e o escutar de seu dizer, produz, cria, expande o total, porém não se finda como um retorno abarcante ao mesmo, pois o outro é sempre outro e, todo o dizer dele é uma nova criação, uma nova realidade. Vemos aqui rapidamente quais são os pressupostos do pensamento da filosofia da libertação, vale lembrar, que Enrique Dussel, foi influenciado pela filosofia de Levinas, que tem á ética como metafísica, e aponta o outro como a exterioridade, no entanto enquanto o filósofo lituânio fala de um Outro Absoluto, abstrato, Dussel fala de uma existência real desse Outro, que é as periferias mundiais. Com essa existencial real, é preciso estabelecer uma ética que seja a partir deste Outro livre e consciente de sua condição, que ele chama de ética da libertação. A metafísica da filosofia da libertação se dá em quatro momentos que são: a erótica, pedagógica, política e o anti-fetichismo. Assim se dará as relações éticas de alteridade que subjaz a proposta ética da libertação. A erótica é a relação homem e mulher, a negação que ocorre nessa relação se dá por meio do machismo, que nega a mulher em sua alteridade. A superação desta negação não acontece somente com a igualdade dos direitos concedidos ao homem, mas uma afirmação da sua real distinção e respeitada em sua realidade. A pedagógica acontece na relação pai-filho, o machismo que impera na relação erótica, também está presente na pedagógica, com a negação da criança como outro. Com a relação homem-mulher liberta, também faz necessário a educação libertadora dos filhos, respeitando sua exterioridade, que futuramente esta criança também estará constituindo uma relação política. A política é a relação irmão-irmão, o ombro-a-ombro, em que se faz presente a alteridade, não observando os desejos individualistas, mas aquilo que se faz comum. Essa relação se dá dentro de um sistema político estruturado, em que cada qual tem sua função, este momento é a condicional condicionante dos outros momentos, pois é a partir dos sistemas instaurados que acontece os outros momentos. O anti-fetichismo acontece para que não se divinize o que foi acordado, todo sistema tem a tendência à divinização, de se tornar uma totalidade abarcante. O antifetichismo é a garantia histórica da libertação, pois todo sistema que hoje abrange a 78 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 exterioridade, futuramente será inviável para uma nova exterioridade que grita por justiça. A ética da libertação fundamenta-se em três princípios que são: Material, Formal e Factível. “Esta é uma ética da vida”, afirma Dussel, “a vida humana é conteúdo da ética” (2012, p.93), ela não se restringe em apenas uma vida biológica, mas em uma vida humana, a diferença entre os demais animais e o animal humano é sua vida ética. A vida humana é o modo de realidade do sujeito ético, que dá o conteúdo a todas as suas ações, que determina a ordem racional e também o nível das necessidades, pulsões e desejos, que constitui o marco dentro do qual se fixam fins. Os fins são colocados a partir das exigências da vida humana. Isto é, o ser humano enquanto vivente constitui a realidade como objetiva na medida exata em que determina como mediação da vida humana. Se se defronta com algo, de fato, empírica e cotidianamente, é sempre necessariamente como aquilo que de alguma maneira é recortado do meio que constitui nosso entorno conducente à vida do sujeito ético (DUSSEL 2012, p. 131) Dussel assim fundamenta seu princípio material, que deve desenvolver, produzir e reproduzir vida, o material dito por ele é em sentido forte, ou seja, não só relações de produções, mas tudo que realiza o sujeito ético humano. O princípio moral formal baseado no reconhecimento do sujeito ético vivente, inicia a execução da formalidade que será vivenciada pela comunidade da vida, mas a intenção desta ética da libertação é a afirmação da vida humana, por isso esse consenso formal terá como base de formulação o critério e o princípio material, e isso implica que a consensualidade teórica deve coincidir com a possibilidade de ser real, e não buscar uma utopia. Vemos que: “O critério procedimental da argumentação se transforma no princípio moral de validade, quando se reconhecem os outros e a si mesmo como sujeitos morais iguais, e se permite que participem na argumentação cossolidariamente enquanto afetados éticos em sua necessidades”. (DUSSEl, 2012, p.215) Partindo do Outro livre, formula-se o que será seguido comunitariamente, é a afirmação daquele que estava negado, que agora participa dos acordos estabelecidos, essa formalização moral deve observar o princípio material e respeitar o Outro como Outro, não se trata de inclui-lo no sistema vigente, mas reconhecer como existente a ele e toda sua significação de mundo. Já discorremos por outros dois princípios que junto com esse constituem o fundamento desta proposta. Com isso Dussel sintetiza sua ética, somente quando 79 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 observando os dois primeiros princípios e sendo eles factíveis com as condições reais é que se deve iniciar o ato ético (MENDIETA, 1998). Analisaremos o princípio factível da ética da libertação. Depois dessa pequena introdução já é possível perceber o rumo que Dussel pretende seguir para sua fundamentação ética, para isso ele estabelece primeiro o critério de factibilidade, esse critério estabelece a relação do homem e sua natureza, ou seja, a vida humana biológica é material, tem suas necessidades vitais para seu desenvolvimento e reprodução, e a comunidade vivente humana tem necessidades técnicas, com isso podemos dizer que o critério de factibilidade é entendido da seguinte maneira: “Quem projeta realizar ou transformar uma norma, ato, instituição, sistema de eticidade, etc, não pode deixar de considerar as condições de possibilidade de sua realização objetivas, materiais e formais, empíricas, técnicas, econômicas, políticas, etc, de maneira que o ato seja possível levando em conta as leis da natureza em geral e humanas em particular. Trata-se de escolher as mediações adequadas ou eficazes para determinados fins” (DUSSEL, 2012, p.268). Com isso vemos que o projeto filosófico da libertação não se trata somente de uma fundamentação teórica sem influências práticas para vida, no entanto é inevitável a pergunta. Em que este pensamento filosófico influencia um projeto pedagógico? A Filosofia da Libertação parte desde o Outro, que tem sua significação de vida, como já mencionado, isto se dá também em uma educação libertadora, em que olhe o Outro que será educado, sendo que o educará livre, observando que futuramente constituirá uma relação política, como já explicitado na metafísica da libertação. A concentração deste trabalho será na pedagógica de Enrique Dussel. A Pedagógica Em cada um dos pontos a ser analisados desde a proposta da ética da libertação Dussel propõe o mesmo método. Começa por uma hermenêutica dos símbolos presentes na história da cultura latino americana (partindo das culturas ameríndias, passando pela colonial até os dias atuais). Utilizava os mitos, as narrativas épicas, as tradições orais, as novelas contemporâneas, entre outras. Na fase seguinte era necessário situar o problema ontologicamente, afim de possibilitar: 1) a penetração do outro na Totalidade vigente (a mulher oprimida na erótica machista; o filho/filha – juventude povo na pedagógica de dominação; o pobre na política de dominação capitalista; 2) a negação dessa Totalidade; 3) o processo de libertação com vistas ao projeto de libertação. Concentraremos a nossa atenção na pedagógica dusseliana, considerando a sua maior colaboração no que concerne a aplicação de sua teoria ao tema educação. 80 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O texto começa precisando o termo pedagógica e distinguindo-o de pedagogia. O segundo é a ciência do ensino e da aprendizagem (DUSSEL, 1977 p. 123), diferente da pedagógica que é o processo de relação cara-a-cara com o Outro de onde advém um conhecimento. Esse processo vai além dos espaços pedagógicos formais e se propõe na relação entre filósofo e não filósofo, mãe ou pai e seu filho, médico e paciente, é o que constitui o que aprendemos do outro, diferente do que criamos por nós mesmo. Outra referencia importante é que a pedagógica está no processo de transição da erótica para o político. A erótica é a relação homem e mulher que tende a geração de uma nova vida, a política é a forma como as pessoas se organizam socialmente. A pedagógica é o caminho entre a geração e o processo de aprendizagem para a vida em grupo. Esse entre se confunde no sentido de formar um ciclo entre as duas partes do processo: os meninos e meninas que nascem em uma família (erótica) e são educados por ela (pedagógica) serão futuramente adultos vivendo em sociedade (política) que terão os seus filhos (erótica). A relação entre os três seguimentos se auto-implica em vista da constituição da pessoa em sua circunstancia. Mas podemos analisar o fenômeno pedagógico com uma certa autonomia sem destacá-lo do complexo de relações no qual está inserido. O primeiro passo dessa análise é constituir os elementos simbólicos da pedagógica. E passaram quatro dias e o sol o céu estava quieto. A terra toda tremia embaixo das sombras se eternizavam. Os deuses se unem e formam o concílio: o que acontece? Porque o sol não se move? O sol era uma divindade machucada vestida de sol em seu trono. Vai o mensageiro e pergunta: os deuses querem saber porque razão não te moves! E o sol respondeu: Sabe porque? Quero sangue humano. Quero que me dêem seus filhos, quero que me dêem sua prole.” Essa é uma situação pré-edípica, pré-hispânica, porque Huitzilopchtli, o sol, foi um pequeno deus (filho) imolado pelos outros deuses para servir-lhes de comida. Por isso que exige a imolação dos filhos (DUSSEL, 1977 p. 126) O mais importante desse mito é a certeza que o filho é a esperança de renovação, dos rituais de iniciação, de um novo início para todo o grupo. Mas o seu sangue é a marca da manutenção da ordem estabelecida. Deve ser educado dentro da tribo para seguir o ethos daquele grupo e, nesse sentido, manter a sobrevivência pacífica. É possível perceber na cultura ameríndia a falocracia machista do pai que se cristaliza no Estado. A conseqüência desse processo é a morte do filho que pode ser oferecido em sacrifício, e a negação da mãe (compreendida como a cultura que se opõe ao Estado). Esse processo erótico (machista, falocrático) e político (cristalização do papel do macho no Estado e a oposição á cultura), estão nas duas pontas do processo pedagógico latino americano. Para compreendê-lo precisamos perceber que o filho latino americano já não tem mais uma identidade definida depois do processo de colonização. O macho colonizador que encarna o Estado que domina as pessoas e as decisões desde então (político) toma á força a mulher índia (erótica). Dessa relação 81 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 nasce algo que nega o pai, não é colonizador, e nega a mãe, não é colonizado. O mestiço é um hibrido que nasce desse processo erótico e pedagógico violento, e representa o totalmente Outro, o desconhecido, a negação de uma Totalidade que já existia e daquela que se instaura de forma violenta. Assim começa também a nova forma de educação dos moços na perspectiva Cristã e nos moldes coloniais. Se o processo erótico começa na dominação do colonizador sobre a índia e o político no assassinato do índio, o processo pedagógico tem início com a doutrinação do mestiço e do índio que antecede e se prolonga com o processo de dominação. Contemporaneamente esse processo não acontece de forma diferente. A cultura liberal se instala na forma de produção, consumo e organização do Estado de tal modo que a cultura local, ou cultura popular passa a ser menos importante do que a cultura da grande nação capitalista liberal. Dominada a mãe e o pai, os filhos devem ser educados para viver nesse novo espaço social e reproduzir os seus valores. (DUSSEL, 1977 p. 131). A revolução é um processo de consciência histórica e luta pela manutenção da cultura popular, libertando-a das cadeias que a oprimem o Estado Liberal. Os filhos se lançam em vista de libertar a sua mãe (cultura) contra a falocracia. As revoluções nacionais do século XX, como o zapatismo, por exemplo, atendem a necessidade de estabelecer processos de libertação desde a consciência da história cultural de um povo. Passando para o segundo passo, ou seja, em perspectiva de negar esse processo de Totalidade em que foi inserido o processo pedagógico, faz-se necessário compreender em qual matriz se estabelecem as relações pedagógicas na América latina afim de traçar projeto de libertação. Dussel afirma que a matriz da proposta pedagógica se instala desde a negação de um projeto de cristandade medieval, e por isso grego-latina e segue a proposta kantiana de organização do conhecimento e da sua transmissão. Nega um modelo pedagógico anterior, feudal, que oferece total poder ao Papa para decidir sobre questões de fé e de comportamento, mas não afirma o novo modelo. É um caminho de negação sem a necessária afirmação do que se deve por em lugar dessa autoridade paternal, que ensina a forma como as pessoas devem agir. O Estado-pai nega a cultura popular-mãe fazendo de seu filho um órfão. Se o filho apega-se a mãe o Estado-pai deseja a sua morte, porque a cultura popular destruiria os valores do Estado-pai burocrático. Deve ser antiedípico o Estado e manter o filho sob a condição de orfandade, o Estado tem, dessa forma a possibilidade de ser seu tutor e formá-lo para os valores burgueses nascentes. O modelo que nasce nessa época e de grande impacto nas colônias latino americanas é o Emilio de Jean Jacques Rousseau. Esse autor nos torna órfãos quando nega a autoridade da organização social feudal e cristã anterior dizendo que negavam a natureza humana, ou o seu estado anterior a civilização. Sendo assim, o menino que vivia a sua vida no palácio era pouco afeito ao aprendizado, mimado e de corpo flácido, em contrapartida aquele que vivia no campo era afeito ao trabalho manual e pronto á disciplina da vida rude e submetida às intempéries. Se seguimos com a leitura desse autor percebemos que 82 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 existe uma relação muito próxima entre os valores burgueses e a sua proposta pedagógica: a educação dos jovens pobres não deve ser um problema, mesmo porque não precisam dela, mas a educação dos jovens ricos estava a errada, pois seguia os padrões antigos, ligados aos valores feudais e cristãos. O jovem deve ser órfão de sua cultura popular para ser educado pela nova cultura da revolução burguesa. Não apenas Rousseau, mas também Hobbes instala esse processo de forma ainda mais imperativa quando afirma que as pessoas devem renunciar da sua liberdade e não interferir na educação dos filhos em função da paz e convivência social saudável, que se protege da guerra de todos contra todos. O próximo passo é instituir a superação dessa pedagógica de opressão em vista de um projeto de libertação. Esse projeto é a possibilidade de um sistema nãopedagógico, ou seja, de possibilitar pessoas não instaladas, diferentes da proposta de Hegel (DUSSEL, 1977 p. 145). A condição de progenitores assume um caráter de grande dignidade, porque instala o novo no Mesmo, propõe o Outro que irrompe como incerteza de continuidade do Estado e dos valores defendidos por ele. Pro-criar é assumir a tarefa de, a partir do amor, do face-a-face, criar o novo irreversível, dis-tinto. O ser surgente não é um produto que se informa a partir dos pressupostos dos pais, mas é um evento que assume condição metafísica e transontológica, no sentido que o novo que se instala é liberdade, é possibilidade, condição possibilidade para existir efetivamente. Existe uma assincronia em relação as duas gerações, diferente da erótica e da política, a pedagógica sempre se dispõe em encontros de pessoas que não coincidem cronologicamente. Esse fenômeno pode nos ajudar a entender a tradição. A pedagógica entende que a tradição é própria da assincronia. Quando se celebra um evento como um ato litúrgico, festivo, as pessoas que o fazem o atualizam, e o fazem viver desde a sua circunstância. Não é reprodução automática de palavras e atos, mas é a revitalização de um processo que oferece identidade dinâmica ao grupo que pertence. Não podemos nos afastar de nossa ancestralidade, mas não podemos pretender que ela torne-se absoluta. O professor não pode, sob pena de tornar-se dominador de um grupo de pessoas, pretender que o seu conhecimento e a forma como o conquistou é a única e melhor forma de fazêlo, esvaziando o Outro de significado e dando ao mestre a total responsabilidade de construção do estudante. Nem o preceptor é autônomo ou incondicionado, nem é o filho. Ambos são momentos da Totalidade, mas ambos são, ao mesmo tempo Exterioridade metafísica. Essa dupla dialética analética constitui a anti-pedagógica e a pedagógica da libertação, situação ertoticamente na-edípica e politicamente pós-imperial, filial e popular (anti-filicídio e anti-plebicídio). O cara-a-cara pedagógico é então o respeito pelo Outro, seja ele mestre ou filho. Para o pro-genitor e mestre o Outro é o filhodiscípulo: o sagrado ante o qual nenhum amor é suficiente nenhuma esperança é excessiva, e nenhuma fé é adequada (DUSSEL, 1977 p. 149) Se o Estado-pai não for aquele que pretende sacrificar o seu filho porque a sua cultura-mãe o faz voltar-se contra o seu projeto, mas do amor entre o Estado-pai e da 83 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 cultura popular-mãe nasce o filho que já não é mais órfão, tem uma história que o precede, e que respeita a sua Alteridade, o novo que se abre desde o seu nascimento. Não há necessidade de destruição de um pelo outro, mas está aberto o campo de convivência entre os diferentes. A pedagógica é compreendida para além do espaço escolar e se inscreve nas relações que se estabelecem entre as pessoas em vários ambientes: educação, saúde e bem estar compreendido como segurança na velhice, tranquilidade na casa, transporte entre outros. A passagem da pedagógica-erótica para a política-pedagógica mostra que as relações ampliam as possibilidades de construção de si e do mundo que o cerca. Considerações Finais Após a pesquisa foi percebido como a colonização foi e é determinante no processo de formação do individuo latino americano, e que inconscientemente celebra sua própria rejeição, e assume um papel de dominador sem saber que é dominado, é isso que a Filosofia da Libertação em sua proposta tenta demostrar. A dominação sem consciência é dominação? A resposta poderá seguir pelo pressuposto que pode ser uma negação, e para a justa afirmação precisa conscientizar a dominação. A pedagógica de Enrique Dussel vem de encontro com isso, pois é a esperança desse novo que surge, um totalmente Outro, que respeitado sua Alteridade, interrompe a dialética de dominação para uma nova realidade liberta. O pensamento de Enrique Dussel se inicia desde uma ética, no entanto a ética proposta é a da libertação, que prepara o caminho de fuga da dominação, que espera por esse processo pedagógico libertador. Referências: DUSSEL, Enrique D. Ética da libertação:na idade da globalização e da exclusão. Rio de Janeiro: Vozes, 2012. ______. Filosofía etica latinoamericana: de la erótica a la pedagógica. México: Editorial Edicol S.A., 1977. ______. Método para uma filosofia da libertação. São Paulo: Loyola, 1986 84 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 MAIDA, Marco A. P. O grito do outro: condições de emergência da alteridade na teoria de Enrique Domingos Dussel:releitura dos escritos pré-Levinas. 2012. 94 f.Dissertação (Mestrado em Educação)–Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. MENDIETA, Eduardo. La vulnerabilidade traumática de la víctma: uma ética de la vida y la liberación. Revista Antropos, Barcelona: Plural, n. 90-92, set/out. 1998 PANSARELLI, Daniel. Filosofia Latino-Americana: a partir de Enrique Dussel. São Paulo: UFABC, 2013. REGINA, Jesus Eurico Miranda. Filosofia Latino-Americana e Filosofia da Libertação: a proposta de Enrique Dussel em relação às posições de Augusto Salazar Bondy e de Leopoldo Zea. Mato Grosso do Sul: CEFIL, 1992 85 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A FRANQUIA COMO OPORTUNIDADE DE EMPREENDIMENTO: UM PLANO DE NEGOCIO NO RAMO DE PISCINAS. Arislaine Batista Inácio Barboza3 Denise Silveira Brasil Dasan Maria Isabel Ferrari Profº Fernando Souza Cárceres Profº Antônio Eduardo Batista Profª Cristiane Gomes de Carvalho Fontana Profº Jairo José Matozinho Cubas RESUMO Este artigo tem por objetivo apresentar um estudo sobre o sistema de franquias no Brasil abordando suas características e resultados, uma excelente oportunidade de negócio devido ao suporte padronizado que o franqueado recebe do franqueador. O estudo do setor tem apontado um crescimento expressivo, com as técnicas utilizadas neste projeto, conforme a análise de orçamento de capital as tendências e os números apresentados e as fontes citadas se comprovam verdadeiros.Para a realização desta pesquisa foram utilizadas as seguintes metodologias: pesquisas descritiva, exploratória e bibliográfica, como visitas e coleta de dadosna Franquia IGUI Piscinas, informações da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e referências de autores ligados ao estudo da administração e de franquia, entre eles Idalberto Chiavenato e Michael Porter. Adquirimos também orientações com professores responsáveis, onde o mesmo nos guiou na realização do projeto.Avaliamos que o setor de franquias é realmente promissor, visto que este setor vem apresentando um crescimento considerável, tanto na economia quanto na aceitação por parte dos brasileiros, que buscam uma nova oportunidade de empreender. 3 Arislaine Batista Inácio Barboza, Graduanda do curso de Administração de Empresas- Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ) E-mail: [email protected] 2 Denise Silveira Brasil Dasan, Graduanda do curso de Administração de Empresas- Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ) E-mail: [email protected] 86 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Palavras Chaves: Plano de Negócios, Franquia, Empreendedorismo. INTRODUÇÃO 3 Maria Isabel Ferrari, Graduanda do curso de Administração de Empresas- Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ) E-mail: [email protected] Plano de negocio de acordo com Salim (2005 , p. 3) significa “... um documento que contém a caracterização do negócio sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros “ O plano de negócio é um documento de planejamentoque irá descrever o empreendimento, é uma ferramenta que concilia a estratégia com a realidade empresarial, ele irá projetar estratégias financeiras e operacionais, análise completa do mercado e os resultados financeiros que poderão ser alcançados.Durante o curso de administração aplicamos todo conhecimento adquirido em sala para um estudo que tem como objetivo estudar a viabilidade de implantarmos uma Franquia de Piscinas IGUI na cidade de Mogi das Cruzes. Como objetivo especifico tivemos como foco estudar o mercado de Lazer e entretenimento com intuito de mensurar a demanda a ser atingida pela empresa, aplicar as estratégias de planejamento, analisar investimentos, calcular mão de obra e insumos necessários, enxergar através de técnicas financeiras as oportunidades do segmento, o desenvolvimento e a viabilidade do capital financeiro e humano. Segundo dados do site da ABF (Associação Brasileira de Franchising) o setor de franquias em geral cresceu cerca de 12% no ano de 2013, tendo um faturamento total de R$ 115 bilhões de reais trazendo boas expectativas para o mercado. O mercado de piscinas esta em crescimento constante, segundo dados da ABF o segmento de lazer, em 2013 obteve um aumento de 23,9% ( faturamento em bilhões de reais) em relação a 2012, o que nos define um mercado bastante promissor. O estudo também revelou que 73 novas marcas ingressaram neste segmento. Dentre as novas redes, vale destacar as seguintes marcas: Essencial Care, Nagis e Body Concept. As cinco marcas de maior faturamento em Esporte, Saúde, Beleza e Lazer são O Boticário, Ri Happy/ Pbkids, Farmais, Ótica Diniz, e GUI Piscinas. Referente a marca IGUI São mais de 200 franquias no Brasil, 70 na argentina 30 no México e 40 na Europa de franquias espalhadas no Brasil, com um faturamento no ano de 2013 de R$ 4,5 bilhões.percebe-se que foi um dos 87 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ramos que teve apresentados. um grande Desenvolvimento devido aos números Através da análise desde dados acima notamos que o mercado estudado representa grandes oportunidades de negócio, pois vem mostrando um crescimento em destaque nos últimos anos. Mauro (2006, p.24), descreve que: ... O franchising em si não é sinônimo de sucesso, mas sim , uma maneira de multiplicar sucessos [...] terá uma expansão significativa no Brasil nos próximos anos, podendo vir a ser uma das molas propulsoras de nosso desenvolvimento... Esta citação foi feita por dos maiores estudiosos sobre franquias que menciona uma visão com boas perspectivas deste método de empreender. Segundo Cherto( 2006 pag. 19) diz: “ O franchising têm importância cada vez maior na economia de diversos países, incluindo o Brasil, que hoje é um dos primeiros colocados no ranking mundial de franchising...”. Estes estudos mencionados por grandes autores de Franchising no Brasil, mostra que o tema vem se destacando de forma que alcance um nível de importância cada vez maior. Outro fator relevante que justifica a importância do tema abordado,é baseado em uma característica de nosso pais. Visto que esta característica relatada refere-se ao fato de que, após a realização de uma pesquisa sobre os países com maiores quantidades de empreendedores, feitos pelo Serviço Brasileiro de apoio ás Micros e Pequenas empresas( SEBRAE) e o instituto Brasileiro de produtividade e qualidade (IBPQ), citada em matéria publicada no site de notícias Infomoney, voltado a área de economia, divulgado no começo do ano de 2013, aponta que o Brasil é o terceiro país com maior numero de empreendedores no mundo, atrás da China o primeiro da lista é os Estados Unidos. Portanto todos estes dados reforçam a concepção dos autores referente ao estudo de Franchising, conforme relatado a seguir: Não é de hoje que o Franchising brasileiro vem crescendo num ritmo exponencial, superior ao próprio PIB do país, e se mantendo com alto faturamento nos últimos anos. Isso significa que o setor se encontra em uma posição consolidada, o que justifica a crescente adesão dos empresários que demandam por um negocio seguro e lucrativo. ( Melo e Andreassi 2002(orgs.) apud Bomeny, 2012) 88 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Este plano de negócio para ser colocado em prática sobre a criação de uma unidade franqueada, o local escolhido de estudo e instalação foi o município de Mogi das Cruzes, localizado no alto Tietê, apresentando assim as características da população e a demanda da região estudada. METODOLOGIA Para a realização desta pesquisa foram utilizadas as seguintes metodologias: pesquisas descritiva, exploratória e bibliográfica, como visitas e coleta de dadosna Franquia IGUI Piscinas, informações da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e referências de autores ligados ao estudo da administração e de franquia. Segundo Cervo e Bervian (1996, p.49): “A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulálo". No plano de negócio desenvolvido a partir da pesquisa foi possível observar diversas situações em nosso segmento envolvendo as áreas econômicas, políticas e sociais. Analisamos o cenário envolvido, e correlacionamos os fatos com as nossas projeções. O estudo exploratório, designado por alguns autores como pesquisa quase cientifica ou não cientifica é, normalmente, o passo inicial no projeto de pesquisa pela experiência e auxílio que traz na formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas. (CERVO E BERVIAN, 1996, p.49) Foram utilizadapesquisa administrativa: bibliográfica em livros específicos da área A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. (CERVO E BERVIAN, 1996 P.48) Para a realização deste trabalho na busca pelo referencial teórico foi imprescindível utilizar algumas técnicas especiais como: coleta de dados direta através da visita a uma franquia existente como a indireta em sites e livros referenciais.Segundo CERVO e BERVIAN (1996, p.134) ...” A coleta de dados, tarefa importante na pesquisa,envolve diversos passos, como a determinação 89 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 da população a ser estudada, a elaboração do instrumento de coleta, a programação, os dados e a própria coleta...”. DESENVOLVIMENTO Para a realização deste projeto foram pesquisados dados sobre os ambientes interno e externo referente à implantação de uma franquia no municipio e para isto foram realizadas análises sobre a economia do Brasil e estudou-se a demanda no mercado de Franquias. A Demanda de crescimento no mercado de Franquias de entretenimento e lazer vem crescendo em média 21,4% ao ano. Demonstra crescimento maior que o do PIB e muitas oportunidades de diversos nichos de mercado proporciona suporte para quem pretende iniciar os trabalhos pela primeira vez assim como treinamentos, auxílio no desenvolvimento da franquia e no planejamento das operações, por este motivo as franquias tem se tornado uma alternativa bem atrativa para novos empreendedores.Percebemos esta oportunidade que se encontra em constante crescimento e salientamos estas vantagens durante a montagem deste estudo, pois é fundamental demonstrar em embasamento teórico e dados comprovados como este segmento e a IGUI em destaque pode ser vantajoso para qualquer empreendedor interessado, desde que utilizando as ferramentas adequadas ao objetivo e metas da franquia assim como: “O processo de marketing consiste em analisar oportunidades de marketing, pesquisando e selecionando mercados-alvo, delineando estratégias, planejando programas, organizando, implementando e controlando o esforço de marketing.” (KOTLER, 2000, p.108). A cidade escolhida para abrir a franquia IGUI Piscinas foi à de Mogi das Cruzes, na pesquisa realizada ela se destaca por possuir o 64° PIB do País entre os 5.562 município brasileiro, entre os 100 maiores, é o que apresenta o maior nível de crescimento. Todo esse avanço é resultado de uma política ousada para atração de novos negócios e de apoio para o crescimento e fortalecimento das empresas já instaladas, que vai além de incentivos fiscais e doações de área. Toda consultoria e acompanhamento serão oferecidos pela marca para a abertura da franquia. Pesquisamos um ponto estratégico e observamos que a cidade investe em setores essenciais para a melhoria da qualidade de vida, como a construção de escolas, unidades de saúde, a expansão do saneamento básico, a preservação do meio ambiente, além de bastante área verde aos redores, a cidade possui o maior centro comercial do alto tiete. O desenvolvimento da cidade estimula a abertura de dezenas de novos empreendimentos todos os meses. 90 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Partindo das pesquisas apresentadas, o plano de negócio teve por objetivo, atingir um parcela da população para compor a demanda inicial no qual se buscou 2% de participação de mercado do municipio de Mogi das Cruzes, e um aumento no faturamento de 5% anualmente. Observando o mercado, analisamos um assunto de grande importância do autor Porter (1980), referente a teoria das cinco forças, que vem abordar dimensões detalhadas para aplicabilidade no plano de negocio. O autor define as cinco forças da seguinte forma: As cinco forças competitivas - entrada, ameaça de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes refletem o fato de que a concorrência em uma indústria não está limitada aos participantes estabelecidos. Clientes, fornecedores, substitutos e os entrantes potenciais são todos "concorrentes" para as empresas na indústria, podendo ter maior ou menor importância, dependendo das circunstâncias particulares. Concorrência neste sentido mais amplo poderia ser definida como rivalidade ampliada. Todas as cinco forças competitivas em conjunto determinam a intensidade da concorrência na indústria, bem como a rentabilidade, sendo que a força ou as forças mais acentuadas predominam e tornam-se cruciais do ponto de vista da formulação de estratégias. (PORTER,1980, p. 05) O estudo se inicia com abordagem sobre a entrada de concorrentes, esta força é considerada como a mais significativa das cinco forças (Serra, Torres & Torres, 2004) A IGUI não possui concorrentes diretos, atua no segmento de piscinas com domínio. De mercado, seus concorrentes são indiretos, pois sua liderança no mercado ainda não foi alcançada por nenhuma outra organização.Os pedreiros fazem um trabalho por fora, constroem piscinas de alvenaria, mas é importante levar em consideração que os procedimentos de manutenção se alteram e traz um custo muito maior de mão de obra e se haver necessidade de mudança, não há como. Os fornecedores de matéria prima possuem poder de barganha quando o setor possui poucos fornecedores de determinada matéria prima.No caso da franquia a própria empresa fornece o principal produto que são as piscinas, isto traz garantia de um produto com a qualidade esperada e confiança na hora das vendas, sem falar de outros fornecedores como a Progeu fabricante de filtros para piscinas e a Cidral Química de produtos, 91 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 fornecedores da IGUI que precisam trazer produtos de qualidade para garantir que a confiabilidade da marca continue, e sua liderança no mercado seja ainda mais forte. De acordo com Porter (1980), todas as empresas em uma indústria estão competindo, em termos amplos, com indústrias que fabricam produtos substitutos. Novos concorrentes surgem e depende da organização agregar cada vez mais valor a marca e fidelizar os clientes, os consumidores estão cada vez mais exigentes e querem satisfazer suas necessidades atentas a segurança e confiabilidade que só as empresas sérias podem oferecer. As piscinas de plástico vêm sendo consideradas produtos substitutos devido a grande utilização principalmente por crianças, sendo utilizadas mais no final de semana para quem não tem lugar hábil para implantação de uma piscina convencional. A IGUI possui força no mercado em que atua e por ser líder de mercado no Brasil possui poder de barganha devido a força da empresa em conseguir se manter competitiva no mercado. Partindo da coleta de informações de várias pesquisas qualitativas sobre o mercado interno e externo da empresa estudada, e tendo como caracteristicas as cinco forças de Porter, nossa estratégia de mercado é a de diferenciação e os resultados que esperamos alcançar é atingir o público alvo escolhido, gerando uma satisfação do cliente e consumidor, valorizando o produto dos nossos clientes com qualidade. Na análise do estudo sobre finanças, foram pesquisadas técnicas de orçamento de capital com o uso de ferramentas como o Valor presente Liquido e o payback, que juntos serviram de apoio na identificação da viabilidade do projeto no prazo estipulado de cinco anos. Referente ao Valor presente líquido, Gitman afirma (2002, p. 329) “ é uma técnica sofisticada de orçamentos de capital, obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresas”. Ainda para o autor: “Se o VPL for maior que zero, aceita-se o projeto; se o VPL for menor que zero, rejeita-se o projeto” (GITMAN, 2002, p.330). O nosso plano de negócios apresentou o valor presente positivo em R$ 78.546,52. O nosso custo de capital foi de 30% ao ano. 92 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A ferramenta de auxilio financeiro o payback consiste segundo Gitman (2002, p.327) em: “... o período de tempo exato necessário para a empresa recuperar seu investimento inicial em um projeto...”, sendo que para conhecer se o projeto é considerado aceitavel Gitman (2002, p. 327) descreve: “... Se o periodo de payback for menor que o periodo de payback máximo aceitável, aceita-se o projeto...”. Transferindo para este plano de négocio, pôde ser observado que o seu prazo para recuperação teve o retorno no tempo aproximado de quatro anos e seis meses estabelecido no projeto, de cinco anos, considerando aceitavel. CONCLUSÃO Durante a construção deste projeto foram feitos vários estudos sobre o setor, e estes dados tem apontado um crescimento expressivo, fundamentando boas oportunidades para empreendedores dispostos a investir neste segmento, foram utilizadas técnicas de levantamento de dados, pesquisas sobre o setor e análise de orçamento de capital, focando nas tendências de mercado, e análise de informações através das fontes citadas, fontes estas que comprovam a veracidade das informações e viabilidade do projeto apresentado. Concluímos com o estudo da metodologia cientifica e os dados apurados, que o embasamento de informaçõesnos forneceu indícios de que o projeto pode ser viável, se utilizado as ferramentas corretas para construção e manutenção do negócio.Além de proporcionar uma visão em longo prazo de como será a realização do projeto, sua viabilidade econômica e financeira durante as projeções realizadas, demonstrando de forma clara e concreta que os dados apresentados são reais e dão a perspectiva real do projeto em sua totalidade. 93 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 REFERÊNCIAS Disponivel em:http://www.infomoney.com.br/negocios/noticia/2662860/brasilterceiro-pais-com-maior-numero-empreendedores Acesso em 27/09/2014 Disponível em:HTTP//Iguipiscinas.com. brAcesso em: 20/09/2014. Disponível em: http://www.portaldofranchising.com.bracesso em: 30/09/2014 CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 4ª edição. São Paulo: MAKRON Books, 1996. CHERTO, Marcelo et al. FRANCHISING: Uma estratégia para a Expansão de Negócios. São Paulo: Premier Máxima, 2006. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª edição. São Paulo: Harbra,2002. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 12°edição. São Paulo: Pear, 2000. MAURO, Paulo César. Guia do Franqueador: Como desenvolver marcas mundiais. 4ª edição, revista e ampliada. São Paulo: Editora Nobel, 2006. MELO, Pedro Lucas de Rezende; ANDREASSI Tales. (org.). Franquias brasileiras: estratégias, empreendedorismo, inovação e internacionalização. São Paulo: Cengage Learning, 2002. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. 7. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1980 SALIM, Cesar Simões et al. Construindo planos de negócios. 3ª edição ver.e atualizada. Rio de Janeiro:Elsevier,2005. 94 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO FABIANE MENDES BOTELHO¹ Prof° Ms Antonio Eduardo Batista Prof° Ms Eliane Fátima Oliveira da Silva Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória e qualitativa, realizada com 11 colaboradores e 1 gestor em uma empresa de Tecnologia da Informação na cidade de São Paulo, no período de 08/2012 à 10/2014, com a finalidade de verificar a importância da motivação nessa área, a maneira como os colaboradores são motivados, o ambiente em que trabalham, a influência deste na motivação interna e quais são os métodos utilizados para transformar o ambiente em uma esfera motivacional. Para tanto, foi utilizado um questionário com 10 questões abertas. Após a análise das respostas, foi possível verificar que a qualificação dos colaboradores e o empenho do gestor estão diretamente ligados ao favorecimento de um ambiente agradável, os feedbacks e a preocupação com o lazer também podem fazer a diferença para impulsionar o crescimento da empresa e de seus colaboradores. Palavras-Chave: Aspectos motivacionais, Informática, colaboradores. ¹ Fabiane Mendes Botelho, Graduanda no curso de Administração de Empresas - Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ). E-mail: [email protected] Introdução O presente artigo tem como objetivo apresentar que o profissional da área de Tecnologia da Informação, mesmo com as qualificações exigidas pelo mercado, tem, periodicamente, necessidade de ser estimulado pelo ambiente para possibilitar o desenvolvimento das atividades com mais desempenho. De acordo com pesquisas relacionadas à motivação é possível verificar que empresas que trabalham com uma equipe da área da Tecnologia da Informação precisam de um ambiente motivacional, que permita momentos de relaxamento, e de saída da rotina. Em empresas em que as equipes sejam 95 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 gestoras, focadas e organizadas, o ambiente de convívio torna- se mais prazeroso e de fácil interação entre os colaboradores e superiores. Neste sentido Souza (2011), afirma: “Os “profissionais de tecnologia”, por mais competentes e atualizados que seja também precisam de motivação, é importante que as organizações se preocupem e tragam cada vez mais a motivação para dentro do ambiente de trabalho, proporcionando condições e melhorias de sucesso, fazendo com que todos tenham uma maior capacidade e prazer em se trabalhar”. (SOUZA, 2011). Outro fator que justifica o estudo do tema é o número de colaboradores da área de Tecnologia da Informação que deixam seus postos para atuar em outras áreas cresce cada dia mais, e uma possível explicação para esse fato pode ser a falta de estimulo (motivação), fornecida pelas organizações. Assim, torna-se necessário a criação de uma gestão voltada para despertar a motivação de seus colaboradores. Nesse sentindo Maciel (2007), destaca: “É imprescindível deixar claro que a tarefa da administração não é a de motivar as pessoas que trabalham numa organização. Até porque isto é impossível, levando-se em consideração que a motivação é um processo intrínseco, intimo para cada pessoa. No entanto, a organização pode e deve criar um ambiente motivador onde as pessoas devem buscar satisfazer suas necessidades próprias”. (MACIEL 2007, p.62.). O artigo aborda a teoria e prática da importância da motivação dentro das organizações, ou seja, o estudo transpassa o conceito da motivação, como deve ser um ambiente motivacional, como os colaboradores são motivados e o papel do gestor para o estimulo da motivação interna do colaborador, com isso trazendo resultados satisfatórios para as empresas. Metodologia A pesquisa foi realizada através de levantamento bibliográfico sobre a motivação nas organizações, em seguida foi feita a pesquisa de campo exploratório qualitativa em uma empresa na cidade de São Paulo, aplicando se um questionário com 10 questões abertas sendo a última questão para o gestor no ano de 2013. A análise sobre as respostas dos entrevistados foi comparada com o estudo do referencial teórico dos autores Chiavenato, Bergamini, De Mais entre outros. Esta pesquisa teve a duração de 08/2012 a 10/2014. 96 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Desenvolvimento Para abordar o assunto foram pesquisados o conceito da motivação, a gestão das empresas voltadas para Tecnologia da Informação e a importância da Liderança. Segundo Bergamini (1997), a palavra Motivação deriva originalmente da palavra “movere”, que significa mover. Essa origem de palavra encerra a noção de ação que é a principal tônica dessa função particular da vida psíquica. É importante que se leve em consideração a existência das diferenças individuais e culturais entre as pessoas quando se fala em motivação. E esse diferencial não só pode afetar significativamente a interpretação de um desejo, mas também o entendimento da maneira particular como as pessoas agem na busca dos seus objetivos. A motivação, portanto, só pode ser considerada como um processo intrínseco. Nesse sentido, Levy – Leboyer (1994) vem nos dizer que: “O verbo motivar não pode existir sem complemento. Os responsáveis por empresas cometem o erro de solicitar pessoal ‘ motivado’ dentro do mesmo espírito, como se isso significasse uma qualidade permanente e distribuída de forma homogênea; não existe o pequeno gênio da motivação que transforma cada um de nós em trabalhador zeloso ou nos condena a ser o pior dos preguiçosos. Em realidade, a desmotivação não é nem um defeito de uma geração, nem uma qualidade pessoal, pois ela está ligada a situações especificas. Um indivíduo motivado aqui será diferente em outro lugar”. (LEVY- LEBOYER 1994, p.43). Bergamini (2013), ainda ressalta que quando se assume a possibilidade de motivar as pessoas, é comum confundir motivação com condicionamento. Uma vez que se aborda condicionamento, esta sabendo que, quando as forças que condicionam desaparecerem, sejam eles reforçadores positivos ou negativos, essas pessoas param, precisando de novos estímulos para que voltem a movimentar-se em qualquer direção. É indiscutível então, que ninguém consegue motivar alguém, uma vez que a motivação nasce no interior de cada um. No entanto, é possível, de acordo com a mesma autora, manter pessoas motivadas quando se conhece suas necessidades e se lhes oferece fatores de satisfação para tais necessidades. O desconhecimento desse aspecto poderá levar à desmotivação das pessoas. Assim, a grande preocupação da administração não deve ser em adotar estratégias que motivem as pessoas, mas acima de tudo, oferecer um ambiente de trabalho no qual a própria pessoa mantenha - se motivada. O que vemos hoje em muitas organizações é um grande contingente de pessoas que não nutrem a menor motivação por aquilo que fazem. Esses 97 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 trabalhadores não experimentam, portanto, nenhuma satisfação pessoal gerada por aquilo que fazem em seu trabalho. É nesse momento que o trabalho deixa de exercer seu papel como referencial de autoestima e valorização pessoal, passando a ser fonte de sofrimento e não oportunidade de realização saída dos desejos interiores que cada um tem . Para entender como funciona a motivação do profissional dentro da empresa, foram abordadas também teorias de conteúdo e de processo seguindo: Teoria da hierarquia das necessidades de Abraham Maslow, segundo Chiavenato (2004), “A teoria da hierarquia das necessidades de Abraham Maslow (1908-1970), estão organizadas e dispostas em níveis, em uma hierarquia de importância e de influenciação”. Essa hierarquia de necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão às necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de autorrealização). Necessidades Fisiológicas - Necessidades de Segurança - Necessidades Sociais - Necessidade de Estima - Necessidade de Auto-Realização. Teoria de McClelland na década de 1960, David McClelland citado por Robbins (2005), utilizou como base, assim como Maslow, a questão das necessidades e as identificou como sendo três importantes necessidades: poder, afiliação e realização. A diferença entre essa teoria e a de Maslow é que McClelland diz que tais necessidades podem ser aprendidas, não nascemos com elas: são adquiridas socialmente, dentro da família, da sociedade. Teoria de Herzberg: Conforme citado por Chiavenato (2004), “Frederick Herzberg desenvolveu dois fatores para explicar o comportamento das pessoas dentro de seu ambiente profissional”, os higiênicos e os motivacionais. Segundo Herzberg citado por Chiavenato (2004), é possível um colaborador estar descontente e satisfeito ao mesmo tempo, pois, ele pode estar insatisfeito com as regras e normas da empresa, mas verdadeiramente satisfeito com seu desempenho profissional. Conforme explana o autor, identificar os fatores higiênicos e motivacionais é a base para definir a motivação do colaborador. A teoria da equidade de Adams em 1963, John Stacy Adams estabeleceu uma relação entre os resultados obtidos e as suas contribuições, então estará motivado a agir. Ele reconhece que os colaboradores não se preocupam apenas com a quantidade absoluta de recompensas que recebem pelos seus esforços, mas também com a relação de suas recompensas em comparação com as dos outros, sendo que se houver algum tipo de desigualdade nesta relação eles poderão se sentir desmotivados. A teoria Motivacional de Vroom em 1964 apud por Chiavenato (2004), afirmou que “motivação é o processo que governa a escolha de 98 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 comportamentos”. Segundo ele, a motivação do indivíduo ao fazer uma escolha depende de alguns fatores: Valência – Quando uma pessoa deseja um resultado específico. É o valor subjetivo relacionado a incentivo ou recompensa; Instrumentalidade – Este relacionado ao conseguir o resultado almejado, pensando nas recompensas que isso trará. Se os esforços do indivíduo forem devidamente recompensados haverá uma relação positiva, caso contrário será negativo; Expectativa – É a expectativa de poder alcançar o resultado. A teoria da expectação de Lawler III, em 1971, retomou o pensamento de Taylor ao afirmar que encontrou fortes evidências de que o dinheiro é fator de motivação para o trabalho, desempenho e outros comportamentos humanos, como companheirismo e dedicação à organização. Afirma-se hoje em dia que o mundo se encontra envolto em uma revolução tecnológica que gerou a denominada “sociedade da informação”, se pensa, em primeira estância, nos computadores e na sua capacidade de armazenar, processar e, principalmente transportar informação. Pode se dizer que o que particulariza a “era da informação” é a capacidade que o ser humano tem em manejar e processar informações, bem como a velocidade com que esses processos ocorrem (GAMBOA, 1977). Esta “sociedade da informação” é decorrência de uma revolução tecnológica cujas origens remontam ao final da Segunda Guerra Mundial e cujo desenvolvimento transcorreu durante a segunda metade do século XX. Embora elementos inovadores tenham colaborado para essa transformação, dois pontos podem ser destacados como determinantes para o seu crescimento: Computação e Comunicação. Tal elemento que leva a dois produtos tecnológicos que possibilitaram esse crescimento em uma velocidade nunca veja até então: microcomputador e a internet. A TI (Tecnologia da Informação) afeta profundamente qualquer organização, tanto o eu funcionamento interno como o seu relacionamento com o mercado (competidor, consumidor e potencial). A TI afeta a organização de tal modo que vem se tornando um dos instrumentos gerenciais mais utilizados pelas empresas como alavanca para o processo de adequação ao novo cenário de negócios. Atualmente as gestões das empresas estão passando por mudanças significativas reconhecendo o capital humano. Para criar um ambiente motivacional é necessário identificar os fatores motivacionais intrínsecos e extrínsecos, pois quando estes se concretizam em um desejo específico, orientam as atividades ou a conduta na direção de alcançar os objetivos e a satisfação das necessidades. 99 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A partir deste ponto é possível compreender que as organizações têm a necessidade de ampliar a visão sobre gestão de pessoas, ou seja, cuidar das pessoas, reconhecê-las, entender as suas expectativas profissionais e pessoais. Manter a motivação dos colaboradores não é uma tarefa fácil e exige uma atenção, pois já foi comprovado que a remuneração não é única que os motiva, pois as pessoas desejam ser reconhecidas, valorizadas e recompensadas pelo que fazem. São poucas as empresas que estimulam a criatividade do colaborador, já as de tecnologia são em grande parte inovadoras por possuir modelos de gestão flexíveis, optando por um plano de carreira bem estruturada, permite que as equipes façam seu horário de trabalho, os profissionais preferem desafios que tenham autonomia tudo isso proporciona liberdade. Hoje em dia a motivação depende diretamente de um fator primordial que é o bom desempenho do gestor, para Chiavenato (2004), o líder moderno o qual ele denomina e classifica como renovador é que neste contexto, os liderados de maneira geral esperam que o líder apresente algumas características, que são: Focalização nos objetivos; Orientação para a ação; Autoconfiança; habilidades no relacionamento humano; criatividade e Inovação; flexibilidade; tomada de Decisão; padrões de Desempenho; visão de Futuro; Percebe-se que é muito fácil apontar as características de um líder, porém, ele precisa de dinamismo para coloca-las em prática, pois há a necessidade de considerar que todo profissional tem suas características, e que para se conseguir gerar um ambiente agradável, ambos (líder e colaborador), precisam exercer a flexibilidade. Lembrando que o papel do líder é influenciar através da comunicação interpessoal, ficar a frente realizando mudanças e é ter em mente que a todo estante serão barreiras e desafios novos, pois a mudança é constante. Resultados e Discussão Para comprovar as hipóteses, foi aplicado um questionário individual para os colaboradores da área da Tecnologia de Informação da empresa Acesso Digital ela esta presente no mercado de Tecnologia da Informação há seis anos, foi eleita a melhor empresa de médio porte nacional para trabalhar, a segunda melhor para trabalhar de TI e Telecom do Brasil, em 2013, e a 13ª da América Latina em 2012, de acordo com dados do instituto Great Place To Work. 100 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 De acordo com os resultados constatou que se o ambiente for motivacional explorará do colaborador seus melhores frutos e a empresa Acesso Digital realmente se preocupa em manter seus colaboradores com alto nível de motivação criando ambientes descontraídos, com atividades que acabam “quebrando” a rotina dentro do escritório, pois os colaboradores se sentem valorizados e com a inspiração transpassada do gestor para eles, impulsiona o colaborador a trabalhar com ânimo, com prazer, só aumentando o clima harmônico e o desempenho da empresa. Conforme as respostas dos colaboradores, a Acesso Digital estimula a motivação dos colaboradores o tempo todo com os programas de reconhecimento, de lazer, de desafios profissionais, comprovando o que Bergamini (2013), destaca: “Não são os fatores existentes no meio ambiente que criam necessidades interiores, mas essas necessidades que destacam do meio daqueles fatores lhes são complementares”. “Por isso, ninguém consegue motivar ninguém”. Conclusão A partir dos dados explorados no artigo podemos compreender que a motivação é um fator principal dentro de uma empresa, pois com colaboradores motivados, o seu desempenho e produtividade aumentam gradativamente nas atividades do dia a dia. Por isso a empresa precisa ter programas de desenvolvimento, de valores e reconhecimento para os profissionais. E o ambiente motivacional surge a partir de um gestor bem organizado que consiga focar com toda a equipe, e mesmo assim atingindo cada colaborador individualmente. Estes passos são possíveis através da realização de feedback, momentos de lazer para a equipe, ambientes descontraídos que transpareçam harmonia. Portanto criar um ambiente que estimule a motivação dos colaboradores, programas de valorização e reconhecimento e a inspiração do gestor no trabalho em equipe, são fatores cruciais para o crescimento da organização no mercado. Referências: BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 1997. 101 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2013. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria da Administração. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2004. GAMBOA, Mauricio Andión – Tiempos de Hipermidacion: de la Comunicación Social y sus Virtuales Tendencias,Códigos: Cadernos de Comunicación, Universidade de lãs América, número 4, Vol.1,Ano 6, Abril,1977, Puebla, México, PP:2-15 LÉVY-LEBOYER, C. A crise das motivações. São Paulo: Atlas, 1994. MACIEL, Vieira Emmanuel Saulo; SÁ de Diniz Auxiliadora Maria: Motivação no trabalho, uma aplicação do modelo dos dois fatores de herzberg. CCAE-UFPB, Vol. 1, No. 1, Studia Diversa - Outubro 2007. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SOUZA, Gomes Albaneide Josefa, Motivação Dos Profissionais de Tecnologia. 2011. Disponível em <http://www.administradores.com.br/informese/artigos/motivacao-dos-profissionais-detecnologia/56002/>. Acessado em Novembro de 2012. 102 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A INFLUÊNCIA DA TV NAS ESCOLHAS DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PELAPRÁTICA DE ESPORTES Leonel Gonçalves Ribeiro - [email protected] Carlos Contiero [email protected] Ferreira de Lima Oliveira [email protected] Faculdade Unida de Suzano – UNISUZ – UNIESP RESUMO Diante da força influente que a mídia vem exercendo na vida das pessoas, onde quase tudo que fazemos e consumimos é influenciado pela mídia, percebemos a necessidade de realizar uma pesquisa, no intuito de trazer à reflexão tal assunto. Este trabalho visa analisar, através de pesquisa de campo, o quanto a televisão pode influenciar os jovens na escolha de determinados esportes, tanto para prática quanto para entretenimento. A metodologia aplicada neste trabalho foi em forma de pesquisa de campo do tipo exploratória com um questionário semiaberto.Percebemos que a mídia influencia a juventude no que tange ao consumo excessivo de produtos, muitas vezes desnecessários, alterando a formação psicológica, intelectual e social desses jovens. A referida pesquisa foi elaborada através de entrevista e seus resultados foram apresentados em gráficos com discussões das perguntas e consequentes respostas. Concluiu-se que, em relação a este grupo entrevistado, não ficou evidente essa influência na prática do esporte, mas que, de certa forma, a TV exerce alguma influência em relação ao modo de agir, pensar e consumir desses jovens em relação aos produtos atrelados a esses esportes, através do marketing televisivo. Palavras-chave: Televisão; Influência; Prática Esportiva. INTRODUÇÃO Diante da força influente que a mídia vem exercendo na vida das pessoas, onde quase tudo que fazemos e consumimos é influenciado pela mídia, percebemos a necessidade de realizar uma pesquisa, no intuito de trazer à reflexão tal assunto, julgando que possa ser do interesse da sociedade como um todo, pois, as famílias podem analisar se essa influência está prejudicando a formação intelectual, física e cidadã de seus filhos; o poder público pode criar leis que permitam um melhor uso dessa mídia; a escola pode instruir melhor seus alunos no que tange o consumo através dos meios de comunicação; enfim, todos podem ser beneficiados com essa discussão, podendo chegar a uma ideia de como fazer melhor uso da mídia sem que essa nos influencie negativamente na tomada de decisões importantes para o nosso desenvolvimento. 103 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Esta pesquisa justifica-se também pelo fato de vários pensadores estarem trazendo à reflexão essa relação mídia/esporte e sua influência nas escolhas principalmente dos jovens em relação ao esporte a praticar. Grande parte dos alunos criam uma visão, uma imagem distorcida do que vem a ser realmente esporte coletivo, porque muitos se baseiam apenas naquilo que veem pela televisão, internet, enfim muitos jovens possuem o conceito de que o esporte coletivo está relacionado ao esporte de auto rendimento. E este pensamento dos jovens pode ser modificado se trabalhado de forma intensa e contínua. O papel da escola é estimular e enfatizar o fato de que o esporte coletivo emuitas modalidades esportivas são acessíveis a todas as pessoas,independentemente de suas habilidades, pois se mesmo aquele aluno que possui dificuldade na prática do esporte analisar com cuidado suas capacidades, irá encontrar algum esporte com o qual se identifique e sinta prazer em praticar, aproveitando este momento, para trabalhar com a questão de que as diversas modalidades não podem ser vistas apenas destacando o espetáculo do esporte e sim sua prática com o objetivo de melhoria da qualidade de vida.De acordo com isso, Neira (2009) afirma que o objetivo da escola é colaborar na formação das pessoas para que elas possam ler criticamente a sociedade e participar dela atuando para melhorá-la. Ele também relata que cada disciplina poderá aprofundarparte da cultura.E como futuro profissional na área da Educação Física, preocupado com essas questões, resolvi realizar essa pesquisa, pois acredito que isso me proporcionará uma melhor visão na hora de sugerir e aplicar projetos esportivos com os alunos. Então, as intervenções pedagógicas referentes aos meios de comunicação devem também possibilitar experiências que permitam fazer uma leitura ampliada dos fenômenos midiáticos na sociedade e transportada pelos códigos e signos do esporte espetáculo. É fundamental que a mediação do professor desencadeie um processo de questionamento, sobre conflitos e entendimentos, para que as práticas corporais sejam reconstruídas explorando algumas temáticas veiculadas pela mídia, principalmente aquelas que formam identidades.O âmbito escolar deveria exigir uma abordagem reflexiva que analise a importância de se trabalhar com a mídia no processo pedagógico; a ideia é conseguir relacionar todo o aparato tecnológico para fazer com que se reflita e se discuta o conteúdo a ser trabalhado em sala de aula. Ao mesmo tempo em que passamos a lidar com a linguagem da mídia de maneira pedagógica, necessitamos ter a habilidade de nos apropriarmos dessas novas ferramentas que não devem ser despercebidas pelo professor, pois, já se constituem presentes na vida cotidiana do aluno. 104 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Este trabalho de pesquisa de campo visa analisar a influência da televisão em alunos do Ensino Médio e suas escolhas em relação ao esporte. METODOLOGIA Segundo Pinsky e Luca (2009),a pesquisa de campo provêda observação de acontecimentos e fenômenos precisamente como ocorrem na realidade, à coleta de dados em relação aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, de acordo com uma fundamentação teórica consistente, com o objetivo de compreender e explicar o problema pesquisado. Ciência e áreas de estudo, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia, Economia, História, Arquitetura, Pedagogia, Política e outras, utilizam constantemente a pesquisa de campo para o estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições, objetivando compreender os mais diferentes aspectos de uma determinada realidade. A metodologia aplicada neste trabalho foi realizada em forma de pesquisa de campo do tipo exploratória com um questionário semiaberto. Participantes: o questionário foi aplicado para 20 alunos do ensino médio de uma unidade escolar da rede estatual de educação, localizada em Itaquaquecetuba. Estaescola foi escolhida pelo fato do pesquisador ter um acessomais fácil com a unidade escolar. InstrumentoseMateriais: foi estregue aos alunos um questionário semiaberto. As perguntas foram adaptadas da pesquisa de Behmoiras (2011). Procedimento: escolhida a escola houve um contato com a diretora para liberaçãodo estudo em questão com responsabilidade de voltar e falar o resultado final deste trabalho, logo em seguida foi feito contato com os alunos para que estes conhecessem o trabalho e se dispusessem em participar da pesquisa, respondendo às questões. Foi entregue o Termo de Livre Consentimento e esclarecido que só estaria habilitado a participar do estudo aquele que trouxesse o termo autorizado pelo responsável. Foi marcado um dia para realização do questionário e neste mesmo dia foram recolhidas as autorizações. Planoda Análises:oplano de análise de dados foi trabalhado e apresentado em forma de gráfico para melhor visualização e interpretação no momento da discussão dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÃO 105 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GRÁFICO 1:Articulação entre as questões relacionadas à quantidade de TVs em casa, se possuem TV por assinatura, o tempo em que se dedica em frente à TV e o tipo de programa que mais aprecia. quantidade de TVs 20 possuem TV assinatura tempo na TV o que mais gosta 15 10 5 0 90% 40% 60% 55% 35% 40% 45% % 10% 15% 10% Nesta questão podemos perceber que a maioria dos entrevistados possuem mais de uma TV em casa, o que mostra um grande interesse por esse tipo de mídia. Grande parte desses jovensnão possuem TV por assinatura, preferindo a TV aberta, com um certo limite de variedade de programação. Também verificou-se que boa parte dos entrevistados utilizam a TV por mais de 3h/dia. Nesse tempo a maior parte são dedicadas a programas de entretenimento. Segundo Foucault (1992), a mídia acaba por criar uma identidade cultural nas pessoas, sobretudo através da TV, pois exerce um controle social, um poder de decisão que faz com que, sutilmente, os indivíduos passam a pensar e agir de acordo com as ideias apresentadas por esse importante veículo de comunicação. Fica evidente que por darem considerável importância à TV, o que se passa nela tende a influenciar as pessoas em seu modo de vestir, falar, pensar e agir. GRÁFICO 2:Em relação a qual mídia mais gosta: 106 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 qual mídia + gosta 20 15 10 31% 27% 5 23% 8% 4% 0 4% 4% Nesta questão podemos perceber um interesse maior pelas mídias visuais, como TV, vídeo e PC/net. Betti (2003) afirma que ao perceber esse interesse maior das pessoas pelas imagens, as TVs passam a se preocupar mais com o como se apresenta tal evento quanto com o que se apresenta. Isso faz com que os patrocinadores se preocupem mais com os uniformes, que ficam cheios de propagandas, com a parte visual (show do evento), tornando a prática do esporte em si como evento de segundo plano. GRÁFICO 3:Em relação ao que fazem ao voltar da escola: o que faz após a escola 20 15 10 30% 5 0 17% 13% 13% 7% 7% 6% 6% 2% Esta questão nos mostra que o tempo gasto com a mídia visual após a escola é consideravelmentealto, visto que antes da escola os entrevistados também têm contato com esse tipo de mídia. Essa parcela considerável de jovens, potenciais consumistas, são levados pelo modismo da mídia televisiva a, segundo Freitas (1991), se transformarem numa geração passiva, que não pensa, ou que pensa uma realidade inexistente. 107 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Tudo é produzido para o jovem pensar o menos possível, o que importa é que ele decida rapidamente por adquirir os produtos anunciados ao invés de incentivarem-no a praticar aquele esporte. GRÁFICO 4:Assistem TV todos os dias da semana: assistem TV todos os dias 20 15 10 90% 5 10% 0 Já aqui percebemos que em todos os dias da semana, praticamente, é despendido um bom tempo com a mídia televisiva. Durães; Feres Neto (2004), afirmam que os programas esportivos aliaram-se às emissoras de TV, aumentando a audiência. Percebendo que as pessoas passam um bom tempo na TV, houve um crescimento na divulgação desses eventos, tornando-os verdadeiros espetáculos. Com isso, o marketing bate firme na mente desses jovens, estimulando o consumo até excessivo de determinados produtos. GRÁFICO 5:Articulação entre as perguntas relacionadas a qual programa esportivo assistem e o que aprendem ao assisti-los. assistem progama esportivo 20 aprendem algo 15 10 80% 5 35% 20% 0 20% 15% 15% 10% 5% 108 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Aqui a predominância dos programas esportivos mais vistos são dedicados ao futebol, sendo que o mais visto foi o Globo Esporte, em segundo Esporte Espetacular, Jogo Aberto e Donos da bola ficaram em terceiro, seguidos por Bola Dividida e Pesca Alternativa, que ficou em último. O que, segundo os entrevistados auxilia a grande maioria a aprender regras e táticas do esporte. Para Kenski (1995), a TV passa a imagem do atleta super star, campeão, que tudo pode, e aliena a mente dos espectadores, fazendo com que pensem ser fácil chegar ao estrelato, mas atrelando a conquista deste aos produtos utilizados por esse atleta poderoso. O jovem passa então a consumir tais produtos na esperança de um dia se tornar como seu ídolo. Não que isso não posso ocorrer um dia, mas o caminho não é tão fácil e não necessariamente se precisará usar esse ou aquele determinado produto. GRÁFICO 6:Enquanto realiza atividades escolares a TV, rádio ou som ficam ligados? realiza tarefas com mídia ligada 10 8 6 4 2 40% 35% 25% 0 Aqui nota-se uma influência possivelmente negativa da mídia na execução de atividades escolares, pois não podem se concentrar nas tarefas com precisão, visto que aparelhos eletrônicos ficam ligados em quase todos os casos. Valdemar Waingort Setzer, em seu artigo “A TV Antieducativa”, (2009), afirma que a TV influencia negativamente crianças e jovens, afetando seu cognitivo, prejudicando seu desenvolvimento normal, seu desenvolvimento acelera-se sem que sua mente esteja preparada para isso, gerando graves consequências ao seu progresso intelectual. 109 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Percebe-se que os jovens chegam a ter uma espécie de paralisia mental, não conseguindo raciocinar coerentemente, sendo levados a consumir sem necessidade produtos que acham ser necessário. GRÁFICO 7:Se costuma ir ao cinema e com quem vai: se costuma ir ao cinema 14 12 10 8 6 60% 4 35% 2 0 5% Percebe-se um maior interesse em permanecer em casa do que ir a um local externo para acessar conteúdo áudio visual. Isso se dá pelo maior acesso a esse tipo de entretenimento através do computador e TV. Neste mesmo artigo, Valdemar Waingort Setzer diz que a TV torna as pessoas antissociais. Isso fica evidente pelo fato de preferirem assistir filmes em casa do que sair com outros para ir a um cinema, por exemplo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Acreditamos que esta pesquisa poderá contribuir para novas reflexões acerca do assunto visto que nunca se tem um projeto pronto, mas ideias e reflexões que visam estimular os leitores a continuarem pesquisando, aprofundando o assunto com novas pesquisas neste ou em vertentes desse assunto tão complexo que é a influência que a TV exerce na vida das pessoas, principalmente dos jovens, que estão em fase de amadurecimento de caráter e personalidade. Fica o alerta para que sociedade e poder público possam unir forças para auxiliarem esses jovens a não permitir que a mídia televisiva os influencie de tal maneira que impeça seu pleno desenvolvimento, sua visão crítica, sua realidade, suas reais necessidades de consumo, enfim, que possam utiliza-la como recurso de aprendizado e progresso cognitivo e intelectual. 110 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 REFERÊNCIAS BEHMOIRAS, DANIEL CANTANHEDE. Educação Física Escolar e Sua Interface Com o Esporte e a Mídia. Dissertação apresentada à Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília. 2011. BETTI, MAURO. Educação Física e Mídia: Novos Olhares, Outras Práticas. São Paulo: Hucitec, 2003. DURÃES, GERALDO MAGELA; FERES NETO, ALFREDO. Programas Esportivos Televisivos: Contribuições para a Educação Física Escolar. Revista Digital EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 10, nº 74, jul. 2004. 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Acesso em 04/10/2014. 111 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A MÚSICA COMO CONTRIBUIÇÃO NA MOTRICIDADE GLOBAL DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I Manoel Gomes da Silva, email - [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira, email - [email protected] Faculdade Unida de Suzano UNISUZ/UNIESP RESUMO Nas aulas de educação física observamos que a maioria das atividades estão sempre relacionadas aos esportes. Deixando de lado as atividades rítmicas que também tem uma grande contribuição para o desenvolvimento da criança durante o período escolar. O objetivo desta pesquisa foi verificar se a música tem uma contribuição na motricidade global, orientação temporal e ritmo em alunos do ensino fundamental l. Na pesquisa foi aplicada a metodologia de campo e como instrumento o manual de avaliação motora de Rosa Neto. A amostra foi constituída por vinte crianças com oito anos de idade, sendo dez crianças de uma escola com música em seu currículo e dez de uma escola que não tem música em seu currículo. Ao analisar os resultados da pesquisa para motricidade global as crianças que tem música em suas atividades escolares ficaram dentro do padrão, enquanto as crianças que não tem a música em suas atividades escolares tiveram um rendimento abaixo do padrão. Já no teste de estrutura temporal/ritmo, os alunos com música no currículo tiveram resultados acima do padrão com uma classificação proposta para crianças de onze anos, e as crianças que não tem a música no currículo escolar tiveram resultados dentro do padrão. Diante destes dados pode-se concluir que a música e essencial no ambiente escolar. Portanto é de suma importância que o professor de educação física ao aplicar suas aulas práticas utilize a música como ferramenta. Palavras chave: Motricidade; Música; Ritmo. INTRODUÇÃO Durante alguns meses de estágio no ensino fundamental observamos que a maioria das atividades, mesmo com um aspecto lúdico estão sempre relacionadas aos esportes, como: futsal, vôlei, basquetebol e handebol, limitando o repertório de atividades que contribuem para o desenvolvimento motor nas aulas de educação física. Será que só trabalhando estas atividades, haverá uma contribuição significativa para o desenvolvimento motor dos alunos do ensino fundamental l? A música, assim como a dança, está no bloco de atividades rítmicas, que é conteúdo previsto no Parâmetro Curricular Nacional (PCN) de educação física (2000), a serem abordados na prática docente. É percebida uma grande resistência do profissional de educação física em utilizar destes recursos pedagógicos no ambiente escolar. 112 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 É necessário que os docentes de educação física escolar venham a refletir sobre a música como um dos conteúdos a serem abordados em suas aulas. Sendo a música uma das vertentes artísticas presente em quase todos os momentos do nosso dia e particularmente na vida cotidiana de crianças e jovens, ela deve ser explorada de forma mais intensa. (BRAGA; OLIVEIRA, 2009) A criança tem como principal aliado do seu desenvolvimento, as vivências práticas. É através da diversidade de situações que ela passa no seu dia-a-dia que ela recebe estímulos para que, o seu desenvolvimento motor seja completo. Para Ferreira (2005), a educação física escolar deve ser uma proposta que valorize a democratização e a diversificação, mas o que se tem percebido na maioria das escolas é somente a prática de desportos competitivos, relegando-se a dança e as atividades expressivas deixando-as em segundo plano ou ate mesmo excluindo-as do plano de ensino. O profissional de educação física deve proporcionar ao seu aluno um repertório maior de atividades e nessas atividades inserir a música como motivação nas aulas de educação física, melhorando a qualidade da sua aula tornando-a mais atraente. Quanto mais variadas forem as experiências motoras na infância melhor será o desenvolvimento motor do individuo, visto que os movimentos fornecem o principal meio pelo qual a criança explora, relaciona e controla o seu ambiente. Para Go Tani (1988), o desenvolvimento motor é um processo continuo e demorado, e as mudanças mais acentuadas estão nos primeiros anos de vida, embora seja necessário cerca de vinte anos para que o organismo se torne maduro especialistas defendem que os primeiros anos de vida são cruciais para o individuo. A música como ferramenta pedagógica nas aulas de educação física ou em qualquer outra atividade escolar, pode contribuir diretamente para o desenvolvimento motor do individuo tornando-o um ser mais bem relacionado na sociedade e apto a realizar melhor os seus afazeres do cotidiano como: andar, saltar, dançar. Para Gallahue; Ozmun (2005), o aprendizado è um processo interno e individual que tem como consequência alterações em decorrência da interação da experiência, educação e do treinamento com processos biológicos. Sua construção tem fortes vínculos com o estado de desenvolvimento de um indivíduo tendo relação direta com a prática, ou seja, o aprendizado é um fenômeno em que a experiência esta ligada diretamente com o desenvolvimento. Tanto a música quanto a dança tem uma relação direta com o ritmo, não se consegue executar de um simples passo de dança a uma complexa coreografia ou de um simples acorde musical a uma complexa frase musical, 113 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 se não tiver ritmo. O ritmo tem uma relação direta com o desenvolvimento motor. Atividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore suas habilidades motoras, aprenda a controlar seus músculos e mova- se com desenvoltura. O ritmo tem um papel importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda expressão musical ativa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reação motora e aliviando as tensões. Qualquer movimento adaptado a um ritmo é resultado de um conjunto completo de atividades coordenadas. Atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, são experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico e coordenação motora. (CHIARELLI; BARRETO 2005) A música pode ser usada como recurso pedagógico nas aulas de educação física, cabe ao educador usar este recurso em suas aulas. Espera-se dos professores que propiciem aos seus alunos formas diferenciadas de se movimentar, para que reflitam sobre o seu espaço no mundo em que vivem e a música vem ampliar e facilitar esta aprendizagem. O desenvolvimento deve ser sempre estimulado de forma gradativa em todas as fases da infância. Há uma grande capacidade de aprendizado nestas fazes, quanto maior o repertório de movimentos melhor a coordenação. Ou seja, o professor deve criar novas possibilidades de aprendizado facilitando as atividades dos alunos quando solicitado. (WEINECK 2000) Este trabalho tem como objetivo verificar a contribuição da música para, a motricidade global, orientação temporal e ritmo nos alunos de oito anos nas aulas de educação física do ensino fundamental l. MÉTODO A pesquisa foi desenvolvida em campo, que segundo Marconi e Lakatos (2010), pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou, ainda, de descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Amostra: A amostra foi feita com vinte alunos cursando o terceiro ano do ensino fundamental do ciclo l de duas escolas do município de Suzano, sendo dez alunos de uma escola que não tem música em seu currículo e dez de uma escola que tem música em seu currículo, Instrumento: Foi utilizado o teste de Escala de Desenvolvimento Motor- EDM (ROSA NETO, 2002), coordenação motora grossa e orientação temporal. Procedimento: Foi feito um primeiro contato com as escolas para que fosse aplicada a pesquisa de campo. Foi entregue um termo de consentimento livre e esclarecimento, para cada pai ou responsável. Nesta pesquisa foi analisada a motricidade global, estrutura temporais e ritmo, em alunos de oito anos, por meio de teste proposto por Rosa Neto (2002). 114 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Teste para motricidade global: Com os pés juntos: saltar sem impulso uma altura de 40cm. Material: dois suportes com uma fita elástica fixada nas extremidades dos mesmos, altura: 40cm. Erros: tocar no elástico; cair (apesar de não ter tocado no elástico); tocar no chão com as mãos. Tentativas: três no total, sendo que duas deverão ser positivas. Teste estruturas temporais/ ritmo: o teste foi feito em quatro etapas, aonde cada etapa analisou-se aspectos relacionados ao desenvolvimento temporal/ rítmico. Material: cartões com estruturas temporais, carteira escolar, dois lápis, uma caixa de papelão. Em cima da carteira escolar uma caixa de papelão impedindo que a criança visse os movimentos do pesquisador. O pesquisador usando o lápis dava pequenos golpes na carteira, reproduzindo com som as estruturas temporais impressas nos cartões. RESULTADOS E DISCUSSÕES Escolas: A= com música no currículo escolar B= sem música no currículo escolar Tabela l - Motricidade global - Saltar uma altura de 40 cm. Escolas Acertos Erros A 100% 0% B 50% 50% De acordo com a tabela l, em relação aos alunos da escola A, percebemos 100% de acertos e os alunos da escola B, tiveram 50% de acertos e 50% de erros. Sobre isto Rondon et al (2010), cita que as atividades motoras são de real importância para o desenvolvimento infantil e as relações interpessoais. Assim o processo de ensino e aprendizagem por meio das atividades rítmicas deve-se apresentar como intermédio entre o saber, corpo e movimento. Articular a música e o movimento, utilizando a dança ou a expressão corporal, pode contribuir para que algumas crianças, em situação difícil possam se adaptar. A criança entre sete e oito anos entra em um período chamado transitório aonde o indivíduo começa a combinar e a aplicar habilidades motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas, no esporte e em ambientes de recreação. (GALLAHUE; OZMUN 2005) 115 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Percebemos que as atividades rítmicas podem vir a colaborar diretamente no desenvolvimento motor das crianças do ensino fundamental l, pois corpo e movimento estão ligados diretamente por meio do ritmo Tabela ll - Teste de estrutura espaço-temporal (reprodução de som) - Nesta etapa a criança reproduziu por meio de golpes 20 estruturas temporais, aonde o pesquisador dava golpes em uma carteira escolar e ela repetia. Escolas Acertos Erros A 60% 40% B 35,5% 64,5% Conforme a tabela ll apresenta, os alunos da escola A, destacaram-se no teste de estrutura espaço temporal com uma média de 60% de acertos, já os alunos da escola B tiveram uma média de 35,5% de acertos. Para Artaxo; Monteiro (2008) a partir de referências sonoras e visuais realiza-se o ajustamento temporal do movimento. As crianças de seis aos dez anos devem ser encorajadas a desenvolver a flexibilidade, coordenação e o equilíbrio e ritmo como capacidades coordenativas devem ser bastante solicitados nesta fase. Trabalhar com o corpo tem como conseqüência, a consciência corporal. O aluno questiona-se e começa a compreender o que passa com ele e ao seu redor, torna-se mais espontâneo e expressa seus desejos de modo mais natural, o que pode criar dificuldades para a prática pedagógica autoritária, que ainda acredita que o aluno só aprende sentado na carteira. O aluno, ao entrar na sala de aula, reprime seus sentimentos e experiências corporais, descobertas do cotidiano, desvinculando a emoção da ação, volta à educação fracionária, que visa formar partes do ser. (SCARPATO, 2001) Portanto o professor de educação física tem que estimular o desenvolvimento rítmico de seus alunos através das atividades rítmicas, pois estas auxiliam no desenvolvimento do equilíbrio, ritmo e coordenação. Tabela lll - Simbolização (desenho) de estruturas espaciais. - Nesta etapa a criança reproduziu através de desenhos as estruturas espaciais, apresentadas pelo pesquisador em um total de 10 cartões. Escolas Acertos Erros 116 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A 91% 9% B 73% 27% De acordo com a tabela lll, em relação aos alunos da escola A, percebemos 91% de acertos e os alunos da escola B, tiveram 73% de acertos. Este resultado vem ressaltar mais uma vez a necessidade do professor de educação física incluir em suas aulas a música e outras atividades que desenvolva o ritmo em seus alunos. Para Daólio (1996), nas séries iniciais o conhecimento a respeito da cultura corporal será desenvolvido prioritariamente de forma vivencial. Nesse momento, as aulas de Educação Física devem propiciar uma ampla gama de oportunidades motoras, a fim de que o aluno explore sua capacidade de movimentação, descubra novas expressões corporais, domine seu corpo em várias situações, experimente ações motoras com novos implementos, com ritmos variados. Ao brincar, jogar, imitar, criar ritmos e movimentos, a criança também se apropria do repertório da cultura corporal na qual esta inserida. É de responsabilidade das instituições educacionais favorecerem um ambiente físico e social no qual a criança se cinta estimulada a vencer novos desafios. Quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhe possibilitará a ampliação de conhecimentos. (NEIRA 2006) Por tanto percebemos que as crianças nas séries iniciais absorvem com mais facilidade as novas experiências. Quanto mais amplo for o repertorio de atividades melhor será o seu desenvolvimento. Tabela IV - Simbolização de estruturas temporais - Nesta etapa a criança reproduziu por meio de golpes as estruturas representadas nos cartões num total de 5, apresentadas pelo pesquisador. Escolas Acertos Erros A 88% 12% B 84% 16% De acordo com a tabela lV, em relação aos alunos da escola A, percebemos 88% de acertos e os alunos da escola B, tiveram 84% de acertos, no teste de simbolização de estruturas temporais. 117 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Sobre a relação da música com o movimento Chiarelli; Barreto (2005), cita que a fonte de conhecimento da criança são as situações que ela tem oportunidade de experimentar em seu dia-a-dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela receber melhor será seu desenvolvimento intelectual. Nesse sentido, as experiências rítmicas musicais que permitem uma participação ativa, favorecem o desenvolvimento dos sentidos das crianças. Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua acuidade auditiva; ao acompanhar gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a atenção, ao cantar ou imitar sons ela esta descobrindo suas capacidades e estabelecendo relações com o ambiente em que vive. Por isto o profissional de educação física deve dar importância a alguns indicativos de pré-disposição ao aprendizado musical, dos dois aos onze anos de idade, fase que inclui o período crítico para o desenvolvimento da musicalidade. As crianças, nessa fase, estão muito receptivas aos trabalhos que envolvam música e movimentos. (BRAGA, 2002) Percebemos que através da música a criança pode desenvolver: ritmo, coordenação motora, orientação temporal, capacidade auditiva e também ajuda a ela a interagir com o meio em que esta inserida. Tabela V -Transcrição das estruturas temporais (ditado) - Nesta etapa a criança irá transcrever as estruturas temporais no papel, (transcrição de sons produzidos pelo pesquisador) num total de cinco testes. Escolas Acertos Erros A 78% 22% B 58% 42% Os resultados da tabela V mostram que os alunos da escola A tiveram 78% de acertos e os alunos da escola B tiveram 58% de acertos. Este resultado mostra mais uma vez uma diferença entre a escola com música em seu currículo escolar (escola A) e escola sem música em seu currículo escolar (escola B). De acordo com Braga; Oliveira (2009), a música nas aulas de educação física escolar é uma ferramenta auxiliar no desenvolvimento de vários fatores relacionados à educação física, dentre eles o rítmico, além de agregar uma vivência significativa aos movimentos corporais das crianças. A criança para se expressar corporalmente, com significado, necessita vivenciar uma grande variedade de movimentos corporais, principalmente na fase de desenvolvimento dos movimentos fundamentais, sendo que para compreender 118 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 a Música, ela precisa primeiramente desenvolver o sentido auditivo, aprender a “ouvir”. Rosa Neto (2002), em seu manual de testes disponibiliza uma tabela com a classificação do desenvolvimento temporal/ritmo, de acordo com a idade uma determinada pontuação que deve ser alcançada no termino do teste de estrutura temporal/ritmo. A classificação para a criança de oito anos com seu desenvolvimento dentro do padrão é de 19 a 23 pontos de um total de 40 pontos. Os alunos da escola A (com música em seu currículo) ficaram acima da classificação, 60% dos alunos conseguiram um resultado entre 32 e 40, este resultado é padrão para criança de onze anos. Os alunos da escola B (não tem música em seu currículo) tiveram o resultado dentro da classificação com 40% dos alunos entre 19 e 23 pontos, seu melhor desempenho foi de 30% acima da classificação com pontuação entre 24 e 26 pontos, sendo esta classificação para idade de nove anos. (ROSA NETO, 2002). Sobre isto Artaxo; Monteiro (2008) cita que em praticamente todas as atividades corporais trabalha-se o ritmo e este não pode ser desassociado das atividades motoras ou da própria vida. Assim, é esperado que as atividades rítmicas educacionais mereçam maior atenção no programa de educação física. Os métodos educacionais devem permitir que a criança crie, expressese, produza e não somente observe. Portando se torna mais do que evidente a necessidade do professor de educação física rever o que usa como conteúdo pedagógico em suas aulas práticas. Se necessário procurar novos meios de aumentar o repertório de experiências de seus alunos. Considerações Finais O objetivo deste estudo foi verificar a contribuição da música para o desenvolvimento dos alunos do ensino fundamental l. Em relação à motricidade global foi percebida nos alunos que tem o contato com a música durante o período em que estão na escola um desenvolvimento dentro do padrão. Os alunos que não tem a música em seu cotidiano escolar mostraram um desenvolvimento abaixo do padrão para a idade de oito anos. No teste de estruturas temporal/ritmo, os alunos que tem contato com a música no período em que estão na escola tiveram um resultado acima do padrão para idade chegando a uma classificação proposta para crianças de onze anos. Já os alunos que não tem contato com a música na escola ficaram dentro da classificação de acordo com o manual de avaliação motora. Conclui-se que de acordo com o que a literatura diz a música tem uma relação direta com o desenvolvimento tanto na motricidade global como no 119 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 desenvolvimento de espaço temporal e ritmo dos alunos do ensino fundamental l. Através dos dados da pesquisa e da revisão literária percebemos a necessidade do professor de educação física usar a música como ferramenta pedagógica em suas aulas, para que o seu aluno tenha o maior número de vivências possíveis dentro do ambiente escolar. O professor de educação física tem a responsabilidade de estimular o desenvolvimento psicomotor de seu aluno por trabalhar diretamente com o movimento. Serão necessários novos estudos aprofundando-se no tema, pois apesar de ser relevante não há muitos estudos na área. REFERÊNCIAS ARTAXO, Inês; MONTEIRO, Gisele de Assis. Ritmo e Movimento Teoria e Prática. São Paulo: Forte, 4ª edição 2008. BRAGA, Anai Leite; OLIVEIRA, Ronaldo Gonçalves. Educação Física e Música: uma visão dos professores de educação física escolar. Interfaces, Suzano, Ano 1, nº 1, 2009. BRAGA, Joseni Marlei Paula. Elementos Musicais a Serem Abordados na Formação Profissional. 2002. http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000252280&fd=y acesso em: 14 maio,2014. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2000. CHIARELLI, Lígia Karina Meneghetti; BARRETO, Sidirley de Jesus. A Importância da Musicalização na Educação Infantil e no Ensino Fundamental: a música como meio de desenvolver a inteligência e a integração do ser. 2005. http://www. iacat. com/revista/recrearte/recrearte03. htm. Acesso em: 19 abril, 2014. DAÓLIO, Jocimar. Educação Física Escolar: em busca da pluralidade. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, supl.2, p.40-42, 1996. FERREIRA, Vanja. Dança Escolar: um novo ritmo para a educação física. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. 120 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GALLAHUE, David L; OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. São Paulo: Phorte, 2005. GO TANI; et al. Educação Física: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: E.P.U, 1988. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 7ª edição 2010. NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física: desenvolvendo competências. São Paulo: Phorte, 2ª Edição 2006. RONDON, Tatiane Aparecida et al. Atividades rítmicas e Educação Física escolar: possíveis contribuições ao desenvolvimento motor de escolares de 08 anos de idade. Motriz, Rio Claro, v.16, n.1, jan./mar. 2010. ROSA NETO, Francisco. Manual de Avaliação Motora. São Paulo: Artmed, 2002. http://www.motricidade.com.br/kit/escala-de-desenvolvimento-motoredm-3-aos-10-anos/. Acesso em: 9 abril, 2014 SCARPATO, Marta Thiago. Dança Educativa: um fato em escolas de são Paulo. Caderno Cedes, São Paulo, ano XXI, nº 53, abril. 2001. WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 2000. 121 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO PELA PERDA DE UMA CHANCE NA FASE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO CÍVEL Aline Cristina Rodrigues da Silva Fabrício Ciconi Tsutsui Waldir Teixeira de Jesus Faculdade Unida de Suzano - UNISUZ RESUMO O presente trabalho procura pontuar algumas posições existentes no estudo da responsabilidade civil do advogado, em relação a danos que ocasione ao seu cliente por, no exercício de suas atividades profissionais, deixar de interpor o recurso cível devido, fazendo com que o cliente deixe de obter uma decisão favorável. A teoria da responsabilidade civil pela perda de uma chance é criação da doutrina, já que não há norma específica para delinear a matéria. O trabalho se justifica porque vigoram, na jurisprudência e na doutrina, posicionamentos diversos sobre a responsabilização, ou não do advogado. Veremos que pela inexistência de norma específica para tratar do assunto não há um posicionamento unitário para aplicação no caso concreto, ficando ao arbítrio do aplicador do direito, defender uma ou outra tese para solução do caso. Para o desenvolvimento da pesquisa utilizamo-nos de um estudo comparado, por meio de análises das diferentes posições doutrinárias e jurisprudências acerca do assunto, fazendo-se, ao final, uma compilação de tudo quanto lido para formação da ideia e estruturação lógica do trabalho. Palavras-Chave: Responsabilidade Civil; Perda de uma Chance; Recurso; Advogado; Dano. INTRODUÇÃO 122 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A presente pesquisa abordará a responsabilidade civil do advogado pela perda de uma chance na fase de interposição de recurso cível, ou seja, tratará da responsabilização do advogado quando, no exercício de sua profissão, deixar de interpor o recurso devido, ocasionando prejuízo ao seu cliente ou retirando-lhe a possibilidade de obter uma vantagem ou benefício. Trata-se de um tema de discussões constantes e ardentes entre os profissionais do direito, e, por isso, permanece acesa a controvérsia sobre a responsabilidade civil do advogado pela perda de uma chance. Perceptível tal afirmação ao observamos os mais diversos posicionamentos sustentados pelos doutrinadores e por nossos tribunais, conforme serão apontados no curso deste trabalho. O estudo acerca da responsabilização pela perda de uma chance se mostra de suma importância nos dias atuais, pois o aumento de demandas judiciais e de advogados atuantes influencia na qualidade da prestação de serviço jurisdicional, elevando o número de falhas e, conseguintemente, o dever de ressarcimento por esses erros. O tema explorado neste estudo expressa relevante importância em razão do inconformismo da população que sofre com a má conduta de alguns advogados e muitas vezes olham para a classe com desconfiança em razão da pequena parcela de membros que irresponsavelmente causa prejuízos a seus clientes por condutas negligentes, imprudentes ou imperitas. Podemos afirmar, então, que a pesquisa visa, mormente, esclarecer em quais hipóteses o advogado poderá ser responsabilizado a indenizar por não interpor o devido recurso no prazo legal. Afinal, é sabido que o causador de um dano deve ser responsabilizado a ressarci-lo, com o objetivo, inclusive, de evitarem-se injustiças, é por isso que a sociedade deve saber a que título responderá em caso de danos ocasionados a terceiros e quais os limites de sua responsabilidade no exercício de suas atividades profissionais e no cotidiano da vida em comum. Como posto acima, encontramos posicionamentos divergentes referente ao tema, isso se dá pela ausência de legislação específica para solucionar o caso concreto, devendo o operador do direito interpretar a lei existente e aplicála em conformidade com as peculiaridades do instituto. Há quem entenda que o dever de indenizar independerá da indagação do possível resultado, pois o dano reside na perda do direito de um novo julgamento pela instância superior, outros defendem que o juiz deve fazer 123 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 duplo raciocínio, primeiro analisando a teoria da perda de uma chance e, após, considerando o grau de perspectiva favorável dessa chance. Alguns entendem ainda, pela inviabilidade de aplicação da teoria da perda de uma chance à atuação do advogado. Com o término da pesquisa será possível avaliar os aspectos positivos e negativos de cada posicionamento/ entendimento e direcionar a uma solução mais viável na hora de responsabilizar, ou não, o advogado por ter deixado de interpor um recurso cível. METODOLOGIA A proposta do presente trabalho é a verificação da aplicabilidade da teoria da perda de uma chance, na fase recursal de uma ação, para responsabilizar o advogado. Utilizamos o método dedutivo, pois foram analisadas diferentes posições doutrinárias e jurisprudenciais acerca do assunto para ao final chegarmos a uma conclusão, tornando-se possível o desenvolvimento e estrutura do estudo. Realizamos pesquisa histórica em razão da evolução que sofreu a responsabilidade civil e do constante progresso ainda presente. Realizamos um estudo comparado para o desenvolvimento da pesquisa. Comparamos as mais diversas posições doutrinárias, bem como os entendimentos jurisprudenciais sobre o assunto e verificamos a aplicação prática do tema nos tribunais brasileiros. Para tanto foi necessária a leitura de diversos livros, artigos científicos e jurisprudências, fazendo-se ao final uma compilação de tudo quanto lido para formação de uma idéia e estruturação do trabalho. DESENVOLVIMENTO 1. A Responsabilidade Civil e sua Evolução na História A responsabilidade civil é um tema de discussões constantes e ardentes entre os profissionais do direito. 124 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Ela existe desde os primórdios da civilização da sociedade, quando, no entanto, prevalecia a vingança coletiva, por meio de reação conjunta de pessoas contra o ofensor pelo dano causado a um de seus componentes.4 Após passamos a vingança privada, gerando a parte lesada o direito de vingança física, podendo defender-se pessoalmente. Posteriormente evoluímos para o período da composição, quando, ao invés do pagamento com a integridade física, a vingança era feita pela composição econômica.5 Depois veio a interferência estatal que vedava à vítima fazer justiça pelas próprias mãos. A Lex aquilia (plebiscito aprovado no final do século III ou início do século II a.C.), que possibilitava a reparação aquele que tivesse seus bens destruídos, pode ser considerado o marco da responsabilidade civil, pois a partir daí considerava-se a culpa como pressuposto da responsabilidade. Assim podemos observar que a responsabilidade civil evoluiu e continua evoluindo de acordo com as garantias fundamentais do ser humano. No início vigia a reparação com o próprio corpo, hoje, não é sequer permitida a restrição da liberdade de locomoção, garantindo-se ao lesado, tão somente, a reparação econômica. Essa constante evolução fundamenta-se nas garantias constitucionais dos direitos do homem, como a vida e a dignidade da pessoa, bens jurídicos maiores do ser humano. Silvio Rodrigues afirma que: “A responsabilidade civil é a obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoas ou coisas que dela dependam”6 Assim sendo, podemos compreender a responsabilidade civil como a possibilidade de exigência de indenização pela vítima ao seu ofensor em decorrência de um dano sofrido, visando o equilíbrio econômico entre as partes. 4 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil: 7º Vol. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 10. 5 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil: 7º Vol. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p. 10/11. 6 RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. Responsabilidade Civil: Vol. 4. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 06. 125 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 2. A teoria da perda de uma chance A perda de uma chance é a retirada da vítima da probabilidade de ter acolhido algum benefício ou evitado prejuízo por uma ação ou omissão de outrem. Assim, se o indivíduo tinha a possibilidade de obter uma vantagem, ou, pelo menos, de não ter um prejuízo, e essa chance foi tolhida por ação ou omissão de outra pessoa, pode surgir o dever de indenizar. Nessa linha de pensamento Lisiane Pietroski define a perda de uma chance como “a supressão da oportunidade de obter uma vantagem futura ou de evitar um prejuízo, já ocorrido ou porvir, que alguém sofre em virtude de ação ou omissão de outrem.” 7 A perda de uma chance foi criada pelo direito francês e se espalhou por outros países. Conforme nos relata Lisiane Lazzari Pietroski o exemplo mais antigo de aplicação da teoria na jurisprudência francesa é de 1889: “(...) Trata-se de uma decisão proferida pela Corte de Cassação conferindo indenização pela atuação culposa de oficial ministerial que extinguiu todas as possibilidades de uma demanda lograr êxito mediante o seu normal procedimento (...).8 No Brasil, teve referência na jurisprudência pela primeira vez no ano de 1990, em acórdão proveniente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. No caso, a autora pretendia ser indenizada pela perda de uma chance em virtude de intervenção cirúrgica corretiva de miopia mal sucedida que acabou lhe causando hipermetropia e cicatrizes na córnea, mas, o tribunal entendeu se tratar de dano direto e imediato, não aplicando a teoria da perda de uma chance.9 Somente em 1991 o mesmo tribunal proferiu acórdão aplicando a teoria da perda de uma chance. Naquele episódio o advogado sabia do extravio dos 7 PIETROSKI, Lisiane Lazzari. Perda de uma Chance e Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais. Florianópolis: Conceito, 2013, p. 55. 8 PIETROSKI, Lisiane Lazzari. Perda de uma Chance e Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais. Florianópolis: Conceito, 2013, p. 53. 9 PIETROSKI, Lisiane Lazzari. Perda de uma Chance e Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais. Florianópolis: Conceito, 2013, p. 54. 126 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 autos processuais e não informou a cliente e nem promoveu a restauração, impossibilitando a autora de obter prestação jurisdicional.10 3. Responsabilidade Civil do Advogado pela perda de uma chance na fase de interposição de recurso cíveil Se o dano sofrido por uma pessoa decorrer da má atuação do advogado, principalmente da falta de interposição de um recurso cível, será esse profissional responsabilizado a indenizar? Estamos tratando da responsabilidade civil do advogado pela perda de uma chance na fase de interposição de recurso cível, ou seja, da responsabilização do patrono quando, no exercício de sua profissão, deixa de interpor o recurso devido, ocasionando prejuízo ao seu cliente ou retirando-lhe a possibilidade de obter uma vantagem ou benefício. Apesar de parecer um questionamento ingênuo e de fácil resolução, ao analisarmos os posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais acerca do assunto, verificaremos o quão debatido e controvertido é o tema. Para uns é extremamente viável a condenação do advogado pela perda de uma chance, independentemente, inclusive, do possível resultado final. Para outros, deve-se analisar a real probabilidade de vitória. Há ainda, quem compreenda ser inviável a aplicação da teoria ao advogado. Vejamos algumas posições doutrinárias encontradas: Sérgio Cavaliere Filho defende ser direito da parte o pedido de novo julgamento, portanto, o advogado que perde o prazo do recurso deve responder independentemente da indagação do possível resultado, porque o dano reside na perda de um direito, o de novo julgamento por instância superior, especialmente, tratando-se de recurso ordinário.11 Assim, para referido autor, o direito da vítima que se perdeu foi o de novo julgamento e não o de possível procedência dos seus pedidos, portanto, 10 PIETROSKI, Lisiane Lazzari. Perda de uma Chance e Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais. Florianópolis: Conceito, 2013, p. 55. 11 FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de Responsabilidade Civil. 11. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014, p. 469. 127 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 pela não interposição de recurso no prazo legal deverá o advogado ser responsabilizado, independentemente da probabilidade de vitória caso o recurso fosse interposto. Carlos Roberto Gonçalves entende que o juiz deve, em caso de reconhecer que houve a perda de uma chance, criar um segundo raciocínio, analisando a probabilidade ou grau de perspectiva favorável dessa chance.12 Para este autor, destarte, o direito da vítima não decorre necessariamente do direito de novo julgamento, mas, sim, da chance de ter uma decisão favorável caso o recurso fosse interposto. Porém, não será qualquer prazo perdido capaz de gerar o dever de indenizar ao advogado, deverá o magistrado analisar as reais possibilidades de vitória na demanda. Com o mesmo pensamento defendem, Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Felipe Peixoto Brago Netto, a necessidade de uma análise sobre as possibilidade de êxito do cliente: “A perda do prazo processual não configura, nesse contexto, dano in re ipsa. Exige-se mais: uma análise acerca das possibilidades, reais e razoáveis, de êxito do cliente, e dos danos que sofreu em virtude da conduta negligente do advogado. A teoria da perda da chance pode ser aplicada, mas exige essa ponderação contextualizada que mencionamos.” Flávio Tartuce, por sua vez, não adere à indenização civil pela perda de uma chance, em suas palavras: “(...) tais danos seriam, em muitos casos, hipotéticos ou eventuais, sendo certo que os artigos 186 e 403 do Código Civil exigem o dano presente e efetivo. A perda de uma chance, na verdade, trabalha com suposições, com o se.” 13. Os tribunais brasileiros também apresentam posicionamentos diversos. Há quem defenda a não incidência de reparação quando o prazo perdido for de recurso meramente protelatório. 12 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 365. 13 TARTUCE, Flávio. Direito Civil 2: Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil. 09. ed. São Paulo: Método, 2014, p. 448 128 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Outros, e essa me parece ser a corrente majoritária, defendem que a simples perda do prazo para recorrer não enseja automática responsabilização civil sendo necessária a análise da probabilidade de vitória do cliente caso o recurso fosse interposto. A autonomia profissional do advogado também é instrumento de defesa para a isenção de punibilidade do causídico. É o que defende Paulo Luiz Netto Lôbo conforme segue: “Na defesa dos interesses sob seu patrocínio, o advogado nunca deve fazer concessões a sua independência, inclusive em face do próprio cliente. Na escolha dos meios jurídicos e na condução de seu trabalho profissional, o advogado nunca deve permitir que haja tutela direta ou indireta do cliente, de terceiro ou do magistrado. É sua, inteira e indelegável, a responsabilidade pela direção técnica da causa ou da questão. Alem da independência técnica, o advogado deve preservar sua dependência política e de consciência, jamais permitindo que os interesses do cliente confundam-se com os seus. O advogado não é e nuca pode ser o substituto da parte; é o patrono. Por outro lado, em momento algum deve o advogado deixar levar-se pelas emoções, sentimentos e impulsos do cliente, que serão retidos à porta de seu escritório.”14 Para outros o advogado tem sim o direito de convencimento, o direito de dirigir a causa como melhor lhe aprouver, entretanto, não pode contrariar à vontade de seu cliente, e, havendo divergência de pretensões deverá utilizar-se do instrumento colocado a sua disposição, qual seja: renúncia ao mandato. É o que aponta Sérgio Cavaliere Filho: “No que respeita a conveniência ou não de recorrer, entendemos que, sendo o advogado o primeiro juiz da conveniência de se ajuizar ou não a ação, deve sê-lo, também, da conveniência de recorrer, mormente tratando-se de recurso especial ou extraordinário, sujeitos a requisitos rigorosos ou específicos. O advogado, principalmente quando zeloso do seu bom nome, não pode ser obrigado a interpor um recurso manifestamente incabível. Não deve, entretanto, deixar de recorrer no caso de indiscutível necessidade, ou contrariando a vontade do cliente.Nesse último caso, se tem convicção jurídica contrária, o caminho será a renúncia. (...) 14 LÔBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao Estatuto da Advocacia. 2. ed. Editora Brasília Jurídica, 1999, p. 138 129 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Assim como não está obrigado a aceitar a causa, pode o advogado renunciar ao mandato sempre que, no curso do processo, surgir impedimento pessoal ou qualquer outro motivo de convicção íntima. Não importa, isso, quebra do contrato, desde que o advogado dê ciência da renúncia ao cliente, para que este o substitua. Deverá contudo, continuar praticando os atos processuais urgentes durante o prazo previsto em lei (Código de Processo Civil, art. 45, e Lei nº 8.906/1994, art. 34, XI).”15 (grifo nosso) Concluímos deste modo, que a responsabilidade civil do advogado pela perda de uma chance não é, nem de longe, matéria pacífica entre os intérpretes/ aplicadores do direito. Para apaziguar as controvérsias será necessária a criação de lei delimitando o assunto. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o desenvolvimento deste artigo evidenciamos não haver um posicionamento engessado para tratar da responsabilização do advogado que deixa de interpor recurso ao seu cliente. Verificamos o quanto a doutrina e os tribunais são divergentes ao tratar do tema. Alguns defendem que o advogado deverá ser responsabilizado se perder o prazo do recurso independentemente do possível resultado favorável à parte. Outros entendem que é necessário o exercício de um segundo raciocínio para responsabilizar o advogado, qual seja: o estudo da probabilidade de vitória na demanda caso o recurso fosse interposto. E ainda, há quem não se afilie à ideia de indenização pela chance perdida, sob argumento de que o direito não trabalha com incertezas. Examinamos que pela inexistência de norma jurídica expressa acerca do assunto os tribunais e a doutrina acabam fazendo ginásticas interpretativas para aplicação em cada caso específico. FONTES CONSULTADAS 15 FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de Responsabilidade Civil. 10. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2012, p. 434 130 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil: 7º Vol. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de Responsabilidade Civil. 11. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014. GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. LÔBO, Paulo Luiz Netto. Comentários ao Estatuto da Advocacia. 2. ed. Editora Brasília Jurídica. 138 PIETROSKI, Lisiane Lazzari. Perda de uma Chance e Responsabilidade Civil dos Profissionais Liberais. Florianópolis: Conceito, 2013. RODRIGUES, Silvio. Direito Civil. Responsabilidade Civil: Vol. 4. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.. TARTUCE, Flávio. Direito Civil 2: Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil. 09. ed. São Paulo: Método, 2014. 131 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A TRIBUTAÇÃO NO SISTEMA “CLOUD COMPUTING” E O PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N° 171/12 [email protected] - Claudia Ferreira Saraiva [email protected] - Gabriel Bazzeggio da Fonseca [email protected] - Fabrício Ciconi Tsutsui Faculdade Unida de Suzano (Unisuz) RESUMO Até pouco tempo atrás a utilização de softwares se dava através de aquisição da mídia física, entretanto com o advento do “cloud computing”, esta realidade mudou. Hoje é possível utilizar estes softwares sem que a compra ocorra, já que estes estarão disponíveis para uso na nuvem. Se analisarmos os gastos que a instalação de um software gera, veremos que a sua disponibilização no ambiente virtual é muito atrativa. A relação custo-benefício será diretamente atingida. O assunto em tela é polêmico, pois se discute a possibilidade de tributar a utilização de um software na nuvem. Dizse polêmico, pois o primeiro questionamento acerca do tema é se o usuário compra e possui o software ou somente adquire o direito de acesso e utilização mediante pagamento. Adiciona-se a estes questionamentos, a matéria tributária, que carece de cobertura quando se trata da computação em nuvem. Não se sabe ainda qual tributo se deveria cobrar, ora ISSQN ou ICMS, entretanto com o projeto de lei complementar nº 171/12, esta perspectiva pode passar por alterações. O presente trabalho pretende identificar a fundamentação legal do projeto de lei complementar citado, verificandose, portanto, a aplicabilidade deste ao sistema em tela. Foi necessário também, compreender a construção política, social e tributária no Estado, bem como sua finalidade. A partir das premissas apontadas pelos autores, ter-se-á uma conclusão. Constatou-se que a posição majoritária apresenta maior relevância e condiz com o mundo fenomênico. Palavras-Chave: Cloud computing; Tributação; ICMS; ISSQN 1. INTRODUÇÃO O assunto se encontra em estágio inicial, no que diz respeito às suas dimensões e proporções no tempo e no espaço. Pode se dizer que a transmissão de informações evoluiu para a internet, no final do século XIX e início do século XX. Claro 132 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 que neste período a Era de Informação não era a mesma que hoje, mas a transmissão de informações já estava presente na Revolução Industrial e, subsequentemente, na Segunda guerra mundial, através de TV, rádio, telefone e outros. A Internet surgiu na década de 1970, no Departamento de Defesa Dos Estados Unidos, em que vários centros de pesquisas de ordem militar eram conectados, além de se intercomunicarem e transmitirem informações e documentos. Posteriormente esta intercomunicação foi expandida às universidades, agências governamentais e Institutos de Pesquisa. Evoluindo ainda, para um sistema de comunicação externa entre computadores, a partir de uma linha telefônica em comum. Como resultado desta evolução tecnológica, surgiu a internet, como uma rede internacional de comunicações. O sistema de computação chamado “cloud computing” ou, em português, sistema de nuvem ou computação de nuvem, mostra-se recente e atual na realidade mundial. Em decorrência do Contrato Social de Rousseau, a sociedade concedeu ao Estado o poder soberano de decidir, regular e, obedecendo a sua finalidade, interferir nas relações particulares. Entretanto, a sociedade continuaria sendo a detentora do poder soberano, sendo esta soberania concedida ao Estado, somente nos momentos de decisão. Sendo assim, o Estado estaria atrelado ao bem estar e deveria garantir a qualidade de vida da sociedade. Desta forma, o Estado precisa de recursos que o possibilitem a ele garantir e manter o bem estar, a qualidade de vida e outros ambientes da sociedade. O Estado precisa de mecanismos pecuniários, a fim de arcar com os custos de manter a sociedade em boas condições. Como todo empregado precisa de salário, o Estado precisa de fonte de recursos. Desta necessidade, surgiu a ideia de que o Estado cobraria dos membros da sociedade, valores com propósitos específicos, e que assim, em colaboração, a finalidade social estaria protegida e guarnecida. Instituiu-se então, a criação e cobrança de tributos. Para manter a guarnição social, viu-se também a necessidade de criar normas reguladoras. Observa-se a ingerência estatal, ao passo que se passou a criar leis que deveriam ser cumpridas, do contrário haveriam penas – para organizar a sociedade. Se o Estado deve cobrar impostos que visam à manutenção social, a computação em nuvem deveria se encaixar em um de seus instrumentos normativos. Há discussão quanto à possibilidade de tributar o ambiente em nuvem. Ao admitir a tributação, surge outra discussão quanto ao tributo que se aplicaria. Teoricamente, seria tributado, ora como ISSQN (Imposto sobre serviço de qualquer natureza) ora como ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços). A discussão 133 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 jurídica encontra-se neste campo, pois nossa legislação vigente não inclui o “cloud computing” na lista de serviços ou mercadorias tributáveis. Entretanto, há projeto de lei que inclui o “cloud computing” na lista de serviços com incidência de ISSQN. Ao que se refere ao cloud computing, este é um tema bem extenso e possui diversas ramificações. O trabalho em tela abordará a utilização do ambiente de nuvem, enquanto “SaaS (Software as a service)”, ou em português, software como um serviço, além da utilização de softwares na nuvem, como por exemplo o “Onedrive”, qualquer pessoa com uma conta Microsoft pode utilizar-se da nuvem; se for o Google, há o “Googledrive” e assim por diante. Nos exemplos citados, trata-se de nuvem gratuitas. O enfoque do trabalho, no entanto, são as nuvens pagas. As nuvens podem ser públicas, mistas ou privadas, contudo, abordar-se-á as públicas. Há “clouds” que oferecem gratuitamente certa quantidade de gigabytes e oferecem a opção de aumentá-la a título oneroso. É justamente na onerosidade que se aplicaria a tributação, pois, enquanto é gratuita não há o que se tributar. Ao entender o que são tributos, poderemos discutir suas implicações no sistema de nuvem e seus reflexos perante a sociedade. Espera-se daqui em diante, esclarecer esta nebulosidade jurídica. Realizou-se a leitura de livros e artigos referentes à tributação, ao sistema de nuvem e sua subsunção, bem como a construção estatal, abordando suas vertentes sociais e tributárias. Buscou-se também a evolução tecnológica no espaço e no tempo, a fim de compreender o presente momento. Procurou-se traçar um cronograma evolutivo, tanto ao que se refere ao Estado, como a criação tributária e o surgimento de tecnologias que possibilitaram a transmissão de informações. Foi necessário um estudo do contrato social de Rousseau, para que pudéssemos vislumbrar o papel estatal e como consequência, o papel da sociedade. Para que entendamos a finalidade da criação de impostos, ou ainda, a interferência do Estado em nossas relações, desde as pessoais até as virtuais, é imperativo o estudo do que venha ser o Contrato Social. O método utilizado será o dedutivo, pois a partir das premissas apontadas pelos autores, ter-se-á uma conclusão. As obras deverão ser esgotadas para que o seu suprassumo dê origem a uma conclusão correta. Através de pesquisa histórica pretende-se encontrar o momento ou circunstância fática que deu origem a este moderno sistema. Para tanto, será necessário compreender o que é o Estado e sua construção histórica e social. A partir desta ideia, poderá se verificar a instituição de impostos e sua finalidade. Também se faz necessário, traçar um cronograma histórico-evolutivo dos meios tecnológicos de comunicação. 134 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Estudar-se-á os autores que dizem ser possível a cobrança de ISSQN e os autores que discordam. Visa-se encontrar os argumentos favoráveis e desfavoráveis de cada posicionamento, para assim, identificar os momentos em que se complementam e os momentos em que se distinguem. Como objetivo geral, pretende-se encontrar a fundamentação legal do projeto de lei n° 171/12 e verificar sua aplicabilidade na computação de nuvem. Além disso, procura-se encontrar seus efeitos aos usuários, caso o projeto de lei venha a ser aceito. Pretende-se ainda, traçar um comparativo no que diz respeito à evolução tecnológica no espaço e no tempo. 2. METODOLOGIA A metodologia aplicada foi a dedutiva, para que a partir dos posicionamentos doutrinários encontrados, fosse possível extrair uma conclusão una. O estudo às obras utilizadas foi profundo, para que houvesse precisão nos conceitos e posicionamentos encontrados. Foram aplicados os procedimentos de pesquisa histórica, pesquisa por comparação e pesquisa por compilação. Através de pesquisa histórica pretendeu-se encontrar o momento ou circunstância fática que deu origem a este moderno sistema. Para tanto, foi necessário compreender o que é o Estado em sua construção histórica e social. A partir desta ideia, possibilitou-se verificar a instituição de impostos e sua finalidade. Também se fez necessário traçar um cronograma histórico-evolutivo dos meios tecnológicos de comunicação. Estudaram-se os autores que dizem ser possível a cobrança de ISSQN e os autores que discordam. Objetivou-se encontrar os argumentos favoráveis e desfavoráveis de cada posicionamento, para assim, identificar os aspectos divergentes e similares entre si. Depois de identificados e separados os autores favoráveis e desfavoráveis foi necessário observar as fundamentações destes de acordo com seus posicionamentos. Os favoráveis à cobrança de ISSQN possuem motivos contundentes, os quais foram estudados até se obter uma linha de raciocínio única. Aos autores contra tal cobrança foi aplicado o mesmo estudo. 3. DESENVOLVIMENTO A autora Patrícia Peck Pinheiro (Direito Digital, 2013) diz em seu livro que ao se falar na tributação na nuvem, devem-se observar os parâmetros para eventual cobrança. Considerando que a nuvem é abstrata, como se pode quantificar algo 135 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 imaterial? O objetivo desta indagação é justamente encontrar sobre o quê será aplicada uma base de cálculo e alíquota. Tanto no ICMS, como no ISSQN, deve-se ter um patamar como forma de mensuração. A nuvem não pode ser quantificada, a mérito de tributação, mas o que há em seu ambiente e como é exercido sim. A questão aqui presente será o software, enquanto parte da nuvem. A autora Liliana Minardi Paesani (Direito de Informática: Comercialização e Desenvolvimento Internacional do Software, 2005) disciplina que software seria um conjunto de regras ou instruções capazes de serem operadas em um computador 16. Entretanto não há definição legal a respeito, dificultando, por consequência a subsunção do software em um único regime tributário. Quanto ao imposto a ser cobrado há o acórdão da 1ª turma, Recurso Especial n° 176.626/SP de 11 de Dezembro de 1998, do Superior Tribunal de Justiça, que se manifesta no sentido da concessão de direitos de uso de software, não implicar na cobrança de ICMS. Isto porque não há entrega do software, mas sim, seu direito de uso. O usuário não possuirá o software, este continuará pertencendo ao provedor ou àquele que o tenha concedido o uso. Tratando-se de um projeto de lei, pretende-se a relação jurídico-tributária, o que leva a questionar como seria o fato gerador e a obrigação tributária nestes moldes. A doutrina estudada diz não ser possível haver cobrança de ICMS, pelo simples fato de não existir a circulação de mercadoria. Se o ambiente da nuvem é abstrato, como poderia haver a circulação de uma mercadoria? Quando se fala em transferir a cessão de direito de uso da nuvem ao particular, através da internet, o que ocorre é a transferência do software e não importação ou exportação que justifique a tributação por ICMS. No que diz respeito à Relação Jurídico-Tributária, a priori não se pode falar em relação jurídico-tributária, por não haver ainda previsão legal para a computação de nuvem, neste sentido, vale explicar que tal relação é composta por: Lançamento “Software is a set of statements or instructions to be used directly or indirectly in a computer in order to bring about a certain result” (PAESANI, Liliana Minardi. Direito de Informática: Comercialização e Desenvolvimento Internacional do Software. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005, p.28.). 16 136 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 I------------------------I-------------------I------------------I-----------------I------------- Hipótese Fato Obrigação Crédito de incidência gerador tributária Obrigação principal tributário Obrigação acessória HI (Hipótese de Incidência) – É a previsão legal, hipótese apontada pelo legislador no texto legal. A letra da lei trará as situações abstratas que quando concretizadas no mundo fenomênico, resultarão em obrigação tributária e após o seu lançamento, formalizará o crédito tributário. FG (Fato Gerador) – É o momento em que a previsão legal torna-se concreta no mundo fenomênico. Os artigos 114, 115 e 116 do Código Tributário Nacional dispõem sobre a obrigação principal e sobre a acessória. A partir desta definição pode-se analisar a obrigação tributária em seu teor e peculiaridades. OT (Obrigação Tributária) – É o momento em que ocorre a subsunção, ou seja, a hipótese legal torna-se concreta. A Obrigação tributária se divide em obrigação principal e obrigação acessória. A primeira, como o próprio nome diz é a obrigação matriz e tem por finalidade a obrigação de dar ou efetuar pagamento. Já a segunda, é a obrigação secundária, tendo por finalidade a obrigação de fazer ou não fazer. É o vínculo jurídico que permite ao sujeito ativo (pessoa jurídica de direito público competente para a cobrança) exigir o que lhe é devido do sujeito passivo (àquele obrigado a adimplir), obedecendo aos parâmetros legais. Lançamento – É um ato administrativo que constitui o crédito tributário. Primeiramente se verifica a existência de previsão legal; em seguida se o fato gerador, ou seja, a prática humana se encaixa na hipótese legal, caso encaixe, ocorrerá a subsunção; consequentemente deverá haver o lançamento do imposto a ser pago. A previsão legal encontra-se no artigo 142 do Código Tributário Nacional. No estudo das formas de lançamento do crédito tributário admite-se ser possível de três formas: por homologação, “ex officio” ou por declaração. Na modalidade de lançamento por homologação (art.150 do CTN), o sujeito passivo (contribuinte) possui 100% de autonomia, ou seja, o lançamento é realizado integralmente pelo contribuinte. Como exemplo temos o Imposto de Renda, em que o contribuinte lança os dados, emite a guia de recolhimento e paga por conta própria. Neste caso caberá ao Fisco a conferência e caso haja alguma irregularidade, este deverá tomar as medidas cabíveis. 137 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Pode haver ainda, a homologação expressa, quando a Fazenda Pública se manifesta explicitamente (prazo de cinco anos) a fim de declarar efetivo o lançamento realizado pelo sujeito passivo (possuindo o prazo decadencial de cinco anos para o lançamento). Ou ainda, a homologação tácita, quando por decurso de tempo (cinco anos), a Fazenda Pública não se manifesta (favorável ou desfavoravelmente) a respeito do lançamento realizado17. Há ainda o lançamento “ex officio”, ou de ofício (art.149 do CTN), que significa dizer ser aquele realizado precipuamente pelo sujeito ativo da relação tributária, o Fisco. Não há anuência do sujeito passivo, existindo sim, lapso temporal para que este se manifeste no caso de discordância. Como exemplo tem-se o IPTU, em que havendo divergência de valores, cabe ao sujeito ativo se manifestar administrativamente18. E por último tem-se o lançamento por declaração (art. 147 do CTN), em que tanto o sujeito ativo quanto o sujeito passivo participam de sua formalização. A exemplo tem-se o ITBI, pois o sujeito passivo informará à Prefeitura sobre a compra de um imóvel, fornecendo as informações necessária, desta forma a Prefeitura emitirá a guia de pagamento do imposto citado19. CT (Crédito Tributário) – É o resultado da obrigação tributária. Na falta de qualquer elemento que constitua o crédito tributário, este é inexistente. Em resumo este é a prestação pecuniária tributária, portanto, quando se diz pagamento de tributo, significa que já houve a sua hipótese de incidência, concretizou-se através do fato gerador, gerou uma obrigação – seja principal ou acessória -, o lançamento foi realizado e o crédito tributário formalizado. No que versa sobre o lançamento do crédito tributário, há duas correntes. A corrente minoritária acredita que basta o lançamento para surgir o crédito tributário, enquanto que a doutrina majoritária acredita que o crédito tributário surge a partir do lançamento e esgotados os meios de manifestação administrativa por parte do contribuinte20. Percebe-se a importância da regulamentação do sistema “cloud computing” no ordenamento jurídico. Somente poderá discutir-se a relação jurídico-tributária, a partir da aprovação do projeto de lei complementar nº 171/12. Enquanto não houver a hipótese de incidência (ou regra matriz de incidência tributária), não se poderá falar 17 JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de Direito Financeiro e Tributário. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 441. 18 JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de Direito Financeiro e Tributário. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 441. 19 JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de Direito Financeiro e Tributário. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 441. 20 JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de Direito Financeiro e Tributário. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 436. 138 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 em fato gerador, não resultando em uma obrigação tributária, excluindo assim, a existência de qualquer crédito. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa possuía como objetivo geral, a pretensão de analisar o teor do projeto de lei complementar nº 171/12, para que se pudesse identificar a sua efetiva aplicabilidade e produção de efeitos ao sistema de computação em nuvem. Pretendia-se ainda analisar historicamente a evolução tecnológica no espaço e no tempo, bem como a construção política, social e tributária do Estado além da finalidade deste último. Sem dúvida consideram-se atingidos os objetivos gerais do projeto anterior. De acordo com a fundamentação legal do, anteriormente citado, projeto de lei complementar, no que tange a cobrança de ISSQN ou ICMS, concorda-se que o mais correto é justamente a incidência do ISSQN, sendo viável por consequência, a aprovação da emenda à Lei Complementar, incluindo assim, a computação em nuvem na lista de serviços. Os apontamentos doutrinários mostram-se contundentes e lógicos, ao passo que não há o que se falar em cobrança de Impostos sobre circulação de mercadoria e serviços, pelo simples fato de não existir, materialmente, o principal elemento que seria justamente a mercadoria. A disponibilização virtual da utilização do software realmente não pode ser comparada à detenção física da mercadoria software. O mundo jurídico está em constante desenvolvimento e por certo há situações em que o próprio direito não consegue definir concretamente as relações comerciais, devido a sua constante modernização. É imperativo que a analogia não é a regra quando da aplicação jurídica, cabendo ao legislador individualizar e normatizar cada qual com os seus devidos parâmetros. Por certo a utilização desenfreada da analogia pode trazer riscos à segurança jurídica, pois a partir desta, não se analisaria conceitualmente ou materialmente o caso concreto, mas sim, o compararia a um existente previamente. Os objetivos específicos, os quais abordavam os procedimentos adotados preteritamente, resultaram no alicerce da presente pesquisa científica. Foram elaboradas inúmeras leituras a respeito do que seria o sistema de computação em nuvem, das peculiaridades de cada imposto envolvido, das questões polêmicas apresentadas pela doutrina, ao mesmo tempo, foi realizada analise do texto legal e verificada sua aplicabilidade e efetividade, quando da transcendência abstrata ao mundo fenomênico. 139 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para que se atingisse a finalidade do trabalho foi aplicada a metodologia dedutiva, em que leituras foram realizadas e a partir das premissas identificadas procurou-se traçar conceitos e teorias em comum. A presente conclusão sustenta-se nas premissas estudadas. Ao que se referem aos procedimentos aplicados, estes se concentraram na pesquisa histórica, comparativa e por compilação. Através da pesquisa histórica foi possível contextualizar o momento atual vivido, uma vez que ao olhar para trás foi possível entender o presente. O estudo iniciou-se pela sociedade e sua construção, além de sua relação com o Estado. Este estudo foi importante, pois se verificou a transformação comportamental, tanto no âmbito humano, quanto estatal. Em tempos remotos nós (quer-se dizer sociedade) vimos a necessidade de transferir nossa organização ao Estado, dando lhe poderes para que garantisse e preservasse nosso bem comum. A partir desta premissa passa-se a entender qual seja a finalidade do Estado e porque este normatiza e cria mecanismos de controle. Não cabem aqui discussões quanto à corrupção e/ou outras formas de desvio de finalidade e de verbas, justamente, por ser um debate jurídico através da óptica crítica de um operador do direito. Outro ponto forte do trabalho foi a analise da evolução histórica dos meios de transmissão de dados, pois através desta, identificou-se os meios que contribuíram para o sistema existente na atualidade. Os Estados Unidos mostram que a tecnologia está em constante transformação e que as formas de comunicação virtual se modernizam a todo instante. O que era uma forma secreta de transferir dados em períodos de guerra, com o passar do tempo, tornou-se uma cadeia de conectividade em massa e uma ferramenta de grande potencial. Igualmente foi necessário estudar a origem da instituição de impostos e suas finalidades, porquanto, para compreender a atual cobrança de impostos, faz-se imperativo entender o porquê destas cobranças, novamente retirando da interpretação o senso comum atualmente empregado. Foi interessante analisar a evolução histórico-tributária, bem como sua interferência econômica, não se excluindo os parâmetros constitucionais também estudados. Esta miscelânea de conceitos, fatos históricos e diferentes momentos políticos, trouxeram ao trabalho grande contribuição e riqueza de informações. Compreende-se melhor qual seja a finalidade estatal e por consequência, a motivação para que se cobrem impostos. O senso comum pensa em tributos como fonte confiscatória de bens e não como uma forma de manter os serviços essenciais à nossa sociedade, garantindo o pleno guarnecimento do bem comum. Por essas e outras razões que o operador do direito não pode se deixar contaminar pelo senso comum, uma vez que somente este possui conhecimento 140 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 técnico-jurídico para criticar e analisar os fatos concretos, bem como sua subsunção ao mundo jurídico em abstrato. Outro procedimento utilizado foi a pesquisa comparativa, que em outras palavras, significa dizer o estudo de vários autores sobre mesmo assunto e a partir deste, compará-los em seus posicionamentos. Portanto foram analisadas obras de posições diversas a fim de identificar os argumentos apresentados e posteriormente, confrontá-los. E por último temos a pesquisa por compilação, que significa a distinção argumentativa dos autores e a partir desta cisão, aglomerar os argumentos conforme posicionamento favorável ou não. Logo, aglomerou-se um grupo de autores a favor e um grupo contra. Ante o exposto, conclui-se que o projeto de lei regulamentará um fato social com abrangência em todo território nacional. Os usuários deste sistema são os mais variados, abrangendo desde empresas a usuários domésticos. Nossa sociedade mudou no sentido de passar muito tempo conectada às mídias digitais. É notória a expansão de meios digitais, tais como Ipads, tablets, netbooks, notebooks, aparelhos de televisão com acesso à internet, e o principal meio de acesso, o celular. Verifica-se uma modernização e expansão legislativa para que o bem comum seja atingido, atendendo desta forma a mais sensível e presente finalidade do Estado e, naturalmente, sua garantia. Os efeitos práticos da aprovação da PLP 171/12 são notórios. Os usuários que até hoje pagam suas nuvens, desembolsarão um valor extra, devido à tributação. As relações jurídicas passarão a ter mais segurança, haja vista agora haverá uma melhor definição do sistema em tela. Todavia, a maior transformação seria justamente o reconhecimento legal de um fenômeno já utilizado e divulgado por todos. O Direito se aproximará da sociedade e acompanhará o seu desenvolvimento. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JARDIM, Eduardo Marcial Ferreira. Manual de Direito Financeiro e Tributário. 11ª edição. São Paulo: Saraiva, 2010. PAESANI, Liliana Minardi. Direito de Informática: Comercialização Desenvolvimento Internacional do Software. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2005. e PINHEIRO, Patrícia Peck. Direito Digital. 5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2013. 141 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A VISÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE A INSERÇÃO DAS DANÇAS CIRCULARES NO CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO Luciana Rodrigues [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira – [email protected] Faculdade Unida de Suzano RESUMO O objetivo do presente trabalho foi verificar como os professores de Educação Física entendem a possibilidade de inserção das danças circulares no currículo do Ensino Médio. As danças circulares valorizam as diferenças, promovem a socialização e trabalham aspectos motores e cognitivos com muito ritmo e musicalidade. Esta pesquisa se define como pesquisa de campo, os participantes foram 10 professores de Educação física que trabalham atualmente com as salas de Ensino Médio. O instrumento utilizado foi um questionário com 12 questões, sendo 07questões fechadas e 05 abertas. Os resultados obtidos na pesquisa revelam a importância das danças circulares como prática em aulas de Educação Física para o Ensino Médio principalmente no que se refere à integração do grupo e ao trabalho rítmico. Conclui-se que a falta de conhecimento sobre essas danças é a maior dificuldade encontrada pelos professores para colocá-las em prática e realizar um trabalho efetivo com este conteúdo, tendo em vista que a pouca vivência proporcionada nos cursos superiores foi muito básica e os cursos e capacitações complementares não são acessíveis a todos. Palavras-chave: Educação Física; Ensino Médio; Danças Circulares. INTRODUÇÃO As turmas do Ensino Médio se dispersam ensino se dispersam das aulas de Educação Física com facilidade, o que faz com que o professor acabe por restringir o conteúdo das aulas ao futsal e rodinhas de vôlei enquanto alguns poucos alunos preferem jogar conversa fora. Ao observar o desenvolvimento das vivências em danças circulares pude compreender sua riqueza enquanto prática social, pois valorizam as diferenças e favorecem a integração do grupo, promovem a socialização, desenvolvem cognição e trabalham o aspecto motor com muito ritmo e musicalidade, tratando desse modo o indivíduo em sua totalidade. As danças circulares podem servir como mediadora da troca de experiências e do convívio 142 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 social e contribuir para a realização de uma Educação Física mais crítica e democrática. Marques (2012) afirma que em nossos corpos aprendemos ainda que inconscientemente a ter uma postura crítica diante da vida. Quem somos o que queremos e de como devemos nos comportar, frente à diversidade de relações com a sociedade em que vivemos. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) no ensino médio as turmas se apresentam em condições heterogêneas em relação aos aspectos motores, afetivos e cognitivos e propõe que a Educação Física busque sua identidade como área de estudo fundamental para compreensão e entendimento do ser humano enquanto produtor de cultura. Para que se produza cultura é fator relevante tornar-se conhecedor e multiplicador da mesma. É pela manifestação de outros que passamos a construir a nossa identidade em relação ao que podemos e queremos expressar como próprio. De acordo com Neira e Nunes (2009) o ensino da Educação Física é um canal privilegiado de produção de cultura, pois permite a reflexão crítica da realidade contempla os sentimentos, a criatividade, o lúdico e o patrimônio sócio-histórico relacionado à corporeidade de todos os grupos que compõem a sociedade multicultural. Segundo os autores é necessário que os profissionais da área assumam tal conteúdo, pois aulas de Educação Física para o ensino médio são desmotivantes tanto para alunos quanto para os professores . Segundo Couto (2008) a dança é um dos conteúdos da cultura corporal e tem papel fundamental na produção de cultura, pois sempre foi e ainda é uma maneira de expressão humana. Assim é possível dizer que tanto dança quanto Educação Física estão correlacionadas enquanto cultura corporal de movimento. Na educação Ramirez (2012) compreende que as danças circulares sagradas são ferramentas para trabalhar valores éticos, sociais e a diversidade cultural, atendendo a proposta de inclusão de forma ampla. A escola é palco de diversidades, no interior dos muros escolares podemos encontrar variado público e situações capazes de nos fazer refletir em muitas possibilidades para a prática docente, e com isso, levar aos nossos alunos um novo olhar sobre as diferenças e fazer com que eles repensem a sua própria história. Andrada (2014) ao tratar da dança circular na dimensão de relações estabelecidas na escola, considera a mesma como mediadora dos afetos dos professores favorecendo reelaborações afetivas de sua vivência dentro da escola, fazendo pensar em novos sentidos e significados à sua prática. 143 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 No mesmo raciocínio Bardini;Bardini;Diez (2009) alega que a escola é um dos espaços propícios para o ensino e pesquisa das danças circulares, seja como patrimônio histórico acumulado pela humanidade, assim como, espaço de produção de novos modos de celebrar a vida. Portanto podemos entender na escola, um local apropriado não só a didática do aprendizado e as suas metodologias pedagógicas, mas também um local de vivências lúdicas e manifestações livres e espontâneas. Os PCNs (1997) para o ensino médio sugerem aos profissionais de Educação Física que desenvolvam meios que proporcionarão aos alunos a totalidade, e que os aproximem das aulas da disciplina, utilizando-se de recursos lúdicos e que eduquem para o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos nos anos anteriores. Nas aulas de Educação Física na escola o coletivo é fator preponderante. Grande parte de suas atividades requerem espírito de equipe e colaboração dos grupos entre si,quando alcançamos essa condição com a nossa turma,percebemos que o nosso trabalho atingiu seus objetivos. De acordo com Bardini(2009) ao favorecer a cooperação as danças circulares promovem o respeito e valoriza a presença de cada um,e nessa perspectiva ao ser vivenciada na escola poderá propiciar a igualdade. Para Ramos (2010) as danças circulares sagradas propõem objetivos específicos dentro do sistema educacional que são: resgatar ritmos, cantos e danças de diferentes povos e culturas; proporcionar aos participantes o bem estar, físico e mental e apresentar os passos básicos dessa prática. A autora oferece uma proposta de contextualização das danças circulares nas dimensões físicas, ao tratar da postura, ativação do sistema muscular circulatório, lateralidade, ritmo, consciência corporal, construção e desconstrução do gesto; e social, pela tomada de consciência das diferenças, experimentação de novas possibilidades e quebra da dicotomia acerca do certo e errado. Segundo Azevedo e Reis (2013) o Ensino Médio está em crise devido a sua falta de adequação o que está concretizado por sua incapacidade em responder as necessidades formativas da juventude. Neste nível não se produz uma educação que viabilize qualidade social. Para os autores, nessa fase os alunos deveriam ter acesso a conhecimentos que estimulassem a construção de seu projeto de vida e fossem pertinentes a formação de cidadão. Para de Ostetto (2010) as danças circulares são mediadoras dos afetos entre educadores e educandos e parte das dificuldades e possibilidades oriundas da escola, tendo no compromisso com a educação pública de qualidade o desafio de compartilhar alternativas que somem para o resgate da 144 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 pessoa em si e contribuam com a construção de fatores formativos na vida escolar, visando práticas que não dissociem ,mente corpo e sentimentos. A prática das danças circulares configura-se na compreensão do novo de uma forma mais ampla. É preciso integrar o ser e dissolver o seu todo original em forças que se unem e tomam sentido na dinâmica do fazer. (WOSIEN, 2000, p.144). Neste sentido temos como objetivo verificar como os professores de Educação Física entendem a possibilidade de inserção das danças circulares no currículo do Ensino Médio. MÉTODO A presente pesquisa foi de campo de acordo com Lakatos, Marconi (2006), pois consiste na coleta de dados que se referem ao campo de atuação, após uma pesquisa bibliográfica sobre o mesmo. Participantes Participaram da pesquisa 10 professores de Educação Física atuantes no Ensino Médio das escolas estaduais e particulares do município de Suzano. Instrumento Foi utilizado um questionário adaptado de Preiss (2011) com 12 questões sendo 07 perguntas fechadas e 05 abertas. As questões implicaram sobre a concepção dos professores de Educação Física do Ensino Médio em relação às danças circulares. Procedimento Foi realizado inicialmente um contato presencial entre o pesquisador e a escola e posterior com os professores, entregue os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido ANEXO A e após o questionário ANEXO B. Plano de análise dos dados Após coletados os dados, estes foram apresentados por meio de gráficos que foram analisados a partir da análise do conteúdo de Bardin (2011), pois é um recurso que possibilita uma interpretação mais relevante em relação ao objetivo proposto e se organiza por meio de três fatores. 1) A pré-análise, que consiste na organização do material a ser analisado , em formular questões norteadoras e elaborar indicadores que fundamentem a interpretação. 2) A exploração do material,que fundamenta-se na realização das decisões tomadas durante a pré-análise,onde os dados passam a ser organizados e permitem a descrição das características que compõem o conteúdo. 3) O tratamento dos resultados,que orientam-se pelo princípio de que numa comunicação há sempre o emissor e o receptor,sendo a mensagem o ponto de partida de qualquer análise pois por meio dela é possível estudar continente e conteúdo,significantes e significados. 145 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 RESULTADOS E DISCUSSÕES Gráfico 1 – Conteúdos de dança aplicados nas aulas de Educação Física 50% 40% 30% 20% 10% 0% Danças Dança Folclóricas Educativa Dança Criativa Danças Populares Outros Ao observar o gráfico podemos verificar que 50% das respostas elencaram as danças populares como o street-dance e hip-hop como conteúdo mais trabalhado, as danças folclóricas atingiram 40% assim como a dança criativa,no caso da dança educativa a marca foi de 30% e ainda 5% que procuram desenvolver outros conteúdos relacionados a dança. Acreditamos que o street-dance e hip-hop são ritmos que estão mais próximos da realidade dos alunos e dessa forma torna o trabalho com eles mais acessível, um dos ritmos que foi citado pelos professores e tem apresentado um bom resultado é o forró.Podemos perceber que neste sentido o principal veículo para que a produção de determinada cultura está relacionado a mídia. Para Marques (2012) Os alunos têm seus próprios repertórios de dança,assim como suas escolhas no que condiz ao movimento para improvisação ou criação,e para que nossas escolhas enquanto professores sejam significativas é preciso considerar o contexto em que estão inseridos. Gráfico 2 – Identifica alguma dificuldade em desenvolver conteúdos de dança para o Ensino médio? 146 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 80% 60% 40% 20% 0% sim não ás vezes Os dados coletados nos mostra que 60% dos professores identificam alguma dificuldade em desenvolver a dança em suas aulas, 30% responderam que ás vezes tem dificuldade e apenas 10% não encontram dificuldades. Nesta questão os professores apresentaram uma justificativa e quase de uma forma geral relataram que os alunos não demonstram interesse pela dança e que acreditam que a mesma não faz parte das aulas de Educação Física, participando da prática somente se estiver relacionada algum ritmo atual. Também foi considerado o pouco conhecimento do professor em relação á dança, porém se ele estiver disposto a encaminhar o processo terá bons resultados no que tange a prática, mesmo que os alunos demonstrem pouco entusiasmo. Segundo Neira;Nunes (2009) para que se desenvolva as atividades de ensino de maneira positiva ,o professor deve questionar sobre o interesse de seus alunos em relação ao assunto e mapeá-los para construir novas possibilidades,e propor então situações que desafiem os alunos a organizarem os próprios conhecimentos para organizar uma vivência corporal na qual se manifeste o objeto de estudo. Gráfico 3 - Aspectos mais relevantes das danças circulares nas aulas de Educação Física para o Ensino Médio 100% 80% 60% 40% 20% 0% 147 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Sobre o trabalho com as danças circulares para o Ensino Médio, os professores creem que os aspectos mais relevantes são de acordo com as respostas dessa questão, 100% a integração do grupo 70% o resgate de valores como respeito mútuo, preconceito e inclusão 50% a diversidade cultural, 40% ritmo e 20% a consciência corporal. As danças circulares se adéquam positivamente ao repertório das atividades rítmicas trabalhadas na Educação Física, possibilitando por meio dessas aulas tratar tanto do ponto de vista motor, como cognitivo, emocional, social e cultural. Para Bardini; Bardini; Diez (2009) as danças circulares promovem de forma consciente a percepção de si, o respeito e valoriza a presença de cada um por meio da cooperação. Neste sentido podemos dizer que ao cooperar o aluno estará interagindo e tornando-se parte do grupo, que se integra em sua totalidade. Gráfico 4- Fatores que impossibilitam o trabalho com as danças circulares na escola 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% De acordo com as respostas da questão de número 11 os fatores apontados não ultrapassam a média de 30%.Os ritmos da moda,a falta de vivência dos professores e a falta de aceitação dos alunos empatam entre si ,atingindo os 30% os outros fatores apontados foram o preconceito com relação a dança,a religiosidade e a dança não estar na cultura escolar todos chegando aos 20% cada um. A maneira como cada jovem enxerga a escola e suas possibilidades de exercícios e práticas corporais são várias de acordo com as Orientações Curriculares Para o Ensino Médio (2006) que entende como um dos papéis da Educação Física o de compreender os valores e significados que envolvem 148 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 essas práticas e quais as relações e valores que se estabelecem a partir dos meios de comunicação de massa podendo compor um tema de investigação em conjunto para professores e alunos. As aulas de Educação Física favorecem a troca de experiências entre professores e alunos. Assim como seus alunos o professor também deve estar aberto ao diálogo e aprendizado, posicionando-se como mediador em relação á prática podendo assim agregar maiores significados ao conteúdo proposto. Gráfico 5- Alguns cursos de formação não dispõem o conteúdo das danças circulares, porém elas estão presentes em capacitações para as redes educacionais. Como entende esse processo? 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Os dados acima nos mostram que 60% dos professores reconhecem a importância dos cursos de capacitação no contexto escolar, 30% das respostas consideram que os mesmos são importantes para a formação dos professores, 20% entendem que o sistema educacional falha ao priorizar algumas práticas que já são conhecidas e trabalhadas e desmerecem outras que podem oferecer novas possibilidades para as aulas, 20% acreditam que as capacitações valorizam o repertório e coloca a disposição novas abordagens muitas vezes desconhecidas e 20% não tem conhecimento de tais capacitações, principalmente para a área de Educação Física. Na opinião de Gimenez; Souza (2011) a criação de cursos que capacitem os professores de Educação Física que tenham a postura de educador a fim de que dominem tanto os aspectos técnicos quanto os pedagógicos no que condiz a cultura corporal do movimento; conceitos sobre a complexidade humana concernente a sua cultura e conteúdos que vão além do conhecimento das partes do corpo humano e levem em consideração o ser humano, apresenta-se como um desafio. 149 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Compreendemos que ainda que estas capacitações existam as mesmas não estão acessíveis em todas as redes educacionais, que acabam se diferenciando geograficamente, o que não deveria acontecer. Outro fator relevante refere-se ao fato de que as mesmas deveriam ser de direito do professor, porém uma das falhas com relação a área de Educação Física é que muitas escolas priorizam tais momentos a outras disciplinas e se não for debatida a questão pelo professor interessado ele tornar-se-á esquecido. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificar as possibilidades de inserção das danças circulares no currículo de Educação Física para o Ensino Médio nos fez perceber a carência das diversas formas de manifestação da cultura corporal dentro do ambiente escolar. Vale lembrar que a dança está presente do currículo de Educação Física para o Ensino Médio, e no caso específico das danças circulares os professores entendem que os aspectos de maior relevância para este nível de ensino são a integração do grupo, que facilita a cooperação e o respeito mútuo, e o trabalho rítmico. A dança valoriza o repertório corporal dos alunos pela sua diversidade de expressões, contudo foi possível perceber que os professores sentem-se despreparados em fazer uso de tal modalidade por fatores como, a falta de vivência para realizar a prática, falta de interesse dos alunos, até situações que envolvem a quebra de paradigmas estabelecidos pelo modelo tradicional das aulas de Educação Física. Conclui-se que a falta de um conhecimento mais aprofundado por parte dos professores sobre as danças circulares restringem a sua prática, para que se realize um trabalho mais efetivo com este conteúdo. Compreendemos que os cursos e capacitações complementares não estão acessíveis a todos os professores e acreditamos que para que a prática da dança alcance maiores efeitos no Ensino Médio, ela deve ter uma sequência desde os primeiros anos escolares. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Lúcia Helena Hebling. Danças Circulares Sagradas: imagem corporal, qualidade de vida e religiosidade segundo uma abordagem junguiana, 150 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Dissertação (Doutorado em Ciências Médicas), Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, 2005. ANDRADA, Patrícia Costa de. O Professor de Corpo Inteiro: a dança circular como fonte e desenvolvimento da consciência. Biblioteca Digital, PUC Campinas. Teses e Dissertações, 2014. AZEVEDO, José Clóvis de; REIS, Jonas Tarcísio. Reestruturação do ensino médio: pressupostos teóricos e desafios da prática, Fundação Santillana Moderna, 2013. BARCELLOS, Janete Terezinha. Danças Circulares Sagradas: Pedagogia da presença, do ritmo, da escuta e olhar sensíveis. UFGRS. (Dissertação de Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo, 6ªedição, Lisboa, Portugal Edições 70, 2011. 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Desta forma, a professora os levou para a sala de informática e por meio de vídeos mostrou um pouco sobre a modalidade em questão, para depois leva-los a quadra e passar a atividade planejada. Para chegar ao objetivo final deste tema foi distribuído para professores de Educação Física do ensino fundamental I, questionário com 12 questões, sendo 3 fechadas e 9 abertas sobre mídia. Como resultado foi observado a grande importância que a mídia tem sobre o conhecimento dos alunos, facilitando a aprendizagem através de equipamentos mediáticos, que auxiliam o professor para o desenvolvimento da sua aula. Concluímos então que o professor de Educação Física deve estar sempre atualizado com o que acontece no mundo, sendo estes acontecimentos no mundo esportivo ou não, pois a mídia está por toda parte inserida no cotidiano da sociedade, fazendo com que os alunos tragam para as aulas conhecimentos e dúvidas adquiridas através dos meios mediáticos. Palavras – Chave: Mídia; Educação Física; Professor. Introdução A palavra mídia vem do Inglês “mass media”, e se característica por ser um meio de divulgação, sendo ela em massa ou não. Para Machado (2000) a ideia de mídia nós traz intuitivamente a imagem da televisão, porém para ele a mídia não está apenas ligada a TV, mas também a tudo que tenha “passagem de informação”. Nos dias atuais vemos que a TV, o Jornal e o Rádio, ganharam um novo companheiro, ainda mais rápido para a divulgação de informações, chamado internet, que pode ser encontrado em computadores, tabletes, 154 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 notebooks, celulares e até mesmo nos televisores mais modernos, meio este que faz com que todos possam divulgar informações, seja ela boa ou ruim. E é justamente por meio destas mídias que as crianças tem acesso as informações gerais e também sobre a cultura corporal e os esportes, fazendo assim, com que o professor seja sempre exigido com seus conhecimentos. (RADESPIEL 1999). Todo professor deve estar atento com o que acontece no mundo, e com o professor de Educação Física não é diferente, pois ele deve estar preparado para tirar as dúvidas que surgirem durante as aulas. Para Santos Junior (2007) as mídias no cotidiano das crianças fazem aparecer frequentemente dúvidas sobre práticas esportivas e corporais, principalmente através da Televisão que transmite inúmeras informações sobre a cultura corporal de movimentos, por meio de propagandas, programas esportivos e transmissões esportivas, cabendo ao professor a responsabilidade de ajudar o aluno a tirar suas duvidas. Tal exigência não pode ser feita apenas sobre a busca de informações destes profissionais, pois o professor também necessita de uma formação mais especifica, para ser capaz de passar estas informações de forma mais clara e motivadora para seus alunos. De acordo com Betti; Mendes; Pires (2009), a inclusão de mídia nas instituições escolares deve ser feita após uma formação docente, capacitando os professores para uma observação crítica e criativa dos conteúdos e recursos midiáticos, pois se não acabam sendo apenas mais um recurso didático pedagógico para as práticas educativas tradicionais, gerando uma falsa impressão de modernização do ensino. Desta forma deve-se entender que não cabe apenas ao professor a busca de novas informações para se atualizar, mas também deve haver um comprometimento da escola, em se atualizar com o mundo fora da sala de aula e da quadra. O professor deve ser considerado uma espécie de mediador entre mídia e aluno, utilizando os desafios impostos pela mídia sem negar o seu uso pelos alunos, realizando uma seleção das informações a respeito do que se deve trabalhar em aula. (RODRIGUES 2010). Educação Física e mídia podem caminhar juntas, uma auxiliando a outra, ajudando o professor a motivar com mais eficiência e mais qualidade seus alunos. De acordo com Betti (2001), a utilização das mídias nas aulas de Educação Física, apresentaria de certa forma muitas vantagens para o professor como motivar o debate e a reflexão dos alunos, pois trata de assuntos atuais e polêmicos, pelo fato dessas mídias possuírem uma 155 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 linguagem mais atraente e informal. As produções audiovisuais conseguem dar destaque aos conteúdos e com muita rapidez. Hoje em dia as crianças crescem com muitas informações ilusórias e consumistas em que o “corpo perfeito” está logo ali, pois se ele consegue, todos conseguem. Mas isso também pode ser bom, pois ter um modelo de pessoa em um determinado movimento, pode se tornar um meio motivador para que ele possa atingir seu objetivo. Observa-se ainda que crianças e adolescentes obtenham contato com os conteúdos da cultura corporal apenas como telespectadores, e não como praticantes de atividades físicas. (BETTI 2001). Cabe então ao professor, saber utilizar estas mídias para que motive seus alunos na aula, que não deixe com que uma parte da sala participe da aula, e outra parte fique sentada, mexendo em seus celulares de última geração, por isso é importante essa motivação do professor na prática de atividades físicas. Segundo Ferrés (2011 apud. MOREIRA, 1996, p. 262), as crianças aprendem melhor através da visão, com dados de 83% para estes estudantes, sendo 11% através da audição e 6% através do paladar, tato e olfato. A Educação Física, sempre foi muito ligada a atividades esportivas, atividades essas que ganham o conhecimento e a simpatia da sociedade e principalmente das crianças, através das mídias, com suas transmissões e divulgações constantes em nosso dia a dia. E é através de transmissões esportivas, seja ela em narrações, discussões feitas por cronistas, jornalistas, técnicos, ex-atletas e ate mesmo ex-árbitros, que vemos como a prática esportiva está muito ligada com a Educação Física escolar, pois temos uma prática esportiva que privilegia a execução padronizada de movimentos, desconsiderando os menos aptos a realizar tal movimento, pois uma pessoa “comum”, pode buscar um movimento semelhante a de um atleta e logo ver que não leva jeito para tal movimento. (MOREIRA 2011). Com tanta informação sendo passada a estes jovens, que surge a motivação, os sonhos, desejos que se manifestam, pois qual criança nunca sonhou em ser um Neymar jogando futebol ser um Arthur Zanetti praticando ginástica ou uma Maurren Maggi no salto em distância. De acordo com Chagas; Mezzaroba (2012), nos dias atuais, assistir televisão ou consumir outro tipo de mídia, significa o ponto inicial da prática esportiva, pois é por esse motivo que acabamos conhecendo algumas novas modalidades, mesmo sendo algo distante da nossa cultura de movimento. Diversos esportes aparecem ainda com mais força nas mídias em anos de Megaeventos esportivos, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas e os 156 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Jogos Pan-americanos, alimentando ainda mais o conhecimento esportivo das crianças, fazendo com que eles se motivem a praticar uma determinada modalidade que as vezes é até mesmo desconhecida pelo professor, por isso então há necessidade de estar sempre atento com o que acontece ao redor do mundo para utilizá-los em suas aulas. A pesquisa deste trabalho teve como objetivo o de analisar como o professor trabalha com as mídias em suas aulas e qual o impacto das mídias na aprendizagem dos esportes coletivos nas aulas de Educação Física. Método Neste trabalho foi realizada uma pesquisa de campo, que segundo Marconi e Lakatos (2010), é uma pesquisa que procura encontrar uma resposta para determinado problema, buscando afirmar e descobrir assuntos contemporâneos, para a realização desta pesquisa é importante um levantamento bibliográfico sobre o assunto abordado, para a coleta de dados. Amostra A amostra foi composta por dez professores de Educação Física, de ambos os sexos, que atuam no ensino fundamental I, a partir de três anos de atuação, em escolas públicas municipais, na região de Ferraz de Vasconcelos SP. Instrumentos e Materiais Para a pesquisa foi utilizado um questionário adaptado de Antunes (2007), com 12 questões, sendo 3 fechadas, com apenas uma alternativa para escolher e 9 questões abertas, onde o entrevistado teve que descrever sobre suas práticas, destacando sua opinião. Procedimento O primeiro passo deste trabalho teve como objetivo a descrição e classificação de livros, artigos, revistas e tudo que pode contribuir cientificamente com o trabalho, documentos esses que necessitam estar em sintonia com o assunto abordado no projeto. (SEVERINO 2002). Em seguida foi feito contato com alguns professores de Educação Física para a realização da pesquisa, depois disso foi entregue para os professores um Termo de Consciente Livre e Esclarecimento (TCLE), junto com o questionário. Plano de Análise de Dados 157 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Ao término da coleta de dados, foi realizada a tabulação do questionário em forma de gráficos, para por fim ser realizada a discussão dos resultados com os autores escolhidos. Resultado e discussões Gráfico 01 – Você faz planejamento anual, semestral ou bimestral das atividades a serem realizadas na escola? 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sim Anual Sim Sim Semestral Bimestral Não Entre os professores entrevistados 50% deles afirmaram fazer um planejamento anual de suas aulas, 50% disseram que realizam um planejamento bimestral e 40% fazem um planejamento semestral, ainda nesta questão ouve 20% dos entrevistados que responderam as três alternativas, fazendo com que a porcentagem desta questão ultrapassasse os 100%. Segundo Silva (2010), o planejamento deve dialogar com o Projeto Politico Pedagógico da escola, sendo construído de maneira, onde todos os alunos possam estar participando das aulas, estarem motivados a discutirem os conteúdos e objetivos propostos pelo professor, incentivando a estes alunos a experimentar novas atividades, para que o professor possa utilizar como instrumento de coleta, a observação participante, respeitando a não exclusão, evitando que nenhuma atividade planejada por ele, possa excluir algum aluno. Diante disso, observamos a grande importância de se ter um bom planejamento, no qual possa ser abrangente á todos ou na maioria de seus alunos. Gráfico 02 – Você já utilizou ou utiliza mídias em suas aulas? 158 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sim Não Em relação a utilização de mídias nas aulas de Educação Física, 80% dos professores afirmaram fazer uso de algum tipo de mídia e 20% afirmaram nunca terem utilizado algum tipo de mídia em suas aulas. Para Betti (2006) as mídias são uma base essencial para cultura corporal de movimentos, e devem ser trabalhadas como um objeto e meio de educação, preparando o aluno á estabelecer uma relação critica e criativa com os discursos estabelecidos pelos meios mediáticos, caracterizando assim a importância de saber trabalhar com este meio, para informar e motivar seus alunos para a prática de atividades físicas. É importante que o professor leve para a suas aulas os meios de comunicações e as informações transmitidas por eles, e não somente usa-los, pois é necessário adaptar as informações de cada meio com sua aula, possibilitando ao aluno a chegar á uma reflexão (PAULA; LEMOS 2013). Utilizar mídias nas aulas de Educação Física é de uma grande importância, já que por algum motivo os alunos podem não compreender o que o professor quer dizer, e através das mídias pode-se ter diversos exemplos de movimentos, feitos de forma certa e errada, fazendo com que os alunos possam ter uma compreensão melhor do proposto pelo professor. Gráfico 03 – Sua escola possui equipamentos para trabalhar com mídia? Quais equipamentos existem na sua escola? Você tem acesso á eles? 159 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 200% 150% 100% 50% 0% ] Nesta questão 100% dos professores entrevistados responderam que a escola onde trabalham possui equipamentos para trabalhar com mídia, já para o uso destes equipamentos 60% disseram ter acesso a eles, através de agendamento, 10% revelaram que não possuem acesso a estes equipamentos e 30% dos entrevistados não responderam á está questão. Em relação á quais equipamentos existem na escola, 160% revelaram ter uma sala de informática, com Datashow, Tablet, Computador, Lousa Digital e Notebook, 70% afirmou ter em sua escola Televisão e DVD, enquanto apenas 10% revelou ter Revistas. De acordo com o decreto relacionado com o Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo – (2007) fica decidido o uso pedagógico de tecnologias de informática e telecomunicações nas escolas públicas de ensino fundamental e médio, sendo ela municipal ou estadual, disponibilizando conteúdos educacionais, viabilizando e incentivando a capacitação dos professores a utilizar este meio para uma melhor aprendizagem de seus alunos. A escola deve integrar essas tecnologias em seu âmbito escolar, pelo fato das mesmas já fazerem parte do cotidiano da vida do aluno, cabendo para a escola, principalmente para a pública, compensar a desigualdade social e regional, que através do acesso desigual á estas mídias geram por todo o mundo (BELLONI 2005). É através da escola que muitos alunos conhecem um mundo diferente, culturas diferentes e comunicações diferentes, portanto se torna muito importante a escola ter equipamentos de mídias para que o professor possa utilizar em suas aulas, levando seus alunos a obterem informações com mais ênfase e com maior facilidade de aprendizado. Gráfico 04 – Você como professor, se sente preparado para trabalhar com mídias nas suas aulas de Educação Física? Você já realizou algum trabalho utilizando mídias na sua escola? Explique. 160 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 200% 150% 100% 50% 0% Entre os entrevistados 90% deles revelaram que se sentem preparados para trabalhar com mídias, revelando ainda a sua importância de estar sempre se atualizado com o mundo e com o universo esportivo, desde que utilize equipamentos de fácil manuseio, onde fica fácil ministrar as aulas, 10% dos entrevistados ainda disseram que não se sentem preparados, mas vê uma grande necessidade de sua utilização, para mostrar conteúdos do não cotidiano de seus alunos. Se já utilizaram mídia em algum momento dentro das suas aulas, 90% dos entrevistados disseram já ter utilizado mídias em suas aulas, afirmando ter utilizado para mostrar esportes não conhecidos no Brasil e eventos grandiosos, utilizando equipamentos como Datashow, lousa digital, vídeos e pesquisas em jornais e revistas, 10% deles revelaram que nunca trabalharam com mídia, apenas realizaram conversas antes e depois das atividades. Diniz; Rodrigues; Darido (2012) explica que em um primeiro momento trabalhar com materiais provenientes de mídia pode gerar algumas dificuldades, sendo necessária uma preparação prévia para com os professores, para que este recurso não seja mal utilizado dentro das aulas, com os professores bem capacitados, os mesmos, poderão auxiliar os alunos a lidar com está nova linguagem, á interpreta-la e fundamenta-la na formação do pensamento crítico. Nos dias atuais crianças e adolescentes tem fascinação pelos recursos midiáticos e tecnológicos, mas assim como o próprio professor, os mesmos encontram dificuldades em ver estas tecnologias como uma forma de aprendizagem de novos conteúdos, principalmente em relação á Educação Física, que é vista como uma disciplina totalmente prática (SOUZA; HAMMES 2011). Atualmente encontramos diversos tipos de tecnologias para serem trabalhadas nas escolas, restando assim ao professor ter o interesse e vontade de se apropriar destes recursos, já que existem equipamentos de fáceis manuseios, podendo assim auxiliar o professor á realizar uma aula mais rica e motivadora para com seus alunos, utilizando mídia para mostrar aos alunos como vivem alguns países e como o esporte pode ajudar socialmente a essas 161 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 pessoas, conhecer novas culturas e crenças, além de poder usar modelos de movimentos para a motivação da prática destes alunos. Gráfico 05 – Você como professor, tem acompanhado as noticias sobre os Megaeventos (Copa do Mundo, Olimpíadas, Pan Americanos)? Durante suas aulas, você tem comentado com os alunos sobre estes Megaeventos? 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sim Não Sim Não Entre os professores entrevistados, 100% responderam estar acompanhando os Megaeventos a serem realizados no Brasil e no Mundo, afirmando estar acompanhando na medida do possível e por gostar destes Eventos Internacionais. Em relação á comentar com seus alunos, 100% dos entrevistados disseram estar comentando com seus alunos sobre os Megaeventos, discutindo com eles sobre o que eles representam, sobre a importância de ser o país sede destes eventos e realizando pesquisas junto com os alunos, além ainda de fazer comentários informais sobre o tema. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1997), as crianças se encontram muito motivadas á praticar esportes através de conhecimento adquirido pela mídia, que por sua vez mostra com riqueza de detalhes os Megaeventos (Copa do Mundo, Olimpíadas, Pan Americanos), aguçando a curiosidade e motivando o aluno a praticar alguma atividade física. Os Megaeventos possuem um objetivo politico, com interesses transitórios e externos a sua realidade, por isso a Educação Física escolar deve estar totalmente virada para o objetivo da escola e não dos Megaeventos, não sendo confundida a Educação Física escolar com o esporte de alto nível, o esporte então deve ser considerado como mais um elemento da Educação Física, assim como a ginastica, o jogo, a luta e a dança (MASCARENHAS 2012). Deste modo vemos que os Megaeventos são esportes de alto nível, e que não podem ser confundidos com a Educação Física, apesar de influenciar 162 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 as aulas na quadra, não se pode exigir do aluno o mesmo que é exigido pelos atletas de alto rendimento. Considerações finais A pesquisa deste trabalho teve como seu objetivo, o de analisar como o professor trabalha com as mídias em suas aulas e qual o impacto das mídias na aprendizagem dos esportes coletivos nas aulas de Educação Física. Concluímos então que o professor de Educação Física deve estar sempre atualizado com o que acontece no mundo, sendo estes acontecimentos no mundo esportivo ou não, pois a mídia está por toda parte inserida no cotidiano da sociedade, fazendo com que os alunos tragam para as aulas conhecimentos e dúvidas adquiridas através dos meios mediáticos, o professor então deve trabalhar como um mediador destas informações, filtrando o que é de mais importante para o conhecimento da criança, pois a mídia muitas vezes dá informações “rasas” sem um aprofundamento maior diante de tal informação. Observamos também neste trabalho que é de extrema importância, o professor estar bem capacitado para trabalhar com equipamentos mediáticos, desde os mais simples como a Televisão, o Rádio e o DVD, até os mais complexos como, Datashow, Lousa Digital e Computador, pois estes equipamentos podem auxiliar o professor em suas aulas, ajudando os alunos a absorver de forma mais fácil e eficaz o que o professor pretende passar para a turma nas aulas de Educação Física. Referências ANTUNES, Scheila Espindola. O “País do Futebol” na Copa do Mundo: estudo de recepção ao discurso midiático – esportivo com jovens escolares. 2007. 149f Dissertação (Mestrado em Educação Física). Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2007. BELLONI, Maria Luiza. Mídia – Educação: A mediação escolar indispensável para a cidadania. Campinas SP. Editora Autores Associados, 2005. In: BELLONI, Maria Luiza (Org.). O que é Mídia – Educação: 2ª edição. Campinas SP. 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Para atingir este propósito foram utilizados primeiramente os principais conceitos que compõe a estrutura de um plano de negócio, segundo a visão de vários estudiosos. O procedimento metodológico desenvolveu-se por meio de pesquisa de mercado, questionário, na qual foi possível identificar o perfil dos clientes, bem como os aspectos relacionados aos mesmos. Neste contexto, avaliam-se também os concorrentes da organização, verificando o que poderá ser desenvolvido para possuir um diferencial competitivo. Na análise financeira da empresa foram realizadas pesquisas quanto ao volume de recursos necessários para iniciar o empreendimento. Para chegar à conclusão da viabilidade foram calculados os seguintes indicadores financeiros: margem de contribuição, ponto de equilíbrio, taxa interna de retorno e volume de demanda. Alan Kardec Santos Alves, Graduando do curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano – Grupo UNIESP. E-mail: [email protected] 22 Daniele da Silva Camargo, Graduanda do curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano – Grupo UNIESP. E-mail: [email protected] 23 Marcos Luan Prado de Almeida, Graduando do curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano – Grupo UNIESP. E-mail: [email protected] 24 Morgana Galhardo Riatto, Graduanda do curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano – Grupo UNIESP. E-mail: [email protected] 25 Telma Pereira Osaki, Graduando do curso de Administração – Faculdade Unida de Suzano – Grupo UNIESP. E-mail: [email protected] 21 166 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Após o cálculo dos indicadores financeiros, conclui-se a viabilidade econômica nos cenários pessimista, realista, e otimista. Palavras-chave: Plano de negócio; Empreendedorismo; Pesquisa de Mercado. INTRODUÇÃO Para a concretização de um plano de negócio é necessário analisar toda a hierarquia de recursos relacionados ao planejamento do projeto, o que permite ao empreendedor transformar suas visões originais em melhores oportunidades. De acordo com Batocchio e Biagio (2005, p.03)”...o plano de negócio é um documento usado para descrever o negócio e apresentar a empresa aos fornecedores, investidores, clientes, parceiros, empregados, etc.” O estudo desse projeto foi baseado no conhecimento assimilado durante o curso de Administração, tendo como maior benefício e objetivo, organizar oportunidades de negócio da forma mais eficaz para as partes interessadas. Com a finalidade de desenvolver um serviço no ramo de higienização a seco em veículos,em carpetes, cortinas e estofados em geral foram levantados alguns dados, a partir de pesquisa de campo, identificando possibilidades de penetração no mercado na região do Alto Tietê, a fim de atingir o público alvo que será as concessionárias e agências. O estudo procura estruturar o plano de negócio em torno das Teorias e Práticas Administrativas, demonstrando situações financeiras e oportunidades, cujos modelos possam ser empregados para entender os paradigmas atuais, utilizados por toda a comunidade acadêmica e empresarial. O presente artigo demonstra que à procura de índices de mercado é primordial para lançar um novo produto ou serviço. Baseado em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)o setor de PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), informou que a 167 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 partir do ano de 2012 os lares brasileiros estavam cada vez mais com veículos em suas garagens. No país, o percentual de domicílios em que ao menos um morador possuía carro chegou a 42,4%, o que corresponde a 26,7 milhões de lares. Segundo a associação que representa o setor, a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em 2012, as vendas no mercado interno chegaram a 3,8 milhões de unidades, o que representou um recorde para a indústria. Dados do DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) também apontam para um crescimento que, em dez anos, supera em três vezes o da população. O número de veículos circulando nas ruas cresceu 115%, contra 36% de aumento no número de habitantes. Segundo os dados do Denatran, em julho de 2013, havia 79 milhões de veículos circulando nas ruas. Estes números revelam que a propriedade de veículos no Brasil está deixando de ser privilégio de uma pequena elite e a popularização do consumo formou um mercado consumidor heterogêneo e concentrado nas cidades. Segundo reportagem da revista PEGN (Pequenas Empresas Grandes Negócios), publicada em 25/01/2009 os serviços de lavagem a seco, compreendem somente uma parcela de 5% do total de serviços de lavagens de automóveis realizados no Brasil. Devido ao apelo ecológico, este tipo de serviço tem sido mais procurado por pessoas preocupadas com o meio ambiente, em geral pertencente às classes de renda média e alta da população. Fundamentado nos índices citados, é perceptível que o mercado apresenta grande oportunidade de negócio, visto que o crescimento é favorável para o setor de higienização. 168 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A quantidade de água disponível para a vida humana está escassa, o que é preocupante, devido apenas 0,44% da água do planeta Terra estar disponível para os seres vivos, o que justifica a importância do estudo referente à higienização a seco que é a falta de água, o que torna positivo o serviço a ser prestado devido o consumo de água ser extremamente baixo, sendo 5 litros de água por higienização, produtos biodegradáveis e inofensivos ao meio ambiente, ao contrario do que ocorre nas lavagens tradicionais em que de acordo com a Sabesp ”Muita gente gasta até 30 minutos ao lavar o carro. Com uma mangueira não muito aberta gastam-se 216 litros de água e com meia volta de abertura o desperdício alcança 560 litros.” Num conjunto deprocedimentos estratégicos,o artigo evidencia que a atuação no mercado deve ser de forma conjunta e sustentável, apontando e demonstrando a importância na conduta ética nos relacionamentos para atingir a excelência na prestação dos serviços, bem como, o seguimento de boas condições de trabalho visando sempre à regulamentação nas áreas ambientais e de segurança no trabalho. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada junto a concessionárias da região do Alto Tietê localizada no município de Suzano. Para estudar o setor de higienização, foram realizadas pesquisas descritivas que de acordo com Malhotra (2004, p. 101) “... o objetivo da pesquisa descritiva é descrever alguma coisa – normalmente características ou funções de mercado.” Acompanhando este raciocínio o estudo da coleta de dados, foi realizado através da pesquisa direta e indireta, onde foi feita uma análise das relações entre as variáveis,referente o mercado estudado em concessionárias obtendo uma demanda de 48 veículos por semana, esses clientes serão diretamente atrelados ao negócio. 169 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Foi realizada uma pesquisa com enfoque qualitativa e quantitativa. A pesquisa qualitativa orientou as percepções dos estudos realizados, fornecendo o detalhamento sobre os hábitos, tendências de comportamento e o serviço a ser prestado. Baseado em Fabiane ( 2007) apud MINAYO(2003, p. 16-18) “É o caminho do pensamento a ser seguido. Ocupa um lugar central na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para construir uma realidade. A pesquisa é assim, a atividade básica da ciência na sua construção da realidade. A pesquisa qualitativa, no entanto, trata-se de uma atividade da ciência, que visa a construção da realidade.” Já a pesquisa quantitativa de acordo com o estudioso Malhotra (2004, p. 155) significa “Metodologia de pesquisa que procura quantificar os dados e, geralmente aplica alguma forma de análise estatística.”, orientando este plano de negócio na percepção referente à quantidade de possíveis clientes a serem atendidos permitindo uma compreensão muito rica na formulação de estratégia de marketing. Quanto aos objetivos, consiste em uma pesquisa descritiva com o apoio de uma pesquisa bibliográfica, “... que procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos.” (CERVO; BERVIAN, 1996,p.48) De acordo com Cervo e Bervian (1996, p. 138). “O questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja.” Tendo como base esta referência os dados foram coletados mediante a aplicação de um questionário visando um grupo de concessionárias e empresas que utilizam o serviço de higienização, o que possibilitou quantificar uma possível demanda para o atendimento. O estudo do tema surgiu combase em um discente do grupo com experiência no mercado onde o mesmopossui uma loja no ramo automobilístico, o que permitiu interesse de todos envolvidos no estudo deste plano de negócio. 170 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Após análise, os dados coletados foram interpretados visando atender o que foi proposto nos objetivos do projeto, de acordo com os autores e livros pesquisados. DESENVOLVIMENTO O primeiro estágio do planejamento é o que auxilia o empresário a focar nos pontos principais da empresa. Os pontos fracos e fortes são fatores internos da empresa. Oportunidades e ameaças são fatores externos.Segundo Westwood (2007, p. 80) “A análise SWOT envolve entender e analisar seus pontos fortes e fracos e identificar as ameaças ao seu negócio, bem como as oportunidades do mercado”. Ao analisar ambiente interno da empresa identificamos que o recurso tecnológico utilizado será através das máquinas, onde todo o trabalho é executado. O grande objetivo oferecido é alcançar a Vantagem Competitiva Sustentável através dos recursos, visando à sustentabilidade, criando estratégias de inovações e uma infraestrutura capaz de dar suporte as ações de construção da marca, mantendo uma maneira sólida e eficaz nos resultados obtidos pela empresa. Em relação ao ambiente externo o mercado é disputado por empresas prestadoras de serviços de higienização em geral, sendo que muitas prestam serviços exclusivamente para pessoa física, enquanto outras tendem para pessoas jurídicas. Além disto, muitas empresas que prestam serviços de limpeza tradicional, também são concorrentes. Os clientes deste tipo de negócio são muito diversificados, um segmento de clientes em potencial é constituído por concessionárias que através de parceria, teriam um serviço executado pela mão de obra especializada. Outra 171 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 alternativa, será o público constituído por mulheres que trabalham fora do lar, que necessitam de serviços de limpeza de sofás, carpetes e cortinas, que também terá uma demanda favorável. Para se estimar a demanda no ramo de higienização, foipesquisado, junto ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) a quantidade de carros na cidade de Suzano, o que atinge a média de 68.452 mil carros e com base nestes índices demonstrados, o plano de negócio teve por objetivo obter uma parcela de 2.076 veículos a serem higienizados o que corresponde a 3% da demanda e em termos de valores R$394.440,00/ano. Baseado no estudioso Almeida (2003, p.13), “Planejamento Estratégico é uma técnica administrativa que procura ordenar as ideias das pessoas de forma que se possa criar uma visão do caminho que se deve seguir (estratégia)”, este raciocínio orienta aabordar alguns pontos para o planejamento estratégico em médio e longo prazo, que se trata do objetivo em relação às premissas que a organização deve respeitar para que todo o processo siga no mesmo prumo. O sucesso de uma organização está diretamente ligado à maneira em que ela lida com suas forças externas. Existem cinco forças competitivas básicas que são determinantes na lucratividade da empresa, e o conjunto dessas forças determina o potencial de lucro final da empresa, que de acordo com Porter (1989, p.3) “... aestratégia competitiva deve surgir de uma compreensão sofisticada das regras da concorrência que determinam a atratividade de uma indústria.” Ao fazer uma análise dos fornecedores, é perceptível o poder de barganha sobre os participantes do mercado ao ameaçar, aumentar os preços ou reduzir a qualidade dos produtos e serviços comprados. 172 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Os compradores influenciam o mercado ao forçar os preços para baixo, demandar maior qualidade ou mais serviços e, portanto possui a capacidade de acirrar a concorrência em um determinado mercado. O poder de cada grupo de compradores depende das características, do volume e da importância de seus serviços em relação ao mercado total. O presente estudo demonstra que é inevitável o ingresso de novos entrantes no mercado, e orienta a organização atentar-se a essas novas condições, o que possibilita o desejo de ganhar marketing share, sendo possível reduzir a ameaça, através da criação de uma imagem de marca/marketing. Quando o mercado é altamente concentrado ou dominado por uma ou mais empresas, ele tende a ser mais estável e é muito fácil definir quem são os líderes. A disputa entre os concorrentes evidencia-se por posições táticas que envolvem preço, propaganda, introdução de novos produtos ou melhoras na execução dos serviços, (PORTER,1989). A forma estabelecida do preço de um serviço na fase de introdução no mercado segue junto com os objetivos estratégicos da empresa, onde foi considerado a estimativa de custo do serviço e o valor agregado. Kotler (2007,p.280) cita que: “Em vez de estabelecer um preço inicial alto para retirar a nata que puder de um segmento pequeno, algumas empresas utilizam a determinação de preço de penetração de mercado.” Seguindo este conceito é possível atrair uma fatia do mercado da região, a estratégia de penetração, estabelece inicialmente um preço baixo com a finalidade de fidelizar o público alvo, conquistando uma participação efetiva na região. O mercado de agências e concessionárias automotivas permite parcerias com o serviço de higienização a seco dos veículos seminovos ou usados, para chegar até o público alvo permite usar um plano de comunicação de venda direta com o cliente, ou seja, a cada agência que utilizar o serviço de 173 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 higienização receberá gratuitamente o serviço mostrando o diferencial como: rapidez, agilidade e conforto com o sistema delivery. Analisando a parte financeiraa taxa mínima de atratividade encontrada no plano de negócio é de 25% representa o mínimo que o investidor irá recuperar ao fazer o investimento inicial de R$ 114.000,00, este investimento, refere- se a 100% do capital próprio. Em relação a taxa interna de retorno – TIR, Gitman (2002, p.330) afirma que “ a TIR é definida como taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial referente a um projeto.” Seguindo este pensamento é possível visualizar que a organização terá 65,6% de retorno dos recursos investidos durante um período de 2 anos e 6 meses de acordo com o Pay Back, e com uma porcentagem da TIR maior que a porcentagem da Taxa Mínima de Atratividade.Ainda para o Autor o VPL representa “...uma técnica sofisticada de análise de orçamentos de capital.” ou seja, refere –se ao retorno mínimo que deve ser obtido por um projeto. A organização apresenta R$ 205.702,33, que indica o valor do dinheiro no tempo, o que demonstra o quanto a organização receberá no futuro. De acordo com os valores alcançados através das ferramentas utilizadas verificou se que o plano de negócio demonstrou peculiaridades positivas,sendo economicamente atrativo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante de tais constatações, o objetivo deste artigo foi analisar o serviço de higienização a seco, a partir de conceitos de mercado, visando à possibilidade da instalação do serviço de higienização na cidade de Suzano. 174 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Por conseguinte, oestudo foi possível com o embasamento nos estudiosos citado na metodologia, que permitiu analisar o mercado. Os assuntos abordados no artigo foram de grande valia, permitindo verificar a viabilidade do projeto de higienização a seco,por parte dos envolvidos, como agências e concessionárias. Visto que a região do Alto Tietê possui uma grande concentração de automóveis, isto possibilita uma demanda de mercado favorável para o serviço, podendo assim ser aproveitado da melhor maneira possível. Diante disso, o crescimento da prestação de serviço no ramo de higienização, é notório, uma vez que os estudos apontam está possibilidade e o mercado oferece um leque de oportunidades para este segmento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADMINISTRADORES, Disponível em: Fabiane. Pesquisa Qualitativa e http://www.administradores.com.br/artigos. exploratória. Acesso dia: 2.set.2014. ANFAVEA. Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.Disponível em:http://www.anfavea.com.br/. Acesso dia: 08. set. 2014. BARROS, José Carlos de, SAMARA, Beatriz Santos. Pesquisa de Marketing, conceitos e metodologia. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. BIAGIO, Luiz Arnaldo, BATOCCHIO, Antonio. Plano de Negócios – Estratégia para micro e pequenas empresas. Barueri, SP: Manole, 2005. DENATRAN. 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M.Books do Brasil. 176 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 BULLYING: NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, NO ENSINO FUNDAMENTAL II Jeferson Check Santos e-mail: [email protected] Luiz Carlos Contieiro – [email protected] Marilene Ferreira De Lima – [email protected] Faculdade Unida de Suzano – (UNISUZ- UNIESP). Resumo: Este estudo vêemmostrar uma realidade do bullying nas escolas de todo o Brasil.tem como objetivo de auxiliar na identificação do problema tendo em vista as consequências negativas para todos que estão envolvidos, não somente para quem é agredido. Foi realizado uma pesquisa de campo quantitativa, feita com 30 alunos do ensino fundamental I, sendo 10 questões 3 abertas e 7 fechadas sendo que o objetivo da pesquisa e realizar a coleta dos dados para identificar se realmente ocorre o bullying nas escolas e nas aulas de educação física. Os resultados apontaram que esse tipo de agressões pode acorrer em qualquer local da escola, geralmente é ocasionada em lugares que tem muitas pessoas e ocorre empurra-empurra onde esta pessoa se aproveita da situação para agredir as outras pessoas. Conclui-se que é preciso tomar medidas preventivas sobre o assunto, através de informações e conteúdos sobre o tema, assim especificando o problema e mostrando as consequências que traz para a sociedade e principalmente para a escola. Palavra chave: Bullying, Escola, Educação Física e Agressão. Introdução: O primeiro estudo sobre a violência escolar era para caracterizar homicídio, roubos, uso de drogas, associado muito mais a bandido do que alunos e os conflitos vivenciados como ato de indisciplinas. (NOGUEIRA 2007) A violência escolar no ano de 1990 ocorria através de pichações e danos ao patrimônio publico já no inicio dos anos 2000 começou a surgi casos de agressões de contra o aluno e professor, segundo (CHALITA ,2008). A forma de violência que primeiro veio a se manifestar foi por meio de palavras, gestos e ações e tem na linguagem gestual sua concretização mais comum, geralmente começa pela chacota e humilhação podendo ocasionar com medidas que descriminam e aterroriza o individuo. (OLIVEIRA E VETRO, 2006) O bullying envolve os comportamentos agressivos com intenção de causar algum dano a vitima. As provocações e coroações presentes na escola feitas variam às vezes este tipo de brincadeira e feita por um amigo brincalhão onde não se constitui o bullying. (CANTINI, 2004) 177 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Nogueira (2007) O bullying é identificado quando o individuo tem intenção de ferir, agravar e de continuidade, deixando sua vitima constrangida e indefesa. A atitude do agressor é comum em todas as escolas, tornando um fenômeno social, onde o estudante desempenha um papel de autor e agressor do bullying que é testemunhado ou observado. (NETO, 2007) Chalita (2008) Destaca que é preciso um profundo esforço ético de educadores, pais e sociedade, almejando a mudança de concepção e de valores. Quando mudamos o modo de ver e sentir, mudamos a maneira de agir e reagir. Para Silva (2008) as características mais frequentes deste tipo de comportamento são: apelidar, humilhar, insultar, ameaçar, descriminar ameaçar, excluir, assediar, agredir fisicamente epsicologicamente, roubar, etc. Nos seres humanos aprendemos o que é certo e o que e errada desde cedo, pois ninguém nasce com vontade de matar. Ninguém e intolerante ou desequilibrado por vontade própria. É preciso despertar o que já é parte da natureza humana, e essa natureza é de solidariedade.(CHALITA, 2008). Consequência do Bullying Fobia escolar: caracterizado por um medo intenso de frequentar a escola, levando o aluno a repetir por falta, dificuldade de aprendizagem, evasão escolar (fugir). Quem sofre esta fobia escolar sente o transtorno do pânico, não conseguindo ficar dentro do âmbito escolar pelas lembranças traumática do bullying ou por algum trauma familiar. (SILVA 2010) Depressão: É uma doença que não da apenas a sensação de tristeza, fraqueza ou baixa astral. Trata de uma doença q afeta o humor a saúda e o comportamento da vitima, os sintomas são: tristeza persistente, ansiedade ou sensação de vazio, sentimento de culpa, inutilidade ou desamparo, insônia ou excesso de sono, perda ou aumento de apetite, fadiga ou sensação de desânimo, irritabilidade ou inquietação, dificuldade de concentração e de tomada de decisões.(SILVA, 2010). Anorexia e bulimia:Este problema de anorexia e bulimia dentro da escola parecer ser pouco comum, mas muitos alunos que sofrem o bullying dentro escola e por conta do seu sobre peso, muitos desses alunos acabando realizando o ato dessas doenças compulsivas.. A anorexia e uma doença grave e muito difícil de ser controla que pode levar à pessoa a morte por desnutrição, desidratação ou outras complicações clinicas.(SILVA, 2010). Bullying nas aulas de Educação física Segundo Chrispino; Álvaro (2007)A disciplina já cria a idéia de que só os melhores podem participar. Os próprios alunos começam a selecionar quem eles querem em seu time, tentando encontrar os mais aptos. 178 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Neste processo começa a surgi o Bullying nas aulas de educação física, tendo a exclusão dos alunos menos habilidoso com características especifica meninas por serem mais lentas também acabando não frequentando a aulas por exclusão dos outros alunos. As vezes o professor não consegui identificar este tipo de agressão por conta de um grande numero de aluno possui dentro da sala de aula, mas algumas das vezes e possível identificar este tipo de agressão, porém por falta de informação o profissional não saber lhe dar com este tipo de situação. Os pais e os professores devem ficar atentos a vários aspectos comportamentais das crianças e dos adolescentes,pois cada um deles pode desenhar uma situação diferente relacionada ao bullying na escola.(SILVA 2010). Oliveira e Vetro (2006) O aluno acaba sendo alvo de discriminação por partedos professores, que a difamam por causa de seu desempenho; arejeição de algumas pessoas da classe pode estar associada aoutro grupo discente, que explora a difamação, na Educação Física,ela é objeto de bullyingdoscolegas, seja por ela apresentar características físicas que destoam dosdemais colegas, quer ainda por ser baixinha e frágil. O professor que critica constantemente o seu aluno, comparando-o com outro a respeito da sua capacidade intelectual e motora, o ignora, e o expõe a ser mais uma vítima do Bullying. Os outros alunos ao verem esta atitude do professor poderão pensar que humilhar é uma atitude normal de relacionamento, podendo se basear nas atitudes desse docente, desrespeitando seus colegas e até mesmo ao professor promovendo na sala de aula um ambiente de insegurança com conflitos constantes. (ABRAPIA, 2003) Trata-se de um quadrode constrangimento comum nas escolas, em que as crianças,em forma de brincadeira, discriminam, agridem e principalmente excluem colegas. (OLIVEIRA E VETRO, 2006). Botelho e Souza (2007) cita que muitas crianças, perseguidas e rotuladas negativamente, são excluídas de brincadeiras, de times de futebol, de grupos de trabalho da escola, de círculos de amizades, guardando assim, lembranças negativas da época escolar. Já para Matos, Zoboli e Mezzaroba (2012) citam que o individuo acaba sendo discriminadas nas aulas de educação física por sua condição corporal: o gordinho, estrábico, deficiente, magricela, os menos aptos fisicamente frente uma habilidade motora ou desempenho esportivo, bem como outros mais. Uma estratégia utilizada, para discutir as questões das diferenças entre os alunos e tentar convence-los através de uma conversa sobre a obrigação de cada um dos alunos, da não discriminação do outro durante as aulas. Método 179 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Será realizado uma pesquisa de campo quantitativa, sendo que o objetivo da pesquisa e realizar a coleta dos dados para identificar se realmente ocorre o bullying nas escolas e nas aulas de educação física. Segundo Marconi, Lakatos (2003) pesquisa de campo é aquela a utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ ou conhecimento acerca de um problema, para qual e procura uma resposta de uma hipótese, que se queira comprovar ou, ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre elas. Amostra: Será realizada uma pesquisacom 30 alunos do ensino fundamental II de ambos os sexos, com a faixa etária de 13 a 15 anos em uma escola publica da região de Suzano-SP. Instrumento O pesquisa será aplicado através de um questionário para os alunos em uma folha de sulfite A4, com um questionárioadaptado de Rolim (2008) aplicado com 10 questões, sendo 7 perguntas fechadas e 3 perguntas abertas. Procedimento Primeiramente será feito o contato com a escola onde sera aplicado a pesquisa, depois será entregue termo consciente livre e esclarecido para os alunos para entregarem aos seus pais assim eles tendo ciência da pesquisa que será realizada, logo após será entregue o questionário aos alunos onde responderam. Para que em uma próxima aula o termo consciente livre será recebido para a realização da tabulação dos dados coletados. Plano de analise de dados Após coleta será feito a tabulação dos dados coletados na pesquisa de campo onde será apresentado através de gráfico. Com as informações adquiridas na pesquisa serãoelaborados gráficos para apresentar os resultados da pesquisa. Resultado e Discussão Grafico 1 - Você sabe o que bullying? 100% Sim Com um resultado mostrado pela pesquisa realizado 100% dos alunos definem o bullying como agressão física, como: bater, agredir, empurrar, chutar e verbais como: xingamentos e apelidos pejorativos. 180 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Camargo (2014) refere o bullying como todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, levando a vitima a sentir dor e angustia onde ela não tem possibilidade ou capacidade de se defender. Gráfico 2- Você foi agarrado ou empurrado com violência 90% 10% SIM NÃO Dos alunos que participaram da pesquisa 90% deles não foram empurrados, agarrados em nem uma dependência da escola, porém 10% alunos mencionaram que já sofreram algumas das agressões citada, 3% mencionou que foi empurrado em uma briga ocorrida na escola, onde ele acabou se envolvido no meio da confusão. 3% mencionou que esta agressão ocorre na entrada, no recreio e na saída da escola, onde os demais alunos empurram os outros propositalmente apenas para machuca-los. 3% dos alunos não especificou a resposta. Os autores envolvidos na condição de agressores ou agredidos entender por violência física: as brigas, depredações, agressões físicas, e por violência não física: Ofensas verbais, institucionais, discriminações, segregações e humilhações que desconhecem o que é bullying nas escolas. (NOGUEIRA 2007). Esse tipo de agressões pode acorrer em qualquer local da escola, geralmente é ocasionada em lugares que tem muitas pessoas e ocorreempurra-empurra onde esta pessoa se aproveita da situação para agredir as outras pessoas. Botelho e Souza (2007) cita que é um comportamento deliberado (premeditado) para ofender e machucar; é repetitivo, frequentemente durante um período de tempo; para os agredidos, é difícil se defender; para os que agridem, é difícil aprender novos comportamentos socialmente aceitos; a pessoa que pratica o bullyingtem e exerce poder de forma inapropriada sobre a vítima. 181 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Grafico 3 - Alguem te descriminou por algum motivo fisico 15% SIM NÃO 85% 85% dos alunos afirmaram que não tiveram nem um tipo de descriminação por nem um dos alunos na escola, porém 15% desses alunos afirmaram que sofrem ou já sofreram algum tipo de descriminação. Segundo Oliveira e Votre (2006) é uma forma primaria de violência, que pode manifestar-se por meio de palavras, gestos e ações, pois geralmente começa pela chacota e humilhação verbal, podendo ou não vir acompanhada de ações que discriminação e que aterrorizam o aluno. Este tipo de agressão é uma das mais utilizadas pelo agressor, ainda mais sabendo que sua vitima fica constrangida pela atitude tomada pelo invidiou e com isso sua vitima não sabe como se defender deste tipo de descriminação. Grafico 4 - Alguém lhe agrediu propositalmente 5% 95% SIM NÃO 95% deles mencionaram que ninguém os agrediu. 5% dos alunos responderão que já foram agredidos propositalmente dentro da escola. Porém tem como destaque que as agressões sofridas não ocorrem com frequência, geralmente ocorre por desentendimento entre eles. Silva (2010) cita que a um pequeno predomínio dos meninos sobre as meninas, no entanto, os meninos por serem mais agressivos e utilizarem a força física, as atitudes dos meninos são mais visíveis, abrangendo as meninas agora, elas costumam a pratica o buulying através de intrigas e fofocas e isolamento de suas colegas, podendo ser passado a despercebido na escola e no âmbito escolar. Em grande parte das agressões que ocorre fisicamente geralmente é ocasionado pelo gênero do sexo masculino, mais podendo ocorrer também pelo sexo feminino, mais geralmente o gênero feminino agredi sua vitima 182 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 psicologicamente, através de fofocas, intrigas e exclusão de seu colega do grupo de amigas. Grafico 5- Algum objeto de sua propriedade foi danificado 4% SIM 96% NÃO Com os dados adquiridos, 96% alunos citaram que nunca danificaram seu material propositalmente, porém 4% alunos citaram que alguns alunos já furtaram seus materiais, quebraram, com isso podemos entender que os esse agressores se aproveitam da fragilidade desses alunos. Silva (2010) Define que tais comportamentos não apresentam motivações especificas ou justificada. Isso ocorre de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar furtar ou destruir pertences da vítima suas vítimas. Grafico 6 - Você participa das aulas de Ed. física 0% SIM NÃO 100% O gráfico demonstra que 100% dos alunos participam das aulas de educação física, tendo muitas citações por ser uma aula divertida de participar. Volpato (2011) cita quem a educação física pode desperta nos alunos o sentimento de prazer e cooperativismos, companheirismos e inclusão, mais tendo em criar situações de competitividade, agressividade e discriminação em meio às quais a pratica de bullying podem surgir apelidos e habilidade motora diferenciada: como gordinho é lento, meninas é mais lenta é mais fraca. A Educação Física na escola tem como um objetivo de fazer com os alunos participem das atividades por prazer, fazendo cada um deles respeitarem a essência e as habilidades de cada um que irá participa, assim despertas nos alunos o trabalho em equipe, o cooperativismos, fazendo daquela aula prazerosa de participar. 183 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Grafico 7- Nas aulas de Ed. física você é escolhido? 3% 23% Inicio 74% Meio Fim 74% dos alunos assinalaram que são escolhidos no inicio das equipes, 23% dos mesmos são escolhidos no meio, 3% são escolhidos no final. Para Matos, Zoboli, Mezzaroba (2012) percebem que na escola, especificamente nas aulas de educação física, crianças e adolescentes sendo descriminadas por sua característica corporal como: gordinho, estrábico, deficiente, magricelo, e os alunos que não possui habilidade motora ou desempenho esportivo. Os alunos que não possuem habilidades especificas para se destacar no esporte ou alguma característica corporal diferenciada dos demais, geralmente é excluído no inicio da escolha do time, com isso ficando sempre para o meio e final, assim desmotivando o aluno a participar das aulas. Grafico 8- Você já presenciou alguma agressão na escola 23% Sim Não 77% 23% dos alunos nunca presenciaram qualquer tipo de agressão ou briga na escola, porém 77% dos alunos já presenciaram algum tipo de agressão e essas agressões foram agressões físicas e verbais essas agressões ocorrem com muita frequência na hora do intervalor, principalmente as agressões físicas. Essa pluralidade de conceito torna a violência um termo carregado de subjetividade e complexo de ser apreendido, envolve vários tipos de agressões assim com varias atitudes de indisciplina é indiscutível a relevância deste problema e banir da sociedade, principalmente do âmbito escolar. (MENEZES E BRANCO, 2010). 184 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Grafico 9- Vendo seu colega sendo agredido, o que faria? 7% 43% Defenderia o colega 50% Chamaria o funcionário falava com o individuo 50% dos alunos defenderia sua colega se tivesse sendo agredido ou sofrendo bullying, 43% chamaria os funcionários da escolha para os agressores, assim os funcionários já tomariam as medidas necessários para a punição do agressor, 7% conversaria com o individuo para pararem com esta atitude inadequada que estão realizando. Silva (2010) aponta que não a realização material ou profissional que apague o sofrimento vivenciado por uma criança ou adolescente que sofreu bullying, todos que já passaram por este situação constrangedoracarregam com sigo uma cicatriz por toda vida, e a marca tendo ser mais intensa quando ocorre na infância. Sendo assim esta pessoa pode ficará com marcas eternas, podendo prejudicar sua vida social e profissional, tendo dificuldade de interação com a sociedade. Considerações finais A pesquisa teve como objetivo especifico verificar as consequências do bullying dentro da escola e nas aulas de educação física. O bullying hoje é considera um grande problema social, assim tendo umreflexo dentro da escola, foi constatado que ocorrem tanto as agressões verbais quanto as agressões físicas, delimitando este problema é possível constata que a escola não esta preparada para encarar esta realidade. Conclui-se que é preciso tomar medidas preventivas sobre o assunto, através de informações e conteúdos sobre o tema, assim especificando o problema e mostrando as consequências que traz para a sociedade e principalmente para a escola. 185 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Referencias ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria Graça. Violências nas escolas: Versão resumida. Brasília, DF: Unesco, 2003. Botelho Rafael Guimarãesbotelho, Souza José Maurício Capinussú: Bullying e educação física na escola: casos, consequências e estratégia de intervenção , Revista de Educação Física – N° 139 – Dezembro de 2007. 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Abordaremos também sobre a preocupação da população brasileira passou a ter com sua alimentação e o sucesso da franquia Subway no Brasil devido a essa mudança de hábito na alimentação da população e conseguiu ser o maior concorrente da maior franquia de fast-food no mundo, o McDonald’s. Ainda neste estudo, abordaremos como esse mercado tem crescido e como se comporta as demais franquias de fast-food neste novo cenário, suas estratégias para alcançar esse público sem perder suas características originais. Depois disto, a viabilidade da implantação de uma franquia Subway na área central da cidade de Suzano, onde até o presente momento, não há nenhum estabelecimento voltado para este público alvo. Palavras-chave: Fast-food, comida saudável, Franquia, Subway __________________________ ¹ Ana Paula Soares de Oliveira, Graduanda do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ). E-mail: [email protected] ² Flúvia Aparecida de Lemos, Graduanda do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ). E-mail: [email protected] ³ Gilson Santana da Silva, Graduando do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ). E-mail: [email protected] 188 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 4 Valdirene Maria dos Reis, Graduanda do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ). E-mail: [email protected] Introdução Segundo o site portal do franchising (2014), o termo franquia empresarial é o sistema pelo qual o um franqueador cede ao franqueado o direito de uso da marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semiexclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócios ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante a remuneração direta ou indireta sem que no entanto fique caracterizado vínculo empregatício. (Lei 8.955/94) O desenvolvimento estratégico deste projeto foi possível através da utilização da ferramenta Análise Swot, que o autor abaixo, define essa ferramenta da seguinte forma: Segundo Chiavenato e Sapiro (2013), sua função é cruzar as oportunidades e as ameaças externas à organização com seus pontos fortes e fracos. A avaliação estratégica realizada a partir da matriz SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica competitiva. Trata-se de relacionar as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo com as forças e fraquezas mapeadas no ambiente interno da organização. As quatro zonas servem como indicadores da situação da organização. Através dessa análise, pode-se concluir que, no ambiente interno a franquia Subway oferece inúmeros pontos fortes, como por exemplo, o treinamento oferecido pela própria franquia antes da implantação do projeto, ajuda na escolha do ponto onde será instalada a loja, sem contar no peso e boa reputação da marca a nível mundial e ainda todo o acompanhamento na compra dos equipamentos necessários para a produção e comercialização dos produtos. Como pontos externos fortes, temos a busca da população por alimentação rápida e saudável, e o aumento da renda dessa população. Os pontos fracos são a perda de matéria-prima, uma vez que se trata de produtos perecíveis, as bebidas comercializadas na loja são exclusivas da Coca-Cola, a falta de mais opções de sobremesa, hoje apenas comercializa-se 189 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 cookies, e ainda temos como barreira, um único fornecedor, homologado pelo franqueador, o que demanda em perda de poder de negociação do franqueado. As ameaças ainda são a falta de hábito da maioria da população em adquirir alimentos saudáveis, principalmente do público mais jovem, que já tem em sua cultura, o ingestação de lanches considerados “junkie food” como McDonald’s e o mercado informal. Essas empresas, no entanto, diante do crescimento da procura da população em geral por alimentos saudáveis estão, aos poucos, introduzindo em seus cardápios, opções mais saudáveis, como saladas, sucos naturais e pães integrais na confecção de alguns lanches. O que há vinte décadas era inconcebível neste segmento, principalmente nos Estados Unidos. Para chegarmos a um plano de negócios, tivemos que primeiramente, entender o motivo do sucesso da franquia no Brasil recentemente, logo após uma tentativa de introdução da marca na década passada sem sucesso algum. Nesta análise, concluímos que a Subway percebeu uma mudança de comportamento do brasileiro com relação à preocupação com sua alimentação e voltou a investir neste mercado, agora muito promissor. Ao escolher o local para implantação, o levantamento de dados da população local como salários, hábitos alimentares, gastos com refeições fora do lar foram fundamentais para o desenvolvimento do escopo. O fator alimentação saudável, foi o principal motivo da escolha da franquia para este plano de negócios, uma vez que a tendência à busca por alimentos saudáveis e dentro do padrão fast-food, ou seja, comida rápida e saudável é crescente em todo o país, e outro fator levado em consideração é a falta deste tipo de empreendimento na área central da cidade, onde há uma grande concentração de comércios, faculdades, escolas e outras instituições, que, apesar de estarem razoavelmente próximas ao Shopping Center da cidade, encontram dificuldades de realizar suas refeições lá devido ao tempo de intervalo para almoço/jantar ser muito pequeno. Em 2012 o faturamento do setor de alimentos processados foi de R$ 100,5 bilhões, o que corresponde a um terço do consumo no mercado interno que foi de R$ 328,2 bilhões. Na cadeia de alimentos In Natura e industrializados absorvidas pelo setor de alimentação. 190 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Esses dados confirmam o quão promissor é o ramo de comida saudável no Brasil, e do ponto de vista do empreendedor, em se tratando de uma franquia cujo nome é reconhecido mundialmente, as vantagens se tornam ainda mais palpáveis, pois a quantidade de informações disponíveis sobre a franquia e o apoio que o franqueador oferece ao seu franqueado é bastante sólido). Metodologia Segundo Richardson et al. (1999:70), “caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio padrão, às mais complexas como coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.” No método quantitativo, os pesquisadores utilizam de amostras amplas e informações numéricas. Para dados mais consistentes, foi realizado uma entrevista quantitativa com a sócia de uma franquia Subway localizado dentro do Suzano Shopping Center, via e-mail, com um questionário com questões como tempo de vivência com a franquia, método de aquisição de matéria-prima, quantidade média de lanches vendidos nos dias úteis e fins de semana, funcionograma da Empresa, quantitativo de funcionários, meios de pagamento e recebimento. Através desta entrevista obtivemos importantes informações sem as quais não poderíamos realizar boa parte da parte financeira do nosso plano de negócio. Primeiramente, houve uma pesquisa no site da própria franquia, sobre a história da franquia, sua entrada no país, seu perfil de trabalho e perfil do empreendedor para aquisição de uma unidade. Como os dados no site eram muito vagos, solicitamos mais informações via email e obtivemos os valores para iniciar uma loja bem como a história da Subway. Logo após, procuramos avaliar a viabilidade da implantação para uma loja no centro da cidade de Suzano, uma vez que já existe uma loja dentro da praça de alimentação do Shopping da cidade. Para isso, levantamos, através do IBGE, informações sobre a população do município, como número de habitantes, classe social, renda familiar, hábitos alimentares. 191 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Desenvolvimento Na junção de todas essas informações chegamos a seguinte análise de mercado: A escolha da franquia Subway se deu principalmente pelo seu diferencial no mercado em que atua, pois oferece a melhor alternativa à tradicional comida gordurosa dos fast-food. Em seu próprio site a empresa oferece informações de como fazer o lanche submarino mais saudável e menos sódio e com mais fibras. Essa preocupação em oferecer produtos com qualidade superior, pães feitos e assados na hora, ganha um grande respeito do consumidor. Nos últimos dez anos, os setores ligados à alimentação fora do lar (food service) cresceram 292,3%, ante o índice de 209% do varejo alimentício tradicional. O crescimento da alimentação preparada fora do lar cresceu a taxas médias de 12% neste período. Em 2002, o faturamento do setor foi de R$ 25,9 bilhões, considerados apenas os alimentos processados, o correspondente a um quarto do consumo no mercado interno, que foi R$ 100,65 bilhões. As cadeias de alimentos In Natura e industrializadas absorvidas pelo setor de alimentação fora do lar alcançaram R$ 36 bilhões em 2002. Já em 2012, o faturamento do setor de R$ 100,5 bilhões, considerados apenas os alimentos processados, o correspondente a um terço do consumo no mercado interno, que foi R$ 328,2 bilhões. As cadeias de alimentos In Natura e industrializados absorvidas pelo setor de alimentação fora do lar alcançaram R$ 88,3 bilhões. Como podemos observar, o setor de fast-food teve um crescimento muito significativo no ano passado, segundo a ABF, o crescimento em 2013, foi de 16,6% comparado ao mesmo período em 2012. Segundo o site franquia.com.br (2014), a boa fase da economia do país, impulsionada pelo crescente consumo da nova classe C, leva ao aumento da alimentação fora do lar. Uma pesquisa realizada pelo IBGE revela que a população gasta 30% do orçamento com alimentação em refeições fora de seus lares. Por essa razão, 192 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 as franquias de fast-food estão se multiplicando em grande escala, o que resulta em mais opções para o consumidor. Segundo o site Dinheiro S/A, os brasileiros têm gasto mais com alimentação fora do lar do que com frutas, legumes e verduras. Enquanto os gastos, em média, 35,4% da renda familiar com alimentação, para frutas e verduras são destinados apenas 6,2 da renda. Já para comer fora de casa, incluindo delivery, os brasileiros gastam 21,2% do total destinado à alimentação. Os dados da pesquisa encomendados pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), para avaliar os hábitos alimentares da população revelam que o gasto mensal das famílias brasileiras com frutas, legumes e verduras são, em média, R$ 91,50. Os gastos com alimentação fora do lar somam R$ 110,00. Essa mudança de hábito dos brasileiros se dá principalmente a ascensão das classes D e C, que antes, não tinham acesso a esse tipo de refeição. Outro fator relevante a favor da implantação da franquia é a análise da faixa etária dos consumidores. Segundo o perfil analisado pela Subway, encontramse como público alvo, consumidores da faixa etária entre 20 e 40 anos, e isso representam dentro da realidade do centro de compras 60% dos visitantes. Além do foco nesta classificação etária, a rede Subway ainda oferece em seu mix de produtos, uma linha voltada para o público infantil, atingindo assim, mais de 6% dos consumidores nesta faixa etária também, uma vez que, a cada dia mais, os pais se preocupam em oferecer alimentos saudáveis para seus filhos. Para demonstrar os dados que serão representados na próxima tabela foi feito um levantamento através de várias pesquisas, no qual foram inseridos valores referentes à renda per capita da população de Suzano e o quanto é destinado à alimentação fora do lar mensalmente. Os dados desta próxima tabela foram extraídos do IBGE, em que, representa o total de habitantes no município de Suzano, com suas respectivas rendas mensais. Levando em consideração esses números, estabeleceremos metas no que tange qualidade, uma vez que esta é primordial para a manutenção da marca Subway, seguindo todos os padrões de qualidade e método de trabalho. Em termos quantitativos, a meta de crescimento anual é de 5% ao ano, levando em consideração as médias de outras franquias Subway instaladas em áreas externas aos shoppings. 193 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Outro fator relevante a favor da implantação da franquia é a análise da faixa etária dos consumidores. Segundo o perfil analisado pela Subway, encontramse como público alvo, consumidores da faixa etária entre 20 e 40 anos, e isso representam dentro da realidade do centro de compras 60% dos visitantes. Além do foco nesta classificação etária, a rede Subway ainda oferece em seu mix de produtos, uma linha voltada para o público infantil, atingindo assim, mais de 6% dos consumidores nesta faixa etária também, uma vez que, a cada dia mais, os pais se preocupam em oferecer alimentos saudáveis para seus filhos. Para demonstrar os dados que serão representados na próxima tabela foi feito um levantamento através de várias pesquisas, no qual foram inseridos valores referentes à renda per capita da população de Suzano e o quanto é destinado à alimentação fora do lar mensalmente. Os dados desta próxima tabela foram extraídos do IBGE, em que, representa o total de habitantes no município de Suzano, com suas respectivas rendas mensais. Levando em consideração esses números, estabeleceremos metas no que tange qualidade, uma vez que esta é primordial para a manutenção da marca Subway, seguindo todos os padrões de qualidade e método de trabalho. Em termos quantitativos, a meta de crescimento anual é de 5% ao ano, levando em consideração as médias de outras franquias Subway instaladas em áreas externas aos shoppings. Agora, sabendo o tamanho do mercado em termos de valores em reais, vamos identificar o número de habitantes que se alimentam fora do lar. Começando esta etapa, um ponto importante para a estimativa de demanda de nosso restaurante, é referente a um estudo feito pelo Instituto Data Popular, feito em 2011 e divulgado no site da Francap, uma consultoria especializada em franquias, no qual é citado que 65,3% dos brasileiros, realizam pelo menos uma de suas refeições diárias fora de casa. A seguir a próxima tabela vai demonstrar esses dados para o município de Suzano. Baseados em informações da própria franquia, o público que frequenta os restaurantes da Subway são os que têm renda mensal entre R$1.020,00 a R$ 10.200,00, o que nos dá um público alvo de 64.254 habitantes a serem conquistados, com uma movimentação financeira para este segmento de R$ 14.248.337,78. 194 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Como a pretensão da nossa loja é de alcançar 5% desta fatia de mercado. Chegou-se então a uma taxa interna de retorno (TIR) de 41,1% e uma taxa mínima de atratividade (TMA) de 30%, por tanto há viabilidade na implantação deste projeto. Considerações Finais Avaliando os dados deste plano de negócios, conclui-se que sem a ajuda das técnicas e teorias administrativas seria praticamente impossível à avaliação da viabilidade de implantação deste projeto. Com base nisto, conclui-se que a implantação do projeto é viável, não só pelo apelo da marca em si, mas também devido à mudança de hábito alimentar do brasileiro, ao aumento da renda das classes B e C, e ainda, pela falta de uma opção com esta a população da cidade de Suzano. Referências MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. 314p. Metodologia Disponível em: http://www.portaldofranchising.com.br/central/Content/UploadedFiles/Arquivos/ PDFs/O-que-e-franquia.pdf Acesso em: 01/10/2014 ás 18:10 hs. Disponível em: http://www.dinheiro.br.msn.com/guias/franquia-ou-neg%C3%B3ciopr%C3%B3prio-como-escolher Acesso em: 22/08/2014 ás 10:24 hs. Disponível em: http://www.portaldofranchising.com.br/guia-de-franquias/nao-anunciante/408 Acesso em: 16/07/2014 ás 14:35 hs. Disponível em: http://www.francap.com.br Acesso em: 18/06/2014 ás 10:00 hs. 195 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=355250&search=||inf ogr%E1ficos:-informa%E7%F5es-completas Acesso em: 24/07/2014 ás 13:30 hs. 196 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 PLANO DE NEGÓCIO – INDÚSTRIA DE EMBALAGENS METÁLICAS DECORATIVAS Ana Paula de Sousa Sérgio¹ Cristiane Pereira Gomes² Hilda Janaina dos Santos³ Fernando Souza Cáceres Antonio Eduardo Batista Cristiane Gomes de Carvalho Fontana Resumo Este artigo tem por objetivo apresentar a aplicação dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo dos semestres cursados e a importância do Plano de Negócio e do Planejamento Estratégico, identificando as características atribuídas a um empreendedor onde organização depende de um bom planejamento para saber qual direção deve ser tomada e conhecer o tamanho do desafio a ser enfrentado, planejar cada detalhe, encontrar a melhor solução, ser persistente, analisar os riscos, preparar-se, acreditar no seu potencial, permanecer o crescimento e solidez empresarial. Palavras-Chaves: Plano de Negócios; Planejamento Estratégico; Embalagem. ¹Ana Paula de Sousa Sérgio, Graduando do curso de Administração de Empresas - Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ).E-mail: [email protected] ²Cristiane Pereira Gomes, Graduando do curso de Administração de Empresas - Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ).E-mail: [email protected] 197 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ³Hilda Janaina dos Santos, Graduando do curso de Administração de Empresas - Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ).E-mail: [email protected] Introdução Com o intuito de vivenciar e praticar as teorias estudadas ao longo do curso de Administração elaboramos o plano de negócio de uma empresa de embalagens metálicas decorativas que irá atender a demanda do estado de São Paulo. De acordo com Dornelas (2000) a definição de um plano de negócio é geralmente usada para descrever minuciosamente o negócio. Por meio do plano de negócio pode:identificar os riscos e propor planos para minimizá-los e até mesmo evitá-los; identificar seus pontos fortes e fracos em relação concorrência e o ambiente de negócio em que você atua; conhecer seu mercado e definir estratégias de marketing para seus produtos e serviços; analisar o desempenho financeiro de seu negócio, avaliar investimentos, retorno sobre o capital investido; enfim, você terá um poderoso guia que norteará todas as ações de sua empresa. Segundo aAssociação Brasileira de Embalagem de Aço (ABEAÇO, 2012) a embalagem de aço é, tecnicamente, uma das melhores formas de se acondicionar produtos, por evitar desperdícios e proteger adequadamente a integridade de seu conteúdo no transporte e comercialização, portanto esse setor vem apresentando um aumento considerável na economia e para os consumidores que buscam oportunidades de empreender. Inicialmente, o desenvolvimento das embalagens de aço foi, só então, impulsionado pela Revolução Industrial, que possibilitou a mecanização da fabricação das latas, e também a de chapas de aço de baixo teor de carbono.A partir daí, o tempo moldou novas descobertas do aço para embalagem.As latas de aço são embalagens mais ecológicas e tem por principal característica a resistência, inviolabilidade e opacidade, são altamente resistentes e capazes de evitar a deterioração de produtos agrícolas, além da decomposição em apenas 5 anos. Esse material quando exposto as intempéries retorna para a natureza sem agredi-la e na forma original de minério de ferro, por isso as latas de aço são valorizadas na preservação de nosso planeta. Na atualidade, o consumidor tem valorizado, cada vez mais, a embalagem do produto.O avanço da tecnologia tem contribuído consideravelmente nesse sentido, uma vez que osprodutos aparecem nas gôndolas ou nas prateleiras do varejo envolvidos em embalagenscoloridas e chamativas, o que constitui um fator de persuasão para a decisão de compra. Com base neste fator decidimos estudar o ramo de embalagens com o objetivo de analisar a viabilidade de implantarmos umaempresa fabricante de embalagens metálicas decorativas e conhecer os processos a serem seguidos por um empreender.Portanto para realização do mesmo buscamos recursos 198 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 nas empresas de embalagens metálicas, associações do ramo, livros, revistas, sites e com o próprio publico, pois colocamos em prática a pesquisa mercadológica para o obtermos o resultado eficaz. Além das fontes citadas acima, contamos com a colaboração do nosso professor orientador, que compartilhou conosco seus conhecimentos na área empresarial. Metodologia Para elaboração do plano de negócio fez-se necessária à utilização de pesquisa Qualitativa, para conhecer o ramo definido para elaboração do projeto. A metodologia de pesquisa qualitativa, para Minayo (Administradores,2003) é o caminho do pensamento a ser seguido; ocupa um lugar central na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para construir uma realidade. A pesquisa qualitativa, no entanto, tratase de uma atividade da ciência, que visa à construção da realidade, mas que se preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças, valores, significados e outros, que as relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Em relação ao levantamento bibliografico e estudo das teorias (cinco forças de Porter, análise de Swot, matriz BGC e a pesquisa mercadológica) aplicadas no plano, utilizamos a pesquisa exploratória, consultamos obras de autores consagrados como Porter, Gioia, Dornelas, entre outros. Outro recurso conhecido neste tipo de pesquisa é a entrevista focalizada, definida a seguir. Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões, motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso são necessários habilidades e perspicácia por parte do entrevistador.(Lakatos, p. 197, 1991). A mesma foi utilizada, para coletar dados com pessoas (entrevistados: representante da ABEAÇO e fundador de uma empresa de embalagens) exeperientes no ramo de embalagens metálicas decorativas, cuja finalidade foi esclarescer duvidas, conhecer as particularidades, necessidades e investimentos necessários no setor de embalagens; para a formulação precisa do planejamento e de táticas, abordadas posteriormente. Para analise e definição da demanda fizemos uso da pesquisa quantitativa, este tipo de pesquisa considera que tudo pode ser quantificável, é a tradução 199 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 em números das opiniões e informações coletadas. Está técnica foi utilizada da seguinte forma: coletamos os dados dos segmentos que utilizam a embalagem metálica decorativa para envase de seus produtos (volume de compras nos anos anteriores em R$ e quantidade de embalagens), para complementar esta parte inicial delimitamos estes dados ao estado de São Paulo, e as empresas fabricantes de alimentos (balas, chocolates, biscoitos finos e panetones), eletrodomésticos portáteis e produtos promocionais. Após estratificação dos dados realizamos as analises necessárias, concluindo definimos a demanda. Por meio da metodologia empregada obtemos dados concretos e confiaveis que nos permitiu fomentar as ações tomadas durante a elaboração do plano de negócio. Desenvolvimento Para abordar a formação deste projeto foram realizados estudos que abrangem as particularidades do segmento, dados dos ambientes internos e externos relacionados à implantação de uma indústria de embalagens na cidade de Suzano; tendo como necessidade preparar-se para o futuro, haja vista que o plano contempla os 5 (cinco) anos iniciais da empresa; por este motivo foram realizadas as etapas que serão descritas a seguir. Iniciamos o desenvolvimento do plano de negócio com o estudo do mercado de embalagens. A embalagem é um elemento indispensávele crucialpara o sucesso comercial de praticamente todos os produtos. É um instrumentoque viabiliza o atendimento da população global para a sua alimentação, saúde e bem-estar, possibilitando a conservação dos produtos, a sua distribuição e divulgação.Através dela, empresas de todos os portes e em todo o território nacional podem agregar maior valor a seus produtos, consolidando posições no mercado atual e possibilitando o acesso a mercados mais sofisticados. Com influência direta nos custos e na tecnologia de fabricação, na distribuição e na conquista de consumidores e na forma de consumo dos produtos, a embalagem exige conhecimentos especializados para ser bem projetada e garantir a preservação de seu conteúdo. (ABEAÇO, 2014) Mundialmente a embalagem movimenta mais de US$ 500 bilhões, representando, dentre 1% e 2,5% do PIB de cada país. No Brasil, esta 200 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 movimenta atualmente, R$ 47 bilhões e gera mais de 200 mil postos de emprego diretos e formais (ABEAÇO, 2014). Dando continuidade a análise do mercado, realizamos o estudo e aplicação da teoria das cinco forças de Porter, definida a seguir pelo autor. As cinco forças competitivas: entrada, ameaça, de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes - refletem o fato de que a concorrência em uma indústria não está limitada aos participantes estabelecidos (PORTER, 2004, p.5) Por meio da aplicação desta ferramenta deu-se continuidade na análise do segmento escolhido, na qual absorvermos as dificuldades e oportunidades da fabricação de embalagens, dentre elas as forças mais significativas ao negócio são: o poder de barganha dos fornecedores, nosso poder de barganha é pequeno, pois para o fornecimento da matéria-prima o aço (folha de flandres) o único fornecedor no Brasil é a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a mesma apresenta políticas de lote mínimo de venda e condição de pagamento fixas; dificultando a negociação e compra da matéria-prima para uma empresa que está iniciando, o cliente também fica exposto aum possível aumento estridente do valor aço; devido a este fator tornou-se necessário um planejamento para obter o menor custo nos demais itens que compõe o custo de produção. Em relação à ameaça de produtos substitutos, o plástico é o mais forte substituto do mercado, representa a maior participação no valor bruto da produção física de embalagens que em 2013 atingiu R$ 52,4 bilhões, o plástico correspondente a 37,47% do total, seguido pelo setor de embalagens celulósicas com 35,05% (somados os setores de papelão ondulado com 19,40%, cartolina e papel cartão com 9,90% e papel com 5,75%), metálicas com 16,03%, vidro com 4,86% e madeira com 2,56% (ABEAÇO, 2014). Para neutralizar a força dos produtos substitutos e potencializar a embalagem metálica, definimos ações especificas no plano de marketing.A ultima força definida como significativa em relação ao nosso negócio é o poder de barganha de compradores/clientes, temos três concorrentes diretos no estado de São Paulo, cujo apenas uma empresa, está voltada somente para a produção de embalagens decorativas, o produto ofertado é sustentável e geralmente necessário para melhor acondicionamento, conservação e atratividade dos produtos que serão envazados; por este motivo o poder de barganha dos clientes é baixo. Para conhecermos a demanda efetuamos uma coleta de dados, delimitada ao publico alvo definido (fabricantes de alimentos, eletrodomésticos portáteis e 201 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 produtos promocionais, instalados no estado de SP). Com base nesta coleta apuramos a demanda a seguir. Demanda- Enfoque Embalagens Metálicas 2015 2016 2017 Segmentos 2018 2019 1 Alimentício R$ 1.267.200,00 R$ 1.728.000,00 R$ 2.534.400,00 R$ 3.801.600,00 R$ 5.068.800,00 2 Eletrodomésticos R$ 528.000,00 R$ 720.000,00 3 Promocionais R$ 844.800,00 R$ 1.152.000,00 R$ 1.689.600,00 R$ 2.534.400,00 R$ 3.379.200,00 TOTAL R$ 2.640.000,00 R$ 3.600.000,00 R$ 5.280.000,00 R$ 7.920.000,00 % Em relação à demanda do estado de 0,61% SP 0,82% R$ 1.056.000,00 R$ 1.584.000,00 R$ 2.112.000,00 1,48% 2,00% R$ 10.560.000,00 2,63% Para o progresso e aprofundamento do mercado estudado, efetuamos a aplicação da análise de Swot, segundo GIOIA (2006) a identificação de forças e fraquezas do negócio e de oportunidades e ameaças do ambiente externo constituem um processo de construção das bases para uma análise conjugada desses quatro fatores, possibilitando um cruzamento de condições que apoia a identificação de estratégias, limitando assim a definição dos objetivos. Com base nesta definição e após análise das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades; estabelecemos uma estratégia para neutralização das fraquezas e ameaças,potencializando as forças e oportunidades. Com base nos estudos descritos e demais pesquisas, elaboramos o planejamentoestratégico e demais diretrizes para a empresa. De acordo com Salim (2005) o planejamento estratégico consiste no entendimento e analise de cenários futuros para uma empresa, majorando os caminhos e objetivos, com a definição das ações que permitam alcançar objetivos e metas para o empreendimento. O planejamento estratégico contemplou as ações, objetivos e metas a curto e longo prazo, definindo as responsabilidades das principais áreasque deverão concentrar esforços para a concretização e conquista do objeto planejado. Com base nos estudos e no planejamento a estratégia competitiva adotada foia de liderança em custo, ou seja, ofertar produtos a um preço menor, mantendo a qualidade e requinte das embalagens. Segundo Porter (1989) com preços equivalentes ou mais baixos do que seus rivais, a posição de baixo custo de um líder no custo traduz-se em retornos mais altos. Somado a estratégia citada iremos focar nos clientes de pequeno e médio porte, existem alguns fabricantes de latas decorativas que não conseguem satisfazer as necessidades deste nicho de mercado por adotarem uma política de quantidade mínima de lote de produção elevado se comparada à quantidade que os clientes necessitam e 202 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 desejam comprar. A proposta do projeto é de conseguir o maior lucro possível utilizando o menor custo desde que não haja o comprometimento da missão, visão e valores da organização. Isso fará com que nossa empresa se destaque mediante aos concorrentes e se consolide no mercado. Para o andamento adequado de uma empresa há necessidade do estudo e definição das praticas a serem adotadas para captação, manutenção e utilização dos recursos necessários para o seu funcionamento.Na área operacional foram coletadas informações sobre a utilização do maquinário necessário, para o processo de produção na as linhas de montagem de embalagens, de acordo com os requisitos da ABNT e prática do mercado, observamos as tecnologias disponíveis buscando implementarmos na empresa as propostas viáveis nos quesitos técnicos e financeiros. Dando continuidade a está área analisamos a questão da seleção de fornecedores que é de suma importância para o resultado final do produto, os fornecedores devem suprir as necessidades inerentes ao negócio, atendendo as solicitações nos prazos estabelecidos e com qualidade. Realizou-se também o estudo dos estoques e das operações logísticas, na qual definimos a política de distribuição que será por meio de canal direto, a Enfoque Embalagens não se responsabiliza pela entrega do produto, esta condição se dá, devido à precificação baixa como estratégia de venda, pois, havendo acréscimo de frete embutido, perderíamos o diferencial de preço baixo, tendo em vista que esta pratica é adotada por empresas do ramo. Os recursos financeiros são de suma importância para a introdução e desenvolvimento de uma empresa, com base no levantamento da necessidade de investimentos, despesas e custos das áreas existentes na empresa, chegou-se a um montante de investimento total; que deveria ser integralizado por meio do capital social das sócias; haja vista que inicialmente optou-se por não captar recursos de terceiro sem longo prazo. Com base nas premissas: previsão de volume de vendas, preço unitário, estoque final (período), custo unitário, condições de pagamento e recebimento, DRE, ponto de equilíbrio, fluxo de caixa, projeção do capital do giro liquido epay-back; foram realizados o planejamento, controle e projeções financeiras; concluímos que o projeto é viável. Conclusão A partir dos dados e informações abordados no artigo, pôde-se observar que com a conclusão do plano de negócio, foi adquirido o conhecimento pretendido 203 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 no objetivo inicial, não somente sobre o estudo do setor de embalagens no Brasil, mas também em relação à metodologia utilizada, as pesquisas de mercado nos trouxeram uma visão mais abrangente sobre a forma de compreender as informações para empreender. Em especial o estudo e elaboração da área financeira que conglomerou as técnicas de orçamento de capital com uso de ferramentas como pay-back, valor presente líquido (VPL) e taxa de retorno interno (TIR), que interligadas foram fundamentais para analisar a viabilidade do negócio, dentro do prazo estabelecido cinco anos. As técnicas de orçamento de capital com uso de ferramentas como pay-back, valor presente líquido (VPL) e taxa de retorno interno (TIR), que interligadas foram fundamentais para analisar a viabilidade do negócio, dentro do prazo estabelecido, cinco anos. Na técnica pay-back apuramos o prazo máximo para recuperação do investimento, aproximadamente 4 (quatro) anos, um período aceitável haja vista que o plano contempla cinco anos. Em relação ao VPL obtemos o valor de R$ 1.022.933,27 considerado significativo e positivo; que reforça a viabilidade do plano. Após estudos sobre a necessidade de embalar com sofisticação, de forma a agregar valor ao produto, foi percebido que o ramo de embalagens no estado de São Paulo, apresenta um grande potencial para se empreender, devido ao tamanho que o mercado proporciona e a oportunidade de explora-lo, a fim de aumentar o Market-share da empresa. Portanto, além de identificar a demanda e particularidades do segmento selecionado, conquistamos um grande aprendizado em várias áreas do conhecimento como, marketing, produção, logística, finanças, recursos humanos e sistemas de informação, durante o desenvolvimento do plano de negócio. Referências GITMAN, L. J, Princípios de administração financeira. 12º Ed, São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2010. DORNELAS, José Carlos Assis, Empreendedorismo: transformando ideias em negocios.3.ed.Rio de Janeiro: Elsevier,2008. GIOIA, Ricardo Marcelo. Marketing Aplicado: O Planejamento de Marketing. (Coleção de Marketing; V.3): São Paulo; Saraiva, 2006. 204 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 KOTLER, P.; KELLER, K. L.Administração de marketing.12.ed.São Paulo: Prentice Hall,2006. PORTER, Michael.Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior.15.ed.Rio de Janeiro: Campus,1989. SALIM, Cesar Simões et al.Construindo Planos de negócio.3.ed.Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. LAKATOS, Eva Maria.Fundamentos de metodologia científica.3.ed.São Paulo: Atlas,1991. 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A abordagem metodológica foi uma pesquisa de campo, onde foi entrevistados 30 alunas do sexo feminino, do Ensino Médio com média de 14 e 16 anos de idade, através de um questionário contendo nove perguntas, sendo composta por oito perguntas fechadas e uma questão aberta. Através, dos resultados dessa pesquisa foi identificado que por uma grande parte das entrevistadas, que elas não gostam de jogar o futsal nas aulas de Educação Física, e por meio dos resultados obtidos conclui que não foi verificado nenhum tipo de preconceito, mais sim uma barreira imposta por elas mesmas na hora de jogar o futsal. Palavra Chave: Futsal, Escola e Meninas. INTRODUÇÃO: Por meio de vivências no futebol tenho observado que as mulheres estão a cada dia ganhando mais espaço no mundo esportivo, tanto profissional como amador e um dos responsáveis por isso é a escola que proporciona a alguns alunos e alunas uma vivência e descoberta de novos esportes e em algumas vezes esportes conhecidos e praticado por muitos como o Futsal, que será o tema abordado nesse trabalho, muitas garotas se apaixonam de vez pelo Futsal já outras não. Muitas vezes pelo medo de sofrerem algum tipo de preconceito por parte dos demais que estão no meio que elas vivem. Segundo Welzer-lang, (2001), é fato as mulheres serem menos valorizadas do que os homens no futsal, e a sociedade achar isso normal, enfatizando a dúvida da real sexualidade das meninas praticantes do futsal, dizendo que a mulher é frágil, delicada, sensível e passiva, mesmo cem saber isso já se torna um ato homo fóbico com as mulheres, e assim desvalorizando a categoria feminina. 206 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A participação feminina no esporte seja ela fazendo atividades moderadas como lazer, dança ou até mesmo nas escolas, gera um conflito entre os gêneros e a cultura também não apóia essa idéia, pelo motivo das meninas não terem o mesmo apoio e espaço comparado aos homens nos dias de hoje. Para Damo (2007), que realizou uma pesquisa que constata que meninos quando estão associados no mesmo ambiente que meninas, desenvolvem um certo tipo de receio na hora da prática de esportes, por isso é difícil fazer aulas com turmas mistas nas escolas, isso pode ser considerada uma barreira grande e um começo de masculinizarão que já vem da escola sem que os Professores percebem. No entanto essa barreira está ai para ser quebrada através de uma igualdade que tem que ser construída a cada dia não só pelos professores, mas também em conjunto com a sociedade e deixar de lado a cultura masculina e machista e incluir de vez os direitos de ambos os sexos quando comparados entre si. Galvão (2002), afirma que cabe aos professores de Educação Física ter um perfil e buscar a valorização do ser humano, e ter como objetivo global descobrir o corpo, em seu desenvolvimento global. Na atualidade é possível encontrar, observar e ouvir alguns comentários, ou um olhar diferente e sexista dos próprios alunos ou até da própria cultura que vêem as garotas praticantes e amantes do futsal seja ele como um hobby ou uma escolha para a vida inteira como lésbicas ou até como homens pelo estilo de jogar ou até de se vestirem. Mas muitas estão praticando essa modalidade em busca de um estilo de vida mais saudável e em alguns casos pelo prazer e diversidade de benefícios que o futsal ou futebol proporciona a vida de seus praticantes e assim descobrir os limites e movimentos corporais através do futebol. Darido, Souza Júnior (2010), sugerem aos professores de Educação Física analisar, interpretar, problematizar, relacionar, as amplas manifestações do corpo com seus alunos, para que eles possam interpretar e entender as manifestações dos movimentos usados durante as aulas. Para que haja um momento de reflexão e possa analisar as modalidades como futebol, vôlei, basquete, handebol, não pelo sexo ou gênero das pessoas que os praticam mais sim pelos movimentos exigidos e objetivos a serem alcançados durante as aulas e temas abordados. Segundo Oliveira (2008), o apoio familiar é importante no desenvolvimento de qualquer prática esportiva, principalmente quando a sociedade enxerga as mulheres de um modo diferente dependendo da modalidade, o papel da família se torna de apoio ou barreira, sendo que é difícil permanecer praticando o futsal sendo que dentro de casa o pensamento de preconceito é existente. 207 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para acabar de vez com esse problema cabe aos professores de Educação Física acabar de definitivamente com isso, fazendo uma reflexão como os alunos sobre esportes e jogos que integram meninos e meninas no mesmo ambiente ou equipe, jogos cooperativos, coibir no ato, conversa e práticas, atividades lúdicas que envolvam meninos e meninas para que eles se respeitem e se vejam em igualdade. Segundo o estudo de Silva; Machinski (2010), o futsal feminino é umas das práticas esportivas que mais cresce no mundo, hoje já é possível ver em escolas, praças, clubes ou até mesmo nas ruas meninas jogando futsal ou futebol no meio de garotas Os mesmos autores afirmam que em quanto os homens buscam status, popularidade e dinheiro através do futsal, as mulheres buscam aceitação na sociedade. As mulheres passam por barreiras todos os dias quando vão para os seus treinos de futsal ou futebol, pelo simples motivo de praticarem uma modalidade dita por muitos como única e exclusivamente do sexo masculino, ou seja, uma mulher é proibida de participar de um esporte onde o contato físico é quase inevitável, isso acaba deixando de lado os benefícios do que o esporte proporciona para seus praticantes pelo simples motivo da sociedade ser muito preconceituosa com as jogadoras. Muitas pessoas ainda olham o Futebol/Futsal como um esporte masculino, onde o contato físico muitas vezes é inevitável e isso faz com que se estabeleça uma barreira muito grande quando garotas queiram praticá-lo, cabe a cada um de nós mostrarmos que o Futebol/Futsal é um esporte democrático que não delimita raças, sexo e tamanho para ser praticado, dessa maneira o Futebol/Futsal pode ser praticado em qualquer lugar e horário por todos e não único e exclusivo por homens (meninos). Uma maneira de diminuir essa barreira enfrentada pelas meninas que praticam o futsal nas escolas é mostrar tanto para os alunos como para os pais que o futsal é uma modalidade inclusiva de ambos os sexos e transformar as aulas de futsal em uma aula democrática aonde venha ser trabalhado turmas mistas e promover palestras, trabalhos para que o preconceito e a não aceitação das meninas no futsal venha ser banida como dentro e fora da escola. Dessa forma Esse trabalho de pesquisa tem com objetivo verificar se as meninas já sofreram ou ainda sofrem algum tipo de preconceito na escola ou em seu próprio âmbito familiar, pelo motivo delas praticarem o Futsal/Futebol. MÉTODO Será realizada uma pesquisa de campo para verificar se o teste proposto indicara resultados importantes para as analises dos dados. Pesquisa de campo tem como significado ou objetivo obter dados relevantes que serão 208 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 computados e isso ocorre por meio técnicos no qual são utilizados um tipo de instrumento onde a pessoa que será o avaliador tem contato direto com o avaliando, seja por formulários, observações, questionários, entrevistas, etc., para obtenção dos dados pra a pesquisa.(LAKATOS e MARCONI, 2009). Sujeito: Serão entrevistadas 30 alunas do sexo feminino, do Ensino Médio com média de 14 a 16 anos de idade, das escolas públicas do Estado de São Paulo na região do Alto Tietê na cidade de Mogi das Cruzes. Instrumentos: Será utilizado um questionário contendo nove perguntas, sendo composta por sete questões fechadas com base em Darido e Junior (2002), acrescido de uma questão aberta e uma questão fechada. Procedimentos: Será entregue um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido após o contato com a unidade escolar, depois de receber os termos será entregue o questionário. Plano de análise de dados: Após a coleta dos dados, o mesmo serão tabulados e analisados e apresentados em forma de gráfico, tabelas e análise. RESULTADOS E DISCUSSÕES Gráfico 1 : Turmas mistas ou separadas nas aulas e como são compostas no futebol 80% 60% mistas 40% 20% separadas 0% Masculinas/Fem ininas Em relação ao gráfico 1 percebemos que 70% meninas dizem que as turmas nas aulas de educação física são mistas, e 30% delas dizem que as turmas são separadas. E quando se fala sobre as equipes no futsal , 30% dizem que as equipes são formadas somente por elas, e 70% afirmam que as equipes são mistas. Segundo Teixeira (2007), cabe aos profissionais de educação física, seja ele treinador ou professor, evitar um modo de selecionar os alunos, ou seja despertar o desenvolvimento integral dos alunos trabalhando as turmas sem 209 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 divisão de gênero, para uma formação igual para cada individuo,para que a aula ou a modalidade se torne um lazer. Por isso é essencial a inclusão de todos os alunos durante as aulas de educação física independente do sexo, modalidade esportiva ou gênero. Gráfico 2: Experiência nas aulas de Educação Física e se as meninas costumam jogar futebol na escola. 90% 80% Experiência com futebol 70% 60% Experência com futebol 50% 40% Meninas costumam jogar futebol 30% 20% Meninas costumam jogar futebol2 10% 0% sim não sim não Segundo o gráfico acima 85% das entrevistadas responderam que já tiveram experiência com futsal em suas aulas, no entanto 15% disseram que não tiveram a vivencia com o futsal em suas aulas de educação física. E em relação ao costume de jogar o futsal 70% das alunas disseram que costumam jogar futsal, 30% delas responderam que não costumam jogar em suas aulas. Dacosta (2005), relata que o lazer ou a prática de qualquer esporte é direito do ser humano, independente do sexo, e assim como vimos no gráfico acima o número de entrevistadas que costumam jogar e tiveram experiência como futsal teve um numero maior de respostas, e relata também a diversidade de cultura do nosso país onde cada região tem um olhar diferente da mulher que joga o futsal. Por isso muitas vezes as meninas (alunas) entrevistadas, tiveram algum receio ou ainda tem, na hora da prática do futsal. 210 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Gráfico 3 : Ocupação da Quadra fora do horário de educação física 60% 50% 40% Meninos 30% Meninas 20% Igual 10% Não Usam Igual Não Usam Meninas Meninos 0% Quando perguntado sobre a ocupação da quadra fora do horário de aula, 24% delas disseram que a quadra é ocupada pelos meninos, nenhuma delas disseram que a quadra não é ocupada por meninas, já 21% delas disseram que a quadra é usada por ambos os sexos, e 55% disseram que a quadra não é utilizada fora do horário de aula. Segundo Mendes (2004), relata que é por causa de uma cultura,onde o indivíduo nasce, com um estilo de comportamento estabelecido pela sociedade, independente se ela é uma mulher esportista praticante do futebol, á uma certa limitação dentro e fora da escola por conta desse paradigma que se cria desde o inicio da vida da aluna(mulher), com barreiras impostas para tal prática de um esporte que até hoje é visto como exclusivamente masculino. Por esse motivo que quando foi comparado o publico que quando tem a oportunidade de usar a quadra nas horas livres,os e meninos tem a maior porcentagem comparado com as meninas, ou seja elas por algum motivo preferem ficar sem praticar o futebol ou usar a quadra. Gráfico 4 : O Futebol deve fazer parte do programa de suas aulas de Educação Física e qual o esporte preferido 211 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Conforme as respostas das alunas entrevistadas 98% delas disseram que o futsal deve , fazer parte do programa de suas aulas de educação física, já 2% disseram que o futsal não deve fazer parte do programa de atividades propostas nas aulas. Quando perguntado sobre o esporte preferido de cada aluna 50% delas responderam que o Vôlei é seu esporte preferido, 10% responderam o Futsal, 38% Handebol, e 2% optaram pelo basquete como seu esporte referido Para Lima (2007), a real importância das aulas de educação física, é proporcionar o bem estar do ser humano, e trabalhar com a melhor forma de utilizar o organismo, e o utilizar a energia necessária. Conforme a atividade proposta, sendo ela toda e qualquer modalidade, por isso a importância do futebol como um instrumento a ser trabalhado, na escola. E percebemos nas alunas o desejo e prazer de participarem de qualquer modalidade, sendo ela a preferida ou a que elas menos se identificam, promovendo o bem estar e uma saúde boa, por conta da atividade física executadas por elas. Gráfico 5: Participação nos jogos de Futsal 212 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 60% 50% 40% 30% Sempre 20% Quase sempre 10% Quase nunca 0% Nunca Segundo as alunas quando perguntadas sobre a sua participação nas aluas de Educação Física nenhuma delas responderam que participam sempre da aula, 15% delas quase sempre, 55% quase nunca e 30% disseram que nunca participam das aulas quando o esporte proposto é o futsal. Já Goellner (2005), relata que há um certo temor, por parte das mulheres, na hora de praticarem o futsal ou qualquer modalidade onde se é exclusivamente masculina, pelo receio de como será o olhar da sociedade, e até do meio escolar pelo restante da sala de aula, e isso pode ser um dos motivos pela certo medo, e no entanto a maioria das entrevistadas responderam, que quase nunca participam das aulas de futsal. Por isso nos dias atuais, ainda em alguns lugares a cultura de gênero, ainda é grande e por isso o real motivo, de nós os professores em conjunto com a sociedade diminuir esse ponto de vista e estabelecer a igualdade de gêneros, no meio que nos cerca. Gráfico 6: Exposição das escolhas 213 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 90% 80% 70% 60% Não gostam 50% 40% 30% Os meninos não deixam elas jogar 20% 10% 0% Quando perguntado sobre o real motivo de cada resposta 80% delas disseram que não gostam do futsal, e 20% das alunas afirmaram que, quando é a hora de jogar futsal na escola os me meninos não deixam elas participarem Para Galvão (2002), depende da formação do profissional, para que ele saiba o modo correto de trabalhar, e assim encontrar estratégias ou métodos como uma abordagem tradicional para envolver as alunos (a), em suas aulas e fazendo com que todos gostem e tenham prazer de fazer a atividade proposta. Como podemos perceber o resultado do gráfico acima, cabe a nós os professores mudarmos esse pensamento de que futsal é exclusivamente para os homens, e assim acabar com o preconceito por partes dos meninos, e despertar o interesse das meninas de jogarem o futsal com mais freqüência. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desse trabalho através da pesquisa foi verificar se as meninas já sofreram ou ainda sofrem algum tipo de preconceito na escola ou em seu próprio âmbito familiar, pelo motivo delas praticarem o futsal/futebol, e não foi possível verificar nenhum tipo de preconceito. Mais sim uma certa rejeição das alunas com o futsal, por alguns motivos como a falta de vontade, motivação, e acima de tudo o número de alunas que queiram jogar o futsal nas escolas quando elas têm a oportunidade, esse número é muito pequeno,e isso faz com que seja impossível jogar o futsal. E quando se tem um número de alunas que possa executar a modalidade, os meninos em muitos casos se negam a jogar com elas, não por conta do preconceito, mais sim para que o professor acabe convencendo as meninas para que elas deixem a quadra e o local seja dominado somente pelos alunos (meninos). 214 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Conclui-se que cabe aos profissionais de educação física estimular, incentivar e despertar o interesse e o desejo nas alunas de praticarem o futsal com mais freqüência durante as aulas, e mostrar que o esporte como modo geral, todos esportes não exclusivamente o futsal, é um direito de todos e somente depende da vontade de praticá-lo REFÊRENCIAS DACOSTA, Lamartine Pereira. Atlas do Esporte no Brasil: Atlas do esporte, educação física, atividades físicas de saúde e lazer no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2005. DAMO, A. S. A rua e o futebol. In: STIGGER, M. 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O Segmento, que acompanha a evolução digital do modelo de comércio atual e-commerce, está em destaque no cenário econômico atual, e já conquistou a credibilidade da maior parte da população, hoje já é fator determinante na obtenção vantagem competitiva e representa qualidade na prestação de serviços de entregas e cargas fracionadas. Palavras-chaves:Empreendedorismo, Plano de negócios, Cargas Fracionadas INTRODUÇÃO _____________________ ¹Diogo Gomes da Cruz, Graduando do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida Suzano (UNISUZ) E-MAIL: [email protected] ² Paulo Sergio Batista dos Santos, Graduando do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida Suzano (UNISUZ) E-MAIL: [email protected] ³Thatiane Correa, Graduando do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida Suzano (UNISUZ) 217 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 E-MAIL: [email protected] O objetivo proposto no plano de negócio é de auferir a viabilidade financeira da instalação de uma franquia da empresa GOLLOG na cidade de Suzano, para traçar e delimitar custos de investimento, e para cativar o mercado de coletas de cargas fracionadas da Franqueada GOLLOG. O planejamento é uma ferramenta administrativa que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliar todo o processo ao que o planejamento se destina. Trata-se de um processo de deliberação abstrato e explicito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Essa deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos pré-definidos. (CHIAVENATO, 2004, p. 101) Realizou-se o plano, de acordo com os conceitos das melhores práticas aplicadas na administração moderna fundamentadas e estudadas pelos grandes administradores e mestres compreendidos no curso de administração da Faculdade Unida Suzano, objetivando acompanhar o segmento em ascensão de e-commerce atuando como parceiro em cargas fracionadas, o plano estuda a cidade de Suzano por possuir um grande parque industrial e empresas de grande projeção de crescimento, que hoje necessitam de serviços qualificados de entrega, para garantir a fidelização de seus clientes, em um cenário de grande concorrência o diferencial é com certeza a credibilidade e a qualidade dos serviços prestados ao cliente. Para Kirzner (1973) apud Dornelas (2008, p. 22) O empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente. O mercado de Franquias é a opção escolhida para inserção do plano por oferecer vantagens como por exemplo a credibilidade da marca, ferramentas 218 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 de apoio para administração e para adequação de recursos humanos como sistemas, servidores e profissionais de TI especializados, além da grande redução de custos, uma vantagem competitiva quetorna o empreendimento atrativo e singular. METODOLOGIA Para Lakatos e Marconi (1991, p. 188) “Pesquisas de campo é aquela utilizada com objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para qual se procura uma resposta”. A metodologia utilizada para a consecução do provisionamento de demanda foi realizada a partir das pesquisas realizadas em campo (exploratória), em visita a GOLLOG no aeroporto internacional de Guarulhos, em entrevistas realizadas com colaboradores da empresa de maneira informal. Lakatos e Marconi (1991, p. 174) diz que “toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas”. Foram analisados cenários econômicos, mercado e economia de acordo com as pesquisas veiculadas na mídia, entre os canais destacam-se jornais, revistas e sites. Também foram observados especialistas em micro empreendimentos e levamos em conta pesquisas disponíveis pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), porém o material fornecido para o projeto pelo franqueador nos traz informações sobre a empresa em si, e seu fluxo estimado, que foi o balizador de todo o projeto. Os autores (1991) descreve que a pesquisa bibliográfica engloba toda a bibliografia que já foi publicada para o tema de estudo, no qual foi utilizado livros de autores que ofereceram meios para conclusões inovadoras. DESENVOLVIMENTO 219 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O setor de franquias cresceu 11,9% e faturou R$115 bilhões em 2013, segundo ABF (Associação Brasileira de Franchising). O Franchising ultrapassou a marca de um milhão de empregos diretos e formais, inaugurou quase 10 mil novos pontos de venda. A Associação Brasileira de Franchising anunciou os números consolidados sobre o desempenho das redes de franquia que atuam no País, referentes ao ano de 2013. Anualmente, a entidade pesquisa o setor com o intuito de subsidiar os empresários em suas decisões de negócio. Os dados divulgados pela ABF balizam o setor e são utilizados pelo mercado, instituições financeiras, governo e entidades internacionais. Para levantar e prover os dados oficiais do franchising, a ABF conta com uma empresa especializada e isenta, responsável pelo levantamento dos dados e análise técnicas dos mesmos. O faturamento total do setor atingiu R$ 115 bilhões no ano de 2013, o que representa um crescimento de 11,9% em relação ao ano de 2012. Mais uma vez, o franchising brasileiro obtém um desempenho positivo, diversas vezes superior ao PIB nacional, que neste período cresceu 2,3%, segundo os dados divulgados recentemente pelo IBGE. A fim de auxiliar a compreensão de forma breve e objetiva carga fracionada, é denominada ao tipo que ocupa apenas uma parte ou fração do espaço disponível no meio de transporte.A carga fracionada tem o objetivo de reunir, muitas vezes, produtos de localidades diferentes e produtos diversos, tendo cada destino final seu prazo de entrega. De acordo com projeções da Infraero, a demanda pelo transporte aéreo de cargas deve crescer quase 3 vezes até 2017, alcançando 3,4 milhões de toneladas e para dar apoio ao crescimento, o plano de investimento da infraero para os próximos anos prevê R$ 300 milhões em recursos até 2015 na melhoria das condições de logística de cargas aérea. Segundo a Infraero, Nos últimos 5 anos, demonstram crescimento médio em torno de 9,7% na movimentação de carga aérea e os investimentos previstos dão 220 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 conta da demanda estimada à movimentação aérea de cargas, advindas a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016 no Brasil. Setor econômico aquecido por vendas de produtos pela internet, o mercado virtual tem ganhado cada vez mais credibilidade e confiança dos consumidores brasileiros, e com as alterações que veem sendo realizado nas legislações em favor do consumidor, este mercado tende a se consolidar. Para a conclusão das vendas as empresas necessitam de transportes ágeis, confiáveis e pontuais para concluir as vendas de seus produtos, uma vez que estará diretamente vinculado a imagem de sua empresa levando a credibilidade do negócio diretamente a prova perante os seus clientes. Segundo pesquisa do IBOPE, já são 70,9 milhões de brasileiros com acesso à Internet no país, mostrando grande evolução e crescimento das classes C e D. Em 2012 o faturamento de vendas de e-commerce nacional foi de R$ 24 milhões. Através do estudo de Porter, concluiu-se as 5 principais análises quedevem ser consideradaspara o estudo de viabilidade financeira de um empreendimento, estas denominadas por Porter como:as 5 forças de Porter; são elas: Ameaças de novos entrantes, Poder de barganha de fornecedores, Poder de negociação dos compradores, Ameaças de produtos/serviços substitutos, Rivalidade entre os concorrentes. Para análise da ameaça de novos entrantes, destaca-se as empresas já existentes com nome no mercado, tornando-se um mercado restrito, dificultando para estas novas empresas, pois o serviço de entregas rápidas estão muitas vezes vinculadas as empresas de grande porte e conhecida no mercado, uma vez que a credibilidade e confiança é o ponto mais analisado na escolha para se firmar essa parceria, tornando-se assim também uma barreira para a entrada de novos concorrentes. De acordo com Porter (2004, p.26) “Os compradores competem com a indústria forçando os preços para baixo, barganhando por melhor qualidade ou mais serviços e jogando os concorrentes uns contra os outros.” Conforme o aumento do cenário, a procura pelo tipo de serviço é grande, e a procura pelos serviços necessitam de urgência em suas entregas, assim facilitando a força de negociação de uma empresa consolidada, com a confiabilidade e pontualidade da GOLLOG. 221 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Segundo Porter (2004, p.28), “Os fornecedores podem exercer poder de negociação sobre os participantes de uma indústria ameaçando e elevar os preços ou reduzir a qualidade dos bens e serviços fornecidos”.No plano de negócios de franchising o franqueado GOLLOG possui a assistência do franqueador que viabiliza negociações mais rentáveis em adquirir suprimentos com fornecedores a preços mais atrativos do que os praticados no mercado comum. Porter (2004, p. 18) “Afirma que a rivalidade ocorre porque um ou mais concorrentes sentem-se pressionados ou percebem a oportunidade de melhorar sua posição”.No setor que a empresa irá atuar, o transporte de encomendas expressas, visamos a agilidade, prazo, sendo seu principal transporte aéreo, neste sentido, as empresas de transportes rodoviário podem substituir este serviço, porém com restrições de entrega devido a distância e tempo. Visando atuar em um mercado crescente, a Franquia GOLLOG utilizará a estratégia enfoque na diferenciação, por se tratar de um serviço específico de encomendas expressas, com a proposta de satisfazer cada cliente suprindo suas necessidades, focamos em ser líder em qualidade nas prestações de serviço de transporte de cargas expressa. Para obter um bom desempenho de marketing dentro da organização, é necessária uma boa administração, no qual faça o consumidor um elo importante dessa corrente. Para Crocco (2010, p.6), “Por tanto marketing pode ser entendido como o processo de dinamização e intensificação das trocas entre pessoas e organizações, com o objetivo de alcançar a satisfação recíproca de consumidor e produtor”. Por se tratar de uma rede de franquias de transporte de encomendas expressas, as estratégias de preços e divulgação da marca da empresa são 222 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 realizadas pelo franqueador. Dentro do projeto o objetivo é alcançar a fidelidade de clientes e cativar novos com a qualidade da prestação de serviço, desta forma o projeto já possui base sólida de marketing sem custos adicionais ao franqueado. A franquia, por estar consolidada já possui a credibilidade da marca atribuída, o que garante um retorno satisfatório e por si só já possui um crescimento flutuante em maior proporção que os empreendimentos individuais. De acordo com Gitman (2002, p. 327) “Os períodos de payback são geralmente usados como critério para a avaliação de investimentos propostos.” Podendo classificar que o período de payback é um tempo exato para que a organização consiga obter a recuperação ou retorno do seu capital investido por meio das entradas e saídas de caixas. Se tratando do VPL (Valor presente líquido), Gitman afirma (2002, p. 329) “que é explicitamente o valor do dinheiro no tempo, o valor presente líquido é considerado uma técnica sofisticada de análise de orçamentos de capital”. Com base em estudos financeiro realizados, foi constatado que quando o VPL atinge um valor acima de zero é considerado um projeto viável. Segundo Gitman (2002, p. 330) “A taxa interna de retorno, apesar de ser consideravelmente mais difícil de calcular a mão do que o VPL, é possivelmente a técnica sofisticada mais usada para a avaliação de alterativas de investimentos”. Por meio de pesquisas foi alcançado na planilha financeira do plano de negócios Franquia GOLLOG, uma TIR 41,1%, no qual se deparando com a TMA estipulada que é de 20%, conseguindo arcar com seus custos e também o retorno esperado. CONCLUSÃO Por meio de pesquisas realizadas neste artigo, foi adquirido o embasamento esperado para conclusão do objetivo inicial, mostrando o poder econômico do 223 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 setor de franquias no Brasil, que veem crescendo a cada ano. O estudo realizado trouxe uma visão mais abrangente na compreensão de empreendedorismo. O estudo realizado no setor de transporte de cargas expressas, apresenta um grande potencial, devido ao crescimento do setor logístico e poder aquisitivo de Suzano e região.Por tanto, após pesquisas realizadas para consecução do plano de negócio, foram adquiridos conhecimentos em todas as áreas relacionadas ao curso, que foram importantes para a realização do plano de negócio GOLLOG. Através da metodologia, o estudo de pesquisa de campo trouxe a visão mais abrangente do plano de negócio Franquia GOLLOG, informações sobre a empresa em si, seu fluxo estimado e mercado de atuação. REFERÊNCIAS Brasil tem condição de crescer 3,5%, nos próximos 10 anos, disponível em: <http://www.fiesp.com.br/noticias/brasil-tem-condicao-de-crescer-35-em- media-nos-proximos-10-anos-avalia-economista-chefe-do-bradesco/>. Acessado em 23 de Novembro de 2013. E-comerce no Brasil deve crescer 35% em 2013, disponível em: <http://www.e-smart.com.br/blog/ecommerce-no-brasil-deve-crescer-35-em2013/>. Acesso em 28de Dezembro de 2013. Expofranchising, disponível em:<http://www.expofranchising.com.br/canal/?franchising-no-brasil/5371/osetor-de-franchising>.Acesso 25 de Setembro de 2014. Gestão integrada de redes de franquia, disponível em: <http://www.aedb.br/seget/artigos08/278_Gestao_Integrada_de_Redes_de_Fra nquias_-_Artigo_Submetido_SEGeT.pdf>. Acesso em 04 Abril de 2014. 224 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Logística deve alcançar 22% do PIB em 2018, disponível em:<http://brasileconomico.ig.com.br/noticias/logistica-deve-alcancar-22-do-pibem-2018-no-brasil_136671.html>. Acesso em 2 de Março de 2014. Transporte aéreo, disponível em:<http://dglogtransportes.com.br/blog/?p=21>. Acesso em 28 de Fevereiro de 2014. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursoshumanos nas organizações. Rio de Janeiro:ed. Elsevier, 2004. CROCCO, Luciano; GIOIA, Ricardo M; TELLES, Renato; ROCHA, Thelma, STREHLAU, Vivian I. Fundamentos de marketing conceitosbásicos Vol. 1. São Paulo: ed. Saraiva, 2010. DORNELAS, Jose C. A. Empreendedorismo: Transformando ideias emnegócios. Rio de Janeiro: ed. Elsevier, 2008. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. São Paulo: ed. Harbra, 2002. LAKATOS, Eva M; MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: ed. Atlas, 1991. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: Técnicas para análise de industrias e daconcorrência. 2 Ed. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2004. 225 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 DANÇA EDUCATIVA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. GABRIELA CARRARA ROCHA – [email protected] MARILENE FERREIRA DE LIMA OLIVEIRA - [email protected] FACULDADE UNIDA DE SUZANO RESUMO A ideia para este estudo é de analisar se a dança educativa contribui para o desenvolvimento da coordenação motora geral e no espaço temporal da criança incluída nas aulas de educação física. Para isso foi realizado dois testes o primeiro do caminhar e o segundo do pé manco, feito com crianças de 6 á 7 anos, onde dez alunos tem aula de dança como conteúdo escolar e os outros dez não tem aulas de dança para analisar e diferenciar a coordenação motora geral e o espaço temporal dos alunos. Os resultados foram notórios quanto as diferenças de coordenação motora dos alunos que tem aulas de dança e os que não tem, em base os alunos conseguiram alcançar o objetivo da pesquisa porem percebemos que as aulas de dança deveriam ser praticadas por mais vezes, pois em relação aos alunos notamos que pode-se trabalhar mais as habilidades motoras. Palavras- chaves: dança educativa; desenvolvimento infantil; conteúdo escolar. Podemos adaptar a dança ao meio educativo para contribuição do desenvolvimento motor da criança. O professor que tem a dança como conteúdo pode influenciar a criança a imitações de gestos, fazendo com que o mesmo tenha o primeiro contato com os movimentos rítmicos e com seu próprio corpo. Para Godoy e Antunes (2010) quando compreendemos a necessidade da dança no âmbito educacional e na sua formação de sujeito critico, cultural e ético, percebemos o quanto é importante que a dança seja conteúdo indispensável nas aulas de educação física na pré escola, podendo-se trabalhar a ética e os valores humanos da sociedade, deixando com que o aluno tenha espaço para colocar em pratica sua imaginação, respeitando o espaço do outro e mantendo-se mais próximo da sociedade. Pode ser um conteúdo de aprendizagem do próprio corpo e do ambiente em que vivemos, o trabalho com o corpo possibilita o conhecimento de si e do outro, como conhecer os limites e a expansão do ser humano. Sendo o movimento uma forma de expressão e comunicação do aluno, faz-se necessário desenvolver o pensar em termos de movimento, a busca 226 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 pelo método de dança, até então desenvolvendo uma aprendizagem que mostre algumas formas de se trabalhar o que se faz; como se faz; e o que poderia ser feito com movimentos corporais, junto aos fatores que envolvem o movimento. Segundo Nanni (2008, p. 168) “A dança é a linguagem do corpo, às vezes mais adequada do que a linguagem verbal para informar sobre as atitudes e emoções de uma pessoa”. Como podemos perceber a dança na perspectiva educacional defende um ensino mais criativo dos conteúdos da dança, incentivando a comunicação pelo espontâneo de cada movimento, ou seja, expressar-se criativamente pelo movimento. Desta forma, a dança acaba proporcionando a criança um conhecimento sobre o próprio corpo, seus limites e suas percepções. Como pontuado por Strazzacappa (2001) O professor pode trabalhar várias culturas diante da dança, como, diferenças entre gêneros que envolvem meninos e meninas que têm comportamentos diferentes onde podem ser facilmente notados e trabalhados por meio da dança, domínio corporal e o ritmo onde existe um domínio lógico de espaço temporal, dominando assim os ritmos, passos e tempos. As diversidades culturais e os variados estilos de região para região, variam bastante, pois na cultura brasileira existem várias culturas regionais que são formadas de acordo com o modo de vida de seus habitantes. A dança pedagógica no âmbito educativo ensina tanto quanto os esportes, jogos e brincadeiras, esta ligada à estética e a valores pedagógicos, podendo trabalhar não apenas com o movimento, mas com sensações e sentimentos de aprendizagem. É um forte estímulo de percepções sensoriais, ritmo, sonoridade, visão e expressão, são capacidades levadas ao extremo nessa prática corpórea. Ainda como Strazzacappa (2001) acredita-se que pesquisar sobre a dança, pode contribuir com informações importantes na implantação de programas de atividades rítmicas ou dança nas aulas de Educação Física a fim de auxiliar os alunos no seu desenvolvimento motor ou detectar defasagens motoras presente neles. A dança remete a sensações de prazer e alegria, proporcionando de uma forma lúdica a criatividade e espontaneidade, abrindo espaço a sensações rítmicas, que é uma de nossas experiências mais primitivas. Com isso torna-se um conteúdo que auxilia no aprendizado do próprio corpo e do ambiente em que vivemos, a inclusão da dança nas aulas de educação física na pré escola são essenciais, trazendo aos alunos o conhecimento do próprio corpo, ritmo, coordenação motora, espaço- temporal e uma infinidade de melhorias em seu desenvolvimento. Assim como Londero (2011) Ainda tratando-se de ritmo e desenvolvimento temporal, podemos colocar em foco as danças como forma 227 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 de experiência com o corpo promovendo o reconhecimento do ritmo, onde é gerada a comunicação com o corpo, sendo devidamente motivado e sempre compreendendo a intenção dos movimentos. Unindo à música aos movimentos permitimos a maior compreensão da dança e das expressões corporais, fazendo com que haja a contextualização do movimento, colaborando na definição dos objetivos e no cumprimento das metas estabelecidas para a atividade. A partir de tudo que foi citado, percebemos que a dança é um conteúdo muito valioso para o ensino da aprendizagem infantil, porém segundo Marques (2012), no Brasil encontramos muitos preconceitos em relação à dança, preconceitos esses que acabam afetando na formação do professor. Na grande maioria dos casos, os professores não sabem exatamente o que, como ou ate mesmo porque ensinar a dança na escola. Uma das informações mais valiosas atualmente é tirar o aluno das quatro paredes da sala e leva-lo a sentir, ouvir, perceber entre outros sentimentos dentro do meio ambiente, conscientizá-lo que ele pode cuidar do mundo em que vive e pode também ter o contato da dança juntamente. O professor de educação física que aplica a dança em suas aulas não precisa demonstrar amplo domínio de estilos e técnicas de dança, mas, sua principal dificuldade devera ser para lidar com o preconceito dos alunos. Portanto, os aluno que tem vivencia dês da pré escola, fazendo com que a dança seja compreendida como uma modalidade comum. De acordo com Nanni (2008) o processo de ensino aprendizagem da dança educação permitira o desenvolvimento da criatividade, onde o professor devera dar estímulos ao aluno para que possa ampliar suas expressões corporais e o aluno por sua vez explorar suas capacidades , criatividades fazendo com que haja uma melhor absorção do conteúdo. Os alunos que tem como conteúdo as aulas de dança na escola tem uma visão diferenciada de sociedade, podendo compreender melhor culturas diferentes. Alem disso esse conteúdo nas aulas melhora a capacidade física do aluno, a coordenação motora geral, amplia o conhecimento de cultura, novas experiências com diversas regiões e desenvolve a habilidade espaço temporal. METODO Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa de campo que para Lakatos (2007) é utilizada com o objetivo de adquirir as informações e os conhecimentos dentro de um problema que se procura a resposta, ou ate mesmo algumas hipóteses onde queira chegar a uma resposta comprovada de algo, e ainda descobrir novos fenômenos e as relações que se tem entre eles. Foi composta por 20 alunos, de uma escola Municipal da cidade de Itaquaquecetuba, sendo 10 alunos que tem e participam da dança como conteúdo escolar e 10 que não tem e/ou não participaram das aulas de dança. 228 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Todos os indivíduos da amostra têm entre seis e sete anos, foi utilizado o teste de coordenação motora global, de Rosa Neto, (2002). No primeiro momento foram realizado um contato com a direção da escola para a autorização da pesquisa de campo na U.E, entregamos o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para os alunos, onde o responsável tiveram que autorizar a participação do aluno na pesquisa. Aplicamos o primeiro teste realizado sobre uma linha reta de 2 metros, onde os alunos deveriam andar com os olhos abertos, posicionando alternadamente o calcanhar de um pé contra a ponta do outro, após o segundo teste onde o aluno com os olhos abertos, saltou ao longo de uma distância de 5 metros com a perna esquerda, a direita flexionada em ângulo reto com o joelho, os braços relaxados ao longo do corpo. Após um descanso de 30 segundos, o mesmo exercício com a outra perna. RESULTADOS E DISCUSSÕES TESTE COM ALUNOS QUE TEM AULAS DE DANÇA Grafico 1 –TESTE DO CAMINHAR 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Alunos que acertaram Alunos que erraram Em relação ao grafico 1 notamos que os alunos que tem dança como conteudo escolar 20% se afastaram da linha e 80% não se afastaram da linha. JÁ em relação aos balanceios, 30% dos alunos não fizeram o balanceio e 70% fizaram de acordo com o teste. Dentre os que afastaram um pé do outro 30% afastaram e 70% manteram os pé unidos. Os alunos que tiveram uma execução ruim foram de 20% e 80% tiveram a execução boa. Segundo Bertazzo (2004), como o ser humano não nasce pronto, seu aparelho locomotor tambem não e então é preciso uma grande influencia nas experiencias para que estimule seu aparelho locomotor a funcionadade junto ao aparelho neurologico. 229 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A dança é uma influencia para o aparelho locomotor, com isso podemos observar que os alunos que tem dança na escola tem um bom desenvolvimento em relação a corpo por influencia da musica, porem isso precisa ser bem mais trabalhado. Grafico 2-TESTE DO PÉ MANCO 100% 80% 60% 40% 20% 0% Alunos que acertaram Alunos que erraram Em relação ao gráfico 2 feito com os alunos que tem dança como conteúdo escolar podemos observar que em relação ao distanciar-se da linha mais de 50cm 90% dos alunos acertaram e 10% erraram distanciando –se mais de 50cm. Sobre o teste tocar a outra perna no chão 60% dos alunos encostaram o pé e 40% não encostaram o pé no chão. Em relação aos balanceios dos braços 80% balançaram os braços e 20% não balançaram. Quanto a execução dos alunos 70% tiveram uma execução boa e 30% uma execução ruim. Para Ferreira (2005) ao se trabalhar o ritmo paralelamente desenvolvese um conjunto de outras capacidades, como flexibilidade, velocidade, resistência e principalmente a coordenação e equilíbrio sendo isso o que ajuda a criança na descoberta de seu próprio corpo. Podemos concluir através deste teste do pé manco que talvez as aulas de dança dos alunos deveriam ser continuamente, pois podemos notar que as crianças não desenvolveram algumas capacidades físicas, e que necessitam ser trabalhadas mais. TESTE DOS ALUNOS QUE NÃO TEM AULA DE DANÇA Grafico 3-TESTE DO CAMINHAR 230 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Alunos que acertaram Alunos que erraram Em relação ao grafico 3 feito o teste do caminhar com alunos que não tem a dança como conteudo escolar, notamos que ao afastar-se da linha 70% afastaram-se e 30% não afastaram. Em relção ao balanceio 80% fizeram o balanceio e 20% não tiveram o balanceio do corpo. 70% dos alunos afastaram um pé do outro e 30% não afastaram.Em relação a execução ruim e 40% fizeram com que a execução saísse boa. Para Gonçalves (2004) a construção do esquema corporal se da apartir da maturação neurologica da evolução sensorio-motora e da relação com o corpo do outro. Sendo o movimento uma resposta mucular a estimulaçao sensorial, levando em consideração a informação motora. Podemos perceber que o aluno recebe diversos tipos de estimulações em relaçao a coordenação motora, porem esses estimulos podem ser os de dança ou os de qualquer outra atividade. Como observamos o grafico 3 os alunos que não tem a dança como conteudo escolar, não deixa de ser estimulada por outras atividades, mesmo não sendo esta uma das melhores execuções. 231 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Grafico 4-TESTE DO PÉ MANCO 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Alunos que acertaram Alunos que erraram Em relação ao gráfico 4 realizado o teste do pé manco, com alunos que não tem a dança como conteúdo, notamos que 20% dos alunos distanciaramse da linha mais de 50cm e 80% não. Em relação ao tocar uma perna ao chão 60% tocaram o pé ao chão e 40% não tocaram no chão. Quanto aos balanceios 70% tiveram o balanceio do corpo e 30% não tiveram o balanceio.Quanto a execução ruim 60% tiveram uma ruim execução e 40% tiveram uma boa execução. Segundo Levine (2003) diversos fatores influenciam no desenvolvimento de cada criança. Sendo alguns fatores mutáveis que podem ser modificados pelos pais e educadores, há outros que são fixos e que, portanto, estão além do controle humano. Como exemplo, a herança genética que a criança recebe dos pais, apesar de todos os avanços científicos dos últimos tempos, ainda não pode ser alterada. Querendo ou não, há certas características dos pais (como a facilidade para aprender línguas estrangeiras ou a aptidão especial para jogar futebol) que também são transmitidas aos seus filhos. Alem das habilidades e competências realizadas em sala de aula o aluno ainda tem potencialidade da genética onde alguns pontos do desenvolvimento podem ser notórios, mesmo que este não tenha aula de dança, como observamos no gráfico 4 onde tiveram erros, mas a pratica que quase igualou se a dos alunos que tem a dança como conteúdo. Podemos perceber que os testes mostraram algumas diferenças entre as turmas que tem a dança como conteúdo escolar e as que não têm, os alunos que tem dança como conteúdo é notório uma melhor capacidade corporal e ate mesmo quanto a concentração, porem ainda não é o suficiente para que o aluno desenvolva suas capacidades físicas. Quanto aos alunos que não tem dança como conteúdo escolar, suas execuções não foi de todo ruim, 232 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 mas notamos que esses precisão sim ter a dança como conteúdo para um melhor desenvolvimento da coordenação, do equilíbrio e da noção espaço temporal, sendo esses os nossos objetivos trabalhados neste trabalho. Alguns dos alunos foram melhores na execução dos movimentos ate mesmo pelo fato de participar de atividades esportistas fora da escola, trabalhado assim cada vez mais suas capacidades. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante o meu trabalho pude notar o tamanho da importância da dança para o desenvolvimento do corpo e das habilidades motoras, o quanto é necessário que a criança tenha as aulas de dança para trabalhar e ate mesmo descobrir ainda aquilo que ela não sabe, na dança alem da sua importância para o corpo ainda é uma ótima opção para a mente, para o respeito e o entendimento das culturas e manifestações que ainda não conhecemos. Quanto ao teste pude notar as dificuldades das crianças que não tem a dança como conteúdo escolar, sendo este talvez o fator que impediu uma melhor execução dos mesmos. Para os alunos que tem dança como conteúdo escolar o espaço temporal, o equilíbrio e principalmente a concentração mostraram- se presentes nos alunos, mesmo que nos testes os alunos não atingiram o 100% do que precisávamos deles porem as diferenças foi notórias. Concluímos que as aulas de dança contribuem muito no desenvolvimento motor da criança, abrangendo a coordenação motora geral e o espaço- temporal, dentre outras habilidades, porem precisamos de mais estudos como este para conseguirmos chegar totalmente ao nosso objetivo final, sem falar que é necessário e de suma importância que as aulas de dança sejam mais presentes e continuas na vida do aluno para que este desenvolva melhor suas habilidades motoras e seja bem mais estimulado. BERTAZZO, Ivaldo, Espaço e corpo: guia de reeducação do movimento. São Paulo: SESC, 2004. FERREIRA, Vanja. Dança escolar: um novo ritmo para a Educação Física. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. 233 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GODOY, Kathya Maria Ayres. ANTUNES, Rita de Cassia Fanco. A dança no ensino fundamental- uma proposta de ação cultural. VI congresso de pesquisa e pós graduação em artes ciências 2010. GONÇALVES, Alessandra de Araujo. Psicomotriscidade na educação infantil, a influência do desenvolvimento psicomotor na educação infantil. Rio de Janeiro, 2004. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2007. LEVINE, Mel. Educação individualizada. Rio de Janeiro: Campus, 2003. LONDERO, Rosana Maria Alves. A dança na escola e a coordenação motora. Faculdade Integrada da Grande Fortaleza- FGF núcleo de formação a distancia- NEAD Programa especial de formação pedagógica de docentes na área de licenciatura em artes. Novembro, 2011 MARQUES, Isabel. Dançando na escola. Cortez, 6º edição. São Paulo, 2012. NANNI, Dionísia. Dança educação: Princípios, métodos e técnicas. Sprint, 5º edição. Rio de Janeiro, 2008. STRAZZACAPPA, Marcia. A dança na escola .Caderno cedes, ano XXI, nº 53, abril 2001. 234 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ESCALADA INDOOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO CONTRIBUIÇÃO NO DESENVOLVIMENTO MOTOR NO ENSINO FUNDAMENTAL ll Marcelo Rodrigues, e-mail - [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira, email - [email protected] Claudio Borges Castro, e-mail – [email protected] Faculdade Unida de Suzano UNISUZ/UNIESP Resumo Nas aulas de Educação Física, percebemos que os esportes convencionais predominam em sua grande massa, deixando de lado outras atividades e privando os alunos de novas experiências essas quais até mesmo de outras culturas e muitas vezes proposto nos Parâmetros Curricular Nacional (PCN), atividades quais também têm de grande contribuição para o desenvolvimento de crianças no âmbito escolar. O objetivo desta pesquisa é de verificar se a escalada pode contribuir na motricidade global em escolares do ensino fundamental ll. Na pesquisa foi aplicada a metodologia de campo e o manual de avaliação motora de Rosa Neto. A amostra foi constituída por 20 crianças com 11 anos de idade, do sexo masculino, sendo 10 de uma escola com parede de escalada e 10 de uma escola que não tem parede de escalada. Ao analisar os resultados da pesquisa para motricidade global as crianças que tem contato com a parede de escalada nas aulas de Educação Física estão dentro do padrão, enquanto as crianças que não tem contato com a parede de escalada nas aulas de Educação Física tiveram um rendimento abaixo do padrão. Diante deste dado pode-se concluir que a escalada é uma fonte de recurso pedagógico para a escola. Portanto é de suma importância o professor de Educação Física aplicar a escalada em suas aulas para que os alunos tenham essa vivência com um esporte de outra cultura. Palavras chaves: Motricidade; Escola; Escalada. INTRODUÇÃO Ao trabalhar na escola da família e estagiar em algumas escolas tanto prefeitura, como estado, tive a oportunidade de observar que as modalidades convencionais são predominantes em todos os ambientes. Com a vivência na escalada no âmbito universitário e algumas escaladas por vivência própria nasceu o interesse de levar algo não convencional como conteúdo para as aulas de educação física. 235 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para os alunos a escalada traz novas vivências, por ser um esporte não convencional e de outra cultura, onde pode contribuir diretamente no desenvolvimento motor do individuo tornando-o um ser mais bem relacionado na sociedade e apto para realizar seus afazeres do cotidiano. Para Antunes, (1998), muros artificiais são fontes de recursos pedagógicos para a escola, eles proporcionam uma vivencia para as crianças e os adolescentes que transcende os domínios corporais e envolve as relações intra e interpessoal como o conceito de superação, autoconfiança, concentração. O espaço da escalada também favorece as relações multidisciplinares no que diz respeito à ligação direta com as disciplinas curriculares, ocorre o fato de o aluno fazer a segurança do outro encanto seu colega esta na via sua atenção e seu comprometimento esta sendo estimulado a todo tempo. Com o aumento de praticantes de escalada e com forte divulgação na mídia, as crianças estão sendo atraídas para esse esporte é relevante o professor de educação física ter no mínimo o brevê conhecimento no assunto para não privar seu aluno de uma nova vivência tanto motora como cultural. Segundo Velasco (1994). O educador deve ser um profundo conhecedor do desenvolvimento da criança. Deve ter sensibilidade para reconhecer as etapas ou fases pelas quais seus alunos vão passar e entender o comportamento da cada um. Assim, pode oferecer condições para a criança se reconhecer e se relacionar com os objetivos e as pessoas que convive e, assim integrar-se ao mundo. Souza, (2001), afirma que a escalada é a atividade motora que estimula a tomada de decisão e resolução de problemas e que melhor apresenta a manifestação da inteligência corporal na educação física, a escalada indoor se caracteriza como atividade privilegiada, em situações problema, nas quais há predominante exigência motora, gerando desequilíbrios no comportamento motor e estimulando os alunos a criarem formas de solucionar problemas e estabelecer relações com experiências já realizadas. Diante disto, este trabalho propõe-se a investigar se a Escalada, atividade tida como não convencional, ou seja, enquadrada dentro dos esportes alternativos, proposto pelo currículo universitário, pode contribuir na motricidade global em escolares do ensino fundamental II. MÉTODO Segundo Marconi; Lakatos (2010) pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informação e/ou conhecimentos acerca de um problema, para qual se procura uma resposta, ou de hipótese, que se queria comprovar, ou, ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. 236 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Amostra: Foi composta por 20 alunos, de duas escolas do Municipal da cidade de Suzano, sendo 10 alunos que tiveram e participaram da atividade de escalada como conteúdo escolar e 10 que não tiveram e/ou não participaram das aulas de escalada. Todos os indivíduos da amostra têm entre 11 anos do sexo masculino. Instrumento: Este trabalho teve o direcionamento do teste de coordenação motora, considerando o teste aplicado por Rosa Neto, no manual de avaliação motora (2002). Procedimento: Primeiramente foi feito contato com a direção das escolas, após foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para que os pais dos alunos assinassem a autorização para que o aluno pudesse participar da pesquisa. Teste motricidade global: Saltar sobre a cadeira: Saltar sobre uma cadeira de 45cm a 50cm com uma distância de 50cm da mesma. O encosto será sustentado pelo examinador. Erros: perder o equilíbrio e cair, agarrar-se no encosto da cadeira. Tentativas: três. Plano de analise: Após a coleta de dados, os resultados serão apresentados como forma de tabela. Resultado e discussão Tabela 1- Teste de Motricidade Global dos alunos não praticantes de escalada Saltar sobre uma cadeira 45cm a 50cm em uma distancia de 50cm da mesma Sujeitos Tentativa 01 S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 Tentativa 02 E NE NE NE E NE NE E NE NE Tentativa Total E NE NE E E NE NE NE NE NE E NE NE NE E NE NE E NE NE 03 E NE NE NE E NE NE E E NE 237 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 NE= Não executou E= Executou Em relação aos sujeitos 70% não executaram o salto sobre uma cadeira nas três tentativas, e 30% executaram o teste. De acordo com Rosa Neto (2002), no teste de motricidade global alunos de 11 anos de idade deveriam estar aptos para fazer o salto sobre uma cadeira de 45 a 50 centímetros de altura e 50 centímetros de distancia. Nessa primeira tabela aponta-se um quadro negativo de êxito na execução do teste onde alunos não tiveram nenhum contato com paredes de escalada nas aulas de Educação Física, e sua grande maioria de participantes desta pesquisa não conseguiu executar a tarefa. Para Pereira, (2007), as técnicas de escalada são criadas para trazer maior equilíbrio, poupar gasto energético e menor esforço, essas técnicas foram sendo desenvolvidas para facilitar as mudanças de direções, as posições nas diversas inclinações e diminuindo o esforço exercido nas pontas dos dedos de apoio em cada situação. Percebemos que a escalada pode vir a colaborar diretamente no desenvolvimento motor das crianças do ensino fundamental ll, pois suas técnicas são criadas para desenvolver melhor o equilíbrio e facilitar mudanças de direções. De acordo com Dante de Rose JR, (2009), crianças de mesma idade podem estar em estágios maturacionais muito distinto, maturação referem-se ás sucessivas alterações estruturais e funcionais que nos ocorrem diferentes tecidos e órgãos do corpo até se atingir um estágio ou forma final, adulta ou madura. Por tanto percebemos que algumas crianças têm suas tomadas de decisões mais afloradas do que as outros. Quanto mais rico seu repertorio de atividades melhor será seu desenvolvimento motor. Tabela 2- Teste de Motricidade Global dos alunos praticantes de escalada Saltar sobre uma cadeira 45cm a 50cm em uma distancia de 50cm da mesma. Sujeitos Tentativa 01 S1 S2 S3 S4 Tentativa 02 E E E E Tentativa Total E E E E E E E E 03 E E E E 238 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 S5 S6 S7 S8 S9 S10 E E NE NE E E E E NE NE E E E E E NE E E E E NE NE E E NE= Não executou E= Executou Em relação aos sujeitos 80% executaram o salto sobre uma cadeira nas três tentativas, e 20% não executaram o teste. De acordo com Parâmetros Curriculares Nacional, (2000), o conhecimento e o controle do corpo permitem que os alunos do segundo ciclo comecem a monitorar seu desempenho, adequando o grau de exigência e dificuldades de algumas tarefas, podem também pela percepção do próprio corpo, começar a compreender as relações entre as práticas de atividades corporais, o desenvolvimento das capacidades físicas e os benefícios que trazem à saúde, nessa etapa da escolaridade a apreciação das mais diversas manifestações da cultura corporal pode ocorrer com a incorporação de mais aspectos e detalhes. Podemos perceber que crianças com variabilidade de movimentos têm vantagens no que leva respeito ao desenvolvimento motor, quanto mais rico for esse repertório de atividade maior é a chance deste indivíduo se desenvolver. De acordo com pereira, (2007), a escalada em paredes artificiais ou indoor pode ser construída em madeira colocando-se agarras artificiais, feitas de resina, presas nas quais apoiam os pés e as mãos, são paredes onde pode ser moveis ou fixas dependendo do seu local de prática, onde o aluno pode ter sua vivência proporcionada nas aulas de educação física e aumentando seu repertório motor, trabalhando força, agilidade, tônus muscular, flexibilidade e equilíbrio. Percebemos que através da escalada a criança pode desenvolver: Coordenação motora, agilidade, tônus muscular, flexibilidade e principalmente equilíbrio. De acordo com Pereira, (2007), em relação às movimentações, o equilíbrio estático é considerado mais preciso porque há mais certeza no alcance da agarra seguinte e melhor manutenção do equilíbrio durante a movimentação. No movimento em equilíbrio dinâmico o escalador lança seu corpo para a próxima agarra ás vezes, desprendendo-se totalmente dos pontos de apoio, a vantagem nesse caso está economia de energia, pois a inércia ajuda a economizar energia muscular, porém perde-se em precisão. 239 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Portanto fica evidente que crianças que pratica escalada desenvolvem o seu equilíbrio, por estarem em constante uso desta habilidade motora. Considerações Finais O objetivo deste estudo foi verificar a contribuição da escalada para o desenvolvimento dos alunos do ensino fundamental ll. Tendo em vista os resultados obtidos nesta pesquisa ficou evidente que os alunos que tem contato com a parede de escalada nas aulas de Educação Física, estão dentro do padrão esperado. Os alunos que não tem essa vivência em suas aulas de Educação Física mostraram um desenvolvimento abaixo do padrão para a idade de 11 anos. Conclui-se que de acordo com o que a literatura diz a escalada pode sim contribuir com o desenvolvimento na motricidade global dos alunos do ensino fundamental ll. Através dos dados da pesquisa e da revisão de literária percebemos a necessidade das aulas de Educação Física ter o maior repertorio de atividades possíveis, onde cabe ao professor de Educação Física diversificar suas aulas e não perder aquela parede ociosa próximo da quadra ou do pátio, fazendo da escalada uma ferramenta que possa auxiliar suas aulas, e ser inclusa no seu planejamento anual de aulas. REFERÊNCIAS ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas e seus estímulos: São Paulo: Papiros, 9º Edição 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2000 DANTE DE ROSE JR, e colaboradores. Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2009. MARCONI, Maria de Andrade; Lakatos, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Cientifica. São Paulo: Atlas, 7 edição 2010. PEREIRA, Dimitri Wuo. Escalada: Agôn, o espírito do esporte: São Paulo: Odysseus, 2007. 240 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ROSA NETO, Francisco. Manual de Avaliação Motora. São Paulo: Artmed, 2002. http://www.motricidade.com.br/kit/escala-de-desenvolvimento-motoredm-3-aos-10-anos/. Acesso em: 9 abril, 2014 SOUZA, Mauricio Teodoro. A Inteligência Corporal: cinestésica como manifestação da inteligência humana no comportamento de crianças. 2001.http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000243564 Acesso em: 6 de Maio,2014. VELASCO, Cacilda Gonçalves. Natação segundo a psicomotricidade. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. 241 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ESTRESSE E TRAUMAS OCORRIDOS NOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL II APÓS CABECEAR A BOLA DE FUTSAL João Barbosa Silva, email- [email protected] João Faria, email - [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira, email - [email protected] Faculdade Unida de Suzano UNISUZ/UNIESP RESUMO Nossa cultura futebolística dominante apresenta alunos/atletas em situações de vulnerabilidade durante o treinamento repetitivo do cabeceio na bola de futsal que, mal equacionados, podem durar anos e perdurar subjetivamente, deixando Trauma e Estresse Neuropsicofisilógicos para o resto da vida. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi investigar se havia Traumas ou Estresse elevado nos alunos/atletas que praticam de forma repetitiva o cabeceio na bola de futsal e se este fundamento pode causar o abandono precoce e definitivo deste esporte. Utilizamos uma pesquisa de campo quantitativa para analisarmos o emprego repetitivo do treinamento, verificar os efeitos Neuropsicofisiológicos e as respostas para estes fenômenos, ou explicitar relações entre eles. Os alunos foram avaliados de acordo com o questionário adaptado composto de oito questões fechadas com base em Darido e Junior (2002), acrescido de duas questões mistas. Na amostra Analisamos doze alunos/atletas com idade escolar entre doze e catorze anos, do sexo masculino, que treinam futsal na Escola. Ao analisarmos os resultados da pesquisa, observamos que há uma quantidade relevante de alunos que são cobrados por um bom desempenho nos treinos, e isso gera ansiedade e reações inadequadas já que ele não se sente apto a atender às expectativas. Diante destes dados, concluímos que o professor deve se embasar nas áreas da sociologia, psicologia e fisiologia para fundamentar seu treinamento, e não se descuidar de avaliar os alunos individualmente para evitar o Bullying e outras práticas que ocorram durante e após os treinos que possam causar Traumas e Estresse, interferindo no desempenho. Palavras chave: Futsal; Cabeceio; Traumas. INTRODUÇÃO A partir de vivência pessoal e por me fazer desistir de tentar uma carreira profissional, houve a necessidade de estudar sobre o cabeceio que é 242 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 uma das habilidades fundamentais utilizada e praticada por aproximadamente 120 milhões de pessoas, tornando o futebol um dos esportes mais populares do mundo. Muitos professores de educação física conhecem o chamado ensino tradicional ou tecnicista e o identificam como aquele que ensina as técnicas esportivas através da repetição de movimentos, exercícios, gestos e atitudes, (BENTO 2006). A dificuldade do professor de educação física em compreender o mundo do ensino pedagógico para os jovens atletas, boa parte das vezes, os torna inimigos cruéis dos alunos. (FREIRE,2009) Há quem diga que essa metodologia imediatista (tecnicista) é eficaz para descobrir novos talentos esportivos, por isso a especialização esportiva vem sendo cada vez mais usada por professores e treinadores em clubes e escolas, contudo, devem ser observados os métodos repetitivos do cabeceio, freqüência e peso da bola. Nos jogos, os garotos cabeceiam a bola em média, de seis a 12 vezes, onde a bola pode atingir uma velocidade aproximada de 50 quilômetros ou mais por hora, chacoalhando o cérebro para frente e para trás. Durante a prática de exercícios, as crianças geralmente cabeceiam a bola 30 vezes ou mais, diz estudo de Lipton (2011), alertando os profissionais de Educação Física e atletas que utilizam as técnicas esportivas através de repetições dos movimentos de cabeceio, observando que os jogadores que cabeceavam a bola com mais freqüência tinham sinais evidentes de lesão cerebral traumática leve. No Brasil, especialmente, o futebol é uma paixão nacional, amplamente jogado por pessoas de todas as idades e para os jogadores é impossível evitar o cabeceio que segundo Mutti (2003), é o ato de golpear a bola com a cabeça, deve ser executado preferencialmente com a testa (parte frontal) e com os olhos abertos, para que o jogador possa determinar com maior precisão para onde a bola é lançada. E Tenroller (2004), diz que: É a ação de golpear a bola com a cabeça, dependendo do lugar da cabeça onde ocorre o contato com a bola, está ganhará maior ou menor velocidade ou direção. O cabeceio poderá ter propósito defensivo quando usado para afastar a bola da zona de defesa, há o cabeceio passe, que ocorre quando a bola é impulsionada até um colega de equipe e o cabeceio ofensivo, que é o que resulta na consecução do gol. É importante a quem executa o cabeceio fazê-lo com a boca fechada, a fim de evitar morder a língua. Também deve se possível, cabecear com os olhos abertos para que possa ver antes e depois da trajetória da bola e se o alvo será atingido. Jogadores mais jovens são incentivados a começarem mais cedo a cabecear a bola e podem ter receio por medo de se machucar. A coragem é um fator primordial no cabeceio, pois os alunos/atletas sabem que ocorrerá um efeito Neuropsicofisiológico, ou seja, traumas e estresse, assim que a bola tocar-lhe a cabeça. Para o professor de Educação Física se torna necessário conhecer as formas e planejamentos pedagógicos para executar este fundamento e não 243 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 incorrer em métodos que possam causar distúrbios graves nos alunos que treinam esta habilidade. Por estes fatores, nos últimos anos tem aumentado o interesse pela investigação sobre patologias causadas em alunos que treinam este fundamento do futebol visando o auto rendimento e a formação completa do atleta. O treinamento dos fundamentos e das habilidades nos alunos/atletas vem sendo cada vez mais usada por professores em clubes e escolas. Isso reflete a busca de treinadores e de instituições por mais status na sociedade, passando despercebidos os riscos camuflados pelo cérebro. Um estudo feito pelo pesquisador Lipton (2011) utilizando técnicas avançadas de imagem e testes cognitivos que avaliaram memória, demonstrou que cabecear muito a bola no futebol pode causar lesões cerebrais e anormalidades semelhantes àquelas encontradas em pacientes com concussão (traumatismo crânio-encefálico leve). O principal aqui é a aceleração e desaceleração da cabeça, no momento do impacto da bola contra a cabeça o cérebro “chacoalha” dentro do crânio e isso pode danificá-lo. Os atletas não possuem conhecimentos técnicos para entenderem as conseqüências relacionadas a traumas e estresse causados pelas repetições de gesto com o impacto da bola contra a sua cabeça. Durante os treinamentos foi verificado que cinco regiões do cérebro foram danificadas - áreas na parte frontal do cérebro e da parte posterior do crânio, onde processos como atenção, memória, funcionamento executivo e funções de ordem superior visuais acontecem. O lobo frontal, que inclui o córtex motor e pré-motor e o córtex pré-frontal, está envolvido no planejamento de ações e movimento, assim como no pensamento abstrato. (LIPTON,2011) Todos esses fenômenos são resultado do impacto da bola, que em milésimos de segundos causam danos psíquicos e fisiológicos. Necessitamos observar o comportamento dos atletas no tocante às repetições de movimentos relacionados ao cabeceio para prevenir possíveis traumas e situações estressantes irreversíveis. Portanto, o objetivo desta pesquisa foi investigar se há Traumas ou Estresse Neuropsicofisiológicos nos alunos/atletas que praticam de forma repetitiva o cabeceio na bola de futsal e se este fundamento pode causar o abandono precoce e definitivo deste esporte. Método Foi utilizada uma pesquisa de campo quantitativa, que segundo Marconi e Lakatos (2001), são aquelas que se caracterizam pelo emprego das quantificações na coleta de dados e nos objetivos na procura dos efeitos e resultados das respostas para fenômenos ou explicitar relações entre eles. Amostra: Analisamos 12 Alunos/atletas com idade escolar de 12 e 14 anos do sexo masculino, que treinam futsal na escola Estadual E.E.TOCHICHICO YOCHICAVA na Cidade de Suzano-SP. 244 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Instrumento: Os alunos forão avaliados de acordo com o questionário adaptado composto de oito questões fechadas, acrescido de duas questões mistas. Procedimentos: Os processos de seleção seguirão os seguintes critérios: Os alunos deviam estar devidamente matriculados e não apresentarem nenhum tipo de deficiência física ou intelectual, autorização por escrito dos pais ou responsáveis, conforme o (TCLE), Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Plano de análise de dados: Após a coleta de dados os resultados forão tabulados, descritos e apresentados em forma de gráficos, sendo a análise representadas com base na literatura. Resultados e Discussões Gráfico Gráfico 1 1 Você pratica Futsal a quantos anos? 82,00% 18,00% Sim Não Os alunos com idade entre doze e catorze anos que responderam o questionário, 18% afirmaram que treinam futsal num período de “um a dois anos”, 22% de “três a quatro anos” e 60% responderam que treinam a “mais de cinco anos”. 245 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Percebemos que as crianças são iniciadas na prática do futebol na sua idade mais tenra e o surgimento de uma cultura esportiva é dependente das experiências que tiveram durante a iniciação, ou seja, a criança deve ser independente das exigências que o esporte de alto rendimento requer. As turmas aceitam bem o treinamento da habilidade do cabeceio na bola de futsal? E todos participam? Gráfico 2 84% 82,00% 18,00% Sim Não 16% Sim Não Neste gráfico, 80% responderam que sim, aceitam bem o treinamento e 20% responderam que não, enquanto 80% responderam que participam dos treinos, 20% responderam que não participam. Voser (1999) diz que, tudo o que acontece com os educando neste período vai marcá-los para toda a vida, consciente ou inconscientemente. iniciação esportiva requer conhecimentos e cuidados especiais. As crianças vão se lembrar das suas primeiras partidas de futsal, das alegrias e frustrações essa realidade aumenta a responsabilidade do profissional de educação física que irá desenvolver a iniciação dentro do esporte com as crianças. Devemos considerar que há um número expressivo de alunos que não aceitam bem este treinamento. É preciso que haja diálogo entre professor e praticantes para corrigir alguns aspectos do fundamento, respeitando e direcionando estas habilidades através de formas pedagógicas que facilitem a aprendizagem, sem incorrer no risco e na predisposição para desenvolver nos alunos sintomas psicofisiológicos. 246 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Gráfico 3 Você tem medo de cabecear a bola de futsal? E como você avalia este treinamento? 80% 60% 30% 20% sim 10% naõ bom regular ruim Quanto ao resultado deste Gráfico, mostrou que 80% dos alunos não têm medo de cabecear a bola de futsal, porém 20% responderam que têm medo. Perguntado como eles avaliam este treinamento, 60% responderam que o consideram bom, 30% regular, enquanto 10% avalia como ruim. Conforme Lucena (2001) ao respeitarmos as diferentes etapas de desenvolvimento da criança, conhecer seu perfil nas diferentes faixas etárias e estabelecer uma linha de ensino bem elaborada, fortalecem o aprendizado, tornando-o seguro e duradouro. As respostas dos alunos foram coerentes quanto às questões, se compararmos a grande maioria não têm medo de cabecear a bola e acham o treinamento bom, enquanto alguns que têm medo de cabecear a bola classificam o treinamento como regular ou ruim. Entre os alunos que responderam que têm medo de cabecear a bola, foi questionado por quê? E as respostas foram variadas, a bola é pesada e tenho medo de errar a bola e acertar a cabeça do colega. Gráfico 4 Durante o treinamento, você cabeceia a bola com que frequência? E o que sente? 60% 40,00%40,00% 20,00% 20% 10% 10% 1 A 5 VEZES 5 A 10 MAIS VEZES DE 10 VEZES 6. Durante o treinamento, você cabeceia a bola com que freqüência? DORTONTURA MAL ESTAR NADA 247 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Neste gráfico, 40% dos alunos responderam que durante o treinamento cabeceiam a bola de uma a cinco vezes, igualando-se aos que cabeceiam de cinco a dez vezes, enquanto 20% cabeceiam mais de dez vezes. Quanto à pergunta sobre o que sentem após cabecear a bola de futsal? 60% responderam não sentir nada, 10% mal estar, igual aos que sentem tontura 10%, diferenciando-se dos que sentem dor, 20%. Giusti (2002) faz com que o profissional de Educação Física possa refletir ao lembrar que a criança não é um adulto (atleta) em miniatura, e o treinador ou professor, além da sua tarefa técnica, também tem sua responsabilidade pedagógica com o futuro do aluno a ele confiado. Os dados apresentados acima deixam claro que a interferência do educador, diferente de treinador, se torna extremamente necessárias, uma vez que a aprendizagem e manutenção desse relevante número de alunos está ameaçada por fatores potenciais. O profissional de Educação Física deve se atentar e conhecer a fase de maturação biológica e individual de cada aluno, mantendo sempre o diálogo para que não haja o distanciamento entre aluno e professor. Percebemos que durante o treino de futsal, os adolescentes têm no seu comportamento pessoal o processo de afirmação e o futebol que está incluso nos conteúdos de blocos do esporte e jogos dos Parâmetros Curricular Nacional (PCN) esclarece que o aluno passa pela necessidade de inserção social, desde os grupos de convivência cotidiana até os grupos socioculturais mais abrangentes. Ser reconhecido pelo grupo é subsídio para o autoreconhecimento e, em alguns momentos até, negar-se a participar pode ser uma forma de ser percebido por ele. Pertencer a um determinado grupo significa experimentar um estilo diferenciado de ser onde, paradoxalmente, comportamentos, posturas e valores padronizados contribuem para a construção da identidade pessoal. , ou quando sofrem Bullying ao se descuidar e deixar transparecer aos colegas toda sua fragilidade, pois havia uma preocupação explicita quanto ao sigilo das informações prestadas no questionário, inclusive gerando dúvidas quanto a fidelidade das respostas. 248 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O treinamento da habilidade cabeceio faz parte da sua prática no futsal? E o que você acha desse treino? Gráfico 5 100,00% 90,00% 0,00% SIM NÃO 10% importante que não hovesse Este gráfico nos mostra que 100% dos alunos confirmam que o treinamento do cabeceio faz parte da prática deles no futsal, todavia 90% acham este treinamento importante, enquanto 10% gostariam que não houvesse. Questionamos os alunos porque gostariam que não houvesse o treinamento do cabeceio durante as aulas de futsal? Os motivos foram variados, entre eles; Porque a bola é pesada. Para Lopes (2009), o ensino do futebol pode seguir um caminho educativo, retilíneo e harmonioso (nas mãos de um bom profissional) tanto quanto pode seguir um caminho pouco educacional, sinuoso e cheio de pedras, dependendo do entendimento e conhecimento que o professor tem a respeito de como (e baseado em que) deve ser o ensino do futebol. Baseado no que nos mostra o gráfico, percebemos que o método de ensino está nas mãos do professor, que através do seu conhecimento irá avaliar se a sua forma de ensinar esta condizente a fatores extras, não se descuidando dos fatores intrínsecos individuais e se o treinamento da modalidade esta em evolução. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo verificar o Estresse e Traumas Neuropsicofisiológicos causados nos alunos que cabeceiam a bola de futsal repetidamente durante o treinamento dessa habilidade no âmbito escolar. Nesta pesquisa percebemos o quanto é importante o acompanhamento do profissional de Educação Física, que sensibilizado, irá analisar os fenômenos ocorridos para se ter um melhoramento dos seus comportamentos, já que cabe ao interventor captar o instante psicológico de seus atletas/alunos para identificar os motivos de sua manifestação, buscando amadurecimento e independência, para produzir uma melhor performance global. 249 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Observa-se que uma significativa parte de alunos sofre alterações Neuropsicofisiológicos causada pelo cabeceio. Essa Ciência nos faz acreditar que os fenômenos psicológicos e fisiológicos alteram o comportamento, quer seja no momento do cabeceio repetitivo, onde os alunos sentem dores na cabeça,Tontura ou Mal Estar, conforme o gráfico 4. Percebemos que os alunos neste momento estão passando pela fase da auto-afirmação e não admitem que seus pares os menosprezem ao expor as causas e os efeitos das ocorrências físicas e psíquicas que se apresentam antes, durante e após o exercício repetitivo do cabeceio. Concluímos através dos resultados apresentados que o cabeceio repetitivo na bola de futsal causa Estresse e Traumas nos alunos, e Pesquisas recentes alerta que o impacto da bola contra a cabeça causa, em milésimos de segundos danos psíquicos e fisiológicos ao cérebro, cabendo único e exclusivamente ao profissional de Educação Física usar todo seu conhecimento cientifico para observar as demandas implícitas nas atividades, assim como os processos e conseqüências da regulação Neuropsicofisiológico em diferentes dimensões. Há necessidade de pesquisas mais aprofundadas para esclarecer se os fatos acima relacionados causam o abandono precoce dos alunos deste esporte ou até mesmo o pedido de transferência da escola, pois apesar de ser relevante não há muitos estudos na área. REFERÊNCIAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2000. BENTO, J. O. 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Como não há nenhum tipo de fiscalização adequada dentro da modalidade entorno dessa situação, podem ocorrer cerimônias envolvendo distribuições um tanto inadequadas. O que de certo modo, é considerado desrespeito pelo contexto geral da arte marcial. Com o intuito de investigar isso, foi proposta uma discussão entre literatura acadêmica, e informativa, quais se fizeram limitadas quanto à produção. No entanto, há indícios que determinadas graduações estejam ocorrendo de modo inadequado. Parece que o “drama” da questão mora na falta de fiscalização de entidades, além de “profissionais” mal intencionados respaldados pelo status quo da faixa preta. Palavras-Chave: Graduação; Critério; Jiu Jitsu Brasileiro ABSTRACT: One of the elements that constitute a large part of martial arts is the graduation, or promotions involving the collation of degrees and color changes of belts. Among these martial arts we have the Brazilian Jiu Jitsu. As there isn’t any kind of adequate inspection about the Graduation it may occur inadequate ceremonies involving distributions. What is considered disrespect by the general context of the martial arts. In order to investigate it, it was proposed a discussion between academic literature, and information, giving limited answers about the subject. However, there is evidence that certain graduations are occurring inappropriately. It seems that the "drama" of the subject lives in the lack of entities supervision, besides malicious “instructors” supported by the status quo of black belt. Keywords: Graduating; Belt; Brazilian Jiu Jitsu 1. INTRODUÇÃO De modo geral, a literatura diverge quanto ao nascimento, ou seja, “onde”, “quando” e “qual” a origem das artes marciais. No entanto, relatos encontrados, de certo modo concordam entre si em relação à essência delas, portanto sobrevivência, necessidade de se defender, o combate bélico etc. (BREDA, 2010; SANTOS, 2012; ROBBE, 2011). À medida que o tempo passou, os combates corporais foram sendo disseminados e culturalmente sofreram inúmeras transformações em relação 252 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 às características, elementos, vestimentas, implementos, filosofia, ou seja, rituais, costumes, cerimônias, etc. Entre as transformações, as diferentes cores de faixas é um dos aspectos que chamam a atenção no universo das lutas atualmente. (BREDA, 2010). O Jiu Jitsu brasileiro é uma das diversas artes marciais que possui internamente um conjunto de regras, regulamentos, princípios e valores que foram surgindo diante de sua evolução desde seu surgimento. Um dos elementos presentes é a graduação, portanto, promoções envolvendo colações de graus/dan’s ou cores de faixas dependentes do desenvolvimento do praticante (SENA, 2013). Do ponto de vista esportivo, as graduações funcionam no sentido de melhor organizar o contexto geral do Jiu Jitsu. Conforme IBJJF (2012, p.3): “o Sistema Geral de Graduação busca tornar simples o entendimento do processo de evolução de cada praticante dentro do esporte desde a faixa-branca até a faixa vermelha.” Entretanto, apesar da “hierarquia” ser representada na atualidade por meio dessas graduações, pouco é mencionado a respeito disso em âmbito acadêmico (CORREIA; FRANCHINI, 2010). As Promoções de faixas em artes marciais existem, no entanto, permanecem como questões a serem abordadas, dada a grande transformação sócio-cultural que estas detêm, além de supostas ocorrências, talvez inadequadas, que podem acontecer (TATAME, 2013). Tais ocorrências, talvez se baseiem em uma espécie de status quo, onde se estabelece uma relação de poder entre praticantes e professores. Os adeptos tornam-se submissos aos transmissores de conhecimento. Tal metodologia adotada como critério no momento de graduar um aluno é passada de geração para geração. Portanto, atentar-se a essa suposta situação é fundamental para tentar sanar um problema que, com a veloz expansão da modalidade, tal fato pode ganhar proporções ainda maiores (FETT; FETT, 2009). Devido à carência de estudos que chamam a atenção tanto a esse tipo de manifestação quanto para suas graduações, o conhecimento acerca disso ainda é limitado (CORREIA; FRANCHINI, 2010). Sabe-se que, com a migração de orientais para o ocidente as artes marciais foram sendo cada vez mais difundidas. Junto a toda essa difusão, transformadas, e, portanto, aderidas por grande parte de diferentes camadas da sociedade, ganharam popularidade (RUFINO; DARIDO, 2009). A arte marcial adquire com o passar do tempo, características de esporte. No entanto, fazem parte de uma história recente, questões envolvendo graduações. Critérios para graduar os alunos, são ao mesmo tempo diferentes tanto quanto aos sistemas adotados por cada modalidade, professores ou 253 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 maneiras, portanto formas variadas para se executar a mesma situação (TATAME, 2014; VIRGILIO, 2000; SANTOS, 2007). Tal “liberdade”, ou por que não chamar, de “despadronizacao”, envolvendo os critérios em relação aos diversos modos de efetuar uma graduação que, tem como responsável o professor/mestre de Jiu Jitsu, pode acabar por tratar tal elemento de maneira banal, de modo que, este nasce com intuito de hierarquizar criando respeito dentro do contexto (IBJJF, 2012). Portanto, tal ocorrência quando inadequada acaba por desmerecer ou, desvalorizar tanto praticantes quanto a própria modalidade. Partindo do breve exposto, supõe-se que, com a “esportivizacao” da modalidade em questão, inicia-se o processo pelo qual se começa a sistematicamente inserir regras, regulamentos, para ocorrência das graduações, portanto, organizar a arte marcial de modo adequado. (CBJJE, 2014; IBJJF, 2012) Em algum momento, não se sabe quando, estas graduações podem começar a sofrer com distribuições de faixas discriminadas causando uma espécie de fato negativo, qual se encontra inserido na arte. Mas “quem” e “o que” determina a maneira de avaliar e, conseqüentemente conceder determinada graduação ao praticante? Essa é a questão central (TATAME, 2013). Conforme o exposto, este trabalho objetiva investigar o que há acerca de questões envolvendo graduações de faixas no Jiu Jitsu Brasileiro fundamentando-se em revisão bibliográfica/documental de caráter exploratório qualitativo. 2. JIU JITSU O Jiu Jitsu (jiu = arte + jitsu = suave) no Brasil nasce na figura de Mitsuyo Maeda, aluno de Jigoro Kano, este, considerado criador do Judô. Arte esta que, provem do Jiu Jitsu criado por monges budistas para auto defesa. No entanto, a própria literatura adverte quanto à imprecisão de sua origem (GRACIE, 2011; RUFINO; DARIDO, 2009). Maeda, após seu ingresso no Brasil, tem contato com a família Gracie, qual funciona para o Jiu Jitsu como um “divisor de água”, tornando-se uma forte corrente da modalidade, em função de toda adaptação proposta consolidada, histórico de desafios, comprovação de eficiência que esta família demonstra desde seu primeiro contato até a atualidade (ROBBE, 2011). Relacionando este breve registro histórico com o “problema” da presente pesquisa, na bibliografia utilizada no desenvolvimento, não há relatos ou indícios sobre as formas de como os considerados patronos do Jiu Jitsu no 254 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Brasil, ou seja, a família Gracie tenha passado pelo processo de avaliação envolvendo promoções de faixa (GRACIE, 2011). 3. GRADUAÇÕES As graduações das artes marciais dependem de cada modalidade e/ou órgão regente, ou mesmo, filosofia que cada mestre/professor/escola emprega no momento de promover cada aluno/praticante. Este tipo de ocorrência pode ser por meio de exame, curso, ou critério subjetivo que, cada contexto impõe (IBJJF, 2012; CBJJE, 2013). A idéia de que a faixa corresponde apenas a um complemento, talvez faça com que determinados valores sejam esquecidos. Virgilio (2000, p35) tece críticas ao senso comum que, de certo modo, acaba por destituir a relevância em relação ao que a representação que determinada cor de faixa carrega. Segundo o autor a idéia de que a faixa se limita a funcionalidade, apenas, de prender o quimono fechado é algo, alem de nefasto, um absurdo, portanto, um tipo de pensamento a ser banido da filosofia das artes marciais. Revistas de circulação têm remontado o contexto que cerca as graduações no Jiu Jitsu, dizendo que, o valor da faixa de determinado individuo, é medido de acordo com a figura de determinado professor que a concede. Isso, segundo Tatame (2013, p. 40) ocorre por meio de uma pergunta clássica: “você é faixa preta de quem?”. No entanto, parece que há um conflito envolvendo pontos de vista distintos em relação a atribuição de valores. Ao mesmo tempo em que entidades impõem, ou seja, qualquer graduação somente de fato valerá caso a promoção tenha sido atribuída por uma faixa preta ligado a tal órgão, uma faixa cedida por algum professor tradicional, mesmo que, referência na arte marcial, não seria reconhecida? Recentemente supostas ocorrências obtidas por meio do empirismo, ou seja, em depoimentos de professores faixas preta, referencias do esporte em Tatame (2013 p.39) tem relatado formas inadequadas de se tratar à temática “graduação”, como segue dizendo: “O Jiu Jitsu em si nunca teve um sistema de faixas. Cada escola criou o seu sistema, cada professor desenvolveu seu método”. Embora pareça difícil encontrar vestígios que possam comprovar as primeiras graduações, uma coisa é regra: não existe “auto-graduacao”. Portanto, nenhum individuo pode atribuir a si mesmo respectiva promoção de faixa. O ato remete-se a meritocracia. A recomendação se dá ao mérito, ou seja, merecimento em função da evolução, experiência, tempo de pratica, aspectos morais envolvidos em todo percurso. E que, portanto, deve ser atribuída após a avaliação de um superior hierarquicamente concebido. A faixa 255 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 deve ser uma conquista, portanto, não algo ganho sem critério algum (SANTOS, 2007). Calcada no oriente, alem de uma representação da evolução e do envolvimento que cada praticante busca conquistar conquista dentro de determinada arte, tal representatividade varia de modalidade pra modalidade, de filosofia marcial para filosofia marcial. Enquanto que, para determinada cultura de modalidade de combate atributos físicos serviam da base para se conceder uma graduação em outras, práticas morais ou espirituais seriam os pilares (FETT; FETT, 2009). Do ponto de vista tradicional, poder-se-ia dizer que as trocas de faixas, as graduações em diversas artes marciais fossem uma espécie de “divisor de águas”, quase que transcendente. Parte do processo que significaria algo que comprovasse uma elevação no desenvolvimento pessoal de determinado praticante em sua respectiva arte (MAZZONI; JUNIOR, 2011). Uma critica comum ao contexto das graduações no Jiu Jitsu, diz respeito maneira que professores concedem faixas a seus alunos, baseando-se em vínculos de afinidade e interesse (TATAME, 2013). Isso sobrepõe todo repertorio de signos que tal ritual detém, remetendo-se a essência da arte marcial, conforme estudo de Sena (2013, p.6) diz: “É um momento de retorno à tradição do jiu-jitsu, onde os símbolos são relembrados, uma maneira de reforçar a existência e a estabilidade presente do grupo e de confirmar o estabelecimento de laços emocionais e afetivos além do contato físico.” 3.1 Graduações e o Jiu Jitsu Contemporâneo Há uma corrente entorno das graduações no Jiu Jitsu advertindo sobre supostas discrepâncias que podem estar ocorrendo. Segundo Tatame (2013 p.10) depoimentos de “colaboradores” diretos dentro do Jiu Jitsu Brasileiro especificamente diz: “[...] (o faixa preta é o faixa branca que nunca desistiu) mostra como e’ árduo o caminho ate’ a graduação máxima. São anos de treinamento, dedicação e, talvez por isso, muitos desistam no meio do trajeto.” Portanto, desse modo, é possível crer que, a arte marcial em sua essência não objetivasse qualquer tipo de promoção ou reconhecimento que colocasse o praticante em posição de superioridade, seja pelo seu desempenho, capacidade, dedicação e, este não fosse o fim, mas conseqüência de todo caminho percorrido. Com as transformações que ocorreram, tais conceitos foram sendo mudados e, nesse momento os valores são atribuídos dependendo da cor de faixa que o individuo tenha em sua cintura. (ARRUDA; SOUZA, 2014) Na era da informação acelerada, nunca se soube tanto e com tanta velocidade como atualmente. O acesso à informação torna as coisas tão 256 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 rápidas como em outros tempos não ocorria. Aquilo que antes necessitava de orientação adequada, concreta, física e, sensibilidade do professor, hoje facilmente se consegue, por exemplo, por meio de vídeo-aula no âmbito da internet, bem como certificações em determinados cursos, etc., (CAZZETO, 2010; TATAME, 2013). Trata-se da “contemporânea” EAD, ou seja, Educação a Distancia. Cabe a reflexão: Será esse tipo de conhecimento suficiente? Tal meio é eficiente em manifestações de natureza prática, como no caso do Jiu Jitsu Brasileiro? Órgãos internacionais regentes em determinadas modalidades esportivas são autoridades no que diz respeito às graduações. Por meio de cursos específicos as entidades decidem sobre a possível promoção. Portanto, percebe-se algo que, de certo modo torna tais ocorrências, no mínimo padronizadas (SANTOS, 2007). Talvez em âmbito esportivo essa procedência seja a mais adequada, em função da fiscalização de tais entidades. Partindo especificamente do objeto estudado, dentro da modalidade proposta pelo presente trabalho, esta é na atualidade, muito difusa. É possível encontrar na internet, vídeos de professores, praticantes demonstrando posições, falando sobre a arte, bem como, de lutas ou competições que ocorrem por todo mundo, entre outros assuntos relacionados como posições técnicas, filosofias, etc. Nesse meio, é possível qualquer pessoa se colocar na posição de transmissor de um saber (ARRUDA; SOUZA, 2014; CAZZETO, 2010). Tatame (2013 p.10) adverte sobre esse que pode ser um meio arcaico de se obter tanto informação, quanto conhecimento e, conseqüentemente certificado nessa que é uma manifestação de natureza prática, pois tal método substitui de modo prejudicial algo que talvez seja essencialmente parte da arte marcial, portanto, a figura do professor/mestre. Aquele que alem da sensibilidade em relação a didática e que, convive durante todo caminho com seu aluno/praticante. Em artigo a revista cita: É cada vez mais comum alunos graduados através de cursos on-line e planos de graduação. Você pode até aprender por meio de vídeos, mas certamente não terá o refino sem um professor para lhe mostrar os detalhes e parceiro de treino que o ajude a executar a técnica. Não tem como mensurar o tempo que ficará em cada faixa, pois cada aluno tem seu ritmo de aprendizagem. (TATAME, 2013 p.10) No entanto, tudo o que é discutido acerca da modalidade, tem ao mesmo tempo grande proporção em redes sociais, visto que alem da facilidade relacionada ao acesso, existe a questão ligada ao status quo, onde habitam diversos faixas pretas, mas que detêm o ethos inquestionável de quem carrega todo saber dentro da arte, bem como características físicas, como no caso do 257 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 praticante de Jiu Jitsu (TEIXEIRA, 2010). Portanto, tal figura, independentemente do critério adotado, inquestionavelmente acaba fazendo uso do poder, ora talvez, de modo inadequado. Portanto, não interessa o que o individuo tenha para passar em relação a determinado saber, desde que este aparente ser o detentor de tal saber. Determinadas promoções desprovidas de devido critério funciona como forma de auto-promover aquele que recebe a graduação. Isso se dá pela representação que a faixa possui (FETT; FETT, 2009). Este forte elemento presente nessa arte marcial é dependente dos critérios adotados pelos professores onde a promoção ocorrerá conforme seu desenvolvimento e/ou aptidão, tempo de pratica, etc. (VIRGILIO, 2000; SENA, 2013). Segundo uma das entidades, o sistema de graduação deve ser dividido entre categorias. Conforme proposto por CBJJE (2014): 4) Artigo - A GRADUAÇÃO DIVIDIDA EM 3 CATEGORIAS I – Praticante Praticante, é aquele que executa a pratica do esporte, para seu bem estar, e eventualmente possa competir em torneios e campeonatos, e não tem a finalidade de ser um atleta de alto rendimento. II - Competidor É aquele que pratica o esporte com a meta de ser um atleta de alta performance, se preparando tecnicamente e fisicamente com o objetivo de se projetar através dos campeonatos. III - Professor É aquele que após receber a faixa Preta, procura realizar todos os cursos necessários e indicados para ensinar a Arte Marcial. Esta sempre atualizado nos temas principais, como; regras, arbitragem, técnicas e outros que a CBJJE venha a indicar. Esta sequência de graduação é somente para os Professores na ativa, uma vez afastado, deverá utilizar a Graduação de Praticante ou Competidor no caso que se amoldar. Dentro dessa sugestão, o tempo que cada indivíduo deve permanecer em cada faixa, depende da avaliação proposta descrita para cada divisão. A entidade ordena que o responsável respeite tal sistema, desde que, toda parte burocrática esteja organizada. Portanto, tal graduação valerá somente, caso os sujeitos estejam filiados a respectiva federação/confederação. (CBJJE, 2014; IBJJF, 2012) Embora a hierarquia representada dentro do Jiu jitsu por meio das respectivas cores de faixa seja algo que, tanto literatura que aborda os conceitos marciais quanto do ponto de vista contemporâneo, portanto, aquela calcada no esporte sugira determinado padrão em relação à graduação, isso pode não estar ocorrendo (TATAME, 2013). 258 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Questões envolvendo promoções de faixas ainda são, de certo modo, recentes. O que ocorre é que, com a esportivização da arte marcial, algumas etapas podem estar sendo puladas e, princípios podem estar sendo esquecidos, tornando inadequado o tratamento dessa parte que surge com intuito de uniformizar o contexto geral da manifestação. Tudo em função de interesses dos mais variados que podem existir. (TATAME, 2013; VIRGILIO, 2000). Por falar em interesse, Tatame (2013, p.39) relata em sua publicação ao discutir sobre possíveis situações envolvendo graduações no Jiu Jitsu envolvendo profissionais que podem estar tratando com desleixo o presente assunto. A revista diz: “A banalização da faixa”. A revista expõe o aspecto financeiro como sendo forte e, negativo aspecto qual tem sido um dos meios para se adquirir uma promoção de faixa. Percebe-se que, talvez, a falta de fiscalização de entidades contribui para supostas ocorrências inadequadas, pois, federações e/ou confederações, por exemplo, propõem sistemas de graduações, de modo a organizar adequadamente, tanto praticas pedagógicas pertinentes quanto a arte marcial levada do ponto de vista esportivo. Ou seja, com regras, regulamentos, sem esquecerem-se de questões financeiras que sempre cercam determinada manifestação quando esta conquista uma dimensão maior. Portanto, o contexto confuso que cerca a modalidade pode influenciar de modo negativo (ARRUDA E SOUZA, 2014). A grande quantidade de órgãos existentes e que, não concordam entre si levanta a questão envolta dos interesses que podem surgir em função da falta de padrão, falta de critério confundindo o contexto. Tal exigência feita, ou seja, toda parte burocrática que abrange questões envolvendo filiações e graduações, talvez cause que, princípios filosóficos e morais presentes na essência das artes marciais se percam e, sejam substituídos por certificações, documentos que comprovem determinado titulo a determinado individuo (ARRUDA; SOUZA, 2014). Visto que, quanto mais filiados forem vinculados a cada órgão regente no Jiu Jitsu brasileiro, naturalmente acaba por gerar economicamente mais lucros a estes que usufruem mandando e regendo o esporte. Portanto, graduações podem ser distribuídas indiscriminadamente, onde profissionais responsabilizados sendo incapazes de avaliar a situação adequadamente, a faixa vai sendo ostentada de modo inadequado, sem critério algum, portanto vaidosamente em maior número, à medida que o tempo passa (FETT; FETT, 2009). A quantidade acaba por sobrepujar a qualidade dos serviços prestados ao esporte. 259 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 3.2 O problema Propor-se a estudar um assunto que somente aparece na literatura cientifica, apenas como descrição, “o que é?”, de certo modo, torna difícil o aprofundamento em determinado espaço (CORREIA e FRANCHINI, 2010). Portanto, partindo de dados empíricos de revistas de circulação contendo, depoimentos de referencias no esporte, estes servem de fundamentação, em função do que pode estar ocorrendo, na intenção de se discutir o possível problema (FETT; FETT, 2009; TATAME, 2013). Quando estudos eventuais tentam tratar de assuntos relacionados ao tema das lutas e artes marciais, parece que pouco é discutido no sentido de intervenção profissional e, portanto, em relação a métodos utilizados, ou seja, de que modo a prática docente é tratada pelos profissionais ou, “pseudoprofissionais”, responsáveis por transmitir conhecimento de determinada modalidade em determinado contexto (CORREIA; FRANCHINI, 2010). Os autores indicam que, de modo geral, maior parte das pesquisas que voltam suas atenções às artes marciais/lutas/esportes de combate, são direcionadas a assuntos bem específicos, que tratam da parte fisiológica, do movimento em si. Pouco se discute, em relação a questões sócio-culturais, por exemplo. Percebe-se a insuficiência, portanto, em relação a um componente essencial, ou seja, a graduação. Por este dado, talvez a reflexão seja pertinente sobre o mantimento do status quo entorno de algo historicamente construído, onde habitam os hierarquicamente “privilegiados”, quais instrutores/professores/mestres/ que, em posições de superioridade tem a função de decidir sobre o modo de graduar um aluno. Tal fato pode acabar por ser conseqüentemente incorporado pelos alunos no caso daqueles que recebem determinada promoção de um superior que trata desta questão de modo arcaico. (FETT; FETT, 2009) Portanto, talvez haja necessidade de fiscalização adequada por parte de organismos que tentam organizar o esporte, alem da discussão acerca deste tema. Algo que envolva tanto entidades quanto profissionais atuantes, praticantes assíduos, ou seja, a população que prega e defende promoções que sejam, minimamente justas, dentro de determinado critério, visando desse modo, adquirir respeito por parte de quem cultua o Jiu Jitsu. Concordando com o tipo de reflexão proposta, Fett e Fett (2010 p.181) dizem: “Não é de um “suplemento espiritual” que necessitamos, mas de novas políticas voluntaristas, de organismos criteriosos, de sistemas educativos universais em consonância com a marcha acelerada das mudanças.”. Portanto deve haver certo olhar critico sobre práticas inadequadas que podem existir. 260 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 As entidades que se propõem cuidar do Jiu Jitsu brasileiro, apesar de discordarem em relação a regras, regulamentos, etc., tentam na medida do possível uniformizar o contexto da modalidade, de modo que, por meio de sugestões classificando, por exemplo, situações e indivíduos segundo sua hierarquia (CBJJE, 2012; IBJJF, 2014). No entanto, com a quantidade excessiva de órgãos criados para tal, podem surgir junto a isso, conflitos de idéias. Muita gente mandando e “organizando”, acabando por desorganizar, em função de cada entidade ter sua própria identidade, ou, seu próprio “interesse”. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o intuito de abordar um tema ainda pouco discutido em âmbito acadêmico, basicamente, “Promoções de faixas dentro do Jiu Jitsu brasileiro”, dada à dificuldade de encontrar bibliografia que se ocupe de investigar este fenômeno, nos restou utilizar alem de artigos, o que noticiosos e periódicos de circulação da modalidade dizem a respeito. Conforme exposto, nota-se que, pela quantidade de entidades que são criadas, segundo elas para melhor organizar o esporte, parece na realidade criar confusão, em função da gama de regras e regulamentos e, apenas sugestões que indiquem modos de se promover determinado praticante. Não há fiscalização, mas, sobretudo, somente recomendação. Com a crescente evolução do Jiu Jitsu, talvez isso em algum momento mude. A presente pesquisa sugere alem de fiscalização adequada que, só pode partir dos órgãos regentes, estudos futuros a fim de investigar de que maneira instrutores/professores/mestres podem estar tratando algo fundamental para o desenvolvimento e reconhecimento do Jiu Jitsu seja ele dentro de uma visão “marcial” ou “esportiva”. Alias, parece haver uma confusão que as próprias entidades que regem o Jiu Jitsu fazem no que diz respeito a definições da questão que envolve as terminologias: Arte Marcial e Esporte. Ao passo que dizem considerar o Jiu Jitsu uma arte marcial hierarquizada, e que, isso deve ser respeitado, em seus estatutos, produzem regras e condições em relação a graduações de faixas. Isso parece confundir, sobretudo, em questões envolvendo a maneira de se conduzir esta situação. Portanto, parece adequado haver uma discussão que envolva academias, praticantes, federações, confederações sobre tal ocorrência que, como é percebido fundamenta-se no respaldo que determinada cor de faixa pode representar, mantendo, talvez injustamente, o “status quo”, onde ao invés de avaliação criteriosa e justa, o responsável por conceder determinada 261 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 promoção acabe por agir com irresponsabilidade, agindo de modo autoritário, portanto, inadequado. REFERÊNCIAS ARRUDA, P. D. P. SOUZA, B. J. de. Jiu jitsu: uma abordagem metodológica relacionada à quebra de estereótipos. vol. 1, n.1, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Natal/RN, p. 67-89, 2014. BREDA, M.; GALATTI, L. ; SCAGLIA, A. J.; PAES, R. R.;. Pedagogia do esporte aplicada ás lutas. 1ed. São Paulo: Phorte, 2010. CARTAXO, C. A. . 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Arislaine Batista Inácio Barboza26 Denise Silveira Brasil Dasan Maria Isabel Ferrari Fernando Souza Cárceres Antônio Eduardo Batista Cristiane Gomes de Carvalho Fontana Jairo José Matozinho Cubas RESUMO Este artigo tem por objetivo apresentar um estudo sobre o sistema de franquias no Brasil abordando suas características e resultados, uma excelente oportunidade de negócio devido ao suporte padronizado que o franqueado recebe do franqueador. O estudo do setor tem apontado um crescimento expressivo, com as técnicas utilizadas neste projeto, conforme a análise de orçamento de capital as tendências e os números apresentados e as fontes citadas se comprovam verdadeiros.Para a realização desta pesquisa foram utilizadas as seguintes metodologias: pesquisas descritiva, exploratória e bibliográfica, como visitas e coleta de dadosna Franquia IGUI Piscinas, informações da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e referências de autores ligados ao estudo da administração e de franquia, entre eles Idalberto Chiavenato e Michael Porter. Adquirimos também orientações com professores responsáveis, onde o mesmo nos guiou na realização do projeto.Avaliamos que o setor de franquias é realmente promissor, visto que este setor vem apresentando um crescimento considerável, tanto na economia quanto na aceitação por parte dos brasileiros, que buscam uma nova oportunidade de empreender. Palavras Chaves: Plano de Negócios, Franquia, Empreendedorismo. INTRODUÇÃO 26 Arislaine Batista Inácio Barboza, Graduanda do curso de Administração de Empresas- Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ) E-mail: [email protected] 2 Denise Silveira Brasil Dasan, Graduanda do curso de Administração de Empresas- Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ) E-mail: [email protected] 264 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 3 Maria Isabel Ferrari, Graduanda do curso de Administração de Empresas- Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ) E-mail: [email protected] Plano de negocio de acordo com Salim (2005 , p. 3) significa “... um documento que contém a caracterização do negócio sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros “ O plano de negócio é um documento de planejamentoque irá descrever o empreendimento, é uma ferramenta que concilia a estratégia com a realidade empresarial, ele irá projetar estratégias financeiras e operacionais, análise completa do mercado e os resultados financeiros que poderão ser alcançados.Durante o curso de administração aplicamos todo conhecimento adquirido em sala para um estudo que tem como objetivo estudar a viabilidade de implantarmos uma Franquia de Piscinas IGUI na cidade de Mogi das Cruzes. Como objetivo especifico tivemos como foco estudar o mercado de Lazer e entretenimento com intuito de mensurar a demanda a ser atingida pela empresa, aplicar as estratégias de planejamento, analisar investimentos, calcular mão de obra e insumos necessários, enxergar através de técnicas financeiras as oportunidades do segmento, o desenvolvimento e a viabilidade do capital financeiro e humano. Segundo dados do site da ABF (Associação Brasileira de Franchising) o setor de franquias em geral cresceu cerca de 12% no ano de 2013, tendo um faturamento total de R$ 115 bilhões de reais trazendo boas expectativas para o mercado. O mercado de piscinas esta em crescimento constante, segundo dados da ABF o segmento de lazer, em 2013 obteve um aumento de 23,9% ( faturamento em bilhões de reais) em relação a 2012, o que nos define um mercado bastante promissor. O estudo também revelou que 73 novas marcas ingressaram neste segmento. Dentre as novas redes, vale destacar as seguintes marcas: Essencial Care, Nagis e Body Concept. As cinco marcas de maior faturamento em Esporte, Saúde, Beleza e Lazer são O Boticário, Ri Happy/ Pbkids, Farmais, Ótica Diniz, e GUI Piscinas. Referente a marca IGUI São mais de 200 franquias no Brasil, 70 na argentina 30 no México e 40 na Europa de franquias espalhadas no Brasil, com um faturamento no ano de 2013 de R$ 4,5 bilhões.percebe-se que foi um dos ramos que teve um grande Desenvolvimento devido aos números apresentados. 265 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Através da análise desde dados acima notamos que o mercado estudado representa grandes oportunidades de negócio, pois vem mostrando um crescimento em destaque nos últimos anos. Mauro (2006, p.24), descreve que: ... O franchising em si não é sinônimo de sucesso, mas sim , uma maneira de multiplicar sucessos [...] terá uma expansão significativa no Brasil nos próximos anos, podendo vir a ser uma das molas propulsoras de nosso desenvolvimento... Esta citação foi feita por dos maiores estudiosos sobre franquias que menciona uma visão com boas perspectivas deste método de empreender. Segundo Cherto( 2006 pag. 19) diz: “ O franchising têm importância cada vez maior na economia de diversos países, incluindo o Brasil, que hoje é um dos primeiros colocados no ranking mundial de franchising...”. Estes estudos mencionados por grandes autores de Franchising no Brasil, mostra que o tema vem se destacando de forma que alcance um nível de importância cada vez maior. Outro fator relevante que justifica a importância do tema abordado,é baseado em uma característica de nosso pais. Visto que esta característica relatada refere-se ao fato de que, após a realização de uma pesquisa sobre os países com maiores quantidades de empreendedores, feitos pelo Serviço Brasileiro de apoio ás Micros e Pequenas empresas( SEBRAE) e o instituto Brasileiro de produtividade e qualidade (IBPQ), citada em matéria publicada no site de notícias Infomoney, voltado a área de economia, divulgado no começo do ano de 2013, aponta que o Brasil é o terceiro país com maior numero de empreendedores no mundo, atrás da China o primeiro da lista é os Estados Unidos. Portanto todos estes dados reforçam a concepção dos autores referente ao estudo de Franchising, conforme relatado a seguir: Não é de hoje que o Franchising brasileiro vem crescendo num ritmo exponencial, superior ao próprio PIB do país, e se mantendo com alto faturamento nos últimos anos. Isso significa que o setor se encontra em uma posição consolidada, o que justifica a crescente adesão dos empresários que demandam por um negocio seguro e lucrativo. ( Melo e Andreassi 2002(orgs.) apud Bomeny, 2012) Este plano de negócio para ser colocado em prática sobre a criação de uma unidade franqueada, o local escolhido de estudo e instalação foi o município de Mogi das Cruzes, localizado no alto Tietê, apresentando assim as características da população e a demanda da região estudada. METODOLOGIA 266 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para a realização desta pesquisa foram utilizadas as seguintes metodologias: pesquisas descritiva, exploratória e bibliográfica, como visitas e coleta de dadosna Franquia IGUI Piscinas, informações da ABF (Associação Brasileira de Franchising) e referências de autores ligados ao estudo da administração e de franquia. Segundo Cervo e Bervian (1996. P.49): “A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-lo No plano de negócio desenvolvido a partir da pesquisa foi possível observar diversas situações em nosso segmento envolvendo as áreas econômicas, políticas e sociais. Analisamos o cenário envolvido, e correlacionamos os fatos com as nossas projeções. O estudo exploratório, designado por alguns autores como pesquisa quase cientifica ou não cientifica é, normalmente, o passo inicial no projeto de pesquisa pela experiência e auxílio que traz na formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas. (CERVO E BERVIAN, 1996 P.49) Foram utilizadapesquisa administrativa: bibliográfica em livros específicos da área A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou cientificas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. (CERVO E BERVIAN, 1996 P.48) Para a realização deste trabalho na busca pelo referencial teórico foi imprescindível utilizar algumas técnicas especiais como: coleta de dados direta através da visita a uma franquia existente como a indireta em sites e livros referenciais.Segundo CERVO e BERVIAN (1996, p.134) ...” A coleta de dados, tarefa importante na pesquisa,envolve diversos passos, como a determinação da população a ser estudada, a elaboração do instrumento de coleta, a programação, os dados e a própria coleta...”. DESENVOLVIMENTO Para a realização deste projeto foram pesquisados dados sobre os ambientes interno e externo referente à implantação de uma franquia no 267 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 municipio e para isto foram realizadas análises sobre a economia do Brasil e estudou-se a demanda no mercado de Franquias. A Demanda de crescimento no mercado de Franquias de entretenimento e lazer vem crescendo em média 21,4% ao ano. Demonstra crescimento maior que o do PIB e muitas oportunidades de diversos nichos de mercado proporciona suporte para quem pretende iniciar os trabalhos pela primeira vez assim como treinamentos, auxílio no desenvolvimento da franquia e no planejamento das operações, por este motivo as franquias tem se tornado uma alternativa bem atrativa para novos empreendedores.Percebemos esta oportunidade que se encontra em constante crescimento e salientamos estas vantagens durante a montagem deste estudo, pois é fundamental demonstrar em embasamento teórico e dados comprovados como este segmento e a IGUI em destaque pode ser vantajoso para qualquer empreendedor interessado, desde que utilizando as ferramentas adequadas ao objetivo e metas da franquia assim como: “O processo de marketing consiste em analisar oportunidades de marketing, pesquisando e selecionando mercados-alvo, delineando estratégias, planejando programas, organizando, implementando e controlando o esforço de marketing.” (KOTLER, 2000, p.108). A cidade escolhida para abrir a franquia IGUI Piscinas foi à de Mogi das Cruzes, na pesquisa realizada ela se destaca por possuir o 64° PIB do País entre os 5.562 município brasileiro, entre os 100 maiores, é o que apresenta o maior nível de crescimento. Todo esse avanço é resultado de uma política ousada para atração de novos negócios e de apoio para o crescimento e fortalecimento das empresas já instaladas, que vai além de incentivos fiscais e doações de área. Toda consultoria e acompanhamento serão oferecidos pela marca para a abertura da franquia. Pesquisamos um ponto estratégico e observamos que a cidade investe em setores essenciais para a melhoria da qualidade de vida, como a construção de escolas, unidades de saúde, a expansão do saneamento básico, a preservação do meio ambiente, além de bastante área verde aos redores, a cidade possui o maior centro comercial do alto tiete. O desenvolvimento da cidade estimula a abertura de dezenas de novos empreendimentos todos os meses. Partindo das pesquisas apresentadas, o plano de negócio teve por objetivo, atingir um parcela da população para compor a demanda inicial no qual se buscou 2% de participação de mercado do municipio de Mogi das Cruzes, e um aumento no faturamento de 5% anualmente. Observando o mercado, analisamos um assunto de grande importância do autor Porter (1980), referente a teoria das cinco forças, que vem abordar 268 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 dimensões detalhadas para aplicabilidade no plano de negocio. O autor define as cinco forças da seguinte forma: As cinco forças competitivas - entrada, ameaça de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes refletem o fato de que a concorrência em uma indústria não está limitada aos participantes estabelecidos. Clientes, fornecedores, substitutos e os entrantes potenciais são todos "concorrentes" para as empresas na indústria, podendo ter maior ou menor importância, dependendo das circunstâncias particulares. Concorrência neste sentido mais amplo poderia ser definida como rivalidade ampliada. Todas as cinco forças competitivas em conjunto determinam a intensidade da concorrência na indústria, bem como a rentabilidade, sendo que a força ou as forças mais acentuadas predominam e tornam-se cruciais do ponto de vista da formulação de estratégias. (PORTER,1980, p. 05) O estudo se inicia com abordagem sobre a entrada de concorrentes, esta força é considerada como a mais significativa das cinco forças (Serra, Torres & Torres, 2004) A IGUI não possui concorrentes diretos, atua no segmento de piscinas com domínio. De mercado, seus concorrentes são indiretos, pois sua liderança no mercado ainda não foi alcançada por nenhuma outra organização.Os pedreiros fazem um trabalho por fora, constroem piscinas de alvenaria, mas é importante levar em consideração que os procedimentos de manutenção se alteram e traz um custo muito maior de mão de obra e se haver necessidade de mudança, não há como. Os fornecedores de matéria prima possuem poder de barganha quando o setor possui poucos fornecedores de determinada matéria prima.No caso da franquia a própria empresa fornece o principal produto que são as piscinas, isto traz garantia de um produto com a qualidade esperada e confiança na hora das vendas, sem falar de outros fornecedores como a Progeu fabricante de filtros para piscinas e a Cidral Química de produtos, fornecedores da IGUI que precisam trazer produtos de qualidade para garantir que a confiabilidade da marca continue, e sua liderança no mercado seja ainda mais forte. De acordo com Porter (1980), todas as empresas em uma indústria estão competindo, em termos amplos, com indústrias que fabricam produtos substitutos. 269 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Novos concorrentes surgem e depende da organização agregar cada vez mais valor a marca e fidelizar os clientes, os consumidores estão cada vez mais exigentes e querem satisfazer suas necessidades atentas a segurança e confiabilidade que só as empresas sérias podem oferecer. As piscinas de plástico vêm sendo consideradas produtos substitutos devido a grande utilização principalmente por crianças, sendo utilizadas mais no final de semana para quem não tem lugar hábil para implantação de uma piscina convencional. A IGUI possui força no mercado em que atua e por ser líder de mercado no Brasil possui poder de barganha devido a força da empresa em conseguir se manter competitiva no mercado. Partindo da coleta de informações de várias pesquisas qualitativas sobre o mercado interno e externo da empresa estudada, e tendo como caracteristicas as cinco forças de Porter, nossa estratégia de mercado é a de diferenciação e os resultados que esperamos alcançar é atingir o público alvo escolhido, gerando uma satisfação do cliente e consumidor, valorizando o produto dos nossos clientes com qualidade. Na análise do estudo sobre finanças, foram pesquisadas técnicas de orçamento de capital com o uso de ferramentas como o Valor presente Liquido e o payback, que juntos serviram de apoio na identificação da viabilidade do projeto no prazo estipulado de cinco anos. Referente ao Valor presente líquido, Gitman afirma (2002, p. 329) “ é uma técnica sofisticada de orçamentos de capital, obtida subtraindo-se o investimento inicial de um projeto do valor presente das entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresas”. Ainda para o autor: “Se o VPL for maior que zero, aceita-se o projeto; se o VPL for menor que zero, rejeita-se o projeto” (GITMAN, 2002, p.330). O nosso plano de negócios apresentou o valor presente positivo em R$ 78.546,52. O nosso custo de capital foi de 30% ao ano. A ferramenta de auxilio financeiro o payback consiste segundo Gitman (2002, p.327) em: “... o período de tempo exato necessário para a empresa recuperar seu investimento inicial em um projeto...”, sendo que para conhecer se o projeto é considerado aceitavel Gitman (2002, p. 327) descreve: “... Se o periodo de payback for menor que o periodo de payback máximo aceitável, aceita-se o projeto...”. Transferindo para este plano de négocio, pôde ser observado que o seu prazo para recuperação teve o 270 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 retorno no tempo aproximado de quatro anos e seis meses estabelecido no projeto, de cinco anos, considerando aceitavel. CONCLUSÃO Durante a construção deste projeto foram feitos vários estudos sobre o setor, e estes dados tem apontado um crescimento expressivo, fundamentando boas oportunidades para empreendedores dispostos a investir neste segmento, foram utilizadas técnicas de levantamento de dados, pesquisas sobre o setor e análise de orçamento de capital, focando nas tendências de mercado, e análise de informações através das fontes citadas, fontes estas que comprovam a veracidade das informações e viabilidade do projeto apresentado. Concluímos com o estudo da metodologia cientifica e os dados apurados, que o embasamento de informaçõesnos forneceu indícios de que o projeto pode ser viável, se utilizado as ferramentas corretas para construção e manutenção do negócio.Além de proporcionar uma visão em longo prazo de como será a realização do projeto, sua viabilidade econômica e financeira durante as projeções realizadas, demonstrando de forma clara e concreta que os dados apresentados são reais e dão a perspectiva real do projeto em sua totalidade. REFERÊNCIAS Disponivel em:http://www.infomoney.com.br/negocios/noticia/2662860/brasilterceiro-pais-com-maior-numero-empreendedores Acesso em 27/09/2014 Disponível em:HTTP//Iguipiscinas.com. brAcesso em: 20/09/2014. Disponível em: http://www.portaldofranchising.com.bracesso em: 30/09/2014 CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 4ª edição. São Paulo: MAKRON Books, 1996. CHERTO, Marcelo et al. FRANCHISING: Uma estratégia para a Expansão de Negócios. 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Dessa forma, considerando que a técnica é regulamentada apenas pela Resolução do Conselho Federal de Medicina- CFM 2013/2013 destaca-se a necessidade de regulamentação específica a ser elaborada com urgência, sendo este, o objetivo geral da pesquisa. O objetivo específico visa trazer à baila as implicações jurídicas decorrentes da utilização da técnica, bem como suas divergências doutrinárias. Para uma melhor compreensão do tema foi utilizado o método dedutivo tendo como conteúdo norteador livros, artigos científicos e doutrinas com diversos posicionamentos. Nesse viés, nos permitiu vislumbrar uma gama de indagações que ensejam acaloradas discussões. Pudemos concluir que o avanço tecnológico no campo da reprodução, tem causado grande insegurança jurídica, isto porque, a legislação não conseguiu acompanhar a evolução das ciências biológicas, deixando um grande vazio jurídico no que se refere as técnicas de reprodução assistida, em especial da gestação por substituição. Em que pese, a doutrina divergir em vários aspectos, em se tratando da necessidade de uma legislação específica que a autorize ou proíba, o entendimento é unânime. Palavras-chave: Gestação por substituição; Barriga de aluguel; Cessão temporária de útero; Maternidade substituta; Reprodução assistida. INTRODUÇÃO O avanço científico da medicina em especial no campo reprodutivo criaram instrumentos para driblar a infertilidade e esterilidade. Tradicionalmente a única esperança para casais que queriam alcançar a maternidade ou paternidade era 273 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 através da adoção. Hoje em dia com o advento das novas técnicas de reprodução foi possível expandir as possibilidades para àqueles que pretendem ter um filho ligado ou não por vínculo biológico. Em 1978, nasceu o primeiro bebê de proveta do mundo, e em meados de 1984 houve o nascimento do primeiro bebê de proveta brasileiro sendo utilizada como modalidade de gestação por substituição somente anos após e com ela vários impasses surgiram. Atualmente muitas crianças têm nascido através das práticas reprodutivas, o que nos permite concluir que milhares de pessoas, sobretudo as mulheres, têm buscado soluções para os problemas de infertilidade e esterilidade, submetendo-se as referidas técnicas para alcançar a tão desejada maternidade. A Constituição Federal em seu art. 226 § 7º instituiu o direito ao planejamento familiar, nele estão inseridos os princípios da dignidade da pessoa humana, o princípio da paternidade responsável e o melhor interesse da criança. Sendo o citado artigo regulado pela lei 9.263/96, que visa à proteção a satisfação dos interesses dos filhos e o convívio familiar relacionando-o com o princípio da afetividade e dignidade humana.O princípio da dignidade da pessoa humana pressupõe o direito a saúde e a procriação, sendo essa garantia devida, deve o Estado auxiliar quanto aos tratamentos ligados à função reprodutiva, maternidade, tratamento contra doenças e oferecer todos os meios disponíveis para a concepção, desse modo, o direito à vida proclamada na Constituição Federal tem sua dupla acepção, sendo a primeira relacionada ao direito de continuar vivo e a segunda de se ter vida digna quando à subsistência. Todavia, o avanço tecnológico no campo da reprodução assistida, trouxe para a sociedade inúmeros dilemas éticos, religiosos e jurídicos. Essa crescente evolução nas ciências da vida, apesar de assegurar benefícios para a humanidade trouxe desafios e medo para o ser humano, a utilização das técnicas suscitou questionamentos e implicações jurídicas que até então não haviam sido tratadas pelo Direito. Diante desse quadro a criação de legislação específica é imprescindível, principalmente na gestação por substituição que merece uma atenção especial. A Resolução do Conselho Federal de Medicina – CFM 2013/2013, é a única que regula a atividade médica para a Reprodução Humana Assistida e estabelece normas para sua utilização, especialmente nessa modalidade onde existe figura de uma terceira pessoa que doará temporariamente o útero tornando- se a hospedeira, vulgarmente conhecida como “barriga de aluguel”. A necessidade de se criar uma legislação específica em nosso ordenamento que regulamente a técnica, se justifica pelos diversos questionamentos e implicações jurídicas decorrentes da sua utilização, dentre eles no que se 274 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 refere: a validade jurídica do contrato firmado entre as partes; a contraprestação no aluguel do útero; a atribuição da maternidade em um possível conflito entre mãe gestacional, socioafetiva ou biológica, sendo que nesse último aspecto, embora a mãe gestacional tenha sido apenas a barriga solidária, gestando o filho de outra mulher, poderá recusar-se à entregar o bebê, dessa situação surge o maior impasse jurídico relacionado à técnica. Tais questionamentos são considerados como pontos mais polêmicos do tema destacando assim, a necessidade de criar leis específicas para regulamentar as técnicas de reprodução assistida, em especial a gestação por substituição. Metodologia Para se chegar aos resultados apresentados no trabalho, foram pesquisados e utilizados através do método dedutivo, livros, artigos científicos e doutrinas com diversos posicionamentos em relação aos mais variados questionamentos acerca dos aspectos jurídicos que rodeiam a técnica. Foi pesquisada a evolução histórica da família na sociedade e suas transformações ao longo dos anos, bem como, o sistema de filiação e sua abordagem constitucional, a evolução cientifica, bioética, biodireito e a reprodução humana medicamente assistida, dessa forma, permitiram vislumbrar uma gama de indagações que ensejam acaloradas discussões. Desenvolvimento A Gestação por substituição é uma técnica de reprodução humana assistida que consiste na inseminação artificial ou fertilização in vitro aliada a possibilidade da mulher conceber um filho biológico fora de seu ventre. Essa técnica é entendida pelos doutrinadores como sendo o ato em que uma mulher cede temporariamente seu útero para gestar o filho de outra, com a intenção de entregá-lo após o nascimento. Aparece muitas vezes como o único ou último recurso, quando todos os demais tratamentos foram inviáveis. Considerada uma das técnicas mais polêmicas da reprodução assistida, a gestação por substituição é conhecida por diversas denominações, tais como, mãe de empréstimo, gestação por outrem, mãe sub-rogada, gestação sub-rogada, cessão temporária de útero, barriga de aluguel,mãe hospedeira, dentre muitas outras, as quais serão tratadas como sinônimo neste trabalho. Entretanto, a terminologia mais conhecida é “barriga de aluguel.” Em tempos passados, era comum recorrer ao adultério consentido, ao útero escravo ou até mesmo a caridade para resolver os problemas de infertilidade e esterilidade. A prática é ancestral, inclusive com passagens na bíblia, como na história de Abraão, no qual Sara impossibilitada de gestar pede 275 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 para que seu marido Abraão conceda-lhe um filho através de sua serva Hagar.27,28 Isto posto, é possível afirmar que há muito tempo tem-se buscado uma solução para amenizar os problemas de infertilidade ou esterilidade. Entretanto, nessa época a mãe de substituição era a mãe biológica da criança, hoje, com as técnicas de reprodução, em especial a fertilização “in vitro”, pode-se fazer uma mãe natural, uma mãe por substituição, possibilitando emprestar seu útero temporariamente sem que não haja ligação genética com o embrião.29 Pode-se dizer que essa evolução da ciência no campo da reprodução humana formou uma nova identidade materna, tornando possível que uma criança tenha sua filiação titulada por três ou mais pessoas, tanto em relação a maternidade quanto a paternidade. No Brasil esse assunto está cercado de diversos questionamentos e implicações jurídicas devido ao vazio normativo, apesar de ser uma prática que vem crescendo em vários países do mundo. A primeira implica em saber a quem deverá ser atribuída a maternidade de uma criança gerada por essa técnica: a “mãe” genética, que forneceu o óvulo? a “mãe” doadora temporária do útero, que gestou a criança e suportou o parto? ou a “mãe” social, aquela que externou sua vontade procriante e que deu início ao projeto de nascimento, visando acompanhar todo seu desenvolvimento? Deve-se considerar ainda a possibilidade da mãe substituta participar do processo utilizando o seu próprio óvulo, ou seja, a mãe é, ao mesmo tempo, genitora e gestante. Nesse aspecto, as complicações jurídicas relativa a atribuição de maternidade são extremamente complexas. Outro ponto a ser questionado se refere a validade jurídica do contrato firmado entre as partes para a realização da técnica e também sobre a onerosidade e gratuidade desses contratos. Questões de difícil resposta devido a complexidade que alcançam e que passaremos a analisar. De acordo com os princípios norteadores da bioética, o médico deve tentar evitar ao máximo a barriga de aluguel e utilizar tal método somente em último caso, tem também o dever de informar aos envolvidos todas as implicações referentes ao procedimento o qual serão submetidos, sendo SEVERO, Hryniewicz. REGINA, Fiuza Sauwen. O direito “in vitro” da bioética ao biodireito.3 ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008,p.103 28Cf.passagem da Bíblia citada pelo autor-Gênesis 16, versículo 1-16 29 LEITE, Eduardo de Oliveira. Procriações artificiais e o direito: aspectos médicos, religiosos. Psicológicos, éticos e jurídicos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995, p.184. 27 276 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 imprescindível que as partes estejam cientes das particularidades do caso, para enfim, darem o consentimento consciente30. A Resolução do Conselho Federal de Medicina 2013/2013 dispõe sobre a obrigatoriedade do consentimento informado e contrato entre os pais genéticos e a doadora do útero, estabelecendo claramente a filiação da criança. A respeito da validade jurídica do contrato de gestação por substituição existem duas vertentes, a primeira diz que o contrato de gestaçãodeve ser feito para regular o serviço de prestação de serviço, e a segunda que se trata de comércio de pessoas, sendo assim, completamente ilegal.31 Em Washington de Barros Monteiro vamos encontrar o seguinte esclarecimento sobre o conceito de contrato: “podemos conceituá-lo como o acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir um direito.”32 Abordando a questão sobre a ótica do Código Civil 2002, para que o contrato seja considerado existente deve atender aos requisitos: capacidade genérica; aptidão para contratar; e o consentimento. E no campo da validade deve atender aos requisitos objetivos: objeto lícito, possível, determinado ou determinável, por sua vez, o art. 5º da CF, declara a inviolabilidade do direito a vida, dessa forma, sendo a vida humana direito indisponível não pode ser considerado como objeto de contrato. Neste contexto cabe ainda citar o art. 199 § 4º da Constituição Federal: Art. 199 § 4º CF –“A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização”.33 Nesse sentido, para Maria Berenice Dias34, a gestação por substituição é vedada constitucionalmente, em contrapartida, Eduardo de Oliveira Leite, defende que a disposição prevista no §4º do art. 199 da Constituição Federal não se aplica a matéria em questão. “É evidente que a utilização do útero não se encontra incluída no referido dispositivo constitucional. O procedimento não é assimilável ao transplante de órgão, nem à pesquisa, nem ao citado tratamento. Também não ocorre remoção de órgãos, tecidos ou substâncias humanas.”35 30 ALMEIDA, Aline Mignon. Bioética e biodireito. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2000, p. 47 31 ALMEIDA, Aline Mignon. Bioética e biodireito. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2000, p.49. 32 MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: direito das obrigações, vol.5. 34.ed.rev. e atual. por Carlos Alberto Dabus Maluf e Regina Beatriz Tavares da Silva. São Paulo: Saraiva, 2003,p.5 33CF, art.199 § 4º 34 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 4 ed. rev. atual. eampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007.p.332. 35 LEITE, Eduardo de Oliveira. Tratado de direito de família: origem e evolução do casamento. São Paulo: Juruá, 1991, p. 405 277 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A doutrina contrária a validade do contrato defende que tendo em vista que o objeto de entrega seria a própria criança a ser gerada a invalidade é explicita, pois contraria o ordenamento jurídico pátrio e a moral.Em contrapartida a doutrina que defende sua validade, fundamenta que o objeto do contrato é a prestação do serviço de aluguel do útero e não a criança a ser gerada. Severo Hryniewicz e Regina Fiuza Sauwen comentam em sua obra que um dos argumentos defendido pelos opositores ao contrato de gestação é que apesar de estar previsto que a criança deve ser aceita pelos locadores em qualquer situação, até mesmo no caso de má formação, ainda assim, existe a possibilidade dos pais solicitantes rejeitarem a criança, tornando-a candidata ao abandono. De outro modo, entendem os favoráveis que justamente por estar previsto em clausula contratual, os locatários são obrigados a assumir a criança, e alegam inclusive que o abandono de crianças é um fenômeno que não diz respeito somente ao útero de aluguel.36 Do ponto de vista de Eduardo de Oliveira Leite, em matéria referente às “mães de substituição” mesmo levando em consideração os interesses das partes envolvidas na técnica, os interesses da criança deverá sempre se sobrepor as demais considerações.37 Monica Sartori Scarparo salienta que embora utilizada a expressão “contrato de locação de útero” com relativa frequência, não existe juridicamente condições que afirmem a viabilidade de seu objeto.38 Quanto a contraprestação no aluguel do útero a Resolução 2013/2013do CFMimpõe a realização da técnica somente a título gratuito, tratando assimde coibir o aspecto comercial de forma expressa, dispondo que “a doação temporá ria do útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial”. 39 A contraprestação na locação do útero é condenada por muitos, uma vez que entendem que a remuneração implica em uma coisificação do ser humano, simplesmente pelo fato do cliente estar pagando pela criança que recebe. Argumentam que pelo ponto de vista ético, esses acordos atentam contra a dignidade da pessoa humana. Em contrapartida, os que defendem a SEVERO, Hryniewicz. REGINA, Fiuza Sauwen. O direito “in vitro” da bioética ao biodireito. 3ªed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008, p.109 37 LEITE, Eduardo de Oliveira. Procriações artificiais e o direito: aspectos médicos, religiosos. Psicológicos, éticos e jurídicos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995, p.411 38 SCARPARO, Monica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991, p.54 39CFM 2013/2013 36 278 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 prática, alegam que não se trata de venda de criança, mas um pagamento por serviços prestados. Assim como ocorre com qualquer outra profissão.40 Outro argumento contrário a técnica diz respeito a exploração de mulheres pobres que necessitadas de dinheiro aceitam facilmente tais tarefas, pois veriam na utilização do próprio corpo, um meio de sobrevivência.41 Os defensores rebatem tal argumento, sustentando que a exploração da pobreza ocorre em todas as esferas da atividade humana. Além desse aspecto, do ponto de vista jurídico, sendo vedada constitucionalmente a remuneração na doação de órgãos, a gestação também segue a mesma linha. Nesse sentido, a doutrina favorável a técnica, entendem que se trata de situações completamente distintas, sendo o doador um doador e a mãe substituta uma profissional.42 Eduardo de Oliveira Leite, relata que existem circunstâncias que o procedimento ocorre independentemente dos interesses pecuniários, nesses casos,os acordos normalmente envolvem mães, irmãs, ou uma amiga, são motivados pela compaixão, decorrem de um ato de amor e generosidade.Por outro lado o autor revela, embora, o CFM-2013/2013 tenha imposto que a gestação por substituição seja realizada sem fins comerciais e lucrativos, indaga-se se não seria exigir demais que uma mulher disponibilize seu tempo, dedicação, sua vida, submetendo a esse tipo de gestação, disponibilizando seu útero para gerar uma criança que não manterá em seu poder, e que por fim será entregue ao contratante sem que haja uma compensação.43 Nas palavras de Aline Mignon Almeida, vamos encontrar o seguinte esclarecimento: “Se uma mulher utiliza seu corpo para aparecer nua na tv, fazerfilmes pornográficos, posar para revistas masculinas, fazer shows de striptease e sexo explícito, e se prostituir por dinheiro, esses são ofícios pouco nobres, mas não há punição considerado crime, a punição nestes casos é mais social, Já o útero de aluguel, tem como ‘pano de fundo’ um motivo nobre, relevante, que é garantir à mulher infértil o direito a maternidade”44 Entende ainda,que não há lesão de autonomia pessoal. Tanto a mãe hospedeira, quanto os contratantes buscam algum modo um tipo de satisfação, e não se pode dizer que estejam ferindo o direito alheio. No que se refere a atribuição de maternidade, podemos dizer que até pouco tempo, o direito pregava com relativa segurança o fato de ser a maternidade sempre certa e a paternidade presumida. Não havia dúvidas Hryniewicz. REGINA, Fiuza Sauwen. O direito “in vitro” da bioética ao biodireito. 3ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008, p. 108 41 SCALQUETTE, Ana Claudia. S. Estatuto da reprodução assistida. São Paulo: Saraiva, 2010, p.195 42SEVERO, Hryniewicz. REGINA, Fiuza Sauwen. O direito “in vitro” da bioética ao biodireito. 3ªed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008 p. 109 43 LEITE, Eduardo de Oliveira. Procriações artificiais e o direito: aspectos médicos, religiosos. Psicológicos, éticos e jurídicos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995, p.406. 44 ALMEIDA, Aline Mignon. Bioética e biodireito. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2000, p.52. 40SEVERO, 279 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 quanto à atribuição da maternidade, pelo fato da mãe ser aquela que gestou e deu a luz ao filho. Entretanto, as técnicas de reprodução artificial com a utilização de “útero de aluguel” colocaram em dúvida o principio “matersemper certa est”. 45 Antigamente não havia dúvidas quanto a maternidade, uma vez que não existia a possibilidade de fecundar o óvulo fora do corpo, bem como transferi-lo para outra mulher. Desse modo, era possível afirmar que a “mãe” era aquela que estava gestando o filho. Atualmente, com o advento das técnicas de reprodução medicamente assistida, as consequências em matéria de filiação relativa às “mães” são as que mais suscitam discussões. Em razão da ausência de regulamentação legal referente a técnica, a mãe gestacional, aquela que por nove meses carregou em seu ventre um bebê que sabe ser de outrem pode se recusar a entregá-lo a contratante. Diante desta situação, indaga-se: quem é a verdadeira mãe? A Resolução CFM- 2013/2013 com o propósito de evitar conflitos judiciais e a comercialização de bebês, estabeleceu que a doadora temporária de úterodeve pertencer a família dos pais solicitantes num parentesco consanguíneo até o 4º grau,vinculando as duas mães a família. Sendo os demais casos sujeitos a autorização pelo Comitê médico. Embora a Resolução tenha acertadamente estabelecido algumas regras para seu uso, não conseguiu evitar as implicações referentes a atribuição da maternidade. Se considerarmos que a maternidade deve ser atribuída a mãe biológica, estaremos apontando para aquela que doa o material genético, o que pode ser um equivoco, pois a mãe solicitante pode ter utilizado de óvulo doado para a fecundação. 46 Se pensarmos em mãe como sendo aquela que independente da origem do óvulo, carrega a criança no ventre, distanciaríamos da condição materna a mulher que impedida de gestar por problemas reprodutivos, conta com o auxilio de outra para gestar seu filho, atribuindo a doadora do útero a filiação.47 Logo, a maternidade deve ser atribuída aquela que independente do óvulo ou útero utilizado para gestar a criança, teve a vontade procriante e deu inicio ao processo de filiação, que buscou alcançar seu objetivo de ser mãe.48 SEVERO, Hryniewicz. REGINA, Fiuza Sauwen. O direito “in vitro” da bioética ao biodireito. 3ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008, p101. 46 SCALQUETTE, Ana Claudia. S. Estatuto da reprodução assistida. São Paulo: Saraiva, 2010, p.199. 47 SCALQUETTE, Ana Claudia. S. Estatuto da reprodução assistida. São Paulo: Saraiva, 2010, p.199. 48 SCALQUETTE, Ana Claudia. S. Estatuto da reprodução assistida. São Paulo: Saraiva, 2010, p.199. 45 280 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Atualmente a doutrina e a jurisprudência têm estabelecido a filiação com base no princípio do melhor interesse da criança, reconhecendo o afeto como fator primordial, se sobrepondo ao fator biológico. A tomada de decisão de um litígio desse gênero não é nada fácil e longe de ser pacífica dada a complexidade da situação a qual envolve de um lado a mãe biológica ou socioafetiva, que por nove meses aguarda a chegada do tão sonhado filho e por outro, a mãe gestacional que pelos mesmos nove meses, sentiu todas as transformações em seu corpo e uma vida nele desenvolver, podendo inclusive, criar uma ligação afetiva com a criança.Desse modo, podemos concluir que os posicionamentos aqui expostos demonstram a complexidade do tema em questão. As técnicas de Reprodução medicamente assistida apresentam situações extraordinárias para a sociedade, deixando todos perplexos com os desafios e polêmicas trazidas por esse avanço biotecnológico. Há que se dizer que em verdade, não apenas o conceito de mãe foi alterado, opróprio Direito de família evoluiu, aceitando hoje em dia vários formatos de núcleos familiares e provavelmente serão acolhidas novas modalidades, uma vez que o Direito se presta a regulamentar as necessidades da sociedade que vem se alterando naturalmente ao longo dos anos, ao passo que é impossível impedir a evolução científica, que se baseia nas necessidades do homem. Alguns projetos de lei sobre reprodução humana, em especial sobre a gestação por substituição foram apresentados ao Senado. Dentre eles está o PL nº1184/2003 apresentado pelo Senador José Sarney, aprovado pelo senado está aguardando parecer da Comissão de Constituição e Justiça antes de seguir para o plenário. Defende o relator do projeto, o deputado Coubert Martins que o assunto em pauta não deve ser regulamentado apenas por uma resolução e que sua importância necessita de regulamentação por lei.49 Atualmente, o PL 1.184/03 aguarda ocorrência de audiência pública para que a Comissão manifeste emitindo parecer sobre o projeto e para que seja dado andamento ao processo legislativo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelo exposto, percebe-se que as discussões jurídicas abordadas no tema são de extrema importância e exige um estudo de contextos indisciplinares que envolvem direito, bioética, medicina genética e psicologia. No plano normativo Brasileiro no que se refere a gestação por substituição há um verdadeiro vazio jurídico, contudo, existem projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que tem por finalidade regulamentar 49 Relatório PL 1184/03 281 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 a técnica de gestação por Substituição ou até mesmo proibi-las, porém, até o momento, nenhum deles chegou a termo. A Resolução 2013/2013 do Conselho Federal de Medicina é única regulamentação existente, no entanto, por ser uma norma infralegal, não possui força de lei. A gestação por substituição estudada neste trabalho vem ao encontro da expectativa de muitos casais, por outro lado, acarretam severas críticas por ser uma técnica que utiliza uma terceira pessoa como hospedeira de um embrião alheio, que levará a termo a gestação e posteriormente entregará o bebê ao casal solicitante. Na opinião de muitos doutrinadores a maternidade substitutiva estaria possibilitando um suposto mercado de bebês, em outras palavras, ensejando a “coisificação” do ser humano, além desse aspecto, alegam que a técnica distorce a relação entre mãe e filho e que haveria a exploração de mulheres pobres. Desse modo, conforme demonstrado seus opositores entendem quea prática deve ser proibida, por constituir uma afronta a dignidade da gestante e do nascituro, no entanto, resta um questionamento: Se uma mulher pode ceder seu filho para adoção, porque não poderia da mesma forma, ceder seu útero para gerar um filho de outra e entregá-lo ao nascer? Ora, se a sociedade aceita que uma mulher entregue a adoção uma criança que apesar de ser biologicamente sua não pretenda criar, poderia entender ser completamente normal, que essa mesma mulher queira ajudaroutra que por algum problema reprodutivo não consiga alcançar seu desejo procriante. Para os defensores, a técnica é considerada a “cura” da infertilidade, sendo que o desejo da mulher em procriar não pode ser cerceado pelo Estado. A Constituição Federal institui o direito ao planejamento familiar, compreendendo o direito das pessoas em buscar a concepção do desejado filho, dessa forma não se pode admitir sua proibição. Necessário se faz criar leis, ainda que severas, no entanto, permitindo aos profissionais da área da biomedicina que continuem a erguer meios para as curas, no qual muitos necessitam e somem-se a isto, experimentos com finalidade sanar os problemas de esterilidade e infertilidade. Portanto, a legislação Brasileira deve acompanhar a evolução da sociedade amparando e regulamentando esse novo cenário que vem crescendo no mundo todo sobre a moderna constituição de família, dessa forma, permitindo sua utilização e dando maior segurança aos que necessitam desse meio para alcançar o sonho da procriação utilizando a ciência como aliada. Entendemos finalmente que a prática deve ser regulamentada com urgência, estabelecendo limites claros, obrigatórios e seguros, visando respeitar e valorizar a realização pessoal no que se refere ao desejo procriacional. O direito Pátrio deve criar leis para proteger a instituição familiar, não devendo ignorar a realidade, nem tampouco se acanhar diante dos problemas, optando pela proibição, mas sim, solucionar e enfrentar as mais variadas 282 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 situações que poderão surgir, desfazendo os obstáculos, permitindo o avanço da ciência e assegurando o amplo direito a saúde reprodutiva. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Aline Mignon. Bioética e biodireito. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2000. DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 4 ed. rev. atual. eampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007. DINIZ, Maria Helena. O estado atual do biodireito. 9 ed. rev. e atual. de acordo com o Código de Ética Médica. São Paulo: Saraiva, 2014. LEITE, Eduardo de Oliveira. Procriações artificiais e o direito: aspectos médicos, religiosos. Psicológicos, éticos e jurídicos. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1995. MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: direito das obrigações, vol.5. 34.ed.rev. e atual. por Carlos Alberto Dabus Maluf e Regina Beatriz Tavares da Silva. São Paulo:Saraiva, 2003. SCALQUETTE, Ana Claudia. S. Estatuto da reprodução assistida. São Paulo: Saraiva, 2010. SCARPARO, Monica Sartori. Fertilização assistida: questão aberta: aspectos científicos e legais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991. SEVERO, Hryniewicz. REGINA, Fiuza Sauwen. O direito “in vitro” da bioética ao biodireito. 3ªed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008. . . 283 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 CONCEPÇÕES DA FORMAÇÃO CIDADÃ NA EDUCAÇÃO Leandra Silveira de Moraes Jairo José Matozinho Cubas Faculdade Unida de Suzano RESUMO Este trabalho tem como tema central a formação cidadã por meio da Educação brasileira, garantida na atual legislação. Apresenta como principais objetivos compreender a terminologia em questão, com base nas contribuições de teóricos das áreas da Sociologia e da Filosofia. Outro ponto em destaque desta pesquisa é o reconhecimento de que realmente a educação é um dos pilares básico para a concretização dessa formação para a cidadania e apresenta com as argumentações dos pensadores da Educação os principais aspectos que fundamentam o papel da escola e docentes para a realização desse novo desafio, formar a base para uma vida pública e política consciente. Para ampliar a compreensão foi de extrema importância abordar o papel do professor com foco nas problemáticas da relação entre os educadores e seus alunos e um olhar para a importância da intencionalidade da prática docente para fazer valer essa concepção de uma educação como formadora da cidadania plena. Palavras chave: Cidadania, Educação, Professor INTRODUÇÃO A presente trabalho aborda o conceito de cidadania na sociedade contemporânea, uma vez que se apresenta como novo desafio da Educação brasileira a formação para o seu exercício, garantidos nos documentos oficiais. Por meio de pesquisas bibliográficas, tem como objetivo compreender a relação da escola para essa formação do indivíduo pleno, a importância de uma conscientização para efetivar essa formação cidadã de maneira democrática a todos os indivíduos, defendendo a escola como o ambiente propício para sua efetivação, apresenta também como complemento para essas considerações, diversos argumentos dos teóricos da educação com um olhar para o papel do professor e os desafios encontrados nesse espaço escolar para a efetivação da formação democrática dos legítimos cidadãos dessa Nação. O problema inicial era compreender qual o conceito que se entende da terminologia “formar para o exercício da cidadania plena”, entender também quais são os atuais desafios da escola para alcançar esse objetivo propostos na legislação e a função dos seus protagonistas, os educadores para efetivar essa formação, partindo 284 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 do questionamento de que se muitos são os desafios a se enfrentar para uma educação global devemos nos perguntar quem são os educadores da renovação e da inovação educacional. Para tal, este trabalho se divide em partes. Na primeira, aborda a necessidade de se inferir um conceito base para o termo cidadão, tão utilizada no atual contexto da nossa educação. Na segunda apresenta a relevância ao lincar esse novo aspecto de formar para a cidadania, com o olhar atual do papel da escola para esse fim, sua responsabilidade em garantir de forma democrática e consciente a formação dos indivíduos participativos e capacitados para as transformações que se façam necessárias para o desenvolvimento da sociedade em um todo. E finalmente na terceira, a pesquisa se afunila para o papel do professor na prática dessa formação plena. Levantando questionamentos pertinentes sobre a real intencionalidade em sala de aula, o envolvimento social e político necessário ao educador, às contradições de prática educativa baseada muitas vezes em autoritarismo ao invés da autoridade para que de fato se contribua com uma relação professor-aluno que fecunde a formação de indivíduos capacitados com consciência, valores e a credibilidade de que são capazes de intervir e modificar o mundo em que vivem. DESENVOLVIMENTO 1-CONCEITOS DE CIDADANIA Este capítulo visa apresentar os conceitos do termo cidadania, uma vez que sua temática, no atual contexto do Brasil, desperta interesses em distintos ambitos do saber. Como instrumento teórico para uma possível investigação de seu significado essa pesquisa busca contribuições na área da Sociologia e da Filosofia para uma compreensão de seu sentido para a Educação, que apresenta também como papel da escola, essa formação cidadã. Primeiramente buscamos apresentar a definição do termo cidadania pela etimologia da palavra: “qualidade de cidadão”, logo, como complemento de sentido, “cidadão é o termo que representa o habitante de uma cidade; aquele que goza dos direitos civis e políticos de um Estado”. (FERREIRA, 1999, p.63). O termo deriva da palavra cidade como menciona Gallo (2003, p. 32), “É da palavra latina cive que se origina a palavra cidade, no português, e é também dela que vem a palavra cidadão. Portanto, cidadania é sinônimo de política no sentido grego, assim como cidadão e político são a mesma coisa”. 285 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Essa “idéia de cidadania, referindo-se à qualidade daquele que pertence à ‘cidade’, isto é, de quem tem a permissão de participar da vida política” (RODRIGUES, 2006, p.4), originalmente criado na antiguidade da polis grega, resumia-se teoricamente a participação de todos no exercício do poder e a justiça era determinante para se instaurar a ordem, como cita Aranha (2003, p.82), “a ordem humana da origem ao cidadão da polis”, claramente demonstra que desde os primeiros filósofos, que denominaram a formação de um povo regido pelo senso de justiça, a política deu a forma para a cidadania e juntamente o direito a reflexões e questionamentos permitiu ao homem perceber-se como sujeito de seus atos, porém unificado com o corpo social. Ainda segundo a autora: A noção de justiça assume caráter político, e não apenas moral, ou seja, não diz respeito apenas ao indivíduo e aos interesses de tradição familiar, mas a sua atuação na sociedade. (ARANHA, 2003, p.82). Embora Silva e Silva (2010, p. 48) explica que “cidadania era antes de tudo a condição de quem pertencia a uma cidade e sobre ela tinha direitos” enfatizamos que essa origem do termo na polis grega restringia apenas aos homens livres a participação ao seu exercício, onde se torna claro como o tema gerou contradições ao longo da história da construção da sociedade humana. De acordo com Silva e Silva (2010, p. 47), na atualidade democrática em que nos encontramos, “a noção de cidadania está atrelada à participação social e política em um Estado”, assim como, do ponto de vista de Andrade (1993, p.17): “É no elemento povo que o discurso da cidadania se inscreve”. Como complemento desses pensamentos, Galliano (1981) explica: Pertencer a uma coletividade é partilhar com os outros membros dela um número suficiente de ideias ou traços comuns que permita reconhecermo-nos no “nós” por ela formado, ou seja, é identificarmonos com esse “nós” a ponto de extrair dele, pelo menos em parte, nossa identidade psíquica e social, (GALLIANO, 1981, p. 305). Essa cidadania é uma construção constante que se dá a partir da articulação do conjunto dos seres humanos e como afirma Luckesi (1994, p. 110) “Não se dá isoladamente. A sua prática é dimensionada por suas relações com os outros”. Estando de acordo, Galliano (1981, p.193) menciona que “Cada pessoa, cada geração, precisa assim internalizar as normas da sociedade onde vive por um processo que é ele próprio social”. 286 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O texto Revisitando o conceito de cidadania: notas para uma educação politécnica, de Adriana Geisler,(2006) menciona que “A cidadania, todavia, não é unicamente um conceito jurídico-legal, mas um fenômeno histórico-social. Conceituar cidadania hoje implica, portanto, reconhecer que o próprio conceito está em disputa, dadas as contradições do capitalismo em dar continuidade ao processo civilizatório de universalização dos direitos do homem”. (GEISLER, 2006, p.2). A maneira que foram se desenvolvendo as organizações políticas e econômicas e a percepção da participação no sistema social foi moldando a nova estrutura da nossa cidadania democrática. Logo, a união da cidadania com a democracia se apresenta como fator revolucionário para uma possível reorganização social. De acordo com Carrijo (2013): Sem a vivencia da democracia, há inevitavelmente, ausência ou limitação dos direitos de cidadania. O que demonstra que a forma como uma sociedade concebe a democracia irá influenciar direta e significativamente no modo como esta concebe e exerce sua cidadania. (CARRIJO, 2013. p.25). Referindo-se ao acima exposto, Gallo (2003) explica que: A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda a coletividade. Quem pode dizer o que é bom para todos? Aquele mesmo que irá provar – o próprio ser humano. Se não for dessa forma direta, pelo menos por meio de seus representantes, desde que ele se mantenha ativo e vigilante, acompanhando o trabalho daquele que elegeu. (GALLO, 2003. p.30). A título de reflexão, a característica da construção da cidadania se fundamenta nas ações humanas exercidas coletivamente com bases em noções de direitos e deveres e em nome de uma Nação. Deste modo a democracia reafirma a igualdade como base da realidade cidadã. O autor Severino (1994) apresenta uma reflexão sobre o termo: Quando falamos de cidadania estamos nos referindo a uma qualificação da condição de existência dos homens. Trata-se de uma qualidade de nosso modo de existir histórico. O homem só é plenamente cidadão se compartilha efetivamente dos bens que constituem os resultados de sua tríplice prática histórica, isto é, das efetivas mediações de sua existência. Ele é cidadão se pode efetivamente usufruir dos bens materiais para a sustentação de sua 287 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 existência física, dos bens simbólicos necessários para a sustentação de sua existência subjetiva e dos bens políticos necessários para a sustentação de sua existência social. (SEVERINO, 1994, p.98) Para que cada ser humano tenha essa consciência de seus direitos a serem compartilhados com o grupo social a qual está diretamente ligado, Pinsky (2004) acrescenta que: Ter consciência da necessidade de se ter consciência, para buscar conhecer os direitos e de exigir o direito de ter direito, e entender que essa consciência não se compra, não se vende, não se barganha nem se acha na rua, ao contrário, se constrói, este é o ponto mais alto da cidadania. (PINSKY, 2004, p.50). Complementando seu pensamento, o autor define cidadania como: Ser cidadão, ou cidadã, é poder ter condições de romper barreiras da ignorância moral, espiritual e intelectual. É ter a capacidade de pensar e refletir a vida pública, econômica, cultural e social em que vive, local e globalmente. Ser capaz de adquirir, e ter sempre presente em si, uma consciência histórica, democrática e internacional, cuja plataforma seja o direito de igualdade de oportunidade, a tolerância, a solidariedade, o respeito, a paz e a justiça. (PINSKY, 2004, p. 50). A cidadania se dá a partir da junção de três aspectos fundamentais para a existência humana, uma base econômica, social e política e é no fato de poder usufruir desses aspectos com plena consciência desses direitos que se vivencia a cidadania plenamente. Essa cidadania plena não esta enraizada na perfeição do ser, mas visando uma concepção praxista, ou seja, o homem como centro de sua construção histórica consciente de suas responsabilidades coletivas. Essa responsabilidade coletiva de todo cidadão é denominada de contrato social na visão de Pinsky (2011, p.18), como descreve “a cidadania autêntica prendese à ideia de contrato social, ou seja, um complexo de direitos e deveres, que cada um de nós tem para com todos os outros.” E detalha com maior propriedade que: Cidadania enfeixa uma série de direitos, deveres e atitudes relativos ao cidadão, aquele indivíduo que estabeleceu um contrato com seus iguais para a utilização de serviço em troca de pagamento (taxas e impostos) e de sua participação, ativa ou passiva, na administração comum. (PINSKY, 2011, p. 18). 288 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O autor reforça que “exigir direitos é parte da cidadania, mas respeitar os contratos sociais é sua contrapartida” (PINSKY, 2011, p. 19), ou seja, sem que haja o devido respeito às regras sociais estipuladas democraticamente o fato de ter garantido seus direitos não garante a cidadania plena, pois o homem é um ser social que depende de sua atuação para viver com plenitude seus direitos sem que impeça o outro de tê-los garantidos também. Dentro dessa visão, Gallo (2003), cita uma particularidade de um poema do poeta inglês John Donne, e explica como apresenta com clareza essa característica humana mencionada acima: O poeta inglês John Donne começou um poema com o verso: “ Homem algum é uma ilha” Somos seres sociais, “ animais políticos” como já definiu Aristóteles há 2500 anos atrás, o que nos leva necessariamente tomar parte de grupos humanos, a viver nossa vida junto a muitas outras pessoas iguais a nós.(GALLO, 2003, p. 26). Estando de acordo, Fernandes (2013, p. 2) reforça que: A cidadania nada é se não a exercitarmos. Sendo inerente à condição de humano, ela depende de nossas ações. [...] a cidadania está em nós, mas só existe de fato quando pertencemos ativamente a uma comunidade da qual tomamos parte que faz de nós cidadãos de fato. (GALLO, 2001, apud FERNANDES, 2013, p. 135-136). A associação desses grupos humanos com base na igualdade de direitos e deveres, é uma base para a consolidação de uma democracia cidadã, como observa o autor: Pela associação de todos os cidadãos manter-se-á viva a noção de que o ser humano con-vive e far-se-á a defesa da democracia como forma de governo que permite essa efetiva participação. E, com ela, os membros da sociedade não esperarão o chamamento, pois estarão participando por livre e espontânea vontade. (GALLO, 2003, p. 32). Haja vista que o fato de tomar parte das questões políticas, econômicas e sociais deva ser inerentes características de cada ser humano o autor chama a 289 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 atenção para que “o ato de participar é uma condição humana da qual não podemos escapar. Quem pensa que escapa, está iludindo a si mesmo”, (GALLO, 2003, p. 26). Logo, o autor evidencia o envolvimento que cada individuo tem com a sociedade na qual está inserido e afirma que “O cidadão sabe que é preciso buscar; é preciso conquistar. É uma ação que não se acaba. O cidadão é sobretudo o participante.” (GALLO, 2003, p.32). A julgar pelas considerações do autor entende-se que igualmente, Silva e Silva (2010, p. 50) valoriza essa participação dos indivíduos quando diz que “A cidadania não é apenas um conjunto formal de direitos e deveres, mas a prática cotidiana para garantir e vivenciar esses princípios.” Considerando, pois a análise feita sobre o conceito do termo cidadania na atualidade trata-se de uma questão histórica e em constante variação, como menciona Fernandes (2013, p.1) em Educação em Revista, Marília, v. 14, n. 1, p. 65-78, Jan.Jun., 2013 : Alguns compreendem o cidadão como o individuo que possui direitos políticos, outros, como aquele que possui deveres sociais; outros ainda, como aquele que, no contexto de uma sociedade de mercado, tem acesso aos bens de consumo. (GALLO, 2001 p. 137 apud FERNANDES, 2013, p.1). Sendo determinante o tempo e o espaço dentro da complexidade das relações coletivas e suas responsabilidades e direitos como integrantes de uma sociedade, Silva e Silva (2010) afirma: A rigor podemos definir cidadania como um complexo de direitos e deveres atribuídos aos indivíduos que integram uma Nação, complexo que abrange direitos políticos, sociais e civis. “Cidadania é um conceito histórico que varia no tempo e no espaço.” (SILVA e SILVA, 2010, p. 47). A relevância em se pesquisar sobre a concepção da educação como formadora da cidadania plena torna-se clara quando compreendemos que a construímos a partir de constantes variações, envolvendo os contextos político, social e histórico dos habitantes em nome de uma nação. Também se reforça ao ter clareza sobre a necessidade da conscientização dos direitos e deveres, das responsabilidades coletivas de modo que se possa garantir um exercício ativo de sua prática cotidiana. Reconhecer que o regime político ao qual fazemos parte está atrelado a essa concepção, pois, como visto, não existe cidadania sem democracia da mesma forma que é incabível fazer parte da democracia sem reconhecer-se como um cidadão ativo dessa política, é um avanço que deverá se encaminhar para o reconhecimento de que 290 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 por meio da educação será formada a consciente. base para uma vida pública e política O próximo passo dessa pesquisa é buscar compreender a legitimidade da formação cidadã por meio da educação na perspectiva de uma democratização efetiva e concreta que contemple as transformações necessárias à nossa sociedade. 2-O PAPEL DA EDUCAÇÃO NA FORMAÇÃO CIDADÃ E SEUS ASPECTOS NOS DOCUMENTOS OFICIAIS Ao longo dos anos algumas conquistas foram alcançadas nas instâncias educacionais para a formação democrática do indivíduo e estão explícitas nos documentos oficiais, entre elas, a formação para a cidadania como um novo olhar para a formação no campo social e político. De acordo com a atual Constituição Federal Brasileira: A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, Art.205, 1988). Essa lei constituída sob o regime democrático em vigor no nosso país reflete a relação que Gadotti (1991), apresenta sobre o fato de o conhecimento ser base para uma democracia ativa e baseada na igualdade quando menciona que: Não se pode criar um país democrático e desenvolvido sem que a educação tenha se estendido a todos. Um país democrático não precisa de grandes luminares da ciência e da técnica como precisa de um povo esclarecido, instruído. (GADOTTI, 1991, p.125). Logo, essa democratização de nossa legislação se apresentou como beneficio adquirido pela sociedade para garantir de forma legal, uma formação igualitária e consciente, um momento histórico e de transição significativa para nossa sociedade e que não poderia, a educação, ser pensada de outra forma quando o objetivo está no benefício e desenvolvimento de um povo, como menciona Freire (2003): [...] uma sociedade em transição como a nossa, inserida no processo de democratização fundamental, com o povo em grande parte emergindo, era tentar uma educação que fosse capaz de colaborar com ele na indispensável organização reflexiva de seu pensamento. Educação que lhe pusesse à disposição meios com os quais fosse 291 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 capaz de superar a captação mágica ou ingênua de sua realidade, por uma dominantemente crítica. Isto significa então colaborar com ele, o povo, para que assumisse posições cada vez mais identificadas com o clima dinâmico da fase de transição.(FREIRE, 2003, p.114). Do ponto de vista de Libâneo (2002) a escola é o espaço de integração e síntese onde essa educação irá assumir importância crucial para as transformações do mundo atual. Pensar no aluno que será formado para essa realidade transitória nos faz reconhecer, de acordo com o autor, que; [...] é preciso que a escola contribua para uma nova postura éticovalorativa de recolocar valores humanos fundamentais como a justiça, a solidariedade, a honestidade, o reconhecimento da diversidade e da diferença, o respeito à vida e aos direitos humanos básicos, como suportes de convicções democráticas. (LIBÂNEO, 2002, p.09) “A prática educativa tem também a finalidade intrínseca de inserir os sujeitos oriundos das novas gerações no universo social, uma vez que eles não poderão existir fora do tecido social” (SEVERINO, 1994, p.71) Diante do exposto, a escola tem papel primordial na formação democrática de um povo, pois tem como objetivo a formação totalitária dos indivíduos que compõe essa nação, como defendido por Libâneo, à que se valorizar a formação baseada na ética e nos valores, porém, trata-se de aspectos essenciais não apenas na postura dos educandos como devam ser passadas na forma de exemplos pela própria prática docente democrática. Estendendo a discussão, Perrenoud (2000) nos adianta que: A classe é, evidentemente, o primeiro lugar de participação democrática e de educação para a cidadania. É nela que se enfrenta a contradição entre o desejo de emancipar os alunos e a tentação de moldá-los, entre a assimetria inscrita na relação pedagógica e a simetria requerida pela democracia interna. (PERRENOUD, 2000, p.106). Nos leva a compreender a significância do olhar para a formação cidadã nos espaços educacionais de nossa sociedade, afinal “não é a escola que institui a sociedade, mas, é, ao contrário, a sociedade que institui a escola para o seu serviço” (LUCKESI, 1994, p.48) e complementando esse discurso observa-se um apontamento para a questão da mudança como essência para a adequação dessa democracia: 292 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A própria essência da democracia envolve uma nota fundamental, que lhe é intrínseca – a mudança. Os regimes democráticos se nutrem na verdade de termos em mudanças constantes. São flexíveis, inquietos, devido a isso mesmo, deve corresponder ao homem desses regimes, maior flexibilidade de consciência. (FREIRE, 2003, p.98). A consciência necessária aos homens, aqui referida, parte da constatação de que “fazer com que a democracia ocorra é prever uma transição, saber de antemão que o caminho é incerto, que haverá injustiças, abusos de poder, momentos de desorganização [...]” (PERRENOUD, 2000, p.106). Na atual Constituição, onde se reafirma os valores democráticos, chama-se a atenção para o poder do Estado e seu compromisso com a educação no sentido de formação plena dos indivíduos em conjunto com a família, servindo de fundamento para a elaboração da nova LDB, sancionada sob o nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Santos (2003, p.52), explica que “a LDB é a lei que determina os fins da educação, os caminhos a serem percorridos e os meios adequados para atingi-los, enfim, regulamenta a Educação Escolar Nacional”. Considerando que temos como princípios da formação cidadã a liberdade e a igualdade, vale ressaltar que a educação é um dos pilares básico para a concretização dessa democracia, sem conscientização os indivíduos não reconhece a essência do seu direito de ter direitos, no pensamento de Dimenstein (1996, p.145), “A democracia é o regime que garante a liberdade de todos escolherem seus governantes. Mas só existe liberdade quando se pode optar. E só existe opção quando se tem informação[...]”. Esse foco para formar cidadãos apresentado nos documentos oficiais vem de encontro com esse pensamento, porém, vale ressaltar que atualmente esse termo vem sendo utilizado com grande frequência e que é preciso deixar claro o sentido que se busca alcançar ao direcionar a escola como base para essa formação, tarefa complexa e que tem deixado lacunas a serem preenchidas para uma real concretização, afinal como menciona o autor “[...] a cidadania avança mais no papel do que na prática” (DIMENSTEIN, 1996, p. 149). Se por hora a incerteza dos caminhos para a efetivação da nossa democracia visando uma cidadania autentica mostra-se presente, novamente a formação cidadã como parte dos princípios e fins da Educação Nacional para se efetivar o desenvolvimento consciente dos indivíduos com amparo legal do Estado, demonstra um olhar em favor do progresso social que estamos buscando alcançar, como fixa o documento: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o 293 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, art.2º, 1996). Essa inspiração, citada no documento, nos princípios e ideais de liberdade e solidariedade chama a atenção para o atual contexto da sociedade que se encontra “[...] afirmada no anseio de liberdade, de injustiça, de luta dos oprimidos, pela recuperação de sua humanidade roubada” (FREIRE, 2003, p.30). Complementando esse pensamento: O desenvolvimento do homem na sua totalidade só se dará com a supressão da alienação, com a superação do antagonismo de classes. Enquanto persistirem relações de produções, o homem se encontrará ainda na sua própria “pré-história”. (GADOTTI, 1997, p.43). Nos leva a refletir que desde a Constituição de 1988 até a nova LDB oito anos se passaram e onde se legitimou a educação democrática e direcionada para o desenvolvimento pleno de todas as pessoas sem distinções? Neste conflito de direitos e deveres igualitários que acredito estar inserida as afirmações dos autores, citadas a cima, com a crítica da luta de um povo que tem sua humanidade roubada pela opressão sofrida pelas classes dominantes em virtude de questões políticas, econômicas e sociais. Ainda de acordo com Gadotti (1991), que reforça a influencia das questões econômicas sofridas pelo povo na educação: [...] o quanto a educação, como sistema, é um sistema dependente do sistema econômico; ele é um subsistema que, dentro de uma sociedade de classes, exerce um papel ideológico, o de ocultar o projeto social e econômico da classe dominante, além de reproduzir a divisão dessa sociedade em classes. (GADOTTI, 1991, p.57). Em partes, Severino (1994) concorda com o autor que a escola reproduz as ideologias do Estado reforçando a dominação sofrida pela grande massa devido às questões econômicas e principalmente políticas e sociais, porém frisa a dualidade de seu papel, quando é também mediadora na interface desse mesmo processo. [...] o processo educacional consolida e reforça os processos de dominação atuantes na sociedade, à medida que seus mecanismos reproduzem sem reelaboração as referências ideológicas e as relações sociais. Mas, ao mesmo tempo, constatamos que, contraditoriamente, a educação também atua no sentido de criticar e superar esses conteúdos ideológicos e, consequentemente, de agir 294 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 na linha da resistência à dominação e da transformação da sociedade, contribuindo para o estabelecimento de relações políticosocial com menor força de opressão. Ela pode, portanto, constituir-se ainda em prática social transformadora. (SEVERINO, 1994, p. 73) A julgar pelas considerações acima, Imbernón (2000) considera que: Embora a escola dificilmente possa corrigir, mesmo que seja de forma parcial, tais iniquidades, pode sim criar consciência sobre elas e fomentar o desenvolvimento de um pensamento autônomo, capaz de processar criticamente tal conhecimento de acordo com as necessidades e os interesses de formações sociais concretas. (IMBERNÓN, 2000, p.189) Transpor as barreiras das ideologias e contribuir por meio da educação com conscientização para que a cidadania seja exercício de todos, depende dessa visão da escola com real objetivo de igualdade, reconhecendo o valor da educação para as transformações que levem ao progresso do indivíduo e como consequência de toda a nação. Neste sentido a escola tem um grande comprometimento com essa formação societária e política dos indivíduos, pois a questão de poder e das divisões de classes é um problema central na relação da educação com a sociedade e “a pedagogia socialista é o prolongamento de um desenvolvimento histórico da teoria e da prática educacional, resolvendo os problemas e conflitos que a educação burguesa idealista coloca para a sociedade atual” (PONCE,1981 apud GADOTTI, 1997, p.39), afinal como evidencia Alves (2003, p. 65) “ a sociedade é um produto humano que pode ser mudado”. Deste modo, é possível acreditar que a escola é capaz de auxiliar a formar cidadãos e defender a garantia dos direitos e compreensão dos deveres , o que não quer dizer que a escola dará conta sozinha de transformar essa realidade contraditória de nossa sociedade. “A educação não é, certamente, a alavanca da transformação social. Porém, se ela não pode fazer sozinha a transformação, essa transformação não se efetivará, não se consolidará, sem ela”. (GADOTTI, 1991, p.63). Neste pensamento Cunha (1981) chama a atenção para o fato de que muitas vezes a escola é pressuposta como a reparadora da sociedade: A educação tem sido julgada, também, como um instrumento privilegiado para a “correção” das iniquidades existentes na sociedade contemporânea. Através das alterações produzidas nas pessoas na época em que elas são suscetíveis de interiorização de 295 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 hábitos duradouros, pensa-se poder alterar as relações sociais, vale dizer, construir uma sociedade nova. (CUNHA, 1981, p.20). Estando de acordo com a abordagem da questão apresentada pelos autores acima, Freire (2003) considera a educação como uma forma de política popular capaz de despertar novas perspectivas para o futuro quando diz que: Apesar de que ninguém possa aceitar a ideia ingênua da educação como “a alavanca da revolução, caberia considerar a possibilidade de que, neste caso, a educação se antecipa a uma verdadeira política popular e lhe sugere novos horizontes”. (FREIRE, 2003, p.34). Para o autor a educação é uma prática para a liberdade, porém ressalta que “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão”, assim a consciência de seus direitos e deveres terá significância na comunhão de todos em defesa de seus interesses. Em complemento ao raciocínio apresentado, Dimenstein (1996, p.85) ressalta que “a primeira regra de todo indivíduo que preza sua liberdade é questionar tudo que ouve e lê, independente de quem fala ou escreve [...]”, para tal postura a educação deverá oferecer autonomia e despertar a reflexão crítica levando os indivíduos a uma percepção de seu lugar no mundo e com o mundo em que vive. “A libertação, por isso, é um parto. E um parto doloroso. O homem que nasce deste parto é um homem novo que só é viável na e pela superação da contradição opressores-oprimidos, mas homem libertando-se”. (FREIRE, 2003, p.35). Essa questão da liberdade é um ponto marcante da formação para a cidadania e representa uma luta contra a dominação de consciências. Entretanto Coraggio (2000) chama a atenção para a contradição de conceito do termo liberdade: O conceito de liberdade é controvertido e polêmico: um deles é a conceito individualista, segundo o qual a liberdade consiste no direito de cada um fazer o que quiser, desde que não prejudique os direitos do próximo; o outro é o socialista, segundo o qual a liberdade consiste na obrigação que tem o ser humano de cumprir as tarefas sociais que lhe competem. Logo, mesmo no conceito individualista, ela não pode ser absoluta, cabendo ao Estado e a sociedade fixarlhes os limites por normas jurídicas e morais. (CORAGGIO, 2000, p.34). Para Libâneo (2002, p.47) essa ideia de liberdade é definida como “[...] o direito dos indivíduos de viver e de ser reconhecidos como sujeitos, capazes de fazer opções e respeitar as dos outros [...].” 296 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Até mesmo a liberdade sofre suas limitações quando se trata da vivência coletiva e na escola se intensifica a questão de uma liberdade contida para o bem estar social, conforme indica Gadotti (1997): Toda pedagogia que deseja realizar um princípio de liberdade para formar um indivíduo em si, isolado dos outros, é uma abstração e uma ilusão. A liberdade não é um princípio metafísico, mas um modo de comportamento do indivíduo através de responsabilidades de tal forma que o conceito de liberdade não pode ser separado do de responsabilidade. (GADOTTI, 1997, p.73). Ainda que se perceba a ligação de liberdade com a obrigação de responsabilidade a escola não deve “educar como adestramento, como moralização para termos um povo ordeiro e trabalhadores submissos” (ARROYO, 2001, p.50), embora, como afirma o autor, essa é uma visão bastante divulgada ainda na atualidade o que compromete a autoconstrução da humanidade. A propósito disso, voltar o olhar para a cidadania na formação escolar reflete consideravelmente na postura do educador que deve se atentar ao fato de que: Torna-se a falar da educação cívica ou, como se diz hoje, da “educação para a cidadania”. As boas intenções não bastam, nem uma hábil mistura de convicção e realismo. É preciso que se criem situações que facilitem verdadeiras aprendizagens, tomadas de consciência, construção de valores, de identidade moral e cívica [...] (PERRENOUD, 2000, p.142). Como base para essa compreensão os PCNs, que são documentos elaborados para servir de padrão auxiliando ao trabalho docente, se descrevem falando diretamente aos educadores como apresentado a seguir: Nosso objetivo é auxiliá-lo na execução de seu trabalho, compartilhando seu esforço diário de fazer com que as crianças dominem os conhecimentos de que necessitam para crescerem como cidadãos plenamente reconhecidos e conscientes de seu papel em nossa sociedade. Sabemos que isto só será alcançado se oferecermos à criança brasileira pleno acesso aos recursos culturais relevantes para a conquista de sua cidadania. Tais recursos incluem tanto os domínios do saber tradicionalmente presentes no trabalho escolar quanto as preocupações contemporâneas com o meio ambiente, com a saúde, com a sexualidade e com as questões éticas relativas à igualdade de direitos, à dignidade do ser humano e à solidariedade”. (BRASIL, vol.1, 1997). 297 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 É possível compreender que o foco principal dos Parâmetros Curriculares Nacionais está no reconhecimento da vida social e na consciência crítica dos temas relevantes para a evolução da humanidade de forma responsável e como frisa Freire (2003): [...] ninguém se conscientiza separadamente dos demais. A consciência se constitui como consciência do mundo. Se cada consciência tivesse o seu mundo, as consciências se desencontrariam em mundos diferentes e separados – seriam nômades incomunicáveis. (FREIRE, 2003, p.15). Na visão de Gadotti (1991): A conscientização na educação, no processo educativo é apenas uma pequena província dessa consciência da vida, do mundo, de si mesmo, à qual os homens devem ter acesso para serem plenamente e enfrentarem os desafios do presente. (GADOTTI, 1991, p.41). Embora a formação cidadã passe pela construção dessa consciência coletiva, há que se pensar também na necessidade em se valorizar a individualidade, onde se manifesta a diversidade. Cunha (1981) estabelece muito bem esta relação entre individualidade e coletividade: Os homens não são individualmente iguais, é impossível querer que sejam socialmente iguais. Pelo contrário, a igualdade social é nociva, pois provoca uma padronização, uma uniformização entre os indivíduos, o que é um desrespeito à individualidade de cada um. (CUNHA, 1981, p.31). Nas palavras de Pinsky (1997, p.70) “ser nacional é identificar-se com, fazer parte de e ser diferente de”, ou seja, afirmar sua nacionalidade sem menosprezar sua individualidade. Mediante a esse ponto dialético da questão, da individualidade do ser humano e sua adequação as normas estipuladas pelo sistema educativo para sua formação cidadã, o olhar se volta para a possível realidade de um ajuste aos padrões da sociedade e deste prisma, Gadotti (1997) questiona: 298 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O importante para a liberdade de cada um é saber como cada indivíduo singular conseguirá incorporar-se ao homem coletivo, e como a pressão educativa operará sobre os indivíduos para obter o consentimento e a colaboração, transformando a liberdade individual em necessidade. (GADOTTI, 1997, p.73). Seu questionamento se apresenta como uma crítica ao sistema, não se pode falar em cidadania sem que se possa adequar essa formação coletiva com o respeito as singularidades, de forma que se privilegie os educandos concebendo conhecimentos sociais e políticos para uma formação realmente lúcida e libertadora e não apenas servil, mesmo que vivemos da união com o outro esse homem coletivo deverá conscientemente estar de acordo com as regras impostas, desde que seja de fato base para o bem comum, se beneficiando e não sendo levado a engessar suas ações. Como decorrência de tal explanação, sem que se considere o caráter distinto do indivíduo, Alves (2003, p.89) nos mostra seu receio quando diz: “Temo que estejamos formando milhares de bonecos que movam as bocas e falam com a voz de ventríloquos. Especialistas em dizer o que os outros disseram, incapazes de dizer sua própria palavra”. “Cabe a educação do futuro cuidar para que a ideia de unidade da espécie humana não apague a ideia de diversidade e que a da sua diversidade não apague a da unidade. Há uma unidade humana. Há uma diversidade humana”. (MORIN, 2001, p.55). O autor especifica que se trata de duas esperas: a individual que evidencia a singularidade anatômica de cada ser humano e a social que é sua ligação com a sociedade, organizações sociais e a cultura, tornando cada individuo ao mesmo tempo singular e múltiplo, diante dessa complexidade a finalidade da educação deverá se voltar para a identidade e consciência terrena. Afinal, “[...] todo desenvolvimento verdadeiramente humano significa o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana”. (MORIN, 2001, p.55) Como podemos concluir a formação cidadã é complexa e envolve ter com clareza o objetivo que se busca alcançar, para tal, visando auxiliar essa compreensão os PCNs indicam, como objetivos para atender com qualidade a formação cidadã nas escolas, o caminho de compreensão que os educadores devam ter do termo cidadania: Compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito. (BRASIL, vol.2, 1997). 299 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Novamente percebemos que sob o olhar legal muitos são os esforços em qualificar a formação de nossos educandos de modo democrático e que a educação é um trampolim para esse desenvolvimento dos indivíduos, bem como para sua compreensão e adaptação nas relações sociais. É na escola, portanto, que as crianças iniciam a consciência de sua condição humana e da sua ligação com a vida pública, afinal “[...] não nascemos humanos, nos fazemos. Aprendemos a ser”. (ARROYO, 2000, p.53). Tal disposição tem como pressuposto o status que a educação opera tanto à sociedade como em cada indivíduo pertencente, como reforça Imbernón (2000): A participação política, a estruturação das classes sociais, o desenvolvimento e a distribuição da riqueza não operam à margem dos níveis e tipos de educação dos cidadãos. Portanto, o que indivíduos e sociedades são, o que poderão ser, não pode ser explicado ou projetado, sem serem considerados os efeitos dos sistemas educativos. (IMBERNÓN, 2000, p.41). Como objetivo “[...] a escola também deve cumprir um papel relevante na formação de cidadãos, como sujeitos políticos, para uma democracia substantiva que os exige protagonistas, ativos e organizados: formar governados que possam ser governantes” (IMBERNÓN, 2000, p.189) e se a própria educação está entrelaçada com as questões sociais e políticas da sociedade, é justo que cada cidadão seja formado com a compreensão das implicações da vida coletiva, porém mais do que compreender deverá ser formado para agir e transformar e não apenas seguir as regras como um indivíduo limitado. Seria de bom alvitre salientar que a educação forma gerações, e “[...] não é o homem que transforma, que faz história, mas a massa de homens, isto é, os homens juntos” (GADOTTI, 1991, p.67), logo, o caráter coletivo deve ser reconhecido na formação de nossa história que deve ser construída a partir da consciência de todo contexto da sociedade em que vive o indivíduo, consciência essa que deverá ser despertada por meio do processo educacional. Assim o papel social e político da escola tornam-se relevante para a construção da história de uma nação e com relação a nossa legislação o apoio e a intenção de formar os indivíduos em suas plenitudes já estão muito bem embasados, mas o que questionamos é onde se encontra o entrave para se legitimar a formação cidadã? “Todos têm liberdade para se educar, mas não têm, igualmente, as mesmas condições, porque a realidade sócio-econômica das diversas classes dentro da sociedade burguesa não lhes permite uma mesma instrução”. (CUNHA, 1981, p.44). Mediante a questão, podemos dizer que a escola tem como obrigação clarear os fatos políticos, econômicos e sociais para permitir que todos tenham a oportunidade 300 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 e a capacidade de converter as divergências, intervindo em sua realidade, exercendo a cidadania plena. “Trata-se não apenas de pensar na formação da criança, mas na formação de um novo tipo de homem que seja capaz de participar ativamente na transformação da sociedade” (GADOTTI, 1997, p.71). A julgar pelas considerações apresentados, reforçamos que, como já conceituamos inicialmente ser cidadão não é apenas cumprir com seus deveres de maneira domesticado e inocente, mas usufruir de seus direitos de igualdade e liberdade garantidos por meio das ações educativas para a conscientização e a criticidade levando a partilhar ideias, unidos ao corpo social, com possibilidade de ação e somente assim exercendo sua democrática cidadania, afinal, “[...] cabe ao professor papel fundamental na formação de jovens com consciência de cidadania plena, direitos e deveres”. (PINSKY, 1997, p.29), e se muitos são os desafios a se enfrentar para uma educação igualitária devemos nos perguntar quem são os educadores da renovação e da inovação educacional? É o que buscaremos compreender no capítulo a seguir abordando o papel do educador na formação cidadã da sociedade contemporânea. 301 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O PAPEL DO EDUCADOR PARA FORMAÇÃO DO CIDADÃO NA CONCEPÇÃO DOS PENSADORES DA EDUCAÇÃO Na pedagogia contemporânea a relação entre professor e aluno, fundamentada nas bases democráticas, têm como intuito beneficiar o processo de aprendizagem, contribuir para a formação de personalidades maduras formando cidadãos conscientes e participativos. Nesse tipo de relação às normas são democraticamente estipuladas pelo próprio grupo e espera-se que elas consagrem a participação responsável, a liberdade de expressão e a igualdade de participação, além da confiança e do respeito mútuo. (FERREIRA, p.200, 1996). Um dos desafios atuais, entretanto, é romper com a antiga concepção do papel do professor como mediador coercitivo, moralizador e normatizador para atender a nova proposta educacional de um educador transformador, crítico e principalmente emancipador para formar os alunos com base nesta cidadania democrática. Em conformidade com a questão, Imbernón (2000) acrescenta: O professor deve ser requalificado como profissional e como protagonista. Essa requalificação deve incluir a modificação racional da formação docente, o substantivo melhoramento de suas condições de trabalho e a eliminação dos mecanismos de controle técnico, de modo que fortaleça sua autonomia e valorize sua prática. (IMBERNÓN, p.191, 2000). Como estímulo a uma reflexão sobre as práticas educativas, levanta-se um grande questionamento sobre a relação de poder embutida na conexão entre o professor e os aluno no cotidiano da sala de aula, supostamente apontado como grande empecilho dessa formação emancipadora que se espera para a construção dos indivíduos, assim como nos apresenta Ferreira (1996): A grande discussão que agita os meios pedagógicos atualmente é a de se saber como o poder do professor pode deixar de ser meramente um agente repressor para passar a ser também um agente criador de atitudes e capacidades intelectivas que contribuirão para fazer o aluno um ser criativo, responsável e atuante. Em suma, consiste em saber que formas de exercício de poder pelo professor possibilitam a formação de alunos confiantes, informados e críticos. (FERREIRA, p.197, 1996). 302 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Ainda no pensamento do autor “ não há como negar que são bem vastas as áreas sobre as quais a vontade do professor pode se impor sobre os aluno” (FERREIRA, p.197, 1996) e compreender como esse aspecto pode ser trabalhado em favor de uma qualidade educativa, que beneficie o processo escolar vivenciado por eles leva ao reconhecimento de sua ligação direta com o ser humano que irão formar, deste modo, “ a autoridade deve fecundar a relação educativa e não cerceála”.(LIBÂNEO, p.251, 1994) Vale frisar que “a educação reflete a estrutura do poder, daí a dificuldade que tem um educador dialógico de atuar coerentemente numa estrutura que nega o diálogo. Algo fundamental pode ser feito: dialogar sobre a negação do próprio diálogo”.(FREIRE, p. 62,1987) Nesta perspectiva o autor ainda explica que: A existência, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novos pronunciar. (FREIRE, p.78, 1987) O autor se refere às falsas palavras, com relação à postura errônea de muitos professores que deveriam se perguntar “como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo no outro, nunca em mim?” (FREIRE, p.80, 1987) Deste modo chama a atenção para o fato de que: Se o diálogo é o encontro dos homens para ser mais, não pode fazerse na desesperança. Se os sujeitos do diálogo nada esperam de seu que fazer, já não pode haver diálogo, o seu encontro é vazio e estério. É burocrático e fastidioso. (FREIRE, p.82. 1987) Essa menção que o autor faz com relação ao diálogo, porém, se encaixa em uma nova perspectiva, de acordo com a definição do autor que se apresenta a seguir: Num primeiro momento a pedagogia do diálogo tinha por objetivo estabelecer relações amigáveis entre mestres e discípulos na sala de aula. Agora é diferente: o diálogo visa a atingir diretamente o coração das relações sociais. (GADOTTI, p.15, 1998) A propósito disso, a que se reconhecer que “ toda prática educativa intencional envolve capacidades comunicativas” (LIBÂNEO, p. 39, 2003) 303 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O educador deverá levantar uma crítica à concepção mecânica da consciência e em contra partida entender que “sua função é permitir uma tomada de consciência pessoal no ajustamento do indivíduo com o mundo e com os outros” (GUSDORF, p. 15, 2003) e que essa capacidade comunicativa, faz parte das competências específicas para uma prática educativa coerente tendo por finalidade conduzir o educador a uma reflexão de que “[...] sua ação deve estar infundida da profunda crença nos homens. Crença no seu poder criador” (FREIRE, p. 62, 1987) Tem se avolumado pesquisas sobre essas ações pedagógicas que atendam a tendência contemporânea de se conceber o ensino como atividade reflexiva, dentre elas, Libâneo (2002) explica que: Trata-se de um conceito que perpassa não apenas a formação de professores como também o currículo, o ensino, a metodologia de docência. A idéia é a de que o professor possa “pensar” sua prática, ou em outros termos, que o professor desenvolva a capacidade reflexiva sobre sua própria prática. Tal capacidade implicaria por parte do professor uma intencionalidade e uma reflexão sobre seu trabalho. (LIBÂNEO, 2002, p.85) Muito discutido entre os pensadores da educação, o fato de que “para dar conta da formação dos educandos e não apenas de sua instrumentalização, será necessário outro perfil de mestre que assuma que seu papel vai além de passar a matéria e avaliar se foi aprendida. Que incorpore outros saberes e competências”. (ARROYO, p.106, 2001). O questionamento de uma diferença entre professor e mestre, embora por muito tempo essas duas palavras pudessem ser utilizadas como sinônimos, emerge entre os pensadores da educação como argumento de que existe grande diferenciação da prática docente no que diz respeito aos termos e sua real postura diante da prática docente, diferença essa que mudará o ruma que a formação dos alunos poderá tomar ao longo de sua vida escolar. Assim, como atualmente se defende uma formação global dos alunos com ênfase na cidadania o profissional, para tal, também é visto com diferenciação. “Ao professor só se pede que saiba. Do mestre reclama-se uma outra competência que supõe a ultrapassagem e a relativização do saber”. (GUSDORF, p.104, 2003) Complementando o pensamento do autor: O mestre é aquele que alcança para lá das operações discursivas da inteligência e da memória, uma expressão imediata e direta de si. Sua obra, seus atos, suas palavras nascem dele sem premeditação, na graça de uma espontaneidade perfeitamente justificada. (GUSDORF, p.60, 2003) 304 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Dando continuidade a essa reflexão, Arroyo (2000) acrescenta que: Como docentes podemos nos ver preparados, dominando e carregando conteúdos bem organizados e planejados para a aula, em qualquer matéria e para qualquer série ou aluno, em qualquer idade. Essa docência poderá alimentar uma auto-imagem neutra. Sem paixão. Sem amor e ódio. Sem começo. Sem o permanente reportarnos à infância, adolescência ou juventude como começos, como possíveis. Entretanto, como pedagogos, mestres-educadores, essa prática não é possível. Nossa auto-imagem se constrói cada dia em relação à infância, adolescência e juventude como possibilidades, inclusive em nós. O que nos confronta com o nosso próprio percurso humano. ( ARROYO, p. 42, 2000) De forma poética, Alves (2003) também oferece contribuição a esse pensamento quando diz que: Talvez que um professor seja um funcionário das instituições que gerenciam lagoas e charcos, especialistas em reprodução, peça num aparelho ideológico de Estado. Um educador, ao contrário, é um fundador de mundos, mediador de esperanças, pastor de projetos. (ALVES, p.37, 2003). Após essa diferenciação entre o papel do educador como mestre ao invés de apenas professor, apresentada pelos autores acima, Alves (2003) ainda questiona: Educadores, onde estão? Em que cova terão se escondido? Professores, há aos milhares. Mas o professor, não é algo que se defina por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança. (ALVES, p.16,2003) Fica a questão, se o século XX nos lançou vários desafios com uma forte pressão em adequar o ensino à formação ampliada dos indivíduos, os profissionais para aplicá-los estão capacitados para tais mudanças? No pensamento apresentado anteriormente por Alves, podemos acrescentar as observações de Perrenoud (p.161, 2000) que aponta que [...] “ os professores de hoje não estão nem dispostos, nem preparados, em sua maioria, a praticar uma pedagogia ativa e diferenciada, a envolver os alunos em procedimentos de projetos, a conduzir uma avaliação formativa, a trabalhar em equipe”. Faltando a muitos o envolvimento citado por Alves que diferencia as práticas entre esse professor despreparado e desmotivado do educador que a sociedade necessita para auxílio do desenvolvimento da humanidade. 305 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Fica claro que os autores citados entendem que para formar os cidadãos estamos diante da necessidade de um profissional com pretençõe que vá além da instrumentalização, um profissional mestre em sua arte de ensinar consciente do ser humano que pretende formar. Essa arte se explica a seguir na palavra do autor que a analisa: As artes de instruir e educar, de colocar os saberes e competências técnicas e científicas acumuladas pelo ser humano a serviço do desenvolvimento, da autonomia, da emancipação e da liberdade e igualdade, enfim dos valores humanos, é nossa arte. São as delicadas artes do nosso ofício de mestre. (ARROYO, p. 82, 2000) O autor simplifica, porém, essa questão acrescentando que não se trata de formar esse novo profissional com novas competências e habilidades e sim que sua postura e engajamento em sala faça a diferença na formação de seus alunos, que haja com intencionalidade, como bem define a seguir: Em realidade, as professoras e os professores não precisarão incorporar novos saberes e competências a seu ofício, apenas ser bons docentes, competentes transmissores de seus conteúdos que estes produzirão cidadãos por acréscimo. (ARROYO, p.107, 2000) Vale ressaltar que além de delicada a arte do nosso ofício é complexa, envolve muito mais do que um profissional apaixonado por sua prática e embora o autor simplifique seus argumentos visando uma postura adequada e ética, com comprometimento para que consequentemente possamos formar cidadãos por meio da educação, é importante frisar que a concepção política desse profissional também terá grande contribuição para definir o ser humano que essa escola pretende formar. Pode-se denominar como uma competência ética política, no sentido do comprometimento com o ato de educar formando o indivíduo para o adequado exercício da cidadania, também tarefa específica do educador que tem como dever adequar suas ações para o desenvolvimento dos grupos sociais, uma vez que se garante legalmente a função da escola para tal objetivo. Sob este ponto de vista, “o pedagogo, fazendo “prática social”, está exercendo seu papel específico na sociedade, que é o de vincular o ato educativo e o ato político, a teoria e a prática da transformação”. (GADOTTI, p.54, 1991). Fica evidente o papel do professor neste espaço que ocorre o processo de socialização pelas reflexões de Alves(2003) citadas a seguir, quando se refere a questão dando curso a apreciação de Gadotti (1991): 306 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A vida social só é possível na medida em que seus futuros membros são iniciados no conhecimento de suas regras. Toda sociedade, assim, exige a existência de mestres e aprendizes. Tornamo-nos socializados na medida em que essas regras são introjetadas e incorporadas à nossa estrutura de consciência. (ALVES, 2003, p.103). Essa questão leva às indagações de Gadotti (1997), que busca uma compreensão sobre o papel da nossa atual educação pública: Será apenas um processo de formação do homem para adapta-lo a viver numa sociedade “dada”? Não existirá uma concepção de educação que, ao contrário, vise despertar as novas gerações para a construção de outra sociedade, uma educação emancipadora que as desafie a construir outra? O que representa o educador nessa outra educação e como pode ela surgir no interior de uma sociedade velha e opressiva? (GADOTTI, p.13, 1997). Da mesma maneira, Alves (p. 106, 2003) se vê consumido por questionamentos a respeito da formação dos indivíduos na sociedade contemporânea quando interroga: Será verdade que a educação é um processo para fazer com que cada indivíduo atualize suas potencialidades ou exatamente o inverso, um processo pelo qual a sociedade leva o indivíduo a domesticar essas mesmas potencialidades, canalizando-as de sorte a transformá-lo em pensamento e comportamento socialmente aceitos? A educação transforma ou reproduz a sociedade? (ALVES, p.106, 2003) Imbernón (p.188, 2000) defende que a finalidade da escola de século XXI “ é construir uma cultura orientada para o pensamento crítico que pretende dotar o sujeito individual de um sentido mais profundo de seu lugar no sistema global e de seu potencial papel protagônico na construção da história”. Como já foi visto legalmente a sociedade tem amparo para sua formação plena, porém nos resta compreender porque mesmo que “jamais, em nosso passado histórico, tivemos ao alcance de nossas mãos tantos utensílios e ingredientes para o preparo da mais deliciosa refeição para a felicidade de todos os homens. Mas o que cozinhamos é um angu de caroço infernal”.(ALVES, p.131, 2003). O autor em uma reflexão poética assemelha a educação ao ato de cozinhar que se feito com envolvimento real dá prazer a quem prova, mas ao contrário o gosto 307 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ruim faz sofrer quem o experimenta, assim vive os educandos com o agravamento de ter a escola bons utensílios e ingredientes, mas ainda assim estão à mercê de uma educação servil, como aparelho ideológico do Estado no controle da grande massa, e de acordo com o autor “sobra-nos poder, falta-nos sabedoria” vale exaltar que “o Estado pode ser definido como o conjunto de instituições que organizam politicamente a vida de um povo” (FERREIRA, p.166, 1996), entre elas está a escola que forma o cidadão, mas que devido às questões econômicas já vista anteriormente não representa o povo com igualdade e partir dessa consciência obtemos um dos princípios para se pensar em uma reforma educacional e no educador que não deve subestimar a importância do seu papel nesse jogo político da nossa sociedade. Em detrimento, Freire (p.45, 2003) reforça que: Na medida em que deixam em cada homem a sombra da opressão que o esmaga. Expulsar esta sombra pela conscientização é uma das fundamentais tarefas de uma educação realmente libertadora e por isso respeitadora do homem como pessoa. (FREIRE, p.45, 2003). As indagações acima não são atuais, mas se arrastam no tempo de uma reflexão acumulada sob a dialética dos direitos educacionais e posturas pedagógicas para a liberdade e superação das lutas dos opostos nessa sociedade capitalista, que forma para o consumo e para competição e não para amplitude de conhecimentos e para humanização, porém “porque esperamos que alguém nos diga o que é a educação para que possamos acreditar nela?” (GADOTTI, p.133,1991) se a educação está em um processo histórico de transformação devemos nos perceber sujeito dessa construção refletir e atuar consciente das consequências em nossa vida e na vida daqueles ao qual serão afetados pela nossa prática. A educação é um lugar onde toda a nossa sociedade se interroga a respeito dela mesma, ela se debate e se busca: educar é reproduzir ou transformar, repetir servilmente aquilo que foi. Optar pela segurança do conformismo, pela fidelidade à tradição ou, ao contrário, fazer frente à ordem estabelecida e correr o risco da aventura; querer que o passado configure todo o futuro ou partir dele para construir outra coisa. (GADOTTI, p. 43, 1998) O que aponta para o fato de que: Somente professores isolados em uma zona muito protegida, tendo decidido não refletir sobre todas essas questões, ou animados por uma fé ingênua, podem julgar que o caminho está todo traçado. Para os outros, há mais dilemas e incertezas do que respostas. Se nossas sociedades falam tanto de educação para a cidadania é porque nada é evidente. A competência dos professores é tomar consciência 308 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 lúcida dessa situação e assumir suas responsabilidades sem ultrapassar seu mandato. Pode-se desejar-lhes retidão, coragem, otimismo e mil outras qualidades. Sem esquecer que competências de análises, de descentralização, de comunicação, de negociação são também indispensáveis para navegar dia após dia, nas contradições de nossos sistemas sociais. (PERRENOUD, p.154,2000) Portanto é possível adiantar que “o educador é aquele que não fica indiferente, neutro, diante da realidade. Procura intervir e aprender com a realidade em processo. (GADOTTI, P.29, 1998) e que os conflitos sempre presentes no cotidiano devem levá-los a um engajamento ainda maior para as ações transformadoras que se fazem necessárias para atender as suas próprias interrogações. Cabe, por fim, chamar a atenção que talvez esse modelo de educador, mestre esteja distante da realidade das nossas escolas por um detalhe que pode estar sendo o grande comprometedor desse processo, que é o fato de que o próprio saber do professor está relacionado com a pessoa e a identidade deles, com a sua história pessoal e profissional, e sua própria compreensão dessa formação cidadã pode estar distorcida. Devemos lembrar que o professor não é, se constitui ao longo de sua prática e deve preencher suas próprias lacunas, tomar consciência das competências técnicas, éticas, estéticas e científicas que são parte integrantes do exercício de sua função, fundamentado num compromisso político. Educar-se constantemente na busca do mestre completo que deseja tornar-se, olhar para essa nova exigência imposta pela Educação como um grande avanço para o possível desenvolvimento dessa humanidade que se renova com o crescimento de cada novo ser que nela vive e se desenvolve e nas palavras de Dimenstein (1996): A criança é o elo mais fraco e exposto da cadeia social. Se um país é uma árvore, a criança é o fruto. E está para o progresso social e econômico como a semente para a plantação. Nenhuma Nação conseguiu progredir sem investir na educação, o que significa investir na infância. Por um motivo bem simples: ninguém planta nada se não tiver uma semente. (DIMENSTEIN, p.8, 1996) É fundamental, porém, depois de tudo o que se expos, acrescentar para reflexão que as lutas e exigências pela melhoria na formação, nas condições de trabalho, na remuneração adequada, na motivação por uma formação continuada, entre tantos outros fatores conflituosos a serem discutidos pela valorização da Educação brasileira e de seus responsáveis diretos, os educadores, não devem cessar, porém essa pesquisa nos mostra que a criança não deve ser prejudicado neste fogo cruzado que estamos expostos a cada dia e ao contrário, talvez seja parte das soluçãos de muitos desses problemas mais adiante, dependendo em grande parte 309 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 da base de educação que vivenciam e recebem como exemplos nas escolas para desenvolver uma compreensão renovada da necessidade da construção de uma sociedade justa e harmoniosa. Em virtude disso, é imprescindível que a prática educativa transponha as barreiras que se fazem presentes nos ambitos políticos, sociais, intelectuais e também pessoais e com ética, responsabilidade e foco priorize alcançar um só objetivo: educar e formar cada criança conscientes de que poderão vir a se tornarem os futuros governantes dessa Nação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após analisar os pontos de vista de teóricos conceituados em educação sobre a temática da cidadania nas escolas, bem como refletir sobre toda base legal que defende essa formação cidadã fica claro que esse aspecto representa um grande avanço para o desenvolvimento da sociedade. Podemos considerar que formar-se cidadão significa inicialmente se conscientizar de que somos seres que vivemos na coletividade e para que haja a harmonia necessária para nossa evolução é preciso garantir nossos direitos com justiça e igualdade e assumir as responsabilidades com os deveres que nos cabe dentro de uma comunidade, vivenciando na prática o nosso sistema democrático com o objetivo de atuar com consciência nos processos constantes de transformação dos indivíduos em nome de um progresso igualitário. Para embasar essas primeiras constatações, temos a legislação brasileira que defende essa justiça e espírito de irmandade quando reconhece que todos são iguais perante a lei e, com relação à educação, temos ciência de que desde a antiga Constituição de 1988 esses princípios já foram defendidos quando se validou que a educação é a base para o pleno desenvolvimento da pessoa, pontuando também seu papel para preparar os indivíduos para o exercício da cidadania, e fortalecendo essa concepção de formação cidadã, foi explicitado posteriormente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação em 1996, a necessidade de agir de acordo com os ideais de solidariedade humana, definindo a prática cidadã não somente pelo modo como cada indivíduo deve agir estando de acordo com os conhecimentos dos direitos e deveres atribuídos na forma da lei, mas também abrangendo as questões éticas dessas relações humanas, tendo na escola um espaço de integração que deverá nortear a introdução dos indivíduos à vida pública. Diante desse entendimento da atual visão que devemos ter a respeito de cidadania é preciso que a escola, de fato, assuma o seu papel enquanto formadora de 310 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 cidadãos plenamente reconhecidos e, além de oferecer amplo acesso aos recursos culturais deve atender a uma formação do ser humano em sua totalidade, contemplando uma educação que tenha também como pressuposto a ética, o respeito mútuo, a igualdade de direitos, trabalhando em função de integrar os alunos a sociedade com base em responsabilidade, capacitando-os para o raciocínio crítico em todos os aspectos da vida, como nos apresentou Gadotti (1997, p.71) “ trata-se não apenas de pensar da formação da criança, mas na formação de um novo tipo de homem que seja capaz de participar ativamente na transformação da sociedade”. O personagem central para efetivar esse processo é o professor que atua diariamente e diretamente com essas crianças em formação, deve ter a lucidez de seu papel fundamental como um mediador emancipador, estar ciente das consequências de sua ações na formação de seus alunos e pautar-se na intencionalidade de uma prática que contemple essa conquista da sociedade, auxiliando no progresso social de sua Nação. Acredito que a nomenclatura: Educador, Docente, Mestre ou professor deverá referir-se a um só tipo de profissional que tenha também como objetivo fazer valer na prática essa importante conquista para a civilização e, se preciso for, também se educar para capacitar-se plenamente para o exercício adequado de sua função. É desafiador discutir essa temática quando a educação apresenta avanços tão lentos em vista da necessidade da sociedade em geral, e talvez esse seja um dos motivos para se pesquisar o tema em questão, evidenciar a urgência de se desenvolver uma consciência da necessidade de uma formação global mais imediata dos indivíduos e fazer refletir aqueles que possuem em suas mãos grande parte dessa responsabilidade que são os docentes, com a função de educar também para o coletivo, educar também para que sejam capazes de transformar positivamente o próprio espaço que ocupam, sem deixar-se contaminar pelos empecilhos que insistem em ocupar o caminho e assim possam, de fato, contemplar os alunos com uma educação completa e com qualidade. E ainda que os desafios sejam muitos, pesquisas como essa chama a atenção para alguns aspectos que se apresentam como entraves para uma real conquista de cidadania nas escolas e que, sem ter a pretensão de fornecer uma fórmula pronta que solucione os conflitos no setor educacional, possa nos remeter a um processo de contribuição do conhecimento e corroborar com base nos apontamentos pré- existentes dessas questões, com uma prática pedagógica reflexiva que contribua com a construção de uma humanidade renovada formando desde a infância as bases para uma real cidadania plena. REFERÊNCIAS 311 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. - 6ªed, - Campinas, SP. Papirus, 2003. ANDRADE, Vera R. P. CIDADANIA: do Direito aos Direitos Humanos. Editora Acadêmica, 1993. ARANHA, Maria L. de A., MARTINS, Maria H. P. FILOSOFANDO: Introdução a Filosofia. 3. Ed. 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DAVILA, Henrique Antônio / FILHO, Ítalo Rossatto Martins / PORTELA, Lucas Bastos / SANTOS, Danilo Andrade / SANTOS, Douglas Martins. Expansão de uma Organização: Saneantes e Produtos de Limpeza. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Faculdade Unida de Suzano, Suzano, 2014. 315 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Palavras-Chave: Saneantes; Alto Tietê e Plano de Negócio. INTRODUÇÃO A inspiração para a execução do projeto, bem como os estudos de viabilidade deste negócio, foi dada pela iniciativa de integrar o trabalhode implementação de uma fábrica de saneantes aos planos de uma empresa já existente, cujo proprietário é interessado no estudo. Essa interação trouxe, para ambas as partes, o conhecimento de campo para formação e resultados significativos, utilizando os métodos, teóricos e práticos, aprendidos no curso. Sendo assim, com as análises de crescimentos do setor, identificação de oportunidades de penetração avaliar a viabilidade do projeto e aceitação de uma nova marca no mercado. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa de mercado para analisar o ambiente interno e externo do segmento, a partir daí foi feita uma pesquisa quantitativa, afim de obter uma avaliação mais precisa da quantidade de clientes. Foi utilizado informações a partir de bibliografias, conhecimento de campo e também foi realizado uma pesquisa exploratória nas atividades afins com visita a fornecedores e a própria organização a ser ampliada. 316 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 DESENVOLVIMENTO Para iniciarmos o projeto foi fundamental a elaboração do planejamento estratégico que utilizamos o método da análise das Cinco Forças de Porterpara, assim, definir a melhor estratégia para nosso plano de negócio. O propósito de planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. (DJALMA, 2007, p.5) A metodologia serve como base para uma análise do comportamento mercadológico do segmento, o que permitiu definir os melhores meios para alcançar o objetivo, de modo que a organização cresça de forma sustentável e competitiva. As forças mercadológicas existentes são: A ameaça de entrada – que “[...] determina a probabilidade de novas empresas entrarem em uma indústria e conquistarem mercado, passando tais benefícios para os compradores na forma de preços mais baixos ou elevando os custos da concorrência.” (PORTER, 1989 P. 7). O poder dos compradores– que “determina até que ponto eles retém grande parte do valor criado para eles mesmos, deixando as empresas de uma indústria apenas com modestos retornos.” (PORTER, 1989, p. 7). A ameaça de substitutos– que “[...] determina até que ponto algum outro produto pode satisfazer as mesmas necessidades do comprador, colocando, assim, um teto no montante que um comprador está disposto a pagar pelo produto de uma indústria.” (PORTER, 1989, p. 7). 317 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Poder dos fornecedores– que “determina até que ponto os fornecedores, e não empresas em uma indústria irão apoiar-se do valor criado para compradores.” (PORTER, 1989, p. 8). Intensidade da rivalidade– que “[...] determina até que ponto as empresas que já estão em uma indústria irão conquistar o valor criado por elas para compradores entre si próprias, passando este valor para compradores na forma de preços mais baixos.” (PORTER, 1989, p. 8). [...] a metodologia das cinco forças permite que uma empresa perceba a complexidade e aponte os fatores críticos para a concorrência em sua indústria, bem como permite que ela identifique as inovações estratégicas que melhorariam da melhor forma a rentabilidade da indústria, e também [...] visa, no processo, a levantar as possibilidades da descoberta de uma inovação estratégica aconselhável. (PORTER, 1989, p. 6). Muitas indústrias, fabricantes de produtos de limpeza surgem no mercado. Essas empresas que subitamente surgem, sem um estudo do segmento e do comportamento do público alvo, não são grandes ameaças para um empreendimento bem estruturado. Neste sentido, Porter (1989, p. 6), diz que as empresas que projetam “[...] um novo produto que corta barreira de entrada ou aumenta a volubilidade da rivalidade, por exemplo, pode minar a rentabilidade ao longo prazo de uma indústria, embora o iniciante possa desfrutar lucros mais altos temporariamente” Contudo, com a boa perspectiva mercadológica para este segmento, é evidente que há grandes possibilidades de novos ingressantes para produtos transformados industrialmente. Segundo dados colhidos do SEBRAE (Serviço brasileiro de apoio às Micro e Pequenas empresas) o destaque do crescimento econômico brasileiro, embora não tenha sido tão expressivo, deu-se por conta das indústrias de transformação química, que computou elevação de 0,3% no PIB. 318 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Os compradores do segmento de Saneantes, que no caso da organização apresentada nesse projeto são distribuidores de pequeno porte, com faturamento mensal em torno de cem mil reais, têm pouca força para as composições de preços, não interferindo significativamente na margem. Nas análises mercadológicas para as indústrias de pequeno porte em produtos de limpeza, que têm como público alvo os distribuidores, foi analisado que cerca de 80% dos gastos desses compradores estão concentrados em apenas um fabricante de produtos saneantes, dando grande vantagem no momento da negociação para as empresas que estão vendendo. Segundo Porter (1989, p. 7), bens substitutos são "os produtos de um concorrente que não são similares ao da sua empresa, mas que atendem a mesma demanda de necessidade dos clientes. Não competem na mesma proporção, mas tiram uma fatia de seu mercado". Os fornecedores são bem reconhecidos no segmento e região que atuam, porém não há produtos exclusivos que prendam seus clientes ao seu negócio, ou seja, os produtos vendidos por eles são encontrados com abundância no mercado. O que diferencia uns dos outros são apenas características em alguns determinados produtos, fazendo com que a rivalidade entre eles forcem preços baixos, pois, caso o cenário fosse contrário e nosso fornecedor tivesse alguma diferenciação, ele seria um competidor acima da média em sua indústria, se seu preço-prêmio fosse superior aos custos extras a que ela fica sujeita por ser única. A grande rivalidade dos concorrentes neste segmento e a ascendente crescente do mercado como um todo, tendem a influenciar preços cada vez mais próximos aos custos de produção, o que leva aos fabricantes uma posição de desconforto e pouca lucratividade. Por isso é necessário que se tenha uma liderança em custo sustentável, de modo que os aumentos dos preços, ocasionados pelas forças mercadológicas, não coloquem em risco ao negócio. 319 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Tendo como base as informações mercadológicas coletadas para a análise das Cinco Forças de Porter, foi definida a Estratégia Competitiva como Liderança em Custo, que avaliamos como viável para o cenário atual. Isso se deu devido ao grande potencial em explorar a fraqueza dos concorrentes do segmento, que não estavam optando por investimentos tecnológicos, melhorias de processos e novas oportunidades com a crescente demanda. Nesta situação do mercado foi importante concentrar esforços na liderança em custo. Segundo Porter (1989, p. 11) “se uma empresa pode alcançar e sustentar a liderança no custo total, então ela será um competidor acima da média em sua indústria”, pois “[...] com preços equivalentes ou mais baixos do que seus rivais, a posição de baixo custo de um líder no custo traduz-se em retornos mais altos”. Sendo assim esses retornos esperados seriam convertidos em mais investimentos, tanto em tecnologia, melhorias de processos, especialização da mão de obra, ou aquisições de insumos. 320 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O crescimento da demanda de produtos de limpeza foi um dos fatores que sustentaram a perspectiva para esse negócio. O setor de saneantes tem crescido muito nos últimos anos, como mostra dados pesquisados através da Pyxis Consumo (2012), que explica que“[...]com a boa perspectiva de crescimento, o faturamento estimado pela indústria de produtos de limpeza em 2012 foi de 2% a 3% acima da média da economia, que, segundo analistas, deverá ficar em 3% em 2013”, visando assim grande perspectiva neste mercado. Com pesquisas do mercado, produto, região do público alvo, seguindo orientações dos professores de como elaborar esta implantação, percebeu-se que a região do alto-tietê apresentou maior viabilidade para a realização, uma vez que através das informações colhidas dos clientes já existentes teríamos maior know-how deste segmento. Para sustentação de escolha do público alvo, baseando-se em uma pesquisa feita pelo SEBRAE (2013) que apontou uma migração de 32 milhões de consumidores das classes D e E para a classe C, entre 2003 e 2011, o que faz com que os consumidores dessa classe passem a representar mais da metade da população (54%). O que fundamentou a escolha pela distribuição com foco nas classes C e D. Juntamente com todo esse estudo, foram definidos os 4P’s de Marketing, o ciclo de vida do produto, o processo de gestão de produção, como MRP e PCP, toda a cadeia de gestão de suprimentos e distribuição, e o planejamento financeiro com os conceitos de margem de contribuição, ponto de equilíbrio, taxa interna de retorno e período de payback. 321 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto teve como objetivo desenvolver um plano de negócio visando a elaboração da indústria química o segmento de saneantes, que são produtos para higienização domiciliar, na região do Alto Tietê. A partir daí, foi investigado, identificado e estabelecido os melhores métodos da administração em torno das Teorias e Práticas Administrativas (Clássica, Moderna e Contemporânea), demonstrando situações, cujos modelos fossem empregados para entendermos os paradigmas atuais utilizados por toda a comunidade acadêmica e empresarial. O planejamento foi criado de acordo com pesquisas primárias e secundárias, designando assim nossas atuações de acordo com teses já testadas anteriormente. Também foi avaliado as tendências mercadológicas para traçar e designar a organização em diferenciais competitivos. Os indicadores financeiros foram pesquisados e estudados no que tange ao recurso material e humano para cumprimento da produção em pró do atendimento à demanda. Estes indicadores foram: margem de contribuição, ponto de equilíbrio, taxa interna de retorno e período de payback. Feito isso, concluiu-se a viabilidade do negócio no cenário mercadológico atual. 322 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IBOPE. Pixys Consumo. Disponível em: <http://www.ibope.com.br/ptbr/solucoes/geonegocios/Paginas/Pyxis-Consumo.aspx> Acesso em 13 de maio. 2013, 01:30. MICHAEL, P. Vantagem competitiva:Criando e sustentando um desempenho superior. Edição 11, Rio de Janeiro: Editora Campos, 1989. OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: Conceito, metodologias práticas. Edição, local: Editora Atlas, 2003. VALOR ON-LINE. 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No processo do trabalho os honorários são os contratuais, advogado e cliente, através de um contrato pactuam o valor que será pago ao profissional. A representação por advogado na Justiça do Trabalho é facultativa, devido à capacidade postulatória, jus postulandi, conferido as partes nesse ramo do direito, previsto no artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho. A Lei nº 5584/1970, concede honorários somente ao advogado do sindicato que esteja prestando assistência ao trabalhador necessitado e não há previsão legal ao advogado particularmente contratado, porém, os honorários estão sendo concedidos, contrariando a Lei. Expomos a problemática do tema com os entendimentos variados pesquisados em obras de renomados doutrinadores. Utilizamos nesse trabalho o método dedutivo através de silogismo, compilação com conexão de raciocínios em sentenças, acórdãos e opiniões de doutrinadores. Realizamos pesquisa de campo entrevistando o Juiz do trabalho da Comarca de Arujá SP, buscando o seu entendimento sobre os honorários e a eficácia do jus postulandi. Tramitam projetos de Leis que visam alterar o jus postulandi e os honorários na Justiça do Trabalho. Por ora, Juízes e Tribunais possuem entendimentos variados sobre esse assunto. Palavras-Chave: Honorários; Advocatícios; Justiça; Trabalho; INTRODUÇÃO A contraprestação recebida pelo profissional advogado, referente aos serviços prestados, é denominada honorários advocatícios. Originária do latim, honorariu significa honra, no plural essa palavra é definida como a contraprestação recebida pelo profissional liberal, trata-se do valor pecuniário recebido pelo advogado pelos serviços prestados. 324 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Existem quatro espécies de honorários, sendo contratual ou convencionado, pactuado entre advogado e cliente através de contrato de honorários. Honorários arbitrados são aqueles fixados pelo Juiz, mediante conflito entre advogado e cliente, sobre o valor pactuado para remuneração do advogado e na ausência de contrato de honorários. Outra espécie são os honorários de sucumbência, são concedidos pelo Juiz em sentença ao advogado da parte vencedora, condenando o vencido ao pagamento dessa verba honorária. Por último, honorários trabalhistas, também é denominada comumente como honorários da pobreza, sindical ou da miserabilidade, pois, não há dependência da sucumbência da parte contrária, mas do estado de necessidade da parte vencedora nos autos. A pesquisa desse trabalho tem como pilar os honorários trabalhistas, tema polêmico, pois, embora haja a prestação de serviços do advogado no processo do trabalho e naturalmente parte vencida e vencedora nos autos, não há previsão legal para a condenação de honorários de sucumbência ao advogado particularmente contratado. No processo do trabalho os honorários do advogado são os convencionados, advogado e cliente através de um contrato pactuam o valor que será pago pelos serviços prestados, geralmente é fixado em porcentagem sobre o que o cliente virá receber no processo, porém, se nada vier a receber o advogado também não será remunerado. Entende Homero Batista Mateus da Silva que as principais fontes de renda do advogado trabalhista não são visíveis dentro do processo, pois, não há previsão de sucumbência ao advogado particularmente contratado.50 A contratação do advogado na Justiça do Trabalho é dispensável, tendo em vista que as partes possuem capacidade postulatória, devido ao jus postulandi conferido as partes nesse ramo do direito. O jus postulandi tem como base o artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho dispondo que as partes poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. 50 SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de direito do trabalho aplicado: processo do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, p. 147. 325 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O entendimento disposto na Lei nº 5584/1970 é conceder honorários advocatícios somente ao advogado do sindicato que estiver prestando assistência ao trabalhador necessitado e ao advogado particular, por ser opcional a sua contratação, não há condenação em sucumbência, quem o contratou arcará com os honorários. Atualmente os honorários advocatícios estão sendo concedidos em sentença em processos trabalhistas, como reembolso de despesas processuais, com base no princípio da reparação integral do Código Civil nos artigos 389 e 404, quais dispõem que a reparação do dano deverá ser de forma integral, com correção monetária, juros de mora e honorários advocatícios, sobre a aplicação desse princípio entende Mauro Vasni Paroski: “Não há incompatibilidade com as regras e princípios fundamentais do Direito do Trabalho a aplicação subsidiária desses dispositivos da lei civil no âmbito do contrato de trabalho, uma vez que essa matéria não é regulada pela lei especial (...)”51 Essa concessão de honorários advocatícios traz consigo essa antiga discussão, pois, na Justiça do Trabalho a presença de advogado é opcional, diferentemente da Justiça Comum, na qual o advogado possui capacidade postulatória e é indispensável às partes para ingresso ou defesa em processos. Os entendimentos dos Magistrados e Tribunais estão divididos sobre essa concessão ter validade ou não, dessa forma, algumas sentenças concedem honorários e alguns Tribunais mantêm ou reformam as decisões. O Tribunal Superior do Trabalho já criou súmulas a respeito desse tema, sendo a 219 e 329, quais informam o não cabimento dos honorários, súmulas criadas devido à quantidade reiterada de decisões concedendo honorários. O Supremo Tribunal Federal restringiu o acesso às partes sem a presença de advogado em sede de recurso extraordinário, porém, criou a súmula 633 não concedendo honorários, mesmo com a presença indispensável do advogado. Tramitam no Senado Federal projetos de Leis 33/2013 e 728/2007, que visam alterar o jus postulandi e a concessão dos honorários na Justiça do Trabalho, visto que a presença do advogado atualmente não é opcional, tendo em vista, o aumento da demanda processual com temas complexos e variados. Em virtude da Emenda Constitucional 45/2004 foi ampliada a competência da Justiça do Trabalho, passando a processar e julgar reclamações que contenham dano moral, acidente de trabalho e ações oriundas de relação de trabalho, 51 PAROSKI, Mauro Vasni. Gratuidade e honorários de advogado na justiça do trabalho. São Paulo: LTR, 2010, p. 126. 326 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 não somente relação de emprego, consequentemente as demandas judiciais aumentaram de forma complexa. De forma inovadora nas lides de relação de trabalho há condenação em honorários de sucumbência, nessa esteira segue o entendimento de Carlos Roberto Ramos: “Portanto, a reforma do Judiciário, com a emenda 45/2004, trouxe tantas mudanças, por vezes positivas ao âmbito da Justiça do Trabalho, bem como concretizou a tese de que são devidos os honorários de sucumbência no processo do trabalho.”52 Atualmente as ações trabalhistas abordam temas que dificilmente sem a representação do advogado as partes conseguirão defenderem-se, o aumento de ações com a representação de advogado, os pedidos de concessão de honorários advocatícios em sentença cresceram demasiadamente e por esse motivo Tribunais estão abordando essa questão com novos entendimentos. OBJETIVOS O objetivo desse trabalho é a análise da situação atual do tema abordado, demonstrando ao leitor sobre a polêmica que envolve o jus postulandi e a concessão dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho, divergências jurisprudenciais, aumento da quantidade de demandas judiciais com pedidos de honorários com as mais diversas fundamentações e entendimentos. Para melhor análise inserimos os dispositivos de leis, súmulas e princípios que norteiam os pedidos de honorários advocatícios na Justiça do Trabalho, teses defendidas e lógicas jurídicas, bem como, analisamos os projetos de Leis em andamento e pendentes de análise para aprovação, seu conteúdo e proposta. METODOLOGIA O método utilizado nesse trabalho acadêmico é o dedutivo pelo meio de silogismo, através da compilação e conexão de raciocínios em sentenças, acórdãos, pesquisa de opiniões de doutrinadores, sendo essas ferramentas importantes para o entendimento da problemática constante nessa questão jurídica. DESENVOLVIMENTO Para a realização das pesquisas e estudos envolvidos no presente trabalho perdurou o prazo de 9 meses, período qual foram pesquisadas obras de renomados juristas com posicionamentos favoráveis e contrários, bem como análise 52 RAMOS, Carlos Roberto. Os honorários advocatícios na justiça do trabalho. 2. ed. Florianópolis: Conceito, 2013.p. 85. 327 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 de decisões judiciais monocráticas e colegiadas, com relação as obras, brevemente veremos abaixo. O jus postulandi O Jus postulandi trata-se do direito de estar em Juízo pessoalmente praticando todos os atos necessários para o exercício do próprio direito de ação, não dependendo do patrocínio de profissional habilitado, previsto no artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho. Segue definição, segundo Carlos Henrique Bezerra Leite: “O “ius postulandi” nada mais é do que a capacidade de postular em juízo. Daí chamar-se, também, de capacidade postulatória, que é a capacidade reconhecida pelo ordenamento jurídico para a pessoa praticar pessoalmente, diretamente, atos processuais”.53 A intenção era não desestimular o trabalhador com a contratação de advogado para o ingresso da demanda judicial, pois geraria custos, burocratizaria algo que no início eram reclamações de menor potencial, segundo Wagner D. Giglio e Claudia Giglio Veltri Corrêa defendem o jus postulandi na Justiça do Trabalho: “(...) não há dúvida que o propósito do preceito foi de favorecer ao trabalhador o acesso à Justiça (...)”.54 Em continuidade a pesquisa, compulsamos a obra de José de Albuquerque Rocha: “Indispensável à administração da justiça significa que o legislador ordinário não pode elaborar normas impedindo a participação do advogado em qualquer processo, embora possa considerar facultativa a sua participação.”55 Nesse contexto o Tribunal Superior do Trabalho emitiu as súmulas 219 e 329, mantendo o jus postulandi, sendo essa uma forma de garantir o livre acesso à justiça, mas isso não significa que a parte que ingressará com a reclamação sem patrocínio de advogado terá o mesmo êxito como se estivesse assistida por advogado, pois, esse profissional possui conhecimento técnico para defender direitos e pleitear a justiça de forma técnica. Pesquisamos o posicionamento contrário sobre a eficácia do jus postulandi na Justiça do Trabalho na visão de Francisco Antonio de Oliveira: 53 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 6.ed. São Paulo: LTR, 2008, p. 401. 54 GIGLIO, Wagner D., e Claudia Giglio Veltri CORRÊA. Direito processual do trabalho. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. p.213. 55 ROCHA, José Albuquerque. Teoria geral do processo. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 231. 328 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 “A capacidade postulatória das partes na Justiça do Trabalho é ranço pernicioso originário da fase administrativa e que ainda hoje persiste em total discrepância com a realidade atual. O Direito do Trabalho constitui hoje, seguramente, um dos mais, senão o mais, dinâmico dentro do ramo do Direito e a presença do advogado especializado já se faz necessária. Pretender que leigos penetrem nos meandros do processo, que peticionem que narrem fatos sem transformar a lide em desabafo pessoal, que cumpram prazos, que recorram corretamente, são exigências que não mais se afinam com a complexidade processual, onde o próprio especialista, por vezes, tem dúvidas quanto à medida cabível em determinados momentos. E é a esse mesmo leigo a quem, em tese, é permitido formular perguntas em audiência, fazer sustentação oral de seus recursos perante os tribunais. Na prática, felizmente, a ausência do advogado constitui exceção e ao leigo não se permite fazer perguntas em audiência mesmo porque sequer saberia o que perguntar”.56 Com o mesmo raciocínio Mauro Vasni Paroski entende que é ingênuo crer que o litigante pode defender adequadamente seus direitos em juízo quando age pessoalmente, sem o patrocínio de advogado, pois não basta somente levar a termo a reclamação verbal, mas o rito processual em continuidade, com audiências complexas, contrarrazões de recursos, entre outros atos que exigem conhecimento técnico.57 Em Abril de 2010, houve uma limitação ao jus postulandi pelo Tribunal Superior do Trabalho com a edição da súmula 425, os atos praticados em Juízo sofreram reduções, a capacidade postulatória das partes está limitada até os Tribunais Regionais do Trabalho, não incluindo a ação rescisória, mandado de segurança, cautelar e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho, para esses atos será indispensável à representação por advogado, tanto para o empregado quanto ao empregador. Honorários advocatícios na Justiça do Trabalho Pesquisamos nas obras de doutrinadores posicionamentos favoráveis e contrários sobre a concessão de honorários, bem como o posicionamento da Associação dos Advogados de São Paulo. Devido ao jus postulandi conferido às partes na Justiça do Trabalho, ao advogado particular os honorários são contratuais, pois, a representação por profissional habilitado é opcional. 56 OLIVEIRA, Francisco Antonio de. Manual de processo do trabalho. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p. 243. 57 PAROSKI, Mauro Vasni. Gratuidade e honorários de advogado na justiça do trabalho. São Paulo: LTR, 2010. p.83. 329 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Os honorários trabalhistas, conforme Homero Batista Mateus da Silva, são polêmicos: “Os honorários destinados à remuneração pelos serviços dos advogados jamais tiveram convivência pacífica com o processo do trabalho.”58 A Associação dos Advogados de São Paulo entende que: “Nas causas trabalhistas, não tem sido aplicado o Princípio da Sucumbência e as regras do Código de Processo Civil, em prejuízo do intenso trabalho dos Advogados e Advogadas”.59 Mesmo diante da Lei nº 5.584/1970, que prevê fixação de honorários somente para advogado do sindicato que presta assistência ao empregado de baixa renda, o entendimento de alguns juízes a respeito dos honorários advocatícios tem sido conflitante, algumas sentenças concedem honorários com o caráter de ressarcimento de custas como espécie de despesas processuais, utilizando como fundamento do princípio da restituição integral do Direito Civil. Conforme entende Mauro Schiavi: “Os honorários advocatícios previstos no Código Civil (arts. 389 e 404) têm natureza jurídica indenizatória, pois visam à compensação à parte do montante do crédito que despenderá com o pagamento de advogado particular. Caso a parte tenha contratado advogado particular, terá de destinar parte do seu crédito ao pagamento deste e, portanto, não terá seu direito reparado integralmente, desse modo, mostra-se justo e razoável o deferimento dos honorários advocatícios no Processo do Trabalho com suporte no Código Civil, por força do Permissivo dos arts. 8º e 769 da CLT”.60 Segue o entendimento de Francisco Ferreira Jorge sobre a concessão de honorários, conforme abaixo: “(...) pondere-se que não há expressa previsão legal quanto ao cabimento ou não da sucumbência. Também não se pode falar em aplicação subsidiária no processo civil, na medida em que o instituto da sucumbência é incongruente com o processo laboral (art. 769, CLT). O procedimento laboral sofre a influência do princípio protetor, o qual é a razão histórica e doutrinária do Direito do Trabalho.” 61 O entendimento de Carlos Roberto Ramos é defender a concessão de honorários na Justiça do Trabalho com caráter de sucumbência, conforme veremos: 58 SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de direito do trabalho aplicado: processo do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier , 2010, p.147. 59 SÃO PAULO, Associação dos Advogados de. Honorários. São Paulo. Junho de 2011. <http://www.aasp.org.br/aasp/informativos/honorarios/editorial.asp> Acesso em: 13 set.2014. 60 SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 4. ed. São Paulo: LTR, 2011, p.79. 61 JORGE NETO, Francisco Ferreira; CAVALCANTE, Jouberto de Quadros Pessoa. Manual de direito processual do trabalho. São Paulo: Lumen Juris, 2004, p. 369. 330 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 “Se as partes escolheram por contratar o profissional da advocacia, devem arcar com a sucumbência, exatamente como ocorre na Justiça Comum, pois tal prática se consolida em uma reiterada discriminação ao profissional militante na Justiça do Trabalho.” 62 No decorrer da pesquisa, como demonstramos, há uma gama de posicionamentos favoráveis e contrários à concessão de honorários em processos trabalhistas. Está em tramite perante o Congresso Nacional o projeto de lei na Câmara nº 33/2013 redigido pela Deputada Dra. Clair da Flora Martins que dispõe sobre o jus postulandi e os honorários advocatícios na Justiça do Trabalho. 63 Acredita a deputada Dra Clair da Flora Martins que o jus postulandi já não mais exista, pois as reclamações verbais são cheias de vícios, péssima formulação e reflete em inúmeros prejuízos aos cidadãos, também entende ser incoerente a concessão dos honorários somente ao reclamante representado pelo sindicato, pois o que custeou de seu próprio bolso não será ressarcido. O andamento atualizado desse projeto em 03 de Setembro de 2014 a informação que está aguardando o parecer da Comissão de Assuntos Sociais e aguardando a designação do Relator em conjunto com outro Projeto de Lei com o teor semelhante, número 728/200764 Senador Valter Pereira, ambos encontram-se com o mesmo status e com tramitação conjunta para análise e possibilidade de aprovação. RESULTADOS E DISCUSSÕES Como pesquisa de campo, fizemos entrevista com o Juiz do Trabalho da Comarca de Arujá SP, qual buscamos o entendimento do Magistrado sobre os honorários advocatícios na Justiça do Trabalho, bem como sobre seu entendimento da eficácia do jus postulandi conferido as partes no processo do trabalho. CONSIDERAÇÕES FINAIS 62 RAMOS, Carlos Roberto. Os honorários advocatícios na justiça do trabalho. 2. ed. Florianópolis: Conceito, 2013. p.23. 63 MARTINS, Clair Flora. Câmara dos deputados. Projeto de Lei n. 33 de 2013. Disponível em: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=112973 Acesso em: 14.09.2014. 64 PEREIRA, Valter. Senado Federal. Projeto de Lei n. 725 de 2007. Disponível em: < http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=112973> Acesso em: 14 set. 2014. 331 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O presente trabalho procurou demonstrar em que pese à capacidade postulatória conferida as partes no processo do trabalho, a ausência do patrocínio de profissional técnico especializado pode trazer danos irreparáveis aos direitos pleiteados em juízo, porém, uma vez contratado o profissional, a sua remuneração faz parte desse procedimento. O crédito trabalhista tem caráter alimentar e o desconto desse crédito para remuneração do advogado, faz com que a reparação pleiteada em juízo seja efetuada de forma parcial e não integral como norteia o Princípio da Reparação Integral do Processo Civil, assim, como a Consolidação das Leis do Trabalho não dispõem sobre esse tema, utiliza-se o Código Civil e Processo Civil como preenchimento dessa lacuna. O advogado para desempenhar suas funções dispõe tempo, despesas operacionais, gastos com qualificação profissional e os honorários de sucumbência visam repará-lo desses custos para o atendimento satisfatório da defesa dos direitos de seu cliente. É com base nas afirmações acima que os pedidos de honorários estão baseados, a faculdade da presença do advogado nas lides trabalhistas praticamente não existe mais, os casos estão complexos, os pedidos variados e as ações dotadas de complexidade nos ritos processuais. Ao analisar a pesquisa efetuada, podemos concluir que o patrocínio de ações com advogados e a concessão dos honorários advocatícios na Justiça do Trabalho está acompanhando a evolução da sociedade. Embora o entendimento de parte dos Tribunais reconheça a concessão de honorários, outros entendem não conceder, dessa forma, por ora, não há decisão pacificada sobre o assunto e continuaremos aguardando uma solução em definitivo sobre essa questão através dos projetos de leis em andamento. 332 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 REFERÊNCIAS GIGLIO, Wagner D., e Claudia Giglio Veltri CORRÊA. Direito processual do trabalho. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. JORGE NETO, Francisco Ferreira, Jouberto de Quadros CAVALCANTE. Direito do trabalho. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Pessoa LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 6. ed. São Paulo: LTR, 2008. MARTINS, Clair Flora. Câmara dos deputados. Projeto de Lei n. 33 de 2013. Disponívelem:<http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod _mate=112973> Acesso em: 14.09.2014. OLIVEIRA, Francisco Antonio de. Manual de processo do trabalho. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. PAROSKI, Mauro Vasni. Gratuidade e honorários de advogado na justiça do trabalho. São Paulo: LTR, 2010. PEREIRA, Valter. Senado Federal. Projeto de Lei n. 725 de 2007. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=11297 3> Acesso em: 14 set. 2014. RAMOS, Carlos Roberto. Os honorários advocatícios na justiça do trabalho. 2. ed. Florianópolis: Conceito, 2013. ROCHA, José Albuquerque. Teoria geral do processo. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2003. SÃO PAULO, Associação dos Advogados de. Honorários. Disponível em: <http://www.aasp.org.br/aasp/informativos/honorarios/editorial.asp> Acesso em: 13 set. 2014. SCHIAVI, Mauro. Manual de direito processual do trabalho. 4. ed. São Paulo: LTR, 2011. 333 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 SILVA, Homero Batista Mateus da. Curso de direito do trabalho aplicado: processo do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 334 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 JOGOS E BRINCADEIRAS COMO FACILITADOR DO APRENDIZADO NO ENSINO FUNDAMENTAL I Luciano Leite, e-mail, - [email protected] Ms Marilene Ferreira de Lima Oliveira, email - [email protected] Claudio Borges Castro, e-mail - [email protected] Faculdade Unida De Suzano UNIESP/UNISUZ RESUMO Nas aulas de Educação Física, percebemos que os esportes como futsal, vôlei e queimada predominam em sua grande maioria das escolas, deixando de lado outras atividades e privando os alunos de experimentarem atividades de seu cotidiano atividades quais também têm grande contribuição para o desenvolvimento de crianças no âmbito escolar. Este trabalho tem por objetivo verificar as contribuições que os jogos e as brincadeiras podem oferecer à aprendizagem e ao desenvolvimento cognitivo infantil, identificando a importância dos Jogos e Brincadeiras na vida dos estudantes do ensino fundamental I. Na pesquisa foi aplicada a metodologia de campo de forma qualitativa. A amostra neste estudo se caracterizam por cerca de 10 professores de ambos os sexos, que ministram aulas nos 4º e 5º anos do ensino fundamental I de duas Escolas Estaduais do Município de Suzano . Tendo em vista os resultados obtidos nesta pesquisa ficou evidente que os alunos que tem contato com jogos, brincadeiras e brinquedos nas aulas de Educação Física, aprendem muito enquanto brincam além de se desenvolver na esfera motor e cognitivo, dentro dos padrões esperados de acordo com a faixa etária. Conclui-se que de acordo com a pesquisa feita percebe-se que jogos e brincadeiras podem sim contribuir para o aprendizado e desenvolvimento cognitivo e motor além da parte social das crianças. Portanto é de extrema importância o professor de Educação Física, aplicar os jogos e brincadeiras em suas aulas para que os alunos tenham essa experiência com atividades simples e grande valor social. Palavras chaves: jogos, brinquedos, brincadeiras. INTRODUÇÃO Por meio de experiências vividas em estágios e outras atividades desenvolvidas, pude perceber que com brincadeiras e/ou jogos, as crianças assimilam melhor as atividades e aprendem o real valor das brincadeiras no 335 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 seu aprendizado e desenvolvimento infantil, de forma satisfatória e prazerosa de aprender. De acordo com Kishimoto (2008), o jogo livre oferece à criança oportunidade inicial de aprendizagem, que é a mais importante para atrever-se a pensar, a falar e ser ela mesma. É por meio do jogo simbólico que a criança se apropria da realidade do adulto, assimilando e conhecendo sua cultura, permitindo que a criança revele parte de si mesma. A forma como o professor trabalha as atividades lúdicas, jogos e brincadeiras com regras são de fundamental importância para ajudar a criança na construção da sua afetividade, ampliar sua linguagem, seus conhecimentos, suas competências psicomotoras e, enfim, seu desenvolvimento cognitivo e sócio-relacional. Neste trabalho são apresentadas as principais ideias dos diferentes papeis que o jogo e as brincadeiras exercem no trabalho pedagógico com o intuito de estimular no profissional docente a reflexão sobre a utilização do lúdico na aprendizagem é feita uma discussão sobre a utilização das definições dos termos brinquedo, brincadeira e jogo, utilizar a brincadeira e os jogos como recursos escolar e aproveitar uma motivação própria das crianças para tornar a aprendizagem mais atraente as brincadeiras e os jogos lúdicos confirmam que as crianças aprendem com mais facilidade brincando, pontuar a importância do aspecto lúdico para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. São conhecidos muitos benefícios dos jogos e brincadeiras, mas é importante que o profissional da Educação Infantil, ao utilizar um jogo, tenha definidos objetivos a alcançar e saiba escolher o jogo ou a brincadeira certa ao momento educativo, enquanto a criança está simplesmente brincando, ela incorpora valores, conceitos e muitos conteúdos. (LOPES, 1999). Este trabalho tem por objetivo verificar as contribuições que os jogos e as brincadeiras podem oferecer à aprendizagem e ao desenvolvimento cognitivo infantil, identificando a importância dos Jogos e Brincadeiras na vida dos estudantes do ensino fundamental I. MÉTODO Será feito uma pesquisa de campo de forma qualitativa. Segundo Marconi e Lakatos (2003) é utilizada com objetivo de adquirir problemas informações, conhecimentos e comprovações sobre o assunto da pesquisa. AMOSTRAS 336 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Os participantes neste estudo se caracterizam por cerca de 10 professores de ambos os sexos, que ministram aulas nos 4º e 5º anos do ensino fundamental I de duas Escolas Estaduais do Município de Suzano. INSTRUMENTOS Será utilizado questionário para os professores, estes questionários terão o objetivo de avaliar se a prática de jogos e brincadeiras nas aulas é um fator facilitador no aprendizado cognitivo infantil para os alunos de Educação Física. O questionário conterá 10 questões e será analisado de forma qualitativa. Questionário adaptado de autoria de Santos, 2010. PROCEDIMENTOS Primeiro será realizado um contato com a direção das Escolas, estando em anexo uma copia do questionário a ser aplicado, juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Explicaremos o objetivo da pesquisa e pediremos a autorização para a aplicação do questionário aos professores nas aulas de Educação Física e aguardaremos a confirmação da mesma. RESULTADOS E DISCUSSÕES GRÁFICO:1 TEMPO DE ATUAÇÃO 40% 40% DE 3 A 6 ANOS DE 10 A 15 ANOS ACIMA DE 15 ANOS 20% No gráfico 1: Os professores que são base dessa pesquisa estão no exercício da profissão em períodos variados entre 3 a 27 anos. 40% dos professores tem mais de 10 anos, e 40% têm acima de 15 anos, com certeza eles têm propriedade para explanar suas experiências. Paulo Freire diz: “que ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção” (2001,p.52) Os resultados dessa pesquisa foi bem satisfatório, afinal os profissionais da pesquisa são bem experientes, na maior parte dos professores tem mais de 10 anos de profissão suas respostas foram muito enriquecedor para essa pesquisa. 337 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GRÁFICO 2:O que você sabe sobre o uso do brinquedo nas aulas de educação física? IMPORTANTE AUXILIO PARA COORDENAÇÃO MOTORA 10% 20% 70% UTILIZA OS BRINQUEDOS SOMENTE EM SALA Foi observado no Gráfico 2, na pesquisa que todos professores consideram muito importante o uso do brinquedo nas aulas de educação física para auxilio e desenvolvimento da coordenação motora. Ou seja não podemos ignorar esses números pois 100% dizem que é de extrema importância.Atualmente,com o crescimento dos meios de comunicação como televisão e a internet, as crianças estão deixando de lado as brincadeiras,buscando “brincar” apenas nos jogos de computador, vídeosgames, dentre outros brinquedos eletrônicos que limitam as crianças. Segundo Kishimoto (2008), se considerarmos que a criança em idade pré-escolar aprende de modo intuitivo, os brinquedos e as brincadeiras podem desempenhar um papel muito importante na construção do conhecimento, já que enquanto brinca, a criança constrói em seu pensamento noções de afetividade, interação social, desenvolvimento da coordenação motora, visual e sonora. GRÁFICO 3: VOCÊ UTILIZA O BRINQUEDO COMO ATIVIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA? 10% SIM AS VEZES 90% 338 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Gráfico 3:O uso do brinquedo é de muita importância em vários aspectos como mostra no gráfico acima. Apenas 10% dos professores só usa as vezes, mas não deixa de usar.Esperava-se que todos dissessem que usariam sempre mas o importante é que ainda mesmo que as vezes estão utilizando essa ferramenta como auxílio. Segundo Brougère (2008), é através do brinquedo que a criança entra em contato com o discurso cultural sobre a sociedade ,realizado para ela,como é feito,nos contos, nos livros e nos desenhos animados,é também por meio do brinquedo que a criança se situa em seu universo,respondendo ás solicitações que lhe são destinadas, construindo uma estratégia diante da autonomia e percebe que a brincadeira é um processo de relações inter individuais,portanto, de cultura,leva a uma aprendizagem social, isto é a criança aprende-se a brincar. GRÁFICO 4:QUAIS SÃO ELES? JOGOS DE TABULEIRO 30% JOGOS VIRTUAIS 60% 10% PEBOLIM, TENIS DE MESA, PETECA Durante a pesquisa do gráfico 4 foi observado que 100% dos entrevistados afirmaram utilizar os brinquedos com a finalidade de desenvolver a coordenação motora, ludicidade e raciocinio.E mesmo com a tecnolologia a preferencia ainda é pelo Brinquedos físicos, na maioria dos professores ainda preserva esse material. Brotto (2001) considera os jogos e as brincadeiras como ferramentas necessárias para a interpretação do mundo em que a criança vive, já que é pelo ato de jogar e brincar que elas representam simbolicamente a realidade em que vivem. É no jogo que a criança encontra uma ocupação voluntária que é exercida dentro de um tempo e um espaço, dotado de regras obrigatórias e acompanhadas de muitos sentimentos como:alegria,prazer, ansiedade, etc. 339 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GRÁFICO 5: QUAL A DISPONIBILIDADE DE ESPAÇO QUE A ESCOLA OFERECE PARA AS CRIANÇAS BRINCAR? 10% SÓ O PATIO 20% 70% SÓ A QUADRA Gráfico 5: Em relação ao espaço que as escolas oferecem, não é problema para os professores desenvolverem suas atividades, pois 70% dos professores tem espaço suficiente de sobra para trabalhar! O espaço físico escolar é muito importante para os alunos visto que eles passam parte de sua vida presente neste ambiente e não apenas para serem educados, mas também para aprenderem a se socializar com as demais pessoas ao seu redor. Segundo Bracht (2003) afirma que quando o professor adjetiva a quadra como espaço de “aulas práticas” e a sala como espaço para as “aulas teóricas”, quando se percebe que os locais destinados às aulas de Educação Física apresentam-se conforme de acordo com as modalidades esportivas, encontramos significados importantes, pois isso denuncia o tipo de prática aí realizada e condiciona de alguma forma, as suas possibilidades. Portanto, pode-se dizer que a aprendizagem tem certa relação com o espaço físico em que se desenvolve uma atividade de ensino. O espaço físico e estrutural de uma escola deve ser organizado de modo que atenda as necessidades sociais, cognitivas e motoras do aluno. GRÁFICO 6:QUAIS OS BRINQUEDOS DISPONÍVEIS NA ESCOLA? TÊNIS DE MESA, PEBOLIM 20% GAMES 10% 70% BOLAS,QUEBRA CABEÇA, JOGOS DE TABULEIRO 340 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 No Gráfico 6, percebemos na pesquisa acima, falta de brinquedos já não é mais desculpas para que os professores não passem atividades utilizando os brinquedos, 10% citaram games,mas a escola disponibilizava os demais brinquedos também. Huizinga (2000), foi um dos autores que mais examinou o jogo. O autor pesquisou os jogos em diferentes culturas e línguas e descobriu que o sentido da palavra jogo significava apenas gracejar ou traçar. Existem vários tipos de jogos como: jogos de tabuleiro, jogo de futebol, jogos de azar, jogos de palavras entre outros. Quanto à sua importância todos os tipos jogos e brinquedos desempenham importante papel no desenvolvimento físico e espiritual do indivíduo. GRÁFICO 7: O ATO DE BRINCAR INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM? PORQUE? 10% 40% SIM PORQUE BRINCANDO SE APRENDE 50% SIM PORQUE AUXILIA O APRENDIZADO SIM PORQUE DESPERTA O IMAGINÁRIO Nesse Gráfico 7, foi bem explícito o resultado que realmente todos os professores acham de muita importância o ato de brincar, pois como mostra no gráfico todos dizem que o brincar auxilia de alguma forma no aprendizado da criança! O jogo, a brincadeira e o brinquedo, tudo isso pode ser útil para estimular o desenvolvimento do aluno, para Santos (1997), a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colaborando para uma boa saúde mental, prepara para o estado fértil facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. Considerações Finais Percebemos que o objetivo deste estudo foi verificar a contribuição dos jogos e brincadeiras como facilitador para os alunos do ensino fundamental l. Tendo em vista os resultados obtidos nesta pesquisa ficou evidente que os alunos que tem contato com jogos, brincadeiras e brinquedos nas aulas de 341 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Educação Física, aprendem muito enquanto brincam além de se desenvolver na esfera motor e cognitivo, dentro do padrão esperado. Conclui-se que de acordo com a pesquisa feita diz-se que jogos e brincadeiras podem sim contribuir para o aprendizado e desenvolvimento cognitivo e motor além da parte social das crianças. Por meio dos dados da pesquisa e da revisão literária percebemos a grande necessidade das aulas de Educação Física ter o maior repertorio de atividades se utilizando de jogos, brinquedos e brincadeiras possíveis, onde cabe ao professor de Educação Física diversificar suas aulas e não perder a oportunidade de contemplar nas atividades dos alunos as brincadeiras e jogos de diferentes aspectos seja eles físicos ou virtuais, fazendo das brincadeiras uma ferramenta que possa auxiliar suas aulas, e torná-las mais prazerosas para seus alunos. REFERÊNCIAS BRACHT, Valter. Pesquisa em ação: Educação Física na escola. Ijuí/RGS: Unijuí, 2003 BROTTO, Fabio Otuzzi. Jogos cooperativos: O jogo e o esporte como um exercício de convivência. 1ª edição. ed. Santos: Re-novada, 2001. BROUGÉRE, Gilles. Brinquedo e cultura. 7ª edição. ed. São Paulo: Cortez, 2008 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Coleção leitura. Editora Paz e Terra, 2001, 17 ed. HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como Elemento Cultural. 4ª Edição reimpressão. ed. São Paulo: Pespectiva, 2000. KRAMER, Sônia. Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 2000. KISHIMOTO, Tizuko Machida. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira Thomson learning, 2008. 342 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 LOPES, Maria da Glória. Jogos na educação: Criar, fazer e jogar. 2ª Edição. ed. São Paulo: Cortez, 1999. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5ª Edição. ed. São Paulo: Atlas, 2003. SANTOS, Rosana Cerqueira dos. Brincando e aprendendo: A importância do brincar no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança na educação infantil. Salvador, 2010. http:// www .uneb.br/ salvador/ dedc/files/2011/05/Monografia-Rosana-Cerqueira-dos-Santos.pdf acessado em 02/05/2014 SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: O lúdico em diferentes contextos. Petrópolis, RJ. Vozes, 1997 343 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O CONFLITO NA COBRANÇA DE IMPOSTO EM ÁREAS IRREGULARES, A GARANTIA DO DIREITO A MORADIA FRENTE AO PRÍNCIPIO “NON OLET” Rita de Cássia Gonçalves da Luz ([email protected]) Carla Alessandra Branca Ramos da Silva ([email protected]) Fabrício Ciconi Tsutsui ([email protected]) Faculdade Unida de Suzano - UNISUZ Resumo O problema da moradia irregular surgiu no Brasil desde o seu descobrimento e permanece até os dias de hoje. A Constituição de 1988 assegurou o direito à moradia (irregular ou não), porém manteve o direito do Estado de cobrar impostos sobre essas moradias. Propõe-se a observar a possibilidade do Estado cobrar impostos das moradias segundo o principio tributário da pecúnia “Non Olet”. Independente de a área ser regular ou não, devera ocorrer à cobrança de impostos. Por meio de pesquisas bibliográficas qualitativas e com uso de método dedutivo, procedeu-se a leitura de doutrinadores, legislação e literaturas especifica sobre o tema. O estudo preocupou-se com a história da moradia no Brasil desde seu descobrimento até os dias de hoje. Constatou-se que um dos maiores problemas enfrentados pelos moradores de áreas irregulares é a insegurança jurídica da posse mesmo contribuindo com impostos. Observou-se que Estado vem tentando ao longo da historia promover a moradia popular, porém sem grande sucesso e que atualmente foi transferido para particulares através de programas de construção de casas populares denominados “minha Casa, Minha Vida” a responsabilidade de construir tais moradias com incentivo do Governo aos mais carentes através de financiamentos da Caixa Econômica. Também foi observado que novas leis, especificamente a lei 10.257/00, vieram para organizar a vida urbana e tentar dar diretrizes para que os municípios possam promover o acesso a moradia e regularizar aquelas que se encontram em áreas que não atendam aos padrões exigidos pela atual legislação de parcelamento do solo. Palavras-Chave: Direito a Moradia; Tributo; Pecúnia “Non Olet”; Conflito entre direitos; Introdução A finalidade é esclarecer quanto à devida cobrança de impostos em áreas que estejam em situação irregular. Ao se referir o direito Fundamental a moradia Jose Afonso da Silva declara que o fato de o legislador garantir constitucionalmente a moradia não torna esse direito absoluto e o governo não está obrigado a fornecer casas aos mais pobres, mas sim 344 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 promover o seu acesso a moradia. E quanto à irregularidade da propriedade a doutrinadora Bethania Alfonsín declara que a regularização fundiária gera grande intervenção do Estado sobre a vida dos moradores das áreas irregulares. O conflito de terras é amplamente conhecido, pois a questão das ocupações irregulares ocorre desde o descobrimento do Brasil, o que não ocorre com o principio “non olet” utilizado para tributação dessas áreas e previsto no art. 118 do CTN. A cobrança de tributos gera nos moradores dessas áreas a falsa idéia que isto lhes dará direito de regularizar a propriedade, pensamento que esta longe da realidade, e que necessita ser esclarecido. Para beneficiar e implantar o acesso a moradia tem-se utilizado a Lei 10.257/01, pois ela estabelece diretrizes gerais da política urbana, da desapropriação mesmo com pagamento de impostos progressivos, dá poder ao Estado de conceder uso especial da terra para fins de moradia, porém não trata da regularização das dessas áreas e nem sobre a cobrança de impostos. Ao longo dos capítulos será demonstrado o que são áreas irregulares, suas características e a relação do Estado na prática de cobrar tributos dessas áreas. Para realização do trabalho também se faz necessário traçar um paralelo entre a garantia fundamental a moradia e a cobrança de impostos através de um breve histórico da ocupação irregular no Brasil e das leis que trazem a cobrança de impostos. Também será baseada na Constituição Federal, no Estatuto da Cidade (Lei 10.257/00) e principalmente em artigos do Código Tributário Nacional. O problema levantado nasce do estudo da Lei 10.257/00 da Constituição Federal e do Código Tributário Nacional vez que a primeira trata do planejamento urbano das cidades, porém em momento algum faz menção ao fato de existirem áreas que necessitam ser regularizadas e o segundo fala em seu artigo 118 que o imposto é devido, pois há o fato gerador, mas não prevê como uma destinação que possa ser dada aos impostos além de dar uma falsa idéia a quem paga de que conseguira regularizar sua área. Os doutrinadores têm o posicionamento de que a tributação deveria estar voltada para tornar o ambiente das áreas irregulares saudável, por meio de políticas públicas, que efetivassem o direito garantido constitucionalmente, onde o Estado poderia interferir na ordem econômica como agente regulador e normativo e orientador não servindo o tributo apenas com forma de arrecadação, fazendo do contribuinte torne-se um parceiro na aplicação dos recursos arrecadados. Segundo as pesquisas realizadas existem ações de órgãos tanto da administração pública quanto de entidades sociais autônomas da Justiça para solucionar o problema das áreas irregulares, através de implantação de programas como de reforma agrária, aproximação de proprietários e posseiros no intuito de promover a regularização de loteamentos através da venda 345 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 regular, de modo parcelado desses imóveis e a entrada efetiva dos Estados com infraestrutura necessária para torná-los dignos de serem chamados de bairros. As soluções desses problemas passam pela simples aplicação da Lei e pela intervenção tanto estatal quanto judicial, pois o próprio Estatuto das Cidades traz diretrizes básicas que se aplicadas minimizariam os problemas. Do Direito a Moradia O direito à moradia está relacionado com os direitos da personalidade, com base na garantia da dignidade da pessoa humana, que necessita não só de um abrigo para se resguardar das intempéries, mas também de um espaço para o convívio familiar, com as mínimas condições de saúde e higiene, desvinculado do direito à propriedade. O Estado na atualidade deixou por conta do particular a construção de moradias populares promovendo-a através do programa de empreendimento denominado “Minha Casa, Minha Vida” cujo financiamento fica por conta da Caixa Econômica Federal através das verbas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.65 Paralelo ao direito a propriedade caminha o direito a posse, há milênios. “E diferente do direito de propriedade, a posse pode ser de direito ou de fato. “66 A posse muitas vezes da origem a loteamentos irregulares que são lotes que não atendem as regras de parcelamento do solo, e para conseguir ser considerado regular é necessário que cumpra alguns requisitos que fazem parte da Lei 6.766/79. Para ser regular um loteamento têm de apresentar aos órgãos competentes além da planta do imóvel uma série de outras informações que estão elencadas no artigo 6º da Lei. Tributos Tributo é definido no artigo 3º do Código Tributário Nacional e é a prestação pecuniária, obrigatória e compulsória, imposta legalmente sem depender da vontade do contribuinte conforme previsto no artigo 113, § 1º do Código Tributário Nacional. 65 http://censo2010.ibge.gov.br/noticiascenso?view=noticia&id=3&idnoticia=2508&busca=1&t=cen so-2010-mostra-caracteristicas-territoriais-aglomerados-subnormais-suas-diferencas-demaisareas-cidades acessado em 10.06.2014 66 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Coisas, 4 ed., São Paulo, Saraiva, 2001, p. 82. 346 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Segundo a orientação de Eduardo Sabbag: “a cobrança Tributos se mostra como a principal fonte das receitas públicas, voltadas ao atendimento dos objetivos fundamentais.” 67 O tributo somente nascera ou será modificado por imposição legal conforme determina o artigo 150, I da Constituição Federal. Ele não pode ter caráter punitivo e não pode constitui sanção de ato ilícito. Tributo é considerado pelos doutrinadores como sendo o gênero e que se divide em espécies. Porém o entendimento doutrinário sobre as espécies de tributos não é pacifica, havendo diversas correntes. Porém seguindo a maioria do pensamento doutrinário admitem-se apenas três espécies de tributos: impostos, taxas e contribuição de melhoria conforme previsto no artigo 145, da Constituição e no Código Tributário Nacional ao prever em seu artigo 5º que “os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Embora haja posicionamento contrario do STF que acrescenta uma espécies: o empréstimo compulsório. Engels ao se referir a cobrança de os impostos pelo Estado preconizava que: “para sustentar essa força pública, são exigidas contribuições por parte dos cidadãos ao Estado: os impostos.” 68 Impostos estão discriminados no Código Tributário Nacional em seu artigo 16 e são contribuições em dinheiro que é arrecadado pelo Estado para atender as necessidades publicas, porém não há obrigação de retribuí-lo diretamente a quem pagou. Os impostos que recaem sobre a moradia são denominados de impostos sobre propriedade imóvel e são pagos por quem é proprietário ou possuidor de imóvel ou por quem vende ou herda um imóvel e são em numero de quatro: IPTU, ITBI, ITCMD e Imposto de Renda sobre Lucro Imobiliário. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3 Ed. – São Paulo: Ed. Saraiva, 2011, p. 38. 67 68 ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Tradução Ciro Mioranza. Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal. 3. ed. São Paulo: Escala, 2009, p. 211. 347 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Princípio do “Non Olet” Este princípio está presente e é consagrado no nosso ordenamento jurídico infraconstitucional, através do artigo 118 do Código Tributário Nacional que trata da incidência de tributação referente a um fato que tenha origem em prática de atos ilícitos. No contexto histórico a expressão “non olet” teria origem na Roma antiga quando em uma conversa do Imperador Vespasiano com seu filho Tito logo após ter instituído o imposto que recaia sobre o uso de banheiros públicos o filho lhe inquiriu sobre tal tributo. O pai teria tomado uma moeda e perguntado ao filho: “tem cheiro?” Este, por sua vez, teria lhe respondido: “Não tem cheiro.” A máxima “non olet”, conforme mencionado está inserida no direito brasileiro através do artigo 118 do Código Tributário Nacional, dizendo que não existe relevância se a situação que gerou a ocorrência do fato gerador foi oriunda de um ato ilícito. Fato gerador é o ato praticado pelo contribuinte definido de forma prévia. Por exemplo, a aquisição de um imóvel. O STF já se posicionou no sentido de que é perfeitamente possível a aplicação deste principio para cobrança de impostos. O Conflito entre o Poder de Tributar do Estado e o Di reito a Moradia Um dos dilemas que assolam a administração pública na atualidade é a questão tributária, visto ser necessário ter cada vez mais recursos para investir e garantir os direitos sociais implícitos na Constituição Federal. Podemos verificar que ocorreu uma evolução na visão do Estado com relação ao problema da moradia visto que se em 1500 quando do descobrimento do Brasil ele simplesmente ignorou como viviam os índios, hoje se preocupa com a manutenção de serviços sociais. 69 O direito a moradia também vem de encontro ao poder de tributar do Estado, visto que o texto constitucional traz definido como direito fundamental a moradia como sendo um direito de todos e não somente dos menos favorecidos. 69 MEIRELLES, Helly Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. Editora Malheiros. 32. ed. São Paulo, 2006, p. 103. 348 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Outro fator confrontante entre direito a moradia e poder de tributar do Estado esta em um princípio denominado principio da coletividade, visto que ao alegar que não pode pagar tributos em razão da irregularidade de sua propriedade, o morador infringe-o, já que na sua ausência de contribuição outro será penalizado com uma carga maior de tributo. Do apurado em julgados realizados por nossas cortes maiores (STF e STJ) o equilíbrio torna-se evidente, assim com a utilização coerência dos juízes para decidir quando se deparam com o conflito entre direitos fundamentais e o direito de tributar do Estado, tem preferido optar pela eficiência e garantia dos direitos questionados. Conclusão A Constituição Federal de 1988 define que o Brasil é uma Republica Federativa e cabe a ela enquanto Estado Democrático cumprir a função de garantidor da dignidade da pessoa humana e para que possa cumprir esse objetivo ele necessita de meios para obtenção de renda. Para tanto tem no tributo a sua principal fonte através do qual o Brasil cumpre suas funções essenciais. Sendo assim, tributar serve como meio do país alcançar os recursos necessários ao Estado para realização de seus fins. Assim como os tributos, o direito a moradia também se encontra pactuado na Constituição Federal no artigo 6º do Titulo II que trata dos direitos e garantias. Ao exercer o direito de tributar ocorre o conflito com o direito de moradia garantido, porém este conflito deve ser resolvido de forma coerente a não prejudicar o direito dos demais cidadãos. Diante desse conflito, entendem os doutrinadores aqui apresentados não ser possível o contribuinte alegar que não deseja ou não pode pagar os tributos relacionados à moradia embasados no fato de ser um direito garantido constitucionalmente senão estariam ferindo o principio da solidariedade com os demais contribuintes. Assim sendo, não pode o contribuinte utilizar como argumento para não pagar impostos devidos o fato de ter ocorrido qualquer crime praticado na aquisição de sua moradia ou que a situação dela esteja irregular com referência tanto a lei de parcelamento do solo ou quanto às novas normas infraconstitucionais referentes ao tema, visto tais argumentos não se referem à tributação, pois um dos fatos geradores dos tributos é ter a posse ou ser proprietário do bem imóvel e não a forma como esta ou foi adquirido. O posicionamento judicial atual vem de encontro à igualdade tributária quando reconhece que o morador de área irregular não tenha que pagar impostos referentes à moradia, pois ainda com isto esta promovendo a prevalência do direito individual sobre o social. 349 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Referencias ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Tradução Ciro Mioranza. Coleção Grandes Obras do Pensamento Universal. 3. ed. São Paulo: Escala, 2009. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Coisas, 4 ed., São Paulo, Saraiva, 2001. MEIRELLES, Helly Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. Editora Malheiros. 32. ed. São Paulo, 2006. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3 ed. – São Paulo: Ed. Saraiva, 2011. IBGE: http://censo2010.ibge.gov.br/noticiascenso?view=noticia&id=3&idnoticia=2508&busca= 1&t=censo-2010-mostra-caracteristicas-territoriais-aglomerados-subnormais-suasdiferencas-demais-areas-cidades acessado em 10.06.2014 350 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O DESENVOLVIMENTO DA ESCALADA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II Carvalho, Luan Conceição - [email protected] Leandro Gomes Crippa - [email protected] Marilene Ferreira De Lima - [email protected] Faculdade Unida de Suzano – (UNISUZ/UNIESP) RESUMO: Este estudo teve como objetivo verificar a preparação dos professores de Educação Física em suas aulas, destacando a preparação do professor para ministrar um conteúdo fora do tradicional, uma prática diferenciada. O método utilizado nesta pesquisa foi a aplicação de um questionário com 10 Professores de escolas estaduais do município de Suzano-SP, que atuam no Ensino Fundamental II, com um questionário adaptado do autor Teixeira (2009) contendo 10 questões, compostas por 6 questões abertas e 4 questões fechadas, o resultado desse estudo mostra que o esporte escalada não esta presente no ambiente escolar pois além de não ter uma estrutura necessária, os profissionais não estão capacitados ou não possuem conhecimento/técnicas necessárias para o desenvolvimento de uma aula. Conclui-se que o Educador deve se especializar, procurar buscar novos conhecimentos e alternativas para inserir em seu plano de ensino, a fim de diversificar seu conteúdo, promovendo vivencias através de novas experiências trazendo novidades a seus alunos que usaram durante sua vida. Palavra Chave: Escalada, Educação Física Escolar, Professores. INTRODUÇÃO: A escalada é uma ferramenta educacional onde esta ganhando espaço na sociedade assim como outras modalidades físicas de esporte radical ou de aventura, observei que a sua prática no ambiente escolar é um pouco restrita, pois alguns profissionais da área não dão a devida importância ou não possuem o conhecimento necessário, fazendo com que os seus alunos não tenham a vivência desse esporte alternativo ou não convencional, podendo ser praticada por pessoas de todas as idades e de ambos os sexos, inclusive crianças, porém é preciso ter uma boa orientação do educador para a prática desse esporte, onde é uma atividade desafiadora em que o praticante desafia a si mesmo tendo que superar suas dificuldades e seus limites. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN (2008) refere-se que a escola deve proporcionar ao aluno que tenham a vivencia e o conhecimento sobre o jogo, esporte, ginástica, luta, atividade rítmica e 351 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 exercício físico com esse propósito a escalada é uma forma diferenciada de ser trabalhada a cultura corporal em movimento, entrando diretamente nesse conteúdo. Mendes (2009) reforça que a cultura em movimento onde relaciona corpo, natureza e cultura, organiza um conhecimento que vai sendo construído e reconstruído ao longo de nossas vidas, abrangendo como o indivíduo faz o uso de seu corpo, como ele cria e vivência suas técnicas corporais, compreendendo o mundo por meio do corpo em movimento no ambiente, cultura e história. Armbrust (2011) diz que a cultura expressiva do movimento na escola, ira preparar o aluno para o pleno exercício da cidadania e no seu desenvolvimento da autonomia, cooperação e participação social, valorizando os princípios de igualdade para todos e estimulando varias dimensões de aprendizagem. Junior e Souza (2008) aponta algumas sugestões em que poderiam ser aplicadas e desenvolvidas atividades especificas para uma melhor compreensão do processo de ensino aprendizagem com algumas sugestões pedagógicas onde poderá incluir exercícios, jogos, atividades de modo a proporcionar um máximo de oportunidade para uma participação mais efetiva e atuante da criança, fazendo o possível para que as aulas praticas sejam constituídas de ocasiões de prazer para todas as crianças, em todas as idades, e nos vários contexto de atuação em Educação Física, dando importância também a cooperação, espirito esportivo, o respeito ao adversário e encorajando- as fazendo com que participem de exercícios com certo nível de dificuldade para que possam identificar o problema e procurar a solução para tal exercício. Pereira (2010) aponta que o esporte radical é um aglutinador de todas as atividades esportivas de risco onde ocorre a situação perigosa tendo a probabilidade de ocorrência e de consequências de um determinado evento perigoso, tendo uma diferenciação entre eles, sendo que perigo é uma situação que ameaça a existência de uma pessoa ou coisa e risco é uma situação calculada ou fictícia. Neste caso a escalada é considerada um esporte de risco onde a situação em que o individuo estará será totalmente prevista e calculada evitando assim possíveis acidentes. É preciso que sejam criadas etapas a serem seguidas e respeitadas, onde o professor cria suas estratégias desde a elaboração ate o final do processo, porem algumas vezes são desconsideradas, pois o alunos se quer compreendem “oque” e “quando” devem se movimentar e ate mesmo não entendem o “por que” e “como fazer” (JUNIOR E SOUZA, 2008) 352 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Oliveira (2010) diz que é importante que as pessoas se movimentem tendo a consciência dos seus gestos e que precisam estar pensando e sentindo oque realizam. Além de outro aspecto importante que diz Pereira (2007), são as estratégias do professor relacionadas ao ensino aprendizagem dos alunos, como jogos e brincadeiras, estimulando o caráter lúdico da atividade, sem se esquecer da segurança necessária, e ate mesmo no modo de avaliar seu aluno tendo em mente avaliações físicas através de testes, observações e comportamento das habilidades, que de alguma forma terá um desenvolvimento satisfatório de seus alunos. Pereira (2008), diz que a implantação da escalada como um conteúdo na escola, em que são desenvolvidas atividades que trabalham o ser humano de uma forma integral, trazendo diversos benefícios como conhecimento da expressão corporal, resistência física, força, coordenação motora, equilíbrio, autoconfiança, superação de limites, companheirismo, bem estar, educação ambiental, favorecendo também a relação entre aluno x aluno e professor x aluno despertando o prazer em praticar atividade física. Seguindo esses passos o aluno terá uma melhoria no gesto, fluidez no movimento dando mais prazer e consciência. O aluno ao executar a atividade, tendo em vista que existem diversas técnicas, poderá desenvolver de maneira diferente, construindo assim a sua movimentação para uma eficiência pessoal, a comunicação será muito importante nesse momento, proporcionando a qualidade de vida em que temos: á saúde, os aspectos como as relações interpessoais, a autoconfiança e a superação do medo; e no aspecto cognitivo a tomada de decisões. Auricchio (2009) afirma que é papel principal do professor é auxiliar os alunos no seu desenvolvimento, principalmente em seu desenvolvimento motor, em que as atividades de movimento serão de grande importância e servira de base para um desenvolvimento global do aluno, o professor não se arrisca e preserva-se de situações difíceis passando os mesmo conteúdos tradicionais, usando velhas formas de conteúdos para garantir bons resultados ao longo de sua carreira, se o educador não procurar novas alternativas para o seu trabalho seu estilo poderá ser rejeitado por parte dos alunos e das próprias instituições de ensino. A partir de uma reflexão e a vivencia através de estágios, observei que são apenas desenvolvidos atividades e esportes tradicionais, onde o profissional não busca alternativas para diversificar o seu conteúdo, trabalhando todos os anos a mesma didática, por esse motivo resolvi aprofundar a pesquisa e investigar se a escalada esta incluída no planejamento do professor nas suas aulas de Educação Física, o educador buscando 353 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 capacitação adequada poderá até mesmo confeccionar um muro de escalada afim de sair da rotina, desta forma com a realização desta pratica nas aulas de Educação Física ira trazer possibilidades de conteúdos e estratégias e uma forma nova e divertida para os aluno. MÉTODO Foi realizada uma pesquisa de campo, qualitativa e quantitativa com o objetivo de coletar dados que comprovem a existência da prática da escalada no ambiente escolar, no planejamento do professor de Educação Física. A pesquisa de campo tem como objetivo, conseguir informações e conhecimentos referentes a um problema, pela qual se procura uma resposta, que consiste na observação de fatos, fenômenos e no registro de variáveis para analisa-lo (LAKATOS E MARCONI, 2003). Sujeito: Foram entrevistados 10 professores de ambos os sexos que ministram aula no Ensino Fundamental II, de escolas públicas do Estado de São Paulo na região do Alto Tietê na cidade de Suzano. Instrumentos: Foi utilizado um questionário adaptado com base no autor Teixeira (2009) contendo 10 questões, sendo 04 questões fechadas e 06 questões abertas. Teste: Questionário. Materiais: Foi utilizado sulfite A4, caneta azul ou preta. Procedimentos: Primeiramente foi feito um contato com as unidades escolares para a realização da pesquisa, Após a permissão da Diretora/Diretor foi entregue aos professores de Educação Física um Termo de Consciente Livre e Esclarecido em que estejam cientes a participar da pesquisa de campo. Plano de análise de dados: Após a coleta dos dados, o mesmo foram tabulados e analisados e apresentados em forma de gráfico. RESULTADOS E DISCUSSÕES Gráfico 1 – Na graduação teve a disciplina esportes alternativos escalada e esta apto a aplicar uma aula? 354 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 100% 90% 80% 70% Na sua graduação, voce teve a disciplina esportes alternativos (escalada)? 60% 50% Ao terminar sua graduação, você se sentia apto para aplicar uma aula de escalada? 40% 30% 20% 10% 0% Sim Não A partir do gráfico acima, os dados mostram que 20% dos professores entrevistados tiveram a modalidade escalada em sua graduação, enquanto 80% não tiveram essa modalidade, e em comparação a outra questão que foi tabulado, onde foi obtido os seguintes resultados se estariam apto para aplicar uma aula de escalada, 10% dos professores responderam que estão capacitados, enquanto 90% não se sentem apto para aplicar a mesma. Auricchio (2009) diz que muitos profissionais ainda não têm a habilitação para ministrar as aulas, pois os esportes radicais não são em todos os cursos de Educação Física que essa disciplina esta presente, fazendo com que o professor busque formação técnica para ministrar suas aulas garantindo a segurança e a forma correta dos equipamentos e a segurança dos alunos á pratica, concluindo que assim como nos outros esportes, ginasticas ou lutas os profissionais que trabalham na escola devem se aperfeiçoar em cursos, palestras, congressos de Educação Física, ate mesmo em encontros de escaladores afim de adquirir experiências para se trabalhar a escalada de forma correta aos educando. A partir dos dados analisados observamos que a maioria dos professores não estão capacitados a ministrar uma aula de escalada, pois não tiveram em sua graduação a disciplina ou não tiveram a convivência com o esporte ou o conhecimento necessário, assim evitando o conteúdo em seu planejamento, assim não passando um conteúdo diferenciado aos seus alunos. 355 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Gráfico 2 – Você acha importante a escalada na escola? 90% 80% 70% 60% 50% Sim 40% Não 30% 20% 10% 0% Segundo o gráfico acima, 80% dos professores responderam que acham a escalada importante na escola, enquanto 20% disserem que não. Os professores que responderam que sim relatam que a modalidade é uma prática diferenciada em que foge do tradicional diversificando as aulas baseada em esportes com bola, sendo um conteúdo novo e atrativo despertando o interesse nos alunos a pratica, estimulando o aluno a conhecer novos esportes e trazendo melhorias no desenvolvimento de suas habilidades motoras e no seu desenvolvimento cognitivo (coordenação, força, estratégia) em que poderá auxiliar nas demais disciplinas, e os 20% dos professores que responderam que não, disseram que é um esporte individual e que no ambiente escolar deve se trabalhar o coletivo, e ao implantar uma parede de escalada deve saber quais os objetivos que quer alcançar (desenvolvimento da autoconfiança, autoestima, força), sendo esses objetivos eles podem ser alcançados de outras formas. Pereira (2007) diz que a escalada na escola é uma forma de educar para a vida, suas incertezas e a necessidade de adquirir confiança em si e responsabilidade, tendo como estratégia inicial, a construção de paredes, desenvolvendo nos alunos aptidões físicas como força, resistência flexibilidade, aspectos fisiológicos como a concentração, motivação e medo e aspectos táticos sendo, experiências, tática de escalada e planejamento. 356 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Ao analisar as questões discutido acima, os a maioria dos professores (80%) deram uma grande importância para essa modalidade no ambiente escolar, como um conteúdo novo fora do tradicional, diversificando os esportes com bola e com grande importância no desenvolvimento de suas capacidades físicas, habilidades motora e habilidades cognitivas e que a minoria (20%), não deram importância pois essas capacidade e habilidades podem ser desenvolvidas de outra forma. Gráfico 3 – A escalada esta incluída no seu planejamento escolar? 100% 90% 80% 70% 60% 50% Sim Não 40% 30% 20% 10% 0% Referente ao gráfico acima, 10% dos professores incluíram sua pratica no seu planejamento escolar com o intuito de ser uma modalidade diferenciada para os alunos melhorando suas habilidades motoras enquanto 90% dos professores não á incluíram no seu planejamento pois a maioria não estão capacitados, não possuem técnicas/conhecimento adequados para a aula principalmente na parte de segurança ou por não fazer parte do seu plano de aula, além de não ter espaço/materiais para a pratica do esporte. Auricchio (2009) afirma que muitos profissionais que trabalham com escalada que trabalham a escalada indoor não tem formação acadêmica em Educação Física que em sua maioria são pessoas com vasta experiência em sua área, ao passar do tempo, de uns anos pra cá os esportes radicais se tornam matéria nos cursos de Educação Física aumentando o número de praticantes, os profissionais que ingressam na escolas levam o seu conhecimento adquirido na universidade para as suas aulas, porém muitos deles nem se quer sabem a origem do esporte ou já tiveram a experiência de 357 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 um dia de escalada em alguma parede, não podendo levar esse conhecimento para os alunos. A partir dessas informações, os professores não estão capacitados para incluir a escalada no seu planejamento por falta de conhecimento/técnicas ou até mesmo por falta de espaço (parede de escalada e matérias) para a aplicação, outra questão que pode ser discutida é que os professores que se formam não buscam outras estratégias de ensino e seguem o padrão que é proposto, não buscando novos conhecimentos, novas alternativas e maneiras para diversificar o método de ensino aprendizagem. Gráfico 4 – Em sua opinião, quais os benefícios que a escalada pode trazer para a educação escolar? 100% Melhora da auto estima 90% 80% Auxilio na socialização 70% 60% 50% 40% 30% Agente complementar da educação Uma forma de transmitir valores 20% Auxilio no desenvolvimento motor (leitura, escrita, esquema corporal) 10% Melhora do raciocinio logico 0% Observando o gráfico acima, estão os benefícios que a escalada pode trazer ao ser desenvolvido no ambiente escolar, destacando os 90% em que os professores responderam que pode trazer um auxilio no desenvolvimento motor (leitura, escrita, esquema corporal), 80% á melhora do raciocínio lógico, 70% como um agente complementar da educação, 60% no auxilio na socialização e uma forma de transmitir valores. Souza (2001) afirma que escalada é uma atividade motora que que estimula a tomada de decisão, a resolução de problema e que melhor apresenta a manifestação da inteligência corporal na educação física em que 358 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 há a predominância motora estimulando os alunos a criar formas de solucionar problemas. Outro autor completa Bertuzzi et al (2001) dizendo que o desenvolvimento da força também esta presente ao escalar, principalmente nos membros superiores. Pereira (2007) finaliza trazendo os benefícios ao escalar quando trabalhado de forma correta e lúdica, desenvolvendo nos alunos a velocidade, resistência, força, estratégia, habilidades motoras, trabalho em grupo, percepção, atenção, equilíbrio dinâmico e a precisão de movimentos. Assim como todos os esportes, a escalada também tem sua grande importância ao ser trabalhado com os alunos, desenvolvendo o aluno como um todo, além de proporcionar habilidades e conhecimentos diversificados que podem ser utilizados em outras disciplinas, no seu dia-a-dia e que levará para a sua vida inteira. CONSIDERAÇÕES FINAIS O tema proposto teve como finalidade verificar a preparação do professor de Educação Física, a inclusão da escalada no seu plano de ensino, pois ao refletir e observar, os profissionais da área seguem apenas um padrão de ensino, principalmente com esportes com bola não variando suas aulas e não procurando algo para diversificar. No ambiente escolar, o professor deve levar aos seus alunos atividades que permitam uma movimentação variada, que possam conhecer o seu próprio corpo e o ambiente em que estão inseridos, dando espontaneidade de movimentos auxiliando no seu desenvolvimento físico, social e cognitivo. Como mostra os resultados obtidos, os professores não estão capacitados a ministrar uma aula de escalada devido a diversos fatores, principalmente por falta de capacitação e materiais, fazendo com que não diversifique seu conteúdo de aula, a minoria trabalha com esse conteúdo fazendo com que seus alunos tenham vivenciado algo novo no ambiente escolar. Concluindo assim que o Educador deve se especializar, procurar buscar novos conhecimentos e alternativas para inserir em seu plano de ensino, a fim de diversificar seu conteúdo, fazendo com que seus alunos tenham e vivenciem novas experiências para sua vida, para um desenvolvimento pleno e global. 359 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 REFERÊNCIAS AURICCHIO, José Ricardo. Escalada na educação física escolar. Orientação adequada para a prática segura. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital Bueno Aires, ano.14 - Nº.139, dez 2009. 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Acesso em 30 mar. 2014. 360 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 361 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O LÚDICO COMO FERRAMENTA FUNDAMENTAL PARA APRENDIZADO DA NATAÇÃO EM CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL l Jan Paul ane dos santos – [email protected] Esp Leandro Gomes Crippa – [email protected] Ms Marilene Ferreira de Lima Oliveira – [email protected] Faculdade Unida de Suzano – Unisuz/Uniesp RESUMO Neste estudo onde o objetivo foi verificar se as atividades podem melhorar o processo de aprendizagem da natação no ensino fundamental l, em crianças de 8 a 10 anos. Para isso foi aplicado um questionário adaptado para 10 professores de Educação Física pertencentes a escolas particulares e públicas do município de Suzano e região, o questionário contem 9 questões sendo 4 fechadas e 5 abertas. Este é um tema que ainda é pouco discutido nas escolas, diante de todas as informações obtidas através dos resultados é importante relatar que 100% dos professores consideram importante a ludicidade durante as aulas, porém ainda não tem uma organização, os alunos são dividos por idade e não pelo nivel de aprendizagem, em 80% das escolas as aulas são desenvolvidas como atividades extra curriculares fora do horário da Educação Física, o aprendizado da prática natatória será levada pelo resto da vida do aluno, podendo em algum dia tirar o mesmo de uma situaçao de dificuldade, até mesmo previnindo o riscos de afogamento. Conclui-se que os profissionais que atuam nas escolas lecionando aulas de natação, vão além de ensinar os quatros estilos, alcançam grandes resultados com o lúdico, promovendo ganhos cognitivos, sociais, físicos entre outros. Desenvolvimento pleno e global dos alunos que praticam natação em escolas. Palavras chaves. Lúdico; Natação; Ensino Fundamenta l. Segundo Pereira (2009) A natação é uma atividade pré-histórica que existe a mais de cinco mil anos, como a água é um elemento predominante em nosso planeta, temos diversas fontes onde se prática a natação, como: lagos, praias, piscinas e rios. Mas naquela época essas práticas eram feitas em piscinas naturais e com águas quentes na Índia, já era notável que as pessoas faziam atividades físicas de forma rudimentar, os homens se lançavam na água em busca de alimentos, como forma de proteção contra os animais, e acabou aprendendo a se locomover na água como forma de sobrevivência, nessa 362 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 época acreditava-se que homens que nadavam eram pessoas educadas, os nobres se orgulhavam dos filhos que sabiam nadar. No entanto na idade média e idade moderna veio à decadência da prática da natação, as pessoas acreditavam que a água causava epidemias, por isso os grandes castelos eram protegidos por água ao seu redor. No século XVI vem o resurgimento da natação com uma inovação de um estilo de nadar chamado “peito” servia para que as pessoas levassem armas, roupas e armaduras nas costas para guerra, a partir do século XIX e XX veio outros estilos de nado como: crawl, costas e borboleta. Com aparecimento de vários estilos a natação passou a ser sistematizada, onde a Educação Física teve um papel importante para que isso acontecesse. (KRUG, 2012). Conforme podemos observar a natação é uma atividade física muito conhecida em nossa sociedade, o interesse pela natação aumentou não só para os alunos e atletas, mas também para professores e pesquisadores. A natação teve uma grande evolução da era pré-histórica até a era moderna, passou a existir técnicas de movimento para que o aluno pudesse se locomover com mais eficiência na água, nesse sentindo entende-se que o professor de Educação Física foi essencial para essa evolução (PEREIRA, 2009). No entanto as primeiras literaturas escritas não se pensavam nos alunos, apenas no movimento correto da técnica, não eram respeitadas as fases de maturação do aluno, isso fazia com que eles desistissem das aulas brevemente, por não ter capacidade de suportar essas pressões de treinos intensos. Hoje existem literaturas que foram adaptadas respeitando a idade biológica de cada aluno para o aprendizado dos movimentos específicos da natação (LIMA, 2009). Porém ainda é discreta a aplicação de conhecimento sobre a área da natação, mas hoje temos o apoio da ciência e de outras matérias como: a biomecânica, fisiologia do exercício e nutrição. (VELASCO 1994). Foi buscar na psicomotricidade conhecimentos para ampliar a qualidade dos movimentos motores específicos em natação, fazer com que os alunos aprendessem a nadar com técnica de movimentos corretos. Conforme Corrêa; Massaud (2004), o professor que é capaz de elaborar uma boa aula, de uma forma que todos os alunos participem da atividade. Vai logo perceber a evolução dos seus alunos nas aulas, não apenas nos aspectos motores, e sim na sua motivação, autoestima e consequentemente a melhora do seu desempenho nas aulas, dessa forma podemos observar a importância do professor, para que o aluno consiga se desenvolver nas aulas de natação. De acordo com Velasco (1994), é muito mais fácil trabalhar com o aluno que deseja realizar o que esta sendo proposto, do que com o que está sendo 363 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 forçado a realizar, nesse sentindo entende-se que as primeiras aulas aplicadas são muito importantes para que o aluno tenha a confiança do professor no processo de aprendizagem, o aluno precisa sempre se sentir valorizado pelos professores e os amigos. A importância da natação não foca apenas o desenvolvimento físico, mas também na formação social. Segundo Bahia (2007) As atividades lúdicas funcionam de uma forma mais agradável e eficaz, portanto a aprendizagem por meio de jogos e brincadeiras se torna mais prazerosa do aluno conseguir compreender o conceito dos movimentos da natação; equilíbrio, controle da respiração e mudança da posição do corpo, o aluno por sua vez, consegui perceber a sua evolução nos movimentos, portanto o mesmo precisa ser estimulado a ser “curioso”, e que vivencie novas possibilidades de movimentos, para que ele possa conhecer seu corpo em totalidade. Conforme kishimoto (2008) A existência de regras são características marcantes nos jogos, as atividades lúdicas dão liberdade para que os alunos use seu conhecimento próprio, podendo haver modificações de regras. Kishimoto ainda acredita que é muito importante os alunos terem essa liberdade de criar, nesse sentindo entende-se que as ações precisam ser compartilhadas e os benefícios das atividades serem para todos. Conforme Lima (2009 p.16) Não adianta termos somente o conhecimento, precisamos também da alma dos artistas, de ensinarmos através da interpretação. Cada idade necessita de uma estratégia diferente por parte dos professores, crianças gostam de viver no mundo da fantasia, jovens de desafios e os adultos de atenção. O professor deverá ser um artista da comunicação. O professor por meio de seus conhecimentos deve proporcionar uma aula prazerosa e motivadora aos seus alunos. Segundo Pereira (2003) Umas das pedagogias mais utilizadas atualmente nas aulas de Educação Física para crianças é a ludicidade, abrindo mão de recursos técnicos e específicos, crianças procuram sempre a diversão, e nas aulas de natação não é diferente, o lúdico proporciona as crianças o aprender brincando. Muitas das vezes as crianças iniciam a natação por imposições dos pais que querem ver seus filhos nadando, podendo no futuro minimizar os riscos de afogamento, e o aluno acaba se interessando pela natação. A experiência em um meio líquido deve ocorrer o mais cedo se possível desde bebes, seja na piscina da escola, no banho ou em qual seja o local que 364 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 você possa se familiarizar-se com a água, essas experiências de adaptação terão grandes relevâncias em um futuro próximo ,quando o aluno começar a fazer a prática da natação em alguma escola, terão possibilidades maiores de gostar das aulas, e consequentemente não desistir brevemente. (SOARES, 2001). O lúdico na natação é uma pedagogia inovadora, fazendo com que o professor possa usar outros tipos de estratégias em suas aulas, chamar a atenção dos alunos com jogos, rodas cantadas e materiais diferenciados, tirando aquela ideia que só se aprende natação com aulas técnicas, e que a natação é uma aula chata repetitiva e complexa. Porém deverão ter os objetivos da aula bem definidos para que não se torne uma brincadeira sem orientação do professor. (PEREIRA, 2009). MÉTODO Foi feita uma pesquisa de campo de forma qualitativa, que segundo Lakatos; Marconi (2007) é utilizada com objetivo de adquirir problemas informações, conhecimento e comprovações sobre o assunto da pesquisa. Foram realizados contatos em 4 instituições de ensino, sendo uma particular no município de Itaquera, uma particular no município de Mogi das Cruzes, uma particular no município de Suzano e uma pública no município de Arujá, onde foi explicado o projeto de pesquisa para os responsáveis, solicitando autorização para aplicação do questionário, e entregue um Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento (TCLE). Participaram desta pesquisa 10 professores de Educação Física de escolas particulares e pública, de ambos os sexos. Foi aplicado um questionário adaptado contendo 9 questões, sendo 4 fechadas e 5 abertas, relacionado ao processo de aprendizagem da natação através das aulas lúdicas. (MACEDO; ETAL, 2007) O questionário foi entregue para os professores de Educação Física participantes desta pesquisa. Gráfico 1 - As aulas de natação são desenvolvidas nas aulas de Educação Física? 365 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 100% 80% 60% 40% 20% 0% Em relação ao gráfico 1, sobre se as aulas de natação são desenvolvidas nas aulas de Educação Física escolar. 90% disseram sim e 10% não, porém foi questionado porque nas escolas as aulas de natação não fazem parte do conteúdo escolar, 30% são atividades extracurriculares, 10% gratuitamente, 80% paga uma taxa extra e outros 10%. Segundo Ribeiro (2011) A natação é pouco desenvolvida nas escolas, no entanto foram percebidos que as aulas são desenvolvidas em horário diferente da educação física, os alunos fazem a natação como atividade extracurricular e paga uma taxa para poder praticar as aulas. Portanto é notável que as dificuldades de implantar a natação nas escolas, é devido a falta de um espaço adequado, onde se pode fazer a pratica da natação durante as aulas de educação física. Gráfico 2 – como são divididas as turmas de natação? 50% 40% 30% 20% 10% 0% 366 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Em relação ao gráfico 2, sobre como são dividas as turmas de natação, percebemos que 50% são divididas por faixa etária, 50% por nível de aprendizagem, 40% por serie e outras formas 0%. Para Lima (2009) As aulas de natação devem ser separadas por nível de aprendizagem e faixa etária, há o uso de uma sequência pedagógica para facilitar o aprendizado dos alunos. No entanto percebemos que nas escolas não há uma diferenciação de quem está em um nível avançado para os iniciantes, todos costumam fazer as aulas juntos, são diferenciados apenas pela idade e não pelo nível de aprendizagem. Gráfico 3 - Qual o numero de alunos em cada turma? Qual o numero de professor por turma? Há auxiliares ou estagiários para apoio ao trabalho do professor? 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Em relação ao gráfico 3, sobre qual o numero de alunos em cada turma foi feito uma média e percebido que, de 1 a 5 alunos por turma 10%, de 6 a 8 alunos 30%, de 10 a 12 anos 40% e acima de 25 alunos 20%. Segundo Lima (2009) o ideal quando se trata de criança seria para cada turma de três alunos ter um professor em uma piscina que “não da pé”, já em uma piscina adequada para criança com uma profundidade onde os mesmos possam encostar o pé no chão esse numero aumentaria para 6 alunos por professor. De acordo com a pergunta, qual é o numero de professores por turma foi feito uma média onde percebemos que 40% tem um professor por turma, 40% 2 professores por turma, 10% 3 professores por turma e 10% 4 professores por turma em uma aula de natação. 367 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Conforme Lima (2009) para que os alunos tenham uma segurança e não correrem riscos de afogamento a cada 3 alunos um professor, nesse sentido entende-se que os professores conseguiriam dar uma atenção maior para os alunos onde os mesmo teriam um desenvolvimento pleno nas atividade proposta pelo professor No entanto sabemos que seria um custo muito grande para conseguir implantar este método nas escolas, a maiorias das escolas não tem mais que 3 professores de educação física. Conforme a questão se há auxiliares ou estagiários para apoio ao trabalho do professor percebemos que 60% disseram sim e 40% não. Porém foi feito uma média de quantos estagiários ou auxiliares tinha em cada aula, e foi constatado que 30% tem 1 estagiário ou auxiliar, 30% 2 estagiários ou auxiliar. Gráfico 4 - Quais os conteúdos abordados? 80% 60% 40% 20% 0% 4 ESTILOS DE INICIAÇAO AO NADO CRAWL E NADOS E MEIO LIQUIDO/ COSTAS FUNDAMENTOS NADOS Em relação ao gráfico 4 sobre, quais os conteúdos abordados nas aulas de natação escolar, podemos perceber que 60% disseram que é trabalhado os 4 estilos de nados e seus fundamentos, 30% iniciação ao meio liquido/nados e 10% nado crawl e costas. Segundo Lima (2009) quando a criança atingi os 9 anos ela já é capaz de conseguir aprender os 4 estilos de nado, para Allen (2003) é possível que se alcance os fundamentos de 2 formas as formais e a lúdica, porém com a ludicidade foi percebido que os alunos consegui atingir um nível maior de aprendizagem, e não há muitas desistências em aula. Gráfico 5 - Há o uso de brincadeiras lúdicas durante as aulas? 368 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 100% 80% 60% 40% 20% 0% SIM/ USAM O LUDICO NAS AULAS NÃO Em relação ao gráfico 5 sobre, se há o uso de brincadeiras lúdicas durante as aulas de natação percebemos que, 100% disseram sim e não 0%. Segundo Pereira (2009) o lúdico é superimportante em qualquer atividade física, e se torna mais ainda na natação devido à modalidade ser um esporte complexo e repetitivo. para Weinberg (2001) os alunos se motivam quando é proposto uma brincadeira lúdica e conseguem atingir os objetivos proposto em aula . Gráfico 6 - As aulas atingem os objetivos da educação física escolar? Quais os objetivos das aulas de natação? 80% 60% 40% 20% 0% 369 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Em relação ao gráfico 6. De acordo com a pergunta, se as aulas da natação atingem os objetivos da educação física escolar percebemos que 80% disseram que sim e 20% não. Para Bahia (2007) O principal instrumento da educação física é o movimento, devido a natação não ter muito impacto podemos fazer exercícios físicos mas rigorosos e movimentos diferentes, sem correr riscos de lesão, nesse sentido entende-se que podemos trabalhar muitos tipos de movimentos motores aumentando a capacidade de movimentos dos nossos alunos. Conforme a pergunta quais os objetivos das aulas de natação podemos perceber que houve muitos objetivos diferentes 10% disseram condicionamento físico e aprendizado dos nados, 10% adaptação e sobrevivência, 40% adaptação ao meio liquido, 20% vivencia e iniciação a natação e 20% qualidade de vida. Gráfico 7- As aulas de natação relacionam-se com as aulas de educação física escolar? Como? 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Em relação ao gráfico 7 sobre, se a aula de natação se relaciona com as aulas de Educação Física escolar, podemos perceber que 80% disseram que sim e 20% não, porem foi questionado como há esse relacionamento e percebemos que 20% disseram que através das capacidades físicas e habilidades motoras e 40% o alongamento e as brincadeiras. Conforme ribeiro (2011) a natação tem um grande relacionamento com a educação física escolar, através de aulas bem aplicadas percebemos o retorno dos alunos no desenvolvimento social, físico e cognitivo, respeito ao próximo, 370 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 concentração, procura levar uma vida saudável e consequentemente isso vai influenciar na sua vida escolar. A natação é uma atividade “diferenciada” saímos dos movimentos básicos do nosso dia- dia, ela nos proporciona grandes possibilidades de movimentos motores, fazendo com que criamos estratégias e estimulamos a curiosidade para aprender movimentos novos. Gráfico 8 - Há planejamento de educação física escolar? Há planejamento de natação? 100% 80% 60% 40% 20% 0% SIM NÃO SIM NÃO Em relação ao gráfico 8 sobre, se há planejamento de Educação Física escolar percebemos que 90% disseram que sim e 10% não. Conforme citado por Libaneo (2002) o conteúdo a ser aplicado durante o ano letivo é uma tarefa que deve envolver todos da escola, diretores, coordenação e principalmente o professor de educação física. Este planejamento deve se pensar sempre no desenvolvimento dos alunos. Em relação ao gráfico sobre, se há planejamento de natação percebemos que, 100% disseram que sim e 0% não. Gráfico 9 - O lúdico nas aulas de natação melhora a aprendizagem no meio liquido? Os alunos praticantes de natação na escola apresentam melhoras em alguns aspectos? 371 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 100% 80% 60% 40% 20% 0% Em relação ao gráfico 9, se o lúdico na natação melhora a aprendizagem no meio liquido percebemos que 100% disseram sim e 0% não, porem 10% disseram que ajuda na adaptação ao meio liquido e 40% motiva e falicita. Segundo Pereira (2003) a melhor maneira de aprender natação é através da ludicidade, para lima (2009) os movimentos natatórios são muitos mecanizados e quando se trata de iniciação, a criança aprende com aulas lúdicas e muitas vezes nem percebe que está se desenvolvendo durante a aula, pensa que esta apenas brincando, aprende sem nenhuma cobrança e “responsabilidade”. Foi percebido que em todas as escolas que passei os professores usam o lúdico, não importa a idade, alguns usam como premiação nos finais das aulas, mas quem não gosta de se divertir e ter desafios durante as aulas, a ludicidade proporciona este prazer de aprender brincando. Em relação a pergunta, se os alunos praticantes de natação na escola melhoram em alguns aspectos podemos perceber que 80% disseram que sim em todos, cognitivo, social e físico, 10% físico e 10% outros. Para ribeiro (2011) não tem como praticar a natação sem que os alunos não estimulem os aspectos cognitivos, físico e social, a uma melhora da concentração, os alunos se relacionam melhor entre eles, melhorando o cardiovascular e sobre peso, todos esses benefícios vão ajudar o aluno dentro da escola. Considerações finais Durante este trabalho notou-se a importância da natação para os alunos praticantes da mesma, sobretudo de atividades lúdicas para o aprendizado da natação, principalmente nesta fase do ensino fundamental l, as crianças não querem aulas técnicas, o lúdico é um ambiente que oferece condições para o 372 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 desenvolvimento pessoal e descobrimento de novas possibilidades sem exclusão. No entanto foram percebidas as dificuldades que temos para aplicar a natação nas escolas, é uma modalidade pouco discutida por professores de Educação Física, muitos professores relataram a falta de estrutura para a prática das aulas, porém reconhece que é de extrema importância a prática em todas as escolas. O objetivo desta pesquisa foi verificar se o lúdico pode melhorar o processo de aprendizagem da natação; as dificuldades para o professor poder trabalhar esta disciplina em suas aulas de Educação Física. . Conclui-se que os profissionais que atuam nas escolas lecionando aulas de natação, vão além de ensinar os quatros estilos, alcançam grandes resultados com o lúdico, promovendo ganhos cognitivos, sociais, físicos entre outros. Desenvolvimento pleno e global dos alunos que praticam natação em escolas. ALLEN, Márcia Stella. Lançando novos olhares sobre o ensino da natação: relato de experiência. In: Marcellino Nelson Caravalho (org.) Lúdico educação e educação física. Rio grande do sul: Unijui 2º edição, 2003 BAHIA, Antonio Luiz Ferreira. Aprendizagem da natação por crianças cegas: Desafios e possibilidades. Dissertação de mestrado, Salvador, 2007. CORRÊA, Célia Regina; MASSAUD, Marcelo Garcia. Natação na pré- escola. Rio de Janeiro: Sprint, 2004. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. 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O método utilizado foi um questionário para os professores de Educação Física do Ensino Médio contendo 10 questões de inclusão para os alunos surdos/ deficientes auditivos, onde foi observada a grande importância que o profissional de educação física deve ter no olhar, no conhecimento, na didática e na experiência com os alunos surdos e conseguir transmitir a aprendizagem para o seu aluno fazendocom que os mesmos tenham um bom desenvolvimento da sua aula.Vimos que nas discussão e resultados desta pesquisa foi verificado que a maioria dos professores utiliza recursos visando facilitar a aprendizagem dos alunos com deficiência auditiva, que os mesmos alunos modificam o comportamento depois das aulas de educação física, as dificuldades de avaliar esse aluno e a quanto tempo o profissional de Educação Física conhece a Língua de sinais. Conclui-seque precisamos de mais estudos relacionados a essa área, para obter melhores resultados onde um professor de educação física inclusivo é aquele que se constrói a cada dia buscando por meio da pesquisa aprimorar as suas ações educacionais e uma escola inclusiva se dá por meio de professores inclusivos de fato. Palavras –chaves: Inclusão, Educação Física, Libras. INTRODUÇÃO: De acordo com o currículo do Estado de São Paulo o professor deve enxergar mais a criança do que a deficiência para ter um melhor desenvolvimento durante a atividade física considerando suas limitações. Enfatizando suas capacidades e estabelecendo limites, isto significa trabalhar com as potencialidades do aluno e não ficar ressaltando as suas fragilidades sendo que o olhar do profissional deve ser primordial e deve ser assumido com 375 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 responsabilidade para que não haja constrangimento nenhum do deficiente nem do restante dos alunos. Os educadores e os professores de educação Física devem fazer com que seus alunos com deficiência auditiva/surdez aprimorem suas práticas de aprendizagem para o sucesso, pois a escola é muito importante na formação do indivíduo em qualquer aspecto, onde devem apresentar alternativas voltadas as necessidades linguísticas do surdo proporcionando uma educação escolar e favorecendo aos alunos o desenvolvimento de suas habilidades atendendo as exigências de seu conhecimento e construção de uma sociedade justa e igualitária no processo da inclusão no âmbito escolar. Segundo Quadros (1997), a língua de sinais é uma língua natural adquirida de forma espontânea pela pessoa surda em contato com pessoas que usam essa língua e se a língua oral é adquirida de forma sistematizada, então a pessoa surda tem o direito de ser ensinadas na língua de sinais, onde a proposta bilíngue busca captar esse direito. Segundo Oliveira (2014), Nas aulas de educação física o profissional deve desenvolver a criança a partir de aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais buscando a formação integral da criança e desconsiderando o aspecto que o deficiente é um ser insignificante como era antigamente, hoje durante as aulas de educação física a participação e o envolvimento dos alunos é total e a dificuldade de comunicação é superada através da leitura labial, ou algumas palavras soletradas também com o conhecimento da LIBRAS. As pessoas surdas tem inteligência normal, a não ser que apresenta outra patologia associada que possa de certa forma afetar seu desenvolvimento cognitivo, se não tiver qualquer outro tipo de patologia o deficiente auditivo é completamente normal em sua inteligência podendo ser matriculado em escola regular e podendo estar desenvolvendo suas atividades em aula sem problema algum, construindo seus conhecimentos e participando de todas as aulas normalmente, e nunca ser excluído por família e pela sociedade. Dentro da escola é fundamental que o profissional de educação física fique atento e observe qual a melhor forma de se comunicar com o seu aluno surdo/Deficiente auditivo. O surdo/D.A tem a capacidade intelectual semelhante a dos ouvintes, nesse caso a má comunicação pode retardar ou levar as conclusões precipitadas quanto ao rendimento intelectual do deficiente, o professor jamais poderá falar de costas para seu aluno surdo/D.A, sempre deverá falar de frente ou nas laterais para não haver a ma interpretação do mesmo, tendo seu olhar total para o aluno e não para a deficiência. (Marques, 2000). 376 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Segundo Manieri (2011) além da importância de aprender a língua de sinais para interagir com o filho, a escola deverá orientar as famílias a acompanharem o processo educacional de seus filhos surdos como o de qualquer outro, pois na dinâmica familiar o filho surdo deverá ser parte da família, e não o centro dela. Hoje, em alguns países do mundo como a Venezuela, existe uma filosofia adotada oficial e obrigatoriamente em todas as escolas publicas para surdos (no caso, a filosofia bilíngue), mas, como no Brasil, a maioria dos países convive com essas diferentes visões sobre os surdos e sua educação, acreditando que a verdade única não existe e, portanto, todas as abordagens seriamente estudadas devem ter espaço (GOLDFELD, 2002). O professor de educação física deve buscar diversas alternativas de aprendizagem para o aluno para que venha a se sentir seguro ao participar de suas aulas, se for o caso o profissional deve até realizar cursos para a formação continuada. É interessante lembrar que o ritmo de aprendizagem da criança com deficiência auditiva é menor, pois a mesma necessita de um tempo maior para entender o que o professor fala. Isto não a impede de aprender só constata que a aprendizagem deverá ser maior. Após terem sido levantadas as razões que motivaram o bilinguismo, ainda nesta seção, analisam-se os aspectos que configuram tal proposta educacional. A partir dessas informações, em ‘’ Experiências de alguns países’’ são apresentados relato de experiências de escolas onde tal proposta esta sendo articulada que são necessárias para a inclusão social efetiva destes sujeitos onde uma construção cultural utilizada como forma de transmissão de conhecimentos e da cultura da comunidade que a utiliza para sua comunicação com a presença de tradutores e intérpretes de Libras. (QUADROS 1997). O profissional de educação física tem que trazer o aluno com deficiência para dentro da escola mostrando para o mesmoque ele é normal igual aos outros alunos, apresentando-lhe que todos vão aceitá-lo normalmente independente de sua característica,deficiência, cor ou raça e sempre alertando que não é só a educação física que ele deve praticar mais sim as outras disciplinas que também são muito importantes para o seu crescimento escolar e seu desenvolvimento de aprendizagem dentro da escola. (Soler, 2005). O deficiente auditivo não pode ser excluído de forma alguma ele deve ser respeitado e tratado normalmente pela sociedade, pelos colegas de sala, professores, e funcionários da rede escolar, em uma aula de educação física o professor deve ter o olhar normal voltado para esse aluno, não podendo excluir e ministraratividades diferenciadas, esse profissional de educação física deve tratar igualmente sem restrições trazendo para esse aluno o conforto da escola e o conhecimento das atividades físicas como traz para os demais alunos. 377 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A pesquisa deste trabalho teve como objetivo o de analisar como o professor trabalha com os alunos deficientes auditivos/surdez em suas aulas e qual o olhar deste profissional para os mesmos alunos nas aulas de Educação Física. MÉTODO Este trabalho foi realizado através de pesquisa de campo, que segundo Marconi e Lakatos (2003), é uma pesquisa que procura encontrar uma resposta para determinado problema, buscando afirmar e descobrir assuntos contemporâneos, para a realização desta pesquisa é importante um levantamento bibliográfico sobre o assunto abordado, para a coleta de dados. Amostra: Esta pesquisa foi realizada com 10 professores do Ensino Médio de ambos os sexos da sala regular com inclusão de alunos surdosno alto tiete em escolas públicas estaduais do município de Suzano. Instrumentos/Materiais: Foi utilizado um questionário Silva (2009) adaptado que contém 10 questões, sendo 05 abertas e 05 fechadas que foi aplicado para os professores de Educação Física. Procedimento: Primeiramente foi realizado um contato com a direção escolar de 4 escolas, depois foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido o (TCLE), e depois foi entregue o questionário aos professores, onde em 3 escolas o questionário foi entregue diretamente ao professor durante suas aulas, janelas e intervalos, em 1 escola o questionário foi deixado na secretaria junto a direção para que o mesmo entregasse aos professores. Plano de Análise de Dados: Após a coleta de dados, os mesmos estão sendo tabulados e analisados por meio da literatura e apresentados em forma de gráficos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Gráfico 01– Os alunos surdos modificam o comportamento após as aulas de Educação Física. 378 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% SIM NÃO Entre os professores entrevistados 60% deles disseram que os alunos surdos modificam seu comportamento após as aulas de educação física e 40% disseram ao contrário dos mesmos. Segundo Duarte; Dalpiaz (2009), de fato, os alunos surdos modificam atitudes e comportamentos, inclusive no que se refere à educação física. Nos últimos anos, muito se tem discutido sobre o movimento de inclusão escolar, professores que até então encaravam crianças com deficiências como uma realidade muito distante, agora fazem cursos e a se atualizam para atendê-los, aprimorando as ideias, fundamentando o assunto inclusão de alunos surdos em aulas de educação física. A modificação de comportamento dos alunos surdos depende também dos aspectos cognitivos, afetivos e emocionais pelo qual na atividade física ele se expressa corporalmente, ele se interage com os outros alunos de uma forma mais agradável tendo mais proximidade dos mesmos. Gráfico 02 - Você utiliza recursos em suas aulas visando facilitar a aprendizagem dos seus alunos surdos. 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% SIM NÃO 379 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Nessa questão 70% dos professores entrevistados afirmam que utilizam recursos em suas aulas visando facilitar seus alunos com deficiência auditiva e surdez, 30% dos professores afirmam que não utilizam recursos em suas aulas. Segundo Casarin (2011), o professor pode utilizar alguns recursos como: slides, retroprojetor, dramatização, o professor deve usar uma linguagem correta, simples e clara. Deve falar olhando para a criança, adolescente ou adulto como também enriquecer a exposição com expressões faciais. Os professores devem utilizar os recursos em suas aulas para facilitar o entendimento dos alunos surdos para realizarem a atividade física, onde eles possam compreender melhor o objetivo daquela determinada aula. Gráfico 03 – Quanto tempo você sabe que o ensino de LIBRAS é obrigatório para os surdos. 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% DE 2 A 10 ANOS DE 10 ANOS A MAIS As respostas dos professores entrevistados são que 80% sabe que o ensino de LIBRAS é obrigatório para os deficientes auditivos e surdos de 2 a 10 anos, e 20% dos professores afirmam que sabe da lei a mais de 10 anos. Segundo Souza et al (2014), nesse sentido, o tema inclusão é importante, pois, relata cada vez mais que, os deficientes auditivos estão presentes na sociedade e no âmbito educacional. Logo, observa-se na formação de professores que a libras está inserida como componente curricular, pois hoje é obrigatório para os profissionais de licenciatura o conhecimento sobre libras e é mais importante ainda que esse profissional dê continuidade em um curso especializado em libras, e facilite a comunicação e o aprendizado do aluno. 380 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A libras é obrigatória no ensino porque os surdos e deficientes auditivos tem e devem ter o mesmo direitos e deveres de qualquer outro ser humano, a libras é o meio de comunicação do surdo onde ele aprende, fala e demonstra. Gráfico 04 - Quais são as dificuldades em avaliar os alunos surdos? 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Depende da experiencias que o aluno tem em libras Aulas teóricas e compreensão do aluno e comunicação dos professores Em relação aos professores entrevistados 20% deles disseram que a dificuldade depende da experiência que o aluno tem em libras e 80% disseram que nas aulas teóricas depende muito da compreensão do aluno e da comunicação dos professores. Segundo Ribas (2013), na educação, a avaliação do desempenho escolar do aluno, por si só já é um tema complexo, quando pensamos em uma educação especializada envolvendo o aluno surdo torna-se mais complexo ainda, pois muitos dos métodos avaliativos são elaborados por professores ouvintes, fazendo com que, muitas vezes, esqueça-se que a linguagem, a cultura e a forma de obtenção da aprendizagem são diferentes para o aluno surdo, não levando em consideração as especificidades do aluno. Avaliar um aluno surdo depende dos dois lados o do professor e o do aluno, as comunicações entre eles devem ser bem clara e o entendimento do aluno deve ficar claro para não haver dúvidas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos que o objetivo deste trabalho destinou a verificar a experiência do olhar do profissional de educação física para os surdos e deficientes auditivos.Ao analisarmos o currículo oficial do estado de são Paulo e com base nos autores pesquisados observamos que a escola ainda não se considera inclusiva e as transformações estão ocorrendo a longo prazo mediante a pesquisa de campo realizada, verificamos nos seguintes gráficos que abordam o olhar dos professores , onde alguns ainda demonstram uma falta de compreensão em relação ao principio inclusivo, no qual o preconceito 381 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 surge como a falta de preparo deste professor para enfrentar uma escola inclusiva.Felizmente temos outros professores que possuem um olhar inclusivo e isso se demonstra na sua pratica, na sua postura, na sua linguagem e na sua forma de agir com esses alunos. Conclui-se que precisamos de mais estudos relacionados a essa área, para obter melhores resultados onde um professor de educação física inclusivo é aquele que se constrói a cada dia buscando por meio da pesquisa aprimorar as suas ações educacionais e uma escola inclusiva se dá por meio de professores inclusivos de fato. REFERÊNCIAS CASARIN, Melânia Melo, ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS SURDOS – MÓDULO VII, 05 de novembro de 2011. DALPIAZ, Giseli Santos, DUARTE, Marcelo Gonçalves, Apontamentos sobre aulas de Educação Física adaptadas para surdos,Revista Digital - Buenos Aires - Ano 14 - Nº 134 - Julio de 2009. GOLDFELD, Márcia. A Criança Surda: Linguagem e cognição numa perspectiva sociointeracionista. 6º edição, São Paulo: Plexus, 2002. SILVA, Marisa Cristina, A inclusão do aluno surdo no ensino regular na perspectiva de professores de classes. Inclusivas, Recife, PE. Faculdade Santa Helena, 2009. SOLER, Reinaldo. Educação físicainclusiva na escola: em busca de uma escola plural. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. SOUZA, Carlos Henrique Medeiros, MANHÃES, Fernanda Castro, BATISTA, Claudia Márcia Alves, PINTO, Fernanda de Oliveira, A perspectiva da libras na formação do professor: um caminho para a inclusão escolar, EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 19, Nº 191, Abril de 2014. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia científica: 5ª edição. São Paulo. Editora Atlas. 2003. MANIERI, Claudia Mara Padilha. Desenvolvimento e aprendizagem de alunos surdos: cognitivo, afetivo e social – Curitiba; IESDE Brasil S.A, 2011. 382 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 MARQUES, Luciana Pacheco. O professor de alunos com Deficiência Mental: Concepções e práticas pedagógicas. (Doutorado). Campinas: Graf. FE/UNICAMP, 2000. OLIVEIRA, Flávia Fernandes Dialogando Sobre Educação, Educação Física e Inclusão Escolar,EFDeportes.comRevista Digital, Buenos Aires, Ano 8, nº 51, agosto de 2002. QUADROS, Ronice Muller. Educação de Surdos – A aquisição da linguagem, Porto Alegre, 1997. RIBAS, Valdemir Aguiar, MAHL, Eliane AVALIAÇÃO ESCOLAR PARA ALUNOS SURDOS: ENTENDIMENTOS DOS PROFESSORES SOBRE ESTE PROCESSO, Londrina, 2013. 383 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O USO DA LIBRAS: UMA BREVE ANÁLISE. Margarete Pereira da Silva - [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira - [email protected] RESUMO: Este estudo tem como objetivo realizar uma investigação sobre o professor de Educação Física e o uso da Libras e mediante a prática da inclusão do aluno deficiente auditivo. A metodologia adotada baseou-se em uma entrevista semi-estruturada, com professores da rede regular de ensino (municipal, estadual e particular), que lecionem há no mínimo um ano com aluno deficientes auditivos matriculados no ensino fundamental I e II. Com este estudo obtemos o resultado de que a maioria dos professores gostariam de atuar com alunos deficientes e dizem que estão preparados para promover a inclusão, porém não se sentem aptos para atuar devido a maioria não terem tido a disciplina de libras na grade curricular do curso e que não tem o auxílio do interlocutor e que não são todas as escolas que tem esse recurso devido estar sendo implantado nas escolas há pouco tempo, e é considerado tão importante para promover a inclusão e sociabilização do aluno deficiente. Concluímos que mesmo que a disciplina tenha se tornado obrigatória no curso, os professores tem de sempre estar atualizados e participar de capacitações para que possa proporcionar ao aluno um ensino de qualidade e que possa promover a inclusão no meio em que esta inserido. Palavra-Chave: Educação Física, Libras, Escola. INTRODUÇÃO No Brasil, o Estado oferece apoio na forma de ensino, incluindo períodos extras de ensino para os alunos surdos com atendimento educacional especializado na sala de recurso com D.A o que consiste na Articulação das linhas teóricas junto às concepções de aprendizagem, utilizando o método ativo misto a fim de promover a interação entre: alunos, familiares e professores do ensino regular, pautando-se no currículo o foco que envolve: os alunos, os professores e os gestores, o que historicamente retrata-se em “trabalho em equipe”. Entretanto, os métodos utilizados carecem oferecer recursos diferenciados para que o surdo tenha um aprendizado significativo em razão de criar seu próprio conhecimento. Conforme apontado pelo Serviço de Apoio 384 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Pedagógico Especializado – SAPE, que deu início a partir da Resolução SE 11, de 31/01/2008 dispôs sobre a educação escolar de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas da rede estadual de ensino. O objetivo é melhorar a qualidade da oferta da educação especial para favorecer novas metodologias de trabalho, obtendo uma melhor inclusão dos alunos nas classes comuns, o que, infelizmente, não tem sido alcançado. Segundo Vygostky (2007), a aquisição se dá devido à sua interação com o ambiente que o rodeia e, principalmente, ao convívio com a mesma espécie. Nesse sentido, a utilização de materiais lúdicos é a melhor forma de fazer com que o aluno surdo consiga memorizar e aprender em diferentes áreas, facilitando assim sua produção escrita. Esses materiais são ideais para a alfabetização do aprendiz surdo, tanto para língua materna LIBRAS como para a segunda língua, a língua portuguesa. A Educação Inclusiva tem o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter acesso a todas as formas de oportunidades educacionais e sociais oferecidas pela escola. Não sendo assim uma meta a ser alcançada e sim com o propósito de ampliar os conhecimentos, experiências e habilidades, mas tendo o objetivo de alcançar todos os alunos especiais. E com isso o papel do professor tem sido bastante enfatizado devido no que evolve a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Segundo Mittler 2003, devido à falta de oportunidades de treinamento os fazem acreditar que a capacitação especializada é um requisito para a inclusão, devido a poucos professores terem tido a oportunidade de ensinar a comunidade local pelo fato de alguns alunos terem sido transferidos para escolas especiais ou dependentes. Apesar de isso não justificar a falta de capacitação. É de suma importância que os professores tenham o conhecimento da língua de sinais, pois se torna cada vez mais comum termos alunos surdos em nossas escolas, devemos trabalhar e nos aperfeiçoar para podermos proporcionar aos alunos um ensino de qualidade e igualdade. Com o uso da língua de sinais o professor pode proporcionar ao aluno um maior entendimento e esclarecimento da atividade, utilizando gestos, leitura labial, mostrando o que deve ser feito. E aplicando no dia-a-dia hábitos que fazem toda a diferença para a comunicação aluno/professor. A Educação Física adaptada procura tratar do aluno sem desigualdades, tornando a autoestima e autoconfiança mais elevada, onde possibilita o aluno a executar a atividade, e consequentemente o incluindo as aulas e a turma. Segundo Winnick (2004), A educação física adaptada designa a individualidade de cada aluno de acordo com sua aptidão física e motora, habilidades padrões motores fundamentais e habilidades de esportes aquáticos 385 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 e dança, alem de jogos e esportes individuais e coletivos, sendo assim um programa elaborado para suprir as necessidades especiais de cada um. E com isso estará dando a oportunidade não somente aos alunos deficientes e sim para todos com a intenção de promover a inclusão e consequentemente a melhora na afetividade, no cognitivo, no físico e social. Deve ser adaptado de uma forma com que todos sejam tratados da mesma forma. A Educação Física pode contribuir com a inclusão na escola, preparando as pessoas com deficiência para o mercado de trabalho, para a vida em sociedade. E que por meio desses esportes os alunos deficientes aprendem a se locomover com mais facilidade, assim melhorando na realização de movimentos cotidianos. Este trabalho tem por objetivo analisar se o Professor de Educação Física tem formação adequada para atuar com a inclusão de alunos D.A. (Deficiente Auditivo). MÉTODO Será uma pesquisa de campo quantitativa, pois se faz necessário analisar a relação do professor de Educação Física com os alunos da inclusão, sendo que o foco será os alunos surdos. Pesquisa de Campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e / ou conhecimentos acerca de um problema, para qual se procura uma resposta de uma hipótese, que se queira comprovar ou, ainda descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. (MARCONI 1990, p.75), Amostra: O público alvo desta pesquisa serão 10 professores que ministram aulas de Educação Física no Ensino Fundamental I e II das escolas públicas Municipais, Estaduais e Particulares da cidade de Suzano, sendo de ambos os sexos e todas as faixas etárias, e que lecionem por no mínimo há um ano com alunos surdos. Instrumentos / Materiais: Será entregue um questionário com 10 perguntas, sendo 3 perguntas abertas e 7 perguntas fechadas, de acordo com o autor Almeida (2012), Adaptado. 386 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Procedimentos: Primeiro será entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após o termo será entregue o questionário que será realizado na própria escola. Plano de Análise de Dados: após a realização da aplicação do questionário, será realizada a análise dos dados por meio de tabulação dos mesmos, após a tabulação os resultados serão apresentados em forma de gráficos ou tabelas. RESULTADOS E DISCUSSÕES GRÁFICO 1 - HÁ QUANTO TEMPO LECIONA COM ALUNOS SURDOS E SE SENTE APTO PARA ATUAR NUM CONTEXTO EDUCACIONAL INCLUSIVO? 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1 a 2 anos 3 a 4 anos 10 anos SIM NÃO Em relação há quanto tempo lecionam com alunos surdos 60% lecionam de 1 a 2 anos, 30% de 3 a 4 anos e apenas 10% há 10 anos. No caso de se sentir apto 70% dizem estar aptos para atuar com a inclusão e 30% dizem não estar preparados para trabalhar em um contexto educacional inclusivo. Segundo CARVALHO (1997), para desenvolver um ensino inclusivo deve desenvolver uma pedagogia a centra na criança e assim poderão ensinar todos, inclusive aquelas que possuem a necessidade especial. O professor deve estar capacitado e preparado para aplicar aulas de forma que inclua o aluno deficiente auditivo. 387 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GRÁFICO 2: VOCÊ GOSTARIA DE RECEBER ALUNOS SURDOS EM SUA SALA DE AULA E CONCORDA QUE A DISCIPLINA DE LIBRAS SEJA OBRIGATÓRIA NO CURSO? 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sim Não Concordam Não concordam Nesta questão 80% gostariam de receber alunos surdos em suas aulas, enquanto 20% dizem que não gostariam de receber. E 80% gostariam de receber para mostrar que conseguem entender o contexto e a deficiência do aluno, podendo assim estimular a cooperação entre os alunos no processo de ensino aprendizagem, aumentar as suas práticas, conhecer e vivenciar o processo de inclusão. No entanto 20% não gostariam, pois acreditam no atendimento especializado em escolas especiais e pelo fato de não serem capacitados para atuar com alunos deficientes. Segundo Soller (2009, p.53), A educação inclusiva se entende não só o processo de inclusão dos portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus. É muito importante o convívio de alunos ouvintes/não ouvintes para que haja interação, respeito, cooperação e com isso os alunos terão de conviver com as diferenças, é isso que a sociedade nos promove. Nesta questão 90% concordam com a obrigatoriedade da disciplina no curso e 10% não concordam. Segundo a Lei 10.436 onde a Libras tornou-se obrigatório nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, em instituições de ensino público e privado. Deve ser obrigatória, pois o professor na sua carreira terá o contato com alunos deficientes, de diversas patologias. E tem que estar preparado para ministrar aulas, de forma que o aluno fique interagido e entenda o conteúdo proposto. 388 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GRÁFICO 3: VOCÊ TEVE A DISCIPLINA DE LIBRAS NA GRADE CURRICULAR E SE SENTIU DIFICULDADES PARA APRENDER OS CONTEÚDOS PROPOSTOS? 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sim Não Sentiu dificuldades Não sentiu dificuldades Cerca de 90% disseram não ter tido a disciplina na grade curricular e apenas 10% afirmou ter tido a disciplina. Dos professores entrevistados somente 10% apresentou dificuldades para aprender os conteúdos abordados, e 90%não sentiram dificuldades, pois não tiveram a disciplina na grade curricular. Devido à lei 10.436 ser implantada no ano de 2002 onde se tornou obrigatório a disciplina de Libras nos cursos superiores, verificar no gráfico que 90% dos professores não apresentaram dificuldades devido não terem tido a disciplina no curso. GRÁFICO 4: HÁ INTERLOCUTOR EM SUAS AULAS? 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Sim Não Em relação a interlocutores nas salas de aula, 60% dizem não ter e apenas 40% têm o auxílio do profissional. 389 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Na questão seguinte discutimos sobre o papel do interlocutor de Libras na sala de aula no ensino regular. Verificamos que 100% dos entrevistados disseram que o papel do interlocutor é intermediar as informações passadas pelo professor, para facilitar o ensino aprendizado do aluno e assim o tornar mais independentes. Para Quadros (2004 p.60), O Intérprete Especialista para atuar na área da educação deverá ter um perfil para intermediar as relações entre os professores e os alunos, bem como, entre os colegas surdos e os ouvintes. O interlocutor é muito importante nas aulas e no processo de ensino aprendizagem, para que haja o contato entre os alunos e professor, facilitando assim na comunicação e compreensão dos conteúdos abordados. E que este recurso venha crescendo cada vez mais, pois é de extrema importância no aprendizado dos alunos. Gráfico 5: quais os saberes necessários ao professor no atual contexto educacional para promover a inclusão dos alunos surdos? 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Capacitação Preparação Motivação (LIBRAS) do ambiente escolar Exemplos Letramento Patologias Práticos Inclusão A realidade educacional não permite a inclusão. Podemos verificar no gráfico que os professores citam vários saberes necessários para que haja a inclusão dos alunos surdos, onde 50% disseram que tem de capacitar os professores na Língua de Sinais (Libras), e todos os 390 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 demais mencionaram a preparação do ambiente escolar, motivação, exemplos práticos, letramento, patologias, inclusão e a porcentagem de todos esses foi de 10%, discordando com esses professores, 10% disseram que a realidade educacional não proporciona, permite a inclusão. Para Carvalho (1997, p.58),O processo de ensino aprendizagem deve ser adaptado às necessidades da criança e não a criança se adaptar ao que se pensa, preceituosamente, a respeito de sua aprendizagem. Os professores têm de estar atualizados e preparados para adaptar as atividades para os alunos de acordo com suas necessidades, adaptando o meio para ele. GRÁFICO 6: OS ALUNOS SURDOS DEVEM ESTUDAR NO ENSINO REGULAR OU EM ESCOLAS ESPECIAIS? 100% 80% 60% 40% 20% 0% Ensino Regular Ensino em Escolas Especiais Em relação a essa questão 90% diz que devem estudar no ensino regular e 10% em escolas especiais. Portanto 90% dizem ter que estudar no ensino regular porque vivemos em uma sociedade, onde devemos respeitar as diferenças, e com isso haverá a sociabilização e respeito. Resultando assim na inclusão do aluno no meio em que está inserido. Ao contrário das escolas especiais que ao invés de incluir estão cometendo a exclusão do aluno deficiente, pelo fato de não estar o preparando para a vida na sociedade, ser um cidadão. E 10% dizem que devem estudar em escolas especiais, devido a péssima qualidade do ensino público que não permite essa inclusão do aluno deficiente. Segundo Carneiro (2012, p.61) LDB FÁCIL do Art. 4° Do direito à Educação e do dever de Educar III- Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino. 391 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 É de suma importância que o aluno deficiente seja incluso em escola de ensino regular para tenha contato com alunos ouvintes e com isso estará sendo preparado para uma vida mais independente de modo a ser inserido na sociedade. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho teve por objetivo verificar se o professor tem formação adequada para atuar com a inclusão de alunos D.A (Deficiente Auditivo),sendo realizado com professores da rede estadual, municipal e particular da cidades de Suzano. Com o resultado da pesquisa podemos verificar que muito dos professores entram em contradição, dizendo que os alunos com necessidades especiais devem estudar em escolas regulares e que gostariam de ter alunos surdos, mas não tem a capacitação, formação adequada, pois muitos dos professores não tiveram a disciplina de libras no curso, pois não era obrigatória. E somente um dos professores disse que a disciplina não deveria ser obrigatória e que devido a péssima qualidade de ensino os alunos devem estudar em escolas especiais. Neste trabalho podemos verificar que mesmo não tendo a formação adequada em libras o professor tem possibilidades de adaptar a aula e através de exemplos práticos e gestos podem proporcionar a inclusão do aluno deficiente auditivo. Concluímos que mesmo que a disciplina tenha se tornado obrigatório no curso, os professores tem de sempre estar atualizados e participar de capacitações para que haja a maior interação entre aluno/professor e consequentemente promovendo a inclusão de todos, porém é necessário mais estudos relacionados a essa área, para obter melhores resultados. REFERÊNCIAS BRASIL Lei 10.436/02. Site http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/lei10436.pdf Acesso 30/08/2014. CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil: Leitura Crítico compreensiva artigo a artigo. Editora Vozes, 2012 p.61. CARVALHO, Rosita Edler. A Nova LDB e a Educação Especial. Editora WVA, 1997 p.58 392 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 MARCONI, Mariana de Andrade . Introdução à metodologia do trabalho científico, editora Atlas S.A 1990. MITTLER, Peter. Educação Inclusiva, Contextos Sociais, Ed. Artmed S.A 2003 p.184. QUADROS, Ronice Muller de. O Tradutor e Intérprete de Língua Brasileira de Sinais e língua Portuguesa, editora Mec Seesp, 2004 p.60. SOLLER, Reinaldo. Educação Física Inclusiva na Escola: em busca de uma Escola Plural. 2° edição, editora sprint, 2009 p.53. VYGOTSKY, Lev. S. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. WINNICK, Joseph P. Educação Física e Esportes Adaptados, Ed. Manole Ltda, 1° Edição Brasileira 2004. 393 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Thais Aparecida Lopes Beligoli– [email protected] Ms Marilene Ferreira de Lima Oliveira- [email protected] Faculdade Unida de Suzano Unisuz-Uniesp. RESUMO O presente trabalho tem como tematica o professor de educação física na educação infantil. Essa pesquisa tem por objetivo relatar o papel do professor de educação fisica na educação infantil, que é dar estimulos envolvendo e transmitindo valores que visam o desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança. Desse modo, utilizou- se um questionario adaptado com nove qustões abertas, para dez professor que atuam na educação física trabalhando com a educação infantil,sendo os mesmos da escola escola municipal, estadual e particular de Suzano e Itaquaquecetuba. De forma mais especifica veriificou se através desse quastíonario o andamento das aulas de educação física,sua importância, e dificuldades encontradas na educação infantil. Logo após a coleta de dados, foram analisadas as perguntas e respostas feita aos professores, em seguida os mesmos foram tabulados e feito em forma de gráficos. Diante de todas as informaçoes obtidas através desse estudo é importante relatar que 100% dos professores consideram importante trabalhar com os alunos atividades, de aspecto congnitivo afetivo e social, e suas pratícas estão associadas a esses aspectos, foi observado que a maioria dos professores escolheram atuar nessa área por amor e identificação com a Educação Infantil, e que a maoria dos problemas encontrados foram devido a falta de professores capacitados, assim tornando alunos indisciplinados , que vinham atrapalhando as aulas. Desta forma conclui- se a importância da educação física em todos os aspectos perante a vida dos alunos, da educação infantil. PALAVRAS CHAVES:Educação Infantil; Educação Física; Desenvolvimento. INTRODUÇÃO A partir da vivência que estou tendo no curso de Educação Física na licenciatura sobre a educação infantil, pude observar a importância que o profissional de Educação Física desempenha para os alunos do ensino infantil. Com isso me interessei pelo assunto, e resolvi me aprofundar mais nessa questão, analisando qual a importância e a contribuição da disciplina para o 394 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 desenvolvimento, onde o aluno irá conhecer seu próprio corpo, e começará enfrentar desafios, conhecendo seus limites. De acordo com os estudos feitos por meio de pesquisas em artigos e livros, o papel da escola e do professor é de dar esses estímulos, envolvendo em clima afetivo, e transmitindo valores que visam o desenvolvimento da criança. Em que começará a formação pessoal e social do indivíduo, desenvolvendo habilidades e aprendizagens significativas que contribuem para a formação social, afetiva, e moral, fazendo com que a criança aprenda interagir com os outros, e com o meio em que vive, aprendendo a respeitar a si mesmo, se aceitando e confiando. Conforme Gallahue (2005) nesse período de vida o movimento passa a ser um dos meios mais importantes de aprendizado, é um aspecto muito valioso na vida de uma criança. É nessa fase que começam a conhecer e explorar suas habilidades, esses primeiros movimentos são essenciais para o aprendizado e desenvolvimento, onde as crianças têm mais facilidade de aprender todo dia algo diferente, e se tornarem adultos sem dificuldades motoras, principalmente nos dias de hoje, onde só se pensam em tecnologias. De acordo com Referencial Curricular Nacional (1998) o papel da Educação Infantil é de grande importância, no entanto deve ser acessível a todos, pois, é uma fase muito complexa, onde as crianças têm desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicomotor e social. Nesta fase de fato é bem ampla, pois é onde as crianças estão começando a se conhecerem a desenvolverem sua personalidade, aprendendo um pouco sobre seus medos e desafios, onde ocorre mudança tanto na aparência, quanto no meio em que vivem, elas começam a aprenderem a amarrar o sapato, a escovar os dentes, aprendem a importância de cada atitude. Segundo Freire (2005) O especialista da educação física deverá ser um estudioso da ação corporal, ou seja, não deve só trabalhar em cima da coordenação motora, mas sim na ação corporal, facilitando o relacionamento interpessoal e com o meio ambiente, e estimulando a criatividade do aluno, para que possam criar e recriarem. Compreendemos então que a educação física tem um papel importante na vida dos seus alunos, principalmente para a Escola Infantil, pois é na educação infantil o inicio da vida educacional, ela fornecerá para as crianças os meios essenciais para o desenvolvimento integral de suas capacidades fundamentais, (movimento, lúdico e corporeidade) onde irá conhecer seu próprio corpo e começar a enfrentar desafios, conhecendo seus limites, percebendo a origem dos movimentos, e expressarem sentimentos, utilizando a linguagem corporal. De acordo com Mello (2001) a Educação Física não se trabalha somente o Físico, como se não estivesse junto às emoções e os pensamentos, 395 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 hoje em dia a Educação Física se preocupa com o movimento humano, relacionando com o mental, social e emocional, não em trabalhar somente o corpo para educar as crianças, mas também está preocupada com o desenvolvimento por um todo, não tem como trabalhar só o corpo ou só a mente, pois o individuo é um só, com essa visão pode se entender que a Educação Física tem relação em conjunto com o aluno. Conforme Barbosa (2006), os profissionais que se encontram na Educação Infantil precisam entender que o afastamento dos pais, talvez, Provoque um choque nessas crianças, podendo levar a um comportamento descontrolado, com crises de choro, berros, e outros. Pois eles se sentem acuados, não conhecem ninguém, principalmente nessa fase que a criança é concentrada nela mesma, afinal ela se sente perdida naquele ambiente, para elas é tudo novo. O que diferencia o professor de Educação Física dos demais é que eles entram em comunicação com as crianças, não somente através da fala, mas também utilizam a expressão corporal, jogos e atividades lúdicas. Conforme Mattos e Neira, (1998) O professor deve agir em diferentes situações de forma eficiente, sabendo solucionar problemas decorrentes do cotidiano escolar, que consiga ter domínio de seus conhecimentos. O professor deve saber ser profissional, saber conversar e li dar com as crianças, principalmente da escola Infantil onde o ciclo do estudo começa naquele momento, deve passar para o aluno segurança e confiança, para que não tenham medo de questionar, dizer que não entendeu, pois se não conseguirem tirar as duvidas nessa fase, depois começa a dificultar mais, pois quando criança é o melhor momento para se aprender De acordo com Basei (2008), a escola é um local de descobertas onde a criança utiliza seu corpo e o movimento como forma de interagir com as outras crianças e com o meio em que vivem, essas culturas está embasadas com a ludicidade, a criatividade e imaginação. Cada criança tem sua própria maneira de se manifestar, brincar, jogar, conversar, ouvir, mais é através do movimento corporal que conseguem explorar o mundo. Para isso, entendemos que o ensino não pode ser uma mera aplicação de normas técnicas pré-estabelecidas, mas como um local de vivências, de busca de conhecimento e de experiências nas atitudes. Pois essa fase é a porta de entrada delas para o mundo pedagógico, este presente trabalho durante a infância é para que possam tornar se adultos que saibam conviver em sociedade, e sem delimitação corporal, fazendo com que a mesma aprenda a ter confiança, conheça mais a si próprio, ou seja, para que se tornem adultos melhores e mais capacitados fisicamente, psicologicamente e socialmente. O objetivo desta pesquisa é analisar o papel do professor de Educação Física na educação Infantil. 396 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 METODOLOGIA Segundo Lakatos (2010) a pesquisa de campo é reconhecida como um instrumento para analise de um determinado problema, e pode ser considerado um caminho para adquirir o que se quer analisar. Será composto por dez professores de ambos os sexos da rede municipal e particular de Itaquaquecetuba e Suzano, que atuam na área da Educação Infantil um questionário adaptado de Lopes (2003) com dez questões abertas. No primeiro momento será realizado um contato com a direção da escola para a autorização da pesquisa de campo na U.E, onde será entregue o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) para os professores que responderão o questionário. Após coletado todos os dados coletados, os mesmos serão tabulados e apresentados em forma de gráfico. Resultados e discussões grafico 1 - Porque ser Professor? Fez especialização? 1 0,8 0,6 0,4 Por amor Pela pratica Ampliar o conhecimento Sim Não 0,2 0 Em relação ao 1° gráfico, 90% dos profissionais dizem ter feito especialização, enquanto 10% dizem não ter feito. Quando foi perguntado o porquê ser Professor, 60% dizem ser por amor, os outros 30%, diz ser para ampliar seus conhecimentos e 10% pela pratica. Segundo Freire (2002) não há uma Educação sem amor, aquele que não for capaz de amar o que faz, não será capaz de educar. Ou seja, para ser um bom profissional é necessário saber ensinar, ter paciência e saber ser digno de explicar várias vezes, porém de formas diferentes, para que todos aprendam. 397 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GRÁFICO 2 - Porque escolheram atuar na Educação Infantil? 0,50 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 Pode atuar até o Ensino médio Apresenta resultados Identificação Não responderam Sim tiveram não tiveram Não responderam De acordo com o gráfico 2 50% dos professores dizem que atuam na educação infantil pela identificação, já 20% Porque a educação física pode atuar do infantil até ao médio, 20% dizem por que é uma área que apresenta resultados, enquanto 10% não responderam. Quando foram questionados se tiveram influencia de alguém, 40% dizem que tiveram 30% não tiveram, e os outros 30% não responderam. Segundo Lopes (2001) o professor é uma “(caridade cristã), ele faz uma doação do seu tempo para ajudar ao próximo. Ou seja, mesmo não tendo um salário digno, ele está sempre se preocupando com o aprendizado do seu aluno, não só nas horas que estão dentro da sala de aula, mas fora também, na preparação das aulas, em busca de seus conhecimentos, para se manter sempre atualizado. 398 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GRÁFICO 3- Há quanto tempo é professor? você se arrepende de ter escolhido essa profissão? 3 Anos 0,90 0,80 0,70 20 Anos 4 Anos 23 Anos 0,60 0,50 16 Anos 0,40 22 Anos 0,30 13 Anos 0,20 0,10 0,00 Sim se arrepende Não se arrepende Conforme o gráfico 3, há quanto tempo é professor, 30% diz ser a 3 anos, 20% a 20 anos, 10% a 4 anos, 10% 23 anos, 10% 16 anos, 10% 22 anos, 10% 13 anos. Quando questionados se haviam se arrependido, 100% disseram que não, já 10% que sim devido à falta de reconhecimento. De acordo com Silva (2014) ninguém nasce sendo professor, mais o professor nasce dentro daquele que é capaz de ser um. Ou seja, nasce dentro daquele que está habito a estudar e irem à busca dos seus conhecimentos todos os dias,e saber ensinar para o próximo sempre se mantendo atualizado para passar isso aos seus alunos. GRÁFICO 4-Como você descreveria sua pratica na Educação Física hoje? 0,30 Constante aprendizado Experiente e preparada 0,20 Dedicação e retorno Condições do aluno 0,10 Atividades Adaptadas Variada 0,00 Pratica saúdavel De acordo com o gráfico 4, 30% descrevem sua pratica na educação em constante aprendizado, enquanto 10% experiente e preparado, 10% dedicação 399 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 e retorno, 10% de acordo com as condições dos alunos. 10% atividades adaptadas, e os outros 20% variadas, e 10% sendo um pratica saudável. Segundo Freire (2010) O homem é um ser inacabado, não sabe nada por completo, só Deus sabe de tudo. Portanto, o homem deve sempre estar em constante aprendizado, sempre em busca de seus conhecimentos, procurando sempre estar atualizado, nunca pode parar de estudar. GRÁfiCO 5- Como você trabalha a Educação Física em suas aulas? 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 Aulas ludicas Varias habilidades Atividades diversifica das Eixos tematicos Faixa etaria 0,00 Conforme o gráfico 5, é notável dizer que em suas aulas 50% dos professores trabalham eixos temáticos, enquanto 10% aulas lúdicas, 10% várias habilidades, 10% atividades diversificadas e os outros 30% depende da faixa etária. De acordo com RCN (1998) Para ser um bom profissional na área da educação infantil, o professor deve trabalhar com vários conteúdos. Um bom professor deve ensinar seus alunos desde cuidados básicos até os conhecimentos específicos que ajudam no desenvolvimento motor, social, afetivo e cognitivo da criança, assim suprindo as necessidades de todos. 400 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 GRÁFICO 6- Você considera importante trabalhar o aspecto cognitivoafetivo e social da criança? Quais experiências você acha que as crianças tem com as 1,00 Sim 0,80 0,60 0,40 Novos conhecimentos Socialização 0,20 0,00 De acordo com o gráfico seis e sete, que pergunta sobre a importância de serem trabalhados com as crianças os aspectos cognitivo, afetivo e social 100%, respondem que sim, quando foram perguntadas quais experiências que as crianças têm com as aulas de Educação Física 60% responderam novos conhecimentos, enquanto 40% dizem Ser socialização. Segundo Mello; Rubio (2013) a afetividade é um dos pontos mais importantes na educação de uma criança, pois aquela que é educada com amor e carinho, ela se torna um ser humano pronto para enfrentar seus problemas, e é capaz de ser solidaria com o próximo. É muito importante os professores trabalharem o afetivo da criança, assim até os mesmos conseguem fazer com que os alunos tenham um rendimento melhor nas aulas, realizando aquilo que lhe foi proposto, pois, o professor não pode levar somente o corpo da criança para a sala de aula, mas o conjunto, assim trabalhando a mente do individuo. GRÁFICO 7- Quais as dificuldades encontrdadas nas aulas de Educação Física? 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 Falta de professores capacitados Falta de materiais adequados Influência das tecnologias Alunos indisciplinados Necessidade de ter mais aulas De acordo com o gráfico 8, foi perguntado sobre as dificuldades encontradas nas aulas de Educação Física, podemos observar que 40% dizem 401 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 que é por conta da falta de disciplina, enquanto 30% acredita que é pelo fato de terem poucas aulas, já os outros 30%, 10% diz ser pela falta de materiais, os outros 10% pela falta de professores, e 10% pela influência das tecnologias. Conforme Rossini (2001) Os professores não podem ser bonzinhos demais com seus alunos, e esquecer-se de ter pulso firme. Portanto ele tem que impor respeito para ser respeitada, afinal nenhuma criança respeita aquele professor que é bom demais, e que não coloca limite na sala, pois, assim eles se sentem no direito de fazerem o que querem e quando querem. De acordo com a questão nove, onde foi perguntado de que maneira as dificuldades encontradas nas aulas atrapalham, 100% dos professores responderam que no andamento das aulas. Segundo Zagury (2002) Hoje parte dos alunos são indisciplinados nas escolas por parcela de culpa dos pais, por conta dos mesmos trabalharem muito, acabam deixando seus filhos muito tempo na escola, e o pouco tempo que ficam com eles, não conseguem impor limites . Ou seja, assim quando vão para a escola se sentem no direito de fazer o que bem entenderem, já que são mimados pelos pais, e nunca escutaram um não. Considerações finais Este presente trabalho tem por objetivo analisar o papel do professor de educação física na educação infantil. Conclui- se que o professor tem uma extrema importância na vida dos seus alunos, principalmente na Educação Infantil, onde começa um ciclo educacional na vida dessas crianças, e o professor passa ser uma referencial para esses alunos, é através dele que iram desenvolver o aspecto motor, cognitivo, afetivo e social, assim conseguindo estabelecer uma relação com as outras pessoas que estão a sua volta, é através desse processo que vão aprender a construir sua própria identidade, e conhecer seus limites. Referência BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Rotina nas pedagogias da Educação Infantil: dos binarismos a complexidade. Rio grande do Sul 2006. Disponível em <HTTP: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol6iss1articles/barbosa.pdf> BASEI, Andréia Paula. A educação Física na Educação Infantil: a importância do movimentar- se e as contribuições no desenvolvimento da criança. Revista lberoamericana de Educação Santa Maria 2008. 402 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 BRASIL, Referencial Curricular Nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: teoria e prática da educação física. São Paulo: Scipione, 2001. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança, editora paz e terra, 2° edição 2002 SP. GALLAHUE, David. OZMUN, John. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebes crianças, adolescentes e adultos. Phorte, 2005. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7° edição, São Paulo: Atlas, 2010. Lopes, Celi Aparecida Espasandin. O conhecimento profissional dos professores e suas relações com estatística e probabilidade na Educação Infantil. Tese de doutorado, Faculdade de Campinas 2003. LOPES, Eliane Marta Teixeira. Da sagrada missão pedagógica. In: LOPES, Eliane Marta Teixeira (org.). A psicanálise escuta a educação. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica,2001. MELLO, Tágides; Rubio Juliana de Alcântara. A importância da Afetividade na Relação Professor/Aluno no Processo de Ensino na Educação Infantil. Revista Eletrônica Saberes da Educação. Volume4-n°1 2013. MATTOS, Mauro Gomes Neira; Neira Marcos Garcia. Construindo o movimento na escola. São Paulo: 7° edição, 1998. ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. SILVA, Reginaldo de Souza. Desafios de ser professor: artigos científicos gicult a informação com arte, NECA/ UESB BA 2014. ZAGURY, Tânia. Escola sem Conflito: Parceria com os Pais. Rio de Janeiro: Record, 2002. 403 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O RÚGBI: UMA MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II? Carina Maria Sampaio do Nascimento [email protected] Profº Esp. Claudio BorgesCastro [email protected] Profª Ms. Marilene Ferreira de Lima Oliveira- [email protected] Faculdade Unida de Suzano – Unisuz/Uniesp RESUMO O objetivo desta pesquisa foi analisar se o Rúgbi é um fator motivacional para a prática de Educação Física.O Rúgbi tem o papel fundamental de trabalhar com a psicomotricidade da criança. São esportes que podem estimular a motivação para a prática de Educação Física. Esta pesquisa foi caracterizada como pesquisa de campo, onde os participantes deste estudo se caracterizaram por 15 alunos na faixa etária de 11 a 12 anos, de ambos os sexos, devidamente matriculados no 7º ano do ensino fundamental II da rede privada.Utilizamos como instrumento um questionário composto por 3 questões com 14 afirmações no total, e uma questão aberta referindo-se aos motivos que levam praticar o Rúgbi. O resultado desta pesquisa foi analisar se o Rúgbi é um fator motivacional para a prática da Educação Física escolar. Concluímos que o Rúgbi além de ser um esporte disciplinar, envolve vários aspectos sociais, psicológicos que trazem consigo um beneficio imenso para as crianças, tais como: solidariedade, cooperação, disciplina e afetividade. É nesse contexto que podemos incluir o Rúgbi frequentemente nas aulas de Educação Física, concluindo que é um esporte muito motivador, tanto para sua prática como para a prática das aulas de Educação Física. Palavras-chave:Motivação; Rúgbi; Educação Física. INTRODUÇÃO A Educação Física ainda sofre sobre a influência do modelo esportivista, onde os professores acabam focando somente nas modalidades mais influenciadas do currículo, que são o Futebol, Basquete, Vôlei e Handball, e raramente o Atletismo e Ginástica, considerando também o modelo tecnicista, que acaba englobando o monotonismo nas aulas do ensino fundamental II, mesmo com as atividades recreativas, acabam sempre retornando para essas principais modalidades. 404 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Segundo Pereira; Armbrust (2010), os esportes alternativos como o Frisbee, o Bitoque Rúgbi (adaptação do Rúgbi), Escalada, o Beisebol, o Punhobol, entre outros, tem o papel fundamental de trabalhar com a psicomotricidade da criança, a cooperação, a cognição, o afetivo e social, entre outros que podemos mencionar. São esportes que adaptados e praticados de forma recreativa, podem diminuir a rotina nas aulas de Educação Física e estimular a motivação dos alunos. Freire (2009), diz que o professor utilizando este método como ferramenta pedagógica tornaria o esporte como mediador na transformação social do aluno, excluindo aquela visão ruim da competição, conscientizando o aluno de que um vencedor não seria útil ou importante sem um perdedor. Sendo assim, o erro e o acerto seriam de certa forma um ato educativo e reflexivo para o aluno, pois diante disto, os valores éticos, morais ficariam destacados, e ainda sim acarretariam mudanças qualitativas. Assim o esporte sendo compreendido com uma forma de cultura corporal, e não de maneira excludente, podemos tornar as aulas de Educação Física, uma aula prazerosa e motivadora, onde os alunos irão aprender valores através de jogos e brincadeiras que o esporte proporciona. E possivelmente podendo inserir o Rúgbi como um reforço para esse atual problema, a falta de conteúdos a serem inseridos nas aulas de Educação Física, assim através de uma nova modalidade, a motivação de nossos alunos para a prática esportiva na escola. De acordo com a Federação Portuguesa de Rúgbi (FPR, 2014),o Rúgbi é jogado de acordo com as leis do jogo, e para isso acontecer não pode depender de uma só pessoa. Então é graças a esta disciplina, o respeito e o espírito de jogo, mesmo podendo ser considerados antiquados, é o que torna o Rúgbi um esporte tão valorizado. É também por sua conduta e seus princípios, mesmo aparentemente sendo um jogo onde só os fortes pratiquem, acaba assim prevalecendo a camaradagem e o caráter dos participantes. Sendo assim, o Rúgbi como esporte alternativo pode fazer uma grande diferença nas aulas de Educação Física, tornando-se cada vez mais motivador e empolgante tanto para o aluno quanto para o professor. Neves et al. (2013), afirma que buscando novas modalidades semelhantes ao Rúgbi, pode ajudar no processo de inserção de uma prática nova. O professor pode utilizar o futebol, com todo o seu contexto histórico e cultural e comparar com os do Rúgbi, assim melhorando a adaptação, e auxiliando na compreensão do aluno quanto à modalidade. Alves; Campos (2010), afirma que o rúgbi é um jogo fácil para aprendizagem, graças a sua simplicidade técnica do desenvolvimento de cada atleta e com suas funções táticas do jogo, já carrega consigo um fator motivacional para as aulas de Educação Física. Através desta progressão 405 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 individual, é necessário que o ensino do rúgbi seja de forma adaptada e o mais recreativo possível. Cabe ao professor se salientar ao espaço físico e a adequação do jogo quanto ao material e principalmente às possibilidades pedagógicas. Pereira; Freire (2009), completa que as mudanças curriculares caminham junto com a motivação dos jovens que frequentam as escolas. Diante desta afirmação a pedagogia do professor de educação física é essencial para novas motivações. Com a inclusão do rúgbi como ferramenta de aprendizagem, de forma adaptada, pode-se abrir um leque com imensas possibilidades pedagógicas e metodológicas para a prática da Educação Física escolar. Conclui Mendes et. al. (2012), que o Rúgbi na escola é uma atividade onde todos os alunos podem participar independente do padrão físico, e é o esporte ideal para a socialização, pois neste esporte um jogador depende do outro. E com estas características a motivação em participar das aulas com caráter lúdico, seria a melhor forma de se aprender brincando e tornando-se cada vez mais frequente o hábito dos alunos participarem das aulas de Educação Física. Nessa perspectiva o objetivo desta pesquisa é analisar se o Rúgbi pode ser um fator de motivação para a prática das aulas de Educação Física do Ensino Fundamental II. MÉTODO Esta pesquisa foi caracterizada como, pesquisa de campo, que de acordo com Lakatos;Marconi (2010), tem como objetivo, conseguir informações através de um problema, onde se procura uma resposta, que se queira comprovar o mesmo. Onde se envolve um experimento, que após a pesquisa bibliográfica seleciona e enuncia o problema, levando em consideração a metodologia, apresenta os objetivos da pesquisa, estabelece a amostra em relação à área da pesquisa e estabelece os grupos que serão pesquisados. Os participantes neste estudo se caracterizaram por 15 alunos na faixa etária de 11 a 12 anos, de ambos os sexos, devidamente matriculados no 7º ano do ensino fundamental II da rede privada. Primeiramentefoi realizado ocontato com a direção da Escola, estando em anexo uma cópia do questionário adaptado por Kobal (1996), composto por 3 questões com 14 afirmações no total, e uma questão aberta a ser aplicado para a turma do 7º ano, juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após os termos entregues à direção, aguardamos a confirmação de interesse.Logo após os termos entregues e assinados pelos 406 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 pais, esclarecemos o objetivo da pesquisa para os alunos, e em seguida aplicamos os questionários durante a aula de Educação Física, sob orientação do pesquisador. O questionário foi recolhido após o preenchimento pelos alunos. Após a coleta de dados, os mesmos foram tabulados e apresentados em forma de tabela e a questão 4 em forma de gráfico, de acordo com a escala tipo Likert (1=1, 2=2, 3=3, 4=4, 5=5), sendo 1- discordo muito, 2- discordo, 3estou em dúvida, 4- concordo, 5- concordo muito. RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 1 – Pratico o Rúgbi nas aulas de Educação Física por quê? Questão 1 Pratico o Rúgbi nas aulas Discordo de Educação Física por muito quê? Faz parte do currículo da escola Discordo Estou em Concordo dúvida Concordo muito - 80 % 10 % 30% 30% - - 30% 70% 50% Gosto de aprender novas habilidades - - - 50% 100% Acho importante aumentar meus conhecimentos sobre esportes e outros conteúdos - 10% - 20% 120% Total - 90% 40% 170% 300% As aulas me dão prazer Podemos perceber nesta tabela, que 80% dos entrevistados discordam que praticam o Rúgbi por ser um conteúdo que faz parte do currículo da escola. 70% concordam que praticam o esporte, pois o mesmo lhe dá prazer, 100% concordam muito que, gostam de aprender novas habilidades praticando o 407 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Rúgbi, e 120% concordam muito que, a prática do Rúgbi é importante para aumentar os conhecimentos sobre esportes e outros conteúdos. Segundo Vaz (2005), os professores de Educação Física sentem dificuldades em abordar o Rúgbi como conteúdo, devido a sua fama de esporte violento, evitando assim a iniciação do esporte. Mas de acordo com Alves; Campos (2010), o Rúgbi é um jogo fácil de aprender, devido a sua simplicidade técnica, por isso acaba carregando consigo o fator motivacional para as aulas de Educação Física e assim torna-se mais fácil que o professor saliente-se ao espaço físico e desenvolva o jogo de acordo com suas possibilidades pedagógicas. Segundo Murcho (2012), o Rúgbi é um esporte que carrega consigo valores, que do ponto de vista social, possibilita a prevenção dos comportamentos de riscos nos jovens, e promove comportamentos positivos, e pode ser praticado por crianças e jovens de ambos os sexos e de todas as formas e tamanhos. Conclui Abreu; Santos (2011), que o aprendizado do Rúgbi na escola, auxilia no desenvolvimento social, como o trabalho em equipe, devido às regras do jogo, associa-se a cooperação e a valorização das ações individuais e coletivas que o Rúgbi propicia. De acordo com as afirmações dos autores e resultados apresentados na Tabela 1, podemos perceber que o Rúgbi, mesmo com toda sua fama de esporte violento, é uma motivação a mais para a prática das aulas de Educação Física, onde a porcentagem maior se concentra em aprender habilidades novas e aumentar o conhecimento do esporte e seu conteúdo. Levando em consideração estas afirmações, o professor de Educação Física deve estar sempre preparado para inserir a prática de modalidades novas e acabar de vez com os modelos tradicionais nas aulas, e estimular através destes esportes alternativos o desenvolvimento social do aluno, tanto cognitivo como afetivo. Tabela 2 – Eu gosto do Rúgbi nas aulas de Educação Física quando? Questão 2 Eu gosto do Rúgbi nas Discord aulas de Educação Física o muito quando? Aprendo uma habilidade nova - Discordo 10% Estou em dúvida 10% Concordo 80% Concordo muito 50% 408 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Dedico-me ao máximo à atividade - 20% - 60% 70% Compreendo benefícios do Rúgbi - 10% 40% 80% 20% - 20% 10% 60% 60% 10% 20% 10% 20% 90% 10% 80% 70% 300% 290% os O que eu aprendo me faz querer praticar mais Movimento meu corpo Total Percebemos nesta tabelaque, 80% dos entrevistados responderam que concordam que gostam do Rúgbi quando aprende uma nova habilidade, 80% concordam que gostam do Rúgbi quando compreendem os seus benefícios, e 90% concordam muito que gostam, pois movimentam o corpo. 60% dos entrevistados ficaram empatados entre concordo e concordo muito quando o assunto foi dedicação à atividade. E também 60% ficaram empatados, entre concordo e concordo muito, na afirmação de que gosto do Rúgbi quando o que eu aprendo me faz querer praticar mais. Segundo Alves; Campos (2010), não se trata de aprender um jogo pelo jogo em si, mas todos os conteúdos a serem apresentados devem ter um conceito, um objetivo a ser explicado, para que o aluno compreenda o significado e interprete positivamente o que esta praticando. De acordo com a F.P.R. (2014), o Rúgbi é um esporte muito valorizado. É graças a estes valores como, respeito, espírito de jogo, disciplina e cooperação, que acaba sempre prevalecendo a camaradagem e o caráter dos participantes, onde os mesmos podem identificar o valor do esporte através da sua prática. Diante dos resultados, podemos concluir que o gosto pelo esporte, está relacionado a diversos motivos, entre eles a aprendizagem de novas habilidades e o os benefícios que elas podem trazer. Sendo assim, o professor de Educação Física deve sempre estar atualizado em relação ao interesse de seus alunos e a falta de motivação em realizar a prática de Educação Física. Assim, a inclusão de uma modalidade não muito conhecida pelos alunos, e que não faz parte de seu dia-a-dia, pode ocasionar um extremo choque positivo onde desperte vários interesses por esta nova prática, aumentando então o nível de motivação na realização de atividades físicas, entre elas, os esportes alternativos e a compreensão de seus benefícios. 409 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Tabela 3 – Não gosto do Rúgbi nas aulas de Educação Física quando? Questão 3 Não gosto do Rúgbi nas Discordo aulas de Educação Física muito quando? Não bem consigo Concordo Concordo muito realizar Não sinto prazer atividade proposta na Quase não tenho oportunidade de jogar Exercito corpo pouco Não há praticar gostaria tempo tudo Total Discordo Estou em dúvida 60% 10% 20% 60% - 90% 20% 30% 10% - 60% 30% 10% 10% 40% 90% 20% - 20% 20% 70% 20% 10% 40% 10% 370% 100% 70% 140% 70% meu para que Podemos perceber que nesta tabela, 90% dos entrevistados, discordam muito que não gostam do Rúgbi porque não sentem prazer na atividade proposta, 90% discordam muito que exercitam pouco o corpo, 60% dos entrevistados ficaram empatados entre discordo muito e concordo, em relação a não conseguir realizar bem o Rúgbi. 60% discordam muito, que não gostam do Rúgbi, pois quase não tem oportunidade de jogar. E 70% dos entrevistados discordam muito que não há tempo para praticar tudo que gostaria. Segundo Mendes et. al. (2012), o Rúgbi é uma atividade onde todos os alunos podem participar independente do padrão físico, e ele inserido na 410 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 escola é um ótimo aliado para a socialização devido à dependência de um jogador com o outro. Com essas características o Rúgbi ajuda a incentivar a participação nas aulas de Educação Física. De acordo com Samulski (2002), a motivação para a prática esportiva dependente muito dos fatores pessoais e ambientais, pois há um nível de ativação e uma determinante de direção de comportamentos, ou seja, varias influências sociais. E essa motivação corresponde principalmente do prazer pela atividade realizada, manter-se em forma, melhorar o condicionamento físico entre outros motivos. Diante das afirmações, o Rúgbi é um esporte que pode ser um fator motivacional para a melhoria pessoal e social dos alunos, e principalmente em realizar atividades físicas com mais frequência. É necessário combater o preconceito contra os esportes menos conhecidos e pouco praticados, pois muitos professores se prendem a uma realidade e esquecem que o novo pode ativar o nível de motivação em relação à prática esportiva. Gráfico 1 - O Rúgbi é importante para você nas aulas de Educação Física? Por quê? 90% 80% 70% Sim, porque gosto muito do esporte Sim, porque aprendo coisas novas 40% Sim, porque exercito o corpo, mas não tenho oportunidade de jogar Sim, porque aprendo habilidades novas 30% Sim, porque é divertido 60% 50% 20% 10% 0% Sim, porque é importante desenvolver a agilidade De acordo com o gráfico acima, podemos notar que 90% dos entrevistados acham importante o Rúgbi nas aulas de Educação Física, pois aprendem coisas novas e 20 % porque gostam muito do esporte. E 10% dos entrevistados gostam do Rúgbi, pois exercita o corpo, 10 % gostam porque acham divertido, 10% porque acham importante para desenvolver a agilidade, e 10% gostam porque aprendem habilidades novas. 411 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Segundo Bidutte (2001), os fatores como as experiências individuais e o ambiente escolar, podem influenciar na motivação da prática de Educação Física, tanto de maneira positiva como negativa. Por isso é necessário que o professor conheça sobre a motivação para que melhore a qualidade de vida de seus alunos, tanto no aspecto social como afetivo. Isso corresponde também à reflexão dos conteúdos propostos e principalmente a introdução de esportes novos. De acordo comAraujo et. al. (2008), devido à tecnologia atual, as aulas de educação física acabam se tornando um desafio, onde o desinteresse e a falta de motivação impendem a prática esportiva, juntamente com a incapacidade de desenvolver as habilidades motoras. Isso entre outros problemas acabam prejudicando o desenvolvimento social e psicológico do aluno. Podemos concluir que o desinteresse e a falta de motivação nas aulas de Educação Física esta presente em vários aspectos. Sendo assim o professor de Educação Física deve sempre estar disposto a propor conteúdos novos, para que os alunos não caiam na rotina dos quatro esportes. Assim a inclusão dos esportes alternativos pode auxiliar na motivação e no interesse dos alunos em realizar esportes que não estão no seu dia-a-dia, onde possam extrair todo o conteúdo, compreendendo seus benefícios, tornando cada vez mais frequente a participação nas aulas de Educação Física. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desta pesquisa foi analisar se o Rúgbi pode ser um fator de motivação para a prática das aulas de Educação Física do Ensino Fundamental II. Podemos concluir através dos resultados e discussões, que Rúgbi é um fator motivacional para as aulas, onde os alunos veem o esporte como uma nova ferramenta de aprendizagem para coisas novas, habilidades novas, e o conhecimento sobre novos esportes no meio escolar. Atualmente nas escolas públicas, existe uma grande falha em relação à inclusão de esportes alternativos, e isso acaba acarretando a rotina e junto com ela a desmotivação da prática esportiva. Conclui-se que o Rúgbi além de ser um esporte disciplinar, envolve vários aspectos sociais, psicológicos que trazem consigo um beneficio imenso para as crianças, tais como: solidariedade, cooperação, disciplina e afetividade. É nesse contexto que podemos incluir o Rúgbi frequentemente nas aulas de Educação Física, concluindo que é um esporte muito motivador, tanto para sua prática como para a prática das aulas de Educação Física. 412 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 REFERÊNCIAS ABREU, Marlon Atavini de; SANTOS, Sérgio Luiz Gibim dos. A inclusão do rugby na educação física escolar: notas para a construção de uma abordagem de ensino. 2011. Disponível em: <http://blogdorugby.com.br/images/a%20inclusão%20do%20rugby%20na%edu cação%20fisica%20escolar.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2014. ALVES, Marcelo Paraiso; CAMPOS, Arnaldo Montenegro Neto. O frisbee e o rúgbi no cotidiano escolar: possibilidades de diálogo com a cultura corporal. 2010. Disponível em:<http://congressos.cbce.org.br/index.php/cbcesudeste/iiicbcesudeste/paper/ viewFile/2258/1946 >. Acesso em: 26 fev. 2014 ARAUJO, Silvan Silva de, et. al. 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Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996. 413 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Cientifica. 6.ed. São Paulo: ATLAS, 2011. Metodologia MENDES, André da Silva et. al. Rugby: inserção nas aulas de Educação Física escolar. Efdeportes.com. Buenos Aires, ano 17. n 171, ago. 2012. Revista Digital. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd171/rugby-insercao-nasaulas-deeducacao-fisica.htm>. Acesso em: 24 fev. 2014 MURCHO, Nuno Álvaro Caneca. O rugby, os jovens, as drogas e a prevenção de comportamentos de risco: um artigo de revisão teórica. Efdeportes.com. Buenos Aires, ano 15. n 166, mar. 2012. Revista Digital. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd166/o-rugby-os-jovens-as-drogas-e-aprevenção.htm >. Acesso em: 24 fev. 2014 NEVES, Rafael Bernardes Perri et al. 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Psicologia do esporte.Barueri: Manole, 2002. VAZ, Luis Miguel Teixeira. Ensino do rugby no meio escolar. Efdeportes.com. Buenos Aires. Ano 10, n. 81. Fev. 2005. Revista Digital. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd81/rugby.htm>. Acesso em: 26 fev. 2014. 415 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O USO DA LIBRAS COMO FERRAMENTA NO ENSINO DOS JOGOS COOPERATIVOS Thiago da Silva – [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira - [email protected] FACULDADE UNIDA DE SUZANO UNISUZ / UNIESP RESUMO Nos dias de hoje fala-se muito em inclusão, de alunos que se afastam do grupo por algum motivo emocional, estético ou por uma deficiência. Na educação física é uma das grades curriculares onde pode brotar com mais evidencia, dependendo de como for ministrada a aula pelo responsável, pois ele tem um leque muito grande de atividades e jogos. Muitos jogos trazem a exclusão de alguns alunos, mas alguns como os jogos cooperativos, conseguem fazer a inclusão de todos. Por isso o objetivo dessa pesquisa é analisar se o uso da LIBRAS auxilia como ferramenta no ensino dos jogos cooperativos. Para isso foi feito um questionário adaptado para 12 alunos em sala em uma escola estadual onde houvesse um aluno com deficiência auditiva. Ao analisar os resultados do questionário, foi constatado que o uso da LIBRAS como ferramenta para o aluno, auxilia não somente nos jogos cooperativos, mas também em todas as outras disciplinas escolares. Então podemos concluir que é muito importante que haja LIBRAS como grade curricular ou um interprete dentro da escola e assim os alunos possam realmente ser inclusos. No ambiente escolar. Palavras chave: Inclusão; LIBRAS; Jogos Cooperativos. INTRODUÇÃO Nas aulas de LIBRAS podemos imaginar como é importante esse tipo de comunicação para os alunos com deficiência auditiva e não conseguimos imaginar eles se comunicando sem a linguagem de sinais, mas como faziam no passado para dialogar. No Brasil segundo Oliveira (2011), a comunicação dos surdos teve início no ano de 1855, quando o imperador Dom Pedro II trouxe um professor Francês surdo, seu nome era Ernet Huet. Com um método Francês, ou seja, 416 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 com uso da escrita e a linguagem de sinais, ele começou seu trabalho com duas crianças e nesse período os surdos tiveram seu primeiro contato com a língua de sinais. Depois disso ele fundou um instituto no Rio de Janeiro em 1857, mas em 1862 deixou-o e Dr. Manuel de Magalhães assumiu, mas como ele não era especialista comprometeu todo a atendimento aos surdos. Só em 2002 foi decretada a LIBRAS como a segunda língua brasileira através da lei número 10436/2002 artigo quatro, diz que todo sistema educacional seja ele municipal, estadual ou federal, devem ter a inclusão da Libras como parte do currículo escolar e deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória para professores no exercício de magistério, em nível médio e superior. No artigo cinco, para o ensino da Libras no ensino infantil e início do ensino fundamental, a formação dos decentes deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal superior. (BRASIL, 2002). As escolas terão que passar por várias mudanças e os professores são o principal elemento escolar que precisa de mudança, principalmente sua conduta e metodologia, começando a ouvir o aluno com deficiência, assim como o outro, pois a linguagem se constrói a partir da interação e do diálogo. (FERNANDEZ, 2005). Para Santos; Paulino (2006), sem dúvidas nenhuma que na educação é que está a maior ferramenta para a transformação social. Por causa do desrespeito as diferenças e as desigualdades sociais, os indivíduos são banalizados e assim refletidos na escola nos dias atuais e é por isso que a educação inclusiva é essencial, pois a todo o momento a escola busca aumentar o nível de participação individual e coletivo. Mas a inclusão e a exclusão são totalmente ligadas, pois ninguém lutaria pela a inclusão se não houvesse a exclusão, então podemos ver que nesse ponto de vista, a luta pela inclusão sempre existirá e será sempre um processo. O professor de Educação Física é muito importante que saiba como aplicar as técnicas ou comunição gestual? Com aluno surdo ou ouvinte, ajuda muito no desenvolvimento do aluno, seja cognitivo, afetivo ou motor. Se como professor eu não conseguir entender meus alunos em geral, com certeza não vou conseguir fazer com que ele desenvolva em nenhum desses aspectos. Dentro de todo conteúdo escolar, as disciplinas tentam de algum jeito fazer a sua avaliação, não muito diferente, a educação física faz a sua avaliação sobre os alunos, mas é muito mais complexo em comparação com outras disciplinas. Segundo Freire (2006), a avaliação do aluno é uma das grandes preocupações dos professores, pois no final de todo aprendizado querem saber o que aprenderam com o conteúdo, seja através da avaliação quantitativa ou qualitativa. Como os professores de Educação Física avaliam mais a parte 417 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 motora do aluno do que o cognitivo fica ainda mais difícil fazer uma avaliação, pois sabemos que há vários aspectos que possam influenciar durante a avaliação e algumas vezes são colocados jogos como conteúdo avaliativo. Mas também colocando jogos como avaliação, ficará mais difícil de se avaliar o aluno, pois é muito fácil observarmos em vários jogos dentro do âmbito escolar, alguns alunos ficam sem participar, ou eles estarem disputando alguma bola, com isso os alunos habilidosos se destacam, enquanto isso os que não são habilidosos, não se destacam ou até mesmo nem participam do jogo. Por outro lado existem vários tipos de jogos e um deles é colocado como base para os alunos se interagir um com o outro, chamado de jogo cooperativo. Depois do deficiente auditivo consegui uma própria língua e a inclusão na escola, o outro passo muito importante a seguir é a inclusão dentro da sociedade, que não está preparada para conviver ainda com o diferente, ou seja, com um indivíduo que tenha alguma deficiência. Assim, é preciso intervenções, como políticas públicas que possam assegurar o acesso tanto na educação como na sociedade. Assim, o objetivo desse trabalho é analisar se o uso da língua de sinais, a Libras, contribui para o desenvolvimento do ensino dos jogos cooperativos nas aulas de educação física e como deve ser aplicado para que o ensino seja significativo. . METODO Segundo Lakatos (2010) uma pesquisa de campo é utilizada com o objetivo de conseguir informações, conhecimentos para se chegar a um resultado de uma hipótese ou até mesmo em descobrir outros fenômenos, não podendo esquecer que a pesquisa de campo não é só uma simples coleta de dados, é necessário que haja controles adequados e objetivos que sejam preestabelecidos . Amostra: Foi feito com doze alunos do nono ano, em uma escola estadual da cidade de Itaquaquecetuba, com alunos que tiveram e participaram de jogos cooperativos em escola com professor que use a língua de sinais e que tenha em aula tenha alunos com deficiência auditiva. Instrumento de avaliação: Foi utilizado um questionário adaptado de Silva (2009), com oito questões, sendo quatro abertas e quatro fechadas. Segundo Lakatos (2010) o questionário é utilizado como instrumento de coleta de dados constituído por perguntas ordenadas que seja respondidas sem a presença do próprio entrevistador e junto com o questionário, será enviado uma carta explicando a importância, a natureza e a necessidade da resposta, para que os alunos preencham e devolvam o questionário dentro do prazo. Procedimentos: No primeiro momento realizei um contato com a direção da escola para a autorização do questionário, entreguei o termo de consentimento 418 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 livre e esclarecido (TCLE) para os alunos, onde o responsável autorizou a participação do aluno no questionário. Apliquei o questionário para os alunos ouvintes, para saber a eficiência da linguagem de sinais, se de alguma forma eles notam uma maior e melhor participação dos alunos com deficiência auditiva. Plano de analise de dados: Após os questionários todos os dados foram coletados, tabulados, analisados e apresentados em forma de gráfico. RESULTADOS E DISCUSSÕES GRAFICO 1 – O que você entende por inclusão de alunos deficientes? 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Inclusão é incluir o deficiente Não souberam opinar Sobre a questão acima, 77,8% dos alunos, disseram que a inclusão é apenas incluir os alunos deficientes em um grupo e que acham normal ter um aluno deficiente em sala de aula. Enquanto isso 22,2% dos alunos, não souberam opinar sobre a questão, por não ter muito contato com um deficiente. De acordo com Mitller (2003), a inclusão é incluir uma pessoa dentro de um grupo, o que até hoje está difícil de acontecer, muitas coisas devem mudar na sociedade e principalmente nas escolas, pois todos precisam se adaptar às necessidades das pessoas com deficiência, dividindo espaços com igualdade, com respeito e aceitação as diferenças. As formas limitadas como as escolas e instituições, ainda atuam e tem levado parcela considerável dos alunos a exclusão. A inclusão não é uma questão muito fácil de resolver, nossa sociedade evoluiu um pouco sobre essa questão, mas ainda existe muito para se fazer, começando nas escolas que é onde o individuo começa se interagir com muitas pessoas ao mesmo tempo, por isso algumas escolas estão se adaptando para esse processo de inclusão. GRAFICO 2 - Você se comunica normalmente com seu amigo surdo? 419 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Qual é a participação do seu amigo surdo nas aulas de Educação Física? 90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% comunicam-se normalmente não se comunicam participa normalmente não participa Nessa pesquisa, 55,5% dos alunos disseram que se comunicam normalmente com seu amigo surdo e 44,5% dos alunos disseram que não se comunicam normalmente com seu amigo surdo. Em relação à participação do surdo nas aulas, 77,8% dos alunos disseram que o aluno com deficiência auditiva, participa normalmente das atividades dadas e 22,2% dos alunos argumentaram que aos olhos deles, acham que o aluno com deficiência auditiva fica um pouco confuso em algumas atividades. Segundo Oliveira (1997), para que a comunicação aconteça é necessário que exista a linguagem e o pensamento, mesmo que ambos sejam independentes em certa fase da vida acabam se encontrando, quando isso acontece se torna em uma linguagem verbal. A associação entre eles é atribuída durante uma atividade ou trabalho entre os indivíduos, para que isso aconteça foi criado um sistema de comunicação que permitisse a troca de informações e assim agir coletivamente entre eles. Não importa como todos se comunicamos, o importante é transmitir tudo o que pensamos através de uma linguagem, seja verbal, expressiva ou corporal. A comunicação é essencial em nossas vidas. GRAFICO 3 - A explicação do professor é clara para o aluno surdo? Você acha que o seu amigo surdo participaria mais das aulas se houvesse um interprete ou se o professor pudesse se comunicar melhor com ele? Por quê? 420 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Sim Não melhorou com a pergunta mais interprete dos alunos do que da aula Quando foi perguntado se a explicação do professor é clara, 66,7% dos alunos falaram que sim, enquanto 33,3% dos alunos falaram que não. Nessa questão, 88,9% dos alunos disseram que depois da interprete ter entrado na escola, seu amigo com deficiência auditiva melhorou muito nas aulas e 11,1% dos alunos disseram que ela fica perguntando mais dos alunos do que da própria aula dada. De acordo com Lacerda (2013), a palavra interprete educacional em é usado em vários países para diferenciar daquele que atua na sala de aula , em outros países eles até destacam os interpretes como tradutores de língua, principalmente porque ele é um profissional que deverá versar conteúdos para a língua de sinais. A sua tarefa não é ocupar o lugar do professor e sim a de favorecer a aprendizagem por parte do aluno surdo. O trabalho de um interprete para o aluno surdo é muito importante para que favoreça o aprendizado do aluno com deficiência auditiva, pois ele terá as mesmas informações que seus colegas de sala têm e com isso sua capacidade de informações e aprendizagem só aumentará. GRAFICO 4 - Você acha que ele está adaptado com a escola? 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Sim Não 421 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Em relação a sua adaptação, 77,8 % dos alunos comentaram que seu amigo deficiente esta adaptado com a escola, enquanto 22,2% dos alunos comentaram que seu amigo deficiente não esta adaptado com a escola. Mineto et al (2011) diz que a presença de um aluno com necessidades especiais, pode ser tomada como um ato de democracia, o desafia da escola é garantir o ingresso de todos os alunos e oferecer-lhes respostas educativas de qualidade. Para isso é necessário repensar sobre o sistema educacional em favor do outro pautado na lógica da inclusão. A adaptação do aluno não depende apenas de si próprio, mas também da escola como estrutura e sistema educacional, pois todos os alunos independentemente se há ou não uma necessidade especial, a escola tem que está preparada para eles e garantirem toda possível gama de conhecimento. GRAFICO 5 - Você saberia me dizer qual é a relação da família dele com a escola? Eles participam da vida escolar do filho? De que maneira? 120,00% 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Não tem contato com os pais Não tem contato com os pais Nesse gráfico 100% dos alunos disseram que não tem muito contato com os pais do aluno deficiente auditivo e não sabe dizer qual é a relação da família dele com a escola. De acordo com Manieri (2011), dentro do processo de escolarização todos os alunos devem ingressas juntamente com a sua família, logo após a escola deverá orientar seu pais sobre as metodologias e a ciência do processo de aprendizagem e se os pais aprenderem a língua de sinais, ele se sentirá totalmente parte da família. O envolvimento dos pais com o seu filho e junto com a escola, muda totalmente a vida do aluno, pois ajuda ele na interação com todos com mais segurança, os pais também se sentiriam mais seguros conhecendo todo o sistema educacional e por isso seria muito importante eles estarem sempre acompanhando o que a escola oferece ao seu filho. GRAFICO 6 - Você já estudou LIBRAS? 422 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Não Sim Quando foi perguntado sobre quem havia tido aula de LIBRAS, 66,7% dos alunos disseram que não tiveram nenhuma aula de LIBRAS e 33,3% dos alunos disseram que tiveram aula de LIBRAS. Segundo Gesser (2009), a palavra LIBRAS significa língua brasileira de sinais, ou seja, é uma segunda língua brasileira, assim como nossa linguagem materna a língua de sinais não igual em todo mundo e foi criada para que todos os deficientes auditivos pudessem se comunicar gestualmente e corporalmente. Antes os surdos eram obrigados a tentarem aprender a nossa língua e devido a esses e outros erros, entendeu-se que a melhor opção foi criar uma nova língua. A língua de sinais deveria ser incluída na grade curricular dos alunos, assim como o português, pois já que é uma língua brasileira, todos deveriam aprender a LIBRAS, com certeza ajudaria no seu próprio conhecimento e seria um dos grandes pontos na ajuda do aluno surdo para sua interação com o outro. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo dessa pesquisa foi analisar se o uso da LIBRA como ferramenta no ensino dos jogos cooperativo, ajudaria os alunos surdos no aprendizado. Procuramos analisar uma sala de alunos onde houvesse alunos com deficiência auditiva e que já tiveram um jogo cooperativo, pois esse tipo de jogo é um dos principais conteúdos da educação física que auxilia na interação. Analisamos também se a escola e o corpo docente estão preparados realmente para incluir um aluno com deficiência auditiva. Então podemos concluir que é muito importante que haja LIBRAS como grade curricular ou um interprete dentro da escola e assim os alunos possam realmente ser inclusos. No ambiente escolar. REFERÊNCIAS 423 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. 10 v. FERNANDEZ, Eulália. (Org.). Surdez e Bilingüismo. Porto Alegre: Mediação, 2005. FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: Teoria e prática da Educação Física. 4° edição, São Paulo: Scipione, 2006. GESSER, Audrei. LIBRAS? Que língua é essa?: Crenças e Preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola, 2009. LACERDA, Cristina B. F. de. Interprete de Libras: Em atuação na educação infantil e no ensino fundamental. 5° edição, Porto Alegre: Mediação, 2013. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7° edição, São Paulo: Atlas, 2010. MANIERI, Claudia Mara Padilha. Desenvolvimento e aprendizagem de alunos surdos: cognitivo, afetivo e social. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2011. MINETTO, Maria de Fátima Joaquim et al. Diversidade na aprendizagem de pessoas portadoras de necessidades especiais. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2011. MITTLER, Peter. Educação Inclusiva: Contextos Sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003. OLIVEIRA, Liliane Assumpção. Fundamentos Históricos, Biológicos e Legais da Surdez. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2011. OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vigotsky: Aprendizado e desenvolvimento: Um processo sócio-histórico. 4° edição, São Paulo: Scipione, 1997. SANTOS, Monica Pereira dos; PAULINO, Marcos Moreira. (Org.). Inclusão em educação: Culturas, políticas e práticas. São Paulo: Cortez, 2006. SILVA, Marisa Cristina, A inclusão do aluno surdo no ensino regular na perspectiva de professores de classes inclusivas, Recife, PE. Faculdade Santa Helena, 2009. 424 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS E SUA CLASSIFICAÇÃO HIERÁRQUICA NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. Weder dos Santos – [email protected] Solange Tomiyama – [email protected] Fabrício Cicone Tsutsui – [email protected] Faculdade Unida de Suzano - UNIZUZ Resumo: O ordenamento jurídico brasileiro é formado hierarquicamente por normas internas e externas, dentre estas os Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Esses tratados, devido sua importância no cenário internacional, ao serem inseridos no direito interno podem ser classificados como norma constitucional ou norma supralegal. A doutrina majoritária defende que esses tratados são equivalentes às normas constitucionais (tese da constitucionalidade) com fundamento no Artigo 5º, §2º da Constituição Federal, entretanto, o Supremo Tribunal Federal defende que esses tratados devem ser classificados abaixo da Constituição Federal, mas acima das normas infraconstitucionais (tese da supralegalidade) com fundamento no Artigo 5º, §3º do mesmo diploma legal. A pesquisa teve como objetivo analisar qual o posicionamento hierárquico atribuído aos Tratados Internacionais de Direitos Humanos ao serem inseridos no ordenamento jurídico brasileiro. Para tanto, foram utilizadas bibliografias acerca do tema, bem como análise da evolução jurisprudencial da Suprema Corte até a formação do entendimento atual. Contudo, devido às limitações da pesquisa monográfica, não foi possível chegar ao resultado esperado sendo necessário um estudo mais amplo e profundo sobre o tema com abordagem a outras variáveis. Por fim, a divergência entre a doutrina e a jurisprudência persiste no nosso ordenamento jurídico, prevalecendo até o momento, o entendimento da Suprema Corte em suas decisões. Palavras-chave: Tratados Internacionais de Direitos Humanos; constitucionalidade; supralegalidade; hierarquia. 1. INTRODUÇÃO O ordenamento jurídico brasileiro é formado por normas que estão organizadas hierarquicamente de acordo com sua importância. Além das normas de direito interno 425 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 existem as normas externas ou internacionais, conhecidas como convenções ou tratados internacionais que, após um processo legislativo, pode vir a integrar o ordenamento jurídico brasileiro. Após os tratados integrarem o sistema jurídico do Estado há a necessidade de classificá-lo hierarquicamente no ordenamento jurídico interno a fim de evitar possíveis conflitos com as normas já existentes e saber qual a sua importância frente as normas internas. Entretanto, a pesquisa limita-se a analisar a inserção dos tratados internacionais de direitos humanos devido a sua importância no cenário mundial, principalmente após o término da Segunda Guerra Mundial, momento em que a humanidade passou a questionar sobre o comportamento desumano de alguns povos. Dessa forma, se faz necessário um estudo para definir qual a classificação hierárquica os Tratados Internacionais de Direitos Humanos, após serem inseridos no nosso ordenamento jurídico, afim de garantir uma melhor efetividades dessas normas. 2. METODOLOGIA Para a pesquisa foi utilizado o método dedutivo pelo qual foi analisado o posicionamento dos doutrinadores em relação ao tema bem como o entendimento e a jurisprudência firmada pelo Supremo Tribunal Federal ao longo do tempo. 3. DESENVOLVIMENTO 3.1 Evolução histórica Os primeiros contornos históricos dos Tratados Internacionais, remontam há mais de doze séculos antes de Cristo. Valério de Oliveira Mazzuoli descreve como foi firmado o primeiro tratado internacional que se tem registro em documentos históricos: “O primeiro marco seguro da celebração de um tratado internacional, de natureza bilateral, diz respeito àquele instrumento firmado entre o Rei dos Hititas, Hattusil III, e o Faraó egípcio da XIXª disnatia, 426 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Ramsés II, por volta de 1280 e 1272 a.C., e que pôs fim à guerra nas terras sírias (conhecida como batalha de Kadesh).” 70 Assim, com o passar do tempo, a partir de 1815 devido a intensificação da solidariedade internacional começou uma mudança no cenário internacional, inicialmente com os tratados multilaterais e no início do século XX surgiram as organizações internacionais de caráter permanente que passaram a deter a capacidade de celebrar tratados, juntamente com os Estados.71 No entanto, fatores como a importância dos Tratados Internacionais como fonte do Direito Internacional, levou a necessidade de uma codificação do Direito Internacional que ficasse claro tudo que era pertinente ao Direito dos Tratados. Para Valério de Oliveira Mazzuoli a codificação foi necessária, no plano da ordem jurídica interna, para melhor compreensão das normas de um determinado ramo do direito, assim expõe: “na órbita do Direito Internacional Público, em geral, e na do Direito dos Tratados, em especial, tal não foi diferente. Com a criação das Nações Unidas, em 1945, determinou-se na Carta respectiva caber à Assembleia-Geral iniciar estudos e fazer recomendações destinados a “incentivar o desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua codificação””.72 De acordo com a necessidade de disciplinar e regular o processo de formação dos tratados internacionais, conforme ensina Flávia Piovesan, resultou na elaboração da Convenção de Viena, concluída em 1969, que teve por finalidade servir como a Lei dos Tratados.73 No mesmo sentido ensina Valério de Oliveira Mazzuoli que: “A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados começou a vigorar internacionalmente decorridos mais de dez anos de sua conclusão, mais precisamente em 27 de janeiro de 1980, quando foi atingido, nos termos de seu art. 8474, o quórum mínimo de trinta e cinco Estados-ratificantes.”75 70 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. Pag. 32 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. Pag. 31 72 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. Pag. 34 73 PIOVESAN. Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 14ªed. São Paulo: Saraiva, 2013 pg. 106 74 O art. 84 – 1. A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo dia que se seguir à data do depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação ou adesão. 2. Para cada Estado que ratificar a Convenção ou a ela aderir após o depósito do trigésimo quinto instrumento de ratificação ou adesão, a 71 427 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A Convenção de Viena é um dos mais importantes documentos internacional já concluído na história do Direito Internacional Público é também conhecido como a Lei dos Tratados, Código dos Tratados ou Tratados dos Tratados. Dessa forma podemos observar como a codificação e a sistematização dos tratados internacionais foram importantes para que a relação entre os Estados obtenham uma maior credibilidade proporcionando uma segurança jurídica no âmbito internacional. 3.2 Princípios dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos 3.2.1 Princípio da Prevalência dos Direitos Humanos A Carta Magna de 1988 é a primeira Constituição brasileira a elencar o princípio da prevalência dos direitos humanos como princípio fundamental a reger o Estado nas relações internacionais.76 Ao adotar o princípio da prevalência dos direitos humanos nas suas relações internacionais, o Estado brasileiro está ciente e concorda que não mais possui a soberania absoluta, pois por se tratar de relações internacionais, há a necessidade de se submeter às normas do Direito Internacional a fim de garantir que as normas que protegem as pessoas possam ter sua eficácia alcançada. Sendo assim, a soberania do Estado brasileiro fica submetida a regras jurídicas, tendo como parâmetro obrigatório a prevalência dos direitos humanos. Dessa forma, rompe-se com a concepção tradicional de soberania absoluta, dando espaço ao processo de flexibilização e relativização em prol da proteção dos direitos humanos.77 3.2.2 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana Um dos princípios estampados no Art. 1º da Constituição Federal de 1988 está no inciso III que é o da “dignidade da pessoa humana”. Este é um princípio que é difícil de ser traduzidos em palavras e o Constituinte foi sábio ao estabelecê-lo como tal, Convenção entrará em vigor no trigésimo dia após o depósito, por esse Estado, de seu instrumento de ratificação ou adesão. 75 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. Pag. 38 76 PIOVESAN. Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 14ªed. São Paulo: Saraiva, 2013 pg. 99 77 PIOVESAN. Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 14ªed. São Paulo: Saraiva, 2013 pg. 103 428 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 haja vista a dificuldade de previsão de todas as infinitas situações que poderiam acontecer. O princípio da dignidade da pessoa humana adquiriu importância internacional após ser incluso no preâmbulo da Declaração Universal de Direitos dos Homens da seguinte maneira: “Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana (...)”. Após expressar no artigo 1º, proclamou que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” Por ser um direito personalíssimo e universal, e tendo em vista as diversas diferenças culturais, religiosas, étnicas, entre outras diferenças, não pode justificar a violação por parte do Estado, pelo contrário, este deve promover a proteção aos Direitos Humanos independentemente do sistema adotado. Desta forma, sabendo que a dignidade da pessoa humana é um bem primordial não só no âmbito interno do Estado, há que se reafirmar que as soberanias dos Estados passam a ser relativa nas relações internacionais, haja vista a necessidade de intervenção externa nos casos de abusos ou omissões por parte dos seus governantes. 3.3 A celebração do Tratado Internacional no Brasil 3.3.1 Celebração de Tratados no Brasil Temos que inicialmente enfatizar que, embora os tratados internacionais sejam negociados e aprovados, a inserção no ordenamento jurídico brasileiro não é tranquila.78 No mesmo sentido ensina Valério de Oliveira Mazzuoli que: “Os documentos que o Governo brasileiro assina em nome da República são, pelo nosso Direito interno, objeto de um tratamento complexo, que, no âmbito dos Poderes da União, dá-se pelos atos do Poder Executivo em colaboração com o Poder Legislativo”.79 A competência para a celebração dos tratados foi intensamente discutida na Assembleia Constituinte de 1987 a 1988. Dessa maneira, Valério de Oliveira Mazzuoli ensina que por um imperdoável lapso do legislador, no encerramento dos trabalhos, a comissão de Redação não foi fiel à vontade do Plenário e provocou o surgimento de dois dispositivos aparentemente antinômicos: os arts. 49,I e 84,VIII80, que dispõem as seguintes redações: 78 HUSEK. Carlos Roberto. Curso de Direito Internacional Público. 12ª ed. São Paulo: LTr, pg.105 MAZZUOLI.Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014, pg. 421 80 MAZZUOLI.Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014, pg. 421 79 429 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 “Art. 84 - Compete privativamente81 ao Presidente da República: (...) VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;” Art. 49. É de competência exclusiva82 do Congresso Nacional: I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;” Cabe reforçar que desde o momento em que o tratado internacional passou por todas as etapas processuais até a sua publicação, consequentemente passa a produzir efeitos no âmbito interno. Passa a obedecer, com pouquíssimas variações, às mesmas regras sobre vigência e eficácia aplicáveis às demais leis do País. O imediato e primeiro efeito gerado por um tratado no ordenamento jurídico interno é o de revogar todas as disposições em contrário ou incompatível da legislação infraconstitucional (aí compreendidas, à exceção das emendas constitucionais, todas as demais espécies normativas que compõem o arcabouço normativo doméstico).83 Por isso, o que estiver abaixo da Constituição Federal, os tratados comuns “(não os dispõem sobre direitos humanos, que tem índole e nível constitucional)”84 vogam ou modificam, se com eles incompatíveis ou expressamente em contrário. Quando há incompatibilidade entre as disposições convencionais e as normas de Direito interno, resolve-se eventual antinomia sempre em favor do tratado, que é hierarquicamente superior a qualquer disposição interna infraconstitucional. 3.4 Posicionamento hierárquico dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos 3.4.1 Os Tratados Internacionais de Direitos Humanos após a Emenda Constitucional nº 45 de 2004 A Emenda Constitucional nº 45 de 2004, alterou, dentre outros dispositivos, o artigo 5º da Constituição Federal de 1988 com o intuito de acabar com a divergência doutrinária e jurisprudencial sobre o status hierárquico dos tratados internacionais de direitos humanos. Em decorrência dessas controvérsias doutrinárias e jurisprudenciais, existentes no Brasil, e com o objetivo de pacificar as discussões relativas à hierarquia dos tratados internacionais que versem sobre direitos humanos no ordenamento jurídico 81 Competência que pode ser delegada ao Vice Presidente, por exemplo. Competência que não pode ser delegada. 83 MAZZUOLI.Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014, pg. 461 84 MAZZUOLI.Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014, pg. 461 82 430 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 interno, o Legislador, na Reforma do Judiciário, incluiu no art. 5º, o § 3º com a seguinte redação: “Art. 5º (...) § 3º - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.” A redação dada a esse dispositivo é materialmente semelhante à do art. 60, § 2º da Constituição Federal de 1988, segundo o qual toda proposta de Emenda à Constituição “será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.” Porém, mesmo com a adição deste parágrafo no artigo 5º, a divergência persistiu. 3.4.2 Posicionamento doutrinário Internacionais de Direitos Humanos sobre a constitucionalidade dos Tratados Analisaremos qual o posicionamento doutrinário, na atualidade, que justifica a defesa da tese da constitucionalidade dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Tese esta que tem como embasamento legal o artigo 5º, §2º da Constituição Federal de 1988. A Carta Magna consagrou expressamente de forma inédita que os direitos e garantias expressos na Constituição “não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte” (artigo 5º, §2º). Assim, a Carta Constitucional de 1988, inclui no catálogo de direitos constitucionalmente protegidos, os direitos enunciados nos tratados internacionais que o Brasil seja signatário. A nenhuma norma constitucional se pode dar interpretação que lhe retire ou diminua a razão de ser. Flávia Piovesan finaliza seu pensamento em relação à interpretação das normas constitucionais: “(...) o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais é hoje sobretudo invocado no âmbito dos direitos fundamentais – no 431 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 caso de dúvidas deve preferir-se a interpretação que reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais.”85 Na medida em que a Constituição não excluiu os direitos humanos provenientes de tratados, é porque ela própria os inclui no seu catálogo de direitos protegidos, ampliando seu bloco de constitucionalidade, atribuindo-lhes hierarquia de norma constitucional. Por fim, percebemos como a vontade declarada do constituinte originário se distanciou da interpretação que o §2º do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 efetivamente recebeu. E a jurisprudência formada pela Suprema Corte, por enquanto, não entende pela constitucionalidade dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos com base no dispositivo acima citado. 3.4.3 Posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a supralegalidade dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Após a introdução do §3º no artigo 5º pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004, o Supremo Tribunal Federal foi motivado a revisar seu posicionamento majoritário com relação a hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem se orientado pelo julgado do Recurso Extraordinário 466.343, destacando-se um amplo repertório jurisprudencial que o adota como referência interpretativa que consolidou a tese da supralegalidade desses tratados.86 No mesmo sentido, ensina André de Carvalho Ramos, a nova posição da Suprema Corte, iniciada pelo Ministro Gilmar Mendes, que retomando o entendimento do Ministro Sepúlveda Pertence, sobre a necessidade dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos de passar pelo sistema de votação exigido no §3º do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, senão vejamos: “A nova posição prevalecente no STF foi capitaneada pelo Min. Gilmar Mendes, que, retomando a visão pioneira de Sepúlveda Pertence (em seu voto no HC 79.785-RJ87), sustentou que os tratados internacionais de direitos humanos – anteriores ou posteriores à EC n. 45/2004 -, que não forem aprovados pelo Congresso Nacional pelo rito especial do artigo 5º, §3º, da CF/88, têm 85 PIOVESAN. Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 14ªed. São Paulo: Saraiva, 2013 pg. 120 86 PIOVESAN. Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 14ªed. São Paulo: Saraiva, 2013 pg. 141 87 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Ordinário em Habeas Corpus 79785. Recorrente: Jorgina Maria de Freitas Fernandes. Recorrido: Ministério Público Federal. Relator Ministro Sepúlveda Pertence, julgamento em 29 de março de 2000, publicado no DJ de 23/05/2003. 432 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 natureza supralegal: abaixo da Constituição, mas acima de toda e qualquer lei”88 Portanto, consagrou-se na Suprema Corte a teoria do duplo estatuto dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, ou seja, supralegalidade para os que não foram aprovados pelo rito do artigo 5º, §3º da Carta Magna, quer sejam anteriores ou posteriores à Emenda Constitucional nº. 45 de 2004 e constitucionalidade para os aprovados de acordo com o rito mencionado. Ademais, ficou demonstrado que a intenção do legislador de acabar com a divergência doutrinária e jurisprudencial existente não obteve êxito com a promulgação da Emenda Constitucional nº. 45 de 2004. O Supremo Tribunal Federal alterou seu entendimento, porém não com base no §2º do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, mas sim no §3º do mesmo artigo. Por fim, em relação aos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal continua a divergir da doutrina. Somente com o decorrer do tempo, com uma nova composição da Corte e com novos julgamentos que poderemos ter uma interpretação que unifique os entendimentos e que finalize a divergência sobre o assunto. 4. Conclusão Nesta pesquisa buscou-se analisar qual deveria ser a classificação hierárquica dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro, ou seja, se o posicionamento defendido pelos doutrinadores com a tese da constitucionalidade desses tratados ou contrário a esse entendimento o Supremo Tribunal Federal que defende a supralegalidade dos tratados internacionais de direitos humanos. Por fim, ficou demonstrado que todo o esforço legislativo para resolver essa situação não surtiu o efeito desejado, pelo contrário, somente alterou a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, mas os doutrinadores ainda continuam a entender que os Tratados Internacionais de Direitos Humanos tem status de norma constitucional, pois assim a própria Constituição Federal garante. Referências: HUSEK. Carlos Roberto. Curso de Direito Internacional Público. 12ª ed. São Paulo: LTr 88 RAMOS. André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na ordem internacional. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014, pg. 283 433 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 MAZZUOLI.Valério de Oliveira. Direito dos Tratados. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014 PIOVESAN. Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 14ªed. São Paulo: Saraiva, 2013 RAMOS. André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na ordem internacional. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014 434 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 PLANO DE NEGÓCIO – INDÚSTRIA DE EMBALAGENS METÁLICAS DECORATIVAS Ana Paula de Sousa Sérgio¹ Cristiane Pereira Gomes² Hilda Janaina dos Santos³ Fernando Souza Cáceres Antonio Eduardo Batista Cristiane Gomes de Carvalho Fontana Resumo Este artigo tem por objetivo apresentar a aplicação dos conhecimentos teóricos adquiridos ao longo dos semestres cursadose a importância do Plano de Negócio e do Planejamento Estratégico, identificando as características atribuídas a um empreendedor onde organização depende de um bom planejamento para saber qual direção deve ser tomada e conhecer o tamanho do desafio a ser enfrentado, planejar cada detalhe, encontrar a melhor solução, ser persistente, analisar os riscos, preparar-se, acreditar no seu potencial, permanecer o crescimento e solidez empresarial. Palavras-Chaves: Plano de Negócios; Planejamento Estratégico; Embalagem. ¹Ana Paula de Sousa Sérgio, Graduando do curso de Administração de Empresas - Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ).E-mail: [email protected] ²Cristiane Pereira Gomes, Graduando do curso de Administração de Empresas - Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ).E-mail: [email protected] ³Hilda Janaina dos Santos, Graduando do curso de Administração de Empresas - Faculdade Unida de Suzano (UNISUZ).E-mail: [email protected] Introdução 435 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Com o intuito de vivenciar e praticar as teorias estudadas ao longo do curso de Administração elaboramos o plano de negócio de uma empresa de embalagens metálicas decorativas que irá atender a demanda do estado de São Paulo. De acordo com Dornelas (2000) a definição de um plano de negócio é geralmente usada para descrever minuciosamente o negócio. Por meio do plano de negócio pode:identificar os riscos e propor planos para minimizá-los e até mesmo evitá-los; identificar seus pontos fortes e fracos em relação concorrência e o ambiente de negócio em que você atua; conhecer seu mercado e definir estratégias de marketing para seus produtos e serviços; analisar o desempenho financeiro de seu negócio, avaliar investimentos, retorno sobre o capital investido; enfim, você terá um poderoso guia que norteará todas as ações de sua empresa. Segundo a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (ABEAÇO, 2012) a embalagem de aço é, tecnicamente, uma das melhores formas de se acondicionar produtos, por evitar desperdícios e proteger adequadamente a integridade de seu conteúdo no transporte e comercialização, portanto esse setor vem apresentando um aumento considerável na economia e para os consumidores que buscam oportunidades de empreender. Inicialmente, o desenvolvimento das embalagens de aço foi, só então, impulsionado pela Revolução Industrial, que possibilitou a mecanização da fabricação das latas, e também a de chapas de aço de baixo teor de carbono.A partir daí, o tempo moldou novas descobertas do aço para embalagem.As latas de aço são embalagens mais ecológicas e tem por principal característica a resistência, inviolabilidade e opacidade, são altamente resistentes e capazes de evitar a deterioração de produtos agrícolas, além da decomposição em apenas 5 anos. Esse material quando exposto as intempéries retorna para a natureza sem agredi-la e na forma original de minério de ferro, por isso as latas de aço são valorizadas na preservação de nosso planeta. Na atualidade, o consumidor tem valorizado, cada vez mais, a embalagem do produto.O avanço da tecnologia tem contribuído consideravelmente nesse sentido, uma vez que os produtos aparecem nas gôndolas ou nas prateleiras do varejo envolvidos em embalagens coloridas e chamativas, o que constitui um fator de persuasão para a decisão de compra. Com base neste fator decidimos estudar o ramo de embalagens com o objetivo de analisar a viabilidade de implantarmos uma empresa fabricante de embalagens metálicas decorativas e conhecer os processos a serem seguidos por um empreender.Portanto para realização do mesmo buscamos recursos nas empresas de embalagens metálicas, associações do ramo, livros, revistas, sites e com o próprio publico, pois colocamos em prática a pesquisa mercadológica para o obtermos o resultado eficaz. Além das fontes citadas 436 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 acima, contamos com a colaboração do nosso professor orientador, que compartilhou conosco seus conhecimentos na área empresarial. Metodologia Para elaboração do plano de negócio fez-se necessária à utilização de pesquisa Qualitativa, para conhecer o ramo definido para elaboração do projeto. A metodologia de pesquisa qualitativa, para Minayo (Administradores,2003) é o caminho do pensamento a ser seguido; ocupa um lugar central na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotada para construir uma realidade. A pesquisa qualitativa, no entanto, tratase de uma atividade da ciência, que visa à construção da realidade, mas que se preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças, valores, significados e outros, que as relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. Em relação ao levantamento bibliografico e estudo das teorias (cinco forças de Porter, análise de Swot, matriz BGC e a pesquisa mercadológica) aplicadas no plano, utilizamos a pesquisa exploratória, consultamos obras de autores consagrados como Porter, Gioia, Dornelas, entre outros. Outro recurso conhecido neste tipo de pesquisa é a entrevista focalizada, definida a seguir. Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões, motivos, dá esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso são necessários habilidades e perspicácia por parte do entrevistador.(Lakatos, p. 197, 1991). A mesma foi utilizada, para coletar dados com pessoas (entrevistados: representante da ABEAÇO e fundador de uma empresa de embalagens) exeperientes no ramo de embalagens metálicas decorativas, cuja finalidade foi esclarescer duvidas, conhecer as particularidades, necessidades e investimentos necessários no setor de embalagens; para a formulação precisa do planejamento e de táticas, abordadas posteriormente. Para analise e definição da demanda fizemos uso da pesquisa quantitativa, este tipo de pesquisa considera que tudo pode ser quantificável, é a tradução em números das opiniões e informações coletadas. Está técnica foi utilizada da seguinte forma: coletamos os dados dos segmentos que utilizam a embalagem 437 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 metálica decorativa para envase de seus produtos (volume de compras nos anos anteriores em R$ e quantidade de embalagens), para complementar esta parte inicial delimitamos estes dados ao estado de São Paulo, e as empresas fabricantes de alimentos (balas, chocolates, biscoitos finos e panetones), eletrodomésticos portáteis e produtos promocionais. Após estratificação dos dados realizamos as analises necessárias, concluindo definimos a demanda. Por meio da metodologia empregada obtemos dados concretos e confiaveis que nos permitiu fomentar as ações tomadas durante a elaboração do plano de negócio. Desenvolvimento Para abordar a formação deste projeto foram realizados estudos que abrangem as particularidades do segmento, dados dos ambientes internos e externos relacionadosàimplantação de uma indústria de embalagens na cidade de Suzano; tendo como necessidade preparar-se para o futuro, haja vista que o plano contempla os 5 (cinco) anos iniciais da empresa; por este motivo foram realizadas as etapas que serão descritas a seguir. Iniciamos o desenvolvimento do plano de negócio com o estudo do mercado de embalagens. A embalagem é um elemento indispensávele crucialpara o sucesso comercial de praticamente todos os produtos. É um instrumentoque viabiliza o atendimento da população global para a sua alimentação, saúde e bem-estar, possibilitando a conservação dos produtos, a sua distribuição e divulgação.Através dela, empresas de todos os portes e em todo o território nacional podem agregar maior valor a seus produtos, consolidando posições no mercado atual e possibilitando o acesso a mercados mais sofisticados. Com influência direta nos custos e na tecnologia de fabricação, na distribuição e na conquista de consumidores e na forma de consumo dos produtos, a embalagem exige conhecimentos especializados para ser bem projetada e garantir a preservação de seu conteúdo. (ABEAÇO, 2014) Mundialmente a embalagem movimenta mais de US$ 500 bilhões, representando, dentre 1% e 2,5% do PIB de cada país. No Brasil, esta movimenta atualmente, R$ 47 bilhões e gera mais de 200 mil postos de emprego diretos e formais (ABEAÇO, 2014). 438 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Dando continuidade a análise do mercado, realizamos o estudo e aplicação da teoria das cinco forças de Porter, definida a seguir pelo autor. As cinco forças competitivas: entrada, ameaça, de substituição, poder de negociação dos compradores, poder de negociação dos fornecedores e rivalidade entre os atuais concorrentes - refletem o fato de que a concorrência em uma indústria não está limitada aos participantes estabelecidos (PORTER, 2004, p.5) Por meio da aplicação desta ferramenta deu-se continuidade na análise do segmento escolhido, na qual absorvermos as dificuldades e oportunidades da fabricação de embalagens, dentre elas as forças mais significativas ao negócio são: o poder de barganha dos fornecedores, nosso poder de barganha é pequeno, pois para o fornecimento da matéria-prima o aço (folha de flandres) o único fornecedor no Brasil é a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a mesma apresenta políticas de lote mínimo de venda e condição de pagamento fixas; dificultando a negociação e compra da matéria-prima para uma empresa que está iniciando, o cliente também fica exposto aum possível aumento estridente do valor aço; devido a este fator tornou-se necessário um planejamento para obter o menor custo nos demais itens que compõe o custo de produção. Em relação à ameaça de produtos substitutos, o plástico é o mais forte substituto do mercado, representa a maior participação no valor bruto da produção física de embalagens que em 2013 atingiu R$ 52,4 bilhões, o plástico correspondente a 37,47% do total, seguido pelo setor de embalagens celulósicas com 35,05% (somados os setores de papelão ondulado com 19,40%, cartolina e papel cartão com 9,90% e papel com 5,75%), metálicas com 16,03%, vidro com 4,86% e madeira com 2,56% (ABEAÇO, 2014). Para neutralizar a força dos produtos substitutos e potencializar a embalagem metálica, definimos ações especificas no plano de marketing.A ultima força definida como significativa em relação ao nosso negócio é o poder de barganha de compradores/clientes, temos três concorrentes diretos no estado de São Paulo, cujo apenas uma empresa, está voltada somente para a produção de embalagens decorativas, o produto ofertado é sustentável e geralmente necessário para melhor acondicionamento, conservação e atratividade dos produtos que serão envazados; por este motivo o poder de barganha dos clientes é baixo. Para conhecermos a demanda efetuamos uma coleta de dados, delimitada ao publico alvo definido (fabricantes de alimentos, eletrodomésticos portáteis e produtos promocionais, instalados no estado de SP). Com base nesta coleta apuramos a demanda a seguir. 439 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Demanda- Enfoque Embalagens Metálicas 2015 2016 2017 Segmentos 2018 2019 1 Alimentício R$ 1.267.200,00 R$ 1.728.000,00 R$ 2.534.400,00 R$ 3.801.600,00 R$ 5.068.800,00 2 Eletrodomésticos R$ 528.000,00 R$ 720.000,00 3 Promocionais R$ 844.800,00 R$ 1.152.000,00 R$ 1.689.600,00 R$ 2.534.400,00 R$ 3.379.200,00 TOTAL R$ 2.640.000,00 R$ 3.600.000,00 R$ 5.280.000,00 R$ 7.920.000,00 % Em relação à demanda do estado de 0,61% SP 0,82% R$ 1.056.000,00 R$ 1.584.000,00 R$ 2.112.000,00 1,48% 2,00% R$ 10.560.000,00 2,63% Para o progresso e aprofundamento do mercado estudado, efetuamos a aplicação da análise de Swot, segundo GIOIA (2006) a identificação de forças e fraquezas do negócio e de oportunidades e ameaças do ambiente externo constituem um processo de construção das bases para uma análise conjugada desses quatro fatores, possibilitando um cruzamento de condições que apoia a identificação de estratégias, limitando assim a definição dos objetivos. Com base nesta definição e após análise das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades; estabelecemos uma estratégia para neutralização das fraquezas e ameaças,potencializando as forças e oportunidades. Com base nos estudos descritos e demais pesquisas, elaboramos o planejamento estratégico e demais diretrizes para a empresa. De acordo com Salim (2005) o planejamento estratégico consiste no entendimento e analise de cenários futuros para uma empresa, majorando os caminhos e objetivos, com a definição das ações que permitam alcançar objetivos e metas para o empreendimento. O planejamento estratégico contemplou as ações, objetivos e metas a curto e longo prazo, definindo as responsabilidades das principais áreasque deverão concentrar esforços para a concretização e conquista do objeto planejado. Com base nos estudos e no planejamento a estratégia competitiva adotada foia de liderança em custo, ou seja, ofertar produtos a um preço menor, mantendo a qualidade e requinte das embalagens. Segundo Porter (1989) com preços equivalentes ou mais baixos do que seus rivais, a posição de baixo custo de um líder no custo traduz-se em retornos mais altos. Somado a estratégia citada iremos focar nos clientes de pequeno e médio porte, existem alguns fabricantes de latas decorativas que não conseguem satisfazer as necessidades deste nicho de mercado por adotarem uma política de quantidade mínima de lote de produção elevado se comparada à quantidade que os clientes necessitam e desejam comprar. A proposta do projeto é de conseguir o maior lucro possível utilizando o menor custo desde que não haja o comprometimento da missão, 440 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 visão e valores da organização. Isso fará com que nossa empresa se destaque mediante aos concorrentes e se consolide no mercado. Para o andamento adequado de uma empresa há necessidade do estudo e definição das praticas a serem adotadas para captação, manutenção e utilização dosrecursos necessários para o seu funcionamento.Na área operacional foram coletadas informações sobre a utilização do maquinário necessário, parao processo de produção na as linhas de montagem de embalagens, de acordo com os requisitos da ABNT e prática do mercado, observamos as tecnologias disponíveis buscando implementarmos na empresa as propostas viáveis nos quesitos técnicos e financeiros. Dando continuidade a está área analisamos a questão da seleção de fornecedores que é de suma importância para o resultado final do produto, os fornecedores devem suprir as necessidades inerentes ao negócio, atendendo as solicitações nos prazos estabelecidos e com qualidade. Realizou-se também o estudo dos estoques e das operações logísticas, na qual definimos a política de distribuição que será por meio de canal direto, a Enfoque Embalagens não se responsabiliza pela entrega do produto, esta condição se dá, devido à precificação baixa como estratégia de venda, pois, havendo acréscimo de frete embutido, perderíamos o diferencial de preço baixo, tendo em vista que esta pratica é adotada por empresas do ramo. Os recursos financeiros são de suma importância para a introdução e desenvolvimento de uma empresa, com base no levantamento da necessidade de investimentos, despesas e custos das áreas existentes na empresa, chegou-se a um montante de investimento total; que deveria ser integralizado por meio do capital social das sócias; haja vista que inicialmente optou-se por não captar recursos de terceirosem longo prazo. Com base nas premissas: previsão de volume de vendas, preço unitário, estoque final (período), custo unitário, condições de pagamento e recebimento, DRE, ponto de equilíbrio, fluxo de caixa, projeção do capital do giro liquido epay-back; foram realizados o planejamento, controle e projeções financeiras; concluímos que o projeto é viável. Conclusão A partir dos dados e informações abordados no artigo, pôde-se observar que com a conclusão do plano de negócio, foi adquirido o conhecimento pretendido no objetivo inicial, não somente sobre o estudo do setor de embalagens no Brasil, mas também em relação à metodologia utilizada, as pesquisas de 441 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 mercado nos trouxeram uma visão mais abrangente sobre a forma de compreender as informações para empreender. Em especial o estudo e elaboração da área financeira que conglomerou as técnicas de orçamento de capital com uso de ferramentas como pay-back, valor presente líquido (VPL) e taxa de retorno interno (TIR), que interligadas foram fundamentais para analisar a viabilidade do negócio, dentro do prazo estabelecido cinco anos. As técnicas de orçamento de capital com uso de ferramentas como pay-back, valor presente líquido (VPL) e taxa de retorno interno (TIR), que interligadas foram fundamentais para analisar a viabilidade do negócio, dentro do prazo estabelecido, cinco anos. Na técnica pay-back apuramos o prazo máximo para recuperação do investimento, aproximadamente 4 (quatro) anos, um período aceitável haja vista que o plano contempla cinco anos. Em relação ao VPL obtemos o valor de R$ 1.022.933,27considerado significativo e positivo; que reforça a viabilidade do plano. Após estudos sobre a necessidade de embalar com sofisticação, de forma a agregar valor ao produto, foi percebido que o ramo de embalagens no estado de São Paulo, apresenta um grande potencial para se empreender, devido ao tamanho que o mercado proporciona e a oportunidade de explora-lo, a fim de aumentar o Market-share da empresa. Portanto, além de identificar a demanda e particularidades do segmento selecionado, conquistamos um grande aprendizado em várias áreas do conhecimento como, marketing, produção, logística, finanças, recursos humanos e sistemas de informação, durante o desenvolvimento do plano de negócio. 442 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Referências GITMAN, L. J, Princípios de administração financeira. 12º Ed, São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2010. DORNELAS, José Carlos Assis, Empreendedorismo: transformando ideias em negocios.3.ed.Rio de Janeiro: Elsevier,2008. GIOIA, Ricardo Marcelo. Marketing Aplicado: O Planejamento de Marketing. (Coleção de Marketing; V.3): São Paulo; Saraiva, 2006. KOTLER, P.; KELLER, K. L.Administração de marketing.12.ed.São Paulo: Prentice Hall,2006. PORTER, Michael.Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior.15.ed.Rio de Janeiro: Campus,1989. SALIM, Cesar Simões et al.Construindo Planos de negócio.3.ed.Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. LAKATOS, Eva Maria.Fundamentos de metodologia científica.3.ed.São Paulo: Atlas,1991. Disponível em: http://www.abre.org.br/setor/apresentacao-do-setor/aembalagem/ Acesso em: 05/10/14 as 23:49 hs Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/pesquisaqualitativa-exploratoria-e-fenomenologica-alguns-conceitos-basicos/14316/ Acesso em: 05/10/14 as 23:50 hs 443 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 PLANO DE NEGÓCIOS DE UM EMPREENDIMENTO DE PÃES INTEGRAIS Ana Paula Valério Alves89 Jaqueline dos Santos Guimarães Linhares90 Tatiane Aparecida de Medeiros Costa91 Thatiane Tiemi Uno92 Fernando Souza Cáceres Eliane Fátima Oliveira da Silva Cristiane Gomes de Carvalho Fontana RESUMO Na realização do plano de negócio foi verificada a viabilidade de uma fábrica de pães naturais, localizada na cidade de Suzano. Foram utilizados como dados de estudo fontes primárias e secundárias. Ele refletirá a realidade, as perspectivas e estratégias da empresa. Foi desenvolvido um planejamento estratégico na qual foi definido os objetivos, as metas, os valores da empresa, a visão, missão e a análise dos pontos fracos e fortes, oportunidades e ameaças. O plano de marketing é de suma importância para definir a forma de como a empresa será vista no mercado e a definição de produto, praça, preço e promoção. Foi aplicado um questionário com 60 participantes com sete questões fechadas e três abertas, e uma entrevista com o gestor de uma indústria de referência no setor de panificação.O planejamento operacional é onde está traçadaas estratégias de execução e distribuição do produto. Por fim, o planejamento financeiro faz uma análise da viabilidade econômica definindo os investimentos, capital de giro, custo operacionais, os indicadores de vendas e a receita esperada. O objetivo geral é desenvolver um plano de negócio para o setor de panificação. 89 Ana Paula Valério Alves, E-mail: [email protected]. 90Jaqueline dos Santos Guimarães Linhares, E-mail: [email protected]. 91Tatiane Aparecida de Medeiros Costa, E-mail: [email protected]. 92Thatiane Tiemi Uno, E-mail: [email protected] Faculdade Unida de Suzano - UNISUZ 444 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Palavras-chave: Panificação; planejamento empresarial; marketing. INTRODUÇÃO Para o desenvolvimento do projeto foram realizadas pesquisas nosetor de panificação, especificamente no de produtos naturais, é um ramo promissor segundo dados obtidos no site da ABIP (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria). Atualmente, como a divulgação na mídia em questão de consumo por produtos naturais está bastante em evidência, o perfil dos consumidores estão sendo modificados para uma alimentação mais balanceada, criando uma tendência de consumo por produtos naturais e saudáveis e consequentemente abrindo novos nichos de mercados, segundo informações divulgadas pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Foi identificado que estes tipos de produtos não vendem somente em lojas especializadas do setor e observando que em pequenos ou grandes mercados estão dedicando seções de suas lojas para a categoria de naturais. Segundo informações obtidas no site Natural Tech (2013), o programa de TV ‘Pequenas Empresas e Grandes Negócios’ divulgou que até este ano de 2014, o mercado de alimentos saudáveis pode movimentar cerca de R$ 20 bilhões, com um crescimento estimado de até 40%. Após levantamento de dados foi constatado que a busca de produtos de origem natural e integral, está em constante crescimento, na qual os brasileiros estão cada vez mais preocupados com a qualidade de vida, aumentando assim a procura por produtos que ofereçam adicionais a saúde o que abre possibilidades para uma mudança no perfil do consumidor, que inclui na lista de compras produtos integrais, funcionais e orgânicos. Conforme um estudo realizado pela consultoria Around Research, realizada com 650 pessoas, identifica que na hora de comprar produtos em mercados cerca de 403 dos pesquisados procuraram produtos integrais. Este aumento na procura deste tipo de produto é estimulado a partir de reportagens divulgadas em TV e nos jornais. 445 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Portanto, este artigo tem como objetivo geral retratar as etapas para a elaboração de um plano de negócios de uma Indústria de Pães Integrais, através de pesquisas realizadas no setor a ser estudado juntamente com os conhecimentos adquiridos durante a vivência acadêmica. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, transversal, realizada em dois momentos, a saber: uma entrevista concedida pelo gestor de uma empresa da mesma segmentação na cidade de Suzano- SP e um teste de mercado. O teste de mercado foi aplicado na Faculdade Unida de Suzano, no mês de Setembro de 2012, com duração aproximada de duas horas e com a participação de 60 pessoas (colaboradores e alunos), de ambos os gêneros, com idade média de 30 anos. Foi montado um stand para a degustação do produto, que era um pão integral com sabor de frutas, nas opções de goiaba, maçã, abacaxi e banana. Os participantes se direcionaram ao stand e receberam uma amostra do produto. Em seguida preencheram um questionário que continha sete questões fechadas e três questões abertas, sobre o sabor, preço e qualidade. Em outro momento, foi realizada uma entrevista, com duração aproximada de duas horas, com o gestor de uma grande empresa do ramo de panificação da região de Suzano. O mesmo foi indicado por uma das pesquisadoras que agendou a entrevista por e-mail no mês de Abril de 2013. O intuito desta coleta de dados foi o de obter informações referentes ao mercado, demanda e aceitação do produto. Após a aplicação do questionário e a entrevista com o gestor, os dados foram analisados de acordo com a teoria fenomenológica, a qual faz referência a interpretação dos dados, da maneira em que se apresentam, sem a intervenção do pesquisador. 446 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 RESULTADOS E DISCUSSÃO O planejamento do projeto foi iniciado a partir da aplicação de conhecimentos acadêmicos e pesquisas cientificas e informações obtidas da análise do mercado. De acordo com os dados coletados no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foi constatado que o foco do plano de negócios é na classe C, na cidade de Suzano especificamente em mulheres na faixa etária de 20 a 59 anos, que consumam algum tipo de pão no dia-a-dia. A quantidade total deste público é de aproximadamente 77.506 pessoas, porém a capacidade de abranger este total é bem limitada, por estar iniciando as atividades de fabricação. Segundo dados coletados, a cidade de Suzano possui 219 bairros, em média cada bairro possui quatro estabelecimentos comerciais de pequeno porte. Desta maneira chegou-se ao montante de 876 pontos de vendas. Cada estabelecimento vende cerca de 10 pães por dia e no total diário será de 8.760 unidades, na qual foi realizado uma estimativa de que em 24 dias úteis serão vendidas 105.120 unidades ao mês, com uma demanda anual de 2.522.880 pães. Segundo KOTLER (1998), planejamento estratégico é definido como processo gerencial de desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado. O objetivo do planejamento estratégico é orientar e reorientar os negócios e produtos da empresa. O projeto é a criação de uma indústria de pães integrais que utiliza a estratégia de diferenciação, como principal recurso no seu planejamento. Segundo PORTER (1989, p.13), a estratégia genérica de enfoque na diferenciação é a busca constante desta premissa em seu segmento-alvo, 447 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 explorando assim as necessidades especiais dos compradores em certos segmentos. A premissa acima citada foi utilizada por se tratar da principal força a ser explorada, uma vez que não será possível utilizar a barganha com fornecedores e compradores. Segundo PORTER (1989), o poder de barganha dos fornecedores é um fator determinante para a lucratividade da organização, pois eles podem aumentar os preços ou até mesmo modificar a qualidade da matéria- prima, esta pode ocasionar mudanças no produto final que será entregue ao consumidor. Para barganhar com fornecedores é necessário a aquisição de uma grande quantidade de insumos, porem no projeto não haverá viabilidade financeira e capacidade de armazenamento. A deficiência encontrada no relacionamento com os compradores, é em questão da produtividade e valor de produto. A ameaça de produtos substitutos determina até que ponto outro produto consegue atender as necessidades de seus clientes. Para serem minimizadas as ameaças existentes, é necessário evidenciar a marca nos pontos de vendas, ampliando a visibilidade com os consumidores e destacando sempre o diferencial sabor de frutas e também enfatizando os benefícios que o produto fornece. De acordo com PORTER (1989), a altura das barreiras de entrada diminui a probabilidade de inserção de novos entrantes em uma indústria evitando a queda dos preços. Uma empresa de pequeno porte tem suas limitações por não possuir uma marca consolidada no mercado. A rivalidade entre os concorrentes é considerada uma das forças mais agressiva, pois os concorrentes usam de diversos artifícios para se destacar uns dos outros. Um fator que pode diferenciar a empresa é o foco em um produto específico, pois os concorrentes trabalham com outros produtos similares e buscam inserir todos de uma vez só no mercado, o que pode dividir a atenção dos clientes. 448 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para fazer este produto estudou-se técnicas como o Just in Time que tem como objetivo principal a busca contínua pela melhoria do processo produtivo, que é alcançada e trabalhada através da redução dos estoques. Estes permitem a continuidade do processo produtivo mesmo quando há problemas nos estágios de produção. Ao se reduzir o estoque, os problemas que antes não afetavam a produção, torna-se agora visíveis, podendo, assim serem eliminados, permitindo um fluxo mais suave da produção. Este sistema procura utilizar a capacidade produtiva dos colaboradores, estoques mais baixos e melhor qualidade do que os sistemas convencionais. Na política de distribuição, segundo FRAZIER (1999), o planejamento dos recursos e necessidades de distribuição, é de extrema importância para que a organização consiga atender a demanda dos clientes, capacidade de armazenamento e veículos de transportes necessários. Para atender características do plano de negócios, foi estudada a distribuição através de transporte próprio, por fatores tais como: captação de novos clientes e fixação da marca com o veículo logomarcado. Quando se trata de premissas financeiras, pode-se afirmar que a mesma é encontrada em qualquer tipo de empresa. A função financeira tem um papel muito importante no desenvolvimento de todas asatividades operacionais, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento. (BRAGA, 1989) Na análise da viabilidade econômica de uma empresa, deve-se utilizar algumas ferramentas: Taxa Interna de Retorno, Payback e Capital de Giro, entre outras. De acordo com Gitman (2002, p. 330) “(...) A Taxa Interna de Retorno (TIR) é definida como a taxa de desconto que iguala o valor presente das entradas de caixa ao investimento inicial referente a um projeto.” Um dado que deve-se observar é se a TIR atende a taxa de atratividade esperada pela empresa. 449 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O VPL leva em consideração o valor do dinheiro no tempo, desconta todas as entradas e saídas do fluxo de caixa do projeto. Essa taxa também é conhecida como taxa de desconto ou custo de oportunidade. Trazendo o VPL (Valor Presente Líquido) ao plano de negócios, pode-se observar o valor presente positivo de R$ 16.631,57, na qual Gitman afirma (2002. p. 330) que: “Se o VPL for maior que zero, aceita-se o projeto; se o VPL for menor que zero, rejeita-se o projeto. Se o VPL for maior que zero, a empresa obterá um retorno maior do que seu custo de capital” Segundo Gitmam o payback é uma ferramenta que mensura (2002), o período de tempo exato necessário para a empresa recuperar o investimento inicial de um projeto, a partir das entradas de caixa. Fazendo uma analogia ao plano de negócio desenvolvido, o retorno do investimento acontecerá em um período de quatro anos e seis meses, constatando que está dentro do prazo estimado de cinco anos. Ao analisar a viabilidade financeira do projeto, foi possível perceber que se trata de um investimento viável, porem com algumas fragilidades, tais como: variação de demanda e ponto de equilíbrio, que podem afetar a margem de lucro almejada impossibilitando a sua estabilidade no mercado. Estes fatores devem ser acompanhados minuciosamente para que se necessário, seja implantado um plano de ação para reverter esse possível cenário. CONCLUSÃO A partir das pesquisas realizadas para o desenvolvimento do artigo, foi possível verificar que o consumo de alimentos naturais obteve um crescimento em todo o país. O mercado estudado, que é a cidade de Suzano, tem uma grande tendência a este tipo de consumo. Deste modo, existe uma oportunidade de um empreendimento com as características que atendam este nicho de mercado. O embasamento teórico trouxe uma visão de negócio onde pode compreender o processo de criação de um novo empreendimento. 450 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Portanto, foi possívelobservar que todas as ferramentas disponibilizadas no processo acadêmico foram utilizadas para elaboração de um plano de negócios, abrangendo todas as áreas de estudo. REFERÊNCIAS ABIP (Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria). Disponível em: <www.abip.org.br>. Acesso em: 15.02.2014, 09:43. GAITHER, N.; FRAZIER, G.; Administração da produção e Operações. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 1999. GITMAN, L. J. Administração Financeira: Uma Abordagem Gerencial. São Paulo: Addison Wesley, 2002. GOMES, A. N. O novo consumidor de produtos naturais: Consumindo conceitos muito mais do que produtos. Disponível em: <http://www2.espm.br/sites/default/files/novoconsumidorprodutosnaturais.pdf>. Acesso em: 24.10.2013, 19:56. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). População de Suzano. Disponível em: < www.ibge.com.br>. Acesso em: 15.02.2014, 11:42. KOTLER, P. Administração de Marketing. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 1998. PORTER, M. E. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 31º reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989. RIBEIRO, F.; BRAGA, M. Mercado de produtos naturais deve crescer 40%. Disponível em:<http://www.naturaltech.com.br/modulos/include/modulo_popupRelease.as p?release_ID=1767&idioma=1>. Acesso em: 11.09.2013, 14:32. 451 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 PLANO DE NEGÓCIOS: LOJA VIRTUAL – LUXOSMALTE Allan De Paula Medeiros - [email protected] Bianca Breviglieri Bernardo - [email protected] - UNIESP Eliane Fabiano - [email protected] - UNIESP Thawane da Silva Benedito - [email protected] - UNIESP Antônio Eduardo Batista Fernando de Souza Cáceres Cristiane Gomes de Carvalho Fontana RESUMO Este artigo tem por finalidade relatar um estudo realizado sobre a venda de esmaltes por uma loja virtual, e-commerce, no Brasil, abordando as características e crescimento no setor de beleza do país, especificamente em esmaltes, sendo o Brasil o terceiro país em âmbito global que mais consome este produto, segundo pesquisas realizadas. Apresentando o grande crescimento de tendências e ganho na confiança dos brasileiros, para a realização de compras online, o que confirma o setor e-commerce hoje em dia ter se tornado um dos meios mais seguros, rápidos e confiáveis para a realização de compras. Palavras Chave: Plano de Negócios; E-Commerce; Comodidade; Esmaltes. 452 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 INTRODUÇÃO Mediante estudos realizados para elaboração deste Plano de Negócios foi identificado uma oportunidade no setor de beleza no mercado brasileiro. Aliado ao forte crescimento nas vendas on-line procuramos direcionar o presente estudo para elaborar o Plano de Negócios voltado para ambiente e-commerce na venda de esmalte, com o nome comercial de Luxo Smalte e seu slogan Suas mãos em um click de cores. Caracteriza-se um Plano de Negócios por ser um “documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócio que sustenta a empresa” Dornelas (2008, 84). O autor acrescenta ainda, que um negócio bem planejado e estruturado terá maiores chances de sucesso do que aquele sem planejamento. O objetivo deste projeto é torna-lo viável para uma possível abertura da empresa online planejada e adequada aos moldes empreendedores do ramo. Através de pesquisas realizadas pela WebShoppers, em seu relatório número 28°, divulgado no primeiro semestre de 2013 relata que o comércio eletrônico brasileiro faturou neste período cerca de R$ 12, 74 bilhões, 24% maior que o mesmo período de 2012. O valor do ticket médio das operações financeiras registradas foi de R$ 359,49. A categoria de Cosméticos e Perfumaria ficou em terceiro lugar com 12,2% das vendas pela web, perdendo para a categoria de Modas e Acessórias com 13,7% e Eletrodomésticos com 12,3% das vendas. Com perspectiva de faturamento para o ano de 2013 é de R$ 28 bilhões de reais. 25% a mais que 2012. Faturamento total de 2012 foi de R$ 22,5 bilhões. Até o final do ano completará 8,9 milhões de novos e-consumidores. Com relação ao perfil dos consumidores, o estudo aponta que a maioria das pessoas que consomem online são mulheres, por volta de 55% das pessoas; na faixa etária de 25 a 49 anos, cerca de 67%; com renda familiar até R$ 3 mil 59%, e 46% possui ensino fundamental e médio. Isso caracteriza a forte presença da classe C na internet. O que vem ao encontro do público alvo que o plano de negócios apresentado almeja atingir. Mulheres da faixa de 25 a 50 ano economicamente ativas. Estes consumidores estão mais concentrados na região Sudeste (65%), Nordeste (13%) e Sul (13%) do país. Para operacionalizar este Plano de Negócios foi estabelecido que a matriz de distribuição dos produtos e administrativa se localizaria no município de 453 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Suzano/SP. O que, de acordo com as informações acima, em muito contribui para a logística de distribuição dos produtos. O e-commerce é uma ferramenta de vendas a varejo online que possibilita comodidade para os clientes. Limeira, define a ferramenta do e-commerce como: “O comércio eletrônico ou e-commerce (...) engloba a realização de negócios por meio da internet, incluindo a venda não só de produtos e serviços físicos, entregues off-line, isto é, por meios tradicionais, mas de produtos como os softwares, que podem ser digitalizados e entregues on-line, por meio da internet.” (LIMEIRA, 2007, p. 50) O plano de negócios elaborado teve como propósito a aplicação do conceito assimilado durante o curso em uma possível abertura de empresa, mediante conteúdo bibliográfico pesquisado. Quais decisões e posicionamentos os administradores, podem trabalhar no mercado ao abrir uma empresa. METODOLOGIA Este plano de negócios foi elaborado através de estudos sobre o mercado de beleza, que parte da relação em vendas de esmaltes,na classificação das pesquisas realizadas, conforme (Gil, 2002, p.41), “...toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério, com relação as pesquisas...”, tomando como base, optou-se a aplicar as Pesquisas Descritivas, pois se trata no objetivo de estudar a descrição das características de determinada população, distribuição por idade e sexo, procedências e nível de escolaridade, sendo realizadas em institutos de pesquisa como a Nielsen e sites confiáveis como a Rede Globo. Juntamente da pesquisa descritiva, também foram realizadas as Exploratórias, que segundo (Gil, 2002, p.41) “...têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista de torna-lo mais explícito, com o principal aprimoramento de ideias...”, sendo utilizados as técnicas de coletas de dados em pesquisas realizadas com três empresas do segmento de cosméticos na região e do Alto Tietê e Grande São Paulo, para adquirir quantidade demandada e aproximada de venda de acordo a categoria dos produtos, com análise de exemplos que estimulam a compreensão. Para (Marconi e Lakatos, 2007, p.167), “...a coleta de dados é uma tarefa cansativa 454 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 e toma quase sempre, mais tempo que se espera e exige do pesquisador paciência...”. Para realizar o levantamento de acordo as pesquisas e apresentar análise quantitativa de pessoas que compram esmaltes em diversas tonalidades e lançamentos conforme tendências e obter-se conclusões para a estruturação deste plano de negócios, foi importante obter o entrosamento das tarefas administrativas com as científicas, pois precisa-se saber quais aspectos que são mais importantes e através desta seleção que poderá apontar tanto o excesso como a falta de informação. As informações foram adquiridas através de entrevistas e formulários com questionários, que geraram tabelas e trouxeram a apresentação em porcentagem de consumidores, regiões e faixa etárias, e para isso foi preciso o entrosamento das tarefas e assim evidenciar os resultados. Para acompanhar o projeto realizado, foram utilizados estudos bibliográficos de livros de autores específicos como Porter em Marketing, Chiavenato em Recursos Humanos e Laudon em Tecnologia da Informação, e também pesquisa em periódicos que apresentavam o crescimento e procura dos produtos e recursos mais indicados, para que pudessem assegurar as condições nos dados obtidos. DESENVOLVIMENTO Para atingir o objetivo esperado do plano de negócio, foram realizadas pesquisas no mercado virtual, o e-commerce, assim também como o segmento de cosméticos, com o foco na venda de esmaltes e também estudado o conceito das áreas. Para identificar a viabilidade do varejo on-line, e-commerce, no Plano de Negócios apresentado, foram realizados estudos, onde através de pesquisas foram identificados que, a WebShoppers em parceria com a eBit, em dados anteriormente relatados,mostra sobre o comportamento das pessoas que utilizam a web para realizar suas compras. O faturamento das empresas que operam em ambiente virtual, em comparação do ano de 2013 com o anterior teve um aumento 24% maior que o mesmo período de 2012. No Plano de Negócios exposto, para estabelecer a demanda para a venda de esmaltes, foirealizado pesquisas juntamente com a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), que o mercado de esmaltes movimentou cerca de R$ 575,64 milhões. O número de unidades vendidas alcançou 220,5 milhões de frasquinhos, no ano de 2012 no Brasil, onde será aplicado o presente 455 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 estudo.Pesquisa do Instituto Data Popular de junho/2013 revela que os gastos com a beleza cresceram 124% nos últimos 10 anos. No Plano de Negócios, para identificar o público alvo, foi realizado um estudo onde aponta que a maioria das pessoas que consomem online são mulheres, por volta de 55% das pessoas; na faixa etária de 25 a 49 anos, cerca de 67%; com renda familiar até R$ 3 mil, 59%, e 46% possui ensino fundamental e médio. Isso caracteriza a forte presença da classe C na internet.A partir desta informação que foi estipulado o público alvo do Plano de Negócios: mulheres da classe C, entre 25 e 50 anos de idade economicamente ativas. Com base nessas informações,o Plano de Negócio apurou como a melhor estratégia para aplicar na venda de esmaltes no varejo on-line, a estratégia de liderança em custo, que segundoPorter (1986, p.51), propicia a empresa uma vantagem no mercado em relação aos produtos diretos e produtos substitutos existentes no mercado. Porter afirma ainda, que a liderança em custo possibilita altas margens que podem ser reinvestidas no próprio negócio para o fim de sustentar tal estratégia. “Uma posição de baixo custo defende a empresa contra compradores poderosos porque os compradores só podem exercer seu poder para baixar preços ao nível do concorrente mais eficiente. Baixo custo proporciona uma defesa contra fornecedores poderosos trazendo maior flexibilidade para enfrentar os aumentos de custos dos insumos. ... Uma vez atingida, a posição de baixo custo proporciona margens altas que podem ser reinvestidas em novo equipamento e instalações mais modernas de modo a manter a liderança de custo.” (PORTER, 1986, p. 51) Após análise de e-commerce, os autores identificaram que é necessário investir em marketing. De acordo com Philip Kotler (KOTLER, 1998), existem dois tipos de objetivos que devem ser obedecidos: financeiro e de marketing; atingir objetivos e metas com esforços quantitativos e qualitativos. A partir desta informação o Plano de Negócios mensurou que é possível tais esforços quantitativos como: aumento crescente na participação de mercado, atingir um total de 50.000 produtos vendidos em três meses, aumentando o sortimento de produtos e serviços, lançando 3 novas categorias anualmente. Assim como os esforços qualitativos: melhorando a distribuição de logística, visando o crescimento estimado, reduzindo custos operacionais, treinamento constantes para colaboradores, entre outros. 456 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Verificou-se durante a análise de mercado que o segmento de venda de esmaltes no comercio e-commerce é um mercado vasto, com concorrentes no mesmo segmento de negócio, porém com preços de seus produtos elevados. O plano de negócio da empresa tem como estratégia a liderança no custo. Segundo Armstrong e Kotler (ARMSTRONG, KOTLER 2007) “o preço é o elemento mais importante na determinação da participação de mercado e lucratividade de uma empresa”, preço inicial baixo, com finalidade de penetrar rápido no mercado e atrair cliente. No plano, adotou-seo critério para seleção dos fornecedores, algo extremamente importante para o tipo de produto, visto que é um produto comum, com muitos concorrentes, porém, a qualidade, após o preço, é que impactará na compra do cliente. No Plano de Negócios, a seleção de fornecedores foi realizada com os produtos da marca RISQUÉ, que segundo Revista H&C – Household& Cosméticos, é a líder de mercado no Brasil, e também com os concorrentes diretos COLORAMA e IMPALA, os mais elevados no padrão de qualidade no ramo de esmaltes, segundo estudos apresentados no Plano de Negócios. O padrão adotado para seleção dos fornecedores é: Possuir inspeção de processo; Possuir inspeção final (produto acabado); A fábrica deve ser organizada e identificada; Deve possuir armazenagem, manuseio e entrega adequada ao produto e Os produtos não conformes devem ser identificados. É fato que a logística é um dos setores cruciais da empresa. Uma empresa com um ótimo produto, mas uma logística morosa e sem planejamento, podem comprometer severamente a imagem da empresa no negócio. A logística é encarregada do armazenamento dos materiais, em seus estoques e distribuição dos materiais de forma rápida com baixo custo. “Logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente” (BALLOU, 2007). O Plano de Negócios definiu sua atividade logística como terceirizada. Será trabalhado com os Correios para a entrega dos produtos, pois o Plano evidencia que a empresa Correios, é uma empresa confiável, fundamentada e já conhecida de todos os brasileiros, visto que, a proposta do Plano de Negócios é uma empresa que atuará a nível nacional. Dos cinco objetivos de 457 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 desempenho de produção que uma empresa deve ter, qualidade, confiabilidade, flexibilidade, rapidez e custo, os Correios como distribuidor logístico agregará qualidade e confiabilidade na logística dos produtos. No Plano de Negócios, a definição desse serviço deu-se pela agilidade, credibilidade e valores atrativos ao negocio da empresa, auxiliando a atingir os objetivos traçados, em atender aos clientes nos prazos combinados, além de permitir comodidade e segurança no recebimento da mercadoria. Segundo (Turban, 2013, p.158) “...com a explosão online, transferiu-se ao cliente de hoje um controle maior sobre quando e como ele deseja interagir com uma empresa, ou com uma marca por meio de um mix de meios e canais online...”. Para isso, competir com sucesso nesse ambiente online, foram realizados estudos do que é preciso para compreender e responder as mudanças de comportamento do consumidor ou as necessidades, pois os sistemas da Informação, em uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Sabendo-se que, o caminho inicial deste plano de negócio para a realização de vendas, é a partir do investimento em softwares e recursos que possam fazer os clientes obterem um amplo acesso e atendimento a dúvidas, para que não fique vago e complete a compra confortavelmente. De acordo com (Maximiniano, 1992, p.89), “...por meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa, pois ela é formada por máquinas, recursos financeiros e outros...”. Portanto, o Plano de Negócios aponta que o resultado da combinação de todos esses elementos orientados a um objetivo comum, é estar on-line, tudo isso, sem contar o fato de que estar na Internet é preciso ficar 24 horas no ar, sete dias por semana durante todo o ano, como uma espécie de antena de alcance, pronta para trocar informações, com um mercado crescente de mais de meio bilhão. Finalizando o processo que comprova a capacidade de sucesso do Plano de Negócios apresentado, foi empregada técnicas de Orçamento de Capital no qual foi possível identificar o sucesso financeiro e econômico do empreendimento. Através da TIR, VPL e PayBack o Plano de Negócios aponta o êxito em se investir na empresa apresentada neste artigo. O PayBack é uma ferramenta que em que se analisa o tempo de retorno do dinheiro investido; a TIR (taxa interna de retorno) e VPL (valor presente líquido) onde se mede o valor futuro da empresa descontada a taxa de retorno exigida igualando-a a zero. 458 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 CONCLUSÃO A partir da análise dos dados colhidos através de fontes bibliográficas,institutos pesquisas e entrevistas não estruturadas no ramo de vendas de esmaltes, conclui-se que o tema proposto para a Elaboração deste Plano de Negócios é moderno e atual para as empresas que buscam uma nova abordagem na venda de seus produtos, além de conseguir atingir uma parcela maior do seu público. Acreditamos que as pesquisas realizadas foram suficientes para fornecer bases sólidas para comprovar o projeto apresentado. Os dados colhidos e as técnicas de financeiras empregadas levaram a acreditarmos que este empreendimento é atrativo para investimentos e consequente aberta da empresa. REFERÊNCIAS EBIT A CERTIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES. Relatório WebShoppers 2014: A Evolução do E-commerce e mais. Disponível em: (www.ebit.com.br/webshoppers) Acesso em 12.set.2014. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo; Atlas, 2002. KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento, Implementação e Controle. Trad. Ailton Bomfim Brandão. 5° Ed. São Paulo. Atlas, 1998. MAXIMINIANO, A. C. A. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 1992. PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989. 30ª Impressão. ______. Estratégia Competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.9ª Reimpressão. REDEGLOBO.GLOBO. Brasil é o terceiro país do mundo em consumo de produtos de beleza. Disponível em: redeglobo.globo.com/globouniversidade/noticia/2013/11/brasil-e-o-terceiro-paisdo-mundo-em-consumo-de-produtos-de-beleza.html. Acesso em 15.fev.2014. 459 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 TURBAN, Efrain. Tecnologia da informação para gestão: Em busca do melhor desempenho estratégico e operacional. Tradução: Aline Evers; Porto Alegre, 8.ed. – editora Nookman, 2013 VIDIGAL, Tania Maria. E-Marketing. O marketing na internet com casos brasileiros, São Paulo; 2.ed – Saraiva, 2007 VASQUEZ, Carlos Eduardo. Análise de pontos de Função; medição, estimativa e gerenciamento de projetos de software, São Paulo; 13.ed – Editora Erica, 2013 460 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 RECONHECIMENTO DA LATERALIDADE EM MENINOS E MENINAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL I Juliana Almeida Marinho - [email protected] Esp.Claudio Borges Castro – [email protected] Ms. Marilene Ferreira Lima Oliveira - [email protected] FACULDADE UNIDA DE SUZANO UNISUZ - UNIESP RESUMO O objetivo desse trabalho é deanalisar e comparar o reconhecimento de direita e esquerda em alunos de 8 a 9 anos, ambos os sexos, durante as aulas de Educação Física.A pesquisa foi de campo, realizada com 23 crianças (13 meninas e 10 meninos). Os testes utilizados foram Direita e Esquerda reconhecimento sobre o outro e Reprodução de movimento – Reprodução humana da Escala desenvolvimento motor (EDM). Os resultados obtidos no primeiro teste reconhecimento de direita e esquerda sobre o outro, mostra que os meninos tem uma porcentagem desse reconhecimento do que as meninas, já o segundo teste reprodução de movimento – reprodução humana conclui se que tanto os meninos como as meninas tiveram um percentual favorável.Comparando esses resultados podemos concluir que o reconhecimento de direita e esquerda em crianças de 8 anos é mais evidente nos meninos, onde em crianças de 9 anos tanto os meninos como as meninas reproduziram os movimentos de representação humana, apesar dissonão foram todos que atingiram êxito exigido pelo teste que é de 6/8 acertos,Porém com o objetivo da pesquisa alcançado é preciso que se faça um maior aprofundamento sobre o tema abordado onde esta pesquisa ficará em aberto para mais estudos. Palavras chave: Educação Física, Psicomotricidade, Lateralidade. INTRODUÇÃO Durante alguns anos trabalhando no âmbito escolar e ao observar que muitas crianças tinham dificuldades para reconhecer o seu lado esquerdo e direito quando solicitado nas atividades recreativas, como também, durante o acompanhamento nas aulas de Educação Física, durante o estágio que foi desenvolvido em Escola Pública Estadual. Surgiu um questionamento pessoal e profissional de que a aprendizagem da 461 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 lateralidade direita e esquerda é desenvolvida o suficientemente para que a criança obtenha esse conhecimento e reconhecimento nas aulas de Educação Física. Pellegrini et al.(2003), diz que para que haja a identificação de qual lado é o esquerdo e qual é o direito, depende muito do cognitivo e do procedimento de aprendizagem da criança, onde este aprendizado é aprendido quando alguém lhe ensina e a partir dai a mesma é capaz de identificar o lado esquerdo e direito do seu corpo. A criança se depara com objetos e com uma outra pessoa em movimento essa identificação se torna muito mais difícil, quando a referencia não é o seu próprio corpo, onde ao longo da sua infância todos estes elementos de representações físicas vão se desenvolvendo onde são muito importantes para o processo de escolarização. Le boulch (1982), afirma que a consciência de direita e esquerda ajudará a criança a perceber os movimentos do corpo no espaço e no tempo. A relação direita e esquerda é possível adquirir quando a interiorização é trabalhada o suficientemente e quando a criança apresenta condições de sentir as suas próprias sensações. Entende-se que a Educação Física escolar tem um laço estreito com a psicomotricidade, que têm como base a necessidade das crianças em integrarse com si própria e com o ambiente em que se vive, onde por meio de ações e movimentos conscientes e de experiências vivenciadas e adquiridas em todas as etapas da vida. Para Mosconi (2013), a psicomotricidade é vista como uma atividade que proporciona para a criança o sentir, o pensar e a realização do ato motor sendo que a criança convive em um ambiente que a estimule e possibilite a ter e aumentar os seus conhecimentos de si mesma como também dos outros e do meio em que se esta inserida. Através da educação psicomotora que proporciona para a criança desenvolver todas as suas potencialidades através de ações pedagógicas. Observa-se que nas aulas de Educação Física, ou até mesmo no dia a dia das crianças é de tal importância o reconhecimento e identificação dos lados direito e esquerdo.Seja do seu próprio corpo ou até mesmo no espaço em que se encontramalgumas crianças têm dificuldades em fazer este reconhecimento. Jobim (2008), fala que as noções de esquerda, direita e outros conceitos são fundamentais para a orientação do ser humano, fazendo com que o mesmo tenha uma autonomia e seja independente. Onde a Educação Psicomotora é uma ação pedagógica para o trabalho desenvolvido nos primeiros anos escolares, havendo a necessidade se colocar o conhecimento 462 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 nesta faixa etária em que a criança se encontra, podendo também aplicar nas séries finais ou em adultos que muitas vezes são os que mais precisam, não tendo uma dominância do seu próprio corpo. Para que a criança possa ter vivências com base na psicomotricidadee adquirir a noção de lateralidade ter o conhecimentodo seu próprio corpo é de essencial importância que o profissional de Educação Física possa conhecer e desenvolver com seus educandos os fatores da psicomotricidade, onde a lateralidade e a noção espacial fazem parte desses fatores havendo uma ligação entre os mesmos. Segundo Barreto (2000), a psicomotricidade nas aulas de Educação Física auxilia na aprendizagem escolar das crianças, onde há uma contribuição na formação do individuo através das ações psicomotoras exercidas nos mesmos de maneira que pode auxilia no comportamento e nas transformações. É de grande importância inserir os conhecimentos da psicomotricidade nas aulas de Educação Física auxiliando na aprendizagem como um todo dos alunos. Os alunos quando se deparam com uma aula de educação física que estimula a sua curiosidade que se torna desafiadora para criança, a mesma terá vontade de participa, fazendo com que obtenha suas capacidades. Kerscner;Cauduro(2013),diz que o professor deve ter um maior conhecimento e levar em consideração a vida das crianças considerando também o biológico e a cultural importante para o seu desenvolvimento, sendo que o cuidado do professor com o aluno torna-se importante para o seu desenvolvimento, permitindo que a mesma desenvolva de forma prazerosa pelas atividades onde ao mesmo tempo esteja desenvolvendo suas capacidades. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de educação física(2001), citam que nas aulas de Educação Física para um melhor aprendizado das crianças, as aulas devem ser lúdicas, que propiciem prazer as crianças, sendo exploratória e social, possibilitando aos indivíduos exercícios corporais, como também desenvolvendo nas aulas alguns aspectos como a lateralidade, Sendo assim, a criança terá oportunidade de se descobre em suas possibilidades e limitações onde é de fundamental importância que o professor motive seus alunos, fazendo intervenções quando necessário. Este estudo tem como objetivo analisar e comparar o reconhecimento de direita e esquerda em alunos de 8 a 9 anos, ambos os sexos, durante as aulas de Educação Física. MÉTODO 463 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 PARTICIPANTES Para alcançar o objetivo da pesquisa, participaram 23 criançasde ambos os sexos (10 meninos e 13 meninas), com idade ente 8 a 9 anos. A pesquisa foi efetuada em uma escola Estadual de Mogi das Cruzes, no Distrito de Braz Cubas. Os testes foram realizados individualmente de acordo com a faixa etária de cada criança. MATERIAL Para o teste deDireita e Esquerda Reconhecimento sobre o outro, foi utilizado uma bola de Tênis Wilson Championshipcom peso de 56 gramas e 6,35 cm.Os testes foram realizados em local aberto. Para avaliar os alunos,foi utilizado os testes da Escala desenvolvimento Motor (EMD) do Rosa Neto(2002). PROCEDIMENTOS Foi realizado um contato com a direção da Escola, onde foi entregue aos pais dos alunos o Termo de Consentimento e Esclarecimento (TCLE) e após, em apenas um dia no período Vespertino, em um espaço aberto foi realizado os testes com alunos individualmente, dois exercícios práticos de reconhecimento direita e esquerda: O primeiro teste realizado com base na Direita/ esquerda – reconhecimento sobre o outro, onde o examinador se colocou de frente ao examinado e perguntou: “ agora você ira identificar minha mão...”, onde foi dado os comandos da mão direita, esquerda, e aquela que poderia conter uma bola. O segundo teste foi reprodução de movimentos – representação humana, frente a frente o examinador executou alguns movimentos e o examinado teria que prestar muita atenção nos movimentos das mãos. O examinador fez movimentos que consistirão em levar a mão esquerda ou direita ate o rosto indicando as partes como olho esquerdo, olho direito, orelhas esquerda, orelha direita, fazendo variações como tocar com a mão direita no olho esquerdo. A criança não deveria fazer os movimentos espelhados onde caso a criança não obtivesse o teste seria dado uma segunda explicação para que a mesma possa entender. PLANO DE ANALISE Após a coleta de dados, os mesmos foram tabulados e apresentados em forma de gráficos e tabela. 464 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 RESULTADOS E DISCUSSOES Tabela 1 - DIREITA / ESQUERDA – RECONHECIMENTO SOBRE O OUTRO TESTES MENINAS MENINOS Toque- me a mão Sim 62,5% Sim 100% Não 37,5% Não 0% Sim 50% Sim 87,5% Esquerda. Toque- me a mão Direita. Não 12,5% Não 50% Em qual mão a bola Sim 62,5% Sim 87,5% Não 37,5% Não 12,5% Esta? Em relação a questão Toque-me a mão esquerda 62,5% das meninas responderam corretamente, enquanto 37,5% apresentaram dificuldade respondendo errado. No entanto os meninos responderam corretamente com 100% de acerto. Na questão Toque-me a mão direita 50% das meninas responderam corretamente onde 50% não reconheceram a mão direita respondendo errado, já 87,5 % dos meninos responderam corretamente onde 12,5% não souberam identificar a mão direita. Na terceira questão 62,5% as meninas identificaram em qual mão estava a bola onde 37,5% não identificaram respondendo de forma errada, já 87,5% dos meninos responderam de forma correta em qual mão estava a bola, 12,5% erraram não identificando em qual mão estava a bola. 465 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Segundo Gonçalves (2008), afirma que por volta dos 7 a 8 anos a criança já começa a compreender o conceito de direita e esquerda em si mesma, em outras pessoas e nas suas relações como um todo, fazendo com que tenha uma discriminação e uma verbalização adequada para sua faixa etária. Quando o desenvolvimento da aprendizagem do conceito de direita e esquerda, percebe se que há dificuldade, seja na escola ou ate mesmo em casa, pois a criança tem problema em fazer esse reconhecimento não somente em seu próprio corpo como também em uma outra pessoa. Conforme Magalhães (2001), a criança quando não adquire uma boalateralização pode ter alguns problemas como apresentar dificuldade para aprender e a reconhecer os dois lados do seu corpo, como também em aprender os conceitos de esquerda e direita. Diante dos resultados obtidos fica evidente que os meninos receberam oportunidades para práticas e vivências corporais onde possibilitaram a aprendizagem desse conceito de direita e esquerda, demostrando um percentual de resultados superiores do reconhecimento sobre o outro. Gráfico 1 - Reprodução de Movimentos 80% 72% 71% 70% 57% 60% 43% 50% 40% 30% 28% 58% 42% 71% 57% 57% 43% 43% 29% 57% 43% 29% SIM NÃO 20% 10% 0% Mão Mão Mão Mão Mão Mão Mão Mão esquerda direita na direita no esquerda direita no esquerda direita na esquerda no olho orelha olho na orelha olho na orelha orelha no olho direito direita esquerdo esquerda direito direita esquerda esquerdo Os dados acima mostra a analise feita com meninos e meninas com faixa etária de 9 anos sobre a reprodução de movimentos – reprodução humana onde pode ser observado que tanto os meninos como as meninas tem 466 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 uma porcentagem favorável a essa reprodução ou seja identificaram nelas mesmas de forma positiva os dois lados do seu corpo direito e esquerdo. Lima et al (2012), afirma que aos 9 anos a criança já consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas, com o mesmo lado esquerdo ou direito do corpo no qual a pessoa realiza o movimento, isto é o lado da pessoa passa a ser pensado pela criança para que ela possa identificar em si mesma. A criança quando se encontra na faixa etária de 9 anos a mesma já tem a capacidade de fazer essa reprodução de movimentos desde que a mesma tenha tido estímulos anteriormente suficientes para que ao chegar nessa faixa etária possa desenvolver com êxito essa reprodução. Segundo Leandro (2013), por volta dos 8 ou até aos 9 anos de idade, é possível perceber uma adaptação do corpo da criança, tendo uma posição positiva de si própria. Onde nestafase, a mesma faz uma representação mental tendo um controle de si mesma. Gráfico 2 - Exito e Não exito reprodução de movimento 60% exito 40% não exito 20% 0% exito não exito Porém podemos observa o gráfico 2. que apenas 43% das crianças obtiveram êxito no teste realizado de reprodução de movimentos – representação humana. Com base no manual de avaliação motora (EDM). Segundo Rosa Neto (2002), diz que a criança só terá êxito se a mesma não tiver dificuldade em reproduzir os movimentos da representação humana, onde só é considerado que a criança realiza essa reprodução em si mesma se tiver êxito de 6/8 acertos. A criança não tendo uma boa aprendizagem do conceito direita e esquerda em si mesma nas suas faixas etárias anteriores ao se encontrar com 9 anos a mesma não consegui ou terá muita dificuldade em fazer essa reprodução movimentos em si mesma. 467 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Podemos perceber através dos dados coletados que as crianças de 8 a 9 anos que participaram dos testes tiveram dificuldade em identificar em si mesmas e em outra pessoa o lado direito e esquerdo. Sendo assim a lateralidade deveria ser trabalhada com mais ênfase no âmbito escalar já que nesta faixa etária a criança deveria ter adquirido esse conceito. Leandro (2013), diz que é a partir de experiências vivenciadaspela criança para que a mesma diferencie a esquerda e a direita, onde a lateralidade possa ser representada por atividades do cotidiano o indivíduo deve saber quando um objeto está à sua esquerda ou direita, precisando da mesma noção ao andar pelas ruas da cidade, ou para se orientar, e até mesmo para escrever. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este presente estudo teve como objetivo analisar e comparar o reconhecimento de direita e esquerda em alunos de 8 a 9 anos, ambos os sexos, durante as aulas de Educação Física. Conclui-se que tanto os meninos como as meninas tem uma reprodução de movimento favorável.Com o resultado do trabalho obtido, pode se dizer que muitos Professores de Educação Física desconhecem ou não dão uma importância para desenvolver atividades com base nos fatores da psicomotricidade, com ênfase no fator da lateralidade que em um simples alongamentos ou ate mesmo em um aquecimentopoderia ser desenvolvido esse conceito de direita e esquerda durante as aulas, fazendo com que haja um maior enriquecimento do conhecimento e reconhecimento da lateralidade em seus alunos. Onde os alunos levando consigo esse conceito que futuramente os mesmos precisaram conhecer a sua direita e esquerda para executar atividades do seu cotidiano, para se localizar ao andar pelas ruas ou até mesmo para dirigir. Porém com o objetivo da pesquisa alcançado é preciso que se faça um maior aprofundamento sobre o tema abordado onde esta pesquisa ficará em aberto para mais estudos. REFERÊNCIAS BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:Educação Física. Brasília: MEC/SEF. 2001. GONÇALVES, Fatima. Do andar ao escrever um caminho psicomotor. Edição MMIX Editora Cultura RBL LTDA. Cajamar – São Paulo. 2008 468 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 JOBIM, Ana Paula; ASSIS Ana EleonoraSebrãoPsicomotricidade: histórico e conceitos. Universidade Luterana do Brasil.2008 LE BOULCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento até 6 anos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1982. LIMA Milena da Silva; FONSECA Lívia Bastos da; AZEVEDO Daniel Silva de; RIBEIRO Roseane Silva Lopes. A contribuição da dança para o desenvolvimento psicomotor na Educação Infantil.EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 175, Diciembre de 2012. LEANDRO, Ana Lisa Gomes da Cruz. Contributo da reeducação psicomotora para ultrapassar as dificuldades de aprendizagem de um aluno com dislexia. (Mestrado especialidade de educação especial: Domínio cognitivo e motor). Escola Superior de Educação João de Deus. Lisboa, abril de 2013. KERSCNER Vanusa; CAUDUROMaria Teresa. O conhecimento sobre o corpo nas aulas da Educação FísicaEFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. MAGALHÃES, Alcídia. Lateralidade infantil. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. implicações no desenvolvimento MOSCONI,DaniellaPrado Coelho;CONCEIÇÃOWillianLazaretti. O lúdico e a Educação Física: reflexões para a educação infantil. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. PELLEGRINI, A. M; HIRAGA, C. X; ANDRADE, E. C.; CAVICCHIA, M. C. Preferência manual: assimetria no desenvolvimento motor. In: MICOTTI, M. C. (org.). Alfabetização: a produção do saber. 1ª ed. Rio Claro: Gráfica Cruzeiro/IB, 2003. ROSA Neto, Francisco. Manual de avaliação motora ‐edm. Ano 2002. Disponível em <http://www.motricidade.com.br/> acesso em mai.2014. 469 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 SEDENTARISMO EM ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR Alan Sandro da [email protected] Marco Aurélio Pinheiro [email protected] Marilene Ferreira de Lima Oliveira – [email protected] Resumo O presente estudo tem como objetivo principal analisar a influencia do fator social no sedentarismo e do sedentarismo no fator social. Utilizou–se como método a pesquisa de campo, tendo como base o questionário de qualidade de vida individual (NAHAS, BARROS, FRANCALACCI, 2000),a amostra foi composta por dez educandos de cada curso. No resultado comparou-se em especial os níveis de sedentarismo e a qualidade da nutrição dos cursos de Educação Física, Direito e Pedagogia de uma faculdade de Suzano, percebendo de maneira evidente as diferenças, ficando notório que os alunos do curso de educação física foram muito melhor, obtendo índice positivo, os alunos do curso de direito conseguiram índice regular e os alunos da pedagogia índice negativo,O sedentarismo é um mal que afeta de maneira relevante a totalidade da sociedade contemporânea, tendo em vista que mesmo quem não é sedentário é afetado pelo comportamento dos outros indivíduos de sua sociedade, de várias formas, especialmente em um mundo globalizado. Conclui-se que o sedentarismo é na maioria dos casos causada pelo fator social, embora em alguns casos a causa é a falta de repertório motor, causado pela falta de estímulo na idade apropriada, também constatou-se diferenças enormes entre indivíduos da mesma faixa etária e da mesma faculdade, apenas em cursos diferentes. Palavras-chave: Sedentarismo, Sociedade pós-industrial, Ensino Superior, Método questionário de qualidade de vida individual. Introdução O trabalho coloca as pessoas em um lugar social: afirma a sua condição de ser no mundo e as relações possíveis de serem estabelecidas com os outros sujeitos sociais. O trabalho que o sujeito escravo realiza não é vulgarizado, pelo contrário, é valorizado em altíssimo grau, sem o qual a vida de família e, por conseguinte, a vida no Estado, seria impossível. Ainda assim, o escravo estava restrito ao seu trabalho, e ao lugar social em que onde o trabalho o colocava, e tudo isso porque os instrumentos para a manutenção da terra não se movem sozinhos. Esse será um elemento muito importante na contemporaneidade. (FARIA, 2006) 470 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 “A injustiça nas práticas produtivas se caracteriza pelo processo de Alienação que se configura de diferentes formas em diferentes tempos históricos, mas sempre com a mesma condição, instalando os sujeitos sociais em dois lugares distintos: os Burgueses como donos e os Proletários como aqueles que devem vender a sua força trabalho para conquistar as condições de possibilidade para manter-se vivo.” (MARX, 1848, p. 03). O caráter simbólico desse processo de Alienação se configura desde o status ocupado pelo sujeito social, a saber, se assume o lugar de Burguês nas práticas produtivas têm direito sobre a vida e as decisões das outras pessoas, tem direito sobre o que é produzido, sobre a forma como se dará a distribuição da produção determinando o quando cada sujeito receberá pelo seu trabalho, e se ocupa o lugar de Proletário, deve sujeitar-se a obedecer aquele que organiza a produção e a distribui. (CHAUÍ, 2005) “O Estado é a melhor forma de conceder a cada pessoa o que lhe é devido. Há pessoas que nasceram para governar, dada capacidade de escolher o bem para todos e não apenas para si, e outras que nasceram para serem governadas dada sua incapacidade de deslocar-se do bem para si. Essa capacidade não era desenvolvida, mas existia como condição fundamental do ser humano, como seu estado de natureza”. (ARISTÓTELES, 1999, p. 149). Trabalhar é realizar-se e expressar a forma como um grupo percebe o mundo e o organiza. Depois da Revolução Industrial o Trabalho assume características diferentes, e passa a tornar-se uma forma de alienar as pessoas da possibilidade de decidir, e trocam a decisão por salário. Marxistas contemporâneos acreditam que o problema não é o salário, porque as pessoas não consomem em função de acumular dinheiro, mas o salário existe em função de consumir produtos que oferecem as pessoas que o consomem uma condição existencial. (ARANHA e MARTINS, 2003) Para De Masi (2000), o individuo tem hábitos fixos, deixando de perceber a si mesmo para perceber o ofício que escolheu, não aplica sua inteligência em outra coisa a não ser em resolver problemas de seu trabalho, este individuo mesmo tendo muitas possibilidades não consegue perceber por causa da sua inércia gerada pela padronização do comportamento. Este tipo de comportamento é facilmente notado em nosso cotidiano, por exemplo uma pessoa que da aula em dois períodos, ela tem certeza que não tem tempo para fazer mais nada, especialmente tempo para praticar atividade física, masPara Ghorayeb e Barros (2004) O estilo de vida Sedentário é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças do coração, assim como 471 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 distúrbios no metabolismo lipídico, principalmente alterações no colesterol. Para De Masi (2000), todo homem tem potencial para genialidade, mas o homem “criativo” é raro e a genialidade dificilmente é encontrada, pois são sufocadas desde a infância por esquemas e modelos de comportamento queresponde a lógica socialmente aceita. A falta de incentivo e reconhecimento à inovação e a criatividade impedem o seu desenvolvimento. Todo individuo poderia então ter autonomia para entender e fazer o que é melhor para ele, mas não faz, pois a capacidade de compreensão do que é melhor fui suprimida ou diminuída a ponto do individuo fazer apenas o que se acostumou a fazer. A padronização do comportamento do individuo ao seu contexto sociocultural começa desde cedo, por isso a importância de desenvolver hábitos saudáveis desde cedo. Para Weineck (2005), a escola, como órgão de formação geral tem a possibilidade de interferir positivamente no comportamento do individuo, por meio de informações adequadas: mostrando claramente aos educandos, a relação entre atividade física e capacidade funcional do organismo e o bem estar (saúde). O individuo vai fazer o que normalmente a maioria das pessoas fazem, sem refletir no que é melhor para ele . Segundo Weineck (2005), na primeira infância a criança deve ser dirigida a acentuar o prazer ao se movimentar e desenvolver o gosto pelo aprendizado, para que tenha uma ampla base de habilidades sobre um grande número de exercícios elementares, a criança deve ter varias oportunidades de aprendizagem. , para ele a inatividade física é potencializada por alguns fatores entre eles estão fatores psíquicos e inibitórios (por exemplo, medo), dependência, superproteção, baixa motivação, isolamento social, insegurança, obesidade com crescente aversão a atividade física, nível obrigatório de atividade física reduzida (exemplo ter que ficar sentado na escola) possibilidades inadequadas ou insuficientes de movimento, atividades passiva de laser (por exemplo televisão). Falando do contexto social para Menezes (2012), compreender o contexto socioeconômico representa um dos mais importantes aspectos, que podem favorecer estilos de vida cada vez mais ativos e redução de peso das pessoas, pois as politicas para o desenvolvimento da saúde poderiam ser mais especificas. Para Carvalho (1999), são muitos estudos que comprovam a associação entre um estilo de vida ativo e menos possibilidade de morte e ganho na qualidade de vida. 472 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 METODOLOGIA O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de campo, que segundo Marconi e Lakatos (2010), essa “pesquisa de campo” é aquela que se usa com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos a cerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Foram definidos as amostras, os instrumentos, procedimentos e plano de análise de dados a serem aplicados na pesquisa, como seguem: Amostra: Foi composta por universitários do quarto semestre da Faculdade Unida de Suzano das turmas da manhã dos cursos de pedagogia, direito e educação física. Os alunos foram escolhidos de maneira aleatória, num total de dez alunos para cada um destes cursos. Instrumentos: Foi utilizado o questionário de qualidade de vida adaptado, conhecido como Pentáculo do Bem Estar: Base conceitual para avaliação de estilo de vida de indivíduos ou grupos, (NAHAS, BARROS, FRANCALACCI, 2000). Procedimento: Foi entregue o Termo de consciente livre (Anexo A) e esclarecido para cada um dos alunos, que em seguida preencheram o questionário (Anexo B). Plano de análise de dados: Após coleta de dados os mesmos foram colocados em forma de gráficos e analisados. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS os resultados foram divididos em temas, e em cada um destes analisaram-se as diferenças e semelhanças dos resultados entre os cursos de educação física, direito e pedagogia de uma faculdade de Suzano como pode ser observado nas figuras de 1 e 2 Para este estudo foi utilizada uma adaptação do perfil do estilo de vida individual (Nahas,Barros,Fracalacci, 2000) conhecido também como pentáculo do bem estar. As respostas foram pontuadas de zero a três, onde pode-se somar nove pontos em cada item. Sendo que (0) corresponde a nunca, tal pratica absolutamente não faz parte do seu estilo de vida, (1)raramente, (2)quase sempre e (3)sempre. Utilizou-se o seguinte padrão: 1) Índice negativo: Menos de um 2) Índice regular: Entre um e um vírgula noventa e nove 3) Índice positivo: Entre dois e três 473 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Figura 1: Gráficos da nutrição dos alunos do curso de educação física, direito e pedagogia. Os resultados obtidos para os alunos do curso de educação física para a questão A do questionário, ou seja, se estes incluem em sua alimentação cinco porções de frutas e verduras, foi de 30% para raramente, 30% quase sempre e 40% sempre, como pode ser observado no gráfico da Figura 1. Já os alunos do curso de direito apresentaram um porcentagem de 40% para raramente, 50% quase sempre e 10% sempre para a questão A. E para os alunos do curso de pedagogia a resposta desta questão foi de 70% raramente, 20% quase sempre e 10% sempre. Ainda sobre ingestão de frutas e verduras, observou-se que os alunos do curso de educação física apresentaram uma média de 2,1. Tal índice foi considerado positivo, sendo este o melhor entre os cursos estudados. Os alunos do curso de direito e pedagogia obtiveram um índice de 1,7 e 1,4, respectivamente, sendo que ambos foram considerados como regulares. O curso de pedagogia apresentou o índice mais baixo quando comparado com os demais cursos, além de estar bem próximo de 1,0, que seria um índice negativo .Com relação à ingestão de alimentos gordurosos e doces (Figura 1), questão B, os resultados obtidos para os alunos do curso de educação física foram de 40% para raramente, 20% quase sempre e 40% sempre. 20 % dos alunos do curso de direito responderam raramente para a questão B, 40% quase sempre e 40% sempre. Já os resultados obtidos para alunos os alunos do curso de pedagogia foram: 10% nunca, 30% raramente, 40% quase sempre e 20% sempre. Com base nas respostas obtidas com relação à ingestão de alimentos gordurosos e doces, verificou-se que a melhor média foi dos alunos do curso de direito, com um índice de 2,2 que é considerado positivo. Assim como os alunos de direito, a média dos alunos do curso de educação física também foi considerada positiva para a questão B, com um índice igual a 2,0. Já os alunos de pedagogia apresentam um índice regular, com uma média de 1,7. 474 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 As respostas dos alunos do curso de educação física para a questão C foram que 10% raramente fazem quatro ou cinco refeições por dia, 20% quase sempre e 70% sempre (Figura 1). Já os alunos do curso de direito apresentaram 70% das respostas para quase sempre e 30% sempre para a questão C, e os alunos do curso de pedagogia 40% para raramente, 40% quase sempre e 20% sempre.Com base nas respostas da questão C para os três cursos, observou-se que a melhor média, de 2,6, foi do curso de educação física, sendo este índice considerado como positivo. Assim como os alunos de educação física, os alunos do curso de direito também obtiveram índice positivo, com um valor de 2,3 e os alunos do curso de pedagogia apresentaram uma média de 1,8, índice considerado regular. A Figura 1 mostrou os resultados obtidos com relação à nutrição dos alunos dos cursos de educação física, direito e pedagogia. Neste primeiro tema foram expostas três questões, com base nas respostas e análises destas, verificou-se que, no geral, os cursos de direito e, principalmente, de educação física apresentaram índices positivos, comportamento não observado para os alunos do curso de pedagogia que apresentaram índices regulares para todas as questões relacionadas à nutrição dos alunos. Para Barbanti (1990), os alimentos devem ser consumidos em quantidades suficientes para satisfazer as necessidades metabólicas do corpo, fornecendo material suplementar (como vitaminas e minerais) para o crescimento, reparos e para atividade física. Figura 2 - Gráfico da atividade física, dos alunos dos cursos de educação física, direito e pedagogia. Observando o gráfico da Figura 2 o componente atividade física é dividido em três questões.A primeira questão é você realiza ao menos 30 minutos de atividade física, de maneira continua ou acumulada, 5 ou mais dias da semana.A esta pergunta os alunos do curso de educação física responderam 20% raramente, 10% quase sempre e 70% sempre, obtendo índice de 2,7 considerado positivo. Os alunos do curso de direito a mesma questão responderam10% 475 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 nunca, 50% raramente, 10% quase sempre e 30% sempre, obtendo índice de 1,6 coconsiderado regular. Os alunos do curso de pedagogia responderam 60% nunca, 20% raramente e 20% quase sempre, obtendo índice de 0,6 considerado negativo. No primeiro item deste componente percebemos que os alunos do curso de educação física foram muito bem, conseguindo, segundo questionário de Nahas índice positivo, os alunos do curso de direito conseguiram índice regular e os alunos de pedagogia índice negativo, o que é muito preocupante dado a importância da pratica de atividade física. No segundo item deste componente se ao menos duas vezes por semana realiza exercícios que envolvam força e alongamento muscular, a resposta dos alunos de educação física 10% respondeu raramente, 30% quase sempre e 60% sempre, obtendo índice de 2,5, considerado positivo. Os alunos do curso de direito a esta pergunta responderam 40% nunca, 10% quase sempre e 50% sempre, obtendo índice de 1,7 considerado regular. Os alunos de pedagogia responderam 80% nunca 10% raramente e 10% quase sempre, obtendo índice de 0,3 índice considerado por Nahas negativo. No segundo item deste componente fica ainda mais clara a diferença entre os cursos percebendo claramente neste item do gráfico a diferença no estilo de vida entre as turmas. O terceiro item deste componente é se no dia a dia caminha ou pedala como meio de transporte e, se dá preferencia a escada em vez do elevador.A esta pergunta os alunos do curso de educação física responderam 10% nunca, 20% raramente, 20% quase sempre e 50% sempre, obtendo índice de 2,1 considerado positivo. Os alunos do curso de direito a esta questão responderam 20% nunca, 30% raramente, 30% quase sempre e 20% sempre, obtendo índice de 1,5 indice considerado por Nahas regular. Os alunos do curso de pedagogia responderam 20% nunca, 20% raramente 30% quase sempre e 30% sempre, obtendo neste item índice 1,7 considerado regular. No terceiro item deste componente foi o único que os alunos do curso de pedagogia não obtiveram índice negativo, embora sem poder mensurar o tempo de atividade com tais praticas saudáveis não tem como não considerar uma grande parcela da turma como sedentário. Para Barbanti (1990) A atividade física aumenta o rendimento físico da pessoa. Este aumento melhora a eficiência funcional de todas as células do corpo. Tal eficiência é chamada aptidão física. Para ele investir em aptidão física é ganhar com juros e correções saúde. 476 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Para Araújo (2000) É comprovado os benefícios da atividade física e as pessoas são aconselhadas a sua pratica, mesmo assim a falta de pratica ou de conhecimento especifico limita esta pratica. Para ela o ato de exercitar-se precisa estar incorporado não somente ao cotidiano das pessoas, mas também a, cultura popular, aos tratamentos médico, ao planejamento familiar e a educação infantil. Referências ARISTOTELES.Politica.(Trad.DEUTSCH, Therezinha M. ABRÃO, Baby). São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1999. (Coleção Pensadores) ARAUJO, Denise Sardinha Mendes Soares. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, vol. 6 no. 5, Niterói, oct. 2000. BARBANTI, Valdir José. Aptidão física: um convite a saúde. São Paulo:Manole,1990. Carvalho; Teles. Revista Brasileira de medicina do esporte volume 5 número 3 Niterói may/june 1999 CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2005. DE MASI, Domenico. A Sociedade Pós-industrial. São Paulo: Editora Senal, 2000. ENGELS, Friedrich, MARX, Karl. O Manifesto do Partido Comunista. Disponível em <file:///C|/site/livros_gratis/manifesto_comunista.htm> Acesso em 12 de maio de 2014. FARIA, Maria do Carmo B. 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WEINECK, JurgenBiologia do esporte 7ª edição revista e ampliada,Barueri,SP:Manole,2005. 478 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 A ANÁLISE SEMIÓTICA NA LETRA DE MÚSICA DE CHICO BUARQUE DE HOLLANDA, COM AÇÚCAR, COM AFETO, COM A INFLUÊNCIA SOCIOCULTURAL. Andréa Castro Silva- [email protected] - Faculdade Unida de Suzano UNISUZ/UNIESP. Resumo Este trabalho tem como base a análise Semiótica voltado à canção de Chico Buarque de Hollanda, utilizando a semiótica francesa como arcabouço teórico para desvendar os mecanismos e procedimentos que constroem os efeitos de sentido no texto. Interessa-nos particularmente a apreensão de figurativização, Temporalização, Espacialização e Tematização que nele se tecem. O texto é analisado não só do ponto de vista de sua estruturação interna, mas também de suas relações com o contexto. Com objetivo de analisar a canção como objeto Semiótico, apresentando, na canção as formas discursivas dos sentidos e dos valores ideológicos considerando o texto como um todo de significação, e evidenciando a visão de mundo da sociedade brasileira em relação à canção. A metodologia utilizada foi dedutiva e o procedimento, o de compilação. As leituras feitas subsidiaram as análises e permitiram a relação de alguns valores que subjaz a canção. Palavras chave: Semiótica; Estrutura Superficial; Estrutura Narrativa; Estrutura Profunda; Canção MPB; Chico Buarque; Introdução O tema deste trabalho apresenta como base a análise Semiótica direcionado a música de Chico Buarque de Hollanda. A Semiótica como a ciência da Significação está inserida dentro da área de linguística, sendo esta uma área de extremo valor por tratar de assuntos concernentes a todo e qualquer tipo de linguagem. A pesquisa irá possibilitar uma melhor reflexão acerca da linguagem e também a compreensão das produções discursivas presente na letra de música. Na elaboração do primeiro capítulo foram utilizados autores que explicitaram todas as concepções sobre os estudos linguísticos, passando pelo campo da ideologia, linguagem, análise do discurso, discurso literário e semiótica. 479 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Já no segundo capítulo houve a elaboração da análise utilizando os teóricos apresentados numa junção em relação à Semiótica e a letra de música selecionada, mostrando a produção discursiva existente. Trazendo a compreensão da letra, apresentando riquezas discursivas implícitas e explicitas, e os percursos de ação, manipulação, sansão, suas personagens, as espacialização, temporalização, tematização e na estrutura mais profunda com suas tendências contrarias definindo a tensão dialética, mostrando assim os sistemas de valores na semântica profunda.Seguem as Considerações Finais e Referências. O objetivo é analisar por meio do percurso gerativo de sentido a letra Com açúcar, Com afeto de Chico Buarque de Hollanda, relacionando as estruturas narrativas, discursivas e profundas, mostrando como cada discurso é apresentado e a verdadeira mensagem deixada por ela. Metodologia A metodologia utilizada no presente artigo é a dedutiva tendo em vista a racionalização de ideias em sentido interpretativo partindo de dados gerais para particulares, com isso podemos apontar que a aplicação da Semiótica na música de Chico Buarque acarretará o leitor a localização dos valores ideológicos e a produção discursiva existente. Noções sobre a Linguagem e Ideologia Inicia-se esta pesquisa trazendo as considerações de linguagem e ideologia, definindo a necessidade do ser humano em viver em sociedade utilizando a fala. Segundo Fiorin (1998), a fala é a exteriorização psicofísico-fisiológica do discurso, sendo o ato concreto, e individual de manifestação da linguagem. Para viver em sociedade o homem utiliza um sistema para se comunicar, unido com seus conhecimentos de mundo, por meio deste sistema interage com seus semelhantes, compartilhando da mesma cultura, formada pela ideologia. Constituída pela realidade e constituinte da realidade. Não é um conjunto de ideias que surge do nada ou da mente privilegiada de alguns pensadores. Por isso, diz-se que ela é determinada, em última instância, pelo nível econômico. (FIORIN, 1998, p. 29). Segundo Fiorin (1998),a semântica discursiva é o campo da determinação ideológica propriamente dita. Noções básicas de Análise do Discurso 480 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Ao dissertar sobre linguagem e ideologia, vem à necessidade de entrar no campo dos textos, o discurso. Nos textos são demonstradas as formas discursivas dos sentidos e dos valores ideológicos. Para isso será necessário o aprofundamentona análise do discurso, que é uma teoria Linguística, que visa a estudar as produções textuais, buscando em cada uma delas o objeto de sentido. Para Orlandi (2002), a palavra discurso, etimologicamente, tem a ideia de curso, de percurso, é a palavra em movimento, isto é, observar o ser humano falando, compreendendo a língua fazendo sentido através da história, na vida social. Por meio da análise do discurso a linguagem torna-se mediação entre o homem a realidade natural e social, considerando a produção de sentidos enquanto parte de suas vidas. Colocando assim, a análise do discurso entre a Linguística e as Ciências Sociais. Orlandi diz que para compreender o funcionamento do discurso, isto é, para explicitarmos as suas regularidades, é preciso fazer intervir a relação com a exterioridade, ou seja, compreendermos a sua historicidade, pois o repetível a nível do discurso é histórico e não formal (ORLANDI, 2004, p. 29). Em suma, Orlandi (2004) mostra que a análise do discurso tem função da linguagem com a exterioridade conhecendo os sentidos trabalhados nos textos em sua discursividade, do qual transforma a noção de linguagem em sua forma material, deslocando a própria noção de social, histórico e ideológico. Noções básicas do Discurso Literário Após ser definida a análise do discurso, será estudado o discurso literário para mais entendimento das formas discursivas dos sentidos e dos valores ideológicos considerando o texto como um todo de significação. Bertrand (2003) considera o texto propriamente dito como um todo de significações que produz condições contextuais de sua leitura, e que o texto ditoliterário, diferente dos outros textos, incorpora seu contexto e contém em si mesmo o seu código semântico atualizado por seu leitor, indiferente das intenções do seu autor, trazendo condições de ser legitimado. Bertrand (2003) afirma que o escritor ao redigir consegue tornar-se estrangeiro em sua própria língua, deixando possibilidades inéditas não percebidas antes, forçando a se tornar outra. Mostrando que o texto literário exerce na naturezauma função crítica sobre a língua em relação a si mesma em cada obra. Noções básicas da Semiótica 481 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Nesta fase, o aprofundamento será feito por meio dos estudos da Semiótica científica, como uma das ciências humanas e sociais, no processo de significação, mostrando as dimensões do discurso num contexto literário, trabalhando a estrutura Narrativa, a estrutura Discursiva e a estrutura Profunda, seguindo a linha francesa de Algirdas Julien Greimas. Bertrand (2003) apresenta a Semiótica como modelo de análise da significação, além da palavra, além da frase, na dimensão do discurso, tendo suas raízes na teoria da linguagem, e suas estruturas e concepções da língua como instituição social. Prados (2009) ratifica que a Semiótica é a ciência da significação, pois a transmissão, conservação, transformação e aprendizagem da cultura ocorrem por meio das práticas sociais, com o estudo de uma comunidade. Os sistemas e discursos são historicamente determinados e geograficamente delimitados, pois a “visão de mundo” de uma comunidade sociocultural e linguística, bem como sua ideologia e sistema de valores, acha-se sempre em processo de (re)formulação e um constante processo de “vir a ser” que paradoxalmente transmite a seus membros o sentido de estabilidade e continuidade, ou melhor, os processos culturais são apreendidos no convívio social, uma vez que, as semióticas-objeto (linguagem verbal, música, gestualidade, literatura, artes, etc) são particulares em cada sociedade (PRADOS, 2009, p. 15). A semiótica, de que se trata neste estudo, segundo Prados (2009), tem suas raízes na teoria da linguagem, em que se concebe a língua como instituição social, considerando o sentido gerado no desempenho da fala. Analisando a música em diferentes etapas na realização discursiva, desde a superficialidade de um discurso até as estruturas fundamentais e mais profundas. Para isso será utilizado a Figuratividade, as Estruturas Narrativa, Discursiva e a Profunda. Para Fiorin (2006) a estrutura discursivaé responsável por revestir as formas abstratas da estrutura narrativa por termos que as concretizem, nomeando os atos, os seres, o espaço, o tempo e a figurativizações dos seres, mostrando qual éou quais são as pessoas do discurso, enquanto a narrativa realiza a análise de um determinado sujeito em busca de um objeto de valor. Já a estrutura profunda do discurso constitui a primeira etapa do percurso gerativo do sentido, da qual é gerada a significação, e mostrará o que pode ocorrer num nível mais profundo, sendo possível ser representado topologicamente pelo quadro semiótico (GREIMAS apud PRADOS, 2008, p. 80). Neste contexto é possível descrever os sistemas de valores na semântica profunda utilizando modalidades aléticas, ser/parecer (do 482 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 verdadeiro/falso), no modelo dinâmico da lógica dialética (PAIS apud PRADOS, 2008, p. 82). A análise Semiótica da canção de Chico Buarque de Hollanda, Com açúcar, Comafeto. Para realizar esta análise serão utilizados os três níveis do percurso gerativo de sentido, a estrutura narrativa, a discursiva e a profunda. A música selecionada, Com açúcar, com afeto, uma composição de aspecto social, do qual se utilizará da Semiótica para mostrar seus valores discursivos e ideológicos. Com a análise do nível narrativo podemos identificar neste texto complexo três etapas narrativas: o sujeito (eu), a ação praticada pelo sujeito (você) e o sujeito (você) recobrando o contato com o sujeito (eu), isto é, o sujeito (eu) manipulando o outro sujeito (você) para que não saísse de casa, em um fazer ou não fazer. Em seguida, do verso “qual o quê” até “pra você rememorar”, temos a ação realmente praticada pelo sujeito (você), que rejeita a manipulação do primeiro, e que desenvolve o percurso em sentido oposto ao que o narrador desejava, e que passa a fazer o que o outro não deveria fazer. E por fim, quando o sujeito (você) volta à noite para casa recobrando o contato com o sujeito (eu) e se submetendo ao processo de julgamento/sanção que irá decidir sua sorte, a estrutura narrativa determinará o sujeito em busca de um objeto de valor. Já na análise da estrutura discursiva serão mostradas as formas abstratas do nível narrativo passando para formas concretas, nomeando de forma mais precisa as personagens, o tempo, o espaço e a figurativização em que ocorre a narrativa. Destinatário Marido confiança Destinador Adjuvante Busca da Suprimir a liberdade Sujeito Oponente Objeto de valor Marido Ócio/lazer mantê-lo em casa 483 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Figura 1: ação e manipulação do sujeito Neste início de análise observa-se a manipulação do sujeito (eu/mulher), tentando persuadir o sujeito (você/ marido), despertando sua confiança em fazer crer que ficar em casa é bom (seu objeto de valor), assim suprimindo sua liberdade (adjuvante), num processo de manipulação, tendo como oponente o lazer e o ócio, do qual seu marido quer viver. No trecho Com açúcar, com afeto, “fiz seu doce predileto Pra você parar em casa”, fica clara a intenção de manipulação, despertando o querer do destinatárionas vantagens de se parar em casa, em que o destinador ira fazer o seu doce predileto. Da ação mostrada nesta letra verifica-se que as ações desenvolvidas pelo destinatário não correspondem ao do destinador, que em vez de ficar em casa, ele se entrega aos prazeres da rua. No trecho “Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança Pra chorar o meu perdão” o destinatário está cansado de perambular pelas ruas e regressa ao lar, que assume a função de julgamento/sançãopelo destinador. Finalmente, Com açúcar, com afeto apresentam as três fases típicas de uma narrativa completa: a manipulação, ação e sanção. Nas estruturas Discursivas podem-se ver as Personagens: eu (mulher), você (marido), a Temporalização: tempo da enunciação: presente,oTempo do enunciado: música composta em 1966, a Espacialização: casa, bar, oficina, rua, esquina, praia, a Figurativização: doce, açúcar, afeto, terno que mostra o sujeito (você) ao sair para o trabalho, maltrapilho ao regressar a sua casa, amigo, futebol, samba, copo e a Tematização: manifestações de paciência do ator (eu), a vadiagem incorrigível do ator (você). Já a estrutura Profunda mostrará a tentativada mulher, de fazer o sujeito/marido, integrar-se aos hábitos domésticos, a transgressão, e a sequência de ações efetivamente realizadas pelo sujeito. Integração transgressão (Ser) (parecer) 484 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 (não parecer) Não transgressão (não ser) Não integração Figura 2: sentimentos e ideias Como a passagem de um polo ao outro da categoria, integração e transgressão, jamais se dá diretamente, pois um termo para ser negado, precisa que o outro seja afirmado, o sujeito/marido não acolhe a manipulação, tendo a consequência não integração. E para ser reintegrado, o sujeito/marido, se submete ao fazer interpretativo do destinador/mulher, reunindo esforços para anular o peso da transgressão, não transgressão, até conseguir o perdão, “Quando a noite enfim lhe cansa/você vem feito criança”, por fim, a reintegração, “Dou um beijo em seu retrato/E abro os meus braços pra você”, portanto, estão atribuindo-lhe, no quadrado semiótico, valores tensivos. Enfim, pode-se dizer que essa canção provém de uma aguda observação da realidade, de uma crítica sobre a realidade social e que as representações de gênero aqui verificadas ultrapassam o que poderia ser mera reprodução de estereótipos banalizados ou naturalizados pelo senso comum. Ao contrário disso, é a visão de alguém que está atento à realidade social, às relações de poder presentes na sociedade e também atento às particularidades e subjetividades de cada um. Considerações finais Essa pesquisa teve como alvo a análise Semiótica da letra de música de Chico Buarque de Hollanda, Com açúcar, Com afeto. Com o objetivo de mostrar na estrutura da canção uma linguagem verbal interligada a um contexto sociocultural, as formas discursivas dos sentidos e dos valores ideológicos subentendido em seu texto. As informações colhidas acerca da linguística foram de grande valor para a compreensão de seu uso e funcionamento. Por meio desta análise foi possível entender que cada discurso inserido na sociedade apresenta um duplo sentido, o sentido oculto e o explicito, e que a Linguística nos dá a possibilidade de afirmar que esses fatores são usados pelos compositores para compor. Esta linguagem extraordinária, que pode ser utilizada na escrita sem dizer o seu real significado, deixando implícito no texto. A semiótica tem esse papel de analisar o discurso de forma mais próxima, destrinchando o texto, e tentando entender o que o mesmo quer passar. Estão claras as relações com a sociedade e a história na construção 485 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 dos sentidos dos textos que revelam, de alguma forma, as determinações sociais inconscientes por meio das relações intertextuais e interdiscursivas que os textos mantem com o que dialogam. Portanto é cabível afirmar que o sentido presente na canção foi desvendado com a realização da análise Semiótica. Referências BERTRAND, Denis. Caminhos da Semiótica literária. Bauru, SP: ESDUSC, 2003. FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. São Paulo, 6ª ed. Ed. Ática, 1998. FIORIN, José Luiz. Introdução à linguística- I Objetivo Teórico. São Paulo, 6ª ed. Ed. Contexto, 2012. FIORIN, José Luiz. Elementos de análise do discurso. São Paulo, 14º ed. Ed. Contexto, 2006. MELO, Eliana Meneses de, PRADOS, Rosália Maria Netto. GARCIA, Wilton. Linguagens. Tecnologias, culturas: discursos contemporâneos. São Paulo, 1ª ed. Editora Factash, 2008. ORLANDI, Eni P. Análise do Discurso: princípios & procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 4ª edição, 2002. PRADOS, Rosália Maria Netto (org.). Semiótica, Discursos e Cultura. São Paulo: Factash Editora, 2009. 486 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 TEORIA DE MASLOW Juan Junior Marques da Silva – [email protected] Elias Costa Santos - [email protected] Willian Francisco Correa - [email protected] Rogata Aparecida Atanes Neto e Douglas de Matteu. RESUMO Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um estimulo seja implementado, seja decorrente de coisa externa ou interna. Esta teoria nos dá ideia de um ciclo, o Ciclo Motivacional. Justifica-se que é necessário, como profissional de marketing, conhecer e compreender os comportamentos e necessidades do consumidor, de forma a usar tal conhecimento como estratégia no mercado, que está cada vez mais exigente e competitivo.Os fatores psicológicos estão sendo deixados de lado pelas empresas, sem investimento no estudo deste âmbito, sendo um dos fatores que influenciam na decisão da compra, sem depender do produto ou preço. Buscar entender o consumidor analisando suas necessidades, desejos, comportamentos e critérios que impulsionam a compra, para assim poder obter vantagens competitivas sobre os concorrentes. A Teoria de Maslow, aponta as necessidades do ser humano em grau de hierarquia como: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de auto-estima e necessidades de autorealização. A metodologia busca por meio de entrevistas verificar se existe a compreensão dos profissionais em relação à Teoria de Maslow, influenciando o dia-a-dia dos profissionais de Marketing. A pesquisa segue como metodologia: a pesquisa de compilação e a pesquisa de campo. PALAVRAS-CHAVE: Teorias de Maslow; Necessidades Humanas; Pirâmide de Maslow. INTRODUÇÃO A busca por explicações para a conduta humana sempre despertou interesse dos estudiosos, precipuamente os da psicologia. Essa busca se justifica pela fato do comportamento humano ser bastante diferente em relação aos demais animais e objetos inanimados. Estes últimos, aparentemente nada fazem, mostram-se inertes. O comportamento dos animais difere-se dos objetos inanimados, porque de certa forma agem, realizam ações, porém, dentro de certa previsibilidade ditadas pelo seu aparato biológico. Pode se dizer que o 487 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 aparelho biológico deles está programado a ser o que é, não tem perguntas diferentes e, por isso, não precisam buscar respostas diferentes do repertório pré-existente. Quão diferente é o comportamento humano. Se por um lado carrega também uma herança genética, o que em determinados comportamentos o assemelha aos animais, por outro, essa herança diz muito pouco, porque o homem vai além de seu corpo. Esse aspecto do homem ir além de suas programações biológicas, fez com que os estudiosos indagassem a todo tempo: o que de fato motiva o comportamento humano? Dentre muitos estudiosos dessa indagação, o presente artigo privilegiará a Teoria da Motivação de Abraham Maslow, que muito contribuiu para o entendimento dos motivos para as ações humanas. O objetivo geral desse artigo é conceituar o que se entende por motivação. Como objetivos específicos procurará: caracterizar o conceito de motivação em Maslow e descrever sua visão de ser humano que resultou na sua teoria das necessidades humanas. A coleta de dados informativos, em nível teórico, foi efetuada através da consulta bibliográfica; inicialmente efetuada junto ao acervo da Biblioteca Central da FAEF (Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal), a partir do levantamento de fontes. Os materiais foram selecionados com base nos seguintes critérios: pertinência ao assunto; confiabilidade da fonte e adequação ao objetivo da pesquisa. Efetuou-se, a seguir, a etapa da leitura e fichamento dos textos pertinentes ao objetivo da pesquisa e a descrição compreensiva dos achados que resultou na redação final deste artigo. Considerando a literatura consultada, ficou evidente que a motivação humana é um assunto de grande importância para o trabalho do psicólogo, pois pode subsidiar sua atuação junto aos mais diferentes campos da sociedade em que está inserido. Pode subsidiar pesquisas e estudos sobre o comportamento humano dando condições melhores para visualizar as pessoas em suas ações, posturas em relação à vida e aos desafios, estruturas, setores. A visão do ser humano a partir do conceito de motivação em Maslow é capaz de revolucionar pessoas, grupos, organizações e alterar a existência dos homens. Objetivo 488 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Apontar as necessidades do ser humano em uma hierarquia e grau de necessidades. Justificativa Justifica-se que é necessário, como profissional de marketing, conhecer e compreenderos comportamentos e necessidades do consumidor, de forma a usar tal conhecimento como estratégia no mercado, que está cada vez mais exigente e competitivo. Muitas empresas não dão valor aos fatores psicológicos ou investem pouco no estudo deste âmbito, que é um dos fatores que influenciam na decisão da compra, independente da marca de produto ou preço. Histórico 489 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O século XX foi prodígio em termos de teorias, foram criadas diversas, entre elas a teoria de Maslow. Abraham Maslow (01 de Abril de 1908, Nova Iorque – 08 de Junho de 1930, Califórnia) foi um psicólogo americano, conhecido pela proposta e hierárquica de necessidades de Maslow. Ele era o mais velho de sete irmãos, de uma família judia do Brooklyn, Nova Iorque, trabalhou no MIT laboratório, fundando o centro de pesquisa NationalLaboratories for Group Dynamics. A pesquisa mais famosa foi realizada em 1946, em Connecticut, numa área de conflitos entre as comunidades negras e judaicas. Aqui, ele concluiu que reunir grupos de pessoas era uma das melhores formas de expor as áreas de conflito. Esses grupos, denominados T-groups (o << T >> significa Training, ou seja, formação), tinham como teoria subjacente o fato de os padrões comportamentais terem que ser << descongelados >> antes de serem alterados e depois << Congelados >> novamente – os T-groups eram uma forma de fazer com que isto acontecesse. Metodologia Atualmente é necessário maximizar o conhecimento do consumidor, analisando suas necessidades, desejos, comportamentos e critérios que impulsionam a compra, para satisfazê-los, de modo que se possam ter vantagens competitivas sobre os concorrentes. Pesquisa Esta pesquisa de campo foi realizada em maio de 2014, externamente, sendo entrevistados apenas vendedores, para identificar se há conhecimentos sobre as teorias e se estão sendo colocadas em práticas. 490 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 8 6 4 Sim 2 Não 0 É necessário divulgar a Teoria de Maslow no ambiente de trabalho? 10 8 6 4 2 0 Sim Não Conhecer as pessoas para poder abordá-las é importante para o profissional de MKT? 7 Necessidade 6 5 Auto estima 4 Prestígio 3 2 Afeto 1 Segurança 0 Atrás de um produto existe: Auto Realização 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Sim Não O auto conhecimento contribui para o conhecimento dos clientes na sua opinião? 491 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 6 5 4 3 Sim 2 Não 1 0 É importante para agilizar as escolhas do conhecimento geral dos clientes? Considerações Finais Concluímos que as necessidades humanas descritas por Maslow podem ser consideradas motivações humanas, ou seja, são as diversas necessidades que fazem com que o homem tenha motivações para agir. REFERÊNCIAS BERGAMINI, Cecília. Motivação nas Organizações, SP, Atlas, 1997. KARSAKLIAN, Eliane. Comportamento do Consumidor, SP, Atlas, 1999. GIGLIO, Ernesto. O Comportamento do Consumidor, RJ, Thomson, 2005. ENGEL, James; Blackwell, Roger; Miniard, Paul.Comportamento do Consumidor,RJ, LTC, 1995. 492 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 UM PLANODE NEGÓCIOS NO RAMO FITNESS Andreia Ferreira Baiano1 Eliane Pereira de Souza Araujo2 Emerson Freitas Alcântara Passos3 Fernanda Aparecida Ramos4 Silmara Soares do Rosário5 Thaís Simão Feijó6 Fernando Souza Cáceres Antonio Eduardo Batista Cristiane Gomes de Carvalho Fontana RESUMO O presente artigo tem como objetivo demonstrar tendências de expansão de Stúdio de Pilates, levando mais qualidade de vida. O setor fitness no Brasil está em expansão, pois as pessoas estão se conscientizando de que precisam cuidar do seu bem estar. Através de pesquisas identificamos que as mulheres de 30 a 40 anos, buscam qualidade de vida e bem estar, por meio de exercícios mais leves. Para atingir este propósito foram utilizados primeiramente os principais conceitos que compõem a estrutura de um plano de negócio com baixo custo segundo a visão de vários estudiosos. O procedimento metodológico desenvolveu-se por meio de artigos científicos, entrevistas, internet e livros, na qual foi possível identificar o perfil dos clientes, bem como os aspectos relacionados neste contexto, avaliou-se também os concorrentes da STAFE Pilates, verificando o que poderá ser desenvolvido, para possuir um diferencial competitivo. Na análise financeira da empresa serão realizadas pesquisas quanto ao volume de recursos necessários para iniciar o empreendimento. Para chegar a conclusão da viabilidade serão calculados os seguintes indicadores financeiros: margem de contribuição, ponto de equilíbrio, taxa interna de retorno e período de payback, todos esses cálculos serão feitos com ajuda de software. Após o cálculo dos indicadores financeiros, conclui-se a viabilidade econômica, nos cenários realista, pessimista e otimista. Palavras – chave: Plano de negócio, baixo custo, qualidade de vida, saúde e bem estar. _______________________________ 1Andreia Ferreira Baiano, Graduanda do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano ( UNISUZ). E-MAIL: [email protected] 493 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 2 Eliane Pereira de Souza Araujo, Graduanda do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano ( UNISUZ). E-MAIL: [email protected] 3 Emerson Freitas Alcântara Passos, Graduando do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano ( UNISUZ). E-MAIL: [email protected] 4 Fernanda Aparecida Ramos, Graduanda do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano ( UNISUZ). E-MAIL: [email protected] 5 Silmara Soares do Rosário, Graduanda do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano ( UNISUZ). E-MAIL: [email protected] 6 Thaís Simão Feijó, Graduanda do curso de Administração de Empresas – Faculdade Unida de Suzano ( UNISUZ). E-MAIL: [email protected] INTRODUÇÃO O objetivo deste artigo é apresentar o plano de negócio de um Stúdio de pilates que atuará no ramo fitness, atendendo a necessidade de cada pessoa, sendo o principal objetivo oferecer bem-estar e qualidade de vida, tendo como público alvo mulheres da cidade de Suzano, com a faixa etária entre 30 a 40 anos. Na atualidade, a comunidade científica tem dedicado considerável destaque a discussão sobre a relação existente entre exercícios físicos, condições de saúde e qualidade de vida. E é amplamente divulgado e conhecido como um estilo de vida sedentário que pode ter influência direta no inicio, no desenvolvimento e na recuperação de vários problemas vasculares e metabólicos. Da mesma forma se tem conhecimento de que a prática de atividade física regular é reconhecida como medida capaz de diminuir os níveis de risco desses problemas e grande parte dos profissionais de saúde consideram a atividade física um importante aliado para um envelhecimento saudável. Considerando que a atividade física, é de indiscutível importância de um estilo de vida ativo à promoção de saúde e de melhor qualidade de vida para todos os gêneros e idades. Entretanto exercícios físicos se tornaram um dos pilares de manutenção da saúde nas sociedades modernas. Com a evolução dos tempos, novas 494 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 modalidades foram surgindo para dar conta das necessidades sociais emergentes, neste sentido destacamos o Pilates como um método de exercícios desenvolvido originalmente por Joseph Pilates em 1918 com finalidades terapêuticas e atualmente sendo praticado com finalidades de condicionamento físico. O pilates é uma modalidade criada por Joseph Pilates na Alemanha, que apresenta como característica principal o uso de molas como resistências corporais, a sua pratica iniciou-se no Brasil por meio da bailarina Alice Becker nos anos 90, é hoje uma das praticas mais procurada para acondicionamento físico e fitness em todo país. O mesmo é um alongamento que pode ser aplicado desde a adolescência até a 3° idade, onde o índice da demanda esta em alta, esta crescendo em média 40% ao ano com a procura de exercícios leves com poucas repetições tornando-os mais prazerosos integrando corpo e mente. Para auxiliar junto aos exercícios de Pilates existe também uma atividade aeróbica para quem quer perder peso, tirar o impacto e não quer sofrer com as articulações, denominada KangooJump, aumentando assim, a demanda de clientes, não ficando apenas refém dos clientes que procuram por Pilates. O setor movimenta anualmente R$ 1,6 bilhões e cresce em torno de 30% a 50% ao ano. De acordo com Waldyr Soares, presidente da Fitness Brasil, promotora de eventos na área, entre os motivos dessa evolução estão à busca por uma vida saudável e a mudança de perfil das academias, que passaram a oferecer atividades ligadas ao bem-estar. É nesse cenário que o Pilates ganhou terreno e abriu espaço para as pessoas que não querem esforços físicos agressivos. Para a realização do presente projeto tivemos como objetivo estudar o mercado fitness a fim de buscar bases para aplicar estratégias de planejamento, calcular mão de obra e investimentos necessários e por fim analisar a viabilidade do negócio. 495 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 METODOLOGIA A escolha por um estudo aprofundado no segmento de Pilates deu-se devido ao aumento repentino na procura por essa atividade, visto que as pessoas estão cada vez mais interessadas na prática do Pilates, por ser um exercício leve que traz inúmeros benefícios trazendo aos empreendedores e investidores a oportunidade de um negócio de grande sucesso. O método utilizado para a realização deste artigo trata-se de um estudo de pesquisa exploratória conforme o conceito abaixo: Segundo GIL (2007, p.41) “Pesquisas exploratórias tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícitos ou a constituir hipóteses.” O estudo realizado teve como base artigos sobre Pilates, levantamentos bibliográficos de autores na área administrativa, pesquisa de campo com os concorrentes do município de Suzano para se obter a demanda e a média de preço por pacotes. Realizaram-se também pesquisas na internet e entrevistas com profissionais da área - fisioterapeutas e professores de educação física para o amplo conhecimento do Pilates. Entretanto foi efetuada uma pré-seleção de textos com temas relativos ao Pilates com aplicações diversificadas, tendo em vista identificar quais artigos se adequavam mais ao desenvolvimento do estudo. DESENVOLVIMENTO Para alcançar o objetivo do presente trabalho foi realizado um estudo através de pesquisas de mercado nos stúdios da região, dessa forma obtivemos dados de suma importância, tais como, o público alvo, a demanda, a precificação, entre outros que nos auxiliaram no desenvolvimento deste plano de negócios, pois segundo CHIAVENATO ( 2008 p. 132) " O Plano de negócio descreve a ideia de um novo empreendimento e projeta os aspectos mercadológicos, operacionais e financeiros dos negócios propostos [. . .] ". 496 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 O Pilates é um exercício físico feito através de alongamento no qual se utiliza o peso do próprio corpo para a sua execução. É uma técnica de reeducação do movimento, capaz de restabelecer e aumentar a flexibilidade, melhorar a força muscular, a respiração, a postura, a coordenação, o equilíbrio, ajuda a reduzir o stress e aumentar a autoestima. Tais benefícios ajudam também quanto à prevenção de lesões e proporciona um alívio nas dores crônicas. O mesmo, quando aplicado na população idosa, melhora a força e a mobilidade, que geralmente estão alteradas devido à presença de doenças degenerativas auxiliando também na manutenção da pressão arterial, além de influenciar na calcificação óssea. O método Pilates pode ser praticado no solo (com ou sem o uso de acessórios) e em equipamento próprio para o método (desenvolvido especialmente para a prática de um repertório especifico de movimentos). Na prática do Pilates de solo, o corpo é a própria carga a ser vencida durante a realização dos movimentos, além é claro, da força da gravidade. Na prática do Pilates em equipamento, os movimentos são realizados tracionando resistências elásticas (molas) que podem assistir ou resistir ao movimento. O Pilates é recomendado para quase todos os perfis de público, no entanto é importante saber que existem contraindicações de alguns movimentos para patologias específicas. Por essa razão, é necessário que o instrutor de Pilates conheça seu cliente antes de dar início ao trabalho. Desta forma, podemos escolher o repertório de movimentos mais indicado para cada praticante. Praticá-lo três vezes por semana é o ideal, mas, com apenas duas sessões por semana já se verificam algumas mudanças. “A constatação de que o número de praticantes de Pilates tem aumentado muito nas últimas décadas só vem incentivar e respaldar a necessidade do embasamento científico aos profissionais que atuam nessa área” (ROSA; LIMA, 2009). Considerando a pesquisa divulgada pela IHRSA (International Health, Racquet& Sports Club Association), o Brasil é o sétimo país em número de 497 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 praticantes de atividades físicas e atualmente 2% da população se exercita com acompanhamento profissional, o que corresponde a 3,7 milhões de brasileiros. Segundo a Revista Original Pilates, a Organização das Nações Unidas considera o período entre 1975 à 2025 a “ Era do Envelhecimento”, onde haverá na população idosa um crescimento de 54% nos países desenvolvidos, enquanto nos países em desenvolvimento isto alcançará 123%. O fato das pessoas estarem vivendo mais é uma noticia positiva, mas, contudo, viver mais não significa necessariamente viver com qualidade de vida que envolve uma série de aspectos dentre os quais se destacam a capacidade funcional e o meio social de convívio do idoso. De acordo com estudos efetuados as vantagens da prática de atividades físicas para idosos são inúmeras e dentre elas pode-se citar: Aumento da capacidade aeróbica, melhoria da flexibilidade corporal, melhoria de índices de glicose, maior presença de minerais nos ossos, melhor capacidade cardiovascular, redução de lipídeos e tais circunstâncias levam melhor qualidade de vida. Pensando na demanda e na concorrência para fim de planejamento estratégico aplicamos as cinco forças competitivas. Segundo PORTER (1989, p.04), “As cinco forças determinam a rentabilidade da organização, porque influenciam os preços, os custos e o investimento necessário das empresas – os elementos de retorno sobre o investimento”. O surgimento de novos entrantes no ramo de Pilates é fácil, pois o custo para investir nesse negócio é baixo o que possibilita o aumento do interesse das pessoas para esse ramo de atividade. O poder de barganha com os fornecedores de equipamentos é necessário para a abertura do empreendimento, pois os mesmos têm um alto custo. Portanto, pesquisaremos diversos fornecedores, que ofereçam equipamentos de qualidade com um custo mais baixo. 498 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 Os compradores têm alto poder de barganha, pois qualquer estabelecimento de prestação de serviços fitness pode oferecer serviços similares. Os serviços que podem ser parcialmente substitutos ao Pilates são as ginásticas aeróbicas, ginástica olímpica, musculação, yoga entre outras atividades e exercícios físicos que geralmente são encontrados nas academias, stúdios ou ginásios esportivos. No ramo de Pilates existem vários concorrentes devido ao baixo custo de investimento, ao aumento da demanda nesse ramo de atividade e por ser um negócio novo no mercado atuando no Estado de São Paulo desde 2009. Analisando o mercado, podemos observar, por meio da tese de Porter no plano de negócio. O mesmo traz a seguinte definição: Conforme PORTER (1986, p. 13) “O enfoque procura obter uma vantagem competitiva em seus segmentos alvo, muito embora não possua uma vantagem competitiva geral”. De acordo com os estudos realizados foi identificado que a melhor estratégia a ser adotada é a de enfoque em custo, com o objetivo de atender um nicho de mercado oferecendo um preço menor que o dos concorrentes diretos e indiretos. Outra ferramenta abordada dentro do marketing foi à análise SWOT que resulta da conjugação das iniciais das palavras, Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades), e Threats (ameaças). Para dar base no projeto, utilizou-se o conceito de GIOIA (2006, p.56), que afirma que: “[...] a identificação de forças e fraquezas do negócio e de oportunidades e ameaças do ambiente externo constituem um processo de construção das às bases para uma análise conjugada desses quatro fatores, possibilitando um cruzamento de condições que apoia identificação de estratégia, limitando assim a definição dos objetivos". A análise SWOT do projeto corresponde à identificação por parte de uma organização e de forma integrada dos principais aspectos que 499 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 caracterizam a sua posição estratégica num determinado momento, tanto no nível interno quanto externo proporcionando a base para o planejamento estratégico. As forças identificadas foram a carência do serviço na região, custo acessível e a localização estratégica da empresa. As fraquezas identificadas foram o nome da empresa desconhecido, alto custo de mão de obra, equipamentos de alto custo e a falta de parceiros por ser uma empresa nova no mercado. As oportunidades identificadas foram o aumento crescente da demanda, a grande circulação de pessoas e veículos na localização do stúdio, as dores musculares causadas pelo sedentarismo e a preocupação das pessoas com saúde, bem estar e qualidade de vida. E as ameaças encontradas foram os serviços substitutos e os concorrentes próximos. Na área financeiraGITMAN (2010, p. 547) afirma que" o ativo circulante comumente chamado de capital de giro, representa a porção do investimento que circula, de uma forma para outra, na condução normal dos negócios". Para atingir os objetivos é necessário uma análise de investimentos quanto ao custo da prestação dos serviços, manutenção, fluxo de caixa, e as variáveis decorrentes do mercado bem como da economia. Visto que o recebimento á vista reduz a necessidade de capital de giro, dando base para análise realizada que demonstrará a viabilidade do negócio por meio da taxa mínima de atratividade (TMA), que representa o mínimo que um investidor se propõe a ganhar quando faz um investimento, ou o máximo que um tomador de dinheiro se propõe a pagar quando faz um financiamento além da realização de divulgações através de canais de comunicações eficientes. Essas demonstrações financeiras serviram como base para análise realizada por meio de métodos, tais como, Taxa interna de Retorno (TIR), Valor Presente Líquido (VPL) e Payback. 500 XI Jornada UNISUZ:"Educação, Cidadania e Responsabilidade Socioambiental" 06 e 07 de NOVEMBRO DE 2014 ANAIS - ISSN: 1984-9060 CONCLUSÃO Durante o estudo do respectivo projeto, percebe-se que, para o desenvolvimento de uma empresa acontecer de forma eficaz, é necessário que todos os setores se envolvam e participem, buscando alcançar os objetivos da organização. O projeto trouxe os objetivos esperados pelos pesquisadores, visto que obteve-se amplo aprendizado no ramo de Pilates envolvendo conhecimentos específicos de Marketing, Planejamento estratégico, produção, e financeiro, os conceitos que são fundamentais e que devem ser seguidos e colocados em prática na abertura e sucesso de um negócio. Conclui-se que as pesquisas elaboradas no decorrer deste artigo, foram baseadas nas áreas estudadas no período do curso de Administração, em que se buscaram informações concretas para a realização e conclusão deste trabalho. O estudo alcançou os objetivos gerais e específicos propostos, e ainda assim, a problemática da pesquisa foi respondida, pois entende-se a importância que o Pilates trás para a saúde e bem estar das pessoas e o quanto um empreendimento deve visar oferecer serviços eficientes e personalizados. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PILATES- Original Pilates -São Paulo: [2008]. Disponível em: http://www.abpilates.com.br/site/template.asp?idPagina=24 Acesso em: 29 Set. 2013 CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: Dando asas ao es