O meu perf il à prova de i - Agrupamento de Escolas de Campo Maior

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O meu perf il à prova de i - Agrupamento de Escolas de Campo Maior
28 Dinheiro&direitos 102 Novembro/Dezembro 2010
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Redes sociais
Internet | Facebook | Confidencialidade
O meu perf
Seleccionar os dados pessoais
a publicar e gerir as definições do
perfil reduz os riscos da utilização
do Facebook, hi5 e outras redes
sociais
Facebook
Proteste na rede
www.facebook.com/decoproteste
Mais de 16 mil consumidores já nos seguem
24 horas por dia no Facebook
P
artilhar estados de espírito ou as
fotos mais recentes, trocar mensagens ou comentar ideias são rotinas
diárias para muitos cibernautas.
O número de adeptos a interagir
nas redes sociais cresceu exponencialmente
nos últimos anos. Só o Facebook, uma das
redes mais populares em Portugal, contabiliza cerca de 500 milhões de utilizadores em
todo o mundo. O leque de informação a que
acedem e fornecem, bem como a lista de contactos disponíveis é cada vez maior.
Muitos portugueses já não “vivem” sem os
amigos virtuais e olham até com estranheza
quem resiste a este instrumento de socialização. Mas tal como no mundo real, quem se
aventura pela Net deve estar consciente dos
perigos e precaver-se. Com a capacidade de
propagação instantânea e quase incontrolável
de dados e imagens no ciberespaço, a privacidade do cidadão nem sempre está salvaguardada. Ser vítima de difamação ou encontrar
uma foto pessoal adulterada e usada para fins
comerciais são ameaças possíveis.
Coleccionar amigos e estranhos
Com a proliferação dos blogues e redes sociais, a protecção de dados e imagens preocupa muitos utilizadores e chega a ser motivo
de polémica. O Facebook, por exemplo, é criticado pela política de privacidade. Por vezes,
devido a avarias involuntárias nos servidores
que alojam dados, alguma informação é acidentalmente revelada.
O utilizador assume, por isso, um papel
decisivo na sua segurança, independentemente da rede social em que está registado.
Na criação do perfil, por exemplo, são pedidos
Dinheiro&direitos 102 Novembro/Dezembro 2010
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il à prova de invasão
elementos de carácter pessoal, como estado
civil ou número de filhos, e outros mais genéricos, como gostos musicais ou literários.
Existem vários campos, mas não tem de
preencher a maioria. Nem deve. O mesmo
se passa com os amigos: só porque recebeu
um pedido para adicionar alguém (que eventualmente nem conhece), não é obrigado a
aceitá-lo.
Partilhar em demasia pode ser imprudente. Ao contrário do que pode parecer, nada
é gratuito nas redes sociais. Não é preciso
pagar para criar um perfil, mas as informações são usadas para fins comerciais. Quanto mais completo o perfil, mais valioso é.
Por exemplo, se anunciar que gosta de certos
livros ou desportos, é provável que receba publicidade sobre esses produtos
4 passos para proteger o perFil
1
Privacidade personalizada
■■ As redes sociais convidam a preencher muitos campos com
dados pessoais, como idade, profissão ou gostos. Se pretende
ter um perfil, incluir fotos e publicações no mural, escolha os
dados a partilhar e personalize as opções de privacidade. Pode, por
exemplo, permitir que estejam visíveis a todos ou decidir quem
pode aceder. Seleccione “Conta > Definições de privacidade”.
2
Perfil acessível aos amigos
■■ Limite a “Informação básica do directório”, considerada
pública pelo Facebook sob o pretexto de ajudar os
cibernautas a encontrarem-se. Em “Ver definições”, configure
quem pode enviar-lhe mensagens e pedidos de amizade, consultar
a lista de contactos e dados sobre o seu trabalho, interesses e
páginas preferidas.
■■Por exemplo, deixe as 3 primeiras opções visíveis para todos os
cibernautas poderem enviar-lhe pedidos de amizade, mas só os
seus amigos acederem ao perfil.
3
Gerir a lista de contactos
■■ É possível controlar a dimensão da lista de contactos,
separá-los por diferentes grupos e ignorar alguns pedidos
para adicionar. Para remover da lista um “amigo” e impedir que
interaja consigo, seleccione a opção “Lista de bloqueios” nas
“Definições de Privacidade”.
4
Fotografias longe de olhos alheios
■■ Pode dividir os contactos em vários grupos, como
“amigos e “colegas de trabalho” e definir, para cada, a
informação que pode consultar. Cada álbum de fotografias tem
a sua configuração. Se quiser que só uma lista de amigos veja o
álbum, defina o grupo em “editar privacidade”.
■■Não é uma garantia, mas limitar a visibilidade das fotos reduz
a probabilidade de roubo de imagens, para fins comerciais ou até
criar falsas identidades. Por exemplo, uma família norte-americana viu o seu postal de Natal usado para fins comerciais.
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Redes sociais
Internet | Facebook | Confidencialidade
Não tem de pagaR paRa cRiaR um peRfil,
mas os dados iNseRidos podem seR usados
paRa fiNs comeRciais
ou passatempos. Mais: os dados podem
ser usados por empresas, a quem as redes sociais cedem ou vendem a informação,
para estudar padrões de gosto e consumo.
Este ano, o Facebook, por exemplo, facturou
cerca de 1,28 mil milhões de dólares (835 milhões só no mercado norte-americano) em
publicidade.
Jovens mais expostos
As novas tecnologias permitem que qualquer cibernauta publique textos, fotografias
e vídeos. Podem ser captados por telemóvel e
enviados de imediato para a rede de contactos
e aparecer num blogue ou perfil numa rede
social. Uma vez on-line, estes conteúdos
são vistos por várias pessoas, mesmo anos
após a publicação. A pesquisa é facilitada
pela possibilidade de os utilizadores “marcarem” conhecidos em fotografias, ou seja,
identificá-los.
Os mais jovens, utilizadores assíduos destas redes e outros serviços on-line, partilham
aí sentimentos, preferências e eventos. Nem
sempre estão conscientes de que a informação pessoal permanece on-line e pode ser
acedida pelos pais, professores, futuros empregadores ou até “predadores”. Estão, por
Sim, já pode cancelar
Tentei “apagar-me” do Facebook
várias vezes, mas verifiquei que
nada é efectivamente “apagado”.
Só pode significar que nunca temos
hipótese de eliminar os nossos dados. Estes
ficarão à disposição de quantas pessoas?
A permeabilidade é cada vez maior e a
confiança nos sites ditos “seguros” menor!
Bruno enviado por e-mail
Num questionário on-line, muitos leitores
revelaram-nos sentir dificuldade em fechar
a conta. Na maioria das redes sociais,
não é muito difícil, mas no Facebook o
caminho é tortuoso. Até há poucos meses
só podia “suspender” a conta e precisava
de preencher um questionário sobre os
motivos da desistência.
No início de 2010, testámos esta
possibilidade e pedimos para fechar uma
conta. Durante mais de 6 meses, ficou
apenas “suspensa”, ou seja, continuava
activa. Actualmente, já é possível fechá-la
e a nossa conta foi “apagada”. Porém, a lei
portuguesa não impede que os dados sejam
guardados durante 2 anos. Assim, mesmo
que não estejam visíveis, o Facebook pode
mantê-los sem cometer uma ilegalidade.
Vá a “centro de ajuda” dentro
da opção “conta” no canto
superior direito e escolha
“privacidade” na terceira
coluna
Escolha “Desactivar, eliminar e
memorizar contas” e depois enviar
formulário
Seleccione
“Enviar”
isso, mais expostos a mexericos e fenómenos
como o bullying (agressão e coacção entre
jovens).
Os dados podem ser usados por cibernautas mal-intencionados: fotos inocentes, por
exemplo, facilmente podem ser adulteradas
e utilizadas fora de contexto. Por serem publicadas em formato digital, é fácil cortar,
copiar, mudar ou distorcer.
Com esta preocupação, a Comissão Europeia desenvolveu a campanha “Pensa antes
de publicar um post”, onde lembra que os
conteúdos permanecem on-line por um período indeterminado e estão acessíveis a todos. Crianças e adolescentes devem controlar
a sua identidade on-line. Alerta ainda os pais
sobre as definições de privacidade dos perfis
dos filhos: se seleccionam apenas amigos em
quem podem confiar ou publicam fotografias
de familiares e amigos com o seu acordo.
A generalidade das redes sociais permite
que jovens a partir de 13 anos criem um perfil.
Porém, não há forma de impedir que mintam
quanto à data de nascimento para o terem.
Esta situação é difícil de controlar e cabe aos
pais monitorizar a actividade dos filhos nestas redes. ■
d&d aconselha

■■Já há leis europeia para proteger dados
pessoais de crianças e adolescentes on-line.
Mas a tecnologia evolui rapidamente, o que
dificulta a tarefa dos legisladores.
A Comissão Europeia encoraja os sítios
e portais a controlarem a privacidade e
utilização indevida de dados. Mas a auto-regulação, ainda que positiva, nem sempre
é suficiente.
■■As sedes destas redes estão domiciliadas
em vários países, muitas vezes, fora da
União Europeia, pelo que é mais difícil fazer
valer os seus direitos, em caso de violação
de privacidade. A lei portuguesa protege os
dados pessoais, mas não é possível aplicá-la a uma empresa com sede na Califórnia,
por exemplo. Perde o controlo exclusivo de
qualquer conteúdo que publique na Net.
O melhor é prevenir.
■■Caso experimente uma situação menos
clara ou correcta nas redes sociais, por
exemplo, uma tentativa de assédio ao seu
filho, uso indevido de fotos da sua autoria
ou usurpação de dados, informe a Comissão
Nacional de Protecção de Dados.
Apresente queixa à polícia.

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