Caso SPAL
Transcrição
Caso SPAL
Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA Com este estudo caso, queremos levar até si, uma análise estratégica de uma empresa de renome em Portugal e no estrangeiro – a SPAL. José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 1 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA A Empresa SPAL, com sede na Rua Cândido dos Reis, Nº 70 1º Dto. – Alcobaça, tem por projecto de actividade o fabrico de louça utilitária doméstica e hoteleira em porcelana a que corresponde o código de actividade CAE 26212. Foi fundada em Junho de 1965 com o objectivo de produzir louça de mesa em porcelana. A ideia surgiu de três principais fábricas de cerâmica da região: Elias & Paiva, fundada em 1944, Olaria de Alcobaça, fundada em 1927 e Raúl da Bernarda & Filhos, fundada em 1897. Estas fábricas, cuja experiência na produção e comercialização era grande, consideraram que a concentração dos seus esforços, experiência e possibilidades financeiras seria oportuna e sufiente para construir uma fábrica para produção de louça de porcelana em grande escala. O seu conhecimento sobre as possibilidades dos mercados, quer o interno quer estrangeiros sobre a evolução do consumo e sobre a influência da automatização e produtividade nos custos industriais levou-os a projectar e promover a construção desta fábrica. Os fundadores da SPAL acreditavam na possibilidade de competirem com os produtores dos países mais desenvolvidos. O estudo da fábrica e a escolha do equipamento entre o que de mais moderno e perfeito existia no mundo, foi feito com o apoio de peritos de uma fábrica alemã especializada em maquinaria automática. O edifício central ocupa cerca de 50 000 m2 e situa-se num terreno de 120 mil metros quadrados. A fábrica iniciou a produção em 1968 e nos seus 31 anos de existência aumentou o seu espaço, empregando hoje cerca de 700 pessoas. Enquanto que simultaneamente melhorava a qualidade e aumentava a produção, a SPAL dava início, lenta mas firmemente, a outro dos seus principais objectivos – TORNAR-SE NUMA GRANDE EMPRESA EXPORTADORA. De uma mera percentagem de 25% do volume total de negócios em 1977, a SPAL atingiu a partir de 1982, relativamente à exportação, a desejada quota de 50% do volume total de negócios tornando-se assim o principal exportador de louça de mesa em porcelana de Portugal, sendo esta quota de 75%. Embora possuindo o seu próprio departamento de criação de novos desenhos, a SPAL, conhecedora do facto de que os gostos variam de mercado para mercado, continua a insistir com os seus agentes e/ou distribuidores para darem ideias que sejam apropriadas aos respectivos mercados e hoje podem encontrar-se, entre os modelos da SPAL, modelos desenhados por Gerald Gulotta e Carl Gustaf Jahnsson, e decorações de artistas, tais como Mary Lou Goertzen, Marguerite Waltfridsson, Saraq Barnes, Jack Prince, Ricardo Viglione, Rezzan Unver, António Mira, Lauren Horwitz, Yoko, Yoshico. Simultaneamente, acarinha artistas portugueses. Hoje a SPAL exporta para mais de 20 países incluindo os Estados Unidos da América – o seu mercado de exportação mais importante – Suécia, Alemanha, Itália, Inglaterra, Canadá, França, Espanha, Bélgica, Àustria, Dinamarca e alguns países africanos e sul-americanos. A capacidade de produção actual da SPAL é de cerca de 2 100 toneladas/ano (aproximadamente 14 000 000 peças/ano) de produto acabado e a fábrica não possui stocks, à excepção do stock em curso de fabrico, sendo o seu lema “O NOSSO ARMAZÉM É O ARMAZÉM DO NOSSO CLIENTE”. José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 2 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA Foi a primeira empresa do género em Portugal a promover um concurso de design em 1970, para descobrir potenciais desenhadores portugueses. Entrou no mercado local, no campo de execução de edições limitadas para coleccionadores de arte. Recebeu, na ainda curta existência, vários prémios internacionais e foi distinguida em 1982 pelo ICEP – Instituto do Comércio Externo – como uma das melhores empresas exportadoras de Portugal. Conta entre os seus clientes, conhecidas empresas da indústria hoteleira, bem como companhias internacionais de transporte aéreo. Detém uma rede de 10 lojas, distribuídas pelos seguintes pontos do país: • • • • • • • • • Centro Comercial Amoreiras – Lisboa Centro Comercial Cascais – Cascais Centro Comercial Colombo – Lisboa Centro Comercial Via Catarina – Porto Centro Comercial Gaia – Vila Nova de Gaia Galarias Península – Porto Loja da Fábrica – Alcobaça SPAL OUTLET SHOPPING – Carregado Norte Shopping – Matosinhos José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 3 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA A SPAL, SA inaugurou a sua nova unidade fabril “SPAL XXI” a 13 de Setembro de 1999. Esta unidade fabril surgiu com o objectivo de responder às exigências crescentes dos clientes, quer a nível da qualidade, dos prazos e dos preços, no mercado nacional e internacional. O seu investimento, cerca de 2 milhões de contos foi apoiado pelo programa “PEDIP II” medida 4.6EDTA – empresa demonstradora de tecnologia avançada, sendo a SPAL XXI a primeira unidade de produção de porcelana a utilizar tecnologia inovadora neste sector de actividade em Portugal. Esta unidade fabril, com uma área coberta de 9 000 m2, criou 100 novos postos de trabalho directos e terá uma capacidade de produção de 1 200 toneladas/ano, tendo aumentado a sua capacidade produtiva total em cerca de 40%. Trata-se de uma das fábricas mais modernas a nível mundial neste sector, com uma arquitectura inovadora, que privilegia os espaços abertos e a transparência. Esta fábrica está ainda equipada com fornos de elevada tecnologia, sistema de transporte AGV com navegação laser que abrange cerca de 43 “HEAD STATIONS”, cada uma equipada com um programa de controlo logístico que transmite a informação em tempo real. José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 4 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA Para que a SPAL obtenha sucesso, teve que se definir muito bem a sua missão, os seus objectivos e as metas a atingir. A missão tem como objectivo descrever os propósitos da Empresa e a razão da sua existência, identifica e reforça as suas competências críticas e permite o desenvolvimento de novas oportunidades de negócio. É na missão que os objectivos e as metas são definidos, infraestruturas desenhadas e os recursos alinhados. É aqui que se disponibiliza produtos/serviços que excedem as expectativas dos clientes, tendo uma constante inovação e uma estratégia generalizada. Os objectivos estão ligados aos desafios e compromissos da SPAL e são simultaneamente atingíveis e desafiantes. É na caracterização dos objectivos que a SPAL otém o seu sucesso, crescimento, lucro e um retorno do investimento feito. A sobrevivência de uma empresa depende de uma correcta concretização dos objectiivos. Traçando as metas os objectivos são mais facilmente atingidos, para que isso aconteça temos que ter em conta as tecnologias existentes e estar muito atento à constante de renovação e actualização das mesmas. As tecnologias permitem à empresa atingir os seus objectivos e satisfazer da melhor forma as necessidades do mercado e dos seus clientes. A missão da SPAL, reflete-se na concretização de um objectivo, conjugando todos os esforços interdepartamentais a fim de alcançar o sucesso pretendido. “Tornar-se numa grande empresa exportadora” António Raínho Dir.Administrativo/Financeiro da SPAL José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 5 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 6 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA Matéria-prima Preparação de pasta Conformação GESSO Acabamento 1ª Cozedura Armazenagem de chacote Limpeza e escolha de chacote Vidragem VIDRO Armazenagem de louça vidrada REFRACTÁRIO Cozedura a Grande Fogo Roçagem/Escolha Armazenagem de louça roçada Escolha de branco DECALQUES Decoração/Filetagem 3ª Cozedura Escolha de Decorado Embalagem Armazém de Produto Final José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 7 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA Lojas Fornecedores Armazenistas Fornecedores Retalhistas Clientes Armazenistas Fornecedores Lojas José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 8 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA • Serviço personalizado ao Cliente • Distribuição • Qualidade • Tecnologia de ponta no departamento de produçaõ • Organização empresarial • Rede de distribuição • Diversidade de produtos • Design / criatividade José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 9 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA • Segurança ao nível da concorrência • Certificação da Qualidade • Empresa com tecnologia de ponta • Serviços personalizados ao Cliente • Segurança na escolha do Cliente, através de estatísticas de mercado • Programação pormenorizada da produção • Entrega do produto atempadamente, reduzindo o stock na SPAL • Distribuição própria • Stock certo para matérias-primas • Informação On-line de todo o Workflow da produção • Reutilização de matérias-primas • Redução de stock nos produtos acabados • Falta de pessoal especializado • Matérias-primas importadas, provocando demoras de transporte José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 10 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA • Falta de poder de compra por parte de clientes nacionais; dada a conjuntura o cliente olha ao preço sem se importar com a qualidade. • Criadores de designers e artististas nacionais, mostrando assim mais o produto • Criação de cds interactivos, espalhados nos grandes centros, perto das suas lojas • Criação de uma estrutura de comércio electrónico – via Internet. José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 11 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA A Avaliação Boston, permite identificar as posições dos produtos da empresa sobre uma matriz crescimento/quota de mercado. Cada quadrado da matriz corresponde ao cashflow duma situação diferente, cuja classificação é a seguinte: Estrela, Vacas leiteiras, Dilemas e Cães rafeiros ou Pesos mortos. Taxa de crescimento Estrela Dilema Vaca Leiteira Cão Rafeiro Louça de mesa Chávenas de café Quota de mercado Ao analisarmos a taxa de crescimento e a quota de mercado dos produtos da SPAL, verificamos que a louça de mesa se posiciona na Vaca Leiteira, tendo um forte crescimento e uma quota de mercado elevada. Em relação às chávenas de café, verificamos que se posiciona nos Cães Rafeiros retendo um crescimento fraco e uma quota de mercado baixa. Assim existem muitas dificuldades em manter o produto no mercado, não podendo ser de modo algum, um entrave para o crescimento do outro produto. José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 12 Departamento de Engenharia Informática Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNIVERSIDADE DE COIMBRA Ao analisar a matriz BCG, que relaciona a taxa de crescimento com a quota de mercado, sugerimos as seguintes acções a tomar nos dois produtos: • • Louça de mesa – Encontra-se na situação Vacas Leiteiras o que implica um grande crescimento e uma quota de mercado elevada. Chávenas de café – Encontra-se na situação de Cães Rafeiros e a atitude a tomar é explorar ao máximo a rentabilidade a curto prazo, mesmo em detrimento das vendas, para de seguida vender ou liquidar a actividade (produto) devido ao custo de oportunidade. Quanto ao funcionamento interno da SPAL, aconselhamos uma continuação da linha de produção e no que respeita ao departamento informático verificamos que deverá existir maior número de funcionários para tratamento da informação para software próprio a implementar na empresa. Todos os departamentos estão correctamente interligados, havendo inclusivé a possibilidade de consulta de toda a informação da produção em tempo real. Assim a SPAL não terá necessidade de investimento a curto/médio prazo em tecnologia dado que investiu correctamente 2 milhões de contos numa nova unidade fabril em 1999, correspondendo assim a todas as necessidades existentes a nível da qualidade, dos prazos e dos preços, no mercado nacional e internacional. José Bastos, Liliana Ruivo e Paula Cainço 13
Documentos relacionados
CONCURSO DE DESIGN LXD`13 HOME SWEET HOME by
Através do patrocínio destas iniciativas, a SPAL acredita que será possível reforçar o vínculo ao universo do design – um dos principais valores da sua marca. Ao longo de quase cinco décadas, a SPA...
Leia maisCONCURSO DE DESIGN LXD`14 HOME SWEET HOME by
Através do patrocínio destas iniciativas, a SPAL acredita que será possível reforçar o vínculo ao universo do design – um dos principais valores da sua marca. Ao longo de quase cinco décadas, a SPA...
Leia mais