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Apresentação Oral Violência entre Parceiros Íntimos: Estudo Piloto para uma Investigação Longitudinal e Qualitativa com Mulheres Lélio Moura Lourenço¹ ; Fernanda Monteiro de Castro Bhona² ; Carla Ferreira de Paula Gebara³ ; Andrezza Souza Martinez⁴ ; Mariana Hansen Basdão⁵ & Sara Helena de Oliveira . 1. Docente do curso de Psicologia da UFJF, 2. Doutoranda do Curso de Psicologia da UFJF Doutoranda da UNIFESP do curso de Psicologia; 4. Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq/UFJF, Discente do Curso de Psicologia; 5. Bolsista de Iniciação Científica BIC/UFJF, Discente do Curso de Psicologia; 6. Discente do Curso de Psicologia da UFJF. Palavras-Chave: Violência entre Parceiros Íntimos; Piloto; Estudo Longitudinal; Estudo Qualitativo; Mulher. Violência entre parceiros íntimos se refere a qualquer comportamento inserido num relacionamento íntimo que cause prejuízos físicos, psicológicos ou sexuais para os envolvidos nessa relação” (Krug et al., 2002, p.89). O autor da violência pode ser o atual ou um excompanheiro (Centers for Disease Control and Prevention, 2007; Morbidity and Mortality Weekly Report, 2008; Saltzman, Fanslow, McMahon, & Shelley, 2002), numa relação homo ou heterossexual (Centers for Disease Control and Prevention, 2007; Lamoglia & Minayo, 2009). Estudos longitudinais sobre a temática têm sido realizados buscando maior compreensão acerca do fenômeno. Se faz relevante a compreensão do contexto relacional, das circunstâncias em que tais condutas emergem e dos motivos para a adoção desses comportamentos, especialmente para que sejam elaboradas estratégias de intervenção adequadas a essas situações (Johnson & Ferraro, 2000; Selic, Pesjak & Kersnik, 2011). Estudos que permitam essa compreensão ainda são escassos (Caridade, 2011; Garcia-Moreno & Watts, 2011). Este trabalho é fruto da parceria interinstitucional entre Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), inserida no Programa Nacional de Cooperação Acadêmica, (PROCAD). Tal pesquisa permitirá aprofundar dados de pesquisas anteriores, acerca desse grave problema social e de saúde pública. Além disso, dará continuidade a uma parceria interinstitucional já estabelecida, capaz de integrar conhecimentos e pesquisadores de diferentes pólos de pesquisa com experiência no assunto. A partir de levantamento domiciliar realizado por amostragem probabilística em dois bairros da cidade de Juiz de Fora/MG identificou-se amostra de 149 mulheres envolvidas em episódios de violência física entre parceiros. Visando aprofundar a compreensão desses comportamentos de violência, pretende-se realizar investigação longitudinal e qualitativa nessa amostra. Para isso foi realizado, nos meses de março e abril de 2014, um estudo piloto, com 14 mulheres residentes numa dessas localidades, tendo como objetivos: treinar a equipe de pesquisadores de campo; testar a abordagem de pesquisa para ambas às investigações; verificar a aplicabilidade do roteiro de entrevista semiestruturada elaborada para a etapa qualitativa. Os critérios de inclusão das mulheres para participação no piloto foram: ter participado do levantamento anterior, ter declarado envolvimento com algum tipo de violência entre parceiros (psicológica ou sexual, com exceção da violência física para que não houvesse coincidência da amostra no trabalho de campo posterior). A etapa longitudinal envolveu a reaplicação dos instrumentos utilizados na pesquisa anterior. As participantes do piloto responderam novamente um questionário sociodemográfico, o Alcohol Use Disorders Identification Test – AUDIT, a Center for Epidemiologic Studies Depression Scale- CES-D, a Revised Conflict Tactic Scales- CTS2, e a Parent-Child Conflict Tactics Scales– CTSPC. Os instrumentos foram reaplicados sob a forma de entrevista, com exceção da CTS2 e da CTSPC, autoaplicadas devido à complexidade das questões abordadas. Em seguida foi realizada uma entrevista semiestruturada, na residência das participantes, gravada em áudio, e transcrita posteriormente na íntegra. Essa entrevista abordou: histórico familiar de violência, situação conjugal atual e pretérita, descrição do contexto no qual a conduta violenta ocorre/ocorreu, motivações e finalidades para o comportamento violento, estratégias de enfrentamento adotadas pelas mulheres, motivação para o término do relacionamento caso tenha ocorrido. Das 20 casas visitadas, foi possível abordar 14 mulheres que concordaram em participar deste novo estudo (a taxa de resposta foi de 70%). Verificou-se a disponibilidade das mulheres em realizar a entrevista em seu próprio local de moradia. A realização deste trabalho permitiu treinar a equipe de campo na abordagem de pesquisa, aperfeiçoar essa abordagem, bem como o roteiro de entrevista através da reformulação de algumas questões, sendo fundamental para a viabilização das atividades posteriores. Referências Bibliográficas: Caridade, S. (2011). Vivências Íntimas Violentas. Coimbra: Almedina. Centers for Disease Control and Prevention (2007). HIV/AIDS Surveillance Report, 2005 (Vol. 17, Rev. ed.). Atlanta, GA: US Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention. Garcia-Moreno,C., & Watts,C. (2011) . Violence against women: an urgent public health priority. Bulletin World Health Organization, 89 (2). Recuperado em: http://www.who.int/bulletin/volumes/89/1/10.085217. Johnson, M.P., & Ferraro, K.J. (2000). Research on domestic violence in the 1990s: making distinctions. Journal of Marriage and the Family, 62, 948–963. Krug, E.G., Dahlberg, L.L., Mercy, J.A., Zwi, A.B., & Lozano, R. (Ed.) (2002). World report on violence and health. Geneva: World Health Organization. Lamoglia, C.V.A., & Minayo, M.C.S. (2009). Violência conjugal, um problema social e de saúde pública: estudo em uma delegacia do interior do Estado do Rio de Janeiro, Ciência & Saúde Coletiva, 14(2), 595-604. Morbidity and Mortality Weekly Report. (2008). Behavioral Risk Factor Surveillance System 2005 summary data quality report. Recuperado em Julho de 2008, de www.cdc.gov Saltzman, L. E., Fanslow, J. L., McMahon, P. M., & Shelley, G. A. (2002). Intimate partner violence surveillance: Uniform definitions and recommended data elements. Version 1.0. Atlanta, GA: Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Injury Prevention and Control. Selic,P., Pesjak,K., & Kersnik,J. (2011). The prevalence of exposure to domestic violence and the factors associated with co-occurrence of psychological and physical violence exposure: a sample from primary care patients. BMC Public Health, 11: 621.