arte com pigmentos naturais: um relato de experiências
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arte com pigmentos naturais: um relato de experiências
ARTE COM PIGMENTOS NATURAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIAS Gemicrê do Nascimento Silva UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Letras e Artes. [email protected] Luciana Almeida dos Santos UEFS - Universidade Estadual de Feira de Santana, Bolsista FAPESB do Programa de PósGraduação em Planejamento Territorial: Mestrado Profissional. [email protected] Resumo Esse trabalho ressalta as atividades desenvolvidas pelo Programa de Extensão Arte com Pigmentos Naturais, resgatando técnicas, em que nossos ancestrais estabeleceram seus conhecimentos além de divulgar antigas tradições em obter pigmentos naturais a partir do uso do solo, sementes, frutos, resinas, flores e folhas, dentre outros com um baixo custo servindo como motivação didática para aulas e exercícios de criatividades, a importãncia da preservação ambiental e educação através das artes. Com a utilização de corantes naturais podemos também integrar ao cenário artesanal como alternativa econômica ao mesmo tempo qualificar e elevar os valores de cada produto integrados a estas técnicas. Um dos principais aspectos dessa técnica é ausência de elementos tóxicos que possibilita uma melhor qualidade de vida, integrando o homem e preservação do meio ambiente através das atividades experimentais. Por meio de curso e oficinas, procuramos estimular novos conhecimentos, fundamentais para construção de novos agentes de produção de conhecimento e aprendizagem, aproximando os elementos naturais da sala de aula, despertando o interesse pelo desenho e aspiração pela pesquisa além de promover integração e motivação no uso dos corantes naturais, sua importância no cotidiano fundamental para a popularização da ciência. Palavras-chave: Desenho, pigmentos naturais e experiências. Abstract This work highlights the activities developed by the Art Outreach Program with Natural Pigments, rescuing techniques, in which our ancestors established their knowledge in addition to disclosing ancient traditions in obtaining natural pigments from land use, seeds, fruits, resins, flowers and leaves among others with a low cost serving as motivation for teaching classes and creativity exercises, the importance of environmental preservation and education through the arts. With the use of natural dyes can also integrate with handmade scenario as an economic alternative at the same time qualify and raise the values of each product integrated with these techniques. A key aspect of this technique is the absence of toxic elements enabling a better quality of life by integrating man and preservation of the environment through the experimental activities. Through course and workshops, we try to stimulate new knowledge, fundamental for building new knowledge and learning producing agents, approaching the natural elements of the classroom, awakening interest in drawing and aspiration for research and promote integration and motivation use of natural dyes, its importance in everyday essential for the popularization of science. Keywords: Design, natural pigments and experiences. 1 introdução A capacidade criadora é um dos elementos que constitui uma ponte para materializar o imaginário ao mundo real. São por meio do desenho que nos amparamos através das formas, cores, proporções, planos de representação para imprimir num suporte a mensagem que pode ou não ser identificada por quem as observa, visto que esse tem seu próprio modo de notar através das suas experiências para decodificar o que vê. Esse artigo expõe como aproveitamos esses elementos das narrativas gráficas deixadas por ancestrais nas cavernas num tempo pretérito, apresentando na contemporaneidade, proporcionar a chance de divulgar através de um breve apanhado das atividades que são desenvolvidas pelo Programa de Pesquisa e Extensão “Arte com Pigmentos Naturais”, que contou com a participação de estudantes da instituição e parceria da PROEX da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, dede 2010, sob nossa coordenação, que também ligado com o Projeto de Extensão “Olhando o Céu com História e Arte”, alargando com propósito de transformar-se em um polo estimulador para a produção acadêmica, dentro das possibilidades e limitações como é uma das caractéristicas da ciência. Procuramos aproximar-se da subjetividade na construção dos matizes, um jeito de lembrar os primeiros artífices e sua forma de comunicação visual com símbolos, construindo hoje a nossa identidade gráfica, nosso olhar imaginativo que permitem trilharmos paisagens e memórias, não de superficialidade mais das nossas origens simbólicas através das suas possíveis aventuras, nas dificuldades da sobrevivência dessa arte e da sua evolução. Assim, suas representações compõe um valioso celeiro de informações imagéticas e narrativas ainda a serem exploradas. É importante ressaltar que nossa proposta tem como objetivo divulgar elementos da nossa História através da Arte com ênfase para a contemplação, ato que acompanha o ser humano desde tempos remotos que possuíam esse importante hábito para se deslumbrar com as maravilhas do mundo. Assim, resgatar essas técnicas ancestrais empregadas por povos caçador-coletores. Nossas atividades foram desenvolvidas principalmente nos municípios de Feira de Santana, Lençóis, empregamos como proposta, elementos das nossas pesquisas desenvolvidas nos Sítios de Desenhos Rupestres nessa região da Chapada Diamantina, Bahia, recriando técnicas metodologicas ancestrais empregadas por povos caçador-coletores quando se encontravam nesses lugares. 159 A proposta é apresentar através de maneiras simples e criativa as possíveis formas como se conseguiam os variados matizes e como foram aplicadas. Dessa forma, também uma aplicabilidade e didática para quem sabe os nossos futuros pesquisadores ou e professores. Destacamos ainda, como na natureza proporciona inúmeras possibilidades de obtenção de cores. Dos seus elementos podem ser extraídos sucos coloridos mais ou menos persistentes e de grande beleza, a exemplo das rochas sedimentares, cujas cores dependem dos minerais que as compõem ou da presença de algum pigmento corante. Também abordamos os fatores influentes, os seus aglutinantes e seus possíveis diluentes, ressaltando ainda os suportes. 2 Divulgação do Programa Principiaremos sobre nossas atividades destacando principalmente as oficinas que desenvolvemos durante a Semana Nacional de Ciências e Tecnologia no campus da UEFS e na cidade Lençóis com a oficina PINTANDO COM TERRA, a partir do uso de elementos naturais como solo, sementes, resinas e etc. Lembramos que a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia realizado pelo Governo Federal tem como proposta difundir e popularizar a ciência e o conhecimento. Nesse sentido, nossa contribuição foi apresentar aos participantes uma maneira simples e criativa de preparar variados matizes e como essas podem ser aplicadas a um baixo custo e com ampla aplicabilidade didáticas e lúdicas. Destacamos como a natureza proporciona inúmeras possibilidades de obtenção de cores. Dos seus elementos podem ser extraídos sucos coloridos mais ou menos persistentes e de grande beleza, a exemplo das rochas sedimentares, cujas cores dependem dos minerais que as compõem ou da presença de algum pigmento corante. Também abordamos os fatores influentes, os seus aglutinantes e seus possíveis diluentes, ressaltando ainda os suportes. Contamos com a participação dos estudantes que foram envolvidos durante todo o processo, desde a preparação das tintas, usando matérias primas e pigmentos variados. A utilização das técnicas de Pinturas Rupestre é uma forma de apresentar ludicamente como nossos antepassados criavam seus documentos preservados nas paredes das grutas e cavernas as suas diversas formas de entendimento. Além da oportunidade de investigar sobre os Desenhos Rupestres, mergulhados em fascinações naturais e simbólicas, fornecendo elementos para os estudos e enriquecimentos acadêmicos e promovendo ensaios e exercícios do olhar, assim, 160 instigando a imaginação, a reflexão sobre a História da Arte Brasileira, e em particular dos Desenhos Rupestres encontrados nessa região baiana. Figura 1: Estudantes de diferentes educandários participando da oficina na cidade de Lençóis. Foto: Gemicrê Nascimento. A oficina na Cidade de Lençóis figura 1, foi importante para iniciarmos e termos a oportunidade de alargar conhecimentos interdisciplinares e, sem dúvidas o envolvimento da UEFS na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia que é de grande relevância, uma vez que, no território da Chapada Diamantina, especialmente nessa cidade, tem uma grande maioria dos seus estudantes do ensino fundamental e básico não apenas da zona urbana, mas, oriundos das rurais que não que muitas vezes não têm acesso a laboratórios básicos de ciências e tecnologia, as inovações ou mesmo informações elementares. Nesse sentido, uma promoção como essa visa aproveitar essa oportunidade para expandir a socialização dos conhecimentos, abrindo as portas da Universidade para a comunidade, ainda, uma maneira despertar a importância desses e das suas comunidades, para melhor compreensão e significado das Ciências, das Tecnologias, das inovações, para a coletividade. 161 Figura 2: Criança se entretendo e esquematizando na oficina. Foto: Gemicrê Nascimento. Durante a realização da última oficina, contamos com mais de 600 participantes nos dois dias de atividades, revelando-se dessa forma uma aceitação crescente e significativa, uma vez que iniciamos na primeira realização a participação de 90 pessoas entre professores, estudantes e a comunidade figura 2. Lembramos também a relevância e contribuição dos primeiros aventureiros em nome da Ciência, suas dificuldades na tentativa de estabelecer contato e alcançar suas informações e apontamentos, muitas vezes sendo ameaçados como forasteiros por moradores de lugares distantes envolvidos em matas, esquecidos e até mesmo desconhecidos do progresso das grandes cidades. Ponderamos igualmente, a respeito dos subsídios que foram gravados nos suportes rochosos na Chapa Diamantina como menciona Nascimento (2012, p.88): Pensar a respeito das possibilidades dos humanos primitivos em Iraquara, seus feitos, suas técnicas para utilizar e ou modificar os recursos naturais, o desenvolvimento de tecnologia apropriada para alcançar seu desejo de registrar nas paredes das grutas o seu cotidiano, certamente foi recheado de muitos desafios. Dessa forma, procuramos lançar para os participantes não apenas os procedimentos e suas etapas na elaboração dos Desenhos utilizando Elementos Naturais, mas, a importância da preservação ambiental e a sua utilização e como isso 162 incentivar nesses processos desse território, considerado como um dos maiores complexos brasileiros espeleológicos descoberto e mapeado com uma riqueza dos Sítios Arqueológicos na região. Nesse sentido, destacamos a atuação da nossa Universidade que hoje faz um trabalho pioneiro, trazendo cursos através de iniciativas como as viagens técnicas na região, palestras, oficinas pedagógicas, estudos e sentidos para a comunidade local. Figura 3: Oficina durante a XV Semana de Matemática da UEFS. Foto: Gemicrê Nascimento. Tivemos a oportunidade de divulgar nosso trabalho para estudantes vinculados às disciplinas de Meio Ambiente do Departamento de Biologia através da palestra com a colaboradora e voluntária, a mestranda do Programa de Planejamento Territorial Luciana Santos. E durante a XV Semana de Matemática da UEFS figura 3, uma forma de socializar as experiências desenvolvidas no programa, que estamos realizados através do nosso Programa e as parcerias junto a PROEX, expressando como importante são os conhecimentos das tradições dos nossos ancestrais em se obter pigmentos a partir do uso da terra. 163 3 As Oportunidades para Exposição As experiências em que empregamos no Programa de Pesquisa e Extensão “Arte com Pigmentos Naturais”, sobre os diversos olhares, têm oportunizado a realização publicações em congressos internacionais como no V e VI colóquio Internacional de Desenho, no X Simpósio Internacional de Arte Rupestre – SIAR / V Congresso Nacional da Associação Brasileira de Arte Rupestre – ABAR, sempre ressaltando a preservação e proteção das nossas primeiras memórias e Registros Rupestres da Chapada Diamantina. 4 Conclusão Figura 4: Inserida na programação do X Seminário do Programa de Pós-Graduação em Desenho, Cultura e Interatividade e do V Colóquio Internacional sobre Desenho a realização da Oficina Pintando com Terra. Foto: Gemicrê Nascimento. As atividades desenvolvidas oportunizaram a realização teórica e prática de investigação e experimentação cujo objetivo é partilhar as experiências com a comunidade, professores e alunos suscitando a reflexão a cerca dessa temática principalmente ao resgate dessas antigas tradições de contemplação a partir dos ambientes naturais proporcionamos a esse público a oportunidade de dialogar com os especialistas de área diferentes e essas experiências serviram como meio motivador para a ampliação dos conhecimentos já existentes além da aproximação do 164 conhecimento científico ao senso comum propondo a superação de paradigmas e a troca de experiências enriquecedoras para ambas as partes. É importante também discorrer sobre essas atividades de Extensão, em que temos o encanto em realizar oficinas para diversos públicos e dessa forma atender um objetivo que é debruçar sobre elementos culturais que circulam em nossa sociedade além de apurar um olhar, iniciando um processo de reflexão e análise para um despertar mais crítico sobre a edificação da nossa sociedade e das tradições que consumimos. Ressaltamos também, a oportunidade de materializar nossas atividades durante o X Seminário do Programa de Pós-Graduação em Desenho, Cultura e Interatividade durante a realização do V Colóquio Internacional sobre Desenho, exibido na figura 4, valendo-se das atividades que concretizamos nas observações in loco, para ampliarmos as discussões, alargando principalmente o entendimento da base teórica incorporando essa atividade prática com as investigações e demonstrações para aos discentes participantes, volvendo nossas visitações técnicas, ainda mais relevantes para ampliação dos documentos e fornecendo elementos para aprofundar sobre esse alvorecer dos elementos dos Desenhos, da Arte e da Comunicação. Referências NASCIMENTO, Gemicrê. Aventuras de Piteco® e os Grafismos Primitivos de Iraquara: Um Recurso Didático-Pedagógico para Atividades de Educação Ambiental. Feira de Santana: UEFS Editora, 2012. 165