Uma Lição sobre Ciúmes

Transcrição

Uma Lição sobre Ciúmes
A Vida de José: 1
Uma Lição sobre Ciúmes
(Gênesis 37)
INTRODUÇÃO
Ler a Bíblia já foi comparado com sentar-se
na varanda da frente a observar o movimento
das pessoas para cima e para baixo da rua1. Na
extremidade da rua em direção ao Antigo Testamento há um canteiro de obras quando Deus cria
o universo. Na outra extremidade em direção ao
Novo Testamento há um brilho resplandecente,
um brilho que sai da “cidade santa, a nova Jerusalém” (Apocalipse 21:2), o lar eterno da alma.
Neste estudo, faremos uma caminhada descendo
o quarteirão até o primeiro livro da Bíblia, para
conhecermos melhor um dos indivíduos mais
memoráveis desse livro: José.
Além das passagens introdutórias que citam
José, treze capítulos de Gênesis falam de sua vida:
Gênesis 37 e 39 a 50. Há mais coisas registradas
sobre a vida de José do que sobre Adão ou Noé.
No Antigo Testamento há mais espaço dedicado
à vida desse homem do que à vida de qualquer
outro indivíduo, exceto o pai Abraão.
Para aproveitar ao máximo o nosso estudo,
tenho algumas tarefas para vocês. Primeiramente, quero que leiam as passagens de Gênesis que
acabei de citar. Para completar o retrato bíblico
de José, vocês também precisarão verificar outras
passagens que mencionam essa personagem: Salmos 105; Atos 7 e Hebreus 11. De vez em quando
citarei essas outras fontes.
Esta é a primeira de uma série de quatro lições
sobre José. Anote o que veremos em cada lição:
Uma lição sobre Ciúmes
Uma lição sobre Provações e Tentações
1 Adaptado de Charles R. Swindoll, Joseph: From Pit to
Pinnacle. Fullerton, Calif.: Insight for Living, 1990, p. 1.
Uma lição sobre Perdão
Uma lição sobre Providência (veremos que o
“herói” da história de José não é José, mas Deus!)
Nossa intenção é tornar esta série tão prática
quanto possível. Em cada lição estudaremos primeiro “Como aconteceu”, vendo um episódio da
vida de José. Depois estudaremos “como acontece”, fazendo a aplicação às nossas próprias vidas.
Para maximizar o benefício dessa aplicação, cada
membro da sala pode partilhar uma passagem favorita sobre esse tema em particular. E cada pessoa
também pode tentar pensar num exemplo bíblico
ou de sua experiência pessoal que ilustre a lição2.
Voltemos agora ao estudo. José já foi chamado
de “o homem do Antigo Testamento mais parecido com Cristo”3. Concordar ou não com essa afirmação é algo que pode depender de como você
vê uma série de incidentes ocorridos no início
da vida de José. Alguns leem o episódio em que
José traz um “relatório negativo” ao seu pai sobre seus irmãos (Gênesis 37:2) e concluem que ele
era o que costumamos chamar de “linguarudo”4.
Outros leem a parte em que José descreve seus
sonhos e deduzem que ele era arrogante. Certo
escritor referiu-se asperamente a José como uma
criança mimada. Comentaremos esses dois acontecimentos quando falarmos da infância e adolescência de José, mas a maioria de nós será levada
a ter uma visão mais compassiva dos atos de José
Se quiser, enfatize que essa participação é voluntária.
Clarence E. Macartney, Sermons on Old Testament Heroes. Nova York: Abingdon Press, 1935, p. 60.
4 “Linguarudo” é um termo infantil que descreve a pessoa que revela os segredos ou erros dos outros. Se preferir,
use outro termo equivalente mais conhecido por seus alunos.
2 3 1
quando menino.
Ignorando, por ora, os incidentes acima, a
maioria concordaria que José foi um sujeito notável — e até, em alguns aspectos, parecido com
Cristo. Vejamos este artigo anônimo que compara
a vida de José com a de Jesus:
Ambos foram alvos de inveja injusta.
Ambos foram para os seus, mas não foram
aceitos.
Ambos foram vendidos por seus próprios irmãos.
Ambos foram falsamente acusados por autoridades.
Ambos foram injustamente presos.
Ambos foram contados entre os transgressores.
Ambos foram vendidos por moedas de prata.
Ambos predisseram acontecimentos futuros.
Ambos sentaram-se à direita do rei.
Ambos começaram sua grande obra aos trinta
anos.
Ambos distribuíram pão para a multidão
Ambos foram salvadores do seu povo.
COMO ACONTECEU
Preparando o palco
Nesta lição, enquanto estudamos a seção
“Como aconteceu”, queremos primeiramente
analisar várias passagens básicas. José fazia parte
do que algumas pessoas de hoje chamariam de
“uma família disfuncional”. Jacó, o pai, quis casar
com Raquel (Gênesis 29:15–20); mas, por conta de
um engodo, também teve que se casar com a irmã
mais velha, Lia (29:21–30). Lia começou a ter filhos (29:31–35), mas Raquel, a esposa favorita, era
estéril (30:1, 2). Teve início uma competição para
ter filhos. Raquel deu sua serva Bila como esposa
para Jacó (30:3–8) e Lia lhe deu sua serva Zilpa
(30:9–13). Depois disso, Lia teve mais filhos gerados por ela mesma (30:14–21). Finalmente, porém,
Raquel deu à luz um filho (30:22–24). “E lhe chamou José [que significa ‘Ele acrescenta’], dizendo:
Dê-me o Senhor ainda outro filho” (30:24).
Logo ficou evidente que o filho da esposa
favorita de Jacó era também seu filho favorito.
Quando Jacó voltou para encontrar-se com seu
irmão Esaú, ele colocou Bila, Zilpa, Lia e os filhos
delas na frente do grupo, onde sofreriam o impacto do ataque de Esaú, se este os atacasse (33:1, 2a).
2
Atrás, na posição mais segura, ele colocou Raquel
e José (33:2b; veja também v. 7b).
Mais tarde, depois que Jacó e sua família voltaram a habitar a terra de Canaã, Deus mandou
ele ir para Betel. Na volta de Betel, Raquel entrou
em trabalho de parto e deu à luz um segundo filho
(o que ela predisse quando José nasceu) (35:16, 17;
veja v. 24). Sabendo que iria morrer, “deu-lhe o
nome de Benoni [que significa ‘o filho da minha
tristeza’]; mas o pai lhe chamou Benjamim [que
significa ‘o filho da mão direita’]” (35:18). Sendo
Benjamim o filho mais novo da esposa favorita de
Jacó, podemos pensar que ele também seria seu
filho favorito, mas a tragédia no momento do seu
nascimento pode ter diminuído a alegria que Jacó
sentiu. José continuou sendo o filho favorito de
Jacó.
O nascimento de Benjamim elevou o número de filhos homens na família de Jacó para doze.
Está montado o palco para a história de José. Gênesis 37:1 dá o tom para o início da história: após a
morte de Isaque, “habitou Jacó na terra das peregrinações de seu pai [Isaque], na terra de Canaã”.
O ciúme cria raízes
“Tendo José dezessete anos, apascentava os
rebanhos com seus irmãos; sendo ainda jovem,
acompanhava os filhos de Bila [Dã e Naftali] e
os filhos de Zilpa [Gade e Aser], mulheres de seu
pai; e trazia más notícias deles a seu pai” (37:2).
José estava certo ao agir assim? Não sabemos.
Ele pode ter agido como um “linguarudo”, mas
também poderia estar transmitindo informações
importantes. De qualquer maneira, o resultado final foi que quatro de seus irmãos ficaram furiosos
com ele.
Todavia, a fonte primária dos problemas de
José era o fato de “[Jacó] amar mais a José que a
todos os seus filhos” (v. 3a). Jacó deveria ter consciência dos problemas que o favoritismo pode
acarretar a uma família. Ele mesmo fora o favorito
de sua mãe e seu irmão Esaú, o favorito de seu pai
(25:28); naturalmente, isso deu origem a uma disputa dentro da família. Apesar disso, Jacó “amava mais a José que a todos os seus filhos, porque
era filho da sua velhice” (37:3a, b). Calcula-se que
Jacó teria noventa e um anos quando José nasceu.
Isso lhe daria cento e oito anos neste momento da
história, quando José tinha dezessete anos.
Sinalizando que José ocupava o lugar de favorito, Jacó “fez-lhe uma túnica talar de mangas
compridas” (37:3c). O sentido exato do texto original é incerto. A ERC diz: “fez-lhe uma túnica
de [várias] cores”. Talvez fosse uma túnica longa
bordada com linhas coloridas. Independentemente da descrição exata, foi algo que só José possuiu.
(Alguns críticos de José sugeriram que se tratava
de um manto real, cuja intenção era insinuar que
ele não trabalhava — mas lemos um momento
atrás que José pastoreava o rebanho juntamente
com seus irmãos.)
Qual foi o resultado do favoritismo de Jacó?
Os irmãos de José viam “que o pai o amava mais
que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não
lhe podiam falar pacificamente” (37:4). “Pacificamente” vem de shalom, a saudação hebraica. Eles
não diziam “shalom” a José; não lhe davam a saudação em que desejavam o bem dele.
É tentador parar e falar sobre os perigos de demonstrar favoritismo na família. Por uma série de
razões, um pai ou mãe pode ter um favorito entre
seus filhos, mas isso jamais deve ser demonstrado. Perguntaram a certa mulher que tinha muitos
filhos: “Quem é o seu favorito?” Ela respondeu:
“Aquele que precisa mais de mim naquele momento”.
“Teve José um sonho” (37:5a). O texto não diz
que esse sonho era de Deus; mais tarde, porém,
quando os irmãos de José se curvaram diante
dele, José se lembrou do sonho. A implicação é
que foi um sonho de Deus. José contou o sonho
aos irmãos: “Atávamos feixes no campo, e eis
que o meu feixe se levantou e ficou em pé; e os
vossos feixes o rodeavam e se inclinavam perante o meu” (v. 7). Seus irmãos responderam com
raiva: “Reinarás, com efeito, sobre nós? E sobre
nós dominarás realmente? E com isso tanto mais
o odiavam, por causa dos seus sonhos e de suas
palavras” (v. 8).
Então, José teve outro sonho, um sonho semelhante. A repetição do sonho indicou que se tratava de algo determinado por Deus e que Deus
rapidamente faria o sonho se realizar (veja 41:32).
Dessa vez, o sonho foi sobre “o sol, a lua e onze
estrelas [que] se inclinavam perante” José (37:9).
Ele relatou o sonho ao pai e aos irmãos, e Jacó
o repreendeu: “Acaso, viremos, eu e tua mãe5 e
5 Sendo a mãe biológica de José já falecida, não sabemos
a quem Jacó se referia quando disse “tua mãe”. Talvez uma
das outras três esposas tivesse assumido a responsabilidade
de cuidar do pequeno José.
teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?”
(v. 10).
No versículo 11 chegamos ao tema desta lição: “Seus irmãos lhe tinham ciúmes” (v. 11a; grifo meu). Não demorou muito para que o ciúme
amargasse num desejo mortal.
O ciúme gera consequências
Um dia os irmãos de José “foram... apascentar
o rebanho do pai, em Siquém” (v. 12). Jacó estava acampado no vale de Hebrom (v. 14); Siquém
ficava a uns setenta e dois quilômetros ao norte.
Jacó disse a José: “Vai, agora, e vê se vão bem teus
irmãos e o rebanho; e traze-me notícias” (v. 14).
Quando José chegou a Siquém, seus irmãos
não estavam lá. Disseram-lhe que deviam estar
em Dotã, a mais de trinta quilômetros ao norte
dali (37:15–17). Chegando a Dotã, José avistou de
longe os irmãos e o rebanho. Quando os irmãos6
o viram de longe, “conspiraram contra ele para o
matar” (v. 18). Disseram:
Vem lá o tal sonhador! Vinde, pois, agora, matemo-lo e lancemo-lo numa destas cisternas; e diremos: Um animal selvagem o comeu; e vejamos
em que lhe darão os sonhos (vv. 19, 20).
Quando Rúben ouviu o que diziam os irmãos,
ficou apreensivo. Ele era o mais velho (29:31, 32),
o responsável pelos demais. Então disse aos irmãos: “Não lhe tiremos a vida” (37:21) e: “Não
pequeis contra o jovem” (42:22). O pecado de assassinato já era proibido e o assassino de um irmão era duplamente abominável (veja 4:8–11).
Rúben sugeriu: “Não derrameis sangue; [em
vez disso] lançai-o nesta cisterna” (37:22a). A cisterna era um poço que armazenava água na estação de chuvas, mas que ficava seco até o fim do
verão (veja v. 24). O plano de Rúben era voltar
mais tarde e tirar José de lá e “o restituir ao pai”
(v. 22b).
Você consegue imaginar como José deve ter
ficado assustado quando chegou até os irmãos e
eles o agarraram, arrancaram-lhe a túnica e o jogaram dentro da cisterna (37:23, 24)? Mais tarde, os
irmãos recordaram a cena: “lhe vimos a angústia
da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos”
(42:21). Visualize um menino de dezessete anos
suplicando misericórdia... e os rostos endurecidos
6 Podemos deduzir com segurança que Benjamim, mais
novo que José, não fazia parte desse total.
3
de sues irmãos. O ciúme endurece o coração.
Rúben havia se ausentado por um instante.
Estaria procurando mais pastos? Estando eles
perto da rota comercial, teria ido tirar o rebanho
do caminho para que os mercadores não os roubassem? Não sabemos por que, mas ele saiu.
Enquanto Rúben estava fora, os outros irmãos
sentaram-se “para comer pão” (37:25a). José gritava do poço, mas eles conseguiram permanecer
sentados e comer tranquilamente. Enquanto comiam, “viram que uma caravana de ismaelitas vinha de Gileade” (v. 25b). Gileade ficava ao sul do
mar da Galiléia e a leste do rio Jordão. Esses mercadores tinham “camelos [que] traziam arômatas,
bálsamo e mirra, que levavam para o Egito” (v.
25c). (No versículo 28 esses mercadores são descritos como “midianitas”. Os termos “ismaelitas”
e “midianitas” eram às vezes usados como sinônimos [compare com 37:36 e 39:1].)
Avistar os mercadores deu uma idéia a Judá.
Disse ele aos irmãos: “De que nos aproveita matar o nosso irmão e esconder-lhe o sangue? Vinde,
vendamo-lo aos ismaelitas; não ponhamos sobre ele a mão, pois é nosso irmão e nossa carne”
(37:26, 27a). Do ponto de vista dos irmãos, aquela
era uma solução brilhante: vendendo José, evitariam derramamento de sangue, se livrariam do
irmão que odiavam e até ganhariam um pouco
de dinheiro.
Os irmãos “concordaram” (v. 27b) e, “passando os mercadores midianitas, os irmãos de José
o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam
por vinte siclos de prata aos ismaelitas” (v. 28).
Segundo Levítico 27:5, vinte siclos de prata era o
valor de um jovem menor de vinte anos. Como
aqueles homens foram capazes de vender o próprio irmão? Em Atos 7 Estêvão disse: “Os patriarcas, invejosos de José, venderam-no para o Egito”
(Atos 7:9; grifo meu). A inveja ou o ciúme pode
fazer uma pessoa cometer atos terríveis.
A caravana de mercadores deve ter prosseguido sua viagem rumo ao sul, a caminho do Egito.
“Tudo indica que a caravana passou perto de Hebrom, na estrada velha que ia de Damasco para o
Egito.”7 Se foi isso que aconteceu, José, amarrado a um camelo, e arrastado pelo caminho, deve
ter procurado por algum sinal de seu pai ou por
alguém que o conhecesse. Mesmo enquanto a caravana partia, ele deve ter pensado: “Meu pai me
ama. Ele vai me resgatar”. Afinal, quando chegassem ao Egito, Hebrom estaria só a pouco mais de
trezentos quilômetros dali.
Pouco depois que os mercadores se foram,
Rúben voltou. Quando ele descobriu que José não
estava na cisterna, “rasgou as suas vestes” (37:29),
em sinal de extremo pesar, e disse: “Não está lá o
menino; e, eu, para onde irei?” (v. 30). Sendo o
filho mais velho, seria considerado o responsável
e temia que seu pai o expulsasse de casa.
Os irmãos inventaram um meio de enganar o
pai. Jacó, o enganador (veja 27:1–29), estava prestes a ser enganado. “Então, tomaram a túnica de
José, mataram um bode e a molharam no sangue”
(37:31). Levaram ao pai a túnica ensangüentada e
disseram: “Achamos isto; vê se é ou não a túnica
de teu filho” (v. 32). Não disseram que José fora
morto; apenas deixaram a impressão de que era
isso que acontecera. Há muitas formas de se contar uma mentira.
Jacó examinou a túnica e disse: “É a túnica de
meu filho; um animal selvagem o terá comido,
certamente José foi despedaçado” (v. 33). Jacó rasgou as vestes, vestiu-se de pano de saco (outra expressão de extrema emoção) e começou a chorar
(vv. 34, 35)8. Ele disse: “... descerei a meu filho até
à sepultura” (v. 35b). Convém um comentário sobre sentimentos. José não estava morto, mas seu
pai sentiu que ele estava. Sentimentos não são um
indicador infalível do que é verdadeiro ou não.
Por fim, a caravana chegou ao Egito. Os mercadores venderam José “a Potifar, oficial de Faraó,
comandante da guarda” (v. 36).
E este é o ponto até onde acompanhamos José
nesta lição. Encerremos esta parte da lição com a
afirmação de Estêvão em Atos 7:9: “Os patriarcas,
invejosos de José, venderam-no para o Egito”. Vimos neste episódio os atos terríveis que o ciúme
ou a inveja podem fazer uma pessoa cometer. Todavia, não ignoremos a última parte de Atos 7:9
“mas Deus estava com ele”. Veremos a veracidade dessa afirmação quando retomarmos nosso estudo sobre a vida de José na próxima lição.
7 Paul Rogers, “The Greatest Youth in the Old Testament” in “Old Testament ‘Greats,’” Truth for Today. Maio de
1988, p. 14.
8 O versículo 35 diz que “todas as suas filhas” consolaram Jacó. Pelo que se sabe, Jacó só tinha uma filha, Diná
(Gênesis 30:21). Talvez a expressão se refira a suas noras.
4
COMO ACONTECE
O ciúme ainda é um problema
Observemos agora o que podemos aprender
com o relato dos irmãos ciumentos. Comecemos
definindo o ciúme. Como você definiria o ciúme?
O que você pensa quando ouve a palavra “ciúmes”?
Alguém pode mencionar o termo sinônimo
“inveja”. Outros podem se referir ao sentimento
amargo e infeliz de um indivíduo porque outra
pessoa tem acesso a bens ou oportunidades que
ele não tem. A palavra grega para “ciúmes” é a
mesma para “zelo” (zhvloß, zelos); ambas se referem a um “ardor”.9 O “zelo” seria “um ardor
positivo”, como “o coração arder pela causa de
Cristo”. O “ciúme” é “um ardor negativo”, um
fogo consumidor de ressentimento que pode destruir a pessoa ciumenta e outras pessoas.
Aqui estão algumas perguntas para a classe
debater:
• O que nos deixa ciumentos?
• Quais problemas o ciúme pode trazer?
• Cite exemplos de ciúme — nos tempos bíblicos e hoje.10
Se quiser, partilhe alguns exemplos conhecidos — desde que eles não envolvam os ouvintes
presentes. Pode-se observar que ninguém está
isento de sentir ciúmes. Pregadores mais velhos
podem até sentir ciúmes do sucesso de pregadores mais jovens.
A Bíblia fala muito do ciúme. Consideremos
as passagens sobre esse tópico11. Aqui estão algumas só para começar: Provérbios 6:34; Atos 13:45;
1 Coríntios 3:3; Gálatas 5:20; Tiago 3:14, 16.
O que fazer para resolver o problema
Na intenção de tornar este estudo o mais prático
possível, vamos refletir nestas perguntas: “Se esta 9 W. E. Vine, Merrill F. Unger, e William White Jr., Dicionário Vine. Trad. Luiz Arón de Macedo. 7a. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 412.
10 Se antes desta primeira aula, você deu tarefas para a
classe, deixe que eles respondam essa pergunta.
11 Se antes desta primeira aula, você deu tarefas para a
classe, pergunte: “Conseguiram achar alguma passagem sobre esse tema?”
mos tentando viver como Deus quer que vivamos,
queremos que haja ciúme ou inveja em nosso coração?”; “Havendo ciúme em nosso coração, o que
podemos fazer?”; “Como nos livrar do ciúme?”
Há várias respostas sobre como evitar que o
ciúme tome conta das nossas vidas. Ocupe a mente com coisas mais proveitosas (Filipenses 4:8).
Outra coisa que ajuda é ter uma nova perspectiva
da vida. As coisas desta vida são relativamente
sem importância (Mateus 16:26). Se realmente
cremos nisso, não teremos ciúme quando alguém
tiver algo que não temos. Outras sugestões podem ser dadas. Após um debate geral, abra em
1 Coríntios 13:4: “O amor não arde em ciúmes”.
Se você realmente ama alguém, se alegrará quando coisas boas acontecerem com essa pessoa, em
vez de sentir ciúmes. A seguir, pode-se comentar
o que podemos fazer para amar os outros: tomar
a decisão de amar, conhecer melhor a pessoa e fazer coisas boas por essa pessoa.
CONCLUSÃO
Aplique tudo isto à sua própria vida. Sonde o
seu coração para ver se há ciúme oculto nele. Se
houver, elimine suas raízes imediatamente!
NOTAS
Para os alunos: sua próxima tarefa é ler e pensar em Gênesis 39 a 41. Encontre versículos sobre
provações e tentações. Se puder, venha preparado para compartilhar exemplos de provações que
você ou outras pessoas vivenciaram e para contar
como lidaram com isso.
Versões da Bíblia
Usadas nesta Edição
AS21 — Almeida Século 21
BV — Bíblia Viva
ERAB — Almeida Revista e Atualizada
ERC — Almeida Revista e Corrigida
NTLH — Nova Tradução na Linguagem
de Hoje
NVI — Nova Versão Internacional
Autor: David Roper
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