faculdade norte capixaba de são mateus curso de pedagogia

Transcrição

faculdade norte capixaba de são mateus curso de pedagogia
FACULDADE NORTE CAPIXABA DE SÃO MATEUS
CURSO DE PEDAGOGIA
JAKELINE PEREIRA RODRIGUES DA SILVA
PATRÍCIA VIANNA PEREIRA
RAMIULA ZANETTI
VIVIANE FERREIRA DE ANDRADE
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO DE CASO
COM CRIANÇAS DE 05 (CINCO) ANOS EM UMA ESCOLA DA CIDADE DE SÃO
MATEUS(ES)
SÃO MATEUS
2013
JAKELINE PEREIRA RODRIGUES DA SILVA
PATRÍCIA VIANNA PEREIRA
RAMIULA ZANETTI
VIVIANE FERREIRA DE ANDRADE
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO DE CASO
COM CRIANÇAS DE 05 (CINCO) ANOS EM UMA ESCOLA DA CIDADE DE SÃO
MATEUS(ES)
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado
ao programa de graduação de Pedagogia da
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus Multivix, como requisito parcial para obtenção do
grau de Licenciatura Plena em Pedagogia.
Orientadora: Msc. Carolina Fonseca Dadalto
SÃO MATEUS
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
JAKELINE PEREIRA RODRIGUES DA SILVA
PATRÍCIA VIANNA PEREIRA
RAMIULA ZANETTI
VIVIANE FERREIRA DE ANDRADE
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ESTUDO DE CASO
COM CRIANÇAS DE 05(CINCO) ANOS EM UMA ESCOLA DA CIDADE DE SÃO
MATEUS(ES)
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Programa de Graduação em Pedagogia da
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus, como requisito parcial para a obtenção da licenciatura
Plena em Pedagogia.
Aprovado em 03 de Dezembro de 2013
COMISSÃO EXAMINADORA
__________________________________
Profª Carolina FonsecaDadalto
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus - Multivix
Orientadora
__________________________________
ProfªRosângela Miranda dos Santos
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus – Multivix
Membro 1
__________________________________
ProfJosetePertel
Faculdade Norte Capixaba de São Mateus – Multivix
Membro 2
Dedicamos a conquista dessa vitória a
Deus, por dar - nos a vida e sabedoria;
aos nossos familiares pela compreensão
e colaboração; aos nossos pais pelo
incentivo em todos os momentos; aos
esposos por compreender o momento de
nossas ausências e aos professores pela
dedicação demonstrada durante esses
quatro anos.
Agradecemos
primeiramente
e
principalmente a Deus pelo dom da vida e
por sua imensa ajuda em todos os
momentos. Aos nossos pais pelo exemplo
de amor, dedicação, perseverança e fé.
Aos nossos familiares e amigos pelo
grande apoio e incentivos dispensados
durante essa jornada. Aos esposos pela
compreensão, paciência e apoio ao
compartilhar momentos difíceis para
alcançar êxito nesta caminhada. À
Prof.ªMsc.
Carolina
Dadalto,
pela
dedicação e compreensão oferecidas
durante todos os momentos de execução
desse estudo. Á todos os professores que
passaram por nossas vidas e deixaram
um exemplo de educação. A escola, a
direção, a professora regente e toda a
equipe escolar que nos receberam com
toda disposição para que fosse realizada
nossa pesquisa assim como às crianças,
que contribuíram para a realização deste
trabalho de conclusão do curso de
Pedagogia.
RESUMO
A pesquisa proposta nesse trabalho trata de um tema considerado de suma
importância para a educação infantil, os jogos como forma de proposta pedagógica.
Tem como objetivo mostrar que os jogos nessa fase contribui como forma de
estimulação para o desenvolvimento cognitivo, social, motor, físico e intelectual da
criança, em idade que se encontra na pré-escola. A pesquisa foi realizada de forma
qualitativa, pois foi desenvolvido com auxilio de uma entrevista com a professora
regente da turma de educação infantil na idade de cinco anos, de uma escola
municipal na cidade de São Mateus - ES. Através dessa pesquisa ficou nítido que a
escola necessita valorizar mais os jogos como ferramenta necessária para o
desenvolvimento das crianças.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Infantil. Jogos. Desenvolvimento.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - DEDOCHES...........................................................................................39
FIGURA 2 - BILBOQUÊ.............................................................................................40
FIGURA 3 – JOGO DA VELHA..................................................................................41
FIGURA 4 – JOGO VAI E VEM..................................................................................41
FIGURA 5 – ALUNA CONFECCIONANDO PEÇA DO JOGO DA VELHA................49
FIGURA 6 – ALUNOS JOGANDO O JOGO DA VELHA............................................49
FIGURA 7 – JOGO CONFECCIONADO PELOS ALUNOS.......................................50
FIGURA 8 – CONFECÇÃO DA MILONGA YOYO PELOS ALUNOS........................51
FIGURA 9 – MILONGA YOYO CONFECCIONADA PELOS ALUNOS......................51
FIGURA 10 – OS ALUNOS CONFECCIONANDO O JOGO VAI E VEM..................52
FIGURA 11 – CRIANÇAS BRINCANDO COM O VAI E VEM....................................52
FIGURA 12 – VAI E VEM CONFECCIONADO PELAS CRIANÇAS..........................53
FIGURA 13 – ALUNA CONFECCIONANDO O PERSONAGEM DO DEDOCHE....54
FIGURA 14 – ALUNA CONTANDO HISTÓRIA COM O DEDOCHE.........................54
FIGURA 15 – LUVA DE DEDOCHE CONFECCIONADA PELOS ALUNOS............55
FIGURA 16 – CULMINÂNCIA DO PROJETO COM AS DEMAIS TURMAS..............56
FIGURA 17 – CULMINÂNCIA DO PROJETO COM A PROFESSORA REGENTE..56
LISTA SIGLAS
CEIM – Centro de Educação Infantil Municipal
EVA – Etil Vinil Acetato
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
RCNEI – Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA..................................................................................13
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA....................................................................................14
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.........................................................................15
1.4 OBJETIVOS.........................................................................................................15
1.4.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................15
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS......................................................................................16
1.5 HIPÓTESE...........................................................................................................16
1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA.........................................................................17
1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA..............................................................................17
1.6.2 TÉCNICAS DE PESQUISA PARA COLETA DE DADOS..................................................18
1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS..........................................................................19
1.6.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA...........................................................................20
1.6.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS...............................................................20
1.6.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS....................................................................21
1.7 APRESENTAÇÃO DAS PARTES DO TRABALHO.............................................21
2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................23
2.1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL................................................23
2.2 DIFERENTES FORMAS DE ENTENDER A CRIANÇA AO LONGO DOS
SÉCULOS..................................................................................................................25
2.3 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA SEGUNDO PIAGET.................................31
2.4 OS PRINCÍPIOS E AS DEFINIÇÕES DA LEGISLAÇÃO ACERCA DA
EDUCAÇÃO INFANTIL..............................................................................................35
2.5 JOGOS EDUCATIVOS.........................................................................................37
2.6 OS TIPOS DE JOGOS.........................................................................................39
2.7 CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS.........................................................................42
2.8 ALGUNS CUIDADOS QUE O PROFESSOR DEVE TER AO TRABALHAR COM
JOGOS.......................................................................................................................44
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS/ESTUDO DE CASO.....................47
3.1 MUNICÍPIO/EMPRESA OBJETO DE ESTUDO DA PESQUISA.........................47
3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS.........................................................................48
3.3 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................57
4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES..................................................................63
4.1 CONCLUSÃO.......................................................................................................63
4.2 RECOMENDAÇÕES............................................................................................64
5. REFERÊNCIAS......................................................................................................65
6.ANEXOS.................................................................................................................68
6.1 ANEXOS A - DETALHAMENTO DOS JOGOS ...................................................69
7.APÊNDICES............................................................................................................72
7.1 APÊNDICE A - ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM A PROFESSORA DA
EDUCAÇÃO INFANTIL .............................................................................................73
7.2
APÊNDICE
B
-
PROJETO
APLICADO
NA
TURMA
DE
05
ANOS.........................................................................................................................75
11
1INTRODUÇÃO
A sociedade atual passa por constantes mudanças às quais exigem novas
orientações e propõe diferentes desafios no âmbito da educação. Ou seja, não cabe
apenas as escolas repassar ou transmitir conhecimentos, mas favorecer a formação
humana, por meio de uma aprendizagem significativa que conduza os alunos a
aprenderem a pensar e aprimorar habilidades necessárias ao enfrentamento no
mundo em que se encontra.
Diferenciar o ensino para promover uma aprendizagem significativa é propor
procedimentos didáticos que visem e foquem o ambiente natural da criança, ou seja,
o interesse da mesma. Dentre esses procedimentos didáticos é possível citar: os
jogos, as brincadeiras, músicas, a utilização de projetos que abordam assuntos do
cotidiano, a educação física, dentre outros.
De acordo com Lopes (2011, p. 33) “o jogo para a criança é o exercício, é a
preparação para a vida adulta. A criança aprende brincando, é o exercício que a faz
desenvolver suas potencialidades”. Ou seja, através dos jogos a criança descobre
suas habilidades de uma forma divertida e prazerosa para desenvolvê-las com o
decorrer do seu crescimento até a fase adulta.
O jogo de modo significativo requer a capacidade de se relacionar com diferentes
parceiros e com eles por meio de diferentes linguagens para criar o novo e tomar
decisões. Na educação infantil eles têm muita importância, pois é nesta fase que a
criança está conhecendo seus medos, atribuindo sentidos aos acontecimentos,
desenvolvendo de modo autônomo a fala e o pensamento e que está crescendo
como ser humano, e o jogo faz com que a criança adquira o aprendizado jogando,
brincando e divertindo-se aprendendo regras e limites.
As regras, de modo geral, são aprendidas de forma concreta e direta em
interação com os companheiros do grupo, da mesma condição psicossocial.
O jogo é um juramento feito primeiro a si mesmo, depois aos outros, de
respeitar certas instruções, certas regras. Nos grupos naturais, as regras
não são impostas, mas engendradas por eles mesmos ou
democraticamente acatadas, e por isso as crianças as respeitam e não
permitem sua transgressão. (ALMEIDA, 1998, p. 53)
12
Dentro do aspecto escolar, os jogos ocupam um lugar de destaque. Seu privilégio
consiste na total sintonia de sua prática com os processos de desenvolvimento
vividos pelos alunos. Eles têm o papel de ajudar no desenvolvimento de uma criança
para que seus aspectos cognitivo, psicológico e social se desenvolvam com
qualidade. Através dos jogos a criança adquire conhecimento para toda uma vida e
desenvolvem e conhecem suas habilidades.
Segundo Snyders (apud ALMEIDA, 1998, p. 11), “é preciso organizar o jogo de tal
forma que, sem destruir ou sem desvirtuar seu caráter lúdico, contribua para formar
qualidades do trabalhador e do cidadão do futuro”.
Hoje existem no mundo vários tipos de jogos como afirma Piaget (apud HORN et al.,
2012, p. 35) “os jogos dividem-se em jogos de exercício, simbólico e de regras, além
dos jogos de construção, presentes ao longo do desenvolvimento”.
Assim, é possível entender que diante dos vários tipos de jogos citados acima, cabe
ao professor perceber qual é o mais adequado para a realidade da sua turma assim
como também pode criar jogos novos e confeccionar com as crianças mostrando o
processo de construção e como jogar.
No momento em que a criança tem contato com os jogos ela libera emoções, ações
e reações, sendo possível notar se ela tem liderança ou gosta de ser liderada, se é
calma ou agressiva, egoísta entre outros fatores que contribuem para a formação de
sua personalidade. Bem como, permite que sejam trabalhadas as habilidades ainda
não desenvolvidas na criança.
[...] quando joga, a criança dá outras informações a serem consideradas,
tais como: que tipo de postura adota, como se relaciona com os parceiros,
quais reações apresenta e como lida com os materiais. Por exemplo, no que
se refere a postura, é possível observar se é passiva, preferindo agir de
acordo com o que o adulto espera (mesmo que isso a faça perder) ou, se
reage, mostrando sua força, independente de quem seja seu adversário.
(SISTO et al, 1996, p.164)
O jogo é um fator didático importantíssimo, no qual o educador deve unir os jogos
com suas práticas pedagógicas para ter um bom resultado, fazendo essa junção à
criança brincará aprendendo e não irá brincar por brincar, terá foco, finalidade,
13
objetivo.
De acordo com Lopes (2011, p. 33), “é importante que o educador, ao utilizar um
jogo, tenha definidos objetivos a alcançar e saiba escolher o jogo adequado ao
momento educativo. Enquanto a criança está simplesmente brincando, incorpora
valores, conceitos e conteúdos”.
Para Makarenko (apud ALMEIDA, 1998, p. 32), “o jogo é tão importante na vida da
criança como é o trabalho para o adulto, daí o fato de a educação do futuro cidadão
se desenvolver antes de tudo no jogo”.
Observa-se a grande importância do jogo no desenvolvimento educacional da
criança, contudo, este fato ainda é banalizado nas escolas e partindo desse
denominador, entende-se e justifica-se que as atividades com jogos são mais que
uma diversão, é um auxílio na aprendizagem. Sem perceber tal importância, os
jogos às vezes são trabalhados sem intencionalidade, sem clareza de objetivos e
sem um planejamento real.
1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA
No decorrer do curso de pedagogia e no contato com a rotina escolar, durante o
período de estágio das alunas integrantes desse trabalho, foi possível notar que
alguns docentes pensam que a hora do parquinho ou o momento com os jogos é
momento de descansar, deixando a criança “brincar por brincar”, “jogar por jogar”.
Essa postura do docente infere certo esquecimento acerca de ser esse o momento
em que a criança desenvolve com mais prazer e diversão o lado cognitivo, social e
psicológico, pois, através dos jogos a criança desenvolve sua percepção,
lateralidade, oralidade, imaginação, raciocínio lógico, atenção, coordenação motora
dentre outras habilidades que irão ser apreciadas por eles e pelos docentes de
acordo com o seu crescimento.
Motivando crianças com jogos e com dinâmicas, além de ensiná-las tudo
quanto consta do planejamento pedagógico e provocar a troca de ideias e a
liberação da criatividade, também permite que desenvolvam sentimentos de
solidariedade e cooperação, exercícios de concentração, consciência sobre
regras e sua aplicação no cotidiano e compreensão sobre a significação do
14
perder e do ganhar. (ANTUNES, 2012, p. 31)
Por este motivo a escolha do tema, que tanto chamou a atenção das pesquisadoras,
ou seja, querer entender a importância dos jogos na vida da criança é algo mais que
só provar que a criança precisa desse universo, é entrar um pouco no próprio mundo
da criança e entender como estabelece–se o desenvolvimento infantil. Através dos
jogos a criança aceita a existência do outro e passa a se socializar com crianças que
já conhecem e que não conhece, mas o docente deve conhecer e entender a
pedagogia do brincar, do jogar para que todo esse processo aconteça de forma
significativa.
O jogo é uma atividade com regras, mas sempre com espontaneidade e dosagens
de intervenções sendo que cada criança tem um ritmo para aprender.
De acordo com Ferreira (2008, p. 497), “jogo é a atividade física ou mental fundada
em sistema de regras que definem a perda ou o ganho”.
A criança podendo brincar com os jogos a sua percepção ganha grande
desenvolvimento, ela vai tendo um aprendizado com mais prazer, e ainda
desenvolve com muita qualidade sua atenção já que quando está jogando tem que
se concentrar e participar para o jogo acontecer. Esses são alguns benefícios dos
jogos para o aprendizado da criança sendo que o que foi desenvolvido nos jogos ela
irá desempenhar em várias áreas de sua vida, seja na vida pessoal quanto na vida
escolar. Considerando as afirmativas acima é que essa pesquisa justifica-se e
adquire relevância.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Esse trabalho apresenta como delimitação do tema focar o estudo na análise da
importância dos jogos na educação infantil com enfoque no desenvolvimento
cognitivo e social das crianças. Para tanto, foi realizado um estudo de caso com
crianças de 05 (cinco) anos estudantes deum CEIM localizado no Bairro Cacique, na
cidade de São Mateus (ES) no período de 18 de Setembro a16 outubro de 2013.
15
1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Durante o curso de pedagogia em contato com a teoria e prática através do estágio,
foi aguçada a vontade de mostrar a importância dos jogos na educação infantil, já
que é nesta fase que a criança está se reconhecendo como ser humano, está se
autodescobrindo. E Kishimoto (1996, p. 96) confirma isso quando diz: “O jogo nos
propicia a experiência do êxito, pois é significativo, possibilitando a autodescoberta,
a assimilação e a integração com o mundo por meio de relações e de vivências.”
Percebe-se que as crianças têm dificuldades em aprender da forma tradicional,
sendo os jogos o fator motivador para contribuir na aquisição de conhecimentos
devendo
ser
utilizado
como
um
recurso
complementar
ao
processo
de
aprendizagem. É necessário também que nesta fase exista uma contribuição para o
desenvolvimento social da criança, por exemplo, os jogos de regras possuem origem
nas relações sociais e individuais que a criança recebe ou já recebeu. Eles permitem
o desenvolvimento do pensamento abstrato na criança, fazendo com que ela adquira
autonomia criando e recriando as regras do seu jogo.
Sendo assim, a pesquisa a ser realizada teve por finalidade responder ao seguinte
questionamento: Como devem ser inseridos os jogos na educação infantil para que
caracterizem–se como uma estratégia que contribua para o desenvolvimento motor,
cognitivo e social das crianças de 05(cinco) anos de um CEIM localizado no Bairro
Cacique, no município de São Mateus (ES).
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 OBJETIVO GERAL
Analisar de que modo os jogos contribuem para o desenvolvimento motor, cognitivo
e social da criança na educação infantil, beneficiando o processo de ensinoaprendizagem.
16
1.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar a importância dos jogos no processo de socialização e
desenvolvimento cognitivo da criança utilizando como método a revisão
bibliográfica;

Verificar como a professora compreende o trabalho com jogos em sala de
aula através de entrevista.

Conhecer as influências dos jogos no processo ensino-aprendizagem na
educação infantil através de pesquisa bibliográfica;

Verificar através do projeto “Jogando e confeccionando” as contribuições que
os jogos trazem para o desenvolvimento e aprendizagem da criança.
1.5 HIPÓTESE
Os jogos ao serem utilizados na educação infantil devem ter como finalidade
desenvolver a coordenação motora, raciocínio lógico entre outras habilidades, mas
de forma prazerosa e criativa proporcionando às crianças um desenvolvimento
significativo para sua vida. Através dos jogos a criança constrói seu mundo e sua
realidade.
Os jogos contribuem de forma lúdica, no desenvolvimento cognitivo, social e
psicológico da criança possibilitando um desenvolvimento de qualidade. Esse
contato permite que a criança interaja, crie estratégias, crie possibilidades,
reconheça situações, compare, desenvolva respostas e perguntas, antecipe certas
ações e o que elas podem fazer. Os jogos permitem acontecer o brincar com
aprendizado; o jogar para aprender e conhecer; o divertido com conhecimento; o
prazeroso com conteúdo. Se a criança tiver contato com os jogos desde a educação
infantil isso pode trazer pontos positivos para seu desenvolvimento, pois é nesta
fase que ela vai crescendo como ser humano, sabendo usar seu corpo, seus
sentidos e seus medos. A importância do jogar na educação infantil é uma pergunta
que vários profissionais fazem a si mesmo, para responder a esse questionamento
ele cria possibilidades de aprendizado à criança e alguns estudiosos acreditam que
o jogo deve ser considerado como instrumento integrado ao processo de ensino
aprendizagem.
17
Desse modo, esta pesquisa tem por hipótese a afirmativa de que os jogos
contribuem na educação infantil para um bom desenvolvimento cognitivo,
psicológico, motor e social da criança.
1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA
Este projeto teve por objetivo mostrar a importância dos jogos na educação infantil a
fim de fortalecer essa prática nessa fase na vida da criança, considerando ser neste
momento que ela desenvolve com mais ênfase, prazer e diversão o lado cognitivo,
social, motor e psicológico.
Segundo Ferrão e Ferrão (2012, p. 97) “[...] A metodologia para a condução dos
experimentos é definida através do objetivo e da hipótese proposta. Deve oferecer
instrumentos ao pesquisador para a comprovação ou rejeição da hipótese
formulada”.
Então a metodologia foi um instrumento essencial para analisar os métodos
indispensáveis na formulação da pesquisa, permitindo assim, uma explicação
detalhada de toda ação empenhada no decorrer do projeto.
1.6.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
De acordo com Gil (2007, p. 41) “[...] É possível classificar as pesquisas em três
grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas”.
Foram utilizadas nesse projeto as pesquisas exploratórias e descritivas com a
intenção de responder as questões aqui propostas sobre a importância dos jogos na
educação infantil.
Segundo Cervo e Bervian e Da Silva (2007, p. 61) pesquisas descritivas são:
A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou
fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Procura descobrir, com a maior
precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e
18
conexão com outros, sua natureza e suas características.
Foi usada a pesquisa descritiva, poisatravés dela foi possível observar e descrever
os dados coletados durante a aplicação do projeto “Jogando e Confeccionando”
Segundo Cervo e Bervian e Da Silva (2007, p. 63):
A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer
descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes. Esse
tipo de pesquisa requer um planejamento bastante flexível para possibilitar
a consideração dos mais diversos aspectos de um problema ou de uma
situação.
A pesquisa exploratória foi importante para o desenvolvimento do projeto, devido ao
fato que o levantamento de informações se deu através de pesquisas bibliográficas
e entrevistas com um professor de um CEIM localizado no bairro Cacique, município
de São Mateus - ES, para entender melhor como tem sido trabalhado os jogos em
sala de aula.
1.6.2 TÉCNICAS DE PESQUISA PARA COLETA DE DADOS
Para a realização da pesquisa, tornou-se necessária a coleta de dados para a
aquisição do conhecimento essencial. A partir deste raciocínio foi utilizado nesse
projeto a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso para obter o resultado desejado.
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia
já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses,
material cartográfico etc., [...]. Sua finalidade é colocar o pesquisador em
contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado
assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido
transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas. (MARCONI;
LAKATOS, 2007, p. 185)
A pesquisa bibliográfica foi de grande ajuda para a obtenção de dados e
informações, sendo possível ter diferentes visões do assunto abordado. Para
complementar o trabalho de pesquisa, foi realizado também um estudo de caso para
obter-se informações mais precisas.
Segundo Gil (2007, p. 54) o estudo de caso “[...] Consiste no estudo profundo e
19
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento.” Essa técnica foi utilizada nesse trabalho por meio da aplicação do
projeto “Jogando e Confeccionando”, ou seja, desenvolveu-se uma atividade
pontual, com um grupo específico a fim de conhecer de modo mais amplo os
conceitos encontrados na bibliografia.
1.6.3 FONTES PARA COLETA DE DADOS
Os dados coletados no projeto de pesquisa podem ser classificados em duas
categorias: fontes primárias e fontes secundárias.
Segundo Andrade (2001, p. 43):
Fontes primárias são constituídas por obras ou textos originais, material
ainda não trabalhado sobre determinado assunto. As fontes primárias, pela
sua relevância, dão origem a outras obras, que vão formar uma literatura
ampla sobre aquele determinado assunto.
Neste projeto foram utilizadas fontes primárias, onde os dados foram coletados na
fonte através da aplicação do projeto “Jogando e Confeccionando”, existindo assim
registro da experiência, obtendo-se informações que ainda não foram levantadas,
sendo estudadas para formular outros dados que darão origem a um estudo
detalhado sobre a importância da utilização dos jogos no processo de ensino e
aprendizagem.
Segundo Andrade (2001, p. 43): “As fontes secundárias referem-se a determinadas
fontes primárias, isto é, são constituídas pela literatura originada de determinadas
fontes primárias e constituem-se em fontes da pesquisa bibliográfica”.
Foram utilizadas também as fontes secundárias, ou seja, a pesquisa bibliográfica,
pois através dela foi possível chegar a conceitos de diferentes autores sobre o tema
aqui abordado, a fim de ampliar os conhecimentos acerca do tema.
20
1.6.4 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Realizou-se uma pesquisa em um CEIM do Bairro Cacique, município de São
Mateus (ES), no período de setembro a outubro do ano de 2013. A pesquisa ocorreu
junto a um professor regente da turma de 05 (cinco) anos, com o qual foi realizada
uma entrevista e uma população de 22 alunos, com os quais foi aplicado o projeto
“Jogando e Confeccionando”.
1.6.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS
O instrumento para coletas de dados podem ser: análise de documentos, entrevista,
questionário, formulário ou observação.
Desse modo, para a realização desse projeto foram utilizados os instrumentos de
entrevista e observação.
De acordo com Ferrão e Ferrão (2012, p. 104):
Entrevista é o encontro de duas pessoas com o objetivo de obter
informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversa
natural ou programada de forma profissional. A conversa é efetuada frente a
frente com entrevistado e entrevistador, de forma sistemática e metódica,
possibilitando assim, obter informações necessárias ao entrevistado para
realização do trabalho.
Através da entrevista foi possível obter dados extras sobre o assunto a ser abordado
permitindo um diálogo entre o entrevistado e o entrevistador, sendo a técnica
adequada para coleta de dados.
De acordo com Marconi e Lakatos (2011, p. 277):
A observação é uma técnica de dados para conseguir informações
utilizando os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou
fenômenos que se deseja estudar.
Através da observação foi possível obter e registrar informações possibilitando um
contato do investigador com o tema abordado. Ela ocorreu durante a aplicação do
21
projeto “Jogando e Confeccionando”.
1.6.6 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Segundo Gil (2007, p. 125): “[...] a interpretação dos dados, que consiste,
fundamentalmente, em estabelecer a ligação entre os resultados obtidos com outros
já conhecidos, quer sejam derivados de teorias, quer sejam de estudos realizados
anteriormente”.
Sendo assim, a pesquisa foi classificada como qualitativa porque foi realizada a
análise do discurso, o relato dos fatos observados e o confronto dos dados
observados com o discurso da professora, bem como com a teoria sobre o tema.
De acordo com Marconi e Lakatos (2011, p. 274) estes destacam que: “A
observação qualitativa é uma técnica de coleta de dados também chamada
observação de campo, direta ou participante [...]”.
1.7 APRESENTAÇÃO DAS PARTES DO TRABALHO
O trabalho foi elaborado e estruturado em cinco capítulos da seguinte forma:
O primeiro capítulo nos traz a proposta do tema da pesquisa, que é composto pela
introdução, à justificativa do tema a ser pesquisado, a delimitação do tema e
formulação do problema observado, o objetivo geral e os específicos em que se
pauta a pesquisa, em seguida vem apresentada a hipótese e a metodologia utilizada
na execução do trabalho.
O segundo capítulo, o referencial teórico, discorre sobre as teorias e embasamentos
de vários autores como Kishimoto, Piaget, Ariès, Ponce e outros os quais
proporcionaram embasamento para as pesquisas nos estudos desses pensadores
fundamentando as ideias centrais deste trabalho. O referencial foi elaborado
abordando os seguintes tópicos: Breve histórico da Educação Infantil; As diferentes
formas de entender a criança ao longo dos séculos;Desenvolvimento da criança
segundo Piaget; Os princípios e as definições da legislação acerca da Educação
Infantil; Os jogos; Os tipos de jogos; Contribuições dos jogos; Dificuldades do
22
professor ao trabalhar com jogos.
O terceiro capítulo é a apresentação e a análise dos dados apresentados. Nesse
tópico descreve-se detalhadamente os dados do que foi feito e os resultados do
projeto analisando as informações obtidas por meio do referencial teórico.
No quarto capítulo são apresentadas a conclusão e as recomendações construídas
a partir das aprendizagens que ocorreram na elaboração e construção deste
trabalho.
E finalizando, no quinto capítulo são apresentadas todas as fontes bibliográficas
utilizadas e pesquisadas na fundamentação deste trabalho.
23
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Craidy e Kaercher (2001) nos trazem que durante muito tempo a educação da
criança era de responsabilidade das famílias ou do grupo social que ela pertencia.
Através do convívio com esses adultos e com outras crianças ela aprendia a se
tornar membro desse grupo, a participar das tradições importantes e a dominar os
conhecimentos necessários para sua sobrevivência. Durante muitos séculos não
houve nenhuma instituição responsável por auxiliar os pais e a comunidade na
educação da criança. Logo, pode-se dizer que a educação infantil que é conhecida
hoje é um fato recente, sendo realizada de forma complementar a família, embora
nem sempre tenha ocorrido desse modo.
Sendo assim, será destacado o percurso da história da educação infantil que ajudou
a modificar na sociedade as maneiras de se pensar o que é ser criança.
Conforme descrito pelo Ministério da Educação – RCNEI (BRASIL, 1998, p. 21) “A
criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma
organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada
cultura, em um determinado momento histórico”.
A criança é o ponto central para o surgimento das escolas. A necessidade do
surgimento dessas instituições de ensino é proveniente de mudanças no lar. As
creches e pré-escolas surgiram depois das escolas, sendo que o aparecimento
dessas está associado com o trabalho materno fora do lar, a partir da revolução
industrial. (CRAIDY; KAERCHER, 2001)
Sendo assim, o surgimento dessas instituições se deu através da necessidade das
mães que não tinham onde deixar seus filhos para trabalharem procurando as
creches e pré-escolas. Isso acontece até os dias atuais onde muitas mães precisam
até que seus filhos fiquem na escola em períodos integrais.
24
O surgimento das instituições de educação infantil esteve relacionado ao
renascimento da escola e do pensamento pedagógico moderno, que pode ser
localizado entre os séculos XVI e XVII. A escola organizou-se devido a várias
manifestações na sociedade como: descobertas de novas terras, surgimento de
novos mercados e o desenvolvimento científico, a invenção da imprensa, que
permitiu que muitos tivessem acesso a leitura (principalmente da Bíblia). (CRAIDY;
KAERCHER, 2001)
Ocorreu uma mudança na visão de escola onde as práticas pedagógicas exigiram
uma outra postura que permitiu o acesso a leitura inicialmente no meio religioso.
Com inovações na área da escola moderna, houve uma procura maior por creches e
pré-escolas com o intuito de proteger a criança das influências negativas do seu
meio e preserva-lhe a inocência, em outros casos era preciso afastar a criança da
ameaça da exploração, em outros, ainda, a educação dada às crianças tinha por
objetivo eliminar as suas inclinações para a preguiça, a vagabundagem,
consideradas características das crianças pobres. (CRAIDY; KAERCHER, 2001)
Percebe-se assim que a educação infantil de certa forma toma um caráter
“corretivo”, traçando o destino social das crianças, transformando a criança
(especialmente as pobres) em sujeitos úteis, em uma sociedade desejada e definida
por poucos.
O surgimento das creches e pré-escolas teve argumentos que focavam em uma
visão mais otimista da infância e de suas possibilidades, com o objetivo de
“endireitar” a criança vendo nela uma ameaça ao progresso e a ordem social.
Todas essas ideias, e os conflitos existentes entre elas, influenciaram as instituições
que surgiram, marcando assim a forma de atuação dos educadores de cada uma
delas.
O que se pode notar, do que foi dito até aqui, é que as creches e préescolas surgiram a partir de mudanças econômicas, políticas e sociais que
ocorrem na sociedade: pela incorporação das mulheres à força de trabalho
assalariado, na organização das famílias, num novo papel da mulher, numa
nova relação entre os sexos, para citar apenas as mais evidentes. Mas,
25
também, por razões que se identificam com um conjunto de ideias novas
sobre o tema infância, sobre o papel da criança na sociedade e de como
torná-la, através da educação, um indivíduo produtivo e ajustado às
exigências desse conjunto social. (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p. 15)
Compreende-se então que, o surgimento das creches e pré-escolas deu-se a partir
das modificações da sociedade tanto no âmbito cultural, social e político, auxiliando
também na construção de uma nova visão sobre a criança.
2.2 DIFERENTES FORMAS DE ENTENDER A CRIANÇA AO LONGO DOS
SÉCULOS
De acordo com estudos feitos por diferentes autores como Ariès (2011), Oliveira
(2011), Ponce (2007), é possível afirmar que existem diferentes maneiras de
entender as crianças e seu desenvolvimento ao longo dos séculos, e que a criança
assume variados papéis, de acordo com a época e a sociedade em que está
inserida.
Sendo assim, serão mencionados alguns desses estudos sobre os diferentes
sentimentos de infância ao longo dos séculos. O objetivo desse trabalho em fazer
referência a essa mudança dos sentimentos de infância está no fato de acreditar que
o conceito/sentimento de infância de cada época irá modificar a maneira de lidar
com a criança.
É possível dizer que na antiguidade a criança não era vista de uma forma
diferenciada e sim tratada como um adulto em miniatura. Atualmente, com estudos
desenvolvidos na área infantil, existem linguagens apropriadas para as crianças de
acordo com cada faixa etária. Entende–se que o adulto não deve utilizar a mesma
linguagem de uma criança na idade de dois anos com uma na idade de seis anos.
Considerando as mudanças que ocorreram no sentimento/conceito de infância ao
longo dos séculos Ariès (2011 p.104) afirma que: “O primeirosentimento da infância
– caracterizado pela “paparicação” - surgiu no meiofamiliar, na companhia das
criancinhas pequenas”.
26
Logo, toda ou qualquer atenção ou gesto de carinho dispensado a uma criança
pelos adultos era visto como um cuidado excessivo, bajulação, uma mera
paparicação, não sendo compreendido como uma estimulação para o seu
desenvolvimento, social, psicomotor, intelectual e cognitivo. Sendo assim, não
existia uma estimulação das relações de vínculo por parte dos adultos e seus
familiares para com as crianças (ARIÉS, 2011).
Essa atitude por parte dos adultos permaneceu entre os séculos XV e XVI, sendo
que
as
crianças
não
eram
vistas
como
indivíduos
com
personalidade,
individualidade, não havia um espaço apropriado para elas, e as habilidades eram
direcionadas apenas para o serviço doméstico.
Oliveira (2011, p. 58) deixa bem claro essa postura dos familiares quando menciona
que:
Durante muito tempo, a educação e o cuidar das crianças era de
responsabilidades dos familiares em particular das mulheres, desde muito
cedo, ainda de colo a criança era vista como um pequeno adulto, e ao criar
uma independência ajudava os adultos nas atividades do dia a dia. Já para
a elite as crianças eram tidas como objeto divino, no entanto seu processo
de desenvolvimento para a fase adulta também se dava às tarefas
domésticas.
Cabia as familias a responsabilidade de cuidar das crianças em especial, por parte
das mulheres já que as mesmas ficavam incubidas da realização dos afazeres
domésticos, sendo que as crianças a ajudava nessas tarefas diárias.
Confirmando a citação acima Ponce em seu livro Educação e lutas de classes
pontua que:
As mulheres estavam de pé de igualdade com os homens,e o mesmo
acontecia com as crianças. Até os sete anos, idade a partir da qual já
deviam começar a viver às suas próprias expensas, as crianças
acompanhavam os adultos em todos os trabalhos, ajudavam-nos na medida
das suas forças e, como recompensa recebiam a sua porção de alimentos
como qualquer outro membro da comunidade. (PONCE, 2007, p.18)
A criança já criava sua independência ao completar os sete anos de idade, sendo o
mesmo tratado como um adulto e trabalhava para receber em troca a sua
alimentação.
27
Ponce (2007) aponta que as crianças eram vistas como meros objetos. Esse modo
de entender as crianças está presente desde os primórdios, sendo que as crianças
tinham o papel de colaboradores dos adultos com afazeres, mas de maneira
precoce, recebendo como troca alimentação.
Na sociedade medieval, deveria a criança crescer de maneira rápida para que assim
pudesse participar do trabalho dos adultos, onde todas as crianças eram colocadas
em famílias estranhas independente de sua condição para poderem aprender os
serviços domésticos. De acordo com Ariès (2006, p.156): “era através do serviço que
o mestre transmitia a uma criança não a seu filho, mas ao filho de outro homem, a
bagagem de conhecimentos, a experiência prática e o valor humano que pudesse
possuir”. Desse modo, a criança tinha seu aprendizado com a prática e a
convivência com os adultos.
A família não podia, portanto, nessa época, alimentar um sentimento
existencial profundo entre pais e filhos. Isso não significa que os pais não
amassem seus filhos: eles se ocupam de suas crianças menos por elas
mesmas, pelo apego que lhes tinham, do que pela contribuição que essas
crianças podiam trazer à obra comum, ao estabelecimento da família. A
família era uma realidade moral e social, mais do que sentimental. No caso
de famílias muito pobres, elas não correspOndiam a nada além da
instalação material do casal o seio de um meio mais amplo, a aldeia, a
fazenda, o pátio ou a “casa” dos amos e senhores, onde esses pobres
passavam mais tempo do que em sua própria casa (as vezes nem ao
menos tinha uma casa, eram vagabundos sem eira nem beira, verdadeiros
mendigos). Nos meios mais ricos, a família se confundia com a
prosperidade do patrimônio, a honra do nome. A família quase não existia
sentimentalmente entre os pobres, e quando havia riqueza e ambição, o
sentimento se inspirava no mesmo sentimento provocado pelas antigas
relações de linhagem (ARIÈS, 2011, p.158 - 159).
Os pais amavam seus filhos no entanto não demonstrava esse sentimento de uma
maneira específica. As crianças eram vistas apenas como mais um integrante do
meio familiar, com as famílias mais pobres era ainda mais difícil pois os mesmos
passavam mais tempo nas casas dos amos e senhores que em suas próprias
residencias.
A família não demonstrava um sentimento de afeto ou carinho para com os filhos,
não por falta de amor, dedicação para com eles, mas devido ao fato das crianças se
ausentarem para longe de seus lares para terem um aprendizado com outras
famílias. Os pais amavam seus filhos, no entanto, caso “alimentassem” esse
28
sentimento ficaria difícil deixá-los irem ao encontro de outras famílias. Muitas dessas
crianças que eram educadas por outras famílias nem sempre retornavam para seus
lares quando atingiam a idade adulta. As famílias que não tinham muito recursos
mandavam seus filhos para fazendas, aldeias e muitas vezes para casa de seus
senhores, amos e em alguns casos as famílias passavam mais tempo trabalhando
do que em casa, quando tinham uma casa e nem viam as crianças. No caso do
envio para as famílias ricas, as crianças “pobres” eram vistas como tendo uma
chance de ganhar mais dinheiro e lucro, também à honra da família era devido ao
nascimento das crianças (ARIÉS, 2011).
Esse processo pela qual o modo de compreender a criança passou era visível
também nas obras de artes como pinturas. Nos quadros as crianças eram pintadas
como verdadeiros adultos, alguns pintores mostravam a nudez das crianças sem
nenhum pudor, os corpos das crianças eram desenhados com a musculatura e
traços definidos de adultos. Um bom exemplo a ser citado é a obra do livro de
salmos de São Luís de Leyde que mostra logo após o nascimento de Ismael o seu
corpo já estava com músculos abdominais e peitorais de um adulto. (ARIÈS, 2011).
Em uma miniatura francesa do fim do século Xl, as crianças que São Nicolau
ressuscita estão representadas numa escala mais reduzida que os adultos, sem
nenhuma diferença de expressão ou traços. (ARIÈS, 2011, p.17).
Como menciona acima ao ilustrar uma criança em suas pinturas, o artista distinguia
as crianças dos adultos apenas pela estatura sendo os traços pintados da mesma
maneira, considerava que a criança não tinha uma identidade pessoal que a
identificasse como criança. Ela precisaria tornar-se adulta para ser considerada
dotada de personalidade e importância.
Ao longo dos séculos o modo de compreender a criança foi passando por vários
processos, ou seja, foi sofrendo interferências do contexto no qual ela estava
inserida. Foi atribuída á criança uma identidade pessoal. As crianças, atualmente,
têm um espaço totalmente voltado para o seu universo. Há séculos atrás eram
deixadas nas casas dos escravos para serem educados por eles, hoje são
destinadas para centros educacionais para desenvolverem suas habilidades e o
29
seus conhecimentos. Apesar das semelhanças das ações, que visam uma
“educação”, hoje busca-se desenvolver as relações de apego; os lugares de “ensino”
tentam desenvolver atividades relacionadas a cada faixa etária; há uma política
específica para a criança e para o adolescente.
Quando é feito referência à esses locais que recebem crianças a fim de “cuidar” e
“educar” é perceptível que alguns estudiosos como Oliveira (2010) consideravam as
creches como um simples depósito para as crianças, sendo que esses lugares eram
usados somente para as crianças passarem o tempo.
De acordo com Oliveira (2010, p.92) este destaca que: “A ideia de “jardim de
infância”, todavia gerou muitos debates entre os políticos da época. Muitos o
criticavam por identificá-lo como salas de asilo francesas, entendidas como local de
mera guarda das crianças”.
Desde a época da escravidão quando os senhores feudais deixavam seus filhos
para serem educados pelos seus escravos em suas casas, vem o pensamento que
os locais a qual se encontravam as crianças, eram apenas depósitos e uma forma
de passatempo para as crianças, sem nenhuma forma de aprendizagem.
Acreditava-se que a criança somente brincaria e teria apenas cuidados básicos,
como receber cuidados referentes à higiene pessoal e alimentação.
Atualmente, o modo de compreender os centros infantis vem sendo modificado, pois
além dos cuidados básicos oferecidos às crianças são trabalhadas atividades para
serem desenvolvidas as habilidades e todo universo infantil. Esse novo movimento
iniciou-se concomitante ao período do Renascimento entre os séculos XVI e XVII, no
qual ocorreu uma ampliação das atividades artísticas e a expansão comercial. Esse
novo contexto estimulou um olhar diferenciado para as crianças, ou seja, foi
estabelecida a ideia de um universo infantil, visando também o lado comercial com a
criação de produtos característicos e apropriados para as crianças, assim as
mesmas deixaram de ser tratadas como adultos em miniaturas. Atualmente, há uma
forma diferente de ver a criança, porém ainda existe essa visão comercial voltada
para os produtos infantis.
30
Oliveira, (2010, p.59) deixa claro isso ao mencionar que:
O desenvolvimento científico, a expansão comercial e as atividades
artísticas ocorridas no período do Renascimento estimularam o surgimento
de novas visões sobre a criança e sobre como ela deveria ser educada.
Devido o reconhecimento da criança como individuo que possui personalidade,
habilidades e competências, as instituições de ensino sentiram a necessidade de
mudar a forma de desenvolver a educação com as crianças. A própria educação foi
percebendo que a utilização de novas ferramentas trariam contribuições positivas
para o processo de ensino aprendizagem da criança sendo, uma dessas
ferramentas os jogos que tem uma grande importância na educação infantil.Isso
ocorreu nos séculos XV e XVI.
Segundo Oliveira (2010, p. 234) afirma que: “O jogo infantil tem sido definido na
educação infantil como recurso para aprendizagem e desenvolvimento das
crianças”.
Na citação acima Oliveira deixa a entender que com o passar do tempo foi notandose a importância dos jogos como uma ferramenta necessária para o processo
ensino-aprendizagem na educação infantil, recursos esses que são indispensáveis
nos dias atuais.
No entanto o professor não deve permitir que as crianças brinquem por brincar,
porque os momentos dos jogos além de divertidos, envolventes e prazerosos são
também um rico momento no qual a criança está desenvolvendo várias habilidades
como coordenação motora, atenção, percepção, disciplina, conceito de regras o
respeito ao próximo e a si mesmo, sendo este momento de aprendizagem
necessitando assim da mediação por parte de um adulto (OLIVEIRA, 2010).
Essa forma atual de entender a infância e as estratégias para lidar com ela no
âmbito educacional baseia-se em um conceito também específico sobre o
desenvolvimento infantil.
31
2.3 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA SEGUNDO PIAGET
Segundo Rappaport, Fiori e Davis (2005, p. 63):
Piaget conceitua o desenvolvimento como um processo de equilibração
progressiva que tende para uma forma final, qual seja a conquista das
operações formais. O equilíbrio se refere à forma pela qual o indivíduo lida
com a realidade na tentativa de compreendê-la, como organiza seus
conhecimentos (ou seus esquemas) em sistemas integrados de ações ou
crenças, com a finalidade de adaptação.
No processo de desenvolvimento da criança Piaget observou diferentes formas da
mesma interagir com o meio em diferentes faixas etárias. O desenvolvimento é
entendido por Piaget como um processo complexo e longo, que dura toda a vida do
indivíduo, sendo dividido em estágios ou períodos. Em cada uma dessas fases a
criança amadurece física, cognitivamente, socialmente e psicologicamente, sendo
instigada pelo ambiente físico e social a construir sua inteligência. De acordo com
cada faixa etária a criança reage de forma diferente com o meio a qual esta inserida,
uma vez que aprende novas e diferentes habilidades (PIAGET apud BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2002).
Palangana (2001, p. 23) nos mostra que:
De acordo com a concepção Piagetiana, o desenvolvimento cognitivo
compreende quatro estágios ou períodos: o sensório-motor (do nascimento
aos 2 anos); o pré-operacional (2 a 7 anos); o estágio das operações
concretas (7 a 12 anos) e, por último, o estágio das operações formais, que
corresponde ao período da adolescência (dos 12 anos em diante).
O primeiro estágio denomina-se sensório-motor porque segundo Piaget e Inhleder
(apud PALANGANA, 2001, p. 24) “[...] à falta de função simbólica, o bebê ainda não
apresenta pensamento nem afetividade ligadas a representações, que permitem
evocar pessoas ou objetos na ausência deles”.
O recém-nascido não associa tudo o que vê, mas de acordo com que se desenvolve
a partir da interação entre o sistema nervoso e o meio, os comportamentos vão
sendo desenvolvidos, dentre esses comportamentos é possível citar: o ato de
coordenar os movimentos das mãos e olhos; pegar objetos; reconhecer a mãe. Este
32
período recebe este nome por ser nele que a criança conhece seu mundo através da
percepção tátil e dos movimentos.
Piaget destaca que a principal conquista desse período é o
desenvolvimento da noção de permanência de objeto. É nele também que a
criança elabora o conjunto das subestruturas cognitivas que deverão
orientar as construções perceptivas e intelectuais posteriores.
(PALANGANA, 2001, p. 24)
Desse modo, a criança durante esse período distingue o que é dela e o que é do
mundo, adquirindo noção de espaço e tempo interagindo com o meio. Nesse
período a criança adquire noção de objeto permanente onde um bom exemplo a ser
citado é quando mostramos a ela um objeto e depois o escondemos. Ao perguntar a
criança onde está o referido objeto e ela procurar pelo mesmo isso significa que ela
já adquiriu essa noção, caso contrário ainda não a desenvolveu, ou seja, a criança
adquire a noção de que há um mundo para além do seu campo de visão.
Piaget define o segundo estágio como pré-operatório, como nos mostra Rappaport,
Fiori e Davis (2005, p. 68):
Ao se aproximar dos 24 meses a criança estará desenvolvendo ativamente
a linguagem o que lhe dará possibilidades de, além de se utilizar da
inteligência prática decorrente dos esquemas sensoriais-motores formados
na fase anterior, iniciar a capacidade de representar uma coisa por outra, ou
seja, formar esquemas simbólicos.
Nesta fase a criança desenvolve a linguagem assim como também a capacidade
simbólica, nela a criança distingue uma imagem ou símbolos de um objeto real. Com
o aparecimento da função simbólica, é possível utilizar nessa fase o jogo simbólico
que permite a criança viver o faz de conta; a usar sua imaginação como, por
exemplo, ao brincar de escolinha onde ela é professora e as bonecas são seus
alunos transferindo as situações vividas no dia a dia para o imaginário.
[...] mesmo a criança dispondo de esquemas internalizados, nessa fase ela
ainda não dispõe de um fator essencial ao desenvolvimento cognitivo, que é
a reversibilidade no pensamento: não consegue, assim, desfazer o
raciocínio, no sentido de retornar do resultado ao ponto inicial.
(PALANGANA, 2001, p. 25)
A citação acima se refere à incapacidade que a criança apresenta de simbolizar e
abstrair as situações, ou seja, ela ainda não tem a capacidade de construir e
desconstruir um pensamento sem a existência de algo concreto. Pode-se utilizar
33
como exemplo a seguinte situação: pede-se a criança que conte os numerais em
ordem crescente ela o faz com facilidade por já ter memorizado, e quando é
solicitada que conte em ordem decrescente ela já não tem isso memorizado e
apresenta dificuldade em executar a ação.
Uma das características desta fase também é a conduta egocêntrica na qual
Rappaport, Fiori e Davis (2005, p. 68) mencionam que:
O egocentrismo se caracteriza, basicamente, por uma visão da realidade
que parte do próprio eu, isto é, a criança não concebe um mundo, uma
situação da qual não faça parte, confunde-se com objetos e pessoas, no
sentido de atribuir a eles seus próprios pensamentos, sentimentos, etc.
A criança vê o mundo do seu ponto de vista e não imagina que haja outros pontos
de vistas possíveis, que outras pessoas podem olhar a mesma coisa com
entendimentos diferentes.
O exemplo abaixo permite-nos entender melhor o pensamento egocêntrico.
Pede-se a uma criança, colocada de um lado de uma mesa sobre a qual
estão diversos objetos, que desenhe ou escreva como uma outra pessoa,
sentada do lado oposto, veria os mesmos objetos. As crianças do estágio
pré-operatório tem extrema dificuldade em realizar essa tarefa – tendem a
desenhar o que elas mesmas veem – porque, justamente, isto exige que o
sujeito se descentre, ou seja, se coloque do ponto de vista (espacial, no
caso) de outrem. (TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992, p. 15).
Para a criança a pessoa que está do outro lado está vendo o mesmo que ela vê, não
imagina outra visão de uma situação a qual ela não faz parte.
A fase seguinte é o estágio das operações concretas no qual Palangana (2001, p.
26) afirma que “É assim denominado porque a criança ainda não consegue trabalhar
com proposições, ou seja, com enunciados verbais.” Assim, a criança organiza suas
ações e exerce suas habilidades e capacidades a partir dos objetos reais, de coisas
concretas.
Palangana (2001, p.27) afirma que:
Com o desenvolvimento da capacidade para pensar de maneira lógica –
característica deste período -, a criança não apenas busca compreender o
34
conteúdo do pensamento alheio, mas também empenha-se em transmitir
seu próprio pensamento de modo que sua argumentação seja aceita pelas
outras pessoas.
Desse modo, o egocentrismo do período anterior é superado e inicia-se a
construção lógica onde a criança adquire a capacidade de entender que existem
pontos de vistas diferentes podendo ser de pessoas diferentes ou mesmo de objetos
que a própria criança vê a partir de diferentes pontos de vistas.
Outra característica desta fase segundo Piaget (apud BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,
2002, p. 104) é “o surgimento de uma nova capacidade mental da criança: as
operações, isto é, ela consegue realizar uma ação física ou mental dirigida para um
fim (objetivo) e revertê-la para o seu início”.
Confirmando a citação acima, é possível dizer que a criança adquire o conceito de
reversibilidade no pensamento na qual ideias podem ser retomadas. Um exemplo
dessa capacidade é quando em um jogo de quebra cabeça a criança consegue na
metade do jogo, descobrir que há um erro nas peças, desmanchar certa parte e
recomeçar de onde corrigiu terminando a montagem do quebra cabeça.
O último estágio de desenvolvimento mental na teoria de Piaget é o operatórioformal.
Neste período, ocorre a passagem do pensamento concreto para o
pensamento formal, abstrato, isto é, o adolescente realiza as operações no
plano das idéias, sem necessitar de manipulação ou referências concretas,
como no período anterior. (PIAGET apud BOCK; FURTADO; TEIXEIRA,
2002, p. 105)
Aqui o adolescente não necessita de coisas reais ou concretas para organizar suas
ações, ele passa a ter o pensamento abstrato no qual acredita em algo mesmo sem
vê-lo.
Tendo em vista as relações sociais do adolescente nesse período, ele passa pela
fase da interiorização que se caracteriza com o afastamento da família não
aceitando conselhos, mantendo, por vezes, comportamento antissocial, discute
sempre a sociedade com a intenção de mudá-la. Passa também pela fase que
35
atinge o equilíbrio entre o que pensa e a realidade, entendendo a importância da sua
reflexão sobre o mundo real (PIAGET apud BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002).
A criança ao passar por cada uma dessas fases vai adquirindo diferentes
habilidades como coordenação motora, linguagem, expressões corporais, passagem
do pensamento concreto para o abstrato entre outros, aprimorando assim, o que ela
tem de melhor em cada uma delas. Ao chegar à última fase de desenvolvimento o
indivíduo encontra situações de equilíbrio. Essa forma ampla e específica de
compreender o desenvolvimento exige que sejam criadas políticas e legislações
específicas para cada faixa etária.
2.4 OS PRINCÍPIOS E AS DEFINIÇÕES DA LEGISLAÇÃO ACERCA DA
EDUCAÇÃO INFANTIL
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) é consequência da Constituição
Federal de 1998, assim como as outras leis a respeito da infância, definem uma
nova doutrina em relação à criança como sujeito de direitos.
De acordo com o artigo 227 da Constituição Federal (BRASIL, 1989, p. 144):
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criançae ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência e opressão.
Sendo assim, tanto os pais quanto a sociedade devem respeitar e garantir os
direitos da criança, não podendo agir como bem entendem. Mesmo sendo seus
responsáveis eles devem respeitar o que diz a Constituição que reconhece a criança
como um cidadão em desenvolvimento.
Outras duas definições importantes da constituição foram que os trabalhadores
(homens e mulheres) têm direito à assistência gratuita de seus filhos e dependentes
desde o nascimento até os seis anos de idade em creches e pré-escolas. (CRAIDY;
KAERCHER, 2001)
36
Desse modo, as creches e pré-escolas devem ser instituições de caráter
educacional ampliando seu carater assistencial, onde os pais deixam os filhos
porque eles vão aprender algo de fato, pois nestes locais irão trabahar atividades
para o melhor desenvolvimento das crianças.
O artigo 29 da LDB (BRASIL, 1996, p. 46) diz que:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem por finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade.
Dessa forma, as creches e pré-escolas devem ter a função de complementar o que
é passado em casa pela família, e não de substituí-la como ocorre em alguns casos.
A escola e a família devem unir-se para oferecer tudo o que a criança necessita para
seu adequado desenvolvimento.
O artigo 62 da LDB (BRASIL, 1996, p. 60) diz que:
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se á em nível
superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o
exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries
do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
Para atuar como docente na educação básica o indivíduo deve ter uma formação de
licenciatura plena em educação, permitindo assim, este atuar nas quatro séries
primárias do ensino fundamental e da educação infantil.
A educação infantil é de responsabilidade do município, sendo do estado quando o
município não tiver essa modalidade de ensino(CRAIDY; KAERCHER, 2001).
Essa fase é o momento em que a criança esta em formação de conceitos e os jogos
quando bem trabalhados na educação infantil é uma ótima ferramenta para uma
aprendizagem significativa das crianças.
37
2.5 JOGOS EDUCATIVOS
Segundo Ferreira (2008, p.497) o conceito de jogo “é uma atividade física ou mental
fundamentada em sistema de regras que definem a perda ou ganho”.
Desse modo, o jogo dentro deste contexto contribui para o desenvolvimento físico e
intelectual do aluno, obedecendo as regras, desenvolvendo o sentimento de perder
ou ganhar e que o acompanhará até a vida adulta.
Já Huizinga (apud HORNet al, 2012, p. 15) descreve o jogo como:
[...] uma atividade voluntária, exercida dentro de certos e determinados
limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas, mas
absolutamente obrigatórias, dotada de um fim em si mesma, acompanhada
de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser
diferente da vida cotidiana (caráter fictício).
Compreende-se então que o jogo é uma atividade regulada, embora utilizado de
forma espontânea e prazerosa.
Segundo Horn (2012, p. 18), “o jogo transita livremente entre o mundo interno e o
mundo real, o que lhe garante a evasão temporária da realidade e confirma a
características antes citada de ser uma atividade que ocorre em espaço e tempo
determinados”.
Sendo assim, a criança no momento em que está jogando “viaja” em dois mundos: o
real e o da fantasia, momento no qual ela pode usar sua imaginação e se sentir de
fato no jogo, a criança se distancia do mundo imaginário lembrando até de situações
que tenha vivenciado
Kishimoto (1996, p. 20) diz: “assim como na poesia, os jogos infantis despertam em
nós o imaginário, a memória do tempo passado”.
Diante disso quando alguém lê uma poesia desperta o prazer a imaginação, assim
também acontece com os jogos.
38
O jogo e a criança caminham juntos desde o momento de que se fixa a
imagem da criança como um ser que brinca. Portadora de uma
especificidade que se expressa pelo ato lúdico, a infância carrega consigo
as brincadeiras que se perpetuam e se renovam a cada geração.
(KISHIMOTO, 1993, p.11)
Compreende-se então, que os jogos vêm mudando e se inovando a cada geração,
jogos que eram de um jeito, hoje apresentam novas características, mas contendo
os mesmos objetivos. A criança é um ser brincante por natureza, e ela e os jogos
caminham de mãos dadas no processo de aprendizagem.
Lopes (2011, p. 39) traz a sua visão sobre o objetivo do jogo: “alguns jogos tem
como objetivo o desenvolvimento da autonomia da criança: poder arriscar-se, ter de
fazer a sua parte sozinha e ser responsável por suas escolhas e atos”.
Entende-se que a criança deve arriscar, e pensar sozinha submetendo - se a
escolha dos seus próprios atos, pois o desenvolvimento da autonomia da mesma
tem como fator importante o amadurecimento dos aspectos emocional, do psíquico e
do intelectual.
Segundo Kishimoto (1996, p. 24), “no jogo nunca se sabe os rumos da ação do
jogador, que dependerá sempre de fatores internos de motivações pessoais e de
estímulos externos, como a conduta de outros parceiros”.
Visto que, quando o jogo começa nunca se sabe o que pode acontecer, pois, pode
afetar o humor, o psicológico, o físico, no qual pode fazer o jogo trilhar para outros
caminhos.
Dentro dessa importante estratégia de aprendizagem que são os jogos pode – se
observar a existência de diferentes modalidades. Dentre elas: Os jogos de exercício,
jogos simbólicos, de regras e de construção.
39
2.6 OS TIPOS DE JOGOS
Piaget (apud HORN et al, 2012, p. 35) diz que “[...] os jogos dividem-se em jogos de
exercício, simbólico e de regras, além dos jogos de construção, presentes ao longo
do desenvolvimento.”
Assim, nesse trabalho será abordado cada um e a contribuição dos mesmos para
com a criança.
Horn et al (2012, p.35) nos mostra que “ Os jogos simbólicos têm como função a
compensação, a realização de desejos e a liquidação de conflitos e expressam-se
no “faz de conta” e na ficção.”
O jogo simbólico é caracterizado pelo brincar de faz de conta, ou seja, aquilo que
não é. As representações expressas nele são de formas livres e pouco vinculada a
realidade da criança. Pode-se dar como exemplo de jogo simbólico a confecção de
dedoches ou fantoches para contação de história.
Figura 1: Dedoches
1
Kishimoto (1996, p. 40) nos fala que “Os jogos de construção são considerados de
grande importância por enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e
desenvolver habilidades da criança”.
1
Dedoches. Disponível em:http://blogdebrinquedo.com.br/tag/fantoche/page/2/Acesso em: 31/10/2013
ás 22h e 31 min.
40
O autor deixa claro que quando o jogo é construído pela própria criança, contribui
para o enriquecimento da criatividade na qual esta revela-se capaz de fazer coisas
por si própria, sendo também possível perceber como ela se socializa com outras
crianças. Podemos citar alguns exemplos de jogos de construção como a peteca, a
milonga, o bilboquê entre outros.
Figura 2: Bilboquê
2
Horn et al, (2012, p. 35) trazem que:
Os jogos de regras são aqueles cuja regularidade é imposta pelo grupo,
resultado da organização coletiva das atividades lúdicas. As regras podem
ser transmitidas ou espontâneas e passam de uma condição inicial motora e
individual, depois egocêntrica, de cooperação até a codificação.
Os jogos de regras permitem que a criança adquira mais confiança em si e no outro,
podendo ser de forma espontânea ou até mesmo repassada por outro. Contribuem
para a aquisição de conceitos básicos, sendo que a criança precisaadequar -se as
regras, aprendendo a respeitar e também ser respeitado. A criança necessita que
lhe mostrem até onde ela pode ir, e isso cabe ao adulto fazer, pois nele ela deposita
sua total confiança. Pode-se citar como exemplo de jogo de regras o jogo da
memória, jogo da velha, xadrez, baralho entre outros.
2
Bilboquê. Disponível em:http://artesanato.culturamix.com/curiosidades/bilboque-de-garrafapetAcesso em: 31/10/2013 ás 22h e 44 min.
41
Figura 3: Jogo da Velha
3
Horn et al, (2012, p. 35) também afirmam que:
A finalidade dos jogos de exercícios é o próprio prazer do funcionamento.
Dividem-se em sensório-motores e de exercício de pensamento. Embora
típicos dos primeiros 18 meses, reaparecem durante toda a infância e
acham-se presentes em muitas atividades lúdicas praticadas por adultos.
Ao trabalhar com os jogos de exercício o professor está trabalhando o movimento, a
coordenação motora. É o momento que a criança expressa toda energia e também
de interagir mais com os demais colegas. Como exemplo desse tipo de jogo, podese citar o vai e vem, atividades de sacudir objetos com pedrinhas dentro entre
outros.
Figura 4: Jogo vai e vem
4
3
Jogo da Velha. Disponível em:http://www.kitsforkids.com.br/index.php?page=jogos-interativosAcesso
em: 31/10/2013 ás 22h e 57 min.
4
Vai e Vem. Disponível em:http://www.blogiveco.com.br/2012/10/12/brinquedos-feitos-compets/Acesso em: 31/10/2013 ás 22h e 52 min.
42
2.7 CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS
Segundo Lopes (1998, p. 19) este destaca que:
Criar, fazer e jogar também favorece a inclusão, pois, na diversidade das
salas de aula, possibilita a interação e promove a união e a cooperação no
projeto do jogo, no qual, em pequenos grupos, todos podem participar e
opinar sobre os materiais a serem utilizados, as regras, o número de
participante, as metas, os prazos, os conteúdos abordados.
Através da confecção de jogos a criança tem a possibilidade de desenvolver a
interação, já que está em contato com outras crianças, possibilitando também a
união, a cooperação tanto na execução quanto na construção do jogo. O aluno se
expressa e opina sobre várias etapas do jogo podendo também incluir o conteúdo
desejado.
Reiteramos que contribuição do jogo para a educação ultrapassa o ensino
de conteúdos de forma lúdica, “sem que os alunos nem percebam que
estão aprendendo”. Não se trata de ensinar como agir, como ser, pela
limitação e ensaio pelo jogo, e sim, desenvolver a imaginação e o raciocínio,
propiciando o exercício da função representativa, da cognição como um
todo. (HORN, 2012, p. 30)
Na educação o jogo não tem só a função de ensinar e nem de dizer o que a criança
deve ou não fazer, mas tem por objetivo estimular a imaginação, raciocínio, o faz de
conta, o cognitivo, social, desenvolvimento motor entre outras habilidades.
Segundo Lopes, (1998, p.21) “Criar e fazer o jogo estimula e promove o
desenvolvimento global da criança”.
A criança ao ter contato direto com o jogo é estimulada de /modo positivo em todo
seu desenvolvimento, pois assim trabalha mais as suas habilidades e também a
inteligência.
O jogo como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento passa a ser
considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino,
já que colocar o aluno diante de situações de jogo pode ser uma estratégia
para aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola,
além de poder estar promovendo o desenvolvimento de novas estruturas
cognitivas (KISHIMOTO, 1996, p.80).
43
O contato com os jogos leva a criança a se aproximar mais dos conteúdos
abordados pelo educador de forma prazerosa e interessante desenvolvendo também
novos conhecimentos. O educador pode utilizar os jogos como estratégias tanto
para desenvolver os conteúdos, como para solucionar ou levantar hipóteses sobre
determinada situação que está acontecendo em sala.
É importante relembrar que todos os jogos de que as crianças participam,
que inventam ou pelos quais se interessam nessa fase constituem
verdadeiros estímulos que enriquecem os esquemas perceptivos (visuais,
auditivos e sinestésicos), operatórios (memória, imaginação, lateralidade,
representação, analise, síntese, causa, efeito), funções essas que,
combinadas com as estimulações psicomotoras (coordenação fina), definem
alguns aspectos básicos que dá condições para o domínio da “leitura e
escrita”. (ALMEIDA, 1998, p.48)
É notória a contribuição que um jogo pode trazer para a vida da criança no seu
aprendizado, através deste elas desenvolvem várias habilidades que podem trazer
aspectos positivos que lhe ajudarão no momento da leitura, escrita, raciocínio lógico,
imaginação e cooperação entre outras.
O jogo faz parte do universo infantil, no qual a criança identifica - se e relaciona-se
de forma verdadeira e profunda e desse modo, as faz compreender que através da
interação social existem regras para cada espaço e local, aprendendo a conviver
com outro e a crescer com as diversas situações do cotidiano. (ALMEIDA, 1998)
Ao permitir a ação intencional (afetividade), a construção de representações
mentais (cognição) a manipulação de objetos e o desempenho de ações
sensório-motoras (físico) e as trocas nas interações (social), o jogo
contempla várias formas de representação da criança ou suas múltiplas
inteligências, contribuindo para a aprendizagem e o desenvolvimento
infantil. (KISHIMOTO, 1996, p. 36)
Através dos jogos a criança desenvolve quatro pontos importantes para o seu
aprendizado, tanto no âmbito escolar quanto social. O cognitivo, a afetividade, o
físico e o social são fatores importantes para o crescimento da criança e o
desenvolvimento de suas novas habilidades.
[...] motivando crianças com jogos e com dinâmicas, além de ensiná-las
tudo quanto consta do planejamento pedagógico e provocar a troca de
ideias e a liberação da criatividade, também permite que desenvolvam
sentimentos de solidariedade e cooperação, exercícios de concentração,
44
consciência sobre regras e sua aplicação no cotidiano e compreensão sobre
a significação do perder e do ganhar. (ANTUNES, 2012, p. 31)
A partir do momento em que o professor trabalha com jogos em sala de aula, além
de ensinar todo o conteúdo programático também permite que as crianças
desenvolvam habilidades que antes não possuíam.
[...] Os jogos são situações em que a criança revela uma maneira própria de
ver e pensar o mundo aprende a se relacionar com os companheiros, a
trocar pontos de vista com outras perspectivas possíveis, a raciocinar sobre
o dia-a-dia, aprimorar as coordenações de movimentos, enfim,
compreendidos a sua importância, eles podem tornar-se uma atividade
pedagógica indispensável à formação de conceitos. (IURK; NASCIMENTO,
2008, p. 15)
A criança ao ter contato com os jogos adquire uma série de habilidades
indispensáveis para a formação humana, como o desenvolvimento da parte
cognitiva, psicológica, motora e social da criança.
Para Vygotsky (1988), O jogo tem um papel fundamental no desenvolvimento do
pensamento da criança. É por meio do jogo que ela procura incorporar o significado
das coisas e dá um passo importante em direção ao pensamento conceitual
baseado no significado e não no objeto.
O jogo é uma ferramenta que se bem utilizada leva a criança a uma aprendizagem
significativa, e na educação infantil é a fase em que ela está em formação de
conceitos.
2.8 ALGUNS CUIDADOS QUE O PROFESSOR DEVE TER AO TRABALHAR COM
JOGOS
O professor deve saber selecionar os jogos, pois não é qualquer um que leva ao
conteúdo ou habilidade que deseja se ensinar. Ao trabalhar com os mesmos o
professor deve ensinar conceitos, estimular valores e também despertar a alegria.
Muitas vezes, iludida pela maneira alegre e envolvente com que a criança
participa de qualquer jogo ou brincadeira, muitos professores pensam que
estão desenvolvendo uma atividade educativa. É um erro. A verdadeira
atividade educativa, a partir de jogos e brincadeiras, requer que estas não
apenas alegrem, como também ensinem. Não somente ensinem como
45
ensinem significativamente, estruturando a personalidade infantil e refletindo
conceitos e valores que correspondem ao planejamento organizado.
(ANTUNES, 2012, p.27)
Nem sempre quando um educador trabalha com uma atividade lúdica ele está
fazendo a criança desenvolver habilidades e competências, muitos profissionais nos
dias atuais caem nesta ilusão de acreditar que só porque o momento está divertido a
criança esta tendo um aprendizado, esquecendo que é durante o contato com o jogo
que a criança está desenvolvendo sua personalidade, buscando sua autonomia
dentro do espaço infantil.
De acordo com Lopes (2011, p. 21) “[...] Ao planejar suas atividades, o(a)
educador(a) deve analisar as necessidades da turma e escolher a sequência de
jogos que possa supri-las.”
O professor deve escolher o jogo que trabalhe com as dificuldades apresentadas
pelos alunos em sala de aula, mas antes deve ser feito um diagnóstico com as
especificidades de cada aluno e com a faixa etária.
Horn et al ( 2012, p. 27) fala que:
Reconciliando-os com a criança que existe dentro de si (sugestão de Freud
aos professores, para que viabilizem o educar), não para ser, novamente,
criança, mas para compreendê-la e, a partir disso, interagir em uma
perspectiva criativa e produtiva com seus alunos.
O professor precisa se reconciliar com a criança que existe dentro de si, para que
possa ter uma melhor compreensão do universo da mesma, onde pode ter mais
interação tanto na criatividade da criança, como também no seu desenvolvimento.
O professor deve saber o momento exato de fazer intervenções durante o jogo, para
que assim não venha prejudicar o desenvolvimento da criança.
Assim nos fala Antunes (2012, p. 32) “Atenção para o momento exato da
intervenção, o instante preciso para fazer da brincadeira um exemplo e parcela de
uma lição, mas também a intenção de buscar na recreação exemplos das lições que
deseja fixar”.
46
O professor ao trabalhar com jogos em sala de aula deve ter bem claro o objetivo
que quer alcançar, como também deve já ter uma experiência com o material que
utilizará, para que quando surgirem dúvidas dos alunos a respeito do jogo ou da
forma de jogar ele esteja preparado para eventuais perguntas.
Ao educador cabe o conhecimento dos objetivos propostos em cada jogo, a
preparação prévia do material a ser utilizado e a experimentação antecipada
para maior domínio da situação, que possibilite a antecipação de eventuais
perguntas ou questionamentos por parte dos educandos. (LOPES, 2011, p.
30)
Após as informações obtidas durante processo de pesquisas bibliográficas houve a
necessidade de se elaborar um projeto que confirmasse a real necessidade de
desenvolver atividades com jogos na educação infantil, projeto este que se deu o
nome de “Jogando e Confeccionando”.
47
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS/ESTUDO DE CASO
3.1 MUNICÍPIO/EMPRESA OBJETO DE ESTUDO DA PESQUISA
O CEIM no qual foi realizado o projeto é uma escola pública da rede Municipal que
fica situada na Rua Peroba, nº 67, Bairro Cacique, na cidade de São Mateus no
estado do Espírito Santo.
O CEIM foi fundado em fevereiro de 1983 por Luigia Bordonie e sempre funcionou
no mesmo local. É pequeno e sendo assim comporta uma pequena quantidade de
crianças, pois segundo informações das professoras mais antigas, ele foi projetado
para ser um posto de saúde, porém, devido a reivindicações dos moradores foi
transformado em uma creche por isso o motivo de que para ter acesso a algumas
salas é necessário passar pela sala de outro professor. O CEIM atualmente recebe
crianças de dois a cinco anos com um total de oitenta e três crianças, sendo vinte e
dois na turma de quatro e cinco anos, quinze na turma de três anos e doze em cada
turma de dois anos. Conta com cinco professoras regentes sendo duas no turno
matutino, três no vespertino e três em área específica duas no turno da manhã e
uma à tarde (que lecionam aulas de artes e filosofia), uma diretora e duas
coordenadoras pedagógicas que trabalham de forma itinerante.
Além de atender as crianças do bairro, ele recebe também algumas de bairros
vizinhos comoPosto Esso, Novo Horizonte, Airton Sena e Santo Antônio. As crianças
recebidas apresentam situação econômica bem diversificada.
A escola é mantida pela administração municipal recebendo verba trimestralmente e
para suprir algumas necessidades como consertos gerais, falta de algum material o
CEIM faz rifas com o apoio dos funcionários e pais.
Não há ainda Plano Diretor Pedagógico e o projeto político pedagógico encontra-se
em construção.
Os currículos são elaborados com os professores junto à equipe pedagógica da
Secretaria Municipal de Educação de São Mateus, os planejamentos são
48
organizados semanalmente com 5 horas/aula por professor sendo dois deste junto
com a coordenadora pedagógica e um mensal coletivo.
A escola tem como missão “formar cidadãos autônomos e conscientes, sujeitos
ativos na sociedade”.
De acordo com a gestora alguns dos problemas encontrados na área administrativa
são: a falta de pessoa para compor o quadro financeiro e a estrutura física do prédio.
Já na parte pedagógica a dificuldade mais encontrada é a falta de ajudante para as
turmas com crianças de dois anos.
3.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Os jogos foram aplicados no período de 07 a 11 de Outubro do decorrente ano, em
um CEIM localizado no bairro Cacique município de São Mateus, na turma de 05
(cinco) anos. A turma conta com 22 alunos sendo 10 meninas e 12 meninos.
No primeiro dia 07 de outubro, foi aplicado junto às crianças o jogo da velha que é
um jogo de regra. A aplicação teve duração de 40 min. sendo das 8h às 8h e 40min.
Primeiro foi apresentado o jogo às crianças e explicadas às regras do mesmo. Em
seguida cada criança confeccionou seu próprio jogo, recortando os símbolos que
constituem o jogo o "X" e o "O" feitos de EVA. Os símbolos foram confeccionados
em EVA e utilizou-se papel cartão e durex colorido, para fazer o tabuleiro. Após a
confecção jogaram em duplas. Sempre que necessário eram feitas intervenções
pelas pesquisadoras. Foi percebido uma dificuldade por parte da maioria das
crianças em recortar as peças, percebendo uma falha no que diz respeito a
coordenação motora. No entanto, o desenvolvimento do jogo foi bem satisfatório.
No início as crianças queriam ganhar a qualquer custo, ou seja, sem respeitar as
regras estabelecidas previamente, para eles o importante era finalizar a jogada. No
decorrer das partidas as crianças passaram a obedecer às regras e jogar conforme
haviam sido orientadas, visando agora ganhar a partida, mas respeitando as regras.
49
Figura 5: Aluna confeccionando peça do jogo da velha
Figura 6: Alunos jogando o jogo da velha
50
Figura 7: Jogo confeccionado pelos alunos
No segundo dia foi trabalhado o jogo da milonga yoyo. A duração dessa oficina foi
de 1h e 20min, com início às 8h00min. Foram entregues às crianças um kit contendo
o pó de serra na sacola com a borda amarrada, duas bexigas cortadas e o elastex.
Solicitou-se que as crianças amarrassem um pedaço de elastex no tamanho de 40
cm na ponta da sacola de pó de serra, e em seguida cada criança revestiu a sacola
com pó de serra com uma bexiga colorida de maneira que tampasse a parte que
estava amarrada e uma outra por cima tanto para enfeitar como para tampar o
buraco deixada pela outra bexiga. Esse jogo é considerado um jogo de construção já
que as próprias crianças confeccionaram passo a passo o jogo, contribuindo para o
enriquecimento da criatividade das mesmas possibilitando também a percepção de
sua socialização com as demais crianças. Os alunos acharam o jogo interessante
porque nunca tinham ouvido falar deste, brincaram bastante com o jogo pedindo até
para levarem o brinquedo para casa.
51
Figura 8: Confecção da Milonga yoyo pelos alunos
Figura 9: Milonga yoyo confeccionada pelos alunos
No terceiro dia o jogo proposto foi o "vai e vem" que é considerado um jogo de
exercício. O período dessa oficina também teve duração de 40min, os materiais
utilizados para a confecção do mesmo foram: garrafas pet, corda de varal e argolas
plásticas. As garrafas foram levadas cortadas e os alunos enfeitaram as mesmas
com folha de papel contact colorido já cortadas em formas geométricas. Foi
explicada a forma que seria passada as cordas por entre as garrafas que se
encontravam encaixadas umas nas outras e a maneira de colocar as argolas. As
crianças disseram nunca terem escutado falar neste jogo. Houve uma sensação de
surpresa por parte das pesquisadoras visto que consideravam este jogo comum na
52
realidade de hoje. No momento que as crianças foram levadas para o pátio da
escola a fim de brincarem como vai e vem elas não queriam parar com a atividade,
pediram que as deixassem brincando mesmo no momento que as pesquisadoras
fossem embora.
Figura 10: Os alunos confeccionando o jogo vai-e-vem
Figura 11: Crianças brincando com o jogo vai-e-vem
53
Figura 12: Vai e vem confeccionado pelas crianças
Já no quarto dia o jogo confeccionado foi o dedoche utilizou-se uma luva de tecido,
recortes dos personagens feitos de EVA, e cola quente para colar os personagens
nas luvas. Antes da montagem dos dedoches foi contada para as crianças a história
infantil “Os três porquinhos.” Após a contação da história cada criança recebeu um
kit contendo uma luva, dois rostos de porquinhos e um do lobo mal. O outro
porquinho as crianças cortaram no momento da oficina, visto que ele já estava
desenhado no EVA. Após a confecção cada criança que se sentiu a vontade para
contar a história, a recontou de sua maneira. Foi utilizado o tempo de 1h para
elaboração e conclusão desse jogo.Neste momento as crianças demonstraram–se
encantadas com a novidade e a forma diferente de ouvir uma história e a todo o
momento pediam, e em algumas vezes até em forma de coro, para levarem o jogo
para casa. Todos participaram anciosos, porque demonstravam que queriam ver o
dedoche pronto para contarem a história.
54
Figura 13: Aluna confeccionando o personagem do dedoche
Figura 14: Aluna contando a história com o dedoche para os demais colegas
55
Figura 15: Luva de dedoche confeccionada pelos alunos
No quinto dia, em 11 de outubro de 2013, os trabalhos foram expostos para os
demais alunos da escola e os respectivos professores no pátio da instituição. As
pesquisadoras apresentaram aos visitantes como havia ocorrido o projeto e os
objetivos do mesmo. Em seguida, cada criança a sua maneira e de forma
espontânea escolheu o jogo que mais gostou e explicou para os demais a forma de
confecção e como se jogava. Ao final as outras crianças fizeram uso dos jogos como
também as professoras. Cada um brincou com o jogo que mais chamou a atenção.
As professoras e as próprias crianças das outras salas pediram para que o projeto
fosse aplicado também nas demais turmas.
56
Figura 16: Culminância do projeto com as demais turmas da escola
Figura 17: Culminância do projeto com a professora Regente
A regente é bem comprometida com seu trabalho, muito atenciosa e domina bem a
turma. É formada em pedagogia e pós-graduada em gestão em educação, exerce o
magistério há 22 anos. Para ela o planejamento é uma ferramenta para
explicitarmos os objetivos e as metas em relação ao eixo temático, ao qual se quer
alcançar no final da proposta.
57
Segundo ela, a metodologia é importante para o direcionamento proposto em sala
de aula, conduzir tanto o docente como o discente, no processo ensino
aprendizagem.
Em entrevista com a mesma indagou-se qual era sua visão sobre a importância da
utilização dos jogos na educação infantil. Em resposta à pergunta a professora
coloca que “considero que os jogos são muito importantes, porque com o lúdico a
criança aprende brincando, com descontração” (professora).
Em seguida foi perguntado quais são os jogos mais utilizados ou os que as crianças
gostam mais no espaço escolar. A docente respondeu que “eles gostam muito de
jogos de encaixe, quebra cabeças, jogo da memória, bola, dominó de palavras,
dentre outros”.
Indagou-se também sobre qual seria a sua definição a respeito dos jogos. Ela
respondeu que “para mim o jogo desenvolve a concentração, respeito aos
participantes e conhecimento de regras”.
Na pergunta seguinte foi indagado à educadora qual o objetivo de propor os jogos,
para a faixa etária a qual seus alunos encontram-se. Ela respondeu que “acho que
os jogos complementam o meu trabalho pedagógico nas duas faixas etárias que
atuo (02 e 05 anos), tornando–os mais maduros e concretizando a aprendizagem”.
3.3 ANÁLISE DOS DADOS
Nesta seção, foram analisados os dados coletados na pesquisa de campo, através
das atividades propostas e entrevista com a docente, verificando como a mesma
compreende a utilização dos jogos no processo educativo da criança.
É notório que os jogos assim como as brincadeiras devem fazer parte do
planejamento das escolas, pois as crianças precisam do lúdico como estratégia do
processo de ensino e aprendizagem.
Em entrevista com a professora regente da sala de aula, ela deixou claro que
58
conhece os teóricos Piaget e Vygotsky e o que os mesmos dizem a respeito da
utilização dos jogos, bem como a importância da utilização dos mesmos no processo
de aprendizagem das crianças. No entanto, notou-se durante a aplicação do projeto
e a partir das respostas da professora, o pouco uso desses instrumentos na rotina
das crianças.
Ao indagar a professora quais os jogos ela mais utiliza em sala, ela relatou que as
crianças apreciam variados jogos, mas vale mencionar que deve haver um
planejamento para tais atividades, pois há essa necessidade dos jogos para as
crianças. Nos jogos citados por ela apresentam-se jogos de regras como o jogo da
memória e dominó de palavras, jogos de construção como o jogo de encaixe e o
quebra cabeça. Estes jogos devem ser orientados de acordo com a faixa etária da
criança, no caso da pesquisa com crianças de 05 (cinco) anos, esta é a fase em que
a criança está desenvolvendo a linguagem e a parte simbólica. A faixa etária de 5
anos está compreendida no período pré-operatório (02 – 07 anos) descrito por
Piaget , iniciando o processo de transição para a fase operatória concreta. Os jogos
indicados pela professora contribuem para o estabelecimento das características
dessa fase, e o dominó de palavras contribui para o aprimoramento da linguagem,
habilidade adquirida na fase pré-operatória.
A partir do surgimento da linguagem, inicia-se um novo período, que
incorpora o anterior e acrescenta às atividades da criança os símbolos, a
representação mental. É a chamada primeira infância, ou o período préoperatório, intuitivo ou simbólico. A questão daí pra frente não será somente
o fazer, mas também o compreender. (FREIRE, 1992, p. 34)
Ao perguntar sobre a sua definição a respeito dos jogos como resposta observa-se a
consciência da professora em relação às atividades como os jogos, no que diz
respeito às regras e os benefícios no desenvolvimento da concentração e o respeito
aos colegas. É possível dizer também que os jogos contribuem para o
desenvolvimento das seguintes habilidades: social, motora, cognitiva, afetiva e
psicológica.
As regras, de modo geral, são aprendidas de forma concreta e direta em
interação com os jogos com os companheiros do grupo, da mesma
condição psicossocial. O jogo é um juramento feito primeiro a si mesmo,
depois aos outros, de respeitar certas instruções, certas regras. (ALMEIDA,
1998, p. 53)
59
Ao abordadá-la sobre o objetivo de propor os jogos na faixa etária em que seus
alunos se encontram, observou-se a preocupação da professora tendo os jogos
como complemento de seu trabalho, sendo utilizado como um suporte pedagógico
para a melhoria das suas aulas, como também para um melhor aprendizado de seus
alunos. O professor deve fazer uma união do jogo com a sua proposta pedagógica
para obter bons resultados. Assim, o jogo leva a estimular a imaginação, raciocínio,
o faz de conta dentre outras habilidades.
De um modo geral, os professores de Educação infantil reconhecem a
importância do brincar e jogar para o desenvolvimento infantil, percebendo
seu papel na construção da personalidade da criança e nas suas relações
interpessoais. (HORN et al, 2012, p. 32)
Após analisar as respostas da professora, foi feito uma análise dos resultados dos
jogos.
No primeiro dia foi aplicado o jogo da velha caracterizado como um jogo de regras, o
objetivo do jogo era fazer com que a criança adquirisse mais confiança em si própria
e no seu parceiro de jogo de forma natural, fazendo com que a criança se
adequasse as regras estabelecidas pelo jogo, aprendendo a respeitar o parceiro de
jogo e também a ser respeitado. Com isso foi alcançado o objetivo proposto, as
crianças de início não queriam aceitar muito bem as regras, mas no decorrer do
projeto elas foram aceitando.
Foi possível observar que as crianças não tinham a coordenação motora
desenvolvida, pois, mostraram dificuldade durante o corte das peças do jogo, em
conversa informal a professora relatou que não desenvolvia atividades de corte
porque as crianças cortavam os cabelos umas das outras, então como solução ela
decidiu deixar estas atividades para casa onde acreditava que não eram cortadas
por elas. Essa decisão apesar de proteger as crianças dificulta o desenvolvimento
das habilidades motoras finas. Durante as partidas do jogo as crianças iam
aprendendo a respeitarem regras já que no começo queriam ganhar a qualquer
custo sem respeitar regras e os colegas. O que demonstra que esse aspecto não
tem sido explorado de modo amplo no espaço escolar.
60
Para esse tipo de dificuldade, os jogos competitivos e com regras levam a
criança a aprender conceitos básicos da vida, sendo obrigadas a se
enquadrar em determinadas regras para realizar algo, aprendendo a
respeitar para ser respeitado, e a situação lúdica é transposta para as
outras situações da vida. (LOPES, 2001, p. 38)
No segundo dia foi aplicado o jogo milonga yoyo caracterizado como jogo de
construção com objetivo de enriquecer a experiência sensorial da criança e
incentivar a criatividade e outras habilidades da mesma.
Foi notória a curiosidade das crianças ao ver o pó de serra na sacola querendo
saber que conteúdo era aquele, a dificuldade em cobrir a sacola contendo o pó de
serra com as bexigas esteve presente em todos os alunos que a todo o momento
pediam para que as pesquisadoras fizessem para eles. No momento de dar o nó na
bexiga a dificuldade também era tamanha porque nenhuma criança conseguia
amarrar o elastex na sacola. Essa dificuldade está presente porque a criança ainda
não teve seu desenvolvimento completo, não desenvolveu o aspecto físico motor
que se refere à capacidade de manipulação de objetos. Ainda há falta de maturação
orgânica para executar algumas ações.
No terceiro dia foi aplicado o jogo vai e vem que é considerado jogo de exercício.
Esse jogo tem o objetivo de despertar o prazer do movimento como também a
coordenação motora. Esse é o momento da criança por externalizar sua energia e
de socializar com os demais colegas e também adquirir noção de espaço. Foi
possível perceber que algumas crianças tinham dificuldade em manter o mesmo
ritmo que o colega que estava jogando junto e também dificuldade em dar um
espaço da outra dupla que estava brincando ao lado. Nesse jogo é exigido do
indivíduo as habilidades de percepção espacial, atenção e concentração.
As brincadeiras com o corpo em movimento em idade pré-escolar auxiliam
as crianças a compreender conceitos como: perto, longe, fora, mais perto,
bem longe, em frente, atrás, alto, mais alto, em cima, embaixo, direita,
esquerda. Para a autora, é por meio do corpo que a criança aprende e toma
consciência do mundo, e o jogo é atividade própria da criança e está
centrado no prazer que proporciona à mesma (PETRY, 1998, p. 44).
Ao ser aplicado o jogo no momento de darem o nó, as crianças mostraram
dificuldade e chamavam as pesquisadoras para amarrem para eles, mostrando
61
também uma euforia para brincarem, sendo o jogo que elas mais gostaram, pois
relatavam isso o tempo todo. Acredita-se que foi o jogo que eles mais gostaram pelo
fato de terem ido ao pátio da escola para brincarem com o mesmo, e assim percebese uma escassa exploraçãodo espaço externo da escola.
No quarto dia foi aplicado o dedoche que é considerado jogo simbólico tendo como
objetivo estimular o faz de conta, o imaginário. Durante a confecção do jogo no
momento de cortarem o porquinho que já estava traçado, eles encontraram
dificuldade, onde alguns até chegaram a cortar as orelhinhas da personagem.
Através disso foi possível observar que as crianças não tinham a coordenação
motora desenvolvida e como já relatado antes, a professora não costuma trabalhar
com atividades de recorte em sala de aula mandando sempre esse tipo de atividade
para casa.
Pode-se observar uma dificuldade por parte das crianças no que diz respeito a
coordenação motora, no qual foi proposta nos jogos. Já que é nessa fase
denominada de pré-operatória que vai de 2 a 7 anos de idade que eles adquirem
essas habilidades. Foi perceptível que é necessário desenvolver mais atividades que
favoreçam a coordenação motora, pois, percebeu-se que é pouco estimulada no
cotidiano escolar.
Mesmo com as dificuldades encontradas durante a confecção, foi atingido o objetivo
proposto no momento em que as crianças recontaram a história momento no qual foi
despertada a habilidade da imaginação pelo faz de conta que aparece no jogo
simbólico Esse é o momento da criança ser o que quiser e estar onde sempre quis,
ou seja, é o momento em que ela cria novas realidades.
Segundo Fortuna (apud HORN et al 2012, p. 162) a autora afirma que:
Os jogos e brincadeiras desenvolvem também, a criatividade, a imaginação,
a fantasia, a curiosidade das crianças, colaborando assim para a formação
de sujeitos ativos e críticos. Todavia, o brincar e jogar por si só não é
progressista, há a possibilidade da tradição ou da inovação, tudo dependerá
do espaço de ação e de autonomia reservado ao jogador que o jogo e a
brincadeira possibilitam.
62
No último dia ao expor o material confeccionado pelas crianças foi possível observar
a curiosidade das demais crianças, o interesse em brincarem e a vontade de
participarem do projeto. Como as crianças de 05 (cinco) anos já desenvolveram a
habilidade de falar, a explanação dos objetivos e de como foi realizado o projeto
contribui para o aprimoramento e ampliação dessa habilidade já que foram eles que
explicaram os jogos para os demais colegas.
Já no que diz respeito às regras existentes nos jogos que foram aplicados notou-se
que eles têm noção de regra, porém, no auge do jogo não se atentavam para as
tais, pois queriam ganhar a qualquer custo, mas ao mostrar a necessidades das
regras deixaram de jogar de formas desordenadas.
A aplicação do projeto se deu de forma positiva tanto no que diz respeito à aplicação
dos conhecimentos das pesquisadoras como para aquisição de conhecimentos das
crianças.
63
4 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
4.1 CONCLUSÃO
Com a realização da pesquisa pôde-se concluir que os jogos são de suma
importância para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e social das
crianças. Em entrevista com a docente regente da turma pesquisada, foi possível
observar que os jogos devem realmente fazer parte da vida da criança,
desempenhando um importante papel tanto no desenvolvimento quanto na
aprendizagem das crianças.
Através das pesquisas bibliográficas e do estudo de caso foi possível constatar que
as crianças ao jogarem, sendo jogos de construção, de regras, simbólico ou
exercício tiveram momentos ricos no que diz respeito ao desenvolvimento físico e
mental, possibilitando a criança relacionar suas experiências vivenciadas com as
representadas através dos jogos, além da interação entre as crianças e a
compreensão das regras.
De acordo com estudos feitos por Piaget, ele menciona que os jogos tornam-se mais
significativos de acordo com o desenvolvimento das crianças, tornando evidente a
influência do jogar sobre o aprender.
Os resultados observados evidenciam a importância que a escola tem em
desenvolver os jogos como parte integradada aprendizagem, devido a sua
contribuição no processo de ensino aprendizagem, uma vez que desenvolve a
coordenação motora, atenção, concentração, integração, disciplina, percepção
dentre outros, habilidades consideradas importantes para o desenvolvimento da
criança como cidadão. E que a não estimulação dessas habilidades pode
comprometer o desenvolvimento global dos indivíduos.
Por fim pode -se mencionar ainda que o professor não deve apenas ser um mero
observador na questão dos jogos e sim um mediador, intervindo de forma que a
criança faça daquele momento além de prazeroso um momento de aprendizagem.
64
A realidade vivenciada na escola vai de encontro com a bibliografia encontrada
sobre o tema que afirma que os jogos podem ser tornar uma ferramenta que facilita
o processo de ensino-aprendizagem.
4.2 RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se que todas as instituições de ensino da Educação Infantil utilizem
como atividades lúdicas os jogos, devido à influência que os mesmos exercem junto
aos alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação torna-se
mais fácil e dinâmico o processo de ensino e aprendizagem no decorrer de sua vida
escolar.
Sugere-se aconfecções de jogos, pois através do ato de criar, a criança desenvolve
a autoestima, além de muitas outras habilidades como a criatividade e a socialização
com outras crianças. Visto que com o jogo produzido através da interação alunoprofessor, viabiliza-se a troca de relação afetiva da criança e consequentemente no
seu processo de aprendizagem.
O professor deve estimular a criança a produzir, criar, buscar, questionar,
desenvolver, interagir, formando assim crianças críticas, criativas, interativas,
reflexivas, racionais, ativas e que possam também, colocarem-se no lugar do outro,
desenvolvendo a noção de altruísmo.
Desse modo, recomenda-se que todas as atividades realizadas na escola através
dos jogos devem contribuir para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e
emocional no processo ensino-aprendizagem do aluno.
65
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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edição, São Paulo, Editora Loyola, 1998.
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elaboração de trabalhos na graduação. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
3. ANTUNES, Celso. Interações, Brincadeiras e Valores na Educação Infantil, 1º
edição, Petrópolis, RJ, Editora Vozes, 2012.
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Janeiro: Editora LCT, 2011.
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6. BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
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ampliada. São Paulo: Saraiva, 2002.
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promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas emendas
Constitucionais n°s 1/92 a 53/2006 e pelas emendas constitucionais de revisão n°s 1
a 6/94. Brasília: Senado federal, Subsecretaria de Edições técnicas, 2007.
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9.394/1996. 2ª ed. – Rio de Janeiro: Lamparina, 2010.
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Brasília: MEC/SEF, 1998.
10. CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia
Científica, 6ª ed., São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007
11. CRAIDY, Carmem; KaercherGládis E.Educação infantil pra que te quero?,
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12. DEDOCHE. Disponível em:
<http://blogdebrinquedo.com.br/tag/fantoche/page/2/> Acesso em: 31/10/2013
13. FERRÃO, Romário Gava; FERRÃO, Liliân Maria Ventorim. Metodologia
Científica para iniciantes em pesquisa, 4ª ed. Revista e atualizada. Vitória, ES:
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mini Aurélio, 7º edição, Curitiba: Editora Positivo, 2008
66
15. FREIRE, João Batista. Educação de Corpo Inteiro: Teoria e Prática da
Educação Física, 3 ed. São Paulo: Editora Scipione, 1992.
16. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4º ed. São Paulo:
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17. HORN, Claudia Inês, et al Pedagogia do Brincar, Porto Alegre: Editora
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18. IURK, Dione Marise, NASCIMENTO, Adriana Vieira do. A importância dos jogos
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24. ______ Jogos Infantis: O jogo, a criança e a educação. Petrópolis. Rio de
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25. LOPES, Maria da Glória. Jogos na Educação: criar, fazer, jogar, 7º edição, São
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26. MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica.
6ª ed., São Paulo: Atlas, 2011.
27. OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Educação Infantil: Fundamentos e
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28. PALANGANA, IzildaCampaner. Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget
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29. PETRY, C.A. Resistência de Isolamento. Rio de Janeiro, Editora LCT, 1998.
30. PONCE, Anibal. Educação e Luta de Classes. 22ª edição, São Paulo, Editora
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67
31. RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha; DAVIS, Cláudia. Teorias
do Desenvolvimento Conceitos Fundamentais In: Psicologia do Desenvolvimento,
Volume 1. São Paulo: EPU, 1981
32. SISTO, F. F, et al. (orgs.) Atuaçãopsicopedagóogica e aprendizagem escolar.
Petrópolis, vozes, 1996
33. TAILLE, Yves De La, OLIVEIRA, Marta Kohl De, DANTAS, Heloysa. Piaget,
Vygotsky, Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Summus,
1992
34. VAI E VEM, Foto. Disponível em:
<http://www.blogiveco.com.br/2012/10/12/brinquedos-feitos-com-pets/> Acesso em:
31/10/2013
35. VAI E VEM, Regras. Disponível em:
<https://sites.google.com/site/antigasbrincadeirasinfantis/brincadeiras-antigas/vai-evem> Acesso em: 01/11/2013
36. VYGOTSKY, Lev S. et al. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. São
Paulo: Icone, 1988
68
ANEXOS
69
ANEXO A - DETALHAMENTO DOS JOGOS
70
JOGO DA VELHA
Ojogo da velhaoujogo do galoé umjogoepassatempopopular. É um jogo de regras
extremamente simples, que não traz grandes dificuldades para seus jogadores e é
facilmente aprendido. Seu nome teria se originado na Inglaterra, quando nos finais
da tarde, mulheres se reuniram para conversar e bordar. As mulheres idosas, por
não terem mais condições de bordar em razão da fraqueza da visão, jogavam este
jogo simples, que passou a ser conhecido como o da "velha". Porém, sua origem
teria sido ainda mais antiga. Fala-se em tabuleiros escavados na rocha de templos
do antigo Egito, que teriam sido feitos por escravos há 3.500 anos.
Muito popular por sua disponibilidade, pode ser jogado sobre um tabuleiro ou
mesmo sendo riscado sobre um pedaço de papel ou mesa. O tabuleiro é uma matriz
de três linhas por três colunas. Dois jogadores escolhem uma marcação cada um,
geralmente um círculo (O) e um xis (X). Os jogadores jogam alternadamente, uma
marcação por vez, numa lacuna que esteja vazia. O objetivo é conseguir três
círculos ou três xis em linha, quer horizontal, vertical ou diagonal, e ao mesmo
tempo, quando possível, impedir o adversário de ganhar na próxima jogada. Quando
um jogador conquista o objetivo, costumam-se riscar os três símbolos.
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28141 Acesso em:
01/11/2013 as 00h e 03 min.
VAI E VEM
Em 1976, durante o verão, surgiu na Itália o brinquedo Vai-e-vem. O brinquedo é
formado por uma bola de plástico oval com abertura no centro, por onde passavam
duas cordas de nylon. Nas extremidades de cada corda ficam as alças que cada
jogador segura e usa para movimentar a bola. Muito popular nas praias, a
brincadeira é: cada participante ficará de um lado do vai e vem segurando as duas
alças. Com um movimento de abrir as mãos, a criança “empurra” o vai e vem para o
amigo que deverá fazer o mesmo gesto para “devolver”. Nessa brincadeira não
existem ganhadores ou perdedores.
Disponível em: https://sites.google.com/site/antigasbrincadeirasinfantis/brincadeiras-antigas/vai-e-
71
vemAcesso em: 01/11/2013 ás 00h e 10 min.
DEDOCHES
Os dedoches estimulam a imaginação das crianças, e são utilizados para contar
histórias inventadas ou conhecidas. Basta escolher uma história, fazer os
personagens como preferir e se divertir junto com as crianças.
MILONGA YOYO
É um jogo antigo conhecido como “prima” do yoyo, em que a criança possui uma
bola feita com o material que desejar, amarrada a um elastex e joga esta bola ao ar
e de volta a sua mão.
72
APÊNDICES
73
APÊNDICE A – ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM A PROFESSORA DA
EDUCAÇÃO INFANTIL
74
Segue o roteiro para entrevista como parte da pesquisa para o Trabalho de
conclusão do Curso de Pedagogia da Faculdade Norte Capixaba- MULTIVIX. Os
dados desse roteiro foram para uso do trabalho, sem a menção de nomes.
1 - Qual sua formação profissional e, tempo de atuação na educação infantil?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2- Qual sua visão sobre a importância dos jogos na educação infantil?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3 - Quando as crianças estão brincando, quais são os jogos que utilizam mais ou os
que elas gostam mais?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4 - Qual seria a sua definição a respeito dos jogos?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5 - Em sua opinião, qual o objetivo de propor os jogos para a faixa etária a qual seus
alunos encontram-se?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
75
APÊNDICE B – PROJETO APLICADO NA TURMA DE 05 (CINCO) ANOS
76
PROJETO JOGANDO E CONFECCIONANDO
Introdução
O presente projeto refere - se ao Trabalho de Conclusão de Curso voltado às
atividades de confecções dos jogos feitos por crianças da turma de cinco anos de
um CEIM localizado no bairro Cacique do município de São Mateus – ES, no
período de 07 a 11 de Outubro de 2013 no horário das 08h00min às 09h00min.
Os jogos serão desenvolvidos na própria sala de aula dos educandos na turma de
05 (cinco) anos junto à professora regente. Em cada encontro será confeccionados
um jogo. Os materiais utilizados durante as oficinas serão disponibilizados pelos
integrantes do projeto de pesquisa.
Justificativa: Projeto Jogando e Confeccionando
Para dar ênfase ao Projeto Final de TCC do Curso de Pedagogia fez - se
necessáriaà criação deste projeto devido ao tema escolhido que é “A importância
dos jogos na educação infantil”.No projeto “Jogando e Confeccionando” as crianças
terão contato com o jogo tanto confeccionando-os quanto jogando – os. Ao final da
confecção dos jogos, haverá uma exposição dos mesmos pelas crianças a fim de
dar culminância ao projeto.
As etapas de confecção e exposição do material serão realizadas em cinco dias.
Cada dia um jogo diferente e no último dia será feita uma exposição dos jogos
confeccionados pelos educandos, para que os demais alunos da instituição que não
participaram do processo possam ter contato através dos relatos das próprias
crianças e os jogos expostos. Buscou-se através de vários autores fazer uma
ligação entre a teoria e a prática desenvolvida em sala de aula, onde na teoria diz
que os jogos desenvolvem várias habilidades na criança como social, cognitiva,
psicológica e afetiva e durante a prática será possível identifica-las.
Objetivo Geral:
77
Analisar de que modo os jogos contribuem para o desenvolvimento da criança na
educação infantil, beneficiando o processo de ensino aprendizagem.
Objetivo específico:
- Observar a relação das crianças com os jogos no momento da confecção e
execução;
- Observar e estimular a interação das crianças mediante os jogos propostos;
- Compreender o jogo como uma estratégia que viabiliza o processo de
aprendizagem;
- Reconhecer a importância do jogo no trabalho pedagógico.
Metodologia:
O projeto acontecerá em cinco dias. Em cada dia será trabalhado um jogo diferente.

No 1º Dia – Confecção do jogo de regras que será o Jogo da Velha;

No 2º Dia – Confecção do jogo de construção que será a Milonga Yoyo;

No 3º Dia – Confecção do jogo de Exercício que será o Vai-Vem;

No 4º Dia – Confecção do jogo simbólico que será o Dedoche da história “Os
Três Porquinhos”

No 5º Dia-Exposição dos jogos confeccionados pelas crianças no pátio da
escola.
O evento acontecerá do dia 07/10 a 11/10/2013 com duração de uma hora cada
oficina. Foi acordado com a escola que as oficinas acontecerão no período da
manha no horário de 8h00min as 9h00min.
Estratégias de Desenvolvimento do Projeto:
78
No 1º dia a turma será divida em duplas, e cada dupla confeccionará o seu jogo de
regra que será o jogo da velha, utilizaremos papel cartão e durex colorido para o
tabuleiro e EVA para as peças. Logo após a confecção do jogo as crianças irão
jogar, cada dupla com seu jogo. As duplas serão escolhidas aleatoriamente.
No 2º dia a turma será distribuída em circulo onde cada criança irá receber um kit
para montar a milonga. Este kit conterá: duas bolas de soprar, um saquinho com pó
de serra e um pedaço de látex. Logo após a confecção cada criança irá jogar a sua
milonga yoyo.
No 3º dia a turma será divida em duplas onde cada dupla confeccionará seu VaiVem, cada dupla receberá duas garrafas pet´s cortadas ao meio, duas cordas de
varal e papel contact para enfeitar o seu vai-vem. Logo após cada dupla irá jogar o
vai-vem.As duplas serão escolhidas aleatoriamente.
No 4º dia a turma será disposta em círculo, e antes de iniciar a confecção será
contada a história “Os três porquinhos” e em seguida cada criança receberá uma
luva para colarem os porquinhos. Será entregue a eles um rostinho desenhado do
porquinho para que recortem e colem na luva. Ao final cada um contará a história da
sua maneira e com o seu dedoche.
No 5º dia será colocada uma mesa no pátio da escola para expor os jogos
confeccionados pelas crianças da turma de cinco anos. Nesse dia, as crianças que
participaram da confecção dos brinquedos explicarão para as demais crianças do
CEIM como brincar com cada brinquedo.
Recursos Didáticos
- Jogo da Velha: Papel cartão, tesoura sem ponta, durex colorido e EVA.
- Milonga Yoyo: Elastex, saquinho com pó de serra e duas bolas de soprar.
- Vai-Vem: Duas garrafas pet´s cortadas ao meio, duas cordas de varal e contact
colorido.
- Dedoche: Quatros dedos de uma já cortada, EVA e canetinhas para decorar seu
dedoche.
79
- Exposição dos jogos: Uma mesa para colocar os jogos.
Culminância:
Como resultado final do Projeto Jogando e Confeccionando, será feita uma
exposição dos jogos confeccionados pelas crianças da turma de cinco anos no pátio
da escola, onde as demais turmas poderão tanto ver, saber como foram
confeccionados quanto poderão jogar cada jogo exposto.

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