capitulo vii

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capitulo vii
A IMAGEM VIRTUAL
CAPITULO VII
A DESCOBERTA DO SOM: O OUTRO LADO DA MOEDA
1.Jazz Singer e o cinema sonoro
Como imitação fiel da realidade o cinema não poderia ficar silencioso por muito tempo. De fato o cinema nunca foi "mudo". Sabe-se que
desde as primeiras experiências, tentaivas foram realizadas no sentido
de colocar som de alguma forma no cinema. Sabemos que William K.
Laurie Dickson uniu o som da vitrola aos filmes experimentais que ele
produziu para Thomas Edison em 1889. Estas experiências porém sómente
tiverm sucesso limitado devido a dois problemas principais: o volume e
a sincornizasção. A vitrola da época não passava de um megafone para
aumentar as ondas sonoras. Sendo que não havia outro modo de amplificar o som era necessário usar um aparelho de audição parecido com um
fone de ouvido. Quanto a sincronização sempre havia uma pequena
diferença entre a fala e o som que em muitos casos era cômica quando
não ridícula. Um terrivel incendio nos laboratóros de Edison acabou para
sempre com as pesquisas do Kinetofone de Edison e Dickson. Outros
fizeram tentativas semelhantes com filmes musicais. O melhor sisema na
europa era o Chronopone Frances. Uma prática comum na época era ter
uma pequena orquestra e atores que ficavam atras da tela para sonorizar
os espetáculos. Nos primóridios ao menos um pianista animava a cena na
maioria das salas de exibição. Seja como for, os esforços para colorar
som no cinema nunca se detiveram diante das dificuldades técnicas de
sincronizar som e imagem e na medida que os avanços técnicos permitiam, estes iam sendo incorporados. A melhor técnica de sincoronizar som
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ao espetáculo cinematográfico sómente se tornou pública depois que a
companhia americana Warner Brothers adquiriu os direitos do processo
Vitaphone da companhia americana Western Electric que havia desenvolvido o processo. A FOX também desenvolveu um sistema baseado no
trabalho do cientista americano Lee de Forest e lhe deu nome de proceso
Movietone Uma vez desenvolvido o processo Vitaphone e o processo
Movitone, estes se tornaram os processos padrão de colocar som em
filmes dirante vários anos.
O filme Jazz Singer (1927) um musical, é significativo porque
trata-se do primeiro filme que introduz uma técnica viável de incorporar
a voz humana (e não sómente música ou ruidos) em sincronísmo com a
imagem do cinema. Este aspecto era tão importante que representou uma
verdadeira revolução na forma de se fazer cinema. A introdução do som
representou mais um divisor de aguas na história do cinema. Uma vez introduzido o som, deixou-se de fazer cinema mudo de uma forma quase imediata. Esta mudança afetou profundamente muitas industrias cinematograficas
que não puderam se adaptar para essas novas técnicas. A gravação da voz
humana em sincronismo com a imagem implicava naépoca em pesados invólucros para silenciar o mecanismo das câmaras (os chamados blimps) que
tornavam por sua parte necessários pesados carros, gruas e dollys para movimentar a câmara. Os estúdios tpasaram a utilizar grandes espaços a prova
de som para montar os cenários e a palavra "Silencio" passou a anteceder o
imperioso comando "Ação". Os planos se tornaram mais longos para acomodar as falas e por muitos anos jogaram por terra técnicas de montagem e
de filmagem comprovadas e de grande expressividade como as de Griffith,
Vertov, Pudovkine e outros. Sabemos que Eisenstein nunca se recuperou da
mudança. Em primeiro lugar porque os equipamentos não lhe eram disponiveis
e em segundo lugar porque a sua técnica se adaptava mal ao cinema sonoro
da sua época. As suas obras sonoras apesar de trabalhos geniais já não
possuem a mesma liberdade e expressividade que possuiam as suas obras
mudas. Evidencia-se um problema semelhante com o cinema de Charlie
Chaplin para quem o cinema sonoro foi um gople tão duro que praticamente
encerrou a sua carreira. Também as salas de exibição tinham que ser modificadas assim como os projetores. Mas o cinema sonoro era o outro lado da
moeda que faltava ao cinema e a sua introdução foi inexorável e definitiva. Os
primeiros filmes sonoros eram ruins e muito lentos mas aos poucos foi se
aprendendo a unifcar som e imagem. Nos primórdios, os que melhor se
adaptaram ao cinema sonoro foram os alemães com a sua capacidade de
movimentar a câmara. Ernst Lubitsch por exemplo demostrou particular capacidade de criar um contraponto da ação com a trilha sonora de forma a
acentuar o efeito de ambos da mesma maneira que Alfred Hitchcock faria
anos mais tarde.
Em poucos anos a industria americana havia resolvido tanto os problemas de ordem técnica como estética. O sistema Vitaphone acacbou cedendo
lugar a um outro muito mais moderno que era impresso diretamente no filme
conhecido como sistema de leitura optica que é utilizado até hoje e cujo precursor era o Sistema Movitone da Fox desenvolvido na mesma época . Do
lado artístico os diretores tiveram que aprender a trabalhar com as pesadas
câmaras silenciadas e a gravação de som em estúdio e até em locação fez
grandes avanços. A introdução do som fez enormes exigências de quem
estava na frente da câmara também. Atores que não tinham voz ou que não
podiam cantar cederam a novos talentos que estavam ansiosos por mostrar
as suas qualidades. Jazz Singer e e um exemplo da radical mudança pois
repentinamente um cantor (Al Jolson) torna-se uma estrela de cinema e os
atores tem que aprender a cantar e a falar.. O cinema musical era um pedido
natural para o som. Foi na decada de 30 que surgiram os grandes nomes de
atores como Greta Garbo, Marlene Dietrich, Jean Harlow, Mae West, Clark
CAPITULO VII
Gable, Gary Cooper , Maurice Chevalier e outros. Foi nesta época também
que génios eccentricos como Busby Berkley encontraram o meio perfeito
para criar as suas estonteantes coreografias visuais e sonoras. A introdução
do som representou uma época de ouro para o cinema norte americano. Em
outos paises porém os problemas técnicos demoraram mais para serem resolvidos trazendo um atraso para o desenvolvimento estético. A enfase na
fala também deu surgimento a novos roteiristas com maior tradição de dialogo. Surgiu o novo genero do filme de Gangsters em que os protagonistas
popularizaram a fala dura e a giria do sub mundo do crime. Foi nesta época
que surgiram os inesquecíveis personagens representados por James Cagney
, Edward G. Robinson e eventualmente Humphrey Bogart. Mas alguns dos
generos mais antigos como o filme cowboy ou Faroeste só tinham a ganhar
com a introdução do som. Agora não somente os persongens podiam falar
mas os revolveres podiam disparar o os indios podiam dar os seus gritos de
guerra. O realismo que o som trouxe ao cinema foi de inclalculável valor
sómente comparável ao aspecto psicológico e estético que a música e efeitos
somaram as trilhias sonoras. Hoje, torna-se impossível conceber uma obra
cinematográfica sem os attributos trazidos pelo som.
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