P - Editora Stilo
Transcrição
P - Editora Stilo
1 Ano 6 / Edição 36 / Nov-Dez de 2013 / www.editorastilo.com.br 2 3 1 12/5/13 10:56 PM Ano 6 / Edição 36 / Nov-Dez de 2013 / www.editorastilo.com.br C M Y CM MY CY CMY K Moinhos, martelos e peneiras Alto rendimento, otimização de custos e agilidade nos processos Prezado Leitor Fundamentais nas atividades das graxarias, os moinhos, martelos e peneiras atuam no início do sistema de produção. A otimização de custos, o alto desempenho e a agilidade nos processos é o que se espera destas peças. A moagem de subprodutos de origem animal tem se destacado nos dias atuais, pois a busca constante de novas fontes de produtos sustentáveis direciona as graxarias a trabalharem no processo de industrialização com maior qualidade e sem desperdício de proteínas, já que a procura e utilização dessas fontes é de fundamental importância, especialmente quando observamos o segmento de nutrição animal. Como consequência, a indústria de peças para moagem evolui gradualmente, agilizando os seus processos e otimizando a sua produção para oferecer itens modernos e avançados. Fornecedores apresentam nas próximas páginas suas tecnologias e inovações aplicadas nas diferentes soluções para moagem. Outro tema que trazemos aqui é a gestão dos resíduos industriais, um assunto não só recorrente como tornou-se uma questão premente. A necessidade de uma atuação mais urgente se faz em virtude dos inúmeros episódios críticos de poluição que têm sido relacionados ao trato inadequado destes resíduos, causando efeitos danosos à população e ao meio ambiente. Na incessante busca por soluções e tecnologias “limpas”, que visam dar um destino adequado aos resíduos industriais, há empresas como a Ciclo Verde, de Goiânia. Fundada em abril de 2007, a empresa oferece uma gama de soluções ambientalmente corretas para a destinação de resíduos e rejeitos gerados pela indústria, atuando desde as orientações e elaboração do PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) até o ciclo final dos resíduos. Mário Bittar Neto, diretor comercial da Ciclo Verde, é o nosso entrevistado. Nas próximas páginas ele analisa como as empresas brasileiras vêm tratando a gestão de seus resíduos, explica quais tipos de serviços a Ciclo Verde oferece e como está estruturada, além de apontar as mais recentes tecnologias para o gerenciamento de resíduos. Sendo essa a nossa última edição de 2013, aproveitamos para desejar aos clientes, amigos, parceiros e a todo o mercado, um excelente final de ano, com muita prosperidade nos negócios, saúde, paz e harmonia! Boa Leitura! Daniel Geraldes Edição 36 - Nov/Dez de 2013 Editorial CAPA ed 36_A.pdf 5 Sumário / Expediente 4 Abra _6 Notícias Em Em Em foco foco foco _8 1 2 3 Diretor Daniel Geraldes _ 14 4 _ 20 Em foco 5 _ 22 Capa Foco 6 Publicidade [email protected] Direção de Arte e Produção Leonardo Piva Denise Ferreira [email protected] _ 18 foco foco Jornalista Colaboradora Lia Freire - MTB 30222 [email protected] _ 16 Em Em Editor Chefe Daniel Geraldes – MTB 41.523 [email protected] Conselho Editorial Bruno Montero Claudio Mathias Clênio Antonio Gonçalves Daniel Geraldes José Antonio Fernandes Moreira Luiz Guilherme Razzo Valdirene Dalmas Comitê Tecnico Cláudio Bellaver Dirceu Zanotto Lucas Cypriano _ 24 Fontes Seção “Notícias” BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações, National Render, Embrapa, Biodiesel, AgriPoint, Aliança Pecuarista. _ 32 na qualidade _ 48 Capa: www.123rf.com Impressão Gráfica Referência Editora Distribuição ACF Alfonso Bovero Entrevista _ 50 Fenagra 2014 _ 56 Caderno técnico 1 _ 58 Caderno técnico 2 _ 62 Caderno técnico 3 _ 64 Editora Stilo Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 Cep: 04004-000 / São Paulo (SP) (11) 2384-0047 [email protected] A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação bimestral do mercado de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de: máquinas, equipamentos, insumos, matérias-primas, biodisel, frigoríficos e prestadores de serviços, com tiragem de 4.200 exemplares. Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia, projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada aos executivos e especificadores destes segmentos. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as opiniões da revista. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias sem expressa autorização da Editora. 7 Abra 6 ABRA - Com que produtos vocês atuam? Erasmo Martins - Trabalhamos com uma linha de produtos de origem animal. Dentre eles: Óleos, farinhas e gorduras de origem animal. Entre as farinhas, a Farinha de Carne e Ossos, Farinha de vísceras de aves, Farinha Sangue, Farinha de Peixe, Farinha de Penas Hidrolisadas, Farinha de Ossos Calcinados, Farinha de Salmão. Nas gorduras e óleos, nós atuamos com o Óleo de Peixe, Óleo de Salmão, Óleo de Vísceras de Aves e Sebo Bovino. ABRA - Quais são os mercados consumidores da Nutrivil? Em que estado estão localizados? dificuldades. Para o sucesso temos que contar com o apoio de Erasmo Martins - Nossos consumidores são os fabricantes de uma equipe qualificada, uma equipe que goste do que faça, e ração comercial, avicultores , suinocultores ,carcinicultores sinta prazer ao trabalhar. Ninguém faz nada sozinho. , indústria de higiene e limpeza , indústria de biodiesel . Atendemos praticamente o Brasil todo, temos clientes em ABRA – A indústria possui projeto de ampliação? quase todas as regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Erasmo Martins - Todo ano investimos em equipamentos, workshops, oficinas, cursos para os funcionários e em muita Nutrivil: Visão e investimentos para a qualidade em produtos de origem Animal D Por: Ana Paula Michnik esde 2007 a Nutrivil Nutrição Animal, vem atuando no segmento de agroindústria, em parceria com grandes empresas do Brasil e do Exterior, fornecendo farinhas, gorduras e óleos de origem animal aos mais diversos setores. A empresa está localizada no Nordeste, com a matriz na cidade de Maracanaú no Ceará e uma filial em Caruaru em Pernambuco diversificando o atendimento ao mercado. A Nutrivil se destaca pelo compromisso com a qualidade de seus produtos e pronto atendimento, investindo em profissionais qualificados e estudos mercadológicos. Conheça a trajetória de sucesso que a empresa vem trilhando no mercado nacional e já visando o mercado internacional através da entrevista realizada pela ABRA com o Sr. Erasmo Martins, diretor da Nutrivil. ABRA – Que tipo de empresas fornece matéria-prima para a pesquisa para aprender novas técnicas. Nesse último ano, empresa? buscamos crescer a filial em Caruaru – PE. Não medimos Erasmo Martins - Trabalhamos em parceria com empresas esforços quando o assunto é qualidade, qualidade em: recicladoras, possibilitando o reaproveitamento dos resíduos, atendimento, logística, marketing, produção entre muitos temos como fornecedores grandes frigoríficos da região. assuntos e por isso resolvemos crescer. ABRA - Exportam produtos da Reciclagem Animal? Quais são ABRA - Qual avaliação o Sr. faz do mercado de Reciclagem os produtos e para que países? Animal em 2013? Erasmo Martins - No início de 2013, começamos um Erasmo Martins -Um mercado promissor e necessário. A cada trabalho voltado para o exterior. A Nutrivil acredita no dia que passa estamos mais preocupados com o nosso planeta potencial brasileiro, na sua qualidade e poder competitivo. e é de suma importância a destinação correta dos resíduos Investimos em analises, em um tratamento especial. O animais que antes seriam jogado no lixo. É nesse momento mercado internacional exige uma qualidade superior do que que entra a reciclagem animal e a Nutrivil é uma dessas muitas vezes é comercializado no setor nacional, com isso, empresas que estão comprometidas com a sustentabilidade. resolvemos inovar e temos metas de que até o fim de 2013 todos os nossos produtos sigam os padrões internacionais no ABRA - Quais são as expectativas para o setor em 2014? mercado nacional. Erasmo Martins – Acreditamos que 2014 será um ano de grandes conquistas para o setor e de abertura de novos ABRA - As duas plantas da Nutrivil estão localizadas no mercados e cotamos com o apoio da Agencia Brasileira de Nordeste, onde há pouca concentração de plantas do setor. Promoção de Exportação e Investimento – APEX- Brasil. Como avalia o mercado para os produtos de Origem Animal na região? ABRA - O sr. tem acompanhado a trajetória da ABRA no Erasmo Martins - Existe várias plantas do setor na região mercado internacional. O que o considera como um desafio nordeste onde uma boa parte delas atendem o mercado local, para o desenvolvimento do setor no Brasil, e quais melhorias e outras que possuem registro estadual (SIE). Eu avalio todo o apontaria para a solução deste? segmento de alimentos como crescente e automaticamente, Erasmo Martins – A consolidação do mercado internacional os produtos de origem animal estão atrelados. esta acontecendo, estamos estudando mercado, desenvolvendo ações e nos preparando para a consolidação de mercado. ABRA– Qual o diferencial que uma indústria tem que ter para se solidificar no mercado? Erasmo Martins - Qualidade , Logística , Confiança ABRA - Qual a importância da ABRA para a sua empresa? e principalmente, o empresário não deve se abater com as Erasmo Martins - Posso definir isso em apenas uma frase muito conhecida e usual “ A UNIÃO FAZ A FORÇA”. 9 Notícias 8 Patense entre as maiores indústrias de nutrição animal do país Novos mercados consolidam Brasil como maior fornecedor de carne bovina do mundo A abertura de novos mercados no exterior tem garantido ao Brasil o topo do pódio de exportações de carne bovina. Balanço divulgado pela Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) mostra que o país bateu o quarto recorde mensal consecutivo com os embarques do produto. Em outubro, foram vendidas 147,8 mil toneladas de carne de boi. O faturamento obtido com o comércio desse volume também foi histórico, de quase US$ 660 milhões. No acumulado do ano, as vendas brasileiras de carne somam US$ 5,44 bilhões, 12,5% mais do que em igual período do ano passado. O volume enviado ao mercado internacional, de 1,2 milhão de toneladas, é 18,8% maior do que o registrado em 2012. O desempenho deste ano está relacionado ao aumento do apetite de países como Hong Kong, Venezuela e Rússia. Somente os negócios fechados com os importadores do país vizinho ao Brasil foram 92,9% maiores do que os realizados no ano passado. Com isso, os venezuelanos assumiram o segundo lugar na tabela de principais compradores da carne nacional. A liderança nas importações está com o país asiático. A Rússia aparece no terceiro lugar. Apesar do ligeiro aumento nas compras, os países da União Europeia ainda têm potencial para importar maior volume do produto brasileiro. Carne pura - US$ 4,3 bilhões é o valor arrecadado pela pecuária brasileira somente com as exportações de carne in natura de janeiro a outubro deste ano. Esse é o item preferido dos importadores. Igor Ribeiro - coordenador de marketing, Leandro Gonçalves - diretor de vendas, Cleuton André - gerente de vendas A revista Globo Rural realizou em outubro passado, em São Paulo, a cerimônia de entrega do “Melhores do Agronegócio 2013” onde ficaram conhecidas as maiores e melhores empresas do setor em 20 segmentos. A premiação também marcou o lançamento do Anuário do Agronegócio 2013, da editora Globo. A publicação, traz reportagens sobre as vencedoras, além de um balanço sobre as 500 maiores companhias do agronegócio que, juntas, faturaram R$ 514 bilhões no período avaliado, com um aumento de quase 3% na receita líquida em relação ao ano anterior. O Anuário também aponta as 50 maiores por categoria, de acordo com dados compilados pela Serasa Experian em parceria com Globo Rural. A Patense esteve presente no evento e foi premiada pela 3° vez consecutiva como uma das 500 maiores empresas do agronegócio no Brasil, sendo a 5º colocada no segmento de Nutrição Animal, um crescimento que a colocou no Top 5 de um setor em ampla expansão. “O Nosso desafio de crescimento é ainda maior para 2013, um salto na produtividade que consagra a Patense, como uma das maiores no segmento, além de comprovar a qualidade dos produtos distribuídos hoje em todo o Brasil e também no mundo” ressalta Leandro Gonçalves, diretor de vendas da empresa. Ao longo dos anos a empresa construiu uma base forte e trabalha hoje como vetor de transformação em seu segmento, inserindo modalidades de negócio inéditas no país, como é o exemplo da fertirrigação. A inovação aliada à eficiência e ao espírito inovador de seus líderes faz com que a Patense prospere e cresça de forma sustentável como uma das empresas referência no setor de nutrição animal. Selo de premiação. Fonte: Gazeta do Povo 11 Notícias 10 Porto Velho terá usina de biodiesel a partir de Sebo Bovino O Grupo Brasil Bio Fuels que já tem uma planta produzindo biodiesel em Ji-Paraná, com fábricas em Roraima e no Acre, através do consultor Delvair Santos, apresentou ao secretário de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento e Regularização Fundiária (Seagri), Evandro Padovani, um projeto para implantar uma usina de Biodiesel em Porto Velho, com investimentos de R$ 140 milhões. O Grupo solicitou ao Governo do Estado uma área no distrito industrial com 10 hectares para implantar uma usina de Biodiesel a partir do sebo bovino e insumos produzidos no próprio Estado. O Grupo já participa na produção de Biodiesel a partir do sebo bovino no Estado de São Paulo, no município de Charqueada e Ji-Paraná, em Rondônia. Na primeira etapa, a proposta é de produzir 90 metros cúbicos de Biodiesel-dia e 90 mil metros ao ano, gerando 61 empregos diretos na fase inicial. Ao receber o projeto, o secretário Evandro Padovani assegurou que com a ampliação da usina de calcário, vamos aumentar a produção bovina ganhando mais espaço para a produção de sebo, matéria-prima importante para a indústria de Biodiesel. Fonte: DECOM A corrida do ouro e a lasca do filé: Luiz Valle Jesus não multiplicou o boi, o frango e o porco. Multiplicou o peixe. É com essa frase que o Ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, comemora duas boas notícias para o setor produtivo do pescado no Brasil. A primeira delas foi anunciada por Victor Burns, gerente da área de relacionamento do BNDES com o governo: o ProAquicultura, programa recém criado pelo banco, disponibilizou dotação orçamentária de RS 500 milhões para apoiar projetos de empresas brasileiras de cultivo de peixe nos próximos cinco anos. A segunda boa notícia, apresentada por André Barbieri, diretor da Riviera Investimentos, foi a criação do primeiro Fundo de Investimentos em Participação (FIP), da ordem de R$ 200 milhões, destinados ao mesmo segmento e voltado para o mesmo objetivo. Na contramão da Bíblia e do restante do mundo, no Brasil primeiramente se investiu nos outros bichos. Após a estruturação da cadeia produtiva de bovinos, aves e suínos é que o país voltou sua atenção para o potencial da produção de peixes e frutos do mar. Para as empresas tomadoras, o ProAquicultura terá custo anual equivalente à variação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).Projetos a partir de R$ 3 milhões poderão ser contratados sem intermediação de bancos particulares e haverá flexibilização dos 130% de garantia real normalmente exigidos pelo BNDES. As microempresas e as empresas de pequeno porte estão isentas da taxa de intermediação financeira. Quando, entretanto, o assunto é Fundo de Investimento em Participação, sai de cena o “S” do BNDES (desenvolvimento Social) e toma assento o “$” dos investidores institucionais, focados nas empresas do peixe que têm gestão transparente, alto potencial de crescimento, grande rentabilidade e solidez. Ao estimular o BNDES e os fundos de investimento a empregar recursos na aquicultura o governo tem dado mostras de que realmente acredita ser possível ampliar a produção nacional de pescado cultivado, das 500 mil toneladas atuais para sonhados 20 milhões de toneladas por ano. Objetivo que poderá ser alcançado, segundo informação do governo, com o uso de apenas 0,5% das águas da União. A presidente Dilma inaugura agora mais dois reservatórios nos quais serão implantados parques aquícolas para novos cultivos: Serra da Mesa e Cana Brava, em Goiás, próximos ao Distrito Federal. A notícia incita e excita investidores internacionais oriundos da cambaleante economia europeia, que recorrem ao Ministério da Pesca e Aquicultura ávidos por oportunidade de produzir aqui. E faz lembrar a corrida do ouro, nos Estados Unidos.Quando James W. Marshall, em 1848, deixou escapar a notícia de que encontrara pedaços de certo mineral amarelo e brilhante em uma calha de moinho, viu cair sobre si uma multidão de 300 mil pessoas, vindas de toda parte. A Califórnia se transformava em um inferno! O resto, a História conta: Marshall teve suas terras invadidas e seu rico ouro usurpado. Morreu reivindicando ao estado, em vão, indenização pelas terras perdidas. Nós, produtores que cultivamos peixes no Brasil desde o tempo em que a piscicultura era tratada como atividade econômica irrelevante, não temos vocação para Marshall. Os R$700milhões de investimento no nosso setor são muito bemvindos. Quem já roeu tanto osso — digo, tanta espinha — tem direito de provar a lasca do filé. Fonte: Ministério da Pesca 13 Notícias 12 JBS lidera produção mundial de frango A brasileira BRF foi a líder no abate mundial de aves no ano passado, conforme levantamento da revista “Industria Avícola”,uma Indústria de biodiesel se diz pronta para alta na mistura referência de informações no segmento. Isoladamente, numa lista de 50 companhias, a BRF ficou no primeiro posto com um abate de 1,878 bilhão de aves em 2102, à frente da americana Tyson, nos do setor diz ser capaz de atender tranquilamente uma eventual nova demanda, tanto do ponto de vista da oferta de matéria- EUA, com 1,840 bilhão de unidades. Em terceiro vem a também prima quanto da capacidade industrial instalada. O aumento da mistura, que sairia dos atuais 5 por cento de biodiesel no diesel americana Pilgrim’s Corp. - que é controlada pela brasileira JBS -, (B5) para 7 por cento (B7) no próximo ano, ainda reduziria a necessidade de importações do combustível pela Petrobras, cujos cujo abate alcançou 1,721 bilhão de aves, segundo o levantamento. resultados vêm sendo afetados por compras do combustível no exterior a valores mais altos que os de venda no mercado A revista Industria Avícola é publicada pela WattAgnet, rede de interno. Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que o aumento da mistura está sendo avaliado informações globais sobre o agribusiness baseada nos EUA. pelo Palácio do Planalto, sem dar detalhes. “A nossa perspectiva é que já em janeiro poderia ter um aumento de mistura, as condições são atendidas tanto do ponto de vista de matéria-prima quanto de capacidade industrial”, afirmou o assessor Apesar de se referirem ao ano passado e por isso correrem o A discussão do aumento da mistura de biodiesel no diesel em 2014 ganhou força dentro do governo, enquanto a indústria risco de alguma defasagem, os dados são um importante indicador sobre quem devem ser os maiores no abate de aves no mundo econômico da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Leonardo Zilio. A estimativa de consumo de neste ano e nos próximos. O ranking da Industria Avícola considera as empresas de forma isolada, isto é, levando em conta a operação biodiesel no Brasil este ano, com o B5, é de 3 bilhões de litros. Com o B7, poderia chegar a 4,2 bilhões de litros em 2014, já apenas no país de origem. Quando se considera o desempenho das companhias em suas diferentes regiões de atuação no mundo, considerando a maior demanda pelo biocombustível e um crescimento do consumo de diesel, segundo entidades ligadas contudo, o quadro muda. Então, a também brasileira JBS vira a líder no abate mundial de aves. à indústria. A atual capacidade de produção do país é de 7 bilhões de litros de biodiesel, de acordo com a União Brasileira No ranking das 50 maiores da publicação, a JBS Aves está em 23º lugar, com abate de 275,8 milhões de cabeças em 2012. Mas do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), com base nas 78 usinas registradas na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e somando esse número ao abate da Pilgrim’s (EUA e México) e ao da Seara - recém-adquirida da Marfrig -, a JBS vira a primeira no Biocombustíveis (ANP). Com relação à matéria-prima, a soja responde por 75 por cento do total de biodiesel produzido no país. mundo, muito à frente de BRF e Tyson (ver quadro). Nesse cenário, a JBS como um todo soma um abate anual de 2,950 bilhões de aves. Fonte: Exame.com.br Assim, a empresa, que tem sua origem no abate de bovinos, torna-se a maior em aves no mundo. Usando o mesmo raciocínio para a Tyson Foods, a companhia americana alcança um abate de 2,02 bilhões de aves em 2012, considerando suas operações nos EUA e no México, que constam do ranking. A empresa também tem atividade no Brasil, mas não incluída na lista das 50 maiores. A Tyson é, também conforme esse critério, a segunda em abate de aves no mundo. Amazonas ganha primeira Indústria de Reciclagem Animal Sem a Seara, adquirida em junho deste ano, a JBS já seria a maior no abate de aves considerando todas as operações que possuía em 2012. Mas a compra da companhia fez a JBS dar um salto enorme, distanciando-se das demais, num sinal claro do aumento da concentração No último dia 25 de outubro, a Indústria Solimões, do Grupo Fasa S.A. no segmento no mundo. O movimento favorece a empresa, mas é uma preocupação para os países que dependem de importações. inaugurou a primeira planta de Reciclagem Animal no estado do Amazonas. A empresa está localizada em Iranduba, cidade vizinha a Manaus. “A diferença em relação às outras é muito grande. O que chama mais a atenção é que [o abate da JBS] chega a 2,9 bilhões de aves”, observa José Carlos Godoy, secretário-executivo da Apinco (Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte) e um grande conhecedor da avicultura nacional. O número supera em 1 bilhão o da BRF. e que processam apenas os resíduos destes. A Indústria Solimões processará A lista das 50 maiores no abate tem além das brasileiras, 13 empresas chinesas, duas da Africa do Sul e duas da Turquia e apenas resíduos gerados em frigoríficos, abatedouros, açougues e supermercados uma da França - outrora um produtor importante de aves - e outra da Argentina. A paranaense Diplomata, que pediu recuperação produzindo a farinha de carne e ossos mista, a farinha de sangue e o sebo bovino. judicial, também está entre as 50 maiores. dia. A indústria começou as atividades com aproximadamente 15 funcionários. Os números envolvendo as empresas brasileiras do ranking impressionam por si só. O abate total de JBS (das diferentes operações) O Amazonas possui algumas graxarias que são vinculadas aos frigoríficos A planta tem capacidade para processar 140 toneladas de matéria-prima por mais o da BRF alcançou 4,829 bilhões de aves no ano passado. Para se ter uma ideia do gigantismo do número, basta comparar: em 2012, o Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, abateu cerca de 5,7 bilhões de aves. Clóvis Moura Júnior. “Supriremos a necessidade de processamento dos resíduos gerados no abate por empresas que antes Na avaliação de José Carlos Godoy, da Apinco, os números do abate global de aves neste ano não devem ter alterações significativas destinavam esses resíduos em aterros sanitários. Além disso, não havia ninguém no estado que processasse o sangue, o que em relação a 2012. Apesar de a China ser a maior representada no ranking, o especialista afirma que o crescimento da avicultura no gerava ainda a contaminação da água e também do solo. A Solimões foi pensada justamente com o caráter sustentável” país asiático “ não é explosivo como era antigamente”. A razão é principalmente o custo dos insumos, como grãos, para produzir aves, afirma. que a China precisa importar. Além deste benefício, os produtores de ração do Amazonas terão um distribuidor de matéria-prima no estado. A Solimões pretende estender a sua linha de produção em 2014 com o processamento de resíduos do pescado, produzindo Nos Estados Unidos, afirma, a expectativa é de estabilidade à leve alta na produção, também reflexo de custos elevados, ainda que A indústria Solimões desenvolverá um grande trabalho ambiental para no estado como explica o gerente da indústria estes estejam em patamares inferiores aos de 2012. a farinha de peixes. No Brasil, a expectativa é de que o alojamento de pintos de corte aumente 2% a 3% sobre 2012, quando o setor viveu uma crise de A indústria Solimões não será a única na região norte. O grupo Fasa ampliará o número de plantas no próximo ano custos e o número alcançou 6 bilhões de cabeças. O montante de aves alojado não coincide com o total abatido pelas empresas num inaugurando duas unidades, uma no Pará e outra em Rondônia. Além das oito indústrias no Brasil, o Grupo possui uma ano, já que há uma perda embutida. Além disso, uma ave alojada num determinado dia do mês só é abatida 45 dias depois. Assim, o unidade no México e está em processo de montagem de outra no Peru. animal alojado em dezembro deste ano por exemplo entrará nos números de abate de frango de 2014. Fonte: ABRA Fonte: Valor Econômico 15 Notícias 14 EUA: USDA finaliza lei que permitirá comércio seguro de bovinos e protegerá contra EEB Coleta de Resíduos Animais contribui para a Preservação do Meio Ambiente O Serviço de Inspeção Sanitária Animal O Sincobesp (Sindicato Nacional dos Coletores e e Vegetal do Departamento de Agricultura Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal), dos (APHIS/USDA) participou da XV Fimai/Simai - Feira Internacional de Meio anunciou recentemente, a lei final que Ambiente Industrial e Sustentabilidade, que aconteceu entre completará os esforços para modernizar as 5 e 7 de novembro, no Expo Center Norte, em São Paulo. regulamentações de importação da agência referentes à encefalopatia espongiforme as empresas que integram o Sindicato - seja pouco bovina (EEB). A lei visa demonstrar à divulgado, ele é responsável por transformar o Brasil em um comunidade internacional que os Estados dos maiores produtores de farinhas e gorduras de origem Unidos estão comprometidos a basear animal no mundo. De acordo com dados divulgados durante suas regulamentações referentes à EEB na o XII Congresso Brasil Rendering, promovido pelo SINCOBESP literatura (Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Estados Unidos científica internacionalmente Embora o segmento de Graxaria - como são conhecidas aceita e nos padrões determinados pela Subprodutos de Origem Animal) em parceria com a ABRA (Associação Brasileira de Reciclagem Animal), no mês de abril, em Organização Mundial de Saúde Animal Campinas, o Brasil é responsável por 1/4 da produção mundial desses produtos. (OIE). A regulamentação final permitirá um comércio seguro de bovinos e produtos números mostram a força do setor, que ainda produz óleos e gorduras. O mais importante, entretanto, é que toda essa produção de bovinos enquanto protege os Estados está baseada nos mais modernos conceitos de preservação ambiental. Unidos da introdução da EEB. “Essa Ao todo o país produziu 3,27 milhões de toneladas em 2012 e espera produzir 3,52 milhões de toneladas em 2013. Os Segundo o presidente do Sindicato, Gustavo Razzo Neto, o setor tem investido em equipamentos de última geração com ação trará nossas regulamentações de objetivo de eliminar possíveis odores decorrentes da produção. “A ação das Graxarias evita danos ambientais e riscos à Saúde importação com relação à EEB de acordo Pública, decorrentes da decomposição dos resíduos animais. Retiramos do ambiente resíduos ósseos e gordurosos com grande com os padrões internacionais, que pede potencial poluidor, dando-lhes aproveitamento ecológico-econômico”. aos países que baseiem suas políticas comerciais nos riscos reais dos animais e dos produtos de abrigar a doença”, disse o vice-administrador e veterinário chefe sua criação, em 2008. “A Câmara é um canal permanente de diálogo público-privado, que permite a melhoria contínua do APHIS, John Clifford. “Fazer essas mudanças demonstrará a nossos parceiros comerciais nosso compromisso com os da qualidade ambiental do setor, ou seja, estamos empenhados em ter uma indústria em conformidade com as regras padrões internacionais e baseados em ciência, e esperamos que isso ajude a abrir nossos mercados e remova as restrições ambientais”, ressalta Razzo. restantes sobre os produtos dos Estados Unidos”. Quando essa lei entrar em efeito, o APHIS usará o mesmo critério e categorias que a OIE usa para identificar o status de risco de EEB do país. O APHIS baseará sua política de importação para um país particular em sua classificação de risco conforme determinada pela avaliação de risco da OIE. A OIE atualizou sua classificação de riscos para EEB dos Estados Unidos para risco insignificante em maio de 2013. A lei também permite que o APHIS conduza sua própria avaliação quando for necessário, visto que o país ainda não está classificado pela OIE para risco de EEB e requer que o APHIS conduza uma avaliação de risco usando um critério equivalente ao usado pela OIE. O USDA disse que a ação seria publicada no Registro Federal em breve e se tornará efetiva 90 dias após a publicação. A senadora dos Estados Unidos, Debbie Stabenow, presidente do Comitê do Senado para Agricultura, elogiou a ação do USDA. “Eu aplaudo as ações do USDA para garantir que os produtores de carne bovina do país tenham acesso a novos mercados de exportação. Esse esforço é crucial para derrubar barreiras comerciais sem fundamentos de outros países e reabrir mercados comerciais que estão fechados para a carne bovina dos Estados Unidos”. O presidente do Instituto Americano de Carnes (AMI), J. Patrick Boyle, disse que “a lei é um passo significante para tornar as regulamentações de importação de carne bovina dos Estados Unidos mais consistentes com os padrões internacionais de saúde animal. Faz tempo que dizemos que ter essa lei em prática mostrará liderança em escala global e acreditamos que melhorará o comércio dos Estados Unidos, dando ao USTR e ao USDA uma posição mais forte para pressionar outras nações a seguir as diretrizes da OIE e adotar políticas sobre EEB baseadas em ciência”. Fonte: MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint. O Sindicato ocupa ainda a Presidência da Câmara Ambiental do Setor de Abate, Frigorífico e Graxaria da CETESB desde 17 Notícias 16 Indústria da carne é contrária a diferenciação de alíquotas do ICMS BRF e Minerva assinam acordo para transferência de ativos e abate de bovinos Proposta que visa reduzir a alíquota interestadual do ICMS e a convalidação A BRF assinou acordo de investimento que estabelece os termos dos incentivos fiscais concedidos em desacordo com o dispositivo da para a transferência de sua operação de bovinos à Minerva, em troca de Constituição Federal criarão sérios problemas de competitividade para os participação acionária naquela empresa. setores agropecuários e agroindustriais que empregam matérias-primas de origem animal ou vegetal em Santa Catarina. Várzea Grande e Mirassol, no Mato Grosso, bem como os funcionários envolvidos nas referidas atividades para uma sociedade de capital A advertência está sendo levantada pelo Sindicato das Indústrias da Carne Pelo documento, a BRF repassará seus ativos de abate das plantas de e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), pela Associação Catarinense de fechado, a Newco Divisão de Bovinos, que será incorporada à Minerva. Avicultura (ACAV) e pela Federação das Indústrias de SC (Fiesc). A operação proporcionará aumento do capital social da Minerva O diretor executivo do Sindicarne e da ACAV, Ricardo De Gouvêa, enfatiza e, após consumada, a Newco Divisão de Bovinos se tornará subsidiária que o inconformismo da indústria deriva das proposições que visam preservar a integral daquela empresa. A BRF passará a deter 29.000.000 (vinte e diferenciação nas alíquotas interestaduais do imposto, conforme o Estado de destino ou de origem das mercadorias, nos termos nove milhões) de ações da Minerva, volume esse que no fechamento da definidos na cláusula segunda do anexo único, do projeto de Convênio 93/13. operação equivalerá a 16,8% do capital social total e votante da Minerva e chegará a 15,2% até 2015, quando da conversão das debêntures emitidas pela Minerva. A diferenciação de 7% e 12%, atualmente existente, não pode ser perpetuada, porque foi instituída com o objetivo de diminuir as desigualdades regionais. Na medida em que tal desigualdade for sendo reduzida ou eliminada, a diferenciação passa a ser uma discriminação prejudicial, tendendo a causar sérios prejuízos às populações dos Estados discriminados. avanço em nossa estratégia de priorizar cada vez mais a parte da frente da cadeia, com foco no cliente e na inovação”, afirma o presidente da BRF, Cláudio Galeazzi. Gouvêa expõe que não há pretensão de atrair novos investimentos, mas manter em funcionamento a agricultura e as As plantas de Várzea Grande e Mirassol tem capacidade para abater 2.600 cabeças de gado por dia. “Esse acordo é mais um agroindústrias existentes, cuja continuidade será seriamente prejudicada se forem perpetuados os tratamentos discriminatórios propostos para o setor agropecuário dos Estados referidos. Minerva. Ao mesmo tempo, reforça sua atuação nos segmentos de food services e alimentos processados de carne bovina. De acordo com o diretor executivo do Sindicarne e da ACAV, a preservação da diferenciação nas alíquotas interestaduais Sem sair do negócio, a BRF desverticaliza a cadeia, deixando a gestão de abate aos cuidados de uma empresa especialista, a A Minerva é uma das líderes, na América do Sul, na produção e comercialização de carne in natura, gado vivo e seus derivados. em função do Estado de origem estar localizado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, criará dificuldades intransponíveis O negócio trará importantes vantagens competitivas à BRF, tais como: liberação de recursos para atividades estratégicas com para as indústrias catarinenses. Essas empresas, que adquirem a maior parte das matérias-primas consumidas nos processos melhor remuneração do capital; foco na gestão de atividades de maior valor agregado; otimização do mix de vendas, sem de industrialização que promovem, ficarão sujeitas a uma carga tributária de 7%, nas entradas e de 4% nas saídas, maior parte necessidade de liquidação do animal completo; garantia de fornecimento com contrato de longo prazo para matéria-prima direcionada para o exterior, contempladas por manutenção de crédito, sendo as respectivas saídas imunes. de produtos processados; e participação na captura do aumento de eficiência operacional com posição acionária na empresa Minerva. “Essa situação contribuirá para a perda de competitividade em decorrência do descompasso entre a geração do crédito e o seu aproveitamento”, resume Ricardo De Gouvêa. Além disso, as agroindústrias dos outros Estados serão beneficiadas com a preservação dos incentivos fiscais em vigor balizados pela alíquota diferenciada de 7%, enquanto que, para as localizadas em e esforços em atividades ligadas à marca, distribuição e desenvolvimento de mercados. A BRF reduz aproximadamente R$ Santa Catarina, o parâmetro será de 4%. 170 milhões em ativos biológicos (boi vivo) em até 10 meses. Tais ativos não fazem parte desta operação e serão vendidos a mercado.”, destaca Leopoldo Saboya, vice-presidente de Finanças, Administração e Relações com Investidores. O Sindicarne, a ACAV e a FIESC firmaram posição contrária à diferenciação de alíquotas interestaduais desiguais propostas “Este negócio permite liberar capital empregado tanto fixo como de giro dentro da estratégia de concentrar recursos pelo Convênio, porque entendem que a equalização das alíquotas em 4% atenderá o objetivo nacional de minimizar os danosos efeitos da disputa fiscal entre os Estados. BRF e da Minerva iniciarão um processo de organização para a transição de ativos ocorra de forma organizada sem impactos às linhas à operação. Expressão econômica - A proposta, nos termos em que foi formulada, provocará prejuízos à população catarinense, impondo O acordo está sujeito a aprovação por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). As administrações da situação competitiva desfavorável a todos os setores da economia, com grande desinvestimento e forte desemprego. Os efeitos Fonte: Assessoria de Imprensa BRF perversos da proposta afetarão negativamente a indústria alimentar catarinense , que tem participação de 17,4% no valor da Mais biodiesel no diesel vendido no País transformação industrial. Deste valor, 9,4% está na produção de carnes. Nesse setor, na esfera nacional, Santa Catarina tem uma participação de 5,6%. Especificamente em carnes o peso sobre igual setor do país é de 14,2% e em pescado a participação chega a 42,2%, de acordo com o valor da transformação industrial (2011). Emprega 88,3 mil trabalhadores em seus 3.231 estabelecimentos (2012). No segmento de carnes o número de empregados é 44 mil em 441 estabelecimentos. do percentual de biodiesel no diesel vendido no país. Conforme a Agência Brasil, Lobão afirmou que a proposta está sendo A indústria barriga-verde de alimento foi o primeiro item da pauta e exportou, em 2012, três bilhões de dólares, tendo uma analisada pelo governo. O percentual está fixado em 5%, e a pressão da cadeia produtiva é que ele seja aumentado para participação de 37% nas vendas exteriores totais do Estado. Somente carnes e miudezas comestíveis totalizaram 2,5 bilhões de 7%, ainda que exista a possibilidade de uma “escala” em 6%. Há capacidade ociosa suficiente na indústria para atender ao dólares com destaque para frangos e suínos. Os principais mercados compradores de carnes foram Japão (US$ 451 milhões), aumento da demanda. As empresas do segmento querem que o percentual seja progressivamente elevado até chegar a 20% Países Baixos/Holanda (US$ 207 milhões) e Rússia (US$ 204 milhões). em 2020. A maior parte da indústria de biodiesel do país está concentrada no Rio Grande do Sul, Estado que responde por 35% a 40% da produção nacional do biocombustível. Santa Catarina é o maior produtor de pescados do Brasil, sendo responsável por 11% da produção nacional: no ano passado exportou US$ 34 milhões (peixes, crustáceos e moluscos), valor 50% maior que em 2011, para Tailândia, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos e Itália. Fonte: Agrolink O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou que já enviou ao Palácio do Planalto uma proposta de aumento Fonte: Valor Econômico 19 Notícias 18 Mistura de biodiesel de 7% deve ser anunciada em breve Sob pressão permanente dos produtores de óleos vegetais, o governo federal deverá ampliar o percentual de mistura de biodiesel no diesel fóssil vendido no país dos atuais 5% para 6% ou 7%. No cenário de maior incremento, a produção poderá aumentar 40%. O governo decidiu retomar as negociações há uma semana, quando a Casa Civil pediu ao Ministério de Minas e Energia para atualizar os dados que norteiam essa política, em discussão há dois anos. O debate em torno do marco regulatório do biodiesel estava paralisado desde o ano passado, quando o governo decidiu “dar um tempo” por receio de que o aumento da mistura tivesse impacto na inflação – a soja, usada para produção de rações, é fonte primária de cerca de 75% do biodiesel produzido no Brasil. Apesar de os preços da saca de soja estarem no mesmo patamar de 2012, no ano passado houve uma forte seca no Sul do país que reduziu a produção do grão. O governo estava receoso que o aumento da mistura de biodiesel, aliado à seca, influenciasse a inflação, que já estava em viés de alta na época. Segundo uma fonte da comissão interministerial que discute o assunto, o atual contexto macroeconômico, com a inflação sendo controlada e os gastos da Petrobras com a importação de diesel, abre caminho para a mudança. “Estamos atualizando o impacto e a disponibilidade de matéria-prima, mas sabemos que hoje o momento é mais favorável do que no ano passado”, disse. Segundo o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio), Julio Minelli, o segmento aguarda o anúncio desde 2011. “Com a antecipação da meta do B5 [percentual de mistura de 5%] de 2013 para 2010, esperávamos que o governo antecipasse os aumentos e os investimentos continuaram. Hoje, a capacidade instalada é mais do que o dobro do consumo, o suficiente para atender a um B10”, afirmou. A demanda inicial do segmento era pela elevação imediata da mistura de 5% para 7%, com incrementos graduais para 10% até 2016 e para 20% até 2020. Agora, o segmento pede o B20 até 2025. Presidente da Frente Parlamentar do Biodiesel, o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) diz que é importante que o marco regulatório saia ainda este ano para que o segmento possa programar seus investimentos. “Isso nos dá um cenário de alívio. Os produtores estão sem previsão de qual será a política do governo a partir de 2014”. O aumento da mistura ajudaria a conter os prejuízos da Petrobras com a importação de diesel. Sem autorização do governo para elevar preços ao consumidor, a estatal compra o combustível no mercado externo a valores mais altos do que vende no país. O último reajuste foi em junho do ano passado. Conforme informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) compilados pela Aprobio, a Petrobras importou 7,81 bilhões de litros de diesel de janeiro a setembro de 2013, 31,5% mais que no mesmo período do ano passado. O valor médio do litro do diesel importado este ano, segundo Minelli, ficou em torno de US$ 0,80 (cerca de R$ 1,90), enquanto o valor cobrado das distribuidoras está em R$ 1,468 para o S10. Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a defasagem de preços causou um prejuízo a Petrobras de R$ 2,6 bilhões de janeiro a setembro. O segmento defende que a ampliação da mistura é possível devido à capacidade ociosa da indústria, estimada em mais de 3 bilhões de litros - volume semelhante ao que deve ser produzido neste ano. A produção de biodiesel atingiu 1,65 bilhão de litros de janeiro a julho, um aumento de 13% sobre igual intervalo de 2012, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Ao todo, 64 usinas de biodiesel são autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a produzir o combustível no país. Mais seis processos de ampliação e construção foram autorizados este ano. Raphael Di Cunto e Tarso Veloso – Valor Econômico 21 Notícias 20 Apresentado estudo sobre o uso de biodiesel com benefício ambiental Lei de incentivos à agroindústria vai beneficiar setor de carnes Os participantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel estiveram reunidos nessa quarta-feira, 16 de setembro, em Brasília. O principal assunto abordado foi a vários setores do agronegócio com créditos tributários e corrige apresentação do relatório final sobre os benefícios ambientais um erro de interpretação fiscal. O último resultou em multas de do uso de biodiesel pelo grupo temático da Câmara. Leonardo milhões de reais para os processadores brasileiros de carne e Botelho Zílio, um dos coordenadores do estudo relatou que, pecuaristas nos últimos anos. “Esta é mais uma vitória expressiva apesar de recente, o setor do biodiesel já dissemina para toda a dos frigorificos brasileiros e traz tranquilidade ao setor”, disse sociedade diversos benefícios, entre eles o de cunho ambiental. Péricles Salazar, presidente executivo da Associação Brasileira O sebo bovino e o óleo de cozinha usado são matérias-primas de Frigoríficos (Abrafrigo). A lei 12.865 inclui emendas que que contribuem significativamente para a produção desse proporcionam uma isenção de 9,25% da incidencia de PIS/Cofins biocombustível. “Percebe-se, por intermédio da produção e do na venda de soja para qualquer fim comercial, seja para o mercado uso do biodiesel no Brasil, melhorias sensíveis na qualidade do interno ou externo. Isso poderia resultar em preços mais baratos ar respirado nos centros urbanos, bem como nas emissões de de soja brasileira para a ração animal. gases de efeito estufa. A emissão de materiais particulados e outras substâncias malignas à saúde do ser humano também de processamento de carne do Brasil, que esclarece uma lei do são reduzidas”, ressalta Zílio. Estima-se que, no caso da qualidade agronegócio de 2004, trocando a palavra “produto” por “insumo”, o do ar respirado, haja uma diminuição das emissões da ordem que anteriormente provocaba interpretações equivocadas por parte da Receita Federal. Com esse termo mais compreensível, de 70% quando considerado o ciclo de vida do biodiesel puro, será mais fácil para os produtores brasileiros de carne, além dos frigorificos, aproveitar um crédito presumido de 60% sobre a enquanto que na emissão de gases de efeito estufa, percebe-se sensível melhoria na qualidade do ar das grandes cidades em aquisição de insumos de origem vegetal ou animal, usados na produção de outros produtos agrícolas (ex: proteína). virtude da redução de envios de materiais particulados, hidrocarbonetos e monóxido de carbono à atmosfera. Dependendo do percentual de mistura em análise, a mitigação de tais emissões pode chegar a 20% em relação ao diesel mineral, sendo no valor de milhões de reais pela Receita Federal.“Empresas recebiam multas milionárias e havia esse crédito presumido restrito um potencial efeito redutor de mortalidade, internações e tratamentos contra doenças diretamente ligadas à má qualidade a 35% do total”, disse Francisco Turra, presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef ). “Por esse motivo, essa do ar respirado. Atualmente, mais de 400 milhões de quilos de sebo são utilizados na fabricação de biodiesel, algo que correção foi uma grande batalha que acompanhamos de perto e que comemoramos como uma grande vitória na busca pela representa quase 20% da produção doméstica total. Já no caso do óleo de fritura, se mantido o ritmo de crescimento em melhoria da competitividade do setor”. relação a 2012, estima-se que sejam produzidos mais de 35 milhões de litros do biocombustível a partir dessa fonte em 2013. Fonte: CarneTec Para o coordenador-geral de Agroenergia da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, João Abreu, a evolução do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) vem proporcionando a conquista de benefícios por toda a sociedade brasileira. “Do ponto de social e econômico, os benefícios já eram conhecidos. Faltava ainda um estudo que ressaltasse as vantagens ambientais. Este trabalho veio suprir esta lacuna”. Fonte: Portal Porto gente Botelho Ribeiro assume Dipoa O médico veterinário José Nilton Botelho Ribeiro é o novo diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Botelho Ribeiro, que é fiscal federal agropecuário por 32 anos, exercia há 15 anos a chefia do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal, da Superintendência Federal de Agricultura do Mato Grosso do Sul. Portaria assinada pela ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann. O DOU ainda traz a nomeação de Marcos Vinícius de Santana Leandro Júnior para o cargo de diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários também da SDA/Mapa. Ele entra no lugar de Fernando José Ferreira da Silva. Houve também mudanças na Secretaria de Política Agrícola (SPA/Mapa). Vicente de Paulo Diniz é o novo diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural. Fonte: Assessoria de Comunicação Social - MAPA A presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que ajudará A lei também inclui uma alteração muito solicitada pelo setor Antes disso, muitos processadores e agroindústrias brasileiras erroneamente recebiam créditos de apenas 35% e até multas 23 Notícias 22 Pela 1ª vez, Paraná lidera faturamento nas exportações de frango Unidades que eram da BRF têm desempenho inferior às da Minerva No acumulado de janeiro a setembro,o Paraná registrou o maior faturamento Assim que a Minerva Foods assumir as operações de bovinos da BRF, após a nas exportações nacionais de carne de frango, totalizando U$$ 1.616.900,792, aprovação da aquisição pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), uma valor que representa 27,23% do montante nacional. Na sequência, Santa de suas principais missões será fazer com que as duas plantas adquiridas tenham um Catarina fechou os nove primeiros meses do ano com faturamento de U$$ desempenho similar ao da Minerva como um todo. Hoje, as plantas têm desempenho 1.602.301,521 e, em seguida, o Rio Grande do Sul chegou a U$$ 1.080.571.230. inferior. Em relação ao volume, o Paraná exportou nesse mesmo período 830 mil Em teleconferência com analistas, o diretor presidente da Minerva, Fernando toneladas de carne de frango contra 684 mil toneladas de Santa Catarina e 536 Galletti de Queiroz, evitou definir um prazo para que os frigoríficos comprados atinjam mil do Rio Grande Do Sul. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior desempenho parecido com o de sua empresa.“Chegar nas métricas é difícil de precisar”, (Secex), vinculada ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio afirmou. Apesar disso, Galletti afirmou acreditar que, com a adoção do modelo de gestão Exterior (MDIC). da Minerva, que tem foco em bovinos, atingir as “métricas” é um caminho natural. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, a No período de 12 meses encerrados em junho, a Minerva teve um lucro antes de liderança nacional representa a consolidação de um trabalho de longo prazo da avicultura paranaense com investimentos em juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 522,4 milhões e uma margem Ebitda de 10,7%. Nesse intervalo, a tecnologia, bem-estar animal e sanidade. receita líquida da companhia totalizou R$ 4,876 bilhões. “Desde 2000 o Paraná já é o maior produtor brasileiro. Ano passado conseguimos consolidar a liderança em volume nas Para efeito de comparação, a Minerva traçou algumas hipóteses de desempenho das operações adquiridas na última sexta- exportações de carne de frango, agora avançamos no faturamento. Estamos sempre buscando inovações que ampliem nossos feira. Caso o negócio de bovinos da BRF tivesse uma margem Ebitda de 10% nos últimos 12 meses encerrados em junho - ou resultados positivos”, afirma. seja, mais próximo do desempenho da Minerva - o Ebitda da operação no período seria de R$ 118 milhões. Com isso, o Ebitda da Minerva seria de R$ 640 milhões e o índice de alavancagem (dívida líquida sobre Ebitda) cairia das 3,31 vezes registradas pela Martins comenta também para continuar crescendo nas exportações o Paraná estuda novas oportunidades no exterior. . “Estamos posicionados firmemente nos mercados em que atuamos e na abertura de novos mercados, como o México, auxiliará Minerva no fim do segundo trimestre deste ano para 2,7 vezes. o crescimento das vendas”, avalia Martins. A Minerva também imaginou um cenário mais otimista, no qual as unidades da BRF tivessem uma margem Ebitda de 12,5% nos 12 meses encerrados em junho. Nesse caso, as duas unidades adquiridas teriam um Ebitda de R$ 148 milhões. Com Abates chegam a 1 bilhão de cabeças esse desempenho, o Ebitda da Minerva no mesmo intervalo seria R$ 670 milhões, enquanto que o índice de alavancagem da processadora de carnes cairia ainda mais, para 2,58 vezes. Em setembro, a avicultura paranaense registrou o patamar de 1,08 bilhão de cabeças abatidas no acumulado janeiro- setembro, representado crescimento de 2,68% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram abatidas 1,05 bilhão de cabeças. Ebitda de R$ 59 milhões. Assim, o Ebitda da Minerva seria de R$ 581 milhões e o índice de alavancagem ficaria em 2,97 vezes. Fonte: Sindiavipar Apesar das hipóteses, a Minerva não informou qual o desempenho das unidades da BRF no período, mas estimou que em 2012 Paraguaios se mobilizam para ter abatedouro da Globoaves Principal município da região Norte de Alto Paraná, província que faz fronteira com o estado do Paraná, San Alberto é um típico reduto de “brasiguaios”, como são chamados os agricultores brasileiros que no início da década de 1970 migraram para o Paraguai e colonizaram extensas áreas do país. No cenário mais pessimista, a Minerva estimou que as unidades da BRF teriam um margem Ebitda de apenas 5%, gerando o Ebitda foi de R$ 50 milhões e a receita líquida atingiu R$ 1,2 bilhão. Fonte: Valor Econômico Abipecs: em 15 anos, Brasil aumentou em mais de 600% as exportações e em 40% a produção de carne suína Chamada de “Capital da Agricultura”, a cidade vem se projetando como um importante polo produtor de soja, trigo, milho, girassol, algodão e mandioca. Para continuar crescendo, San Alberto quer agora desenvolver a avicultura, através da implantação de um abatedouro de aves no município. está presente, hoje, em 69 mercados, e classifica-se em quarto lugar no ranking mundial de países produtores e exportadores. Em exportação, está atrás dos EUA, da União Europeia (27 países) e do Canadá. Em produção, vem depois da China, da União Foi com esse objetivo que o prefeito Luis Franco Chaves, vereadores, empresários e produtores rurais recepcionaram Nos últimos 15 anos, o Brasil aumentou em mais de 600% as exportações e em 40% a produção de carne suína. O País no dia 5 de outubro o diretor-presidente da Globoaves, Roberto Kaefer, convidado por lideranças locais para conhecer as Europeia e dos Estados Unidos. potencialidades da região e estudar a possibilidade da instalação de um frigorífico da empresa, que já atua no país há mais de cinco anos fornecendo pintos de corte e postura. Suína, ABIPECS. Em uma década e meia, a associação contribuiu para o bom resultado das negociações de acesso da carne suína aos mercados de Rússia, China, EUA, Japão, Chile, África do Sul e outros do continente africano, sobretudo Angola. Além de ocupar a liderança do mercado brasileiro em produção e comercialização de ovos férteis e pintos de 1 dia, a Globoaves Esses são feitos memoráveis na história de 15 anos da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne abate cerca de 350 mil frangos/dia em suas unidades de Cascavel (PR), Espigão do Oeste (RO), Lindóia do Sul (SC) e Bariri (SP). Um dos principais desafios da ABIPECS, nos próximos anos, será conseguir que a Coreia do Sul, o México e a União Europeia Fonte: Assessoria de Imprensa Globoaves comprem a carne suína brasileira. Fonte: Abipecs, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint. 25 Sincobesp 24 1- Na sua opinião o setor de graxaria atingiu o nível ouvidos, antes isso era muito difícil, não havia um canal de desejado de sustentabilidade? comunicação. Agora nossos problemas são compreendidos, e com a colaboração da CETESB estamos encontrando as Sim. Foram muitos obstáculos a serem transpostos, mas de maneira geral estamos caminhando bem nesse objetivo. soluções. Isto é muito positivo. Não podemos parar por aí temos que continuar investindo e se modernizando. 5 - Qual a sua expectativa para a próxima Fenagra 2014, principalmente agora que haverá exposição de máquinas, 2 - O que é preciso que uma empresa tenha para produzir digestores, prensas, dentre outros equipamentos? com competitividade e respeito ao meio ambiente? Setor investe em tecnologia para ser sustentável A busca pela sustentabilidade sempre foi uma preocupação no setor de graxaria. Ao longo dos anos o investimento em novos projetos e tecnologias vem contribuindo para a disseminação de práticas capazes de atender às necessidades da indústria e do meio ambiente. Esse é o caso da Braido Ltda, empresa que desde 1939 atua no setor de graxaria. Fundada por Luiz Andréa Braido e João Nicolau Braido, a empresa está na terceira geração, sempre focada na preservação do meio ambiente e em uma gestão sustentável. Com sede em São Bernardo do Campo e Itupeva, a Braido investe em instalações modernas e matérias primas de qualidade, como forma de produzir dentro dos padrões de qualidade, explica o diretor da empresa, Carlos Braido. Segundo ele, ainda há muito que ser feito quando o assunto é Meio Ambiente, mas o acesso à informação tem contribuído para o desenvolvimento do setor. Além de atender a todas as exigências da legislação ambiental, a Braido possui estação de tratamento de efluentes, e filtro biológico, para o tratamento dos gases. A empresa produz farinha de carne e ossos, sebo bruto e sebo branqueado. Confira a entrevista com o diretor Carlos Braido, que explica como se deu essa evolução do setor e sua avaliação sobre o que ainda precisa ser melhorado. A cada ano a Fenagra vem aumentando nosso Antes essas duas palavras eram difíceis de conviver, mas conhecimento sobre o que esta acontecendo pelo mundo. É hoje em dia o respeito ao meio ambiente é fundamental, muito válido esse intercâmbio de informações. Por outro lado, principalmente no que se refere ao relacionamento com clientes nossos fornecedores de máquinas e equipamentos também e fornecedores, pois eles também são cobrados pela sociedade. terão um local para expor seus produtos, num contato mais direto com os clientes. A cada ano temos notado essa 3 - Do ponto de vista tecnológico o setor pode ser evolução. comparado aos países de primeiro mundo? Ainda precisamos investir mais em tecnologia. Com a 6 - Como o senhor vê a atuação do Sincobesp em prol do criação do Sincobesp muita coisa melhorou a esse respeito, setor? principalmente com as iniciativas da FENAGRA. Hoje temos informações de como são as graxarias no exterior. Temos um conquistados, acho que devemos continuar por esse caminho ainda a percorrer, mas pelo menos esta havendo um caminho de entendimento, intercambio de informações, isso e muito importante. órgãos governamentais, mostrando nossa importância Desde a sua implantação muitos avanços foram principalmente com os principalmente em relação ao meio ambiente. A diretoria do 4 - O que acha do trabalho da Câmara Ambiental de Sindicato - com destaque para o presidente Gustavo Razzo graxarias da Cetesb? e a Dra Valdirene - está de parabéns na representação do nosso setor. Através da participação do Sincobesp estamos sendo 27 Em Foco 1 26 Produção brasileira de biodiesel poderia subir mais de 100%, mas falta mercado A s 64 usinas de biodiesel do Brasil autorizadas a vender atualizados os dados dos impactos econômicos da proposta, o combustível poderiam produzir até 7,5 bilhões de litros os representantes do MME pediram um “recesso” nas de biodiesel por ano, mas não devem passar de 3 bilhões de discussões, que se encerraria neste mês, conta o deputado litros neste ano. A ociosidade da capacidade instalada deverá Jerônimo Goergen (PP-RS), integrante da Frente Parlamentar chegar a 65%, maior nível desde 2008, segundo dados da do Biodiesel. Segundo ele, o novo marco regulatório está Associação dos Produtores de Biodiesel (Aprobio). A solução, pronto desde o fim de 2011 e falta apenas uma decisão para os representantes do setor, seria o lançamento de um política do Planalto para que seja implementado. “Espero ter novo marco regulatório prevendo o aumento imediato da uma data na agenda (para discutir o projeto com o MME) em mistura no diesel, de 5% (B5) para 7% (B7), chegando a 10% breve. O governo terá que dizer qual é o futuro do biodiesel, (B10) até 2020. No entanto, depois de mais de dois anos em porque está estimulando a construção de usinas, oferecendo discussão, o projeto está parado no Ministério de Minas e linhas de financiamento específicas, mas não aumenta a Energia (MME). mistura. Parece que não sabe o que fazer. Isso gera uma insegurança muito grande no setor”, afirma Goergen. Em reunião realizada em julho passado, em que foram De acordo com dados do boletim mais recente da óleos de canola, girassol, algodão e palma. Batistella explica Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), que 80% da produção de soja representam a proteína (farelo), divulgado em julho com dados referentes a junho, há três utilizada apenas como alimento para humanos e animais, e novas usinas com a construção autorizada e cinco com os 20% correspondem ao óleo, que serve tanto de alimento ampliações autorizadas, que podem elevar a capacidade como fonte de energia.“A soja deve continuar sendo utilizada atual de produção em 9%, o equivalente a 2 milhões de litros por um longo tempo, porque não concorre com o alimento. por dia. Existe um limite para o consumo humano de óleo de soja”. Outras seis unidades têm permissão para ampliar O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) instalações sem aumentar a produção. O documento da foi lançado em dezembro de 2004. Um mês depois, em janeiro ANP informa que a agência analisa ainda dois pedidos de de 2005, foi aprovada a Lei nº 11.097, prevendo a mistura construção de novas usinas e dois pedidos de ampliação da de 2% (B2), que inicialmente foi opcional, de 2008 a 2012, capacidade em unidades já existentes. quando deveria passar então para o B5. Com o aumento da A mudança para o B7 traria um alívio imediato para o setor, produção nacional, as metas foram antecipadas: em julho de reduzindo a ociosidade para 50%, e permitiria uma economia 2009, o país adotou o B4 (4%) e, em janeiro de 2010, chegou de R$ 13,5 bilhões nas importações de diesel, de acordo com ao B5. um estudo da Fipe-USP encomendado pela Aprobio. No caso do B10, a economia seria de R$ 20,7 bilhões. leilões bimestrais com base na demanda projetada pelo O custo seria um aumento no impacto do biodiesel na setor de combustíveis. No primeiro, em 23 de novembro, inflação, que atualmente é de 0,037 ponto percentual (p.p.), foram comercializados e arrematados 70 milhões de litros, a para 0,053 p.p. no caso do B7 e 0,075 p.p. com o B10, o que preço médio de R$ 1.904,84 por litros. No leilão mais recente, não foi considerado significativo pelos pesquisadores, por ser realizado em 9 de agosto, foram vendidos 524,8 milhões de compensado pela redução nas importações e pelo aumento litros dos 770,2 milhões de litros ofertados, a um preço médio da produção do farelo da soja – cujo óleo é a principal de R$ 1,856 por litro. matéria-prima do biocombustível. “Acredito que podemos avançar ainda mais. O ideal seria termos uma capacidade do novo marco regulatório, o Ministério de Minas e Energia ociosa de no máximo 20%”, afirma o presidente da associação, disse apenas que “faz de maneira permanente a avaliação do Erasmo Batistella, lembrando que já foram feitos testes bem- estágio atual e as perspectivas para o futuro do programa de sucedidos com veículos movidos a diesel com 20% de mistura biodiesel”e acrescentou que“só irá se pronunciar sobre o tema (B20). após a conclusão dos estudos”. O ministério não respondeu aos pedidos de esclarecimentos sobre as afirmações. Segundo ele, a soja deverá continuar como protagonista no biodiesel, apesar do aumento de outras fontes, como os O comércio do biodiesel é regulado pela ANP, que realiza Perguntado, por e-mail, sobre a perspectiva de lançamento Fonte: Jornal do Comércio 29 Em Foco 2 28 As charqueadas e matadouros municipais foram atuar nas indústrias que começavam a ser instaladas, importantes no abastecimento das capitais, mas diplomaram-se pela Escola Superior de Agricultura e operavam em condições pouco higiênicas, sem inspeção Medicina Veterinária, no Rio de Janeiro, a partir de 1917. sanitária, produzindo para consumo imediato, exceto pelas carnes salgadas, de maior tempo de conservação. eram “médicos bacteriologistas”, dentre os quais se Tais estabelecimentos aproveitavam muito mal os destacaria o Dr. Franklin de Almeida, que dedicou sua subprodutos, na verdade aproveitavam quase que vida profissional ao ensino da inspeção de carnes e exclusivamente o couro e o sebo, este último obtido defendeu duas teses sobre o tema, uma de doutorado por via úmida em autoclaves, resultando em produto na Faculdade de Medicina, e outra de concurso na de baixa qualidade, desperdício de resíduos protéicos e, Escola de Veterinária, ambas no Rio de Janeiro. Houve irremediavelmente, em danos ambientais. também inspetores veterinários estrangeiros como Até então os responsáveis pelos “Postos Veterinários” o inglês Thomaz Wood e o belga Charles Conreur, em Médicos bacteriologistas e veterinários estrangeiros As exportações de carne do Brasil tiveram início em estabelecimentos exportadores. Formação e aperfeiçoamento dos inspetores 1914, com 200 toneladas de carne. Nos anos seguintes, O surgimento dos matadouros-frigoríficos no Brasil do início do século XX Por Pedro Eduardo de Felício, médico-veterinário, professor da FEA – UNICAMP Nota importante: quase todos os fatos históricos apresentados neste texto foram obtidos de uma única fonte, Dr. Miguel Cione Pardi (1912 – 2005), o mais admirado inspetor de alimentos de origem animal do Ministério da Agricultura (1940 – 1970) do seu tempo. Dr. Pardi também foi professor titular da Faculdade de Veterinária da UFF (1961 – 1982). Introdução instalações eram bastante atualizados relativamente aos seus similares franceses e alemães. Matadouros Até o surgimento da indústria frigorífica, no Brasil, municipais diferenciados como os de Manaus, Belém do na década de 1910, prevaleciam no país as charqueadas Pará, Recife, Maceió e Aracajú foram instalados com base primitivas, e os matadouros municipais, que faziam em projetos e equipamentos importados da Europa. o abastecimento local de modo bastante precário, exceto por alguns estabelecimentos que, no quesito Rio de Janeiro, e o de Carapicuíba, em São Paulo, capital. Há referências também ao matadouro Santa Cruz, do até 1920, foram exportadas outras 51.799 t de carnes Grandes nomes dessa época, até hoje reverenciados processadas – não foi possível encontrar registro quanto pelos inspetores federais, foram alunos de Maurice ao tipo de produto; e 286.900 t de carnes, a partir de 1915. Piettre, professor francês que criou e lecionou no Rio, Entretanto, naquele período, ainda não havia a figura do segundo ele próprio “pela primeira vez no mundo” a inspetor veterinário. Os primeiros veterinários brasileiros, disciplina de Inspeção de Carnes e Alimentos de Origem contratados para os serviços de inspeção sanitária para Cárnea, a partir de 1920. 31 Em Foco 2 30 Dentre os inspetores desse período mais referidos Serviço de Inspeção de Fábricas de Produtos Animais, na história da Inspeção Veterinária está o Dr. Otto de precursor do SIF (criado como Serviço de Inspeção Magalhães Pecego, que, em 1925, defendeu tese de de Produtos de Origem Animal em 1921), no dia 11 doutorado na França sobre diagnóstico bacteriológico de janeiro 1915; a Medicina Veterinária Brasileira com do carbúnculo bacteridiano. Mais adiante foi designado a criação da Escola Superior no Rio de Janeiro – a para instalação de uma das quatro Inspetorias Regionais, profissão seria regulamentada no dia 9 de setembro de a de São Paulo – as outras três foram implantadas em 1933 -, e a indústria de produtos de origem animal, mais Belo Horizonte, MG, Curitiba, PR, e Porto Alegre, RS. Anos especificamente da carne bovina, com a construção depois, Magalhães Pecego seria homenageado como do primeiro matadouro-frigorífico nacional, da Cia. patrono da cadeira número 15 da Academia Brasileira Frigorífica Pastoril, instalado em Barretos, SP, em 1913. de Medicina Veterinária, com sede no Rio. Este frigorífico foi construído por iniciativa do É interessante salientar a importância que já se conselheiro Antonio Prado, considerado pelo Dr. Franklin dava naquele tempo ao aperfeiçoamento dos médicos de Almeida como o pioneiro da “industrialização e veterinários e engenheiros agrônomos, pois, a partir exploração da pecuária de corte do Brasil Central”. de 1918, o ministro Eng. João Gonçalves Pereira Lima começou a enviar esses profissionais para cursos de Cia. Paulista de Estradas de Ferro e pretendia utilizar, especialização de até dois anos de duração no exterior. como realmente aconteceu, a estrada de ferro para No triênio 1918, 1919 e 1920, 77 técnicos do governo fazer o abastecimento parcial de São Paulo, capital, e federal foram estudar nos EUA e Europa. alcançar o porto de Santos com carne daquele que era O conselheiro era presidente e grande acionista da o maior mercado de bovinos do estado. Os primeiros matadouros-frigoríficos Consta que a construção foi iniciada em 1909 e que, no ano de sua inauguração, abateu pouco mais de 28 Surgia assim, mais ou menos ao mesmo tempo, o mil cabeças de bovinos e 1,8 mil suínos. Em 1923, a empresa foi adquirida pela Sociedade Frigorífico Anglo, detentora da marca no Brasil. da família britânica Vestey, que mais tarde, em 1927, passou a explorar também a Cia. Frigorífica de Santos. Anglo em Mendes, RJ, em edificações dotadas de A partir de 1927, o Anglo passaria a exportar carne câmaras frias que pertenceram à cervejaria Teutônia, refrigerada denominada “chilled beef ” para o mercado da Cia. Brahma. A indústria seria abastecida com gado de Londres em navios da “Blue Star Line”, da mesma do estado de Minas Gerais e faria exportação de carne companhia. No início da década de 1990, os Vestey congelada. Sua desativação ocorreu em 1966 após um venderam a indústria, que hoje pertence ao JBS Friboi. incêndio, segundo Leopoldo Costa do blog Stravaganza. O segundo matadouro-frigorífico foi o “Continental Em 1917, surgiria mais uma unidade do Frigorífico Esta mesma fonte faz menção a uma empresa de do Brasil”, cujo nome também aparece em relatos nome Companhia Frigorífica Rio Grande, de Pelotas, RS, históricos como “Salamaria Continental”, construído que havia sido construída por estancieiros da região, em Osasco, SP, pela empresa “Land Cattle”. Em 1918 tendo funcionado por pouco tempo até ser adquirida, essa companhia seria adquirida pelo Frigorífico Wilson, em 1921, pela empresa britânica da família Vestey, que nessa época também instalou um frigorífico em dando origem ao Anglo de Pelotas, que encerrou Santana do Livramento, RS. os abates em 1979. O antigo frigorífico Anglo, que operou durante cinco décadas, deu lugar ao campus da Mais tarde, a Cia. Wilson também teve uma unidade de abate e industrialização de suínos em Ponta Grossa, Universidade Federal de Pelotas. PR. A companhia seria vendida, em 1971, para um grupo Também no ano de 1917, duas empresas norte- empresarial argentino passando a se chamar Comabra, americanas de Chicago, instalaram suas fábricas no Rio que manteve a marca Wilson. No início dos anos 90, Grande do Sul. A Armour, em Santana do Livramento, e a empresa foi incorporada pela Sadia, que ainda é a Swift, em Rosário do Sul, que em 1918 fez a primeira 33 Em Foco 2 32 exportação de carne congelada daquele estado. (1957-61), Elmo Rampini de Souza (1967-75) e Iacir Francisco dos Santos (1982-94) no livro “A Epopéia do Por último, tivemos a unidade industrial do Frigorífico Armour, em Vila Anastácio, na capital paulista, concebida Zebu: Estudo Zootécnico-Econômico, 1944/1994”. em 1916, para exportar carne para a Europa em guerra, Segundo, porque lá funcionava o Centro de mas que só entrou em operação três anos depois quando Treinamento em Inspeção de Carnes onde eram o conflito já havia terminado. Foi considerado à época preparados os novos inspetores veterinários e auxiliares o maior frigorífico da América do Sul, com capacidade técnicos contratados antes de assumirem seus postos em para abater 240 bovinos e 300 suínos por hora. outros estabelecimentos. Além de ministrar treinamento em aulas teóricas e práticas, ali era feita a padronização Considerações finais da metodologia do Serviço de Inspeção em termos de critérios e procedimentos. Sou muito agradecido aos inspetores do SIF da Por último, porque as faculdades de Medicina Comabra, que me proporcionaram um estágio na rotina Veterinária, e mais tarde de outras profissões como a da Inspeção de Carnes e Derivados no mês de maio de Engenharia de Alimentos, levavam seus alunos para 1972, onde me chamava muito a atenção a “Presuntaria”, visita ao Anglo em Barretos e lá eles viam a tecnologia que recebia a matéria prima, i.e., os pernis da unidade da indústria da carne em inúmeras seções, que iam do de Ponta Grossa, PR, preparados de modo a permitir pré-abate à fábrica de sabões e velas, passando pelo a injeção de salmoura pela artéria femoral, antes de processamento de salsichas, carnes enlatadas das mais serem submetidos à cura por imersão; a qualidade variadas, até a fábrica de gelatina. Foi numa dessas dos presuntos elaborados por este processo era visitas de dois dias levando alunos da FEA – UNICAMP, incomparavelmente superior aos atuais. que conheci a empresa em 1985, na companhia dos Em 1972, a Swift foi incorporada pela Armour professores José Christovam Santos e Bento da Costa passando a se chamar Swift-Armour, que foi vendida, Carvalho Jr. Era inspetor-chefe do SIF na ocasião o Dr. em 1973, para o grupo Brascan/Antunes que, depois, Iacir Francisco dos Santos. vendeu a companhia para o Sr. Geraldo Bordon. O Anglo era verdadeiramente a maior e mais Ao final da década de 1970, início dos anos 80, o completa escola de tecnologia de abate, inspeção e grupo criado pelo Sr. Geraldo Bordon foi considerado processamento da carne existente no país. E o que é o maior do Brasil no setor em número de funcionários, melhor, não havia segredos relativos à tecnologia, todos gado abatido e carne exportada. A decadência da que queriam aprender eram muito bem-vindos. empresa se deu nos anos 90 e o pedido de concordata é de março de 2000, segundo o já citado Leopoldo Costa. as grandes companhias estrangeiras de frigoríficos, O Grupo Bordon foi sucedido pela empresa Bertin, que denominadas anglo-americanas, sempre reconheceram mais recentemente foi incorporada pela JBS Friboi. nelas a facilidade para transferência de tecnologia. O Frigorífico Anglo de Barretos é lembrado por É como se os seus diretores e gerentes praticassem quem atua na Inspeção Sanitária ou leciona disciplinas uma filosofia de co-responsabilidade na evolução do correlatas como uma escola da indústria da carne bovina. ambiente competitivo nacional. Era preciso deixar para Primeiro, porque lá foram feitas muitas pesquisas com trás a era das charqueadas, matadouros municipais e a bovinos ao longo de décadas, em que os nomes das clandestinidade, e eles se dispunham a colaborar com fazendas e o tipo de gramíneas de suas pastagens, as esse propósito. distâncias, e a raça predominante, além da pesagem dos caminhões carregados e vazios para estimativa agradecimentos ao Dr. José Christovam Santos por tudo do rendimento de carcaça dos lotes eram anotados ao que me ensinou sobre a história dos frigoríficos no longo de 50 anos (1944-1994), para fins de estudos que Brasil e, também, sobre a ética necessária aos inspetores foram publicados pelos professores Miguel Cione Pardi de produtos de origem animal, mesmo não sendo eu um (1943-56) e seus colaboradores José Christovam Santos inspetor. Foi tudo muito válido. De resto, os inspetores federais que interagiram com Antes de concluir, quero externar meus mais sinceros 35 Em Foco 3 34 Mercado doméstico mostra sua força A pós uma década de transformações e avanços expressivos do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp), comandado pelo em diversos segmentos, que consolidaram o Brasil como um diretor Benedito da Silva Ferreira, em conjunto com a MB dos mais importantes polos de alimentos do mundo, o ritmo Agro, braço da consultoria MB Associados liderado pelo de crescimento da produção e das exportações dos principais economista Alexandre Mendonça de Barros. Trata-se do carros-chefes do setor no país tende a perder fôlego na próxima segundo trabalho do gênero que ganhou corpo na Fiesp, década. Mas o protagonismo global conquistado deve ser até desta feita desenvolvido a partir de uma nova parceria e reforçado por uma evolução que, mesmo arrefecida, será mais com algumas fontes de informações distintas do estudo acelerada que a média mundial em frentes importantes como de estreia, publicado em 2012. Mesmo que tais diferenças grãos e carnes, que terão na força da demanda doméstica uma dificultem as comparações entre os dois “outlooks”, as viga de sustentação ainda mais relevante. grandes tendências apontadas são semelhantes. É o que prevê o “Outlook Fiesp 2023 - Projeções “O modelo de projeção da produção brasileira, no para o Agronegócio Brasileiro”, recém-concluído pelo caso das commodities consideradas, parte de um balanço Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias mundial da produção e consumo de alimentos, no qual a demanda de cada país é estabelecida a partir das mas o mercado doméstico será o vetor do crescimento das expectativas de aumento da população e do crescimento produções de arroz, trigo, milho, café, lácteos, ovos, etanol e da renda per capita, combinados às elasticidades-renda dos das próprias carnes. Para feijão e trigo, e mesmo para o arroz, alimentos em cada um dos países”, informa o novo trabalho. a dependência brasileira de importações, entretanto, tende a se sedimentar. As estimativas de crescimento da economia brasileira são da MB, as previsões de renda global são do Fundo Monetário Internacional (FMI) e as projeções para a população vêm da Outlook Fiesp para as principais commodities agropecuárias Organização das Nações Unidas (ONU). Outra novidade é em termos de produção, consumo doméstico e exportação, que estatísticas de oferta e demanda do Departamento de mostram a urgente necessidade de se estabelecer políticas Agricultura dos EUA (USDA) também passaram a permear públicas que ofereçam sustentação e estímulo frente ao os cálculos. grande potencial produtivo do Brasil”. Caso contrário - e com Independentemente de metodologias e fontes de uma estrutura logística atual já “insustentável”, segundo Skaf informação, despontam, mais uma vez, estimativas que -, haverá sérias dificuldades para viabilizar o escoamento das indicam que o agronegócio brasileiro, a partir de boas 38,1 milhões de toneladas a mais previstas para a produção práticas sócio-ambientais, tem um caminho promissor de soja em 2023, ou das 11,4 milhões de toneladas adicionais nos planos doméstico e internacional. Para itens como de milho e dos aumentos projetados para a cana (40%) e soja, milho, açúcar e carnes bovina e suína, os incrementos para as carnes (27%) no horizonte traçado. previstos para a produção brasileira são superiores às médias mundiais - e, nos casos de soja e das carnes bovina, mesmo com uma expansão menos expressiva da produção suína e de frango, o país tende a ganhar espaço nas - 3,9% ao ano entre 2013 e 2023, ante 5% de 2002 a 2012 -, exportações globais. A demanda externa deverá puxar as poderá render 119,6 milhões de toneladas em uma década e produções nacionais de algodão, soja, celulose e açúcar, representar 50,2% de uma colheita total de grãos projetada Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, “as projeções do Locomotiva do campo no país na última década, a soja, 37 Em Foco 3 36 em 238,1 milhões na safra 2022/23. Para 2012/13, Fiesp e MB para o incremento do consumo doméstico de carne de Agro calculam a produção brasileira da oleaginosa em 81,5 frango é de 24%; para a carne suína, chega a 28%. milhões de toneladas, ou 44,5% de um total estimado em 183,1 milhões. As exportações da oleaginosa, direcionadas pelas carnes e alimentada por milho e soja tende a sobretudo para atender à forte demanda da China, deverão colaborar para o enfraquecimento relativo da produção de crescer 5,9% ao ano, ainda acima da média mundial (3,7%), itens básicos como arroz e feijão, além do trigo - o Brasil já o que poderá elevar a fatia nacional nos embarques globais é um dos maiores importadores do produto do planeta. No de 39,6% para 47,3%. caso do arroz, Fiesp e MB Agro preveem que as importações A tendência de avanço da “cadeia da proteína” formada “Deverá haver uma desaceleração das economias dos representarão 0,9% da demanda doméstica em uma década; países emergentes, mas os crescimentos previstos vão se no do feijão, a 2,3%. Mas para açúcar e etanol, os principais dar sobre bases maiores. O raciocínio vale para a China, subprodutos da cana, estão estimados crescimentos onde o modelo de desenvolvimento tem privilegiado para produção e exportações, mesmo que a produção do mais os estímulos ao consumo, que segue em mutação”, combustível siga dependente do mercado doméstico. afirma Antonio Carlos Costa, gerente do Deagro/Fiesp. Em O estudo, que estará disponível na página da uma linha de desenvolvimento que abrirá espaço para um Fiesp na internet e poderá passar por atualizações em consumo maior de carnes, por exemplo, países emergentes caso de imprevistos, contempla outras duas questões mantêm firmes os fundamentos do lado da demanda importantes: por um lado, aponta uma queda pequena ao mesmo tempo em que a recuperação de economias na já histórica dependência brasileira de fertilizantes desenvolvidas, como a americana, abrirá espaço para a importados, sobretudo os derivados do potássio, que queda da especulação nos mercados de commodities. continuarão a atender a 93% da demanda dos agricultores Se a soja tende a ganhar espaço entre os grãos, o milho do país. Mas, por outro, confirma a tese de que o avanço poderá perder. Conforme o “Outlook Fiesp 2023”, a produção da agricultura ocorrerá principalmente sobre pastagens nacional deverá crescer 2,3% ao ano na próxima década, degradadas, o que sugere pressão adicional moderada ante 5,9% nos dez anos encerrados em 2012, e alcançar sobre o ambiente. Os autores do “Outlook” estimam em 92,7 milhões de toneladas na temporada 2022/23. Se 52 milhões de hectares a área ocupada por lavouras confirmadas as previsões, o cereal representará 38,9% da (cana, florestas plantadas, lavouras de 1ª safra) em 2013 colheita total de grãos estimada, ante fatia de 44,4% em e a projetam em 61,5 milhões em 2023. Mas, ao mesmo 2012/13. E, se a fatia do Brasil nas exportações mundiais de tempo, a área de pastagens poderá cair de 182 milhões milho tende a diminuir de 25,4%, em 2013, para 20,6% em para 177,1 milhões de hectares, o que deixa como “saldo” 2023, a demanda doméstica deverá aumentar mais que a da 4,6 milhões de hectares. soja, apesar de esta ser a principal fonte para a produção nacional de biodiesel: serão 11,9 milhões de toneladas a melhorias nos tradicionais “gargalos” logísticos do país, mais (23%) em 2022/23, ante as 8,8 milhões (21%) adicionais mas também do aumento de mão de obra qualificada para esperadas para a oleaginosa. E isso graças às perspectivas uma agropecuária cada vez mais tecnificada, como destaca positivas para as carnes. Antonio Carlos Costa, e da contínua profissionalização Para as três principais cadeias da pecuária, estão das principais cadeias produtivas. Segundo Alexandre projetadas desacelerações nos ritmos de crescimento da Mendonça de Barros, o avanço do setor pode ser dividido produção, mas as taxas serão superiores às médias mundiais em quatro grandes ciclos: conquista da fronteira, domínio (carnes bovina e suína) ou praticamente do mesmo nível tecnológico, gestão de custos e governança.“Esse talvez seja (carne de frango). E, nos três casos, em consequência da o mais complexo, já que a profissionalização avança a passos firme demanda doméstica prevista, o Brasil deve ganhar lentos”. E, nesse contexto, políticas oficiais que preservem e pouca participação nas exportações mundiais. Para a carne protejam a qualidade da produção brasileira, estimulem bovina, cujo consumo interno deverá subir 16% até 2023, a agricultores e pecuaristas e abram novos mercados para as fatia poderá crescer de 20,9%, em 2013, para 21,4% em 2023. vendas do país também são consideradas vitais. O “market share” da carne de frango deverá passar de 34% para 34,1%, e o da carne suína, de 9% para 10%. A projeção Fonte: Valor Econômico Mas tudo isso dependerá, em boa medida, não só de Mais em www.fiesp.com.br 39 Em Foco 4 38 H7N9 em frangos, o que resultou em uma mudança dos consumidores para a carne suína e uma melhora nas margens dos produtores devido a uma intervenção do governo. Apesar das margens de produção local negativas, a liquidação do rebanho tem sido mínima. Isso ilustra a modernização da produção de suínos da China e os subsídios do governo. Isso implica que a recuperação também será mais lenta do que a ocorrida anteriormente, mas com a demanda aumentando sazonalmente na segunda metade do ano, as previsões são positivas. suportará os preços. Na União Europeia (UE), a situação deverá se manter difícil, com a contínua pressão na demanda dos consumidores prejudicando a recuperação do mercado, apesar da menor oferta e das maiores exportações. As expectativas para a segunda metade de 2013 são em grande parte dependentes das previsões para demanda, à medida que a produção deverá aumentar levemente. Os mercados de carne suína estão se Cenário positivo para a indústria de carne suína em 2013 e 2014 O beneficiando de preços relativamente altos da carne bovina e da carne de frango, mas serão negativamente influenciados pelas contínuas condições de dificuldade econômica em importantes mercados. O Rabobank espera um leve aumento geral no consumo global de carne suína na segunda metade de 2013, devido, em parte, ao começo da temporada de festivais na China. Isso suportará os crescentes preços, mas provavelmente será limitado devido aos atuais grandes estoques em todo o mundo. Em prazo maior, a questão para a indústria global de carne suína é o impacto da aquisição anunciada Rabobank espera um cenário positivo para a preço moderado apoiará a recuperação nas margens de da Smithfield pela chinesa Shuanghui International. indústria de carne suína na segunda metade de 2013 preços muito necessária no mundo. Entretanto, devido à O Rabobank acredita que essa aquisição destaca a e em 2014, com um crescimento limitado na oferta, lentidão do aumento nos preços dos suínos e no declínio importância maior do comércio global para a indústria e um provável aumento na demanda na China devido à dos custos dos alimentos aos animais, é questionável pode ser um desencadeador para passos futuros. Isso é temporada de festivais e aos contínuos altos preços da se isso será suficiente para cobrir totalmente as perdas devido às características específicas da indústria global carne bovina e de frango. Entretanto, os altos níveis de registradas na primeira metade de 2013. Nos Estados Unidos, os preços se recuperaram de carne suína, isto é, o número limitado de países estoques resultantes da primeira metade de 2013 em O índice de preços de suínos terminados de cinco após a perda de importantes mercados de exportação relevantes, o crescimento na demanda e os déficits de todo o mundo e o efeito continuado da crise econômica nações do Rabobank se recuperou na segunda metade devido a um aumento na demanda sazonal e das grãos na Ásia e contínua volatilidade. Para garantir a na demanda (principalmente no mundo desenvolvido) do segundo trimestre de 2013, apoiado pelas melhores ofertas menores que o esperado. A disseminação de um oferta, um dos principais direcionadores do acordo, provavelmente limitará o aumento de preço. condições mundiais com impacto limitado nas taxas novo vírus, o vírus da diarreia epidêmica suína (PDEV ) outros importadores podem seguir o mesmo caminho. Junto com o declínio nos custos dos alimentos aos de câmbio (Figuras 1-3). Os preços se recuperaram na está aumentando as mortes de leitões e reduzindo a Fonte: Relatório Rabobank, traduzido e adaptado pela animais resultando de grandes colheitas, um aumento de China, apoiados pela epidemia de influenza aviária produção e a produtividade. Isso limitará a oferta e Equipe BeefPoint. 41 Em Foco 5 40 O analista Fernando Iglesias observa que deve ocorrer um aumento “natural” dos preços de Suínos e aves no fim do ano, os setores acreditam que a oferta estará ajustada à demanda esperada para o fim deste ano. mas acredita que o movimento dos preços de Suínos deve ser mais forte, já que os abates mais ajustados desse tipo de Carne bovina carne que ocorreu ao longo do ano devem impactar mais na menor oferta para o mercado interno. Os preços, que já vinham de ave e de Suínos, enfrenta um cenário mais certo de alta de marcando uma forte valorização, de uma média R$ 2,91 em preços, já que o setor espera que as exportações continuem maio para R$ 3,75 em setembro no mercado paulista, devem superando os níveis do ano passado. Segundo o diretor de continuar a subir. mercado da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras Para os preços de frango, ele estima que até dezembro pode de Carnes (Abiec), Fernando Sampaio, a estimativa é que o haver uma recuperação das perdas de outubro, quando os Brasil exporte 20% a mais de carne do que no ano passado. Em preços do frango caíram do patamar de R$ 4 para R$ 3,50 no volume, isso significa cerca de 1,32 milhões de toneladas, ante mercado paulista, de acordo com dados do Centro de Estudos 1,1 milhão de toneladas em 2012. Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “O último bimestre Demanda por vai ser um ponto de consumo mais aquecido e há espaço para deve desabastecer o mercado interno.“Está havendo um ganho os preços voltarem a subir”,sinalizou Iglesias. Ele ressaltou, porém, de produtividade na pecuária, e a produção está compensando que a redução das exportações de frango manterá o mercado tanto o aumento da demanda interna como da demanda carnes deve se interno abastecido, apesar da redução da produção. externa. A produção é capaz de responder a esse aumento, por Nos dois segmentos, bloqueios internacionais foram isso talvez a alta de preços seja minimizada pelo aumento da responsáveis pela queda no volume de carne exportada, o que produção”, explicou. manter equilibrada ocasionou uma sobra de produtos no mercado interno ao longo do ano. Até setembro, o volume embarcado de Suínos acumulou com relação à demanda por causa do período da entressafra e queda de 9,09%, com 389 milhões de toneladas exportadas, ante da dependência de bois confinados, que se manteve no mesmo em 2013 428 milhões de toneladas até o mesmo mês do ano passado. nível do ano passado, em torno das 4 milhões de cabeças, No caso dos frangos, os embarques caíram 2% na comparação afirmou. “Como a carne bovina substitui frango e Suíno, a anual, com 2,86 milhões de toneladas enviadas ao exterior. formação de preço da carne bovina interfere nos outros. Se subir o preço do Suíno e da ave, também sobe o do boi”, disse o O setor de carnes de aves, Suínos e bovinos acredita Preços que o consumidor brasileiro deva manter neste fim de ano o A União Brasileira da Avicultura (Ubabef), entidade que mesmo nível de consumo de carnes que no fim do ano passado, responde pela produção das principais aves de Natal, como segundo fontes de cada segmento consultadas pelo DCI. Com peru, tender, chester, além de frango, acredita em um cenário de isso, a expectativa é que os preços não sofram grandes alterações “estável para pequeno crescimento da demanda”.“Notamos que na comparação com os preços do fim de 2012. a retração do consumo que havia sido detectada no meio do “A economia brasileira não apresentou crescimento muito ano não é mais tão presente, seja porque o consumidor notou animador no ano. Por isso, a demanda interna deve se manter o controle da inflação, e a economia mais estável”, afirmou o nos valores do ano passado. Não vamos ver novidades nesse diretor de mercado da entidade, Ricardo Santim. sentido”,acredita Fernando Iglesias, analista da Safras e Mercados. Principalmente para os setores de aves e Suínos, que abates, por causa da menor disponibilidade de leitões. Isso está costumam ter uma demanda muito maior por causa das carnes gerando um equilíbrio no fim do ano, mesmo com uma demanda de Natal, as expectativas não são mais animadoras do que no fim maior. Vamos conseguir fornecer e ter um nível de preços do ano passado, quando ambos os segmentos passavam por uma adequado”, avaliou Rui Vargas, presidente da Associação Brasileira forte crise ocasionada pelo aumento dos custos de produção. da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). “Estamos em equilíbrio. Houve uma pequena diminuição de Apesar disso, os dois segmentos também reduziram suas Já a carne bovina, que pode substituir o consumo das carnes Ele ressaltou, porém, que o aumento das exportações não Já Iglesias ressalta que ainda haverá uma oferta mais ajustada produções neste ano, reflexo da falta de investimentos por causa analista. da crise setorial de 2012. Com isso, representantes de ambos Fonte: DCI 43 Em Foco 6 42 Estados Unidos para 7,8 milhões de toneladas, à medida que os preços relativamente baixos dos alimentos animais e os altos preços da Confira a projeção mundial do mercado de carnes para 2014 [Relatório USDA] Apesar de ainda ser o maior produtor mundial de carne carne bovina suportam a expansão do rebanho e maiores ofertas bovina, a produção deverá cair em 6%, indo para 11 milhões de de bovinos para abate. O consumo de carne bovina continua toneladas. Não há boa previsão de recuperação em curto prazo estagnado, em pouco mais de 7,8 milhões de toneladas. em 2014, à medida que a retenção de novilhas pode limitar mais as ofertas de bovinos para abate. O consumo deverá cair em 5%. volumes projetados quase 4% maiores, para 270.000 toneladas. As importações deverão permanecer sem mudanças, em Os Estados Unidos deverão se manter como exportador líquido de carne bovina, com as exportações devendo cair em A produção doméstica adicional deverá ser exportada, com 350.000 toneladas. 6%, para 1 milhão de toneladas, e as importações se mantendo virtualmente sem mudanças, em 1 milhão de toneladas. China As exportações estão limitadas pelas escassas ofertas A domésticas e pelos preços menos competitivos, enquanto o crescimento nas importações é limitado pelas escassas ofertas quase 5,8 milhões de toneladas, apoiada por maiores abates e dos principais fornecedores (Canadá, Austrália e Nova Zelândia). maiores pesos dos animais, devido à demanda mais forte. As A produção de carne bovina deverá aumentar em 2%, para altas margens de lucros estão atraindo grandes investimentos de s exportações globais de carnes (bovina, suína e de aves) cresceram mais de 40% em menos de 10 anos, com a Previsões para carne bovina e de vitelo para 2014 companhias de bovinos e carne bovina, enquanto os pequenos produtores continuam deixando a indústria por causa da menor previsão para 2014 de um novo recorde, à medida que as rendas aumentam e a demanda fica mais forte. eficiência e investimentos limitados. A produção global para 2014 deverá aumentar em O consumo deverá continuar ultrapassando a produção, 58,6 milhões de toneladas, à medida que a maioria dos com um recente aumento na demanda, atribuído aos incidentes países produtores deverá se beneficiar das ofertas de de segurança alimentar em outras carnes, que encorajou alimentos animais mais baratos e maior demanda de um aumento no consumo de carne bovina. As importações importação (principalmente da China e de Hong Kong). deverão ser recordes, de 475.000 toneladas, aumento de 19% O consumo global deverá aumentar levemente com devido à maior demanda, preços de importação favoráveis relação ao recorde do ano passado, de 57 milhões de e altos preços domésticos. Junto com Hong Kong, suas toneladas, enquanto o comércio internacional deverá continuar alcançando novos recordes. As exportações deverão ser de 9,2 milhões de toneladas, expandindo 24% em apenas 5 anos, com Brasil e Índia sendo responsáveis pela maior parte desse crescimento. Brasil importações representam dois terços do crescimento mundial de importações. A produção deverá aumentar em 3%, para um recorde de 9,9 milhões de toneladas,direcionada por um rebanho em expansão, que é ajudado por programas do governo que subsidiam taxas de juros para estimular as melhoras nas pastagens e o uso de genética de maior qualidade. O aumento nos confinamentos também está contribuindo para maiores ofertas de carne bovina. Os preços maiores dos bovinos e os preços moderados dos alimentos para os animais deverão encorajar os produtores a usar mais alimentos e outros ingredientes durante a estação de seca, para manter os pesos. O consumo continua expandindo modestamente, limitado Índia pela inflação e aumento das dívidas dos consumidores. As exportações deverão ser quase 8% maiores, em mais de 1,9 A forte demanda por produtos lácteos estimula a contínua milhão de toneladas, principalmente direcionada por uma maior expansão do rebanho bovino, à medida que os maiores preços competitividade por causa da desvalorização do real. dos lácteos impulsionam o desenvolvimento de mais fazendas comerciais. Como resultado, o rebanho deverá crescer em 1%, União Europeia (UE) para quase 330 milhões de cabeças. Embora um rebanho maior dê suporte a um aumento na produção de carne bovina, os A produção de carne bovina deverá aumentar levemente, programas do governo também encorajam a produção. 45 Em Foco 6 44 As exportações de carne bovina deverão ser 6% maiores, das operações de carne bovina abriram as portas para um da maior demanda chinesa. Durante janeiro a agosto de 2013, 781.000 toneladas. Parte desse crescimento é atribuído ao novo ficando em um recorde de quase 1,8 milhão de toneladas, aumento nas exportações nos últimos anos. As importações a China se tornou seu principal mercado, sendo responsável programa de comércio de carne bovina. O programa expandiu as sendo responsável por cerca de 20% do comércio mundial. deverão aumentar em 4%, para 235.000 toneladas. por quase 26% das exportações comparado com menos de 5% importações dos Estados Unidos, substituindo a Austrália. durante 2012. O crescimento na demanda por carne bovina dos Estados Unidos Rússia Paraguai setor de alimentos prontos para comer. 1,4 milhão de toneladas, devido aos menores estoques, à menor Coreia do Sul safra de bezerros e aos menores abates, apesar dos programas apoiada por uma expansão do rebanho. As melhoras no manejo de suporte do governo federal e regional para estimular o do rebanho, como eficiência reprodutiva, ainda precisam ser desenvolvimento pecuário. O consumo deverá permanecer em empreendidas, apesar dos grandes investimentos que estão bezerros e de animais deverão resultar em uma redução de 6% 2,4 milhões de toneladas. sendo feitos no setor. As exportações deverão aumentar em 8%, na produção de carne bovina, para 317.000 toneladas. O rebanho As importações deverão ser levemente maiores, em pouco para um recorde de 325.000 toneladas, apesar do comércio ser de bovinos começou a declinar à medida que fazendas pequenas mais de 1 milhão de toneladas, à medida que os comerciantes muito dependente da Rússia. Os focos de febre aftosa em 2011 deixaram o setor, devido aos altos preços dos alimentos e animais deverão utilizar melhor os volumes da cota disponível sujeita e 2012 cortaram seu acesso a muitos mercados e a recuperação e baixos preços dos bezerros. a tarifa, e certos países vizinhos são capazes de exportar carne tem sido lenta, apesar do acesso ao Chile e a Israel ter sido bovina livre de tarifas à Rússia. restaurado. toneladas, para compensar a menor produção. Os preços Canadá Japão Argentina é principalmente direcionado pelo setor de foodservice e pelo A produção deverá cair modestamente para pouco menos de A produção deverá ser 8% maior, em 540.000 toneladas, A produção deverá aumentar levemente, para mais de 2,8 milhões de toneladas, com um aumento no rebanho bovino Os menores abates, direcionados pela menor quantidade de As importações deverão aumentar em 8%, para 398.000 domésticos de carne bovina continuarão caindo, à medida que apoiando amplas ofertas para abate. Os maiores preços dos o governo e a indústria conduzem um marketing agressivo através de preços com desconto, enquanto a carne bovina dos bovinos deverão melhorar os retornos, o que poderá ajudar a compensar a inflação esperada. As políticas de governo e as medida que os abates de bovinos e os pesos das carcaças não causa dos menores abates gerados pelas menores ofertas de aos outros fornecedores. dinâmicas de mercado contribuíram para uma queda nos pesos deverão mudar de forma significativa. As ofertas de bovinos para animais. As importações deverão aumentar levemente para Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint. das carcaças, que poderá limitar o crescimento na produção. abate continuam relativamente escassas, refletindo os declínios As exportações deverão aumentar em 22%, para 220.000 na produção de bezerros. As exportações deverão aumentar toneladas, devido à firme demanda externa e à desvalorização levemente, para 325.000 toneladas, após cair nos quatro anos do peso. A maior demanda da China e de Hong Kong também anteriores. As importações deverão ser 2% menores, em 315.000 apoiam a expansão. toneladas. Austrália Nova Zelândia A produção deverá se manter virtualmente sem mudanças, A produção deverá ficar em quase 1 milhão de toneladas, à A produção deverá cair levemente, para 640.000 toneladas, à em quase 2,3 milhões de toneladas. As exportações deverão medida que o setor pecuário continua se recuperando da seca. aumentar levemente para um recorde de 1,5 milhão de A produção de carne bovina e a indústria de processamento toneladas, apoiadas por uma maior demanda global por carne está se tornando cada vez mais dependente do setor de lácteos, bovina. Entretanto, as ofertas escassas limitarão o crescimento que contribui com um número estimado de 70 a 80% do total das exportações. de abates. As exportações deverão cair em 2%, para 536.000 México toneladas devido à menor produção. Uruguai A produção está maior, em quase 1,8 milhão de toneladas, A produção deverá ser 7% maior, em 590.000 toneladas, à medida que as práticas de alimentação e o melhoramento à medida que a expansão do rebanho dará suporte a amplas genético estão lentamente melhorando os ganhos de peso e ofertas de bovinos para abate. A safra de bezerros deverá ser os rendimentos de carcaça. Entretanto, as condições de seca recorde, de 3 milhões de cabeças. O clima bom e os retornos resultaram em rebanhos menores e as ofertas de bovinos para positivos continuam encorajando os produtores a melhorar o abate deverão ser escassas. manejo do rebanho e a produção. As exportações deverão ser 9% maiores, em 415.000 toneladas, beneficiando-se bastante As exportações deverão aumentar em 7%,para um recorde de 220.000 toneladas. A melhor qualidade, segurança e sofisticação A produção deverá cair em 2%, para 495.000 toneladas, por Estados Unidos está se tornando mais competitiva com relação 46 Capa A As tecnologias e inovações para o setor de moagem Fundamentais nas atividades das graxarias, os moinhos, martelos e peneiras atuam no início do sistema de produção. A otimização de custos, o alto desempenho e a agilidade nos processos é o que se espera destas peças Por: Lia Freire 47 moagem de subprodutos de origem animal tem se moinhos. “A nossa proposta é inovarmos e apresentarmos destacado nos dias atuais, pois a busca constante por novas facilidades para o mercado, visando também maior fontes de produtos sustentáveis direciona as graxarias a durabilidade das peças, baixando o custo/hora da máquina trabalharem no processo de industrialização com maior parada”, afirma Jair Assumpção, sócio-proprietário da qualidade e sem desperdício de proteínas, já que a procura Inteclon, empresa que desde 1988 fornece peças para e utilização dessas fontes é de fundamental importância, reposição, investindo especialmente quando observamos o segmento de nutrição inovadoras, com o objetivo de melhorar continuamente a animal. Como consequência, a indústria de peças para moagem qualidade dos equipamentos, com otimização de custos e evolui gradualmente, agilizando os seus processos e otimizando agilidade nos processos. a sua produção para oferecer itens modernos e avançados. Tecnologia suíça na furação alternada transversal, certificadas, como no caso dos aços usados para produzir suas aquisição de máquinas específicas de preenchimento de peças,além disso,o tratamento térmico pelo qual são submetidos revestimento de martelos e inovação na ferramentaria estes aços é realizado por empresa com certificação ISO 9000. e nas máquinas de perfurar estão entre os destaques da “Certos tipos de moagem exigem matéria-prima e tratamentos Inteclon, que tem em seu portfólio: martelos MP (maior térmicos diferenciados, por isso, sabemos exatamente qual tipo produtividade) que aumentam a produção dos moinhos; de tratamento térmico é aplicado em nossos martelos, pinos e martelos MV (martelo vazado) que facilitam a manutenção separadores. Checamos tudo em laboratório próprio, temos um em sua virada no pino; martelos MR (martelos revestidos) consultor técnico que acompanha o cliente dentro da fábrica com revestimento duro nas extremidades para aumentar fazendo as devidas correções e os mais variados tipos de testes, em até 4x a durabilidade; peneiras com maior percentual de visando primeiramente a qualidade do produto acabado, área aberta, ou seja, maior quantidade de furos por metros depois o aumento de produtividade com baixo custo”, observa quadrados; além de sistema de furação aperfeiçoado e Assumpção, destacando também que vários fabricantes de voltado ao rendimento, durabilidade e funcionalidade dos equipamentos de moagem passaram a ser seus clientes. constantemente em soluções A Inteclon tem a preocupação em adquirir matérias-primas 49 Capa 48 apostamos que o setor de moagem continue em franca operador somente bom treinamento para operação e expansão”, analisa Antônio Francisco González, gerente da manutenções programadas. “A Mecanofar investe para Moinhos GV. garantir a qualidade de seus produtos e processos”, comenta Graziela, que observa a ascensão do mercado Peças customizadas - Há 32 anos a Mecanofar se de moinhos e mesmo com a concorrência de novas especializou na fabricação de moinhos de facas, máquinas empresas, mantém o seu crescimento nos negócios que são responsáveis por fazer o processo de trituração em torno de 10% e com aumento na quantidade de de grandes quantidades e/ou materiais maiores, utilizadas máquinas produzidas. “Isso é um sinal de que existe antes do processo de prensagem na fabricação de farinhas, espaço para quem trabalha com seriedade e respeito no processamento de retalhos de couro em curtumes, na ao cliente. Estamos atuando intensamente com a redução de volume para pequenas e médias carcaças e área comercial, readequando praças de atuação, demais aplicações onde seja necessário destroçar ou moer. abrindo novos mercados e pretendemos atuar ainda Seu portfólio inclui: linha de baixa rotação (baixa mais expressivamente no setor de graxarias, já que o produção) composta por moinhos de 3 cv até 10 cv; de alta segmento demonstra um grande potencial”, justifica rotação (alta produção) com moinhos de 3 cv até 150 cv, Graziela. além de silos coletores, ciclones e ventiladores de 2cv, 3cv, A Inteclon tem como proposta oferecer peças de maior durabilidade e com baixo custo/hora. Em 2014, a Inteclon irá expandir sua capacidade de produção com a ampliação da empresa, aquisição de máquinas, ferramentais e equipamentos de medição, também está em seus planos realizar mais investimentos na capacitação dos colaboradores e conquistar novos clientes no Mercosul; e assim atingir o percentual de crescimento prospectado para o próximo ano que é 20%. 5cv e 10cv. Há ainda uma ampla linha de facas, peneiras, Moinhos que processam biomassas com até parafusos e peças de reposição para os itens existentes ou 65% de lipídeos - Nos últimos três anos, a equipe de mediante desenho técnico. “O nosso grande diferencial está desenvolvimento da Moinhos Vieira se empenhou em na customização das máquinas, de acordo com a necessidade criar um equipamento para processar produtos com de processo do cliente, além da garantia de qualidade. A alto teor de óleo em sua biomassa até que chegou Mecanofar vem nos últimos anos readequando toda sua em uma patente exclusiva para um equipamento de linha para estar de acordo com as normas exigidas e garantir moagem capaz de processar biomassas com até 65% sempre o melhor produto para seus clientes”, afirma Graziela Dalsochio, da direção geral da Mecanofar. de lipídeos. “O grande desafio estava em reprocessar A Mecanofar se especializou na fabricação de moinhos de facas. a ração extrusada (reprocesso/refugo), que depois da etapa de engorduramento, pós secagem, apresentava Outro fornecedor de martelos e peças de reposição, problemas de moagem devido ao empastamento como peneiras, martelos, eixos, discos, mancais, anéis quatro décadas atende o mercado. “Comprovadamente, os nossos martelos duram 50% a mais do que os concorrentes, graças aos constantes investimentos que realizamos em novas tecnologias e na qualidade. Seguimos otimistas em 2014, embora seja o ano de Copa do Mundo e eleições, Os martelos da Inteclon sendo produzidos. um gerado pelo alto teor de óleo aspergido. O MCO - equipamento relativamente simples e que exige do Moinho Centrífugo para Oleagionosos, não chega a A separadores, entre outros itens, é a Moinhos GV, que há “O nosso grande diferencial está na customização das máquinas, de acordo com a necessidade de processo do cliente, além da garantia de qualidade”, Graziela Dalsochio, da Mecanofar. executiva lembra que o moinho é 51 Capa 50 Nos preocupamos em desenvolver equipamentos de fácil manutenção e que ofereçam uma moagem novos modelos que são submetidos a tratamentos homogênea e com granulometria aceitável”, destaca termoquímicos, como a cementação e a têmpera que Marcos Paulo Grecco, diretor comercial da Martec. tornam as peças mais resistentes, além de livre tensão, No segmento de martelos, a Marfuros destaca os enquanto que na categoria de peneiras, há as opções com furação rebarbadas e maior área de corte do ser um equipamento de micronização, mas com ele produto a ser moído, características que contribuem já solucionamos alguns importantes problemas e para a alta produtividade das peneiras. “Nossas peças vem sendo utilizado por empresas como Ourofino e estão em constante processo de aprimoramento para PremierPet. Isso representa um grande avanço não só que possamos oferecer ao mercado as mais eficientes para a indústria pet food, mas para o setor alimentício soluções em moagem”, afirma Klauss Grecco, da Marfuros. em geral. Nossa equipe está orgulhosa deste feito”, comenta Flávio Pavanelli, sócio-proprietário da Moinhos Vieira, empresa que tem em seu portfólio os moinhos centrífugos a martelo - com capacidade de micronização de formulação premix, utilizando peneiras a partir de 0.3 mm, o que de acordo com o fabricante possibilita um ótimo acabamento na textura final do produto extrusado e ainda permite que as “Destacamos nossos novos tipos de martelos, com tratamento antiquebra e peneiras com furação rebarbada e maior área de corte do produto a ser moído”, Klaus Grecco, da Marfuros. extrusoras trabalharem com matriz a partir de 0.8 mm – o que é uma tendência no mercado, uma vez que o Governo vem incentivando a criação e produção de peixes. “Também fabricamos peneiras e martelos para moinhos que não sejam de nossa fabricação. Temos visto no mercado inúmeras empresas fornecendo O MCO - Moinho Centrífugo para Oleagionosos, da Moinhos Vieira, é capaz de processar biomassas com até 65% de lipídeos. peças, sem nenhuma expertise em moagem. A competição acirrada por custos, nos leva a oferecer cada vez mais soluções eficazes e com os melhores custos x benefícios. Como fabricante de equipamentos de moagem, temos know-how de mais de 60 anos, o que nos permite garantir o fornecimento de soluções adequadas de acordo com cada especificação apresentada. A grande preocupação das indústrias em 2013 foi melhorar a textura e acabamento da ração extrusada para atender o consumidor que está mais exigente, o que impactou diretamente no segmento de “Nos últimos três anos, nossa equipe se empenhou em criar um equipamento para processar produtos com alto teor de óleo na biomassa até que chegamos a uma patente exclusiva”, Flávio Pavanelli, da Moinhos Vieira. moagem”, analisa Pavanelli. A Moinhos Vieira aguarda a chegada de 2014 com grande otimismo. “Com certeza Peças resistentes e de fácil manutenção - A Martec será um ano de importantes realizações, inclusive a apresenta os moinhos para a moagem de farinha de nossa presença está confirmada na Expo Pet Food 2014, carne e ossos como os modelos T 40 para ser acionado feira que acontece em abril na região de Campinas (SP) com motor de 40 cv, T 75 (motor 75 cv), T 100 (motor 150 e quando esperamos reencontrar amigos, parceiros cv) e o T 250 (motor 250 cv), este último lançamento e clientes para apresentarmos as nossas soluções segundo a empresa, uma revolução em relação às em moagem. No mais, é continuar acreditando no máquinas moageiras devido à quantidade de farinha crescimento deste mercado e trabalhar para sempre moída. “Hoje, os moinhos já saem das fábricas com atender melhor e com qualidade, todas as empresas e os martelos mais aproximados das “mandíbulas”, clientes”, projeta Pavanelli. aumentando a curva de granulometria da máquina. Os martelos da Marfuros são submetidos a tratamentos termoquímicos, que tornam as peças mais resistentes. 53 Foco na Qualidade 52 Claudio Bellaver M.Vet., Ph.D. Qualyfoco Consultoria Ltda, ProEmbrapa, [email protected] Biodiesel originado de Gorduras Animais N o Brasil, desde 2005 há um crescimento gradativo da produção de biodiesel se consolidando em setembro de 2013 com 70 plantas produtoras autorizadas pela ANP, o que corresponde a uma capacidade total autorizada de 23.046 m3/dia. Pela ordem de produção estão a região Centro-Oeste (44%), Sul (32%), Sudeste (14%), Nordeste (9%) e Norte (3%). O óleo de soja é o responsável por 76,6 % da matéria prima para o biodiesel, seguindo-se com 17,6% de gordura bovina, 2,7% de óleo de algodão e o restante de outras gorduras, entre as quais, as gorduras de fritura e suína e os óleos de frango e de nabo forrageiro. Revendo as oportunidades paraos resíduos do abate animal, naturalmente que a produção de farinhas e gorduras animais para uso na alimentação animal é a rota preferencial, desde que isso seja feita dentro dos requisitos de qualidade para a nutrição animal. Entretanto, a produção e a logística da cadeia de carnes permite que sejam comercialmente encontradas gorduras de segunda linha peroxidadas e/ou gorduras acidas, originadas do processo de fabricação e armazenamento de gorduras; bem como, da separação do lodo frigorifico. Somam-se a essas fontes,as gordurasde fritura e industriais. Para todas essas gorduras secundárias a melhor destinação é via produção de biodiesel.Entretanto, sabe-se que a maioria dos processos de produção de biodiesel é por catálise básica por ser relacionada à baixa temperatura e pressão do processo, alta conversão com poucas reações laterais e sem compostos intermediários, exceto glicerina e sabões. Esse processo é menos eficiente para as gorduras animais de baixa qualidade exigindo pré-tratamentos. Assim, uma das possibilidades do tratamento da gordura ácidas é o processo de hidroesterificação, o qual é composto por uma etapa de hidrólise e na sequência uma de esterificação.A grande vantagem desse processo é poder utilizar qualquer tipo de matéria-prima graxa, independentemente dos valores de acidez e umidade para a produção de biodiesel. A etapa da hidrólise consiste na geração de glicerina e ácidos graxos através da reação da gordura com a água. Esse processo é mundialmente conhecido e gera um produto final com acidez elevada. Após isso os ácidos graxos passam pelo processo de esterificação, o qual consiste na reação dos ácidos graxos juntamente com um álcool e catalisadores ácidos heterogêneos ou homogêneos. de biodiesel. A gordura passa por um processo de transesterificação, no qual os triglicerídeos reagem com álcool, podendo ser usado metanol ou etanol, para a fabricação de ésteres metílicos ou etílicos. E os ácidos graxos livres são esterificados. Portanto, não existe impedimento tecnológico para transformar qualquer gordura da cadeia de carnes em biodiesel, havendo naturalmente que se calcular a melhor eficiência,com diferentes processos.Gorduras de segunda linha, cujos preços são próximos da metade dasgorduras de maior qualidade, podem ser comercialmente atrativas para Existe ainda a possibilidade de refino físico, onde a remoção dos ácidos graxos livres é através de uma coluna de desacidificação. Esse processo é conduzido com altas temperaturas e baixos valores de pressão, juntamente com vapor de arraste em fluxo contracorrente. Dessa forma, os ácidos graxos livres, bem como as demais impurezas voláteis, são removidos da matéria principal. Ambos os produtos dessa coluna, a gordura residual e os ácidos graxos livres podem ser aproveitados para a fabricação produção de biodiesel; deixando assim de serem inadequadamente introduzidos em rações, piorando a qualidade das dietas animais. Para a indústria de farinhas e gorduras aumenta a demanda e o preço das gorduras e, do ponto de vista de produção animal o uso dessas gorduras de segunda linha para biodiesel, oportuniza uma melhoriasignificativa no índice de eficiência produtiva animal. Todos ganham e sem prejuízos, a sustentabilidade acontece, de fato... 55 Entrevista 54 Revista Graxaria Brasileira – Como as empresas brasileiras o Brasil ainda tem um longo caminho a trilhar e evoluir, no vêm tratando a gestão de seus resíduos? sentido de transformar a responsabilidade ambiental da Mário Bittar Neto – Hoje é possível perceber que há uma gestão de resíduos em conceito de cada um de seus cidadãos. sensível melhora na forma com que as empresas brasileiras Percebemos tratam o tema, porém estamos ainda muito aquém do mais consciente, uma indústria mais controlada e uma necessário. Atualmente, apesar de alguns grupos se população mais crítica, o que deve nortear o crescimento comprometerem com uma gestão de resíduos responsável, brasileiro, incluindo cada vez mais, desde o ensino infantil, avaliando além da forma de destinação, também os os conceitos de responsabilidade e sustentabilidade. no cenário internacional uma população fornecedores, ainda há uma massiva parcela que opta pela despreocupação e descumprimento da legislação vigente. Revista Graxaria Brasileira – Qual segmento da indústria está mais “evoluído” quando analisamos o gerenciamento Revista Graxaria Brasileira – Sob quais aspectos percebe- de resíduos? se evoluções? O que ainda precisa ser melhorado? Mário Bittar Neto – Hoje, não é possível apontar um Mário Bittar Neto – Um de nossos maiores avanços foi instituir uma segmento da indústria que mais evoluiu neste quesito. base legal para o assunto, na forma da Política Nacional de Resíduos No entanto, a experiência nos mostra que esta evolução Sólidos (Lei 12.305/2010). No entanto, há muito que se melhorar ocorre de forma marcante entre as indústrias de grande com relação à fiscalização e implementação desta legislação, bem porte e multinacionais, que reconhecem a possibilidade como, a qualificação técnica dos agentes públicos de fiscalização. de agregar valor à marca e a necessidade crescente em se alinharem a um mercado consumidor exigente, bem como, “Um dos nossos diferenciais está na personalização da gestão de resíduos, com soluções ambientalmente corretas e economicamente viáveis, conforme as necessidades de cada cliente”, Mário Bittar Neto. Mário Bittar Neto A Por: Lia Freire gestão dos resíduos industriais é um tema não só recorrente como tornou-se uma questão premente. A necessidade de uma atuação mais urgente se faz em virtude dos inúmeros episódios críticos de poluição que têm sido relacionados ao trato inadequado destes resíduos, causando efeitos danosos à população e ao meio ambiente. Na incessante busca por soluções e tecnologias “limpas”, que visam dar um destino adequado aos resíduos industriais, há empresas como a Ciclo Verde, de Goiânia. Fundada em abril de 2007, oferece uma gama de soluções ambientalmente corretas para a destinação de resíduos e rejeitos gerados pela indústria, atuando desde as orientações e elaboração do PGRS (Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos) até o ciclo final dos resíduos. “Somos o primeiro pátio de Compostagem, licenciado pela SEMARH-GO – Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Goiás, com aplicação de biotecnologia própria, em parceria com o IFB - Instituto de Fosfatos Biológicos, garantindo um tratamento continuado, seguro e eficiente, atendendo com excelência às grandes corporações. Com os mesmos princípios, atuamos no Gerenciamento de Resíduos, oferecendo todo o suporte e orientação necessários ao procedimento”, explica Mário Bittar Neto, diretor comercial da Ciclo Verde, que tem como missão prover serviços de forma personalizada, colaborando para a preservação do meio ambiente, promovendo o bem estar dos colaboradores, construindo parcerias, buscando aprimorar a qualidade, agilidade e confiança nos serviços prestados e assim contribuir para o desenvolvimento sustentável e para a satisfação dos clientes. Revista Graxaria Brasileira – Ao observar o cenário se adequarem às legislações mais encorpadas e assim brasileiro de gestão de resíduos e o compararmos ao aderirem às certificações internacionais (como ISO, OHSAS internacional, qual a conclusão? etc) e se comprometerem de forma diferenciada em buscar Mário Bittar Neto – Comparando ao cenário internacional, sistemáticas de gestão mais responsáveis e severas. 57 Entrevista 56 nos aperfeiçoamos a cada dia no âmbito da compostagem, da planta de administração e descaracterização de fazendo uso de biotecnologia para garantia e qualidade resíduos, além da ampliação do pátio de compostagem do serviço. em Bela Vista de Goiás. Objetivando um crescimento ainda maior, a Ciclo Verde está em busca de um novo Revista Graxaria Brasileira – A empresa trabalha com local para instalação de mais um pátio de compostagem parcerias? nas proximidades da cidade de Goiânia. Na área de Mário Bittar Neto – Sim, nós temos parcerias em diversas Recursos Humanos investimos na profissionalização vertentes da gestão de resíduos e com isso pretendemos dos colaboradores envolvidos, com palestras, cursos apresentar e e workshops, incrementando conhecimento técnico e economicamente mais viáveis. Na implementação de soluções ambientalmente corretas atualizando sobre os temas ambientais, reconhecendo a uma nova alternativa para tratamento de resíduos importância de um corpo técnico qualificado, engajado e orgânicos, por exemplo, a Ciclo Verde uniu-se ao principalmente motivado. Instituto de Fosfatos Biológicos (IFB), incrementando A Ciclo Verde oferece serviços de gerenciamento integrado de resíduos; compostagem; descaracterização, assessoria técnica e treinamentos. “O Brasil ainda tem um longo caminho a trilhar e evoluir, no sentido de transformar a responsabilidade ambiental da gestão de resíduos em conceito.” Ciclo Verde oferece e para qual tipo de indústria o seu trabalho está direcionado? Bittar Neto – Dentre os serviços que disponibilizamos estão a compostagem de resíduos orgânicos; as soluções em gerenciamento integrado de resíduos; a descaracterização e gerenciamento pós descaracterização; a assessoria técnica e treinamentos. A Ciclo Verde optou por atuar neste ramo por acreditar que é uma área em crescimento e evolução (melhoria), e que demandava novas alternativas, mais sustentáveis, contribuindo para uma melhor qualidade de vida no futuro. Um dos nossos diferenciais está na personalização da gestão de resíduos, com soluções ambientalmente corretas e economicamente viáveis, conforme Revista Graxaria Brasileira – Hoje, o que há de mais processo de compostagem, reduzindo em mais de 60% avançado em termos de processos e tecnologias para o o tempo em que o resíduo, gerador e destinador, estão gerenciamento de resíduos? E para onde deve caminhar legalmente ligados a responsabilidade com o mesmo. esta tendência? Mário Bittar Neto – Podemos considerar hoje que o Revista Graxaria Brasileira – Quais tipos de serviços a Mário a biotecnologia desenvolvida por este instituto no as necessidades de cada cliente. Revista Graxaria Brasileira – Como a companhia está estruturada e preparada para atender o mercado? Mário Bittar Neto – A Ciclo Verde busca se modernizar e se preparar para as novidades e oportunidades do mercado. Atualmente, contamos com equipe profissionalizada para o atendimento das necessidades do mercado, desenvolvendo soluções personalizadas para a realidade dos nossos clientes. Da mesma forma, comprometida e atualizada, disponibilizamos equipamentos para agilidade dos processos como prensas e descaracterizadores, e ainda Revista Graxaria Brasileira – Quais foram os recentes processo mais avançado para a gestão de resíduos é investimentos realizados pela Ciclo Verde? a compostagem, pois atende um dos princípios mais Mário Bittar Neto – Recentemente, investimos em uma importantes da nossa Política Nacional de Resíduos área em Aparecida de Goiânia (GO) para instalação Sólidos: a Ecoeficiência, que significa compatibilização 59 Entrevista 58 “No cenário internacional vemos uma população mais consciente, uma indústria mais controlada e uma população mais crítica.” entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens retirados para o processo produtivo. Nossa estratégia e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades de crescimento e negócios vislumbra a implantação de humanas e tragam qualidade de vida e a redução do novos pátios de compostagem em áreas de grandes impacto ambiental e do consumo de recursos naturais geradores, aproximando gerador e destinador, por todo a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de o território nacional. sustentação estimada do planeta. De forma singular, a Ciclo Verde também reconhece o resíduo sólido Revista Graxaria Brasileira – Quais os desafios a serem reutilizável como um bem econômico e de valor social, superados neste mercado de serviços ambientais? gerando trabalho, renda e promovendo cidadania. Mário Bittar Neto – Um de nossos grandes desafios é a Atualmente, contamos com uma diversidade de processos real conscientização ambiental de todos os envolvidos para o gerenciamento de resíduos, mas que sempre na cadeia de gestão de resíduos, incluindo gerador, trazem consigo uma série de ressalvas, perigos potenciais consumidor, transportador, agente público etc. para o meio e para a saúde pública, e mais: que nada encontro a isto, nosso principal, e atual desafio é a falta geram de retorno positivo para o Meio Ambiente. Desta de fiscalização do poder público. De forma, a tendência de busca de alternativas controladas e que gerem retorno ao meio ambiente é algo eminente. Revista Graxaria Brasileira – Qual deverá ser o futuro da gestão dos resíduos industriais? Revista Graxaria Brasileira – A empresa também realiza Mário Bittar Neto – Vislumbramos um futuro promissor, a descaracterização de produtos. Poderia explicar como pois estamos vivenciando na sociedade uma transformação funciona? do pensar sobre o tema ambiental, onde estão inseridos Mário Bittar Neto – Sim. Possuímos equipamento os geradores e os empresários. E, principalmente, porque denominado por vemos de forma crescente o conceito de responsabilidade meio de pressão, a separação da embalagem e de seu descaracterizador que promove, ambiental e sustentabilidade sendo fomentados desde a conteúdo, encaminhando cada uma destas frações para educação infantil, criando cidadãos mais conscientes e um recipiente. Nesta fase, a embalagem já está inutilizável responsáveis para o futuro. e a marca descaracterizada.Após a separação das frações componentes do produto, cada uma destas recebe Revista Graxaria Brasileira tratamento específico conforme sua característica. para o mercado? – Que mensagem deixa Mário Bittar Neto – Acreditamos que com o passar Revista Graxaria Brasileira – E com relação aos resíduos do tempo, a evolução da conscientização ambiental orgânicos, como a Ciclo Verde atua? ira pautar os conceitos de produção e crescimento Mário Bittar Neto – Atuamos com a disponibilização econômico e, além disto, pautará também as diretrizes do processo de tratamento por compostagem. A da vida em sociedade. Neste contexto, a Ciclo Verde compostagem pode ser conceituada como técnica estará alinhada e pronta da melhor forma para apoiar catalisadora do ciclo da matéria orgânica, que utiliza e fomentar esta nova sociedade que preocupa-se com de microrganismos para a decomposição da matéria qualidade de vida e que a vincula de forma inseparável orgânica, retornando ao meio ambiente os bens naturais da qualidade ambiental. 61 Fenagra 2014 60 9ª A edição de 2014 vem com novidades. A área de ocupação dos stands teve um aumento de 62% e o evento contará com um espaço exclusivo para a exposição de máquinas e equipamentos E m menos de uma semana após o lançamento Congresso Brasil Rendering, realizado pelo SINCOBESP da edição 2014 da FENAGRA - Feira Internacional das – Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Graxarias, o evento, que se diferencia por seu perf il técnico, SubProdutos de Origem Animal em conjunto com a ABRA – teve todos os seus espaços comercializados, conf irmando Associação Brasileira de Reciclagem Animal. que é uma importante plataforma de negócios, lançamentos e tendências para o setor. traz os fornecedores de rações, equipamentos, embalagens, A FENAGRA, organizada e promovida pela Editora insumos e demais itens voltados à nutrição animal, além do Stilo, será realizada entre os dias 09 e 10 de abril de VI Congresso Internacional e o XIII Simpósio sobre Nutrição 2014 e por mais uma edição acontece em Campinas (SP), de Animais de Estimação, ambos organizados pelo CBNA – no Via Appia Eventos, que agora contará com uma área Colégio Brasileiro de Nutrição Animal. especialmente reservada para que as empresas possam expor as suas máquinas e equipamentos, como, extrusoras, novidades já estão sendo idealizadas e preparadas para a digestores, moinhos, prensas e secadores. ocasião. Em breve, o mercado receberá as informações. Mais uma vez, além de reunir os fornecedores de “A cada edição o evento cresce e se fortalece, por isso, é a tecnologias, novidades e tendências do mercado de Reciclagem nossa obrigação promovermos melhorias e adaptações para de Resíduos de Origem Animal, que atendem as necessidades atender com excelência o setor”, af irma Daniel Geraldes, de diferentes indústrias, a FENAGRA também sediará o XIII diretor da Editora Stilo, responsável pela realização da feira. Na ocasião, também, acontece a 4ª EXPO PET FOOD, que Em 2015, a FENAGRA completará 10 anos e muitas 63 R ADO V O O D A V O R P A A pets a biocombustíveis, aplicações industriais e fertilizantes. Estes clientes esperam ingredientes frescos e seguros, livres de matérias estranhas e contaminantes como metal, madeira, plástico e produtos químicos, e que A P Caderno Técnico 1 62 O PR D OVA Quality Assurance 101 atendem consistentemente às especificações de qualidade e de nutrientes encontrados em matérias primas rastreáveis e sustentáveis. Alguns dos inúmeros riscos em potencial que os processadores podem encontrar na matéria prima incluem patógenos originários de alimentos (por ex., Salmonella, Clostridium perfringens e E. coli); produtos químicos (por ex., inseticidas, rodenticidas, fungicidas, agentes de eutanásia, produtos químicos tóxicos como anti-congelantes, e metais pesados, incluindo chumbo e cádmio); contaminantes físicos como metal, vidro e plástico; e substâncias regulamentadas como material de gado proibido em rações para animais (CMPAF), ou seja, são cérebro e cordão espinhal de animais com 30 meses ou mais. A fim de mitigar os riscos identificados, a indústria de graxaria deve utilizar uma série de verificações. Para riscos físicos, inspeção da matéria prima, imãs, peneiras, trituradores, telas, centrifugas, e filtros são boas opções. Para substâncias regulamentadas, certificações do fornecedor de matéria prima e auditorias confirmarão que os fornecedores seguem procedimentos operacionais padrão. Ainda que o processamento da indústria de graxaria seja eficaz na destruição de patógenos devido à relação tempo/temperatura, Introdução à Garantia da Qualidade o estabelecimento de pontos de controle críticos garante a destruição de Nota do editor – O artigo abaixo tem como base a apresentação de Tom Dobbs e Ross Hamilton da Darling International, Inc., no início do ano também ajudam a criar um percurso para obtenção de ingredientes seguros no Simpósio Internacional as Indústria de Graxaria em Atlanta, GA. e de qualidade A patógenos. Boas práticas de fabricação (Good Manufacturing Practices-GMPs) ou planos pré-requisitados para análise de risco e pontos de controle críticos Estes incluem: • Controle sanitário e de pragas; meta da indústria de graxaria é fornecer fazendas, abatedouros e laboratórios de diagnóstico. • inspeção da limpeza dos caminhões da carga; ingredientes seguros e de qualidade para que seus clientes • práticas dos funcionários na planta; os usem em ração para pets e outros tipos de ração para a o processamento também elimina organismos patogênicos, • instalações do imã e peneiras; indústria pecuária. Isto é feito por meio da transformação protege o ambiente, recicla carbono e energia e fornece • remoção e descarte de CMPAF; física de subprodutos animais usando uma variedade de controle, verificação e rastreabilidade para que produtos • práticas de manuseio do produto; equipamentos e processos, envolvendo a aplicação de condenados ou com data vencida não sejam reutilizados • projeto e manutenção da construção e equipamento; e calor, a extração de umidade e a separação da gordura. em alimentos de humanos. E, mais importante de tudo, a • testes de rotina contra pragas (sebo e graxa de restaurantes). Dobbs e Hamilton calculam que mais de 34 milhões de indústria faz isto tudo horas depois de receber a matéria toneladas (ver tabela 1) de subprodutos estão à disposição prima e não semanas ou meses como outros métodos Os processadores devem ter também programas de biossegurança da indústria de processamento nos Estados Unidos. São populares, alternativos de descarte. cobrindo a segurança das instalações, recursos humanos, matéria prima, subprodutos do abate e da indústria de processamento de Os produtos de graxaria que são produzidos – gorduras produto acabado, biossegurança e rastreabilidade da distribuição, proteção alimentos incluindo gado, aves e suínos; restos de gordura como sebo, graxa amarela e graxa branca especial, e do produto e resposta de emergência para casos de recall do produto. Para e ossos e carne com data vencida de supermercados; farinhas de proteína de carne e ossos e subprodutos segurança das instalações os processadores devem se registrar na Food restos do processamento de açougues; óleo de cozinha de aves, sangue, aves, frangos e suínos - preenchem as and Drug Administration (FDA) sob o Ato de Preparação e Bioterrorismo recuperado de restaurantes e outros estabelecimentos e demandas de consumidores domésticos e internacionais de 2002 e o Ato de Modernização da Segurança de Alimentos de 2010, instituições que servem refeições; e animais sacrificados em em várias indústrias de rações para animais de criação e que exige uma renovação a cada dois anos a partir de 2012. A indústria de Além de produzir ingredientes para rações de qualidade, 65 Caderno Técnico 1 64 graxaria pode considerar o uso de câmeras de segurança procedimentos devem ser aplicados ao material que chega A biossegurança e rastreabilidade da distribuição do produto podem ser e portões/grades para controlar o acesso às instalações, à planta. obtidas com procedimentos no momento de saída da carga para documentar pois no caso de ameaças de contaminações intencionais A biossegurança dos produtos prontos deve consistir a limpeza e condição dos caminhões (por ex., examinar se as portas fecham seria necessário trancar e limitar o acesso a substâncias de programas de segurança de rações baseados em risco bem) e a inspeção dos produtos durante o carregamento. Usar lacres evidentes perigosas como anticongelantes, solventes a base de que incluem, entre outros, um ponto de controle crítico da à prova de violação no acesso ao carregamento e pontos de descarga antes petróleo e produtos químicos de limpeza que poderiam cocção de 240ºF a 255ºF (115ºC a 123ºC). Usando Clostridia que o carregamento saia dos locais. As transportadoras devem certificar que ser usados para contaminação proposital. perfringens como organismo marcador da validação, os caminhões transportam apenas materiais tipo ração, portanto insista em Além disto, é necessário limitar o acesso às áreas de foi documentado que a temperatura de processamento verificação da última carga. Implementar procedimentos de rastreabilidade armazenamento de produtos prontos, trancando-as mata os patógenos convencionais (por ex., o vírus da gripe do produto, tanto para a matéria prima como para produtos prontos e incluir sempre que possível e inspecionar os produtos durante a aviária é morto a 230ºF -110ºC por 15 segundos). números de lote para ingredientes como antioxidantes e antiespumantes no descarga em busca de contagiantes químicos e físicos. processo de rastreabilidade. As empresas de graxaria e seus funcionários se confirma que a inativação térmica durante o período de Em termos de limpeza da planta e medidas sanitárias, as plantas da orgulham do que fazem e levam a sério seu papel na cocção elimina os riscos microbianos e os programas de indústria de graxaria devem ter programas por escrito e documentar o segurança de rações. sanitização da planta são eficazes. Além disto, gorduras, término da limpeza para garantir que o local de trabalho esteja livre de Mais ainda, é importante que os processadores principalmente sebo e óleo de cozinha recuperado detritos e pragas que poderiam contaminar o produto processado. O controle verifiquem o histórico de funcionários novos, tenham devem ser monitorados em busca de contaminação por de pragas é essencial para garantir a integridade do produto, evitando períodos de experiência para funcionários novos e pesticidas e PCB (bifenilos policlorados). Devem existir contaminação/infestação (por ex., eliminar roedores como um vetor potencial forneçam treinamentos anuais para os funcionários, novos procedimentos escritos sobre o cumprimento das regras da da contaminação por Salmonella). Usar ferramentas com código de cor (por ou antigos, sobre segurança das rações e GMPs e expliquem FDA sobre encefalopatia espongiforme bovina e rações e ex., pás, conchas, vassouras, etc. que são vermelhas para produtos crus e verdes o motivo para isto como mais uma proteção para a equipe. os regulamentos CMPAF para evitar a presença de material para produtos prontos) para evitar a contaminação cruzada. Evitar o tráfego A primeira linha de defesa para garantir a segurança proibido nas rações animais e a mistura de materiais de de funcionários da área de matéria crua para a área de produtos prontos na dos ingredientes das rações é a matéria prima limpa. ruminantes e não ruminantes. Certificar-se que os produtos planta e manter a área de produtos prontos tão seca quanto possível para Quanto mais limpa a matéria prima, mais limpo será químicos e substâncias não rações que são usadas na evitar a contaminação microbiana após o processamento. o produto acabado. Instrua os fornecedores para que planta estejam trancadas em uma área segura com acesso saibam o que é esperado deles e porque vários tipos limitado a pessoal autorizado; fazer levantamento dos de emergência por escrito para resolver ameaças à biossegurança. Este de contaminação devem ser evitados. estoques destas substâncias rotineiramente. Um programa deve incluir contatos de emergência, um plano de ação para responder a de biossegurança dos produtos prontos deve incluir: substâncias suspeitas ou ameaças e um plano de recall. Realizar recalls falsos Trabalhe com os fornecedores fornecendo informações sobre os O teste de produtos prontos para Enterobacteriaceas contaminantes encontrados e a qualidade da matéria É obrigatório que os processadores tenham e implementem um plano para testar a rastreabilidade e recuperação do produto. prima. Audite os fornecedores para avaliar seus programas • Procedimentos de retenção do produto para controlar Todos os programas mencionados acima precisam de manutenção e de segurança (com foco nos fluxos de matéria prima de produto não conforme e documentar o descarte dos verificação contínua para garantir o cumprimento das inspeções do FDA e maior risco) e tenha acordos/contratos com o fornecedor mesmos; auditorias do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, clientes e sobre especificações e ausência de substâncias de risco na • documentação de queixas de consumidores e medidas terceiros sob programas como Código de Prática da Indústria de Produtores matéria prima. Os fornecedores devem também fornecer corretivas tomadas (monitorar as tendências de tipos e de Proteína e Ração Segura/Alimento Seguro da Associação Americana da certificados anuais sobre a integridade da matéria prima, frequência de reclamações); Indústria de Rações. como sendo livre de ruminantes, sem níveis danosos de • exame de amostras do produto em busca de sinais de metais pesados ou micotoxinas e com zero de bifenilos contaminantes químicos e físicos; e certeza que os produtos fornecidos pela indústria de graxaria oferecem a policlorados, pesticidas ou rodenticidas. Além disto, treinar • procedimentos para testes e retenção de produtos. máxima qualidade e segurança para os clientes das rações: prima no momento do carregamento em busca de odores Para garantir que os produtos prontos atendem às • Analisar fluxos de matéria prima para encontrar riscos possíveis. não característicos, containers suspeitos; pó, pellets ou especificações dos clientes os processadores devem • Projetar processos e programas para minimizar riscos e evitar contaminação grãos; matérias CMAF (cérebros, cordões espinhais); metal, ter na planta capacidade de testar níveis de proteína, intencional ou acidental. madeira ou plástico; e marcas auriculares de gado. Forneça gordura, cinzas, umidade e ácidos graxos livres; valor de • Manter e reforçar os programas existentes treinando os funcionários um processo pelo qual o motorista possa documentar e peróxido; estabilidade oxidativa; indicadores in-vitro de • Verificar se os programas funcionam como projetados com auditorias reportar qualquer possível contaminação. Estes mesmos digestibilidade. internas e de terceiros, recalls falsos e revisão de queixas de consumidores. Em conclusão, são necessários alguns procedimentos simples para ter e obrigar os motoristas de coleta a inspecionar a matéria 66 67 Assinaturas Índice ASSINATURA DA REVISTA Graxaria Brasileira Você pode solicitar o recebimento da Revista Graxaria Brasileira. Após preenchimento do formulário a seguir, envie-o para: Aboissa _3 Capa (11) 3353-3000 [email protected] www.aboissa.com.br Grupo Braido _ 21 (11) 4227-9500 [email protected] www.grupobraido.com Abra _ 35 (61) 3201-7199 [email protected] www.abra.ind.br Haarslev Industries _ 29 (41) 3389-0055 [email protected] www.haarslev.com Anhembi Agro Industrial _ 63 (11) 3685-8907 [email protected] Inteclon _ 47 (43) 3338-7940 a B&F Dias _ 00 (19) 3856-4044 www.bfdias.com.br Nome: Benger Máquinas _ 57 (11) 4161-1090 www.benger.com.br Empresa: Nº: Complemento: Cidade: Cep: UF: Fone: ( ) Fax: ( ) Cargo: Tipo de Empresa: ( ) Graxaria Independente ( ) Graxaria / Frigorífico ( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos ( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas ( ) Prestadores de Serviços ( ) Biodiesel ( ) Cliente Graxaria ( ) Consultoria / Assessoria ( ) Universidades / Escolas ( ) Outros: Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61 Cep: 04004-000 / São Paulo (SP) (11) 2384-0047 ou por [email protected] Julian Máquinas _ 9 (14) 3621-6937 [email protected] (14) 3413-2700 www.bovimex.com.br LDS Máquinas _ 2 Capa (14) 2104-3200 [email protected] www.ldsmaquinas.com.br Braido _ 57 (11) 4368-4933 [email protected] Martec – Grupo SJG _ (14) 3342-3301 (11) 4018-4222 Bovimex _ 65 Endereço: Ipufol _ 61 (49) 3449-0372 [email protected] _ 11 a 63 Dupps (+1) 937-855-6555 www.dupps.com Moinhos GV _ 53 Tel (11) 3965-6928 [email protected] Dux Grupo _ 49 (11) 4442-4799 www.duxgrupo.com.br [email protected] Moinhos Vieira _ 51 (15) 3251-4558 atendimento@moinhosvieira. com.br Eurotec Nutrition _ 37 (48) 3279-4000 [email protected] Nord Kemin _ 5 (49) 3312-8650 www.kemin.com Farima _ 53 (44) 3544-1292 [email protected] www.farima.com.br Nutract / Falcon _ 19 (49) 3329-1111 [email protected] www.qualimix.com.br Fimaco do Brasil _ 59 (47) 3525-1000 [email protected] www.fimacodobrasil.com.br Patense (34) 3818-1800 [email protected] www.patense.com.br Folem _ 61 (46) 3544-2000 [email protected] www.folem.com.br Gava _ 27 (11) 3105-2146 [email protected] www.joaogava.com.br _4a Capa Prestatti _ 61 (54) 2107-7500 www.prestatti.com.br Qualyfoco _ 65 (49) 3444-1422 [email protected] www.qualyfoco.netcon.com.br Geza _ 41 (34) 2108-4353 www.geza.com.br Razzo _ 15 (11) 2164-1313 [email protected] www.razzo.com.br Giglio _ 55 (11) 4368-1822 [email protected] www.giglio.com.br Reciclagem (65) 3029-1063 [email protected] www.reciclagemind.com.br Grande Rio Reciclagem _ 31 (21) 2765-9550 [email protected] www.grgrupo.com.br Sincobesp (11) 3237-2860 [email protected] www.sincobesp.com.br _ 33 _ 45 68