Avaliação da influência da suavização da fluência de campos
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Avaliação da influência da suavização da fluência de campos
XIX CONGRESSO BRASILEIRO DE FÍSICA MÉDICA 17 A 20 DE AGOSTO DE 2014 GOIÂNIA – GO Avaliação da influência da suavização da fluência de campos modulados de IMRT 1 Merino, M.M1, Flosi,A.A1 e Boccaletti,K.W 1 Departamento de Radioterapia A.C.Camargo Cancer Center, São Paulo, Brasil. Resumo: Uma das variáveis chave para a realização da técnica do IMRT é a ferramenta Smooth, que permite trabalhar com a suavização da fluência entre pixels adjacentes a partir da distância entre as lâminas no momento de irradiação. Nesse trabalho foi analisada a influência dessa ferramenta no número de unidades monitoras total do tratamento, de um caso representativo de Cabeça e Pescoço, na cobertura dos PTV, Planning Target Volume, na proteção dos órgãos em risco, e na reprodutibilidade desses planos pelo acelerador linear através da realização de um controle de qualidade dos planos com uma matriz de detectores planares MapCheck 2®. Palavras-chave: IMRT, Suavização da Fluência, Smooth, Índice de Complexidade de Modulação. Abstract: One of the variables of IMRT technique is the Smooth, which permit us work with the smoothness of fluency between adjacent pixels from the distance between the leafs during treatment. In this study we analyzed the influence of Smooth in the total monitors units of treatment, coverage of PTV, protection in organ at risk and the reproducibility of these plans by the linear accelerator performing quality control of plans with an array of planar detectors MapCheck2 ® in a representative case of Head and Neck. Introdução: O IMRT é uma técnica de radioterapia que utiliza campos de intensidade modulada que permite conformar melhor a dose de radiação no volume de tratamento (PTV), poupando os órgãos sadios adjacentes (OAR) e, consequentemente, reduzindo a toxicidade do tratamento. Um dos problemas relacionados com o uso do IMRT é o aumento do número de unidades monitoras (UM) e o aumento da dose espalhada no paciente. A modulação do feixe de tratamento está fortemente ligada à qualidade e eficiência da entrega de dose, influenciando diretamente no número de UM. O processo de otimização no Eclipse envolve algumas variáveis, entre elas a ferramenta Smooth, que nos possibilita modificar a suavização da fluência entre os pixels adjacentes, permitindo controlar a homogeneidade da distribuição. No Eclipse a suavização da fluência é parte do algoritmo de otimização DVO, que é realizado a partir de duas direções: X paralelamente ao movimento do MLC e Y ortogonal ao movimento do MLC. Smoothing é aplicado a cada iteração da otimização por dois objetivos adicionados ao planejamento que estão relacionados com a suavidade na função custo que representa a diferença entre os valores de fluência na vizinhança. Então a função objetivo torna-se: Em que o primeiro termo representa o componente usual para os constraints dose-volume: é a dose prescrita para cada voxel i enquanto é a dose computada no ponto i e expressa como onde é o peso do beamlet. O segundo termo está relacionado com a suavização e opera nos fatores de peso do beamlet tentando reduzir grande diferença na fluência entre beamlets vizinhos. Os dois pesos (X- e Y-smooth) são ajustados pelo usuário durante a fase de otimização do plano e controlam a importância do componente smooth no gradiente. Métodos: Foi selecionado um caso de cabeça e pescoço e este caso foi planejado com 3 PTVs de doses distintas (169, 188 e 200cGy por fração, em 32 frações). Os planos foram desenvolvidos para um feixe de 6MV de um acelerador Varian™ Clinac 6EX equipado com MLC 120 lâminas em um sistema Varian™ Eclipse® Versão 8.6.0, o algoritmo de calculo usado foi o Pencil Beam Convolution. Os OARs otimizados foram: Medula, Parótida esquerda e Cavidade Oral. Mantiveram-se fixos os valores da otimização necessários para deixar o plano aceitável, e foram estabelecidas 200 interações para que todos os planos atingissem a estabilidade de forma idêntica. Os valores do Smooth na direção X, sx, (paralela ao movimento MLC) e na direção Y, sy, (perpendicular ao movimento) foram 20, 40 e 80. De forma que foram feitos 9 planos combinando os valores de X e Y. Foram avaliados o número de UM total, a dose nos OARs e cobertura do PTV e a reprodutibilidade desses planos pelo Acelerador Linear. Para avaliar a reprodutibilidade dos planos, estes foram irradiados em um dispositivo MapCHECK 2®, uma matriz planar de diodos com um tamanho de campo máximo de 32x26 cm, com Gantry a 0º e Colimador a 0º. Os campos irradiados foram analisados separadamente e avaliados usando análise Gamma com critérios 3%, 3mm e threshold XIX CONGRESSO BRASILEIRO DE FÍSICA MÉDICA 17 A 20 DE AGOSTO DE 2014 GOIÂNIA – GO 5%. Também foi avaliada a diferença de dose absoluta. O critério de aprovação do plano requer que 95% dos pontos devem ter o valor da função Gamma < 1, e a dose absoluta deve estar com uma diferença de até 5%. Resultados: Avaliando os dados foi possível observar que a variação 100 PTV 54 em sX exerce uma influencia maior no numero total de unidades 99 monitoras. A soma total das UMs varia entre 895 e 1457, sendo o 98 Plano 20 40 97 Plano 40 40 menor valor para smooth x = 80 e y = 80. 96 Plano 80 40 Avaliando a cobertura nos PTVs, na figura 1, os planos com sx 20 95 foram os planos com melhor desempenho para cobertura do alvo, e 94 93 os planos com sx 80 obtiveram o pior desempenho para cobertura do alvo. A variação em sy não foi tão importante na hora de avaliar a 92 91 cobertura, quando comparamos com a variação em sx. 90 5000 5200 5400 5600 5800 6000 Analisando os OAR, verificamos que para valores menores de sx o resultado foi melhor, e para os maiores valores os resultados para Figura 1 DVH para o PTV 54Gy OAR foram piores. Na tabela 1 a seguir estão selecionadas as três melhores situações, e as três piores situações para Cavidade oral, Parótidas e Medula. Tabela 1- Melhores e Piores casos para OAR Dose máx Cav. Oral sx 20 sx 40 Dose Máxima Medula sx 80 sx 20 sx 40 sx 80 sy 20 sy 20 sy 40 sy 40 Melhores casos sy 80 sy 80 Piores casos Dose méd. Parótida sx 20 sx 40 Dose em 50% da Parótida sx 80 sx 20 sy 20 sy 20 sy 40 sy 40 sy 80 sy 80 sx 40 sx 80 Analisando o controle de qualidade realizado para os planos em questão, observamos que a medida que o índice de complexidade de modulação aumenta, isso se torna mais difícil mecanicamente para que o AL consiga reproduzir o que foi planejado no TPS, Treatment Planning System. Com sx e sy 80 os planos ficam mais fáceis de reproduzir no acelerador, e tem maior índice de aceitação nos critérios Gamma, e de dose absoluta. Variando entre 97.5% e 99% de pontos aprovados. O pior caso de aceitação foi usando sx20 sy80, em que um dos campos falhou com 70% dos pontos aprovados, e com uma diferença de dose de 12%. Nos planos com sx 20, o controle de qualidade falhou na analise gamma na maioria dos casos. Com sx 80 o controle não falhou para nenhum caso. A influência da variação de sy na análise Gamma e de dose absoluta dos controles de qualidade não foi tão pronunciada quanto à variação em sx. Discussão e Conclusões: A partir desse trabalho, podemos concluir que ao aumentarmos o valor do sx e sy o valor das UMs diminui, porém temos uma perda na cobertura do PTV, e um aumento na dose dos OAR. Apesar dessa piora na dose nos OAR, o plano consegue ser reproduzido com facilidade pelo acelerador linear. Diminuindo o valor de sx e sy, as UMs aumentam significativamente como consequência da maior complexidade da modulação, e a cobertura do PTV melhora, porém o controle de qualidade mostrou que para planos com valores de sx e sy mais baixos o critério Gamma falhou em uma parcela importante do número de campos. Além disso, para todos os elementos analisados a variação em sx foi mais importante para produzir mudanças do que a variação em sy. Referências: 1. Giorgia N, Antonella F, Eugenio V, Alessandro C, Filippo A, Luca C. What is an acceptably smoothed fluence? Dosimetric and deliveryconsiderations for dynamic sliding window IMRT. Radiation Oncology 2007, 2:42 2. Broderick M, Leech M, Coffey Mary. Direct aperture optimization as a means of reducing the complexity of intensity modulated radiation therapy plans. Radiation Oncology 2009, 4:8