FEIRAS e EVENTOS
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FEIRAS e EVENTOS
revista do couro SUMÁRIO 4 A Revista do Couro não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados ou pelo conteúdo dos anúncios, os quais são de responsabilidade dos autores. A reprodução de textos e artigos é livre desde que citada a fonte. 05 Editorial 24-34 Feiras e Eventos 68-70 Mercado 06-08 Páginas Douradas 36-40 Notícias 71-73 Abqtic 09-11 Meio Ambiente 41-46 Empresas 74 Para ler 14-19 Especial Químicos 47-50 Gestão 20-23 Máquinas e Equipamentos 51-67 Tecnologia Maio/Junho | 2013 revista do couro EDITORIAL Busca por oportunidades D esafiador, assim podemos definir o mercado do couro ao longo dos anos em todas suas esferas. Empreendedores e colaboradores deste ramo industrial vivem envoltos na constante necessidade de mudanças, ajustes, adequações e resultados. Além de seguirem em uma busca frenética por inspirações, novas tecnologias, inovações e condições para atender as expectativas de um mercado consumidor cada vez mais exigente e extremamente envolvido com as inúmeras alternativas do fast fashion. Questões que levam o setor couro a viver em permanente estado de alerta. Sem contarmos com os altos e baixos, os fatores econômicos, a concorrência de outros materiais, a política de incentivos, entre outros fatores que influenciam diretamente nos resultados. Primeiramente, o próprio setor precisa se convencer de que o couro é couro, não existem similares, ele é único. É imprescindível atuarmos na identificação do couro, nas suas qualidades, no seu valor, nas suas características e vantagens por ser uma matéria-prima natural. É preciso urgentemente reapresentar o couro ao mercado consumidor, convencer pelas características de sua versatilidade, de sua durabilidade, das vantagens de ter produtos confeccionados com nosso material. Nós sabermos de tudo isso, não basta. O mundo também precisa saber e entender o por quê de escolher o couro. Nesta edição, o tema principal da Revista do Couro é o Meio Ambiente que estará sendo abordado com amplitude em notícias, artigos técnicos e ações desenvolvidas nesta área. A questão ambiental já faz parte do cotidiano dos curtumes há muito tempo. A permanente realidade de se adequar às normas e exigências ambientais, tornou os curtumes brasileiros focos perfeitos para pesquisas e inovações tecnológicas que auxiliem nesta adequação. Várias ações estão em andamento para alimentar o setor com conhecimento, informação, incentivo tecnológico e uma ampla discussão de temas de extrema relevância aos curtumes. Podem ser destacados nesta publicação o Programa de Certificação do Couro Brasileiro, a entrevista das Páginas Douradas com o jornalista Ricardo Voltolini, idealizador da Plataforma Liderança Sustentável, que visa disseminar uma mentalidade de que a sustentabilidade deve envolver todos os segmentos da indústria, garantindo um envolvimento concomitante de diretores, colaboradores e parceiros. Também nas Feiras e Eventos contamos a divulgação do 2º Fórum CICB de Sustentabilidade, promovido pelo CICB e coorganização da ABQTIC, além da participação da comitiva brasileira no Congresso da IULTCS em Istanbul, na Turquia, que é citada neste momento através de uma cobertura fotográfica, mas será destaque detalhado na próxima edição. Bem, vivemos uma permanente busca por oportunidades. Por esta razão precisamos criar ações que gerem estas oportunidades. É imediata a necessidade de envolvermos os colaboradores, os técnicos das empresas, os responsáveis por cada setor do processamento do couro nas atividades, programas, congressos, encontros e debates que tenham o couro como foco de pesquisa, a tecnologia e a informação como ferramentas de apoio. Por isso, mais do que formar profissionais aptos para o setor, precisamos convencer aos curtumes que invistam também na qualificação, no aperfeiçoamento e na constante participação de seus colaboradores em atividades e eventos que acrescentam informações, conhecimento e troca de experiências entre pesquisadores, academia, entidades, empreendedores e profissionais do setor. Disseminar conhecimento e experiência é uma atitude de visão, de empreendedorismo e de vencedores. Boa leitura a todos! Diretoria de publicações ABQTIC Maio/Junho | 2013 5 Ricardo Voltolini idealizador da plataforma Liderança Sustentável N esta edição, a Revista do Couro realizou uma entrevista com Ricardo Voltolini, abordando as ações desenvolvidas pela plataforma Liderança Sustentável, apresentando esta ferramenta aos leitores e destacando a importância de projetos voltados a conhecer, participar e disseminar esta iniciativa. Ricardo Voltolini é jornalista e diretor de Ideia Sustentável – Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade, empresa que atua em consultoria, educação, conteúdos e comunicação da sustentabilidade. MBA obtido pela Fundação Instituto de Administração (FIA-USP), é consultor desde 1993, tendo desenvolvido sólida carreira em gestão de Terceiro Setor, investimento social privado, responsabilidade social corporativa e sustentabilidade, temas nos quais costuma ser apontado como referência no país. Como conferencista, realizou, nos últimos dez anos, mais de 650 seminários, abordando, na maioria dos casos, temas ligados a sustentabilidade para públicos de empresas. Publisher da revista Ideia Sustentável, uma das primeiras sobre o tema no Brasil, foi incluído, em 2011, na lista TOP 10 de jornalistas de sustentabilidade para o Prêmio Greenbest. Pela Editora Senac São Paulo, organizou o livro Terceiro Setor: planejamento & gestão, do qual também foi autor do capítulo sobre comunicação e marketing, e escreveu um capítulo sobre marketing ambiental para o livro Modelos e ferramentas de gestão ambiental. É idealizador da Plataforma Liderança Sustentável. RC - O que é a Plataforma Liderança Sustentável? RICARDO - A Plataforma Liderança Sustentável foi criada em junho de 2011 com o objetivo de conectar, inspirar e mobilizar jovens líderes para a sustentabilidade. Nasceu com o lançamento do livro Conversas com Líderes Sustentáveis, de minha autoria, com base na ideia de disseminar as histórias inspiradoras de 10 líderes consagrados no tema – Fábio Barbosa (Grupo Abril e ex-Santander), Guilherme Leal (Natura), Franklin Feder (Alcoa), José Luciano Penido (Fibria), Luiz Ernesto Gemignani (Promon), Paulo Nigro (Tetra Pak), Héctor Núñez (Ri Happy e ex-Walmart), José Luiz Alquéres (ex-Ligth), Kees Kruythoff (Unilever) e Miguel Krigsner (Grupo Boticário). No seu primeiro ano de existência, já levou a sua mensagem para mais de três milhões de pessoas no Brasil e em países 6 Divulgação revista do couro PÁGINAS DOURADAS como Canadá, Portugal e França. Com encontros realizados nas principais capitais brasileiras, atendeu cerca de 21 mil líderes empresariais. Seus vídeos foram vistos por aproximadamente 180 mil views. E o seu conteúdo virtual – composto de estudos, pesquisas, artigos de opinião e vídeos – tem recebido uma média de 25 mil visitas mensais. A Plataforma Liderança Sustentável tem o apoio de Santander, Tetra Pak, Votorantim, AES Brasil, Alcoa, Fibria, Natura, SESI, TAM e Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Lideranças (ABDL). RC - Qual a primeira etapa da Plataforma Liderança Sustentável ? RICARDO - Denominada inspiracional, a etapa caracterizava-se pelo esforço de difundir as histórias dos 10 líderes empresariais consagrados no tema sempre com o propósito de impactar jovens líderes de negócio, levando-os a refletir sobre a importância de liderar com valores e pela sustentabilidade. Em 2011, foram realizados seis grandes encontros nas cidades de São Paulo (SP), Brasília (DF), Vitória (ES), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Rio de Janeiro (RJ), todos com a parceria do SESI e das Federações de Indústrias locais. Nesses eventos, que reuniram 850 líderes, a PLS manteve o mesmo expediente de apresentar as conclusões do livro Conversas com Líderes Sustentáveis (como age, pensa, toma decisões e em quê acredita o líder sustentável), o depoimento de um líder retratado no livro e o testemunho de um líder local. RC - Qual a atual fase da Plataforma Liderança Sustentável? RICARDO - Considerando as dimensões do país, o interesse crescente pelo tema entre jovens líderes e o fato de que 36 cidades fizeram solicitações para receber o encontro da PLS, a etapa inspiracional deve ocorrer por algum tempo, provavelmente dois Maio/Junho | 2013 a três anos. Mas, desde agosto de 2012, o movimento realiza formalmente uma segunda fase, chamada educacional, que acontece paralelamente à etapa inspiracional. Mais precisamente, no dia 14 de agosto de 2012, a PLS fez o seu segundo encontro anual de líderes, na cidade de São Paulo, baseado no tema Como as Empresas Estão Envolvendo e Educando Líderes para a Sustentabilidade. Participaram os líderes entrevistados do livro, na qualidade de anfitriões, junto com outras novas lideranças empresariais convidadas a relatar as experiências de suas empresas com esse tema. As experiências empresariais relatadas no evento integrarão também um novo livro da série Conversas com Líderes Sustentáveis. E os conteúdos práticos, relacionados às diferentes formas de envolver e educar líderes, serão transformados em material didático, do tipo passo a passo, para apoiar líderes ou empresas, de qualquer lugar do Brasil, interessados em inserir sustentabilidade na cultura e na gestão do negócio. Com o mesmo objetivo, os conteúdos do livro Conversas com Líderes Sustentáveis também serão disponibilizados em um kit de conhecimento para uso livre por parte de universidades, escolas de negócio, associações classistas e empresas de diferentes portes. O Brasil é um país muito grande. Elaborar o kit de conhecimento e incorporá-lo ao portal da PLS foi a forma que encontramos de ampliar e qualificar o alcance das ideias do projeto, oferecendo uma contribuição melhor para a criação de uma cultura de sustentabilidade empresarial no Brasil. RC - Como são escolhidos os casos empresariais que vão integrar os projetos? RICARDO - São selecionados a partir de uma pesquisa junto ao banco de práticas da consultoria Ideia Sustentável: Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade. Mas principalmente com base em entrevista com 30 dos mais importantes especialistas brasileiros em sustentabilidade – acadêmicos, jornalistas especializados e consultores –, para indicação das empresas que julgaram mais adequadas. Definida uma primeira relação de cases empresariais, Ideia Sustentável investiga cada um deles para avaliar se – e o quanto – atendem aos critérios estabelecidos: (1) Pertencem a empresas ou organizações que possuem uma política de sustentabilidade claramente definida e do conhecimento da maioria dos funcionários e colaboradores; (2) Representam uma abordagem criativa, consistente e coerente de envolvimento e educação de líderes para sustentabilidade; (3) Integram um esforço permanente de desenvolvimento, e não pontual ou episódico, revelando uma preocupação estratégica; (4) Têm a participação dos principais líderes da organização, incluindo o presidente. RC - Que empresa ou organização pode participar da Plataforma Liderança Sustentável? E como? RICARDO - Qualquer empresa ou organização pode participar da PLS, independentemente do porte, da natureza do negócio e de sua localização geográfica. Basta ter interesse em educar Maio/Junho | 2013 líderes e inserir a sustentabilidade na cultura e na gestão. Há diferentes formas de participar, todas elas igualmente válidas. Uma empresa pode participar utilizando os conteúdos da PLS em seus esforços de educação e desenvolvimento de pessoas. Os videodepoimentos de líderes, assim como estudos, pesquisas e textos de apoio, por exemplo, têm sido adotados em treinamentos, encontros de comitês de sustentabilidade e grupos de trabalho. Eles são de uso livre. Foram produzidos exatamente com essa intenção. Mas as empresas podem também, requisitar a realização de uma palestra, workshop ou curso elaborado sob medida para suas necessidades. Associações de natureza educacional ou empresarial, mas também empresas, podem apoiar a realização de um encontro oficial da PLS em sua cidade ou região, devendo comunicar esse interesse à coordenação do projeto, a quem caberá analisar as condições e a viabilidade da solicitação. RC - Escolas de negócio, universidades e professores que trabalham com o tema da sustentabilidade podem participar da PLS? RICARDO - Sim. Essa participação é muito bem-vinda. No início de abril, a PLS deu mais um passo importante em sua estratégia de ampliar os canais de difusão de conteúdos sobre liderança e sustentabilidade. Iniciou um movimento para formar uma Rede de Educadores. Muitos professores de escolas de negócio e universidades já vêm utilizando em suas aulas os conteúdos do livro Conversas com Líderes Sustentáveis e os videodepoimentos dos presidentes entrevistados. É um material que serve como apoio didático em programas focados em sustentabilidade. O que se propõe agora é organizar uma rede visando otimizar o uso dos materiais criados para ajudar os educadores e favorecer a disseminação desse tipo de conhecimento. RC - Como integrar a Rede de Educadores? RICARDO - Tendo interesse em participar, o educador assume um compromisso com os Cinco Princípios da Plataforma Liderança Sustentável e com a adoção dos conteúdos (livro, textos de apoio e videodepoimentos de líderes) nas mais diferentes situações educacionais (aulas de graduação e pós-graduação, palestras, encontros e fóruns de desenvolvimento), sem nenhuma obrigação específica ou imposição de métodos ou maneiras de uso. A ideia é estabelecer um relacionamento mais próximo com esse educador, visando melhorar a aplicabilidade do material e contribuir de um modo mais eficaz. Hoje, professores de instituições como Fundação Dom Cabral, FIA, Sebrae, PUC-SP, Senac-SP, Poli-USP, FEA-USP e Aberje,entre tantas outras, e instrutores de programas empresariais, associações classistas e universidades corporativas adotam regularmente os conteúdos da Plataforma Liderança Sustentável em salas de aula, seminários e encontros técnicos. RC - Quais são estes Cinco Princípios da Rede de Educadores? 7 revista do couro PÁGINAS DOURADAS revista do couro PÁGINAS DOURADAS RICARDO - Educar líderes que saibam compreender e valorizar a noção de interdependência entre os sistemas econômico, social e ambiental, partindo dos pressupostos de que tudo e todos estamos interligados e de que os interesses de lucro não podem agir contra os interesses da sociedade e do planeta. - Rever currículos e modelos pedagógicos para considerar a sustentabilidade como um elemento transversal, abrindo espaço à convivência de diferentes campos de conhecimento e a abordagens mais sistêmicas que promovam análises transdisciplinares de questões políticas, sociais, tecnológicas e ambientais. - Educar líderes com valores que, nas empresas, sejam capazes de pautar suas escolhas e decisões pelo respeito ao meio ambiente, ao outro e à diversidade, pela ética altruísta e pela transparência na relação com todos os públicos de interesse. - Educar líderes do século 21, tecnicamente capazes de exercer uma saudável crítica sobre as teorias e premissas empresariais da velha economia para construir as condições que vão levar a uma economia mais verde, inclusiva, baseada em matrizes energéticas mais limpas e mais equilibrada no uso dos recursos naturais. - Ser, a própria escola, um exemplo vivo de comportamento sustentável, identificando os seus impactos sociais e ambientais e adotando medidas para minimizá-los, compensá-los ou eliminá-los, porque, como se sabe, o exemplo educa mais do que as palavras. RC - A PLS já foi apresentada em outros países, qual foi a receptividade? RICARDO - Sim, no Canadá, em Portugal e na França. No Canadá, o projeto foi discutido em outubro de 2011, em encontro internacional do LEAD, programa de formação para 500 líderes de todo o planeta. Agradou muito, pela concepção simples. E pela proposta. Entre os dias 01 e 04 de abril de 2012, eu, Ricardo Voltolini, diretor-presidente de Ideia Sustentável, expus o projeto em Lisboa para líderes de empresas, universidades e fundações empresariais portuguesas. Foram nove encontros agendados com o objetivo de testar as ideias da liderança para a sustentabilidade em uma realidade europeia, diferente da do Brasil. A despeito da atual crise pela qual passa Portugal – e, por tabela, da urgência de apostar em estratégias de sobrevivência, no curto prazo -, as ideias da PLS foram muito bem recebidas. Todos foram unânimes em reconhecer que esse tema segue sendo um dos grandes desafios do início deste século 21. RC - Como você define a Sustentabilidade hoje? RICARDO - Para mim a melhor definição é a seguinte: “Sustentabilidade é o ponto de intersecção entre os negócios e os interesses da sociedade e do planeta”, conforme Andrew Savitz, autor de “A Empresa Sustentável”. Quando debatida na empresa, a noção de sustentabilidade é, sobretudo, um processo – arrisco dizer – de re-humanizar os negócios, de reflexão sobre limites éticos, de autoanálise dos dilemas de um sistema com falhas já reconhecidas, que gera riqueza, mas esgota recursos naturais e 8 produz mudanças climáticas e desigualdade social. Ótima oportunidade para quem tem crenças firmes e pauta sua vida por elas. No início dos anos 2000, ainda se gastava muita energia para explicar os “porquês”. Líderes precisavam ser convencidos. Hoje, vive-se a era dos “comos”. A maioria das empresas realmente sérias já compreende – embora nem sempre consiga medir precisamente – boa parte dos ganhos decorrentes da sustentabilidade. RC - De que forma você acredita que o setor couro possa se enquadrar na plataforma Liderança Sustentável? RICARDO - A dinâmica de palestras e informações disseminadas pela plataforma e pelo nosso conjunto de ações junto à Ideia Sustentável, permite a todos os públicos um momento de reflexão sobre a importância de incorporar a sustentabilidade no modelo de gestão de qualquer tipo de organização. É preciso conseguir alinhar os conceitos e propiciar uma reflexão crítica sobre os caminhos da sustentabilidade. Em nossos projetos tentamos reunir experiência, conhecimento e didática que auxiliam na nossa função de consultor ou conferencista. Além do referencial teórico fundamental, da riqueza dos cases empresariais e da proposta metodológica inovadora e participativa, é preciso entender o cenário de sustentabilidade em que o setor se encontra e discutir um conjunto de ideias que poderá nos levar a cumprir nossa missão com mais qualidade no atendimento ao cliente e de maneira socioambientalmente mais responsável, com o comprometimento de toda a estrutura operacional da indústria, desde os colaboradores aos diretores. Um dos primeiros autores a tratar dos ganhos da sustentabilidade foi Bob Willard, no livro The Sustainability Advantage (New Society Publishers, 2002). Em sua opinião, uma grande empresa que investe em sustentabilidade pode obter 33% de ganhos financeiros no curto e médio prazos a partir do aumento da produtividade, das facilidades de financiamento, das receitas e do valor de mercado, da atração e retenção de talentos e da redução de custos de produção, de despesas em sites comerciais e de riscos. Para pequenas e médias empresas, os ganhos chegam a até 68%. Pode-se contestar um ou outro ponto, conforme o enfoque da análise, mas até os mais céticos tendem a concordar com as conclusões de Willard. Portanto, é preciso que vejam a sustentabilidade como um desafio a mais na conquista de seus objetivos. Os interessados em se inteirar sobre a plataforma, sobre a sustentabilidade de um modo geral, podem acompanhar as palestras, artigos, entrevistas e informações em nosso site www.ideiasustentavel. Comecem com o artigo Dez desafios da gestão sustentável nas empresas (no link http://www.ideiasustentavel.com.br/2012/01/dez-desafios-da-gestao-sustentavel-nas-empresas/), é um material esclarecedor, inspirador e desafiador. Também podem enviar seus cases para serem avaliados, além de utilizar o conteúdo de nosso trabalho como ferramenta de informação no auxílio para suas estratégias de gestão. Maio/Junho | 2013 revista do couro meio ambiente CETESB promove encontro sobre gestão sustentável Produção + Limpa foi a ferramenta escolhida para criar as possibilidades e os desafios para uma gestão de efluentes industriais. E stiveram reunidos, em 09 de maio, no auditório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, representantes de cinco setores industriais, para apresentação da Assistência Técnica para Tecnologias de Redução da Descarga de Água Industrial em São Paulo, um projeto coordenado pela Agência Ambiental Paulista, com financiamento da U.S. Trade and Development Agency - USTDA. A Assistência técnica, representada pelas consultorias contratadas – CDM Smith e Coprape – identificou os indicadores, os fatores de emissão e as medidas de Produção Mais Limpa – P+L, além de constatar a viabilidade técnica, financeira, econômica, ambiental e normativa e os impactos associados ao desenvolvimento dessa tecnologia. Para Rodrigo Mota, representante da USTDA no Brasil, o encontro irá coroar com êxito o trabalho realizado pela CETESB, junto ao setor industrial. “A USTDA financia, a fundo perdido, estudos que possam implementar o uso de tecnologias modernas pelo setor privado.” A P+L é a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos processos de fabricação, produtos e operações, com o objetivo de reduzir os riscos para saúde humana e o meio ambiente. O uso de tecnologias de P+L , quando bem sucedido, poderá resultar em uma redução do consumo de matéria – prima, energia, resíduos tóxicos e emissões. Otavio Okano, presidente da CETESB, ressaltou que o estudo da P+L pela Companhia Ambiental é antigo, marcado, inclusive, por parcerias com a FIESP/CIESP. “Agora, com esse trabalho, finalizado junto a cinco segmentos industriais, ficou claro que para se atender os critérios de uma gestão sustentável a P+L é um caminho viável. Provamos, através do estudo realizado, Maio/Junho | 2013 que o método além de atender as questões ambientais também gera lucro, através da economia.” Para realização do estudo foram identificados cinco setores produtivos – o têxtil, o de bebidas, o de papel e celulose, o de açúcar e álcool e os matadouros. Através da seleção as equipes formadas pelas consultorias escolhidas, CDM Smith e COBRAPE, em conjunto com técnicos da CETESB, visitaram cerca de 30 empresas, para apresentação do projeto, coleta de informações sobre o uso da água, identificação de produtos e quantidades produzidas, entre outros critérios. Luiz Werneck, consultor da Cobrape, frisou que o projeto, iniciado em 2009, trouxe uma mudança de postura na visão ambiental das empresas. “É possível preservar e ter um lucro final”. O dia foi marcado pela apresentação do projeto, pelos especialistas das consultorias, momento onde a participação dos representantes dos setores produtivos envolvidos foi vital para formatação de um Relatório Final. Fonte: Cetesb (disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/noticia/513,Noticia)/ Crédito José Jorge 9 revista do couro meio ambiente Goiás: situação do licenciamento dos aterros A Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Governo de Goiás publicou uma nota técnica com os aterros sanitários que possuem licença ambiental emitida pela Semarh. O documento mostra a situação em que se encontra o processo de licenciamento de cada um dos aterros. A nota serve para que os municípios estejam atentos às suas obrigações que, conforme a Lei 12305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, exige que os lixões sejam transformados em aterros sanitários até 2 de agosto de 2014. Desta forma, os municípios que ainda não se enquadraram na Lei devem preparar todas as ações e procedimentos necessários à sua regularização. A medida visa também dar transparência e publicidade às ações realizadas pela Semarh na Gestão dos resíduos sólidos. Para saber mais sobre o documento acesse http://www.semarhtemplate.go.gov.br/ uploads/files/aterros.pdf. Fonte: Semarh (disponível em http://www.semarhtemplate.go.gov.br/noticia/ documento-aponta-situacao-do-licenciamento-dos-aterros) Atuação da CETESB é destaque em Genebra CETESB ganha nota excelente e prêmio por estande durante os eventos da Conferência das Partes. D urante as Conferências das Partes (COP) realizadas no período de 28 de abril a 11 de maio passado, em Genebra, na Suíça, a atuação da CETESB na qualidade de Centro Regional para a Convenção de Estocolmo (CRCE) sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) foi considerada excelente, merecendo destaque pelas atividades de assistência técnica e transferência de tecnologia para os países signatários. A divulgação das notas das avaliações dos Centros Regionais das Convenções, dando destaque à CETESB, foi acompanhada atentamente pelo vice-presidente da CETESB, Nelson Bugalho, pela engenheira Lady Virgínia Traldi Meneses, gerente da Divisão de Acordos Multilaterais e Políticas Públicas de Resíduos e coordenadora técnica do CRCE, e pelo químico Jorge Luiz Nobre Gouveia, gerente do Setor de Atendimento a Emergências. Os representantes da CETESB participaram ativamente da COP6, da Convenção de Estocolmo, COP11, da Convenção de Basileia, e da COP6, da Convenção de Roterdã, além da ExCOPs e dos eventos paralelos, cujo principal objetivo foi a discussão de medidas para reduzir ou eliminar a liberação de POPs nos processos produtivos e no uso intencional ou não intencional desse produto, e promover o gerenciamento adequado de resíduos perigosos. Outro momento de júbilo aconteceu no final da feira paralela, realizada de 3 a 5 de maio, em que o estande da CETESB - criado pelo Departamento de Comunicação da Companhia - foi considerado o segundo 10 melhor do evento, fazendo jus ao Prêmio Silver. Lady Virgínia recebeu o diploma das mãos de Jim Willis, secretário executivo das Convenções da Basileia, Roterdã e Estocolmo. Excetuando estes dois momentos, o período foi de muito trabalho para os representantes da CETESB que, além da participação nos grupos de trabalho, realizaram em conjunto com outros Centros Regionais dois eventos para tratar dos seguintes temas: 1) A Rede de Centros Regionais na América Latina e Caribe e suas Atividades de Capacitação (Projeto CETESB/ABC/ JICA); Pesticidas Obsoletos; e Mercúrio, no dia 2 de maio, em conjunto com representantes da LATU, do Uruguai; e 2) Destruição Coordenada de Produtos Químicos Perigosos, no dia 3 de maio, em conjunto com a SICA, de El Salvador, e o Ministério do Meio Ambiente da China. Durante os eventos, o vice-presidente da CETESB assinou dois Memorandos de Entendimentos, que mereceram cerimônia oficial durante as conferências. Os acordos buscam o fortalecimento da cooperação, coordenação e sinergia entre as Convenções da Basileia, Roterdã e Estocolmo e seus Centros Regionais, articulando esforços em questões como colaboração na área de coleta de dados com o propósito do Plano de Monitoramento Global; colaboração na área de capacitação; treinamento e atividades educacionais; coordenando seus esforços em questões como monitoramento de retardadores de chama bromados em plásticos de lixo eletrônico. Fonte: Cetesb (disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/ noticia/515,Noticia) Maio/Junho | 2013 Governo de Minas prepara Conferências Regionais e Estadual de Meio Ambiente A Diretora de Extensão e Educação Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), Ana Luiza Dolabela Mazzini, explica que as etapas municipais e regionais elegerão os delegados, que representarão cada região na Conferência Estadual. De acordo com a Resolução Semad 1836/2013 a Conferência Estadual de Meio Ambiente tem como objetivo contribuir para a implantação das políticas municipal, estadual e nacional de resíduos sólidos, debatendo prioritariamente os temas de acordo com os eixos temáticos: produção e consumo sustentáveis; redução dos impactos ambientais; geração de emprego, trabalho e renda; educação ambiental e questões sociais ligadas à geração de resíduos sólidos. Fonte: Meio Ambiente Minas Gerais (disponível em http://www.meioambiente. mg.gov.br/noticias/1/1867-governo-de-minas-se-prepara-para-conferencias-regionaise-estadual-de-meio-ambiente Minas participa de projeto piloto do MMA R epresentantes do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) se reuniram no mês de maio, para discutir a integração de dados dos processos de licenciamento de Minas Gerais com o Portal Nacional de Licenciamento Ambiental (PNLA). O novo sitio, desenvolvido pelo órgão Federal por meio de termo de cooperação técnica com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), irá unificar em um banco de dados informações online sobre licenças ambientais de diversos estados brasileiros. De acordo com a coordenadora do PNLA, Mônica Guedes de Moraes, o objetivo do portal é integrar as informações de licenciamentos ambientais disponíveis nas três esferas de governo. “Vamos coletar, compatibilizar, organizar e disseminar informações, contribuindo para o fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e a consolidação do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima)”, explica. Mônica explica porque Minas Gerais foi o primeiro estado a participar do processo de integração de dados. “Minas será o piloto pois já tem o Sistema Integrado de Informações Ambientais (Siam), que é um dos melhores sistemas do país e vai migrar para o Sisemanet, que é uma ferramenta bastante eficiente”, afirmou a coordenadora. Segundo ela, por meio do sistema mineiro é possível filtrar informações não só pela tipologia ou pelo nome do empreendimento Maio/Junho | 2013 licenciado, mas pela região, bacia hidrográfica, classe, empreendedor, entre outros aspectos. Para a subsecretária de Gestão e Regularização Ambiental Integrada da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Maria Cláudia Pinto, ter o banco de dados integrado ao PNLA será importante para Minas. “A proposta do portal é integrar dados de licenciamento ambiental de todos os estados e Minas não poderia ficar de fora”, destacou. Fonte: Semad Minas Gerais (disponível em http://www.semad. mg.gov.br/noticias/1/1866-minas-participa-de-projeto-pilotodo-ministerio-do-meio-ambiente) Divulgação M inas Gerais já iniciou os preparativos para a realização das Conferências Regionais e para a Conferência Estadual de Meio Ambiente no estado. A Conferência Estadual será realizada nos dias 30 e 31 de agosto, em Belo Horizonte. A Comissão Organizadora Estadual já está se reunindo para articulação e mobilização da sociedade. As Conferências Regionais devem acontecer por regiões, seguindo a divisão: Alto São Francisco e Leste de Minas; Sul de Minas e Zona da Mata; Norte de Minas, Jequitinhonha, Mucuri e Noroeste; e Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba, com datas ainda a definir. Nelas serão abordadas questões locais, regionais e nacionais, além de escolhidos os delegados que participarão da etapa nacional, representando o estado de Minas Gerais, para deliberação do documento final da Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA). As Conferências Regionais e Estadual de Meio Ambiente culminarão na realização da IV CNMA, prevista para ocorrer de 24 a 27 de outubro, em Brasília. Representantes Sisema e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) durante reunião que debateu a integração de dados dos processos de licenciamento de Minas Gerais com o Portal Nacional de Licenciamento Ambiental (PNLA) 11 revista do couro MEIO AMBIENTE Indústria Química Brasileira Uma agenda para crescer N o dia 21 de maio, ocorreu um seminário na Câmara de Deputados, em Brasília, reunindo membros do congresso nacional, autoridades do governo e empresários, com o objetivo de discutir a agenda de prioridades da indústria química. Patrocinado pela Abiquim, o encontro foi promovido pelo jornal Valor Econômico, com o apoio das Frentes Parlamentares da Infraestrutura e em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, ocasião em que foi debatida a implementação de medidas emergenciais recomendadas pelo Conselho de Competitividade da Química, para que o setor possa dinamizar seus investimentos e atender a demanda crescente prevista nos próximos anos. O presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, conversou com a reportagem da Revista do Couro, destacando que o seminário faz parte das ações desenvolvidas pelo Conselho de Competitividade da Química, junto ao Plano Brasil Maior do Governo Federal. Divulgação revista do couro especial químicos guem ser competitivas diante dos importados. Atualmente, a utilização média da capacidade da indústria química é de 82%. Temos ainda o custo alto no País, investir em países como os EUA, por exemplo, sai 25% mais barato. Outra preocupação reside na quesFernando Figueiredo tão de que a indústria química brasileira investe apenas 0,73% (dados de 2011) de seu faturamento líquido em Pesquisa e Desenvolvimento, muito baixo da média mundial - 2,5%. Estes fatores destacam bem o cenário desfavorável do nosso setor. RC – O que a Abiquim apresentou aos participantes do Seminário Indústria Química Brasileira? FERNANDO - Na ocasião foi apresentada uma análise profunda sobre a situação da indústria química brasileira, além da exposição das propostas ao governo com base nas diretrizes do referido conselho. A análise resultou em um abrangente plano de medidas, não apenas de desoneração tributária, necessária para estimular o pleno uso da atual capacidade instalada, mas especialmente a buscar atratividade para investimentos nesse segmento. Nosso principal objetivo foi mostrar ao parlamento os motivos que nos levaram a criar esta agenda, para que possamos discutir com o governo e contar com seu apoio através de projetos de leis e medidas provisórias que venham de encontro às necessidades do setor. RC - O que é o Conselho de Competitividade da Indústria Química? É formado por quem? FERNANDO - O Conselho de Competitividade da Indústria Química é parte integrante do programa Plano Brasil Maior, do Governo Federal, e tem por seu principal definir agendas estratégicas e rumos tecnológicos de médio e longo prazo, que orientarão a formulação de novas medidas de apoio à competitividade. Ele é formado por representantes do Governo Federal, executivos de empresas nacionais e multinacionais, representantes dos trabalhadores, da Abiquim, além de outras entidades da cadeia química, como ANDA - Associação Nacional para Difusão de Adubos e ABRAFAS - Associação Brasileira de Produtores de fibras Artificiais e Sintéticas. Este conselho foi responsável pela elaboração desta profunda análise do setor, dando origem a um documento denominado Agenda da Química, o qual foi entregue em maio do ano passado. Das propostas inseridas nesta agenda, as prioridades para curto prazo são: RC – Qual a situação atual da Indústria Química Brasileira? FERNANDO - Em 2012, o setor registrou o maior déficit de sua história, acumulando US$ 28 bilhões. Para se ter uma ideia do que este resultado representa, o valor registrado em 1991 foi de US$ 1,5 bilhão. Neste mesmo período, as importações saltaram de US$ 3,6 para US$ 43 bilhões, enquanto as exportações subiram de US$ 2,1 para US$ 14,8 bilhões. Durante estes 20 anos a indústria química brasileira perdeu espaço significativo para o produto importado, situação agravada no período recente, em que o produto chega ao Brasil com preços abaixo do mercado. Conforme dados de 2011, a brasileira é a sexta maior indústria química do mundo. Outro fator preocupante é a baixa utilização da capacidade instalada das empresas, que deixam de produzir pois não conse- RC – O que mais foi exposto aos participantes do Seminário? 14 Maio/Junho | 2013 FERNANDO - No decorrer do seminário, foram apresentadas ainda a Agenda Estratégica e a Agenda Estruturante (acompanhe na imagem na sequência). Outra ação comentada é o Estudo de Diversificação da Indústria Química, que está sendo realizado pelo BNDES, cujo resultado irá fornecer subsídios para uma política industrial adequada para o setor, abrangendo soluções para questões logísticas, utilidades e infraestrutura de meio ambiente. Este estudo possibilitará uma análise de forma integrada e conciliando aspectos estratégicos de mercado, de competitividade, de tecnologia e econômica/financeira nas diversas cadeias da indústria química existentes. E para um setor representativo com o do couro essa diversificação da indústria química é fundamental, pois possibilitará descobrir oportunidades de produzir novos produtos, novas tecnologias para este mercado. RC – Qual sua avaliação deste seminário na Câmara de Deputados? FERNANDO - A excelente receptividade foi um dos destaques do encontro, que contou com a participação expressiva de deputados e senadores, cerca de 30 parlamentares, do presidente da Câmara de Deputados, representantes sindicais, empresários e entidades parceiras. Fonte: Imprensa ABQTIC/Abiquim revista do couro especial químicos Química sem Fronteiras foi tema da 37ª RASBQ Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química foi realizada em São Paulo com intensa programação científica Divulgação D e 24 a 28 de maio, foi realizada a 36ª edição da Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, com uma intensa programação desenvolvida em Águas de Lindóia, em São Paulo. “Química sem Fronteiras” foi o tema central que conduziu as discussões da comunidade química brasileira durante o intenso programa científico da Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (RASBQ). O tema foi fruto de um conjunto integrado de ações da Diretoria e do Conselho da entidade, culminando em um censo da química brasileira, visando reflexões e o estabelecimento de novas diretrizes a partir de um balanço sobre a situação da química no país, em todos os níveis, do ensino básico à pós-graduação, da academia à indústria, do conhecimento fundamental aos produtos de inovação. O evento reuniu cerca de 1900 pessoas, conforme declarações do presidente da comissão organizadora, Aldo Zarbin. “O encontro de 2013 registrou um momento no qual entidades governamentais, agências de fomento à pesquisa e sociedades científicas estão empenhados em ampliar as fronteiras da pesquisa brasileira feita pela universidade”, afirmou. Na abertura, o presidente da SBQ, Vitor Francisco Ferreira, enfatizou os esforços que a entidade vem realizando para que o Brasil recepcione o 46º Congresso Mundial da IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), que acontecerá em 2017. “Esta iniciativa representa afirmação do Brasil no panorama científico mundial, além de abrir uma grande perspectiva para os futuros pesquisadores brasileiros dialogarem com os expoentes das Glaucius Oliva, presidente do CNPq e um dos homenageados ciências químicas dos principais centros internacionais de pesquisa”, destaca Zarbin. O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, foi o palestrante convidado para a abertura da 36ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (RASBQ), em 25 de maio, em Águas de Lindóia (SP). “Ciências Moleculares em todas as Fronteiras” foi o tema da palestra proferida para a comunidade de pesquisadores brasileiros da área de química. Foram realizados seminários temáticos e especiais, conferências, apresentações de trabalhos, projeto Química na Praça, além de várias outras ações desenvolvidas na programação. A realização da 37ª Reunião Anual da SBQ, em 2014, já está confirmada para 16 o período de 26 a 29 de maio, no Centro de Convenções de Natal – RN. Para acompanhar a cobertura do evento acesse o link http://issuu.com/editoracubo/docs/boletim-especialsbq2013 e confira a revista eletrônica da reunião anual ou mais informações no link http://www. sbq.org.br/36ra/. Fonte: site SBQ Homenagens na 36ª RASBQ Na noite de 25 de maio, foram entregues os seguintes prêmios aos destaques da 36ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química: Prêmio Revista Virtual de Química: - Frederico Silva Castelo Branco - Nubia Boechat Andrade - Paulo Anselmo Ziani Suarez Prêmio Química Nova: - Frank Nelson Crespilho Prêmio SBQ de Inovação “Fernando Galembeck”: - Oxiteno - Pedro Wongtschowski Medalha Simão Mathias - Ao final da conferência, o presidente do CNPq recebeu a Medalha Simão Mathias, a maior honraria da Sociedade Brasileira de Química e destinada a homenagear as personalidades que se destacaram em suas contribuições para o desenvolvimento da Química no Brasil. Tradicionalmente, é entregue ao conferencista convidado para a abertura da Reunião Anual da Sosiedade Brasileira de Química e os homenageados passam a fazer parte da Galeria da Medalha Simão Mathias. Fonte: SBQ Divulgação revista do couro especial químicos Pedro Wongtschowski, um dos homenageados com o Prêmio SBQ de Inovação “Fernando Galembeck” Maio/Junho | 2013 Dia do químico: atividades do CRQ V Maio/Junho | 2013 mas como o novo empreendedorismo, gestão de empresas e novos negócios, como tirar uma ideia do papel e novas oportunidades na área da Química. A oficina ocorreu no auditório do CRQ-V em Porto Alegre/RS. Fonte: CRQ-V Divulgação N o dia 21 de junho ocorreu o jantar-baile em comemoração ao Dia do Químico, tradicionalmente promovido pelo Conselho Regional de Química da 5ª Região (CRQ-V). A comemoração ocorreu no restaurante Panorama da PUCRS, em Porto Alegre/RS. Dentro das ações comemorativas à data, no dia 16 de junho, foram realizadas as atividades do Química na Praça, projeto desenvolvido das 9h às 13h, integrando químicos e comunidade no Brique da Redenção - Largo do Expedicionário, em Porto Alegre/RS. Também em decorrência das homenagens, o CRQ – V juntamente com a Associação Brasileira de Química seção RS promoveu a Oficina de Empreendedorismo e Inovação no dia 21 de junho, ministrada pelo administrador Bruno Peroni, que abordou te- Brique da Redenção, em Porto Alegre, sediou o Química na Praça 17 revista do couro especial químicos revista do couro especial químicos “Gestão ambiental preventiva é estratégica para sobrevivência da indústria química”, diz Abiquim N o mês de junho, na Semana do Meio Ambiente, a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) divulgou os indicadores de desempenho da indústria química brasileira, como resultado dos esforços realizados na conservação ambiental. O levantamento reúne dados de 2006 a 2011, que mostram o avanço do setor na redução do consumo de água e energia, na diminuição da geração de resíduos sólidos e na evolução do tratamento de efluentes. Segundo o assessor-técnico de Assuntos Regulatórios e Meio Ambiente da Abiquim, Obdulio Fanti, os indicadores de sustentabilidade ambiental demonstram a transparência das ações na gestão ambiental. Alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos, o relatório mostra redução de 14,8% na geração de resíduos entre 2006 e 2011. As ações do Programa Atuação Responsável® possibilitaram uma queda significativa na emissão de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), passando de 542 quilos em 2006 para 300 quilos em 2011. Quanto ao consumo de energia, apesar da produção de químicos para uso industrial ter crescido 30% no período citado, o consumo manteve-se estável, graças a iniciativas de autoprodução e cogeração de energia elétrica, reaproveitamento energético dos processos produtivos e a crescente utilização de biomassa. Em relação à Gestão de Recursos Hídricos, o levantamento mostra que a água descartada pelas indústrias vai além das exigências regulatórias em termos de qualidade do efluente. Segundo o estudo, a intensidade dos componentes orgânicos no efluente teve redução significativa, alcançando 35,11%. Na opinião do coordenador da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Abiquim, Luiz Carlos Álvares Marques, os aspectos preventivos de controle ambiental são estratégicos para o sucesso do setor químico do País. As atividades da Comissão estão sob a gerência de Assuntos Regulatórios, responsável também pela implementação dos programas de gestão de substâncias e produtos químicos (REACH, SAICM e GPS) e pelas ações desenvolvidas pela ABNT, no Comitê Brasileiro de Química. Segundo Nicia Mourão, gerente de Assuntos Regulatórios, a área cumpre papel relevante junto ao governo nas convenções de Roterdã, Estocolmo e Basileia, e acompanha os projetos de leis ambientais do Congresso Nacional, fazendo a interface entre o meio empresarial e Ministério do Meio Ambiente, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ibama, órgãos estaduais de meio ambiente e a sociedade em geral em debates sobre a implementação da Política Nacional de Mudanças Climáticas, da Política Nacional de Recursos Hídricos e da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Considerando as mudanças climáticas, a entidade elabora as informações do inventário de Gases de Efeito Estufa da Indústria Química para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e, em 04 de novembro, realizará o seminário “Mudanças Climáticas: em busca de soluções sustentáveis” em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. O levantamento completo dos indicadores está disponível no site da Abiquim. Fonte: Abiquim 18 Maio/Junho | 2013 Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2013 O Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia, lançado em dezembro de 2001 pela Abiquim, tem como objetivo estimular a pesquisa e a inovação na área química no País, reconhecendo projetos de inovação tecnológica na área química, que demonstrem a inventividade e a criatividade de empresas e pesquisadores. Os trabalhos vencedores da edição 2013 serão anunciados no Encontro Anual da Indústria Química (ENAIQ), em 22 de novembro, no Hotel Hyatt em São Paulo. Os interessados em participar podem fazer sua inscrição no site da Abiquim. O projeto inscrito deverá ser apresentado seguindo de formulário anexo, até 30 de setembro de 2013, devendo ser preenchido o formulário no site e anexado o arquivo em pdf com o projeto, limitado a cinco páginas. A premiação recebeu o nome de Kurt Politzer em 2011, uma homenagem mais do que merecida a esse doutor e professor de química que colaborou por cerca de 30 anos com a Abiquim. Considerado um dos mais importantes personagens da história da química do Brasil, Kurt Politzer fez parte do Conselho Diretor da Abiquim e coordenou a Comissão de Tecnologia. Maio/Junho | 2013 São duas categorias de premiação: Empresas e Pesquisador. Mais de um trabalho pode ser inscrito por participante, mas é fundamental a indicação da categoria a qual se pretende concorrer. Premiação: Os trabalhos vencedores serão divulgados no ENAIQ, como o reconhecimento de sua premiação por meio da entrega de um troféu alusivo ao projeto. Na categoria pesquisador, haverá também uma premiação em dinheiro no valor de R$ 5.000,00. As empresas Braskem e Oxiteno são as patrocinadoras do Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2013. Fonte: site Abiquim Divulgação 19 revista do couro especial químicos Máquinas de enxugar e estirar couros N esta edição, seguindo o cronograma de processamento do couro, o destaque é a Máquina de enxugar e estirar couros. Dando sequência às várias etapas do processo de curtimento de couros, os profissionais passam pela fase de Secagem e pré-acabamento. Após o recurtimento, são realizadas etapas que envolvem a eliminação de água por ação mecânica e secagem: neste momento é que se utiliza a Máquina de enxugar e estirar: os couros são submetidos à operação de estiramento e enxugamento, visando abrir e alisar o couro e eliminar o excesso de água. Portanto, alguns fabricantes apresentam suas novidades e opções em máquina de Enxugar e Estirar. Confira: Divulgação Destaque para máquina de Enxugar/Estirar couros Enxuga/estira tradicional da Rizzi Fonte: America Leather Ltda 20 Divulgação A empresa italiana Rizzi SpA é uma das principais fabricantes de máquinas Enxuga/estira tradicional com 2 rolos de feltro. As principais características apresentadas neste modelo são: ação de enxugamento superior às maquinas de apenas 01 rolo de feltro, reduzindo o nível de umidade do couro de forma natural, auxiliando para uma secagem mais rápida e homogênea, proporcionando menor consumo energético e melhor qualidade sobre os couros. Conforme informações da empresa, quando os couros não são suficientemente enxugadas nesta fase, exige maior tempo de secagem, seja por transporte aéreo, por vácuo ou por grampeamento (toggling) , muitas vezes queimando as fibras pelo excesso de calor, devendo depois reumectar as mesmas para dar um toque mais natural. Outro fator destaque é a relação de todos os rolos sincronizados (conforme apresentação nas imagens), que proporcionam uma abertura excelente dos couros, auxiliando na retirada de dobras e rugas dos mesmos, dando maior uniformidade de flor, garantindo também uma melhor padronização dos couros. “Estas são as principais características da Enxuga/estira tradicional da Rizzi, que efetivamente dão maior qualidade e rendimento aos couros”, destaca Joelci José Lusa, da America Leather Ltda, representante da Rizzi SpA no Brasil. Para maiores informações contate pelo e-mail [email protected] ou através do Fone (41)3668-2184. Orientações sobre a máquina Divulgação revista do couro máquinas e equipamentos Direção de rolos Maio/Junho | 2013 revista do couro MÁQUINAS e EQUIPAMENTOS Moderna tecnologia em máquinas de estirar e enxugar couros A Divulgação BAUCE TRI. MA S.R. L é uma empresa italiana situada em Trissino (VI), norte da Itália, onde há 40 anos fabrica e desenvolve o que há de mais moderno em tecnologia para máquinas de estirar e enxugar couros. Especializada neste tipo de fabricação, desenvolveu com exclusividade a Bluextreme, máquina para estirar e enxugar couros wet-blue, com sete cilindros de pressão, estrutura reforçada com paredes de 50 mm de espessura. Esta máquina foi desenvolvida para trabalhar em uma velocidade de ate 30 m/min. Com baixa pressão, pois possui seis pontos de contato com o feltro o que proporciona um melhor enxugamento e uma maior durabilidade dos mesmos, bem como de todos componentes da máquina. Foi desenvolvida especialmente para couros integrais pesados. Possui uma escova motorizada para facilitar a operação de introdução do couro, seis pistões presentes (3 à direita e 3 à esquerda) reguláveis separadamente, podendo chegar a uma pressão de 100 toneladas cada conjunto prensante. Com este poder de enxugamento resulta em peles mais uniformes favorecendo a divisão em continuo. Bluextreme é uma máquina com largura útil de 3.200 mm ou 3.400 mm, com um peso total de 36.000 Kg (36ton). Todos os sete cilindros de pressão são intercambiáveis. Centragem automática dos feltros. Sistema de engraxe automático com bomba dosadora e alarme (caso falte graxa no sistema). A empresa fabrica também: BLUPRESS – Estira/Enxuga para wet-blue com 3 (três) cilindros de pressão; BLUESTAR – Estira/ Enxuga para wet-blue com 5 (cinco) cilindros de pressão; MVC4 – Máquina para estirar e enxugar couros recurtidos. Com o intuito de melhor atender aos clientes foi montada a BAUCE do Brasil, que atua em assistência técnica com peças de reposição e reformas de máquinas para curtumes, a qual é estabelecida em Ivoti/RS (e-mail: [email protected]. br; www.baucedobrasil.com.br). A BAUCE TRI. MA é representada no Brasil por: B&B Couros LTDA (Maiores informações através do Fone 51 3593-9269, e-mail: bbcouros@ terra.com.br, contatos com Roque Bresolin). Fonte: B&B Couros Ltda Divulgação Divulgação Bluextreme Maio/Junho | 2013 21 SETORELLA: máquina combinada de enxugar e estirar A SETTORELLA é uma máquina combinada de enxugar e estirar, fabricada pela empresa Turner SAS, desenhada para qualquer tipo de couro vacum pesado, seja wet-blue ou tingido, disponível em larguras úteis de 3000 e 3300 mm, com três versões de cilindros: feltro, ebonite e cromado aquecido com óleo térmico. Com suas quase nove toneladas, representa uma das máquinas mais pesadas e robustas deste tipo no mercado, por conta de seu chassi 100% em ferro fundido com tratamento especial para resistência à corrosão e a presença de aço inox em toda a área de trabalho. A abertura e fechamento da máquina são feitas por um pistão rotativo de grande diâmetro que atua diretamente sobre os braços que suportam o cilindro transportador. Este sistema permite uma movimentação muito rápida com elevados ganhos de produtividade, mas sem desgaste de nenhuma peça mecânica. O amortecimento da ação de fechamento é assegurado por um duplo sistema mecânico e hidráulico, garantindo assim a ausência de marcas nos couros. Todos os cilindros são acionados hidraulicamente de forma independente, de forma a não perder potência em momento algum, com velocidade variável que pode ser ajustada até 18 metros por minuto. O sistema de reversão do sentido de rotação permite melhorar o ganho de área ao poder insistir sobre as partes do couro que precisam de mais abertura. O cilindro de apoio colocado por baixo do cilindro de transporte é ajustável, permitindo mudar seu ângulo de forma a promover a melhor abertura de patas, cabeça e barrigas. O cilindro de facas da SETTORELLA é móvel e sua regulagem automatizada com indicação digital permite o ajuste instantâneo e simplificado a todas as espessuras de couro. Conta também com um sistema de controle permanente de velocidade de rotação, garantindo a maior potencia de estirado incluso nas partes mais grossas dos couros. Um dispositivo de segurança, constituído por uma chapa de aço inox, cobre automaticamente o cilindro de facas durante a abertura da máquina para proteger tanto o operador como os couros. A SETTORELLA é uma máquina extremadamente potente (pressão hidráulica de até 18 toneladas), robusta e de uso e manutenção simplificadas. O feltro tem uma rampa de umidificação automatizada e sistema automático de centralização. O engraxe é centralizado na parte traseira da máquina e pode ser automatizado como opcional. Os cilindros giram dentro de rolamentos especiais sem manutenção. As chapas são todas de aço inox. A Turner SAS é representada no Brasil pela Artepelle Assessoria e Representações Ltda. Mais informações através do Fone 51 3593.6677 ou pelo e-mail [email protected]. Fonte: Artepelle Assessoria e Representações Ltda Vista geral Divulgação revista do couro máquinas e equipamentos Motor hidráulico cilindro transportador Amortecedor hidráulico Indicador de posição do cilindro de facas e ajuste automatizado de posição Pistão rotativo de apertura/fechamento 22 Vista lateral : sistema de controle de velocidade de rotação + pistão rotativo de grande diâmetro Maio/Junho | 2013 revista do couro máquinas e equipamentos Abrameq firma parceria para assessoria ambiental C Divulgação om a questão ambiental ganhando importância, em grande parte graças à evolução dos meios de comunicação, as empresas constataram que qualidade ambiental é um item fundamental para garantir o sucesso do negócio. As empresas que conseguirem se adaptar aos novos tempos terão vantagens diferenciadas, já que a preocupação ecológica é hoje vista como um fator estratégico de competitividade não só das grandes, mas também das médias e pequenas empresas. Consciente desta nova realidade, a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro e Calçados – Abrameq definiu parceria com a empresa Guerreiro Assessoria Ambiental, para oferecer orientação a respeito deste tema às empresas associadas. As estratégias das empresas para obter melhorias de desempenho ambiental estão inseridas na sua função social, pois além de atender às exigências dos seus clientes, melhora os relacionamentos com os órgãos ambientais de controle, com as organizações não governamentais (ONGs) e com a sociedade em geral. Fernando Guerreiro, diretor comercial da Guerreiro Assessoria Ambiental, observa que “há poucos anos, as empresas consideravam estas questões como uma imposição dos sistemas de proteção ambiental, que implicavam em aumento de custos. Mas hoje, uma gestão ambiental bem concebida pode ajudar a reduzir custos, assim como gerar benefícios marginais pela comercialização e/ou reutilização dos resíduos, além de conduzir a segmentos de mercado especialmente rentáveis”. Além disso, a pressão dos consumidores e as imposições normativas obrigam as empresas a oferecerem produtos e sistemas de produção e distribuição que mini- mizem os impactos ambientais negativos, através da implantação de um plano de gestão ambiental com políticas adequadas, objetivos e metas bem definidos e um planejamento que vise o comprometimento e otimização de resultados. A área intitulada “Gestão Ambiental” possui caráter multidisciplinar, explica Fernando Guerreiro. Adiciona que “profissionais dos mais diversos campos podem atuar, desde que tenham uma visão holística apurada, que saibam manejar as ferramentas existentes da melhor forma possível e que estejam devidamente habilitados”. A parceria da Abrameq com a Guerreiro Assessoria Ambiental começa através de um ciclo de palestras com informações que abordarão temas como captação de recursos para projetos, regularização e adequação legal da empresa nas questões ambientais, licenciamentos ambientais, reaproveitamento de insumos e maximização de resultados, economia de energia, logística reversa, gestão ambiental como diferencial competitivo, entre outros. A primeira palestra ocorreu no dia 20 de junho, na sede da Abrameq. Fonte: Comunicação Abrameq Fernando Guerreiro, da Guerreiro Assessoria Ambiental Maio/Junho | 2013 23 116ª Conferência Anual da SLTC, na Inglaterra N o dia 27 de abril, a SLTC – Society of Leather Technologists and Chemists (Sociedade dos Químicos e Técnicos em Couro) apresentou a conferência “Questões do Couro no Século 21”, realizada na Universidade de Northampton, Inglaterra. Demonstrando a tradição da SLTC, essa foi a 116ª conferência anual. O conteúdo programático apresentado foi o seguinte: “Leather issues in the 21st century” The 2013 SLTC Annual Conference • 09.30-10.30 am: “Life in the leather industry need not be the pits”, Atkin Memorial Lecture Hugh Gilmour, Managing Director, W.J.& W.Lang Limited. • 10.50-12.00 pm: “A social history of leather workers: An anthropological study of Japanese and British tanners”, Yuko Nishimura, Japan. Followed by special white tanning: using only rice husk and vegetable oil. Yuko Nishimura/Mr. Kashiwa. • 1.15-1.45 pm: “Biocide Regulations – Implications for the Leather Industry”, Elton Hurlow, Buckman Laboratories, USA. • 1.45-2.15 pm: “Oxidative unhairing - a sustainable view of the process”, Gustavo Defeo • 2.15-2.45 pm: “Enzymes in the Leather Industry”, Bob Wyss and Jens Fennen, TFL. • 3.00-3.30 pm: “Operational excellence via Employee Engagement”, Rumon Hankey, Inspired Management Solutions. • 3.30-4.00 pm: “The Leather Industry in the 21st Century”, Simon Yarwood, World Trades Publishing. • 4.00-4.30 pm: "Bespoke Functional Surface Decoration for Leather", Peter Laight, The Identity Store. • 4.30-5.00 pm: “REaCH – the latest developments”, John Hubbard, Satra. • 5.00 pm: SLTC AGM dem ter um grande impacto no sucesso do negócio. O tema sustentabilidade também fez parte, com a apresentação do programa “Zero waste strategy” do Scottish Leather Group, do qual faz parte a “Thermal Energy Plant”, na qual os resíduos são transformados em energia. A palestra de Yuko Nashimura mostrou a história dos curtidores no Japão, onde a profissão era considerada inferior e motivo de vergonha aos seus descendentes. Em vídeo, foi apresentada a trajetória do Sr. Kashiwa, de 71 anos, um curtidor prático presente na conferência, que resgatou a tradição da produção de couros brancos na região de Himeji. São couros branquíssimos e de profunda maciez, fabricados um a um com remolho feito no rio Himeji e depilação feita à mão. O rio possui um alto teor de alumínio e bactérias específicas que dão ao couro as características de maciez e branqueamento. Na apresentação de Raf Leyman e Elton Hurlow, da Buckman, foi discutida a questão da regulação para o uso de biocidas pela União Europeia (BPD 98/8/EC). Os artigos exportados para a união europeia somente poderão fazer uso de biocidas permitidos. Gustavo Defeo apresentou resultados de testes com depilação oxidativa, na qual foi utilizado um fulão específico para o processo. Entre as principais vantagens estão a ausência de rugas e um inchamento mais homogêneo, além da recuperação de proteínas dos banhos para reutilização. Na palestra de Bob Wyss, da TFL foi abordada a utilização de enzimas no processamento do couro. O autor enfatizou as vantagens do uso de enzimas no remolho e caleiro, o Divulgação revista do couro FEIRAS e EVENTOS A conferência apresentou questões pertinentes aos curtidores, conforme destacou a brasileira Letícia Melo dos Santos, aluna de doutorado (PhD) no Institute for Creative Leather Technologies, University of Northampton. As palestras Na primeira palestra, Hugh Gilmour ressaltou a importância da qualificação dos funcionários. Outra questão apontada foi que sistemas de qualidade como ISO 9001/OHSAS 18001/ ISO 14001/ISO 50001, se implementados corretamente, po- 24 Delegados aguardam o início da conferência SLTC. A partir da esquerda: Amanda Michel, Stephen Trantum, Ian Michel Maio/Junho | 2013 Auditório das palestras da 116ª SLTC que em muitos casos dispensa o processo de purga. Como vantagens no uso de lipases no remolho estão o fato de que essas atuam nas graxas presentes no pelo ou lã, facilitando a penetração de agentes de caleiro pelo lado da flor, além de uma melhora nos valores de fogging. Rumon Hankey abordou a área de gerenciamento de pessoal, ao se atingir excelência operacional através do engajamento dos funcionários. O aumento da performance se dá pela interação de chefia com a equipe, atingindo primeiramente a mudança de comportamento, e com a continuação dessa interação, chega-se à mudança de cultura dentro da empresa. Também foi discutida a questão da medição dos resultados, pois de acordo com o palestrante: “If you can’t measure it, you can’t manage it” (se não se pode medir, não se pode gerenciar). Dentro desse pensamento, a regra está em medição, análise e revisão. Um assunto importante para a indústria foi trazido por Simon Yarwood da World Trades Publishing (que edita a revista World Leather). A oposição ao couro de entidades como a PETA, com campanhas pesadas na mídia, não recebeu nenhuma resposta da indústria! É necessário maior engajamento para defendermos nosso produto, e mostrar que curtumes também estão contribuindo para responsabilidade social. O palestrante citou o caso do curtume brasileiro Coming, que modificou a vida em uma favela ao construir uma creche e proporcionar acesso à saúde. Peter Laight palestrou sobre o uso de “digital spray” para a impressão de imagens no couro. Inclusive com a demonstração de uma foto da plateia impressa em couro. A última palestra da conferência foi de John Hubbard, da SATRA, que apresentou futuras restrições a produtos químicos pelo REACH, com enfoque nas SVHC (substances of very high concern – substâncias de preocupação muito elevada). Os vídeos das apresentações (dos autores que autorizarem) serão disponibilizadas no site da SLTC. Para assistir conferências anteriores, basta acessar a página http://www. sltc.org/conferencevideos.htm. Fonte: colaboração de Letícia Melo dos Santos, Aluna de doutorado (PhD) no Institute for Creative Leather Technologies, University of Northampton Courovisão 2013 é adiada pela Fenac O diretor presidente da Fenac, Elivir Desiam, anunciou no dia 19 de junho, o adiamento da edição 2013 da Feira Internacional de Componentes, Couros, Produtos Químicos, Equipamentos e Acessórios para Calçados e Artefatos (Courovisão), prevista para 27 a 29 de agosto. A decisão tem como motivo a readequação do calendário da promotora gaúcha depois do incêndio que atingiu o pavilhão 2 da estrutura, na madrugada do dia 5 de junho. “Tivemos um acúmulo de feiras em agosto, em decorrência do sinistro, que empurrou as mostras de julho para o mês seguinte. Com isso, tivemos que optar por uma das feiras. E escolhemos a com 7 mil metros quadrados de expositores”, detalha. Desiam ainda reiterou que a prioridade hoje da Fenac é a realização da Construsul, em final de julho, que ocupará todos os pavilhões. Fonte: Exclusivo online “Conversamos com os expositores e eles foram unânimes em apoiar a mudança”, afirma Desiam. A nova data ainda não está definida. Segundo o executivo, a escolha foi tomada a partir de um problema de logística, visto que, com um pavilhão a menos, a data da Courovisão entraria em conflito com a montagem da Festa Nacional do Calçado, marcada para 6 a 15 de setembro. Maio/Junho | 2013 25 revista do couro Divulgação feiras e eventos FRANCAL completa 45 anos C ompletando 45 edições, a FRANCAL – Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios mantém-se como o evento que gera os melhores negócios do ano para fabricantes e lojistas do setor. Neste ano, lojistas e profissionais do setor em São Paulo têm um motivo extra para visitar o evento: a abertura coincide com feriado estadual que comemora a Revolução Constitucionalista de 1932, dia 9 de julho. Sem a abertura do comércio, o varejo calçadista acaba tendo mais facilidade para participar da feira. A data cria um “feriado prolongado” para o Estado de São Paulo, que tem início no sábado e vai até terça-feira (6 a 9), o que deve atrair ainda mais compradores de fora da capital. Para que estes visitantes possam desfrutar a cidade de São Paulo e fazer negócios no evento, a FRANCAL, em conjunto com a São Paulo Convention & Visitors Bureau, oferece dicas de programas culturais, shows e gastronomia nos dias que antecedem a feira e durante sua realização – alguns deles com desconto, por meio site “Benefício SP” (www.beneficiosp.com.br). Dentro desta programação está o Fórum de Moda & Marketing, evento gratuito promovido pela FRANCAL no dia 8, véspera da abertura da feira. Voltado ao debate e aperfeiçoamento profissional de todos os players da cadeia calçadista, conta com palestras relacionadas às melhores práticas do varejo de calçados (economia, marketing e moda). Entre os palestrantes estão o economista Mailson da Nóbrega, a empresária Luiza Helena Trajano e o estilista Walter Rodrigues. Divulgação SERVIÇO: FRANCAL 2013 – 45ª Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios Data: 9 a 12 de julho Horário: 10h às 20h (dia 12, das 10h às 17h) Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi – São Paulo Promoção: Francal Feiras Apoio: Abicalçados – Associação Brasileira das Indústrias de Calçados e ABLAC – Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados FRANCAL NOVAMENTE NA EXPO RIVA SCHUH A FRANCAL segue sua estratégia de divulgação internacional participando de mais uma edição da Expo Riva Schuh, na região italiana de Riva Del Garda, de 15 a 18 de junho. A feira fez um preview das coleções primavera-verão 2014, além de anteceder dois outros importantes eventos internacionais, a MICAM, também na Itália, e a GDS, na Alemanha. Para a FRANCAL, a Expo Riva oferece mais uma oportunidade para convidar os milhares de compradores que visitam a mostra para fazer negócios na feira brasileira, que acontece de 9 a 12 de julho, comemorando 45 anos deste evento. Nesta edição, a Expo Riva reuniu 1,2 mil empresas de várias partes do mundo. A moda brasileira em calçados e acessórios esteve representada no evento por 16 fabricantes apoiados pelo Brazilian Footwear – programa de promoção às exportações do setor desenvolvido pela Abicalçados em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Fonte: Primeira Página Assessoria de Comunicação e Eventos Divulgação revista do couro feiras e eventos O Fórum de Moda & Marketing será um dos destaques também em 2013 Corredores da Francal em 2012 26 Maio/Junho | 2013 revista do couro feiras e eventos Foto SICC Divulgação SICC se consolida no calendário calçadista nacional A feira teve 360 expositores com mais de 1000 marcas de calçados e de acessórios. Em 2014 será realizada de 26 a 28 de maio, no Centro de Eventos do Serra Park, em Gramado(RS). O Foto SICC Divulgação Salão Internacional do Couro e do Calçado – SICC, realizado de 27 a 29 de maio, no Centro de Eventos do Serra Park, em Gramado (RS), bateu recorde de público e está consolidado no cenário calçadista nacional. Foram três dias de intensa visitação de lojistas de todas as regiões brasileiras e importadores de cinco continentes. A feira de calçados e acessórios que lança a coleção brasileira da temporada primavera/verão 2013/2014 registra a presença do varejo nacional do setor e faz suas compras para os próximos 60 dias, abastecendo os estoques para a festa do Dia dos Pais. “Nós registramos um bom movimento, pois conseguimos entender a data correta para a compra do varejo que beneficia também a indústria que agilizar a produção”, diz Frederico Pletsch, diretor da Merkator Feiras e Eventos, empresa promotora do SICC. Também o projeto Grupo de Importadores do SICC – Salão Internacional do Couro e do Calçado, com o apoio dos sindicatos parceiros trouxe importadores dos cinco continentes para conhecer as novidades das principais marcas nacionais. Somente no primeiro dia da feira cerca de 100 mil pares de calçados foram comprados pelos empresários de vários países. A importadora Isabel Santiago, da Bambus Sac, do Peru, Arnaldo Moraes, a atriz Paloma Bernardi e Renata Moraes, Bebecê 28 A atriz Tânia Khalil foi destaque da Comfortflex participa do projeto pelo terceiro ano e está satisfeita com o resultado. “A feira desse ano está muito boa, pois exibe muitas novidades”, diz ela. Mario Agurre, Alan Gonzalez e Juan Vintimilla são importadores do Equador e participam do projeto desde o inicio. Eles são unânimes em falar que a tendência de moda dos calçados está no nível internacional. A evolução da moda brasileira é referência para o mercado no Equador. Os três importadores compraram 47 mil pares de calçados. Já a importadora Nilsara Piereck, dos Estados Unidos da América, que fechou negócios na ordem de 25 mil pares, salienta que o evento está cada vez mais organizado e facilitado para o importador. Estiveram na feira importadores da Argentina, Costa Rica, Guatemala, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Estados Unidos, Chile, Paraguai, Itália, Turquia, Israel, Rússia e África do Sul. “O SICC é uma plataforma de negócios que pretende buscar uma maior penetração internacional, oferecendo para o fabricante nacional novos compradores do exterior”, finaliza Pletsch. Fonte: SICC, adaptada por Imprensa ABQTIC Maio/Junho | 2013 revista do couro feiras e eventos Foto SICC Divulgação As tendências da Primavera/Verão nos modelos confeccionados em couro pela Tricouro Calçados infantis da Ortopé elaborados com couro As negociações nos estandes foram destaque nesta 22ª edição do SICC O couro foi destaque em vários estandes no SICC Fotos Leila Ermel Estande coletivo de Novo Hamburgo – Capital Nacional do Calçado Movimentação nos corredores Maio/Junho | 2013 29 revista do couro feiras e eventos 1ª Exposição de Artigos Confeccionados com Couros de Peixes Brasileiros S andálias, sapatos, bolsas, carteiras e colares produzidos com couro de diferentes espécies de peixes foram algumas das peças exibidas no dia 05 de junho, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, na 1ª Exposição de Artigos Confeccionados com Couros de Peixes Brasileiros. O evento foi organizado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) com o apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e tem o objetivo de impulsionar o desenvolvimento da cadeia produtiva da aquicultura, apresentando-a ao mundo da moda. Elmo Vaz, presidente da Codevasf (centro) e Marcelo Crivella, ministro da pesca e aquicultura (direita). Na abertura do evento, o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, e o presidente da Codevasf, Elmo Vaz, saudaram os produtores e elogiaram a qualidade dos produtos. “A maciez, o colorido e a forma como o couro é trabalhado me deixaram muito bem impressionado”, disse Elmo Vaz. “Acho que damos hoje o primeiro passo de uma longa caminhada, que é levar aos brasileiros o conhecimento de que com o peixe é possível fazer produtos sofisticados, que fazem sucesso no exterior e que às vezes aqui no Brasil não têm a mesma repercussão”, afirmou o ministro Marcelo Crivella. Estiveram presentes na exposição produtos da Associação de Artesãos de Couro de Tilápia do município de Piranhas (AL), instituição que recebe o apoio da Codevasf. A tilápia usada pelos artesãos provém de tanques-rede implantados pela Companhia para o desenvolvimento da piscicultura familiar na região. Os produtos exibidos pela associação na exposição – bolsas, cintos, calçados, chaveiros, carteiras, porta-moedas –, estão à venda e encontraram seus primeiros compradores logo depois da abertura dos estandes. Também participam 30 do evento em Brasília expositores apoiados pelo MPA em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Rio de Janeiro. As peças são confeccionadas, por exemplo, com couro de pacu e piau, do pantanal mato-grossense, e o pirarucu, a pescada e o aruanã, da região amazônica, entre outras espécies. A by Filip, do Rio de Janeiro, uma das expositoras, já alcançou tal nível de sofisticação na fabricação das peças que comercializa artigos sob encomenda para a famosa grife francesa Louis Vuitton. Couro de tilápia Para a fabricação dos produtos da associação alagoense o couro de tilápia é curtido com tintura vegetal extraída da casca do angico-vermelho e da jurema, árvores nativas do sertão alagoano. As artesãs compram o couro in natura de associações e cooperativas de pequenos piscicultores do município de Piranhas. As peças de couro são limpas individualmente e submetidas a um processo de curtimento que dura 15 dias. Em seguida, o couro é lubrificado com óleo natural. O processo é isento de tratamentos químicos. A confecção das peças inclui itens de inspiração sertaneja, como o cangaço, as flores do sertão e o rio São Francisco. Antes do uso do couro de tilápia pela associação, o material era descartado como resíduo do beneficiamento de pescado. Fonte: Ascom Codevasf AL, adaptada por Imprensa ABQTIC Crédito: José Luiz Oliveira / Codevasf Riqueza de detalhes e cores nos artigos produzidos com couro de peixe Maio/Junho | 2013 revista do couro feiras e eventos IBTeC e Projeto Villaget no SICC 2013 Empreendedorismo social e utilização de materiais recicláveis foram a marca da Fábrica Modelo de Artefatos. Foto Leila Ermel Fonte: SICC, adaptada por Imprensa ABQTIC. A Fábrica Modelo de Artefatos em plena produção durante o SICC Maio/Junho | 2013 Foto Leila Ermel O instituto de tecnologia do calçado coordenou o projeto que foi operacionalizado pela equipe da Villaget (www.villaget.org), ONG que trabalha empreendedorismo social com jovens e mulheres de comunidades carentes. O projeto Villaget, que hoje atende 20 jovens e mulheres, capacitando e gerando oportunidades, já teve a participação de mais de 300 pessoas em suas atividades no decorrer dos dez anos de existência. A ONG prepara jovens de bairros de baixa renda de Novo Hamburgo – Canudos e Estande coletivo com a IBTeC e Projeto Villaget Santo Afonso – para ser empreendedores. A Fábrica Modelo de Artefatos produziu dois modelos de mochilas, uma bolsa feminina e uma carteira masculina. Um total de oito operários, que produziram cerca de 40 peças, nos dias da feira, realizada de 27 a 29 de maio, em Gramado. O presidente do IBTeC, Paulo Griebeler, chamou a atenção para o fato de que o objetivo na feira não foi atingir produção em escala, mas sim dar espaço parca que os visitantes observassem cada etapa do processo de produção. O projeto da Fábrica Modelo de Artefatos teve um total de 20 empresas fornecedoras de matérias-primas, componentes e insumos. O parceiro master da ação foi o Grupo Stick Fran, de Franca/SP, que forneceu os componentes STK. revista do couro feiras e eventos XXXII Congresso Mundial da IULTCS XXXII CONGRESSO DA IULTCS EM ISTANBUL, NA TURQUIA O XXXII Congresso da IULTCS foi realizado de 28 a 31 de maio, em Instanbul, na Turquia. Foram cerca de 380 participantes, dos quais uma comitiva brasileira formada por 17 pessoas. Na próxima edição, a Revista do Couro fará uma cobertura detalhada sobre o evento, com uma avaliação dos integrantes da ABQTIC que acompanharam o congresso. As fotos desta edição tiveram a colaboração de Roberto Kamelman, Etevaldo Zilli e Regina Cánovas Teixeira. Auditório com programação técnica A atual presidente da ABQTIC e da FLAQTIC, Regina Cánovas Teixeira, presidiu os trabalhos de uma das sessões Participantes acompanharam as apresentações técnico-científicas Volkan Çandar, o então presidente da IULTCS, em pronunciamento junto aos integrantes da comissão organizadora, Prof. Dr. Nuray UZUNÖREN - Presidente desta edição do Congresso e Hasan Basri Yorulmaz do comitê científico Volkan Çandar ladeado pelos ex-presidentes presentes ao evento na Turquia Dr. Volkan Çandar na transmissão de cargo de presidente à Dra. Patricia Casey 32 Roberto Kamelman, Luiz Zugno, Regina Cánovas Teixeira, Telmo Seganfredo e Elton Hurlow, na homenagem à Buckman, uma das patrocinadoras do congresso Maio/Junho | 2013 feiras e eventos revista do couro XXXII Congresso Mundial da IULTCS Luiz Zugno, Regina Cánovas Teixeira e Roberto Kamelman, com a nova presidente da IULTCS, Patricia Casey Kamelman (à direita) recebendo os cumprimentos por ter atuado como chairman numa das sessões Grupo de representantes do Brasil que participaram do Congresso em Istanbul Integrantes da IULTCS e comissão organizadora confraternizando Os brasileiros Wagner Fuck, Hugo Springer e esposa e Luiz Zugno e esposa, na embarcação que realizou coquetel e passeio de recepção aos participantes O encerramento foi marcado por um jantar de gala Maio/Junho | 2013 A exposição de trabalhos em posters também foi acompanhada pelos participantes. A brasileira Miriam Cooper, da UFRGS, apresentando sua pesquisa a uma congressista Regina Cánovas Teixeira, da ABQTIC e da FLAQTIC, recebendo a bandeira da IULTCS para o próximo Congresso Internacional que será em 2015, no Brasil 33 XXXII Congresso Mundial da IULTCS Premiação dos vencedores do IULTCS Merit Award Divulgação D urante a cerimônia de abertura do XXXII Congresso Mundial IULTCS no dia 29 de maio, em Istanbul, a Dra Eleanor Brown, do instituto de pesquisa americano USDA recebeu a placa alusiva ao prêmio Mérito IULTCS 2013, entregue pelo então presidente da entidade, Dr. Volkan Çandar. O prêmio para a Dra. Brown é uma inspiração para todos os cientistas e pesquisadores na busca por excelência. Sua presença em Istanbul, juntamente com o vencedor do prêmio de 2009, professor Tony Covington, do Reino Unido, e com vários dos cientistas de couro mais importantes do mundo, acrescentou riqueza ao congresso. Estes encontros permitem aos pesquisadores e técnicos de todo o mundo interagir e compartilhar ideias com líderes mundiais reconhecidos em uma variedade de tópicos da indústria de couro. Na entrega da placa ao Dr. Günter Reich, estiveram presentes o presidente da IULTCS, Volkan Çandar, Dr. Stoll, atual diretor do FILK, e o prefeito de Freiberg Divulgação revista do couro feiras e eventos Dr. Günter Reich infelizmente não pôde viajar para Istanbul, mas em 06 de junho, em cerimônia especial realizada em sua homenagem durante o 11th Freiberg Polymer Day, sua cidade natal, Freiberg, na Alemanha, recebeu a placa das mãos do presidente Çandar, que fez uma viagem especial para a entrega da premiação. Durante 26 anos, o Dr. Reich foi o diretor do Instituto FILK, um dos principais centros de pesquisa para a indústria do couro. O Prêmio Mérito IULTCS é concedido a cada dois anos pelo Comitê Executivo da União Internacional desde 2007. Os vencedores até agora foram: 2007 - Dr. Robert L. Sykes, Reino Unido; 2009 - Professor Anthony D. Covington, Reino Unido; 2011 Antoni Ylla-Catalá, Espanha; 2013 - Dr. Eleanor Brown, EUA, e Prof Dr. Günter Reich, Alemanha. Fonte: IULTCS Dra. Eleanor Brown recebendo a placa das mãos do presidente da IULTCS, Volkan Çandar 34 Maio/Junho | 2013 1 CNI lançou Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, apresentou em 21 de maio, o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. O documento é resultado do esforço de mais de 500 representantes empresariais que, durante nove meses, debateram sobre os problemas que dificultam o desenvolvimento do Brasil. Ao identificar os dez fatores-chave que podem elevar a competitividade do país, o Mapa indica, para cada um deles, as metas que o país deve alcançar para crescer mais e melhor na próxima década. “O lançamento do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022 tem dois significados. O primeiro, e mais importante, é a reiteração do papel da indústria no processo de desenvolvimento do país. A indústria pode ser maior e melhor. O segundo significado é a crença em uma visão de longo prazo. Estamos formulando uma estratégia sobre o que queremos ser e o que precisamos fazer”, afirma Robson. No cenário vislumbrado pelo setor industrial para 2022, a taxa de investimento (formação bruta de capital fixo sobre o PIB) do país vai passar de 18,1%, em 2012, para 24%, em 2022. Já os investimentos em infraestrutura vão saltar de 2,05% do PIB para 5% no mesmo período. A cumulatividade da cobrança de impostos será extinta. Nas relações de trabalho, a meta é que o país passe do 72º lugar para 40º no ranking de relações empregado-empregador do Fórum Econômico Mundial, que compara 144 países. Além desses objetivos, o país contará com melhor educação, um Estado mais eficiente e menos burocrático, entre outras melhorias. Para desenhar o Mapa, o setor industrial considerou as mu- 2 O lançamento contou com a participação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; do senador Armando Monteiro (PTB/PE); do professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Armando Castelar Pinheiro; do CEO da Marcopolo, José Rubens de La Rosa; do presidente e CEO da Siemens, Paulo Ricardo Stark; do economista e assessor econômico da Presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Jorge Arbache, além de outros debatedores e convidados. O evento ocorreu no auditório da sede da CNI, em Brasília. Para acompanhar o documento completo, acesse: http:// www.sistemaindustria.org.br/publicacao/mapa_estrategico/index.html Fonte: Jornalismo CNI Nova ação da ABRAMEQ no mercado mexicano O México divide com a Argentina a condição de liderança como compradora de tecnologia brasileira para a fabricação de calçados. De 22 a 24 de maio, em parceria da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro e Calçados - ABRAMEQ com a Apex-Brasil, fabricantes de máquinas realizaram nova missão de acesso a este mercado com participação na Anpic, em León, em edição di- 36 danças existentes no país e no mundo nos últimos anos, como os desafios que a inovação e a difusão de novas tecnologias trazem para o setor produtivo, o fortalecimento do mercado interno brasileiro, o crescimento dos países emergentes, entre outros. Divulgação revista do couro notícias recionada em produtos para a próxima Primavera/Verão. Participaram as empresas Erps, Master, Michelon, I. S. A., Ivomaq e Kehl, em atividade conjunta com a Apex-Brasil e também da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento do Rio Grande do Sul. Fonte: Comunicação da Abrameq Maio/Junho | 2013 Lixo eletrônico pode gerar empregos e desenvolvimento sustentável no Brasil, diz Banco Mundial ONU Brasil Segundo o Banco Mundial, o lixo eletrônico (e-waste) pode criar empregos verdes no País. “O Brasil deve se concentrar na coleta e no processamento inicial do lixo eletrônico, incluindo a separação e a desmontagem (…); essas atividades geram um bom retorno sobre o investimento em termos de criação de empregos e impacto ambiental”, disse o Banco. No entanto, o e-waste também produz danos ao meio ambiente e deve aumentar em razão da maior procura de eletrônicos até a Copa do Mundo de 2014 e pelas explorações de petróleo na camada do pré-sal. “Esses equipamentos liberam resíduos tóxicos no ambiente, contaminando ar, água e solo”, explica a relatora do Banco Mundial, Vanda Scartezini. “Tais resíduos, como mercúrio e chumbo, também podem causar problemas de saúde em catadores e outras pessoas”. As análises propostas fazem parte do relatório “Não joguemos a oportunidade fora – Evidências para um gerenciamento correto do lixo eletrônico brasileiro”, do qual Scartezini é uma das autoras. O documento analisa os riscos de impactos ambientais futuros e mostra o 4 Divulgação 3 E-waste é foco de debate quanto o tema é, ao mesmo tempo, estratégico e delicado para a indústria nacional. O estudo foi feito a pedido do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e lançado após que o Governo Federal aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Um acordo – atualmente em negociação – entre o Estado e a indústria de eletrônicos vai permitir a implementação da lei. “Fica difícil definir um padrão único para a coleta e o processamento quando há tantos produtos gerando e-waste”, diz o Gerente de Responsabilidade Sócio-Ambiental da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Ademir Brescansin. Apesar dessa e de outras dificuldades, o governo e as empresas estabeleceram um prazo até 2014 para chegar a um acordo, definir metas de reciclagem e começar definitivamente a agir. Fonte: Mercado Ético (disponível em http:// mercadoetico.terra.com.br/arquivo/lixo-eletronico-pode-gerar-empregos-e-desenvolvimentosustentavel-no-brasil-diz-banco-mundial/) Indústria apresenta propostas para aperfeiçoar regras do licenciamento ambiental A Confederação Nacional da Indústria (CNI), representantes de 27 federações da indústria e 12 associações nacionais setoriais entregaram à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, propostas que visam o aperfeiçoamento das regras do licenciamento ambiental. O documento foi apresentado no dia 14 de junho, durante o Encontro Nacional dos Conselhos Temáticos de Meio Ambiente da CNI, em Ouro Preto (MG). No documento, o setor industrial propõe que o governo fortaleça e dê autonomia ao órgão licenciador, indique e regulamente as instituições que poderão interferir no processo Maio/Junho | 2013 de licenciamento ambiental. Sugere, ainda, a ampliação e qualificação dos funcionários de órgãos ambientais e defende a criação de um local único que concentre os procedimentos administrativos necessários à emissão de licenças ambientais. Pesquisa da CNI com 584 empresas mostra que as restrições relacionadas ao meio ambiente podem comprometer 9,2% dos investimentos previstos pela indústria para 2013. Na pesquisa Burocracia e a Indústria Brasileira, feita pela CNI com 2.388 empresas, 68% dos empresários consideram que a burocracia para obter licenças e certificados ambientais é elevada. Fonte: Imprensa CNI 37 revista do couro notícias revista do couro NOTÍCIAS 5 Magistrados receberão capacitação na área ambiental Convênio assinado com a CETESB oferecerá formação continuada e cursos de aperfeiçoamento A CETESB e a Escola Paulista da Magistratura (EMP) assinaram no dia 02 de maio, um convênio inédito de cooperação técnica, voltado para a capacitação e formação continuada de magistrados na área ambiental. Através de intercâmbio técnico, serão promovidos cursos de aperfeiçoamento, de pós-graduação, além de conferências, seminários e outras formas de treinamento, voltados ao fortalecimento do conhecimento de futuros juízes na gestão ambiental. “Esta parceria com a CETESB nos trará uma especialização técnica que será fundamental para agilizarmos a prestação do serviço público de qualidade”, afirmou o desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, diretor da EPM, observando que esta capacitação na área ambiental permitirá aos magistrados meios de pesquisa mais abrangentes para decidir em questões de ordem do setor. Para o presidente da agência ambiental, Otavio Okano, a associação do nome da CETESB a esta instituição paulista de formação dos ma- 6 gistrados “deixa a todos orgulhosos e vêm consolidar a excelência da nossa empresa na área ambiental”. A Escola Paulista da Magistratura desenvolve dois ramos de ensino: a formação continuada de magistrados (iniciação funcional e cursos de aperfeiçoamento) e os cursos abertos a toda a comunidade jurídica (pós-graduação, extensão universitária, cursos rápidos, seminários, palestras e outros eventos) visando o aprimoramento do Judiciário como um todo. Participaram, ainda, da solenidade de assinatura do convênio o vice-presidente da CETESB, Nelson Bugalho; o diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental, Carlos Roberto dos Santos e o vice-diretor da Escola Paulista da Magistratura, desembargador José Raul Gavião de Almeida. Fonte: Cetesb (disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/noticias/) 2 Fórum CICB de Sustentabilidade O Um dos mais reconhecidos nomes mundiais para o manejo consciente e o bem-estar animal – em especial na pecuária – está confirmado no 2º Fórum CICB de Sustentabilidade. Michael Appleby, conselheiro científico chefe da Sociedade Mundial de Proteção Animal, baseado em Londres, falará no painel Couro, Passado e Futuro: Ecologia, Economia e Ética da Sustentabilidade. O fórum será no dia 28 de agosto, das 13h30min às 18h, no Centro de Eventos da Fenac, em Novo Hamburgo, RS. Haverá tradução simultânea inglês / português.A realização do 2º Fórum CICB de Sustentabilidade é do CICB. Co-organização de ABQTIC. Apoio: Fenac, Apex-Brasil, IBTeC e AICSul. Patrocínio Master: JBS Couros. Patrocínio Ouro: Clariant S.A. Informações sobre o evento em www.cicb.org.br/forumdesustentabilidade ou www.brazilianleather.com.br Fonte: CICB 7 NR 12: Segurança de máquinas para curtumes Foi discutida recentemente a futura criação de um grupo de trabalho específico para a adaptação de máquinas internacionais para o setor de curtumes à Norma Regulamentadora 12 (NR-12). A reunião – organizada pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) – ocorreu em espaço cedido pela Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para Couro e Calçados (Abrameq), em Novo Hamburgo (RS), reunindo representantes de indústrias de máquinas para curtumes de todo o mundo. A NR-12 está em vigor e estabelece medidas a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. Lembrando que em âmbito nacional já existe uma comissão, liderada pela Abrameq e que conta como apoio do CICB, para a adaptação à NR-12 das máquinas feitas no Brasil. 38 “A NR-12 é mais exigente do que as normas estrangeiras. Portanto, é preciso inserir as máquinas internacionais neste contexto”, destacou Bello. Pela proposta, o grupo de trabalho será formado por uma consultoria especializada que irá identificar o maquinário importado, fazer protótipos adaptados de acordo com as exigências da norma e validá-los junto ao Ministério do Trabalho. O CICB será um facilitador desta iniciativa, aprovada pelos representantes de indústrias estrangeiras presentes à reunião. A partir de agora, serão buscados recursos para a viabilização desta proposta. Fonte: CICB Maio/Junho | 2013 8 revista do couro NOTÍCIAS Programa de Certificação do Couro Brasileiro Luís Vieira O Programa de Certificação do Couro Brasileiro com Ênfase em Sustentabilidade – uma iniciativa do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) – teve suas diretrizes apresentadas no dia 13 de junho, para um grupo que lotou o espaço reservado no IBTeC, em Novo Hamburgo (RS). Na reunião, foram apresentadas as etapas do programa, seu cronograma e objetivos, inclusive com a assinatura do termo de adesão das empresas e profissionais interessados em participar da Comissão de Estudos Especial que irá discutir e colaborar na construção do programa. O presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, e o professor Álvaro Flores detalharam a dinâmica do programa e as próximas etapas para as mais de 60 pessoas que participaram da atividade – entre empresários de curtumes, calçadistas, indústria química, profissionais ligados ao meio acadêmico, associações e órgãos do governo. Segundo Álvaro, o modelo proposto para o programa contempla princípios, critérios e indicadores. “Os princípios constituem a referência para a produção sustentável de couros, em cada um dos pilares: econômico, ambiental e social. Os princípios de cada pilar são desdobrados em critérios, que são a expressão dos requisitos que descreve as práticas sustentáveis para a produção de couros. A verificação do cumprimento de cada critério é estabelecida mediante a avaliação do atendimento de um conjunto de indicadores específicos, que podem ser quantitativos ou qualitativos”, destacou. A reunião teve também a assinatura do termo de adesão à Comissão de Estudos que será instalada no âmbito da ABNT, por meio do CB-11 (o Comitê Brasileiro de Couro e Calçados). Esta comissão, chamada ABNT/CEE-208 – Co- missão de Estudo Especial de Processos de Produção de Couros – Sustentabilidade, reúne, de forma voluntária, interessados em contribuir na construção do programa. O grupo recebeu um cronograma de encontros, cujo primeiro será no dia 4 de julho, com teleconferência para quem não puder estar presencialmente em Novo Hamburgo, no IBTeC, onde o evento vai ocorrer. Interessados ainda podem se inscrever para participar da comissão por meio do endereço [email protected]. O Programa de Certificação Trata-se de uma iniciativa que deve estabelecer novos parâmetros para o setor de couros do Brasil. Tem como objetivos: • Definir os requisitos de sustentabilidade do couro brasileiro, melhorando o processo produtivo das empresas participantes; • Capacitar e treinar as empresas do setor nos requisitos de sustentabilidade estabelecidos; • Promover as melhores práticas de produção através do alinhamento com o estado da arte em termos internacionais; • Garantir uma vantagem para a indústria nacional de produtos transformados que poderão transferir aos seus artigos o atributo de sustentabilidade; • Criar uma “marca” para o couro brasileiro; • Manter os mercados internacionais que já utilizam o couro brasileiro, protegendo o mercado da concorrência; • Fortalecer o couro brasileiro no exterior, proporcionando que as empresas possam agregar valor aos seus produtos através da utilização da certificação; • Evitar barreiras técnicas ou não comerciais ao couro brasileiro no mercado internacional, e o impacto negativo que estas podem trazer aos produtores nacionais e ao País; • Não ficar dependente de organismos internacionais, capacitando os institutos nacionais a atuar no processo de certificação. Fonte: Imprensa CICB Encontro ocorreu no IBTeC Maio/Junho | 2013 39 9 Seminário Exportar é Inovar A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para Couro e Calçados (Abrameq) promoveram no dia 13 de junho, em Novo Hamburgo (RS), o Seminário Exportar é Inovar. O presidente da Abrameq abriu o encontro destacando a importância da parceria com a Apex-Brasil para que o setor se destaque internacionalmente como fornecedor de tecnologia para a fabricação de couro e calçados. O diretor de Negócios da Apex-Brasil, Rogério Bellini, apresentou os serviços oferecidos pela agência, além do apoio à participação em feiras, como através de trabalho de inteligência, identificando oportunidades, bem como ações de qualificação empresarial, tanto para começar a exportar como para orientar empresas que já acessam continuadamente o mercado externo. Falou também que estão sendo apoiados 83 setores, beneficiando 12.414 empresas. Abordou ainda o suporte à internacionalização de empresas e dos centros de negócios, sendo que um dos últimos está instalado em Bogotá, “porque estamos percebendo que a Colômbia poderá ser o maior mercado da América do Sul, superando a Argentina”. A Apex-Brasil e a Abrameq desenvolvem em parceria, desde 2003, o projeto setorial Máquinas By Brasil com o objetivo de ampliar e diversificar as exportações do setor e contribuir para expandir a base exportadora brasileira, principalmente pela inserção das pequenas e médias empresas no mercado internacional. O projeto atual foi detalhado pelo consultor Marcelo Adriano, que incentiva a melhoria contínua de produtos e processos industriais das empresas para consolidar a imagem do Brasil como fornecedor de máquinas e equipamentos de alta qualidade para os setores de couro e calçados. Destacou que 78 empresas participam de ações do projeto, que tem como principal novidade o desenvolvimento de fábrica virtual, que permitirá a apresentação de máquinas em eventos distantes, o que hoje representa grande custo para as empresas. O setor é formado por 132 indústrias, em sua maioria de pequeno e médio porte e o projeto em parceria com a Apex-Brasil tem como mercados-alvo a Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guatemala, México, Índia e África do Sul. As exportações dessas empresas totalizaram US$ 14,7 milhões em 2012. O coordenador da Unidade de Inteligência Comercial da Agência, Marcos Lélis, falou sobre os cenários, tendências, desafios e oportunidade do setor. O especialista ressaltou que, de 2007 a 2012, a China aumentou a sua distância em 40 Divulgação revista do couro notícias Seminário Exportar é Inovar em Novo Hamburgo relação à Itália, como maior fabricante mundial de calçados, com crescimento médio anual de 7,5%, enquanto os italianos tiveram queda anual de 3,5%. No período, o Brasil teve incremento médio de 2,3% e a Indonésia de 4,8. Mas alertou que a Índia tende a aproximar-se da China, porque apresenta índices bem maiores de crescimento na sua produção de sapatos. Quanto ao consumo, norte-americanos e chineses lideram, mas os russos estão cada vez usando mais calçados e já ocupam a terceira colocação. Na análise das exportações brasileiras de máquinas para calçados, observou que a Índia apresenta algum crescimento como país comprador, mas as vendas seguem concentradas na América Latina, embora diluídas em um número maior de países. Antes, o México e a Argentina estavam bem à frente nas compras. Recentemente, Colômbia, Peru e Equador também se tornaram clientes importantes. Em relação a máquinas para o setor coureiro, existe inconstância, com troca de predomínio de destino. Em 2012, a Venezuela foi o maior cliente. No final, o administrador Fabio Ongarato abordou o tema “Como as tecnologias modernas estão melhorando os processos de fabricação calçadista”, apresentando a impressora 3D, uma inovação importante para agilizar a produção de sapatos. Fonte: Abrameq Anuncie na próxima edição da Revista do Couro. Maio/Junho | 2013 TFL Colour Trends Autumn-Winter 2014-15 A TFL lançou seu novo catálogo de Tendências de Cores para a estação Outono-Inverno 2014-15. Living: a tendência é a mistura de vários efeitos. Materiais fosco e brilho e também tridimensionais. Os couros são protegidos contra manchas e água assegurando um toque agradável. As cores variam de tons castanhos ao azul, amarelo e branco. Wearing: reversibilidade e maciez são pontos chave para estação. Os couros são autênticos mostrando artigos em verniz com cera, brilhantes ou corrugados. As cores variam de vários tons de vermelho, marrons e verdes. A TFL mostrará sua cartela de cores e tendências e as aplicações feitas nos couros, no evento que ocorre nos dias 24 e 25 de Julho de 2013, na sede da empresa. O evento ocorre no showroom da TFL das 9h às 18h. Divulgação Fonte: Marketing MK Palestras Inspiradoras Ecovita E ntender as necessidades do setor e estar em sintonia com intenções empresariais é um dos principais objetivos da empresa A Ecovita busca suas inspirações na inovação de seus clientes. Entender as necessidades do setor e estar em constante sintonia com seus projetos e intenções empresariais são um dos principais objetivos da empresa, buscando a assertividade em suas ações. Pensando nisso, a Ecovita criou um ciclo de palestras denominado “Palestras Inspiradoras”. O evento propõe a troca de experiências com diversos setores, a partir de reflexões abertas sobre criatividade, inovação e empreendedorismo. A primeira palestra do ciclo Maio/Junho | 2013 aconteceu no dia 10 de junho e teve como tema Inovação e Empreendedorismo: Desafios da Empresa Contemporânea, com o professor Luis Humberto de Mello Villwock, coordenador da InovaPUCRS. Para a Ecovita, estreitar relações com seus clientes significa trabalhar para ser mais do que parceiro, ser colaborador em suas estratégias, levando informações consistentes, decorrentes dos mais importantes setores da economia mundial. A próxima palestra está agendada para o mês de outubro. Fonte: newsletter Assintecal 41 revista do couro empresas Riosul atuante na logística reversa Divulgação revista do couro empresas Vista aérea atual das instalações da empresa C om o desenvolvimento industrial da região do Vale do Sinos/RS, a partir de 1970 voltado para o setor calçadista, surgiu a necessidade de atuação de empresas voltadas para o fornecimento de matéria prima beneficiada – o tratamento químico de couro vegetal. Como forma destes processos de beneficiamento, os mais variados produtos químicos são utilizados, muitos considerados agressivos sendo classificados como produtos perigosos conforme legislações vigentes. Portanto, em decorrência de manuseio, armazenamento e transporte destes produtos químicos através de embalagens diversas, consideradas não apropriadas, ocasionou consequências graves afetando a saúde e segurança de pessoas e meio ambiente, passando a ser tratado como problema sério também junto a outros órgãos. Alguns segmentos industriais tratam este assunto com seriedade. Fabricantes de embalagens de agrotóxicos, por exemplo, possuem redes bem definidas para a segregação e destino racional adequado, podendo ser incinerado, depositado em aterros próprios para este fim, e, ainda, em outros casos, reciclados para reaproveitamento. Existem também cadeias definidas para coleta e destinação das embalagens usadas para óleos e lubrificantes, bem como lâmpadas fluorescentes que devem ser encaminhadas às empresas especializadas para sua destruição e/ou reciclagem. Estas atividades possuem ainda uma legislação mais específica. Pilhas e baterias, que contêm metais pesados, também recebem atenção especial. Mas o que atinge diretamente aos empreendedores e técnicos do setor químico ou coureiro calçadista é a destinação 42 correta dos resíduos oriundos da atividade do processamento do couro, de calçados e afins. Algumas grandes empresas possuem certificações internacionais ambientais que exigem que sejam atendidas também as legislações específicas de seu segmento, impostas por órgãos federais. Estas, preocupadas com a segurança e integridade de seus funcionários, apresentam maiores aceitações e atendimento às legislações trabalhistas, ambientais e de segurança do trabalho. A conscientização e educação ambiental são necessárias para garantia de gestão dos nossos recursos naturais que são finitos. Para um crescimento sustentável e competitivo das indústrias, alguns diferenciais como reciclagem, recuperação e destinação ecologicamente corretas são alternativas para seu escopo, ainda mais em segmentos muito promissores envolvendo meio ambiente e conservação do planeta. Porém, ainda é fácil se deparar com atitudes irresponsáveis de algumas empresas que não possuem um gerenciamento de seus resíduos, sem destinação correta de dejetos do seu processo e produtos químicos, que muitas vezes são lançados em fontes hídricas sem autorização ou sem os devidos controles químico-físicos exigidos por legislações vigentes há muitos anos. Nos anos 80 passou a vigorar a obrigatoriedade do tratamento de efluentes líquidos, os quais geraram muitos transtornos aos empresários e técnicos já que surgiram entraves como falta de capital, desconhecimento do processo e resistência às alterações exigidas. Posteriormente surgiu a necessidade de controle no transporte de produtos químicos classificados como carga perigosa, sendo necessárias habilitação e capacitação específicas para condutores de equipamentos de transporte, na sua grande maioria caminhões, tidas como fontes móveis de poluição. Para disciplinar estas questões foram criadas normas e portarias as quais encontraram alguma resistência para serem adotadas. A lei de maior hierarquia e abrangência para transporte terrestre de produtos químicos em vigência é a resolução nº 420 de 2004 que disciplina toda movimentação, classificação de produtos perigosos, assim como critérios para utilização adequada das embalagens. Esta legislação emana da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e foi baseada em legislações internacionais das Nações Unidas através do regulamento conhecido como “Orange Book”. (Fonte: http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/4961/ Produtos_Perigosos.html). Maio/Junho | 2013 Quanto às embalagens para transporte, podem ser destacados trechos específicos desta resolução como procedimentos obrigatórios: a) Todo produto controlado ou com número padronizado da ONU, obrigatoriamente deverá ser envasado em embalagem com certificação do INMETRO; b) Toda embalagem de produto químico deverá ser transportada por veículo licenciado, devidamente rotulada, com paredes externas limpas e tampadas; c) As embalagens deverão ser transportadas com nota fiscal ou manifesto de transporte e o veículo identificado por placas de sinalização. Divulgação A empresa que irá beneficiar as embalagens após seu uso deverá estar licenciada pelos órgãos federal e estadual de meio ambiente, ou seja, IBAMA e FEPAM. Existe um trabalho de rastreabilidade por parte destes órgãos e, tanto o envasador quanto o consumidor têm a responsabilidade civil e criminal sobre qualquer dano que seu produto possa ocasionar caso seja destinado ou manipulado de forma ina- Embalagem posterior ao processo de recuperação Maio/Junho | 2013 dequada. A ANTT designou ao INMETRO a certificação de empresas recuperadoras de embalagens para garantir que sua reutilização no mercado esteja tecnicamente assegurada e com as características originalmente fabricadas. As portarias nº 250 de 2006 e nº 280 de 2008 determinam critérios para reutilização de contentores de 1000 litros (IBC) sendo obrigatório o procedimento de descontaminação para cada novo envase e uma inspeção técnica com reparos e ensaios de estanqueidade a cada 36 meses com emissão de certificado de inspeção por responsável técnico químico. O INMETRO certifica empresas recuperadoras de embalagens tambores metálicos de 200 litros e tambores plásticos (bombonas) até 200 litros ambos com tampa removível ou tampa fixa para envase de produtos químicos através da portaria nº 453 de 2008. Para certificação de empresas refabricantes de embalagens válido somente para tambores metálicos de 200 litros com tampa removível através de portaria nº 460 de 2007. Estas determinam os procedimentos de descontaminação, inspeção interna, ensaios em laboratórios acreditados pelo Inmetro. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) sancionado em Outubro de 2011 estabelece determinações inerentes à questão ambiental no Brasil. O artigo 32 discorre sobre logística reversa de embalagens responsabilizando o empresário por aquelas utilizadas por ele para todo e qualquer produto. Caso o empresário opte por encaminhar as embalagens à empresa credenciada para fazer a destinação final, esta se tornará responsável, porém, é recomendável que a empresa fornecedora da embalagem faça a supervisão deste trabalho. A Riosul Embalagens atua no mercado desde 2000 exercendo compra, venda, recuperação e higienização de embalagens para transporte de produtos químicos. Pela sua atuação e serviços prestados ao mercado ao longo desta trajetória é tida como referência em toda região sul do Brasil. Conta com um quadro funcional de mais de 70 colaboradores, frota própria de veículos e rastreabilidade de todas as embalagens que passam pelos processos de recuperação e higienização, seguindo rigoroso controle de qualidade. A Riosul Embalagens Ltda possui uma série de certificações que comprovam sua capacidade técnica e atendimento às legislações obrigatórias: Certificado INMETRO nº 0009 para inspeção técnica de contentores de 1000 litros. Certificado INMETRO/ABRACE nº 1284/11 para tambores metálicos de 200 litros. Licença de Operação FEPAM nº 2305/2008 DL. Buscando a melhoria contínua de seus processos em atendimento as necessidades dos clientes, a empresa está em fase de implantação da certificação da norma NBR ISO 9001:2008. Fonte: Riosul Embalagens 43 revista do couro empresas revista do couro empresas Jornada técnica da Trumpler brasileira N a noite de 13 de junho, a Trumpler brasileira realizou uma jornada técnica no Hotel Swan Tower, em Novo Hamburgo/RS. A abertura do evento foi realizada por Carlos Kolling, da unidade brasileira, que apresentou dados da empresa e conduziu a participação dos palestrantes da noite. O ponto culminante foi a participação da estilista Gemma Monleon, que veio especialmente da Espanha para apresentar o catálogo da Trumpler com as tendências de Moda Primavera/Verão 2014-2015. Representando a Trumpler Internacional, Ulrich Buckenmayer e Miguel Casacuberta falaram sobre a trajetória da companhia em suas unidades, destacando desde a origem até a atualidade. Dando continuidade ao evento, Joan Barenys abordou os seguintes temas: Recurtimento e Meio Ambiente, enfocando ainda as exigências de mercado sobre produtos de baixo carbono, livres de fenol e formaldeído e que atendam às normas Reach. Os clientes e convidados tiveram ainda a oportunidade de visualizar e tocar couros inspirados na coleção e produtos confeccionados a partir das tendências sugeridas, além de fazer questionamentos sobre este novo projeto desenvolvido pela Trumpler. Após a jornada técnica, os participantes foram recepcionados em jantar no restaurante do hotel. O Diretor Executivo da ABQTIC, Etevaldo Zilli, juntamente com a equipe da Trumpler Jornada técnica realizada no Swan Tower Fonte: Imprensa ABQTIC Fotos Leila Ermel A estilista Gemma Monleon e convidados conferindo a cartela de tendências e os couros produzidos pela Trumpler A cartela de cores da coleção apresentada pela Trumpler 44 Maio/Junho | 2013 revista do couro empresas Divulgação KEMIA TAU 40 anos de fidelidade Os produtos KEMIA TAU são acompanhados da garantia de uma assistência técnica contínua, de qualidade, direcionada especificamente às exigências de cada cliente que, para a empresa, é sempre o primeiro e único. As equipes de pesquisa e de assistência ao cliente, na Itália e nas filiais espalhadas no mundo, estão à disposição para oferecer e criar “juntos” uma tecnologia voltada para o futuro. Informações: Av. Nações Unidas, 3333 em Novo Hamburgo/RS, site: www.kemiatau.com “ Fonte: Kemia Tau D esde 1973 a Kemia Tau trabalha no mercado mundial a serviço de seus clientes de modo personalizado e com produtos de vanguarda, resultado de uma constante pesquisa química especializada e de profundo conhecimento do setor coureiro. “ Kemia Tau 40 anos A empresa agradece a todos os clientes e colaboradores que nestes 40 ANOS de fidelidade, contribuiram, e continuam construindo este pedaço de história. E ntre os meses de Março e Junho, a JBS Couros realizou na unidade de Campo Grande/MS, turmas do Curso Intensivo de Processamento de Couros Bovinos até Wet-blue – Módulo para Operador de Fulão de Caleiro e Curtimento. O Curso foi desenvolvido em parceria com o Centro Tecnológico do Couro do SENAI/RS com o objetivo de qualificar a equipe operacional visando à melhoria contínua dos processos produtivos e excelência em qualidade operacional. Já foram realizadas 5 edições, totalizando até o momento a participação 115 operadores de fulão de caleiro e curtimento das plantas Wet-blue da JBS Couros. O objetivo é capacitar 100% da mão de obra que trabalha nesses setores específicos. Estes números demonstram o engajamento da empresa com a Capacitação e Desenvolvimento de seus colaboradores, seu maior patrimônio. Fonte: JBS Couros Maio/Junho | 2013 O diretor Carlos Obregon acompanhou a qualificação profissional dos colaboradores da JBS Divulgação A capacitação e qualificação profissional de seus colaboradores são prioridades da Política de Desenvolvimento Humano da JBS Couros. Divulgação JBS Couros realiza treinamento com Operadores de Fulão Colaboradores da JBS Couros que participaram do aperfeiçoamento profissional, na companhia de Antonio Rogerio Pederzolli, professor do CTCouro SENAI/RS 45 Uma nova geração de fixadores para o acabamento molhado D entre os produtos empregados no acabamento molhado de couros para acidificação nas etapas de lavagem inicial, recurtimento e fixação de tingimento e engraxe, o ácido fórmico é o mais utilizado. Isto se deve ao fato de ser um ácido com uma constante de ionização adequada a estas etapas, conferindo características importantes ao couro, como bom esgotamento de corantes e boa fixação. Entretanto, a estas características positivas se contrapõem alguns aspectos negativos, como a sua elevada volatilidade, que causa perdas e dificulta o seu manuseio, seu cheiro desagradável e a incompatibilidade com componentes metálicos niquelados de alto brilho utilizados na confecção de diversos artefatos. Buscando alternativas para sanar estes problemas, a MK passou a estudar uma série de ácidos que pudessem substituir integralmente o ácido fórmico nas etapas de acabamento molhado, procurando manter os aspectos positivos e eliminar os aspectos negativos. Assim, chegou-se a uma família de compostos, obtidos a partir de síntese de ácidos orgânicos e inorgânicos que podem ser utilizados em todos os processos do acabamento molhado de couros em substituição ao ácido fórmico. Esta nova geração de fixadores conta atualmente com os seguintes produtos: • FIXACID MK FN: Produto muito versátil, inodoro, de fácil manuseio e aplicação indicado para a produção de todos os tipos de couros. • FIXACID MK NS: Isento de sulfatos e compostos de enxofre, é indicado para atender aspectos ambientais de restrição à presença de sulfatos nos efluentes industriais. • FIXACID MK FK: Pode ser utilizado com pouca diluição, de 1:3 a 1:5, facilitando o manuseio e sendo adequado para processos com banhos curtos. • MAXIFIX MK FC: Produto de maior concentração que os demais, sendo ideal para processos em que a neutralização chega a pH mais elevado, exigindo maior acidez para a fixação e esgotamento. b) Possuem comportamento semelhante ao ácido fórmico: Sendo assim, a quantidade total de uso dos fixadores MK é igual à quantidade de ácido fórmico normalmente utilizada. c) Não acarretam perdas por volatilidade: A utilização do ácido fórmico causa perdas, principalmente quando é colocado em recipientes abertos, já que o mesmo possui elevada pressão de vapor. Este problema é eliminado com a utilização dos fixadores MK, já que estes não são voláteis. d) Têm facilidade de manuseio: Por se tratar de produtos não voláteis e sem cheiro desagradável, o manuseio dos fixadores MK dentro do curtume é tremendamente facilitado. O ácido fórmico apresenta elevada toxicidade, além de ser um produto considerado como perigoso, pois é corrosivo e inflamável. e) Proporcionam elevado esgotamento do corante e fixação do tingimento: Com a utilização dos fixadores MK tem-se os mesmos níveis de esgotamento de corantes e um grau de fixação igual ou maior do que os obtidos com ácido fórmico. f) Não interferem na intensidade e tonalidade dos tingimentos: Também não se observa diferenças significativas na intensidade e na tonalidade dos couros tingidos e fixados com a nova geração de produtos, comparados com os processos utilizando ácido fórmico. g) Podem ser utilizados em couros brancos: Não é observada nenhuma alteração nas características dos couros brancos quanto a alvejamento, tonalidade e solidez à luz, quando os fixadores MK são comparados com o ácido fórmico. Divulgação revista do couro empresas Todos os fixadores desta nova geração compartilham as seguintes propriedades: a) Não causam fosqueamento em componentes metálicos: O ácido fórmico utilizado na elaboração do couro é um dos produtos que possui maior grau de agressividade aos componentes metálicos, causando o fosqueamento de peças com acabamento em níquel brilhante. Em função de não apresentarem ácidos voláteis, os fixadores MK não agem sobre a superfície dos componentes metálicos eliminando completamente o problema do fosqueamento. 46 MK lança nova geração de fixadores para acabamento molhado Maio/Junho | 2013 revista do couro GESTÃO O NOVO CURTUME TEMA BÁSICO 2 - O TEMPO COMO O NOVO PARADIGMA DA COMPETITIVIDADE “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam” Salmo 127, 1 Fernando Geib 10º CAPÍTULO: A operacionalização estratégica dos serviços e a competitividade do Novo Curtume - NC. 1 - A importância dos Serviços na Economia. As organizações geradoras de produtos, e aqui se inclui também o Novo Curtume - NC, têm um comportamento organizacional que as torna, na maioria das vezes, insensíveis e incapazes de perceber serem elas também geradoras de serviços, os quais são inerentes e “automáticos” quando da oferta de seus produtos aos seus Clientes e aos Mercados. A adoção de uma visão mais profunda sobre o papel e importância dos serviços nas organizações manufatureiras, tradicionalmente vistas e entendidas como geradoras exclusivamente de produtos, permite dizer que estas, na realidade, desenvolvem internamente serviços que são intrínsecos às suas Operações de transformação de suas matérias primas em produtos finais, de acordo com especificações e necessidades definidas pelos Clientes e os Mercados. 2 - A Operação dos Serviços como de diferencial competitivo do Novo Curtume - NC para o atendimento competitivo dos Clientes e dos Mercados, no Tempo Certo de suas necessidades. Mesmo com enfoques diferentes, a maioria dos especialistas e autores em temas que abordam estratégias organizacionais, concorda com a importância da operação dos serviços que são inerentes ou intrínsecos aos produtos oferecidos às suas partes interessadas que são responsáveis pelo “consumo” destes. Entre autores famosos que tratam do tema “Competitividade das Organizações”, está Michael Porter, que indica serem três os caminhos ou existem três estratégias genéricas que uma organização pode utilizar, separadamente ou em conjunto, para competir e enfrentar seus concorrentes nos seus mercados. O Novo Curtume - NC não foge a esta regra, e adota como básicas para o desenvolvimento de sua Capacidade Competitiva e, por consequência, a realização de sua Sustentabilidade Plena, estas três diretrizes: I - Liderança em Custos: a qual se manifesta e é operacionalizada através das economias de escala – economias Maio/Junho | 2013 alcançadas pela geração e operação de grandes quantidades de produtos ou de serviços-, redução de custos pela experiência, minimização de custos operacionais pela pesquisa e desenvolvimento de novos processos e de novos produtos, serviços, vendas e publicidade. Também fazem parte deste tema, as transformações e avanços sistêmicos nas estruturas operacionais do Novo Curtume – NC, que é visto como um grande sistema de operações. II – Diferenciação: através e por meio da criação de produtos, de serviços, de novos processos e de novos sistemas de relacionamentos com fornecedores e com o mercado e clientes, ou seja, algo que chame a atenção para o Novo Curtume - NC no ambiente empresarial onde este se insere. Neste contexto a Inovação assume um papel fundamental, ou seja, ela tem hoje, obrigatoriamente, um papel sistêmico de promover a diferenciação dinâmica e diferenciadora do Novo Curtume - NC, pela velocidade com que se movem os mercados e as necessidades dos Clientes. A Diferenciação pela Inovação é certamente um dos, senão o caminho mais promissor para impulsionar o Novo Curtume - NC em um processo de diferenciação contínua e disruptiva nos mercados onde este atua. III – Foco: que é promovido e implementado através do atendimento dedicado, estruturado e orientado a uma parte ou segmento do mercado previamente definido pelo Novo Curtume - NC. O Foco identifica-se também pela “servidão” específica a um conjunto de clientes, ou a parcela específica do mercado, onde o Novo Curtume - NC entende poder assumir um papel relevante e desenvolver resultados favoráveis e efetivos para promover a sua Sustentabilidade Plena e destacar-se pela sua capacidade de atendimento de necessidades específicas dos clientes planejados por esta opção de seu comportamento organizacional competitivo. - Outros diferenciais competitivos relevantes para o Novo Curtume – NC Porter vai mais longe e recomenda aos gestores, onde se incluem os do Novo Curtume - NC, um conjunto de parâmetros e dimensões para as estruturas organizacionais, aplicáveis às suas alternativas ou opções de ações estratégicas para avançar nos seus mercados e conquistar os novos e os 47 revista do couro GESTÃO ainda não pensados: Especialização: a qual se manifesta ou se materializa pela definição e implementação da especialização em uma linha de produtos, e/ou de serviços e/ou atuação em um segmento específico de mercado. A especialização cria um foco bem claro para todos os membros do Novo Curtume - NC; Identificação da marca: Esta opção bastante desafiadora é o resultado de desempenhos do Novo Curtume - NC que chamam a atenção dos mercados e dos clientes, pelo seu caráter extraordinário e exclusivo e que se manifestam principalmente através de notícias nos meios de comunicação e de recursos de publicidade; Integração vertical: ou seja, ela pode ser “para frente”, com os seus compradores, clientes e demais agentes do mercado de consumo, ou “para traz”, com os seus fornecedores, tanto de insumos químicos como de matérias primas, na forma de couros nos seus diferentes estágios de processamento, os quais ao serem processados e transformados, tornam-se um produto final para o Novo Curtume - NC; Seleção de canais de Distribuição: onde o Novo Curtume - NC define as suas estratégias de como disponibilizará seus produtos finais para os seus clientes e mercados; Qualidade de produtos e liderança tecnológica: quando o Novo Curtume - NC “olha para dentro de si” e implementa estratégias organizacionais voltadas para avanços contínuos e inovações que promovem a melhoria disruptiva e a inovação, da qualidade e do desempenho dos produtos fornecidos, bem como de seus processos operacionais, fazendo com que o Novo Curtume - NC seja reconhecido como uma “Organização de Inovação”. Políticas de Preços e Posicionamentos de Custos simultaneamente definidos: que são desenvolvidos por ações estratégicas do Novo Curtume - NC, tanto para os couros processados como para a sua distribuição e para os serviços associados aos mesmos, os quais fortalecem a sua presença e liderança nos seus mercados; Serviços Associados aos produtos fornecidos: ou seja, simultaneamente ao fornecimento dos couros nos seus diversos estágios de processamento, oferecer o suporte técnico para o desenvolvimento de produtos pelos clientes - fábricas de calçados, fábricas de artefatos e fábricas de produtos onde a matéria-prima couro processado tem papel relevante. Os serviços associados constituem-se em uma poderosa estratégia de fidelização tanto dos clientes atuais como da conquista de novos. Esta fidelização por sua vez repercute nos mercados, promovendo a marca e a imagem do Novo Curtume - NC como uma organização promotora e apoiadora da competitividade dos seus clientes e das demais organizações, que tem no couro processado a sua matéria-prima básica para gerar produtos e os serviços a eles inerentes. De igual modo, os serviços associados e as alianças que estes induzem e estimulam, constituem-se hoje em uma poderosa estratégia para competir em mercados globaliza- 48 dos, que são extremamente competitivos e exigentes, tanto em qualidade como em custos, e principalmente em agilidade, a qual se manifesta por respostas rápidas e imediatas às suas necessidades. As estruturas em redes para geração de produtos e serviços constituem-se hoje na mais poderosa estratégia competitiva para enfrentar mercados. O Novo Curtume - NC deve avançar e adotar esta forma de atuação tanto com os seus clientes, como também com os seus fornecedores. A estruturação e a manutenção tanto de Redes de Fornecimento de insumos básicos de produção dos couros associadas à Redes de Clientes e Organizações Consumidoras que tem no couro processado a matéria-prima de geração de seus produtos e serviços inerentes, são estruturas fundamentais para alavancar a competitividade do Novo Curtume - NC. Estruturas de fornecimentos de produtos e serviços de natureza linear, onde o Novo Curtume - NC ocupa uma posição de simples fornecedor sequencial, estão superadas e não servem mais aos propósitos de crescimento desta Organização. Relacionamentos com instituições de classe e governamentais: tanto com as apoiadoras da sua atividade operacional, como com as representantes dos clientes e dos consumidores, e com instituições oficiais governamentais reguladoras do seu negócio, são ações prioritárias para o Novo Curtume - NC, de modo que este tenha a condição de desenvolver ações estratégicas diferenciadores sem entraves e objeções à sua conduta e o desenvolvimento dos seus negócios. Nestas considerações feitas, fica evidente o reconhecimento da importância da Operação dos Processos de Serviços do Novo Curtume - NC, como fator de sua diferenciação competitiva. Assim, ao se ampliar e abrir de modo mais detalhado o significado desta colocação, é facilmente perceptível que, simultaneamente à operacionalização dos processos produtivos e geradores dos couros disponibilizados e vistos como “Produto” que se constitui na “espinha dorsal” dos negócios do Novo Curtume - NC, este desenvolve e operacionaliza “Serviços” imprescindíveis, essenciais e sustentadores, sem os quais esta organização não poderia desenvolver a sua capacidade de produzir e fornecer couros processados às suas partes interessadas, de modo competitivo. 3 - A Cadeia de Serviços como um sistema de apoio ao Novo Curtume - NC para o desenvolvimento de sua Capacidade Competitiva. Um dos mais significativos avanços do pensamento competitivo das organizações onde o Novo Curtume - NC se inclui, é a adoção do conceito de “Cliente Interno”, que propicia o desenvolvimento de uma visão de mercado internamente a esta organização. Maio/Junho | 2013 Este conceito traz para dentro do Novo Curtume - NC um comportamento operacional normalmente utilizado nas relações deste com os agentes que estruturam os mercados de consumo e que são exteriores à mesma. A lógica é simples: Se os clientes internos ao Novo Curtume - NC estruturadores dos processos de produção desta organização estão satisfeitos e estão sendo atendidos em níveis crescentes de Qualidade, Produtividade e Custos, por seus fornecedores internos, certamente os clientes e as organizações consumidoras de seus produtos e serviços que representam mercado consumidor, também estarão. Esta estratégia de agir e de estruturar os processos produtivos traz para dentro do Novo Curtume - NC, a cadeia de fornecimentos que usualmente está fora e é exterior ao mesmo. A figura 1, que segue, mostra como se desencadeia esta relação de Fornecimentos e de Consumos que envolve o Novo Curtume - NC no macro-ambiente dos seus negócios. Esta figura aplica-se tanto aos produtos como aos serviços gerados e desenvolvidos externamente, como aos gerados internamente, ou seja, existe uma cadeia contínua “Fornecedor-Cliente”, ou elos de uma corrente “Fornecedor - Cliente”, que estrutura a operacionalização dos processos, tanto de produtos como de serviços do Novo-Curtume - NC. Inerente a esta operação de recrutamento e seleção incluem-se também os “serviços” de: - Colocar e ratificar para o novo contratado a Visão do Novo Curtume - NC de caráter permanente, identificando ser esta a sua diretriz maior e permanente; - Aperfeiçoar e desenvolver no contratado, a interpretação das necessidades dos clientes internos, por exemplo, do setor de produção ou do setor de vendas. A seleção efetuada pelo setor de RH deve traduzir em especificações de seleção, as aptidões necessárias para ocupar o cargo; - Identificar e desenvolver a certeza de que as pessoas em seleção atendam aos requisitos anteriormente relacionados; - Aplicar avaliações que comprovem as aptidões e habilidades para o desenvolvimento de requisitos complementares e necessários, definidos pelo Novo Curtume - NC; - Treinamento do novo contratado voltado e focado nos processos e operações que o seu cargo exige, frente às estratégias operacionais definidas pelo plano estratégico desta organização. Para cada uma destas atividades – serviços - acima relatadas, são exigidos requisitos de qualidade, prazo e custos que no seu conjunto identificam a efetividade do serviço de seleção e recrutamento. Por outro lado, avançando no tema recursos humanos, é Fig. 1: Todo o Processo é tanto Cliente como Fornecedor de pelo menos algum outro processo Como exemplo, enfocando os serviços associados que esta organização desenvolve quando do processamento de couros, avaliemos os processos de setor de recursos humanos, enfocando os serviços que este desenvolve internamente ao Novo Curtume - NC. Entre estes processos, destaca-se o de recrutamento, seleção e treinamento de novos colaboradores para esta organização, processos de serviços que são fundamentais e que atendem às diversas necessidades desta organização. Porém, este processo de buscar e identificar um novo colaborador, não se esgota nesta ação de recrutamento e seleção. Maio/Junho | 2013 importante ressaltar que os diferentes clientes internos do Novo Curtume - NC, requerem níveis de serviços diferentes do setor de RH, quanto à especificações de qualidade, prazos de atendimento e de custos, os quais constroem a base para a avaliação dos serviços que ele desenvolve. Para o setor de produção, por exemplo, pode ser muito importante a rapidez do RH no atendimento às suas solicitações de novos operadores para o Novo Curtume - NC, pois este pode estar em uma situação de repentino aumento das demandas dos seus clientes e do mercado. Já para o setor de manutenção, podem ser mais relevantes as competências exigidas aos operadores destes serviços 49 revista do couro GESTÃO revista do couro gestão internos, de modo que o tempo de procura dos novos ocupantes desta função não é o fator mais proeminente. Assim, a estratégia do desenvolvimento dos serviços pela área de Recursos Humanos deve estar alinhada com as estratégias das operações da produção e da manufatura dos couros, de modo que possam potencializar o atendimento das necessidades dos clientes e dos mercados, ou seja, são estes, através de seus requisitos de aquisição e desejos a serem satisfeitos pela qualidade e pontualidade de entrega dos couros processados, que estabelecem as diretrizes que conduzem os processos dos serviços internos de Recursos Humanos do Novo Curtume - NC. É o que está apresentado na Figura 1. A área de Recursos Humanos, na sua condição de geradora de serviços, é “cliente e fornecedora” dos desejos dos compradores e dos mercados do Novo Curtume - NC, pois é a partir dos seus requisitos de aquisição e de fornecimento, é que o RH estabelece as suas estratégias de desenvolvimento dos seus serviços, de seleção, recrutamento e capacitação das pessoas que operacionalizam os processos de geração dos produtos e serviços agregados. Estas colocações desenvolvidas com relação à área de Recursos Humanos aplicam-se a todos os serviços que são inerentes às operações de processamento da transformação dos couros até o estágio de produto final. Os serviços desenvolvidos pelo Novo Curtume - NC ocupam um lugar essencial em suas estratégias, tanto nas operacionais internas ao curtume, como nas organizacionais, as quais vêem esta organização em descrição, como um grande sistema de processos voltados a busca contínua da satisfação das necessidades dos clientes e dos mercados. Os serviços são uma fonte quase inesgotável de geração de diferenciais competitivos para esta organização em descrição. 4 - Os serviços e o Tempo que desaparece. Por outro lado, os serviços por sua natureza de intangibilidade, permitem os seus aperfeiçoamentos tecnológicos voltados tanto à melhoria de qualidade dos couros processados, como do encurtamento dos tempos de sua operação, que tem como resultado, ganhos de tempos operacionais, encurtando os ciclos de produção e processamento dos couros, aproximando sob o ponto de vista Temporal os clientes e os mercados, do Novo Curtume - NC. É o Tempo que desaparece! Quem viver, verá! revista do couro tecnologia O couro e a sua pegada de carbono (Tradução de artigo publicado na revista Leather International, edição Nov/Dez de 2102) U m dos problemas é que não há uma definição simples para a pegada de carbono, nem um método universal único para calculá-la nem quaisquer meios que determinem quem é responsável pelo quê na cadeia de suprimento que a afeta. Para começar, parece haver muitas descrições diferentes na mídia e todas soam muito similares: pegada de carbono, emissões de carbono, emissões de gases causadores do efeito estufa, etc., etc. Nós todos já ouvimos falar em pegadas de carbono, mas realmente sabemos o que elas são? Não se preocupe se não souber – você não é o único. Lamento dizer que este artigo não irá esclarecer isto para você – meramente, irá apontar alguns dos muitos problemas encontrados ao identificar o que realmente constitui a pegada de carbono do couro. Carbon Trust (2007) “... a metodologia para calcular a emissão total de gases causadores do efeito estufa (sigla em inglês: GHG) em equivalências de carbono por parte de um produto através do seu ciclo de vida desde a produção da matéria prima empregada na sua fabricação até o descarte do produto acabado (excluindo as emissões durante o uso)”. Definições Eis uma seleção das definições da pegada de carbono identificada pela ISAUK Pesquisa e Consultoria (InService Agency Ltd. Reino Unido), no seu Relatório de Pesquisa 07-001: BP (2007) “A pegada de carbono é a quantidade de dióxido de carbono emitida em conseqüência das atividades diárias de alguém – desde lavar roupa até levar um grupo de crianças à escola”. British Sky Broadcasting (Sky) (Patel 2006) “... uma técnica para identificar e medir cada emissão de gás causador do efeito estufa proveniente de cada atividade dentro de uma etapa do processo da cadeia de suprimento e uma estrutura para atribuir as mesmas a cada produto fabricado (nós, [The Carbon Trust] nos referiremos a isto como a pegada de carbono do produto”). (Carbon Trust 2007, página 4) Energetics (2007) "... o alcance total das emissões de CO2 diretas e indiretas causadas pelas atividades da sua empresa". ETAP (2007) A pegada de carbono foi calculada "medindo em equivalências as emissões de CO2 liberadas desde as suas instalações, dos automóveis que são propriedade da empresa, às viagens a serviço e aos resíduos despejados nos aterros". Maio/Junho | 2013 “... a Pegada de carbono é a medida do impacto que as atividades humanas têm sobre o meio ambiente em termos da quantidade de gases de efeito estufa produzidos, medidos em toneladas de dióxido de carbono". Grub & Ellis (2007) "Uma pegada de carbono é a medida da quantidade de dióxido de carbono emitido através da queima de combustíveis fósseis. No caso de uma empresa, é a quantidade de CO2 emitida direta ou indiretamente em conseqüência de suas atividades diárias. Também, pode refletir a energia fóssil representada num produto ou commodity que chega ao mercado”. Departamento Parlamentar de Ciência e Tecnologia (POST 2006) “Uma pegada de carbono é a quantidade total de CO2 e outros gases de efeito estufa emitidos durante o ciclo de vida completo de um processo ou produto. Expressa-se em gramas do equivalente de CO2 por kW de geração (gCO2eq/kWh), que dá conta dos diferentes efeitos de aquecimento global de outros gases de efeito estufa”. Ainda está confuso? Este relatório da ISAUK Pesquisa e Consultoria procura esclarecer um pouco esta situação, oferecendo a sua própria descrição: “A Pegada de Carbono é uma medida da quantidade total exclusiva das emissões de dióxido de carbono que é direta e indiretamente causada por uma 51 revista do couro TECNOLOGIA atividade ou é acumulada no decorrer das etapas da vida de um produto”. Gases de efeito estufa É preciso notar que somente é incluído o dióxido de carbono e nenhum outro gás de "efeito estufa" é mencionado. Aceita-se que existam seis gases que têm potencial notável de causar o aquecimento global: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorocarbonos, perfluorocarbonos e hexafluoreto de enxofre. Se devermos considerar todos estes gases, a pegada ambiental não seria "de carbono" e alguns sugerem que "pegada climática" seria um termo mais adequado nesses estudos. Alguns métodos sugerem que se meça o potencial destes gases para o aquecimento global relativo ao dióxido de carbono dando "equivalentes do dióxido de carbono". Então, quando você comparar a pegada de carbono de um produto ou processo com outro, assegure-se de estar falando da mesma coisa. Depois, existe o problema de onde deve ser traçado o limite. Como todos sabemos, as peles que usamos para fabricar couro são um resíduo das indústrias da carne e do leite. Portanto, os cálculos do dióxido de carbono (ou qualquer outro gás de efeito estufa) deveriam começar com o animal na fazenda, já que a pele é retirada da carcaça ou quando a pele entra no curtume? É claro que parece bobagem passar toda a pegada de carbono do animal para o couro, mas a indústria do couro deveria aceitar parte da mesma e, se positivo, quanto? Algumas pessoas poderão argumentar que, se não existisse nem a indústria da carne nem a de laticínios, a indústria do couro não existiria, então por que deveríamos aceitar a pegada? Se for decidido que alguma parte da pegada de carbono do animal deve passar pela cadeia de suprimento, como a mesma deveria ser atribuída? por peso? por volume? por valor? 52 Alguns sugerem que porque a pele representa uma percentagem do valor financeiro do animal, o couro deveria aceitar a mesma percentagem da pegada de carbono do animal. Num artigo do Wall Street Journal, esta percentagem foi calculada pela Timberland em 7%. Porém, voltando ao problema do que deve ou não ser incluído, a pegada de carbono à qual eles se referem inclui as emissões de gás metano dos animais que foram convertidas em equivalentes de dióxido de carbono? Então, trata-se de uma verdadeira pegada de carbono ou de uma pegada de gás de efeito estufa? Pegada animal Se a indústria do couro deve absorver parte da pegada de carbono das indústrias da carne e de laticínios alocando para si uma percentagem da pegada de carbono do animal, os mesmos princípios deveriam ser aplicados a muitos subprodutos que saem do curtume. Por exemplo, parte da pegada de carbono do animal absorvida pela indústria do couro deveria ser alocada a outras indústrias relacionadas? Seria o caso das indústrias alimentícia e farmacêutica que utilizam colágeno, ou a indústria de cosméticos que usa sebo, queratina, etc. Qual seria o alcance disto? Claramente, seria muito complicado e difícil atribuir percentagens cada vez menores da pegada de carbono do animal aos seus subprodutos ao longo de uma cadeia de suprimento longa e complexa. É claro que este princípio seria cumulativo e parte da pegada de carbono gerada pelo processo de fabricação do couro seria repassada aos subprodutos juntamente com a pegada do animal. Tem sido sugerido que a pegada de carbono não deveria ser alocada desta forma, especialmente no caso de matérias renováveis. Weidemann[1] sugere que quando o processo pretende criar um produto em particular, descrito como um produto determinante, somente este será o produto determinante, mas o processo poderá resultar em vários subprodutos (ou coprodutos). No trabalho de Weidemann, apresenta-se o exemplo da vaca leiteira. O produto determinante é o leite, porém a vaca também dá carne e uma pele entre outras coisas que têm certo valor. Entretanto, sem levar em conta o valor dos coprodutos, eles não determinam a quantidade de leite produzida; somente a procura por leite o fará. No final da sua vida como produtora de leite, a vaca é abatida e, no mercado, a sua carne substituirá parte da carne produzida através de um processo completamente separado como, por exemplo, pela produção de gado de corte de forma que parte do impacto ambiental de criar a vaca para produção de leite é repassado à carne. A pele, entretanto, não substitui nenhum outro produto quando é utilizada na fabricação de couro, portanto nenhuma parte do impacto ambiental da vaca é repassada para a pele no sistema por ele proposto. Este trabalho foi discutido no Painel do Couro da UNIDO recentemente realizado em Xangai e agora a possibilidade de convertê-lo em uma norma aceitável está sendo considerada. Agora, você já deve ter percebido quão complexo é o processo para definir o que a pegada de carbono de um material como o couro realmente é. Os documentos ISO 14044:20064 14040:20065 relacionam os itens que devem ser considerados e descritos claramente na Análise do Ciclo de Vida (sigla em inglês, LCA): O sistema do produto a ser estudado As funções do sistema do produto ou, no caso dos estudos comparativos, os sistemas Unidade funcional Limites do sistema Procedimentos de alocação Metodologia do LCA e tipos de Maio/Junho | 2013 impacto Interpretação a ser utilizada Exigências para os dados Suposições Opções de valor e elementos opcionais Limitações Exigências da qualidade dos dados Tipo de revisão crítica, se a houver Tipo e formato do relatório necessário para o estudo Mas, não nos dizem o que de fato são ou deveriam ser? Calcular a pegada ambiental do próprio processo de fabricação de couro não é difícil, mas antes que qualquer um possa começar a calcular a verdadeira pegada ambiental do couro, é imperativo que o significado da frase pegada de carbono seja definido claramente e compreendido, é preciso estabelecer onde começam e onde terminam os limites do sistema e, se for o caso, que parte do impacto ambiental causado pela criação dos animais seja alocada às peles e parte repassada aos subprodutos resultantes do processo de fabricação do couro. Estes fatores devem ser debatidos e considerados. couro, aumenta tanto o total que qualquer melhoria que um curtume fizer passa a não ter sentido, ficando relegada ao segundo ponto decimal. Criar e apoiar uma ferramenta que condena um material natural e renovável em favor de outro baseado em combustíveis fósseis não faz qualquer sentido: certamente não é ciência sensata. Autoria da Universidade de Northampton, Instituto de Tecnologias Criativas para o Couro As ferramentas para estimar a pegada de carbono utilizadas atualmente servem para verificar as melhorias referentes a um material em particular ano após ano, mas não são muito confiáveis quando se trata de comparar um material com outro. Quando 7% do valor do gado é acrescentado ao ABQTIC. Referências Bibliográficas [1] A Definition of ‘Carbon Footprint’ Thomas Weidmann e Jan Minx, Relatório de Pesquisa 07-01 da ISAUK. Disponível em www.censa.org.uk [2] Six products, six carbon footprints, Wll Street, March 1, 2009 [3] System expansion to handle co-products of renewable materials. Bo P Weidema, Institute for Product Development, Dinamarca. Apresentado em El 7o. Simpósio de Estudos de Caso de LCA - SETAC-Europa, 1999 [4] ISO 14044 Environmental management – Life Cycle Assessment – Requirements and guidelines [5] ISO 14040 Environmental management – Life Cycle Assessment – Principles and framework Há mais de 4 décadas promovendo a ciência e tecnologia da elaboração do couro. Maio/Junho | 2013 revista do couro tecnologia Conseqüências do banimento do Cromo VI dos artigos de couro Dra. Catherine A Money, Consultora, Austrália (Tradução de artigo publicado na revista Leather International, edição Outubro de 2012) E m 16 de março de 2012, a ECHA (Agência Européia de Substâncias Químicas) lançou uma consulta pública de seis meses a respeito de uma restrição proposta ao conteúdo de Cromo VI (Cr VI) em artigos de couro. Isto é a resposta a uma solicitação das autoridades dinamarquesas de limitar os artigos de couro que entram em contato com a pele e contenham Cr VI em concentrações superiores a 3mg/kg. Espera-se que a Comissão Européia tome uma decisão quanto a introduzir estas restrições no regulamento REACh até março de 2013. Argumento que é vital que a restrição sugerida não seja introduzida. Considero que a proposta para que o REACh proíba os artigos de couro que contenham mais de 3mg/kg de Cr VI é exagerada em relação ao problema das alergias ao cromo causadas pelo couro. Também, é preciso lembrar que tanto o Cr III quanto o Cr VI causam dermatites em baixas concentrações, mas isto não é levado em consideração na restrição proposta. Antes de considerar qualquer restrição, os seguintes pontos deverão ser pesquisados mais profundamente: Administrar as alergias ao cromo dos artigos de couro; Controle da formação de Cr VI no couro acabado; Um substituto viável do cromo para o couro cabedal; Conseqüências da restrição no mundo inteiro; O possível efeito da restrição nas alergias ao cromo. 54 Aproximadamente 80% dos couros produzidos no mundo são curtidos com sais de cromo III (Cr III). Acredita-se que mais de 0,2% da população européia seja sensível ao cromo, mas o couro curtido ao cromo vem sendo utilizado há mais de 100 anos e esta sensibilidade sempre foi conhecida e tratada. Sempre deve ter havido algum Cr VI nos couros curtidos ao cromo. Os curtidores e as pessoas alérgicas ao cromo utilizam cremes bloqueadores à base de ácido ascórbico (vitamina C e EDTA) assim como pomadas à base de cortisona para controlar a dermatite. As pessoas alérgicas aos calçados podem usar meias bloqueadoras e as alérgicas ao cromo podem usar calçados sintéticos, se necessário. Os melhores couros para calçados e outros artigos são curtidos ao cromo. Quando se utiliza o curtimento chrome free em couro cabedal, geralmente, este é recurtido ao cromo. A alergia ao Cr VI é um grande problema, mas a sensibilidade ao Cr III também não deixa de ser problemática. A sensibilidade ao Cr VI é causada pelo dicromato de sódio e outros compostos largamente utilizados; a restrição da REACh aos couros não evitará a sensibilidade ao Cr VI. Um estudo de Hansen (2006) demonstrou que a eliminação do Cr VI dos couros não eliminaria as alergias ao cromo causadas pelo couro. Se a Europa introduzisse este regulamento, a indústria do couro mundial estaria gravemente ameaçada. No mo- mento, não existe uma alternativa viável ao cromo no couro cabedal e não há uma forma viável de assegurar a eliminação do Cr VI dos artigos de couro curtidos ao cromo. Alergias Estima-se que a alergia ao amendoim afete aproximadamente 1% das crianças e dos adultos do planeta e trata-se de uma alergia muito pior do que a alergia ao Cr VI. A alergia ao amendoim é uma das causas mais comuns de óbito provocado por alimentos. Entretanto, o amendoim não está banido e as pessoas afetadas não o consomem evitando assim a alergia. É muito mais difícil evitar o consumo de alimentos que contenham amendoim do que evitar o contato com couros curtidos ao cromo. O problema das dermatites alérgicas por contato em perspectiva Um amplo estudo das dermatites alérgicas por contato (sigla em inglês, ACD) realizado pela Dra. Erin Warshaw, do Grupo Norte-americano de Estudos das Dermatites de Contato (NACDG) detectou que 17,5% dos pacientes alérgicos aos calçados eram alérgicos ao Cr VI. (Warshaw et al. 2007). O Grupo Norte-americano de Estudos das Dermatites de Contato (NACDG) realizou testes epicutâneos em 10.061 pacientes entre 2001 e 2004. Em 109 pacientes do NACDG com dermatite nos pés e um sapato como fonte alergênica, a resina adesiva à base de p-tri butilfenol formaldeído foi o alergênico Maio/Junho | 2013 mais comum com 24,7% dos resultados positivos nos testes epicutâneos seguida pelo dicromato de potássio (Cr VI) (17,5%) e pel carba mix (11,7%). Ao examinar os dados segundo os grupos de alergênicos, os produtos químicos da borracha (40,4%) foram os alergênicos mais frequentes, seguidos pelos adesivos (32,5%) e pelos componentes do couro (20,1%). Este estudo também revelou que aproximadamente 1% dos pacientes ACD é alérgico a sapatos e somente 0,2% aos componentes do couro. As dermatites alérgicas por contato são um grande problema, mas o Cr VI é somente um dos componentes entre os vários alergênicos dos sapatos. Os fungicidas também podem ser alergênicos do calçado. Hanson et al, em 2003, concluiu que, embora a maioria dos estudos sobre alergias ao cromo tenham sido baseados no Cr VI, tanto o Cr III quanto o Cr VI podem provocar eczema mesmo presentes em baixas concentrações. A conclusão foi que em vez de considerar a dermatite causada pelo cromo como sendo causada pelo Cr VI, seria mais correto considerá-la como o resultado da alergia combinada ao Cr III e ao Cr VI. Os resultados de Hansen em 2006 mostram que a proposta de limitar o conteúdo de Cr VI abaixo de 3mg/kg dificilmente resolverá o problema da dermatite provocada pelo couro curtido ao cromo. No estudo de Hansen em 2006 que visa determinar a relação entre o conteúdo de Cr III e Cr VI no couro e obter informação sobre a dermatite causada pelo cromo (VI) em pacientes com resultados positivos, quinze pacientes alérgicos ao cromo com ocorrências passadas ou presentes de eczema nos pés, onde se suspeitava de que a causa fosse o couro, passaram por testes epicutâneos com 14 amostras de couro curtido ao cromo e uma amostra de couro curtido ao vegetal como controle. O conteúdo de cromo (VI) nas amostras era de <3mg/kg a 16,9mg/kg, deterMaio/Junho | 2013 minado através do método DIN 53314. A amostra de couro que provocou reação no maior número de pacientes foi a que continha a menor quantidade tanto de Cr VI (<3mg/kg) quanto de Cr III solúvel (12mg/kg) (Hansen et al. 2006 a). Este estudo é especialmente importante porque testou amostras de couro e mostrou que 50% das reações alérgicas foram causadas por couros com <3mg/kg de Cr VI. Isto foi informado no Relatório do Anexo XV da ECHA e os resultados são apresentados na Tabela 1. Cinco pacientes reagiram aos couros que continham menos de 3mg de Cr VI por kg e nenhum paciente reagiu aos dois couros com o maior conteúdo de Cr VI. Portanto, será muito difícil que a restrição proposta consiga controlar o problema das dermatites alérgicas por contato com couro curtido ao cromo. Como controlar o Cr VI nos couros Um grande número de pesquisas evidenciou muitos processos que podem ser utilizados na produção de couro com conteúdo de cromo VI inferior a 3mg/kg, e estes processos estão sendo usados na Europa atualmente. Porém, o Cr VI pode ser gerado nestes couros durante a armazenagem e o uso. O Cr VI forma-se nos couros curtidos ao cromo durante a fabricação dos artigos, exposição ao calor, baixa umidade relativa, luz do dia e luz UV. Os testes de envelhecimento estão disponíveis, porém não simulam o envelhecimento real do couro através de meses em vez de dias somente. Substituição dos curtimentos ao cromo Existe agora uma gama de curtimentos alternativos, porém os couros curtidos ao cromo geralmente são superiores, menos caros e mais versáteis. É por tudo isto que 80% dos couros são curtidos ao cromo. Quando se utiliza o curtimento chrome free em couro cabedal, geralmente, este é recurtido ao cromo. Tabela 1: Resultados dos testes epicutâneos realizados em quinze pacientes alérgicos ao cromo utilizando amostras contendo Cromo (III) e Cromo (VI) (Hansen et al, 2006) Amostra de couro Conteúdo de Cr(III) em mg/kg Conteúdo de Cr(VI) em mg/kg Números de pacientes que reagiram 1 12 <3 3 2 93 <3 - 3 124 <3 - 4 139 <3 - 5 151 <3 - 6 187 <3 - 7 200 <3 - 8 201 <3 2 9 90 4.1 2 10 156 4.3 - 11 591 4.6 2 12 112 9.2 1 13 157 15.5 - 14 209 16.9 - 15 (controle) 58 <3 - 55 revista do couro tecnologia revista do couro tecnologia Prevenção da formação de cromo (VI) nas etapas posteriores do processamento e armazenagem de couro Há sérios problemas com esta seção da proposta ECHA. Aparentemente, ainda não existe um método aceitável para o controle da formação de Cr VI durante a armazenagem, no transporte ou/e envelhecimento dos couros, na fabricação dos calçados ou no envelhecimento dos produtos manufaturados. Testaram-se antioxidantes, mas a sua eficácia no controle de alergias não pode ser demonstrado. Também, Também, é preciso notar que os antioxidantes aumentaram grandemente o conteúdo de cromo solúvel nos couros e que os níveis acima de 700 e 1500 mg/kg podem causar reações cutâneas (Hanson et al, 2006 b). Por outra parte, o Cr VI pode ser gerado a partir de Cr III solúvel durante as etapas seguintes do armazenamento. O engraxante NF3, que gerou o menor conteúdo de Cr VI em couro, teve um resultado de 14,16 mg de Cr VI por kg. Este nível foi reduzido para 10,83 após 2 semanas a 100% de umidade relativa e aumentado para 66,25 a 12% de umidade relativa. Os altos conteúdos de Cr VI em couros estocados em baixos níveis de umidade relativa mostram que é possível a formação de Cr VI em apenas duas semanas de armazenagem. Este estudo e suas descobertas foram pouco práticos e o couro estocado em altos níveis de umidade Estabelece-se na proposta da ECHA que ficou demonstrado que a umidade relativa durante a armazenagem do couro tem um efeito significativo Tabela 2: Influência dos antioxidantes na formação do cromo (VI) devido ao envelhecimento por calor e irradiação UV mg/kg de matéria seca Cr Total Estado original Cr (VI) Cr solúvel Envelhecimento por calor Cr solúvel Cr (VI) Irradiação UV Cr solúvel Cr (VI) Couro cabedal (semiacabado) Sem tratamento 28.391 486 7.05 43 13.05 471 9.39 Ácido ascórbico 26.249 1.542 0.92 1.517 1.18 1.517 0.90 Produto X 28.316 791 1.49 743 2.21 774 2.12 Couro para forro (semiacabado) 32.267 377 2.98 322 12.89 365 5.98 Ácido ascórbico 30.239 1.904 < 0.75 1.651 < 075 1.752 < 0.75 Produto X 29.814 870 < 0.75 754 0.84 833 < 0.75 Fonte: Meyndt et al, 2011 (mesmos dados mencionados no PFI, 2011) sabe-se que o ácido ascórbico provoca uma descoloração inaceitável nos couros envelhecidos. Os problemas com os sistemas propostos são demonstrados em estudos citados na proposta da ECHA. A Tabela 2, acima, demonstra a influência dos antioxidantes na formação de Cromo VI. Embora os antioxidantes reduzam o conteúdo de Cr VI nestes couros, este poderá crescer até níveis detectáveis à medida que o envelhecimento aumentar a diferentes temperaturas e umidades relativas, assim como maiores períodos à luz do dia ou de irradiação UV. Isto acontece com muitos couros no uso e em situação de varejo. 56 na formação de cromo (VI) no couro estocado. Quanto maior for o nível de umidade relativa, menor o conteúdo de cromo (VI) e vice-versa (Congzheng et al, 2005). Esta afirmação é muito enganosa como demonstra o trabalho de Congzheng, Tabela 3, onde todos os níveis de Cr VI obtidos ficaram acima de 10 mg/kg relativa exige o uso de fungicidas que também podem causar alergias. Ainda não existe um método comprovado e aceitável de controlar a formação de Cr VI durante o armazenamento, o transporte e o envelhecimento dos couros, na fabricação de calçados nem durante o envelhecimento dos produtos manufaturados. Qualquer produto fabricado Tabela 3: Conteúdo de Cr VI em couros tratados com diferentes nutrientes e estocados em diferentes umidades (após duas semanas) Umidade relativa(%) Cr (VI) (mg/kg) NF-3 Óleo de peixe sulfitado L-3 Antes do estoque 100% 12% 0% 14,3 10,83 66,25 77,50 139,20 41,25 158,33 199,17 20,20 12,00 77,50 108,33 Maio/Junho | 2013 com couro curtido ao cromo seja o mesmo produzido na Europa ou em qualquer outro lugar, pode gerar Cr VI durante a armazenagem e o uso, mesmo após um tratamento com antioxidantes. Conclusão A restrição ao Cr VI proposta não deve ser introduzida. É preciso pesquisar visando a alcançar uma melhor gestão das alergias ao cromo. Tanto o Cr VI quanto o Cr III são capazes de provocar dermatites em baixas concentrações. Ainda não ficou demonstrado que a restrição vá reduzir a sensibilidade aos artigos de couro: um importante estudo concluiu que 30% dos pacientes alérgicos ao cromo reagiram a couros com conteúdo de Cr VI inferior a 3 mg/kg. O controle da formação de Cr VI no couro acabado é um problema não resolvido e não existe um substituto viável para o couro cabedal com conteúdo de cromo. As diversas conseqüências da restrição na indústria de couro mundial devem ser levadas em consideração. Maio/Junho | 2013 Referências bibliográficas Congzheng Y, Pengjie L, Genxing S, Liming D, Huijun R (2005). The influence of relative humidity on the level of Cr(VI) in chrome-tanned leather. J Soc Leather technol Chem; 89:194-198. ECHA Annex XV Report, Proposal For A Restriction: Chromium (VI) compounds 2012 [PDF] ANNEX XV REPORT PROPOSAL FOR A RESTRICTION Chromium e ch a. e uropa. e u/ .../ 1 0 1 6 2 / 4 d8 8 d4 4 4 - 4 b8 b - 4 8 ab - 9c116e74819e047c Hansen M B, Johansen J D, Menné T (2003) Chromium allergy: sognificance of both Cr(III) and Cr(VI). Contact Dermatitis; 49(4):206-12. 2006 a) Hansen M B, Menné T, Johansen J D (2006). Cr(III) and Cr(VI) in leather and elicitation of eczema. Contact Dermatitis; 54(5):278-282 2006 b) Hansen M B, Menné T, Johansen J D. (2006). Cr(III) reactivity and foot dermatitis in Cr(VI) positive patients. Contact Dermatitis; 54(3):140-144. Warshaw E M, Schram S E, Belsito D V, DeLeo V A, Fowler J F jr, Maibach H I, Marks J G Jr, Mathias C G , Pratt M D, Rietschel R L, Sasseville D, Storrs F J, Taylor J S, Zug K A, (2007). Shoe allergens: retrospective analysis of cross-sectional data from North American contact dermatitis group, 2001-2004. Dermatitis; 18(4):191-202. 57 revista do couro tecnologia revista do couro tecnologia Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Industriais Profª. Esp. Lisiane Emilia Grams Metz Analista de Serviços Técnicos e Tecnológicos do Centro Tecnológico do Couro SENAI [email protected] Resumo O presente artigo aborda os requisitos necessários para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais, através do estabelecimento, implementação e manutenção de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS. São contempladas questões técnicas, operacionais, legais e normativas, além de alguns aspectos do fator humano envolvido. Palavras Chave: resíduo, sólido, plano, gerenciamento. Introdução Apesar da preocupação com o tratamento e a destinação final dos resíduos ser uma constante no ambiente industrial brasileiro, ainda há um longo caminho a percorrer para atingir os patamares de sustentabilidade exigidos e necessários na atualidade. Na indústria coureira não é diferente e as principais questões ambientais estão ligadas às emissões líquidas, atmosféricas e sólidas, além da utilização de recursos naturais como a água e a energia. Embora seja identificada pelos impactos ambientais decorrentes dos processos de beneficiamento de peles e couros, também é reconhecida pela sua atuação no controle ambiental, através do tratamento dos efluentes, do aproveitamento dos subprodutos da sua operação, de processos de reciclagem e outros. Os processos realizados em curtumes e em seções de acabamento de couros dão origem a diversos tipos de resíduos e rejeitos, oriundos da matéria-prima, principalmente, e dos insumos empregados. Segundo Vieira (2008, p. 50) “o Brasil gera aproximadamente 300 toneladas/dia de retalhos ou aparas de couros em semi-acabado e 58 acabado”. Considerando que o resíduo sólido inadequadamente gerenciado tem grande potencial de formar passivos ambientais é necessário dar maior atenção ao tema. Este artigo refere-se basicamente ao processo de gerenciamento dos resíduos sólidos, abordando aspectos técnicos, operacionais, legais e de capacitação de pessoas. 1 - A Gestão de Resíduos Sólidos Para que se possa gerenciar é necessário que se tenha um método. Amplamente utilizado em países de todos os continentes o Ciclo PDCA (originalmente chamado Ciclo de Deming) é um dos métodos de gestão mais eficazes. O Ciclo PDCA é composto por quatro fases distintas: • PLAN - planejamento (P); • Do - execução (D); • Check - verificação (C); • Act - ação corretiva, preventiva ou de melhoria (A). O ciclo PDCA é aplicável a qualquer tipo de organização ou sistema e para diferentes objetivos, como por exemplo, na gestão da qualidade conforme a norma internacional NBR ISO 9001(ABNT, 2008) e na gestão ambiental, conforme a norma NBR ISO 14001 (ABNT, 2004a). Pode ser aplicado também na gestão de processos, como no gerenciamento de resíduos sólidos, por exemplo. O gerenciamento destes resíduos é de suma importância para indústria do couro e deve ser pensado de forma a reduzir sua geração, valorizar os resíduos gerados, evitar a formação de passivos ambientais, prevenir autuações e buscar a sustentabilidade dos processos. Para garantir que todos os aspectos importantes sejam considerados é necessário que se elabore um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, apoiado nos requisitos legais aplicáveis e no método PDCA. 1.1 - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS é um documento que contempla um conjunto de procedimentos a serem usados visando à minimização de geração, a reutilização e reciclagem, o acondicionamento, o armazenamento temporário, o transporte, o tratamento e a destinação final adequada dos resíduos sólidos, inclusive os perigosos, observando os requisitos legais ambientais aplicáveis. A necessidade da elaboração de um PGRS por todos os geradores de resíduos sólidos industriais foi instituída em todo o território nacional brasileiro através da Lei Federal Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010a), que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e que por sua vez foi regulamentada através do Decreto Federal Nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 (BRASIL, 2010b). Maio/Junho | 2013 No estado do Rio Grande do Sul a Lei Estadual Nº 9.921 já estabelecia esta necessidade: “Art. 3º - Os sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos terão como instrumentos básicos planos e projetos específicos de coleta, transporte, tratamento, processamento e destinação final a serem licenciados pelo órgão ambiental do Estado, tendo como metas a redução da quantidade de resíduos gerados e o perfeito controle de possíveis efeitos ambientais”. (RIO GRANDE DO SUL, 1993). Outro aspecto importante a ser considerado é que o PGRS deve estar alinhado aos princípios estabelecidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010a), a saber: • A prevenção e a precaução; • A visão sistêmica na gestão dos resíduos; • O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável ou reciclável como um bem econômico e de valor social; • A responsabilidade compartilhada no ciclo de vida do produto; • O poluidor-pagador e o protetor-recebedor; • O desenvolvimento sustentável; • A ecoeficiência; • A cooperação entre o poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; • O respeito às diversidades regionais e locais; • O direito à informação; • A razoabilidade e a proporcionalidade. O PGRS deve ser elaborado por profissional habilitado e com emissão de ART – Anotação de Responsabilidade Técnica. 1.1.1 - Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados O gerenciamento dos resíduos tem início no diagnóstico dos resíduos sólidos gerados, contemplando a origem, o volume e a caracterização dos mesmos. Na realização deste diagnóstico devem ser consideradas as definições apresentadas na Tabela 1: Maio/Junho | 2013 Tabela 1 – Definições e exemplos de resíduo sólidos TERMO DEFINIÇÃO EXEMPLOS Resíduo sólido Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. Carnaça; Aparas de couro curtido; Lodo de ETE; Solvente sujo. Rejeitos Resíduos sólidos que após esgotadas todas as possi- Panos e estopas sujas bilidades de tratamento e recuperação não apresen- com tinta; tem outra possibilidade que não a disposição final Lodo de ETE. ambientalmente adequada. Resíduo Sólido Reciclável É todo o resíduo que pode retornar ao ciclo de produ- Serragem de couro; ção como matéria-prima para fabricação de produtos Carnaça. pela própria empresa, ou por terceiros. Resíduos Sólidos Classe I São os resíduos perigosos, que em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas pode representar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente. São classificados como perigosos os resíduos constantes nos Anexos A ou B da NBR 10.004, ou que apresentam uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Resíduos Sólidos Classe II A São os resíduos não perigosos e não inertes. São Carnaça; aqueles que não se enquadram nas classificações de Aparas salgadas. resíduos classe I – Perigosos ou de resíduos classe II B – inertes. Podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Resíduos Sólidos Classe II B São os resíduos não perigosos e inertes. Ficam en- Vidro limpo; quadrados os resíduos que submetidos à solubiliza- Plástico limpo ção com água, conforme a norma NBR 10.006, não tiveram nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. Lodos provenientes do tratamento de fluentes líquidos originados no processo de curtimento de couros ao cromo. Fonte: Adaptado de BRASIL (2010a) e NBR 10004 (ABNT, 2004b). Destaca-se que a Lei 12305 (BRASIL, 2010a) estabelece a diferença entre resíduo e rejeito, sendo que os resíduos devem ser reaproveitados e reciclados e apenas os rejeitos devem ter disposição final. A identificação dos resíduos gerados em uma empresa consiste de uma avaliação criteriosa do seu processo produtivo e das atividades que existem em função deste, tais como manutenção, análises laboratoriais e outros. A partir da compreensão do fluxograma do processo produtivo, que é o desejado, é identificado o fluxograma ambiental, que ocorre em função do primeiro, e são listados todos os resíduos gerados por origem. A Figura 1 representa a análise do processo produtivo e a identificação do fluxograma ambiental. 59 revista do couro tecnologia FLUXOGRAMA DO PROCESSO revista do couro tecnologia Recursos: matéria-prima Insumos Água Energia Equipamentos... Atividades/ Operações 1 2 3 ... Resídos O que gera? Como gera? FLUXOGRAMA AMBIENTAL Figura 1 – Fluxograma do processo x fluxograma ambiental Cada um dos resíduos identificados deve ser caracterizado, classificado e quantificado (ou estimado, se não for possível). 1.1.2 - Definição dos procedimentos operacionais A definição dos procedimentos operacionais que envolvem o gerenciamento de resíduos, desde a sua geração até a destinação final, deve contemplar todos os resíduos identificados e considerar: • A necessidade de conhecer e cumprir os requisitos legais aplicáveis; • Os requisitos do cliente; • A viabilidade técnica, operacional e as questões de logística; • Os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos; • A diferença entre resíduo e rejeito; • A ordem de prioridade da gestão de resíduos sólidos. 1.1.2.1 - Metas e procedimentos que visem à minimização da geração de resíduos Uma vez concluído o diagnóstico e tendo identificado, caracterizado e quantificado todos os resíduos sólidos gerados, pode ser dado o primeiro passo para uma gestão eficaz. Este passo é importantíssimo na busca da sustentabilidade e compreende a avaliação de todos os resíduos e os processos que dão origem aos mesmos, seguida da definição das metas e das formas de prevenção e redução da sua geração. Os planos estabelecidos devem priori- 60 zar a prevenção e minimização a partir da aplicação dos princípios da não geração, redução, reutilização e reciclagem. A aplicação destes princípios nas diferentes áreas e etapas do processo permite diminuir a produção de resíduos, reduzindo custos com a destinação dos mesmos e evitando a formação de passivos ambientais. Diferentes ações, como por exemplo, a definição de padrões de desempenho a ser usados desde o desenvolvimento do produto até a entrega, a logística reversa, o estabelecimento de políticas de compras, as práticas de ecodesign, as técnicas de reuso, a reciclagem interna, a reciclagem externa e outras podem conduzir a resultados importantes e contribuir significativamente na busca pela sustentabilidade (ambiental, econômico e social). Cabe lembrar que agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduos perigoso, pneus, pilhas e baterias, óleo lubrificante, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e mistas, produtos eletroeletrônicos e seus componentes tem a sua logística reversa definida por lei (BRASIL, 2010a). 1.1.2.2 - Segregação e coleta seletiva dos resíduos Os resíduos gerados em todas as áreas da empresa, sejam estes industriais, laboratoriais, administrativos, de processos de manutenção ou outros, devem ser segregados na fonte, no momento do descarte, e permanecer desta forma até a sua destinação final. Para tanto, deve ser estabelecida, implementada e mantida a coleta seletiva, que consiste de um sistema de recolhimento dos resíduos segregados na fonte geradora. Para propiciar o descarte correto de cada tipo de material e facilitar a segregação e o acondicionamento dos resíduos, devem ser disponibilizados os coletores identificados e adequados ao volume e tipo de resíduo. Convém, sempre que possível, adotar as cores estabelecidas pela Resolução do CONAMA nº 275 (CONAMA, 2001) para a coleta seletiva (em entidades governamentais é obrigatório), como é mostrado na Tabela 2. Tabela 2 – Cores da coleta seletiva de resíduos COR RESÍDUO Azul Papel/papelão Vermelho Plástico Verde Vidro Amarelo Metal Preto Madeira Laranja Resíduos perigosos Branco Resíduos de serviços de saúde Roxo Resíduos radioativos Marrom Resíduos orgânicos Cinza Resíduos não recicláveis ou não passíveis de separação Fonte: Adaptado de Conselho Nacional do Meio Ambiente (2001). Maio/Junho | 2013 Cabe ressaltar que simplesmente distribuir recipientes coloridos para a coleta seletiva de resíduos não é suficiente para fazer com que todos os usuários do sistema adotem o comportamento desejado. Não é raro encontrar nas empresas coletores bonitos e bem identificados (Figura 2) com os resíduos misturados. Também há casos em que são verificados coletores feios e mal identificados (Figura 3) mas com os resíduos muito bem separados símbolos de risco, quando necessário. Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler, do Rio Grande do Sul. Todos os resíduos perigosos também devem receber o Código ONU, de acordo com o estabelecido na norma NBR 13.221 – Transporte terrestre de resíduos e na Resolução ANTT 420 que aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Tais códigos são importantes para o correto preenchimento da documentação necessária ao transporte dos resíduos e para elaboração dos relatórios exigidos pelos organismos de controle ambiental, como por exemplo, a FEPAM e o IBAMA. A tabela 3 apresenta exemplos de classificação e codificação de resíduos sólidos gerados. 1.1.2.3 - Classificação e armazenamento temporário dos resíduos A classificação dos resíduos sólidos, quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, em perigosos (classe I) e não perigosos (classes IIA e II B) deve ser procedida de acordo com a norma NBR 10.004 (ABNT, 2004b). Após esta classificação convém que os resíduos recebam a codificação adequada, tomando por base a própria norma NBR 10.004 a Instrução Normativa do IBAMA nº 13/2012 e as codificações estabelecidas pelos órgãos ambientais estaduais, como é o caso do Código do Resíduo – CODRES, estabelecido pela FEPAM – Fundação Tabela 3 – Exemplo de classificação e codificação de resíduos sólidos O descarte de resíduos com características de inflamabilidade (FEPAM, 2010) tais como têxteis, papeis e outros materiais contaminados com tintas, óleos, graxas e solventes, requer cuidados extras e devem ser providenciados coletores de segurança, especiais. Estes coletores tem por objetivo reduzir os vapores perigosos no ambiente e promover a auto-extinção das chamas, em caso de combustão. A adoção de um padrão de rotulagem é outra ferramenta importante para atingir o objetivo de segregar os resíduos na fonte. Os rótulos podem ser coloridos, trazer imagens e portar os Maio/Junho | 2013 CÓDIGO ONU I CÓDIGO INSTRUÇÃO NORMATIVA DO IBAMA 13/2012 Lodo proveniente do tratamento de efluentes líquidos originados do processo de curtimento com cromo II A CÓDIGO ABNT NBR 10004 RESÍDUO DE RESTAURANTE Figura 3 – Conjunto de Coletores de Resíduos Restos de alimentos e resíduos biodegradáveis de cozinhas e cantinas LODO DE ETE IDENTIFICAÇÃO CODRES (FEPAM) CLASSIFICAÇÃO RESÍDUO Figura 2 – Conjunto de Coletores de Resíduos A0010 A001 20 01 08 - K195 04 01 11 3077 D0090 Fonte: Adaptado de NBR 10004 (ABNT, 2004b), NBR 13221 (ABNT, 2010), Agência Nacional De Transportes Terrestres (2004), IBAMA (2012), e FEPAM (2013). Os resíduos devem ser acondicionados de maneira adequada e armazenados temporariamente de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente, até que sejam encaminhados para reciclagem, recuperação, tratamento ou disposição final. Para possibilitar rápida identificação os recipientes devem permanecer devidamente rotulados A forma de acondicionamento deve ser estabelecida considerando as características do resíduo, tais como seu estado físico, umidade, densidade e volume, sua periculosidade, a operaciona- lidade e outros. São formas comuns de acondicionamento: tambores metálicos, bombonas plásticas, baldes, contêineres, tanques, sacos plásticos, sacos tipo big bag e outros, fardos, caixas, cestos, silos e a granel. O depósito de resíduos deve atender ao disposto na norma NBR 12.235 (ABNT, 1992) para o armazenamento de resíduos sólidos perigosos – Classe I e o disposto na NBR 11.174 (ABNT, 1990) para os de Classes II. Os requisitos básicos de um depósito temporário de resíduos incluem: 61 revista do couro tecnologia revista do couro tecnologia • Cobertura; • Impermeabilização do piso; • Acessos internos e externos protegidos e mantidos de forma que possam ser usados em quaisquer condições climáticas; • Disponibilização e uso do Equipamento de Proteção Individual - EPI adequado; • Preparação para atendimento a emergência; • Realização de inspeções periódicas pelo responsável técnico; • Organização do leiaute de acordo com as características de incompatibilidade (resíduos reativos devem ficar a uma distância mínima de 15 m dos limites da propriedade); • Bacia(s) de contenção; • Iluminação, inclusive para situação de emergência; • Sinalização de segurança que identifique a instalação para os riscos de acesso ao local (placa de identificação “DEPÓSITO DE RESÍDUOS”, rótulos de risco para os inflamáveis e mapa de riscos). A adoção de alguns equipamentos como prensas enfardadeiras, contêineres empilháveis e paletes de contenção pode contribuir significativamente na redução do espaço necessário ao armazenamento e propiciar a mobilidade do resíduo. 1.1.2.4 - Quantificação dos resíduos Para o efetivo controle no gerenciamento dos resíduos é necessária à quantificação dos mesmos. Para tanto devem ser definidas as unidades de medida e a forma de medição para cada resíduo. Devem ser consideradas as unidades estabelecidas pelos órgãos de controle ambiental. Tão importante quanto a disponibilização de uma balança ou outro equipamento para medição, é a capacitação dos envolvidos neste processo. É comum verificar erros grosseiros na realização das pesagens ou outras medições e na conversão para diferentes unidades de medida, também. A quantificação dos resíduos deve ser registrada em planilhas, podendo ser adotado o modelo estabelecido na norma NBR 12.235 (ABNT, 1992). 62 1.1.2.5 - Destinação final dos resíduos A destinação final dos resíduos é o principal fator a ser considerado na prevenção à formação de passivos ambientais. Como alternativas de destinação final de resíduos encontramos reutilização, reprocessamento/reciclagem internos, reprocessamento/reciclagem externos, devolução ao fornecedor, rerrefino (de óleos), coprocessamento em fornos de cimento, incineração, incorporação ao solo, fertirrigação, compostagem, vermicompostagem, aterro sanitário, aterro de resíduos industriais perigosos e outros. Como destinação final ambientalmente adequada a Lei 12.305 (BRASIL, 2010a) estabelece a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético de resíduos. Na literatura são encontrados registros de diversas opções para a valorização dos resíduos sólidos do setor coureiro. Cabe estabelecer critérios para a definição dos destinatários de cada tipo de resíduo gerado. Entre os critérios a serem adotados, obviamente devemos considerar as metas estabelecidas para minimização (ver 1.1.2.1), o valor econômico, social e ambiental de cada resíduo, a logística e os requisitos legais aplicáveis. Entre todos os critérios que podem ser definidos, o licenciamento ambiental é condição sine qua non, sendo que é de suma importância que o mesmo seja verificado periodicamente, observando o cumprimento das condições e restrições estabelecidas na mesma, e assegurado que os parceiros escolhidos sejam realmente capazes de realizar os processos e atividades a que se propõem. 1.1.2.6 - Transporte dos resíduos O transporte dos resíduos sólidos para fora das instalações do gerador deve ser realizado por veículos devidamente licenciados para tal e de acordo com o estabelecido na legislação específica. O transporte deve ser feito de modo a prevenir e evitar danos ao meio ambiente e à saúde pública observando: • Que o equipamento de transporte seja adequado ao tipo de resíduo e às regulamentações pertinentes; • Que o estado de conservação do equipamento de transporte não permita derramamentos ou vazamentos durante o trajeto; • Que durante o transporte os resíduos estejam devidamente acondicionados e protegidos de intempéries; • Que os resíduos não sejam transportados juntamente com alimentos, medicamentos ou objetos destinados ao uso e/ou consumo humano ou animal, ou com embalagens destinadas a este fim. Além dos documentos fiscais exigidos pela legislação, os resíduos transportados devem ser acompanhados do Manifesto de Transporte de Resíduos – MTR, conforme estabelecido pela Portaria da FEPAM Nº 034/2009 (FEPAM, 2009), no caso do Rio Grande do Sul (cada estado possui a sua regulamentação). Para o transporte de resíduos classificados como perigosos deve ser providenciada também a Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte conforme NBR 7503 e NBR 13221 (ABNT, 2012 e ABNT, 2010). 1.1.2.7 Prevenção e preparação para atendimento a emergências Os resíduos devem ser manuseados de forma a minimizar a possibilidade de fogo, explosão, derramamento o vazamento de resíduos para o ar, água ou solo. Com o objetivo de evitar quaisquer efeitos indesejáveis os resíduos devem ser mantidos segregados e devidamente acondicionados. A estocagem dos resíduos deve considerar as questões de compatibilidade química. Todas as pessoas envolvidas no manuseio dos resíduos devem fazer uso do Equipamento de Proteção Individual – EPI definido no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA da empresa. O Depósito de Resíduos deve estar contemplado no Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio - PPCI e ser provido no mínimo, dos seguintes sisMaio/Junho | 2013 temas de segurança: equipamento de combate a incêndios conforme estabelecido no PPCI; bacias de contenção para os produtos passíveis de derramamento e kit de emergência (no mínimo um balde resistente a produtos químicos, material absorvente ou areia, sacos plásticos, cones e material de sinalização da área, pá e EPI) para contenção de pequenos e médios derramamentos; Deve ser estabelecido um plano de atendimento a emergências, incluindo a ocorrência de situações fora das instalações da empresa, como por exemplo, no transporte de resíduos. 1.1.2 - Definição de responsabilidades e capacitação O correto gerenciamento dos resíduos é fundamental para a minimização da geração dos resíduos e para a prevenção de possíveis efeitos danosos no meio ambiente. Assim a definição clara dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos e o estabelecimento de um plano de comunicação e capacitação das pessoas envolvidas com o PGRS é um fator primordial. A capacitação envolve entre outros pontos, os seguintes conteúdos: • A forma de segregação e coleta seletiva dos resíduos; • A forma de operação do Depósito de Resíduos; • A quantificação de resíduos; • A forma de utilização e preenchimento da documentação para o transporte de resíduos; • Preenchimento dos registros; • Emissão dos relatórios legais requeridos pelos organismos de controle e fiscalização ambiental; • Realização de inspeções periódicas dos sistemas de armazenamento de resíduos; • Atendimento a situações de emergência; • Uso correto do EPI. 2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Após o estabelecimento do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos o mesmo deve ser implementado, acompanhado, monitorado, corrigido, se necessário, e melhorado onde possível, atenMaio/Junho | 2013 dendo as quatro etapas do ciclo PDCA. Além do já exposto, dependendo da situação e tipo de empreendimento, pode ser necessário o estabelecimento de medidas saneadoras de passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, a definição de ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a identificação de soluções compartilhadas com outros geradores. Outro aspecto importante a ser considerado é que o PGRS deve ser revisado periodicamente. Para mais informações ou dúvidas sobre a elaboração de PGRS sugere-se que entre em contato com o Centro Tecnológico do Couro SENAI através do e-mail: <[email protected]> ou do site: <www.senairs.org.br/couro>. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT. Resolução nº 420, de 12 de fevereiro de 2004. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 mai. 2004. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/index.php/ content/view/1420/Resolucao_420.html>. Acesso em: 03 junho 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7503: transporte terrestre de produtos perigosos: ficha de emergência e envelope: características, dimensões e preenchimento. São Paulo, 2012. 12p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001: sistemas de gestão da qualidade – requisitos. São Paulo, 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos sólidos: classificação. São Paulo, 2004b. 71 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11174: armazenamento de resíduos sólidos classes II – não inertes e III – inertes: procedimento. São Paulo, 1990. 7p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12235: armazenamento de resíduos sólidos perigosos: procedimento. São Paulo, 1992. 14 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13221: transporte terrestre de resíduos. São Paulo, 2010. 6 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: sistemas da gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. São Paulo, 2004a. 27 p. BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 ago. 2010a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305. htm>. 31 maio 2013. BRASIL. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 ago. 2010b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Decreto/D7404. htm>. Acesso em: 31 maio 2013. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 jun. 2001. Disponível em <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/ res01/res27501.html>. Acesso em: 31 maio 2013. FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – FEPAM. Portaria nº 034/2009, de 03 de agosto de 2009. Diário Oficial do Estado, Porto Alegre, RS, 03 ago. 2009. 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Diário Oficial do Estado, Porto Alegre, RS, 27 jul. 1993. Disponível em: <http://www.fepam.rs.gov.br/legislacao/arq/leg0000000028.pdf>. Acesso em: 31 maio 2013. VIERA, Luís. A diminuição do passivo ambiental é urgente. Tecnicouro, Novo Hamburgo, ano 29, n. 2, p. 46-50, mar. 2008. 63 revista do couro tecnologia revista do couro TECNOLOGIA Atributos químicos e teor de cromo em solo com aplicação de resíduos de curtume e de carvão em experimento de longa duração(1) Fabrício Balerini(2); Liane Bianchin(3); Carlos A. Bissani(4); Marino J. Tedesco(4) Resumo A aplicação em solos agrícolas é uma das alternativas de disposição de resíduos orgânicos, por sua contribuição em matéria orgânica e nutrientes. Entretanto, alguns resíduos podem conter componentes potencialmente tóxicos, como metais pesados, como é o caso das indústrias curtidoras e da mineração de carvão. O objetivo deste trabalho é a caracterização de atributos químicos do solo com a aplicação dos resíduos, bem como avaliar o deslocamento do cromo no perfil do solo. O solo da área experimental é um Argissolo Vermelho Distrófico típico. Os tratamentos constam da aplicação de resíduos de curtume e carbonífero, incorporados à camada superficial do solo (0-20 cm) em 1996, quando foi iniciado o experimento, e em 2000, além de tratamentos com adubação mineral e testemu- nha. Em amostras de solo coletadas em 01/2010, nas camadas de 0-20, 20-50 e 50-80 cm, foram determinados atributos químicos relacionados à fertilidade do solo e o teor de cromo pelo método EPA 3050b. Na camada 0-20 cm, o pH do solo nos tratamentos com lodo de curtume foi semelhante ao do tratamento com calcário (adubação mineral), evidenciando o efeito corretivo deste resíduo. Na mesma camada, o teor de matéria orgânica aumentou significativamente nos tratamentos com maior dose de lodo de curtume e com serragem cromada. A imobilização do cromo na camada 0 a 20 cm é evidenciada por não haver variação significativa dos teores de cromo entre a testemunha e os demais tratamentos nas camadas 20 a 50 e 50 a 80 cm. Palavras-Chave: resíduos orgânicos; correção da acidez; nutrientes. Introdução A aplicação em solos agrícolas vem sendo estudada como uma das alternativas para disposição final de resíduos orgânicos industriais. Embora sejam evidentes os benefícios que estes materiais podem trazer às propriedades do solo, existe a preocupação com constituintes potencialmente tóxicos, como metais pesados, que podem estar presentes nos resíduos dos processos de produção em concentrações relativamente altas. O estudo da dinâmica de metais potencialmente tóxicos em matrizes ambientais apresenta grande importância, uma vez que estes não são biologicamente de- (1) Parte da tese de doutorado do segundo autor; (2)Graduando em Agronomia, Bolsista PIBIC/CNPq, Departamento de Solos, Faculdade de Agronomia, UFRGS, (3) Professora, Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade FEEVALE; (4) Professor, Departamento de Solos, Faculdade de Agronomia, UFRGS 64 gradáveis como acontece com outros poluentes. O processo de curtimento de couros utilizado por cerca de 90% das indústrias é o curtimento mineral com sais de cromo, levando à produção de resíduos orgânicos ricos neste metal, portanto perigosos. Apesar de a legislação determinar que estes resíduos sejam dispostos em aterros industriais, esta medida tem como limitações o alto custo e o esgotamento da capacidade de suporte dos aterros. O carvão mineral é a maior fonte de energia não renovável no país. A utilização de carvão como fonte de energia para quaisquer aplicações constitui uma atividade potencialmente danosa ao meio ambiente devido à produção de resíduos estéreis e rejeitos ricos em sulfetos de ferro, que, quando oxidados, resultam em baixo pH e altas concentrações de metais com potencial poluente no solo e água. Mesmo que o solo tenha potencial complexante destes elementos, vários fatores que influenciam este processo precisam ser entendi- Maio/Junho | 2013 dos, de modo a permitir o monitoramento de atributos químicos e de metais, em especial em estudos de longo prazo. Nesse contexto, o presente trabalho busca dar continuidade aos estudos em experimento de longa duração, a campo, com disposição de resíduos da indústria do couro e resíduo carbonífero. A aplicação de resíduos foi realizada em 1996, com reaplicação no verão de 1999/2000. Ao longo desse período, até 2005, foram avaliados os efeitos da aplicação e reaplicação desses resíduos, tanto no solo como em algumas culturas anuais, bem como a degradabilidade dos resíduos de curtume. A atual etapa tem por objetivo realizar estudos de caracterização química do solo e do deslocamento do cromo em profundidade. Material e Métodos O experimento foi iniciado em 1996, em área de campo nativo, na Estação Experimental Agronômica (EEA) da UFRGS, no município de Eldorado do Sul (RS), região fisiográfica da Depressão Central. O solo da área experimental é classificado como Argissolo Vermelho Distrófico típico (EMBRAPA, 1999). A precipitação média anual da região é de 1.440 mm e o clima, segundo a classificação de Koeppen, é subtropical de verão úmido quente (Cfa). Em 1996, foram implantados os tratamentos, incluindo aqueles com resíduos de curtume (lodo de estação de tratamento e serragem cromada) e carbonífero, além dos demais tratamentos. A reaplicação foi realizada no verão de 1999/2000. No ano agrícola de 1996/97, foram cultivados milho e soja no verão e trigo no inverno, com avaliações das culturas e do solo apresentadas por Ferreira (1998). No ano agrícola de 1999/2000, os resíduos foram reaplicados, tendo sido avaliada a disponibilidade dos nutrientes para as culturas do milho e da soja no verão e do trigo no inverno, sendo os resultados das avaliações apresentados por Kray (2001). No período de 2000 a 2005, a área experimental ficou em pousio. No verão de 2006/2007, foi cultivada com mamona, visando à avaliação do efeito residual dos tratamentos no crescimento das plantas e atributos químicos do solo. O detalhamento do experimento e resultados obtidos estão apresentados em Quadro (2008). Os tratamentos em estudo são os seguintes: T1 - Testemunha T2 - Adubação NPK + calcário (ca) T3 - Lodo de curtume para atingir pH 6,0(L1) + PK T4 - L2 (2 x L1) + PK T5 - Resíduo carbonífero + NPK + calcário T6 - Resíduo carbonífero + L1 + PK T7 - Serragem cromada + NPK + calcário T8 - L1 + cromo mineral (sulfato de cromo) + PK Maio/Junho | 2013 As quantidades de resíduos aplicadas foram estabelecidas com base nos resultados de análise do solo e dos resíduos e na necessidade de corretivo da acidez do solo para elevar o valor de pH a 6,0, estando apresentadas na Tabela 1. Tabela 1. Doses de materiais aplicados e reaplicados em cada tratamento (base seca) Tratamento Aplicação Reaplicação t ha Cromo kg ha-1 -1 1 - - 2 3,4 ca 6,3 ca - 3 21,25 LC 22,4 LC 671 4 42,50 LC 44,80 LC 1.342 5 106,0 RC 56,0 RC - 20,0 ca 6 7 8 106,0 RC 56,0 RC 21,24 LC 34,4 LC 29,4 SC 30,0 SC 3,4 ca 8,6 ca 21,25 LC 22,4 LC 0,125 Crmin 0,500 Crmin 937 1.337 1.296 As condições atuais da área do experimento, mantida em pousio desde 2007, foram avaliadas em amostras coletadas nas camadas de zero a 20, 20 a 50 e 50 a 80 cm de profundidade, em 01/2010. As amostras da camada superficial foram coletadas com pá-de-corte e das demais camadas, com trados tipo holandês, com diferentes diâmetros, para evitar a contaminação. Após o preparo, foram determinados atributos químicos segundo metodologia descrita por Tedesco et al. (1995) e o teor de cromo por extração pelo método EPA 3050b (USEPA, 1996), seguida da quantificação por espectrofotometria de absorção atômica. Resultados e Discussão Quanto ao nitrogênio, os valores obtidos para N-NH4+ e N-NO3- não demonstraram variação significativa nos tratamentos em relação à testemunha (Tabela 2). Os valores médios e a relação de aproximadamente 1:1 para N-NH4+ e N-NO3- se aproximam dos resultados obtidos por Polleto (2008) em avaliação conduzida em área próxima ao experimento em estudo, sob vegetação nativa. Maiores teores de N total foram determinados nos tratamentos com resíduos de curtume, com destaque para a serragem cromada, indicando o efeito residual deste resíduo quanto a este nutriente. 65 revista do couro TECNOLOGIA revista do couro TECNOLOGIA Tabela 2. Teores de NH4+, NO3- e N total no solo da camada superficial (0 a 20 cm) Tratamento NH4+ NO3- (NH4+ + NO3-) mg kg-1 Tabela 3. Teor de cromo no solo (método EPA 3050b) Cromo Tratamento N total 0-20cm 20-50cm g kg-1 50-80cm mg kg -1 1 16,9a 18,0a 34,9a 0,9a 1 2 18,1a 17,2a 35,3a 1,0a 3 17,1a 19,4a 35,6a 1,0a 4 17,5a 19,3a 36,8a 5 17,3a 19,5a 36,8a 6 15,4a 16,8a 7 15,5a 18,4a 8 15,3a Média 16,6 28,2a 15,5a 14,5a 2 30,0a 18,5a 13,8a 3 162,8b 20,3a 24,5a 1,3ab 4 340,8c 23,8a 22,5a 1,1a 5 31,0a 15,0a 20,5a 32,2a 1,3ab 6 262,0bc 31,5a 18,5a 33,9a 1,7b 7 386,5c 28,8a 27,3a 16.4a 31,6a 1,2ab 8 378,0c 20,5a 19,5a 18,1 34,8 1,2 Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05). Conforme a Tabela 3, que apresenta o teor de cromo obtido na forma denominada “pseudo-total”, conforme metodologia EPA 3050b, não houve variação estatística significativa entre os tratamentos com resíduos e a testemunha nas camadas de 20 a 50 e 50 a 80 cm, mesmo para os tratamentos 4, 6, 7 e 8 que receberam maiores aportes de cromo. Isso comprova a importância do solo na imobilização desse metal, evitando sua lixiviação no perfil do solo. As Tabelas 4, 5 e 6 apresentam os valores de atributos químicos das amostras coletadas respectivamente da camada superficial (0 a 20 cm), subsuperficial (20 a 50 cm) e subjacente (50 a 80 cm). Na camada superficial, os valores de pH nos tratamentos onde foi aplicado lodo de curtume (T3 e T4) foram semelhantes ao do tratamento com calcário (T2), conforme já observado por Kray (2001) e Quadro (2008), mesmo passados 10 anos da última aplicação dos resíduos. Até o momento, a alcalinidade do lodo de curtume vem neutralizando o efeito acidificante do resí- Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05). duo carbonífero, pois o pH do tratamento T6 (RC + LC + PK) não diferiu da testemunha (T1). Este fato também foi observado por Kray et al. (2008) e pode indicar a possibilidade do uso de lodo de curtume na reconstrução de solos de áreas de mineração. Na camada superficial, o teor de matéria orgânica aumentou significativamente nos com maior dose de lodo (T4), resíduo carbonífero+lodo (T6) e serragem cromada (T7). Observou-se em todos os tratamentos, o aumento no teor de alumínio trocável do solo, comparativamente aos resultados obtidos por Quadro (2005). Esse aumento acompanha a diminuição do pH também verificada para a maioria dos tratamentos. A translocação do efeito corretivo do lodo na camada subsuperficial ainda pode ser verificada, uma vez que, à exceção dos tratamentos nos quais foi aplicado resíduo carbonífero e serragem cromada, o valor do pH foi maior do que na testemunha. Observou-se ainda, nessa profundidade, o aumento da concentração de cálcio em todos os tratamentos quando comparado à testemunha. Aumentos significativos de cálcio e magnésio foram também determinados na camada 50-80 cm do tratamento T4 (L2). Tabela 4. Características químicas da camada superficial (0 a 20 cm) Tratamento pH Índice SMP P disp. K disp. M.O. Al troc. g kg-1 mg dm -3 Ca troc. Mg troc. cmolc dm Mn troc. mg dm-3 -3 1(T) 4,9a 5,9a 2,2a 122abc 20,8a 1,3b 1,9a 1,2ab 25a 2(NPK+Ca) 6,1cd 6,6c 4,5abc 120abc 20,5a 0,0a 4,1bc 2,7d 8,9a 3(L1+PK) 6,0cd 6,5bc 4,8abc 129bc 22,3a 0,0a 4,2bcd 1,5ab 8,8a 4(L2+PK) 6,2cd 6,7c 7,8d 154c 28,0b 0,0a 5,6d 1,7bc 6,2a 5(RC+NPK+Ca 5,9cd 6,5bc 4,0abc 110abc 24,0a 0,1a 4,3bcd 2,7d 10,9a 6(RC+L1+PK) 4,8a 5,8a 6,8cd 101ab 28,5b 1,2b 3,8ab 0,9a 25,9a 7(SC+NPK+Ca) 5,4b 6,2b 3,3ab 79a 28,3b 0,2a 4,5abc 2,2cd 16,7a 8(L1+Crmin+PK) 5,7b 6,4bc 5,5bcd 139bc 23,9a 0,1a 4,6cd 1,4ab 7,8a Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05). 66 Maio/Junho | 2013 Tabela 5. Características químicas da camada subsuperficial (20 a 50cm) Tratamento pH Índice SMP P disp. K disp. M.O. Al troc. g kg-1 mg dm -3 Ca troc. Mg troc. cmolc dm Mn troc. mg dm-3 -3 1(T) 4,5ab 5,1a 1,0a 64ab 14,4a 2,7bc 1,0a 1,0ab 5,9a 2(NPK+Ca) 4,7bc 5,4ab 1,1a 61ab 13,6a 1,7abc 1,4a 2,1c 2,0a 3(L1+PK) 4,9cd 5,5b 0,9a 66ab 16,2a 1,6ab 3,4ab 1,7bc 1,9a 4(L2+PK) 5,2d 6,0c 1,6a 75b 12,4a 0,6a 6,0b 2,1c 2,2a 5(RC+NPK+Ca 4,4a 5,1ab 0,8a 56ab 15,5a 2,8c 1,2a 1,1abc 6,2a 6(RC+L1+PK) 4,3a 5,0a 1,3a 55ab 13,4b 2,9c 1,8a 0,6a 5,4a 7(SC+NPK+Ca) 4,5ab 5,2ab 1,0a 42a 15,5b 2,3bc 1,7a 1,1abc 5,6a 8(L1+Crmin+PK) 4,8bc 5,4ab 1,0a 72b 13,4a 2,0bc 3,5ab 1,3abc 2,5a Ca troc. Mg troc. Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05). Tabela 6. Características químicas da camada subjacente (50 a 80 cm) Tratamento pH Índice SMP P disp. K disp. 1(T) 4,5cd 2(NPK+Ca) 3(L1+PK) 4(L2+PK) 4,7d 5,3c 5(RC+NPK+Ca 4,1a 4,5a 6(RC+L1+PK) 4,2ab 4,7ab 7(SC+NPK+Ca) 4,4abc 4,8ab 8(L1+Crmin+PK) 4,4bc 5,0bc M.O. Al troc. cmolc dm-3 g kg-1 mg dm-3 Mn troc. mg dm-3 4,9abc 0,3a 65b 10,6a 2,5a 1,0a 1,2ab 4,8a 4,5cd 5,0bc 0,8ab 52ab 11,1ab 4,5cd 4,9abc 0,9ab 58ab 11,7ab 2,7a 1,4a 1,5ab 2,8a 2,0a 2,2ab 1,7b 1,4a 1,1b 41a 0,6ab 39a 11,6ab 2,0a 3,1b 1,9b 2,3a 10,5a 3,3a 1,1a 0,7ab 6,2a 0,6ab 41ab 11,4ab 3,4a 1,1a 0,5a 4,5a 0,7ab 36a 14,0b 3,0a 1,3a 0,9ab 5,4a 0,6ab 58ab 10,3a 3,1a 1,5ab 1,2ab 2,2a Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05). Conclusões Os resultados permitem concluir que: a) na camada superficial, o pH do solo nos tratamentos com lodo de curtume é semelhante ao do tratamento com calcário; b) o efeito corretivo do lodo de curtume na camada 20-50 cm é constatado pelos maiores valores de pH e Ca e menores de Al.; c) a imobilização do cromo na camada 0 a 20 cm é evidenciada por não haver variação significativa do teor de cromo entre a testemunha e os demais tratamentos nas camadas 20-50 e 50-80 cm. Agradecimentos Ao conselho nacional de desenvolvimento científico e tecnológico (CNPQ) pelo apoio financeiro e à EEA-UFRGS pelo apoio na condução do trabalho. Maio/Junho | 2013 Referências EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa-SPI, 1999. 412 p. FERREIRA, A. S. Efeitos da adição de resíduos de curtume carbonífero nas plantas e no solo. Porto Alegre, 1998 104f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo. Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998. KRAY, C. H. Efeitos da aplicação e reaplicação de resíduos carbonífero e de curtume no solo e nas plantas. 2001. 90f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo. Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001. KRAY, C.H.; TEDESCO, M.J.; BISSANI, C.A.; GIANELLO, C.; SILVA, K.J. Tannery and coal mining waste disposal on soil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, p. 2877-2882, 2008. POLETTO, N.; GROHS, D.S.; MUNDSTOCK, C.M. Flutuação diária e estacional de nitrato e amônio em um Argissolo Vermelho Distrófico típico. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, p. 1619-1626, 2008. QUADRO, M. S. Alterações no solo causadas por aplicações sucessivas de resíduos de curtume e carbonífero e a degradabilidade dos resíduos de curtume, 2008. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo. Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A. et al. Análises de solos, plantas e outros materiais. 2. ed Porto Alegre: Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia, UFRGS, 1995. 174 p (Boletim Técnico, 5) U.S.EPA. Estados Unidos Environmental Protection Agency. Method 3050b: acid digestion of sediments, sludges, and soils. Washington, 1996. 67 revista do couro tecnologia Importações de produtos químicos Índices crescem 13,5% e somam US$ 18,0 bilhões até maio de 2013 O Brasil importou US$ 3,8 bilhões em produtos químicos no mês de maio, queda de 6,9% em relação a abril, mas um aumento de 10,1% em relação ao mês de maio de 2012. De janeiro a maio, foram importados US$ 18,0 bilhões, 13,5% a mais do que no mesmo período do ano passado. Já as exportações brasileiras de produtos químicos alcançaram US$ 1,2 bilhão em maio, o que representa um moderado crescimento de 2,2% em relação a abril, mas queda de 5,7% em Divulgação revista do couro MERCADO relação a maio de 2012. No acumulado do ano, até maio, as vendas externas somam US$ 5,9 bilhões, valor 4,6% inferior ao registrado em igual período do ano passado. “O estabelecimento de créditos presumidos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins na importação e sobre a receita decorrente da venda no mercado interno de insumos da indústria química nacional, medidas entre as prioritárias na Agenda Setorial da Química e recentemente instauradas pela Medida Provisória 613/2013, deverão ser fundamentais para a retomada do uso da capacidade instalada e consequente redução da participação de importados no Consumo Aparente Nacional de produtos químicos”, destaca a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo. O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 12,1 bilhões entre janeiro e maio deste ano. Nos últimos 12 meses, de junho de 2012 a maio de 2013, o déficit em produtos químicos é superior a US$ 30,6 bilhões, atingindo-se novos recordes para esse indicador a cada mês. Os produtos químicos representaram 18,2% do total de US$ 98,7 bilhões em importações e 6,4% dos US$ 93,3 bilhões em exportações realizadas pelo País de janeiro a maio. As importações de produtos químicos movimentaram 14,1 milhões de toneladas, ao passo que o volume das exportações chegou a 5,8 milhões de toneladas. Fonte: Equipe de Assuntos de Comércio Exterior – Abiquim Crescimento modesto do mercado mundial de carnes A produção global de carnes deverá crescer modestamente em 2013, com previsão de alcançar 308,2 milhões de toneladas, segundo o relatório da FAO “Panorama Econômico Mundial”, divulgado no dia 13 de junho. Isso representaria uma alta de 4,3 milhões de toneladas em relação à 2012 (1,4%). Segundo a entidade, muitos países continuam a lutar contra os preços elevados de ração animal, embora a alimentação dos animais continue em níveis historicamente altos, ela deu início a uma tendência de queda no segundo semestre de 2012 que continua este ano. A FAO afirmou que esse fato oferece mais perspectivas de lucro na produção de carnes, sobretudo nos mercados de suínos e aves, que dependem mais da ração animal. 68 O relatório aponta que a produção de carnes deve crescer com mais vigor nos países em desenvolvimento, onde a expansão da demanda por proteína animal ocorre de forma mais acentuada. Em relação aos preços, a perspectiva é de manutenção nos níveis atuais — considerados altos. O Índice de Preços da FAO para maio deste ano ficou em 179, dentro da banda média de 177 e 179 que vem sendo registrada desde outubro de 2012. Por fim, o relatório da FAO estima que as exportações de carnes devam atingir 30,2 milhões de toneladas em 2013, o que configuraria uma alta de 1,1% em relação à 2012. Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint. Maio/Junho | 2013 Exportações de couros e peles em maio A s exportações de couros e peles apresentadas pela SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), referentes ao mês de Maio de 2013, demonstraram pelo segundo mês consecutivo valores recordes, superando o valor alcançado no mesmo mês do ano anterior e em relação à Abril deste ano. O mês de Maio mostra um valor total de US$ 229,3 milhões, ou seja, uma alta de 16,8% em relação a Maio de 2012, cujo valor foi de US$ 196,3 milhões, e uma alta de 5,0% em relação a Abril de 2013, cujo valor foi de US$ 218,4 milhões. Quanto à quantidade de couros, considerando somente os couros bovinos, em Maio foram exportadas 3,2 milhões de uni- Maio/Junho | 2013 dades, um aumento de 16,9% em relação a Maio de 2012, cujo total foi de 2,7 milhões. Segue abaixo o perfil das exportações de Maio 2013: Os principais destinos dos couros brasileiros entre Janeiro e Maio de 2013 foram: China / Hong Kong com 34,9%, Itália com 23,8%, e Estados Unidos com 10,3% (participação monetária). Os principais estados exportadores no mesmo período foram São Paulo e Rio Grande do Sul, com 21,1% e 19,9%, respectivamente. Na terceira posição permanece o Paraná com 11,4%, seguido por Goiás com 11,4% e Ceará com 7,5%. Fonte: CICB 69 revista do couro mercado revista do couro mercado Mercado de carnes do Reino Unido O Reino Unido teve o melhor desempenho de mercado para carnes dentro da União Europeia (UE). Com um escore 3,8% acima da média da UE, o Reino Unido foi o mercado de melhor desempenho para carne e produtos derivados baseado em fatores que incluíram comparabilidade, confiança, problemas e reclamações, mudança de comportamento e cumprimento das expectativas. Finlândia e Malta tiveram os dois próximos maiores indicadores de desempenho, com 103,5 e 103,1, respectivamente, enquanto Bulgária teve o menor, com 86,9. O estudo avaliou o que direciona o comportamento de compra dos consumidores no mercado de carnes da UE, após a carne ter sido um dos bens de mercado de pior desempenho há dois anos. O fator mais importante aos consumidores foram estímulos sensoriais, como a carne parecer fresca (10,2%) e saborosa (8,7%) e estar exposta de forma higiênica (8,4%), mas o preço também era um fator importante. A UE recomendou mais monitoramento da formação de preços na cadeia de fornecimento da carne, à medida que a satisfação dos consumidores com os preços estava muito baixa. Isso incluirá uma análise para avaliar em que extensão os preços da carne refletem os custos de produção ou margens excessivas a certos estágios da cadeia de fornecimento. Fonte: http://www.fwi.co.uk, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint. USDA: aumenta previsão para produção de carnes nos EUA A previsão para a produção total de carnes vermelhas nos EUA em 2013 aumenta com relação ao mês passado, à medida que as maiores produções de carne bovina e de frango mais que compensarão a menor produção de carne suína, de acordo com o último relatório sobre Estimativas de Oferta e Demanda Agrícolas Mundiais (WASDE) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Esse possível aumento na produção poderá ocorrer à medida que as condições ruins das forragens resultarem em colocações relativamente maiores de gado em confinamento na primeira parte de 2013, juntamente com o acréscimo nos abates de bovinos. As previsões de exportações de carne bovina em 2013 foram reduzidas com relação ao mês passado, à medida que o comércio a diversos mercados tem se mantido relativamente fraco. As previsões de preços de boi para 2013 também foram reduzidas com relação ao mês passado, refletindo preços menores do que o esperado até agora. A previsão para produção, exportações e preços de carnes vermelhas em 2014 não mudaram com relação ao mês passado. Para ler relatório completo, acesse http://www.usda;gov/ oce/commodity/wasde/latest.pdf. Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint. Recorde de exportações de couro em abril O s esforços da indústria curtidora e o trabalho associativo das empresas de curtumes têm trazido resultados muito positivos e palpáveis em 2013. Recentemente, no balanço das exportações do mês de abril, registrou-se o recorde histórico de vendas de couros ao mercado externo em um único mês: US$ 218,438 milhões, ou seja, uma alta de 24,6% em relação ao mesmo mês de 2012. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior, com análise elaborada pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Na avaliação final das exportações de couros e peles de abril, os couros acabados (com maior valor agregado) representaram 55,5% do faturamento do mês. Os principais destinos dos 70 couros brasileiros entre janeiro e abril de 2013 foram: China / Hong Kong com 34,6%, Itália com 18,1% e Estados Unidos com 12,9% (participação monetária). Os principais estados exportadores no mesmo período foram São Paulo e Rio Grande do Sul, com 21,5% e 19,9%, respectivamente. Na terceira posição permanece o Paraná com 11,3%, seguido por Goiás com 11,2% e Ceará com 7,8%. Quanto à quantidade de couros, considerando somente os couros bovinos, em abril foram exportadas 3,017 milhões de unidades, um aumento de 33,8% em relação a Abril de 2012, cujo total foi de 2,255 milhões. Fonte: Imprensa CICB Maio/Junho | 2013 revista do couro ABQTIC V Fórum Ambiental do Setor Couro R ealizado na noite de 05 de junho (Dia do Meio Ambiente), o V Fórum Ambiental do Setor Couro reuniu bom público no auditório do Centro Tecnológico do Couro – SENAI. O evento contou com a presença de convidados, estudantes e profissionais do setor couro, que tiveram a oportunidade de acompanhar a apresentação dos palestrantes convidados e participar do debate ao final dos trabalhos. Promovido pelo CT Couro – SENAI, o tradicional fórum ambiental contou com apoio da ABQTIC, AICSul, CICB, Fundação Paulo Leuck Schuck e Prefeitura Municipal Estância Velha. As palestras da noite foram: "Obras de Recuperação Ambiental da Central de Resíduos Sólidos Industriais Os palestrantes convidados participando dos debates com os participantes de Lomba Grande” - Novo Hamburgo/RS - Palestrante: Roberto Viñas - Geólogo / Novo Ambiente Ltda; "Dinâmica do cromo em solo com aplicação de resíduos de curtume e carbonífero" - Palestrante: Liane Bianchin - Doutora em Ciência do Solo / Feevale; "Coprocessamento de Resíduos Sólidos do RS" - Palestrante: Evandro Cristofoli - Engenheiro Químico/Gerente Operacional da Fundação Proamb; "GM Gravataí - Zero Aterro" - Palestrante: Audrey Wonghon - Engenheira Ambiental, Msc em Qualidade Ambiental / GM do Brasil. Os participantes que tiverem interesse em solicitar o certificado de participação e CD com o conteúdo das apresentações, devem enviar e-mail para [email protected]. Público prestigiou o Fórum Ambiental do Setor Couro Fonte: Imprensa ABQTIC Fotos Leila Ermel VP ALTO TAQUARI realiza reunião em Lajeado N o dia 29 de junho será realizada mais uma reunião da Vice Presidência da ABQTIC Alto Taquari, a partir das 10h30, no restaurante Di Pietro, em Lajeado. A palestra técnica será ministrada pela Stahl S.A. que destacará os seguintes temas: Coleção Outono/Inverno 2014/15; Fabricação e diferenciais das resinas híbridas; Pull-up: parafinas e óleos; Sistemas de melhoramento de classificação: Mirage. O vice presidente da ABQTIC Alto Taquari, Angelito Junqueira, Maio/Junho | 2013 convida a todos os profissionais do setor couro do Vale do Taquari a participar. As inscrições podem ser feitas pelo Fone 51 9313 6846 ou através do e-mail angelito@tanquimica. com.br. Após a palestra, como tradicionalmente ocorre nos eventos técnicos da entidade, ocorrerá um almoço gentilmente oferecido pela empresa palestrante. Fonte: Imprensa ABQTIC 71 revista do couro ABQTIC ABQTIC entregou troféu O Curtidor Entrega de troféu ao homenageado de 2013, Cesar Augusto Fuga Homenagem de 2013 ocorreu na reunião técnica realizada na noite de 06 de maio, após painel com CICB e com comissão organizadora do Congresso da IULTCS de 2015 N a noite de 06 de maio, a Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro - ABQTIC realizou mais um evento técnico reunindo associados e convidados em sua sede. Na ocasião, ocorreu um painel com a participação do presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil – CICB, José Fernando Bello, e com o presidente da Comissão Organizadora do Congresso da IULTCS/2015, Roberto Kamelman. CICB - Bello destacou os projetos e atividades que o CICB vem desenvolvendo em prol das indústrias do setor e na ampliação da visibilidade do couro brasileiro no mundo. O presidente executivo apresentou ainda importantes índices mercadológicos, questões sobre o planejamento estratégico da entidade, sobre a nova comunicação visual tanto do CICB como do projeto Brazilian Leather. Finalizou com informações sobre a intensificação na divulgação e nas ações quanto a Lei do Couro. CONGRESSO IULTCS 2013 - À frente da comissão organizadora do Congresso da IULCTS/2015, Kamelman falou sobre o trabalho que vem sendo realizado pela equipe para a realização deste evento mundial, que trará ao Brasil, mais precisamente à Novo Hamburgo/RS, os holofotes do que há de mais atual e inovador no setor couro. As datas já estão definidas: entre os dias 24 e 27 de novembro de 2015. E os encontros para desenvolver uma programação técnicocientífica atrativa e definir todos os detalhes necessários para realizar um evento desta magnitude já estão em pleno andamento. Dentre as confirmações já definidas destacou que, paralelamente ao Congresso da IULTCS/2015, ocorrerão o 72 Congresso Latinoamericano da FLAQTIC e o Encontro Nacional da ABQTIC e, no decorrer do evento, em parceria com o CT Couro - Senai, será realizada a FECURT, apresentando os trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos estudantes da instituição. HOMENAGEM - Após o painel, a ABQTIC realizou a entrega do troféu O Curtidor para Cesar Augusto Fuga, escolhido para ser o agraciado em 2013 por sua destacada trajetória profissional. Técnico em Curtimento da primeira turma de formandos da então Escola de Curtimento, segue atuante no setor couro na empresa Luiz Fuga, de São Leopoldo. Em pronunciamento do presidente do Conselho do CT Couro - Senai, Francisco Alziro Gomes, fatos significativos da história do homenageado foram destacados. Tendo recebido o troféu O Curtidor das mãos de Francisco, o agraciado também recebeu um troféu do prefeito de Estância Velha, Waldir Dilkin, em nome do município, pela passagem do Dia do Curtidor. Encerradas Francisco Alziro Gomes entregou o troféu O Curtidor as homenagens, os ao homenageado deste ano, Cesar Augusto Fuga participantes confraternizaram num jantar oferecido na sede, que contou com o patrocínio do Sindicato das Indústrias de Curtimento de Couros e Peles de Portão e do Sindicato das Indústrias de Artefatos e de Curtimento de Couros e Peles de Novo Hamburgo. Fonte: Imprensa ABQTIC Fotos Leila Ermel O prefeito de Estância Velha, José Waldir Dilkin, também entregou um troféu ao agraciado Maio/Junho | 2013 revista do couro abqtic ABQTIC palestrou em reunião de Meio Ambiente da AICSul N o dia 19 de junho, a presidente da ABQTIC, Regina Cánovas Teixeira, foi a responsável pela palestra convidada no Conselho de Meio Ambiente da AICSul, na tradicional reunião mensal do grupo. O tema apresentado ao conselho foi o XXXII Congresso da IULTCS, realizado entre os dias 28 e 31 de maio, em Istanbul, na Turquia, que contou com uma comitiva brasileira de 17 pessoas. A presidente da ABQTIC apresentou os temas principais discutidos no congresso, um breve resumo das atividades e falou sobre os trabalhos que mais se destacaram especificamente na área de Meio Ambiente. A engenheira química Regina informou ainda que o material dos anais do referido Congresso Internacional estão à disposição na sede da ABQTIC, mas é necessária a solicitação de autorização por parte da IULTCS para tradução ou publicação dos mesmos. Ao final da programação do evento em Istanbul, a Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro recebeu a bandeira da IULTCS, que foi entregue para a presidente Regina, pois o Brasil será o próximo país a sediar o Congresso da União Internacional, marcado para 2015. Conforme informações da presidente Regina, o evento irá ser realizado em Novo Hamburgo/RS nos dias 24 a 27 de novembro, ocasião em que ocorrem paralelamente o XIX Congresso Latino-americano da FLAQTIC e o XXI Encontro Nacional da ABQTIC. A Comissão Organizadora já está com as tratativas em pleno andamento para trazer os holofotes Regina Cánovas Teixeira palestrando na AICSul do mundo do couro ao país. O coordenador do Conselho de MA da AICSul, Hugo Springer, também apresentou sua breve análise sobre a participação no congresso internacional. Na próxima edição da Revista do Couro será publicado um material especial relacionado ao XXXII Congresso da IULTCS, com uma abordagem técnico-científica, além de uma avaliação de integrantes da comitiva brasileira que acompanhou a programação do evento. Dando sequência à pauta da reunião, Adolfo Klein, vice-presidente do Comitesinos e integrante da diretoria da ABQTIC, fez uma explanação sobre o Plano de Bacias Hidrográficas. Fonte: Imprensa ABQTIC Foto Leila Ermel Anunciantes desta edição ALCOURO [email protected] 43 3255.1505 BORAQUÍMICA [email protected] 11 3838.4444 CICB [email protected] 19 3864.5000 DYNATECH [email protected] 51 3097.1210 ECOVITA [email protected] 51 3587.1820 FENAC [email protected] 51 3584.7200 LANXESS [email protected] 51 3579.7000 MK QUÍMICA [email protected] 51 2101.1900 PULCRA [email protected] 12 3594.6280 SETA [email protected] 51 3205.2233 TFL [email protected] 51 4009.2222 UNIPELLI [email protected] 51 3563.3146 Maio/Junho | 2013 73 revista do couro para ler A Revista do Couro é uma publicação da Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro Meio ambiente no século 21: 21 Especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento Autor: André Trigueiro Editora: Armazém do Ipê Ano: 5ª edição/2008 Neste início de século 21, em que a Humanidade enfrenta o esgotamento acelerado dos recursos naturais do planeta num ritmo sem precedentes na História, 21 autores foram desafiados a explicar como a questão ambiental se insere em suas respectivas áreas de conhecimento. O resultado está no livro "Meio Ambiente no Século 21", um projeto editorial coordenado pelo jornalista André Trigueiro, com prefácio de Marina Silva e um glossário com verbetes que traduzem o "ecologês" para o grande público. Com capítulos assinados por Fritjof Capra, Leonardo Boff, Gilberto Gil, Samyra Crespo, André Trigueiro, Sérgio Besserman, Rubens Harry Born, Fernando Almeida, Fábio Feldmann, Ibsen de Gusmão Câmara, José Goldemberg, Eduardo Viola, José Eli da Veiga, Alfredo Sirkis, Carlos Minc, Moacyr Duarte, José Carlos Carvalho, Fernando Gabeira, Renato Nalini, Aspásia Camargo e Washington Novaes. Jornalista Responsável Leila Ermel Registro Profissional: 10752 [email protected] Comercial/Marketing Etevaldo Zilli [email protected] Tel: 51 3561.2761 Design gráfico Freemultimídia [email protected] Comercial Albery Eidelwein [email protected] Tel: 51 9128.3734 Diagramação/Arte Zeka Moehlecke [email protected] DIRETORIA | Gestão 2012/13 Presidente | Regina Cánovas Teixeira Vice-Presidente | Zulfe Urbano Biehl Diretor Executivo | Etevaldo Zilli 1a Secretária | Luiza Gabriela Rupenthal 2° Secretário | Roger Schommer 1a Tesoureiro | Zuleika Gernhardt 2° Tesoureiro | Alexandre Finkler Diretoria de Publicações e Divulgação Aline Dresch | Tatiana Link | Roberto Kamelman Meio Ambiente e Sustentabilidade Autores: André Henrique Rosa; Leonardo F. Fraceto; Viviane Moschini-Carlos Editora: Bookman Ano: 2012 Este livro é especial e são quatro as características que o fazem assim. Abrangente: nenhum assunto importante dentre as questões ambientais que preocupam a humanidade foi esquecido; Rigor científico: autores com reconhecida experiência na área, como professores e pesquisadores; Comprometido com sustentabilidade: trata da busca de soluções para os problemas ambientais que também sejam economicamente eficientes e socialmente justas; Didático: qualidade nem sempre encontrada em textos com a densidade científica deste livro. Os 50 Mais Importantes Livros em Sustentabilidade Coedição: Instituto Jatobás e Editora Peirópolis Editora Peirópolis Resumo e mensagens fundamentais contidas nos 50 livros considerados mais importantes sobre sustentabilidade, escritos nos últimos 50 anos, de acordo com uma pesquisa realizada com 3.000 líderes e ex-alunos do Programa de Sustentabilidade da Universidade de Cambridge. - Principais ideias de cada título e sinopse dos aspectos mais relevantes; - Biografia de cada autor; - Entrevistas recentes e reflexão dos autores sobre o que aconteceu desde a publicação de seu livro, a situação atual e suas expectativas para o futuro. Diretoria Social Vilmar Trevisan | Marcelo Schenkel Diretoria de Moda Luiz Vitor Fasolo Piazza | Gerusa Giacomolli Diretoria de Relações Nacionais Daiana Feijó Diretoria de Gestão e Planejamento Aline Dresch Diretoria de Relações Internacionais Luiz Augusto Krug Zugno Diretoria de Marketing Zulfe Urbano Biehl Diretoria de Projetos e Relação com Entidades Ricardo Peres Conselho Fiscal Adolfo Antônio Klein | Lauro Krug | Márcia F. Schallenberger Diretoria de Relações com Associados Joaquim Alexandre Lippert Corema Hugo Springer | Antônio Matiello Conselho Técnico Científico Marcelo Zilles | Presidente Ednéa T. Gonçalves | Gustavo Fink | Igor Vigannico da Silva Janete Schneider | José Leonel de Queiroz Karine Krummenauer | Marcos Roberto Barcelos Mariliz Guterres | Marina Moreira | Mauri Barbieri Paulo Joel Reis Junqueira | Samuel Cansi Machado Sócios Honorários Alberto Sofia | Clécio Eggers | Dieter Lehmann | Georg Valet Conselho Consultivo Clécio Eggers | Athos Schuck | Dieter Lehmann Luiz Mário Leuck | Francisco Alziro Gomes Etevaldo Zilli | Adroaldo Migliavacca | José Fernando Bello Antônio Adolfo Klein | Lauro Krug | Paulo Rezende Valmor Trevisan | Alexandre Finkler | Carlos Guilherme Kiefer José Waldir Dilkin | Vilmar Trevisan | Roberto Kamelman Vice-Presidências Alto Taquari | Angelito Junqueira Franca | Larisa Leal Ramos Minas Gerais | José Vilmar Vieira Castro Paraná | José Alex Bartel Garcia Mato Grosso do Sul | Fabricio Castelli Goiás | Lourival Ponchio Rua Gregório de Mattos,182 | 93600-000 Estância Velha | RS Tel: 51 3561.2761 | 51 3561.2250 [email protected] | www.abqtic.com.br 74 Maio/Junho | 2013