A Arte da Guerra para Professores

Transcrição

A Arte da Guerra para Professores
Maurício Apolinário
A Arte da Guerra
para Professores
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© by Maurício Apolinário – 2007
Ficha Técnica
Revisão
O autor
Programação visual
Tagore Alegria e Hugo Oliveira
Arte final de Capa
Hugo Oliveira sob sugestão do autor
Desenho Camiseta CESM/MIH/GO, 1998.
A643a
Apolinário, Maurício
A arte da guerra para professores / Maurício
Apolinário – Brasília : Thesaurus, 2007.
228 p.
ISBN 978-85-7062-626-4
1. Educação 2. Pedagogia 3. Professor
4. Educador I Título
CDU 37
CDD 370
Contatos com o Autor:
@e-mail: [email protected]
Site: http://mauricioapolinario.sites.uol.com.br/educacao.html
(Blog: http://www.mapolinario.zip.net
Agenda com antecedência de dois meses.
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deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo
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Composto e impresso no Brasil
Printed in Brazil
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A principal esperança de um país está
na educação adequada de sua juventude.
ERASMO
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Humor
Todas as crianças haviam saído na fotografia e a professora estava tentando persuadi-los a comprar uma cópia
da foto do grupo.
— Imaginem que bonito será quando vocês forem
grandes e todos digam: “Ali está Catarina, é advogada”, ou
também “Este é o Miguel. Agora é médico”.
Ouviu-se uma vozinha vinda do fundo da sala:
— E ali está a professora. Já morreu.
***
Irritado com seus alunos, o professor lançou um desafio.
— Aquele que se julgar burro, faça o favor de ficar
em pé.
Todo mundo continuou sentado. Alguns minutos depois, Joãozinho se levanta.
— Quer dizer que você se julga burro? - Perguntou o
professor indignado.
— Bem, para dizer a verdade não, mas fiquei com
pena de ver o senhor aí em pé, sozinho.
Disponível em: < http://www.aomestre.com.br/hum/hum.htm >
Acesso em: 16 jan. 2007.
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Para minhas primeiras professoras:
Alice (1965), Ormezinda (1966),
Hilda (1967), Suely (1968) e Lolita (1969).
Para a aluna Marcela Marinho (In memoriam),
que nos deixou ainda em tão tenra idade (2003).
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Sumário
Introdução .................................................................................. 13
1. Planejamento
1.1 - Lei Moral (influência moral, disciplina) ....................... 21
1.2 – Céus (temperatura, tempo) ........................................... 26
1.3. Terra (terreno) ................................................................. 30
1.4. Comandante (mando) ..................................................... 33
1.5. Doutrina .......................................................................... 34
1.6 – Vocação – Adaptação .................................................... 37
2. A Conduta da Guerra
2.1 - Problemas da Educação no Brasil ................................. 43
2.2 - O Professor e as Políticas Públicas ............................... 49
2.3 – A Descontinuidade Administrativa - Adaptação ........... 51
3. Estratégia Ofensiva ................................................................ 55
3.1 – Ameaças e Oportunidades ............................................ 57
3.2 - Estratégias Aplicadas em Sala de Aula ......................... 61
3.3 – Concentração de Forças - Adaptação............................ 66
4. Plano Tático
4.1 – Tática e Estratégia ......................................................... 71
4.2 – Entre a Teoria e a Realidade ......................................... 73
4.3 - A Doutrina e o Método - Adaptação ............................. 79
5. Emprego de Energia .............................................................. 83
5.1 – A Visão do Caos............................................................ 85
5.2 – O Ponto de Partida para a Mudança ............................. 89
5.3 – O Salário do Professor .................................................. 92
5.4 – A Revolução dos Professores – Adaptação................... 95
6. Pontos Fracos e Fortes .......................................................... 99
6.1 – A (In)disciplina ........................................................... 103
6.2 – A Participação Efetiva dos Alunos ............................. 106
6.3 – A Atuação do Professor .............................................. 107
6.4 – O Êxito na Sala de Aula - Adaptação ......................... 109
7. Manobra .............................................................................. 113
7.1 – O Especialista ............................................................. 116
7.2 – A Comunicação na Sala de Aula ................................ 118
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7.3 – O Diálogo na Sala de Aula ......................................... 121
7.4 – A Arte da Comunicação - Adaptação.......................... 122
8. As Nove Variações .............................................................. 125
8.1 – Defeitos Perigosos do Profesor .................................. 126
8.2 – Aperfeiçoamento Constante........................................ 129
8.3 - Fatores Favoráveis e Desfavoráveis - Adaptação ........ 130
9. O Exército em Marcha ........................................................ 133
9.1 – Sentimentos e Emoções: Professor é Gente ............... 138
9.2 – Estresse e Depressão................................................... 140
9.3 – Rebeldes sem Causa ................................................... 142
9.4 – Sentimentos e Emoções - Adaptação .......................... 144
10. Configuração do Terreno ..................................................................149
10.1 – Princípios de Liderança........................................... 152
10.2 – Aprendizagem e Trabalho em Equipe ..................... 155
10.3 – O Dilema da Alfabetização ..................................... 158
10.4 – Visão Compartilhada - Adaptação ........................... 159
11. As Nove Situações ............................................................ 163
11.1 – Tipos de Turmas ...................................................... 169
11.2 – Os Sonhos e as Necessidades dos Alunos ............... 177
11.3 – Interdisciplinaridade e Trabalho em Equipe ........... 179
11.4 – Maneiras de Administrar Salas de Aula .................. 180
11.5 – Pressão Saudável - Adaptação................................. 183
12. Ataque com Fogo .............................................................. 189
12.1 – O Projeto Pedagógico e o Pessoal ........................... 191
12.2 – Provas – Avaliações dos Alunos .............................. 193
12.3 – À Guisa de Sugestões - Estratégias ......................... 195
12.4 – À Guisa de Sugestões – Programas ......................... 202
12.5 – Possíveis Evoluções - Adaptação ............................ 204
13. Emprego de Espiões .......................................................... 207
13.1 – Racionalidade e Sintonia......................................... 210
13.2 – A Espionagem ......................................................... 214
13.3 – Sagacidade Intuitiva - Adaptação ............................ 216
Conclusão................................................................................. 219
Referências Bibliográficas ....................................................... 221
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Introdução
No livro “A herança de Adão”, de Geraldo França de
Lima, um personagem diz que o magistério é a classe mais
intelectualizada, a mais sofrida, a mais abandonada e o
pior, a mais desunida. Nunca os professores foram tão desvalorizados como neste início de século. E, infelizmente, a
desunião aumenta a cada dia.
A finalidade do presente trabalho não é depreciar a
profissão de professor, ainda que em alguns trechos haja
determinadas carraspanas. Meu maior desejo é contribuir
para a melhoria da Educação em nosso país e das condições
de trabalho e valorização de nossos mestres. Longe de mim
atirar pedras em meus colegas de luta, pois seria atirá-las
em minha própria carne. O problema maior aqui é que muitas verdades doerão. Mas serão ditas mesmo assim. A ferida
só sara se bem limpa.
Não me preocuparei, em meu texto, com expressões
lingüísticas sexistas, usando sempre, portanto, e principalmente, o termo “professor” e, às vezes, “professores”. Pouco se me dão essas picuinhas e frescuras que não contribuirão em nada para melhorar a vida dos professores dentro e
fora da sala de aula.
Também não vou me ater aqui a terminologias diferenciadas por vários pedagogos e estudiosos da Educação,
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Maurício Apolinário
que vivem diferenciando professor de mestre, professor de
educador, professor de facilitador, e tantos outros nomes
que não fazem o aluno aprender mais. Vou denominá-los,
na maioria dos casos, de professor (e por que não dizer “sofressor”?).
Talvez este livro venha a provocar reações sectárias;
porém, posso afirmar que grande parte dessas reações sectárias tem contribuído para o atraso na Educação e também
para a desvalorização de nossa já tão sofrida classe.
Não quero propor aqui milagres nem fórmulas mágicas. Isso não existe. Há, sim, exemplos, os quais podem ser
adaptados.
No primeiro capítulo, falo sobre o espírito de educador, a necessidade de o professor focar o aprendizado na
formação de vidas, e não somente no preparo para o vestibular; discorrerei sobre o domínio de classe, a necessidade
de o professor ser perito no gerenciamento de conflitos; frisarei a necessidade de o professor ser um gestor de pessoas,
que é fundamental devido ao fato de ter diante de si mentes
diversas a serem cultivadas e pensamentos diversos a serem
trabalhados; destacarei a importância do papel de orientador, a necessidade de saber transmitir o conteúdo para que a
informação se transforme em conhecimento e este se torne
experiência; e, por último, enfatizo a função de mestre, ou
seja, a importância de aquele que assume salas de aula fazêlo por vocação.
No segundo capítulo, abordo as políticas públicas e a
descontinuidade administrativa, sua interferência na Educação brasileira e os conseqüentes problemas.
No terceiro capítulo, alerto que, no cumprimento de
sua missão, o professor enfrenta ameaças - a indisciplina, os
conflitos, o desinteresse, a falta de motivação-, mas também
encontra oportunidades, as quais buscará no seu dia-a-dia;
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A Arte da Guerra para Professores
cito, a título de sugestão, seis estratégias a serem aplicadas
em sala de aula, já aplicadas e muito bem sucedidas em
várias escolas do país.
No quarto capítulo, mostro a diferença entre tática
e estratégia, e também que não basta copiar modelos já
existentes; é necessário que se façam adaptações. Além
disso, é preciso quebrar as resistências enraizadas nos
professores ou no contexto escolar. Discorro, ainda, sobre aquilo que os leitores podem questionar: a distância
entre a teoria e a realidade. Não existem receitas prontas
para que boas práticas pedagógicas sejam desenvolvidas pelos educadores. (...) Elas são fruto da soma de
condições objetivas e do compromisso de todas as pessoas participantes do cotidiano da escola com a qualidade
do ensino (Aprova Brasil, 2006).
No quinto capítulo, refiro-me ao descaso dos governantes para com a Educação, ao sistema educacional doentio que vem se arrastando por séculos no país, sugerindo
a união dos docentes para superar a grande força do caos
educacional e de seus baixos salários.
No sexto capítulo, trato do polêmico tema da indisciplina que aflige os professores na sala de aula, e também
sobre a participação dos alunos e a atuação dos professores
para a resolução do problema.
No sétimo capítulo, atesto sobre a necessidade de o
verdadeiro professor ser especialista em tarefa e especialista
sócio-emocional, uma vez que não bastam apenas formação
e saber para conduzir uma sala de aula. Alerto ainda sobre
os graves problemas de comunicação na sala de aula, desde
a explanação da matéria até a resolução de conflitos, o qual
culmina na falta de diálogo entre professores e alunos.
No oitavo capítulo, friso cinco defeitos perigosos que
podem acometer um professor e a necessidade de um aperfeiçoamento constante, uma constante atualização.
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Maurício Apolinário
A seguir, no nono capítulo, falo sobre o fato de o
professor, assim como os alunos – como atesta a psicologia -, também ser uma pessoa inteira, com sentimentos e emoções, discorrendo um pouco sobre estresse e
depressão.
No décimo capítulo, abordo sobre seis princípios de
liderança e sobre o trabalho em equipe, ambos visando uma
boa aprendizagem, uma vez que uma escola é formada por
todas as pessoas nela envolvidas, desde professores e alunos, passando pela direção, secretaria, funcionários e até
mesmo os pais e a comunidade.
No décimo primeiro capítulo, discorro sobre nove tipos de turmas, tendo como base as nove situações ou variedades de terreno expostas por Sun Tzu; falo sobe os sonhos
e as necessidades dos alunos, e que o conteúdo ministrado
pelo professor deve, necessariamente, ter ligação com sua
realidade, finalizando com algumas maneiras de administrar salas de aula.
No décimo segundo capítulo, dou ênfase ao projeto
pedagógico aliado ao projeto pessoal do aluno; por isso,
qualquer conteúdo de qualquer disciplina, ensinado de forma descontextualizada, fora da realidade do aluno e de seu
projeto pessoal, é perda de tempo. A educação deve ser para
a vida.
E, por fim, no décimo terceiro e último capítulo, discorro sobre os sete principais inimigos a serem vencidos
pelo professor, e a necessidade de uma análise e reflexão
de tudo que envolve a Educação e sua vida na sala de aula,
desde as políticas educacionais até suas atitudes, passando
pela dinâmica do aprendizado e da disciplina, pela valorização do profissional e melhoria da Educação no país.
No final de cada capítulo, faço uma adaptação ao texto de Sun Tzu.
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Não estou aqui para fazer a necropsia da escola, mas
sim a biópsia da escola (Cortella). Finalizo com um texto
de Vasconcelos (2006):
É preciso ter consciência de que estamos numa
grande luta: a luta contra a brutalização, a alienação,
a destruição do homem. Não podemos esquecer isto
e reduzir o problema apenas à relação professor-aluno, aluno-escola. O inimigo é muito maior do que se
imagina num primeiro momento (e não é o aluno).
Vamos, portanto, aprender a arte dessa nossa guerra.
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