Anaiza Roriz

Psicoterapia existencial limitada no tempo: Uma reflexão crítica
Anaísa Roriz - Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial (SPPE)
Resumo: Nesta comunicação, propõe-se uma reflexão sobre a atualidade da psicoterapia
existencial limitada no tempo como resposta adaptada a novas necessidades, e,
simultaneamente, facilitadora do acesso à psicoterapia por parte de mais pessoas. Este é o
período histórico que assinala a crise do capitalismo, correspondendo a faticidade deste
momento ao confronto com uma grave crise financeira, que cada vez mais exige contenção e
sacrifícios aos cidadãos. Consequentemente, o seu impacto faz-se sentir em diferentes sectores
da economia, afetando desta forma as múltiplas dimensões da qualidade de vida das pessoas. O
aumento de impostos, o desemprego, o trabalho precário, os cortes salariais, a subida das taxas
de juro, e a constante atualização do preço dos combustíveis, são fenómenos parciais da
realidade em que vivemos. É uma fase manifestamente conturbada e certamente propensa a
crises pessoais e conflitos relacionais, talvez mesmo ao questionamento ontológico devido ao
colapso de um paradigma que ameaça onticamente o sentido da vida. Transversalmente às
diferentes classes sociais, cada vez mais pessoas enfrentam dificuldades financeiras que se
constituem como obstáculos à procura de ajuda psicológica especializada ou à manutenção da
sua adesão regular a processos terapêuticos em especial no sector privado, conduzindo ao
aumento da procura em serviços públicos de prestação de cuidados de saúde. Assim, parece
pertinente questionar a relevância das modalidades de psicoterapia existencial limitada no
tempo face às contingências do mundo atual e, sob o escrutínio da investigação centrada nos
resultados, reunir dados que possam validar esta proposta de reflexão.
Palavras-Chave: Crise económica, psicoterapia existencial limitada no tempo