Livro de Resumos - Pólo de Estremoz

Transcrição

Livro de Resumos - Pólo de Estremoz
- 1 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
- 2 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
X CONGRESSO NACIONAL CIENTISTAS EM
AÇÃO
Centro Ciência Viva de Estremoz
Pólo de Estremoz da Universidade de Évora
16, 17 e 18 de abril de 2015
Comissão Organizadora:
Coordenação Pedagógica – Carla Sofia Pacheco
Acompanhamento Científico e receção de resumos – Vânia Silva
Produção – Susana Campos
Webdesign – Eduardo Pereira
Colaboradores – Equipa CCVEstremoz: Alexis Soares, Alice Carretas, Claúdia Pisco,
Cristina Brito, Florbela Cebola, Inês Pereira, Joana Pardal, João Paulo Maneta, Mariana
Antunes, Nuno Santos, Patrícia Pereira, Rute Canhoto e Sandra Espada
Direção do CCVEstremoz - Rui Dias e Isabel Leal Machado
Comissão Científica:
Professor Doutor Galopim de Carvalho – Museu de História Natural
Professor Doutor Rui Dias – Instituto de Ciências da Terra (ICT), Escola de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Évora (ECTUÉ), Laboratório de Investigação de Rochas
Industriais e Ornamentais (LIRIO), CCVEstremoz
Mestre Isabel Leal Machado – ECTUÉ, CCVEstremoz
Professora Ana Basaloco – Serviços de Educação do Município de Estremoz
Mestre Carla Sofia Pacheco – CCVEstremoz
Professor Roberto Sepanas – Escola Básica da Mata de Estremoz
Mestre Karina Lúcia Garcia - Frequência de Doutoramento em São Paulo - Brasil - com o
acompanhamento da UÉ
Professora Doutora Isabel Fialho – Departamento de Pedagogia e Educação da ECSUÉ
Professor José Barroso - Escola Secundária de Estremoz, Geografia
Professor Doutor António Ribeiro – Sociedade Geológica de Portugal
Professora Ilda Godinho – Escola Secundária de Vila Viçosa, Ensino de Biologia-Geologia
Professor Hélder Alvalade – Ensino de Biologia-Geologia
Professora Mª João Vila Viçosa - Departamento de Medicina Veterinária da ECTUÉ
Comunicadores de Ciência – CCVEstremoz
Comissão de Honra:
Professor Doutor Galopim de Carvalho – Museu de História Natural
Vice-Presidente do Município de Estremoz – Francisco Ramos
Diretor da ECTUÉ – Mourad Bezzeghoud
Diretor Executivo do CCVEstremoz – Rui Dias
Professor Doutor António Ribeiro – Sociedade Geológica de Portugal
- 3 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
ÍNDICE
Nota de Apresentação
PRÉMIO GALOPIM DE CARVALHO – 1.º Ciclo do Ensino Básico
Quem é o Cientista? – Prof. Galopim de Carvalho
9
As palavras nas Ciências
15
“Aprender mais e… melhor! À descoberta dos insetos”, E.B. 1 Glória
18
“A química do vinho”, Centro Educativo Alice Nabeiro
20
“As rochas reagem ao sumo de limão?”, E.B. S. Manços
23
“Aprender mais e… melhor! Cigarros e pulmões”, E.B. 1 Glória
24
“Drones: Tecnologia aplicada”, Centro Educativo Alice Nabeiro
25
“Construção de um modelo de hovercraft”, E.B. S. Manços
27
“O Ciclo da água”, Escola Salesiana de Évora
28
“Aprender mais e… melhor! Ovos e dentes”, E.B. 1 Glória
29
“Dark Skies Rangers: Vem apagar a luz para acender as estrelas”, E.B. n.º3 Condeixa-a-Nova
31
“Aprender mais e… melhor! Dentes saudáveis”, E.B. 1 Glória
32
PRÉMIO DOLOMIEU – 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico
Quem foi o Cientista? – Déodat Dolomieu
34
Conversas em torno da Terra – Anticlinais, Sinclinais & Outras coisas mais…
35
“A incrível aventura da Ciência”, Centro Educativo Alice Nabeiro
43
“Porque é que o líquido colorido faz espuma branca?”, Colégio São Tomás
45
“O que podemos evitar com a vacina HPV?, E.B. 2,3 de Aranguez
46
“A que temperatura o bolor se desenvolve melhor?”, Colégio São José
47
“Uma nova icnojazida de dinossauros do Jurássico médio… E um novo recorde!”, E.B.I. 49
Joaquim Barros
- 4 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Libélulas e libelinhas! Os segredos da água…”, Centro Educativo Alice Nabeiro
50
“A transpiração nas plantas”, E.B. 2,3 de Aranguez
52
“Que características tem de ter uma substância para se dissolver noutra?”, Colégio São José
54
“Bioindicadores no estudo da qualidade do ar em Estremoz”, E.B. Sebastião da Gama
55
“Água o que podemos ver?”, E.B. 2,3 de Aranguez
57
“Porque é que a espuma de sabões ou detergentes com cores diferentes é sempre branca?”, 59
Colégio São José
“Correção do solo, retenção da água”, E.B. Damião de Gois
60
“Qual o efeito da temperatura no crescimento de microorganismos?”, E.B. 2,3 de Aranguez
61
“Por que razão a madeira é mais quente do que a pedra?”, Colégio São José
62
“Porque é que as nuvens não cedem à gravidade”, Colégio São José
63
“Como se forma a nata do leite?”, Colégio São Tomás
65
“Porque é que o azeite não se mistura com outros líquidos?”, Colégio São José
66
PRÉMIO ANTÓNIO RIBEIRO – Ensino Secundário
Quem é o Cientista? – Prof. António Ribeiro
68
Da deriva continental de Wegener à moderna geodinâmica global
69
“Um pequeno salto… para a cauda de um cometa”, Escola Secundária de Loulé
71
“Pelos caminhos de Thomas Morgan com Drosophila melanogaster I”, Escola Básica e
Secundária Francisco Simões
73
“Análise da relação entre as oscilações climáticas dos últimos 800 mil anos e a produção de
crusta oceânica”, Escola Secundária de Loulé
76
“Pelos caminhos de Thomas Morgan com Drosophila melanogaster II”, Escola Básica e
Secundária Francisco Simões
78
“Variabilidade morfológica entre duas praias do Litoral Sul do Algarve” Escola Secundária de
Loulé
81
- 5 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
- 6 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Nota de Apresentação
As ciências e as tecnologias atingiram nos dias de hoje, um papel extremamente
importante na sociedade. Torna-se fundamental que os cidadãos criem e desenvolvam
hábitos e competências no campo das ciências experimentais e das tecnologias, áreas por
excelência, onde se manuseiam materiais, aprendem técnicas e se verifica como os
processos naturais se desenvolvem. As atividades práticas tendem, atualmente, a ocupar
um lugar de destaque e insubstituível, reclamando um espaço próprio nos currículos de
ciências. A sua utilização é vista cada vez mais, como uma estratégia importante e
necessária de ensino-aprendizagem.
Por outro lado, tendo em vista a importância fundamental da troca de experiências e
ideias entre as pessoas, a sua discussão e a importância fundamental do poder
reconhecer-se que afinal podemos estar errados, sem que isso constitua um problema,
surgiu no ano letivo de 2005/2006 a 1ª edição do que é atualmente o "Congresso Nacional
Cientistas em Ação”.
Pretende-se com o Congresso Nacional “Cientistas em Ação” desenvolver o contato e a
troca de ideias entre cientistas, os alunos e professores, promovendo a colocação dessas
ideias à observação dos outros, podendo admitir-se que se está errado... no âmbito da
divulgação e partilha da cultura científica e tecnológica.Com âmbito nacional, pretende-se
também promover o espírito científico dos jovens, através da realização e
desenvolvimento de projetos científicos nos quais o ensino experimental das ciências se
revela como uma prioridade.
O presente Livro de Resumos, está organizado em três capítulos, correspondente aos três
prémios de dia 16, 17 e 18 respectivamente:
- Prémio Galopim de Carvalho, (1.º Ciclo do Ensino Básico);
- Prémio Dolomieu, (2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico)
- Prémio António Ribeiro, (Ensino Secundário)
A Comissão Organizadora.
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X Congresso Nacional Cientistas em Ação
PRÉMIO GALOPIM DE CARVALHO
1.º Ciclo do Ensino Básico
- 8 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
QUEM É O CIENTISTA?
Professor Doutor
Galopim de Carvalho
Nascido em 1931, António Marcos Galopim de Carvalho é um eborense com obra
realizada nos domínios da ciência e da cultura e, além disso, um cidadão interventor com
largas provas dadas e reconhecidas aos mais variados níveis do Estado, da comunicação
social e do público, em geral.
Como professor leccionou várias disciplinas (era assim no seu tempo) no Departamento
de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, de 1961 a 2001, Sedimentologia no
Instituto de Geografia da Faculdade de Letras de lisboa, de 1965 a 1981, Sedimentologia
na Universidade dos Açores, de 1990 a 1993, de Geologia de Portugal, na Universidade do
Algarve, de 1996 a 1998, e de Mineralogia e Geologia na Cooperativa Arco, na década de
1990.
Como investigador, para além das cerca de oitenta participações (e mais de uma centena
de comunicações) em congressos e outras reuniões científicas no país e fora dele, e do
grande número de artigos científicos que publicou, ressaltam duas obras fundamentais na
Geologia e na Paleontologia portuguesas:
- a tese de doutoramento, sobre a Geologia da Bacia Terciária do Tejo, concluída há 45
anos, mas de uma actualidade reconhecida pelos seus pares;
- um estudo inovador de Paleontologia sistemática sobre Briozoários do Cenozóico
português, num total de 68 espécies, algumas novas para a ciência. Neste estudo,
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publicado em 1971, criou uma metodologia de análise quantitativa para a identificação
específica, que foi adoptada no vol. 68 da Faune de France, publicado em 1966.
Criou e dirigiu uma dezena projectos de investigação nas áreas da Paleontologia, da
Estratigrafia e da Geologia Marinha. Nesta última, em colaboração com o Prof. Alveirinho
Dias, seu ex-aluno, criou e sedeou no Museu Nacional de História Natural (MNHN), a
primeira escola de Geologia Marinha, em Portugal, na qual se formaram mais de uma
dezena de doutores, hoje investigadores de muito mérito neste domínio, ao serviço das
nossas Universidades e Laboratórios do Estado.
No domínio da Paleontologia e com o apoio da Câmara Municipal. da Batalha, criou ali um
Laboratório de Paleontologia dos Dinossáurios, como pólo do MNHN, financeiramente
suportado pela autarquia, que assumiu, igualmente, os custos das escavações realizadas
no concelho.
Concebeu e conduziu os estudos que levaram à criação, em Viseu, do projeto do
geomonumento do Monte de Santa Luzia (Prémio Nacional do Ambiente – Autarquias, em
1997) e do Museu do Quartzo – Centro de Interpretação Galopim de Carvalho, único à
escala mundial, inaugurado em 2012 pelo Ministro da Educação.
Além de professor foi geólogo prático, no terreno, sendo um dos poucos docentes
universitários com nome ligado à cartografia geológica do País, com levantamentos nas
regiões de Castelo Branco, Castro Verde, Évora, Monte Trigo, Moura, Ponte de Sor,
Santiago do Cacém, Sines e Tomar. Nesta sua actividade descobriu e estudou as primeiras
jazidas portuguesas de palygorskite e de bentonite, dois tipos de argilas de elevado
interesse económico. Reconheceu e estudou, ainda, as importantes jazidas de areias
siliciosas de Coina e Rio Maior, essenciais à grande indústria vidreira.
Ministrou cursos em diversas universidades portuguesas e proferiu lições e conferências
em todas elas e em numerosas escolas do Continente e das Ilhas e em Macau, do Básico
ao Secundário. Proferiu, ainda, conferências no Rio de Janeiro, Luanda, Madrid, Paris,
Bruxelas, Londres, Estrasburgo, Munchehagen (Hanôver, Alemanha), Toronto e Drumheler
(Alberta, Canadá).
No dia da sua jubilação, em 2001, a Faculdade de Ciências de Lisboa proporcionou-lhe
uma cerimónia que fez história. O grande auditório completamente esgotado nos seus
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cerca de 800 lugares (como nunca acontecera ou voltou a acontecer e actos semelhantes),
tinha gente em todas as coxias a assistir à sua última lição, “Geologia e Cidadania”. Na
primeira fila, o ex-Presidente Ramalho Eanes, o Ministro da Ciência, Prof. Mariano Gago, o
Reitor da Universidade, Prof. Barata Moura, o Director da Faculdade, Prof. Pinto Paixão, o
Presidente da JNICT, Prof. Ramôa Ribeiro e o Presidente da Fundação da UL Prof. David
Ferreira quiseram testemunhar-lhe o seu apreço.
Como homem de cultura, entrou tarde na literatura, que Natália Correia classificou de
“etnografia ficcional”, com cinco livros publicados, entre 1993 e 2008, e revelou-nos uma
sua faceta menos conhecida, no domínio das artes plásticas, com algumas exposições de
desenho, pintura e escultura, num total de três dezenas de obras.
Enquanto cidadão, revelou-se um divulgador na área das ciências da Terra. Como tal
publicou uma dezena de livros e numerosos artigos em múltiplos jornais e revistas;
proferiu palestras em todo país (em Bibliotecas Municipais, Centros Culturais, Sociedades
Recreativas etc.); promoveu as mais visitadas exposições, com centenas de milhar de
visitantes, e introduziu em Portugal, em 1998, as feiras anuais de minerais, gemas e
fósseis, com 28 edições cumpridas, sempre frequentadas por milhares de interessados,
ávidos e em número crescente.
Ainda como cidadão, foi interventor activo na defesa e valorização do nosso património
geológico e paleontológico, numa luta cívica que fez escola, deu frutos e que conta já com
múltiplos seguidores. Neste domínio de actividade, concebeu e tem vindo a divulgar o
conceito de Exomuseu da Natureza. Os sítios (geomonumentos e geossítios) classificados
no âmbito dos Protocolos que assinou, em nome do MNHN, com as autarquias de Évora,
Lisboa, Setúbal e Viseu, foram aceites por estas como pólos da Universidade de Lisboa nos
respectivos concelhos.
Em reconhecimento da sua actividade nos domínios mencionados o Presidente Mário
Soares distinguiu-o com o grau de Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada
– Ciências, Artes e Letras.
Nesse mesmo reconhecimento, o Presidente Jorge Sampaio incluiu-o, como representante
da comunidade científica, na comitiva que o acompanhou na sua viagem de Estado ao
Brasil, em 1977.
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Também o Governo decidiu homenageá-lo, através do Ministério da Educação, dando o
seu nome à Escola Básica 2+3 de Pego Longo (Sintra),em 1999, nome que, em 2002,
tornou abrangente a todo o Agrupamento de Jardins de Infância e Escolas da zona.
O reconhecimento, pela comunicação social, da sua actividade, em prol da divulgação da
ciência mereceu-lhe prémio “Bordalo da Ciência”, em 1994.
A organização ambientalista QUERCUS, conferiu-lhe, em 1995, o Prémio Nacional do
Ambiente.
Pela sua colaboração no processo de candidatura de Sintra a Património Mundial da
UNESCO, a autarquia concedeu-lhe a Medalha de Prata do município.
Évora, a sua terra natal, distinguiu-o, em 2000, com a Medalha de Ouro de mérito
municipal.
Em 2003 foi distinguido com o Prémio Prestígio Mais Alentejo (Ciência).
Em 2006, a Associação Portuguesa de Museologia, concedeu-lhe o Prémio APOM (melhor
personalidade do ano na área da museologia).
Pelo trabalho desenvolvido na musealização da jazida com pegadas de dinossáurios da
Pedreira do Galinha, a Câmara Municipal de Ourém atribuiu-lhe a Medalha de Ouro do
município.
A culminar uma caminhada ao serviço da divulgação científica foi galardoado este ano de
2013, com o Grande Prémio Ciência Viva – Montepio.
LIVROS PUBLICADOS
Dirigidos aos ensinos secundário e superior e à divulgação científica publicou:
1965 – Sedimentologia aplicada à Geomorfologia, edição policopiada do Centro de
Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa.
1968 – Contribuição para o Conhecimento Geológico da Bacia Terciária do Tejo, Mem.
Serv. Geol, de Portugal, NS, nº 15, Lisboa
1971 - Briozoários do Terciário Português, edição do Centro de Estudos de Geologia da
F.C.U.L.
1977-78 – Geologia, Vols. I, II e III, edição do Ministério da Educação (Ano Propedêutico).
- 12 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
1980 – Geologia, Volume I – A Terra, em colaboração com G. Pereira, J. Brandão, O. Vau e
P. Baptista, Livraria Popular Francisco Franco, Lisboa.
1981 – Vol. II – Geodinâmica, em colaboração com G. Pereira, J. Brandão, O. Vau e P.
Baptista, Livraria Popular Francisco Franco, Lisboa.
1989 – Dinossáurios, edição da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais, Colecção
Natura.
1991 – A Vida e Morte dos Dinossáurios, em colaboração com Nuno Galopim de Carvalho,
Gradiva.
1991 – Geologia do Arquipélago da Madeira, em colaboração com J. Brandão, edição do
Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa.
1994 – Dinossáurios e a Batalha de Carenque, Editorial Notícias.
1995 – Mineralogia e Cristalografia, edição da Universidade Aberta.
1996 – Morfogénese e Sedimentogénese, edição da Universidade Aberta.
1997 – Petrogénese e Orogénese, edição da Universidade Aberta.
2000 – Guadiana Antes de Alqueva, edição da Direcção Geral do Ambiente, Évora.
2000 – Introdução ao Estudo dos Minerais, com uma 2ª edição em 2002, Âncora Editora.
2002 – Introdução ao Estudo do Magmatismo e das Rochas Magmáticas, Âncora Editora.
2002 – Dinossáurios – Uma Nova Visão, em colaboração com J. P. Barata e Vanda Santos,
Âncora Editora.
2003 – Geologia Sedimentar, Volume I, Sedimentogénese, Âncora Editora.
2004 – Geologia Sedimentar, Volume II, Sedimentologia, Âncora Editora.
2006 – Geologia Sedimentar, Volume III, Rochas Sedimentares, Âncora Editora.
2007 – Como Bola Colorida, Âncora Editora.
2008 – Contos da Dona Terra, em colaboração com M. H. Henriques e M. J. Moreno.
Comissão Nacional da UNESCO e C.M. de Cascais. Soc. Industrial Gráfica.
2011 - Dicionário de Geologia, Âncora Editora
2012 – Era uma vez…com Ciência, Âncora Editora.
2012 – Conversas com os Reis de Portugal, Âncora Editora
2014 – Evolução do Pensamento Geológico, nos contextos filosófico, religioso, social e
político da Europa. Âncora Editora.
- 13 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
2015 – As Pedras e as Palavras. Âncora Editora.
Em preparação – Geotoponímia.
No domínio da literatura de ficção publicou:
1993 - O Cheiro da Madeira, Editorial Notícias, mais duas edições em 1995 e 2002, Âncora
Editora.
1995 - O Preço da Borrega, Editorial Notícias.
1997 - Os Homens Não Tapam as Orelhas, Editorial Notícias.
2002 - Com Poejos e Outras Ervas, Âncora Editora, reeditado pelo Círculo de Leitores, em
2004.
2008 - Fora de Portas, Memórias e Reflexões, Âncora Editora.
Em preparação – Porta Nova.
- 14 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
As palavras nas Ciências
Naquele dia de Agosto, na Praia Grande, o céu estava nublado e havia uma
humidade vinda do lado do mar que quase molhava. O Dr. Urbano dissera que,
mesmo nos dias sem sol, que não dessem para estarem despidos, não deixassem
de passar a manhã na praia. – Vista-lhes uma camisola e deixe-os respirar aquele
ar salgado. – Recomendara o nosso médico, semanas antes, no dia em lhe levara
a Francisca com febre e uma forte dor de garganta e lhe pusera a questão dos
cuidados a ter com as crianças na praia.
- Esta praia, - lamentava-se a avó, - é um desconsolo. Raramente temos aqui um
bom dia de praia. Sol, nem sempre. E é só lá para o fim da tarde. Vamos ali para o
sul da Serra, para o Guincho, Cascais ou Estoril, é céu azul e Sol que até queima.
Aqui, é o que se vê. É, quase sempre assim. Uma tristeza. Mas quando é bom, a
verdade seja dita, é bom a valer.
Sentados na areia, envoltos nas toalhas, os netos Domingos, Francisca e Mateus,
em frente do avô, tinham, nas histórias que ele contava, uma das maneiras já
habituais de passar o tempo. Ao lado deles, a mãe trabalhava no computador
portátil e o pai lia um livro sobre pedras preciosas.
- Antes de vos falar de matérias muito interessantes, como são as relacionadas
com a minha profissão de geólogo, - começou, naquela manhã o avô, - acho que
vos devo dizer algumas coisas sobre as palavras, muitas delas novas e sem
significado se não forem convenientemente explicadas. Querem ouvir?
- Sim, avô. – Disseram, ao mesmo tempo, a Francisca e o Mateus.
- E eu também quero. – Exclamou, logo a seguir, o Domingos.
- Todas as actividades, sejam elas quais forem, das mais simples às mais
complicadas, precisam de palavras comuns, que toda a gente usa, e de outras
que são próprias para as acções que praticam, para tudo o que produzem e para
as ferramentas ou utensílios de que se servem. Por exemplo, na cozinha usamos
facas, tachos e panelas, fritamos batatas, carapaus e pataniscas, cozemos
pescada, legumes, assamos frangos e outras carnes, etc., etc.. Os alfaiates e as
costureiras, usam tesouras, agulhas, linhas e botões, fazem casacos, calças e
- 15 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
coletes, saias e vertidos e falam de lã, algodão, seda e linho. Com as ciências é a
mesma coisa.
- Quando o avô fala de coisas da geologia, aparecem sempre palavras novas. –
Disse o Domingos.
- Isso é bem verdade porque os cientistas, ao descobrirem coisas novas, têm de
criar palavras novas ou, dizendo de outra maneira, têm de criar neologismos. Esta
palavra que os meus netos não conheciam, mas que ficam a conhecer, foi feita a
partir das palavras gregas, neo, que quer dizer novo, e logos, que significa estudo
ou conhecimento. Portanto, repito, neologismo, indica uma palavra criada para dar
nome a uma coisa que se descobriu ou que se produziu pela primeira vez.
- Eu costumo dizer, a brincar, que são “palavras caras que é preciso trocar por
miúdos”. Quando, no século XVII, as ciências começaram a ganhar importância
como tal, era, sobretudo, no seio de Igreja e entre alguns cidadãos da chamada
nobreza que se estudava. E as línguas que então eram usadas por estas classes
sociais eram o latim e o grego.
- O povo não sabia ler nem escrever. – Interrompeu o pai das crianças.
- Para o trabalho que se lhes exigia, - rematou a avó - só precisavam de força nos
braços e nas pernas. Mesmo quando, no século XIX, estudar deixou de ser um
privilégio do clero e da nobreza, o latim e o grego continuaram a fazer parte das
disciplinas habituais no ensino que, nesse tempo estava ainda longe de ser
obrigatório para toda a gente.
- Hoje, nas nossas escolas, ninguém estuda essas línguas da Antiguidade. –
Meteu-se na conversa a mãe das crianças. - O latim que os romanos falavam já
não se fala em parte nenhuma, nem em Itália. E o grego que se fala hoje na
Grécia já sofreu grandes alterações.
- Os cientistas de antigamente eram conhecidos por sábios. - Retomou o avô. Criavam e comunicavam ente si usando neologismos que foram buscar a essas
duas línguas da Antiguidade. Era uma maneira de falar caro que só eles
entendiam.
- E a palavra geologia, como é que apareceu, avô? – Perguntou a Francisca.
- Aí temos nós um bom exemplo para começar. Essa palavra, com o significado
que hoje lhe damos, foi um neologismo no século XVI, criado por um italiano de
- 16 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
nome Ulisse Aldrovandi. Foi feita juntando duas palavrinhas usadas na Grécia
antiga, geo, que alude à Terra, e logos que, como já disse, significa estudo ou
conhecimento.
Durante esta conversa do avô com os netos o céu foi-se abrindo e o sol encheu a
praia de luz e calor a convidar para um mergulho.
- Vamos ao banho! – Gritou o Domingos, levantando-se de um salto.
- Vamos! – Anuíram os irmãos, seguindo-lhe o exemplo.
A. M. Galopim de Carvalho
Março de 2015
- 17 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Aprender mais e… melhor!
“À descoberta dos insetos”
1
Vasco Parreira, Matilde Boto, Henrique Rocha e Mariana Lopes & Maria Antónia Parrulas e Maria
2
Vitória Malhadas
1-Alunos da Escola Básica de Glória, 3º e 4º ano de escolaridade
2-Docentes da Escola Básica de Glória
Finalidade:
Descobrir e identificar insetos e a sua constituição
Material:
- frascos
- rede
- pinças
- lupas de mão
- lupa binocular
- máquina fotográfica
- material de desenho
Método:
- Passeámos à volta do muro da nossa escola e observámos os insetos;
- Recolhemos alguns insectos;
- Fotografámos e desenhámos os insetos;
- Na sala, dividimo-nos em grupos e analisámos os insetos com as lupas;
- Cada grupo fez um desenho do inseto que estava a estudar e apresentou as suas observações
aos colegas;
- Foram analisados os aspetos que cada grupo tinha em comum e registadas algumas conclusões;
- Cada grupo fez pesquisas na internet para saber mais sobre o inseto que estava a estudar, fez os
registos e apresentou o trabalho à turma;
- Em conjunto fez-se uma conclusão relativamente às partes constituintes dos insetos.
Conclusões:
Após as observações na aula:
- Todos os insectos observados têm o corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdómen;
- Têm seis pares de patas que saem do abdómen, têm duas antenas, dois olhos e alguns têm
asas.
- Alguns insetos têm o corpo coberto por uma carapaça dura com quitina que se chama
exoesqueleto;
Após as pesquisas na internet e na biblioteca da escola:
- É nas antenas dos insetos que se situa o sentido do tato e do olfato;
- Respiram através de orifícios que têm na sua pele;
- Têm dois olhos mas dentro destes muitos mais olhos;
- A sua boca pode ter diversas formas;
- A maioria dos insetos nasce de ovos (é ovípara);
- 18 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
- Alguns insetos passam por diversas fases durante a sua vida: ovos- larvas-crisálidas e por fim
são adultos;
- Alguns insetos vivem em comunidade, como as abelhas e as formigas;
- Muitos insetos são considerados prejudiciais porque transmitem doenças (mosca, mosquito),
outros destroem construções (Térmitas), outros destroem culturas (gafanhoto);
- A maioria dos insetos é benéfica: ajudam na polinização das plantas (vespas, abelhas e
borboletas);
- Alguns insetos também produzem substâncias úteis para o Homem ( mel, cera, seda);
- Muitos insetos alimentam-se de detritos e contribuem para a sua decomposição no solo;
- A ciência que estuda os insetos chama-se Entologia
- 19 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
A química do vinho
1
Rodrigo Raimundo e Afonso Mexia & Carlos Pepê
2
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente da oficina de ciência do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Finalidade:
- Visitar diferentes produtores de vinho;
- Conhecer diferentes tipos de vinha e técnicas associadas;
- Identificar técnicas industriais e artesanais de produção;
- Conhecer técnicas de manutenção e poda de vides em processo artesanal e industrial;
- Descobrir os segredos da fermentação alcoólica dos açúcares em álcool;
- Identificar perante experimentação a diferença entre o vinho tinto e o vinho branco;
- Realizar provas odoríferas de diferentes tipos de vinho;
Conteúdos:
- Enologia;
- Agricultura;
- Química.
Resumo:
Este projeto visa estudar a diferença entre a produção caseira em família como é o caso do pai de
um dos nossos alunos e aquela que fomos estudar na Adega Mayor. Seguimos o percurso da uva
desde a sua produção até à garrafa. Percebemos o processo e identificámos os pontos em
comum. Neste projeto recriámos diversas experiências em laboratório sendo que iremos em
congresso apresentar uma prova olfativa de vinhos caseiros, novos e de reserva e ainda uma
experiência para provar qual a diferença entre o vinho branco e o vinho tinto maduro. Onde estará
o segredo!?
Visita à Adega Mayor
- 20 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Na 1ª fotografia vemos a bola de algodão, nome dado á gema de onde sairão as folhas
das vides e na segunda a mesma vide com 8 dias de diferença (Mês de Março)
Duas das castas da Herdade em estudo
Controlo de temperatura na fermentação do vinho e estágio
- 21 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Visita aos laboratórios, adegas e prova de vinhos
- 22 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
As rochas reagem ao sumo de limão?
1
Alunos & Susana Costa
2
1-Alunos da Escola Básica de S. Manços
2-Docente da Escola Básica de São Manços
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo verificar se as rochas reagem ao sumo de limão.
Material:
-limões
-vários tipos de rochas
Método:
1ª experiência:
- Colocar as várias rochas alinhadas e espremer, sobre cada uma, sumo de limão. Observar o que
acontece.
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se que algumas rochas reagiram ao sumo de limão. As rochas que
reagiram eram mais porosas.
Conclui-se que algumas rochas reagem ao ácido do sumo de limão. As rochas que reagiram são
mais porosas e menos duras do que as que não reagiram.
- 23 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Aprender mais e… melhor!
“Cigarros e Pulmões”
1
Duarte França, Iara Alcaria, Carmo Parrulas e Gonçalo Moreira & Maria Antónia Parrulas e Maria
2
Vitória Malhadas
1-Alunos da Escola Básica de Glória, 3º e 4º anos de escolaridade
2-Docentes da Escola Básica de Glória
Questão-problema:
Como são os pulmões de um fumador?
Finalidade:
Identificar malefícios do tabaco.
Material:
- 1 garrafa de plástico transparente
- 1 cigarro
- fósforos
- algodão
- água
- 1 recipiente
- plasticina
- elástico
- 1 tubo de plástico transparente
Método:
- fazer um furo na garrafa, de lado, junto à base e tapá-lo com plasticina;
- fazer outro furo na tampa e passar por ele um tubo de borracha, vedando a zona com plasticina;
- na extremidade do tubo que ficará dentro da garrafa, fazer uma carapuça de algodão e prendê-la
com o elástico, tapando bem a abertura;
- colocar um cigarro na outra extremidade do tubo;
- encher a garrafa com água até metade e introduzir lá dentro a extremidade do tubo que tem o
algodão;
- fechar a garrafa com a tampa e coloca-la no recipiente;
- acender o cigarro;
- destapar o furo da garrafa
Observações:
A garrafa ficou com fumo e o tubo transparente também. A água ficou amarelada. O algodão ficou
com uma cor amarelo escuro
Conclusões:
Com esta experiência concluímos que o tabaco deixa os pulmões dos fumadores muito sujos.
Fizemos pesquisas e descobrimos também que um cigarro contém muitas substâncias que
provocam o cancro e muitas outras doenças que podem levar á morte.
- 24 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Drones, Tecnologia aplicada
1
Diogo Carixas, Duarte Carixas, Rafael Pepê & Carlos Pepê
2
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente da oficina de ciência do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Objetivos:
- Descobrir os princípios mecânicos do funcionamento dos Drones;
- Identificar as potencialidades desta tecnologia no nosso dia-a-dia;
- Fortalecer a relação entre a tecnologia e a realidade;
- Utilizar a tecnologia como ferramenta para a promoção e valorização do património natural,
humano e construído;
- Imaginar aplicações futuras dos drones e problemas que possam levantar para a segurança de
pessoas e bens.
Conteúdos:
- Tecnologia;
- Robótica;
- Mecânica.
Resumo:
Os drones são a tecnologia do momento. Encontramos hoje drones em diversos usos, mas os mais
comuns são imagens para televisão e reportagens. A tecnologia evoluiu muito e permitiu
atualmente que qualquer pessoa com um pouco de treino comande um drone e recolha imagens,
controle uma produção agrícola e guarde informação recolhida por sensores, entregue
encomendas ou percorra distâncias grandes por controlo remoto. São tantas as possibilidades de
trabalho que se abrem que pensámos criar um projeto inovador e empreendedor que com ajuda
dos Drones nos permita divulgar o nosso património geológico e natural. Fizemos vários vídeos
promocionais para treinar e já divulgámos alguns resultados. O objetivo do nosso projeto é criar um
quiosque móvel para divulgar o ano internacional do solos (2015) onde possamos mostrar a alunos
das escolas locais e adultos (em espaço públicos de Campo Maior) o património geológico da
Serra de São Mamede e de Campo Maior com imagens de Drones previamente gravadas.
Poderemos ainda fazer imagens no local com os drones e oferecer às escolas como forma
motivação. O património natural e geológico da nossa região é enorme com destaque para as
cristas quartzíticas de Castelo de Vide e Marvão, as caleiras da Escusa, a zona de bacia de
sedimentos de Ouguela ou os vales da Ribeira de Arronches e Xêvora. Poder mostrar do ar estes
exemplos únicos da riqueza da nossa região é uma mais-valia para aproximar as pessoas e as
comunidades. Criámos um filme de apresentação do CEAN para divulgar na nossa página na
internet e ainda fizemos um vídeo promocional de Campo Maior e da Barragem do caia com ajuda
do nosso mentor, “António Bernardino” que nos iniciou no mundo dos Drones. Para concluir,
avaliámos as potencialidades que são imensas e focámo-nos também nos problemas. A liberdade
de recolha de imagens aéreas levanta muitos problemas sobre a segurança de terrenos privados,
casas e edifícios públicos, pois qualquer pessoa poderá estudar acessos e recursos existentes,
bem como recolher imagens de pessoas sem autorização. Os Drones estão ai e são a tecnologia
são utilizada atualmente pelas forças de segurança, militares e empresas o que significa que
vieram para ficar…
Drone utilizado no projeto 2015
- 25 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Ouguela, uma paisagem de sedimentos…
Cristas Quartzíticas de Castelo de Vide
- 26 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Construção de um modelo de hovercraft
1
Participantes & Susana Costa
2
1-Alunos da Escola Básica de S. Manços
2-Docente da Escola Básica de São Manços
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo dar a conhecer como é que um hovercraft se desloca
em cima de água, podendo também circular em terra.
Material:
-um CD fora de uso
-uma tampa de garrafa com abertura pop-up
-cola
-balão
Método:
1ª experiência:
- Colocar a montagem numa superfície lisa e fazer deslocar o CD com o balão.
2ª experiência:
- Abrir a abertura da tampa e voltar a empurrar o balão
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se que o hovercraft não se desloca.
Na 2ª experiência verificou-se que o hovercraft deslizou facilmente com a tampa aberta.
Concluiu-se então que para se deslocar, o hovercraft utiliza uma almofada de ar (criada pelo ar que
sai com alguma pressão do balão) que elimina uma força que existe entre o hovercraft e a
superfície lisa (atrito).
- 27 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
O Ciclo da Água
João Martins, Francisco Bento, Carolina Marques, Maria do Mar, José Tavares, Vasco Pessanha
2
& Janete Massuça
1
1-Alunos da Escola Salesiana de Évora
2-Docente da Escola Salesiana de Évora
Finalidade:
Distinguir os sólidos dos líquidos
Materiais:
- água
- leite
- frigorífico
- lamparina
- tripé
- fósforos
- copo de precipitação
Método:
- Colocar um pouco de leite no copo e aquecer.
- Repetir o procedimento com a água.
- Colocar um copo de água no frigorífico.
- Repetir o procedimento com o leite.
- Observar o que acontece.
Discussão/Conclusão:
Existem materiais que não congelam, mas ficam frios. Outros materiais, como por exemplo a água
o leite congelam, mas no entanto precisam de ficar mais tempo no congelador.
Concluímos assim que existem materiais que congelam e outros que não congelam.
Será que os materiais se comportam da mesma forma quando são aquecidos?
Quanto existirem mais partículas sólidas numa substância, mais facilmente entra em ebulição.
Será que os materiais se comportam da mesma forma quando são arrefecidos?
Como as nossas substâncias não foram ao congelador a temperatura abaixo de 0 graus, não
congelaram, apenas ficaram frias.
Caso fossem a uma temperatura inferior a 0 graus algumas substâncias congelariam: água e o
leite.
- 28 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Aprender mais e… melhor!
“ovos e dentes”
1
Diogo Vaqueiro, Joana Garcia, Tomás Sousa e Madalena de Deus & Maria Antónia Parrulas e
2
Maria Vitória Malhadas
1-Alunos da Escola Básica de Glória, 3º e 4º ano de escolaridade
2-Docentes da Escola Básica de Glória
Questão-problema:
Como é que a pasta de dentes e o flúor nos ajuda a proteger os dentes?
Finalidade:
Descobrir o efeito da pasta dentífrica e do flúor nos dentes.
Material:
- 3 ovos cozidos
- pasta de dentes
- vinagre
- flúor
- 3 copos transparentes
Método:
Copo A - Encher com vinagre até à marca medida e introduzir um ovo
Copo B – Encher com vinagre até à marca medida e introduzir um ovo, previamente “barrado” com
pasta dentífrica;
Copo C – Encher com vinagre até à marca medida, introduzir um ovo e adicionar 1dl de flúor
líquido
- Fazer observações ao fim de 8h e registar;
Registo de observações:
Copo A - Observou-se que o ovo normal (dente) dentro do copo com vinagre estava escuro, mole,
cheirava mal e tinha uma película escura por cima;
Copo B – Observou-se que o ovo com pasta dentífrica continuava duro mas a cor estava
ligeiramente alterada;
Copo C – Observou-se que o ovo com fluor líquido continuava com a casca igual e limpa;
Conclusões:
As bolhas que se formaram no ovo (dente) normal, enquanto esteve imerso no vinagre, deveu-se à
formação de uma reação química que ocorreu entre o ácido do vinagre e o carbonato de cálcio na
casca do ovo, dissolvendo-a.
Depois de comermos forma-se uma placa à volta dos dentes (restos de comida, de bebida e
bactérias). Essa placa forma ácidos que dissolvem o cálcio do esmalte dos dentes da mesma
forma que o vinagre fez aos ovos, mas mais lentamente.
Se não escovarmos os dentes esta placa pode mudar a cor dos dentes deixando-os amarelados e
pode causar cáries.
Com esta experiência, concluímos que a pasta dos dentes e o flúor protegeram a casca do ovo
(dente) do ácido do vinagre.
Concluímos também que, para ter dentes fortes e saudáveis, precisamos cuidar deles lavando-os
pelo menos duas vezes por dia com pasta dentífrica, fazendo quinzenalmente os bochechos de
flúor na escola e indo ao dentista de seis em seis meses para vigiar a saúde dos dentes.
- 29 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Curiosidade:
Depois de analisarmos os ingredientes das nossas pastas dentífricas chegámos à conclusão que
alguns ingredientes eram comuns a todas e resolvemos fazer também uma pasta de dentes
caseira.
Como fazer uma pasta de dentes caseira?
As pastas de dentes são feitas de um material que tritura e remove a placa e o tártaro dos dentes.
Material necessário:
- 6 colheres de bicarbonato de sódio
- meia colher de sal de cozinha fino
- 2 colheres de chá de glicerina
- folhas de hortelã (que devem ser trituradas até ficarem em pasta)
- 2 colheres de água
- recipiente
- colher de sopa
Misturar tudo e mexer energicamente até obter uma pasta consistente.
- 30 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Dark Skies Rangers: Vem apagar a luz para acender as estrelas!
1
Alda Sofia Simões, Francisco Correia Roque, Tomás Loureiro, Laura Murtinho & Conceição
2
Manaia
1-Alunos da Escola Básica n.º 3 de Condeixa-a-Nova
2-Docente da Escola Básica n.º 3 de Condeixa-a-Nova
“Quantas estrelinhas consegues ver, a olho nu, na rua onde moras? Sabias que no céu existem
milhares de milhões de estrelas? Não consegues imaginar um céu assim tão estrelado? Pois é, a
culpa é da POLUIÇÃO LUMINOSA. Esse problema crescente resulta principalmente de candeeiros
e projetores exteriores que estão mal concebidos ou mal direcionados, iluminando para cima ou
para os lados e emitindo luz muito para além do seu alvo, sem qualquer efeito útil. A luz emitida
para cima e para os lados reflete-se e difunde-se nas nuvens, poeiras e fumos em suspensão no
ar, tornando o céu noturno mais claro.“
http://dsr.nuclio.pt/wp-content/uploads/2012/10/poluicao_luminosaAdota_uma_rua_e_salva_uma_estrelinha.pdf
Durante dois anos letivos a turma B da Escola Básica n.º 3 de Condeixa-a-Nova desenvolveu
trabalhos na área de Poluição Luminosa. A metodologia utilizada foi variando e culminou com uma
tarefa específica proposta pelo Núcleo de Astronomia de Lisboa, em 2013 e em 2014, a propósito
dos Concursos Dark Skies Rangers, “Adota uma rua e salva uma “estrelinha””.
Os trabalhos a serem apresentados no X Congresso Cientistas em Ação, são projetos realizados
com o envolvimento das famílias (inevitável dada a tenra idade dos alunos - 6 anos, em 2013 – e o
facto de necessitarem de “investigação” noturna). A orientação e coordenação do projeto esteve a
cargo da professora da turma, Conceição Manaia. Os resultados do projeto foram tão satisfatórios
que seis dos trabalhos realizados foram premiados em apenas dois anos de participação.
Quisemos partilhar esta experiência porque ela testemunha, de forma simples, como a partir da
observação, da colocação de hipóteses, da elaboração de propostas de melhoria, na realização
destes pojetos, a escola (e a família) colaboram na formação cidadãos mais críticos e
cientificamente mais responsáveis.
http://galileoteachers.org/lights-down-stars-up-in-portugal/
- 31 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Aprender mais e… melhor!
“Dentes saudáveis”
1
Rodrigo Alabaça, Camila Ramalho, Beatriz Baltazar e Leonor Baltazar & Maria Antónia Parrulas e
2
Maria Vitória Malhadas
1-Alunos da Escola Básica de Glória, 3º e 4º ano de escolaridade
2-Docentes da Escola Básica de Glória
Questão-problema:
Será que todas as bebidas são saudáveis para os dentes?
Finalidade:
Descobrir o efeito de algumas bebidas nos dentes.
Material:
- 4 dentes de porco
- 4 copos transparentes
- 1 pinça
- coca-cola
- refrigerante com gás
- água
- leite
Método:
- Observar os dentes de porco;
- colocar um dente em cada um dos copos;
- Adicionar a cada um dos copos um decilitro de uma bebida diferente (coca-cola, leite, água, sumo
com gás) e colocar etiquetas;
- Fazer observações durante três dias e registar.
Registo de observações:
1º dia – o dente mergulhado em coca-cola estava com algumas manchas acastanhadas; o dente
mergulhado em sumo com gás estava ligeiramente amarelado; os outros dentes estavam iguais.
2º dia – o dente mergulhado em coca-cola estava mais escuro e com mais manchas acastanhadas;
o dente mergulhado em sumo com gás estava mais amarelado; os outros dentes continuavam
estavam iguais.
3º dia – o dente mergulhado em coca-cola estava completamente castanho; o dente mergulhado
em sumo com gás continuava amarelado; os outros dentes continuavam estavam iguais.
Conclusões:
Com esta actividade experimental descobrimos que nem todas as bebidas são saudáveis para os
nossos dentes. Os refrigerantes e a coca-cola são bebidas com PH ácido que danificam o esmalte
dentário e aumentam o risco de cáries.
- 32 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
X Congresso Nacional Cientistas em Ação
PRÉMIO DOLOMIEU
2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico
- 33 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
QUEM FOI O CIENTISTA?
Déodat Dolomieu
(1750-1801)
Dolomieu começou a sua carreira militar na ordem dos Cavaleiros de Malta; o local onde
decorre este Concurso é o único Convento que esta ordem religiosa/militar teve em
Portugal.
Aos 18 anos teve um duelo, onde matou um membro e companheiro da ordem. Por esta
infracção foi condenado à morte, mas por intercepção do Papa Clemente XII, foi libertado
um ano depois.
Durante uma das suas saídas de campo nos Alpes Tiroleses (Itália), descobriu uma rocha
carbonatada que, ao contrário do calcário, não reagia ao ácido.
Publicou estas observações em 1791 no jornal de Physique; No ano seguinte, a rocha foi
nomeada dolomito.
O Dolomito, é uma rocha resistente aos vários tipos de meteorização, tanto física como
química; por isto, esta rocha tende a originar relevos que sobressaem da paisagem; por
exemplo o castelo de Estremoz, está instalado num relevo devido à existência de dolomitos.
- 34 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Anticlinais, Sinclinais & Outras coisas mais…
O princípio da horizontalidade inicial das camadas, que corresponde à primeira
das três leis fundamentais da estratigrafia estabelecidas por Nicholas Steno (16381686), afirma que os sedimentos depositados em água originam camadas
horizontais (ou quase horizontais), devido à influência que a gravidade tem no
processo de sedimentação. Por isso, quando observamos camadas subhorizontais
(fig. 1A) tendemos a concluir que não existem evidências de ter ocorrido
deformação após a sedimentação. Pelo mesmo motivo, quando observamos uma
dobra (fig. 1B) podemos afirmar que a actuação de forças levou à distorção da
forma original das camadas. Neste pequeno texto não iremos abordar nem a
génese dessas forças, nem das dobras (talvez num próximo texto...), mas apenas
os principais processos de classificação das dobras.
Figura 1- As dobras são o resultado da distorção de camadas originalmente horizontais:
A - Situação inicial;
B - Situação após a deformação.
ANTIFORMAS & SINFORMAS
As placas litosféricas, de uma forma aproximada, podem ser consideradas como
enor- mes corpos tabulares subparalelos à superfície topográfica e que se
deslocam umas em relação às outras. Numa Terra esférica estes movimentos
incluem quase sempre uma componente de aproximação ou de afastamento. A
maioria das dobras são geradas pelos movimentos de aproximação entre as
placas e surgem devido ao encurtamento que estes movimentos provocam. Como
as forças compressivas induzidas pela convergência de placas tendem a ser
subhorizontais e as camadas quando não estão deformadas também
o são, o seu dobramento origina dobras cujas zonas de charneira também são
horizontais.
- 35 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Figura 2 - Dobras em tecido provocadas pelo movimento horizontal de aproximação entre as suas
extremidades:
A - Situação inicial;
B - Situação após aproximação das mãos o que provoca a deformação do tecido e a formação
inevitável de rugas que não são mais do que antiformas e sinformas, com charneiras
subhorizontais.
Podemos ter uma ideia do que se acabou de dizer com uma experiência muito
simples... Se esticarmos um pedaço de tecido em cima de uma mesa horizontal,
colocarmos as mãos nas suas extremidades e as aproximarmos, formam-se uma
série de rugas (fig. 2); estas pregas do tecido não são mais do que dobras e,
embora possa existir alguma ligeira ondulação das zonas de charneira, elas são
predominantemente horizontais.
Pelo que se acabou de referir, é fácil de perceber que o dobramento de camadas
sedi- mentares subhorizontais tende sempre a originar dobras cujos flancos
convergem para cima ou para baixo (fig. 3); às primeiras chamamos antiformas e
às segundas sinformas.
Figura 3- Sequência de dobras mostrando alternância entre antiformas e sinformas
No entanto, por vezes a deformação é mais complexa e podem gerar-se dobras
que não podem ser classificadas nem como antiformas nem como sinformas,
sendo por vezes designadas como dobras neutras. Uma abordagem completa das
- 36 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
possíveis complexida- des que conduzem a estas situações ultrapassa os
objectivos deste pequeno texto que apenas aborda os processos sistemáticos das
dobras. Por isso, limitamo-nos a referir duas situações que conduzem a dobras
que não podem ser classificadas em nenhum dos tipos abordados.
As dobras associadas à movimentação ao longo de cavalgamentos tendem por
vezes a apresentar planos axiais que, devido à deformação associada a essa
movimentação rodam tendendo a paralelizar-se com o plano de cavalgamento (fig.
4). Nesta situação as dobras podem apresentar planos axiais subhorizontais e
charneiras também subhorizon- tais. Se os planos axiais estão próximos da
horizontal, isto significa que os flancos da dobra não convergem nem para cima
nem para baixo, mas sim para o lado; deste modo, estas dobras não podem ser
classificadas nem como antiformas nem como sinformas, sendo classificadas
como dobras deitadas.
Figura 4- Possível relação geométrica entre dobras e cavalgamentos, coexistindo antiformas,
sinformas e dobras deitadas
Uma outra situação que gera também dobras que não seguem o esquema
simplificado de classificação em antiformas e sinformas, resulta de uma sequência
de camadas que já tinham sido deformadas anteriormente. Por exemplo,
imaginemos uma região onde a atuação de uma primeira fase de deformação
tenha originado dobras muito apertadas com flancos subverticais (fig. 5A). Se uma
segunda fase de dobramento afectar esta região, embora a direção de
encurtamento máximo possa continuar a ser subhorizontal, como as camadas já
estavam verticais as dobras de segunda fase vão ter localmente planos axiais e
charneiras verticais (fig. 5B); nestas últimas situações também aqui não faz
sentido falar em antiformas e sinformas, pois os flancos não convergem nem para
cima nem para baixo mas, sim para o lado.
- 37 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Figura 5- Exemplo de um padrão de dobramento complexo resultado da sobreposição de duas
fases de dobramento:
A- Situação inicial;
B- Situação após a deformação, coexistindo antiformas, sinformas e dobras com charneiras
verticais.
ANTICLINAIS & SINCLINAIS
A segunda lei de Steno, normalmente conhecida como princípio da sobreposição
das camadas, afirma que numa sequência de camadas não deformadas as que
estão por cima são mais recentes (fig. 6A). Quando esta sequência é dobrada, nos
núcleos dos antiformas estão as camadas mais antigas e nos núcleos dos
sinformas as mais recentes (fig. 6B). Esta relação de idades entre as camadas de
uma dobra levou à proposta de uma sistemática que considera que as dobras que
têm as camadas mais antigas no núcleo se chamam anticlinais e as que têm no
núcleo as mais recentes se chamam sincli- nais (fig. 6B).
Figura 6- Relação de idades entre as várias camadas de dobras afectando uma sequência de
camadas não deforma das anteriormente:
A- Situação inicial;
B- Situação após o dobramento.
Repare-se que os conceitos de antiformas e sinformas dizem apenas respeito à
forma das dobras, enquanto os termos anticlinais e sinclinais são conceitos que
- 38 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
apenas consideram a idade relativa das camadas. Por isso se não se conhecer a
idade relativa entre as camadas de uma dobra não é possível classificar uma
dobra como sendo anticlinal ou sinclinal. No entanto, por vezes a deformação de
uma região é complexa o que se traduz por estruturas mais complicadas do que
as representadas na figura 6B.
Tal como já foi referido, neste curto texto não se pretende descrever e sistematizar
a generalidade das situações resultantes de histórias de deformação complexas;
no entanto, é possível exemplificar algumas implicações estas podem ter na
sistemática das dobras.
Mais uma vez comecemos por considerar o caso de uma dobra deitada associada
a um cavalgamento subhorizontal (fig. 7A), que por corresponder à primeira
deformação da região são consideradas como estruturas de primeira fase (D1).
Apesar de esta dobra não poder ser classificada nem como antiforma nem como
sinforma (porque fecha para o lado) ela pode ser facilmente classificada como
anticlinal pois as camadas mais antigas afloram no seu núcleo e neste caso
conhece-se a idade relativa das camadas. Aliás, é importante salientar que, todas
as dobras são sempre anticlinais ou sinclinais (não havendo situações "neutras"),
e o máximo que pode acontecer é que não seja possível classificá-las como tal por
desconhecimento dessas idades.
Se a estrutura anterior for de novo encurtada, pode ocorrer a formação de novas
dobras (neste caso um antiforma), que podemos considerar de segunda fase (D2),
que redobram as estruturas geradas durante a primeira fase de deformação (fig.
7B). Apesar da comple- xidade da estrutura final, esta situação não coloca
qualquer problema do ponto de vista da classificação das dobras D1 como
anticlinais ou sinclinais, visto que qualquer que sejam as rotações posteriores que
venham a afectar um anticlinal (ou sinclinal) ele continuará a ser sempre anticlinal
(ou sinclinal).
- 39 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Figura 7- Exemplo de um padrão de dobramento complexo resultado da sobreposição de duas
fases de dobramento:
A- Estruturas D1 resultantes da deformação de uma sequência horizontal de camadas;
B- Redobramento das estruturas D1 por um antiforma D2.
Contudo, os efeitos das deformações mais recentes podem alterar a classificação
das dobras D1 no que diz respeito à sua forma; no caso representado a dobra
neutra inicial passou a um sinforma. No entanto, no que diz respeito às dobras D2
a sua classificação é muito mais complexa. Com efeito, embora no caso
representado a dobra D2 possa ser classificada sem problemas como sendo um
antiforma (pois os flancos convergem para cima), quando se tenta classificá-la
tendo em consideração a idade relativa das cama- das, verifica-se que a situação
varia de um lado e de outro do plano axial da dobra D1; acima do plano axial as
camadas tornam-se mais recentes quando nos afastamos do núcleo (e por isso
seria um anticlinal D2), enquanto na parte inferior elas são mais recen- tes em
direção ao núcleo (e por isso será um sinclinal D2). Verifica-se assim que, no caso
de dobramentos sobrepostos classificar uma dobra como anticlinal ou sinclinal é
de pouco interesse visto que vai depender da posição na estrutura D1 (fig. 7B).
Uma outra situação que pode gerar alguma confusão na aplicação dos conceitos
de anti- clinal e de sinclinal resulta da existência de processos de metamorfismo.
Consideremos (fig. 8A) uma sequência de rochas sedimentares não deformadas
onde a uma camada de calcários cristalinos depositados aos 489 milhões de anos
(i.e. no Ordovícico inferior) se sobrepõe uma camada de arenito silicioso
depositada aos 465 milhões de anos (i.e. no Ordovícico médio).
- 40 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Figura 8 – Relação entre processos de dobramento e de metamorfismo:
A – Situação inicial;
B – Situação final.
Algo semelhante acontece quando temos uma intrusão ígnea. Imaginemos (fig.
9A) uma sequência de rochas sedimentares com camadas do Cretácico inferior
(i.e. depositadas entre os 145,5 e os 99,6 milhões de anos) sobrepostas a
camadas do Jurássico superior (i.e. depositadas entre os 161,1 e os 145,5 milhões
de anos). No Cretácico superior (i.e. entre os 99,6 e os 65,5 milhões de anos)
ocorre a ascensão de um magma ácido que pro- voca o dobramento em antiforma
da sequência sedimentar anterior, ao mesmo tempo que cristalização origina um
batólito de granito no núcleo desta dobra (fig. 9B). Também neste caso, apesar da
rocha mais recente (i.e. o granito) estar no núcleo do grande antiforma, esta dobra
deve ser considerado um anticlinal, pois neste tipo de classificação o que interessa é a idade relativa das camadas que constituem a sequência sedimentar e as
rochas intrusivas que a intersectam não devem ser consideradas.
Figura 9 – Exemplo de um padrão de dobramento complexo resultado da sobreposição de duas
fases de dobramento:
A – Situação inicial;
B – Situação final após a actuação dos processos de dobramento e metamorfismo
- 41 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
EM JEITO DE CONCLUSÃO
Deste modo, importa salientar que os conceitos de antiformas, sinformas,
anticlinais e sin- clinais não são sinónimos e que, embora os antiformas sejam
frequentemente anticlinais e os sinformas sinclinais, é possível todas as
combinações (fig. 10).
Figura 10- Síntese das relações entre os principais tipos de dobras.
Rui Dias
Setembro de 2014
- 42 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
A incrível aventura da ciência
1
Alexandra Carrilho, Rodrigo Raimundo & Carlos Pepê
2
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente da oficina de ciência do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Objetivos:
- Estudar a história da ciência;
- Conhecer episódios históricos da vida de cientistas marcantes;
- Perceber a importância da evolução das descobertas científicas;
- Desenvolver competências de comunicação científica nos alunos;
- Aplicar técnicas de expressão plástica e reutilização para criação de cenários;
- Aprender e aplicar técnicas de gravação e montagem em stop motion;
- Criar com base em investigação, um guião para a vida de cada cientista;
- Preparar roteiro para divulgação da curta metragem nas escolas.
Conteúdos:
- História da ciência
-Vida e obra de figuras científicas;
-Divulgação científica;
-Botânica, física, astronomia, biologia, química, tecnologia
Material:
- Caixas velhas de cartão;
- Goma vera para bonecos e cenários;
- Cola;
- Papel colorido;
- Tinta acrílica;
- Pc e programa corel videostudio
- Câmara HD;
- Tripé;
- Estojo de luz;
…e claro, o ingrediente mágico : “criatividade” e “imaginação”
Resumo:
Cenário com jogo de luz utilizado para filmagem em stop motion
- 43 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Cenários diversos e técnicas utilizadas
Esta aventura é incrível! Fala-nos do mundo que nos rodeia, porque fala de ciência!
Mas afinal! O que é a ciência??
Bem… ciência é?!? Talvez procure responder desde sempre às dúvidas sobre tudo o que nos
rodeia! Exploramos o mundo desde que a nossa espécie existe. Responder às dúvidas sobre tudo
o que nos rodeia, levou o Homem a escrever as páginas desta incrível aventura. Fazer ciência não
é fácil! São anos e anos de conhecimento acumulado e trabalho de muitos cientistas. São muitas
ideias, hipóteses, experiências, testes e erros para chegar à verdade científica. As dúvidas sobre
tudo o que nos rodeia continuam e quanto mais sabemos, mais falta descobrir! Assim é a ciência!
Este filme é um tributo a todos os cientistas, famosos e incógnitos que escrevem todos os dias as
páginas da descoberta do nosso mundo. Pensámos em escolher os cientistas representados numa
linha no tempo e escrevemos um guião pela nossa mão para personificar a nossa opinião sobre
cada um deles. Aristóteles e Arquimedes, Copérnico e Galileu, Isaac Newton e Carl Lineu, Charles
Darwin, Albert Einstein, Marie Curie e Bill Gates foram os selecionados para acompanhar um
jovem cientista na descoberta pelo “Incrível Mundo da Ciência”.
A ciência é muito útil. Ajuda a curar doenças, para inventar a tecnologia que utilizamos todos os
dias, para proteger a biodiversidade ou mesmo para desvendar o universo. Se queres ser um
grande cientista a primeira coisa que deves fazer é conhecer o mundo, questionar e imaginar. A
imaginação irá abrir-te as portas do incrível mundo da ciência.
- 44 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Porque é que um líquido colorido faz espuma branca?
1
Maria Ortigão Malato & Maria Francisca Ferreira Carmo
2
1-Aluna do Colégio de São Tomás
2-Docente do Colégio de São Tomás
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objetivo perceber porque um líquido colorido faz espuma branca.
Material:
- Detergentes de cor
- Frascos de vidro
- Corante alimentar
- Cerveja branca e preta
- Microscópio
- Conta-gotas
- Lâminas de vidro
- Espátula
- Gobelés
Método:
Na 1ª experiência testou-se a seguinte hipótese:
O líquido colorido faz espuma branca porque o corante fica no líquido e não na espuma .
1ª Experiência:
- Colocar cada detergente colorido e cerveja branca e preta dentro de um frasco de vidro e agitar.
- Com uma pipeta retirar um pouco de espuma.
- Observar ao microscópio.
- Adicionar duas gotas de corante por cima da espuma.
- Agitar de novo os frascos de vidro.
Na 2ª, 3ª e 4ª experiência testou-se a seguinte hipótese:
As bolhas de ar que formam a espuma são formadas por uma película muito fina de líquido, na
qual não se vê o corante.
2ª Experiência:
- Colocar uma gota de líquido e uma lamela por cima.
- Observar a olho nu.
3ª Experiência:
- Adicionar detergente ao corante concentrado.
- Agitar os frascos de vidro.
4ª Experiência:
- Retirar um pouco de espuma dos frascos de vidro que continham detergente líquido.
- Esperar que a espuma se desfizesse.
- Comparar a espuma desfeita com o líquido original.
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se que:
A espuma ficou branca em todos os frascos de vidro, exceto no que continha cerveja preta, o que
nos levou à 2ª hipótese.
Na 2ª e 3ª experiência verificou-se que:
A cor do líquido formado quando a espuma desaparece é semelhante à cor do detergente.
A espuma obtida utilizando o corante muito concentrado e um pouco de detergente é claramente
colorida.
Na 4ª experiência verificou-se que:
A cor da espuma desfeita e do líquido original são bastante semelhantes.
- 45 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“O que podemos evitar com a vacina contra o HPV”
1
Beatriz Dias, Leonor Dias, Rafaela Alves & Maria Graça Felício
2
1-Alunos do 6º ano da Escola Básica 2,3 de Aranguez, Setúbal
2-Docente do 2º Ciclo da Escola Básica 2,3 de Aranguez, Setúbal
Finalidade:
Com este trabalho pretende-se verificar a evolução do HPV (Vírus do Papiloma Humano) no colo
do útero, o cancro do colo do útero e a importância da vacinação diminuindo a incidência do HPV.
Material:
- Plasticina castanha
- Plasticina cor-de-rosa
- Material de moldagem de plasticinas
- Lâminas
- Microscópio
- Lâminas de tecidos referentes ao colo do útero
Método:
1ª experiência:
- Construção de um útero saudável em plasticina cor-de-rosa.
2ª experiência:
- Construção de um útero doente em plasticina cor-de-rosa e castanha e evolução do HPV.
3ª experiência:
- Construção das células do HPV e mutação das mesmas em plasticina cor-de-rosa e castanha.
4ª experiência:
- Observação de Lâminas com tecidos referentes ao colo do útero no microscópio.
Conclusão:
Com este trabalho ficamos a conhecer como um útero saudável se transforma num útero
doente, bem como a importância da vacinação nas meninas e nos meninos contra o HPV.
Observação microscópica de lâminas com tecidos referentes ao colo do útero
- 46 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
A que temperatura o bolor se desenvolve melhor?
1
Sofia Justo & Paula Agudo
2
1-Aluna do Colégio de São José, Ramalhão
2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão
Finalidade:
O presente trabalho teve como finalidade perceber qual a temperatura mais adequada tendo em
vista a melhor conservação dos alimentos.
Material:
- limão
- tomate
- romã
- pão
- queijo
- batata doce assada
- esparguete cozido
- estufa
- frigorífico
- caixas de petri
Método:
1ª experiência:
Para fazer esta experiência, utilizaram-se vários alimentos tal como :
A- limão, tomate, romã – alimentos ricos em água
B- pão, queijo – alimentos com menos água
C- batata doce assada, esparguete cozido – alimentos cozinhados
Colocaram-se os diferentes alimentos em caixas de Petri às temperaturas de:
• 40◦C(estufa)
• 20◦C (temperatura ambiente)
• 6◦C (frigorífico)
Data da verificação 30-Jan
40 º C X
Limão
20 ºC
X
6 ºC
X
40 º C √
Tomate
20º C
X
6ºC
X
40º C
√
Romã
20ºC
√
6º C
X
40º C
X
Pão
20ºC
X
6º C
X
40º C
√
Queijo
20ºC
X
6º C
X
03-Fev
√
√
X
√
√
X
√
√
X
X
X
X
√
X
X
06-Fev
√
√
X
√
√
X
√
√
X
X
X
X
√
X
X
10-Fev
√
√
X
√
√
X
√
√
X
X
X
X
√
X
X
- 47 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
19-Fev
√
√
X
√
√
X
√
√
X
X
X
X
√
X
X
25-Fev
X
√
X
√
√
X
√
√
X
X
X
X
√
X
X
Data da verificação
Esparguete
Batata Doce
Assada
30-Jan
10-Fev
19-Fev
25-Fev
40º C
√
√
√
20º C
X
√
X
6º C
X
√
√
40º C
√
√
√
20º C
X
X
√
√
√
√
6º C
√ com bolor ; X sem bolor
03-Fev
06-Fev
Conclusão:
Os fungos (bolor) se desenvolvem mais rápido e melhor em temperaturas mais altas. Mas as
baixas temperaturas não impedem que os fungos se desenvolvam, apenas atrasa o processo.
Nos alimentos com mais água os fungos desenvolvem-se melhor.
Quando os alimentos secam, perdem a água e os fungos desaparecem, também secam,como
aconteceu no limão.
- 48 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Uma nova icnojazida de dinossáurios do Jurássico médio... e um novo
recorde!
1
Marta Ribeiro, Rafael Alves & Celestino Coutinho
2
1-Alunos da E.B.I. Joaquim Barros, Paço de Arcos
2-Docente da E.B.I. Joaquim Barros, Paço de Arcos
Pegadas e pistas de dinossáurios preservam a evidência directa de comportamentos e constituem
a aproximação mais «real» que possuímos destes animais enquanto criaturas vivas. Têm o
potencial de serem utilizadas para constrangir hipóteses locomotoras, revelando detalhes da
dinâmica da progressão, postura, estruturas integumentares, distribuição do peso, anatomia dos
membros, dimensões, velocidade… Constituem uma ferramenta essencial relativamente à
composição das antigas comunidades, interacções presa/predador, correlação bioestratigráfica.
Com este trabalho pretendemos descrever uma nova icnojazida do Jurássico médio,
localizada entre as aldeias de Amoreira e Pedreira no concelho de Ourém, em terrenos de
particulares, muito perto da famosa jazida da pedreira do Galinha. Originalmente, foi descoberta
por caçadores locais em 1998, através de apenas 3 pegadas tridáctilas. A limpeza e remoção de
terras posteriores, feitas por colegas do nosso Grupo, bem como por nós próprios, permitiram
colocar à vista mais de 50 pegadas, muitas delas integrando pistas individuais.
Esta jazida é importante por vários motivos:
1- Integra apenas pegadas de dinossáurios carnívoros, completando o registo icnológico conhecido
através das pegadas de herbívoros da jazida do Galinha;
2- É dos raros exemplos de jazidas conhecidas para o jurássico médio, mesmo a nível mundial;
3- A grande maioria das pegadas pode ser atribuída a enormes dinossáurios terópodes,
carnívoros;
4- Algumas pistas sugerem a passagem dos carnívoros em bando, comportamento relativamente
gregário relativamente escasso para dinossáurios carnívoros, ao contrário do que ocorre com os
seus parentes herbívoros;
5- Uma das pistas mostra a passagem de um bípede deixando passos alternadamente longos e
curtos, sugerindo um comportamento de coxeamento.
A inventariação e comparação de todas as amostras icnológicas atribuídas a dinossáurios
teropodes encontradas em Portugal permite inferir a existência no Jurássico médio de vários tipos
de predadores, alguns de dimensões enormes, revelando alguns comportamentos pouco habituais.
E isto sem um único osso!
- 49 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Libélulas e libelinhas! Os segredos da água…
1
Margarida Favita, Maria Amaral & Carlos Pepê
2
1-Alunos do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
2-Docente da oficina de ciência do Centro Educativo Alice Nabeiro, Campo Maior
Objetivos:
- Estudar os diferentes tipos de libélulas e libelinhas;
- Descobrir a sua importância biológica;
- Perceber ao seu ciclo de vida;
- Definir uma zona de estudo;
- Aplicar técnicas de investigação e retirar conclusões;
- Comunicar cientificamente conclusões do estudo;
Conteúdos:
- Biologia
- Entomologia (estudo dos insetos)
-Ciclo da água
Material:
- Máquina fotográfica;
- Camaroeiro;
- Recipiente para recolha de água;
- Recipiente para recolha de insetos;
- Câmara HD;
- Tripé;
- Plástico, tinta acrílica, papel de jornal, cola branca, folha de plastificar transparente e arame
(Maquete da Anax imperator)
…e claro, o ingrediente mágico : “paciência! muita paciência”
Resumo:
Anax imperator
- 50 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
LULA, “ A nossa mascote”
Já alguma vez tiveram o prazer de conhecer uma libélula? Não?
Chegou a hora e poderão contar sempre com a minha amizade. Chamo-me LULA e tenho algumas
coisas para vos ensinar sobre a minha espécie. Vivemos no planeta desde há 250 milhões de
anos, nascemos na água e quando as nossas asas estão fortes aprendemos rapidamente a voar.
Gostamos muito de águas limpas e cristalinas, o que faz de nós magníficos aliados para controlar a
qualidade da água.
Os nossos olhos são deslumbrantes, quase do tamanho de toda a nossa cabeça! Permitem-nos
descobrir quase tudo ao nosso redor, pois somos capazes de rodá-los 360º. Somos conhecidas
por comermos muito, mas somos pouco conhecidas da maior parte das pessoas. As nossas cores
são magníficas e poderão descobrir que existem muitas espécies diferentes com caraterísticas
diferentes.
A Margarida e a Maria são nossas aliadas e vão ajudar a divulgar a nosso ciclo de vida, as nossas
atividades e como podemos trabalhar juntos para termos um planeta melhor. Somos 67 espécies
conhecidas em Portugal. Aposto que pensavam que eramos todas iguais!
As duas fizeram uma saída de campo à Herdade dos Adães em Campo Maior e foi lá que nos
conhecemos. Elas descobriram diversas libélulas e libelinhas e estudaram as suas diferenças.
Perceberam que só em água corrente e muito límpida nos pode descobrir pois somos muito
exigentes. Depois decidiram que queriam fazer uma maquete grande de uma de nós para levar
para as escolas e falar a outros meninos sobre nós.
Esperamos que com este projeto da Margarida e da Maria as Libélulas e Libelinhas sejam mais
apreciadas e valorizadas.
A vossa amiga, Lula!
Bibliografia:
“As libélulas de Portugal”, Ernestino Maravalhas e Albano Soares, BookY
Agradecimento: Professor Francisco Simão, pelo seu excelente trabalho de entomologia no
estudo das Libélulas e libelinhas do alto Alentejo.
- 51 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Transpiração nas plantas…”
1
1
1
Diogo Marques , Filipe Soares ,Tiago Mestre & Maria Graça Felício
2
1-Alunos do 6º ano da Escola Básica 2,3 de Aranguez, Setúbal
2-Docente do 2º Ciclo da Escola Básica 2,3 de Aranguez, Setúbal
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo demonstrar a transpiração nas plantas.
Começando por observar por onde circula a água absorvida no caule, que a água é realmente
absorvida pela planta, devido à sua transpiração.
Material:
- Água
- 4 rosas brancas
- 4 cravos brancos
- Corante alimentar encarnado e azul
- 5 copos de vidro
- conta gotas
- Garrafa de esguicho
- Lâminas de vidro
- Lamelas
- Microscópio
- Bisturi
- Placas de Petri
- Agulha de dissecação
- pinça de dissecação
- 1 galho com folhas - (hera)
- 2 gobelé
- Azeite
- Caneta de acetato
- Planta envasada (sardinheira)
- Saco Plástico transparente
- Fita-cola
- Sulfato de cobre anidro
Método:
1ª experiência:
- Identificaram-se os copos com as letras A, B, C, D e E.
- Colocou-se no Copo A, 200 ml de água e marcou-se o nível da água com a caneta de acetado;
no copo B, colocou-se água e adicionou-se corante alimentar encarnado; no copo C, colocou-se
água e adicionou-se corante alimentar azul; no Copo D e E procedeu-se da mesma forma que em
B e C, nivelando-se os níveis dos 4 copos com corantes com a garrafa de esguicho de forma a
ficarem todos ao mesmo nível do copo A.
- Cortaram-se na diagonal os caules das 8 flores. Foram mergulhados na água, uma rosa e um
cravo em cada um dos copos A, B e C. Dividimos os caules de uma rosa e de um cravo com um
golpe longitudinal, só até meio. Enrolámos fita adesiva no final do corte de cada caule para que
estes não continuassem a dividir-se. Colocou-se uma das metades do caule de cada flor no copo D
e a outra no E. Todos os copos foram colocados num local iluminado com temperaturas diurnas
entre 24ºC e 32ºC.
2ª experiência:
- Identificámos 2 gobelés com as letras A e B. Colocámos 200 ml de água em cada um. No A
colocámos apenas azeite, no B colocámos o ramo de hera depois de cortado o caule na diagonal e
adicionámos azeite. Colocados num local iluminado com temperaturas diurnas entre 24ºC e 33ºC.
3ª experiência:
- Resguardámos a planta envasada no interior do saco plástico, fixando-o ao caule com fita
adesiva. Regámos a planta e colocámo-la num local quente, cerca de 33ºC e iluminado.
4ª experiência:
- Cortámos os caules da rosa e do cravo dos copos D e E, próximos das flores, para observar à
lupa. Montámos de preparações com cortes do caule das rosas e dos cravos, das suas pétalas e
folhas para serem observadas ao microscópio.
- 52 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Conclusão:
Com este trabalho na 1ª experiencia, podemos verificar, através das descidas dos níveis da água e
da coloração das folhas de acordo com o corante onde estavam mergulhadas, e através da
observação praticamente imediata que podemos observar nos caules divididos que a água é
absorvida através do caule e conduzida até às folhas e as flores, devido à sua transpiração, o que
levou as flores e folhas a mudarem a sua cor. Das observações ao microscópio, realizadas na 4ª
experiencia podemos verificar que as folhas e as folhas apresentavam coloração dos corantes da
água.
Na 2ª experiência, podemos verificar que o nível da água do gobelé A, se manteve sempre igual, já
que o azeite não permite que esta entre em contacto com o ar, evitando a sua evaporação pelo
calor. Assim podemos concluir que a planta (hera) no gobelé B, ao fim de 8 horas a planta
absorveu cerca de 12,5ml de água e ao fim de 3 dias aproximadamente 37,5 ml, devido à sua
transpiração.
Logo podemos concluir também através da 3ª experiência, que o saco plástico embaciou, passado
pouco tempo após a rega. Ao fim de 3 horas já se viam nitidamente as gotas de água. Que pode
ser identificada com o Sulfato de cobre anidro, prova de que as folhas “perderam água”,
transpiraram.
Observação das várias etapas das experiências
- 53 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Que característica tem de ter uma substância para se dissolver noutra?
1
Francisco Lima Mayer & Ana Feitor
2
1-Aluno do Colégio de São José, Ramalhão
2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão
Finalidade:
Este trabalho tem como objectivo perceber o que é necessário para que um soluto se dissolva num
solvente.
Material:
- Líquidos (solvente): leite, água, azeite e vinagre.
- Sólidos (soluto): chocolate em pó, papa em pó, açúcar e farinha.
Método:
1ª experiência:
• Ordenaram-se por grossura os solutos, através do tato.
• Ordenaram-se os solventes pela sua fluidez, deixando-os deslizar através de um plano
inclinado.
2ª experiência:
• Misturaram-se os vários solutos nos solventes: para cada 70g de soluto, misturei 25ml de
solvente.
Conclusão:
Quanto mais viscoso for o solvente, mais difícil é a dissolução.
Quanto mais grosso for o soluto, mais difícil é a dissolução.
Quanto mais líquido for o solvente maior o espaço entre as suas partículas e o soluto dissolve-se
mais facilmente.
- 54 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Bioindicadores no estudo da qualidade do ar em Estremoz
João Paulo Cunha, Margarida Bailão, Maria Inês Gouveia, Tiago Pinto, Filipe Mendes, Sandra
1
2
Quaresma & Maria de Fátima Oliveira
1-Alunos / Sócios do clube EcoGama da Escola Básica Sebastião da Gama de Estremoz.
2-Docente da Escola Básica Sebastião da Gama de Estremoz
Finalidade:
Com este trabalho temos a finalidade de dar a conhecer a qualidade do ar em Estremoz utilizando
bioindicadores: por meio de avaliação de líquenes, seres vivos que se alimentam
higroscopicamente e, por isso sofrem influências diretas da poluição do ar, sendo considerados,
portanto, bioindicadores da poluição atmosférica.
Material:
1- Mapa de Estremoz;
1- Maquete do Castelo de Estremoz;
1- Vídeo projetor com ecrã e computador;
6- Caixa de Petri com líquenes;
2- Lupas;
1- Livro: Guia de campo dos briófitos e líquenes das florestas portuguesas de SÉRGIO,
Cecília; CARVALHO, Palmira; GARCIA, César, Jardim Botânico, Museu Nacional de História
Natural, Universidade de Lisboa, 2009.
Método:
Sabendo das aulas de Ciências Naturais que a utilização dos
líquenes como bioindicadores está ligada à sua notável sensibilidade
para com o ar poluído, pois estes organismos de ocorrência comum
desaparecem quando expostos a atmosfera poluída a nossa ideia
inicial foi comparar a diferença de líquenes de três espaços diferentes
da cidade e arredores de Estremoz. Pressupondo que os carros
libertam gases poluentes para a nossa atmosfera escolheram-se três
zonas com características diferentes quanto ao tráfego de
automóveis.
Nas áreas que escolhemos fizemos o levantamento de ocorrência e quantidade de líquenes, para
posterior comparação, a fim de verificar se a ocorrência e a quantidade de líquenes variam nas
áreas estudadas e qual a possível causa dessa variação. Escolhemos três árvores em cada local.
Foram selecionadas para estudo de acordo com as suas características semelhantes, de
preferência com tronco único ou com poucas ramificações e sensivelmente a mesma altura.
Aquelas que não apresentam líquenes foram excluídas. Tivemos também em conta a casca das
árvores e a sua rugosidade, pois as ranhuras possibilitam a armazenamento de água, essencial
para a sobrevivência de líquenes, e escolhemos a área mais sombreada, pois nela é mais fácil
reter a humidade e proteger os líquenes da luminosidade excessiva.
Na Av. 9 de Abril foram estudadas 3 árvores sobre a calçada em mármore.
No castelo foram estudadas 3 árvores perto da porta de Évora, dentro da nossa muralha poligonal
abaluartada estromocense.
No percurso pedestre de cerca de 3,8 Km até ao Monte dos Seis Reis também selecionámos 3
árvores com semelhanças às selecionadas anteriormente.
Fizemos a observação em sessões do clube e registámos através de fotografia e no nosso
caderno de campo, utilizando tabelas próprias para identificarmos o número e a qualidade desses
líquenes encontrados, utilizando códigos para a zona, árvore e liquen.
Conclusão:
Com base nas observações obtidas até ao presente momento podemos dizer que há mais
quantidade e variedade de líquenes na estrada de terra batida até à adega “Seis Reis”.
Encontrámos diversos líquenes ditos folhosos e crostosos.
- 55 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Como os gases atmosféricos poluentes atuam sobre o metabolismo das diferentes espécies de
líquenes, alterando o seu crescimento e o seu desenvolvimento, levantamos a hipótese de que a
ocorrência de líquenes na Av. 9 de abril seja menor devido ao maior tráfego de automóveis na
mesma, pois aumentando a quantidade de poluentes diminui a quantidade e variedade de
líquenes.
- 56 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
“Água… o que podemos ver!”
1
Beatriz Dias, Leonor Dias, Rafaela Alves & Maria Graça Felício
2
1-Alunos do 6º ano da Escola Básica 2,3 de Aranguez, Setúbal
2-Docente do 2º Ciclo da Escola Básica 2,3 de Aranguez, Setúbal
Finalidade:
Com este trabalho pretende-se descobrir o que podemos ver num aquário desactivado, que se
encontra com tampa, sem oxigenação, sem filtragem, à temperatura ambiente e com poucas horas
de luz natural não direta.
Material:
- Água de um aquário desativado
- Pipetas
- Lâminas
- Lamelas
- Microscópio
- Câmara de vídeo
- Medidor de PH
- Vinagre
- Água Oxigenada
- Corante Eosin-Y
- Pesquisa de imagens na internet para comparação e possível identificação do observado
- Água de um aquário em funcionamento: com filtro, temperatura controlada por termostato, bomba
de água; seres vivos animais e vegetais (para comparação)
Método:
1ª experiência:
- Observação a olho nu da cor da água.
- Recolha de uma gota de água com uma pipeta,
- Observação ao microcopio com e sem corante
2ª experiência:
- Medir o PH na água dos dois aquários.
3ª experiência:
- Retirou-se uma porção de água para um frasco, adicionou-se, aproximadamente o dobro de
vinagre.
- Observação ao microscópio de uma gota desta solução
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se que: a água não se apresenta totalmente incolor, apresentando uma
tonalidade de esverdeado claro.
Na 2ª experiência verificou-se que: o resultado do teste do aquário desactivado o PH = 7,5 e do
aquário em pleno funcionamento (com níveis estáveis e controlados) o PH = 8.
Na 3ª experiência verificou-se que: a solução tornou-se ligeiramente mais ácida, PH=7,2
- Conclui-se, que através destas experiencias e da observação ao microscópio podemos ver e
filmar uma espécie de aracnídeos, aparentemente revestidos por uma carapaça de tom castanho/
avermelhado (ácaro de água doce), uma outra que com aspecto meio translúcido (pulga de água),
e uns seres que não conseguimos identificar com forma cilíndrica vermelho/vivo. Conseguimos ver
ainda algas e fungos filamentos corados.
- 57 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Concluiu-se também que estes seres vivos não sofreram alterações no seu comportamento
quando alterámos o PH. Que estes vivem na presença de oxigénio, uma vez que no fundo do
aquário e ao redor das suas paredes existem algas de cor verde que realizam a fotossíntese. O
que podemos observar pela libertação de “bolhas de ar” vindas do fundo do mesmo.
- 58 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Por que é que a espuma de sabões ou detergentes com cores
diferentes é sempre branca?
1
Mariana Albuquerque & Agostinha Santos
2
1-Aluna do Colégio de São José, Ramalhão
2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão
Finalidade:
Este trabalho teve como objectivo tentar perceber qual a razão para que a espuma,
independentemente da cor do detergente, é sempre branca.
Material:
- Detergentes de várias cores - 5 detergentes de loiça da mesma marca (amarelo, verde, laranja,
azul e rosa).
- Água
- Frascos de vidro com tampa
- Proveta graduada
- Goblé
- Corante vermelho
- Lamelas
- Microscópio
Método:
1ª experiência:
• Mediu-se 5 ml de cada detergente e 40 ml de água
• Colocou-se a água nos frascos de vidro e adicionou-se cada detergente
• Agitou-se a água com o detergente
2ª experiência:
•
Adicionaram-se mais 40 ml de água
•
Agitou-se novamente
3ª experiência:
• Colocou-se a espuma na lamela e observei ao microscópio
4ª experiência:
• Colocou-se a espuma na lamela, adicionou-se corante vermelho e observou-se ao
microscópio
Conclusão:
Após a realização destes ensaios, e a respectiva observação ao microscópio da espuma
resultante, pode-se concluir que a sua cor é branca.
A cor do detergente não é transferida para a espuma, porque ao misturarmos o detergente
concentrado com uma quantidade maior de água vamos diluir bastante o seu corante, e obter
bolhas muito fininhas e quase transparentes em que a presença do corante é mínima.
- 59 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Correção do solo, retenção da água
1
Bruno Silva & Mário Saianda
2
1-Aluno da Escola Básica Damião de Gois, Chelas
2-Docente da Escola Básica Damião de Gois, Chelas
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objetivo estudar a influência da correção orgânica de um solo na
sua capacidade de retenção de água.
(Esta horta urbana é o local de trabalho desta turma do Ensino Vocacional, localizada junto à
Escola Básica Damião de Gois – Chelas, de onde provêm o aluno e o docente)
Material:
- 1 proveta
- 2 gobelés
- 2 amostras de solo (horta urbana e espaço circundante – Horta urbana no Parque Hortícola do
Vale de Chelas)
- 2 funis
- papel de filtro
- água
Método:
1. Colocar um funil em cada gobelé e um papel de filtro em cada funil;
2. Colocar a mesma quantidade de cada uma das duas amostras de solo em cada um dos
dois funis;
3. Deitar a mesma quantidade de água em cada funil, previamente medida com a proveta;
4. Aguardar uns minutos e observar o resultado
Conclusão:
O solo ao ser corrigido com adubos orgânicos aumentou a sua capacidade de retenção de
água.
(O gobelé com solo da horta urbana, corrigido com adubos orgânicos, ficou com menos
água depositada que o gobelé com solo da área exterior à horta, sem correção orgânica)
- 60 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Qual o efeito da temperatura no crescimento de microorganismos
1
1
Diogo Pinela , Luís Tavares & Maria Graça Felício
2
1-Alunos do 6º ano da Escola Básica 2,3 de Aranguez, Setúbal
2-Docente da Escola Básica 2,3 de Aranguez, Setúbal
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo verificar o efeito da temperatura no crescimento do bolor
da laranja e observar os seus filamentos ao microscópio.
Material:
-2 Laranjas
-Frigorífico
-Sacos de plástico transparente
-Algodão humedecido
-Fio
-microscópio
Método:
- Esfregar as laranjas (com a casca) no chão e deixar ao ar um dia.
- Colocar em cada saco uma laranja e uma bola de algodão humedecida, e fecha-los com o fio.
- Guardar um dos sacos no frigorífico (A) e o outro (B) num local quente e escuro, durante uma
semana…
- Observar os frutos diariamente, através do saco, e anotar os resultados.
Observações:
Saco A:
-ao fim de três dias a laranja não apresenta alterações;
- ao quarto dia, a laranja continua a não apresentar alterações;
- ao quinto dia, a laranja continua sem apresentar bolor;
Saco B::
--ao fim de três dias a laranja não apresenta alterações;
- ao quarto dia, na laranja já existe uma mancha de bolor;
- ao quinto dia, na laranja aumentou a quantidade de bolor;
Conclusão:
Verifica-se que a laranja do saco A, que foi colocada no frigorífico, não tem bolor, enquanto a
laranja do saco B, que se encontrava num lugar quente e escuro tem muito bolor.
Concluindo-se que embora os esporos tenham passado para as laranjas quando estas foram
esfregadas no chão, o desenvolvimento do bolor da laranja, só se desenvolveu perante a situação
em que a temperatura foi mais “elevada”, neste caso não se conseguiu desenvolver a baixas
temperaturas.
Filamentos do bolor (hifas)
(observação ao microscópio digital 80 X)
- 61 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Por que razão a madeira é mais quente que a pedra?
1
Afonso Nápoles & Agostinha Santos
2
1-Aluno do Colégio de São José, Ramalhão
2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão
Finalidade:
“Tinha acabado de tomar banho e encostei-me à parede, senti que a pedra estava fria. Quando saí
da casa de banho notei que o chão, que é de madeira, estava quente e interroguei-me porquê?”
Este trabalho tem como finalidade explicar este fenómeno.
Material:
- Pedras: Xisto, quartzo, granito, mármore e basalto
- Madeira: Plátano, eucalipto, pinho, sobreiro e cedro
- Termómetro de Mercúrio
- Agitador magnético
Método:
1ª experiência:
- Colocaram-se os vários pedaços de pedra e de madeira no laboratório de um dia para o outro
- Deixou-se o termómetro junto aos materiais
2ª experiência:
- Aquecceram-se as pedras e as madeiras, durante um minuto, no agitador magnético a 100%
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se que:
- O tato leva a sensações diferentes da realidade, portanto não é fiável para medir a temperatura.
Na 2ª experiência verificou-se que:
- A madeira é melhor condutor térmico do que as pedras.
A madeira liberta calor mais rapidamente do que as pedras.
- 62 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Por que é que as nuvens não cedem à força da gravidade?
1
Frederica Lehrfeld, Beatriz Domingues & Nuno Castelo-Branco
2
1-Alunos do Colégio de São José, Ramalhão
2-Docentes do Colégio de São José, Ramalhão
Finalidade:
Este trabalho tem como principal objectivo perceber o que são as nuvens e quais as condições que
deve existir para a sua formação.
Material:
Experiencia I
- Água
- Frasco de vidro
- Pistola de água
- Chaleira
- Gelo
Experiencia II
- Bomba de encher as rodas das bicicletas
- Álcool
- Garrafa de plástico
- Pequena taça de vidro
- Rolha de cortiça
Método:
1ª Experiência:
- Aquecer a água a 100ºC
- Encher o frasco até um pouco menos de metade
- Disparar ar para dentro do frasco com a pistola de água (sem água)
- Colocar a tampa do frasco no frasco, virada ao contrário.
- Colocar 5 ou 6 pedras de gelo em cima da tampa
- Esperar um pouco até que a nuvem se forme
2ª Experiência:
- Colocar um pouco de álcool na garrafa
- Furar uma rolha de cortiça
- Abanar a garrafa com o álcool
- Tapar a garrafa com a rolha de cortiça
- Tapar a garrafa com a rolha de cortiça
- Bombear 5 ou 6vezes o ar para dentro da garrafa
- Destapar a garrafa (atenção ao retirar a rolha)
- Apertar várias vezes a garrafa para a nuvem sair
Conclusão:
Na 1ª experiência verificou-se que:
- As nuvens são feitas de gotículas de água muito pequenas.
- Estas gotículas são muito leves e acabam por ficar no céu por causa do vento, formando as
nuvens.
No fundo, o que foi observado nesta experiência foi a formação de nuvens dentro de um frasco:
- A água evaporou porque estava a 100ºC.
- O ar que eu coloquei a pistola de água simulava vento.
- O vapor de água em movimento tocou no gelo que estava na tampa e condensou.
- Assim consegui formar uma nuvem dentro do frasco.
- 63 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Na 2ª experiência verificou-se que:
- Quando foi agitado o álcool dentro da garrafa, algum dele evaporou e condensou nas paredes da
garrafa. Por isso é que a garrafa embaciou.
- Quando foi colocado ar dentro da garrafa a pressão aumentou, pois ficou mais difícil bombear o
ar.
- Pressão maior significa temperatura maior. Ou seja, o ambiente (garrafa) estava cada vez mais
quente, cheio de vapor de álcool.
- Quando tirei a rolha de cortiça, a pressão é menor logo a temperatura diminui e fica mais frio.
- Assim, grande parte do vapor do álcool condensou, por isso é que se formou uma nuvem dentro
da garrafa.
- A forma branca da nuvem surge por causa do movimento do ar dentro da garrafa.
- No fundo, consegui reproduzir a formação de uma nuvem, tal como acontece no planeta Terra:
evaporação e condensação da água, dos oceanos para a atmosfera.
- 64 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Como se forma a nata do leite?
1
Francisco Guilherme & Mónica Nascimento Gonçalves, José Carlos Feitor
2
1-Aluno do Colégio de São Tomás
2-Docentes do Colégio de São Tomás
Finalidade:
Este trabalho tem como objectivo estudar a formação da nata do leite.
Material:
-leite Vigor (magro, gordo e meio gordo)
-leite UHT (magro, gordo e meio gordo)
-açúcar
-fervedores
-medidor
-cronómetro
-bicos de fogão
-licor de Fehling
-solução de Lugol
-reagente de Biureto
-sulfato de cobre anidro
-Sudão III ou papel pardo
-gobelés
-vidros de relógio
-pipetas
-tubos de ensaio
Método:
1ª experiência:
- colocar 200 ml de leite no fervedor
- aquecer todos os diferentes tipos de leite
- cronometrar o tempo da formação de nata
- registar os resultados
2ª experiência:
- aquecer o leite vigor gordo
- colocar os reagentes nos materiais com o leite aquecido
- registar a cor das amostras
- colocar os reagentes nos materiais com a nata
- registar a cor das amostras
Resultados:
Na primeira experiência verificou-se que a nata do leite se forma durante o aquecimento e forma-se
à superfície.
Na segunda experiência verificou-se que a nata do leite não só é constituída por gordura, mas
também por água, glicose e proteínas.
Conclusão:
Com esta atividade experimental podemos concluir que a nata do leite se forma por aquecimento
do leite e que este é constituído por gorduras, água, glicose e proteínas.
Conclui-se também, através de pesquisa bibliográfica, que a nata é formada por uma rede
gelatinosa de caseína, uma proteína, e cálcio.
- 65 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
Por que é o azeite não se mistura com outros líquidos?
1
Maria Carmo & Paula Agudo
2
1-Aluna do Colégio de São José, Ramalhão
2-Docente do Colégio de São José, Ramalhão
Finalidade:
Este trabalho tem como finalidade tentar perceber a pouca afinidade do azeite com outros líquidos.
Material:
-balança eletrónica
-4 pipetas
-8 goblés
-azeite
-vinagre
-água
-leite
Método:
- Mediram-se 5ml de cada líquido e foram registados os valores.
- Pesaram-se 5 gr de cada líquido e foi verificado o seu volume.
- Misturou-se azeite com os outros líquidos em estudo.
- Verificou-se se se misturavam.
- Verificou-se a sua velocidade de separação.
Conclusão:
A densidade define-se como a razão entre a massa e o volume desse corpo.
Pode-se concluir que…
Em dois líquidos diferentes com o mesmo volume, o mais denso é o que apresenta maior
quantidade de matéria, sendo por isso o mais pesado.
E é por isso que existem líquidos que flutuam em outros líquidos!
- 66 – X Congresso Nacional “Cientistas em Ação”
X Congresso Nacional Cientistas em Ação
PRÉMIO ANTÓNIO RIBEIRO
Ensino Secundário
- 67 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
QUEM É O CIENTISTA?
Professor Doutor
António Ribeiro
O Professor António Ribeiro é, seguramente, um dos geólogos portugueses mais
brilhantes da sua geração, com um curriculum científico e profissional de grande valor,
com inestimáveis serviços prestados à Ciência e à Educação, tanto a nível nacional
como europeu. O seu trabalho de excelência contribuiu e continuará seguramente a
contribuir para a construção desta intrincada malha de que é feita a Ciência.
Da sua profícua e frutificante actividade científica, centrada essencialmente nos
domínios da Tectonofísica de continentes e oceanos, na Sismotectónica e na
Modelação de processos tectónicos, resultaram mais de 300 publicações científicas da
especialidade, incluindo 5 livros e 125 publicações referidas no ScienceCitationIndex,
com 1350 citações. De referir o seu último livro, lançado no mercado em 2002,
intitulado “Soft PlateandImpactTectonics” e dado à estampa pela conhecida editora
europeia Springer Verlag.
O Professor António Ribeiro foi ainda fundador do Laboratório de Tectonofísica e
Tectónica Experimental (LATTEX) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e
sócio fundador do Grupo de Geologia Estrutural e Tectónica (GGET) da Sociedade
Geológica de Portugal.
- 68 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Da deriva continental de Wegener à moderna
geodinâmica global
1
António Ribeiro & Rui Dias
1
2
2
Univ. Lisboa; Univ. Évora
Essencialmente no período entre 1912 e 1915 Alfred Wegener formalizou o conceito de deriva
continental com base na mobilidade da superfície sólida da Terra. Embora tenha havido outros
precursores, a sua formação de meteorologista, fornecia-lhe a compreensão da importância
dos movimentos rápidos dos fluidos na atmosfera, motivando-o a extrapolar esta mobilidade
para o fluxo lento da superfície sólida terrestre, um salto fenomenológico maior nas Ciências da
Terra. A utilização de uma enorme quantidade de dados (e.g. paleontológicos,
litoestratigráficos e paleoambientais), permitiu-lhe formular a hipótese de que no final do
Paleozóico (i.e. há cerca de 250 milhões de anos) os continentes que conhecemos
actualmente, estariam todos juntos num único supercontinente a que chamou Pangeia (fig. 1).
Fig. 1 - Do supercontinente Pangeia há cerca de 250 milhões de anos (A) à disposição
actual dos continentes (B).
A tectónica de placas (1962-1969) progrediu a partir do conhecimento das bacias oceânicas
para modelo cinemático completo da litosfera à escala global. Utilizando o conceito do Ciclo de
Wilson a teoria pôde alargar a história da Terra para a evolução dos oceanos, continentes e
cinturas móveis ao longo das placas tectónicas. Tornou-se um paradigma para a teoria da
Terra como um sistema aberto e dinâmico. A aplicação dos conceitos associados à Tectónica
de Placas às formações rochosas mais antigas, permitiu verificar que a Pangeia não foi o único
supercontinente e, anteriormente outros se sucederam; a Rodinia (há cerca de 1000 milhões
de anos) e a Panótia (há cerca de 600 milhões de anos) são apenas 2 dos últimos
supercontinentes (fig. 2)... e nem sequer são os únicos pois tem vindo a ser possível recuar no
tempo geológico... neste momento é possível identificar supercontinentes com mais de 3000
mil milhões de anos.
- 69 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Fig. 2 - Rodinia e Panótia; os supercontinentes que antecederam a Pangeia.
Embora neste momento exista uma boa compreensão da generalidade dos processos activos
em termos da dinâmica da Terra, muitas questões continuam a ser discutíveis. Um tema maior
da história da Terra é a causa/origem dos superciclos continentais alargados ao passado da
Pangeia de Wegener e ao futuro, na base do estado actual de máximo de dispersão
continental. Segundo diferentes autores os ciclos passados, com duração média de 350 a 700
milhões de anos, têm sido explicados por diferentes modelos de associação e como base para
a formação de futuros supercontinentes.
Parece inevitável que um outro supercontinente reunir-se-á dentro de 100 ± 50 milhões de
anos, isto é antes do final da Tectónica de Placas, por enfraquecimento do motor do calor e do
fim da lubrificação do movimento da placa pela água oceânica, o qual deverá ocorrer dentro de
1 000 a 2 000 milhões de anos. Se tudo parece indicar a existência de um supercontinente no
futuro geológico, a forma que ele poderá assumir é bastante discutível; Amásia, Nova Pangeia,
Pangeia Próxima e Pangeia Reconstructa (fig. 3) são apenas algumas das propostas que têm
sido avançadas por diversos autores para o próximo supercontinente...
Fig. 3 - Pangeia Reconstructa... uma possibilidade para o próximo supercontinente.
- 70 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Um pequeno salto… para a cauda de um cometa
1
Elina Santos, Margarida Santiago & Hélder Pereira
2
1-Alunas do Clube das Ciências da Terra e do Espaço
2-Docente do Departamento de Biologia e Geologia da Escola Secundária de Loulé
Introdução:
Anualmente chegam à superfície da Terra ~30000 toneladas de partículas submilimétricas
(Love & Brownlee, 1993) sob a forma de micrometeoroides (sobretudo micrometeoritos). Os
micrometeoritos (MMs) correspondem a materiais libertados por asteroides e cometas que
variam entre 10 µm e 2 mm de tamanho (Maurette, 2006) e resistiram à perda de massa por
ablação aquando da entrada na atmosfera terrestre (Love & Brownlee, 1991). A maior parte
dos MMs apresentam na sua composição um elevado teor de magnetite que é produzida por
oxidação a altas temperaturas aquando da sua entrada na atmosfera terrestre (Suavet et al.,
2009). Com base na textura os MMs podem ser classificados em três categorias: 1) fundidos
ou esférulas cósmicas, 2) parcialmente fundidos ou escoriáceos, e 3) não fundidos (Genge et
al., 2008).
A ocorrência de microesférulas cósmicas em vários ambientes sedimentares terrestres tem
sido frequentemente descrita na bibliografia desde que Murray e Renard (1891) as
descreveram pela primeira vez em sedimentos oceânicos. Este tipo de microesférulas, cuja
origem é atribuída a chuvas de meteoros ou impactos meteoríticos, foi ainda identificada no
gelo da Antártida (e.g. Maurette et al., 1991) e da Gronelândia (e.g. Robin et al., 1990), em
evaporitos (e.g. Mutch, 1964), em areias de praia (e.g. Marvin & Einaudi, 1967) e de deserto
(e.g. Fredriksson & Gowdy, 1963), e em materiais recolhidos nas imediações de crateras de
impacto (e.g. Bohor & Glass, 1995).
Tendo em conta as propriedades magnéticas dos MMs este trabalho teve como objetivo
procurar e identificar partículas correspondentes a MMs, nomeadamente esférulas cósmicas,
no recinto da nossa Escola utilizando o método proposto por Bettini (2011).
Material e métodos:
Inicialmente procedeu-se à recolha de amostras em dois lugares distintos, no telhado de um
monobloco (amostra ESL_MM1), e numa caixa de saltos junto ao campo de jogos (amostra
ESL_MM2), com o auxílio de ímanes de neodímio e sacos de plástico. De seguida colocou-se
as diferentes amostras em caixas de Petri, e com recurso a um microscópio estereoscópico,
agulhas de dissecação e palitos, procurou-se analisar e identificar partículas esféricas, opacas,
com brilho metálico e propriedades magnéticas. Por fim guardaram-se as microesférulas
isoladas a partir de ambas as amostras em sacos de plástico devidamente identificados.
Resultados:
Com base na observação ao microscópio das amostras recolhidas no recinto da nossa Escola
foram identificadas várias partículas esféricas, opacas, com brilho metálico e propriedades
magnéticas que poderão corresponder ou ser candidatos a MMs. A maior parte das
microesférulas identificadas a partir da análise da amostra ESL_MM1 apresentam superfícies
com sinais de alteração resultantes de oxidação (Foto 1). Todas as microesférulas identificadas
a partir da análise da amostra ESL_MM2 apresentam uma superfície brilhante sem evidências
de alteração (Foto 2).
- 71 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Discussão e conclusões:
Com base nas características apresentadas pelas partículas analisadas a partir da observação
ao microscópio das amostras colhidas no recinto da Escola foram identificadas duas
populações de microesférulas: uma de provável origem antrópica e outra de provável de
origem cósmica.
De acordo com os critérios apresentados por Anselmo (2007) a análise preliminar das
microesférulas da amostra ESL_MM1 parecem indicar que estas têm origem em atividades
antrópicas. Já as microesférulas oriundas da amostra ESL_MM2 parecem cumprir os critérios
texturais referidos por Genge et al. (2008) como indicadores de uma possível origem
extraterrestre. Porém, para termos a certeza se estas partículas correspondem efetivamente a
MMs, será necessário realizar análises químicas detalhadas e obter imagens de alta resolução,
por técnicas de microscopia eletrónica, que permitam comparar a textura das microesférulas
que recolhemos com a textura de outras esférulas cósmicas.
Bibliografia:
Anselmo, A. (2007) Observation of false spherical meteorites. arXiv:0708.4276
Bettini, G. (2011) Astrophysics at Home. Mirometeorite. viXra:1102.0022
Bohor, B. F. & Glass, B. P. (1995) Origin and diagenesis of K/T impact spherules – From Haiti
to Wyoming and beyond. Meteoritics, 30, pp. 182-98.
Fredriksson, K. & Gowdy, R. (1963) Meteorite debris from the southern California desert.
Geochim. Cosmochim. Acta, 27, pp. 241-243.
Genge, M. J., Engrand, C., Gounelle, M. & Taylor, S. (2008) The Classification of
Micrometeorites. Meteoritics & Planetary Science, 43, pp. 497-515.
Love, S. G. & Brownlee, D. E. (1991) Heating and Thermal Transformation of Micrometeoroids
Entering the Earth’s Atmosphere. Icarus, 89, pp. 26-43.
Love, S. G. & Brownlee, D. E. (1993) A direct measurement of the terrestrial mass accretion
rate of cosmic dust. Science, 262, pp. 550-553.
Marvin, U. B. & Einaudi, M. T. (1967) Black magnetic spherules from Pleistocene beach sands.
Geochim. Cosmochim. Acta, 31, pp. 1871-1884.
Maurette, M., Olinger, C., Christophe, M.-L. M., Kurat, G., Pourchet, M., Brändstatter, F. &
Bourot-Denise, M. (1991) A collection of diverse micrometeorites recovered from 100 tonnes of
Antarctic blue ice. Nature, 351, pp. 44-47.
Maurette, M. (2006) The “Hunt” for Micrometeorites Parent Bodies. In: M. Maurette,
Micrometeorites and the Mysteries of Our Origins, Adv. in Astrobiol. and Biogeophys, Springer,
pp. 199–210.
Murray, J. & Renard, A.-F. (1891). Report on the deep-sea deposits based on the specimens
collected during the voyage of HMS Challenger in the years 1872 to 1876. In: Report on the
scientific results of the voyage of H.M.S. Challenger during the years 1873-76 under the
command of Captain Georges S. Nares and the late Captain Frank Tourle Thomson, Part III.
H.M. Government: London. 523p., 29 plates, 43 maps, 22 diagrams.
Mutch, T. A. (1964) Extraterrestrial particles in Paleozoic salts. Ann. NY Acad. Sci. 119, pp.
166-185.
Robin, E., Christophe, M.-L. M., Bourot-Denise, M. & Jehanno, C. (1990) Crystalline
micrometeorites from Greenland blue Lakes: Their chemical composition, mineralogy and
possible origin. Earth Planet. Sci. Lett., 97, pp. 162-176.
Suavet, C., Gattacceca, J., Rochette, P., Perchiazzi, N., Folco, L., Duprat, J. & Harvey, R.
P. (2009) Magnetic properties of micrometeorites, J. Geophys. Res., 114, B04102,
doi:10.1029/2008JB005831.
- 72 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Pelos caminhos de Thomas Morgan com a mosca Drosophila
melanogaster I
1
Ana Botelho, Sara Alves, Maria Ramos & Teresa Alves Diniz
2
1-Alunas da Escola Básica e Secundária Francisco Simões
2-Docente da Escola Básica e Secundária Francisco Simões
Finalidade:
O trabalho tem como objetivo estudar a transmissão hereditária de características em
Drosophila
melanogaster, cruzando indivíduos que diferem em caracteres facilmente
observáveis, a saber: cor e forma dos olhos, cor do corpo, tipo de asas, tamanho e forma das
pupas. No caso, pretende-se compreender como se transmite a característica tipo de asas curly versus longas/direitas.
Material e Métodos:
Material Biológico
Drosophila melanogaster
Foram utilizadas, por diferentes grupos de trabalho, as variantes de Drosophila melanogaster,
que a seguir se especificam: tipo selvagem - olhos vermelhos, corpo cinzento e asas
longas/direitas – genótipo: Canton-S; corpo escuro (Ebony) – genótipo: W+; +; TM2/TM6b;
1118
*;
olhos brancos (White) – genótipo:w ; asas curvas (Curly) (Cy) – genótipo: w Gla; CyOCTG.
Relativamente aos indivíduos de corpo escuro (Ebony) possuem ainda mutações
autossómicas dominantes UBX (pelos no haltere) e Hu (mais pelos nos ombros) e Tb (larvas e
pupas mais curtas e gordas).
Os indivíduos de asas curvas (Curly) também possuem a mutação dominante Glazed (olhos
vermelhos, mais pequenos e deformados).
Material, Reagentes, Meio de cultura
O restante material e reagentes utilizados, assim como o protocolo experimental para a
preparação do meio de cultura e a descrição das técnicas de manuseamento e observação da
Drosophila melanogaster encontram-se amplamente descritos, nomeadamente: 1) Rui Gomes
(2001) – Utilização de Drosophila em Genética, Biologias, nº 1, Ordem dos Biólogos; 2) Ribeiro,
E.; Silva, J. C.; Oliveira, O.; (2009). Biodesafios, Biologia/12º ano/Ensino Secundário (1ª
Edição), Porto; Edições ASA.
Resultados:
Cruzamento Parental (P):
machos (
) de asas curvas
x
fêmeas (
) de asas longas
D. melanogaster, olhos vermelhos e asas curvas; olhos brancos e asas longas
(Fonte: http://theconversation.com/animals-in-research-drosophila-the-fruit-fly-13571)
F1: 47,5% de asas curvas, 52,5% de asas longas
F2: Dados inválidos
Cruzamento recíproco (P`):
- 73 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
machos (
) de asas longas
x
fêmeas (
) de asas curvas
F1`: 64,3% de asas curvas; 35,7% de asas longas
F2`: Dados inválidos
Discussão / Conclusão:
Os resultados das F1 e F1` obtidos a partir, respetivamente, dos cruzamentos parental e
recíproco, não corresponderam, inicialmente, ao esperado, dado que, aproximadamente, 48%
e 64% dos indivíduos apresentaram fenótipo Curly (asas curvas) e 53% e 36% fenótipo
selvagem (asas normais).
1
Sendo o gene responsável pela característica “asas curvas” “Cy ” dominante em relação ao
gene responsável pela característica “asas longas”, tipo selvagem e situando-se os genes
envolvidos na transmissão destas características no autossoma 2L (Left) seria espectável que
as F1 e F1` apresentassem 100% de indivíduos de asas curvas e não as proporções obtidas.
Estes resultados só poderão ser explicados se os cruzamentos não ocorreram entre indivíduos
homozigóticos (linhas puras), mas entre progenitores heterozigóticos dominantes (Cy Cy+) e
homozigóticos recessivos (Cy Cy) (linha pura para as asas longas). A terem ocorrido estes
cruzamentos várias hipóteses se colocaram:
- ter havido, apesar do rigor posto em todo o trabalho, uma contaminação dos stocks
iniciais das moscas com asas curvas (homozigóticas/linhas puras), com moscas
heterozigóticas para a característica em estudo ou a existência de falhas no manuseamento
das culturas e/ou na seleção dos indivíduos utilizados nos cruzamentos o que conduziria,
igualmente, a contaminações;
1
- ser o gene Cy dominante, mas letal em homozigotia pelo que apenas indivíduos
heterozigóticos de asas curvas se reproduziram, dado serem estes indivíduos que constituíam
o stock inicial.
Pesquisas e consultas posteriormente realizadas vieram confirmar que este gene é,
efetivamente, letal em homozigotia, pelo que esta hipótese valida os resultados obtidos, apesar
das percentagens verificadas, na F1 e na F1` se afastarem, mais a segunda do que a primeira,
da proporção 1:1. Esta discrepância poderá ficar a dever-se à circunstância de o número total
de moscas resultantes destes cruzamentos não ser muito elevado.
Realça-se que os resultados confirmam que os genes envolvidos na transmissão destas
características situam-se, efetivamente no autossoma 2L caso contrário, ou seja se fossem
genes ligados aos cromossomas sexuais, particularmente o X, machos e fêmeas
apresentariam fenótipos diferentes.
Aquando da preparação dos cruzamentos da F2, por constrangimentos verificados no
acompanhamento do ciclo de vida das moscas, não foi possível selecionar, com absoluta
certeza, fêmeas virgens. Ou seja, não foi possível separar as fêmeas dos machos antes de
estas terem atingido a maturidade sexual, o que acontece cerca de 10 a 12 horas após a
eclosão. Assim, ultrapassado que foi este período de tempo, as fêmeas já poderiam estar
fecundadas por vários machos sem que tivesse havido, da nossa parte, controlo sobre os
indivíduos envolvidos nestes cruzamentos. Assim, apesar de se terem conservado os tubos de
cultura com estas moscas, consideraram-se os resultados desta geração pouco credíveis,
porque não foi possível controlar uma das variáveis, tendo-se optado por não os apresentar.
As dificuldades sentidas durante a concretização do trabalho, a curiosidade suscitada pelos
resultados e o desejo de chegar a melhores resultados, serão o mote para uma nova etapa
deste projeto.
Webgrafia:
Chyb, S.; Gompel, N.; Atlas of Drosophila Morphology, Wild-type and Classical Mutants,
(Mar 23, 2013) Academic Press, (pags. 4, 5, 22, 23, 36, 37, 84, 85, 100, 101, 116, 117, 160,
161, 172, 173 )
- 74 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Google eBook
(https://books.google.pt/books?id=PhUN7RF5rRoC&pg=PR14&lpg=PR14&dq=
atlas+of+drosophila+morphology+wiltype+and+classical+mutants&source=bl&o
ts=Gga71dMEhx&sig=JN5HT2WuttTGLES9cDShC4_YwLQ&hl=en&sa=X&ei=o
FrSVK5cwVSooeAMA&sqi=2&ved=0CFoQ6AEwCQ#v=onepage&q=atlas%20o
f%20drosophila%20morphology%20wildtype%20and%20classical%20mutants&
f=false)
FlyBase
(http://flybase.org/)
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer à Dr.ª Isabel Campos, responsável pela plataforma das moscas do
“Centro Champalimaud para o Desconhecido”, Fundação Champalimaud, o fornecimento de
todos os stocks de Drosophila, dos meios de cultura e de reagentes e produtos necessários à
consecução do trabalho, assim como a simpatia e disponibilidade sempre demonstradas para
apoiar este projeto.
Agradecemos, igualmente, às assistentes operacionais de serviço no bloco das Ciências, Dina
Valente, Maria da Conceição Rodrigues, Maria Ivone Rodrigues a forma dedicada como
cooperaram com os alunos, além do interesse que demonstraram relativamente ao processo e
aos resultados da experiência.
Agradecemos, ainda, à Direção da escola pelo apoio prestado na consecução do projeto.
- 75 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Análise da relação entre as oscilações climáticas dos últimos 800 mil
anos e a produção de crusta oceânica
1
Alexandra Carrilho, Miguel Barbosa, Ricardo Pais, Vitoria Otero & Hélder Pereira
2
1-Alunos do Clube das Ciências da Terra e do Espaço
2-Docente do Departamento de Biologia e Geologia da Escola Secundária de Loulé
Introdução:
Os ciclos glaciares redistribuem a quantidade de água entre os oceanos e os continentes,
causando alterações de pressão no manto superior, com consequências para a fusão dos
materiais no interior da Terra. Assim, as variações na produção de crusta oceânica em função
das variações do nível do mar estão registadas na batimetria das dorsais oceânicas (Crowley
et al., 2015). Os ciclos glaciares parecem depender de variações da órbita terrestre,
associadas aos ciclos de Milankovitch (Hays, 1976; Stap et al., 2014) com um domínio dos
ciclos de 100,000 anos (Imbrie et al., 1993; Tolstoy, 2015).
Nos seus recentes trabalhos Crowley et al. (2015) e Tolstoy (2015) referem que essa relação
pode ser facilmente ilustrada com base na análise da batimetria de dorsais intermédias e
rápidas (sensu Macdonald, 2001). Porém, aqueles autores referem que, por questões de
escala, provavelmente tal não será possível no caso das dorsais lentas (sensu Macdonald,
2001).
Com o objetivo de testar esta hipótese pretendemos realizar uma análise semelhante usando
dados relativos à batimetria da dorsal média do Atlântico, nomeadamente na região a Norte do
arquipélago dos Açores (Figura 1), bem como os dados das oscilações climáticas e das
variações da órbita terrestre ocorridas nos últimos 800 mil anos.
Figura 1. Localização da área de estudo
Descrição sumária do trabalho:
Para efetuar a análise da relação entre as oscilações climáticas dos últimos 800 mil anos com
as variações do nível do mar e a produção de crusta oceânica utilizámos os seguintes dados
científicos:
- 76 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
- batimetria do EMODnet Digital Terrain Model (disponível em http://portal.emodnetbathymetry.eu);
- cálculos astronómicos do movimento orbital da Terra (Lask et al., 2011);
- oscilações na concentração de CO2 atmosférico (Lüthi et al., 2008)
- velocidade de deslocação das placas litosféricas - modelo MORVEL (DeMets et al., 2010)
Os dados batimétricos e da velocidade de deslocação das placas litosféricas foram analisados
utilizando o programa de computador Mirone (Luis, 2007), enquanto os dados relativos às
variações da órbita terrestre e às oscilações na concentração de CO 2 atmosférico foram
processados no programa Microsoft® Excel.
Como corolário do trabalho de investigação descrito foi ainda elaborada uma maqueta formada
por um sistema mecânico que procura reproduzir, de forma simples e didática, a correlação
entre os ciclos glaciares e atividade vulcânica submarina ao nível das dorsais oceânicas.
Bibliografia:
Crowley, J. W., Katz, R. F., Huybers, P., Langmuir, C. H. & Park, S.-H. (2015) Glacial cycles
drive variations in the production of oceanic crust, Science, Vol. 347, no. 6227 pp. 1237-1240.
DeMets, C., Gordon, R. G. & Argus, D. F. (2010) Geologically current plate motions, Geophys.
J. Int., 181, pp. 1-80.
Hays, J. D., Imbrie, J. & Shackleton, N. J. (1976) Variations in the Earth’s Orbit: Pacemaker of
the Ice Ages, Science, Volume 194, Number 4270, pp. 1121-1132.
Imbrie, J., Berger, A., Boyle, E. A., Clemens, S. C., Duffy, A., Howard, W. R., Kukla, G.,
Kutzbach, J., Martinson, D. G., McIntyre, A., Mix, A. C., Molfino, B., Morley, J. J., Peterson, L.
C.,Pisias, N. G., Prell, W. L., Raymo, M. E., Shackleton, N. J. & Toggweiler, J. R. (1993) On the
structure and origin of major glaciation cycles 2. The 100,000-year cycle, Paleoceanography,
Vol. 8, No. 6, pp. 699-735.
Lask, J., Fienga, A., Gastineau, M., Manche, H. (2011) La2010: a new orbital solution for the
long-term motion of the Earth, Astronomy & Astrphysics, 532, A89, DOI: 10.1051/00046361/201116836
Luis, J. F. (2007) Mirone: A multi-purpose tool for exploring grid data, Computers &
Geosciences, 33, pp. 31-41.
Lüthi, D., Floch, M. L., Bereiter, B., Blunier, T., Barnola, J.-M., Siegenthaler, U., Raynaud, D.,
Jouzel, J., Fischer, H., Kawamura, K. & Stocker, T. F. (2008) High-resolution carbon dioxide
concentration record 650,000-800,000 years before presente, Nature, Vol 435, pp. 379-382.
Mcdonald, K. C. (2001) Mid-Ocean Ridge Tectonics, Volcanism and Geomorphology,
Encyclopedia of Ocean Sciences (eds. J. Steele, S. Thorpe, K. Turekian), Academic Press, pp.
1798-1813.
Stap, L. B., van del Wal, R. S. W., de Boer, B., Bintanja, R. & Lourens, L. J. (2014) Interaction
of ice sheets and climate during the past 800 000 years, Clim. Past, 10, pp. 2135-2152.
Tolstoy, M. (2015) Mid-ocean ridge eruptions as a climate valve, Geophys. Res. Lett., 42, pp.
134-1351.
- 77 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Pelos caminhos de Thomas Morgan com a mosca Drosophila
melanogaster II
1
2
Beatriz Oliveira, Patrícia Marques & Teresa Alves Diniz
1-Alunas da Escola Básica e Secundária Francisco Simões
2-Docente da Escola Básica e Secundária Francisco Simões
Finalidade:
O trabalho tem como objetivo estudar a transmissão hereditária de características em
Drosophila melanogaster, cruzando indivíduos que diferem em caracteres facilmente
observáveis, a saber: cor e forma dos olhos, cor do corpo, tipo de asas, tamanho e forma das
pupas.
Material e Métodos:
Material Biológico
Drosophila melanogaster
Foram utilizadas, por diferentes grupos de trabalho, as variantes de Drosophila melanogaster,
que a seguir se especificam: tipo selvagem - olhos vermelhos, corpo cinzento e asas
longas/direitas – genótipo: Canton-S; corpo escuro (Ebony) – genótipo: W+; +; TM2/TM6b;
1118
*;
olhos brancos (White) – genótipo:w ; asas curvas (Curly) (Cy) – genótipo: w Gla; CyOCTG.
Relativamente aos indivíduos de corpo escuro (Ebony) possuem ainda mutações
autossómicas dominantes UBX (pelos no haltere) e Hu (mais pelos nos ombros) e Tb (larvas e
pupas mais curtas e gordas).
Os indivíduos de asas curvas (Curly) também possuem a mutação dominante Glazed (olhos
vermelhos, mais pequenos e deformados).
Material, Reagentes, Meio de cultura
O restante material e reagentes utilizados, assim como o protocolo experimental para a
preparação do meio de cultura e a descrição das técnicas de manuseamento e observação da
Drosophila melanogaster encontram-se amplamente descritos, nomeadamente: 1) Rui Gomes
(2001) – Utilização de Drosophila em Genética, Biologias, nº 1, Ordem dos Biólogos; 2) Ribeiro,
E.; Silva, J. C.; Oliveira, O.; (2009). Biodesafios, Biologia/12º ano/Ensino Secundário (1ª
Edição), Porto; Edições ASA.
Resultados:
1º - Cruzamento Parental (P):
machos (
) de corpo escuro (Ebony) x fêmeas (
selvagem)
) de corpo cinzento (Tipo
F1:
e
de corpo cinzento (tipo selvagem).
F2: ¾ de corpo cinzento (tipo selvagem); ¼ corpo escuro (Ebony).
2º - Cruzamento Parental (P):
machos (
) pupa curta e gorda
x
fêmeas (
) de pupas longas
F1: 50% de indivíduos de pupas curtas e gordas; 50% indivíduos de pupas longas.
F2: Ensaio não realizado.
Discussão/Conclusão:
Relativamente aos primeiros cruzamentos (parental e recíproco) obtiveram-se resultados
idênticos: na F1, uma única classe fenotípica de machos e de fêmeas de corpo cinzento (tipo
selvagem), o que confirma que o gene responsável pela característica cor do corpo se localiza
num autossoma, no caso no 3, e que o alelo responsável pela cor cinzenta (e+) é dominante
- 78 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
em relação ao alelo responsável pela cor escura (e). Assim, os progenitores de corpo escuro
são necessariamente homozigóticos recessivos (possuem os dois alelos e/e). Do cruzamento
entre estes indivíduos e o tipo selvagem (e+/e+), resulta uma descendência toda heterozigótica
(e+ e), com um alelo Ebony e fenótipo selvagem.
Na F2 os resultados obtidos corresponderam, igualmente, ao espectável (3:1) o que confirma a
ocorrência de cruzamentos entre progenitores heterozigóticos para a característica em estudo.
A propósito dos segundos cruzamentos (parental e recíproco) realça-se que os resultados da
F1 aparentemente não corresponderam ao esperado. Sendo o gene responsável pela
1
característica “pupa curta e gorda” (Tb ) dominante em relação ao gene responsável pela
característica “pupa longa” e localizando-se num autossoma, 3R (Right), seria espectável 100%
de machos e fêmeas de pupa curta e gorda e não a proporção 1:1 obtida. Este resultado
explica-se se o cruzamento não ocorreu entre indivíduos homozigóticos (linhas puras), mas
1
1
1
entre progenitores heterozigóticos dominantes (Tb Tb +) e homozigóticos recessivos (Tb +
1
Tb +). A terem ocorrido estes cruzamentos várias hipóteses se colocaram:
- ter havido, apesar do rigor com que trabalhámos, uma contaminação dos stocks
iniciais das moscas com pupas curtas e gordas, com moscas heterozigóticas para a
característica em estudo ou a existência de falhas no manuseamento das culturas e/ou na
seleção dos indivíduos utilizados nos cruzamentos o que conduziria, igualmente, a
contaminações;
1
- ser o gene Th dominante, mas letal em homozigotia, pelo que apenas heterozigóticos
constituíam o stock inicial e se reproduziram.
Pesquisas e consultas posteriormente realizadas vieram confirmar esta última hipótese e
validar os resultados obtidos. O desvio de resultados face ao esperado resulta do
“desaparecimento”, porque não sobrevivem, de uma das classes fenotípicas.
À semelhança do primeiro cruzamento e dado que os alelos responsáveis pela transmissão da
característica forma e dimensão da pupa se localizam-se num autossoma, optou-se por não
realizar os cruzamentos recíprocos.
Durante a experiência fomos confrontados com a existência de moscas de olhos laranja. Após
consulta à Fundação Champalimaud, na pessoa da Dr.ª Isabel Campos, concluiu-se estarmos
em presença de uma contaminação do stock inicial de moscas do tipo selvagem (WT) por
moscas mutantes para o gene White, mas transgénicas para um outro gene que reconstitui
parcialmente a cor dos olhos (daí o laranja e não o vermelho). Aproveitando esta circunstância
procedemos a cruzamentos, não planificados inicialmente, a fim de procurar compreender a
transmissão desta característica. Esta fase do trabalho não se encontra ainda concluída.
Porque ao longo do trabalho surgiram variantes e resultados inesperados que nos levaram a
refletir sobre as possíveis causas para os mesmos, porque há trabalho ainda não concluído e
conclusões a que pretendemos chegar, vamos repetir alguns ensaios e continuar a trabalhar a
fim de esclarecer as nossas dúvidas.
Webgrafia:
Chyb, S.; Gompel, N.; Atlas of Drosophila Morphology, Wild-type and Classical Mutants,
(Mar 23, 2013) Academic Press, (pags. 4, 5, 22, 23, 36, 37, 84, 85, 100, 101, 116, 117, 160,
161, 172, 173 )
Google eBook
(https://books.google.pt/books?id=PhUN7RF5rRoC&pg=PR14&lpg=PR14&dq=atlas+of+drosop
hila+morphology+wiltype+and+classical+mutants&source=bl&ots=Gga71dMEhx&sig=JN5HT2
WuttTGLES9cDShC4_YwLQ&hl=en&sa=X&ei=oFrSVK5cwVSooeAMA&sqi=2&ved=0CFoQ6A
EwCQ#v=onepage&q=atlas%20of%20drosophila%20morphology%20wildtype%20and%20clas
sical%20mutants&f=false)
FlyBase
(http://flybase.org/)
Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer à Dr.ª Isabel Campos, responsável pela plataforma das moscas do
“Centro Champalimaud para o Desconhecido”, Fundação Champalimaud, o fornecimento de
todos os stocks de Drosophila, dos meios de cultura e de reagentes e produtos necessários à
- 79 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
consecução do trabalho, assim como a simpatia e disponibilidade sempre demonstradas para
apoiar este projeto.
Agradecemos, igualmente, às assistentes operacionais de serviço no bloco das Ciências, Dina
Valente, Maria da Conceição Rodrigues, Maria Ivone Rodrigues a forma dedicada como
cooperaram com os alunos, além do interesse que demonstraram relativamente ao processo e
aos resultados da experiência.
Agradecemos, ainda, à Direção da escola pelo apoio prestado na consecução do projeto.
- 80 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
Variabilidade morfológica de duas praias do litoral Sul do Algarve
1
Kamran Alimagham, Cristiano Batista, Diogo Aleixo & Hélder Pereira
2
1-Alunos do Clube das Ciências da Terra e do Espaço
2-Docente do Departamento de Biologia e Geologia da Escola Secundária de Loulé
Introdução:
As praias são sistemas que ocorrem em cerca de 30 porcento das zonas costeiras e
estabelecem a transição entre os ambientes terrestres e marinhos. São constituídas por
acumulações de sedimentos não consolidados, cuja dimensão varia entre a areia e o cascalho,
que foram transportados e depositados por ação das ondas e correntes (Davidson-Arnott,
2010).
As praias são extremamente dinâmicas e estão continuamente a mudar a sua morfologia em
resposta a alterações nas condições de agitação marítima. As mudanças ocorrem ao longo de
períodos curtos ou longos, refletindo tanto as mudanças subtis associadas às variações dos
ciclos de maré ou da ondulação como as mudanças associadas às variações sazonais do clima
de agitação marítima (Dingler, 2005).
O perfil de praia é uma das características mais estudadas da morfologia costeira. Durante o
Inverno e aquando da ocorrência de tempestades as ondas e as correntes tendem a remover o
material sedimentar da praia e a depositá-lo ao largo. Enquanto no Verão os sedimentos são
gradualmente transportados de novo para a praia pela ondulação mais moderada (Kraus,
2005).
O litoral algarvio é caracterizado por uma grande diversidade geológica (Dias, 1986). No sector
costeiro entre Olhos de Água e a Quinta do Lago as praias arenosas são o elemento mais
proeminente estendendo-se desde a linha de baixa-mar até às arribas ou dunas. O regime de
maré é mesotidal (com 3,4 m de amplitude). O clima de agitação marítima é dominado pela
ondulação de W e SW (68% das ocorrências), no entanto a ondulação de SE é também
importante, representando 25% das ocorrências. A altura média de ondulação é de 0,5 m,
verificando-se condições de temporal quando a altura significativa da onda ultrapassa os 3 m
(Costa, 1994).
O objetivo deste trabalho foi estudar o ciclo morfodinâmico de ajuste do perfil de praia às
mudanças sazonais do regime de agitação marítima em duas praias com características
distintas, nomeadamente a praia da Rocha Baixinha (Vilamoura) e a praia do Forte Novo
(Quarteira).
Material e métodos:
Entre Agosto de 2014 e Março de 2015 foram efetuados perfis de praia com um nível
topográfico eletrónico (modelo Leica Sprinter 250M) e uma régua de leitura (Foto 1).
Foto 1. Realização de um perfil de praia
- 81 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
As medições foram realizadas perpendicularmente à linha de costa, no período de maré baixa,
entre a duna e a linha de água usando sempre o mesmo ponto de referência como cabeceira
do perfil. Os levantamentos topográficos foram realizados mensalmente e, durante o Inverno,
também após a ocorrência de temporais. Os dados obtidos foram posteriormente processados
usando o programa de computador Microsoft® Office Excel, tendo sido produzidos gráficos que
ilustram a variabilidade morfológica das duas praias estudadas ao longo do tempo.
Resultados
Os resultados obtidos estão ilustrados nos gráficos 1 e 2, correspondentes à evolução
morfodinâmica das praias da Rocha Baixinha e do Forte Novo, respetivamente.
Discussão e conclusões:
A análise dos resultados obtidos permitiu verificar que o longo do tempo há mudanças no perfil
das praias estudadas, tanto na horizontal como na vertical. Embora essas mudanças estejam
relacionadas com a agitação marítima típica do Inverno (em que predomina a erosão) e do
Verão (em que predomina a acreção), verificámos que na realidade, elas ocorrem em qualquer
época do ano em resposta aos temporais e aos períodos de acalmia. Por outro lado
constatámos que a praia do Forte Novo é mais vulnerável aos períodos de temporal do que a
praia da Rocha Baixinha.
Bibliografia:
Costa, C. L. (1994) Final report of sub-project A. Wind wave climatology of the Portuguese
coast. Report PO-WAVES 6/94-A. Instituto Hidrográfico, 80 p.
Davidson-Arnott, R. (2010) An Introduction to Coastal and Processes and Geomorphology,
Cambridge University Press, 442 p.
Dias, J. M. A. (1988) Aspectos geológicos do Litoral Algarvio, Geonovas, Vol. 10, pp. 113-128.
Dingler, J. R. (2005) Beach Processes, in Encyclopedia of Coastal Science, M. L. Schwartz
(Ed.), Springer, pp. 161-168.
Kraus, N. C. (2005) Beach Profile, in Encyclopedia of Coastal Science, M. L. Schwartz (Ed.),
Springer, pp. 169-172.
- 82 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
- 83 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”
- 84 – X Congresso Nacional “Cientistas em Acção”