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Ultrassonografia de carcaça: A importância e perspectivas da técnica Saulo da Luz e Silva [email protected] Sumário Perspectivas para produção e consumo de alimentos (carne) Por que avaliar características de carcaça? Quais características avaliar? Técnicas de avaliação (Ultrassom) Ultrassonografia Histórico Controle de qualidade dos dados (equipamentos, sistemas, técnicos) Vantagens da utilização Perspectivas para o futuro Considerações finais Cenário mundial - 2050 Cenário mundial - 2050 Cenário mundial - 2050 65% 82% 33% 7% 100% Cenário mundial - 2050 Produção carne atual 270 milhões de ton. Produção em 2050 470 milhões ton. Aumento de 200 milhões de ton. (~70%) 30% de aumento de área 70% aumento de produtividade Fonte: FAO, 2009 Por que avaliar características de carcaça? Porque avaliar carcaças? 1) A carne é o produto final em um sistema de produção de animais para corte. Porque avaliar carcaças? 2) Existe uma clara tendência no mercado de pagamento por qualidade Por que avaliar carcaças? 3) Existe uma grande variação nas características de carcaça entre e dentro de raças Fonte: Boggs & Merkel, 1990 Variação nas características de carcaça Dados de 372 bovinos Nelore desossados Animal 1 554 kg PV 242 kg carne Rendimento de cortes comerciais , % 76 74 72 ≠27% 70 68 Animal 2 555 kg PV 200 kg carne 66 64 350 400 450 500 550 Peso vivo, kg 600 650 700 Variação nas características de carcaça Dados de 115 bovinos Brangus, Angus e Braford desossados Fonte: Rist, 2015 Por que avaliar carcaças? Variação na gordura intramuscular Variação entre raças Fonte: Greiner et al., 2003 Por que avaliar carcaças? 4) Características de carcaça estão sob alto grau de controle genético (média – alta herdabilidades) – Características reprodutivas (~20%) • Taxa de concepção • Taxa de parição • Facilidade de parto – Características produtivas (30 – 35%) • • • • Pesos (nascer, desmame, sobreano) Ingestão de alimentos Conversão alimentar Peso adulto (~50%) – Carcaça (~40% - seleção direta) • EGS, AOL, Marmorização, Rendimento de cortes, maciez (0,27 a 0,46); Por que avaliar carcaças? Fonte: AAA, 2016 Que características avaliar? Quantidade Rendimento de cortes desossados Peso dos cortes desossados Qualidade Maciez Palatabilidade Rendimento de cortes desossados Difícil de ser obtido diretamente; – Alto custo; – Demanda tempo; – Interfere na rotina da indústria; Avaliado indiretamente; – Área de olho de lombo; – Espessura de gordura – Gordura renal, pélvica e inguinal; – Peso vivo/carcaça. Peso da carcaça Critério de pagamento aos produtores e a indústria; Fácil medição; Está diretamente relacionado com o peso dos cortes comercializáveis; – Seleção indireta para tamanho adulto Pouca relação com percentagem de cortes comercializáveis; Peso do traseiro x peso dos cortes desossados Fonte: Giovana, 2015 Peso x rendimento de cortes Área de olho de lombo • Indicador da musculosidade da carcaça • Relacionada com várias medidas de carne magra na carcaça. Quantidade de gordura • Subcutânea, intermuscular, intramuscular e interna; • Inversamente relacionada com rendimento de cortes; • Importante para maciez (Qualidade) subcutânea e intramuscular. • Precocidade Equações para estimativa do rendimento de cortes Estudo N % porção comestível - R2 Greiner et. al. (2003) 534 Carcaça 0,67 Ultrassom 0,72 Silva et al. (2012) 218 0,36 0,39 Lunardini et al. (2016) 60 0,28 0,32 Tait et al., 2005 466 0,37 0,49 Avaliação da qualidade Maciez – Característica individual mais importante; – Um dos maiores problemas para a indústria; – Dificuldade de produção regular de carcaças macias. Avaliação da qualidade Maciez – Difícil de ser avaliada no animal vivo; •Novas tecnologias? – Avaliação na carcaça •Demanda tempo; •Destruição da amostra •Alto custo •Novas tecnologias? Avaliação da Qualidade Indiretamente – gordura intramuscular; Boa relação com palatabilidade; Baixa relação com maciez objetiva 5-15% Wheeler et al. (1994) Tenderness scores Gordura intramuscular x maciez Striploin Blade Topside IM Fat % Fonte: Beef CRC Para cada 1% de aumento na gordura intramuscular resultou em aumento de 1 unidade no escore de maciez Como avaliar? Diferentes metodologias Avaliações visuais; Métodos diretos (moagem) Técnicas de diluição; Ultrassom; Análise de vídeo imagem; Tomografia computadorizada/Ressonância magnética; Infravermelho Características de um bom método Métodos de avaliações – – – – – – Acurado Preciso Rápido Não invasivo Custo razoável Sem influência na rotina Fonte: Swatland, 1995 Ultrassonografia para avaliação da carcaça James R. Stoufer - 1959 James R. Stoufer - 1960 Fonte: Stouffer (2004) HISTÓRICO Imagem ultrassom – Anos 60 Fonte: Stouffer (2004) Ultrassonografia Ultrassonografia Ultrassonografia 11a 12a 13a Variação na gordura intramuscular IMF=2% IMF=4% IMF=8% IMF=6% Fonte: CUP Lab Evolução da técnica Anos 90 – Desenvolvimento da técnica Equipamentos Protocolos Softwares Certificação de técnicos Correlações com características na carcaça 2000 – 2010 Determinação de parâmetros genéticos Equações para rendimento de cortes Equações para estimativa de tempo de abate (confinamento) 2010 – atual Resultados da aplicação e ajustes no melhoramento genético (índices de seleção) Parâmetros genéticos (US + Genômica) Novas metodologias de análise dos dados Protocolos de avaliação e certificação de técnicos Certificadores/Reguladores Laboratórios/softwares Ultrassonografia - aplicação Alta acurácia com as medidas na carcaça quando as avaliações são realizadas por técnicos treinados Traçado Coleta Ultrassonografia - aplicação Pode ser utilizada para avaliação de características de carcaça em animais jovens; Avaliações realizadas em idade jovem (ano/sobreano) – altas correlações com as medidas ao abate; Correlação genética Medida de US ao ano (yearling) com medida na carcaça (abate) Característica Gordura subcutânea Correlação genética ~ 0.70 Marmorização/Gordura intramuscular ~ 0.70 0.50 (em uma raça) Área de olho de lombo 0.70 a 0.90 Peso ao ano/Peso de carcaça Fonte: Adaptado de Moser (s.d.) ~ 0.70 Ultrassonografia para avaliação de características de carcaça Melhor ferramenta disponível atualmente para seleção em larga escala. Resultados da sua aplicação Fonte: AAA, 2016 Tendências genéticas Característica 1972 – 2000 2000 2014 % diferença Peso, kg 2,460 2,648 7% Marmoreio, % 0,0139 0,0266 48% AOL, cm2 0,0060 0,0376 160% Fonte: AAA, 2016 Tendências genéticas Red Angus Association http://redangus.org/genetics/epd-trends/carcass-chart Tendências genéticas – Angus - Uruguai Fonte: INIA Tendências genéticas – Angus Uruguai Fonte: INIA Tendências genéticas – Angus Uruguai Fonte: INIA Ganho genético – escores visuais Fonte: Bonin et al. (2015) Ganho genético – Carcaça (US) 3% em relação a MUSC em relação a PREC 9% Fonte: Bonin et al. (2015) Perspectivas Equipamentos Perspectivas Novas tecnologias?? – Menor custo = maior uso Perspectivas Novas características? Forma do músculo 0.460 < 0.904 Fonte: Kushida (s.d.) Forma do músculo Pespectivas Novos modelos de análise dos dados Pespectivas Correlações genéticas Concluindo... Características de rendimento e qualidade de carne estão sob alto grau de controle genético – passível de seleção; Melhoria da qualidade da carne passa necessariamente pela avaliação acurada das características de carcaça; Avaliações de “baixo custo” tem pouca utilidade para esse fim e acabam custando mais caro no longo prazo; Você não pode esperar atender os desafios de hoje, com as ferramentas de ontem e esperar permanecer no mercado amanhã. Nelson Jackson Muito obrigado pela atenção! Saulo da Luz e Silva [email protected]