locali na moda

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locali na moda
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ECONOMIA
INDÚSTRIA TÊXTIL
Cedro pretende aumentar exportações
Empresa, que já chegou a ter 15% da receita proveniente das vendas ao exterior, quer aproveitar alta do dólar
CEDR0/DIVULGAÇÃO
LEONARDO FRANCIA
A escalada do dólar
frente ao real deve impulsionar as exportações da
Companhia de Fiação e
Tecidos Cedro e Cachoeira S/A (Cedro Têxtil),
sediada em Belo Horizonte. A empresa, que já
chegou a ter 15% de sua
receita proveniente das
vendas para o exterior,
está atenta às oportunidades e se prepara para
atender o mercado
externo, tendo como diferenciais competitivos a
qualidade dos produtos e
o bom atendimento.
“O dólar subindo é um
estímulo muito grande
para aumentarmos os
embarques. A maioria de
nossos compradores está
na América do Sul. E são
clientes que, em função da
proximidade com o Brasil,
colocam na balança não só
o produto de qualidade
que oferecemos, mas também o atendimento prestado”, afirma a gerente de
Exportações da Cedro,
Alessandra Lionel.
Segundo ela, no continente, Peru e Equador são
os mercados que mais se
destacam. No entanto, no
final de janeiro, a Cedro
participou, mais uma vez,
da Colombiatex 2015, que
aconteceu em Medellín,
onde fechou negócios da
ordem de US$ 1 milhão
com clientes colombianos,
montante que espera repetir nos próximos meses.
“A feira é sempre boa
em termos de negócios
para a Cedro, que já participa do evento há muito
tempo. É complicado falar
em números, porque temos
que levar em consideração
também os negócios que
são fechados após a feira,
com clientes contactados
lá”, diz a gerente de Exportações.
Ainda conforme Alessandra Lionel, o país vizinho é “um polo de moda”.
“Lá existem grandes marcas em atividade há mais
tempo que no Brasil. E as
pessoas, especialmente as
mulheres, gostam de
moda. Além disso, a localização da Colômbia é favorável para atender o mercado dos Estados Unidos,
toda a América do Sul e a
América Central”, explica
a gerente.
A participação da Cedro
na Colombiatex 2015 contou com o apoio do Programa de Internacionalização da Indústria da Moda
B r a s i l e i r a ( Te x B r a s i l ) ,
desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), em parceria com a Agência
Brasileira de Promoção de
Exportação e Investimentos (Apex-Brasil).
De acordo com informações da Abit, as 14 empresas brasileiras participantes do grupo coordenado
pela entidade fecharam
mais de US$ 6,6 milhões
em negócios, com previsão
de chegar a US$ 19,4
milhões nos próximos 12
meses.
Agenda — O foco no mercado externo não se restringe apenas à Cedro. A
A Cedro, que completa neste ano 143 anos de atividade, tem quatro fábricas e dois centros de distribuição no Estado
associação estabeleceu
uma agenda de prioridades para 2015 e um dos
pontos que serão atacados será o fortalecimento
do comércio exterior
pelas empresas do setor.
A ideia é desenhar um
mapa de oportunidades e
inserir o segmento nas
redes globais, mapeando
todas as oportunidades,
aqui e elá fora.
Ao mesmo tempo, a
Abit quer fortalecer o elo
mais frágil da cadeia, que
são as confecções. A ideia
é desonerar o segmento,
permitindo que ele cresça
para se tornar mais com-
petitivo e produtivo, conseguindo atender o
varejo doméstico e o mercado externo.
A Cedro completa
neste ano 143 anos de atividades. Além da sede na
Capital, a empresa tem
quatro fábricas no Estado
— em Sete Lagoas e Cae-
tanópolis, ambas na
região Central, e em Pirapora, no Norte de Minas.
A companhia mantém,
ainda, um centro de dist r i b u i ç ã o d e p ro d u t o s
têxteis em Contagem, na
Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH) e
outro em Pirapora.
Confiança recuou em fevereiro, aponta a FGV
São Paulo — O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou
3,4% em fevereiro ante janeiro,
passando de 85,9 para 83,0 pontos, informou na sexta-feira a
Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Com o resultado, o índice continua em patamar extremamente
baixo em termos históricos.
A queda do ICI em fevereiro
ante janeiro foi impulsionada
pela piora das expectativas em
relação aos próximos meses: o
Ín d i c e d e E x p e c t a t i v a s ( IE )
recuou 4,9%, ficando em 81,9
pontos, mesmo patamar de
setembro passado, e o menor
desde abril de 2009 (80,9). O
Índice da Situação Atual (ISA)
caiu 2,1%, para 84,0 pontos, retornando ao patamar de dezembro.
A maior contribuição para a
queda do IE veio do indicador de
produção prevista, com queda de
8,4% sobre o mês anterior, para
109,1 pontos, o menor nível
desde julho passado (106,8 pontos). A proporção de empresas
que preveem aumentar a produção nos três meses seguintes
diminuiu de 32,4% para 30,5%
entre janeiro e fevereiro; já a par-
cela das que esperam reduzir a
produção aumentou de 13,3%
para 21,4%.
No ISA, a principal influência de alta foi do quesito que
mede o grau de satisfação com
a situação atual dos negócios,
que recuou 5,5% em fevereiro
ante janeiro. A proporção de
empresas avaliando a situação
atual dos negócios como boa
diminuiu de 12,6% para 8,2%,
enquanto a parcela de empresas que a avaliam como fraca
ficou relativamente estável, ao
passar de 31,2% para 31,3%.
A FGV também informou que
entre janeiro e fevereiro o Nível
de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) diminuiu 0,4 ponto
percentual, passando de 82,0%
para 81,6%.
Ainda de acordo com a Fundação Getulio Vargas, a combinação
de ISA e Nuci mais fortes indica
aceleração do ritmo de atividade
nesta virada de ano, mas a piora
das expectativas sugere que o
setor continua pouco confiante
na possibilidade de retomada
consistente ao longo do primeiro
semestre. (AE)
DESACELERAÇÃO
Ociosidade cresceu no setor de construção
Brasília — A atividade
na indústria da construção
acentuou a queda em
janeiro, ampliando a ociosidade do setor. É o que mostra a pesquisa Sondagem
Indústria da Construção,
divulgada na sexta-feira pela
Confederação Nacional da
Indústria (CNI). O indicador
que mede a evolução da atividade no setor recuou para
36,9 pontos e o de número
de empregados caiu para
37,8 pontos, segundo a pesquisa. O índice varia de zero
a 100 pontos e abaixo de 50
pontos indica queda na atividade e no emprego.
“As quedas no nível de
atividade e no número de
empregados foram as mais
intensas e disseminadas
pelo segmento industrial
desde o início da série histórica, em janeiro de 2010, e
em todos os portes de
empresas”, diz a pesquisa.
A utilização da capacidade de operação caiu três
pontos percentuais, para
60%, o menor percentual da
série. Na comparação com
janeiro de 2014, a queda é de
10 pontos percentuais.
Com a fraca atividade
do setor, as expectativas
dos empresários para os
próximos seis meses ficaram ainda mais pessimistas. Segundo a pesquisa,
todos os índices atingiram os menores níveis
das série, indicando “pessimismo disseminado
pela indústria da construção”.
Em fevereiro, o indicador que mede a expectativa para novos empreendimentos e serviços caiu
para 44,3 pontos, ante 47,7
pontos registrados em
janeiro. O de compras de
insumos e matérias-primas
recuou para 44,2 pontos
(ante 47,1 pontos de
janeiro). O indicador que
mede a expectativa para
número de empregados
também caiu de 46,9 pon-
tos em janeiro para 44,2
pontos em fevereiro.
Segundo a CNI, todos os
indicadores de expectativas ficaram abaixo da linha
dos 50 pontos que separa o
otimismo do pessimismo.
A retração da atividade e
a baixa confiança tiveram
repercussão nos investimentos do setor, segundo a
pesquisa. O índice de intenção de investimento caiu 4,9
pontos em relação a janeiro,
atingindo 35,9 pontos. As
grandes empresas são as
que menos estão dispostas
a investir. O índice de intenção de investimento para as
grandes construtoras caiu
para 33,5 pontos (ante 37,6
pontos em janeiro). O
levantamento da CNI foi
feito entre os dias 2 e 12 de
fevereiro, com 586 empresas. (AE)