CT 180 - BRS Carnaúba, Nova Cultivar de Soja para a Região

Transcrição

CT 180 - BRS Carnaúba, Nova Cultivar de Soja para a Região
180
Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento
Foto: Ricardo Montalván Del Águila
ISSN 0104-7647
Outubro, 2005
Teresina, PI
BRS Carnaúba, Nova
Cultivar de Soja para a
Região Norte e Nordeste do
Brasil
FOTO
1
Ricardo Montalván Del Águila
2
Eduardo Souza Lambert
2
Leones Alves de Almeida
2
Romeo A. De Souza Kiihl
3
Jamil Chaar El-Husny
4
Vicente Gianluppi
2
Maurício Conrado Meyer
4
Oscar José Smiderle
Introdução
melhoramento, cujo processo de seleção foi realizado
nas regiões citadas. Nesse trabalho, são apresentadas as
principais características da cultivar BRS Carnaúba:
origem, locais de avaliação, regiões de adaptação,
características descritivas e agronômicas. Com essas
informações, produtores técnicos interessado têm como
aprimorar o grande potencial da BRS Carnaúba em se
constituir uma cultivar de larga aceitação.
A expansão do cultivo da soja nos Estados do Norte e
Nordeste vem aumentando significativamente nos
últimos anos; Com isso, a demanda por novas cultivares
que ampliem o reduzido grupo de cultivares atualmente
disponibilizadas para os produtores, nessas regiões.
Cultivares de alta qualidade genética em produtividade de
grãos e adaptadas à região se constituem num elo
fundamental em um sistema de produção que minimize os
riscos, que aliadas às práticas culturais e às ações de
comercialização fortifiquem o agronegócio.
Origem
A cultivar BRS Carnaúba foi desenvolvida pela Embrapa,
em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do
Corredor de Exportação Norte “Irineu Alcides Bays”
(FAPCEN), a partir do cruzamento [ E93-392 x (BR9231879 x Sharkey)] realizado em 1994.
A Embrapa disponibiliza atualmente oito cultivares de soja
para as Regiões Norte e Nordeste do Brasil, uma das
quais recentemente lançada, BRS Carnaúba. Essas
cultivares são oriundas de um programa de
1
Engenheiro Agrônomo, D. Sc., Embrapa Meio-Norte,
2
Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Embrapa Soja. [email protected];
[email protected]; [email protected];
3
Engenheiro Agrônomo, D. Sc., Embrapa Amazônia Oriental.
4
Engenheiro Agrônomo, D. Sc., Embrapa Amazônia Rorainam, [email protected];
Caixa Postal
01, CEP 64006-220 Teresina, PI. [email protected]
[email protected];
[email protected]
2
BRS Carnaúba, Nova Cultivar de Soja para a Região Norte e Nordeste do Brasil
Locais de Avaliação
Características Agronômicas
Esta cultivar foi avaliada em vários Estados: Maranhão
(Balsas, Chapadinha, Sambaíba, São Raimundo das
Mangabeiras e Tasso Fragoso), Piauí (Baixa Grande do
Ribeiro e Uruçuí), Tocantins (Pedro Afonso e Campos
Lindos) e Pará (Paragominas e Santarém).
A BRS Carnaúba tem uma altura média de 77 cm, tendo
boa a moderada resistência ao acamamento. Apresenta
resistência à abertura de vagens, e o peso médio de 100
sementes está em torno de 16 g. (Tabela 1).
Grupo de Maturação
Região de Adaptação
Ciclo médio (MA, PI, PA, RR), tardio (TO: microrregião
de Pedro Afonso e Campos Lindos)
Estados do Maranhão, Piauí, região centro-norte de
Tocantins e regiões nordeste e oeste do Pará.
Reação a Doenças
Características Descritivas
A BRS Carnaúba é resistente às principais doenças
limitantes à cultura da soja (Tabela 2).
Cor do hipocótilo: verde
Cor da pubescência: marrom
Épocas de Semeadura
Densidade da pubescência: normal
Cor da flor: branca
Cor da vagem: marrom clara
= Início de novembro (preferencialmente) a meados de
dezembro: sul do Maranhão, Piauí e Tocantins;
Forma da semente: esférica
= Meados de janeiro a meados de fevereiro: norte do
Maranhão e nordeste do Pará (Paragominas);
Cor do tegumento: amarela
Brilho da semente: fosco
= Março: oeste do Pará (Santarém).
Tipo de crescimento: determinado
Cor do hilo: preta imperfeita
Reação a peroxidase: positiva
Tabela 1. Algumas características agronômicas da cultivar BRS Carnaúba
Ciclo (dia)
Altura (cm)
Local
Florescimento Total
Balsas, MA
Sambaíba, MA
S. Raim. das Mangabeiras, MA
Tasso Fragoso, MA
Baixa G. do Ribeiro, PI
Bom Jesus, PI
Uruçuí, PI
Campos Lindos, TO
Pedro Afonso, TO
Paragominas, PA
Santarém, PA
48
46
–
55
51
–
49
50
51
43
39
123
126
–
135
125
–
130
133
134
120
115
Planta
70
70
–
93
74
–
76
90
85
65
73
Inserção
1ª vagem
14
15
–
19
16
16
16
18
17
14
15
Grau
Deiscência
acamamento
(%)
(1-5)
1
1
1
2
1
1
1
2
1
1
1
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
Peso 100
sementes
(g)
16
16
15
17
17
15
16
16
17
16
15
BRS Carnaúba, Nova Cultivar de Soja para a Região Norte e Nordeste do Brasil
Tabela 2. Reação da cultivar de soja BRS Carnaúba a doenças
Doença
Pústula bacteriana
Casa de vegetação
Campo
Sem informação
Mancha “Olho-de-Rã”
Resistente
Resistente
Mosaico comum da soja
Resistente
Sem informação
Sem informação
Sem informação
Cancro da haste
Resistente
Resistente
Nematóide das galhas (Meloidogyne incógnita)
Susceptível
Sem informação
Nematóide das galhas (Melodogyne incógnita)
Susceptível
Sem informação
Nematóide do cisto
Susceptível
Sem informação
Oídio
Produtividade de Grãos
Rendimento Industrial
A cultivar BRS Carnaúba apresentou produtividade de
grãos em média de 3.197 kg/ha, em quatro safras (2001
a 2004), e um total de 27 ambientes. Superou as
cultivares BRS Candeia e BRS Sambaíba em 8% em
média.
A BRS Carnaúba tem em média 20,9% de teor de óleo e
40% de proteína (Tabela 4).
A seguir, são apresentados dados de produtividade da
BRS Carnaúba e as cultivares padrões nos locais de
ensaios com maior precisão experimental (Tabela 3).
Outras Informações Relevantes
= Possui ampla adaptação e estabilidade de produção.
= Recomendada para solos corrigidos de média a alta
fertilidade.
= População de plantas: 200 a 250 mil plantas/ha, de
acordo com as condições de fertilidade do solo.
3
4
BRS Carnaúba, Nova Cultivar de Soja para a Região Norte e Nordeste do Brasil
Tabela 3. Produtividade comparativa de grãos (kg/ha) da cultivar de soja BRS Carnaúba em relação às testemunhas, em
locais/anos selecionados pelo coeficiente de variação dos experimentos.
Testemunhas
Local
Sambaíba, MA
S.Raim. das Mangabeiras, MA
Tasso Fragoso, MA
Chapadinha, MA
Tasso Fragoso, MA
Pedro Afonso, TO
Balsas, MA
Sambaíba, MA
S.Raim. das Mangabeiras, MA
Tasso Fragoso / MA
Baixa G. do Ribeiro, PI
Bom Jesus, PI
Uruçuí, PI
Campos Lindos, TO
Pedro Afonso, TO
Balsas, MA
Chapadinha, MA
Sambaíba, MA
S. Raim. das Mangabeiras, MA
Tasso Fragoso, MA
Uruçuí, PI
Campos Lindos, TO
Pedro Afonso, TO
Produtividade média
Ano
BRS Carnaúba
2000/01
2000/01
2000/01
2001/02
2001/02
2001/02
2002/03
2002/03
2002/03
2002/03
2002/03
2002/03
2002/03
2002/03
2002/03
2003/04
2003/04
2003/04
2003/04
2003/04
2003/04
2003/04
2003/04
3909
2476
4224
3700
5178
2891
2986
4096
2988
3904
4285
2349
3592
4563
2933
3511
3233
2423
3183
4053
3709
3020
2602
3470
BRS
Sambaíba
3325
1828
4046
3767
3883
2527
3086
3589
3450
3200
4303
2980
3538
3994
3002
3124
3125
2373
3046
3228
2867
2301
3026
3200
BRS
Candeia
3725
2454
4443
3484
3923
2688
3934
3553
3073
3866
3743
1738
3493
3994
2655
3166
3079
2616
3479
3778
2244
2503
1801
3193
Média
3525
2141
4244
3625
3903
2607
3510
3571
3261
3533
4025
2359
3515
3994
2828
3145
3101
2494
3262
3503
2555
2402
2413
3196
CV
%
10,2
19,9
11,6
20,0
11,2
13,7
14,2
11,1
10,6
9,8
19,2
19,7
16,9
18,1
7,2
16,9
17,8
17,5
14,8
18,1
18,6
13,1
15,6
Tabela 4. Teores de óleo e proteína da cv. BRS Carnaúba, por local de teste
BRS Carnaúba
Local
Balsas / MA
S. R. Mangab. / MA
Tasso Fragoso / MA
Uruçuí / PI
Campos Lindos / TO
Pedro Afonso / TO
Óleo
(%)
22,33
21,28
21,82
19,55
20,19
20,03
Proteína
(%)
39,20
42,35
38,42
41,42
38,99
39,40
Testemunhas
BRS Sambaíba
Óleo
Proteína
(%)
(%)
20,79
38,26
21,61
38,78
22,97
39,30
22,37
40,59
22,52
38,37
21,50
39,40
BRS Candeia
Óleo
Proteína
(%)
(%)
19,51
40,42
21,02
38,02
18,82
39,50
20,98
41,51
21,13
37,38
21,00
39,10
Referência Bibliográfica
LAMBERT, E.S; ALMEIDA, L.A.; KIIHL, R. A. S; MONTALVAN, R. A.; EL-HUSNY, J. C.; GIANLUPPI, V.; MEYER, M. C.;
KLEPKER, D.; SMIDERLE, O. J. Cultivar de soja BRS Carnaúba. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO CENTRAL DO BRASIL, 27., 2005, Cornélio Procópio Ata... Londrina: Embrapa Soja, 2005. p. 383. (Embrapa Soja. Documentos, 265)
Comunicado
Técnico, 180
Ministério da Agricultura,
Pecuaria e Abastecimento
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1a impressão (2005): 120 exemplares
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Legat, Humberto Umbelino de Sousa, Semírames Rabelo
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Revisão de texto: Lígia Maria Rolim Bandeira
Editoração eletrônica: Jorimá Marques Ferreira

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