Apostila da disciplina Economia Empresarial

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Apostila da disciplina Economia Empresarial
1
APRESENTAÇÃO
5
AULA 1: OFERTA E DEMANDA
7
INTRODUÇÃO
7
CONTEÚDO
10
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS A RESPEITO DA ANÁLISE DE MERCADO
10
TEORIA DE MERCADO
12
SISTEMA DE MERCADO: DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO
12
EQUILÍBRIO DE MERCADO
17
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
18
CURVA DE INDIFERENÇA
22
RESTRIÇÃO ORÇAMENTÁRIA
25
EQUILÍBRIO DO CONSUMIDOR
27
EFEITO PREÇO, EFEITO RENDA E EFEITO SUBSTITUIÇÃO
28
ELASTICIDADE: PRINCÍPIOS
31
TIPOS DE ELASTICIDADES
31
OUTROS TIPOS DE ELASTICIDADES
36
ELASTICIDADE-RENDA (DA DEMANDA) (ERD)
37
ATIVIDADE PROPOSTA
38
REFERÊNCIAS
39
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
40
AULA 2: O QUE ESTÁ POR TRÁS DA CURVA DE OFERTA, ESTRUTURAS DE
MERCADO E A IMPORTÂNCIA DA TEORIA DOS JOGOS.
54
INTRODUÇÃO
54
CONTEÚDO
56
O QUE COMPÕE A CURVA DE OFERTA DAS EMPRESAS
56
TEORIA DA PRODUÇÃO
56
ANÁLISE DA PRODUÇÃO EM LONGO PRAZO
57
ANÁLISE DA PRODUÇÃO EM CURTO PRAZO
59
CONCEITOS BÁSICOS DE CUSTOS DE PRODUÇÃO
62
2
CUSTOS DE PRODUÇÃO EM LONGO PRAZO
67
CONCORRÊNCIA PERFEITA
70
MONOPÓLIO
71
CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA E OLIGOPÓLIO
73
TEORIA DOS JOGOS, SUA IMPORTÂNCIA: GERADORA DE ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS
OLIGOPOLISTAS
74
ATIVIDADE PROPOSTA
80
REFERÊNCIAS
83
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
84
AULA 5: FUNDAMENTOS DA MACROECONOMIA
105
INTRODUÇÃO
105
CONTEÚDO
109
CRESCIMENTO E EMPREGO
109
O LADO DA OFERTA AGREGADA: ÓTICA DO PRODUTO
112
O LADO DA DEMANDA AGREGADA: ÓTICA DOS GASTOS DA ECONOMIA
116
CONSUMO (DAS FAMÍLIAS E DO GOVERNO) E A POUPANÇA
116
FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO (INVESTIMENTO)
117
A ECONOMIA ABERTA
119
OUTRAS FORMAS DE RACIOCÍNIO PARA MENSURAÇÃO DA RENDA E DO PRODUTO
122
ATIVIDADE PROPOSTA
127
REFERÊNCIAS
129
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
129
AULA 6: CONTEXTOS ECONÔMICOS ATUAIS
143
INTRODUÇÃO
143
CONTEÚDO
147
MOEDA, AGREGADOS MONETÁRIOS E SETOR PÚBLICO
147
BASE MONETÁRIA
151
INFLAÇÃO: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS
153
BALANÇO DE PAGAMENTOS E CÂMBIO
157
ATIVIDADE PROPOSTA
170
REFERÊNCIAS
172
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
173
3
CHAVES DE RESPOSTA
184
AULA 1
184
ATIVIDADE PROPOSTA
184
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
184
AULA 2
188
ATIVIDADE PROPOSTA
188
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
189
AULA 5
ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
ATIVIDADE PROPOSTA
195
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
196
AULA 6
ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
ATIVIDADE PROPOSTA
200
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
200
CONTEUDISTA
204
4
A realidade econômica das empresas e dos países permeia os mais diferentes
aspectos da vida das organizações e das sociedades. A compreensão a
respeito dessa realidade é fundamental para o entendimento do mundo
globalizado no qual estamos vivendo e que nos ajuda na tomada de decisão
no plano profissional.
Nesse sentido, o conhecimento das informações a respeito dos elementos que
nós iremos apresentar nesse curso de pós-graduação e suas aplicações nos
ajudam a responder a uma série de questões com as quais nós, dentro das
nossas empresas, nos deparamos continuamente.
Entre essas questões, podemos destacar: Por que aos primeiros sinais de
elevação da inflação, o Banco Central do Brasil cogita um aumento na taxa
selic? Por que e em que condições o preço de um produto aumenta? Por que
a carga tributária brasileira é tão elevada? Por que o crescimento da China
tem estado tão elevado, apesar da crise econômica que afeta o mundo desde
2007/08? Por que um mercado está mais concentrado (com menor
concorrência) do que outros?
Profissionalmente, várias áreas de atuação estão utilizando as informações e
o emprego da Economia de forma rotineira. É o caso, por exemplo, dos
administradores, financistas, advogados, gestores, jornalistas, contadores etc.
Nesse contexto, o conhecimento que iremos adquirir em nossas aulas de
Economia Empresarial, aliado às aplicações deste conhecimento, não apenas
representa um diferencial no mercado de trabalho, mas também é
importante, e bastante valioso, para o sucesso nos negócios.
5
Além disso, na medida em que compreendemos a realidade econômica das
empresas e das nações, ampliamos, gradativamente, os horizontes do
conhecimento sobre o nosso país, os nossos mercados e sobre o mundo de
maneira geral. Isso permite, também, exercer melhor e de maneira mais
efetiva a cidadania com sustentabilidade para a empresa em que
trabalhamos.
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos:
1. Apresentar os conceitos de oferta, demanda, elasticidades e mercado
no qual se esboçam as características principais do chamado equilíbrio
de mercado e do comportamento do consumidor;
2. Expor o funcionamento de uma empresa centrado no estudo do
mercado como regulador da atividade econômica em que esta empresa
está inserida;
3. Tratar dos diferentes tipos de mercados, concluindo com a análise a
respeito da teoria dos jogos;
4. Abordar a discussão sobre emprego, renda e crescimento, produto e
suas derivadas como consumo, investimento, gastos do governo e
exportações líquidas;
5. Analisar o setor público e a intervenção do Estado na dinâmica
econômica, salientando a discussão sobre juros, câmbio, inflação,
moeda e o setor externo.
6
Introdução
Começaremos lendo o artigo a seguir, pois ele será base para entendimento
do material desta aula.
Em novembro, a demanda cresce e oferta cai no setor aéreo (Veja:
22/12/2012).
Dados da Anac mostram queda de 5,7% na oferta na comparação com igual
mês de 2011. No mesmo período, a procura aumentou 7,2%. Gabriel Castro,
de Brasília.
Quem tentou comprar passagens aéreas neste fim de ano encontrou valores
mais altos do que a média. Dados divulgados nesta sexta-feira pela Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) ajudam a explicar o que ocorreu: a demanda
aumentou, a oferta diminuiu e a lei que rege o mercado empurrou os preços
para cima.
Em novembro, a agência registrou o maior percentual no índice que mede a
ocupação nos voos domésticos desde o início da série histórica, em 2000:
76,2%. O índice é fruto de uma demanda que cresceu 7,2% ante o mesmo
mês de 2011, combinada a uma oferta que cedeu 5,7% no mesmo período.
Foi o terceiro mês seguido de queda na disponibilização de assentos para
venda, o que não ocorria há quase nove anos.

Turbulência – Estes números evidenciam a complexa situação das duas
maiores companhias aéreas brasileiras, TAM e Gol, que, pressionadas em
2012 por expressivos aumentos de custo (com destaque para o efeito da
alta do dólar e o aumento do querosene de aviação), deram início às
políticas de corte nas rotas consideradas menos rentáveis, sobretudo para
7
o Norte e Nordeste. Outra razão a enxugar a oferta foi a decisão da Gol de
fechar a Webjet.
No somatório dos onze primeiros meses de 2012, a demanda cresceu 7,2%.
No mesmo período, a oferta não acompanhou o ritmo: o acréscimo foi de
apenas 3,7%.
O balanço da Anac identificou ainda as movimentações do mercado da
aviação civil no país. Entre janeiro e novembro de 2012, a TAM e a Gol
mantiveram a polarização no cenário doméstico: a primeira respondeu por
40,5% da participação de mercado; enquanto a segunda abocanhou
33,9%. A TAM obteve crescimento de 5,4% no índice que mede o número de
passageiros transportados. No caso da Gol, houve queda de 3,6%.
Na comparação com novembro de 2011, quem mais cresceu foi a Avianca,
que praticamente dobrou sua participação no mercado.
A TAM também consolidou o predomínio nas viagens internacionais. Entre as
empresas brasileiras com rotas para o exterior, a companhia ocupou 89,4%
do mercado, contra 10,3% da Gol. Trip e Avianca completam a lista.

Atrasos – Também nesta sexta-feira, o ministro da Secretaria de Aviação
Civil, Wagner Bittencourt, informou que 12% dos voos em dezembro
tiveram atraso superior a 30 minutos. O diretor-presidente da Anac,
Marcelo Guaranys, considerou o resultado "razoável". A meta é manter o
índice abaixo dos 15%.
Conforme podemos ver pelo artigo acima da Revista Veja de 22/12/2012, um
dos grandes temas atuais da economia empresarial refere-se ao estudo,
análise e discussão sobre o comportamento da oferta das empresas em
função da massa consumidora existente, e procura, por conseguinte, projetar
os passos desta massa consumidora, algo que é de grande interesse para as
8
empresas e corporações, que podem ter a segurança de sempre ter a sua
fatia de mercado, mantendo-se ativas por quanto tempo planejarem.
Dentro do estudo da economia, a análise da demanda e da oferta é um dos
fatores extremamente importantes do mundo atual. Destaca-se como
complementação a discussão sobre elasticidades. Este debate é muito
importante, porque se refere à explicação a respeito da sensibilidade de uma
variável em relação à outra variável qualquer. Essa sensibilidade indica que a
mudança de uma variável, como preço, por exemplo, afeta a magnitude de
outra variável, como quantidades demandadas ou ofertadas. Nesta aula,
portanto, estudaremos sobre oferta, demanda equilíbrio de mercado,
comportamento do consumidor e elasticidades.
Objetivos:
1. Contextualizar oferta demanda, mercado e equilíbrio de mercado.
2. Analisar e discutir o comportamento do consumidor segundo seus
pressupostos básicos de satisfação e de renda e seus respectivos
efeitos.
3. Apresentar o conceito de elasticidades e as suas respectivas
características.
9
Conteúdo
Noções Introdutórias a Respeito da Análise de Mercado
A economia empresarial pelo estudo da análise de mercado é o ramo da
ciência econômica que se preocupa com a discussão a respeito do
comportamento econômico dos consumidores, das famílias e das empresas,
por exemplo, na formação dos preços em mercados específicos. Na verdade,
nesse
aspecto
temos
um
estudo
microeconômico,
seja
no
âmbito
propriamente dito econômico, mas também da administração e da gestão
industrial e de serviços.
Ao analisar os mercados específicos, devem ser levadas em consideração, no
estudo da microeconomia, determinadas informações que nos fazem entender
e compreender melhor do que trata esta divisão da teoria econômica no que
se refere ao nosso curso. Melhor dizendo:
a) Sobre o mercado, o preço, funções e equilíbrio:

O mercado é o local ou contexto no qual compradores e vendedores
tendem a comprar e a vender produtos; no caso da microeconomia, temse um mercado para cada bem e/ou serviço no sistema econômico;

Nos mercados específicos são formados os preços. O preço de um
determinado bem e/ou serviço é a sua relação de troca pelo dinheiro,
melhor dizendo, a quantidade de reais (R$) necessários para ser
transacionada uma unidade da mercadoria (bem e/ou serviço);

De acordo com este contexto de mercados específicos, apresentam-se
funções que demonstram relações entre compradores e vendedores, ou
seja, uma função mostra a relação entre duas ou mais variáveis; indicando
como o valor de uma variável (chamada dependente) depende e pode ser
10
calculado pela especificação do valor de uma ou mais variáveis (definidas
como variáveis independentes);

O equilíbrio é uma condição de um mercado que, uma vez atingido, tende
a persistir. O equilíbrio, de acordo com o que veremos nesta aula, resulta
do balanceamento das forças do mercado.
b) A respeito da hipótese em latim “coeteris paribus” (tudo o mais
permanece constante) refere-se ao chamado efeito líquido (ou puro)
que cada uma variável tem em relação à outra variável qualquer
especificamente.
Na microeconomia 1 , segundo Pindyck & Rubinfeld 2 , são mais relevantes os
preços relativos, isto é, os preços de um bem em relação aos demais, do que
os preços absolutos (isolados) das mercadorias. Genericamente, os princípios
básicos que decorrem da visão dos consumidores e das empresas são os de
que os primeiros desejam maximizar as suas satisfações e os das empresas,
maximizarem os seus lucros totais: racionalidade dos consumidores e das
empresas.
Contudo, o objetivo desta aula é oferecer-lhe uma formação importante, sem
renunciar a certa capacidade de análise crítica e sistemática microeconômica.
Mas destaca-se que o estudo da microeconomia pelo qual estamos
começando a fazer agora, na verdade, estará também discriminado até
chegarmos à aula II, que diz respeito à teoria da firma e estruturas de
mercado.
1
A análise da teoria microeconômica (ou teoria dos preços) pode ter papel fundamental para
poder auxiliar as decisões de planejamento (e administração) das empresas, ou de alguma
organização produtiva (tais como na formação da política de preços de uma empresa, nas
previsões de custos de produção etc.), por exemplo.
2
PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2010.
11
Entretanto, é importante, como condição complementar ao que estamos
tratando, analisarmos melhor abaixo a chamada teoria de mercado.
Boa aula para você!
Teoria de Mercado
Um mercado específico caracteriza-se como sendo um lugar qualquer, onde
grupos de pessoas (físicas e jurídicas) se encontram para tentar comprar e
vender alguma “coisa” (algum bem e/ou serviço).
Com os modernos meios de comunicação, com a internet e com a
diversificação do comércio, tais pessoas não precisam estar necessariamente
em contato direto. Porém, desde que sejam “conhecedoras” dos preços e das
possibilidades de entrega, procede-se o intercâmbio e, a partir daí,
caracteriza-se o mercado de trocas.
A teoria de mercado (na microeconomia) nos demonstra, então, que um
mercado é compreendido como um local (ou uma unidade econômica), ou
mesmo uma convergência, onde são encontrados compradores e vendedores
no qual se realizam as forças de oferta e demanda (ou procura) por bens
e/ou serviços e onde são formados
os preços conforme veremos
adequadamente na aula posterior.
Sistema de Mercado: demanda, oferta e equilíbrio de mercado
A Lei da Demanda
As trocas são realizadas nos mercados (interno e externo). Nestes, atuam
(conjuntamente) as forças da demanda e da oferta por mercadorias (ou
produtos – bens e/ou serviços). Como os recursos são escassos, os
compradores e os vendedores tendem a entrar em um acordo sobre os
preços dos produtos, de tal forma que sejam feitas as transações das
12
quantidades dessas mercadorias por uma determinada quantidade de
dinheiro (ou moeda).
Nesse contexto, os preços dos produtos (ou das mercadorias) podem ser
definidos, na verdade, como a quantidade de reais (R$) necessários, para
poder obter em troca uma determinada quantidade de mercadorias. Fixando
preços para todos os produtos (bens e serviços e mesmo para os fatores de
produção), o mercado permite a coordenação dos compradores e dos
vendedores, assegurando a viabilidade de um sistema capitalista por meio do
chamado livre jogo da oferta e demanda que é uma peça-chave no
funcionamento de toda a economia (de mercado) e onde tende-se a se obter
o que definimos como sendo o equilíbrio de mercado.
Pela visão microeconômica, o funcionamento de um mercado e a formação de
preços ocorre devido às relações entre demanda e oferta. A demanda (ou
procura) de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas por um
determinado produto indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas
desejam consumir, a dado preço desse produto, num determinado período de
tempo.
Como exemplo, tomemos o gráfico a seguir que representa o comportamento
da demanda em relação a um produto X. Quando o preço está em um nível
elevado, a demanda pelo produto é menor, ou seja, uma boa parte dos
consumidores não está disposta a adquirir o produto a este nível de preço. No
gráfico, ao preço Px = R$7,00 teremos Qx = 1.000 Kg a serem consumidas.
Se o preço está em um nível mais baixo, a demanda pelo produto será maior,
pois mais consumidores estarão dispostos a adquirir o produto àquele nível de
preço. Nota-se no gráfico que ao preço Px = R$4,00 haverá Qx = 4.000 kg a
serem compradas.
13
Fonte: Desenvolvido pelo autor.
Cabe destacar que efetivamente a quantidade Qx do produto no mercado não
é somente influenciada pelo preço Px. Existe uma série de outras variáveis
(ou fatores) que também afetam a demanda deste produto. Desta forma,
segundo Vasconcellos
3
, temos que, mais tradicionalmente em termos
quantitativos, os fatores mais significativos que acabam afetando também a
demanda dos consumidores na sua maioria dos mercados são:
Qx = f (Px, Py, Pz, R)/t
Em que:
Qx = quantidade procurada (demandada) do produto X
Px = preço do produto X
Py = preço do produto substituto
Pz = preço do produto complementar
R = renda do consumidor
3
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. Rio de Janeiro: Atlas.
14
/t = significa num dado período de tempo (dias, meses etc.)4
De acordo com a função acima, coeteris paribus, se houver um aumento da
renda e isto fizer com que haja um aumento da demanda, dizemos que o
produto (X) é de consumo normal. Porém, se dado um crescimento da renda
e acontecer uma queda da demanda, o produto é de consumo inferior5.
Ainda no que diz respeito à função (geral) da demanda acima, coeteris
paribus, havendo aumento do preço de um bem Y e que irá fazer aumentar a
demanda do produto X, diz-se que X e Y são produtos substitutos. Por outro
lado, se ocorrer um aumento do preço de um bem Z e que este aumento faz
diminuir a demanda pelo produto X, assim, X e Z são produtos
complementares6.
A Lei da Oferta
No que diz respeito à oferta (de uma mercadoria em um determinado
mercado), esta é a quantidade de um produto X (Qx) que um produtor ou
conjunto de produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um
período de tempo. Pelo gráfico a seguir, podemos observar o comportamento
da quantidade ofertada de um produto X (Qx).
Com o nível de preço elevado (Px), os produtores tendem a ofertar uma
quantidade maior do produto. Se o preço estiver em Px = R$7,00, a
quantidade a ser colocada no mercado será de Qx = 4.000 kg. Mas se o nível
4
Cabe destacar que subjetivamente, os hábitos e preferências dos consumidores em um mercado
também influenciam a demanda por um produto neste mercado, assim como a publicidade e a
propaganda.
5
É importante destacar que existe uma categoria que chamamos de bens de consumo superior. Isto
quer dizer que se o consumidor fica mais rico, demandará mais produtos de maior qualidade, é o caso
do consumo por joias.
6
É importante salientar que toda vez que ocorrer:
> alteração de Px, haverá uma modificação de Qx e a esta modificação define-se como sendo uma
mudança na quantidade demandada (pois toda a mudança será feita ao longo da própria curva de
demanda);
> alteração de R, Py, Pz, ocorrerá uma modificação de Qx e a esta modificação chama-se como sendo
uma mudança na demanda (porque toda esta mudança será gerar um deslocamento da curva de
demanda, seja para a direita, seja para a esquerda).
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de preço cair para Px = R$4,00, muitos produtores deixarão de ofertar a
mercadoria a este preço e teremos uma oferta de Qx = 1.000 Kg,
ocasionando uma queda na quantidade ofertada.
Fonte: Desenvolvido pelo autor.
Prezado aluno, podemos perceber pela figura anterior que há uma relação
direta entre a quantidade ofertada do produto X e o seu respectivo preço.
Mas por que isso tende a acontecer? A resposta a esta questão, coeteris
paribus, reflete um procedimento no qual um aumento de Px no mercado irá
instigar o aumento das produções das empresas. Devido a isso, novas
empresas poderão ser atraídas para a produção deste produto, aumentando,
portanto, a quantidade ofertada do produto X.
É claro que além do preço do produto X, outros fatores irão influenciar no
nível da oferta deste produto no mercado, entre eles destacam-se: os custos
com os fatores de produção7, alterações no nível de tecnologia, aumento da
7
Tais como, os custos com os pagamentos de salários, preços das matérias-primas etc.
16
quantidade de empresas no mercado etc. Sendo que qualquer modificação do
Px gera o que chamamos de mudanças na quantidade ofertada, isto é,
mudanças do nível da oferta ao longo da própria curva; e toda e qualquer
variação nos custos dos fatores e no nível tecnológico, por exemplo, coeteris
paribus, acabam acarretando um deslocamento da curva de oferta (ou
modificações na oferta de mercado).
Equilíbrio de Mercado
Dadas as curvas de demanda e de oferta já estudadas anteriormente, se
fizermos o cruzamento destas curvas irá se determinar o que se chama por
equilíbrio de mercado, formando o preço e a quantidade de equilíbrio como
está demonstrado pelo diagrama a seguir.
Fonte: Desenvolvido pelo autor.
17
Nesta situação, há uma "harmonia" entre oferta e demanda. Teoricamente,
neste ponto, o nível de preço não está nem muito alto nem muito baixo,
satisfazendo tanto a consumidores quanto a produtores. Mas:

se tiver algum preço abaixo do preço de equilíbrio, haverá aí um
excesso de demanda (ou uma escassez de oferta); e

por outro lado, ocorrendo um preço acima do preço de equilíbrio,
surgirá um excesso de oferta (ou uma escassez) de demanda.
Também não podemos nos esquecer de que havendo uma modificação da
renda dos consumidores e/ou aumento dos custos dos fatores de produção,
por exemplo, isto acarretará alteração no ponto de equilíbrio de mercado.
Comportamento do Consumidor8
A discussão que empregaremos aqui é de como consumidores racionais que
irão realizar as suas demandas
distribuem os seus recursos entre os
diferentes bens de forma que consigam maximizar os seus níveis de utilidades
(ou satisfações). Sob o ponto de vista histórico, o conceito de utilidade
empregado era o de utilidade cardinal, ou seja, o de utilidade como uma
magnitude que se podia medir. Neste caso, o argumento era o de que
aumenta a satisfação (ou utilidade total) do consumidor conforme aumenta a
quantidade a ser consumida de um determinado produto9.
Atualmente, a economia empresarial leva mais em consideração, na moderna
teoria a respeito do comportamento do consumidor, o princípio da utilidade
ordinal. Sob este enfoque, examina-se a ordem de preferências pelas
8
Toda a análise a respeito do comportamento do consumidor está calcada na discussão sobre demanda
Marshalliana e Hicksiana.
9
A utilidade total, derivada do consumo do bem, cresce à medida que o consumidor aumenta a
quantidade a ser consumida ao longo do tempo. Entretanto, cabe destacar que o valor acrescentado à
utilidade total por cada uma unidade a mais do bem a ser consumido é chamado de utilidade
marginal. Por uma fórmula, a utilidade marginal pode ser calculada da seguinte maneira: UMgx =
(∆UT/∆Qx), sendo UMgx = utilidade marginal do produto X; ∆UT = variação da utilidade total; ∆Qx =
variação da quantidade a ser consumida do bem X.
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diferentes cestas de mercadorias 10 que o consumidor vai consumir. Neste
princípio, examina-se-se, por exemplo, se a cesta de bens A é preferida à
cesta de bens B, se a B é preferida à cesta C, e assim sucessivamente. A
partir desta ordem é possível estabelecer formalmente as prioridades gerais
na formação de uma curva de indiferença, como podemos perceber, por
exemplo, no artigo a seguir do portal G1 que diz respeito às preferências por
cestas de mercadorias de produtos orgânicos.
Empresas entregam marmitas e cestas de produtos orgânicos
Empresárias criaram até feijoada vegetariana.
Outra empresa monta e entrega cestas de alimentos orgânicos em
SP.
A alimentação saudável agora chega à porta de casa. Uma empresária de São
Paulo aposta no segmento e entrega uma cesta de produtos sem agrotóxicos.
Outro destaque são as marmitas orgânicas, uma opção para quem dá valor à
boa alimentação, com direito à feijoada de vegetais no cardápio.
No lugar de carne seca e costeleta de porco, beterraba, cenoura, carne de
soja, abobrinha e salsão. A feijoada vegetariana é a campeã de vendas na
empresa de delivery. São mais de 20 pratos criados pelas empresárias Sofia
Dobbin e Cassia Janeiro. Todos os alimentos são orgânicos, cultivados sem
agrotóxicos.
“É um nicho que eu acho que só tende a estourar de muito bom, porque é
exatamente prático e saudável, as pessoas estão preocupadas com isso hoje,
com o que você está comendo.”
Cássia e Sofia são vegetarianas e sempre gostaram de cozinhar para amigos.
Os pedidos aumentaram tanto que, em setembro de 2012, elas decidiram
10
Define-se como sendo uma cesta de mercadorias ao conjunto de uma ou mais mercadorias (ou bens,
ou produtos) associado às quantidades consumidas de cada uma dessas mercadorias.
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cobrar pelos pratos, e abriram uma empresa de entrega de marmitas. O
investimento inicial foi de R$ 5 mil para comprar matéria-prima.
A empresa funciona na cozinha de casa das empresárias e elas fazem de
tudo: compram os ingredientes, preparam os pratos, cuidam do financeiro e
até entregam. O negócio ainda é caseiro pequeno, mas está crescendo. Já
são 240 pratos por mês, e o segredo está no sabor que elas conseguem dar
aos vegetais com uns temperos diferentes e especiais.
Em vez de alho e cebola, elas usam tempero indiano, semente de coentro,
pimenta de limão e sal rosa tirado das rochas.
A feijoada fica pronta em uma hora. Em cima, vão pedacinhos de provolone
desidratado. Ela é servida com couve, arroz integral e farofa de aveia.
Além da feijoada, elas fazem refeições com charutos de repolho, almôndegas
de soja com polenta, tabule, salada de grão de aveia e de chuchu. Os pratos
só levam vegetais, leite e derivados.
“É a criatividade, né? A gente cria coisas diferentes, com ingredientes
diferentes, misturas diferentes e fica muito gostoso”, diz a empresária Cássia.
Os pratos pesam em média 450 gamas cada. Eles vão numa embalagem
plástica, que pode ir ao micro-ondas. Os alimentos orgânicos são mais caros
que os tradicionais, mas as empresárias garantem: o negócio dá um bom
lucro. Em média, o custo da matéria-prima para fazer um prato é de R$ 9. E o
preço de venda é de R$ 20.
“A gente tem convênio com uma empresa e a gente compra diretamente dos
produtores, fora isso a gente também evita qualquer tipo de desperdício. A
gente reaproveita muitos alimentos, então isso acaba diminuindo o custo”,
explica a empresária.
20
O faturamento da empresa de marmitas orgânicas ainda é pequeno – R$ 4,8
mil por mês. Mas as empresárias apostam em crescimento rápido. “A gente
hoje tem mais ou menos de 200 a 300 pratos por mês e a minha meta é
chegar a 1000.”
A empresa tem hoje 40 clientes. Tadeu Freitas vai experimentar pela primeira
vez a feijoada vegetariana. “Essa feijoada é uma delícia. É uma feijoada sem
gordura, com a couve, sem o tempero como normalmente as pessoas fazem.
Então fica com outro sabor”, sugere.
Cesta
Outra prova de que esse mercado é bom está em outra empresa. Desde
1999, Rachel Soraggi monta e entrega cestas de alimentos orgânicos em São
Paulo.
“Eu tenho para mim que é uma coisa que vai crescer muito. O consumidor
ainda vai se conscientizar de que é a melhor forma de se alimentar”, diz a
empresária.
São 400 itens. Todos com a certificação de orgânicos. Arroz, café, biscoito,
legumes, verduras, frutas, iogurte, queijo e até produtos de limpeza. Rachel
compra direto dos produtores, e consegue preços mais baixos. “O segredo é
muito trabalho, perseverança, buscar produtos, inovar, sempre a procura de
alguma coisa nova, investir em qualidade do produto.”
Do total, 70% das vendas de orgânicos são pela Internet. O cliente quer
rapidez e praticidade. É só entrar na loja virtual, clicar nos produtos, pagar
com cartão de crédito ou na hora da entrega.
A rotina da empresa é separar os produtos de acordo com a lista de pedidos e
colocar na cesta. O desafio é que o fornecimento de orgânicos é irregular, os
produtores são poucos e pequenos. E toda semana falta algum tipo de
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produto. “Eu procuro outros fornecedores certificados, orgânicos, quando não
encontro. O cliente tem que entender que não posso enviar a mercadoria.”
Para montar o delivery de orgânicos, a empresária investiu R$ 100 mil. Ela
reformou o espaço, montou a loja virtual e reservou capital de giro para
compra dos produtos. A divulgação do negócio é feita em feiras, folhetos e
boca a boca.
A empresa entrega 130 cestas orgânicas por semana. O preço médio do frete
é de R$ 9,50, para a capital paulista. Diego Espino é cliente há dois anos. “Eu
pedi legumes, verduras e pouca fruta.” De acordo com ele, a encomenda traz
comodidade.
O negócio já fatura mais de R$ 1 milhão por ano, e só cresce. A opção pelo
saudável é uma tendência forte, que veio para ficar - garante Rachel.
“Todo mundo hoje tem investido muito em orgânico, tem visto que é um
mercado em crescimento mesmo e eu quero abocanhar uma parte desses
consumidores que estão preocupados com a saúde e com impactos
ambientais na produção.”
Portal G1
10/03/2013 07h51 - Atualizado em 10/03/2013 07h51
Mas vamos estudar melhor no próximo item sobre o conceito de curva de
indiferença.
Curva de Indiferença
Neste tópico, iremos descrever como o consumidor deve classificar as
diferentes opções de consumo segundo as suas preferências, representadas
por meio de diferentes cestas de mercadorias. Neste sentido, definimos como
curva
de
indiferença ao lugar geométrico de todos os pontos,
22
representados por cestas de mercadorias, que geram o mesmo nível de
utilidade ao consumidor. Melhor explicando, a curva de indiferença representa
graficamente um conjunto de cestas de consumo que são igualmente
desejáveis pelo consumidor, por isso que esta curva é chamada de curva de
indiferença. Pois, para este consumidor tanto faz,ou seja, ele é indiferente ao
escolher a cesta A, ou B, ou C, por exemplo, todas elas proporcionam o
mesmo nível de satisfação, de acordo com o gráfico abaixo.
Curvas de Indiferença
Fonte: Elaborada pelo autor.
No espaço-mercadoria do diagrama (X e Y) tem-se duas curvas de indiferença
U1 e U2 negativamente inclinadas, convexas em relação à origem dos dois
eixos e que não se interceptam. As curvas são negativamente inclinadas,
porque demonstram que o nível de satisfação do consumidor permanece o
mesmo. Por exemplo, tendo-se duas cestas A e B com diferentes quantidades
de X e Y sobre a curva U1, se o consumidor substituir a cesta B pela cesta A11,
estará aumentando o consumo de X e diminuindo uma certa unidade de
consumo de Y, mantendo o mesmo nível de satisfação (ou de utilidade). A
inclinação da curva de indiferença recebe o nome de taxa marginal de
11
Tal análise de discussão também se refere à cesta C.
23
substituição (TMgS) e refere-se à taxa de troca da quantidade de um bem
pela quantidade de outro, mantendo o mesmo nível de bem-estar ou de
satisfação, calculada através da expressão TMgS = │(∆Y/∆X)│12.
A convexidade em relação à origem diz respeito à utilidade ser decrescente
proprorcionada por um bem. Melhor explicando, a inclinação de uma curva de
indiferença aumenta à medida que nos movimentamos para baixo ao longo
da curva. A taxa marginal de substituição vai diminuindo à medida que
aumenta a quantidade de X a ser consumida e reduzimos a quantidade de Y,
como podemos perceber pela tabela abaixo.
Quantidades de X
Quantidades de Y
TMgS
1
10
-----------
2
5
5
3
3
2
4
2,3
0,7
5
1,7
0,6
6
1,2
0,5
7
0,8
0,4
8
0,5
0,3
9
0,3
0,2
10
0,2
0,1
Fonte: Tabela desenvolvida pelo autor.
Cabe destacar que acima são apresentadas apenas duas curvas de
indiferença. Entretanto, entre elas existe um grande número de outras curvas
de indiferença, em que cada uma representa determinado nível de utilidade,
sendo que a este conjunto dessas curvas chamamos de mapa de indiferença.
Quanto mais distante está uma curva de indiferença (ou seja, mais para a
direita) da origem dos eixos X e Y, maior a satisfação expressa do
12
O resultado desta TMgS está em módulo, pois há uma relação inversa entre a variação de Y com a
variação de X. Na medida em que há aumento do consumo de X, há uma queda do consumo de Y, e
vice-versa, fazendo com que o resultado desta taxa seja negativo.
24
consumidor, que contém cestas mais desejadas. E quanto mais perto dessa
origem (isto é, mais para a esquerda) apresenta-se uma curva de indiferença
com cestas menos desejadas.
Restrição Orçamentária
Com um orçamento (ou rendimento) limitado, o consumidor procura
normalmente distribuí-lo entre as diversas mercadorias que deseja comprar.
Desta forma, ele deseja alcançar a melhor combinação que tende a lhe gerar
o maior nível de satisfação racional possível.
Assumindo que um dado consumidor gasta toda a sua renda para comprar
diferentes quantidades de dois produtos denominados de bem X e bem Y em
um dado mercado, a restrição orçamentária pode ser apresentada através da
equação:
R = Px.Qx + Py.Qy
Em que:
R = renda monetária do consumidor;
Px = o preço de uma unidade de X;
Qx = quantidade de X;
Py = o preço de uma unidade de Y;
Qy = quantidade de Y.
Tendo-se a hipótese de que o consumidor não compra a prazo, assim, ele
aloca a sua renda na compra das quantidades de X e Y, tem-se que:
> Qy = (R/Py) – [(Px.Qx)/Py] e Qx = (R/Px) – [(Py.Qy)/Px]
> Se Qy = 0 → Qx = (R/Px)
> Se Qx = 0 → Qy = (R/Py)
25
A tabela a seguir demonstra as diversas possibilidades de consumo pelas
quantidades dos bens X e Y. Nela estamos supondo que o consumidor possui
uma renda (R) semanal de $ 240,00 para gastar, sendo Px = $ 2,00 e Py = $
1,00. Existem várias combinações (ou cestas) possíveis discriminadas sob as
quais o consumidor poderá escolher, como estão expostas a seguir.
Cestas
Gasto Total com as Cestas de Mercadorias
R
Px
Qx
Px.Qx
Py
Qy
Py.Qy
I
2,00
0
0,00
1,00
240
240,00
240,00
II
2,00
20
40,00
1,00
200
200,00
240,00
III
2,00
40
80,00
1,00
160
160,00
240,00
IV
2,00
60
120,00
1,00
120
120,00
240,00
V
2,00
100
200,00
1,00
40
40,00
240,00
VI
2,00
120
240,00
1,00
0
0,00
240,00
Fonte: Tabela elaborada pelo autor.
A partir destas informações, traçamos uma linha de restrição orçamentária do
consumidor descrevendo as combinações possíveis das quantidades dos bens
Y e X que podem ser adquiridas com um dado nível constante de renda
semanal para determinados níveis de preços.
Fonte: Gráfico elaborado pelo autor.
26
Tendo-se no eixo vertical Qy e no eixo horizontal Qx, essa linha indica quais
são as diversas combinações dos bens (X e Y) que o consumidor poderá
adquirir de acordo com a sua renda. Ao mesmo tempo, ela demonstra
também graficamente qual é o máximo que o consumidor poderá gastar para
obter dos dois bens.
Cabe explicar que uma elevação da renda amplia a capacidade de consumo.
Isto é representado graficamente por meio de um deslocamento paralelo para
a direita da linha da restrição orçamentária (LRO). Já uma redução da renda
promove o deslocamento para a esquerda da LRO. Paralelo a isso, a
inclinação da LRO é dada pela relação dos preços dos bens. Assim, uma
modificação em um destes preços irá promover uma alteração da inclinação
desta linha.
Equilíbrio do Consumidor
Neste tópico, juntamos as informações que aprendemos a respeito da curva
de indiferença e da restrição orçamentária, permitindo-nos explicar o
equilíbrio do consumidor.
Do ponto de vista do consumidor, ele sempre prefere estar no nível maior de
satisfação com a sua curva de indiferença mais para a direita, ou seja, mais
afastada das origens dos eixos. No entanto, este nível não poderá ser
alcaçado em função do seu orçamento, pois este acaba delimitando o seu
poder de compra. De acordo com o gráfico a seguir, esta delimitação é dada
pela linha da restrição orçamentária que tangencia uma dada curva de
indiferença gerando uma máxima satisfação, ou chamado (ponto de)
equilíbrio do consumidor, em função da renda do consumidor e dos
preços dos produtos. Neste ponto, o consumidor distribui a sua renda
adequadamente na compra entre os bens de forma a alcançar a combinação
que lhe dá a maior satisfação (ou utilidade) possível.
27
Fonte: Gráfico elaborado pelo autor.
Efeito Preço, Efeito Renda e Efeito Substituição
Dado o tópico C anteriormente estudado, é importante destacar que há
alterações da posição de equilíbrio do consumidor e tais alterações são
conhecidas como análise dos efeitos (ou das causas) devidos (as) ao preço, à
renda e à substituição dos produtos. Para uma análise mais simples,
chamaremos q1 a quantidade do bem 1 e de q2 a quantidade do bem 2.
O gráfico abaixo apresenta o efeito renda. Este efeito retrata uma
modificação na posição de equilíbrio do consumidor, em função de uma
variação na renda nominal deste consumidor, na qual os preços dos bens
1 e 2 são mantidos constantes. Se houver, por exemplo, um aumento de
sua renda, o consumidor comprará maiores quantidades dos bens 1 e 2
deslocando o ponto de equilíbrio do consumidor para a direita, gerando novos
e diferentes níveis de satisfação alcançáveis, por causa da variação da renda.
Ao mesmo tempo, observa-se que ao unirmos todos os pontos de equilíbrio
do consumidor, forma-se que denominamos de linha ou curva rendaconsumo, mostrando a variação do consumo dos bens 1 e 2, mantidos
constantes os preços destes bens.
28
q1
F”
Curva de Renda-consumo
F’
F
U3
U1
G
U2
G’
G”
q2
Fonte: Salvatore.
No caso do efeito preço, este é caracterizado como sendo uma modificação
da posição do ponto de equilíbrio do consumidor, em razão da alteração nos
preços de um dos bens (supondo, do bem 2), mantida a sua renda
nominal constante. Nesse caso ocorre um deslocamento desse ponto em
consequência de um giro das linhas centradas no intercepto do eixo do bem
1, cujo preço p1 não se modificou. Neste sentido, as sucessivas linhas de
preços mantêm-se retas, porém, com inclinações diferentes, demonstrando
que à medida que p2 diminui, eleva-se o consumo de q2.
A satisfação do consumidor aumenta, tão logo sejam atingidas as curvas que
revelam utilidades cada vez maiores do ponto A para B e do B para o ponto C
e que ao ligarmos esses pontos de equilíbrio, tem-se uma linha indicadora das
modificações da posição de equilíbrio do consumidor, sendo que esta linha é
definida como curva de preço-consumo. Cabe destacar que se determinarmos
assim a quantidade a ser consumida do bem 2 para cada um de seus
possíveis níveis de preços, podemos, portanto, derivar a curva de demanda
do consumidor que demonstra uma relação inversa entre as quantidades e os
preços.
29
q1
F
Curva de Preço-consumo
C
B
U3
A
U2
U1
0
G
G’
G”
q2
Fonte: Salvatores
Por último, o efeito substituição acaba sendo uma complementação do efeito
preço. Este efeito demonstra como o consumidor realoca o seu consumo em
função de quando se modificam os preços relativos dos bens 1 e 2,
independentemente de haver uma modificação direta na sua renda nominal.
Portanto, retrata como o consumidor tende a comprar mais do bem cujo
preço relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o outro bem que
ficou relativamente mais caro. O efeito substituição caracteriza-se, na
verdade, por mera modificação na posição do ponto de equilíbrio ao longo da
mesma curva de indiferença (E para E’), tendo esta curva sofrido uma
alteração da sua inclinação de acordo com a figura abaixo.
Fonte: Salvatore.
30
Elasticidade: princípios
De acordo com as leis da oferta e da demanda estudadas na aula 1, indica-se
a direção, ou mesmo o sentido, pela mudança dos preços de um produto
(seja ele um bem ou um serviço qualquer) em um determinado mercado.
Melhor dizendo, quando o preço deste produto sobe, a demanda tende a
diminuir e a oferta (deste mesmo produto) tende a aumentar. Em sentido
contrário, o preço caindo, a demanda tende a aumentar e a oferta a cair.
Porém, essa lei não informa adequadamente o quantum a mais (ou a menos)
os consumidores irão demandar ou os produtores poderão ofertar em função
das modificações dos preços do produto em questão. Para isso, o conceito de
elasticidade é usado com o objetivo de mensurar a sensibilidade que as
pessoas possam ter frente às mudanças em variáveis econômicas. E é em
função dessas explicações que ao longo desse capítulo iremos nos deter.
Tipos de Elasticidades
A Elasticidade-Preço da Demanda ou da Procura (Epd)
Define-se como elasticidade-preço da demanda (Epd) ao cálculo relacionado à
maneira pela qual são medidas quantitativamente as reações que os
consumidores possam ter às mudanças nos preços de determinadas
mercadorias por meio da razão entre dois percentuais, isto é, a variação
percentual na quantidade demandada (∆%Qd) dividida pela mudança (ou
variação) percentual no preço do produto (∆%Pp):
Epd = (∆%Qd)/(∆%Pp)13
Cabe destacar que, conforme Pindyck & Rubinfeld, o resultado da Epd é
sempre negativo em função da lei da demanda. Ao mesmo tempo, é
13
Discriminando adequadamente as condições desta fórmula da elasticidade-preço da demanda, temos:
∆%Qd = [(Qf – Qi)/Qi]*100
∆Pp = [(Pf – Pi)/Pi]*100
Qf = quantidade demandada final
Qi = quantidade demandada inicial
Pf = preço final do produto
Pi = preço inicial do produto
31
importante fazer a classificação da demanda dos produtos em função da Epd.
Neste sentido, ao que se refere à reação dos consumidores, o quadro abaixo
(realizado pelo próprio autor) discorre que a demanda por um determinado
produto pode ser classificada como elástica, inelástica ou de elasticidade
unitária. Para complementar a explicação sobre este tipo de elasticidade,
destaca-se um artigo do jornal Valor Econômico que se refere à demanda por
minério de ferro.
32
Classificações, Explicações e Análise do Resultado da Elasticidade
Preço da Demanda.
Classificações
Elástica
Explicações
Análise
A demanda por um
Os consumidores são
determinado produto é
bastante sensíveis às
elástica quando a
variações no preço.
elasticidade-preço da
demanda (Epd) tem um
resultado cujo valor é
maior que 1,0. Isso
significa que a variação
percentual na
quantidade excede a
variação percentual do
preço.
Inelástica
A demanda por um
Os consumidores são
determinado produto é
menos sensíveis (ou
inelástica quando a
relativamente
elasticidade-preço da
insensíveis) às variações
demanda (Epd) tem um
no preço.
resultado cujo valor é
menor que 1,0. Isso
significa que a variação
percentual do preço
excede a variação
percentual na
quantidade.
Elasticidade Unitária
Se a elasticidade-preço
Os consumidores têm
da demanda por um
sensibilidade relativa em
produto for igual a 1,00
função das variações do
diz-se que a sua
preço.
33
demanda é de
elasticidade unitária (ou
neutra). Melhor dizendo,
a variação percentual na
quantidade é igual à
variação percentual no
preço.
Fonte: Elaborada pelo próprio autor.
Vale continua otimista com demanda por minério de ferro
Por Rafael Rosas (28/11/2011 às 16h:28)
VALOR - RIO - A Vale continua otimista com a demanda por minério de
ferro no futuro, embora admita a existência de volatilidade no curto prazo.
Para o diretor executivo de minério de ferro e estratégia da mineradora, José
Carlos Martins, a volatilidade deverá continuar até o Ano Novo chinês, no fim
de janeiro.
"Estamos otimistas em relação ao futuro dos mercados de commodities e
também de minério de ferro. Mas no curto prazo temos alguma volatilidade
no mercado e essa volatilidade é causada principalmente pelo aumento do
fornecimento por Brasil, Austrália e África do Sul, combinado com um aperto
de crédito na China e também com uma demanda mais fraca na Europa e nos
Estados Unidos", frisou Martins, que participa do Vale Day, na Bolsa de Nova
York. "Essa combinação criou uma situação em que os preços caíram
significativamente nos últimos meses", acrescentou.
O executivo lembrou que o preço médio da tonelada de minério de ferro no
mercado à vista chinês ficou em torno de US$ 175 por cerca de um ano. Nos
últimos dois meses, caiu para US$ 116, voltou para US$ 150 e agora gira em
torno de US$ 135. Segundo ele, a elasticidade do preço das importações no
mercado da China é muito grande e o recuo dos preços contribui para um
34
aumento nas quantidades compradas do exterior, o que "mantém o mercado
transoceânico estável, apesar do preço mais baixo".
Martins ressaltou que atualmente a Vale tem ainda uma frota de cerca de 100
navios trabalhando para ela, dos quais 30% são próprios, 40% são
contratados por longo prazo e o restante é contratado diariamente, o que
contribui para reduzir o valor dos fretes. Durante a crise de 2008, a
companhia foi apanhada em um momento em que realizava suas vendas no
modelo FOB, no qual navios contratados por clientes embarcavam o minério
nos terminais da empresa e faziam o carregamento até os clientes.
"Quando o [preço] spot caiu muito, grande parte dos nossos clientes deixou
de mandar navios para captar nosso minério. Tivemos que reduzir produção
porque não havia para onde embarcar o minério", lembrou Martins.
Hoje, segundo ele, há uma proposta mais flexível, na qual o único ponto do
qual a empresa não abre mão é de uma precificação que considere as
condições de oferta e demanda do mercado.
"Desde que usemos o preço de mercado, abrimos para os nossos clientes a
possibilidade de o preço ser trimestral, mensal ou diário", disse Martins. "Não
queremos impor nenhum tipo de sistema de preços, mas queremos dividir
com nossos clientes o que for melhor para os dois lados. E trabalhamos duro
nisso", acrescentou, destacando que atualmente 35% das vendas de minério
de ferro da Vale são baseadas no uso da frota contratada, com a entrega
direta aos clientes.
"Hoje, se há qualquer problema e os clientes não mandam navios, estamos
aptos a carregar nossos navios e entregar minério para o mercado a preços
de mercado", explicou o executivo. "Dada a longa distância entre Brasil e
China, é claro que devemos ter uma política de frete mais forte e mais
compreensível. Estamos distantes da Ásia, três vezes mais que o nosso
35
principal competidor. A política de frete é muito importante no longo prazo
para a Vale".
Martins ponderou ainda que, atualmente, cerca de 20% das vendas da
mineradora têm como base o sistema trimestral de preços, que considera a
média do mercado spot chinês. "O restante está sob negociação", frisou.
(Rafael Rosas | Valor)
Outros Tipos de Elasticidades
Elasticidade-Preço da Oferta (Epo)
A elasticidade-preço da oferta (Epo) mensura quantitativamente a reação dos
vendedores às mudanças no preço do produto. Essa reação é também
calculada pela razão entre dois percentuais: a variação percentual na
quantidade ofertada (∆%Qo), dividida pela mudança (variação) percentual no
preço do produto (∆%Pp), conforme a fórmula abaixo.
Epo = (∆%Qo)/(∆%Pp)
É importante salientar que dos determinantes que afetam a Epo, o tempo é
significativamente importante, porque, em geral, a elasticidade de curto-prazo
será diferente da de longo-prazo. Portanto, quanto maior tende a ser o
tempo, as firmas têm a possibilidade de reagir mais intensamente às
variações de preços, e a curva de oferta tenderá a se tornar cada vez mais
elástica.
Pode-se ter as seguintes situações dos resultados da Epo:

Epo > 1: produto de oferta elástica;

Epo = 1: produto de oferta inelástica;

Epo < 1: elasticidade-preço da oferta unitária.
36
Elasticidade-Renda (da Demanda) (Erd)
É utilizada para medir a reação dos consumidores às mudanças na renda.
Mais formalmente, mede a variação da demanda dos consumidores (∆%Q d)
em função das mudanças da renda dos consumidores (∆%R).
Erd = (∆%Qd)/(∆%R)
Para bens normais, há uma relação positiva entre renda e quantidade
demandada, logo a elasticidade renda é positiva. Porém, para bens inferiores,
há uma relação negativa entre a quantidade demandada e a renda do
consumidor.
Elasticidade-Cruzada (da Demanda) (Ecd)
Refere-se à medida da variação percentual na quantidade demandada de um
produto X (∆%QX), de acordo com a mudança percentual no preço de outro
produto qualquer Y (∆%PY).
Ecd = (∆%QX)/(∆%PY)
Para bens substitutos (ou concorrentes) há uma relação positiva entre
quantidade demandada do produto X e variação de preço do substituto Y,
logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos substitutos tem um
resultado positivo. Mas para bens complementares, há uma relação negativa
entre quantidade demandada do produto X e a variação do preço do bem
complementar Y, logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos
complementares tem um resultado negativo.
37
Material complementar
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na
Internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Além
disso, na biblioteca do seu pólo/campus presencial você também
pode ler:
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo:
Atlas, 2010. Caps. 2 e 3.
VASCONCELLOS, M. A. S. & Garcia, H. Fundamentos
de
economia. São Paulo: Saraiva, 2010. Caps. 4 e 5.
MOCHON, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Pearson
– Pretice Hall, 2007. Caps. 2 e 3.
SALVATORE, D. Microeconomia. São Paulo: McGraw-Hill, 1984.
Caps. 4, 5 e 6.
Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor
utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem,
seja presencialmente ou através da central de mensagens e/ou
participando ativamente do nosso fórum temático.
Atividade proposta
Um artigo do The New York Times descreveu uma bem-sucedida campanha
de marketing da indústria de champanhe francês. O artigo observou que
“muitos executivos estão surpresos com os preços estratosféricos do
champanhe. Mas, ao mesmo tempo, têm medo de que os fortes aumentos do
preço reduzam a demanda, o que provocaria uma diminuição repentina nos
38
preços”. Que erro os executivos estão cometendo em sua análise dessa
situação?
Referências
MOCHON, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: Pearson – Pretice
Hall, 2007. Caps. 2 e 3.
PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2010.
SALVATORE, D. Microeconomia. São Paulo: McGraw-Hill, 1984. Caps. 4, 5 e
6.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2010.
Caps. 2 e 3.
VASCONCELLOS, M. A. S. & Garcia, H. Fundamentos de economia. São
Paulo: Saraiva, 2010. Caps. 4 e 5.
39
Exercícios de fixação
Questão 1
As curvas de demanda, sejam individuais ou de mercado, inclinam-se para
baixo, pois:
a) Mostram
as
quantidades
totais
de
bens
demandados
pelos
consumidores a cada nível de preços, cujas relações são diretas.
b) Mostram que quando os preços sobem, por exemplo, as quantidades
demandadas se elevam, pois cada consumidor pensa em maximizar a
satisfação.
c) Apresentam uma relação inversa entre as quantidades demandadas
com os diferentes níveis de preços dos bens, dadas todas as
necessidades dos consumidores.
d) Apresentam uma relação inversa entre as quantidades demandadas
com os diferentes níveis de preços dos bens, visto os resultados
negativos dos lucros das empresas.
e) Mostram efeitos iguais entre quantidades e preços dos produtos, já
que
a
relação
entre
estas
duas
variáveis
são
diretamente
proporcionais.
40
Questão 2
As curvas de oferta, sejam individuais ou de mercado, inclinam-se para cima,
pois:
a) Mostram as quantidades totais de bens ofertados pelos produtores ou
vendedores a cada nível de preços, cujas relações são inversas.
b) Mostram que quando os preços caem, por exemplo, as quantidades
ofertadas se elevam, pois cada produtor pensa em maximizar a sua
satisfação.
c) Apresentam uma relação direta entre as quantidades ofertadas com os
diferentes níveis de preços dos bens, dados os níveis de produções das
empresas.
d) Apresentam uma relação direta entre as quantidades ofertadas com os
diferentes níveis de preços dos bens, visto os resultados negativos dos
lucros das empresas.
e) Mostram efeitos iguais entre quantidades e preços dos produtos, já
que a relação entre estas duas variáveis é inversamente proporcional.
41
Questão 3
Suponha uma situação inicial de equilíbrio no mercado de tratores e a
ocorrência de duas alterações simultâneas: um aumento no preço do aço –
principal matéria-prima da indústria de tratores – e a oferta de crédito
facilitado – juros baixos e prazos longos – para a compra de implementos
agrícolas. O efeito combinado disso sobre o mercado de tratores deverá ser:
a) O preço de equilíbrio diminui, enquanto a quantidade transacionada
pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante.
b) O preço de equilíbrio pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer
constante, mas a quantidade transacionada aumenta.
c) O preço de equilíbrio pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer
constante, mas a quantidade transacionada diminui.
d) O preço de equilíbrio aumenta, enquanto a quantidade transacionada
pode tanto aumentar, diminuir ou permanecer constante.
e) O preço de equilíbrio não se altera, já que não há nenhuma evidência
de que a quantidade transacionada não deverá ser alterada.
Questão 4
Existem 10.000 consumidores idênticos em dado mercado de um produto X,
sendo que cada consumidor possui uma função demanda dada por Qx = 12 –
2Px. Neste mesmo mercado, há 1.000 produtores idênticos vendendo esse
produto, em que cada vendedor possui uma função oferta expressa por Qx =
20Px,
assim,
o
preço
e
a
quantidade
de
equilíbrio
são
dados,
respectivamente, por:
a) $ 3,00 e 60.000
b) $ 3,00 e 30.000
c) $ 4,00 e 60.000
d) $ 4,00 e 30.000
e) $ 4,00 e 70.000
42
Questão 5
A empresa XYV apresenta um produto inovador tecnologicamente e
extremamente competitivo no eixo Rio-São Paulo. Em virtude de este eixo ser
muito importante para esta empresa, a mesma fez uma pesquisa de mercado
e, por meio de um programa de computador, chegou as seguintes funções de
oferta e demanda do seu produto.

Demanda: Q = 40 – 0,4P – 2Pk + 2,0R, sendo Q = quantidade
demandada, P = preço do próprio produto, R = renda média dos
consumidores = $ 2.000,00 e Pk = preço de outro produto = $ 40,00.

Oferta: Q = 1,6P, em que Q = quantidade ofertada e P = preço do
próprio produto.
Assim, o preço e a quantidade de equilíbrio são, respectivamente:
a) $ 1690,00 e 3.000.
b) $ 1960,00 e 3.136.
c) $ 3136,00 e 4.000.
d) $1.500,00 e 4236.
e) $ 1691,00 e 5.000.
43
Questão 6
Leia atentamente as considerações a seguir e assinale a alternativa correta a
respeito do comportamento do consumidor segundo seus pressupostos
básicos de satisfação e de renda e seus respectivos efeitos.
I.
Curva de indiferença é uma figura geométrica que exprime as várias
combinações de dois bens, que proporciona igual satisfação ou
utilidade ao consumidor.
II.
A curva de preço-consumo é o lugar geométrico de pontos do
equilíbrio do consumidor, resultante da variação apenas do preço do
bem.
III.
A curva de renda consumo é o lugar geométrico de pontos do
equilíbrio do consumidor resultante da variação apenas da renda do
consumidor.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I e III são falsas e II é verdadeira.
d) I, II e III são verdadeiras.
e) I e II são verdadeiras e III é falsa.
44
Questão 7
A respeito do efeito substituição, leia atentamente as considerações a seguir
e assinale a alternativa correta.
I.
Para um gestor empresarial é importante entender que o efeito
substituição acaba sendo uma complementação do efeito preço.
II.
O efeito substituição demonstra como o consumidor realoca o seu
consumo em função de quando se modificam os preços relativos de
dois bens, independentemente de haver uma modificação direta na sua
renda nominal.
III.
O efeito substituição retrata como o consumidor tende a comprar mais
do bem cujo preço relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o
outro bem que ficou relativamente mais caro.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I e III são falsas e II é verdadeira.
d) I, II e III são verdadeiras.
e) I e II são verdadeiras e III é falsa.
45
Questão 8
Sendo você um gestor empresarial e que analisa o mercado da sua empresa,
leia atentamente as considerações abaixo e assinale a alternativa correta.
I.
Para analisar o consumidor, a teoria da escolha do consumidor baseiase na premissa de que as pessoas se comportam de modo racional na
tentativa de maximizar o grau de satisfação que podem obter por meio
da aquisição de uma combinação particular de bens e serviços.
II.
As preferências do consumidor podem ser completamente descritas por
um conjunto de curvas de indiferença conhecido como mapa de
indiferença. Esse mapa de indiferença oferece uma classificação ordinal
de todas as escolhas que um consumidor pode fazer.
III.
As linhas de restrição orçamentária representam todas as combinações
de mercadorias com as quais os consumidores gastariam toda a renda.
As linhas do orçamento deslocam-se para a direita em resposta a uma
queda na renda do consumidor e fazem um movimento de rotação em
torno de um ponto fixo quando o preço de uma mercadoria é
modificado, mas a renda do consumidor e o preço da outra mercadoria
permanecem inalterados.
a) I, II e III são verdadeiras.
b) I e II são verdadeiras e III é falsa.
c) I e III são verdadeiras e II é falsa.
d) II e III são verdadeiras e I é falsa.
e) I, II e III são falsas.
46
Questão 9
Uma academia de ginástica permitia o uso de suas instalações a qualquer
pessoa que se mostrasse disposta a pagar determinada taxa por hora. O
sucesso foi tão grande que a academia decidiu alterar sua política de preços,
passando então a cobrar uma anuidade e um taxa horária mais reduzida.
Para os consumidores, esse novo plano de pagamento é melhor ou pior do
que o esquema anterior:
a) É pior, pois não dá ao consumidor a vantagem de escolher
adequadamente o que ele pretende se exercitar na devida academia
em função da nova política adotada.
b) É melhor, pois o consumidor poderá utilizar todos os aparelhos de
ginástica, fazer musculação, fazer natação pagando o mesmo preço
devido à nova política adotada.
c) Depende das preferências dos frequentadores da academia, em virtude
da nova política adotada por esta academia, além das suas restrições
orçamentárias.
d) Não é bom, nem pior, pois devido à nova política adotada pela
academia, há duas tarifas que são de interesse financeiro dos
proprietários da academia e que por isso fazem com que os
consumidores não ganhem nada realmente.
e) A satisfação adicional obtida pelos consumidores da academia não será
alterada devido à nova política desta empresa, visto que a satisfação
permanece constante para todo e qualquer consumidor.
47
Questão 10
Dados vários mercados de um refrigerante ZX, e sabendo-se que para tipo de
mercado existem diferentes necessidades e preferências dos consumidores e
níveis de renda diferentes destes consumidores, sendo que para consumidor
existem pontos de equilíbrio diferentes. Sendo assim, dado cada ponto de
equilíbrio do consumidor, quanto:
a) Mais para a direita, maior o nível de satisfação, pois menor é o nível de
renda dos consumidores.
b) Mais para a esquerda, maior o nível de satisfação, pois maior é o nível
de renda dos consumidores.
c) Mais para a direita, maior o nível de satisfação, pois maior é o nível de
renda dos consumidores.
d) Mais para a esquerda, menor o nível de satisfação, pois maior é o nível
de renda dos consumidores.
e) Mais para a esquerda, maiores serão as preferências dos consumidores
desse refrigerante.
48
Questão 11
A empresa RTY S/A fez uma pesquisa de mercado e em função desta
formalizou uma curva de demanda que se exprime por Q = 50 – 5P, sendo Q
= quantidade demandada e P = preço do produto. Destaca-se que com o
desenvolvimento do produto, a empresa constatou que o mercado encontrase em equilíbrio ao preço P = $ 2,00 em um dado período t1. No período
seguinte, t2, a empresa elevou o preço para P = $2,50, influenciando a
quantidade a ser vendida e demandada pelo seu produto.
Dadas essas informações, a elasticidade-preço da demanda é:
a) Elástica (cuja variação percentual da quantidade é menor do que a
variação percentual do preço).
b) Inelástica (cuja variação percentual da quantidade é menor do que a
variação percentual do preço).
c) Unitária (cuja variação percentual da quantidade é igual à variação
percentual do preço).
d) Elástica (cuja variação percentual da quantidade é maior do que a
variação percentual do preço).
e) Inelástica (cuja variação percentual da quantidade é maior do que a
variação percentual do preço).
49
Questão 12
Sabendo-se que a receita total (RT) é obtida pela multiplicação entre o preço
e a quantidade do produto Y, isto é, RT = Py · Qy, e este produto tem
demanda inelástica, se o vendedor diminuir o preço do produto, sua receita
total tenderá a:
a) Manter-se constante, pois a Δ% Qy = Δ% Py.
b) Manter-se constante, pois a Δ% Qy > Δ% Py.
c) Manter-se constante, pois a Δ% Qy < Δ% Py.
d) Diminuir, porque a Δ% Qy < Δ% Py.
e) Aumentar, porque a Δ% Qy > Δ% Py.
Questão 13
A elasticidade-preço da demanda de um bem é igual, em módulo, a 0,7. Esta
informação permite concluir que uma:
a) Elevação do preço deste bem determina uma elevação de sua
quantidade demandada em proporção maior que a elevação do seu
preço.
b) Redução do preço deste bem determina uma elevação de sua
quantidade demandada em proporção maior que a redução do seu
preço.
c) Elevação do preço deste bem ocasiona uma redução de sua
quantidade demandada em proporção menor que a elevação do seu
preço.
d) Uma redução do preço deste bem ocasiona uma redução de sua
quantidade demandada em proporção menor que a redução no seu
preço.
e) Elevação do preço deste bem determina uma redução de sua
quantidade demandada em proporção igual à elevação do seu preço.
50
Questão 14
Um produto X que possui elasticidade-preço da demanda, em termos
absolutos, igual a 0,5, sua demanda tem como característica ser:
a) Elástica.
b) Unitária.
c) Perfeitamente elástica.
d) Perfeitamente inelástica.
e) Inelástica.
51
Questão 15
(UNB/2005) Em fins de 2003, a criação de gado americana viu-se atingida por
casos da doença da vaca louca. Conquanto tenham sido ocorrências isoladas,
comprometeram enormemente a exportação norte-americana de carne
bovina. Tendo esse dado como base, leia com atenção os trechos da
reportagem abaixo, divulgada no caderno Dinheiro da Folha de S. Paulo em
04/01/2004, e responda às questões seguintes, utilizando-se do instrumental
e conceitos econômicos em suas justificativas.
Frango ganha espaço no cardápio
Toda vez que a carne bovina é colocada em xeque, cresce o consumo de
frango. Essa opção é duplamente favorável ao Brasil. Primeiro, porque o país
deve aumentar a participação no mercado externo. Segundo, porque a
evolução do consumo de frango nos EUA deve empurrar para cima os preços
do milho e do farelo de soja, principais componentes da ração. [...]
Cláudio Martins, diretor da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e
Exportadores de Frango), diz que o impacto negativo sobre a carne bovina
transfere consumidores para o frango. [...]
O Brasil abocanhou grandes fatias do mercado externo desde 1999, quando
vários países tiveram problemas com sanidade animal. O crescimento anual
está próximo de 20% há cinco anos, enquanto o mundial é de 4%.
[...] “o produtor não deve ser tomado por grande euforia”, diz Martins. Um
aumento exagerado da produção vai desequilibrar o mercado e reduzir preços
[...]”.
De acordo com a reportagem, a carne bovina e a carne de frango são
consideradas bens:
a) Complementares.
52
b) Normais.
c) Inferiores.
d) Substitutos.
e) Elásticos.
53
Introdução
Para começar estudar este conteúdo, leia o artigo abaixo.
Cade aprova compartilhamento de voos entre Gol e Aerolíneas Argentinas
Veja: 22/12/2013
Acordo tem como foco viagens de passageiros entre o Brasil e a Argentina.
Gol já havia feito parcerias do tipo com a Air France, a Alitalia e a Iberia
(Reinaldo Canato).
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem
restrições, um acordo de compartilhamento de voos entre a Gol e o Grupo
Aerolíneas Argentinas. A decisão foi publicada no Diário Oficial nesta quintafeira.
Segundo documentos do processo no site do Cade, o acordo considera o
compartilhamento de voos entre a empresa brasileira e as companhias
Aerolíneas Argentinas e Austral Líneas Aéreas, ambas do grupo argentino,
com foco no transporte de passageiros entre Brasil e Argentina.
A
Gol
tem
feito
diversas
parcerias
com
empresas
aéreas
para
compartilhamento de voos, mas com foco principalmente na Europa, tendo
feito acordos com companhias como Air France, Alitalia e Ibéria.
(com agência Reuters)
Descrevemos na aula 1 o equilíbrio de mercado como sendo o momento pelo
qual a quantidade demandada é igual à quantidade ofertada. Assim, o
equilíbrio de mercado é a pedra fundamental na análise microeconômica da
economia empresarial.
54
Além disso, complementamos o estudo do equilíbrio examinando as bases da
demanda e vimos como as decisões de consumo determinam a quantidade de
produto a ser consumida pelos consumidores, dados, por exemplo, a renda e
os preços dos produtos, em função de uma dada sensibilidade que os
consumidores têm a estas variáveis.
Nesta aula 2, iremos transferir nossa atenção para o lado da oferta, mais
especificamente para quem gera a oferta, ou seja, as empresas, examinando
a produção e os rendimentos destas empresas. Logo após isso, passaremos a
analisar as diferentes estruturas de mercado e poderemos perceber que
existem mercados mais competitivos e outros com menor concorrência, como
no caso do setor aéreo brasileiro, como está no artigo anterior, e discutiremos
como esse assunto pode ajudá-los na tomada de decisões das suas
empresas.
Vamos, portanto, a nossa aula!
Objetivos:
1. Entender o que representa a função de produção e dos custos de
produção.
2. Destacar os diferentes tipos de rendimentos das firmas.
3. Apresentar as diferentes estruturas de mercado.
4. Compreender o papel da teoria dos jogos dentro das estratégias das
empresas.
55
Conteúdo
O Que Compõe a Curva de Oferta das Empresas
Toda e qualquer curva de oferta é composta, de uma maneira geral, pelas
condições da produção e dos custos de produção das empresas. Esta
discussão refere-se às peças fundamentais para a análise dos preços e do
emprego dos recursos (ou insumos) de produção que são os elementos
utilizados pelas empresas para produzir o seu produto final.
Desta maneira, define-se como:
a) Teoria da produção: as relações entre a quantidade produzida e as
quantidades de insumos utilizados.
b) Teoria dos custos de produção: as relações entre os preços dos
fatores de produção e a quantidade do produto das empresas.
Teoria da Produção
A produção é uma função da utilização dos fatores (ou recursos) utilizados no
processo produtivo. Neste sentido, chamamos de função de produção à
função que mostra a relação entre o volume (ou a quantidade) de recursos
de produção utilizados no processo produtivo com o volume (ou quantidade)
final de produto que pode ser obtido. Uma função de produção em sua forma
mais simples, coeteris paribus, pode ser demonstrada da seguinte maneira:
qx = f (K, N)/t14
Em que:
qx = quantidade de produção de um determinado produto X qualquer;
14
K = refere-se às máquinas, equipamentos, instalações e edificações, por exemplo, utilizados por uma
determinada firma para produzir o seu produto final.
N = capital humano, diz respeito à capacidade de trabalho e bem como empresarial que são utilizados
pela empresa para gerar a sua produção.
56
f = relação (ou função);
K = quantidade do fator de produção capital;
N = quantidade do fator de produção trabalho;
/t = determinado período (ou fluxo) de tempo (a curto ou longo prazo).
Nesse contexto, define-se como sendo:

Longo Prazo: ao período de tempo que demonstra quando todos os
fatores de produção são variáveis, em função do aumento do tamanho
da empresa.

Curto Prazo: ao período de tempo em que pelo menos um dos
recursos de produção está fixo, ou seja, não varia em função do nível
de produção15.
Análise da Produção em Longo Prazo
Conforme está colocado no quadro anterior, tem-se o longo prazo de uma
firma quando todos os fatores de produção são variáveis, isto é, não
existem fatores fixos de produção. Desta maneira, há uma questão central
que deve ser respondida, qual seja: quando variam ao mesmo tempo as
dotações de capital (K) e de trabalho (N), qual o impacto que pode ocorrer
sobre o volume (ou quantidade) de produção da empresa?
Como o longo prazo é o período de tempo em que todos os insumos podem
variar, inclusive o tamanho da empresa, isto dá origem aos conceitos de
economias (ou rendimentos) de escala, melhor colocando, diz-se que há:
•
Economias (ou rendimentos) de escala crescentes quando a variação
dos fatores de produção causa uma variação mais que proporcional na
quantidade de produção;
15
Nos livros de economia, geralmente, o capital (K) é considerado o fator fixo e o trabalho (N) o fator
variável a curto prazo.
57
•
Economias (ou rendimentos) de escala constantes se a variação dos
fatores de produção gera uma variação na mesma proporção da
quantidade de produção (ou do produto);
•
Economias
(ou
rendimentos)
de
escala
decrescentes
(também
chamadas de deseconomias de escala) quando a mudança dos fatores
de produção causa uma variação menos que proporcional no produto
da empresa.
Em função do que está escrito acima, percebe-se que, portanto, há o que
podemos conceituar como sendo rendimentos de escala. Tal conceito
exprime a forma ou a maneira pela qual a quantidade de produção (ou a
quantidade do produto) da empresa aumenta de acordo com a agregação dos
fatores de produção quando a empresa aumenta o seu tamanho no longo
prazo. Então, graficamente16, os tipos de rendimentos de escala podem ser
visualizados pela figura a seguir.
Fonte: Elaborado pelo autor.
16
Fonte: Vasconcellos e Garcia.
58
Análise da Produção em Curto Prazo
Como foi definido anteriormente, o curto prazo é o período no qual pelo
menos um dos fatores de produção é considerado fixo 17 . A partir daí
precisamos analisar o que acontece com a produção de uma firma caso se
varia a quantidade de um dos fatores de produção enquanto o outro fator
permanece fixo. O diagrama abaixo se refere a esta discussão, e o ponto
central da mesma é a definição conceitual da lei dos rendimentos
(marginais) decrescentes. Esta lei pode ser enunciada imaginando uma
empresa produtora, por exemplo, de produtos agrícolas e que serão mais
tarde enlatados para a comercialização.
A área de produção (K) é uma área de terra ampla e muito grande para ser
cultivada, não existindo, inicialmente, trabalhadores (N) para trabalhar nesta
área de terra. Entretanto, num primeiro estágio de produção (estágio I),
contrata-se um trabalhador para cultivá-la, rendendo certa quantidade de
produto para esta empresa. Como a área é ampla, a contratação de outro
trabalhador aumentará ainda mais a produção e podemos considerar que este
processo tenha uma continuidade, neste sentido, a produção neste primeiro
estágio cresce em proporções cada vez maiores.
Para um segundo estágio de produção (estágio II), chega-se até certo ponto
(momento) em que, dado o limite do fator de produção fixo (a terra), os
acréscimos da contratação de novos trabalhadores irão aumentar o nível de
produção, mas tal aumento se fará em proporções cada vez menores.
Em um terceiro estágio de produção (estágio III), chega-se a um ponto
(máximo) de trabalhadores pela área da terra, fazendo com que, pós este
ponto, a contratação de mais um trabalhador acabará reduzindo (ou
diminuindo) a produção da firma (da empresa).
17
Fator de produção fixo é aquele que a quantidade não é alterada em função do nível de produção.
Enquanto o fator variável é aquele cuja quantidade utilizada varia de acordo com o nível de produção.
59
A curva de produção total (q)18 do desenho abaixo reflete esses três estágios
de produção. Paralelo a isso, as curvas de produtividade marginal (PMg) e de
produtividade média (PMe) são construídas de acordo com a curva da
produção total (q). Assim, o formato dessas curvas se deve à lei dos
rendimentos (marginais) decrescentes. Cabe destacar que:
a) a produtividade média do trabalho (PMe) é a relação entre a produção
total (q) e o número de trabalhadores (N) utilizados na produção da
empresa, matematicamente, temos:
PMe = (q)/N
Pelo o que se percebe no gráfico abaixo, a PMe é inicialmente crescente,
atinge um máximo no emprego de trabalhadores e depois passa a ser
decrescente;
b) a produtividade marginal do trabalho (PMg) é a variação da produção
(Δq) derivada da variação no emprego do fator trabalho (ΔN),
matematicamente, temos:
PMg = (Δq / ΔN)
Como pode ser percebido no diagrama abaixo, a PMg é inicialmente
crescente, atinge um máximo no emprego dos trabalhadores (antes,
portanto, que a produtividade média) e depois passa a ser decrescente.
18
q = qx = quantidade de produção ou do produto final (X).
60
Fonte: Elaboração própria.
Segundo o gráfico anterior, podemos fazer algumas considerações
importantes. A primeira delas é que notamos que a curva da
produtividade média começa a ter uma inclinação para baixo depois de
ter sido cortada no seu ponto de máximo pela curva de produtividade
marginal. Se a PMg começa a cair, no momento em que esta passa a
ser menor que a PMe, estará puxando, portanto, esta última para
baixo. Na verdade, a produtividade marginal é o acréscimo no total
produzido pelo último trabalhador absorvido. Se a produtividade deste
for menor que a média de todos os trabalhadores absorvidos
anteriormente, se somente se, estará puxando esta média (total) para
baixo. Portanto:
» se PMg > PMe, PMe é crescente;
» se PMg = PMe, PMe é máxima;
» se PMg < PMe, PMe é decrescente.
A segunda consideração diz respeito ao momento em que no gráfico
visualizamos que quando a produtividade marginal começa a cair, a curva da
produção total (q) passa a ser convexa (era côncava até então). Esta inflexão
existente refere-se à passagem da fase da PMg crescente para a decrescente.
61
Paralelo a isso, observa-se que quando q é máxima, a PMg é igual a zero e
quando esta produtividade se torna negativa, q começa a cair.
Conceitos Básicos de Custos de Produção
Custos de Produção em Curto Prazo
Nesta seção, iremos ver o comportamento dos custos (de produção) da
empresa (ou da firma) associado à produção de uma determinada quantidade
de um dado produto (bem ou serviço). Neste caso, novamente, é utilizada a
distinção entre o curto e o longo prazos.
No caso do período de tempo de curto prazo, pelo menos um dos fatores de
produção está fixo e, neste sentido, o custo total (CT) da firma é formado
pela soma do custo associado à utilização do fator de produção fixo (CFT)
mais o custo pela utilização do fator de produção variável (CVT). Melhor
dizendo, esquematicamente, tem-se:
CT = CVT +CFT
O comportamento do custo de produção pode ser visto melhor a partir do
diagrama abaixo, em que:
62
Fonte: Elaboração do autor.
Como se pode observar pela figura anterior, o custo total (assim como o
custo variável, com exceção do custo fixo) tende a aumentar em função do
aumento da quantidade produzida. Uma vez que o tamanho da firma é
constante em curto prazo, a curva de custo total terá a mesma forma do
custo variável.
63
Perspectiva Internacional
Comparação de Custos em Diferentes Países
O custo de produzir um bem é diferente em cada país. Uma das razões é a
diferença acentuada nos custos dos insumos. Nos Estados Unidos, os custos
de mão de obra tendem a ser altos. Em muitos países emergentes, como no
caso do Brasil, o custo do capital é alto. Mas uma fonte importante de
diferença nas curvas de custos é a diferença de conhecimento ou informação.
Empresas em alguns países parecem ser sistematicamente mais eficientes
que empresas em outros países (...). Isto é, a quantidade de insumos
requerida para a produção de qualquer produto é menor.
Mickinsey,
uma
grande
firma
de
consultoria
internacional
(http://www.mckinsey.com), tem comparado a eficiência de empresas no
mesmo ramo de atividade em diferentes países e encontrado diferenças
marcantes. Comparando os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão, os
consultores da Mckinsey encontraram que, em quatro de cinco setores de
atividade que examinaram, o capital era menos eficiente no Japão e na
Alemanha do que nos EUA. Essas diferenças de eficiência têm várias origens.
Por exemplo, na indústria automobilística, o uso mais flexível de linhas de
montagem e uma cooperação mais estreita entre fornecedores de autopeças
e as montadores no Japão e nos EUA deu a esses países uma vantagem
sobre a Alemanha no uso mais eficiente dos insumos. No setor de
telecomunicações, as firmas dos EUA têm sido mais agressivas na oferta de
acesso telefônico barato e na criação de novos produtos e serviços inclusive
linha dupla, números de acesso gratuito e caixas de mensagem. Como
resultado, os americanos fazem mais chamadas telefônicas per capita do que
os consumidores japoneses ou alemães. Esse volume mais alto de chamadas
levou à utilização mais intensiva das linhas e conexões que formam a rede,
espalhando os custos fixos por uma quantidade muito maior de chamadas do
que no Japão ou na Alemanha.
Fonte: Raj Agrawal, Stephen Findley, Sean Greente, Kathryn Huang, Aly
Jeddy, William Lewis and Markus Petry, “Capital Productivity: Why the US
64
Leds and Why it Matters”, Mckinsey Quartely No. 3 (1996): 38-55. In: Stiglitz
& Walsh.
Por outro lado, se pegarmos a fórmula do custo total em curto prazo e
dividirmos pela quantidade produzida (q), teremos os custos médios, isto é:
CTMe = CVMe + CFMe . Ao mesmo tempo, se trabalharmos com a relação
entre a variação do custo total (ΔCT) com a variação da quantidade de
produção (Δq), tem-se o que é definido como custo marginal, sendo este o
custo de se produzir uma unidade a mais (extra) do produto da firma, ou
seja: CMg = (ΔCT / Δq)19.
Graficamente, verificamos os seguintes diagramas abaixo relacionando as
curvas de custos médios e de custo marginal.
19
Cabe destacar que os custos marginais não são influenciados pelos custos fixos (invariáveis a curto
prazo).
65
Fonte: Vasconcellos & Garcia.
Os formatos destas curvas estão relacionados ao que nós estudamos na
teoria da produção em curto prazo, ou seja, à lei dos rendimentos
decrescentes (ou dos custos crescentes). Mas cabe destacar que a primeira
figura acima mostra que o custo fixo médio (CFMe) é decrescente ao longo
do processo produtivo. Por quê? A explicação é simples, ou seja, o custo fixo
(CFT) permanece inalterado (invariável) e na medida em que se aumenta o
volume de produção, o CFMe irá diminuindo (tendendo a ter um valor igual a
zero). Como o custo total médio é o resultado da soma entre o custo fixo
médio e o custo variável médio, sendo o CFMe maior do que zero, o CTMe
será maior do que o CVMe, mas as duas curvas de CTMe e de CVMe tendem
a se aproximar em função do aumento de q.
Graficamente, as curvas de custo total médio, de custo variável médio e de
custo marginal são curvas com formatos em U. Isto quer dizer que,
inicialmente, estes custos são decrescentes, pois há pouca quantidade de
trabalho para uma grande quantidade de capital, o custo total cresce em
proporções cada vez menores e, neste sentido, há uma queda dos custos
médios (total e variável) e do custo marginal. Atinge-se um ponto de mínimo,
isto significa que se satura a utilização do capital (que é fixo). Após este
ponto, os custos são crescentes, pois a contratação de mais trabalho tende a
não trazer aumentos proporcionais de produção, melhor dizendo, o custo
66
total cresce em proporções cada vez maiores e os custos médios e marginal
são crescentes. A todo esse processo tem-se o que os economistas definem
como sendo a lei dos custos crescentes (em curto prazo).
Como complementação, é importante destacar que quando o custo marginal
for igual ao custo médio (total ou variável), a curva de custo marginal estará
cortando o ponto de mínimo da curva de custo médio. A partir daí, e,
portanto, segundo Vasconcellos e Garcia20 e conforme o gráfico acima:

se o custo marginal supera o custo médio (total e variável), isto quer
dizer que o custo médio estará crescendo;

se o custo marginal for inferior ao médio, significa que o custo médio
estará caindo.21
Custos de Produção em Longo Prazo
Em longo prazo, conforme já estudado por nós, todos os fatores de produção
são variáveis, incluindo o tamanho ou a dimensão da empresa. Neste sentido,
o custo total é igual ao custo variável: como CFT = 0 >>> CT = CVT; da
mesma forma, temos que: CTMe = CVMe , que chamaremos de CMeLp.
Sabendo-se que o comportamento dos custos de longo prazo está relacionado
ao tamanho ou dimensão (da planta de produção) para poder operar neste
espaço de tempo, a curva de custo médio total em longo prazo terá também
um formato em U. Este formato refere-se ao que os economistas e
administradores chamam de economias (tamanho) de escala, em que
todos os fatores de produção (inclusive a dimensão da empresa) estão
variando.
20
VASCONCELLOS, Marco Antonio S. & GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. São Paulo:
Saraiva, 2008.
21
É importante destacar que:
a) quando as curvas de PMe e PMg são crescentes, as curvas de CTMe e CMg são decrescentes;
b) quando as curvas de PMe e PMg são decrescentes, as curvas de CTMe e CMg são crescentes;
c) os pontos de máximo de PMe e PMg correspondem aos pontos de mínimo de CTMe e CMg.
67
Logo, em cada ponto da curva abaixo, de longo prazo, demonstra-se então
que a empresa tem um elenco de possibilidades de produção de curto prazo,
com diferentes escalas de produção (tamanho), que ela pode escolher no seu
planejamento de longo prazo.
Fonte: Vasconcelos e Garcia.
Pela figura acima ao nível do ponto A, temos o ponto de mínimo desta curva
de custo médio de longo prazo (CMeL), em que encontramos o tamanho
ótimo (ou a dimensão, ou a escala ótima) de produção da empresa, com
ganhos de produtividades. Porém, após este ponto de mínimo, o CMeL
começa a crescer, ou seja, apresenta-se depois deste ponto a existência de
economias de escala decrescentes (ou deseconomias de escala)22.
Assim, o ponto A representa a escala ótima da empresa, ou o tamanho ideal
para a empresa diante dos seus custos, já que representa custo médio de
produção. A quantidade q* não é apenas a produção ótima para determinada
22
Cabe destacar nesta nossa discussão a respeito de custos de produção, que embora as
curvas de custo médio de longo e de curto prazo tenham o mesmo perfil, ou seja, em U, elas
diferem no sentido de que o formato em curto prazo deve-se a chamada lei dos rendimentos
decrescentes (ou custos crescentes), a uma dada planta (ou escala) de produção. Enquanto
o formato da curva de longo prazo do CMeLp deve-se aos rendimentos de escala, quando
varia o tamanho da empresa.
68
dimensão de planta escolhida, mas expressa também a melhor dimensão de
planta, aquela que iguala o custo total médio de curto prazo e o custo
total médio de longo prazo. Expressa a combinação de custo mínimo.
Já estudamos na aula 1 a definição de mercado e como ele é composto.
Nesta seção, passaremos a apreciar o que é conceituado como estruturas de
mercado, pois o mercado não é de um tipo somente, mas apresenta formas
pelas quais podemos distingui-lo e observar como podemos tratar das
informações que iremos obter aqui relacionando-as com as estratégias da sua
empresa.
Segundo os livros de economia, estruturas de mercado são modelos que
captam aspectos de como os mercados estão organizados. Cada estrutura de
mercado destaca enfoques essenciais da interação da oferta e da demanda,
baseando-se em características observadas em mercados existentes. Em
todas as estruturas (definidas, de uma maneira geral, como estruturas
clássicas) as empresas são maximizadores de lucro23.
23
Para maximizar o lucro total, as empresas devem ter em conta tanto as receita total (RT)
como os custos totais (CT). Neste sentido, a maximização do lucro implica que a empresa
escolha um volume de produção tal que o rendimento (ou a receita) marginal e o custo
marginal sejam iguais, sendo que:
(∆RT/∆Q) = RMg = receita marginal = é o quanto uma unidade a mais produzida aumenta a
receita total.
(∆CT/∆Q) = CMg = custo marginal = é o quanto uma unidade a mais produzida aumenta o
custo total.
Logo, o lucro total é máximo, pela maior diferença positiva possível entre RT com CT e esta
maior diferença será possível na medida em que RMg = CMg.
Destaca-se que, sendo:
• RMg > CMg  há interesse de aumentar a produção, pois cada unidade adicional
fabricada aumenta o lucro;
• RMg < CMg  há interesse de diminuir a produção, pois cada unidade adicional que
deixa de ser fabricada aumenta o lucro;
• RMg = CMg  há a maximização do lucro.
69
Mas, de uma maneira geral, as estruturas de mercado são classificadas em
função de três características fundamentais, abaixo discriminadas:

tipo do produto, isto é, se é idêntico ou diferenciado;

número de empresas que compõem um determinado mercado;

se existem (ou não) barreiras à entrada de novas empresas no
mercado.
A partir destas características, as estruturas são organizadas com as
seguintes classificações: concorrência perfeita (ou concorrência pura),
monopólio, concorrência monopolista e oligopólio. Vamos, então, estudá-las
adequadamente, começando pela concorrência pura.
Concorrência Perfeita
Esta estrutura descreve o funcionamento equilibrado, ou ideal, de um
mercado servindo com base para o estudo de outras estruturas. O estudo da
concorrência perfeita é importante pelas inúmeras consequências derivadas
de suas hipóteses, que condicionam o comportamento dos agentes
econômicos em diferentes mercados. As hipóteses do modelo são, segundo
Krugman & Wells24:

Mercado atomizado: isto significa que o mercado em questão possui
“infinitos” vendedores e compradores, de forma que um agente, ou
seja, uma empresa isoladamente não consegue afetar o preço do
produto no mercado. Isso quer dizer que o preço de mercado é um
dado, melhor explicando, é fixado pelas inúmeras empresas e
consumidores, desta forma a empresa é tomadora de preços.

Produtos são homogêneos: denota-se que todas as empresas, isto
é, as firmas oferecem produtos em que não há diferenças, por
24
KRUGMAN, Paul & WELLS, Robin. Introdução à economia. Editora Campus.
70
exemplo, de embalagem e qualidade nesse mercado, os produtos são
substitutos perfeitos entre si; dessa forma não pode haver preços
diferentes no mercado. Os compradores são indiferentes em relação às
firmas no momento de adquirir algum produto.

Grande mobilidade de firmas: total liberdade de entrada (assim
como de saída) das empresas, isto permite que firmas menos
eficientes saiam do mercado e que nele ingressem firmas mais
eficientes.

Transparência de mercado: todas as empresas (assim como os
consumidores) têm acesso a toda e qualquer informação relevante
sobre os preços, a qualidade, os custos, as receitas e os lucros dos
concorrentes.

Lucros: em curto prazo e em longo prazo, o lucro é normal devido à
entrada de novas firmas no mercado25.

Exemplo aproximado: hortifrutigranjeiros.
Monopólio
É uma estrutura que pode ser definida como sendo um caso extremo de
concorrência imperfeita 26 e se distingue como sendo uma única empresa
25
Uma empresa obtém lucros normais quando RT = CT, em que LT = 0, isto é, diz-se que a
empresa obtém lucros normais ou contábeis, pois o custo total compreende todos os custos
de produção, inclusive o custo de oportunidade do capital e os serviços de gestão prestados
pelos proprietários da empresa; quando isso acontece, o preço unitário do produto (P) é igual
ao custo total médio (CTMe). Mas quando a empresa obtém lucros extraordinários, RT > CT,
neste caso, P > CTMe.
26
As empresas que integram um mercado de concorrência imperfeita são capazes de afetar
o preço de mercado agindo individualmente.
71
vendedora que controla um determinado setor (ou mercado). Suas
características básicas são, portanto, conforme Krugman & Wells27:

Estado de um mercado em que não existe concorrência na oferta,
entretanto, há concorrência entre os consumidores.

O setor é constituído de uma única empresa vendedora, porque
realiza toda a produção, ou seja, situação em que uma firma domina
sozinha a produção (ou comércio) de uma matéria-prima, de um bem
(material ou imaterial) e que, por isso, acaba estabelecendo, à vontade, o
preço do seu produto.

Seu produto não tem substitutos próximos devido à alta escala de
produção (ou elevada economia de escala) e, com isso, consegue gerar
barreiras à entrada de novas firmas, mantendo seus concorrentes em
potencial afastados.

Diferente da concorrência pura, há lucros extraordinários tanto em
curto, quanto em longo prazo.
Destaca-se que barreiras à entrada de novas firmas podem ser administradas
pelo monopolista através do controle sobre o fornecimento da matéria-prima
(como no caso das minas de bauxita pelas empresas produtoras de alumínio);
por meio de barreiras legais como registros de patentes e também através de
licenças e concessões governamentais, entre outras formas. Ao mesmo tempo
chama-se a atenção que, em muitas circunstâncias, o monopólio é a estrutura
mais apropriada para a produção de certos bens como acontece com os
monopólios do governo, por exemplo, os Correios e a CEDAE. A legislação da
maioria dos países proíbe o monopólio, com exceção dos exercidos pelo
Estado, geralmente em setores estratégicos.
27
KRUGMAN, Paul & WELLS, Robin. Introdução à economia. Editora Campus.
72
Concorrência Monopolista e Oligopólio
Concorrência perfeita e monopólio são casos que podemos considerar como
extremos, pois no primeiro, há plena liberdade de entrada (e saída) das
empresas, sendo um mercado com um número “infinito” de firmas ofertantes.
Já o monopólio é o contrário da concorrência perfeita, pois há total barreira à
entrada de novas firmas e no mercado só há uma empresa produtora.
No mundo atual, o que prevalece é justamente estas duas estruturas de
mercado, isto é a concorrência (ou competição) monopolista e o oligopólio.
Nesse sentido, as empresas de concorrência monopolista produzem
bens (materiais ou imateriais) parecidos, mas diferenciados, como no
caso dos eletrodomésticos, que podem ser distinguidos pelas marcas, por
exemplo.
Graças a tal diferenciação dos bens, a empresa de concorrência
monopolista possui certo grau de manobra sobre o preço do
produto, o que lhe confere assim um ligeiro poder monopolista e gerando
em curto prazo lucros extraordinários, como no caso do monopólio. Por
outro lado, como neste mercado há grande mobilidade de entrada de
empresas, gera-se uma dada concorrência, esta acaba se dando pelas marcas
e pela publicidade, assim como por variações no preço e que em longo prazo
acaba gerando para a empresa um lucro normal, como acontece com as
empresas de concorrência perfeita.
Já o oligopólio é a estrutura de mercado em que a maior parte da oferta é
realizada por poucas empresas, cada uma delas capaz de influenciar o preço
de mercado com suas próprias atividades. Sendo assim, suas principais
características são:

Pequeno número de empresas;

Interdependência entre as empresas;

Consideráveis obstáculos à entrada de empresas;
73

Produto, em geral, diferenciado, mas não necessariamente;

Concorrência extrapreço como no caso da diferenciação do produto,
propaganda e serviços especiais.
Destaca-se que, quando um mercado é constituído por um oligopólio, as
empresas tomam consciência de sua interdependência. Esta interdependência
é uma característica específica do oligopólio, ou seja, não é da concorrência
perfeita, não é do monopólio e nem da concorrência monopolista, e é
composta por estratégias, isto é, surgem quando os planos de cada empresa
dependem da conduta de seus concorrentes.
Foi essa interdependência ou interação que inspirou o desenvolvimento da
teoria dos jogos (que veremos a seguir na próxima seção desta aula). Neste
sentido, pode-se dizer que a característica básica do oligopólio é a
interdependência das ações de seus participantes. Qualquer decisão de uma
das empresas, como por exemplo, uma redução dos preços, afeta a situação
das demais e é muito provável que estas reajam à decisão inicial, alterando a
situação de partida da empresa que decidiu reduzir o preço, de forma que
esta poderia por sua vez reagir, e assim por diante.
Por essa razão, é lógico que as empresas automobilísticas, companhias
aéreas e de telecomunicações, por exemplo, na hora de tomar qualquer
decisão, levem em conta a reação da concorrência, o que ocasiona os
comportamentos
estratégicos.
Por
este
contexto,
qualquer
empresa
oligopolista pode utilizar como variável estratégica a quantidade do produto
que deseja lançar no mercado, ou o preço ao qual deseja vendê-lo.
Teoria dos jogos, sua importância: geradora de estratégias das
empresas oligopolistas
No mundo real, seja no Brasil, seja em outro país, as decisões tomadas por
uma empresa oligopolista afetam o comportamento de seus concorrentes.
74
Neste sentido, as decisões de uma empresa são fundamentais para a
estratégia das demais empresas. Na economia empresarial, o principal
instrumento para analisar as interações entre as decisões das empresas é a
chamada teoria dos jogos.
Mas o que é um jogo? Vejamos um exemplo de jogo retirado de Pindyck &
Rubinfeld28 . Melhor colocando, vamos supor que duas empresas A e B (ou
seja, um mercado com duopólio) vendem produtos concorrentes e estejam
decidindo se irão ou não empreender campanhas de propaganda. Os
resultados encontrados são ilustrados a seguir na matriz de lucros para o jogo
da propaganda.
EMPRESA B
Faz
EMPRESA
Propaganda
B
Não faz
Propaganda
Faz
Não faz
Propaganda
Propaganda
10,5
15,0
6,8
10,2
O que a matriz nos diz? Esta matriz informa que se a empresa A fizer
propaganda e a empresa B também fizer propaganda, então a empresa A terá
R$ 10,00 de lucro e a empresa B terá R$ 5,00 de lucro. Se a empresa A fizer
propaganda e a empresa B não fizer, ela ganhará R$ 15,00, enquanto a B
nada obterá de lucro, ou seja, o seu “lucro” será igual a R$ 0,00 (zero). Mas
qual será a melhor estratégia para as empresas A e B? Esta é a questão
central da teoria dos jogos.
28
PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. São Paulo: Pearson, 2010. p.
428-429.
75
Vamos ver em primeiro lugar a situação da empresa A. Se esta empresa fizer
propaganda e B também fizer, ela, conforme dito anteriormente, ganhará R$
10,00. Entretanto, se ela não fizer propaganda e a empresa B fizer, ela
ganhará apenas R$ 6,00. Desta forma, verificamos que para a empresa A
fazer propaganda é a melhor estratégia. Mas, por outro lado, se a empresa A
fizer propaganda e B não fizer, ela ganhará R$ 15,00. No entanto, se ambas
não fizerem propaganda, a empresa A ganhará R$ 10,00 e a empresa B só
obterá R$ 2,00. Novamente, verifica-se que para a empresa A é melhor
investir em propaganda.
É importante destacar que para a empresa A é melhor investir em
propaganda do que não investir independente da ação da estratégia da
empresa B. Neste caso, diz-se que fazer propaganda é uma estratégia
dominante para a empresa A. Mas devemos notar, por essa matriz, que
fazer propaganda é também uma estratégia dominante para a empresa B.
A solução do jogo será fazer propaganda. A empresa A terá R$ 10,00 de lucro
e a empresa B irá obter R$ 5,00 de lucro.
Uma estratégia é dominante quando é a ideal para uma empresa (ou um
jogador) independente do que possa fazer a sua concorrente (ou o seu
concorrente). No entanto, nem sempre um jogo tem estratégia dominante
para as duas empresas. Uma pequena alteração permite compreender melhor
esta condição, isto é, vejamos a próxima matriz (modificada).
EMPRESA B
Faz
EMPRESA
Propaganda
A
Não faz
Propaganda
Faz
Não faz
Propaganda
Propaganda
10,5
15,0
6,8
20,2
76
A única diferença agora comparativamente à matriz anterior refere-se à
condição pela qual a empresa A não faz propaganda se B também não
fizer e, neste caso, a empresa A, portanto, irá lucrar R$ 20,00. Neste lance, a
empresa A não terá estratégia dominante. Por quê? Pois sua estratégia
dependerá da ação da empresa B. Desta forma, se a empresa B fizer
propaganda, a melhor ação para a A será fazer propaganda; porém, se a
empresa B não fizer propaganda a melhor ação para a empresa A será não
investir em propaganda, já que ela teria um lucro de R$ 20,00.
Qual a solução desse jogo? A ação da empresa A depende da estratégia da
empresa B. A empresa A terá de se colocar na posição da empresa B. A
empresa B tem estratégia dominante, qual seja, fazer propaganda. Portanto,
a empresa A sabe que a melhor estratégia para B será fazer propaganda. A
empresa A sabe que a empresa B irá fazer propaganda. Neste caso, a melhor
opção que a empresa A pode fazer é investir em propaganda, ou seja, é
melhor ganhar R$ 10,00 do que R$ 6,00. O equilíbrio é mantido, ambas as
empresas fazem propaganda.
A empresa B tem em nosso exemplo uma estratégia dominante. A
empresa A não tem. Sua ação depende do que a B fizer. Este exemplo
permite incorporar um importante conceito da teoria dos jogos, ou seja, o
chamado equilíbrio de Nash. Pindyck e Rubinfeld definem o equilíbrio de
Nash como sendo “(...) um conjunto de estratégias ou ações no qual cada
jogador estará fazendo o melhor que pode em função das ações de seus
componentes (...)”. O exemplo da segunda matriz apresenta um equilíbrio de
Nash, pois ambas fazem propaganda.
77
Abaixo, portanto, temos a comparação dos conceitos de estratégia dominante
e equilíbrio de Nash, isto é:

Na estratégia dominante: A empresa está fazendo o melhor que pode
independente do que a outra empresa esteja fazendo;

No equilíbrio de Nash: A empresa está fazendo o melhor que pode em
função daquilo que a outra empresa está fazendo29.
29
É importante colocar que não necessariamente um jogo de estratégias tenha apenas um
equilíbrio de Nash, ou seja, é possível, por sinal, que um jogo apresente mais do que um
equilíbrio de Nash. Por exemplo, vamos supor que duas empresas XYZ e KLM estão dispostas
a lançar um tipo de chocolate. Essas duas empresas têm duas possibilidades, ao leite ou
crocante. Não obstante, se ambas lançarem o mesmo produto (seja ao leite, seja crocante ao
mesmo tempo), elas terão prejuízo, pois a concorrência pode levar a uma competição danosa
para estas empresas. Entretanto, se essas empresas optarem, cada uma delas, por produtos
diferentes (XYZ ao leite e KLM crocante, ou XYZ crocante e KLM ao leite), elas terão lucros.
Isso acaba gerando uma divisão e um equilíbrio de mercado e este equilíbrio é um equilíbrio
de Nash, ou seja, em função da estratégia da oponente, cada empresa está fazendo o melhor
que pode em função do que a outra esteja fazendo. No Brasil, por exemplo, isso é visto por
meio do que chamamos por cartel tácito, em que fica claro que cada uma das firmas usará
estratégias com o fim de maximizar o seu lucro, dada a estratégia da outra companhia.
78
Material complementar
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na
Internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Além
disso, na biblioteca do seu pólo/campus presencial você também
pode ler:
KRUGMAN, Paul & WELLS, Robin. Introdução à economia. Rio de
Janeiro: Campus/Elsevier, 2007. Caps. 13, 14 e 15.
PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. São
Paulo: PEARSON, 2010. Caps. 12 e 13.
VASCONCELLOS,
Marco
Antonio
S.
&
GARCIA,
Manuel
E.
Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2008. Cap. 6.
Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor
utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem,
seja presencialmente ou através da central de mensagens e/ou
participando ativamente do nosso fórum temático.
.
79
Atividade proposta
Leia com atenção a reportagem a seguir, divulgada no jornal Valor Econômico
em 02/08/2012:
Cinco bancos têm 80% do crédito
Valor – 02/08/2012
De cada R$ 100 emprestados no Brasil, R$ 80,34 foram desembolsados por
apenas cinco bancos: Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa
Econômica Federal e Santander.
Os números, que levam em conta o estoque de crédito atual, mostram o
maior nível de concentração bancária dos últimos dez anos e, provavelmente,
desde sempre. Há uma década, as cinco maiores instituições não tinham nem
60% do estoque de crédito do país. De cada R$ 100 desembolsados, eram
responsáveis por R$ 58,66, segundo dados do Banco Central elaborados pelo
Valor.
Não é apenas nos empréstimos e financiamentos que a predominância do
"grupo dos cinco" é crescente. Em ativos totais e depósitos, o fenômeno se
repete (...). Mas é no crédito que a concentração costuma provocar mais
chiadeira por parte dos tomadores.
Em recente entrevista ao Valor, o presidente de uma grande distribuidora de
energia comentou que a quantidade de grandes bancos ficou tão diminuta
que as empresas não podem mais se indispor com nenhum deles,
principalmente em momentos de turbulência.
Sempre que um banco compra ou se funde com outro, a reclamação das
empresas é a mesma.
80
Quando se fala em limite de crédito, a regra matemática não funciona: um
mais um nunca é igual a dois. A disponibilidade de crédito dada por dois
bancos separados não corresponde ao mesmo volume que eles passam a
oferecer quando se unem. As empresas também avaliam que o poder de
barganha delas em relação ao custo do dinheiro cai.
Desde 2008, não foram poucos – nem pequenos – os casos de fusão e
aquisição no setor bancário que colaboraram para a maior concentração de
ativos, crédito e depósitos nas mãos dos cinco maiores bancos do país. A
largada foi dada quando o Santander assumiu o Real, em 2008. Pouco depois,
Itaú e Unibanco fundiram suas operações, criando o maior banco brasileiro.
Em seguida, o Banco do Brasil ficou com a Nossa Caixa e, em 2009, ainda
comprou metade do Banco Votorantim.
Mais recentemente, em julho, Itaú e BMG se uniram em um novo banco para
ofertar crédito consignado. O empréstimo com desconto direto na folha de
pagamento era uma das poucas modalidades de crédito de varejo que ainda
tinha bancos médios especializados como concorrentes, mas que está cada
vez mais ficando nas mãos dos grandes bancos. O Cruzeiro do Sul, por
exemplo, está sob intervenção do Banco Central e pode acabar sob o controle
de uma instituição do "grupo dos cinco" ou liquidado.
Não são, porém, apenas as fusões e aquisições que explicam a concentração
cada vez mais intensa do crédito. Dentro desse "grupo dos cinco", os
protagonistas da aglutinação são os bancos públicos, que cresceram
principalmente de forma orgânica. Se, em 2002, Banco do Brasil e Caixa eram
responsáveis por R$ 25,83 de cada R$ 100 emprestados, hoje eles
respondem por R$ 39,08, ou R$ 13,25 a mais, sem se considerar o BNDES.
No mesmo período, as três maiores instituições privadas avançaram bem
menos juntas, R$ 8,43.
81
Até o fim do ano, a expectativa é que o quinhão dos bancos públicos cresça
ainda mais. Em um ano de baixo crescimento econômico, em que o governo
deflagrou uma batalha pela redução dos spreads no Brasil, Caixa e BB
seguem crescendo mais do que a média de sistema financeiro, abocanhando
– mesmo que temporariamente – fatias de mercado. (...) Ao mesmo tempo,
Bradesco e Itaú Unibanco reduziram a previsão de expansão do crédito no
ano.
Apesar do rápido fortalecimento do "grupo dos cinco", o Banco Central
considera que a concorrência continua em "nível adequado". Pelas métricas
da autoridade, que seguem um cálculo internacional (Índice de HerfindahlHirschman30), o patamar de concentração ainda está na categoria moderada.
"O setor segue competitivo, gerando as eficiências que asseguram o seu
regular funcionamento e a adequada prestação de serviços aos usuários",
afirma a autoridade por meio de uma nota.
Mas é inegável que a autoridade tem lançado mão recentemente de algumas
medidas para evitar uma concentração excessiva. O Banco Central cita entre
as decisões tomadas para estimular a concorrência bancária a padronização
das tarifas cobradas, a portabilidade do crédito e a proibição de assinaturas
de contratos de exclusividade na prestação de serviços. Em abril, a autoridade
publicou uma circular explicitando que em fusões e aquisições pode exigir que
os
bancos
aceitem
determinações
no
sentido
de
eliminar
efeitos
anticoncorrenciais. Na aquisição da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, o BC já
chegou a atuar nesse sentido.
30
O Índice de Herfindahl-Hirschman (IHH) é calculado como a soma do quadrado da participação
(porcentagem) de cada uma das 50 (ou de todas, se forem menos de 50) maiores empresas no mercado
(ou no setor). Este índice proporciona informações sobre a dispersão do tamanho das empresas no
mercado ou no setor.
82
O "nível adequado" apontado pelo Banco Central brasileiro, entretanto,
provavelmente deixaria muitos americanos de cabelo em pé. Nos Estados
Unidos, onde muito se fala dos bancos grandes demais para quebrar – os
chamados "too big to fail" –, as cinco maiores instituições financeiras
possuíam ativos totais equivalentes a 51% do PIB daquele país em 2007,
antes do estouro da crise financeira. Naquele mesmo ano, os ativos dos cinco
maiores
banco
do
Brasil
representavam
57%
do
PIB
doméstico.
Mas embora os EUA tenham sido o epicentro da crise e visto uma série de
fusões entre instituições de grande porte antes e depois da quebra do
Lehman Brothers, a desalavancagem que se sucedeu fez com que os cinco
maiores bancos daquele país tivessem, em março, ativos que correspondiam
a 56% do PIB de 12 meses até a mesma data, indicando uma pequena
elevação ante 2007.
No Brasil, o aumento da concentração foi muito maior, com a fatia dos
ativos do "grupo dos cinco" atingindo 86% do PIB brasileiro, uma alta de
quase 30 pontos percentuais.
Com base no artigo do Jornal Valor Econômico, como você avalia a condição
da estrutura, conduta e eficiência de mercado do setor bancário no Brasil?
Referências
KRUGMAN, Paul & WELLS, Robin. Introdução à economia. Rio de Janeiro:
Campus/Elsevier, 2007. Caps. 13, 14 e 15.
PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Microeconomia. São Paulo:
PEARSON, 2010. Caps. 12 e 13.
VASCONCELLOS, Marco Antonio S. & GARCIA, Manuel E. Fundamentos de
economia. São Paulo: Saraiva, 2008. Cap. 6.
83
Exercícios de fixação
Questão 1
Vamos supor uma empresa em Bela Vista (no Bexiga) em São Paulo que
fabrica biscoitos (no mercado de concorrência perfeita). Esta empresa está
produzindo no curto prazo, cuja fábrica contém máquinas e equipamentos
preexistentes. Conforme o número de trabalhadores, a empresa observou os
seguintes níveis de produção (em mil unidades/mês) e as respectivas
produtividades médias e marginais.
N
Q
PMe
PMg
1
10
10
---------
2
18
9
8
3
24
8
6
4
28
7
4
5
30
6
2
6
28
4,7
-2
7
25
3,6
-3
Em função das informações dadas, leia as proposições a seguir e assinale a
alternativa correta.
I.
A produtividade média do trabalho (PMe) é dada por Pme = (Q/N). Já
a produtividade marginal do trabalho (PMg) é formada por PMg =
(∆Q/∆N).
II.
Conforme o quadro anterior, podemos verificar que o processo
produtivo apresenta rendimentos decrescentes para o fator trabalho, o
que é característico das funções de produção dotadas na medida em
que há pelo menos um fator de produção que seja fixo. Cada unidade
a mais de trabalho a ser utilizado acaba produzindo um aumento
menor de produção do que a unidade anterior.
84
III.
A produtividade marginal negativa do trabalho pode surgir em
decorrência de uma superlotação ocorrida na empresa de fabricação
de biscoitos. À medida que mais trabalhadores utilizam os mesmos
recursos fixos de capital, eles passam “a tropeçar uns nos outros”,
diminuindo assim a quantidade produzida.
a) I, II e III são falsas.
b) I, II e III são verdadeiras.
c) I e II são verdadeiras e III é falsa.
d) I e III são verdadeiras e II é falsa.
e) II e III são verdadeiras e I é falsa.
85
Questão 2
Vamos supor que você seja um empresário e abra uma franquia de produção
de cosméticos, de acordo com as fórmulas e das informações evidenciadas no
quadro em questão, leia as proposições a seguir e assinale a alternativa
correta.
CT = CVT + CFT
CTMe = CVMe + CFMe
CMg = (∆CT/∆Q)
RT = receita total = preço unitário (P) x a quantidade de produção (Q)
RMg = receita marginal = (∆RT/∆Q)
LT = lucro total = RT – CT
Q
CFT
3,0
CVT
LMg = lucro marginal = (∆LT/∆Q)
CT
CFMe CVMe CMe
CMg
P
RT
30,00 15,00
45,00
10,00 5,00
15,00 ------- 5,00 15,00
6,0
30,00 24,00
54,00
5,00
4,00
9,00
3,00
5,00 30,00
9,0
30,00 30,00
60,00
3,33
3,33
6,67
2,00
5,00 45,00
12,0 30,00 33,00
63,00
2,50
2,75
5,25
1,00
15,0 30,00 39,00
69,00
2,00
2,60
4,60
18,0 30,00 48,00
78,00
1,67
2,67
21,0 30,00 60,00
90,00
1,43
24,0 30,00 75,00
27,0 30,00 93,00
LT
RMg
30,00
-
-------
LMg
------
5,00
2,00
5,00
3,00
5,00 60,00
-3,00 5,00
4,00
2,00
5,00 75,00
6,00
5,00
3,00
4,33
3,00
5,00 90,00
12,00 5,00
2,00
2,86
4,29
4,00
5,00 105,00 15,00 5,00
1,00
105,00 1,25
3,13
4,38
5,00
5,00 120,00 15,00 5,00
0,00
123,00 1,11
3,44
4,56
6,00
5,00 135,00 12,00 5,00
30,0 30,00 114,00 144,00 1,00
3,80
4,80
7,00
5,00 150,00 6,00
33,0 30,00 138,00 168,00 0,91
4,18
5,09
8,00
5,00 165,00 -3,00 5,00
24,00
15,00
5,00
86
1,00
2,00
3,00
I.
O nível de produção em que ocorre a maximização do lucro total da
empresa é Q = 24, pois neste nível a RMg = CMg e o LT = 15,00.
II.
Os níveis que vale a pena a produção crescer são de Q = 3 até Q = 24,
pois cada unidade a mais de trabalhador a ser absorvido pela empresa
gera uma receita marginal maior do que o custo marginal, pois faz o
resultado dos rendimentos evoluírem significativamente.
III.
Apesar de levar um prejuízo de Q = 3 até Q = 12, a receita marginal é
maior do que o custo marginal, ou seja, neste espaço cada unidade a
mais a ser produzida gera uma receita maior do que o seu custo, neste
caso a empresa pode operar no curto prazo apesar de levar certo
prejuízo.
IV.
Não há o porquê de a empresa fechar, já que é uma franquia nova e
mesmo tendo prejuízo total no início em função do seu custo fixo, cada
unidade a mais irá gerar um rendimento maior do que o seu custo.
a) I, II, III e IV são verdadeiras.
b) I, II, III e IV são falsas.
c) I, II e III são verdadeiras e IV é falsa.
d) I e II são verdadeiras e III e IV são falsas.
e) I e II são falsas e III e IV são verdadeiras.
87
Questão 3
Pelo quadro e o gráfico a seguir, observamos a produção de pizzas da
empresa YTY Pizzas.
Quantidade de Quantidade
PMg
Custo
Total das
Custo marginal
Total das
Funcionários
de Pizzas
Trabalho
0
0
-------
800,00
---------
--------
1
200
200
1450,00
3,25
7,25
2
450
250
2100,00
2,60
4,67
3
550
100
2750,00
6,50
5,00
4
600
50
3400,00
13,00
5,67
5
625
25
4050,00
26,00
6,48
6
640
15
4700,00
43,33
7,34
Pizzas
das Pizzas
Custo Médio
Pizzas
Analise as afirmativas abaixo e marque a CORRETA.
a) A produtividade marginal e o custo marginal são crescentes para os
dois primeiros funcionários, respectivamente.
b) A produtividade marginal e o custo marginal são decrescentes para os
dois primeiros funcionários, respectivamente.
c) Para os quatro últimos funcionários contratados, a produtividade
marginal é igual ao custo marginal.
88
d) Enquanto o custo marginal estiver abaixo do custo total médio, o custo
total médio é decrescente.
e) Quando a produtividade marginal aumenta, o custo médio também
aumenta.
Questão 4
Leia atentamente as considerações a seguir sobre custos de produção e
assinale a afirmativa CORRETA.
a) Os custos marginais representam o custo mais importante para a
tomada de decisão de um gestor sobre o nível de produção a ser
realizado, pois o custo marginal é o aumento do custo total necessário
para produzir mais uma unidade de produção.
b) A curva de custo marginal no curto prazo, que relaciona o custo
marginal ao produto, geralmente tem forma de U (ou seja, inicialmente
cai para depois subir). Desta forma, no intervalo dos custos marginais
decrescentes reflete uma produtividade marginal também decrescente.
c) No curto prazo, há custo fixo total e este permanece constante quando
o produto aumenta, entretanto, o custo variável e o custo total
diminuem de acordo com o aumento do custo marginal quando se
produz uma unidade a mais desse produto.
d) O custo variável total é o resultado da soma dos custos marginais, se
somente se, o custo total for igual ao custo variável total e diferente do
valor do custo fixo total, já que este último não varia em função da
produção em curto prazo.
e) O custo marginal é o valor acrescentado ao custo total. Quando o
acréscimo ultrapassar a média, a média vai diminuir, dado que esta
análise discute os custos em longo prazo para a tomada de decisão do
gestor.
89
Questão 5
Observe as proposições abaixo e assinale a alternativa CORRETA.
I.
Os conceitos de curto e longo prazo referem-se à perspectiva temporal
dos planos da empresa e guardam relação com a possibilidade de
modificar os fatores fixos e reduzir custos de produção.
II.
A produção implica a utilização de “inputs”, fatores produtivos,
matérias-primas e produtos intermediários, o que gera custos. Tais
custos dependerão da remuneração e da quantidade dos fatores
empregados.
III.
A receita total de uma empresa sendo inferior ao custo total e,
portanto, a empresa incorre em perdas, isso significa também que, em
termos unitários, essa situação diz respeito ao preço do produto ser
menor do que custo total médio.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira
c) I é falsa e II e III são verdadeiras.
d) I, II e III são verdadeiras.
e) II e III são falsas e I é verdadeira.
90
Questão 6
Observe
o
gráfico
abaixo
retirado
de
<http://www.brasil-economia-
governo.org.br/2012/08/27/por-que-a-producao-industrial-nao-cresce-desde2010/>:
Segundo o site, durante a fase aguda da crise de 2008, ocorreu uma implosão
da produtividade média do trabalho. A produção caiu mais do que o nível de
emprego ocorrendo um ajuste pequeno nas horas trabalhadas por
trabalhador. Vários fatores, mas principalmente o colapso temporário do
crédito que se seguiu à quebra do Lehman Brothers nos EUA, explicam por
que a queda da produção e da produtividade por trabalhador foi tão intensa e
tão rápida. Quem continuou trabalhando manteve os salários reais, em parte
devido à pequena variação das horas trabalhadas por trabalhador, mas em
parte porque o setor de serviços sofreu muito pouco durante a crise,
mantendo o nível de emprego e impedindo o crescimento maior da taxa de
desemprego.
91
Sendo assim, podemos observar que a produtividade e o custo com o fator
variável apresentou um perfil cíclico devido à crise que ocorreu nos EUA e se
espalhou no mundo inteiro atingindo setorialmente e individualmente as
empresas brasileiras. A partir daí, no que diz respeito às produtividades e
custos, leia com atenção as afirmativas abaixo e assinale a CORRETA.
a) Maior produtividade média por trabalhador envolve maior custo
variável médio por trabalhador e maior emprego proporcional por
trabalhador.
b) Menor produtividade média por trabalhador envolve menor custo
variável médio por trabalhador e menor emprego por trabalhador.
c) Maior produtividade média por trabalhador envolve menor custo
variável médio por trabalhador e maior emprego proporcional por
trabalhador.
d) Maior produtividade média por trabalhador envolve menor custo
variável médio por trabalhador e menor emprego proporcional por
trabalhador.
e) Menor produtividade média por trabalhador envolve maior custo
variável médio por trabalhador e maior emprego proporcional por
trabalhador.
92
Questão 7
Leia atentamente as afirmativas abaixo que dizem respeito aos rendimentos
de longo prazo de uma empresa e assinale a alternativa CORRETA.
a) Os rendimentos de escala refletem a resposta da produção total de
uma empresa quando pelo menos um dos fatores de produção, em
longo prazo, está fixo proporcionalmente aos outros fatores.
b) A produção de uma firma no longo prazo mostrará rendimentos de
escala crescentes conforme o incremento proporcional dos fatores, o
que acaba provocando um resultado menor do nível de produção
comparativamente ao incremento destes fatores.
c) No longo prazo, as empresas individualmente têm a possibilidade de
alterar a quantidade de todos os fatores empregados na produção,
inclusive o fator (ou insumo) de produção capital (máquinas,
equipamentos etc.).
d) Quando existem rendimentos constantes de escala, ou seja, em longo
prazo, a quantidade dos fatores utilizados e a quantidade obtida do
produto variam em proporções extremamente diferentes.
e) Em longo prazo, quando o custo marginal é inferior ao custo total
médio, isso significa dizer que a empresa está com rendimentos
decrescentes na utilização dos fatores variáveis e crescentes dos
fatores fixos.
93
Questão 8
Um determinado grupo, no ramo de alimentos, constatou que, para a
produção em longo prazo dos produtos A, B e C, ele iria se deparar com os
perfis dos gráficos abaixo.
Em função dos gráficos que apresentam economias de escala, podemos dizer
que (marcando a alternativa CORRETA), ou seja, na ampliação da fabricação
do produto:
a) A, a empresa terá rendimentos decrescentes visto que o custo médio
de longo prazo (CMeL) irá cair apresentando aumento de produção
proporcionalmente em escalas menores.
b) B, a empresa terá rendimentos decrescentes visto que o custo médio
de longo prazo (CMeL) irá aumentar apresentando aumento de
produção proporcionalmente em escalas maiores.
c) C, a empresa terá rendimentos decrescentes visto que o custo médio
de longo prazo (CMeL) irá se manter constante apresentando aumento
de produção proporcionalmente em escalas menores.
d) A, a empresa terá rendimentos crescentes visto que o custo médio de
longo prazo (CMeL) irá cair apresentando aumento de produção
proporcionalmente em escalas maiores.
94
e) C, a empresa terá rendimentos crescentes visto que o custo médio de
longo prazo (CMeL) irá se manter constante apresentando aumento de
produção proporcionalmente em escalas maiores.
Questão 9
Sabendo-se que:
RT = receita total; CT = custo total; RMe = receita média; CTMe = custo
total médio;
RMg = receita marginal;
CMg = custo marginal;
LT = lucro
total; LMg = lucro marginal
Na
análise
microeconômica
da
economia
empresarial,
dada
a
sua
concorrência, uma firma tenderá a maximizar os seus lucros, quando
(assinalando a alternativa correta):
a) RT > CT; RMe > CTMe; RMg = CMg; LT positivo; LMg igual a zero.
b) RT > CT; RMe > CTMe; RMg > CMg; LT positivo; LMg igual a zero.
c) RT > CT; RMe > CTMe; RMg < CMg; LT positivo; LMg igual a zero.
d) RT > CT; RMe > CTMe; RMg = CMg; LT positivo; LMg positivo.
e) RT > CT; RMe > CTMe; RMg > CMg; LT positivo; LMg positivo.
95
Questão 10
Dada uma empresa que tenha perdas pelo seu nível de produção e se
compararmos estas perdas com os custos fixos, entre outras alternativas, a
empresa pode obter (assinalando a alternativa CORRETA):
a) Perdas menores que os custos fixos e, nesta situação, se dará quando
o custo variável for menor que a receita total, ou seja, quando o custo
variável médio for menor que o preço do produto.
b) Perdas menores que os custos fixos e, nesta situação, se dará quando
o custo variável for maior que a receita total, ou seja, quando o custo
variável médio for igual ao preço do produto.
c) Perdas maiores que os custos fixos e, nesta situação, se dará quando o
custo variável for maior que a receita total, isto é, quando o custo
variável médio for maior que o preço do produto.
d) Perdas maiores que os custos fixos e, nesta situação, se dará quando o
custo variável for igual à receita total, o que equivale a dizer que o
custo variável médio é igual ao preço.
e) Perdas iguais que os custos fixos e, nesta situação, se dará quando o
custo variável for menor que a receita total, o que equivale a dizer que
o custo variável médio é igual ao preço.
96
Questão 11
(DPU, 2010) Diferentes estruturas de mercado são verificadas no dia a dia.
Monopólios naturais ou mesmo legais, mercados concorrenciais, oligopólios,
concorrência monopolística, são alguns exemplos. Acerca dessas diferentes
estruturas de mercado, assinale a opção correta.
a) Em mercados concorrenciais, as empresas tendem a obter lucro zero
no curto prazo e, portanto, preferem não ficar nesse tipo de mercado.
b) Um monopólio será sempre ineficiente, pois seus preços são sempre
mais altos que os preços de concorrência perfeita.
c) Um monopolista natural que é obrigado, pelo regulador, a praticar
preços concorrenciais estará produzindo em um nível eficiente de
produção.
d) Empresas no setor oligopolista enfrentam rigidez de preços para baixo,
pois sempre tendem a não seguir aqueles que abaixam os preços e a
seguir aqueles que os aumentam.
e) Práticas de cartéis tendem a ser estáveis, pois os lucros sempre caem
quando empresas individuais tendem a se comportar unilateralmente.
97
Questão 12
Vamos supor uma empresa em concorrência perfeita na comercialização de
um dado produto X em um determinado mercado de uma região, onde se
tem as seguintes informações a respeito dessa empresa em curto prazo:
> função do custo total: CT = 2 + 4Q + 6Q2
> função custo marginal: CMg = 4 + 12Q
> valor do preço (unitário) do produto X: P = $ 40,00
Nesse sentido, demonstre o valor da quantidade (Q) do produto X que
maximiza o lucro total, do valor da receita média (RMe), sabendo-se que esta
receita média, para uma empresa de concorrência perfeita, é igual à receita
marginal, e do valor desse lucro total (LT), respectivamente:
a) Q = 3, RMe = $ 40, LT = $ 52.
b) Q = 4, RMe = $ 40, LT = $ 25.
c) Q = 4, RMe = $ 50, LT = $ 25.
d) Q = 3, RMe = $ 50, LT = $ 52.
e) Q = 4, RMe = $ 50, LT = $ 25.
98
Questão 13
No que se refere às informações sobre os mercados competitivos e não
competitivos, por meio de uma análise microeconômica, abaixo temos
alternativas sobre tais mercados. Marque a opção que NÃO condiz com as
reais características da estrutura em questão.
a) A concorrência monopolista aparece pouco no mercado brasileiro.
Porém, temos como exemplos desta estrutura, o serviço de
fornecimento de gás, de água e alguns serviços públicos, cujo o poder
do produtor, então, é normalmente limitado na prática pela regulação
do governo.
b) O oligopólio aparece quando existem poucos produtores de uma
matéria-prima ou de mercadorias similares. Também inclui muitos
produtos manufatados, tais como veículos motorizados e detergentes,
assim como os serviços de companhias aéreas e de telecomunicações.
c) O oligopólio é um mercado no qual a maior parte das vendas é
realizada por poucas empresas, sendo que cada uma delas é capaz de
influenciar o preço de mercado com suas próprias atividades, e que
tais empresas têm consciência de sua interdependência estratégica.
d) O oligopólio colusivo que consegue atuar como tal maximiza seus
lucros conjuntos e pratica um nível de produção e preço monopolista,
obtendo, também, o lucro de um monopólio. O grupo de empresas que
atua desse modo, ou seja, como oligopólio colusivo, é conhecido como
sendo cartel.
e) Nos mercados de concorrência monopolista, a heterogeneidade ou a
diferenciação entre os bens e serviços oferecidos está na raiz de
situações não competitivas. Neste sentido, diz-se que a concorrência
monopolista é a estrutura de mercado em que muitas empresas
vendem produtos similares, mas não idênticos.
99
Questão 14
De uma maneira geral, entre outras considerações, quando analisamos alguns
setores da economia brasileira, observações que, em geral, são dois os
fatores que são causas da imperfeição dos mercados, quais sejam (marcando
a alternativa correta):
a) Os custos de produção e a receita marginal.
b) Os custos de produção e as barreiras à entrada de novos
competidores.
c) As barreiras à entrada de novos competidores e a receita média.
d) As barreiras à entrada de novos competidores e a receita marginal.
e) Os custos de produção, as receitas média e marginal e as barreiras à
entrada de novos competidores.
Questão 15
Conforme o número, o tamanho dos ofertantes, o grau de concentração entre
as empresas concorrentes e a homogeneidade ou heterogeneidade dos
produtos, a economia empresarial gera determinadas classificações ao
mercado de concorrência imperfeita. Desta maneira, há uma estrutura na
qual a mesma é caracterizada pela presença de poucos vendedores, de forma
que cada empresa pode influir no preço de mercado e na conduta de seus
concorrentes. Estamos nos referindo à(o) (marcando a afirmativa CORRETA):
a) Monopólio.
b) Oligopólio.
c) Concorrência monopolista.
d) Duopólio.
e) Concorrência perfeita.
100
Questão 16
Leia atentamente as considerações abaixo sobre teoria dos jogos e assinale a
alternativa CORRETA.
I.
Em um jogo não cooperativo, as empresas participantes não negociam
num esforço para coordenar suas ações.
II.
Em um jogo não cooperativo, as empresas sabem da existência das
outras, mas agem independentemente.
III.
Um exemplo de jogo cooperativo seria um acordo formal de cartel,
como a OPEP, ou uma joint venture, enquanto um exemplo de jogo
não cooperativo seria uma disputa na pesquisa e desenvolvimento de
uma patente.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I é falsa e II e III são verdadeiras.
d) I, II e III são verdadeiras.
e) II e III são falsas e I é verdadeira.
101
Questão 17
Duas empresas operam no mercado de chocolate, podendo optar entre
produzir um chocolate de alta qualidade ou um chocolate de baixa qualidade.
Os lucros resultantes de cada estratégia encontram-se apresentados na
matriz a seguir:
EMPRESA B
Alto
Baixo
EMPRESA
Alto
-20,-30
900,600
A
Baixo
100,800
50,50
Em função das informações da matriz, marque a afirmativa CORRETA.
a) Não há equilíbrio de Nash.
b) O resultado cooperativo (900,600) maximiza o lucro conjunto das duas
empresas.
c) Há dois equilíbrios de estratégia dominante, ou seja, (900,600) e
(100,800).
d) A empresa A é a mais beneficiada pela cooperação.
e) A empresa B é a mais beneficiada pela cooperação.
102
Questão18
(Cadernos de Economia UNB) Leia com atenção os trechos da reportagem
abaixo, divulgada no caderno Economia do jornal O Estado de S. Paulo:
SDE [Secretaria de Direito Econômico] apura denúncias feitas contra a CocaCola Fabricante do refrigerante Dolly acusa a empresa de práticas
anticoncorrenciais
(...) a empresa [Coca-Cola] teria tentado fechar o mercado aos seus
concorrentes “por meio de fixação de cláusulas de exclusividade no
fornecimento de insumos para a fabricação de refrigerantes (...)”
(...) Outras acusações contra a Coca-Cola, como prática de preços
predatórios, divulgação de mensagem pela Internet com informações
inverídicas sobre a Dolly e patrocínio de fiscalizações públicas, que
resultariam em benefícios fiscais para a multinacional (...)
Qual seria a intenção da Coca-Cola ao adotar as práticas descritas pela
reportagem? (Marcando a alternativa CORRETA).
a) Caso essas práticas sejam verdadeiras, o objetivo da Coca-Cola seria
não manter o seu poder de mercado.
b) Caso essas práticas sejam verdadeiras, o objetivo da Coca-Cola seria
manter seu poder de mercado.
c) Caso essas práticas sejam verdadeiras, a Coca-Cola não afastaria a
concorrência.
d) Caso essas práticas sejam verdadeiras, a Coca-Cola manteria o
mercado com uma estrutura de concorrência perfeita.
e) Caso essas práticas sejam verdadeiras, a Coca-Cola manteria o preço
dos seus produtos a níveis baixos.
103
Questão 19
Leia as considerações abaixo sobre equilíbrio de Nash e estratégias
dominantes e marque a alternativa QUE NÃO CONDIZ com as reais
características desses dois assuntos.
a) O equilíbrio de Nash é um resultado no qual os jogadores corretamente
acreditam estar fazendo o melhor que podem dadas as ações do outro
participante.
b) Um jogo está em equilíbrio quando nenhum jogador possui incentivo
para mudar suas escolhas.
c) A principal característica que distingue um equilíbrio de Nash de um
equilíbrio
em
estratégias
dominantes
é
a
dependência
do
comportamento do oponente.
d) Um equilíbrio em estratégias dominantes ocorre quando cada empresa
faz sua melhor escolha, independente da escolha do outro jogador.
e) Qualquer equilíbrio de Nash é um equilíbrio em estratégias dominantes
ao longo de um tempo.
Questão 20
Em um jogo não cooperativo:
I.
II.
As empresas participantes não negociam formalmente.
As
empresas
sabem
da
existência
da
outra,
mas
agem
independentemente.
III.
Com um acordo vinculado a contratos, as empresas não devem aderir.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I é falsa e II e III são verdadeiras.
d) I, II e III são verdadeiras.
e) II e III são falsas e I é verdadeira.
104
Introdução
Mantega admite PIB menor em 2013
Ministro da Fazenda reafirma que governo não pretende adotar
novas medidas de estímulos
Veja: 29/05/2013
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tenta manter tom otimista mesmo
diante de PIB frustrante (Ueslei Marcelino/Reuters).
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta quarta-feira que
"certamente" o governo vai rever para baixo a projeção de alta de 3,5% do
Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. Essa é a proposta que consta no
Orçamento de 2013. Mantega não quis fazer uma nova previsão e disse
apenas que a economia brasileira começou o ano de 2013 "muito melhor do
que no ano passado". "Se tivermos trajetória semelhante à do ano passado,
estaremos bem e poderemos atingir taxa (de crescimento) satisfatória este
ano", afirmou.
Com os resultados do PIB, Mantega reiterou que o governo não pretende
adotar novas medidas de estímulos ao consumo e ao investimento porque as
medidas já tomadas continuarão surtindo efeito, como o programa de
concessão e a desoneração da folha de salários das empresas. "A
desoneração começou em 2012, mas agora são mais setores que começaram
em janeiro e, assim, igualmente para outras medidas cuja eficácia vai ser
sentida ao longo do ano". Ele lembrou ainda que alguns estímulos foram
retirados no primeiro trimestre, de modo que o consumo não deverá ser o
carro chefe da economia. "Queremos que seja o investimento e que tenha
recuperação do investimentos", afirmou o ministro ao comentar o resultado
do PIB no primeiro trimestre.
105
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou
nesta quarta-feira, o PIB do primeiro trimestre do ano cresceu apenas 0,6%
em relação ao quarto trimestre do ano passado, frustrando expectativas de
analistas e do próprio governo.
O ministro da Fazenda destacou ainda que o governo vai rever a projeção de
PIB no próximo relatório de reprogramação orçamentária. "Certamente
iremos rever quando fizermos o próximo relatório". Segundo ele, é preciso
"olhar" os trimestres sucessivos para fazer uma avaliação. "Não dá para olhar
um trimestre só. Estamos no meio do segundo trimestre e os dados são muito
bons, abril está fechado e quase todos os indicadores são positivos, como
papelão ondulado", avaliou.
Contudo, Mantega admite que o cenário da economia internacional está
adverso, sem melhoras significativas, o que dificulta as exportações
brasileiras, principalmente de manufaturados, que não cresceram. As
exportações de bens e serviços apresentaram queda de 6,4%, enquanto as
importações de bens e serviços subiram 6,3%. No quarto trimestre do ano
passado, os dois itens haviam subido 6,1% e 8,4%, respectivamente. "Como
crescemos mais do que boa parte dos países, significa que importamos mais e
conseguimos exportar menos", disse, tentando manter o tom otimista diante
de um crescimento frustrante e o pior quadro exportador desde o primeiro
trimestre de 2009.
Mantega destacou ainda o resultado da agropecuária, "excepcional" em suas
palavras, ao crescer 9,7% no primeiro trimestre deste ano. "Isso se deve
sobretudo à recuperação em relação à seca do ano passado e ao aumento da
produtividade da produção agropecuária", afirmou. "A crise internacional não
prejudica a agricultura, porque ela exporta commodities de alimentos e,
mesmo em crise, os países consomem alimentos", completou.
106
No que tange à indústria, o ministro apontou que o crescimento negativo de
0,3% no primeiro trimestre foi puxado pelo setor de extração mineral, que
teve crescimento negativo de 0,2%. Já o crescimento da indústria de
transformação foi positivo, de 0,3%. "A indústria extrativa responde mais ao
cenário internacional. E a indústria de transformação responde mais ao
mercado interno, então está em trajetória de recuperação", explicou.
Mantega avaliou ainda que a construção civil "também não teve bom
desempenho" e admitiu que os serviços cresceram pouco no primeiro
trimestre. Por fim, ao comentar sobre a formação bruta de capital fixo, o
ministro disse que o investimento "sustentou a demanda" neste primeiro
trimestre, ao crescer 4,6% no período.
Cenário – Mantega disse que a atividade acelerou em abril e, provavelmente,
em maio. Ele ponderou ainda que houve uma melhora do mercado de
capitais, com vários lançamentos de IPOs, o que, na sua avaliação, mostra
que a confiança no país está melhorando. O ministro ressaltou ainda que o
fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) para o Brasil é um dos maiores
do mundo. Segundo ele, as captações das empresas no exterior estão indo
muito bem. "Petrobras e Banco do Brasil, o mercado está vendo de forma
mais positiva", disse Mantega. Na sua avaliação, a bolsa brasileira no último
mês teve comportamento bom, melhor que em outros países. "O ambiente
econômico está melhorando no país", avaliou.
O ministro da Fazenda afirmou ainda que o governo não pretende adotar
novas medidas de estímulos ao consumo e ao investimento porque, segundo
ele, eles já estão "todos em cima da mesa e as empresas estão aumentando
seus investimentos".
Mantega lembrou que alguns estímulos foram retirados no primeiro trimestre,
de modo que o consumo não deverá ser o carro chefe da economia.
"Queremos que seja o investimento e que tenha recuperação do
107
investimentos", afirmou o ministro ao comentar o resultado do PIB no
primeiro trimestre. (com Estadão Conteúdo)
Caro aluno, o artigo anterior expressa a preocupação com elementos
relacionados aos chamados agregados macroeconômicos. Neste sentido, além
destes elementos, outros mais como o consumo e o investimento agregado
são variáveis que constituem o ramo da macroeconomia.
Mas o que é macroeconomia? Para o aluno da pós-graduação, o contexto
macroeconômico
deve
ser
percebido
como
uma
visão
ampla
para
entendermos a formação e o comportamento dos fenômenos exógenos que
podem influenciar as condições financeiras, operacionais e de planejamento
das empresas em um determinado país.
A macroeconomia ilustra o funcionamento da Economia em seu conjunto, ou
seja, este ramo da Ciência Econômica tem como propósito obter uma visão
que permita conhecer o nível da atividade econômica do Brasil, por exemplo,
ou de um conjunto de países.
Então, vamos à nossa aula!
Objetivos:
1. Relacionar os eventos de crescimento e emprego, analisando as
condições das variáveis que influenciam o crescimento econômico;
2. Mensurar a atividade econômica por meio do produto, da renda e dos
gastos do país;
3. Apresentar outras formas raciocínios para calcular o PIB.
108
Conteúdo
Crescimento e Emprego
Para analisar o funcionamento da economia, a macroeconomia concentra-se
no
estudo
de
uma
série
de
variáveis-chave
analisando
os
seus
comportamentos e as suas determinações ao longo de um determinado
tempo, sendo que tais variáveis inflenciam o crescimento, o nível de emprego
e a dinâmica econômica a longo prazo.
Olhando o gráfico a seguir, verificamos a evolução do PIB brasileiro do
primeiro trimestre de 2010 ao segundo trimestre de 2013. Esta evolução é
apresentada por taxas de crescimento da Economia. Quando se fala em
crescimento, ou melhor colocando, no crescimento econômico, estamos nos
referindo ao crescimento do produto, ou seja, da quantidade (ou da
produção) abundante de bens e serviços que todos os países desejam obter.
Podemos observar que a evolução do PIB apresenta flutuações ao longo do
tempo. Tais flutuações ocorrem por diversos motivos, entre eles podemos
destacar as condições da política econômica (como no caso da implantação
das políticas fiscal e monetária, por exemplo), os níveis da quantidade e
qualidade dos fatores produtivos existentes, o grau de tecnologia disponível,
os padrões de gastos e os aumentos (ou quedas) de produtividade.
109
Mas, provavelmente, a variável macroeconômica que a sociedade sente de
maneira mais direta é o emprego. Neste contexto, há vários argumentos que
demonstram uma relação direta (mas não proporcional) entre crescimento,
emprego e trabalho. Este é um tema muito importante da macroeconomia
que destaca o peso da evolução do produto, do desenvolvimento da dinâmica
da produção de um país com a geração de emprego e a queda da taxa de
desemprego.
A evolução do PIB, assim como do nível de emprego acabam apresentando
um retrato do desempenho macroeconômico. Conforme podemos perceber
pelos gráficos a seguir, a evolução do produto é um fator determinante do
nível de emprego da economia. Quando a taxa de crescimento é alta, a
produção de bens e serviços está aumentando, tornando possível uma
elevação do padrão de vida. A alta taxa de crescimento é também
acompanhada pela queda dos níveis de desemprego31.
31
O desemprego é tratado através de dois conceitos:
• Desemprego aberto: refere-se ao indivíduo que, embora não empregado, está
procurando emprego.
• Desemprego oculto: considera os trabalhadores em trabalho precário e aqueles que
no momento não estão procurando emprego por estar desalentado, mas que vinha
procurando emprego.
110
A relação empírica entre crescimento do PIB e a variação da taxa de
desemprego é denominada Lei de Okun. Esta indica que as empresas de um
país precisam aumentar o número de empregados para que possam
aumentar o seu nível de produção. Desta forma, quando o produto (PIB)
cresce, aumenta o emprego, ou, em outras palavras, há uma redução da taxa
de desemprego, conforme está apresentada no gráfico a seguir.
111
O Lado da Oferta Agregada: ótica do produto
O enfoque macroeconômico exige a definição e a medição de certos
agregados que permitem obter uma visão global da Economia. A medição da
atividade econômica é possível através de um instrumento contábil e
estatístico conceituado como contabilidade nacional (ou contabilidade social)
32
.
Nesse
sentido, as
transações
econômicas
são feitas
pelos
agentes
econômicos, ou seja, as famílias, as empresas, o setor público e o resto do
mundo são os agentes econômicos participantes na formação e no
desenvolvimento das atividades socioeconômicas de um determinado país,
sendo que tais atividades, então, são mensuradas através do produto, da
renda e dos dispêndios do país por meio da contabilidade nacional.
No caso (da oferta) do produto, este corresponde ao valor bruto da produção
da economia em um período de tempo, descontado o valor de todos os
produtos intermediários (ou insumos) no processo produtivo. O produto
identifica-se, portanto, como o valor adicionado pelas empresas ou pelos
setores produtivos de um país (isto é, os setores, agropecuário, industrial e
de serviços), melhor dizendo, é o produto “líquido” da economia. Em outras
palavras, sabendo-se que:
VA = valor adicionado;
VBP = valor bruto da produção33;
INS = insumos (ou consumo intermediário34)
32
A contabilidade social define e relaciona os agregados econômicos e mede os seus
respectivos valores. Este instrumento no Brasil está a cargo do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), é definido como sendo um registro contábil da atividade
produtiva do país ao longo de um dado período de tempo (normalmente de um ano). A
Contabilidade Social serve principalmente para proporcionar o conhecimento da estrutura
econômica do país e permitir ao governo formular as políticas econômicas de crescimento,
estabilização econômica, geração de emprego etc.
33
O Valor Bruto de Produção é o maior agregado gerado em um país. Ele inclui o valor adicionado e o
valor dos insumos e compreende a soma dos valores brutos dos bens e serviços produzidos em uma
economia, durante um período de tempo.
112
O produto “líquido”, ou o valor adicionado, da economia é expresso pelo
seguinte resultado:
VA = VBP - INS
Cabe destacar que a fim de se obter o produto “líquido” ou valor adicionado
efetivamente gerado na economia, em determinado período de tempo, tornase necesário reduzir-se o consumo intermediário (o valor dos insumos), para
evitar a dupla contagem.
O quadro a seguir apresenta a evolução do produto (neste caso do PIB) em
termos de valor adicionado pelos setores de produção da economia brasileira.
Em termos de flutuações, o PIB cresceu apenas 0,9% em 2012 que,
comparativamente aos anos anteriores, teve um rendimento decrescente na
sua evolução. Da mesma forma, apresenta-se o setor agropecuário com uma
queda de -2,3% em 2012, sendo que esta queda foi bastante significativa
quando se compara com os períodos anteriores.
Já o desempenho do setor industrial reflete as restrições ocorridas pela
indústria de transformação (-2,5%) e extrativa (-1,1%) e o setor de serviços,
apesar de não ter tido uma taxa negativa de crescimento, também
apresentou uma contração comparativamente aos anos anteriores.
34
O consumo intermediário representa os bens (materiais ou imateriais) que sofreram alguma
transformação, contudo eles ainda não alcançaram a etapa em que se transformaram em bens finais.
113
Taxas Reais de Variação do PIB - Ótica do Produto por Setor (Valor Adicionado)
Discriminação
2010
2011
2012
PIB
7,5
2,7
0,9
agropecuário
6,3
3,9
-2,3
Setor industrial
10,4
1,6
-0,8
Extrativa mineral
13,6
3,2
-1,1
Transformação
10,1
0,1
-2,5
Construção
11,6
3,6
1,4
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
8,1
3,8
3,6
5,5
2,7
1,7
Comércio
10,9
3,4
1,0
Transporte, armazenagem e Correio
9,2
2,8
0,5
Serviços de informação
3,7
4,9
2,9
complementar e serviços relativos
10,0
3,9
0,5
Outros serviços
3,7
2,3
1,8
Atividades imobiliárias e aluguel
1,7
1,4
1,3
Administração, saúde e educação pública
2,3
2,3
2,8
Setor
Setor serviços
Intermediação
financeira,
seguros,
previdência
Fontes: IBGE e Banco Central do Brasil - Relatório Anual 2012
Ao mesmo tempo, é importante destacar que o produto “líquido” também
conhecido como produto interno compreende a soma dos bens e serviços
produzidos dentro das fronteiras de um país em determinado tempo, e
equivale à renda gerada na economia, correspondendo esta ao valor das
remunerações pagas aos proprietários dos fatores de produção, e abrange
salários, lucros, juros e aluguéis35. A renda interna corresponde, portanto,
35
Rendas:
a) Salários: remunerações do trabalho;
b) Lucros: remunerações do capital de risco;
c) Juros: remunerações do capital de empréstimo;
d) Aluguéis: remunerações de terrenos, instalações físicas e equipamentos afins.
114
ao somatório das remunerações de toda a economia do país, no mesmo
período da formação do produto “líquido”. Assim, temos:
VBP – INS = VA = Renda = Salários + Lucros + Juros + Aluguéis36.
Tanto o produto como a renda podem ser mensurados a preços de
mercado, ou a custo de fatores. Quando esses agregados são mensurados
a preços de mercado, eles incluem os tributos indiretos 37 pagos pelos
consumidores, assim como os subsídios38 recebidos por certos produtores.
Sendo que podemos definir como produto interno líquido a preços de
mercado ao somatório de todos os bens e serviços vendidos ou adquiridos
no país, durante determinado período de tempo.
Para obter o produto interno líquido a custo de fatores, é necessário
subtrair os tributos indiretos e somar os subsídios, o que corresponde à
renda interna, melhor dizendo:
PILcf = produto interno líquido a custo de fatores.
PILpm = produto interno líquido a preços de mercado.
RI = RIL = renda interna = renda interna líquida.
Ti = tributos indiretos.
Sub = subsídios.
PILcf = PILpm – Ti + Sub = RI = RILcf = RILpm – Ti + Sub
36
Conforme veremos mais à frente, RNBcf = renda nacional a custo de fatores = salários + lucros +
juros + depreciação + RLE.
37
Os tributos indiretos incidem sobre a produção e a compra e venda de bens e serviços; sendo
debitados como custos de produção, eles são repassados aos consumidores finais.
38
Os subsídios são semelhantes a um imposto negativo, correspondem a toda a transferência
pecuniária às empresas que reduzem seus custos de produção. Eles são instituídos pelo governo com a
finalidade de estimular determinados setores, ou reduzir os preços de alguns bens e serviços de
interesse da população.
115
O Lado da Demanda Agregada: ótica dos gastos da economia
Além da ótica do produto, precisamos entender a evolução da atividade
econômica através do ponto de vista da demanda agregada e que está
integrada pelos seguintes componentes:

Consumo privado (ou das famílias).

Consumo público (ou gastos do governo).

Investimento (ou formação bruta de capital fixo).

Exportações líquidas (isto é, exportações menos importações).
Então, a seguir, nas próximas seções, passaremos a estudar cada um desses
componentes relacionando-os com o produto da economia.
Consumo (das Famílias e do Governo) e a Poupança
Antes de tudo, é importante salientar que o consumo é o maior componente
do produto de um país. Apresenta também certo comportamento estável ao
longo do tempo. O consumo representa o agregado gasto com bens e
serviços realizados pelas famílias e bem como pelo governo. O consumo
pessoal39 compreende a parcela da renda que as famílias (ou consumidores
finais) destinam para a aquisição de bens e serviços de uso final.
O consumo do governo envolve os gastos com a manutenção de sua
estrutura adiministrativa e com a manutenção,
em gastos correntes, com
atendimento das necessidades da população. Deve-se dizer que os
pagamentos de transferências40 não formam parte do gasto público. Assim,
39
O consumo pessoal envolve ainda os gastos com bens duráveis e não duráveis e serviços, excluídos
os bens de segunda mão vendidos. Incluem-se, também, os bens produzidos por conta própria e os
recebidos como doação, assim como o aluguel imputado às residências ocupadas pelos proprietários e
que é somado ao aluguel efetivamente mensurado. Além disso, o consumo pessoal, na verdade, pode
ser definido, melhor dizendo, como sendo o consumo privado, ou seja, formado pelo consumo das
famílias, e bem como, também, formado pelo consumo das instituições privadas sem fins lucrativos,
sendo que o consumo destas últimas é mensurado pelo custo dos bens e serviços que elas produzem
para uso próprio.
40
Entendendo por transferências do governo ou do Estado os pagamentos que esta entidade realiza a
um indivíduo em troca dos quais não é prestado nenhum serviço corrente.
116
por exemplo, quando o setor público realiza pagamentos de aposentadorias,
ou a outros recebedores que nada produzem no período corrente, estes
também não se incluem no produto do país.
Paralelo à questão do consumo, tem-se o agregado poupança que é a
diferença entre a renda e o consumo, ou seja, os indivíduos e o governo
decidem guardar uma parcela de sua renda (ou receita no caso do governo),
para consumir no futuro. Assim, tem-se o conceito de poupança privada e
poupança do governo, isto é:
S = poupança41
Y = renda = produto (da economia)
C = consumo
S=Y-C
Formação Bruta de Capital Fixo (Investimento)
Em toda a economia não somente são produzidos bens e serviços para o
consumo, mas também bens de capital que contribuem para uma produção
futura. O investimento privado inclui três categorias, quais sejam:

Investimento na planta e equipamento das empresas, ou seja, a
construção de fábricas, aquisição de máquinas etc.

Construção residencial como no caso da construção de habitações.

Variação nos estoques, isto é, algo que se produziu e, portanto, é
incluído no cálculo do produto da economia.
É importante ressaltar que a partir da poupança (discutida no item anterior)
gera-se um consumo futuro e este consumo futuro forma o investimento
41
A poupança é a parte da renda que não é consumida. Denotamos aqui a poupança com um ‘S’ (do
inglês saving)
117
bruto, que equivale ao aumento do estoque de capital fixo e da variação de
estoques da economia durante um determinado período de tempo.
Deduzindo-se desse investimento bruto a depreciação, obtém-se o
investimento líquido; sendo que a depreciação corresponde aos gastos de
investimento efetuados para repor os capitais desgastados ou substituídos no
processo de produção, durante o período. Esses gastos servem também para
obtenção do produto interno bruto e da renda interna bruta. Mas
diminuindo a depreciação, tem-se o produto nacional líquido e a renda
nacional líquida.
Assim, temos:
Investimento bruto = Investimento líquido + Depreciação
PIB = PIL + Depreciação
RIB = RIL + Depreciação
Onde: PIB = produto interno bruto; PIL = produto interno líquido; RIB =
renda interna bruta; RIL = renda interna líquida
Chega-se, portanto, a duas identidades fundamentais, ou seja, (a) a primeira
delas é a de que produto nacional líquido = renda nacional = despesa
nacional; melhor dizendo, produto é igual a renda, uma vez que tudo o que
foi agregado ao processo produtivo, em termos de bens e serviços,
corresponde ao que foi pago aos fatores de produção, e tudo o que foi
produzido foi absorvido pela economia. E (b) a segunda identidade é a de que
poupança (S) = investimento (I); ela decorre, na verdade, da primeira
identidade acima e assim obtemos:
Y = produto = renda = gastos
Gastos = C + I = Y
Y = S + C = renda
Logo: C + I = Y = S + C
>>>>>
S=I
118
Em função das considerações acima e do gráfico a seguir, podemos observar
que, conforme os dados do IBGE, a taxa de investimento no terceiro trimestre
de 2013 foi de 19,1% em relação ao PIB. Se observamos adequadamente,
verificamos que esta taxa foi superior à taxa referente a igual período do ano
anterior que foi de 18,7% em relação ao produto da economia brasileira.
Paralelo a isso, a taxa de poupança ficou em 15% no terceiro trimestre de
2013, ligeiramente abaixo à taxa apontada no mesmo trimestre de 2012 que
foi de 15,3% em relação ao PIB.
Fonte: IBGE
A Economia Aberta
Em uma economia aberta, como no caso da economia brasileira, torna-se
necessário acrescentar as variáveis econômicas exportações e importações 42,
assim, a despesa nacional (ou o gasto nacional) (DIB), fica:
42
Denominam-se exportações as mercadorias que os países destinam ao exterior, ou seja, as que são
vendidas para fora do país. Por importações entende-se o processo inverso, as mercadorias que um
país compra do exterior. As exportações líquidas resultam da diferença entre as exportações e as
importações.
119
DIB = dispêndio interno bruto = consumo (privado e do governo) +
investimento (formação bruta de capital fixo) + exportações –
importações
A partir daí, pode-se colocar que:
Investimento = Poupança interna + Poupança externa
Dada uma economia aberta, como no caso a brasileira, existe ainda um fluxo
de pagamentos entre o país e o resto do mundo. Assim, há uma diferença
entre o Produto Nacional Bruto (PNB) e o Produto Interno Bruto (PIB).
Para obter o PNB adequadamente, é necessário somar ao PNB a Renda
Líquida do Exterior (RLE).
A RLE corresponde ao resultado (ou saldo) entre a renda recebida do exterior
(RRdE) com a renda enviada para o exterior (REpE), sendo que constituem a
RLE, por exemplo, as entradas e saídas de lucros e dividendos de empresas,
juros, royalties, rendas provenientes de salários etc. Nesse sentido, temos, de
uma maneira geral, que:
PIB = produto interno bruto
PNB = produto nacional bruto
RLE = renda líquida do exterior
RIB = renda interna bruta
RNB = renda nacional bruta
DIB = despesa interna bruta
C = consumo privado (das famílias e de instituições privadas sem fins
lucrativos) = consumo agregado
I = FBCF = investimento das empresas (privadas e estatais) = investimento
agregado
G = gastos do governo (envolvendo os gastos da administração pública e não
das empresas estatais)
120
NX = exportações líquidas (saldo entre as exportações e importações)
PNB = PIB + RLE
<<<<<<>>>>>>
RIB = RNB - RLE
<<<<<<>>>>>> DIB = C + I + G + NX
Portanto, a diferença entre o PIB e o PNB corresponde, segundo Vasconcellos
& Garcia43, é o fluxo de rendas com o exterior. O PNB é a produção obtida
com o trabalho ou capital pertecente aos residentes de um país, enquanto o
PIB44 é o produto total obtido pelo trabalho e capital situados dentro do país.
Pelo o que podemos constatar em relação às informações estudadas até
agora, percebe-se que a atividade econômica é avaliada por três óticas que
se complementam, ou seja, a ótica do produto, da renda e dos gastos (ou
despesas) de um país. O quadro abaixo apresenta a evolução do PIB através
da ótica da demanda.
A respeito deste quadro, destaca-se que a formação bruta de capital fixo teve
uma retração bastante significativa em 2012 comparativamente aos anos
anteriores, principalmente em relação ao ano de 2010; houve uma expansão
do consumo do governo em 2012 comparativamente ao ano de 2011; apesar
de ter tido uma queda, o consumo das famílias fechou em uma taxa de
crescimento quase igual ao consumo do governo. Houve uma contribuição
positiva do setor externo, mas na medida em que houve certa elevação das
exportações em relação às importações em 2012, ou seja, o saldo das contas
externas foi melhor do que nos anos anteriores de 2010 e 2011.
43
VASCONCELLOS & GARCIA. Fundamentos de economia. Saraiva.
No Brasil, as rendas enviadas ao exterior tendem a ser maiores (mas não obrigatoriamente) do que
as rendas recebidas; logo, PNB < PIB e RNB < RIB.
44
121
Taxas Reais de Variação - Ótica dos Gastos
Discriminação
2010 2011 2012
PIB
7,5
2,7
0,9
Consumo das Famílias
6,9
4,1
3,1
Consumo do Governo
4,2
1,9
3,2
Formação Bruta de Capital Fixo
21,3 4,7
-4,0
Exportações
11,5 4,5
0,5
Importações
35,8 9,7
0,2
Fontes: IBGE e Banco Central do Brasil - Relatório
Anual 2012
Outras Formas de Raciocínio para Mensuração da Renda e do
Produto
Para terminar o nosso estudo a respeito da mensuração dos agregados
econômicos, cabe descatar algumas informações complementares a esse
nosso estudo. A primeira delas diz respeito a que, com a introdução do
governo na nossa equação, a renda que os proprietários dos fatores
efetivamente recebem é menor do que o total da renda do país, em virtude
dos pagamentos de contribuições e de diversos tributos.
Dessa forma, a renda
pessoal
é igual à renda obtida mais as
transferências do governo às famílias (aposentadorias, pensões e ajudas
especiais em caso de calamidade pública), subtraídos os pagamentos que as
empresas
fazem
ao
governo.
Esses
pagamentos
são
contribuições
previdenciárias, FGTS, multas e impostos sobre operações financeiras e sobre
os lucros das empresas.
A partir daí podemos definir como renda pessoal disponível a renda que as
famílias efetivamente recebem, ou seja, é igual à renda pessoal, menos os
impostos diretos efetuados pelas pessoas físicas no governo, mais as
devoluções efetuadas pelo governo às famílias. Será a renda pessoal
122
disponível que as famílias destinarão ao consumo de bens e serviços finais e à
poupança, sendo esta posteriormente canalizada para as empresas realizarem
investimentos.
A segunda dessas informações destaca a diferença entre o PIB nominal (ou
seja, medido a preços correntes) e o PIB real (isto é, medido a preços
constantes). Quando comparamos os valores do PIB brasileiro em períodos
diferentes, eles incorporam o aumento da inflação. Para retirarmos o efeito da
inflação 45 , precisamos desinflacionar esses valores, transformando valores
nominais em valores reais (ou deflacionados), daí surgindo a diferença entre
o PIB real e o PIB nominal, em que para se calcular o PIB real, tem-se a
seguinte fórmula abaixo, sabendo-se que IP é índice de preços.
PIB real = PIB nominal x 100
IP46
Como exemplo a seguir é apresentado um quadro em relação ao Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Este índice de preços tem
como período de coleta de preços o mês completo. Tem como local de
pesquisa 11 regiões e mede a evolução dos preços dos bens e serviços que
são absorvidos por famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos.
45
A respeito da inflação (definição, tipos etc.), abordaremos este tema na quarta aula.
Tem-se como IP, por exemplo, IPC e o IPCA. Destaca-se que o índice também pode ser chamado de
deflator implícito, sendo que todo e qualquer índice de preços reflete o crescimento médio dos preços
agregados; desta forma, os índices de preços são multiplicados por 100 (denominador), eles devem ser
compensados no numerador, multiplicando por 100, conforme veremos em exercício posterior.
46
123
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
IPCA - Percentual no mês, percentual acumulado no ano e peso no mês
Brasil - dezembro 2013
Índice geral, grupos e
Percentual no Percentual acumulado
Peso no mês
subgrupos
mês
no ano
Índice geral
0,92
5,91
100,0000
1.Alimentação e bebidas
0,89
8,48
24,5732
11.Alimentação no domicílio
0,79
7,64
16,0141
1,08
10,07
8,5591
2.Habitação
0,52
3,40
14,4534
21.Encargos e manutenção
0,60
9,23
10,5842
22.Combustíveis e energia
0,31
-9,82
3,8691
3.Artigos de residência
0,89
7,12
4,5050
31.Móveis e utensílios
0,97
8,07
2,3101
0,76
5,95
1,8399
33.Consertos e manutenção
1,06
7,15
0,3550
4.Vestuário
0,80
5,38
6,6373
41.Roupas
0,87
5,27
4,2508
42.Calçados e acessórios
0,59
5,07
1,9436
43.Joias e bijuterias
1,21
8,83
0,3583
44.Tecidos e armarinho
0,71
3,98
0,0847
5.Transportes
1,85
3,29
18,8626
51.Transportes
1,85
3,29
18,8626
6.Saúde e cuidados pessoais
0,41
6,95
11,2700
12.Alimentação fora do
domicílio
32.Aparelhos
eletroeletrônicos
124
61.Produtos farmacêuticos e
0,03
4,67
3,6964
62.Serviços de saúde
0,59
8,93
4,9112
63.Cuidados pessoais
0,58
6,58
2,6624
7.Despesas pessoais
1,00
8,39
10,5838
71.Serviços pessoais
1,04
9,51
6,4401
0,94
6,70
4,1437
8.Educação
0,05
7,94
4,5781
81.Cursos, leitura e papelaria
0,05
7,94
4,5781
9.Comunicação
0,74
1,50
4,5367
91.Comunicação
0,74
1,50
4,5367
óticos
72.Recreação, fumo e
fotografia
Fonte: IBGE.
A terceira dessas informações afirma que um dos grandes objetivos do Brasil
é ter crescimento econômico, o qual pode ser medido pelo PIB per capita47,
isto é, o valor monetário do produto interno bruto dividido pela população do
país. Na verdade, o PIB per capita permite avaliar a quantidade (média) de
bens e serviços disponíveis para cada brasileiro. Assim, temos que:
PIBpc = PIB/número de habitantes
A quarta informação refere-se ao PIB em dólares
48
. De acordo com
Vasconcellos:
47
Ver site: <http://www.ipib.com.br/ranking/pesquisaValEstados.asp> que informa a respeito do
ranking do produto per capita por região no Brasil.
48
Ver site <http://www.ipib.com.br/pibbrasil/pib_2004.asp> informando a classificação do PIB
brasileiro em 2004 no mundo.
125
“Para comparações internacionais, utilizamos o PIB em dólares, mas não os
dólares correntes, que são muito afetados pela política cambial de cada país.
Por exemplo, em janeiro de 1999, o PIB brasileiro era de aproximadamente
R$ 900 bilhões de reais, que equivalia a cerca de US$ 750 bilhões (o dólar era
contado a R$ 1,20). Houve um aumento da taxa de câmbio para R$ 1,80, o
que reduziu o PIB do Brasil a US$ 500 bilhões.
Isso não significou que o Brasil ficou mais pobre (a renda interna (...) caiu
em 50%).
Para sanar esse problema, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou
para comparações internacionais o conceito de dólar PPP – purchsing
power parity, ou paridade do poder de compra, que toma como valor de
referência os produtos dos Estados Unidos (...), ou seja, tomam-se as
quantidades produzidas em cada país, mas não a preços desses produtos do
país em dólares (dólar corrente), mas aos preços dos Estados Unidos (...)
esse procedimento supõe que o dólar tenha o mesmo poder de compra em
todos os países. (...) (pág. 116).
126
Material complementar
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na
Internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Além
disso, na biblioteca do seu pólo/campus presencial você também
pode ler:
FEIJÓ, Carmem A. & RAMOS, Roberto L. O. (Orgs.) Contabilidade
social. Rio de Janeiro: Campus, 2013. Cap. 2.
VASCONCELLOS,
Marco
Antonio
S.
&
GARCIA,
Manuel
E.
Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2008. Cap. 6.
___________________________. Manual de macroeconomia. São
Paulo: Atlas, 2001. Cap. 1.
Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor utilizando os
recursos
disponíveis
no
ambiente
de
aprendizagem,
seja
presencialmente ou através da central de mensagens e/ou
participando ativamente do nosso fórum temático.
Atividade proposta
O quadro abaixo expressa informações a respeito da composição da atividade
econômica do Brasil sob as três óticas, ou seja, da produção, das despesas e
da renda nos anos de 2003, 2004 e 2005, a preços correntes. No que diz
respeito à ótica da renda, os itens rendimentos misto bruto, excedente
operacional bruto referem-se às remunerações de propriedade do capital e
não do trabalho.
127
Em bilhões de R$ a preços
Componentes do PIB
correntes
2003
2004
2005
1 Produção (Valor Bruto de Produção)
2.992,60
(?)
3.786,70
2 Impostos sobre Produtos
229,30
275,20
306,50
3 Consumo Intermediário (-)
1.522,10
1.766,40
(?)
Produto Interno Bruto
(?)
1.941,50
2.148,80
(?)
1.533,80
1.720,30
Consumo das Famílias
1.052,70
1.160,60
1.292,10
Consumo da Administração Pública
329,50
373,20
428,20
(?)
332,30
350,90
Formação Bruta de Capital Fixo
259,7
312,5
342,2
Variação de Estoque
8,40
19,80
8,70
3 Exportação de bens e serviços
254,70
319,00
(?)
4 Importação de bens e serviços (-)
205,20
243,60
247,30
Despesa Interna Bruta
1.699,80
(?)
2.148,80
(?)
(?)
862,50
Salários
528,10
597,40
682,70
Contribuições Sociais Efetivas
111,90
133,00
141,10
Contribuições Sociais Imputadas
31,70
32,70
38,70
2 Rendimentos Misto Bruto
180,00
(?)
200,80
3 Excedente Operacional
600,50
690,70
755,10
4 Importação
247,60
298,30
330,40
Renda Interna Bruta
1699,80
1941,50
(?)
A - ÓTICA DA PRODUÇÃO
B - ÓTICA DA DESPESA (OU DOS GASTOS)
1 Despesas de Consumo Final
2 Investimento
C - ÓTICA DA RENDA
1 Remuneração dos Empregados
Impostos Líquidos de Subsídios sobre a Produção e
Fonte: IBGE
128
Em função disso, calcule os valores das células que estão com o ponto de
interrogação (?). Tendo feito a complementação dos valores solicitados, faça
uma análise a respeito das óticas desse quadro.
Referências
FEIJÓ, Carmem A. & RAMOS, Roberto L. O. (Orgs.) Contabilidade social. Rio
de Janeiro: Campus, 2013. Cap. 2.
VASCONCELLOS, Marco Antonio S. & GARCIA, Manuel E. Fundamentos de
economia. São Paulo: Saraiva, 2008. Cap. 6.
___________________________. Manual de macroeconomia. São Paulo:
Atlas, 2001. Cap. 1.
Exercício de fixação
Questão 1
Dada uma determinada economia de um país, o funcionamento desta baseiase no cumprimento de uma série de objetivos, entre eles, podemos destacar
(marcando a alternativa CORRETA):
a) Os gostos e as preferências dos consumidores em um determinado
mercado.
b) Os lucros e os custos das empresas de um dado setor econômico.
c) A maximização da satisfação dos consumidores e a maximização do
lucro das empresas.
d) O crescimento econômico e a elevação do emprego da população
economicamente ativa.
e) O crescimento da renda nacional e os custos das empresas de um
dado setor produtivo.
129
Questão 2
A relação empírica entre crescimento do PIB e a variação da taxa de
desemprego é denominada lei (marcando a afirmativa CORRETA):
a) De Okun.
b) Da demanda agregada.
c) Da oferta agregada.
d) Do emprego.
e) Do crescimento.
130
Questão 3
Observe o quadro abaixo apresentado nas nossas aulas.
Setor
agropecuário
6,3
3,9
-2,3
10,4
1,6
-0,8
Extrativa mineral
13,6
3,2
-1,1
Transformação
10,1
0,1
-2,5
Construção
11,6
3,6
1,4
8,1
3,8
3,6
5,5
2,7
1,7
Comércio
10,9
3,4
1,0
Transporte, armazenagem e Correio
9,2
2,8
0,5
Serviços de informação
3,7
4,9
2,9
relativos
10,0
3,9
0,5
Outros serviços
3,7
2,3
1,8
Atividades imobiliárias e aluguel
1,7
1,4
1,3
Administração, saúde e educação pública
2,3
2,3
2,8
Setor
industrial
Produção e distribuição de eletricidade, gás e
água
Setor
serviços
Intermediação financeira, seguros,
previdência complementar e serviços
Fontes: IBGE e Banco Central do Brasil - Relatório Anual 2012
Nesse sentido, as informações que são apresentadas sobre os setores de
produção da Economia brasileira, segundo o IBGE e o Banco Central, dizem
respeito às taxas de crescimento do(a):
a) Valor bruto de produção.
b) Consumo intermediário.
131
c) Valor adicionado.
d) Produto intermediário.
e) Renda intermediária.
Questão 4
(UNB/2006) Imaginemos uma economia composta de três setores: um setor
que produz trigo, um setor que transforma todo o trigo produzido em farinha,
e um setor que transforma toda a farinha em pizzas. O quadro abaixo
apresenta os valores referentes a cada um dos setores. Essa economia,
hipoteticamente, não tem governo e não mantém relações com o resto do
mundo.
Setor produtor
Setor produtor de
de trigo
farinha
Matéria prima
0,00
(custo)
Lucros do
produtor
Salários
200,00
Matériaprima (custo)
Lucros do
100,00
moinho
Salários
Setor produtor de pizzas
Matéria300,00
prima
500,00
(custo)
100,00
100,00
Lucros do
forno
Salários
100,00
100,00
Nesse sentido, as informações que são apresentadas sobre os setores de
produção da Economia brasileira, segundo o IBGE e o Banco Central, dizem
respeito às taxas de crescimento do(a):
a) Valor bruto de produção.
b) Consumo intermediário.
c) Valor adicionado.
d) Produto intermediário.
e) Renda intermediária.
132
Questão 5
(UNB/2006) Considere as seguintes informações sobre a economia a respeito
dos seguintes agregados macroeconômicos:
(Valores em US$ bilhões)
Consumo privado
1.500
Gastos do governo
500
Exportações de mercadorias
1.000
Salários
1.000
Lucros líquidos
3.000
Importações de mercadorias
500
Lucros e juros pagos ao exterior
600
Royalties recebidos do exterior por empresas
brasileiras
100
Investimento bruto*
2.000
Depreciação
300
Impostos indiretos líquidos de subsídios
200
* Inclui variações de estoques.
Em função do quadro anterior, leia atentamente as considerações abaixo e
marque a alternativa CORRETA, ou seja, o PIB a custos de fatores pela ótica
da renda e o PIB a preços de mercado também pela ótica da renda são,
respectivamente:
a) 4.000,00 e 4.300,00.
b) 5.000,00 e 4.000,00.
c) 4.300,00 e 4.500,00.
d) 7.000,00 e 6.000,00.
e) 4.500,00 e 7.000,00.
133
Questão 6
Observe atentamente o quadro com as informações sobre as contas
trimestrais obtidas pelo IBGE. Neste sentido, faça uma análise sobre o
comportamento da atividade econômica ao longo do ano de 2012, trimestre a
trimestre (sempre comparando o posterior em relação ao anterior),
destacando as óticas da oferta e da demanda nos seus argumentos.
Obs.: O desempenho do produto no primeiro trimestre de 2012 diz respeito
comparativamente ao quarto trimestre de 2011.
Em função do quadro anterior, assinale a alternativa correta:
a) O quadro revela uma evolução positiva do crescimento do PIB a preços
de mercado ao longo de 2012. No primeiro trimestre do ano, o PIB
expandiu 0,1%, refletindo em parte, a contribuição negativa do setor
agropecuário. Nos trimestres subsequentes, o ritmo de crescimento do
agregado registrou trajetória decrescente, expressa em variações
respectivas de 0,3%, 0,4% e 0,6%.
b) No que se refere à ótica da oferta, o desempenho do PIB no primeiro
trimestre, em relação ao quarto trimestre do ano anterior, revela
134
variações respectivas de -7,6%, 1,2% e 0,6% no setor agropecuário,
na indústria e nos serviços, respectivamente, ressaltando-se que o
crescimento do setor industrial sucedeu dois aumentos trimestrais
consecutivos.
c) No caso da ótica da demanda, ocorreram retrações no consumo do
governo com uma taxa de 1,5%, no consumo das famílias (0,9%) e
uma retração significativa de – 2,2% da formação bruta de captial fixo.
No que diz respeito às contas externas, tanto as exportações, quanto
as importações aumentaram em 0,8%.
d) Comparativamente ao primeiro trimestre, o PIB teve um crescimento
de 0,3% no segundo trimestre de 2012, sendo que sob a ótica da
produção, agropecuária diminuiu 5,8% (bastante significativo, quando
se compara com o resultado do primeiro trimestre de 2012), com
variações de -2,2% e 0,5% nos setores industrial e de serviços,
respectivamente.
e) No âmbito da demanda, as taxas de 1,2%, 0,7% e -0,9% ocorreram
nas esferas do consumo do governo, no consumo das famílias e na
formação bruta de capital fixo, concomitantemente; sendo que o setor
externo recuou 0,3% nas importações e 3,5% nas exportações,
refletindo de maneira negativa na evolução do PIB no segundo
trimestre.
135
Questão 7
A contabilidade nacional (ou contabilidade social) fornece a mensuração
(básica) do desempenho econômico pela produção de bens e serviços de um
determinado país. Nesse sentido, observe as proposições abaixo e marque a
alternativa correta.
I.
Existe uma distinção entre o produto nacional bruto (PNB) e o produto
interno bruto (PIB), ou seja, o PIB é o resultado do produto final da
economia dentro dos limites territoriais do país, enquanto o PNB é o
resultado do produto final que pertence efetivamente aos nacionais
desse país.
II.
O produto interno bruto (PIB) nominal mede o valor do produto do
país em um dado período (de tempo) aos preços deste período,
enquanto o produto interno bruto (PIB) real é o valor do PIB nominal
somando-se a variação da inflação (do período) no país.
III.
Precisa-se considerar, pela mensuração do desempenho econômico na
produção de bens e serviços, a diferença entre o produto a preços de
mercado e o produto a custo de fatores, isto é, o produto a custo de
fatores é o resultado do produto a preços de mercado mais os tributos
indiretos, menos os subsídios.
IV.
Pela relação entre o produto interno bruto (PIB) e o produto nacional
bruto (PNB), deve-se levar em consideração o valor da renda líquida do
exterior (RLE), sendo que se RLE é negativa, o valor do PIB é menor
do que o valor do PNB.
a) I, II e III são verdadeiras e IV é falsa.
b) II e IV são verdadeiras e I e III são falsas.
c) I e II são verdadeiras e III e IV são falsas.
d) II, III e IV são verdadeiras e I é falsa.
e) I e III são verdadeiras e II e IV são falsas.
136
Questão 8
Os impostos indiretos líquidos de subsídios sobre o setor privado são
agregados econômicos que diferenciam os conceitos de:
a) PIB a preços de mercado e PIB a custo de fatores.
b) PIL a custo de fatores e PNB a preços de mercado.
c) PIB a custo de fatores e PNL a preços de mercado.
d) PNB a preços de mercado e Renda Pessoal Disponível.
e) PNB a preços de mercado e PNL a preços de mercado.
Questão 9
(INSTITUTO RIO BRANCO/2003) A análise macroeconômica — incluindo-se aí
a mensuração dos grandes agregados — é fundamental à compreensão do
funcionamento das economias de mercado. Acerca desse assunto, julgue a
afirmativa subsequente.
“A eventual contratação de engenheiros ingleses e venezuelanos para
trabalhar na recuperação da indústria petrolífera no Iraque expandiria o
produto interno bruto (PIB) iraquiano, porém não alteraria a renda nacional
bruta desse país”.
Nesse sentido, podemos dizer que:
a) O PIB não sofreria expansão, porque a contratação se refletiria em
diminuição da produção interna.
b) A Renda Nacional Bruta iria se expandir.
c) O PIB não sofreria expansão, mas a Renda Nacional Bruta iria se
expandir.
d) O PIB sofreria expansão, mas a Renda Nacional Bruta não se alteraria.
e) Não haveria nem expansão ou contração do PIB e da Renda Nacional
Bruta.
137
Questão 10
Leia atentamente o trecho do artigo de Roberto Macedo, publicado no
caderno Economia do jornal O Estado de S. Paulo, em 7/4/2005:
Confusão em torno do PIB
“(...) a RNB [PNB] mede a renda nacional, e desconta do PIB de um país
o que vazou como rendimentos remetidos a outros, adicionando o que
ingressou como renda vinda de fora. (...) É certo que hoje somos um país
fornecedor de imigrantes, mas o rendimento que enviam ao Brasil está longe
de compensar o que sai como rendimentos de capitais.”
No Brasil, utiliza-se mais comumente o PIB como medida da atividade
produtiva. Em alguns países, como nos Estados Unidos, usa-se mais
constantemente o PNB. A explicação para esse fato refere-se a que
(assinalando a afirmativa correta):
a) No Brasil, a renda enviada ao exterior é menor do que a renda
recebida do exterior.
b) Os rendimentos líquidos enviados do Brasil para o exterior são um
número negativo.
c) O PNB brasileiro é menor do que o seu PIB.
d) Em países mais industrializados, como os EUA, ocorre que o PNB é
menor do que o seu PIB.
e) No Brasil, assim como nos EUA, utiliza-se frequentemente o PIB como
medida da atividade econômica.
138
Questão 11
(UNB/2005) Um gestor deve fazer um estudo comparando a situação
econômica de alguns países. Obteve, então, os dados do quadro a seguir
(relativo ao ano de 2003), contido na reportagem de Nilson Brandão Junior
publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 1/4/2004:
PIB soma R$ 1,5 trilhão e cai para 15º no mundo
O PIB de cada país (em U$ bilhões)
Estados Unidos
10.857
Espanha
819
Japão
4.291
México
612
Alemanha
2.386
Coréia
521
Reino Unido
1.752
Índia
510
França
1.732
Austrália
508
Itália
1.459
Holanda
505
China
1.381
Brasil
493
Canadá
851
Rússia
419
Com base nas informações, o gestor afirmou que o Reino Unido havia tido um
desempenho econômico superior ao da França. Afirmou ainda que o primeiro
país possuía economia mais desenvolvida. Para que este gestor fizesse tal
análise, ele utilizou:
a) O PIB por meio do conceito da paridade de compra.
b) O PIB por meio do conceito da depreciação.
c) A renda nacional através do conceito da renda enviada ao exterior.
d) A renda interna através do conceito da renda enviada ao exterior.
e) O PIB por meio do conceito da renda líquida enviada ao exterior.
139
Questão 12
Veja o quadro a seguir.
PIB hipotético de uma Economia a preços
constantes e a preços correntes, deflator e
inflação:
PIB real PIB nominal Deflator Inflação Anos
528,00
610,00
115,3
3,5
2006
544,00
653,00
120,1
4,1
2007
555,00
696,00
125,5
4,2
2008
569,00
743,00
130,7
4,5
2009
583,00
790,00
135,4
3,6
2010
600,00
840,00
139,9
3,3
2011
Segundo as informações dadas, leia atentamente as considerações a seguir e
assinale a alternativa correta.
I.
II.
Deflator do PIB = (PIB nominal/PIBreal).
O deflator do PIB é o índice utilizado para indicar a evolução dos
preços dos bens e serviços da economia.
III.
O PIB real é o PIB nominal, excluída a inflação e a exclusão desta se
faz pelo deflator.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I é falsa e II e III são verdadeiras.
d) I, II e III são verdadeiras.
e) II e III são falsas e I é verdadeira.
140
Questão 13
Tanto os responsáveis pela política econômica como a sociedade em geral
estão interessados em saber de quantos reais ao ano as famílias dispõem
para fazer frente a seus gastos. Nesse sentido, estamos falando da(o):
a) Renda nacional.
b) Renda interna bruta.
c) Renda externa bruta.
d) Renda pessoal.
e) Produto líquido nacional.
Questão 14
(Vasconcellos)
Considerando-se
os
dois
grandes
agregados
macroeconômicos: Produto Interno Bruto (a preços de mercado) e Produto
Nacional Bruto (a preços de mercado), em um sistema econômico aberto
como, por exemplo, o brasileiro, se o país remete mais renda para o exterior
do que dele recebe, teremos:
a) PIBpm > PNBpm.
b) PIBpm < PNBpm.
c) PIBpm = PNBpm.
d) As transações com o exterior não afetam nem o PIB nem o PNB.
e) Importações > exportações.
141
Questão 15
A contabilidade nacional (ou contabilidade social) mede a atividade de uma
economia ao longo de um período de tempo (geralmente de um ano). Na
verdade, registra as transações realizadas entre os diferentes agentes que
fazem parte desta economia. Nesse sentido, suponha a tabela abaixo que
apresenta as contas (nacionais) de um determinado país Y.
Contas (Nacionais) do País Y
Valores (em $ bilhões)
Produto Interno Bruto a preços de mercado
8.000,00
(PIBpm)
Renda Recebida do Exterior (RRdE)
200,00
Depreciação (D)
400,00
Impostos Indiretos (II)
800,00
Renda Enviada para o Exterior (REpE)
400,00
Subsídios (Sub)
400,00
Assim, o valor do produto nacional líquido a custo de fatores (PNLcf) é (em $
bilhões):
a) 8.000,00.
b) 7.800,00.
c) 8.700,00.
d) 7.400,00.
e) 7.000,00.
142
Introdução
Antes de aprofundar neste material, leia a matéria da revista Veja On-line
(10/01/2014):
IPCA de dezembro veio “nervosão”: o maior em 10 anos
O IPCA subiu 0,92% em dezembro. É o mais alto em 10 anos para o período.
Certo, leitor amigo, há fatores sazonais e coisa e tal. Há o Natal… Mas sabem
como é: se há uma constante na economia, a gente poderia dizer que são as
sazonalidades, né? Natal, então, nem se diga: também houve nos nove anos
anteriores e faço aqui uma previsão: haverá Natal neste 2014…
A inflação do ano ficou em 5,91%, bem acima, de novo, do centro da meta. E
vamos ser claros, não? O índice só não furou o teto de 6,5% porque o
governo decidiu reprimir as tarifas. Assim, esses 5,95% foram conquistados
de modo artificial; não refletem a realidade da economia.
A presidente Dilma pode até achar que eu estou “nervosinho”, mas asseguro
que não. Nervosinhos estão alguns preços da economia, né? Segundo
economistas especialistas ouvidos por VEJA.com, a inflação não dará trégua
neste ano. Leiam texto publicado na VEJA.com.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2013 com
alta de 5,91%, pressionado pelo preço dos alimentos. O dado fica dentro da
meta oficial do governo, cujo teto é 6,5%, mas acima do centro da meta
(4,5%) e maior do que a inflação do ano anterior, de 5,84%.
O indicador divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) veio também acima do esperado por analistas. O Boletim
Focus divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira previa alta de
143
5,74%. A expectativa de especialistas ouvidos pela Reuters era de que o
indicador avançasse 5,82% segundo a mediana de 22 projeções que foram de
5,73% a 5,88%. Só em dezembro, o IPCA subiu 0,92%,o maior resultado
mensal desde abril de 2003 (0,97%), segundo o IBGE. Com isso, 2013
marcou o quarto ano seguido em que a inflação brasileira fica próxima ou
acima de 6%, repetindo a marca de 2010. Em 2011, a inflação no ano
acelerou a 6,50%, para depois enfraquecer a 5,84% em 2012.
Alimentos
De acordo com o IBGE, em 2013 o principal impacto veio da Alimentação e
Bebidas, com alta acumulada de 8,48%. Embora tenha desacelerado ante
2012 (9,86%), o grupo ainda teve impacto de 2,03 pontos porcentuais no
índice do ano passado.
O resultado do IPCA no ano só não foi pior porque, em janeiro, o governo
promoveu forte redução no valor das tarifas de energia elétrica e, em meados
do ano, o aumento dos preços do transporte público foi revogado em várias
capitais após intensas manifestações populares.
Os preços de energia elétrica residencial fecharam o ano passado com queda
de 15,66%, tendo impacto negativo de 0,52 ponto porcentual no IPCA,
segundo o IBGE. Já Transportes, apesar da revogação da alta das tarifas,
ainda subiu 3,29% no ano, ante 0,48% em 2012, com impacto de 0,64 ponto
porcentual no IPCA fechado em 2013.
O IBGE informou ainda que, na variação mensal, o maior destaque do IPCA
em dezembro coube ao grupo Transportes, com alta de 1,85%, ante 0,36%
em novembro.
Juros — Sem conseguir colocar a inflação na trajetória para a meta, o
governo acabou assumindo o discurso de que entregaria o IPCA do ano
passado abaixo do visto em 2012. Em agosto passado, por exemplo, o próprio
144
presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, chegou a afirmar que esse
era o objetivo.
Para tanto, em abril, o BC deu início a um ciclo de aperto monetário que não
terminou ainda e tirou a Selic da mínima histórica de 7,25% para o atual
patamar de 10%. A expectativa de economistas era de que a taxa básica de
juros vá a 10,50% no final deste ano segundo última pesquisa Focus do BC.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC fará sua
primeira reunião de 2014 e as estimativas são de que haverá alta de 0,25
ponto porcentual na Selic.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: inflação
Prezado aluno, o artigo anterior reflete a preocupação com um contexto no
qual nós brasileiros estamos sempre preocupados, qual seja: a questão da
inflação. Há vários índices de preços que mensuram a evolução da inflação,
entre eles, o artigo destaca o IPCA, ou seja, segundo a nossa aula 5, este
índice mensura a evolução dos preços dos bens e serviços que constituem o
orçamento das famílias que recebem de 1 a 40 salários mínimos.
A inflação tem vários motivos, entre estes destacamos, por exemplo, a
elevação da demanda, sendo esta causada pelos gastos do governo e bem
como pela elevada liquidez da moeda circulante na economia em função do
aumento do consumo. Para tanto, cabe ao Banco Central do Brasil (BC) tentar
regular o estoque monetário do país, por meio da taxa de juros, conforme
informações dos meios de comunicação.
Dessa forma, os juros irão influenciar a atividade econômica. Mas serão
somente os juros que acabam influenciando o contexto econômico quando se
quer uma dada estabilidade da Economia? E a questão do câmbio? Que
relação existe entre o câmbio e o objetivo de fazer com que haja uma
145
dinâmica adequada no Brasil? Além disso, como o câmbio pode afetar o
balanço de pagamentos? E o que é o balanço de pagamentos?
Todos esses contextos atuais vamos estudar agora. Boa leitura e
bom estudo!
Objetivos:
1. Definir moeda, analisando os agregados monetários e as atividades do
setor público: o Banco Central.
2. Analisar as condições do estoque monetário, definindo inflação e
mostrando suas características.
3. Entender o que é balanço de pagamentos, percebendo as formas de
administração da taxa de câmbio e sua relação com os juros e a
inflação.
146
Conteúdo
Moeda, Agregados Monetários e Setor Público
(Valor Econômico – On-line)
16/01/2014
BC muda “plano de voo” e eleva juro para 10,5%
“A decepção com a inflação de dezembro (0,92%) fez o Comitê de Política
Monetária mudar os planos e elevar a Selic em 0,5 ponto percentual, para
10,5% ao ano. Assim, adiou a redução no ritmo de alta dos juros, como
chegou a sinalizar no comunicado da última reunião de 2013. Ao agregar, no
comunicado divulgado ontem, a expressão "neste momento", o Copom deixou
as portas abertas para a próxima reunião, em 26 de fevereiro. Tanto poderá
repetir a dose quanto diminuir o ritmo para 0,25 ponto percentual. As
expectativas para a inflação em 2014 indicam que, no segundo semestre, às
vésperas das eleições, o IPCA pode chegar ao teto da meta, (...)”
Percebe-se que, com a questão da inflação, o Banco Central acaba intervindo
na Economia, pois ele tem como papel principal ser o regulador do estoque
monetário do país para fazer com que o Real (R$) não perca as suas
características fundamentais, quais sejam, ser:
•
Meio de troca: uma vez que o Real é a moeda (ou o dinheiro)
legalmente aceito pela sociedade e que viabiliza a troca entre diversos
bens (materiais e/ou imateriais);
•
Unidade de conta: os preços relativos dos bens na economia brasileira
são expressos em unidades monetárias;
•
Reserva de valor: significa que o Real armazena valor e, portanto, não
147
há necessidade de gastá-la rapidamente;
•
Padrão para pagamentos: a moeda é utilizada como instrumento no
qual são saldadas obrigações.
Quando o Banco Central (BC) intervém na economia com o objetivo de criar
um equilíbrio no lado monetário, diz-se que o mesmo faz política monetária. A
política monetária é feita utilizando-se os seguintes instrumentos:
•
O controle e regulamentação da taxa de juros e do crédito;
•
O controle das emissões de papel moeda;
•
A determinação do montante das reservas obrigatórias dos bancos
comerciais no Banco Central;
•
Operações de open-market;
•
Política de redesconto.
É interessante notar que a moeda (ou o dinheiro) é um ativo líquido por
excelência. Entretanto, há outros ativos financeiros que compõem o estoque
monetário da Economia Brasileira. Esses ativos são classificados conforme a
sua liquidez em agregados monetários. Sendo assim, temos, segundo
Mochon49:
49
MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: PEARSON/Prentice Hall, 2007. Cap. 11.
148
Agregados Monetários
Meios de Pagamento restritos:
M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista
Meios de Pagamento ampliados:
M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança +
títulos emitidos por instituições bancárias
M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas
registradas no Selic
Poupança Financeira
M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez
Ainda, conforme Mochón: “Os agregados monetários são variáveis que
quantificam a moeda existente em uma economia e que o Banco Central
costuma definir para fins de análise e para tomar decisões de política
monetária.”
A grande discussão que impera no meio econômico é se a moeda é neutra ou
não. Para isso, devemos considerar na economia brasileira se a moeda é
endógena ou exógena. Ou melhor, explicando tal discussão está relacionada
com os lados real e monetário da economia. Alguns formuladores de política
monetária não aceitam a possibilidade de a moeda ser exógena, porque
considera este ativo um elemento importante no todo da Economia e não
neutro no sistema econômico.
Tal discussão reflete a influência teórica entre keynesianos e neoliberais. Para
economistas de corte keynesiano, a moeda tem efeitos reais na economia, ou
seja, ela é capaz de afetar nível de produção, emprego e renda.
Para economistas da linha neoclássica ou neoliberal, a moeda tende a ser
neutra, especialmente no longo prazo. Quer dizer, injeções de moeda no
149
sistema apenas causam inflação, não alterando o curso das variáveis reais
(produção, emprego e renda). Este, aliás, foi o grande ponto da chamada
revolução keynesiana. Pois, no seu primeiro livro, Treatise on Money, Keynes
acreditava ainda na visão quantitativista da moeda, dada pela equação
MV=PY, em que M é a quantidade de moeda, V é a sua velocidade de
circulação, P nível de preços e Y nível de produto (de renda). Segundo essa
visão, V tende a ser constante, logo, aumentos de M causam aumentos de P,
para um mesmo Y. Um dos grandes passos de Keynes foi romper com essa
visão, ao perceber que V poderia ser muito volátil, ou seja, a velocidade de
circulação da moeda poderia variar muito devido às mudanças nas
preferências da demanda por liquidez.
Já na Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, Keynes desenvolveu a
ideia de preferência pela liquidez. Nesta Teoria Geral, ele demonstra os
motivos para se demandar moeda e liquidez em determinadas situações
econômicas, como aconteceu logo após a crise de 2007/08 nos Estados
Unidos. Neste sentido, a moeda entra na Economia de modo não neutro, pois
se constitui num dos principais ativos do jogo econômico.
Por outro lado, destaca-se que o modelo neoclássico apresenta os salários
como variáveis que são inflexíveis, ou seja, que só podem aumentar. Por este
raciocínio, os preços das mercadorias tendem a crescer e os donos dos meios
de produção, com isso, tendem a reduzir seus custos de produção, gerando
desemprego na Economia.
O que se espera? Espera-se que o governo não irá deixar a Economia ter
desemprego, ele, por conseguinte, acaba gerando políticas monetárias e fiscal
para alavancar a demanda da economia. Mas com o aumento da demanda,
segundo o modelo neoclássico, irá haver um aumento de moeda e,
consequentemente, dos preços, mostrando com isso a ineficiência da
intervenção do governo na economia e que a moeda é neutra; no final das
contas, a intervenção do governo alimenta a inflação.
150
Agora, a não neutralidade da moeda informa que realmente os indivíduos,
quanto mais transações realizarem, mais a moeda irá circular. Entretanto, os
indivíduos não irão gastar toda a sua renda, pois parte dela será poupada,
criando assim receita para o governo investir, pois através da poupança que
os indivíduos fazem nos bancos, o governo (ou o setor público) converte em
investimentos ou gastos, por meio da política fiscal. Deve-se, com isso,
ressaltar que uma economia “recessiva” não gera desenvolvimento para o
país. Uma economia com alto índice de desemprego diminui a receita (os
tributos) do governo, pois, é através dos tributos que a população paga, que
o governo gere suas receitas e, por conseguinte, os seus gastos.
Base Monetária
Simultaneamente ao que foi colocado anteriormente, é importante considerar
que, neste século XXI, há uma grande evolução do sistema bancário. Neste
contexto, destaca-se que os bancos sabem que é possível gerar meios de
pagamento em quantidade superior ao estoque primário de moeda (ou seja,
da base monetária).
Os agentes econômicos não tendem a sacar o dinheiro no banco
simultaneamente. Consequentemente, os bancos comerciais emprestam uma
parcela dos depósitos que não foram sacados. Assim, a questão central é o
processo através do qual o sistema bancário gera meios de pagamento
superiores à base inicial. A partir daí, pergunta-se: o que é a base monetária?
A base monetária pode ser definida como sendo constituída do papel moeda
em circulação e das reservas bancárias. Assim, temos:
151
Base Monetária = papel-moeda em circulação + reservas bancárias
Papel-moeda em circulação = papel-moeda em poder do público +
caixa em moeda corrente dos bancos comerciais
Encaixes bancários = caixa em moeda corrente dos bancos
comerciais + reservas bancárias
Assim, na verdade:
Base Monetária = papel-moeda em poder do público + encaixes
bancários.
Os gráficos abaixo expressam as evoluções da base monetária e do M1.
Através dessas informações, o Banco Central do Brasil (BC) acompanha com
detalhe do aumento do estoque monetário na economia brasileira. Estes
agregados e mais o índice do IPCA acabam dando parâmetros de como o BC
irá mexer com os instrumentos de política monetária, entre eles, a taxa de
juros (selic). Mas, sobre inflação, iremos discutir na próxima seção.
152
Fonte: Banco Central do Brasil.
Inflação: definição e características
Observe o gráfico abaixo. Tem-se uma curva que mostra a evolução da taxa
de inflação, medida pelo índice de preços IPCA (índice de preços ao
consumidor amplo) do IBGE, num período de aproximadamente dez anos. E,
por este gráfico, podemos observar que houve uma maior redução da inflação
no período que vai de 2002 a 2005, comparativamente a todo o período
anterior da análise.
153
25,0
22,4
20,0
15,0
12,5
Média do Governo FHC: 9,1
10,0
9,6
9,3
8,9
7,7
7,6
Média do Governo Lula: 6,9
6,0
5,2
5,0
4,0
1,7
0,0
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Jan-Set
2005
Evolução do IPCA, 1995 a 2005.
Fonte: IBGE.
O IPCA é o índice que geralmente o Banco Central do Brasil (BC) utiliza para
calcular e ver a performance da evolução da inflação. Inflação? Mas o que é
inflação? Nada mais é do que uma variação positiva e persistente no nível
geral de preços em um período determinado. É importante que se diga que
embora a definição seja simples, é necessário enfatizar dois aspectos
importantes, quais sejam: (1) essa elevação é persistente e (2) deve ser
generalizada, isto é, envolve os preços de todos os bens e serviços de uma
economia.
Mas o que faz aparecer esse fenômeno, melhor dizendo, quais são as suas
causas, de âmbito socioeconômico, com os seus respectivos efeitos, não só
em toda a vida econômica, como também na vida política, na vida social e até
na vida individual de cada pessoa que forma a sociedade de um país? As suas
causas estão diretamente ligadas ao que podemos identificar e classificar
como tipos básicos de inflação: inflação de demanda, inflação de custos
e inflação inercial.
154
A inflação de demanda é o tipo de inflação causada por um excesso de
procura, dada a oferta disponível de bens e serviços na economia. Entre os
fatores que fazem aparecer este fenômeno, cabe destacar: o aumento da
renda disponível das pessoas; expansão dos gastos públicos 50; expansão do
crédito e redução da taxa de juros (aumentando a liquidez, a moeda em
circulação e, por conseguinte, os gastos da sociedade) e as expectativas dos
agentes econômicos. É importante destacar que o aumento excedente da
demanda só causa inflação, se a economia do país estiver tendendo a chegar
ao pleno emprego da utilização dos recursos (ou fatores) de
produção disponíveis na economia do país.
Uma determinada experiência brasileira demonstra que pode haver inflação,
mesmo sem a presença de um excesso de demanda sobre a oferta: a
demanda pode permanecer inalterada, isto é, não é excessiva em relação à
oferta, e, não obstante, aparece a inflação, porque os custos (despesas com a
produção) sobem, melhor dizendo, há a chamada inflação de custos (ou
de oferta). Entre os fatores que fazem aparecer este outro fenômeno
inflacionário, cabe destacar: a taxa de juros51, a desvalorização cambial52, os
preços externos de determinados produtos (tais como o preço internacional
do petróleo), custo da mão de obra (devido a aumentos salariais) e aumento
de impostos. O empresário, a empresa, trata de passar adiante essas
elevações de despesas e eleva o preço de venda do seu produto. E a maior
ou menor proporção que o empresário, ou a empresa, conseguirá repassar
tais elevações para o preço do seu produto depende das condições que se
tem em relação ao seu poder de concentração de mercado, ou a maior ou
menor concorrência que se tem neste mesmo mercado.
50
Sendo que o governo é um dos agentes que demandam bens e serviços na economia, pressionando o
nível da demanda agregada, que, dependendo de como o governo mexe com os seus gastos, ele pode
até gerar um déficit público, e fazer gerar mais ainda um maior nível de demanda global do país.
51
Ao mesmo tempo em que contribui para reduzir a demanda, gera um aumento dos custos de
produção, pois as empresas muitas vezes pegam dinheiro emprestado em bancos.
52
Pois gera um aumento nos preços dos produtos importados que servem de matéria-prima.
155
E como último tipo de inflação que pode ocorrer, independente de pressões
de demanda e/ou de custos, é a inflação que está associada aos mecanismos
de indexação da economia, melhor dizendo, a chamada inflação inercial,
ela é desenvolvida por meio da garantia que se tem de reajustar preços, a
partir da constatação da existência de inflação, na qual a inflação de hoje
passa a ser o piso para a inflação de amanhã, mesmo não se tendo pressões
de demanda e de custos, em que a inflação pode não ceder.
É importante destacar que, naturalmente, até costuma-se a se aceitar um
pouco de inflação na economia do país, pois esta é inerente aos ajustes que a
sociedade pode fazer em função da dinâmica do processo do seu crescimento
econômico. Isso porque a tentativa de países emergentes, como o caso do
Brasil, para tentarem alcançar de forma um pouco mais rápida estágios mais
avançados de desenvolvimento socioeconômico, dificilmente se faz sem que
tendam a ocorrer tensões de custos que levam a aumentos no nível geral de
preços da economia. Até mesmo em países de economias mais desenvolvidas,
como no caso dos E.U.A e na Europa, mostra-se que, quanto maior tende a
ser o nível de atividade econômica, mais os recursos produtivos tendem a
ficar mais perto do limite do seu pleno emprego pela utilização dos fatores de
produção e que pode gerar aumentos no nível geral de preços. Mas, apesar
disso, um processo inflacionário, na verdade, pode ser um problema. Um
problema, porque pode:
•
causar distorções de preços dos produtos;
•
causar distorções principalmente sobre a distribuição de renda,
especialmente das classes mais pobres;
•
gerar expectativas empresariais;
•
causar distúrbios sobre as finanças públicas;
156
•
causar distúrbios no mercado financeiro e sobre o balanço de
pagamentos.
É interessante notar que a inflação acaba gerando distúrbios no balanço de
pagamentos. A questão que fica: o que é o balanço de pagamentos? Mas,
sobre este assunto, nós iremos estudar na próxima seção, analisando
também a questão do câmbio.
Balanço de Pagamentos e Câmbio
Balanço de Pagamentos: definição e estrutura
Leia a seguir o artigo do Jornal Estado de São Paulo de 22/11/2013.
157
Balanço de Pagamentos tem déficit de US$ 4,5 bilhões em outubro
Enquanto a Conta Capital e Financeira teve superávit de US$ 2,5
bilhões, as Transações Correntes ficaram negativas em US$ 7,1
bilhões, o maior déficit para o mês da história.
22 de novembro de 2013 | 10h 35
Eduardo Cucolo e Célia Froufe, da Agência Estado
SÃO PAULO - O Balanço de Pagamentos do País registrou saldo negativo de
US$ 4,5 bilhões em outubro. Enquanto a Conta Capital e Financeira teve
superávit de US$ 2,5 bilhões, as Transações Correntes ficaram negativas em
US$ 7,132 bilhões.
O déficit em conta-corrente, de US$ 7,132 bilhões, é o maior para meses de
outubro da série histórica do Banco Central. Considerando todos os meses do
ano, é o quinto maior resultado negativo. O maior déficit foi registrado em
janeiro de 2013 (US$ 11,350 bilhões). A série histórica mensal teve início em
janeiro de 1980.
Nos dez primeiros meses do ano, o déficit em conta-corrente está em US$
67,548 bilhões, o que representa 3,63% do Produto Interno Bruto (PIB). Já
no acumulado dos últimos 12 meses até outubro de 2013, o saldo negativo
está em US$ 82,211 bilhões, o equivalente a 3,67% do PIB.
Abrindo a conta-corrente, em outubro, o saldo da balança comercial foi
negativo em US$ 224 milhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa
em US$ 4,946 bilhões. Dentro da conta de serviços, contribuiu para o
resultado o saldo das viagens internacionais. Os brasileiros gastaram US$
2,3 bilhões em viagens ao exterior em outubro, valor recorde.
158
Quando há superávit no BP, o saldo eleva as Reservas Internacionais do país.
No caso contrário, como foi em outubro, o saldo negativo diminui as Reservas
Internacionais.
Investimento estrangeiro. Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED)
somaram US$ 5,362 bilhões em outubro, resultado que ficou abaixo dos US$
7,730 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
No acumulado do ano até o mês passado, o IED soma US$ 49,144 bilhões, o
equivalente a 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do
ano passado, o IED acumulado era de US$ 55,327 bilhões (2,95% o PIB). Em
12 meses até outubro, o IED está em US$ 59,088 bilhões, o que corresponde
a 2,64% do PIB.
O saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no
país ficou positivo em US$ 196 milhões em outubro. No mesmo mês de 2012,
o resultado havia sido positivo em US$ 868 milhões.
O Banco Central informou também que o investimento estrangeiro em ações
brasileiras, dentro e fora do país, ficou positivo em US$ 193 milhões em
outubro. No mesmo período do ano passado, estava negativo em US$ 236
milhões. No acumulado do ano até outubro, o valor subiu de US$ 2,662
bilhões em 2012 para US$ 9,849 bilhões em 2013.
Dívida externa. O Banco Central informou que a estimativa para a dívida
externa brasileira em outubro de 2013 é de US$ 310,982 bilhões. Em
setembro de 2013, último dado verificado, a dívida estava em US$ 309,120
bilhões. No fim de 2012, estava em US$ 312,898 bilhões.
A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 279,088 bilhões em outubro,
enquanto o estoque de curto prazo estava em US$ 31,894 bilhões no fim do
mês passado, segundo estimativas do BC.
A variação na dívida de longo prazo em relação a setembro se deu,
principalmente, por conta das captações líquidas de empréstimos do setor
159
não financeiro (US$ 1,2 bilhão) e do governo (US$ 305 milhões). Além disso,
a variação por paridade aumentou o estoque em mais US$ 249 milhões.
Esse artigo diz respeito justamente às contas do balanço de pagamentos.
Este balanço é um registro sistemático das transações econômicas (e
financeiras) de um país com o exterior.
O balanço de pagamentos é composto, basicamente, por nove rubricas:
1) Balança Comercial
2) Balança de Serviços
3) Transferências (ou Transações) Unilaterais
4) Balança de Transações Correntes (1+2+3)
5) Movimento de Capitais Autônomos e Financeiros
6) Erros e Omissões
7) Balanço de Capitais e Financeiros (5+6)
8) Saldo do Balanço de Pagamentos (4+7)
9) (Movimento de) Capitais Compensatórios
A partir das informações anteriores, observe o próximo quadro que apresenta
a estrutura do balanço de pagamentos obtida no site do Banco Central do
Brasil53.
53
<www.bcb.gov.br>.
160
US$
milhões
Discriminação
2012*
2013*
Nov
Jan-nov
Ano
Nov
Jan-nov
Balança comercial (FOB)
- 188
17 169
19 415
1 740
- 93
Exportações
20 472
222 831
242 580
20 862
221 333
Importações
20 660
205 662
223 164
19 122
221 426
Serviços
- 3 228
- 36 692
- 41 044
- 3 519
- 43 276
Rendas
- 3 007
- 28 904
- 35 448
- 3 478
- 32 289
166
2 602
2 846
111
2 964
Transferências unilaterais
correntes (líquido)
- 54
- 72
Transações correntes
- 6 257
- 45 824
230
- 5 145
693
Conta capital e financeira
7 157
67 757
70 154
4 170
70 701
Conta capital
135
- 2 012
- 1 877
86
1 101
Conta financeira
7 022
69 769
72 030
4 084
69 599
Investimento direto (líquido)
6 073
62 980
68 093
8 839
60 809
No exterior
1 486
3 066
2 821
505
3 332
Participação no capital
- 925
- 7 202
- 7 555
- 34
- 14 807
Empréstimos intercompanhias
2 411
10 268
10 377
539
18 138
No país
4 587
59 914
65 272
8 334
57 478
Participação no capital
2 896
47 545
52 838
5 250
38 029
Empréstimos intercompanhias
1 691
12 369
12 434
3 084
19 448
Investimentos em carteira
1 850
7 605
8 770
- 946
27 667
Ativos
- 77
- 7 114
- 7 764
- 182
- 8 188
Ações
- 497
- 2 249
- 2 275
- 30
- 1 462
Títulos de renda fixa
419
- 4 865
- 5 489
- 152
- 6 726
Passivos
1 927
14 719
16 534
- 764
35 854
Ações
- 321
2 341
5 600
881
10 730
161
Títulos de renda fixa
2 248
12 378
10 934
- 1 644
25 124
Derivativos
25
174
185
- 12
104
Ativos
33
142
150
17
360
Passivos
- 8
32
35
- 29
- 256
Outros investimentos1/
- 925
- 990
- 5 018
- 3 796
- 18 981
Ativos
- 4 419
- 21 076
- 24 547
- 7 380
- 38 114
Passivos
3 494
20 087
19 529
3 584
19 133
Erros e omissões
- 532
1 867
2 976
- 34
- 1 187
Variação de reservas ( - =
aumento)
- 18
- 369
- 23 800
900
1 009
3 180
Resultado global do balanço
369
23 800
18 900
- 1 009
- 3 180
Transações correntes/PIB (%)
-
- 2,22
- 2,41
-
- 3,58
IED/PIB (%)
-
2,90
2,90
-
2,83
Memo:
1/ Registra créditos comerciais, empréstimos, moeda e depósitos, e outros
ativos e passivos.
* Dados preliminares.
A balança comercial (BC) é composta pelas transações de bens materiais
entre o Brasil e o resto do mundo. Constituem a balança comercial as contas
de exportações (X) e importações (M). Destaca-se que tais bens são
mensurados de acordo com o critério FOB (free on board), isto é, os valores
dessas contas não incluem os fretes e os seguros incidentes sobre o
transporte internacional das mercadorias da origem para o destino.
Assim, o saldo da balança comercial é dado por:
BC = X – M
162
Já a balança de serviços (BS) é composta pelas transações de bens imateriais
entre o país e o resto do mundo. A BS compreende duas categorias, ou seja,
a balança de serviços não fatores (ou simplesmente Serviços) e a balança de
serviços de fatores (ou de Rendas). A primeira diz respeito às contas que não
representam remuneração aos fatores de produção, tais como: fretes,
seguros, turismo etc. A de Rendas se refere aos pagamentos (ou
recebimentos) aos fatores de produção como no caso dos juros, dividendos,
royalties etc54.
As transações (ou transferências) unilaterais (TU) são compostas pelas
transações que não implicam em contrapartida, como no caso das doações,
das remessas de dinheiro feitas por residentes (e não residentes) que se
encontram trabalhando dentro e fora do país de origem.
A balança de transações correntes (TC) corresponde à soma algébrica dos
saldos da balança comercial, da balança de serviços e das transações
unilaterais. Melhor colocando, tem-se:
TC = BC + BS + TU
Se observamos o quadro anterior, podemos ver que houve uma queda
significativa do saldo da BC de jan-nov/2013 comparativamente a jannov/2012, que conjuntamente ao resultado negativo da BS, mesmo com saldo
positivo em TU, fez com que ocorresse um maior saldo negativo de
transações correntes (TC) no mesmo período em questão.
O movimento de capitais autônomos (e financeiros) é a rubrica que registra
os movimentos de entrada e de saída de capitais do país. Conforme podemos
54
A partir das informações sobre balança comercial e balança de serviços, então surgem dois conceitos
que são utilizados pelo Banco Central e que são importantes para o país: a transferência líquida de
recursos (TLR) ao exterior e a renda líquida do exterior (RLE), sendo este último já destacado em aulas
anteriores. A TLR = (exportações + entrada de serviços não fatores) – (importações + saída de serviços
não fatores). A RLE = (entrada de serviços de fatores + entrada de transações unilaterais) – (saída de
serviços + saída de serviços de fatores).
163
ver no quadro anterior, esta conta está dividida basicamente em conta capital
e conta financeira. A primeira destas contas mensura as transferências de
capital relacionadas com patrimônio de migrantes e a aquisição/alienação de
bens não financeiros não produzidos, tais como cessão de patentes e marcas.
A conta financeira registra fluxos decorrentes de transações com ativos e
passivos financeiros entre residentes e não residentes. Essa conta é dividida
essencialmente em quatro grupos, isto é, o investimento direto, investimentos
em carteira, derivativos e outros investimentos (empréstimos, moeda em
depósitos, créditos comerciais e outros ativos e passivos).
O quadro antecedente apresenta uma dada evolução positiva de jannov/2013, comparativamente ao mesmo período de 2012 na conta capital e
financeira (CF). Destaca-se, principalmente, os dados da conta financeira
alavancada pela situação positiva dos investimentos diretos no país. Mesmo
assim, a conta capital e financeira não conseguiu no período jan-nov/2013
equilibrar o saldo negativo de transações correntes, como aconteceu em
2012.
Vejamos agora as contas erros e omissões, o saldo do balanço de
pagamentos e os capitais compensatórios. A conta erros e omissões (EO),
como o próprio nome diz, é uma conta composta por transações com o
exterior que não foram corretamente contabilizadas. No caso do saldo do
balanço de pagamentos (SBP), esta rubrica corresponde ao seguinte
resultado:
SBP = TC + CF + EO
Os capitais compensatórios registram os empréstimos de regularização do
Fundo Monetário Internacional e descobrir o déficit do balanço de
pagamentos e a variação das reservas (∆R). Estas reservas referem-se ao
conjunto do estoque de divisas estrangeiras de um país, dos títulos externos
164
de curto prazo em poder do Banco Central, dos Direitos Especiais de Saque
(moeda fiduciária criada pelo FMI) e das resevas do país neste fundo.
Assim, o balanço de capitais compensatórios é dado por, de acordo com o
que está no quadro previamente visto por nós, como:
Saldo de capitais compensatórios = financiamento compensatório +
∆R
O Câmbio
No item III.1, analisamos a definição e estrutura do balanço de pagamentos.
Destaca-se, antes de qualquer coisa, que o câmbio pode afetar o saldo do
balanço de pagamentos, principalmente, no que diz respeito ao resultado da
balança comercial.
A partir desse contexto, observe o gráfico a seguir a respeito dos valores de
venda média R$/US$ comercial. Interessante notar uma queda bastante
significativa da taxa de câmbio de 2002 até 2011, com uma pequena elevação
após este ano, ou mais especificamente no ano de 2012.
Taxa de Câmbio
Taxa de câmbio - R$ / US$ comercial - venda - média
y = -0,1378x
+ 278,84
Linear
(Taxa de câmbio R² = R$
0,798
/ US$ - comercial venda - média)
Anos
Fonte: <www.bcb.gov.br>.
165
Contudo, como podemos definir a taxa de câmbio (TC)? A TC refere-se ao
preço de uma moeda estrangeira qualquer em termos (de valor) da moeda
nacional. Tal explicação está relacionada ao que chamamos por taxa de
câmbio nominal (TCN). Neste sentido, podemos dizer que a taxa de câmbio
entre o Real e o Dólar é de R$ 2,47 para US$ 1,00. Mas, por outro lado,
temos a taxa de câmbio real (TCR) que é, por definição, a taxa de câmbio
nominal ajustada pela relação entre os preços externos (PE) e os preços
internos (PI). Matematicamente, temos:
TCR = [(TCN.PE)/PI]
Mas as formas como um país pode regular a sua taxa de câmbio são
chamadas de regimes cambiais. Vamos, assim, analisar os principais regimes
de câmbio, quais sejam:
•
regime flexível (ou flutuante)
•
regime de câmbio fixo
•
regime de flutuação suja (dirty floating).
a) Regime Flexível (ou Flutuante)
Neste regime, são as livres forças de mercado, isto é, a interação entre a
oferta e a demanda de divisas, que determinam diretamente a taxa de
câmbio. Neste caso, elevaçãos da demanda por moeda estrangeira elevam a
taxa de câmbio, enquanto reduções na demanda reduzem o valor desta taxa.
b) Regime de Câmbio Fixo
No caso do câmbio fixo, as taxas nominais, ou seja, o preço das moedas
estrangeiras em termos de moeda nacional, são determinadas exclusivamente
pelo Banco Central (BC), que assume o compromisso de manter a paridade
cambial fixa, independente da pressão do mercado.
c) Regime de Flutuação Suja
166
Os regimes de taxa de câmbio fixas e flutuantes são, na verdade, casos
extremos, substituídos na maioria dos países por um sistema híbrido, o
chamado dirty floating (no caso do Brasil, vigora o de bandas cambiais).
Neste regime, o BC deixa que as taxas de câmbio flutuem livremente dentro
de um intervalo (uma banda), com limites mínimos e máximos. Caso o
mercado pressione o valor da taxa de câmbio para fora da banda
estabelecida, o BC intervém (vendendo ou comprando moeda estrangeira)
para segurar os limites da taxa de câmbio dentro da banda.
É importante destacar que a taxa de câmbio, frequentemente, é um indicador
de sensibilidade em relação à atividade econômica de um país. Melhor
colocando, muitas vezes, dadas as incertezas da economia mundial e a
imprevisibilidade de algumas nações, isso acaba gerando uma insegurança
sobre os efeitos e resultados que possam refletir em outras economias, como
no caso do Brasil. Nesse sentido, dado o regime de câmbio administrado no
país, esses cenários podem provocar flutuações na taxa de câmbio, gerando
expectativas opostas para aquela economia e o que tende a gerar uma
desvalorização (ou depreciação55) cambial.
Contudo, uma desvalorização (ou depreciação) ocorrida com a moeda
nacional (no caso do Brasil, o R$) pode ser um fator para melhorar o
desempenho dos setores produtivos exportadores a curto prazo, tendendo a
gerar condições positivas na balança comercial que irão afetar o desempenho
do balanço de pagamentos. Mas destaca-se que, no caso brasileiro, tal efeito
pode acobertar algum problema sério que diga respeito aos investimentos
básicos
em
infraestrutura,
assim
como
a
necessidade
de
maiores
investimentos em ciência e tecnologia que possam tornar o setor industrial
mais eficiente, produtivo e não dependente do câmbio.
55
Os termos apreciação e depreciação cambial referem-se às mudanças na taxa de câmbio quando esta
flutua, em função das ações do governo e das forças de mercado. Os termos valorização e
desvalorização cambial dizem respeito às mudanças na taxa de câmbio quando esta é fixa, refletindo
decisões deliberadas do governo.
167
Além disso, uma desvalorização (ou depreciação) da moeda nacional pode
gerar mais dois problemas adicionais, quais sejam:

O primeiro relaciona-se ao papel que as importações têm em relação à
oferta de produtos para a economia nacional. Se o consumo cresce em
função da manutenção do emprego e do aumento da renda real do
trabalhador, o mercado interno não é capaz de gerar produtos em
quantidades suficientes para atender ao aumento da demanda. Neste
caso, portanto, haverá um aumento da inflação provocada pelo
crescimento da demanda.

O segundo diz respeito à elevação do custo das importações, que no
final, poderá contribuir para o aumento da taxa de inflação através do
acréscimo nos preços dos produtos finais e nos custos dos fatores de
produção importados, isso acaba fazendo com que o BC eleve a taxa
interna de juros na economia.
Finalmente, em função do que foi dito e explicado anteriormente, para um
melhor entendimento, leia com atenção o artigo a seguir do Jornal Valor
Econômico on-line.
168
9/01/2013 às 08h32 4 | Postado por: Claudia Safatle Seção: Câmbio, Juro
Dilma, os juros e a taxa de câmbio
Taxa de juros é um assunto extremamente importante e sensível e quando a
presidente Dilma Rousseff fala sobre esse tema, a atenção deve ser
redobrada. Ontem, num discurso de 50 minutos no Encontro Nacional de
Prefeitos e Prefeitas, a presidente disse: "Nós temos um país que teve
condições de, dentro da tranquilidade, com sensatez, reduzir a taxa Selic, a
taxa de juros. Reduzir a Selic, a taxa de juros da economia brasileira, é um
movimento
importante.
Primeiro
porque
nós
temos
condições
macroeconômicas para fazer isso e, segundo, porque países com crises muito
maiores do que a gente pode sequer imaginar, tem hoje taxas de juros muito
pequenas, e taxa de juros menor sempre vai facilitar, com o passar do tempo,
tanto a ampliação do investimento quanto a do consumo. Aliás, não há
oposição entre uma coisa e outra. É necessário investir, mas também é
necessário que as pessoas consumam".
Pela forma, pareceu que ela estava anunciando novas reduções da taxa Selic.
A assessoria da presidência da República, porém, explicou que Dilma referiuse aos cortes já feitos – a redução de 525 pontos base desde agosto de 2011.
As condições macroeconômicas atuais, aliás, não permitem mais queda da
taxa Selic, hoje de 7,25% ao ano. A inflação está pressionada, deve bater no
teto da meta nos próximos meses, e as expectativas do Banco Central são de
desaceleração do IPCA só no segundo semestre quando, segundo o
presidente do BC, Alexandre Tombini, a taxa de inflação convergiria para a
meta de 4,5%. As projeções do mercado, porém, não sancionam essa
convergência e apontam uma variação do IPCA de 5,67 % para 2013 e de
5,50% para 2014.
O BC, depois de avisar pela ata do Copom que não pretende mexer nos juros
– nem para baixo nem para cima – dá sinais de que usará a taxa de câmbio
para conter a inflação. Valorizar o real seria a válvula de escape para baratear
os bens importados para consumo e para investimentos. Mas não está claro
que este seja um movimento sustentável. Com a recuperação, ainda que
169
modesta, da economia americana, os fluxos de capitais já não privilegiam as
economias emergentes e o Brasil, em particular, não desperta hoje o mesmo
apetite do investidor estrangeiro que há dois ou três anos.
O governo até pode desmontar as medidas de restrição à entrada de moeda
estrangeira. Mas não é líquido e certo que isso incentive a entrada de
recursos e valorize o real frente ao dólar. No discurso de ontem, a presidente
garantiu que este ano será bom para o país. Mas o que ocorreu nas primeiras
semanas do ano foi deterioração das expectativas tanto de crescimento
econômico quanto de inflação.
Material complementar
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na
Internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Além
disso, na biblioteca do seu pólo/campus presencial você também
pode ler:
MOCHÓN,
Francisco.
Princípios
de
economia.
São
Paulo:
PEARSON/Prentice Hall, 2007. Cap. 11.
Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor utilizando os
recursos
disponíveis
no
ambiente
de
aprendizagem,
seja
presencialmente ou através da central de mensagens e/ou
participando ativamente do nosso fórum temático.
Atividade proposta
Veja on-line (16/04/2011 - 17:19) Finanças
FMI propõe aprofundar análise sobre controle de capitais
170
"O FMI deve aprofundar sua análise sobre a liquidez global, as várias
experiências de países membros no gerenciamento da conta capital,
liberalização de fluxos além das fronteiras e o desenvolvimento de mercados
financeiros domésticos."
O controle de capitais deve continuar em aberto para debates pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI), que deve se aprofundar no tema, informa o
Comitê Monetário e Financeiro Internacional da instituição, em comunicado
divulgado neste sábado. "O FMI deve aprofundar sua análise sobre a liquidez
global, as várias experiências de países membros no gerenciamento da conta
capital, liberalização de fluxos além das fronteiras e o desenvolvimento de
mercados financeiros domésticos", diz o texto.(...)
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, ainda que
não considere o controle de capitais uma medida eficaz, apoia que o FMI
tenha um papel maior na supervisão das taxas de câmbio, acúmulo de
reservas e fluxo de capitais. "Concordamos com a articulação de uma
hierarquia de medidas para serem empregadas em caso de influxos antes da
adoção de controles de capitais como último, temporário e ineficiente
recurso", afirmou Geithner. (...)
O artigo acima chama a atenção a respeito do controle de capitais. Neste
sentido, destaca-se que a taxa de câmbio tem implicações fundamentais para
o funcionamento da economia, tanto no curto, quanto no logo prazo. No
Brasil, há uma discussão pela qual os controles de capitais são iniciativas
ruins
segundo alguns
analistas
econômicos
e
financeiros, pois
são
considerados e caracterizados como instrumentos estatizantes, ou mesmo
como formas de violação dos direitos sagrados de investidores colocarem seu
dinheiro onde quiserem.
Contudo, controles de capitais nada mais são do que instrumentos de
regulação financeira, que buscam conter externalidades negativas resultantes
171
da entrada e saída de moeda estrangeira, isto é, entradas excessivas
valorizam o câmbio e causam os desquilíbrios que vimos a pouco tempo no
Brasil; saídas excessivas criam crises de balanço de pagamentos como as que
a economia brasileira experimentou entre os anos de 1999 a 2002.
Sendo assim, discuta melhor essa questão do controle de capitais.
Referências
MOCHÓN, Francisco. Princípios de economia. São Paulo: PEARSON/Prentice
Hall, 2007. Cap. 11.
Sites
<www.bcb.gov.br>
<www.vejaonline.com.br>
<www.valoronline.com.br>
<www.ibge.gov.br>
<www.estadao.com.br>
172
Exercício de fixação
Questão 1
Considerando a definição de meios de pagamentos adotada no Brasil e vista
nas nossas aulas, leia atentamente as considerações a seguir e assinale a
alternativa CORRETA.
I.
II.
Faz parte do M1 os depósitos a vista do público.
Entre outros elementos, os depósitos especiais remunerados e os
depósitos de poupança constituem o M2.
III.
Faz parte do M3 os títulos públicos de alta liquidez.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I é falsa e II e III são verdadeiras.
d) II é falsa e I e III são verdadeiras.
e) III é falsa e I e II são verdadeiras.
Questão 2
A definição de meios de pagamento corresponde ao conjunto de ativos
utilizados para liquidar transações. Com o avanço do sistema financeiro e do
processo de inovações financeiras no Brasil, desenvolveram-se novas medidas
de meios de pagamento. Neste sentido, identifique, entre os agregados
monetários abaixo mencionados, aquele que sofre todo impacto da inflação.
a) M2.
b) M4.
c) M3.
d) M1.
e) Caderneta de poupança.
173
Questão 3
Entre as funções abaixo, uma delas NÃO é do Banco Central, marque-a.
a) O controle e regulamentação da taxa de juros e do crédito.
b) O controle das emissões de papel-moeda.
c) A determinação do montante das reservas obrigatórias dos bancos
comerciais.
d) Operações de open-market.
e) Controle do déficit das contas públicas.
Questão 4
A política monetária está vinculada a como o Banco Central faz para
administrar o nível da liquidez da economia. Neste sentido, são medidas
expansionistas desta política:
I.
II.
III.
Venda de títulos públicos.
Elevação da taxa de juros Selic.
Elevação dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I é falsa e II e III são verdadeiras.
d) II é falsa e I e III são verdadeiras.
e) III é falsa e I e II são verdadeiras.
174
Questão 5
O governo pode utilizar tanto a política monetária quanto a política fiscal para
expandir ou contrair a atividade econômica brasileira. Neste sentido,
(marcando a afirmativa CORRETA):
a) O governo querendo aumentar o consumo da economia pode diminuir
os gastos públicos, definindo, assim, uma política fiscal expansiva.
b) O governo querendo aumentar o investimento da economia pode
vender títulos públicos, definindo assim, uma política monetária
expansiva.
c) Ao aumentar a taxa de juros, o governo influencia o público a poupar
mais, contribuindo para contrair a atividade econômica.
d) Ao diminuir os depósitos compulsórios, o governo influencia o público a
poupar mais, contribuindo para elevar a atividade econômica.
e) Ao diminuir as alíquotas do imposto sobre produtos industrializados
(IPI), o governo influencia o público, por meio de uma política
monetária, a elevar a atividade econômica.
Questão 6
Entre os fatores que fazem aparecer este fenômeno, cabe destacar: o
aumento da renda disponível das pessoas; expansão dos gastos públicos;
expansão do crédito e redução da taxa de juros (aumentando a liquidez, a
moeda em circulação e, por conseguinte, os gastos da sociedade) e as
expectativas dos agentes econômicos. Tais condições dizem respeito ao
fenômeno da inflação de:
a) Oferta.
b) De custos.
c) Inércia (inercial).
d) Demanda.
e) Ciclos.
175
Questão 7
São funções da moeda:
a) Durabilidade e facilidade de manuseio e transporte.
b) Instrumento de troca, medida de valor e reserva de valor.
c) Instrumento de troca, medida de valor e homogeneidade.
d) Durabilidade, divisibilidade e homogeneidade.
e) Instrumento de troca e durabilidade.
Questão 8
No início de 2014, o Banco Central estava se preocupando muito com a
inflação. Devido a isso, o Banco Central pode consolidar uma política
monetária contracionista por meio da:
a) Redução da taxa de compulsório dos bancos comerciais.
b) Redução da taxa de juros para empréstimos de redesconto.
c) Redução das alíquotas do imposto de renda.
d) Da venda de títulos públicos.
e) Da elevação dos gastos públicos.
176
Questão 9
Pela inflação inercial, o aumento de preços é dado:
a) Pelo déficit público do governo em função dos gastos serem
extremamente elevados para uma dada economia.
b) Pelo aumento de custos com o fator trabalho, dado as elevações
salariais serem extremamente elevadas.
c) Pelo aumento da oferta monetária, cuja vontade de comprar do público
é extremamente elevada.
d) Pelo aumento da demanda por moeda em função da valorização do
poder de compra da sociedade.
e) Pelo repasse da inflação passada adicionada às expectativas futuras do
comportamento dos preços, via processo de indexação.
177
Questão 10
Leia o artigo abaixo da Carta Capital de 07/08/2013.
A redução do preço dos alimentos, e das passagens de ônibus, ajudou a
manter o índice sob controle.
“O preço do tomate caiu 27,25% em julho. O item “alimentação e bebidas”
registrou deflação de 0,33%. Além disso, as manifestações reduziram as
tarifas de ônibus em 6,78% no Rio; em 10%, em Goiânia; em 6,25%, em São
Paulo e em 5,36%, em Belo Horizonte. O item “transportes” apresentou
deflação de 0,66%. O resultado foi que a inflação de julho, medida pela
variação do IPCA, foi de apenas 0,03%. (...)
Assim, a inflação de julho confirmou a tendência do ano. De janeiro a julho, a
trajetória tem sido de queda. No mês de abril, houve um repique devido à
forte variação dos preços dos alimentos. Naquele mês, “alimentos e bebidas”
foram responsáveis por aproximadamente 40% da inflação de 0,55%.
A inflação acumulada do ano é de 3,18%. O limite máximo da meta de
inflação é de 6,5% para o ano. A inflação de 2013 será provavelmente a
menor dos últimos três anos. A maioria das previsões indica que a inflação do
ano será de 5,75%. Portanto, a inflação está em queda e dentro da meta.
178
O artigo acima demonstra que houve uma tendência de queda da inflação ao
longo do período citado. Se a inflação fosse de oferta, isso geralmente tende
ocorrer quando:
a) A oferta de bens e serviços é suficiente para atender à demanda.
b) A oferta de bens e serviços excede a demanda.
c) Os trabalhadores conseguem remunerações acima da produtividade.
d) Toda vez que houver aumento de salários.
e) Toda vez que o consumo for maior do que a produção dos bens e
serviços.
Questão 11
(UNB) Um aumento das reservas internacionais de um país, ano após ano,
indica que este país tem apresentado sucessivos superávits em suas
transações correntes com o resto do mundo?
a) Sim, pois tal fato indica sempre superávits no resultado da balança
comercial.
b) Não,
porque
tal
fato
indica
que
pode
estar
havendo
uma
sobrevalorização do câmbio.
c) Sim, pois tal fato indica sempre superávits no resultado da balança de
serviços.
d) Não, porque pode ocorrer um saldo negativo em transações correntes,
sendo este suprido pelo saldo positivo na conta capital e financeira.
e) Sim, pois o saldo da conta capital e financeira não consegue ser
positivo e o de transações correntes acaba elevando o saldo do
balanço de pagamentos.
179
Questão 12
(UNB) Por que pode ser problemático para o Brasil ter déficits substanciais e
crescentes, por anos seguidos, em transações correntes?
a) Pois não serão compensados na conta capital e financeira.
b) Porque as exportações serão sempre menores do que as importações.
c) Pois os fluxos de capitais dependem, entre outros aspectos, das
expectativas dos investidores estrangeiros.
d) Porque os fluxos de capitais dependem, entre outros aspectos, da
desvalorização da taxa de câmbio.
e) Pois os fluxos de capitais dependem, entre outros aspectos, do
aumento do gasto público na economia.
180
Questão 13
(UNB) Um aumento nas taxas de juros internacionais costuma ser
acompanhado com preocupação no Brasil, dados os possíveis efeitos sobre o
balanço de pagamentos. Tal preocupação pode ser estampada nos jornais,
como, por exemplo, a reportagem publicada na Folha de São Paulo, no dia
30/05/2006, por Kennedy Alencar e Marcelo Billi, abaixo.
“(...) A grande incerteza que ronda a cabeça de investidores por toda a
economia internacional é o futuro da política monetária nos EUA. Ninguém
sabe ao certo com Ben Bernanke, o novo presidente do FED, o banco central
dos EUA, conduzirá o aperto monetário [elevação da taxa de juros de títulos
do governo americano, agora em 5%] que seu antecessor, Alan Greenspan,
começou. (...) Por conta dessa indefinição, é que cresce o consenso por aqui
de que o BC [Banco Central] brasileiro deve optar pela cautela (...)”.
Em função das considerações acima:
I) Um aumento de juros no mercado financeiro internacional afeta
negativamente a conta de rendas do balanço de pagamentos no Brasil.
II) O aumento de juros afeta a conta capital e financeira, pois os
empréstimos e financiamentos ficam mais caros, diminuindo a sua
procura.
III)O aumento nos juros dificulta os financiamentos e pode, por exemplo,
tornar certas exportações não competitivas.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I é falsa e II e III são verdadeiras.
d) I, II e III são verdadeiras.
e) II e III são falsas e I é verdadeira.
181
Questão 14
Uma taxa de câmbio fixa quando:
a) As autoridades monetárias de um país fixam, por um período superior
a três meses, a paridade entre a moeda nacional e as moedas
estrangeiras.
b) As autoridades monetárias de um país se comprometem a comprar e
vender moedas estrangeiras por um valor preestabelecido, não
importando a periodicidade nas alterações na taxa.
c) As autoridades monetárias de um país se comprometem a comprar e
vender moedas estrangeiras por um valor preestabelecido, mantendo a
taxa fixa pelo menos por três meses.
d) O Banco Central de um país se compromete a fixar um acordo no qual
o mercado poderá fixar a taxa de câmbio em função das metas de
inflação.
e) O Banco Central de um país se compromete a fixar um acordo no qual
o mercado poderá fixar a taxa de câmbio em função das exportações e
importações.
182
Questão 15
Leia atentamente as considerações a seguir sobre as taxas de câmbio e
marque a alternativa correta.
I) Quando o Banco Central fixa a taxa de câmbio ele é obrigado a
disponibilizar as reservas cambiais.
II) Quando a taxa de câmbio é flutuante, o mercado (oferta e demanda de
divisas) determina a taxa de câmbio. Neste caso, o Banco Central não
é obrigado a disponibilizar as reservas cambiais.
III)Com o câmbio fixo, há um maior controle da inflação, pois diminui-se
os custos das importações.
a) I, II e III são falsas.
b) I e II são falsas e III é verdadeira.
c) I é falsa e II e III são verdadeiras.
d) I, II e III são verdadeiras.
e) II e III são falsas e I é verdadeira.
183
Aula 1
Atividade proposta
Os executivos estão confundindo dois fenômenos distintos: um deslocamento
ao longo da curva de demanda (variação na quantidade demandada) e um
deslocamento da curva de demanda (variação na demanda). A campanha de
marketing fez aumentar o desejo dos consumidores por champanhe, ou seja,
causou um aumento na demanda pela bebida (um deslocamento para a
direita da curva de demanda), o que fez os preços subirem. Nesse caso, não
faz sentido o temor de que o aumento de preços provoque uma queda no
consumo, pois isso ocorreria somente se os “preços estratosféricos” tivessem
sido causados por uma alteração no lado da oferta de champanhe (uma
quebra de produção, por exemplo, que deslocaria a curva de oferta para a
esquerda), o que provocaria uma redução na quantidade demandada
(um movimento ao longo da curva de demanda).
Exercício de fixação
Questão 1 – C
Justificativa: As curvas de demanda quando individuais, ou seja, de mercado,
mostram as quantidades totais de bens demandados pelos consumidores a
cada nível de preços. Quando os preços sobem, a demanda cai, tanto porque
cada pessoa demanda menos quanto porque algumas pessoas saem do
mercado.
Questão 2 – C
Justificativa: As curvas de oferta das empresas mostram a quantidade do bem
que estas empresas estão dispostas a fornecer a cada nível de preço. Em
geral, se inclina para cima, indicando que as empresas se dispõem a fornecer
maiores quantidades quando o preço é alto e, menores quantidades, quando
184
os preços são mais baixos.
Questão 3 – D
Justificativa: O aumento no preço no aço, aumentando o custo da produção
de tratores, causará um deslocamento para a esquerda na respectiva curva
de oferta, e as facilidades de crédito farão deslocar-se para a direita a curva
de demanda. Dado o formato usual das curvas, o preço certamente irá
aumentar; a quantidade transacionada, porém, pode aumentar, diminuir ou
permanecer constante (dependendo da extensão relativa do deslocamento
das duas curvas).
O''
P
p''
O'
p'
D''
D'
q?
Qd
Questão 4 - A
Justificativa: porque no equilíbrio demanda é igual à oferta, assim, temos:

Demanda dos 10.000 consumidores: Qx = 10.000 (12 – 2Px)

Oferta dos 1.000 produtores: Qx = 1.000 (20Px)
Assim: 120.000 – 20.000Px = 20,000Px
Px = $ 3,00, substituindo este preço nas duas funções, tem-se:
Qx = 120.000 – 20.000 (3,0) = 60.000
Qx = 20.000 (3,0) = 60.000
185
Questão 5 - B
Justificativa:
Q = 40 – 0,4P – 2 (40) + 2 (2.000) = 40 – 0,4P – 80 + 4.000 =3.960 – 0,4P
Q = 1,6P
Igualando: 3960 = 2P >>> P = $ 1960,00
Q = 40 – 0,4 (1960) – 2 (40) + 4000 = 3.136
Q = 1,6 (1960) 3160
Questão 6 – D
Justificativa: as três afirmativas são verdadeiras.
I) Curva de indiferença é uma figura geométrica que exprime as várias
combinações de dois bens, que proporciona igual satisfação ou
utilidade ao consumidor.
II) A curva de preço-consumo é o lugar geométrico de pontos do
equilíbrio do consumidor, resultante da variação apenas do preço do
bem.
III) A curva de renda consumo é o lugar geométrico de pontos do
equilíbrio do consumidor resultante da variação apenas da renda do
consumidor.
Questão 7 – D
Justificativa: as três afirmativas são verdadeiras.
I) Para um gestor empresarial é importante entender que o efeito
substituição acaba sendo uma complementação do efeito preço.
II) O efeito substituição demonstra como o consumidor realoca o seu
consumo em função de quando se modificam os preços relativos de
dois bens, independentemente de haver uma modificação direta na sua
renda nominal.
III)O efeito substituição retrata como o consumidor tende a comprar mais
186
do bem cujo preço relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o
outro bem que ficou relativamente mais caro.
Questão 8 – B
Justificativa: apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
I) Para analisar o consumidor, a teoria da escolha do consumidor baseiase na premissa de que as pessoas se comportam de modo racional na
tentativa de maximizar o grau de satisfação que podem obter por meio
da aquisição de uma combinação particular de bens e serviços.
II) As preferências do consumidor podem ser completamente descritas por
um conjunto de curvas de indiferença conhecido como mapa de
indiferença. Esse mapa de indiferença oferece uma classificação ordinal
de todas as escolhas que um consumidor pode fazer.
Questão 9 – C
Justificativa: em função de que as preferências não são iguais dos
frequentadores e nem as suas respectivas restrições orçamentárias.
Questão 10 – C
Justificativa: pois mais para direita o ponto de equilíbrio do consumidor está
maior é a satisfação, dada que maior é o nível de renda desse consumidor.
Questão 11 – D
Justificativa:
Q = 50 – 5 (2,0) = 40
Q = 50 – 5 (2,5) = 37,5
Epd = (∆%Qd)/(∆%Pp) = 1,25 (elástica, cuja variação percentual da
quantidade é maior do que a variação percentual do preço)
Questão 12 – D
187
Justificativa: pois a variação percentual da quantidade é menor do que a
variação percentual do preço do produto. Neste caso, a RT depende muito
mais do preço do que da quantidade.
Questão 13 – C
Justificativa: pois a elevação do preço deste bem ocasiona uma redução de
sua quantidade demandada em proporção menor que a elevação do seu
preço.
Questão 14 – E
Justificativa: pois este valor é menor do que 1, ou seja, variação percentual
da quantidade é menor do que a variação percentual do preço do produto.
Questão 15 – D
Justificativa: A carne bovina e a de frango são bens substitutos. Isso pode ser
provado pelos trechos “Toda vez que a carne bovina é colocada em xeque,
cresce o consumo de frango” e “o impacto negativo sobre a carne bovina
transfere consumidores para o frango”.
Aula 2
Atividade proposta
No que se refere à conduta, podemos perceber que a política dos grandes
bancos
em
relação
aos
demais
concorrentes
no
mercado
e
seu
188
comportamento está dividida no tocante ao preço (juros), produto (crédito) e
coação (em relação aos seus clientes). Em outras palavras, a estrutura de
mercado determina e influencia fortemente o modo como os bancos se
comportam no mercado bancário, fixando juros, o crédito, entre outras
práticas.
No que diz respeito à eficiência (de mercado), estes cinco maiores bancos
têm como resultado final o seu padrão de conduta adotado por eles que
tende a gerar um afastamento do modelo de concorrência (perfeita).
Exercícios de fixação
Questão 1 – B
Justificativa: as três afirmativas são verdadeiras.
I) A produtividade média do trabalho (PMe) é dada por Pme = (Q/N). Já
a produtividade marginal do trabalho (PMg) é formada por PMg =
(∆Q/∆N).
II) Conforme o quadro anterior, podemos verificar que o processo
produtivo apresenta rendimentos decrescentes para o fator trabalho, o
que é característico das funções de produção dotadas na medida em
que há pelo menos um fator de produção que seja fixo. Cada unidade
a mais de trabalho a ser utilizado acaba produzindo um aumento
menor de produção do que a unidade anterior.
III) A produtividade marginal negativa do trabalho pode surgir em
decorrência de uma superlotação ocorrida na empresa de fabricação de
biscoitos. À medida que mais trabalhadores utilizam os mesmos
recursos fixos de capital, eles passam “a tropeçar uns nos outros”,
diminuindo assim a quantidade produzida.
Questão 2 – A
Justificativa: as quatro afirmativas são verdadeiras.
189
I) O nível de produção em que ocorre a maximização do lucro total da
empresa é Q = 24, pois neste nível a RMg = CMg e o LT = 15,00.
II) Os níveis que vale a pena a produção crescer são de Q = 3 até Q = 24,
pois cada unidade a mais de trabalhador a ser absorvido pela empresa
gera uma receita marginal maior do que o custo marginal, pois faz o
resultado dos rendimentos evoluírem significativamente.
III) Apesar de levar um prejuízo de Q = 3 até Q = 12, a receita marginal é
maior do que o custo marginal, ou seja, neste espaço cada unidade a
mais a ser produzida gera uma receita maior do que o seu custo, neste
caso, a empresa pode operar no curto prazo apesar de levar certo
prejuízo.
IV) Não há o porquê de a empresa fechar, já que é uma franquia nova e
mesmo tendo prejuízo total no início em função do seu custo fixo, cada
unidade a mais irá gerar um rendimento maior do que o seu custo.
Questão 3 - D
Justificativa: A relação entre o custo marginal e o custo médio total está na
própria forma em U que as duas curvas têm. Ou seja, o custo marginal
sempre puxa o custo médio.
Questão 4 - A
Justificativa: Toda tomada de decisão do gestor deverá incluir o custo
marginal, dado que o custo marginal diz respeito ao quanto irá variar o custo
total, dada uma modificação do nível de quantidade, e isto é importante para
saber se a empresa tem condições de níveis maiores de produção e a que
custos isso irá acontecer.
Questão 5 - D
Justificativa: é a correspondente verdadeira, pois a diferença entre a análise
de curto e de longo prazo está relacionada aos fatores. Pelo menos um deles
tem de estar fixo, sabendo-se que todos os fatores realmente geram custos e
estes dependem do valor das remunerações e das quantidades destes
190
fatores. Além disso, na proposição III, tem-se que:
RT = P.Q, em termos unitários (ou médios) = P = preço
CT, em termos unitários (ou médios) = CTMe
Logo: P < CTMe.
Questão 6 - C
Justificativa: Maior a produtividade média, significa que o produto médio por
trabalhador cresce e o custo médio por trabalhador diminui, pois o custo para
produzir
poderá
proporcionalmente
estar
aumentando
(havendo
aumento
ao
do
contratar
emprego
mais
trabalhadores
por
trabalhador),
entretanto, o nível do produto é maior do que a contratação proporcional
destes trabalhadores.
Questão 7 - C
Justificativa: Pois em longo prazo, todos os fatores de produção são variáveis,
inclusive o fator de capital, gerando a possibilidade de alterar a estrutura
produtiva da empresa em função das suas necessidades e conveniências.
Questão 8 - D
Justificativa: Visto que o primeiro gráfico acima apresenta um aumento da
quantidade produzida em escalas maiores e como o custo médio local está
diminuindo, significa que o nível de produção cresce em proporções maiores
do que a absorção dos insumos ou dos fatores de produção.
Questão 9 - A
Justificativa: A maximização do lucro total ocorre na medida em que se tenha
um maior nível de lucro possível, em que RT > CT e LT é positivo, em termos
unitários, isso significa que RMe > CTMe e que em termos marginais RMg =
CMg e LMg seja igual a zero.
Questão 10 - C
Justificativa: Quando ocorrem perdas maiores que os custos fixos, demonstra
191
que o custo variável é maior do que a receita total, isto é, isto acontece
quando o custo variável médio é maior que o preço. Assim, quando o custo
variável médio for maior que o preço, as perdas serão maiores que os custos
fixos, e a empresa deverá fechar as portas. Dado que o custo variável médio
é maior que o preço, a empresa incorrerá em maiores perdas produzindo do
que se não produzir e mantiver apenas os custos fixos.
Questão 11 - C
Justificativa: Pois o nível eficiente de produção faz com que o monopolista
obtenha o seu lucro extra, mas não no mesmo nível que uma empresa de
concorrência perfeita, mas que faz com que haja um certo nível de produto
para o consumidor.
Questão 12 - A
Justificativa: A maximização do lucro total em uma empresa de concorrência
perfeita é obtida quando a receita marginal (RMg) = ao custo marginal
(CMg).
Para uma empresa em concorrência perfeita: P = RMg = RMe, assim, RMg =
40
Para obtenção de Q, fazemos: RMg = CMg >>> 40 = 4 + 12Q >>> Q = 3,0
Para obter o valor do lucro total: LT = RT – CT >>> LT = (P.Q) – (2 + 4Q +
6Q2), substituindo-se o valor de Q = 3,0 nas duas funções entre parênteses,
temos que: LT = (40.3) – (2 + 4(3) + 6(3)2) = 52,00.
Questão 13 - A
Justificativa: A concorrência monopolista aparece pouco no mercado
brasileiro. Porém, temos como exemplos desta estrutura o serviço de
fornecimento de gás, de água e alguns serviços públicos, cujo poder do
produtor, então, é normalmente limitado na prática pela regulação do
governo.
192
Questão 14 - B
Justificativa: Aos custos devido às economias de escalas existentes, pois o
mercado será integrado por um número reduzido de empresas. E as
barreiras, pois em função da economia de escala, são fatores que limitam a
entrada de novas empresas em um setor, caso sejam altas, o setor terá
poucos participantes na produção e comercialização e, com isso, a pressão da
concorrência acaba sendo baixa.
Questão 15 - B
Justificativa: O oligopólio é a estrutura de mercado em que a maior parte das
vendas é realizada por poucas empresas (comparativamente ao número
existente de empresas e setores), sendo que cada uma delas é capaz de
influenciar o preço de mercado com suas próprias atividades.
Questão 16 - D
Justificativa: As proposições dizem respeito, de uma maneira geral, às
principais colocações sobre jogos cooperativos e jogos não cooperativos. Um
jogo cooperativo busca consolidar as estratégias das empresas e em um jogo
não cooperativo as empresas agem de forma independente.
Questão 17 - D
Justificativa: A empresa A é a mais beneficiada pela cooperação, pois, em
comparação com a próxima melhor oportunidade, a empresa A se beneficia
de 900 – 100 = 800, enquanto a empresa B perde 800 – 600 com
cooperação.
Questão 18 - B
Justificativa: Caso essas práticas sejam verdadeiras, o objetivo da Coca-Cola
seria manter seu poder de mercado, afastando a concorrência, ou seja, o
mesmo objetivo perseguido pela propaganda
(embora
por
métodos
claramente antiéticos, no caso): manter o mercado com características de
oligopólio, com o que os consumidores deixam de auferir o benefício de
193
preços mais baixos advindos de um mercado concorrencial.
Questão 19 - E
Justificativa: Porque todo equilíbrio em estratégias dominantes é um equilíbrio
de Nash, porém, o contrário não é verdadeiro.
Questão 20 - D
Justificativa: Em um jogo não cooperativo, as empresas participantes não
negociam formalmente num esforço para coordenar suas ações. Elas sabem
da existência do outro, mas agem independentemente. A principal diferença
entre um jogo cooperativo e um jogo não cooperativo é que um contrato
vinculativo, isto é, um acordo entre as partes ao qual as empresas devem
aderir, é possível no jogo cooperativo, mas não no jogo não cooperativo.
194
Aula 5
Atividade proposta
Em bilhões de R$ a preços
correntes
Componentes do PIB
2003
2004
2005
A - ÓTICA DA PRODUÇÃO
1
Produção (Valor Bruto de Produção)
2.992,60
3.432,70
3.786,70
2
Impostos sobre Produtos
229,30
275,20
306,50
3
Consumo Intermediário (-)
1.522,10
1.766,40
1.944,40
1.699,80
1.941,50
2.148,80
Despesas de Consumo Final
1.382,20
1.533,80
1.720,30
Consumo das Famílias
1.052,70
1.160,60
1.292,10
Consumo da Administração Pública
329,50
373,20
428,20
Investimento
268,10
332,30
350,90
Formação Bruta de Capital Fixo
259,7
312,5
342,2
Variação de Estoque
8,40
19,80
8,70
3
Exportação de bens e serviços
254,70
319,00
324,90
4
Importação de bens e serviços (-)
205,20
243,60
247,30
1.699,80
1.941,50
2.148,80
Remuneração dos Empregados
671,70
763,10
862,50
Salários
528,10
597,40
682,70
Contribuições Sociais Efetivas
111,90
133,00
141,10
Contribuições Sociais Imputadas
31,70
32,70
38,70
2
Rendimentos Misto Bruto
180,00
189,40
200,80
3
Excedente Operacional
600,50
690,70
755,10
247,60
298,30
330,40
1699,80
1941,50
2148,80
Produto Interno Bruto
B - ÓTICA DA DESPESA (OU DOS GASTOS)
1
2
Despesa Interna Bruta
C - ÓTICA DA RENDA
1
Impostos Líquidos de Subsídios sobre a Produção e
4
Importação
Renda Interna Bruta
195
Fonte: IBGE
Tendo preenchido o quadro, o que podemos observar é que há uma
igualdade entre os valores das óticas da atividade econômica. Percebe-se,
neste sentido, que a dinâmica da economia do país pode ser mensurada tanto
em relação à produção (ao produto), quanto em relação à renda e aos gastos
da economia.
Exercício de fixação
Questão 1 - D
Justificativa: Com o crescimento econômico, mensura-se a evolução da
atividade econômica de um país e, consequentemente, a este crescimento
analisa-se o comportamento da elevação do emprego da população
economicamente ativa.
Questão 2 - A
Justificativa: Esta indica que as empresas de um país precisam aumentar o
número de empregados para que possam aumentar o seu nível de produção.
Desta forma, quando o produto (PIB) cresce, aumenta o emprego, ou, em
outras palavras, há uma redução da taxa de desemprego.
Questão 3 - C
Justificativa: O produto identifica-se como o valor adicionado pelas empresas
ou pelos setores produtivos de um país, isto é, os setores, agropecuário,
industrial e de serviços.
Questão 4 – B
Justificativa:
a) Setor produtor de trigo:
custo dos insumos = 0
196
valor adicionado = produção bruta – custo de insumos = 300
Setor produtor de farinha:
custo da matéria-prima = 300
valor adicionado = produção bruta - custo da matéria-prima = 500 – 300 =
200
Setor produtor de pizza:
custo da matéria-prima = 500
valor adicionado = produção bruta - custo da matéria-prima = 700 - 500 =
200
b) PIB = valor adicionado (trigo) + valor adicionado (farinha) + valor
adicionado (pizza) = 300 + 200 + 200 = 700.
c)O único bem final são as pizzas.
PIB = valor da produção de pizzas = 500 + 100 + 100 = 700
d) PIB = somatório das remunerações nos três setores de atividade =
(lucros do produtor de trigo + salários pagos por ele) + (lucros do
produtor de farinha + salários pagos por ele) + (lucros do produtor de
pizzas + salários pagos por ele) = (200 + 100) + (100 + 100) + (100
+ 100) = 300 + 200 + 200 = 700.
e) Porque não existem informações sobre os gastos advindos da
depreciação do estoque de capital envolvido na produção.
Questão 5 - C
Justificativa: Pela ótica da renda, somam-se Salários, Lucros e, por se tratar
do Produto Bruto, o valor da Depreciação: (Obs.: a depreciação é uma
exceção da igualdade entre valor adicionado e renda, pois ela corresponde
exatamente a valores adicionados não pagos, não gerando, renda).
PIBcf = 1.000 + 3.000 + 300 = 4.300
197
Para transformar o PIB a custo de fatores para o PIB a preços de mercado,
soma-se ao primeiro o valor dos Impostos indiretos líquidos de subsídios:
PIBpm = 4.300 + 200 = 4.500
Questão 6 - E
Justificativa: de acordo com o quadro, a análise que se faz é que no âmbito
da demanda houve uma evolução cíclica significativa, no âmbito do consumo
das famílias, do governo e da formação bruta de capital fixo, além do ciclo
evidenciado no quadro no que diz respeito às importações e exportações.
Questão 7 - E
Justificativa: I e III são verdadeiras segundo a aula 5, estudada por nós. No
tocante à proposição II, o PIB real refere-se ao PIB nominal excluindo-se a
variação da inflação, enquanto na proposição III, o produto a custo de fatores
é o resultado do produto a preços de mercado menos os tributos indiretos e
mais os subsídios.
Questão 8 - E
Justificativa: visto que PIBpm = PIBcf + II – sub, sendo: II = impostos
indiretos e sub = subsídios
Questão 9 - D
Justificativa: O PIB sofreria expansão porque a contratação se refletiria em
aumento da produção interna (não importando se ela é decorrente da
atuação de nacionais ou de estrangeiros). A Renda Nacional Bruta
(equivalente ao Produto Nacional Bruto, pela equivalência das óticas de
mensuração), por sua vez, não se alteraria, porque é uma variável associada
unicamente à produção feita por nacionais do Iraque, por iraquianos.
Questão 10 – C
Justificativa: Em países, como no caso do Brasil, os rendimentos enviados ao
exterior são maiores do que os recebidos de outros países. Resulta que os
198
rendimentos líquidos enviados ao exterior são um número positivo, e o PIB é
maior do que o PNB. Em países como os Estados Unidos, ocorre o contrário
(rendimentos enviados - rendimentos recebidos são um número negativo),
sendo o PNB maior do que o PIB. Como a medida mais abrangente costuma
ser mais amplamente usada, fala-se mais em PIB no Brasil, enquanto, nos
EUA, utiliza-se mais frequentemente o PNB como medida da atividade
econômica.
Questão 11 - A
Justificativa: Para comparações internacionais, utilizamos os PIB em dólares,
mas não os dólares correntes, que são muito afetados pela política cambial de
cada país, mas sim o que diz respeito ao PIB em dólares por meio do conceito
da paridade de compra.
Questão 12 - D
Justificativa: O deflator é um índice de preços que assume deflacionar, ou
seja, retirar a variação da inflação. Através dele obtém-se o PIB real (a preços
constantes) a partir do PIB nominal (a preços correntes).
Questão 13 – D
Justificativa: É a renda pessoal, é a parte da renda nacional auferida
efetivamente pelas pessoas (famílias), subtraindo-se da renda nacional os
lucros não distribuídos pelas empresas, os impostos sobre lucros e as
contribuições empresaariais à previdência social, e, por outro lado,
acrescentam-se as transferências pagas pelo Estado às pessoas físicas.
Questão 14 – A
Justificativa: Pois: PNB = PIB + RLE e RLE = RRdE – REpE, se REpE > RRdE,
logo: PIBpm > PNBpm.
Questão 15 – E
Justificativa: Para passar de interno para nacional: PNBpm = PIBpm - REpE +
199
RRdE = 8.000 - 400 + 200 = 7.800
Para passar de bruto para líquido: PNLpm = PNBpm – D = 7.800 – 400 =
7.400
Para passar de preços de mercado para custo de fatores: PNLcf = PNLpm – II
+ sub = 7.400 – 800 + 400 = 7.000.
Aula 6
Atividade proposta
Com contas de capitais abertas, como são na prática as do Brasil, transações
com ativos financeiros são um determinante muito mais importante das taxas
de câmbio do que as transações comericiais, que têm efeito sobre a renda e o
emprego da população. Controles de capitais servem para conter aquelas
transações quando elas forem incompatíveis com a manutenção do nível de
atividades desejado, permitindo a administração mais eficaz de câmbio de
acordo com as necessidades de crescimento e transformação produtiva do
país.
Exercícios de fixação
Questão 1 – E
Justificativa: Pois os títulos públicos de alta liquidez fazem parte do M4.
Questão 2 - D
Justificativa: Pois tem alta liquidez e serve como instrumento na realização
das trocas econômicas.
Questão 3 - E
Justificativa: Porque neste caso, o controle do déficit das contas públicas está
vinculado à União, ou ao Tesouro Nacional.
200
Questão 4 - A
Justificativa: Porque neste caso todas as medidas acima dizem respeito às
medidas contracionistas da política monetária, com objetivo de contrair e não
de expandir a atividade econômica.
Questão 5 – C
Justificativa: Toda vez que se eleva os juros, a tendência é de diminuir a
demanda por moeda, reduzindo os gastos da sociedade e contraindo a
atividade econômica.
Questão 6 - D
Justificativa: Porque todos esses fenômenos acabam influenciando a decisão
de gastar, de demandar mais moeda para a realização de transações.
Questão 7 - B
Justificativa: Durabilidade, divisibilidade, homogeneidade e facilidade de
manuseio e transporte são características que a moeda deve ter para ser
capaz de exercer as funções de instrumento de troca, medida de valor e
reserva de valor.
Questão 8 – D
Justificativa: Em resumo, a política monetária restritiva ou contracionista diz
respeito a contrair a atividade econômica e, com a venda de títulos, acaba
fazendo com que diminua os gastos da sociedade.
Questão 9 - E
Justificativa: A inflação inercial não está ligada nem às causas fiscais, nem às
causas monetárias. A inflação inercial teria origem nas expectativas dos
agentes econômicos de que, no futuro, nada mudaria em relação ao
comportamento apresentado pelos preços no passado, sendo que esse
processo é alimentado pelo processo de indexação da economia.
201
Questão 10 - C
Justificativa: Toda vez que ocorre aumento das remunerações dos
trabalhadores acima da produtividade, isso acaba gerando maiores gastos
para as empresas que irão repassar aos consumidores.
Questão 11 - D
Justificativa: Não. Tal fato pode indicar superávits no resultado do balanço de
pagamentos, mas isso nem sempre é real, pois pode ocorrer um saldo
negativo em transações correntes, mais um saldo positivo na conta capital e
financeira – que mais do que compense o saldo negativo da primeira conta.
Nesse caso, haveria um aumento nas reservas internacionais do país, embora
as transações correntes fossem deficitárias.
Questão 12 - C
Justificativa: Tal situação pode ser problemática, porque déficits em
transações correntes deverão ser compensados por superávits na conta
capital e financeira. De fato, torna-se difícil financiar déficits substanciais e
crescentes por um longo período, pois o fluxo de capitais depende, entre
outros aspectos, das expectativas dos investidores estrangeiros. Assim, uma
alteração das expectativas (influenciada mesmo pela simples existência
daqueles déficits) pode reduzir consideravelmente o fluxo de capitais para o
Brasil.
Questão 13 - C
Justificativa: Primeiramente, um aumento de juros no mercado financeiro
internacional afeta negativamente a conta de rendas do balanço de
pagamentos do Brasil: parte preponderante da dívida externa é contratada a
juros flutuantes, ou seja, aumentando a taxa de juros, aumentam os
pagamentos devidos. Entretanto, o aumento de juros afeta também a conta
capital e financeira: os empréstimos e financiamentos ficam mais caros,
diminuindo sua procura. Isso tem efeito indireto sobre a conta de transações
202
correntes: boa parte das importações e muitos itens das exportações não são
pagos à vista, mas financiados. O aumento nos juros dificulta esses
financiamentos e pode, por exemplo, tornar algumas exportações não
competitivas, na medida em que o aumento de juros não afete da mesma
forma os exportadores de outros países.
Outro aspecto a ser considerado, na medida em que haja uma elevação da
taxa de juros internacionais, esta taxa de juros está associada aos títulos do
governo dos EUA, que têm grande influência sobre o mercado financeiro
mundial, neste caso, tal elevação faz diminuir a atratividade de aplicações em
países emergentes, como o Brasil. Isso reduz o diferencial entre o rendimento
que pode ser obtido nesses países e o rendimento de aplicações em países
mais desenvolvidos. Como consequência, reduz a entrada de investimentos
externos, principalmente os de curto prazo, como aplicações em bolsa de
valores.
Questão 14 – B
Justificativa: A taxa de câmbio fixa diz respeito à maneira pela qual as
autoridades monetárias fixam a taxa não importando o tempo do valor
preestabelecido.
Questão 15 – C
Justificativa: Com um câmbio fixo, o Banco Central fixa a taxa de câmbio
procurando estimular as importações, elevando a concorrência interna. Com o
câmbio flutuante, quem determina a taxa de câmbio é o mercado.
203
Antônio Elder de Oliveira Tavares possui Graduação em Economia pela
Universidade
Cândido
Mendes
(1988),
Mestrado
em
Economia
pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992), Especialização em Análise da
Conjuntura Econômica (Pós-Graduação) pelo Instituto de Economia da UFRJ
(2003) e Especialização em Análise Ambiental e Gestão do Território (PósGraduação) pela Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE (2010).
Atualmente, é Professor Titular e Coordenador do curso de Economia da
Universidade Estácio de Sá, assim como autor conteudista dos materiais
didáticos
denominados
Conjuntura
Brasileira,
Economia
Brasileira,
Contabilidade Social, Fundamentos de Economia e Economia e Administração
Industrial, com base nos planos respectivos de aula desenvolvidos pelo
mesmo autor, integrantes dos currículos dos cursos de graduação em
Ciências Contábeis, Administração, Economia e Engenharia Elétrica.
Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/6138383368006919 >
Atualizado em: 27 jun. 2014
204

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