Otimismo com o pé no chão marca início da safra 2016/17

Transcrição

Otimismo com o pé no chão marca início da safra 2016/17
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Revista Canavieiros - Abril de 2016
2
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Editorial
C
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Otimismo com o pé no chão marca
início da safra 2016/17
om discursos moderados, lideranças do setor sucroenergético pontuam que a safra 2016/17, iniciada no dia 1 de abril, poderá ser mais produtiva que a anterior, em um cenário com preços melhores para os produtos da cana, mas o segmento ainda enfrenta barreiras, principalmente devido
ao alto endividamento que passa dos R$ 93,7 bilhões.
A Revista Canavieiros preparou um especial com a projeção das principais consultorias nacionais e
traz na sua matéria de capa as informações sobre a temporada atual, mostrando que o desafio a ser vencido se esbarra no controle e gestão dos custos de produção num ambiente de inflação e desvalorização
cambial.
A revista de abril mostra também como foi o 18º Seminário de Mecanização, traz matérias sobre as
novas colhedoras da Case IH e Valtra e que o Agronegócio na Escola teve sua primeira palestra de capacitação de 2016. Também tem matéria sobre a nova fábrica de trens inaugurada em Araraquara, entre
outros eventos.
Desta vez, tem entrevista com o ex-ministro da Agricultura, embaixador da FAO/ONU para o cooperativismo e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues
e com as empresárias Ana Carolina Salles Leite Viseu e Ana Maria Leite. Já no Ponto de Vista opinam
José Osvaldo Bozzo, Dib Nunes, Celso Torquato Junqueira Franco, José Bressiani, José Luiz Tejon Megido e Marcos Matos. Artigos técnicos de Maximiliano Salles Scarpari, Marcelo Borges Lopes, Roberto
Giacomini Chapola e Hermann Paulo Hoffmann, além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor
Marcos Fava Neves.
As notícias do Sistema trazem uma matéria sobre o jantar beneficente em prol do Hospital de Câncer
realizado pelo Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cobred, que em sua 10ª edição, contou dessa
vez com show de Fernando e Sorocaba. E que a Canaoeste prossegue no seu plano de reestruturação,
iniciando agenda de reuniões técnicas. Assuntos legais, informações setoriais, classificados e dicas de
leitura e de português também podem ser conferidos nesta revista de abril.
Boa leitura!
Conselho Editorial
RC
Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
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Comercial e Publicidade:
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(16) 3946-3300 - Ramal: 2208
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Impressão: São Francisco Gráfica e Editora
Revisão: Lueli Vedovato
Tiragem DESTA EDIçÃO:
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ISSN: 1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
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são de responsabilidade de seus autores. A
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Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Ano IX - Edição 118 - Abril de 2016 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 38
Otimismo com o pé no chão
marca início da safra 2016/17
Com discursos moderados, lideranças do setor sucroenergético
pontuam que o ciclo poderá ser
mais produtivo que o anterior, mas
o segmento ainda enfrenta barreiras, principalmente devido ao alto
endividamento
Coluna Caipirinha
.....................página 18
Ana Carolina Salles Leite Viseu e Ana Maria Leite
Irmãs apostaram na inovação do
caldo de cana em caixinha
Assuntos Legais
.....................página 34
20 - Notícias Copercana
- Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred realiza jantar em prol do Hospital
de Câncer de Barretos
28 - Notícias Canaoeste
- Um novo cenário, uma nova Canaoeste!
32 - Notícias Sicoob Cocred
- Balancete Mensal
70 - Destaques
ABAG/RP realiza palestra de capacitação do
16º “Agronegócio na Escola”
.....................página 70
IAC realiza a 9ª edição de seu curso de formação de MPB
.....................página 80
Trem “made in Brazil”
.....................página 72
A irrigação pode contribuir para o controle
de pragas da cana, afirmam especialistas em
evento do GIFC
.....................página 84
Agronegócio é discutido em encontro promovido pela AMCHAM
.....................página 78
Pesquisa mostra impacto dos fertilizantes no
rendimento da cana
.....................página 79
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Fornecedores de cana passam a apostar nas
vantagens da irrigação por gotejamento
.....................página 86
Interior Paulista sedia o 18º Seminário de Mecanização
.....................página 88
Combatendo as
cana-de-açúcar
Entrevista:
Roberto Rodrigues
.....................página 08
Pontos de Vista:
José Osvaldo Bozzo
.....................página 10
Dib Nunes Jr
.....................página 12
Celso Torquato Junqueira Franco
.....................página 14
08 - Entrevista
Tecnologias sustentáveis e planejamento da
reforma de cana crua foram debatidos em
curso do APTA
.....................página 76
E mais:
principais
doenças
da
.....................página 92
Artigos Técnicos:
Modelagem matemática associada às
imagens de satélite visando à estimativa da safra canavieira
.....................página 52
Os desafios para otimizar a colheita
mecanizada
.....................página 54
Artigos:
O potencial da cana-energia como
fonte de biomassa para a agroindústria do etanol
.....................página 58
2016: Ano para quem sabe superar
.....................página 60
Código Florestal Brasileiro e a segurança jurídica do agronegócio
.....................página 62
Informações Setoriais
.....................página 64
Novas Técnologias
Case IH lança a versão 2016 da colhedora de cana A8800
.....................página 66
Valtra quer aumentar market share
no segmento de colhedora de cana
.....................página 68
Classificados
.....................página 94
Cultura
....................página 98
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Entrevista I
“Enquanto houver produtor rural disposto a
enfrentar todas as dificuldades que existem,
nós vamos continuar crescendo”
Roberto Rodrigues
A afirmação é do produtor rural, ex-ministro da Agricultura, embaixador da FAO/ONU para o cooperativismo e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues. Em
entrevista à Revista Canavieiros, o ex-ministro falou de um setor que é estratégico para a economia brasileira, o agronegócio, e fez um balanço a respeito da situação econômica e política do país. Acompanhe!
Fernanda Clariano
Revista Canavieiros: Ao mesmo
tempo em que se acentua o ritmo da
produção brasileira de grãos cresceu
a disparidade entre os meios rural e
urbano. Como o senhor vê isso?
Roberto Rodrigues: A agricultura
e consumidor rural e urbano, campo e
cidade, são pedaços do mesmo corpo, o
corpo da nação. A nação tem o agricultor, o consumidor, o produtor de sapato,
de óleo vegetal. Então tudo faz parte de
um mesmo corpo, não existe a nação
sem o produtor e não existe o produtor
sem o consumidor. Somos uma coisa só
e esse conceito que está muito claro nos
países desenvolvidos, ainda não está claro aqui, onde somos nós e eles, o urbano
é uma coisa e o rural é outra coisa, uma
segunda classe e isso é um erro. Na medida em que esse processo educacional
evoluir e florescer, esse contexto de que
tudo é uma coisa só gera o desenvolvimento nacional de maneira equilibrada.
Revista Canavieiros: O agronegócio tem uma importância muito grande para o país. Nos últimos 25 anos a
área plantada com grãos cresceu 53%
e a produção de grãos cresceu 260%. A
que isso se deve?
Roberto Rodrigues: Isso se deve a
tecnologia. Os produtores rurais submetidos ao Plano Collor e depois ao Plano
Real - que estabilizaram a economia,
depois geraram uma demanda de competitividade para sobreviver - foram buscar tecnologia em gestão, aumentaram
a produtividade e reduziram os custos
de produção, ficando competitivos. Isso
teve um reflexo na sustentabilidade da
atividade rural brasileira fora do comum. Se nós tivéssemos hoje a produtividade que tínhamos há 25 anos seriam
necessários mais 78 milhões de hectares
para gerar a safra deste ano, ou seja, nós
preservamos 78 milhões de hectares em
desmatamento porque aumentamos a
produção na área que já existia. Então, a
ciência, a tecnologia e a inovação foram
a alavanca da competitividade brasileira
e continuam sendo.
Revista Canavieiros: O que podemos esperar da agricultura?
Roberto Rodrigues: Eu vejo claramente a segurança alimentar como
a única garantia mundial de paz e isso
não sou eu quem está inventando. Não
há paz onde houver fome, a fome gera
miséria, desgraça e guerra. Então, alimentar o mundo inteiro é um desafio
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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para a humanidade ter paz e cada cidadão no mundo deveria lutar para ter
alimento para todo mundo e ter paz.
O mundo contemporâneo olha para o
Brasil como um grande supridor de alimentos, a expectativa é que em 10 anos
possamos aumentar em 40% a exportação de alimentos e se nós aumentarmos
em 40%, o mundo cresce a metade, que
é 20%. Nós temos um desafio e uma
solicitação internacional, uma demanda
internacional fantástica. Por favor, cresça 40% para que o mundo cresça 20%.
Eu acho isso uma coisa maravilhosa,
um desafio espetacular, de modo que
eu vejo agricultura como um cenário
de empregos nobres, de geração de uma
sociedade brasileira mais desenvolvida, mais harmoniosa, economicamente mais equilibrada, com base numa
agricultura igualmente sólida, sóbria e
tecnificada. Eu vejo um horizonte que
é oferecido ao Brasil fantástico. Ser o
campeão mundial da paz.
Revista Canavieiros: Sabemos do
potencial do agronegócio brasileiro,
mas até onde ele é capaz de sustentar a
economia brasileira?
Roberto Rodrigues: Enquanto houver produtor rural disposto a enfrentar
todas as dificuldades que existem, vamos continuar crescendo, mas a grande
expectativa que existe é que em algum
momento a sociedade brasileira desperte
para essa demanda global e pressione os
governos de qualquer natureza, municipal, estadual, federal, para uma estratégia para a agricultura. Hoje não tem
política comercial adequada, não tem
política de renda, não tem política tecnológica, não tem política de logística, estrutura, é tudo contra o agricultor e estamos crescendo, imagina se houver uma
estratégia. Ninguém segura o Brasil.
Revista Canavieiros: O senhor foi
ministro no Governo do ex-presidente
Lula. Como o senhor vê o momento
político e econômico do país? O agronegócio ganha ou perde com a atual
conjuntura?
Roberto Rodrigues: Todo mundo
perde, o agronegócio também perde
porque numa situação de estabilidade
política e econômica, acaba faltando
crédito, os créditos ficam mais caros os
custos sobem, a volatilidade cambial
gera uma volatilidade comercial porque
os preços mudam a cada dia para cima
ou para baixo, o ajuste fiscal necessário certamente vai fazer o crédito muito
mais seletivo e muito mais caro, então
o agronegócio acaba sofrendo também
inevitavelmente, mas ainda é ¼ do PIB
Nacional que é quem sustenta a balança
comercial brasileira e vamos de novo
em 2016 fazer a mesma coisa.
Revista Canavieiros: Em recente
entrevista a um jornal, o senhor afirmou que a presidente Dilma Rousseff
perdeu o controle da gestão. O senhor
é a favor ou contra o processo de impeachment?
Roberto Rodrigues: Eu acho de
novo que a Dilma perdeu a capacidade
de governar. Posso dar milhões de exem-
Revista Canavieiros - Abril de 2016
plos para explicar isso. Ela destruiu a Petrobras porque estabeleceu todo processo
de combate a inflação com os combustíveis com preço estável. Comprava lá
fora mais caro do que vendia aqui dentro, foram 34 bilhões de prejuízo só no
ano passado, destruiu a Petrobras. Destruiu junto o setor sucroenergético que
era um florão da agricultura brasileira, o
mundo inteiro olhava com inveja e ela
destruiu isso. Prometeu que a energia
elétrica não iria subir e subiu 60%, que o
juro iria cair e subiu, cresceram desemprego e a inflação. Ela cometeu tantos
erros na área da gestão pública que perdeu o comando e perdeu a confiança do
investidor, e não se faz um país sem o
setor privado. Cabe ao Estado estabelecer as regras, escrever os mecanismos e
o setor privado vai lá e ocupa o espaço
econômico e toca para frente. Com esse
fracasso todo da presidente Dilma, o setor privado não confia e não está investindo. O desemprego aumenta, a inflação
aumenta, tudo aumenta, tudo piora. Eu
acho que ela não tem condição de gestão para tocar o país e recuperar a confiança. Por outro lado, politicamente ela
também se perdeu de uma forma trágica
e não consegue manter uma estrutura
de sustentação política adequada. Agora o PMBD desembarcou do Governo,
ou uma parte desembarcou do Governo.
Com isso, eu acho que ela não tem nem
condição executiva e nem condição política de tocar o país de modo que tem
que haver uma mudança. Acredito que
a melhor solução seria via renúncia, o
que ela não vai fazer. A segunda solução
para mim seria o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) impugnar a chapa por causa de
crimes eleitorais, mas aí teria que fazer
uma nova eleição e o país está vivendo
um momento muito complicado, muito
conturbado para uma nova eleição. E,
por último, ela abdicou das funções dela,
não renunciou ao cargo, mas abdicou das
funções trazendo o Lula para um cargo
de primeiro ministro, eu até acho que o
Lula tem muito mais capacidade do que
ela para resolver as coisas e quem sabe
até sair lá na frente, mas agora precisa
de confiança. Tem que criar um mecanismo qualquer para que algo aconteça e eu
acho que o único mecanismo viável seria
o impeachment, mas acho pouco provável que aconteça. RC
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A T E NÇÃ O
Estes produtos são perigosos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga
rigorosamente as instruções contidas nos rótulos,
nas bulas e nas receitas. Utilize sempre equipamentos de proteção individual. Nunca permita a
utilização dos produtos por menores de idade.
Venda sob receituário agronômico.
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Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Entrevista II
Do canavial direto para a caixinha
Ana Carolina Salles Leite Viseu e Ana Maria Leite
Com uma história ligada ao setor canavieiro há décadas, as irmãs Ana Carolina Salles Leite Viseu e Ana
Maria Leite decidiram inovar e oferecer ao mercado, de um modo prático, um produto muito apreciado, mas
disponível somente em feiras livres ou locais específicos. Apaixonadas pela garapa e inconformadas de só
poder bebê-la de vez em quando, investiram mais de três anos em pesquisas e no aprimoramento da qualidade da cana até chegar a uma forma de envasar a bebida para que todo mundo pudesse tomá-la sempre.
Assim nasceu a Acana, uma marca de bebida, que é feita com a cana-de-açúcar produzida na fazenda
da família, a Santa Lourdes, localizada em São Carlos-SP, onde também fica a fábrica.
Lançado em setembro de 2015, o caldo de cana na caixinha Tetra Pak vem ganhando as prateleiras
internacionais, como as do Japão e também as nacionais, principalmente na capital paulista, sendo que as
irmãs estimam faturar R$ 5 milhões, em 2016.
Andréia Vital
Revista Canavieiros - Caldo de
cana-de-açúcar na caixinha. Como
surgiu essa ideia?
Ana Carolina Salles Leite Viseu Durante uma reunião familiar surgiu a
ideia de envasarmos o caldo de cana para
que pudéssemos tomar a todo momento.
A embalagem Tetra Pak surgiu como
viabilidade de produção durante o processo de pesquisa, já que mantém a bebida protegida da luz, evitando sua oxidação e também permite abrir mão dos
conservadores, uma vez que o envase
é asséptico, logo após a pasteurização.
Ou seja, não há risco de contaminação.
Revista Canavieiros - O setor sucroenergético vem há anos sofrendo
crises. Quais foram os principais desafios e obstáculos enfrentados por
vocês ao empreender neste segmento
e em algo novo no mercado?
Ana Maria Leite - Enxergamos na
bebida industrializada algo promissor
justamente por agregar valor à cana-de-açúcar. Nosso principal desafio foi desenvolver um produto que não contivesse
preservativos ou aditivos químicos, que
ficasse o mais próximo do natural. Além
disso, o fato de ser uma categoria de bebida completamente inovadora, temos
também o desafio de educar nosso consumidor tanto em relação aos benefícios
nutricionais, quanto ao próprio momento
de consumo. Afinal, até agora, o caldo de
cana só era possível nas feiras livres ou
em alguns pontos de venda específicos.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Foto: Wellington Nemeth.
Irmãs: Ana Carolina e Ana Maria apostaram na
inovação do caldo de cana em caixinha
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Revista Canavieiros - Quanto foi
investido no negócio?
Ana Carolina - Até agora, contando
toda a parte da linha de produção e o
desenvolvimento do produto foram cerca de R$ 2 milhões
Revista Canavieiros - Quais os impactos sociais desse empreendimento na
região onde é produzido o produto? (Foram gerados quantos empregos? Ocorreu a capacitação de profissionais? Etc).
Ana Maria - A fábrica hoje trabalha
em apenas um turno, empregando diretamente 6 pessoas e indiretamente (na
lavoura), mais 10. A fazenda Santa Lourdes, localizada em São Carlos-SP, cultiva
a cana-de-açúcar há mais de seis décadas,
portanto, desenvolveu, ao logo dos anos
processos e tecnologias próprias de plantio, colheita, seleção da cana e processamento. Na fábrica, entretanto, houve sim
capacitação de vários funcionários para
trabalhar na moagem, na linha de produção e no controle de qualidade.
Revista Canavieiros - As exigências em relação à preservação do meio
ambiente são cada vez maiores. A sustentabilidade está presente na produção dos seus produtos?
Ana Carolina - A fazenda Santa Lourdes conta com uma PCH (pequena central
hidrelétrica) própria que gera energia limpa para a fábrica. Além disso, usa água de
mina para a lavagem de toda a tubulação
e limpeza geral das instalações. Essa água
é tratada (com certificação) e reutilizada
nas plantações. O bagaço da cana que sobra da sala de moagem é todo destinado
à plantação da cana em forma de adubo
e é também direcionado para alimentar o
gado da propriedade.
Por fim, a palha da cana, descartada na colheita, segue para secagem e
prensa na fábrica local de briquetes, as
chamadas lenhas verdes, usadas em caldeiras e fornos. Sabemos o quão importante é devolver para a natureza o que
dela tiramos e ter um uso consciente de
todos esses recursos.
Revista Canavieiros - Vocês têm a
expectativa de faturar R$ 5 milhões
em 2016. Quais são as estratégias para
conquistar esta margem?
Ana Maria - Estamos muito focadas
no mercado internacional, agora que
obtivemos as licenças para exportação
e o registro no FDA (Food and Drug
Administration - Estados Unidos). O
mercado externo é muito receptivo para
os produtos genuinamente brasileiros
e, por isso, acreditamos que teremos
sucesso nessa empreitada.
No mercado nacional, apesar da crise econômica pela qual passa o Brasil,
conseguimos entrar na maioria dos
grandes supermercados da Capital paulista e estamos planejando nossa ida
para outras capitais e grandes cidades
brasileiras. Estamos bastante otimistas
por sermos pioneiros no caldo de cana
envasado em caixinha.
po e dedicação. Tudo isso sobrecarrega
muito a rotina, mas, acreditamos que
esse equilíbrio é uma conquista diária,
em que vamos medindo de onde vem
as maiores demandas para dedicar a
atenção necessária. Nem sempre é possível atender a tudo e a todos, mas, o
que realmente importa é não se cobrar
a perfeição, pois isso não constrói nada.
Revista Canavieiros - Na sua opinião, o que faz as mulheres boas empreendedoras?
Ana Carolina - Difícil generalizar.
Mais do que uma questão de gênero,
o que interfere no bom desempenho
é muito mais a competência, o perfil
individual de uma pessoa e seu grau
de comprometimento do que o fato
de ser homem ou mulher. Entretanto,
acho que as mulheres tendem a ser
mais detalhistas e analíticas e isso
pode trazer uma clareza benéfica dos
cenários apresentados.
Revista Canavieiros - Embora a participação das mulheres vem crescendo,
ainda predomina no setor sucroenergético a ala masculina. Vocês sofreram
preconceito nesse mercado por conta de
serem profissionais mulheres?
Ana Carolina - Nosso terceiro sócio
é um homem (nosso pai) e responsável
pela plantação, portanto, nossa atuação
tem sido mais nas áreas comercial, financeira, de marketing, exportação e
produção. Nos setores mencionados não
sentimos dificuldade pela questão do
gênero. Temos uma equipe com muitas
mulheres na fábrica, no escritório e de
colaboradores externos, mas nossa escolha é pelo talento e pelas habilidades individuais, não por ser homem ou mulher.
Revista Canavieiros - Quais são os
planos para o futuro?
Ana Maria - Estamos muito focadas
em exportar e expandir para o território nacional. Acabamos de colocar os
pés no mercado, temos uma enorme lição de casa para fazer e muito trabalho
pela frente ainda. O desafio de colocar
no mercado algo totalmente inovador é
bastante motivante e estamos muito felizes de termos chegado até aqui!
Revista Canavieiros - A atuação
da mulher é um exercício de conciliação profissional e pessoal. Como vocês
lidam com isso?
Ana Maria - Claro que é bastante
difícil essa conciliação. Temos filhos,
somos casadas e temos uma vida profissional que exige muita energia, tem-
Revista Canavieiros - Deixem uma
mensagem para as mulheres que desejam ser empreendedoras.
Ana Maria - O mais importante é
acreditar no seu produto e em si mesmas! Se isso acontece, a determinação e
a força para empreender vêm quase que
automaticamente! RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Ponto de Vista I
Não há corrupção sem corruptos
José Osvaldo Bozzo*
M
ais do que nunca, a máxima
“não existe corrupção sem
corruptores” precisa ser tratada como um mote a ser respeitado
e seguido. Vivemos um momento de
transformação de nosso país, em que
não podemos relegar nossos valores
mais éticos e nosso comportamento
moral a um segundo plano.
A cada dia, conhecemos pela imprensa relatos de que conceituadas empresas brasileiras vinham se valendo de
recursos criativos de contabilidade e de
subterfúgios orientados a escamotear
atos, ações e processos destinados a alimentar desvios e a corrupção de agentes públicos e privados.
O que vemos no dia a dia de algumas
empresas é certamente um exemplo que
envergonharia profundamente o monge
franciscano Luca Pacioli, o pai da contabilidade moderna, que, no longínquo
século XV, criou o chamado método de
partidas dobradas, preparando as bases
para as atuais Ciências Contábeis.
Vivemos, também, em um novo mundo globalizado, em que países que não
toleram a desigualdade de oportunidades
vêm criando leis que extrapolam os limites das fronteiras nacionais na perseguição daqueles que se dedicam a malfeitos.
É o caso do FCPA – Foreign Corruption
Practice Act, dos Estados Unidos, e do
BA – Bribery Act, do Reino Unido. Sem
muito sucesso, lamentavelmente, o próprio Brasil vem reforçando seu arcabouço legal dedicado ao combate à corrupção
no seio das corporações, como no caso da
Lei 12.846, sancionada em 2013.
Os sistemas de controle de desvios
contábeis têm evoluído ano a ano, e reduzido chances de gestores desviarem
do caminho da retidão e da responsabilidade na condução das finanças corporativas. Mesmo assim, alguns profissionais
e empresários pouco éticos valem-se da
criatividade e da desfaçatez para enganar
órgãos de controle e o Fisco.
José Osvaldo Bozzo
Diante do quadro de insatisfação geral do brasileiro, é preciso que cada um
de nós decida por não pactuar com as
mazelas que tanto mal fazem a nossas
instituições. Não aceitamos mais que a
corrupção seja protagonista em nossas
vidas. O momento é de prezar pela honestidade, pela valorização das relações
comerciais limpas, pela correção na
gestão pública e privada.
As empresas, assim como as pessoas,
precisam zelar por suas responsabilidades. Não adianta simplesmente argumentar que a única forma de sobreviver
no mercado é “agindo incorretamente
como os outros”. Isso não é uma verdade
definitiva. Empresas e pessoas que não
transigem da honestidade e da correção
existem e, em geral, além de exemplos de
atuação, são as que acabam conquistando
melhores resultados e, o mais importante,
o respeito de toda a sociedade.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
É hora de virar essa página de um
passado que precisa ser apagado de
nossos hábitos e costumes. A corrupção
está entre os piores males que corroem
as estruturas de uma nação. Temos de
lembrar, sempre, que nossas atitudes e
ações são a base da transformação daquilo que tanto mal tem feito ao Brasil.
Que todos nós lutemos e atuemos por
uma sociedade melhor e mais honesta,
e que tenhamos a consciência de que
o fim da corrupção depende de nossas
próprias atitudes.
*José Osvaldo Bozzo (jbozzo@
mjcconsultores.com.br) é consultor
tributarista e sócio da MJC Consultores. Formado em Direito, iniciou
carreira na PwC. Foi também sócio
da BDO e da KPMG e professor de
Planejamento Tributário na USP –
MBA de Ribeirão Preto.RC
11
A EvOluçÃO NÃO PODE PArAr.
ExTrATOr PrIMárIO
Faixas refletivas
Calota de proteção
anti-vortex
Chapas de desgaste
SISTEMA DE GESTÃO
Monitor Pro 700+ com diagnósticos
operacionais e de manutenção
Mapas de produtividade
Piloto automático com linhas individuais
Gerenciamento operacional e de
manutenção
ElEvADOr
Novo sistema
de giro com
“Soft Stop”
NOvO SISTEMA HIDráulIcO
DE FIlTrAGEM
Menor quantidade de troca
de filtros por safra
FAcIlIDADE DE MANuTENçÃO
Agrupamentos de pontos de lubrificação
Nova posição do filtro de combustível
Acesso externo aos rolamentos dos rolos
transportadores
MOTOr
Smart Cruise
cONFOrTO
Menos vibração e ruído
Tanque d’água para higienização
Sistema de iluminação de serviço
e tomadas de energia externa
MAIOr DISPONIbIlIDADE – ATé
+ 210 HOrAS/SAFrA
MENOr cuSTO OPErAcIONAl
EcONOMIA DE ATé
r$ 30 MIl/SAFrA
MElHOr TEcNOlOGIA
DE GESTÃO
Revista Canavieiros - Abril de 2016
12
Ponto de Vista II
Ganhos e perdas na produção de cana-de-açúcar
Dib Nunes Jr. - Grupo IDEA
N
os últimos anos, o setor canavieiro sofreu imensamente
com as políticas do Governo
de controle da inflação que “congelou”
os preços dos combustíveis por quase
seis anos.
Agora, em 2016, numa conjuntura
de preços melhor, o setor começa a reagir positivamente, muito embora sabe-se que a recuperação se dará gradativamente, caso os preços se mantenham
nestes patamares.
Nesse período, o setor, para poder
sobreviver, buscou reduzir ao máximo
os seus custos de produção chegando
a “cortar na carne”, atrás de margens
muitas vezes insignificantes que acabaram prejudicadas por longo período de
preços baixos.
A tabela abaixo demonstra a variação dos custos de produção de cana-de-açúcar em todas as suas fases
produtivas. No período entre 2011 a
2015, os custos das diversas fases de
produção subiram 56,7% ante uma inflação oficial de 31,3%. Por outro lado,
o custo de produção de uma tonelada
de cana subiu o equivalente à inflação
do período, sendo que o mesmo não foi
maior devido à recuperação da produtividade em 2015.
Nesse período fecharam 81 usinas e
outras 76 entraram em recuperação judicial, mostrando o tamanho do estrago
que o Governo Federal causou ao setor.
Tabela 1 – Custos de Produção de cana-de-açúcar
Dib Nunes Jr.
Até outubro de 2015, data do fechamento desta pesquisa do IDEA, os produtos finais das usinas e dos fornecedores ainda se encontravam defasados,
sendo que a matéria-prima era a que se
encontrava com índice mais defasado
de 35,2% em relação à correção de preços pela inflação do período, conforme
pode-se observar na tabela 2, a seguir.
Fonte: IDEA - Obs.: IPCA do período: 31,3%
Tabela 2. Evolução dos preços de
Cana, Açúcar e Etanol até outubro de 2015 (slide 25)
Além de toda a crise, o setor foi também submetido a uma seca intensa em
2014, que derrubou as produtividades
agrícolas para níveis semelhantes aos
praticados no Centro-Sul do Brasil na
década de 80.
As médias de produtividade em
2014 se reduziram para pouco mais de
70 t/ha, valores estes 12% inferiores aos
que normalmente são obtidos pelos produtores. Quanto menor for a produtividade, maiores serão os custos de produção de uma tonelada de cana-de-açúcar,
conforme mostra a figura 1.
Em 2014, com baixa produtividade,
o custo de produção de uma tonelada de
Revista Canavieiros - Abril de 2016
13
Figura 1- Custos de produção de uma tonelada
de cana X produtividade
cana chegou próximo a R$ 93,00, agravando ainda mais a situação do setor.
Em 2015, os custos das usinas que se
reduziram para R$ 86,12, mesmo com
o aumento da inflação, segundo as pesquisas do IDEA, por conta da produtividade que subiu para 83,7 t/ha.
Ressalta-se que os custos das usinas
são maiores do que os custos dos fornecedores por incorrer em vários custos
paralelos que os fornecedores não têm,
tais como: o social, o jurídico, o ambiental, o patrimonial, a alimentação, convênios, uniformes, EPIs, etc. Esta gangorra
só vai se reduzir se as empresas, hoje já
muito mais enxutas, conseguirem equilibrar suas produtividades agrícolas em
patamares acima de 80 t/ha, ou mais. Para
tanto, necessitam se livrar do “esqueleto”
da crise, hoje representado por canaviais
envelhecidos com baixa produtividade,
tecnologias e variedades ultrapassadas,
práticas operacionais (principalmente de
colheita), sem qualidade e de uma gestão
unicamente voltada para a questão financeira. Só se haverá recuperação destas
dificuldades se o setor se mantiver com
preços razoáveis de açúcar e etanol por,
pelo menos, dois a três anos.
por absoluta falta de planejamento na
colheita ou realizá-la sem cuidados e a
necessária qualidade além do massacre
dos canaviais pela mecanização intensiva e sem respeito com as raízes da cana,
o abandono de práticas de controle de
pragas e doenças, a falta de viveiros sadios com novas variedades mais produtivas, além das dificuldades financeiras
para em renovar os canaviais com muitos cortes repletos de falhas, mato, etc.,
como já foi citado.
No caso das perdas de ATR, pode-se
recuperá-las se a gestão considerar, na
hora da colheita, fatores importantíssimos como a idade mínima para corte, o
manejo das características varietais, as
influências dos ambientes de produção e,
principalmente, a redução do nível de impurezas na colheita mecanizada, responsável por perdas que variam de cinco a
oito quilos de ATR por tonelada de cana.
Por outro lado, nas usinas, observa-se que há muito para ser feito para melhorar os resultados agrícolas.
Sabe-se que práticas simples e um
“arroz com feijão” bem feito poderá
mudar tudo isso rapidamente e, principalmente, se a isso for agregado a
uma gestão operacional rigorosa e uso
de recursos tecnológicos disponíveis.
Tudo isso maximizará os resultados
para transformar o setor rapidamente,
tirando-o da delicada situação em que
ainda se encontra, levando-o para um
nível de alta competitividade.
Pode-se citar alguns pontos a serem
atacados como: desperdícios de ATR
*Dib Nunes Jr é presidente
do Grupo IDEA RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
14
Ponto de Vista III
Por um Brasil mais doce e próspero
Celso Torquato Junqueira Franco*
N
o início de abril, a região
Centro-Sul do Brasil deu a
partida para mais uma safra
do setor sucroenergético.
A safra 2015/16 encerrou em 31 de
março passado com moagem total de
617,65 milhões de toneladas de cana,
sendo 14,03 milhões de toneladas processadas na 2ª quinzena de março/16,
cana que deixou de ser processada no
final de 2015.
O clima que dificultou o processamento de cana da safra 2015/16 contribuiu
para um melhor desenvolvimento do canavial para a safra 2016/17, que tem uma
previsão de moagem acrescida em cerca
de 5 milhões de toneladas de cana, se considerarmos o novo critério de safra.
No início de março, a previsão do
clima era de maior volume de chuvas
no primeiro semestre, ainda influenciado pelo efeito EL Niño. Para o segundo
semestre, as previsões indicam uma reversão, com efeito La Niña, e redução
do volume de chuvas.
Caso tenhamos uma confirmação da
previsão climática, poderemos ter um
atraso na moagem do primeiro semestre, o que não ocorreu neste princípio de
safra, com redução de volume de cana
moída, teor de açúcar na cana mais baixo, implicando em redução de volume
total de produção. De outro lado, teremos boas condições de brotação de soqueiras, assim como o desenvolvimento
da cana planta de 2016, favorecendo a
produção do ano seguinte.
Para o segundo semestre a situação
se inverte, com clima mais seco poderemos ter melhores condições de processamento, cana com melhor maturação,
elevando teor de açúcar, porém, com
queda de produtividade para o final de
safra, mas ainda assim possibilitando
um maior volume de produção. Neste caso, teremos piores condições de
desenvolvimento das soqueiras, com
maiores falhas na brotação, resultando
em comprometimento de produtividade
para a safra 2017/18.
Com clima mais seco, teremos melhores condições para processar a cana
na safra 2016/17, com redução de volume para a safra 2017/18. Com clima
mais chuvoso, teremos maior volume de
cana para a safra 2017/18, e menor volume de produção para a safra 2016/17.
Neste horizonte de dois anos, temos pouca variação no volume total produzido.
O setor precisa ser visto a médio prazo, 3 a 5 anos. Um fator fundamental
para a produção do setor é o volume de
cana plantada. O canavial está ficando
mais velho, com plantio menor que 17%
da área, que normalmente é recomendado a fim de manter o canavial em condições técnicas de estabilidade na produtividade nos cortes futuros. Não fosse o
clima tão favorável durante 2015, já teríamos uma redução de volume de cana
para a safra 2016/17. Mas para a safra
17/18, as projeções deverão ser de redução de volume em relação à safra 16/17.
Para esta temporada, temos expectativa de uma safra com mix mais açucareiro que a safra 2015/16, com acréscimo de produção de açúcar na ordem de
3 milhões de toneladas, 10% superior à
safra passada, operando próximo à capacidade máxima de produção da commodity, 35 milhões ton de açúcar/ano.
Já para o etanol, devemos ter uma produção muito próxima a da safra 15/16.
O setor aproveita a redução de demanda por combustíveis Ciclo Otto no mercado interno, direcionando o crescimento
de oferta de cana para atender parte do
déficit do mercado mundial de açúcar.
Com taxa de câmbio favorável para
as exportações do Brasil, teremos melhores preços para o açúcar, contribuindo para recuperar parte da rentabilidade
perdida nos últimos anos.
Com preço e volume superiores, o
setor deve se aproximar de US$ 10 bi-
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Celso Torquato Junqueira Franco
lhões como saldo na balança comercial
na safra 16/17.
A demanda mundial de açúcar cresce
cerca de 3 milhões de toneladas por ano.
O Brasil tem o menor custo de produção
mundial, com boas condições técnicas
para ampliar a produção de cana, com
área agricultável disponível e clima favorável, devendo ser o principal responsável para atender à nova demanda mundial. O Brasil pode acrescentar cerca de
15 milhões de toneladas de açúcar nos
próximos 15 anos, 30% do crescimento
de demanda, chegando a 40 milhões de
toneladas por ano exportadas.
Os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na COP21, com a
redução das emissões, assumem produção de etanol de 50 milhões de m³ em
2030, ou seja, o dobro da produção atual do Centro-Sul.
Serão necessárias 290 milhões de
toneladas de cana adicionais, 120 milhões para o açúcar e 170 milhões para
o etanol, cerca de 50% acima do volume atual, crescimento de 2,7% ao ano
nos próximos 15 anos.
15
Para a safra 16/17 temos previstas
620 milhões de toneladas, com efeito
positivo do clima, 11% acima, das 560
milhões de toneladas da safra 2010/11
no C/S do Brasil, 6 anos após, crescimento de 1,75% ao ano.
Este crescimento somente será
possível em condições mais favoráveis para investimentos e desenvolvimento tecnológico, caso contrário,
teremos elevação nos preços internacionais do açúcar e os compromissos
assumidos pelo Brasil na COP21 estarão comprometidos.
Considerando o passado recente do
Brasil, o esforço terá que ser redobrado.
A partir de 2006, foi criado um cenário muito positivo para investimento
no setor sucroenergético brasileiro. Foi
uma época de investimentos expressivos em novas fronteiras e também muitas operações de fusões e aquisições.
Os investimentos predominantes foram
de investidores externos, com forte presença das trading tradicionais.
por saírem do negócio, com muitas
ofertas de venda.
Ao contrário do que se esperava, estes grupos consolidadores não apresentaram os ganhos de escala esperados,
pois se depararam com as dificuldades
da operação agrícola, dificultada pelo
momento de adaptação de novas práticas de mecanização na colheita e no
plantio da cana.
O valor para implantação de novos investimentos está mais elevado
que o valor de aquisição de operações
existentes. Neste quadro, o investidor
prefere adquirir operação existente, e
com isto, novas plantas serão postergadas, até o momento que o mercado
se equilibre.
Nos últimos anos tivemos perda de
performance operacional, decorrentes
da mecanização, elevação nos custos
dos insumos, que resultaram em elevação dos custos de produção e perda de
rentabilidade, provocando elevação no
endividamento com forte descapitalização para pagar os serviços da dívida.
Esta transição deve perdurar por
alguns anos e, somente após esta fase,
teremos investimentos em novas unidades. O prazo entre a decisão de implementar uma unidade nova e efetivamente entrar em operação é de cerca
de 3 anos, o que nos faz crer que antes
de 2021 é muita baixa a probabilidade
de entrar em operação novas unidades,
com a retomada do crescimento da capacidade de produção.
Esta realidade vivenciada nos últimos 10 anos desencoraja novos investimentos, pois a maioria dos investidores não foi bem-sucedido na última
década, e muitos grupos estão optando
Se criarmos condições favoráveis
hoje, teremos o crescimento de capacida-
Revista Canavieiros - Abril de 2016
16
Ponto de Vista III
risco de iniciarem o processo, caso
não tenha uma forte e rápida recuperação da rentabilidade, condição
necessária para o reequilíbrio econômico de muitas unidades tradicionais do setor, solapadas pela forte e
desastrosa intervenção do Governo
quanto à prática de preços e tributos
dos combustíveis.
de de produção a partir de 2021, ou seja,
10 anos até 2030, exigindo crescimento
de 4,14% ao ano, se considerarmos parar
de perder capacidade produtiva atual.
Além desta conjuntura da estrutura
de produção do setor, ainda temos outros
aspectos políticos e de regulamentação
necessários para retomar a atratividade
de investimentos no setor, tais como:
• Equacionar o endividamento de cerca de 1/3 das unidades produtoras do país;
• Estender o prazo de vigência para
o crédito presumido do PIS e COFINS
para etanol hidratado;
• Garantir previsibilidade econômica
ao setor, com regras de mercado, eliminando as intervenções do Estado, principalmente relacionadas aos preços de
gasolina e política fiscal;
• Melhorar a infraestrutura logística,
o que contribui para redução dos custos
de escoamento da produção;
• Estabelecer política de Estado para
o setor de energia, com equalização econômica dos preços dos combustíveis
com justa precificação do carbono, estabelecendo parâmetros fiscais que não
sejam alterados pelo Governo, de acordo
com as conveniências do momento;
• Fortalecer os acordos comerciais
multilaterais, reduzindo as barreiras comerciais para o açúcar;
• Criar linhas de crédito para investimento, com taxas de juros e prazos adequados ao setor;
• Conceder incentivo fiscal para P&D;
• Estreitar o relacionamento do Estado com o setor, criando estrutura
moderna de governança, unificando a
linguagem, presença na mídia e planejamento estratégico setorial, aliado aos interesses do país, eliminando
posturas e atitudes de desconfiança e
destruição imagem;
• Agentes brasileiros devem participar ativamente para garantir o cumprimento do acordo da conferência COP21;
• Acelerar a liberação de créditos
para estocagem de etanol, com taxa de
juros atrativas.
Sejam quais forem as condições climáticas, o Brasil terá uma safra ligeiramente maior que a safra passada, próxima ao limite de capacidade de produção
de açúcar, e a capacidade de processamento de cana.
Para a safra 2017/18 temos forte possibilidade de redução de volume de cana.
Incertezas são muitas, desde a caótica situação política do país, com forte
impacto negativo na economia, sem previsão de seu desdobramento, até a baixa
de preços internacionais para o petróleo.
Qual será o novo patamar de preços para
o barril de petróleo? Até quando teremos
preços de petróleo deprimidos?
Boa parte do setor está com fortes
limitações de caixa, impedindo as execuções das melhores práticas agronômicas, com retardamento de renovação
dos canaviais, comprometendo a produtividade futura.
São mais de 70 unidades em recuperação judicial e outras com forte
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Devemos ter mais um início de safra
pressionando os preços do etanol para
baixo, devido ao excesso de oferta por
necessidade de liquidez, podendo mais
uma vez comprometer a rentabilidade
das unidades que pressionadas financeiramente, aceleram suas vendas, muitas
vezes praticando preços aviltantes.
Por outro lado, entraremos em um
ciclo de alta dos preços do açúcar no
mercado internacional, que inicia um
ciclo de queda nos estoques mundiais.
Teremos possivelmente alguns anos
com produção inferior ao consumo.
Este quadro pode gerar uma melhor
condição de rentabilidade para as unidades com equilíbrio financeiro, mas
pode ser neutro ou até negativo para as
unidades com maior nível de endividamento, ou altamente concentrada na
produção de etanol.
São muitos os desafios que teremos,
setor e Governo. Mais uma vez nosso setor pode auxiliar o Brasil a vencer obstáculos e sair de uma situação econômica
desconfortável, retomando investimentos, gerando empregos e divisas.
Queremos e podemos ajudar o Brasil
a sair desta crise, com trabalho e competência, atendendo ao mercado com
produtos de qualidade, a custos competitivos, contribuindo para um planeta
mais limpo e socialmente mais justo.
O setor já provou sua capacidade e
espírito empreendedor, mas foi traído
pelas mudanças de prioridades do Governo. Agora queremos e lutaremos por
um país mais doce e equilibrado!
*Celso Torquato Junqueira Franco
é presidente da UDOP (União dos
Produtores de Bioenergia) RC
valtraglobal
17
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Revista Canavieiros - Abril de 2016
18
Coluna Caipirinha
Caipirinha
Em 2030 teremos déficit de 1,2 milhões de barris por dia
O que acontece com nosso agro?
O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estima
valor bruto da produção em 2016 em
R$ 513,20 bilhões. A projeção subiu
quase 2% em relação à última. O valor
da produção agrícola deve crescer 2,8%
e o pecuário ficaria 3% menor. O grande puxador é a soja, com 12% a mais.
Sujeita logicamente, ao clima.
A OMC (Organização Mundial
do Comércio) estima que as trocas globais neste ano devem crescer 2,8%.
Em março as exportações do
agronegócio atingiram US$ 8,3 bilhões,
6% a mais que março de 2015. Com isto,
o agro chega a 52,2% das exportações
brasileiras. As importações foram de
US$ 1,1 bilhão, 17,6% abaixo. O agro
deixou um saldo de US$ 7,18 bilhões na
balança. A cadeia da soja cresceu quase
24%, trazendo US$ 3,4 bilhões no mês.
Carnes cresceram mais de 5%, e a cadeia
da cana caiu quase 11%. No primeiro trimestre deste ano o agro nos trouxe US$
20 bilhões, quase 9% a mais que 2015. O
salvador do Brasil.
O que acontece com nossa cana?
A UNICA (União da Indústria de
Cana-de-Açúcar) fechou os números
de moagem para a safra que se encerrou agora em 31 de março (2015/16).
Foram moídas 617,65 m.t. no Centro-Sul, 8% acima do ciclo anterior. Estes
números foram alcançados graças ao
recorde moído em março, de 19,33 m.t.
devido à cana bisada e mais usinas que
já iniciaram a moagem da nova safra.
Expectativa do fenômeno La Nina
impactando com um segundo semestre
mais seco pode beneficiar a concentração de açúcar na cana, na safra 2016/17.
Mantemos a previsão de safra de
620 milhões de toneladas para este ano
no Centro
Sul. É o valor de boa parte das
consultorias. Rabobank acredita que a
safra fique ao redor de 610 a 620 m.t.,
sendo 43,5% da oferta para açúcar, o
que dará 34 m.t.
De acordo com Marcos Landell,
a população de colmos é a variável a ser
observada para maiores produtividades
(número de colmos por metro). Observar também mais cortes na mesma cana
(mais colmos). Alta população daria
melhor eficiência de colheita, na luta
pela cana de três dígitos em pelo menos
seis cortes.
O que acontece com nosso açúcar?
Safra menor da Tailândia (deve
exportar 7,1 m.t. ou 20% a menos), na
Índia apetite chinês e ligeira valorização do real fizeram o açúcar bater 16
cents/libra peso, um aumento de praticamente 30% em um mês. Segundo a
Archer, isto representou R$ 1350/t. Mas
os preços voltaram a recuar, próximos a
14,20 cents. Será um ano de grande volatilidade, saber comprar e vender será
o diferencial, mais uma vez.
Perspectivas de Cuba voltar
a produzir como foi no passado são
prejudicadas pela qualidade do solo e
estrutura agrária, além de política governamental de comprar apenas de produtores cooperativados, impedindo a
produção própria pelas usinas.
Seguindo passos de Copersucar
e Cargill, que criaram a joint venture
Alvean, foi aprovada a joint venture
de Raízen e Wilmar (Cingapura) para
atuar na exportação de açúcar VHO.
Fará todas as atividades de originação
e logística.
Houve ligeiro recuo dos preços
do açúcar no mercado interno, para ao
redor de R$ 75/SC.
Rabobank elevou a expectativa
de déficit de 4,8 m.t. para 6,8 m.t. O
consumo mundial deve ficar ao redor
de 181 m.t. e a produção em 175 m.t.
A Datagro também elevou o déficit de 4,37 m.t. para 6,5 m.t.
Importações chinesas no bimestre caíram quase 20%. Preços mais altos
e estoques crescentes são os motivos.
Preços no mercado interno da
Índia ficam melhores do que a exportação, devido à estimativa de safra 1,4%
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Marcos Fava Neves*
menor. Outro fator positivo aos preços.
Em março o mercado interno
estava remunerando melhor que a exportação, contribuindo para maior alocação de produtos. Preços ao redor de
R$ 78 por saca, quase 38% acima do
preço do ano passado, na mesma época.
Porém, com a entrada da safra, houve
recuo dos preços do açúcar no mercado
interno, para ao redor de R$ 75/SC.
O que acontece com nosso etanol?
Vem se repetindo algo que todos os anos eu chamo a atenção. Entra a safra e o preço do hidratado na
usina despenca (veio de R$ 1,95 para
R$ 1,40), sem cair no posto, portanto,
sem influenciar favoravelmente no consumo. Com isto mais uma vez se transfere enorme volume de renda do segmento
produtor para a distribuição. Chegamos
ao absurdo de ter uma diferença entre a
Usina e o consumidor final de R$ 1,27,
quando no passado assustávamos com
uma diferença de R$ 0,75.
Como consequência, o volume
de etanol vendido em março foi de 2,24
b.l. o que representa 13,42% abaixo do
mesmo mês de 2015. A queda maior foi
no hidratado, que veio de 1,45 b.l. para
1,12 b.l. Já o anidro aumentou 16,21%,
alcançando 1 b.l.
Portanto, perdemos vendas de
330 milhões de litros de hidratado.
Mais um estudo da USP foi publicado que mostra os benefícios ao
19
sistema de saúde se o uso do etanol passasse dos atuais 28 b.l para 50 b.l. em
2030. Seriam economizados R$ 82,8
bilhões pela redução de 571 milhões
de toneladas de CO2 a serem emitidas,
evitando milhares de internações e tratamentos respiratórios.
Começaram as obras do investimento de US$ 115 milhões feito pela
Fiagril e para Summit Agricultural
Group em uma planta de etanol de milho em Lucas do Rio Verde.
A Argentina deve nos próximos
anos ampliar dos atuais 12% para 26%
a mistura de etanol na gasolina, seguindo o exemplo brasileiro.
Finalmente, neste mês fomos
brindados com a notícia de uma possível ação populista para abaixar o
preço da gasolina, mas estudos da Datagro mostram que a gasolina importada no Brasil com os custos de frete
está 5% mais cara que a gasolina brasileira. Ideia para ser enterrada, mas
que causou estragos no preço internacional do açúcar.
A UNICA fechou os dados da
safra 2015/16. Em etanol, comercializamos 29,27 bilhões de litros, 16,26% a
mais que na safra anterior. Foram 27,34
bilhões de litros ao mercado interno, e
17,34 bilhões de hidratado. A produção
foi 28,22 bilhões de litros, 2 bilhões
acima de 2014/15 e muito acima dos
25,6 bilhões da temporada de 2013/14.
A exportação em 2015/16 cresceu
53%, para mais de 1,9 bilhão de litros.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) soltou novo estudo onde prevê
déficit de combustíveis de 1,2 milhões
de barris por dia em 2030. Ou produzimos etanol, ou importamos gasolina…
O que acontece com nossa cogeração?
As pressões mundiais em relação
ao carbono devem ajudar a biomassa de
cana. É grande a chance deste produto
se consolidar como uma nova commodity mundial, e os investimentos crescem. Apenas como exemplo, o Japão
tem que reduzir até 2030 as emissões
em 26%. A Sumitomo acredita que o
consumo de pellets pode chegar a 10
m.t. até esta data.
Quem é o homenageado do mês?
Todos os meses nossa coluna traz
uma singela homenagem a alguém que
Eduardo Romão
sempre contribui com o agronegócio e
com a cana. Neste mês o homenageado
é o Eduardo Romão, grande Esalqueano que agora assume a Orplana no próximo triênio. Bons desafios à frente.
Haja Limão: Escutar as fitas gravadas nas escutas autorizadas envolvendo
o PT e o ex-presidente do Brasil é um
exercício ao nosso estômago. Como podemos ter por tanto tempo um pessoal
tão baixo, tão deselegante à frente desta
nação. Que estrago. Espero que quando
o leitor da Canavieiros percorrer este
texto, já estejamos sob nova administração e que tenhamos nos livrado de
maneira definitiva deste nefasto período sob a má gestão do Partido dos Trabalhadores. Desculpem-me a sinceridade, mas é só olhar os números do Brasil,
das Estatais, dos Fundos de Pensão, enfim uma destruição generalizada. Fico
triste, pois torci para dar certo. Chega!
Marcos Fava Neves é Professor Titular
da FEA/USP, Campus de Ribeirão Preto
Em 2013 foi Professor Visitante Internacional da Purdue University (EUA) e desde
2006 é Professor Visitante Internacional da
Universidade de Buenos Aires.RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
20
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred realiza
jantar em prol do Hospital de Câncer de Barretos
Cerca de 1.600 pessoas prestigiaram o evento que contou com a apresentação de Fernando & Sorocaba
Fernanda Clariano
H
á uma década, o sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob
Cocred realiza um jantar com
a exclusiva finalidade de oferecer ao
Hospital de Câncer de Barretos, pioneiro no tratamento de câncer no interior
de São Paulo, a possibilidade de continuar atendendo com competência, carinho e dignidade todos os pacientes que
procuram a instituição.
No ano passado, o jantar contou com a
presença da cantora Ivete Sangalo.
Para abrilhantar o tradicional jantar,
no dia 24 de março, a dupla Fernando
& Sorocaba se apresentou no Centro de
Eventos Copercana, em Sertãozinho-SP, para um público animado com
cerca de 1.600 pessoas. A abertura do
show foi realizada pelos jovens talentos
de Sertãozinho-SP, Íkaro & Rodrigo,
que recentemente participaram do The
Voice Kids Brasil 2016.
Os cantores encantaram o público
pela interação e simpatia e demonstraram satisfação em poder realizar o
trabalho em prol do Hospital de Câncer de Barretos. “O trabalho realizado
pelo Hospital de Câncer de Barretos é
um dos mais maravilhosos que existem no Brasil em termos de cooperação, sociedade e parceria pública. É
algo inacreditável o que o Henrique
Prata construiu e vem construindo.
Ele conseguiu realmente engajar a sociedade a abraçar uma causa incrível.
Esta noite está sendo memorável pois
bateu o recorde de arrecadação em prol
do Hospital de Câncer de Barretos e
a gente divide essa alegria com o sr.
Em anos anteriores, se apresentaram
artitas consagrados da música brasileira, como Chitãozinho e Xororó, Leonardo, Daniel, Zezé di Camargo e Luciano,
Sérgio Reis e Renato Teixeira, Victor e
Léo, Paula Fernandes e Jorge e Mateus.
O show
Ao longo de quase duas horas, os sertanejos Fernando & Sorocaba cantaram
um repertório diferenciado aliado a muita
tecnologia e efeitos especiais e também
fizeram um pout-pourri com músicas raiz
e modas de outros sertanejos.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Toninho Tonielo e com todo o time de
pessoas que trabalharam nesse evento
e a sociedade de Sertãozinho que se
mobilizou realmente para abraçar essa
causa”, ressaltou o cantor Sorocaba.
“Estamos felizes por estar aqui fazendo o que gostamos que é cantar e ainda
poder contribuir. É lógico que é pouco
perto do que o hospital precisa, mas estamos aqui para quem sabe incentivar outros artistas e empresários a ajudar nessa
causa”, garantiu o cantor Fernando.
Para a diretoria do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, que
abraçou a causa do Hospital de Barretos, é motivo de orgulho e satisfação
realizar o evento. “Para nós é motivo
de grande satisfação poder realizar esse
evento. Estamos engajados nessa causa
junto ao Hospital de Câncer de Barretos há dez anos, mas para isso, contamos com o apoio dos empresários da
nossa cidade e da região que sabem da
honestidade da entidade e por isso não
medem esforços em nos apoiar. Quando há seriedade no negócio todo mundo
21
Notícias Copercana
Fotos: Rafael Mermejo e Thiago Ueda
A dupla Fernando & Sorocaba contribui com o
hospital desde 2009
contribui e a gente fica muito contente”, disse o presidente da Copercana e
do Conselho Administrativo da Sicoob
Cocred, Antonio Eduardo Tonielo.
"O Sistema Copercana, Canaoeste
e Sicoob Cocred realiza o jantar bene-
Antonio Eduardo Tonielo, presidente da
Copercana e do Conselho Administrativo
da Sicoob Cocred
Pedro Esrael Bighetti,
diretor da Copercana
ficente em prol do Hospital de Câncer
de Barretos com muito prazer. Esse é
o décimo ano que contribuímos com a
entidade e, apesar de um ano de crise,
conseguimos superar nossas expectativas e vendemos mais mesas do que
no ano passado. O pessoal colabora
conosco porque sabe da honestidade
desse trabalho e, portanto, só temos
que agradecer o público de Sertãozinho e região e a todos que trabalharam pelo sucesso desse evento", comentou Pedro Esrael Bighetti, diretor
Secretário da Copercana
Homenagens
Em noite de festa, a Copercana - representada por
Antonio Tonielo e Pedro Esrael Bighetti, foi homenageada pela Família Marques, devido a importante doação que permitiu a aquisição de uma casa de
apoio em Barretos, para pacientes de Sertãozinho
que precisam fazer tratamento naquela cidade.
Na oportunidade, o Orfanato Nosso Lar (casa
que abriga meninas de Sertãozinho), representado por Giovana Prestes e pelo Policial Militar
Márcio Lopes, homenageou Fernando & Sorocaba com um Cartão de Prata. Uma forma de agradecimento pela doação de um violão autografado
pela dupla que foi para leilão e rendeu cerca de
R$ 7.000 para o orfanato.
Os cantores também receberam das mãos do presidente da Copercana
uma homenagem pelo engajamento às causas do hospital.
A Copercana foi homenageada pela Família Marques
Giovana Prestes do Orfanato Nosso Lar e
o Policial Militar Márcio Lopes entregaram
uma homenagem a dupla
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Notícias Copercana
Centro de Eventos Copercana
O Centro de Eventos Copercana, local
da apresentação, foi construído para atender aos mais variados tipos de eventos,
oferecendo uma estrutura completa. O espaço conta com área total de 10,3 mil metros quadrados, estacionamento próprio,
vestiário, sanitários, palco e camarins,
cozinha e apoio para buffets. Moderno e
sofisticado, o espaço proporciona conforto e tranquilidade a todos.
Sobre o Hospital
Reconhecido internacionalmente pela
excelência em oncologia, o Hospital de
Câncer de Barretos registra 4,1 mil atendimentos por dia, sendo 100% via SUS
(Sistema Único de Saúde).
Para atender os pacientes vindos de
todo o Brasil (1.756 municípios), com
profissionalismo e humanização, o hospital conta com um corpo clínico com
380 médicos e 3,5 mil colaboradores.
A instituição também mantém 13 alojamentos oferecidos gratuitamente a pacientes e acompanhantes, com 650 lugares.
O hospital possui ainda oito unidades
móveis (carretas) que realizam exames
preventivos de câncer de mama, colo do
útero, pele, próstata e boca.
Pioneiro no tratamento de câncer
no interior do Estado de São Paulo, o
Hospital de Câncer de Barretos acaba
de completar 54 anos e, para celebrar
a data, no dia 24 de março inaugurou o
Pavilhão “Fernando & Sorocaba”, local
que abriga o importante serviço de prevenção de câncer do colo do útero.
A cerimônia de inauguração aconteceu no próprio Pavilhão, localizado no
Instituto de Prevenção, e contou com a
presença da dupla sertaneja Fernando &
Sorocaba que há anos é parceira da ins-
Fernando, Sorocaba, Pedro Esrael Bighetti, Antonio Eduardo Tonielo e
Henrique Prata, diretor geral do Hospital de Câncer de Barretos
tituição e também do diretor-geral do
hospital e dos diretores do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
O dia foi de muita festa para o Hospital de Câncer de Barretos, e também
marcou os dez anos de parceria com
o Sistema. “Estamos comemorando
os 54 anos de história do hospital e
também dez anos de parceria com o
sistema, data expressiva dessa experiência, em que o sr. Toninho abraçou a
nossa causa e daqui contaminou muitos outros municípios e muitas outras
pessoas se contaminaram ao ver que é
possível organizar uma sociedade em
prol de ajudar uma causa”, afirmou o
diretor geral do Hospital de Câncer de
Barretos, Henrique Prata.
O desafio de manter toda a estrutura em funcionamento cresce dia a dia,
na medida em que a instituição se torna
cada vez mais conhecida e requisitada.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
De acordo com Prata, as verbas que
o hospital recebe não cobrem os custos,
e o déficit mensal é de 17 milhões, valor que precisa ser arrecadado por meio
de doações e eventos beneficentes e as
parcerias que são sempre muito bem-vindas. “A melhor maneira que encontramos para tentar solucionar esse problema foi buscando parceiros e todos os
anos, Sertãozinho por meio do Sistema
Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred,
contribui com o hospital com a melhor
receita de evento”, destacou.
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Participantes do 10º Jantar Beneficente em prol do Hospital de Câncer de Barretos comentam o evento:
Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste
Manoel Ortolan - presidente da
Canaoeste e diretor superintendente
da Copercana
Este é um trabalho de cunho social
que promovemos e realizamos de uma
forma muito prazerosa. É um trabalho
- talvez na esfera social, o mais significativo que prestamos na região e felizmente contamos com a receptividade da
comunidade. Sabemos do grande volume de atendimento diário que é realizado no Hospital de Câncer de Barretos
e também da falta de recursos que enfrentam para manter um o atendimento
de excelência que é dado aos pacientes.
Por reconhecer este trabalho belíssimo é
que não medimos esforços em contribuir
com essa importante instituição.
do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, e as pessoas que aderiram
a causa, por mais um ano o evento foi
um sucesso.
Manoel Sérgio Sicchieri - assessor
das diretorias do Sistema Copercana,
Canaoeste e Sicoob Cocred
Há dez anos realizamos este evento beneficente em prol do Hospital de
Câncer de Barretos, e ficamos muito
satisfeitos e contentes em ver que todo
o trabalho que é feito antes, todos os
esforços valem a pena. Graças ao apoio
Giovanni Rossanez - gerente Financeiro da Copercana
Tive a oportunidade de visitar o Hospital de Câncer de Barretos e pude ver a
seriedade que existe naquela instituição.
São gestores, médicos, colaboradores
altamente capacitados que nos enche de
orgulho. A cada ano, o jantar vem crescendo e ganhando a adesão da comu-
Manoel Sérgio Sicchieri, assessor das
diretorias do Sistema
Giovanni Rossanez,
gerente Financeiro da Copercana
A abertura do show foi realizada pelos jovens
talentos de Sertãozinho-SP, Ikaro & Rodrigo
Neli e Antonio Eduardo Tonielo com a dupla
Fernando & Sorocaba
Pedro Esrael e Sandra Pontes Biguetti
Sandra e Manoel Ortolan
Rita e Márcio Meloni
Giovanni e Andrea Rossanez
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Notícias Copercana
nidade sertanezina e da região que não
medem esforços em contribuir porque
sabem da honestidade do nosso trabalho
e das necessidades do hospital. Por isso,
só temos a agradecer a todos que compraram mesas e nos ajudaram a ajudar.
Ricardo Meloni - gerente Comercial da Copercana
Estou muito feliz em poder participar
mais um ano desse evento importante
realizado pelo Sistema e feliz também
porque os fornecedores que estão conosco o ano todo, estão fazendo questão de
participar e contribuir com a ação.
Ricardo Meloni,
gerente Comercial da Copercana
Carolina Lantaller,
coordenadora da Unilever
Márcio Meloni - diretor administrativo
financeiro da Sicoob Cocred
Carolina Lantaller - coordenadora
da Unilever
A Unilever no mundo é muito engajada nas causas sociais e aqui na região
de Ribeirão Preto, não seria diferente.
A gente se sente muito honrado em poder apoiar um parceiro nosso de longa
data que é a Copercana e participar num
momento como esse que é tão importante para a região e para o nosso país
em uma causa que nos motiva muito a
participar e ajudar.
Márcio Meloni - diretor administrativo financeiro da Sicoob Cocred
Essa é uma atitude muito bonita do
Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, dez anos contribuindo
com uma entidade, dez anos ajudando
a levantar recursos para ajudar várias
pessoas. É uma alegria poder participar desse momento e espero que este
trabalho continue porque este hospital
é de tirar o chapéu.
Dupla Ikaro & Rodrigo
Rose e Reginaldo Trovo
Manoel Sérgio e Sandra Sicchieri
Ricardo e Ana Meloni
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Márcio e Isabel Zeviani
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Neste ano a Copercana fechou uma parceria com a Photomatic,
o público pôde levar para casa fotos lembranças do evento.
Lício Cintra – diretor superintendente da São Francisco Saúde
Para o Grupo São Francisco, a filosofia que a Copercana se baseia em organizar um evento tão grande num ano
difícil como esse e reunir tanta gente em
prol de uma causa tão nobre quanto a do
Hospital de Câncer de Barretos. Para nós
é uma satisfação enorme. Faz parte da
nossa filosofia também contribuir para a
melhoria da sociedade como um todo e
o que a gente acredita no fundo é que se
não houver empresas e pessoas como a
gente encontra neste evento, dificilmen-
Por mais um ano consecutivo o evento recebeu um grande público
te teríamos uma condição melhor, num
país no qual nem tudo que deveria ser
provido em troca dos nossos impostos é
feito da maneira mais adequada. Então,
é motivo de orgulho participar e esperamos continuar juntos com o Sistema
nessa parceria.
Lício Cintra, diretor superintendente da
São Francisco Saúde
Francisco César Urenha - diretor
de Crédito da Sicoob Cocred
Como cidadão, como diretor do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, sinto me honrado em poder fazer
parte desse evento, ainda mais neste dia
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Notícias Copercana
em que o hospital completa 54 anos de
bom atendimento, de um atendimento
humanizado. Realmente estou muito orgulhoso por este trabalho.
Francisco César Urenha, diretor de
Crédito da Sicoob Cocred
Frederico Dalmaso - gerente de
Comercialização de Insumos da Copercana
Estamos colaborando há dez anos
com o Hospital de Câncer de Barretos,
que é uma entidade que presta um serviço maravilhoso para pessoas que não
podem pagar, que não podem ter acesso
às novas tecnologias e a um tratamento
digno. Para isso, contamos com o apoio
da comunidade e também de empresas
parceiras que não medem esforços em
nos ajudar. A cada ano que passa temos
mais facilidade em vender as mesas porque o pessoal sabe que a entidade que
é comandada pelo Henrique Prata é de
muita confiabilidade e credibilidade, assim como o Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred.
Arnaldo Jardim - secretário da
Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
São dez anos contribuindo com o
Hospital de Câncer de Barretos, isso significa salvar muita gente, dar um alento
e fazer com que muitas famílias voltem
a ter o direito de sonhar e melhorar, isso
vale muito. Gostaria de cumprimentar a
diretoria do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, por manter essa
chama acesa, especialmente nesse momento de crise e de cortes, mas que o
povo brasileiro mostra o seu sentimento de solidariedade como estão fazendo
neste evento. Eu estou muito feliz em
poder participar mais uma vez. Parabéns ao Sistema, parabéns a todos que
tornam isso tudo possível.
Frederico Dalmaso, gerente de
Comercialização de Insumos da Copercana
Arnaldo Jardim - secretário da Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo
O Hospital teve um espaço para a venda do livro
"Acima de Tudo Amor", escrito por Henrique Prata
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Sorocaba desceu do palco e fez selfie com seus fãs
A Unilever, patrocinadora do jantar,
levou ao evento sequilhos de Maizena
para degustação
Por mais um ano, a diretoria do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred agradece a todos que
abraçaram a causa e contribuíram com o Hospital de Câncer de Barretos. RC
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Notícias Canaoeste
Um novo cenário, uma nova Canaoeste!
Mais próxima dos seus associados, a Canaoeste segue uma nova filosofia de abordagem e de trabalho
Fernanda Clariano
A
Canaoeste (Associação dos
Plantadores de Cana do Estado
de São Paulo) não se resume em
prestar serviços focados para a produção de cana-de-açúcar, ela vai além, e
2016 chegou para coroar uma nova fase
da Associação, que desde janeiro vem
se reestruturando e promovendo mudanças necessárias para o seu fortalecimento em função da atual realidade do
setor sucroenergético.
Nessa etapa, a Canaoeste traz uma
série de inovações, dentre elas as reuniões técnicas mais dinâmicas, com
diferentes abordagens. A estratégia é
participar o associado das ações da
associação nas questões trabalhistas e
ambientais, que tanto oneram o produtor rural, preços, perspectivas de mercado, dentre outros assuntos. As reuniões
priorizam a aproximação da associação
com seus associados, difundindo o conhecimento, inclusive de representatividade política em andamento, bem
como novas tecnologias para que essas
ferramentas possam auxiliá-los no manejo correto de seus canaviais.
Para dar início ao ciclo de reuniões
técnicas de 2016, no dia 13 de abril, a
Canaoeste reuniu mais de 60 fornecedores de cana no Salão Paroquial em
Pontal-SP, que prestigiaram as explanações do presidente da Canaoeste,
Manoel Ortolan,
presidente da Canaoeste
Manoel Ortolan, e do gestor corporativo, Almir Torcato, bem como a palestra sobre Manejo de Plantas Daninhas
ministrada pelo pesquisador dr. Carlos
Azania, do Centro de Cana do IAC-RP
e a apresentação técnica da FMC.
Na abertura, o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, fez um apanhado
geral sobre os cenários nacional e político, falou sobre os desafios e o que
levou à reestruturação. Ortolan ainda
chamou a atenção sobre a necessidade
da representatividade da Associação
onde abordou o ponto político. Segundo ele, “muitos associados não têm
conhecimento do trabalho que envolve a questão política”. A Associação
também se faz presente dialogando e
defendendo os interesses dos produtores junto ao Ministério da Agricultura;
Ministério do Meio Ambiente; Câmara
Setorial; IPA (Instituto Pensar Agro);
na Frente Parlamentar Sucroenergética
(Federal e Estadual), dentre outros.
“Estamos iniciando uma nova etapa,
um novo ciclo da Canaoeste. Nós estamos passando por um processo de reestruturação para poder atender melhor
os produtores. As situações mudam, o
cenário muda e hoje nos estamos vivendo outra realidade comparada há 10-15
anos, então precisamos fazer um ajuste,
uma mudança na Associação”, comentou
Ortolan, que também enfatizou a importância de se ter uma Associação fortalecida. “Quando uma associação é forte e
pujante, se tem recursos para manter bons
técnicos, para ter discussões à altura para
pleitear revisão de Consecana, revisão de
Código Ambiental, Revisão de Leis Ambientais. Então, a reestruturação da Canaoeste veio para atender a um novo cenário
econômico e da classe e é importante que
todos participem”, argumentou.
Seguindo as apresentações, o gestor Corporativo da Canaoeste, Almir
Torcato, falou um pouco sobre a atual
gestão, os principais resultados desse
Revista Canavieiros - Abril de 2016
primeiro trimestre e fez um panorama
sobre a perspectiva econômica, contextualizando as influências do mercado
diretamente no preço do açúcar e álcool,
o que reflete diretamente na remuneração do fornecedor de cana. Apresentou
ainda a atuação da Canaoeste e como
ela pode representá-los para pleitear
questões de revisão do Consecana para
melhorar a remuneração como um todo.
Sobre a gestão, Torcato pontuou as
ações do planejamento estratégico, com
as principais conquistas e resultados.
“Procurei apresentar de forma objetiva, com vocabulário e gráficos de fácil
entendimento, explicando de maneira
bem didática a influência do mercado e
da economia no preço do ATR. Aposto
bastante nesse modelo de abordagem, a
aproximação é a alma do negócio”, afirmou o gestor Corporativo.
Já o palestrante da noite, dr. Carlos
Azania, em sua palestra sobre o Manejo de Plantas Daninhas, apresentou
informações de grande utilidade que
irão contribuir com o dia a dia dos produtores no campo. O pesquisador falou,
entre outros assuntos, da importância
de aplicações de herbicidas antes do
plantio da cana para minimizar o banco
de sementes de plantas daninhas no canavial e também alertou: “um canavial
infestado por plantas daninhas, se sim-
29
Eduardo Reis, associado
Almir Torcato, gestor corporativo da Canaoeste, Alessandra Durigan, gestora técnica
agronômica, Daniela Aragão, agrônoma e Gislene Rocha, secretária do escritório de Pontal
plesmente plantar ou colher e não realizar nenhuma forma de controle, as perdas de produtividade podem ser muito
significativas”, disse o pesquisador.
Parceira nessa primeira reunião técnica, a FMC por meio do profissional de
desenvolvimento de mercado, Giovanni Rezende Oliveira, mostrou “Como
obter sucesso no controle de ervas daninhas e pragas de cana-de-açúcar com
as soluções FMC”. Na oportunidade,
Oliveira apresentou os seus produtos,
dentre eles: Boral, Gamit Star CS, Furadan e Marshal Star.
Depoimentos
“O pessoal da Canaoeste está de parabéns pela receptividade e pela reunião
que foi muito proveitosa e esclarecedora, mostrando dados e apresentando
números. Uma palestra muito interessante. Essa é a primeira vez que a Canaoeste de Pontal recebe a presença maciça dos associados e isso eu acredito que
se deve ao novo conceito e com certeza
daqui para frente iremos progredir”,
afirmou o vice-presidente da Canaoeste
Fernando dos Reis Filho.
“São essas alianças que permitem
a FMC trazer as melhores soluções no
controle de ervas daninhas e pragas,
contribuindo diretamente na melhoria
da produtividade e longevidade do canavial aos nossos fornecedores”, disse
o representante Técnico Comercial da
FMC, José Renato França.
fui muito bem atendido e estou muito
satisfeito e devemos continuar com essa
parceria por muito tempo”, afirmou o
associado Eduardo Reis, que também
comentou sobre a representatividade
política da associação. “O sr. Manoel
foi feliz em sua apresentação ao nos explicar o trabalho que a Associação faz e,
que a gente não vê, que é o lado político
lá fora, e também quais os trabalhos que
estão sendo desenvolvidos, o motivo do
recolhimento da taxa. Então deu para
esclarecer bem, pois muitos acham que
é somente a parte dos agrônomos e não
é só isso que a Canaoeste representa.
Existe um trabalho muito forte por trás
disso em favor dos produtores de cana e
é importante que os associados saibam
para que eles fiquem mais satisfeitos
ainda em recolher a taxa”, disse Reis.
Venho acompanhando as palestras
da Canaoeste e percebi que melhorou
o desempenho, estão abordando novos
assuntos de mercado e gostei da palestra ministrada pelo dr. Carlos Azania
Fernando dos Reis Filho,
vice-presidente da Canaoeste
José Renato França, representante
Técnico Comercial da FMC
“O trabalho da Canaoeste em Pontal
hoje é muito bom, a pessoa que representa a Associação aqui é muito competente, de fácil acesso, toda disposta
a resolver os problemas que temos na
propriedade e também a respeito de
plano de queima, a parte ambiental que
está nos pegando muito. Já tive problema com a parte ambiental e tanto na Canaoeste no escritório de Pontal como no
departamento jurídico de Sertãozinho,
Igor Ravagnani Mari, estudante de
agronomia e neto de associado
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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sobre manejo de plantas daninhas. Vejo
essa reunião como um caminho para o
aumento de produtividade, redução de
custos e sucesso dos produtores que
participam e colocam em prática. A
Canaoeste tem se destacado aqui em
Pontal por estar ao lado dos associados.
Temos aqui a engenheira agrônoma Daniela Aragão e também o João Marcelo,
que são muito atenciosos e procuram
sempre auxiliar e esclarecer nossas dúvidas. Esse respaldo que recebemos da
Associação é muito importante”, ressaltou o estudante de agronomia e neto de
associado - Igor Ravagnani Mari.
A partir desse novo modelo mais
dinâmico, estratégico e participativo,
em todas as reuniões os associados irão
receber um formulário onde poderão
opinar e sugerir o que querem para o
próximo encontro. Por isso é muito importante que participem e respondam ao
questionário, pois, por meio dele é que
a Associação podererá trabalhar e melhorar as próximas reuniões.
A agenda de encontros está sendo
viabilizada. As próximas cidades que
farão parte do ciclo de palestras serão:
Viradouro, Severínia, Barretos, Cravinhos e Morro Agudo. Todas as cidades
onde a Canaoeste está inserida terão a
reunião técnica.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Notícias Canaoeste
Equipe da Canaoeste, palestrantes e parceiros
O escritório da Canaoeste de
Pontal é representado pela engenheira Agrônoma Daniela Aragão,
que realiza o trabalho de assistência
técnica e extensão rural. Com vasto
conhecimento da cultura da cana-de-açúcar, Daniela procura alternativas
que possam auxiliar os seus associados a manejar adequadamente e de
forma sustentável as suas lavouras.
“A Canaoeste oferece aos seus
associados de Pontal uma gama de
serviços. Além da assistência técnica
agronômica, temos os serviços de
topografia, assistência jurídica, a equipe de pragas que faz levantamento
no campo, fiscais de sacarose nas unidades industriais, as análises no
laboratório de sacarose, bem como o serviço de comunicação, por meio
da Revista Canavieiros, dos boletins e das mensagens via WhattsApp, que
fazem com que as notícias cheguem aos nossos associados. Por isso, os
associados devem estar sempre participando, valorizando a associação
e contando com os nossos serviços”, disse Daniela Aragão. RC
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Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal - (prazos segregados)
Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do
Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados)
- Fevereiro/2016 - “valores em milhares de reais”
Sertãozinho/SP, 29 de Fevereiro de 2016.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Assuntos Legais
Responsabilidade por crime ambiental à
pessoa jurídica – prova de benefício
E
m recente decisão do Tribunal de
Justiça de São Paulo, através da
3ª Câmara de Direito Criminal
do referido Tribunal, nos autos do processo n. 2244848-35.2015.8.26.0000,
corroborando o entendimento do Tribunal n‘outros casos, decidiu que para
uma empresa ser responsabilizada por
crime contra o meio ambiente, é necessário que se comprove que ela teria se
beneficiado da situação delituosa.
contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade”.
A tese vencedora utilizada e atendida
pelo Judiciário foi baseada no artigo 3º
Lei 9.605/1998 que prevê “que as pessoas jurídicas serão responsabilizadas
administrativa, civil e penalmente nos
casos em que a infração seja cometida
por decisão de seu representante legal ou
Este importante precedente, portanto, privilegia a proteção ambiental e o
direito ao desenvolvimento sustentável, impedindo que toda atividade degradadora possa ser considerada ilícito
penal, o que forçará o órgão acusador,
de ora em diante, a provar qual o in-
Importante lembrar que aqui estamos tratando de responsabilidade criminal, diferente da responsabilidade
civil onde, para esta, basta apenas apurar o dano ambiental e o seu autor para
incidir a reparação do dano, através de
recuperação da área ou indenização
em dinheiro.
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
teresse da empresa e qual o benefício
que teria com a atividade delituosa,
sob pena de ver a sua denúncia não ser
processada judicialmente.
QUEIMA DE CANA – Procedimentos a
serem adotados em caso de incêndio de
origem desconhecida
Estimados produtores de cana-de-açúcar, inobstante as autorizações de
queima de palha a serem obtidas junto à Secretaria do Meio Ambiente, no
Estado de São Paulo, os produtores de
cana-de-açúcar podem sofrer autuações
administrativas decorrentes de incêndios descontrolados, originados por
terceiras e desautorizadas pessoas, que
atingem os seus canaviais.
Apraz esclarecer que o requerimento
de queima deve ser feito por todo produtor rural, independente de utilizar-se do
fogo, pois o órgão ambiental assim exige.
Então, mesmo aqueles que não mais
se utilizam do fogo, devem fazer o requerimento, que, no caso, servirá como
“declaração de não-queima”, a ser utilizada em seu favor oportunamente.
Digo isto porque o novo Código Florestal (Lei n. 12.651/2012), vigente desde 28 de maio de 2012, disciplinou em
seu artigo 38, § 3º, que “na apuração da
responsabilidade pelo uso irregular do
fogo em terras públicas ou particulares, a
autoridade competente para fiscalização
e autuação deverá comprovar o nexo de
causalidade entre a ação do proprietário
ou qualquer preposto e o dano efetivamente causado” e, no parágrafo 4º do
mesmo artigo que é “necessário o estabelecimento de nexo causal na verificação
das responsabilidades por infração pelo
uso irregular do fogo em terras públicas
ou particulares”, significando isso que a
agente fiscalizador deve encontrar o real
infrator, e não apenas multar o proprietário ou possuidor do imóvel pelo fogo
criminoso ali ocorrido.
Então, por precaução e para conseguir pleitear eventual autorização EXTRAORDINÁRIA de colheita de cana
queimada por incêndio descontrolado,
junto à CETESB, deve o produtor de
cana-de-açúcar buscar produzir o maior
número possível de provas negativas, ou
seja, àquelas capazes de demonstrar que
Revista Canavieiros - Abril de 2016
não teve intenção de utilizar-se do fogo na
lavoura atingida criminosamente pelo incêndio. Provas essas que servirão em prováveis defesas administrativas e judiciais.
Mais uma vez, venho enumerar alguns exemplos de provas que o produtor DEVE fazer para tanto:
Sempre fazer o requerimento de eliminação de queima até 02 de abril de
cada ano, independente se não for utilizar-se do fogo – neste caso informar
que não procederá ao uso do fogo;
Fazer o Boletim de Ocorrências
acerca do incêndio;
Fazer análise da cana queimada para poder constatar que o rendimento industrial,
medido em quilos de ATR, não está no ponto ideal, ou seja, a cana queimada não estava no seu nível de maturação máximo para
ser colhida, não sendo justificável, portanto,
o uso do fogo como auxiliar da colheita;
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Pedir declaração da unidade industrial e ou prestadora de serviços que
enviou o caminhão tanque (bombeiro),
onde conste que o produtor assim solicitou para apagar um incêndio de origem
desconhecida ocorrido em seu canavial;
Manter e informar ao agente público
sobre a existência de procedimento de
controle de prevenção e combate de incêndio, seja através de estrutura própria
(caminhão bombeiro, brigadistas, observadores da lavoura, etc.) ou de terceiros (unidades industriais e vizinhos);
MANTER OS ACEIROS COM
NO MÍNIMO 6 METROS e tirar fotos
dos aceiros existentes na propriedade,
bem como do não plantio em áreas proibidas de serem exploradas (abaixo das
linhas de transmissão de energia elétrica,
por exemplo), demonstrando com isso
obediência à legislação pertinente;
Caso possua autorização, informar ao
agente autuador, caso esse apareça, que não
estava programada a queima, tanto que sequer efetuou as comunicações aos confrontantes e à Secretaria do Meio Ambiente;
Caso não possua autorização, informar ao agente autuante que não possuía
interesse em utilizar-se do fogo em sua
lavoura, tanto que sequer informou isto
noca requerimento;
Demonstrar, através de fotos, testemunhas e laudo pericial, que a área queimada estava preparada para o corte me-
cânico, não justificando, portanto, o seu
interesse em utilizar-se do fogo, assim
como a correta área atingida pelo fogo.
Apresentar o histórico da colheita
mecanizada e/ou evolução desta nas
últimas três safras.
Demonstração de que a queima na
área ocorreu em um período inferior a 12
meses. Isso pode ser feito através de documento que comprove a data da colheita
da área queimada na safra anterior, inclusive por meio da comunicação de queima
feita à secretaria do meio ambiente.
Portanto, estes são alguns exemplos de provas que o produtor rural
deverá produzir em caso de incêndio
acidental ou criminoso em sua propriedade, para possibilitar, inclusive, o pedido EXTRAORDINÁRIO
de colheita perante a CETESB devendo, ainda, caso receba a visita de
um Policial Ambiental ou agente ambiental, informar esses fatos para que
sejam apostos no respectivo Boletim
de Ocorrências ou Auto de Infração,
além de procurar orientação jurídica
adequada IMEDIATAMENTE, onde
o Departamento Jurídico da Canaoeste estará à inteira disposição do associado para defendê-lo nestes casos.
Apresentação de laudo técnico, assinado por profissional habilitado, demonstrando a origem desconhecida do
fogo ou a origem provocada por terceiros que poderá ser solicitado pelo Escritório Regional da CATI (Coordenadoria
de Assistência Técnica Integral), (casa
da agricultura), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento Estadual.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
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Assuntos Legais
Despesas dedutíveis no imposto de renda
pessoa física da atividade rural
Caros leitores, aproveitando que ainda
estamos próximos ao termo final para entrega da declaração do imposto de renda
2016 (ano-base 2015), que se dará em 29
de abril de 2016, sirvo-me deste espaço
para, com fundamento no entendimento
atual dos órgãos de fiscalização, esclarecer aos proprietários rurais sobre as suas
despesas que podem ser deduzidas para o
cálculo do imposto de renda.
Para tanto, além da lei de regência,
utilizar-me-ei de orientação recente do
CARF (Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais), órgão máximo de
julgamento das autuações discais dos
contribuintes, vinculado ao Ministério
da Fazenda, que posiciona-se no sentido de que somente são dedutíveis na
apuração do imposto sobre a renda de
pessoa física, as despesas que o proprietário/possuidor rural realmente teve
com a sua atividade rural.
Melhor dizendo, somente as despesas com a saúde dos trabalhadores rurais, preparação do solo, insumos agrícolas, máquinas e equipamentos rurais,
combustíveis e lubrificantes ou outras
despesas que comprovadamente foram
utilizadas na atividade rural podem ser
deduzidas, ao passo que outras despesas que não puderem sem vinculadas a
atividade rural não o podem.
Por este motivo, as despesas estranhas à atividade rural, como a aquisição
de veículos de passeio, por exemplo,
estão fora da dedutibilidade no IRPF,
que abarcaria neste caso apenas o que
foi gasto com “tratores, veículos de
cargas e utilitários rurais”.
De igual forma, aqueles proprietários
rurais que fizeram contrato de parceria
agrícola de suas áreas, onde se comprometeram a apenas contribuir com a
cessão da terra nua e não possuem outra área com exploração agrícola direta,
certamente não poderão deduzir despesas que não estejam vinculadas com a
entrega da terra nua, excluindo-se, como
exemplo, as despesas com tratos culturais (herbicidas, inseticidas, etc.), aquisição de equipamentos de colheita, etc.
Tal orientação encontra-se bem esclarecida através de recente decisão do
CARF, abaixo transcrita:
“Imposto sobre a Renda de Pessoa
Física - IRPF Ano-calendário: 2009
ATIVIDADE RURAL. DESPESAS DE
INVESTIMENTO. AUTOMÓVEL DE
PASSEIO. A dedutibilidade de despesas
na aquisição de veículos, limita-se a
tratores, veículos de cargas e utilitários
rurais. Despesas na aquisição de automóveis de passeio, ainda que possam
ser utilizados eventualmente na atividade rural, não podem ser deduzidas
da receita obtida. ATIVIDADE RURAL. DESPESAS DE INVESTIMENTO. EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE
EXCLUSIVAMENTE POR MEIO DE
PARCERIAS. Nos casos em que o contribuinte explora a atividade rural exclusivamente por meio de contratos
de parceria, em que sua participação
limita-se à cessão da terra nua para o
cultivo agrícola, e não há comprovação
da exploração direta em outras áreas
Revista Canavieiros - Abril de 2016
rurais nem da pretensão de vir a fazê-lo
no futuro, as despesas com aquisições
de materiais agrícolas não podem ser
consideradas como de investimento e,
portanto, não são dedutíveis para fins
da apuração do IRPF, em razão de não
restar configurado o objetivo de desenvolvimento, de expansão e da melhoria da atividade. ATIVIDADE RURAL
NOTAS FISCAIS NÃO RECONHECIDAS PELO EMITENTE. DESPESAS
NÃO PROVADAS. A escrituração de
despesas fictícias, fundamentadas em
notas fiscais não reconhecidas pelo
emitente, ensejam a sua. MULTA
QUALIFICADA. É cabível a qualificação da multa de ofício no caso de
apresentação de notas fiscais fictícias.
CARF – Ac 2301-004.543”
Espero que, sem querer esgotar tão
complexo tema, estas sucintas informações sejam úteis para que os proprietários/possuidores de imóveis rurais e produtores rurais conheçam e saibam mais
um pouco sobre quais despesas podem
ser utilizadas como dedutíveis quando
da apuração do imposto de renda 2016
(ano-base 2015), evitando-se, com isso,
autuações fiscais desnecessárias. RC
37
Revista Canavieiros - Abril de 2016
38
Otimismo com o
pé no chão marca
início da safra 2016/17
Com discursos moderados, lideranças do setor sucroenergético pontuam que
o ciclo poderá ser mais produtivo que o anterior, mas o segmento ainda enfrenta
barreiras, principalmente devido ao alto endividamento
Andréia Vital
A
solenidade oficial de abertura nacional oficial da safra 2016/2017
de cana-de-açúcar, iniciada no
dia 1 de abril foi realizada uma semana
depois, (8), na unidade da Biosev, em
Rio Brilhante-MS. Durante a cerimônia
Roberto Hollanda, presidente da Biosul
(Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul) apresentou
os dados da produção da safra que se encerrou no dia 31 de março e a projeção
para o ciclo atual do setor no Estado.
A quantidade total de cana-de-açúcar
processada em MS na safra passada foi
de 48,6 milhões de toneladas, um volume que ainda não havia sido atingido no Estado. O índice de crescimento
com relação à safra anterior é de 13% e
fica bem acima do percentual da região
Centro-Sul, onde está concentrada cerca
de 90% da produção nacional, que cresceu somente 6,6%. Mato Grosso do Sul
manteve-se na posição de quarto maior
Estado brasileiro na moagem de cana.
De acordo com Hollanda, o que mais
influenciou a safra que se encerrou foi a
chuva, acima das médias históricas em
quase todo o período de colheita. “O primeiro impacto desse fenômeno foi o período de safra. Atrasadas em sua produção,
muitas usinas estenderam sua moagem,
chegando em muitos casos até março.
Cerca de 10% da safra foi performada no
período em que normalmente se dá a en-
Solenidade de abertura nacional oficial da safra 2016/2017 de cana-de-açúcar foi no MS
tressafra das usinas”, contou ele, afirmando que 20 unidades operaram neste período, sendo que todas produzem etanol; 11
produzem também açúcar e 12 exportam
bioeletricidade excedente.
O setor recuperou a produtividade
agrícola, atingindo a média de 89,3
toneladas por hectare. No entanto, a
produtividade industrial, aferida pela
quantidade de sacarose contida na cana,
continua abaixo da média, com 126,47
quilos por tonelada de cana.
A produção de açúcar, afetada negativamente pelas chuvas, foi de 1,31 milhão
de toneladas, volume 2,3% menor que safra anterior. A região Centro-Sul também
evoluiu, com 3,34%. 76% do açúcar produzido foi do tipo VHP, destinado à exportação. 20% do tipo cristal e 4% refinado.
Revista
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Abril de
de 2016
2016
Já a produção de etanol superou a da
safra passada em 15,26%. Foram produzidos 707 milhões de litros de etanol anidro,
2,1 bilhões de etanol hidratado, totalizando
2,812 bilhões de litros do biocombustível.
Na região Centro-Sul a produção do combustível verde cresceu 6,6%.
O mix de produção foi mais voltado a etanol que o previsto, com 78% da
matéria-prima destinada à produção do
combustível verde.
“Foram exportados para o Sistema
Integrado Nacional, 2.441GWH de bioeletricidade gerada através da queima do
bagaço da cana, um crescimento de 29%.
O MS é um dos estados mais avançados
no aproveitamento da biomassa da cana
para conversão em bioeletricidade, essa
é uma característica importante dessa re-
39
gião: ser um dos maiores convertedores
de biomassa e de energia exportada e
queremos continuar crescendo neste sistema”, afirmou o presidente da Biosul.
Com relação a empregos, o executivo lembrou que o setor sucroenergético emprega 26 mil pessoas no MS,
com o terceiro melhor salário médio
da indústria (R$ 2.356,00) e o maior
salário médio da agricultura do Estado
(R$2.086,00). “A massa salarial, que
representa a soma de todos os salários
pagos aos trabalhadores durante o ano,
é a maior da indústria e a segunda maior
entre todos os setores da nossa economia”, disse Hollanda.
Sobre o consumo de
combustíveis, os dados
divulgados mostraram
que, em 2015, cresceu
48,45%, acima do crescimento nacional de
37,35%. Já o consumo
de gasolina diminuiu
7,9%, contra uma redução de 7,29% no país.
Ainda assim, no mercado de Ciclo Otto (carros
que consomem gasolina,
Roberto Hollanda, presidente da Biosul
etanol ou ambos), a gasolina ainda predomina, com 70% de temos as seguintes participações: Etaparticipação. “Considerando que a ga- nol Hidratado 30%, Etanol anidro 19%
solina contém 27% de etanol anidro, e gasolina A (pura) 51%”, explicou.
Safra no MS irá crescer 7,3% em relação à temporada anterior
“Para a nova safra a expectativa é de
continuar o crescimento da produção
sucroenergética, recuperar a qualidade
da cana e a produção de açúcar, torcendo para o clima não atrapalhar. No entanto, não se deve deixar o crescimento
da produção mascarar um momento difícil para o setor. Foram anos sofrendo
com políticas públicas equivocadas por
parte do Governo Federal que nos levaram a um momento de crise”, afirmou o
presidente da Biosul.
A previsão para a safra 15/16 é que
a moagem no MS deve chegar a 52,1
milhões de toneladas, um aumento de
7,3% com relação à temporada anterior.
Na produtividade industrial, também se
espera aumento, com maior teor de sacarose na cana da nova safra, com ATR/
TC (açúcares totais recuperáveis por
tonelada de cana) passando de 126,47
quilos de para 129, aumento de 2%.
dução de açúcar a previsão é de que o
volume de etanol a ser produzido permaneça estável, com 2,820 bilhões de
litros, sendo 2,020 bilhões para etanol
hidratado e 800 milhões de litros para o
etanol anidro.
“Sem problemas climáticos, como as
geadas e as chuvas das safras passadas,
deve haver recuperação na produção de
açúcar, deve chegar a 1,9 milhão de toneladas, aumento de 44,83%. O MS já
havia chegado a produzir 1,74 milhão
de toneladas na safra 12/13 e recuou
para os 1,3 milhão de toneladas da safra
passada”, explicou o executivo, pontuando que com a recuperação da pro-
As unidades do MS continuarão destinando a maior parte de sua produção
para o etanol, a estimativa para o mix
da safra 2016/2017 será de 70% da
cana-de-açúcar destinada para etanol e
30% para a produção de açúcar.
Na cogeração de bioeletricidade, o excedente exportado deverá chegar a 2.685
GWH, 10% a mais que a safra passada.
Revista
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2016
40
Reportagem de Capa
Autoridades ressaltam a importância do setor sucroenergético
Em sua fala, Maurício Saito, presidente do sistema Famasul (Federação da
Agricultura e Pecuária de MS) destacou
a relevância do setor sucroenergético
para o Estado afirmando que o segmento representa, por parte dos produtores
rurais, o quarto VBP (valor bruto de
produção) do estado de Mato Grosso
do Sul, ultrapassando em 2015, R$ 3,4
bilhões. Saito lembrou também da importância da comunidade científica, que
contribuiu para chegar aos números pujantes nos canaviais. “Nós passamos por
uma fase de aumento de produtividade e
isso aconteceu graças a essas parcerias
existentes na comunidade científica e as
instituições” disse, lembrando sempre
do lado empreendedor do produtor rural,
que utiliza as tecnologias disponibilizadas pela comunidade científica.
gera empregos, traz oportunidades,
além de ter valorizado as terras locais. “Se tivesse uma política para
avançar ajudaria na ampliação de
novas empresas. Nós temos espaços
territoriais, um ótimo clima e um dos
melhores solos do país para produção
com competência”, alegou.
Ruy Chammas, presidente da Biosev
“Iniciamos hoje a colheita de cana
nacionalmente, então Rio Brilhante e
MS tem a honra de receber este evento,
que marca o start da colheita em todo
o país”, disse o governador do Estado,
Reinaldo Azambuja, que na ocasião falou sobre a política equivocada do Governo Federal em relação ao subsídio
da gasolina e sobre o mercado de açúcar que serve de alento e projeta para os
próximos anos uma melhora significativa nas exportações a nível nacional e
internacional. “Mas nós precisamos de
uma política energética para o país com
uma visão de futuro com planejamento
para 40 anos”, disse.
Maurício Saito,
presidente do sistema Famasul
Anfitrião do evento, o presidente da
Biosev, Ruy Chammas, recebeu durante
a solenidade a licença de operação autorizando a ampliação da usina Rio Brilhante, que tem capacidade atual de moer
5 milhões de toneladas e entra na sua
nona safra. “Desde 2007, nós crescemos,
prosperamos, investimos e modernizamos a usina, aumentamos nossa capacidade, vigorando novas práticas agrícolas
e implantamos novas tecnologias conseguimos aumentar a produtividade de 60
para 90 toneladas por hectares”, disse
Chammas, ressaltando que os esforços
precisam se somar a uma política clara de
Governo como a de Mato Grosso do Sul.
Reinaldo Azambuja, governador do Estado
O governador também reforçou a
importância do setor canavieiro para
o MS, pois o segmento movimenta
muito a economia dos municípios,
Revista
Revista Canavieiros
Canavieiros -- Abril
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Azambuja lembrou ainda que o Estado passou pela maior precipitação
pluviométrica dos últimos 50 anos,
em 2015, condição causadora de problemas em rodovias, estradas e pontes,
além de deixar 42 municípios em situação de emergência. Citou também
que seu Governo tem um programa
forte de recuperação de rodovias e já
está em processo de licitação de 37
projetos de pavimentação asfáltica e
recapeamento que vai totalizar 1148
quilômetros de novas rodovias e 600
quilômetros de recapeamento asfáltico, no Estado.
“E isso é importante porque um dos
grandes problemas do nosso país é o
apagão logístico que a gente vive, eu
estou na briga, no bom sentido, com
a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para resolver questões relacionadas a investimentos na
ferrovia. “Temos um relacionamento
cordial com a Rumo ALL. Eles pediram para que nós apontássemos as potenciais cargas do Estado e o Governo
reuniu os players de todos os setores
e indicamos uma demanda de 10 milhões de toneladas entre carnes, setor sucroalcooleiro, grãos e de outras
atividades que poderiam ser escoadas
pela ferrovia. Agora estamos aguardando eles apresentarem o programa
de investimento e esperamos que a
ANTT fiscalize este caso e o cronograma”, disse taxativo o governador.
No tocante a uma redução no ICMS
sobre o etanol, que é de 27% no Estado, ele confirmou ser um pleito do setor
sucroenergético, mas alegou que o Governo Estadual já incentiva a indústria e
no cálculo final, ali acaba tendo um dos
maiores benefícios fiscal para o etanol.
41
Superávit crescendo
O superávit da balança comercial de
Mato Grosso do Sul com o exterior no
mês de março deste ano é quase cinco
vezes maior ao registrado no mesmo
período de 2015. No mês passado, o
superávit foi de US$ 369 milhões, enquanto que em março de 2015, chegou
a US$ 76 milhões.
“Como já era esperado, o comércio
externo de Mato Grosso do Sul tem
Jaime Verruck, secretário de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Econômico
respondido à alta do dólar e à demanda mundial por produtos. Tivemos um
bom crescimento das exportações de
soja e de milho e celulose. Esse dinamismo das exportações permite um
crescimento econômico importante no
momento em que o mercado interno
encontra-se estagnado”, comentou o
secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck,
destacando ainda que a exportação de
açúcar não vai bem, mas está estabilizada e a perspectiva é a demanda por
açúcar possa efetivamente aumentar.
“O setor sucroenergético com os três
milhões de toneladas adicionais que
virão com a safra atual é importante
neste contexto, mas nós temos uma capacidade instalada para aumentar essa
quantidade e para isso não precisamos
ampliar a indústria, então depende simplesmente de uma melhora do mercado
e nós estamos correndo para responder
tranquilamente com mais de 10 milhões
de toneladas”, justificou.
Biosev encerra safra 2015/16
com crescimento de 14% na
produtividade agrícola
Com 11 unidades agroindustriais localizadas no Brasil, a Biosev encerrou a safra 2015/16 com um volume de moagem igual
a 31,0 milhões de toneladas e um ATR Cana de 127,5 kg/ton. O
volume de produção medido pelo ATR Total foi igual a 3.946
mil toneladas, superando em 8% o ATR Total da safra anterior.
A produtividade dos canaviais, medida pelo TCH atingiu
76,2 ton/ha, um aumento de 14% em relação à safra anterior.
A moagem de 31,0 milhões de toneladas é a maior das últimas
5 safras, enquanto o ATR cana reflete a decisão da Companhia
de estender o processamento de cana ao longo do quarto trimestre de 2016, período em que o ATR cana é tipicamente menor.
Adicionalmente, a taxa de utilização da capacidade instalada
foi de 85%, também o maior valor registrado pela empresa nas
últimas 5 safras.
“Esse desempenho foi viabilizado por meio da implementação
de uma série de melhorias operacionais e criam condições para a
sustentação e evolução da performance operacional da Biosev”,
explicou Rui Chammas, presidente da empresa.
Sidney Foroni, prefeito local
Sidney Foroni, o prefeito local, também discursou e lembrou que o município de Rio Brilhante é o maior produtor
de cana do Estado, com três usinas em
suas imediações. Como também explanou Luis Alberto Moraes Novaes,
conhecido como Mandi, presidente da
Sulcanas (Associação dos Fornecedores
de Cana-de-açúcar Sul-matogrossense).
Empresa é pioneira na atividade
de confinamento no Brasil
A Biosev participou do Encontro de Confinamento e
Recriadores da Scot Consultoria realizado entre os dias 13
e 15 de abril, no Centro de Eventos do Ribeirão Shopping,
em Ribeirão Preto-SP. Durante o evento, a empresa apresentou seu portfólio completo de produtos para nutrição
animal e reforça sua expertise em confinamento.
“Fomos pioneiros na atividade de confinamento no
Brasil. Em 2015 produzimos ração para alimentar 40 mil
cabeças de bovinos de parceiros e fornecedores do Estado de São Paulo e Minas Gerais, sendo sete mil cabeças
de bovinos em confinamento”, afirma Regina Margarido,
zootecnista e gerente de Nutrição Animal da Biosev. A
empresa realiza o confinamento em sua unidade do Vale
do Rosário, na cidade de Morro Agudo, interior de São
Paulo, há 28 anos e está em pleno projeto de expansão de
expansão da atividade.
Para a Biosev, a participação no evento, que reúne as
principais fábricas de rações e produtores rurais, é importante para reforçar o posicionamento da companhia
na fabricação de ração animal e suplementos proteicos e
energéticos, como levedura e melaço em pó.
Revista
Revista Canavieiros
Canavieiros -- Abril
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de 2016
2016
42
Reportagem de Capa
Tereos Guarani celebra o início da safra 2016/17 com produtores
A Guarani, empresa do Grupo Tereos, realizou no dia 14 de abril, em Bebedouro-SP, reunião para comemorar o
início de sua safra atual, com a presença
de mais de 1.100 fornecedores de cana-de-açúcar de suas sete unidades industriais. Parceiros e autoridades também
participaram do evento. A empresa inicia este ciclo com previsão de moagem
de 20,5 milhões de toneladas de cana,
um incremento de quase um milhão de
toneladas em relação à safra anterior
Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão
Brasil do Grupo Tereos, explicou que no
último ciclo a companhia investiu aproximadamente R$ 510 milhões em renovação de canaviais, crescimento de produtividade e conservação de energia. “Todos
esses fatores permitirão melhores resultados na safra 2016/17”, acrescentou.
re Santoul, diretor-presidente da Guarani
Tereos Açúcar e Etanol Brasil.
A companhia possui oito unidades
industriais, sendo sete no Brasil, na região noroeste do Estado de São Paulo,
climática. “Setembro do ano passado
foi o start da recuperação do canavial,
a chuva foi muito importante para que
o canavial chegasse até hoje com este
vigor com que ele se apresenta. É lógico que a gente precisa saber o que vai
Jacyr Costa Filho, diretor da Divisão
Brasil do Grupo Tereos
Pierre Santoul,
diretor-presidente da Guarani
Jaime Stupiello, diretor Agrícola da
Guarani Tereos Açúcar e Etanol Brasil
Na última temporada, a Guarani Tereos atingiu capacidade instalada de 1,2
milhão de MWh. A expectativa da empresa é exportar para o Sistema Interligado
mais de 1 milhão de MWh em 2016.
e uma unidade em Moçambique. Na
safra 2015/16, a Companhia processou
no Brasil 19,6 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar e produziu 1,4 milhão
de toneladas de açúcar, 650 milhões de
litros de etanol e 1020 GWh de energia
para comercialização.
acontecer com o clima, que é o nosso
drivers do sucesso ou insucesso da produção agrícola e isso não é diferente
para a cana. Nós estamos passando por
um veranico de 15 dias e com essas altas temperaturas começa a acender um
sinal amarelo, então é importante ficar
atento e monitorando, mas no geral a
parte agrícola está muito boa”, disse.
Devido ao primeiro déficit global
da commodity nos últimos cinco anos,
o preço do açúcar seguirá valorizado
no mercado internacional em 2016. “O
etanol também estará em alta por conta
da forte demanda, que deve permanecer
estável ou superior em relação ao último
ano, com base nos recordes de venda do
biocombustível em 2015”, afirmou Pier-
Em relação ao clima, o diretor Agrícola da Guarani Tereos Brasil, Jaime
Stupiello, explicou na oportunidade
que 2016 começou com chuvas acima
da média histórica, influenciadas pelo
fenômeno El Niño, porém, a partir de
maio, espera-se a volta da normalidade
Revista Canavieiros - Abril de 2016
O executivo terminou seu discurso
afirmando que, nos 26 anos de Guarani, já
viu moer nas moendas da usina 130.171
milhões de toneladas de cana-de-açúcar
fornecidas por produtores parceiros e que
43
Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo
Elizabeth Farina,
diretora-presidente da UNICA
Mônika Bergamaschi,
presidente do Ibisa
espera encerrar o ciclo atual, com a participação de 141.479 toneladas de cana-de-açúcar de fornecedores assegurando
assim, o sucesso da companhia.
o hidratado gerando um enorme aumento de demanda ao longo do ano. “Tivemos também, na área do açúcar, uma
inversão do ciclo de déficit de produção
em relação ao consumo e isso sustentou
o preço internacional, essas condições
parecem persistir neste ano, já que o
nosso patamar de receita começou já em
um nível maior e se comparado, esse é
um cenário construtivo e produtivo para
nossa evolução”, ressaltou a executiva,
lembrando que alguns riscos também
são visíveis, dependemos muito com o
que acontece com o preço da gasolina.
um quadro tão remunerador quanto foi
o período anterior, mas eu acho que a
comemoração tem significado na tomada de consciência sobre quais são
os desafios que nós vamos enfrentar
daqui por diante”, disse ele.
O evento contou também com a presença de várias autoridades, como de Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo,
que na oportunidade estava licenciado
do cargo para poder participar como
deputado da votação do impeachment
de Dilma Rousseff e Elizabeth Farina,
diretora-presidente da UNICA (União
da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Elisabeth afirmou que o clima colaborou, mas também o desempenho
operacional foi importante, pois sem
ele não seria possível passar das 74 toneladas por hectares da safra passada
para 83 t /h este ano na média. “Produtividade e preço médios melhores,
decorrente do mercado do etanol e do
açúcar, gerou uma receita maior, perto
de 10% e quase 20%, considerando o
aumento de produtividade”, constatou
ela, pontuando que o conjunto de mudanças ocorridas no último ano, como
aumento da mistura do anidro na gasolina, entre outras, gerou um hidratado
com maior competitividade em relação à gasolina, melhorando, portanto,
o seu desempenho.
A executiva lembrou ainda que um
aumento de preço pela Petrobras para a
gasolina reforçou a competitividade com
A presidente da UNICA informou
ainda que a entidade tem se empenhado
na busca de abertura de mercado, para
evitar pressões de custos, e para manter as conquistas do ano passado, como
na abertura do mercado de açúcar, pela
eliminação ao subsídio ao açúcar na Tailândia, com processo na OMC e na troca
de ofertas entre União Europeia e Brasil.
Jardim destacou a boa perspectiva
para a safra, saudando os plantadores
e fornecedores de cana-de-açúcar, segundo ele, o elo mais vulnerável da
cadeia do setor sucroenergético. “Vocês que sobreviveram deram demonstração de capacidade. As perspectivas
são boas do ponto de vista da produtividade agrícola e de um processo de
sustentação de preços que deve se verificar para o etanol, o mesmo quadro
favorável para o açúcar. Com relação
à bioeletricidade nós não devemos ter
Para Mônika Bergamaschi, presidente do Ibisa (Instituto Brasileiro
para Inovação e Sustentabilidade no
Agronegócio) há mais esperança neste início de safra comparado ao clima
pessimista da safra passada. “Nós temos um ambiente muito diferenciado
este ano em relação ao do ano passado. Independente disso, eu acho que
fatores externos também trazem um
sentimento diferente, embora o clima
em Brasília seja complicado e não nos
dá uma noção do que irá acontecer, as
pessoas já começam a desenvolver um
sentimento de esperança, de uma mudança e que o Brasil saia da estagnação
que a gente está”, afirmou ela, apontando alguns fatos que devem receber
atenção, como a audiência pública
para julgar as Adins das ações de incondicionalidade contra 24 pontos do
Código Florestal, realizada no dia 18
de abril. Como também é preciso levar
em conta que várias indústrias foram
fechadas, com perda de milhares de
empregos, a oscilação do dólar, que
funciona como uma roleta diária para
as empresas alavancadas na moeda
americana. “É importante ficar atento
e aproveitar a expectativa boa, vamos
ver se devagarzinho a gente chega lá”.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
44
Reportagem de Capa
Fornecedores de longa data
A cerimônia contou com parceiros fornecedores de longa data, que
também são associados da Canaoeste,
como Antonio Campanelli, presidente
da Agro Pastoril Paschoal Campanelli
S/A, empresa agrícola referência em
utilização de tecnologia na cultura da
cana de açúcar, localizada nos municípios de Severínia, Bebedouro, Olímpia
e Altair, no interior de São Paulo. Ele
afirmou que fornece cana-de-açúcar ao
Grupo Guarani há 16 anos, em torno de
700 mil toneladas atualmente e, Ivan
Antonio Aidar que tem propriedade em
Severínia, é um dos mais antigos fornecedores de cana da Guarani direcionando para a usina, 130 mil toneladas.
Antonio Campanelli,
associado da Canaoeste
A reunião foi encerrada com palestra de Marcos Fava Neves, professor da
FEA/USP, que deu um panorama sobre
o cenário político e econômico do Brasil "O país tem que ter um choque de
produção", afirmou ele ao se referir a
atual situação nacional.
Ivan Antonio Aidar,
associado da Canaoeste
Parceiros do grupo participaram da cerimônia
Agrônomos da Canaoeste
Canaplan estima 580 milhões de toneladas para a safra atual
A primeira estimativa da Canaplan
para a safra atual é de 580 milhões de
toneladas de cana-de-açúcar, conforme
dados divulgados no dia 15 de abril,
durante reunião anual da consultoria,
realizada em Ribeirão Preto - SP. O
volume pode variar entre 600 milhões
de toneladas no ciclo, no caso de clima
mais úmido ou 590 milhões caso o período seja mais seco.
A safra será mais alcooleira segundo
a entidade, sendo que 54% da matéria-prima será voltada para a produção
de etanol e 46% para açúcar, independente do clima. A produção de açúcar
terá base de 34,7 milhões de toneladas,
ficando entre 34,2 e 34,8 milhões conforme o período chuvoso ou seco. E a
produção de etanol deverá ser de 24,9,
variando entre 24,6 e 25,0 bilhões de litros dependendo do clima.
O Açúcar Total Recuperável por
tonelada de cana processada será de
135,8 kg de ATR/t variando entre 129,5
a 133,9 kg de ATR/t, maior do que os
130,5 kg de ATR/t registrado na safra
passada. A oferta de ATR: milhões de
toneladas será de 78,8, podendo variar
de 77,1 a 79,1, ficando abaixo do ciclo
passado que foi de 80,6.
Segundo previsões, a área colhida
será maior do que o ciclo passado, que
foi de 7,4 milhões de hectares, chegando a 7,8 m/h, podendo variar entre 7,5
e 7,7 milhões de hectares. A renovação
dos canaviais teve queda de investimento em 2015, ficando abaixo dos 18% necessários mínimos e em 2016 deverá ser
Revista Canavieiros - Abril de 2016
menor ainda, o que ajuda a começar a
desenhar um 2017 complicado do ponto
de vista de oferta, mas muito positivo do
ponto de vista de preços, embora muitos
não consigam aproveitar essa boa fase
devido ao alto endividamento, explica
o presidente da consultoria, Luiz Carlos
Corrêa Carvalho.
“Quando o índice de 18% é estabelecido, se mantém a idade do canavial
e proporciona o potencial de produtividade bom, mas nós tivemos uma queda
para 14% e agora será de 15% devido ao
baixo investimento. Se nós olharmos o
45
“Nós temos visto projeções de safra
de moagem alta, de 620 milhões de toneladas, o que é um espetáculo para 135
de kg de ATR/t. É um mundo de produto que não vai acontecer. Na verdade,
quem moeu cana depois de dezembro
não vai ter soqueira para 2016, no mínimo para 2017 e essa cana não entra na
contabilidade e como muita gente tem
colocado aparece um número gigantesco e assusta”, advertiu Carvalho.
Luiz Carlos Corrêa Carvalho,
presidente da consultoria
índice de plantio em 2015, não tem nenhum estado que se aproximou de uma
lógica de manutenção de idade do canavial, então o canavial envelheceu e a tendência dessa queda de investimentos no
canavial é potencial de risco de redução
de oferta e custo mais alto”, alerta, completando “Além disso, o plantio de 2016
será motivo de grande preocupação, pois
nos meses de janeiro, fevereiro e março
do ano passado, já haviam plantado 43%
do total previsto e, este ano, foi plantado
apenas 27% do total estimado, fato que
pode comprometer a próxima safra”,
alega o presidente.
Carvalho explicou ainda que as chuvas surpreenderam em 2015 e mudaram
as projeções iniciais. “Com algumas exceções, não tivemos praticamente déficit
hídrico e sim quase que uma irrigação a
céu aberto. Por outro lado, afetou muito
a qualidade das canas, que teve uma queda. A safra, portanto, ficou muito longa
e isso nos traz alguns impasses de canas
que potencialmente não iremos moer
nesta safra”, afirmou o presidente.
Entre as preocupações citadas pelo
executivo é que com as chuvas as raízes das plantas ficam superficiais, elas
crescem menos do que o normal e ficam mais suscetíveis. “A preguiça de
enraizamento é que nos preocupa porque quando o enraizamento está mais
superficial e tem uma seca, o impacto
dessa seca é muito maior do que quando tem mais enraizamento e nós estamos vivendo essa realidade”, alertou,
lembrando que a estimativa da consultoria mudou com a alteração feita pelo
MAPA, na qual a moagem de março
entrou para a safra passada.
gada da La Niña. Essa seca pode refletir
em uma safra acelerada, que aliás já se
refletiu. Nós percebemos que março e
abril foram secos, com tendência ao florescimento e isoporização, porém mais
importante que florescimento, a isoporização tende a ser um problema muito
maior, em função, é lógico, do déficit
hídrico”, explicou.
“Nesta reunião de abril, que já é tradicional, procuramos caracterizar as limitações. Nós estamos vivendo com limitações há um tempo e que não ficaram
claras no ano passado, porque as chuvas
mascararam tudo. Este ano há uma tendência de uma safra mais seca, portanto
os problemas surgem de novo, então tentamos caracterizar tecnicamente essa avaliação, apontando que a tendência da safra é no final ter um volume de produção
total evidentemente menor do que o da
safra passada. Na verdade, mais uma vez
batendo numa espécie de teto dos limites
estruturais do setor para aumentar a oferta, a gente está vivendo de fato um muro
de oferta no setor, portanto, a expectativa
é essa para esta safra”, explicou Carvalho.
Endividamento alto
"O setor sucroenergético começa a
safra 16/17 com uma dívida de R$ 93,7
bilhões e a estimativa do endividamento
por moagem deve ser de R$ 143,00 por
tonelada de cana em 2016", afirmou o
representante do Rabobank, Manoel Pereira de Queiroz, durante a sua explanação na reunião da Canaplan. Segundo o
executivo, 35 grupos industriais, que representam em torno de 50% da moagem
brasileira, uma cooperativa e diversas
trading companies fazem parte da carteira do banco. "Apesar das boas perspectivas de preço, existe baixa liquidez
no mercado de crédito, portanto, somente aqueles que conseguiram conservar,
sobretudo, uma boa liquidez financeira,
conseguirão se aproveitar totalmente da
melhora dos fundamentos", elucidou.
Condições climáticas
Os impactos da condição climática foram apresentados na ocasião pelo
consultor da Canaplan, Nilceu Piffer
Cardozo. “Iniciamos este ano com alta
disponibilidade hídrica, canaviais com
alta produtividade, uma perspectiva da
melhoria na qualidade e a disponibilidade de cana bis. Como fatores negativos,
destacamos a colheita feita no sacrifício
em certas épocas do ano passado, excedente hídrico seguido de possível seca,
cuja intensidade é variável com a che-
A longo prazo, o executivo pontuou
os principais desafios para o etanol e
para o açúcar. No caso do combustível,
seria o risco da dependência do preço
da gasolina e sujeito a intervenção estatal. Já no da commodity, é a de que a demanda crescente de açúcar na África e
Ásia devem gerar demanda adicional de
no mínimo 55%, possíveis concorrentes
com desafios maiores que os nossos geopolíticos, fundiários, disponibilidade
de terra e curva de aprendizado tecnológico longa.
Nilceu Piffer Cardozo,
consultor da Canaplan
Manoel Pereira de Queiroz,
representante do Rabobank
Revista Canavieiros - Abril de 2016
46
Reportagem de Capa
Segundo ainda levantamento do
banco, pelo histórico de empresas em
recuperação judicial, somente 3% saíram da condição com vida, a baixa
saída é constatada no mundo inteiro.
“Quando uma empresa entra num processo de RJ as chances que ela tem de
sair são bastante pequenas”, constatou
o especialista.
Necessidade de controle
de gestão e custo
Safra 16/17 pela ótica de produtores e máquinas e insumos
Produtores de máquinas e insumos
modernos deram sua visão sobre as
perspectivas para o ciclo 16/17 da cana,
na ocasião. Coordenado por Paulo Rodrigues, do Condomínio Agrícola Santa
Izabel, o painel contou com a participação de Leonardo Pereira, da Syngenta;
Marcelo Lopes, da John Deere; Douglas,
da BASF e Fábio Carvalho, da Dupont.
Marcelo Lopes, da John Deere
Haroldo Torres, economista e
pesquisador do Pecege- USP
Custo de produção de cana-de-açúcar, etanol e bioeletricidade no Brasil
foi o tema da palestra de Haroldo Torres, economista e pesquisador do Pecege- USP. “Sinais de recuperação do
setor sucroenergético estão em curso
depois de sete anos seguidos de crise,
no entanto, as agroindústrias ainda precisam equacionar as dificuldades de fluxo de caixa e de capital de giro.
O desafio é controle e gestão dos
custos de produção num ambiente de
inflação e desvalorização cambial”,
afirmou, pontuando as perspectivas limitadoras da oferta, como a dívida alta,
financiamento para renovação de canavial, incertezas regulatórias, falta de investimento, perda de valor dos ativos e
competição com outras culturas baixas
disponibilidade mecânica de máquinas
e equipamentos, rendimento agrícola
abaixo do potencial produtividade continuará comprometendo em 16/17 dada
a baixa taxa de renovação.
“A sobrevivência virá da cogeração
de energia que representa apenas 14%
do seu potencial e do controle e gestão
de custos”.
Leonardo Pereira, da Syngenta
Segundo o representante da Syngenta, o setor investiu menos em defensivo,
o que causou uma queda de 6% do uso
de defensivo na cana-de-açúcar da última safra para a atual O controle de broca teve um acréscimo bem interessante,
mesmo com a queda no controle de pragas e no mercado total de defensivos.
“Dentro do controle de pragas, as brocas seguraram a queda. Outro ponto que
puxou o mercado para cima foi catação,
controle de ervas por catação. No caso
do mercado de herbicida, o uso de pré-emergente foi menor, ocorreu também
uma alta muito acentuada de maturadores da safra 2014/15 para a 2015/16,
saindo de 19% para 22% a área maturada no Centro-Sul”, explicou Pereira,
que é gerente de Marketing para soluções para cana-de-açúcar da Syngenta.
Para Marcelo Lopes, da John Deere,
a dinâmica de máquinas é diferente e
depende de investimento e, na medida
que este investimento deixa de ser feito,
sobe o preço da manutenção. “Estamos
indo para o terceiro ano que o mercado
não renova o número de máquinas que
precisaria renovar e a intensificação de
uso e de outros parâmetros aceleram a
degradação do equipamento, a sua depreciação, então isso entra em um cír-
Revista Canavieiros - Abril de 2016
culo vicioso quando você tem que fazer
a renovação desse equipamento”, afirmou ele, lembrando que uma máquina fabricada há 10 anos não produz o
mesmo que uma nova por melhor que
seja a manutenção. “Existem aspectos
tecnológicos não têm como incorporar
nas máquinas antigas. Então a gente vê
a não renovação de níveis mínimos bastante preocupantes”, constatou.
Douglas Leme, cultivo CANA da BASF
Para Douglas Leme, da área de cultivo CANA da BASF, é preciso olhar a
produção de açúcar por hectare. “Efetivamente nós temos que elevar a produtividade e isso tem um certo impacto
no custo, mas é o benefício que a tecnologia traz, seja ela através defensivos,
visando ao aumento da produtividade
e, consequentemente, uma redução de
custo. Obviamente passa também pelo
alicerce do nosso canavial, com a formação de mudas de viveiros com mais
qualidade e com tempo menor de retomada do plantel de variedades”, alegou.
Ao encerrar o painel, o coordenador
afirmou "Destaco dois pontos diante
47
deste debate: nem sempre reduzir investimento, significa reduzir custos e
também, que ainda tem muita lição de
casa para fazer. É preciso melhorar a
gestão das nossas propriedades e assim
conseguir reduzir custos”, disse.
A reunião ainda contou com a participação de representantes de usinas
e associações que deram sua opinião
sobre a safra 16/17 pela ótica de produtores. Coordenado pelo presidente da consultoria, Luiz Carlos Corrêa
Carvalho, participam do debate Cássio
Paggiaro, da Clealco; Edson Girondi,
da Alto Alegre; Fernando Benvenutti,
da Raízen, Paulo Rodrigues, do Condomínio Santa Izabel; Jaime Stupiello,
da Guarani Tereos; Mário Ortiz Gandini, da São Martinho; Nazareno Hilário
Gonçalves, da Alta Mogiana e Paulo
Roberto Artii, da Tecnocana.
Opinião de participantes
Para Antonio Cesar Salibe, presidente
executivo da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), a produtividade será
maior nesta safra, principalmente no Oeste do Estado de São Paulo, onde é uma
região com solo arenoso e que responde
muito bem à umidade. “Eu acho que será
um ano muito bom de produtividade e em
termos de ATR, porque vai ser um ano
mais seco, porém é um ano que, apesar
dos preços do etanol e do açúcar estarem
melhor, temos um endividamento muito
alto e as empresas que estão com endividamento mais baixo conseguirão se recuperar e vão ganhar dinheiro, ao contrário
das outras, que mesmo com produtividade e preços bons, acaba ainda tendo dificuldades”, constatou.
Antonio Cesar Salibe,
presidente executivo da UDOP
Marco Ripoli, gerente de marketing
estratégico para a América
Latina da John Deere
Marcos Matos, diretor da ABAG-RP
Já o gerente de marketing estratégico para a América Latina da John
Deere Marco Ripoli, o momento é de
vigiar. “Estamos tomando muito cuidado para tentar mensurar o tamanho do
mercado. Nos anos anteriores contamos
com bastante volume de máquina e interesse das usinas em crescer devido à
melhoria no preço do açúcar e álcool.
Foram feitas melhorias a nível de financiamento, com um bom volume de
dinheiro disponível via BNDES e muitas usinas aproveitaram a oportunidade
para fazer antecipações de aquisição de
colhedoras de cana, tratores e outros
equipamentos para a parte agrícola,
mas também fizeram investimentos na
parte industrial e o que a gente vê, desde o ano passado para cá, é que houve
uma redução ou recuo da indústria canavieira, pois as usinas estão com mais
cautela”, explicou afirmando que mesmo assim, a John Deere não deixou de
investir na cana como negócio, tanto,
que prepararam novidades para serem
apresentadas na Agrishow.
Focos de incêndio se intensificam
Durante a reunião da Canaplan, foi
alertado sobre os focos de incêndios,
em muitos casos provocados pela estiagem, como também, por ato criminoso.
Neste contexto, Marcos Matos, diretor
da ABAG-RP, reforçou a campanha
institucional de prevenção e conscientização de combate aos incêndios, lançada pela entidade no ano passado. “A
iniciativa visa mostrar que o incêndio é
prejudicial a todos, do campo e da cidade. Em função de um ano seco, que
foi 2014, em 2015 nós conseguimos fazer a implantação da campanha em boa
parte do estado de São Paulo. Agora,
novamente verificamos o déficit hídrico impactando a cana-de-açúcar e, com
certeza, quanto mais seco o clima, mais
focos de incêndio, e incêndio tem um
viés acidente, mas também tem um viés
criminoso porque incêndio é crime. Estamos ajustando as artes para disponibilizar aos parceiros e vamos fazer um
novo engajamento e disseminação da
ação”, afirmou.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
48
Reportagem de Capa
Nove usinas dão início à safra em Minas Gerais em março
Durante o mês de março, nove unidades em Minas Gerais já estavam em
funcionamento, com uma moagem de
cana de 719,6 mil toneladas, alta de
583% frente as 105,4 mil toneladas do
mesmo mês do ano passado. A produção de etanol hidratado até 31 de março situou-se em 31,7 milhões de litros,
aumento de 355% na comparação com
os 6,9 milhões de litros do mesmo período de 2015.
A safra se iniciou com uma queda
significativa do preço do etanol hidratado na produção de R$ 0,60, ou seja, em
um mês, o litro do combustível caiu de
R$ 1,90 para R$ 1,30, sem, porém, que
essa redução fosse repassada para as
bombas, segundo alertou o presidente
da SIAMIG (Associação das Indústrias
Sucroenergéticas de Minas Gerais),
Mário Campos.
“Até agora, lamentavelmente, o
consumidor não foi beneficiado pela
queda do preço do etanol hidratado
na produção e o mercado vem mantendo a máxima de que quando o preço sobe o repasse é feito um foguete,
mas quando cai é de paraquedas”, ressalta Campos. Segundo ele, o preço
hoje do litro do combustível limpo e
renovável ao consumidor poderia estar, em média, em R$ 2,35 - bem diferente dos atuais R$ 2,95 - o que daria
uma relação de competividade frente
ao litro da gasolina (preço médio de
R$ 3,76, segundo a ANP) de 63% contra os atuais 78,4%.
“etanol hidratado...
quando o preço sobe
o repasse é feito um
foguete, mas quando
cai é de paraquedas”
Campos enfatiza que a soma do
preço ao produtor de R$ 1,30 mais o
ICMS (14%) ou R$ 0,43 daria um valor do litro de R$ 1,73, o restante do
diferencial é composto pela margem
Mário Campos, presidente da SIAMIG
da distribuidora, do posto e logística,
fazendo com que a diferença em relação ao preço atual (R$ 2,95) seja de R$
1,22. No ano passado, essa diferença
estava em média em R$ 0,60. Ele ressalta que no Brasil o mercado é livre,
mas as quedas de preço deveriam ser
repassadas de forma mais rápida para
beneficiar o consumidor.
Moagem 625 milhões no Centro-Sul segundo DATAGRO
A DATAGRO prevê moagem de
625 milhões de toneladas de cana no
Centro-Sul, com a geração de 33,8
milhões de toneladas de açúcar e 28,1
bilhões de litros de etanol. A produção
esperada para o Brasil (Centro-Sul
mais Norte-Nordeste) é de 675 milhões
de toneladas de cana, 36,7 milhões de
toneladas de açúcar, e 30,0 bilhões de
litros de etanol.
“A safra de cana de 16/17 será marcada por um volume de cana expressivo, pelo aperto de caixa da maior parte
das usinas, pela produção de etanol
hidratado como saída para gerar caixa, por um consumo ainda relevante
de etanol hidratado e anidro, pela volatilidade intensa de preços do açúcar
no mercado internacional, e pela falta
persistente de políticas de longo prazo
que deem mais segurança aos investimentos necessários para que o setor
cumpra o papel que dele se espera até
2030”, afirma Plínio Nastari, presidente da consultoria.
“A safra de cana de
16/17 será marcada
por um volume de
cana expressivo”
Segundo ele, a instabilidade política e econômica do Brasil prejudica o
setor de açúcar e etanol visto que, para
o seu desenvolvimento, é fundamental que haja clareza, transparência e
previsibilidade nas políticas públicas
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Plínio Nastari, presidente da consultoria
aplicadas ao setor de combustíveis líquidos e energia elétrica.
49
Para a Conab a safra 2016/2017 de cana-de-açúcar no Brasil
chegará a 691 milhões de toneladas
A Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento) divulgou sua estimada
para a safra nacional no dia 14 de março
e prevê que a safra 2016/2017 de cana-de-açúcar produzida pelo Brasil deve
chegar a 691 milhões de toneladas, o
que representa um aumento de 3,8% em
relação à safra anterior, quando foram
colhidas 665,6 milhões de toneladas. A
variação se deve ao crescimento da área
colhida de 5,4%.
Nesta primeira estimativa do órgão,
a produção de açúcar é de aumento de
12% em relação à safra anterior (33,4
mt), baseado na expectativa de evolução da área colhida, podendo chegar a
37,5 milhões de toneladas. Por outro
lado, a produção de etanol total será de
30,3 bilhões de litros, com uma redução
de 0,4% ou 121 milhões de litros a menos que na safra anterior, quando foram
produzidos 30,4 bilhões de litros.
de litros, com uma redução de 3,4% (649
milhões de litros) quando comparado
com a da safra anterior, de 19,2 bilhões.
A área colhida deverá ser de cerca de
9 milhões de hectares, com um aumento
de 468,2 mil hectares em relação à última safra, quando ocupou 8,6 milhões
de hectares. Se confirmada, esta será a
maior área colhida no Brasil.
Já o etanol anidro, utilizado na mistura com a gasolina, terá aumento de 4,7%
ou 528 milhões de litros, passando de
11,2 bilhões para 11,7 bilhões de litros.
Para o etanol hidratado, utilizado nos veículos flex, a produção é de 18,6 bilhões
No caso da produção de açúcar, foram
alcançados 33,5 milhões de toneladas, enquanto que o etanol total chegou a 30,5
bilhões de litros. Já o hidratado fechou
com 19,3 bilhões de litros e o anidro teve
redução de 4,4%, chegando a 11,2 bilhões.
Com relação ao encerramento da safra
2015/16, a companhia divulgou que o 4º
e último levantamento aponta que a produção foi de 665,6 milhões de toneladas,
com um crescimento de 4,9% frente à safra 2014/15. A área cultivada chegou a 8,6
milhões de hectares, reduzida em 3,9%.
UNICA divulga estimativa somente no final de abril
A safra 2015/2016 da região Centro-Sul do Brasil fechou com uma moagem de 617,65 milhões de toneladas
de cana-de-açúcar entre 1º de abril de
2015 e 31 de março de 2016, segundo
a UNICA. Este resultado é recorde para
a região e representa um crescimento
de quase 8% sobre as 573,14 milhões
de toneladas processadas no ciclo
2014/2015 entre 1º de abril de 2014 e
31 de março de 2015.
A produção final de etanol totalizou
28,22 bilhões de litros do renovável,
quase 2 bilhões de litros acima da marca histórica anterior (26,23 bilhões de
litros computados na safra 2014/2015).
Deste volume total de etanol produzido, 10,64 bilhões de litros foram de
etanol anidro e 17,58 bilhões de litros
de etanol hidratado – este último, com
expressiva alta de 13,47% em relação
aos 15,49 bilhões de litros registrados
no ano safra anterior.
A produção de açúcar, em contrapartida, somou 31,22 milhões de toneladas na safra 2015/2016, com queda de
2,48% sobre as 32,01 milhões de toneladas contabilizadas em 2014/2015.
Segundo Antonio de Pádua Rodrigues,
diretor técnico da entidade, “a condição
climática favorável ao desenvolvimento
da planta ampliou a disponibilidade de
matéria-prima, permitindo um crescimento expressivo da moagem na safra
2015/2016 e, ainda, uma sobra de cana-de-açúcar no campo.” Todo este aumento da quantidade processada foi direcionado à produção de etanol, contribuindo
decisivamente para o abastecimento doméstico, acrescenta o executivo.
Produção e moagem na
segunda quinzena de março de 2016
O processamento de 14,03 milhões de
toneladas de cana-de-açúcar na segunda
quinzena de março de 2016 foi fundamental para a moagem recorde de 617,65
milhões de toneladas na safra 2015/2016.
Considerando o acumulado do mês, a
quantidade moída alcançou a marca inédita de 19,33 milhões de toneladas.
A produção de açúcar somou 461,17
mil toneladas na última metade de março
de 2016. Neste mesmo período, o volume produzido de etanol totalizou 581,5
milhões de litros, sendo 469,43 milhões
de litros de etanol hidratado e 112,07 milhões de litros de etanol anidro.
Antonio de Pádua Rodrigues, diretor
técnico da entidade
Rodrigues comenta que, “a quantidade elevada de cana não colhida em
2015, a necessidade de geração de caixa devido à situação financeira difícil
de boa parte das empresas e o clima
mais seco favoreceram o processamento da cana no mês de março”. Como
resultado, entre 15 de dezembro de
2015 e 31 de março de 2016, período
considerado de entressafra, a moagem
alcançou a surpreendente quantidade
de 39,65 milhões de toneladas.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
50
Em relação ao número de unidades
em safra, 137 registraram moagem na
região Centro-Sul até 31 de março de
2016, contra 58 computadas na mesma
data de 2015. Até o final da primeira
quinzena de abril, este valor deve ultrapassar 200 empresas em operação.
Qualidade da matéria-prima
Se a moagem e a produtividade surpreenderam pela melhor condição climática, a qualidade da matéria-prima
piorou muito na safra 2015/2016. A
quantidade de ATR (Açúcares Totais
Recuperáveis) totalizou, nesse ciclo,
130,51 kg por tonelada de cana-de-açúcar frente aos 136,45 kg por tonelada
verificados na safra 2014/2015.
De acordo com dados levantados
pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), a produtividade agrícola da
lavoura colhida atingiu 83 toneladas
por hectare nesta safra, o melhor desempenho desde 2010 e superior às 74
toneladas por hectare observadas em
2014/2015.
Vendas de etanol
O volume de etanol comercializado
pelas unidades produtoras da região
Centro-Sul em março de 2016 somou
2,24 bilhões de litros, 13,42% abaixo
dos 2,57 bilhões de litros verificados no
mesmo mês do último ano.
Este recuo decorre principalmente
da queda superior a 20% nas vendas
domésticas de etanol hidratado no mês:
1,12 bilhão de litros em março de 2016,
contra 1,45 bilhão de litros em igual
período de 2015. Em sentido contrário, as vendas internas de etanol anidro
aumentaram 16,21%; 1 bilhão de litros,
ante 863,18 milhões de litros em março
do ano passado.
Apesar da retração nas vendas de
março, no acumulado de 1º de abril
de 2015 até 31 de março de 2016, o
volume comercializado pelas usinas
e destilarias do Centro-Sul somou
29,27 bilhões de litros, com crescimento expressivo de 16,26% sobre o
mesmo período da última safra (25,18
bilhões de litros).
Deste volume, 27,34 bilhões de litros destinaram-se ao mercado interno, sendo 17,34 bilhões de litros referentes ao etanol hidratado - alta de
23,34% em relação aos 14,06 bilhões
de litros registrados no ciclo anterior.
Os 10 bilhões de litros restantes correspondem às vendas domésticas de
etanol anidro - praticamente o mesmo
valor contabilizado na safra anterior
(9,62 bilhões de litros).
Para Rodrigues, a expectativa é de
que as vendas de etanol hidratado combustível se recuperem a partir das próximas semanas. “Isso só não aconteceu
até agora porque não houve repasse
da queda dos preços no produtor para
a bomba. Enquanto o preço nas usinas
paulistas caiu mais de R$ 0,50 por litro nas últimas quatro semanas, o valor
pago pelos consumidores nos postos
não sofreu nenhuma alteração”, explica
o executivo.
Com efeito, dados apurados pelo
CEPEA (Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada)-USP, mostram
que o valor médio recebido pelas unidades do Estado de São Paulo diminuiu
de R$ 1,95 por litro de etanol hidratado
na segunda metade de março para R$
1,43 por litro na última semana. Nesse
mesmo período, informações publicadas pela ANP (Agência Nacional do Pe-
Revista Canavieiros - Abril de 2016
tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)
apontam que o preço médio pago pelos
consumidores no Estado permaneceu
estável em R$ 2,70 o litro.
Estimativa para a safra 2016/2017
Já as estimativas para a safra atual
serão divulgadas até o final de abril.
“Em conjunto com o CTC e demais
Sindicatos e Associações da região
Centro-Sul, estamos concluindo as
análises dos dados coletados junto às
unidades produtoras e imagens de satélite e então divulgaremos a estimativa”, explicou o diretor.
Embora não fale em números, Rodrigues, que participou da cerimônia
de início de safra do Grupo Guarani
Tereos, adiantou que existem duas variáveis ainda não definidas em relação ao
ciclo atual. A primeira é o florescimento, pois há uma expectativa do canavial
ser mais florido do que o ano passado, o
que deverá afetar a produtividade agrícola e a qualidade da matéria-prima.
A segunda variável é se terá ou não o
efeito El Nina. “Em caso positivo, vamos ter uma produtividade menor em
contrapartida teremos uma qualidade
da matéria-prima um pouco superior,
mas sem dúvida, a cana não colhida em
janeiro, fevereiro e março de 2016 ficará para o início da próxima safra. Em
caso de não ter o efeito, teremos chuva,
o que atrapalhara a moagem e de novo,
a safra vai se estender, porque não terá
aumento de capacidade para que acelere este processo”, explicou.
Para ele, a expectativa é que o número seja levemente superior aos 617
milhões de toneladas processados na
15/16. “O quanto vai depender da condição climática”. RC
51
Revista Canavieiros - Abril de 2016
52
Artigo Técnico I
Modelagem matemática associada às imagens de
satélite visando à estimativa da safra canavieira
*Maximiliano Salles Scarpari
U
ma das preocupações básicas
da Ciência, ao longo dos tempos, diz respeito à observação,
reprodução e aprimoramento de fenômenos de naturezas das mais distintas. A
partir do momento em que se considere que tais fenômenos são devidamente
compreendidos e, eventualmente, controláveis, haverá condições de se obter
um pequeno nível de incerteza nas previsões de ocorrência de eventos correla-
tos. Assim de acordo com Caixeta-Filho,
modelos são representações idealizadas
para situações do mundo real e propiciam a aquisição de novos conhecimentos além de facilitar o planejamento e as
previsões das atividades.
O início da modelagem da produtividade em meados da década de 1970 na
cana-de-açúcar ocorreu simultaneamente em três países. Bull e Tovey iniciaram
Maximiliano Salles Scarpari
Figura 1. Estimativa da produtividade (TCH – toneladas de cana por hectare) gerada
pelo modelo PREVCANA utilizando o banco de dados. O índice de vegetação pode ser
usado para variar a produtividade dentro do bloco de colheita.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
na Austrália gerando posteriormente o
modelo APSIM – Sugarcane, Thompson
desenvolveu na África do Sul um modelo relacional simples precursor do atual
modelo CANEGRO/DSSAT e no Brasil,
Ometto estimou a Evapotranspiração
potencial e relacionou com o rendimento
da cultura. Com a evolução computacional ao longo desses anos, a estimativa da
produtividade da cana-de-açúcar ganhou
atualmente fortes aliados com o uso das
modernas técnicas como a modelagem
matemática associada ao uso das imagens de satélite. Da junção destas técnicas, cria-se uma poderosa ferramenta
capaz de auxiliar nas tomadas de decisões objetivando sempre uma estimativa
correta da produtividade baseada nas
condições climáticas de cada ano. Isso
é de grande valia para o planejamento
da cultura, pois as previsões de produtividade normalmente são realizadas por
observações e experiência dos técnicos
através de seu “modelo mental”. O “modelo mental” é entendido como toda a
experiência e observação adquirida ao
longo do tempo pelo técnico. Vê-se que
a formação de um técnico que realize as
estimativas de produtividade requer tempo, ao contrário de um modelo matemático que dependendo do banco de dados
com informações confiáveis de produtividade e clima poderá ser desenvolvido
53
Figura 2. Validação entre produtividades estimadas versus realizadas.
rapidamente. Uma dificuldade a mais na
estimativa feita pelo técnico está em associar os extremos climáticos ocorridos ao
longo do desenvolvimento do canavial e
avaliar qual o impacto na produtividade
final. Neste caso a modelagem matemática retornaria valores de produtividade
baseados em cenários de clima ocorridos
com maior precisão quando comparamos
com o “modelo mental”.
O modelo PREVCANA tem como
base o modelo BRcane publicado por
Barbieri em 1993 onde as premissas
iniciais para a criação de um modelo
brasileiro de estimativa de produtividade de cana-de-açúcar foram discutidas.
Desse modo, Scarpari e Beauclair em
2004 e 2009 publicaram uma evolução
desse modelo focado na maturação e
com a atualização de alguns parâmetros
da estimativa de produtividade a fim de
suportar valores para os modelos de gestão. O estágio atual de desenvolvimento
após anos de calibração nas unidades foi
avançar para o uso do banco de dados
juntamente com as imagens de satélite e
a possibilidade de espacializar a produtividade com o índice de vegetação.
Desse modo, o modelo simula o
crescimento potencial da cana-de-açúcar baseado em parâmetros fotossintéticos da planta e edafo-climáticos de
cada local de produção. Com o histórico de cada área produtiva extraído do
banco de dados, simula-se o potencial
de crescimento apoiado nas condições
climáticas de cada ano possibilitando a
construção de cenários de produtividade normal, favorável ou desfavorável
na safra. Com isso, temos uma estimativa ao longo da safra para cada área
produtiva (Figura 1). A espacialização
dessa estimativa usando o modelo pode
ser feita com a junção das imagens de
satélite usando o índice de vegetação
como exemplo.
Da Figura 1, visualizamos áreas com
tons de verde mais escuro indicando produtividades estimadas na faixa de 105 a
140 toneladas para áreas de cana planta e
segundo corte e áreas com tons de amarelo e produtividades na faixa de 70 a 93
toneladas para canas de terceiro e quarto
corte, e áreas com tons de laranja indicando produtividades abaixo de 70 toneladas
para cana de quinto e demais cortes onde
são áreas que requerem especial atenção
seja por problemas no stand ou mesmo
relacionados ao manejo que dependendo da distância desta área produtiva até
a unidade de moagem, economicamente
não se sustenta e medidas de reforma ou
replantio dessas áreas devem ser tomadas. Por isso, usando conjuntamente as
técnicas de modelagem matemática, banco de dados e imagem, obtém-se excelentes resultados na estimativa da safra com
erros abaixo de 3% nas validações entre
as produtividades estimadas e realizadas
e um bom coeficiente de correlação entre
os valores (Figura 2).
Os próximos passos na evolução da
estimativa da produtividade estão focados nos modelos de estimativa da maturação associados à imagem de satélite.
Uma releitura dos modelos de estimativa da maturação publicados por mim no
mestrado e no doutorado em associação à
imagem de satélite já estão em testes e representam uma nova forma de se associar
a modelagem da maturação com as imagens de satélite e as variações existentes
dentro dos ambientes de produção.
*Maximiliano Salles Scarpari é pesquisador do IAC/APTA
Centro de Cana-de-açúcar E-mail: [email protected] RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
54
Artigo Técnico II
Os desafios para otimizar a colheita mecanizada
Marcelo Borges Lopes*
A
colheita mecanizada de cana-de-açúcar cresceu vertiginosamente nos últimos 10 anos e, no
momento, vivemos as dores desta expansão. A atividade é uma das mais onerosas no processo de produção de cana.
A mecanização motivada pela necessidade de abandonar a queima resultou em
significativos ganhos de produtividade
da mão-de-obra no setor sucroenergético. No entanto, o rápido crescimento
não permitiu que avanços na eficiência
da atividade ocorressem concomitantemente com a disseminação da colheita
mecanizada. Aliada a esse cenário, a
enorme demanda por mão-de-obra qualificada para operar e gerir equipamentos
também contribui para tornar a atividade
ainda mais desafiadora.
Testes de campo feitos em 2015 com
a colhedora de cana CH570 mostram
uma capacidade de colheita efetiva (medida quando a máquina está, de fato, em
atividade) que varia de 74 a 99 toneladas de cana por hora. Tais testes foram
conduzidos em seis localidades diferentes no Centro-Sul do Brasil, já as medições de campo foram feitas pelo Nempa
(Núcleo de Ensaio de Máquinas e Pneus
Agroflorestais), da Faculdade de Ciências Agronômica da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e comprovaram o
grande potencial de redução do consumo
de combustível das máquinas, oriundo
dos sistemas hidráulico e de alimentação
mais eficientes. Esse é um indicador do
potencial de colheita do equipamento,
que chama atenção quando comparado
com os números médios de produção
verificados atualmente.
(IDEA), com base em dados da safra
passada, mostram que a produção média das colhedoras está abaixo de 600
tc/d. Para entender melhor porque conseguimos usar apenas pouco mais de
um quarto da capacidade das máquinas,
a ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade
de São Paulo) realizou um estudo sobre
o tempo e movimento de uma frente de
colheita de cana.
Resumidamente, verificou-se que:
• 8% do tempo é gasto em manobra, que
é uma função requerida para a operação;
• 9% são tempos auxiliares (abastecimento, lubrificação, lavagem, troca
de facas, limpeza do equipamento e
manobra do transbordo);
• 8% do tempo é tomado pela manutenção corretiva da máquina;
• 27% são tempos perdidos (trocas
de turnos, refeições, deslocamento de
área e espera por transbordo);
• 2% do tempo é desperdiçado devido à chuva.
Ou seja, menos da metade de um dia
é de fato empregada na colheita. Além
desses tempos, a velocidade também
é uma variável que afeta diretamente a
produtividade das máquinas já que deve
ser definida em função de diversos itens
como o porte do canavial, a produtividade agrícola, a sistematização, o nivelamento e a declividade. Considerando
todas as condições de colheita, o operador deve definir a melhor velocidade baseada nas metas de perdas, impurezas e
Se fosse possível colher 24 horas por
dia, essa colhedora renderia cerca de
duas mil toneladas de cana em um dia
(tc/d). Sabemos que isso não é possível,
a começar pela necessidade de manobrar o equipamento nas cabeceiras das
linhas de cana, passando por trocas de
turnos e refeições e pela imprescindível
manutenção dos equipamentos, além
das ociosidades do sistema. Estudos da
Consultoria em Gestão Agrocomercial
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Marcelo Borges Lopes
fluxo de produção (tc/hora). Em diversas
usinas encontramos limites de velocidade pré-definidos, o que tende a resultar
em menor produção por equipamento.
A figura abaixo mostra de forma mais
ilustrativa como cada um desses fatores
reduz a capacidade de colheita.
A capacidade de colheita efetiva foi
estimada considerando 85 tc/hora vezes
24 horas. A redução da velocidade foi
calculada considerando que a máquina
poderia operar em uma situação hipotética de colheita a 6 km/h, mas por decisão gerencial está limitada a 5 km/h.
Os demais tempos (oriundos do estudo
já discutido anteriormente) foram convertidos em tc/dia. Apesar de ser uma
simulação teórica, partimos de dados
de campo e chegamos a um resultado
55
muito próximo da realidade atual. Além
disso, também foram utilizados dados
de campo para o estudo de tempos.
A questão da velocidade é bastante
polêmica. A recomendação do fabricante é que se opere o equipamento na
maior velocidade possível respeitando-se as metas de perdas e impurezas de
cada cliente, minimizando danos às soqueiras e ao próprio equipamento, além
de garantir a segurança da operação. O
ponto aqui explorado é a limitação da
velocidade ao invés de capacitar o operador e deixar essa decisão sob sua responsabilidade. Em suma, não se deve
trocar qualidade por quantidade.
Com esse cenário de baixa eficiência
da colheita, o mesmo estudo da ESALQ/
USP, sugere o uso de ferramentas Lean
(Mentalidade Enxuta) para otimizar o
processo. Essa metodologia já é consagrada na manufatura e foca na redução
ou eliminação das atividades do processo que não agregam valor ao produto
sob a ótica do cliente – no caso a área
industrial da usina. Com a implantação
das melhorias, aumentam as Eficiências
Gerenciais e de Campo e isso faz com
que se necessite de um menor número
de máquinas e equipamentos para colher a mesma quantidade de cana.
Além disso, recomenda-se que a gestão da frente de colheita seja baseada no
valor calculado do intervalo necessário
da “entrega” de caminhões na descarga
de cana picada. Este tempo é denominado “pitch” pela metodologia. Ele é
calculado em função da necessidade na
moenda, podendo assim variar ao longo do tempo. Se esta variação for sincronizada com a frente de colheita, vai
permitir um melhor planejamento da
utilização das máquinas e realização de
manutenções preventivas programadas,
reduzindo as interrupções por quebras
imprevistas.
Com base nessa metodologia foi
criado o cenário futuro em que o processo fluiria conforme esse modelo
de gestão, levando ao balanceamento
operacional das etapas do processo:
colheita, transbordo e transporte. Isso
feito considerando o intervalo necessário de chegada de caminhões na Usina.
Por esse balanceamento pode-se evitar
“gargalos” nas etapas.
Finalmente, a base pra toda a metodologia Lean – padronização das atividades de maneira formal –, devem ser
acompanhadas por gestão à vista. Essa
padronização das atividades é a base
para as melhorias.
Na próxima figura pode-se observar
a comparação entre o estado atual do
processo e o futuro proposto com base
nessa metodologia.
O resultado final é um ganho de eficiência da frente de colheita, que passa
de 46% de eficiência para 58%. Este
ganho representa um quarto a mais de
eficiência no processo como um todo,
conseguido a partir de pequenos ganhos
em cada uma das etapas com a redução do desperdício de tempo, que não
agrega valor ao produto. Esse ganho
de eficiência, em uma frente com cinco
máquinas, significaria elevar a colheita
diária de 3 mil tc para 3.780 mil tc.
Fica a provocação para buscarmos
modelos e processos que nos levem a
outro patamar de eficiência na colheita mecanizada de cana. Já evoluímos
bastante em muito pouco tempo, porém
os desafios do setor são maiores a cada
dia. Apenas os bons terão sucesso num
mercado extremamente competitivo.
* Marcelo Borges Lopes é gerente
de Contas Estratégicas para a América
Latina da John Deere. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
56
Revista Canavieiros - Abril de 2016
EVENTO
57
100 CONGRESSO
NACIONAL DA STAB
CENTRO DE CONVENÇÕES DE
RIBEIRÃO PRETO - SP
20 a 22 de setembro de 2016
boletim n0 1
A Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil - STAB,
realizará no periodo de 20 a 22 de setembro de 2016, em Ribeirão Preto
- SP, o seu 10º Congresso Nacional.
O evento deverá reunir os diversos segmentos do setor sucroenergético
do Brasil e da América Latina, envolvendo Pesquisadores, Professores,
Técnicos, Empresários, Administradores e demais profissionais e
instituições/empresas com atividades direcionadas para a agroindústria
canavieira.
Os mais recentes avanços tecnológicos das áreas agrícola, industrial e
administrativa serão apresentados e discutidos em sessões plenárias
com apresentação de trabalhos técnicos e científicos e conferências do
setor Sucroenergético.
Em setembro de 2016 a STAB Regional Sul espera por você. Participe
do 10º Congresso Nacional da STAB e conheça um dos maiores pólos
sucroenergéticos do Brasil.
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO
Os trabalhos deverão ser inéditos e contribuírem significativamente
para o desenvolvimento técnico ou cientifico das diferentes áreas da
agroindústria da cana-de-açúcar. Não serão aceitos trabalhos de
cunho comercial.
Os trabalhos serão submetidos e analisados pelos membros das
comissões técnicas indicadas pela Comissão Organizadora do
Congresso, que terão o poder de recomendar ou não a sua aceitação,
quanto ao conteúdo e ao atendimento às normas de apresentação. Os
trabalhos serão distribuídos nas seguintes áreas:
Agronômica: Melhoramento genético, Fitotecnia, Fitopatologia,
Entomologia, Controle de ervas daninhas, Biotecnologia, Solos,
Irrigação, Meteorologia, Moto-mecanização e Controle Agrícola.
Industrial: Engenharia industrial, Processamento, Energia, Subprodutos,
Diversificação.
Administração e outras áreas: Informática, Estatística, Conservação
ambiental (sustentabilidade), Socio-economia, Comercialização e
mercado, Controle de qualidade e Recursos humanos.
NORMAS PARA PREPARAÇÃO DE TRABALHO
Os trabalhos deverão ser apresentados em português com o máximo de
12 páginas , incluindo as figuras, gráficos e tabelas e confeccionados em
Microsoft Word (editor de texto) e encaminhados via e-mail, à secretaria
executiva do Congresso, [email protected], até o dia 29 de abril de 2016.
Os trabalhos deverão conter no máximo 12 páginas impressas em
papel A4, em um só lado da folha, em espaço duplo com 2,5cm em
todas as margens, nas fontes arial ou times new roman, no tamanho
12(corpo), devendo neste total conter todas as tabelas e figuras
(graficos desenhos e fotos).
A estrutura dos trabalhos científicos deverá apresentar a
seguinte ordenação: Título, Autores, Referência dos Autores,
Resumo (no máximo de 200 palavras), Summary, Palavras
Chave, Introdução, Material e Métodos, Resultados e Discussão,
Conclusões, Agradecimentos ( no máximo de 50 palavras) e
Referências Bibliográficas.
Na primeira página do trabalho oTítulo deverá ser conciso e
centralizado na largura da folha e em letras maiúsculas (exceto para
termos científicos). O(s) nomes(s) do(s) autor(es) deverá(ão) ser
mencionado(s) abaixo do título, centralizado(s) na largura da folha
e em letras maiúsculas.
Os números símbolos e abreviaturas do texto deverão apresentar
o sistema métrico e os algarismos arábicos, exceção quando for a
primeira palavra de uma sentença.
Os símbolos poderão ser usados para indicar elementos compostos
e porcentagens. As abreviaturas comuns na literatura açucareira
poderão ser usadas: STAB, ISSCT, TCH, POL, TPH, BRIX, dms, ha, g,
m², m³, ppm, mL, t, etc.
As Referências bibliográficas devem ser seguidas de acordo com as
normas da ABNT (NBR-6023, de 2002) e deverão ser organizadas pela
ordem alfabética do autor ou primeiro autor, e a lista de referências
deve conter apenas as citações constantes no corpo do trabalho. As
Referências de periódicos devem conter pela ordem: nome(s) do(s)
autor(es), nome completo do artigo, nome completo do periódico,
segundo Word List Scientific Periodical, local de publicação, número
do volume, número do fascículo do volume, número das páginas, mês
e ano de publicação.
Exemplos:
GUTIERREZ, L. E. Composição de ácidos graxos e viabilidade celular
em Saccharomyses cerevisae. STAB Açúcar, Alcool e Subprodutos.
Piracicaba v.9, n.6, p.31-34, jul/ago.1991.
As referências dos livros deverão conter pela ordem: nome(s) do(s)
autor(es) em maiúscula, título do livro em negrito, local de publicação;
editora, ano de publicação, e o número de páginas.
PAYNE, J. H. Unit operations in cane sugar production. Amsterdam,
Elsevier, 1982. 302p.
As tabelas deverão estar numeradas consecutivamente em
algarismos arábicos, e serem encabeçadas por um título conciso e
claro e em letras maiúsculas, não devendo usar as linhas verticais
para separar colunas.
As figuras (fotografias, gráficos ou desenhos) deverão ser
numeradas consecutivamente em algarismos arábicos, recebendo
a denominação de ‘’fig.’’, colada na parte inferior com a respectiva
legenda, em letras maiúsculas. A representação das figuras
deverá ter por base as dimensões da página já citada para
tabelas, gráficos e desenhos, devendo ser feitas em alguns dos
seguintes programas: Corel Draw, Imagem do Word ou qualquer
editor de imagem, sempre e quando sejam gerados arquivos
com no mínimo de resolução de 300 dpi e nos formatos ‘’JPEG’’,
‘’TIF’’ e ‘’EPS’’ (esses arquivos devem ser enviados junto com o
documento ou texto).
As fotografias poderão ser em preto e branco ou coloridas, em
papel brilhante e apresentar bom contraste. Cada figura deverá
ser identificada no texto e no verso, devendo ser acompanhada
da respectiva legenda, em folha separada do original.
A nomenclatura científica deverá ser citada segundo os critérios
estabelecidos nos códigos e os nomes científicos e devem estar em itálico.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
58
Artigo
O potencial da cana-energia como fonte de
biomassa para a agroindústria do etanol
José Bressiani*
D
iversos países têm estudado
e desenvolvido tecnologias
inovadoras, na tentativa de se
adequarem a uma matriz energética
mais limpa de acordo com os recursos
disponíveis. Em última instância, tudo
isso requer grandes investimentos em
ciência e tecnologia para buscar alternativas e diminuir a dependência do
petróleo, uma necessidade mundial,
não apenas por razões econômicas,
mas principalmente ambientais. Desta forma, o aproveitamento da energia
contida na biomassa vegetal (bioenergia) volta a ser uma das mais importantes saídas para enfrentar uma série
de desafios ligados à sustentabilidade
e ao suprimento energético, especialmente para os países tropicais.
É de fundamental importância,
porém, que seja considerada a utilização da biomassa vegetal em ciclos
de transformação energética de alta
eficiência, a fim de aproveitar ao máximo o potencial energético contido
nela. A rota de transformação escolhida estará ligada ao produto final desejado, na forma de calor, combustível,
bioquímica ou energia elétrica. Muito
embora não se tenha como discutir
o tema “produção de energia” sem
considerar a questão da competição
por área agricultável com a produção
de alimentos, deve-se lembrar que é
necessário também que haja energia
disponível para produzir, transportar
e processar esses alimentos de modo
sustentável, sem depender da energia
derivada do petróleo.
Pensando em fontes alternativas
de biomassa, pode-se considerar o
cultivo agrícola de culturas dedicadas à produção de bioenergia como o
mais apropriado e de maior potencial
econômico, uma vez que alternativas
como resíduos agrícolas e urbanos
apresentam quantidades restritas e
muito dispersas. Quanto a culturas
dedicadas a produção de energia, a
questão é eleger as biomassas que
ofereçam algum ganho energético e
não disputem espaço com a produção
de alimentos. Além disso, deve-se
priorizar a produção de plantas fibrosas em vez de amiláceas e oleaginosas. Surgem, então, dois tipos de
cultivo para os trópicos: as florestas
plantadas, especialmente de eucalipto, e as gramíneas como a cana-de-açúcar, o sorgo e o capim-elefante.
No presente artigo o foco ficará por
conta da cana-de-açúcar, por acreditarmos em seu maior potencial de
produtividade e maior oportunidade
de melhoramento genético.
Devido às necessidades industriais da época, a agroindústria sempre voltou esforços para o melhoramento genético da cana-de-açúcar,
buscando aumentar sua produtividade de açúcar (sacarose) e mantendo
o teor de fibra entre 10% e 14%. Em
1975, o Brasil abriu caminho para
novas formas de exploração da cultura, alavancando a produção de etanol
combustível em larga escala e a geração de excedente elétrico. Nos moldes
de exploração agrícola atuais, pode-se
considerar que apenas 80% do total de
biomassa gerado pela cana-de-açúcar
é aproveitado para processamento
(base peso), sendo quase a totalidade
da palhada ou palhiço (folhas mais
ponteiro) descartada no momento da
colheita. Em termos puramente energéticos, esse resíduo representa quase 40% de energia que poderia ser
aproveitada, tanto para combustão
direta e transformação em energia
térmica ou elétrica, como para transformação em combustível líquido,
utilizando a tecnologia da fermentação da celulose e da hemicelulose.
Em resumo, estamos passando por
uma transição, uma “volta ao passado”, em que buscamos variedades
ricas em fibra, que têm a capacidade
Revista Canavieiros - Abril de 2016
José Bressiani - Agrícola da GranBio
de aumentar a produtividade da biomassa, gerando, assim, impactos ambientais e econômicos positivos.
Diversas empresas e institutos de
pesquisas vêm estudando e trabalhando há tempos para obter este resultado. A GranBio, empresa brasileira
de biotecnologia industrial, iniciou,
em 2012, o desenvolvimento de uma
nova variedade da cana-de-açúcar, a
cana-energia. Com a parceria de instituições, como os centros de pesquisa
de Barbados, Miami, IAC e Ridesa/
UFAL – Universidade Federal de Alagoas – foram feitos cruzamentos entre
espécies ancestrais e híbridos comerciais da cana tradicional, até chegar
a variedades com as características
buscadas. Após pouco mais de quatro anos de pesquisa, o resultado foi
59
uma planta mais robusta, com produtividade superior a 180 toneladas por
hectare de biomassa e teor de fibras
que pode ultrapassar o índice de 33%,
valores duas vezes maiores que os da
cana-de-açúcar. A estas cultivares foi
dado o nome de Cana Vertix®.
Tabela: Resultados experimentais das cultivares de cana-energia da
GranBio na média de dois cortes anuais em relação à variedade de
cana-de-açúcar RB92579, Estado de Alagoas, 2014 e 2015.
Cultivar
TMSH
TMVH
ART (kg/t) Fibra%
Vertix 2
75
209
77,9
23,5
Vertix 1
74
180
92,4
27,0
RB92579
35 104 144,914,5
A tabela ao lado apresenta uma
comparação de performance das cultivares de cana-energia da GranBio em
relação à uma variedade comercial de
cana-de-açúcar.
Legenda: TMSH – toneladas de massa seca por hectare por ano da biomassa integral;
TMVH – toneladas de massa verde por hectare por ano da biomassa integral; ART(kg/t)
- teor de açúcares presentes no caldo da biomassa integral; fibra% - teor de fibras na biomassa integral.
O principal destaque dessas cultivares de cana-energia é o elevado potencial de biomassa por área na base
seca: mais que o dobro do valor observado para a variedade de cana utilizado como padrão; três vezes e meia
superior ao histórico de produtividade
alcançado pelo eucalipto e mais que
o dobro do observado nos experimentos com sorgo biomassa. Deve-se
destacar que os resultados apresentados são de apenas dois cortes e que a
produtividade da cana-energia tende a
aumentar ao longo das colheitas, devido à presença de rizomas no sistema
radicular, que conferem longevidade
prolongada e ao perfilhamento intenso da cana-energia.
energia renovável e a alta resistência
a estresses bióticos e abióticos. Por
conta destas características, esta variedade pode ser cultivada com menor
utilização de insumos (fertilizantes,
pesticidas e energia) em terras de menor valor agronômico, com fertilidade reduzida, maior teor de salinidade,
menor disponibilidade de água, maior
amplitude térmica e sem competir
com a produção de alimentos. Neste
contexto, existe uma excelente oportunidade de utilizar, com baixo custo,
as extensas áreas de pastagens degradadas do Brasil, promovendo controle
da erosão local, recuperação das áreas
e captura de gases de efeito estufa por
meio da fotossíntese.
Além do elevado potencial produtivo, que impacta em uma redução
nos custos dos projetos, a cana-energia reúne outras características que
contribuem para sua aceitação e utilização comercial, como a produção de
Com vistas a produção agrícola,
vale destacar que o cultivo, o manejo,
a colheita e o transporte destas cultivares são procedimentos já bem estabelecidos. O intenso perfilhamento resulta
em uma elevada taxa de propagação,
que pode chegar a 1:400 em um ano,
com multiplicações semestrais na taxa
de 20 vezes, número 16 vezes superior
ao praticado com a cana-de-açúcar.
Por fim, a maior produtividade implicará em uma redução significativa nos
custos de colheita e transporte.
O Brasil reúne todos os ingredientes para produzir a biomassa mais
competitiva do mundo: solo, clima,
tradição agrícola e expertise em melhoramento genético para o desenvolvimento de variedades como a cana-energia. Este é o momento de o país
reconhecer e impulsionar suas aptidões e liderar uma revolução energética, que trará desenvolvimento econômico e social local, energia renovável
abundante para mover a economia, e
um importante aliado no combate às
mudanças climáticas.
*Por José Bressiani, diretor de
Tecnologia Agrícola da GranBio RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
60
Artigo II
2016: Ano para quem sabe superar
José Luiz Tejon Megido*
C
rises são ótimas, pois nos obrigam a criar. A fórmula para o
enfrentamento da entropia é
criatividade. Quando olhamos para o
cooperativismo brasileiro, suas origens,
seus desafios, vamos encontrar seres
superantes da melhor espécie. Pessoas
em pequenos grupos, visionários corajosos, valentes, iniciaram no passado o
que hoje nos orgulhamos de ver representado pela OCB – Organização das
Cooperativas Brasileiras, pelo atual líder, Marcio Lopes de Freitas.
Da mesma forma a superação borbulha por todos os cantos e campos do
agronegócio do país. Na parábola bíblica do semeador, é recomendado “não
plantar em terras fracas“. O brasileiro
que supera transcendeu até este ensinamento e hoje colhe mais de 650 milhões
de toneladas de cana em terras fracas,
consideradas no passado, inviáveis. Da
mesma forma a força da superação vive
exemplificada na evolução competitiva
sensacional da produção de grãos, da
suinocultura, da avicultura, dos saltos
qualitativos da carne bovina e do leite. E,
iremos ver esse mesmo espetáculo superante na aquicultura dos próximos anos.
O amigo Ivan Wedekin, ex-secretário
da política agrícola no Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento, na
época do ministro Roberto Rodrigues, me
disse estes dias que o impacto do governo sobre a receita do produtor nacional
é de apenas 3%. Ou seja, os produtores
brasileiros têm progredido e vieram a ser
nesta metade da segunda década do novo
século, exemplos vivos de superação concreta, como protagonistas.
A agroindústria processadora no
país, em meio a custos logísticos impressionantes, a tributação e a desgovernança pública e política, demonstra
liderança global. Compete com grupos
multinacionais e sistemas de proteção
gigantescos. Até no carnaval, vimos
o samba nas avenidas sob o ponto de
vista da organização, do processo, da
mesma forma com a qual a moderna
carne brasileira é produzida e vendida
no mundo todo. Ou seja, de histórias de
superação não temos falta no agronegócio brasileiro. Não temos falta no setor
sucroenergético que supera a cada dia
depois de ter passado pela última crise em 2014. Temos uma representante
como a Beth Farina, presidente da UNICA, com tamanha integridade e competência. Basta querer ver. E o ano exige
foco nos fundamentos do negócio. O
ano exige ênfase em vendas. O ano exige clarificar. E, com quem vamos nos
relacionar para irmos ao futuro!?
Na minha tese de doutorado, batizada “A pedagogia da superação”,
realizei vários estudos com grupos
humanos e observei pessoas que, sob
circunstancias difíceis superaram. Fiz
a comparação com outros, que sob as
mesmas condições fracassaram, fraquejaram e se permitiram ao abandono.
Sim, ao desistir abandonamos, e acima
de tudo, abandonamos a nós mesmos.
Nesse estudo encontrei 10 fatores vitais, essenciais presentes naqueles que
"Crises são
ótimas, pois nos
obrigam a criar."
José Luiz Tejon Megido
aprenderam a superar. Sim, é uma pedagogia. Significa conhecer, ter possibilidade de aprender, de ensinar e de
ser algo viável como aprendizagem.
Dessa forma, para superar precisamos
tomar consciência e desenvolver esses
10 fatores fundamentais:
1- Limiar de dor: Pessoas que superam são muito mais resilientes, sofrem,
choram, caem, mas sabem suportar dores que afugentam e atemorizam aqueles que não superam.
2- Protagonistas versus vítimas: Pessoas que superam foram ensinadas ao
protagonismo, jamais vitimização.
3- Talentos e habilidades: pessoas
superantes guardam dentro de si um
dom, uma vocação. Sabem fazer obras
extraídas de si e, com esse poder geram
fatos para superação das circunstâncias.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
61
4- Amabilidade: gente que supera é
amável. Quer dizer atraem ajuda. Os
fatores incontroláveis, a incerteza e o
acaso estão presentes na ordem do universo. A amabilidade atua como fator
de atração das ajudas e de caminhos de
oportunidades. Terminam por receber
dos outros, luzes inestimáveis.
das, vibrantes e animadas. Aprendem
a aprender.
música, tocando sucessos diferentes
com os mesmos 4 acordes.
8- Inteligência emocional: a superação ao ser obtida exige estabilização,
inteligência emocional. As disrupturas
foram grandes, e é chegada uma hora
de construir em alicerces firmes.
5- Engajamento em profundidade.
Pessoas que sabem que sabe superar
são engajadas. Atuam na vida comprometidos em corpo, alma e espírito.
Dessa forma, enxergam e captam o que
escapa a maioria.
9- Foco priorizado em valores: os
valores fundamentais e eternos precisam estar presentes, e preservados,
como uma coluna dorsal sobre a qual as
lutas existirão, mas serão as fortalezas,
as sabedorias que nos farão vencer não
apenas a curto, mas a longo prazo. A superação que vale é aquela que pode ser
julgada pelo tempo.
Esses 10 ingredientes encontrei nos
meus estudos e estão presentes nos
casos e seres humanos que superam.
Neste ano de 2016, temos mudanças
para enfrentar, sistemas internacionais
em conflito, choques multiplicados e
alavancados pela interatividade mediática. “Disruption“ é um nome desta
era. Mutação acima de transformação.
Velocidade. Gerações midiáticas, quer
dizer imediatas e mediáticas. Porém,
será exatamente desta era, que veremos
sair uma maior consciência de sustentabilidade, de saudabilidade, de empreendedorismo e volta a um novo campo, ao
melhor cooperativismo e ao inexorável
ser humano global.
6- Capacidade de amar. A superação
exige amor. Significa concentração e
foco, e um olhar apaixonado pela causa,
pela coisa, pelo objetivo a ser superado.
Amar será sempre a capacidade da renovação do amor.
7- Crianças vivas dominantes: adultos que superam são aqueles que conAnúncio
de Canamanter
- 20,5 x13,5 cm.pdf
08/04/2016 11:06:57
seguem
suas1 crianças
vivas
interiores fortes, curiosas, estimula-
10- Criatividade: o poder criador
humano é um talento divino, uma competência que nos permite criar valor a
partir da própria vida e sob quaisquer
circunstancias. Criamos do lixo, criamos da crise, criamos do nada, e podemos criar com o que já temos nas
nossas mãos, como exemplificamos na
*José Luiz Tejon Megido é conselheiro fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável
(CCAS), dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM, e é comentarista da
Rádio Jovem Pan.RC
Pense bem antes de renovar o seu canavial
Cana produtiva para mais cortes
Com o Programa Nutricional Longevita, você aumenta o número de cortes e
deixa de fazer investimento na renovação do canavial. Além disso, adiando
a renovação, os custos de produção passam a ser diluídos em um ciclo mais
longo, diminuindo o custo por tonelada produzida. Resumindo, você
aumenta a lucratividade do seu canavial.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
62
Artigo III
Código Florestal Brasileiro e a segurança
jurídica do agronegócio
Marcos Matos*
A
aprovação do Novo Código
Florestal, em 2012 deu ao país
um marco legal para a proteção
da vegetação nativa, uma conquista
que concilia preservação e produção,
pois trata da definição de regras para
a regularização das propriedades rurais
neste quesito.
O Código trouxe, entre diversas disposições, o CAR, Cadastro Ambiental
Rural; e o PRA, Programa de Regularização Ambiental. A junção de todos
os cadastros, elaborados pelos próprios
proprietários rurais de modo declaratório, resultará em uma fotografia do uso
e ocupação das terras no Brasil. Com
base nela, cada estado da Federação
oferecerá um programa específico de
regularização ambiental das propriedades, com as diretrizes gerais para o
cumprimento do disposto na Lei.
Com o Código, os produtores rurais tiveram a sensação da esperada
segurança jurídica, principalmente no
que diz respeito a um dos princípios
básicos do Direito, o da irretroatividade das leis, já que o Brasil teve
diversas legislações sobre o assunto
desde 1934. Contudo, o STF, Supremo Tribunal Federal, se prepara para
julgar quatro ADIs (Ações Diretas de
Inconstitucionalidade) contra diversos dispositivos do Código Florestal,
ajuizadas pela PGR (Procuradoria
Geral da República), e pelo PSOL
(Partido Socialismo e Liberdade).
Todas se baseiam em uma das principais teorias da doutrina dos confusos
direitos difusos, a chamada Teoria da
Proibição do Retrocesso.
A depender da decisão do STF, o
Código corre o risco de ter partes revogadas, cenário que representará um gigantesco retrocesso para o agronegócio
brasileiro. A revogação agravará ainda
mais a profunda crise política e econômica que o país atravessa, pois afetará
a agropecuária. O setor registrou um
crescimento de 1,8% do PIB, Produto
Interno Bruto, e contratou mais do que
demitiu no cenário de 1,54 milhão de
vagas formais fechadas em 2015, configurando-se como uma exceção entre os
demais setores da economia brasileira.
O caminho para a retomada do desenvolvimento do Brasil passa, obrigatoriamente, pelo agronegócio, mundialmente reconhecido por conciliar,
de forma bem-sucedida, a produção, a
geração de renda e emprego, e a preservação do meio ambiente.
O agronegócio parece ser a única
saída para projetar o Brasil no cenário
econômico mundial, e de quebra ainda haverá a possibilidade de cumprir a
missão de liderar a oferta de alimentos,
fibras e energia limpa em âmbito global, pelas próximas décadas.
Mais uma vez assistimos aos avanços
alcançados com o Novo Código Florestal serem atacados por argumentos
ideológicos e preconceituosos. O caminho possível, para evitar retrocessos ao
desenvolvimento do país, é e continua-
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Marcos Matos
rá sendo o da ciência. Talvez um dia a
sociedade e os poderes constituídos conheçam um pouco melhor o agronegócio, valorizem os produtores rurais, e se
orgulhem de um setor que dá sucessivas
provas de sua competência e de sua responsabilidade socioambiental.
*Marcos Matos é diretor
Executivo ABAG/RP (Associação
Brasileira do Agronegócio).RC
63
Revista Canavieiros - Abril de 2016
64
Informações Climáticas
Chuvas de fevereiro &
previsões de final de abril a junho
Quadro 1: Chuvas anotadas durante o mês de março de 2016.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor
A média das chuvas de março de 2016
(186mm) ficou pouco acima da média histórica (167mm) e quase igual a do mês de março
de 2015 (193mm). Merece destacar que os volumes de chuvas menores que a média do mês
foram registrados na Açúcar Guarani, Unesp-Jaboticabal, Biosev-Sta Elisa, EEC-Bebedouro e Centro de Cana IAC.
O
mapa A2 - março de 2016- mostra que, salvo faixa Norte e Leste,
as chuvas na maior área sucroenergética do Estado de São Paulo ficaram
abaixo das respectivas médias históricas,
notadamente na segunda quinzena do
mês. Enquanto que e a rigor; em março
de 2015 - mapa A1, a soma de chuvas inferiores às normais ficaram concentradas
no “miolo” do Estado.
Os artigos mensais de Informações
Climáticas contam com os trabalhos diários das anotações de chuvas dos escritórios regionais e que são condensados
em Viradouro. Estes dados são disponibilizados diariamente no site Canaoeste
e, as suas médias mensais e respectivas
normais climáticas são aqui também
apresentadas no Quadro 2.
Os dados do Quadro 2 mostram, no
destaque do canto inferior direito, as
diferenças observadas entre as médias
mensais, versus as normais climáticas
de janeiro a março de 2013, que foram
apenas 30mm inferior às respectivas
normais climáticas (706, versus 736
mm). Observando-se, também, as médias mensais e normais climáticas de
janeiro a março de 2016, nota-se que
as médias mensais de 2013 superaram
as normais climáticas em 130mm (787,
versus 657mm). Se bem que estes valores estão longe de se prever que chuvas em 2016 venham a ser iguais ou até
mais expressivas que em 2013. (vide
mais adiante, quase ao final do artigo)
Os mapas B1 e B2 ilustram as distribuições das chuvas nos meses de março
Mapa A1
Mapa A2
Fonte: SOMAR Meteroroliga, elaboração Canaoeste
Revista Canavieiros - Abril de 2016
destes dois anos nos principais estados
sucroenergéticos da Região Centro-Sul
do Brasil, exceto para o Estado de São
Paulo, que já foi mostrado e discutido
nos mapas A1 e A2. Poucas diferenças
podem ser notadas entre estes dois anos
para os Estados do Mato Grosso e do
Sul, bem como para o Paraná. Enquanto
que, nos Estados de Goiás e Minas Gerais, as chuvas foram mais expressivas
e uniformes em 2015.
Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico
de consenso entre o Instituto Nacional
de Meteorologia e o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais para os meses
de abril a junho de 2016, como descrito
a seguir e ilustrado no Mapa C.
• Nestes meses, as temperaturas tendem a ser próximas ou acima das respectivas normais climáticas em toda
Região Centro-Sul do Brasil;
• Pelo consenso INMET-CPTEC/
INPE, as chuvas poderão ocorrer com
iguais probabilidades (acima, dentro e
abaixo das normais) em todas as áreas
em cinza; enquanto que prevalecem
previsões de chuvas acima da média
na área verde e, abaixo das respectivas normais climáticas, em período de
plantio no Nordeste do Brasil, na área
amarela do Mapa C.
65
Quadro 2: Chuvas mensais de janeiro a março de 2013 a 2016 anotadas pelos escritórios
regionais e as respectivas médias mensais e normais climáticas.
OBS: Médias mensais correspondem às médias das chuvas dos meses em questão; Normais climáticas ou médias históricas são médias de 10(+) anos dos locais (1 a 11).
Mapa B1
Mapa B2
Fonte: SOMAR Meteroroliga, elaboração Canaoeste
• Tomando-se como referência o
Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e seu
entorno são de 70mm em abril, 55mm
em maio e 28mm em junho.
Valerá muita atenção às previsões
próximas-futuras, consultadas a SOMAR Meteorologia que, pelos seus modelos os prognósticos climáticos para
o Estado de São Paulo e Centro-Sul do
Brasil, o outono e inverno de 2016 poderão ser mais secos que o mesmo período
do ano anterior, e complementando:
1) Neste final de abril, podem ocorrer 10 a 15mm chuvas entre 23 a 27,
podendo chegar ao dobro nas áreas
canavieiras do Centro-Sul do Estado
de Mato Grosso do Sul, Paraná e faixa
limítrofe com o Sudoeste de São Paulo;
2) Em maio, estão previstas chuvas
melhores que abril, mas pouco provável que ultrapassem, das respectivas
normais climáticas das regiões canavieiras do Centro-Sul;
3) Para junho, prevê-se como mais
seco e mais prolongadas que em maio;
4) Em julho, as chuvas poderão ficar
acima das normais das regiões.
Com esta tendência de clima menos
chuvoso, os solos só não ficarão com
baixos a baixíssimos níveis de água
armazenada em razão da cobertura por
palhada pós-colheita. Entretanto, como
Mapa C: Elaboração Canaoeste do Prognóstico de
Consenso entre INMET-CPTEC/INPE para abril a
junho de 2016
há possibilidade de entradas de massas
polares, esta umidade mesmo que baixa,
mas boa condutora de calor (no caso, de
frio), os solos poderão não se contrapor,
com o seu calor latente, a eventuais períodos com temperaturas mínimas mais
acentuadas. O ano de 2016 evidencia-se que irá requerer mais cuidado para
manter linhas de cana sob palhada. Há
observações, mesmo que não publicadas, de que a temperatura rente ao solo
pode chegar a 10-12°C mais baixa que
em linhas sem palha.
A Canaoeste relembra que, sob baixas temperaturas, canaviais sob palhada,
que pela associação de períodos com frio
mais intensos e longos intervalos de dias
secos, poderão apresentar muitas falhas
e lento desenvolvimento inicial de soqueiras. Implicações semelhantes poderão ocorrer em plantios de inverno sem
irrigação, estimulantes de brotação ou
proteção contra doenças de solo e, nas
regiões menos sujeitas a baixas temperaturas e sob estiagens, as áreas já colhidas
estarão mais expostas a incêndios.
Estes prognósticos serão revisados
nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão
noticiados em www.canaoeste.com.br
e www.revistacanavieros.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os
técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
66
Novas Tecnologias
Case IH lança a versão 2016 da
colhedora de cana A8800
Produtores rurais, concessionárias, usinas e jornalistas conheceram as vantagens da máquina
Fernanda Clariano
C
om anos de tradição oferecendo soluções para o setor canavieiro, a Case IH reuniu na noite de 30 de março, no Espaço Golf, em
Ribeirão Preto-SP, jornalistas, representantes de concessionárias, produtores de cana, usinas e convidados, para
o lançamento oficial da versão 2016 da
colhedora de cana A8800.
Durante o lançamento, o especialista de marketing de produto, Fábio Balaban, apresentou para a imprensa os
principais pontos de melhoria da colhedora, que evoluiu em mais de 40 itens.
Hoje o setor colhe em torno de
500/600 toneladas de cana por máquina/dia e a A8800 chega para contribuir
com até 21horas a mais de disponibilidade mecânica por safra.
Redução de custo - Além das mudanças no aumento da disponibilidade
mecânica, a marca investiu na redução
de custos. O novo Sistema de Filtragem
O novo modelo traz três grandes propostas de valor: maior disponibilidade, menor
custo operacional e tecnologia de gestão.
Disponibilidade mecânica - as colhedoras de cana no Brasil trabalham em um
regime de 24 horas - são 180 dias de safra,
o que significa que qualquer minuto de
máquina parada é cana que deixa de ir para
a usina. Paralelo a isso, o setor tem o desafio de aumentar a produtividade da lavoura
e a proposta é contribuir com essa questão.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Fábio Balaban, especialista de
marketing de produto
da Sucção de óleo hidráulico proporciona
aumento no intervalo de troca, de 250 para
100 horas (redução de 46 filtros por safra
para apenas seis filtros). Outra mudança é
a nova vedação dos motores hidráulicos,
que proporciona redução da frequência da
troca dos retentores em até cinco vezes. O
conjunto de alterações, como a nova mesa
de giro e o novo filtro Blow-by c, gera uma
redução de custo que chega a 15%.
67
Tecnologia de gestão - Com essa
máquina, a Case IH é hoje a única fabricante que tem condição de fazer um
mapeamento da área. O monitor de produtividade - conectado a agricultura de
precisão, permite que o produtor consiga pegar os dados de produtividade
da lavoura em tempo real, metro por
metro, e saber quanto está produzindo
a sua lavoura.
O gerente de Marketing de Produto, Roberto Biasotto, destacou: “Temos
uma colhedora com mudanças focadas
no aumento da disponibilidade mecânica e na redução de custos, e isso é o que
o produtor mais precisa”.
Roberto Biasotto,
gerente de Marketing de Produto
De acordo com o diretor de marketing, Christian Gonzalez, a máquina
nasceu da integração das necessidades
de manutenção e operação, do ganho de
tempo e ganho nas facilidades de manutenção e operação nos tempos improdutivos da colhedora.
Christian Gonzalez,
diretor de marketing
“Sabemos que toda colhedora tem
um regime de manutenção que exige
um grande esforço por parte dos nossos
clientes, e a nossa proposta é a seguinte,
já que temos que parar a máquina em
Autoridades do setor e produtores, participaram do evento
algum momento para fazer manutenção, que esse tempo seja o mais rápido possível porque precisamos ganhar
tempo seja na operação, na logística e
também na manutenção”, disse Gonzalez que ainda ressaltou a participação dos clientes no desenvolvimento
da máquina como peça fundamental.
“Estamos entregando uma máquina
100% projetada em parceria com nossos clientes. Todo o processo de desenvolvimento foi validado por eles antes
do lançamento da máquina”, afirmou o
executivo que também contou sobre o
processo para chegar a A8800. “Fizemos um processo onde selecionamos
um grupo de 14 clientes, que representam 20% da moagem de cana no Brasil.
Coversamos com esses clientes para entender as principais necessidades deles
no negócio e o que eles esperavam da
Case IH. Isso gerou uma lista com mais
de 100 itens que virou base para o novo
plano de desenvolvimento de produto
da Case IH para colhedoras de cana”.
Segundo o diretor comercial Brasil, César Di Luca, apesar do cenário
César Di Luca,
diretor comercial Brasil
preocupante, pela situação política e
econômica, a Case IH não deixou de investir porque acredita no setor. “Neste
momento onde muitas indústrias estão
retraindo os seus investimentos, faz a
diferença para a indústria de cana-de-açúcar um grupo como o nosso, que
aposta e mostra que está firme ao lado
dos clientes para seguirem em frente.
Acreditamos que o mercado sucroalcooleiro este ano será melhor do que nos
últimos dois anos e temos certeza que
a A8800 chega para fazer a diferença”,
enfatizou o executivo.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
68
Novas Tecnologias
Valtra quer aumentar market share no
segmento de colhedora de cana
A BE 1035e é a primeira máquina produzida na fábrica da AGCO de Ribeirão Preto-SP
Andréia Vital
A colhedora será um dos destaques da
empresa durante a Agrishow 2016
A
AGCO abriu as portas de sua
unidade, em Ribeirão Preto-SP,
onde é produzida a nova colhedora de cana BE 1035e da Valtra, marca
pertencente ao grupo, recentemente, para
mostrar à imprensa as novas instalações
da planta, que recebeu investimentos de
R$ 100 milhões, desde 2012, quando a
multinacional a adquiriu da Santal.
Ao dar as boas-vindas aos jornalistas, Henrique Dalla Corte, vice-presidente de operações da empresa, afirmou
que a fábrica recebeu grandes aportes
em tecnologia visando agregar valor
ao negócio, aumentar a sua capacidade na linha de solução, além de trazer
mais confiabilidade e qualidade para
seus produtos, entre eles, a colhedora
de cana BE1035e lançada ao mercado
em 2015 durante a Agrishow.
correção, prevenção e otimização, possibilitando à Valtra verificar a forma como
a máquina está sendo usada e orientar
o operador como utilizá-la da maneira
mais adequada, além de indicar e orientar quanto às manutenções preventivas.
A BE 1035e é a primeira máquina
fabricada na unidade da AGCO de Ribeirão Preto-SP, que tem capacidade
instalada de produção anual de até 240
máquinas, com o uso de um turno de
operação. O equipamento é pioneiro na
adoção do avançado sistema de telemetria desenvolvido pelo grupo e único no
mercado, que tem como base três pilares:
A colhedora é equipada com o motor
AGCO Power 9.8L de 350cv, que fornece respostas à altura das exigências
de uma colheita de alta performance
com baixos níveis de consumo e maior
vida útil, resultado do melhor ajuste da
sua relação torque/rpm, possibilitando
um trabalho de altíssima qualidade em
todo tipo de canavial.
Henrique Dalla Corte, vice-presidente de
operações AGCO América do Sul
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Marco Antônio Gobesso, gerente de
marketing de equipamentos de
cana-de-açúcar da AGCO
“O ano passado para nós não foi de
venda, embora tenha ocorrido alguma,
mas sim para apresentar a colhedora e
consolidar o equipamento. Nós lançamos um lote de máquinas e colocamos
para trabalhar em alguns clientes parceiros para mostrar sua capacidade”,
ressaltou Marco Antônio Gobesso, gerente de marketing de equipamentos de
cana-de-açúcar da AGCO, pontuando
que 2016 sim será um ano de crescimento. “Começamos a fabricar as máquinas em escala no final de 2015 e já
estamos entregando as colhedoras que
serão usadas nesta safra. A meta para
este primeiro semestre é ter 40 colhedo-
69
ras trabalhando nas lavouras canavieiras”, afirmou o gerente.
“Nosso objetivo é encerrar este ano
com um significativo crescimento na
participação do mercado doméstico
de colhedoras de cana e não parar por
aí. Queremos continuar crescendo nos
próximos anos. A unidade fabril da
AGCO em Ribeirão Preto recebeu os
investimentos necessários para suportar
este crescimento e também para atender
demandas futuras do mercado externo.
Já estamos buscando alternativas com
testes de colhedoras na Índia, Tailândia,
África e também em países das Américas do Sul e Central”, explicou, contando que técnicos desses locais já participaram de treinamentos na fábrica.
Falando sobre mercado, o executivo
ressaltou que mesmo no atual cenário
da indústria canavieira há necessidade
de renovação de frota devido a curta
vida útil das máquinas, já que a colheita é uma atividade que exige muito do
equipamento. Segundo ele, após cinco a
seis anos de uso, operando até três mil
horas safra, a máquina vira sucata.
Para o profissional, a perspectiva nacional de vendas de colhedoras deverá
ser igual a de 2015, quando foram comercializadas cerca de 700 máquinas.
“Para nós, o crescimento relacionado
à necessidade da mecanização, o boon
de vendas, já aconteceu em 2013 para
2014, este foi o maior pico de investimento. Nós não acreditamos que o
Protocolo Nacional, que prevê o fim
das queimadas até 2017, vá provocar
o mesmo volume que o Protocolo de
São Paulo provocou porque os níveis
de mecanização já estão próximos de
Denis Oliveira, gerente de
manufatura da Valtra
José Renato Donato, responsável pelo
marketing do produto
100%”, destacou afirmando que a empresa quer crescer a participação neste
mercado, passando de 3 a 4%, para 5%
seu share. “A Valtra tem a proposta de
ganhar share gradual ao longo dos próximos cinco anos, por isso investiu na
fábrica e nos produtos”, reforçou.
mostrou à imprensa toda a sua funcionalidade. As soluções de eletrônica
desenvolvidas para essa máquina mudaram, por completo, os processos da
colheita, tornando-os mais eficazes, explicou ele, mostrou o novo sistema de
telemetria que permite o monitoramento da máquina em tempo real, quer seja
da fábrica, da concessionária Valtra ou
até mesmo do cliente.
Para Denis Oliveira, gerente de manufatura da Valtra, um dos guias para
mostrar a unidade aos jornalistas durante a visita, entre os investimentos feitos
recentemente na fábrica, o destaque é a
cabine de teste. “É a maior que a gente
tem hoje no país, para efeito de colhedoras de cana. Aqui são testados 102 itens
de inspeção, todos eles controláveis e
objetivos, portanto, temos dentro dessa
cabine medidores de oscilação, medidores de operação, de ruído, que possibilita
o teste de toda a máquina”, explicou.
Ele ressaltou ainda o padrão mundial benchmarking aplicado na fábrica,
inclusive na cabine de teste, citando o
sistema de verificação de selagem das
cabines das colhedoras. “Temos um
sistema de ultravioleta que monitora
a estanqueidade de todo o sistema hidráulico da máquina e
o pós-venda dessa nova
colhedora de cana começa aqui mesmo na fábrica, com a garantia da
reposição de peças para
as concessionárias e no
monitoramento de todas
as colhedoras de cana
produzidas em Ribeirão
Preto”, conclui.
Cabine de teste onde são testados 102 itens de inspeção,
todos eles controláveis e objetivos
A simplicidade da
operação da máquina
foi destacada por José
Renato Donato, responsável pelo marketing do
produto, que na ocasião,
A empresa oferece uma solução
completa para o setor sucroenergético,
lembra Gobesso. Além da colhedora de
cana, tem também equipamentos para o
plantio, carregamento e transporte e cogeração de energia. “A unidade de Ribeirão Preto quando se soma ao portfólio da
AGCO, mais especificamente da Valtra,
faz com que a AGCO passe a oferecer
uma solução completa para o nosso produtor”, disse ele, informando que a linha
de produtos Valtra inclui tratores de 50
a 375 cavalos, colheitadeiras, colhedoras, implementos e pulverizadores. No
Brasil desde 1960, a empresa conta hoje
com uma rede de mais de 160 pontos de
venda e assistência técnica no país, além
de 13 distribuidores nos demais países
da América Latina.
No sentido de contribuir com o segmento canavieiro, o gerente citou ainda que a AGCO, em parceria com o
SENAI-SP, inaugurou no ano passado,
durante a Agrishow, a Escola Móvel de
Manutenção de Colhedoras de Cana.
Resultado de um investimento de R$ 3,5
milhões, sendo R$ 2 milhões do SENAI-SP e R$ 1,5 milhão do Grupo AGCO.
A oficina itinerante foi customizada em
duas carretas conjugadas que, juntas,
totalizam uma área de 180 m², dividida
em laboratórios, salas de aula e kits didáticos, que possibilitam a capacitação
profissional permitindo o treinamento
em cada conjunto do maquinário. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
70
Destaque I
ABAG/RP realiza palestra de capacitação do
16º “Agronegócio na Escola”
Por meio da educação a ABAG/RP difunde a dimensão do agronegócio na vida
das pessoas e também para o país
Fernanda Clariano
E
m 16 anos de existência, o
“Agronegócio na Escola” vem
sendo desenvolvido em escolas
públicas da região de Ribeirão Preto-SP
e já traduziu o dia a dia do mais importante setor econômico do país – o agronegócio, para quase 180 mil alunos.
Também capacitou cerca de oito mil e
quinhentos professores, o que mostra a
importância do programa educacional.
Ao longo do ano letivo, inúmeras
atividades são realizadas nas escolas,
muitas delas envolvem inclusive a
comunidade. Mas para isso, os professores participam de uma palestra
de capacitação e depois saem a campo visitando empresas e instituições
de pesquisas voltadas ao setor para se
aprofundarem ainda mais no universo
do agronegócio e assim difundirem o
conhecimento em sala de aula.
Este ano, a palestra inaugural de
capacitação aconteceu no dia 1º de
abril, no Centro de Cana em Ribeirão
Preto-SP. Participaram professores,
coordenadores pedagógicos, diretores
de escolas e secretários municipais de
educação de vários municípios. A ação
também recebeu os conselheiros da
ABAG/RP - Mônika Bergamaschi e
Paulo Rodrigues.
O jornalista da EPTV de Ribeirão
Preto, Dirceu Martins, e o ex-ministro da Agricultura e embaixador da
FAO/ONU para o cooperativismo,
Roberto Rodrigues, foram os palestrantes convidados.
Dirceu Martins e uma equipe percorreram oito países para contar “A origem dos alimentos”, uma produção da
EPTV, exibida no Globo Repórter em
janeiro deste ano. O repórter explicou
a história, a evolução e a ciência que
estão por trás dos alimentos que são
Dirceu Marins, jornalista da
EPTV de Ribeirão Preto
consumidos pela humanidade e ainda
falou da importância do agronegócio no
Brasil e no mundo.
“Quem sai do Brasil aprende a respeitar a nossa grandeza. A força do
nosso sol dá saudade em outras paragens. Não vejo nada mais sagrado que
a parceria entre as mãos de Deus e do
homem do campo. É básico, germinal.
Divulgar esta parceria, como a ABAG
faz, é bendizer a dádiva da vida e compreender a primazia da missão que o
planeta nos incumbiu. É ouviu um chamado bíblico”, afirmou Dirceu Martins.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
O especial “A origem dos alimen-
Roberto Rodrigues, ex-ministro da
Agricultura e embaixador da FAO/ONU
para o cooperativismo
tos”, será levado para os estudantes das
escolas que participam do projeto.
Já o ex-ministro Roberto Rodrigues, que tradicionalmente participa
da palestra inaugural de capacitação,
explanou sobre segurança alimentar
bem como a importância econômica,
ambiental e social do agronegócio e
também as expectativas sobre o atual
cenário brasileiro e mundial.
“A agricultura é uma atividade que
está ligada a todos nós o tempo inteiro. Não existe vida civilizada sem
agricultura. Numa democracia como
felizmente é o Brasil hoje em dia, polí-
71
Paulo Rodrigues (conselheiro da ABAG/RP), Roberto Rodrigues e
Marcos Matos (diretor executivo da ABAG/RP)
ticas públicas só acontecem a favor ou
contra qualquer setor se a maioria da
sociedade assim o desejar. Se a sociedade tiver uma visão errada da agricultura, do agronegócio, nunca teremos
uma política pública adequada para
este setor. Mas se a sociedade compreender que a agricultura é essencial para
a vida da nação a gente avança e muito”, afirmou o ex-ministro que também ressaltou o trabalho da ABAG/
RP. “Disseminar o conhecimento é o
melhor caminho e eu acho espetacular
o trabalho desenvolvido pela ABAG/
RP de difundir o agronegócio por meio
desse programa educacional. Os professores são grandes formadores de
opinião, são eles que lidam todos os
dias com os alunos e então se cria uma
estrutura favorável de troca de informação, de difusão de conhecimento e
de aprendizagem e isso é sensacional”,
reconheceu Rodrigues.
A cada ano novas cidades se juntam
ao Programa que é realizado em parceria com as prefeituras. “Este ano, estão
participando 36 municípios – com 64
unidades de ensino e quase 11 mil alunos inscritos. A capacitação é o ponto
chave e a forma que escolhemos para
Marcos Matos
levar a educação e o conhecimento e
ocorre tanto para os professores quanto
para os alunos e é a forma mais pratica
para que haja a percepção para a dimensão, a importância do agro para a nossa
cidade, nossa região, nosso Estado e no
nosso país”, garantiu o diretor executivo da ABAG/RP, Marcos Matos.
Aletheia Patrícia Corrêa Gabanella,
diretora de Departamento de
Educação de Sabino-SP
“Quero cumprimentar e parabenizar
toda a equipe da ABAG/RP pelo comprometimento, pela seriedade e aos
novos participantes representantes da
educação, que se sintam entusiasmados porque o projeto é fantástico”, disse Aletheia Patrícia Corrêa Gabanella,
diretora de Departamento de Educação
de Sabino-SP.
Novidades 2016
Além das palestras, a capacitação
dos professores terá seis roteiros à disposição. Os educadores poderão escolher os temas que mais lhe interessam.
A primeira delas será uma visita guiada
às Agrishow 2016, para entenderem o
que a tecnologia aplicada ao agronegócio tem a ver com a preservação e
desenvolvimento. Os outros roteiros
mostrarão as diversas cadeias produti-
vas da região, além das instituições de
pesquisas voltadas para o setor.
Para estimular o envolvimento das
escolas, as tradicionais atividades
para professores e alunos vão reverter
pontos para 1º Prêmio Escola ABAG/
RP. A participação em cada uma delas
conta pontos para a escola, uma espécie de gincana de todos contra todos
onde o que vale é aprender e disseminar conhecimento.
Para os alunos são cinco oportunidades nos concursos de Redação, Desenho,
Frase, Blog e Feira de Conhecimento. O
objetivo é estimular o exercício de interpretação, escrita, pesquisa e raciocínio,
além de valorizar as manifestações artísticas, para assim despertar a consciência sobre o meio no qual o aluno está
inserido, e ampliar a compreensão dele
sobre a importância do agronegócio para
a região e para o país.
Para os professores a grande premiação é o Prêmio Professor “Agronegócio
na Escola”, que está na sexta edição.
A participação em cada uma das atividades do Programa conta ponto para
a escola, isso até o último momento que
será o evento encerramento do Programa com apresentações finais de professores e alunos.
A premiação para os alunos é em
vale compras da Fnac no valor de
R$ 300,00 para os primeiros colocados;
R$ 250,00 para os segundos colocados
e R$ 200,00 para os terceiros. Os professores concorrem a computadores e
as escolas a um aparelho projetor de
multimídia e um kit de som. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
72
Destaque II
Trem “made in Brazil”
Hyundai-Rotem inaugura planta em Araraquara-SP
para fabricar composições ferroviárias e locomotivas a diesel para o transporte de cargas
Andréia Vital
A
Hyundai-Rotem Brasil, uma
empresa do Grupo Hyundai
Motors, com sede na Coreia do
Sul, inaugurou no dia 30 de março a
primeira unidade da multinacional sul-coreana instalada no Brasil. A fábrica
de trens foi erguida em uma área total
de 150 mil metros quadrados na Avenida Marginal de Acesso à Rodovia Antônio Machado Sant´Anna em Araraquara-SP, sendo 21 mil metros quadrados
de área construída. Trata-se da primeira
planta multinacional da empresa instalada no Brasil, sendo a segunda maior
Hyundai-Rotem no mundo e possui o
que há de melhor em tecnologia e inovação para produção de trens e composições ferroviárias, uma infraestrutura
com uma linha de produção mecânica.
O empreendimento, que recebeu investimento de R$ 100 milhões, vai gerar
mais de 300 empregos.
O vice-presidente comercial mundial
da empresa, Kevin Choi afirmou que o
Grupo Hyundai vê um grande potencial
no Brasil como mercado, por isso investiu aqui, embora o cenário de crise te-
Descerramento da faixa contou com a presença do governador do
Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin
nha afastado investidores. Segundo ele,
a exemplo da Hyundai Motors, também
pertencente ao grupo e que inaugurou
sua primeira fábrica em terras brasileiras, em 2012, eles resolveram investir
no país no ano passado, instalando a fábrica de trens em Araraquara-SP.
“O nosso investimento no Brasil não
é voltado para oportunidades somente no país, pois pretendemos expandir
nossas atividades comerciais por toda
América do Sul. Países como Colômbia, Peru, Argentina, Chile e outros países da América do Sul estão procurando
por novos negócios e novas soluções de
mobilidade urbanas de trens”, disse ele
ressaltando que o Brasil é o lugar perfeito para se investir atualmente.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Kevin Choi, vice-presidente comercial
mundial da empresa
Com capacidade de produção de
200 carros por ano, a fábrica já está
com sua linha de montagem ativa produzindo 30 trens modernos, com oito
carros cada, para a CPTM (Companhia
73
Paulista de Trens Metropolitanos),
que devem começar a circular ainda
em 2016. Segundo o CEO mundial
da multinacional, Seung-tack Kim, a
empresa já tem encomendas até 2018,
com contratos para a produção de 112
vagões para as linhas 1 e 2 de Salvador
(BA) e de 240 vagões de passageiros
para a CPTM.
A nova planta da empresa sul-coreana
também foi projetada para fabricar locomotivas a diesel para o transporte ferroviário de cargas, além de toda linha de
veículos ferroviários produzida na matriz, localizada na Coreia, como VLTs,
trens de levitação magnética, trens leves
com sistemas automáticos, trens de alta
velocidade que atingem até 430 quilômetros por hora, carros de passageiros
com dois andares, entre outros.
Brasil e Coreia do Sul têm laços diplomáticos há 57 anos
A cerimônia de inauguração do empreendimento contou com a presença de
empresários, lideranças e autoridades,
como o presidente da Hyndai-Rotem Brasil, Sungha Jun, e o embaixador da Coreia
do Sul no Brasil, Jeong-gwan Lee, que na
ocasião falou dos laços diplomáticos do
Brasil e Coreia do Sul, estabelecidos desde 1959, em vários setores.
“O Brasil é o maior parceiro comercial da América Latina para a Coreia do
Sul e também o principal destino dos
investimentos coreanos com o estabelecimento de inúmeras empresas coreanas no país”, destacou ele, ao afirmar
que a inauguração da fábrica é mais um
significativo marco da vigorosa relação
entre os dois países. “Uma relação que
demostra ao mesmo tempo a plena percepção de presente e a visão do futuro
dessa empresa global, que vem crescendo e fornecendo vários modelos de
vagões e trens”, afirmou.
Lee também ressaltou que os vagões
e trens fabricados na unidade de Araraquara serão produtos made in Brazil e
que, além de atender à demanda interna nacional, também serão exportados
para outros locais.
Seung-tack Kim, presidente
mundial da Hyndai-Rotem
CEO entregou uma placa de agradecimento ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
e ao prefeito de Araraquara-SP, Marcelo Barbieri
“Em termos logísticos, Araraquara-SP nos oferece uma localização estratégica. Trouxemos para cá o que há
de melhor em tecnologia e inovação”,
afirmou Seung-tack Kim. De acordo
com ele, o transporte ferroviário de
passageiros é fundamental para o futuro
da mobilidade urbana e o Brasil possui
um grande potencial nesse sentido. “A
Hyundai-Rotem chega com todo seu
know how na produção de trens modernos, confortáveis e eficientes, em benefício da qualidade de vida das pessoas”,
afirmou. A multinacional exporta para
mais de 35 países e, além de fabricar os
Jeong-gwan Lee, embaixador da
Coreia do Sul no Brasil
trens, desenvolve pesquisas e tecnologia própria para sua linha de produção.
Kim também agradeceu a presença
de todos e disse que cumpriu a promessa
feita no dia 2 de abril de 2015 - ocasião
do lançamento da pedra fundamental da
fábrica - que já estariam produzindo 11
meses depois e reforçou o elo comercial
existente entre Brasil e Coreia. “Ouvi que
no Brasil há um provérbio que diz “Uma
mão lava a outra”, esperamos que ambos
os países construam laços mais fortes e
possam contribuir com o crescimento um
do outro através da cerimônia de inauguração da Hyundai-Rotem Brasil. Queremos conquistar o coração do brasileiro
através de alto padrão de qualidade, como
também fazer o nosso papel como empresa cidadã, apoiando escolas profissionalizantes de Araraquara”, disse o executivo,
ressaltando que seu desejo é que a cidade
se torne o centro da indústria ferroviária.
O CEO entregou ainda uma placa de
agradecimento, que marcou o momento do encontro entre os dois países, ao
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e ao prefeito de Araraquara-SP,
Marcelo Barbieri, presentes na solenidade de inauguração.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
74
Destaque II
Investimentos no setor ferroviário
"Essa é uma das mais modernas fábricas de trens do mundo. Mostra a
recuperação da indústria ferroviária, especialmente em São Paulo. Aqui estão
sendo fabricados 30 trens da CPTM.
São carros modernos, vagão contínuo,
mais confortável, mais seguro, transporte de alta capacidade e não poluente", disse na ocasião, Alckmin, citando
que, atualmente, estão com cinco obras
simultâneas no Metrô e duas novas importantes da CPTM. "Uma delas é a
Linha 13, que abrirá em maio licitação
para compra de mais oito trens com oito
carros cada um. Serão 64 carros novos.
Nós vamos ter os dois aeroportos integrados com o sistema metroferroviário.
Cumbica com a 13 da CPTM e Congonhas com a Linha 17", explicou.
O governador ainda falou de novos
investimentos em Araraquara no setor ferroviário. "Nós temos um grande
entroncamento ferroviário e uma recuperação da história da cidade e com
foco no futuro", comentou. "Estamos
empenhados junto com o Governo Federal para a criação dos chamados trens
intercidades. Para poder aproveitar as
áreas lindeiras das antigas Estradas de
Ferro. Com isso, o custo da implantação cai muito pois não tem desapropriação", contou ele, dizendo que na
primeira etapa prevista, o projeto vai
de São Paulo a Campinas, depois até
Americana e seguindo mais para outras
cidades do interior. “Não é trem bala,
é um trem de média velocidade, com
custo factível para que o setor privado
possa implementá-lo”, ponderou.
Alckmin ressaltou também a necessidade de expansão do setor ferroviário e
sua importância para o país, citando a recente reinauguração da hidroviária Tiete
Paraná e sua integração com o modal ferroviário. “Toda a carga do Centro-Oeste
brasileiro sai de São Simão-GO vem até
Pederneiras-SP sem usar o caminhão.
Cada comboio da hidrovia tira 200 caminhões da estrada e já estamos com 17
comboios, então são 3.400 caminhões a
menos. Em Pederneiras, a carga passa
para o trem automaticamente e vai até o
Porto de Santos-SP sem um caminhão.
Essa integração de modais é o caminho
para reduzir custos e melhorar a competitividade, por isso eu quero saudar e
agradecer a Hyundai Rotem, que mesmo
em um momento difícil, demonstra confiança no Brasil com um investimento
deste significado, acreditando neste país.
É tudo o que nós precisamos: investimentos, empregos, pesquisa e desenvolvimento”, disse o governador.
Ao discursar na cerimônia de inauguração da nova fábrica, Marcelo Barbieri,
prefeito de Araraquara-SP, destacou o
compromisso da multinacional em entregar a planta no prazo previsto, gerando
emprego e impacto na economia local.
Também reforçou o espírito cidadão da
empresa, contando que desde que chegou, a Hyndai-Rotem Brasil vem contribuindo com o município através de iniciativas sociais, citando a parceria feita
com o Fundo Social e Senai local para
treinar pessoas para trabalhar no segmento ferroviário, como também a doação recente de 600 livros para escolas e creches
municipais, entre outras ações.
Destacou que a nova fábrica é mais
um marco para a história de Araraquara,
que é ligada ao setor ferroviário, desde
1895, quando foi instituída a Companhia Estrada de Ferro Araraquarense,
tendo sua obra se iniciado em 1896 e
inaugurada em dezembro de 1901.
Barbieri afirmou que “o sentimento
é de dever cumprido por ter conseguido
trazer esta fábrica para nós” e contou
que tem agendado viagem oficial para
a Coreia para buscar junto ao governo
sul-coreano uma parceria de investimentos na área de educação. “A FATEC
de Araraquara é uma universidade que
se propõe a abrigar o primeiro curso de
engenharia ferroviária do Brasil e nós
estamos empenhados nesta direção e
por isso iremos à Coreia para firmarmos
este convênio”, disse.
O prefeito comentou ainda que Araraquara vem recebendo investimentos
Revista Canavieiros - Abril de 2016
na melhoria do transporte ferroviário
de cargas, que atravessava a cidade e,
desde meados do ano passado, vem gradativamente sendo feito pelo contorno
ferroviário. “Cerca de 80% da carga já
vem sendo transportada pelo contorno
ferroviário, o que falta ainda é fazer a
oficina de manutenção das locomotivas e o poço de combustível, que é de
responsabilidade da concessionária que
atua na região, a Rumo ALL. O município já destinou a área e está negociado
com a empresa ferroviária, que está fazendo o projeto. Temos uma boa perspectiva que até o final do ano que vem
isso já esteja resolvido”, concluiu.
Vicente Abate, presidente da ABIFER
Para Vicente Abate, presidente da
ABIFER (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) a vinda da Hyndai-Rotem Brasil é muito relevante para
a indústria ferroviária brasileira. “É
extremamente importante, não só a
vinda desta multinacional, como a de
qualquer empresa que produza os bens
ferroviários aqui no Brasil”, ressaltou
ele, comentando que foram feitos outros investimentos no segmento nos
últimos tempos, citando a inauguração,
no ano passado, da fábrica da francesa
Alstom para a produção de VLTs, em
Taubaté-SP, e da fábrica de monotrilhos
da empresa Scomi, da Malásia, também
na mesma cidade, sendo que a pedra
fundamental da planta foi lançada no
começo deste mês. “Em que pese toda
a crise e do atual cenário brasileiro, temos boas oportunidades no Brasil, tanto no setor ferroviário de passageiro,
que é o caso presente, como no setor
ferroviário de carga, de forma que a indústria brasileira está bem posicionada
e a vinda de empresas estrangeiras com
tecnologia avançada é bastante saudável para todos”, constatou. RC
75
Destaque III
Dia de campo em Jaboticabal-SP e Paranavaí-PR mostra
novas tecnologias para produtores de cana-de-açúcar
Eventos analisaram soluções para a cultura canavieira na prática
Andréia Vital com informações da assessoria
A
Estação Ridesa, em Paranavaí-PR, e a Estação Herbae, em Jaboticabal/SP, foram as primeiras
a receber o Campo de Treinamento da
Adama de cana-de-açúcar. O evento,
organizado pela empresa global do setor
de agroquímicos, reuniu cerca de 300
participantes, entre técnicos de campo
das usinas, consultores e distribuidores.
Em Jaboticabal, a ação ocorreu nos dias
5 e 6 de abril e na cidade paranaense
nos dias 30 e 31 de março, proporcionando aos agricultores a apresentação
das soluções da empresa na prática.
Os participantes puderam comparar
e analisar a eficácia e seletividade de
diferentes tratamentos para o controle
de plantas daninhas feito com produtos
que integram o portfólio da
Adama, como os herbicidas
Premerlin® e Jump®, além
de novas tecnologias que estarão em breve no mercado,
como também, interagir com
o portfólio de serviços da
companhia para o setor.
“O CTA em Jaboticabal
permitiu que os produtores
deste importante polo canavieiro pudessem conhecer de perto os produtos
e soluções da Adama para o segmento,
observando os diferentes tratamentos
em momentos distintos de aplicação
de herbicidas (em pré e pós-emergência) e avaliar os resultados em controle das principais plantas daninhas que
causam prejuízos à cultura da cana-de-açúcar”, afirmou Márcio Lemos,
gerente de Marketing de Culturas da
Adama, destacando que “os agricultores ficaram muito satisfeitos com a
explanação feita por nossos técnicos
e com o portfólio para cana que foi
apresentado”. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
76
Destaque IV
Tecnologias sustentáveis e planejamento da reforma
de cana crua foram debatidos em curso do APTA
Participantes visitaram experimentos de plantio direto de cana e das principais culturas de rotação,
como a soja Tecnologia Intacta, amendoim alto oleico e adubos verdes
Andréia Vital
A
APTA (Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios)
promoveu entre os dias 15 e 16
de março, o 3º Curso Teórico-Prático
"Rotacana - tecnologias sustentáveis e
planejamento da reforma de cana crua".
Engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, produtores rurais, estudantes de
ciências agrárias e demais profissionais
do setor sucroenergético e cooperativas
participaram do evento realizado no
IAC (Instituto Agronômico), em Ribeirão Preto - SP, e que teve como objetivo
transferir informações de pesquisa e validações comerciais da aplicação do sistema conservacionista plantio direto na
reforma de cana crua, capacitar técnicos sobre detalhes de planejamento da
reforma, quanto à escolha das culturas
a serem cultivadas e seus reflexos sobre
a produção de cana, além de fornecer
subsídios para tomada de decisão sobre
qual manejo de solo utilizar.
“Nesta edição nós tivemos a felicidade de receber um número de participantes bastante diversificado, com representantes de usinas, sendo algumas
delas de grandes grupos do Paraná e
pessoas do Mato Grosso. A gente percebe o interesse do setor de assistência
técnica, de revendas e não só de usinas
que estão entendendo que o caminho
para melhorar a produtividade e reduzir
custo em cana-de-açúcar, deve passar
por rever como é feito o manejo de solo
na reforma” explicou Denizart Bolonhezi, pesquisador do APTA e coordenador do curso.
De acordo com ele, o Rotacana é voltado para compreensão das opções de
tecnologias sustentáveis para a reforma
de canavial, envolvendo sempre o uso
de leguminosa no período de entressafra e a adoção de manejo de solo conservacionista. “Talvez este seja o único
experimento envolvendo o plantio direto de cana de longa duração que esteja
instalado no Brasil, ou seja, desde 1998.
Os participantes viram ainda um experimento também envolvendo manejo de
solo com a cultura da cana só que focado em MPB (Muda Pré-Brotada), e aspectos de regulagem de máquinas, bem
como discutiram detalhes das principais
culturas de rotação, como a soja Tecnologia Intacta, amendoim alto oleico e
adubos verdes”, disse.
José Florivaldo Otrente, do pós-venda da Marchesan, empresa de máquinas
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Denizart Bolonhezi, pesquisador do APTA
José Florivaldo Otrente, do pós-venda da Marchesan
agrícolas, participou do evento e destacou a parceria com o projeto através do
uso da plantadeira própria para plantar
soja na palhada de cana. “Desde 2014
usam neste trabalho a plantadeira COP
77
CA da Marchesan, que contribui para
evitar erosão, oferece maior produtividade e menor consumo de combustível”, assegurou o profissional ao mostrar o equipamento para alguns alunos.
Participantes como o presidente da
APDVP (Associação de Plantio Direto
do Vale do Paranapanema), Benedito
Hélio Orlandi, mais conhecido como
Bertola, e o pesquisador do IAPAR
(Instituo Agronômico do Paraná), Ronaldo Hojo, acharam que o curso foi
excelente e vai agregar muitos conheci-
Benedito Hélio Orlandi, presidente da APDVP
mentos para serem usados em suas regiões. “O conteúdo debatido foi excelente e vai agregar muitos conhecimentos
para nós produtores, pois percebemos
que o plantio direto está sendo cada
vez mais usado. Com as informações e
tecnologias apresentadas podemos dispensar várias operações de preparo, reduzir custos, melhorar as condições dos
solos e fazer o plantio direto em cima
da palhada de cana”, assegurou Bertola.
Opinião compartilhada com Hojo, que
veio atrás de novas informações sobre o
sistema também para servir de modelo
de pesquisa em seu Estado.
Segundo Bolonhezi, o encontro
acontece nesta época do ano porque o
foco é a rotação. “Temos que mostrar
também o potencial das culturas que
estão sendo cultivadas na reforma, mas
nada nos impede de realizarmos em
outros períodos, dependendo do interesse de associações e cooperativas. O
importante é que agora vai começar a
colheita e as tomadas de decisão sobre
o que fazer na reforma dos talhões que
vão ser reformados no segundo semestre”, argumenta.
O plantio de MPB (mudas pré-brotadas) de cana-de-açúcar em sistemas
de manejo conservacionista do solo,
incluindo talhões da “cana energia”
também foram visitados pelo grupo que
participou do Rotacana. A planta é capaz de acumular biomassa e altos teores
de fibra rapidamente, o que resulta em
uma capacidade maior de produção de
energia elétrica ou etanol de segunda
geração. Ainda em testes no IAC, a cultivar deve chegar ao mercado nos próximos anos.
Também chamada de "cana energia", a
nova planta é capaz de acumular biomassa e altos teores de fibra rapidamente, o
que resulta em uma capacidade maior de
produção de energia elétrica ou etanol de
segunda geração, que pode chegar a seis
metros de altura e aumentar a produtividade no campo, além de reduzir os custos
de produção de etanol e energia elétrica, a
partir da palha e do bagaço. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
78
Destaque V
Agronegócio é discutido em encontro
promovido pela AMCHAM
Especialistas apontam cenário mais positivo para o setor canavieiro em 2016
Andréia Vital
A
pesar da crise econômica e diversos fatores que atualmente
têm causado incertezas sobre o futuro, “não há dúvidas de que
o país tem as condições estruturais e
mais determinantes para a retomada do
crescimento econômico. E o agronegócio exerce um papel fundamental neste sentido”, afirmou Arnaldo Jardim,
secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, durante o “Café Setorial de Agronegócios”
da Câmara Americana de Comércio
(AMCHAM), realizado no dia 16 de
março, em Ribeirão Preto-SP. O evento destacou os desafios e oportunidades do agronegócio do município, para
um grupo seleto de empresários.
Para Jardim, o Estado de São Paulo
tem exercido um importante protagonismo na tomada de decisões e na
produção de conhecimentos para o
setor agropecuário. “O agronegócio
não é produção, mas sim, uma cadeia
pensada de forma integrada. Não é
negócio para amadores, mas de profissionais, de especialização crescente
e desafios de inovação. Nossa missão,
como poder público, é criar as condições para que essas circunstâncias
possam se desenvolver, seja por meio
de parcerias ou programas de financiamento voltados também à complementaridade da pequena propriedade,
como é o caso de mais de 80% das
propriedades da região”, disse.
O secretário destacou ainda que a economia brasileira reage aos artificialismos
impostos, como no caso do preço dos
combustíveis em 2015. “A região de Ribeirão Preto também sentiu o impacto da
crise no setor da cana-de-açúcar, na qual
70 usinas foram fechadas e outras 70 passam por processo de recuperação judicial,
fazendo o setor patinar de forma dramática
e gerando uma reação em cadeia. No ano
passado, algumas empresas que tinham
saúde financeira começaram a operar novamente “no azul”, mas não ainda a ponto
de fazer novos investimentos”, afirmou.
Um dos palestrantes do evento, o diretor da Wedekin Consultores, Ivan We-
Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Ivan Wedekin,
diretor da Wedekin Consultores
dekin, apresentou dados econômicos e
o atual cenário de crise e destacou a
grandeza do mercado interno, que consome 70% da produção agropecuária
no país. “Há uma crise no agronegócio
brasileiro, mas que é suavizada pela característica de essencialidade e de eficiência do setor, ainda que o consumidor
esteja menos propenso a assumir gastos”, disse, afirmando que a agricultura
paulista deve ser respeitada no Brasil e
no mundo devido às suas proporções.
“Os sete mandamentos da agricultura neste horizonte 2016 e 2017 são
gerenciamento do caixa, controle de
custos, aumento da receita, câmbio, o
produtor não é especulador, tem que
travar o seu risco de preço, tecnologia
e investimento, pois só cresce quem investe”, ressaltou.
O cenário de investimentos no agronegócio foi avaliado por Guilherme
Bellotti de Melo, consultor agro do
Itaú BBA, na ocasião. O especialista
afirmou que, embora o mercado ainda
aguarda uma estabilidade para a retomada dos negócios, o setor sucroenergético volta a respirar em 2016. A previsão de déficit de açúcar no mercado
mundial depois de cinco anos de superávit é um dos fatores apontados por ele
para a retomada do segmento. “A cur-
79
Guilherme Bellotti de Melo,
consultor agro do Itaú BBA
Bernhard Kiep, vice-presidente de
marketing da AGCO
va futura do açúcar aponta para preços
mais elevados nos próximos anos e o
preço do açúcar deve sustentar as cotações de etanol”, esclareceu.
deiras têm mais de 20 anos e devido à
alta competitividade, o produtor precisa
enxergar valor agregado para investir
no novo equipamento”, disse o executivo, contando que a empresa representa
atualmente, 13% do mercado global e
tem boas perspectivas, principalmente
no segmento canavieiro.
Já Bernhard Kiep, vice-presidente
de marketing da AGCO, afirmou que o
Brasil tem uma frota relativamente pequena para o tamanho de sua área agricultável, em comparação com os EUA
e Alemanha. “Hoje, 43% das colheita-
“É um ano especial para a
AMCHAM de Ribeirão Preto, pois
completamos uma década aqui, sendo que a Câmara já está no Brasil há
quase 100 anos. Portanto, neste ano
comemorativo, está programado a realização de 60 atividades a exemplo
desse café setorial, com a previsão de
atingir mais de três mil executivos de
todas as empresas de Ribeirão Preto”,
disse Bianca Guazzelli, coordenadora
da regional da AMCHAM Ribeirão
Preto, ao finalizar o evento. RC
Pesquisa mostra impacto dos fertilizantes no
rendimento da cana-de-açúcar
Estudo mostrou caminhos viáveis para o aumento de produção canavieira
Andréia Vital com informações da assessoria
Experimentos testando a eficácia de
tipos de fertilizantes em relação à produtividade da cana-de-açúcar no plantio foram feitos nos municípios paulistas de Lençóis Paulista e Santa Bárbara,
entre 2014 e 2015, pela Mosaic Fertilizantes, empresa produtora global de
fosfatados e potássio combinados, e
compararam fertilizantes convencionais com um produto premium, com
fórmula de fósforo diferenciada.
Os testes em Santa Bárbara mostraram um incremento de produtividade
que chegou a 9,5 toneladas por hectares nas áreas onde o fertilizante premium foi utilizado. Nesta mesma área,
a produção foi de cerca de 104,8 toneladas por hectare, enquanto na área
em que foi aplicado o produto conven-
cional a produção foi de 95,3 toneladas por hectare. Além disso, houve um
ganho de 2,6 kg de ATR (Açúcar Total
Recuperável) nas áreas com o uso do
fosfatado premium.
No caso dos testes realizados em
Lençóis Paulista, conduzidos em solos
de ambientes C e E, e com diferentes
doses de fertilizantes fosfatados convencionais e premium, foram registrados melhores números de produtividade. O uso do produto fosfatado
premium elevou a rentabilidade em até
R$ 1.221,64 por hectare, não considerando o custo de CCT (corte, carregamento e transporte).
“A fertilidade do solo pode ser responsável por até 60% da produtividade
da lavoura”, explica Maristela Chimello,
gerente regional de Vendas para Agroindústrias. Segundo ela, as características
exclusivas de fertilizantes com nutrientes
concentrados no mesmo grânulo proporcionam melhor absorção de nutrientes.
“Eles são uma fonte de fósforo com alta
eficiência e solubilidade, além de viabilizar a disponibilidade de enxofre durante
todo o ciclo da cultura”, explicou. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
80
Destaque VI
IAC realiza a 9ª edição de seu curso de
formação de MPB
Evento teve por objetivo a capacitação técnica quanto à formação das
mudas pré-brotadas na cultura de cana-de-açúcar
Andréia Vital
M
ais de 300 profissionais ligados ao setor sucroenergético já participaram do curso
teórico e prático de formação de MPB
(Mudas Pré-Brotadas) organizado desde 2013, pelo Centro de Cana do IAC
(Instituto Agronômico). A nona edição
do curso aconteceu nos dias 06 e 07 de
abril, no auditório do Centro, situado
em Ribeirão Preto-SP, e reuniu 35 participantes de vários locais do país, interessados em alternativas para o plantio
de suas lavouras.
“Para alcançar novos patamares de
produtividade nos canaviais e dar saltos
quantitativos significativos, nós temos
que ser rápidos na adoção de novas tecnologias. É preciso caminhar em direção aos três dígitos de produção, com
produtividade acima de 100 toneladas
na média dos cinco primeiros cortes, e
também para uma maior longevidade
de nossos canaviais. Isso implica na
adoção de novas variedades, que apresentam uma maior população de colmos e, para isso, as mudas pré-brotadas
se apresentam como uma solução por
ser um sistema de multiplicação rápida,
por isso, tem despertado tanto interesse”, afirmou Marcos Landell, diretor
do Centro de Cana do IAC, que na ocasião, falou sobre as indicações varietais
e manejo varietal.
Marcos Landell, diretor do Centro de Cana do IAC
Dr. Mauro Xavier, melhorista do IAC
De acordo com o melhorista do IAC,
o dr. Mauro Xavier, além das aulas teóricas, o curso também tem atividades
práticas dentro do núcleo de produção
de mudas do Centro de Cana. “São turmas pequenas exatamente para o pessoal ter um aproveitamento otimizado
do conteúdo do curso. Durante as aulas
procuramos dar uma visão para os participantes da necessidade de colocar a
MPB dentro de um sistema de produção. O produtor não vem aqui somente
para aprender a fazer muda, ele vem
aqui para aprender a fazer a MPB e a
utilizar as mudas dentro de um sistema
novo de produção de cana-de-açúcar.
Essa é a ideia e é uma realização do
Programa Cana do IAC com seus inúmeros pesquisadores participando deste
processo e curso”, explicou o pesquisa-
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Dr. Maximiliano Scarpari,
pesquisador do IAC
dor que proferiu palestra sobre o sistema de multiplicação da MPB.
A fisiologia da brotação da cana-de-açúcar foi abordada pelo pesquisador do
IAC, dr. Maximiliano Scarpari. “No sistema MPB usamos gemas com diferentes idades e com isso teremos diferença
na velocidade da brotação e na emissão
de raízes. Normalmente temos gemas do
ápice com reservas em maior concentração de glicose e frutose e isso traz uma
maior velocidade na brotação além de gemas mais novas” explicou o profissional,
lembrando que o produtor precisa estar
atendo em relação à brotação do material
escolhido para a produção de MPB.
Ao falar sobre as pragas da cana-de-açúcar, a pesquisadora Leila Dinar-
81
logadas na cana-de-açúcar, sendo que em
torno de 10 ocorrem no Brasil com maior
ênfase, porém, são apenas cinco doenças
que nós consideramos principais, dessas
o raquitismo da soqueira, a escaldadura,
o mosaico, o carvão e a ferrugem causam
muito problema na produção, portanto, o
produtor precisa estar atento à qualidade
da muda e fazer uma boa desinfestação
dos instrumentos de cortes evitando assim que se leve doença para o campo”,
ensinou o pesquisador.
Leila Dinardo Miranda,
pesquisador do IAC
Dr. Ivan dos Anjos,
pesquisador
do Miranda, afirmou que o sistema de
MPB tem uma série de vantagens, por
se tratar de uma muda sadia, livre de
pragas. “Portanto, o agricultor não corre o risco de introduzir praga em uma
outra área, como no caso específico do
Sphenophorus levis, essa é a principal
vantagem do ponto de vista entomológico”, afirmou, contando que além
de frisar este aspecto, orientações sobre como conduzir uma muda sadia ao
campo e cuidados com viveiros foram
transmitidos aos participantes. “A MPB
é uma cana e ela vai sofrer o ataque de
pragas de brocas de cigarrinhas como
qualquer cultivar e, como é um material
nobre de produção, o seu plantio é mais
caro do que um plantio convencional,
então é necessário ter uma série de cuidados para não perdê-lo”, ponderou.
Já o dr. Ivan dos Anjos falou sobre manejo para controle de doenças na produção de MPB. “Existem 206 doenças cata-
Irrigação no sistema de mudas pré-brotadas foi o tema da palestra da pesquisadora Regina Célia Pires. “A irrigação é uma pratica adotada em todo o
sistema de produção de MPB, portanto,
é importante a gente conhecer a quantidade, o intervalo e a uniformidade com
que se aplica essa irrigação”, disse, afirmando que existem vários caminhos
para fazer uma abordagem e melhorar
o uso da irrigação. “Inicialmente podemos pensar em uma avaliação quanto a
uniformidade de sistema dentro da área
Revista Canavieiros - Abril de 2016
82
Destaque VI
Pesquisadora Regina Célia Pires
de produção de MPB e, posteriormente,
verificar se precisa manter a manutenção
ou não do sistema”, analisou a profissional, que apresentou informações sobre experimentos feitos com as mudas
dentro da estufa, mostrando a correlação
delas com elementos do clima, a demanda climática da área, como também,
com a utilização de alguns sensores para
monitoramento do potencial de água no
tubete. “São sensores pequenininhos que
se mostraram interessantes para se conduzir adequadamente o manejo da água
neste sistema de produção”, explicou.
O uso de herbicidas no sistema de
MPB foi abordado na ocasião pelo pesquisador dr. Carlos Alberto Mathias Azania, que alertou a necessidade do produtor
ter planejamento para fazer a aplicação
dos produtos. “Não temos ainda um receituário de um manejo adequado para
o MPB, o que temos preconizado ao
produtor é aplicar produtos em alguma
antecedência do plantio MPB, com isso
ele pode usar doses gerenciadas e certamente vai reduzir o banco de sementes.
Transcorridos 30 a 60 dias da aplicação
do produto, deve intervir com o plantio e
somente voltar a aplicar o herbicida após
Dr. Carlos Alberto Mathias Azania
Ighor Raphael Oliveira Dumont Cruvinel,
gestor de tratos culturais e responsável
pelo viveiro de produção de MPB da usina
Jalles Machado
a fase de pegamento, ou seja, após cerca
de 40 dias, aí sim faz o complemento havendo a necessidade”, ensinou.
O pesquisador dr. Júlio César Garcia
abordou o tema da nutrição e adubação
da cana-de-açúcar. “Destacamos aqui
alguns conceitos básicos sobre nutrientes e a sua importância no desenvolvimento inicial das plantas. O manejo
adequado desses nutrientes em viveiro,
a importância de se ter um equilíbrio e
não excesso para que a planta tenha um
perfeito desenvolvimento inicial. Como
também frisamos que o produtor precisa ser criterioso na escolha dos resíduos
que utiliza para a formação de substrato,
deve-se ter cuidado com elementos tóxicos que podem ser maléficos”, alertou.
Para os participantes, as informações
obtidas vão contribuir para o progresso em suas lavouras. Como é o caso
de Ighor Raphael Oliveira Dumont
Cruvinel, gestor de tratos culturais e
responsável pelo viveiro de produção
de MPB da usina Jalles Machado, localizada em Goinésia, Goiás. “O intuito
da participação neste curso foi buscar
novas informações para o uso do MPB,
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Ricardo Magnani, produtor de cana-deaçúcar de Taquaritinga-SP
conhecer novas tecnologias e técnicas
utilizadas pelo IAC, como também trocar experiências com outras pessoas”,
disse. Segundo ele, há cinco anos já utilizam o sistema na usina, em áreas de
20 a 30 hectares como ferramenta para
um manejo varietal, mas a intenção é
ter a MPB também em área comercial.
O produtor de cana-de-açúcar de
Taquaritinga-SP, Ricardo Magnani, também se interessou em fazer o curso para
se inteirar das novidades sobre o sistema,
que ele considera o futuro do plantio de
canaviais. “Eu já tenho um viveiro com
algumas mudinhas que adquiri, mas vim
aqui conhecer mais a respeito do sistema
para ver se consigo produzir as minhas
próprias mudas e aplicá-las na minha
propriedade”, afirmou ele que fornece
cana para as Usina Bonfim e Usina São
Francisco. “A questão principal não é
aumentar a produtividade dos meus canaviais, que é de 96 toneladas por hectare, e sim o corte de custo em plantio,
que hoje é muito grande e quem não correr atrás de uma nova forma de reduzir
isso, provavelmente vai ficar para trás.
A intenção é essa, partir para usar mais
tecnologia no campo e o IAC está dando
essa oportunidade para nós, então devemos aproveitar”, elucidou. RC
83
Revista Canavieiros - Abril de 2016
84
Destaque VII
A irrigação pode contribuir para o controle
de pragas da cana, afirmam especialistas
em evento do GIFC
Uso e benefícios da quimigação, que é a aplicação de agroquímicos por meio dos
sistemas de irrigação, foram debatidos na ocasião
Andréia Vital
O
“Controle de Pragas em Cana-de-Açúcar Irrigada e Fertirrigada, foi tema do 25º Encontro
do GIFC (Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar) realizado no dia 17 de março, no Centro de
Convenções da Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias da UNESP de
Jaboticabal-SP. A reunião contou com
a participação de profissionais do setor
sucroenergético e estudantes de disciplinas ligadas ao segmento.
Para o superintende do GIFC, Marco Viana, o encontro foi importante
por levantar discussões pouco exploradas pelo setor sucroenergético. “Ouvimos especialistas que mostraram que
a irrigação pode sim contribuir para o
controle de pragas. Entendemos que
há muitas oportunidades ainda a serem
exploradas por empresas fabricantes de
tecnologia e equipamentos de irrigação,
assim como para pesquisadores, para
um maior e diversificado uso da irrigação no controle de pragas da cana, como
broca e cigarrinha”, avaliou Viana.
afirmou Antônio de Souza Rossato Jr.,
pesquisador da Fafram – Faculdade Dr.
Francisco Maeda e presidente da Coplana, que apresentou, na oportunidade,
a palestra “Efeitos da irrigação no manejo de pragas na cana-de-açúcar com
ênfase em cigarrinha e broca”.
Luiz Carlos de Almeida, diretor
na Entomol Consultoria
Sustentável”. O especialista mostrou as
vantagens da utilização da quimigação,
que é o uso da irrigação para a aplicação
de agroquímicos no canavial. Redução
da compactação do solo e de danos mecânicos na cultura, melhor incorporação
e ativação dos agrotóxicos, entre outros,
são os benefícios trazidos pela prática.
Marco Viana, superintende do GIFC
O engenheiro agrônomo, Luiz Carlos
de Almeida, diretor na Entomol Consultoria, fez uma abordagem em relação ao controle e manejo de pragas de
cana, destacando os benefícios que a
irrigação pode trazer para a efetivação
desses controles durante a apresentação
da palestra “Efeitos da Irrigação na Bioecologia de Pragas da Cana e o Manejo
“A irrigação oferece oportunidades
para uma melhor eficácia do manejo de
pragas seja por gotejamento, pivô central ou aspersão. Pode promover uma
melhor alocação de inseticidas. Facilita
a quebras de barreiras naturais das plantas, pois a irrigação permite a colocação
desse inseticida mais no colo da planta
e menos nas folhas. Há oportunidade do
aumento de eficácia dos próprios produtos que existem no mercado. Assim
como redução de custo também de hora
máquina, com uso de menos tratores,
“A broca e a cigarrinha são pragas
que afetam os canaviais de diferentes regiões do Brasil. A irrigação pode
atuar em benefício do manejo dessas
pragas. É importante discutir novas tecnologias que favorecem esse controle e
manejo”, alertou Almeida.
“É preciso olhar para as oportunidades oferecidas pela irrigação em
cana-de-açúcar do ponto de vista da
entomologia e do manejo de pragas”,
Revista Canavieiros - Abril de 2016
José Antônio de Souza Rossato Junior,
pesquisador da Fafram
85
ou aplicação aérea para essa finalidade,
já que se aproveita a água como veículo para fazer a aplicação do inseticida”,
explicou Rossato.
A reunião contou ainda com palestra
do professor Joaquim Gonçalves Machado Neto, da Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias da UNESP de
Jaboticabal (SP), que explicou sobre os
aspectos ambientais e legais do uso da
“Quimigação no Controle de Pragas,
Normas e Vantagens” e de João Henrique Mantellatto Rosa, gestor financeiro
da PECEGE da ESALQ/USP, que na
Professor Joaquim Gonçalves Machado
Neto, da Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias da UNESP de Jaboticabal
ocasião, apresentou uma proposta de parceria com as usinas que fazem irrigação.
“No PECEGE já temos um levantamento
de custos de produção de cana em nível
de Brasil, tanto com usinas quanto com
fornecedores, mas não tem nenhuma dedicação exclusiva para a irrigação. Então,
a intenção foi trazer essa proposta para
fazer um estudo dedicado para usinas que
irrigam e, sobretudo, apurar o custo de
produção da cana, do açúcar e do etanol,
dessas unidades”, explicou o gestor.
Os participantes ainda visitaram
os experimentos de cana irrigada re-
João Henrique Mantellatto Rosa, gestor
financeiro da PECEGE da ESALQ/USP
alizados pela Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias da UNESP de
Jaboticabal. Desde 2014, a universidade estuda o desenvolvimento de
variedades de cana-de-açúcar com irrigação suplementar e deficitária por
gotejamento com mudas plantadas
em sistema de MPB (Mudas Pré-Brotadas), o que facilitou e uniformizou
a instalação do projeto, afirmou o
professor Alexandre Barcellos Dalri,
coordenador dos experimentos. “As
variedades estudadas neste experimento são a CCT4, a IAC5000, a
IAC1098, a IAC3046 e a RB 7515. A
ideia é trabalhar com essas cinco variedades e saber qual delas é a mais
responsiva à irrigação suplementar
ou à irrigação deficitária, também estudamos as condições de manejo sem
irrigação para servir de comparativo.
Os resultados preliminares são positivos”, concluiu o docente.
A próxima reunião do GIFC irá discutir o manejo de nematoides em canaviais irrigados e acontecerá a partir das
8h do dia 19/05/2016, na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia-GO.
A inscrição pode ser feita através do
site: www.gifc.agr.br. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
86
Fornecedores de cana passam a apostar nas
vantagens da irrigação por gotejamento
Aumento do uso de MPB tem impulsionado o crescimento do sistema, que reduz custo,
proporciona alta rentabilidade e eficiência operacional
Andréia Vital
A
chuva no ano passado não influenciou negativamente o investimento em irrigação por
gotejamento e a implantação do sistema
continua em ascensão em todo o país.
“A chuva aconteceu na época que tinha
que acontecer e, mesmo que 2015 tenha sido um ano bem molhado, a nossa
empresa cresceu 10%, pois não usamos
somente água, é um sistema fertiirrigação, que está preparado para atender
três características principais: colocar
água quando precisa, nutrientes e produto químico”, explica Carlos Sanches,
gerente agronômico da Netafim, completando “Nosso sistema é 95% preciso, sem desperdício de água, o que
significa uma economia de 30% a 50%
em relação a outros sistemas como aspersão, por exemplo”, afirma.
Segundo o executivo, os planos da
multinacional israelense são ainda mais
ousados para 2016, pois o Brasil tem
a oportunidade de produzir alimentos
para uma população crescente e faminta, cada vez com menos recursos. “A
irrigação tem papel fundamental nessa
história, pois pode contribuir com os
agricultores com um sistema mais efi-
Carlos Sanches,
gerente agronômico da Netafim
Daniel Pedroso,
engenheiro agrônomo da Netafim
ciente, de fácil utilização, e acessível
para o plantio de diversas culturas, garantindo assim alta rentabilidade e eficiência operacional”, acredita Sanches,
afirmando que a Netafim prevê um
crescimento de 20% este ano, baseado
na atuação de novos negócios no setor
de grãos. Projetos para o segmento canavieiro também refletem na estimativa
da empresa, que atende grandes grupos
e passa agora a focar também no fornecedor de cana-de-açúcar.
A Netafim já viveu a experiência de
escassez de água em Israel, seu país de
origem, que hoje transformou os desertos da região em pomares e lavouras
com alta produtividade. Dados da companhia mostram que mais de 10 milhões de hectares em todo o mundo são
irrigados por gotejadores da empresa e
no Brasil este número também supera
os 500 mil hectares. “A flexibilidade
do nosso sistema é enorme, atendendo
desde o pequeno produtor, incluindo
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Destaque VIII
o familiar, até os grandes empresários
rurais com os sistemas de gestão 100%
automatizados”, declara.
No Brasil, os projetos da empresa já
estão em 30 mil hectares de cana, sendo que 60% deles estão no Nordeste e
40% no Centro-Sul. “A irrigação por
gotejamento já está consolidada em
São Paulo, onde temos 80% dos nossos
projetos do CS”, afirmou Daniel Pedroso, engenheiro agrônomo da Netafim,
dando como exemplo a usina Santa Fé,
de Nova Europa-SP, que iniciou um
projeto de irrigação e agora já está com
uma nova iniciativa para aproveitar a
vinhaça. “Estamos fazendo um projeto que vai mesclar a água normal com
vinhaça e nós vamos aplicar tudo isso
via gotejo”, disse, explicando que a vinhaça é rica em potássio possibilitando
à usina reduzir custos com a aplicação
de potássio. Outro grupo citado pelo
profissional é a usina Vale do Paraná,
do Grupo Manuelita e Pantaleão. “Eles
têm ampliado ano a ano o sistema, cerca de 350 hectares por ano e já estamos
no terceiro projeto”, contou.
“Já no Centro-Oeste, que é uma região nova, inclusive para a cana-de-açúcar, estamos entrando nessa região
acompanhando o desenvolvimento das
empresas, então já temos projetos pilotos de irrigação com grandes grupos
que querem irrigar a metade de suas
áreas lá”, contou Pedroso.
A empresa tem projetos de 100 até 5
mil hectares e o setor sucroenergético já
sinalizou novos investimentos para este
ano. “Temos projeto com grandes grupos do setor, como Odebrecht, Biosev,
Bunge, Raízen e outros se mostraram
interessados”, adiantou. “Um de nossos
projetos em Minas Gerais, na Usina Coruripe - Unidade Iturama é um sucesso.
A usina não para de atingir recordes de
produtividades e se destaca como uma
das melhores do país. Por 12 anos, eles
colheram mecanicamente a cana com
produtividade média de 90 t/h, fizeram
a reforma apenas dos tubos gotejadores,
trocaram a variedade e agora colheram
o terceiro corte com uma média de 178
toneladas. Então, fazendo as contas de
15 anos, eles estão colhendo muito aci-
ma de 130 toneladas, a economia que
tiveram em relação à longevidade e redução de custo de transporte e colheita
está sendo fantástica”, assegurou.
Outra usina citada foi a Agrovale, da
Bahia, que é uma usina 100% irrigada.
“Eles utilizam três métodos de irrigação: por superfície em sulcos, pivô central e gotejamento, mas como estão tendo recorde de produtividade a decisão é
trocar todo o sistema começando com o
que gasta mais água, que é o sulco implantando nessas áreas o gotejamento.
E a economia já pode ser notada, pois
a mesma quantidade de água que eles
conseguiam irrigar 100 hectares com o
sistema antigo, com o gotejamento conseguem irrigar 200 hectares, então estão expandindo a área sem ter aumento
de água”, analisou.
De acordo com os especialistas, a
irrigação por gotejamento consegue
incremento de 50 a 55 toneladas por
hectare. “Não só pela água, se precisar da água nós vamos por água, mas
também fazer a fertirrigação, aplicar
ácido húmico e ácido fúlvico, a aplicação de maturador para ajudar na
maturação da cana, nematicidas, inseticidas, etc”, explicou.
“O investimento do sistema é muito
variável porque a água pode estar localizada perto ou longe, isso tem uma
interferência muito significativa na implantação, mas o valor fica em uma faixa de R$ 4 mil a R$ 8 mil por hectare,
na média, mas se eu pensar na realidade
do Nordeste, onde tem que se aplicar
mais água, este valor pode passar de
R$ 6 mil a R$ 10 mil por hectare, então
depende muito das condições”, elucidou Sanches, reforçando que o sistema
se paga. “O payback médio das usinas
está sendo no terceiro ou quarto ano do
sistema instalado”, disse o gerente.
Já Pedroso afirmou que o uso de irrigação tem aumentado também entre
os produtores de cana-de-açúcar, principalmente, com o aumento do sistema
de MPB nas lavouras. “Os produtores
estão produzindo suas próprias mudas
utilizando o sistema de viveiros e a
irrigação é necessária neste contexto.
87
Devido ao aumento da demanda, estamos desenvolvendo um kit de irrigação
específico para MPB. “O nosso sistema
é semifixo, usa-se o tubo gotejador na
produção de muda e o cabeçote de controle muda de lugar, promovendo a irrigação. É um sistema que fica extremamente barato quando se faz por hectare
e a resposta do viveiro é incrível, com
muda de qualidade. Tem produtor que
consegue tirar duas safras de mudas por
ano a cada seis meses”, afirma.
Embora o cenário se mostre positivos
para eles, a companhia tem se preocupado com as iniciativas públicas e privadas
para impulsionar o setor de irrigação no
Brasil. “Essas ações são extremamente
importantes. Por exemplo, infraestrutura necessária para irrigação, disponibilização de água e energia de qualidade,
isso pode beneficiar os agricultores e a
sociedade em geral, além de contemplar
as empresas de irrigação que ganham
espaço e credibilidade no mercado. A
disponibilização de linhas de créditos
acessíveis é necessária e impulsionará o
agronegócio”, diz Sanches.
Mesmo assim, a empresa não para de
investir no país e lançará na Agrishow,
feira que acontece de 25 a 29 de abril,
em Ribeirão Preto/SP, o novo sistema
de irrigação por gotejamento com controle e gestão automatizados, e monitoramento em tempo real, garantindo
economia de água, fertilizantes e mão
de obra. O lançamento é acessível para
todos os produtores, utilizando tubos
flexíveis que otimizam o projeto de irrigação e facilitam as atividades operacionais e de armazenamento.
“O produtor rural poderá controlar à
distância todo o processo de irrigação
e nutrirrigação – que é a técnica de levar a solução nutritiva junto da água, na
mesma tecnologia gota a gota. Por cair
direto na raiz da planta, essa eficiência
aumenta a produtividade das lavouras
duas vezes mais”, destaca Carlos Sanches, gerente agronômico da Netafim,
lembrando que “Essa tecnologia é uma
das mais modernas em automação e nutrição das plantas tornando assim todo o
processo mais sustentável para o produtor rural”, finaliza Sanches. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
88
Destaque IX
Interior Paulista sedia o 18º Seminário de
Mecanização
Vitrine das tecnologias voltadas à cana-de-açúcar, o evento sediou também a
7ª Mostra de Máquinas, Equipamentos e Componentes Agrícolas e premiou
14 usinas que se destacaram em produtividade agrícola ao longo do ano anterior
Fernanda Clariano com informações de assessoria
Paralelamente ao Seminário, no mesmo espaço, foi realizada a 7ª Mostra de
Máquinas, Equipamentos e Componentes Agrícolas voltados à agroindústria
canavieira, uma vitrine das tecnologias
voltadas à cana-de-açúcar disponíveis
no mercado atualmente.
A
o longo dos dois dias, um público formado por cerca de 600
pessoas, entre pesquisadores,
profissionais de usinas e produtores de
cana-de-açúcar, participou do 18º Seminário de Mecanização e Produção de
Cana-de-Açúcar que aconteceu nos dias
30 e 31 de março, no Centro de Eventos Taiwan, em Ribeirão Preto- SP, em
busca de conhecimentos e de avanços
tecnológicos.
Ao todo foram 20 palestras que discutiram as tecnologias que estão em
processo de implantação, bem como os
progressos, resultados e também os temas atuais e de bastante relevância para
o setor.
Na abertura, o idealizador do evento e
diretor do Grupo IDEA, Dib Nunes Jr., fez
críticas ao atual Governo e afirmou que o
setor canavieiro está se superando e pronto
para voltar a crescer. “O setor sucroenergético, é um dos setores mais prejudicados
pela desastrosa política econômica do PT,
mas estamos reagindo e superando as nossas dificuldades. Acredito que este será um
ano diferente, pois os preços aos poucos estão voltando ao normal e as usinas e os produtores ganhando um ânimo novo. Estamos
diante de uma nova fase, que ao que tudo
indica será muito favorável ao setor. Estamos prontos para voltar a crescer”, afirmou.
Manutenção mecânica, pneus canavieiros e plantio mecanizado
A primeira parte do Seminário, coordenado pelo consultor Luiz Antônio
Bellini, abordou o tema “Manutenção
Mecânica, Pneus Canavieiros e Plantio
Mecanizado”, onde foram apresentados
Consultor Luiz Antônio Bellini
trabalhos sobre - Como economizar com
a gestão de pneus agrícolas e a tecnologia LSW; A importância dos pneus na
melhoria da produtividade; Manutenção
mecânica e pneumática de implementos
rodoviários; Programa de alta performance de manutenção e operação agrícola; Plantio mecanizado integrado à
aplicação de torta de filtro e Dicas para
um plantio mecanizado mais econômico.
A manutenção mecânica e pneumática de implementos rodoviários, principais causas de acidentes este assunto
de grande importância para as usinas,
foi discutida pelo consultor da Sigma
Consultoria Automotiva, Luiz Nitch,
que em sua apresentação, destacou que
a manutenção mecânica e pneumática de
implementos rodoviários pode represen-
Revista Canavieiros - Abril de 2016
tar até 30% dos custos de manutenção do
setor automotivo das usinas. O consultor
ainda apontou medidas de como manter
os veículos e também como redução das
despesas com manutenção.
Luiz Nitch, Sigma Consultoria Automotiva
89
Auro Pardinho,
gerente de marketing da DMB
Já o gerente de marketing da DMB,
Auro Pardinho, discorreu sobre os benefícios da torta de filtro no sulco de
plantio e, de acordo com ele, são: A
presença de micronutrientes na matéria
orgânica; Os minerais contidos na torta
estão menos sujeitos a lixiviação; Aumento da CTC dos solos onde a torta é
aplicada; Capacidade de reter maiores
quantidades de água que podem suprir
deficiências hídricas, principalmente na
brotação; Propicia melhores condições
físico-química e microbiológicas para o
desenvolvimento da planta.
Pardinho afirma que, para conseguir
todos esses benefícios, os produtores
e usinas podem utilizar a Carreta sulcadora e distribuidora de torta de filtro
"Plantadora de torta da DMB. O equipamento foi desenvolvido para realizar
a sulcação de duas linhas de cana com
simultânea distribuição de adubo e torta
de filtro no sulco de plantio.
Na ocasião, o gerente de marketing
da DMB falou com a Revista Canavieiros sobre o mercado de máquinas e
também sobre a Agrishow. “O mercado de máquinas anda complicado. As
vendas estão reduzidas, muito aquém
daquilo que a gente gostaria que estivesse. Porém, hoje os preços, tanto da
cana quanto do açúcar e do etanol, já
são mais animadores, então é a hora
de ganhar dinheiro. O grande problema, e talvez isso que tenha influenciado nos negócios, é que o pessoal ainda precisa se capitalizar, o setor ainda
está descapitalizado. Eu acredito que
até retomar os investimentos ainda
vai levar tempo porque mesmo quem
tem dinheiro, está na dúvida e quer
primeiro esperar ver o que acontece
na política do país para tomar uma decisão”, avaliou pardinho, que também
destacou “esse seminário antecede a
Agrishow e isso é muito bom porque
ele atrai um número grande de pessoas do setor que tomam a decisão. São
gestores das áreas envolvidas no setor
e é interessante que eles participem
das palestras e, em seguida, tendo a
Agrishow, quem sabe já os motivam
a tomar alguma decisão de compra e
é isso que a gente espera”, garantiu.
Júlio Vieira Araújo, gerente agrícola da
Usina São José da Estiva
As dicas de como obter um plantio
mecanizado mais econômico, foram
apresentadas pelo gerente agrícola da
Usina São José da Estiva, Júlio Vieira
Araújo. Uma das estratégias da usina
é utilizar a meiosi. Araújo mostrou as
vantagens e as desvantagens. Segundo
ele as vantagens são: Redução de custo
- ausência de transbordo proporcionando melhor logística; Economia de mudas MPB; Rotação de cultura - benefícios econômicos controle de pragas;
Taxa de multiplicação varietal rápida;
Alto poder germinativo. Já as desvantagens são: Liberação do canavial para
reforma antecipadamente - época ideal
de planto da meiose (set/out); Administrar a quantidade de gemas necessárias para a multiplicação; Controle de
broca; Maior cuidado com o sincronismo dos equipamentos; Quebra de equipamento - substituição.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
90
Destaque IX
Meio ambiente, colheita mecanizada e logística
Abrindo a segunda parte do Seminário, coordenada pelo presidente do
IDEA, Dib Nunes, tratou sobre as questões relacionadas ao “Meio Ambiente, Colheita Mecanizada e Logística”,
onde foram abordados os seguintes assuntos: Implicações sobre a regulação
das áreas ambientais; Os desafios para
otimizar a colheita mecanizada; Novas
tecnologias para a gestão e o aumento
da produtividade na colheita mecanizada de cana-de-açúcar; Fuse connected
services - sistema de monitoramento
on-line Valtra; Cana Energia uma nova
opção para produtores; Novo sistema
de corte de base: serra radial e Estratégias de logística que estão reduzindo
custos de colheita.
Na oportunidade, as grandes fabricantes de colhedoras de cana-de-açúcar,
Case IH, John Deere e Valtra/AGCO
apresentaram suas novidades tecnológicas e trouxeram informações sobre
o que elas estão fazendo em termos de
tecnologia para que o produtor possa
reduzir custos e diminuir perdas.
Presente no evento, o pesquisador do
IAC, Marcos Landell, falou com a Revista Canavieiros e ao ser questionado se
as variedades de hoje estão adaptadas à
mecanização, ele comentou: “Já se passam praticamente 20 anos da colheita
mecânica e hoje temos um grupo varietal que é bastante adaptado. O IAC tem
preconizado o uso de variedades facilitadoras, são aquelas variedades que têm
alta repetibilidade de performance - boa
em plantio. Na nossa visão não há necessidade dos produtores correrem riscos de
implantar um canavial falho, com baixa
população pelo fato de não observarem
a adaptabilidade ou utilizarem essas
variedades facilitadoras. O que a gente
tem indicado sempre é que procurem se
informar qual o grupo de variedades facilitadoras que tem uma boa repetibilidade na sua performance e que se utilizem
unicamente delas”, pontuou.
Por meio do advogado e engenheiro
agrônomo Paulo Daetwyler Junqueira,
sócio-diretor da Junqueira & Associados Consultoria, o Seminário trouxe
uma palestra que alertou o público sobre as implicações da regulação das
áreas ambientais, no âmbito do CAR
(Cadastro Ambiental Rural), que nem
sempre são de conhecimento de usinas
e produtores de cana.
O advogado falou sobre as implicações da regulação sobre as áreas
ambientais. Segundo ele, os donos de
propriedades rurais já podem participar
do PRA (Programa de Regularização
Ambiental), que foi regulamentado no
Estado de São Paulo, em 12 de janeiro
de 2015 pelo Decreto n° 61.792.
Paulo Daetwyler Junqueira, sócio-diretor
da Junqueira & Associados Consultoria
O Programa permitirá a restauração de mais de um milhão de hectares
de áreas degradadas ou alteradas, ampliando a área de vegetação nativa em
propriedades e imóveis rurais paulistas.
Junqueira estima que os produtores rurais terão que arcar, ao todo, com cerca
de R$ 1 trilhão para regularizar o passivo ambiental do país.
Durante apresentação o advogado fez
um alerta: “Não é possível ficar alheio à
resolução e ao programa de recuperação
ambiental. O seu cumprimento é obrigatório e complexo, e acarretará custos ao
produtor”, enfatizou Junqueira.
Lançamento
O evento também foi palco para o
lançamento de duas variedades de cana-energia: Vertix 1 e Vertix 2, materiais
destinados à produção de biomassa que
foram apresentados pelo diretor agrícola
da GranBio, José Bressiani. De acordo
ele, os materiais devem começar a ser
plantados em escala comercial ainda
este ano.
José Bressiani,
diretor agrícola da GranBio
Marcos Landell, pesquisador do IAC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
91
Custos, gestão de frota, novas tecnologias e uso da palha
No segundo dia das apresentações,
o tema em questão foi “Custos, Gestão
de Frota, Novas Tecnologias e Uso da
Palha”. Com a coordenação do consultor Luiz Nitsh, os palestrantes explanaram sobre: A evolução dos custos de
produção e ganhos possíveis de ATR
na colheita; Tratores agrícolas: avanço
tecnológico, benefícios e boas práticas
para o setor canavieiro; A experiência
de aproveitamento da palha na Usina
Rio Vermelho; Gestão de frota: segurança, disponibilidade e produtividade na
movimentação de bagaço de cana-de-açúcar; Gestão de frota canavieira com
apuração de indicadores operacionais e
CTT e Técnicas para plantio de cana sem
o uso de terraços e curvas de nível.
A palestra de abertura do segundo
dia do Seminário foi ministrada pelo
diretor do Grupo IDEA, Dib Nunes,
que abordou a “Evolução dos Custos e
Produção e Ganhos possíveis de ATR
na Colheita”, de acordo com ele, nos
últimos cinco anos, os custos totais de
produção de cana subiram muito, avançando bem mais do que a inflação. “O
custo para se formar um canavial subiu
20%, em relação ao ano passado, chegando a R$ 7.400 por hectare”, avaliou.
O gerente agrícola da Usina Rio
Vermelho, Luiz Fernando Foresti,
apresentou “A experiência de aproveitamento de palha na Usina Rio Vermelho”. Segundo ele, a palha disponível
no campo é utilizada como combustível suplementar para as caldeiras de
alta pressão, o que possibilita um aumento na geração de energia, sendo
que o excedente ainda poderá ser comercializado. Além dessas vantagens,
Luiz Fernando Foresti, gerente agrícola da
Usina Rio Vermelho
esse processo ajuda a combater a mosca-dos-estábulos, pois o recolhimento
de palha nas áreas da bacia de vinhaça
funciona como medida profilática.
Já o produtor e consultor da Agrícola Rio Claro, Luiz Carlos Dalben, falou
sobre as “Técnicas para plantio de cana
sem o uso de terraços e curvas de nível”, onde destacou sua experiência que tem trazido redução de custos e ganho de área plantada. Dalben também
enfatizou que uma correta conservação
do solo, em qualquer cultura, é feita por
meio do conjunto de tomadas de posições e atitudes, onde a somatória dessas
resulta, ou não, no sucesso esperado”.
Luiz Carlos Dalben, produtor e consultor
da Agrícola Rio Claro
Premiação
Tradicionalmente, o Seminário de Mecanização e
Produção de Cana-de-Açúcar premia as usinas que se
destacaram em produtividade agrícola ao longo do ano
anterior. Foram analisadas
cerca de 200 unidades sucroenergéticas, utilizando-se os
O gerente regional de vendas do CTC,
seguintes critérios:
Rodrigo Almeida, e o presidente do
- Moagem mínima:
Grupo IDEA, Dib Nunes conduziram a premiação.
600 mil toneladas
- Total de safras já realizadas: mínimo 5 safras
- Produtividade: cana Bis < 5%
- Máximo de cana planta (18m): 20% da área de corte
- Índice Idea= TCH (ATR x 0,67) + (Idade média x 10)
Índice
<200 - Ruim
De 201 A 210 - Regular
De 211 A 220 - Bom
>220 - Ótimo
Este ano, 14 usinas receberam o título de “Usinas Campeãs de Produtividade
Agrícola, safra 2015/16”. Conheça as usinas campeãs
A grande campeã nacional em produtividade agrícola foi a Usina Coruripe, Filial Iturama (MG), que conquistou um índice IDEA de 235,57. O TCH registrado
foi de 114 ton/ha, o ATR de 128,5 kg e a idade média do canavial foi de 3,6 cortes.
Estado de São Paulo:
Região de Araçatuba: Usina Santa Albertina (Grupo Colombo)
Região de São José do Rio Preto: Usina São José da Estiva e Usina Itajobi
Região de Ribeirão Preto: Usina Santo Antônio e Usina Bonfim (Grupo Raízen)
Região de São Carlos: Usina São Manoel e Usina Ferrari
Região de Piracicaba: Usina Santa Maria (J. Pilon)
Região de Assis/Presidente Prudente: Nova América Agrícola
Estado de Goiás: Usina Porto das Águas (Cerradinho Bio Energia S.A.) e Energética Serranópolis
Estado do Paraná: Usina Dacalda
Estado do Mato Grosso do Sul: Usina Angélica
Estado de Minas Gerais: Usina Coruripe (Filial Iturama) RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
92
Pragas e Doenças
Combatendo as principais doenças da
cana-de-açúcar
Roberto Giacomini Chapola
Hermann Paulo Hoffmann
PMGCA/UFSCar/RIDESA
N
o mundo, já foram descritas
mais de uma centena de doenças que podem afetar a cana-de-açúcar, das quais aproximadamente dez
são simultaneamente importantes em determinada região ou país. Apesar disso, a
preocupação em se fazer o controle das
mesmas é menor do que em outras culturas, como soja e milho, por exemplo.
Isso acontece porque grande parte das
doenças da cana-de-açúcar é controlada
via resistência genética; os programas
de melhoramento buscam incorporar
resistência às principais doenças nas novas variedades e priorizam a seleção de
materiais com essa característica. Assim,
presume-se que variedades liberadas
para plantio comercial sejam resistentes
à maioria das doenças; entretanto, não
há imunidade, pois em cana-de-açúcar
predominam resistências quantitativas,
o que significa que elas não são absolutas, mas sim graduais. Por isso, mesmo
variedades resistentes podem ser infectadas por determinadas doenças e sofrer
algum dano, caso as condições ambientais favoreçam a infecção ou a pressão
de inóculo seja alta.
Roberto Giacomini Chapola
Hermann Paulo Hoffmann
Atualmente, a doença que mais tem
preocupado os produtores de cana no
Brasil é a Ferrugem Alaranjada (Fig. 1),
causada pelo fungo Puccinia kuehnii.
Sua detecção recente no país, entre 2009
e 2010, e as quedas de produtividade
causadas em variedades suscetíveis, que
em certas situações chegaram a mais de
40%, são as razões para tal preocupação.
Além da Ferrugem Alaranjada, outras doenças que provocam danos expressivos à cultura da cana-de-açúcar
no Brasil são: Raquitismo-das-soqueiras - bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli;
Escaldadura (Fig. 2) - bactéria Xanthomonas albilineans; Vírus do Mosaico
da Cana-de-açúcar (Fig. 3); Carvão
- fungo Sporisorium scitamineum; Podridão Abacaxi (Fig. 4) - fungo Ceratocystis paradoxa; e Ferrugem Marrom - fungo Puccinia melanocephala.
Diante disso, o objetivo deste artigo é
apresentar medidas que o produtor pode
utilizar para reduzir os impactos das do-
Variedades importantes para o setor
e que apresentaram suscetibilidade,
como a RB72454, a SP89-1115 e, mais
recentemente, a SP81-3250, vem sendo
substituídas por materiais resistentes.
Figura 1 - Ferrugem Alaranjada
Revista Canavieiros - Abril de 2016
Figura 2 - Escaldadura em cana-de-açúcar
Figura 3 - Mosaico em cana-de-açúcar
93
preparo de solo, inviabiliza uma porcentagem significativa dos esporos de
S. scitamineum presentes no solo;
quanto maior o tempo entre a reforma
e o novo plantio de cana, menor é o
risco de epidemias de Carvão.
Figura 4 - Podridão Abacaxi em cana-de-açúcar
enças na produtividade, de maneira eficaz e sustentável.
Métodos de controle de doenças da
cana-de-açúcar
Como já destacado, o principal método de controle de doenças em cana
é o plantio de variedades resistentes.
Essa tática é suficiente para combater
a Ferrugem Alaranjada e a Ferrugem
Marrom, sem a necessidade de utilizar qualquer outra técnica. Já para
controlar eficientemente o Carvão e
o Mosaico, o emprego de variedades
resistentes deve ser associado ao uso
de mudas sadias. No caso da Podridão
Abacaxi, variedades de germinação rápida são consideradas resistentes, pois
elas ficam menos expostas ao ataque
do fungo. Destaca-se, no entanto, que
para escolher a variedade a ser plantada é essencial que o produtor conheça
as doenças que ocorrem na região onde
a propriedade está localizada.
Para Escaldadura e Raquitismo,
não existem variedades resistentes; no
entanto, há materiais tolerantes, que
não sofrem quedas significativas de
produtividade devido a essas doenças.
O meio de controle mais eficaz para
ambas é o plantio de mudas sadias.
No caso do Raquitismo, o plantio comercial deve ser feito com mudas de
viveiros instalados a partir de material básico tratado termicamente – o
mais eficiente é o tratamento de 50,5
°C por 2 horas. Este tratamento pode
controlar Escaldadura, Mosaico e Carvão, porém com eficiência inferior
em comparação ao Raquitismo. Após
o tratamento, o material básico deve
ser banhado em fungicida sistêmico
para controle do Carvão. Os viveiros
podem também ser plantados com material proveniente de biofábricas; esse
material possui elevada sanidade, pois
além do tratamento térmico, passou
por cultura de meristemas.
Dos dois aos oito meses após o
plantio, os viveiros devem ser inspecionados a cada duas semanas e, durante as inspeções, recomenda-se fazer
o “roguing”, que consiste em eliminar
todas as misturas varietais e plantas
com sintomas de Escaldadura, Mosaico ou Carvão. Com isso, evita-se a disseminação dessas doenças por meio de
mudas infectadas.
Durante o manejo da cultura, seja
em viveiro ou área comercial, as bactérias causadoras da Escaldadura e do
Raquitismo podem ser transmitidas
por ferramentas de corte; por isso, as
mesmas devem ser desinfestadas, para
evitar tanto a introdução dessas doenças no talhão como sua disseminação
de plantas infectadas para sadias. Ferramentas de corte e máquinas de plantio e colheita podem ser limpas com
produtos bactericidas – o mais utilizado é a amônia quaternária.
Além das técnicas já citadas, existem medidas culturais muito eficazes no combate de certas doenças. O
Carvão, por exemplo, tem seu controle potencializado quando se associam métodos culturais ao emprego
de variedades resistentes e ao uso de
mudas sadias. O plantio de outra cultura, como soja ou amendoim, entre a
reforma do canavial e um novo plantio
de cana na área, junto com um bom
Medidas culturais também são muito eficientes contra a Podridão Abacaxi. Uma delas é evitar o plantio de
inverno, quando as condições são desfavoráveis à germinação da cana; com
isso, os efeitos da doença são diminuídos consideravelmente. O plantio em
profundidades apropriadas, em solos
com umidade adequada e bem preparados são ações que igualmente produzem bons resultados. Outras medidas
efetivas são o uso de rebolos de partes jovens dos colmos, e o plantio de
colmos inteiros ou cortados em rebolos maiores; dessa forma, reduzem-se
os ferimentos e, consequentemente,
diminuem-se as portas para entrada do
fungo na planta.
O controle químico de doenças em
cana-de-açúcar não é usual, mas pode
ser considerado em situações pontuais. Quando se faz o plantio de inverno, em condições de baixas temperaturas e em solos secos, recomenda-se
aplicar fungicidas ou promotores de
germinação nos rebolos para combater a Podridão Abacaxi. Após o estabelecimento da cultura, no entanto, os
fungicidas só devem ser empregados
em ocasiões emergenciais. Ressaltamos que não é comum o uso de fungicidas para combater doenças foliares
em cana, como as Ferrugens; estas
são controladas eficientemente com
variedades resistentes, sem custos
adicionais ao produtor.
Portanto, podemos concluir que
existem diversas formas de se controlar as principais doenças da cana-de-açúcar. Nossa recomendação é utilizar
em conjunto as técnicas aqui apresentadas, fazendo-se o manejo integrado;
com isso, é possível reduzir os prejuízos causados pelas doenças de maneira
eficaz e sustentável, sem elevar consideravelmente os custos de produção
e, consequentemente, sem prejudicar a
rentabilidade do produtor. RC
Revista Canavieiros - Abril de 2016
94
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Revista Canavieiros - Abril de 2016
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repetidora RC7020, marca intraco;
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com dimensão de alcance de até 300 km;
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para plantio e transporte de cana inteira,
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adaptar em escalificador (sem uso)
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picada, sendo 1 carroceria e 2 julietas;
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12 lonas Pirelli com 2 rodas seminovas
(aro e disco) 18-4-38;
- 2 pneus seminovos ref. 14-9-28 –
10 lonas Pirelli com 2 rodas seminovas
(aro e disco) 14-9-28;
- Propriedade agrícola com 51 alqueires paulista, com 48 alqueires
plantado em cana-de-açúcar sendo a
maioria de 2º corte, totalmente plana
na melhor região de Frutal, próximo a
2.000 metros do bim do Cutrale e 11
km de asfalto e 2 km de terra até a cidade de Frutal-MG, com as devidas benfeitorias e distância de 29 km da Usina
Coruripe e 17 km até a Usina Frutal;
- Propriedade agrícola de 58 alqueires paulista com 47 alqueires plantados
em cana-de-açúcar sendo a maioria de
2º e 3º corte, a 2 km do asfalto ótima
localização e excelentes benfeitorias na
região de Frutal-MG, com distância de
25 km da Usina Coruripe e 40 km da
Usina Cerradão;
“Sendo que ambas as propriedades
aceita-se permuta com áreas maiores
ou menores”;
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L1113 ano 1970, cor vermelho original,
pneus (seminovos)semi novos prancha
3,5 metros de largura reforçada com
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ano e modelo 1984, marrom com bege,
turbinada, direção hidráulica, em bom
estado de conservação.
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dupla, diesel 4x4;
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- D20, 1987, branca e bege, motor
com 1000 km;
- Montana Sport, 2012, prata;
- F250 XLT, 2003, preta;
- Uno 2012, Vivance, preto;
- F4000 1989, cinza, carroceria madeira;
- Trator MF 50x1973, MB 1313,
carroceria truck, 1979, vermelho, motor zerado;
- Saveiro 1991, álcool, prata, motor
com 1000 km;
- Gol 2000, álcool, prata.
Tratar com: Diogo (19) 9 92136928, Daniel (19) 9 9208-3676 e Pedro
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Revista Canavieiros - Abril de 2016
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completa a ser realocada. Na última
safra obteve uma moagem de aproximadamente 350.000 toneladas. Preço a
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- Chave de partida ''a óleo";
- Transformador de 75 KVA;
- Postes duplos T de cimento;
- Chaves de alta, para raios, cabo e etc.
Tratar com Francisco pelo telefone
(17) 9 8145-5664.
VENDEM-SE
- Mudas de seringueira, Clone RRIM
600 com alta produção de látex. Viveiro credenciado no RENASEM Nº SP
14225/2013, localizado na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória que leva à Usina Moema, município
de Orindiúva-SP. Preço: R$ 4,50/muda;
-Fazenda com 48 alqueirões no município de Carneirinho-MG, localizada
próxima da rodovia asfaltada. Ótimo
aproveitamento para plantio de cana,
seringueira e/ou pastagens. Preço:
R$ 60.000,00/alqueirão;
-Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Prado, com salão e WC privativos,
sacada, 03 dormitórios, sendo 1 suíte,
armários embutidos, banheiro social,
sala, sala de jantar, jardim de inverno,
VENDE-SE
Ordenhadeira mecânica completa
com 4 unidades, Usinox.
Obs: também funciona quando ligada no trator.
Tratar com José Augusto pelo telefone (16) 9 9996-2647.
VENDE-SE
- Sítio em Cravinhos, área 15 alqueires com 12 de cana de açúcar.
Sem benfeitoria, 2 km do asfalto;
- Imóvel comercial (PRÉDIO), localização: Ribeirão Preto / Av.João Fiusa
Alugado Por R$ 48.000,00, valor
R$ 10.000.000,00;
- Imóvel Comercial (PRÉDIO), localização: Ribeirão Preto / Centro.
Excelente para Agência Bancária área construída: 800m², valor
R$ 4.500.000,00;
- Casa Condomínio Colina Verde /
Ribeirão Preto, área total: 3.500m², área
construída: 1.500m², 4 suítes + 1 apto
de hospedes anexado a casa, 8 vagas de
Revista Canavieiros - Abril de 2016
garagem, valor R$ 5.800.000,00.
Tratar com Miguel ou Paulo pelos telefones (16) 9 9312-1441,
(16) 3911-9970 ou (16) 9 9290-0243.
VENDEM-SE
-Trator 292 MF, traçado, 2007;
-Caminhão Mercedes 1113 truck,
todo revisado, 73, vermelho.
Tratar com Saulo Gomes pelo telefone (17) 9 9117-0767.
VENDEM-SE
- Duas casas, sendo uma na frente e
outra no fundo, com garagem, quarto,
sala, cozinha, banheiro e área de serviço,
a segunda é igual, porém de laje e piso
frio. Ideal para residência ou comércio.
R$ 200.000,00, localizadas no bairro
Jardim Sumaré em Sertãozinho-SP;
- Casa com sala, copa, cozinha e
banheiro, com piso de ardósia e laje,
na frente possui um salão 10 m² e um
chuveiro, ideal para residência ou comércio. R$ 200.000,00, localizada no
bairro Inocoop II, em Sertãozinho-SP;
- Casa e terreno, com 2 quartos, sendo uma com suíte, cozinha e sala, mais
duas salas comerciais com banheiro,
área de serviço com banheiro, 120 m²
de quintal e 68 m² área coberta com
garagem para 3 carros, ideal para casa
de repouso ou oficina. R$ 380.000,00,
localizada no bairro jardim Sumaré, em
Sertãozinho-SP.
Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634.
VENDEM-SE
- VW 17190 / 13 comboio, Gascom;
- VW 31320 / 12 chassi;
- VW 31320 / 11 pipa bombeiro,
Gascom;
- VW 31320 / 10 pipa bombeiro,
Gascom;
- VW 26260/09 betoneira;
- VW 15180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento;
- VW 17180 / 08 Hincol, H31000;
- VW 15180 / 07 pipa bombeiro;
- VW 12140 / 96 oficina móvel, Gascom;
- MB 2318 / 94 pipa bombeiro;
- MB 2318 / 94 basculante;
- MB 2831 / 12 basculante;
- MB 1725 / 06 comboio;
- MB 1725 / 06 abastecedor;
- MB 2220 / 90 pipa bombeiro;
- MB 2013 / 81 Masal MS12000;
- MB 1513 / 76 toco chassi;
- MB 1113 / 69 toco chassi;
- MB 1418 / 00 toco 4x4;
- F.Cargo 1719 / 13 toco chassi;
- F.Cargo 2628 / 07 basculante;
- F.Cargo 2626 / 05 pipa bombeiro;
- F12000 / 95 pipa bombeiro;
97
- F14000 / 90 pipa bombeiro;
- Prancha Facchini 2008 3 eixos;
- Reboque tanque fibra, 16.000 litros;
- Tanque fibra 36.000 litros;
- Tanque 14.000 litros pipa bombeiro;
- Borracharia Gascom;
- Basculante truck 14m³;
- Basculante toco 5m³;
- Munck Hincol H 43000 / 12;
- Munck Masal MS 12000 / 07;
- Munck Hincol H 4000 / 11;
- Munck 640-18 / 90;
- Carroceria de ferro, ¾.
Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243
Oi / 9 9240-2323 Claro, whatsApp /
78133866 id 96*81149 Nextel.
VENDEM-SE
- Colheitadeira Case A7700, ano
2009, 7700, esteira, motor Cummins
M11, Autotrac, máquina utilizada na
última safra. Valor: R$ 128.000,00;
- Colheitadeira Case A8800, ano
2011, esteira, máquina na colheita de
cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;
- Colheitadeira Case A7700, ano
2007, série 770678, motor Scania novo,
máquina revisada e trabalhando. Valor:
R$ 118.000,00;
- Colheitadeira Case 8800, ano 2010,
motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 250.000,00;
- Transbordo de 10 toneladas, 2006 e
2007, R$ 20.000,00;
- Transbordo de 8,5 toneladas, ano
2002, R$ 15.000,00.
Tratar com Marcelo pelos telefones
(16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.
VENDEM-SE
- Trator Valtra, BM 125i, 4x4, com 547
horas, comando duplo, 2011, seminovo;
- Pá carregadeira CMH 910, 4x4,
2010, com 1.165 horas seminova;
- Trator Valmet, 4x2, modelo 785, 1994,
com embreagem dupla e comando duplo;
- Trator Valtra BM 125, 4x4, 2009,
com 2498 horas;
- Cultivador de cana DMB, São
Francisco, para cana queimada, com 2
hastes de sulcar sem marcador, 2002;
- Enleradeira dupla, de palha de
cana, com pistão nas rodas da frente
para transporte no trator, marca Feroldi;
- Enleradeira DMB;
- Trator Maxion, 4x4, modelo 9150,
1995, potencia 150 cv, Obs: (tem hidráulico mas não tem os braços);
- Tanque de dez mil litros, com bomba KSB, chuveiro e canhão;
- Plantadeira Jumil, modelo JM,
2980, sete linhas a ar plantio direto,
1998;
- Sulcador duas linhas, com marcador de pistão, caixa de adubo redonda
com tampa, DMB;
- Grade intermediaria, 18x28, Baldan, espaçamento 270mm, mancal a
óleo, disco seminovos;
- Plantadeira Semeato PH, 2700, 5
linhas, plantio convencional, ano 1985,
carreta de plantio de cana, 01 eixo;
- Tanque de água de 4 mil litros;
- Tanque Bitrem, 2005, quatro eixo,
marca Rondon;
- Pulverizador Condor, Jacto, 600 litros, com mexedor de calda, com barras
de 12 metros, obs: (no lugar de mangueiras que vai nos bicos é cano de alumínio);
- Kits para plantadeira Semeato de
amendoim;
- Cobridor de cana 2 linhas;
- Caminhão Ford, F 600, toco a diesel, 1978, com prancha medindo 6 metros de comprimento e 2.60 de largura;
- Carreta de duas rodas, tipo basculante, com desarme manual;
- Sulcador DMB, com marcador,
com pistão e caixa com tampa;
- Subsolador de arrasto, de 5 astes de
controle, com pneus 1000x20 canavieiro;
- Trator Massey Ferguson, 680, 4x4, 2007;
- Grade niveladora, 20x20 de arrasto;
- Eliminador de soqueira, 2012,
marca DMB, seminovo;
- Arado 3 bacias reversíveis.
Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9326-0920.
VENDEM-SE ou ARRENDAM-SE
- Destilaria de cachaça e álcool, completa, (10.000 litros de cachaça por dia);
- Esteira de cana inteira, picador com
22 facas, esteira de cana picada, dois
ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira
Johnson, cush-cush. Caldeira de 113 m²;
- Máquina a vapor de 220 HP (toca
os ternos e o picador);
- Seis dornas de fermentação de
10.000 litros cada;
- Destilaria de bandeja/calota A e B
de 600 mm de diâmetro com trocador
de calor;
- Dois tonéis de madeira amendoim
com capacidade de 50.000 litros cada;
Valor Total R$ 600.000,00. Estudo
troca por imóvel.
Localização: Laranjal Paulista.
Tratar com Adriano pelos contatos:
[email protected] ou (15) 9 97059901. Veja vídeo em: www.youtube.
com/watch?v=_mzWp3PCavA.
VENDE-SE OU ALUGA-SE
Salão medindo 11,00 metros de
frente por 42,00 metros de fundo, 462
metros, possui cobertura metálica com
368,10 metros, localizado à Rua Carlos
Gomes, 1872, Centro, Sertãozinho-SP.
Preço a combinar.
Tratar com César pelo telefone
(16) 9 9197-7086.
PROCURAM-SE
Glebas de Cerrado em pé, no Estado
de São Paulo, para reposição Ambiental. Não pode ser mata. Área total da
procura: Cinco mil hectares, podendo
ser composta por várias áreas menores. Documentação Atualíssima, com:
CCIR/CAR/Certificação de (Georreferenciamento) Georreferenciamento/
mapa do perímetro da área em KMZ e
Autocad/Bioma:/vegetação.
Valor por hectare, condição de pagamento e opção de venda.
Tratar com Ricardo Pereira pelo e-mail e telefone – ricardo@fabricacivil.
com.br – (16) 9 8121-1298.
ALUGA-SE
Estrutura de confinamento com capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1
carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1
trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de
porte médio, sendo uma grande possibilidade de área para produção de silagem
com irrigação ao redor de 30 ha, Jaboticabal–SP, a 2 km da cidade.
Tratar com Luiz Hamilton Montans
pelo telefone (16) 9 8125-0184.
Anuncie na Canavieiros
(16) 3946-3300 - Ramal: 2208
[email protected]
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exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.
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tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as
partes interessadas.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
98
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.
...qual o meu estado abençoado? Ser livre, meu amor.
In: Trechos Tecidos Com Palavras... Sentimentos... Afins... Sem Fim...
Madras/Editora/Renata Carone Sborgia
Renata Sborgia
1) Ele vive “às custas” do sogro.
Vixiiiii.......
O correto é: à custa
Regra fácil: À custa de (do) (com acento grave-crase) é uma locução prepositiva, assim sempre deve ficar no singular. (à
custa de - significados: À custa de pode significar por meio de, sendo uma locução sinônima de: através do esforço de, com
o sacrifício de, graças a, através do trabalho de, por causa da influência de, por causa do poder de,… Pode significar também
com o dinheiro de, sendo sinônima de: a expensas de, mediante o dinheiro de, com recursos de, com na dependência de,…
OBS.: o vocábulo “custas”, dessa forma, no plural, só está empregado corretamente quando no âmbito jurídico e terá significado aproximado de “despesas com processos”. Exemplo: Ele pagou às custas do processo.
2) Maria está prestando concurso público.
Sempre diz ser uma “concurseira” aplicada!
Maria precisa aplicar e estudar a Língua Portuguesa!
O correto é: concursista (A única forma registrada no VOLP - Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa).
OBS.: o VOLP não utiliza as expressões: concurseiro, concursando como formas corretas para nomearem pessoas que
prestam concursos públicos.
Utiliza o VOLP como formas corretas: concursado, concursante, concursar, concursável, concursista e concurso.
3) Maria gostaria de mudar a cor do cabelo para “louro”!
Muito bem, Maria! Bela cor! Escrita correta! Combinação que a Língua Portuguesa agradece! Assim, pode mudar a cor
do cabelo!
O correto: louro ou loiro
Coluna mensal
* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em
Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
Revista Canavieiros - Abril de 2016
HERBISHOW
99
15º
Seminário sobre Controle de Plantas Daninhas na Cana
12º SEMINÁRIO SOBRE CONTROLE DE PRAGAS DA CANA
10º Grande Encontro sobre
15º PRODUTIVIDADE &
CANA-DE-AÇÚCAR
DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA
VARIEDADES DE
REDUÇÃO DE CU$TO$
Revista Canavieiros - Abril de 2016
100
Revista Canavieiros - Abril de 2016