Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Estudo 7

Transcrição

Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Estudo 7
Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 7 – Jesus, o Bom Pastor
João 10
Elaborado por Solange Livio
[email protected]
O diálogo iniciado entre Jesus e os
fariseus, decorrente da controvérsia
gerada pela cura do cego de nascença,
deu origem à parábola intitulada ‘Jesus,
o bom pastor’, no capítulo dez do
Evangelho de João. Mais até do que
parábola, Jesus fez uso de uma
alegoria, em metáforas, para transmitir
uma das mais confortantes de suas
mensagens.
A frase inicial ‘na verdade, na verdade
vos digo’ dá sinal de que haverá uma
continuidade do assunto anterior, em
forma mais ampla, tanto quanto indica
a transição do diálogo para o
monólogo, considerando que a partir de
então Jesus estará discursando.
Os fariseus já haviam se mostrado
inadequados como guias espirituais. O
zelo excessivo pela lei, para além do
sentido da lei, os impedia de olhar para
as ovelhas. O homem curado por Jesus
da cegueira de nascença foi exemplo
disso. Ele se encontrava ali, no meio
deles, há tanto tempo frequentando a
sinagoga, mas nenhuma atenção
recebeu dos lideres religiosos. A
incapacidade pastoral dos fariseus foi
confirmada, quando após exaustivas
discussões a respeito da cura,
realizada num sábado, eles decidiram
expulsar o homem curado da sinagoga,
sem perceber que essa decisão
mostrava um claro contraste com o
gesto de Jesus que o recebeu
amorosamente, como faz o bom pastor.
Tendo por base essa realidade, Jesus
introduziu a figura do pastor, bem
familiar aos judeus, para falar de si e
de sua missão. Na construção da
alegoria representativa da mensagem
que desejava transmitir, os elementos
da atividade pastoril foram sendo
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utilizados por Jesus como ilustração de
verdades espirituais.
Uma
breve
descrição
desses
elementos nos ajuda a entender o
significado daquilo que Jesus queria
transmitir.
O aprisco oriental era cercado por
pedras, havendo uma porta de entrada
e saída por onde passavam as ovelhas
e o pastor responsável pelo rebanho.
Se alguém tentasse subir o muro para
ter acesso ao local, seguramente
poderia ser considerado ladrão e
salteador.
À noite, as ovelhas eram levadas pelo
pastor para o curral, onde seriam
vigiadas por um porteiro que guardava
o local de entrada até a manhã, quando
o pastor voltaria para buscá-las e leválas para fora. A tarefa do porteiro era
permitir a entrada somente das
pessoas autorizadas, mantendo os
estranhos do lado de fora. Quando
chegava o pastor, o porteiro abria a
porta para ele, que entrava chamando
as
ovelhas
pelo
nome;
elas
reconheciam a sua voz e o seguiam.
Ele as levava para os pastos, onde elas
encontrariam alimento e água fresca. O
pastor ia à frente do rebanho,
conduzindo-o por lugares seguros,
colocando-se, a si mesmo, diante de
possíveis perigos e protegendo as
ovelhas.
Assim fazia o fiel pastor. Havia também
o mercenário, que cumpria a sua
tarefa somente pelo salário a receber,
mas sem nenhum interesse pelo bemestar das ovelhas. Diante do perigo, ele
fugia, protegendo-se a si mesmo e
deixando o rebanho entregue aos
ataques do lobo.
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Os fariseus ouviram as palavras de
Jesus, transmitidas em linguagem
alegórica como meio facilitador de
entendimento da
revelação
que
desejava fazer, “mas eles não
compreenderam o sentido daquilo que
lhes falava” (10:6). Foi necessário que
Jesus lhes explicasse, de novo e
detalhadamente, com a interpretação
da alegoria, o que se tornou em
preciosa oportunidade para apresentarse como o fiel e bom pastor.
Mais uma vez Jesus fez uso da frase
‘em verdade, em verdade vos digo’. O
vocábulo grego, de origem hebraica,
traduzido como ‘verdade’, tem o
sentido de fidelidade ou digno de
confiança. Com isso, Jesus chamou a
atenção para a sua autoridade
messiânica.
O primeiro símbolo esclarecido foi o da
porta. De forma direta e objetiva Jesus
disse: “Eu sou a porta das ovelhas”;
“Eu sou a porta”. “Se alguém entrar por
mim, será salvo” (10:7,9), revelando-se
como único meio de salvação e de
acesso a Deus. Só Jesus Cristo salva o
pecador; só Jesus Cristo reconcilia o
homem com Deus, o que nos faz
lembrar o belo hino que cantamos: “Foi
Jesus que abriu o caminho para o céu;
não há outro meio de ir” (Hino 306,
Cantor Cristão).
Ao dizer isso, Jesus fez menção a
outros que vieram antes dele e
assumiram a liderança espiritual do
povo, comparando-os a ladrões e
salteadores, porque não cuidavam das
ovelhas e as induziam a caminhos
desviantes, que as afastavam do
aprisco do Senhor. Eram falsos
mestres e péssimos pastores para o
rebanho, cuja conduta infiel e inútil está
descrita em Ezequiel 34 e Zacarias 11,
onde se lê as sérias repreensões do
Senhor a esses líderes.
Depois de apresentar-se como a porta
da salvação, Jesus, então, se revela
também como o pastor, com destaque
para o artigo definido o. Ele não é um
entre outros pastores bons. Jesus é o
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bom pastor prometido pelo Senhor em
Ezequiel 34: 22,23: “Eu livrarei as
minhas ovelhas”...; “E levantarei sobre
elas um só pastor, e ele as
apascentará”.
Como
uma
das
características de identificação, esse
pastor prometido viria da linhagem de
Davi, como era Jesus; mas, acima de
tudo, ressaltou Jesus, o bom pastor
tem uma característica que o distingue:
ele dá a vida pelas ovelhas (10:11).
Dizendo isso, o Senhor Jesus estava
anunciando a sua morte na cruz, onde
Ele daria, e deu, a sua vida para a
salvação de todo aquele que nEle crê
(João 3:16), qualquer que seja a raça,
tribo ou nação a que essa pessoa
pertença.
Esse é um ponto a destacar: é que,
embora estivesse diante dos judeus no
momento em que fazia essas
declarações, a mensagem anunciada
por Jesus tinha por destino e por efeito
ultrapassar as fronteiras de Israel. Se
voltarmos às profecias de Isaías 56
(v.8) e de Ezequiel 34 (vs.11-14),
encontraremos lá a promessa do
Senhor de que Ele mesmo sairá para
buscar as ovelhas dispersas, fazendoas voltar de todos os lugares e países
por onde andam espalhadas. Pelo
Evangelho de Jesus Cristo, judeus e
gentios convertidos seriam integrados
num só rebanho, sob os cuidados de
um só Pastor. Neste propósito, o
Senhor Jesus disse, enquanto se
apresentava como o bom pastor:
“Ainda tenho outras ovelhas que não
são deste aprisco; também me convém
agregar estas, e elas ouvirão a minha
voz, e haverá um rebanho e um Pastor”
(10:16). Pelo cumprimento dessa
promessa, nós somos hoje abençoados
pela salvação em Cristo, fazendo parte
do rebanho do bom Pastor, nesse
conhecimento mútuo que Ele próprio
disse haver: “Eu sou o bom Pastor;
conheço as minhas ovelhas, e elas me
conhecem a mim” (10:14).
Em contraste absoluto com a ação
destrutiva do ladrão (símbolo de
Satanás e seus agentes), que não
entra pela porta (que é Jesus e seus
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ensinamentos),
mas
sobe
sorrateiramente pelos muros para
executar a sua má intenção, Jesus fala
do seu bom projeto para a vida das
suas ovelhas, num dos mais citados
versículos da Bíblia: “O ladrão vem
somente para matar, roubar, e destruir;
eu vim para que tenham vida e a
tenham em abundância” (10:10). Jesus,
o bom Pastor, nos dá vida. Vida plena,
abundante; aqui e na eternidade.
Se entre os nossos leitores há alguém
que se encontra distante do bom
Pastor, considere o convite amoroso de
Jesus e aproxime-me em fé e
humildade para receber dEle a
salvação, vida e vida eterna. Ainda há
lugar no aprisco do Senhor.
Consulta Bibliográfica
BÍBLIA VIDA NOVA. 16ª ed.
São Paulo: Edições Vida Nova, 1992.
BRUCE, F. F. Introdução e Comentário.
São Paulo: Edições Vida Nova, 1987.
MACLEOD, A. J. João, in O Novo Comentário da Bíblia. Vol.III
São Paulo: Edições Vida Nova, 1963.
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