Óleos essenciais orgânicos
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Óleos essenciais orgânicos
ANO 1 - Nº 5 • Edição Mensal - Setembro/2013 • O Jornal de Santa Rosa de Lima • Distribuição gratuita. Venda Proibida. Óleos essenciais orgânicos Constituição de uma cadeia produtiva inovadora para as Encostas da Serra Geral. Pág. 9 Esporte Total Confira as equipes e tabela dos campeonatos veterano e feminino. Pág. 26 Portal da Transparência aponta reajustes superiores a 70% no valor da coleta e no volume dos resíduos sólidos em SRL Reportagem ESPECIAL: Pág. 2 Possíveis irregularidades devem ser apuradas nas obras da quadra poliesportiva do Rio Bravo Pág. 14 “Die lehrerin”, assim era chamada a professora. PATRIMÔNIO SANTAROLIMENSE: EVE R B M E E! N ON LI Pág. 12 2 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Reportagem ESPECIAL Mariza Vandresen Tem sujeira nos resíduos sólidos de Santa Rosa de Lima? Santa Rosa de Lima é Capital catarinense da Agroecologia e Destino Nacional de Referência em Turismo Rural. É município com muitas nascentes de cursos d’água e tem áreas significativas de remanescentes de Mata Atlântica. Seus pouco mais de dois mil habitantes querem e precisam viver melhor e em harmonia com a natureza. Coerência é a palavra-chave. Coerência entre imagem, modo de produzir e gerar renda e modo de tratar os resíduos sólidos. Até porque o Ministério do Turismo recomenda um trabalho mais efetivo na área de tratamento de resíduos sólidos, justamente porque o turista espera isso da Capital da Agroecologia. O empreendedor no agroturismo pede a mesma coisa porque não quer perder seus clientes diferenciados. Os agricultores habitantes das localidades do interior dão sinais positivos em relação à coleta seletiva realizada a cada dois meses. Problemas no centro urbano – composto por pouco mais de cento e cinquenta domicílios – sinalizam que é preciso trabalhar um processo de educa- Primeiro lixão a céu aberto, sendo queimado no Morrote. ção ambiental com todas as idades e perfis. Como ficará claro nesta matéria, iniciativas e tentativas locais de coleta seletiva, de triagem e de valorização dos resíduos sólidos, combinados a esforços de educação já foram realizadas, mas baseadas na tentativa e erro, sem o devido aporte teórico-prático e sem o apoio financeiro e a estrutura adequados. A pergunta que se faz é porque um pequeno município não é capaz de tratar ele próprio dos resíduos que gera? E mais ainda, porque é incapaz de valorizá-los e de gerar renda localmente? Ao contrário, paga e muito para apenas se livrar do problema. Ou, para passa-lo para frente. A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos Sancionada em agosto de 2010, pelo então presidente Luís Inácio Lula da Silva, a lei 12.305 estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para os ambientalistas, foi um marco histórico. Afinal, a lei consagra conceitos avançados na gestão de resíduos sólidos e, se colocada em prática, será capaz de mudar em curto tempo a maneira como poder público, empresas e consumidores lidam com a questão do “lixo”. Um dos pontos importantes é a exigência da elaboração de Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Santa Rosa de Lima deveria ter elaborado o seu até 2 de agosto de 2012. Não o fez e não se vê nenhuma movimentação nem no executivo, nem no legislativo para que isso ocorra. Afinal, essa é uma condição para que o município tenha acesso a recursos da União e de outras instituições financeiras para investimentos nesse setor. Do ponto de vista normativo, resta, assim, em Santa Rosa de Lima, somente uma referência muito geral ao lixo, feita na lei orgânica municipal que, destaque-se, é de 1990: “compete ao município prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos, remoção e destino do lixo domiciliar ou não, bem como de outros detritos e resíduos de qualquer natureza” (Cap. III, Seção I, artigo 14, § XIX). No dicionário, a palavra lixo é definida como sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. Ou como tudo o que não presta e se joga fora. Na linguagem técnica, é sinônimo de resíduos sólidos. Ou seja, tudo aquilo gerado e descartado pelas atividades humanas. Com os programas e legislações recentes, o lixo também se transformou em um negócio. A coleta de material reciclado tem crescido e tende a crescer ainda mais. Empresas e cooperativas de catadores transformam resíduos em renda. Uma referência no tempo João no canteiro de compostagem da prefeitura em setembro de 2005. João Batista Willemann – o João da Zita, como é conhecido por todos – trabalha há 23 anos na prefeitura. Assim que ingressou no serviço público, foi logo lidar com a coleta do lixo. Relata que por volta de 1990, no mandato de Aluísio Heidemann, veio por aqui um fiscal e exigiu que a prefeitura iniciasse um trabalho de recolhimento do lixo. Lixeiras feitas de latão foram instaladas na praça e eram recolhidas semanalmente. Todo o material era depositado em lixões a céu aberto. Existiram dois, em áreas verdes da prefeitura. O primeiro foi no Morrote. “A gente pegava as lixeiras e colocava dentro de um caminhão, um Mercedes amarelo, era tudo levado para o lixão do Morrote. No fim, colocaram fogo nele. O que queimou, queimou. O resto ficou, está tudo enterrado”, conta João. Depois disso, outro lixão foi criado no bairro Belo Vista, mais precisamente no local onde hoje está instalada a Madeireira Cobema. João lembra que eram feitas valas com retroescavadeira e todo o lixo era depositado dentro delas. “A gente também botava fogo em tudo que queimava. Assim que enchia uma vala a prefeitura fazia outra. No fim, já não tinha mais lugar”. Naquela área, por volta do ano 2000, alunos da escola Aldo Câmara realizaram um projeto de recuperação com o plantio de árvores nativas. Uma primeira tentativa de triagem Em 1999, conforme informações de Lucio Schmidt, à época secretário de agricultura, foi criado uma espécie de galpão de reciclagem para solucionar o problema do lixo. Era na antiga estufa de secagem de grãos, já inutilizada, ao lado da garagem da prefeitura. João foi o primeiro a trabalhar lá, com mais dois ajudantes, Maurino [Pirulito] e sua esposa Ana. Segundo ele, os problemas no galpão de traigem eram inúmeros. “Era um serviço muito ruim. Muito nojento. Eu até fiquei doente. A gente não tinha máscara e as luvas eram escassas. O mau cheiro era grande e lembro que eu tomava banho, mas aquele cheiro de lixo parece que entranhava na gente. E tinha um tanto de ratos, baratas, moscas. A gente via os ratos passeando o tempo todo. Convivia com eles ali dentro”. Ao mesmo tempo, João fazia campanhas, palestras e visitas técnicas. Tentou de tudo para conscientizar a população para separar o lixo. “Eu ia de casa em casa, entregando um panfleto educativo. Mas era muito difícil mudar o hábito das pessoas. Teve gente que me disse que aquele panfleto é que era lixo”. As palestras eram nas escolas e os alunos vinham visitar o galpão. “Não adiantou nada. A população não estava nem aí. Mandavam tudo misturado”. Varrer pra debaixo do tapete No galpão separavam os materiais recicláveis. Incialmente, eles eram vendidos pela própria secretaria de agricultura. Depois, a família de Maurino levava e ela é que comercializava tudo. Os resíduos orgânicos e os rejeitos tinham outro destino: “O que era orgânico eu fazia adubo, compostagem. Esse material era usado nas hortas escolares e nas plantas da cidade. A gente também doava pra população que vinha buscar. Já os rejeitos eram depositados no lixão do preto Velho lá perto de Tubarão. Eram levados com caçambas da prefeitura”. Os problemas do galpão relatados por João eram foco de constantes reclamações dos moradores. Os vizinhos se queixavam, sobretudo, do mau cheiro e da existência de moscas, baratas e ratos. Em 2010, a administração municipal optou pelo jeito mais fácil de resolver esses sintomas de uma falta de consciência dos santarosalimenses e na inexistência de uma política local de gestão de resíduos sólidos. A escolha feita foi transportar todo o lixo para fora do município, com a contratação de uma empresa de fora para esse serviço. Uma parte, supostamente, continuaria a ser triada e reciclada, mas longe do município. Essa situação persiste até hoje. Hoje nosso lixo é tudo lixo mesmo João da Zita faz uma comparação importante: “Naquele tempo [do galpão] era tudo muito ruim. Mas, pelo menos, a gente separava o lixo e muito dele era aproveitado. Hoje, está pior ainda, pois o caminhão da Recicle recolhe e leva tudo triturado para um aterro sanitário. Do lixo daqui só se aproveita o que vem do interior, que a prefeitura deposita no galpão do Pirulito”. E conclui dizendo que, para ele, a solução seria um galpão de reciclagem dentro dos padrões exigidos pela lei e também muita conscientização junto com a população: “Primeiro tem que ensinar, de casa em casa, de morador em morador. Não podemos mais ficar destruindo nossa natureza e não dando um destino de valor ao nosso lixo. Tem que ter aproveitamento. Hoje nosso lixo é tudo lixo mesmo. Rejeito. Sujeira”. Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL 3 Comunidade RIO DO MEIO Ana Beatriz Kulkamp | Diana Kulkamp | Karine Neckel Uma senhora recicladora Jovem, mulher, mãe e, como ela própria brinca, a “Severina do lixo de Santa Rosa de Lima”. Ela sabe que é diferente. “Pessoas que eu considero importantes me perguntam, mas como, uma mulher à frente deste trabalho?”, conta Ramone Nascimento. E ela mesma responde. “Porque sou diferente! Meu nome não é comum. Eu também não sou uma pessoa comum. Alguns me criticam. Outros me admiram. Sei que o lixo é minha bola de ouro, gosto disso e me sinto bem. Meus colegas de escola foram pra faculdade ou ficaram na roça e eu optei por algo diferente, sou uma catadora de materiais recicláveis”. O início, o fim e o meio Ramone ingressou no universo de catadores de material reciclável em 2003. Seu pai, Maurino Nascimento, o Pirulito, depois de um mês contratado em função pública, começou a lidar com o “lixo” do município, no galpão instalado na garagem da prefeitura. “No início era só o pai e o João que trabalhavam. Mas o volume aumentou e, por fim, minha mãe e eu começamos a ajudar”. Daí houve o estalo de que os matérias recicláveis poderiam gerar uma boa renda. Em pouco tempo, toda a família participava da triagem. Tempos depois, como os moradores não separavam devidamente o “lixo” em suas casas e esse problema “estourava” no galpão, houve reclamações de vizinhos e a decisão da administração municipal de contratar uma empresa para a coleta e o transporte para fora do município. “Depois que o galpão fechou, nós começamos a fazer aquilo ali por nossa conta. Hoje, faço tudo sozinha: eu recolho, separo, entrego, pago e recebo”, conta Ramone. Mensalmente, coleta cerca de cinco toneladas de material bruto, não só em Santa Rosa de Lima, mas também em diversos municípios da região. Trabalho digno Toda a renda de Ramone, que ela divide com os pais, provém desse trabalho, do qual se sente orgulhosa. Não só pelo dinheiro, mas pelo serviço que presta a sociedade. “Tem pessoas que me cumprimentam e tem pessoas que me olham de cara feia. Eu trabalho com lixo, mas faço um serviço limpo e digno. A minha renda vem toda do lixo. Faço isso pra sustentar minha família. Melhor assim do que fazer algo que não é decente.” E ela enumera algumas vantagens da sua lida. “Eu adoro o que faço e não me vejo fazendo outra coisa. Faço o meu horário, tenho liberdade. A satisfação é saber que eu preciso daquilo e eu sei o quanto eu tenho que trabalhar para conseguir o que preciso”. Ela diz que acaba achando graça do que certas pessoas consideram ser sua desgraça. “Se engalha um saco no caminhão, eu dou risada. Se me machuco, chamo um nome feio, mas dou risada. Pareço uma doida na rua. Estou todo dia em lugares diferentes. Vejo pessoas diferentes.” E conclui: “o que é lixo pros outros, pra mim é renda. Tem lixo que brilha o olho. Às vezes eu passo em Braço do Norte ou outra cidade e vejo alguma coisa de valor no lixo, eu paro e pego. Não importa a roupa que estou nem onde estou.” No universo dos resíduos sólidos, as pessoas é que precisam se reciclar Apesar das alegrias, Ramone lamenta a postura de quem gera o lixo. “O maior problema ainda é a falta de conscientização da população sobre a separação. Na segunda-feira, o volume é bem maior, mas é um material muito ruim. É tudo misturado. Não se aproveita quase nada. Tem gente que mistura orgânico com caco de vidro, com agulha de insulina, com lixo de banheiro, com plástico. Já me feri muitas vezes com vidros e agulhas. Eu sei certinho as casas em que posso coletar, onde o lixo vem com valor. Tem gente que coloca até bicho morto pra coleta. É gato, gambá... Não sei porque... As pessoas misturam tudo”. Outra dificuldade apontada pela recicladora é a forma como as pessoas dispensam seus lixos. “Muitos sacos vêm abertos. Sacos são jogados no chão ao alcance de animais. Muitas lixeiras ficam cheias de restos. Ora, o lixo é uma questão de saúde pública. Pra resolver, basta a conscientização. Mas pra conscientizar tem que começar lá pela creche. Os maiores não entendem ou não querem entender. Acham que a obrigação é de quem cata. E, às vezes, ainda acham que nós somos pessoas de má índole”. E ela faz questão de destacar que “o melhor lixo é aquele que vem do interior do município”. “Antes a gente coletava. Este ano mudou. A prefeitura coleta e deixa aqui. Isso acontece de dois em dois meses. É o melhor lixo que vem. É um lixo seco.” Diretor: Sebastião Vanderlinde Diretora: Mariza Vandresen Estrada Geral Águas Mornas, s/n. CEP 88763-000 Santa Rosa de Lima - SC. Tel. (48) 9944-6161 / 9621-5497 E-mail: [email protected] Verduras com sabor de colônia Em nossa comunidade, existem diversas famílias que trabalham com a produção orgânica. Uma delas é formada por Dona Maria Edite Boeing Bonetti e Seu Isaltino Bonetti. Os dois são agricultores e moradores do Rio do Meio. Para conhecer um pouco mais desta produção e com o propósito de saber a opinião deles sobre o universo dos produtos orgânicos, nossa coluna resolveu realizar uma entrevista com o casal. “O que lixro pros outros pra mim é renda”. Ramone, recicladora em SRL. Dicas No que se refere à coleta, para Ramone, o ideal seria uma coleta seletiva e separada por dias. “Por exemplo, em um dia só se coletaria lixo orgânico. E, em outro, só lixo seco. Isso seria o ideal.” Para a separação nas residências ela mostra sua prática. “Aqui em casa eu tenho um cantinho da reciclagem. Lavo todas as embalagens e nas sexta eu recolho o que eu produzi na semana. O material orgânico vai para os bichos ou para o quintal. Mando pouca coisa pra lixeira da rua, um lixo de banheiro, algum isopor. Vai muito pouco mesmo. Pra gente poder triar e reciclar não pode estar sujo”. Lixo extraordinário “Tenho clientes que vem aqui e gostam de ver o meu lixo. Encantam-se por uma porcelana antiga, por um vidro diferente. Trabalhar com reciclagem é um vício. Tem coisas que eu me apego. E tem coisas que eu vejo e já tenho mil ideias. Rodado vira mesa; bebedouro de granja, vaso. Tem pessoas que levam materiais pelas ideias que eu dou. Eu queria um incentivo pra transformar o lixo não só em material reciclado, mas também em utilidade ou arte. Queria fazer um espaço de coisas antigas. Tem ‘lixo’ que eu compro porque gostaria de expor.” Os recicladores sempre têm causos para contar sobre o que acham no lixo. A história inusitada da Ramone foi uma caixa que, inicialmente, ela deixou de lado. Quando abriu, viu que continha roupas totalmente novas. Era uma mercadoria que uma loja, por descuido, havia colocado junto com o lixo. “Valiam por volta dois mil reais e eu devolvi. Eles me agradeceram muito e disseram que não podiam entender como tinha acontecido”. Mais uma demonstração de que esse é um trabalho realmente limpo e digno. segue Fundado em 10 de maio de 2013, dia do 51º aniversário de Santa Rosa de Lima Jornalista Responsável: Mariza Vandresen Diretor-executivo (Circulação, Comercial, Financeiro, Publicidade e Planejamento): Sebastião Vanderlinde Revisor e editor (voluntário): Wilson (Feijão) Schmidt. A trajetória Eles começaram produzindo verduras de forma convencional, isto quer dizer, com uso de insumos de síntese química. Depois de algumas safras, decidiram que era melhor parar. “Os custos de produção eram altos e tinha o problema de devolução de produtos, pois a verdura depois de colhida se estragava muito rápido. E o preço ficou muito baixo. Era difícil concorrer oferecendo um produto convencional”, relata seu Tino. Algum tempo e algumas conversas depois, principalmente motivados pelo professor e “vizinho” Wilson Schmidt, decidiram que era hora de voltar a produzir verduras mas, então, de forma orgânica. “Primeiro não acreditamos muito na ideia, mas resolvemos apostar. A gente pensava que até era loucura lidar com verduras de novo”, diz Edite. Com o passar do tempo, a atividade foi se consolidando e eles se deram conta de que se tratava de uma boa alternativa. “Hoje, percebemos que essa produção é mais viável. O preço é maior e se tem uma melhor organização. Tudo o que produzimos entregamos para a Agreco e recebemos certinho”, completa Tino. Além da renda com a comercialização eles se orgulham de ter à mesa alimentos saudáveis e frescos. O casal conta que com as sobras das plantas eles conseguem criar vários animais, como coelhos, porcos, gansos, galinhas e patos, entre outros. E concordam em uníssono: “É uma vista linda de se ver, aquela bicharada no quintal, no açude, pelos galinheiros. Até os turistas que passam aqui na estrada diminuem a marcha e batem fotos dos bichinhos. Para nós isso é um orgulho”. E com sinceridade, mas parecendo verdadeiros garotos-propaganda, eles anunciam: “plantamos verduras porque gostamos deste trabalho. E temos a alegria de saber que os alimentos que produzimos são servidos à mesa de cada um dos clientes da Agreco com aquele saborzinho da colônia e sem riscos à saúde de ninguém”. Dona Dite e Seu Tino. O Canal SRL é uma publicação mensal da Editora O ronco do bugio. Só têm autorização para falar em nome do Canal SRL os responsáveis pela Editora que constam deste expediente. Diagramação e Arte: Qi NetCom - Anselmo Dandolini Distribuição: Editora O ronco do bugio Tiragem desta edição: 1000 exemplares Circulação: Santa Rosa de Lima (entrega gratuita em domicílio). Dirigida, também, a prefeituras, câmaras e veículos de comunicação do Território das Encostas da Serra Geral e a órgãos do Executivo e Legislativo estadual e federal. 4 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL segue Reportagem ESPECIAL A situação atual. Há mais do que lixo a reciclar... O relatório de diagnóstico dos resíduos sólidos, realizado recentemente pelo Consórcio de Saneamento Básico da Amurel, aponta que Santa Rosa de Lima produz em média 20 toneladas de resíduos por mês. Estes dados confirmam o diagnóstico do Plano de Saneamento Municipal elaborado no ano passado. Como foi visto, legalmente, a responsabilidade deste serviço de utilidade pública cabe ao poder público municipal. Atualmente, o encargo é da Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Comércio, que optou por dar continuidade à terceirização da coleta, triagem e transporte dos resíduos sólidos urbanos ou lixos domiciliares. Através de licitação, permaneceu a empresa Recicle, de Braço do Norte, que, anteriormente, já prestava esses serviços. Os preços licitados em 2013 foram R$ 64,00 por tonelada recolhida, mais a taxa mensal de coleta de R$ 5.400,00 (sendo previstas coletas duas vezes por semana, segunda e quinta, no perímetro urbano, no Quedas d’Água e Bela Vista). Recentemente, com base em dados disponíveis no Portal da Transparência, vereadores da oposição constataram acréscimos superiores a 70% no valor pago para a execução destes serviços, se comparados ao mesmo período em 2012 e 2013. O que mais chamou atenção foi o aumento significativo na tonelagem supostamente recolhida. Se em abril de 2012, foram coletadas cerca de 20 toneladas de resíduos, no mesmo mês de 2013 teriam sido recolhidas 40 toneladas. Julgando-se que não há qualquer explicação razoável para tal aumento, o assunto foi levado à Câmara. O presidente, Leonizio Laurindo, encaminhou, en- tão, convite aos responsáveis pela tema na administração municipal e à empresa Recicle para que comparecessem à casa legislativa municipal para prestarem esclarecimentos. Uma tentativa de elucidar Em atendimento ao convite, compareceram à sessão do dia 13 de agosto, os secretários municipais Edson Vandresen (Finanças) e Bertilo Heidemann (Agricultura, meio ambiente e turismo) e pela empresa Luiz Carlos Bloemer Pickler. Inicialmente, o vereador Luiz Schmidt, questionou os índices de reajuste dos serviços. “De 2011 para 2012, o valor da coleta teve um acréscimo de 4.49% e, de 2012 para 2013, de 74%. Os índices são relativos aos números do primeiro semestres dos três anos referidos”, disse o vereador. O representante da Recicle relatou que essa empresa foi a única a participar da licitação e que havia apresentado o que considerava ser “o preço real” dos serviços, e esse aumento refletiria aumentos de custos (reajuste do salário dos funcionários, do combustível, dos valores do uso do aterro sanitário) e um “aumento das linhas de recolhimento” no município. Mas, segundo ele, o principal motivo para o aumento significativo dos valores pagos teria sido o volume de lixo gerado pelas PCH: “Elas não tem um ge- renciamento correto de resíduos; vão lá e largam na terra. Só de terra é três vezes a quantidade de lixo. Esse é o maior problema. Pra nós nem é interessante já derrubamos duas caçambas em aterro por causa desta terra”, declarou o representante da Recicle. Além de terra, ainda segundo Luiz Carlos Bloemer Pickler, haveria um volume importante de madeira colocado para recolhimento pelas PCH. Questionado sobre a pesagem e o controle desse volume, informou que a pesagem é realizada em uma balança na propriedade do senhor Alvaro Schuelter, em São Maurício. Os secretários municipais, por sua vez, relataram que como o contrato com a Recicle havia terminado em 2012, procuraram a empresa e “depois de muito diálogo”, lançaram um edital, na modalidade pregão, em janeiro de 2013. Segundo Vandresen, “foi feito o edital, tudo certo, e apenas essa empresa compareceu no dia da licitação, vencendo o pregão”. Com relação ao aumento na quantidade de lixo produzido, Edson diz que não tem os dados, não sabe a participação das PCH na quantidade de lixo coletado, mas avalia que o volume vem de fato crescendo. Quanto ao que é pago à Recicle, o secretário de finanças considerou ser “um valor preocupante”, mas que a “nossa natureza agradece porque este lixo não está sendo jogado em qualquer lugar”. A vereadora Edna Bonetti ponderou que não pode ter havido mudanças significativas nos volumes gerados de lixo a ponto de se coletar o dobro e que o aumento no trajeto percorrido para recolhimento é pouco significativo. Por isso afirmou que “a administração municipal não poderia admitir um aumento de 74% no valor da coleta do lixo”. O secretário da pasta diretamente responsável pelo tema, Bertilo Heidemann, acabou falando por mais de meia hora, sobre temas diversos e distantes do objetivo da sessão, para, ao final, declarar: “A única coisa que eu posso dizer sobre o lixo é que a empresa ganhou e nós temos que pagar”. Sobre os volumes, disse apenas que se comprometia a “verificar o que está acontecendo”. Em tempo Na data do fechamento desta edição, o Canal SRL procurou informações, no setor de licitações da administração municipal, sobre a situação do contrato da prefeitura com a Recicle, já que seu prazo expiraria no mês de agosto. E através do Portal da Transparência foi confirmado que o contrato se encerrou no dia 31 de agosto. (tela ao lado) Bode expiatório No dia seguinte à sessão na Câmara, a vereadora Edna Bonetti buscou apurar as informações sobre o volume de rejeitos das PCH. Foi até o canteiro da PCH Santa Rosa, a única ainda em construção, e conversou com o engenheiro responsável pela obra, Dyego Casagrande, da empresa Dez Engenharia. Segundo ele, “Nunca a empresa enviou madeira, tampouco resíduos com terra. A empresa produz um volume considerado baixo de resíduos, são menos de 40 trabalhadores alojados aqui e o lixo orgânico é recolhido pelo senhor Guido Martins, com quem temos um contrato assegurando a destinação correta. Com relação às madeiras, o que não é mais utilizado, é doado para moradores da redondeza, que assinam um termo de doação. A ferragem, o que é possível, colocamos junto com o concreto da barragem ou doamos para o “Pirulito”, que recolhe aqui. Não podemos jogar fora, madeira, areia, resto de construção.E sobre “terra” pondera: “a informação não procede, pois ela é um recurso natural. Não podemos simplesmente descartar. E, para nós, ainda seria prejuízo, pois precisamos dela. Nós a depositamos em um pátio, que chamamos de bota fora, e posteriormente, a reutilizamos”. Para finalizar: “A empresa [Recicle] coleta, aqui, apenas lixo doméstico. Não tem lógica essa afirmação repassada na câmara de vereadores”. Tal informação foi confirmada pelo motorista do caminhão que realiza a coleta em Santa Rosa de Lima, ouvido pela reportagem. Segundo ele, o lixo na comunidade de Quedas d’água e na PCH Santa Rosa é recolhido uma vez por semana, na segunda feira e, na PCH, “é apenas lixo doméstico, nem podemos recolher outro material”. Resta agurdar agora uma triagem nas informações prestadas à Câmara. Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL 5 6 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL ZELAR Comunidade SANTA BÁRBARA Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de SRL Igor Bonetti Você já ouviu falar em Ecovila? Aqui na Santa Bárbara, existe um projeto que segue este conceito. Segundo a Rede Global de Ecovilas (em inglês, Global Ecovillage Network), são comunidades rurais ou urbanas de pessoas que buscam integrar um ambiente social assegurador e promover um estilo de vida de baixo impacto ecológico. Para atingir este objetivo, integram vários aspectos: ecológico, permacultura (ou agricultura permanente), construções de baixo impacto, produção verde, energia alternativa, práticas de fortalecimento de comunidades e muito mais. A sustentabilidade é a ideia principal. A ecovila Encostas da Serra Geral foi fundada por volta de 1999. São 36 lotes que a compõe e os proprietários são todos da cidade grande. A maioria é de Florianópolis. São biólogos, arquitetos, engenheiros, doutores. São pessoas bem legais, que querem proteger a natureza. Por isso, para a nossa comunidade é um privilégio ter este espaço e poder conviver com ele. Até hoje ninguém realmente mora por aqui. Os sócios da Ecovila, contudo, sempre vêm nos finais de semana. Eles construíram uma casa que é uma espécie de “base de uso comunitário”. Nela, tem fogão a lenha, churrasqueira, quartos e banheiros. Meu pai é quem cuida daqui pra eles. Cuida da horta, do jardim e sempre que tem algum serviço é ele quem faz. Ações Eles já iniciaram o tratamento de esgoto com a utilização de um tipo diferente de fossas. Elas têm três divisórias. Os sedimentos vão se acomodando nas pedras colocadas no fundo e no final das etapas a água pode ser reutilizada para adubação e irrigação. No local, poços artesianos garantem água pura. Para assegurar a produção local de alguns alimentos para o consumo, áreas com árvores frutíferas e pequenas lavouras foram plantadas. Ensinamentos Assim é que todos deveriam ser e agir. É preciso colocar, sempre, a natureza em primeiro lugar. E preservá-la, pois este, sim, é o nosso maior patrimônio. Ecovila Encostas da Serra Geral. O papel da escola no combate à violência sexual Como as crianças passam boa parte do dia na escola, professores, funcionários e gestores dos estabelecimentos de ensino podem ser a chave para encaminhar casos de violência. Ninguém melhor que o professor para reconhecer comportamentos incomuns em seus alunos. Vale lembrar que nem sempre o abuso sexual envolve contato ou violência física. Práticas de voyeurismo (“espiar”), exibicionismo, telefonemas obscenos e produção de fotos também fazem parte desta categoria de crime. E a escola deve estar preparada para lidar com essas situações. O primeiro passo diante de qualquer suspeita de abuso é entrar em contato com o Conselho Tutelar. A escola pode também ter uma comissão de prevenção aos maus tratos. Formada por professores, diretor e coordenador, ela deve conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente, manter um bom relacionamento com os conselheiros tutelares do município e da região e, promover momentos de formação para a comunidade escolar. Ao perceber que existem crianças em situação de risco, a escola deve acionar o Conselho Tutelar ou mesmo fazer uma denúncia anônima pelo Disque-Denúncia (Disque 100). Atenção aos sinais Algumas mudanças no comportamento escolar podem ser indicativos de que algo não vai bem. - Chegar cedo e sair tarde da escola demonstra pouco interesse ou mesmo resistência a estar em casa. - Queda injustificada na frequência ou o abandono da escola. - Dificuldade de concentração e de aprendizagem, com baixo rendimento escolar. - Não participação ou pouca participação nas atividades escolares. - Surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros bens que estão além das possibilidades financeiras. Pode ser um indício de favorecimento e/ou aliciamento. - Tendência ao isolamento social com poucas relações. - Relacionamento entre crianças e adultos com ares de segredo e exclusão dos demais. - Dificuldade em confiar nas pes- soas ao redor. - Fuga de contato físico. - Medo ou pânico de certa pessoa. Quando a criança é deixada sozinha em algum lugar com alguém ela pode dar sinais de desagrado. - Mudanças extremas e súbitas no comportamento, como oscilações no humor. - Mal-estar pela sensação de modificação do corpo e confusão de idade. - Regressão a comportamentos infantis, como choro excessivo sem causa aparente, ou mesmo chupar dedos. -Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica. - Aparecimento de uma série de problemas de saúde sem causa aparente, como dor de cabeça, erupções na pele, vômitos e outras dificuldades digestivas, que na realidade, têm fundo psicológico e emocional. - Traumatismo físico ou lesões corporais, como o aparecimento de hematomas, que podem ser resultado do uso de violência física. Por favor, fiquem todos bem atentos. Rede AGRECO Volnei Luiz Heidemann | Adilson Maia Lunardi Linha Agreco lança novos produtos Depois de novidades como as conservas de mini milho e de poronguinho, que têm encantado os distribuidores e os clientes finais da nossa marca, a CooperAgreco planeja o lançamento de vários novos produtos. Uma das grandes expectativas é a linha de comidas para bebês, ou “papinhas”, orgânicas que, em breve, terá sua produção iniciada. As linhas de legumes congelados e pizzas são aguardadas para entrar no mercado ainda em 2013. Diversificar produção e segmentar as vendas A CooperAgreco atua no varejo e no mercado institucional, buscando sempre diversificar clientes e produtos. Faz isso para fortalecer as vendas e para diminuir riscos de dependência de um segmento ou circuito do mercado, que podem, sempre, ser afetados por fatores externos. A experiência da nossa organização é que gerou este aprendizado. Aprendemos, por exemplo, com a descontinuidade do mercado institucional. No passado, o fornecimento de merenda orgânica para escolas da Rede estadual de Santa Catarina foi interrompido bruscamente. A consequência daquele ato unilateral e imprevisível do governo foi ficarmos momentaneamente com uma quantidade de produtos sem possibilidade de escoamento. O PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), por sua vez, teve diversos períodos em que houve atraso na liberação de recursos para novos projetos. Neste quadro, devemos considerar que se o atendimento para redes de supermercados é bastante exigente, este circuito tem sido seguro para a programação de vendas, além de apresentar crescimento regular e contínuo. Planejar a produção agroindustrial e gerar novas oportunidades para os agricultores A estratégia da nossa Cooperativa é garantir, através de um bom planejamento, a produção de matéria-prima para as agroindústrias. Temos verificado, por exemplo, que em determinadas épocas existe excesso de produção de folhosas e a falta de alguns legumes e frutas. Só para se ter uma ideia, no mês de julho passado foram compradas 26 toneladas de tomate orgânico em São Paulo, para que nossas agroindústria pudessem processá-lo e atender à demanda de atomatados da marca Agreco. E isso precisa ser levado em conta pelos agricultores: o bom desempenho das vendas da linha de alimentos processados pelas nossas agroindústrias garante oportunidades para a produção de matéria-prima. Agricultores, procurem se informar. Para saber mais sobre os produtos com maior demanda, sobre a produção orgânica e sobre preços, basta procurar a coordenação da CooperAgreco ou a equipe técnica da Agreco. Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Comunidade NOVA ESPERANÇA INFRAESTRUTURA Melhorias de estradas pelo SC Rural devem ser concluídas antes do prazo final A execução de serviços e obras de engenharia rodoviárias para melhoramento de 14.857 Km de estradas rurais em Santa Rosa de Lima estão bem adiantadas. As obras fazem parte das ações, metas e objetivos da Secretaria de Estado da Infraestrutura no âmbito do Programa Santa Catarina Rural – SC Rural. Os investimentos da Secretaria da Infraestrutura no município são no valor de R$1.241.621.04 e faz parte do primeiro projeto estruturante de turismo rural de Santa Catarina, apoiado pelo SC Rural. Os trechos, no total de 12, recebem melhorias em serviços de terraplenagem e conformação de plataforma, de drenagem corrente e superficial, de revestimento primário, revestimento em “paver” – blocos de concreto, serviços de recomposição vegetal e paisagismo e, ainda, serviços de sinalização turística, obrigatória e de segurança. A Secretaria da Infraestrutura estabeleceu na licitação o prazo de seis meses para a realização dos serviços e obras previstos. Andressa Caroline Zabel Weege, responsável pela Empresa Zabel Terraplanagens, vencedora da proposta, confirma que o cronograma está dentro do previsto, inclusive, adiantado. “Iniciamos em 01 de julho e se o tempo colaborar, até final de outubro finalizamos tudo. Cinquenta por cento já foi concluído. Já realizamos a terraplanagem e bueiros nos trechos 1,2,3,4, 5 e 9. Mas não estão todos terminados, no final, antes de entregar a obra, repassamos novamente todas as estradas com moto niveladora”. Projeto estruturante Em 2011, a Associação de Agroturismo Acolhida na Colônia, com apoio técnico da Epagri apresentou ao Programa SC Rural um projeto estruturante para fortalecimento do agroturismo em Santa Rosa de Lima. O projeto visa apoiar a estruturação e comercialização dos produtos e serviços de forma integrada e descentralizada. Como um dos maiores gargalos para o turismo e escoamento da produção são as estradas, as famílias solicitaram a melhorias delas na manifestação de interesse ao projeto. Programa SC Rural O Programa SC Rural tem como objetivo geral aumentar a competitividade das organizações dos agricultores familiares em Santa Catarina. O Programa é uma iniciativa do Governo do Estado de Santa Catarina com financiamento do Banco Mundial. Iniciou em 2010 e término previsto para 2016. Em investimentos são US$ 189 milhões, dos quais US$ 90 milhões financiados pelo BIRD e US$ 99 milhões recursos orçamentários do Estado. A responsabilidade pela coordenação do SC Rural é da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca - SAR, através da Secretaria Executiva Estadual do SC Rural SEE, tendo como instituições executoras: Empresa de Pesquisa e Extensão Rural - Epagri, Fundação do Meio Ambiente - Fatma, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina - Cidasc, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável - SDS, Secretaria de Estado da Infraestrutura – SIE, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte - SOL, e Batalhão de Polícia Militar Ambiental/BPMA. Secretaria de Infraestrutura do Estado fiscaliza obras do SC Rural 7 Janqueline Tonn Essa coluna volta mais uma vez ao passado. Agora, para relembrar do meu, avô Guilherme Otto Tonn. Para ele, viver era valorizar o que mais gostava de fazer. Diferente de hoje, não era uma questão de “ter” e de ganhar dinheiro, mas sim de “ser” e de se ocupar daquilo que se julga bom. E para o Fata, isso significava “mexer com as abelhas”. Da mata ao mel Mexer com as abelhas queria dizer para o Fata Tonn ele mesmo ir até a mata e escolher e retirar as boas madeiras para as caixas. Depois, ele próprio fazer as caixas e sobre caixas. Em seguida, de novo ele, povoar as colmeias. E cuidar delas. E fortalecê-las. Assim, lidava com, em média, 160 famílias. E ainda tinha, ali mesmo, bem perto, uma casinha onde retirava o mel para consumo próprio. Era tudo muito simples, mas bem adaptado. Com uma centrifuga manual e muito cuidado e dedicação, ele retirava o mel dos favos. Esse trabalho completo fazia com que ele tivesse muito orgulho dele mesmo. Assim, os anos foram passando e apicultura foi crescendo no município. Era mais um caso onde o Seu Guilherme era um bom exemplo. Trechos que recebem melhorias: Trecho 1 - Estrada Municipal Rio dos Índios – Mata Verde; extensão de 1,452 Km; Trecho 2 - Estrada Municipal Rio dos Índios – Acesso à Pousada Doce Encanto); extensão de 1,932 Km; Trecho 3 - Estrada Barra do Rio do Meio (Ponte sobre o Rio do Meio – Ponte sobre o Rio Braço do Norte); extensão de 2,945 Km; Trecho 4 – Estrada Barra do Rio do Meio – Morro dos Roecker Trecho 5 – Estrada Águas Mornas; extensão de 0,306 Km; Trecho 6 – Estrada Nova Fátima – Acesso Comunidade May (Ponte Eletrosul); extensão de 0,313 Km; Trecho 7 – Estrada Santa Catarina: extensão de 1,511 Km; Trecho 8 – Estrada Rio Santo Antônio – Rio Ladeia – Ponte sobre o Rio Santo Antônio, extensão de 2,603 Km; Trecho 9 – Estrada Águas Mornas; extensão de 0,018 Km; Trecho 10 – Estrada Nova Fátima – Acesso Comunidade May, extensão de 0,541 Km; Trecho 11 – Estrada Municipal Rio dos índios – Acesso Rio do Meio, extensão de 0,199 Km; Trecho 12 – Estrada Municipal Nova Fátima – Acesso Comunidade May, extensão de 0,267 Km. Um perfil Eu não cheguei a conhecer meu avô. Pelo tanto que ouvi, sei que ele tinha muitas qualidades. Que era um homem trabalhador e íntegro e que, como fotógrafo, tirava belíssimas fotos. E naquele tempo em que fotografar era muito raro. Assim como ele lutou para manter esse hobby, defendia também seus ideais. Procurava, ainda, ajudar sempre quem dele precisava. E valorizava o alemão, a sua língua pátria, tendo ensinado seus filhos a cultivá-la. O Fata morava em uma casinha simples, mas muito aconchegante. Ali, ele viveu e contou muitas histórias. Como tinha vindo da Alemanha, falava daquele país e de tudo o que havia acontecido antes de vir morar aqui na Nova Esperança. Ele dizia que sentiu que uma guerra iria acontecer, porque trabalhou em uma fábrica de armas. Ao chegar aqui, aprendeu a falar o português, ajudou a abrir estradas e a “construir” a nossa própria comunidade. Se somos o que somos hoje, se conseguimos nos desenvolver, é porque nosso mourão, a nossa escora, tem um nome: Guilherme Otto Tonn. Ele acabou conquistando os objetivos dele e permitindo que tivéssemos os nossos. Um legado Guilherme Otto Tonn casou com Ema Elisabete Heinz Tonn e eles tiveram quatro filhos Erica Helena, Beti Melinda, Leonado e Valdemar Erico. Atualmente, ele já não está mais entre nós. Creio que virou uma estrela linda, lá no céu, a brilhar nas noites escuras da Nova Esperança. Mas o “mexer com as abelhas”, no mesmo lugar e com o mesmo cuidado, continuou. Hoje, a “criação” do vô está nas mãos de seu filho caçula Valdemar, da nora e dos netos. A quantidade de caixas e de famílias de abelha diminuiu. Mas o apiário continua lá, como uma demonstração de que valorizamos tudo o que ele nos deixou. Tenho muito orgulho de ser neta do Seu Guilherme Otto Tonn. Como já disse, não o conheci. Mas passei bons momentos ouvindo meu pai Leonardo me contar as histórias que tinha escutado do meu avô. Por isso, guardo dele uma imagem de um homem feliz, amado e presente entre os seus. Como este texto mostra, presente até hoje! 8 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL 9 INOVAÇÃO Projeto de pesquisa para a produção e extração de óleos essenciais traz recursos financeiros e técnicos para Santa Rosa de Lima No dia 23 de julho, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) assinou um convênio com instituições catarinenses para a realização de um projeto na região de Santa Rosa de Lima. Esse projeto, no valor de quinhentos mil reais, tem o objetivo de por em prática os estudos e pesquisas necessários e indispensáveis para a constituição de uma cadeia produtiva inovadora para as Encostas da Serra Geral, a da produção sustentável de óleos essenciais orgânicos. Como se chegou ao projeto Há quase dois anos, João Augusto de Oliveira, através da Consultoria Boavista, apresentou a experiência do Centro de Formação em Agroecologia das Encostas da Serra Geral para concorrer ao “Prêmio Finep Inovação 2011”. A Financiadora de Estudos e Projetos é uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que promove e financia a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas, universidades e centros de pesquisa do país. Resultado: concorrendo com experiências importantes do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o Centro de Formação conquistou o primeiro lugar na categoria tecnologia social, da etapa regional Sul do Brasil. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 5 de dezembro de 2011, na sede da Fiesc, em Florianópolis. A premiação regional resultava no direito de ver apreciado um projeto de pesquisa e desenvolvimento no valor de quinhentos mil reais. Esse projeto visa desenvolver ensaios e experimentos de produção e processamento, bem como análises de mercado, para implantar uma cadeia produtiva sustentável de óleos essenciais orgânicos na região das Encostas da Serra Geral (Santa Rosa de Lima, São Bonifácio, Rio Fortuna, Anitápolis e Gravatal). Ou seja, ganhar o prêmio não significava receber automaticamente o dinheiro. Era preciso elaborar um projeto consistente e trabalhar institucionalmente para que ele fosse aprovado e financiado a fundo perdido pela Finep. Quem arregaçou as mangas e trabalhou bastante foi novamente João Augusto. O projeto, apresentado à Finep em meados de 2012, mobilizou a CooperAgreco e contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Santa Rosa de Lima, da Epagri e da UFSC. Depois de seguir trâmites bastante exigentes no interior da empresa ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, o convênio foi finalmente assinado em 23 de junho de 2013. Todas as instituições parceiras renovaram sua participação no projeto e assinaram o convênio. Atualmente, falta apenas resolver um pequeno detalhe de classificação de custos para que ocorra a liberação dos recursos e para que o projeto possa ter início. As ações e as condições É João Augusto de Oliveira quem explica: “O primeiro passo será a seleção, na região, de sessenta famílias de agricultores dispostas a serem pesquisadoras do projeto. Faremos ampla divulgação na região em rádios e jornais. E contamos como certo o apoio das prefeituras e da Epagri na difusão dessa informação. Depois, a seleção se dará em função de critérios técnicos e da localização dos candidatos a participar. Uma análise importante será sobre a sintonia dos agricultores com a produção orgânica e o interesse e a disposição deles em contribuir para uma coisa nova, para desenvolver um potencial da região. Por isso, os responsáveis pelo projeto propuseram uma parceria preferencial com associados à CooperAgreco”. José Luiz Schueroff, presidente da cooperativa julga que essa oportunidade se dá em uma nova condição. “Os nossos agricultores sempre demonstraram pioneirismo e ousadia. Assim como aconteceu em 1996-97, esse projeto representa, mais uma vez, investir no novo. É mais um desafio, mas os agricultores da CooperAgreco aprenderam com o que já passaram. Quando nós começamos com a produção orgânica, também era uma experiência pioneira. E demos a cara para bater sem pesquisa, sem muda, sem ajuda financeira, sem nada. E, agora, esse projeto para essa nova cadeia produtiva permite que seja tudo com os pés no chão e, ainda, recebendo as mudas e um auxílio para experimentar”. Como funcionará o projeto O projeto é de dois anos e cada uma das 60 famílias selecionadas vai cultivar mil plantas em uma pequena área de 200 ou 400 metros quadrados, conforme a espécie. Cada uma das famílias plantará apenas uma das quatro plantas escolhidas, em princípio: capim vetiver, orégano, tomilho ou palma rosa. O agricultor receberá as mudas e mais um auxílio financeiro total de novecentos reais, para cuidar da lavoura e para fazer as anotações necessárias. Ao final, a melhor caderneta de anotações receberá, ainda, mil reais. E os agricultores que obtiverem a melhor produtividade em cada espécie receberão uma recompensa complementar de R$ João Augusto de Oliveira, principal responsável do projeto. 650,00. Esse estímulo financeiro é visto, na verdade, como um reconhecimento de que, neste projeto, os agricultores podem ser – e de fato serão – pesquisadores. Nesse sentido, João Augusto lembra que uma atividade nova e inovadora nunca é fácil. “Todos têm que se preparar e se dar conta que não há uma retaguarda consolidada. Para o desenvolvimento de técnicas e equipamentos, é que vamos contar com os agricultores familiares e sua capacidade de criar e inovar”, afirma o principal responsável pelo projeto. Expectativas do projeto Ao fim dos experimentos, com as anotações que os agricultores farão sobre as práticas e intervenções que realizarão em suas parcelas, seguindo as definições e orientações dos pesquisadores, será possível ter um quadro das espécies que crescem bem, têm boa produtividade e produzem uma boa quantidade do óleo valorizado. As plantas vão ser cortadas, secadas, levadas para uma usina extratora e, em seguida, o óleo será analisado em laboratórios. Nesse mesmo tempo, a CooperAgreco buscará recursos para implantar uma usina de extração de óleos, que deverá funcionar junto à nova sede da organização. Do segundo ano para frente, definidas as espécies, os sistemas de produção e as rentabilidades, a CooperAgreco terá condições de consolidar a cadeia produtiva. Expectativas de médio e longo prazos para a região Para compreender a visão estratégica embutida no projeto, é interessante considerar o depoimento de João Augusto: “A atividade de óleos essenciais orgânicos é crescente no mundo inteiro e no Brasil também. As empresas que usam esses materiais – principalmente as de cosméticos, mas também as de fármacos – estão crescendo e procurando cada vez mais produtores e fornecedores. Mas tem que ser óleo orgânico e certificado. Produzir qualquer óleo não adianta. Então, temos um mercado crescente. E, em um segundo momento, que pode ocorrer daqui a oito ou dez anos, se a região abraçar essa proposta, poderá conquistar a instalação de uma empresa grande ligada ao setor, o que abriria uma nova perspectiva para os agricultores e os municípios daqui. Aí está a importância da pesquisa que começa. Ela poderá criar as bases para esse processo de inovação. Um exemplo para pensar Mais uma vez é João Augusto de Oliveira quem provoca uma reflexão a partir do caso da região de Provence (Provença). Ele destaca que a grande indústria e a grande produção que se tem em torno da lavanda naquela região do Sul da França nasceram de uma iniciativa pequena de um grupo de agricultores e de um sindicato que resolveu experimentar e ver se era viável cultivar a lavanda. Dali a pouco, havia aumentado a produção, foram montadas estruturas de extração de óleo e, então a L’Oreal, uma grande empresa de produção de cosméticos, se instalou lá. E, hoje, a Provença é o maior polo de produção e extração de óleo de lavanda do mundo. E ele conclui: “Se eles fizeram, nós podemos fazer também. Por que não? É claro que demorou um tempo. Mas é assim.” 10 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Meine Meinung Minha Opinião Wilson Feijão Schmidt Você leitor tem o seu epaço de expressão direta com nosso jornal. Envie seus comentários. [email protected] Sou amplamente suspeito em falar sobre este Jornal, primeiro porque sou filho de Santa Rosa de Lima, segundo, sou parente da jornalista responsável e terceiro, porque me senti orgulhoso em ser coadjuvante na matéria “Intrépidos Pescadores”. (Canal SRL Nº 03) Mas, mesmo assim, gostaria muito de manifestar minha opinião, independente das evidências e bairrismos. Faz 25 anos que deixei Santa Rosa de Lima e depois de seu lançamento, todo mês recebo aqui em Tubarão duas edições do Canal SRL, uma para mim e outra, que sempre dou um jeito de fazer chegar ao Sergio Hermesmeyer, outro filho de SRL. O Canal SRL me leva de volta a minha terra natal, me sinto em casa quando leio. Além dessa satisfação, com reflexos de emoção, traz um conteúdo que contribui para uma nova sociedade, aquela que sempre almejamos. O jornal, num todo é muito bom, mas o que mais me atrai a leitura é a sessão Patrimônio Santarosalimense. Quantas maravilhas nossa amada terra tem, quantas pessoas extraordinárias, quantas estórias de vida. Continuem assim, os “nativos” distantes agradecem. Luciomar José Vandresen Tubarão - SC Positiva, mas rasa... Esta coluna começa com um elogio. Foi muito positiva a manifestação pública, feita através da assessoria de comunicação da prefeitura, do Secretário municipal de transportes, obras, agricultura, meio ambiente e turismo de Santa Rosa de Lima. Na nota à imprensa regional, o multi-secretário demonstra preocupação em relação à qualidade dos trabalhos de melhoria de estradas, conquistados pela Acolhida na Colônia dentro do Programa SC Rural. Tais obras estão sendo executadas por uma empresa licitada pela Secretaria de Estado da Infraestrutura e abrangem catorze quilômetros de estradas no interior do município. A nota pública é positiva, porque feita formalmente, de maneira clara e escrita. Como se sabe, por aqui, de costume, é na base do diz que diz, do rumor e da intriga. É uma pena, contudo, que a preocupação – na verdade, uma tentativa de desqualificação – seja tão superficial quanto aquele trabalho constante de espalhar “material” sobre buracos. Com a obra de melhoria longe de ser concluída, a censura à empresa e aos engenheiros dela é a colocação, nas estradas, de “material” inadequado. O certo, segundo o poli-secretário, seria saibro de qualidade, retirado de uma barreira devidamente licenciada situada em Rio Fortuna. Dúvidas A primeira questão que fica é: se não há barreiras licenciadas em Santa Rosa de Lima, também a prefeitura daqui, para obter material adequado, utiliza a mesma barreira indicada no município vizinho? Se não, então como é que funciona? Haveria, aqui em Santa Rosa de Lima, a utilização “oficial” de barreiras de saibro de qualidade não licenciadas ou clandestinas? Reparos Apesar de, ao final, a citada nota à imprensa mencionar todos os serviços que estão sendo executados pela empresa, a “preocupação” é um sinal de que a administração municipal não está, de fato, aprendendo alguma coisa com essa importante obra. Essa aprendizagem era, aliás, uma expectativa do SC Rural, do governo do estado e do próprio Banco Mundial. Afinal, pela primeira vez, há em estradas do interior do município um trabalho criterioso e completo. Isso torna as obras muito mais definitivas. E, no longo prazo, mais econômicas. Estimativas feitas a esta coluna por quem trabalha na área dão conta de que a velha prática de “enxugar gelo”, que predomina na “conservação” de estradas municipais (lastrear com areão, patrolar e esperar que a chuva seguinte leve tudo para o rio, para fazer todas as coisas de novo) deve estar custando aproximadamente R$ 1.500 por dia útil aos cofres da prefeitura. Para fugir dessa armadilha é preciso, contudo, perder alguns cacoetes. O primeiro deles é o de pensar só no que aparece. Não é o caso de bueiros, bocas de lobo e estruturas bem feitas de drenagem que logo são cobertas e esquecidas. O segundo cacoete é a visão de curto prazo e sempre ligada ao calendário eleitoral. Acha-se melhor “atender” todo mundo com essa tapeação, do que planejar e executar uma ação estratégica. É verdade que para tal opção é preciso capacidade técnica associada a um ambiente favorável ao planejamento sério, plurianual e de longa maturação. O que é pouco esperado de políticos que só se movem pelo calendário eleitoral e pelas “trocas” clientelistas (eu te dou isso, você me paga com o voto). Há poucos dias, em um restaurante no município, mesmo quem não quisesse foi forçado a ouvir uma “ôtoridade” distribuir, aos gritos, carradas de areão pelas mesas: “vou mandar uma carrada pra ti”; “e outra pra você também”. E, assim, se pavoneava a “ôtoridade”. Parecia o Sílvio Santos no auditório da SBT. E se achava ótimo com isso... Ora, como esperar que ela opte por um caminho mais difícil, o da cidadania? Resultados Nesse modelo atabalhoado de “gestão” pública, o resultado é que o Executivo não executa, o Legislativo não legisla e o cidadão sabe que está fora do jogo. Ou, pior, pensa que o melhor para ele é ser amigo “do rei” e, por consequência, destinatário de favores e benesses. Nossa crítica a essa forma de governar – da qual o caso das estradas é só mais um pobre exemplo, é que ela gera administrações incapazes de cuidar de grandes questões (como infraestrutura, educação e saneamento), que só fazem o “varejão do dia-a-dia” e que não conseguem oferecer um rumo ao município e a sua população. Quando as obras do SC Rural estiverem prontas, é bem provável que poderemos constatar as vantagens de outro tipo de visão, a estratégica. Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Vitrine CDL/NDL Comunidade MATA VERDE Anitápolis / Santa Rosa de Lima A Copa das Confederações e o perfil do torcedor Estudo encomendado para traçar o perfil do consumidor que foi aos estádios revela um consumidor bastante disputado pelo mercado. Uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) traçou o perfil do consumidor que foi aos estádios durante os jogos DA Copa das Confederações. A maior parte dos torcedores era formada por homens (62%) solteiros (59%), moradores do mesmo estado onde estava sendo realizado o evento (85%), com idade entre 18 e 34 anos (60%), pertencentes às classes AB (75%) e que foram aos jogos acompanhados dos amigos (45%). Na avaliação do gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, o estudo mostra um perfil de consumidor bastante disputado pelo mercado. “94% dos entrevistados não parcelaram os gastos. Ou seja, é um comprador que não apresenta qualquer tipo de risco, porque paga a vista e tem um alto poder aquisitivo”, avalia. Kátia Vandresen | Ronaldo Michels Embora 83% dos varejistas acreditavam que a Copa das Confederações iria trazer novas oportunidades de desenvolvimento para os negócios locais, a pesquisa realizada durante os jogos apontou um cenário diferente: o consumo foi direcionado para o setor de serviços como restaurantes, bares e boates, deixando o segmento varejista a desejar. De olho no ano que vem Segundo a pesquisa, 85% dos torcedores acham que o investimento pessoal para ir aos estádios foi algo que valeu a pena, mas 62% ainda consideram o Brasil despreparado, de maneira geral, para o evento do ano que vem, a Copa do Mundo. “Ou seja, o público considerou a preparação adequada para um evento teste como a Copa das Confederações, mas ainda falta melhorar para o evento principal, que é em 2014”, explica. Cliente fidelizado gasta 150% mais Fidelizar um cliente é muito mais que oferecer a ele brindes e descontos. É um esforço constan- te de entender suas expectativas e atendê-lo de forma personalizada e rápida. Um levantamento feito pela empresa Marka Fidelização e Relacionamento, de São Paulo, diz que o cliente fidelizado gasta 150% mais que o não fidelizado. Para o economista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Adilson Volpi fidelizar é mais que retribuir o cliente. “Com a tecnologia, é possível guardar as informações das pessoas, filtrá-las de modo a compreender melhor seu padrão de consumo e assim oferecer um atendimento personalizado”, afirma. Ele dá um exemplo: “Pelo cartão de fidelidade, você sabe se uma pessoa começou a comprar fraldas. Sem que ela te diga, você já sabe que tem uma criança nova naquela casa. E pode passar a oferecer a essa pessoa produtos direcionados”, declara. O economista ressalta que manter clientes é tão importante quanto conquistar novos. “O que não pode é perder, porque reconquistar é a tarefa mais complicada e exige um investimento muito maior”. Para ele, flexibilidade é uma palavra-chave na fidelização de clientes. Nosso Chão Luiz Schmidt Aberto período para a declaração do Imposto Territorial Rural O Imposto Territorial Rural (ITR) é uma declaração obrigatória para todos os proprietários de imóveis rurais, titulares de domínio útil ou possuidores de qualquer título, inclusive de usufruto, pessoas físicas ou jurídicas que tenham posse de imóvel rural. Anualmente, através do Programa Gerador da Declaração, o ITR precisa ser preenchido e entregue à Receita Federal do Brasil. Por se tratar de um imposto de caráter declaratório, o agricultor familiar deve estar atento aos dados informados, pois a qualquer momento poderá ser intimado a comprovar as informações declaradas. Este ano, o período de apuração do imposto iniciou no dia 19 de agosto e segue até o dia 30 de setembro. Certidão Negativa A ausência da entrega do ITR acarreta não apenas a incidência de multa e juros, como também ocasiona a ausência da Certidão Negativa de Dé- bitos do NIRF (número de inscrição do imóvel rural na Receita Federal), do CPF ou do CNPJ do contribuinte. Esta certidão negativa é um documento indispensável para efetivação de registros de compra e venda, integralização de capital, desmembramento, doação, partilha causa mortis, garantia hipotecária e outros. Logo, a falta desta certidão pode impossibilitar a realização de transações comerciais e imobiliárias. A importância de atualizar o endereço Outra informação importante é a atualização do endereço para correspondência. Ele é utilizado pela Receita Federal para a comunicação com o con- 11 tribuinte em caso de informações inconsistentes, débitos, intimações e notificações de lançamento. As intimações e notificações, quando não recebidas pelo contribuinte no endereço informado nas declarações, poderão ser publicadas por edital na sede da Delegacia da Receita Federal de cada região. Caso o contribuinte não tome conhecimento destas no prazo de 30 dias para defesa administrativa, será gerado um processo de cobrança fiscal através da Procuradoria da Fazenda Nacional, restando ao contribuinte apenas a defesa judicial. ITR, vantagens ou prejuízos dependem da atenção A Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é de extrema importância na estrutura tributária de uma propriedade e, por isso, merece a devida atenção. Se ela for bem elaborada, pode trazer vantagens ao agricultor familiar. Prejuízos também podem acontecer caso a declaração não seja feita adequadamente. O Sintraf está à disposição dos seus associados e, de forma geral, dos agricultores familiares para informar, esclarecer, assessorar sobre o ITR. Compareça em nossa sede e escritório na Germano Hermesmeyer. Você será bem recebido e auxiliado. Nesta edição, contaremos um pouco da história da vida de José e Maria Loch Dodagnelo. O casal conta que já superou várias dificuldades e explica porque decidiu adotar a nossa Mata Verde como o lugar para seu novo lar. Os primeiros tempos do casal Seu Zé Dagnelo, como é conhecido, e dona Maria se casaram no dia 27 de julho de 1979. A cerimônia foi realizada na igreja de Santa Bárbara e a festa foi na casa do pai da noiva, também naquela comunidade. Depois de casados, viveram por vinte e cinco anos no Santo Antônio, num lugar que eles chamavam de Rio Bonito. O acesso à propriedade deles era muito difícil. Lá não chegava carro. E nem sequer energia elétrica tinha. Sobreviviam daquilo que plantavam na roça e da criação de algumas galinhas e alguns porcos. Uma das histórias mais marcante para eles aconteceu no dia 24 de março de 1982. Dona Maria e Seu Zé tiveram que caminhar quase três horas até a casa do falecido Antônio Estevo. De lá, Veloni Carvalho, com seu fusquinha verde, os trouxe até a “praça” de Santa Rosa de Lima. Contam emocionados que Dona Maria tinha que pegar uma carona com o Doutor Roque que, naquela época, atendia no posto de saúde. O motivo era uma alegria para o casal: mais um rebento estava chegando e ela precisava ir ao hospital de Rio Fortuna. Deu tudo certo. No dia 31 de março, o próprio doutor Roque fez a cesariana e nasceu a filha mais nova deles. Mas às muitas alegrias se juntavam também muitos contratempos. “Para poder ir nos domingos ao terço ou à missa, tínhamos que caminhar quase uma hora e meia até a igreja, carregando as duas filhas e o filho do primeiro casamento do Zé, conta Dona Maria. “Era difícil até para poder ir a igreja rezar, mas mesmo com todas as dificuldades não perdemos nossa fé”, ela completa. De lá pra cá... Com um sorriso no rosto, eles contam que um dia resolveram mudar. De lugar e de vida. Porque, “naquele cantão, era muito longe pra morar”. Venderam o pedaço de terra que tinham e, com a ajuda de Pedro Wiemes, saíram à procura de “outro lugar”. Depois de algumas frustrações, encontraram uma terra para comprar. Aqui na Mata Verde. O terreno era de Bertilo Vandresen, o Tilico. Segundo o casal, o dinheiro que eles tinham não era o suficiente para pagar pela área. Seu Zé arremata, bem feliz: “entraram no negócio uma vaca e uma junta de boi. E o Tilico ainda perdoou um pouco da dívida”. E sobre a casa para morar, complementam: “com a ajuda do Sebastião Vanderlinde e de sua esposa, Rosângela, encaminhamos os nossos papéis e, através da Cresol, conseguimos construir”. Por isso, pedem para registrar que são muito gratos a todas as pessoas citadas. Com a morada já pronta, no dia 27 de julho de 2004, seu Zé e dona Maria chegaram com a mudança. “Fomos muito bem recebidos. E gostamos demais de morar aqui”. O que eles não haviam contado para os novos vizinhos – e que só descobrimos nesta entrevista – é que, justamente no dia em que chegaram na Mata Verde, eles estavam completando 25 anos de matrimônio. Se naquelas bodas de prata não teve festa, esperamos comemorar, na nossa comunidade, os 50 anos deste casal maravilhoso. Hoje, Seu Zé e Dona Maria estão aposentado e, conforme eles mesmo afirmam, vivem muito alegres aqui na Mata Verde. Registro e votos Este casal de colunistas pode comprovar a felicidade dos Dagnelo durante a entrevista, quando foi recebido, na casa deles, com um bom chimarrão e uma deliciosa polenta com galinha. Desejamos a eles muitas felicidades e que a fé e o amor continuem a reinar no seu lar. 12 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Patrimônio Santarosalimense Dona Zoca, a professora Para a sessão deste mês, a reportagem do Canal SRL fez apenas uma entrevista. Aproveitou a vinda de uma pessoa notável a Santa Rosa de Lima. É uma senhora “com quase noventa anos”, como ela diz, muito lúcida e com muita energia. Ela afirma querer “continuar assim”, porque se chegar aos cem anos estará feliz. Senta-se no sofá para a conversa e mantém sempre uma ótima postura. Tem o cabelo bem arrumado e veste uma roupa alegre. Conversa com a equipe de entrevistadores, mantendo sempre um olhar claro e seguro, assim como a voz firme e altiva ainda “de professora”. E dá boas risadas. Nossa entrevistada é Maria da Glória Pickler Fernandes, nascida em junho de 1924, e que começou sua carreira de educadora em Santa Rosa, em março de 1945. Ficou até dezembro de 1946. Saiu porque foi nomeada professora de educação física do estado e, “junto com outras setecentas”, foi fazer um curso de preparação em Florianópolis. Naquele mesmo período (1948), casou-se e foi morar em Lauro Muller. Daquele tempo para cá, havia visitado Santa Rosa apenas duas vezes. Essa é a terceira. Faz questão de destacar que uma vinda foi durante uma Gemüse Fest, quando foi homenageada, do que muito se orgulha. O recorte de memória a seguir, contribui para a história do município e de sua educação. E faz pensar. A chegada Março de 1945. Os “pracinhas” brasileiros já estavam nos campos de batalha europeus, lutando com os aliados contra a Alemanha nazista de Hitler e a Itália fascista de Mussolini. A Segunda Guerra Mundial ainda iria durar mais alguns meses. Por isso, na pequena Santa Rosa, como no resto do país, era proibido falar o alemão. No início daquele mês, chega à localidade de Santa Rosa, então pertencente ao município de Tubarão, uma mulher de vinte anos. Estava acompanhada pelo pai, Henrique, cada um em seu cavalo. Ela não era “alemoa”, mas tinha os olhos claros e o sobrenome Pickler. Isso ajudava para uma boa aceitação, mesmo que ela não falasse a língua praticada pela maioria. Essa jovem era “Dona” Maria da Glória, que havia sido nomeada pela diretora do Grupo Escolar Dom Joaquim Domingos de Oliveira, de Braço do Norte, para a “escola isolada” de Santa Rosa. Pelo que ela conta, antes, na mesma escola isolada, havia sido lotada outra professora, que não foi aceita pela comunidade porque não “era de origem alemã”. A diretora foi, então, buscá-la em casa. Afinal Maria da Glória era uma “professora formada”. Havia concluído o “normal regional”, que era um curso equivalente ao atual ensino médio, mas ao qual, naquela época, pouquíssima gente que trabalhava nas escolas tinha conseguido chegar. A professora Dizia-se, simplesmente, que ela era “die lehrerin” (a professora). Mas também se referiam a ela como “Dona Zoca”. Nas lembranças de Maria da Glória, ela era “como uma mãe para os vinte e oito a trinta alunos” que tinha, “porque eles não sabiam falar o português. Ninguém era alfabetizado na língua pátria. “Então, comecei o a e i o u, ensinando as silabazinhas para as crianças e em seis meses a maioria já sabia falar”. A professorinha também mostrava os objetos e “dizia como se falava em português”. “Eu mostrava um lápis e dizia: isto é um lápis. Uma caneta, isto é uma caneta. Mostrava um caderno pras crianças. Depois escrevia a palavrinha [caderno] e ia ensinando as sílabas. E assim eles iam aprendendo”. “ Quando eu fui professora aqui, era expressamente proibido que as crianças falassem alemão na escola. A gente tinha que ensinar o português e se as crianças falavam alemão, falavam escondido. Eu controlava muito porque o governo federal havia determinado e nós recebíamos essa orientação nas reuniões mensais em Braço do Norte. Eles diziam que [as crianças] não podiam falar alemão. ” Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Contato mensal Todo o mês Dona Zoca ia a cavalo para Braço do Norte, receber o pagamento, participar de uma reunião de orientação no Grupo escolar e visitar o pai dela. Um aluno ou aluna, sempre autorizado pelos familiares, a acompanhava, também a cavalo. Fazer companhia à professora era disputadíssimo entre os estudantes. Nessas ocasiões, Maria da Glória aproveitava para levar muitas coisas para casa: “Cada vez, eu levava uma mala, daquelas de pendurar de um lado e doutro do cavalo, cheia de comida. O pessoal era muito gentil e bondoso e eu ganhava aipim, batata-doce, ovos, linguiça...” Saiam de Santa Rosa pela manhã e chegavam à tarde em Braço do Norte. O que mudou na educação Hoje em dia a educação é muito diferente. Porque antigamente os alunos respeitavam os professores. E, hoje em dia, os alunos brigam com os professores. O cotidiano e a escola Dona Zoca morava na casa de uma das alunas, Valda Wilke, que depois também viria a ser professora e que ganharia o sobrenome Vandresen. “Era o falecido Seu Edmundo e a falecida Dona Emma, pessoas queridas, que falavam bem o português e me acolheram muito bem. Tinha um quarto só pra mim e nunca paguei nada. Nunca cobraram um mil réis sequer. E todos os dias o ‘fata’ Erich ainda vinha na loja e comprava pacotinho de bolacha, de balinha, ou de pirulito e colocava na porta do meu quarto. Pela manhã, eu pegava e levava para dividir com as crianças da escola”, recorda Maria da Glória. Outra coisa de que tem boas recordações é das farinhadas. “Eu ajudava no engenho de farinha do Seu Edmund. Eu raspava mandioca. E gostava de ‘ajudar’ os bois: aaaanda... aaaanda... pro boi andar em roda pra fazer a farinha. Eu gostava muito”. Ela saia de casa sempre de vestido e com um guardapozinho branco por cima. Ia a pé, “pois era pertinho”. “A escola ficava pra lá da ponte, naquele morrinho (ela aponta para a área onde hoje está a casa de Wilmar Stüepp), era de madeira, bem simplesinha... Um quadro negro, um pote de barro para água e mais nada. Eram bancos, cada um com quatro ou seis alunos”. Os alunos usavam uma lousa em que escreviam e depois que a professora olhava, corrigia e dava nota, eles apagavam. Cadernos só às vezes, “quando Dona Maria, que tinha uma loja ali perto, doava uma meia dúzia”. “O governo, naquele tempo não dava nada”, ela diz. Eu que limpava a sala, varria, lavava. Tinha uns “alunos vizinhos à escola que ajudavam. Não tinha nada de merenda. Cada criança levava o seu. Era pão, batata-doce, aipim... Eles levavam as coisinhas para comer no recreio. As aulas começavam as oito e terminavam ao meio dia, com um recreio das dez às dez e meia. No recreio, enquanto eu corrigia os trabalhos que as crianças tinham feito, elas ficavam brincando. Em geral, de correr um atrás do outro, de pegar. ” “ À tarde ia para o meu quarto, ler livros, fazer trabalhos. E à noite, à luz de querosene, à luz de pomboca, eu preparava as aulas e as leituras para os alunos no dia seguinte. E levava pra ensinar os alunos. ” “ Naquele tempo tinha boletim, mas não tinha reunião de pais. Quando eles iam na escola me levar alguma coisa, eles conversavam: o meu filho fez isso, fez aquilo, fez certinho não é Dona Maria da Glória? ” Castigos Sinal dos tempos, ela custa a assumir que aplicava castigos. Mesmo que alguns alunos digam que ela os deixou de joelhos e deu umas boas reguadas, afirma que deu muito pouco esse tipo de punição e assume apenas que mandava escrever cinquenta vezes uma mesma coisa ou deixava o aluno de pé por cinco ou dez minutos no canto da sala. Remuneração e reconhecimento “O salário era muito bom. Com o meu salário, nos dois anos que eu estive em Santa Rosa, o meu pai comprou uma casa de madeira, uma vaca e um cavalo. E eu dava só um pouco do meu salário pra ele. Eu guardava dinheiro em casa, comprava uma roupa pra mim, uma blusa para um irmão... O governo (do estado) pagava bem.” 13 Lembranças de quase sessenta anos do lugar Ela recorda de Santa Rosa como um lugar muito bom, com gente muito educada, boa e fina, e onde ela foi muito feliz. Lembra também do rio Braço do Norte, para tomar banho (“um banhinho no rio, pouco bom...”) e pra “pegar piava com anzol”. Esse, aliás, era o lazer predileto da Dona Zoca. Diz ter pegado, numa tarde, “cem piavas”. “Era só botar o anzol e tirar. Foi uma bacia de piavas”. Pretendentes Perguntada se uma jovem bonita e, ainda por cima, professora não havia despertado paixões em Santa Rosa, ela diz que já tinha o seu “namoradinho” em Braço do Norte, que “foi o amor da vida” dela. Era Lauro Fernandes, com quem se casou, em 1948, e teve onze filhos. Que deram a ela, depois, 33 netos e 10 bisnetos. Houve é claro, um pretendente, “que estava de olho em mim”, “na professorinha”, diz Maria da Glória aos risos. Conta que não lembra o nome dele, mas que ele dizia, quase todos os sábados, que queria falar seriamente com ela. “Não tenho nenhum assunto para falar com você”, era a resposta seca da Dona Zoca. Um causo Um dia, voltou pra casa depois da escola, ainda com o estômago vazio, e foi “jogar burro, com aquelas pelotinhas”, com um dos filhos do seu Edmund, o Irineu, que estava com varicela. Eles apostaram que, a cada partida, quem ganhasse teria que tomar um golinho de cachaça. A garrafa estava ali à disposição porque era usada pra passar nos ferimentos causados pela doença. “Eu ganhei todas [as partidas] e tomei muito. Primeiro, eu cantava. Depois, fiquei tonta e não conseguia levantar. Aí comecei a chorar. Ai meu Deus do céu, eu vou morrer, eu vou morrer (imitando e rindo). Chegou uma vizinha, assustada, e falou: ai, Dona Maria, não chora. E eu dizia: o que que eu faço da minha vida se eu não posso levantar (risos). A gente não era acostumada...” Dona Valda, Dona Verônica e Dona Adelina reecontram sua professora, Dona Zoca. Depoimentos Dona Adelina Wiemes Vandresen, 82 anos Dona Maria da Glória foi minha primeira e única professora. Até teve uma antes, que ficou por aqui apenas duas semanas, mas com aquela eu não aprendi nada. Eu tinha uns doze anos quando estudei com Dona Maria da Glória. Naquele tempo, depois de completar 14 não podia mais continuar na escola. Senão, eu teria estudado mais. Quem me ensinou a ler e escrever foi Maria da Glória. Ela era uma professora bem severa, castigava muito os alunos. Mas ela estava certa, tinha que ter disciplina. Quando alguém levava uma reguada, já sabia o motivo. Para ela, tinha que fazer tudo certinho. Eu também fui castigada, mas não tenho mágoas nenhuma da professora. Pelo contrário, as lembranças são as melhores. Nós íamos à escola todos os dias, de manhã, de segunda a sábado. No sábado, depois de recreio, aprendíamos a bordar. Aquele era um tempo muito bom. Junto comigo também estudavam meus irmãos Huberto e Rodolfo. A primeira vez que fui a Braço do Norte, foi quando acompanhei a professora. Fomos, a cavalo, numa sexta e voltamos na segunda. A casa dela era lá no Rio Bonito. Seu Renato Vandresen, 89 anos Eu não fui aluno da Dona Maria da Glória. Nós temos a mesma idade e eu me lembro muito dela. Ela era uma moça solteira e ia aos bailes com os jovens daqui. Uma vez por mês, ela tinha que ir a Braço do Norte, para receber o pagamento. Sempre levava alguém junto, geralmente um aluno. Uma vez, foram ela e a Laura, do Paulo Wiggers. Os cavalos eram do Paulo e foram encilhados ali na venda do seu Fernando Hermesmeyer. Meu falecido pai, Henrique Vandresen, que também ia a Braço do Norte iria acompanhá-las na viagem. Mas se demorou um pouco e elas foram à frente. No caminho, primeiro ele avistou um baixeiro do lombilho (proteção que vai entre o lombilho e o cavalo) e já pensou que poderia ser delas. Mais na frente, ele as alcançou e o lombilho já estava no pescoço do cavalo. Elas não conseguiam arrumar. Aí meu pai ajudou e continuou a viagem com elas. Decerto que ela não era muito acostumada a andar a cavalo. 14 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL DENÚNCIA Ministério Público Federal e Caixa apuram irregularidades em obra licitada pela Prefeitura A obra é a construção de uma quadra poliesportiva na comunidade da Cabeceira do Rio Bravo Alto e as apurações de possíveis irregularidades estão sendo feitas pelo Ministério Público Federal e pela Gerência de Desenvolvimento Urbano e Rural de Criciúma da Caixa Econômica Federal. As investigações resultaram de denúncias de moradores do local, feitas à vereadora Edna Bonetti. Os beneficiários do investimento público relataram fatos que, segundo eles, comprometem a segurança da edificação e geram dúvidas sobre a transparência na aplicação dos recursos. Com o alerta, a vereadora visitou a obra, conversou com moradores e com os operários que executavam os trabalhos de perfuração de solo e de preenchimento dos furos com concreto para o estaqueamento. Apoiada pelo seu colega de Câmara Luiz Schmidt, Edna Bonetti procurou a prefeitura para verificar o projeto licitado e em execução. Constataram que se tratava do projeto original, feito na gestão anterior. Em seguida, comparando o projeto e o estudo de solo com as fotos e os vídeos das obras e com os relatos colhidos, concluíram que havia clara divergência entre o que havia sido licitado e o que foi executado. Os atos dos vereadores “Nossa intervenção começou quando moradores nos procuraram dizendo que do jeito que estavam executando a obra, o centro comunitário iria cair de novo”, relata a vereadora. Ela explica que no mesmo local em que está sendo feita a construção havia um prédio no estilo de ginásio que era usado pela comunidade como centro comunitário. “Ele foi construído há pouco mais de doze anos e, faz mais ou menos cinco anos, veio inteiro abaixo. A sorte é que isso ocorreu quando não havia ninguém dentro”. Por isso, considera que a sua ação apenas faz jus à preocupação da comunidade: “Se da primeira vez caiu, felizmente, sem vítimas, agora é possível e indispensável redobrar os cuidados para evitar uma possível tragédia”. Para o vereador Luiz Schmidt trata-se de uma situação que exige a intervenção dos representantes do povo. “É um caso que nós vereadores temos que ficar atentos, não só por envolver dinheiro público e probidade administrativa, mas também a segurança de uma comunidade inteira”. A base dos riscos Considerando algumas particularidades do solo no local da construção, o engenheiro responsável pela elaboração do projeto exigiu um exame técnico de sondagem do subsolo. Realizado pela empresa Locks Sondagens, o estudo apontou a necessidade de cravação de estacas de concreto com profundidades, em alguns pontos, superiores a 18 metros. No projeto licitado constam 730 metros lineares de estacas pré-moldadas de concreto, com dimensões de vinte por vinte centímetros. Esse item foi licitado por R$ 51.830,00. “O projeto prevê perfurações de mais de 18 metros, mas na prática elas não atingiram sequer dez metros de profundidade. Além disso, houve a alteração de método, tendo se passado do bate estaca recomendado, para a perfuração com o preenchimento dos furos com cimento. Há indícios de que o concreto usado também não atende as especificações do projeto que preveem concreto usinado de 30 MPa de resistência à compressão. As informações de que dispomos dão conta que, na obra da Cabeceira do Rio Bravo Alto, usaram concreto feito em betoneira, no local, e que não atende às especificações”, relata a vereadora Edna. à população?” Da mesma forma, os vereadores não entendem o envolvimento direto da administração municipal na execução da obra. Caminhões da prefeitura foram vistos transportando areia retirada das margens do rio Braço do Norte, em um sábado, e depositando-a no canteiro da obra contratada pela empresa. Eles aguardam para conferir se o material e o serviço serão contabilizados de forma transparente e contados como parte da contrapartida do município. para todos, então, que esse profissional é o engenheiro da empresa contratada para executar a obra na comunidade da Cabeceira do Rio Bravo Alto, é também engenheiro da prefeitura municipal e, ainda, sobrinho e afilhado do secretário de obras. Para concluir, Bertilo Heidemann afirmou que “por causa dos vereadores” o projeto terá que ser modificado e que a modificação será enviada para a Caixa Econômica Federal e ironizou: “graças aos vereadores, agora o projeto vai sair mais caro”. Tentativa de esclarecimento Na sessão do dia 20 de julho da Câmara de Vereadores, o secretário municipal de obras e de agricultura, meio ambiente e turismo de Santa Rosa de Lima, Bertilo Heidemann, compareceu àquela casa. Segundo ele, para prestar esclarecimentos à população e ao poder legislativo. Inicialmente, leu uma mensagem de correio eletrônico que afirmou ter sido enviada pelo engenheiro responsável pela obra. O texto, além de procurar justificar a alteração na estrutura da obra com especificações técnicas, fazia comentários desabonadores aos vereadores, “que não entendiam nada e que não deviam nem saber do que estavam falando”. Ainda para o engenheiro, a ação dos membros do legislativo “só poderia ser politicagem”. Questionado sobre o nome do engenheiro que assinava o texto, o secretário municipal inicialmente relutou. Em seguida, com a insistência da vereadora Edna Bonetti, informou que a mensagem era assinada por Leandro Heidemann. Ficou claro Recursos Federais Com o objetivo de reparar a comunidade da Cabeceira do Rio Bravo Alto pela perda de seu espaço de encontros e lazer, como consequência da queda do “salão comunitário”, e atendendo a diversas solicitações dos moradores, a administração municipal anterior solicitou uma emenda parlamentar ao Deputado federal João Pizolatti. Por esse via, Pizolatti conseguiu recursos federais, da ordem de R$ 195 mil, para “construção de uma quadra poliesportiva coberta”. Os recursos foram liberados no início desse ano e a obra foi licitada pela atual gestão. O valor total, somada a contrapartida do município, foi de R$ 213.643,49 e a empresa vencedora foi a Alexandre Chaves de Mello ME. São agentes participantes do contrato a Prefeitura Municipal de Santa Rosa de Lima, a empresa Alexandre Charles ME, o Ministério dos Esportes e a Caixa Econômica Federal. O programa das obras teve o início previsto para 24 de maio de 2013 e o término, para 24 de setembro de 2013. Outros pontos a serem esclarecidos Outras questões foram levantadas pelos vereadores e, segundo eles, precisam ser verificadas ou explicadas. A primeira delas é que no local da obra, contrariando a legislação vigente, não há nenhuma placa indicando a responsabilidade técnica. A segunda: se o executado é inferior ao que está licitado (as perfurações não atingiram a metragem estabelecida) fica uma dúvida sobre como serão feitos os pagamentos. Os legisladores, a quem cabe fiscalizar o Executivo, perguntam: “Haveria um pagamento proporcional?” E mais: “Nesse caso, se a opção foi por baratear a obra, foram desconsiderados os riscos Ruínas do Centro Comunitário que desabou. ANO 1 - Nº 5 • Edição Mensal - Setembro/2013 • Jornal da Criança de Santa Rosa de Lima SETEMBRO CHEGOU! E NESSE MÊS COMEÇA A PRIMAVERA! Distribuição gratuita. Venda Proibida. ESTA É A ROSA LOUCA! A PRIMAVERA, TODO MUNDO SABE, É A ESTAÇÃO EM QUE OS JARDINS FICAM MAIS BONITOS, CHEIOS DE FLORES. E COMO AS FLORES NÃO EXISTIRIAM SEM OS INSETOS, O CRIANÇA SRL DESSE MÊS É EM HOMENAGEM À FAUNA E A FLORA QUE NOS PRESENTEIAM COM TANTA BELEZA NATURAL! MAS O QUE OS INSETOS TÊM A VER COM AS FLORES? Não é exagero dizer que as flores precisam dos insetos para existir. Isso porque para se reproduzir naturalmente, ou seja, para que novas flores possam nascer sem a interferência do homem, é preciso que o pólen de uma flor chegue até outra flor, mais especificamente até uma partezinha chamada estigma. É verdade que existem outras formas do pólen viajar, como o vento, a água, os passarinhos... Mas os insetos – abelhas, borboletas, besouros... - são responsáveis por grande parte da polinização, e, portanto, por grande parte da beleza da primavera! Aliás, você sabia que é justamente por causa desses bichinhos que as flores são tão coloridas e cheirosas? É que suas pétalas evoluíram dessa forma, se diferenciando das folhas, para chamar a atenção dos polinizadores! Os biólogos explicam: os insetos procuram as flores, na verdade, por causa do néctar que elas produzem. Néctar é um líquido docinho do qual os insetos adoram se alimentar. Quando os polinizadores veem aquela flor colorida e cheirosa, lambem os beiços imaginando que ali tenha néctar e, depois de se alimentar, levam grudado em seu corpo o pólen, que deixarão na próxima flor em que pararem para tomar néctar... Existe até uma flor que muda de cor para avisar aos polinizadores que está com néctar. O nome dela é Rosalouca, mas de louca ela não tem nada! Essa flor começou a existir lá na China, mas hoje já foi levada para o mundo todo por causa de sua beleza. Ela amanhece branca e, à noite, está rosa. biólogos são os cientistas que escolheram estudar as várias formas de vida. O nome da ciência, BIOLOGIA quer dizer exatamente isto: em latim, BIO = vida, e LOGIA = estudo; BIO+LOGIA = estudo da vida. Os biólogos trabalham em muitos campos, já que há tantas formas de vida na terra: animais, plantas, fungos, vírus... Também podem trabalhar de várias formas: há aqueles que ficam no laboratório, lidando com coisas microscópicas, há os que trabalham em campo, junto à natureza... VOCÊ SABIA? Que existem plantas raras, que só crescem em pequenos espaços do planeta? No Brasil, foram encontradas mais de 2000 plantas que não existem em nenhum outro lugar do mundo! Essa ABAIXO, por exemplo, é a flor de uma planta que os biólogos chamam de Holocheilus monocephalus. Ela só existe em Santa Catarina e no estado vizinho, Rio Grande do Sul. Já pensou se bem pertinho de você estiver crescendo uma flor rara como essa? Por isso é muito importante você observar e cuidar muito bem da natureza à sua volta! ESTA É A HOLOCHEILUS MONOCEPHALUS UMA COISA PARA FAZER VOCÊ MESMO Que tal aproveitar a chegada da primavera e enfeitar sua casa com flores de todas as cores? Para isso você vai precisar de flores... brancas! E de mais algumas coisinhas para realizar seu experimento. Ao todo, você vai precisar de: - corante alimentício nas cores vermelho, amarelo e azul (pode ser um ou vários, você decide!); - recipientes com água (um para cada cor que você quiser); - uma tesoura sem ponta; - flores brancas. Como fazer: 1 – Primeiro você vai misturar o corante com a água. Decida de que cores você quer suas flores. Em cada recipiente, prepare uma cor. Você pode escolher fazer de uma cor só, se quiser. Sabe por que a gente sugeriu que os corantes sejam azul, vermelho e amarelo? Veja no Box ao lado! Porque a partir dessas três cores, que são as primárias, você pode fazer a cor que você quiser. Quer ver? Essas são nossas cores de base, as cores primárias. Misturando entre elas, temos as cores secundárias (primária + primária): 2 – Com a tesoura sem ponta, corte o caule das flores cerca de 1 cm acima da raiz. Faça esse corte embaixo de água corrente (por exemplo, na água de uma torneira aberta), para que nenhuma bolha de ar entre no caule. 3 – Assim que terminar o corte, coloque as flores nos recipientes com a água colorida e aguarde alguns dias... veja o que acontece com as flores! !!! – Escreva pra gente dizendo se o experimento deu certo para você! Pode mandar fotos de como as flores ficaram, que publicaremos aqui! A RINCADnoEIR UMA Bsabia Estado que existe uma de São Paulo com “flor”? É parecida Você chama se e tem bola que não tem times brincadeira de queimada, mas de bola leve, a nossa brincadeira . Para brincar, é preciso uma (pode a mais desenhar no chão se o umas regrinhas de jeito um e , um grupo de amigos for de cimento, ou uma pedrinha chão ser um giz se o . ...). grande no chão flor uma chão for de areia têm que desenhar escrevam ali. Primeiro vocês de uma fruta e nome o , escolham , joga a bola Em cada pétala o miolo da flor para vai começa escolhidas. Nessa frutas O jogador que das uma o nome de o jogador pra cima e grita correm. Quando jogadores outros outros “flor” e todos os hora todos os grita , volta de á com a a bola jogador que est do miolo pega O . estão havia ” onde da fruta que ele têm que “congelar nome o com . De pétala qualquer direção a em bola vai para a passos pode dar três ” (acertar gritado, e dali tentando “queimar bola a o miolo para onde parar, arremessa . Quem é queimado vai o jogador for queimado, bola) em outro ninguém Se . novo tudo de uma rodada. para começar mais miolo o vai para mesmo jogador E ainda dá pra misturar mais um pouco, formando as cores terciárias (primaria + secundária): Viu quantas cores cabem em três cores ?! UM artista: monet Falando em flores, você já viu as pinturas que o francês Claude Monet fazia do seu jardim florido? Monet nasceu há quase duzentos anos. Durante sua vida, a máquina fotográfica ainda era algo muito raro, e eram os pintores os grandes responsáveis por retratar as belezas da natureza, os eventos, os lugares... já pensou? Quanta diferença dos nossos dias, onde se clica tudo! Você pode imaginar o trabalho que cada pintura dava, e o tempo que levava para pintar cada detalhe... Pois bem, acontece que Monet e alguns pintores da época acreditavam que as cores das coisas não são fixas: variam de acordo com a luz que as atinge – com o horário, a época do ano... eles pintavam ao ar livre, observando o que estavam retratando, e por isso não podiam levar esse tempo todo para fazer cada quadro, porque cada luminosidade é única e dura pouco. Foi assim que esse grupo criou um novo estilo de pintura, que foi batizado de Impressionismo: um estilo com pinceladas rápidas, leves e improvisadas. Monet pintou várias vezes a mesma paisagem, e veja se você não concorda com ele ao ver esses três quadros: Você percebe que nos três o pintor retratou o mesmo pedaço do jardim da sua casa, em Giverny? Mas como são diferentes os quadros, não concorda? E você, já observou como os jardins ficam diferentes ao longo dos dias e das estações? Escolha um pedacinho de um jardim e tire fotos dele em diferentes momentos do dia e diferentes estações. Depois compare a luz, as plantas, e veja como Monet tinha razão! AS BORBOLETAS Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas BOLETAS PINTE AS BOR FICARÁ E SUA PÁGINA A. BEM COLORID Borboleta No lago zulu O casulo de seda Da larga lagarta Do corpo de estrela Virada no vento Não vai mais rasteira Terá vida nova Farfalla ligeira Farfalla ligeira borboleta Farfalla ligeira Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam de muita luz. Levada na cor Recorta do ar O cheiro da flor Ruído do mar Mas foge de mim Na borda da mesa Ou pousa no prato De louça chinesa As amarelinhas São tão bonitinhas! E as pretas, então Oh, que escuridão! (Vinícius de Moraes) Farfalla ligeira Farfalla ligeira borboleta Farfalla ligeira (Adriana Calcanhoto) Farfalla. Você já ouviu essa palavra? Adriana Calcanhoto a usa diversas vezes. Em italiano, Farfalla quer dizer borboleta. Até existe um tipo de macarrão com esse nome, porque seu formato parece uma borboletinha (apesar de alguns acharem que parece mesmo é com uma gravatinha...) No mistério do sem-fim equilibra-se um planeta. E no planeta um jardim e no jardim um canteiro no canteiro uma violeta e sobre ela o dia inteiro entre o planeta e o sem-fim a asa de uma borboleta. (Cecília Meireles) A felicidade é como a borboleta: quando a perseguimos nos escapa; quando desistimos de persegui-lá, pousa em nós. (Proverbo chines) Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Comunidade NOVA FÁTIMA Família SRL Alexandre Oenning Bittencourt | Valesca Weber Adolfo Wiemes Isabel Flores, bela como uma rosa. De Lima e santa! Há poucos dias (30 de agosto), celebramos o dia de nossa padroeira, Santa Rosa de Lima. Mas ficam as perguntas: sabemos quem foi ela? Conhecemos e consideramos seus ensinamentos? Filha de espanhóis que viviam com dificuldades financeiras, nasceu na cidade de Lima – capital do Peru, no ano de 1586 e foi batizada Isabel Flores. Desde cedo, recebeu o apelido carinhoso de Rosa. Como ela tinha as faces rosadas, o povo começou a dizer que ela era bonita como uma rosa. E foi por esse nome que ficou conhecida. Desde pequena, teve grande inclinação para a oração e a meditação. Um dia, estava rezando diante de uma imagem da Virgem Maria com Jesus Cristo ainda bebê nos braços, quando ouviu uma voz que vinha da pequena imagem de Jesus e que dizia a ela: – Rosa, dedique a mim todo o seu amor. A partir de então, tomou a decisão de amar somente a Jesus e não quis se casar. Como sua beleza fazia muitos homens se apaixonarem por ela, para não ser motivo de tentações, cortou seus longos e belos cabelos e passou a cobrir o rosto constantemente com um véu. Rosa de Lima dizia ter como modelo de vida Santa Catarina de Sena. Era instruída, sabia tocar instrumentos de corda, mas trabalhava bastante e, à noite, ainda costurava. Uma vida religiosa Naqueles tempos, não havia convento religioso no Peru, mas aos vinte anos ela vestiu o hábito da Congregação da Ordem Terceira de São Domingos, tendo pedido e obtido licença para emitir os votos religio- sos em casa. Nos fundos do quintal da residência de seus pais, ela construiu um quartinho bem simples e pobre. Sua cama era um saco de estopa. Não comia frutas, que eram abundantes no pomar de seu pai. Suportava a sede durante dias inteiros. Bebia apenas um ou outro gole de água, por dia. Trazia na cabeça uma coroa de espinhos, para lembrar sempre dos sofrimentos, da morte e da ressurreição de Jesus. Quando os pais de Rosa caíram numa situação de miséria, ela foi obrigada a se empregar como doméstica numa casa de família. Mesmo assim, sabia aproveitar seu tempo e sua vida para viver suas muitas horas de oração e de recolhimento. Por meio de rigorosas penitências, Rosa de Lima eliminou de sua vida todo orgulho, amor próprio e vaidade. Tendo alcançado um alto grau de vida contemplativa e de experiências místicas, suas orações e penitências conseguiram converter muitos pecadores. Faleceu, com 31 anos, em 1617. Muitos milagres aconteceram após sua morte e ela foi canonizada, pelo Papa Clemente X, em 1671. Foi a primeira canonizada da América Latina e, por isso, proclamada santa padroeira do continente sul-americano. O legado de nossa padroeira Rosa de Lima viveu, assim, pouco tempo na terra. Teve, todavia, uma vida santa e deixou um testemunho admirável de amor a Deus e de 15 amor aos irmãos. Ela foi extremamente caridosa para com todos, especialmente para com os doentes, os pobres, os índios e os negros. E só Deus sabe quanto! São reconhecidas sua paciência e sua coragem diante de sofrimentos e das incompreensões que enfrentou. Rosa de Lima teve uma vida marcada pela imitação de Jesus Cristo, pela oração e por muito recolhimento. Foi uma alma santa com experiências místicas. E “nunca perdia Deus de vista”, como consta no processo de sua canonização. Consta que ela morreu rezando as palavras: – “Jesus, Jesus, fica comigo!” No lugar onde ficava a cabana de Rosa de Lima, nos fundos do pomar da casa dos pais, foi construído, depois, um Convento de Vida Contemplativa, para mulheres. Uma comunidade, uma igreja O tempo passa... Neste ano, nossa igreja completa seus 55 anos de existência. Uma das características dos colonizadores alemães que se instalaram em nossa comunidade, chamada então de Santa Rosa Baixa, era a de serem muito religiosos e, como aqui ainda não existia uma igreja, as famílias, quase que cem por cento católicas, participavam das celebrações nas comunidades vizinhas. Umas na igreja de Santa Rosa de Lima, outras na do Rio Bravo Baixo, e, algumas, na da Barra do Rio Chapéu. No início da década de 1950, os moradores, num ato de reforço da fé e da vida em comunidade, resolveram organizar seus cultos e missas por aqui mesmo. A antiga escolinha, hoje já demolida, servia de “igreja”. E ali também eram realizadas as festas. Mas o espaço era julgado precário. Os antigos contam que, por volta de 1953 ou 1954, o senhor Henrique Becker foi incumbido pela comunidade de ir até Florianópolis pedir autorização ao Bispo para a construção de uma Igreja. Florianópolis porque naquele tempo ainda não existia a Diocese de Tubarão. Tal autorização foi prontamente concedida pelo bispado e o senhor Frederico Vandresen garantiu que doaria o terreno necessário. Com isso, dezessete famílias associadas iniciaram os preparativos para a construção da igreja. Os tijolos foram todos produzidos aqui mesmo, numa olaria na casa de Seu Frederico. Eram feitos daquele jeito de antigamente: um por um, com barro amassado a boi e queimado no forno. Depois de muitos mutirões, ela ficou pronta. E os bancos, que até hoje são os mesmos, também foram doados pelos moradores. No dia 13 de outubro de 1958, o saudoso Padre Afonso Schlickmann realizava a primeira missa na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que contava com a imagem doada pela família de Francisco Feldhaus. Durante muito tempo, era nesta data que comemorávamos o dia da padroeira. Com a onda do plantio de fumo, entretanto, outubro se tornou um mês de muito serviço na lavoura. Optou-se, então, por realizar a comemoração no dia 13 de maio, que, como conta a história, foi o dia em que Fátima realizou sua primeira aparição. Da igreja ao nome da comunidade A mudança de nome foi uma sugestão do já falecido Padre Ludgero Waterkemper. Ele perguntou: se temos a igreja e a imagem de Nossa Senhora de Fátima, porque então não mudarmos o nome da comunidade? A satisfação com a igreja pronta e a alegria da conquista deste importante símbolo para uma comunidade unida na fé resultaram na alteração da denominação. A Santa Rosa Baixa foi “rebatizada” de Nova Fátima. Felicitações Parabéns a todos os catequistas pela comemoração do seu dia. E, em especial, aos da nossa comunidade. Vocês são especiais para Deus. Continuem sendo o referencial da experiência do encontro com Cristo. 16 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL SRL: Eu conheço e Valorizo! ARTIGO Esperidião Amin – Deputado Federal “Criando Paradigmas” Pode um pequeno município criar um paradigma de desenvolvimento, inovando e passando a ser exemplo? Santa Rosa de Lima é um caso – na verdade, um fenômeno – que responde essa indagação e explica como isso pode acontecer. Conheço Santa Rosa de Lima desde os anos 1970. Suas peculiaridades chegaram ao meu conhecimento gradativamente, chamando minha atenção, demarcando seus espaços e possibilidades. Destaco neste espaço do Canal SRL algumas das muitas visitas que fiz ao município, em que pudemos perceber particularidades e peculiaridades desta comunidade catarinense. Tive o privilégio de pernoitar na “Pousada Vitória”, na localidade de Quedas (ou Morro dos Roecker). Mesmo aquele acostumado a acampar e “bivaquear”, como nós, escoteiros, perceberá que, ali, está num espaço contíguo ao da natureza em “estado puro”. Silêncio, ar puro e céu mais luminoso são alguns dos atributos daquele “microclima”. A comida em verdadeiro estado orgânico e a hospitalidade sob a direção da “Dida” (Leonilda) completaram a inesquecível e gostosa experiência. Não pude conferir pessoalmente, mas aposto que é verdadeira a afirmação de que Santa Rosa de Lima tem mais nascentes do que habitantes. Isto representa riqueza em estado puro, especialmente pela qualidade da água a que me refiro. É um apelo de inveja poder proclamar: “aqui, temos mais nascentes do que gente!”. É um patrimônio e uma grande responsabilidade. O importante é assinalar que o povo despertou para essa consciência. Não sou um especialista nem falo fluentemente o alemão, mas o pouco que conheço me convence que temos em Santa Rosa de Lima a língua alemã em estágio “não corrompido”, nem “afetada pelas modernidades e assimilações europeias” determinadas, também, pelo trauma das duas guerras mundiais. As inovações no campo econômico e associativo são efetivamente paradigmáticas. A Agreco (Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral) é um exemplo vigoroso e bem sucedido de aproveitar a vocação da pequena propriedade rural familiar para a produção e comercialização de produtos orgânicos. Devemos à liderança do Professor Wilson Schmidt esse bom exemplo para a Região e para Santa Catarina. Em 1999, quando tivemos o privilégio da visita à região do Ministro da agricultura Francisco Turra, testemunhamos mais um decisivo passo na consolidação desse modelo de apoio às agroindústrias familiares orgânicas. A sede da Agreco, que, indo ao encontro de aspiração de seus integrantes, está sendo construída na localidade de Quedas D’Água, demonstra o amadurecimento desse empreendimento que também serve ao turismo, à semelhança do projeto Acolhida na Colônia. A instalação da internet na localidade de Rio Bravo Alto, viabilizada pela administração municipal do Prefeito Celso Heidemann, com o apoio de emenda parlamentar da Deputada Angela Amin, é um ícone de modernização, que serviu – e serve – de bom exemplo a muitas outras iniciativas que convergem no mesmo sentido. Quando se deseja citar um bom exemplo da destinação de recursos de emendas parlamentares, este caso sempre nos acode. É preciso salientar, contudo, que é necessária uma boa conjugação de fatores para se chegar ao sucesso! No caso de Santa Rosa de Lima, além da natureza privilegiada, um povo com determinação, espírito comunitário, fé no trabalho e que dá valor à instituição familiar, o município merecia e merece ter bons gestores. Reconhecendo que cada período deu a contribuição possível para preservar os valores da sociedade de Santa Rosa de Lima, não posso omitir uma referência especial ao êxito extraordinário da gestão liderada pelo meu amigo e companheiro de partido Celso Heidemann. Graças à sua capacidade de bem elaborar e bem apresentar projetos, podemos constatar que o período 2004-2012 coincide com a realização de obras importantes para o município, destacandose a revitalização do centro urbano e a “onda” de valorização da identidade local. Esta última conquista, ainda que não seja tangível nem concreta, estou seguro, é a “mãe de todos os sucessos”. Isto porque podemos perceber que esse ganho – o da identidade de um pequeno “grande exemplo” – não tem preço nem limites de horizontes a alcançar. E, nessa trajetória, nós somos e seremos sempre seus leais torcedores e apoiadores! Mergulho no Sul O dia acorda com bolinhos de arroz, rosca e nata no lugar da tradicional tapioca com queijo de coalho do meu nordeste amado. É possível respirar a brisa fresca que vem do rio. Não é o meu velho conhecido, o Capibaribe, e sim um novo amigo: o Braço do Norte. A correnteza cantarola batendo nas rochas, ziguezagueando em curvas incontáveis. Águas de cobre esverdeado convidam a um mergulho gelado para matar saudades da minha morna praia de Boa Viagem. Aqui, areia fria e quase dourada à beira-rio e areia escaldante à beira-mar, acolá no meu distante Recife. Pelas pedras escorregadias rastejo com o sopro da queda d’água tocando meu rosto. Estou no Quedas d’Água. De pertinho o rio impõe respeito. A correnteza serpenteia com força e beleza. Paro na margem e contemplo o espetáculo enquanto me aqueço para dar um mergulho. Na verdade, entrei no Braço do Norte com uma quase reverência. Lentamente deixei-me envolver pelo abraço das geladas águas totalmente cristalinas. Até minha alma se arrepia e o corpo vibra com a energia e a baixa temperatura. Ah, se pudesse fazer isso no meu Capibaribe há muitos anos tão poluído! É uma dádiva a cidade que tem o privilégio de ter um rio só pra ela e poder banhar-se em suas águas. A tarde se aproxima com as árvores rabiscando de verde o azul do céu, tal qual as palhas dos coqueiros da minha terra. A cidade tem uma tranquilidade digna dos mosteiros mais distantes no tempo e no espaço. Engarrafamento só se for de ar puro. Barulho só do gorgolejar do rio que embala as noites desse pedaço de sul. Aqui tem gente acolhedora, alegre e amiga caminhando tranquilamente, indo para a lida no campo ou caminhando pela praça. Recebemos cumprimentos com o forte acento de Santa Catarina. Fico encantado com as diferenças desse Brasil sem igual. O louro dos cabelos e os olhos claros de tom alemão, aqui, na vizinhança das terras de Anita Garibaldi. Os cabelos negros e a pele em tons de ébano de lá, do meu Nordeste e de Maria Bonita. A noite chega trazendo festa para celebrar o dia da padroeira, Santa Rosa de Lima. Não tem boate aqui. Tudo acontece no grande salão atrás da igreja. E é feito de forma comunitária, igual a uma grande família arrumando a casa para o Natal. Uns cozinham, outros arrumam mesas e cadeiras. A sanfona não toca xote nem baião. A música é o vanerão, embalando todas gerações. Meninas e senhoras, meninos e senhores dividem animadamente o mesmo lugar, a mesma alegria. Depois de tudo isso, ainda ganhamos de presente um frevo, meu nome e de minha companheira Sarah Vidal são citados pelo cantor que nos dá boas vindas em nome da cidade. Acho que a alma da gente é um saboroso prato que ganha novos temperos todos os dias. A minha tem agora pitadas da especiaria que é esse lugar serrano. Só me resta uma coisa a dizer: “Obrigado, Santa Rosa de Lima.” Paulo Costa - Publicitário - Recife - PE Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL 17 RIO BRAÇO DO NORTE Festival de rafting celebra uso público e sustentável dos recursos hídricos O frio e a chuva não deram tréguas aos participantes do Festival de Rafting Santa Rosa de Lima – Encostas da Serra Geral. Ainda assim, o rio Braço do Norte acolheu caiaquistas catarinenses, gaúchos, paranaenses, argentinos e norte-americanos, além de grupos de turistas e de moradores locais. Se aventurar nas corredeiras foi visto, pelos participantes, como uma forma de manifestar adesão ao movimento em favor do uso público e da preservação desse recurso natural. Organizado pela empresa TDA Rafting de Santo Amaro da Imperatriz, o festival, em sua quarta edição, aconteceu nos dias 24 e 25 de agosto. Seu objetivo sempre foi incentivar a prática da canoagem e o uso sustentável dos recursos hídricos. Para Eleazer Garbelotto (Keko), da TDA, apesar do encontro não ter atingido as expectativas de público, a canoagem e o rio Braço do Norte ganharam mais repercussão com o evento. “Esperávamos mais público, mas, considerando o frio e a chuva, é compreensível. Ficamos, entretanto, muito satisfeitos. Tivemos participantes de diversos estados e, inclusive,de outros países. Eles vieram aqui curtir essas corredeiras no quadro destas belas paisagens. Com isso o Movimento a favor do rio ganhou mais forças. Agora, são mais pessoas e mais empresas de turismo de aventura a brigar em defesa do rio Braço do Norte”. No festival, todos buscavam uma vitória que não estava ali O festival contou com o apoio e a participação do “Movimento a Favor do Rio Braço do Norte” e dos “Amigos do Rio Braço do Norte”. Na fase de preparação, foram criadas páginas no Facebook para propagar a mobilização em defesa do rio. Assim, para além do esporte, o evento serviu para uma reflexão sobre a atual situação do Braço do Norte. A PCH (pequena central hidrelétrica) Santa Rosa está prestes a iniciar o alagamento da área próxima a represa e a transposição da água por um túnel. Serão cerca de três quilômetros de rio comprometidos. Inclusive para a prática da canoagem. Os caiaquistas lamentam a possível perda de um de seus melhores percursos. “Para nós esportistas, é nítida a importância da energia para o desenvolvimento de um país. É necessário, contudo, respei- Caiquistas e turistas aderem ao movimento a favor do rio braço do norte. tar a vocação dessa região, que possui um verdadeiro paraíso natural, que pode gerar turismo, lazer e renda para muitas famílias”, defende Geoffrey Steeves, caiaquista norte-americano participante do evento. Geoffrey tem esperanças, “é preciso encontrar novas possibilidades para que a população mantenha o rio Braço do Norte vivo”. Para ele, que tem 14 anos de experiência em canoagem, praticados em mais de vinte estados dos EUA e outros sete países, o Rio Braço do Norte é um dos melhores e mais belos que já co- estão sendo movidas para garantir que a canoagem e a população não fiquem mais completamente a mercê dos investidores em PCH”. nheceu. Suas esperanças não são vagas, ele cita como exemplo o Rio das Antas, no Rio Grande do Sul, onde operadoras de rafting, agências de turismo, pescadores, caiaquistas e outros usuários firmaram um acordo com a empresa geradora de energia, sendo possível manter o rio “correndo livre” alguns dias ao mês. O sonho não é só de Geoffrey, todos os amantes do rio torcem para que a história do Braço do Norte também tenha seu final feliz. Jackson Baumann, do Movimento a favor do Rio Braço do Norte faz um pedido aos que quiserem apoiar a causa: “Procurem as páginas no facebook, curtam, compartilhem e discutam. Subscrevam o abaixo assinado e participem das ações que mas deverá ocorrer no início de outubro. Afinal, funcionários da empresa informaram que o alagamento e o desvio da água para a tubulação deverá ocorrer em meados daquele mês. Com este ato, o Movimento quer reforçar sua proposta de “compartilhamento do rio” pelo menos alguns dias no mês e fortalecer a ideia de preservar o que resta do rio para a canoagem. “Pelo que se sabe, tem um projeto para mais uma hidrelétrica neste percurso. Já permitimos PCH demais neste rio. Agora chega! A comunidade tem que se unir. Precisamos ganhar forças e preservar o que resta”, enfatiza Jackson. O jovem santarosalimense se refere ao trecho do rio que corta o coração do mu- Aventura X Desventura O tempo urge e a tragédia é iminente. Por isso, os participantes do Festival de Rafting se comprometeram a mais um ato de defesa deste trecho que poderá ser completamente tomado deles e da população local pela PCH Santa Rosa. O evento ainda não tem uma data precisa, nicípio, do antigo Quedas d’Água até a curva atrás da prefeitura. Keko, da TDA, avalia: “Nessa parte do curso d’água, ainda encontramos ótimas condições para a canoagem e para diversas práticas de lazer. Devemos salvar o que resta deste maravilhoso rio”. Informações apuradas junto aos participantes da mobilização apontam que a possível “nova” PCH que afetaria o trecho mencionado seria um empreendimento do grupo Havan. Essa corporação econômica tem mais de 50 lojas de departamentos no país, conhecidas por ter uma estátua da liberdade à frente, e também empreendimentos de geração de energia, postos de combustível, factoring e hotéis. O diretor-presidente da Havan costuma dizer que a empresa só quer estar nas cidades que recebam bem o grupo. Pelo que se saiba, nunca houve, em Santa Rosa de Lima, qualquer debate aberto da Havan com os diretamente envolvidos e afetados por uma quarta PCH no município, assim como não existiu qualquer audiência pública sobre o assunto. É porque não existe projeto algum? Ou seria apenas falta de uma boa política de comunicação na empresa? Ou, haveria uma tentativa de criar um fato consumado? Poderia se fazer a hipótese, também, de que o slogan veiculado pelo diretor significaria não uma busca de acolhimento e de bom relacionamento com o município e seus habitantes, mas apenas instrumento de chantagem e de pressão a políticos e a cidadãos que discordam ou querem saber melhor o que se passa. A situação se apresenta como a água do Braço do Norte nos dias do festival de rafting, após uma chuva intensa: barrenta e turva. Todos desejam que seja transparente, cristalina. Este Canal SRL está aberto a todos os atores sociais para dar vazão a essa limpidez. 18 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Comunidade RIO SANTO ANTÔNIO Marileia Torquato | Carol Rodrigues Meu velho e bom pai No mês passado, comemoramos o dia dos pais. Estes batalhadores que lutam diariamente pelo sustento de seus filhos, a quem tanto amam. Como, no Santo Antônio, ouvimos muita música, nada melhor do que cantar para eles. Afinal, quem canta seus males espanta. Queremos homenagear todos os pais de nossa comunidade e do município por esse dia tão especial. Escolhemos um pedacinho da música “Meu velho pai”, de Léo Canhoto e Robertinho. (...) Não tenha medo, meu velhinho adorado. Estarei sempre ao seu lado, não lhe deixarei jamais. Eu sou o sangue do seu sangue, papaizinho. Não vou lhe deixar sozinho, não tenha medo meu pai. (...) É festa no interior! Nossa comunidade se prepara para a primeira Cavalgada com Torneio de laço no Rio Santo Antônio. Será nos dias 28 e 29 de setembro. Queremos estimular todos os adeptos da cavalgada e do laço a trazer suas montarias e a vir passar uma final de semana aqui nestas belas paragens. E aos leitores do Canal SRL fazemos um convite especial: venham com seus familiares e amigos, confraternizem conosco e prestigiem esse evento organizado com muita dedicação e carinho. Confiram a programação: Sábado - 28/09/2013 Cavalgada 8:00hs - Café 9:00hs - Saída dos cavaleiros 12:00hs - Almoço À tarde: Torneio de laço e missa 19:00hs - Janta para os cavaleiros. Domingo - 29/09/2013 8:00 hs - Café para trilheiros e cavaleiros; 9:00 hs - Saída dos trilheiros; Durante a manhã: Torneio de laço; 12:00 hs - Almoço; 14:00 hs – Baile, com Águia Dourada. Fique claro a todos que cavaleiros e trilheiros assumem todas as responsabilidades por suas participações no evento. A comunidade não se responsabiliza por qualquer tipo de incidente. Desde já, a comunidade e os organizadores dão suas boas vindas e agradecem a presença de todos. O ensaio para a primeira cavalgada. Circuito CERAL Laudir Coelho - Presidente Instalação de medidores Uma das preocupações atuais da nossa Cooperativa de Distribuição de Energia Elétrica - CERAL, além do permanente cuidado de prestar um atendimento de qualidade aos seus clientes e consumidores, é de aperfeiçoar o serviço de instalação de medidores junto as unidades consumidoras em atendimento as normas vigentes no setor elétrico. O assunto é regido por normas específicas do Departamento Técnico da FECOERUSC, sobretudo pela Norma Técnica e Padronização FECO-D-04, que, dentre outras recomendações, determina que a CERAL reserva-se o direito de indicar o local mais adequado para instalação da medição, e em qualquer caso, devem ser observadas as seguintes disposições: a) Será localizada na propriedade do consumidor, em local de livre e fácil acesso, dotado de boa iluminação e apresentando condições de segurança; b) Não poderá ser instalada a uma distância superior a 1,0 m do limite do terreno com a via pública. Em zonas rurais, onde a rede cruzar internamente o terreno do associado/ consumidor, a CERAL deve ir ao local e indicar o ponto para instalação da medição. Essas são algumas observações que a nossa Cooperativa tem que cumprir e fazer cumprir para garantir a segurança da medição e o acesso à leitura, condições essas que devem ser oferecidas pelo associado no ato do pedido de ligação. Ligações acima de 30 Kw Um outro ponto importante previsto na referida norma é a necessidade de apresentação de projetos elétricos para pedidos de ligação para empreendimentos com carga instalada acima de 30 kilowatts ou edificação com área construída maior ou igual a 200 metros quadrados. Esses projetos devem ser apresentados para análise com a antecedência mínima de 30 dias e deve ser precedido por uma consulta prévia ao responsável técnico da cooperativa. Dessa forma a CERAL vem cada vez melhor atender os requisitos atuais de eficiência exigidos pelo órgão regulador (ANEEL), além de crescer no atendimento aprimorado aos seus clientes e associados. Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Espaço d’Acolhida Luiz Schmidt e Neiva Ferreira Schmidt Pousada das Águas O lazer no final de semana e as saudades do “interior” foram os principais motivos para que, em 2002, o casal Luiz e Neiva Ferreira Schmidt adquirisse uma área na comunidade de Águas Mornas, a quatro quilômetros da “praça” de Santa Rosa de Lima. São cerca de dez hectares de terra, cortados por um riacho de águas cristalinas. Na propriedade, havia uma antiga casa. Depois de reformá-la e revitalizar todo o espaço, em 2003, ingressaram na associação de agroturismo Acolhida na Colônia. Clientes, serviços e acolhida A pequena pousada é alugada, com exclusividade, para pequenos grupos. Geralmente, são grupos de familiares ou amigos, que buscam o sossego do interior. Se for a preferência dos hóspedes, Neiva, de origem italiana, é quem prepara o café da manhã. Sempre com muita simpatia e carinho, ela serve pães, biscoitos, bolos, queijos, doces e salames. É uma forma de começar o dia se nutrindo de energias, aromas e sabores coloniais. As outras refeições ficam por conta dos hóspedes, que dispõem, para prepará-las, de uma bem equipada cozinha. São indicadas, também, aos turistas, diversas opções para a gastronomia em Santa Rosa de Lima, seja em estruturas da Acolhida, ou não. Na Pousadas das Águas, é possível, ainda, fazer uma pequena trilha até o alto do morro, de onde pode se contemplar uma bela paisagem. Caminhadas de vários graus de dificuldade e distâncias também podem ser feitas a partir da pousada, ou de pontos diversos do município. Outra boa pedida, que os visitantes adoram, é um refrescante banho no riacho que corta o sítio. E para coroar, a pousada fica a apenas um quilômetro do Balneário Paraíso das Águas, com sua piscina e banheiras de água mineral termal. Expansão e melhoria Como os proprietários puderam constatar um aumento significativo do afluxo de turistas em direção ao seu “pedaço do paraíso”, decidiram, em 2012, ampliar a capacidade de hospedagem da Pousada. Com o apoio do Banco Mundial, através do Projeto SC Rural, iniciaram mais uma construção, que servirá de pousada e que está quase concluída. Produção orgânica Além de fazer parte da Acolhida na Colônia, a família também é associada à CooperAgreco. Na propriedade há, ainda, a criação de ovelhas e de frango caipira e o cultivo de verduras. Hoje, os Schmidt produzem geleias e doces que levam a marca Agreco. Em breve, com a finalização da construção de uma nova unidade de processamento, será lançada no mercado uma linha de “papinhas” (comidas para bebês) orgânicas. Os visitantes e turistas poderão acompanhar, então, de fora, através de janelas envidraçadas, todo o processamento. Maiores informações, entrar em contato com Neiva, pelo telefone (48) 36540117 ou pelo e-mail: [email protected] 19 Comunidade RIO DOS ÍNDIOS Kelin Dutra | Ivonete Walter Dutra Honrando nosso Padroeiro A festa em honra a Santo Inácio, aqui na nossa comunidade, aconteceu no dia 29 de julho. Não houve tempo para contarmos na última edição do Canal SRL um pouco mais sobre aquele que é o nosso maior evento. E, principalmente, para agradecer a todas as pessoas que vieram confraternizar conosco. Entre motos, gaiolas e quadriciclos, contamos noventa participantes na Moto Trilha. Os organizadores julgam que esta programação foi um sucesso e a expectativa é que ela se repita nas nossas próximas festas. Foram servidos cerca de 350 almoços e cerca de 300 pessoas participaram do baile. A comissão de pastoral (Caep) e a comunidade toda se unem para a organização do evento. As mulheres se encarregam de fazer a comida e a limpeza. Já os homens ficam com os serviços de bar, churrasqueira e organização do espaço para o baile e almoço. As tarefas são definidas, mas todo mundo “pega junto”. O que não pode faltar é ajuda mútua. Um acontecimento atípico da festa desse ano foi que não tivemos a celebração da missa no final de semana. O Padre Pedrinho estava participando da Jornada Mundial da Juventude e o Padre Marcelo precisou celebrar missas em outras igrejas. Mantendo nossa fé por Santo Inácio de Loyola, no dia 31 de julho pudemos reverenciar nosso padroeiro. Padre Pedrinho estava de volta e celebrou uma bela missa. Almoço e bolo também seguiram a programação daquele dia. Hoje, podemos dizer que a festa na nossa comunidade foi maravilhosa e agradecemos todos que dela participaram. Formatura aula de dança Quermos convidar a todos os leitores para a formatura do curso de dança promovido pelo nosso Caep. Participaram diversos casais aqui do Rio dos Índios e foram oito aulas de xote, vanera, valsa, vanerão e rancheira. A festa, animada pela banda Musical Sensação, será no Domingo, dia 8 de setembro, a partir das 19 horas. Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente com os formandos do curso e com o Caep da comunidade, ao preço de R$ 10.00. Esperamos por vocês de braços abertos. 20 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL CONTO Grazi Nack O mundo particular de bolhas de sabão Ela estava sonhando. Claramente, indubitavelmente, ela estava sonhando. Ninguém no mundo real consegue flutuar em uma bolha de sabão, ou nadar em um riacho doce. Era um sonho, mas parecia tão real! Ela quase sentia o cheiro do vento e a umidade da terra sob os pés. Ela ouvia o zumbido da água batendo nas pedras e, de repente, ela estava envolvida em ondas e flutuava junto às flores que se banhavam no rio. “É um sonho! É um sonho!” Ela se beliscava e tentava abrir os olhos em vão, já que eles já estavam abertos e, não só, mas também refletiam o sol que parecia feito de manteiga, gostoso, caindo macio em sua pele de menina frágil. Ali, em seu sonho, ela já não era mais frágil, e sim linda, forte, mas um forte delicado, um forte feminino. Queria ver alguém lhe empurrar na lama, a obrigar a comer sabonete, queria ver seu padrasto aparecer em seu quarto com a palmatória. Ali, em seu mundinho particular, ela era invencível. E, como se um rompante de sentimentos ruins lhe viessem apalpar a garganta, ela chorou. E das suas lagrimasse fez chuva, molhando a terra, estourando as bolhinhas de sabão que se desfaziam infelizes e assustava os pássaros que, estranhamente, voavam em marcha ré. E ela percebeu atônita, que ela mesma se assustou com seu pranto. Era desagradável e melado, e os soluços pareciam grunhidos de javali. Ao imaginar isso gargalhou, e gargalhou de novo porque sabia que ninguém ali a repreenderia. E gargalhou uma última vez, pois descobriu que era gostoso. Gargalhar era maravilhoso. Mas ela sentiu que estava acabando, pois já sentia o frio do outro mundo tocar suas pálpebras, e o som do riacho agora estava mais distante. Pela primeira vez desde que chegara reparou que não respirava, não necessitava disso, se sentia livre de qualquer obrigação humana ali. Então ela despertou. O professor a repreendia por dormir na aula, mas ela só ouvia zumbidos, as imagens do seu mundo real eram tão mundanas, tão comuns, o ar pesado lhe trazia desconforto. Até mesmo seu corpo era indesejado: uma carcaça cansada, cheia de limitações, com sentidos viciados. Ela queria a leveza do rio, o sussurro do vento, o sol de manteiga... Ela queria flutuar. Então se levantou. Saltou pela janela e voltou ao seu sonho. Lembrou-se de trancar a porta, para não mais voltar. Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Santa Rosa de Lima celebra sua padroeira A festa em honra a Santa Rosa de Lima é um dos eventos mais festivos para os santarosalimenses. Este ano ela aconteceu nos dias 30 e 31 de agosto e 01 de setembro. A programação iniciou com procissão da imagem saindo da casa de Dona Adelina Wiemes Vandresen. Padre Pedrinho foi quem abençoou os carros e celebrou a missa. Com muita emoção e alegria centenas de fiéis demonstraram sua fé a padroeira da América do Sul. Almoço colonial, baile, bingo, arremates e celebrações de louvor completaram a festa. Foram três muita dias de comemoração, mas também de muito trabalho. A comissão de assuntos pastorais – Caep é a grande responsável pelo sucesso da festa. Para Cláudia Tenfen Heidemann, tesoureira, organizar este evento não é tarefa fácil. “Necessita de muita dedicação, trabalho e, principalmente, tomar decisões em nome de toda a comunidade”. São 12 casais responsáveis na organização mas, como é de costume, todos os membros são convidados a colaborar, seja no bar, no caixa, na cozinha, na organização. “Estamos muito satisfeitos com o resultado da festa. Todos trabalharam em clima de alegria, houve muita ajuda mútua. Se não fosse as pessoas a festa não aconteceria como aconteceu”. Segundo informações de Claudia, alguns dados ainda precisam ser computados, mas os números são satisfatórios. A festa teve uma arrecadação de R$ 30.193,50, contabilizada a venda de ingressos, bingo, almoços, produtos caseiros como bolo de gruta, cuca e rosca. Em dízimo, no mês de agosto, até agora, já foi pago pelos fiéis, R$ 17.804,20 e as prendas em dinheiro somaram R$ 8.626,72. A Caep também recebeu diversas outras doações em prol da igreja. 22 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Comunidade RIO BRAVO ALTO Promoção da SAÚDE Karla Folster | Ana Paula Vanderlinde | Júnior Alberton Murilo Leandro Marcos Para continuar juntos e unidos Passados alguns anos da queda do ginásio esportivo, a comunidade evangélica da Cabeceira do Rio Bravo ainda tem que buscar alternativas para a realização de seus eventos. Sem o seu espaço para os encontros, o jeito é utilizar a antiga escola. Foi assim para promover uma atividade destinada a angariar fundos, que ocorreu no dia 25 de agosto. A nossa “escolinha” foi palco de uma feijoada. Que, apesar das limitações do local, conseguiu ser um grande encontro. Em setembro, a comunidade católica do Rio Bravo Alto está em festa Este mês, celebraremos em honra à padroeira do Rio Bravo Alto, Nossa Senhora da Piedade. A grandiosa festa ocorrerá nos dias 14 e 15 de setembro. É uma confraternização da comunidade que pode e deve ser partilhada pelo nosso leitor e por sua família e amigos. Confira a programação. A independência da saúde Neste mês de setembro, em que comemoramos a independência do Brasil, reafirmo que, no campo da saúde, a verdadeira independênci, é a revolução do autocuidado, em que cada pessoa será o ator principal na atenção a sua própria saúde. Em 1976, médicos da Colômbia entraram em greve e paralisaram suas atividades por 52 dias. Somente emergências e pronto-atendimentos funcionavam. Resultado: as taxas de morte caíram 35%. No mesmo ano, em Los Angeles, nos Estados Unidos, uma greve semelhante fez a mortalidade geral diminuir em 18%. Logo que os médicos retornaram ao trabalho, as pessoas voltaram a morrer como antes. Em 1973, foi a vez de Israel experimentar uma redução de 50% na mortalidade do país em decorrência de uma greve médica de trinta dias. O que esses dados nos mostram? Podemos levantar duas hipóteses. A primeira delas é a mais dura: a ação médica (remédios, exames, cirurgias) mata muita gente. A segunda hipótese nos remete ao autocuidado, à atenção que cada pessoa tem sobre si mesma, sobre sua família e sua comunidade. Não tendo um profissional a quem recorrer, as pessoas se veem obrigadas a se cuidar mais. “Quando a água bate na b..., ou você aprende a nadar ou morre afogado”. E são usados os remédios caseiros, as receitas saudáveis da vó, as caminhadas no final da tarde, os conselhos do pai atento, o parto assistido por parteira, a TV desligada, a família em harmonia. Princípios e práticas Hipócrates, que viveu 400 anos antes de Cristo, é considerado o pai da medicina. O princípio ético mais importante da medicina foi estabelecido por ele e diz: primum gera dependência, tira a autonomia das pessoas, cria novas doenças e, junto delas, novos exames e novos remédios. Na verdade, a medicina moderna tem feito muito mal à saúde. Tanto é verdade que, depois de câncer, infarto e derrame, a ação médica é a principal causa de morte nos Estados Unidos. Cria-se a ilusão de que as pessoas são incapazes de se cuidar e de que os profissionais da saúde, sobretudo os médicos, são os donos dos corpos e das mentes dos pacientes. Para gripe, dá-se um antigripal. Ao invés de recomendar uma boa alimentação, receita-se um omeprazol pra azia ou uma sinvastatina pra baixar o colesterol. No lugar da caminhada, remédios pra pressão alta. E até o parto, tão antigo quanto a vida humana, virou procedimento médico. non nocere. Essa expressão em latim quer dizer que, antes de tudo, a ação médica não deve causar dano à pessoa. Significa que, por mais moderno ou consagrado que seja um procedimento médico, ele acima de tudo não deve fazer mal ao paciente. Por pior que esteja a situação de saúde de uma pessoa, o médico tem que se certificar de que o remédio a ser prescrito fará mais bem do que mal. Por mais verdadeira que tenha que ser a palavra do médico, ela deve confortar e aliviar a dor. O grande problema nessa história é que a medicina moderna tem agido na contramão disso. Ela Acompanhamento e não somente remédio Temos que lembrar que é perfeitamente possível vencer muitos problemas de saúde sem utilizar remédios. Cerca de 90% das doenças melhoram sem tratamento, apenas por meio do processo natural de autocura do corpo. Problemas no coração podem não apenas ser prevenidos, mas tratados com uma combinação de dieta, exercícios e controle do estresse. O mesmo acontece com diabetes, colesterol alto, enxaqueca, vários tipos de câncer e uma infinidade de doenças. São técnicas que precisam do acompanhamento de um profissional de saúde e não somente de remédios. Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL 23 Estudantina Janice Warmling O TERÇO Estudar enquanto for possível Pe. Pedrinho Depois de universitários e secundaristas escreverem neste espaço, era tempo de o ensino fundamental ser representado. O desafio foi lançado e topei a missão de apresentar um pouco da minha rotina e das minhas perspectivas de estudante. Considero minha vida escolar ainda um tanto fácil. Estudo no nono ano matutino na Escola de Educação Básica Professor Aldo Câmara. Para ir à aula, me acordo todos os dias às seis e meia da manhã. Embarco no ônibus bem em frente a minha casa, o que acho muito prático. Moro na comunidade de Rio do Meio, a cerca de dez quilômetros da “praça”. Sempre gostei de ir à escola, desde o jardim de infância, tendo as “tias” como nossas primeiras professoras. Eu mal saía da escola e já não via a hora de chegar o dia seguinte para voltar. Além de gostar, em si, de estudar e aprender, há outro fato a considerar. Por morar no interior, existe um certo isolamento. E na escola é que pude fazer muitas amizades. Amizades que, com certeza, levarei para o resto da vida. Outra coisa elementar que a escola me proporcionou foi a prática do esporte, coisa que não posso mais viver sem. Foi na escola que começei a jogar futebol, em especial o futsal. Amo este esporte e acho que se eu não pudesse mais praticá -lo ficaria doente. Preferências e atitudes Minhas notas sempre foram boas. Uma das disciplinas com que mais me identifico é Lingua Portuguesa. Gosto da produção textual, de ler livros, de descobrir palavras novas. Não sei explicar muito bem, mais é minha matéria preferida. Apesar das boas notas, é claro que não sou uma aluna exemplar. Às vezes bate aquela preguicinha de estudar ou, o que é mesmo típico da nossa idade, aquela vontade de romper com as regras e fazer uma baguncinha básica com os amigos na sala de aula. Na minha classe, além de mim, estudam outros oito alunos. É uma turma pequena, mas muito divertida. Quando é pra levar a sério, estudar, prestar atenção, nós o fazemos. Quando é pra bagunçar ou ficar conversando assuntos alheios à aula, contudo, a gente também sabe fazer muito bem. Às vezes, até, os papos são tão interessantes que os professores se rendem e discutem conosco. A conversa é descontraída, damos boas risadas e as aulas se tornam bem mais agradáveis. Gosto muito dos nossos professores. Eles são ótimos. Admiro a dedicação e a Anote aí Salve Santa Rosa de Lima! paciência que eles têm com a gente, principalmente por aguentarem nossos momentos de rebeldia e, de forma geral, por nos suportarem. O futuro começa a pesar Bem, atá agora tudo me parece fácil na escola. Afinal, sempre fui bem. Mas o desafio daqui pra frente é entrar no sonhado ensino médio. Pretendo estudar mais, me preparar melhor e melhorar ainda mais minhas notas. No nono ano, aqueles pensamentos sobre o futuro começam a ficar mais fortes. Já começo até a pensar na faculdade. Sei que ainda tenho quase quatro anos até lá, mas, se fosse pra escolhar hoje, cursaria agronomia ou medicina veterinária. Como sou do interior e quero aqui permanecer, tenho uma identificação com a vida no campo. Bem, talvez eu mude de idéia ainda nos próximos anos. Não sei. Uma coisa é certa, gosto demais do ambiente escolar, de estar com os amigos, de estudar, da relação como os professores. Pretendo estudar enquanto for possível e sempre que o interesse e a necessidade estiverem presentes. ! Programação das atividades cívicas de Sete de Setembro 8h30min - Concentração dos alunos e participantes em frente a Agropecuária Tenfen; 9 horas - Pronunciamento das autoridades; 9h45min - Início do desfile cívico com encerramento previsto para as 11 horas. Entidades que participarão do desfile: - CEI Recanto Alegre - EEB Professor Aldo Câmara - Centro Educacional Santa Rosa de Lima - Curso de Educação do Campo da UFSC - Grupo da Terceira Idade - Agreco - Comissão Municipal de Esportes Obsservações: • Até o dia do evento, outras entidades poderão confirmar sua participação. • Mediante chuva intensa o evento será cancelado. Seminário Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica Dias 13 e 14 de setembro de 2013 Local: Escola Sul da CUT Hotel Canto da Ilha Florianópolis - SC Desfile Primavera Verão Opção Modas Com Dj Daltom Ingresso: R$ 10,00 com risotão. Dia 05 de outubro de 2013 as 19 horas Local: Balneário Paraíso das Águas. Baile do Grupo de Jovens Rio dos Bugres Com Os Sócios e Jeito Louco Dia 07 de setembro de 2013 Local: Rio dos Bugres Com grande alegria chegamos a você amigo leitor após termos vivenciado os festejos e celebrações em honra a Padroeira da comunidade e do município: Santa Rosa d e Lima. Modelo de santidade a ser seguido. Testemunhou o amor a Jesus e à Igreja consagrando-se a Ele. Viveu profundamente o amor aos sofredores. Deixou-se guiar pela Palavra de Deus contida na Bíblia Sagrada. Por esses e tantos outros motivos nós a temos como modelo de alguém que viveu profundamente a fé no Senhor. Nesse mês em que dedicamos à Bíblia Sagrada, somos convidados a mergulhar profundamente na riqueza da leitura da Palavra de Deus. Santa Rosa e todos os santos e santas de Deus, deixaram-se conduzir pelas Sagradas Escrituras, como nos recorda a Carta de São Paulo a Timóteo “Quanto a você, permaneça firme naquilo que aprendeu e aceitou como certo; você sabe de quem aprendeu. Desde a infância conhece as Sagradas Escrituras; elas têm o poder de lhe comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Jesus Cristo. Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, preparado para toda boa obra” (2Timóteo 3, 14-17). E nós hoje somos convidados a nos deixar envolver pelos ensinamentos dessa Palavra inspirada. Em meio a tantas outras palavras desse mundo façamos como Pe. Zezinho, numa de suas canções: “há palavras demais nesse mundo, nenhuma delas me libertará. Por viver entre crentes e ateus, ouvirei a palavra dos homens, mas seguir eu só sigo a Palavra de Deus. Sejamos seguidores e praticantes da Palavra Santa. Cabe-nos pensar: tenho Bíblia em minha casa? Onde ela está? Qual foi a última vez que eu li uma passagem da Sagrada Escritura? Procura na Palavra luz para o meu caminho? Temos o hábito em nossa casa de ler e meditar a Santa Palavra? Participo da minha comunidade de fé deixando-me alimentar por essa Palavra de Salvação? Se ainda não estou dando o verdadeiro valor a essa Palavra é momento de reservar tempo para meditá-la. Agradecemos a todos que se envolveram na realização da festa em honra a Santa Rosa, bem como a todos os coroinhas que se fizeram presentes no Encontro Comarcal de Coroinhas em Rio Fortuna e desde já todo o povo é convidado a se organizar para participar do Encontrão Diocesano sobre o Ano da Fé em Tubarão no dia 29 desse mês. Desça do céu a bênção e a proteção do Senhor! Forte abraço! 24 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL M&M Maratcha e Mentira Edésio Willemann Edson Baumann “M” felicita “M” Este mês quero parabenizar o amigo e companheiro de coluna Edson Baumann, que responde pela alcunha de “Mentira”. Parabéns pela passagem de mais um ano de vida. A equipe do Canal SRL, sua família e, especialmente sua namorada se associam a essa homenagem. Todos desejam tudo de bom para você! Ein Prosit!!! Vladiomir Tonn festejou a passagem de mais um ano de vida no dia 9 de agosto. “Muita saúde, paz e felicidade”, é o que deseja toda sua família, assim como os seus muitos amigos da Nova Esperança. Alexandre Bepler Michels soprou velinhas no dia 17 de agosto. Sua namorada deseja a você muita paz, amor, saúde e força. “Que esse seja apenas um dos muitos e eternos dias que passaremos um ao lado do outro, meu grande amor!”. Felicidades a nossa colega Kátia Vandresen que sopra velinhasno dia 15 de setembro. A equipe Canal SRL, seu esposo Ronaldo e sua filha Franciny lhe desejam muita paz e saúde. Nerso Baumann completou 50 anos dia 25 de agosto. Felicidade e saúde, é o que desejam sua mulher Sidilândia, seus filhos Luciana e Rodrigo e seu genro Marciel. “Continue sendo esse pai carinhoso e amigo. Temos muito orgulho de você e tenha a certeza que seguiremos os seus passos sempre.” Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL 25 Pedro Augusto Schmidt, é nosso guerreirinho. Já passou por várias batalhas e superou todas. No dia 26 de agosto, completou 3 anos. E que venha mais uma centena, com muitas alegrias e muita saúde. É o que deseja a mamãe Edna, o papai Ivo e o mano Lucas. Parabén a Emily Alves Fernandes que recebeu o sacramento do Batismo. Os dindos e as dindas desejam muita saúde e fé cristã. A mamãe Vanessa sente-se muito orgulhosa. Taíze Rodrigues comemorou, no dia 2 de setembro, mais um ano de vida. “Felicidades e que Deus continue iluminando seus passos”, é o que desejam sua família e seus amigos. Viviane Weber completou mais um aniversário no dia 20 de agosto. Felicidades são os votos de seu namorado Wellington, de seus pais Valdir e Renita, e de suas irmãs Valesca e Vanusa. Franciny Kulkamp Heidemann, essa linda gatinha, faz os papais Dilce e Fabiano babarem. Eles comemoram seu primeiro aninho no dia 25 de setembro. Os avós e as tias corujas mandam beijinhos. Tatiane Martins a festa é sua! Parabéns pra você nesta data querida. Muitas felicidades, muitos anos de vida! Felicitações de sua família e de todos os seus amigos. 26 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Esporte Total Ana Maria Vandresen Santa Rosa de lima participa da 1ª Copa Tigrinhos SRL no campeonato da ADESC Cerca de 220 atletas de 11 municípios de toda a região, que participam do Projeto Tigrinhos. Disputaram, no dia 18 de agosto, na cidade de Braço do Norte, a 1ª Copa Tigrinhos/Amurel 2013. As disputas foram na categoria sub 14. Onze equipes foram divididas em três chaves. Santa Rosa de Lima caiu na chave de 3, com Grão Para e Braço do Norte. Nos dois confrontos o mesmo placar: 1 x 0 para os adversários. Assim, a equipe teve que vir mais cedo para casa. Quem ficou com o título foi a cidade de São Martinho. Os meninos do projeto aguardam, ansiosos, o jogo do Criciúma E.C. contra o Botafogo, no dia 08 de setembro. Se São Pedro der uma ajudinha, eles atuarão no gramado do Heriberto Hulse, realizando a “preliminar”. Vamos torcer! Pela sétima rodada do campeonato das categorias inferiores da Associação Desportiva Sul Catarinense (ADESC), naipe masculino, Santa Rosa enfrentou Grão Pará. Na Categoria sub 11 os meninos ganharam de 5 x 2. Os resultados foram bem menos agradáveis no sub 13 (derrota por 6 x 2) e no sub 15 (derrota por 9 x 1). O próximo confronto é contra São Martinho, no dia 14 de setembro, em casa. Já as meninas, entraram em Germano e Dudu lideram na Copa Grillo de Motocross Os pilotos santarosalimense lideram a Copa Grillo de Motocross. Germano que disputa a MX1 e a MX2, esta em primeiro lugar nos dois campeonatos. Na MX1, com 133 pontos; e na MX2, com 130 pontos Já Dudu, está na segunda colocação quadra contra a Cidade Azul, pela ultima rodada da primeira fase. No sub 14, terminou 9 x 2 para Tubarão. No sub 16, o jogo foi bem mais disputado e a derrota das santarosalimenses por 3 x 1 não reflete bem o que foi o jogo. Agora, as meninas precisam esperar os jogos atrasados envolvendo os outros competidores para ver se classificam. As chances são grandes nas categorias sub 12 e sub 14. da MX1, com 126 pontos, e em quarto na MX2, com 97 pontos. Na categoria intermediária, disputada apenas por Dudu, é ele quem lidera com 147 pontos. O próximo compromisso desses nossos dois pilotos espetaculares será nos dias 7 e 8 de setembro, em Orleans. Eles vão dar muitos saltos na cidade das colinas. E trazer de lá mais troféus. Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL Campeonatos Veterano e Feminino vão movimentar o ginásio municipal No próximo final de semana, dia 7 de setembro, a CME (Comissão Municipal de Esporte) dará início a mais dois campeonatos de futebol de salão. Desta vez, a mulherada e os “veteranos” (homens com idade acima de 35 anos) é que vão movimentar o ginásio. No campeonato dos veteranos serão seis equipes, que disputarão em sistema “todos contra todos”. Os quatro melhores classificarão para a semifinal. São cinco times inscritos no feminino e o sistema de disputa será o mesmo. A composição dos times de veteranos é feita por sorteio. As equipes são as seguintes. EQUIPE A Valmir Rodrigues Robson Siebert Valdir Carvalho Dilnei Wiemes Adolfo Dutra Ivo Bonetti Edio Dutra Sergio Heidemann Aleir da Silva Nilson Kuehl EQUIPE B Alexandre Willemann Claudiomir Mendes José Dutra Nelson Oenning Dairson Vandresen João Huhnen Nivaldo Wiggers Wanio Lemkuhl Adelsio da Silva Nezinho Schmitz Hirineu Boeing EQUIPE C Nazareno da Silva (Neco) Adair Petry Wilmar Warmling Laercio Heidemann Salesio Wiemes Wilmar Boeing Loreni Bloemer Antonio Kuhnen Edson Correia da Rosa Dalvanir Michels EQUIPE D Nelson Westphal (Fatinha) Eduardo May Leomar Heidemann Ademar Dutra Valmir Dutra Irineu Hanck Salésio Herdt Hilário de Oliveira Rodinei Boeing Cezar Willemann EQUIPE E Edemar Viana Ilson Bom Lauro Dutra Daniel Kuhnen Elio Torquato Lucas Schmidt Wilmar May Edmilson Tavares Elias Valdair de Oliveira Inacio Feldhaus EQUIPE F Mauricio Thied Ademar Dutra (Praça) Rudinei Siebert Alfredo Defrein Rudinei Pacheco Silvestre Roecker Ademar Heidemann Genesio Herdt Amilton Heidemann João Willemann Guido Martins 27 Moleque Bom de Bola A etapa Regional do Moleque Bom de Bola aconteceu em Balneário Arroio do Silva, nos dias 7 a 11 de agosto. Para as meninas de Santa Rosa de Lima, o campeonato foi mais curto. Com três derrotas e apenas uma vitória, as que estavam representantes da E.E.B. Prof. Aldo Câmara não conseguiram se classificar para a próxima fase da competição. As santarosalimenses, primeiro, enfrentaram Biguaçu. Foi um jogo muito equilibrado, com grandes lances de perigo para ambos os lados. Ao final, mesmo a goleira Kamila ten- do defendido uma penalidade, não foi possível segurar a pressão e as adversárias ganharam de 1 x 0. No segundo dia de disputa, foram dois compromissos. Primeiro, contra a forte e favorita equipe de Camboriú. De fato, era um “rolo compressor” e o resultado foi 9 x 0. À tarde, enfrentaram as donas da casa e ganharam de 2 x 1. No último dia, já desclassificadas e com muito frio e chuva, as meninas perderam pra Garopaba por 3 x 0. Uma despedida pouco agradável da competição. 1ª RODADA 07/08/13 (SABADO) Horário/Naipe Equipes 19:00hs/Masc. ALEXANDRE 20:00hs/Fem. PARAISO DAS AGUAS X BELA VISTA 21:00hs/Masc. MAURICIO X NELSON (FATINHA) 22:00hs/Fem RIO DO MEIO X LEKO 23:00hsMasc. EDEMAR X NAZARENO (NECO) X VALMIR Equipe União Futebol Clube em setembro de 1985. 28 Santa Rosa de Lima, Setembro/2013, Canal SRL ção de quem quiser fiscalizar o seu cumprimento. E isso é raro de acontecer por aqui. Destaque-se que equipe de fiscalização do Governo do Estado já esteve por aqui mais de uma vez. Ou seja, está sendo feito um rigoroso acompanhamento e controle da qualidade dos serviços. Críticas antes da hora Estão em pleno desenvolvimento as ações de melhoria das estradas selecionadas pelo Projeto SC Rural. Os trechos (mais de 14 Km) foram cuidadosamente selecionados para atender aos critérios do programa e beneficiar os empreendimentos de turismo e a comunidade em geral. Os serviços em execução, mas ainda não concluídos, foram projetados por uma equipe especializada nesse tipo de serviço e pertencente à Secretaria de Infraestrutura do Estado de Santa Catarina. Mal iniciadas as obras, apareceram vários “engenheiros” para dar palpites e achar defeitos. Pergunta-se: por que tais “engenheiros” tentam tanto desqualificar os trabalhos? Fiscalização x custo da obra Já é de conhecimento dos santarosalimenses os problemas na construção da quadra poliesportiva da comunidade da Cabeceira do Rio Bravo Alto (leia matéria nesta edição). “De concreto”, o projeto elaborado é diferente do que está sendo executado. Até aí, trata-se de uma irregularidade ao qual cabe um posicionamento da Caixa Econômica Federal e do Ministério Público Federal. O que chamou a atenção deste Macau foi a seguinte frase: “por causa dos vereadores, a obra vai sair mais cara”. Aí já é brincadeira. É abusar da capacidade e da inteligência das pessoas. Todos sabem que ao vereador cabe, além de legislar, fiscalizar o poder executivo na aplicação dos recursos públicos. Tentar “responsabilizar” os vereadores nesse caso é tão frágil e arriscado quanto fazer estacas da metade do tamanho que elas deveriam ter. Esperar.... e conferir Todos têm o interesse que a obra seja executada de acordo com o projeto (e isso deveria valer para toda e qualquer obra). Então seria mais prudente pegar o projeto e acompanhar a sua execução. Diga-se de passagem, neste caso, existe mais de uma cópia do projeto à disposi- Comparar... Fazer compações entre ações desenvolvidas em períodos diferentes pode ser uma forma de medir a eficiência e eficácia. Sempre que se faz comparativos, contudo, há que se tomar o cuidado de tornar disponíveis os dados e informações. Afinal é preciso dar a todos a pos- sibilidade de verificar se as fontes e as medidas ou indicadores são bons, reais e verdadeiros. Agir de outra forma é coisa de ilusionista ou mágico que “pela ligeireza, quer iludir a vigilância do espectador”. Em uma recente sessão da Câmara, um secretário municipal usou números “soltos” para fazer comparações entre a gestão anterior e a atual em diversos setores (obras, agricultura e turismo). Quando questionado se poderia “deixar uma cópia” do material com os vereadores, ele afirmou que eram dados unicamente para seu próprio uso e que, por isso, não os disponibilizaria. Ao não passar os dados, mostra que se trata passe-passe (ilusionismo). ... ou não comparar O interessante é que na sessão seguinte da mesma Câmara, vereadores da oposição apresentaram comparações entre dados relativos a quantidades recolhidas e aos custos de recolhimento e transporte de lixo no município. Esse confronto de dados foi feito com dados oficiais do portal da transparência (http:// www.betha.com.br/transparencia/main. faces). Então, estranhamente, o mesmo secretário afirmou de forma categórica que não é possível fazer comparações entre gestões. Quer dizer, “comparar” sem mostrar dados e fontes pode. Comparar usando números do portal da transparência não pode. Por que será? Está melhorando..., mas ainda falta Quem acompanha as sessões da Câmara de Vereadores tem notado uma melhoria na condução dos trabalhos. A mesa tem feito intervenções mais objetivas, mais focadas na celeridade e no bom andamento das sessões. As informações parecem começar a “circular” melhor. As atas parecem atender aos detalhes do ocorrido nas sessões. Vereadores tem se destacado na defesa do interesse coletivo. Falta, entretanto, muito em participação popular para acompanhar as sessões. A cada terça-feira, com exceção dos responsáveis por este Canal SRL, são poucos os santarrosalimenses que acompanham as sessões da Câmara. Só aumenta a participação quando tem “anúncio” na rua de que vai ter polêmica. Não pode ser assim. O cidadão deve acompanhar o que está fazendo o seu representante eleito. As PCH, nosso rio e os peixes O vereador Luiz Schmidt, que representa Santa Rosa de Lima na câmara técnica das PCH do Comitê da Bacia do Rio Tubarão, informa que em reunião recente foi discutido o problema da oscilação do nível das barragens. É comum as PCH trabalharem com essa variação, que gera sérios problemas para a geração de energia nas “usinas” que estão rio abaixo. Mas isso é um problema delas. A questão maior relativa a esse procedimento que ocasiona a “subida” e a “descida” do nível do rio é a reprodução dos peixes. Esses animais sofrem com essa variação e não conseguem procriar. Primeiro, a construção das PCH acabou resultando na morte da maioria dos peixes. Agora, elas impedem a reprodução dos poucos sobreviventes. A Promotoria Pública está de olho.