glúten e doença celíaca
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glúten e doença celíaca
9 Abr. 11 ® publicação destinada a profissionais glúten e doença celíaca expressões faciais vs consumo alimentar inovação NAN para os + Crescidos Nestlé “Saboreia a Vida” 9 sumário editorial 3 o mundo Nestlé 4 na vanguarda da investigação 6 glúten e doença celíaca 10 A cultura dos cereais é desde os primórdios uma importante fonte alimentar. Das suas plantas tudo se aproveitava: grãos, caules e folhas, quer para consumo humano quer animal. Actualmente a variedade de alimentos fabricados com base em farinha de cereais é enorme. Graças às suas propriedades plásticas, as farinhas com glúten são as preferidas da indústria de panificação. No entanto, a Doença Celíaca afecta 1 a 3% da população portuguesa, impedindo os seus portadores do consumo de produtos que contenham glúten. Nesta edição de NESVIDA conheça melhor esta patologia. No capítulo de Investigação confirme a importância das proteínas no controlo de peso e fique a saber porque razão quem educa deve sorrir quando consome alimentos mais saudáveis. Fique ainda a par da mais recente novidade no que se refere à estrutura de NESVIDA. Indo ao encontro das expectativas dos subscritores desta publicação e dando continuidade à informação recebida através do Questionário de Satisfação, efectuado no final de 2010, a partir desta edição de NESVIDA será incluída no tema central a rubrica Entrevista a Especialista. Satisfaça o seu apetite de conhecimento! Ana Leonor Perdigão Unidade de Nutrição, Saúde e Bem-estar Nestlé Portugal, S.A. novidades Nestlé ficha técnica Editor Nestlé Portugal, S.A. Morada de contacto Apartado 1002 2791-701 Carnaxide Coordenação editorial Ana Leonor Perdigão Alexandra Ribeiro Paginação Companhia das Cores Impressão Pré&Press Tiragem Depósito legal nº 3 500 exemplares 264763/07 o mundo Nestlé Criação de Valor Partilhado As Farinhas com Baixo Teor de Pesticidas (BTP) Devido ao público-alvo a que se destinam, Nutrição Infantil, as farinhas de cereais com baixo teor de pesticidas são um exemplo perfeito da criação de valor partilhado na área do desenvolvimento rural, entre a Nestlé e os seus fornecedores de cereais. O controlo rigoroso das culturas e seus tratamentos fitossanitários são efectuados sob a assistência de técnicos da Nestlé desde a sementeira até à colheita dos cereais, utilizados na produção de farinhas Nestlé lácteas e não lácteas. Este procedimento assegura uma rastreabilidade total com impacto positivo na cadeia de valor – produtores agrícolas – moageiro – Nestlé. Prática corrente entre a Nestlé e os produtores de cereais, visa um maior controlo das produções, menor número de tratamentos das plantações com a consequente redução na utilização de pesticidas, práticas amigas do ambiente. O produtor agrícola promove assim os princípios de uma agricultura sustentável, obtendo matérias-primas de elevada qualidade e uma remuneração justa. Nesta cadeia de valor partilhado todos ganham. Ganham os agricultores através do aconselhamento e assistência técnica da Nestlé, ganha a Nestlé na garantia de qualidade das matérias-primas e, finalmente, ganha o consumidor que reforça assim a confiança nos produtos ao seu dispor, certos de que os mesmos são seguros para a sua saúde, da mais alta qualidade e produzidos de acordo com práticas agrícolas sustentáveis. 3 vanguarda investigação na na vanguarda da da investigação investigação estratégia de inovação O papel das proteínas no controlo de peso (Investigação Nestlé Research Center) Algumas proteínas são digeridas e absorvidas rapidamente, enquanto outras podem influenciar o metabolismo e controlo da glicose, o apetite e a saciedade. Cientistas do Nestlé Research Center, de Lausanne, na Suíça, compararam os efeitos de diferentes fontes proteicas no metabolismo energético, saciedade e controlo da glicose em seres humanos. Três refeições contendo igual valor energético, consistindo em 50% de proteína, uma com proteínas do soro de leite, outra caseína e outra proteínas de soja, (40% de hidratos de carbono e 10% de gordura) e uma quarta refeição rica em hidratos de carbono (95% de hidratos de carbono) foram dadas a adultos saudáveis. Foi avaliado o gasto energético, o efeito térmico, glicemia e sensações de apetite antes e depois da ingestão das diferentes refeições. 4 Os resultados mostraram que as refeições ricas em proteínas provocam um maior gasto energético e efeito térmico do que refeições ricas em hidratos de carbono. Verificou-se também que os efeitos das proteínas do soro eram significativamente maiores que das outras duas proteínas e foram acompanhados por uma tendência de maior oxidação de gordura. As três proteínas, diminuíram significativamente o pico de glicemia após a refeição. Este estudo confirmou que as refeições ricas em proteínas promovem um maior gasto de energia do que refeições ricas em hidratos de carbono de teor calórico igual, o que reforça a evidência de que o aumento do teor proteico na alimentação contribui para o controlo de peso. Acheson, K., Blondel-Lubrano, A., Oguey-Araymon, S., Beaumont, M., Emady-Azar, S., et al. (2011). Protein choices targeting thermogenesis and metabolism. American Society for Nutrition, 93(3): 525-34. doi: 10.3945/ajcn.110.005850 Café rico em antioxidantes reduz os danos no DNA e contribui para o controlo de peso Expressões faciais influenciam o consumo alimentar Uma equipa de investigação francesa pediu a 120 adultos e crianças (entre os 5 e os 8 anos) que olhassem para várias fotografias de pessoas a comer, para avaliar de que forma estas influenciavam as suas escolhas alimentares. De forma geral, os adultos deram atenção ao peso corporal. Foram menos propensos a querer um determinado alimento quando a foto mostrava uma pessoa obesa a comê-lo, ao invés de uma pessoa com estatura média. No que se refere às crianças, se a comida era algo que elas já gostavam - chocolate, por exemplo, eles queriam, independentemente de quão obesa ou magra a pessoa na foto fosse. Mas, quando se tratava de uma comida que eles não gostavam, as suas avaliações diminuíam ainda mais se vissem uma foto de uma pessoa obesa (mas não uma pessoa magra) a consumi-la. Para além disso, as crianças foram influenciadas pelas emoções. As fotos de pessoas que mostravam satisfação a comer fizeram com que elas quisessem ainda mais um determinado alimento favorito, independentemente de o consumidor ser pesado ou muito magro. Em contraste, uma foto de uma pessoa “enojada” com a mesma comida, tendeu a transformar de novo o desejo das crianças, independentemente do peso da pessoa. Além disso, ficavam mais receptivas a consumir alimentos que não eram do seu agrado, após visualizar pessoas a consumi-los com uma expressão de satisfação. Essa manifestação foi mais eficaz quando o consumidor era magro e não obeso. As preferências alimentares dos adultos são influenciadas de forma uniforme pelas imagens do peso corporal. As crianças, por outro lado, também levam em linha de conta os seus próprios gostos alimentares e as emoções de outras pessoas. Resultados de um estudo recentemente publicado, liderado pelo Prof. Gerhard Eisenbrand, da University of Kaiserslautern, indicam que três a quatro chávenas de café rico em compostos naturais do grão do café verde e do café torrado podem proteger contra lesões oxidativas no DNA e ajudar a reduzir a gordura corporal. Foram recrutados 33 voluntários saudáveis com idades compreendidas entre os 20 e os 44 anos e um IMC entre 19 a 32 kg/m2. O estudo teve a duração de 12 semanas, sendo composto por três fases: as primeiras quatro semanas foram um período de isenção de consumo de café, seguido de quatro semanas de consumo de café (3 a 4 chávenas/dia) e uma fase final de quatro semanas sem consumo de café. O café usado no estudo possuía um blend “especial” de arábicas, contendo uma quantidade significativa de compostos do café verde em grão e compostos do café torrado, tornando-o num café rico em ácido clorogénico e em N-metilpiridina. Verificou-se que o peso e gordura corporal reduziram em média 0,63 a 0,69 kg, após as quatro semanas de ingestão do café. A perda de peso foi mais significativa nos indivíduos com IMC inferior a 25 kg/m. O consumo do café foi também associado a uma redução de 40% dos marcadores de lesões no DNA. A redução concomitante da ingestão de energia e de nutrientes, observada na fase de consumo do café, sugere uma possível influência dos componentes do café, principalmente do ácido quínico, na regulação da fome e da saciedade. Outros mecanismos potenciais, como a modulação da absorção da glicose e o metabolismo dos hidratos de carbono e/ou a indução da cafeína mediada pela termogénese, podem igualmente ter tido influencia nos resultados obtidos. Os resultados permitem concluir que o consumo diário de 3-4 chávenas de café rico em compostos próprios do café verde e torrado, exercem efeitos benéficos à saúde. Bakuradze, T., Boehm N., Janzowski C., et al. (2011). Antioxidant-rich coffee O facto de as crianças terem sido, em certa medida, afectadas pelas imagens do peso corporal, sugere que estão conscientes de alguns dos estereótipos negativos associados à obesidade, contudo são menos influenciados por esses estereótipos do que os adultos. reduces DNA damage, elevates glutathione status and contributes to weight control: Results from an intervention study. J Mol. Nutr. Food Res., 55: 1–5. Pese embora a complexidade do comportamento alimentar, envolto em factores psicossociais, poderá ser relevante os pais exibirem um olhar satisfeito ao consumir alimentos saudáveis. Barthomeuf, L. R. D., Droit-Volet, S. M. N., Rousset, Sylvie M. E. (2011). Differences in the Desire to Eat in Children and Adults in the Presence of an Obese Eater. J. Obesity, 1-7. 5 glúten e doença celíaca glúten e doença celíaca O que é o glúten? O glúten é uma proteína de baixo valor nutritivo, existente em diversos cereais, nomeadamente no trigo, na aveia, na cevada e no centeio. O uso de cereais com glúten propagou-se devido à sua capacidade de retenção de ar na matriz proteica facilitando uma melhor adesão da massa, um fenómeno que favorece a fabricação de pão (1). O glúten é constituído por duas fracções proteicas principais: prolaminas e gluteninas (2). As prolaminas, que se encontram no trigo (gliadina), cevada (hordeína) e centeio (secalina) são nocivas para indivídos que sofrem de intolerância ao glúten. As prolaminas do milho e do arroz não são nocivas devido a uma menor concentração destas no cereal (1). Estes péptidos são resistentes à digestão no trato gastrointestinal pelas enzimas gástricas e pancreáticas, acabando por alcançar o lúmen intestinal, em consequência do aumento da permeabilidade intestinal (3). Alguns estudos têm demonstrado que as prolaminas da aveia (aveninas), que apresentam uma composição intermediária de glutamina e prolina, não são tóxicas, e apenas a ingestão de uma grande quantidade deste cereal pode provocar danos no intestino delgado de pacientes celíacos (4). 6 Intolerância ao Glúten A Doença Celíaca (DC), também conhecida como enteropatia sensível ao glúten, pode ser definida como uma intolerância permanente às gliadinas do trigo e prolaminas de outros cereais, na mucosa do intestino delgado, desencadeada em indivíduos geneticamente predispostos para a mesma, pela ingestão da proteína mais importante do trigo, cevada e centeio, denominada glúten (1). Nos últimos anos, a compreensão sobre a DC tem sido crescente em virtude dos avanços significativos no conhecimento sobre os seus aspectos patogénicos, epidemiológicos, clínicos e de diagnóstico (4). A principal expressão da doença é característica, embora não específica, pequenas lesões intestinais que prejudicam a absorção de nutrientes (4). Diagnóstico da Doença Celíaca A DC é uma condição cada vez mais conhecida (2). Hoje em dia, está amplamente aceite que a doença deve ser activamente diagnosticada, uma vez que as formas atípicas e silenciosas são as mais comuns e podem passar despercebidas ou ser confundidas com outras entidades clínicas (1). Uma avaliação precisa da morfologia da mucosa do duodeno, evitando eventuais conclusões clínicas enganosas, continua a ser crucial para o diagnóstico definitivo da DC (4). Uma biopsia ao intestino delgado é igualmente necessária para o diagnóstico da DC, mas deve sublinhar-se que, existindo maior precisão de diagnóstico da sorologia e genética, há uma tendência de diagnóstico não-invasivo da DC. Uma análise retrospectiva em dados clínicos mostra que a maioria dos adultos celíacos não apresentava qualquer sinal da doença durante a sua infância, confirmando assim que a DC se pode desenvolver na idade adulta. Cerca de 20% dos diagnósticos ocorre em pessoas acima de 60 anos de idade (4). Tipos de Doença Celíaca e Sintomas Dependendo das características clínicas, histopatológicas e imunológicas, a DC pode ser classificada nas seguintes formas: clássica (típica), subclínica (atípica ou mono-sintomática), silenciosa (assintomática) e potencial/latente. A forma clássica é caracterizada pela típica síndrome de má absorção com diarreia, flatulência, perda de peso, fadiga, vómitos, dor abdominal, bem como pela expressão de lesão intestinal grave que afecta uma grande parte de intestino delgado. Graças ao aumento da frequência de diagnóstico precoce da DC, esta forma é cada vez menos frequentemente observada, no entanto, alguns pacientes podem ainda apresentar caquexia caracterizada pela atrofia muscular e cãibras, hipoalbuminemia grave e distúrbios electrolíticos e metabólicos, levando a tetania hipocalcemica e fracturas ósseas espontâneas devido à osteoporose marcante. Na forma subclínica, as manifestações gastrointestinais podem ser leves ou ausentes e muitas vezes são completamente encobertas pelos sintomas extra-intestinais, especialmente nos pacientes com lesão da mucosa leve, confinada ao intestino delgado proximal. Os pacientes neste grupo apresentam uma anemia por deficiência isolada de ferro, uma inexplicável deficiência de ácido fólico e uma síndrome hemorrágica causada pela deficiência de vitamina K (4). Doença Celíaca e Densidade Mineral Óssea A DC apresenta alta incidência de fracturas ósseas no esqueleto periférico. Os adultos com DC apresentam risco aumentado para Densidade Mineral Óssea (DMO) reduzida (5). Num estudo publicado no Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria, foi atribuído a DMO baixa, observada em adultos com DC que praticavam uma alimentação isenta de glúten, ao diagnóstico tardio e, por conseguinte, à não obtenção da massa óssea máxima. Um outro estudo publicado no mesmo jornal, demonstrou que a DMO de adultos permanece baixa após três anos de dieta sem glúten, sugerindo que a má absorção de cálcio por período prolongado e o hiperparatiroidismo secundário podem causar osteoporose irreversível. Os autores recomendam que os pacientes com níveis elevados de paratormona, no momento do diagnóstico de DC, devam ser submetidos a um seguimento clínico mais cuidadoso (5). Prevalência A real prevalência da DC é difícil de determinar pois a maioria das pessoas afectadas é assintomática ou apresenta sintomas e sinais leves (2). A maior prevalência é relatada na Europa: 1 em 175 pessoas na Itália, 1 em 134 em Portugal, 1 em 122 na Irlanda do Norte e 1 em 99 na Finlândia (4). Até há poucos anos atrás, a enteropatia sensível ao glúten foi erroneamente considerada incomum nos Estados Unidos, mas uma triagem sorológica realizada em dadores de sangue revelou uma prevalência que se aproxima da Europa (1 em 250). A DC está bem documentada nos asiáticos da Índia e do Paquistão, sendo raro entre os nativos chineses e japoneses. A surpreendente elevada prevalência de DC em crianças do Sahara (1 em 18) pode ser parcialmente explicada pela elevada quantidade de cereais (cuscuz) na alimentação e pela informação genética particular dessa população (4). No que diz respeito ao género, a prevalência de DC é maior em mulheres do que nos homens em todo o mundo, com uma razão média M/H de 2 para 1 (5). Minimização da reacção ao glúten Está amplamente demonstrado que os doentes celíacos devem praticar uma alimentação isenta de glúten, rigorosa ao longo da vida (1). Na população não celíaca, a ingestão média de glúten é de 10 a 20 g por dia. Em pacientes com DC as doses de 1 g de glúten por dia podem provocar a ocorrência de graves danos na mucosa intestinal (1). Diversos estudos epidemiológicos têm sugerido que o momento de introdução do glúten na dieta, bem como o padrão de amamentação, podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento posterior da DC (2). Os bebés nascidos em famílias com DC deverão ser amamentados por pelo menos seis meses e introduzir o glúten na sua alimentação a partir dos quatro a seis meses de vida (6). 7 glúten e doença celíaca Tabela 1 – Exemplos de alguns alimentos com e sem glúten Alimentos que contêm glúten Todos aqueles que, na sua composição, contenham trigo e/ ou aveia e/ou cevada e/ou centeio, ou seus derivados. Iogurtes com cereais. Alimentos isentos de glúten Farinhas, amidos e derivados de milho, arroz, trigo-sarraceno, batata, tapioca e mandioca. Leite. Iogurtes naturais. Queijo. Farinheira. Alheira. Salame e outros produtos de salsicharia. Delícias do mar. Patês enlatados. Carne. Peixe. Ovos. Marisco. Leguminosas (feijão, grão de bico, ervilha, fava, soja, lentilha) amendoim. Legumes. Frutos. Produtos de panificação e pastelaria (pão, bolos, bolachas, cones de gelado); Massas alimentícias. Pizza, lasanha, cannellonis. Cerveja, whisky, vodka, gin. Maionese. Ketchup. Mostarda. Temperos e molhos industrializados. Açúcar. Mel. Vinho. Azeite. Óleos vegetais. Vinagre fermentado de vinho tinto e de arroz. Sal. Ervas aromáticas. Especiarias (excepto o caril). A composição de alimentos manufacturados é variável. É importante verificar sempre a lista de ingredientes de forma a averiguar a presença de glúten. Fonte: Associação Portuguesa de Celíacos. Acedido em: 6 de Abril de 2011, em: http://www.celiacos.org.pt/ Associação dos Celíacos do Brasil. Acedido em: 7 de Abril de 2011, em: http://www.acelbra.org.br/2004/index.php Alimentos isentos de glúten A regulamentação internacional obedece ao Codex Alimentarius. Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) foi alterada no ano de 2009 e reduziu o limite de quantidade de glúten que podem conter os produtos para que sejam considerados isentos de glúten. É assim que se qualifica todo o alimento livre de prolaminas tóxicas, e todo o produto que não contém, sob quaisquer circunstâncias, vestígios de cereais nocivos para doentes celíacos, como o trigo, a aveia, a cevada, o centeio e seus derivados, devendo satisfazer com o requisito que determina que a quantidade máxima de glúten permitido é de 20 miligramas por quilograma de produto (mg/ kg), ou seja, menos de 20 partes por milhão (ppm). A Comunidade Europeia (CE) aceitou esta sugestão como norma para 2012, e considera que os produtos aceites como isentos de glúten podem conter um ou mais ingredientes que substituam o trigo, o centeio, a cevada, a aveia ou as suas variedades cruzadas, mas com um teor de glúten não superior a 20 ppm (ou mg / kg) nos alimentos. As decisões do Codex Alimentarius são aplicadas por países diferentes, adaptandoas às suas realidades (1). Em suma O glúten é uma proteína existente em alguns cereais, muito apreciada pelas suas características plásticas favoráveis à indústria da panificação. Com prevalência de 1 em 134 em Portugal, a DC impede os seus portadores de consumirem alimentos tão vulgares como pão, massas ou bolachas à base de trigo. O actual conhecimento dos péptidos responsáveis pela resposta auto-imune desencadeada pela ingestão de glúten, em portadores da DC, facilita a investigação que actualmente se continua a debruçar na minimização da reacção ao glúten. 8 Género alimentício com “teor muito baixo de glúten” – contém um nível de glúten até 100 mg/Kg Género alimentício “isento de glúten” – contém um teor de glúten não superior a 20 mg/Kg. (7) Referências Bibliográficas 1. Parada, A., Araya, M. (2010). El glúten. Su historia y efectos en la enfermedad celíaca. Rev Med Chile, 138:1319-1325. 2. Silano, M., Agostini, C., Guandalini, S. (2010). Effect of the timing of gluten introduction on the development of celiac disease. World J Gastroenterology, 16(16):1939-1942. 3. Nobre, S.R., Silva, T., Cabral, J.E. (2007). Doença Celíaca Revisitada. Rev J Port Gastrenterol, 14:184-193. 4. Volta, U., Villanaci, V. (2010). Celiac disease: diagnostic criteria in progress. Cellular & Molecular Immonology, 8, 96-102. 5. Carvalho, C.N., Sdepanian, V.L., Morais, M.B., Neto, U.F. (2003). Doença celíaca em tratamento: avaliação da densidade mineral óssea. J Pediatr (Rio J), 79(4): 303-8. 6. Norris, J. et al. (2005). Risk of celiac disease autoimmunity and timing of gluten introduction in the diet of infants at increased risk of disease. JAMA, 19:2343-2351. 7. Regulamento nº 41/2009 de 20 de Janeiro. Jornal Oficial da União Europeia. Composição e Rotulagem dos géneros alimentícios adequados a pessoas com intolerância ao glúten. Bruxelas. o facto de haver pessoas que podem não apresentar sintomas durante anos ou casos em que os sintomas são tão difusos que são acompanhadas em várias especialidades médicas até obterem um diagnóstico. Os médicos estão sensibilizados para esta patologia? Infelizmente ainda existem vários médicos que desconhecem a DC ou a associam a uma doença pediátrica, porém, actualmente, têm sido diagnosticados casos de doentes sem a sintomatologia habitual e em idades mais avançadas. Em entrevista, Rita Jorge, Dietista da Associação Portuguesa de Celíacos, aborda os desafios que se impõem ao diagnóstico e acompanhamento dos doentes celíacos. A sensibilização dos profissionais de saúde para este tema continua a ser uma prioridade. Há quantos anos existe esta associação e qual o seu objectivo? A Associação Portuguesa de Celíacos (APC) foi fundada a 29 de Junho de 1992 pela vontade de alguns médicos e pais de celíacos mais conscientes das necessidades e vantagens da existência de um grupo coeso que trabalhasse estas questões comuns de forma concertada. A APC é a única associação de celíacos em Portugal e existe para defender os interesses e direitos dos seus associados. Tem como objectivo divulgar a Doença Celíaca (DC), encontrar soluções para os problemas que decorrem desta patologia e alertar as entidades competentes para questões específicas com que os celíacos se deparam no seu dia-a-dia. Como é dada a conhecer a Associação aos celíacos? Quem os encaminha para cá? Através do portal (www.celiacos.org.pt) e do Facebook ou de Hospitais e pontos de venda que têm protocolo com a APC. A maioria dos celíacos chega-nos reencaminhada por médicos ou lojistas desses mesmos pontos de venda. Quantos celíacos existem em Portugal? O único estudo efectuado na região de Braga obteve uma prevalência de 1:134 pelo que se estima que 1% a 3% da população portuguesa seja celíaca. No entanto, existem apenas cerca de 8.000 celíacos diagnosticados, o que indica que DC é uma doença largamente subdiagnosticada. Qual a razão para que isso aconteça? Estima-se a existência de 70.000 a 100.000 celíacos por diagnosticar em Portugal. Os principais motivos são Quais são as principais dúvidas dos membros da associação? Estão relacionadas com o tratamento e com a dieta sem glúten, principalmente aquando do diagnóstico. Onde é possível encontrar produtos sem glúten? Fora dos centros urbanos é fácil aceder a este tipo de alimentação? Existem à venda em hipermercados, ervanárias, algumas farmácias e em lojas online. No entanto, são dispendiosos, comparativamente a produtos similares com glúten, e a sua distribuição pelo país é bastante irregular, principlamente no interior. E como avalia a variedade de oferta? Actualmente já é possível encontrar diversas marcas e tipos de produtos sem glúten. A maior dificuldade é encontrar produtos de pastelaria ou menús sem glúten fora de casa. Existe algum tipo de apoio/comparticipação das despesas de alimentação aos doentes que dependem exclusivamente de uma dieta sem glúten? Não existe qualquer comparticipação específica do Estado. O único apoio é o facto de os doentes celíacos poderem apresentar as depesas dos produtos específicos sem glúten em sede de IRS, como despesas de saúde. Que tipo de acções de esclarecimento ou sensibilização sobre este tema lhe parecem importantes desenvolver junto dos vários profissionais de saúde? É essencial sensibilizar os profissionais de saúde para os sintomas e critérios de diagnóstico da DC pois já não se trata de uma doença de pediatria, mas sim de uma doença largamente subdiagnosticada. Qual pensa dever ser o papel da Indústria Alimentar relativamente a este tema? É essencial que a Indústria Alimentar perceba que os produtos sem glúten são um mercado em crescimento, tendo em conta a prevalência da DC, e que, após o diagnóstico, toda a família passa a consumir estes produtos. Como tal, deve estar consciente da importância de uma rotulagem clara e objectiva, de forma que os celíacos consigam identificar quais as marcas e produtos que podem consumir. Inclusive, é importante que as empresas adoptem a indicação “sem glúten”, quando aplicável, de acordo com a nova Regulamentação Europeia (REGULAMENTO (CE) N.º 41/2009 DA COMISSÃO de 20 de Janeiro de 2009). 9 novidades Nestlé Conheça as novidades Nestlé Prémio Nestlé 2012 para a Criação de Valor Partilhado A Nestlé anunciou a abertura do período de recepção de candidaturas ao Prémio Nestlé para a Criação de Valor Partilhado. Este prémio, bienal, criado em 2009, destaca projectos relacionados com a melhoria de qualidade de vida das comunidades rurais em qualquer parte do mundo. O anúncio da abertura da edição 2012 foi feito na conferência mundial do International Food Policy Research Institute (IFPRI), que decorreu em Fevereiro em Nova Deli (Índia). Gelados Nestlé sem Glúten A gama de gelados Nestlé mantém o seu compromisso nutricional. No que se refere aos gelados infantis, oferece 5 variedades sem glúten: Hello Kitty, Nesquik Leite, Nesquik Chocolate, Fantasmikos Fruta e o recém lançado Fantasmikos Chocolate. O Prémio Nestlé para a Criação de Valor Partilhado oferece um apoio financeiro até CHF 500,000 a indivíduos, ONG’s, ou pequenas empresas que desenvolvam soluções inovadoras para as questões das deficiências nutricionais, do acesso a água potável ou que, de alguma forma, se mostrem relacionadas com o progresso e qualidade de vida das comunidades agrícolas e rurais. As inscrições para o Prémio estarão abertas de 11 de Fevereiro a 30 Junho de 2011 em http://www.nestle.com/CSV/CreatingShared ValueAtNestle/NestlePrize/Pages/NestlePrize.aspx e a cerimónia de entrega do prémio realizar-se-à no próximo ano. Divulgue este Prémio... por um mundo melhor! Ainda na gama infantil poderão ser apreciados os gelados Pirulo Bazooca e o novo Pirulo Bakugan, ambos sem corantes e sem aromas artificiais. Para os adultos que apreciam o sabor da fruta tropical, Nestlé continua a apostar no gelado 80% fruta, com 82kcal. 10 CPW inaugura novo Centro de Inovação na Suíça Em Fevereiro de 2011 foi oficialmente inaugurado o novo Centro de Inovação de Cereal Partners Worldwide (CPW), joint venture da Nestlé com a General Mills. Localizado em Orbe, na Suíça, será o centro mundial de pesquisa e desenvolvimento de CPW, cujo alavancar de conhecimento científico será para ambos os parceiros. Iogolino renova a sua gama Nestlé Iogolino renova a sua gama, oferecendo um delicioso produto lácteo com uma nova receita que combina o sabor da fruta com os benefícios nutricionais do leite. Disponível em quatro variedades, cada copinho contribui para satisfazer 38% das necessidades diárias de cálcio e magnésio, minerais importantes para o desenvolvimento ósseo numa fase de crescimento intenso. Com um perfil nutricional adaptado às necessidades dos bebés, um teor adequado de proteínas e um teor limitado de açúcares, Iogolino constitui uma óptima opção para o lanche ou sobremesa de bebés a partir dos 8 meses. De forma a contribuir para um nutritivo amanhecer, a composição dos cereais de pequeno-almoço Nestlé tem vindo a ser aperfeiçoada. Nos últimos cinco anos CPW introduziu significativa e progressivamente cereais integrais, ao mesmo tempo que reduziu os níveis de sal e açúcar nos processos de produção. Até à data, mais de 7.000 toneladas de açúcar e perto de 900 toneladas de sal foram reduzidas em todo o mundo, enquanto mais de três biliões de porções de cereais integrais foram adicionados aos produtos. Como o mais recente desenvolvimento no âmbito da parceria CPW, o centro mostra o seu compromisso com a sustentabilidade ambiental através do cumprimento dos requisitos para a certificação em Liderança em Energia e Design Ambiental (LEED). Inovação NAN para os +Crescidos NAN +Crescidos é o novo leite infantil da Nestlé especialmente concebido para crianças a partir de 1 ano de idade. FITNESS MORANGO com antioxidantes Os C e re a i s F i t ness Morango são o mais recente lançamento de cereais de pequeno-almoço Nestlé, demonstrando a contínua aposta da companhia em opções saudáveis. Composto por estaladiços flocos de cereais integrais, deliciosos pedaços de morango e crocantes de frutos vermelhos, Cereais Fitness Morango é mais uma variedade Fitness com antioxidantes, conhecidos pelas suas propriedades regeneradoras. Ao serem consumidos com leite, os Cereais Fitness Morango contribuem para a ingestão de um pequeno-almoço equilibrado. Porque uma criança de 1 ano não é apenas um mini-adulto e tem necessidades nutricionais específicas, NAN +Crescidos possui características únicas e importantes para promover um desenvolvimento saudável nesta etapa: • Bifidus BL – Probióticos semelhantes aos encontrados na flora intestinal de bebés amamentados, que ajudam a reforçar as defesas naturais das crianças. • DENTA PRO – Culturas probióticas (L.rhamnosus) que diminuem o risco de cáries através da redução da colonização oral por Streptococus mutans, bactéria responsável pelas cáries. • LIPID SMART – Combinação única de LC-PUFAS importante para o desenvolvimento cerebral e da visão. • B-complete – Vitaminas do complexo B que promovem uma utilização mais eficaz da energia. NAN +Crescidos, melhor protecção para um desenvolvimento saudável! 11 Nestlé apresenta campanha ‘Saboreia a Vida’ A Nestlé Portugal apresentou recentemente a sua nova campanha de comunicação corporativa. Esta campanha tem como rosto a chefe de cozinha, mãe e apresentadora, Mafalda Pinto Leite. A partir da assinatura “Saboreia a Vida”, a Nestlé Portugal pretende realçar o seu principal pilar de actuação enquanto empresa líder em Nutrição, Saúde e Bem-Estar. A campanha visa enaltecer os valores de uma vida saudável, equilibrada, em família, tirando partido da oferta diversificada de produtos Nestlé que estão presentes no nosso dia-a-dia e ao longo de várias gerações. Toalhetes 450x300mm.indd 1 O objectivo estratégico da Nestlé Portugal é reforçar o seu posicionamento enquanto empresa de alimentação, bebidas, saúde e bem-estar preferida pelos consumidores, suas famílias e animais de estimação. Com esta campanha, a Nestlé pretende destacar os benefícios nutricionais dos seus produtos e o respectivo contributo para uma alimentação saudável e para uma vida equilibrada, reforçando assim a sua identidade e notoriedade. 4/3/11 11:43 AM