Projeto revitalização esportiva (Redenção - Porto Alegre/RS)

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Projeto revitalização esportiva (Redenção - Porto Alegre/RS)
Projeto de Inclusão Social motivado por duas paixões: O Futebol e a Cidade de Porto Alegre - RS - Brasil
Porto Alegre 12 de Julho de 2012
À
Prefeitura Municipal De Porto Alegre
.
Sr. Exmo. Prefeito de Porto Alegre José Fortunati
Ref. Pedido de Autorização para realização de Projeto Social de forma voluntária
A comunidade de Porto Alegre vem respeitosamente à presença de Vossa Senhoria
solicitar autorização para de forma voluntária realizar um projeto social que
contempla a modernização e melhorias na infra-estrutura do campo de futebol
localizado no Parque Farroupilha/Redenção, conforme descrição no Anexo I.
Agradecemos o recebimento desta, certos do deferimento do pedido.
Atenciosamente,
Fynder Technologies
[email protected]
Projeto de Inclusão Social motivado por duas paixões: O Futebol e a Cidade de Porto Alegre - RS - Brasil
FUTEBOL
A PAIXÃO DO BRASIL
Em 1958, na Copa do Mundo, nos campos da Suécia, quando Garrincha com seus
dribles alucinantes e Pelé com suas jogadas fenomenais reinventaram o futebol
inventado pelos ingleses e o apresentaram ao mundo, nós brasileiros passamos a ser
reconhecidos e idolatrados por este fenômeno chamado de “futebol brasileiro” que
nos acompanha pelos tempos, fazendo parte da nossa cultura, da nossa história, das
nossas maiores emoções e alegrias.
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PORTO ALEGRE
A NOSSA PAIXÃO
A história de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, no Brasil, inicia
oficialmente em 26 de março de 1772, quando o povoado primitivo foi elevado à
condição de freguesia, mas na verdade suas origens são mais antigas, tendo nascido
em função da colonização da área por estancieiros portugueses desde o século XVII.
A região, contudo, foi habitada pelo homem desde 11 mil anos atrás. Ao longo do
século XIX iniciou seu crescimento, tendo os portugueses contado com o auxílio de
muitos imigrantes europeus de várias origens, mais os escravos africanos e porções
de hispânicos do Prata. Entrando no século XX sua expansão adquiriu um ritmo muito
acelerado, num processo que consolidou sua primazia entre todas as cidades do Rio
Grande do Sul, e a projetou no cenário nacional. Então se definiram seus traços mais
característicos, apenas esboçados no século anterior, muitos dos quais permanecem
visíveis até hoje mormente no seu centro histórico. Ao longo de todo o século XX a
cidade se empenhou em ampliar organizadamente sua malha urbana e provê-la dos
necessários serviços, obtendo significativo sucesso mas enfrentando também várias
dificuldades, ao mesmo tempo em que desenvolvia expressiva cultura própria, que
chegou em alguns momentos a influir em todo o Brasil em vários campos, desde a
política até as artes plásticas. Hoje Porto Alegre é uma das maiores capitais do Brasil,
e uma das mais ricas e de melhor qualidade de vida, tendo inclusive recebido
várias distinções internacionais. Abriga muitos eventos importantes e tem sido
apontada várias vezes como um modelo de administração para outras grandes
cidades.
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Mercado Público em torno de 1875.
Time do Grêmio em 1932, campeão estadual
Novo estádio do Grêmio “Arena”
O primeiro ônibus de Porto Alegre, 1926.
Colorado na década de 40, o famoso time conhecido
como "rolo compressor
Novo estádio do Inter “Gigante para Sempre”
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Futebol a Paixão do Brasil.
O Brasil se consagrou internacionalmente pela participação num esporte que não foi
inventado em suas terras, mas que em seu território adquiriu ares de arte. Essa
projeção foi alcançada, principalmente, via três vertentes: A Seleção Brasileira, em
primeiro lugar, seguida pelos atletas que jogam com a camisa amarela ou
representam dezenas de clubes ao redor do planeta e, por fim, os clubes brasileiros,
que além de formar os melhores jogadores do mundo, cativam milhões de fãs.
Qualquer entusiasta de futebol nos quatro cantos do globo tem o nome de um
jogador brasileiro na ponta da língua. A Seleção Brasileira é a favorita dos torcedores
(logo depois de suas seleções nacionais) em todas as competições de que participa.
O brasileiro, quando viaja, abre portas ao mencionar os nomes de Pelé e Ronaldinho.
Nosso futebol é a mais importante referência positiva no exterior quando o assunto é
o Brasil. A primeira imagem que o grande público tem do futebol brasileiro é a
seleção. Isso não é apenas das cinco conquistas da Copa do Mundo FIFA. É reflexo
também do esforço da CBF e de seu presidente Ricardo Teixeira de Internacionalizar a
imagem e a administração profissional da entidade. Um exemplo para o futebol
brasileiro e mundial. Demonstrar nossa capacidade além das quatro linhas do
gramado e do significado do futebol para a economia e para o povo brasileiro é
fundamental para deixar clara a nossa competência organizadora para a Copa de
2014 e para as Olimpíadas de 2016.
A relação do Brasil com a Copa do Mundo é no mínimo estranha. O país sediou
apenas uma edição do campeonato, em 1950. Logo após a Segunda Guerra Mundial.
Um território neutro e distante dos conflitos. Participaram das eliminatórias 33
países, e 13 compareceram aos jogos que foram disputados em seis capitais. O Brasil
não venceu. O jogo final contra o Uruguai foi realizado no Maracanã, que estava super
lotado, com mais de 220 mil pessoas. O Uruguai venceu e se tronou campeão da IV
Copa do Mundo. E o Brasil ficou traumatizado com a derrota. Passados 64 anos, a
Copa voltará para o Brasil. Ao invés de seis sedes, serão doze. Todas em capitais de
estados de Norte a Sul do país.
Nesses últimos 59 anos, o Brasil se recuperou da derrota de 1950. E superou de tal
forma que conquistou cinco títulos mundiais, transformando-se no maior campeão de
todos os tempos. Em 2014, o Brasil receberá 32 seleções (do Norte para o Sul):
Manaus, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Cuiabá, Brasília, Belo Horizonte, Rio de
Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. Um dos estádios será o mesmo daquela
época – o Maracanã, no Rio de Janeiro. Certamente é o estádio que melhor expressa
a paixão dos brasileiros pelo seu esporte favorito. A Copa no Brasil será uma
oportunidade única para o país demonstrar seu dom natural de bem receber os
visitantes, assim como será um grande instrumento de relações públicas para mostrar
ao mundo sua capacidade econômica de uma nação que ano a ano ganha espaço
entre as mais desenvolvidas do mundo. O Brasil está se preparando e se organizando
para montar um evento no melhor padrão internacional. Mas, mais do que isso, para
mostrar ao mundo aquilo que os brasileiros sabem como ninguém: jogar futebol.
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Este texto pertence a publicação do Clube Dos 13 Futebol a Paixão Brasil, escrito por
amantes da bola, mostrando que o futebol é o mais democrático dos esportes,
podendo ser jogado em qualquer lugar, na calçada, na rua, na praia, na roça, ao ar
livre ou na prisão e até nas plataformas do pré-sal, que nesse esporte, sentimos
orgulho de sermos brasileiros ou nos tornarmos “brasileiros sem-querer”, como dizia
Mário de Andrade ao poeta Drummond, ainda em 1927. Somos os inventores da
folha-seca, do gol de bicicleta, temos o rei do futebol, e Garrincha é tão importante
para a história do futebol quanto Picasso é para a da pintura. Didi está para a bola
como Stravinsky para a música. No futebol, criamos formas e artes, linguagens
singulares que se acrescentam não apenas a nossa própria história, mas a história
dos homens de diferentes épocas e países.
As “Peladas”.
Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: Agora, é uma babá que
passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, e um par de velhos que troca
silêncios num banco sem encosto. E, no entanto, ainda ontem, isso aqui fervia de
menino, de sol, de bola, de sonho. (Armando Nogueira, Os melhores da crônica
brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977).
O Campo Das Palavras.
A História sem dúvida, pode ser contada com base em grandes vultos, memoráveis
ou datas solenes. Mas há outra história que também se transcreve em palavras aquela narrada pelos hábitos, costumes, atitudes, vestimentas e gestos de um povo,
ano a ano, década a década. O Futebol, esse país que existe e que aterrissou no
Brasil no final do século XIX, talvez seja uma das raras batalhas em que o povo
brasileiro entrou e ganhou. Tomou o esporte para si e o transformou em sentido de
arte e estética. O futebol não nos foi dado, mas conquistado. Quando trazido da
Europa, em 1895, pelas mãos – e pés – do descendente Charles Miller, o esporte ficou
recluso à parcela mais abastada da população. Miller, então com 20 anos, era filho de
um engenheiro da São Paulo Railway, a companhia ferro-carril que ligava o planalto
paulista ao litoral. Ao introduzir o esporte, já difundido na Inglaterra, entre
conhecidos seus e de seu pai, calhou de formar times com a seguinte característica:
jogadores de uma elite branca e aristocrata. No Brasil, o que é público parece não nos
pertencer. Olhamos a rua ou qualquer espaço coletivo com certo desdém, como se
não nos dissesse respeito: ”É algo para governantes”, pensamos. Presenciamos tudo
a uma distância segura, na expectativa de uma decisão que caberá a quem está no
poder – alguém assemelhado a um Deus imprevisível, que usa e abusa de vontades
arbitrárias. (Futebol a Paixão Nacional - Leonel Kaz).
O Futebol em Porto Alegre.
As primeiras linhas sobre futebol foram escritas em 1903. No feriado de 7 de
setembro, o Sport Club Rio Grande fez uma apresentação na Capital. O Rio Grande,
hoje o clube de futebol ainda em atividade mais antigo do país, havia sido fundado
três anos antes em 1900. Naquele dia da Independência, dois times do hoje chamado
“vovô” fizeram uma exibição do novo esporte para os porto-alegrenses.
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Deu tão certo que, oito dias depois, dois clubes foram fundados na cidade: O FussBall e o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Desde então, os jornais foram aumentando
os espaços para a publicação de notícias sobre futebol em detrimento dos outros
esportes da preferência dos gaúchos no século 19: o remo, a bocha. Em 1909 surgiu
o Inter e, com o Inter, a rivalidade Grenal. Aos poucos a cidade foi se dividindo e se
eletrizando com esse duelo, embalada pela cobertura da imprensa dos jogos, sempre
crescente. Em 1918, a principal notícia do início de agosto na Capital do Rio Grande
do Sul não foi a guerra na Europa, que matava 20 milhões, nem a Gripe Espanhola,
que matava mais do que o dobro disso.
Foi um Gre-Nal inacabado, teatro de uma confusão da qual emergiram cem feridos e
um preso. Um dos jogadores do Inter, Ribas, foi esfaqueado na virilha por um
torcedor e nunca mais pôde chutar uma bola. (Futebol a Paixão Nacional - David
Coimbra).
O Corpo Sabe.
O futebol, como dramaturgia, parece ser uma representação mais sutil da vida, onde
tudo pode acontecer, inclusive nada acontecer. Somos o único país presente em todas
as Copas do Mundo, a única seleção cinco vezes campeã do mundo e talvez por isso
mesmo o futebol seja tão raro em nossa dramaturgia. Qualquer pessoa que entenda
um pouquinho de futebol é capaz de reconhecer imediatamente as precariedades da
simulação de uma partida de futebol encenada. Nós conhecemos o futebol muito
bem. (Futebol a Paixão Nacional - Jorge Furtado).
O grande tenista Rafael Nadal. Perguntado como conseguiu bater na bola naquele
jeito numa jogada especialmente complicada, explicou que o difícil é chegar na
bola:”depois de chegar na bola o corpo sabe o que fazer”. O estilo de cada jogador é
determinado não apenas pela sua intenção, algo que um bom ator pode simular, mas
também por seus instintos, a sabedoria do corpo, algo que só o tempo traz e que um
espectador atento facilmente reconhece.
A Bossa do Brasil.
Muito antes de 1958 se jogava bola e se fazia música de baixo da linha do Equador.
Mas foi naquele ano que a seleção do país do samba a bossa nova do planeta. E foi a
partir daquele ano que a música brasileira encontrou o formato globalizado,
consolidando lá fora justamente no momento em que o futebol verde amarelo,
impulsionado pelos mesmos protagonistas, chegou ao bicampeonato, em 1962 no
Chile, enquanto Garrinha extasiado pela paixão por uma grande cantora, Elza Soares,
abriu todas as defesas adversárias, e o Carneggie Hall de Nova York abriu as portas
para a bossa nova. Touradas de Madri, primeiro mantra das arquibancadas brasucas,
é de braguinha, craque das marchinhas de Carnaval e autor da letra de “Carinhoso”,
composta com Benedito Lacerda, escreveu a primeira música significativa feita no
Brasil para o futebol :o choro 1 x 0, composto em 1919, leitura oportuna para um
momento de epifania, que rendia tributo à conquista do Sul-Americano daquele ano,
nas dependências do aristocrático estádio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro.
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Foi ali que o povo brasileiro contraiu a sua febre de bola. Aqui, nas quatro linhas
deste Brasil Pandeiro, onde reina a arte suprema do improviso, o som da pelota
estufando as redes é a mais sublime da melodias. É neste país tropical abençoado por
Deus que está o melhor futebol do mundo. Porque o brasileiro, meu caro amigo, joga
bola como quem faz música (Futebol a Paixão Nacional – Marcelo Ferla).
Cricket, Polo, Tennis, Rugby e Foot-Ball.
Os navios – chamados então de vapores – vindos do Hemisfério Norte descarregavam
em Santos, no Porto de Rio Grande ou em Buenos Aires toneladas de mercadorias e
produtos de consumo, importados por empresas inglesas, alemãs e italianas.
Junto também vinham bolas de couro, chuteiras Manfield e algumas novidades,
contidas em livreto de capa verde. Eram as regras estabelecidas pela Universidade de
Cambridge, no ano de 1846, que marcou o divórcio entre o futebol e o rugby. Ali se
definiam os procedimentos básicos do esporte: a partir daquele momento, estava
proibido conduzir a bola com as mãos e dar pontapés nos adversários, apenas a bola.
Com os regulamentos, chegava um novo vocabulário que se encouraria
imediatamente à linguagem cotidiana dos esportistas subtropicais: goal, score, back,
forward, penalty, referee, offside, outside, field, goal-keeper. Ao mesmo tempo em
que a linguagem se transformava, o futebol esquecia seu sotaque de origem e
incorporava o maneirismo das etnias que o adotaram como segunda religião.
Ao contrário das modalidades coirmãs, o fuss-ball ou foot-ball se topicalizava
rapidamente, a caminho de se transformar na realidade de hoje: uma obsessão
coletiva e, em decorrência, um gerador dos mais valorizados espaços publicitários em
todas as modalidades da mídia.
Mas durante algum tempo, o futebol ainda carregou o peso de certos estigmas da
origem como hobby exclusive das classes dominantes. Em 1946, o Chile pede
anulação de um jogo, onde a sua seleção perdera para o Uruguai. O motivo alegado –
dois jogadores uruguaios eram negros: Delgado e Gradin. E ofensa sobre ofensa –
dois dos quatro golos uruguaios foram marcados por Gradin, um neto de escravos. Os
dogmas do esporte criado e praticado por britânicos estavam tão entranhados que,
em reuniões de associações de futebol na Argentina e Uruguai, os dirigentes só se
permitiam falar entre sim em inglês. E nos campos ainda perdurava a sombra do
velho espírito colonial. Quando um jogador cometia um foul durante um game, ele
poderia ser perdoado pelo referee, desde que pedisse “desculpas” sinceras e
formuladas em inglês correto”. Algumas empresas de tecelagem, com espírito
inovador, formaram times de futebol para oferecer uma forma de entretenimento a
seus operários e funcionários de escritórios. Os times da Companhia Bangu, no Rio de
Janeiro, e o das Indústrias Renner, em Porto Alegre, cedo superaram esta condição,
passando a protagonistas de campeonatos estaduais, atraindo a população inteira de
seus bairros para os jogos. Os pequenos grupos que jogavam bola nas várzeas de
1920 são hoje uma multidão de mais de 20 mil jogadores, filiados a 793 clubes
profissionais.
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Pelo Brasil afora, em remotos terrenos baldios, cerca de 14 mil times amadores estão
jogando neste momento, à espera de que o futuro lhes acene com fama e
reconhecimento.
Fazendo História.
O Sport Club Rio Grande é o mais antigo clube do Brasil. Foi fundado em 1900, por
um grupo de descendentes de ingleses, saudosos do Sport praticado na pátria
distante. Nos anos seguintes, o clube viajara para disputar algumas partidas e ajudar
a escrever algumas páginas da história do futebol brasileiro.
Em 1903, o clube foi a Porto Alegre com uma equipe de jogadores ingleses e
alemães, para um jogo de exibição, em um campo de várzea. Naquele dia 7 de
setembro, uma pequena multidão se acotovelou em improvisadas arquibancadas de
tábuas para conhecer o novo esporte, ainda pouco conhecido pela população. Os
registros contam que, no meio da partida, a bola esvaziou e não havia nenhuma
bomba de bicicleta por perto.
Mas, entre os que assistiam ao jogo, havia um espectador, chegado havia pouco de
São Paulo, que emprestou a bola de couro que trazia debaixo do braço, salvando
assim o espetáculo. Seu nome foi preservado: Cândido Dias da Silva, o que poderia
ser chamado de um verdadeiro torcedor.
Mais do que estória, aquele jogo de exibição fez história, pois plantou sementes que
frutificaram imediatamente. Uma semana depois, no dia 15 de setembro, alguns
jovens esportistas da cidade, que estavam entusiasmados com o novo esporte, se
reuniram em um restaurante da atual Rua José Montaury e fundaram o Grêmio Football Porto Alegrense. Seis anos depois, o mesmo Sport Club Rio Grande volta a Porto
Alegre e reedita novo capítulo na crônica do futebol. O jogo é contra um time fundado
poucos dias antes, chamado Sport Club Internacional. A partida acontece no dia 23
de maio de 1909. E desta vez, é publicado um anúncio no “Correio do Povo”,
convocando a população a assistir ao match.Não se sabe quem pagou a inserção nem
quanto custou o anúncio, mas foi uma das primeiras peças publicitárias de que se tem
notícia, na qual o futebol é vendido como produto.
Bilhões de torcedores – e consumidores.
Passados cem anos, o grande espetáculo do futebol adquire modernos protagonistas:
bolas com microchips, camisetas que não retêm o suor, chuteiras projetadas por
softwares, painéis eletrônicos comandados por chips, telões em LCD e milhares de
ações de merchandising, promovendo uma miríade de produtos. A parafernália
eletrônica uniu-se à mais sofisticada arte de persuasão com o único propósito de
fazer bater mais forte o coração do torcedor–e estimular sua capacidade de consumir.
Além e acima disso, uma inacreditável cobertura planetária de televisão via-satélite
movimenta a verba de Us$ 250 bilhões, a ser bancada por empresas listadas na “500
Tops Forbes”.
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A Bola lá em cima.
Na Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul somente as networks
brasileiras movimentaram cerca de Us$ 150 milhões. No Brasil, 84% dos
telespectadores dão preferência ao futebol sobre qualquer outra programação.
Para 2014, os números deverão ser ainda maiores.
Quando começar mais uma Copa, em milhares de cidades e aldeias ao redor do
mundo, multidões de meninos interromperão sua corrida atrás da bola. Quem sabe
uma bola de trapos, como aquela que Friendenreich fazia dançar no ar. E cada um
deles sonhando em jogar num grande time e ser famoso como o Kaká.
É possível que alguém entre aqueles meninos seja um novo Domingos da Guia, o
zagueiro que construiu uma lenda, jogando sem velocidade, passeando com
displicência entre os adversários. Usava uma camiseta velha e desbotada, da qual
nunca se separava. Quando lhe perguntaram qual o seu maior sonho, ele
candidamente respondeu, apontando para a lua:“Quero Jogar com aquela bola lá em
cima”.(Futebol a Paixão Nacional – José Antônio Moraes De Oliveira).
O 12º Jogador.
Nos apaixonamos pelo futebol como se apaixonam os amantes mais fogosos: Súbita,
inexplicável, inapelavelmente, sem pensar nas conseqüências – como disse, com
precisão de um chute certeiro, o escritor inglês Nick Hornby. E é assim mesmo que a
coisa rolou para nós, e ainda rola para todos aqueles que, a cada novo dia, se deixam
hipnotizar pelo mais encantador, imprevisível e envolvente dos esportes. Uma paixão
genuína, disponível para todos, sem diferenças de classe, idade, cor, sexo ou
nacionalidade. Mas talvez em nenhum quadrante deste mundo – que, aliás é redondo
– o amor pela bola se revele tão fervoroso, abrangente e democrático quanto o Brasil.
(Futebol a Paixão Nacional – Eduardo Bueno).
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Parque da Redenção
Histórico
A história do Parque da Redenção se confunde com a própria história da
cidade de Porto Alegre.
Localizado no bairro Bom Fim, o Parque da Redenção ou Parque Farroupilha, o seu
nome oficial, conta com área de 37 hectares. Aberto em 1935, é o mais antigo e
tradicional da cidade. De acordo com estimativa da prefeitura, atrai cerca de quatro
milhões de visitantes por ano. A redenção é um dos cartões postais da cidade, uma
paixão dos Porto-Alegrenses.
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Surgido a partir de uma área localizada nos arrabaldes da antiga cidade, ele passou,
aos poucos, a ser cada vez mais envolto pelo crescimento urbano. Nessa trajetória,
testemunhou as mais diversas manifestações políticas, culturais e populares. Recebeu
muitos nomes, que ajudam a entender como ele se tornou um dos mais importantes
parques urbanos do país.
Originalmente o local foi doado à cidade em 24 de outubro de 1807 pelo governador
Paulo José da Silva Gama "para os utilíssimos e necessários fins de conservação de
gados que matam nos açougues desta vila". Uma cláusula do contrato estabelecia que
a área não poderia ser alienada sem expressa autorização de Sua Alteza Real, Dom
João VI. Essa cláusula foi que salvou o atual Parque Farroupilha, impedido por Dom
Pedro I de ser loteado e vendido em 1826, por estar destinado a local para exercícios
militares. Em 1807, quando a área se localizava próxima ao portão de entrada da
cidade, abrigava os carreteiros que comercializavam o gado da região. Era chamada
de Campos da Várzea do Portão e, depois, Campo do Bom Fim face a proximidade da
Igreja do Nosso Senhor do Bom Fim (1867)e das festas que ali se realizavam.
Algum tempo depois a área ficou marcada para sempre: serviu de cenário ao
importante movimento pela libertação do escravos, sendo denominada de Campo da
Redenção.
Em 7 de setembro de 1884 a Câmara propõe a denominação de Campos da Redenção
em homenagem a libertação dos escravos do terceiro distrito da Capital, registrando a
significativa vitória da luta abolicionista local, que resultou na redenção de centenas
de escravos um ano antes da libertação dos sexagenários e quatro antes da libertação
geral do país. Esse nome permanece na memória dos Porto-alegrenses até hoje. O
primeiro ajardinamento ocorreu por ocasião da Grande Exposição de 1901, no vértice
próximo a atual Praça Argentina. Nesta época já existiam na área do Parque a Escola
Militar (1872) e a Escola de Engenharia (1896). A valorização do espaço proporcionou
a instalação de equipamentos, tais como corrida de cavalos em círculo, circo para
touradas e o velódromo da União Velocipédica.
Em 1914, o Plano de Melhoramento e Embelezamento da Capital, elaborado pelo
arquiteto João Moreira Maciel, na administração do Intendente José Montaury, propôs
a divisão do parque em nove quarteirões, sendo que o quarteirão demarcado por
ocasião da Exposição de 1901 já se encontrava ocupado pelo Instituto de
Eletrotécnica, o Colégio Júlio de Castilhos, a Faculdade de Direito e Escola de
Engenharia e o fronteiro pela Faculdade de Medicina. O primeiro quarteirão foi
ajardinado em 1927, recebendo a denominação de Parque Paulo Gama, conhecido
atualmente como Roseiral. A obra foi assim justificada pelo intendente: "O bom gosto
do povo despertou para estimar tão belo logradouro, no centro da figura da cidade,
cousa que poucas capitais do mundo terão, e estimulei assim os vindouros para
continuar o ajardinamento. Só daqui a dez ou vinte anos estará completo o Parque,
mas isso pouco importa. Era necessário começar. Foi o que fiz e acabei de vez com o
campo de pastagem de animais, para gáudio da população que tem bom gosto e que
não tem jardins próprios."
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No início da década de 1930, na administração do Prefeito Alberto Bins, foi contratado
o arquiteto e urbanista Alfredo Agache para elaborar o anteprojeto de ajardinamento
do Campo da Redenção, o qual recuperou a unidade da área eliminando o
parcelamento do projeto anterior. Esta unidade foi adquirida através do eixo central,
criando um passeio, o grande lago e a integridade do parque como um todo.
Esta proposta foi adotada, em parte, quando da instalação da Exposição
Comemorativa do Centenário da Revolução Farroupilha, em 1935. Tal acontecimento
foi fundamental para a implantação de Parque Farroupilha, pois através de um evento
transitório efetivou-se a ocupação global deste espaço.
No dia 19 de setembro de 1935 o Campo da Redenção recebeu a denominação de
Parque Farroupilha, através do Decreto Municipal 307/35.
A Exposição, que durou meses com a presença de visitantes, só teve seus prédios,
construídos em estuque, desmontados a partir de 1939 quando também foi
construído o Estádio Ramiro Souto. Permaneceu o pavilhão do Pará, que sediou a
Divisão de Parques e Jardins, até ser destruído pelo fogo em 1970, juntamente com
todo o arquivo e memória deste serviço municipal.
Os recantos Jardim Alpino, Jardim Europeu e Jardim Oriental foram implantados em
1941. Em 1978 foi criado o Brique da Redenção e em 1997 efetuado o tombamento
do Parque como Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre.
Dos 69 hectares doados pelo Governador Paulo José da Silva Gama permanecem
40,01 como área de parque. Com milhares de visitantes, principalmente aos finais de
semana, esse espaço público é um dos principais pontos turísticos da Capital e cativa
os seus freqüentadores pelas belezas que a natureza oferece.
O Parque Farroupilha é um patrimônio ambiental de Porto Alegre e parte indissociável
das histórias de cada citadino. Quem não percorreu suas trilhas, namorou em seus
recantos
e
passeou
com
os
pedalinhos
ou
as
velhas
bicicletas?
Ao completar 60 anos (1935-1995) e ser eleito como o local mais querido dos
cidadãos, o Parque Farroupilha, administrado pela Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, conquistou não só o coração da cidade, mas também o coração de todos os
Porto-Alegrenses.
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ANEXO I
1.
Nome do Projeto
1.1. Inclusão Social movido por duas paixões.
2.
Local do Projeto
2.1. Campo de futebol localizado no Parque Farroupilha popularmente chamado de
“Parque de Redenção” na Praça de Esportes Ramiro Souto em Porto Alegre–RS,
ilustrado abaixo em foto de satélite (campo com dimensões menores à direita
carinhosamente chamado de “Arena da Redenção”).
3.
Objetivos
3.1. A idéia principal é que a revitalização desta área deixe benefícios de longo prazo
para a cidade, através do esporte, promovendo a inclusão social, uma vez que
abre oportunidade para que as pessoas experimentem seus limites e mostrem
seu potencial. Existem inúmeras experiências vitoriosas de atletas que são
vencedores pelo simples fato de superar seus limites na vida em sociedade.
Projetos sociais ligados ao esporte mostram que a atividade física, em especial
no que diz respeito aos mais jovens, tem um fator motivador extremamente
positivo. O esporte amplia as possibilidades das pessoas conviverem em
sociedade, auxilia na aquisição de regras e promove bem estar e prazer a quem
o pratica.
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3.2. A idéia também é de colaboramos com a Prefeitura de Porto Alegre para que o
impacto da Copa de 2014 não termine em 2014, aproveitando essa
oportunidade única para resolver desafios chaves da cidade, principalmente os
de infra-estrutura e de ordem social.
3.3. A Reitoria e muitos cursos de graduação da Universidade Federal do Rio Grande
Do Sul (UFRGS) ficam em prédios próximos ao parque da redenção o que leva
tradicionalmente a muitos jovens de todas as regiões do Brasil, principalmente
do interior do estado a fixarem residência próxima, no Bairro Bonfim, Cidade
Baixa, Independência, Partenon, Santana e centro e encontram um local para
onde podem praticar esporte, se divertir e diminuir a saudade de casa. Por
meio de um desdobramento do Programa de Estudantes-Convênio de
Graduação (PEC-G), acadêmicos de países em desenvolvimento, agora podem
estagiar nas universidades federais. O primeiro grupo vindo de Angola cursa
medicina e chegou, com as malas cheias de expectativas. É comum
encontrarmos
Angolanos,
Moçambicanos,
Cabo-verdianos,
Guineenses,
Senegaleses e Nigerianos na redenção jogando futebol. Na dissertação de
mestrado, apresentada ao programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
da Universidade Federal Do Rio Grande Do sul como requisito parcial para
obtenção de Grau de Mestre em Antropologia Social, Dulce Maria Mungoi relata
experiências singulares de mobilidade de estudantes africanos em Porto Alegre
no Jogo de construção e reconstrução de suas identidades étnicas os quais
dependem muito da infra-estrutura que a cidade tem a oferecer já que são
estudantes de baixa renda e que sofrem os preconceitos naturais por serem
pobres, negros e africanos.
3.4. Transformar o local em uma atração turística, disponibilizando um local público
completo para se jogar uma boa pelada e fazer novos amigos.
3.5. O futebol é a nossa grande paixão e as cidades brasileiras precisam oferecer
espaços públicos para que se jogue uma boa pelada. Garrincha, Pelé, Ronaldo
Fenômeno, Romário, Ronaldinho e Neymar nasceram em campos de peladas.
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4.
Obras
4.1. 1ª Fase (* já realizado)
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Sistema de iluminação;
Novas traves;
Redes fixas, brancas em nylon nº5;
Nivelamento do piso;
Placar Eletrônico Digital em leds contemplando data, hora e tempo de jogo;
Sistema de drenagem;
Novas cercas ao redor do campo;
Arquibancada;
Backlith para divulgação do futebol brasileiro e copa 2014;
Bebedouro;
Portão de acesso a arquibancada;
Quatro Lixeiras;
Quatro novos Bancos de praça.
4.2.
2ª Fase
1 ) Colocação de gramado sintético
5. Prazos
1ª Fase: 2011
2ª Fase: 2012
6. Documentação
6.1. Será entregue a Prefeitura de Porto Alegre, projeto básico com as especificações
técnicas de cada obra a ser realizada.
7. Idealização do Projeto
7.1. Fynder Technologies
8. As Razões
8.1. Agradecer a Porto Alegre, cidade que escolhemos para viver e construirmos as
nossas vidas, fazer algo pelo futebol brasileiro e oportunizar que pessoas de
todas as raças, nacionalidades, religiões e principalmente de classes sociais
expressivamente diferentes, possam compartilhar suas alegrias, seus sonhos
em um ambiente de harmonia, cordialidade e amizade.
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9.
Empresas Madrinhas
LUCSSON ((
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10. Fotos
ASAS
AS GOLEIRAS ANTES E DEPOIS
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A NOVA ILUMINAÇÃO 12 REFLETORES PHILLIPS DE 400 WATS
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GALERA DO BRASIL
OS AFRICANOS
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TERRAPLANAGEM DO CAMPO
INCLUSÃO SOCIAL

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