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RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
Universidade Estadual de Londrina
02, 03 e 04 de outubro de 2013.
Organizadores
Alexandre Villibor Flory
Jhony Adelio Skeika
Sonia Pascolati
SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
ORGANIZAÇÃO DO EVENTO
Coordenação
Alexandre Villibor Flory
Sonia Pascolati
Organização dos anais
Alexandre Villibor Flory
Jhony Adelio Skeika
Sonia Pascolati
Comitê científico
Alexandre Villibor Flory
Anna Stegh Camati
Diógenes André Vieira Maciel
Lourdes Kaminski Alves
Margarida Gandara Rauen (Margie)
Marise Rodrigues
Rosemari Bendlin Calzavara
Sonia Pascolati
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Universidade Estadual de Londrina
02, 03 e 04 de Outubro de 2013
SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
SUMÁRIO
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ESPETÁCULO DE VOCÊ: A MISSÃO DO TEATRO CONTEMPORÂNEO
Alana Regina Sousa de Menezes (UFMS)
Leandro Pansonato Cazula (UFMS)
Wagner Corsino Enedino (UFMS - Orientador) ........................................................................ 7
A RUPTURA COM AS FORMAS DRAMÁTICAS EM CHICO BUARQUE: UMA
LEITURA DA ÓPERA DO MALANDRO
Adriele Gehring (UEM)
Alexandre Villibor Flory (UEM – Orientador) .......................................................................... 8
ÁGUA, FOGO, TERRA E VENTO: A CONSTRUÇÃO E (RE) CONSTRUÇÃO DAS
PERSONAGENS NA BUSCA PELO SOL
Aline Camara Zampieri (CCHS/UFMS) ................................................................................... 9
MONTAGEM CÊNICA CONCEBIDA A PARTIR DA POESIA RETRATO, DE
CECÍLIA MEIRELLES
Ana Carolina Conceição (UnB)
Clarice Costa (UnB – Orientadora) ......................................................................................... 10
O GÊNERO DRAMÁTICO EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA
PARA O ENSINO MÉDIO
Anna Catharina Izoton Alves Mariano (UFES) ....................................................................... 11
A DRAMATURGIA DA POÉTICA SERTANEJA: EM CENA, FOI NO BELO SUL
MATO GROSSO
Bruna Franco Neto (UFMS)
Wagner Corsino Enedino (UFMS – Orientador) ..................................................................... 12
TEATRO DIALÉTICO NO BRASIL: ASPECTOS TEMÁTICOS E FORMAIS DE
SOCIEDADE MORTUÁRIA, DA CIA DO LATÃO
Camila Hespanhol Peruchi (UEM).......................................................................................... 13
UM DIÁLOGO ENTRE STREHLER E SHAKESPEARE: ANÁLISE DA
INTERPRETAÇÃO ITALIANA DE REI LEAR
Camila Paula Camilotti (UFSC).............................................................................................. 14
O ASSASSINATO DA TRAGÉDIA
Carla Kühlewein (UNESP) ..................................................................................................... 15
A MARGINALIDADE COMO MARCA DO CONTEMPORÂNEO: UM REGISTRO NO
TEATRO BRASILEIRO
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Universidade Estadual de Londrina
02, 03 e 04 de Outubro de 2013
Encontro intermediário
I SEMINÁRIO NACIONAL DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
Celeste da Silva Sousa (UFMS)
Wagner Corsino Enedino (UFMS - Orientador) ...................................................................... 16
RESISTÊNCIA(S) NO TEATRO ANGOLANO: A OUTRA HISTÓRIA DA
COLONIZAÇÃO CONTADA ATRAVÉS DA DRAMATURGIA DE JOSÉ MENA
ABRANTES
Cínthia Renata Gatto Silva (UEL) .......................................................................................... 17
UMA PEÇA RADIFÔNICA: AMOR POR ANEXINS
Clarice Costa (UnB) ............................................................................................................... 18
DOMAR A MEGERA, ESSA É A QUESTÃO: METALINGUAGENS E JOGOS DE
PODER/SEDUÇÃO EM SHAKESPEARE E EM DÁ-ME UM BEIJO DE SIDNEY
Climene de Moraes Favero (Uniandrade) ................................................................................ 19
OS EFEITOS DE SENTIDO DA VOZ NO DISCURSO COLOQUIAL EMERGENTE
EM NAVALHA NA CARNE DE PLÍNIO MARCOS
Denise Aparecida de Paulo Ribeiro Leppos (UFSCAR) .......................................................... 20
TEATRO E INTERMIDIALIDADE: O DIÁLOGO ENTRE A XILOGRAVURA E O
TEXTO DO AUTO DA BARCA DO INFERNO, DE GIL VICENTE (c.1465-1536)
Denise Rocha (UNILAB) ....................................................................................................... 21
MEMÓRIAS DA CENA PARAIBANA: PRIMEIROS RASCUNHOS
Duílio Pereira da Cunha Lima (UEPB) ................................................................................... 22
O “AUTO DA CATINGUEIRA”: TRANSVERSALIDADES DE UM LUGAR TEATRAL
DO SERTÃO
Eduardo Cavalcanti Bastos (UFBA) ....................................................................................... 23
LITERATURA E PSICOLOGIA: UM ESTUDO DA SUBJETIVIDADE EM JORGE
ANDRADE
Eliana Cristina Scheuer (UNOPAR)
Rosemari Bendlin Calzavara (UNOPAR - Orientadora) ......................................................... 24
RELEITURAS DO TRÁGICO EM TEXTOS DRAMÁTICOS BRASILEIROS
CONTEMPORÂNEOS
Eliane Benatti de Freitas (UEL) .............................................................................................. 25
DRAMATURGIA LONDRINENSE: UM ESTUDO DA PRODUÇÃO DE GRUPOS
TEATRAIS LONDRINENSES CONTEMPORÂNEOS
Francieli Oliveira de Paiva (UEL)
Gabriella Ciotto Rodrigues da Silva (UEL) ............................................................................. 26
POÉTICAS DO CORPO FRAGMENTADO
Gabriela Fregoneis (UNICAMP) ............................................................................................ 27
FOOL FOR LOVE (FILME E PEÇA DE SAM SHEPARD) E A REPRESENTAÇÃO DO
OESTE NORTE-AMERICANO E SEUS SUJEITOS
Gabriela Tozzo Schumann (USP) ........................................................................................... 28
DRAMATURGIA LONDRINENSE: UM ESTUDO DA PRODUÇÃO DE GRUPOS
TEATRAIS LONDRINESES CONTEMPORÂNEOS
Universidade Estadual de Londrina
02, 03 e 04 de Outubro de 2013
Encontro intermediário
I SEMINÁRIO NACIONAL DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
Francieli Oliveira de Paiva (UEL)
Gabriella Ciotto Rodrigues da Silva (UEL) ............................................................................. 29
A CONSTITUIÇÃO DO JOGO DRAMÁTICO INFANTIL EM EU CHOVO, TU
CHOVES, ELE CHOVE..., DE SYLVIA ORTHOF
Gláucia dos Santos Lemes (UFMS)
Wagner Corsino Enedino (UFMS - Orientador) ...................................................................... 30
A CRUELDADE NA PEÇA O JATO DE SANGUE DE ANTONIN ARTAUD
Jhony A. Skeika (UEL) .......................................................................................................... 31
UTILIZAÇÃO DE SONS EM TEXTOS POÉTICOS
Káshi Mello (UnB)
Clarice Costa (UnB - Orientadora).......................................................................................... 32
A FORMAÇÃO DA DRAMATURGIA NA HISTÓRIA DO TEATRO LONDRINENSE
Luana Guedes de Paula (UEL)
Vanessa Nakadomari (UEL) ................................................................................................... 33
O TUM (TEATRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ) DE 1987 A 2011:
PERSPECTIVAS ÉPICAS EM ENCENAÇÕES DE BRECHT E DE DÜRRENMATT
Luana Suellen Abreu Paes (UEM)
Hadassa Nascimento Welzel (UEM) ....................................................................................... 34
A PERFORMANCE COMO LINGUAGEM ARTÍSTICA
Lucas Gomes (UnB)
Clarice Costa (UnB -Orientadora)........................................................................................... 35
“RUBIANANDO” ATRAVÉS DE SONS: CONSTRUÇÃO DE PEÇA RADIOFÔNICA A
PARTIR DO UNIVERSO FANTÁSTICO DE MURILO RUBIÃO
Lucas Martins NÉIA (UEL)
Heloisa Helena BAUAB (UEL – Orientadora) ........................................................................ 36
CIDADES E ROMANCE: APROPRIAÇÕES NO PROCESSO CRIATIVO DE “DAS
SABOROSAS AVENTURAS DE DOM QUIXOTE” DO GRUPO TEATRO QUE RODA
Lúcia Helena Martins. Mestre em Teoria Literária (UNIANDRADE) ..................................... 37
A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA RAPSÓDIA DE MÁRIO DE ANDRADE NO
PALCO DE ANTUNES FILHO
Marcio Alex Pereira (UEM) ................................................................................................... 38
A FÁBULA (CRISE DA) NA DRAMATURGIA CONTEMPORÂNEA OCIDENTAL À
LUZ DE JEAN-PIERRE SARRAZAC
Marcos dos Santos (UEL)
Sonia Pascolati (UEL - Orientadora) ....................................................................................... 39
UM DIÁLOGO ENTRE O TEATRO E O CINEMA: O TABLEAU E O ECRÃ ATRAVÉS
DA LENTE DE MANOEL DE OLIVEIRA
Mariana Veiga Copertino Ferreira da Silva (UNESP/FCLAR ) ............................................... 40
MODULAÇÕES E VARIAÇÕES DO TEMA E DA PERSONAGEM DO AVARENTO
NO CÔMICO
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02, 03 e 04 de Outubro de 2013
Encontro intermediário
I SEMINÁRIO NACIONAL DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
Maricélia Nunes dos Santos (UNIOESTE).............................................................................. 41
A INFLUÊNCIA DE PIRANDELLO NA CENA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA
Marina Stuchi (UEL) .............................................................................................................. 42
BRECHT NO BRASIL NOS ANOS 1990: EM CENA, A EXCEÇÃO E A REGRA
Mateus Moscheta (UEM) ....................................................................................................... 43
DENISE STOKLOS – O DRAMATURGO PENSADOR E A MÍMESIS DA PRODUÇÃO
Pedro Leites Junior (UNIOESTE)........................................................................................... 44
A EXCEÇÃO E A REGRA (1930): O RECURSO DE ESTRANHAMENTO, TEORIZADO
POR BRECHT, À LUZ DA TEORIA DO EFEITO ESTÉTICO DE ISER
Renata da Silva Dias Pereira de Vargas (Uniandrade) ............................................................. 45
“PÁSSARO DA MANHÔ: MARIA BETHÂNIA ENTRE A ORIGEM DA POESIA E O
FUTURO DO DRAMA
Renato Forin Junior (UEL) ..................................................................................................... 46
O GÊNERO ÉPICO-LÍRICO-DRAMÁTICO DE CAIO FERNANDO ABREU
Ricardo Augusto de Lima (UEL)
Sonia Pascolati (UEL) ............................................................................................................ 47
OBSERVAÇÕES SOBRE O ÉPICO NA DRAMATURGIA/TEATRO DO COLETIVO
DE TEATRO ALFENIM: BALIZAS TEÓRICAS, ENGAJAMENTO E ATUAÇÃO
CRÍTICA (DÉCADAS DE 1990-2000)
Rodrigo Rodrigues Malheiros (UEPB)
Diógenes André Vieira Maciel (UEPB - Orientador)............................................................... 48
SUPERAÇÃO FORMAL EM A MAIS-VALIA VAI ACABAR, SEU EDGAR, DE
ODUVALDO VIANNA FILHO E O TEATRO POLÍTICO NO BRASIL DOS ANOS 1960
Thaís Aparecida Domenes Tolentino (UEM) .......................................................................... 49
NORA: ROMPIMENTO OU TRANSGRESSÃO?
Vicentônio Regis do Nascimento Silva (UEL)
Sonia Pascolati (UEL) ............................................................................................................ 50
REI LEAR, DE MICHAEL ELLIOT: UMA ABORDAGEM À LUZ DE TEORIAS DE
ADAPTAÇÃO E TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA
Vinícius Zorzal Rosi (UFV).................................................................................................... 51
A CONFISSÃO DOS SONHOS NA INFÂNCIA
Felipe Fernandes Freitas (UnB)
Winny Trindade (UnB)
Clarice Costa (UnB - Orientadora).......................................................................................... 52
O REI DA VELA E A TRANSGRESSÃO DO ESTATUTO COLONIAL ARTÍSTICO
BRASILEIRO
Wallisson Rodrigo Leites (UNIOESTE) ................................................................................. 53
A DRAMATURGIA PARAGUAIA NO PROSCÊNIO ANALÍTICO: EM CENA, O
LIRISMO MELANCÓLICO DE HÉRIB CAMPOS CERVERA
Wagner Corsino Enedino (UFMS) .......................................................................................... 54
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02, 03 e 04 de Outubro de 2013
SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
ESPETÁCULO DE VOCÊ: A MISSÃO DO TEATRO CONTEMPORÂNEO
Alana Regina Sousa de Menezes (UFMS – IC)
Leandro Pansonato Cazula (UFMS – IC)
Wagner Corsino Enedino (UFMS – Or.)
Resumo: Afirmando sua origem (do grego “theastai”), o teatro tem como uma de suas
funções primordiais fazer ver, enxergar. Isso quer dizer que, através do fazer teatral, o
homem é capaz de enxergar-se e enxergar o meio em que se insere, retratando o pensamento
de sua época e sua natureza humana e social. “Espetáculo De Você: a missão do teatro
contemporâneo” objetiva apresentar, a partir da proposta contemporânea do “transitar
teatral” entre as diversas formas de expressão e comunicação, a experiência do Grupo
Identidade com o “Espetáculo De Você” que, ao passo que segue a tendência pós-dramática,
remete à essência da palavra “teatro” e do que se pretende originalmente com o fazer teatral:
o abrir dos olhos do homem.
Palavras-chave: Teatro; Identidade; Dramaturgia; Cena; Sociedade.
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02, 03 e 04 de Outubro de 2013
SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A RUPTURA COM AS FORMAS DRAMÁTICAS EM CHICO BUARQUE: UMA
LEITURA DA ÓPERA DO MALANDRO
Adriele Gehring (UEM - mestranda/mestre)
Alexandre Villibor Flory (UEM – Or.)
Resumo: A relevância estética (e social) do teatro de Chico Buarque fica patente quando
relacionado ao contexto histórico da ditadura militar brasileira, momento em que surgiu a
maior parte dessas obras. Das suas cinco peças teatrais, destacamos a Ópera do Malandro,
sua última produção teatral, de 1978. A peça remonta o cenário brasileiro dos anos 1940,
uma sociedade sob a ditadura de Vargas, especialmente a vida no submundo do crime. Com
isso, remete à própria ditadura que o Brasil vivia em 1978. Além disso, a intertextualidade
ostensiva com Brecht (e Gay) também remete à crise da República de Weimar alemã. Todas
essas remissões históricas rompem com o conceito de drama puro, que deveria se bastar a si
mesmo. Além disso, a obra em si realiza essa ruptura em vários níveis, seja na abertura da
peça (conversa com o público) ou o momento do suborno, quando se interrompe a
continuidade cênica, chegando à música e à construção dos personagens. Dessa forma, esta
comunicação pretende analisar e discutir as rupturas com a forma dramática tradicional que
Chico Buarque realiza nessa peça. Para este trabalho, tomaremos como aporte teórico, dentre
outros, os trabalhos de Anatol Rosenfeld, Peter Szondi e Bertolt Brecht.
Palavras-chave: Ópera do Malandro; Chico Buarque; Teatro épico; Teatro e sociedade.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
ÁGUA, FOGO, TERRA E VENTO: A CONSTRUÇÃO E (RE) CONSTRUÇÃO
DAS PERSONAGENS NA BUSCA PELO SOL
Aline Camara Zampieri (CCHS/UFMS - mestranda)
Resumo: Com base nas contribuições de Magaldi (1988), Pallottini (1989), Rosenfeld
(1993), Ryngaert (1996), Pavis (1999), Ubersfeld (2005) e Ball (2009) acerca do modo de
estruturação do texto teatral; nos critérios propostos por Prado (2002) no que tange à
construção do personagem no gênero dramático, bem como os pressupostos relacionados à
estruturação simbólica de Chevalier e Gueerbrant (1998), este trabalho se concentra na
análise do processo de construção e transformação das personagens em cada etapa do
caminho pela busca do sol na peça infanto-juvenil A menina que buscava o sol, de Maria
Helena Kuhner (1975). A obra narra o caminhar da menina Putz a procura do sol, retratando
o ritual de passagem da protagonista e de seu companheiro de viagem, que ora apresenta-se
como coelho, ora como cavalo, ora como pássaro; conforme vão avançando os quatro ciclos
(vento, fogo, água e terra) da caminhada.
Palavras-chave: Teatro brasileiro contemporâneo; Personagem; Ritual de passagem;
Simbologia.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
MONTAGEM CÊNICA CONCEBIDA A PARTIR DA POESIA RETRATO, DE
CECÍLIA MEIRELLES
Ana Carolina Conceição (UnB - PIBID)
Clarice Costa (UnB – Or.)
Resumo: O presente resumo descreve o processo da montagem cênica concebida pelos
alunos do 7º ano de uma escola de Ensino Fundamental do Cruzeiro/DF. A montagem
dialoga com poesia, teatro físico e gravação de áudio a partir do aparelho celular. Desde o
início deste ano os alunos da referida turma vem aprendendo técnicas de habilidades
corporais expressivas baseadas no método pedagógico desenvolvido por Jacques Lecoq,
tendo como referência o livro O corpo poético – Uma Pedagogia da Criação Teatral.
Encarregada de falar sobre Cecília Meirelles na feira cultural da escola, a turma resolveu
montar uma cena a partir da poesia “Retrato” da autora, utilizando as técnicas com máscaras.
Como os alunos utilizam máscaras completas em cena, a fala é impossibilitada, para sanar
esta dificuldade durante a apresentação, as palavras faladas são narradas em off. Como
resultado cênico, enquanto o expectador visualiza os estudantes em cena muda, ouve a poesia
“Retrato” sobreposta com entrevistas cedidas por pessoas sobre, o que é envelhecer,
gravadas pelos estudantes em seus próprios celulares.
Palavras-chave: Teatro-físico; poesia; Cecília Meirelles; Máscaras; Narração in off.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
O GÊNERO DRAMÁTICO EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA
PORTUGUESA PARA O ENSINO MÉDIO
Anna Catharina Izoton Alves Mariano (UFES - IC)
Resumo: Este é o trabalho que contém os resultados finais do subprojeto de pesquisa “O
gênero dramático em livros didáticos de língua portuguesa para o ensino médio”, vinculado
ao projeto “Leitura, literatura e materiais didáticos no Espírito Santo: uma história a partir
de múltiplos objetos culturais escritos”, orientado pela profª Drª Maria Amélia Dalvi. A
pesquisa teve caráter bibliográfico-documental e o referencial teórico-metodológico foi a
História Cultural de Roger Chartier. Foram lidas e analisadas teses e dissertações relativas à
pesquisa, livros especificamente sobre teatro, o Guia Nacional do Livro Didático e dois
livros didáticos indicados por esse Guia, sendo eles Português- Linguagens, de William
Roberto Cereja e Thereza Chochar Magalhães, e Português – contexto, interlocução e
sentido, de Maria Luiza M. Abaurre, Maria Bernadete M. Abaurre e Marcela Pontara. Neles
foi procurado o gênero dramático – que foi encontrado de modo muito esparso.
Palavras-chave: Gênero dramático; Teatro; Livro didático; Língua portuguesa; Literatura.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A DRAMATURGIA DA POÉTICA SERTANEJA: EM CENA, FOI NO BELO SUL
MATO GROSSO
Bruna Franco Neto (UFMS - mestranda/mestre)
Wagner Corsino Enedino (UFMS – Or.)
Resumo: O teatro, assim como toda arte literária, possui seu caráter humanizador; o
dramaturgo tem como função despertar, por meio da arte, sensações e reflexões que se
posicionem diante do meio ao qual o homem está inserido, seja ele local, nacional, global,
ou todos ao mesmo tempo. Por meio de um teatro popular e engajado Cristina Mato Grosso
procura descortinar a cultura sul-mato-grossense, ressoar sua identidade sertaneja. Deste
modo, por meio de teorias teatrais, tais como Pavis (1999), Pascolati (2009), Peixoto (1980)
e Ryngaert (1996), e ancorando-se nas pesquisas de Enedino e São José (2011) e Mato
Grosso (2007) em relação ao percurso histórico/cultural da dramaturgia de Mato Grosso do
Sul, além das proposições de Vassallo (1993) sobre teatro popular e de Derrida (2001) com
reflexões sobre o arquivo, objetiva-se neste trabalhado realizar algumas observações acerca
do texto dramático Foi no belo sul mato grosso (1979), atentando-se à sua função social e
humanizadora, além de seu papel de propagar a identidade teatral e cultural de Mato Grosso
do Sul.
Palavras-chave: Teatro popular; Teatro militante; Dramaturgia; Cristina Mato Grosso.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
TEATRO DIALÉTICO NO BRASIL: ASPECTOS TEMÁTICOS E FORMAIS DE
SOCIEDADE MORTUÁRIA, DA CIA DO LATÃO
Camila Hespanhol Peruchi (UEM - IC)
Resumo: Tendo em vista que a Cia do Latão inscreve-se em um contexto muito significativo
de retomada do teatro dialético no Brasil a partir dos anos 1990 – que havia sido interrompido
na década de 60, com a ditadura militar –, a presente comunicação tem por objetivo analisar
aspectos formais e temáticos do 1º ato da peça Ópera dos Vivos (2011), intitulado Sociedade
Mortuária, ópera essa que articula 15 anos do processo de trabalho do grupo. A peça,
fragmentada em 4 atos, tem como grande eixo temático unificador o processo de
mercantilização da arte a partir dos anos 60 até os dias atuais em suas diferentes formas de
expressão: teatro, música, cinema e televisão. O trabalho não tem por objetivo esgotar
qualquer possibilidade analítica, mas pretende lançar luzes sobre aspectos relevantes que
explicitam como, ao tematizar o surgimento das Ligas Camponesas nos anos 60 dentro do
contexto da Guerra Fria, o conteúdo se expressa também em aspectos chaves da forma
dramática, sendo alguns deles: a dialética entre os personagens e entre os atores e os
personagens, a construção da trama, o teatro enquanto ferramenta didática, a
intertextualidade, a luz, a música e os diferentes ângulos de atuação.
Palavras-chave: Teatro dialético; Bertolt Brecht; Cia do Latão; Ópera dos Vivos.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
UM DIÁLOGO ENTRE STREHLER E SHAKESPEARE: ANÁLISE DA
INTERPRETAÇÃO ITALIANA DE REI LEAR
Camila Paula Camilotti (UFSC - doutoranda)
Resumo: Interpretar é olhar uma obra de arte com outros olhos, é revisitar o já construído,
é dar uma nova vida a uma obra de arte. Como afirma Augusto Boal (2003, p.44) “as artes
são representações do real, não são o real”. E como um fenômeno subjetivo, a interpretação
é única, individual e, logo, não há somente uma correta e/ou verdadeira. Portanto, com base
nessa questão de interpretação, este trabalho tem como objetivo observar a interpretação do
diretor italiano Giorgio Strehler na peça Rei Lear de William Shakespeare. A análise
focaliza-se, particularmente, na cena em que Lear reúne suas três filhas para dividir sua
herança. Esta cena, considerada um ‘love-test’ de fama popular, é a mais importante da peça,
pois é a partir dela que a vida de Lear toma um outro rumo e começa a arruinar-se. Para
desenvolver o tópico do presente trabalho e para entender a interpretação de Strehler, buscase, em um primeiro momento, considerar a natureza no contexto em que a peça de
Shakespeare foi produzida. Em um segundo momento, portanto, busca-se observar o
contexto histórico da década de 70, que foi quando Strehler apropriou-se de Rei Lear para
interpretá-la e encená-la no palco italiano. Sua produção, intitulada Re Lear, foi encenada
pela primeira vez em Milão no ano de 1972. E por fim, busca-se analisar como Strehler
produziu e interpretou a primeira cena da peça. Este trabalho chama atenção para o poder
criativo da interpretação do diretor e conclui que não há somente uma interpretação para esta
obra e sim várias e que todas elas são válidas e importantes.
Palavras-chave: Re Lear; Rei Lear; Interpretação; Teatro.
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RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
O ASSASSINATO DA TRAGÉDIA
Carla Kühlewein (UNESP - mestranda/mestre)
Resumo: A frequente retomada da tragédia grega, um estilo aparentemente fadado ao
desaparecimento, por dramaturgos modernos chama a atenção pela peculiaridade com que
isso ocorre. Mesmo porque tal retomada se dá pelo rompimento intencional da estrutura
desse gênero literário, como o faz Bertolt Brecht, em Antígona de Sófocles. Tomando como
ponto de partida a obra teórica de Steiner A morte da tragédia, a qual discorre sobre a
reduzida vida desse gênero, busca-se identificar na obra brechtiana os aspectos estéticos que
são rompidos no texto original, em detrimento da formulação de um teatro moderno de
ruptura, a qual o dramaturgo alemão chama de “épico”. Na busca por tais aspectos se revela
não a morte, mas o assassinato de um gênero literário que esmorece não pela morte natural,
como pressupõe Steiner, mas pelas mãos hábeis de um criminoso em potencial, Bertolt
Brecht, cujo intento só se realiza graças à arma do crime que se lhe apresenta: o coro.
Palavras-chave: Tragédia helênica; Bertolt Brecht; Antígona de Sófocles; Coro; Épico.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A MARGINALIDADE COMO MARCA DO CONTEMPORÂNEO: UM
REGISTRO NO TEATRO BRASILEIRO
Celeste da Silva Sousa (UFMS - mestranda/mestre)
Wagner Corsino Enedino (UFMS – Or.)
Resumo: O respectivo trabalho objetiva analisar as manifestações da violência na literatura
dramatúrgica brasileira tendo como ponto de partida a marginalidade como motivador da
tensão dramática na obra Querô, uma reportagem maldita, de Plínio Marcos. Nesse
segmento, procurar-se-á evidenciar os elementos que constituem a unidade discursiva da
narrativa, bem como os principais aspectos que configuram as obras plinianas. Com relação
à condição subalterna do sujeito, optou-se pelas contribuições de Beverley (2204) e Spivak
(2010) no tocante à significação de seu anonimato diante da sociedade. Marcadas pela
marginalidade, as personagens em Querô ocupam um lugar privilegiado nas obras do autor,
pois protagonizam a fragmentação do ser humano. Vítimas da violência e do processo de
silenciamento, estes sujeitos estão inseridos em um ambiente cujo poder se concentra nas
mãos de uma minoria; por essa razão, esta análise está atrelada aos estudos de Orlandi
(2007), Foucault (1999), Enedino (2009) e Arendt (2010). Cumpre destacar que ao longo do
tempo o teatro brasileiro tem passado por diversas modificações com relação ao seu processo
de criação, a esse respeito utilizou-se os pressupostos de Pavis (1999), Ryngaert (1996) e
Magaldi (1998) para ressaltar a representação do sujeito e de sua condição dentro do universo
literário do dramaturgo.
Palavras-chave: Marginalidade; Violência; Teatro brasileiro.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
RESISTÊNCIA(S) NO TEATRO ANGOLANO: A OUTRA HISTÓRIA DA
COLONIZAÇÃO CONTADA ATRAVÉS DA DRAMATURGIA DE JOSÉ MENA
ABRANTES
Cínthia Renata Gatto Silva (UEL - doutoranda)
Resumo: Nas leituras das peças de José Mena Abrantes o leitor depara-se com um tema que
provavelmente gera certa inquietude: será que as recorrentes ações de resistência das
personagens são manifestações do africano de hoje, que é capaz de olhar com certa distância
as vicissitudes da colonização ou seriam realmente uma tentativa autêntica de demonstrar
que a resistência africana é tão antiga quanto a história da colonização, a despeito do que a
maior parte da História Oficial vem dizendo? É através do texto teatral Kimpa Vita ou a
profetiza ardente que faremos as nossas considerações sobre o tema, apoiando-nos em textos
que não contemplem apenas uma visão eurocêntrica, muitas vezes unilateral e deturpada dos
fatos. A peça estudada neste artigo indaga o angolano através do próprio angolano. É ele que
em sua atitude natural e imediata de resistência pergunta a si mesmo “quem eu sou” e ao
colonizador indaga “qual o teu direito de dizer quem eu sou” e finalmente afirma “sei quem
eu sou!”. A utilização de personagens, datas e fatos reais parece endossar o fato de que a
principal proposta é resistir, e uma forma de resistência poderosa é questionar a história que
foi legitimada.
Palavras-chave: Dramaturgia angolana; Resistência; José Mena Abrantes.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
UMA PEÇA RADIFÔNICA: AMOR POR ANEXINS
Clarice Costa (UnB - doutora)
Resumo: Esta pesquisa aborda a montagem de uma peça teatral na modalidade radiofônica.
O projeto de extensão Coletivo Transitório de Teatro da Universidade de Brasília produziu
uma peça radiofônica a partir do texto dramático Amor por Anexins, de Artur Azevedo.
Foram exploradas as texturas das falas das personagens, a ambientação das cenas, além da
inserção de músicas de época. Artur de Azevedo na montagem de suas peças utilizava-se da
paródia de operetas famosas, nesse sentido, também foram adaptadas modinhas do século
XIX, para as letras de Artur Azevedo, pelas musicistas, Claudia Costa e Ilke Takada,
professoras da Escola de Música de Brasília, na busca de uma aproximação do que poderia
ser uma encenação de uma obra de Artur Azevedo. Ao mesmo tempo, que se buscou uma
fidelidade a obra teatral, também se procurou a uma renovação por meio do uso de uma
tecnologia, a gravação radiofônica.
Palavras-chave: peça radiofônica; rádio; Artur Azevedo; Teatro; Tecnologia.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
DOMAR A MEGERA, ESSA É A QUESTÃO: METALINGUAGENS E JOGOS DE
PODER/SEDUÇÃO EM SHAKESPEARE E EM DÁ-ME UM BEIJO DE SIDNEY
Climene de Moraes Favero (Uniandrade - mestranda/mestre)
Resumo: O presente trabalho visa apresentar no filme Dá-me um beijo (1953), de George
Sidney, uma transposição midiática realizada a partir de dois textos-fonte, A megera
domada, de Shakespeare, e o backstage musical homônimo da Broadway, de Cole Porter.
As fronteiras fluídas entre arte e vida, problematizadas por meio do artifício de molduras
entrelaçadas, são analisadas, tomando como referência as músicas cantadas dentro e fora de
cena. Mostra-se, ainda, que os jogos de poder e sedução entre pares, do texto shakespeariano,
são transformados em triângulos amorosos em Dá-me um beijo, refletindo a mudança das
mentalidades no contexto da década de 1950, época em que o filme musical é ambientado.
Palavras-chave: Shakespeare; Gênero; Metateatralidade; Adaptação fílmica.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
OS EFEITOS DE SENTIDO DA VOZ NO DISCURSO COLOQUIAL
EMERGENTE EM NAVALHA NA CARNE DE PLÍNIO MARCOS
Denise Aparecida de Paulo Ribeiro Leppos (UFSCAR - doutoranda)
Resumo: Fundamentados na Análise do Discurso, derivada de Michel Pêcheux,
pretendemos no presente trabalho compreender a produção de efeitos de sentido no discurso
cinematográfico de Navalha na carne (1ª adaptação – 1970) de Plínio Marcos por um viés
discursivo, focalizando a constituição, a formulação e a transmissão desse discurso coloquial
emergente, observando as modulações e as propriedades da voz e a libertação do corpo para
verbalizar como enunciadores do discurso. Os filmes com textos adaptados de Plínio Marcos
antes mesmos de serem exibidos eram estereotipados com um estigma de vulgaridade,
subversão à ordem e, principalmente, uma afronta ao discurso político do Estado brasileiro.
A possibilidade de analisar consonâncias entre verbo, corpo e voz no discurso artístico do
teatro brasileiro, nos faz observar que o discurso se apresenta em diferentes formas
semiológicas, num conjunto de transformações históricas, sociais e culturais, promovendo
uma interpretação complexa do discurso político e artístico.
Palavras-chave: Voz; Discurso fílmico; Plínio Marcos.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
TEATRO E INTERMIDIALIDADE: O DIÁLOGO ENTRE A XILOGRAVURA E O
TEXTO DO AUTO DA BARCA DO INFERNO, DE GIL VICENTE (c.1465-1536)
Denise Rocha (UNILAB- Redenção-CE)
Resumo: Mídia de origem antiga (Egito, China e Bizâncio), veiculada em tecido, madeira
ou metal, a xilogravura é a técnica de impressão de um texto visual fácil de ser compreendido
que chegou à Europa na Idade Média. No entanto, com o advento da imprensa, no século
XV, essa arte ficou cada vez mais sofisticada e começou a ser utilizada pelas editoras no
frontispício de obras como no texto dramatúrgico Auto da Barca do Inferno, de Gil
Vicente,publicado no ano de 1517 ou 1518, em edição avulsa. Ele tinha uma ilustração que
parecia o cenário imaginado por Vicente, autor, artista e diretor teatral. A imagem visual
evocava a si mesma, escrita no auto alegórico sobre um tema da Idade Média: as almas diante
do tribunal do Juízo Final. Presentes no mesmo espaço, na primeira folha da obra, os dois
tipos de mídia - o texto visual e o escrito-mesclavam imagens religiosas e sociais que traziam
informações detalhadas sobre o conteúdo do texto, a dedicatória, a estreia, a declaração, o
argumento e a rubrica inicial. A xilogravura no frontispício tem várias funções: Ela reflete a
intenção do editor, do ilustrador e do entalhador com base no texto de Vicente que gerou
uma representação icônica concreta que confere sentido e orienta a leitura da obra.
Palavras-chave: Teatro; Gil Vicente; xilogravura; imagem; Juízo Final
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
MEMÓRIAS DA CENA PARAIBANA: PRIMEIROS RASCUNHOS
Duílio Pereira da Cunha Lima (UEPB - doutorando)
Resumo: Partindo da necessidade de escritas da história do teatro brasileiro para além do
eixo Rio-São Paulo, discute-se o desafio de encontrar procedimentos metodológicos
adequados que respondam ao desafio de desenvolver uma pesquisa em artes cênicas
envolvendo a relação entre dois campos de atuação: o texto dramático e a encenação.
Compreendendo que a história do teatro de um dado lugar não se limita a uma história da
literatura dramática, nem tampouco na formulação de uma narrativa singular ou uma verdade
absoluta, busca-se compreender como fragmentos de discursos e imagens contidos em
jornais, entrevistas, artigos e registros fotográficos/videográficos podem corroborar para
uma primeira reflexão, no âmbito dessa pesquisa, sobre memórias, perspectivas e
identidades na cena paraibana entre os anos de 1975 e 2000.
Palavras-chave: Teatro da Paraíba; Dramaturgia; Encenação.
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RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
O “AUTO DA CATINGUEIRA”: TRANSVERSALIDADES DE UM LUGAR
TEATRAL DO SERTÃO
Eduardo Cavalcanti Bastos (UFBA - doutorando)
Resumo: A obra “Auto da Catingueira”, do poeta-cantador Elomar Figueira Mello, marcase, inicialmente, pelo modo catártico e experimental de criação e registro fonográfico. Esta
obra rastreia certas memórias incutidas na cultura de homens bravios do Sertão e seus
grandes feitos. Em seu mote principal está a performance do desafio da Cantoria Nordestina,
e é nesta modalidade poético-musical que reside sua principal inspiração. Porém, nota-se
que a obra adaptada para o espaço cênico se depara com a problemática desta transposição:
do registro inicial cancioneiro e fonográfico para finalmente as montagens como peça
musical – ópera -, conjuga-se um inesperado e furtivo caminho de teatralidade. Do lugar
teatral ao espaço cênico, Elomar e o “Auto da Catingueira”, autor e obra, fusionados na
mesma ambiência, ocupam vias transversais de releituras de uma obra-paisagem que
perpassa o artista e a afirma num complexo caminho de recriação.
Palavras-chave: Teatralidade; Elomar; Cantadores; Auto da Catingueira; Sertão.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
LITERATURA E PSICOLOGIA: UM ESTUDO DA SUBJETIVIDADE EM JORGE
ANDRADE
Eliana Cristina Scheuer (UNOPAR - mestranda/mestre)
Rosemari Bendlin Calzavara (UNOPAR - Or.)
Resumo: Investigar como a questão da subjetividade surge na obra de Jorge Andrade;
observar se o aluno leitor do Ensino Médio consegue identificar essa subjetividade e
estabelecer relações entre os temas tratados pelo dramaturgo e as questões sociais que
permeiam a sua própria realidade. O autor em suas obras apresenta um “realismo
psicológico” que se aproxima da vida real por utilizar-se de referências do meio familiar e
social, que revelam os seus conflitos pessoais e com mundo que o cerca, como: a divisão de
classes, problemas sociais, reconhecimento profissional, a procura de um mundo melhor,
mais justo: a dualidade rural e urbana; os dramas ligados à história do Brasil que apresentam
a luta constante entre as pessoas, suas classes e as relações com o mundo e esse embate é
que torna suas obras sempre atuais.
Palavras-chave: Jorge Andrade, Literatura, Subjetividade.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
RELEITURAS DO TRÁGICO EM TEXTOS DRAMÁTICOS
BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS
Eliane Benatti de Freitas (UEL - doutoranda)
Resumo: Este estudo tem como objetivo mapear textos dramáticos produzidos no Brasil, a
partir da década de 1980, que retomam, reescrevem, recriam ou rehistoricizam mitos
clássicos, assim como resgatam elementos formais da tragédia clássica. No período em foco,
há muitas encenações de textos clássicos dentro e fora do Brasil; como aponta a pesquisa de
Gilson Motta (2011), há uma intensa produção no que diz respeito às reencenações de
tragédias clássicas como forma de abordar e problematizar questões que envolvem o homem
contemporâneo. A questão que move este estudo é como esse movimento e/ou processo
ocorre no Brasil, analisando textos dramáticos que tiveram origem em ou que deram origem
a peças com esse mote. O objetivo, portanto, é mapear o quanto esse movimento dramático
contemporâneo é, também, nacional. Os textos que comporão o corpus desta pesquisa são
aqueles escritos a partir da década de 1980, no Brasil, que sejam, em alguma medida,
retomadas de tragédias gregas. Dessa forma, esta análise pretende: a) observar os novos
sentidos adquiridos pelo trágico na dramaturgia contemporânea brasileira; b) verificar
elementos formais da tragédia resgatados nas produções contemporâneas; c) temas
contemporâneos tratados por meio de mitos; d) reconfiguração do conceito de herói trágico
em tempos contemporâneos.
Palavras-chave: Mitos, releituras, tragédias.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
DRAMATURGIA LONDRINENSE: UM ESTUDO DA PRODUÇÃO DE GRUPOS
TEATRAIS LONDRINENSES CONTEMPORÂNEOS
Francieli Oliveira de Paiva (UEL - IC)
Gabriella Ciotto Rodrigues da Silva (UEL - IC)
Resumo: Nosso trabalho de pesquisa em nível de IC propõe o estudo da produção
dramatúrgica de Londrina, intimamente ligada à produção teatral da cidade. Vinculado a um
projeto mais amplo – “Contribuições para a história da dramaturgia e do teatro
londrinenses”, nossa contribuição é a documentação da produção dramatúrgica de grupos
contemporâneos que atuam em Londrina – Teatro de Garagem, Boca de Baco, Ás de Paus e
da produção dramatúrgica da Escola de Teatro da FUNCART – ou que aqui começaram suas
atividades, como os grupos Armazém Companhia de Teatro e Cemitérios de Automóveis. A
pesquisa está em sua primeira etapa, pois foi iniciada em setembro de 2013. O objetivo é a
reunião de textos dos grupos, em particular os inéditos; a elaboração de verbetes críticos com
dados biobibliográficos dos autores, sobre os textos dramáticos e reunião de informações
sobre os espetáculos produzidos; e a produção de artigos, resenhas ou ensaios sobre alguns
dos textos dramáticos.
Palavras-chave: Dramaturgia londrinense; Teatro contemporâneo londrinense.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
POÉTICAS DO CORPO FRAGMENTADO
Gabriela Fregoneis (UNICAMP - doutoranda)
Resumo: Muitos diretores contemporâneos têm utilizado a tecnologia na cena para a
construção de uma poética própria, desenvolvendo processos criativos e trabalho com atores
de maneiras diversas e singulares. Quanto ao objeto de estudo a ser investigado, uma
primeira questão se faz necessária: qual a relação do corpo/mídia no teatro contemporâneo?
Para dar conta desse questionamento, busco refletir e analisar as idéias de Corpo partindo da
filosofia materialista a caminho da arte, por meio dos conceitos de Foucault da “morte do
homem” e de “Homem-máquina” de Descartes e La Mettrie. O homem moderno busca, por
meio da arte, superar o limite e a potência de si mesmo. O homem pós-moderno não é mais
puramente real, ele ganhou um caráter virtual. É sobre esses temas híbridos e fronteiriços
que se dedica o presente trabalho.
Palavras-chave: Teatro; Mídias; Corpo.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
FOOL FOR LOVE (FILME E PEÇA DE SAM SHEPARD) E A REPRESENTAÇÃO
DO OESTE NORTE-AMERICANO E SEUS SUJEITOS
Gabriela Tozzo Schumann (USP - mestranda/mestre)
Resumo: Assim como A Lie of the Mind, Fool for Love oferece uma interessante visão do
Oeste norte-americano. Proponho-me a discutir as questões relativas ao Oeste, à
representação do sujeito e à comparação entre peça e filme, cujo interesse decorre, dentre
outros motivos, do fato de a adaptação fílmica ter sido escrita pelo próprio autor. O espaço
em que a peça transcorre é um pequeno quarto de motel, e a atmosfera é de tensão e
aprisionamento dos personagens, Eddie e May. Também a localização em um deserto os
isola. Esse não é o Oeste mítico que prometia enriquecimento e oportunidades para todos: é
um ambiente de total isolamento de que, como May percebe, não se pode fugir. Vale ressaltar
que o cowboy, figura essencial do Oeste norte-americano, é representado muito mais
ideologicamente do que realisticamente pela indústria cultural, encaixando-se na ideologia
do self-made-man e do Destino Manifesto, e reiterando o individualismo. Eddie identificase com essa ideologia, mas mostra-se violento e incapaz de se relacionar com outros. Seu
fracasso em conquistar sucesso, riqueza ou felicidade representa, assim, a impossibilidade
de realização do sonho americano.
Palavras-chave: Sam Shepard; Teatro norte-americano; Cinema norte-americano; Cowboy;
Sujeito pós-moderno.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
DRAMATURGIA LONDRINENSE: UM ESTUDO DA PRODUÇÃO DE GRUPOS
TEATRAIS LONDRINESES CONTEMPORÂNEOS
Francieli Oliveira de Paiva (UEL - IC)
Gabriella Ciotto Rodrigues da Silva (UEL - IC)
Resumo: Nosso trabalho de pesquisa em nível de IC propõe o estudo da produção
dramatúrgica de Londrina, intimamente ligada à produção teatral da cidade. Vinculado a um
projeto mais amplo – “Contribuições para a história da dramaturgia e do teatro
londrinenses”, nossa contribuição é a documentação da produção dramatúrgica de grupos
contemporâneos que atuam em Londrina – Teatro de Garagem, Boca de Baco, Ás de Paus e
da produção dramatúrgica da Escola de Teatro da FUNCART – ou que aqui começaram suas
atividades, como os grupos Armazém Companhia de Teatro e Cemitérios de Automóveis. A
pesquisa está em sua primeira etapa, pois foi iniciada em setembro de 2013. O objetivo é a
reunião de textos dos grupos, em particular os inéditos; a elaboração de verbetes críticos com
dados biobibliográficos dos autores, sobre os textos dramáticos e reunião de informações
sobre os espetáculos produzidos; e a produção de artigos, resenhas ou ensaios sobre alguns
dos textos dramáticos.
Palavras-chave: Dramaturgia londrinense, teatro contemporâneo londrinense.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A CONSTITUIÇÃO DO JOGO DRAMÁTICO INFANTIL EM EU CHOVO, TU
CHOVES, ELE CHOVE..., DE SYLVIA ORTHOF
Gláucia dos Santos Lemes (UFMS - mestranda/mestre)
Wagner Corsino Enedino (UFMS – Or.)
Resumo: O teatro é a arte de representar transmitida ao público por meio do espetáculo e
que para que o espetáculo aconteça são essenciais três elementos: o ator, o texto e o público,
sendo que o texto é parte essencial do Drama. Ancorando-se nos estudos de Ubersfeld
(2005), Pavis (1999) e Pallottini (1988), entre outros, acerca do modo de estruturação do
texto teatral, e nas contribuições de Slade (1985), Koudela (1984), Courtney (2001) e
Japiassu (2001) no que concerne à dramaturgia infantil, este trabalho tem como objetivo
analisar a configuração do jogo dramático contido na peça Eu chovo, tu choves, ele chove...,
da dramaturga Sylvia Orthof, bem como a manifestação do poder no plano da ação. Sob essa
perspectiva, este estudo proporcionou um novo olhar para a dramaturgia infantil, pois, no
dinamismo dos jogos dramáticos, a criança desenvolve sua fluência criativa e caminha por
instâncias inerentes ao processo artístico. Aspectos como a imaginação, a percepção, e
emoção, a intuição, a memória, o raciocínio e a socialização são elementos promovidos pelo
exercício da teatralidade infantil, essenciais para o desenvolvimento humano.
Palavras-chave: Teatro infantil; Sylvia Orthof; Jogos dramáticos.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A CRUELDADE NA PEÇA O JATO DE SANGUE DE ANTONIN ARTAUD
Jhony A. Skeika (UEL - doutorando)
Resumo: Antonin Artaud (1896 - 1948) foi um poeta, dramaturgo e ator francês cujas ideias
acerca da arte teatral culminaram na elaboração de uma proposta que ficou conhecida como
Teatro da Crueldade. Para o autor, “sem um elemento de crueldade na base de todo
espetáculo, o teatro não é possível. No estado de degenerescência em que nos encontramos,
é através da pele que faremos a metafísica entrar nos espíritos” (ARTAUD, 2006, p. 114).
Dessa forma, este estudo objetiva analisar a peça O jato de sangue, escrita por Artaud em
1925, com o intuito de verificar a recorrência de alguns elementos para a criação da ideia de
Crueldade, em especial a fragmentação da linguagem e sua representação cênica, a criação
de imagens como recurso estético e o funcionamento da ideia de Corpo sem Órgãos.
Palavras-chave: Crueldade; O jato de sangue; Antonin Artaud.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
UTILIZAÇÃO DE SONS EM TEXTOS POÉTICOS
Káshi Mello (UnB - PIBID)
Clarice Costa (UnB - Or.)
Resumo: Esta pesquisa aborda o desenvolvimento de um trabalho sonoro poético a partir de
poemas de Cecília Meireles, extraídos do livro “Ou isto ou aquilo”, publicado pela primeira
vez em 1964. Utilizam-se recursos tecnológicos como handycam, computador e celular para
formatação da produção estética sonora, buscando o intercâmbio sonoro lírico poético da
obra da autora. O trabalho é desenvolvido com alunos do 5° ano de uma Escola Parque,
localizada em Brasília-DF. Esse processo viabiliza uma relação mais próxima dos alunos
com a poesia, com o lirismo e com os sons que se podem agregar à linguagem textual. As
onomatopéias, por exemplo, contidas na poesia, serão utilizadas como condutor sonoro para
a construção de produção de sentidos, desenvolvendo uma percepção auditiva diferenciada
nos alunos. O processo em sala de aula é feito a partir dos jogos teatrais de Viola Spolin
agregado a técnicas musicais, possibilitando trabalhar a integração e inclusão do som ao
texto poético, onde o lúdico é despertado pelos diversos sentidos estimulados.
Palavras-chave: Sonorização; Poesia; Jogos teatrais; Tecnologia.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A FORMAÇÃO DA DRAMATURGIA NA HISTÓRIA DO TEATRO
LONDRINENSE
Luana Guedes de Paula (UEL - IC)
Vanessa Nakadomari (UEL - IC)
Resumo: Em nossa comunicação oral buscaremos explanar um panorama geral sobre a
formação da dramaturgia e do teatro londrinenses, alcançado com os dados coletados até o
momento com a pesquisa de IC vinculada ao projeto “Portal da Literatura Paranaense”.
Nossa fala consistirá na exposição da presente situação da pesquisa e no apontamento das
próximas etapas a serem realizadas, uma vez que é um trabalho ainda em andamento.
Buscaremos apresentar as informações já coletadas: os contatos feitos com dramaturgos da
cidade, o catálogo organizado a partir do levantamento de cerca de 300 textos dramáticos,
as experiências com acervos públicos e pessoais. Por conseguinte, propomos a apresentação
dos nossos objetivos e planos de trabalho na continuidade dessa pesquisa, que inclui a
seleção de textos para publicação e a produção de textos críticos sobre os textos dramáticos.
Palavras-chave: Dramaturgia londrinense; História do teatro; Crítica literária.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
O TUM (TEATRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ) DE 1987 A 2011:
PERSPECTIVAS ÉPICAS EM ENCENAÇÕES DE BRECHT E DE
DÜRRENMATT
Luana Suellen Abreu Paes (UEM - IC)
Hadassa Nascimento Welzel (UEM - IC)
Resumo: Nossos projetos de Iniciação Científica se articulam de um modo bastante especial.
Ambos estudam momentos específicos da história do grupo TUM, de Maringá. Da estreia,
em 1987, com A exceção e a regra, de Bertolt Brecht, com a direção de Eduardo Montagnari,
a 2011, com a também premiada encenação de A visita da velha senhora, de Friedrich
Dürrenmatt, com direção de Mateus Moscheta, há uma nítida linha épica-dialética a marcar
seu desenvolvimento. Nessa comunicação, procuraremos apresentar essa linhagem teórica e
prática pelo estudo dessas duas encenações, que não por acaso atualizam obras de autores de
língua alemã fundamentais. A montagem de Brecht já dá mostras do caminho tomado pelo
grupo, e a montagem entre expressionista e grotesca da peça de Dürrenmatt, diversa das
leituras normalmente naturalistas da peça, mostram que a perspectiva do grupo não é casual.
Ambos os projetos PIBIC estão ligados ao projeto Portal da literatura Paranaense, com
coordenação-geral de Alice Áurea Penteado Martha e com financiamento da Fundação
Araucária.
Palavras-chave: Bertolt Brecht; Friedrich Dürenmatt; TUM; Teatro dialético.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A PERFORMANCE COMO LINGUAGEM ARTÍSTICA
Lucas Gomes (UnB - PIBID)
Clarice Costa (UnB - Or.)
Resumo: Neste trabalho buscou uma produção estética baseada no uso de novas tecnologias
para a criação de uma performance, se usando de câmeras de celulares, tablets, gravação de
voz, gravação de ruídos para produção de entorno acústico. Utilizando como inspiração
poesias de Mario Quintana, Vinicius de Moraes e Cecília Meirelles. A performance como
linguagem (Renato Cohen, 2001) permite uma criação que perpassa pela inter-relação de
estilos artísticos, da música, das artes plásticas, do teatro, da literatura, do vídeo-arte, do
vídeo-instalação, da atuação simultânea através de vídeo conferência em tempo real.
Pensando nesta possibilidade é que surge o trabalho realizado numa escola de ensino
fundamental, no Cruzeiro, no Distrito Federal. Na construção para uma interação
performática e teatral com a poesia e a tecnologia.
Palavras chaves: Performance; Educação; Poesia.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
“RUBIANANDO” ATRAVÉS DE SONS: CONSTRUÇÃO DE PEÇA
RADIOFÔNICA A PARTIR DO UNIVERSO FANTÁSTICO DE MURILO
RUBIÃO
Lucas Martins NÉIA (UEL - IC)
Heloisa Helena BAUAB (UEL - Or.)
Resumo: Este trabalho esmiúça as etapas iniciais do processo de adaptação de três contos
de Murilo Rubião para o formato de uma peça radiofônica. A construção da mesma também
se dá através da investigação do que, a priori, é tratado como “teatralidade radiofônica” –
parte-se do conceito de teatralidade na forma da expressão, ou seja, como artificialidade da
representação; como obtê-la, portanto, na tessitura de signos acústicos? Entende-se, ainda,
que o citado processo envolve desde as primeiras investigações de possibilidades sonoras a
partir de tramas e personagens do universo fantástico de Murilo Rubião por parte dos atores
em sala de ensaio, passa pela construção do texto radiodramático e por novas
experimentações a partir do mesmo – onde, atualmente, localiza-se a práxis –, e culmina,
finalmente, nas gravações finais, além de abranger todo o trabalho do metteur-en-son (termo
cunhado por Heloisa Bauab na introdução de sua peça radiofônica Noturno a duas vozes) na
condução destas etapas e na edição final do material captado.
Palavras-chave: Murilo Rubião; Peça radiofônica; Recursos radioteatrais; Universo
fantástico.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
CIDADES E ROMANCE: APROPRIAÇÕES NO PROCESSO CRIATIVO DE
“DAS SABOROSAS AVENTURAS DE DOM QUIXOTE” DO GRUPO TEATRO
QUE RODA
Lúcia Helena Martins. Mestre em Teoria Literária (UNIANDRADE - Mestre)
Resumo: Das Saborosas aventuras de Dom Quixote de La Mancha e seu fiel escudeiro
Sancho Pança – um capítulo que poderia ter sido do grupo Teatro que Roda é um espetáculo
em que o grupo, inspirado na silhueta das cidades, reelabora alguns episódios do texto de
Cervantes, a fim de criar uma poesia urbana sobre o sonho, a loucura e o próprio sentido da
cidade. O tema é o mesmo que o do romance de Miguel de Cervantes, porém ele é
recontextualizado em centros urbanos contemporâneos. Vários elementos do romance são
transpostos para a contemporaneidade. Este espetáculo “desorganiza” o fluxo da rua,
interferindo na estrutura da lógica das cidades pelas quais passa, embaralhando as
polaridades arte e vida. Como estas manifestações invadem um espaço que já está em
movimento, elas jogam o tempo todo com o imprevisível, fazendo com que suas
dramaturgias nasçam do e no espaço e tempo presente do acontecimento artístico. À luz dos
conceitos de estética relacional de Nicolas Bourriaud, dramaturgia do espaço de André
Carreira e Evill Rebouças, este artigo pretende discutir sobre o processo de criação do
espetáculo, ou seja das apropriações tanto da silhueta urbana com seus fluxos, quanto do
romance de Cervantes no espetáculo analisado.
Palavras-chave: Dramaturgia do espaço; Processo de criação; Apropriações; Dom Quixote;
Teatro que Roda.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A IMPORTÂNCIA HISTÓRICA DA RAPSÓDIA DE MÁRIO DE ANDRADE NO
PALCO DE ANTUNES FILHO
Marcio Alex Pereira (UEM - mestrando/mestre)
Resumo: Há muitas possibilidades para se estudar uma adaptação teatral, mas em primeiro
lugar vale ressaltar dessacralização que a montagem de Macunaíma por Antunes Filho
propicia. Ao invés de seguir a leitura do modernismo como inovação formal, visando uma
identidade nacional positiva, mesmo que malandra, Antunes reposiciona a rapsódia no
campo histórico e social, no final dos anos 1970. Os códigos sonoro e o visual revelam essa
busca, bem como a atuação e a direção cênica. Outro aspecto de destaque é a ênfase em
questões de seu próprio momento histórico, que denota preocupação com a avalanche da
indústria cultural e a supremacia dos EUA, tema comum durante o regime militar, além da
alienação do trabalhador industrial. Aproxima-se de um teatro épico-dialético, apesar de
estar muito distante de qualquer encenação brechtiana, grande paradigma dessa forma
teatral.
Tudo isso para uma encenação crítica que pensasse sobre o Homem, mas bem localizado no
Brasil: “a dimensão trágica do homem da terra, que, apesar de sua autocelebrada malícia e
esperteza, sai, no fim, derrotado, massacrado, destruído.” (BEIRÃO apud SILVA, 2008,
p.167). Estudar de que maneira se deu a adaptação de uma mídia à outra em perspectiva
histórica é o objetivo desta comunicação.
Palavras-chave: Macunaíma; Adaptação; Teatro e sociedade; Antunes Filho.
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RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A FÁBULA (CRISE DA) NA DRAMATURGIA CONTEMPORÂNEA OCIDENTAL
À LUZ DE JEAN-PIERRE SARRAZAC
Marcos dos Santos (UEL-Mestrando)
Sonia Pascolati (UEL – Orientadora)
Resumo: A presente proposta de comunicação visa debater se a fábula (sistema estrutural do
gênero dramático) vem sofrendo, se não uma crise, um processo de problematização na
dramaturgia contemporânea. Para tal fim, teremos como ponto de partida a premissa de que:
a fábula, no sentido clássico de “ordem, extensão e completude” que de certo modo norteou
a dramaturgia ocidental, não vem se sustentando no processo de construção da escrita teatral
nos últimos trinta anos. Desta forma, apresentaremos: a) Brevemente, uma linha evolutiva
do conceito de fabula e de mythos; b) As considerações de Jean-Pierre Sarrazac sobre a
fábula (crise da), e por fim; c) As propostas e caminhos que o teórico francês propõe para
interpretar esse fenômeno.
Palavras-chave: dramaturgia; fábula; crise.
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SUMÁRIO
RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
UM DIÁLOGO ENTRE O TEATRO E O CINEMA: O TABLEAU E O ECRÃ
ATRAVÉS DA LENTE DE MANOEL DE OLIVEIRA
Mariana Veiga Copertino Ferreira da Silva (UNESP/FCLAR - mestranda/mestre)
Resumo: Observando o conjunto de suas produções, é possível afirmar que uma das
características mais marcantes de Manoel de Oliveira é a dedicação a utilizar textos literários
como fonte para seus filmes, buscando estabelecer um diálogo entre a arte do cinema e outras
artes. Tendo como base obras literárias de diversos gêneros, Oliveira procura fazer releituras,
criando novas obras que buscam quebrar o ritmo frenético da vida moderna. Essa relação
estreita que Manoel de Oliveira estabelece entre o cinema e outras artes, sobretudo o teatro,
acaba por provocar um efeito estético que evoca o teatro político: o distanciamento entre o
espectador e a obra, evidenciando-a como obra de ficção.Centrado nessa concepção estética
de Oliveira, o objetivo deste trabalho é analisar o filme Mon cas, produzido em 1986 e
inspirado no drama homônimo de José Régio. Pretendemos identificar nele o diálogo entre
literatura, teatro e cinema, considerando os aspectos da teatralidade presentes no filme.
Buscaremos verificar a hipótese de que Manoel de Oliveira preza o uso dos elementos
revestidos de teatralidade, unindo as duas artes, teatro e cinema mostrando, fazendo com que
ambos coexistam em uma mesma obra de arte.
Palavras-chave: Manoel de Oliveira; Teatro; Cinema; Intermidialidades; José Régio.
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RESUMOS DO I SEMINÁRIO NACIONAL
DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
MODULAÇÕES E VARIAÇÕES DO TEMA E DA PERSONAGEM DO
AVARENTO NO CÔMICO
Maricélia Nunes dos Santos (UNIOESTE - mestranda/mestre)
Resumo: Nosso trabalho consiste no estudo acerca da constituição das personagens
avarentas que figuram nas peças teatrais Aulularia (séc. II a. C.), de Plauto, O avarento
(1668), de Molière, e O santo e a porca (1957), de Ariano Suassuna. Propomos o estudo das
representações estéticas de tais personagens a partir do pressuposto de que o avarento se
caracteriza como um dos muitos elementos oriundos do cômico. Nesse sentido, ao
atentarmos para as variações daquele, pretendemos também proceder à compreensão das
modulações deste, entendendo-o sob a perspectiva da ambivalência, tomada de Mikhail
Bakhtin (1999). Valemo-nos dos pressupostos da Literatura Comparada para analisar o
diálogo estabelecido entre as três peças que compõem o corpus da pesquisa.
Palavras-chave: Personagem avarento; Ambivalência cômica; Literatura Comparada.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A INFLUÊNCIA DE PIRANDELLO NA CENA CONTEMPORÂNEA
BRASILEIRA
Marina Stuchi (UEL - mestranda/mestre)
Resumo: Luigi Pirandello (1867-1936) é um dramaturgo moderno que vem resistindo à
passagem dos anos. As ideias do autor, principalmente os questionamentos do drama e da
arte teatral como tema central de suas peças, reverberam no teatro contemporâneo. A
investigação tem como eixo a problematização da atualidade da obra dramática de Pirandello
pela força e pelas virtualidades cênicas de suas peças e a reflexão acerca do grau de abertura
de sua obra, pois o dramaturgo inspira ainda hoje grupos teatrais, encenadores, dramaturgos
e atores com propostas estéticas diversas entre si. Tal constatação leva a outra indagação: é
possível falar em uma poética pirandelliana, ou será mais profícuo advogar na pluralidade
de temas e formas que sua obra desperta e defender, assim, “teatros de Pirandello”? A
pesquisa, portanto, abre-se em duas frentes: uma teórica na qual será estudada a dramaturgia
de Pirandello desde seus primórdios, buscando destacar que uma das preocupações
fundamentais de seu teatro, o jogo entre ficção e realidade, está presente já no começo de
sua dramaturgia, pois ao acompanhar seu percurso artístico buscamos destacar como suas
reflexões teatrais são atuais; a outra frente é prática, fazendo um levantamento de encenações
a partir do ano 2000 no Brasil influenciadas pelas ideias pirandellianas.
Palavras-chave: Pirandello; Drama moderno; Encenação contemporânea.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
BRECHT NO BRASIL NOS ANOS 1990: EM CENA, A EXCEÇÃO E A REGRA.
Mateus Moscheta (UEM - mestrando/mestre)
Resumo: Nessa comunicação, interessa-nos estudar momentos representativos da recepção
das peças didáticas de Brecht no Brasil a partir dos anos 1990, justamente quando se retoma
a tradição do teatro de grupo no Brasil, como já anotaram Iná C. Costa e Sérgio de Carvalho.
Uma das questões a serem discutidas seria a utilidade dessa abordagem nos anos 1990 no
Brasil, quando o neoliberalismo torna-se dominante em todo o mundo. Sem espaço num
mercado cada vez mais agressivo, alguns grupos retomam o projeto de um teatro engajado
politicamente, sem perder de vista uma estética rebuscada e a procura de novos públicos e
novos assuntos. Depois de comentar as bases dessa retomada, iremos nos voltar para algumas
montagens da peça A exceção e a regra no Brasil, em especial a montagem de 1987 pelo
TUM – Teatro Universitário de Maringá, dando enfoque para questões como construção da
cena, uso do espaço, da música e da relação ator-personagem.
Palavras-chave: Teatro de grupo no Brasil; Bertolt Brecht; Teatro dialético; A exceção e a
regra.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
DENISE STOKLOS – O DRAMATURGO PENSADOR E A MÍMESIS DA
PRODUÇÃO
Pedro Leites Junior (UNIOESTE - doutorando)
Resumo: Tendo em vista as profundas transformações do gênero dramático no século XX e
a crescente necessidade e/ou preocupação de estudiosos e artistas de se pensar o teatro a
partir de “novas” propostas estéticas, que dialoguem com os anseios do sujeito inserido no
contexto moderno, tecnocrático e de determinantes socioculturais de base capitalista, este
trabalho objetiva discutir o “teatro essencial” idealizado e posto em prática por Denise
Stoklos tomando por enfoque o papel da artista enquanto dramaturga e pensadora da
arte/teatro, assim como a relação que se pode verificar entre sua obra e aquilo que Luiz Costa
Lima (2000, p. 286, 2003, p. 179) denomina mímesis da produção.
Palavras-chave: Mímesis; Dramaturgia; Teatro essencial.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A EXCEÇÃO E A REGRA (1930): O RECURSO DE ESTRANHAMENTO,
TEORIZADO POR BRECHT, À LUZ DA TEORIA DO EFEITO ESTÉTICO DE
ISER
Renata da Silva Dias Pereira de Vargas (Uniandrade - mestranda/mestre)
Resumo: A peça didática “A exceção e a regra” (Die Ausnahme und die Regel) de Bertolt Brecht,
escrita em 1930, musicada por Paul Dessau, teve sua estreia em Paris somente em 1947. Antes
de ser representado como um espetáculo teatral, o texto, idealizado como um modelo de ação
evolutivo, foi inúmeras vezes executado como um jogo cênico em constante processo em escolas,
fábricas e outros espaços não convencionais. Assim como nas outras peças didáticas do
dramaturgo alemão, a proposta educacional é fundamentada na ideia de que os atuantes ensinam
a si mesmos. No entanto, o objetivo não é transmitir uma doutrina ou ideologia específica, mas
desencadear um processo de reflexão para possibilitar a conscientização social e política dos
participantes. Pretende-se analisar a peça sob a ótica da estética da recepção, utilizando a teoria
do efeito estético de Wolfgang Iser, ou seja, os efeitos produzidos no leitor pelo texto que ganha
existência no momento da leitura. O recurso de estranhamento, teorizado por Brecht, e as
considerações críticas de Flávio Desgranges (2012) sobre a relação do espectador com a cena
que vem sofrendo alterações significativas ao longo do tempo e se confronta intimamente com a
maneira de sentir e pensar o mundo, própria de cada época, também serão ferramentas
importantes no processo de reflexão e análise do texto mencionado.
Palavras-chave: Bertolt Brecht; A exceção e a regra; Peça didática; Recurso de estranhamento;
Wolfgang Iser.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
“PÁSSARO DA MANHÔ: MARIA BETHÂNIA ENTRE A ORIGEM DA POESIA
E O FUTURO DO DRAMA
Renato Forin Junior (UEL - doutorando)
Resumo: No início de 1977, Maria Bethânia estreou o espetáculo “Pássaro da manhã”. A
montagem dirigida por Fauzi Arap conjugava canções e textos para a elaboração de uma
dramaturgia intertextual, com subtexto político. O show foi projetado como prenúncio da anistia
durante a ditadura militar e para chamar a volta de Augusto Boal e Ferreira Gullar, então exilados.
Dividido em dois atos, o espetáculo recorre a temas como a espera, a saudade, a prisão, e a
imagens poéticas, como a de aves que desejam regressar. Cenários e figurinos dialogam com a
dramaturgia, evidenciando sua realização teatral. “Pássaro da manhã” é exemplar amadurecido
de uma forma que Maria Bethânia desenvolve pelo menos desde o início da década de 1970.
Nestas montagens, canções e excertos literários são decompostos e ordenados de modo a
propiciar uma leitura abrangente de personagens polifônicos e fábulas fragmentadas. “Texto
monstruoso, texto híbrido, patchwork, [...] uma criatura efêmera destinada a fazer-nos sonhar”,
como teoriza Jean-Pierre Sarrazac (em “O futuro do drama”) sobre a dramaturgia que chama de
“rapsódica” - referência ao autor clássico que despedaça e costura versos. Como na origem do
fazer poético, Maria Bethânia potencializa a palavra em performance, com entonações que vão
da fala ao canto.
Palavras-chave: Maria Bethânia; Pássaro da manhã; Espetáculo musical; Dramaturgia
rapsódica; Canção.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
O GÊNERO ÉPICO-LÍRICO-DRAMÁTICO DE CAIO FERNANDO ABREU
Ricardo Augusto de Lima (UEL - doutorando)
Sonia Pascolati (UEL)
Resumo: Caio Fernando Abreu (1948-1996) possui em sua obra literária exemplos do
gênero épico, lírico e dramático. Pensamos que, uma vez comprovada sua tendência ao
hibridismo, sua obra vai não apenas dar exemplos desses gêneros, como quebrar a fronteira
entre os três. Da mesma forma que ele contamina o leitor com a dúvida do empirismo em
sua narrativa, Caio Fernando vai contaminar o leitor com a dúvida em relação ao gênero que
ele está lendo. Desta forma, esta comunicação tem como objetivo principal analisar o
cruzamento entre os gêneros épico, lírico e dramático na prosa, no drama e na poesia do
autor gaúcho, identificando tal hibridismo como uma das marcas principais de uma possível
poética caiofernandiana.
Palavras-chave: Caio Fernando Abreu; Hibridismo; Épico; Lírico; Dramático.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
OBSERVAÇÕES SOBRE O ÉPICO NA DRAMATURGIA/TEATRO DO
COLETIVO DE TEATRO ALFENIM: BALIZAS TEÓRICAS, ENGAJAMENTO E
ATUAÇÃO CRÍTICA (DÉCADAS DE 1990-2000)
Rodrigo Rodrigues Malheiros (UEPB - doutorando)
Diógenes André Vieira Maciel (UEPB - Or.)
Resumo: Em terras paraibanas, o Coletivo de Teatro Alfenim tem como proposta construir
um teatro que discuta assuntos nacionais, incluindo um ponto de vista regional, a partir da
colaboração dos atores e outros profissionais envolvidos nas suas montagens. Surgida em
2007, a companhia já produziu quatro peças: Quebra-Quilos (2008); Histórias de Sem Réis
(2010); Milagre Brasileiro (2010) e O Deus da Fortuna (2011). Também fortemente
embasada pelos estudos em torno do pensamento estético de Brecht, a companhia visa, em
sua atuação estética, como a paulista, a uma reflexão crítica sobre as dinâmicas sociais e suas
contradições no contexto brasileiro, mediante uma intersecção com uma perspectiva política
e histórica. O presente estudo tem por proposta analisar a maneira como a dramaturgia/teatro
do Coletivo de Teatro Alfenim filia-se a uma tradição do teatro épico brasileiro, ao mesmo
tempo em que aponta para re-significações no que diz respeito à utilização das formas épicas
no teatro. Para tanto é preciso examinar como são desenvolvidos alguns aspectos do teatro
épico de Brecht na construção das peças em análise e discutir a relação texto/encenação e os
processos históricos, culturais e sociais no Brasil contemporâneo.
Palavras-chave: Teatro épico-dialético; Teatro brasileiro contemporâneo; Dramaturgia
não-aristotélica.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
SUPERAÇÃO FORMAL EM A MAIS-VALIA VAI ACABAR, SEU EDGAR, DE
ODUVALDO VIANNA FILHO E O TEATRO POLÍTICO NO BRASIL DOS ANOS
1960
Thaís Aparecida Domenes Tolentino (UEM - mestranda/mestre)
Resumo: O início das atividades do Centro Popular de Cultura (CPC) se dá num agitado
contexto político, econômico e social no começo dos anos 1960, marcado não só pelo debate
nacionalista no campo das artes, mas também pelo acirramento das discussões acerca de uma
forma nacional popular. Embora os primeiros passos da discussão formal no campo teatral
tenham sido dados pelo Teatro de Arena, em São Paulo, com a introdução de uma temática
coletiva na montagem de Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri em 1958, a
superação da forma realista, ainda pautada nos conflitos intersubjetivos típicos de um teatro
tradicional, terá lugar com a montagem de A mais valia vai acabar, Seu Edgar, de Oduvaldo
Vianna Filho, na Faculdade Nacional de Arquitetura, no Rio de Janeiro, em 1960. É a partir
dessa montagem que se verifica a viabilidade de um projeto como o do CPC, que então se
articula como um teatro popular engajado, logo ligado à UNE. O teatro do CPC, embora
ainda estigmatizado por sua atuação política, deve ser compreendido dialeticamente dentro
do contexto político e social dos anos 1960, perspectiva dessa comunicação.
Palavras-chave: Centro Popular de Cultura; Oduvaldo Vianna Filho; A mais-valia vai
acabar, Seu Edgar; Teatro político.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
NORA: ROMPIMENTO OU TRANSGRESSÃO?
Vicentônio Regis do Nascimento Silva (UEL - doutorando)
Sonia Pascolati (UEL)
Resumo: Uma das leituras de Casa de bonecas possibilita vislumbrar o percurso de
construção do sujeito, representado por Norma, protagonista da trama de Henrik Ibsen. O
sujeito – constituído pela consciência e pela faculdade de fazer – atinge a autonomia
individual quando, enfrentando e quebrando as regras do campo, ousa desautorizá-las ou
invalidá-las, instituindo nova percepção – particular e coletiva – da realidade. A autonomia
e a individualidade pressupõem a identidade. Conceituando rompimento (ação consciente,
pactuada, ajustada, coordenada, multilateral ou unilateral, voltada ao coletivo ou ao público)
e transgressão (ação consciente ou inconsciente de desrespeito ou de ultraje, unilateral,
vertical, prejudicial ao público ou ao coletivo), indaga-se: Norma rompe ou transgride as
regras sociais na construção do sujeito feminino?
Palavras-chave: Ibsen; sujeito; autonomia; submissão feminina.
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DE DRAMATURGIA E TEATRO
– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
REI LEAR, DE MICHAEL ELLIOT: UMA ABORDAGEM À LUZ DE TEORIAS
DE ADAPTAÇÃO E TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA
Vinícius Zorzal Rosi (UFV - mestrando/mestre)
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar a adaptação da tragédia Rei Lear, de
William Shakespeare, feita pelo diretor Michael Elliot e estrelada pelo conceituado ator
Laurence Olivier, à luz de teorias de adaptação e tradução, com ênfase na tradução
intersemiótica, ou seja, um tipo de tradução que consiste na transformação de uma
determinada obra de um gênero a outro. Levando-se em conta, também, o fato segundo o
qual adaptações e traduções encontram-se inseridas em um determinado contexto, pretendese analisar também a performance dos atores e o que pode ter motivado a maneira de
interpretação do personagem Rei Lear conduzida por Laurence Olivier.
Palavras-chave: Tragédia; Adaptação; Tradução; Tradução intersemiótica; Interpretação.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A CONFISSÃO DOS SONHOS NA INFÂNCIA
Felipe Fernandes Freitas (UnB - PIBID)
Winny Trindade (UnB - PIBID)
Clarice Costa (UnB - Or.)
Resumo: A produção artística a partir da identidade pessoal tem se inserido no cinema desde
a metade do século XX e ganha força no teatro, através do biodrama, a partir dos anos 2000.
Na educação, o incentivo à autoidentificação não é novidade: desde as séries iniciais os
alunos relatam histórias pessoais, como experiências vividas nas férias ou a própria árvore
genealógica. Portanto, a autorreferência perpassa desde histórias profundas a relatos de uma
simples experiência, e não se limita a um acontecimento fático, mas também incluem
desejos, projeções e sonhos. Esse trabalho foi realizado pelos alunos de artes cênicas da
UnB, bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, numa
Escola Parque em Brasília/DF com alunos entre 7 e 8 anos. Foram captados por meio de
suporte tecnológico, depoimentos extraídos a partir de jogos teatrais e estímulos a partir de
leituras de poesias oníricas. Esses depoimentos, que são referências de sonhos noturnos
pessoais, ao serem narrados, estimulam na criança a memória e o devaneio poético.
Palavras-chave: Biodramaturgia; Pedagogia do Teatro; Poesia; Tecnologia.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
O REI DA VELA E A TRANSGRESSÃO DO ESTATUTO COLONIAL ARTÍSTICO
BRASILEIRO
Wallisson Rodrigo Leites (UNIOESTE - mestrando/mestre)
Resumo: No contexto brasileiro, o Modernismo serviu como marco inicial para um processo
de ressignificação da história, a exemplo, vale citar aqui o Manifesto Antropofágo (1928),
de Oswald de Andrade que, sob influência das Vanguardas Européias, propunha a deglutição
dos padrões artísticos burgueses/coloniais da época, para se repensar a cultura no país,
tornando-se, deste modo, importante referência para a produção artística nacional
contemporânea no que se refere ao processo de desconlonização cultural. Considerando sua
importância artístico-social, parte desta produção ainda requer estudos mais aprofundados,
a exemplo do teatro de Oswald de Andrade. Desse modo, pretende-se, a partir do presente
trabalho, aprimorar o entendimento dos elementos constituintes da dramaturgia oswaldiana
inserida na proposta artístico-social apresentada pelo modernismo brasileiro. Para tanto,
tomar-se-á como corpus de análise, o teatro de Oswald Andrade, aqui especificamente a obra
O rei da vela, escrita em 1933, para uma leitura reflexiva que aponte para confluências deste
teatro com a proposta antropofágica de deglutição, assimilação e reformulação da arte e da
cultura nacional.
Palavras-chave: Transgressão estética e cultural; O Rei da Vela; Teatro oswaldiano;
Processo de descolonização cultural.
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– TEATRO E INTERMIDIALIDADE –
A DRAMATURGIA PARAGUAIA NO PROSCÊNIO ANALÍTICO: EM CENA, O
LIRISMO MELANCÓLICO DE HÉRIB CAMPOS CERVERA
Wagner Corsino Enedino (UFMS - doutor)
Resumo: A melancolia tem suscitado significativos debates teóricos no âmbito da
Psiquiatria e Psicanálise. No meio social, segundo a Organização Mundial da Saúde, ela é
uma patologia que afeta grande parte da população, sendo considerada por muitos
especialistas como o mal do século. Os primeiros registros da melancolia são encontrados
há 2500 anos, entre os gregos, na Ilíada, de Homero; na Teoria de Humores, de Hipócrates
e no Tratado sobre a melancolia, de Aristóteles. Assim, considerando que o texto teatral é
revestido, atravessado e carregado de profunda essência de matéria humana (Pallottini,
1989), o objetivo de investigação que permeia este trabalho partiu dos estados melancólicos
das personagens verificados a partir da análise da peça Juan Hachero: una crónica
dramática en un prólogo, tres jornadas y un epílogo, do poeta e dramaturgo paraguaio Hérib
Campos Cervera. Um texto marcadamente ideológico, carregado de signos que operam
sentidos amplos, convergindo para o entendimento do projeto estético e intelectual de
Cervera. As vozes e os silêncios que se levantam, configuram-se como forças ideológicas
legitimadoras que vão se construindo no interior da peça. Na esteira de Said (2003), a
pesquisa também traz uma leitura acerca do papel de outsider de Cervera no cenário
fronteiriço Brasil-Paraguai.
Palavras-chave: Literatura paraguaia; dramaturgia; melancolia; Hérib Campos Cervera.
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