RTF - Fundação Araucária

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RTF - Fundação Araucária
RELATÓRIO TÉCNICO FINAL
(Este relatório deve obrigatoriamente acompanhar a prestação de contas)
Programa: APOIO A ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS
Protocolo no: 16.910
Chamada/ano:03/2010 Convênio: 125/2010
Título do Evento: XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais em
Geografia”
Instituição: UNIOESTE
Setor/Departamento: Geografia – Centro de
Ciências Humanas
Coordenador: Elvis Rabuske Hendges
E-mail: [email protected]
Área: : Geociências
Periodicidade do Evento: Anual
Abrangência:
[ ] Internacional
[ ] Nacional
[X] Regional
[ ] Estadual
[ ] Local
Data do Evento: : 27/05/2010 a 29/05/2010
Local do Evento: Campus da Unioeste
Município: : Francisco Beltrão/PR
Número de Participantes: 203
Locais: 155
De outros municípios/estados: 48
De outros países: 00
Total: 203
Perfil Acadêmico e/ou Profissional dos Participantes: Profissionais da Geografia (Professores
e Bacharéis); Estudantes de Graduação; Estudantes de Pós-Graduação; Profissionais de
áreas afins;
Temas Relevantes abordados: : O Evento englobou, temáticas ambientais, estudos urbanos
e agrários e, também, uma série de conhecimentos voltados para a análise da realidade
física – estudos de solo, relevo, qualidade das águas, sendo estes temas associados a
realidade regional.
Apoio da Fundação Araucária (valor do auxílio): R$ 4.446,00
Outros Agentes Financiadores: Caixa Econômica Federal – Impressão de material gráfico
(folders, bolsas e canetas), valor apoximado de R$ 500,00
Conclusões e recomendações do evento: O evento atingiu os objetivos pretendidos, tanto
no que diz respeito à quantidade de participantes quanto no que se refere à qualidade das
mesas redondas, trabalhos apresentados e mini-cursos. Neste sentido, temáticas
relacionadas à formação do professor foram associadas às da formação do geógrafobacharel, permitindo uma compreensão ao mesmo tempo diversa e unitária da ciência
geográfica. Quanto às recomendações, sugere-se a manutenção das discussões relativas
à formação profissional do geógrafo-bacharel e geógrafo-licenciado.
Resultados: Gravação de 300 cds com os Anais do Evento
Título dos Anais*: Anais do XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais
em Geografia”
Quantidade editada: 300
Data da edição: 20 de setembro de 2010
Instituição(ões) responsável(eis) pela edição:
Parama/Fco Beltrão.
Outros: (descrever)
Universidade Estadual
Anexar 01 cópia dos anais
Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná
Av. Com. Franco, 1341 – Jd. Botânico – 80215-090 – Curitiba – PR
www.FundacaoAraucaria.org.br
do Oeste do
Local e Data: Francisco Beltrão, 27 de setembro de 2010
Assinatura Coordenador
Assinatura Responsável pela Instituição
Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná
Av. Com. Franco, 1341 – Jd. Botânico – 80215-090 – Curitiba – PR
www.FundacaoAraucaria.org.br
ANEXO 1 - Programação do Evento
(XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais em Geografia”)
Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná
Av. Com. Franco, 1341 – Jd. Botânico – 80215-090 – Curitiba – PR
www.FundacaoAraucaria.org.br
Programação do : XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais
em Geografia”
Data
Turno
27/05/10
(quinta-feira)
28/05/10
(sexta-feira)
29/05/10
(sábado)
Credenciamento
(auditório 2)
Mini-cursos
(salas do bloco 4)
Mini-cursos
(salas do bloco 4)
Apresentação de
Trabalhos
(salas do bloco 4)
Apresentação de
Trabalhos
(salas do bloco 4)
Mini-cursos
(salas do bloco 4)
Manhã
Tarde
Mesa Redonda
OS DESAFIOS DOS
PROFISSIONAIS EM
GEOGRAFIA
Noite
(auditório 2)
Marcos Piovezan
(APROGEO/SC)
Ione Modanese
(Professora Estadual/PR)
Mini-cursos
(salas do bloco 4)
ANEXO 2 - Anais do Evento
(XV ENGEO e IX ENGESOP/2010 “Os desafios dos profissionais em Geografia”)
Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná
Av. Com. Franco, 1341 – Jd. Botânico – 80215-090 – Curitiba – PR
www.FundacaoAraucaria.org.br
ANAIS
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE
IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná
27 a 29 de Maio de 2010
UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
Resumos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CAMPUS DE FRANCISCO BELTRÃO-PR
Alcibíades Luiz Orlando
Reitor
Benedito Martins Gomes
Vice-Reitor
José Maria Ramos
Diretor Geral
Julio Cesar Paisani
Diretor do Centro de Ciências Humanas
Luciano Zanetti Pessôa Candiotto
Coordenador do Colegiado do Curso de Geografia
Comissão Organizadora
Professores:
Elvis Rabuske Hendges (coordenador)
Adelir Klipel
Fabiano André Marion
Fabrício Pedroso Bauab
Gilberto Martins
Juliano Andres
Luiz Carlos Flávio
Marcos Aurélio Pelegrina
Silvia Regina Pereira
Acadêmicos:
Camila Graeff Casiraghi
Danieli Cristina Celeski
Douglas Jose Cattelan
Elenice Mistura
Fernando Eibel
Jacson de Lima Gosmam
Marcelo Buttner
Poliane de Souza
Robson Pilati
Rodrigo Ferreira Lima
Ronaldo Batista Pegorini
Sandra Luiza Furlani
Taís Andrieli Menegotto
Tiago Samuel Bulau
Wellington Luiz Prezente
Ilustração da Capa
Elvis Rabuske Hendges
Diagramação
Sílvia Regina Pereira
ISSN
2176-5529
A redação dos textos apresentados nos Anais é de inteira responsabilidade dos autores.
Comissão Organizadora
Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE (15.: 2010: Francisco
Beltrão - PR)
E56a
Anais do ...; Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná: Os
desafios dos profissionais em Geografia. / Organização de Sílvia
Regina Pereira. -- Francisco Beltrão: Unioeste – Campus
Francisco Beltrão, 2010.
CD-ROM
ISSN - 2176-5529
Tema: Os desafios dos profissionais em Geografia.
1. Geografia – Profissão. 2. Geógrafo – Desafios da profissão Sudoeste do Paraná. 3. Geografia - Congressos.I. Pereira, Sílvia
Regina (org.). II. Título.
CDD – 918.162
910.98162
Ficha Catalográfica elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da Unioeste
(Sandra Regina Mendonça CRB – 9/1090)
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
Organizadores
Colegiado de Geografia da UNIOESTE/FBE
Colegiado do Mestrado em Geografia da UNIOESTE/FBE
Professores:
Elvis Rabuske Hendges (coordenador)
Adelir Klipel
Fabiano André Marion
Fabrício Pedroso Bauab
Gilberto Martins
Juliano Andres
Luiz Carlos Flávio
Marcos Aurélio Pelegrina
Silvia Regina Pereira
Acadêmicos:
Camila Graeff Casiraghi
Danieli Cristina Celeski
Douglas Jose Cattelan
Elenice Mistura
Fernando Eibel
Jacson de Lima Gosmam
Marcelo Buttner
Poliane de Souza
Robson Pilati
Rodrigo Ferreira Lima
Ronaldo Batista Pegorini
Sandra Luiza Furlani
Taís Andrieli Menegotto
Tiago Samuel Bulau
Wellington Luiz Prezente
Comissão Científica
Professores:
Adelir Klipel
Elvis Rabuske Hendges
Fabiano André Marion
Fabrício Pedroso Bauab
Fernando Sampaio
Gilberto Martins
Juliano Andrés
Julio Paisani
Luciano Zanetti Pessôa Candiotto
Luiz Carlos Flávio
Mafalda Nesi Francischett
Marcos Aurélio Pelegrina
Marcos Aurélio Saquet
Marga Elis Pontelli
Rosana Cristina Biral Leme
Roselí Alves dos Santos
Sílvia Regina Pereira
Waldiney Gomes de Aguiar
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
APRESENTAÇÃO
Entre os dias 27 a 29 de maio de 2010, realizou-se no Campus de
Francisco Beltrão o XIV Encontro de Geografia da UNIOESTE (ENGEO) e o VIII
Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná (ENGESOP).
O evento é organizado pelo curso de Geografia da UNIOESTE sendo
voltado para acadêmicos, profissionais e comunidade em geral, que tenham em
comum o interesse pela Geografia.
O ENGEO já está em sua décima quinta edição e visa integrar e difundir o
conhecimento de Geografia, aproximando grupos e áreas de pesquisas distintas e
que possuem como alvo de estudo em comum a sociedade, a natureza e a sua
interação.
O ENGESOP é um evento que procura suprir uma lacuna existente na
divulgação do conhecimento produzido na Geografia na região Sudoeste do
Paraná, contribuindo intensamente para a formação acadêmica e para a
divulgação das pesquisas efetuadas no Sudoeste Paranaense.
O objetivo geral do evento é focado na integração de profissionais e
acadêmicos envolvidos em estudos da Geografia, proporcionando, mediante o
debate de temas atinentes à ciência geográfica, a compreensão dos problemas
espaciais da sociedade contemporânea, bem como estimular as possibilidades de
intervenção na resolução destes.
Comissão Organizadora
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
PROGRAMAÇÃO GERAL
27/05/10
(quinta-feira)
28/05/10
(sexta-feira)
29/05/10
(sábado)
Credenciamento
Mini-cursos
Mini-cursos
(auditório 2)
(salas do bloco 4)
(salas do bloco 4)
Apresentação de
Trabalhos
Apresentação de
Trabalhos
Mini-cursos
(salas do bloco 4)
(salas do bloco 4)
Manhã
Tarde
(salas do bloco 4)
Mesa Redonda
Noite
OS DESAFIOS DOS
PROFISSIONAIS EM
GEOGRAFIA
(auditório 2)
Marcos Piovezan
(APROGEO/SC)
Ione Modanese
(Professora
Estadual/PR)
Mini-cursos
(salas do bloco 4)
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
Programação – Mini-Cursos
Mini-Curso 1
Análise do relevo por meio de dados de RADAR
Ministrantes: Elvis Hendges e Juliano Andres
Carga Horária: 4
Sexta-feira: 08h às 12h
Local: Laboratórios de Geoprocessamento e de Cartografia. Bloco I
15 vagas
Mini-Curso 2
Granulometria: determinação da classe textural do solo - aplicações em Pedologia
Ministrantes: Jacson de Lima e Fabíola Marinho
Carga Horária: 8
Sexta-feira: 08h às 12h
Sábado: 14h às 18h
Local: Laboratório de Análise de Formações Superficiais. Bloco I
6 vagas
Mini-Curso 3
Pelas trilhas da educação ambiental emancipatória - conceitos e práticas
Ministrantes: Mateus Pires e Raquel Biral
Carga Horária: 4
Sexta-feira: 19h30min às 23h
Local: Sala 412. Bloco IV
20 vagas
Mini-Curso 4
Elaboração de maquete hipsométrica do relevo brasileiro
Ministrantes: Daniele Celeski e Elenice Mistura
Carga Horária: 4
Sexta-feira: 19h30min às 23h
Local: Laboratórios de Geoprocessamento e de Cartografia. Bloco I
20 vagas
Mini-Curso 5
A fotografia digital como instrumento da Geografia
Ministrantes: Paulo Freisleben
Carga Horária: 4
Sexta-feira: 19h30min às 23h
Local: Sala 413. Bloco IV
25 vagas
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
Mini-Curso 6
Fundamentos e práticas da Mineralogia
Ministrantes: Wellington da Silva
Carga Horária: 8
Sábado: 08h às 12h e das 14h às 18h
Local: Sala 412. Bloco IV
16 vagas
Mini-Curso 7
Uso das Geotecnologias no manejo de bacias hidrográficas
Ministrantes: Ronaldo Pegorini e Wellington Prezente
Carga Horária: 8
Sábado: 08h às 12h/14h às 18h
Local: Laboratórios de Geoprocessamento e de Cartografia. Bloco I
11 vagas
Mini-curso 8
Licenciamento Ambiental para instalação de empreendimentos
Ministrantes: Tiago Zen e Fernando Eibel
Carga Horária: 8
Sábado: 08h às 12h/14h às 18h
Local: Sala 413. Bloco IV
12 vagas
Mini-Curso 9
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)
Ministrantes: Patrícia Moresco
Carga Horária: 4
Sexta-feira: 08h às 12h
Local: Sala 412. Bloco IV
30 vagas.
Mini-Curso 10
Introdução às Geotecnologias
Ministrantes: Taís Menegotto e Poliane Nardi
Carga Horária: 4
Sexta-feira: 08h às 12h
Local: Sala 413. Bloco IV
20 vagas
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Programação - Trabalhos
Quinta-feira - 27 de maio - 14h
Sala 412
1 - EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NA LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Andreia Tomaz
2 - ANÁLISE DIDÁTICA SOBRE O ENSINO DA REGIONALIZAÇÃO BRASILEIRA
A PARTIR DO LIVRO DE GEOGRAFIA REGIONAL DO BRASIL
DE CARLOS DELGADO DE CARVALHO E DA PROPOSTA PEDAGÓGICA
DE GEOGRAFIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Charla C, Schultz, Waldiney Gomes de Aguiar
3 - ELABORAÇÃO DE MAQUETE HIPSOMÉTRICA DO RELEVO BRASILEIRO
Danieli Cristina Celeski, Elenice Mistura
4 - O ENSINO DA GEOGRAFIA E O ALUNO TRABALHADOR
Janice Heming de Souza Monteiro
5 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
Raquel Biz Biral, João Henrique Biral
6 - MATERIAIS DIDÁTICOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO
Franciele Moreira Grande, Wellington Luiz Prezente
7 - A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
André Marmentini, Rosilaine Zanardi
8 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL E INTERDISCIPLINARIDADE:
UM DIÁLOGO DE SABERES
Mateus Marchesan Pires
Sala 414
1 - A BUSCA POR RECONHECIMENTOS DA MULHER AGRICULTORA NO
PROCESSO PRODUTIVO FAMILIAR NO SUDOESTE DO PARANÁ
Aline Motter Schmitz, Roselí Alves dos Santos
2 - A CONCEPÇÃO ROMÂNTICA DE NATUREZA
E SEUS DESDOBRAMENTOS PARA A GEOGRAFIA
Everton Luiz Lovera
3 - INOVAÇÃO NO SETOR DE PRODUTOS LÁCTEOS: A IMPORTÂNCIA
DAS EMBALAGENS LONGA VIDA NA EXPANSÃO
DO SETOR NO SUDOESTE PARANÁENSE
Marcelo Buttner
4 - UMA ANÁLISE SOBRE O DESENVOLVIMENTO RECENTE DO CRÉDITO RURAL
E AS MUNDANÇAS NA AGRICULTURA BRASILEIRA
Wilian Padilha, Marlon Clovis Medeiros
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5 - PROMETEU E A NATUREZA HUMANA:
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE TÉCNICA E TRABALHO
Sandra do Nascimento
6 - ENSAIO SOBRE AS DESCOBERTAS CIENTÍFICAS
DA AMÉRICA DO SUL POR LA CONDAMINE
Fábio Mazoco
Sala 415
1 - CARACTERÍSTICAS DO BIOMA CERRADO
Bruno Zanetti Pessôa Candiotto, Fabio Mazoco
2 - A PROTEÇÃO DE NASCENTES E SUA IMPORTÂNCIA PARA A CONSERVAÇÃO
DA QUALIDADE E QUANTIDADE DE ÁGUA NA ZONA RURAL
Sandra Rodrigues da Silva, Freisleben,
Felipe Fontoura Grisa, Luciano Zanetti Pessôa Candiotto
3 - O CLIMA E O HOMEM
Roberto Bottega, Tiago Samuel Bülau
4 - A APROPRIAÇÃO DAS PAISAGENS PELA ATIVIDADE TURÍSTICA
Bruno Zanetti Pessôa Candiotto
5 - REGIÕES NOROESTE, OESTE E SUDOESTE DO PARANÁ
E SEUS DIFERENTES TIPOS DE SOLO: UM BREVE RELATO
Fabiola Rakel Marinho, Jacson Gosman Gomes de Lima
6 - LENÇOL FREÁTICO X NECROCHORUME
Karise Cristofoli Bauab
7 - IMPLICAÇÕES DAS ORIGENS DA CIÊNCIA E A NATUREZA
Raquel Biz Biral, João Henrique Biral
8 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE VOLUMES PEDOGENÉTICOS NO TOPO DE
SUPERFÍCIE APLAINADA VII – SERRA DA FARTURA (SC)
Jacson Gosman Gomes de Lima, Fabiola Rakel Marinho, Marga Eliz PonteIli
Sexta-feira, 28 de maio, 14h
Sala 412
1 - DETERMINAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
ATRAVÉS DE IMAGENS DO CBERS-2B
Ediane Cristina Daleffe, Taisller Guimarães da Silva, Julio Caetano Tomazzoni
2 - CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL COMO UMA FERRAMENTA DE CONTROLE
NA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Fernando Eibel, Roberto Bottega
3 - A APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO NO MAPEAMENTO
DE PRODUTORES AGROECOLÓGICOS
Poliane de Souza, Taís Andriéli Menegotto
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4 - REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS/GEOGRÁFICAS DO MUNDO QUE
ANTECEDERAM A GEOGRAFIA CIENTÍFICA MODERNA
Rodrigo Ferreira Lima, Fabrício Pedroso Bauab
5 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SOLO DA LINHA SANTA BÁRBARA
Taisller Guimarães da Silva, Ediane Cristina Daleffe,
Julio Caetano Tomazoni, Elisete Guimarães
6 - RECURSOS OFERECIDOS PELO GEOPROCESSAMENTO APLICADOS NO
PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA AGRICULTURA
Taís Andriéli Menegotto, Poliane de Souza, Alcimar Paulo Freisleben
Sala 414
1 - TEORIA E EMPIRIA – O PENSAMENTO COMPLEXO E A GEOGRAFIA
Luiz Carlos Flávio
2 - ASSOCIAÇÃO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO SINDICAL – ACESI
Edinéia Brunhera Gularte, Roseli Alves dos Santos
3 - COLOMBO E O “NOVO MUNDO”
Rodrigo Ferreira Lima, Fabrício Pedroso Bauab
4 - A FOTOGRAFIA DE PAISAGEM NA GEOGRAFIA
Alcimar Paulo Freisleben, Mafalda Nesi Francischett
5 - POSSIVEL VIA INTEROCEÂNCIA ENTRE BRASIL E EQUADOR
Ronaldo Pereira Gonçalves
6 - ANÁLISE DO SABER HISTÓRICO
Ronaldo Pereira Gonçalves
7 - O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E A TRANSFORMAÇÃO DO ESPAÇO
GEOGRÁFICO URBANO DE SALGADO FILHO-PR
Tiago Junior Gobetti
Sala 415
1- A RELAÇÃO ENTRE DEMANDA, DISPONIBILIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA NA
REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARANÁ: UMA PEQUENA INTRODUÇÃO À
DISCUSSÃO
Débora Luzia Gomes, Maria Cláudia da Silva, Rosana Biral
2 - O SISTEMA ESTADUAL DE IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL (SISLEG)
NA MESORREGIÃO SUDOESTE PARANAENSE
Rosana Cristina Biral Leme
3 - POÇOS TUBULARES DO MUNICIPIO DE VERÊ:
IMPORTÂNCIA E VULNERABILIDADE NATURAL
Lunéia Catiane de Souza, Maristela da Costa Leite, Fabiano André Marion
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4 - INTRODUÇÃO DE MICROFÓSSEIS EM ESTUDOS GEO-PALEONTOLÓGICOS
PARA INTERPRETAÇÃO PALEOAMBIENTAL
Edenilson Raitz, Keli Andressa Batista
5 - DETERMINAÇÃO DA FRAÇÃO ORGÂNICA DE FORMAÇÕES SUPERFICIAIS –
COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE OXIDAÇÃO
VERSUS QUEIMA POR PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (H²O²)
Leandro Oliveira, Júlio César Paisani, Simone Guerra
6 - ESTUDO DA VULNERABILIDADE NATURAL DOS POÇOS TUBULARES DO
MUNICÍPIO DE BELA VISTA DA CAROBA - PR
Marina Kunz, Pollyana Poletto, Fabiano André Marion
7 - VULNERABILIDADE NATURAL DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
EM SANTA IZABEL DO OESTE - PR
Camila Graeff Casiraghi, Nayara Massucatto, Fabiano André Marion
8 - CARACTERIZAÇÃO DAS FORMAÇÕES SUPERFICIAIS DO HOLLOW DE
CABECEIRA DE DRENAGEM NA A.R.I.E. DOS BURITIS –
PLANALTO BASÁLTICO (PATO BRANCO/PR)
Julio Cesar Paisani, Edson Bertolo, Marga Eliz Pontelli, Simone Guerra,
Leandro Oliveira, Jacson Gosman Gomes de Lima
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EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO NA LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
Andreia Tomaz1
[email protected]
A primeira etapa do estágio na licenciatura consiste na observação da
realidade nas aulas de Geografia. Esta experiência foi realizada em duas sétimas
séries do Ensino Fundamental no ano de 2008, no município Francisco Beltrão.
O estágio de observação possibilitou-nos fazer uma análise frente ao
ensino da Geografia, de como ele está sendo trabalhado, de qual a postura que o
professor de Geografia vem assumindo e como os alunos se manifestam e
interagem em sala de aula, além das questões relacionadas às metodologias e
recursos utilizados na execução das aulas e tantas outras indagações
relacionadas ao ensino e suas práticas, que vão surgindo ao longo do período de
estágio.
Essas observações no período de estágio e posteriores avaliações
realizadas na coletividade da Graduação nos auxiliam no mapeamento das
relações existentes no espaço escolar, é uma forma de investigar e refletir sobre a
teoria e prática escolar bem como analisar possibilidades de mudança. Ou seja, é
fazer com que a pesquisa e o ensino caminhem juntos, pois: “quanto mais nos
debruçarmos sobre a teoria, mais nossa prática pode ser melhorada; quanto mais
analisarmos as práticas, mais fundamentos podemos identificar, e a necessidade
de busca pelo conhecimento fica instalada” (SAIKI e GODOI, 2007, p.27).
A prática do estágio supervisionado é de fundamental importância para a
formação do futuro professor, pois possibilita a vivência do espaço escolar e das
relações que nele se estabelecem ao estudar a experiência dos outros através da
observação e da vivência em sala de aula. Assim vamos construindo nosso
conhecimento profissional que não acaba com a conclusão do curso, mas é
continuado e exige constante atualização.
Ao longo das aulas foram, então, surgindo algumas indagações, tais como:
o que explica a falta de motivação de alguns professores? O que esperar do
ensino quando isso acontece? Quais as possibilidades de mudar essa situação?
1
Licenciada em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE,
Campus de Francisco Beltrão-PR.
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As respostas a estas e outras questões não são fáceis de serem encontradas,
nós não temos. Pois cada indivíduo tem suas particularidades e pontos de vista
que variam de uma pessoa para outra. A desmotivação de alguns professores
pode estar relacionada com o próprio ensino como um todo, que decorre da falta
de políticas públicas eficientes voltadas à educação e que possibilitem a melhoria
do ensino?
O estado, ao propor inovação no setor educacional procura atender aos
interesses burgueses, causando uma série de problemas, no que tange
à educação dos setores menos favorecidos, que apresentam uma
realidade distinta, e que sofrem ações discriminatórias nas escolas,
justamente por sua condição econômica. (LOPES, 2007, p. 208).
A falta ou não da participação do Estado, especialmente com relação ao
ensino público, pode explicar em parte a essa questão, pois se há benefício das
classes mais favorecidas, beneficiando dessa maneira o processo de acumulação
capitalista, o resultado será cada vez mais a acentuação das desigualdades
sociais, isto afeta a educação que ainda é tida como a via mais segura para a
melhoria da qualidade de vida das classes menos favorecidas que necessitam
estudar. Se o ensino não vai bem, que perspectivas terão essas pessoas em
relação ao futuro?
A melhoria do ensino implica em investimentos tanto na infra-estrutura das
escolas públicas como no conhecimento e na formação continuada dos
professores. A falta de recursos alternativos nas escolas implica em dificuldades
dos professores ao propor novas metodologias e diversificação das aulas e
também a acomodação ou desânimo de muitos professores resulta numa
educação insuficiente. É preciso que haja questionamentos e muito apoio. Em
muitos casos o ensino se dá através da repetição dos conteúdos do livro didático,
há pouca participação dos alunos que não se sentem efetivamente como agentes
na construção do próprio conhecimento. Nesse sentido a formação continuada,
melhor remuneração, cargas horárias menos excessivas, podem ser algumas
alternativas que possibilitem a melhoria do ensino, esse incentivo pode trazer
bons resultados quanto à qualidade do ensino. Afinal, o professor é o principal
agente responsável pelo processo educativo, uma vez que este se encontrar
desmotivado, os resultados não serão satisfatórios.
“Pais e professores podem trabalhar por objetivos comuns: melhorar a
qualidade do espaço onde as crianças ficam minimamente um sexto de suas
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vidas; ajudar os filhos-alunos a terem uma boa formação intelectual, emocional e
moral”. (SILVA; CAMARGO, 2007, p. 71).
A participação e o interesse dos pais em relação à vida escolar de seus
filhos podem resultar em uma melhoria significativa do ensino, mas, é preciso um
trabalho integrado entre comunidade escolar e as famílias, e infelizmente esse
ideal de integração está longe da realidade, já que as pessoas do mundo
moderno disponibilizam de muito pouco tempo para se dedicar a esse tipo de
questão.
Como defensores da tão almejada Geografia Crítica, queremos lutar pela
educação, que não é somente uma necessidade e sim um direito do ser humano,
contribuindo com a formação de cidadãos críticos e atuantes capazes de
promover mudanças e melhorias na sociedade.
A importância do estágio na licenciatura é indiscutível sabendo que o
mesmo pode definir a postura dos futuros professores frente ao ensino. Através
dele tomamos conhecimento dos desafios que aguardam em sala de aula e no
processo de ensino como um todo. “O estágio supervisionado no ensino como
fonte de aprendizagem prática do exercício docente e mecanismo de intercâmbio
de conhecimento muito poderia contribuir na superação dos problemas que
permeiam a Geografia”. (OLIVEIRA; PONTUSCHKA, 1989, p.118).
O papel do estágio consiste em analisar e avaliar o ensino, questionando
assim, as práticas rotineiras, evidenciando aquilo que pode e deve ser mudado e
a partir disso, buscar alternativas para promover mudanças nessa realidade. O
estágio como prática educativa só trará bons resultados quando encarado com
muita responsabilidade, como um processo indispensável para o amadurecimento
do futuro professor. É a fase de preparação para aquilo que nos espera: A sala de
aula e a tarefa de ensinar, com educandos das mais diversas realidades com
suas particularidades e dificuldades diferenciadas, com as quais deveremos lidar.
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REFERÊNCIAS
LOPES, Carla Cristina. Educação e Ensino de Geografia. In: PEREIRA, Sílvia
Regina et al (Org.). XII ENGEO; VI ENGESOP. Francisco Beltrão, anais...
UNIOESTE, 2007.
OLIVEIRA, Christian Dennys Monteiro de; PONTUSCHKA, Nídia Nacib.
Repensando e Refazendo Uma Prática de Estágio no Ensino de Geografia. In:
VESENTINI, José Willian. (Org.) Geografia e Ensino: textos críticos. CampinasSP: Papirus, 1989.
SAIKI, Kim; GODOI, Francisco Bueno de. A Prática de Ensino e o Estágio
Supervisionado. In: PASSINI, Elza Yasuko; PASSINI, Romão; MALYSZ, Sandra
T. (Org.) Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. São
Paulo: Contexto, 2007.
SILVA, Ana Claudia da; CAMARGO, Eliane de. A Construção do Conhecimento
Moral. In: PASSINI, Elza Yasuko; PASSINI, Romão: MALYSZ, Sandra T. (Org.)
Prática de Ensino de Geografia e Estágio Supervisionado. São Paulo:
Contexto, 2007.
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ANÁLISE DIDÁTICA SOBRE O ENSINO DA REGIONALIZAÇÃO BRASILEIRA
A PARTIR DO LIVRO DE GEOGRAFIA REGIONAL DO BRASIL DE CARLOS
DELGADO DE CARVALHO E DA PROPOSTA PEDAGÓGICA DE GEOGRAFIA
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL1
Charla C, Schultz2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Wandiney Gomes de Aguiar3
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Pretende-se, fazer um estudo sobre a maneira na qual o livro Geografia
Regional do Brasil trata didaticamente a regionalização brasileira, e em seguida
uma comparação com a proposta pedagógica do Colégio Estadual Tancredo
Neves do município de Francisco Beltrão no que se refere o ensino de região.
Os procedimentos metodológicos na qual se propõe neste trabalho se
darão da seguinte forma: leitura do livro Geografia Regional do Brasil e da
proposta pedagógica da escola, planos de ensino e livro didático, que servirão de
comparativos e análise na perspectiva didática. Por tratar de uma análise
comparativa a pesquisa se classifica como bibliográfica/documental, sem a
intenção de intervenção ou de fazer juízo de valor. Para fundamentar a pesquisa,
faz-se necessário buscar em alguns autores que tratam da regionalização
brasileira, da didática e documentos como Parâmetros e Diretrizes Curriculares o
embasamento para tal propósito.
Para Corrêa (1986), O termo região não apenas faz parte do linguajar do
homem comum, como também é dos mais tradicionais em geografia. Tanto num
como noutro caso, o conceito de região está ligado à noção fundamental de
diferenciação de área, quer dizer, à aceitação da idéia de que a superfície da
Terra é constituída pó áreas diferentes entre si. Percebe-se que o autor chama
atenção acerca da necessidade de o professor em sala de aula, articular os
1
Pesquisa em andamento. Disciplina de Estágio Supervisionado II.
Acadêmica do 4 º ano do Curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná – Campus de Francisco Beltrão-PR.
3
Professor do Curso de Licenciatura em Geografia, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
– Campus de Francisco Beltrão-PR.
2
21
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conceitos que os alunos têm de região e tentar transpor didaticamente para o
conceito científico e também fazer uma análise entre os vários conceitos de
região que se apresentam no meio acadêmico, ou seja, proporcionar aos alunos a
possibilidade de discutir e entender de forma critica e não apenas aceitar a idéia
que a região é só a diferenciação entre recortes da superfície da Terra.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), o lugar e a região
eram sempre vistos como dimensão objetivas resultantes das interações entre o
homem e a natureza. A tendência Lablachiana da Geografia e as correntes que
dela se desdobraram mais tarde, a partir dos anos 60, passaram a ser chamadas
de geografia Tradicional. Apesar de valorizar o papel do homem como sujeito
histórico, propunha-se, na análise da organização do espaço como lugar e
território, estudar as relações entre homem e natureza muito mais como processo
de adaptação.
Ver a região como um lugar que resulta apenas na quantificação do espaço
em dimensão e a interação do homem com o meio parece nos dias de hoje um
equivoco conceitual, mas para época era o que a Geografia tinha como suporte
acadêmico para ensinar o espaço geográfico e conseqüentemente a região.
A seguir, Corrêa (1986), destaca alguns conceitos de região: Região
natural e determinismo ambiental surgem no final do século XIX, e durante as
duas primeiras décadas, quando a ciência geográfica foi impulsionada pela
expansão imperialista, sendo o determinismo ambiental uma de suas principais
correntes de pensamento, um dos conceitos dominantes o de região natural. O
Possibilismo considera de modo diferente a questão da região. Não é a região
natural, e sua influência sobre o homem, e sim a região humana vista como objeto
de estudo. Na Nova geografia, o fundamento principal para o conceito de região é
o positivismo lógico. A região é um conjunto de lugares. A região na geografia
crítica discute esse conceito a partir da visão de que a sociedade que realmente
dirige e organiza o espaço em que vive relacionando o modo de produção e a
relação entre as classes sociais.
Esse cenário apresentado acima proporcionará na nossa pesquisa a
possibilidade de verificar no ensino de região aos alunos o enfoque dado pelo
professor e também no livro Geografia Regional do Brasil. Ao referirmos ao
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ensino de região, faz necessário destacar a importância da didática tanto ao
ensino como aprendizagem.
Para Castellar (2005), Didática, entende-se a maneira na qual o professor
organiza os conteúdos e de qual forma ele socializa aos seus alunos. Segundo o
dicionário Aurélio; “Didática é técnica de dirigir e orientar a aprendizagem”. Ao
dirigir e orientar a aprendizagem, o professor estará em sua prática pedagógica
em sala de aula, junto aos seus alunos, aplicando algum tipo de técnica que ele
entende como se fora a melhor.
Dedicar-se a docência e a investigação científica e também, considerar as
relações existentes a ciência geográfica que vise à articulação da mesma com os
conteúdos curriculares para alunos das escolas do Ensino Básico. Deve-se
também, levar em conta algumas características dos estudantes como: físicas,
afetivas, intelectuais e socioculturais. Essas características podem ser a base
para que haja aprendizagem, pois, a individualidade do aluno, tem que ser vista
como um ponto de partida para que o professor organize suas aulas de forma
que: os conteúdos, método de ensino, recursos didáticos e avaliação estejam
coerentes com os objetivos que se pretende ao ensinar Geografia.
Espera-se que ao entrar em contato com o livro Geografia Regional do
Brasil e os livros que os professores trabalham na escola e os planos de aulas,
possam nos oportunizar a abrir um debate sobre a forma na qual se trabalha a
questão regional com os alunos da Educação Básica e nos proporcionar um
estudo mais aprofundado. Neste sentido, consideramos esta proposta como um
ensaio para fundamentar ainda mais a pesquisa articulada ao Estágio
Supervisionado, que é a principal razão de estarmos tentando contribuir com o
ensino mesmo que seja de forma tímida, mas, com muita expectativa de melhora.
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REFERÊNCIAS
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nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CARVALHO, Carlos Delgado de. Geografia Regional do Brasil. Companhia
Editora Nacional, São Paulo, 1944.
CASTELAR, Sônia. Educação Geográfica - teorias e práticas docentes. São
Paulo: Contexto, 2003.
CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática,
1996.
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ELABORAÇÃO DE MAQUETE HIPSOMÉTRICA DO RELEVO BRASILEIRO1
Danieli Cristina Celeski2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Elenice Mistura3
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
INTRODUÇÃO
Tendo o Espaço Geográfico como principal objeto de estudo e pesquisa da
Geografia, no contexto Escolar trabalha-se o espaço em seus múltiplos aspectos,
entendo-o aqui como as estruturas físicas, formações sociais, diversidade cultural,
apropriação e modificação da natureza pela ação antrópica etc.
As representações espaciais se apresentam como uma maneira de
analisar e interpretar o espaço. É nesse contexto que colocamos a maquete como
instrumento didático de grande valia possibilitando ao aluno uma melhor maneira
de entender a produção, organização e distribuição dos elementos que compõe o
espaço.
OBJETIVOS
Esta temática engloba a elaboração de Maquetes Hipsométrica do relevo
brasileiro, conforme as bases representativas de Simielli (1991) e metodológicas
de Francischett (2004). Terão como o objetivo de fornecer subsídios para o
entendimento
do
relevo
brasileiro,
bem
como
dos
processos
geológicos/geomorfológicos através da metodologia educativa com o recurso da
maquete hipsométrica. Nesta atividade estaremos elaborando “a maquete de
E.V.A”. Além da praxidade queremos mostrar a importância da mesma enquanto
representação cartográfica e como pode ser utilizada como meio mediático no
Ensino de Geografia no Ensino Fundamental.
1
Este trabalho é resultado de pesquisas feitas para a elaboração do Mini-Curso que será
apresentado no XV ENGEO e IX ENGESOP, a ser realizado na UNIOESTE-Campus de Francisco
Beltrão-PR, de 27 a 29 de Maio de 2010.
2
Acadêmica do 3°ano do Curso de Licenciatura em Geografia, da UNIOESTE-Campus de
Francisco Beltrão-PR.
3
Acadêmica do 3°ano do Curso de Licenciatura em Geografia, da UNIOESTE-Campus de
Francisco Beltrão-PR.
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Por isto, neste artigo, estamos divulgando os procedimentos metodológicos
de sua construção.
MATERIAL E METODOLOGIA
São construídas cinco maquetes, uma de cada região do Brasil, conforme
material base de Simielli (1991) e a metodologia de montagem em Francischett
(2004, p.55). Constitui-se nos seguintes procedimentos: a) identificação das
cotas, colorindo-as primeiro e identificando a cota e passando no papel vegetal,
começando da maior altitude para a menor; b) selecionar a legenda das cores
necessárias para a hipsometria, verificar quantas cotas e cores respectivas; c)
passar com carbono do vegetal para o E.V.A e na sequência recortar; d) proceder
a colagem das cotas da menor altitude para a maior; e) realizar a identificação
dos picos; f) Construir a legenda com as informações básicas: título, fonte, escala,
definição das cores hipsométricas; g) discussão da temática e avaliação do
recurso didático entre os elaboradores.
Como materiais serão necessários: a) placas de E.V.A nas cores: Verde
claro, Verde escuro, Amarelo, Laranja, Vermelho e Marrom Escuro; (ou conforme
escolha) b) tesouras; c) papel vegetal e papel carbono, no tamanho A3; d)
canetas hidrocor (Uma cor para cada cota hipsométrica); e) base fotocopiada da
base da maquete;
Os cursantes serão divididos em cinco grupos, sendo que cada grupo
realizará a montagem da maquete hipsométrica de uma das regiões brasileiras.
Na sequência transcrevem-se as informações da base fotocopiada, para o papel
vegetal com as canetas hidrocor, recomenda-se, neste caso, que a cada curva de
nível seja atribuída uma cor para facilitar sua diferenciação pelos alunos, e
também das demais informações que estavam na base na mesma cota, tais
como: drenagem, compartimentos geomorfológicos, picos etc;
Seguiremos à noção de hipsometria onde utilizamos as cores mais claras
para os terrenos com menor altitude e as mais escuras para os terrenos com
maior altitude (sequência de cores: amarelo, laranja, vermelho e marrom).
Finalizado as delimitações das curvas de nível passa-se para a transposição das
curvas de nível para cada E.V.A, utilizando o papel carbono;
Após, recorta-se o E.V.A, atentando sempre as cotas cortadas em ordem
crescente formando camadas, ou seja, a colagem das placas adotando da menor
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para a maior altitude. Posteriormente, cola-se a maquete numa base de E.V.A de
cor branca ou bege, acrescentando um titulo que será elaborado pelos cursantes
e
também os elementos fundamentais como, a escala, legenda, fonte e
identificação dos elaboradores do material;
É importante salientar aqui que a maquete como representação
cartográfica tridimensional, procura nesse caso não apenas representar o espaço,
mas também produzir e transmitir informações constitui-se como importante
instrumento pedagógico, pois permite ao educando obter o domínio visual do
conjunto espacial que é sua temática e por ser um modelo tridimensional,
favorece a relação entre o que é observado no terreno e no mapa. Além de ser
um material alternativo, o que torna o processo de ensino-aprendizagem mais
criativo fugindo de aulas enfadonhas que muitas vezes acontece.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho buscamos demonstrar uma proposta metodológica de
construção de Maquetes Hipsométricas, pois este recurso didático quando bem
utilizado possibilita uma melhor compreensão do espaço e permite transportar
informações contidas no mapa bidimensional para as maquetes cartográficas
tridimensionais, potencializando a visualização das diversas formas de relevo,
através da altitude, sua característica mais importante.
Com isso, a maquete estará auxiliando na compreensão de diversos
conceitos geográficos, bem como também no desenvolvimento de habilidades
cognitivas de representação, indispensáveis na compreensão do espaço
Geográfico.
REFERÊNCIAS
FRANCISCHETT, Mafalda Nesi. A Cartografia no Ensino da Geografia: a
aprendizagem mediada, Cascavel: EDUNIOESTE, 2004.
SIMIELLI, Maria Elena, Do plano ao tridimensional: a maquete como recurso
didático. In: Boletim Paulista de Geografia, São Paulo: AGB, Nº. 70, 1991, p.0522.
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O ENSINO DA GEOGRAFIA E O ALUNO TRABALHADOR1
Janice Heming de Souza Monteiro2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
A realidade do Ensino de Geografia ainda é bastante complexa. Porém não
deixa de ser um desafio para quem pensa a formação do professor. Sendo este
professor um educador, ele tem diante de si muitos desafios e desigualdades
acentuadas para considerar. Ainda mais desafiador para o professor de Geografia
ao trabalhar no período noturno com alunos que trabalham o dia inteiro e a noite
enfrentam os bancos escolares
procurando
por formação e ascensão
profissional.
Considerando a responsabilidade do professor de Geografia, diante dessas
demandas, é preciso enfatizar que tanto as possibilidades tecnológicas mais
recentes na infra-estrutura escolar, quantas aquelas mais tradicionais, como o uso
do quadro de giz, do livro didático, dos cartazes, dos jornais e revistas, deve ser
cercadas de cuidados didáticos e pedagógicos para que alcancem resultados
mais significativos no ensino.
Para Carvalho (1989), a escola que oferece o ensino no período noturno,
estas questões aparecem com maior intensidade devido às tensões provocadas
pela coexistência pouco pacífica da educação convencional com as novas
tecnologias. A escola que oferece a modalidade de ensino noturno está voltada a
uma clientela com características e interesses específicos, estreitamente ligados
às transformações operadas pela revolução tecnológica em andamento, ao
retardar a incorporação dessas tecnologias, ela torna questionáveis os seus
próprios propósitos educativos.
O aluno do período noturno em sua maioria é trabalhador, precisa de
autoconfiança para liderar o processo educativo, isto é, precisa saber escolher,
num universo de informações em expansão, quais as informações que lhe
oportunize se tornar competente, onde buscar as melhores opções de acesso a
elas e, principalmente, como as ordenar logicamente. Para que isso ocorra, não
1
Este artigo é resultado do estágio supervisionado III realizado em um Colégio Estadual em
Francisco Beltrão, com alunos do terceiro ano do ensino médio no período noturno.
2
Formada em 2009, no Curso de Geografia/Licenciatura-UNIOESTE-Campus de Francisco
Beltrão-Pr.
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basta ordenar mecanismos e equipamentos sem compreender sua lógica ou
armazenar muitos dados sem saber integrá-los com as exigências do cotidiano,
tarefas programadas para as próprias máquinas executarem de forma cada vez
mais eficiente.
Contudo, constatamos, durante o estágio de licenciatura, que os alunos do
noturno se sentem vitimados pela situação e tentam de todas as formas fazer com
que os professores não realizem com verdade à questão da avaliação, pois não
aceitam as atividades extra classe e pressionam os professores para que lhes
atribuam notas suficientes para passarem de ano.
O que podemos fazer enquanto professores comprometidos com o ensino
de Geografia? Devemos ter a visão de que o ambiente de aula é um espaço
coletivo, não é a sala da casa do aluno. Portanto, as atitudes e comportamentos
devem estar condizentes com a construção de respeito e boa convivência. Criar
um clima de aprendizagem requer inovação, criatividade, envolvimento, coragem
e competência, pois antes de acusar os alunos de desinteresse pela aula, o
professor deveria colocar-se no lugar deles e avaliar se teria paciência de
aguentar a mesma quantidade de horas como ouvinte passivo.
Também ao aluno falta perceber que o compromisso com a formação é
dele também, talvez ele não consiga por vezes perceber a importância da
oportunidade de estar frequentando o ensino médio, não consegue avaliar a
importância do tempo presente para a construção de um futuro melhor. O
professor tem a missão de resgatar o prazer e a emoção do processo de ensino,
tornando-o uma experiência viva para o aluno. Pois, só envolvendo o aluno será
possível trazê-lo para o momento presente.
Também aprendemos que quanto mais tempo se permanece no presente,
mais atenção é dada ao que se está fazendo e mais se aprende. O desafio de
hoje nas salas de aula não é conquistar a presença físicas dos alunos, mas sim
sua presença de espírito e de participação, seja onde estiver a mente do aluno, se
não for ao assunto debatido em sala de aula, ele não estará aprendendo. Talvez
depois ele até leia a apostila ou livro e entenda o assunto suficiente para tirar uma
boa nota na prova, mas estará se enganando e não aprendendo de fato.
Tanto os professores quanto os alunos preferem se colocar no lugar de
vitimas do processo, criando diversos argumentos para justificar as falhas do
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ensino no período noturno em vez de criarem alternativas para mudar essa triste
realidade.
Dos professores ouve-se que “os alunos de hoje não querem saber de
nada”. Que na sua época as coisas não eram assim. Que os alunos chegam ao
ensino médio sem educação básica, sem saber escrever, sem noção de
convivência e respeito. Dos alunos ouve-se que alguns professores são muito
exigentes, outros sem interesse, chegam à sala de aula desanimados. Eles
pedem aos professores que tenham empatia (que se coloquem em seus lugares),
pois é difícil trabalhar e estudar, os alunos reclamam de tudo sem refletir sobre
suas próprias atitudes.
Por isso é fundamental para o Ensino de Geografia que o professor crie,
planeje situações nas quais o aluno trabalhador participe mais das aulas, e possa
conhecer
e
utilizar
os
procedimentos
de
ensino com compreensão.
Considerando a especificidade e a contextualização dos processos, questões,
fenômenos, fatos e conceitos geográficos tanto no ensino diurno como também
no ensino noturno.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Rosangela Doin de. A propósito da questão-metodológica sobre o
ensino de Geografia. Prática de ensino em Geografia. São Paulo: AGB/Marco
Zero, v.8, 1991.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 8.ed. São Paulo: Cortez/Autores
Associados, 1985.
CARVALHO, Célia Pezzolo de. Ensino noturno: realidade e ilusão. 6.ed. São
Paulo: Cortez/Autores Associados, 1989.
RESENDE, Márcia Spyer. Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola,
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SILVA, Rita E. Durso Pereira. O que falta nas aulas de Geografia? São Paulo:
Presença Pedagógica, jul./ago., 1998.
PONTUSCHKA, Nidia Nacib. A formação inicial do professor de Geografia,
São Paulo: Papirus, 1991.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
Raquel Biz Biral
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
João Henrique Biral
Professor Educação Básica-SEED-PR
[email protected]
O Brasil deu um enorme passo em relação à construção e ao
fortalecimento do conceito de Educação Ambiental como instrumento de
intervenção na crise ambiental, criando espaço para sua divulgação e aplicação
em todos os níveis de ensino formal e não formal do país, por meio da Lei nº.
9.795 de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui
uma Política Nacional específica para tanto. A Educação Ambiental é
contemplada na referida Lei como um processo que possibilita a todos – individual
e coletivamente – construir “valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes
e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.
Associa-se a esta conceituação a determinação de que a mesma se efetive como
“uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e
modalidades do ensino formal”, expressando, principalmente por parte do poder
legislativo, a compreensão de que a Educação Ambiental é de suma importância
para a melhoria da qualidade ambiental no país. Tal escopo só pode ser
alcançado mediante a um processo de formação constante e ininterrupto que
tenha origem e conseqüência nos princípios de cidadania, ética e senso de
responsabilidade para com as demais espécies. Ou seja, valores cada vez mais
escassos num contexto econômico e culturalmente globalizado, em que as
práticas individualistas e concorrenciais têm aportado domínio inquestionável.
O conceito de Educação Ambiental apresenta-se como uma das
alternativas mais viáveis de transformação de práticas sociais e econômicas
degradadoras do meio ambiente. Compreende-se que a seleção da aplicação da
Educação Ambiental no espaço formal das escolas de ensino Fundamental e
Médio, poderá compor relevante parâmetro para a análise sobre a efetividade do
cumprimento da baliza legal, na identificação dos principais elementos que
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dificultam a sua implementação, uma vez que, como principal mediadora desse
processo com toda a sociedade, está à escola. A abordagem que fundamenta a
compreensão de Educação Ambiental é a de um instrumental de dinamização da
educação, já que o adjetivo “ambiental” presta-se a evidenciar dimensões
anteriormente suprimidas pelo fazer educativo, sobretudo, no que diz respeito à
compreensão da relação Sociedade-Natureza.
Partindo da perspectiva, que ressalta o potencial estratégico da Educação
Ambiental para a construção de valores, e novas relações socioambientais, e, em
detrimento de inúmeros debates teóricos existentes sobre distintas correntes
filosóficas que fundamentam a Educação Ambiental na atualidade (tradicional,
emancipatória, crítica, popular, ecopedagógica, entre outras), é possível delimitar
a discussão teórica dos fatos primordiais para a compreensão do processo de
estruturação da Educação Ambiental. No caso brasileiro, a Educação Ambiental
organizou-se sob o signo da ditadura militar, com os movimentos sociais
esfacelados e a educação sob forte repressão, de modo a se evitar a politização
dos espaços educativos. A Educação Ambiental ganhou visibilidade como
instrumento de finalidade exclusivamente pragmática e como mecanismo de
adequação
comportamental
ao
que
genericamente
chamou-se
de
“ecologicamente correto” (LOUREIRO, 2005, p. 76).
A ampliação da discussão sobre Educação Ambiental no Brasil e no mundo
desenvolveu-se ao final da década de 80, pela Organização das Nações Unidas
para a Educação e Cultura (UNESCO) e Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA), promoveram a elaboração de estratégias internacionais
para culminando na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento Humano (CNUMADH – 92).
Então, cabe estabelecer o papel que a Educação Ambiental irá ocupar
inserida nessa sociedade por meio das ações das escolas, como agentes
mobilizador da sociedade. Sabemos que o processo de constituição da ciência foi
longo e penoso, e que muito foi obtido até o momento que vivemos, mas também
se torna assustador o que poderá acontecer se não forem estabelecidos padrões
de consumo e utilização da natureza. A forma como a sociedade se apropria da
natureza também é conseqüência dos avanços da ciência, que a partir da
revolução industrial se intensificaram ainda mais, no entanto, também sabemos
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que muitas são as contribuições que essa revolução trouxe a sociedade
capitalista que vivemos.
Leff (2001) defende ser necessária uma nova racionalidade ambiental na
busca pelo saber ambiental, o que significa que esse saber emerge como uma
reflexão sobre a construção social do mundo atual, onde hoje convergem e se
precipitam os tempos históricos, que já não é mais o tempo da evolução biológica
e da transcendência histórica. É a confluência de processos físicos, biológicos e
simbólicos reconduzidos pela intervenção do homem, da economia, da ciência e
da tecnologia para uma nova ordem geofísica, da vida e da cultura.
Para Leff (2001) o saber sobre um ambiente que não é a realidade visível da
poluição, mas sim um conceito da complexidade emergente onde se reencontram o
pensamento e o mundo, a sociedade e a natureza, a biologia e a tecnologia, a vida e a
linguagem. Um ponto de inflexão da história nos induz a uma reflexão sobre o mundo
atual, de onde emergem as luzes e sombras de um novo saber, atravessado por
estratégias de poder em torno de uma reapropriação da natureza que seja filosófica,
epistemológica, econômica, tecnológica e cultural. Assim, o ambiente é esse saber
que transborda sobre a transparência dos sinais do mercado globalizado e do
iluminismo do conhecimento científico e moderno, da eficácia da tecnologia e da
racionalidade instrumental, precipitando seus saberes subjugados. É o prisma que
recebe o raio concentrado de luz projetado por este mundo homogeneizado da ciência,
do progresso e da globalização, para refratar um feixe de luzes divergentes, de cores e
matizes diversos, onde se entrelaçam tempos ontológicos, tempos históricos, tempos do
pensamento e tempos subjetivos. (LEFF, 2001).
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999 - Política Nacional de Educação
Ambiental. Disponível em: <http//: mma.gov.br//>. Acesso em: 20. nov. 2008.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e prática. São Paulo: Gaia, 1994.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (dês) caminhos do meio ambiente. 13.
ed. São Paulo: Contexto, 2005.
LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade
e poder. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
LOUREIRO, Frederico B. et al. Educação ambiental: repensando o espaço da
cidadania. 3. ed., São Paulo: Cortez, 2005.
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MATERIAIS DIDÁTICOS NAS AULAS DE GEOGRAFIA
NO ENSINO MÉDIO
Franciele Moreira Grande1
UNIOESTE (Campus de Marechal Candido Rondon-PR)
[email protected]
Wellington Luiz Prezente2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
RESUMO
O predomínio do ensino de técnicas de resolução nas aulas de Geografia
ainda é uma estável em muitas instituições escolares. Porém, somente os
empregos de técnicas não conseguirão instrumentar o aluno para a compreensão
dos conceitos Geográficos e para a aplicação dos mesmos. Há necessidade do
educando construir o conhecimento através de atividades dinâmicas com
materiais didáticos em que é incentivado a pensar, analisar e fazer deduções,
pois a aquisição de um conceito ou o domínio de alguns significados de geografia
torna-se efetivo quando existe uma ação concreta do indivíduo sobre o objeto de
seu aprendizado.
Os programas de ensino voltados para a educação dos adolescentes e
jovens do ensino médio estão distantes de atingirem níveis satisfatórios de
rendimento escolar, pois estes são realizados sem considerar as características
do aluno do, seus interesses, condições de vida e de trabalho. Cabe aos
educadores o desafio de compreender a realidade do aluno, bem como, quais as
contribuições da Geografia na sua formação e quais atividades e materiais
didáticos podem contribuir para uma aprendizagem eficaz. Desta forma, os
professores de Geografia que não contemplam conteúdos que possibilitam
compreender o “espaço vivido” pelo aluno e auxiliar na tomada de decisões, tanto
profissional como pessoal, se tornam sem relevância, excessivamente teórico, e
de pouca contribuição para a vida do aluno (e da sociedade). Cabe ressaltar,
também, que são raros os materiais e livros didáticos e disponíveis nas escolas
que apóiam a prática pedagógica de educadores de adolescentes e jovens e que
1
2
Bacharel em Geografia e Acadêmica do segundo ano de Licenciatura em Geografia
Acadêmico do quarto ano de licenciatura em Geografia.
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auxiliam na organização de materiais voltados àqueles que se preparam para
enfrentar uma mudança de fase passando a pensar no mercado de trabalho. E
que, portanto necessitam de uma atenção especial, combinada a uma abordagem
menos teórica e abstrata. Essas são as razões para o uso de apoios didáticos.
Deve-se considerar que o aluno do ensino médio, conforme Vóvio (1999) é
portador de cultura e domina uma série de conhecimentos, habilidades,
procedimentos e representações sobre o mundo, que não devem ser
desprezados.
Há vários métodos de ministrar aulas que vão desde a mais Tradicional,
passando para a Humanista, Tecnicista; Interacionista, alguns desses métodos
dão certo em sala de aula, outros nem tanto dependendo da turma que esta a
disposição, pois no modo humanista deixamos de lado a idéia de professor
“mandão” e passamos a ser motivadores para que o aluno seja um sujeito ativo
na sala de aula.
Além desses métodos de ensino de Geografia centrados na ação do aluno,
a utilização de materiais didáticos (ou materiais manipuláveis, ou materiais
instrucionais) variados em sala de aula pode contribuir para a melhoria da
qualidade do ensino e para uma aprendizagem efetiva, auxiliando os alunos na
construção e compreensão dos conceitos geográficos.
Sabendo-se que, na sua maioria, os conteúdos curriculares não são
associados com o conhecimento prático dos alunos em geral, sendo assim este
trabalho pretende promover discussão sobre a utilização de materiais didáticos
nas aulas de Geografia no ensino médio e ainda, apresentar algumas sugestões
de como podem ser usados. Visando à construção do conhecimento em bases
concretas, através da visualização e manipulação do objeto de estudo ou modelo
correspondente, com o auxílio de materiais didáticos, o aproveitamento das aulas
de Geografia é superior ao das aulas convencionais (aulas expositivas) na medida
em que permitem ao professor suprir as dificuldades de abstração apresentados
pelos alunos e auxiliá-los na observação direta dos quadros naturais e humanos,
isto é, na visualização do objeto de estudo, daí a importância de seu uso na
disciplina de Geografia.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia (1998,
p. 34), “o estudo através da observação permite explicações sem necessidade de
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longos discursos. Além disso, estar diante do objeto de estudo possibilita maior
apreensão dos conteúdos teóricos”.
A partir disso, é importante que os profissionais da Geografia precisem
refletir mais sobre sua prática pedagógica para melhorar a qualidade do ensino e
torná-lo mais atrativo para o educando e, não deixar de lado os conhecimentos
que o aluno já possui a fora escola, pois estes que serão a base para o
planejamento das atividades a serem desenvolvidas com o aluno.
MATERIAIS DIDÁTICOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA
O uso de materiais didáticos nas aulas de geografia não é uma idéia
recente, pois alguns autores, já apontavam que o uso de diversos recursos nas
aulas auxiliaria a “desenvolver uma melhor e maior aprendizagem”.
A presença de materiais didáticos nas aulas de geografia vem sendo
incentivada e, atualmente, é impossível que se discuta o ensino desta ciência sem
citar esse recurso de ensino. Entretanto, não basta a utilização de materiais
didáticos se esses ficarem restritos apenas à manipulação dos alunos de forma
lúdica e sem função educativa. É necessário que seu uso esteja atrelado a
objetivos bem definidos quanto ao aspecto de promover a aprendizagem do
estudo da Terra, ou seja, a um cuidadoso planejamento da ação. Para alguns
autores o importante da ação é que ela seja reflexiva e que o aluno aprenda de
modo significativo, desenvolvendo atividades nas quais raciocine, compreenda,
elabore e reelabore seu conhecimento, sendo que o uso de materiais pode trazer
uma grande contribuição nesse sentido. Afinal, o aluno é um sujeito ativo na
construção do seu conhecimento; ele aprende a partir de suas experiências e
ações, sejam elas individuais ou compartilhadas com os outros.
É sabido que nas três séries de escolaridade, os alunos já dominam
conceitos elementares da geografia e que tiveram experiências de (re) construção
destes conceitos, a partir de materiais concretos até atingir a abstração.
Entretanto, apesar de ter capacidade de abstrair, de operar adequadamente com
a linguagem geográfica, há determinados conceitos que seriam mais rapidamente
compreendidos, abstraídos e fixados se fossem explorados com o auxílio de
materiais didáticos concretos.
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, M. C de. Caminhos e Descaminhos da Geografia. 3. ed. CampinasSP: Papirus, 1989.
ANASTESIOU, Léa das Graças Camargo, ALVES, Leonir Pessate. Estratégias
de ensinagem. 4. ed. Univille, 2004.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS:
Educação Fundamental. Brasília, 1998.
Geografia.
Secretaria
da
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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
André Marmentini
UNIOESTE (Campus Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Rosilaine Zanardi
UNIOESTE (Campus Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Devido ao acelerado crescimento industrial e ao crescimento populacional
desordenado nas últimas décadas, a crise ambiental tomou proporções adversas.
O meio ambiente começou a ser observado com mais cautela na década de 70,
onde surgiu a educação ambiental como uma forma de conscientização para a
população mundial. Hoje com o agravamento da crise ambiental muitas medidas
estão sendo tomadas como forma de conscientização para a preservação do
meio ambiente. Uma delas é a educação ambiental na escola, onde visa fazer
com que as crianças cresçam com uma maior responsabilidade, aprendendo o
valor da preservação desde a escola, assim mostrando e tentando conscientizar
seus pais, amigos, familiares. No Brasil, ainda é necessário que haja uma
qualificação profissional para essa área da educação/ensino (ambiental), onde as
aulas serão de maior qualidade e retorno tanto para os alunos como para a
sociedade.
A questão Ambiental revela-se como grande preocupação de diferentes
instituições, é um dos problemas urgentes a serem resolvidos já que coloca em
risco a sobrevivência do homem na Terra. É preciso chamar atenção para as
ações muitas vezes impensadas, desordenadas e inconsequentes as quais
degradam cada vez mais o planeta.
A contaminação dos recursos hídricos, a poluição do ar e dos solos, o
consumo desenfreado dos recursos naturais, o aumento da produção
dos resíduos sólidos, entre outros agravantes, têm contribuído e muito
para a redução da qualidade de vida da comunidade. (PENTEADO, 2001
apud LIMA RIBEIRO; PROFETA, 2004).
A Educação Ambiental pressupõe reformular a base dos participantes
envolvidos no processo educacional, apresentando uma nova visão e construindo
novos conhecimentos, principalmente das crianças, que necessitam crescer com
um pensamento mais amplo e um maior interesse uma maior preocupação e um
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senso de responsabilidades no que diz respeito à preservação dos recursos
naturais, e sua utilização no dia-a-dia como matéria prima e também a sua forma
de utilização manejada.
Discussões acerca da Educação Ambiental vêm ganhando espaço com o
passar dos anos e como não poderia deixar de ser, um desses espaços é a
escola. Dessa maneira, surge uma reformulação no sistema educativo, a partir de
novas práticas pedagógicas que sejam promotoras de sujeitos de ação e não de
adaptação, de cidadãos responsáveis e conscientes de seu papel no mundo. A
incorporação do Meio Ambiente à Educação formal possibilita o contato direto dos
educadores e educandos com a realidade complexa de processos de
conservação da natureza, social e ecológica, trazendo uma compreensão do
mundo através de diferentes processos desde a formação nível básico até a
formação do superior e assim formar um cidadão consciente de suas
responsabilidades perante a natureza.
Dessa forma, criou-se, no mundo inteiro, um consenso mundial de que o
futuro, dos humanos organizados em sociedade depende das relações
estabelecidas entre os homens e a natureza. Inicialmente, a Educação Ambiental
apresentava um caráter preservacionista, com ações voltadas apenas para o
cuidado com a natureza, mas hoje sabemos que esse limite está avançado, ela
possui um caráter social e político. Nesse processo, a Educação Ambiental vem
adquirindo uma grande importância no mundo, sendo então pertinente que os
currículos
escolares
busquem
hoje
desenvolver
práticas
pedagógicas
ambientalizadas. A Educação Ambiental deve estar presente no currículo de
todas as disciplinas como perspectiva educativa, já que permite a análise de
temas que enfocam as relações entre seres humanos, o meio natural e as
relações sociais, sem deixar de lado suas especificidades.
Não é necessário que a Educação Ambiental esteja presente no currículo
escolar como uma disciplina, mas sim como um tema envolto a todas as relações
e atividades escolares, buscando desenvolver-se de maneira interdisciplinar.
Outro fator determinante na inserção da Educação Ambiental na escola de
maneira interdisciplinar e efetiva é, sem dúvida, a formação adequada e o
aperfeiçoamento do profissional docente, sobretudo, a esse respeito, os
Parâmetros Curriculares Nacionais (2000, p.30) ressaltam que:
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Além de uma formação inicial consistente, é preciso considerar um
investimento educativo contínuo e sistemático para que o professor se
desenvolva como profissional de educação. O conteúdo e a metodologia
para essa formação precisam ser revistos para que haja possibilidade de
melhoria do ensino. A formação não pode ser tratada como um acúmulo
de cursos e técnicas, mas sim como um processo reflexivo e crítico
sobre a prática educativa. Investir no desenvolvimento profissional dos
professores é também intervir em suas reais condições de trabalho.
É importante ressaltar que nas escolas não se deve aprender apenas
conteúdos sobre o mundo natural e social e sim adquirir também consciência,
disposições e sensibilidades que irá comandar as relações e comportamentos
sociais do sujeito e estruturar sua personalidade. Assim, a interdisciplinaridade
envolve muito mais do que integração entre as disciplinas, ela precisa envolver
conhecimentos do dia-a-dia dos alunos e que traga a eles algum significado. Por
isso, a Educação Ambiental precisa fazer parte do cotidiano escolar, para tratar
sobre questões atuais que aluno vive e pensar em que mundo se deseja viver, e,
então, pôr em prática o pensamento ecológico e de poder agir na realidade vivida
e pensar globalmente.
REFERÊNCIAS
ADOLFO, Rafael; ALBINO Ângela Aparecida; PIRES, Marta Siviero; SANTOS,
Carmenlucia. Inclusão de atividades de Educação Ambiental em escola
infantil através da reciclagem e compostagem de lixo. Disponível em:
<http://www.institutoventuri.com.br/t001.pdf>. Acesso em: 05 out. 2009.
ALBERTO, Paula Gadioli; SANTANA, Luiz Carlos. Educação Ambiental na
educação
infantil:
armadilha
ou
slução?.
Disponível
em:
<http://www.alb.com.br/anais16/sem13pdf/sm13ss16_03.pdf>. Acesso em: 03 out.
2009.
AQUINO, Maria Sacramento. A gestão do conhecimento na educação básica
com
foco
nas
questões
ambientais.
Disponível
em:
<http://www.anped.org.br/reuniões/31ra/2poster/GT22-4313—Int.pdf>.
Acesso
em: 03 out. 2009.
FUNK, Suzana e SANTOS, Ana Paula dos. A educação ambiental infantil
apoiada pelo design gráfico através das histórias em quadrinhos. Disponível
em:
<http://fido.palermo.edu/servicios_dyc/encuentro2007/02_auspicios_publicaciones
/actas_diseno/articulos_pdf/A4112.pdf>. Acesso em: 03 out. 2009.
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A CONCEPÇÃO ROMÂNTICA DE NATUREZA
E SEUS DESDOBRAMENTOS PARA A GEOGRAFIA
Everton Luiz Lovera1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
A forma com que o sujeito encara a Natureza tem ganhando relativo
espaço nas pesquisas geográficas pós-modernas. Cada vez mais estudiosos tem
debruçado-se nos estudos a fim de entender a relação entre homem e meio a
partir voltando seu olhar para o sujeito.
Porém, é necessário que se busque ir além apenas do conhecimento pós
modernista em relação a este tipo de estudo, uma vez que personagens como
Goethe, Schelling, foram grandes entusiastas dentro desta perspectiva.
Assim, neste estudo, dá-se relativa importância ao período vivido por estes
pensadores, o Romantismo Alemão.
O movimento romântico alemão, que aqui tentamos elucidar alguns traços,
ganha destaque dentro dos estudos dos diversos movimentos e manifestações
românticas devido a ser “o único que se estrutura como movimento,
conscientemente, a partir de uma posição filosófica”. (BORNHEIN, 2002, p.77).
Faz-se necessário dizer que:
O romantismo não foi apenas um fenômeno relativo à esfera da
literatura, das artes, do gosto e da estética, afinal, mas uma tendência
que abrangeu e modificou radicalmente toda a cultura européia. Religião,
política, ciência foram igualmente influenciadas pela revolução
romântica.no campo filosófico não houve apenas uma estética
romântica, mas também uma filosofia da historia, uma filosofia da
natureza, uma ética e uma filosofia da religião orientadas pelo
romantismo, que penetrou profundamente nas disciplinas históricas
nascentes, acompanhando e condicionando radicalmente o estudo
histórico da linguagem, do direito, das religiões e das mitologias. (
D’ANGELO, p13,1998).
Enquanto para o pensamento Iluminista a ciência tinha que ser objetiva e
descrever racionalmente o fenômeno estudado, a visão romântica encarava o
sujeito como o centro para se apreender a realidade que o cercava. Aqui já se
têm a diferença fundamental entre as duas correntes, uma objetiva e outra
subjetiva.
1
Bacharel em Geografia, e membro do Grupo de estudos em História e Epistemologia da
Geografia da UNIOESTE/Francisco Beltrão-PR.
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Essa visão contrária à concepção mecanicista de Natureza já é fruto dos
primeiros esboços românticos do Sturm und Drang, e à medida que o movimento
romântico vai se constituindo enquanto corrente filosófica mais forte e severa
torna-se essa critica ao pensamento racionalista.
A visão Iluminista quando voltada à natureza baseava-se na premissa de
que a mesma deveria ser vista como algo passivo à experimentação e à
matematização. Com o aprofundamento dessa visão e a conseqüente
modificação nos costumes, perder-se-ia algumas qualidades referentes à
sensibilidade e à forma de encarar a vida à que as pessoas estavam
acostumadas. Desta forma o pensamento Romântico buscou resgatar
alguns valores do período medievo trazendo-os novamente à tona.
Dentre os ideais perseguidos pelos românticos ganha destaque a idéia
de uma vida em comunhão com a natureza. (LOVERA, 2009, p.25).
O pensamento romântico se apoiava na valorização do sentimento
enquanto forma de se apreender o mundo exterior. Sendo assim, o mundo
sentido pelo sujeito seria de fato o mundo real. De tal forma, a visão romântica de
Natureza resgatava vários pontos característicos do período medievo, onde
Homem e Natureza deveriam encontrar-se em comunhão.
Os românticos encaram a ciência “Newtoniana”, como uma ciência muito
fria em relação às possibilidades apresentadas para se entender a Natureza, não
podendo ser a Natureza reduzida a formulações puramente matemáticas.
Há uma preocupação com a estética, com a forma do objeto observado e o
que essa impressão causaria no observador. Importante seria entender as
relações entre o objeto e o observador para se desvendar ao máximo a razão.
Da necessidade de se pensar a Natureza a partir de outra ótica, que a
princípio contraria a ciência moderna, nasce a ciência romântica, que terá como
principais expoente Goethe, Schelling.
Goethe nos traz a idéia de empobrecida a ciência que não conseguiria ver
nos objetos nada além da linguagem matemática, pregando que a ciência deveria
pensar nas qualidades do objeto e sua influência no observador. Schelling
reformulou e ampliou teorias de pensadores anteriores a ele, tal como a de Fichte,
construindo assim a Teoria da Natureza. desta forma, suas obras, passaram “a
expressar toda a problemática do Romantismo; todos os problemas filosóficos da
escola foram por ele ventilados”. (BORNHEIN, 2002).
Também há no pensamento romântico a preocupação em unir Natureza e
história, a fim de resgatar e entender através dessa relação as peculiaridades de
cada cultura, enaltecendo-as.
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Dentro do pensamento romântico o homem encontra-se íntimamente ligado
a Natureza, em uma relação mútua de troca. O homem por ser Natureza
conseguiria entender o mundo de forma sensível, através da simples observação
da Natureza e assim construir uma ciência subjetiva.
Os românticos, além de encarar a ciência dos séculos XVII e XVIII como
muito fria e com poucas possibilidades de representar toda a essência da
Natureza, viam também, como forma falha, deixar essa explicação apenas para a
filosofia, acreditando que:
[...] a filosofia permanece condenada ao abstrato, limitada à perspectiva
teórica e, consequentemente, infrutífera, pois só se compreensível
também em um plano concreto pode a filosofia ser justificada [...].
(BORNHEIM,2002,p.102).
Dada estas afirmativas, os românticos pregavam que apenas através de
uma obra artística se conseguiria representar de fato a Natureza em sua essência
máxima, pois o artista sente o mundo e torna-se capaz de representá-lo enquanto
materialidade.
É evidente que, se se julgarem as pretensões da ciência romântica a
partir da física “oficial” instaurada por Newton, tudo isso pode parecer um
tanto ridículo, a ponto de nem se dever usar a palavra ciência. Mas o
inconformismo com uma aproximação fria, matemática, da natureza era
uma idéia extremamente freqüente na época e que, sem dúvida, exerceu
uma influência positiva inclusive no progresso da ciência. (BORNHEIM,
2002, p.97).
Assim, o romantismo possuía a sua própria maneira de entender e
representar a Natureza, dando a ela mais significado do que as expressões e
fórmulas matemáticas conseguiam transmitir, deixando o com que o sujeito
pudesse entender a Natureza a partir de sua interioridade.
REFERÊNCIAS
BORNHEIM, G. A filosofia do Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 2002.
D’ANGELO, P. A estética do Romantismo. Trad. Isabel Teresa dos Santos. Ed.
Estampa, 1998.
LOVERA, E. L. A natureza na obra Werther: traços da influência romântica no
pensamento geográfico, 2009. 48f. Monografia (Geografia) – Universidade
Estadual do Oeste do Paraná – Campus de Francisco Beltrão.
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INOVAÇÃO NO SETOR DE PRODUTOS LÁCTEOS:
A IMPORTÂNCIA DAS EMBALAGENS LONGA VIDA
NA EXPANSÂO DO SETOR NO SUDOESTE PARANÁENSE1
Marcelo Buttner2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
O Sudoeste Paranaense é uma região de ocupação recente que
tardiamente foi se consolidando enquanto importante bacia leiteira. Possui uma
colonização baseada na pequena propriedade com produção diversificada, mas
com o passar dos anos tem passado por um processo de especialização.A
produção de leite tem se apresentado como uma importante atividade para os
pequenos produtores da região.
A região vem ganhando destaque na produção nacional de leite tanto que,
em 2007 já era a sexta maior produtora de leite do Brasil. Esse salto de produção
faz parte de um processo mais geral do qual o mercado nacional vem passando
desde o fim do tabelamento do preço do leite no final dos anos 90, o que
possibilitou uma maior expansão do setor, para regiões mais distantes dos
grandes centros consumidores, mas isso só foi possível devido à inserção de
novas tecnologias, dentre as quais podemos destacar a implementação das
embalagens cartonadas. Que representam uma importante inovação no setor.
Segundo Freeman (1984), nem sempre a inovação ao ser criada será de
forma imediata implementada, pode-se passar décadas até que
a sua
rentabilidade esteja claramente visível, e os imitadores comecem a se dar conta
do potencial lucrativo que esse novo produto possui, e passem a investir de forma
pesada no mesmo. Dessa forma durante a fase ascendente de uma onda longa,
ocorre a ocorrência simultânea de uma explosiva fase de crescimento em novas e
importantes industrias e tecnologias (FREEMAN,1984, p. 12).
Dessa forma no setor lácteo a grande inovação encontrada é a embalagem
longa vida (conhecida popularmente como Tetra Pak, que na realidade é o nome
empresa produtora das mesmas), produzida pela tetra pak , ela vem mudar as
estratégias desenvolvidas pelas empresas, e as suas áreas de atuação.
1
Pesquisa de Iniciação Cientifica sob orientação do Professor Dr. Fernando dos Santos Sampaio.
Acadêmico do Curso de Graduação em Geografia UNIOESTE- Campus de Francisco BeltrãoPR, bolsista da Fundação Araucária.
2
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Durante a abertura econômica da década de 90, com o fim do tabelamento
do preço do leite, e a grande invasão das multinacionais no mercado nacional de
produtos lacteos, fez dessa década a década de grandes mudanças, e a principal
mudança, segundo Souza (2009), foi a introdução da embalagem longa vida, cuja
embalagem aumenta o tempo de validade do produto de 5 á 7 dias do saquinho
plástico, para cerca de 140 dias com a embalagem tetra pak. Dessa forma se
torna possível que as empresas de laticínios atuem em mercados nacionais e até
mesmo internacionais, deixando de serem limitadas aos seus mercados regionais.
Dessa forma se tem um maior dinamismo espacial na comercialização do
principal produto comercializado – o leite fluido (SOUZA,2009, p. 78). Mas a
introdução da embalagem longa vida teve uma grande desvantagem que foi o
monopólio do mercado pela empresa tetra pak.
Segundo Santos (2000) A empresa tetra pak foi criada em 1951, por Ruben
Rausing, na Suécia para a produção de embalagens cartonadas. No Brasil a
empresa chegou em 1957 através da representação comercial, com a construção
da fabrica de embalagens em 1978, em Monte Mor em São Paulo se iniciou a
produção no pais. A embalagem longa vida foi desenvolvida pelo grupo em 1961,
ela é composta por varias camadas de materiais diversos como papel, polietileno
e alumínio, essas camadas tendem a evitar a entrada de luz, água, ar e
microorganismos que poderiam vir a estragar o produto.
Souza (2009), afirma que outra inovação da década de 90 foi a
diversificação nos mix de produtos, e na especialização das empresas. A
diversificação passa a mediante investimentos em inovações no segmento de
iogurtes, bebidas lácteas, doces de leite queijos, essa diversificação se realiza
numa tentativa de se substituir o mercado perdido do leite barriga mole.
A embalagem longa vida tem um auto custo para as empresas, o que
acaba tornando necessária a inserção de novas tecnologias, e em vista disso a
empresa gaúcha Plastela, entra no mercado com a embalagem Duraflex, um
sache em plástico resistente, capas de dar ao leite um praso de validade de até
120 dias sem refrigeração. E segundo Souza (2009), tem um custo em média de
30% á 50%, a menos que os produtos presentes no mercado.
Devido ao elevado período de tempo que a embalagem longa vida tende a
conservar o leite. Torna possível que as empresas que atuavam de forma limitada
produzindo, leite em embalagens plásticas e que não passavam de mercados
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regionais, atuem em mercados mais distantes e antes inimagináveis. Dessa
forma, permitiu que regiões antes isoladas mas com grande capacidade de
produção leiteira, ganhassem destaque no mercado nacional, como é o caso do
sudoeste paranaense.
REFERÊNCIAS
FREEMAN,Christopher. Inovação e ciclos longos de desenvolvimento
econômico. Porto Alegre: Ensaios FEE, 1984. p. 5-20.
SANTOS, Claudia Fátima Moraes. Gestão ambiental nas empresas: o caso da
industria
de
embalagens
Tetra
pak.
Disponível
em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1999_a0067.pdf>. Acesso em: 29
nov. 2008.
SOUZA, Joel José de. Gênese e desenvolvimento da industria de laticínios na
Região Oeste Catarinense. 2009. Dissertação (Mestrado em Geografia).
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis- SC.
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ASSOCIAÇÃO DO CENTRO DE EDUCAÇÃO SINDICAL – ACESI
Edinéia Brunhera Gularte1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Roseli Alves dos Santos2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
O texto se constitui a partir do projeto de iniciação cientifica que objetiva
compreender a participação política de algumas entidades da agricultura familiar
no sudoeste do Paraná. Neste apresentamos a ASSOCIAÇÃO DO CENTRO DE
EDUCAÇÃO SINDICAL (ACESI) – cuja organização tem apresentado importânte
relevância na constituição de uma rede política para organização dos sindicatos
de trabalhadores rurais no sudoeste do Paraná.
Historicamente, no sudoeste do Paraná desde a década de 1980 se institui
um sindicalismo combativo agregando os sindicatos de trabalhadores rurais e da
agricultura familiar. Esta forma de organização se contrapôs assistencialista e que
não tinha na luta de classes o seu foco de resistência. A ACESI surgiu a partir da
necessidade dos sindicatos de terem uma estância, a qual como pessoa jurídica,
poderia buscar recursos junto a órgão públicos e outras instituições no sentido de
sustentação da proposta de Educação Sindical.
A Ata de fundação da ACESI é do dia 09 do mês de junho de 1996,
reuniram-se nessa data em Francisco Beltrão, os representantes dos sindicatos
de Trabalhadores Rurais da Região Sudoeste do Paraná, juntamente com uma
comissão provisória que organizou a reunião. A ordem do dia era a votação da
primeira diretoria e do estatuto da instituição. Assim foi eleita a primeira diretoria
de ACESI, tendo uma mulher na sua presidência.
Ficou definido já em sua ata de fundação que as primeiras atividades que a
ACESI desenvolveria, seria uma extensa programação de cursos de educação
sindical, que deveria estar organizada em seis turmas de vinte participantes cada,
1
Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/UNIOESTE, Acadêmica do Curso de Geografia da
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR).
2
Professora Drª. do Curso de Geografia UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR).
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uma em cada sub região de sindicatos com a participação de dirigentes e
lideranças sindicais.
A ACESI é composta em seu quadro de associados, pelos Sindicatos de
Trabalhadores Rurais, Sindicatos da Agricultura Familiar, Associações de
Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região sudoeste do Paraná, filiados a
Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar- FETRAF-SUL/CUT.
Os principais objetivos dessa entidade são: organizar os Sindicatos e
Associações em eventos de Formação, abrangendo todas as áreas de estudos
relacionadas com as atividades da categoria, tais como elaboração de projetos,
pauta de reivindicações, eleições sindicais, informações sobre leis, resoluções,
portarias e decretos, bem como desenvolver ações de formação que possibilitem
a participação das mulheres e jovens nos movimentos sindicais, manter
atualizados os dados da realidade socioeconômica da região, manter cadastro
organizado dos filiados e convênios com órgãos públicos, instituições,
Universidades, organizações internacionais e Movimentos Populares.
A Associação não tem fins econômicos, sendo mantida pelas mensalidades
dos associados, convênios com órgãos públicos nacionais e internacionais,
doações de órgãos públicos, pessoas físicas e jurídicas, promoções financeiras e
subvenções.
As Atividades desenvolvidas são realizadas, através de convênios, projetos
e acessórias, a ACESI possui parceria com varias entidades que atuam no
sudoeste do Paraná, tais como, ASSESOAR, CAPA, AMSOP, CRESOL,
EMATER, COOPAFI, UTFPR, COOPERHAF, ARCAFAR-SUL, DIOCESE DE
PALMA DE FRANCISCO BELTRÃO, COOPERIGUAÇU, PETROBRAS, MDA.
Os últimos projetos desenvolvidos pela instituição juntamente com as
acima citadas foram; Projeto Água e qualidade de Vida, Gênero, Território do
Sudoeste, UFFS, Fórum das Entidades da Agricultura Familiar, Semana da Água.
Como escola de educação sindical a ACESI vem dando suporte para os
sindicatos e instituições relacionadas à agricultura familiar, através de cursos
formativos e informativos e também participando efetivamente das atividades
desenvolvidas assim como participando da coordenação destas instituições.
Dentre os projetos realizados podemos destacar o projeto Água e
qualidade de Vida, que a ACESI no ano de 2004 conseguiu aprovar como apoio
financeiro da Petrobras para a realização, o projeto teve seu inicio efetivo em
69
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2005 e sua primeira etapa teve duração de dois anos terminando em 2007, com
meta de proteger 700 minas de água, e conscientizar os agricultores da
importância da preservação da água assim como da implantação da mata ciliar,
para isso ouve a capacitação de agentes que estiveram em 24 municípios da
região sudoeste do Paraná, foi realizado também, o Simpósio Regional da Água,
além de ações educativas em escolas e informações aos agricultores. Devido ao
comprimento das metas estabelecidas a associação conseguiu em 2008 estender
este projeto para mais dois anos junto a Petrobras.
A Diretoria da Associação é eleita em Assembléia Geral Ordinária num
período de três em três anos, podendo ser eleitos Diretores e Diretoras, todos/as
os/as delegados e delegadas da Assembléia, cujo Sindicato ou Associação esteja
em dia com suas obrigações junto à ACESI.
As atividades desempenhadas pela ACESI nos últimos anos demonstram
seu poder de articulação entre os sindicatos e a FETRAF, sendo que a principal
referência que se destaca nos últimos anos é o trabalho a partir do projeto “Água
e qualidade de vida” que deu visibilidade a entidade no sudoeste do Paraná e
cujas ações beneficiaram muitos agricultores. Assim a ACESI juntamente com
outras entidades representativas da agricultura familiar constituem redes de poder
na organização territorial da agricultura familiar no sudoeste do Paraná.
REFERÊNCIAS
ACESI. Jornal informativo.
WERLE, Inácio José. Entrevistas cedidas. 7/04/2010.
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COLOMBO E O “NOVO MUNDO”
Rodrigo Ferreira Lima
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Fabrício Pedroso Bauab
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Diversos foram os que rumaram ao desconhecido na busca de riquezas e
prestígio. Colombo foi um deles. O que não se esperava era que em uma dessas
viagens surgisse, por acaso, um continente ainda não relatado por autoridades
como Ptolomeu, Estrabão, Isidoro de Sevilha, Cosmas Indicopleustes, etc.
Foi na cidade de Gênova - lugar de nascimento e viveiro de exploradores
marítimos - que Colombo viveu até os 22 anos. Por acaso conheceu D. Henrique,
o navegador, em uma de suas viagens pelos mares. Em 1484, como Boorstin
(1989) salienta, vendo a precariedade das expedições portuguesas em terras
africanas, ofereceu ao Rei D. João II uma passagem marítima à Ocidente como
outra forma de se chegar às Índias. Essa conclusão foi baseada em Paolo Dal
Pozzo Toscanelli (1397-1482), como menciona Giucci (1992), fazendo referências
a Marco Pólo e suas narrativas da Ásia. Assim, pediu ajuda a Toscanelli no
empreendimento, recebendo de presente uma carta e um mapa.
Para tal viagem, Boorstin (1989) enfatiza que foi necessária uma
preparação que ia desde a aprendizagem do latim a se familiarizar com escritos
de viajantes, cosmógrafos, teólogos etc. Em 1484, apresentou sua proposta ao rei
português, que logo foi recusada. Assim, foi à Espanha procurando apoio, onde
esperou por anos até a rainha Izabel ouvi-lo. Mesmo assim, manteve contato com
a coroa portuguesa, quando foi novamente chamado para negociar. Mas ao
chegar a Portugal se deparou com Bartolomeu Diaz retornando da África após ter
sucesso ao dobrar o cabo de Boa Esperança e chegar as Índias, o que frustrou
seus planos.
Colombo voltou à Espanha, conseguindo apoio da rainha Isabel em 1492.
Sua viagem teve discurso cristão, com uma missão evangelizadora que deveria
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ligar os reis católicos ao Grande Khan1 e a cristandade ao reino prodigioso dos
infiéis. Mas existiu uma dualidade nos objetivos e o discurso econômico vigorou
sempre entre as conversas. Após tudo preparado para a viagem, a questão agora
se figurava em um impasse conceitual, quanto à proporção de água e terra na
superfície terrestre e a real distância existente entre a Europa e a China. Para
chegar a algumas conclusões a esse respeito, usou obras como Imago Mundi de
Pierre d’Ally e a Geografia de Ptolomeu (BOORSTIN, 1989).
A próxima etapa, assim, seria seguir em frente. Para tanto, era preciso
conhecer os ventos e correntes marítimas, o que o almirante bem sabia. Assim,
Colombo partiu de Cádiz no dia 3 de agosto de 1492 em direção a Cipango
(Japão). Tudo era motivo de preocupação, desde a direção dos ventos até a falta
de provisões para a viagem (COLOMBO, 1991). Durante a viagem, omitiu
informações sobre a verdadeira distância percorrida. Após 33 dias de sua partida,
no dia 11 de outubro de 1492, Rodrigo de Triana avistou terra. Navegaram grande
parte das costas americanas acreditando ter encontrado terras asiáticas.
De
acordo com Giucci (1991), seria preciso o uso da palavra dita para que a empresa
das Índias prosperasse, visto que o discurso de evangelizar os índios era
coexistente a vontade de descobrir grandes riquezas.
Na viagem de retorno à Espanha, mostrou saber controlar a tripulação,
evitando qualquer tipo de amotinagem. Sua grande virtude era relativa aos
cálculos de viagem serem feitos com a ajuda de uma bússola e a olho, sem o uso
de instrumentos de navegação.
Em uma carta enviada a Santángel em fevereiro de 1493, Giucci (1992)
ressalta que Colombo expressou a vontade de povoar o lugar. Seu objetivo,
nesse momento, era de conseguir outra viagem para obter contato com o Grande
Khan e cidade de Cipango. As confusões feitas por Colombo eram desde a
semelhança da selva cubana com a asiática até a comunicação precária os índios,
acreditando, assim, estar em território oriental. Tamanha admiração, segundo
Boorstin (1989), foi um incentivo para que seis meses depois rumasse novamente
sentido ao Ocidente.
1
Conquistador do império Mongol e responsável pela conquista total da China e responsável por
sua reunificação.
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Colombo partira na segunda viagem com a missão de conseguir dividendos
para a coroa espanhola. Seu novo plano idealizava um modelo onde atividades
agropecuárias serviriam de apoio à exploração de metais preciosos, visto que o
trabalho indígena e mineradouro seria a principal da atividade. Para isto, era
necessária uma redução no numero dos nativos. O discurso do colonizador
humanizador mudou de acordo com os interesses imperiais, onde o índio se
tornara escravo e servo da coroa. Em algum tempo, vendo o desgaste das
embarcações, resolveu voltar para a Espanha.
Na terceira viagem, Giucci (1992) relata que o almirante se deparou com
um impasse conceitual entre teoria e prática. Como pudera existir uma imensa
massa de terra e como uma grande quantidade de água desembocar nele? A
princípio, se imaginou que se tratava de outro continente. Mas o Almirante não
estava desprevenido para tal revelação, argumentando não conhecer pela falta de
relatos anteriores. Contudo, tal revelação fez Colombo acreditar que se deparara
com o paraíso. Para tal conciliação, era preciso explicação racional. Colombo a
encontrou dizendo que existiria uma parcela de terra habitada concentrada em
uma grande massa de terra e outra que não se ajustaria na imagem, o que
impossibilitaria as pretensões de se alcançar às índias pelo bloqueio da
passagem (COLOMBO, 1991). Outra objeção à existência de outros continentes
seria a possível existência de povos antípodas viventes. Daí encaixar esse
achado a um paraíso terrestre localizado no extremo Oriente.
Colombo iniciou, em 1502, sua última viagem, onde acabou concluindo que
não existia passagem alguma para o Oriente. Segundo consta, chegou a
conclusão de que existiriam duas penínsulas asiáticas. Colombo morreu em 1507
convencido que tivera percorrido a costa oriental asiática.
REFERÊNCIAS
BOORSTIN, D. J. Os descobridores. Trad. Fernanda Pinto Rodrigues. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1989, p. 103-116.
COLOMBO, Cristóvão. Diários da descoberta da América: as quatro viagens e
o testamento. Trad. Milton Person. Porto Alegre: L&PM, 1991. (Col. A visão do
Paraíso)
GIUCCI, Guillermo. Viajantes do maravilhoso: o Novo Mundo. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992, p. 100-49.
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O CLIMA E O HOMEM1
Roberto Bottega2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Tiago Samuel Bülau3
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
INTRODUÇÃO
Sabemos hoje que o homem influência no clima. Os meios que enfatizam o
aquecimento global, o efeito estufa, são de responsabilidade do homem. Estudos
comprovam que o homem influência no clima local através de suas degradações
locais, com as queimadas, desmatamentos, poluição das águas e do ar, aonde
aos poucos vai influenciando na quantidade de chuva, no calor, no frio.
Em tempos passados a ação do clima sobre o homem era muito mais
constante, sendo que primeiramente homem se abrigava em cavernas para se
proteger do tempo e dos animais selvagens, mas atualmente com a construção
de casas adequadas, as roupas que usa isto explica que o homem não é tão
vulnerável ao clima.
Então, há uma maior harmonia entre o clima e o homem, sabendo então
que tanto o homem como o clima um influência no outro.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é mostrar a relação que acontece entre o homem
e clima.
DESENVOLVIMENTO
O clima compreende um padrão de diversos elementos atmosféricos que
ocorrem na Terra, como as frentes frias, tempestades, e furacões. Todos estes
elementos estão associados as variações meteorológicas, temperatura, vento,
umidade e pressão do ar.
1
2
3
Trabalho apresentado no curso de Geografia, na disciplina de Climatologia.
Acadêmico do 3º ano de Geografia Licenciatura, UNIOESTE,Campus de Francisco Beltrão-PR.
Acadêmico do 4º ano de Geografia Bacharelado, UNIOESTE, Campus de Francisco Beltrão-PR.
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O clima talvez seja o componente mais importante do ambiente natural,
sejam eles, geomorfológicos, formação do solo, crescimento e desenvolvimento
das plantas, etc. Estes são influenciados pelo clima como principais bases para a
vida obtida na atmosfera.
Todas as atividades do homem são influenciadas pelo clima, seja
agricultura, comércio, indústrias, podendo o clima ter influências benéficas, tem
como efeito as chuvas, luminosidade, nebulosidade e ventos nas proporções ou
quantidades que sejam bem utilizados serão como bens gratuitos, e maléficas,
sendo as secas, enchentes, tempestades, ventanias, que devem ser controladas
e inevitáveis.
Segundo Burton (1978), a capacidade de uma sociedade em absorver os
impactos climáticos não é uma função de riqueza ou grau de pobreza, mas pelo
desenvolvimento daquelas sociedades que tem grau de modernização e transição
rápida .
A saúde humana, a energia e o conforto são afetados mais pelo clima do
que qualquer outro elemento do meio ambiente. Tem certas doenças que são
induzidas pelo clima em tempos diferentes (Critchfield, 1974).
O homem modifica o clima de muitas maneiras podendo ser através de
influências para que ele consiga atingir seus objetivos, reduzindo as perdas
econômicas e sociais que resultam dos eventos climáticos severos, furacões,
geadas, secas, etc. e melhorando a saúde assim como a eficiência física e
mental, isso envolve a criação de um micro clima artificial.
Um dos maiores impactos ambientais provocados pelo homem acontece na
área urbana, onde os pântanos são drenados dando lugar, a ruas, prédios, casas,
como resultado as radiações de ondas curtas e longas são reduzidas sobre as
áreas urbanas, a umidade também é reduzida nessas áreas, e os nevoeiros e
neblinas são mais espessos.
Outro efeito provocado pela ação humana é a mudança na composição da
atmosfera com CO² e aerossóis. O conteúdo de CO² vem aumentando nos
últimos anos com a queima de combustíveis fósseis que vem ocorrendo um
aumento da temperatura do globo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo o autor Ayoade (1996), define o clima tanto como um recurso ou
um azar, por isso os recursos climáticos devem ser planejados para que não se
transformem em azar.
O homem moderno não precisa como seus antepassados para viver a
mercê do clima. Atualmente há recursos como uma habitação planejada, roupas,
automóveis, assim como outros.
Para se ter um planejamento climático é necessário conhecer as
características atmosféricas, mas esse conhecimento está longe da perfeição pois
há carência de observações, assim de maiores investimentos.
REFERÊNCIAS
AYOADE, J. O. Introdução à Climatologia para os trópicos. 4 ed. Rio de
Janeiro; Bertrand Brasil, 1996.
BURTON, I. et al. Scope Workshop and Climate/ Society Interface. Toronto,
Canadá, 1978.
CRITCHFIELD, H. J. General Climatology. New Jersey: Prentice – Hall Inc.,
1974.
www.aceav.pt/blogs/ap9c/grupo2/o_clima_global
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A Apropriação das Paisagens Pela Atividade Turística1
Bruno Zanetti Pessôa Candiotto
Bacharel em Geografia
[email protected]
Este resumo tem como objetivo apresentar o surgimento da atividade
turística, e sua disseminação nos mais variados lugares, buscaremos realizar uma
compreensão sobre a apropriação das paisagens naturais pela atividade turística.
A atividade turística surge como uma extensão do lazer, ou seja, com mais
pessoas tendo condições de desfrutar do lazer, começa a ocorrer uma
organização deste (lazer), de modo que a expansão do lazer vai contribuindo para
o surgimento e crescimento do turismo. Os agentes envolvidos com o turismo
passam a produzir a oferta do lazer e das paisagens atrativas, tornando o turismo
uma atividade econômica, que vem se inserindo na agenda de vários municípios,
estados e países (RODRIGUES, 1991).
Outros fatores que contribuíram para a expansão do lazer e do turismo
foram às novas condições de trabalho que possibilitaram ao trabalhador
desfrutar do tempo-livre decorrente das férias, e de uma renda extra,
proveniente do décimo terceiro salário. (CANDIOTTO, 2007).
A região Nordeste é o caso mais claro de apropriação de territórios, através
de grandes empreendimentos hoteleiros (resorts) instalados a partir da década de
1990. Através de um processo de ocupação crescente, o turismo e seus impactos
socioambientais vêm atingindo uma área cada vez maior do litoral nordestino,
com muitos empreendimentos oriundos de países estrangeiros, sobretudo
europeus.
Assim, o turismo vai imprimindo suas marcas nos espaços e nos territórios,
passando a se apropriar de paisagens e lugares; modificando toda uma estrutura
espacial ao expandir a acumulação capitalista; transformando essa atividade que
antes era apenas lazer em uma mercadoria; e criando novas formas de
acumulação.
Acreditamos que o turismo tem como principais atrativos, o patrimônio
natural, cultural, e histórico de diversos lugares, territórios, cada um destes, com
suas especificidades. Portanto, o turismo se apropria destas “mercadorias”
1
Este resumo é parte do trabalho de conclusão do curso de Geografia Bacharelado, defendido em
2009.
101
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(patrimônio natural, cultural e histórico), gerando um forte impacto nas localidades
na qual se insere a atividade.
Devido a esses processos de apropriação de territórios; apropriação do
patrimônio
(natural,
cultural
e
histórico),
bem
como
das
implicações
socioespaciais que o turismo causa no ambiente em que se insere, é que alguns
geógrafos vêm realizando estudos sobre a questão entre geografia e turismo,
buscando assim compreender suas implicações na dinâmica socioespacial dos
lugares que passam a desenvolver a atividade turística.
Entendemos que o turismo é uma atividade modeladora do espaço no qual
se insere que, segundo Candiotto (2007), transforma as paisagens, os lugares e
pode criar novos territórios.
O turismo modela o espaço em que suas atividades são realizadas, não
agindo sozinho, mas como já foi dito, por meio dos setores que se
interligam com ele. Além disso, é necessário captar a dinâmica do
espaço turístico mediante abordagem dos processos sociais que o
engendraram. (RODRIGUES, 1997, p.48).
Devido a isso, pautamos nossa idéia de que o turismo deve ser analisado
de forma integrada, considerando aspectos econômicos, políticos, ambientais e
sociais, bem como os atores que atuam no processo de territorialização do
turismo. Candiotto (2007) acredita que
A territorialização turística consiste na existência de objetos e de ações
em torno do lazer e do turismo em um lugar, englobando as
intencionalidades – convergentes e divergentes – dos atores. (p.161).
Para o turista o principal contato, lembrança que irá guardar da realidade
visitada será uma imagem desta, pois através de sua percepção (alienada ou
não) o turista sente as mudanças de ambiente, ou seja, que não está mais em um
ambiente familiar. Nesse sentido, como relata Luchiari (2007), o turista buscará:
Gozar da liberdade, experimentar os sons, os cheiros, a vida que
surpreende em meio a uma floresta, saber sobre o tempo da natureza,
seus ciclos, seus processos, sua lógica. É essa experiência visual,
olfativa, tátil, auditiva, de relação, de ruptura, de superação que a
imersão na paisagem natural proporciona e atrai o olhar do turista.
(LUCHIARI, p. 36).
Na sociedade atual o culto à preservação da natureza ganhou tanta
notoriedade que hoje até empresas, indústrias que colaboraram (e ainda
colaboram) para o fortalecimento dessa lógica liberal, capitalista e destrutiva que
impera sobre a natureza, se vêem “obrigadas” a realizar o chamado “marketing
ambiental”. Neste, a empresa se “responsabiliza” por minimizar os danos
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ambientais existentes ou potenciais, com atitudes preservacionistas, de
responsabilidade social e ambiental.
Vários setores da economia e da sociedade vêem nesse momento uma
oportunidade altamente lucrativa através da comercialização da natureza para a
atividade turística.
A apropriação das paisagens naturais pelo turismo vem colaborar nessa
perspectiva da sociedade, que se encontra em um período de valorização da
natureza, ou seja, os turistas cada vez mais buscam esses territórios longínquos,
ditos “inexplorados” por agências turísticas, para externalizar sua aproximação
com a natureza “selvagem”.
Nessa recente virada do milênio, a atividade turística foi profundamente
marcada pela idéia de retorno à natureza. Tal situação é, ao mesmo
tempo, o resultado do expressivo crescimento das cidades e de uma
estratégia do capital. (XAVIER, 2007 p. 56).
Esse consumo das paisagens naturais pelo setor turístico surge com o
ambientalismo contemporâneo que tem como objetivo a proteção de ambientes
naturais, os quais, na maioria dos casos, se encontram em áreas habitadas,
sofrendo com o alto nível de exploração humana.
REFERÊNCIAS
CANDIOTTO, Luciano. Zanetti. P. Turismo rural na agricultura familiar: uma
abordagem geográfica do Circuito Italiano de Turismo Rural, município de
Colombo – PR. 2007. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Federal de
Santa Catarina, Florianópolis-SC.
LUCHIARI Maria Tereza D.P. Turismo e Patrimônio Natural No Uso do Território.
In: Luchiari Maria Tereza D.P., Bruhns H. T., Serrano C. (Org.). Patrimônio,
natureza e cultura. Campinas, SP: Papirus, 2007.
RODRIGUES, Adyr Balestri. Turismo e espaço: rumo a um conhecimento
transdisciplinar. São Paulo: HUCITEC, 1997.
XAVIER, Herber. A percepção geográfica do Turismo. São Paulo: Aleph, 2007.
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REGIÕES NOROESTE, OESTE E SUDOESTE DO PARANÁ E SEUS
DIFERENTES TIPOS DE SOLO: UM BREVE RELATO
Fabiola Rakel Marinho1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Jacson Gosman Gomes de Lima2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Ruellan (1988), assinala que o solo, por si só e pela influência que exerce
sobre os ambientes e sobre as sociedades, é um recurso fundamental, sendo
necessário sua valorização para consequente desenvolvimento das sociedades,
devido a quatro funções essenciais que exerce: fonte de alimentos; fonte de
matéria e energia; influência no comportamento hídrico; e suporte para as
construções humanas.
Neste sentido, é emergente, tal como afirma Gondolo 1999, apud Guerra,
2006, que antes de se considerar os fatores que contribuem para a degradação
ambiental, se compreenda a estrutura que lhe embasa e os processos que
colaboram pra que ela perdure.
Seguindo esta perspectiva, afirmamos a necessidade de adaptação dos
sistemas agrícolas aos sistemas peodológicos onde serão desenvolvidos, visando
minimizar os impactos destas atividades sobre a estrutura dos solos, bem como
sobre o agroecossistema circundante.
O estado do Paraná, assim como os demais da região sul do País
apresenta um desenvolvimento agrícola acentuado, tendo no milho, no trigo e na
soja os seus principais produtos. Das três, a soja é a de cultivo mais recente e
que, no entanto, está difundida por todo o território do estado.
O Sudoeste do Paraná, pertencente ao Terceiro Planalto Paranaense é
constituído, na sua grande parte, pelas rochas efusivas da Formação Serra Geral,
ocorrendo afloramentos desde a natureza ácida até básica.
De acordo com o Levantamento de Reconhecimento dos Solos do
Sudoeste do Paraná (1974) realizado pelo Ministério da Agricultura em
1
Geógrafa, aluna bolsista CAPES do Programa de Pós Graduação em Geografia, nível de
Mestrado – UNIOESTE – Campus Francisco Beltrão-PR.
2
Acadêmico do Curso de Geografia, bolsista CNPq – UNIOESTE - Campus Francisco Beltrão-PR.
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colaboração com o Governo do Paraná e o Ministério do Interior, ocorrem no
sudoeste do Paraná (também em parte da região Oeste paranaense) solos tipo
Terra Roxa Estruturada (TRd1), eutróficos e distróficos, podendo aparecer
associados a latossolos roxos ou brunos.
Os latossolos podem ser definidos, de forma genérica, como moderados a
muito espessos, formados em regiões tropicais úmidas, sem horizonte
subsuperficial de acúmulo de argila, caracterizados por apresentarem baixa
relação molecular sílica / sesquióxidos na fração de argila, baixa capacidade de
troca catiônica, baixa atividade de argila e baixo teor de minerais primários
facilmente intemperizáveis (CURIE t al., 1993).
Em qualquer um dos tipos de classes de solos a textura se apresenta
argilosa, o que pode ser explicado pelo material parental que os originou – rochas
ígneas vulcânicas, de básicas a intermediárias.
Estas características tornam o solo fértil sendo propício para o
desenvolvimento de várias culturas, principalmente a de grãos. Para uma boa
conservação do solo, tanto pequenos quanto grandes produtores mantém o
“plantio direto” o que consiste em um sistema de manejo o qual diminui o impacto
agrícola sobre o solo, além de trazer benefícios que irão diminuir os custos de
produção e o impacto ambiental.
Ao contrário da região Sudoeste, encontramos no Oeste do Estado uma
mudança no uso e ocupação do solo, onde a produção agrícola comercial é
evidenciada, consequentemente a mecanização do solo está presente em
grandes extensões de terra.
A região noroeste do Paraná, situada na divisa entre a Formação Serra
Geral (basalto) e a Formação Caiuá (arenito), despontando aos municípios uma
certa particularidade referente aos solos e suas formas de ocupação.
Derivados da Formação Serra Geral, os solos são profundos, permeáveis e
bem drenados, ocorrendo sobre uma superfície de topografia ondulada a plana,
com boa absorção de água, e por estas características, apresenta uma situação
própria para o desenvolvimento da agricultura. Já os solos resultantes do arenito,
apresentam textura que variam de arenosa a média com elevado teor de areia e
baixa porcentagem de argila, os quais aparecem nos setores mais elevados da
região. São solos extremamente friáveis e com alto índice de erosão. Os teores
de areia atingem 85% a 90% e possuem níveis críticos de fósforo, potássio,
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cálcio, magnésio e baixos níveis de matéria orgânica em cerca de 1%,
acarretando uma deficiência de macro e micronutrientes.
Segundo a classificação da Embrapa, predomina na região noroeste as
seguintes classes de solo: Lotossolo Vermelho distróficos e eutroficos, Nitossolos
Vermelho eutroférricos, Argissolos Verelho-amarelos etróficos e distróficos,
Pedzólicos Vermelho-amarelos, Cambissolos, Neossolos Quartzarênicos, solos
hidromórficos e solos Aluviais, os quais são resultados da relação existente entre
o substrato geológico, o relevo e as condições climáticas locais.
Os Neossolos Quartzarênicos (previamente areias quartzosas) como a
unidade taxômica que agrupa solos profundos, não-hidromórficos, de textura
arenosa (classes texturais areia e areia franca) com permeabilidade rápida ao
longo de todo o perfil, o qual é destituído de minerais primários facilmente
intemperizáveis (Curi et al.,1993), sendo direcionada a cultura da cana-de-açúcar,
por se tratar de um solo extremamente raso.
Portanto, ciências como a geomorfologia e principalmente a pedologia,
trazem subsídios para o manejo correto nestas áreas de forma a retirar o máximo
de produção sem afetar de forma tão direta o meio ambiente, por meio de uma
caracterização prévia deste solo.
REFERÊNCIAS
CURI, N.; LARACH, J.O.I.; KAMPF, N.; MONIZ, A.C.; FONTES, L.E.F.
Vocabulário de ciência do solo. Campinas, Sociedade Brasileira de Ciencia do
Solo, 1993. 89 p.
GUERRA, Antonio José Teixeira. Geomorfologia Ambiental. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2006. 192p.
RUELLAN, Allain. In: XXI Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. CampinasSP, p 69-74, 1988.
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IMPLICAÇÕES DAS ORIGENS DA CIÊNCIA E A NATUREZA
Raquel Biz Biral
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
João Henrique Biral
Professor Educação Básica-SEED-PR
[email protected]
Buscando refletir e discutir os meios filosóficos nos deparamos com as
ilustres mensagens deixadas pelos escritos de grandes cientistas como Nicolau
Copérnico (1473-1543), Galileu Galilei (1564-1642), Johannes Kepler (15711630), René Descartes (1596-1650), Francis Bacon (1561-1626) e Isaac Newton
(1643-1727) que nos trazem o que podemos interpretar como formas de ver a
natureza, ou o distanciamento entre o homem e a mesma. Através do
Renascimento e de duas de suas características segundo Pessanha (1985),
possibilitam representar um novo momento histórico, que critica as concepções e
valores medievais e como seu nome sugere, o renascer de idéias, e de uma nova
forma de ver o mundo. Criam-se tensões entre o velho e o novo.
O Renascimento modifica as condições econômicas, políticas e sociais,
pois as técnicas farão com que a navegação seja mais precisa e o comércio se
espalhe. Com isso o aperfeiçoamento dos instrumentos ópticos possibilita
mudanças, como o heliocentrismo de Copérnico sobrepõe à imagem aristotélico ptolomaica do cosmos, e a Terra no centro do universo. A valorização da
experimentação pressupõe que natureza já não é o palco do pecado e da
perdição do pensamento medieval, mas sim a natureza é objeto de curiosidade e
de amor pela pesquisa do que se procura saber. Com isso o homem pode ter
uma visão mais ampla do que está seu redor, tem a possibilidade traçar novos
rumos, criador de si, de sua cultura, de suas verdades e de suas sabedorias.
Para Japiassu (1985), a gênese dos grandes princípios da ciência
moderna processou-se no interior de uma concepção que acreditava na
unidade do pensamento humano, e em suas formas mais elaboradas, sendo elas:
o pensamento filosófico, o pensamento religioso e o pensamento científico.
A ciência moderna, também conhecida como Revolução Galileana surge
na Europa no século XVII como ponto de partida para a uma reavaliação das
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normas da física matemática. O conceito de natureza perde sua significação de
totalidade viva diretamente perceptível. Sua descrição é reduzida a coletas de
dados precisos e completos sobre as necessidades da relação entre os
fenômenos. Galileu possibilitou a racionalização da natureza, pois ele junta no
conceito de natureza a razão da física. O entendimento da natureza
sistematizado, para Galileu se traduz em uma natureza matemática e onde o
entendimento humano sobre a mesma se dá através da significação sistemática
e geométrico-aritmética, afirmando que a linguagem matemática através de
triângulos, círculos e outros é a única coisa capaz de entender a natureza, ao
contrário tudo não passa de um grande labirinto (GALILEI, 2000). Ou seja, a
natureza como, cita Moreira (2006) se traduz em um conjunto de corpos
ordenados pelas leis da matemática.
Segundo Japiassu (1985) sob o ponto de vista científico Kepler pode ser
considerado o melhor representante do espírito renascentista, mesmo sendo
datado posteriormente ao período. A idéia kepleriana de que o universo é regido
pelas mesmas leis de velocidade e movimento dos planetas ainda se encontra
presa ás concepções aristotélicas. Foi Galileu quem realmente introduziu um
corte epistemológico na história do pensamento ocidental. Conforme Japiassu
(1985) o mundo fica divido entre o mundo real, mundo dado à nossa percepção,
mundo da vida quotidiana, que foi substituído por um universo de seres de
razão. Um exemplo típico dessa divisão do mundo em duas verdades, a da
ciência ou Razão e a dos valores ou Coração, pode ser encontrado junto a
Descartes quando critica a velha filosofia reinante. Para Japiassu (1985) Francis
Bacon possuía um caráter mais prático do conhecimento científico e estava
preocupado com sua aplicação para o aperfeiçoamento das artes, com sua
utilidade para a construção de um entendimento sensato do mundo que nos
cerca, em lançar sólidas fundações intelectuais de uma filosofia nova,
susceptível de ser aceita por todos. Assim como Descartes, Bacon estava
muito preocupado com a questão do método. Enquanto seu método era
essencialmente indutivo, Descartes propunha um método eminentemente
dedutivo permitindo à ciência construir um sistema do mundo. Em seu Discurso
sobre o Método René Descartes afirma podermos chegar a conceber
conhecimentos muito úteis à vida e em vez dessa filosofia especulativa
ensinada nas escolas é até mesmo possível encontrar em outra prática
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conhecendo a força e a ação de elementos como o fogo, a água, o ar, os
astros, os céus e de e tudo o que nos cerca, assim como conhecemos,
poderia ser empregado da mesma maneira em todos os usos pertinentes, e
assim ser senhor e possuidor da natureza (DESCARTES, 1999).
A filosofia cartesiana caracteriza-se num importantíssimo marco na
história da modernidade, segundo Gonçalves (2006), o Antropocentrismo e o
caráter pragmático utilitarista do cartesianismo são elementos presentes
adiante
na
historia
cronológica
da
modernidade,
fazendo
parte
do
mercantilismo e do colonialismo que já consolidavam como possuidores do
mundo e de tudo, constituindo bases permanentes e sólidas ao capitalismo.
Com o iluminismo no século XVIII ocorre um processo de transparência ou
limpeza da filosofia renascentista com relação aos traços religiosos medievais, e
se consolidará e fortalecerá através da Revolução Industrial.Neste contexto cabe
citarmos Isaac Newton, que estabelece um mecanicismo em relação natureza, e a
idéia do universo como
uma imensa máquina. Para Newton os elementos
fundamentais para a formação do mundo são: a matéria, algo infinito e variado,
número de partículas impenetráveis; o movimento que não altera o objeto que se
move e espaço, significando um vácuo infinito e homogêneo que nada interfere no
movimento da matéria. Também se dedicou muito a outras teorias e leis, mas
também esteve amplamente envolvido com investigações envolvendo a alquimia,
fazendo muitas experiências. Quanto ao espaço e o tempo os concebeu como
independentes de um mundo criado, estabelecendo relação direta com Deus,
sugerindo a eternidade do mundo.
Opondo-se ao mecanicismo da natureza de Newton e a visão fragmentada
de natureza de Descartes, Humboldt, trará a contribuição da descrição romântica
da natureza.
REFERÊNCIAS
BACON, Francis. Novum Organum ou verdadeiras indicações acerca da
interpretação da natureza. Trad. de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo:
Nova Cultural, 1999. (Col. Os Pensadores).
BAUAB, Fabrício Pedroso. Da Geografia Medieval às origens da Geografia
Moderna: contrastes entre diferentes noções de Natureza, Espaço e Tempo.
(Tese de doutorado) UNESP, 2005.
112
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BORNHEIM, Gerd. Filosofia do Romantismo. São Paulo: Perspectiva, 2002.
DESCARTES, René. O discurso do método. Trad. Enrico Corvisieri.São Paulo:
Abril Cultural, 1999 (Col. Os Pensadores).
GALILEU. O Ensaiador. Trad. Helda Barraco. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
(Col. Os pensadores).
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (des)caminhos do meio ambiente. 14.
ed. São Paulo: Contexto, 2006.
113
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CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DE VOLUMES PEDOGENÉTICOS NO TOPO DE
SUPERFÍCIE APLAINADA VII – SERRA DA FARTURA (SC)1
Jacson Gosman Gomes de Lima
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Fabiola Rakel Marinho
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Marga Eliz Pontelli
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
INTRODUÇÃO
No Planalto Basáltico da Bacia do Paraná, SW do Paraná e NW de Santa
Catarina, foram identificadas através do agrupamento de classes hipisométricas
08 superfícies aplainadas elaboradas simultaneamente, além de superfícies em
elaboração abaixo da cota de 600m. Estas superfícies se estendem da borda
leste do Planalto Basáltico, até a calha do Rio Paraná, a oeste, organizada na
forma de escadarias (PAISANI et al., 2008). Estas superfícies foram numeradas
de I a VIII no sentido leste – oeste, sendo ainda necessário o levantamento das
características de algumas destas superfícies. Desse modo, o presente trabalho
apresenta a caracterização preliminar de volumes pedogenéticos no topo da
superfície aplainada VII – Serra da Fartura. As informações levantadas neste
trabalho permitirão compreender a gênese e a evolução das formas de relevo
dispostas nesta superfície.
PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
A caracterização da cobertura superficial seguiu os procedimentos
metodológicos utilizados na pedologia (BOULET et al. 1982: RUELAN; DOSSO
1993), com a realização de levantamentos de campo e análise de laboratório. Em
campo foram efetuados: a) a identificação do remanescente superfície aplainada
intermediária (VII) no Alto Curso do Rio Marrecas, com base na análise de
1
Pesquisa de iniciação cinentífica PIBIC/CNPq/Unioeste – em andamento.
114
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aerofotogramas da área; b) a seção foi estabelecida a partir de cortes de estrada
existentes, sendo também utilizado o trado holandês para a identificação da parte
do perfil não exposta; c) na descrição das características físicas dos materiais do
perfil, foram observados atributos como cor (sendo utilizada a carta de Munsell),
textura, estrutura pedológica, espessura, presença de raízes, transição entre
horizontes, cerosidade (OLIVEIRA et al; RUELLAN, DOSSO 1993; PRADO 2001;
MANFREDINI et al 2005). As características físicas levantadas em campo
permitiram a definição prévia de volumes pedogenéticos. As amostras
individualizadas em campo foram submetidas ao tratamento granulométrico,
sendo processadas a partir de técnicas convencionais de peneiramento para a
fração grossa e pipetagem para a fração fina, conforme procedimentos da
Embrapa (1997). Os resultados da granulometria permitiram a determinação da
classe textural da cobertura superficial.
RESULTADOS
O perfil descrito em campo perfaz mais de 10m de extensão vertical com
material intemperizado, dos quais 6,5m equivalem à seção exposta em corte de
estrada. Com base nas informações de campo, bem como os dados da
granulometria
foram
individualizados
quatro
volumes
pedogenéticos.
As
características dos materiais estão resumidas na Tabela 1.
Tabela 1. Características físicas dos materiais
VOL.
PRO
F
(cm)
GRAD
TEXT
TEXT
ESTRUTURA
CEROSIDADE
TIPO/GRAU
Granular/
Moderada
QUANT/
NITIDEZ
Nula /
Fraca
I
0-30
-
Muito
Argilosa
II
30170
Baixo
Muito
Argilosa
Subangular/
Moderada
Pouca/
Fraca
III
170510
Baixo
Muito
Argilosa
Subangular/
Forte
IV
5101070
Baixo
Muito
Argilosa
Subangular/
Fraca
CONSISTÊNCIA
TRAN.
SECA
ÚMIDA
Ligeirament
e
Dura
Dura
Ligeirament
e
Dura
Firme
Gradual
Pouca/
Fraca
Dura
Firme
Gradual
Nula/
Fraca
Dura
Firme
Abrupta
Difusa
Verificou-se tratar-se de material bastante intemperizado e muito argiloso,
com volume superficial delgado, apresentando pequeno acréscimo de argila do
topo para a base. A partir de 30 cm inicia-se o volume II, onde se observa
pequenas oscilações nos teores de silte e argila variando respectivamente entre
115
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18 e 25% e 77 e 80% até atingir aproximadamente 1,7m. A partir desta
profundidade até mais ou menos 5,1m, temos o volume III no qual conforme a
granulometria
as
variações
nos
teores
de
silte e
argila
que variam
respectivamente entre 15 e 35% e 65 e 85% até atingir 4,3m, ponto a partir do
qual a argila apresenta comportamento decrescente e inversamente os teores de
argila aumentam, até atingir 5,1m inicio do volume IV. Neste os teores de silte e
argila passam a oscilar em torno de 20%, em alguns momentos vindo até a se
cruzarem, com silte oscilando entre 25 e 45% e a argila entre 45 e 65% até a
profundidade de 5,8m. A partir desta profundidade a argila apresenta padrão
decrescente e o silte e a areia crescente até 10,7m, ponto em que foi suspensa a
tradagem. Os constituintes do tamanho areia presentes no material analisado
somam aproximadamente 3,5% até 4,3m, a partir dessa profundidade esses
valores aumentam atingindo cerca de 15% na base do perfil.
CONSIDERAÇÕES
A parir dos dados obtidos em campo, bem como análise granulométrica,
conclui-se que se trata de um material bastante evoluído quimicamente e muito
argiloso. Sendo o aumento dos teores de areia e silte e a diminuição da argila
observados a partir de 4,3 m relacionados ao menor grau de pedogênese. Nesta
faixa do perfil atinge-se a alterita, rocha em elevado grau de alteração. Deste
modo a areia encontrada é rocha que não foi completamente alterado pelo
intemperismo químico.
REFERÊNCIAS
BOULET, R.; CHAUVEL, A.; HUMBEL, F. X.; LUCAS, Y. Abalyse struturale
etcartographie en pédolgie. I – Prise en compte de l’organisation
bidimensioonelle de la couverture pédologique: lês études de toposequences et
leurs principaux apports á la connaissance dês sols. Cah. O.R.S.T.O.M, Sér.
Pédol., v.XIX, n.4, 1982ª, p.309-321.
EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2. ed. 2002. 388p.
MANFREDINI, S.; DIAS, S.M.F; QUEIROZ NETO, J.P; OLIVEIRA, D.;
FERREIRA, R.P.D. Técnicas em Pedologia. In: VENTURI, L.A.B. (Org.).
Praticando Geografia: técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Oficina de
Textos, 2005. p.85-98.
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PAISANI, J. C; POTELLI, M. E; ANDRES, J. Superfícies aplainadas em zona
morfoclimática subtropical úmida no Planalto Basáltico da Bacia do Paraná (SW
Paraná / NW de Santa Catarina): Primeira aproximação. Geociências, v. 27, n. 4,
p. 541-553. 2008.
PRADO, H. Solos do Brasil: gênese, morfologia, classificação, levantamento. 2.
ed. Piracicaba, 2001, 220p.
RUELLAN, A.; DOSSO, M. Regards sur Le sol. Paris: Les Éditions Foucher,
1993, 192p.
117
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A RELAÇÃO ENTRE DEMANDA, DISPONIBILIDADE E QUALIDADE
DA ÁGUA NA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARANÁ:
UMA PEQUENA INTRODUÇÃO À DISCUSSÃO
Débora Luzia Gomes
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Maria Cláudia da Silva
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Rosana Cristina Biral Leme
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem o objetivo de suscitar uma discussão fundamental ao
futuro da maior parte da população das regiões Sul e Sudeste do país, sobretudo,
no que tange a sustentabilidade do processo de desenvolvimento econômico: a
disponibilidade de água.
O Brasil é um país mega diverso e privilegiado em termos de
disponibilidade hídrica, abrigando cerca de 12% das reservas mundiais de água
doce sendo, que se considerarmos as águas provenientes de outros países, esse
índice aproxima de 18%. No entanto, apresenta situações contrastantes de
abundancia e escassez de água que exige dos governos, dos usuários e da
sociedade civil cuidados especiais, organização e planejamento na gestão de sua
utilização. Para isso foi criado um Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).
Seu estabelecimento atende os compromissos assumidos pelo Brasil na cúpula
Mundial de Joanesburgo.
Para a elaboração do PNRH, foram realizados vários estudos para
caracterizar as doze regiões Hídricas do Brasil definidas pela Resolução do
Conselho Nacional dos Recursos Hídricos n° 32/2003.
Constituem objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos “assegurar
á atual e ás futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões
de qualidade adequados aos respectivos usos, a utilização racional e integrada
dos recursos hídricos, de origem natural ou decorrente do uso inadequado dos
recursos naturais” Art. II da Lei Federal n° 9.433/1997(página 25).
A quantidade de água disponível em uma dada região hidrográfica resulta
de uma complexa equação na qual são consideradas a oferta de água, as formas
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de captação, os diversos tipos de usos consuntivos e não consuntivos, bem
como, os processos de tratamento físicos e microbiológicos da água. .O órgão
responsável por estas estimativas é a Agência Nacional de Águas – ANA por
meio do Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH, que foi criado em 2003 e
será a principal fonte bibliográfica consultada para a elaboração deste artigo.
APRESENTAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO PARANÁ
Dentre as 12 regiões Hidrográficas do Brasil destaca-se a Bacia
Hidrográfica do Paraná, sendo a 3° maior do país com área total de 879.860 km²
(10% do Brasil), abrangendo os estados de São Paulo (25% da região) Paraná
(21%) Mato Grosso do Sul (20%), Minas Gerais (18%) Goiás (14%), Santa
Catarina (1,5%) e Distrito Federal (05%).
A região Hidrográfica do Paraná apresenta cerca de 30% das demandas
nacionais por água para usos consuntivos, mas possui menos que 7% da
disponibilidade hídrica do Brasil, evidenciando potenciais situações de escassez
ou conflitos entre usos múltiplos da água. Além disso, é responsável por mais de
40% do PIB brasileiro, apresenta o maior e mais desenvolvido parque industrial
nacional e diversificado atividades agropecuárias, o que apresenta relação direta
com o uso da água e potenciais impactos negativos qualitativos ou quantitativa.
A disponibilização de água em condições adequadas para a população e
demais usos constitui-se grande desafio, ainda mais pelo fato da Região
Hidrográfica do Paraná concentrar mais de 32% da população Brasileira mais que
o dobro da segunda mais populosa, que é o Atlântico Sudoeste3.
As regiões metropolitanas, notadamente São Paulo, Belo Horizonte,
Campinas, Curitiba e Goiânia, mas também Londrina e Maringá, além de outras
concentrações populacionais expressivas (Sorocaba, Ribeirão Preto, Uberlândia,
Campo Grande etc.) Impõem um dos maiores desafios regionais, que é
gerenciamento e a gestão de áreas altamente urbanizadas e povoadas, com
evidenciais interferências na qualidade das águas, desagregadas pelas atividades
antrópicas, bem como situações potenciais de escassez (grandes demandas em
relação às disponibilidades de água existentes). O caso mais crítico é a Região
Metropolitana de São Paulo a maior concentração populacional do Brasil é uma
das maiores do mundo.
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Um grande desafio na Região Hidrográfica do Paraná são as cargas
poluidoras de origens diversas: doméstica, industrial, postos e sistemas
utilitaristas de combustíveis, sistemas de saneamento, cargas difusas incluindo o
uso de produtos agroquímicos, fertilizantes, erosão e assoreamento.
Por ser a região com maior número de população possuí grande demanda
de água, (ANA) A agência Nacional das Águas analisa a disponibilidade hídrica
per capita, através da razão entre a vazão média e a população. Utilizada para
expressar a disponibilidade de recursos hídricos em grandes áreas, a vazão
média e a população (m³/hab.ano.). Este indicador não reflete a real
disponibilidade hídrica1 ou seja, a efetiva quantidade de água disponível para uso,
uma vez que a vazão média não está disponível em todas as circunstâncias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estes atributos dão uma noção de complexidade da Região Hidrográfica do
Paraná
com
implicações
sócias
econômicas
e
ambientais
e
diversas
interferências em seus recursos hídricos. Assim uns dos aspectos marcantes da
região, senão um dos maiores desafios,é a grande escala de seus problemas,
com implicações socioeconômicas e orçamentárias marcantes.
Ações de gestão, incluindo a implementação dos planos estaduais e planos
de bacia, alem dos planos diretores setoriais (saneamento, drenagem,
reflorestamento, resíduos sólidos, desenvolvimento regional, etc.), planos
diretores municipais, regulamentação e planos de manejo de unidades de
conservação ambiental, zoneamento econômico- ecológicos e outros, somados a
ações diversas ações estruturais em andamento, visam alterar a realidade atual
em termos das criticidades observadas.Há várias tentativas de implementação
dessas leis em torno da população em geral, no entanto a população não tem
consciência que este seja problema atual, imaginando ser um problema das
gerações futuras.
REFERÊNCIAS
Agencia Nacional de Águas. Brasília: ANA, 2002.
Caderno da Região Hidrográfica do Paraná- Ministério do Meio Ambiente,
Secretaria de Recursos Hídricos.
1
A classificação adotada é adaptada de publicações das Nações Unidas para traçar o quadro mundial
(UNESCO, 2003. ALCANO ET AL 2000). Menor de 500m³/hab.Ano – situação de escassez. 500 à
1700m³/hab. Ano – situação de stresse.Maior de 1700 m³/hab.ano – situação confortável.
120
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O SISTEMA ESTADUAL DE IMPLANTAÇÃO DE ÁREAS
DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL (SISLEG)
NA MESORREGIÃO SUDOESTE PARANAENSE
Rosana Cristina Biral Leme1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como principal objetivo divulgar informações sobre a
repercussão que a implantação do Sistema Estadual de Implantação de Áreas
de Preservação Permanente e de Reserva Legal
(SISLEG)
teve junto aos
pequenos proprietários e secretários municipais de agricultura e meio ambiente
dos municípios da Mesorregião Sudoeste do Paraná, analisando a aceitação, bem
como as principais dificuldades para a implantação deste Sistema na Mesorregião
até o ano de 2006.
O SISLEG é um Programa criado através do Decreto Estadual 387/99, sob
a supervisão do Instituto Ambiental do Paraná, e estabelece um Sistema Estadual
de Implantação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal
(RL) previstas no Código Florestal de 1965.
No Estado do Paraná a lei que regulamenta a constituição e a averbação
da Reserva Legal é o Decreto Estadual 387/99, que a define como: florestas e
demais formas de vegetação representadas em uma ou várias parcelas, em pelo
menos 20% da área total da propriedade rural, com uso permitido apenas através
de técnicas de manejo que garantam a sua perpetuidade.
A implementação desta lei na Mesorregião Sudoeste do Paraná tem se
mostrado
um
processo
complexo
dadas
as
características
fisiográficas
(especialmente relevo/ hidrografia) e fundiária, que fomentam uma resistência por
parte dos proprietários na adesão da Lei. Tal mesorregião posiciona-se entre as
coordenadas geográficas: Latitude Norte 25°30’ e Latitude Sul 26°30’, com
Longitude Oeste 54° e Leste 52°. Tem 1.163.842,64 hectares correspondentes à
6% do território estadual e uma população de 469.179 habitantes (IBGE, 2005).
Composta essencialmente por pequenas propriedades rurais com área inferior a
1
Profª. Drª. do Colegiado de Geografia, grupo de pesquisa Planejamento Ambiental na região
Sudoeste do Paraná, Univesidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
121
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10 hectares, suas principais atividades produtivas são a produção de pecuária
leiteira, criação de aves e suínos e cultivo de milho e soja.
Os procedimentos metodológicos utilizados durante a pesquisa foram:
pesquisas de campo; aplicação de questionários a 452 proprietários rurais da
mesorregião Sudoeste; entrevistas com quinze Secretários Municipais da
Agricultura e Meio Ambiente, bem como pesquisa em documentos teóricos.
RESULTADOS
De acordo com ASSESOAR (2006), em 150 propriedades de dez
municípios da mesorregião, diagnosticou-se que 58% das propriedades não
possuíam mata ciliar suficiente para suprir a exigência da legislação ambiental e
em 80% delas,
as áreas de fontes e nascentes não são protegidas
com
cobertura vegetal. Percentuais confirmados através do trabalho de campo
realizado durante esta pesquisa, que identificou que muitas propriedades
possuíam deficiência em relação a quantidade de Áreas de Preservação
Permanente e Reserva Legal.
O processo de recomposição foi estimulado na mesorregião através do
estabelecimento de alguns programas de governo e de acordo com a SEMA
(2006), havia sido plantado na mesorregião Sudoeste, até o ano de 2006, por
meio de viveiros do IAP, dos municípios e outros,
5.773.660 mudas nativas.
Entretanto,
municipais
verificou-se
que
alguns
Secretários
entrevistados
demonstram preocupação no que tange à produção prioritária de mudas de
essências exóticas destinadas à sombra e à geração de energia, ambas
utilizações dadas principalmente pelos proprietários de aviários.
Os
dados
pesquisados
demonstram
que
no
ano
de
2006,
aproximadamente 24,2% do total de propriedades da Mesorregião possuiam o
cadastro junto ao SISLEG. Esse valor excetua as propriedades que realizaram a
averbação da área de reserva legal em período anterior ao ano de 2000. Desde o
período de criação do SISLEG até o ano de 2006, averbaram-se as áreas de
11.445 propriedades na mesorregião Sudoeste paranaense.
O número de averbações aumentou significativamente nos anos de 2004 e
2005. Esse período corresponde àquele no qual ocorreram importantes
aperfeiçoamentos no decreto de criação do SISLEG e que os proprietários
sentiram, principalmente através da dificuldade ou impossibilidade de aquisição
122
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
de documentos junto ao IAP e de financiamentos bancários para investimentos na
propriedade, a necessidade de cumprir esta determinação legal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se que as melhores experiências de recomposição de Áreas de
Preservação Permanente e de Matas Ciliares ocorreram nos municípios que
realizaram trabalhos integrados de educação ambiental; estímulo ao SISLEG e,
isolamento
das
áreas
de
preservação
permanente,
promovidos
pela
administração municipal ou em áreas em que ocorre a implementação de
experiências de produção de sistemas agroflorestais. Entretanto, esta é uma
prática realizada por um número bastante reduzido de municípios, dificultando a
concretização das regulamentações legais na maior parte das microbacias da
mesorregião Sudoeste e favorecendo a manutenção da falta de áreas de matas
ciliares ou a sua presença em metragem insuficiente.
Avaliou-se o receio que os administradores municipais possuem em
relação à mudança do modelo produtivo da mesorregião. A proposição do plantio
orgânico e da composição de sistemas agroflorestais não desperta interesse nos
administradores e nos proprietários que culpam a “perda” da pequena parcela de
solo, pela inviabilização econômica da sua propriedade, quando na verdade, o
que ocorre é que o modelo produtivo adotado é incompatível com a pequena
propriedade familiar. Verificou-se também que ainda existe muita desinformação
por parte do pequeno proprietário e que, mesmo aqueles que se declaram
informados, podem realmente ser, mas de maneira insuficiente ou, algumas
vezes, equivocada, como demonstrou a pesquisa de campo realizada junto aos
pequenos proprietários da mesorregião Sudoeste.
Avalia-se que a implementação da política ambiental que, no setor
agropecuário, responsabiliza o produtor rural pelos problemas ambientais
existentes em sua propriedade deve ser acompanhada, não por compensações
financeiras, mas por um sistema melhor estruturado e divulgado de alternativas
para aqueles produtores que, sob diferentes tratamentos, correm sério risco de
migrar da área rural.
Os trabalhos que o governo do Estado tem desenvolvido no sentido de
apontar alternativas a estes produtores, são respeitáveis, porém, insuficientes em
abrangência e
estratégia de inserção do produtor. Apesar de demonstrar
123
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progresso, tanto nos novos direcionamentos produtivos quanto no auxilio a
recomposição de caminhos ecologicamente mais harmônicos, o Estado se
contraria por meio dos diferentes sujeitos que o compõem, tornando o caminho
de conversão para práticas ambientais e sociais mais adequadas ainda mais
longo.
REFERÊNCIAS
ASSESOAR. Caracterização e diagnóstico dos sistemas de produção do
Sudoeste do Paraná. Francisco Beltrão: ASSESOAR, 2006.
______. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Atlas da
vegetação do Paraná. Disponível em: <http://www.pr.gov.br/sema>. Acesso em:
agosto de 2006.
124
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
DETERMINAÇÃO DA FRAÇÃO ORGÂNICA DE FORMAÇÕES SUPERFICIAIS
– COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE OXIDAÇÃO VERSUS QUEIMA
POR PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (H²O²)
Leandro Oliveira
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Júlio César Paisani
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Simone Guerra
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
INTRODUÇÃO
A determinação do teor de MO (matéria orgânica), incluso teor de carbono,
de formações superficiais tem sido abordada por diferentes autores das áreas de
sedimentologia
e
pedologia
(SUGUIO,
1973;
VALLADARES,
2003).
Recentemente, a eficiência desses métodos vem sendo discutida nas ciências
dos solos (VALLADARES, 2003; SILVA et al, 1999). Ao estudar turfeira em hollow
de cabeceira de drenagem ARIE Buriti (Área de Relevante Interesse Ecológico) –
Pato Branco e seção pedoestratigráfica na Superfície Aplainada I do SW do
Paraná, deparou-se com dois momentos de determinação da MO: i) queima com
peróxido de hidrogênio (VERDADE, 1954) e ii) a oxidação pelo dicromato de
potássio (LUCHESE et al., 2002). O primeiro momento objetiva eliminar a MO
para a análise granulométrica, uma vez que a mesma promove a floculação das
frações argila e silte. Já a segunda, para estimar a quantidade de MO e
percentual de carbono na turfeira e no paleossolo. Independente dos objetivos e
aplicação dos dois métodos, ambos podem prover a determinação da MO. Assim,
o presente trabalho visa comparar os resultados da determinação do teor de MO
em amostras de turfeira e da seção pedoestratigráfica das áreas mencionadas,
para verificar a eficácia do método de queima com peróxido de hidrogênio como
parâmetro para se estimar o teor de MO, uma vez que este método é
recomendado para fins da análise granulométrica.
MÉTODOS
Foram tratadas 8 amostras da turfeira ARIE Buriti e 27 amostras da seção
pedoestratigráfica de Palmas, totalizando 35 amostras. O método de queima por
131
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peróxido foi aplicado conforme descreve Paisani (1998), enquanto que o método
de oxidação pelo dicromato de potássio seguiu as instruções de Luchese et al
(2002). Os valores do teor de MO pelo método de oxidação com dicromato de
potássio é expresso em g.Kg-1. Já os valores de MO obtidos pela queima com
peróxido de hidrogênio, em percentuais, foram convertidos para g.Kg-1, por uma
simples “regra de três” a partir do peso inicial da amostra, visando a comparação
dos resultados.
RESULTADOS
Considerando que as técnicas laboratoriais exibem erros de aplicação que
são aceitos até a margem de 5% para mais e para menos, os resultados da
comparação entre os métodos de determinação da MO já mencionados são
apresentados considerando-se essa variância (Figura 1).
Figura 1. Teores de MO das 27 amostras da seção pedoestratigráfica de Palmas
(A1-A27) e as 8 amostras de turfa da ARIE Buriti (A1-A8) pelos métodos de queima
com peróxido de hidrogênio e a oxidação pelo dicromato de potássio
Analisando o gráfico da Figura 1 percebe-se alguns aspectos: i) maiores
teores de MO nos paleossolos húmicos da seção pedoestratigráfica (A13-A18; A24-A26) e no topo da turfeira da ARIE Buriti (A1-A3); ii) coincidência dos teores de
MO estabelecidos pelo método da queima com peróxido de hidrogênio com a
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variância nos teores de MO determinados pelo método de oxidação nas unidades
próximas a superfície, paleossolo representado entre A24-A26 da seção
pedoestratigráfica e no topo da turfeira da ARIE Buriti (A1-A3); iii) nas demais
unidades da seção pedoestratigráfica e em profundidade na turfeira percebe-se
teores superestimados de MO pelo método de queima com peróxido de
hidrogênio.
CONCLUSÃO
Registrou-se uma semelhança na variância dos resultados do teor de MO
pelo método de queima com peróxido de hidrogênio com o método de oxidação
apenas no paleossolo mais recente da seção pedoestratigráfica (A-24-A26) e no
topo da turfeira (A1-A3). Como nesses locais é comum a MO exibir elevada
concentração de substâncias húmicas, como ácidos húmicos, fúlvicos e
hematomelânicos, a queima por peróxido aparenta priorizar a eliminação dessas
substâncias e não a determinação do teor de Carbono. Assim, acredita-se não ser
recomendado a determinação do teor de MO, incluso o teor de carbono, pelo
método de queima por peróxido de hidrogênio.
REFERÊNCIAS
LUCHESE, E. et al. Fundamentos da química do solo: teoria e prática. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2002.
PAISANI, J.C. 1998 – Descontinuidades hidrológicas, escoamento superficial
e desenvolvimento de incisões erosivas em áreas de cabeceira de
drenagem: estudo de caso na Colônia Quero-Quero, Palmeira (PR).
Florianópolis, 184p. Dissertação de Mestrado em Geografia, Universidade Federal
de Santa Catarina.
SILVA, A.C. et al. R. Un. Alfenas, Alfenas, 5:21-26,1999.
SUGUIO, K. Introdução à sedimentologia. São Paulo: Ed.Blücher, 1973.
VALLADARES, G.S. Caracterização de Organossolos, auxílio a sua
classificação. 2003. 129p. Tese (Doutorado em Agronomia – Ciência do Solo) –
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2003.
VERDADE, F. da Costa. Ação da água oxigenada sobre a matéria orgânica do
solo. Bragantia, v.2, n.24, p.287-295, 1954.
133
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ESTUDO DA VULNERABILIDADE NATURAL DOS POÇOS TUBULARES
DO MUNICÍPIO DE BELA VISTA DA CAROBA - PR1
Marina Kunz2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Pollyana Poletto3
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Fabiano André Marion4
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
A utilização de água subterrânea remonta há mais de 4.000 a.C. Os
Chineses e os Persas já perfuravam poços com centenas de metros de
profundidade. Os Egípcios há 2.100 a.C, já utilizavam poços para abastecimento.
Atualmente, as obras de captação de água subterrânea são realizadas por meio
de sondas mediante perfuração vertical, conhecidos como poços tubulares.
Poço tubular é aquele feito com a intenção de retirar a água subterrânea
que pode estar confinada ou não. Caso ela não esteja confinada, necessita ser
bombeada para chegar à superfície, situação essa encontrada nos poços do
município de Bela Vista da Caroba - PR.
Segundo Guerra (1987), água subterrânea é aquela que se infiltra nas
rochas e solos, caminhando até o nível hidrostático. Na prática se verifica certa
confusão entre água vadosa e água subterrânea, pois a primeira é a que se
encontra acima da superfície freática, isto é, na zona de aeração, já a água
subterrânea é aquela encontrada nos lençóis freáticos.
A importância da água subterrânea pode ser medida por suas reservas em
relação às das águas superficiais: estima-se que esta represente cerca de 98%
da reserva de água doce disponível no mundo. De acordo com a Fundação
Nacional da Saúde (FUNASA), no Brasil, estima-se que 50% das cidades são
abastecidas por água subterrânea.
1
Trabalho desenvolvido na Disciplina de Geologia Geral no curso de Bacharel em Geografia da
UNIOESTE - Francisco Beltrão-PR.
2
Acadêmica do Curso de Bacharel em Geografia da UNIOESTE - Francisco Beltrão-PR.
3
Acadêmica do Curso de Bacharel em Geografia da UNIOESTE - Francisco Beltrão-PR.
4
Professor do Colegiado de Geografia da UNIOESTE - Francisco Beltrão-PR.
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XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
O Município de Bela Vista da Caroba foi criado através da Lei Estadual nº
11254, de 21 de dezembro de 1995. Possui uma população de aproximadamente
4.136 habitantes e uma densidade populacional de 30.60 habitantes por Km²
(IBGE, 2007). Faz parte do Estado do Paraná, com cerca de 148,11 km² de área.
Inicialmente, o abastecimento de água neste município era feito a partir do Rio
Lajeado Tigrinho. No entanto, visando garantir maior qualidade na distribuição de
serviços de saneamento básico para a população bela-vistense, no ano de 2006 a
SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná) perfurou um poço com
objetivo de utilizá-lo no abastecimento urbano. Este município não possui
indústrias, sendo a principal atividade econômica a agricultura. Resta saber se
esta atividade representa potencial contaminante para a água subterrânea na
região.
Assim, o trabalho tem como objetivo, realizar análise da vulnerabilidade
natural dos poços tubulares de Bela Vista da Caroba, observando as suas
características, a utilização da água e a verificação de atividades potencialmente
contaminantes nos arredores dos locais em questão.
A
metodologia
empregada
para
verificar
a
possível
análise
da
vulnerabilidade natural destes poços foi o método “GOD”, proposto por Foster et
al (2003), onde “G” representa o tipo de ocorrência da água subterrânea, “O”
representa a classificação litológica, e “D”, representa a profundidade do nível
freático estático. A partir da utilização do método “GOD”, pôde-se fazer a análise
da vulnerabilidade dos poços, com dados disponíveis no site da CPRM
(Companhia
de
Pesquisa
de
Recursos
Minerais)
e
de
levantamentos
complementares realizados em campo.
Os dados coletados foram organizados numa tabela para o posterior
cálculo do índice da vulnerabilidade. Para isso, foram atribuídas notas para os
parâmetros G, O e D e multiplicados. O produto dessa multiplicação gera uma
nota num intervalo de 0 a 1, que vai corresponder as classes de vulnerabilidade,
que variam de insignificante à extrema.
Na página da CPRM estão cadastrados seis poços. Destes, cinco
apresentam índice de vulnerabilidade baixo, assim, são vulneráveis
a
contaminantes conservativos à longo prazo quando contínua e amplamente
lançados. Por outro lado, um deles, o de código 350014970, da localidade Alto
Evangelho, apresenta vulnerabilidade moderada, o que o torna vulnerável a
135
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
alguns poluentes, mas somente quando continuamente lançados. Por isso,
recomenda-se maior atenção com relação à instalação de empreendimentos
potencialmente contaminantes nessa localidade, assim como a realização de
estudos mais aprofundados nesse local, uma vez que o lençol freático encontrase, segundo dados da CPRM, muito próximo à superfície.
Embora tenha sido verificada baixa vulnerabilidade na grande maioria dos
poços verificou-se, em campo, que os mesmos não seguem as normas de
proteção. Segundo o Manual de Projetos e Construção de Poços Tubulares
Profundos da FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), além do cercamento para
isolar o poço, o mesmo deve conter lajes de proteção, que são lajes de concreto,
com ressalto de 0,10m acima da superfície do terreno. Medida essa, que além da
cimentação, garante maior proteção sanitária à água do poço.
REFERÊNCIAS
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 1.244:
Construção de poço para a captação de água subterrânea. Rio de Janeiro, 1992.
CPRM. COMPANHIA DE PESQUISA E RECURSOS MINERAIS. Siagas.
Disponível em: <http://siagas.cprm.gov.br/wellshow/indice>. Acesso em: 02 nov.
2009.
FOSTER, S. et al. Proteção da qualidade da água subterrânea: um guia para
empresas de abastecimento de água, órgãos municipais e agências ambientais.
2. ed. Washington: Banco Internacional de Reconstrução e desenvolvimento Banco Mundial, 2003. 114 p.
GUERRA, Antonio Teixeira. Dicionário geológico-geomorfológico. 7. ed. Rio
de Janeiro: IBGE, 1987. 446 p.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Bela Vista
da
Caroba
–
PR.
Disponível
em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 26 mar. 2010.
136
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
VULNERABILIDADE NATURAL DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
EM SANTA IZABEL DO OESTE - PR1
Camila Graeff Casiraghi
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Nayara Massucatto
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Fabiano André Marion
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Apesar de três quartas partes da superfície terrestre sejam compostas de
água, a maior parte não está disponível para consumo humano, pois 97% é água
salgada, encontrada nos oceanos e mares e 2% formam geleiras inacessíveis.
Apenas 1% de toda a água doce pode ser utilizada para consumo do homem e
animais e, deste total, 97% estão armazenados em fontes subterrâneas
(CORSAN, 2009).
Por mais que estejam protegidas, as águas subterrâneas não estão a salvo
da poluição e de atividades humanas como agricultura, indústria, urbanização e
mineração, que podem degradar sua qualidade. Dependendo das características
do terreno, os aqüíferos podem ter maior ou menor grau de vulnerabilidade. A
poluição é algo de difícil remediação, entre outras razões, devido ao fluxo lento
das águas, uma vez que esta pode ficar oculta por muitos anos atingindo áreas
muito grandes.
Tanto em nível mundial como nacional, o aumento crescente da utilização
das reservas hídricas do subsolo se deve ao fato de que, geralmente, elas
apresentam excelente qualidade e um custo menor, afinal dispensam obras caras
de captação, adução e tratamento.
Assim, teve-se como objetivo geral, fornecer informações sobre os
recursos hídricos subterrâneos, avaliar a vulnerabilidade natural e espacializar
essas informações em cartogramas para o município de Santa Izabel do Oeste,
através de dados pré-existentes e levantamentos complementares.
1
Trabalho desenvolvido na Disciplina de Geologia Geral do curso de Bacharelado em Geografia –
UNIOESTE – Francisco Beltrão-PR.
137
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
Santa Izabel do Oeste é um município brasileiro localizado no sudoeste do
Paraná, integra a microrregião geográfica de Capanema e segundo o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) possui uma população de 11.747
habitantes em uma área de 321, 169 km², sendo seu IDH considerado médio
(0,767). As atividades econômicas que mais se desenvolvem são a agricultura
com cultivo de soja, milho e trigo; pecuária com criação de bovinos, galináceas,
suínos e vacas ordenhadas e produção mista. Possui
solo
de
terra
roxa
estruturado com textura argilosa, aproximadamente 50% da área possui
topografia ondulada suave com bom potencial de mecanização e o restante
fortemente ondulado com mínimo de mecanização.
A pesquisa foi realizada a partir de dados já existentes, dispostos on-line
pelo CPRM/SIAGAS (Serviço Geológico do Brasil), e de dados recolhidos com
saída a campo. A partir disso, os dados foram tabulados e organizados numa
planilha, contendo informações como: nome e código dos poços; localidades em
que os mesmos se encontram; coordenadas UTM (Universal Transversa de
Mercator) norte e leste; profundidade e o ano de escavação; formação geológica;
nível estático e dinâmico; notas G, O, D e final; e por fim a vulnerabilidade natural
dos poços. Após, foi gerado o cartograma de vulnerabilidade natural à
contaminação para a área em estudo.
Para determinar a vulnerabilidade dos poços então estudados, foi utilizado
o método o GOD. Conforme fundamentação em Foster et al. (2003), este
significa: Groundwater hydraulic confinement, Overlaying Strata, Depth to
groundwater table, ou seja, Grau de Confinamento Hidráulico, Ocorrência de
Substrato Litológico (características litológicas e grau de consolidação da zona
não saturada ou capas confinantes acima do nível freático) e a Distância do Nível
de Água Subterrânea (em aqüíferos não confinados, por exemplo, a formação
Botucatu) ou ao Teto do Aqüífero (em aqüíferos confinados, por exemplo, as
rochas vulcânicas).
Na área em estudo, encontram-se cadastrados no SIAGAS/CPRM, 18
poços tubulares, mas apenas 10 apresentaram as informações necessárias para
aplicação do método GOD. No trabalho em campo, foi possível obter algumas
informações como o ano de escavação e a profundidade de alguns poços que
não possuíam tais características, além destas, faltava o nível estático, que
também não foi possível coletar devido à falta de equipamento.
138
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
A principal utilização da água é para uso humano, sendo que dos 18 poços,
13 eram para uso das comunidades, atendendo sempre um número grande de
moradores. Do restante, 02, são para uso em postos de combustíveis e 03 para
uso particular. Os 18 poços analisados não possuíam proteção segundo as
normas técnicas, ficando exposto ao risco de contaminação por pessoas, animais
ou resíduos da superfície.
Com relação à vulnerabilidade, 09 poços apresentaram índice de
vulnerabilidade baixa e apenas 01 com vulnerabilidade média. O baixo índice está
relacionado à ocorrência da formação Serra Geral em todo o município, pois, esta
impermeabiliza a área deixando-a menos vulnerável a possíveis contaminações.
O índice baixo indica vulnerabilidade somente a contaminantes conservados em
longo prazo, quando contínua e amplamente lançados ou lixiviados. Entretanto,
deve-se salientar que o método GOD não leva em consideração possíveis falhas
ou fraturas por onde podem percolar possíveis contaminantes.
Através desta pesquisa nota-se a importância da proteção das águas
subterrâneas, juntamente com órgãos públicos relacionados, à promoção de um
entendimento para a sociedade em geral, ampliando a consciência dos diversos
atores
que
influenciam
na
contaminação
das
fontes
subterrâneas
e
posteriormente novos testes para estar a par da real situação de vulnerabilidade
de cada poço.
REFERÊNCIAS
CORSAN. COMPANHIA RIOGRANDENSE DE SANEAMENTO. Ambientais.
Disponível em: <http://www.corsan.com.br/ambientais/distribuicao.htm>. Acesso
em: novembro/09.
CPRM. COMPANHIA DE PESQUISA E RECURSOS MINERAIS. Siagas.
Disponível em: <http://siagas.cprm.gov.br/wellshow/indice>. Acesso em:
novembro/09.
FOSTER, S. et al. Proteção da qualidade da água subterrânea: um guia para
empresas de abastecimento de água, órgãos municipais e agências ambientais.
2. ed. Washington: Banco Internacional de Reconstrução e desenvolvimento Banco Mundial, 2003. 114 p.
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CARACTERIZAÇÃO DAS FORMAÇÕES SUPERFICIAIS DO HOLLOW DE
CABECEIRA DE DRENAGEM NA A.R.I.E. DOS BURITIS –
PLANALTO BASÁLTICO (PATO BRANCO/PR)
Julio Cesar Paisani1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Edson Bertoldo2
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Marga Eliz Pontelli3
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Simone Guerra4
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Leandro Oliveira5
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Jacson Gosman Gomes de Lima6
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
INTRODUÇÃO
O termo cabeceira de drenagem se refere à área côncava situada a
montante de canal de primeira ordem (PAISANI et al., 2006). Na hierarquização
das bacias hidrográficas, a cabeceira de drenagem corresponde a menor unidade
hierárquica, bacia de ordem zero. Essa área é uma componente importante da
paisagem geomorfológica, pois ao representar a menor unidade da bacia
hidrográfica reflete, em seus materiais e topografia de superficie e subsuperficie
1
Professor Dr. do Curso de Geografia e do Mestrado em Geografia da UNIOESTE (Campus de
Francisco Beltrão-PR).
2
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia – UNIOESTE (Campus de Francisco
Beltrão-PR).
3
Professor Dra. do Curso de Geografia e do Mestrado em Geografia da UNIOESTE (Campus de
Francisco Beltrão-PR).
4
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia – UNIOESTE (Campus de Francisco
Beltrão-PR).
5
Acadêmico do Curso de Licenciatura em Geografia e Bolsista de Iniciação Científica –CNPq.
6
Acadêmico do Curso de Licenciatura em Geografia e Bolsista de Iniciação Científica –CNPq.
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os efeitos de sua história evolutiva. O grupo de pesquisa ‘Gênese e Evolução de
Superfícies Geomórficas e Formações Superficiais’, cadastrado no CNPq e
formado na UNIOESTE, vem caracterizando as formações superficiais de áreas
de cabeceira de drenagem inscritas em remanescentes de superfícies aplainadas
do sudoeste do Paraná e noroeste de Santa Catarina (PAISANI et al., 2008). Os
resultados apresentados até o momento têm revelado a presença de formações
superfíciais autóctones, com pequena contribuição de formações superficiais
alóctones, sobretudo no hollow – porção central das cabeceiras de drenagem
(GEREMIA, 2007; LIMA; PONTELLI, 2009; BRAGAS, 2010). A exceção são as
formações superficiais encontradas no hollow de cabeceira de drenagem situada
na A.R.I.E (Área de Relevante Interesse Ecológico, segundo CARRIJO, 2009)
Buriti em Pato Branco. O presente trabalho traz os resultados de caracterização
das formações superficiais dessa cabeceira de drenagem que se encontra inscrita
na Superfície Aplainada VIII da região sudoeste do Paraná, destacando a
individualização dos volumes, distribuição espacial e identificação de volume
turfoso.
MÉTODOS
Considerando que nas demais cabeceiras de drenagem estudadas, até o
momento, por membros do grupo de pesquisa as formações superficiais se
mostraram como de origem autóctone, procedeu-se a individualização de volumes
dos materiais das formações superficiais através de técnicas convencionais de
descrição em campo (MANFREDINI et al., 2005). A distribuição espacial dos
volumes foi obtida a partir de sondagens realizadas ao longo de transecto
transversal ao hollow (Figura 1). Para o volume turfoso determinou-se no Lab. de
Análise de Formações Superficiais da UNIOESTE, a granulometria e os teores de
matéria orgânica (MO g.kg-1) e carbono (C %). A primeira pelos métodos de
peneiramento e pipetagem, com separação via úmida, enquanto os últimos por
oxidação com dicromato de potássio. Classificou-se a textura com base em
Flemming (2000 apud PAISANI; GEREMIA, no prelo).
141
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
Figura 1. Perfil topográfico transversal ao hollow da cabeceira de drenagem,
mostrando os locais de sondagens. Linha descontínua indicando o local de coleta
de amostras para granulometria e determinação dos teores de MO e C
RESULTADOS
Foram individualizados 4 volumes da cobertura superficial (Fig.2). O
volume 1 encontra-se no sopé do side slope, tem de 30 a 100 cm de espessura, é
plástico, consistente, com 15% de manchas bruno forte (7.5YR 5/8) e cor variando
de bruno-avermelhado-escuro (5 YR 3/3) a bruno-amarelado-escuro (10 YR 3/4),
com transição abrupta para o volume 2. O volume 2 se distribui pelo hollow
mostrando, em média, 70 cm de espessura; é macio, firme, plástico, sem fibras
aparentes, com cor variando de preta (7.5 YR 2.5/1) a cinza-muito-escura (10 YR
3/1) e, localmente, como bruno-acinzentado (Gley 2.5/N). A textura variou de
argila siltosa, entre 0-80 cm de profundidade, a lama levemente arenosa argilosa,
entre 80-130 cm de profundidade. A MO variou de 206,4 a 103 g.kg-1 com
tendência decrescente para profundidade, tendência similar encontrada para os
percentuais de C, que variaram de 6 a 3%. O volume 3 se distribui no sopé do
side slope, tem cerca de 40 a 100 cm de espessura, cor bruno-amarelo-claro
(10YR 6/4) a bruno-amarelado (10YR 5/6) com manchas bruno-acinzentada
(10YR 5/2). Registra-se gradação lateral do volume 2 para o volume 3 entre o
hollow e side slope. Enfim, o volume 4 se encontra em profundidade no contato
com a rocha e se distribui por todo o transecto com maior espessura no centro do
hollow, chegando a 50 cm. É plástico, exibe litorrelíquias tamanho grânulo a seixo
fino e cor variegada predominando bruno-amarelo-claro (10YR 6/4) e verde
acinzentada (GLEY 1 6/1 5GY).
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Figura 2. Transecto transversal ao hollow da cabeceira de drenagem mostrando a
distribuição bidimensional dos volumes das formações superficiais
CONCLUSÃO
As formações superficiais da área de estudo exibem volumes alóctones (1
e 2) e autóctones (3 e 4). Os volumes alóctones atestam que processos erosivos
remobilizaram formações superficiais autóctones em direção ao hollow ao longo
do tempo, com significativa deposição de material mineral no sopé do side slope
(volume 1) e a mistura com material orgânico, vegetal, no hollow (volume 2). Este
último fato foi expressivo no centro da cabeceira, possivelmente durante um
período em que a cabeceira de drenagem se encontrava desconectada da rede
hidrográfica,
favorecendo
a
retenção
de
umidade,
evidenciado
pelas
características hidromórficas do volume 4, e sedimentos no hollow (volume 2).
Embora os teores de MO estejam um pouco abaixo do necessário para classificar
esse volume como horizonte orgânico pelo SBCS, estudo palinológico, em
andamento por membro do grupo de pesquisa, revelou quatro zonas polínicas ao
longo desse volume. Assim, não resta dúvidas de que se refere a um volume
turfoso.
REFERÊNCIAS
BRAGAS, L.A. Caracterização da cobertura superficial em cabeceira de
drenagem sobre substrato vulcânico – Campo Erê (SC). 82p. 2010.
Dissertação (Mestrado em Geografia), Universidade Estadual do Oeste do
Paraná, Francisco Beltrão-PR.
143
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CARRIJO, B.R. Área de relevante interesse ecológico (ARIE Buriti), Pato
Branco-Pr: gênese, manejo e perspectivas de gestão. SIMPGEO, 3, Anais...,
UEPG, Ponta Grossa, p.140-151, 2008.
GEREMIA, F. Considerações sobre a cobertura superficial de concavidade
situada na bacia do rio Quatorze Sudoeste-PR. Anais... XII ENGEO/VI
ENGESOP, p.166-168, 2007.
LIMA, J.G.G.; PONTELLI, M.E. Distribuição preliminar da cobertura superficial em
vertente de concavidade desconectada da rede de drenagem em substrato
vulcânico – Alto curso do rio Marrecas (SW do PR). Anais... XVIII EAIC, Londrina,
UEL, p.1-4, 2009, CD-ROM.
MANFREDINI, S.; DIAS, S.M.F.; QUEIROZ NETO, J.P.; OLIVEIRA, D.;
FERREIRA, R.P.D. Técnicas em Pedologia. In: Venturi, L.A.B. (Org.) Praticando
Geografia: técnicas de campo e laboratório. São Paulo: Oficina de Textos,
2005, p.85-98.
PAISANI, J.C.; GEREMIA, F. Evolução de encostas no planalto basáltico com
base na análise de depósitos de colúvio - médio vale do rio marrecas, SW do
Paraná . Geociências, no prelo.
PAISANI, J.C.; PONTELLI, M.E.; ANDRES,J. Superfícies aplainadas em zona
morfoclimática subtropical úmida no Planalto Basáltico da Bacia do Paraná (SW
Paraná/ NW Santa Catarina): primeira aproximação. Geociências, v.27, n.4.,
p.541-553, 2008.
PAISANI, J.C.; PONTELLI, M.E.; GEREMIA, F. Cabeceiras de drenagem da bacia
do rio Quatorze – Formação Serra Geral (SW do Paraná): distribuição espacial,
propriedades morfológicas e controle estrutural. R. RA’E GA, UFPR, n.12, p.211219, 2006.
144
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
DETERMINAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
ATRAVÉS DE IMAGENS DO CBERS-2b
Ediane Cristina Daleffe
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão)
[email protected]
Taisller Guimarães da Silva
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão)
[email protected]
Julio Caetano Tomazzoni
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão)
[email protected]
Elisete Guimarães
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão)
[email protected]
Este trabalho é uma contribuição para determinação do uso e ocupação do
solo, a partir de imagens CBERS-2B, processadas em um programa SIG (Sistema
de
Informação
Geográfica)
denominado
SPRING.
As
pesquisas
foram
desenvolvidas na bacia hidrográfica do Rio Catorze, com área de 10.708,00 ha,
localizada nos municípios de Francisco Beltrão e Manfrinópolis, no Sudoeste do
Paraná. Para realizar este estudo empregou-se as imagens CBERS-2B, do
sensor CCD (Câmera imageadora de alta resolução), das bandas, 2 (azul), 3
(vermelho) e 4 (infravermelho). Foram utilizadas imagens das seguintes datas: 23
de dezembro de 2007 (verão); 18 de julho de 2008 (inverno); 21 de dezembro de
2008 (verão); 30 de abril de 2009 (outono) e 13 de dezembro de 2009
(primavera). As imagens em formato TIF, cedidas pelo INPE (Instituto nacional de
pesquisa espacial), foram submetidas ao software IMPIMA para conversão para o
formato próprio do SPRING (TSC/SPG). Na seqüência, com o programa SPRING
as imagens foram registradas e importadas para uma categoria imagem. Através
da ferramenta Imagem, realizou-se o pré-processamento digital das imagens, que
consiste no contraste das imagens para então interpretar-las no uso e ocupação
do solo.
Os resultados obtidos demonstram que há variação no uso do solo nas
diferentes estações do ano, principalmente nos períodos de entre safra, quando o
solo fica em descanso no intervalo de plantio. Observa-se também o aumento da
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vegetação com o decorrer dos anos, principalmente nas áreas de preservação
permanente, e o aumento das áreas de reserva legal, influenciada principalmente
pelo código ambiental vigente. Percebe-se uma maior preferência pela
monocultura de grande porte, com o plantio dos chamados “reflorestamentos”,
com produção de celulose, madeira para exportação e consumo nacional,
principalmente de pinus e eucaliptos. Na seqüência estão representados alguns
resultados deste estudo, através de Figura 1 e Tabela 1.
Figura 1- Mapa do uso do solo em 13 de dezembro de 2009
Fonte: Os autores.
Tabela 1- Tabulação cruzada do uso e ocupação do solo em 23 de dezembro de
2007 com 13 de dezembro de 2009
Dezembro
de 2007 (ha)
Dezembro de 2009 (ha)
RF
LV
PA
VSEI
VSEM
VSEA
SE
RF
99,16
0,04
0,12
0,00
3,28
10,96
0,24
LV
0,00
13,12
22,40
2,80
14,28
0,00
51,80
PA
2,32
130,20
1406,92
210,52
2241,40
144,92
1150,12
VSEI
0,76
44,40
107,16
151,48
201,44
28,28
164,36
VSEM
2,28
3,88
7,56
226,56
171,68
436,40
7,16
VSEA
147,88
4,12
36,44
54,12
725,28
779,44
85,44
SE
15,52
21,24
145,00
27,56
562,68
42,64
1002,72
Total (ha)
267,92
217,00
1725,60
673,04
3920,04 1442,64 2461,84
2009
Legenda: RF - Reflorestamento; LV - Lavoura; PA - Pastagens; SE - Solo Exposto.
Fonte: Os autores.
Total
(ha)
2007
113,80
104,40
5286,40
697,82
855,52
1832,72
1817,36
10708,0
0
148
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Analisando a Tabela 1 verifica-se que o reflorestamento que em 2007
abrangia 113,80 ha foi ampliado em 2009 para 267,92 ha. As áreas das formas de
uso VSEA (vegetação secundária em estágio avançado) e solo exposto de 147,88
e 15,52 ha respectivamente são as que mais contribuíram nessa ampliação.
As pastagens em 2007 totalizavam 5286,4 ha e em 2009 reduziram-se
para 1725,60 ha na interpretação de pastagens e lavouras está aparecendo uma
distorção e esse fato será melhor analisado para discernimento da evolução
dessa forma de uso.
A VSEI (vegetação secundária em estágio inicial) constituía 697,82 ha em
2007 e totaliza 673,04 ha em 2009 nesse aspecto observa-se que 210,52 ha de
pastagens e 226,56 ha de VSEM (vegetação secundária em estágio médio) em
2009 passaram para esta forma de uso.
A VSEM constituía 855,52 ha em 2007 e passou para 3920,04 ha em 2009.
As principais formas de uso de 2007 que evoluíram para VSEM são: 725,28 ha de
VSEA, 2241,4 ha de pastagens e 562,68 de solo exposto.
A VSEA abrangia 1832,72 ha em 2007 e em 2009 passou para 1442,64 ha.
As formas de uso de 2007, que passaram para as áreas de VSEA são: 436,40 ha
de VSEM e 144,92 ha de pastagens.
O solo exposto em 2007 abrangia 1817,36 há, e em 2009 passou para
2461,84 ha. É uma forma de uso que apresenta grandes mudanças, pois,
depende da época em que foi obtida a imagem, quando pode existir maior ou
menor número de lavouras colhidas, que se enquadram nessa forma de uso.
Ressalta-se também, que a maior parte dessa área pertence a áreas de lavouras
que estão em pousio e pastagens.
REFERÊNCIAS
FLORENZANO, T. G. Geomorfologia: conceitos e tecnologias atuais. São Paulo,
2008.
NOVO, E. L. de M. Sensoriamento Remoto princípios e aplicações. São Paulo,
1992.
INPE. Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres: Disponível em:
<http://www.cbers.inpe.br/>. Acesso em: 20 fev. 2010.
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CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL COMO UMA FERRAMENTA
DE CONTROLE NA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Fernando Eibel¹
UNIOESTE (Campus Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Roberto Bottega²
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Segundo Valle (2006), um termo que tem tomado uma posição de grande
destaque dentre as preocupações que perturbam a sociedade num todo é o meio
ambiente. Algumas atitudes que são tomadas e acabam sendo consideradas
isoladas em defesa do meio em que vivemos, vem dando lugar a abordagens
feitas de maneira mais racional, objetivas e sistêmicas quando tratamos de
problemas que são gerados pela poluição e atividades humanas.
Segundo Seiffert (2005), um dos fatores que mais afetam de forma intensa
as organizações diz respeito às ações dos clientes, ou possíveis clientes. O papel
das pessoas e suas motivações não são um assunto novo para as empresas,
mas no que diz respeito à questão ecológica vem demonstrando uma conjunção
de fatores, que se apresentam, por exemplo, na forma de um ganho de
importância para a questão ambiental, principalmente devido à evolução dos
meios de comunicação, que muitas vezes possibilitam acesso imediato aos fatos.
Desta forma, as empresas constataram a importância dada pelos consumidores à
qualidade ambiental.
Segundo Barbieri (2004), os selos ou rótulos ambientais têm o objetivo de
informar os consumidores ou usuários sobre as características benéficas
presentes em produtos ou serviços específicos. Algumas informações que são
passadas ao público são biodegrabilidade, retornabilidade, utilização de material
reciclado, eficiência energética e outras.
Segundo Barbieri (2004), a sensibilização da população em geral, funciona
como uma forma de pressão para que as empresas atuem de maneira a degradar
menos o meio ambiente, principalmente consumidores que procuram utilizar
produtos e serviços ambientalmente corretos. Os selos verdes ou rótulos são uma
importante ferramenta de indicação da importância do desempenho ambiental
150
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como critério determinante na escolha da população na hora de realizar suas
compras. Através dos rótulos ou selos verdes são fornecidos atributos ou
aspectos ambientais em produtos e serviços e seu objetivo é atrair consumidores
e usuários que tenham certa preocupação com o meio ambiente, dando destaque
para as características benéficas dos produtos ou serviços em relação ao meio
ambiente.
Um fator de relevante importância para a aquisição dos selos verdes é a
cooperação dos empregados e fornecedores. Segundo Valle (2006), o processo
de obtenção da certificação ambiental por uma organização e a garantia de sua
manutenção, dependerá da participação consciente de seus funcionários e
fornecedores, pois muitas vezes a falta de preparo por parte desses
colaboradores acaba provocando os maiores acidentes, quando podem ser
gerados os piores resíduos.
Segundo Barbieri (2004), o tema meio ambiente entrou de maneira
definitiva na agenda dos políticos, nota-se isto através da freqüente aprovação de
leis ambientais nos dias atuais. Muitas organizações da sociedade civis e sociais
têm exercido um papel preponderante, manifestado através de denuncias, da
formação de opiniões diante de grande público, de pressões políticas e de
cooperação com grandes empresas. A presença das ONGS nas questões globais
tem sido de fundamental importância para que as resoluções e recomendações
dos acordos multilaterais ambientais não terminem abandonadas nas gavetas dos
governantes.
Segundo Seiffert (2007), um dos resultados atingidos através das várias
discussões sobre os problemas ambientais e de que forma fortalecer o
desenvolvimento econômico envolvendo esta questão foi o surgimento das
normas ISO 14000 estas o buscam desenvolver uma abordagem organizacional
que leve a uma gestão ambiental efetiva.
Segundo Seiffert (2005), a importância da gestão ambiental para pequenas
e médias empresas tem sido demonstrada por uma série de constatações
relacionadas ao ambiente onde elas atuam. Isto ocorre por que as empresas
estão expostas à cobranças
de atitudes mais
ativas com relação à
responsabilidade sobre seus processos industriais, resíduos e efluentes
produzidos e descartados, como também o desempenho de seus produtos e
serviços em relação à abordagem do ciclo de vida. É necessário que se analise
151
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além do processo produtivo, também o produto em toda a sua trajetória, desde a
matéria prima até o descarte final.
Segundo Valle (2006), com o objetivo de tentar padronizar as ações que
devem ser tomadas nessa nova óptica para proteger o meio ambiente, a
Organização Internacional para Normatização (ISO) criou um sistema de normas
que foi designado como ISO 14000. Esta série constitui o conjunto de normas,
mais amplo até então, criado de forma simultânea e possui em sua estrutura,
normas que regulam sua própria utilização e que estabelecem as qualificações
daqueles que deverão auditar sua aplicação. Ela tem como proposta normalizar
as referências ambientais e também influenciar nas decisões do consumidor final,
nos pontos-de-venda e nas prateleiras dos supermercados, com a utilização de
símbolos de qualidade ambiental, estampados nas embalagens dos produtos.
REFERÊNCIAS
BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e
instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004.
SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Iso 14001 Sistemas de gestão ambiental:
Implantação objetiva e econômica. São Paulo: Atlas, 2005.
VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade ambiental: iso14000. São Paulo: Senac, 2005.
152
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A APLICAÇÃO DO GEOPROCESSAMENTO NO MAPEAMENTO DE
PRODUTORES AGROECOLÓGICOS
Poliane de Souza1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Taís Andriéli Menegotto1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
O objetivo deste trabalho é propor a utilização do Geoprocessamento para
a criação de um banco de dados com informações referentes a produtores
agroecológicos.
De acordo com Câmara & Davis (2001) Geoprocessamento denota a
disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais
para o tratamento da informação geográfica. Em outras palavras, pode-se dizer
que é um conjunto de tecnologias, onde há a coleta e tratamento de dados
espaciais para atingir determinado objetivo. O Sistema de Informações
Geográficas (SIGs) é a ferramenta do Geoprocessamento que permite a
integração desses dados.
A combinação dos dados de diversas fontes permite realizar análise e
interpretações sobre os mais diversos fenômenos e dessa forma oferece suporte
para tomada de decisões. Com o auxilio do Geoprocessamento, por exemplo,
podem-se mapear os produtores agroecológicos de uma determinada região ou
município e integrar dados sobre as propriedades e as respectivas produções.
A Agroecologia é um sistema de produção agrícola alternativo que segundo
Gliessman (2002), foi proposto nos anos 1930, por alguns ecologistas para
designar a ecologia aplicada á agricultura. A Agroecologia dedica-se ao estudo
das
relações
produtivas
entre
homem-natureza,
visando
sempre
à
sustentabilidade ecológica, econômica, social, cultural, política e ética.
As práticas agroecológicas se baseiam na pequena propriedade, na mãode-obra familiar, em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às
condições locais e em redes regionais de produção e distribuição de alimentos.
Mas diante da racionalista produção convencional as dificuldades encontradas
1
Acadêmicas do curso de Geografia – UNIOESTE – Campus de Francisco Beltrão-PR
153
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para produzir de forma agroecológica são muitas, dentre elas destaca-se a
dificuldades no acesso a recursos financeiros e assistência técnica. Um dos
motivos que leva a tais dificuldades é a carência de uma base de dados que
incorpore todas, ou pelo menos a maior parte, das informações sobre a produção
agroecológica.
A construção de uma base de dados confiável e completa, dispondo, por
exemplo, de informações sobre localização e tamanho das propriedades, tipo de
produção (produtos naturais ou beneficiados), renda familiar, estradas, tipo de
solo, cobertura vegetal, recursos hídricos entre outros, pode auxiliar na definição
das áreas com aptidão agrícola e também como base para a criação de
associações e cooperativas. Pode-se ainda, ser utilizado como alicerce na criação
e desenvolvimento de políticas públicas pontuais, que sirvam de orientação no
desenvolvimento de programas e projetos específicos. Além disso, pode ser
utilizado como referência no ordenamento e gestão do território, planejando e
maximizando a eficiência de sua utilização de forma ordenada e coerente.
A coleta e inserção dos dados em meio computacional demanda tempo,
dinheiro e conhecimento, mas muito além disso, o desenvolvimento da
agroecologia, depende de interesses e iniciativas, tanto do Estado como dos
próprios produtores, os principais beneficiados.
REFERÊNCIAS
CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. Introdução a Ciência da
Geoinformação. 1. ed. São José dos Campos, 2001. Disponível em:
<http://www.geolab.faed.udesc.br/paginaweb/Pagina%20da%20disciplina%20geo
p_files/intoducao.pdf>. Acesso em: 08 mai. 2010.
GLIESSMAN, Stephen R. Agroecología: processos ecolológicos en agricultura
sostenible. Turrialba, C.R.: CATIE, 2002.
154
XV Encontro de Geografia da UNIOESTE/FBE - IX Encontro de Geografia do Sudoeste do Paraná “Os desafios dos profissionais em Geografia” – 27 a 29 de Maio de 2010 - UNIOESTE/ Francisco Beltrão-PR
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS/GEOGRÁFICAS DO MUNDO QUE
ANTECEDERAM A GEOGRAFIA CIENTÍFICA MODERNA
Rodrigo Ferreira Lima
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Fabrício Pedroso Bauab
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Durante a Baixa Idade Média se percebeu uma mudança nas formas de
representação da realidade dos lugares, em que a experiência das viagens
marítimas foram sendo incorporadas aos escritos considerados sagrados. A busca
de riquezas fez com que mareantes se lançassem aos mares a procura delas. Para tanto,
usavam-se poucos – ou nenhum - instrumentos de navegação. Assim, foram surgindo
nos mares representações das rotas e dos lugares visitados. As primeiras cartas
mostravam o Mediterrâneo com suas passagens e perigos. Dessa maneira, serviu como
fonte para outra forma de representação costeira chamada portulano. Tal forma de
representação era fruto de uma enorme carga de experiência e conhecimentos dos
mareantes, sendo, portanto, considerada de grande credibilidade.
Outra etapa do processo de renovação cartográfica foi a troca de se navegar em
mares fechados por oceanos abertos. Existiam duas preocupações nesse tipo de
aventura: a determinação da latitude e, também, da longitude nos mares. A primeira
preocupação era sanada com o auxilio de instrumentos como o astrolábio e uma tabela
de declinação, ou pelo referenciamento na estrela polar. No que se diz respeito à
longitude, a preocupação aumentava por não existir uma técnica precisa para tal calculo
de distância, levando a fazê-lo a olho em alguns casos. Para tais cálculos, se observou a
necessidade de reaver conceitos, como o sistema de latitude e longitude de Ptolomeu.
Dessa maneira, quando Marco Pólo regressara a Europa vindo da Ásia, as cartas
portulanos estavam reunidas em cartas e mapas cada vez maiores. A representação de
Abraham Cresques na obra Atlas Catalão foi reflexo dessa tendência.
Esse mapa tinha interesse em se apresentar como um mapa mundi, estando
representados os interesses de mareantes e mercadores do final período medieval. Tal
obra acabou sendo considerada a superação do empirismo pela experiência prática.
Contudo, os aspectos bíblicos ainda se faziam presentes nas representações, como a
presença do paraíso terrestre.
155
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Após a perseguição aos judeus em Aragão, o filho de Cresques seguiu em
direção a Portugal levado consigo o conhecimento cartográfico até então adquirido.
Dessa maneira, auxiliou na formulação de cartas a mapas de marear, fazendo, assim, a
cartografia se tornar uma ciência internacional.
Essa representação dos lugares se diferenciava dos até então conhecidos mapas
T-O por representar a realidade através de medidas precisas, e não mais somente
através do que os escritos relatavam. Tal forma de representação, antes feita por
Ptolomeu e Estrabão, foi mantida viva graças aos esforços dos árabes, pois ao navegar
pelo índico, sentiram a necessidade de representar os lugares onde visitavam. Dessa
forma, os mapas deixariam de ser meras ilustrações em meio a escritos para se tornarem
forma de representação de lugares, animais, povos desconhecidos, etc. Outros mapas
que serviram de representação no século XIII foram os mapas de Hereford e Ebstorf. Em
tais obras, existiam representações que iam desde cidades consideradas bíblicas até
lugares reais como a região da Baixa Saxônia. Contudo, as representações eram feitas
através de mapas e cartas para uma melhor compreensão e interpretação dos dados e
informações neles contidos. Portanto, não se deve desconsiderar o grande auxílio que os
mareantes e comerciantes fizeram a Cartografia e a Geografia, principalmente nas
representações das já mencionadas cartas Portulano.
Nesse aspecto, as cartas portulanos formularam novas rotas marítimas usando,
em grande medida, de grande experiência e eficácia técnica. Dentre as mais antigas
destes portulanos, estão as primeiras representações feitas em Gênova e Pisa, e
posteriormente de origem catalã.
Dessa maneira, contribuiu com a circulação de mercadorias e pessoas nos mares
durante os primórdios da sociedade mercantil. O grande diferencial dessa técnica de
representação é a triangulação que era feita através de linhas, que acabavam formando
uma “malha geométrica”. Nesse aspecto, Ptolomeu foi de grande valia por demonstrar
alguns traços gerais que foram muito importantes. Quanto aos portulanos, o grande
avanço se deve à aceitação da possibilidade da existência de novas terras e novos povos
em lugares desconhecidos. Outro diferencial que é conhecido dos portulanos é um
padrão geométrico - que poderia variar de acordo com cada carta - conhecido por ser
uma rede de loxodromas1 parecido com a rosa-dos-ventos. Assim, conhecendo a direção
dos ventos e suas dinâmicas, era possível a formulação de viagens ao horizonte.
Outro mapa que se parece com os portulanos são os mapas Toscanelli. Nessa
forma de representação os pontos costeiros do Mediterrâneo eram mais precisos, sempre
sem representar os seus interiores, e quando isso acontecia, acabava os fantasiando
1
Linhas de rumo.
156
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com figuras como grous e seres fantasiosos, além de sereias e ciclopes. A ilusão de
seres fantasiosos aumentava na medida em que se afastava do equador em direção aos
pólos.
Portanto, os portulanos foram parte de um longo processo de aperfeiçoamento
das técnicas representativas da superfície terrestre, em que existiu a retomada da
linguagem matemática em nas representações cartográficas. A contribuição de Ptolomeu
se estabelece na retomada do espírito científico e quantitativo dos dados, juntamente
com a retomada do seu esquema de latitude e longitude que possibilitava igualdade entre
os mapas. A grande dificuldade ficava por conta da transposição de uma terra esférica
para uma superfície plana. Essas formas de estudo, conjuntamente com as posteriores
viagens marítimas, foram de grande importância para o advento da Geografia Científica
Moderna.
REFERÊNCIAS
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Janeiro: Civilização Brasileira, 1989, p. 103-116.
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Ocidental – 1250-1600. Trad. Vera Ribeiro. São Paulo: EdUNESP, 1999, p. 99110.
DREYER-EIMBCKE, O. O descobrimento da Terra. Trad. Alfred Josef Keller.
São Paulo: Melhoramentos: EdUSP, 1992.
KIMBLE, G. H. T. A Geografia na Idade Média. Trad. Márcia Siqueira de
Carvalho. 2. ed. rev. Londrina: EdUEL, 2005.
RIBEIRO, M. E. B. Entre a fonte e o objeto: o estatuto das imagens na história e
na história da arte. Textos de História, v. 15, n°1/2, p. 81-92, 2007.
SANTOS, D. A reinvenção do espaço: diálogos em torno da construção de uma
categoria. São Paulo: EdUNESP, 2002, p. 33-57.
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CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUIMICA DE SOLO DA LINHA SANTA BÁRBARA
Taisller Guimarães da Silva
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Ediane Cristina Daleffe
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Julio Caetano Tomazoni
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Elisete Guimarães
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Campus Francisco Beltrão-PR)
guimarã[email protected]
Esse estudo teve a finalidade de quantificar vários indicadores relevantes à
interpretação geoquímica dos solos. Sendo essa quantificação cada vez mais
importante e presente na tomada de decisões quanto às maneiras de exploração
e intervenção no setor agropecuário. O material para análise foi obtido na
propriedade da UTFPR, Campus de Francisco Beltrão pertencente à bacia
hidrográfica do Rio Catorze na região sudoeste do Paraná. Esse material acima
citado foi recolhido em cinco locais diferentes, a uma profundidade de 0 a 20 cm,
devidamente isolados e etiquetados num total de cinco amostras, com diferentes
tipos de cobertura vegetal (VIEIRA; VIEIRA, 1988). Posteriormente para obtenção
dos dados necessários para a quantificação geoquímica das amostras, foi
encaminhado o material para o laboratório de análises de solos da UTFPR/IAPAR
Campus Pato Branco-PR.
No laboratório foram elaboradas técnicas tradicionais para verificação dos
fatores relevantes a pesquisa, sendo o processo de digestão úmica para
determinação da matéria orgânica e a utilização da solução de Mehlich – I para
determinar os macros e micro-nutrientes como: Fósforo (P), Potássio (K), Cobre
(Cu), Ferro (Fe), Zinco (Zn) e Manganês (Mn), (CLAESSEN, 1997).
A partir do resultado das análises do material foi elaborada a interpretação
dos dados obtidos. Assim sendo possível a classificação do tipo de solo das
amostras com relação às frações do solo, sendo caracterizada por uma textura
muito argilosa, característica dos latossolos, que são muito presente na bacia
hidrográfica do Rio Catorze.
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Na Tabela 1 estão os resultados da análise geoquímica realizada no
laboratório de análises de solos da UTFPR/IAPAR, Pato Branco – PR.
Tabela 1- Análise Geoquímica de amostras de solos da bacia hidrográfica do
rio Catorze
Parâmetro
-3
Teor de MO (g/dm )
pH
Alumínio Trocável – Al (cmol
3
(+)/dm )
3
Cálcio – CA (cmol (+)/dm )
3
Potássio (cmol (+)/dm )
3
Fósforo P (cmol (+)/dm )
Soma das Bases Trocáveis – SB
3
(cmol (+)/dm )
Capacidade de Troca de Cátions
(cmol (+)/dm3)
Saturação de Bases V%
Saturação de Alumínio AL %
Índice SMP
H + Al (cmolcdm-3)
02
26,80
Amostra
03
26,80
04
40,21
05
60,3
4,40
4,70
4,20
4,60
0,34
0,14
1,04
0,20
Macros - nutrientes
6,29
3,75
0,53
0,65
6,99
8,53
Relações
5,06
0,18
7,75
6,08
0,18
15,65
8,90
0,25
3,47
01
37,53
Acidez
5,20
---
9,86
6,15
8,19
8,82
11,56
13,83
11,11
12,47
16,58
18,09
71,29
55,36
65,68
53,20
63,90
--5,24
1,68
10,55
1,70
6,30
6,00
6,20
5,40
5,70
3,97
4,96
4,28
7,76
6,53
Micronutrientes
Cobre Cu (mg/dm3)
6,00
5,10
4,79
10,14
7,84
Zinco Zn (mg/dm3)
5,50
1,63
1,12
6,53
5,90
Ferro (mg/dm3)
35,68
23,15
26,42
148,49
119,49
Manganês (mg/dm3)
3,04
1,75
2,95
2,56
2,41
Análise Granulométrica
Argila %
71,60
80,76
69,70
64,50
61,00
Areia %
3,60
2,70
3,20
1,90
0,80
Silte %
24,80
16,60
27,10
33,60
38,20
Legenda: Baixo, Médio e Alto; P - fósforo, C - carbono, V - saturação de bases, SMP método de
análise e correção de acidez do solo. Fonte = PIBIC – Estudo Radiométrico de Alvos Naturais e
Artificiais de sensores Orbitais.
Pode-se perceber segundo a tabela, que os índices de matéria orgânica
são normais, tendo expressividade alta na quinta amostra, por se tratar de uma
área de várzea com cultivo de soja inundável de tempos em tempos.
Os níveis de pH se mostraram estão entre baixo (4,2 e 4,4) a médios (4,6 a
5,2), aspecto que não inviabiliza a possibilidade de utilização para fins agrícola,
pois, podem ser submetidos à calagem.
Com relação aos macros e micro-nutrientes todos os níveis são elevados
ou normais, sendo solos férteis e propícios para exploração agrícola ou
agropecuária.
Em geral os latossolos da bacia hidrográfica do rio catorze se distinguem
em dois tipos: LVdf2 e LVdf8 – Latossolo Vermelho Distroférrico úmbrico, com
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textura argilosa, fase floresta subtropical perenifólia, com relevo ondulado.
Apresentando solos com saturação por bases baixas (V < 50%) e teores de Fe2O3
(pelo H2SO4) de 180g/kg a < 360g/kg na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA), (EMBRAPA SOLOS, 2006). Latossolos Identificados
conforme Figura 1.
Figura 1-Classificação de solos através da declividade plataforma SPRING
Fonte = PIBIC – Estudo Radiométrico de Alvos Naturais e Artificiais de sensores Orbitais.
Com esse trabalho buscou-se o enriquecimento dos conhecimentos sobre
as técnicas de obtenção de amostras, os passos para análise granulométrica e a
interpretação de análises geoquímicas com referencial teórico sobre o assunto.
REFERÊNCIAS
CLAESSEN, M. E. C. et al. Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. rev.
atual. EMBRAPA – CNPS. Rio de Janeiro, 1997.
VIEIRA, L. S.; VIEIRA, M. N. F. Manual da Ciência do Solo com ênfase aos
Solos Tropicais. ed. rev. ampl. Ed: Agronômica CERES LTDA. São Paulo 1988.
EMBRAPA SOLOS. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 2. ed. Rio
de Janeiro, 2006.
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RECURSOS OFERECIDOS PELO GEOPROCESSAMENTO APLICADOS NO
PLANEJAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NA AGRICULTURA
Taís Andriéli Menegotto1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Poliane de Souza1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
Alcimar Paulo Freisleben1
UNIOESTE (Campus de Francisco Beltrão-PR)
[email protected]
O presente trabalho tem por objetivo apresentar alguns dos recursos
oferecidos pelo geoprocessamento na identificação das características das
propriedades rurais, valendo-se de imagens de satélites de alta resolução
espacial e mapas temáticos para identificação do uso atual das terras e das
parcelas agrícolas, visando melhor planejamento de políticas públicas ligadas ao
setor agrícola brasileiro.
O geoprocessamento é a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas
matemáticas e computacionais para tratar informações geográficas e vem
influenciando de maneira crescente diversas áreas, dentre elas a cartografia, a
análise de recursos naturais, transportes, comunicações, energia, planejamento
urbano e regional (CÂMARA; DAVIS, 2001).
Segundo
CARSON
(1993)
em
geral
ocorre,
nos
países
em
desenvolvimento, erros e omissões nos levantamentos de informações e
indicadores sócio-econômicos mais freqüentes do que as mudanças que
intencionam medir, mascarando muitas vezes a realidade, dificultando a
elaboração de programas e projetos específicos. Para este autor, as fontes de
dados geralmente são questionáveis. A maioria dos países em desenvolvimento
carece de capacidade necessária para coletar informações sociais e econômicas
adequadas, principalmente na área rural, e conclui que muitos governos não
podem sequer manter dados precisos de suas próprias atividades.
Segundo Mangabeira (2002) é praticamente impossível administrar as
políticas públicas sem planejar. Tal planejamento requer uma base segura de
1
Acadêmicos do curso de Geografia.
161
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informações mais atual e confiável, principalmente no que se refere às
informações quantitativas. Neste caso, é imprescindível gerar, para fins de
planificação
e
desenvolvimento
rural,
informações
que
identifiquem
e
quantifiquem as diversas variáveis relacionadas ao uso das terras, das parcelas
agrícolas e dos sistemas de produção. Este processo de investigação pode ser
facilitado pela utilização de imagens de satélites de alta resolução espacial, que
podem gerar dados passíveis de serem geocodificados, ou seja, integrados,
relacionados e espacializados nos sistemas de informações geográficas (SIG's).
Ademais, a geocodificação destes dados embasará a estruturação de
sistemas de informação que possam dar apoio à decisão mais racional quanto ao
planejamento e desenvolvimento rural na escala da administração municipal
regional, fazendo assim, com que a política desenvolvida atinja sua real
finalidade.
O Brasil, país de grande extensão territorial, apresenta uma colonização
bastante diversificada em escala temporal quanto à ocupação de suas terras
agricultáveis, com início de plantação de cana-de-açúcar, criação de gado no Sul
do país, o ciclo do café e assim por diante, cada um deles apresentando
características e dinâmicas específicas.
Em virtude de o Brasil ser considerado um país agrícola, há poucos
registros mais claros quanto a sua dinâmica do uso das terras. Em razão aos
poucos recursos financeiros destinados a realizações de censos e cadastros
fundiários com a freqüência necessária, com informações úteis sobre o uso das
terras e dos sistemas de produção agrícola utilizados. Os censos agrícolas são
realizados a cada 10 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e o cadastro das propriedades agrícolas, elaborado pelo Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), encontra-se desatualizado.
Um dos problemas da coleta de dados a cada 10 anos em relação à
dinâmica do setor agrícola pode diferenciar muito, a omissão de dados por parte
dos entrevistados, contribui para inverdades nos dados, ou mesmo, omitindo
fenômenos isolados que aconteceram no período e influenciaram na produção.
Estes dados não possuem enfoque sistêmico, não levam em consideração
informações espaciais, tais como a localização das propriedades, tipo de solo,
relevo, não identificando as aptidões agrícolas, o que leva a implantação de
programas gerais, que se tornam ineficazes. Como forma de garantir melhor
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confiabilidade dos dados coletados, a checagem das informações espaciais se
torna tão importante, quanto a conferencia dos dados numéricos. Em geral, este
tipo de levantamento tem alto custo financeiro, envolve muito tempo e, quando os
dados são publicados, freqüentemente já estão desatualizados.
Isso revela a precariedade dos dados usados para o planejamento das
políticas públicas e o destino de verbas no setor agrícola brasileiro, tendo em vista
o desconhecimento do uso das terras e do sistema de produção instaurado.
Deste modo, torna-se dificultosa a formulação de políticas públicas
adequadas, uma vez que não existe uma base segura e constantemente
atualizada de informações na qual tais políticas possam se basear.
Existe uma deficiência de metodologias que possam ser utilizadas para
resolver o problema de coleta, análise e disponibilização dos dados. Cabe ao
governo procurar medidas alternativas para a obtenção de dados confiáveis, por
meio de técnicas de geoprocessamento pode ser feito a coleta de dados
espaciais e cadastrais, agilizando o trabalho de levantamento e fiscalização dos
dados, aumentando consideravelmente a precisão e eficiência do processo.
REFERÊNCIAS
CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. Introdução a Ciência da
Geoinformação. 1. ed. São José dos Campos, 2001. Disponível em:
<www.dp1.inppe.br/gilberto/livro/introd/index.html>. Acesso em: 23 abr. 2010.
MANGABEIRA, J. A. C; Tipificação de produtores rurais apoiada em imagens
de alta resolução espacial, geoprocessamento e estatística multivariada:
uma proposta metodológica: 2002. Dissertação (Mestrado). Universidade
Estadual de Campinas, Campinas.
CARSON, W. H. Manual global de ecologia: o que você pode fazer a respeito da
crise do meio ambiente. São Paulo: AUGUSTUS, 1993. p. 413.
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