as cibercampanhas presidenciais da argentina no pleito

Transcrição

as cibercampanhas presidenciais da argentina no pleito
AS CIBERCAMPANHAS PRESIDENCIAIS DA
ARGENTINA NO PLEITO 2007
Sylvia Iasulaitis1
I – INTRODUÇÃO
O uso da Internet como instrumento de comunicação eleitoral é um importante
aspecto que reflete a intensificação da profissionalização da política e faz emergir uma
terceira fase das campanhas eleitorais nas democracias contemporâneas (FARRELL;
WEBB, 2000, p.105).
Enquanto há acordo de que a comunicação política mediada está em processo de
transformação, não se verifica consenso em relação às conseqüências destas mudanças:
teóricos ciberotimistas avaliam que as novas tecnologias, e em particular a Internet, têm
capacidade para atenuar os déficits democráticos; os cibercéticos contestam, afirmando
que os aparatos tecnológicos tendem a exacerbar os problemas da democracia
(NORRIS, 2001; PFAU; SEMMLER, 2005; PUTNAM, 2000).
A World Wide Web (WWW) está sendo crescentemente utilizada enquanto lócus
de comunicação política durante as campanhas eleitorais em grande número de
democracias contemporâneas (TEDESCO et al., 1999, p. 54 apud SCHWEITZER,
2005). Este rápido crescimento do uso da Internet em democracias ocidentais durante as
últimas décadas tem provocado muita especulação sobre suas implicações sociais e,
particularmente, políticas.
Analisando o referencial teórico verificam-se, por um lado, pressupostos de que
a Internet aumenta o pluralismo, gera padrões mais igualitários de competição eleitoral,
funciona como um canal para a participação política e propicia oportunidades para
interação entre cidadãos e candidatos (tese de equalização). Por outro lado, verifica-se a
tese de normalização, de acordo com a qual a Internet não apresenta diferenciais para o
pluralismo e a participação política. Ao contrário, reproduz condições desiguais de
competição em um novo meio. Além disso, o potencial interativo da Internet é
negligenciado e, portanto, a política na rede é realizada “como de costume” (politics as
usual).
Embora a Internet esteja compondo o rol das ferramentas de comunicação
eleitoral para um número crescente de atores políticos, pesquisas no tópico ainda são
escassas. A produção temática existente concentra-se no uso político da Internet nos
Estados Unidos e alguns países da Europa (ver CARLSON; DJUPSUND, 2001). No
entanto, não é evidente a possibilidade de generalizar as conclusões de tais
investigações a outras nações. Esta pesquisa tem por objetivo contribuir para suprir esta
lacuna.
1
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política. Universidade Federal de São Carlos –
UFSCar. Pesquisadora financiada pela CAPES.
Desta feita, o intuito é verificar se as mudanças nos formatos das campanhas
políticas no século XXI atingiram a Argentina e se este país adentrou a terceira fase das
campanhas eleitorais.
Nosso objetivo é, portanto, investigar o uso político, alcance e funções da
Internet nos processos eleitorais da Argentina no pleito eleitoral de 2007, a partir das
seguintes perguntas específicas:
(1) A Argentina adentrou a terceira fase das campanhas eleitorais e seus candidatos à
presidência estabeleceram presença no ciberespaço? Quais candidatos majoritários
fizeram uso da Web?
(2) Os websites dos candidatos superaram as formas monologais típicas dos meios de
comunicação de massa? Qual o tipo de contato prioritário das campanhas on-line: de
mão única [one-way] e de cima para baixo [top-down], ou seja, informações dadas dos
líderes para os militantes e eleitorado ou a função de baixo para cima [bottom-up],
desfazendo relações verticalizadas?
(3) Quais são as características, conteúdos e principais finalidades dos websites
eleitorais? Qual a ênfase dada a uma variedade de funções, tais como a produção de
informação e disseminação de propaganda buscando visibilidade da mídia, a
participação do eleitor on-line e a mobilização de apoio (recrutamento de militantes,
voluntários e arrecadação de fundos)?
(4) Há diferenças de qualidade entre os websites em termos de sofisticação e design que
indiquem diferentes níveis de profissionalismo?
Este paper insere-se numa pesquisa mais ampla que tem por objetivo uma
análise comparativa dos websites eleitorais no Cone Sul. Investigação análoga foi
realizada em relação à campanha política na Internet no pleito presidencial brasileiro em
2006 (IASULAITIS, 2008).
II – ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
O corpus empírico dos websites dos candidatos à presidência da Argentina foi
coletado no pleito de 2007, cuja eleição deu-se em 28 de outubro, e foram analisados
adotando a estratégia metodológica de Análise de Conteúdo de websites desenvolvida
por Gibson & Ward (2000), previamente adaptada e aplicada na investigação dos
websites eleitorais no contexto brasileiro (IASULAITIS, 2008).
O estudo incluiu duas dimensões de investigação dos websites: análise funcional
[functional analysis] e análise formal [formal analysis]. Os websites eleitorais dos
presidenciáveis da Argentina foram examinados aplicando-se diversas variáveis
dicotômicas, que indicam a presença ou ausência de vários elementos estruturais. Tais
procedimentos de análise serviram para identificar os diferentes propósitos dos websites
(análise funcional) e seu nível de profissionalismo (análise formal) [SCHWEITZER,
2005].
De acordo com a literatura temática sobre a aplicação das Novas Tecnologias de
Comunicação e Informação – NTIC’s nas eleições é possível identificar que esta
ferramenta pode ser utilizada para cumprir quatro funções principais: (1) fazer
propaganda, transmitir informações com enquadramento próprio e distribuir materiais
de campanha, (2) angariar recursos financeiros e mobilizar apoiadores, (3) propiciar a
participação dos cidadãos no processo eleitoral e (4) promover integração (NEWELL,
2001, p. 63).
Neste estudo, os aspectos funcionais [functional analysis] foram divididos em
quatro categorias: Participação (v=16), Informação (v=18), Mobilização (v=24),
Integração (v=10), compostas por diversas variáveis (v). A análise formal [formal
analysis], por sua vez, incluiu as seguintes categorias: Acessibilidade (v=7), Navegação
(v=6), Atualização (v=2) e Qualidade do design (v=2).
Participação (v=16): elementos para gerar interesse político e interação entre os
usuários da Internet, candidatos e coordenadores da campanha (por exemplo, chat-room
[sala de bate-papo], e-mail, enquetes, possibilidade de comentar notícias, etc.);
Informação (v=18): características de apresentação, distribuição, volume e
qualidade das informações sobre os candidatos, a coligação, os partidos, as propostas e
os programas de governo, eventos políticos e documentos diversos (agenda do
candidato, boletins informativos, releases para a imprensa, documentos oficiais,
notícias, fotografias, etc.);
Mobilização (v=24): opções para ativar o apoio eleitoral dos usuários da Internet
(por exemplo, voluntariado, angariação de fundos, acesso a materiais de campanha,
etc.);
Integração (v=10): estruturas para coordenar e embutir a comunicação partidárioeleitoral interna à World Wide Web (tais como: Intranet, hyperlinks a outros websites,
comitê on-line, dentre outras).
Acessibilidade (v=7): características que aumentam a disponibilidade ao
conteúdo do website (p.e. opção de imprimir, de fazer download, de carregar softwares
adicionais);
Navegação (v=6): elementos que facilitam a busca (sistema de procura, mapa do
site);
Atualização (v=2): calculada pela freqüência de inserção de notícias e novos
conteúdos no website;
Qualidade do design (v=2): avaliada em termos de quadros, opções multimídia e
ícones animados, que dão pistas do profissionalismo do website.
Cada uma das variáveis dicotômicas foi codificada como presente (1) ou ausente
(0), com a finalidade de produzir uma escala comparativa confiável. Finalmente,
referenciando-se em Newell (2001), foram calculados índices para cada uma das oito
categorias acima mencionadas para comparar os componentes dos websites dos
diferentes candidatos de um modo claro e uniforme. Para tanto, foi dividido o número
de variáveis presentes no site de cada candidato pelo número total de variáveis possíveis
naquela categoria de análise resultando, assim, em um índice para cada categoria entre 0
(todos os elementos ausentes) e 1 (todos os elementos presentes).
III – RESULTADOS DA PESQUISA: AS CIBERCAMPANHAS
ARGENTINAS EM 2007
O pleito presidencial argentino em 2007 foi marcado por uma ampla
fragmentação da oposição, que resultou em 13 postulantes à presidência contra a
candidata situacionista Cristina Kirchner (IASULAITIS; SILVA, 2008).
Considerando a primeira pergunta de pesquisa, foi possível verificar que, dos
quatorze presidenciáveis argentinos, treze fizeram uso da Internet no pleito de 2007
(tabela 1).
Tabela 1 – Presença dos candidatos argentinos na web
Presença na
Endereço(s)
web
Sim
http://www.albertorodriguezsaa.com.ar
Alberto Rodriguez Saá
Sim
http://www.cristina.com.ar
Cristina Kirchner
http://www.cristinacobosyvos.com
http://www.frenteparalavictoria.org
Sim
http://www.elisacarrio.com.ar
Elisa Carrió
http://www.coalicioncivica.org.ar
Sim
www.pinopresidente.com
Fernando Solanas
www.proyecto-sur.com.ar
Sim
http://accionelectoralppr.blogspot.com
Gustavo Breide Obeid
http://ar.geocities.com/pprmdp
Sim
http://sobischpresidente.com/index.php
Jorge Sobisch
Sim
http://www.pts.org.ar
José Montes
Sim
http://www.mussa2007.com
Juan Ricardo Mussa
Sim
http://luisammann.blogspot.com
Luis Ammann
http://www.fral.com.ar
Sim
http://www.po.org.ar/nestor-pitrola
Nestór Pitrola
Não
Raúl Castells
Sim
http://www.recrear.org.ar
Ricardo Lopez Murphy
http://www.bullblog07.blogspot.com
Sim
http://www.presidentelavagna.com
Roberto Lavagna
Sim
http://www.mst.org.ar/
Vilma Ripoll
Fonte: autoria própria.
Candidato
É possível perceber, portanto, que a Argentina adentrou a terceira fase das
campanhas eleitorais, visto que treze dos quatorze candidatos à presidência no pleito de
2007 estabeleceram presença no ciberespaço. O único presidenciável que não fez uso da
Internet para cibercampanha foi Raúl Castells, candidato oriundo dos movimentos
sociais, liderança do Movimento Independiente de Jubilados y Desocupados (MIJD),
um dos principais grupos do chamado “movimiento piquetero”.
Os websites eleitorais de todos os candidatos presidenciais de 2007 foram alvo
de duas análises: formal e funcional, cujos resultados serão apresentados separadamente
nas duas subseções seguintes:
3.1 - Resultados da Análise Funcional
Um índice foi calculado para cada categoria de análise, em termos das
principais funções dos websites eleitorais dos candidatos (veja Figura 1).
Figura 1 – Índice de todas as funções [análise funcional] dos websites eleitorais em
comparação
Os resultados da análise funcional dos websites eleitorais argentinos demonstram
que transmitir informação com um enquadramento próprio para os usuários foi o principal
objetivo de todos os candidatos analisados. Os websites eleitorais serviram ao propósito de
informar o eleitor e os veículos de imprensa sobre o perfil dos candidatos, da coligação,
suas principais propostas e plataformas políticas, a agenda de campanha dos
presidenciáveis, suas biografias e realizações na vida pública. Todos apresentaram seus
programas de governo, com exceção do candidato Alberto Rodriguez Saá e da candidata
eleita Cristina Kirchner, cujo website eleitoral foi altamente personalista.
Grande parte dos candidatos possibilitou a consulta aos locais de votação, uma
prestação de serviços que provavelmente atraiu a atenção do eleitorado (Tabela 2).
No entanto, os candidatos ficaram muito aquém no quesito transparência e
prestação de contas sobre financiamentos, doações e gastos. Apenas um candidato (Luis
Ammann) apresentou informes econômicos da campanha e balanços.
Os altos índices de informação demonstram a importância dos websites eleitorais
para subsidiar os cidadãos e órgãos de imprensa que tivessem interesse em dados sobre os
candidatos.
Características de Informação
Cristina
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a
Elisa
Carri
ó
Alberto
Rodriguez
Saá
Jorge
Sobisc
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Fernand
o Pino
Solanas
Vilm
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Amman
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s
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1 Informações sobre o candidato a presidente (p.e.
Ricard
o
López
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y
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0
9
0,50
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0,78
16
0,89
10
0,56
14
0,78
16
0,89
14
0,78
15
0,83
12
0,67
15
0,83
15
0,83
11
0,61
15
0,83
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
biografia, perfil)
Informações gerais sobre o candidato a vicepresidente
Fotografias do candidato a presidente
Fotografias do candidato a vice-presidente
Informações gerais sobre a coligação
Consultar o local de votação
Programa de Governo
Realizações do candidato
Artigos do candidato ou membros do partido e
coordenação de campanha
Documentos diversos (p.e carta-compromisso,
documentos temáticos)
Notícias atuais próprias
Notícias da imprensa (clipping)
Emissão de opinião do candidato sobre assuntos
atuais
Discursos / pronunciamentos do candidato
Boletim informativo
Agenda do candidato
14
15
16
17 Seção da mídia e releases para a imprensa
18 Dados sobre o financiamento da campanha,
doações e gastos
Índice de Informação
Tabela 2 – Características de informação nos websites eleitorais
Em termos gerais, uma das opções mais renegada foi a dimensão de participação,
embora deva-se ressaltar algumas iniciativas interessantes, sobre as quais discorreremos a
seguir:
Todos os websites possibilitaram o envio de e-mail. No entanto, as mensagens dos
internautas não eram respondidas. Com o intuito de averiguar a forma de resposta aos emails enviados, foram remetidas mensagens a todas as campanhas; obtivemos resposta
apenas da candidatura de Nestor Pitrola.
Dois candidatos (Sobisch e Breide Obeid) veicularam enquetes. O candidato
Obeid questionou se Cristina Kirchner poderia governar de maneira adequada. Já o
candidato Sobisch buscou ouvir os cidadãos a respeito de temas importantes, até mesmo
sobre quem deveria encabeçar a chapa de seu partido:
Cuál candidato opositor pasará al ballotage en las elecciones de octubre?.
(Resultados - 2905 Votos)
¿Quién debe encabezar la fórmula del Frente Partido Justicialista en las elecciones
presidenciales?
(Resultados - 1088 Votos)
2007: Dónde debe el gobierno centrar sus esfuerzos?
(Resultados - 1841 Votos)
Qué opina del proyecto de Ley de Superpoderes?
(Resultados - 976 Votos)
¿Argentina debe pagar más caro el gas a Bolivia?
(Resultados - 132 Votos)
Aftosa: Indique la causa del nuevo brote
(Resultados - 93 Votos)
Qué piensa de pagar toda la deuda al FMI con reservas?
(Resultados - 400 Votos)
Qué nivel de oposición generan los triunfos de Sobisch y Macri?
(Resultados - 723 Votos)
Que opina de las críticas de Sobisch a las retenciones?
(Resultados - 64 Votos)
Pegada al artículo: "EN EL 2007 ESTARE EN LA CASA ROSADA"
Evalúe la gira de Sobisch a Rusia en busca de inversores
(Resultados - 49 Votos)
Pegada al artículo: GIRA DE SOBISCH A RUSIA
Qué opina de los conceptos de Sobisch en esta nota?
(Resultados - 76 Votos)
Pegada al artículo: SOBISCH: KIRCHNER TIENE CERO EN GESTION
Características de Participação
Cristina
Kirchne
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Lavagn
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Elisa
Carri
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Jorge
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Fernand
o Pino
Solanas
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José
Monte
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Ricard
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Mussa
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Pitrola
1 Permite enviar e-mail (mensagem de correio
1
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2
0,13
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4
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0,31
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0,19
2
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0,06
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0,31
2
0,13
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10
11
12
13
14
15
16
eletrônico)
Envia resposta padrão (automática) às mensagens e
solicitações
Envia resposta personalizada da mensagem
Assinatura de manifestos ou abaixo-assinados
online
Permite assinar o livro de visitas
Foro online (permite publicação de opiniões, postar
mensagens)
Existe sala de bate-papo (chat-room) com acesso
restrito
Existe sala de bate-papo permanente e em tempo
real de acesso geral
Há sala de bate-papo com moderador
A sala de bate-papo não possui moderador e
possibilita a comunicação lateral entre os cidadãos
sem intermediação
Candidatos ou representantes da campanha
participam da sala de bate-papo em tempo real
Permite comentar as notícias
Disponibiliza enquetes
Oferece a oportunidade de envio de artigos para
publicação no site
Permite cadastramento para recebimento de boletim
Detalhes de contato do candidato (p.e. endereço
para correspondência, email, fax ou telefone)
Índice de Participação
Tabela 3 – Características de participação nos websites eleitorais
Sete candidatos utilizaram foro online, permitindo a publicação de opiniões dos
internautas. Alberto Rodríguez Saá, quarto colocado na disputa, contou com diversas
mensagens de apoio e propostas em seu foro online. Foram aproximadamente 350
participações com sugestões em relação à política industrial, o turismo, a área de
segurança, tecnológica, energética, postagens questionando Cristina Kirchner, pedidos
de ajuda financeira e voluntários oferecendo trabalho militante. A participação no foro
online do candidato Gustavo Breide Obeide foi livre, ou seja, qualquer internauta
poderia publicar opiniões, sem filtro e prévia escolha de moderados. Sendo assim,
pudemos publicar uma mensagem em seu foro.
Três candidatos cadastraram eleitores para recebimento de boletins; no entanto,
não recebemos boletins eletrônicos de nenhuma candidatura.
Assim, apesar destas iniciativas de utilização da capacidade interativa da rede,
os websites eleitorais argentinos não exploraram de forma exitosa o potencial que tem a
Internet para promover participação e interação direta com os eleitores; os sites eleitorais
ficaram muito aquém, tendo em vista o potencial oferecido pela Internet (ver tabela 3). Em
nenhum website houve sala de bate papo [chat-room] com ou sem a presença dos
candidatos, por exemplo.
Os websites eleitorais priorizaram o fornecimento de informações de mão única
[one-way] e de cima para baixo [top-down], ou seja, subsídios sobre o candidato, sua
biografia, programa de governo, realizações na vida pública, notícias e fotos. Alguns
websites funcionaram analogamente a panfletos eletrônicos.
Como demonstra a figura 1, algumas candidaturas exploraram a função de
mobilização, buscando recrutar militantes e voluntários e, principalmente, fiscais
eleitorais, já que diversos candidatos oposicionistas levantaram a possibilidade de
fraude no pleito de 2007.
Fornecer calendário de eventos, download de diversos materiais de campanha,
informações e contatos de comitês de campanha foram algumas das opções oferecidas
(ver tabela 3). No que se refere à angariação de fundos online, apenas três candidatos
fizeram uso desta opção, estratégia que provou ser bastante próspera em outros países,
especialmente nos EUA (veja KAMARCK, 2002, p.94).
No tocante à função de integração, a metade dos candidatos analisados utilizou
o website eleitoral como um comitê online, visando facilitar a organização partidária,
com a finalidade de descentralizar materiais e aumentar a funcionalidade da campanha
(conforme tabela 4). A maioria dos candidatos disponibilizou links para os websites de
seus partidos. Os candidatos que recebiam cobertura noticiosa positiva de organizações
da mídia fizeram link com estes órgãos em suas páginas.
Os cinco sites que disponibilizaram seções temáticas tiveram como objetivo
atrair o público jovem, principal usuário da Internet. A candidata e atual presidente da
Argentina contou com três websites demasiadamente sofisticados e centrados na
imagem da candidata, em detrimento às suas propostas. Um deles foi especialmente
voltado para o público jovem (http://www.cristinacobosyvos.com/). Abria com música
dançante, continha links de humor político, cenas do YouTube, cartazes, bottons, clips,
depoimentos e endossos de artistas, embaixadores, jornalistas, empresários.
Características de Mobilização
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
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23
24
25
26
Calendário de eventos
Boletins da campanha
Incentivo a acessar o Blog do candidato
Incentivo a participar de comunidade online (p.e.
Orkut) e adesivar fotos
Download de spots partidários
Download de materiais de campanha (p.e panfletos,
logotipos, bottom, cartaz, etc.)
Possibilita ouvir e fazer download de jingles
Possibilita assistir vídeo clipe e fazer download dos
vídeos da campanha e programas de TV
Angariação de fundos online
Voluntariado online
Instruções para fiscais
Contato com a coordenação de campanha
Seções temáticas (juventude, mulheres, negros)
Divulga e incentiva participação em atividades nas
cidades (p.e. carreatas, comícios)
E-shop (loja online para comprar bens da campanha e
partidos – publicações, camisetas)
Subscrição online para publicações partidárias
(assinatura de manifestos, p.e)
Web rádio
Tirar foto online com o candidato
Papel de parede / salva telas
Ring tone da campanha para celular (MP3)
Emoticons para MSN
Imagens para MSN e Orkut
Informações e contatos de comitês de campanha
Outros contatos de campanha (p.e. telefone 0800,
endereço de correspondência)
Enviar fotos para o site
Recomendar o site
Cristina
Kirchne
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Lavagn
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Elisa
Carri
ó
Alberto R.
Saá
Jorge
Sobisc
h
F. Pino
Solanas
Vilm
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Ripol
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Luis
Amman
n
José
Monte
s
Ricardo
L.Murph
y
Gustavo
B.Obeid
Juan
R.Mussa
Nestor
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0
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1
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1
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1
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1
1
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1
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1
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1
1
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0
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1
1
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0
0
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1
0
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1
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0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
0
1
7
0
1
3
0
1
15
0
0
8
0
0
12
0
0
10
0
0
3
0
0
6
0
0
2
1
1
14
0
0
2
0
0
6
0
0
5
Índice de Mobilização
0,27
0,12
0,58
0,31
0,46
0,38
0,12
0,23
0,08
0,54
0,08
0,23
0,19
Tabela 3 – Características de mobilização nos websites eleitorais
Características de Integração
1 Comitê online (materiais para download –
adesivos, folhetos, bandeiras, foto oficial,
placas etc.)
2 Intranet
3 Cadastro para profissionais receberem
materiais e atualizações do site (p.e.
jornalistas, fotógrafos, etc.)
4 Link ou referência à comunidade virtual (p.e.
Orkut)
5 Link ou referência ao blog do candidato
6 Links para websites partidários
7 Links comerciais
8 Links para ONG’s
9 Links ou referência a organizações da mídia
10 Links para outras organizações (educação,
trabalho, sistemas de busca, etc.)
Índice de Integração
Cristina
Kirchne
r
Lavagn
a
Elisa
Carri
ó
Alberto
Rodriguez
Saá
Jorge
Sobisc
h
Fernand
o Pino
Solanas
Vilm
a
Ripol
l
Luis
Amman
n
José
Monte
s
Ricard
o
López
Murph
y
Gustavo
Breide
Obeid
Juan
Ricardo
Mussa
Nestor
Pitrola
1
1
1
0
1
0
0
1
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
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0
0
0
0
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0
0
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0
0
0
0
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0
0
0
0
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0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
0
0
0
0
0
1
0
0
1
1
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
1
0
1
0
1
0
1
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
0
0
1
0
1
1
1
1
1
1
0
1
0
0
0
0
1
0,10
6
0,60
5
0,50
1
0,10
4
0,40
1
0,10
1
0,10
5
0,50
2
0,20
6
0,60
3
0,30
7
0,70
1
0,10
Tabela 4 – Características de integração (networking) nos websites eleitorais
3.2 - Resultados da Análise Formal
Há diferenças entre os websites dos presidenciáveis argentinos em termos de
profissionalismo? Esta pergunta formou a base da análise formal dos websites dos
candidatos à presidência da república na eleição de 2007.
Figura 2 - Índice das características formais dos websites eleitorais
De acordo com os dados apresentados (Figura 2), é possível perceber que há
discrepância em relação à acessibilidade, atualização e, principalmente, em termos de
estética e ferramentas multimídia. Apenas em termos de navegação os websites estão
equiparados, compartilhando características comuns (ver tabela 5).
No que se refere ao número de visitantes dos websites, apenas dois
presidenciáveis de candidaturas extremamente inexpressivas (os dois últimos colocados
na corrida presidencial) deixaram esta opção ativa: Juan Carlos Mussa, que contou com
19.456 visualizações e de Gustavo Breide Obeide, que disponibilizou as estatísticas de
acesso: a página foi visualizada 5.119 vezes por 3.144 visitantes.
Analisando os elementos estruturais que podem dar pistas sobre os recursos
financeiros, técnicos e humanos empregados para projetar e manter profissionalmente os
websites foi possível constatar que o padrão dos websites de candidaturas mais abastadas
financeiramente não foi o mesmo daqueles que representavam candidaturas mais modestas.
Verificaram-se disparidades em termos de recursos tecnológicos empregados e
sofisticação entre os websites; é possível inferir, portanto, que as candidaturas não
dispuseram de recursos similares para tornarem suas páginas atraentes, dotadas das mais
recentes ferramentas multimídias, audiovisuais, navegadores e equipamentos
informacionais.
Características formais e facilidade de uso dos websites eleitorais
Acessibilidade
Tempo razoável para o site carregar
Versão em outro idioma
Opção para imprimir as notícias e artigos
Opção para enviar o artigo ou notícia por email
Fazer download de artigos (salvar)
Baixar arquivos / softwares (p.e. versão do
plugin Flash Player, Acrobat Reader, etc.)
7 Disponibiliza links para aprofundar assuntos
1
2
3
4
5
6
Índice de Acessibilidade
1
2
3
4
5
6
Navegação
Mapa do site ou índice
Informação sobre o número de visitantes ativa
Ícone da home page em locais mais baixos
Sistema de busca
Botão de voltar
Botão de avançar
Índice de Navegação
Cristina
Kirchne
r
Lavagn
a
Elisa
Carri
ó
Alberto R.
Saá
Jorge
Sobisc
h
F. Pino
Solanas
Vilm
a
Ripol
l
Luis
Amman
n
José
Monte
s
Ricardo
L.Murph
y
Gustavo
B.Obeid
Juan
R.Mussa
Nestor
Pitrola
1
0
1
1
1
0
1
0
1
1
1
0
1
0
1
1
1
0
1
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0
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0
1
0
1
1
1
1
1
0
1
1
1
0
1
0
0
0
1
0
1
0
0
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
0
1
1
0
0
1
0
0
0
0
0
1
0
1
0
1
0
1
1
1
0
1
0
0
4
0,57
1
5
0,71
1
5
0,71
1
2
0,29
0
5
0,71
0
4
0,57
0
2
0,29
1
3
0,43
0
3
0,43
1
4
0,57
1
2
0,29
0
3
0,43
0
4
0,57
1
0
0
1
1
1
4
0,67
1
0
1
0
1
1
4
0,67
1
0
1
1
1
1
5
0,83
1
0
1
0
1
1
4
0,67
1
0
1
0
1
1
4
0,67
1
0
1
0
1
1
4
0,67
1
0
1
0
1
1
4
0,67
1
0
1
0
1
1
4
0,67
1
0
1
1
1
1
5
0,83
1
0
1
0
1
1
4
0,67
1
1
0
0
1
1
4
0,67
1
1
0
1
1
1
5
0,83
1
0
1
1
1
1
5
0,83
1
2
Atualização
Ao menos uma vez por dia
Várias vezes ao dia
Índice de Atualização
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Estética/Multimídia
Fotos, imagens
Gráficos
Ícones animados (em flash)
Banners
Sentido de humor / ironia
Multimídia (diversos)
Vídeos
Ring tone da campanha para celular (MP3)
Jingle em auto-reprodução ao abrir o site
Índice de Estética/Multimídia
1
1
2
1
1
1
2
1
1
1
2
1
1
1
2
1
1
1
2
1
1
1
2
1
1
0
1
0,5
1
0
1
0,5
1
0
1
0,5
1
1
2
1
1
0
1
0,5
1
0
1
0,5
1
0
1
0,5
1
0
0
1
1
1
1
0
1
6
0,67
1
1
0
1
0
1
1
0
0
5
0,56
1
1
0
1
0
1
1
0
0
5
0,56
1
0
0
1
0
1
1
0
0
4
0,44
1
0
0
1
0
1
1
0
1
5
0,56
1
1
0
1
0
1
1
0
0
5
0,56
1
0
0
1
0
0
0
0
0
2
0,22
1
0
0
1
0
1
1
0
1
5
0,56
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0,11
1
0
0
1
0
1
1
0
0
4
0,44
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0,11
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0,11
1
0
0
1
0
0
0
0
0
2
0,22
Tabela 5 – Características formais e facilidade de uso dos websites eleitorais
IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O advento das novas tecnologias, e em especial da Internet, foi saudado com
otimismo e esperança principalmente pelas novas capacidades de interação em
comparação às mídias tradicionais. Mas qual foi e tem sido as conseqüências da Internet
para a política eleitoral? Os websites partidários e eleitorais têm promovido a tão
propagada interatividade e participação política online?
No contexto argentino, a análise de conteúdo dos websites eleitorais
demonstrou que, embora a Internet contenha potencialidades para incentivar a
participação e o diálogo de mão dupla, os candidatos não estão explorando
substancialmente essas possibilidades tecnológicas.
A característica preponderante das cibercampanhas na Argentina foi a utilização
da Internet como uma ferramenta de comunicação de mão única [one-way] e de cima para
baixo [top-down], ou seja, as informações e propagandas foram passadas dos líderes para os
militantes, eleitorado e jornalistas. No entanto, convém ressaltar que algumas possibilidades
de comunicação de baixo para cima [bottom-up] foram evidenciadas, como o foro online de
algumas candidaturas.
A Internet foi um importante meio para diminuir o custo de obtenção de
informações políticas no pleito argentino em 2007 e difundir o nome de candidatos
pouco conhecidos. Mas no que se refere ao perfil das informações veiculadas,
constatou-se a ausência de determinados insumos relevantes para o voto informado e o
controle social efetivo. Ao passo que foram enfatizados dados como a biografia,
realizações na vida pública e agenda de eventos dos candidatos, foram negligenciadas
informações concernentes aos assuntos financeiros. Quase a totalidade dos candidatos
analisados não se preocupou em tornar públicas em seus websites eleitorais as
informações sobre o financiamento de suas campanhas, tais como o montante
arrecadado, a origem dos recursos e os gastos efetivados, dados importantes para balizar
as escolhas eleitorais e para a seleção do candidato com o perfil de financiamento mais
adequado às preferências dos cidadãos.
Do ponto de vista da formação de opinião, a Internet representou grande
vantagem aos candidatos em comparação às mídias tradicionais, visto que diferentes
pontos de vista puderam ser defendidos. Neste sentido, os candidatos controlaram o
conteúdo e a dosagem de informação política oferecida em seus websites, sem que ela
passasse por filtros ideológicos, nem pelos crivos dos gatekeepers.
De acordo com os dados apresentados, diferenças foram encontradas entre os
websites de candidaturas mais modestas e mais relevantes em termos de profissionalismo.
Portanto, estes resultados condizem mais com a tese de normalização, visto que
verificaram-se condições desiguais de competição na Internet, ao contrário de uma
homogeneização dos websites políticos argentinos (GIBSON et al., 2001, p. 1; DAVIS,
1999, p. 96 apud SCHWEITZER, 2005).
No que se refere às possibilidades de participação do público por meio dos
websites eleitorais, é possível recusar, com base nos dados apresentados, a concepção de
determinismo tecnológico que pressupõe que as transformações no campo da técnica, os
artefatos, as tecnologias e os novos meios condicionam imediatamente transformações
mais amplas no conjunto da sociedade e mudanças no modus operandi da política. De
fato, o potencial interativo existe; no entanto, a utilização das possibilidades da Internet
e seu modo de aplicação dependem das escolhas políticas estratégicas dos atores
políticos.
Candidatos à presidência no pleito argentino de 2007
Imagem do website de Murphy
Imagem do website de Fernando Pino Solanas
Imagem do website de Nestor Pitrola
Imagem do website de Vilma Ripoll
Imagem do website de Sobisch
Imagem do website de Alberto Rodríguez Saá
Imagem do website de Elisa Carrió
Imagem do website de Lavagna
Imagem do website de Cristina Kirchner
Imagem do website de Amman
Imagem do website de Gustavo Breide Obeid
Imagem do website de Mussa
Imagem do website de José Montes
Foto de Raul Castells na Internet
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