punção em lajes cogumelo de concreto armado
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punção em lajes cogumelo de concreto armado
LEANDRO MOUTA TRAUTWEIN PUNÇÃO EM LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO: ANÁLISE EXPERIMENTAL E NUMÉRICA Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Doutor em Engenharia. São Paulo 2006 LEANDRO MOUTA TRAUTWEIN PUNÇÃO EM LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO: ANÁLISE EXPERIMENTAL E NUMÉRICA Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Doutor em Engenharia. Área de Concentração: Engenharia de Estruturas. Orientador: Prof. Dr. João Carlos Della Bella Prof. Dr. Túlio Nogueira Bittencourt Prof. Dr. Ronaldo Barros Gomes São Paulo 2006 Trautwein Mouta, Leandro Punção em Lajes Cogumelo de Concreto Armado: Análise Experimental e Numérica / Leandro Mouta Trautwein - São Paulo, 2006. 350p. Tese (Doutorado)-Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações. 1. Concreto Armado 2. Lajes 3. Análise Experimental 4. Análise Numérica I. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações II.t. Dedico este trabalho aos meus pais, irmão e esposa, por todo amor e carinho. AGRADECIMENTOS Ao Prof. João Carlos Della Bella, pelas valiosas sugestões e ensinamentos transmitidos. Ao Prof. Túlio Nogueira Bittencourt, pela sua permanente colaboração, incentivo, acompanhamento e amizade. Ao estimado amigo e Prof. Dr. Ronaldo Barros Gomes, minha eterna gratidão pela sua orientação, pelo seu companheirismo e pelo seu constante incentivo. Ao Prof. Dr. Rui Faria, meus agradecimentos pela sua imensurável acolhida e orientações na Universidade do Porto. Aos colegas da Universidade do Porto por terem me tratado com tanto carinho no período em que estive em Portugal. Aos professores do Departamento de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, que em muito contribuíram para o meu aprendizado. A todos os funcionários do Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações da Escola Politécnica. Ao Laboratório do Centro Tecnológico em Engenharia Civil, do Departamento de Apoio e Controle Técnico de Furnas Centrais Elétricas S.A, que financiou a pesquisa experimental. Ao engenheiro Reynaldo Machado Bittencourt e aos funcionários de Furnas, pelo auxílio na realização do programa experimental. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, pela concessão de recursos de auxílio à pesquisa e pela bolsa de doutorado. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela bolsa de doutorado sanduíche. Em especial, gostaria de destacar a imensurável ajuda das amigas Taís Helena, Alessandra Carvalho e do amigo Jales Silva. A Antônio Acácio, Luis Otávio, Yoakim Petrola, Juarez Hoope, Lourival Neto, Rafael Souza, Adriane Costa, Christian Furakawa, Lorenzo Luchi e Fernanda Giroldo pela valiosa amizade e pelos momentos de lazer e confraternização por que passamos. A todos meus amigos da Escola Politécnica, que sempre estiveram de uma forma ou de outra motivando o desenvolvimento deste trabalho. Finalmente, ao meu bom DEUS, sempre presente iluminando e me guiando para os melhores caminhos. RESUMO Este trabalho descreve uma pesquisa experimental de lajes cogumelo de concreto armado com armadura de cisalhamento, sem envolver a armadura de flexão. Onze lajes cogumelo quadradas de concreto com 200 mm de espessura e 3000 mm de lado, com uma área central carregada de 200 mm de lado, foram testadas até a ruptura. O principal objetivo dos ensaios foi investigar a eficiência de se utilizar esse tipo de armadura de cisalhamento sem envolver a armadura de flexão. Todas as lajes romperam por punção, com cargas de ruptura superiores em até 110%, em relação às cargas de ruptura em lajes similares sem armadura de cisalhamento, demostrando a eficiência da armadura. Foram realizadas também simulações numéricas utilizando modelos axissimétricos e tridimensionais, de lajes cogumelo de concreto armado, com o objetivo de reproduzir numericamente alguns resultados obtidos por pesquisadores e documentados na literatura, validando a parte experimental e a modelagem numérica. As simulações numéricas nãolineares foram realizadas com programa DIANA, e o modelo de fissuração do concreto adotado foi o distribuído (smeared crack). Foram analisados os resultados de cargas últimas e tipos de ruptura, fissuração, deformações nas armaduras e no concreto e as curvas carga x deslocamento. ABSTRACT This work reports experimental research of reinforced concrete flat slabs with use of shear reinforcement not embracing the flexural reinforcement. Eleven square reinforced concrete flat slabs with 200 mm thickness and 3000 mm side lengths, with a square central column of 200mm of side, were tested up to failure. The main objective was to investigate the efficiency of using the mentioned shear reinforcement. All slabs failed by punching and the ultimate loads were superior in up to 110% in relation to slabs without shear reinforcement, demonstrating the efficiency of the reinforcement. The numerical simulations using axisymmetric and three dimensional analyses, of reinforced concrete flats slabs, were carried out with the objective of reproducing some experimental results reported by different investigators, validating the experimental part and also the numerical modelling . The numerical simulations were performed with the software package DIANA, adopting the smeared crack approach to reproduce the concrete behaviour under shear and tension. The evaluated results were mode of failure, strain in steel and loaddeflections curves. i SUMÁRIO LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 1......................................................................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................. 1 1.1 ASPECTOS GERAIS........................................................................................................................... 1 1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................................................ 2 1.3 ORGANIZAÇÃO DA TESE................................................................................................................ 4 CAPÍTULO 2......................................................................................................................................................... 6 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................................... 6 2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................................................................... 6 2.2 PUNÇÃO ............................................................................................................................................. 6 2.3 ENSAIOS EXPERIMENTAIS ...................................................................................................................... 7 2.3.1 Pesquisas realizadas no exterior ..................................................................................................... 7 2.3.2 Pesquisas realizadas no Brasil...................................................................................................... 32 2.4 ESTUDOS NUMÉRICOS ......................................................................................................................... 42 2.4.1 Bhatt (2000)................................................................................................................................... 43 2.4.2 Hallgren (2000) ............................................................................................................................. 44 2.4.3 Beutel (2000) ................................................................................................................................. 45 2.4.4 Staller (2000)................................................................................................................................. 46 2.4.5 Ozbolt (2003)................................................................................................................................. 47 2.4.6 Martinelli (2003) ........................................................................................................................... 48 2.5 RECOMENDAÇÕES DE NORMAS PARA O CÁLCULO DE LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO COM ARMADURA DE CISALHAMENTO ................................................................................................................. 50 2.5.1 NBR 6118/2003 ............................................................................................................................. 50 2.5.2 CEB-Fip MC/90............................................................................................................................. 53 2.5.3 EC2/1992....................................................................................................................................... 57 2.5.4 EC2/2002....................................................................................................................................... 58 2.5.5 ACI 318/2002................................................................................................................................. 61 2.5.6 Método Empírico de Gomes (1991)............................................................................................... 63 2.5.7 Método Empírico de Gomes & Andrade (1999) ............................................................................ 65 2.5.8 Comparação entre os Códigos e Métodos de Cálculo................................................................... 68 CAPÍTULO 3....................................................................................................................................................... 70 PROGRAMA EXPERIMENTAL .................................................................................................................... 70 3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................................ 70 ii 3.2 SISTEMA DE ENSAIO ..................................................................................................................... 71 3.3 CARACTERÍSTICAS DAS LAJES ENSAIADAS ........................................................................... 74 3.3.1 Armadura de Flexão...................................................................................................................... 74 3.3.2 Armadura de Cisalhamento........................................................................................................... 76 3.4 INSTRUMENTAÇÃO....................................................................................................................... 84 3.4.1 Deformação na Armadura de Cisalhamento ................................................................................. 84 3.4.2 Deflexões das lajes ........................................................................................................................ 90 3.5 MATERIAIS ...................................................................................................................................... 91 3.5.1 CONCRETO .................................................................................................................................. 91 3.5.2 AÇO ............................................................................................................................................... 92 3.6 MOLDAGEM E CURA ..................................................................................................................... 92 3.7 PROCEDIMENTO DE PREPARAÇÃO E REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS.................................... 96 CAPÍTULO 4....................................................................................................................................................... 97 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS ....................................................................... 97 4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................................ 97 4.2 MATERIAIS ...................................................................................................................................... 97 4.2.1 Concreto ........................................................................................................................................ 97 4.2.2 Aço............................................................................................................................................... 100 4.3 CARGA E MODO DE RUPTURA .................................................................................................. 102 4.3.1 Grupo 1 – Lajes E1, E2, E3, E4 e E5 .......................................................................................... 102 4.3.2 Grupo 2 – Lajes I6, I7, I8, I9, I10 e I11....................................................................................... 107 4.4 DEFLEXÕES DAS LAJES .............................................................................................................. 111 4.5 DEFORMAÇÕES DA ARMADURA DE CISALHAMENTO........................................................ 120 4.5.1 Grupo 1 – Lajes E1, E2, E3, E4 e E5 .......................................................................................... 120 4.5.2 Grupo 2 – Lajes I6, I7, I8, I9, I10 e I11....................................................................................... 125 4.6 FISSURAS ....................................................................................................................................... 131 CAPÍTULO 5..................................................................................................................................................... 137 ANÁLISE DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS ................................................................................... 137 5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS.......................................................................................................... 137 5.2 COMPARAÇÃO DAS LAJES ENSAIADAS COM OUTRAS LAJES DA LITERATURA ........... 137 5.2.1 Carga de Ruptura ........................................................................................................................ 137 5.2.2 Deslocamento Vertical ................................................................................................................ 143 5.3 CONTRIBUIÇÕES DO AÇO E DO CONCRETO NA RESISTÊNCIA À PUNÇÃO DAS LAJES ENSAIADAS.......... 146 5.4 COMPARAÇÕES ENTRE OS MÉTODOS DE CÁLCULO E AS CARGAS EXPERIMENTAIS .............................. 149 5.4.1 NBR-6118 / 2003 ......................................................................................................................... 149 5.4.2 ACI-318 / 02 ................................................................................................................................ 151 5.4.3 CEB/ MC90 ................................................................................................................................. 153 5.4.4 EC2/ 1992.................................................................................................................................... 154 5.4.5 EC2/ 2002.................................................................................................................................... 157 iii 5.4.6 MÉTODO EMPÍRICO DE GOMES / 1991 ................................................................................. 158 5.4.7 GOMES & ANDRADE / 1999 ..................................................................................................... 160 5.4.8 Resumo dos Métodos ................................................................................................................... 162 5.4.9 Sugestão de Complementação da NBR6118/2003 para a armadura de cisalhamento utilizada. 164 CAPÍTULO 6..................................................................................................................................................... 168 ANÁLISE NUMÉRICA DE LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO......................................... 168 6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................................................... 168 6.2 O PROGRAMA DIANA ...................................................................................................................... 168 6.3 ANÁLISE E COMPARAÇÃO DE RESULTADOS ....................................................................................... 173 6.3.1 Como aplicar o carregamento?................................................................................................... 174 6.3.2 Qual a importância de certos parâmetros? ................................................................................. 185 6.3.3 de Borst e Nauta (1985)............................................................................................................... 194 6.3.4 Gomes (1991) .............................................................................................................................. 211 6.3.5 Musse (2004) ............................................................................................................................... 229 6.3.6 Estudo Comparativo Segundo a NBR6118/2003 e outras Normas Correntes utilizando os recursos da análise não-linear .................................................................................................................. 245 6.4 6.4.1 RESUMO DOS RESULTADOS NUMÉRICOS E COMENTÁRIOS GERAIS ..................................................... 252 Análise Numérica da Laje I10 ensaiada nesta pesquisa.............................................................. 257 CAPÍTULO 7..................................................................................................................................................... 261 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS................................................ 261 7.1 CONCLUSÕES GERAIS................................................................................................................. 261 7.1.1 Conclusões do Programa Experimental ...................................................................................... 261 7.1.2 Conclusões das Análises Numéricas............................................................................................ 265 7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................................................................... 266 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................ 268 iv LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 – Resultados das lajes ensaiadas por Andersson (1963) ....................................................................... 8 Tabela 2.2 – Resultados das lajes ensaiadas por Regan (1980)............................................................................. 11 Tabela 2.3 – Resultados das lajes ensaiadas por Ghali (1980 e 1985)................................................................... 12 Tabela 2.4 – Resultados das lajes ensaiadas por Gomes (1991)............................................................................ 17 Tabela 2.5 – Resultados das lajes ensaiadas por Hallgren (1996) ......................................................................... 21 Tabela 2.6 – Resultados das lajes ensaiadas por Hegger (2001) ........................................................................... 26 Tabela 2.7 – Características gerais e resultados das lajes ensaiadas por Samadian (2001) ................................... 27 Tabela 2.8 – Resultados das lajes ensaiadas por Andrade (1999) ......................................................................... 34 Tabela 2.9 – Características e resultados das lajes ensaiadas do Grupo 1 por Trautwein (2001).......................... 37 Tabela 2.10 – Características e resultados das lajes ensaiadas do Grupo 2 por Trautwein (2001) ....... 38 Tabela 2.11 – Características e resultados das lajes ensaiadas por Musse (2004)................................................. 42 Tabela 2.12 – Valores de τRd – Eurocode 2/1992 .................................................................................................. 57 Tabela 2.13 – Comparativo entre os códigos e métodos de cálculo para previsão da carga de ruptura de lajes cogumelo ............................................................................................................................................................... 69 Tabela 3.1 – Características das lajes ensaiadas do Grupo 2................................................................................. 83 Tabela 3.2 – Quantidade de material utilizado para o concreto............................................................................. 92 Tabela 4.1 – Propriedades mecânicas do concreto nas idades de controle. ........................................................... 98 Tabela 4.2– Propriedades mecânicas do concreto no dia de ensaio....................................................................... 99 Tabela 4.3 – Resultados dos ensaios à tração dos aços utilizados na confecção das lajes................................... 100 Tabela 4.4 – Propriedades mecânicas dos “studs”............................................................................................... 101 Tabela 4.5 – Carga de ruptura das lajes do Grupo 1............................................................................................ 103 Tabela 4.6 – Carga de ruptura das lajes do Grupo 2............................................................................................ 108 Tabela 4.7 – Comparações no surgimento da primeira fissura radial (flexão). ................................................... 133 Tabela 4.8 – Cargas de fissuração das lajes......................................................................................................... 134 Tabela 5.1 – Resultados obtidos nas lajes de outras pesquisas sem armadura de cisalhamento em comparação com os resultados desta pesquisa......................................................................................................................... 138 Tabela 5.2 – Comparação dos resultados experimentais da literatura com os da presente pesquisa. .................. 140 Tabela 5.3 – Contribuições do concreto e da armadura de cisalhamento na resistência à punção das lajes........ 148 Tabela 5.4 – Contribuições do concreto e da armadura de cisalhamento na resistência à punção das lajes........ 149 v Tabela 5.5 – Características básicas das lajes testadas ........................................................................................ 150 Tabela 5.6 – Comparação da carga experimental com a estimada pela NBR-6118/2003. .................................. 150 Tabela 5.7 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo ACI-318/02. ......................................... 152 Tabela 5.8 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo CEB/MC90........................................... 154 Tabela 5.9 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo EC2/92. ................................................ 156 Tabela 5.10 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo EC2/2002. .......................................... 157 Tabela 5.11 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo método empírico de Gomes (1991). ... 159 Tabela 5.12 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo método empírico de Gomes & Andrade (1999). ................................................................................................................................................................. 161 Tabela 5.13 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo método empírico de Gomes & Andrade (1999) considerando o número de camadas que a superfície experimental cruzou. ............................................ 162 Tabela 5.14 – Relações entre a carga experimental das lajes ensaiadas e as cargas previstas segundo as normas. ............................................................................................................................................................................. 163 Tabela 5.15 – Comparação da carga experimental com a estimada pela NBR6118/2003 com sugestões de modificações........................................................................................................................................................ 165 Tabela 5.16 – Comparação da carga experimental com a estimada pela NBR6118/2003 com sugestões de modificações........................................................................................................................................................ 167 Tabela 6-1– Propriedades do Concreto ............................................................................................................... 175 Tabela 6-2 – Propriedades mecânicas das armaduras utizadas por Silva(2003).................................................. 175 Tabela 6-3 – Propriedades do Concreto .............................................................................................................. 194 Tabela 6-4 – Propriedades do Concreto .............................................................................................................. 212 Tabela 6-5 – Propriedades mecânicas dos aços................................................................................................... 212 Tabela 6-6 – Características das lajes de Gomes................................................................................................. 221 Tabela 6-7 – Características das lajes ensaiadas por Musse (2004). ................................................................... 231 Tabela 6-8– Propriedades do Concreto utilizadas na análise numérica............................................................... 246 vi LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 – Modo de ruptura de uma laje cogumelo sem armadura de cisalhamento . (CEB/MC90). .................. 7 Figura 2.2 – Detalhes das lajes ensaiadas por Andersson (1963). ........................................................................... 9 Figura 2.3 – Detalhes das armaduras de cisalhamento utilizadas por Regan (1980). ................................ 11 Figura 2.4 – Armadura de cisalhamento utilizada por Ghali (1985). .................................................................... 13 Figura 2.5 – Superfícies de ruptura básicas de ruptura para uma laje cogumelo com armadura de cisalhamento segundo Regan(1985)............................................................................................................................................ 14 Figura 2.6 – Efeito da inclinação da superfície de ruptura em uma laje cogumelo com armadura de cisalhamento na resistência à punção. Regan (1985) .................................................................................................................. 14 Figura 2.7 – Armadura de cisalhamento utilizada por Gomes (1991). .................................................................. 15 Figura 2.8 – Posição da armadura de cisalhamento utilizada por Gomes (1991) em relação à armadura de flexão. ............................................................................................................................................................................... 16 Figura 2.9 – Disposições das armaduras de cisalhamento de Gomes (1991). ....................................................... 18 Figura 2.10 – Detalhe da armadura de cisalhamento “Riss Star” utilizada por Regan (1993). ............................. 19 Figura 2.11 – Detalhe da armadura de cisalhamento “Riss Star” utilizada por Regan (1993). ............................. 20 Figura 2.12 – Armadura de cisalhamento utilizada por Hallgren (1996). ............................................................. 20 Figura 2.13 – Detalhe do “Shearband System” (fita de aço dobrável) utilizado por Pilakoutas (2000). (Vista em Planta - unidades em mm) ..................................................................................................................................... 22 Figura 2.14 – Detalhe do “Shearband System” utilizado por Pilakoutas (2000). (unidades em mm) ................... 22 Figura 2.15 – Detalhe da armadura de cisalhamento em forma de casca tronco-cônica utilizada por Alander (2000). ................................................................................................................................................................... 23 Figura 2.16 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Broms (2000)................................................. 24 Figura 2.17 – Posicionamento da armadura de cisalhamento, em relação à armadura de flexão, utilizada por Broms (2000)......................................................................................................................................................... 25 Figura 2.18 – Detalhe da armadura de cisalhamento (estribos) utilizador por Hegger (2001). ............................. 26 Figura 2.19 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Samadian (2001)............................................ 29 Figura 2.20 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Samadian (2001)............................................ 30 Figura 2.21 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Samadian (2001)............................................ 31 Figura 2.22 – Superfícies de ruptura das lajes ensaiadas por Samadian (2001). ................................................... 31 Figura 2.23 – Detalhes dos elementos utilizados para compor as armaduras de cisalhamento utilizadas por Cordovil e Fusco (1995)........................................................................................................................................ 32 Figura 2.24 – Posicionamento da armadura de cisalhamento utilizada por Andrade (1999) em relação à armadura de flexão. ............................................................................................................................................... 33 Figura 2.25 – Armaduras de cisalhamento utilizadas por Andrade (1999)............................................................ 34 vii Figura 2.26 – Superfície de ruptura das lajes ensaiadas por Andrade (1999)........................................................ 35 Figura 2.27 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Trautwein (2001). .......................................... 36 Figura 2.28 – Distribuição da armadura de cisalhamento utilizada por Trautwein (2001).................................... 37 Figura 2.29 – Superfícies de ruptura das lajes do Grupo 1 ensaiadas por Trautwein (2001)................................. 38 Figura 2.30 – Superfícies de ruptura das lajes do Grupo 2 ensaiadas por Trautwein (2001)................................. 39 Figura 2.31 – Armadura de cisalhamento utilizada por Silva (2003). ................................................................... 40 Figura 2.32 – Modelo axissimétrico de elementos finitos utilizado por Hallgren (2000) na análise numérica. .... 45 Figura 2.33 – Superfície de ruptura obtida numericamente por Staller (2000). .................................................... 46 Figura 2.34 – Comparação entre as superfícies de ruptura obtidas na análise numérica e experimental Ozbolt (2003). ................................................................................................................................................................... 47 Figura 2.35 – Curva tensão x deformação para o modelo 1. Martinelli(2003)...................................................... 48 Figura 2.36 – Curva tensão x deformação para o modelo 2. Martinelli(2003)...................................................... 49 Figura 2.37 – Perímetro crítico em pilares internos segundo a NB1/2000. ........................................................... 51 Figura 2.38 – Perímetro crítico afastado 2d do último elemento da armadura de cisalhamento segundo a recomendação da NBR6118/2003. ........................................................................................................................ 53 Figura 2.39 – Perímetro de controle conforme o CEB-fib/MC 90. ....................................................................... 54 Figura 2.40 – Perímetro de controle conforme o CEB-Fip/MC 90, para a região externa à armadura de cisalhamento.......................................................................................................................................................... 56 Figura 2.41 – Perímetro de controle conforme o EC2/1992.................................................................................. 57 Figura 2.42 – Perímetros de controle (uout e uout, ef) conforme o EUROCODE 2 (2002). ...................................... 60 Figura 2.43 – Perímetro crítico a ser considerado segundo recomendações do ACI318/2002......................... 61 Figura 2.44 – Perímetro crítico a ser considerado segundo recomendações do ACI318/2002......................... 63 Figura 2.45 – Perímetro crítico a ser considerado conforme Gomes (1991). ........................................................ 65 Figura 2.46 – Superfícies de ruptura segundo o método Empírico de Gomes e Andrade (1999).......................... 66 Figura 3.1 - Situação da laje estudada. (Pórtico hipotético) .................................................................................. 71 Figura 3.2 – Esquema de Ensaio (unidades em mm)............................................................................................. 72 Figura 3.3 – Fotografia do esquema de ensaio. ..................................................................................................... 73 Figura 3.4 – Detalhamento da armadura de flexão................................................................................................ 75 Figura 3.5 – Armadura preparada para ser concretada. ......................................................................................... 75 Figura 3.6 – Desenho Esquemático da posição da armadura de cisalhamento em relação à de flexão. ................ 77 Figura 3.7 – Fotografia interna à armadura de flexão, apresentando a posição da armadura de cisalhamento. .... 77 viii Figura 3.8 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento da laje E1. ........................................ 78 Figura 3.9 - Detalhe da armadura de cisalhamento (dimensões em mm). ............................................................. 78 Figura 3.10 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento da laje E2. ...................................... 79 Figura 3.11 – Detalhes da armadura de cisalhamento utilizada na laje E2............................................................ 80 Figura 3.12 – Detalhe dos ganchos em forma de U, posicionados na parte inferior da armadura de cisalhamento. ............................................................................................................................................................................... 81 Figura 3.13 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento das lajes E3, E4 e E5.................... 81 Figura 3.14 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento das lajes I6, I7 e I8......................... 83 Figura 3.15 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento das lajes I9, I10 e I11. .................... 84 Figura 3.16 - Detalhe dos extensômetros colados. ................................................................................................ 85 Figura 3.17 – Posição dos extensômetros da laje E1 – Grupo 1............................................................................ 86 Figura 3.18 – Posição dos extensômetros da laje E2 – Grupo 1............................................................................ 86 Figura 3.19 – Posição dos extensômetros das lajes E3, E4 e E5 – Grupo 1. ......................................................... 87 Figura 3.20 – Posição dos extensômetros das lajes I6, I7 e I8 – Grupo 2. ........................................................... 87 Figura 3.21 – Posição dos extensômetros das lajes I 9, I10 e I11 – Grupo 2......................................................... 88 Figura 3.22 – Posição dos extensômetros nos ganchos em forma de U das lajes E3, E4 e E5 .......................... 89 Figura 3.23 – Posição dos extensômetros nos ganchos em forma de U das lajes I6 a I11. ................................... 89 Figura 3.24 – Posição dos deflectômetros (distâncias em mm)............................................................................. 90 Figura 3.25 – Posição dos deflectômetros. ............................................................................................................ 91 Figura 3.26 – Laje posicionada na forma metálica preparada para ser concretada................................................ 93 Figura 3.27 – Preparação do concreto para ser lançado na forma. ....................................................................... 93 Figura 3.28 - Concretagem da laje........................................................................................................................ 94 Figura 3.29 – Concretagem da laje........................................................................................................................ 94 Figura 3.30 – Lançamento do concreto na forma. ................................................................................................. 95 Figura 3.31- Processo de cura da laje. ................................................................................................................... 95 Figura 4.1– Esquema de ensaio dos “studs”........................................................................................................ 101 Figura 4.2 – Fotografia dos “studs” antes e após os ensaios. .............................................................................. 102 Figura 4.3 – Laje E1 cortada ao meio após a ruptura. ......................................................................................... 103 Figura 4.4 – Coluna entrou na laje. (Laje E1 – 1100 kN).................................................................................... 104 Figura 4.5 – Superfície de ruptura da laje E2. (Face superior) ............................................................................ 104 ix Figura 4.6 – Superfície de ruptura da laje E3. (Face inferior) ............................................................................. 105 Figura 4.7 – Superfície de ruptura da laje E4. (Face inferior) ............................................................................. 106 Figura 4.8 – Laje E4 cortada ao meio após a ruptura. ......................................................................................... 106 Figura 4.9 – Superfície de ruptura da laje E5. (Face inferior) ............................................................................. 107 Figura 4.10 – Superfícies de ruptura das lajes 6, 7 e 8 ensaiadas. ....................................................................... 108 Figura 4.11 – Fotografias das lajes I6, I7 e I8 após a ruptura.............................................................................. 109 Figura 4.12 – Fotografias das lajes I9, I10 e I11 após a ruptura.......................................................................... 110 Figura 4.13 – Superfícies de ruptura das lajes I9, I10 e I11 ensaiadas. ............................................................... 111 Figura 4.14 – Deslocamentos verticais medidos na laje E1 – Grupo 1. .............................................................. 112 Figura 4.15 – Deslocamentos verticais medidos na laje E2 – Grupo 1. .............................................................. 112 Figura 4.16 – Deslocamentos verticais medidos na laje E3 – Grupo 1. .............................................................. 113 Figura 4.17 – Deslocamentos verticais medidos na laje E4 – Grupo 1. .............................................................. 113 Figura 4.18 – Deslocamentos verticais medidos na laje E5 – Grupo 1. .............................................................. 114 Figura 4.19 – Deslocamentos verticais medidos na laje I6 – Grupo 2................................................................. 114 Figura 4.20 – Deslocamentos verticais medidos na laje I7 – Grupo 2................................................................. 115 Figura 4.21 – Deslocamentos verticais medidos na laje I8 – Grupo 2................................................................. 115 Figura 4.22 – Deslocamentos verticais medidos na laje I9 – Grupo 2................................................................. 116 Figura 4.23 – Deslocamentos verticais medidos na laje I10 – Grupo 2............................................................... 116 Figura 4.24 – Deslocamentos verticais medidos na laje I11 – Grupo 2............................................................... 117 Figura 4.25 – Deslocamentos verticais medidos pelo relógio central, nas lajes do Grupo 1............................... 118 Figura 4.26 – Deslocamentos verticais medidos pelo relógio central, nas lajes do Grupo 2............................... 118 Figura 4.27 – Comparação dos deslocamentos verticais medidos pelo relógio central entre as lajes E5 (Grupo 1) e as lajes I6, I7 e I8 (Grupo 2). ............................................................................................................................ 119 Figura 4.28 – Comparação dos deslocamentos verticais medidos pelo relógio central entre as lajes E5 (Grupo 1) e as lajes I9, I10 e I11 (Grupo 2). ........................................................................................................................ 120 Figura 4.29 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E1. ..................................................................................... 121 Figura 4.30 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E2. ..................................................................................... 121 Figura 4.31 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E3. ..................................................................................... 122 Figura 4.32 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E4. ..................................................................................... 123 Figura 4.33 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E5. ..................................................................................... 123 Figura 4.34 – Gráfico Carga x Deformações – Ganchos em forma de U Laje E3............................................... 124 x Figura 4.35 – Gráfico Carga x Deformações – Ganchos em forma de U Laje E4............................................... 124 Figura 4.36 – Gráfico Carga x Deformações – Ganchos em forma de U Laje E5............................................... 125 Figura 4.37 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I6. ...................................................................................... 126 Figura 4.38 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I7. ...................................................................................... 126 Figura 4.39 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I8. ...................................................................................... 127 Figura 4.40 – Faixas de deformação máxima atingida pelos elementos da armadura de cisalhamento das lajes I6, I7 e I8. ((a – ε ≤ 0,5; b – 0,5 < ε ≤ 1,0; c – 1,0 < ε ≤ 1,5; d – 1,5 < ε ≤ 2,0; e – 2,0 < ε ≤ 2,5; f – 2,5 < ε ≤ εy; g – ε > εy) x10-3)........................................................................................................................................................... 128 Figura 4.41 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I9. ...................................................................................... 128 Figura 4.42 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I9. ...................................................................................... 129 Figura 4.43 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I10...................................................................................... 129 Figura 4.44 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I10...................................................................................... 130 Figura 4.45 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I11...................................................................................... 130 Figura 4.46 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I11...................................................................................... 131 Figura 4.47 – Faixas de deformação máxima atingida pelos elementos da armadura de cisalhamento das lajes I9, I10 e I11. ((a – ε ≤ 0,5; b – 0,5 < ε ≤ 1,0; c – 1,0 < ε ≤ 1,5; d – 1,5 < ε ≤ 2,0; e – 2,0 < ε ≤ 2,5; f – 2,5 < ε ≤ εy; g – ε > εy) x10-3) ....................................................................................................................................................... 132 Figura 4.48 – Fissuras na laje I8 – Grupo 2 (300 kN). ........................................................................................ 134 Figura 4.49 – Fissuras na laje I8 – Grupo 2 (500 kN). ........................................................................................ 135 Figura 4.50 – Fissuras na laje I8 – Grupo 2 (700 kN). ........................................................................................ 135 Figura 4.51 – Fissuras na laje I8 – Grupo 2 (856 kN – carga de ruptura.) .......................................................... 136 Figura 5.1 – Comparação dos resultados obtidos nas lajes de outras pesquisas sem armadura de cisalhamento com os resultados desta pesquisa......................................................................................................................... 139 Figura 5.2 – Comparação dos resultados experimentais da literatura com os da presente pesquisa para lajes com ruptura externa a região armada. ......................................................................................................................... 142 Figura 5.3 – Comparação dos resultados experimentais da literatura com os da presente pesquisa para lajes com ruptura interna à região armada. .......................................................................................................................... 143 Figura 5.4 – Acréscimo dos deslocamentos verticais obtidos em relação as lajes de referência sem armadura de cisalhamento........................................................................................................................................................ 144 Figura 5.5 – Comparação do deslocamento vertical da laje E5 com as lajes G1 e G9 de Gomes (1991)............ 145 Figura 5.6 – Comparação do deslocamento vertical das lajes I9, I10 e I11 com as lajes G10 e G11 de Gomes (1991). ................................................................................................................................................................. 146 Figura 5.7 – Efeito da inclinação da superfície de ruptura na resistência à punção. ........................................... 147 Figura 5.8 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando a NBR 6118/2003 e os ensaios desta pesquisa. ................. 151 xi Figura 5.9 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o ACI e os ensaios desta pesquisa. .................................... 153 Figura 5.10 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o CEB/MC90 e os ensaios desta pesquisa. ...................... 155 Figura 5.11 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o EC2/92 e os ensaios desta pesquisa. ............................ 156 Figura 5.12 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o EC2/02 e os ensaios desta pesquisa. ............................ 158 Figura 5.13 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o método empírico de Gomes/91 e os ensaios desta pesquisa. .............................................................................................................................................................. 160 Figura 5.14 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o método empírico de Gomes e Andrade (1999) e os ensaios desta pesquisa. ..................................................................................................................................................... 162 Figura 5.15 – Comparação entre Vteste / Vcalc das lajes ensaiadas para cada método de cálculo analisado das lajes do Grupo 1........................................................................................................................................................... 164 Figura 5.16 – Comparação entre Vteste / Vcalc das lajes ensaiadas para cada método de cálculo analisado das lajes do Grupo 2........................................................................................................................................................... 164 Figura 6.1 – Diagramas de amolecimento à tração ( tension softening) disponíveis no Diana. (TNO, 2002)..... 170 Figura 6.2 – Diagrama tension stiffening disponível no Diana. (TNO, 2002)..................................................... 171 Figura 6.3 – Esquema de ensaio – vista superior e vista lateral utilizado por Silva (2003)................................. 176 Figura 6.4 – Representação das condições de contorno e armadura das lajes simuladas. ................................... 177 Figura 6.5 – Malha de elementos finitos utilizada nas simulações numéricas..................................................... 177 Figura 6.6 – Aplicação do carregamento diretamente na laje.............................................................................. 178 Figura 6.7 – Deslocamento total e abertura de fissuras da laje simulada. ........................................................... 179 Figura 6.8 – Deslocamento total e tensões principais σxx da laje simulada. ........................................................ 180 Figura 6.9 – Gráfico Carga x Deslocamento. ( Carregamento aplicado por pressão diretamente na laje) .......... 180 Figura 6.10 – Laje com a chapa metálica para a aplicação do carregamento. ..................................................... 181 Figura 6.11 – Deslocamento total da laje e aberturas de fissuras com aplicação de pressão............................... 182 Figura 6.12 – Deslocamento total da laje e aberturas de fissuras com aplicação de deslocamento..................... 182 Figura 6.13 – Descolamento da chapa metálica da face inferior da laje – carregamento aplicado por pressão... 183 Figura 6.14 – Descolamento da chapa metálica da face inferior da laje – carregamento aplicado por deslocamento. ...................................................................................................................................................... 184 Figura 6.15 – Modelo da laje analisada. .............................................................................................................. 185 Figura 6.16 – Gráfico carga x deslocamento. ...................................................................................................... 186 Figura 6.17 – Gráfico carga x deslocamento. (Resistência a tração = 2,2 MPa e energia de Fratura = 100N/mm) ............................................................................................................................................................................. 187 Figura 6.18 – Gráfico carga x deslocamento. (Resistência a tração = 3,7 e 0,7fct).............................................. 188 Figura 6.19 – Gráfico carga x deslocamento. (Energia de Fratura = 100N/mm e 0,7fct)..................................... 188 xii Figura 6.20 – Abertura das fissuras para a carga máxima. .................................................................................. 189 Figura 6.21 – Fissuras para a carga máxima........................................................................................................ 189 Figura 6.22 – Tensões principais para a carga máxima. ...................................................................................... 190 Figura 6.23 – Distorção do elemento γxy para a carga máxima. .......................................................................... 190 Figura 6.24 – Gráfico carga x deslocamento. (deslocamento central)................................................................. 191 Figura 6.25 – Abertura das fissuras para a carga máxima. .................................................................................. 192 Figura 6.26 – Fissuras para a carga máxima........................................................................................................ 192 Figura 6.27 – Tensões principais para a carga máxima. ...................................................................................... 193 Figura 6.28 – Distorção do elemento γxy para a carga máxima. .......................................................................... 193 Figura 6.29 – Geometria da laje axisimétrica. ..................................................................................................... 194 Figura 6.30 – Refinamento da malha utilizada na análise. .................................................................................. 195 Figura 6.31 – Diagrama do tension stiffening utilizado na análise da laje. ......................................................... 196 Figura 6.32 – Gráfico carga x deslocamento. ...................................................................................................... 196 Figura 6.33 – Deformada da laje (Ponto não convergido)................................................................................... 197 Figura 6.34 – Abertura das fissuras para a carga máxima (Iteração não convergida) . ....................................... 197 Figura 6.35 – Comparação de resultados obtidos por de Borst e a análise realizada neste trabalho. .................. 198 Figura 6.36 – Malha esparsa da laje axisimétrica................................................................................................ 199 Figura 6.37 – Malha Refinada da laje axisimétrica ............................................................................................. 200 Figura 6.38 – Gráfico carga x deslocamento (malha esparsa x malha refinada). ................................................ 201 Figura 6.39 – Gráfico carga x deslocamento (tension softening linear x tension softening não-linear (Hordijk)). ............................................................................................................................................................................. 202 Figura 6.40 – Fissuras para a carga máxima (402,4 kN) e deslocamento de 18.24 mm...................................... 202 Figura 6.41 – Abertura das fissuras para a carga máxima (402,4 kN) e deslocamento de 18,24mm. ................. 203 Figura 6.42 – Tensões principais para a carga máxima (402,4 kN) e deslocamento de 18,24mm. ..................... 203 Figura 6.43 – Distorção do elemento γxy para a Carga Máxima (402,4 kN) e deslocamento de 18,24mm. ........ 204 Figura 6.44 – Gráfico Carga x Deslocamento [softening linear x (softening linear + tension stiffening)]... 205 Figura 6.45 – Fissuras para a carga máxima (406,3 kN) e deslocamento de 17,65 mm...................................... 205 Figura 6.46 – Abertura das fissuras para a carga máxima (406,3 kN) e deslocamento de 17,65mm. ................. 206 Figura 6.47 – Tensões principais para a carga máxima (406,3 kN) e deslocamento de 17,65mm. ..................... 206 Figura 6.48 – Distorção do elemento γxy para a carga máxima (406,3 kN) e deslocamento de 17,65mm........... 207 xiii Figura 6.49 – Gráfico carga x deslocamento (Multi Fixed x Total Strain).......................................................... 208 Figura 6.50 – Fissuras para a carga máxima (387,5 kN) e deslocamento de 18,36 mm...................................... 208 Figura 6.51 – Abertura das fissuras para a carga Máxima (387,5 kN) e deslocamento de 18,36mm.................. 209 Figura 6.52 – Tensões principais para a carga máxima (387,5 kN) e deslocamento de 18,36mm. ..................... 209 Figura 6.53 – Distorção do elemento γxy para a carga máxima (387,5 kN) e deslocamento de 18,36mm........... 210 Figura 6.54 – Gráfico carga x deslocamento (Newton Raphson x Secante (BFGS)). ......................................... 211 Figura 6.55 – Geometria da laje de Gomes (1991).............................................................................................. 212 Figura 6.56 – Gráfico Carga x Deslocamento. .................................................................................................... 213 Figura 6.57 – Deformação máxima dos elementos de concreto. ......................................................................... 214 Figura 6.58 – Deformada Incremental e abertura de fissuras. ............................................................................. 214 Figura 6.59 – Inclinação da superfície de ruptura obtida na simulação numérica............................................... 215 Figura 6.60 – Malha de elementos finitos e detalhes da armadura de flexão. ..................................................... 216 Figura 6.61 – Gráfico Carga x Deslocamento. .................................................................................................... 217 Figura 6.62 – Deformada da laje obtida na análise numérica 3D. ....................................................................... 218 Figura 6.63 – Superfície de ruptura obtida na análise numérica 3D.................................................................... 218 Figura 6.64 – Deformação tangencial e radial da armadura de flexão obtida na análise numérica 3D. .............. 219 Figura 6.65 – Distribuição das armaduras de cisalhamento utilizadas por GOMES (1991) nas lajes L6, L10 e L11. ..................................................................................................................................................................... 221 Figura 6.66 – Modelo axissimétrico e malha de elementos finitos da laje L10................................................... 223 Figura 6.67 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central.................................................................... 224 Figura 6.68 – Deformada e abertura de fissuras na proximidade da ruptura. ...................................................... 225 Figura 6.69 – Deformações da armadura de cisalhamento (numérico x experimental)....................................... 225 Figura 6.70 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central.................................................................... 226 Figura 6.71 – Deformada e abertura de fissuras na proximidade da ruptura. ...................................................... 227 Figura 6.72 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central.................................................................... 228 Figura 6.73 – Deformada e abertura de fissuras na proximidade da ruptura. ...................................................... 228 Figura 6.74 – Esquema de ensaio – Vista superior e corte (mm). ....................................................................... 230 Figura 6.75 – Superfícies de ruptura das lajes em corte. ..................................................................................... 231 Figura 6.76 – Malha de Elementos Finitos e características do modelo analisado.............................................. 233 Figura 6.77 – Gráfico carga x deslocamento vertical na zona central. (L1- Musse (2004))................................ 233 xiv Figura 6.78 – Deformada e superfície de ruptura da laje L1. .............................................................................. 234 Figura 6.79 – Deformação da armadura de flexão............................................................................................... 235 Figura 6.80 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. (L2 - Musse (2004)) ................................. 236 Figura 6.81 – Deformada e superfície de ruptura da laje L2. .............................................................................. 236 Figura 6.82 – Deformação da armadura de flexão da laje L2.............................................................................. 237 Figura 6.83 – Deformação da armadura de cisalhamento (terceira camada de “studs”). .................................... 238 Figura 6.84 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. (L3 - Musse (2004)) ................................. 239 Figura 6.85 – Deformada e superfície de ruptura da laje L3. .............................................................................. 240 Figura 6.86 – Deformação da armadura de flexão............................................................................................... 240 Figura 6.87 – Deformação da armadura de cisalhamento (primeira camada de “studs”).................................... 241 Figura 6.88 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. (L4 - Musse (2004)) ................................. 242 Figura 6.89 – Deformação e superfície de ruptura da laje L4. ............................................................................ 243 Figura 6.90 – Deformação da armadura de flexão............................................................................................... 243 Figura 6.91 – Deformação da armadura de cisalhamento (primeira camada de “studs”).................................... 244 Figura 6.92 – Deformação da armadura de cisalhamento (segunda camada de “studs”). ................................... 245 Figura 6.93 – Influência da resistência à compressão na resistência a punção das lajes. .................................... 247 Figura 6.94 – Comparação dos resultados numéricos obtidos com os resultados previstos a partir dos métodos de cálculo. ................................................................................................................................................................ 247 Figura 6.95 – Influência da taxa de armadura longitudinal na resistência a punção das lajes. ............................ 249 Figura 6.96 – Influência da taxa de armadura longitudinal na resistência a punção das lajes. ............................ 250 Figura 6.97 – Comparação dos resultados numéricos obtidos com os resultados previstos pelas normas. ......... 251 Figura 6.98 – Comparação dos resultados numéricos obtidos com os resultados previstos pelas normas. ......... 252 Figura 6.99 – Influência das propriedades dos materiais e da taxa de armadura longitudinal na resistência à punção das lajes................................................................................................................................................... 256 Figura 6.100 – Geometria da laje utilizada na simulação numérica. ................................................................... 257 Figura 6.101 – Malha de elementos finitos utilizada na simulação numérica. .................................................... 258 Figura 6.102 – Fissuras obtidas na laje I10 (Grupo 2) na análise numérica.. ...................................................... 259 Figura 6.103 – Gráfico carga x deslocamento da laje I10 (Grupo 2)................................................................... 260 xv 1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 ASPECTOS GERAIS Em um mercado cada vez mais disputado, o engenheiro defronta-se quotidianamente com novos desafios, tanto técnicos como tecnológicos. Problemas de ordem estética e econômica levam à concepção e ao cálculo de estruturas cada vez mais arrojadas. A utilização de estruturas com lajes cogumelo tornou-se habitual nos últimos anos. Isto se deve fundamentalmente à simplicidade, economia de tempo, execução e custos, assim como à flexibilidade de utilização dos espaços construídos. Entre as possíveis vantagens deste tipo de estrutura pode – se citar: • Simplificação na execução das formas. Devido à ausência de vigas ocorre uma diminuição dos recortes, ocasionando uma maior agilidade no processo construtivo e redução de custo; • O arranjo das armaduras de flexão é mais simples e conseqüentemente mais fácil para executar, possibilitando também o uso de telas soldadas; • Maior facilidade no lançamento, adensamento e desforma do concreto, reduzindo a possibilidade de ocorrência de falhas; • Redução da altura total do edifício, possibilitando aumentar o número de pavimentos; • A inexistência de vigas acarreta a diminuição dos revestimentos. Algumas desvantagens podem ser observadas no uso de pavimentos de edifícios em lajes cogumelo, fazendo com que a sua utilização tenha que ser bem estudada e comparada com outros tipos de pavimentos de edifícios, antes de sua adoção pura e simplesmente. Com base nos resultados disponíveis na literatura, quando comparadas às lajes usuais, apoiadas em vigas, as lajes cogumelo podem apresentar maiores deslocamentos verticais (flechas) para um mesmo vão. Torna-se necessário, então, um aumento na espessura da laje 2 cogumelo para que o valor da flecha, para um mesmo vão, seja o mesmo de uma laje convencional. A estabilidade global da estrutura pode diminuir, devido à ausência de vigas, sendo necessário vincular a laje a núcleos rígidos ou paredes estruturais. Na região de ligação laje x pilar em lajes cogumelo, verificam – se elevadas tensões originadas pelos esforços de flexão e de cisalhamento, que podem provocar ruptura por punção da laje, com uma carga inferior à de flexão. A ruptura por punção está associada à formação de um tronco de pirâmide que tende a se desligar da laje. A resistência à punção, quando dimensionada inadequadamente, pode causar graves acidentes como o colapso de uma laje, ou mesmo a ruína total da estrutura. A ruptura por punção pode ocorrer sem nenhum aviso prévio e de forma frágil. A resistência ao cisalhamento (punção) é um fator importante no dimensionamento deste tipo de estruturas, sendo freqüentemente um fator condicionante para a escolha da espessura da laje, da geometria dos pilares, da resistência à compressão do concreto, do uso de capitel ou pela escolha do uso de armadura de cisalhamento. A previsão da carga de ruptura em lajes cogumelo sem armadura de punção, segundo várias normas (ACI/318-2002, CEB–FIP/1990, EC-2/1992, EC-2/2001 e NBR 6118/2003) pode ser feita pelo cálculo da tensão nominal de cisalhamento atuando em uma dada superfície de controle e comparando-se esta tensão com a resistência do concreto ao cisalhamento, que é calculada em função da resistência característica do concreto à compressão, entre outros parâmetros (geometria do pilar, taxa de armadura de flexão e espessura da laje). Já nas lajes cogumelo com presença de armadura de punção, a previsão da carga de ruptura das lajes será dada pela soma da parcela resistente do aço (taxa de armadura transversal) e do concreto. 1.2 OBJETIVOS Esta pesquisa tem como objetivo avaliar as possibilidades de melhoria da resistência à punção de lajes cogumelo de concreto armado, com o uso de armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno, sem envolver a armadura de flexão. A motivação para o estudo desse tipo de armadura reside na facilidade de sua montagem, por interferir menos com as armaduras longitudinais de flexão. 3 Procura-se analisar as contribuições deste tipo de armadura de cisalhamento interna na carga de ruptura das lajes, verificando sua influência nas diferentes superfícies de ruptura das lajes: cruzando a região armada ao cisalhamento ou externa a ela. No total foram ensaiadas onze lajes, cinco no Grupo 1 e seis no Grupo 2. Nas lajes do Grupo 1 as principais variáveis dos ensaios são a forma de distribuição da armadura de cisalhamento e a adição de pinos ou ganchos em forma de “U” utilizados na parte inferior da armadura de cisalhamento. Com relação às lajes do Grupo 2, as principais variáveis foram o diâmetro da armadura de cisalhamento e o número de camadas utilizadas. Os resultados experimentais obtidos nesta pesquisa são comparados entre si e com os resultados de outras pesquisas em lajes cogumelo, com e sem armadura de cisalhamento. Os resultados são comparados também com estimativas obtidas segundo várias normas: ACI/318-2002, CEB–FIP/1990, EC-2/1992, EC-2/2001 e NBR 6118/2003. Como as simulações numéricas com elementos finitos vêm se tornando uma importante ferramenta de análise e previsão de comportamento das estruturas de concreto armado, paralelo ao programa experimental foi desenvolvido um estudo numérico bidimensional e tridimensional, utilizando o software DIANA. Esse estudo visa definir os modelos constitutivos do concreto e do aço disponíveis que permitam a devida avaliação da deformabilidade das lajes, dos esforços de cisalhamento e tensões que podem causar a ruptura da laje por punção, assim como visualizar também o modo de ruptura. Resultados experimentais de diversas lajes cogumelo disponíveis na literatura foram comparados com os resultados numéricos obtidos. Com o mesmo objetivo realizou-se também um estudo comparativo entre a NBR6118/2003 e outras normas correntes, com aqueles resultados obtidos através da análise numérica de lajes cogumelo e sem armadura de cisalhamento. 4 1.3 ORGANIZAÇÃO DA TESE Apresenta-se em seguida a organização desta tese, que é constituída por sete capítulos, incluindo a introdução e as conclusões finais, e ainda dois anexos. No Capítulo 2, de revisão bibliográfica, apresenta-se o estado de conhecimento atual do problema de resistência à punção em lajes de concreto armado. Faz-se referência a alguns ensaios experimentais realizados por outros pesquisadores recentemente no Brasil e no exterior, enfocando o acréscimo da resistência ao puncionamento das lajes utilizando diversos tipos de armadura de cisalhamento. Nesse capítulo também são descritos alguns trabalhos numéricos com recurso de softwares baseados em elementos finitos, que reproduziram a ruptura das lajes cogumelo por punção. São ainda apresentadas as recomendações de normas e códigos nacionais e internacionais para prever o valor da carga de ruptura ao puncionamento desse tipo de estrutura, assim como métodos empíricos desenvolvidos por outros autores para também estimar as cargas de ruptura das lajes cogumelo. Com o Capítulo 3 inicia-se a apresentação do programa experimental e a metodologia utilizada para o estudo da resistência ao puncionamento de lajes cogumelo de concreto armado, com armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno. Todos os ensaios foram realizados no Laboratório de Concreto do Centro Tecnológico de Engenharia Civil do Departamento de Apoio e Controle Técnico de FURNAS Centrais Elétricas S.A em Aparecida de Goiânia, Goiás. As características dos materiais componentes da laje, e os resultados dos testes, tais como deformações da armadura de cisalhamento, deslocamentos verticais das lajes, modo e cargas de ruptura são apresentados no Capítulo 4. O Capítulo 5, apresenta a análise dos resultados obtidos nos ensaios experimentais. Esses resultados são comparados com os de outros pesquisadores e os previstos pelas normas e códigos. O Capítulo 6 descreve uma série de análises numéricas realizadas utilizando o software DIANA, com o objetivo de se determinar os modelos de concreto disponíveis que melhor reproduzem o fenômeno da punção, comparando alguns resultados experimentais disponíveis na literatura com os resultados obtidos numericamente. Esse capítulo ainda apresenta uma 5 análise numérica paramétrica realizada para lajes cogumelo de concreto armado sem armadura de cisalhamento. Finalmente, no Capítulo 7, faz-se uma síntese das principais conclusões a que se chegou no decorrer deste trabalho e são apresentadas sugestões para futuras investigações. São ainda apresentados dois Anexos. No Anexo I apresentam-se tabelas com todas as leituras obtidas referentes às deformações da armadura de cisalhamento e dos deslocamentos verticais das lajes. Um levantamento fotográfico dos ensaios experimentais realizados no decorrer deste trabalho é apresentado no Anexo II. 6 CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo será apresentado o conceito sobre punção, o resumo de algumas pesquisas experimentais de lajes cogumelo de concreto armado com armadura de cisalhamento e estudos numéricos realizados em elementos finitos. As prescrições de normas internacionais e nacionais para a verificação a punção também são descritas neste capítulo. 2.2 PUNÇÃO De acordo com a NBR 6118/2003, punção é um Estado Limite Último, no entorno de forças concentradas, determinado por cisalhamento. A punção é caracterizada pela atuação de uma força concentrada sobre uma área de um elemento estrutural plano. Essa força causará, no seu entorno, elevadas tensões cisalhantes, podendo causar a ruína desse elemento. Em lajes cogumelo, o pilar introduz essa força concentrada, e a ruína ocorre na ligação laje-pilar. A ruptura por punção pode acontecer de forma abrupta e sem aviso prévio. Procura-se minimizar as tensões atuantes na região próxima ao pilar, com o aumento da espessura da laje inteira ou na região onde ocorre o esforço de punção, com o uso de capitéis. Outra forma de combate à punção está no aumento da capacidade resistente da laje, utilizando-se concreto de alta resistência e armadura de cisalhamento. A superfície de ruptura de uma laje cogumelo sem armadura de cisalhamento pode ser vista na Figura 2.1. A superfície de ruptura faz um ângulo de 25° a 30° em relação ao plano da laje, segundo o CEB MC90. 7 Superfície de Ruptura Arm. de flexão . 25º a 30º Pilar Figura 2.1 – Modo de ruptura de uma laje cogumelo sem armadura de cisalhamento . (CEB/MC90). 2.3 ENSAIOS EXPERIMENTAIS Apresentam-se em seguida alguns ensaios experimentais de lajes cogumelo de concreto armado com armadura de cisalhamento. Primeiramente serão apresentadas as pesquisas realizadas no exterior e em seguida as realizadas no Brasil, e a apresentação é feita em ordem cronológica. Os trabalhos relatados a seguir mostram que o uso de armadura de cisalhamento de diversos tipos pode provocar um aumento substancial na carga última de lajes cogumelo. 2.3.1 Pesquisas realizadas no exterior 2.3.1.1 Andersson (1963) A Figura 2.2 e a Tabela 2.1 apresentam os detalhes das lajes circulares ensaiadas por Andersson (1963) e apoiadas por uma coluna circular, submetidas a um carregamento uniformemente distribuído. Foram utilizados dois tipos de distribuição para a armadura de flexão: a primeira com barras em duas direções perpendiculares e a segunda em forma de anel. As lajes tinham diâmetro de 1710 mm, espessura de 150 mm e a área carregada variou entre 150 mm e 300 mm. Dois tipos de armadura de cisalhamento foram utilizados, variando a quantidade e a forma de distribuição: barras dobradas e estribos verticais. 8 Tabela 2.1 – Resultados das lajes ensaiadas por Andersson (1963) Laje Nº h (mm) Materiais d (mm) fc (MPa) ρ (%) Armadura de Cisalhamento Tipo Resultados Nº de camadas Vu Modo (mm² /cm) Nº de elementos por camada (kN) Ruptura Asw camada Asw( camada ) (mm²) s 62 150 120 26,8 0,8 B 1356 27,12 12 1 353 flexão 63 150 120 26,9 0,8 B 1356 27,12 12 1 360 flexão 64 150 120 26,9 0,8 B 2260 45,20 20 1 378 flexão 65 150 121 26,8 0,8 B 2260 45,20 20 1 380 flexão 66 150 119 27,3 0,8 E 340 5,67 13/19 2 298 flexão 67 150 121 27,9 0,8 E 340 5,67 13/19 2 300 flexão 68 150 120 26,2 0,8 E 680 13,60 24 1 280 interna 69 150 121 25,3 0,8 E 680 13,60 24 1 254 interna 70 150 121 24,2 0,8 E 200 3,63 8 5 278 interna 71 150 123 25,7 0,8 E 200 3,63 8 5 298 interna 72 150 124 27,4 0,8 B 1356 - 8 1 232 externa 73 150 123 27,6 0,8 B 1356 - 8 1 240 externa 74 150 125 26,0 0,8 B 1356 - 12 1 238 externa 75 150 125 25,9 0,8 B 1356 - 12 1 230 externa 76 150 122 27,5 1,1 B 1356 - 12 1 545 flexão 77 150 125 28,6 1,0 B 1356 - 12 1 560 flexão 78 150 120 28,8 1,1 B 2712 - 24 1 618 flexão 79 150 119 29,0 1,1 B 2712 - 24 1 624 flexão 80 150 121 28,6 0,8 B 1808 - 16 1 462 flexão 81 150 120 26,4 0,8 B 1808 - 16 1 480 flexão 82 150 120 27,7 1,1 E 452 7,52 21/25 2 468 flexão 83 150 119 23,9 1,1 E 452 7,52 21/25 2 468 flexão 84 150 123 25,2 1,1 E 905 22,63 32 1 420 interna 85 150 122 25,4 1,1 E 905 22,63 32 1 400 interna 86 150 129 27,5 1,2 B 1356 - 10 1 350 externa 87 150 129 27,2 1,2 B 1356 - 10 1 342 externa 88 150 128 28,1 1,2 B 1356 - 15 1 343 externa 89 150 126 26,7 1,2 B 1356 - 15 1 320 externa B= Barras Dobradas E= Estribos 9 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 290 16 12 300 240 c 74 300 300 240 292 c 74 15 12 300 Figura 2.2 – Detalhes das lajes ensaiadas por Andersson (1963). 10 Andersson (1963) relatou que o aumento da ductilidade da laje e das deformações são as principais vantagens do uso de armadura de cisalhamento. O autor comparou as lajes com armadura de cisalhamento ensaiadas, com lajes semelhantes sem armadura de cisalhamento e com mesma taxa de armadura de flexão, constatando que o acréscimo na resistência a punção pode ser maior que 50%. Andersson (1963) afirma que a carga de ruptura pode aumentar, com uma maior taxa de armadura de flexão. 2.3.1.2 Regan (1980) Foram ensaiadas quatro lajes quadradas de lado iguais a 2586 mm e 160 mm de espessura, submetidas a um carregamento centrado, através de uma placa metálica quadrada com 240 mm de lado. Uma laje não continha armadura de cisalhamento e as demais eram reforçadas com estribos verticais de um ramo. A Figura 2.3 apresenta os detalhes da armadura de cisalhamento utilizada. As lajes 2 e 3 tinham duas camadas de armadura de cisalhamento, com vinte estribos cada, distantes a 0,75h e 1,5h da face da área carregada. A laje 4 tinha 3 camadas de estribos distantes 0,375h, 1,125h e 1,875h da face da área carregada. A Tabela 2.2 apresenta as características dos materiais das lajes ensaiadas por Regan (1980) e os resultados obtidos. Todas as lajes romperam por punção com carga de ruptura variando entre 564 kN e 750 kN. O acréscimo da resistência a punção das lajes com armadura de cisalhamento para a laje 1 sem armadura de cisalhamento foi em média de 22%. Outro importante fato citado por Regan (1980) além do acréscimo na resistência a punção, foi o comportamento pós-ruptura. Na laje sem armadura de cisalhamento a carga pós-ruptura foi de 25% da carga última, e nas outras três lajes foi de aproximadamente 60% da carga de ruptura. 25 11 50 50 Laje 2 60 72 58 50 Lajes 3 e 4 130 Figura 2.3 – Detalhes das armaduras de cisalhamento utilizadas por Regan (1980). Tabela 2.2 – Resultados das lajes ensaiadas por Regan (1980) Laje Nº h (mm) Materiais d (mm) fc (MPa) ρ (%) Armadura de Cisalhamento Tipo (mm²) Nº de elementos por camada Nº de camadas Asw camada Resultados Asw( camada ) Vu Modo s (kN) Ruptura (mm² /cm) 1 160 128 35,2 1,4 - - - - - 564 punção 2 160 128 26,7 1,4 E 452,8/566,0 16/20 2 5,66/7,07 617 int/ext 3 160 128 28,0 1,4 E 804,8/1006,0 16/20 2 10,06/12,58 750 externa 4 160 128 32,8 1,4 E 804,8/1006,0 12/16/12 3 10,06/12,58 696 externa E= Estribos 12 2.3.1.3 Ghali et all A Tabela 2.3 apresenta as características e os resultados das lajes ensaiadas por Ghali et all (1980 e 1985). Foram testadas quinze lajes quadradas de 1900 mm de lado, submetidas a um carregamento simétrico, para verificar o comportamento a punção destas lajes com armadura de cisalhamento do tipo “stud”. A área carregada tinha uma seção quadrada de 250 x 250 mm. As lajes AB1e MV1 foram ensaiadas sem armadura de cisalhamento, para servirem como referência para as demais lajes com armadura de cisalhamento. Tabela 2.3 – Resultados das lajes ensaiadas por Ghali (1980 e 1985) Laje Nº Materiais h (mm) d (mm) Armadura de Cisalhamento fc (MPa) ρ (%) Tipo Asw camada Resultados Nº de camadas Vu Modo (mm²) Nº de elementos por camada (kN) Ruptura AB1 150 115 36,0 1,3 - - - - 408 punção MV1 150 113 32,2 1,3 - - - - 375 punção AB2 150 115 38,0 1,3 ST 70,9 12 8 520 punção AB3 150 115 23,0 1,3 ST 70,9 12 8 545 punção AB4 150 115 41,0 1,3 ST 70,9 12 8 583 punção AB5 150 115 40,0 1,3 ST 70,9 12 8 583 punção AB6 150 115 29,0 1,3 ST 70,9 12 6 541 punção AB7 150 115 35,0 1,3 ST 70,9 12 6 579 punção AB8 150 115 30,0 1,3 ST 70,9 12 5 508 punção MV2 150 113 29,5 1,3 ST 39,9 16/24/32 3 602 externo MV3 150 113 29,3 1,3 ST 70,3 16/24 2 556 externo MV4 150 113 31,3 1,3 ST 18,6 24/32/40/48 4 588 externo MV5 150 113 36,5 1,3 ST 39,9 16/24/32 3 592 externo MV6 150 113 29,0 1,3 ST 18,6 16/24/32 3 502 interno MV7 150 113 37,1 1,3 ST 39,7 24 3 592 externo ST = studs A Figura 2.4 apresenta o desenho da armadura de cisalhamento e seu posicionamento em relação à armadura de flexão adotada nos ensaios. A armadura de flexão era distribuída em duas direções perpendiculares em todas as lajes e as principais variáveis entre as lajes ensaiadas foram a quantidade e a distribuição da armadura de cisalhamento. 13 Armadura de flexao Studs h Stud d Figura 2.4 – Armadura de cisalhamento utilizada por Ghali (1985). Comparando as lajes MV1 e AB1 sem armadura de cisalhamento, com as lajes MV2 e AB5 o acréscimo na resistência à punção nas lajes com armadura de cisalhamento foi de 60% e 43% respectivamente. Ghali et all ainda enfatiza que o aumento da resistência à punção pelo uso de armadura de cisalhamento é dependente da quantidade, do número de camadas e o tipo de distribuição da armadura transversal. Constatou também que nas lajes com armadura de cisalhamento a ruptura não foi frágil e apresentaram uma ductilidade maior do que nas lajes sem armadura de cisalhamento. 2.3.1.4 Regan (1985) Regan (1985) sugere que uma laje cogumelo com armadura de cisalhamento, pode chegar a ruptura através de três tipos básicos de superfícies de ruptura, conforme apresenta a Figura 2.5. Para uma laje sem armadura de cisalhamento, Regan (1985) concluiu que a superfície de ruptura forma um ângulo de aproximadamente 25o com o plano da laje, com origem na face do pilar, para a situação de carregamento simétrico. A partir dessa conclusão, Regan (1985), sugeriu que ao se adicionar um elemento de armadura de cisalhamento, posicionado a uma distância que force a mudança da inclinação da superfície de ruptura, haverá um acréscimo para a contribuição do concreto na carga de ruptura. Este acréscimo é moderado até que a inclinação se aproxime de 45º e, a partir desta inclinação, o aumento vai sendo bastante significativo, como mostrado na Figura 2.6. 14 Armaduras de flexão 1 2 Pilar 3 Armadura de cisalhamento Superfície de ruptura adjacente ao pilar, antes da 1ª camada da armadura de cisalhamento; Superfície de ruptura interna à armadura de cisalhamento; Superfície de ruptura externa à armadura de cisalhamento. Figura 2.5 – Superfícies de ruptura básicas de ruptura para uma laje cogumelo com armadura de cisalhamento segundo Regan(1985). Vteste Vck θ 3 V = V tan θ ck u 2,5 2 1,5 Pilar 25 o 1 0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 tan θ Figura 2.6 – Efeito da inclinação da superfície de ruptura em uma laje cogumelo com armadura de cisalhamento na resistência à punção. Regan (1985) Onde: Vteste = Força resistente medida em ensaio; Vck = Força resistente para uma superfície de ruptura inclinada a 25o; tan θ = Nova inclinação da superfície de ruptura; Vu = Força resistente majorada devido à mudança da inclinação da superfície de ruptura. 2.3.1.5 Gomes (1991) Gomes estudou o efeito da armadura de cisalhamento em lajes cogumelo de concreto armado submetidas a carregamento simétrico. A armadura de cisalhamento era formada por perfis metálicos de seção I, cortados em elementos com uma espessura “s” de acordo com a área requerida de armadura transversal, conforme ilustra a Figura 2.7 . Foram ensaiadas 12 lajes quadradas de 3000 mm de lado e 200 mm de espessura e o carregamento foi aplicado nas lajes através de uma placa de seção quadrada de 200 mm de lado. 4.7 s 162.0 7.9 15 101.6 Figura 2.7 – Armadura de cisalhamento utilizada por Gomes (1991). Para todas as lajes foi utilizada uma taxa de armadura de flexão similar, sendo a armadura superior composta de 31 barras de 16 mm em cada direção e a armadura inferior composta por 21 barras de 8 mm em cada direção. Duas lajes não possuíam armadura de cisalhamento e as demais utilizaram armaduras de cisalhamento formadas por perfis metálicos de seção I, conhecidos também como “studs”, distribuídos de três formas. Nas dez lajes com armadura de cisalhamento, as principais variáveis foram: • distribuição radial ou em dupla cruz; • área dos elementos ( perfil I); • número de camadas da armadura de cisalhamento. A Figura 2.8 ilustra a posição da armadura de cisalhamento utilizada por Gomes (1991) em relação à armadura de flexão. O primeiro tipo de distribuição da armadura de cisalhamento, foi em linhas duplas transversais (dupla cruz). O segundo tipo foi a distribuição em linhas radiais e o terceiro e último tipo foi a distribuição em linhas radiais com linhas adicionais intermediárias a partir da sexta camada. A forma de distribuição das lajes está ilustrada na Figura 2.9. 200 15 178 16 Figura 2.8 – Posição da armadura de cisalhamento utilizada por Gomes (1991) em relação à armadura de flexão. Nas lajes 2, 3, 4 e 5 as armaduras de cisalhamento foram distribuídas em forma de uma dupla cruz e o espaçamento entre o primeiro elemento da armadura transversal até a face do pilar foi de 80 mm. Cada camada de armadura de cisalhamento tinha oito elementos e a distância entre os elementos também foi de 80 mm. Nas lajes de 6 a 11, com exceção da laje 9, a distribuição da armadura de cisalhamento foi de forma radial. O espaçamento entre os elementos da armadura de cisalhamento foi o mesmo das lajes anteriores (80 mm), assim como a distância entre o primeiro elemento e a face do pilar. A armadura de cisalhamento da laje 9 foi distribuída também de forma radial, entretanto adicionaram-se linhas intermediárias a partir da sexta camada. Nove camadas de armadura de cisalhamento foram usadas no total. A Tabela 2.4 apresenta as principais características das lajes testadas por Gomes (1991) e as cargas de ruptura e superfície de ruptura para cada laje. Todas as lajes ensaiadas romperam por punção com cargas que variaram de 560 kN a 1227 kN. A laje 9 foi a que obteve a carga de ruptura mais elevada (1227 kN). As lajes 10 e 11 com a mesma Asw das lajes 2 e 3, porém com 5 camadas de camada de armadura de camada cisalhamento, rompeu com cargas de 800 kN e 907 kN respectivamente. 17 Gomes (1991) conclui que lajes cogumelo de concreto armado podem obter um aumento na sua resistência à punção por volta de 100% em relação a lajes similares sem armadura de cisalhamento. A forma de distribuição da armadura de cisalhamento é um importante parâmetro e pode limitar a resistência à punção de uma laje. Para os ensaios realizados a distribuição radial da armadura de cisalhamento proporcionou melhores resultados que a do tipo dupla cruz. Gomes (1991) recomenda ainda que a distância entre os elementos da armadura de cisalhamento não deve exceder 0,5d. Tabela 2.4 – Resultados das lajes ensaiadas por Gomes (1991) Laje Asw Distribuição camada (MPa) (mm) fcu(1) d Asw( camada ) Asw f y s camada (mm²) (mm² /mm) (kN) (2) Vu(3) Modo (kN) Ruptura 1 159 - 50,3 - - - 560 - 1A 159 - 51,4 - - - 587 - 2 153 Dupla cruz 43,1 226,4 2,83 97,3 693 Interna 3 158 Dupla cruz 49,0 300,8 3,76 129,3 773 Int./Ext. 4 159 Dupla cruz 40,1 402,4 5,03 172,9 853 Externa 5 159 Dupla cruz 43,4 628,0 7,85 270,2 853 Externa 6 159 Radial 46,7 628,0 7,85 270,2 1040 Externa 7 159 Radial 42,3 904,8 11,31 389,1 1120 Externa 8 159 Radial 42,6 904,8 11,31 389,1 1200 Externa 9 159 Radial 50,0 940,0 11,75 404,2 1227 Externa 10 154 Radial 44,2 226,4 2,83 97,3 800 Interna 11 154 Radial 43,2 300,8 3,76 129,3 907 Interna (1) - resistência cúbica do concreto à compressão; (2) - contribuição do aço na carga de ruptura da laje dada por uma camada de AC; (3) - carga de ruptura da laje; Interna - superfície de ruptura à punção interna à região de AC. Externa - superfície de ruptura à punção externa à região de AC. AC : armadura de cisalhamento. 18 DISTRIBUIÇÃO EM FILEIRAS - DUPLA CRUZ d c Seções I ba Pilar Central 200 x 200 mm² espaçamentos (mm): a=141 mm b=255 mm c=366 mm d=481 mm Lajes 2 e 3 com 2 camadas Laje 4 com 3 camadas Laje 5 com 4 camadas DISTRIBUIÇÃO RADIAL Seções I e d c b a f Pilar Central 200 x 200 mm² Laje 6 com 4 camadas Laje 7 com 5 camadas Laje 8 com 6 camadas Lajes 10 e 11 com 5 camadas espaçamentos (mm): a=139 mm b=200 mm c=262 mm d=323 mm e=385 mm f =447 mm Figura 2.9 – Disposições das armaduras de cisalhamento de Gomes (1991). 19 2.3.1.6 Regan (1993) Uma armadura de cisalhamento disposta em forma de estrela (denominada “Riss Star”) posicionada entre as armaduras de flexão foi testada por Regan (1993). A Figura 2.10 apresenta um detalhe da armadura utilizada. Foram ensaiadas duas lajes, a primeira composta (RS1) com a armadura de cisalhamento “Riss Star” com 16 elementos de diâmetro igual a 6,0 mm espaçados a cada 50 mm. Na segunda laje (RS2) a armadura de cisalhamento foi composta por 17 elementos de 8,0 mm e espaçados a cada 50 mm. A resistência a compressão do concreto das lajes ensaiadas foi em torno de 35 MPa. As lajes ensaiadas tinham as mesmas dimensões e taxa de armadura de flexão das estudadas por Gomes (1991). Detalhe de uma armadura de cisalhamento Planta da armadura de flexão e cisalhamento Figura 2.10 – Detalhe da armadura de cisalhamento “Riss Star” utilizada por Regan (1993). As cargas de ruptura obtidas foram de 925 kN para a laje RS1 e 950 kN para a laje RS2. A resistência à punção sofreu um acréscimo entre 65% e 69% em relação a uma laje sem armadura de cisalhamento com características similares. Regan (1993) detectou a formação de dois planos horizontais de fissuras entre a armadura de cisalhamento e as armaduras de flexão, entretanto foram detectadas também fissuras diagonais ao se fazer um corte na laje, como ilustra a Figura 2.11. 20 Fissura Horizontal Fissura Diagonal Figura 2.11 – Detalhe da armadura de cisalhamento “Riss Star” utilizada por Regan (1993). 2.3.1.7 Hallgren (1996) Ensaiou dez lajes circulares com 2540 mm de diâmetro, espessura nominal de 240 mm e com um pilar de 250 mm de diâmetro. As lajes foram moldadas com concreto de alta resistência e armaduras de cisalhamento de barras com inclinações de aproximadamente 33º, conforme mostra a Figura 2.12. Uma das lajes foi moldada com concreto de alta resistência apenas no contorno do pilar, por motivos de otimização, mas esta teve o mesmo comportamento das outras. Todas as lajes testadas romperam por punção. Foi observado nos testes que todas as lajes com baixas taxas de armadura de flexão e com armadura de cisalhamento tiveram um comportamento mais dúctil antes de alcançar a ruptura. O acréscimo de resistência com a utilização de barras dobradas chegou a 69%. Hallgren destaca ainda a influência das barras dobradas no comportamento pós puncionamento das lajes, que introduziu nas lajes com armadura de cisalhamento uma carga residual em torno de 50% da carga última. A Tabela 2.5 apresenta as cargas últimas das lajes e seus modos de ruptura. Barras Dobradas 33º Pilar Figura 2.12 – Armadura de cisalhamento utilizada por Hallgren (1996). 21 Tabela 2.5 – Resultados das lajes ensaiadas por Hallgren (1996) Laje d (mm) ρ (%) Asw f y (MPa) Asw camada (mm²) (kN) fc camada (2) Vu(1) Modo (kN) Ruptura HCSO 200 0,80 90,3 - - 965 - HCS1 200 0,80 91,3 - - 1021 - HCS2 194 0,82 85,7 226,4 97,3 889 Interna HCS3s 200 0,65 92,4 300,8 129,3 1329 Int./Ext. HCS4 200 1,19 91,6 402,4 172,9 1041 Externa HCS5s 201 0,97 91,3 628,0 270,2 1631 Externa HCS6 201 0,60 108,8 628,0 270,2 960 Externa HCS7s 200 0,50 85 904,8 389,1 1106 Externa N/HCS8 198 0,80 29,0/94,9 904,8 389,1 944 Externa HCS9 202 0,33 84,1 940,0 404,2 564 Externa (1) - carga de ruptura da laje; Interna - superfície de ruptura à punção interna à região de AC. Externa - superfície de ruptura à punção externa à região de AC. AC : armadura de cisalhamento. 2.3.1.8 Pilakoutas (2000) Apresentou um novo tipo de armadura de cisalhamento denominado “Shearband System”, o qual segundo o autor é mais prático de instalar, mais econômico e mais eficiente quanto à ancoragem e ductilidade, em relação à armadura de cisalhamento convencional. Pilakoutas (2000) realizou duas séries de ensaio, totalizando oito lajes de concreto armado quadradas, com 3000 mm de lado e 175 mm de espessura, para analisar a eficiência de uma armadura de cisalhamento em forma de faixas maleáveis de aço tipo “fitas”. Devido à pequena espessura, as fitas de aço podem ser ancoradas na armadura de flexão superior, usando o mínimo de cobrimento necessário, possibilitando assim o uso de lajes finas. As fitas de aço eram perfuradas por furos de 5 mm de diâmetro e distantes a cada 50 mm, como mostra a Figura 2.13 . 22 Figura 2.13 – Detalhe do “Shearband System” (fita de aço dobrável) utilizado por Pilakoutas (2000). (Vista em Planta - unidades em mm) Na primeira série de ensaios, uma laje (PSS-A) foi executada sem armadura de cisalhamento e as demais (PSS-B, PSS-C e PSS-D) foram reforçadas com o “Shearband System”. Nas lajes PSS-B e PSS-C a armadura de cisalhamento de fita de aço foi dobrada de forma inclinada, já na laje PSS-D a fita de aço foi dobrada na vertical e ancorada na armadura de flexão superior e inferior. A segunda série de ensaios (lajes PSS-E a PSS-H) utilizou apenas a fita de aço dobrada na vertical. A laje PSS-H tinha dois furos adjacentes à coluna. A Figura 2.14 ilustra o formato das armaduras de cisalhamento (fitas de aço) utilizadas por Pilakoutas (2000). Lajes PSS-B e PSS-C Laje PSS-D Lajes PSS-F, PSS-G e PSS-H Lajes PSS-B e PSS-C Figura 2.14 – Detalhe do “Shearband System” utilizado por Pilakoutas (2000). (unidades em mm) Com os resultados obtidos o autor concluiu que as faixas dobradas de forma inclinada tiveram melhor comportamento do que as dobradas verticalmente. Todas as lajes com armadura de cisalhamento atingiram a capacidade máxima a flexão. A resistência última das lajes em comparação com uma similar sem armadura de cisalhamento aumentou em média 25%. 23 2.3.1.9 Alander (2000) Alander (2000) apresentou os resultados de uma série de ensaios realizados com o objetivo de verificar a capacidade de prevenir a ruptura por punção em lajes cogumelo de concreto armado com uma nova armadura de cisalhamento metálica em forma de uma casca troncocônica denominada “UFO” (Figura 2.15). A armadura de cisalhamento era posicionada sobre o pilar, trabalhando também como um suporte vertical para a armadura de flexão superior não ceder. Os principais parâmetros deste modelo de armadura são os diâmetros, determinados em função do pilar e da espessura do “UFO”. Figura 2.15 – Detalhe da armadura de cisalhamento em forma de casca tronco-cônica utilizada por Alander (2000). Foram no total realizados 18 ensaios de lajes cogumelo de concreto armado, divididos em três séries com este tipo de armadura. Na Série I a armadura de cisalhamento “UFO” tinha o diâmetro de 550 mm e as lajes quadradas ensaiadas tinham 1800 mm de lado. A armadura de cisalhamento da Série II tinha um diâmetro de 900 mm e foram ensaiadas lajes com 2500 mm de lado. Na série III foi utilizado novamente o “UFO” com diâmetro de 550 mm em lajes de 2300 mm de lado. Todas as lajes romperam por punção e as cargas de ruptura obtidas experimentalmente foram, em média, 30% maiores do que os resultados estimados pelo Eurocode2/92. 24 2.3.1.10 Broms (2000) Broms (2000) ensaiou sete lajes cogumelo de concreto armado quadradas de lado igual a 2600 mm e 180 mm de espessura, com as mesmas dimensões e aproximadamente a mesma resistência a flexão, mas com diferentes arranjos para a armadura superior e inferior. A resistência à compressão do concreto das lajes foi em média de 25 MPa. Duas lajes (9 e 9a) foram ensaiadas sem armadura de cisalhamento. Nas lajes 10 e 11 foram utilizadas barras dobradas de 12 mm como armadura de cisalhamento. A parte inferior da barra dobrada tinha um comprimento de 450 mm e era posicionada sobre a armadura de flexão inferior para a laje 10, enquanto na laje 11 a barra dobrada na parte inferior tinha um comprimento de 900 mm e era posicionada sob a armadura de flexão inferior. As demais lajes (12, 13 e 14) continham uma combinação de barras dobradas com estribos CAGES como armadura de cisalhamento (Figura 2.16). Na laje 12 a barra longitudinal dos estribos foi posicionada no mesmo nível da primeira camada da armadura de flexão inferior, já nas lajes 13 e 14 a barra longitudinal era paralela a segunda camada da armadura de flexão inferior (Figura 2.17). s s Figura 2.16 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Broms (2000). 50 100 100 100 100 100 LAJE 12 20 12 180 13 35o 180 35o 15 25 50 100 100 100 100 100 LAJES 13 e 14 Figura 2.17 – Posicionamento da armadura de cisalhamento, em relação à armadura de flexão, utilizada por Broms (2000). Comparando os resultados das lajes 10 e 11 com as lajes de referência as cargas de ruptura foram um pouco menores, entretanto apresentaram uma ductilidade de aproximadamente 25% maior. De acordo com o autor, nas lajes de número de 12 a 14 ocorreu um grande acréscimo de carga e ductilidade, inclusive ultrapassando a capacidade de resistência a flexão da laje, sendo necessário a interrupção do ensaio. Broms (2000) conclui que a combinação de barras dobradas e estribos são de fácil fabricação e instalação. Pode-se ainda com o uso deste tipo de armadura de cisalhamento obter um acréscimo na resistência a punção das lajes, a mesma ductilidade de lajes apoiadas em vigas e a eliminação do risco de ocorrer uma ruptura frágil. 2.3.1.11 Hegger (2001) Hegger (2001) apresentou o resultado de dez ensaios de lajes cogumelo de concreto armado reforçadas com estribos, sendo as principais variáveis dos ensaios: a quantidade, distribuição e o tipo de ancoragem dos estribos. A Figura 2.18 apresenta os dois tipos de estribos utilizados pelo autor, descritos como de fácil colocação entre as camadas da armadura de flexão. As lajes tinham um diâmetro de 2750 mm e espessura entre 230 mm e 275 mm, sendo a área carregada quadrada de lado variando entre 400 mm e 320 mm. 26 Estribo superior Estribo superior Estribo inferior Estribo inferior Estribo vertical sem ancoragem na armadura de flexao inferior (tipo I) Estribo vertical ancorado em uma direcao da armadura de flexao superior e inferior (tipo III) Figura 2.18 – Detalhe da armadura de cisalhamento (estribos) utilizador por Hegger (2001). A Tabela 2.6 apresenta as principais características das lajes ensaiadas por Hegger (2001). Com exceção da laje P2-III, com estribo vertical ancorado em uma direção da armadura de flexão, as demais lajes romperam por punção. Comparando as lajes ensaiadas com lajes similares sem armadura de cisalhamento ocorreu um acréscimo significativo na resistência a punção. Tabela 2.6 – Resultados das lajes ensaiadas por Hegger (2001) Laje Altura útil (cm) Comprimento do lado da coluna (cm) fc (MPa) Asw camada (mm²) Asw( camada ) s (mm² /cm) Vu (kN) 1 190 400 21,9 - 615 P1-I 190 400 26,2 220,0 1151 P2-I 190 400 37,9 312,0 1326 P2-III 190 400 37,5 312,0 1276 P3-I 220 320 23,2 433,0 1624 P4-III 220 320 27,8 442,0 1522 P5-I 220 320 45,3 442,0 1936 P6-I 220 320 46,3 1312,0 2349 P7-I 223 320 48,0 974,0 2117 O autor concluiu que os dois tipos de estribos investigados foram eficientes. Entretanto, o desempenho das lajes com os estribos do tipo I foi melhor do que com os estribos do tipo III, 27 principalmente por existir duas barras de estribos unidos, uma do estribo superior e outra do estribo inferior, dobrando assim a quantidade de armadura transversal na área da fissura de cisalhamento. Hegger (2001) ressalta ainda a facilidade de colocação na armadura de flexão e o menor custo destes tipos de estribos em relação aos convencionais. 2.3.1.12 Samadian (2001) Foram ensaiadas dez lajes de concreto armado com diferentes tipos de armadura de cisalhamento, com o objetivo de aumentar a resistência à punção. As lajes ensaiadas eram quadradas com 3000 mm de lado e espessura de 200 mm e foram submetidas a um carregamento simétrico através de uma chapa metálica quadrada de 200 mm de lado. A Tabela 2.7 apresenta as principais características das lajes ensaiadas por Samadian (2001) e também o modo e as cargas de ruptura obtida. Foram utilizados cinco tipos de armadura de cisalhamento, sendo duas lajes para cada tipo de armadura. A principal variável no programa experimental foi a quantidade de armadura de cisalhamento por camada. Três tipos da armadura de cisalhamento eram “studs”, variando entre si a forma de ancoragem na armadura de flexão. Nas lajes R1 e R2, a armadura de cisalhamento são linhas de “studs”, sendo cada elemento da armadura soldado na extremidade superior por chapas individualizadas e na extremidade inferior conectados a uma chapa única. As lajes R3 e R4 tinham armadura de cisalhamento com chapas individualizadas em cada extremidade e uma barra de aço à meia altura ligando todos os elementos. Nas lajes A1 e A2, os elementos da armadura de cisalhamento foram soldados nas duas extremidades por chapas únicas. A Figura 2.19 apresenta o arranjo das armaduras utilizadas por Samadian (2001) nas lajes R1 a R4, A1 e A2. Nas lajes RS1 e RS2 foram utilizadas armaduras do tipo “ladders”, que tinham em planta a forma de um “V”, e não eram ancoradas na armadura de flexão. A Figura 2.20 apresenta o detalhamento desta armadura de cisalhamento utilizada. O último par de lajes (S1 e S2) utilizou estribos com uma curva de 180º na camada superior da armadura de flexão. O arranjo dos estribos e seus detalhes são ilustrados na Figura 2.21. Tabela 2.7 – Características gerais e resultados das lajes ensaiadas por Samadian (2001) 28 fc (1) Asw Vu(3) Modo (MPa) (mm²) (kN) Ruptura R1 33,9 2714 560 Externa R2 37,6 1810 587 Interna R3 33,4 1810 693 Externa R4 39,4 2714 773 Externa A1 37,4 1885 853 Externa A2 43,1 1257 853 Interna RS1 35,4 1810 1040 Laminação RS2 37,6 3217 1120 Laminação S1 39,9 905 1200 Interna S2 44,1 1609 1227 Interna Laje (1) - resistência a compressão do concreto; (2) – área da armadura de cisalhamento dentro de um perímetro distante 1,5d a partir da face do pilar; (3) – Carga de Ruptura da laje. Interna - superfície de ruptura à punção interna à região de AC. Externa - superfície de ruptura à punção externa à região de AC. AC : armadura de cisalhamento. Com exceção das lajes com armadura do tipo ladders, todas romperam por punção, com a superfície de ruptura cruzando a região da armadura de cisalhamento ou externa a região armada transversalmente. Nas duas lajes com armadura de cisalhamento do tipo ladder surgiram fissuras horizontais entre a armadura de flexão e a de cisalhamento, na parte superior e inferior, e se inclinando até a superfície superior da laje após a região com armadura transversal, denominada pelo autor como laminação do concreto. A Figura 2.22 apresenta as superfícies de ruptura das lajes analisadas. Samadian (2001) conclui que as armaduras testadas podem aumentar a resistência à punção de uma laje cogumelo de concreto, em 75% comparando com uma laje similar sem armadura de cisalhamento. O autor ainda relata que a armadura do tipo ladder foi a mais prática para se executar e armar, servindo ainda como espaçador entre as armaduras de flexão positiva e negativa. 29 Posicao dos studs das lajes A1, R2 e R4 Posicao dos studs das lajes A2, R1 e R3 20 30 12 Laje R1 20 160 180 120 120 120 20 180 80 80 80 80 80 20 10 80 120 120 120 Laje A1 20 80 80 80 80 80 80 30 12 20 25 Laje R3 10 Figura 2.19 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Samadian (2001). 30 7 50 6 17 x 8 50 8 200 Laje RS1 Laje RS2 20 12 120 16 32 20 20 x 16 Figura 2.20 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Samadian (2001). 31 9 x 120 36 148 24 32 24 50 34 20 20 146 Laje S2 48 65 Laje S1 48 24 50 32 24 65 Figura 2.21 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Samadian (2001). Figura 2.22 – Superfícies de ruptura das lajes ensaiadas por Samadian (2001). 32 2.3.2 Pesquisas realizadas no Brasil 2.3.2.1 Cordovil e Fusco (1995) Cordovil e Fusco (1985) estudaram o comportamento de lajes cogumelo com armadura de cisalhamento, constituídas por elementos tipo pino com chapas de ancoragem soldadas na extremidade, como mostra a Figura 2.23. Foram ensaiadas quatro lajes com armadura de cisalhamento quadradas com 1540 mm de lado e espessura igual a 120 mm e uma área carregada de 150 x 250 mm. Duas destas lajes foram submetidas a uma carga centrada e as outras duas foram submetidas a uma carga com excentricidade de 400 mm. Comparando-se as lajes com armadura de cisalhamento com as lajes sem armadura de cisalhamento, ocorreu um aumento da resistência à punção de, aproximadamente, 17% para as lajes submetidas a carregamento simétrico e para o caso das lajes com carregamento excêntrico o ganho foi de 54% . 25 Solda 51 2,5 Figura 2.23 – Detalhes dos elementos utilizados para compor as armaduras de cisalhamento utilizadas por Cordovil e Fusco (1995). 51 Posicao media 2,5 120 102 6,3 5 4 120 6,3 Posicao superior 4 5 2,5 2,5 Armadura de flexao 33 2.3.2.2 Andrade (1999) Andrade (1999) estudou a utilização da armadura de cisalhamento conhecida como “stud”, com relação à ancoragem, envolvendo ou não a armadura de flexão. A Figura 2.24 mostra o posicionamento da armadura de cisalhamento utilizada por Andrade (1999) em suas lajes, a primeira não envolvendo a armadura de flexão e a segunda envolvendo somente a parte inferior. Foram ensaiadas oito lajes quadradas de 3000 mm de lado e 200 mm de espessura, submetidas a um carregamento simétrico. As principais variáveis foram a disposição, o tipo de ancoragem e a quantidade dos elementos da armadura de cisalhamento. A resistência à compressão do concreto das lajes variou de 30 a 40 MPa. A taxa de armadura de flexão negativa foi definida em torno de 1,20%, para que as lajes atingissem a ruptura por punção antes da ruptura à flexão. A taxa de armadura de flexão utilizada por Andrade (1999), foi muito próxima da mesma de Gomes (1991). dred d i) Posicionamento da armadura para as lajes 301 a 304, 306 e 308 h ii) Posicionamento da armadura para as lajes 305 e 307 Figura 2.24 – Posicionamento da armadura de cisalhamento utilizada por Andrade (1999) em relação à armadura de flexão. A distribuição da armadura de cisalhamento adotada foi radial e todas as lajes utilizaram armadura de cisalhamento com diâmetro de 10 mm, exceto as lajes 307 e 308, onde a armadura utilizada teve diâmetro de 12,5 mm. Andrade (1999) agrupou as armaduras de cisalhamento em 3 grupos (Figura 2.25): a) Lajes 301, 305 e 307: ancoragem na extremidade superior confeccionada por chapas quadradas e individualizadas a cada elemento da armadura de cisalhamento; b) Lajes 302, 303, 304 e 306: ancoragem na extremidade confeccionada em chapa única conectada a todos os elementos da armadura de cisalhamento; 34 c) Laje 308: ancoragem similar a do primeiro grupo, diferenciando-se por possuir pequenos pinos com 10 mm de diâmetro e 36 mm de comprimento e sua chapa inferior. b) Lajes 302 a 304 e 306 a) Lajes 301, 305 e 307 c) Laje 308 Figura 2.25 – Armaduras de cisalhamento utilizadas por Andrade (1999). A Tabela 2.8 apresenta as principais características das lajes ensaiadas por Andrade (1999) e as cargas de ruptura obtidas. Todas as lajes romperam a punção com cargas de ruptura que variaram entre 790 kN a 1090 kN, obtendo um acréscimo de até 78% (laje 308) na resistência à punção, em relação às lajes similares sem armadura de cisalhamento. Nas lajes com envolvimento da armadura de flexão pelo menos na face inferior o acréscimo na carga de ruptura em relação a uma similar sem armadura de cisalhamento foi de 90%. Tabela 2.8 – Resultados das lajes ensaiadas por Andrade (1999) Laje d φ (1) Sr(2) Asw( camada ) s fc Nº de Vu(3) Modo (MPa) camadas (kN) Ruptura (mm) (mm) (mm) 301 164 10 80 7,85 37,8 6 830 Interna 302 164 10 40 15,70 34,2 12 790 Interna 303 154 10 40 15,70 42,4 18-9 966 Interna 304 164 10 40 15,70 36,1 20-10 956 Interna 305 154 10 60 10,45 29,3 8 785 Interna 306 164 10 40 15,70 37,4 14-7 950 Interna 307 164 12,5 60 16,35 34,1 8-4 1090 Externa 308 154 12,5 60 16,35 37,5 8-4 1020 Interna (mm² /mm) (1) - diâmetro do elemento (stud); (2) - espaçamento radial; (3) – carga de ruptura; Interna : superfície de ruptura à punção interna à região de AC; Externa : superfície de ruptura à punção externa à região de AC. 35 Em algumas das lajes ensaiadas com a armadura de cisalhamento posicionada internamente à armadura de flexão surgiram fissuras horizontais localizadas entre as armaduras de flexão e de cisalhamento (Figura 2.26). Andrade concluiu que o tipo de posicionamento proposto para a armadura de cisalhamento, sem envolver a armadura de flexão é plenamente justificável, mas a maior limitação do seu uso é a necessidade de se ajustar os métodos de cálculo para que as cargas estimadas fiquem próximas da realidade e a necessidade de um número maior de ensaios para comprovar a sua potencialidade. Andrade (1999) fez sugestões de complementação às normas. As modificações sugeridas foram: a altura útil a ser considerada para a superfície de ruptura interna a armadura de cisalhamento, deve ser a altura da armadura de cisalhamento e a verificação da ruptura entre a primeira camada da armadura de cisalhamento e a face do pilar. Laje fc (Mpa) d = 164 301 Pu (kN) 37,8 830 34,2 790 42,4 966 36,1 956 29,6 785 37,4 950 34,0 1090 37,5 1020 Coluna d = 164 cm 302 d = 154 cm 303 d = 164 cm 304 d = 154 cm 305 d = 164 cm 306 d = 164 cm 307 d = 154 cm 308 Figura 2.26 – Superfície de ruptura das lajes ensaiadas por Andrade (1999). 36 2.3.2.3 Trautwein (2001) O objetivo desta pesquisa foi investigar a eficiência de dois tipos de armadura de cisalhamento no combate à punção, uma tipo “stud“, composta por barras de aço com chapas de aço soldadas nas extremidades, interna às armaduras de flexão, e outra constituída de estribos inclinados a 60º. O programa experimental consistiu em nove ensaios de lajes de concreto armado quadradas de lado de 3000 mm e 200 mm de espessura, submetidas a um carregamento aplicado no centro da laje através de uma placa metálica (200 x 200 x 50 mm). As principais variáveis dos ensaios são o tipo e quantidade de armadura de cisalhamento. As lajes foram dividas em dois grupos, sendo o Grupo 1 composto por três lajes e o Grupo 2 por seis lajes. As lajes do Grupo 1 continham armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno (Figura 2.27) e as lajes do Grupo estribos inclinados a 60º. Todas as lajes possuíram a mesma armadura de flexão, com uma taxa em torno de 1,20%, seguindo as mesmas características das lajes de Gomes (1991) e Andrade (1999). A armadura de cisalhamento das lajes do Grupo 1 foi distribuída radialmente em planta e posicionada de forma que não envolvesse a armadura de flexão, com diâmetro das barras de 12,5 mm (laje 1), 16 mm (laje 4) e 10 mm (laje 9). A distribuição da armadura de cisalhamento em planta é mostrada na Figura 2.28. Para evitar o aparecimento de fissuras horizontais entre a armadura de flexão inferior e a armadura de cisalhamento foram colocados seis pinos soldados na chapa inferior, mostrados na Figura 2.27, com o lado adjacente a face do pilar. 40 Solda Face do pilar 10 95 115 12,5 10 16 30 60 60 60 60 60 60 35 40 Figura 2.27 – Detalhe da armadura de cisalhamento utilizada por Trautwein (2001). 37 DISTRIBUIÇÃO RADIAL - ARMADURA INTERNA l 11 elementos j i h g e 7 elementos f d c b a Pilar 200 x 200 mm² Laje 1 φ 12,5 mm Laje 4 φ 16,0 mm Laje 9 φ 10,0 mm a= b= c= d= e= Espaçamentos 110 mm f = 200 160 mm h= 240 200 mm i = 260 260 mm j = 280 180 mm l = 300 mm mm mm mm mm Figura 2.28 – Distribuição da armadura de cisalhamento utilizada por Trautwein (2001). A Tabela 2.9 apresenta as principais características das lajes do Grupo 1 e as cargas de ruptura. As três lajes do Grupo 1 romperam por punção com cargas que variaram de 933 kN a 1050 kN. Nas lajes 1 e 4, Trautwein (2001) relatou um possível esmagamento do concreto na região da armadura de cisalhamento entre a face do pilar e a terceira camada da armadura de cisalhamento. Na laje 9 a superfície de ruptura cruzou as três primeiras camadas da armadura de cisalhamento. A Figura 2.29 apresenta as superfícies de ruptura das lajes ensaiadas. Tabela 2.9 – Características e resultados das lajes ensaiadas do Grupo 1 por Trautwein (2001) Laje fc (MPa) d (mm) Nº Cam. φAC Asw( camada ) (mm) s (mm² /cm) Vu Modo de (kN) Ruptura 1 36,8 159 11 12,5 16,36 1050 Interna 4 43,4 164 11 16,0 26,80 1038 Interna 9 39,4 154 11 10,0 10,47 933 Interna 38 Laje fc (MPa) Pu (kN) 36,8 1050 43,4 1038 39,4 933 d = 159 mm L1 Coluna d = 164 mm L4 d = 154 mm L9 Figura 2.29 – Superfícies de ruptura das lajes do Grupo 1 ensaiadas por Trautwein (2001). O autor percebeu que a colocação de pinos soldados na chapa inferior da armadura de cisalhamento pode impedir o surgimento dos planos de fissuras horizontais entre a armadura de cisalhamento e a de flexão positiva. As lajes armadas com “studs” internos tiveram um ganho na carga de ruptura de até 75%. Os resultados obtidos com esta armadura de cisalhamento, comprovaram a potencialidade deste tipo de solução, que, no entanto, deve-se continuar a ser estudada, para que se conheça a sua real abrangência e limites. A armadura de cisalhamento das lajes do Grupo 2 foi composta por estribos inclinados a 60º, em relação ao plano da laje. As lajes 2 e 3 tiveram como armadura de cisalhamento 3 camadas de 8 estribos, distribuídos em cruz. Nas lajes 5 a 8 foi adotada a distribuição radial para os estribos inclinados. A Tabela 2.10 apresenta as principais características das lajes do Grupo 2 e as cargas de ruptura. Tabela 2.10 – Características e resultados das lajes ensaiadas do Grupo 2 por Trautwein (2001) φAC fc (mm) (mm) (MPa) Nº de camadas 2 139 6,3 41,1 3 3 164 8,0 45,7 5 159 6,3/8,0 6 159 7 8 Laje d Asw( camada ) Vu Modo de (kN) Ruptura 2,08 650 Interna 3 3,35 999 Interna 43,4 4 2,08/3,35 979 Interna 8,0 47,9 7 6,70 1087 Externa 159 8,0 42,6 9 6,70 1160 Externa 154 5,0 40,6 7 2,62 975 Interna s (mm² /cm) 39 Em relação a uma laje similar sem armadura de cisalhamento o acréscimo na resistência à punção para as lajes do Grupo 2 foi de até 94%. A Figura 2.30 ilustra as superfícies de ruptura das lajes do Grupo 2. Laje fc (MPa) Pu (kN) 41,1 650 45,7 999 43,4 979 47,9 1087 42,6 1160 40,6 970 d = 139 mm L2 d = 164 mm Coluna L3 d = 159 mm L5 d = 139 mm L6 d = 159 mm L7 d = 154 mm L8 Figura 2.30 – Superfícies de ruptura das lajes do Grupo 2 ensaiadas por Trautwein (2001). 2.3.2.4 Silva (2003) Silva (2003) realizou uma análise experimental da resistência à punção de lajes cogumelo de concreto armado submetida simplesmente a um carregamento simétrico. Foram testadas até a ruptura doze lajes quadradas com 130 mm de espessura e 1800 mm de lado, carregadas no centro pelo bordo inferior. As características mais importantes das lajes ensaiadas são: a) dimensões do pilar com um lado constante “a” igual a 150mm e o outro lado “b” com valores de 150 mm, 300 mm e 450mm; b) altura efetiva mantida constante e igual a 90mm; c) taxa da armadura de flexão de 1,45% (lajes sem furos) e 1,57% (lajes com furos); d) existência de dois furos de 150 mm x 150 mm dispostos adjacentes ao maior lado do pilar; e) presença de armadura de cisalhamento com 3 camadas e distribuídas de forma radial e diâmetro de 8 mm. 40 Os modelos da pesquisa foram divididos em quatro grupos: Grupo 1 (L1, L2, L3 e L12), Grupo 2 (L4, L5 e L6), Grupo 3 (L7, L8 e L9) e Grupo 4 (L10 e L11). Cada grupo apresenta um parâmetro de diferenciação, sendo que lajes de um mesmo grupo possuem também variações na área de carregamento. O Grupo 1 é composto por lajes sem furos e sem armadura de cisalhamento. As lajes do Grupo 2 possuem como característica principal a existência de furos. O Grupo 3 representa as lajes com armadura de cisalhamento. O Grupo 4 são lajes com furos e armadura de cisalhamento. Apenas nas lajes L7, L8, L9, L10 e L11 foram utilizadas armaduras de cisalhamento do tipo “stud”. A armadura de cisalhamento foi distribuída radialmente em 3 camadas para todas as lajes e com 8 linhas para L7 e L8, e 6 linhas para L9, L10 e L11. O ângulo formado entre as linhas da armadura de cisalhamento foi de 45º, pelo fato de haver 8 linhas distribuídas eqüidistantes radialmente. As lajes que possuíam apenas 6 linhas continuaram praticamente com a mesma distribuição das outras, retirando-se apenas as duas linhas perpendiculares à dimensão de menor lado do pilar. Na laje L9, como a dimensão “b” da coluna era maior que o perímetro da armadura, foram retiradas as duas linhas da armadura que permaneceriam dentro da área do pilar. Para as lajes L10 e L11, a razão pelas duas linhas da armadura a menos foi a presença dos furos que impossibilitava a existências destas linhas. A Figura 2.31 apresenta os detalhes da armadura de cisalhamento utilizada por Silva (2003). Figura 2.31 – Armadura de cisalhamento utilizada por Silva (2003). As lajes L1, L2, L3 e L12 romperam com cargas de 273kN, 401kN, 469kN e 525kN, respectivamente, enquanto que as lajes L4, L5 e L6 similares às lajes L1, L2 e L3, respectivamente, mas com dois furos dispostos adjacentes ao lado de menor dimensão do pilar, apresentaram cargas de 225kN (L4), 350kN (L5) e 375kN (L6). 41 As lajes L7, L8 e L9 similares às lajes L1, L2 e L3, respectivamente, mas com armadura de cisalhamento, tiveram uma ruptura com cargas de 420kN, 452kN e 452kN, respectivamente. As demais lajes (L10 e L11) com pilares retangulares de relação entre seus lados de 1 e 2, com armadura de cisalhamento e a presença de dois furos, apresentaram uma ruptura com cargas de 325kN e 350kN, respectivamente. Todas as lajes ensaiadas com armadura de cisalhamento (L7, L8, L9, L10 e L11) apresentaram uma superfície de ruptura localizada externamente à zona armada com os “studs”. O autor conclui que com o aumento de uma das dimensões do pilar, que conseqüentemente aumenta o perímetro de controle, ocorre um acréscimo na carga de ruptura de uma laje cogumelo de concreto armado. A existência de furos adjacentes à coluna pode diminuir a resistência à punção de lajes cogumelo. Afirma ainda que o uso de armadura de cisalhamento do tipo “stud” em lajes sem furos apresenta resultados bastante satisfatórios como já foi dito por outros pesquisadores. Os resultados também mostraram que o uso desta armadura pode ser uma possibilidade de se aumentar a resistência ao puncionamento em lajes cogumelo com furos. Este aumento pode até ser superior quando comparado com laje sem armadura de cisalhamento em sem furos. 2.3.2.5 Musse (2004) Musse (2004) apresentou uma análise experimental da resistência à punção de lajes cogumelo de concreto armado com e sem fibras de aço e armadura de cisalhamento. Foram testadas até a ruptura oito lajes quadradas representando regiões ao redor da coluna com 130mm de espessura e 1800mm de lado, carregadas no centro pelo bordo inferior. Os modelos foram separados em dois grupos, dependendo do tipo de concreto utilizado (com ou sem fibras de aço). Os modelos de teste da pesquisa foram divididos em dois grupos: Grupo 1 – lajes de concreto convencional – (L1, L2, L3 e L4) e Grupo 2 – lajes de concreto com adição de fibras de aço (LF1, LF2, LF3 e LF4). O volume de fibras utilizado nas lajes do grupo 2 foi de 0,9%. Cada grupo foi composto por quatro lajes: uma sem armadura de cisalhamento e as demais armadas com “studs” (3 camadas) distribuídos radialmente ao redor da coluna. A presença, quantidade e espaçamento da armadura de cisalhamento (“studs”) foram variados entre as lajes de um mesmo grupo. A Tabela 2.11 apresenta as características 42 da armadura de cisalhamento utilizada em cada laje e as resultados de cargas de ruptura obtidos. Tabela 2.11 – Características e resultados das lajes ensaiadas por Musse (2004) Armadura de cisalhamento Grupo Laje Fibras φAc (mm) 1 2 nº de S(1) camadas (mm) Asw( camada ) s Vu (kN) (mm² /cm) L1 não sem AC 309 L2 não 10 3 42 14,95 460 L3 não 10 5 63 9,97 472 L4 não 5 7 42 3,74 467 LF1 sim LF2 sim 10 3 42 14,95 517 LF3 sim 10 5 63 9,97 541 LF4 sim 5 7 42 3,74 501 sem AC 390 (1) – espaçamento entre as camadas da armadura de cisalhamento. Todas as lajes do Grupo 1 e 2 romperam por punção. Nas lajes do Grupo 1 onde havia armadura de cisalhamento a ruptura foi externa à região armada e nas lajes do Grupo 2 a presença das fibras modificou o modo de ruptura da laje de externo a região armada para interno. Segundo Musse (2004) com a combinação da armadura de cisalhamento e das fibras foi possível aumentar a carga de ruptura da laje LF3 75% em relação à laje L1 (sem fibras e sem armadura de cisalhamento). 2.4 ESTUDOS NUMÉRICOS As simulações numéricas com elementos finitos se tornaram uma importante ferramenta de análise e previsão de comportamento das estruturas de concreto armado. Como a realização de ensaios laboratoriais são de elevado custo e os resultados de tensões e deformações obtidos são apenas dos pontos monitorados, as simulações numéricas são de grande interesse, já que se bem calibradas podem reproduzir um ensaio de um modo mais barato e permitir visualizar as tensões e deformações de toda a estrutura, esclarecendo assim o efeito de cada parâmetro interveniente. 43 Nos últimos anos muitas investigações numéricas têm sido desenvolvidas e aplicadas ao estudo da punção, utilizando análises axissimétricas e tridimensionais. A vantagem das análises axissimétricas é que sendo um problema simétrico rotacional, utiliza-se um número menor de elementos finitos e o esforço computacional é mais reduzido. As análises 3D apresentam resultados mais realistas devido à maior flexibilidade que se tem para reproduzir as condições das estruturas. Entretanto o processamento deste tipo de análise exige um maior um esforço computacional. Nas análises 3D por razões de simetria apenas ¼ da laje é modelada, com o objetivo de facilitar e diminuir o esforço computacional em uma simulação 3D. Os resultados encontrados na literatura mostram que a superfície de ruptura por punção, a carga de ruína e as deformações podem ser previstas nas análises numéricas. Menétrey (1994) e Halgreen (1996) mostram que a análise axisimétrica é adequada para reproduzir a ruptura por punção, entretanto este tipo de elemento não é indicado para os casos com armadura ortogonal e situações de lajes não simétricas. Segundo Menétrey (1994) para reproduzir uma ruptura por punção numericamente é necessário que alguns requisitos sejam satisfeitos: • O modelo numérico deve ser capaz de reproduzir as fissuras radiais e tangenciais; • Efeitos de flexão e cisalhamento devem ser considerados juntos; • O modelo numérico deve ser capaz de capturar uma deformação localizada, como é o caso da ruptura por punção. A seguir são apresentados alguns estudos numéricos realizados por pesquisadores nacionais e internacionais. 2.4.1 Bhatt (2000) Bhatt (2000) realizou uma análise numérica 3D baseada em elementos isoparamétricos de 20 nós para avaliar a ruptura por punção de lajes cogumelos submetidas a um carregamento simétrico. Foram analisadas oitenta e quatro lajes com um grande número de variáveis incluindo lajes com e sem armadura de cisalhamento e testadas por diferentes pesquisadores (Rankin (1987), Regan (1984), Gomes (1991) e Chana (1992)). Bhatt (2000) adotou o modelo de fissuração distribuído e a hipótese que o concreto permanece isotrópico após surgirem as primeiras fissuras. Com relação ao modelo de tração do concreto foi adotado o tension stiffening. A relação tensão x deformação é linear até a 44 resistência máxima a tração do concreto, mas imediatamente após a fissuração, a tensão se reduz para 0,7 da resistência à tração. Após a queda brusca da tensão ela diminui linearmente até a deformação máxima do concreto de 0.003. O coeficiente de redução da rigidez (β) foi adotado igual a 1 para o concreto não fissurado e 0,25 após a fissuração. Comparações do modo de ruptura, fissuração, deformação na armadura e no concreto foram realizadas entre os resultados experimentais e numéricos. Constatou-se uma boa aproximação entre os resultados observados e também entre a carga de ruptura experimental e numérica. Portanto, Bhatt (2000) conclui que o programa numérico desenvolvido pode reproduzir com confiança todos os parâmetros que afetam a resistência a punção de uma laje cogumelo. 2.4.2 Hallgren (2000) Hallgren analisou numericamente duas sapatas circulares com modo de ruptura a punção. A análise numérica foi realizada utilizando o método dos elementos finitos para o concreto armado baseado no modelo de fissuração distribuída, através do programa SBETAX 1.2. Os resultados numéricos foram comparados com os resultados obtidos previamente nos ensaios. Devido à geometria circular da sapata (laje) foi realizada uma análise axisimétrica com elementos isoparamétricos 2D de 4 nós. O modelo do concreto a tração adotado foi o tension softening, sendo o comportamento do concreto ao amolecimento após a fissuração controlado pela energia de fratura (Gf), neste estudo determinada pela expressão do CEB MC/90. A Figura 2.32 apresenta a malha de elementos finitos axisimétrica adotada por Hallgren (2000), a linha de simetria do lado esquerdo do modelo do plano foi fixada na direção do eixo X, para simular a continuidade da sapata. O carregamento foi aplicado através do incremento de deslocamentos controlados, diretamente nos nós da coluna. 45 Armadura de Flexão Eixo de simetria Figura 2.32 – Modelo axissimétrico de elementos finitos utilizado por Hallgren (2000) na análise numérica. Segundo Hallgren (2000), as comparações quanto ao modo e carga de ruptura e deslocamento vertical dos resultados da análise por elementos finitos com os dos ensaios apresentaram conformidade. 2.4.3 Beutel (2000) Beutel (2000) analisou em seu trabalho duas lajes cogumelo com armadura de cisalhamento que romperam a punção. As análises foram realizadas no programa “MASA” utilizando elementos tridimensionais de 8 nós. A armadura de flexão e cisalhamento foram representadas a partir de elementos de barra de 2 nós. Devido às condições de simetria apenas ¼ da laje foi modelada. Segundo Beutel (2000) apenas a energia de fratura foi determinada de acordo com o CEB MC/90, as demais propriedades foram medidas em laboratório. A curva carga x deslocamento para as duas lajes analisadas numericamente foi mais rígida para o estado de serviço da laje quando comparada com a curva obtida experimentalmente. As cargas de ruptura numéricas foram inferiores a experimentais, cerca de 10% para a laje com 46 superfície de ruptura cruzando a armadura de cisalhamento e 25% para a laje com superfície de ruptura externa a região armada. 2.4.4 Staller (2000) Staller (2000) desenvolveu uma análise numérica para avaliar a resistência ao puncionamento de lajes cogumelo com concretos de alta resistência a compressão do concreto. Utilizou como laje de referência a laje HSC4 de Hallgren(1996), com concreto de alta resistência a compressão (91,6 MPa) e sem armadura de cisalhamento. A análise numérica foi realizada utilizando o programa “MARC” baseado em elementos finitos. Na modelagem da laje foram utilizados elementos tridimensionais isoparamétricos de 8 nós para o concreto e elementos de barras para simular a armadura de flexão. Por razões de simetria da geometria da laje apenas ¼ da laje foi simulada numericamente e o carregamento foi aplicado através do incremento de deslocamento. Para a resistência a compressão do concreto Staller (2000) utilizou o modelo de Drucker and Prager e na tração o tension softening. Na curva carga x deslocamento obtida por Staller (2000) percebe-se que a transição entre a fase linear e não-linear na análise numérica ocorreu significativamente para uma carga superior a experimental. Segundo Staller (2000) o comportamento numérico foi bem mais rígido do que o obtido no ensaio. A carga de ruptura numérica foi em torno de 15% superior a obtida experimentalmente. Segundo Staller (2000), o cone de punção formado na análise numérica se aproximou muito ao experimental. A Figura 2.33 apresenta superfície de ruptura obtida. Figura 2.33 – Superfície de ruptura obtida numericamente por Staller (2000). 47 2.4.5 Ozbolt (2003) Ozbolt (2003) realizou uma análise tridimensional utilizando o programa baseado em elementos finitos “MASA”, com o objetivo de demonstrar que os modelos disponíveis, podem reproduzir de forma realística a ruptura por punção para o caso de lajes cogumelo sem armadura de cisalhamento apoiadas em pilares internos. Para comprovar a eficiência do código utilizado foram comparados os resultados numéricos com os obtidos experimentalmente. Segundo Ozbolt (2003), por razões de simetria apenas um quarto da laje foi modelada. O concreto foi discretizado por elementos sólidos de 8 nós e a armadura de flexão por elementos de barra por 2 nós, conectados aos elementos de concreto. O carregamento foi aplicado através do incremento de deslocamentos nos nós localizado na área do pilar. O modelo adotado para o aço foi o elasto-plástico ideal. Com relação ao modelo adotado para a resistência a tração do concreto, considerou-se o tension softening. Para a consideração do tension softening é necessário informar a energia de fratura a tração, a qual depende do tamanho do elemento da malha de elementos finitos. Baseado nas comparações entre os resultados numéricos e experimentais, pode-se concluir que os modelos constitutivos para o concreto e o aço adotados podem prever de forma realística o comportamento de uma laje cogumelo submetida a altas tensões de cisalhamento. O modo de ruptura, da laje observada na pesquisa, obtido na análise numérica foi muito semelhante ao cone de punção que se formou após a ruptura da laje no ensaio experimental realizado (Figura 2.34). Figura 2.34 – Comparação entre as superfícies de ruptura obtidas na análise numérica e experimental Ozbolt (2003). 48 2.4.6 Martinelli (2003) Martinelli (2003) desenvolveu um programa computacional, elaborado através do método dos elementos finitos, para análise tridimensional de situações de punção em lajes de concreto armado com e sem armadura de cisalhamento. Foram utilizados modelos constitutivos elastoviscoplásticos para representar o comportamento do concreto armado. A representação da armadura era feita pela intodução de uma linha de material mais rígido no elemento de concreto. A aderência entre o concreto e o aço foi considerada perfeita para os deslocamentos ao longo das barras de aço serem determinados a partir dos deslocamentos nodais dos elementos de concreto. Para a consideração da colaboração do concreto entre fissuras e a representação da perda da capacidade do concreto de transferir esforços de corte com a abertura da primeira fissura, foram considerados dois modelos. O modelo 1 é baseado na equação apresentada por Hinton e inclui duas equações uma para a colaboração do concreto entre fissuras e outra para a capacidade de transferência de corte do concreto fissurado . A Figura 2.35 apresenta a curva tensão x deformação para o concreto tracionado no modelo 1. As considerações referentes ao modelo 2 estudado são apresentadas na Figura 2.35. Figura 2.35 – Curva tensão x deformação para o modelo 1. Martinelli(2003) 49 A relação tensão-deformação para o aço pode ser considerada elastoplástica perfeita ou com endurecimento. Para validar a eficiência do programa computacional desenvolvido, Martinelli (2003) realizou comparações entre os resultados obtidos numericamente e obtidos nos ensaios experimentais de lajes cogumelos sem armadura de cisalhamento e com estribos verticais e inclinados realizados em laboratório (Fusco (1988), Coelho (1999) e Trautwein (2001)). Durante a análise numérica realizada, observou-se que os modelos de fissuração sugeridos forneceram resultados bastante precisos, apresentando uma ótima aproximação com os ensaios experimentais. Os deslocamentos no centro da laje foram adequadamente representados, enquanto os valores numéricos para as deformações nos estribos apresentaram uma pequena divergência em relação aos valores experimentais. Portanto, Martinelli (2003) afirma que o programa computacional desenvolvido pode ser empregado para generalizar resultados experimentais em lajes cogumelo com variação na resistência do concreto, na bitola das barras de armadura, no espaçamento entre as barras e no número de camadas de armadura de cisalhamento do tipo inclinada. Figura 2.36 – Curva tensão x deformação para o modelo 2. Martinelli(2003) 50 2.5 RECOMENDAÇÕES DE NORMAS PARA O CÁLCULO DE LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO COM ARMADURA DE CISALHAMENTO A carga de ruptura em lajes cogumelo pode ser prevista através do cálculo da tensão nominal de cisalhamento atuando em uma dada superfície de controle e comparando-se esta tensão com a resistência do concreto ao cisalhamento. Os códigos e métodos de cálculo, em geral, se diferenciam pela superfície de controle e a tensão cisalhante limite a serem considerados. A seguir são apresentadas as prescrições para o cálculo da resistência à punção em lajes cogumelo de concreto armado de acordo as normas NBR6118/2003, EC2/1992, EC2/2002, CEB MC/90 e ACI 318/95 e dos métodos de cálculo desenvolvido por Gomes (1991) e Gomes & Andrade (1999). Apenas pilares centrais de seção quadrada em lajes com carregamento simétrico são considerados. 2.5.1 NBR 6118/2003 A norma brasileira NBR 6118/2003 prevê a verificação da tensão resistente à punção de uma laje cogumelo de concreto armado em três superfícies críticas: • Superfície dada pelo perímetro C do pilar ou da carga concentrada, verificando a tensão de compressão do concreto; • Superfície dada pelo perímetro C’ que está afastada 2d do pilar ou da área carregada; • Superfície crítica, dada pelo perímetro C’’, traçado a 2d da última camada da armadura de cisalhamento (Figura 2.38). Os perímetros críticos segundo a NBR 6118/2003 são delimitados de acordo com a Figura 2.37. 51 Pilar Figura 2.37 – Perímetro crítico em pilares internos segundo a NB1/2000. A tensão de cisalhamento solicitante de cálculo (τsd), para o caso de carregamento simétrico pode ser expressa por: τsd = Eq. 2-1 Fsd u.d onde: Fsd: força ou reação concentrada de cálculo; u: perímetro de contorno crítico, de acordo com a Figura 2.37; d : altura útil da laje. 2.5.1.1 Verificação da tensão resistente de compressão diagonal do concreto (τrd2) na superfície crítica C A primeira verificação diz respeito a tensão de compressão diagonal do concreto, calculada através da tensão de cisalhamento na primeira superfície crítica, representada pelo perímetro do pilar ou da carga concentrada τsd ≤ τrd2 = 0,27.αv.fcd Onde: fcd : resistência de cálculo do concreto à compressão (MPa); f ⎞ ⎛ αv = ⎜1 − ck ⎟ , (fck em MPa). ⎝ 250 ⎠ Eq. 2-2 52 2.5.1.2 Verificação da tensão resistente (τrd2) na superfície crítica C’ sem armadura de punção. A tensão de cisalhamento resistente na superfície crítica C’, afastada 2d do pilar ou da carga concentrada, deve ser calculada como é mostrado a seguir. ⎛ 200 ⎞⎟ τsd ≤ τrd1 = 0,13. ⎜⎜1 + .(100.ρ.fck)1/3 ⎟ d ⎠ ⎝ Eq. 2-3 Onde: ρ= ρ x .ρ y , taxa de armadura nas duas direções ortogonais, calculadas com a largura igual à dimensão do pilar, ou área carregada, mais 3d para cada um dos lados (ou até a borda da laje, se esta estiver mais próxima); d : altura útil da laje ao longo do contorno crítico C’ em cm. 2.5.1.3 Verificação da tensão resistente (τrd3) na superfície crítica C’ com armadura de punção. Para os casos de lajes com armadura de cisalhamento, a tensão resistente deve ser calculada de acordo com a Eq. 2-4. ⎛ ⎛ 200 ⎞⎟ d 1 ⎞ ⎟ τsd ≤ τrd3 = 0,10. ⎜⎜1 + .(100.ρ.fck)1/3+ ⎜⎜1,5. .A sw .fywd. sen α ⎟ d ⎠ sr u.d ⎟⎠ ⎝ ⎝ Eq. 2-4 Onde: sr : é o espaçamentos radial entre a armadura de cisalhamento, não deve ser maior que 0,75d; Asw : área da armadura de cisalhamento por camada; fywd : resistência de cálculo da armadura de cisalhamento, deve ser menor que 300 MPa para conectores tipo “studs” e 250 MPa para estribos (CA-50 ou CA-60); Para lajes com altura superior a 35 cm a resistência dos estribos pode ser considerada no máximo igual a 435 MPa. α :ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção e o plano da laje; u : perímetro de controle C’, distante 2d da face do pilar. 53 2.5.1.4 Verificação da tensão resistente (τrd) na região externa ao perímetro crítico C’’. Para o cálculo da tensão resistente externa à região com armadura de cisalhamento, deve-se utilizar o perímetro crítico distante “2d” do último elemento da armadura de cisalhamento (Figura 2.38). Eq. 2-5 ⎛ 200 ⎞⎟ τsd ≤ τrd1=0,13. ⎜⎜1 + .(100.ρ.fck)1/3 ⎟ d ⎠ ⎝ C" > 2d < 2d 2d C" d 2d Perímetro crítico u' d Perímetro crítico u' Figura 2.38 – Perímetro crítico afastado 2d do último elemento da armadura de cisalhamento segundo a recomendação da NBR6118/2003. 2.5.2 CEB-Fip MC/90 A verificação da tensão de cisalhamento é feita ao longo de um perímetro de controle traçado a uma distância “2d” da face da área carregada, como mostrado na Figura 2.39. 54 Perímetro de controle pilar pilar Figura 2.39 – Perímetro de controle conforme o CEB-fib/MC 90. A tensão de cisalhamento atuante é determinada pela. τ sd = Eq. 2-6 PSd u1 d Onde: τsd : tensão de cisalhamento; Psd : carga concentrada de cálculo aplicada no perímetro de controle; u1 : perímetro de controle (cm); d : altura útil (cm). Para as lajes sem armadura de cisalhamento a tensão atuante (τSd) deve ser menor ou igual a tensão resistente (τRd), conforme Eq. 2-7 . τSd≤τRd Eq. 2-7 τ Rd = 0,12 ξ (100ρ f ck ) 1/3 Eq. 2-8 Onde: ξ = 1+ 200 (“d” em mm); d ρ = ρ x .ρ y , taxa de armadura nas duas direções ortogonais, calculadas com a largura igual à dimensão do pilar mais “3d” para cada um dos lados (ou até a borda da laje, se esta estiver mais próxima); fck : resistência característica do concreto (limitada em 50 MPa). 55 A resistência ao puncionamento para a situação de carregamento simétrico deve ser verificada em três regiões. 2.5.2.1 Região adjacente à face do pilar A carga Psd a ser considerada nos cálculos da tensão atuante de cisalhamento é limitada de acordo com a Eq. 2-9. Psd = u 0 d(0,5f cd2 ) Eq. 2-9 Onde: uo : comprimento do perímetro da área carregada ou do pilar. fcd2: resistência à compressão de projeto para um concreto fissurado; ⎡ ⎛ f ⎞⎤ f cd2 = 0,6 ⎢1 − ⎜ cK ⎟⎥ f cd ⎣ ⎝ 250 ⎠⎦ 2.5.2.2 Região com armadura de cisalhamento Para realizar a verificação da resistência ao puncionamento na região com armadura de cisalhamento, deve-se considerar uma parcela do concreto e uma parcela da armadura transversal. ⎛d 1/3 Psd ≤ 0,09 ξ (100ρ f ck ) u 1d + 1,5 ⎜⎜ ⎝ sr ⎞ ⎟⎟A sw f ywd senα ⎠ Eq. 2-10 Onde: u1 : perímetro de controle situado a uma distância “2d” a partir da face do pilar; sr : espaçamento radial entre as camadas da armadura de cisalhamento (< 0,75d - mm); Asw : área da armadura de cisalhamento em uma camada ao redor da coluna (mm²); fywd : tensão de escoamento da armadura de cisalhamento (fywd < 300 MPa); α : ângulo entre a armadura de cisalhamento e o plano da laje. 56 A contribuição da armadura de cisalhamento deve superar o valor determinado, conforme a equação Eq. 2-11. ⎛d 1,5 ⎜⎜ ⎝ sr 2.5.2.3 ⎞ ⎟⎟A sw f ywd senα ≥ 0,03 ξ (100ρ f ck )1/3 u 1d ⎠ Eq. 2-11 Região externa à armadura de cisalhamento A Figura 2.40 apresenta os perímetros de controle para verificação da tensão de cisalhamento resistente para a região externa à armadura de cisalhamento. A apresenta a equação para o cáculo da carga concentrada. Psd ≤ 0,12 ξ (100ρ f ck ) u n,ef d 1/3 Eq. 2-12 Onde: un,ef : perímetro de controle traçado a uma distância “2d” após a última camada da armadura de cisalhamento. Caso o espaçamento circunferencial da armadura de cisalhamento exceder “2d”, un,ef é limitado conforme indica a Figura 2.40; > 2d < 2d 2d d 2d Perímetro Perímetro d Figura 2.40 – Perímetro de controle conforme o CEB-Fip/MC 90, para a região externa à armadura de cisalhamento. 57 2.5.3 EC2/1992 O perímetro de controle do EC2/92 é tomado a 1,5d da face do pilar ou da área carregada, mostrado na Figura 2.41. 1,5d 1,5d 1,5d 1,5d Figura 2.41 – Perímetro de controle conforme o EC2/1992. O esforço cortante por comprimento (vsd), devido à aplicação de uma carga concentrada, é dado pela Eq. 2-13. vSd = VSd β u Eq. 2-13 Onde: Vsd : valor da carga concentrada; β : coeficiente que leva em conta os efeitos da excentricidade da carga, no caso de não haver excentricidade pode ser tomado igual a um (β = 1,00); u : perímetro de controle. Nas lajes sem armadura de cisalhamento o esforço resistente de cálculo é dado pela . vRd1 = τRd.k.(1,2 + 40.ρ1).d Eq. 2-14 Onde: k = | 1,6 – d | > 1, (d em metros); τRd = valores fornecidos pela Tabela 2.12. Tabela 2.12 – Valores de τRd – Eurocode 2/1992 fck (MPa) 12 16 20 25 30 35 40 45 50 τRd (MPa) 0,18 0,22 0,26 0,30 0,34 0,37 0,41 0,44 0,48 58 Nas lajes com armadura de cisalhamento as resistências de cálculo máximas vRd2 e vRd3 , calculadas pelas Eq. 2-15 e Eq. 2-16, deve superar o esforço cortante da laje. vRd2 = 1,6. vRd1 vRd3 = vRd1 + ∑A Eq. 2-15 f Sw . yd sen α u Eq. 2-16 Onde: ∑A f Sw . yd sen α = Soma das componentes dos esforços de cálculo da armadura de punção na u direção da aplicação da reação da laje, sendo α o ângulo entre a armadura e o plano médio da laje; fyd ≤ 400 N/ mm²; O espaçamento entre as camadas da amadura de cisalhamento não deve ultrapassar “0,75d”. O EC2/92 recomenda ainda que a resistência à punção deverá ser verificada de forma que a superfície de ruptura seja externa à região com armadura de cisalhamento, calculando – se um novo perímetro crítico localizado a 1,5d da última camada da armadura de cisalhamento, comparando esta tensão com a tensão resistente nas lajes sem armadura de cisalhamento (vRd1). 2.5.4 EC2/2002 De acordo com o Eurocode (2002) a tensão de cisalhamento atuante é dada por: v Ed = β VEd u 1d Eq. 2-17 Onde: VEd : valor da carga concentrada de cálculo; β : coeficiente que leva em conta os efeitos da excentricidade da carga. No caso de não haver excentricidade pode-se tomar β = 1,00; u1 : perímetro de controle a 2d da face do pilar; d : altura útil. 59 Em uma laje cogumelo sem armadura de cisalhamento são feitas duas verificações: a primeira na face do pilar, através da Eq. 2-18, e na seção de controle a 2d do pilar, através da Eq. 2-19. v Ed £ v Rd,máx v Rd,máx = 0,5.0, 6(1- Eq. 2-18 f ck ). f ck 250 v Ed £ v Rd,máx Eq. 2-19 1/3 v Rd,máx = 0,18 k (100ρ1 f ck ) Onde: u0 é o perímetro do pilar ou da área carregada, em mm; v Ed é a tensão máxima de cisalhamento atuante na face do pilar, em MPa; k = 1+ ρ1 = 200 ≤ 2 , (“d” em mm); d ρ1 x ρ1 y ≤ 0 ,02 é a taxa de armadura de flexão; fck : resistência característica do concreto (MPa). Nas lajes com armadura de cisalhamento a resistência ao puncionamento para a situação de carregamento simétrico deve ser verificada em três regiões: 2.5.4.1 v Ed = Região adjacente à face do pilar β VEd u 1d Eq. 2-20 Eq. 2-21 v Ed £ v Rd,máx v Rd,máx = 0,5.0, 6(1- 2.5.4.2 f ck ). f cd 250 Região com armadura de cisalhamento v Ed ≤ v Rd,int ⎛d⎞ v Rd,int = 0,75 v Rd,c + 1,5 ⎜⎜ ⎟⎟ A sw f ywd,ef ⎝ sr ⎠ ⎛ 1 ⎞ ⎟⎟ senα ⎜⎜ ⎝ u 1d ⎠ Eq. 2-22 60 Onde: u1 : perímetro de controle situado a uma distância “2d” a partir da face da coluna; sr : espaçamento radial das camadas da armadura de cisalhamento (mm); Asw : área da armadura de cisalhamento em uma camada ao redor da coluna (mm²); f ywd,ef = 250 + 0,25d ≤ f ywd ; α : ângulo entre a armadura de cisalhamento e o plano da laje. 2.5.4.3 Região externa à armadura de cisalhamento v Ed ≤ v Rd,ext Eq. 2-23 VRd,ext = v Rd,c u out d Onde: uout : perímetro de controle traçado a uma distância “1,5d” após a última camada da armadura de cisalhamento (Figura 2.42). B A > 2d 1,5d < 2d d 1,5d d A - Perímetro uout B - Perímetro uout,ef Figura 2.42 – Perímetros de controle (uout e uout, ef) conforme o EUROCODE 2 (2002). 61 2.5.5 ACI 318/2002 A norma americana considera que a seção crítica, ou de controle, de lajes sujeitas à punção, está localizada a uma distância de 0,5d medida a partir da face do pilar ou da área carregada (Figura 2.43). A verificação da punção em lajes cogumelo, segundo o ACI318/2002 é realizado através da comparação entre a força nominal atuante “Vu” e a força nominal resistente “Vn”. b Pilar d/2 β a c = a/b (a > b) Perímetro de controle (bo) bo = 2(a + b) + 4d Figura 2.43 – Perímetro crítico a ser considerado segundo recomendações do ACI318/2002. φVn > Vu Eq. 2-24 Onde: Vu = Vc +Vs; Vc : força cortante resistida pelo concreto; Vs : força cortante resistida pela armadura de cisalhamento; φ = 0,85 (este fator de redução do código americano não foi utilizado no cálculo das cargas estimadas das lajes testadas). A força resistente do concreto Vc é o menor valor obtido através da Eq. 2-25, Eq. 2-26 e Eq. 2-27: 62 ⎛ 2 Vc = ⎜⎜1 + ⎝ βc ⎞1 ⎟⎟ f c′ b 0 d ⎠6 ⎞1 ⎛α d Vc = ⎜⎜ s + 2 ⎟⎟ f c′ b 0 d b 12 ⎠ ⎝ 0 Vc = 1 f c′ b 0 d 3 Eq. 2-25 Eq. 2-26 Eq. 2-27 Onde: βc : razão entre o comprimento do maior lado sobre o menor lado do pilar; αs : constante que assume os seguintes valores: 40 para pilares internos, 30 para pilares de borda e 20 para pilares de canto; fc´ : resistência à compressão do concreto (MPa); b0 : perímetro de controle a “0,5d” da face do pilar (mm); d : altura útil da laje (mm). Nas lajes com armadura de cisalhamento a força resistente, neste caso, conta com a contribuição da armadura de cisalhamento e a do concreto. Vc ≤ Vs = 1 f c′ b 0 d 6 A vf yd s Eq. 2-28 Eq. 2-29 Onde: Av : área da armadura de cisalhamento dentro da distância “s” (mm²); s : espaçamento radial da armadura de cisalhamento (mm); fy : tensão específica de escoamento do aço (< 420MPa). A soma das contribuições do concreto e da armadura de cisalhamento (Vn) é limitada, conforme equação 2.23: Vn ≤ 1 f c′ b 0 d 2 Eq. 2-30 63 O espaçamento radial dos elementos da armadura de cisalhamento não deve ser maior que 0,5d. A Figura 2.44 mostra o cálculo para o perímetro distante 0,5d da última camada da armadura de cisalhamento, (boext). d/2 A d/2 E s s s s s so A 2.β β d/2 ns so d/2 45° A c β x 90° d/2 d/2 A A c-2x E A U = 8 { 2A+E } A = d ( tan b ) /2 E = 2 sin β{ so + (n-1) s + c/2 } β = 22.5° U = ( 4 A + E + c - 2x ) 4 A = d ( tan β ) /2 E = 2 ( ns + so + x ) β = 22.5° Radial Dupla cruz Figura 2.44 – Perímetro crítico a ser considerado segundo recomendações do ACI318/2002. 2.5.6 Método Empírico de Gomes (1991) O método desenvolvido por Gomes (1991) é específico para verificar a resistência à punção de uma laje cogumelo carregada de forma simétrica. O método recomenda uma distribuição radial da armadura de cisalhamento com um espaçamento entre camadas de 0,5d. Este modelo de cálculo assume que a verificação deve ser feita em dois perímetros críticos: superfície de ruptura cruzando a armadura de cisalhamento com a mesma inclinação de uma laje sem armadura de cisalhamento e superfície de ruptura externa à região armada. 2.5.6.1 Superfície de ruptura interna à região armada, cruzando a armadura de cisalhamento. A laje possui uma resistência característica à punção determinada pela soma das forças de contribuição do concreto e da armadura (Vk = Vck + Vsk). A contribuição do concreto é calculada de acordo com a Eq. 2-31e a contribuição do aço é dada pela soma das forças nas armaduras situadas até 1,75d da face do pilar, conforme Eq. 2-32. 64 Vck = ξ v ck U d Eq. 2-31 Vsk = n A s f yv Eq. 2-32 Onde: ξ=4 400 ≥ 1,0 ; d v ck = 0,27 3 100ρ f cu , com ρ ≤ 0,03 e 20MPa < f cu < 50MPa ; U : perímetro de controle à “1,5d” da face do pilar; d : altura útil da laje (mm). n: número de elementos da armadura de cisalhamento dentro da distância de “1,75d”; As : área de uma barra de armadura de cisalhamento; fyv : tensão de escoamento da armadura. 2.5.6.2 Superfície de ruptura externa à região com armadura de cisalhamento A resistência da laje é dada somente pela contribuição do concreto com um perímetro de controle tomado a “2,45d” da última camada da armadura de cisalhamento. Vk = α1 ξ v ck U ext d Eq. 2-33 Onde: ⎡1,0 (para seções situadas a 2,0d ou mais da face do pilar) α1 = ⎢ ⎣0,9 (para seções a 1,0d do pilar) Uext : perímetro de controle distante “2,45d” da última camada da armadura de cisalhamento (Figura 2.45). 65 2,45d 2,45d R = 0,75d R = 0,75d Perímetro de controle 2,45d Figura 2.45 – Perímetro crítico a ser considerado conforme Gomes (1991). 2.5.7 Método Empírico de Gomes & Andrade (1999) Este método empírico é baseado no modelo proposto por Gomes (1991). O método empírico de Gomes e Andrade prevê quatro verificações, de acordo com a posição da superfície de ruptura da laje: a) superfície de ruptura localizada entre a face do pilar e a primeira camada da armadura de cisalhamento; b) superfície de ruptura cruzando apenas a primeira camada da armadura de cisalhamento; c) superfície de ruptura cruzando a armadura de cisalhamento com uma inclinação de 25º; d) superfície de ruptura localizada externamente à região com armadura de cisalhamento. 66 As cargas de ruptura para as superfícies de ruptura do tipo a, b e c devem ser calculadas reduzindo-se a altura útil “d”. A altura útil reduzida “dred” deve ser tomada igual a altura do elemento da armadura de cisalhamento. A Figura 2.46 apresenta as superfícies de ruptura de acordo com o método empírico de Gomes e Andrade (1999). Superfícies de ruptura c a b d Armadura de cisalhamento Pilar Figura 2.46 – Superfícies de ruptura segundo o método Empírico de Gomes e Andrade (1999). 2.5.7.1 Superfície de ruptura localizada entre a face do pilar e a primeira camada da armadura de cisalhamento. A Eq. 2-34 apresenta a expressão para o cálculo da resistência máxima da laje cogumelo com superfície de ruptura entre a face do pilar e a primeira camada de armadura de cisalhamento. Vck =Ψ.ξ.vck.U.d Eq. 2-34 Onde: 4 ξ= 400 ≥ 1,0 d vck = 0,27. 3 100 ⋅ ρ ⋅ fcu , com ρ < 0,03 e 20 MPa < fcu < 50 MPa ⎡4b + 12d U =⎢ , para colunas quadradas com lado “b” e circulares com diâmetro “B” ⎣4B + 12d Ψ = em função do ângulo de inclinação da superfície de ruptura (tg θ), dado pelo gráfico (Regan (1985)) na Figura 2.6. d = dred (altura do elemento da armadura de cisalhamento) 67 2.5.7.2 Superfície de ruptura cruzando a primeira camada da armadura de cisalhamento. A carga de ruptura a ser considerada é dada pela força resistente de uma camada de armadura de cisalhamento somada da contribuição do concreto, como mostra a Eq. 2-35. A altura útil a ser considerada é a altura da armadura de cisalhamento (dred). Vck =Ψ. ξ.vck.U.d + As.fy 2.5.7.3 Eq. 2-35 Superfície de ruptura cruzando a armadura de cisalhamento com inclinação de 25º. A carga de ruptura à punção é tomada como a soma das contribuições do concreto (Vck) e do aço (Vsk). Vk = Vck + Vsk Eq. 2-36 Vck = ξ.vck.U.d Eq. 2-37 Vsk = n.As.fy Eq. 2-38 Onde: n = número de elementos da armadura de cisalhamento; As = Área de um elemento; fy = Tensão de escoamento da armadura; d = neste caso a altura útil a ser considerada é a real. A contribuição do aço é tomada igual à soma das forças na armadura de cisalhamento situada até uma distância de “1,75d” da face da coluna. 2.5.7.4 Superfície de ruptura externa à região com armadura de cisalhamento A resistência característica de cisalhamento (Vk) é dada por: Vk = α1.ξ.vck.U.d Eq. 2-39 68 Onde: α1 = 1,0 para seções situadas a “2,0d” ou mais da face da coluna e igual a 0,90 para seções a “1,0d” da coluna; U = perímetro de controle, para distribuição radial adotar um círculo distante “2,5d” do último elemento da armadura de cisalhamento; d = a altura útil a ser considerada é a real. 2.5.8 Comparação entre os Códigos e Métodos de Cálculo A Tabela 2.13 apresenta um comparação entre os principais parâmetros adotados por cada código ou método de cálculo de previsão da resistência à punção em lajes cogumelo de concreto armado submetidas a um carregamento simétrico, descritos nos itens anteriores. A resistência última à punção em lajes cogumelo pode ser prevista através do cálculo da tensão nominal de cisalhamento atuando em um dado perímetro de controle. Os perímetros de controle adotados em cada código são diferentes (Tabela 2.13). O ACI/2002 adota um perímetro de controle afastado a 0,5d da face do pilar, para o cálculo da resistência a punção com a superfície de ruptura cruzando a armadura de cisalhamento e para o caso da superfície de ruptura ser externa a região armada o perímetro de controle é traçado a uma distância de 0,5d a partir da última camada de armadura de cisalhamento. A NBR6118/2003, EC2/02, e o CEB MC/90 consideram os mesmos perímetros de controle, e o método de Gomes (1991) considera um perímetro afastado a 1,5d da face do pilar e outro a 2,45d a partir do último elemento da armadura de cisalhamento. 69 Tabela 2.13 – Comparativo entre os códigos e métodos de cálculo para previsão da carga de ruptura de lajes cogumelo Perímetro de Controle da face do pilar (mm) Perímetro de Controle a partir da última camada de armadura de cisalhamento (mm) ⎞ ⎟⎟ A sw f ywd ⎠ 2d 2d ⎞ ⎟⎟ A sw f ywd ⎠ 2d 2d 1,5d 1,5d 2d 2d 0,5d 0,5d 1,5d 2,45d Parcela de Contribuição da armadura de cisalhamento Espaçamento radial (mm) fywd (MPa) NBR6118/2003 <0,75d <300 ⎛d 1,5 ⎜⎜ ⎝ sr CEB MC/90 <0,75d <300 ⎛d 1,5 ⎜⎜ ⎝ sr EC2/92 <0,75d <400 ⎛d ⎜⎜ ⎝ sr EC2/02 <0,75d <250+0,25d ⎛d 1,5 ⎜⎜ ⎝ sr ACI/2002 <0,5d <420 ⎛d ⎜⎜ ⎝ sr Gomes (1991) <0,5d <fyd ⎞ ⎟⎟ A sw f ywd ⎠ ⎞ ⎟⎟ A sw f ywd ⎠ ⎞ ⎟⎟ A sw f ywd ⎠ ⎛d⎞ 1,75 ⎜⎜ ⎟⎟ A sw f ywd ⎝ sr ⎠ A parcela de contribuição da armadura de cisalhamento na resistência à punção para superfície de ruptura cruzando a região armada, também é outro fator que se difere entre os códigos. O ACI/02 e o EC2/92 consideram o número de camadas de armadura de ⎛d cisalhamento que contribuem na resistência à punção apenas em relação a ⎜⎜ ⎝ sr ⎞ ⎟⎟ A sw f ywd , já os ⎠ ⎛d⎞ demais códigos consideram 1,5 ⎜⎜ ⎟⎟ A sw f ywd , consequentemente prevendo cargas de ruptura ⎝ sr ⎠ maiores do que as previstas pelo ACI/02 e o EC2/92. 70 CAPÍTULO 3 PROGRAMA EXPERIMENTAL 3.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste trabalho estuda-se a resistência à punção de lajes cogumelo de concreto em pilares de centro de edifícios, com armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno, submetidas a um carregamento simétrico, aplicado por uma placa metálica quadrada de 200 mm de lado e 50 mm de espessura. O programa experimental compôs-se de dois grupos de lajes de concreto armado com as mesmas dimensões e armadura de flexão, com o objetivo de verificar a eficácia da armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno. O Grupo 1 teve a armadura dimensionada para que a superfície de ruptura ocorresse externamente à região armada transversalmente, e o Grupo 2, para que a superfície de ruptura cruzasse a região com armadura transversal. As lajes do Grupo 1 serão denominadas pela letra “E” para caracterizar que foram dimensionadas para ruptura externa e as lajes do Grupo 2 serão denominadas pela letra “I”, já que foram dimensionadas para ruptura interna à armadura de cisalhamento. No total foram ensaiadas onze lajes, cinco no Grupo 1 e seis no Grupo 2. Nas lajes do Grupo 1 as principais variáveis dos ensaios são a forma de distribuição da armadura de cisalhamento e os pinos ou ganchos em forma de “U” utilizados na parte inferior da armadura de cisalhamento. Com relação às lajes do Grupo 2 as principais variáveis foram o diâmetro da armadura de cisalhamento e o número de camadas utilizadas. As lajes têm dimensões de 3000 x 3000 mm de comprimento e uma altura nominal de 200 mm. Essas dimensões representam uma região de momento negativo na região do pilar, delimitada pelos pontos de momentos nulos com um comprimento de aproximadamente um quinto do vão total entre pilares, o que equivale a um vão de 7,5 m (Figura 3.1), considerando uma situação de pilar interno e carregamento simétrico. 71 O comportamento das peças foi analisado através de medições das deformações nas barras da armadura, dos deslocamentos verticais, do desenvolvimento de fissuras e da resistência última. Todos os ensaios dos modelos da pesquisa e de caracterização dos materiais foram executados no Laboratório de Concreto do Centro Tecnológico de Engenharia Civil do Departamento de Apoio e Controle Técnico de FURNAS Centrais Elétricas S.A. Pórtico hipotético - Carregamento Simétrico momento fletor nulo momento fletor nulo 0,20L 0,20 L 0,20 L 1,5 m x 2 = 3,0 m (comprimento da laje) região da laje estudada Figura 3.1 - Situação da laje estudada. (Pórtico hipotético) 3.2 SISTEMA DE ENSAIO A Figura 3.2 e a Figura 3.3 apresentam o esquema de ensaio e uma fotografia do esquema preparado para o teste. As lajes foram fixadas nas bordas por 16 tirantes com diâmetro de 25 mm ligados a vigas metálicas para transmissão das cargas à laje de reação. 72 2700 150 950 525 150 550 Chapas Metálicas 150 x 150 mm 550 550 1100 Projeção do Pilar 525 950 Tirantes φ = 25 mm Laje 200 Chapa Metálica 200 x 200 x 50 mm Célula de Carga Vigas Metálicas 800 Tirantes φ = 25 mm Parafusos φ = 70 mm Macaco Hidraúlico Laje de Reação Figura 3.2 – Esquema de Ensaio (unidades em mm). No centro das lajes, foi aplicada uma carga concentrada com um macaco hidráulico alimentado por uma bomba manual, atuando sobre uma placa metálica quadrada (200 x 200 x 50 mm), localizada na face inferior da laje, fixada com gesso, simulando um pilar de mesmas dimensões. O controle de aplicação da carga foi feito através de uma célula de carga da marca Transdutec, com capacidade para 2000 kN, sendo a leitura feita por uma ponte de leitura elétrica com precisão de 0,1 kN. 73 Apoio para os relógios d Tirantes Projeção da Chapa Metálica Vista Superior Tirantes Vigas Metálicas Vista Lateral Figura 3.3 – Fotografia do esquema de ensaio. 74 3.3 CARACTERÍSTICAS DAS LAJES ENSAIADAS As lajes eram quadradas com 3000 mm de lado e 200 mm de altura. Os materiais constituintes do concreto das lajes foram dosados de forma a obter uma resistência à compressão do concreto (fcm) em torno de 40 MPa, aos 14 dias. A altura útil das lajes foi definida em 164 mm, podendo ocorrer algumas variações devido ao processo executivo da concretagem. São apresentados neste item o detalhamento da armadura de flexão e da armadura de cisalhamento utilizada para as lajes do Grupo 1 e 2. 3.3.1 Armadura de Flexão A armadura de flexão foi composta por 31 barras de 16 mm de diâmetro (CA – 50) no bordo superior em cada direção, espaçadas a cada 10 cm, enquanto que a armadura do bordo inferior foi constituída por 21 barras de 8 mm (CA – 50) em cada direção, espaçadas a cada 15 cm. Para garantir uma adequada ancoragem das barras superiores, foram acrescentadas 31 barras em formas de U com 12,5 mm de diâmetro em cada lado da laje. A armadura de flexão se manteve constante para todas as lajes, e foi utilizada uma alta taxa de armadura (1,26%), para garantir que o modo de ruptura fosse por punção e não por flexão. A Figura 3.4 e a Figura 3.5 apresentam respectivamente o detalhamento da armadura de flexão utilizada nas lajes ensaiadas e uma fotografia da armadura pronta para ser posicionada na forma e depois concretada. 75 3000 mm comprimento 2960mm N2 - 21 Φ 8 mm a cada 15 cm comprimento 2960mm N1- 31 Φ16 mm a cada 10 cm 3000 mm N1- 31 Φ16 mm a cada 10 cm comprimento 2960mm N2 - 21 Φ 8 mm a cada 15 cm comprimento 2960mm 200 Armadura inferior (N2) Armadura superior (N1) calço quadrado (10 mm) N3 - 2 x 31 φ12,5 mm a cada 10 cm nas duas direções 150 674 Figura 3.4 – Detalhamento da armadura de flexão. Figura 3.5 – Armadura preparada para ser concretada. 76 3.3.2 Armadura de Cisalhamento A armadura de cisalhamento utilizada em todas as lajes foi do tipo “stud”, onde barras de aço CA-50 (comprimento de 95 mm) foram soldadas, em suas extremidades, às chapas de aço de 30 mm de largura e 10 mm de espessura. A altura total dos “studs” é de 115 mm. As dimensões da chapa de aço utilizada na confecção dos “studs” foram escolhidas de maneira que se garantisse a ancoragem da armadura de cisalhamento no decorrer do ensaio. GOMES (1991) recomendou que a chapa tivesse uma área de ancoragem com largura 3 vezes o diâmetro da barra do “stud” e uma espessura com dimensão de 1 vez o diâmetro da barra. Os “studs” foram colocados de forma interna à armadura flexão, sem envolver as barras da armadura superior e inferior. A Figura 3.6 e a Figura 3.7 mostram respectivamente um desenho esquemático e uma fotografia para ilustração do posicionamento da armadura de cisalhamento em relação à armadura de flexão. 3.3.2.1 Armadura de Cisalhamento – Grupo 1 Nas lajes E1, E3, E4 e E5 a armadura de cisalhamento é composta de doze linhas de “studs”, distribuídos em planta de forma radial, com onze elementos espaçados de 60 mm. Quatro linhas de “studs“ estão posicionadas perpendicularmente às faces do pilar e as outras oito são situadas a 30º dos eixos verticais e horizontais. Nas linhas posicionadas perpendicularmente às faces do pilar, à distância da face do pilar ao primeiro elemento (So) foi de 35 mm e ao último elemento foi de 635 mm. As demais linhas foram posicionadas de forma que todos elementos tivessem a mesma distância do eixo do pilar. O diâmetro das barras utilizadas para confecção da armadura de cisalhamento para as cinco lajes foi de 10 mm, totalizando uma área de aço por camada de 942 mm². A quantidade de área de armadura por camada multiplicada pela tensão de escoamento do aço, parcela resistente do aço (As.fy) para todas as lajes deste Grupo foi igual a 546 kN. O valor adotado para a tensão de escoamento foi obtido de acordo com os ensaios de tração realizados em amostras das barras de aço. A alta taxa de armadura de cisalhamento (Asw/s) buscou induzir a formação da superfície de ruptura a se formar fora da região armada por punção. Barra Chata (10 x 30 mm) Projeção da face do pilar Armadura de Flexão CA50 8.0 mm 16 17 Barra de Aço 115 95 10 10 32 Armadura de Flexão CA50 16.0 mm 20 77 S S So Chapa metálica (200 x 200 x 50 mm) Figura 3.6 – Desenho Esquemático da posição da armadura de cisalhamento em relação à de flexão. Figura 3.7 – Fotografia interna à armadura de flexão, apresentando a posição da armadura de cisalhamento. Na laje E1, na chapa inferior da armadura de cisalhamento, foram soldados seis pinos de diâmetro de 12,5 mm, no lado do “stud” adjacente à face da área carregada. A Figura 3.8 apresenta os detalhes das linhas de “studs” utilizados na laje E1 com os pinos soldados na chapa inferior e a distribuição da armadura de cisalhamento em planta. Estes pinos tinham o comprimento de 40 mm, ficando 16 mm abaixo da chapa inferior da armadura de cisalhamento, para ficar no mesmo nível da armadura de flexão positiva (Figura 3.9). Os 78 pinos foram utilizados para evitar o aparecimento de fissuras entre a armadura de flexão inferior e a chapa inferior da armadura de cisalhamento. LAJE E1 - 11 camadas/studs a b c d e f barras 10 mm g h i j l n pinos 12,5 mm 10 mm Pilar Central A=200 x 200 mm m Solda Face do pilar 95 10 10.0 mm 10 665 12.5 mm 60 60 60 60 60 Espaçamentos (mm) a=380,4 b=349,4 c=318,3 d=287,2 e=256,2 f =225,1 g=194,1 h=163,0 i =13,2 j =100,9 l = 69,8 m=24,1 n=22,7 35 Figura 3.8 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento da laje E1. Projeção da face do pilar 32 20 Barra Chata (10 x 30 mm) 15 16 115 φ=10.0 mm Armaduras de Flexão Pinos 12.5 mm 60 60 35 Chapa metálica (200 x 200 x 50 mm) Figura 3.9 - Detalhe da armadura de cisalhamento (dimensões em mm). 79 Na laje E2 a armadura de cisalhamento foi distribuída de forma diferente das demais lajes do Grupo 1. As três primeiras linhas de “studs” estavam posicionadas paralelas às faces do pilar (Figura 3.10). A partir da quarta camada as linhas de “studs”, agora com oito elementos, passaram a ser posicionadas de forma radial. Devido à distância circunferêncial entre os últimos elementos das linhas com oitos elementos ter ficado maior que 2,5d, foram utilizadas doze linhas intermediárias, com cinco elementos. A distância entre a face do pilar e o primeiro elemento (S0) foi mantida em 35 mm. Os pinos de diâmetro de 12,5 mm na chapa inferior da armadura de cisalhamento, para combater a fissuração, foram mantidos. Os detalhes das peças que compõem a armadura de cisalhamento são apresentados na Figura 3.11. LAJE E2 - 11 camadas/studs 10 mm a b c d e f g h i barras 10 mm l k j pinos 12,5 mm m r q po n Pilar Central A=200 x 200 mm Espaçamentos (mm) a=212,0 b=198,5 c=180,7 d=164,9 e=149,3 f =265,1 g=234,0 h=205,0 i =171,9 j =111,7 k = 80,7 l =49,6 m =30,0 n=52,0 o =52,0 p =40,0 q=60,0 r =60,0 Figura 3.10 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento da laje E2. 80 1º Camada 2º Camada 3º Camada 220 280 340 75 105 135 Armadura Radial após a 3º camada Armadura Intermediária 585 305 60 60 60 55 30 60 16 115 35 Figura 3.11 – Detalhes da armadura de cisalhamento utilizada na laje E2. Nas lajes E3 a E5 foi adotada novamente a distribuição radial da armadura de cisalhamento, a partir da face do pilar. Porém, em vez dos pinos na parte inferior da armadura, foram utilizados ganchos na forma de U, compostos por barras de 8 mm de diâmetro, abraçando a armadura de cisalhamento na parte inferior. O comprimento desses ganchos foi de 50 mm e sua altura de 55 mm. Para facilitar a fixação dos ganchos U foram produzidos quadros metálicos, com barras de aço de 5 mm, que serviram inclusive de orientação para o posicionamento da armadura de cisalhamento. O detalhe da posição destes ganchos em relação a armadura de cisalhamento e de flexão é mostrado no Figura 3.12. Para a laje E3 esses ganchos foram colocados nas três primeiras camadas, na laje E4 foram usadas quatro camadas e na laje E5 sete camadas, conforme mostra a Figura 3.13. 81 studs 55 gancho U - 8.0 mm Arm. flexão 8.0 mm 50 Suporte para os ganchos 6.3 mm Corte da armadura de cisalhamento (3º camada) Figura 3.12 – Detalhe dos ganchos em forma de U, posicionados na parte inferior da armadura de cisalhamento. LAJES E3, E4 e E5 - 11 camadas/studs 10 mm LAJES E3 - 3 camadas de gancho U LAJES E4 - 4 camadas de gancho U LAJES E5 - 7 camadas de gancho U a b c d e f barras 10 mm g h i ganchos U 8 mm Suporte dos Ganchos U j l 55 Pilar Central A=200 x 200 mm 50 Solda 10 665 Face do pilar 95 10 10 mm 30 60 60 60 60 60 Espaçamentos (mm) a=380,4 b=349,4 c=318,3 d=287,2 e=256,2 f =225,1 g=194,1 h=163,0 i =132,0 j =100,9 l = 69,8 m=24,1 n=22,7 35 Figura 3.13 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento das lajes E3, E4 e E5. 82 3.3.2.2 Armadura de Cisalhamento – Grupo 2 O Grupo 2 é composto por seis lajes, sendo as principais variáveis entre os ensaios: o número de camadas, o diâmetro e o espaçamento entre as barras da armadura de cisalhamento. Essas lajes apresentam uma densidade de armadura de cisalhamento reduzida em relação ao Grupo 1, induzindo a ruptura junto ao pilar ou cruzando a região armada por punção. Os ganchos em forma de U, envolvendo a parte inferior da armadura de cisalhamento, utilizados em três lajes do Grupo 1 também foram utilizados nas lajes deste Grupo. As lajes I6, I7 e I8 continham 11 camadas de armadura de cisalhamento, sendo as barras espaçadas (Sr) de 60 mm, e possuíam 8 camadas de ganchos em forma de U (φ=8 mm). O diâmetro das barras da armadura de cisalhamento variou de 6,3 mm (Asv/cam = 249,25 mm2) na laje I6, 10 mm (Asv/cam = 628 mm2) na laje I7 e 8,0 mm (Asv/cam = 401,92 mm2) na laje I8. A distribuição em planta da armadura de cisalhamento está ilustrada na Figura 3.14. Nas lajes I9, I10 e I11 o número de camadas da armadura de cisalhamento e do número de camadas de ganchos U foi reduzido para 5. O espaçamento entre as barras (Sr) e a distância entre a face do pilar e a primeira camada (S0) foi de 80 mm. O diâmetro das barras utilizadas na armadura de cisalhamento variou de 5 mm (Asv/cam = 157 mm2) na laje I9, 8 mm (Asv/cam = 401,92 mm2) na laje I10 e 6,3 mm (Asv/cam = 249,25 mm2) na laje I11. A Figura 3.15 apresenta em planta o esquema de distribuição da armadura de cisalhamento utilizada nas lajes I9, I10 e I11. A Tabela 3.1 apresenta as características das lajes ensaiadas deste grupo. 83 LAJES I6, I7 e I8 - 11 camadas 8 camadas de ganchos em forma de U LAJES I6 LAJES I7 LAJES I8 - 6,3 mm 10 mm 8 mm a b c d e f g h i j l ganchos U 8 mm 55 Pilar Central A=200 x 200 mm 50 665 10 Face do pilar 95 10 Solda 30 Espaçamentos (mm) a=286,7 b=263,3 c=239,9 d=216,5 e=193,1 f =169,7 g=287,0 h=241,0 i =195,1 j =149,2 l =103,5 60 60 60 60 60 35 Figura 3.14 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento das lajes I6, I7 e I8. Tabela 3.1 – Características das lajes ensaiadas do Grupo 2 Nº de cam. LAJE φAC (mm) Número de camadas Asw/cam (mm²) Asw/Sr (cm²/m) I6 6,3 11 249,25 41,54 8 I7 10 11 628,00 104,67 8 I8 8 11 401,92 66,98 8 I9 5 5 157,00 19,62 5 I10 8 5 401,92 50,24 5 I11 6,3 5 249,25 31,16 5 Ganchos U 84 LAJES I9, I10 e I11 - 5 camadas 5 camadas de ganchos em forma de U e d c b a LAJE I9 - 5 mm LAJE I10 - 8 mm LAJE I11 - 6,3 mm Pilar Central A=200 x 200 mm 55 Ganchos U 8 mm 50 10 440 Espaçamentos (mm) a=137,7 b=199,0 c=260,2 d=321,4 e=382,4 95 10 Face do pilar 40 80 80 80 80 80 Figura 3.15 – Esquema de distribuição radial da armadura de cisalhamento das lajes I9, I10 e I11. 3.4 INSTRUMENTAÇÃO O monitoramento dos ensaios das lajes constou, da leitura do carregamento aplicado dos deslocamentos verticais das lajes e das deformações da armadura de cisalhamento. A formação e desenvolvimento das fissuras foram registrados com marcação a tinta de seus traçados feitos no bordo superior da laje. 3.4.1 Deformação na Armadura de Cisalhamento Para medir a deformação da armadura de cisalhamento em pontos específicos, utilizou-se extensômetros elétricos de resistência da marca KYOWA ELETRONICS INSTRUMENTS CO. LTD do tipo KFG-5-120-C1-11 e da marca EXCEL ENGENHARIA DE SENSORES LTDA do tipo PA-06-250BA-120-L. 85 Os valores de deformação foram obtidos por dois sistemas de leitura. Um sistema foi uma caixa comutadora e balanceadora com 24 canais acoplada a um medidor analógico (KYOWA). O outro foi uma ponte digital Tokyo Sokki Kenkyujo modelo TDS 601/TDS 302, tendo as caixas seletoras capacidade de ligação de 10 canais, cada uma, com calibrador individual, precisão de 1 µε e leitura máxima de 40.000 µε. . Em cada posição definida na armadura, foram colados 1 (um) par de extensômetros, em lados diametralmente opostos a meia altura da barra, para se obter um valor médio para as deformações medidas. Para a preparação da superfície dos pontos de medida de deformação, foram seguidas as seguintes etapas: • Remoção das mossas (policorte ou rebolo de desgaste); • Regularização da superfície (lixa nº80 ou 150) remoção das mossas e rugosidades; • Limpeza da superfície (álcool isopropílico, condicionador e neutralizador) para eliminar qualquer tipo de sujeira eventualmente existente; • Colagem do extensômetro com adesivo de éster de cianoacrilato (superbonder); • Ligação do extensômetro à caixa de aquisição, soldando – se um fio (de cabo telefônico – CCI) nos terminais do extensômetro; • Proteção da ligação e do “strain gauge” com fita isolante de alta fusão. A Figura 3.16 apresenta duas fotografias da armadura de cisalhamento com o extensômetro elétrico colado e protegido. Figura 3.16 - Detalhe dos extensômetros colados. 86 Os pontos monitorados e a numeração dos extensômetros colados na armadura de cisalhamento das lajes do Grupo 1 são apresentados nas Figura 3.17 a Figura 3.19. A numeração dos extensômetros colados na armadura de cisalhamento das lajes do Grupo 2 podem ser visualizados na Figura 3.20 e Figura 3.21. 30° LAJE E1 - Grupo 1 pilar 200 x 200 17 18 1 2 9 10 23 24 15 16 7 8 armadura de cisalhamento Posição dos Extensômetros nas barras de aço Extensômetro Figura 3.17 – Posição dos extensômetros da laje E1 – Grupo 1. 30° LAJE E2 - Grupo 1 pilar 200 x 200 armadura de cisalhamento 12 5 6 7 8 3 4 11 12 13 14 9 10 17 18 15 16 19 20 25 26 21 22 27 28 23 24 29 30 Posição dos Extensômetros nas barras de aço Extensômetro Figura 3.18 – Posição dos extensômetros da laje E2 – Grupo 1. 87 30° LAJES E3, E4 e E5 - Grupo 1 pilar 200 x 200 armadura de cisalhamento 9 10 11 121 2 13 14 3 4 15 16 5 6 78 Posição dos Extensômetros nas barras de aço 17 18 19 20 21 22 Extensômetro Figura 3.19 – Posição dos extensômetros das lajes E3, E4 e E5 – Grupo 1. 45º LAJES I6, I7 e I8 - Grupo 2 pilar 200 x 200 armadura de cisalhamento 1 3 5 7 9 12 11 2 131416 15 18 4 17 20 6 19 8 10 Posição dos Extensômetros nas barras de aço Extensômetro Figura 3.20 – Posição dos extensômetros das lajes I6, I7 e I8 – Grupo 2. 88 LAJES I9, I10 e I11 - Grupo 2 50 49 5 4 pilar 200 x 200 3 47 2 1 10 9 8 7 46 41 45° 42 36 37 38 39 40 6 11 12 armadura de cisalhamento 45 44 43 48 31 21 22 32 33 34 19 35 20 25 30 Posição dos Extensômetros nas barras de aço Extensômetro Figura 3.21 – Posição dos extensômetros das lajes I 9, I10 e I11 – Grupo 2. Os ganchos em forma de U, utilizados para envolver a armadura de cisalhamento na parte inferior também foram monitorados, sendo colados dois extensômetros elétricos, de lados opostos, a meia altura do gancho. A Figura 3.22 e a Figura 3.23 apresentam a numeração e a posição dos extensômetros colados nos ganchos em forma de U. 89 LAJE E3 3 Camadas de Ganchos U LAJE E4 4 Camadas de Ganchos U Ganchos U 1/2 3/4 5/6 Suporte para os Ganchos U 1/2 3/4 5/6 7/8 LAJE E5 7 Camadas de Ganchos U 1/2 3/4 5/6 7/8 9/10 11/12 13/14 Figura 3.22 – Posição dos extensômetros nos ganchos em forma de U das lajes E3, E4 e E5 . LAJE I6, I7 e I8 8 Camadas de Ganchos U 1/2 3/4 5/6 7/8 9/10 LAJE I9, I10 e I11 5 Camadas de Ganchos U 1/2 3/4 5/6 7/8 9/10 Figura 3.23 – Posição dos extensômetros nos ganchos em forma de U das lajes I6 a I11. 90 3.4.2 Deflexões das lajes No eixo central de cada laje, foram posicionados dez deflectômetros, com curso de 50 mm e resolução de 0,01 mm, para medir as flechas durante a realização do ensaio. Um relógio comparador foi posicionado no centro da laje e mais oito relógios instalados de forma simétrica. Para medir o deslocamento da laje em relação à laje de reação foi posicionado um relógio comparador na linha dos tirantes, ponto de inflexão do momento fletor, e apoiado na laje de reação. A Figura 3.24 e a Figura 3.25 apresentam respectivamente um desenho esquemático mostrando a posição dos deflectômetros e uma fotografia. Suporte para apoio dos deflectômetros 1500 Número dos Deflectômetros 2A 3A 4A 5A 150 6 5B 4B 3B 2B A 50 1 185 185 315 285 100 600 300 1500 600 900 PLANTA 2A 3A 4A 5A 6 5B 4B 3B 2B 1 CORTE AA Deslocamento em relação ao solo Laje de reação Figura 3.24 – Posição dos deflectômetros (distâncias em mm). 91 Figura 3.25 – Posição dos deflectômetros. 3.5 MATERIAIS 3.5.1 CONCRETO O concreto, para todas as lajes, foi confeccionado para atingir aos 14 dias uma resistência à compressão em torno de 40 MPa. Foi utilizado o cimento CPII-F32, agregado graúdo com dimensão máxima de 19 mm e areia artificial como agregado miúdo. O superplastificante empregado como aditivo foi o SIKAMEMT 300 e também se adicionou a sílica ativa. A quantificação de cada material é apresentada na Tabela 3.2. Os valores apresentados na tabela sofriam algumas variações em cada laje devido a umidade do ar. Foram moldados 16 corpos-de-prova cilíndricos 15x30 cm para a determinação das características mecânicas do concreto (resistência a compressão simples, tração por compressão diametral e o módulo de deformação longitudinal do concreto), aos 7, 14, 28 e 91 dias, após a concretagem, e no dia do ensaio. 92 Tabela 3.2 – Quantidade de material utilizado para o concreto MATERIAIS Quantidade Agregado Graúdo 992 Kg/m³ Agregado Miúdo 840 kg/m³ Cimento 400 kg/m³ Sílica Ativa 24,8 kg/m³ Aditivo 3,16 kg/m³ Água 180 l/m³ 3.5.2 AÇO Os ensaios de tração do aço foram feitos em amostras formadas por 2 corpos-de-prova de cada diâmetro, com comprimento de 50 cm, para se determinarem as propriedades mecânicas do aço (resistência a tração, módulo de elasticidade, tensão de escoamento e de ruptura), em máquina digital (DL 30000 – EMIC) com capacidade de 300kN. As deformações foram medidas com extensômetro EMIC e os ensaios seguiram as recomendações da NBR 6152 (ABNT, 1980). 3.6 MOLDAGEM E CURA Para a moldagem das lajes foram utilizadas duas formas metálicas, confeccionadas exclusivamente para este uso. Para a confecção dos furos para passagem dos tirantes foram colocados 4 tubos de PVC de 50 mm de diâmetro de cada lado da forma. A vibração do concreto foi executada por vibradores de imersão de 25 e 63 mm. Três alças de aço de 16 mm de diâmetro foram colocadas e amarradas na armadura superior da laje, com o objetivo de facilitar o transporte da laje já concretada, do local da moldagem para o local do ensaio. Para auxiliar o processo de cura foram construídas, nas laterais da laje, paredes de argamassa de aproximadamente 7 cm de altura, como intuito de se formar uma lâmina d`água sobre a laje, mantida aproximadamente por 10 dias. As Figuras 3.26 a 3.31 apresentam fotografias das etapas de concretagem da laje. 93 Figura 3.26 – Laje posicionada na forma metálica preparada para ser concretada. Figura 3.27 – Preparação do concreto para ser lançado na forma. 94 Figura 3.28 - Concretagem da laje. Figura 3.29 – Concretagem da laje. 95 Figura 3.30 – Lançamento do concreto na forma. Figura 3.31- Processo de cura da laje. 96 3.7 PROCEDIMENTO DE PREPARAÇÃO E REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS A preparação para a realização do ensaio seguiu as seguintes etapas principais: • Posicionamento da laje no local apoiando-a nos blocos; • Fixação das placas de apoio dos tirantes, com gesso ou argamassa de cimento; • Marcação da projeção da área de carregamento e dos pontos das leituras dos deslocamentos verticais; • Montagem do sistema de reação, colocação dos tirantes; • Fixação no centro e na face inferior da laje, da placa de aplicação de carga com gesso; • Fixação das placas de alumínio, nos pontos marcados para a leitura de deslocamento vertical e o posicionamento dos deflectômetros; • Conexão da célula de carga e dos fios dos extensômetros aos sistemas de aquisição de dados; • Conexão dos fios dos extensômetros elétricos aos sistemas de aquisição de dados; • Levantamento da laje para que ficasse apoiada no seu centro; • Verificação da leitura da célula de carga, comparando-a ao peso próprio da laje juntamente com o peso do esquema de reação; • Regulagem dos relógios comparadores e inicio do ensaio. No início de cada teste, foi aplicado um pré-carregamento de 50 kN em duas etapas de mesma carga (25 kN e 50 kN), com o objetivo da acomodação do sistema e início das medições. Verificado o correto funcionamento dos instrumentos, a carga era retirada e iniciava-se o ensaio. O carregamento foi aplicado em incrementos de 50 kN, até que a ruptura fosse alcançada. A cada incremento de carga foram lidos os extensômetros elétricos, deflectômetros e marcadas as fissuras. Cada ensaio teve duração aproximada de duas horas. 97 CAPÍTULO 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos dos ensaios de caracterização dos materiais (propriedades mecânicas do concreto e do aço) utilizados nos modelos e os resultados dos experimentos tais como, cargas e modo de ruptura, deslocamentos verticais das lajes, deformações na armadura de cisalhamento e fissuras. 4.2 MATERIAIS 4.2.1 Concreto Para determinação das propriedades mecânicas do concreto utilizado nas lajes foram realizados ensaios de resistência à compressão simples (NBR-5739/94), resistência à tração por compressão diametral (NBR-7222/94), e módulo de elasticidade longitudinal (NBR8522/84). Estes ensaios foram realizados em corpos de prova cilíndricos, de dimensões 150 mm x 300 mm, aos 7, 14, 28, dias, e especialmente, no dia do ensaio da laje, para o acompanhamento do crescimento da resistência do concreto com a idade. Para cada data, foram ensaiados quatro corpos de prova, sendo dois para a obtenção da resistência do concreto à compressão simples, e dois para o ensaio de módulo de elasticidade, que foram reaproveitados para o ensaio de tração por compressão diametral. A Tabela 4.1 apresenta os valores médios de cada propriedade mecânica do concreto nas idades de controle. 98 Tabela 4.1 – Propriedades mecânicas do concreto nas idades de controle. fc (MPa) fct (MPa) Ec (GPa) Laje / Idade 7 14 28 7 14 28 7 14 28 E1 27,4 33,7 40,4 2,9 3,3 3,5 20,1 22,4 22,4 E2 29,1 34,2 37,8 2,9 3,8 3,5 19,3 20,8 21,4 E3 32,5 36,2 41,5 2,8 3,5 4,1 20,3 22,7 24,1 E4 34,6 33,9 40,8 3,6 3,8 4,1 21,4 25,0 24,7 E5 31,7 37,8 44,5 3,2 3,4 3,3 18,0 19,4 22,1 I6 30,4 39,1 39,4 3,2 3,7 3,7 24,4 23,6 30,9 I7 31,8 39,6 42,8 3,0 3,4 3,8 20,9 22,7 25,1 I8 26,7 31,9 39,0 2,8 *** 3,4 20,7 *** 26,7 I9 30,7 43,5 41,3 2,7 4,0 3,7 *** 24,7 27,0 I10 39,2 47,9 53,1 3,6 4,7 4,9 23,0 27,5 27,7 I11 33,5 41,4 44,7 3,4 3,7 4,2 22,6 26,8 27,0 (***) – Não foram realizados ensaios nesta data. A Tabela 4.2 indica as propriedades do concreto no dia do ensaio da laje. Para avaliar a coerência dos resultados experimentais de resistência à tração e de módulo de elasticidade longitudinal, foi realizada uma comparação com os valores estimados pela NBR-6118/2003. As equações [(Eq. 4-1) e (Eq. 4-2)] são as expressões encontradas na NBR-6118/2003, para determinação da resistência à tração diametral (fct,sp)e do módulo de elasticidade (Ec) do concreto. Os valores da resistência à tração por compressão diametral obtidos nos ensaios realizados ficaram dentro dos limites estimados pela NBR-6118/2003. Com relação ao módulo de elasticidade do concreto os valores obtidos nos ensaios foram inferiores aos estimados pela norma brasileira. É importante ressaltar, que a equação fornecida pela norma leva em consideração a resistência do concreto à compressão aos vinte e oito dias. Além disso, a norma não fixa limites para a resistência à compressão para a obtenção do módulo de elasticidade, o que pode ocasionar diferença nos resultados. 99 f ct ,sp = f ct 0 ,9 (MPa), sendo: (Eq. 4-1) f ct ,inf = 0 ,7 f ctm f ct ,sup = 1,3 f ctm 23 f ctm = 0 ,3 f ckj Onde: fckj é a resistência característica à compressão do concreto aos j dias, em MPa fctm é a resistência média à tração direta do concreto, em MPa; fct,inf é a resistência inferior à tração direta do concreto, em MPa; fct,sup é a resistência superior à tração direta do concreto, em MPa. 12 E cs = 0,85.5600 f ckj (Eq. 4-2) Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto, em MPa Tabela 4.2– Propriedades mecânicas do concreto no dia de ensaio. (GPa) Ecs (NB1/2003) (GPa) Ec /Ecs 2,26 < fct,sp < 4,19 22,4 28,2 0,79 3,6 2,31 < fct,sp < 4,30 20,2 28,8 0,70 41,1 3,7 2,50 < fct,sp < 4,64 23,6 30,5 0,77 17 40,6 4,5 2,48 < fct,sp < 4,61 *** 30,3 *** E5 19 42,1 3,2 2,54 < fct,sp < 4,72 19,8 30,9 0,64 I6 14 39,1 3,7 2,42 < fct,sp < 4,49 23,6 29,8 0,79 I7 14 39,6 3,4 2,44 < fct,sp < 4,53 22,7 29,9 0,76 I8 21 35,4 2,6 2,26 < fct,sp < 4,20 26,1 28,3 0,92 I9 19 43,6 4,0 2,60 < fct,sp < 4,83 25,0 31,4 0,80 I10 12 44,4 3,2 2,63 < fct,sp < 4,89 27,1 31,7 0,85 I11 14 41,4 3,7 2,51 < fct,sp < 4,67 26,8 30,6 0,88 Idade fc fct fct,sp (NB1-2003) Ec (dias) (MPa) (MPa) (MPa) E1 18 35,2 3,3 E2 17 36,6 E3 25 E4 Laje (***) – Não foram realizados ensaios nesta data. 100 4.2.2 Aço Para obter as propriedades mecânicas dos aços utilizados nos modelos, duas amostras de corpo de prova (50 mm) para cada diâmetro utilizado na confecção das armaduras das lajes foram ensaiadas. A Tabela 4.3 apresenta a média dos resultados à tração dos aços utilizados na confecção das lajes. Tabela 4.3 – Resultados dos ensaios à tração dos aços utilizados na confecção das lajes φ (mm) fy (MPa) εy (mm/m) Tipo de Armadura 16 559 3,15 Flexão 12,5 526 2,70 Flexão 10 575 3,30 Cisalhamento 8 580 3,1 6,3 601 3,3 Cisalhamento 5 674 4,3 Cisalhamento Flexão Cisalhamento Para verificar a resistência da solda utilizada na armadura de cisalhamento, os “studs” foram ensaiados à tração, através de um dispositivo em forma de gancho duplo (Figura 4.1). O “stud” era fixo por um gancho na chapa superior e outro na chapa inferior e submetido a um esforço de tração. Foram realizados vários ensaios, em média três corpos de prova para cada diâmetro utilizado. Nestes “studs” ensaiados as tensões de ruptura foram superiores a tensão de escoamento obtida no ensaio de caracterização do aço, indicando que os elementos desta armadura escoaram antes da sua ruptura. Os resultados destes ensaios a tração dos “studs” são apresentados na Tabela 4.4. 101 Figura 4.1– Esquema de ensaio dos “studs”. Tabela 4.4 – Propriedades mecânicas dos “studs”. “stud” φ (mm) 10 8 6,3 5 Aço Caracterizado fy fu (MPa) (MPa) 575 615 601 674 716 723 721 731 Corpo Tensão de ruptura do “stud” (MPa) Local de ruptura 1 750 na barra 2 739 na barra 3 721 na barra 1 817 na barra 2 790 na barra 3 795 na barra 1 744 na barra 2 722 na barra 3 742 na barra 1 723 na barra 2 735 na barra 3 724 na barra de Prova Os “studs” foram ensaiados até a ruptura e em nenhum corpo de prova, a ruptura foi localizada na solda entre a barra de aço e a chapa metálica utilizada. As rupturas para todos os corpos de prova de diferentes diâmetros ocorreram sempre na barra de aço. A Figura 4.2 102 apresenta uma fotografia dos “studs” antes e após o ensaio de tração, ilustrando a deformação que o “stud” obteve após a realização do ensaio de aproximadamente 1 cm. Figura 4.2 – Fotografia dos “studs” antes e após os ensaios. 4.3 CARGA E MODO DE RUPTURA 4.3.1 Grupo 1 – Lajes E1, E2, E3, E4 e E5 As lajes foram ensaiadas em intervalos de carregamento até que se atingisse a ruptura, que foi por punção em todos os modelos da pesquisa. A carga adotada no momento da ruptura das lajes foi o valor máximo atingido na leitora da célula de carga. As cargas de ruptura variaram de 990 kN (laje E2) a 1222 kN (laje E5), a resistência a compressão do concreto deste grupo variou de 35,2 MPa para a laje E1 a 42,1 MPa para a laje E5, e a altura efetiva da laje foi igual a 159 mm para as lajes E1, E2, e E3 e 154 mm para as lajes E4 e E5. A Tabela 4.5 apresenta as principais características das lajes e as cargas de ruptura. 103 Tabela 4.5 – Carga de ruptura das lajes do Grupo 1. Lajes fc(MPa) d (mm) Nº. de Camadas Asw Nº. de cam. ganchos U (φ=8.0m) Sr (mm) (mm²/mm) Asw / Sr Pu (kN) E1 35,2 159 11 - 60 15,7 1100 E2 36,6 159 11 - 60 15,7 990 E3 41,1 159 11 3 60 15,7 1090 E4 40,6 154 11 4 60 15,7 1205 E5 42,1 154 11 7 60 15,7 1222 A carga de ruptura da laje E1 foi de 1100 kN. Pode-se observar após o corte da laje ao meio que mesmo com pinos na parte inferior da armadura de cisalhamento se formaram fissuras horizontais na face inferior da laje, entre a armadura de flexão e a de cisalhamento (Figura 4.3). É importante ressaltar que a superfície de ruptura apesar de ter se desenvolvido por baixo da armadura de cisalhamento, alcançou a parte superior da laje de forma externa a armadura de cisalhamento. A Figura 4.4 apresenta a vista da laje pela face inferior, podendo-se visualizar que a coluna entrou na laje. Figura 4.3 – Laje E1 cortada ao meio após a ruptura. 104 Na laje E2 a distribuição das três primeiras camadas foi paralela às faces do pilar. Com os resultados obtidos percebeu-se que esta forma de distribuição não apresentou resultados satisfatórios. A carga de ruptura foi de 990 kN e a superfície de ruptura se desenvolveu entre a primeira e a segunda camada da armadura de cisalhamento. A Figura 4.5 mostra a superfície de ruptura da laje pela vista superior. Figura 4.4 – Coluna entrou na laje. (Laje E1 – 1100 kN) 1º E 2º Camada de AC COLUNA Superfície de ruptura Figura 4.5 – Superfície de ruptura da laje E2. (Face superior) 105 A superfície de ruptura da laje E3 foi externa a região da armadura de cisalhamento, porém depois da terceira camada de ganchos em forma de U, como pode ser visto na Figura 4.6 surgiu uma fissura horizontal abaixo da armadura de cisalhamento. É importante ressaltar que estes ganchos conseguiram retardar o surgimento desta fissura. A carga última desta laje foi de 1090 kN. Suporte dos Ganchos U Figura 4.6 – Superfície de ruptura da laje E3. (Face inferior) Com acréscimo de mais uma camada de ganchos em forma de U, a carga última da laje E4 teve um acréscimo, atingindo o valor de 1205 kN. A superfície de ruptura foi externa a região com armadura de cisalhamento, no entanto após a última camada de gancho em forma de U (quarta camada) se formou uma fissura horizontal na parte inferior da laje. A Figura 4.7 e a Figura 4.8 mostram respectivamente a vista inferior da laje após a ruptura e a laje cortada ao meio. A laje E5, com 7 camadas de ganchos em forma de U, impediu que se formassem fissuras horizontais na parte inferior da laje. A carga de ruptura desta laje foi de 1222 kN e a superfície de ruptura foi externa a região com armadura de cisalhamento. A Figura 4.9 apresenta a fotografia da parte inferior da laje E5 após a ruptura. 106 Figura 4.7 – Superfície de ruptura da laje E4. (Face inferior) Coluna Superfície de Ruptura Figura 4.8 – Laje E4 cortada ao meio após a ruptura. 107 Figura 4.9 – Superfície de ruptura da laje E5. (Face inferior) 4.3.2 Grupo 2 – Lajes I6, I7, I8, I9, I10 e I11 O tipo de ensaio adotado para as lajes do Grupo 2 foi o mesmo das lajes do Grupo 1. Todas as lajes romperam à punção e as cargas de ruptura variaram de 853 kN (laje I9) a 978 kN (laje I7). A resistência a compressão do concreto deste grupo variou de 35,4 MPa a 44,4 MPa. As fissuras horizontais na face inferior da laje, não foram visualizadas em nenhumas das lajes, após a ruptura. A Tabela 4.6 apresenta as principais características das lajes e as cargas de ruptura. Em todas as lajes deste Grupo a coluna penetrou na face inferior da laje. Nas lajes I6, I7 e I8 com distância entre as barras da armadura de cisalhamento de 60 mm, não se escutou nem se percebeu o rompimento da armadura de cisalhamento durante o ensaio. Após a ruptura da laje a carga continuava sendo aplicada, e escutava-se alguns estouros, a cada estouro a carga pós ruptura se reduzia. Para estas três lajes a superfície de ruptura cruzou as duas primeiras camadas da armadura de cisalhamento (Figura 4.10). As fotografias das lajes I6, I7 e I8 após a ruptura são apresentadas na Figura 4.11. 108 Tabela 4.6 – Carga de ruptura das lajes do Grupo 2. Lajes fc(MPa) d (mm) Nº. de Camadas Asw Nº. de cam. ganchos U (φ=8.0m) Sr (mm) (mm²/mm) Asw / Sr Pu (kN) I6 39,1 159 11 8 60 4,2 830 I7 39,6 159 11 8 60 10,7 978 I8 35,4 159 11 8 60 6,7 856 I9 43,6 161 5 5 80 2,0 853 I10 44,4 161 5 5 80 5,0 975 I11 41,4 161 5 5 80 3,2 945 Pu (kN) Laje d = 159 mm 830 L I6 d = 159 mm Coluna L I7 978 d = 159 mm 856 L I8 Figura 4.10 – Superfícies de ruptura das lajes 6, 7 e 8 ensaiadas. O aumento do espaçamento entre as barras da armadura de cisalhamento para 80 mm, não alterou o modo de ruptura das lajes I9, I10 e I11, em relação as demais do Grupo 2. A superfície de ruptura foi interna à região com armadura de cisalhamento, na laje I9 cruzou três camadas e nas lajes I10 e I11 duas camadas da armadura de cisalhamento. As fissuras horizontais na face inferior da laje não foram visualizadas. Na laje I9, com armadura de cisalhamento de diâmetro 5,0 mm, alguns estouros antes da ruptura da laje foram ouvidos durante a realização do ensaio. A Figura 4.13 e a Figura 4.12 apresentam respectivamente as fotografias das lajes I9, I10 e I11 após a ruptura e um desenho esquemático das superfícies de ruptura. 109 LAJE I6 – PU = 830 kN LAJE I7 – PU = 978 kN LAJE I8 – PU = 856 kN Figura 4.11 – Fotografias das lajes I6, I7 e I8 após a ruptura. 110 LAJE I9 – PU = 853 kN LAJE I10 – PU = 975 kN LAJE I11 – PU = 945 kN Figura 4.12 – Fotografias das lajes I9, I10 e I11 após a ruptura. 111 Pu (kN) Laje d = 154 mm L I9 853 d = 154 mm L I10 975 d = 154 mm L I11 945 Figura 4.13 – Superfícies de ruptura das lajes I9, I10 e I11 ensaiadas. 4.4 DEFLEXÕES DAS LAJES As deflexões das lajes foram determinadas através de relógios comparadores posicionados na face superior das lajes ensaiadas (Figura 3.26). As leituras dos relógios foram feitas em todos os estágios de carregamento, até no mínimo 85% da carga de ruptura. Na laje E1, só foi possível utilizar 5 relógios, e nas demais foram utilizadas 10 relógios comparadores. Os deslocamentos verticais das lajes E1 até E5, do grupo 1, em função da posição dos deflectômetros em relação ao centro do vão para diversos carregamentos são apresentados graficamente na Figura 4.14 a Figura 4.18. No eixo das ordenadas são mostrados os deslocamentos verticais, relativos às bordas das lajes, onde estava apoiado o suporte dos relógios e o eixo das abscissas correspondem à distância em relação ao centro da laje. 112 30 Coluna 200 x 200 mm Deslocamento Vertical (mm) 25 Pu = 1100 kN Laje 1 - Grupo 1 850 kN 20 750 kN 15 650 kN 550 kN 10 450 kN 5 350 kN 250 kN 100 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 1350 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.14 – Deslocamentos verticais medidos na laje E1 – Grupo 1. Coluna 200 x 200 mm 30 950 kN Laje 2 - Grupo 1 Deslocamento Vertical (mm) 25 Pu = 990 kN 20 850 kN 750 kN 15 650 kN 550 kN 10 450 kN 350 kN 5 250 kN 100 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.15 – Deslocamentos verticais medidos na laje E2 – Grupo 1. 1350 113 Coluna 200 x 200 mm 30 Laje 3 - Grupo 1 Deslocamento Vertical (mm) 25 900 kN Pu = 1090 kN 20 800 kN 15 700 kN 600 kN 10 500 kN 400 kN 5 300 kN 200 kN 100 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 1350 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.16 – Deslocamentos verticais medidos na laje E3 – Grupo 1. Coluna 200 x 200 mm 30 Laje 4 - Grupo 1 Deslocamento Vertical (mm) 25 950 kN Pu = 1205 kN 900 kN 20 800 kN 15 700 kN 600 kN 10 500 kN 400 kN 5 300 kN 200 kN 100 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.17 – Deslocamentos verticais medidos na laje E4 – Grupo 1. 1350 114 Coluna 200 x 200 mm 30 Deslocamento Vertical (mm) Laje 5 - Grupo 1 1000 kN 25 950 kN Pu = 1222 kN 20 900 kN 800 kN 15 700 kN 600 kN 10 500 kN 400 kN 5 300 kN 200 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 1350 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.18 – Deslocamentos verticais medidos na laje E5 – Grupo 1. Os resultados dos deslocamentos verticais obtidos nas lajes do Grupo 2 são apresentados graficamente na Figura 4.19 a Figura 4.24. Coluna 200 x 200 mm 30 Laje 6 - Grupo 2 Deslocamento Vertical (mm) 25 Pu = 830 kN 20 750 kN 700 kN 15 600 kN 10 500 kN 400 kN 5 300 kN 200 kN 100 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.19 – Deslocamentos verticais medidos na laje I6 – Grupo 2. 1350 115 Coluna 200 x 200 mm 30 Laje 7 - Grupo 2 Deslocamento Vertical (mm) 25 Pu = 978 kN 20 800 kN 15 700 kN 600 kN 10 500 kN 5 400 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 300 kN 200 kN -225 0 225 450 675 900 1125 1350 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.20 – Deslocamentos verticais medidos na laje I7 – Grupo 2. Coluna 200 x 200 mm 30 Laje 8 - Grupo 2 Deslocamento Vertical (mm) 25 Pu = 856 kN 20 700 kN 15 600 kN 10 500 kN 400 kN 5 300 kN 200 kN 100 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 Posição em relação ao centro da laje Figura 4.21 – Deslocamentos verticais medidos na laje I8 – Grupo 2. 1350 116 Coluna 200 x 200 mm 30 Laje 9 - Grupo 2 Deslocamento Vertical (mm) 25 20 800 kN Pu = 853 kN 15 700 kN 600 kN 10 500 kN 400 kN 5 300 kN 200 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 1350 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.22 – Deslocamentos verticais medidos na laje I9 – Grupo 2. Coluna 200 x 200 mm 30 Laje 10 - Grupo 2 Deslocamento Vertical (mm) 25 875 kN 20 Pu = 975 kN 850 kN 800 kN 15 700 kN 600 kN 10 500 kN 400 kN 5 300 kN 200 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.23 – Deslocamentos verticais medidos na laje I10 – Grupo 2. 1350 117 Coluna 200 x 200 mm 30 Laje 11 - Grupo 2 Deslocamento Vertical (mm) 25 Pu = 945 kN 850 kN 20 800 kN 15 700 kN 600 kN 10 500 kN 400 kN 5 300 kN 200 kN 0 -1350 -1125 -900 -675 -450 -225 0 225 450 675 900 1125 1350 Posição em relação ao centro da laje (mm) Figura 4.24 – Deslocamentos verticais medidos na laje I11 – Grupo 2. Todos os gráficos das deflexões das lajes apresentaram simetria. O relógio central, posicionado na área carregada, foi que forneceu os maiores deslocamentos verticais, os quais cresciam com o aumento da carga aplicada. Os deslocamentos verticais das lajes variaram de 20,79 mm (laje E3) a 25,74 (laje E2) para as lajes do Grupo 1 e de 14,41 mm (laje I8) a 20,20 mm (laje I11) para as lajes do Grupo 2. A Figura 4.25 e a Figura 4.26 apresentam respectivamente o gráfico dos deslocamentos verticais centrais (relógio nº6) pelo carregamento aplicado na laje. Para as lajes do Grupo 1 e 2 até o carregamento de 250 kN, o deslocamento aumentou de forma similar e quase linear para todas as lajes. A mudança da inclinação da curva está relacionada ao surgimento das primeiras fissuras radiais. A partir deste nível de carregamento os deslocamentos continuaram praticamente lineares, mas com acréscimos maiores de deslocamentos para um mesmo incremento de carga. Acima de 600 kN os acréscimos dos deslocamentos passaram a ser ainda maiores, para pequenos acréscimos de carregamento. Nas lajes do Grupo 1, as lajes E3, E4 e E5 que continham os ganchos em forma de U na parte inferior da armadura de cisalhamento apresentaram um comportamento mais rígido em relação às lajes E1 e E2. Independente do número de camadas de ganchos em forma de U, o comportamento das três lajes foi muito semelhante, variando apenas a ductilidade final devido às diferentes cargas de ruptura. 118 1200 1000 Carga (kN) 800 600 400 Laje E1 Laje E2 200 Laje E3 Laje E4 Laje E5 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento Vertical (mm) Figura 4.25 – Deslocamentos verticais medidos pelo relógio central, nas lajes do Grupo 1. 1200 1000 Carga (kN) 800 600 400 Laje I6 Laje I7 Laje I8 200 Laje I9 Laje I10 Laje I11 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento Vertical (mm) Figura 4.26 – Deslocamentos verticais medidos pelo relógio central, nas lajes do Grupo 2. 119 As lajes do Grupo 2 I8, I9, I10 e I11 (Figura 4.26) apresentam flechas com comportamento bastante semelhantes entre si. A laje I7 com a maior área de aço por camada, dentre as lajes do Grupo 2, foi a que apresentou comportamento mais rígido. Comparando a laje I6 com a I11 e a laje I8 com a I10, que possuem áreas de aço por camadas iguais, percebemos que as lajes, no qual a distância entre as barras da armadura de cisalhamento é menor (lajes I6 e I8) apresentaram deslocamentos maiores para o mesmo nível de carregamento. A Figura 4.27 apresenta uma comparação das curvas de deslocamentos verticais x carga da laje E5 (Grupo 1) com as lajes I6, I7 e I8 (Grupo 2). Analisando-se as curvas das lajes I6 (Asw/Sr= 4,2 mm²/mm) e I8 (Asw/Sr= 6,7 mm²/mm), estas apresentaram para o mesmo nível de carregamento deslocamentos verticais maiores do que a laje E5, já que a taxa de armadura transversal (Asw/Sr) da laje E5 era igual a 15,7 mm²/mm. Entretanto, a laje I7 com menor taxa de armadura transversal (Asw/Sr= 10,7 mm²/mm) apresentou um comportamento ligeiramente mais rígido do que a laje E5 após o aparecimento das primeiras fissuras. É importante relembrar que a flecha final da laje E5 foi superior às obtidas nas lajes I6, I7 e I8. 1200 1000 Carga (kN) 800 600 400 Laje I6 Laje I7 200 Laje I8 Laje E5 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento Vertical (mm) Figura 4.27 – Comparação dos deslocamentos verticais medidos pelo relógio central entre as lajes E5 (Grupo 1) e as lajes I6, I7 e I8 (Grupo 2). 120 A curva carga x deslocamento vertical da laje E5 (Grupo 1) comparada com as curvas das lajes I9, I10 e I11 (Grupo 2) é apresentada na Figura 4.28. O comportamento obtido para as quatro lajes foi muito semelhante, apesar da laje E5 ter uma taxa de armadura transversal (Asw/Sr) muito mais elevada do que as demais. A resistência à compressão destas lajes do Grupo 2 é cerca de 5% superior a resistência à compressão da laje E5. 1200 1000 Carga (kN) 800 600 400 Laje I9 Laje I10 200 Laje I11 Laje E5 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento Vertical (mm) Figura 4.28 – Comparação dos deslocamentos verticais medidos pelo relógio central entre as lajes E5 (Grupo 1) e as lajes I9, I10 e I11 (Grupo 2). 4.5 DEFORMAÇÕES DA ARMADURA DE CISALHAMENTO 4.5.1 Grupo 1 – Lajes E1, E2, E3, E4 e E5 Nas cinco lajes ensaiadas as barras instrumentadas da armadura de cisalhamento não atingiram a deformação correspondente ao escoamento. Deve-se registrar que para todas as lajes testadas deste grupo não houve ruptura das barras e da solda da armadura de cisalhamento. Na laje E1 os “studs” de diâmetro de 10 mm mais solicitados foram os da quarta camada, para a carga de 1100 kN, com uma deformação de 1,13 x 10-³ (Figura 4.29). Para a laje E2 na qual 121 a armadura de cisalhamento tinha uma distribuição nas três primeiras camadas não radial (φ=10 mm), os “studs” da primeira e segunda camada foram os mais solicitados, com uma deformação de 1,6 x 10-³ (Figura 4.30) para uma carga de 950 kN. 1200 17 18 1 2 9 10 1000 Carga (kN) 23 24 800 εy = 3,6 x10-3 600 Pu = 1100 kN 15 16 7 8 ext 9 400 ext 10 ext 11 ext 12 200 ext 13 ext 14 ext 16 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.29 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E1. 1200 1 23 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 20 25 26 19 22 27 28 21 24 29 30 23 1000 Carga (kN) 800 600 εy = 3,6 x10-3 400 ext1 Pu = 990 kN ext2 200 ext7 ext8 ext13 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.30 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E2. 3,5 4 122 Nas lajes E3, E4 e E5 com camadas de ganchos em forma de U (φ=8 mm) na parte inferior da laje, as deformações obtidas foram muito próximas independentemente do número de camadas de ganchos U utilizados. A maior deformação para a laje E3 foi obtida para um “stud” posicionado na segunda camada (1,8 x 10-³). As lajes E4 e E5 apesar de possuírem um maior número de camadas de ganchos em forma de U e terem atingido cargas de ruptura maiores, as deformações da armadura de cisalhamento trabalharam de modo semelhante à laje E3. Com relação aos ganchos em forma de U, as deformações obtidas mostram que realmente estes trabalharam. Para o gancho posicionado na terceira camada da laje E3 a deformação obtida na carga de 1050 kN foi de 3,5 x 10-³. A Figura 4.31, Figura 4.32 e Figura 4.33 apresentam os gráficos carga x deformações para a armadura de cisalhamento das lajes E3, E4 e E5. 1200 1000 9 10 1 11 12 3 13 14 5 15 16 7 Carga (kN) 800 600 2 4 6 8 17 18 ext1 19 20 ext2 εy = 3,6 x10 -3 21 22 ext3 400 ext4 Pu = 1090 kN ext5 ext6 200 ext7 ext8 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.31 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E3. 3,5 4 123 1400 1200 9 10 1 11 12 3 13 14 5 15 16 7 Carga (kN) 1000 2 4 6 8 800 εy = 3,6 x10-3 600 17 18 ext 1 19 20 ext 2 Pu = 1205 kN 400 21 22 ext 3 ext 4 ext 5 ext 6 200 ext 7 ext 8 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x 10 ) Figura 4.32 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E4. 1400 1200 9 10 1 11 12 3 13 14 5 15 16 7 Carga (kN) 1000 2 4 6 8 800 17 18 600 19 20 21 22 ext22 400 ext23 ext 24 εy = 3,6 x10-3 200 ext 26 ext 1 Pu = 1222 kN 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 ext 2 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.33 – Gráfico Carga x Deformações – Laje E5. As deformações obtidas durante o ensaio nos ganchos em forma de U nas lajes E3, E4 e E5 são apresentadas graficamente na Figura 4.34 a Figura 4.36. Ao analisarmos as deformações obtidas nos ganchos em forma de U, percebe-se que estes foram solicitados, comprovando 124 assim a importância de sua utilização para impedir o surgimento de fissuras horizontais na parte inferior da laje. 1200 1000 Carga (kN) 800 P1 P3 600 400 P1 200 P3 P6 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.34 – Gráfico Carga x Deformações – Ganchos em forma de U Laje E3. 1400 1200 Carga (kN) 1000 800 P1 P4 P6 600 400 P1 200 P4 P8 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.35 – Gráfico Carga x Deformações – Ganchos em forma de U Laje E4. 125 1400 1200 Carga (kN) 1000 P1 P3 P6 P8 P10 P12 P13 800 600 P1 P3 400 P6 P8 P10 200 P12 P13 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.36 – Gráfico Carga x Deformações – Ganchos em forma de U Laje E5. 4.5.2 Grupo 2 – Lajes I6, I7, I8, I9, I10 e I11 Nas lajes I6, I7 e I8, com a distância entre as barras da armadura de cisalhamento de 60 mm, apenas a laje I7, obteve deformações maiores que a correspondente a de escoamento. Entretanto ao analisarmos os gráficos carga x deformações destas três lajes, percebemos que algumas barras provavelmente escoaram no momento da ruptura da laje, conforme pode ser visto na Figura 4.37 a Figura 4.39. Nestas três lajes citadas (lajes I6, I7 e I8) as barras da primeira, segunda e terceira camada foram as mais solicitadas, o que permite vincular o modo de ruptura das lajes com as deformações das armaduras de cisalhamento, já que a superfície de ruptura cortou 2 camadas de armadura de cisalhamento nestas três lajes. Os ganchos em forma de U monitorados nas lajes I6, I7 e 8 apresentaram deformações inferiores a de escoamento. Para as lajes I6 e I7 os ganchos que obtiveram maiores deformações foram o da primeira camada (1,95x10-3 – laje I6 e 2,06x10-3 – laje I7). Na laje I8 as deformações foram abaixo de 1,0x10-3. 126 1200 1000 1 3 5 7 9 12 11 2 131416 15 18 4 17 20 6 19 8 10 Carga (kN) 800 600 ext 12 400 ext 13 εy = 3,3 x10-3 200 ext 15 ext 17 Pu = 830 kN ext 20 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 3,5 4 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.37 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I6. 1200 1000 Carga (kN) 800 600 400 εy = 3,6 x10-3 1 3 5 7 9 ext 2 12 11 2 131416 15 18 4 17 20 6 19 8 10 ext 3 ext 4 ext 5 200 ext 6 Pu = 978 kN 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.38 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I7. 127 1200 1000 Carga (kN) 800 600 1 3 5 7 9 400 εy = 3,2 x10 -3 12 11 2 131416 15 18 4 17 20 6 19 8 10 ext 1 ext 2 ext 3 ext 4 200 ext 5 Pu = 856 kN ext 6 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 - Deformações(x10 ³) Figura 4.39 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I8. Os pontos de monitoramento das lajes foram classificados em faixas de deformação máxima da armadura de cisalhamento (a – ε ≤ 0,5; b – 0,5 < ε ≤ 1,0; c – 1,0 < ε ≤ 1,5; d – 1,5 < ε ≤ 2,0; e – 2,0 < ε ≤ 2,5; f – 2,5 < ε ≤ εy; g – ε > εy) x10-3). As maiores deformações obtidas nas lajes do Grupo 2 foram nos pontos próximos ao pilar. Na Figura 4.40 são mostradas as faixas de deformação máxima atingida pelos elementos da armadura de cisalhamento utilizadas nas lajes I6, I7 e I8. Nas lajes I9, I10 e I11 com as barras da armadura de cisalhamento espaçadas a 80 mm, as duas primeiras camadas foram as mais solicitadas. Algumas destas barras escoaram com uma carga inferior a de ruptura e outras provavelmente atingiram a tensão de escoamento no momento da ruptura. Este comportamento é possível visualizar-se através do gráfico carga x deformações, mostrado na Figura 4.41 a Figura 4.46. As deformações obtidas em todos os ganchos em forma U das lajes I9, I10 e I11 foram muito pequenas e não foram superiores 1,0x10-3. 128 c b * f c a f c d c d g e a a a e d b Laje I6 Laje I7 e d f c b a a f f a a Laje I8 Figura 4.40 – Faixas de deformação máxima atingida pelos elementos da armadura de cisalhamento das lajes I6, I7 e I8. ((a – ε ≤ 0,5; b – 0,5 < ε ≤ 1,0; c – 1,0 < ε ≤ 1,5; d – 1,5 < ε ≤ 2,0; e – 2,0 < ε ≤ 2,5; f – 2,5 < ε ≤ εy; g – ε > εy) x10-3). 1200 1000 Carga (kN) 800 600 45 44 50 49 42 47 1 13 Pu = 853 kN 14 0,5 1 ext 7 ext 11 ext 12 15 0 0 11 12 9 10 -0,5 ext 6 17 6 7 8 ext 2 25 εy = 4,15 x10-3 200 ext 1 24 2 37 16 3 4 41 36 26 27 46 34 35 400 5 40 39 38 43 48 1,5 2 2,5 3 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.41 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I9. 3,5 4 129 1200 1000 600 45 44 50 49 48 41 36 3 4 2 εy = 4,15 x10-3 1 8 16 ext 24 ext 32 24 13 14 ext 41 15 0 1 ext 21 25 10 Pu = 853 kN 0,5 11 12 9 0 ext 17 17 6 7 ext 16 37 26 27 46 200 -0,5 42 47 400 5 40 39 38 43 34 35 Carga (kN) 800 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x 10 ) Figura 4.42 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I9. 1200 1000 600 50 49 εy = 3,2 x10-3 200 6 11 12 13 0,5 1 ext 6 34 35 ext 7 Pu = 975 kN 0 ext 2 16 17 14 15 ext 12 24 25 0 -0,5 ext 1 40 7 42 27 8 46 41 39 1 36 47 2 400 10 9 45 44 43 48 3 38 4 37 5 26 Carga (kN) 800 1,5 2 2,5 3 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.43 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I10. 3,5 4 130 1200 1000 600 50 49 47 2 400 46 41 8 7 ext 16 42 36 1 6 ext 19 40 3 10 9 45 44 43 48 39 4 38 5 37 Carga (kN) 800 ext 27 εy = 3,2 x10-3 ext 29 26 200 27 11 12 16 17 13 14 ext 36 35 15 34 Pu = 975 kN ext 37 24 25 0 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.44 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I10. 1200 1000 600 50 49 400 46 41 εy = 3,3 x10-3 200 6 ext 7 11 12 13 ext 6 27 7 ext 2 ext 11 26 8 36 1 ext 1 42 40 47 2 10 9 45 44 43 48 3 39 4 38 5 37 Carga (kN) 800 16 17 ext 12 14 35 15 ext 3 24 25 0 -0,5 ext 13 34 Pu = 945 kN 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.45 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I11. 3,5 4 131 1200 1000 600 50 49 47 2 46 41 200 6 ext 18 ext 20 11 12 13 27 εy = 3,3 x10-3 7 ext 17 ext 26 26 8 42 36 1 40 3 400 10 9 45 44 43 48 39 4 38 5 37 Carga (kN) 800 16 17 ext 29 14 35 15 34 ext 36 Pu = 945 kN 0 -0,5 0 0,5 1 ext 37 24 25 1,5 2 2,5 3 3,5 4 -3 Deformações (x10 ) Figura 4.46 – Gráfico Carga x Deformações – Laje I11. A Figura 4.47 mostra as faixas de deformação máxima atingida pelos elementos da armadura de cisalhamento utilizados nas lajes I9, I10 e I11. Através das faixas de deformação observamos que para as três lajes as camadas mais solicitadas foram as duas primeiras, as mais próximas do pilar. Através das superfícies de ruptura obtidas podemos validar as deformações obtidas, já que estas são coerentes com o modo de ruptura, nas lajes I9 e I10 a superfície de ruptura cruzou a segunda camada de armadura de cisalhamento e a terceira na laje I11. 4.6 FISSURAS As fissuras surgiram na superfície superior e desenvolveram – se de forma semelhante em todas as lajes, independente da distribuição e do diâmetro da armadura de cisalhamento. As primeiras fissuras a surgirem foram as radiais, em todas as lajes, ao redor do pilar e se propagaram em direção aos bordos da laje com o aumento do carregamento. Estas fissuras foram visualizadas entre os carregamentos de 200 kN e 250 kN. Para as lajes do Grupo 1 a primeira fissura radial surgiu de 17% a 20% da carga de ruptura, e de 21% a 26% da carga de 132 ruptura nas lajes do Grupo 2. No entanto, nesta fase do surgimento da primeira fissura radial, as lajes apresentaram um deslocamento vertical central menor que 2 mm. A Tabela 4.7 mostra as comparações no surgimento da primeira fissura radial (flexão). a a a a a a f a a * f a a g f f a d a a a a a c d e a c g b * f b a a d g e f b a a d f * f e f e f e f g f a b e c b e d g f c a a b d * a a a a c a a a a a a a * a * d * e f a * a g * f a * b f f a a f e b a e f f d b f f f d e b a a b Figura 4.47 – Faixas de deformação máxima atingida pelos elementos da armadura de cisalhamento das lajes I9, I10 e I11. ((a – ε ≤ 0,5; b – 0,5 < ε ≤ 1,0; c – 1,0 < ε ≤ 1,5; d – 1,5 < ε ≤ 2,0; e – 2,0 < ε ≤ 2,5; f – 2,5 < ε ≤ εy; g – ε > εy) x10-3) Após alguns incrementos de carregamentos surgiram as fissuras circunferenciais, ligando as fissuras radiais existentes e circundando a região carregada. As fissuras circunferenciais ou tangenciais apareceram entre os carregamentos de 250 kN e 400 kN e foram bem mais evidentes nas lajes do Grupo 2, praticamente contornando todo a área de carregamento. 133 Observa-se que a fissura circunferencial surgiu de 25% a 37% da carga de ruptura para as lajes do Grupo 1 , e para as lajes do Grupo 2 de 31% a 42% da carga de ruptura. No momento do surgimento da primeira fissura circunferencial, as lajes apresentaram um deslocamento vertical central menor que 6 mm para os dois Grupos. As lajes dos Grupos 1 e 2 apresentaram, no surgimento da fissura circunferencial, deformações na armadura de cisalhamento menor que 0,5 mm/m. Nas lajes do Grupo 2, a partir deste nível de carga, os elementos da armadura de cisalhamento passaram a ter maiores deformações. Tabela 4.7 – Comparações no surgimento da primeira fissura radial (flexão). d fc fct Pu Pfr(1) Pfr(1) (mm) (MPa) (MPa) (kN) (kN) Pu Flecha Central (mm) E1 159 35,2 3,3 1100 200 0,18 0,69 E2 159 36,6 3,6 990 200 0,20 0,68 E3 159 41,1 3,7 1090 200 0,18 1,95 E4 154 40,6 4,5 1205 200 0,17 1,48 E5 154 42,1 3,2 1222 250 0,20 1,91 I6 159 39,1 3,7 830 200 0,24 1,80 I7 159 39,6 3,4 978 200 0,20 1,25 I8 159 35,4 2,6 856 200 0,23 1,62 I9 161 43,6 4,0 853 200 0,23 1,35 I10 161 44,4 3,2 975 200 0,21 1,25 I11 161 41,4 3,7 945 250 0,26 1,88 Laje (1) Pfr – Carga referente a primeira fissura radial A Tabela 4.8 apresenta as cargas de fissuração circunferencial observadas durante os ensaios e suas relações com a carga de ruptura das lajes. A formação das fissuras de flexão e de cisalhamento na face superior da laje I8 em 5 estágios de carregamento é apresentada de forma seqüencial na Figura 4.48 a Figura 4.51. As fissuras pintadas pela cor azul são de flexão (radial) e as de cisalhamento (tangencial) estão pintadas pela cor vermelha. 134 Tabela 4.8 – Cargas de fissuração das lajes. Laje (1) d fc fct Pu Pft(1) Pft(1) Flecha Central (mm) (mm) (MPa) (MPa) (kN) (kN) Vu E1 159 35,2 3,3 1100 400 0,36 2,37 E2 159 36,6 3,6 990 250 0,25 2,20 E3 159 41,1 3,7 1090 400 0,37 5,60 E4 154 40,6 4,5 1205 400 0,33 5,46 E5 154 42,1 3,2 1222 400 0,33 5,07 I6 159 39,1 3,7 830 300 0,36 3,87 I7 159 39,6 3,4 978 400 0,41 4,51 I8 159 35,4 2,6 856 300 0,35 3,27 I9 161 43,6 4,0 853 300 0,35 2,85 I10 161 44,4 3,2 975 300 0,31 2,86 I11 161 41,4 3,7 945 400 0,42 5,02 Pft – Carga referente a primeira fissura tangencial Figura 4.48 – Fissuras na laje I8 – Grupo 2 (300 kN). εAsw (mm/m) <0,5 <0,5 135 Figura 4.49 – Fissuras na laje I8 – Grupo 2 (500 kN). Figura 4.50 – Fissuras na laje I8 – Grupo 2 (700 kN). 136 Figura 4.51 – Fissuras na laje I8 – Grupo 2 (856 kN – carga de ruptura.) 137 CAPÍTULO 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS EXPERIMENTAIS 5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo, apresenta-se a análise dos resultados obtidos das lajes ensaiadas. Alguns dos resultados observados são comparados com os de outros trabalhos experimentais da literatura. Em relação à capacidade resistente das lajes ao puncionamento, também é feita uma comparação dos valores experimentais com os estimados por códigos e normas. 5.2 COMPARAÇÃO DAS LAJES ENSAIADAS COM OUTRAS LAJES DA LITERATURA 5.2.1 Carga de Ruptura Basicamente duas comparações serão realizadas neste item. A primeira é o acréscimo da resistência à punção nas lajes com armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno, em relação a lajes semelhantes sem armadura de cisalhamento. E a segunda é comparação das cargas de ruptura das lajes ensaiadas, com outras lajes da literatura com diferentes tipos de armadura de cisalhamento. As cargas de ruptura das lajes dos Grupos 1 e 2 são comparadas com as lajes sem armadura de cisalhamento, lajes 1 e 1A de Gomes (1991) e 12A de Andrade (1993), neste trabalho denominadas respectivamente de “G1”, “G1A”e “A12”. Estas três lajes de controle possuem as mesmas características das lajes ensaiadas nesta pesquisa, como: taxa de armadura de flexão, dimensões e propriedades do concreto similares às lajes estudadas. A ruptura nas lajes de controle foi por punção e as cargas variam de 560 kN a 650 kN e a média da resistência a compressão do concreto foi de 39,3 MPa. A Tabela 5.1 e a Figura 5.1 apresentam os resultados das lajes de controle (G1, G1A e A12) em comparação com os resultados das onze lajes desta pesquisa. A carga de ruptura das lajes dos Grupos 1 e 2 serão comparadas com as cargas de ruptura das lajes de controle. 138 Tabela 5.1 – Resultados obtidos nas lajes de outras pesquisas sem armadura de cisalhamento em comparação com os resultados desta pesquisa. φAsw Asw / Sr Pu (kN) Pu /560 Pu /587 Pu /650 (mm²/mm) - 560 - - - - - - 587 - - - - - - 650 - - - - Laje fc (MPa) d (mm) Nº Cam. G1 40,2 159 - G1A 41,1 159 A12 36,5 163 (mm) Grupo 1 E1 35,2 159 11 10,0 1100 1,96 1,87 1,69 15,7 E2 36,6 159 11 10,0 990 1,77 1,69 1,52 15,7 E3 41,1 159 11 10,0 1090 1,95 1,87 1,68 15,7 E4 40,6 154 11 10,0 1205 2,15 2,05 1,85 15,7 E5 42,1 154 11 10,0 1222 2,18 2,08 1,88 15,7 Grupo 2 I6 39,1 159 11 6,3 830 1,48 1,42 1,28 4,2 I7 39,6 159 11 10,0 978 1,75 1,67 1,50 10,7 I8 35,4 159 11 8,0 856 1,53 1,46 1,32 6,7 I9 43,6 161 5 5,0 853 1,52 1,45 1,31 2,0 I10 44,4 161 5 8,0 975 1,74 1,66 1,50 5,0 I11 41,4 161 5 6,3 945 1,69 1,61 1,45 3,2 A resistência à compressão das lajes testadas neste trabalho, quando comparadas com a média da resistência das três lajes de controle (39,3 MPa), variou entre menos 10% na laje 1 e mais 13% na laje 10. As lajes do Grupo 1 alcançaram cargas de 77% a 118% superiores a carga de ruptura da laje G1, sem armadura de cisalhamento, indicando a potencialidade deste tipo de armação interna. A laje E5 com a maior carga de ruptura (1.222 kN) e superfície de ruptura externa a região com armadura de cisalhamento, foi a que apresentou a maior resistência última dentre as lajes do Grupo 1. Comparando a laje E5 com as lajes G1A e A12 o acréscimo na resistência a punção foi de 108% e 88% respectivamente. 139 1400 1200 Pu (kN) 1000 800 600 400 200 1 I1 0 I1 I9 I8 I7 I6 E5 E4 E3 E2 E1 G 1 G 1A A1 2 0 LAJES Figura 5.1 – Comparação dos resultados obtidos nas lajes de outras pesquisas sem armadura de cisalhamento com os resultados desta pesquisa. Nas lajes do Grupo 2, o acréscimo da carga de ruptura variou de 48% a 72% comparando com a laje G1, indicando também a potencialidade deste tipo de armadura de cisalhamento. É importante ressaltar que o objetivo das lajes deste grupo não era atingir uma carga de ruptura elevada, mas sim ver o comportamento das lajes com este tipo de armadura, quando se previa uma superfície de ruptura interna a região com armadura transversal. A laje I7 (Grupo 2) com a maior densidade de armadura de cisalhamento por camada (Asw / Sr), foi a que apresentou o maior acréscimo de resistência à punção, 67% quando comparada com a laje G1A e 50% com a laje A12. A Tabela 5.2 apresenta uma comparação dos resultados experimentais de lajes cogumelos, com diferentes tipos de armadura de cisalhamento, obtidos por diferentes pesquisadores com os da pesquisa atual. Os resultados apresentados foram obtidos em lajes com as mesmas dimensões e propriedades mecânicas dos materiais próximas às lajes ensaiadas nesta pesquisa. A tabela está subdivida em dois grupos: lajes com superfície de ruptura externa a região com armadura de cisalhamento e com superfície de ruptura interna. 140 Tabela 5.2 – Comparação dos resultados experimentais da literatura com os da presente pesquisa. Laje fc (MPa) d (mm) S (mm) φAC (mm) Asw/cam (mm²) Pu Asw.fy (kN) (kN) Asw / Sr (mm²/mm) Lajes com superfície de ruptura externa E4 40,6 154 60 10 942,0 544,4 1205 15,7 E5 42,1 154 60 10 942,0 544,4 1222 15,7 G9 40,0 159 80 12,2 940,0 404,2 1227 11,8 A307 34,1 164 60 12,5 981,3 665,3 1090 16,4 SR3 33,4 - 120 12 904,3 339,7 850 7,5 SR4 39,4 - 80 12 904,3 339,7 950 11,3 SR1 33,9 - 80 12 904,3 339,7 1050 11,3 TL7 42,6 159 80 8 803,8 495,2 1160 10,0 Lajes com superfície de ruptura interna I6 39,1 159 60 6,3 249,3 149,9 830 4,2 I7 39,6 159 60 10 628,00 361,3 978 10,7 I8 35,4 159 60 8 401,9 233,3 856 6,7 I9 43,6 161 80 5 157, 0 105,9 853 2,0 I10 44,4 161 80 8 401,9 233,3 975 5,0 I11 41,4 161 80 6,3 249,3 149,9 945 3,2 G10 35,4 154 80 6 226,4 97,3 800 2,8 G11 34,6 154 80 6,9 300,8 129,3 907 3,8 A301 37,8 164 80 10 628,0 378,1 830 7,9 A305 29,3 154 60 10 628,0 378,1 785 10,5 A308 31,5 154 60 12,5 981,3 665,3 1020 16,4 SRS1 35,4 - 50 6,0 452,2 235,1 925 9,0 SRS2 33,8 - 50 8,0 803,8 417,9 950 16,1 TL1 36,8 159 60 12,5 981,3 645,7 1050 16,4 TL3 45,7 164 60 8,0 401,9 247,6 999 6,7 TL8 40,6 154 60 5,0 314,0 249,3 970 5,2 TL9 39,4 154 60 10 628,0 362,4 950 10,5 Na laje G9 (Gomes(1991)) com armadura de cisalhamento composta por “studs”, que envolviam a armadura de flexão positiva e negativa, a carga de ruptura foi de 1227 kN. A quantidade de armadura por camada da laje G9 era de 940 mm², valor muito próximo aos das lajes E4 e E5 942 mm². A densidade de armadura de cisalhamento da laje G9 por camada foi 11,8 mm2/mm, já nas lajes E4 e E5 foi de 15,7 mm2/mm. O número de camadas de ganchos 141 em forma de U foi a diferença entre as lajes E4 e E5. As cargas de ruptura das lajes E4 e E5 foram respectivamente 2% e 1% inferior a carga de ruptura da laje G9. A laje A307 (Andrade (1999)) com armadura de cisalhamento interna a armadura de cisalhamento e uma área de aço por camada igual a 981,3 mm² (Asw / Sr =16,4 mm2/mm), atingiu a ruptura com uma carga de 1090 kN. Esta laje não possuía ganchos ou pinos na chapa inferior da armadura de cisalhamento. Apesar de possuir uma densidade de armadura de cisalhamento por camada maior, a carga de ruptura da laje A307 foi cerca de 13% inferior a laje E5. As lajes SR3 e SR4, ensaiadas por Samadian (2001), com armadura de cisalhamento do tipo “stud”, ligados por uma barra de aço soldada a meia altura da linha dos “studs”, e a laje SR1 também com armadura de cisalhamento do tipo “stud”, porém com uma chapa de aço soldada na parte inferior, romperam com cargas inferiores às lajes E4 e E5. A parte superior e inferior da armadura de cisalhamento das lajes apresentadas por Samadian (2001) ficavam no mesmo nível da armadura de flexão. A área de aço por camada das lajes SR3, SR4 e SR1 era de 904,3 mm², valor muito próximo as das lajes E4 e E5 (942 mm²), entretanto o acréscimo de resistência a punção em relação a média das cargas de ruptura das lajes de controle (G1 e G1A – Gomes (1991)) foi menor. Este acréscimo variou de 41% (SR3) a 75% (SR1). A laje TL7 (Trautwein (2001)) com estribos inclinados a 60º, área de aço por camada de 803,8 mm² e uma de densidade de armadura de cisalhamento por camada (Asw / Sr) igual a 10 mm2/mm), rompeu com uma carga de 1160 kN. O acréscimo na resistência à punção em relação à média das cargas de ruptura das lajes de controle foi de 93%. Comparada com a laje E5 a carga de ruptura foi inferior cerca de 6%. A Figura 5.2 apresenta um gráfico comparativo dos resultados experimentais disponíveis na literatura com o da presente pesquisa em função da carga de ruptura. Com relação ao grupo das lajes com superfície de ruptura interna (Grupo 2), a carga de ruptura para as lajes variou de 830 kN a 975 kN. Comparando-se os valores das cargas de ruptura para as lajes desta pesquisa, com os resultados da literatura obtidos estas foram muito próximas, quando se analisam lajes com densidade de armadura de cisalhamento por camada (Asw / Sr ) semelhantes. 142 1400 1200 P u (kN) 1000 800 600 400 200 0 E4 E5 G9 A307 SR3 SR4 SR1 TL7 LAJES Figura 5.2 – Comparação dos resultados experimentais da literatura com os da presente pesquisa para lajes com ruptura externa a região armada. Os resultados de Gomes (1991) das lajes G10 e G11 podem ser comparados com as lajes I9, I10 e I11, pois o espaçamento entre as barras é o mesmo e a quantidade de armadura de cisalhamento por camada são próximas. Analisando estas cinco lajes percebe-se que as cargas de ruptura tiveram pequenas variações entre si. Este fato mostra que o uso da armadura de cisalhamento interna a armadura de flexão com os ganchos em forma de U, não diminuiu a resistência das lajes a punção, já que nas lajes G10 e G11 a armadura de cisalhamento foi ancorada na armadura de flexão. A laje I7 possui as mesmas características das lajes A305 (Andrade (1999)) e TL9 (Trautwein (2001)) com relação ao tipo, quantidade de armadura de cisalhamento e espaçamento entre as barras. A resistência à punção da laje I7 foi cerca de 20% superior a laje A305 e 5% da laje TL9. As cargas máximas atingida por Andrade (1999) e Trautwein (2001) com este mesmo tipo de armadura de cisalhamento, foram respectivamente de 1020 kN (laje A308) e 1050 kN (laje TL1). As lajes SRS1 e SRS2 com armadura de cisalhamento do tipo “Riss Star”, também interna a armadura de flexão, atingiram a ruptura com cargas de 925 kN e 950 kN. A armadura de cisalhamento destas lajes possuía 16 barras por camada e espaçamento entre elas de 50 mm. As lajes desta pesquisa que mais se assemelham com relação a armadura de cisalhamento da 143 laje SRS1 é a laje I8 e da SRS2 é a laje I7. A relação entre a carga de ruptura da laje SRS1 e a laje I8 foi de 1,08 e da laje SRS2 com a laje I7 foi de 0,97. A Figura 5.3 apresenta um gráfico comparativo dos resultados experimentais disponíveis na literatura com o da presente pesquisa em função da carga de ruptura. 1200 1000 Pu (kN) 800 600 400 200 0 I6 I7 I8 I9 I10 I11 G10 G11 A301 A305 A308 SRS1 SRS2 TL1 TL3 TL8 TL9 LAJES Figura 5.3 – Comparação dos resultados experimentais da literatura com os da presente pesquisa para lajes com ruptura interna à região armada. 5.2.2 Deslocamento Vertical O gráfico da Figura 5.4 apresenta a comparação dos deslocamentos verticais máximos obtidos nas lajes do Grupo 1 e 2, para o relógio comparador número 5 (185 mm do centro da laje), com os resultados das lajes G1, G1A de Gomes (1991) para o relógio comparador na mesma distância do centro da laje. É importante ressaltar que estes deslocamentos foram obtidos para um carregamento menor do que a carga de ruptura, pois os relógios comparadores foram retirados antes para evitar algum dano no momento da ruptura. Com relação às lajes do Grupo 1, o acréscimo nos deslocamentos verticais com o uso da armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno em relação a uma laje sem armadura de 144 cisalhamento, variou de 200% (laje E2) a 142% (laje E4). A laje E5 com maior carga de ruptura obteve um acréscimo no deslocamento vertical de 183% em relação à laje G1 de Gomes (1991). 30,00 E2 L2 Deslocamento Vertical (mm) 25,00 L1 E1 E3 L3 20,00 E4 L4 L5 E5 L10 I6 I10 L6 15,00 10,00 I9 L11 I11 L9 I7 L7 L8 I8 G1 G1A 5,00 0,00 Figura 5.4 – Acréscimo dos deslocamentos verticais obtidos em relação as lajes de referência sem armadura de cisalhamento. Nas lajes do Grupo 2 o acréscimo na rigidez das lajes, variou entre 65% (laje I8) e 131% (laje I10), em relação às lajes de referência sem armadura de cisalhamento. Nas lajes I6, I7 e I8 com a distância entre as barras da armadura de cisalhamento de 60 mm, o acréscimo do deslocamento vertical medido foi menor do que nas lajes com espaçamento de 80 mm (lajes I9, I10 e I11). O gráfico da Figura 5.5 apresenta a comparação dos deslocamentos verticais obtidos na laje E5 deste trabalho (1.222 kN), pelo relógio comparador e pela trena, com os resultados das lajes G1 e G9 de Gomes (1991). Analisando o gráfico percebe-se que o comportamento das três lajes foi muito semelhante. Comparando a laje G1 de Gomes (sem armadura de cisalhamento) e a laje E5, percebe-se um acréscimo de aproximadamente cinco vezes no deslocamento vertical. A laje E5 se comparada com a laje G9 de Gomes, que era composta por armadura de cisalhamento envolvendo a flexão, obteve uma flecha final muito próxima a laje de Gomes (1991). 145 1400 1200 Carga (kN) 1000 800 600 400 Laje G1 - Gomes (91) Laje G9 - Gomes (91) 200 Laje E5 Laje E5 (trena) 0 0 10 20 30 40 50 60 Deslocamento Vertical (mm) Figura 5.5 – Comparação do deslocamento vertical da laje E5 com as lajes G1 e G9 de Gomes (1991). As lajes I9, I10 e I11 possuem o mesmo número de camadas (n=5), e espaçamento entre as barras das lajes (Sr = 80 mm) G10 e G11 de Gomes (1991). Os diâmetros das lajes 9, 10 e 11 são respectivamente de 5,0 mm, 8,0 mm e 6,3 mm, já os diâmetros equivalentes das duas lajes de referência são de 6,0 mm e 6,9 mm. A carga de ruptura das lajes I9, I10 e I11 foram respectivamente de 853 kN, 975 kN, 945 kN e das lajes G10 e G11 800kN e 907 kN. A Figura 5.6 apresenta um gráfico comparativo do deslocamento vertical x carregamento para as três lajes desta pesquisa com as lajes de Gomes (1991). Percebe-se que, para um mesmo nível de carregamento as lajes I9, I10 e I11 apresentaram flechas menores do que as outras duas lajes. As lajes em estudo apresentaram flechas finais maiores do que as lajes de Gomes (1991). 146 1000 900 800 Carga (kN) 700 600 500 400 Laje G10 - Gomes(91) 300 Laje G11 - Gomes(91) 200 LAJE I9 LAJE I10 100 LAJE I11 0 0 5 10 15 20 25 Deslocamento Vertical (mm) Figura 5.6 – Comparação do deslocamento vertical das lajes I9, I10 e I11 com as lajes G10 e G11 de Gomes (1991). 5.3 CONTRIBUIÇÕES DO AÇO E DO CONCRETO NA RESISTÊNCIA À PUNÇÃO DAS LAJES ENSAIADAS. A resistência de uma laje cogumelo com armadura de cisalhamento ao puncionamento, é dada pela combinação de duas parcelas: resistência do concreto e da armadura transversal. A consideração destas duas parcelas é feita de maneira distinta entre as normas técnicas e por alguns pesquisadores. Regan (1985) conclui que uma laje cogumelo sem armadura de cisalhamento tem uma superfície de ruptura que forma um ângulo de 25º com o plano horizontal, com a raiz na face do pilar (carregamento simétrico). Se a laje for armada com o primeiro elemento da armadura de cisalhamento sendo posicionado a uma distância que force a mudança da inclinação da superfície de ruptura, haverá um acréscimo para a contribuição do concreto em sua carga de ruptura, este acréscimo será modesto até a inclinação de 45º, mas aumenta bastante depois deste limite. Regan (1985) sugere que a contribuição do aço é a soma das forças na armadura de cisalhamento cortada a 45º pela superfície de ruptura, enquanto que a contribuição do concreto é tomada igual a 75% da resistência ao cisalhamento de uma laje sem armadura de cisalhamento, conforme indica o gráfico da Figura 5.7. 147 4 3,5 Vteste/vck 3 2,5 Vu = vck. tan θ 2 1,5 1 0,5 0 0 1 2 3 4 tan θ Vteste – força resistente medida em ensaio; vck – força resistente para uma superfície de ruptura inclinada a 25º; tan θ – nova inclinação da superfície de ruptura; Vu – força resistente majorada devido à mudança de inclinação da superfície de ruptura. Figura 5.7 – Efeito da inclinação da superfície de ruptura na resistência à punção. Neste trabalho as seis lajes do Grupo 2 romperam por punção. As superfícies de ruptura obtidas cruzaram as regiões de armadura de cisalhamento. A análise das contribuições da armadura de cisalhamento e do concreto nas lajes estudadas é apresentada na Tabela 5.3. O valor utilizado para a parcela de contribuição do concreto (Vck) é calculado de acordo com o EC2/2002, já que esta expressão de acordo com os resultados de diversos pesquisadores é a que se aproxima mais dos resultados experimentais. Se somente 75% da contribuição do concreto for considerada, as seis lajes necessitariam de pelo menos mais uma camada de armadura de cisalhamento de reforço, para atender as condições de ruptura das lajes ensaiadas. Quando se considera a contribuição real do concreto, o número de camadas que influenciam a parcela resistente da armadura de cisalhamento ficam mais próximas do que foi evidenciado nos ensaios. Na laje 6, por exemplo, a superfície de ruptura observada no ensaio, cruzou duas camadas da armadura de cisalhamento e na análise considerando a relação contribuição total do concreto mais a parcela resistente pela armadura 148 de cisalhamento com a carga de ruptura, indica que a superfície de ruptura teria cruzado 1,93 camadas. A última coluna da Tabela 5.3 apresenta uma comparação entre as cargas estimadas de ruptura, considerando a total contribuição do concreto e da armadura de cisalhamento, com a carga de ruptura experimental (Vu). Os resultados encontrados mostraram que a laje I7 apresentou um resultado mais conservador, talvez por que a superfície de ruptura tenha cortado apenas o topo da segunda camada da armadura de cisalhamento, e no cálculo levamos em conta a contribuição de toda a barra do “stud”. Tabela 5.3 – Contribuições do concreto e da armadura de cisalhamento na resistência à punção das lajes. Laje d (mm) Sr (mm) Vck (kN) Vu (kN) Asw.fy (kN) Vu − 0,75Vck Asw f y Vu − Vck Asw f y nAsw f y + Vck I6 159 60 543 830 149,87 2,82 1,92 1,01 I7 159 60 547 978 361,28 1,57 1,19 1,29 I8 159 60 508 856 233,25 2,03 1,49 1,13 I9 154 80 584 853 105,87 3,91 2,54 1,05 I10 154 80 591 975 233,25 2,27 1,64 1,08 I11 154 80 564 945 149,87 2,82 2,54 1,07 Vu n – número de camadas n= 2 (lajes 6, 7, 8, 10 e 11) n=3 (laje 9) Vu – Carga de Ruptura Experimental Vck = 0,18.k .(100.ρ . f c ).d .u1 .......... (EC2/2002) A Tabela 5.4 apresenta uma comparação entre a carga de ruptura experimental e uma carga de ruptura teórica, igual a 75% da parcela da contribuição do concreto (Vck) mais uma parcela da contribuição da armadura de cisalhamento ( 1,5d A f ). Para efeito de cálculo foi considerada S r sw y uma tensão de escoamento efetiva igual a 345 MPa. Para as lajes I9, I10 e I11 (Sr = 80mm) do Grupo 2 as cargas estimadas foram menores do que as obtidas experimentalmen, apenas as lajes I7 e I8 apresentaram cargas experimentais inferiores às estimadas. 149 Tabela 5.4 – Contribuições do concreto e da armadura de cisalhamento na resistência à punção das lajes. d (mm) Laje Sr (mm) Vck (kN) 0,75 Vck (kN) 1,5d A f S r sw y Vteórico (kN) Vu (kN) Vteórico (kN) Vu (kN) I6 159 60 543 407 342 749 830 0,90 I7 159 60 547 410 861 1271 978 1,30 I8 159 60 508 381 551 932 856 1,10 I9 154 80 584 438 156 594 853 0,70 I10 154 80 591 443 400 843 975 0,87 I11 154 80 564 423 248 671 945 0,71 Vteórico = 0,75Vck + 1,5d A f S r sw y Vu – Carga de Ruptura Experimental Vck = 0,18.k .(100.ρ . f c ).d .u1 .......... (EC2/2002) 5.4 COMPARAÇÕES ENTRE OS MÉTODOS DE CÁLCULO E AS CARGAS EXPERIMENTAIS A seguir são mostrados os resultados estimados pelas normas e códigos (NBR 6118/2003, ACI/318-95, CEB/1990, EC2/1992, EC2/2002, método empírico de Gomes (1991) e Gomes & Andrade(1999)), para que se compare com as cargas experimentais. A Tabela 5.5 apresenta as características básicas das lajes ensaiadas. É importante ressaltar que somente o método de Gomes e Andrade (1999) considera a armadura interna a armadura de flexão. 5.4.1 NBR-6118 / 2003 A Tabela 5.6 apresenta as cargas estimadas pela NBR-6118/2003 comparadas com as obtidas experimentalmente. Com relação às lajes do Grupo 1, os valores previstos pela norma foram em média 8% maiores do que os atingidos pelas lajes testadas. Com exceção da laje E2 os modos de ruptura previstos foram iguais aos experimentais. 150 Tabela 5.5 – Características básicas das lajes testadas Grupo 1 2 fc d (MPa) (mm) E1 35,2 E2 Nº de cam. Sr (mm) φAC (mm) Asv/cam (mm²) Ganchos U 159 60 10 942,48 - 36,6 159 60 10 942,48 - E3 41,1 159 60 10 942,48 3 E4 40,6 154 60 10 942,48 4 E5 42,1 154 60 10 942,48 7 I6 39,1 159 60 6,3 249,38 8 I7 39,6 159 60 10 628,32 8 I8 35,4 159 60 8 402,12 8 I9 43,6 161 80 5 157,08 5 I10 44,4 161 80 8 402,12 5 I11 41,4 161 80 6,3 249,38 5 Laje Tabela 5.6 – Comparação da carga experimental com a estimada pela NBR-6118/2003. FSd1(1) FSd2 (2) FSd3 (3) FSd1,ext(4) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) E1 434 1039 1458 1019 E2 440 1073 1462 E3 457 1179 E4 435 E5 Modo de Ruptura (kN) Vteste Vcalc Previsto Real 1019 1100 1,08 externo externo 1032 1032 990 0,96 externo interno 1476 1073 1073 1090 1,02 externo externo 1131 1423 1034 1034 1205 1,17 externo externo 440 1165 1427 1046 1046 1222 1,17 externo externo I6 450 1133 643 1045 643 830 1,29 interno interno I7 452 1145 1097 1049 1049 978 0,93 externo interno I8 435 1044 814 1011 814 856 1,05 interno interno I9 466 1236 499 843 499 853 1,71 interno interno I10 469 1254 721 849 721 975 1,35 interno interno I11 458 1186 576 829 576 945 1,64 interno interno Laje (1) - carga para laje sem armadura de cisalhamento; (2) - carga para laje com armadura de cisalhamento na superfície adjacente ao pilar (C); (3) - carga na superfície cruzando a região com armadura de cisalhamento (C’); (4) - carga na superfície externa à região com armadura de cisalhamento (C”); 151 Nas lajes do Grupo 2, apenas a laje I7 apresentou valores contra a segurança (7%), nas demais os valores previstos continuaram muito conservadores. Apesar da superfície de ruptura, prevista para a laje I7, não ter sido a mesma que ocorreu no ensaio, a carga de ruptura foi bem próxima. A Figura 5.1 apresenta um gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) comparativo entre os resultados previstos pela NBR 6118/2003 e os ensaios obtidos experimentalmente nesta pesquisa. 2,50 Vteste / Vcalc 2,00 1,50 1,00 0,50 Grupo 1 Grupo 2 0,00 30 34 38 42 46 50 fc (MPa) Figura 5.8 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando a NBR 6118/2003 e os ensaios desta pesquisa. 5.4.2 ACI-318 / 02 Para o cálculo da resistência à punção de lajes cogumelo com armadura de cisalhamento o ACI-318/02, considera a contribuição das parcelas do aço e do concreto. O perímetro da seção crítica é considerado a d/2 da face do pilar e o perímetro externo a d/2 da última camada da armadura de cisalhamento. Os resultados apresentados na Tabela 5.7, mostram uma variação das cargas de ruptura em relação às experimentais entre 43% e 73% nas lajes do Grupo 1 e entre 36% e 119% nas lajes do Grupo 2. O ACI apresenta valores (Figura 5.9) muito conservadores devido principalmente ao limite f c b0 d / 6 imposto para os casos da superfície de ruptura cruzar a região com armadura 152 de cisalhamento, minorando a contribuição da parcela do concreto na resistência à punção. Outro fator que torna os resultados estimados pelo ACI muito conservadores é o fato de considerar que a superfície de ruptura irá cruzar apenas uma camada da armadura de ⎛ As f y d ⎞ ⎟⎟ . Na laje I9, foi verificado após o ensaio que a superfície de ruptura cisalhamento ⎜⎜ ⎝ s ⎠ cruzou três camadas da armadura de cisalhamento e a carga de ruptura foi de 853 kN, já o valor estimado pelo ACI considerando que a superfície de ruptura cruza uma camada foi de 389 kN. Tabela 5.7 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo ACI-318/02. Vn(1) Vn,adj(2) Vn,int(3) Vn,ext(4) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) E1 452 677 1275 1596 E2 460 691 1279 E3 488 732 E4 463 E5 Modo de Ruptura (kN) Vteste Vcalc Previsto Real 677 1100 1,62 interno externo 1628 691 990 1,43 adjacente interno 1293 1725 732 1090 1,49 interno externo 695 1248 1655 695 1205 1,73 interno externo 472 707 1252 1686 707 1222 1,73 interno externo I6 476 714 516 1666 516 830 1,61 interno interno I7 479 718 939 1677 718 978 1,36 adjacente interno I8 453 679 674 1585 674 856 1,27 interno interno I9 512 768 389 1274 389 853 2,19 interno interno I10 516 775 598 1286 598 975 1,63 interno interno I11 499 748 460 1241 460 945 2,05 interno interno Laje (1) - carga para laje sem armadura de cisalhamento; V(1) = 1 fc ' b0.d 3 (2) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura adjacente ao pilar; V(2) = 1 2 f c ' b0.d (3) - carga de ruptura para a superfície cruzando a região com armadura de cisalhamento; V(3)=Vc+Vs = 1 6 f c ' b0.d + A s .fy .d s (4) - carga de ruptura para a superfície externa à região com armadura de cisalhamento; V(4) = 1 3 f c ' b0.d 153 O modo de ruptura previsto para as lajes do Grupo 1 foi diferente para todas as lajes ensaiadas. Para as lajes do Grupo 2, a previsão dos modos de ruptura foi coincidente na maioria das lajes, apenas na laje I7, a superfície de ruptura cortou a armadura de cisalhamento e o previsto pelo ACI318/02 seria uma superfície adjacente a face do pilar. 2,50 Vteste / Vcalc 2,00 1,50 1,00 Grupo 1 0,50 Grupo 2 0,00 30 34 38 42 46 50 fc (MPa) Figura 5.9 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o ACI e os ensaios desta pesquisa. 5.4.3 CEB/ MC90 O CEB/ MC90 prevê que a resistência a punção de lajes com armadura de cisalhamento deve ser verificada em três regiões: região adjacente ao pilar, região com armadura de cisalhamento e região externa à armadura de cisalhamento. O perímetro de controle externo deve ser calculado a uma distância 2d da última camada da armadura de cisalhamento. A Tabela 5.8 mostra as cargas últimas com os respectivos modos de ruptura estimados pelo código do CEB/MC90. Observa-se que para as lajes do Grupo 1 foram obtidos valores de cargas de ruptura variando de 6% a 30% e os modos de ruptura foram estimados iguais aos obtidos nos ensaios com exceção da laje E2. As cargas estimadas para as lajes do Grupo 2 foram em média 41% acima das obtidas experimentalmente. Apenas a laje I7 deste grupo não apresentou modo de ruptura previsto igual ao do ensaio. Entretanto a carga de ruptura estimada para ruptura externa para esta laje é muito próxima a carga última experimental obtida. A Figura 5.10 apresenta um resumos dos resultados estimados pelo CEB/MC90, sendo estes muito conservadores. 154 Tabela 5.8 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo CEB/MC90. Psd(1) Psd(2) Psd(3) Psd(4) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) E1 401 1154 1425 918 E2 406 1192 1429 E3 422 1311 E4 401 E5 Modo de Ruptura (kN) Vteste Vcalc Previsto Real 918 1100 1,20 externo externo 930 930 990 1,06 externo interno 1441 967 967 1090 1,13 externo externo 1257 1390 931 931 1205 1,29 externo externo 406 1294 1393 943 943 1222 1,30 externo externo I6 415 1259 609 913 609 830 1,36 interno interno I7 417 1272 1062 917 917 978 1,07 externo interno I8 402 1160 781 884 781 856 1,10 interno interno I9 438 1391 471 753 471 853 1,81 interno interno I10 441 1411 695 758 695 975 1,40 interno interno I11 431 1335 549 741 549 945 1,72 interno interno Laje 1 (1) - carga para laje sem armadura de cisalhamento; V(1) < 0,12ξ (100.ρ . f ck ) 3 u1 .d (2) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura adjacente ao pilar; V(2) < u1.d. (0,5.fcd2) (3) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura cruzando a região com armadura de cisalhamento; V(3) < 0,09. ξ .(100ρfck) 1/3 u1.d + 1,5 ( d ).Asw.fywd.sinα sr (4) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura externa a região com 1/3 armadura de cisalhamento; V(4) < 0,12 .ξ .(100.ρ. fck ) un,ef.d 5.4.4 EC2/ 1992 O EC2/92 para estimar a carga de ruptura de uma laje com armadura de cisalhamento também considera a contribuição do concreto e do aço. Na parcela da resistência da armadura transversal apenas uma camada da armadura de cisalhamento é considerada. Com relação ao perímetro de controle para a situação de ruptura externa este deve ser calculado afastado a 1,5d da última camada da armadura de cisalhamento. 155 2,50 Vteste / Vcalc 2,00 1,50 1,00 Grupo 1 0,50 Grupo 2 0,00 30 34 38 42 46 50 fc (MPa) Figura 5.10 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o CEB/MC90 e os ensaios desta pesquisa. As estimativas para carga e modo de ruptura utilizando o EC2 são encontradas na Tabela 5.9. Nas lajes do Grupo 1 as cargas de ruptura previstas pelo código foram em média 32% inferiores as obtidas experimentalmente. Com relação aos modos de ruptura das lajes do Grupo 1 nenhum foi coincidente, entretanto ao analisarmos a laje E2 com superfície de ruptura interna, a carga prevista para este tipo ruptura foi muito próxima da obtida no ensaio. Os resultados estimados pelo EC2/92 são menos conservadores do que os obtidos pelo ACI e o CEB, entretanto ainda estão a favor da segurança. A Figura 5.11 mostra o gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando os resultados previstos pelo EC2/92 e os ensaios obtidos nesta pesquisa. O modo de ruptura estimado pelo EC2 para as lajes do Grupo 2, com a superfície de ruptura interna a armadura de cisalhamento ocorreu em todos os ensaios. A estimativa das cargas de ruptura mostrou–se também bastante conservadora para as seis lajes do Grupo 2, variando entre 1,17 e 1,37. 156 Tabela 5.9 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo EC2/92. Vrd1(1) Vrd2(2) Vrd3(3) Vrd1,ext(4) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) E1 506 810 940 1335 E2 519 831 953 E3 561 898 E4 530 E5 Modo de Ruptura (kN) Vteste Vcalc Previsto Real 810 1100 1,36 adjacente externo 1370 831 990 1,19 adjacente interno 995 1480 898 1090 1,21 adjacente externo 848 963 1416 848 1205 1,42 adjacente externo 543 868 976 1451 868 1222 1,41 adjacente externo I6 543 868 657 1416 657 830 1,26 interno interno I7 547 876 836 1429 836 978 1,17 interno interno I8 508 813 693 1326 693 856 1,24 interno interno I9 595 952 667 1176 667 853 1,28 interno interno I10 602 964 787 1190 787 975 1,24 interno interno I11 575 920 690 1136 690 945 1,37 interno interno Laje (1) - carga para laje sem armadura de cisalhamento; VRd1 = τRd.k.(1,2 + 40.ρ1).u.d (2) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura adjacente ao pilar; VRd2 = 1,6. τRd.k.(1,2 + 40.ρ1).d.u (3) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura cruzando a região com armadura de cisalhamento; VRd(3) =τRd.k.(1,2 + 40.ρ1).d.u+ ∑A f Sw . yd sen α u (4) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura externa a região com armadura de cisalhamento; VRd4 = τRd.k.(1,2 + 40.ρ1).d. uext 2,50 Vteste / Vcalc 2,00 1,50 1,00 Grupo 1 0,50 Grupo 2 0,00 30 34 38 42 46 50 fc (MPa) Figura 5.11 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o EC2/92 e os ensaios desta pesquisa. 157 5.4.5 EC2/ 2002 O EC2/02 considera um número maior de camadas de armadura de cisalhamento na ⎛ d resistência a punção de uma laje cogumelo ⎜⎜1,5 ⎝ Sr ⎞ ⎟⎟ . O perímetro de controle para a superfíce ⎠ de ruptura externa a região com armadura de cisalhamento é constituído a uma distância 2d da última camada da armadura de cisalhamento. Na Tabela 5.10 é apresentada uma comparação da carga experimental com a estimada pelo EC2/2002. Observa-se que os valores estimados para as lajes do Grupo 1, foram em média 8% superiores aos experimentais. Para as lajes E4 e E5, os modos de ruptura foram iguais (superfície de ruptura externa), e as cargas de ruptura previstas praticamente as mesmas. Tabela 5.10 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo EC2/2002. VRd,c(1) VRd,máx(2) VRd,cs(3) VRd,c ext(4) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) E1 567 1154 1511 1229 E2 574 1192 1516 E3 597 1311 E4 563 E5 Modo de Ruptura (kN) Vteste Vcalc Previsto Real 1154 1100 0,95 adjacente externo 1245 1192 990 0,83 adjacente interno 1533 1294 1294 1090 0,84 externo externo 1257 1469 1238 1238 1205 0,97 externo externo 570 1294 1474 1253 1253 1222 0,97 externo externo I6 587 1259 728 1259 728 830 1,14 interno interno I7 590 1272 1166 1264 1166 978 0,84 interno interno I8 568 1160 889 1218 889 856 0,96 interno interno I9 622 1391 604 1009 604 853 1,41 interno interno I10 626 1411 822 1015 822 975 1,19 interno interno I11 611 1335 677 992 677 945 1,40 interno interno Laje (1) - carga para laje sem armadura de cisalhamento; VRd1 = 0,18.k.(100.ρ1.fck)1/3.u.d (2) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura adjacente ao pilar; VRd2 = u0.d(0,5.fck.ν) (3) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura cruzando a região com armadura de cisalhamento; ⎛d ⎝ sr VRd(3) = 0,75 VRd1 + 1,5 ⎜⎜ ⎞ ⎟⎟ Asw.fywd, ef ⎠ ⎛ 1 ⎞ ⎜⎜ ⎟⎟ senα u d ⎝ 1 ⎠ (4) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura externa a região com armadura de cisalhamento; VRd4= 0,18.k.(100.ρ1.fck)1/3.uext.d 158 Nas lajes do Grupo 2, apenas nas lajes I7 e I8 as cargas previstas foram superiores às cargas experimentais variando entre 0,84 e 1,41. De acordo com o EC2/2002, o modo de ruptura para todas as lajes do Grupo 2, seria interno a armadura de cisalhamento, o que realmente ocorreu. A Figura 5.12 apresenta um gráfico comparativo entre Vteste / Vcalc x fc (MPa) utilizando os resultados estimados pelo EC2/2002 e os resultados obtidos experimentalmente. 2,50 Vteste / Vcalc 2,00 1,50 1,00 Grupo 1 0,50 Grupo 2 0,00 30 34 38 42 46 50 fc (MPa) Figura 5.12 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o EC2/02 e os ensaios desta pesquisa. 5.4.6 MÉTODO EMPÍRICO DE GOMES / 1991 O método de Gomes (1991) investiga basicamente duas possíveis superfícies de ruptura: uma cruzando a região com armadura de cisalhamento com um ângulo de aproximadamente 25º e outra externa a região armada transversalmente. Para estimar a carga de ruptura com a superfície de ruptura externa a região com armadura de cisalhamento, o perímetro de controle para distribuição radial da armadura transversal é tomado como um círculo distante 2,5d da última camada da armadura de cisalhamento. Observa-se na Tabela 5.11 que os valores estimados pelo método empírico de Gomes (1991). Nas lajes do Grupo 1 as cargas de ruptura previstas foram todas contra a segurança, variando de -33% a -18% em relação às cargas experimentais. Em relação ao modo de ruptura, o método estimou de forma diferente ao obtido experimentalmente apenas na laje E2. 159 Nas lajes I9 e I11 as cargas de ruptura experimentais foram respectivamente 7% e 5% maiores do que as previstas pelo Método de Gomes e os modos de ruptura previstos foram idênticos aos obtidos no ensaio. Com relação às demais lajes do Grupo 2, os modos de ruptura foram coincidentes, porém as cargas de ruptura previstas foram muito conservadoras. A Figura 5.13 ilustra um gráfico comparativo Vteste / Vcalc x fc (MPa) utilizando os resultados previstos pelo método empírico de Gomes (1991) e os resultados obtidos nos ensaios desta pesquisa. Tabela 5.11 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo método empírico de Gomes (1991). Vck(1) Vk(2) Vk, ext(3) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) E1 558 2066 1457 E2 566 2074 E3 588 E4 Modo de Ruptura (kN) Vteste Vcalc Previsto Real 1457 1100 0,76 externo externo 1476 1476 990 0,67 externo interno 2096 1534 1534 1090 0,71 externo externo 559 2067 1475 1475 1205 0,82 externo externo E5 566 2074 1493 1493 1222 0,82 externo externo I6 578 977 1509 977 830 0,85 interno interno I7 581 1586 1515 1515 978 0,65 externo interno I8 559 1203 1459 1203 856 0,71 interno interno I9 611 799 1256 799 853 1,07 interno interno I10 614 1097 1264 1097 975 0,89 interno interno I11 600 899 1235 899 945 1,05 interno interno Laje (1) - carga para laje sem armadura de cisalhamento; VRd1 = 0,27. ξ.(100.ρ1.fck)1/3.u.d (2) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura cruzando a região com armadura de cisalhamento; VRd2 = 0,27. ξ.(100.ρ1.fck)1/3.u.d+ n. Asw.fyw (3) - carga para laje com armadura de cisalhamento, superfície de ruptura externa a região com armadura de cisalhamento; VRd3 = 0,27. ξ.(100.ρ1.fck)1/3.uext.d 160 2,50 Vteste / Vcalc 2,00 1,50 1,00 Grupo 1 0,50 Grupo 2 0,00 30 34 38 42 46 50 fc (MPa) Figura 5.13 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o método empírico de Gomes/91 e os ensaios desta pesquisa. 5.4.7 GOMES & ANDRADE / 1999 Este método empírico tem duas verificações a mais em relação ao método de Gomes (1991): verificação do concreto e a outra para a contribuição do concreto somada com a de uma camada de armadura de cisalhamento. A comparação dos resultados experimentais com as cargas de ruptura estimadas pelo método empírico de Gomes & Andrade (1999), para as lajes do Grupo 1, é feita somente para a laje E5 e para todas as lajes do Grupo 2. A Tabela 5.12 apresenta os valores estimados pelo método empírico de Gomes & Andrade (1999). Para todas as lajes analisadas as cargas de ruptura experimentais foram superiores as estimadas pelo método. Com relação a modo de ruptura previsto pelo método empírico, estes foram todos internos a armadura de cisalhamento cruzando apenas a primeira camada, o que não ocorreu em nenhumas das lajes ensaiadas do Grupo 2. A Figura 5.14 apresenta o gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando os resultados obtidos através do método empírico de Gomes e Andrade (1999) e os resultados experimentais desta pesquisa. Na laje E5 o modo de ruptura previsto foi interno, e a superfície de ruptura experimental observada foi externa. Entretanto se compararmos a carga de ruptura prevista para a superfície de ruptura externa para a laje 5, esta é 18% superior à obtida experimentalmente. 161 Analisando por exemplo a laje I7, com carga de ruptura experimental de 978 kN e superfície de ruptura cruzando 2 camadas da armadura de cisalhamento, com a carga prevista pelo método empírico quando a superfície de ruptura cruzar duas camadas também, a diferença entre a carga de ruptura experimental e estimada é de apenas 6%. A Tabela 5.13 apresenta uma comparação entre as cargas experimentais obtidas com as cargas estimadas pelo método de Gomes e Andrade (1999), considerando na equação da parcela da armadura de cisalhamento, o número de camadas que a superfície de ruptura experimental cruzou. Tabela 5.12 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo método empírico de Gomes & Andrade (1999). Vck(1) Vk(2) Vk(3) Vk, ext(4) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) (kN) E5 1382 886 1175 1493 I6 1348 597 610 I7 1354 750 I8 1304 I9 Modo de Ruptura (kN) Vteste Vcalc Previsto Real 886 1222 1,37 interno externo 1509 597 830 1,39 interno interno 915 1515 750 978 1,30 interno interno 641 719 1459 641 856 1,33 interno interno 612 488 551 1256 488 853 1,74 interno interno I10 615 589 750 1264 589 975 1,65 interno interno I11 601 518 618 1235 518 945 1,82 interno interno Laje (1) - carga considerando d reduzido entre a face do pilar e a primeira camada de armadura de cisalhamento; Vck(1) =ψ. ξ.vck..Uinter,red.dred ψ= dred/s (dred=115mm) s=35mm(L5, L6, L7 e L8) s =80mm(L9, L10 e L11) (2) - carga considerando d reduzido cruzando a primeira camada da armadura de cisalhamento; Vck(2) =ψ. ξ.vck..Uinter,red.dred + 1.Asw.fy ψ= dred/s (dred=115mm) s=95mm(L5, L6, L7 e L8) s =160mm(L9, L10 e L11) (3) - carga considerando d reduzido cruzando a segunda camada da armadura de cisalhamento; Vck(3) =ψ. ξ.vck..Uinter,red.dred + 2.Asw.fy ψ= dred/s (dred=115mm) s=155mm(L5, L6, L7 e L8) s =240mm(L9, L10 e L11) (4) – carga na superfície externa à região com armadura de cisalhamento. Vck(4) = 0,27. ξ.(100.ρ1.fck)1/3.uext.d 162 2,5 Vteste / Vcalc 2 1,5 1 Grupo 1 0,5 Grupo 2 0 30 34 38 42 46 50 fc (MPa) Figura 5.14 – Gráfico Vteste / Vcalc x fc (MPa) usando o método empírico de Gomes e Andrade (1999) e os ensaios desta pesquisa. Tabela 5.13 – Comparação da carga experimental com a estimada pelo método empírico de Gomes & Andrade (1999) considerando o número de camadas que a superfície experimental cruzou. Laje Nº. de Cam. Sup. Rup. Expr. Vck (5) Vteste (kN) (kN) Vteste Vcalc I6 2 610 830 1,36 I7 2 915 978 1,06 I8 2 719 856 1,19 I9 3 614 853 1,38 I10 2 750 975 1,30 I11 2 618 945 1,53 5.4.8 Resumo dos Métodos A Tabela 5.14, a Figura 5.15 e a Figura 5.16 apresentam um resumo da comparação entre as cargas obtidas experimentalmente e as estimadas pelos diversos métodos. É importante ressaltar que entre as normas, códigos e métodos empíricos analisados apenas o de Gomes e Andrade (1999) prevê o uso de armadura de cisalhamento interna a armadura de flexão. As expressões da NBR6118/2003 foram as que melhor estimaram as cargas de ruptura das lajes do Grupo 1. A revisão do Eurocode2/2002 e o método empírico de Gomes (1991) 163 apresentaram estimativas acima das cargas obtidas nos ensaios, já o ACI 318/02 prevê resultados muito conservadores. Para as lajes do Grupo 2, com superfície de ruptura cruzando a armadura de cisalhamento o projeto de revisão do Eurocode2/2002 estimou os resultados mais próximos dos obtidos nos ensaios e ficou a favor da segurança. Com relação, a norma brasileira NBR6118/2003 os resultados estimados para carga de ruptura foram em média 33% acima da carga experimental. O método de Gomes e Andrade que considera em suas expressões o uso de armadura interna também apresentou resultados muito conservadores, em média 54% acima da carga de ruptura experimental. Tabela 5.14 – Relações entre a carga experimental das lajes ensaiadas e as cargas previstas segundo as normas. Vteste/Vcalc Vteste/Vcalc NBR6118 Gomes (1991) G.e Andrade (1999) 0,95 1,08 0,76 - 1,19 0,83 0,96 0,67 - 1,13 1,21 0,84 1,02 0,71 - 1,73 1,29 1,42 0,97 1,17 0,82 - 1,73 1,30 1,41 0,97 1,17 0,82 1,37 1,60 1,20 1,32 0,91 1,08 0,76 1,37 Vteste/Vcalc Vteste/Vcalc Vteste/Vcalc Vteste/Vcalc EC2/92 EC2/02 1,20 1,36 1,43 1,06 1090 1,49 E4 1205 E5 1222 Vteste Vteste/Vcalc (kN) ACI 318/02 CEB– MC/90 E1 1100 1,62 E2 990 E3 Laje Média I6 830 1,61 1,36 1,26 1,14 1,51 0,85 1,39 I7 978 1,36 1,07 1,17 0,84 1,56 0,65 1,3 I8 856 1,27 1,1 1,24 0,96 1,28 0,71 1,33 I9 853 2,19 1,81 1,28 1,41 1,22 1,07 1,74 I10 975 1,63 1,4 1,24 1,19 1,33 0,89 1,65 I11 945 2,05 1,72 1,37 1,40 1,84 1,05 1,82 1,69 1,41 1,26 1,13 1,33 0,87 1,54 Média 164 2,5 Vteste/Vcalc 2 1,5 ACI L1 E1 E2 L2 EC2/92 NBR6118 CEB EC2/02 1 Gomes/91 L3 E3 E4 L4 L5 E5 0,5 0 Figura 5.15 – Comparação entre Vteste / Vcalc das lajes ensaiadas para cada método de cálculo analisado das lajes do Grupo 1. 2,5 ACI Vteste/Vcalc 2 1,5 NBR6118 CEB G&A /99 EC2/92 EC2/02 Gomes/91 1 L6 I6 I7 L7 L8 I8 L9 I9 L10 I10 L11 I11 0,5 0 Figura 5.16 – Comparação entre Vteste / Vcalc das lajes ensaiadas para cada método de cálculo analisado das lajes do Grupo 2. 5.4.9 Sugestão de Complementação da NBR6118/2003 para a armadura de cisalhamento utilizada Com a finalidade de aprimorar o método de cálculo utilizado pela NBR6118/2003 na previsão das cargas de ruptura de uma laje cogumelo de concreto armado, e viabilizar o uso da armadura de cisalhamento utilizada neste trabalho, são feitas algumas sugestões de complementação baseadas no método de Gomes (1991) e Gomes e Andrade (1999). 165 Neste estudo serão consideradas as lajes do Grupo 2, com superfície de ruptura interna, situação que a NBR6118/2003 considera uma superfície crítica dada por um perímetro de controle afastado a 2d do pilar. A norma brasileira considera a contribuição do aço tomado igual à soma das forças na armadura de cisalhamento situada até uma distância 1,5d da face da coluna. Com base em diversas análises realizadas e no método de Gomes (1991), a Tabela 5.15 apresenta uma comparação entre as cargas experimentais obtidas experimentalmente e as estimadas pela NBR6118/2003 com as seguintes sugestões: • Superfície crítica considerada a partir de um perímetro de controle afastado a 2,5d da face do pilar; • Parcela da contribuição da armadura de cisalhamento tomada a 1,75d de distância da face do pilar. Tabela 5.15 – Comparação da carga experimental com a estimada pela NBR6118/2003 com sugestões de modificações Laje FSd3 (A) (kN) Vteste Vcalc (A) Fconc(1) Faço (2) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) Vteste Vcalc I6 643 1,29 408 347 755 830 1,10 I7 1097 0,89 410 874 1284 978 0,76 I8 814 1,05 394 559 954 856 0,90 I9 499 1,71 431 166 597 853 1,43 I10 721 1,35 433 425 858 975 1,14 I11 576 1,64 423 263 687 945 1,38 (A) – previsão de resistência ao puncionamento pela NBR618/2003 sem modificação. (1) – contribuição do concreto na resistência a punção; (2) – contribuição do aço na resistência a punção; ⎛d 1,75 ⎜⎜ ⎝ sr ⎞ ⎟⎟ A sw f ywd ⎠ A parcela de contribuição da armadura de cisalhamento tomada a 1,75d a partir da face do pilar, considera a influência de aproximadamente 4 camadas de armadura de cisalhamento para as lajes I6, I7 e I8 e de 5 camadas de armadura de cisalhamento nas lajes I9, I10 e I11. As deformações obtidas nas armaduras de cisalhamento durante a realização dos ensaios mostram que as camadas mais solicitadas foram as três primeiras. 166 Analisando as relações Vteste percebemos que apenas as lajes I7 e I8 obtiveram cargas Vcalc experimentais inferiores as estimadas pela NBR6118/2003 modificada com as sugestões apresentadas, já que estamos considerando um número de camadas de armadura de cisalhamento maior do que o número que realmente estão sendo solicitadas. A carga de ruptura estimada pela NBR6118/2003 modificada nas lajes I8, I9 e I10, ficou mais próxima da carga de ruptura experimental, do que quando estimada pela norma brasileira sem modificação por estar considerando um número maior de camadas de armadura de cisalhamento na parcela de contribuição do aço. Devido às diferenças encontradas, principalmente nas lajes I7 e I8, entre a carga de ruptura experimental e a prevista pela NBR6118/2003 (Tabela 5.15), novos cálculos foram realizados com diferentes considerações. A superfície crítica considerada a partir de um perímetro de controle a uma distância da face do pilar foi mantida em 2,5d. A NBR6118/2003 considera um espaçamento máximo entre as camadas de armadura de cisalhamento de 0,75d, sendo a razão “d/s” no mínimo igual a 1,33. Já Gomes (1991) considera o maior afastamento (s) entre as camadas de armadura de cisalhamento igual 0,5d, razão “d/s” igual a 2. Portanto adotaremos um índice “k = d/s” igual a dois para considerar a contribuição da armadura de cisalhamento na resistência a punção. A Tabela 5.16 apresenta uma comparação entre as cargas experimentais obtidas experimentalmente e as estimadas pela NBR6118/2003 com as modificações citadas. Equação da NBR6118/2003: ⎛ 200 ⎞⎟ d 1 ⎞ 1/3 ⎛ ⎟⎟ τrd3 = 0,10. ⎜⎜1 + .(100. ρ .f α 1 , 5 . . A . f . sen ck) + ⎜ sw ywd ⎜ ⎟ d s u . d r ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ Equação da NBR6118/2003 modificada: ⎛ 200 ⎞⎟ 1 ⎞ ⎛ τrd3 = 0,10. ⎜⎜1 + .(100.ρ.fck)1/3+ ⎜1,5.k . Asw . f ywd .senα ⎟ ⎟ u.d ⎠ d ⎠ ⎝ ⎝ Sendo: k=2 167 Com os ajustes sugeridos houve uma aproximação dos resultados estimados pela NBR618/2003 com os ensaiados. A relação Vteste ficou a favor da segurança para todas as Vcalc lajes do Grupo 2. Comparando as cargas estimadas pela NBR6118/2003 com as modificações sugeridas com as cargas estimadas sem as modificações, percebemos que estas se aproximaram mais das cargas experimentais obtidas nos ensaios. Tabela 5.16 – Comparação da carga experimental com a estimada pela NBR6118/2003 com sugestões de modificações Laje FSd3 (A) (kN) Vteste Vcalc (A) Fconc(1) Faço (2) Vcalc Vteste (kN) (kN) (kN) (kN) Vteste Vcalc I6 643 1,29 408 224 632 830 1,31 I7 1097 0,89 410 565 975 978 1,00 I8 814 1,05 394 362 756 856 1,13 I9 499 1,71 431 141 572 853 1,49 I10 721 1,35 433 362 795 975 1,23 I11 576 1,64 423 224 648 945 1,46 (A) – previsão de resistência ao puncionamento pela NBR618/2003 sem modificação. (1) – contribuição do concreto na resistência a punção; (2) – contribuição do aço na resistência a punção; 1,75 (k ) A sw f ywd 168 CAPÍTULO 6 ANÁLISE NUMÉRICA DE LAJES COGUMELO DE CONCRETO ARMADO 6.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Neste capítulo serão apresentados resultados de análises numéricas não-lineares de lajes cogumelo de concreto armado com e sem armadura de cisalhamento realizadas no DIANA, um programa em elementos finitos que reproduz características físicas do comportamento do concreto. Foram realizadas simulações utilizando modelos axissimétricos e tridimensionais, de lajes cogumelo de concreto armado com o objetivo de reproduzir numericamente alguns resultados experimentais obtidos por pesquisadores e documentados na literatura, aferindo as análises numéricas com os modelos físicos. A influência de parâmetros como a resistência à compressão e a tração do concreto, a taxa de armadura longitudinal, na resistência a punção das lajes também foram verificadas através da análise numérica. 6.2 O PROGRAMA DIANA DIANA (DIsplacement Method ANAlyser) é um programa de elementos finitos utilizado para a análise não-linear de estruturas, desenvolvido pela TNO Building and Construction Research na Holanda. O DIANA oferece a possibilidade de se trabalhar com o modelo de fissuração discreta (discrete crack model) e com o modelo de fissuração distribuída (smeared crack model). O modelo de fissuras discretas representa cada fissura individualmente, como uma descontinuidade real da malha de elementos finitos. A grande dificuldade deste modelo é que após a propagação da fissura uma nova malha de elementos finitos deve ser gerada, o que exige um esforço computacional maior. No modelo de fissuras distribuídas a descontinuidade real da malha não é considerada, apenas o dano ao material, permitindo que relações de tensão e deformação possam ser aplicadas sem a exigência de uma nova malha. Portanto após a propagação da fissura, apenas a relação tensão deformação é atualizada. 169 As simulações numéricas das lajes cogumelo de concreto armado realizadas neste trabalho utilizaram apenas o modelo de fissuração distribuída. A abertura e a orientação das fissuras em um determinado ponto, no modelo de fissuração distribuída são dadas por três modelos: Fixed Crack Model, Rotating Crack Model e o Multi Directional Fixed Crack Model. No Fixed Crack Model, a fissura se propaga com o ângulo de inclinação definido no momento de sua abertura, mantendo o mesmo valor até ocorrer uma variação maior que 90º em relação ao ângulo inicial. O Rotating Crack Model permite que a fissura mude sua inclinação à medida que o carregamento evolui. Estes dois modelos citados dependem das propriedades mecânicas dos materiais e do comportamento do material à tração e a compressão. O DIANA possui cinco tipos de curvas tensão x deformação para representar o amolecimento à tração (tension softening) do concreto, definidas em função da energia de fraturamento (Gf) e pelo comprimento equivalente h. A energia de fraturamento (Gf) é a energia necessária para uma fissura se propagar. O valor de Gf pode ser obtido de um teste de tração com deformação controlada calculando-se a área do diagrama tensão x deformação. A energia de fraturamento é assumida como sendo um parâmetro do material que está relacionado com a resistência à compressão e com o tamanho máximo do agregado. A Figura 6.1 apresenta as curvas disponíveis no DIANA com relação ao amolecimento à tração. De acordo com o CEB-FIP (1990) pode-se determinar a energia de fratura, Gf, através da Eq. 6-1. G f = G F0 (f cm /f cm0 )0,7 [Nmm/mm²] Eq. 6-1 f cm = f ck + 8 [N/mm²] Sendo fcm0 = 10 [N/mm²] e o valor de GF0 dependente do máximo tamanho do agregado, dmáx.. De acordo com FEENSTRA & BORST (1993), a energia de fraturamento na tração (Gf), é aproximadamente 50 a 100 vezes maior que a energia de fraturamento à compressão (Gc). 170 O comprimento equivalente, denotado por h, deve corresponder a uma dimensão representativa dos elementos da malha, sendo dependente do tipo do elemento e de sua forma. De acordo com FEENSTRA & BORST (1993), o comprimento equivalente pode ser relacionado com a área do elemento, através da Eq. 6-2. h = a h . Ae Eq. 6-2 O fator αh é um fator de modificação que é igual a 1,0 para elementos quadráticos e igual a 1,41 para elementos lineares. Figura 6.1 – Diagramas de amolecimento à tração ( tension softening) disponíveis no Diana. (TNO, 2002) Outro modelo constitutivo do concreto presente no DIANA é o tension stiffening, que representa o comportamento do concreto armado fissurado na tração, e está relacionado diretamente com a taxa e diâmetro da armadura e com espaçamento entre as fissuras. Após o surgimento da primeira fissura, em um certo estágio de carregamento a abertura da fissura irá se estabilizar por efeito da armadura, e mesmo com o aumento da carga esta fissura não se propagará, apenas a respectiva abertura aumentará. O concreto armado fissurado é capaz de transmitir tensões entre duas fissuras adjacentes, através da armadura, conferindo asssim uma certa rigidez adicional. Na literatura o termo tension stiffening é a contribuição do concreto à tração nos trechos contidos entre fissuras. 171 A curva tensão x deformação para simular este efeito do tension stiffening é ilustrada na Figura 6.2. Os parâmetros deste modelo são αt e εm como observamos na Figura 6.2 , onde εm é a deformação máxima do concreto na tração e αt o fator que reduz a tensão de tração após a formação da primeira fissura. Figura 6.2 – Diagrama tension stiffening disponível no Diana. (TNO, 2002) O modelo incremental Multi-Directional Fixed Crack Model é caracterizado por combinar o modelo de fissuração distribuída para a tração e um modelo plástico para a compressão. Esse modelo permite abrir várias fissuras em um mesmo ponto e dependendo do valor da definição de um dos seus parâmetros (treshold angle) pode-se chegar nos dois modelos apresentados anteriormente. O parâmetro denominado de treshold angle, constitui-se no ângulo existente entre uma fissura e outra formada num mesmo ponto e é por padrão igual a 60°. Para o tratamento da compressão do concreto pode-se utilizar os modelos clássicos de ruptura de Tresca, Von Mises, Mohr-Coulomb e Drucker-Prager. Com relação ao efeito da redução da rigidez ao cisalhamento (β) o DIANA oferece três relações: retenção completa do cisalhamento, retenção constante do cisalhamento e retenção variável do cisalhamento. Para levar em conta a capacidade de transferência de corte no concreto fissurado, Hinton (1988), sugere para o módulo de elasticidade transversal (G) um valor reduzido, Gc, definido através de “Gc = βG”. No caso de uma retenção completa do cisalhamento o módulo de elasticidade G não é reduzido. Em caso de uma redução da rigidez ao cisalhamento, o parâmetro β varia de 0 até 1. Cervenka et al. (2002), Figueiras (1983), Rots e Blaauwendraad (1989) afirmam que o fator de redução da rigidez ao cisalhamento diminui à medida que a fissura se abre, sugerindo dessa forma adotar o parâmetro β variável. 172 Adicionalmente ROTS (1985) comenta que para problemas em que as fissuras provocadas por cisalhamento são críticas, o fator de retenção ao cisalhamento (β) deve ser cuidadosamente escolhido, uma vez influencia o resultado final da análise. Em pesquisas variando esse parâmetro os pesquisadores concluíram que altos valores (β=0,99, simulando superfícies de fissuras totalmente intertravadas) levam a fissuras de cisalhamento mais distintas e localizadas em faixas mais estreitas. Para baixos valores (β=0,001, simulando superfícies de fissuras praticamente sem rigidez) os pesquisadores concluíram que não é possível chegar totalmente a uma fissuração diagonal, e além de obter uma resposta carga x deslocamento muito pobre, caracterizada por diversas irregularidades. SOUZA (2004) em suas análises que envolviam esforços de cisalhamento em blocos de fundação utilizou o parâmetro β com valor igual a 0,2. Para o comportamento ao cisalhamento o programa DIANA especifica automaticamente o valor de 0,01 para o Fixed Crack Model e para o Multifixed Crack Model, sendo que pode-se utilizar o modelo de retenção constante, variável ou um critério definido pelo próprio usuário. De acordo com FEENSTRA & BORST (1993) a modelagem das armaduras no meio computacional tem sido feita de três maneiras distintas: representação distribuída, representação do tipo embedded e representação discreta. A armadura do tipo embedded tem sido denominada por alguns pesquisadores de armadura “embutida” ou “incorporada”. Na forma discreta, utilizam-se elementos de barra para representar a armadura, com os nós coincidentes com os da malha de elementos finitos de concreto. Na forma distribuída a armadura é distribuída uniformemente no elemento de concreto, sendo cada conjunto de barras de armadura substituído por uma camada bidimensional de espessura e área equivalente. Na forma incorporada, as barras de armadura são linhas de um material mais rígido no interior dos elementos de concreto e os deslocamentos da armadura são os mesmos do elemento de concreto. O programa DIANA, para realizar uma análise em estruturas de concreto armado, utiliza elementos especiais do tipo embedded reinforcement, permitindo simular a armadura como distribuída ou incorporada. O modelo de ruptura de Von Mises, com a equação constitutiva do material seguindo um modelo elasto-plástico perfeito ou elasto-plástico com endurecimento está disponível no DIANA para representar o comportamento do aço. As curvas normalmente adotadas são obtidas a partir de resultados de ensaios à tração do aço. 173 Para realizar as análises no DIANA é necessário estabelecer critérios de convergência para obter a resposta com uma precisão mais refinada. O DIANA disponibiliza três opções de critérios: Critério de convergência em termos de deslocamentos, forças e energia. De acordo com Gomes (2001), o critério em termos de energia, é o mais atrativo pois leva em conta simultaneamente o critério das forças e de deslocamentos. Gomes (2001) sugere também que a tolerância deve ser igual a 10-4 para conduzir a soluções confiáveis. 6.3 ANÁLISE E COMPARAÇÃO DE RESULTADOS Foram reproduzidos numericamente, através do DIANA, alguns resultados experimentais obtidos por pesquisadores e documentados na literatura, aferindo as análises numéricas. Foram realizadas simulações utilizando modelos axissimétricos, de lajes sem armadura de cisalhamento, documentada em de Borst (1985), Gomes (1991), Silva (2003) e Musse (2004). Os valores obtidos numericamente para a carga de ruptura, deslocamento, superfície de ruptura e deformações da armadura são comparados com os resultados experimentais. As simulações realizadas utilizaram modelos axissimétricos, para as lajes planas com e sem armadura de cisalhamento e também modelos tridimensionais para lajes planas sem armadura de cisalhamento. Outros estudos foram realizados com o objetivo de identificar como simular o carregamento aplicado na laje e a importância de certos parâmetros como a resistência à tração e a energia de fratura na resistência à punção. Com o exemplo de de Borst (1985) foi realizado uma análise paramétrica, com o objetivo de estudar os modelos do concreto disponíveis no DIANA, a malha mais adequada e o tipo de integração a utilizar (reduzida ou completa) para lajes submetidas à ruptura por punção. Com o objetivo de verificar e comparar a máxima ação que pode ser aplicada à laje segundo as previsões da NBR6118/2003, CEB MC/90, ACI318-95, CSA.A23-3-94 e o projeto de revisão do Eurocode2/2002, para uma laje plana de concreto armado sem armadura de cisalhamento, uma análise paramétrica foi realizada, utilizando uma laje de Gomes (1991). 174 6.3.1 Como aplicar o carregamento? A partir das primeiras análises no Diana com relação à punção, levantou-se a alternativa de como deveria ser feita à aplicação do carregamento na laje, por incrementos de deslocamento ou por incrementos de carga (pressão). Outro problema foi que em muitos dos ensaios laboratoriais o carregamento era aplicado através de uma chapa metálica ou de um pedaço de pilar de concreto, e não se sabia a influência da rigidez desses elementos no comportamento da laje. Decidiu-se então estudar essas variáveis com relação à aplicação da carga, para facilitar posteriormente as análises deste tipo. A seguir estão citadas algumas das variáveis estudadas: ¾ Imposição de deslocamento diretamente na laje; ¾ Imposição de força (pressão) diretamente na laje; ¾ Imposição de deslocamento através de uma chapa metálica com ou sem elementos de junta; ¾ Imposição de força através de uma chapa metálica com ou sem elementos de junta; ¾ Imposição de deslocamento, mas com a presença do pilar na laje; ¾ Imposição de força, mas com a presença do pilar na laje. Para este caso foi adotada uma laje ensaiada por Silva (2003), o qual ensaiou uma série de lajes quadradas de concreto armado com e sem armadura de cisalhamento. A laje escolhida foi a L12, sem armadura de cisalhamento, com dimensões em planta de 1800 x 1800 mm, e uma altura nominal de 130 mm. O carregamento foi aplicado através de uma coluna circular de raio igual a 201 mm. A Tabela 6-1 reproduz as propriedades do concreto adotadas na análise. A armadura de flexão no bordo superior (negativa) foi composta por uma malha ortogonal de 19 barras de 12,5mm de diâmetro (CA-50) em cada direção. No bordo inferior (positiva) a malha ortogonal era composta de 11 barras de 6,3mm de diâmetro (CA-50) em cada direção. Para uma melhor garantia na ancoragem da armadura negativa, acrescentou-se 19 ganchos de 6,3mm de diâmetro, em forma de “U”, em cada lado da laje. As propriedades das barras de aço utilizadas no ensaio são apresentadas na Tabela 6-2. 175 Tabela 6-1– Propriedades do Concreto Módulo de Elasticidade (E) 24.50 GPa Coeficiente de Poison (ν) 0.20 Resistência a tração (fct) 3.7 MPa Resistência a compressão (fc) 42.3 MPa Tabela 6-2 – Propriedades mecânicas das armaduras utizadas por Silva(2003). fy fu Es εy (mm) Local de aplicação (MPa) (MPa) (GPa) (mm/m) 6,3 AFinf (1) 594 714 182,2 3,26 (2) 538 673 190,1 2,83 Diâmetro 12,5 AFsup (1) - armadura de flexão do bordo inferior da laje; (2) - armadura de flexão do bordo superior da laje; O esquema de ensaio utilizado por Silva (2003) é ilustrado na Figura 6.3. O carregamento foi aplicado nas lajes, através de uma placa de baixo para cima, utilizando-se um atuador hidráulico. A reação ao carregamento centrado foi feita por um conjunto de vigas metálicas (vigas 1 e 2 Figura 6.3) atirantadas numa laje de reação. Tal reação foi realizada através de oito pontos eqüidistantes posicionados em uma circunferência de raio igual a 825mm. Para realizar as análises foi utilizado um modelo axissimétrico, sendo apenas uma fatia da laje simulada. As condições de contorno utilizadas nesta modelagem são ilustradas na Figura 6.4, devido às condições de simetria da laje a face vertical é fixa para rotação em torno do eixo Y (linha 9) e o ponto P9 é fixo na direção Y, o qual corresponde à reação da aplicação da carga. Para simular a armadura foi utilizada uma espessura de aço equivalente à área de armadura em cada direção. O cálculo dessa espessura equivalente é feita, através da quantidade de armadura existente em um metro de laje, encontrando assim uma área de aço/metro. A malha de elementos finitos axisimétrica utilizada nas simulações numéricas realizadas com esta laje de Silva (2003) é apresentada na Figura 6.5. Para o concreto foram utilizados elementos retangulares axissimétricos de oito nós, com dois pontos de integração. Nas armaduras foram utilizados elementos finitos com deformação axial, perfeitamente aderente 176 ao concreto. O aço foi considerado um material elasto-plástico perfeito. Para simular a armadura, foi considerada uma espessura de aço equivalente à área total de armadura. Viga 2 (180x230x1310) Tirante (φ=50mm) Projeção do pilar 825 Placas de apoio Viga 1 (180x230x400) Laje de ensaio 1800 Vista Superior Viga 2 Viga 1 230 230 25 Laje de ensaio 130 Placa “pilar” 700 Bloco Célula de Carga Bloco Placa de apoio Tirante (φ=50mm) Atuador Hidráulico Laje de reação 400 900 Vista Lateral Figura 6.3 – Esquema de ensaio – vista superior e vista lateral utilizado por Silva (2003). 177 Figura 6.4 – Representação das condições de contorno e armadura das lajes simuladas. Apoio fixo na 825 mm vertical Comprimento da Área carregada = 201 mm Figura 6.5 – Malha de elementos finitos utilizada nas simulações numéricas. 178 6.3.1.1 Aplicação de deslocamento diretamente na laje A primeira simulação realizada foi com a imposição de deslocamento diretamente na superfície da laje na região de aplicação de carga. A Figura 6.6 apresenta o modo como o deslocamento foi aplicado. Após algumas simulações percebeu-se que a análise era incapaz de avançar além de uma carga superior a 65% da carga de ruptura experimental, pois devido a imposição de deslocamento diretamente na laje surgiam fissuras horizontais na parte inferior da laje na região da aplicação do carregamento. Foi visualizado também que a região carregada se deslocava de forma diferente do restante da laje, como se fosse uma área rígida. A abertura das fissuras na parte inferior da laje pode ser visualizada na Figura 6.7. Este tipo de dano que fragilizou a laje na região do apoio deveu-se a imposição de um deslocamento constante para toda a face inferior da laje na zona de carga (a face inferior desloca-se verticalmente mas mantem-se paralela ao plano horizontal). Figura 6.6 – Aplicação do carregamento diretamente na laje. 179 Figura 6.7 – Deslocamento total e abertura de fissuras da laje simulada. 6.3.1.2 Aplicação de pressão diretamente na laje Como a imposição de deslocamentos direto na laje não produziu bons resultados, passou-se a aplicar uma pressão para simular a área carregada da laje. Os resultados obtidos foram bem melhores, não se tendo observado as fissuras horizontais na parte inferior da laje. A carga final obtida na simulação desviou-se da experimental possivelmente devido ao modelo do concreto à tração utilizado (tension softening e tension stiffening) não estar ainda bem calibradros. A Figura 6.8 e Figura 6.9 mostram respectivamente a deformada da laje e as tensões principais na direção σxx e a curva carga x deslocamento obtida nesta análise comparada com o resultado experimental. 180 Figura 6.8 – Deslocamento total e tensões principais σxx da laje simulada. 600 500 400 300 200 Experimental L12_pressao 100 0 0 5 10 15 20 25 Figura 6.9 – Gráfico Carga x Deslocamento. ( Carregamento aplicado por pressão diretamente na laje) 181 6.3.1.3 Aplicação do carregamento através de uma placa metálica Nesta simulação foi acrescentada uma placa metálica, para que o carregamento fosse realizado através desta, e transmitido à laje através de uma condição de contato que assegurasse compatibilidade de deslocamentos nos eixos X e Y. Foram analisadas as duas possibilidades de carregamento, a primeira aplicando deslocamentos e a segunda aplicando pressão sobre a placa. A Figura 6.10 mostra a laje com a placa metálica aplicando o carregamento. Ao aplicarmos deslocamento e pressão a laje tem praticamente o mesmo comportamento quanto à deformação e formação de fissuras. Observou–se que mesmo com a aplicação de pressão, a região carregada (concreto + placa) se deslocou de forma rígida, não seguiu a mesma rotação do restante da laje. A Figura 6.11 e Figura 6.12 apresentam as deformações das lajes e as aberturas das fissuras obtidas nas duas análises. Placa Figura 6.10 – Laje com a chapa metálica para a aplicação do carregamento. 182 Figura 6.11 – Deslocamento total da laje e aberturas de fissuras com aplicação de pressão. Figura 6.12 – Deslocamento total da laje e aberturas de fissuras com aplicação de deslocamento. 183 6.3.1.4 Aplicação do carregamento através de uma placa metálica com elementos de junta Os resultados obtidos anteriormente mostraram que o uso da placa metálica aderente ao concreto, para a aplicação do carregamento, fez com que a região carregada não se deformasse da mesma maneira que o restante da laje. Para superar este problema fez–se a opção de colocar entre a placa metálica e a laje elementos de junta, de forma que a placa não absorve as tensões de tração de modo a melhorar a simulação dos ensaios. Foram feitas análises considerando a aplicação de carga por imposição de deslocamentos e por aplicação de pressão, sendo os resultados muito semelhantes. A parte inferior da laje descolou da chapa metálica, permitindo que toda laje girasse em torno da zona de contato e devido à presença dos elementos de junta o carregamento continou a ser aplicado, como mostra a Figura 6.13 e Figura 6.14. Entretanto a ruptura se dava por tração na junta entre a chapa metálica e a laje. descolamento Chapa metálica Figura 6.13 – Descolamento da chapa metálica da face inferior da laje – carregamento aplicado por pressão. 184 descolamento Chapa metálica Figura 6.14 – Descolamento da chapa metálica da face inferior da laje – carregamento aplicado por deslocamento. 6.3.1.5 Aplicação do carregamento através do pilar Como em alguns estudos experimentais encontrados na literatura o carregamento da laje é feito através de um pedaço de pilar, esta situação de ensaio foi simulada também no DIANA, para verificar as diferenças em aplicar deslocamentos ou pressão no modelo. No modelo estudado, para o concreto do pilar foram considerados os mesmos parâmetros do concreto da laje e a altura do pilar foi tomada igual a altura da laje. Os resultados obtidos mostraram que os dois tipos de carregamento utilizados não apresentaram diferenças entre si e representaram de forma semelhante o comportamento experimental da laje. A Figura 6.15 mostra o modelo da laje analisada. 185 Figura 6.15 – Modelo da laje analisada. 6.3.2 Qual a importância de certos parâmetros? A laje analisada neste item é a mesma utilizada para determinar as influências do tipo de carregamento. A laje (L12) tinha um comprimento de 1800 mm e altura nominal de 130 mm. O carregamento foi aplicado através de um pilar circular de raio igual a 201 mm. O objetivo principal deste tópico é determinar a importância de alguns parâmetros como a resistência à tração, energia de fratura e o tension stiffening. Este interesse surgiu devido às propriedades fisicas do concreto determinadas por Silva (2003) de resistência à tração e do módulo de elasticidade estarem muito inconsistentes. Nas análises foram utilizados os Modelos do Multi-Directional Fixed Crack para controlar a abertura de fissuras e para caracterizar a resistência à tração do concreto o tension softening linear e o tension stiffening. Na metade superior da laje, ou seja, na região com armadura de flexão negativa, o modelo à tração considerado foi o tension stiffening; na outra metade da laje, na região com armadura de flexão positiva, foi considerado o tension softening linear. As primeiras análises realizadas apresentaram resultados muito diferentes dos obtidos experimentalmente, pois a laje apresentava uma rigidez muito maior do que no ensaio. Ao 186 estimarmos, por exemplo, a energia de fratura, pelas propriedades do concreto, esta resultava muito elevada (Gf=280 N/mm), que normalmente fica entre 50 e 100 N/mm. Com isso foram feitas algumas alterações nas propriedades do concreto, na resistência à tração e na energia de fratura, para tentar aproximar a curva numérica da experimental. A primeira tentativa através de comparações, foi reduzir a resistência a tração para 2,2 MPa e a energia de fratura para 100 N/mm. A Figura 6.16 apresenta as curvas carga x deslocamento para os resultados obtidos numericamente com as propriedades do concreto obtidas por Silva (2003), e também com as alterações realizadas neste trabalho comparadas com a experimental. Ao analisarmos os gráficos percebemos que o valor da resistência à tração obtida através do ensaio de compressão diametral está muito elevado. Quando reduzimos estes valores a curva carga x deslocamento numérica aproxima-se da obtida experimentalmente. 600 500 Carga (kN) 400 300 200 100 ft 2,2 0,7 Gf 100 ft 3,7 0,7 Gf 280 experimental 0 0 5 10 15 20 25 Deslocamento (mm) Figura 6.16 – Gráfico carga x deslocamento. Decidiu–se também avaliar a influência do efeito de rigidez à tração do concreto (tension stiffening), variando a capacidade resistente do concreto entre fissuras de 0,6 para 0,7 do fct. A Figura 6.17 permite comparar estas duas situações, mostrando que os resultados ficaram dentro do esperado, para 0.7 fct a estrutura fica ligeiramente mais rígida. 187 Foi avaliada também a importância do valor da energia de fratura para esta situação. Primeiramente manteve – se à resistência a tração em 3,7 MPa e a energia foi reduzida para 100 N/mm. Os valores adotados para a energia da fratura foram baseados em valores mais usuais. A Figura 6.18 apresenta o gráfico da curva carga x deslocamento. Com os resultados foi possível concluir que a energia de fratura não interfere muito na rigidez inicial da peça. Esta verificação fica mais evidente quando analisamos o gráfico da Figura 6.19, pois se mantivermos a mesma energia de fratura e apenas alterarmos a resistência à tração a curva se modificará. 600 500 Carga (kN) 400 300 200 100 ft 2,2 0,6 Gf 100 ft 2,2 0,7 Gf 100 experimental 0 0 5 10 15 20 25 Deslocamento (mm) Figura 6.17 – Gráfico carga x deslocamento. (Resistência a tração = 2,2 MPa e energia de Fratura = 100N/mm) 188 600 500 Carga (kN) 400 300 200 100 ft 3,7 0,7 Gf 100 ft 3,7 0,7 Gf 280 experimental 0 0 5 10 15 20 25 Deslocamento (mm) Figura 6.18 – Gráfico carga x deslocamento. (Resistência a tração = 3,7 e 0,7fct) 600 500 Carga (kN) 400 300 200 100 ft 3,7 0,7 Gf 100 ft 2,2 0,7 Gf 100 experimental 0 0 5 10 15 20 25 Deslocamento (mm) Figura 6.19 – Gráfico carga x deslocamento. (Energia de Fratura = 100N/mm e 0,7fct) A Figura 6.20 a Figura 6.23 apresentam as fissuras, tensões e deformações obtidas numericamente desta laje analisada. Os resultados apresentados foram obtidos utilizando as seguintes propriedades do concreto: resistência à tração igual a 2,2 MPa e energia de fratura igual 100 N/mm. 189 Figura 6.20 – Abertura das fissuras para a carga máxima. Figura 6.21 – Fissuras para a carga máxima. 190 Figura 6.22 – Tensões principais para a carga máxima. Figura 6.23 – Distorção do elemento γxy para a carga máxima. 191 Para esta laje estudada também foi feita uma experiência, considerando no critério da plasticidade de Mohr-Coloumb e o endurecimento do concreto na compressão. Foi considerado um ângulo de atrito de 35º e um ângulo de dilatância de 12,5º. Os resultados obtidos mostraram que não ocorreram diferenças significativas nos resultados, como podemos observar no gráfico da Figura 6.24. A carga de ruptura nesta análise foi inferior a dos outros casos estudados, mas mesmo assim não foi possível visualizar a superfície de ruptura por punção. A Figura 6.25 a Figura 6.27 apresentam as fissuras, tensões e deformações obtidas numericamente desta laje analisada. A distorção dos elementos (γxy), ou seja, o deslizamento entre um elemento finito de concreto e outro é ilustrado na Figura 6.28. 600 500 Carga (kN) 400 300 200 100 ft 2,2 0,7 Gf 100 experimental endurecimento 0 0 5 10 15 20 Deslocamento (mm) Figura 6.24 – Gráfico carga x deslocamento. (deslocamento central) 25 192 Figura 6.25 – Abertura das fissuras para a carga máxima. Figura 6.26 – Fissuras para a carga máxima. 193 Figura 6.27 – Tensões principais para a carga máxima. Figura 6.28 – Distorção do elemento γxy para a carga máxima. 194 6.3.3 de Borst e Nauta (1985) Este exemplo que será analisado agora foi inicialmente estudado por de Borst e Nauta (1985). A laje era quadrada de lado 1750 mm, altura de 140 mm e uma coluna circular de 250 mm de diâmetro. A coluna era posicionada na parte superior da laje. Por se tratar de uma laje simétrica é possível realizar uma análise axisimétrica (Figura 6.29). As propriedades do concreto são dadas na Tabela 6-3. Tabela 6-3 – Propriedades do Concreto Módulo de Elasticidade (E) 28.00 GPa Coeficiente de Poison (ν) 0.20 Resistência a tração (fct) 2.6 MPa Constant shear retention (fator β) 0.2 Energia de Fratura (Gf) 0.06 N/mm Coesão (c) 9.6 MPa A laje possui uma armadura isotrópica com uma taxa de aproximadamente 1% e as suas propriedades são: Módulo de Elasticidade Es = 205000 MPa e uma tensão de escoamento de 465 MPa. 125mm 25 mm 750 mm Apoio fixo na vertical Figura 6.29 – Geometria da laje axisimétrica. 195 Foi utilizada uma malha bem refinada para tornar mais fácil a visualização do cone de ruptura, os elementos na região em que se forma a fissura de ruptura ( da face da coluna até 2.5 a altura útil da laje) tinham em média 2,1 cm de comprimento. A Figura 6.30 mostra a malha utilizada. O modelo do concreto usado para controlar a abertura de fissuras foi o Multi-Fixed Directional Crack. Na metade superior da laje (h/2 até a face superior) o modelo à tração considerado foi o tension stiffening (Figura 6.31), na outra metade da laje (h/2 até a face inferior) foi considerado o tension softening linear. Na compressão o critério de Mohr- Coloumb foi utilizado, incluindo o endurecimento do concreto após atingir a tensão máxima. O ângulo de atrito e dilatância considerados respectivamente foram 35º e 12,5º. O carregamento foi aplicado através de incrementos de deslocamentos até que atingir a ruptura da laje. As tolerâncias adotadas para os critérios de convergência foram: energia 10-4; força 10-2; deslocamento 10-2. Pilar Apoio fixo na vertical Laje Figura 6.30 – Refinamento da malha utilizada na análise. 196 ft 0.7ft 2.5% Figura 6.31 – Diagrama do tension stiffening utilizado na análise da laje. A seguir são apresentados os resultados obtidos com a análise numérica. A curva carga x deslocamento obtida é ilustrada na Figura 6.32. Foi possível visualizar o cone de ruptura por punção, entretanto nos elemento próximos do pilar na parte superior da laje ocorreu um esmagamento do concreto. A Figura 6.33 e Figura 6.34 apresentam respectivamente a superfície de ruptura da laje e a abertura de fissuras obtidas na análise numérica. 500 450 400 350 Carga (kN) 300 250 200 150 100 numérico experimental 50 0 0 5 10 15 20 Deslocamento (mm) Figura 6.32 – Gráfico carga x deslocamento. 25 30 197 Figura 6.33 – Deformada da laje (Ponto não convergido). Figura 6.34 – Abertura das fissuras para a carga máxima (Iteração não convergida) . 198 6.3.3.1 Comparação dos resultados obtidos nestas análises e os resultados alcançados por de Borst. Nas análises efetuadas por de Borst foram utilizados os modelos total softening linear e o Multi Fixed Directional Crack. Foram realizadas duas análises: a primeira com uma malha pouco refinada e elementos com integração reduzida, e outra com uma malha um pouco mais refinada com integração completa. Nas análises numéricas realizadas agora, a malha era bem mais refinada e com integração reduzida. Portanto para efeito de comparação de resultados será considerada apenas a segunda análise de Borst. O critério de convergência utilizado por de Borst foi apenas o de energia (ε = 0.0001). É importante ressaltar que de Borst não conseguiu visualizar a superfície de ruptura. Em suas análises aconteceu o mesmo que ocorreu na análise realizada neste trabalho, após ser atingida uma carga máxima se formou um patamar contínuo. Isto pode ter acontecido pela carga de ruptura por punção ser bem próxima a carga de ruptura por flexão. A Figura 6.35 apresenta a curva comparativa carga x deslocamento destas análises. 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 análise numérica 150 resultado experimental 100 resultado numérico obtido por Borst (1995) 50 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento (mm) Figura 6.35 – Comparação de resultados obtidos por de Borst e a análise realizada neste trabalho. 199 6.3.3.2 Análise Paramétrica – de Borst e Nauta (1985) Com o exemplo de de Borst e Nauta foi realizado uma análise paramétrica, com o objetivo de verificar qual seria o melhor modelo do concreto para estudar a punção, oferecido pelo DIANA, a malha mais adequada e o tipo de integração a utilizar (reduzida ou completa). 6.3.3.2.1. Primeira Análise O objetivo da primeira análise era verificar a diferença de uma malha esparsa x uma malha refinada, utilizando elementos de integração reduzida (2x2) e completa (3x3). As malhas utilizadas são mostradas na Figura 6.36 (malha esparsa) e Figura 6.37 (malha refinada). Em todos os casos o modelo à tração do concreto utilizado foi o tension softening linear e quanto ao modelo de abertura de fissuras Multi-Directional Fixed Crack. O concreto à compressão foi considerado nestas análises como elasto-plástico. Os primeiros processamentos foram feitos com as três opções de critério de convergência ativados (energia, deslocamento e força). Porém com o critériode força ativado a análise não avançava, parava sempre no mesmo ponto, tanto para a malha grossa como para a fina. Com isso este critério foi desligado para todos os casos em estudo neste item. Figura 6.36 – Malha esparsa da laje axisimétrica. 200 Figura 6.37 – Malha Refinada da laje axisimétrica A Figura 6.38 apresenta as curvas carga x deslocamento dos quatro processamentos realizados neste item. Os resultados obtidos nestas análises mostram que quando utilizamos a malha esparsa com elementos de integração completa a curva carga x deslocamento consegue avançar bem mais do que quando utilizamos elementos de integração reduzida, a diferença da carga de ruína entre uma análise e outra foi de aproximadamente 15%. Com relação à malha fina os elementos de integração completa também permitiram que a análise prosseguisse um pouco mais à frente, não em relação à carga de ruptura mas sim em relação ao deslocamento cerca de 25% a mais. 201 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 150 grossa 2x2 100 fina 2x2 grossa 3x3 50 fina 3x3 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento (mm) Figura 6.38 – Gráfico carga x deslocamento (malha esparsa x malha refinada). 6.3.3.2.2. Segunda Análise Esta segunda etapa tinha como objetivo comparar os modelos à tração do concreto existentes no DIANA, tension softening linear com o tension softening não linear. Para esta análise foi considerada apenas a laje de malha esparsa com elemento de integração completa. A Figura 6.39 mostra o gráfico carga x deslocamento obtido com a análise utilizando estes dois modelos à tração. Ao utilizarmos o modelo tension softening de Hordijk o processamento sempre parava para uma carga abaixo dos 30% da carga de ruptura experimental, informando que não era possível prosseguir devido a um erro matemático. Com o tension softening linear não foi possível visualizar uma ruptura por punção bem definida, mas quando verificamos as deformações, as tensões principais e o padrão de fissuração para a carga máxima percebe–se a formação de cone de ruptura. A Figura 6.40, a Figura 6.43 mostram essas informações. 202 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 150 100 softening linear 50 softening não linear 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento (mm) Figura 6.39 – Gráfico carga x deslocamento (tension softening linear x tension softening não-linear (Hordijk)). Figura 6.40 – Fissuras para a carga máxima (402,4 kN) e deslocamento de 18.24 mm. 203 Figura 6.41 – Abertura das fissuras para a carga máxima (402,4 kN) e deslocamento de 18,24mm. Figura 6.42 – Tensões principais para a carga máxima (402,4 kN) e deslocamento de 18,24mm. 204 Figura 6.43 – Distorção do elemento γxy para a Carga Máxima (402,4 kN) e deslocamento de 18,24mm. 6.3.3.2.3. Terceira Análise A terceira análise realizada, fez uma comparação dos resultados obtidos considerando em uma das análises na metade superior da laje, ou seja, na região com armadura de flexão negativa, o modelo a tração considerado foi o tension stiffening e na outra metade da laje, na região com armadura de flexão positiva, foi considerado o tension softening linear e na outra análise foi considerado o tension softening ao longo de toda altura da laje. O modelo para controlar a abertura de fissuras utilizado foi Multi-Directional Fixed Crack. A Figura 6.44 mostra o gráfico carga x deslocamento para estas análises. Analisando – se as curvas percebe–se que quando utilizamos na metade da laje o tension softening e na outra metade tension stiffening, o comportamento da laje é um pouco mais rígido. Nota – se também que após o surgimento da primeira fissura a curva vai praticamente toda linear, o que não acontece quando utilizamos apenas tension softening. Quanto ao padrão de fissuração o comportamento foi praticamente o mesmo entre as duas situações estudadas. A Figura 6.45 a Figura 6.48 mostram o comportamento da laje analisada sendo formada por metade de tension softening e a outra metade por tension stiffening. 205 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 150 100 softening linear 50 softening + stiffening 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento (mm) Figura 6.44 – Gráfico Carga x Deslocamento [softening linear x (softening linear + tension stiffening)]. Figura 6.45 – Fissuras para a carga máxima (406,3 kN) e deslocamento de 17,65 mm. 206 Figura 6.46 – Abertura das fissuras para a carga máxima (406,3 kN) e deslocamento de 17,65mm. Figura 6.47 – Tensões principais para a carga máxima (406,3 kN) e deslocamento de 17,65mm. 207 Figura 6.48 – Distorção do elemento γxy para a carga máxima (406,3 kN) e deslocamento de 17,65mm. 6.3.3.2.4. Quarta Análise Esta análise teve como objetivo verificar a diferença entre os modelos Multi Fixed e Total Strain. Como foi dito anteriormente a principal diferença entre estes modelos é o parâmetro treshold angle, sendo 90º para o Total Strain e 60º para o Multi Fixed. O modelo do concreto utilizado na tração foi utilizado da mesma forma do que nos itens anteriores. Ao utilizarmos o Total Strain as cargas últimas obtidas são menores do que no outro modelo e para o mesmo nível de carregamento o deslocamento da laje é maior. A Figura 6.49 apresenta o gráfico carga x deslocamento, com as curvas dos modelos Multi Fixed e Total Strain. A Figura 6.50 a Figura 6.53 apresenta respectivamente as fissuras formadas, abertura de fissuras, tensões principais e distorção do elemento para o modelo Total Strain. O modelo Total Strain apresentou um comportamento mais flexível do que o Multi Fixed. O cone de ruptura só foi possível visualizar através da distorção dos elementos (Figura 6.53). As fissuras formadas nesta simulação têm o mesmo padrão de configuração do que as obtidos por de Borst (1985). 208 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 150 100 Multi fixed 50 Total strain 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento (mm) Figura 6.49 – Gráfico carga x deslocamento (Multi Fixed x Total Strain). Figura 6.50 – Fissuras para a carga máxima (387,5 kN) e deslocamento de 18,36 mm. 209 Figura 6.51 – Abertura das fissuras para a carga Máxima (387,5 kN) e deslocamento de 18,36mm. Figura 6.52 – Tensões principais para a carga máxima (387,5 kN) e deslocamento de 18,36mm. 210 Figura 6.53 – Distorção do elemento γxy para a carga máxima (387,5 kN) e deslocamento de 18,36mm. 6.3.3.2.5. Quinta Análise O objetivo deste item era verificar as diferenças nos resultados quando se realizam análises com algoritmos diferentes, para a resolução do sistema de equações (Newton Raphson x Secante (BFGS)). Para realizar esta análise o modelo Multi Fixed com tension stiffening em h/2 até a face superior e tension softening em h/2 até a face inferior foi adotado. A Figura 6.54 mostra o gráfico carga x deslocamento para este item. Para este caso não ocorreu nenhuma diferença significativa nos resultados comparando as duas análises. Com relação ao tempo de análise utilizando-se os dois métodos de resolução não foi verificada nenhuma diferença significativa. 211 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 150 100 Newton Raphson 50 Secante 0 0 5 10 15 20 25 30 Deslocamento (mm) Figura 6.54 – Gráfico carga x deslocamento (Newton Raphson x Secante (BFGS)). 6.3.4 Gomes (1991) 6.3.4.1 Laje sem armadura de cisalhamento (Modelo Axissimétrico) A próxima laje a ser analisada no DIANA é uma laje quadrada de 3000 mm de lado com um pilar central quadrado de 200 mm de lado. Esta laje rompeu por punção com uma carga de 560 kN, praticamente metade do valor se a ruptura fosse por flexão. A Figura 6.55 apresenta a geometria da laje simulada. A taxa de armadura de flexão era de aproximadamente 1,26%, sendo a armadura no bordo superior composta por 31 barras de 16 mm de diâmetro (CA – 50) em cada direção, espaçadas a cada 10 cm, enquanto que a armadura do bordo inferior foi constituída por 21 barras de 8 mm (CA – 50) em cada direção, espaçadas a cada 15 cm. Para garantir uma adequada ancoragem das barras superiores, foram acrescentadas 31 barras em formas de U com 12,5 mm de diâmetro em cada lado da laje. As propriedades do concreto e do aço estão apresentadas na Tabela 6-4 e Tabela 6-5 respectivamente. 212 1350 mm 150 mm 100 mm Figura 6.55 – Geometria da laje de Gomes (1991) Tabela 6-4 – Propriedades do Concreto Módulo de Elasticidade (E) 31.00 GPa Coeficiente de Poison (ν) 0.2 Resistência a Compressão (fc) 41.1 MPa Resistência a tração (fct) 3.0 MPa Constant shear retention (fator β) 0.2 Energia de Fratura (Gf) 0.06 N/mm Coesão (c) 10.70 MPa Tabela 6-5 – Propriedades mecânicas dos aços. Diâmetro (mm) Local de aplicação fy fu Es (MPa) (MPa) (GPa) 8,0 AFinf (1) 540 658 200 16,0 AFsup (2) 680 810 200 (1) - armadura de flexão do bordo inferior da laje; (2) - armadura de flexão do bordo superior da laje. 213 O modelo do concreto usado para controlar a abertura de fissuras foi o Multi-Fixed Directional Crack. Na metade superior da laje (h/2 até a face superior) o modelo a tração considerado foi o tension stiffening, na outra metade da laje (h/2 até a face inferior) foi considerado o tension softening linear. Na compressão o critério de Mohr Coloumb foi utilizado, incluindo o endurecimento do concreto após atingir a tensão máxima. O ângulo de atrito e dilatância considerados respectivamente foram 35º e 12,5º. O carregamento foi aplicado através de incrementos de deslocamentos até que atingir a ruptura da laje. As tolerâncias adotadas para os critérios de convergência foram: energia 10-4; força 10-2; deslocamento 10-2. A seguir são apresentados os resultados obtidos na análise, foi possível nesse exemplo visualizar o cone de ruptura. A carga de ruína obtida na análise numérica (577 kN) foi bem próxima da experimental. Figura 6.56 apresenta a curva carga x deslocamento obtida no DIANA, comparada com a curva experimental. 700 600 Carga (kN) 500 400 300 Numérico 200 Experimental 100 numerico experimental 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Desloc(mm) Figura 6.56 – Gráfico Carga x Deslocamento. A Figura 6.57 e Figura 6.58 apresentam respectivamente a deformação máxima principal dos elementos de concreto e a abertura de fissuras na deformada incremental. Essa deformada incremental foi obtida entre um incremento e outro de carga. O cone de ruptura por punção obtido na análise numérica pode ser visualizado na Figura 6.59. A inclinação da superfície de ruptura com o plano médio da laje obtida na simulação numérica foi de aproximadamente 30º. 214 Figura 6.57 – Deformação máxima dos elementos de concreto. Figura 6.58 – Deformada Incremental e abertura de fissuras. 215 30,45º 340 mm Figura 6.59 – Inclinação da superfície de ruptura obtida na simulação numérica. 6.3.4.2 Laje sem armadura de cisalhamento (Modelo Tridimensional) O objetivo deste tópico é reproduzir numericamente o resultado experimental da laje 1 de Gomes (1991), utilizando um modelo tridimensional para prever o comportamento da laje analisada. Devido à simetria da laje somente ¼ da laje foi modelada. No modelo 3D foram utilizados elementos isoparamétricos de 20 nós e a armadura de flexão foi simulada por elementos de barras de 2 nós, conectados aos elementos de concreto (embedded reinforcement). A malha de elementos finitos utilizada na simulação e os detalhes da armadura de flexão são ilustradas na Figura 6.60 . 216 Apoios verticais (tirantes) Armadura de Flexão Figura 6.60 – Malha de elementos finitos e detalhes da armadura de flexão. 217 A carga de ruptura obtida na análise numérica (600 kN) foi muito próxima da experimental (587 kN). A Figura 6.61 apresenta as curvas carga x deslocamento determinadas através da análise numérica e dos resultados obtidos experimentalmente; a deflexão foi medida no centro da laje. A análise 3D mostrou um comportamento mais dúctil da laje do que o resultado experimental e também o obtido através da análise axisimétrica. A transição entre a fase linear e não-linear ocorreu mais tarde na análise 3D do que no modelo experimental e na análise axisimétrica. Considerando as duas curvas numéricas, o teste experimental é melhor representado quando o modelo 3D é utilizado. A superfície de ruptura obtida na análise 3D é muito próxima do cone de ruptura por punção observado experimentalmente. A Figura 6.62 e Figura 6.63ilustram a deformada da laje analisada e o padrão de fissuração (superfície de ruptura) obtida na análise numérica. 700 600 Load (kN) 500 Numerical 3D Experimental 400 Numerical 2D 300 200 100 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Displacement. (mm) Figura 6.61 – Gráfico Carga x Deslocamento. 9 10 218 Figura 6.62 – Deformada da laje obtida na análise numérica 3D. Figura 6.63 – Superfície de ruptura obtida na análise numérica 3D. 219 Figura 6.64 – Deformação tangencial e radial da armadura de flexão obtida na análise numérica 3D. 220 As deformações da armadura de flexão tangenciais e radiais reduzem do centro para os bordos da laje. Na região central a máxima deformação tangencial alcançada numericamente foi de 0,0028 mm/m e 0,00214 mm/m para a deformação radial. As deformações medidas experimentalmente e previstas apresentaram uma aproximação muito grande nas armaduras verificadas. A Figura 6.64 ilustra em perspectiva as deformações das armaduras de flexão para os eixos X e Y, obtidas numericamente, sendo as armaduras mais próximas da região de aplicação do carregamento as mais solicitadas. 6.3.4.3 Lajes com armadura de cisalhamento. Neste item serão analisadas três lajes ensaiadas por Gomes (L6, L10, L11), com armadura de cisalhamento formadas por perfis metálicos de seção I, cortados em elementos com uma espessura “s”, de acordo com a área requerida de armadura de cisalhamento. Este tipo de armadura é também denominado de “stud”. As lajes eram quadradas e tinham 3000 mm de lado, 200 mm de espessura e uma área carregada de seção quadrada com 200 mm de lado. A taxa de armadura de flexão é cerca de 1,26%, sendo a armadura no bordo superior composta por 31 barras de 16mm (fy = 680 MPa) de diâmetro em cada direção, espaçadas a cada 10cm, enquanto que a armadura do bordo inferior é constituída por 21 barras de 8mm (fy = 540 MPa) em cada direção, espaçadas a cada 15cm. O esquema de ensaio utilizado está ilustrado na Figura 6.55. Nas lajes L6, L10 e L11 as armaduras de cisalhamento eram dispostas de forma radial e continham quatro camadas de “studs” de diâmetro equivalente a 10,0mm na laje L6 e cinco camadas de “studs” com diâmetros de 6,0mm e 6,9mm nas lajes L10 e L11 respectivamente. A Figura 6.65 ilustra o esquema de distribuição da armadura de cisalhamento utilizado nas lajes analisadas. As três lajes observadas romperam por punção, sendo as lajes L10 e L11 com uma superfície de ruptura cruzando a armadura de cisalhamento e na laje L6 a superfície de ruptura foi externa a armadura de cisalhamento. As características das lajes ensaiadas por Gomes, as cargas últimas e modos de ruptura experimentais observados estão apresentadas na Tabela 6-6. 221 DISTRIBUIÇÃO RADIAL e d c b a Seções I Pilar Central 200 x 200 mm² Lajes 10 e 11 com 5 camadas Laje 6 com 4 camadas espaçamentos (mm): a=139 mm b=200 mm c=262 mm d=323 mm e=385 mm f =447 mm Figura 6.65 – Distribuição das armaduras de cisalhamento utilizadas por GOMES (1991) nas lajes L6, L10 e L11. . Tabela 6-6 – Características das lajes de Gomes (kN) 540 1040 Externa 6,0 430 800 Interna 6,9 430 907 Interna d (mm) fc (MPa) ft (MPa) φAC(mm) fy (MPa 6 159 37,36 2,40 10,0 10 154 35,36 2,40 11 154 34,56 2,48 6.3.4.4 Pu Modo ruptura LAJE Resultados da Análise numérica não – linear. Esta análise numérica foi realizada utilizando uma malha de elementos finitos axi-simétrica. Devido às condições de simetria da laje (Figura 3) a face vertical da coluna é fixa para rotação em torno do eixo X e o ponto P7 é fixo na direção Y, o qual simula os tirantes de reação apresentados na Figura 1. 222 Neste estudo o modelo de fissuração adotado foi o distribuído (smeared cracking models). O modelo do concreto usado para controlar a abertura de fissuras foi o Total Strain Fixed Crack. O modelo à tração considerado foi o tension stiffening, tendo como valor para o coeficiente de redução da tensão de fissuração 0,5 e de deformação máxima de 5%. Com relação ao parâmetro de rigidez transversal do concreto fissurado (β), ROTS et all (1985) sugerem que este fator seja de 0,99 para simular fissuras de cisalhamento. Neste trabalho foram realizadas uma série de análises variando esse parâmetro de 0,001 até 0,99, concluindo que o valor mais apropriado para este tipo de laje com armadura de cisalhamento continua sendo 0,2. Para o concreto foram utilizados elementos retangulares axissimétricos de oito nós, com dois pontos de integração. Nas armaduras foram utilizados elementos finitos com deformação axial, perfeitamente aderente ao concreto. Para o aço foi considerado o modelo de Von Mises com plasticidade ideal, sendo o módulo de elasticidade definido em 210 GPa. Para simular a armadura de flexão utilizamos uma espessura de aço equivalente à área total de armadura. O cálculo dessa espessura equivalente, é feito através da quantidade de armadura existente em um metro de laje, encontrando assim uma área de aço/metro. Com relação a armadura de cisalhamento a sua espessura equivalente era determinada através da seguinte relação: a área total de aço em uma camada da armadura de cisalhamento, dividida pela altura total da laje. O carregamento foi aplicado através de incrementos de deslocamentos até atingir a ruptura da laje. As tolerâncias adotadas para os critérios de convergência foram: energia 10-4. 6.3.4.5 Análise Numérica da Laje L10 de Gomes (1991) O modelo axissimétrico foi definido com restrições de translação nas direções x, na face vertical da coluna e y no ponto que simula os tirantes de reação apresentados na Figura 6.55. Estas condições de contorno, bem como, a malha de elementos finitos utilizada, são ilustradas na Figura 6.66. 223 Figura 6.66 – Modelo axissimétrico e malha de elementos finitos da laje L10. 224 A carga de ruína obtida na análise numérica (790 kN) foi bem próxima à experimental. A Figura 6.67 apresenta a curva carga x deslocamento obtida no DIANA, que é comparada à experimental. Percebe-se que as curvas da carga x deslocamento na fase linear são muito parecidas. Porém, apesar do modelo numérico obter uma carga de ruptura bem semelhante a experimental, apresentou um comportamento um pouco mais rígido. 1000 900 800 Carga (kN) 700 600 500 400 300 200 Experimental 100 Numérico 0 0 5 10 15 20 Deslocamento (mm) Figura 6.67 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. A superfície de ruptura obtida através da análise numérica foi muito próxima do que foi encontrado no ensaio experimental (Figura 6.68). A superfície cruzou a armadura de cisalhamento na segunda e terceira camadas como relatou Gomes em seu trabalho. Foram comparadas também as deformações obtidas nas duas primeiras camadas da armadura de cisalhamento. Observou–se que, apesar da análise numérica não retratar o comportamento dos “studs” de forma igual ao que ocorreu experimentalmente, as deformações finais foram muito próximas. A Figura 6.69 ilustra as deformações obtidas para a armadura de cisalhamento disposta na primeira e segunda camada. 225 Figura 6.68 – Deformada e abertura de fissuras na proximidade da ruptura. 900 800 700 600 carga 500 400 300 camada 1 camada 2 experimental _cam1 experimental_cam2 200 100 -5,00E-04 0 0,00E+00 5,00E-04 1,00E-03 1,50E-03 2,00E-03 2,50E-03 deformação Figura 6.69 – Deformações da armadura de cisalhamento (numérico x experimental). 226 6.3.4.6 Análise Numérica da Laje L11 de Gomes (1991) A laje L11 possui uma área de armadura de cisalhamento por camada um pouco maior do que a laje L10, totalizando um As.fy igual 129,3 kN. A Figura 6.70 apresenta a comparação da curva carga x deslocamento experimental com a obtida a partir da análise numérica. Ao analisarmos as curvas percebemos que até o carregamento de 500 kN, a análise numérica é próxima ao resultado experimental. Entretanto, a partir deste nível de carga a resposta numérica ficou mais rígida. A carga de ruptura (907 kN) experimental foi praticamente a mesma em relação a numérica (902 kN). 1000 900 800 Carga (kN) 700 600 500 400 300 experimental 200 numerico 100 0 0 5 10 15 20 Deslocamento (mm) Figura 6.70 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. A Figura 6.71 ilustra a deformação da laje e a superfície de ruptura para a carga última obtida na análise numérica. Observa-se claramente o desenvolvimento de um plano de ruptura principal, definido por fissuras de maior abertura (vermelho e verde) que cruzam a segunda e a terceira camada da armadura de cisalhamento como foi constatado também no trabalho experimental. 227 Figura 6.71 – Deformada e abertura de fissuras na proximidade da ruptura. 6.3.4.7 Análise Numérica da Laje L6 de Gomes (1991) A Figura 6.72 apresenta a comparação da curva carga x deslocamento experimental com a obtida na análise numérica do Diana. A carga de ruptura obtida via elementos finitos foi aproximadamente 9% maior do que a experimental. Esta laje na análise numérica após a fase linear, apresentou um comportamento mais rígido em relação ao resultado experimental. Como foi dito anteriormente na laje L6, a superfície de ruptura foi externa à armadura de cisalhamento, porém esta ruptura não foi visualizada no modelo numérico. Na análise a superfície de ruptura foi interna à armadura de cisalhamento, como mostra a Figura 6.73. 228 1200 1000 800 600 400 200 experimental numerico 0 0 5 10 15 Deslocamento (mm) Figura 6.72 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. Figura 6.73 – Deformada e abertura de fissuras na proximidade da ruptura. 20 229 6.3.5 Musse (2004) 6.3.5.1 Características das lajes a serem analisadas. Foram ensaidas, até a ruptura, quatro lajes cogumelo de concreto armado, quadradas, com lado de 1800 mm de comprimento e com espessura de 130 mm. O carregamento era aplicado através de uma chapa metálica quadrada de 150 mm de lado. Três lajes (M2, M3 e M4) continham armadura de cisalhamento do tipo “stud” e uma laje (M1) foi tomada como de referência não havendo armadura de cisalhamento. O carregamento aplicado nas lajes, através das chapas, foi realizado de baixo para cima, utilizando-se uma chapa de 150x150mm. A reação ao carregamento centrado foi feita por um conjunto de vigas metálicas atirantadas em uma laje de reação. Tal reação foi realizada através de oito pontos eqüidistantes posicionados em uma circunferência de raio igual a 825 mm. Para que o sistema de vigas metálicas reagisse apenas nos oito pontos adotados, utilizaram-se placas com dimensões de 120 x 200 mm e 25 mm de espessura localizadas entre as vigas metálicas e as lajes. A Figura 6.74 apresenta o esquema de ensaio utilizado por Musse (2004). Foi adotado um alto valor de taxa de armadura de flexão (ρ=1,38%), para que os modelos tivessem um ganho na resistência à punção antes de atingirem a ruptura por flexão. A armadura de flexão das lajes foi composta por duas malhas, uma no bordo superior e outra no inferior. No bordo superior (negativa) foi composta por uma malha ortogonal de 19 barras de 12,5mm de diâmetro (CA-50) em cada direção e no bordo inferior (positiva) composta por uma malha ortogonal de 11 barras de 6,3mm de diâmetro (CA-50) em cada direção. 230 400 Placas de apoio (120x200mm) 180 A 1800 A Pilar Vista Superior 50 50 50 Vigas metálicas 230 230 25 130 Laje de ensaio Pilar Bloco de apoio Célula de carga Atuador Hidráulico Pistão 400 Bloco de apoio 700 400 Laje de reação Tirantes Corte AA Figura 6.74 – Esquema de ensaio – Vista superior e corte (mm). Nas lajes M2, M3 e M4 foram utilizadas armaduras de cisalhamento do tipo “stud”, onde barras de aço CA-50 (φ = 10 mm e comprimento de 105mm) foram soldadas, em suas extremidades, a chapas de aço de 30mm de largura e 10mm de espessura. Para todas as lajes a distribuição dos “studs” foi de forma radial. Na laje M2 havia três camadas de armadura de cisalhamento (diâmetro de 10mm), igualmente espaçadas a 42mm. O diâmetro dos “studs” foi mantido na laje M3, o número de camadas subiu para cinco e o espaçamento entre elas foi aumentado para 63mm. Na laje M4 o espaçamento entre os elementos da armadura de cisalhamento passou a ser 42mm novamente e o diâmetro dos elementos foi reduzido para 5mm. As características das lajes ensaiadas são apresentadas na Tabela 6-7. 231 Todas as lajes romperam por punção. Nas lajes com armadura de cisalhamento a superfície de ruptura foi externa à região armada. Na Figura 6.75 é mostrado os desenhos das lajes em corte indicando a superfície de ruptura. Figura 6.75 – Superfícies de ruptura das lajes em corte. Tabela 6-7 – Características das lajes ensaiadas por Musse (2004). Armadura de cisalhamento Laje fc(Mpa) ft(MPa) Ec(GPa) Vu(kN) φ (mm) Es (MPa) (GPa) nº de S(1) camadas (mm) fy L1 41,5 3,7 25,3 309 sem AC L2 42,0 3,8 25,5 460 10 839 210 3 42 L3 42,5 3,8 25,8 472 10 839 210 5 63 L4 42,5 3,8 25,8 467 5 624 187 7 42 Distância da face do pilar ao primeiro elemento da armadura de cisalhamento de linha perpendicular à face do pilar S0=42mm; Dimensão do pilar=150x150mm; Altura útil d=90mm; 232 6.3.5.2 Resultados da análise numérica não – linear Para a análise não linear das lajes de Musse (2004), procurou–se utilizar as mesmas caraterísticas definidas para o caso anterior (Gomes (1991)). A aplicação do carregamento realizado através de uma chapa metálica, foi substituída por um pedaço de pilar de concreto com uma altura de pelo menos “duas vezes a altura útil da laje”. A Figura 6.76 apresenta a malha de elementos finitos, as condições de contorno, forma do carregamento e a posição das armaduras do modelo analisado. Para a laje L1 é necessário desconsiderar a armadura de cisalhamento presente no modelo. 6.3.5.2.1 Laje L1 de Musse (2004) A laje L1 não continha armadura de cisalhamento. A comparação dos resultados numéricos e experimentais das deflexões no centro da laje está na Figura 6.77. A carga de ruptura experimental foi de 309 kN, porém a leitura no ensaio para as deflexões foi realizada somente até a carga de 250 kN. A análise numérica apresentou uma carga de ruptura (304 kN) cerca de 1% inferior à experimental e a curva carga x deslocamento apresentou bom desempenho. A Figura 6.78 apresenta a superfície de ruptura obtida através da análise numérica. O ângulo de inclinação da superfície de ruptura em relação à face inferior da laje relatado por Musse (2004) foi de aproximadamente 27º. Na análise numérica este ângulo foi próximo de 24,5º, ficando portanto, bem próximo do resultado experimental. 233 Figura 6.76 – Malha de Elementos Finitos e características do modelo analisado. 350 300 Carga (kN) 250 200 150 100 L1 Experimental 50 L1 Numérico 0 0 2 4 6 8 Deslocamentos (mm) 10 12 Figura 6.77 – Gráfico carga x deslocamento vertical na zona central. (L1- Musse (2004)) 234 Figura 6.78 – Deformada e superfície de ruptura da laje L1. As deformações da armadura de flexão também foram comparadas nesta laje. Durante a realização do ensaio experimental, as armaduras de flexão da região central da laje, atingiram a tensão de escoamento. Na análise numérica os resultados também mostraram que a armadura de flexão na região próxima a área carregada também atingiu a tensão de escoamento. A Figura 6.79 mostra graficamente a evolução da deformação ao longo da armadura de flexão para os onze últimos passos de carga. 235 Figura 6.79 – Deformação da armadura de flexão. 6.3.5.2.2 Laje L2 de Musse (2004) A Figura 6.80 mostra a comparação entre resultados das deflexões no centro da laje, obtidos numericamente e no ensaio experimental. Observa – se que, a leitura no ensaio é realizada somente até a carga de 400 kN, sendo a carga de ruptura de 460 kN. A carga de ruptura numérica foi de 431,80 kN e a curva carga x deslocamento foi ligeiramente mais rígida do que a obtida experimentalmente. A superfície de ruptura obtida na análise numérica também foi externa à região armada, ou seja, formou – se a partir da última camada da armadura de cisalhamento, como no ensaio experimental. A Figura 6.81 ilustra a deformação da laje e a superfície de ruptura visualizada através da abertura de fissuras dada para esta laje pelo software utlizado na análise numérica. 236 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 150 L2 Numérico. 100 L2 Experimental. 50 0 0 5 10 15 Deslocamentos (mm) 20 25 Figura 6.80 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. (L2 - Musse (2004)) Figura 6.81 – Deformada e superfície de ruptura da laje L2. 237 Foram comparados os resultados experimental e numérico de deformação da armadura de flexão. No ensaio experimental a armadura de flexão desta laje atingiu o escoamento, para os extensômetros posicionados próximos ao eixo do pilar distante a 120 mm do eixo do pilar. Nos resultados obtidos numericamente a armadura de flexão também atingiu a tensão de escoamento, sendo a deformação máxima lida a 80 mm do eixo do pilar. A Figura 6.82 apresenta um gráfico do desenvolvimento da deformação da armadura de flexão ao longo de vários passos de carga até a ruptura pela distância do monitorado em relação ao eixo do pilar. O controle das deformações nos “studs” também foi realizado na análise numérica. Durante a realização do ensaio as deformações obtidas foram muito baixas, não atingindo uma deformação maior do que 0,82 mm/m (“stud” na segunda camada). Isto se justifica pelo fato de a forma de ruptura ter sido externa à região armada. Na análise realizada neste trabalho a maior deformação obtida foi 1 mm/m para a terceira camada da armadura de cisalhamento. A Figura 6.83 ilustra a deformação da armadura de cisalhamento durante a análise. Figura 6.82 – Deformação da armadura de flexão da laje L2. 238 Figura 6.83 – Deformação da armadura de cisalhamento (terceira camada de “studs”). 6.3.5.2.1 Laje L3 de Musse (2004) Esta laje apresenta as mesmas características da laje anterior, alterando–se apenas o número de camadas para 5 e a distância entre os “studs” para 63 mm. A Figura 6.84 mostra a comparação entre os resultados das deflexões no centro da laje obtidas numericamente e em ensaios experimentais. Novamente, a leitura das deflexões no ensaio experimental foi realizada somente até a carga de 400 kN, sendo a carga de ruptura de 472 kN. No modelo numérico a carga de ruptura alcançada foi de 431,90 kN e teve um comportamento mais rígido em relação ao experimental. 239 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 150 L3 Experimental. 100 L3 Numérico 50 0 0 5 10 15 Deslocamentos (mm) 20 25 Figura 6.84 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. (L3 - Musse (2004)) A ruptura desta laje foi como a anterior, isto é a superfície de ruptura foi externa à região armada, acontecendo o mesmo na análise numérica. A deformação da laje e a superfície de ruptura obtidas através da análise numérica são ilustradas na Figura 6.85. Com relação à deformação na armadura de flexão, os resultados obtidos numericamente mostram que esta atingiu a tensão de escoamento, como no ensaio experimental. A Figura 6.86 apresenta um gráfico do desenvolvimento da deformação da armadura de flexão ao longo de vários passos de carga, até a ruptura pela distância do monitorado em relação ao eixo do pilar. Analisando a Figura 6.86 percebe-se que a armadura de flexão é mais solicitada próxima à região da área carregada da laje. 240 Figura 6.85 – Deformada e superfície de ruptura da laje L3. Figura 6.86 – Deformação da armadura de flexão. 241 As deformações nos “studs” obtidas numericamente foram muito próximas das atingidas experimentalmente. Os “studs” não atingiram a deformação referente ao escoamento do aço em nenhuma das duas análises realizadas. Na análise experimental a maior deformação obtida foi de 1,08 mm/m (“stud” na segunda camada), justificando novamente a ruptura ter sido externa à região armada. Na análise numérica a maior deformação obtida foi 0,83 mm/m para o “stud” na primeira camada. Na segunda camada da armadura de cisalhamento a deformação foi de 0,75 mm/m. A Figura 6.87 ilustra a deformação da armadura de cisalhamento durante a análise numérica. Figura 6.87 – Deformação da armadura de cisalhamento (primeira camada de “studs”). 6.3.5.2.1 Laje L4 de Musse (2004) A laje L4 continha sete camadas de armadura de cisalhamento, espaçadas de 42 mm e diâmetro de 5 mm, as demais características mantiveram–se iguais às das lajes anteriores. As deflexões no centro da laje obtidas numérica e experimentalmente são apresentadas na Figura 6.88. Novamente, a leitura no ensaio realizado por Musse (2004), foi realizado até a carga de 400 kN. A carga de ruptura da análise numérica foi de 444,60 kN, cerca de 4% inferior à carga obtida experimentalmente. Porém com relação às deflexões o modelo numérico apresentou–se bem mais rígido. 242 500 450 400 Carga (kN) 350 300 250 200 150 L4 Numérico. 100 L4 Experimental. 50 0 0 2 4 6 8 10 12 Deslocamentos (mm) 14 16 18 Figura 6.88 – Curva carga x deslocamento vertical na zona central. (L4 - Musse (2004)) Experimentalmente a superfície de ruptura desta laje também foi externa à região armada, acontecendo o mesmo na análise numérica realizada. Entretanto, na análise numérica, essa fissura de ruptura se formou primeiramente na parte inferior da laje, na região com armadura de cisalhamento. O resultado experimental mostrou que essa fissura formou–se apenas após a última camada da armadura de cisalhamento. A deformação da laje e a superfície de ruptura obtida através da análise numérica são ilustradas na Figura 6.89. A deformação na armadura de flexão obtida experimentalmente mostrou que o aço atingiu a tensão de escoamento, para os extensômetros posicionados sobre a área carregada. No modelo numérico a deformação máxima atingida também foi sobre a área carregada e a tensão de escoamento foi alcançada. A Figura 6.90 apresenta um gráfico do desenvolvimento da deformação da armadura de flexão ao longo de vários passos de carga até a ruptura pela distância do monitorado em relação ao eixo do pilar. 243 Figura 6.89 – Deformação e superfície de ruptura da laje L4. Figura 6.90 – Deformação da armadura de flexão. 244 As deformações obtidas durante o ensaio para a armadura de cisalhamento, segundo Musse, praticamente chegaram ao escoamento. A deformação máxima obtida foi para o “stud” posicionado na segunda camada. Musse (2004) relata também que estas deformações obtidas indicam que a laje poderia estar no limite entre a ruptura interna ou externa à região com armadura de cisalhamento. A análise numérica apresentou resultados para a deformação da armadura de cisalhamento que mostram que a tensão de escoamento foi atingida. Para a primeira e a segunda camada foram registradas deformações da ordem de 3,5 mm/m. O escoamento das armaduras de cisalhamento, talvez possa ser uma justificativa para a formação de fissuras na parte inferior dos “studs”, comprovando o que Musse (2004) relatou a respeito da laje estar no limite da ruptura interna ou externa à região armada. A Figura 6.91 e Figura 6.92 apresentam respectivamente, de forma gráfica, a evolução da deformação dos “studs” para a primeira e segunda camada. Figura 6.91 – Deformação da armadura de cisalhamento (primeira camada de “studs”). 245 Figura 6.92 – Deformação da armadura de cisalhamento (segunda camada de “studs”). 6.3.6 Estudo Comparativo Segundo a NBR6118/2003 e outras Normas Correntes utilizando os recursos da análise não-linear A laje 1 de Gomes (1991) analisada previamente foi utilizada como referência para realizar o estudo comparativo segundo a NBR6118/2003 e outras normas correntes. Nesta análise paramétrica foram realizadas simulações numéricas, com os mesmos modelos para o concreto e aço adotados na análise não-linear da laje 1 de Gomes (1991). Foram realizadas análises para verificar a influência das propriedades do concreto (resistência à compressão e à tração) e a quantidade de armadura de flexão na capacidade resistente de uma laje cogumelo sem armadura de cisalhamento a punção. 6.3.6.1 Influência das propriedades do concreto A influência das propriedades do concreto é investigada, simulando sete lajes com diferentes resistências a compressão (fck = 20 MPa a 50 MPa). Para determinar a resistência à tração e o módulo de elasticidade do concreto para cada resistência a compressão, foram utilizadas as expressões previstas pela norma brasileira (NBR6118/2003). A Tabela 6-8 apresenta as características do concreto utilizadas nas análises numéricas realizadas. 246 Tabela 6-8– Propriedades do Concreto utilizadas na análise numérica Resistência a Compressão fck (MPa) Resistência a Tração ft= 0,3(fck 2/3 ) (MPa) Módulo de Elasticidade Ec=5600(fck ½) (MPa) 20 2,21 25043 25 2,56 28000 30 2,89 30672 35 3,20 33130 40 3,50 35417 45 3,79 37565 50 4,07 39597 O mecanismo de ruptura obtido nas análises numéricas foi análogo para as sete lajes, mas as respostas das curvas carga x deslocamento foram distintas como apresenta a Figura 6.93. À medida que a resistência a compressão das lajes aumentava e consequetemente a resistência a tração, as lajes apresentavam um comportamento mais rígido. A influência da resistência a compressão e tração na capacidade resistente da laje à punção é claramente demonstrada, variando de 453 kN a 693 kN. É importante ressaltar a diferença do resultado entre a laje com resistência de 40 MPa e a laje previamente estudada de Gomes (1991) com resistência bem próxima. A diferença se deve principalmente ao valor da resistência à tração utilizado na análise paramétrica ser maior do que a obtida experimentalmente por Gomes (1991). A Figura 6.94 apresenta um gráfico de comparação entre as tensões de resistência à punção previstas (vc) pelas normas citadas anteriormente, e os resultados obtidos numericamente na análise paramétrica. Os resultados obtidos na simulação numérica foram em média 24% e 30% superiores aos previstos respectivamente pela NBR6118/2003 e o CEB MC/90. Com relação ao ACI 318/95 e o CSA.A23.-94 os resultados numéricos obtidos foram conservadores aos previstos por estas normas, em média de 56% para a norma americana e 11% para a norma canadense. Os resultados obtidos na análise numérica foram mais próximos dos resultados previstos pelo projeto de revisão do Eurocode2/2002, sendo em média de 8% inferiores. 247 700 600 Carga (kN) 500 400 300 20 MPa 25 MPa 30 MPa 35 MPa 40 MPa 45 MPa 200 100 50 MPa 0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 Deslocamento (mm) Figura 6.93 – Influência da resistência à compressão na resistência a punção das lajes. 2,50 NBR6118/2003 CEB MC/90 EC2/2001 2,00 ACI318/95 CAS A23.3-94 vc(MPa) Gomes exp. e num. Resultados Numéricos 1,50 1,00 0,50 0,00 0 10 20 30 40 50 60 fc (MPa) Figura 6.94 – Comparação dos resultados numéricos obtidos com os resultados previstos a partir dos métodos de cálculo. 248 6.3.6.2 Influência da taxa de armadura longitudinal A influência da porcetagem de armadura de flexão é estudada em simulações numéricas das lajes com diferentes taxas geométricas: ρ=0,3%, 0,5%, 0,8% e 1,2%. As simulações realizadas foram dividas em quatro grupos, de acordo com a resistência a compressão do concreto (20 MPa, 30 MPa, 40 MPa e 50 MPa). Para cada resistência à compressão foram analisadas as quatro diferentes taxas de armadura longitudinal. A superfície de ruptura observada nas análises numéricas foi semelhante para todas as lajes analisadas. As curvas carga x deslocamento obtidas para as análises realizadas variando a quantidade de armadura de flexão para cada resistência a compressão são apresentadas na Figura 6.95 e Figura 6.96. Analisando as curvas carga x deslocamento, percebe-se que na fase elástica as lajes com 0,3%, 0,5% e 0,8% de taxa de armadura de flexão tiveram comportamento similar, entretanto as lajes com 1,2% de taxa apresentaram já na fase elástica um comportamento um pouco mais rígido. Após o surgimento das primeiras fissuras o comportamento das lajes variaram muito, dependendo da porcentagem de armadura. Portanto elevando-se a taxa de armadura de flexão, o valor da resistência à punção também aumenta e a rigidez da laje aumenta. 249 700 600 fc=20 MPa Carga (kN) 500 400 0,3% 300 0,5% 200 0,8% 100 1,2% 0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 Deslocamento (mm) 700 600 fc=30 MPa Carga (kN) 500 400 0,30% 300 0,50% 200 0,80% 100 1,20% 0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 Deslocamento (mm) 700 0,30% 600 0,50% 500 Carga (kN) 0,80% 400 1,20% 300 200 fc=40 MPa 100 0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 Deslocamento (mm) Figura 6.95 – Influência da taxa de armadura longitudinal na resistência a punção das lajes. 250 700 600 fc=50 MPa Carga (kN) 500 400 0,3% 300 0,5% 200 0,8% 100 1,2% 0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 Deslocamento (mm) Figura 6.96 – Influência da taxa de armadura longitudinal na resistência a punção das lajes. O efeito da taxa de armadura longitudinal na resistência ao puncionamento para resistências à compressão do concreto de 20, 30, 40 e 50 MPa está mostrado na Figura 6.97 e Figura 6.98. Pode-se observar que para todos os valores de fc mostrados na Figura 6.98, um aumento de ρ leva a um aumento de vc. Pode-se notar que a NBR6118/2003 e o CEB MC/90 são as normas menos conservadoras de todas as aqui analisadas. Com exceção das lajes com fc de 50 MPa e taxas de armadura de 0,3% e 0,5% os resultados foram todos contra a segurança. A norma canadense (CSA A23.3-94) e a norma americana (ACI 318-95) nas suas expressões para determinar a capacidade resistente ao cisalhamento para uma laje sem armadura transversal, não considera a influência da taxa de armadura longitudinal. Dessa forma, os resultados apresentaram valores conservadores para todas as resistências a compressão e taxas de armadura. Por outro lado, a expressão recomendada pelo projeto de revisão do Eurocode2/2002 mostrouse a mais adequada, prevendo com mais precisão os valores analisados e o efeito da taxa de armadura longitudinal na resistência ao puncionamento. Apenas nas lajes com 50 MPa e taxas de armadura de flexão de 0,3% e 0,5% os resultados encontrados foram muito conservadores. 251 1,60 1,40 fc = 20MPa 1,20 vc(MPa) 1,00 0,80 0,60 NBR6118/2003 CEB MC/90 0,40 EC2/2001 ACI318/95 0,20 CAS A23.3-94 Resultados Numéricos 0,00 0 0,004 0,008 0,012 0,016 0,02 ρ (taxa de armadura de flexão) 2,00 1,80 1,60 fc = 30MPa 1,40 vc(MPa) 1,20 1,00 0,80 NBR6118/2003 0,60 CEB MC/90 EC2/2001 0,40 ACI318/95 CAS A23.3-94 0,20 Resultados Numéricos 0,00 0 0,004 0,008 0,012 0,016 0,02 ρ (taxa de armadura de flexão) 2,50 2,00 fc = 40MPa vc(MPa) 1,50 1,00 NBR6118/2003 CEB MC/90 EC2/2001 0,50 ACI318/95 CAS A23.3-94 Resultados Numéricos 0,00 0 0,004 0,008 0,012 0,016 0,02 ρ (taxa de armadura de flexão) Figura 6.97 – Comparação dos resultados numéricos obtidos com os resultados previstos pelas normas. 252 2,50 fc = 50MPa 2,00 vc(MPa) 1,50 1,00 NBR6118/2003 CEB MC/90 EC2/2001 0,50 ACI318/95 CAS A23.3-94 Resultados Numéricos 0,00 0 0,004 0,008 0,012 0,016 0,02 ρ (taxa de armadura de flexão) Figura 6.98 – Comparação dos resultados numéricos obtidos com os resultados previstos pelas normas. 6.4 RESUMO DOS RESULTADOS NUMÉRICOS E COMENTÁRIOS GERAIS Neste item será feita uma série de comentários sobre os resultados obtidos nas análises numéricas realizadas no DIANA, com relação à punção em lajes cogumelo de concreto armado. As primeiras análises referem-se à forma de simular a aplicação do carregamento na laje, por incrementos de deslocamento ou por incrementos de carga (pressão), e se este carregamento devia ser aplicado diretamente no pilar, através de uma chapa metálica ou de um pedaço de pilar de concreto. Quando a aplicação do carregamento é feita de forma direta na laje, por incrementos de deslocamentos, o comportamento da laje analisada é totalmente diferente de quando é feito por aplicação de uma pressão na área carregada. A análise realizada por incrementos de deslocamentos apresentou uma fissura horizontal inferior na área carregada, o que não ocorreu com o carregamento por pressão. O comportamento da laje comparado com o experimental foi melhor representado aplicando-se a carga através de uma pressão. 253 O carregamento da laje através de uma chapa metálica, aplicando incremento de deslocamentos ou pressão, também foi analisado. As análises com a chapa metálica, variando a forma de aplicação do carregamento apresentaram o mesmo comportamento quanto à deformação e formação de fissuras. Entretanto, observou–se que a região carregada (concreto + placa) se deslocou de forma conjunta, não seguindo a rotação da laje. Ao se utilizar um elemento de junta entre a chapa metálica e a laje nas análises, ocorreu um descolamento da chapa na parte inferior da laje, e apesar da laje rotacionar toda por igual, a ruptura se dava por tração nos elementos de junta. A análise realizada considerando a aplicação do carregamento, através de um pilar de concreto e altura igual a da laje, foi a que apresentou melhores resultados numéricos quando comparados com os experimentais. Nos testes realizados com a altura do pilar variando de h (altura da laje) a 2h, e aplicação do carregamento por incrementos de deslocamentos ou pressão, os resultados obtidos numericamente foram bem coerentes com os experimentais. A importância e influência da resistência à tração, da energia de fratura e do tension stiffening no comportamento e na resistência a punção foram estudados em uma laje de referência. Verificou-se que a energia de fratura não interfere na rigidez inicial da laje, isto é, para diferentes valores de Gf, a fase linear do comportamento de uma laje será semelhante. A resistência à tração do concreto interfere de forma significativa no momento de fissuração da laje e na sua rigidez inicial. Já com relação ao tension stiffening, à medida que se aumenta a capacidade resistente do concreto entre fissuras a laje apresenta também um comportamento um pouco mais rígido. A partir dos resultados encontrados nas análises das lajes sem armadura de cisalhamento, Musse (2004), Gomes (1991) e de Borst (1985), recomenda-se adotar as seguintes características para se realizar uma análise axisimétrica: ¾ Para controlar a abertura de fissuras, utilizar o Multi-Fixed Directional Crack. Na metade superior da laje (h/2 até a face superior), considerar o modelo à tração tension stiffening (0,7fct) e na outra metade da laje (h/2 até a face inferior), considerar o tension softening linear. Para o concreto em compressão, utilizar o critério de Mohr Coloumb, incluindo o endurecimento do concreto após atingir a tensão máxima. ¾ Com relação a malha de elementos finitos, recomenda-se utilizar uma malha fina com elementos de integração 2x2 e retangulares de oito nós. 254 ¾ Fator de retenção ao cisalhamento (β) =0,2 ¾ Nas armaduras, utilizar elementos finitos com deformação axial, perfeitamente aderente ao concreto. Considerar para o aço o modelo de Von Mises com plasticidade ideal. Para simular a armadura, utilizar uma espessura de aço equivalente à área total de armadura. ¾ Carregamento aplicado através de incrementos de deslocamentos. A comparação dos resultados das simulações numéricas axissimétricas das lajes sem armadura de cisalhamento com os experimentais, evidenciaram que os modelos do concreto a tração e compressão adotados podem prever a carga e modo de ruptura e que o comportamento das lajes demostrado nos ensaios experimentais é reproduzido com boa aproximação. No modelo 3D analisado a partir da laje de Gomes (1991), foram utilizados elementos isoparamétricos de 20 nós e a armadura de flexão simulada por elementos de barras de 2 nós, conectados aos elementos de concreto (embedded reinforcement). A curva carga x deslocamento, deformações da armadura de flexão, carga e modo de ruptura obtidos na análise numérica foram muito similares ao resultado experimental. Pode – se dizer que o modelo 3D reproduziu os resultados experimentais com uma qualidade e aproximação maior que o modelo axissimétrico. Para as análises axissimétricas das lajes cogumelo com armadura de cisalhamento, Gomes (1991) e Musse (2004), os modelos do concreto a tração e compressão adotados apresentaram resultados numéricos próximos aos experimentais, com relação à carga de ruptura, deformações da armadura de cisalhamento e flexão e deslocamentos verticais. A partir dos resultados obtidos, sugere – se para lajes com armadura de cisalhamento e características semelhantes, seguir as seguintes recomendações para se realizar uma análise numérica axisimétrica : ¾ Para controlar a abertura de fissuras utilizar o Total Strain Fixed Crack e considerar o modelo à tração tension stiffening em toda a altura da laje, tendo como valor para o coeficiente de redução da tensão de fissuração 0,5 e de deformação máxima de 5%. O critério de Mohr Coloumb deve representar o concreto em compressão, incluindo o endurecimento do concreto após atingir a tensão máxima. 255 ¾ Para o concreto, adotar elementos retangulares axissimétricos de oito nós, com 2x2 pontos de integração. ¾ A representação das armaduras deve ser através de elementos finitos com deformação axial, perfeitamente aderente ao concreto. Para o aço foi considerado o modelo de Von Mises com plasticidade ideal. ¾ Para simular a armadura de flexão utilizamos uma espessura de aço equivalente à área total de armadura. ¾ O cálculo da quantidade de armadura de cisalhamento deve ser feito também através de uma espessura equivalente e com a seguinte relação: área total de aço em uma camada da armadura de cisalhamento dividida pela altura total da laje. ¾ Fator de retenção ao cisalhamento (β) =0,2. ¾ Carregamento aplicado através de incrementos de deslocamentos. Com o objetivo de verificar e comparar a máxima ação que pode ser aplicada à uma laje plana de concreto armado segundo as previsões da NBR6118/2003, CEB MC/90, ACI318-02, CSA.A23-3-94 e o projeto de revisão do Eurocode2/2002, uma análise paramétrica foi realizada. Utilizando a laje de Gomes (1991) como referência, as principais variáveis desta análise paramétrica foram a resistência à compressão do concreto e a taxa de armadura de flexão. A análise da influência das propriedades do concreto e da taxa de armadura longitudinal mostrou que a resistência de uma laje sem armadura de cisalhamento à punção aumenta à medida que esses parâmetros aumentam. A expressão da NBR6118/2003 e do CEB MC/90 apresentou resultados desfavoráveis em comparação à análise numérica, variando – se a resistência à compressão e mantendo a mesma taxa de armadura de flexão. Quanto à influência de ρ, a NBR6118 e o CEB MC-90 parecem ser a normas menos conservadoras de todas as aqui analisadas, já que suas expressões produziram resultados sistematicamente contra a segurança. A expressão do projeto de revisão do Eurocode2/2002 mostrou-se a mais adequada em praticamente todos os casos, prevendo com mais precisão o efeito da resistência à compressão do concreto e da taxa de armadura longitudinal na resistência ao puncionamento em lajes sem armadura de cisalhamento. 256 A influência da energia de fratura (Gf) e da taxa de armadura longitudinal, na resistência a punção determinada na análise numérica paramétrica é resumida na Figura 6.99. O eixo Y do gráfico equivale a uma resistência relativa (Resistência da laje obtida numericamente / Resistência da laje de referência), já o eixo X corresponde a um parâmetro relativo, parâmetro do material utilizado na análise paramétrica / parâmetro do material da laje de referência. A laje utilizada como referência foi a laje 1 de Gomes (1991). A energia de fratura (Gf) utilizada em cada análise, foi determinada em função da resistência à tração e o módulo de elasticidade do concreto. Estas propriedades mecânicas do concreto foram determinadas a partir das expressões da NBR6116/2003. O gráfico mostra que a energia de fratura (Gf) e a taxa de armadura longitudinal (ρ) possuem uma influência significante na resistência à punção das lajes cogumelo de concreto armado. É importante ressaltar que estes resultados estão de acordo com o modelo analítico de Menétrey (1996) que afirma que a energia de fratura do concreto influencia na resistência a punção e na ductilidade de uma laje plana de concreto armado. Resistência Relativa (Calculada numericamente / Ensaio de Referência) 1,5 1,25 1 0,75 Taxa de armadura de flexão Energia de Fratura 0,5 0 0,5 1 1,5 Parâmetro Relativo (Numérico / Ensaio de Referência) Figura 6.99 – Influência das propriedades dos materiais e da taxa de armadura longitudinal na resistência à punção das lajes. 257 6.4.1 Análise Numérica da Laje I10 ensaiada nesta pesquisa A laje I10, do Grupo 2, é analisada numericamente com o objetivo de verificar as dificuldades encontradas para simular a armadura de cisalhamento interna à armadura de flexão. Os modelos do concreto a tração e compressão utilizados nesta análise, foram os mesmos adotados nas análises das lajes de Gomes (1991) e Musse (2004) com armadura de cisalhamento. A primeira dificuldade da modelagem surgiu em como introduzir os ganchos em forma de U na parte inferior da armadura de cisalhamento, no caso de análise axisimétrica. Com isso optou – se em realizar a análise numérica sem os ganchos U, isto é, apenas com a armadura de cisalhamento interna. A representação da armadura de cisalhamento foi feita através de uma barra de aço, com altura igual ao do “stud” 115 mm. Entretanto, as chapas de aço chatas nas extremidades das barras não foram representadas. A Figura 6.100 apresenta a geometria da laje e a Figura 6.101 ilustra a malha de elementos finitos utilizada na análise. Figura 6.100 – Geometria da laje utilizada na simulação numérica. 258 Figura 6.101 – Malha de elementos finitos utilizada na simulação numérica. A superfície de ruptura experimental cruzou as duas primeiras camadas da armadura de cisalhamento e, na análise numérica, a superfície de ruptura obtida foi interna a armadura de cisalhamento. Entretanto, a fissura com raiz na face do pilar se prolongou entre a primeira camada de armadura de cisalhamento e a armadura de flexão. A superfície de ruptura ainda cruzou a parte inferior da segunda camada, a terceira camada e o topo da quarta camada da armadura de cisalhamento. A diferença entre a superfície de ruptura experimental e numérica deve – se provavelmente a ausência dos ganchos em forma de U na parte inferior da armadura de cisalhamento. A Figura 6.102 apresenta as fissuras obtidas para a laje I10 (Grupo 2) obtidas na análise numérica. O resultado obtido numericamente com relação a superfície de ruptura comprova a importância de se utilizar os ganchos em forma de U na parte inferior da armadura de cisalhamento, para impedir a formação de fissuras horizontais entre a armadura de cisalhamento e a armadura de flexão. 259 Figura 6.102 – Fissuras obtidas na laje I10 (Grupo 2) na análise numérica.. A carga de ruptura obtida numericamente foi de 815 kN, 19% inferior a carga experimental. A Figura 6.103 apresenta a comparação da curva carga x deslocamento experimental com a obtida na análise numérica. A fase linear numérica comparada com a experimental foi muito semelhante. Porém, após o aparecimento das primeiras fissuras, a análise numérica apresentou um comportamento mais rígido em relação ao experimental. A cada incremento de carregamento o modelo numérico se tornava um pouco mais rígido. 260 1000 900 800 Carga (kN) 700 600 500 400 300 200 Experimental 100 0 0,00 Numérico 5,00 10,00 15,00 20,00 Deslocamento (mm) Figura 6.103 – Gráfico carga x deslocamento da laje I10 (Grupo 2). 261 CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 7.1 CONCLUSÕES GERAIS As conclusões apresentadas neste capítulo baseiam-se nos resultados dos ensaios experimentais e análises numéricas. Foram realizados onze ensaios em lajes cogumelo com armadura de cisalhamento sem envolver a armadura de flexão. Também foi desenvolvido um estudo numérico bidimensional e tridimensional utilizando o software DIANA. Este estudo mostrou os modelos constitutivos do concreto e do aço que melhor representam a ruptura de uma laje por punção. 7.1.1 Conclusões do Programa Experimental O objetivo geral deste trabalho foi o estudo do comportamento e da resistência de lajes cogumelo de concreto armado com armadura de cisalhamento sem envolver a armadura de flexão, submetidas a esforços de punção e tendo como principais variáveis a forma de distribuição da armadura de cisalhamento, a adição de pinos ou ganchos utilizados na parte inferior da armadura de cisalhamento, o diâmetro e o número de camadas da armadura de cisalhamento. Foram ensaiadas onze lajes no total, cinco no Grupo 1 e seis no Grupo 2. Procurou-se analisar as contribuições deste tipo de armadura de cisalhamento interna na carga de ruptura das lajes, verificando sua influência nas diferentes superfícies de ruptura das lajes: cruzando a região armada ao cisalhamento ou externa a ela. A – FISSURAS O processo de formação das fissuras na superfície superior das lajes ensaiadas foi semelhante para as lajes do Grupo 1 e 2, independente da taxa de armadura de cisalhamento por camada e dos ganchos em forma de U. As fissuras radiais foram as primeiras a surgirem para carregamentos em torno de 18% da carga de ruptura nas lajes do Grupo 1 e 24% para as lajes do Grupo 2, desenvolvendo-se do centro para os bordos da laje. As fissuras circunferenciais 262 surgiram a partir de 25% a 37% da carga de ruptura para as lajes do Grupo 1 e para as lajes do Grupo 2 de 31% a 42% da carga de ruptura. B – DESLOCAMENTOS VERTICIAIS Foi observado, para todas as lajes, um padrão de comportamento aproximadamente linear e simétrico em relação ao centro da laje, com os deslocamentos verticais aumentando com o acréscimo de carga. Após um certo limite, foi observado apenas um pequeno ganho na carga de ruptura para um aumento considerável do deslocamento vertical. O modo de ruptura e a presença de armadura de cisalhamento parecem não influenciar o padrão de deslocamento vertical da laje. Nas lajes do Grupo 1, o acréscimo nos deslocamentos verticais com o uso da armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno em relação a uma laje sem armadura de cisalhamento foi em média de 171% e para as lajes do Grupo 2 foi em média de 98%. O deslocamento vertical medido nas lajes I6, I7 e I8 do Grupo 2, com a distância entre as barras da armadura de cisalhamento de 60 mm, o acréscimo do deslocamento vertical foi menor do que nas lajes com espaçamento de 80 mm (lajes I9, I10 e I11). O comportamento das lajes do Grupo 1 e 2, comparado com os das lajes com armadura de cisalhamento que são ancoradas na armadura de flexão foram semelhantes. C – DEFORMAÇÕES NA ARMADURA DE CISALHAMENTO De maneira geral, os extensômetros posicionados nas armaduras mais próximas ao pilar apresentam valores de deformações maiores que os demais para um mesmo carregamento. Para a armadura de cisalhamento, os incrementos nas deformações passaram a ser maiores após a carga em que foram vistas as primeiras fissuras circunferenciais. Para as lajes do Grupo 1, as deformações máximas das armaduras de cisalhamento instrumentadas atingiram cerca de 50% da tensão de escoamento. As leituras de deformações obtidas nos ganchos em forma de U, durante o ensaio, mostraram que estes realmente atingiram o objetivo de impedir a formação de fissuras horizontais na face inferior da laje. Para as lajes I6, I7 e I8 do Grupo 2, a maioria das barras monitoradas não atingiram a deformação correspondente ao escoamento. Nas lajes I9, I10 e I11 do Grupo 2. Algumas das 263 barras escoaram com uma carga inferior a de ruptura e outras provavelmente também atingiram a tensão de escoamento no momento da ruptura. As camadas mais solicitadas nas seis lajes deste grupo sempre foram às três primeiras. D – CARGAS DE RUPTURA As lajes do Grupo 1 alcançaram cargas de 77% a 118% superiores a carga de ruptura da laje G1 (Gomes (1991)) sem armadura de cisalhamento. A laje E5 com a maior carga de ruptura quando comparada com as lajes G1 e G1A (Gomes (1991)) e A12 (Andrade (1999)), apresentou um acréscimo na resistência à punção de 118%, 108% e 88% respectivamente. Nas lajes do Grupo 2, o acréscimo da carga de ruptura variou de 48% a 72% comparando com a laje de referência G1 (Gomes (1991)). O acréscimo de resistência das lajes desta pesquisa em relação as laje de referência sem armadura de cisalhamento comprovam a potencialidade deste tipo de armadura de cisalhamento, interna à armadura de flexão. A comparação dos resultados experimentais obtidos nessa pesquisa, com o de lajes cogumelo, com diferentes tipos de armadura de cisalhamento e com as mesmas dimensões e propriedades mecânicas dos materiais próximas às das lajes ensaiadas, de diferentes pesquisadores também comprovou a potencialidade da armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno. Os ensaios das lajes do Grupo 2 indicaram que, para valores maiores da relação entre a quantidade de armadura de cisalhamento por camada e o espaçamento radial entre as camadas (Asw (camada) / Sr - (mm²/mm) ), a resistência à punção de uma laje aumenta. E – SUPERFÍCIES DE RUPTURA Com a colocação dos ganchos em forma de U na parte inferior da armadura de cisalhamento interna, utilizados nesta pesquisa nas lajes E3 e E4, o surgimento dos planos de fissuras horizontais na parte inferior da laje foi retardado. Na laje E5, com 7 camadas de ganchos em forma de U, conseguiu-se impedir a formação destas fissuras e a superfície de ruptura foi externa a armadura de cisalhamento. Portanto, mantendo-se o mesmo diâmetro dos “studs”, o acréscimo de camadas de ganchos em forma de U na parte inferior da armadura de cisalhamento provocou um pequeno acréscimo na resistência à punção das lajes e a superfície de ruptura foi externa a região armada para esta taxa de armadura de cisalhamento. 264 Nas lajes do Grupo 2, as fissuras horizontais na face inferior da laje também não foram visualizadas e a superfície de ruptura das seis lajes ensaiadas cruzou a armadura de cisalhamento. F- CÓDIGOS E NORMAS DE PROJETO Deve-se ressaltar que os métodos de cálculo analisados não prevêem o posicionamento da armadura de cisalhamento interna à armadura de flexão. De maneira geral, os resultados mais conservadores, para as lajes do Grupo 1, foram obtidos usando o ACI 318/02. A NBR6118/2003 foi a que apresentou as melhores estimativas de resistência à punção em relação às lajes desta pesquisa, seguida pela revisão do EUROCODE2/02. Para as lajes do Grupo 2, com superfície de ruptura cruzando a armadura de cisalhamento o projeto de revisão do Eurocode2/2002 estimou os resultados mais próximos dos obtidos nos ensaios. A NBR6118/2003 estimou resultados para carga de ruptura em média 33% acima da carga experimental. O método de Gomes e Andrade que considera em suas expressões o uso de armadura interna também apresentou resultados em média 54% acima da carga de ruptura experimental. A estimativa da carga de ruptura para as lajes do Grupo 2, considerando as sugestões de se considerar a superfície crítica a partir de um perímetro de controle afastado a 2,5d da face do pilar e adotar um índice “k = 2” para a relação d/s para as expressões da NBR6118/2003, foram mais precisas que as obtidas sem a consideração destas modificações. H – COMENTÁRIO FINAL Os resultados encontrados neste estudo, somados aos obtidos anteriormente também apresentados neste trabalho, mostram a potencialidade e a eficácia deste tipo de armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno, sem envolver a armadura de flexão, no acréscimo da resistência à punção em lajes cogumelo de concreto armado. 265 7.1.2 Conclusões das Análises Numéricas Tendo como objeto de estudo a punção em lajes de concreto armado com e sem armadura de cisalhamento submetidas a carregamento simétrico, foram aplicados modelos constitutivos representativos do comportamento não-linear do concreto à tração e à compressão, procedendo-se comparações dos respectivos resultados numéricos com os experimentais documentados na literatura por de Borst (1985), Gomes(1991), Silva (2003) e Musse (2004). Os resultados das simulações numéricas, quando comparados com os experimentais, mostram que os modelos do concreto à tração e compressão adotados podem prever a carga e modo de ruptura, e que o comportamento da laje evidenciado no ensaio experimental é reproduzido com boa aproximação. O modelo de fissuração distribuído para consideração da colaboração do concreto entre fissuras e a representação da capacidade da transferência de forças cortantes do concreto fissurado mostrou-se adequado para o caso estudado. Os deslocamentos medidos experimentalmente no centro das lajes com armadura de cisalhamento (Gomes (1991) e Musse (2004)) e sem armadura de cisalhamento (de Borst (1985), Gomes (1991) e Musse (2004)) foram adequadamente representados pelos modelos numéricos utilizados. As superfícies de ruptura obtidas nas análises numéricas para as lajes sem armadura de cisalhamento foram muito semelhantes às obtidas experimentalmente. Nas lajes com armadura de cisalhamento, apenas a laje 6 de Gomes (1991) e a laje M4 de Musse (2004) apresentaram superfícies de ruptura numérica diferente da experimental. Com relação à carga de ruptura, a análise numérica por elementos finitos através do DIANA conseguiu reproduzir também resultados próximos aos obtidos experimentalmente. A análise da influência das propriedades do concreto e da taxa de armadura longitudinal mostrou que a resistência à punção, de uma laje sem armadura de cisalhamento, aumenta à medida que esses parâmetros aumentam. Com relação a laje I10 (Grupo 2) analisada numericamente, ela apresentou um comportamento ligeiramente mais rígido do que o experimental e a carga de ruptura foi cerca de 19% inferior. A diferença entre a superfície de ruptura numérica e experimental comprova a importância dos ganchos U na parte inferior da armadura de cisalhamento, pois no modelo 266 numérico os ganchos U não foram considerados e fissuras horizontais entre a armadura de cisalhamento e a armadura de flexão se formaram. A expressão da NBR6118/2003 e do CEB MC/90 apresentou resultados desfavoráveis em comparação à análise numérica, variando – se a resistência à compressão e mantendo a mesma taxa de armadura de flexão. Quanto à influência de ρ, a NBR6118/2003 e o CEB MC/90 parecem ser a normas menos conservadoras de todas as aqui analisadas. A expressão do projeto de revisão do Eurocode2/2002 mostrou-se a mais adequada em praticamente todos os casos, prevendo com mais precisão o efeito da resistência à compressão do concreto e da taxa de armadura longitudinal na resistência ao puncionamento em lajes sem armadura de cisalhamento. 7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Algumas sugestões para trabalhos futuros envolvendo lajes cogumelo de concreto armado com armadura de cisalhamento sem envolver a armadura de flexão são apresentadas a seguir: - Execução de ensaios para avaliar a superfície de ruptura na região adjacente ao pilar, para avaliar o comportamento das lajes com este tipo de armadura de cisalhamento interna e fornecer dados para modificações nas previsões da resistência à punção pelos métodos de cálculo. - Detalhar de forma completa os ganchos em forma de U (comprimento, altura, diâmetro). - Execução de ensaios para o estudo do perímetro de controle para superfície de ruptura na região externa à armadura de cisalhamento.As normas analisadas prescrevem perímetros de controle posicionados em diferentes distâncias além da última camada da armadura de cisalhamento. O estudo mais aprofundado da necessidade e do valor deste limite é importante para subsidiar o uso da armadura de cisalhamento, e poderia ser feito através de ensaio similar ao da laje E5. - Execução de ensaios de lajes cogumelo com armadura de cisalhamento interna, variando o perímetro da área carregada, para estudar o efeito de retangularidade dos pilares. Ensaiar lajes com furos de grandes e pequenas dimensões e momentos aplicados. 267 - Estudar modificações nos métodos de cálculo para que estes representem melhor os resultados obtidos para lajes com armadura de cisalhamento interna. - Execução de ensaios de lajes cogumelo protendidas com armadura de cisalhamento interna, sem envolver a armadura de flexão, acrescentando outras variáveis, como retangularidade do pilar, furos e momentos aplicados. Como sugestões para continuação da pesquisa, pode-se citar os seguintes itens: - Análise numérica das lajes ensaidas com armadura de cisalhamento do tipo “stud” interno, sem envolver a armadura de flexão, considerando inclusive os ganchos em forma de U na parte inferior da armadura de cisalhamento. - Desenvolver uma análise paramétrica numérica, para lajes com armadura de cisalhamento interna, variando o diâmetro, o número de camadas da armadura e o espaçamento radial entre os elementos. - Analisar situações de punção em lajes apoiadas em pilares retangulares. - Analisar situações de punção para lajes com momentos aplicados, para estudar a confiabilidade das formulações recomendadas em normas. - Analisar lajes cogumelo protendidas, com e sem armadura de cisalhamento. 268 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALANDER, C. Punching Prevention in Flat RC Slabs. Im: INTERNATIONAL WORKSHOP ON PUNCHING SHEAR CAPACITY OF RC SLABS. Sweden, 2000. p.145 – 154. ALENDAR, V.H.; MARINKOVIC, S.B. 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A-1 ANEXO I LEITURA DOS DESLOCAMENTOS VERTICAIS Suporte para apoio dos deflectômetros 1500 Número dos Deflectômetros 2A 3A 4A 5A 150 6 5B 4B 3B 2B A 50 1 185 185 315 285 100 300 600 1500 600 900 PLANTA 2A 3A 4A 5A 6 5B 4B 3B 2B 1 CORTE AA Deslocamento em relação ao solo Laje de reação Posição dos deflectômetros (distâncias em mm). A-2 Laje E1 - Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A -900 -600 (kN) 0 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 650 750 850 950 4A 5A 6 5B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 4B 3B 2B 285 600 900 1B 0,0 0,01 0,07 0,13 0,18 0,21 0,31 0,01 0,15 0,27 0,39 0,43 0,69 0,02 0,37 0,66 0,92 1,01 1,40 0,02 0,70 1,21 1,68 1,84 2,37 0,02 1,07 1,80 2,53 2,74 3,45 0,03 1,47 2,50 3,51 3,82 4,72 0,03 1,96 3,28 4,59 4,98 6,05 0,03 2,60 4,30 5,99 6,20 7,65 0,03 3,02 4,99 6,97 7,80 8,79 0,04 3,55 5,85 8,18 8,69 10,27 0,04 4,62 8,57 10,60 12,05 13,14 0,04 5,80 10,43 13,38 14,55 16,25 0,05 7,10 12,56 16,56 18,12 19,78 0,05 8,76 14,25 20,64 22,82 24,68 Laje E2 - Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A 4B 3B 2B -600 5A 6 5B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 -900 285 600 900 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,09 0,19 0,22 0,26 0,24 0,23 0,13 0,10 1,24 0,17 0,32 0,45 0,51 0,68 0,66 0,62 0,47 0,28 2,15 0,38 0,69 0,97 1,07 1,35 1,27 1,21 0,91 0,56 2,94 0,67 1,23 1,72 1,90 2,20 2,07 1,97 1,44 0,90 3,55 1,00 1,84 2,60 2,86 3,44 3,26 3,03 2,20 1,35 4,09 1,42 2,54 3,60 3,98 4,65 4,42 3,98 2,98 1,87 4,63 1,91 3,44 4,86 5,35 6,11 5,82 5,33 3,87 2,38 5,14 2,41 4,24 6,00 6,64 7,40 7,07 6,49 4,68 2,91 5,64 2,89 5,03 7,20 7,95 8,70 8,32 7,60 5,42 3,40 6,10 3,40 5,89 8,38 9,26 10,08 9,65 8,82 6,26 3,92 6,50 4,39 7,60 10,92 12,03 12,94 12,39 11,38 7,96 5,00 7,30 5,50 9,44 13,66 15,05 16,07 15,36 14,15 9,82 6,23 8,08 6,76 11,60 16,84 18,59 19,78 18,90 17,34 11,89 7,50 8,85 8,50 14,71 21,50 24,00 25,74 24,65 23,44 14,98 9,47 9,69 (kN) 0 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 650 750 850 950 0,00 1,06 1,62 2,15 2,64 3,07 3,49 3,90 4,30 4,65 4,97 5,54 6,16 6,70 7,40 4A 1B A-3 Laje E3- Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A -1350 -900 0 3B 2B 1B -600 5A 6 5B 4B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 285 600 900 1350 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,391 0,11 0,18 0,27 0,28 0,30 0,27 0,24 0,21 0,10 0,359 1,432 0,35 0,56 0,77 0,80 0,87 0,80 0,73 0,59 0,30 1,074 1,978 0,54 0,88 1,21 1,30 1,40 1,30 1,19 0,92 0,51 1,585 2,433 0,76 1,25 1,71 1,82 1,95 1,81 1,67 1,27 0,72 2,012 2,866 0,98 1,62 2,22 2,38 2,56 2,37 2,18 1,64 0,94 2,367 3,299 1,30 2,13 2,95 3,18 3,44 3,19 2,95 2,18 1,26 2,670 3,748 1,67 2,78 3,88 4,20 4,52 4,20 3,87 2,80 1,63 3,056 4,179 2,07 3,42 4,82 5,24 5,60 5,18 4,78 3,43 2,02 3,410 5,055 2,96 4,91 6,95 7,67 8,12 7,58 6,98 4,92 2,92 4,050 5,860 3,85 6,43 9,26 10,14 10,65 10,04 9,21 6,48 3,88 4,654 6,746 4,86 8,11 11,88 12,97 13,60 12,85 11,78 8,11 4,87 5,234 7,634 5,86 9,85 14,69 16,01 16,72 15,79 14,42 9,84 5,86 5,816 8,632 7,15 12,10 18,25 19,93 20,79 19,65 18,99 12,00 7,15 6,406 (kN) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 4A Laje E4- Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A -1350 -900 0 3B 2B 1B -600 5A 6 5B 4B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 285 600 900 1350 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,391 0,05 0,08 0,05 0,14 0,15 0,13 0,12 0,08 0,05 0,359 1,432 0,21 0,33 0,36 0,48 0,50 0,47 0,44 0,32 0,19 1,074 1,978 0,38 0,60 0,75 0,91 0,96 0,89 0,84 0,60 0,38 1,585 2,433 0,55 0,90 1,18 1,38 1,48 1,33 1,25 0,89 0,54 2,012 2,866 0,77 1,30 1,71 1,97 2,15 1,93 1,78 1,25 0,74 2,367 3,299 1,06 1,81 2,45 2,77 3,05 2,74 2,53 1,79 1,06 2,670 3,748 1,86 3,24 4,45 4,95 5,46 5,00 4,55 3,24 1,92 3,056 4,179 2,75 4,73 6,60 7,31 7,98 7,36 6,65 4,72 2,82 3,410 5,055 3,66 6,28 8,85 9,78 10,58 9,89 8,91 6,24 3,74 4,050 5,860 4,62 7,87 11,32 12,45 13,44 12,56 11,35 8,91 4,73 4,654 6,746 5,68 9,64 14,12 15,51 16,61 15,58 14,06 9,75 5,82 5,234 7,634 6,83 11,59 17,30 19,10 20,46 19,28 17,42 11,87 7,10 5,816 8,632 7,60 12,93 19,33 21,40 22,94 21,68 19,58 14,15 7,85 6,406 (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 800 900 950 4A A-4 Laje E5- Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A -1350 -900 0 50 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 0,00 950 1000 3B 2B 1B -600 5A 6 5B 4B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 285 600 900 1350 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,0 0,34 0,06 0,11 0,11 0,16 0,17 0,15 0,15 0,10 0,06 0,3 0,95 0,21 0,34 0,41 0,46 0,50 0,45 0,43 0,33 0,19 0,8 1,65 0,38 0,60 0,76 0,83 0,88 0,82 0,77 0,59 0,35 1,3 2,12 0,55 0,89 1,15 1,26 1,35 1,25 1,17 0,88 0,52 1,6 2,51 0,75 1,23 1,65 1,80 1,91 1,81 1,68 1,25 0,75 2,0 2,85 1,01 1,71 2,32 2,51 2,77 2,54 2,36 1,72 1,00 2,3 3,16 1,36 2,30 3,14 3,47 3,75 3,45 3,21 2,34 1,38 2,5 3,50 1,81 3,10 4,28 4,69 5,07 4,69 4,37 3,19 1,90 2,8 4,14 2,73 4,65 6,55 7,25 7,90 7,31 6,70 4,85 2,88 3,4 4,73 3,63 6,30 8,90 9,81 10,60 9,90 9,04 6,52 3,86 3,9 5,28 4,65 7,94 11,30 12,50 13,40 12,60 11,45 8,16 4,81 4,4 5,85 5,51 9,55 13,90 14,30 15,47 14,53 14,09 9,94 5,84 5,0 6,41 6,76 11,45 16,98 18,64 19,05 18,80 17,15 11,90 6,95 5,5 6,69 7,45 12,67 18,83 20,70 21,30 20,96 18,95 13,04 7,60 5,8 6,98 8,10 13,95 21,00 23,10 24,90 23,29 21,10 14,40 8,40 6,1 (kN) 4A Laje I6- Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A -1350 -900 0,00 3B 2B 1B -600 5A 6 5B 4B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 285 600 900 1350 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,62 0,07 0,10 0,14 0,15 0,17 0,15 0,14 0,10 0,06 0,54 1,15 0,21 0,34 0,44 0,46 0,50 0,46 0,43 0,32 0,19 1,18 1,66 0,39 0,64 0,90 0,92 0,99 0,90 0,83 0,60 0,35 1,60 2,09 0,67 1,12 1,60 1,66 1,80 1,63 1,49 1,08 0,62 1,98 2,91 1,42 2,37 3,38 3,64 3,87 3,50 3,12 2,23 1,29 2,82 3,63 2,37 3,98 5,60 6,20 6,51 5,96 5,30 3,80 2,18 3,61 4,41 3,38 5,67 8,08 8,90 9,30 8,57 7,60 5,45 3,15 4,30 4,77 3,88 6,50 9,32 10,28 10,67 9,90 8,81 6,30 3,64 5,65 5,08 4,42 7,40 10,83 11,88 12,34 11,48 10,21 7,25 4,21 5,99 5,50 4,94 8,30 12,26 13,36 13,79 12,87 11,42 8,06 4,66 6,31 5,90 5,55 9,35 14,04 15,28 15,80 14,75 13,14 9,13 5,30 6,67 6,25 6,15 10,40 15,86 17,18 17,70 16,55 14,85 10,12 5,87 6,99 (kN) 0 50 100 150 200 300 400 500 550 600 650 700 750 4A A-5 Laje I7- Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A -1350 -900 0,00 4B 3B 2B 1B -600 5A 6 5B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 285 600 900 1350 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,28 0,03 0,04 0,09 0,11 0,11 0,06 0,09 0,07 0,03 0,31 0,87 0,14 0,23 0,35 0,40 0,41 0,36 0,36 0,27 0,15 0,88 1,55 0,29 0,46 0,66 0,72 0,77 0,67 0,66 0,51 0,28 1,64 2,05 0,45 0,75 1,06 1,18 1,25 1,13 1,12 0,80 0,45 2,22 2,48 0,64 1,06 1,51 1,69 1,82 1,63 1,62 1,12 0,63 2,71 2,90 0,87 1,47 2,09 2,34 2,54 2,28 2,21 1,51 0,86 3,33 3,75 1,51 2,58 3,69 4,09 4,51 4,04 3,82 2,64 1,49 4,09 4,64 2,34 3,99 5,70 6,31 7,00 6,32 5,82 4,05 2,28 4,89 5,83 3,19 4,99 7,92 8,80 9,65 8,82 8,05 4,75 3,15 5,59 *** 3,70 6,30 9,12 10,12 11,15 10,22 9,27 6,38 3,64 5,89 *** 4,12 7,05 10,29 11,43 12,47 11,59 10,48 7,11 4,07 6,25 *** 4,60 7,82 11,62 12,93 14,01 13,00 11,70 8,00 4,55 6,57 *** 5,17 8,76 13,20 14,67 15,90 14,83 13,40 8,90 5,07 6,87 1B (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 4A Laje I8 - Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A 4B 3B 2B -600 5A 6 5B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 -900 285 600 900 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,12 0,12 0,18 0,18 0,18 0,14 0,11 0,06 0,35 0,24 0,38 0,49 0,51 0,53 0,49 0,45 0,34 0,20 0,92 0,44 0,70 0,91 0,96 1,00 0,94 0,87 0,65 0,39 1,55 0,67 1,09 1,43 1,55 1,62 1,51 1,39 1,02 0,61 1,91 0,95 1,55 2,07 2,22 2,39 2,21 2,05 1,47 0,89 2,35 1,26 2,08 2,83 3,03 3,27 3,01 2,80 2,03 1,19 2,73 2,10 3,50 4,86 5,25 5,67 5,20 4,82 3,46 2,02 3,43 3,05 5,12 7,14 7,73 8,32 7,65 7,10 5,07 2,96 3,75 4,21 7,05 9,90 10,71 11,40 10,60 9,86 6,93 4,07 4,58 4,65 7,87 11,12 12,05 12,81 11,94 11,09 7,75 4,53 5,05 5,20 8,79 12,62 13,60 14,41 13,50 12,55 8,65 5,10 5,35 (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 0,00 0,23 0,78 1,37 1,60 2,10 2,50 3,38 4,17 4,91 5,26 5,65 4A A-6 Laje I9- Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A 4B 3B 2B -600 5A 6 5B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 -900 285 600 900 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,03 0,04 0,03 0,02 0,02 0,01 0,15 0,26 0,33 0,34 0,37 0,34 0,33 0,24 0,15 0,33 0,55 0,71 0,74 0,79 0,75 0,69 0,52 0,32 0,54 0,89 1,18 1,25 1,35 1,26 1,11 0,85 0,51 0,81 1,29 1,75 1,90 2,03 1,88 1,75 1,27 0,76 1,10 1,78 2,44 2,64 2,85 2,63 2,42 1,74 1,02 1,94 3,12 4,39 4,85 5,20 4,76 4,40 3,12 1,81 2,89 4,77 6,61 7,28 7,73 7,19 6,64 4,70 2,71 4,00 6,65 9,26 10,17 10,71 10,10 9,30 6,52 3,79 4,46 7,44 10,50 11,51 12,10 11,38 10,51 7,30 4,23 4,95 8,20 11,75 12,90 13,53 12,75 11,80 8,15 4,72 5,45 9,05 13,10 14,30 15,05 14,20 13,10 8,95 5,20 6,06 10,04 14,72 16,04 16,92 15,96 14,80 10,00 5,80 (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 0,00 0,09 1,01 1,77 2,25 2,71 3,09 3,41 0,00 0,67 1,00 1,34 1,61 1,97 4A 1B *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** Laje I10- Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A 4B 3B 2B -600 5A 6 5B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 -900 285 600 900 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,05 0,11 0,12 0,13 0,12 0,11 0,01 0,04 0,17 0,23 0,35 0,39 0,40 0,38 0,36 0,18 0,15 0,32 0,47 0,69 0,73 0,78 0,74 0,69 0,92 0,30 0,48 0,76 1,09 1,16 1,25 1,19 1,10 0,70 0,47 0,71 1,15 1,68 1,80 1,96 1,85 1,71 1,15 0,72 1,01 1,66 2,42 2,65 2,86 2,70 2,50 1,70 1,06 1,88 3,18 4,57 4,97 5,36 5,12 4,68 3,22 1,96 2,82 4,78 6,85 7,47 8,04 7,71 6,98 4,89 2,94 3,77 6,41 9,22 10,07 10,80 10,35 9,45 6,61 3,94 4,80 8,18 11,94 13,04 13,87 13,37 12,11 8,43 5,01 5,28 8,99 13,30 14,54 15,42 14,84 13,50 9,32 5,51 5,82 9,89 14,71 16,07 17,04 16,42 15,00 10,23 6,04 6,16 10,45 15,55 17,07 18,08 17,42 15,93 10,80 6,38 6,43 10,92 16,36 18,00 19,04 18,32 16,78 11,33 6,70 6,72 11,40 17,24 18,99 20,10 19,40 17,80 11,85 7,00 (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 750 800 825 850 875 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 4A 1B *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** A-7 Laje 11- Deslocamentos Verticais (mm) Número do relógio comparador Carga 1A 2A 3A 4B 3B 2B 1B -600 5A 6 5B Distância ao centro da laje -285 -185 0 185 -900 285 600 900 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,07 0,11 0,11 0,12 0,11 0,10 0,07 0,04 0,14 0,26 0,36 0,39 0,41 0,39 0,36 0,26 0,14 0,29 0,49 0,67 0,72 0,76 0,72 0,67 0,49 0,28 0,46 0,79 1,08 1,17 1,26 1,19 1,07 0,79 0,44 0,67 1,14 1,57 1,72 1,88 1,74 1,58 1,15 0,65 0,97 1,67 2,32 2,54 2,77 2,60 2,36 1,72 0,97 1,81 3,04 4,19 4,63 5,02 4,72 4,31 3,08 1,72 2,76 4,66 6,50 7,24 7,77 7,31 6,64 4,71 2,61 3,76 6,36 8,81 9,88 10,51 9,96 9,01 6,36 3,54 4,34 7,31 10,16 11,39 12,10 11,52 10,44 7,23 4,02 4,84 8,15 11,40 12,80 13,60 12,99 11,82 8,08 4,50 5,38 9,09 12,81 14,42 15,27 14,59 13,30 8,99 4,99 5,95 10,04 14,60 16,28 17,15 16,36 14,94 9,92 5,50 6,11 10,32 15,13 16,86 17,74 16,92 15,47 10,22 5,67 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 6,52 11,05 16,40 18,22 20,20 18,35 16,85 11,02 6,12 (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 800 850 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 4A A-8 LEITURA DOS EXTENSÔMETROS 30° LAJE E1 - Grupo 1 pilar 200 x 200 17 18 1 2 9 10 23 24 15 16 7 8 armadura de cisalhamento Posição dos Extensômetros nas barras de aço Extensômetro 30° LAJE E2 - Grupo 1 pilar 200 x 200 armadura de cisalhamento 12 5 6 7 8 3 4 11 12 13 14 9 10 17 18 15 16 19 20 25 26 21 22 27 28 23 24 29 30 Posição dos Extensômetros nas barras de aço Extensômetro 30° LAJES E3, E4 e E5 - Grupo 1 pilar 200 x 200 armadura de cisalhamento 9 10 11 121 2 13 14 3 4 15 16 5 6 78 Posição dos Extensômetros nas barras de aço 17 18 19 20 21 22 Extensômetro A-9 LAJE E3 3 Camadas de Ganchos U LAJE E4 4 Camadas de Ganchos U Ganchos U 1/2 3/4 5/6 1/2 3/4 5/6 7/8 Suporte para LAJE E5 7 Camadas de Ganchos U os Ganchos U 1/2 3/4 5/6 7/8 9/10 11/12 13/14 -3 Carga (kN) Deformações medidas na Laje E1 - (x10 ) Número do extensômetro 1 0 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 650 750 850 950 1000 1050 1100 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 0,00 0,01 0,01 0,02 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,02 0,00 0,02 0,03 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 -0,01 -0,01 -0,05 0,00 0,02 0,04 -0,01 -0,03 0,01 -0,02 0,03 0,01 0,01 -0,01 -0,08 -0,01 0,01 0,04 -0,06 -0,14 -0,08 -0,07 0,03 0,01 0,08 -0,01 -0,13 -0,03 0,01 0,05 -0,11 -0,18 -0,08 -0,08 0,00 0,00 0,14 -0,02 -0,15 -0,02 0,02 0,05 -0,14 -0,19 -0,12 -0,08 -0,01 0,00 0,16 -0,04 -0,15 0,00 0,02 0,06 -0,12 -0,10 -0,17 -0,07 -0,01 0,00 0,17 -0,04 -0,14 0,03 0,01 0,06 0,02 -0,01 -0,21 -0,06 0,01 0,01 0,18 -0,03 -0,09 0,07 0,01 0,08 0,06 0,06 -0,17 -0,05 0,01 0,02 0,19 -0,01 -0,05 0,10 0,01 0,06 0,19 0,14 -0,15 -0,01 0,03 0,10 0,21 0,05 0,05 0,18 0,01 0,16 0,29 0,24 -0,12 0,09 0,05 0,12 0,22 0,10 0,12 0,22 0,02 0,15 0,37 0,32 -0,08 0,18 0,07 0,18 0,27 0,15 0,16 0,24 0,06 0,18 0,40 0,35 -0,02 0,30 0,10 0,43 0,32 0,23 0,20 0,26 0,12 0,28 0,42 0,35 0,43 0,38 0,62 0,48 0,35 0,20 0,24 0,23 0,45 0,31 0,46 0,25 0,12 0,62 0,43 0,78 0,58 0,30 0,14 0,20 0,41 0,70 0,48 0,12 0,26 0,66 0,59 0,91 0,58 0,25 0,12 0,13 0,40 0,69 A - 10 -3 Carga (kN) 0 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 650 750 850 950 1000 1050 1100 Deformações medidas na Laje E1 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0,00 0,00 *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 *** 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 0,01 0,02 *** 0,02 0,00 -0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 *** 0,03 0,00 -0,01 0,01 0,02 0,00 0,02 0,01 0,02 -0,02 0,00 *** 0,03 0,03 0,00 0,00 0,01 0,01 0,03 0,02 0,03 -0,04 -0,02 *** 0,01 -0,01 -0,01 -0,01 -0,02 0,01 0,03 0,01 0,06 -0,06 -0,07 *** -0,01 0,01 -0,01 0,00 -0,02 0,01 0,03 -0,04 0,09 -0,06 -0,08 *** -0,01 -0,03 -0,01 0,02 -0,02 0,04 0,02 -0,02 0,09 -0,06 -0,16 *** -0,01 -0,03 -0,03 0,04 -0,02 0,04 -0,02 0,01 0,08 -0,04 -0,17 *** -0,01 -0,02 -0,05 0,07 0,00 0,05 -0,04 0,03 0,09 -0,03 -0,18 *** -0,01 0,00 -0,05 0,08 0,01 0,05 -0,01 0,05 0,09 -0,03 -0,22 *** -0,02 0,03 -0,04 0,09 0,01 0,06 -0,07 0,05 0,14 -0,03 -0,22 *** -0,05 0,09 -0,05 0,14 0,05 0,11 -0,04 0,09 0,18 -0,01 -0,19 *** -0,06 0,10 -0,05 0,23 0,10 0,17 -0,01 0,11 0,21 0,06 -0,15 *** -0,08 0,12 -0,08 0,38 0,21 0,15 0,02 0,14 0,24 0,07 0,06 *** -0,10 0,14 -0,08 0,50 0,30 0,18 0,10 0,16 0,29 0,95 0,50 *** 0,26 0,11 -0,15 0,64 0,48 0,21 0,21 0,18 0,37 0,45 0,45 *** 1,14 0,06 -0,09 0,87 0,62 0,36 0,40 0,20 0,97 -3 Carga (kN) 0 100 150 200 300 350 400 450 500 550 650 750 850 950 Deformações medidas na Laje E2 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,02 0,01 0,01 0,11 0,20 0,46 0,59 0,76 0,88 0,99 1,12 1,20 1,21 0,00 -0,01 -0,02 -0,01 0,12 0,21 0,35 0,43 0,58 0,67 1,09 1,33 1,61 1,73 0,00 0,05 0,06 0,07 0,14 0,22 0,38 0,46 0,58 0,65 0,82 1,00 1,31 1,40 0,00 0,04 0,04 0,05 0,01 0,01 0,06 0,10 0,17 0,19 0,18 0,21 0,33 0,29 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,04 0,05 0,05 0,14 0,27 0,58 0,73 0,90 1,01 1,18 1,33 1,44 1,48 0,00 0,05 0,05 0,05 0,12 0,22 0,34 0,39 0,44 0,47 0,55 0,67 1,07 1,27 0,00 0,04 0,03 0,03 0,05 0,10 0,24 0,30 0,32 0,36 0,42 0,49 0,59 0,73 0,00 0,06 0,07 0,09 0,16 0,19 0,22 0,22 0,20 0,18 0,16 0,16 0,19 0,38 0,00 0,05 0,06 0,06 0,10 0,09 0,07 0,05 0,03 0,02 0,02 0,02 0,25 0,54 0,00 0,05 0,02 0,05 0,07 0,12 0,14 0,12 0,19 0,25 0,36 0,53 0,77 1,60 0,00 0,01 0,01 0,04 0,06 0,15 0,32 0,36 0,33 0,16 0,20 0,22 *** *** -3 Carga (kN) 0 100 150 200 300 350 400 450 500 550 650 750 850 950 Deformações medidas na Laje E2 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,04 -0,03 -0,01 0,03 0,06 0,10 0,15 0,25 0,49 1,04 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 -0,02 -0,02 -0,03 -0,05 -0,05 -0,04 -0,02 -0,01 -0,02 -0,02 -0,02 -0,01 0,24 0,00 0,02 0,02 0,02 0,05 0,12 0,15 0,17 0,19 0,21 0,24 0,27 0,36 0,74 0,00 -0,01 -0,02 -0,02 0,02 0,08 0,09 0,11 0,17 0,26 0,36 0,61 1,05 2,05 0,00 0,00 -0,01 -0,02 0,00 0,02 0,00 0,01 0,04 0,10 0,19 0,40 0,80 1,64 0,00 0,00 -0,01 -0,02 0,01 0,02 0,02 0,03 0,02 0,04 0,07 0,12 0,10 0,22 0,00 0,00 0,00 0,03 0,08 0,12 0,14 0,19 0,23 0,28 0,35 0,42 0,46 0,8 0,00 0,02 0,02 0,04 0,04 0,03 0,02 0,00 -0,02 -0,02 -0,02 -0,03 -0,03 -0,1 0,00 -0,02 -0,02 0,05 0,04 0,05 0,06 -0,02 0,08 0,13 0,16 0,22 0,31 0,26 0,02 0,04 0,04 0,06 -0,76 -0,62 *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 -0,03 -0,06 -0,05 0,01 -0,08 -0,10 -0,06 -0,08 -0,04 0,01 0,09 0,14 0,29 A - 11 -3 Carga (kN) 0 100 150 200 300 350 400 450 500 550 650 750 850 950 Deformações medidas na Laje E2 - (x10 ) Número do extensômetro 25 26 27 28 29 30 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 -0,01 -0,02 -0,03 -0,03 -0,02 0,01 0,04 0,13 0,85 0,00 0,02 0,03 0,03 0,04 0,03 0,03 0,04 0,04 0,06 0,09 0,13 0,15 0,4 0,00 0,00 0,00 0,01 0,03 0,02 0,01 0,03 0,02 0,02 0,03 0,04 0,06 0,28 0,00 0,03 0,04 0,06 0,08 0,08 0,08 0,08 0,05 0,08 0,09 0,09 0,09 0,15 0,00 0,00 0,01 0,03 0,05 0,04 0,04 0,05 0,04 0,03 -0,07 0,01 0,01 0,12 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 Deformações medidas na Laje E3 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,00 -0,02 -0,03 -0,04 -0,05 -0,05 -0,02 0,03 0,15 0,26 0,35 0,30 0,29 0,27 0,24 0,20 0,38 0,00 0,00 -0,01 -0,03 -0,03 -0,04 -0,05 -0,06 -0,03 0,03 0,08 0,10 0,12 0,11 0,06 0,02 -0,05 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,06 0,10 0,15 0,19 0,31 0,75 1,15 1,32 1,45 1,42 1,63 0,00 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,04 0,07 0,09 0,11 0,26 0,69 1,15 1,36 1,55 1,53 1,87 0,00 0,00 0,00 0,08 0,07 0,20 0,15 0,18 0,19 0,25 0,30 0,45 0,62 0,43 0,14 0,09 0,10 *** 0,00 0,00 0,00 0,06 0,06 0,15 0,11 0,15 0,13 0,14 0,17 0,20 0,25 0,25 0,31 0,26 0,28 0,14 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 -0,01 -0,01 -0,02 -0,02 -0,01 -0,01 -0,01 -0,01 0,02 0,06 0,10 0,13 0,37 0,33 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00 -0,01 -0,01 0,03 0,06 0,05 0,04 0,07 0,15 0,32 0,33 0,00 0,00 -0,01 0,00 -0,01 -0,01 -0,04 -0,03 -0,03 -0,02 0,06 0,19 0,29 0,40 0,45 0,48 0,41 0,55 0,00 0,00 0,00 0,04 0,05 0,06 0,06 0,06 0,07 0,09 0,10 0,11 0,12 0,12 0,13 0,11 0,15 0,23 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,03 0,04 0,04 0,04 0,05 0,07 0,08 0,06 0,03 0,03 0,03 0,02 0,57 0,00 0,00 0,02 0,21 0,20 0,25 0,24 0,25 0,27 0,25 0,24 0,17 0,07 -0,05 0,00 -0,04 -0,06 *** -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 Deformações medidas na Laje E3 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,09 0,11 0,09 0,08 0,07 0,05 *** 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 -0,02 -0,06 -0,12 -0,15 -0,13 -0,12 -0,12 -0,11 -0,10 -0,07 0,62 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 -0,01 -0,04 -0,04 -0,05 -0,08 -0,08 -0,12 -0,07 0,03 0,05 0,08 0,06 0,07 0,04 -0,01 0,02 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,28 0,48 0,75 0,78 0,84 0,82 0,72 0,68 0,42 0,57 0,75 0,70 0,53 0,66 0,90 0,83 *** 0,00 0,06 0,07 0,12 0,15 0,16 0,16 0,18 0,24 0,35 0,42 0,47 0,73 0,88 0,90 1,25 1,18 *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,04 0,03 0,05 0,08 0,08 0,15 0,21 0,26 0,55 *** 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,04 0,04 0,08 0,12 0,17 0,21 0,22 0,26 0,30 0,35 0,40 0,56 *** A - 12 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 Deformações medidas na Laje E3 - (x10 ) Número do extensômetro (Ganchos em forma de U) P1 P2 P3 P4 P5 P6 0,00 -0,01 -0,02 -0,02 -0,03 -0,05 -0,06 -0,07 -0,09 -0,19 -0,24 -0,26 -0,23 -0,08 -0,05 0,02 0,10 0,80 0,00 0,08 0,09 0,10 0,10 0,11 0,12 0,15 0,22 0,24 0,23 0,25 0,23 0,09 0,03 -0,06 -0,13 -0,40 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 -0,01 0,01 -0,03 -0,04 -0,02 -0,07 0,03 0,08 0,17 0,27 1,45 0,00 1,39 1,28 1,29 1,45 1,28 1,23 1,08 0,98 1,62 1,52 1,29 0,37 *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 0,00 0,00 0,02 0,05 0,07 0,07 0,11 0,96 0,00 0,01 0,01 0,01 -0,01 -0,02 -0,03 -0,01 -0,01 -0,03 3,66 *** *** *** *** *** *** *** -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 Deformações medidas na Laje E4 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 -0,03 -0,02 -0,02 -0,05 -0,02 0,00 0,02 0,12 0,11 0,40 0,68 0,86 0,92 0,93 0,85 0,80 0,82 1,03 0,00 -0,01 -0,02 -0,03 -0,06 -0,07 -0,08 -0,09 -0,03 0,06 0,15 0,28 0,25 0,15 0,00 -0,09 -0,15 -0,19 -0,11 0,00 0,00 0,00 -0,01 0,00 0,00 0,01 0,07 0,17 0,29 0,44 0,75 0,99 1,15 1,35 1,75 2,13 2,24 2,88 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,01 0,01 0,03 0,10 0,13 0,14 0,21 0,34 0,45 0,59 0,70 0,93 1,07 1,23 *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,03 0,10 0,22 0,33 0,40 0,49 0,60 0,71 0,94 1,29 1,70 2,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,04 0,07 0,09 0,07 0,07 0,10 0,16 0,25 0,33 0,43 0,70 1,14 1,35 1,43 0,00 -0,01 -0,01 0,00 0,03 0,04 0,03 0,01 0,00 0,03 0,06 0,02 0,04 0,06 0,32 0,45 0,65 0,83 0,87 0,00 0,00 0,00 0,01 0,03 0,05 0,06 0,08 0,10 0,10 0,11 0,12 0,16 0,21 0,27 0,49 0,83 0,95 0,78 0,00 0,00 0,00 0,02 0,01 -0,03 -0,05 -0,02 0,13 0,32 0,48 0,62 0,77 0,81 0,74 0,79 0,96 1,24 *** 0,00 -0,02 -0,02 0,00 0,03 0,03 0,01 -0,03 0,09 0,25 0,55 0,73 0,89 0,93 0,89 0,85 0,88 0,99 *** 0,00 -0,01 0,00 0,02 0,01 -0,01 -0,02 0,01 0,09 0,22 0,37 0,44 0,53 0,56 0,79 1,14 1,41 1,60 *** 0,00 0,00 0,00 0,02 0,05 0,05 0,05 0,02 0,01 0,07 0,27 0,36 0,44 0,47 0,63 0,84 1,07 1,24 *** -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 Deformações medidas na Laje E4 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 0,00 0,00 0,00 0,01 0,03 0,01 -0,01 -0,03 0,01 0,04 0,08 0,09 0,14 0,27 0,45 0,75 0,95 1,22 *** 0,00 0,01 0,01 0,02 0,00 -0,12 -0,23 -0,15 -0,10 -0,05 0,01 0,07 0,12 0,22 0,45 0,83 1,11 1,24 *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,02 -0,05 -0,04 -0,01 0,02 0,04 0,09 0,15 0,24 0,31 0,31 0,62 *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,03 0,04 0,05 0,05 0,05 0,09 0,11 0,11 0,11 0,13 0,17 0,23 0,43 0,67 *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02 0,03 0,05 0,07 0,08 0,08 0,08 0,09 0,10 0,13 *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,04 0,04 0,03 0,01 0,01 0,02 0,03 0,05 0,08 0,09 0,08 0,08 0,09 *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,04 0,04 0,03 0,03 0,04 0,06 0,00 0,07 0,07 0,08 0,09 0,08 0,10 *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,04 0,00 -0,04 -0,06 -0,06 -0,05 -0,03 0,02 0,05 0,05 0,04 0,07 *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 -0,01 -0,01 -0,01 -0,01 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,05 0,093 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,04 0,03 0,04 0,04 0,04 0,06 0,08 0,08 0,11 0,13 0,15 0,14 0,196 A - 13 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 Deformações medidas na Laje E4 - (x10 ) Número do extensômetro (Ganchos em forma de U) P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 -0,01 -0,05 -0,07 -0,14 -0,18 -0,16 0,08 0,40 1,05 3,41 *** 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,03 0,05 0,09 0,17 0,30 0,46 0,63 0,80 0,99 1,24 1,33 1,44 0,993 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 -0,02 -0,05 -0,08 -0,08 -0,09 -0,12 -0,14 -0,19 -0,24 -0,37 -0,36 -0,45 -0,52 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,04 0,06 0,10 0,18 0,25 0,32 0,38 0,45 0,55 0,49 0,47 0,417 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07 0,08 0,06 0,07 0,06 0,02 0,01 0,056 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 -0,02 -0,04 -0,05 -0,06 -0,05 -0,07 -0,08 -0,13 -0,262 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,02 0,03 0,06 0,07 0,08 0,09 0,12 0,15 0,17 0,22 0,42 0,861 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 Deformações medidas na Laje E5 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 -0,03 0,00 -0,01 -0,05 -0,03 0,00 0,00 0,02 0,07 0,11 0,21 0,26 0,33 0,31 0,31 0,33 0,38 0,47 0,64 0,91 0,01 0,00 -0,02 -0,03 -0,04 -0,02 -0,01 -0,01 0,01 0,03 0,17 0,28 0,40 0,45 0,51 0,51 0,49 0,51 0,59 0,76 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,04 0,08 0,12 0,15 0,06 0,04 0,02 0,13 0,43 0,62 0,78 0,96 1,11 0,90 1,11 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 0,06 0,08 0,10 0,04 0,08 0,17 0,27 0,46 0,66 0,82 1,00 1,17 1,45 1,80 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,04 0,07 0,09 0,06 0,09 0,12 0,17 0,48 0,71 1,00 1,31 1,57 1,79 1,93 0,00 0,00 0,01 0,00 0,00 -0,01 -0,01 0,00 0,02 0,00 0,05 0,11 0,17 0,40 0,57 0,79 1,04 1,31 1,51 1,69 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,03 0,03 0,02 0,03 0,00 0,00 0,02 0,05 0,06 0,05 0,07 0,13 0,35 0,64 0,89 0,01 0,00 -0,01 -0,02 -0,01 -0,01 -0,02 -0,04 -0,02 -0,04 0,00 0,04 0,09 0,13 0,18 0,25 0,37 0,62 0,84 1,01 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,03 0,05 0,05 0,07 0,03 0,03 0,04 0,07 0,10 0,10 0,10 0,09 0,08 0,17 0,38 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,05 0,07 0,07 0,07 0,07 0,08 0,09 0,00 0,06 0,11 0,13 0,14 0,18 0,28 0,49 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,03 0,05 0,06 0,08 0,02 0,02 0,02 0,03 0,06 0,07 0,09 0,07 0,03 -0,01 0,10 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,04 0,07 -0,01 -0,02 -0,01 -0,01 0,03 0,06 0,09 0,11 0,17 0,20 0,33 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 Deformações medidas na Laje E5 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,04 0,02 0,01 -0,01 -0,03 -0,03 -0,03 -0,02 -0,03 0,00 0,02 0,07 0,16 0,18 0,00 0,01 0,02 0,01 0,01 0,04 0,06 0,06 0,05 0,05 0,03 0,02 0,02 0,02 0,00 0,01 0,01 0,02 0,04 0,03 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,04 0,04 0,03 0,02 0,05 0,05 0,05 0,05 0,04 0,01 -0,02 -0,02 0,07 0,1 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,05 0,05 0,05 0,04 0,07 0,05 0,04 0,02 -0,02 -0,06 -0,11 -0,08 0,04 0,08 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,03 0,02 0,01 -0,01 -0,01 0,01 0,03 0,05 0,03 0,01 -0,02 0,01 0,14 0,28 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,03 0,04 0,05 0,04 -0,02 0,02 0,04 0,05 0,03 -0,02 -0,05 -0,04 0,07 0,16 0,00 0,00 0,00 -0,02 -0,05 -0,08 -0,09 -0,08 -0,03 -0,02 0,29 0,48 0,64 0,72 0,71 0,60 0,53 0,47 0,46 0,43 0,00 -0,01 -0,02 -0,04 -0,07 -0,09 -0,14 -0,16 -0,14 -0,08 0,15 0,30 0,40 0,40 0,35 0,28 0,19 0,12 -0,02 -0,11 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,02 -0,02 -0,03 -0,02 0,05 0,18 0,37 0,41 0,46 0,61 0,77 1,03 1,30 1,45 1,72 2,13 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,03 -0,05 -0,07 -0,07 -0,07 0,08 0,18 0,26 0,44 0,64 0,89 0,97 0,98 1,07 1,22 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 0,01 0,00 -0,04 -0,02 0,06 0,12 0,12 0,10 0,11 0,46 0,72 1,00 1,37 1,70 1,82 2,04 A - 14 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 500 600 700 800 900 950 1000 1050 1100 1150 1200 Deformações medidas na Laje E5 - (x10 ) Número do extensômetro 25 26 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,02 -0,03 0,05 0,07 0,11 0,13 0,15 0,28 0,39 0,47 0,85 1,18 1,36 1,43 P1 P2 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,01 -0,05 -0,02 -0,03 -0,04 0,02 0,08 0,12 0,19 0,18 0,70 1,30 1,68 1,75 P3 0,00 0,02 0,03 0,02 0,04 0,05 0,04 0,04 0,05 0,10 0,10 0,08 0,08 -0,01 -0,07 -0,08 -0,04 -0,10 -0,14 -0,37 P4 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 -0,01 -0,01 -0,01 -0,01 -0,02 -0,03 -0,06 -0,14 -0,15 -0,21 -0,25 -0,37 0,00 0,00 P5 0,00 0,00 0,00 0,01 0,04 0,05 0,06 0,07 0,07 0,07 0,08 0,02 0,03 0,07 0,12 0,18 0,20 0,41 0,00 0,00 P6 0,02 0,02 0,03 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,00 0,00 P7 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,04 0,04 0,05 0,05 0,07 0,07 0,07 0,08 0,08 0,13 0,14 0,03 0,04 0,01 0,05 0,05 0,07 0,08 0,08 0,10 0,12 0,13 0,12 0,16 0,15 0,17 0,18 0,17 0,12 0,15 0,40 45º LAJES I6, I7 e I8 - Grupo 2 pilar 200 x 200 1 3 5 7 9 armadura de cisalhamento 12 11 2 131416 15 18 4 17 20 6 19 8 10 Posição dos Extensômetros nas barras de aço Extensômetro LAJES I9, I10 e I11 - Grupo 2 50 49 5 4 pilar 200 x 200 3 47 2 1 10 9 8 7 46 41 45° 42 36 37 38 39 40 6 11 12 armadura de cisalhamento 45 44 43 48 31 21 22 32 33 34 19 35 20 25 30 Posição dos Extensômetros nas barras de aço Extensômetro P8 0,00 0,02 0,03 0,04 0,06 0,06 0,08 0,08 0,08 0,08 0,09 0,07 0,07 0,10 0,13 0,14 0,19 0,40 0,65 0,70 P9 P10 0,00 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03 0,03 0,01 0,00 -0,02 -0,04 -0,04 -0,03 0,01 0,04 0,04 0,06 0,10 0,17 0,4 0,02 0,03 0,04 0,04 0,05 0,06 0,06 0,06 0,07 0,07 0,05 0,04 0,01 -0,03 -0,03 -0,01 0,04 0,10 0,2 0,49 A - 15 LAJE I9, I10 e I11 5 Camadas de Ganchos U LAJE I6, I7 e I8 8 Camadas de Ganchos U 1/2 3/4 5/6 7/8 9/10 1/2 3/4 5/6 7/8 9/10 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 300 400 500 550 600 650 700 750 800 Deformações medidas na Laje I6 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,02 0,02 0,04 0,05 0,03 0,00 0,00 0,11 0,20 0,37 0,47 0,49 0,68 0,00 0,02 0,02 0,02 -0,03 -0,01 -0,04 -0,04 0,08 0,21 0,51 0,52 0,61 0,90 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,02 0,03 0,06 0,10 0,12 0,14 0,19 0,37 0,43 0,53 0,64 0,79 1,59 0,00 0,02 0,03 0,07 0,10 0,11 0,16 0,25 0,49 0,59 0,76 0,97 1,20 2,53 0,00 0,02 0,03 0,03 0,07 0,11 0,14 0,14 0,16 0,17 0,19 0,19 0,24 0,67 0,00 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07 0,09 0,10 0,13 0,16 0,20 0,22 0,29 1,03 0,00 0,02 0,03 0,05 0,07 0,09 0,10 0,08 0,10 0,12 0,11 0,14 0,15 0,16 0,00 0,02 0,03 0,06 0,08 0,11 0,13 0,11 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,18 0,00 -0,01 -0,03 -0,04 -0,03 0,15 0,48 0,75 0,88 0,97 1,06 1,14 1,17 1,35 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 -0,02 0,02 0,25 0,50 0,60 0,65 0,70 0,77 0,79 0,95 21 22 23 24 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 300 400 500 550 600 650 700 750 800 Deformações medidas na Laje I6 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 0,00 0,00 0,02 0,06 0,12 0,18 0,23 0,28 0,49 0,74 1,11 1,89 2,75 xxx 0,00 0,00 0,01 0,04 0,10 0,27 0,39 0,47 0,66 0,84 1,21 2,03 2,95 xxx 0,00 0,01 0,02 0,07 0,13 0,22 0,25 0,31 0,45 0,51 0,75 1,22 1,80 xxx *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,00 0,06 0,12 0,16 0,21 0,27 0,30 0,33 0,38 0,44 0,59 0,95 0,00 0,02 0,02 0,08 0,11 0,15 0,19 0,29 0,40 0,48 0,60 0,69 0,90 1,25 0,00 0,00 0,00 0,04 0,06 0,10 0,18 0,22 0,23 0,23 0,25 0,28 0,34 0,42 0,00 0,01 0,01 0,05 0,06 0,04 0,05 0,07 0,12 0,14 0,17 0,21 0,36 0,46 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 900 950 Deformações medidas na Laje I7 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,03 -0,05 -0,09 -0,13 -0,15 -0,14 -0,10 0,11 0,34 0,42 0,59 *** 0,00 0,00 0,00 0,02 0,03 0,01 0,01 0,00 0,02 0,08 0,12 0,21 0,43 0,68 0,76 0,94 1,56 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 -0,01 -0,02 -0,06 -0,05 -0,02 0,00 0,02 0,53 0,98 1,19 1,62 4,60 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,03 0,03 0,04 0,07 0,16 0,97 1,69 2,00 2,68 7,96 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,00 -0,02 -0,01 0,02 0,10 0,39 0,59 0,73 1,04 1,67 0,00 0,00 0,01 0,02 0,04 0,07 0,09 0,10 0,08 0,08 0,10 0,17 0,55 0,86 1,04 1,36 2,12 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,02 0,01 0,01 0,02 0,06 0,13 0,16 0,18 0,23 0,42 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,05 0,07 0,06 0,04 0,06 0,07 0,10 0,15 0,18 0,19 0,23 0,40 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,04 0,06 0,05 0,04 0,06 0,07 0,09 0,13 0,16 0,19 0,23 0,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,03 0,05 0,03 0,01 0,01 0,02 0,04 0,08 0,10 0,12 0,13 0,17 0,00 0,00 -0,01 -0,02 0,00 0,05 0,05 0,03 0,08 0,12 0,16 0,24 0,32 0,41 0,54 0,63 1,20 0,00 0,02 0,01 0,01 0,00 0,01 -0,02 -0,06 -0,05 0,02 0,05 0,10 0,15 0,22 0,32 0,46 1,02 A - 16 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 900 950 Deformações medidas na Laje I7 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 0,02 0,06 0,10 0,08 0,14 0,20 0,23 0,27 0,57 0,94 1,25 1,70 2,35 0,00 0,00 -0,01 -0,01 0,00 0,01 0,02 -0,01 0,03 0,05 0,06 0,06 0,19 0,43 0,75 1,20 1,90 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,04 0,05 0,04 0,05 0,09 0,12 0,14 0,22 0,32 0,43 0,70 1,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,04 0,04 0,09 0,16 0,20 0,22 0,24 0,29 0,41 0,68 1,25 1,80 0,00 -0,01 0,00 0,00 0,05 0,10 0,14 0,21 0,28 0,31 0,33 0,36 0,41 0,49 0,62 0,80 1,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,05 0,07 0,10 0,13 0,14 0,15 0,17 0,19 0,22 0,34 0,65 0,95 0,00 0,01 0,01 0,02 0,04 0,10 0,13 0,19 0,25 0,25 0,25 0,25 0,26 0,29 0,31 0,27 0,30 0,00 -0,01 -0,02 -0,01 0,00 0,03 0,04 0,08 0,13 0,14 0,14 0,15 0,16 0,17 0,17 0,18 0,21 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 Deformações medidas na Laje I8 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,02 -0,04 -0,04 -0,01 0,21 0,57 0,73 0,98 1,23 1,44 1,83 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,03 -0,03 -0,04 -0,01 0,17 0,48 0,66 1,02 1,29 1,50 1,86 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,05 0,13 0,25 0,50 0,68 1,29 1,70 1,99 2,82 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,05 0,08 0,16 0,25 0,45 0,59 1,19 1,62 1,90 2,72 0,00 0,01 0,01 0,02 0,04 0,07 0,11 0,16 0,22 0,33 0,42 0,70 0,87 0,98 1,25 0,00 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07 0,11 0,17 0,27 0,35 0,63 0,79 0,90 1,17 0,00 0,01 0,01 0,01 0,04 0,06 0,09 0,14 0,18 0,25 0,31 0,39 0,44 0,48 0,51 0,00 0,01 0,01 0,02 0,04 0,05 0,06 0,10 0,15 0,24 0,31 0,42 0,48 0,52 0,57 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,05 0,06 0,16 0,21 0,26 0,30 0,34 0,37 0,40 0,44 0,00 0,01 0,01 0,02 0,04 0,07 0,09 0,13 0,16 0,21 0,24 0,28 0,32 0,35 0,39 0,00 -0,01 -0,07 -0,05 -0,03 -0,04 -0,08 -0,10 0,37 0,90 1,14 1,47 1,78 2,00 2,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,02 -0,02 -0,04 -0,06 0,04 0,43 0,90 1,13 1,44 1,75 1,98 2,00 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 Deformações medidas na Laje I8 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 0,00 0,00 0,00 0,02 0,06 0,06 0,06 0,11 0,32 0,51 0,65 0,77 0,91 1,09 2,80 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,13 0,35 0,61 0,73 0,87 1,06 1,26 2,90 0,00 0,00 0,01 0,02 0,04 0,06 0,06 0,05 0,07 0,10 0,13 0,20 0,29 0,39 2,70 0,00 0,00 0,01 0,02 0,07 0,10 0,10 0,12 0,14 0,18 0,20 0,30 0,37 0,50 3,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,01 0,04 0,13 0,17 0,22 0,26 *** *** 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 0,00 0,03 0,14 0,22 0,27 0,32 *** *** 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,02 0,04 0,09 0,12 0,19 0,34 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** A - 17 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 Deformações medidas na Laje I9 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,03 -0,06 -0,08 -0,05 0,08 0,32 0,72 0,93 1,41 1,95 2,49 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,01 -0,02 0,00 0,00 0,02 0,10 0,37 0,60 1,07 1,43 1,92 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,02 -0,02 -0,04 -0,03 0,00 0,10 0,14 0,22 0,27 0,37 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,09 0,12 0,16 0,18 0,19 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 -0,01 -0,02 0,00 0,07 0,08 0,09 0,11 0,10 0,06 0,00 0,01 0,01 0,00 -0,02 0,00 0,07 0,33 0,62 0,93 1,24 1,56 1,89 2,18 2,55 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 0,03 0,09 0,17 0,27 0,46 0,98 1,45 1,82 2,34 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,05 0,16 0,17 0,19 0,23 0,27 0,32 0,35 0,43 **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,08 0,21 0,30 0,34 0,36 0,39 0,30 0,28 0,27 0,00 0,00 0,00 0,01 0,03 0,03 0,03 0,09 0,21 0,58 0,67 1,59 1,73 2,22 3,06 0,00 0,00 0,00 0,01 0,05 0,05 0,04 0,06 0,11 0,28 0,31 0,55 0,61 0,80 1,17 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 Deformações medidas na Laje I9 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0,00 0,01 0,01 0,01 0,06 0,06 0,05 0,02 0,03 0,10 0,10 0,16 0,17 0,20 0,24 0,00 0,01 0,01 0,01 0,05 0,08 0,08 0,07 0,08 0,18 0,19 0,22 0,23 0,24 0,27 0,00 0,01 0,00 0,01 0,04 0,07 0,08 0,08 0,10 0,16 0,17 0,17 0,18 0,19 0,17 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,03 -0,01 0,03 0,02 0,46 0,82 0,92 1,51 1,62 2,01 2,68 0,00 0,00 0,00 0,01 0,06 0,12 0,13 0,15 0,20 0,35 0,42 1,01 1,10 1,44 2,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,09 0,11 0,16 0,19 0,21 0,23 0,24 0,25 0,26 0,27 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,03 0,05 0,09 0,12 0,20 0,22 0,34 0,37 0,44 0,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,01 0,00 0,06 0,08 0,15 0,16 0,20 0,19 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,27 0,80 1,25 1,95 2,30 2,85 3,80 **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,01 -0,01 -0,01 0,02 0,03 0,20 0,32 0,37 0,79 1,30 **** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 -0,02 -0,01 0,00 0,02 0,13 0,30 0,47 0,85 1,41 **** -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 Deformações medidas na Laje I9 - (x10 ) Número do extensômetro 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,01 -0,02 -0,02 -0,01 0,05 0,12 0,23 0,44 0,75 1,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,02 -0,03 -0,03 -0,02 0,03 0,11 0,16 0,40 0,69 2,05 0,00 0,00 0,01 0,02 0,01 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 0,05 0,10 0,16 0,24 0,27 **** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 -0,01 -0,02 -0,02 0,05 0,09 0,12 0,24 0,27 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 -0,02 -0,01 0,00 0,00 0,03 0,07 0,11 1,11 0,00 0,00 0,02 0,02 0,02 0,00 0,00 -0,01 0,01 0,03 0,04 0,07 0,13 0,17 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,02 -0,04 -0,04 0,05 0,30 0,94 1,30 1,77 2,10 1,45 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,03 -0,04 -0,06 0,15 0,79 1,17 1,67 1,94 2,30 0,00 0,00 0,00 -0,02 -0,02 -0,04 -0,08 -0,12 -0,09 -0,05 0,31 0,65 0,89 0,95 1,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 0,06 0,14 0,42 0,66 0,85 1,04 1,32 0,00 **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** 0,00 0,00 0,18 0,21 0,22 0,18 0,15 0,15 0,17 0,21 0,23 0,25 0,34 0,42 0,00 A - 18 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 Deformações medidas na Laje I9 - (x10 ) Número do extensômetro 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,04 0,05 0,15 0,18 0,19 0,21 0,23 0,27 0,29 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,05 0,09 0,25 0,31 0,37 0,42 0,45 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,04 0,06 0,14 0,24 0,29 0,35 0,39 0,41 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,04 0,09 0,15 0,21 0,25 0,29 0,35 0,36 0,00 0,00 -0,05 -0,07 -0,04 -0,01 -0,01 0,02 0,06 0,27 1,02 1,37 1,90 2,38 2,95 5,50 0,00 -0,01 0,01 0,03 0,06 0,07 0,07 0,09 0,15 0,23 0,30 0,43 0,60 0,89 2,05 0,00 -0,01 0,02 0,02 0,06 0,05 0,05 0,08 0,10 0,11 0,14 0,16 0,19 0,25 0,24 0,00 -0,01 0,01 0,01 0,05 0,05 0,06 0,07 0,08 0,05 0,05 0,04 0,04 0,03 0,03 0,00 -0,01 0,01 0,01 0,02 0,06 0,07 0,09 0,08 0,10 0,09 0,08 0,08 0,08 0,04 0,00 -0,01 0,01 0,01 -0,01 -0,01 0,02 0,09 0,14 0,23 0,28 0,71 1,10 1,43 0,25 0,00 0,01 0,01 0,03 0,03 0,06 0,06 0,10 0,13 0,14 0,16 0,27 0,48 0,92 0,00 0,00 -0,02 0,01 0,03 0,06 0,04 0,05 0,07 0,11 0,15 0,15 0,16 0,22 0,24 0,00 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 850 Deformações medidas na Laje I9 - (x10 ) Número do extensômetro 49 50 P1 P2 P3 P4 P5 0,00 -0,02 0,08 0,08 0,08 0,10 0,08 0,11 0,14 0,13 0,15 0,14 0,18 0,19 0,00 0,00 -0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,01 0,02 0,05 0,06 0,07 0,07 0,06 0,07 0,00 -0,01 -0,03 -0,04 -0,08 -0,11 -0,10 -0,04 0,08 0,07 0,04 0,05 0,06 0,07 0,95 0,00 -0,01 -0,03 -0,03 -0,04 -0,04 -0,05 0,02 -0,05 0,05 0,07 0,15 0,21 0,32 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,03 0,03 0,05 0,07 0,10 0,11 0,00 0,00 -0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 -0,14 -0,01 0,01 -0,01 0,01 0,03 0,04 0,00 0,00 -0,02 0,02 0,02 0,00 -0,02 -0,08 0,10 -0,16 -0,15 -0,17 -0,17 -0,15 -0,13 0,00 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 750 800 825 850 875 900 925 950 975 Deformações medidas na Laje I10 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,02 -0,01 0,03 0,09 0,20 0,28 0,37 0,66 1,27 1,47 1,61 1,70 1,8 1,94 2,27 2,7 0,00 0,00 0,02 0,03 0,02 0,01 0,02 0,03 0,04 0,03 0,08 0,20 0,33 0,39 0,44 0,77 1,05 1,6 2,24 2,75 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,02 -0,03 -0,04 -0,04 -0,04 -0,05 0,00 0,06 0,12 0,13 0,15 0,18 0,22 0,28 0,44 0,6 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,02 -0,03 -0,03 -0,04 -0,02 0,04 0,07 0,15 0,17 0,18 0,20 0,2 0,24 0,3 0,36 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,02 -0,03 -0,05 -0,06 -0,05 -0,05 -0,04 -0,02 0,00 0,02 0,04 0,06 0,1 0,23 0,3 0,00 0,00 -0,05 -0,03 0,00 0,09 0,16 0,25 0,35 0,40 0,45 0,51 0,90 1,00 1,10 1,30 1,4 1,65 2 2,15 0,00 0,00 0,02 0,03 0,06 0,14 0,19 0,20 0,20 0,22 0,25 0,32 0,97 1,10 1,18 1,45 1,73 1,95 2,3 2,8 0,00 -0,12 -0,34 -0,45 -0,43 -0,25 -0,21 -0,11 -0,13 -0,19 -0,15 -0,12 -0,05 0,00 0,00 0,03 0,04 0,05 0,13 0,25 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,09 0,12 0,16 0,23 0,28 0,34 0,37 0,43 0,45 0,48 0,50 0,51 0,58 0,46 0,4 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,05 0,07 0,10 0,14 0,17 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,22 0,25 0,25 0,27 0,27 0,00 0,00 0,00 0,03 0,07 0,08 0,08 0,22 0,39 0,51 0,62 0,68 0,87 0,98 1,10 *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,00 0,02 0,07 0,06 0,09 0,03 0,04 0,14 0,21 0,36 0,57 0,64 0,84 1,24 1,44 1,82 2,26 3,07 A - 19 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 750 800 825 850 875 900 925 950 975 Deformações medidas na Laje I10 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,08 0,09 0,09 0,15 0,18 0,20 0,23 0,25 0,27 3,14 0,40 0,48 0,7 1,04 *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,06 0,08 0,10 0,11 0,12 0,12 0,15 0,18 0,21 0,24 0,29 0,31 0,32 0,3 0,32 0,75 0,00 0,01 0,01 0,02 0,05 0,08 0,08 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,00 -0,01 0,01 0,05 0,10 0,23 0,49 0,73 1,04 1,07 1,29 1,34 1,39 1,45 1,58 1,73 1,83 *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,12 0,30 0,48 0,75 0,86 0,97 1,04 1,03 1,30 1,42 1,68 1,85 *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,05 0,09 0,07 0,08 0,19 0,76 0,96 1,13 1,19 1,30 1,50 1,68 1,97 2,3 *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,06 0,08 0,05 0,08 0,24 0,65 0,80 0,92 0,97 1,09 1,37 1,6 1,94 2,29 *** 0,00 0,00 -0,01 -0,02 -0,01 -0,01 0,02 0,06 0,08 0,16 0,28 0,30 0,33 0,34 0,34 0,36 0,45 0,55 0,9 1,35 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,05 0,07 0,08 0,10 0,18 0,22 0,25 0,28 0,29 0,31 0,34 0,45 0,6 0,86 1,22 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,03 0,06 0,10 0,17 0,24 0,26 0,28 0,30 0,31 0,32 0,33 0,36 *** *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,06 0,07 0,11 0,19 0,26 0,29 0,30 0,31 0,31 0,29 0,27 0,26 0,29 0,38 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,10 0,11 0,20 0,20 0,14 0,11 0,11 0,11 0,11 0,12 0,16 0,19 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 750 800 825 850 875 900 925 950 975 Deformações medidas na Laje I10 - (x10 ) Número do extensômetro 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,04 0,10 0,11 0,18 0,19 0,21 0,23 0,24 0,25 0,25 0,38 0,32 0,35 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,05 0,08 0,15 0,24 0,34 0,68 0,88 1,10 1,20 1,32 1,58 1,96 2,48 2,93 *** 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 0,02 0,08 0,20 0,38 0,87 1,15 1,40 1,45 1,57 1,83 2,23 2,85 3,34 4,45 0,00 0,00 0,00 0,01 0,04 0,09 0,10 0,13 0,17 0,26 0,42 0,54 0,76 0,95 1,12 1,43 1,72 2,02 2,36 2,65 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,04 0,05 0,09 0,18 0,37 0,54 0,81 1,06 1,26 1,62 1,94 2,35 2,68 3 0,00 0,00 0,00 0,01 0,03 0,04 0,05 0,05 0,05 0,10 0,24 0,27 0,28 0,29 0,31 0,33 0,369 0,382 0,385 *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,08 0,20 0,25 0,32 0,37 0,45 0,52 0,583 0,635 0,705 0,762 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,00 0,03 0,11 0,15 0,20 0,21 0,21 0,21 0,215 0,224 0,223 0,234 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,02 0,00 0,01 0,04 0,10 0,13 0,17 0,18 0,20 0,21 0,211 0,217 0,234 0,258 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,02 0,06 0,14 0,16 0,16 0,17 0,18 0,18 0,18 0,187 0,204 0,259 0,289 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,02 -0,02 0,03 0,08 0,08 0,08 0,09 0,09 0,10 0,09 0,094 0,109 0,157 0,199 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,10 0,16 0,31 0,52 0,77 0,91 1,14 1,22 1,26 1,34 1,485 1,747 2,177 2,603 A - 20 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 750 800 825 850 875 900 925 950 975 Deformações medidas na Laje I10 - (x10 ) Número do extensômetro 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 0,00 0,00 0,00 0,01 0,03 0,06 0,08 0,10 0,14 0,20 0,29 0,36 0,48 0,54 0,71 1,06 1,571 2,218 2,962 3,44 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,07 0,08 0,07 0,14 0,23 0,34 0,36 0,39 0,42 0,47 0,62 0,801 9,465 1,201 1,439 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,05 0,08 0,13 0,19 0,27 0,34 0,36 0,40 0,42 0,46 0,53 0,618 0,684 0,771 0,81 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,03 -0,01 0,07 0,25 0,62 0,82 1,01 1,12 1,24 1,41 1,62 1,9 2,14 2,66 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,05 0,06 0,05 0,08 0,15 0,28 0,34 0,38 0,41 0,45 0,60 0,73 0,94 1,2 1,61 0,00 0,00 0,00 0,01 0,04 0,08 0,08 0,05 0,03 0,03 0,05 0,07 0,09 0,10 0,11 0,15 0,21 0,36 0,8 1,65 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,09 0,10 0,07 0,05 0,07 0,09 0,09 0,09 0,11 0,12 0,14 0,16 0,23 0,3 1,1 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,06 0,07 0,08 0,09 0,13 0,16 0,16 0,16 0,15 0,15 0,13 0,09 0,09 0,11 0,45 0,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,02 -0,02 0,00 0,03 0,05 0,08 0,28 0,70 0,97 1,08 1,19 1,29 1,38 1,54 1,72 2,23 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,08 0,06 0,05 0,07 0,10 0,12 0,19 0,26 0,42 0,84 1,2 1,67 2,28 3,35 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,07 0,13 0,14 0,14 0,16 0,18 0,18 0,14 0,14 0,18 0,30 0,43 0,59 0,75 *** -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 700 750 800 825 850 875 900 925 950 975 Deformações medidas na Laje I10 - (x10 ) Número do extensômetro 49 50 P1 P2 P3 P4 P5 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,05 0,11 0,12 0,14 0,15 0,15 0,16 0,16 0,17 0,17 0,19 0,19 0,19 0,28 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,01 -0,05 -0,07 -0,06 0,04 0,32 0,52 0,55 0,48 0,37 0,33 0,29 0,25 0,35 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 -0,02 -0,01 0,00 0,08 0,16 0,19 0,22 0,24 0,29 0,28 0,27 0,38 0,70 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,03 0,04 0,03 0,03 0,03 0,08 0,10 0,12 0,13 0,19 0,32 0,37 0,20 *** *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,00 0,00 0,00 0,07 -0,01 0,01 0,01 0,02 0,03 0,05 0,08 0,10 0,12 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,01 0,00 -0,01 -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 0,00 0,03 0,05 0,10 A - 21 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 800 850 875 900 850 875 900 925 Deformações medidas na Laje I11 - (x10 ) Número do extensômetro 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0,00 0,00 0,01 0,02 0,04 0,05 0,03 0,04 0,25 0,45 0,55 0,65 0,90 1,41 1,50 1,57 1,58 1,78 *** *** *** *** 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 -0,01 0,00 0,07 0,19 0,25 0,29 0,33 0,37 0,38 0,55 1,30 *** *** *** *** *** *** 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,01 0,04 0,09 0,15 0,18 0,22 0,24 0,35 0,37 0,41 0,69 1,30 *** *** *** *** 0,00 0,01 0,03 0,04 0,05 0,05 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 0,07 0,12 0,10 0,09 0,09 0,16 0,17 0,18 0,20 0,22 0,28 0,28 0,29 0,32 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,03 -0,04 0,03 0,15 0,31 0,49 0,75 1,20 1,33 1,43 1,65 1,83 2,33 2,36 2,40 2,50 *** 0,00 0,01 0,00 0,01 0,02 0,00 0,02 0,08 0,12 0,21 0,31 0,40 0,49 1,23 1,37 1,55 2,11 2,70 5,62 2,36 1,00 *** 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,09 0,15 0,19 0,25 0,30 0,34 0,38 0,41 0,41 0,44 0,47 0,69 *** *** *** *** 0,00 0,01 0,02 0,02 0,03 0,09 0,09 0,10 0,13 0,18 0,23 0,28 0,31 0,31 0,32 0,30 0,40 0,30 0,30 0,31 0,32 *** 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 0,02 0,10 0,13 0,15 0,15 0,15 0,18 0,23 0,24 0,27 0,27 0,31 0,31 0,32 *** *** 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,02 -0,02 0,02 0,04 0,05 0,61 0,85 1,17 1,47 1,66 1,78 2,04 2,11 2,19 2,21 2,22 2,20 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 -0,01 0,01 0,01 0,00 0,05 0,35 0,53 0,63 0,82 0,92 1,09 1,34 1,63 2,23 2,28 2,39 2,66 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 800 850 875 900 850 875 900 925 Deformações medidas na Laje I11 - (x10 ) Número do extensômetro 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,02 0,04 0,05 0,07 0,10 0,15 0,20 0,22 0,28 0,30 0,35 0,05 0,70 1,21 1,25 1,33 1,68 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,05 0,07 0,08 0,07 0,10 0,12 0,15 0,16 0,19 0,20 0,22 0,25 0,30 0,43 0,44 0,45 0,53 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,04 0,06 0,05 0,04 0,01 0,06 0,07 0,08 0,07 0,01 0,08 0,09 0,11 0,24 0,24 0,24 0,27 0,00 0,01 0,01 0,00 0,02 0,05 0,07 0,11 0,16 0,20 0,22 0,25 0,28 0,33 0,35 0,40 0,45 0,50 0,68 0,70 0,74 1,02 0,00 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,05 0,10 0,16 0,21 0,31 0,76 1,02 1,25 1,33 1,53 1,70 1,91 2,17 2,21 2,28 2,69 0,00 0,01 0,01 0,01 0,00 -0,01 0,01 0,11 0,23 0,35 0,47 0,90 1,17 1,42 1,50 1,72 1,89 2,09 2,29 2,33 2,40 2,70 0,00 0,01 0,00 0,00 -0,02 -0,02 0,01 0,14 0,31 0,49 0,63 0,87 1,03 1,24 1,34 1,43 1,57 1,71 1,98 1,99 2,00 2,02 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01 -0,01 -0,01 0,07 0,29 0,52 0,65 0,85 1,01 1,18 1,25 1,30 1,39 1,56 1,84 1,85 1,86 1,95 0,00 0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,07 0,15 0,24 0,27 0,30 0,33 0,37 0,38 0,44 0,48 0,50 0,61 0,62 0,66 0,95 0,00 0,00 0,02 0,02 0,04 0,08 0,10 0,11 0,13 0,19 0,23 0,30 0,35 0,37 0,44 0,48 0,54 0,62 0,64 0,65 0,68 0,74 0,00 0,01 0,01 0,00 0,02 0,03 0,03 0,04 0,07 0,12 0,17 0,24 0,30 0,36 0,37 0,42 0,47 0,52 0,48 0,50 0,52 0,58 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,05 0,08 0,10 0,14 0,19 0,22 0,26 0,29 0,33 0,35 0,37 0,39 0,40 0,40 0,40 0,41 0,42 A - 22 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 800 850 875 900 850 875 900 925 Deformações medidas na Laje I11 - (x10 ) Número do extensômetro 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 0,00 0,00 0,01 0,01 0,03 0,10 0,12 0,14 0,16 0,19 0,21 0,23 0,26 0,28 0,29 0,35 0,44 0,52 0,49 0,51 0,54 0,55 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,03 0,06 0,15 0,33 0,58 1,01 1,25 1,61 1,73 1,98 2,21 2,61 2,80 2,82 2,85 2,94 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 -0,01 -0,02 -0,03 0,07 0,26 0,53 0,98 1,24 1,58 1,69 1,98 2,22 2,62 2,88 2,91 2,94 2,78 0,00 -0,01 0,01 0,01 0,02 0,03 0,04 0,03 0,06 0,11 0,16 0,27 0,39 0,57 0,63 0,76 0,86 1,10 1,38 1,42 1,53 2,16 0,00 0,01 0,00 0,00 0,02 0,05 0,07 0,09 0,13 0,17 0,22 0,31 0,40 0,55 0,60 0,70 0,80 1,04 1,41 1,45 1,58 2,42 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,01 0,01 0,00 0,01 0,04 0,07 0,11 0,14 0,19 0,19 0,22 0,24 0,31 0,34 0,35 0,38 0,66 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,04 0,06 0,08 0,08 0,12 0,16 0,18 0,22 0,27 0,28 0,30 0,33 0,36 0,55 0,56 0,58 0,62 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00 -0,01 0,02 0,03 0,07 0,12 0,13 0,15 0,16 0,18 0,24 0,24 0,25 0,26 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,05 0,08 0,10 0,11 0,14 0,16 0,20 0,23 0,25 0,26 0,27 0,29 0,35 0,35 0,36 0,38 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,03 0,03 0,04 0,05 0,07 0,17 0,17 0,17 0,18 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,04 0,08 0,10 0,10 0,10 0,10 0,12 0,13 0,14 0,14 0,16 0,17 0,26 0,26 0,27 0,28 0,00 0,00 0,01 0,01 0,04 0,08 0,12 0,31 0,50 0,65 0,76 0,87 1,08 1,57 1,66 1,78 2,01 2,21 2,67 2,70 2,76 2,86 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 800 850 875 900 850 875 900 925 Deformações medidas na Laje I11 - (x10 ) Número do extensômetro 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 0,00 0,00 0,01 0,01 0,03 0,05 0,08 0,17 0,27 0,47 0,57 0,68 0,81 1,26 1,38 1,53 1,69 1,81 2,33 2,38 2,44 2,52 0,00 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,01 0,04 0,16 0,23 0,27 0,31 0,37 0,45 0,48 0,53 0,57 0,59 0,76 0,78 0,81 0,85 0,00 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,03 0,03 0,06 0,08 0,10 0,11 0,12 0,18 0,20 0,23 0,25 0,27 0,27 0,28 0,28 0,29 0,00 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 0,05 0,06 0,08 0,11 0,13 0,14 0,15 0,17 0,19 0,21 0,23 0,24 0,24 0,25 0,25 0,26 0,00 0,00 0,01 0,02 0,01 0,00 0,04 0,11 0,25 0,36 0,44 0,54 0,72 1,17 1,30 1,61 1,89 2,16 2,27 2,31 2,35 2,50 0,00 0,01 0,01 0,02 0,02 0,00 0,03 0,09 0,13 0,19 0,24 0,28 0,34 0,73 0,83 1,03 1,25 1,70 1,90 1,94 1,99 2,24 0,00 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,05 0,10 0,13 0,21 0,27 0,32 0,37 0,53 0,57 0,64 0,68 *** *** *** *** *** 0,00 0,01 0,02 0,02 0,03 0,02 0,06 0,11 0,14 0,20 0,23 0,35 0,28 0,37 0,41 0,48 0,52 0,54 0,53 0,54 0,56 0,55 0,00 0,01 0,02 0,03 0,03 0,03 0,06 0,12 0,19 0,28 0,31 0,33 0,34 0,33 0,35 0,39 0,41 0,43 0,43 0,43 0,44 0,45 **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** **** 0,00 0,01 0,01 0,02 0,03 0,03 0,05 0,15 0,26 0,39 0,45 0,49 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,01 0,02 0,02 0,05 0,05 0,07 0,14 0,21 0,29 0,34 0,39 0,44 0,52 0,55 0,71 1,02 1,53 1,67 1,71 1,83 2,65 A - 23 -3 Carga (kN) 0 50 100 150 200 250 300 400 500 600 650 700 750 800 800 850 875 900 850 875 900 925 Deformações medidas na Laje I11 - (x10 ) Número do extensômetro 49 50 P1 P2 P3 P4 P5 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 -0,01 -0,01 0,01 0,04 0,04 0,04 0,07 0,11 0,15 0,16 0,18 0,19 0,20 0,21 0,22 0,23 0,27 0,00 0,01 0,01 0,02 0,01 -0,01 -0,03 -0,08 -0,09 -0,12 -0,11 -0,10 0,02 0,20 0,26 0,17 0,16 0,14 0,44 0,42 0,37 0,25 0,00 0,01 0,03 0,05 0,06 0,06 0,06 0,08 0,06 0,08 0,13 0,21 0,25 0,35 0,40 0,55 0,75 0,99 1,00 1,04 1,06 1,08 0,00 0,01 0,02 0,03 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,08 0,11 0,13 0,15 0,17 0,19 0,24 0,30 0,17 0,12 0,12 0,10 0,10 0,00 0,05 0,08 0,10 0,12 0,14 *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** *** 0,00 0,01 0,02 0,03 0,03 0,04 0,04 0,04 0,05 0,03 0,02 0,02 0,04 0,01 0,02 0,03 0,04 0,07 0,07 0,07 0,08 0,09 A - 24 ANEXO II REGISTRO FOTOGRÁFICO Detalhe da Armadura de Cisalhamento da laje E1 – Grupo 1 Detalhe do Aparato de Ensaio da Armadura de Cisalhamento a Tração A - 25 Armadura de Cisalhamento utilizada na laje E2 – Grupo 1. (1º, 2º e 3º camada) Vista inferior da laje E2 – Grupo 1 A - 26 Vista Superior da Laje E2 – Grupo 2 Vista Inferior da Laje E3 – Grupo 1 (Suporte dos Ganchos em forma de U) A - 27 Vista Interna da Armadura de Cisalhamento com os Ganchos em forma de U na parte inferior Vista Superior da Armadura de Cisalhamento com os Ganchos em Forma de U na parte Inferior A - 28 Detalhes dos Ganchos em Forma de U Detalhe do Sistema de Ensaio Utilizado (Vista Inferior) A - 29 Detalhes do Sistema de Ensaio Utilizado (Vista Superior)