Radar Polarimétrico

Transcrição

Radar Polarimétrico
Projeto CHUVA
Radar Polarimétrico
(Dupla polarização)
6
Jojhy Sakuragi
[email protected]
Divisão de Satélite e Sistemas Ambientais
INPE/CPTEC/DSA
Radar Meteorológico Polarimétrico
As gotas não são esféricas (gravidade + fricção)
A propagação do sinal eletromagnético é diferente nas
polarizações horizontal e vertical.
Campo elétrico
Radar Meteorológico Polarimétrico
HH HH HH HH HH HH HH HH
_|___|___|___|___|___|___|___|
VV VV VV VV VV VV VV VV
_|___|___|___|___|___|___|___|
H e V são simultâneos na
transmissão e na recepção
H
V
H
V
H V
H V
_|___|___|___|___|___|___|___|
H e V são alternados
na transmissão e
simultâneos na recepção
Radar Meteorológico Polarimétrico
Radar de dupla polarização (SHV)
H
V
Propagação e retroespalhamento
• Efeitos de retroespalhamento causados por partículas dentro do volume
de resolução do radar
• Efeitos de propagação causados por partículas entre o radar e o volume
de resolução
Obs: ambos efeitos dependem do estado da polarização
Co-polarização x polarização cruzada
Co-polarização recebe na
mesma polarização a da
emitida.
Terminologia: Zvv or Zhh
Polarização cruzada recebe
na polarização oposta a da
emitida.
Terminologia: Zhv or Zvh
Nota: nem todos os radares dual-pol são capazes de
operarem com polarização cruzada
Potencial da dupla polarização
• Identificação dos tipos de espalhadores (i.e.,
hidrometeoros, biológico, superfície/mar, chaff, UFO)
• Medidas quantitativas de chuva muito melhores
• Detecção de tornados
• Detecção de granizo
• O conteúdo de hidrometeoros e suas propriedades que
causam diferenças em suas assinaturas polarimétricas
• Papel da precipitação na gênesis de tornado
• Determinação do tamanho do granizo
• Fornece parâmetros da precipitação para inclusão em
Modelos de Previsão Numérica
• Detecção de gelo
Variáveis polarimétricas
• Depende dos hidrometeoros na sua:
– forma
– Orientação
– Constante dielétrica
– Distribuição dos tamanhos
– Comprimento de onda λ
Precipitation
Model
Radar
Observation
^ ^
Z, Z
N(X)
In Situ
Observation
DR
Z, Z
Scattering
Model
Measurand
Model
DR
,K
DP
^
,K
DP
...
...
Comparison
Relacionando variáveis polarimétricas aos tipos de hidrometeoros
Efeitos de retroespalhamento polarimetrico
Refletividade diferencial
• Zdr [dB]
• Razão entre a refletividade
horizontal e a vertical
• Zdr = 10 log(Zhh/Zvv)
Razão linear de despolarização
• Ldr [dB]
• Taxa entre a refletividade polar
cruzada e a co-polarização horizontal
• Ldr = 10 log(Zvh/Zhh)
Correlação Co-polar
• ρhv [ ]
• Coeficiente de correlação entre energia
refletida co-polar na horizontal e vertical
• ρhv = corr { Zhh; Zvv}
Obs: Zab a: polarização emitida
b: polarização recebida
Refletividade diferencial Zdr
Para gotas: Zdr é (mais ou menos)
proporcional ao tamanho das gotas
Para granizo:
• Zdr = 0
• granizo muda de posição durante a
queda
• Sem orientação preferencial
Refletividade diferencial Zdr
- Medida do diâmetro médio da gota
- útil para a discriminar chuva, granizo e neve
- Contem informações sobre a forma das partículas,
orientação e índice de refração (densidade)
Alto ZDR
Baixo ZDR
• gota grande
• gotas pequenas
• flocos de neve molhada,
cristais de neve
• graupel, granizo
• insetos, pássaros e chaff
• eco de terreno
• neve agregada seca
Refletividade diferencial Zdr
Padrão do ZDR próximo à superfície em duas supercélulas
May 8, 2003
May 10, 2003
Correlação Co-polar
ρhv
Para água pura e gelo puro:
ρhv é muito alto (> 0,95)
Para partículas misturadas:
• camada de fusão: ρhv < 0,9
• insetos etc.: ρhv < 0,85
ρhv é sensível a:
• mistura de partículas
• distribuição dos ângulos de
orientação
• formas irregulares das partículas
Correlação Co-polar
ρhv
ρhv(0) de formas esféricas ou fixas de pequenos hidrometeoros
Correlação Co-polar
ρhv para orientação aleatória
de esferóides achatados
ρhv
Correlation co-polar
< 0.95 em
Correlação Co-polar
ρhv
Para espalhadores Rayleigh
com protuberâncias
Granizos enormes
com protuberâncias
Correlação Co-polar
chuva
Precip
insetos
ρhv
Correlação Co-polar
Banda X – Polarimétrico sem filtro
ρhv
Com filtro ρhv > 0.6
Eliminação de alvos não-meteorológicos
Efeitos de propagação polarimétricos
Gotas de chuva têm
formas obladas e
são orientadas.
Portanto, a onda H
encontra mais massa
tornando-a mais
lenta na propagação,
sofrendo atraso
progressivamente
do que a onda V.
Eh
Ev
Diferencial de fase ΦDP (two way!)
δ
2∫(kh – kv)dr
H = Eh exp[ j (2π ft − Φ h )]
V = Ev exp[ j (2π ft − Φ v )]
H
Φ DP = Φ h − Φ v =
V
r
time
H
0
ΦDP
V
time
ΦDP
=2∫ ( k h − kv ) dr + δ
ΦDP não é afetado pela
descalibração do radar, atenuação
e bloqueio parcial do feixe
Differential Phase
Diferencial de fase ΦDP
r
Φ DP ( r ) = δ + 2 ∫ K DP dr
0
Baixo δ
Todos hidrometeoros (exceto
granizo e neve molhada)
Alto KDP
• chuva forte
• cristais de neve
δ - backscatter differential phase
KDP – specific differential phase
Alto δ
Espalhadores não-meteorológicos
Baixo KDP
• chuva fraca
• granizo
• neve seca agregada
Diferencial de fase ΦDP
Polarimetric Radar - Pol Variables
Norman, Aug/13/2011, KOUN, S band
Z (dBZ)
ΦDP (deg)
Diferença de fase específica KDP
Derivada espacial de ΦDP
• Kdp [ º km-1]
• Proporcional a intensidade da chuva!
d Φ DP ( r )
K DP ( r ) =
2dr
ONE WAY!!
Diferença de fase específica KDP
ΦDP, KDP, e Z vs Distância
Diferença de fase específica KDP
Diferença de fase específica em granizo/chuva
• Granizo é estatisticamente
isotrópico, portanto não afeta o KDP
(KDP=0)
• Gotas em mesclas geram
diferencial de fase (ΦDP)
• Portanto, o KDP capta a chuva na
mistura
• Para quantificar a quantidade de
chuva, a relação entre R(KDP) deve
ser desenvolvida
Relação entre R e KDP
Metodologia: Disdrômetro Parsival, modelo T-Matrix
Equação: R = b .(KDP)a
Diferença de fase específica KDP
Refletividade Z (dBZ)
Diferença de fase específica KDP
Diferença de fase específica KDP (o/km)
RESUMO das variáveis polarimétricas
Variáveis polarimétricas para o modo simultâneo (SHV)
1. Fator de refletividade Z na polarização horizontal
- medida do tamanho e concentrações dos espalhadores
2. Refletividade diferencial ZDR
- measure of median drop diameter
- útil para a discriminação entre chuva/granizo/neve
3. Diferencial de fase ΦDP
- útil para a estimativa de chuva (forte)
- imune a descalibração do radar, atenuação e bloqueio parcial do
feixe
4. Coeficiente de correlaçao ou co-polar ρhv
- indicador de precipitações misturadas
- eficiente na identificação de espalhadores não-meteorológicos
Observações de
fenômenos Meteorológicos
Exemplo de identificação de fenômenos meteorológicos
utilizando as variáveis polarimétricas
•
•
•
•
•
•
•
•
Updrafts and Downdrafts
Granizo
Tornados
Relâmpagos
Insetos e pássaros
Chaff
Pluma de fumaça
Eco de mar
Assinatura do Updraft no ZDR
Reflectivity
ZDR
Assinatura do Updraft no ZDR
Reflectivity
ZDR
Assinatura do Updraft no ZDR
Reflectivity
ZDR
Assinatura do Updraft no ZDR
ZDR
Detecção de Tornados
Fountain, Colorado: Landspout
Canton Lake OK, Tornado (sobre a terra)
v
Z
ρhv
ZDR
10 km
Radar móvel (XERES) – λ = 3 cm
Elevation 1o
Tornado após 3 min (sobre o lago)
v
Z
ρhv
ZDR
10 km
Mobile radar (XERES) – λ = 3 cm
Elevation 1o
Tornado após 3 min (sobre a terra)
v
Z
ρhv
ZDR
10 km
Mobile radar (XERES) – λ = 3 cm
Elevation 1o
Tornado numa supercélula
Assinatura de Tornado em 0.75 km
ZDR
ρhv
May 10, 09
KOUN
S band
Assinatura de Tornado em 4.5 km
Assinatura de Tornado: Z
Tornado
Assinatura de Tornado: ZDR
Tornado
Assinatura de Tornado: ρhv
Tornado
Fenômenos não meteorológicos
• Espalhadores bilógicos
– Insetos
– Pássaros
• Chaff
• Pluma de fumaça
• Eco de mar
Espalhadores biológicos
Insetos
Pássaros
Z (dBZ)
5 to 20
5 to 30
ZDR(dB)
0 to 12
-2 to 3
LDR (dB) maior do que espalhadores meteorológicos (não muito estudado)
ρhv
0.5 – 0.8
δ (deg)
KDP (deg/km)
0 to 40
0 to 120
baixo e com muito ruído
• Todas as variáveis polarimétricas são altamente dependentes da
orientação (em termos de ângulo)
• Essas dependências do ângulo são diferentes para espalhadores
Rayleigh - tamanho e resonância
Backscatter differential phase
Diagrama de dispersão para δ vs ZDR
Differential reflectivity
Operational WSR-88D
Moorhead City NC
AWIPS display
Exemplos:
• Pássaros em revoada
• Insetos
• Eco de mar
6:08 am, July 8, 2011
Z
ZDR
V
ρhv
Nuvens e insetos e próximo a superfície (KOUN S band)
Φ
Clouds
Diferença de fase grande: insetos
Baixa correlação
Pluma de
fumaça
Campos das
Variáveis
polarimétricas
fumaça
KOUN S band
fumaça
Pluma de fumaça
nuvem
nuvem
fumaça
fumaça
Cloud
insetos
fumaça
Eco de mar
Morehead, NC, WSR-88D
ρhv
Z
Eco de mar
Biológico/
Chaff?
nuvem
Eco de mar
Morehead, NC, WSR-88D
ZDR
ΦDP
Eco de mar
Biológico/
Chaff?
nuvem
Correção de atenuação
Efeitos de propagação
• Atenuação
– Extrai energia a partir da propagação da onda
• Deslocamento de fase
– Deslocamento de fase da onda
• Ambos os efeitos depende da polarização da onda propagada
Atenuação da radiação EM
• Atenuação, também chamado de extinção, é um decaimento da
energia do sinal na transmissão de um ponto ao outro
• Atenuação é causada pela absorção e espalhamento
Esquema de correção da atenuação
• Correções relacionam a
integração da atenuação
no trajeto de Z para o
correspondente diferença
de fase ΦDP
ΦDP(r)
r
r0
Assume uma relação linear
entre Ah e KDP
Ah(r) = αhKDP(r)
Z
Zha
• Zcor(r) = Zha(r) + ∆Zh(r)
∆Zh
r
Portanto
∆Zh= 2αh∫KDPdr =αhΦDP(r0,r)
Correção de atenuação
Relação Linear Simples
Zhcorr = Za+ αh·ΦDP
αh in dB/deg
ZDRcorr=ZDRa+β·ΦDP
β in dB/deg
X-band:
αh=0.25 and β=0.033
(Park et al. JTECH 2005)
C-band :
αh=0.08 and β=0.02
(Gourley,Tabary, ..JAM 2007)
S-band :
αh=0.04 and β=0.004 (Ryzhkov and Zrnic, JAM 1995)
JTECH=Jour. Atm. Oceanic Tech. 22, 1633-1655
JAM (2007) = Jour. Appl. Met. 46, 306-317
JAM (1995) = Jour. Appl. Met. 34, 2121-2134
Taxa de precipitação medida com radar banda C (Sidpol) e WSR-88D
Correção
Linear
∆Z=αhΦDP
Examplo de atenuação extrema na banda C (Valparaiso,
Indiana) e correção assumindo relaçao linear
2008/08/05
∆Z = α 0 ΦDP
Attenuation correction at X band (ZPHI), El=1.5o
Zh antes da
correção por
atenuação
Correção usa
ZPHI, mas aplica
a Av, atenuação
específica das
ondas V, i.e.,
precisa de αv
Cortesia:
University of Bonn
Zh
Correção
linear
Zv ZPHI
Correção Av
22/06/2011
Comparação de taxa de chuva obtidas de diferentes
radares de dupla polarização na banda X
Bonn, El = 1.5
1126 UTC
Juelich, El = 0.5
1125 UTC
A distância entre os radares de Bonn e Juelich é de 48 km.
Ambos radares não estão calibrados e o radar de Bonn tem um bloqueio de feixe parcial
significativo. Apesar disso, os campos de taxa de precipitação obtidos a partir de Av são
surpreendentemente similares e não são afetados pela descalibração do radar, bloqueio de feixe e
atenuação.
Cortesia: University of Bonn
Classificação de hidrometeoros
•
•
•
•
Usa a técnica da lógica “fuzzy”
Variáveis polarimétricas de uma série de localizações
Distribuições de tamanhos de gotas também são utilizados
Funções membros (P), funções peso (W), e índices de qualidade
(Q) são atribuídos às variáveis
• Valores agregados (soma, ou outros) são calculados para
comparação
• Fatiamento é aplicado para gerar a saída final do algoritmo.
Classificação de hidrometeoros
Variáveis do radar e as classes geradas
List of classes
Lista das variáveis
1. Fator de refletividade Z
2. Refletividade diferencial
ZDR
3. Coeficiente de correlação
co-polar ρhv
4. Textura de Z (SD(Z))
5. Textura da diferença de
fase SD(ΦDP)
6. Diferença específica de
fase KDP
1. GC/AP – eco de solo /
propagação anômala
2. BS – espalhadores biológicos
3. BD – “gotas grandes”
4. RA – chuva moderada
5. HR – chuva forte
6. RH – mistura chuva/granizo
7. DS – neve seca
8. WS – neve molhada
9. GR – graupel
10. CR – cristais
Fields of Z, ZDR, ρhv, and Classes of Returns
(05/13/2005)
RH – rain / hail
HR – heavy rain
RA – rain
BD – “big drops”
GR – graupel
CR – crystals
WS – wet snow
DS – dry snow
BS – bio scatterers
GC – ground clutter/AP
Classificação de hidrometeoros
Agradecimentos
Prof. Marc Schneebeli – Universidade de Bern, Suíça
Agradecimentos
Prof. Dusan Zrnic, NOAA, EUA
Obrigado!!

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