aniversêrio da epcar e projeto —devida - Turma 57-BQ
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aniversêrio da epcar e projeto —devida - Turma 57-BQ
Mai-Jun/2003 . Página 1 ANIVERSÁRIO DA EPCAR E PROJETO “DEVIDA” Emoção em Dois Tempos “Como se fora brincadeira de roda”... Dois momentos de grande emoção foram vividos, em ambientes completamente dintintos, pelos integrantes da Turma 57-BQ / Aspirantes 62 que foram a Barbacena, no período de 22 a 25 de maio. ♦ O 54o Aniversário Escola Preparatória de Cadetes do Ar foi comemorado com a participação de muitas Turmas, mobilizadas pela Associação dos Ex-Alunos da Escola. ♦ O Vicariato de Nossa Senhora da Vitória está implantando, em Barbacena, o Projeto DEVIDA, como parte das Obras Passionistas de São Paulo da Cruz. O Projeto, que conta com apoio do nosso Capelão Militar, o Padre Viçoso, é dirigido por Padres muito dedicados e profundos conhecedores dos problemas sociais da Cidade. Nesta edição, encontram-se reportagens completas sobre as duas matérias Página 2 O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 ANIVERSÁRIO DA EPCAR P Dia do Aluno Epcariano Epcariano (criado em 21 de maio de 2002). Já na mensagem contida no convite expedido pelo Presidente da AEPCAR, o Aluno 66-423, Cícero Avelino, antevia-se o sucesso dessa festa. Foram três dias de grande movimentação (23 a 25 de maio), que contou com a participação da CENATUR na coordenação do apoio de autoridades barbacenenses. Muitos veteranos resolveram hospedar-se no antigo alojamento, com direito a banho quente (aquecimento da velha caldeira), toque de alvorada, café da manhã reforçado... O toque de silêncio não foi respeitado, em função da emoção que tomava conta dos homens- meninos. No primeiro dia, sexta-feira à noite, no O nosso companheiro Clarindo com o talentoso grupo Elas por Elas (Foto: AEPCAR) Restaurante Gino’s, Il Candelabro (fundado em 1958 e incorporado ao acervo histórico da Turma Quase Perfeita), aconteceu um show performance do Grupo Elas por Elas, liderado pela atriz e cantora Cláudia Valle que, com quatro outras moças instrumentistas e vocalistas, todas de Barbacena, surpreendeu e encantou a todos que compareceram ao evento. O espetáculo foi oferecido aos alunos da EPCAR, de todas as épocas, pela Secretária de Turismo, Dra. Maria da Glória Bittar de Castro Pereira, nossa amiga Gogóia, que se fez acompanhar de vários membros de sua equipe para recepcionar os BQanos. Em suas palavras, ara abrilhantar as comemorações do 54º Aniversário da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, a Associação dos Ex-Alunos incumbiu-se da mobilização dos integrantes de todas as Turmas, bem como da coordenação, junto ao Comando da Escola, dos eventos que iriam, também, marcar o dia do Aluno Mai-Jun/2003 revelou que esse termo, BQanos, tem um significado mais abrangente do que Epcariano, por achar este último um termo restrito aos muros da Escola, enfatizando que os ex-Alunos da tradicional Escola já estão incorporados ao patrimônio cultural da Cidade, ao tempo em que atuam como seus verdadeiros Embaixadores, nos quatro cantos do País, com o que concordamos plenamente. Falou da importância da vinda dos ex-Alunos a Barbacena por trazerem energia capaz de aumentar a auto-estima do cidadão barbacenense, além do dinheiro, mola propulsora e indispensável à Economia do Município. O gracioso e afinadíssimo conjunto vocal Elas por Elas, após cantar duas músicas da Bossa Nova, de Tom e Vinícius, fez uma extraordinária performance, teatralizando textos extraídos do livro Memórias de um BQano, de autoria do nosso colega 56-137, Clarindo dos Santos. Foi um momento inesquecível, visto que trouxe, para aquele palco, fragmentos da nossa história. Descobrimos, posteriormente, que aquela inserção foi idéia da Diretora Executiva da FUNDAC, a Sra. Isabel Cristina Kelmer, nossa querida Bebel. A talentosa Cláudia, depois de ter contado com todas as letras a história do surgimento do vocábulo gonozada, interpretou também o poema À MINHA MÃE, do Aluno 56-154, Zitelli, uma das mais belas e tristes páginas poéticas vividas do lado interno dos muros da nossa Escola, o que foi, muito oportunamente, registrado naquele livro referência, escrito pelo Clarindo. O poema fora feito por ocasião da inauguração, na Escola, de um Stand de tiros que levou o nome do Cadete Holfmaster que, fazia pouco tempo, havia falecido em acidente aeronáutico. A homenagem contou com a presença de sua mãe, convidada pelo Comandante da Escola, para descerrar a placa. Por singularíssima coincidência, no show da Claudinha, achava-se presente, na platéia, o Instrutor do Cadete Holfmaster no Estágio Avançado, o agora Coronel-Aviador Boaventura Ferreira da Silva Neto, da primeira turma da EPCAR, a Turma Pioneira. Julgamos oportuno reproduzir aqui o poema do Zitelli; por ser uma das mais inspiradas manifestações poéticas de ex-aluno: Contou-nos o poeta: Página 3 . À MINHA MÃE Tu hás de ver, ó mãe, teu filho alado, Condor entre os luzeiros estelares. Heróico nas alturas, frio e ousado, A devassar a solidão dos ares. Hás de vê-lo entre nuvens coroado, À luz do Sol e alheio a vãos pesares; Resplandecente e só, a voar arrojado, Sob a luz do céu e o verde azul dos mares. Porém, se um dia, teu filho, nos abismos, Rolar ferido pelos cataclismos. Massa de sangue, informe, tétrico e medonho; Não o lamentes, minha mãe querida, Esse desejo foi maior que a vida; e, A Terra, só, não comportou seu sonho. Logo após os aplausos, o nosso colega Clarindo foi convidado a subir ao palco. Homenageado, agradeceu a deferência, aproveitando para informar àquela seleta platéia que está culminando um romance, cujo título é “O PORTÃO DAS LAVADEIRAS”, no qual usa a Cidade de Barbacena e a sua periferia, como pano de fundo para desenvolver o tema. Recitou o poema que escreveu no verso do convite de casamento de sua namorada e lavadeira à época, justificando, assim, as razões que o levaram a voltar, a romancear o assunto. O Cícero Avelino, dando seqüência, discorreu sobre os eventos de que iríamos participar e agradeceu o apoio recebido das autoridades e dos amigos de Barbacena para a realização. Em estilo humorístico (para nós desconhecido), narrou um episódio em que, como bicho, recebeu um trote que lhe valeu o apelido de chuvisco. Foi mais um Cícero Avelino e Cláudia Valle no Gino´s (Foto: AEPCAR) Animação no Bailedo Aluno Epcariano (Foto AEPCAR) Página 4 momento de muita descontração. Em seguida, foi convidado a ir ao tablado, improvisado como palco, o ex-Aluno mais antigo presente. Juntou-se às artistas o Coronel-Aviador Silva Neto que, de maneira também descontraída, agradeceu as deferências aos Pioneiros e aos ex-Alunos da EPC do Ar, como um todo. No sábado, as atividades concentraram-se na EPCAR. No cinema, pela manhã, tivemos: palestra do Comandante da Escola, Brigadeiro-do-Ar. Wagner Santilli; palavras do Presidente da AEPCAR; exposição do Brigadeiro-do-Ar Danilo Paiva Álvares (nosso colega, Cadete 60-124), sobre o Clube de Aeronáutica, e missa em ação de graças. Em prosseguimento, foram inauguradas as novas instalações da sede da Associação dos ex-Alunos e da sala do Código de Honra. Às 11 horas e 30 minutos, iniciou-se a solenidade militar, presidida pelo Diretor-Geral do Departamento de Ensino, Tenente-Brigadeiro-do-Ar. Paulo Roberto Borges Bastos. Muitas autoridades civis e militares prestigiaram a cerimônia, registrando-se a presença do Prefeito Municipal de Barbacena, Dr. Célio Copati Mazoni, acompanhado de vários membros de seu secretariado. Houve, ainda, a entrega solene da Medalha Militar, além de outras homenagens. Após o discurso do Comandante da Escola, foi dado início ao desfile militar, precedido pelos Gritos de Guerra de cada um dos Esquadrões (na nossa época, Esquadrilhas) que compunham o Corpo de Alunos). O Grupamento dos Ex-Alunos entrou em forma sob o comando do ex-Aluno mais antigo presente, o Aluno 49-99, Carlos de Almeida Baptista, que também já havia sido Comandante da Aeronáutica. O Grupamento destacou-se pela multiplicidade de uniformes: os Militares da ativa, fardados; e os da reserva, de paletó e gravata, ou de calça jeans, camiseta da Associação e tênis. Visto de cima, mais se assemelhava a um batalhão do exército de Branca Leoni em dia de festa. Contudo, aqueles senhores grisalhos identificavam perfeitamente os toques de corneta que guardaram, com carinho, em seus cérebros, por tantas décadas. Durante o desfile, constatou-se que marchar é como andar de bicicleta, nunca mais se esquece. Marcar a batida do surdo no pé esquerdo para manter a cadência foi como aprendemos. Três fileiras à frente, observamos que um dos mais aplicados colegas da nossa Esquadrilha destoava, por marcar a cadência com o pé direito. Era um dos que, por motivos alheios à sua vontade, foi para a AMAN. Lá a cadência era marcada no pé direito. Alguém gritou: acerta o passo, Brasil! E, imediatamente, ele retornou, “de mala e cuia”, às suas origens, visto que, elas nunca O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 O Ten.-Brig. Batista, da Turma Pioneira, comandou o pelotão dos Ex-Alunos. O desfile dos Ex-Alunos - Muita vibração! O palanque das Autoridades Mai-Jun/2003 deixaram de povoar o seu “entorno”. Cobrir, alinhar, fazer a conversão nas curvas, tudo de forma muito “razoável”, no dizer de um Tenente-de-Infantaria que orientava o Grupamento. “Rolou” muita emoção entre nós, quando a Banda executou as Canções da EPCAR e Bandeirantes do Ar. “A Esquadrilha” continua, para os fabianos, “um punhado de amigos, a vibrar, a vibrar de emoção...” O “fora de forma!”, com direito a “Oba!!!”, bonés lançados para o ar, abraços, lágrimas e largos sorrisos... Haja coração! A confraternização, batizada de Café Colonial, teve como palco o Pátio das Paineiras (aquele do Cassino, nos anos dourados). Um excelente coquetel foi servido aos convidados, regado a uísque, vinho, cerveja, sucos (não reparamos se havia por lá, café, chá e chocolate). Para complementar os deliciosos salgadinhos, foram oferecidos um estrogonofe para nenhum soviético botar defeito e uma sortida mesa de frios. Depois daquela movimentada manhã, tudo aquilo foi muito bem vindo, no horário do almoço. O GRANDE BAILE No sábado, à noite, nos salões do recémremodelado Clube dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica de Barbacena, realizou-se o Baile do Aluno Epcariano, um evento que se transformou em tradição e que tem por finalidade coroar os festejos do aniversário da Escola, compartilhando, com a sociedade barbacenense, a importância do acontecimento. Foi muito concorrido. Animado por um conjunto “pop”, que executava músicas de todas as décadas, manteve-se o salão sempre repleto de dançarinos. No primeiro intervalo, o Presidente da AEPCAR, o Aluno Cícero Avelino, promoveu a entrega de um brinde à Turma que levou o maior número de componentes às comemorações. A Turma de 1966, que se auto intitula “A Nata da Força Aérea” acabou sendo a vencedora. Também pudera! É a Turma do Comandante da Escola e a do Presidente da Associação. Viam-se, aqui e ali, muitos ex-Alunos, às mesas, com suas famílias. A Turma Pioneira também lá estava, representada por três ex-Alunos, que se fizeram acompanhar de suas esposas. A sociedade barbacenense compareceu e abrilhantou os festejos. Alguns “Cadetes” da atual safra fizeram-se presentes, o que foi muito bom, pois, quando, ao apagar das luzes do baile, a banda tocou músicas dos anos cinqüenta e sessenta (Alô, Cupido; Oh! Carol, ...) eles se soltaram, lembrando os dançarinos da Turma 57-BQ (Moraes Rego, Seixas, Clever Afonso, Amado e Pacheco (entre outros) que ainda hoje dão os seus passinhos. Ao serem requisitados para dançar com damas de todas as idades, não se fizeram de roga- . Página 5 Após desfilar com a Turma 57-BQ, o Padre Viçoso, ao centro, com seus Ex-Alunos dos e espargiram, no salão, aquela jovialidade que o peso dos anos nos vem, gradativamente, tirando. Desse modo, terminaram por se tornar os “donos da festa”. E não poderia deixar de ser assim. “Macte animo, generose puer, sic itur ad astra”. Em breve, esperamos, compreenderão todo o significado dessa citação latina. Que esse entusiasmo os acompanhe por toda vida! VISITA A CABANGU Constava do folder distribuído pela AEPCAR, na programação dos festejos de aniversário da Escola, uma ida a Cabangu, o que aconteceu na manhã do domingo. A casa onde nasceu SantosDumont, o “Pai da Aviação”, é um local muito aprazível, que se assemelha, por seu bucolismo, à área destinada ao Parque da Cidade, no Rio de Janeiro. Além da casa onde Santos-Dumont nasceu, o Museu ocupa, ainda, três pavilhões edificados na mesma linha arquitetônica gótica. Tudo feito por profissionais de finíssimo gosto. O Museu de Cabangu abriga um acervo precioso, que é cuidado com o carinho que o seu valor histórico exige. Quem quiser escrever a História da Aviação no Mundo, terá de beber dos dados daquela fonte. FIM DAFESTA, NOVA FESTA Foram três dias de festas e fortes emoções, das quais cinco companheiros da Turma 57-BQ tiveram a honra de participar e, agora, têm o privilégio de descrever para aqueles que, por diversas razões, não puderam comparecer. Torcemos para que, no próximo ano, um contingente mais numeroso de integrantes da Turma possa engrossar as fileiras daqueles que escolhem adolescer, por alguns dias que sejam, e marcam presença nas comemorações do aniversário da Escola. Página 6 O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 TENENTE-BRIGADEIRO BASTOS O Amigo da Turma Tenente-Brigadeiro-do-Ar Paulo Roberto Borges Bastos, Diretor Geral de Ensino da Aeronáutica (DEPENS), presidiu a Solenidade de Aniversário da EPCAR. O Brigadeiro Bastos é um velho amigo de Turma 57-BQ. Foi ele quem ofereceu o almoço de confraternização a seus integrantes, no Campo dos Afonsos, quando das Comemorações dos 35 Anos do Aspirantado, em 1997. Na ocasião, ele comandava a Universidade da Força Aérea, sendo um dos responsáveis pelo resgate do belíssimo cenário daquele sítio histórico da Aviação Militar Brasileira. O Macaé, como é carinhosamente chamado por seus colegas da Turma 60-BQ, é um autêntico Fabiano, já que suas filhas Ana Paula e Ana Cristina são dentistas do qua- “P dro Permanente de Oficiais da Aeronáutica. Muito solidário, está sempre pronto a ajudar a todos as pessoas que o procuram. Desde os tempos de Vice-Diretor da Diretoria de Administração de Pessoal, mantém um banco de dados com todos os problemas particulares que assume, com muita boa vontade. São incontáveis as características desse ilustre companheiro que o fazem detentor de inquestionável carisma. Os revezes da vida jamais lhe tiraram o bom-humor. Esse é o Bastos, nosso muito estimado amigo. Na fotografia ao lado, vemos o Ten.-Brig. Bastos, em sua posse no DEPENS, tendo, à esquerda, uma de suas filhas, Ana, e, à direita, o nosso Colega, também, Tenente-Brigadeiro, José Carlos Pereira, (Aluno 58-268). MEU PRIMEIRO CARRO ôs” (é assim que nós, os gaúchos – graças a Deus – pronunciamos “pois”) o Nicola era meu amigo de infância, ou, como diria o poeta, “da mais tenra infância”. Era paulista, mas veio pequeno para o nosso Rio Grande. Era filho de um comerciante de carros velhos, àquela época conhecidos como “picaretas” (*), que, às vezes, negociava também com gêneros alimentícios, batatas podres, entre outros. “Pôs” aprendi a dirigir com o Nicola, lá pelos meus 15 anos, num caminhão Magirus Deutz (alguém lembra? Era maior do que um “fenemê” - e desse, alguém lembra?). “Pôs” o “velho Constantino”, pai do Nicola, sempre ia a São Paulo comprar carros velhos para revender aqui no Sul. E para transportá-los, comprava também um caminhão velho, igualmente destinado à revenda. Esses “bagulhos” eram, então, “guaribados” em sua própria oficina, com a ajuda do Nicola, que, portanto, entendia bastante de mecânica. Quando, já, na condição de “caixa” do Banrisul, consegui amealhar alguns trocados, resolvi comprar um carro, meu primeiro carro. Saíamos o Nicola (como consultor) e eu a procurar, entre todas as lojas de “picaretas” da praça, o que fosse possível comprar. Ocorre que um dia assisti, passando na rua, a uma belíssima “Simca 8” vermelha, que tinha um ronco emocionante. Decidi-me por comprar uma Simca 8, desistindo dos Citroëns, Prefects, Renaults Juvaquatre, Anglias, Austins e outros menos votados. Assim, saíamos, todos os sábados, a incomodar os “pica- retas”, após ler as colunas de anúncios dos jornais locais. Um belo dia, encontramos um exemplar de Simca 8 vermelha num “picareta” da rua Sete de Setembro. Acima da loja do “picareta”, funcionava uma “casa de mulheres damas”, como dizem os nordestinos, espécimes que eram particularmente atrativas ao meu “consultor”, que passou a prestar mais atenção às entradas e saídas das “senhoritas” do que ao veículo propriamente dito. Quando reclamei de sua falta de atenção, ele me disse: “Magro, esquece essa joça. Não vale nada. Vamos subir e conversar com as meninas”. Insisti com ele e começamos a conversar com os “picaretas”. O dono da máquina, mostrando-me o pneu estepe disse : “Está novo, veja!”. Seus próprios colegas de loja riram-se e comentaram: “É, pode ser que algum sapateiro o aceite para fazer sola de sapato” Levei na brincadeira e tanto me encantei, que “fechei negócio” na hora. A Simca 8, vencedora de diversas corridas que então aconteciam no parque da Redenção, era um carro “sui generis”. Para começar, era quatro portas e não tinha colunas entre elas, ou seja, abertas a dianteira e a traseira, o carro ficava todo aberto. Saímos, eu, “louco de faceiro”, dirigindo a Simquinha, e voltamos para casa. “Pôs”, no meio do caminho e sem mais aquela, a caixa de câmbio caiu no chão, bem sobre os trilhos do bonde, que já vinha apitando. Sob o protesto dos passageiros e o constrangimento do Nicola, empurramos o “animal” para fora dos trilhos, enquanto meu consultor tentava achar os parafusos que prendiam a “caixa de câmbio” ao “volante do motor”. Foi um vexame monumental! Só para concluir, fiquei quase seis meses com aquela “draga”, que, semanalmente, era “revisada” pelo Nicola e que acabou “abraçada” com um poste de luz, conduzida por um mecânico que, para explicar o ocorrido, só dizia: “como anda essa bichinha”. E andava mesmo! Pelo menos quando queria. Al. 57-59, Magrinelli [email protected] Este lindo conto, escrito pelo nosso colega Magrinelli, chegou-nos às mãos, 60 dias após o encerramento do Concurso novembro-dezembro/2002 – Quem conta um conto, ganha um ponto, vencido pelo belíssimo trabalho do Cad. 57-095, Tujal, conforme publicado na edição Jan-Fev/ 2003. Não obstante, o Conselho Editorial aceitou o argumento de que a distância astronômica que separa a residência do autor, em Porto Alegre, da nossa sede, no Rio de Janeiro, seria justificativa suficiente para o atraso. Feita a inscrição virtual, o conto do Magrinelli foi declarado vencedor, ao lado do já laureado texto do Tujal. O prêmio será, como sempre, uma assinatura anual “inteiramente grátis” de O Condor. Esperamos que os nossos leitores tenham gostado, tanto quanto nós, das palavras do primeiro vencedor “postinscriptum” de um dos nossos Concursos. (*) Nota O antigo Lula não havia, ainda, ofendido os “picaretas”, ao compará-los a Deputados Federais. A REDAÇÃO Mai-Jun/2003 Página 7 . PROJETO DEVIDA Obras Passionistas São Paulo da Cruz A convite do Padre Antônio Viçoso Rodrigues, nosso estimado Capelão Militar, fomos visitar o Projeto DEVIDA, que está sendo implantado em Barbacena pelo Vicariato de Nossa Senhora da Vitória, destinado a dar vida digna a crianças e adolescentes em situação de risco naquela Cidade. Tratase de um profundo trabalho assistencial com o objetivo de conter, neutralizar os sinais de desvio e potencializar as possibilidades de desenvolvimento, até a construção harmônica da personalidade de seus pequenos protegidos. Dirigem o Projeto, atualmente, os Padres Paulo Viola (Diretor), Cloves Pereira Nascimento (Tesoureiro) e Genilson José Dallapícola (Secretário). A Paróquia Nossa Senhora da Penha, da Igreja onde foi celebrada a missa dos 45 anos da Turma 57-BQ, está intimamente ligada ao Projeto, com o empenho pessoal do Pároco, Padre José Ricardo Zonta. Os Padres Viçoso e Fernando Vitale emprestam suas ex- Segundo bloco – Unidade Infantil periências de muitos anos de sacerdócio, em benefício das atividades assistenciais. Esses incansáveis religiosos estão sempre a enaltecer a figura do pioneiro, Padre Edmundo de Ciccio, falecido no início de 1999. E também não se esquecem do grande benemérito das Obras Passionistas São Paulo da Cruz - a família da jovem italiana Patrizia Liccardo Diodato, falecida em acidente de trânsito, que doou sua parte da herança à Entidade. Com os recursos disponibilizados, foi possível dar início às obras de infra-estrutura, dos prédios das unidades operacionais e do chamado equipamento comunitário. É importante destacar que o terreno de 60.000 metros quadrados, um verdadeiro santuário ecológico, foi doado pela Prefeitura Municipal de Barbacena, atendendo reivindicação do nosso Padre Viçoso. De março de 1996 até a presente data, foram realizadas as seguintes obras: Primeiro bloco – Administrativo – com secretaria, almoxarifado, posto médico, gabinete odontológico, auditório, refeitório e capela; – onde foram instalados a creche, o departamento pré-escolar e as atividades de apoio pedagógico e recreação; Segundo bloco – Unidade Infantil – onde foram instalados a creche, o departamento pré-escolar e as atividades de apoio pedagógico e recreação; Terceiro bloco – DEVIDA 1 – em final de construção, que se destinará a trabalho de orientação a jovens da comunidade, onde funcionarão oficinas de arte, relações humanas, computação; Centro Missionário, para atividade específica da congregação; Outras Obras – quadra de esportes, play-ground e a caixa d’água, orgulho do Padre Paulo Viola, por sua configuração monumental e principalmente por captar água de nascente no próprio terreno. Primeiro bloco – Administrativo Terceiro bloco – DEVIDA 1 A caixa d’água, orgulho do Padre Paulo Viola Página 8 O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 A saudosa benfeitora Patrizia Liccardo Diodato A Professora Meire Silva de Melo com o fofinho Ricardo no colo Um sonho dos idealizadores e executores das Obras Passionistas que se desenvolvem nos Estados do Espírito Santo e de Minas Gerais é construir nesse local, de rara beleza, uma via crucis, conscientes de que a “Paixão de Cristo continua no mundo, até Ele voltar, em sua glória”. (Passionistas, vocábulo cuja raiz latina vem de passio, que, no português, gerou paixão). Com muito amor, já começaram a tornar esse sonho em realidade, batizando a área de Bosque de São Paulo da Cruz. Foram construídas as trilhas, com o mínimo de impacto ambiental, e demarcados com uma cruz os locais onde serão erguidas as Estações (as quatorze tradicionais e mais a décima quinta, destinada à Ressureição de Cristo). Em local da mata, cuidadosamente, escolhido para esse fim, foi edificada uma gruta revestida de pedra. No final da trilha, observa-se uma Capela, em cujo interior existe um mausoléu contendo seis tumbas e um belíssimo oratório. Naquele local sagrado, repousam os restos mortais do Padre Edmundo, o idealizador do Projeto que, certamente, observa feliz o trabalho de seus continuadores. Os Passionistas, inspirados na vida de Paulo da Cruz, fundador da Congregação, sempre souberam ler os sinais dos tempos, pondo-se, em primeiro lugar, para ajudar os pobres e trabalhar pela promoção humana dos necessitados. Em Barbacena, as áreas carentes apoiadas pelo Projeto DEVIDA situam-se nos bairros de Ipanema, Nova Suíça, Jardim das Alterosas, Nova Cidade, Caiçaras e Vilela. Nesses quatro anos em que se desenvolve o trabalho, centenas de crianças e adolescentes receberam ajuda para a superação das deficiências impostas pela pobreza e pela falta de orientação familiar. Atualmente, noventa crianças em idades que variam de 3 a 5 anos são acolhidas pela creche, das sete às dezoito horas. Além de alimentação e higiene corporal, recebem acompanhamento médico, psicológico, fonoaudiólogo e odontológico. Vinte e dois adolescentes também são acolhidos diariamente, o que ocorre após as suas atividades estudantis. No Projeto, recebem reforço escolar, almoço, atendimento médico-odontológico e apoio de um psi- Rickson e Robson brincam - Um sorriso para os visitantes Mai-Jun/2003 Página 9 . Maria Vitória, a mais novinha da creche - Quanto enlevo! cólogo. Para eles são proporcionados, ainda, trabalhos manuais, artes, capoeira e leituras diversas. Na realidade, a grande finalidade é retirá-los da rua e afastá-los de suas mazelas, para evitar a evasão escolar e a possível contaminação pela exposição a elementos potencialmente corruptores. Quando da conclusão da obra do terceiro bloco, o número de adolescentes que receberá apoio será ampliado, e existe, mesmo, uma previsão que gira em torno de 200 (duzentos). Todas as crianças possuem famílias que também são favorecidas com o apoio recebido, o que nos leva a projetar tais benefícios para um número muito grande de pessoas. As reuniões envolvendo os pais ou responsáveis pelos adolescentes consolidam o trabalho de orientação e encaminhamento das crianças para um futuro mais promissor. Mas há, também, um trabalho destinado diretamente às famílias carentes, chamado dispensário. Elas são auxiliadas com remédios, alimentos e acompanhamento de promoção humana (reflexões, palestras e visitas residenciais). Todo esse trabalho não seria realizado sem as parcerias e os voluntários. Quatro são os parceiros considerados indispensáveis: Congregação Passionista, Famílias, Prefeitura Municipal e Comunidade. É na comunidade onde se vão buscar os voluntários. Exemplo marcante é a participação de Engenheiros que colaboraram para a execução das muitas obras já implantadas na área do Projeto. Pais de crianças atendidas, Educadores, Assistentes Sociais e outras pessoas de boa vontade emprestam grande parte de seu tempo e de suas habilidades ao Projeto DEVIDA. Por essas realizações e por muitas outras englobadas no Programa Passionista de Ação Social Integrada – PROPASI – a Congregação foi considerada de utilidade pública nos âmbitos federal, estadual e municipal. E nós, da Turma Agradecemos aos Padres Paulo Viola, José Ricardo, Fernando Vitale e ao nosso muito querido Padre Viçoso, que despertounos o interesse por conhecer essa magnífica obra assistencial, pela gentileza do convite para visitarmos o Projeto DEVIDA e Brincadeiras no “playground” Reforço na sala de aula O Clarindo não resistiu a tamanho encantamento. 57-BQ / Aspirantes 62, sentimo-nos muito honrados com o convite para conhecer esse magnífico emprendimento comunitário que nos formulou o Padre Viçoso. Visitaram o Projeto DEVIDA o Brigadeiro-Intendente João Carlos Fernandes Cardoso, o Coronel-Aviador Luís Mauro Ferreira Gomes, o Escritor Clarindo dos Santos, o Engenheiro Antônio Carlos de Assis Brasil e o Vereador Odair José Ferreira, amigo da Turma, em Barbacena, que se incorporou à comitiva. Agradecimentos Página 10 O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 A entrada do Bosque A trilha A gruta pela carinhosa acolhida que nos proporcionaram, durante todo o tempo em que lá estivemos. Somos gratos aos companheiros de Turma que, voluntariamente, patrocinaram esta reportagem e aproveitamos a oportunidade para destacar a participação Sargento Kalil Tomaz, fotógrafo da EPCAR que, abrindo mão de suas horas de folga, acompanhou-nos na visita e realizou a excelente cobertura fotográfica que ilustra a matéria. Além de bom profissional é bom cidadão. Quando indagado sobre sua origem, declarou: Eu nasci e sempre vivi em Barbacena. Isso aqui é bom demais!!! A Turma 57-BQ / Aspirantes 62 cumprimenta-o por seu exemplo de amor à Terra Natal, a que também amamos, e agradece-lhe a colaboração, sem a qual este trabalho não se teria tornado possível. Uma cruz marca o local de cada Estação. A Capela no Bosque No interior da capela, o túmulo do Padre Edmundo... ...e este belíssimo altar Mai-Jun/2003 . A Comitiva da Turma, com os Padres, as Professoras e as Crianças do Projeto Crianças em ciranda - O futuro do Brasil girando diante de nós Página 11 Página 12 O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 REFLEXÕES Sara Maria Binatti dos Anjos S ou uma pessoa comum. Fui criada com princípios morais comuns. Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões, e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os “lanterninhas” dos cinemas nos expulsassem devido às batidas com os pés no chão quando uma determinada música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo. Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, idosos, autoridades. Confiávamos nos adultos, porque todos eram pais/ mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror. Ouvindo hoje o jornal da noite, deu-me uma tristeza infinita por tudo Rua de Recreios, Vila Curuçá - 1963 que perdemos. Por tudo o que meu filho precisa temer. Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos. Matar os pais, os avós, violentar crianças, seqüestrar jovens, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidades de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial. Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de Rua Jaceguai, Bela Vista - 1957 multas. Policiais em blitz são abuso de autoridade. Regalias em presídios são matéria votada em reuniões. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem é ser otário. Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão. Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos. O que aconteceu conosco? Professores surrados em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas portas e janelas. Crianças morrendo de fome, gente com fome de morte. Que valores são esses? Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano. Celulares nas mochilas dos que recém largaram as fraldas. TV, DVD, telefone, video game, o que vai querer em troca desse amasso, meu filho? Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale um telão do que um papo. Mais vale um baseado do que um sorvete. Mais valem dois vinténs do que um gosto. Que lares são esses? Bom dia, boa noite, até mais. Jovens ausentes, pais ausentes, droga presente e o presente, uma droga. O que é aquilo? Uma árvore, uma galinha, uma estrela. Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo? Quando foi que senti amor pela última vez? Quando foi que esqueci o nome do meu vizinho? Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo? Quando foi que fechei a janela do meu carro? Quando foi que me fechei? Quero de volta a minha dignidade, a minha paz e o lugar onde o bem e o mal são contrários, onde o mocinho luta com o bandido, e o único medo é de quem infringe, de quem rouba e mata. Quero de volta a lei e a ordem. Quero liberdade com segurança. Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores. Quero sentar na calçada, e minha porta aberta nas noites de verão. Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olho no olho. Quero a vergonha, a solidariedade e a certeza do futuro. Quero a esperança, a alegria. Eu quero ser gente e não peça de um jogo manipulado por TV a cabo. Eu quero a notícia boa, a descoberta da vacina, a plantação do arroz. Eu quero ver os colonos na terra, as crianças no colégio, os jovens divertindo-se, os velhinhos contando histórias. Eu quero um emprego decente, um salário condizente, uma oportunidade a mais. Uma casa para todos, comida na mesa, saúde a mil. Quero livros e cachorros e sapatos e água limpa. Não quero listas de animais em extinção. Não quero clone de gente, quero cópia das letras de música. Eu quero voltar a ser feliz! Quero dizer basta a esta inversão de valores e ideais. Quero mandar calar a boca quem diz “a nível de”, “neste país”, “enquanto pessoa”, “eles tem que”, “é preciso que”. Quero xingar quem joga lixo na rua, quem fura a fila, quem rouba um lápis, quem ultrapassa a faixa, quem não usa cinto, quem não paga a conta, quem não dignifica meu voto. Quero rir de Rua Santo Antônio, Centro - 1956 Mai-Jun/2003 quem acha que precisa de silicone, lipoaspiração, implante, dieta, cirurgia plástica, conta no banco, carro importado, laptop, bolsa XYZ, calça ZYX para se sentir “inserido no contexto” ou ser “normal”. Abaixo a ditadura do “tem que”, as receitas de bolo para viver melhor, as técnicas para pensar, falar, sentir! Abaixo o especialista, o sabe-tudo rodeado de microfones e câmeras! Abaixo o “ter”, viva o “ser”! E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como eu. Ruas de São Paulo Q Página 13 . Essas irretocáveis palavras são de Sara Maria Binatti dos Anjos, uma brilhante escritora gaúcha que mora em Porto Alegre e, assim, se define: “Sou formada em Administração de empresas, sou Analista de Sistemas por profissão e escrevo por vocação, desde criança. Sou adepta dos valores antigos, como palavra de honra, honestidade, integridade, caráter, tudo o que herdei do meu pai e com o que agora presenteio meu filho (sim, considero estes valores um verdadeiro presente!). Continuo cheia de expectativas pela vida e, neste ano, resolvi investir na carreira de escritora, de tanto meus amigos insistirem, e estou participando de vários concursos literários”. Agradecemos a gentil autorização da autora para divulgarmos, no nosso Boletim, esse texto primoroso que tem tudo a ver com o nosso modo de pensar e sentir. Desejamos muito sucesso à talentosa escritora, antevendo-lhe um futuro glorioso como Escritora, mercê da aptidão natural para a escrita que transparece em todas as suas composições literárias. Benditos os seus amigos, cuja sábia insistência nos garantiu este e permitirá muitos outros momentos de puro deleite que somente a boa leitura pode propiciar. A REDAÇÂO Photographias é um projeto especial de pesquisa para resgatar imagens históricas da cidade de São Paulo. As fotos selecionadas fazem parte do acervo do Banco de Dados, centro de documentação jornalística da Folha de S.Paulo. No projeto são destacadas as ruas do centro de São Paulo e dos principais bairros da cidade. (http://www1.folha.uol.com.br/folha/almanaque/saopaulo_home.htm) ETIQUETA NOS CORREIOS uem freqüenta a Internet sabe que, nela, há, muitas particularidades que seriam inaceitáveis em outros ambientes. Esforçando-me para ser o mais tolerante possível, faço abstração dos textos que me escrevem aqueles que se esmeram por transgredir o maior número de regras gramaticais possível, no menor número de palavras escritas. Perdôo, também, aqueles que poluem seus escritos com excesso de pontos de interrogação, ou de exclamação, ou subestimam a percepção de seus leitores ao se socorrerem de intermináveis “emoticons”, ou “hehehehês”, ou “rarrarrarrás”. Além disso, é evidente, não dou nenhuma importância a bobagens como a que pretende transformar, em grosseria, textos escritos em maiúsculas, nas mensagens de correio eletrônico, sobretudo, no campo do Assunto. Sei, perfeitamente, também, que se não deve responder à enxurrada de mensagens e encaminhamentos que nos mandam para mero conhecimento. Mas há regras mínimas de etiqueta que devem ser mantidas, mesmo, nos relacionamentos em um universo, no qual muitos procuram exagerar a informalidade. Uma dessas regras mínimas é respon- der a quem nos envia alguma correspondência fora do comum ou nos faz qualquer pergunta específica. E, se, por acaso, alguém pede, por correio eletrônico, um favor e é prontamente atendido, mas se olvida de transmitir, seja por que via for, um simples muito obrigado a quem lhe demonstrou consideração, isso é muito mais grave, e eu vejo, ai, um desajuste emocional demasiadamente sério. Para aqueles que assim procedem, suponho, as coisas diminutas que julgam ter aprendido de seus mestres ou da observação de suas pobres consciências parecem torná-los auto-suficientes e lhes dar uma personalidade soberba que transforma todas as outras pessoas em meras insignificâncias. Que tristeza! As suas mentes míopes não percebem que, ao negarem relevância a seus pares, subtraem, de si, qualquer valor que, porventura, pudessem ter, escolhendo o inexorável caminho da solidão, da infelicidade e do fracasso. Se você, meu amigo, se sentiu enquadrado em todas essas condições, foi, justamente, para você que escrevi este texto. Se assim não tiver sido, peço que veja, nas minhas palavras, simplesmente, uma pequena fábula escrita para aqueles que já tenham feito ou venham a fazer, algum dia, qualquer coisa semelhante. Al. 57-04, Luís Mauro [email protected] Página 14 O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 SONHAR É VIVER Porque Eu Sou um Aspirante! T odos vocês sabem que nós, que estudamos em BQ ou nos Afonsos, mesmo que sejamos “paisanos”, temos uma fagulha do “espírito militarista” dentro de nós, lá no âmago de nossas almas! Eu não sou diferente! Pareço um “cara” rebelde, esculhambado, avacalhado, folgado etc., etc., mas, no fundo, lá no fundo, não sou nada disso!!! O que eu sou mesmo é original. Nunca, jamais, em tempo algum, alguém pode me chamar de “macaco de imitação”! Como os militares, em geral, são muito quadrados, digo, enquadrados, é normal que vocês estranhem o meu “modo de ser”!!! Assim, o “Comandante-em-Chefe das Forças Desarmadas da Turma Mais Que Perfeita, digo, Quase Perfeita”, há quase um ano, me deu uma “Ordem de Missão”: “Escreva um artigo com o título: Porque Eu Sou um Aspirante!”. Eu, o “Aluno 57-42, Padrão, da Terceira Esquadrilha”, que, além de original, sou um tanto quanto rebelde e gozador, como já vimos, resolvi dar uma sacaneada no nosso querido e amado Chefinho (ou seria no poderoso Chefão?!). Cheguei a escrever o artigo, mas decidi não enviá-lo à Redação de O Con*dor! Como castigo, suponho eu, ele já me censurou “in totum”, pois uns dois, ou três, ou mais artigos meus que enviei a O Con*dor, até hoje, não foram publicados! Mas eu sei que o “Chefinho” me ama!! (como amigo, é claro! - esta observação é importante, senão o Seixas diria: “ou eu, ou ele”! - se restar, alguma dubiedade de sentido neste parágrafo eu estarei pronto a esclarecer “a poster iure”!). Mas, finalmente, como “Ordem de Missão” é “Ordem de Missão”, eu acabei escrevendo, mesmo, o tal artigo, ainda que com um pequeno (pequeno?) atraso de somente uns oito meses (é mole?)!!! Sonhar é viver! Agora estou falando sério, muito sério, mesmo! Quando eu digo “sonhar”, é no sentido figurado da palavra, sonhar acordado, desejar, ansiar, ASPIRAR! O homem que não aspira mais nada em sua vida, que não sonha, não espera, não deseja, que apenas espera a morte, que se julga “realizado”, este não vive, vegeta! Não é nem mesmo um homem, é um velho, não caminha, se arrasta, nem mesmo vive verdadeiramente. Porque é um “morto-vivo”, estando vivo, já morreu. (Ou então ficou borocoxô, como diria a minha avó). Ilusões de Vida Francisco Otaviano Quem passou pela vida em branca nuvem E em plácido repouso adormeceu; Quem não sentiu o frio da desgraça, Quem passou pela vida e não sofreu, Foi espectro de homem - não foi homem, Só passou pela vida - não viveu. Nunca diga assim: Ah! Eu já sou um Coronel (ou um brigadeiro), não preciso de mais nada, já estou “realizado”! (que palavra horrível esta, “realizado”! Nesse sentido é claro! Quando nós éramos jovens e estávamos em BQ, todas as coisas eram interrogações: Será que eu chego a oficial? Será que eu serei piloto? Ou intendente? Será que eu vou servir no Rio? Ou será em outro lugar do Brasil? Serei desligado? Será que eu vou ficar “repe”? Será que eu vou voltar a ser “paisano”? Ou, ainda, será que eu vou voar? Hoje, já temos todas estas respostas! Mas, agora, eu pergunto: “Será que não há mais nada a desejar, a ansiar, a esperar, a sonhar, a ASPIRAR? É por isso que EU SOU UM ASPIRANTE! (e tenho certeza absoluta disso!) Mas não sou o único Aspirante da Turma Quase Perfeita! O “major”, digo o maior exemplo disso é o José Nelson. Ele está sempre desejando alguma coisa: fazer um “CD”, compor uma música, tornarse um compositor reconhecido, um cantor de sucesso, sei lá!! O Cardoso lhe segue as pegadas! O “quarentinha”, digo, o quarenta é um sujeito dinâmico! Parar é uma palavra triste, mortal, para ele! Está sempre desejando “fazer” alguma coisa, criar, gerar! Eu também não sou diferente! Enfim, somos todos “Aspirantes”! Se você, que me lê, neste momento, não é assim, só me resta ter pena de você! Se você não sonha, se você não deseja, se você não ama, se você não anseia (por alguma coisa que ainda não tenha alcançado), se você não procura por algo, se você não luta para conseguir alguma coisa que não tenha realizado, eu tenho pena, dó, compaixão, eu tenho muita, muita, muuiiiita pena de você, meeessmo!!! Porque triste não é ser pobre, ou fraco, ou sofrido, magoado pelo mundo etc., etc., etc., ou mesmo fracassado, nada disto é triste: triste é não ter ideal! Eu li, em minha vida, muitos livros! Muito deles, os chamados de “auto-ajuda”! Mas em nenhum livro que eu tenha lido, havia escrita uma lição maior do que esta: Sonhar é viver! É Preciso sonhar, desejar, ansiar, esperar, amar, ASPIRAR! Quem não aspira, não respira, e quem não respira não vive, já está morto! Disse Jesus Cristo: deixai aos mortos, que enterrem os seus mortos (leiam Mateus, capítulo 8, versículos 18 a 22). Quem não sabe viver, parece vivo, mas já morreu! Por isso, em verdade eu vos digo: o Guedes está vivo, o Amado está vivo e o Bené está vivo! Vivos estão muitos dos que já morreram, e muitos dos que parecem vivos, estes sim estão mortos! (É mole?) É por isso que eu sou um Aspirante! É por isso que o José Nelson, o João, o Cubas, o 57-04, o Cardoso, o 57-XXX (não há espaço, em O Con*dor, para citar todos integrantes da Turma Quase Perfeita, que são Aspirantes também!). É preciso saber viver (Roberto Carlos) e, sobretudo, é preciso saber sonhar, também!! Sonhar é viver! Assinado: Aspirante, digo, Aluno 57-42, Padrão, da Terceira Esquadrilha!!! Mai-Jun/2003 Página 15 . AUTORIDADES I Doutor Wandimyr Fajardo Gasparrello nosso companheiro Gasparello (Al. 57-138) acaba de receber o título de Doutor em Ciências Empresariais, pela Universidade Federal Fluminense, coroando, assim, uma carreira de invulgar dedicação ao magistério. Nos três anos do curso, não se afastou de suas funções naquela Universidade, como Professor e titular da Superintendência Acadêmica no In- se Oficial de Máquinas. Nos dez anos que passou no mar, aprofundou suas reflexões, registrando tudo em seu diário de bordo particular. Naquele tempo, já resumia sua filosofia de vida nesta sentença: “É enfrentando a realidade dos maus momentos que tornamos nossas vidas mais cheias de amor, pois a vida é um contínuo acontecer e procurar”. Basta saber enxergar”. (Ver O Con*dor Jan-Fev / 2000). O Gasparello recebe o Título de Cidadão Miracemense. terior do Estado (Municípios de Miracema, Itaperuna e Macaé). No almoço de confraternização pelos 46 anos de nossa Turma, o professor Fajardo (como é conhecido nos meios acadêmicos) confessou-se plenamente realizado como educador, atribuindo esse estado de espírito aos ensinamentos adquiridos na EPCAr. Dedicou, ainda, especialmente, a trajetória de sucesso a seu pai, Joacyr José Gasparrello, um homem simples e durão, que ingressou na Marinha, como Aprendiz de Marinheiro e chegou a Capitão. O, então, Sargento Gasparello, para bem encaminhar, na vida, o irrequieto menino, matriculouo, aos 13 anos, na Escola Técnica Almirante Ferraz. Daí em diante, o jovem Wandimyr passou a tomar suas próprias decisões, a começar pelo concurso para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena. Quando se afastou da Aeronáutica (que, até hoje, guarda no coração), voltou para a Marinha Mercante, formando- Discursando - Mais uma vez Paraninfo Gasparello procurou e encontrou novos caminhos e fez acontecer uma bela e nobre carreia, a de professor. Tendo-se formado em Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Administração de Empresas, resolveu obter o título de Licenciatura Plena, vindo a prestar concurso para a UFF, onde, em pouco tempo, realizou o curso de Mestre em Ciências Contábeis. Nessa renomada Instituição, vem exercendo, também, cargos administrativos relevantes. Mas, como preparação para as atividades da Universidade Federal, especializou-se, por meio de cursos de pós-graduação, nas áreas de Contabilidade e Auditoria, Controladoria e Finanças, Conta- O almoço com a Turma bilidade de Custos, Administração Escolar e Didática de Ensino Superior. Por sua larga experiência em ensino, é muito requisitado para fazer palestras e participar de congressos promovidos por entidades públicas e privadas. Por seu carisma, recebeu a homenagem de vinte turmas de universitários que o convidaram para ser Paraninfo nas formaturas. No início deste ano, recebeu, do povo de Miracema, o título de “Cidadão Miracemense”, em reconhecimento ao notável trabalho em prol do Município. Nós, da Turma 57-BQ / Aspirantes 62, regozijamo-nos com o sucesso do companheiro amigo, cuja modéstia esconde sua fortaleza interior. Parabéns, Dr. Gasparello! Temos a convicção de que seu pai, de saudosa memória, sempre esteve a protegê-lo em suas lutas cotidianas, com o amor que talvez não soubesse plenamente expressar. Muito justo, estimado Wandimyr, o seu orgulho pela estirpe que Deus lhe concedeu. Página 16 L O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 O COMPANHEIRO INESQUECÍVEL uiz Bernardini, Aluno 57-159, o nosso queridíssimo colega Bené, de saudosa memória, foi objeto de especial homenagem de seus companheiros de Força Aérea, no Departamento de Controle do Espaço Aéreo. No dia 26 de junho, deu-se a inauguração de um aconchegante local de reuniões de confraternização que recebeu a denominação de “Cantinho do Bené”. A cerimônia foi presidida pelo DiretorGeral do DECEA, o nosso companheiro Tenente-Brigadeiro Flávio de Oliveira Lencastre, Cadete 60-121, que se expressou com lindas, sentidas e emocionantes palavras dirigidas ao homenageado, como se presente estivesse. Visivelmente comovido, falou dos momentos que juntos compartilharam e disse lamentar que as responsabilidades inerentes aos cargos exercidos tivessem impedido que tais oportunidades fossem mais freqüentes. Aproveitando a ocasião, o Brigadeiro João Carlos, Aluno 57-40, pediu ao Coronel Cardoso, Aluno 57-136, grande amigo do Bené, que entregasse à viúva Ana Lúcia, assinada pelos integrantes da Turma, a camisa usada no churrasco das comemorações de Fim de Ano da Turma 57-BQ / Aspirantes 62, às quais já não havia podido comparecer. Bernardini, “com o seu eterno bom humor e um formidável sentimento de solidariedade” deixou muitos amigos por este Brasil afora, como atesta esse ato de gentilíssima reverência, surgido e executado fora Ana Lúcia descerra a placa inaugural. dos limites de ação de seus colegas de Turma. O nosso Luigi foi e sempre será aquele companheiro inesquecível. O texto abaixo foi apresentado aos presentes, na voz do autor, o Coronel-Aviador Paulo Sérgio Barbosa Esteves (Turma 64-BQ). Essa obra prima, que o Coronel Esteves teve a gentileza de oferecer, em CD, ao acervo da Turma, diz muito mais sobre o Bené do que qualquer um de nós pudesse fazer. Homenagem ao Coronel Luiz Bernardini Coronel-Aviador Paulo Sérgio Barbosa Esteves Esta é uma homenagem ao Coronel da Aeronáutica LUIZ BERNARDINI, que, mesmo não estando mais entre nós, estará presente neste local que levará, a partir de hoje, seu nome, expressado carinhosamente como o “Cantinho do Bené”. Luiz Bernardini, nosso querido e saudoso Bené, foi uma figura das mais marcantes na Força Aérea, no quadro de Intendência da Aeronáutica, e nos últimos cinco anos, aqui, conosco, no DECEA/ CISCEA, sua última missão. Inteligente, perspicaz, atencioso e terrivelmente exigente consigo mesmo, cumpriu uma carreira de mais de trinta anos na Força Aérea, de maneira brilhante, e sendo sinônimo de eficiência e eficácia, aliadas a outras virtudes ímpares que portava com imensa desenvoltura, entre elas, a destacar seu eterno bom humor e um formidável sentimento de solidariedade. Do militar, do soldado, do profissional, muito teríamos que falar, mas sua carreira, impecável, fala por si mesma. Nesta ocasião e em função dela, queremos destacar a figura Emocionadas e emocionantes palavras do Ten.-Brig. Lencastre A Placa que identifica o Cantinho do Bené. humana de Luiz Bernardini, nosso querido companheiro, colega de trabalho e o amigo irrepreensível que aprendemos a respeitar e admirar ao longo da convivência, fosse essa convivência de apenas alguns dias, fosse de muitos anos. A todos Bernardini, o Bené, encantava com sua maneira singular de compartilhar a existência. Bené era um romântico e um coração de manteiga, generoso e gentil, capaz de largos gestos de carinho e companheirismo, muito próprios de alguém que aprendeu o sentido exato da palavra Amor. Para ele, segundo suas atitudes no cotidiano, o amor pelo semelhante vinha em primeiro lugar. Mesmo diante da perspectiva de, eventualmente, ter que atuar como disciplinador, após vociferar seu desagrado e tratar de ser enfático na sua zanga, abrandava o tom e acabava sendo condescendente e compreensivo – e, invariavelmente, usava a expressão: ninguém é perfeito! Com a mesma velocidade com que se aborrecia, apressava-se em perdoar e compreender. Mai-Jun/2003 Um ser humano da melhor qualidade, afinal, os homens são mais facilmente reconhecidos pelos seus erros do que pelos seus acertos, e isso Bené parecia entender perfeitamente e navegava na vida com este espírito de comiseração, tão raro quanto singular. Não há quem se refira a ele que não porte, no rosto, um sorriso. Aliás, o bom humor era sua marca mais registrada. De sorriso franco e risada estridente, a todos alegrava com seu afiado anedotário e seu espírito gozador, bem à feição do carioca da Zona Norte do Rio de Janeiro, a Cidade das suas paixões. E por falar em paixão, a maior e mais evidente de todas elas, a paixão eterna pelo FLUMINENSE FUTEBOL CLUBE, seu clube da alma e do coração. Bené bem encarnava o espírito Tricolor - aquela coisa algo tímida para torcer, discreta até, como cabe a quem ama uma agremiação marcadamente refinada e de bons modos mas... mas... um ardoroso e terrível gozador de seus adversários, os . Página 17 Todos ouvem com atencão o CD gravado pelo Cel. Esteves. O Cel. Cardoso entrega a Ana Lúcia a camisa assinada pela Turma. A Turma em peso prestigiou o Bené. recordam de como, ardentemente, propugnava, junto a nossos chefes, pela necessidade de termos um local onde pudéssemos confraternizar e contornar a geografia infra-estrutural perversa que nos privava de espaços para esse fim. Acompanhou, passo a passo, cada momento da obra de transformacão, atento a todos os detalhes. Ao final, sentiu-se gratificado, e nós, hoje, desfrutamos deste local, graças à sua determinação e, principalmente, seu carinho por todos nós. Por tudo isto, esta homenagem. Reunidos, aqui, estão sua família, seus amigos mais próximos, colegas de Turma, companheiros de antigas e recentes jornadas, todos com o mesmo sentimento de saudade e gratidão. A partir de hoje, este local é o “Cantinho do Bené”, uma justa homenagem. Obrigado, Luiz Bernardini, obrigado Bené, por você ter caminhado por aqui, entre nós, e nos ter emprestado as pérolas do seu espírito, e nos ter brindado com as emanações sensíveis do seu coração tricolor. flamenguistas, os botafoguenses, os vascaínos, os que fossem. A cada vitoria do tricolor, era fatal: lá estava ele às sete e quinze da manhã na portaria, envergando a camisa do Fluminense, à espera das eventuais vítimas. Não fazia grandes gestos, não gritava palavras de ordem, não achincalhava os outros, apenas sorria e se exibia com a camisa explicitamente exposta, com um infalível ar de deboche no rosto. Para ele, isto era suficiente, e esses momentos tinham um sabor especial, que eram acompanhados pela sua risada estridente, toda alegria. E ... é esse ser humano tão simples na gestualística mundana e, ao mesmo tempo, tão complexo nos matizes de sua espiritualidade, que estamos homenageando. Quando partiu, assim, sem mais nem menos, vertemos por ele nossas mais sentidas lágrimas, e sua falta foi, e ainda é, sentida nestas paragens. Mas, hoje, nosso rito é de alegria. Este local foi idealizado por ele, e diria mais: foi conquistado por ele. Todos se É assim, Bené, que sempre nos lembraremos de você. Página 18 O C On*DOr n o. 3 Mai-Jun/2003 CARTA DE UM MILITAR PARA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Sou um Soldado: Cumpro Ordens! S ou um soltado, cumpro ordens! Mas, às vezes, é doloroso, como já dizia Alfred de Vigny, capitão francês ao tempo de Napoleão, em seu livro – Servidão e Grandeza Militar. Minha modesta história se parece, certamente, com a de muitos outros militares. Num belo dia, vi no jornal a foto de um avião militar encimando o anúncio de concurso de admissão para a Escola de Aeronáutica, no Rio de Janeiro. Pelo edital, poderia candidatar-se qualquer brasileiro nato, negro ou branco, rico ou pobre, e, para os aprovados, seriam fornecidos, gratuitamente, alojamentos, livros e uniformes, além de uma pequena remuneração mensal. De imediato, imaginei que, se eu passasse, minha mãe não teria mais de sacrificar seu minguado salário com minhas despesas. Inscrevi-me e, pela primeira vez, viajei para o Rio de Janeiro. Dos candidatos de todo o Brasil para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores que se iniciaria em 1951, apenas dois conseguiram aprovação: eu, de Minas, e outro, do Paraná, radicado no Rio. Durante o curso de três anos, realizado no Campo dos Afonsos, cresceu muito meu sentimento de amor pelo Brasil, e desenvolveu-se um outro: o de zelar por sua segurança. Na formatura, o recebimento das espadas e o juramento à bandeira, cujas palavras finais ainda me fazem tremer... “...e dedicar-me, inteiramente, ao serviço da Pátria, cuja Honra, Integridade e Instituições, defenderei com o sacrifício da própria vida...” HOJE, ESSE JURAMENTO, INTEIRAMENTE DESFIGURADO, NÃO CAUSA MAIS A MENOR EMOÇÃO. Tão logo o regulamento me permitiu, no posto de 2º-Tenente, casei-me com uma jovem que acabara de completar 18 anos e o curso ginasial, correspondente, hoje à metade do 1º Grau. O casamento, a primeira filha e as constantes transferências impediram, certamente, que minha jovem esposa avançasse em sua carreira acadêmica e obtivesse diploma de curso superior. Nossa casa em Belém, na Base Aérea de Val de Cans, para onde havia sido transferido logo após o casamento, parecia um galinheiro. Além dos modestos, mas suficientes móveis já existentes na casa, meu único bem era uma geladeira Cônsul – a mais barata – que fui obrigado a comprar, devido ao clima da região, sempre muito quente e úmido. Dez meses depois do casamento, a primeira filha, no Hospital da Aeronáutica, de Belém. Muita alegria e muita tristeza. A criança nascera com espinha bífida e, em Belém, não havia recursos como tratá-la. Nove dias depois, COM RECURSOS PRÓPRIOS, comprei passagens aéreas pela Cruzeiro do Sul, inclusive para a recém-nascida, e fomos para Belo Horizonte, em busca de tratamento. Mas não havia cura, minha primeira filha, até hoje, aos quarenta e sete anos, é saudável, é inteligente, é bonita, mas foi condenada, para sempre, a usar cadeira de rodas. Ao todo, passei por quinze transferências, inclusive para os Estados Unidos. Vi-me obrigado a pagar a uma empresa transportadora do Rio, por mais de um ano, pelo depósito de todos os meus móveis e pertences de estimação que não puderam ser levados. De todas as Unidades Aéreas pelas quais passei, sempre acompanhado por minha primeira e única esposa e por minhas duas filhas, foi na Base Aérea do Galeão e no Correio Aéreo Nacional onde me senti mais útil. Nunca tínhamos hora para sair de casa nem para voltar, de modo que era comum passarmos dias especiais como Natal, Passagem de Ano, aniversários de esposa ou de filhos, voando. Em um certo 23 de dezembro, por exemplo, já anoitecendo, planejava passar o dia seguinte, véspera de Natal, com a esposa e as filhas, quando fui chamado, em casa, para transportar Comandantes da Marinha, do Rio de Janeiro, para Manaus e Belém, por ordem do Presidente Jânio Quadros, por causa de uma greve. Decolei naquela noite, do Rio, para Manaus, direto, mais ou menos dez horas de vôo, sem nenhum auxílio de rádio na rota, e, ainda, dando instrução para um Oficial que fazia o curso de piloto naquele avião, um quadrimotor C-54. Quando passei por Belém, já retornando de Manaus, era noite de Natal, e o pessoal da Base Aérea estava assistindo à missa. Mesmo cansado, tinha ordens de prosseguir para o Rio. De minha turma formada em 1953, de 37 oficiais, 8 morreram em desastres de aviação. Realizei todos os cursos regulares da FAB, recebi as principais condecorações da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e do Governo de Minas. Como Coronel-Aviador, promovido por merecimento, pedi passagem imediata para a Reserva, quando fui informado, por meu superior, que não tinha mérito suficiente para atingir o generalato. Havia completado mais de trinta anos de serviço, sem computar três períodos de licença-prêmio, que jamais pensei em gozar, por considerar minha presença necessária nos cargos que desempenhava. Agora, como Coronel-Aviador Reformado, prestes a completar 74 anos, ao lado da minha única esposa de 66 anos, com quem estou casado há 49 anos e de minha filha solteira de 47 anos, deficiente física desde o nascimento, minhas dependentes e minhas beneficiárias, para as quais contribuí para a pensão de um posto acima, de acordo com a legislação, então, vigente, tendo votado no Presidente Lula, por não aceitar o candidato de seu antecessor, devido a seu radical revanchismo contra as Forças Armadas e os militares, agora, assisto ao Presidente Lula enviar, para o congresso, um Projeto de Emenda que altera a Constituição Federal e corta a futura pensão de minha esposa ou de minha filha deficiente física em trinta por cento, quase na hora de minha morte, depois de eu ter contribuído para a pensão militar, por quase cinqüenta anos, e, ainda, ameaça reduzir meus atuais proventos, conquistados com total dignidade, para R$ 2.400,00, e taxar-me em mais onze por cento, que se somarão aos descontos para pensão, para assistência médica-hospitalar e social e para o imposto de renda! Sou um soltado, cumpro ordens! Mas, às vezes, é doloroso! Respeitosamente, OLAVO NOGUEIRA DELL’ISOLA Coronel-Aviador Reformado Nota da Redação: Transcrito da edição de junho do Jornal Cidade da Barra. Mai-Jun/2003 Página 19 . CONCURSO DE O Con*dor C Solução do Concurso Mar-Abr/2003 om a ajuda de companheiros de grande saber lingüístico, foi possível levantar os termos e gírias mais usados em nosso tempo de Escola. O Thedim (Al. 58-279) confirmou sua fama de menino-prodígio ao contribuir com 77,77% das palavras, conquistando o troféu “O Filólogo Bequeano de Todos os Tempos”. E para provar que a originalidade é a marca da Turma Quase Perfeita, o glossário foi organizado inobservandose, fielmente, a sistemática adotada por renomados lexicógrafos (Caldas Aulete, Cândido Figueiredo, Aurélio Buarque e Antônio Houaiss que nos perdoem). Nada de ordem alfabética; nada de abreviaturas para classificar as palavras; nada de nada que se pareça com um dicionário ou mesmo um glossário. Comédia em dois atos • Bequeano (ator) – Aluno da EPCAR; BQ (cenário) – Barbacena, por sua sigla telegráfica. • Safo (personagem) – Militar que resolve tudo rapidinho. Aluno que pouco estuda e “safa” um 7,5 na prova de Geografia. Aluno da 3ª Esquadrilha que, chamado a justificar falta, pensa que vai convencer o Capitão Comandante de que é inocente. • Sífu (ação) – Forma popular de “se fo...”, terceira pessoa do singular na conjugação de verbo reflexivo de largo emprego – Dito do Aluno do Prof. Boratto que foi para a prova de Física sem ter “enfiado a cara” nos estudos; resultado: sífu. Dito do Aluno com semblante triste, à saída do Gabinete do Comandante da 3ª Esquadrilha; resultado: sífu. O verbo sífu é fortemente irregular, a começar pela terminação em “u” e apresenta uma única forma para todos os tempos e modos, como se segue: eu mífo, tu tífu, ele sífo, nós núsfu, vós vúsfu, eles sífu. Os tipos inesquecíveis • Bicho – Tratamento afetivo dado pelos veteranos ao Aluno calouro. O coletivo é “Bicharal” ou “Bicharada”. • Repe – (Lê-se répi) Aluno repetente, que passa a integrar turma seguinte à sua de origem (Às vezes, dá muita sorte na mudança, como a “Repelândia” de 1956). • Pára-quedista – Aluno que “cai de páraquedas” no 2º ou 3º ano da Escola, mediante concurso (Não “rala”’ desde o início do curso). • Arataca – É o colega nordestino, muito divertido, mas determinado. “O Arataca é antes de tudo em forte”. Grande companheiro. • Peixe – Militar protegido de um oficial ou de um respeitável veterano. “Peixada” é uma proteção condenável por quem não foi por ela beneficiado. Do peixe, diz-se, por despeito, que se lhe corta a cabeça e se lhe come o rabo. • Moita – É o Aluno que se mantém discreto no grupo. Ao final do ano letivo, somente os mais próximos o conhecem. • Folgado – É o “Bicho” descontraído, que pode virar “Peixe” ou, então, “Sífu”. • Vibrador –Militar entusiasmado com a carreira que abraçou. • Embromador – Militar que gasta energia tentando não realizar uma tarefa ou cumprir uma instrução. • Golpista – É o maior “Embromador” que se pode imaginar. “Dá o golpe” em aulas, ordem unida e educação física, acobertado por colegas, para não levar falta. • KH-pau - Militar que faz tudo errado, principalmente na instrução de ordem unida. • Batráquio – Tratamento afetivo dado, por um certo instrutor de educação física, ao Aluno que não consegue coordenar os movimentos. • Banqueiro – É o “Bicho” que “bota banca” e se recusa a receber trote. Historicamente, sempre “Sifu”. • Gepesista – É o Cadete que gosta de “dar GP” (golpe de publicidade), como aparecer na Praça Sans Peña, fardado, exibindo seu espadim. • Misterioso – É o cara que “faz ou paga mistério” sobre algo que ele quer ou sabe, mas não pode revelar. O pior é quando baba no seu ouvido. • Picão – É o Cadete forte e bonitão, muito assediado pelas garotas; ou o cara vaidoso que assim se julga. • Camofeiro - É o Aluno que corre atrás das moçoilas namoradeiras, carinhosamente chamadas de “ Camofas”. O verbo “Camofear” tem o significado de “tirar um sarro”, ou, modernamente, “dar uns amassos”. • Manicaca – É o Aluno de vôo que acabou de solar, o terror dos controladores da torre, que se vêem ameaçados por seus pousos e decolagens. • Bracinho – É o Cadete-Aviador que se julga um pilotaço, cujas manobras arriscadas descreve para os calouros e as garotas, com impressionantes coreografias. • Várzeo – É o Militar destituído de hábitos de higiene ou de bons modos e que se veste muito mal. Quando exagera no estilo é chamado de “Válzio”. • Naúseo – É um cara tão antipático que nem precisa falar para demonstrar o quanto é nauseabundo. • Gonô – É o veterano chatíssimo, que “pega no pé” da “Bicharada”. Popular e universalmente, poderia ser chamado de “chato pra cara...mba” (vale o que pensamos). • Lanceiro – É o militar que gosta de “dar lance”, “dar platinada”, ou seja, invocar sua antiguidade para tentar impor-se. Também é chegado a dar lição de moral. • Boçal – Era o veterano que aplicava trote violento nos calouros. “Boçalizar” era o verbo que definia essa prática hendionda, felizmente abolida há muito tempo. • Bizuzeiro – Era o calouro que, supostamente, denunciava a seus superiores o veterano que lhe tenha dado trote. Interessante (ou nada interessante) é que esse “Bicho” era taxado de “dedo-duro” e o “Boçal” passava a ser vítima. • Escroto – Indivíduo mau-caráter, também chamado, carinhosamente, de f.d.p. • Babaca – Palavra com várias acepções: simplesmente “Babaca” – tolo, ingênuo; “Babaquinha” – cara metido a engraçado, que só consegue ser ouvido pela “Bicharada” em posição de sentido; “Babaca!” – Presunçoso, “Lanceiro”; “Babaaaaca!!!” – Tudo acima junto, muitíssimo babaca. Na sala de aula • Gabá – Gabarito com o resultado das provas. Obtê-lo antes da prova é o sonho dos alunos menos aplicados. • Bizu – (Vem de passado remoto, quando, supostamente, o teorema de Bezout cairia em uma prova de álgebra e o gabá teria transpirado). Provável questão de prova, geralmente divulgada por estudante desconhecido, nas salas de aula. Por extensão, qualquer notícia tida como fato, ainda que desconhecida a fonte, macete, “caminho das pedras”. • Meter o gagá – Estudar muito; preparar-se bem para as provas. • Macete – Jeito simples de resolver as coisa. “ Dar o macete” é o mesmo que “ensinar o pulo do gato”. • Acoxambrar – Não dar falta (o Chefe de Turma) no colega que se ausenta da sala de aula. O emprego é mais amplo, sendo usado como relevar, acobertar, “quebrar o galho”. • Picas! – Expressão que designa discordância com o resultado de algum problema, tal qual “não é nada disso”, ou “porra nenhuma”, nada, ausência de alguma coisa. No alojamento • Curriola - Corruptela de “Corriola”, que é um grupo de Cadetes com afinidades, louváveis ou condenáveis, dependendo se seus integrantes são “da nossa” ou “de outra”. Exemplos: Curriola do Pôquer, Curriola do Esporte, Curriola da Zona Sul, Curriola de f.d.p. • Abostar – Tirar uma soneca de trinta minutos após o almoço, devidamente uniformizado (sem desfazer a cama), aguardando o “toque de preparar” para a instrução da tarde, ficar sem fazer nada. Muito usado no particípio passado: “estava abostado”. • Dar um VI – Sair da Escola, à noite, sem autorização, procurando uma rota às escuras (como “o buraco da onça”), fugir. VI é abreviação de vôo por instrumentos. • LS – Licenciamento sustado, uma modalidade de punição para transgressões leves, também chamado de “weekend” na Escola. • Freqüentar a 4ª parte – Dito dos Alunos cujo número e nome são publicados, freqüentemente, no boletim diário, na 4ª Parte, que trata de Justiça e Disciplina, devidamente “enquadrados” no Regulamento Disciplinar da Aeronáutica - RDAER (resumidamente, punidos). • Piruar – O verbo “piruar” é variação de “peruar” e significa o ato de alguém se candidatar a possuir ou fruir de algo que brevemente estará disponível ou ser voluntário para fazer alguma coisa interessante. Também se usa “Bota meu nome na rela de...” com o significado de “Sou piru para...”. • Piru nas platinas – Corruptela de “peru”. Brincadeira com um colega que acabara de cometer uma falta disciplinar grave e, conseqüentemente, suas insígnias se poderiam tornar disponíveis, em caso de desligamento. Tornava-se de mau gosto, quando dirigida a um Cadete mandado a Conselho de Vôo (onde, geralmente, “sífu”). Página 20 No refeitório • Primeiro piru na repe – Expressão que pode ser traduzida para “quero ser o primeiro a me servir de bife, na reposição da bandeja”. • Rango – O almoço; o cardápio do dia; refeição; comida. • Bife de capote – Bife à milanesa (geralmente, com macarrão). • Granadas – Almôndegas (geralmente, com macarrão). • Boi ralado – Carne moída (geralmente, com macarrão). • Rancho sexual – Tipos de lanche servidos às 21:30h (ceia): Brochante – chá mate, quente ou frio; Sanduíche com doce de ki pãozinho doce com pessegada verde; Paquete de moça – refresco de groselha; Paquete de velha – refresco de uva. • Dar o ki – Gostar muito de alguma coisa. Por extensão, desejar, intensamente, algo muito bom. Exemplo: Eu “dou o ki” por cocadinha. (Ele lá. Nós aqui preferimos pudim de leite). • Coquetel molotofe – Trote aplicado pelos veteranos, que obrigavam a “Bicharada” a misturar tudo no copo (arroz, feijão, batata, leite, carne, doce) e, em seguida, a beber tudinho. Depois, mandavam servir-se de café com molho inglês, sem açúcar, como digestivo. • Salada verde – Como prato de entrada, porções generosas de babosa eram servidas aos calouros pelos veteranos. Já imaginaram? No posto médico • Profil – Pomada profilática distribuída aos interessados, juntamente com preservativos. • Disco voador – Cápsula chamada de “fórmula 1”, contendo substâncias farmacológicas para tratamento de várias enfermidades. Pelo seu tamanho, era difícil de engolir. • Fórmula 3 – Um xarope tão gostoso que os Alunos faziam fila para tomá-lo, simulando tosse. • Refresco de framboesa – Aos Alunos que se apresentavam alegando diarréia para O C On*DOr n o. 3 fugir de alguma prova, por exemplo, era servida esta poção, de fórmula desconhecida, para virar-lhe os intestinos pelo avesso. Quem tinha a intenção de “ficar baixado” (para fugir da tal prova difícil) conseguia o seu intuito. • Injeção de pirocolina – Uma injeção de penicilina, em dose cavalar, e extremamente dolorosa, usada para curar os incautos que contraíssem blenorragia. • Vai fazer exame de fezes? Indagação feita ao Cadete que trajava o 5º Uniforme (baratéia e espadim) quando não era o uniforme do dia. Essa era a farda usada para irmos fazer a terrível inspeção de saúde periódica, no, então, Instituto de Seleção e Controle (ISC). Nas formaturas • Tirar da reta – Cumprir, rigorosamente, os horários de instrução; comportar-se bem em todas as situações; resguardar-se, não dar chance ao inimigo. • Canetar – Anotar (o Cadete de Dia) o Aluno que chega atrasado à formatura, ou que conversa ou se mexe em forma. • Ponderar – Tentar o aluno explicar os motivos de sua alegada falta. Se for insistente, será chamado de “Ponderador”. • Fechado! – Ordem do Cadete de Dia ao “Ponderador” para calar-se. • Kgay – Versão para o inglês de expressão usada pelos Alunos que, deliberadamente, faltavam às formaturas, por exemplo; ou que queriam parecer indiferentes às perturbações dos veteranos ou às ordens dos superiores hierárquicos. “Não dar a mínima (atenção)” poderia ser tradução para formas mais enfáticas: “k...mole”: “k...solenemente”; k...um tronco”; “k...dessa altura”. Na educação física • Sugatória – Ginástica com muitos exercícios, que deixavam os praticantes muito suados. A forma apocopada suga era a preferida dos veteranos. • Olho no inimigo – A recomendação do instrutor para que os Cadetes prestassem atenção nele, que servia de guia. • Paga dez – Ordem do instrutor ou do Concurso Maio-Junho / 2003 O Con*dor está promovemdo um concurso de caricatiras e, por isso, solicita aos companheiros caricaturistas que se inscrevam. Todos os trabalhos inscritos serão publicados nas edições futuras. Seguindo a tradição que se firmou desde o Primeiro Concurso, é assegurada total liberdade de criação aos que se participantes. O prêmio, como sempre, será uma assinatura anual, inteiramente grátis, do nosso Boletim. A Redação concita, masmo, os integrantes da Turma 57-BQ / Aspirantes 62 a concorrerem. Não frustrem seus colegas que ansiam por se deliciarem com o humor e a arte que se manifestavam freqüentemente, no passado e, hoje, têm estado tão ausentes. Mas, temos certeza, estão prontos para virem à luz. Façam como o Longuinho, que já mandou a charge que ilustra esta chamada para o Concurso. Mai-Jun/2003 veterano para o Cadete fazer dez flexões sobre o solo, a título de um corretivo, por estar tentando “embromar” ou por qualquer outro motivo. Os veteranos comandavam, ainda: “cai de boca!”, para os calouros realizarem uma longa série de flexões, preferencialmente, de farda completa e capa pelerine. • Canguru – Este era um exercício puxado, consistindo-se em, partindo da posição acocorado, com uma perna à frente e outra atrás, saltar na vertical, trocando de pernas no ar, mantendo o atleta as duas mãos sobre a cabeça. Na educação física havia um limite (10, 20, 30, de acordo com o condicionamento físico de cada um). Na “suga” dos veteranos, o limite era a completa exaustão. Os famigerados trotes Ainda hoje, as opiniões sobre o trote daquela época estão divididas, sendo a Redação de O Con*dor, radicalmente, contrária a essa forma de covardia inaceitável entre pessoas civilizadas. O que, no entender de uns, poderia ser uma saudável brincadeira para integrar as turmas, não raro, descambava para a “boçalidade”. Se, por um lado, resistir ao trote era “prova de bravura”, mas de conseqüências imprevisíveis, por outro, submeter-se era “a aceitação passiva da humilhação”. Desse modo, cada um de nós decidia, de acordo com a personalidade que Deus lhe deu, até quando aceitar e a partir de quando reagir. Acima, demos exemplos de alguns trotes, no refeitório, na educação física, no alojamento dos veteranos. Mas havia, também, a invasão do alojamento dos calouros. Pode-se imaginar o que é mandar um colega mais moderno ficar, em posição de “sentido”, embaixo do chuveiro de água fria, em uma noite de baixíssima temperatura! Assim, não vamos descrever certos trotes que nos deixaram marcas, no corpo e na alma. Mas não custa estimular a memória de quem passou por isso: Pingüim, Caroba, Gincana, Rendez-vouz das paralelas (Testinha), Conchômetro, Cinzeiro, Peitômetro (Porrômetro), Calômetro. Mai-Jun/2003 Página 21 . NOTÍCIAS DE BARBACENA A Última Aula Recentemente, em minhas andanças de labor, procurei, em Barbacena, o professor e Secretário de Comunicação da Cidade, o ilustre historiador Edson Brandão. Ao fazê-lo, tinha, por objetivo, conhecer detalhes históricos da importância que a SERICICULTURA teve para a Cidade, como um todo, por estar pesquisando sobre o empreendimento e a colonização italiana nas Alterosas. Fui vetorado ao Professor Altair Savassi. Comentei com a professora Lucília Alevato, e a ilustre Professora se propôs a emprestar-me dois volumes de um livro escrito por ele, que possuía, em suas páginas, substancial material para aquele mister. Aceitei o empréstimo e bebi o suave néctar extraído de suas páginas. Dois meses depois, retornei a Barbacena e entrei em contato telefônico com a Sra. Dea Savassi, esposa do Mestre, que agendou e marcou data e hora para receber-me em sua residência, onde o meu antigo Lente, “vis-à-vis”, dissiparia as dúvidas do antigo pupilo. Prazerosamente compareci. Foi uma tarde memorável, e a maneira fidalga com que fui recebido pelo casal, remeteu-me aos áureos anos doirados, que, longe do carinho dos familiares, encontrava no aconchego das famílias mineiras, nos almoços de domingo, o oxigênio necessário para enfrentar mais uma semana de muito estudo, trote, educação física e outras rotineiras atividades da Escola. O que não podia imaginar era que estava entrando para a História ao receber uma das últimas aulas do Mestre Savassi; visto que, quinze dias depois, um telefonema de Barbacena sentenciava: O Professor Savassi está sendo velado no salão nobre da Câmara Municipal. Aluno 56-137, Clarindo dos Santos As mesmas tristeza e perplexidade que se abateram sobre o nosso Companheiro Clarindo com o passamento do estimado mestre tomaram conta de todos nós, seus antigos alunos da Turma 57-BQ. Com respeito e veneração, transcrevemos, abaixo, o comovente texto escrito por seus filhos Eliane e Carlos Wilson Savassi: Professor Altair Savassi Vamos falar de Altair José Savassi, não como homem público, professor, historiador, político ou profissional liberal, mas como pai. Baseado no pensamento: “quem foge da dor profunda, também foge da alegria profunda. Aprender a não fugir é aprender a viver”. Nós estamos tentando aprender a viver sem a sua presente, mas aguardando, nos nossos corações e mentes, seus exemplos, suas palavras certas nos momentos certos, seu equilíbrio, sua calma, sua serenidade e sua paz. Nunca nos impunha suas opiniões ou seus conselhos, mas dialogava conosco. Era humilde, fiel aos seus amigos, à sua adorada Barbacena, aos seus antigos mestres: Prof. Honório Armond, Padre Sinfrônio de Castro, Soares Ferreira e outros, e à sua religião. Ele representava tipicamente o “homem família”. Era impressionante o carinho dele para com nossa mãe, Déa. Nesses anos todos de convivência, ele não saía sem lhe dar um beijo e não voltava sem lhe trazer flores ou algo que demonstrasse seu afeto por ela. Quando a família se reunia, o seu olhar mudava, principalmente, em se tratando de suas bisnetas: Maria e Giulia. Seu semblante se iluminava e seu coração parecia transbordar de felicidade! Apesar da enorme saudades, nós o sentimos presente em tudo. Como sempre, até em seu ultimo instante de vida, foi um homem temente a Deus. Temos cer- teza de que nos continuará a transmitir sua força, sua energia positiva, seu amor. Sentiremos, então, que, maior do que a dor da perda foi a alegria, a honra e a benção de tê-lo tido como Pai e de termos podido usufruir de sua companhia, durante todos estes anos. Fazendo jus ao juramento feito há 60 anos, nossa mãe e ele se completavam em todos os sentidos. Nas horas tristes e alegres, boas e ruins, felizes ou não, com rosas ou espinhos em seus caminhos. Por isso terminamos estes dizeres, feitos do fundo de nossa alma, com estes versos mencionados em suas bodas: Foram companheiros na mesma caminhada, Foram esperanças, inexplicáveis, até... Foram renúncia, empenho e solidariedade, Foram pousada para corações aflitos, Foram morada para muitos peregrinos, Foram crença, amor, perseverança, Foram audácia, muitas vezes, Foram fortes diante das derrotas, Mas, também foram humildes, diante dos erros. Foram paz, a serviço do trabalho, Foram guerra, se preciso, na conquista dos direitos, Foram chamas persistentes que o vento da desventura não conseguiu apagar, Foram pais, foram amigos e sempre tiveram pessoas especiais. “O importante não é o princípio nem o fim. É a caminhada” Este foi nosso Pai. Temos certeza de que sua lembrança permanecerá eternamente conosco, pois “ninguém morre enquanto permanece vivo no coração de alguém”. Obrigado por toda consideração e carinho que ele sempre teve por parte dos Comandantes, Professores, Alunos e Funcionários dessa conceituada e querida EPCAR, orgulho de todos nós e também de seus ex-alunos. Eliane e Carlos Wilson Savassi Nota da Redação: Transcrito de O BQano no 16 - junho /2003 Padre Viçoso Acidentado O nosso querido Padre Viçoso, Capelão Militar, à nossa época de Escola, foi vítima de uma queda, em uma de suas atividades assistenciais. Em conseqüência, sofreu fra- tura do fêmur e teve vários hematomas. Felizmente, não houve traumatismo craniano nem fratura do colo do fêmur. Acirurgia foi um sucesso e ele está em fran- ca reabilitação. A Representação da Turma tem acompanhado, com muita atenção, a evolução do quadro. Que Deus o ajude a ter uma rápida recuperação, Padre Viçoso. Página 22 O C On*DOr n o. 3 Brival quer tombar os Afonsos Caros Amigos, Em nova visita à página da “Quase Perfeita”, desejo louvar a dedicação dos companheiros que mantêm, em nossas mentes, as lembranças da juventude e o espírito de união resultante. Certamente, esta energia pode alcançar muito mais e, convencido disso, gostaria de fazer uma proposta: Que tal a Turma se engajar num projeto para tombamento do Campo dos Afonsos, como sítio histórico onde nasceu a Aviação Militar no Brasil? É uma tarefa de fôlego, mas poderá marcar de forma indelével a atuação da Turma 57-BQ / Aspirantes 62 na FAB! Na expectativa de que a idéia tenha acolhida junto à Representação da Turma e ao atual Diretor do MUSAL, Brigadeiro-do-Ar Márcio Bhering Cardoso, o nosso colega Bhering, Al 57-64, ponho-me à disposição para colaborar. Brival, Al. 59-334 Prezado Brival, Gostamos muito da sua sugestão e temos certeza de que, se você ainda não falou com o Bhering, assim que a ler nas páginas deste boletim, ele acolherá a idéia. Também nós da Representação e todos os integrantes da Turma, sem dúvida, estamos à disposição para colaborar. Volte sempre e, sobretudo, continue a nos trazer os seus instigantes estímulos que são muito sempre muito pertinentes e seguirão tendo o total apoio de O Con*dor. Um forte abraço. A Redação Eliseu sente saudade Prezados Companheiros. É com muitas saudades que estou entrando neste site e, neste momento, minha vontade é que a máquina dos tempos voltasse até os idos 1957, para, de novo, recomeçarmos nossa caminhada (voada) pelos céus desse nosso país, onde o nossos recíproco desconhecimento nos fez, através dos tempos vividos na EPC do Ar, autênticos irmãos-amigos, cujo enlace só nos traz alegria, prazer e amizade. Um saudoso e fraterno abraço a todos vocês, meus queridos irmãos. Eliseu Teixeira, Al. 57-105 [email protected] Irmãozinho-amigo Eliseu. Bem-vindo ao nosso Livro de Visitas. Identificamo-nos muito, com você, ao vê-lo apresentar, em poucas palavras e de uma maneira que nos emociona, os sentimentos que povoam nossos corações há 46 anos. Tenha a certeza, Eliseu, de que você é uma pessoa que faz muita falta em nossas reuniões mensais. Brasil, Al.57-18 Webmaster Mai-Jun/2003 CORRESPONDÊNCIAS da nossa Turma. O próximo grande encontro será em 2007, para comemorar os cinqüenta anos de ingresso na EPCAR. Mas não é necessário esperar tanto. Todos os anos, ocorrem vários eventos, que são divulgados em O Con*dor. Quem sabe, você pode deixar o paraíso de Camboriú e comparecer a algum deles, quando teríamos a oportunidade de matar tantas saudades recíprocas acumuladas. A propósito, avizinha-se a Festa de Nossa Senhora Achiropita, em São Paulo, no mês de agosto. Lá você encontrará uma expressiva representação dos seus velhos (no bom sentido) companheiros. Se houver interesse, entre em contato com a Representação da Turma, com a Redação de O Con*dor ou, diretamente, com o Sucupira, ([email protected]) que a organiza anualmente. Um saudoso abraço. A Redação Zé Nelson adere à Internet Queridos Companheiros. Há pouco tempo, aventurei-me a “navegar” com o computador, este monstro da modernidade.... Não conhecia esta homepage (é este o nome???) e estou realmente fascinado com ela, onde estão registradas tantas coisas que me deixaram muito emocionado. Só posso dizer que ainda estou curtindo tudo que li e ainda estou lendo. Um abração para todos da Turma Quase Perfeita. Adorei a mensagem que o Magrinelli deixou no Quadro de Recados, bem como a resposta / comentário do meu querido amigo e irmão, Aluno 57-18, Brasil. Como última mensagem, deixo um abraço ao Mauro e ao Márcio: ter um pai como vocês têm, o meu amigo Brasil, é uma dádiva dos céus. Zé Nelson, Al. 56-86 Bem-vindo, Zé Nelson!!! Que prazer saber que você deixou o clube dos velhinhos, refratários ao manejo das máquinas e cartões de banco. Aqueles que dizem na fila do caixa eletrônico, com voz trêmula: “Minha filha, me dá uma ajudinha aqui na minha conta, pois eu não estou mais em idade de aprender a mexer com essas coisas...”. Agora você está voando, junto conosco, pelos céus cibernéticos! Ficamos muito felizes. Agora, amigo, precisamos de que você leia tudo o que está no site e proponha as modificações necessárias ao webmaster. Ele espera com ansiedade e um pouco de medo. Um abraço, irmãozão! Brasil, Al. 57,18 [email protected] Estimado Eliseu. Querido Zé. Existe, sim, uma maneira de voltar ao passado, particularmente, ao ano de 1957, em Barbacena. Trata-se de embarcar na máquina do tempo em que se transformam as reuniões Que bom que você já aprendeu o que é uma “rômi peide” e agora pode praticar surfe aéreo pelas páginas do nosso Portal. Parabéns pelo grande progresso que você fez em tão pouco tempo. É impressionante a sua desenvoltura no hiperespaço. Sei que você conquistou, no nosso sítio, um universo novo e maravilhoso, que somente o Brasil nos poderia legar. Todos vamos ganhar muito com as contribuições que, sem dúvida, a sua grande inspiração poética trará a esse importante espaço de manifestação da Turma. Mas esperamos que encontre tempo para, também, continuar a mandar as suas colaborações para O Con*dor, que se tornaria apequenado, se, delas, se visse privado. Um abraço. A Redação Marées gostou da Carta ao Aluno 57-XXX Porto Alegre, 21 de dezembro de 2003 Amigo Elson, Li, hoie, tua carta denominada “Prezado Al. 57-XXX”. Por coincidência, hoje. dia 21, foi dia de nosso Aspirantado. O tempo passa. Parei para pensar e realmente me penitencio por não ter antes me manifestado, nas diversas ocasiões em que o deveria ter feito. Teu chamamento realmente despertou aquele menino de 15 anos que chegou em Barbacena, em 7 março de 1957. Este deslize involuntário de ausência de nosso convívio (mesmo eletrônico) é fruto de dedicação profunda às atribuições profissionais de arquitetura e urbanismo, cujas atividades me levam a um amplo leque de cursos e atividades paralelas, fazendo com que o tempo passe maìs rápido do que desejaríamos. Como diria o Capitão Dário: “explica, mas não justifica...”; “considere-se repreendido!” - considero-me. Sempre, ao receber O Con*dor, leio-o com especial carinho e belas recordações. Fìxo-me nas fotografias e procuro reconhecer as fisionomias. Algumas consigo, outras não. A grande alegria é ver que um grupo de amigos procura manter acesa a chama da Amizade e da união de nossa Turma. Meus agradecimentos à equipe. Com um abraço, do amigo Marées, Al. 57-118 Querido Marées, Ficamos muito felizes e emocionados, quando o Elson nos mostrou esta correspondência que você lhe mandou. Sentimo-nos, também, bastante gratificados ao sabermos que O Con*dor está atingindo o seu objetivo de levar aos companheiros um pouco do nosso passado e do nosso presente. A Carta ao Aluno 57-XXX do estimadíssimo Elson é, realmente uma inspiradíssima convocção à qual nenhum de nós pode ficar insensível. Realmente foi uma pena que você não estivesse em Porto Alegre, quando realizamos a Visita aos Companheiros do Sul. Foi ótimo. Mas não se sinta culpado pelas ausências forçadas pelas atividades profissionais. Isso só acontece com quem trabalha. E, afinal, não faltarão outras oportunidades para nos encontrarmos. Se elas não surgirem espon- Mai-Jun/2003 . tâneamente, nós as criaremos. Nesse momento em que o nosso amigo Elson passa por uma perda extremamente dolorosa, esperamos que a divulgação da sua mensagem lhe traga algum alento. Vamos, também, republicar, mais uma vez, a Carta ao Aluno 57-XXX, para facilitar àqueles que a queira reler, e, quem sabe, ela nos ajude a reencontrar mais algum companheiro que esteja longe, fisicamente, mas perto do coração. Um fortíssimo abraço. A Redação vê, quem sabe ver, repara”. Repare então que, apesar de tudo o que você sinta, o sol, todo dia, se levanta e aguarda paciente a chegada da noite; a tempestade vem e, a seguir, a bonança; a alegria sucede a tristeza e o sorriso faz esquecer a dor, num ciclo imutável da vida. Repare, no fundo do peito, as boas lembranças, as tantas emoções sentidas, os momentos jamais esquecidos. Venha juntar-se a nós para que juntos possamos dizer: “Filho, passei por aí e não esqueci”. Um grande abraço, Al. 57-139, Elson. [email protected] Carta ao Aluno 57-XXX Prezado Aluno 57-XXX. Ao ler a carta do Flávio (57-146), publicada no último número (Jul-Ago/2000), lembreime de você. Não importa se o seu nome é Duque, Azevedo, Edimir, Gonzalez, Giovenco, Telmo ou Marées. Tão pouco importa se você é carioca, paulista, gaúcho ou arataca. Importa a sua ausência, o seu silêncio, a falta de notícias. Desperte o menino de 1957, seus sonhos, suas fantasias. Compartilhe conosco de nossas reuniões ou através das páginas de O Con*dor, mais de quatro décadas que não podem ser, simplesmente, apagadas. Não importam mágoas, ressentimentos, revoltas ou frustrações. Certamente, a vida não contemplou de maneira equânime cada um de nós, mas isso também não importa. O que importa é que você existe e jamais deixará de ser Bequeano de 57. Como disse o saudoso Pessoa de Mello: “Quem sabe olhar Nota da Redação: Republicado da Edição Ano 6, no 1, JanFev/2001, de O Con*dor Reflexões de Sara Maria Binatti dos Anjos Luís Mauro, Fiquei tão feliz com suas palavras! O texto em questão intitula-se “Reflexões” (está inclusive registrado no EDA aqui de Porto Alegre) e o envio em anexo na sua totalidade, como um presente especial, para reprodução no Condor, o que muito me orgulhará! Obrigada pelas palavras maravilhosas. (...) Muitas pessoas o tem repassado, incluindo frases e palavras que não fazem parte do texto original. (...) Já deram a ele o nome de “Vamos reordenar as prioridades”, “Desabafo”, Página 23 “Sou uma pessoa comum” e muitos outros. Já desisti de tentar acertar, porque na Internet é tudo muito rápido! (...) Tenho visitado a página de vocês e lido coisas muito interessantes! Que mundo, não é? Fascinante, interessante! Senti-me uma garota, quando assistia a filmes de aviação e sonhava com os pilotos mais bonitos. Eu era (era?!) muito romântica naquela época e achava aquele mundo um charme! Um grande abraço, Sara. [email protected] Estimada Sara, Que bom que você gostou da nossa página! Ela é feita com muito carinho pelo nosso companheiro, o também gaúcho, Antônio Carlos de Assis Brasil. E não tenha dúvida, você é e sempre será muito romântica. Está na sua natureza e nos seus escritos. O artigo Reflexões está nesta edição e, conforme poderá verificar, foi publicado na íntegra, sem mutilações ou acréscimos e com o título certo, mesmo porque ele é uma obra completa, acabada, perfeita, com a qual concordamos plenamente, além de que não vemos o que nele pudesse ser mudado. Muito obrigado por nos autorizar a divulgá-lo. Para nós é um privilégio muito grande tê-la nas nossas páginas, e temos certeza de que os nossos leitores o apreciarão muitíssimo. Um forte abraço do Luís Mauro. [email protected] CLASSIFICADOS - EMPREGOS & OPORTUNIDADES O dia 19 de abril passou e somente um companheiro se apresentou para integrar a Representação da Turma. Trata-se do Dr. Danilo Eduardo Pinheiro Cubas (Aluno 58-258), que assumiu as funções de Médico-geriatra da Turma Quase Perfeita. Animou-se, ao identificar, na data aprazada, o dia de Santo Expedito, o “Santo das Causas Urgentes”. Os problemas de saúde de difícil solução, agora, podem ser resolvidos pelo Dr. Danilo Cubas, que é especialista em Gastroenterologia e um grande Clínico Geral. Só não aceitou trabalhar como Psiquiatra, porque alega estar, também, precisando de um. Os outros problemas, simples ou complexos, urgentes ou não, continuarão a ser, com a graça de Deus, resolvidos pelos atuais Representantes (ou seriam vitalícios?). Brincadeiras à parte, sempre haverá vaga para o companheiro que quiser integrar a Representação ou colaborar com ela, em determinada atividade. Para aqueles que acharam muito ruins as condições oferecidas pela Representação, divulgamos, ao lado, esse interessante anúncio que se encontra em http://osvoluntarios.blogger.com.br. Por fim, divulgamos a Cachaçinha da Reserva Especial de um amigo da Turma. Quem se interessar pode solicitá-la à Representação pela insignifacância de R$ 5,99, cada. Cachaça de Reseva Especial Quem provar vai levar, pelo menos, dez garrafinhas. Apenas R$ 5,99, cada. Pedidos com a Representação Página 24 O C On*DOr n o. 3 ANIVERSARIANTES Parabéns aos companheiros! Julho Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia 2 Portella, 9 Sloboda, Schubnell, 11 Pimenta, 15 Travassos, 19 Luzardo, 20 Reis, Leandro 23 Gomes Pinto, 25 José Nelson, 28 Montero, Conde Filho, 29 Arieis, 57- 41 58-252 59-357 57-219 57- 93 57- 86 57- 24 57- 37 57- 97 56- 86 57- 44 59-359 60-132 Agosto Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia Dia 1 Neves, Tujal, 3 Sansão, 4 Aboim, Valle, 5 Amorim, Moral, 8 Muela, Reginaldo, 9 Paes Leme, 12 D’Onofrio, 13 Asvolinsque, 14 Miguel, Edimir, 15 Camposo, 16 Pontes, Carneiro, 19 Land, Sirotheau, 20 Pondé, 23 Luís Mauro, Edison, Pöllhuber, Mário, 26 Dittmar, 28 Azevedo, 30 Rotschild, 57- 15 57- 95 58-253 56-167 57-125 57- 55 59-346 56- 77 58-254 60-122 57- 81 57-156 59-069 57-123 57- 92 57- 09 57- 10 57- 28 59-347 58-282 57- 04 57- 34 57- 57 60-130 57- 88 57-133 58-264 (Cad.) (Cad.) (Cad.) Mai-Jun/2003 O BAILE O s homens-meninos chegam ao baile. Agora é diferente... Não mais existe o temor da rejeição das meninas. Não mais a timidez. Nem também a soberba. Sabemos mais das ansiedades dos homens e das mulheres. Adeus ao medo! Somos apenas cautelosos. Sempre o receio de ser “enrolado” ou, rimando “usado”. Continuamos meninos, só que “meninos sabidos”, “meninos vividos”, menos fáceis de ser enganados, mais sábios, mais conhecedores das aflições das meninas e de suas expectativas. Mais conhecedores das próprias limitações e potencialidades. Mais conscientes das diferenças entre homens e mulheres, mais difíceis de ser encantados... E, nem por isso, menos sonhadores. “Rola” o baile, aparecem os dançarinos exibicionistas. Roupas especiais, pulseiras de ouro, encantamento. E, nem por isso, ficam com mulheres especiais. Eles se bastam ao serem apreciados pelo público. A mulher é simples utensílio para eles. Acontece, porém, que o baile é o en- contro das carências de todas as espécies. É o encontro da falta de carinho com a ausência de esperança. O pior é que tem tudo para dar errado. E dá! Por quê? Porque tudo é falso, os sorrisos, a aparência, a alegria, além dos cantares. O baile é um conjunto de pessoas sozinhas que vêm buscar o encontro existencial em um lugar onde isso é improvável. Por quê? Porque o encontro é íntimo-superficial. Não há possibilidade de conhecimento profundo. É um encontro de privações, apenas. Não levará a nada, somente a mais decepções e desilusões. O baile termina e todos saem em pior estado do que entraram. Al. 57-18, Brasil [email protected] Nota do Autor: O presente trabalho é uma obra de ficção, nada tendo a ver com o Baile de Aniversário da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, que foi um sucesso, como mostra reportagem nesta edição. AUTORIDADES II Engenheiro Antônio Carlos da Silva Campos (Cad.) PENSAMENTO DE O COn*DOr “ As mulheres só me perdem, porque não têm paciência comigo.” O nosso companheiro Brasil em sua mais nova crise existencial. O nosso colega Silva Campos, Aluno 57-68, conversa com o Ministro Defesa, Embaixador José Viegas Filho , sob o olhar atento do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Bueno. O COn*DOr O Con*dor é uma publicação sem fim lucrativo, destinada a divulgar os assuntos de interesse da Turma 57-BQ / Aspirantes 62, A Turma Quase Perfeita. Está, porém, aberto a integrantes de outras turmas e, excepcionalmente, a outras pessoas que com ele queiram colaborar. É editado, bimestralmente, pela Representação da Turma. Coordenação Geral Al. 57-40, João Carlos Editor Al. 57-04, Luís Mauro Distribuição Al. 57-55, Amorim Conselho Editorial Al. 56-137, Clarindo; Al. 57-78, Horta; Al. 57-129, Meira; Al. 57-139, Elson; Al. 58-258, Cubas; Al. 58-276, Ivan; Tesoureiros Al. 56-84, José Nelson; Al. 57-16, Mossri; Al. 58-279, Thedim Jornalista Carlos Rogério Couto Baptista Nº 17.997/94 Homepage Webmaster Al. 57-18, Brasil E-mail: [email protected] Redação Av. Rio Branco, 251, S. 1302, Centro, CEP: 20040-009 - Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2510-3948 Fax: (21) 2510-3827 Email: [email protected] Editora LUZES Rua Almir de Almeida, 39, Jacarepagua, Assessoria CEP: 22750-130 - Rio de Janeiro, RJ Impressão Telefax: (21) 2447-4336 Email.: [email protected] http://57-BQ.org Blue Chip Gráfica e Comunicação Rua Cardoso Marinho, 18A, Santo Cristo, CEP: 20220-370 - Rio de Janeiro, RJ Tel: (21) 2516-3892 Fax: (21) 2283-5440 E-mail: [email protected]