- Câmara de Comércio Americana

Transcrição

- Câmara de Comércio Americana
A n o XX I V • n º 2 6 2 • M a rç o - A b r i l 2 0 1 0
Entrevista
10
Pedro Mizutani
O presidente da Cosan, Pedro Isamu Mizutani, fala
sobre como o etanol vem ganhando espaço no
mercado internacional de Energia. O produto é
considerada a fonte renovável mais limpa do mundo.
Editorial
União pelo desenvolvimento 04
Em foco
Notícias das empresas sócias 06
From the USA
Charting a more
sustainable future 14
Brasil Urgente
A revolução digital na educação 16
Capa
24 A importância de ter líderes
aprendizes na sua empresa
Rodrigo Campos
26 Excelentes perspectivas para o
mercado de recrutamento
Ricardo Guedes
28 Preparando para aposentadoria
e formando sucessores
Matilde Berna
Paulo Vicente dos Santos Alves
Colunas
30 News
Por dentro dos eventos da Amcham
Responsabilidade Social
“Win Win Situation” 18
Um novo pacto para o desenvolvimento
Legal Alert
Afinal, a quem cabe o ICMS 22
na importação?
Opinião
40 Investir ou não investir no aprendizado
do inglês? Essa não é mais a questão
Sandra Mara Mazzoni
42 Melhor que curar, prevenir
Dr. Gilberto Urarahy
Life Style 20
Fotografar: olhar, sentir, clicar
Michel Chertouh
A tiragem desta edição de 8 mil exemplares é comprovada pela BDO TREVISAN AUDITORES INDEPENDENTES
EXPEDIENTE
Publicação bimestral da Câmara de Comércio Americana RJ/ES
Editor-chefe e Jornalista Responsável:
Ana Redig (MTB 16.553 RJ)
Editor de arte: Lui Pereira
Impressão: Ediouro Gráfica e Editora
Fotógrafa: Cláudio Ferreira e Luciana Areas
Os pontos de vista expressos em artigos
assinados não refletem, necessariamente, a
opinião da Câmara de Comércio Americana.
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Praça Pio X, 15/5º andar
20040-020 Rio de Janeiro RJ
Tel.: 21 3213 9200 Fax: 21 3213 9201
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redação: [email protected]
www.amchamrio.com
Editorial
União pelo desenvolvimento
Este ano a Posse da nova Diretoria será lembrada por muito tempo. Além da audiência de alto nível, representando
os principais setores do empresariado carioca e fluminense, os homenageados retrataram as quatro instâncias
essenciais ao desenvolvimento do país, do estado e do município do Rio de Janeiro. O embaixador americano
e nosso presidente Honorário, Thomas Shannon, falou sobre o bom relacionamento do Brasil com nosso maior
e mais importante parceiro comercial. Entre as autoridades nacionais, o ministro do Esporte, Orlando Silva, o
governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, ressaltaram o excelente momento institucional pelo qual
passam o estado e a cidade do Rio de Janeiro. A união entre os poderes municipal, estadual e federal, e a parceria que cada um desses líderes têm realizado com a iniciativa privada explicam os bons resultados alcançados.
Os convidados destacaram várias oportunidades na área dos esportes que devem mudar a face do Rio e ajudar
a reforçar a já boa imagem do Brasil no exterior. Sediar jogos da Copa do Mundo, abrigar o seu Centro de Mídia;
receber os Jogos Mundiais Militares e ser o palco dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em 2016 são oportunidades que só essa colaboração e cooperação seriam capazes de realizar. Sintonizada com essa energia, a Amcham
tem colaborado com o poder público e incentivado as associadas a realizar parcerias e a crescer. Atravessamos
o difícil ano de 2009 com seriedade, com uma atuação institucional alinhada com os interesses dos nossos associados. Buscamos, ao mesmo tempo, tratar de questões relevantes na agenda bilateral Brasil-Estados Unidos
e focar na agenda de desenvolvimento estratégico do nosso estado e da cidade do Rio de Janeiro.
Neste segundo mandato na presidência, continuaremos a contar com o valioso apoio de parte da diretoria que
ajudou a ultrapassar as dificuldades do ano passado. Uma outra parte, entretanto, se renova e será, certamente, capaz de trazer novas contribuições. Essa renovação nos estimula a atingir os nossos principais objetivos,
como uma pesquisa e avaliação da satisfação e das necessidades dos nossos associados, buscando aumentar
a interação dos executivos dentro e fora do âmbito dos nossos Comitês Temáticos. O trabalho desses Comitês
vem sendo ampliado com sucesso, no melhor interesse dos nossos associados. Aumentar a participação das
empresas nesses Comitês e torná-la mais dinâmica é um de nossos objetivos para este mandato, e uma das
formas mais produtivas de colaboração das empresas. Em suas reuniões periódicas, representantes das companhias associadas levantam questões relevantes para seus segmentos de atuação, muitas delas se transformando em debates ou mesmo em bandeiras ou propostas concretas a serem defendidas em outras instâncias.
Como representantes da iniciativa privada, temos a isenção necessária para falar em nome das associadas, defendendo interesses de diversos setores, independentemente da origem do capital. E é isso que
pretendemos fazer, junto com as nossas associadas, contribuindo para com o desenvolvimento regional
e, ainda, incrementando ainda mais o nosso bom relacionamento comercial com os Estados Unidos.
Robson G. Barreto
4 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
© 2010 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes
e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados.
Convergência.
Convergence.
A convergência das normas internacionais de contabilidade
The convergence of Brazilian accounting standards with the
IFRSs com as normas contábeis brasileiras é uma exigência.
international financial reporting standards (IFRSs) is mandatory.
A SOX é uma realidade. Apresentações de relatórios e
SOX is a reality. Report and balance sheet presentations
balanços adequados à cada finalidade são requeridas.
should now be tailored to meet each specific need.
A KPMG entende suas necessidades e dispõe de equipes
KPMG understands your needs and has multidisciplinary
multidisciplinares, que contam com recursos internacionais,
teams, which rely on international resources and up-to-date
habilidades técnicas e conhecimento up-to-date para suprir
technical skills and knowledge, ready to meet your business
suas demandas.
requirements.
KPMG. Atuando em 146 países. No Brasil, são 2.400
We operate in 146 countries. In Brazil we employ 2,400
profissionais, distribuídos em 17 escritórios, localizados
professionals, distributed throughout our 17 offices, situated
nos 15 maiores centros nacionais de negócios.
in the 15 major local business centers.
kpmg.com.br
Em foco
Wordmagic chega a Macaé
attps conquista
certificação CMMI
A attps Informática conquistou a certificação CMMI nível 2 (Capability Maturity
Model Integration) nos seus processos
de Projeto e Desenvolvimento de
Software e Fábrica de Software. Com
investimento aproximado de R$ 1 milhão, o processo de desenvolvimento
e institucionalização durou 3 anos. O
CMMI é um modelo internacional, que
avalia a maturidade das organizações
de desenvolvimento de software quanto ao processo que adotam. Esta certificação é reconhecida mundialmente e
vem sendo exigida como pré-requisito
para contratação de serviços de desenvolvimento de software.
6 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
Divulgação
A Wordmagic Centro de Idiomas está iniciando suas atividades em Macaé,
através de uma parceria com uma grande empresa do mercado de perfuração
do segmento offshore de óleo e gás. O moderno Centro de Treinamento em
Cavaleiros vai atender equipes em terra e embarcadas nas plataformas, com
a criação e administração de programas de inglês e português para estrangeiros. A Wordmagic já está sendo procurada por outras empresas para elaborar
programas personalizados para suprir esta demanda crescente.
Energisa: lucro líquido de R$ 249,7 milhões em 2009
A Energisa registrou lucro líquido consolidado de R$ 249,7 milhões no exercício
de 2009, mais que o dobro (+138%) do valor registrado em 2008 (R$ 105 milhões). O resultado refletiu o aumento do consumo de energia entre os clientes
cativos, que subiu 5,1% no ano. Esse crescimento foi puxado principalmente
pelas classes comercial e residencial, cujos incrementos foram de 8% e 7,6%,
respectivamente. Em 2009, a Energisa atendeu a 2,25 milhões de clientes cativos
em suas áreas de concessão, montante 4% superior a 2009.
Os funcionários da SulAmérica Seguros e Previdência estão recolhendo
suprimentos para os desabrigados e
fazem uma força tarefa para ajudar
os atingidos, muitos deles, colegas de
trabalho na companhia. Alimentos não
perecíveis, produtos de higiene e fraldas descartáveis estão sendo coletados
na matriz da empresa, na Cidade Nova.
A companhia vai comprar mil colchonetes e mil cobertores que serão encaminhados para a Cruz Vermelha do Rio
e Niterói. Além disso, os executivos se
mobilizaram para a compra de 1,5 mil
garrafas de água mineral.
Divulgação
SulAmérica ajuda vítimas
das chuvas do Rio
Mais vant agens para clientes American Airlines
Os associados do American Airlines AAdvantage® agora podem resgatar
milhas para viajarem com a Gol. A American e a Gol iniciaram sua parceria
há mais de um ano, e desde então vêm expandindo os serviços cooperativos para os clientes de ambas as empresas. A cooperação abrange desde o
compartilhamento de voos até uma série de vantagens para os associados
do programa de milhagem Aadvantage da American e do programa Smiles
da Gol. As empresas esperam a aprovação do governo para iniciar o serviço
de compartilhamento de voos.
Anhanguera Educacional
e Xerox firmam parceria
A Xerox do Brasil e a Anhanguera Educacional iniciaram uma parceria para
desenvolvimento de malas diretas para
captação de novos alunos. A Xerox
utilizará a tecnologia XMPIE para personalizar os diferentes modelos de mala
direta e produzir milhares de exemplares
exclusivos para cada aluno potencial. Todas as peças são personalizadas e foram
criadas a partir de uma base, e seis dados
variáveis: nome, endereçamento, foto,
nome, endereço da faculdade e o valor
mensal das parcelas. Com a iniciativa,
a Anhanguera Educacional espera aumentar a eficiência de suas campanhas.
ABnote tem lucro líquido de R$ 81,2 milhões em 2009
ABnote S.A., líder no fornecimento de soluções envolvendo cartões plásticos,
sistemas de identificação e gestão de serviços gráficos nos mercados onde
atua, registrou lucro líquido de R$ 81,2 milhões em 2009, um crescimento de
9,3% no ano. Esse é o 12º ano consecutivo de crescimento do lucro líquido
da empresa, a uma taxa média anual de 18,8%. A receita líquida da companhia atingiu R$ 706 milhões em 2009, um aumento de 4% em relação ao ano
anterior, demonstrando a capacidade de crescimento da ABnote, mesmo em
um ano de contrações em diversos segmentos da economia.
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 7
Divulgação
Divulgação
Em foco
CNA oferece descontos para associados Amcham
O CNA Centro está oferecendo um desconto de 35% para os associados Amcham.
Com foco diferenciado, o CNA Professional busca atender às necessidades linguísticas específicas para enfrentar situações do dia a dia dentro do seu segmento de
trabalho. Além de estudar na unidade exclusiva para profissionais, o CNA também
oferece a possibilidade de aulas customizadas e dinâmicas na sua empresa. As
turmas podem ser individuais ou com até 15 alunos, usando vocabulário específico e exemplos voltados para a área de atuação da sua companhia.
Já está nas livrarias a 3ª edição do livro
“A Propriedade Industrial: os sistemas
de marcas, patentes, desenhos industriais e transferência de tecnologia”(Ed.
Forense). De autoria do engenheiro e
advogado Gabriel Di Blasi, com a colaboração dos advogados Paulo Parente
Marques Mendes e José Carlos Vaz e
Dias, responsáveis pelos capítulos de
Marcas e Transferência de Tecnologia
respectivamente, a obra apresenta
uma síntese sobre o assunto, de forma
clara e instrutiva. O tema tem ganhado
importância no Brasil desde os anos
90, quando os investimentos internacionais aumentaram em nosso país.
8 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
CHEVRON Ž uma marca comercial registrada da Chevron Intellectual Property LLC.
CHEVRON HALLMARK e ENERGIA HUMANA s‹ o marcas comerciais da Chevron
Intellectual Property LLC. © 2009 Chevron Corporation. Todos os direitos reservados.
Sistemas de
Propriedade Industrial
Advogada analisa contratos de energia elétrica
A advogada Ana Karina Esteves de Souza, sócia do escritório Machado, Meyer,
Sendacz e Opice, foi uma das palestrantes do curso “Contratos do Setor de
Energia Elétrica”, que aconteceu em março, em São Paulo. Especialista na área
de infraestrutura, a advogada analisou os contratos de geração de energia
elétrica, as regras estabelecidas pela Aneel (Agência Nacional de Energia
Elétrica) para comercialização de energia elétrica e debateu as questões de
relevância no âmbito das atividades de geração.
O mundo est‡ crescendo em mais de setenta
milh› es de pessoas ao ano.
CHEVRON Ž uma marca comercial registrada da Chevron Intellectual Property LLC.
CHEVRON HALLMARK e ENERGIA HUMANA s‹ o marcas comerciais da Chevron
Intellectual Property LLC. © 2009 Chevron Corporation. Todos os direitos reservados.
Seria isso um problema ou uma solu• ‹ o?
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E obse
Entrevista
Pedro Isamu Mizutani
Etanol: abrindo
novos mercados
O
etanol começava a ocupar lugar de grande destaque no mercado de energia, quando
as descobertas de reservas gigantes de petróleo na camada de pré-sal no Brasil foram
anunciadas. Ainda assim, o produto ganha cada vez mais espaço e aceitação internacional,
principalmente por se tratar da fonte renovável de energia mais limpa desenvolvida no mundo.
Graduado em engenharia de produção pela Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo (1982), com pós-graduação em Administração Financeira pela Unimep (Universidade
Metodista de Piracicaba), MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, e
extensão na Universidade de Ohio, Pedro Isamu Mizutani tem mais de 20 anos de experiência
nas áreas financeira e administrativa de empresas atuantes nos setores de etanol e açúcar.
Atualmente, Mizutani é presidente da Cosan Açúcar e Álcool, unidade e negócio do Grupo
Cosan e vice-presidente do conselho administrativo da Cosan S/A e conta, nesta entrevista,
como o etanol vem ganhando espaço nesse disputado mercado.
10 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
Qual é o posicionamento da Cosan no
mercado?
socialmente e ecologicamente.
O grupo Cosan é o maior produtor
de etanol de cana-de-açúcar do mundo.
Único player totalmente integrado do setor de energia renovável, a companhia tem
23 unidades produtoras. Atua no varejo
com as marcas União e Da Barra e, no segmento de distribuição de combustíveis,
por meio da marca Esso, e na produção e
distribuição de lubrificantes automotivos
e industriais, com a marca Mobil. É ainda
um dos maiores produtores, comercializadores e exportadores de açúcar e etanol
do mundo e maior produtor de energia
elétrica de bagaço de cana.
Como o Sr. avalia o mercado internacional para o etanol brasileiro?
Quanto a companhia produziu na
safra passada?
Na safra 2008/2009, a Cosan
processou de 53,1 milhões de toneladas
de cana-de-açúcar, tendo produzido 1,9
bilhão de litros de álcool e 3,7 milhões
de toneladas de açúcar.
Recentemente, a Agência Americana de Proteção Ambiental classificou
o etanol feito de cana como um biocombustível avançado. O Sr. acredita
que esta classificação ajuda a diminuir
tarifas de importação?
A Cosan acredita que a certificação da Agência Americana de Proteção
Ambiental - que informa que o etanol
de cana reduz a emissão de dióxido de
carbono em 61% comparado a gasolina
- é mais um passo para tornar o produto
uma commodity internacional. Esta
certificação reforça os benefícios da produção e consumo de etanol no mundo,
por se tratar de um combustível competitivo e sustentável economicamente,
Trata-se de um mercado com grande potencial de crescimento para este
combustível, já que o etanol traz uma
resposta rápida e eficiente aos desafios
globais de controle climático. A Cosan
já fechou, recentemente, contratos para
fornecimento de etanol para o Japão e
Suécia, sempre cumprindo condições
relacionadas a itens de sustentabilidade,
como cumprimento às leis trabalhistas, redução de gases de efeito estufa e o respeito
às normais ambientais, práticas correntes
da Cosan. Estas parcerias estratégicas
mostram que a companhia está pronta
para atender as iniciativas mundiais pela
adoção de energia limpa e renovável.
O mercado europeu pode vir a ser
um grande parceiro comercial neste
segmento?
O debate mundial pela adoção de
biocombustíveis renováveis nos leva a crer
que o mercado europeu será um grande
parceiro brasileiro no uso do etanol. A
Cosan está preparada para atender este
importante mercado, inclusive com o
cumprimento dos rigorosos critérios de
sustentabilidade exigidos para a compra
deste item. Em 2008, a empresa foi uma
das usinas a fechar o primeiro embarque
de etanol com a verificação de importantes
critérios de sustentabilidade para a Suécia.
Como o Sr. avalia essa experiência? Ela
pode abrir portas para novas operações com o mercado europeu?
A operação foi resultado de um
contrato pioneiro firmado entre as usinas
brasileiras Alcoeste, Cosan, Guarani e
NovAmérica e a empresa sueca Sekab, a
maior compradora de etanol brasileiro
na Europa. É importante ressaltar que
as usinas foram capazes de atender as
exigências do consumidor europeu sem
alterar as práticas correntes de operação.
Entre os critérios estabelecidos estavam
itens como redução da emissão de dióxido de carbono, patamares mínimos de
mecanização da colheita, compromisso
com a conservação das áreas de mata
nativa e respeito aos pisos salariais do
setor, entre outros.
Como o Sr. avalia o mercado importador de etanol americano em relação
ao produto nacional?
O etanol brasileiro conquistou recentemente uma avaliação muito importante da Agência de Proteção Ambiental
dos Estados Unidos (EPA). A entidade
passou a considerá-lo um “biocombustível renovável de baixo carbono”, por
emitir 61% menos gases do efeito estufa
em comparação à gasolina.
Outros países como Japão, China e Índia vêm sinalizando políticas de incentivo à utilização de etanol. Como são
esses mercados?
São mercados de grande potencial
e que também têm buscado alternativas
limpas e renováveis de energia. No ano
passado, a Cosan assinou com a Mitsubishi seu primeiro contrato de longo
prazo para fornecimento de etanol combustível ao Japão. De acordo com a parceria, a Cosan fornece etanol para utilização
na produção de ETBE, agente oxigenante
que deve ser aplicado à gasolina para que
ela queime de maneira mais completa e
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 11
Entrevista
limpa. O etanol nesta composição substitui o metanol, dando um caráter mais
limpo e sustentável ao produto final sem
abrir mão de performance. A identificação desta importante oportunidade com
o Japão pode nos abrir caminhos para
oferecer soluções em outros mercados
que também estão atentas a soluções de
energia renovável, como a China e Índia.
Como a tecnologia pode contribuir
com o aumento do mercado de
biocombustíveis?
O domínio de modernas tecnologias para a produção de etanol foi um dos
grandes responsáveis pelo pioneirismo
brasileiro no setor de biocombustíveis.
Atualmente, pesquisas para a produção
12 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
de etanol celulósico podem contribuir
para a disseminação do biocombustível
por meio da produção de etanol com
bagaço da cana-de-açúcar, palha de
arroz, sabugo de milho, casca de árvores
etc. Este trabalho é importantíssimo
para que o Brasil continue oferecendo
soluções diferenciadas para cada tipo
de mercado, sempre em linha com sua
missão de fornecer energia renovável
para o bem das pessoas.
De que maneira o etanol pode contribuir com a redução de CO2 na atmosfera? Esta é, de fato, uma opção mais
limpa de combustível?
O etanol produzido por meio
de cana-de-açúcar é um combustível
limpo e contribui de forma significativa
para a redução de CO2 na atmosfera. A
cana-de-açúcar é uma das plantas mais
eficientes na realização da fotossíntese.
Além de ser uma fonte inesgotável de
energia, não gera aumento de CO2 ou
qualquer outro gás nocivo na atmosfera,
uma vez que todos os componentes são
reabsorvidos pela biomassa. Este ciclo
chama-se ciclo carbono zero e diferencia
a produção do etanol brasileiro de outras
fontes encontradas no mercado. Pesquisadores do mundo inteiro têm reconhecido o etanol de cana-de-açúcar como
combustível do futuro. Exemplo disso é
a certificação da Agência Americana de
Proteção Ambiental, que aprova o etanol
como uma alternativa sustentável.
25 Anos de Excelência
em Gestão Empresarial.
A Domingues e Pinho Contadores Ð
DPC tornou-se refer• ncia na
‡ rea de gest‹ o cont‡ bil, tribut‡ ria e fiscal, trabalhista e previdenci‡ ria,
associando tradi• ‹ o e solidez a uma performance ‡ gil e inovadora.
A DPC oferece atendimento em todo o territ— rio nacional, tanto por
meio de escrit— rios pr— prios, localizados nas cidades do Rio de Janeiro,
S‹ o Paulo e MacaŽ , como tambŽ m em parceria com as demais empresas
participantes do Grupo Brasil de Empresas de Contabilidade Ð GBrasil.
DPC: h‡ 25 anos consolidando parcerias
baseadas em transpar• ncia e confian• a mœ tua.
Rio de JaneiRo Av. Rio Branco 311, 4¼ e 10¼ andares Centro CEP 20040-903 Tel: 55 (21) 3231-3700
SÌ o Paulo Rua Sampaio Viana 277, 10¼ andar Para’ so CEP 04004-000 Tel: 55 (11) 3884-1116
Macaƒ Rua Teixeira de Gouveia 989, Sala 302 Centro CEP 27910-110 Tel: 55 (22) 2773-3318
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From the USA
Charting a More Sustainable Future
Shaun Donovan
14 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
“Millions of people are increasingly vulnerable to the
deprivations associated with overburdened infrastructure,
inadequate housing, and outmoded health systems”
For the first time in the history of civilization, more than
half of the world’s population lives in cities. Here in America,
this trend has been underway for more than two centuries – as
people have moved closer to cities in search of the opportunities
and amenities – from housing, to transportation, to jobs – that
metropolitan living offers.
The pace of American urbanization is only expected to
increase over the next several decades, as our population is
expected to grow by another 50 percent – another 120 million
people requiring another 200 billion square feet of homes,
office buildings and other construction.
As fast as that seems, it doesn’t compare to the seismic demographic shift we’re seeing across the globe. A century ago only
one in ten people lived in cities – the rest lived in small villages
and on farms. But by 2050 it is predicted that two-thirds of the
world’s population will call urban and metropolitan areas home.
Especially in the so-called “megacities” of sub-Saharan Africa,
Southeast Asia and Latin America, what the U.S. experienced
over a period of centuries is occurring in a matter of years.
As a result, millions of people are increasingly vulnerable
to the deprivations associated with overburdened infrastructure, inadequate housing, and outmoded health systems. In
fact, UN-HABITAT projects that within three decades, one of
three people will live in near total despair – lacking sanitation
and clean water, exposed to the imminent effects of climate
change, fueling the spread of disease and possible pandemics.
But with good governance, sustainable planning and
development practices in these metropolitan areas, we can
bolster these families’, both at home and abroad, access to
unprecedented opportunities for economic and social progress.
That’s why leaders from around the world met in Brazil
at the World Urban Forum – a unique venue to listen and
share best practices and find opportunities for partnership that
will lift the standard of living for billions of people, promote
democracy and human rights, and enhance global health, food
security, energy efficiency, clean construction and green jobs.
To be sure, the United States is already pursuing a robust
domestic sustainable development agenda that bolsters America’s
metro areas. Under President Obama’s leadership, we are tying the
quality and location of housing to broader opportunities like access
to good jobs, quality schools, and safe streets. Across the Federal
government, we’re working together to create green jobs and products, build affordable, energy efficient homes and promote more
sustainable development patterns – all so we can meet the needs of
the present and ensure the futures of our children and grandchildren.
But the Obama Administration also understands that the
United States has a stake in ensuring that countries across the
globe usher in a new era of sustainable economic growth and
development – opening new markets for green technology and
American products, reversing the effects of global warming,
and perhaps most importantly, ensuring that billions of families
live in communities of choice, opportunity, and hope.
If we fail to live up to this responsibility, the impact is
clear for America’s economy and security alike.
I believe we can, but we can’t do it alone. That’s why the
U.S. is not only leading by example – creating strong, sustainable communities at home – but we’re also engaging partners
around the world and supporting their efforts.
Indeed, the U.S. delegation to the World Urban Forum,
which I was honored to lead with our colleagues from the Department of State, the United States Agency for International
Development and the White House, relished this chance to
listen, learn, and share our own lessons from the “laboratories
for change” that are our metropolitan areas.
Together, we can seize the historic opportunity before us
to shape the forces of urbanization, creating a healthier, more
inclusive future for our cities and metropolitan regions, and charting a more sustainable global future for generations to come.
Secretary of the United States Department of Housing and Urban Development and was Commissioner of
the New York City Department of Housing Preservation and Development from 2004 to 2009. He led the
senior U.S. Delegation to the World Urban Forum being held in Rio de Janeiro, Brazil on March 22-26.
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 15
brasil urgente
A revolução digital
na educação
Paulo Vicente dos Santos Alves, DSc
O
atual modelo educacional foi
desenvolvido na década de
1820 para suprir uma demanda
crescente de operários de fábrica a partir
de uma massa de trabalhadores rurais.
Embora tenha sido bem sucedido no
seu tempo, quase dois séculos depois os
empregos não estão mais no setor fabril
e sim no de serviços.
16 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
“O
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economia””
Esse modelo educacional entrou em crise no final da
década de 1970 quando se tornou incompatível com as
necessidades do mercado. Escolas do ensino fundamental e
secundário preparam os alunos para trabalhos repetitivos,
estimulam a comodidade e desestimulam a iniciativa, sob
medida para o trabalho em uma fábrica: horários marcados,
uniformes, trabalho sozinho, hierarquia rígida.
Em contraste, a automatização e a informatização destruíram estes empregos, criando novos. As posições de serviços e
capital intelectual floresceram nas últimas décadas na medida
em que projetos substituíram processos e os serviços cresceram, pedindo trabalhadores com iniciativa, capazes de resolver
problemas complexos, trabalhar em equipe, sem horários fixos,
mas com metas bem definidas.
Com pessoas formadas de maneira oposta às necessidades do
mercado, não é de surpreender que muitas empresas tivessem que
investir pesadamente em treinamento ou retreinamento, criando
até universidades corporativas para preparar seus funcionários.
A mesma revolução digital que criou as condições para
a automatização e informatização das indústrias criou novas
possibilidades de ensino, ainda pouco aproveitadas. O começo
foi através de vídeos-conferência em salas especiais, um simulacro de televisão, tendo evoluído para as primeiras tentativas de
online learning ou e-learning, que se resumiam a repositórios
de arquivos digitalizados e o uso de salas de bate-papo.
A partir deste século, evoluíram diversas ferramentas específicas e os cursos começaram a ter a cara da internet. Muitos
desses softwares foram sendo atropelados pela evolução das
redes sociais, e da lógica Web 2.0 de interatividade, tais como
wikis e blogs. Ainda estamos no começo de uma verdadeira
revolução digital no ensino e, paradoxalmente, os alunos estão
mais aptos para a mudança do que os seus professores.
A revolução digital começou a chegar aos celulares com
os smartphones 3G. A convergência de meios era tendência
desde 1995, mas só se tornou viável recentemente com o lançamento de Blackberrys e Iphones 3G. A próxima onda será
a de jogos e educação tanto pela internet, como por celulares
3G através de redes sociais e cursos interativos. Afinal, hoje
a penetração de celulares é bem maior do que a de internet e
computadores no Brasil.
Algumas organizações também estão abraçando a revolução digital dentro do seu modelo de negócios. O U.S. Army,
através do programa Reachback, adotou a educação a distância
como a única forma viável de permitir treinamento com apoio
de técnicos para uma força espalhada por todo o mundo e no
qual seria impossível levar os especialistas para diversos locais ao
mesmo tempo. O estado de New Mexico nos EUA – disperso
geograficamente – tem um dos mais avançados projetos de
escolas K-12 online do mundo. Diversas universidades, como
Machester, Liverpool, Duke e Stanford, adotaram modelos de
cursos online como forma de aumentar seu alcance geográfico
e a penetração de suas marcas.
Empresas com grande dispersão geográfica, como Novartis,
INTEL e Westinghouse, também têm adotado cursos desta natureza dentro do seu modelo de treinamento e desenvolvimento.
Tais organizações têm contado com a tecnologia que vem sendo
desenvolvida por empresas como a Blackboard que, além de desenvolver tecnologias para educação através da internet, também
expandiram sua solução para cartões de acesso e crédito, redes de
conexão via VoIP e aplicações para smartphones. Essa tendência
mostra que a revolução digital vai muito além de uma página
na internet e arquivos para download.
O gargalo de educação e ensino no Brasil terá de contar cada
vez mais com tecnologias digitais, já que não só a dispersão geográfica é inevitável no Brasil, mas também a oferta limitada de mão
de obra qualificada é um gargalo para a expansão da economia.
Consultor e professor de Estratégia
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 17
Responsabilidade Social
“Win Win Situation”
Um novo pacto para o desenvolvimento
Fabiane Turisco e Fábio Müller
Vivemos em tempos de intensas mudanças. Até hoje,
nossa sociedade privilegiou apenas fatores econômicos para
se desenvolver, modelo que já se mostrou insustentável. É
fundamental o equilíbrio dos fatores econômicos, ambientais
e sociais. Só a partir deste equilíbrio é que garantiremos que o
desenvolvimento até aqui conquistado seja“sustentado”para
as gerações futuras – isto é uma questão de sobrevivência.
Esse novo modelo é fruto da soma de forças do
Estado, empresas privadas e sociedade civil organizada.
Todos são igualmente responsáveis por construir este
novo paradigma, cada um com suas responsabilidades. A
concretização deste modelo não pode ser tratada como
ação pontual de um só setor e só funcionará se for construída e vivenciada em redes que comunguem valores e
comportamentos.
Nesse contexto surge a Responsabilidade Social Empresarial (RSE), entendida como iniciativa interdisciplinar e multidimensional. Associada a uma abordagem sistêmica ligada ao
negócio e focada na relação com os stakeholders, pressupõe
o comprometimento dos empresários em adotar um comportamento ético e justo, que se reflita em suas decisões, na
relação com seus pares, contribuindo para o desenvolvimento
econômico, simultaneamente à qualidade de vida de seus
colaboradores, familiares, comunidade local e sociedade.
No contexto brasileiro, destacamos os desafios vitais
para as organizações:
1. Pagar salários dignos e oferecer condições dignas
de trabalho. Garantir o atendimento à legislação, em especial trabalhista e fiscal, o bem-estar dos colaboradores,
assumindo uma atitude ética e justa com todos;
2. Assumir uma postura dialogal, fortalecendo relações interdependentes que privilegiem a autonomia, o
empoderamento e a cooperação de todos os atores sociais;
3. Assumir a RSE como atitude que permeia todos os
processos e áreas da empresa e transcende suas fronteiras;
4. Avaliar sistematica e continuamente o desempenho econômico, social e ambiental da empresa, para realimentar com esses inputs o posicionamento da organização;
5. Incluir na rotina da organização a diferença entre
realização de ações assistencialistas e prática efetiva de RSE;
6. Assumir a RSE como questão de sobrevivência,
como interesse estratégico das empresas, e que este é
o melhor, e talvez o único bom fundamento para que as
empresas a promovam;
7. Estabelecer a efetividade das ações implementadas sob o escopo da RSE, a partir de pactos com as redes
e pares do negócio, influenciando-os e recebendo deles
os inputs necessários à gestão da RSE.
Os desafios são: transformar o discurso em rotinas
e processos diários; em valores; na orientação estratégica
da organização.
Responsabilidade Social é uma oportunidade para
estes novos tempos. Uma via de complementariedade de
atores sociais em rede – onde todos ganham: empresas,
indivíduos, Estado e sociedade – para a construção coletiva
do bem comum e promoção de uma sociedade sustentável.
RSE trata da qualidade das relações empresariais e
de suas relações com a sociedade e o meio ambiente. É
isto que aqui propomos. Uma relação ética, transparente,
justa e democrática.
Sócia do Escritório Martinelli Advocacia Empresarial. Coordenador Executivo do CIEDS – Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável. Mestrandos em Sistemas de Gestão com ênfase em Responsabilidade Social, na UFF
18 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
Life Style
Fotografar: olhar, sentir, clicar
Michel Chertouh
A
vida hoteleira proporciona muitas viagens e
mudanças de países e cidades. Quando chego
a um lugar em que nunca estive, observo a
vida com os olhos de quem procura ver, entender,
captar e, finalmente, comungar da vida das pessoas,
participar das cenas cotidianas, compreender as
situações corriqueiras. Então, conhecer as pessoas e
os seus lugares, toma um brilho especial aos meus
olhos. Sim, eu sinto que cheguei.
Foi assim que surgiu o meu interesse pela
fotografia – através das viagens. Já não basta estar e
sentir-se presente; é preciso eternizar o momento e
as experiências. Creio que este sentimento faz parte
da ânsia de infinito que domina o ser humano.
Captar a imagem, capturar o tempo, guardar o
sentimento do momento é a magia da fotografia.
Adoro fotografar pessoas comuns, em sua vida rotineira, cenas que muitas vezes passam despercebidas
pelos olhos de todos, roubadas pela correria do dia
a dia. Também adoro paisagens, lugares que me
lembrarão de momentos especiais da vida.
Sempre fotografei por hobby e diversão.
Andar acompanhado de minha Nikon, à espreita
de um pôr de sol, um sorriso que justifique o dia,
uma lágrima que me venha interrogar, é um hábito
que adquiri há muitos anos.
A paisagem da cidade do Rio de Janeiro, em
especial seu mar e suas montanhas, ou outros lugares
bastante especiais no estado, como Búzios, Angra ou
20 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
“ A fotografia conjuga elementos que me
ajudam a pensar e viver minhas atividades
profissionais com o mesmo olhar do fotógrafo”
Paraty, conseguem sempre me emocionar. Não há como ver e
sentir essas paisagens sem sucumbir ao seu encanto e, como um
Sebastião Salgado às avessas, ponho-me a fotografar.
Às vezes me perguntam o que um bom gerente e um bom
fotógrafo têm em comum. Respondo sempre que ambos têm
tudo em comum. O olhar do fotógrafo está acostumado a
observar e sentir a realidade em seu entorno. Ele capta e analisa
as relações entre o campo fotográfico, a luminosidade, a profundidade e finalmente chega à composição dos elementos da foto.
O bom gerente desenvolve sua capacidade de observar e
analisar a realidade em seu entorno, as pessoas – hóspedes ou
funcionários – e a relação que se estabelecerá com seu hotel
e, como o bom fotógrafo, tem que ser capaz de, em um clic,
tomar as decisões e determinar as ações a serem seguidas, pois
a dinâmica de um hotel muda na mesma velocidade em que
pode mudar a luz de uma paisagem que se busca registrar.
A fotografia desenvolveu-me a sensibilidade para o belo,
para o pitoresco, para a diversidade e, acima de tudo, para o
sentido de urgência. Tanto na fotografia como na administração de um hotel, o tempo não pode ser detido. Para o hotel, a
noite que passou não voltará mais; para a fotografia, o instante
de uma foto será o registro de um momento irreversível.
Assim, a fotografia conjuga elementos que me ajudam a
pensar e viver minhas atividades profissionais com o mesmo
olhar do fotógrafo.
Sebastião Salgado e Henri Cartier-Besson são representativos
destes sentimentos sobre a arte de fotografar. O primeiro consegue
fazer uma análise antropológica dos lugares e cenários por onde
passa. Já Cartier-Besson conseguiu eternizar uma Paris que não
poderia ser esquecida ou misturada com sua história, sem ter aqueles
momentos preservados. Ambos guardam entre si a sensibilidade do
momento, o sentido da história e o clic perfeito, que eternizará para
muitas gerações momentos únicos por eles capturados.
A fotografia hoje é meu hobby, mas não posso afirmar
que nunca dedicarei a ela todo o meu tempo e minha energia.
Quando estou envolvido com livros, máquinas, fotos, me abstraio das preocupações, o que me ajuda a relaxar e sentir-me
em harmonia com o mundo à minha volta. O visor da câmera
me descortina um mundo de possibilidades e me mostra a
fugacidade dos momentos, instigando-me a lembrança de
que também a vida é fugaz e deve ser vivida e compartilhada
com sensibilidade e paixão. O ato de fotografar ensina esses
atributos: ele é passivo, posto que nos deixamos tomar pela
realidade e, ativo, uma vez que nos colocamos a registrar a
realidade naquele momento.
Em termos humanos, as fotos constituem as lembranças
prazerosas que guardaremos dos filhos, da família, dos amigos,
dos momentos de nossa caminhada profissional. De uma forma
ou de outra, estaremos sempre nos perguntando: esta foto – é
o reflexo do real, ou é o real do reflexo que percebemos?
Deixemos a resposta para os filósofos e vamos lembrar
apenas que, para os que amam a fotografia, fotografar é apenas
o ato de ver, sentir e clicar.
E isto basta.
Gerente Geral do Hotel InterContinental Rio
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 21
Legal Alert
Afinal, a quem cabe o
ICMS na importação?
Diego Bomfim
Um dos principais debates ligados à incidência do
ICMS nas importações é centrado na legitimidade para
cobrança do imposto, tendo em vista o princípio federalista,
que impõe a cada estado a competência para instituir e
cobrar seus próprios tributos. O entrave se dá quando dois
ou mais estados se elegem como legítimos para cobrança
do imposto numa mesma operação, pois a redação da Constituição e da Lei Complementar nº 87/96 são divergentes.
Enquanto a Constituição diz que o imposto cabe “ao estado
onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do
destinatário da mercadoria”, a lei determina que o imposto
será devido ao estado onde esteja localizado o “estabelecimento onde ocorrer a entrada física”.
As dúvidas emergem quando o importador está
estabelecido em estado diferente daquele onde ocorre
o desembarque físico ou quando a situação se repete
com o agravante da mercadoria importada ser remetida
a destinatário final em um terceiro estado, sem que tenha
circulado fisicamente pelo estabelecimento importador.
O STF analisou a matéria pela primeira vez em 2004,
consignando que o ente competente para cobrança do
ICMS é aquele onde esteja situado o estabelecimento
importador. No caso analisado, uma empresa de Pernambuco importou mercadoria por conta própria, realizando
seu desembarque no Rio e transferindo-a, sem que
houvesse entrada física em seu estabelecimento, a outro
contribuinte também em território fluminense. Nesse caso,
entendeu-se que Pernambuco seria competente.
Em 2005, o mesmo STF editou um segundo acórdão
estabelecendo que, em uma importação realizada por em-
presa situada no Espírito Santo, por conta e ordem de estabelecimento paulista, sendo as mercadorias desembarcadas
também em São Paulo, o imposto deveria ser recolhido no
estado “em que está localizado o porto de desembarque e
o destinatário da mercadoria”, ou seja, São Paulo.
Apesar de se ter a impressão de que houve uma mudança radical da primeira orientação, há peculiaridades que
impedem o simplista entendimento de mudança nos rumos
jurisprudenciais. No primeiro julgamento, a importação era
realizada diretamente, já no segundo, ela se dava por conta
e ordem de terceiro. Além disso, na segunda hipótese, o
tribunal verificou a existência de “um quadro escancarado
de simulação”, com objetivo de aproveitamento indevido
de incentivos fiscais concedidos pelo Espírito Santo.
Para sistematizar e equalizar estes entendimentos é
preciso separar as importações realizadas por conta própria daquelas realizadas por conta e ordem de terceiros. No
primeiro caso, bem como na importação por encomenda,
a primeira orientação prevalece, sendo irrelevante o local
de desembarque. Já nas importações realizadas por conta
e ordem de terceiros, as operações devem ser analisadas
caso a caso, sendo inviável a indicação de regra objetiva
– apesar da tendência jurisprudencial ser pela fixação do
estado competente com base na localização do estabelecimento do adquirente da mercadoria importada.
Este entendimento preserva o pacto federativo,
permitindo que estados não portuários mantenham a
arrecadação do ICMS sobre importações realizadas em
seu território, sem descuidar-se da possibilidade de desconstituição de operações simuladas.
Advogado do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice e Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP
22 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
Capa
A importância de ter líderes
aprendizes na sua empresa
Rodrigo Campos
Semana passada estava almoçando com um amigo
que reclamava da morosidade com que os projetos da
sua área estavam andando. Na sua opinião, a equipe era
muito despreparada e ele como gerente não conseguia
acelerar os processos, pois seu chefe não oferecia o
apoio e o suporte necessários.
24 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
“Líderes de baixa e média gerência são responsáveis pela
operação base da empresa. Se esta apresenta falhas, eles
são os responsáveis diretos para resolver os problemas”
Como somos muito amigos me senti à vontade para
perguntar: “O que você tem feito para mudar a situação?” Senti
que ele ficou um pouco constrangido. Começou a gaguejar em
busca de respostas que não existiam. A culpa era dos outros,
ele pensava. Perguntei se o seu chefe pretendia sair da empresa
e se ele já tinha cogitado a hipótese de demitir maior parte da
sua equipe e recontratar pessoas novas. Não, nada disso iria
acontecer. Neste momento ele percebeu claramente que estava
em uma enrascada e que, provavelmente, não estava preparado
para aquele desafio.
Hoje um dos maiores problemas das organizações está
em não ter líderes preparados para os desafios e metas que
elas determinam. Muitas empresas acreditam que o treinamento para a formação destes líderes ou aspirantes a líderes
é muito caro e representa perda de tempo. Por outro lado, as
consultorias especializadas em liderança focam na entrega de
conteúdo padrão e não nas necessidades e resultados que a
empresa precisa alcançar.
Para que uma empresa tenha sucesso é importante que as
áreas ligadas à atividade principal do negócio funcionem bem.
Para isso, é fundamental que os líderes estejam preparados para
três desafios básicos: saber se relacionar com os subordinados,
pares e chefes; se comunicar de forma clara e objetiva; e ter
flexibilidade para se adaptar às mudanças.
É por isso que a baixa e média gerência têm um papel
extremamente importante nas empresas. Estes líderes são res-
ponsáveis pela operação base da empresa. Se o funcionamento
básico da empresa apresenta falhas eles são os responsáveis
diretos para resolver os problemas.
O fato é que muitos profissionais que exercem cargos de
liderança acreditam não precisar de reciclagem ou preparação.
Muitos deles têm uma postura em que acreditam saber tudo
e se colocam em patamares de desempenho melhores do que
realmente estão. Isso prejudica o resultado dos esforços com
desenvolvimento de pessoas que são oferecidos pelas empresas,
pois estes profissionais não enxergam necessidade de melhorias
no seu trabalho.
Para que isso mude as empresas precisam incentivar a
necessidade de aperfeiçoamento dos seus gestores e estimular
uma mudança de atitude para que os líderes se envolvam mais
profundamente com os treinamentos. É necessário perceber
que a liderança está em desenvolvimento constante. É preciso
trabalhar para que o líder se torne um líder aprendiz. Estes têm
mais flexibilidade para se adaptar às mudanças, se relacionar
melhor com as pessoas e melhorar processos que estão desgastados na organização.
Os gestores devem se dar conta de que as verbas destinadas a treinamento e desenvolvimento não são custos, e
sim investimentos que servirão de base para o crescimento
da empresa e deles próprios. Por isso, invistam na formação
de líderes aprendizes, que sua empresa aumentará as chances
de ser bem sucedida.
Trainer do Instituto Dale Carnegie Training
Especialista em treinamentos de Comunicação,
Comportamentais, Liderança e Vendas
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 25
Capa
Excelentes perspectivas para
o mercado de recrutamento
Ricardo Guedes
A
pós um ano de grave crise internacional,
recheado de cortes de custos e demissões,
as perspectivas para 2010 são as melhores
possíveis e já são uma realidade no mercado de
recrutamento. Os números já refletem essas mudanças
e podemos perceber um aumento de 30% no volume
de posições, vêm apresentando crescimento em
todas as áreas das empresas. O Rio de Janeiro vem
obtendo um grande destaque, mesmo durante a
crise. Em função da característica de longo prazo
dos investimentos do setor de Oil & Gas, principal
setor do estado, além dos fortes desembolsos da
própria Petrobras, o Rio conseguiu um desempenho
acima da média nacional. Após algumas décadas de
esvaziamento do mercado de trabalho, o Rio retomou
seu papel de evidência nacional.
26 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
“As demandas de posições em média e alta gerência já estão
crescentes. Com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas
de 2016, este mercado estará ainda mais impulsionado com
a chegada de empresas estrangeiras”
Atualmente alguns pontos têm trazido o aquecimento para
o mercado de trabalho como a recuperação da auto-estima através de eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas, referência
acadêmica nacional, maior filial do país e grandes investimentos
em setores fortes do estado. Outra característica desta nova fase é
uma maior demanda fora do grande centro, com investimentos
sendo feitos em regiões como Macaé, Sepetiba /Itaguaí e Rezende.
Como mencionado, todas as áreas vem apresentando um
aquecimento, mas a demanda por engenheiros é a que tem
apresentado maior destaque, devido à necessidade nos setores
mais aquecidos atualmente como Oil & Gas, Infraestrutura e
Construção Civil. Durante a crise, a Michael Page observou
que as divisões de Vendas e de Marketing são consideradas as
mais sensíveis quanto ao faturamento e volume de posições.
Isso se explica pela flexibilidade e agilidade tanto em reduzir
quanto aumentar o quadro operacional na área comercial. Na
de marketing, os budgets de inovação e propaganda são diretamente relacionadas ao momento econômico das empresas.
Sendo assim, devido ao momento pós-crise e aquecimento
do mercado, as demandas de posições em média e alta gerência
já estão crescentes. Acreditamos que, com a Copa do Mundo de
2014 e as Olimpíadas de 2016, este mercado estará ainda mais
impulsionado com a chegada de empresas estrangeiras e mesmo
empresas nacionais que não tinham base ou filial no Rio de Janeiro.
Na área de Vendas, nossas buscas estão focadas em diferentes mercados como bens de consumo, bens de capital e
Oil&Gas. O primeiro impulsionado pelo aumento e demanda
do consumo interno principalmente no Nordeste, osegundo
pelo aumento na industrialização devido ao incentivo fiscal
do governo (IPI), e, por fim, o que mais cresce - o mercado
de petróleo - impulsionado pelas recentes descobertas e licitações de blocos do Pré-Sal. Este último, sendo sua principal
demanda os profissionais com experiência no relacionamento
e desenvolvimento de negócios com a Petrobras.
As posições mais demandadas em Finanças são das áreas
de Tributos e de Controladoria, mas houve um aumento significantivo em posições de Finanças Estratégicas, pois muitos
projetos de investimentos saíram da gaveta e muitos possíveis
investidores estão avaliando possibilidades no Rio de Janeiro.
O otimismo no mercado é quase unânime e os segmentos
que continuam impulsionando a demanda por profissionais
são principalmente os de prestadores de serviços para a área de
Oil&Gas e para projetos de infraestrutura. Porém, em Finanças
há demanda constante em empresas de pequeno e médio porte
também, de diversos segmentos (serviços, varejo e tecnologia).
Com o aquecimento do mercado financeiro, houve um retorno
da demanda de profissionais voltados para abertura de capital,
como gerentes de Relações com Investidores.
Para o segmento de Engenharia no estado do Rio de Janeiro,
destacam-se os segmentos de Oil&Gas, Construção Civil, Siderurgia e Petroquímico. Em Oil&Gas, os principais gargalos em
mão de obra acontecem no segmento offshore e de Construção
Naval. Na Construção Civil, o mercado deverá se aquecer tanto
no imobiliário – impulsionado principalmente pelo programa
“Minha Casa, Minha Vida” –, como em construção pesada. O
primeiro resulta no emprego de mão de obra intensiva de engenheiros para atuar nos processos de construção de baixa renda
e na prospecção de terreno. A construção pesada/infraestrutura
permanece aquecida com a continuidade dos projetos do PAC e
terá grande alavancagem com a vinda da Copa e dos Jogos Olímpicos, que demandarão inúmeras obras de infraestrutura urbana.
Com o aquecimento da Construção, a Siderurgia é automaticamente privilegiada, sobretudo no estado do Rio de
Janeiro, com o início das operações da CSA, nova planta de
Votorantim Metais, em Resende, e expansões da CSN.
Finalmente, o mercado Petroquímico ganha nova perspectiva com a evolução do projeto do Comperj, que será o
maior complexo Petroquímico brasileiro.
Diretor - Rio de Janeiro - Michael Page International Brasil
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 27
Capa
Life Options
Preparando para aposentadoria
e formando sucessores
Matilde Berna
A
preparação para aposentadoria ainda é um tema
muito pouco discutido nas empresas e que gera
calafrios na maioria de nós. Muitas vezes me
perguntei o motivo desse “tabu” já que tende a estar cada
vez mais presente nas nossas vidas. De acordo com dados
da PREVI, a expectativa de vida do homem brasileiro, ao
nascer, é de 80 anos. A projeção sobe para 84 anos quando
falamos da expectativa de vida de uma mulher no Brasil.
Isso implica em mudanças no valor do fator previdenciário
usado no cálculo das aposentadorias e significa,
resumidamente, que os trabalhadores da iniciativa privada
terão de trabalhar mais para conseguirem se aposentar
com o mesmo valor dos benefícios que receberiam,
se solicitassem sua aposentadoria hoje.
28 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
“ a preparação para a aposentadoria é, sobretudo, o
rompimento de uma identidade que o profissional vivenciou
durante a sua carreira e a construção de uma nova identidade”
Depois de muita reflexão cheguei à conclusão de que o
mal estar ao redor desse tema tem relação próxima com o estilo
de vida imediatista em que vivemos. Nossas preocupações estão
muito mais ligadas a manter o nosso emprego, aumentar nossa
renda ou, no máximo, a forma que vamos encontrar para pagar
a faculdade dos nossos filhos dali a alguns anos. Não estamos
acostumados a pensar ou planejar em longo prazo.
Temos ainda, como agravante, o fato de que vivemos
numa sociedade que corre contra o tempo e que tem como
verdade absoluta que a velhice é uma coisa ruim. Portanto,
pensar na preparação da aposentadoria significaria reservar
algum tempo de nossas vidas para planejar como será estar
numa condição que negamos.
Esta é uma reflexão individual, que deve ter preparação
e planejamento, mas que também envolve a empresa. Com o
crescente número de trabalhadores na faixa dos 60 anos e que
vão se aposentar daqui a 10, 15 anos, a questão da aposentadoria saiu do âmbito governo x trabalhador e passou a envolver
a responsabilidade social da empresa.
O assunto está cada vez mais presente nas discussões das
grandes empresas, que passaram a criar ações em várias frentes
para tornar esse momento mais tranqüilo, natural e feliz. É
preciso sensibilizar os colaboradores de que quanto mais cedo
olharmos para a vida e detectarmos o que ainda precisamos
fazer para estarmos, aos 70 anos, na situação física, emocional e
financeira que queremos; mais tempo de vida saudável teremos
para implementar as medidas necessárias para tal condição.
Além do benefício direto para os seus colaboradores,
as empresas que disponibilizam um programa de preparação
para aposentadoria também se beneficiam com uma imagem
interna e externa melhor avaliada. Como resultado, teremos
planos de sucessão mais bem-sucedidos, transferência de tec-
nologia e know how mais eficientes, menos stress no processo
de transição e uma equipe mais motivada.
Os planos de sucessão melhor conduzidos são aqueles que
ocorrem em empresas cujo RH possui uma função estratégica
e uma postura mais ativa junto à alta liderança. Isso implica
ações preventivas de desenvolvimento, evitando, assim, perda
de tempo, dinheiro e produtividade da empresa. Um bom
plano de sucessão envolve parceria entre a liderança e o RH da
empresa, desde a identificação dos profissionais com potencial
até um projeto de educação continuada para desenvolvimento
constante dos seus colaboradores. Quando o desenvolvimento
ocorre dessa forma, o executivo assume sua nova função melhor
preparado para exercer suas atividades sem comprometer o
desempenho daquela área da empresa.
Existem diversas maneiras de lidar com a preparação da
aposentadoria e a formação de sucessores. Nos últimos cinco
anos, a prática mais comum tem sido sensibilizar o colaborador de que se aposentar não significa, necessariamente,
parar de trabalhar e sim em pensar numa segunda carreira
que mantenha a sua produtividade, o seu ganho financeiro
e o seu estímulo intelectual. Também tem se tornado mais
comum os programas de mobilização mais robustos que envolvem trabalhos interativos e vivenciais, grupos de discussão
e entrevistas individuais.
No entanto, a opção que tem se mostrado mais eficiente é
a que envolve ações de longo prazo, alinhando as iniciativas de
sensibilização e mobilização do colaborador com a transferência
do seu conhecimento e know how para o seu sucessor. É importante reforçar que a preparação para a aposentadoria é, sobretudo,
o rompimento de uma identidade que o profissional vivenciou
durante a sua carreira e a construção de uma nova identidade,
que ele passa a assumir no momento que se aposenta.
Diretora de Transição de Carreira da Right Management
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 29
News
Autoridades e empresários prestigiam a cerimônia de Posse da nova Diretoria da Amcham
Cerca de 400 empresários e autoridades lotaram a Cerimônia de Posse da Diretoria da Câmara de Comércio Americana
(Rio de Janeiro). Estiveram presentes o
embaixador americano no Brasil, Thomas
Shannon, o ministro do Esporte, Orlando
Silva, além do governador e o prefeito do
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e Eduardo
Paes, que palestraram para a audiência.
O presidente reeleito, Robson G.
Barreto, disse que a presença maciça e
qualificada da audiência era “resultado da
importância da Amcham na sociedade civil
da cidade e estado, bem como pela contribuição que tem prestado ao desenvolvimento da atividade empresarial por quase um
século”. O presidente da Amcham lembrou
que, apesar das dificuldades enfrentadas por
todos em 2009, a instituição continuou a
realizar eventos nacionais e internacionais,
recebendo e organizando missões empresariais e com entidades de governo.
Robson destacou a capacidade de
alinhamento entre estado e município para
produzir resultados concretos para os cida-
30 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
dãos. E citou como exemplo a união entre
os governos federal, estadual e municiapal
para sediar as Olimpíadas 2016. Robson
Barreto pediu aplausos como demonstração
pública de apoio à manutenção do sistema
de partilha dos royalties entre os estados e
municípios produtores de petróleo.
Sobre os recentes debates sobre o
direito do Brasil à retaliação comercial
autorizada pela OMC , Barreto disse que
a Amcham tem se esforçado para mostrar
às autoridades dos dois países que uma
solução negociada é a que melhor atende
aos interesses das empresas privadas, que
sustentam, de fato, essa relação comercial.
O embaixador americano, Thomas
Shannon, que disse ser um prazer especial
estar no Rio de Janeiro. “Esta cidade mostra confiança, energia, audácia, e tem a
capacidade de enfrentar os grandes desafios
Descontração entre Orlando Siva, Robson Barreto e Sérgio Cabral
News
Eduardo Paes: “Uma geração de políticos que olha para o futuro”
dos Jogos Olímpicos”. Ele disse que este
é um bom momento para aprofundar as
relações entre EUA e Brasil, e que é importante manter um diálogo de alta qualidade.
Shannon afirmou que a relação entre
Estados Unidos e Brasil está mudando e
que construir uma parceria com a nação
brasileira no século XXI é uma prioridade
do governo americano.
O prefeito Eduardo Paes enfatizou
o clima de união entre as três instâncias
de poder. “Hoje o Rio está sediando um
evento importante como o Fórum Urbano
Mundial. Isso é fruto da consolidação de
um trabalho que vem sendo construído a
partir da chegada do governador Sérgio Cabral ao governo do estado. O Rio precisava
do apoio do governo federal, e esse processo
se consolidou quando os três níveis de poder começaram a trabalhar em conjunto”.
Paes afirmou que hoje o Rio tem uma
geração de políticos que se recusa a tratar
“daquilo que teríamos deixado de ser”, e que
olham para o futuro. “Nós todos aqui éramos céticos em relação à segurança pública.
Achávamos que seria impossível mudar,
que ficaria assim e teríamos que aprender
a conviver com isso. Hoje nós vemos que
bastou vontade política, seriedade e compromisso para a cidade se transformar”,
reforçou o prefeito, pedindo uma salva de
palmas para o governador Sérgio Cabral. O
prefeito garantiu as coisas vão melhorar até
2016, quando os Jogos Olímpitos marcarão
uma virada para o Rio.
O ministro do Esporte, Orlando
Silva, desejou sucesso à nova diretoria e
ressaltou a importância do prefeito e do governador estarem juntos com o presidente
Lula na conquista dos Jogos Olímpicos. E
lembrou que essa união é fundamental para
a retomada do desenvolvimento do Rio de
Janeiro e colocá-lo num patamar superior
no plano nacional, no comando do crescimento econômico e do desenvolvimento
social do país. “Em 2016, além dos Jogos,
a Amcham completará 100 anos. Esta
cidade que a viu nascer comemorará, seguramente, uma fase importante do nosso
país”, lembrou. Para Orlando Silva, o Brasil
passa por um momento importante, como
referência internacional da democracia,
estabilidade política, e que a relação com
os EUA tende a crescer diretamente nesse
ambiente institucional estável.
O Brasil é hoje um destino seguro
para investimentos, tanto para os empresários brasileiros, como internacionais, o que
nos motiva e nos enche de orgulho. Este
ambiente vai servir para que a relação entre
Brasil e EUA possa seguir produtiva, que
ajuda a geração de empregos, o desenvolvimento econômico e social e a cooperação
entre os países das Américas.
O governador Sérgio Cabral encerrou as palestras ressaltando a amizade
desenvolvida com a Amcham, desde que ele
era presidente da Alerj e já como governador. “Quando comecei minhas tão criticadas viagens internacionais, em 2007, rodei,
O embaixador americano e presidente honorário Thomas Shannon
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 31
News
com a Câmara, quatro cidades americanas
em cinco dias, conhecendo boas práticas.
Naquele momento já era possível perceber
o sucesso que seria essa integração e esse
respeito ao Brasil que o presidente Lula
soube tão bem dar dimensão. Eu que tenho
convivido e viajado com o presidente, e
recebido alguns chefes de estado com ele,
tenho orgulho de perceber como o Brasil é
visto como espaço democrático, com regras
estabelecidas, e acho que é um momento
especial para as duas nações”.
Cabral destacou a luta pelo sonho
de realizar os Jogos Olímpicos no Rio
de Janeiro, que contou com o “brilhante
trabalho” realizado pelo prefeito Eduardo
Paes durante os Jogos Pan-americanos,
quando era secretário de Esporte e Lazer;
e pelo ministro Orlando Silva. “Nesses
três anos e três meses tivemos grandes
conquistas, e por isso a minha felicidade
em estar aqui com vocês, em um almoço
bem representativo expressivo da sociedade carioca e brasileira”. O governador
destacou a importância de o Rio receber
outros eventos como os Jogos Mundiais
Militares – que prevê a participação de
150 países –, de sediar uma das chaves
da Copa do Mundo, além de abrigar o
Centro de Mídia do Mundial, e conquistando, no ano passado, a sede da maior
feira de negócios de esportes do mundo,
que começa a acontecer a partir do ano
que vem (2011, 2012 e 2013).
- Este é também um momento
especial por ter o primeiro negro ame-
ricano na presidência da República, um
homem que tem uma outra visão sobre
os países irmãos, um olhar diferente,
e que nós temos que acreditar que os
Estados Unidos é um país central para
o fortalecimento da democracia e na
estratégia global. Não há país mais importante na luta pela democracia por que
não interessa a ninguém o esvaziamento
do protagonismo americano, sobretudo
quando ele está vinculado ao fortalecimento do estado de direito democrático. Por isso, eu tenho certeza de que o
presidente Obama e que o presidente
Lula, juntos, e com o empresariado e
a sociedade norteamericana e brasileira
poderão construir esse novo mundo que
nós desejamos para o século XXI.
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News
Resolução n° 65 do CNJ tornará Judiciário mais eficiente
Adam Stehling: Mais agilidade e transparência
A Resolução n° 65 do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) vai mudar a
vida não só dos advogados, mas de todos os
brasileiros. É que um dos seus pontos mais
importantes é a unificação e normatização
da numeração dos processos. Quando
todos os tribunais brasileiros estiverem informatizados e adaptados ao novo modelo,
os processos terão apenas um número, da
primeira petição até sua conclusão. O número único vai facilitar as buscas e aumentará o controle e a transparência processuais,
trazendo eficiência ao Judiciário.
Para entender como Resolução n°
65 a irá impactar a gestão de carteiras de
processos judiciais, cerca de 50 profissionais
se reuniram em um café da manhã organizado pela Amcham e patrocinado pela
e-Xyon, para ouvir os especialistas Adam
Stehling, sócio do escritório Carlos Mafra
de Laet Advogados, e Victor Rizzo, diretor
de negócios da e-Xyon.
Adam Stehling destacou que a informatização chega ao mundo do Direito tardiamente, tanto no Brasil como no exterior.
34 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
- A tecnologia vai modernizar o
Direito. Muitas pessoas e instituições resistem à informatização, como se o pensar
Jurídico fosse acabar. Isso é um erro. A
Medicina é um bom exemplo: hoje os
médicos contam com exames sofisticados
que os ajudam a exercerem com mais
agilidade e segurança a Medicina. Tenho
certeza de que o mesmo irá acontecer com
os advogados e juízes”, defendeu.
Victor Rizzo disse que a Resolução
chega em boa hora, mas lembrou que a
adaptação também terá seus custos, como
o de implantação da tecnologia necessária.
Até agora, somente metade dos tribunais
do país aderiu. Mas há outra questão:
como não há correlação entre o número
antigo e o nome, será necessário ter o
número antigo correto, para chegar ao
processo recentemente numerado. Para
tanto, haverá a necessidade de acertar a
atual base de dados de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos.
- Desafio qualquer presente a afirmar
que sua base de dados está perfeita. Com a
quantidade de números e a total ausência
de conformidade na entrada de dados, é
praticamente impossível hoje ter uma base
consistente”, avaliou. Por isso, a e-Xyon
se preparou para adequar a base de dados
de seus clientes para que, no momento da
transposição para o número único, tudo seja
realizado com tranquilidade e segurança.
É preciso conformar as bases para migrar para o novo sistema
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News
Café da Manhã dos Novos Sócios
Representantes de novas emresas associadas em café da manhã de boas-vindas
O primeiro Café da Manhã dos
Novos Sócios da Câmara de Comércio
Americana de 2010 foi um sucesso. Criado há um ano, o evento já se tornou tradicional. Cerca de 30 pessoas estiveram
presentes, quando ficaram a par da rotina
e dos produtos oferecidos pela Câmara
de Comércio Americana, e conheceram
grande parte do staff da Amcham. Os
representantes das companhias aproveitaram o evento para apresentar suas
36 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
empresas e produtos e conhecer alguns
antigos parceiros da Amcham, abrindo
novas possibilidades de negócios.
Representantes das seguintes
empresas e instituições estiveram presentes ao café da manhã:
American Airlines, Approach
Comunicação, Atlanta Rio de Janeiro Sister Cities Foundation - Brasil,
ATT/PS Informática, Avaya Brasil,
Banco Brascan, CGG do Brasil Parti-
cipações, Consulado Geral Americano
no Rio, Escola Americana do Rio de
Janeiro, Hidroazul Indústria e Comércio, Interação Pesquisa de Mercado e
Opinião Pública, InterContinental
Rio, Marsh Corretora de Seguros,
Mazzoni & Valeriano Assessoria e
Treinamento, Millenium, Right Management, Tavares Propriedade Intelectual, Trigueiro Fontes Advogados e
Xerox do Brasil.
News
Minimissão de Marketing a Miami
O grupo em Miami. Agenda lotada com descontração
A realização de ações em parceria
da Amcham com a American Airlines
não é novidade. Já aconteceram shows
com John Pizzarelli e Stanley Jordan, delegações para a feira OTC, em Houston, e
missões nas áreas de Energia e Meio Ambiente. Mas a minimissão de marketing,
que ocorreu em março, trouxe uma nova
abordagem, com ações voltadas para o
networking em ambientes descontraídos
e relaxados.
A integração do grupo começou no
reformado Admiral’s Club da American
Airlines no Aeroporto Internacional do
Rio. Em Miami, o grupo foi recepcionado
na suíte da AA, na American Airlines Arena.
Na programação, o emocionante jogo de
basquete entre o time da casa, Miami Heats,
do astro Dwyane Wade, e o tradicional time
dos 76ers, da Philadelphia. O resultado foi
perfeito: vitória do time da casa, com mais
de 40 pontos da estrela local.
38 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
No dia seguinte, no Centro de Palestras do Miami Marriott Dadeland, que
apoiou a missão, Amcham e American
Airlines realizaram a tradicional rodada
de apresentações dos participantes, mostrando como as parcerias iniciadas no dia
anterior poderiam acontecer.
Logo depois, a responsável pela área
de marketing da Globo Internacional em
Miami, Yara Cavaignac, realizou uma
palestra para o grupo. A executiva trouxe
interessantes cases e anúncios de empresas
locais, com abordagem e produções inimagináveis para o que assistimos hoje na TV
brasileira. Uma aula sobre a importância
da adequação ao mercado.
Em seguida, Vincent Burniske,
responsável pelo marketing da NBA para
a America Latina interagiu com o grupo.
A conversa, com direito a quiz e prêmios,
“pegou carona” no que a missão havia
presenciado na noite anterior, e falou
sobre os slogans “I love this game” e, em
especial, “Where amazing happens”. Cada
ação, dentro e fora da quadras, todo envolvimento dos atletas latinos e brasileiros
em campanhas de marketing, comerciais
e, em especial programas sociais para as
comunidades (iHOOPS) estão linkados
e trabalhando de maneira integrada. As
ações ocorrem em várias partes do mundo, mantendo a aura “It’s show time”
perceptível em tudo que envolve a NBA.
A parte cultural da viagem foi marcada pela visita ao Adrienne Arscht Center. O
grupo conheceu interessantes alternativas
de marketing para construção e manutenção do espetacular centro de artes, como
a venda do espaço de cada tijolo do chão
da entrada do teatro. Para Frances Pina,
gerente de Vendas – Rio de Janeiro/Norte
Brasil da AA, essa parceria reforça laços
comerciais. “Foi um encontro de parceiros
e amigos além da ótima oportunidade de
conhecermos mais os produtos American
Airlines e o AA Arena em Miami.”
Fernanda Mello, analista de Marketing da Veirano Advogados disse que
foi uma grande oportunidade profissional
e pessoal. “Esta foi uma chance única de
conhecer profissionais de áreas e ramos de
atividades totalmente distintos, que possibilita repensarmos nosso negócio sob uma
ótica diferente. Foi sensacional!,” avaliou.
A gerente de Contas Corporativas do
Ibeu, Sandra Mara Mazzoni, elogiou a organização da viagem, desde o mix de convidados até as palestras. “A viagem foi impecável
e promete render negócios para todos”.
A viagem também contou com o
apoio da J+ Vip Concierge e da Câmara
Brasil-Flórida.
pwc.com/br
Opinião
Investir ou não investir
no aprendizado do inglês?
Essa não é mais a questão
Sandra Mara Mazzoni
D
efender a importância do inglês no mundo
globalizado e o seu papel no mercado de trabalho
não é mais uma causa. O inglês deixou de ser
segunda língua há muito tempo. Sabendo disso, e com
uma visão de longo prazo, as escolas passaram a investir,
cada vez mais e mais cedo, na melhoria do ensino da
língua. Escolas bilíngues, ou com horários estendidos, que
possibilitam vivências no idioma, surgem a todo momento
para atender a uma demanda que cresce, principalmente,
nos grandes centros.
40 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
“A questão hoje não é convencer os funcionários da importância
do inglês, mas entender quais especificidades da língua deverão
ser priorizadas por áreas de atividades da empresa”
A aplicação da língua que, há alguns anos, se fazia para
o jovem somente na música, cinema e em ambientes de viagem, hoje invade a realidade diária. Na escola, nos clubes, em
suas casas, e até na praia, a Internet é o grande aliado desse
jovem. Dominar o inglês extrapola o uso didático e previsível.
Relacionar-se hoje é também falar inglês.
Entretanto, existe um hiato entre essa geração – os nativos digitais – e a geração profissionalmente atuante, hoje, no
mercado de trabalho. Profissionais jovens, e outros nem tanto,
fazem parte de uma transição desfavorável, pois apesar de lhes
faltar a intimidade necessária com o inglês, transitam em um
mundo que lhes impõe o domínio da língua.
Em um currículo, a exceção virou regra. O que era um
diferencial, passou a ser parte integrante da formação do candidato.
Mas isto não é tudo. Após a entrada no mercado de trabalho, esse
profissional precisará atender, muitas vezes, necessidades específicas
inerentes à sua área de atuação. Ou seja, o desenvolvimento de
sua competência linguística será um processo contínuo.
Do ponto de vista do empregador, a questão hoje não é convencer os funcionários da importância do inglês. Essa é uma etapa
ultrapassada. O importante agora é entender quais especificidades
da língua deverão ser priorizadas por áreas de atividades da empresa.
A contratação de um prestador de serviço de língua estrangeira não é tarefa simples. Deverá ser precedida por uma
cuidadosa análise do retorno que, efetivamente, se terá do
investimento a ser feito, baseada nos objetivos de utilização
da língua nos diferentes níveis hierárquicos. Esses objetivos
nortearão não só o programa de treinamento de colaboradores
atuais, como também o trabalho de recrutamento e seleção.
Na fase de contratação, deverão ser desenhados instrumentos
de avaliação customizados para a empresa, de acordo com o nível e
as competências linguísticas esperadas dos candidatos ao emprego.
Para o desenvolvimento do pessoal que já compõe a
equipe da empresa, também é possível um serviço persona-
lizado. Neste caso, a companhia contratada deverá ter não
só entendimento das necessidades linguísticas, assim como o
conhecimento do mercado de atuação e do modelo do negócio
em questão. Somente assim poderá propor um programa totalmente customizado para a organização e seus colaboradores.
O primeiro passo para elaborar o programa deverá ser a
aferição do nível de competência de inglês de cada colaborador.
A avaliação poderá ser realizada através de um teste especificamente elaborado para este fim ou de exames padronizados
(“standardized tests”) que aferem o nível de conhecimento do
idioma nas diferentes habilidades linguísticas (fala, escrita,
leitura e compreensão oral). Dentre estes, estão o TOEFL
(Test of English as a Foreign Language) e o TOEIC (Test
of English for International Communication). Estes exames
descrevem o desempenho dos candidatos utilizando padrões
de referência reconhecidos e validados internacionalmente,
como o Common European Framework of Reference for
Languages (CEFR), desenvolvido pelo Conselho Europeu.
Após este diagnóstico, serão negociadas as metas individuais de
aperfeiçoamento da língua. Depois desse fase, cada integrante
do curso deverá ter, baseado em suas estratégias individuais de
aprendizagem, um plano estruturado de ação, que contemplará
seus objetivos e a mensuração de seu progresso.
Se o consumidor do serviço de assessoria linguística é o
colaborador, o cliente será sempre o RH da empresa contratante. Nessa perspectiva, uma ampla negociação deverá preceder
qualquer parceria. Como estarão envolvidos objetivos de curto,
médio e longo prazos, o prestador deverá acordar indicadores
de desempenho que permitam o monitoramento contínuo da
qualidade da entrega do serviço prestado, com possibilidades
de ajustes no decorrer do processo.
Não existe uma receita pronta para este desafio. A mágica reside em intensa interação entre consumidores, clientes e
prestador do serviço para um efetivo retorno do investimento.
Gerente de Contas Corporativas - Ibeu Corporate
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 41
Opinião
Melhor que curar, prevenir
Dr. Gilberto Ururahy
E
m constantes processos de fusão e aquisições, paralelamente
à recessão implantou no mundo, as empresas se adaptam
rapidamente às novas exigências do mercado. Os gestores
buscam resultados em curto prazo e tomam decisões com mais
agilidade. Algumas empresas reduzem seus quadros, gerando
um clima de insegurança entre funcionários e executivos, estes
responsáveis pelas decisões estratégicas das companhias. O
momento econômico mundial está tomado pela necessidade
de redução de investimentos, cortes de despesas, aumento da
competitividade e busca obsessiva por resultados e não temos
dúvidas em afirmar que a saúde desses profissionais é vítima,
muitas vezes, fatal desse cenário.
42 | Brazilian Business | Mar-Abr 2010
“As companhias brasileiras estão descobrindo que o
investimento em prevenção é fonte de redução de custos,
aumento de produtividade e segurança empresarial”
Trata-se de um fenômeno que a economia transferiu
à medicina, onde o estresse crônico encontra grande espaço
para se desenvolver. Todos esses agentes causadores de estresse,
combinados a um estilo de vida inadequado, com hábitos nocivos à saúde como alimentação desequilibrada, sedentarismo,
uso de estimulantes (cafeína, nicotina,...), excesso de bebidas
alcoólicas e noites mal dormidas, formam condições propícias
para o aparecimento, em grande escala, das doenças que mais
matam e incapacitam os homens no início do século XXI.
O estresse crônico se apresenta como pano de fundo de
muitas doenças como o acidente vascular cerebral, infarto do
miocárdio e o câncer. A descrição desse quadro reforça ainda
mais a importância da prática preventiva, para que o indivíduo
esteja apto a manter sua longevidade com autonomia. A MedRio Check-up realizou mais de 45.000 check-ups preventivos
entre homens e mulheres, sendo a maior parte em executivos
de grandes companhias brasileiras e estrangeiras. Recente
pesquisa concluída em nossa clínica demonstra que 60% da
população dos executivos examinados convivem com altos
níveis de estresse, 60% têm alimentação desequilibrada, 50%
são sedentários, 50% usam regularmente bebida alcoólica,
50% apresentam alto teor de gordura no sangue, 25% sofrem
de insônia, 22% são hipertensos e 15% tabagistas.
A inquietude dos mercados que o mundo vive atualmente
persiste e, quando nos referimos ao estresse, falamos de estresse
crônico, de longo curso, aquele que gera doenças, que provoca
em nosso corpo a produção de dois hormônios: o cortisol,
que mobiliza as gorduras acumuladas no organismo, produz
aumento de colesterol, reduz a imunidade, espessa o sangue,
conduz o indivíduo à depressão e, a adrenalina, que estreita
o calibre das artérias, gera taquicardia e aumenta a pressão
arterial. É nesta condição que o indivíduo se encontra mais
vulnerável e pode desenvolver doenças incapacitantes ou letais,
em pessoas cada vez mais jovens.
Fica claro que a preocupação com o bem-estar físico
e mental dos executivos e trabalhadores em geral não pode
ser considerada como uma benesse por parte das empresas.
Lentamente, as companhias brasileiras estão descobrindo que
o investimento em prevenção é fonte de redução de custos, aumento de produtividade e segurança empresarial. No momento
em que produtividade e competitividade se tornam obrigação
no mercado, a prevenção da saúde daqueles que fazem acontecer se transforma em prioridade. Por razões culturais, uma
pequena parcela de dirigentes de empresas brasileiras ainda
não percebeu que é mais vantajoso investir na saúde do que
gastar com doenças.
Diretor da Med-Rio Check-up
Mar-Abr 2010 | Brazilian Business | 43
designground | fotos Carol Chediak
ÁREAS DE ATUAÇÃO
AREAS OF EXPERTISE
Direito Societário e Valores Mobiliários
Mercado de Capitais Doméstico e Internacional
Financiamentos e Direito Bancário
Fusões e Aquisições
Reestruturação de Dívida
Recuperação de Empresas e Falências
Direito Comercial
Telecomunicações, TV por Assinatura e Radiodifusão
Internet
Privatizações
Energia, Óleo e Gás
Infra-estrutura
Água e Saneamento
Contencioso Cível e Comercial
Contencioso Administrativo
Arbitragem Doméstica e Internacional
Comércio Internacional
Esportes e Lazer
Direito Civil e Contratos
Direito Imobiliário
Direito de Família e Sucessões
Direito do Consumidor
Direito Constitucional e Administrativo
Contratos com o Poder Público e Concessões
Direito Tributário e Planejamento Fiscal
Direito do Trabalho
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Corporate and Securities Law
Domestic and International Capital Markets
Finance and Banking
Mergers and Acquisitions
Debtor and Creditor Reorganization
Bankruptcy Law
Commercial Law
Telecommunications Law, Pay TV and Broadcasting
Internet
Privatizations
Energy, Oil and Gas
Public Utilities Regulation
Water and Sanitation
International Trade
Domestic Litigation
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Presidente: Robson Barreto, Sócio, Veirano
Advogados; 1º. Vice-presidente: Murilo
Marroquim, Presidente, Devon Energy do Brasil;
2º Vice-presidente: Fabio Lins de Castro, VicePresidente Executivo, Prudential do Brasil; 3º.
Vice-presidente: Henrique Rzezinski, Consultor;
Diretor Secretário: Pedro Paulo de Almeida,
Diretor IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM
Brasil; Diretor Tesoureiro: Manuel Domingues e
Pinho, Presidente, Domingues e Pinho Contadores;
Conselheiro Jurídico: Julian Chediak, Sócio
Senior, Motta, Fernandes Rocha Advogados.
Ex-Presidentes: João César Lima, Sidney Levy
e Joel Korn.
Maurício Vianna, Diretor, MJV Tecnologia; Mauro
Viegas, Diretor Presidente, Concremat; Murilo
Marroquim, Presidente, Devon Energy do Brasil;
Ney Acyr, Diretor Executivo Leste Nordeste e Sul,
Embratel; Oscar Graça Couto, Sócio, Lobo & Ibeas
Advogados; Pedro Paulo de Almeida, Diretor
Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil;
Petronio Nogueira, Sócio Diretor, Accenture do
Brasil; Roberto Ardenghy, Diretor de Assuntos
Corporativos , BG E&P do Brasil; Rodrigo Tostes,
Diretor Financeiro, ThyssenKrupp CSA; Rogério
Ribeiro, VP e Diretor de Área América Latina
e Caribe, GlaxoSmithKline Brasil; Steve Solot,
Presidente & CEO, Latin American Training Center;
Yoram Levanon, Presidente, Xerox do Brasil
PRESIDENTES DE HONRA
Mauro Vieira, Embaixador do Brasil nos EUA
Thomas Shannon, Embaixador dos EUA no Brasil
DIRETORES EX-OFÍCIO
Andres Cristian Nacht, Carlos Augusto Salles,
Carlos Henrique Fróes, Gabriella Icaza, Gilberto
Duarte Prado, Gilson Freitas de Souza, Gunnar
Birger Vikberg, Ivan Ferreira Garcia, João
Cesar Lima, Joel Korn, José Luiz Miranda,
Luiz Fernando Teixeira Pinto, Omar Carneiro
da Cunha, Peter Dirk Siemsen, Raoul Henri
Grossman, Ronaldo Veirano, Rubens Branco da
Silva e Sidney Levy.
DIRETORES
Alexandre Quintão Fernandes, Gerente
Coordenador Especial de Relações com
Investidores, Petrobras; Benedicto Junior,
Presidente de Infraestrutura, Odebrecht Óleo e
Gás ; Domingos Bulus, Presidente, White Martins;
Eduardo Mayer, Private Banker, Banco Citibank;
Fabio Lins de Castro, Vice-Presidente Executivo,
Prudential do Brasil; Henrique Rzezinski;
Consultor; Humberto Mota, Presidente, Dufry
do Brasil; Italo Mazzoni, Presidente, IBEU;
Ivan Luiz Gontijo, Diretor Gerente, Jurídico e
Secretaria Geral, Bradesco Seguros ; José Formoso
Martinez, Presidente, Embratel; Julian Chediak,
Sócio Senior, Motta, Fernandes Rocha Advogados;
Luiz Ildefonso Simões Lopes, Presidente,
Brookfield Brasil; Manuel Domingues e Pinho,
Presidente, Domingues e Pinho Contadores;
Manuel Fernandes, Sócio, KPMG; Márcio
Fortes, Consultor; Mário Renato Borges da
Silva, Diretor Regional do Rio de Janeiro, Correios;
PRESIDENTES DE COMITÊS
Associados: a definir; Assuntos Jurídicos: Julian
Chediak; Comércio e Indústria: a definir; Energia:
Roberto Furian Ardenghy; Finanças: Frederico
da Silva Neves; Logística e Infra-Estrutura:
Ricardo Mota da Costa; Marketing: Lula Vieira;
Meio Ambiente: Oscar Graça Couto; Propriedade
Intelectual: Steve Solot; Recursos Humanos
Estratégicos: Claudia Danienne Marchi;
Relações Governamentais: João César Lima;
Responsabilidade Social Empresarial: Celina
Borges Carpi; Seguros, Resseguros e Previdência:
Maria Helena Monteiro; Telecomunicações
e Tecnologia: Maurício Vianna; Turismo e
Entretenimento: Orlando Giglio.
ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM RJ
Gerente Administrativo: Victor César;
Gerente de Comunicação: Ana Redig; Gerente
Comercial e Marketing: Felipe Levi; Gerente
de Comitês e Eventos: João Marcelo Oliveira.
DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO
Presidente: Otacílio José Coser Filho,
Membro do Conselho de Administração,
Coimex Empreendimentos e Participações
Ltda; Vice-Presidente: Felipe Guardiano,
Diretor do Departamento de Pelotização,
Vale; Diretor Jurídico: Rodrigo Loureiro
Martins, Sócio Principal, Advocacia Rodrigo
Loureiro Martins; Diretores: Carlos Fernando
Lindenberg Neto, Diretor Geral, Rede Gazeta;
Walter Lidio Nunes, Diretor de Operações,
Aracruz Celulose; Márcio Brotto de Barros,
Sócio, Bergi Advocacia; Fausto Costa, Diretor
Geral, Chocolates Garoto S/A.; Lucas Izoton
Vieira, Presidente, Findes; Antônio Olímpio
Bispo, Presidente, Organizações Bristol Ltda.;
Ricardo Vescovi Aragão, Diretor de Operações
e Sustentabilidade, Samarco Mineração; João
Carlos da Fonseca, Superintendente, Rede
Tribuna; Marcelo Silveira Netto, Diretor
Superintendente, Tristão Companhia de
Comércio Exterior; Simone Chieppe Moura,
Diretora Administrativa e Financeira, Unimar
Transportes Ltda; Chairwoman Comitê Relações
Governamentais: Maria Alice Lindenberg,
Relações Internacionais, Rede Gazeta; Chairman
Comitê de Negócios Internacionais: Marcílio
Rodrigues Machado, Diretor Presidente,
Famex Comercial Importadora e Exportadora.
ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM ES
Diretor Executivo: Clóvis Vieira
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LINHA DIRETA COM A CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA
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