Jornal fetaesc dezembro 2009
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Jornal fetaesc dezembro 2009
AGRICULTURA FAMILIAR NA ESCOLA Conforme a lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, no mínimo 30% dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), devem ser utilizados para a compra de produtos dos agricultores familiares e empreendedores familiares rurais. Essa é uma conquista do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, através do Grito da Terra Brasil, uma mobilização que negocia com os governos políticas públicas para melhorar as condições de vida, de renda e de trabalho dos agricultores familiares e, consequentemente, promover o desenvolvimento rural. A alimentação escolar foi um dos itens da pauta de reivindicação da FETAESC junto à Secretaria Estadual da Educação, onde a entidade AÇÕES 2010 busca a viabilidade da inclusão de agricultores na comercialização de seus produtos para as escolas. Também já promoveu 18 encontros microrregionais para tratar com as lideranças sindicais a operacionalização do Programa. “Vamos trabalhar para garantir que os agricultores familiares associados aos Sindicatos participem desse programa, que é uma alternativa de renda para a família e um grande incentivo para a organização da produção visando o acesso aos mercados”, diz a coordenadora da Comissão de Mulheres da FETAESC, Maria das Graças Darós. Segundo a dirigente, o grande diferencial dessa política do governo é que o agricultor “já tem garantida a comercialização de parte de sua produção”. Veja mais na página 6. 02 SAFRA DO TABACO 05 VENDA COLETIVA DE LEITE 03 06 2 Jornal da Fetaesc editorial ASSEMBLÉIA Mais agricultora saudável em 2010 Os dias prósperos não vêm por acaso. Eles nascem da determinação que empregamos para conseguir o que se sonha. Ao finalizar mais um ano de trabalho, temos boas conquistas para comemorar com nossos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Primeiramente é preciso salientar que são resultados da nossa organização, mobilização e participação para que se concretizassem. Iniciamos o ano com a aprovação do Código Ambiental de Santa Catarina que conciliou produção de alimentos e a conservação do meio ambiente e passou a ser referência nas discussões em âmbito nacional para promover mudança da legislação ambiental brasileira. A criação do Programa Nacional de Habitação Rural passa a ser um programa de governo com recursos específicos da União para que a família rural também consiga realizar o sonho da Nova Morada. O crédito emergencial para os atingidos pelas intempéries climáticas, o aumento dos recursos do Pronaf, a lei da ATER e da alimentação escolar, a realização da primeira edição da Feira Estadual dos produtos da agricultura familiar e da reforma agrária também entram no rol das conquistas de 2009. E tem mais! Somos os pioneiros no país na celebração de uma Convenção Coletiva de Trabalho Rural com abrangência estadual. Também concretizamos a luta pela instituição do piso regional de salário. Vale destacar que os ganhos não são apenas para a nossa categoria, mas para mais de 400 mil trabalhadores e trabalhadoras catarinenses. A comercialização 10 mil sacas de sementes de milho variedade apenas pelo preço do custo de sua produção e a ampliação do Programa de Sustentabilidade da Pequena propriedade – Produtor 10 são ações que muito nos orgulham pelas possibilidades que criam para a família rural obter mais renda, administrar com sucesso seu empreendimento e ter orgulho da profissão de agricultor. As atividades de formação político-sindical e as ações para o fortalecimento dos sindicatos filiados foram uma constante em nossa agenda de trabalho de 2009. Reconhecemos que nem todas as nossas metas idealizadas puderam ser totalmente concluídas. Mas a representação dos trabalhadores rurais de Santa Catarina, que muito nos orgulha, é um processo contínuo de demandas e de realizações. E, a nossa vontade e o apoio recebido da base são combustíveis para em 2010 percorrermos o caminho e alcançar o que mais almejamos: aumentar o IF (Índice de Felicidade) para o povo do campo. Desejamos agricultura saudável para todos nós em 2010 Pauta aprova por unanimidadae No dia 03 de dezembro, 142 associados e associadas participaram das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária de final de ano da FETAESC. Todos os itens da pauta foram aprovados por unanimidade. A previsão orçamentária para o próximo ano ficou em R$ 3.049.000,00. A legislação ambiental foi apontada como prioridade no planejamento de atividades para 2010, por conta das várias questões como a regularização das áreas rurais, o licenciamento ambiental, as mudanças na legislação e a pressão dos órgãos ambientais e dos ambientalistas sobre o setor produtivo. Além da questão ambiental, a Comissão de Apoio Político Sindical da FETAESC, reunido nos dois dias anteriores à Assembléia, estabeleceu outras ações conforme as demandas da base e nos quatro eixos estratégicos estabelecidos pela atual direção quando tomou posse em 2008. Os eixos são: sustentabilidade da propriedade familiar rural, fortalecimento das microrregiões sindicais e dos sindicatos, visibilidade e vitalidade do movimento sindical e eleições 2010. Veja no quadro as prioridades para o Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santa Catarina para o próximo ano. A Assembléia também tratou da atualização do valor da Contribuição Sindical e da Contribuição Assistencial. Veja detalhes na página 11 dessa edição. PRIORIDADES Legislação ambiental Regularização e Gestão dos STTRs Programa de Multiplicação de Sementes de Milho Variedade (Prodemilho) Sustentabilidade da Propriedade (Produtor 10) Comunicação Cooperativismo Habitação Previdência Organização das comissões Orientação cadeia de tabaco Orientação Daps Formação política sindical Assalariados Encontro das mulheres Integração das Microrregiões Educação no campo ITR e CCIR Novo logotipo ELEIÇÕES 2010 Conforme deliberação dos congressos da Contag pela unificação das logomarcas das federações e sindicatos e buscando dar maior visibilidade e vitalidade ao movimento sindical, a direção da Federação fez uma adequação em seu logotipo, mas mantendo parte dos elementos que identificam a sua marca há mais de 40 anos. O novo logo foi aprovado e também a orientação para que os sindicatos filiados façam a adaptação de suas marcas. A assembléia referendou a participação de lideranças sindicais, independente de partidos políticos, nas próximas eleições gerais. A participação das lideranças do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais nos processos eleitorais é uma determinação dos Congressos da Contag. Segundo o secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris, além de colocar os temas relevantes da agricultura familiar nas pautas propostas pelos futuros parlamentares, “é estratégico a eleição de líderes do movimento sindical para uma maior intervenção nos espaços de decisão, visando a qualificação das políticas públicas para os trabalhadores rurais”, convoca o dirigente catarinense. É importante utilizar as agendas de trabalho e de eventos do conjunto de ações de todas as instâncias do movimento sindical para tratar desse tema. Recesso e Férias Coletivas Expediente DIRETORIA EXECUTIVA DA FETAESC O calendário administrativo de final de ano da FETAESC prevê férias coletivas no período de 23/12/09 à 25/01/10. A partir do dia 06/01 haverá atendimento parcial por equipe pré-determinada e diretoria. Veja como fica o calendário do recesso do final de ano e férias coletivas dos funcionários da FETAESC. Sede - Rua Leoberto Leal, 976 – Barreiros - São José/SC CEP 88.117-000 Fone (48) 3246-8011 Fax (048) 3246-0535 www.fetaesc.org.br f e t a e s c @ fetaesc.org.br Base Oeste - Av. Nereu Ramos 776-E Centro - Chapecó - CEP 89.810-021 F o n e ( 4 9 ) 332 8 . 8 3 1 7 - b a s e o e s t e @ f e t a e s c . o r g . b r Jornal da FETAESC – Veículo informativo da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina. Diretoria Executiva Presidente - Hilário Gottselig Vice - Presidente - Joaozinho Althoff Secretária Geral - Agnes Schipanski Weiwanko Tesoureiro - José Walter Dresch Coordenadora de Mulheres Trab. Rurais - Maria das Graças Felisberto Darós Coordenador dos Jovens - Adriano Gelsleuchter Coordenadora 3 a Idade - Alice Rovaris Diretor Executivo Base Oeste - Ítalo Zanelatto Jornalista Responsável: Marta Maria Guerra Diagramação: Ênfase Comunicação - Impressão: Gráfica Rio Sul - Tiragem: 3 mil exemplares 3 Jornal da Fetaesc FORMAÇÃO 33 NOVOS EDUCADORES SINDICAIS NA REGIÃO SUL A Escola Nacional de Formação da Contag (Enfoc) realizou no dia 19 de novembro a formatura da 2ª turma da Regional Sul. Denominada de ‘SUL Sem Fronteiras’, a turma é composta por 33 novos educadores entre dirigentes e líderes sindicais, agricultores e agricultoras dos três estados da região Sul. A cerimônia aconteceu na sede da FETAESC com a presença do coordenador da regional e presidente da Federação, Hilário Gottselig, do Secretario Geral da Contag, David Wylkerson de Souza, do presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-SC), Luiz Daltora, do vice-presidente da Fetag do Rio Grande do Sul, Sérgio de Miranda e do coordenador estadual de Jovens da Fetag do Paraná, Marcos Junior Brambilla. “Vocês passam a ser referência na construção da nossa organização sindical”, disse Gottselig, ao manifestar a satisfação em recepcionar a turma para o terceiro e último módulo do curso. Segundo o dirigente “essa etapa é o início de um processo” que tem grandes desafios na organização e gestão sindical, na representatividade e “nas ações voltadas para aumentar o IF (Índice de Felicidade) da família trabalhadora rural”, apontou o presidente da Fetaesc. Sérgio de Miranda fez referência à nova família que a turma construiu nesse período de formação de quase seis meses. “Quando se tem algo para fazer, procura-se quem tem o quê fazer”, disse o dirigente ao mencionar sobre a dificuldade em escolher as pessoas para o curso “que vão contribuir na transformação da realidade de uma sociedade exploradora para uma mais justa e igualitária”, umas das diretrizes da Enfoc. “A missão de vocês é fazer um trabalho na base para o êxito do PADRSS” (Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário), sinalizou o jovem paranaense Marcos Brambilla. Também citou a importância de todos estarem “atentos na eleição de representantes políticos com afinidade com a classe trabalhadora, sendo esses protagonistas de mudanças na própria política”, salientou o jovem paranaense. “Fico feliz de poder contar com mais esse grupo de pessoas qualificadas na construção de um projeto político do movimento sindical, tanto para o urbano como para o rural”, destacou Luiz Daltora, da CTB. O Secretario Geral da Contag, David de Souza, fez uma retrospectiva da criação da Enfoc que aconteceu a partir do 9º Congresso (2004), “onde os dirigentes de base perceberam que a emancipação política se dá com a formação qualificada”. Para David, o sucesso da Escola está na formação de militantes comprometidos com o PADRSS e “agora o nosso maior desafio é ter pelo menos um deputado representante dos trabalhadores rurais em cada estado para defender esse projeto”, apontou o dirigente e em seguida fez a outorga de grau de educador/a sindical e a entrega dos certificados. A turma ‘SUL Sem Fronteiras’ escolheu como paraninfo um dos professores do curso, o sociólogo e mestre em educação, Antenor Martins de Lima Filho. As atividades realizadas nos três módulos de formação da Da esquerda para a direita Miranda (RS) Gottselig (SC) David (Contag), Brambilla (PR) e Daltora (CTB-SC) na mesa da cerimônia de formatura A Turma Sul Sem Fronteiras e no detalhe os formandos de SC Enfoc envolveram palestras, dinâmicas, momentos culturais, visitas à propriedades e empreendimentos associativos, debates e trabalhos em grupo “que ajudaram esse grupo a adquirir conhecimentos, ter uma nova visão da sociedade em que vivemos e também para o fortalecimento das nossas práticas sindicais”, afirma a secretária geral da FEAESC, Agnes Weiwanko. O vice-presidente da FETAESC Joãzinho Althoff e o coordenador da Comissão Estadual dos jovens Adriano Gelsleuchter também estão entre os formandos catarinenses. Althoff destaca as atividades inter módulos como “momento importante, onde foram socializadas as práticas sindicais como forma de troca de experiências da vivência com a base”. Comprometimento: Depois de receber formação específica de qualificação visando o fortalecimento do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e a im- plementação do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, a turma ‘SUL Sem Fronteiras’ fez a entrega à mesa de um documento onde se comprometem “a se concentrar na discussão sobre a formação e a organização sindical, envolvendo a continuidade da Enfoc e a representação político-social do meio rural; e a organização da produção, envolvendo a questão das integradoras e das nossas agroindústrias”. Ainda no primeiro semestre de 2010, a FETAESC deve realizar a capacitação da Enfoc no Estado para cerca de 40 lideranças. As novas turmas das etapas nacional e regional também estão previstas. Segundo a secretária geral da Federação, Agnes Weiwanko, a proposta da formação é promover a inserção de gênero e geração e também proporcionar a qualificação de lideranças que estão há mais tempo atuando no movimento sindical. OPINIÃO: Minha expectativa com o curso eram conhecer mais a fundo “o que é movimento sindical” para melhorar a prática sindical. Os resultados foram além das expectativas. A convivência com pessoas mais experientes no movimento, os professores super capacitados nos envolveram de maneira cativante, fazendo com que, cada vez mais, abracemos a causa pelo movimento sindical. Os temas trabalhados na Enfoc, servirão de apoio à formação do Programa Jovem Saber em meu município, tanto para mim como para meus colegas de estudo com os quais compartilho os conhecimentos adquiridos na Escola. Os temas trazem a história do movimento, e um entendimento do que é movimento sindical, como se formou, por que, quem foram os grandes batalhadores nessa história, o queremos quanto sindicato, etc., temas que necessariamente devem ser trabalhados não só com a juventude, mas com toda a comunidade sindical. Nicoli Nicoluzzi – STTR de Irienópolis Estimular o desenvolvimento de formação sindical pessoal e coletivo era a minha expectativa com a Enfoc. Na parte da história da humanidade aprendi muito, já as questões de gênero e geração foram bastantes polêmicas. Com o conhecimento obtido através dos temas abordados nos três módulos e também da prática sindical da Região Sul, além da troca de experiências do grupo e as visitas realizadas, certamente que esse curso vai ajudar a melhorar e a atualizar a minha prática sindical. Alice Rovaris da Silva Cooordenadora da Comissão Estadual da 3ª Idade A participação na Enfoc reafirmou minha identidade com o meio rural e o compromisso com a agricultura, e me fez perceber que posso contribuir muito mais. Os conteúdos são muito bem abordados, principalmente na lógica de aprender a desaprender e, justamente muitas coisas que eu aprendi na faculdade ‘desaprendi’ - no bom sentido, nessa capacitação. Nitidamente minhas atitudes mudaram perante aspectos políticos e ideológicos, principalmente em entender e trabalhar com as diferenças. A Enfoc é um ambiente de fazer amigos e muitas amizades foram sendo construídas durante o curso. Saímos da Enfoc com grande responsabilidade de multiplicar os conhecimentos que aprendemos na região e no Estado, com o intuito de aprimorar nossas ações para melhor representar nossa categoria. Adriano Gelsleuchter Coordenador Estadual dos Jovens 4 Jornal da Fetaesc SINDICALISMO CONTAG FAZ SEU PLANEJAMENTO NA BASE Em outubro, 280 lideranças sindicais dos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul estiveram reunidas, em Florianópolis, para definir as estratégias de ação do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais para os próximos quatro anos, com base no Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PADRSS). Os sete seminários regionais de ‘Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário e Territorialidade’, realizados pela Contag, entre os meses de agosto e outubro em todo o país, é a segunda etapa de um processo que teve iniciou em 1997, quando se começou a construção do PADRSS, através da implementação do Programa de Formação de Dirigentes e Técnicos em Desenvolvimento Local, envolvendo 15 mil pessoas de 300 municípios. A etapa 2009, de reavaliação do projeto, teve a participação de cerca de duas mil lideranças, assessores e parceiros e incorporou a temática territorialidade. As proposições apresentadas nas oficinas vão nortear as ações do movimento sindical não só nos aspectos de gestão interna das entidades sindicais, mas também para qual será a política de território que o movimento sindical quer construir e quais parcerias e ações para o desenvolvimento rural com gente no campo e em boas condições de vida. O planejamento da Contag, realizado de forma descentralizada permite maior participação das lideranças sindicais na formulação das propostas e com base na estrutura das entidades e na realidade local. Em dezembro, a Contag reuniu seu conselho deliberativo para aprovar esse conjunto de proposições vindas dos quatro cantos do país e que começam a serem colocadas em prática, de forma integrada, pelos mais de quatro mil sindicatos de trabalhadores rurais e 27 federações sob a sua coordenação. Otimismo - “Vamos ser otimistas para que os trabalhadores e trabalhadoras rurais nos vejam como espelho para um mundo melhor”, disse o presidente da Contag, Alberto Broch, no encerramento do seminário da Região Sul, ao conclamar as lideranças sindicais para a realização das ações propostas nas oficinas que trataram da gestão, formação e organização sindical, relações institucionais, ações de massa e políticas públicas para o campo. Segundo Alberto, foi atingido plenamente os objetivos do evento pela qualificação das propostas e pela participação de 100% das direções das Fetags nos cinco dias do Seminário. Integração Os Sindicatos são responsáveis pela manutenção do sistema Contag, “sem Eleições 2010 De nada adiantará a definição de estratégias para o desenvolvimento rural que queremos se não ocuparmos os espaços onde elas são definidas e sem a construção de parcerias com quem acredita no Projeto Alternativo de Desenvolvimento Sustentável e Solidário. vocês não existem as Fetags e nem a Contag, mas precisamos integração para fazer sindicalismo e enfrentar os desafios que essas contribuições e o mundo nos impõem”, salientou o dirigente. “Esses dias de debate são um espelho do que somos e fazemos e nosso compromisso é fortalecer essa organização, com representatividade e reconhecimento da sociedade”, sinalizou presidente da Fetaesc, Hilário Gottselig. Como coordenador da Regional Sul da Contag, disse que a mobilização para o Seminário foi importante para a reorganização da regional, que esteve reunida no dia 09 de dezembro para tratar do planejamento de suas ações. Representando a Fetag de Santa Catarina, a coordenadora da Comissão de Mulheres, Maria das Graças, reforçou as palavras ditas no início do evento, “colocar nossas ações em prática com o olhar na família”. Em sua opinião, o movimento sindical está afastado dos associados, as ações devem estar direcionadas “para o que eles querem e precisam”, com atenção especial para a juventude, “de nada valerá nosso trabalho sem gente no campo”. Desafios - Conforme a vice-presidente da Contag e Secretaria de Relações Internacionais, Alessandra Lunas, nesse ciclo de seminários ficou claro o desafio de melhorar o diálogo Mística de Abertura Mesa de abertura Oficinas com a sociedade para o conhecimento do leque de ações colocadas em prática pelo sistema Contag. “Essa autoavaliação é uma injeção de ânimo, pois há desafios que ainda precisam de mais debate, como as questões do aquecimento global e da fome no mundo”, lembrou Lunas. Opiniões dos participantes Esse seminário é importante porque são colocadas várias opiniões para que as lideranças sindicais cheguem a um denominador comum de como implantar as ações do PADRSS na base. Temos trabalhado para que elas aconteçam, como por exemplo, ocupando espaços políticos no município, desenvolvendo o projeto ‘Propriedade Sustentável’, a comercialização de sementes de milhos variedade e, nesse momento, reavaliando nosso Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural. É claro que temos muitos desafios pela frente, um deles é a organização da produção e esse processo é complicado, pois precisamos enfrentar a cultura do individualismo. O sindicato faz a política da ajuda mútua, do sozinho é difícil companheiro! Quando levantamos uma bandeira de luta, o tempo e o modo de se faz não tem tanta importância, o que vale é o resultado para o trabalhador rural. Ademir F. Rosa da Silva – Vereador e Presidente do STR de Luiz Alves/SC Conheci o PADRSS através do Programa Jovem Saber e esse Seminário é interessante porque há uma reavaliação do projeto e se ele está sendo colocado em prática. Como é uma ação do Sistema Contag, não tem como excluir os Sindicatos desse processo, eles são a base das ações do projeto. Mas ele precisa ser melhorado. É bonito no papel, a sua aplicação é mais complicada. Veja, por exemplo, o Programa Nacional do Crédito Fundiário, é muito burocrático o acesso aos recursos para a compra de terra. Além disso, de que adianta esse projeto se não tiver gente no campo? A sucessão rural e a educação do campo deveriam ser os principais pilares do PADRSS. Hilton Wzorek – Coordenador da Comissão de Jovens da Microrregião Sindical do Planalto Norte de SC (Astramate) O PADRSS atende em parte as necessidades da base. Tem de melhorar é a questão financeira dos sindicatos, caso contrário não é possível a ação sindical. Acho que o PADRSS não está resolvendo questões importantes que enfrentamos no dia a dia. Você pode comprar palmito no supermercado, mas eu vou ser presa se cortá-lo na minha propriedade para o próprio consumo. Recebo uma miséria pela alface que planto e pago muito quando preciso comprá-la no mercado. Pergunto se é ajudar ao pequeno agricultor obrigá-lo a colocar brincos em dois ou três bois que tem no pasto. Vai que ele morre por afogamento. Eu vou ser condenada porque não apresento o brinco? Eu fico na roça, mas não posso tirar o mato para fazer uma cerca. O vizinho me denuncia e eu sou presa. Hoje a terra é minha, mas não sou dona porque as leis para os grandes são aplicadas também na agricultura familiar. Eu vim aqui buscar soluções para essas questões e tranqüilizar os agricultores, espero que não fiquem só no papel. Etelvina Richartz – Coordenadora da Comissão da 3ª Idade do STR de Biguaçu e da Microrregião Sindical da Grande Florianópolis Norte/SC O Seminário é interessante porque discute nossos defeitos e também as virtudes do movimento sindical. Precisamos desses encontros para conhecer mais o PADRSS, mas não adianta só ficar na conversa. É preciso colocar na base, tanto na capacitação dos dirigentes como na gestão e finanças da entidade. De nada adianta ter um plano, sem ter recursos para colocálo em prática. Através de algumas parcerias com o setor público e privado buscamos promover a qualidade de vida no meio rural. Nosso foco são os jovens, eles precisam saber quanto vão ganhar sendo agricultor, caso contrário vão para a cidade em busca de renda e melhores condições de vida. Adriano Schurhoff – Presidente do STR de Braço do Norte/SC 5 Jornal da Fetaesc TABACO SAFRA 2009/10 NEGOCIAÇÃO DO PREÇO EM SEPARADO Em dezembro, a FETAESC e outras entidades representantes dos agricultores iniciaram a negociação do preço da safra 2009/2010 com as indústrias de tabaco. A primeira rodada de reuniões aconteceu nos dias 07 e 08 de dezembro na sede da AFUBRA, em Santa Cruz do Sul (RS). Como tem acontecido nas duas últimas safras, está previsto a negociação em separado com cada indústria do Brasil. As entidades representantes dos produtores têm como proposta de reajuste de 17% sobre os custos de produção. Nesta safra, o custo de produção é de R$ 5,80, e teve os índices técnicos atualizados pelos técnicos da UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul, em conjunto com representantes dos agricultores e da indústria de tabaco. Portanto, os custos estão ajustados e acordados entre representantes dos agricultores e indústrias. A FETAESC está otimista na busca de uma boa negociação. Nesta safra existem fatores importantes em favor dos agricultores. De um lado há demanda acentuada pelo tabaco e a safra no Brasil, tem sofrido consideráveis prejuízos pelos problemas climáticos: excesso de chuvas, chuva de granizo e ventos fortes. Por estes motivos está previsto queda na oferta do produto. Na safra passada a representação dos agricultores conseguiram negociar aumento de 13,15% sobre a tabela de preços. O preço para o tipo Virginia, classe TO2, foi comercializado por R$ 5,68/kg e o BO1 R$7,07/kg. Para esta safra ainda não esta definido claramente qual será o percentual de reajuste que PESQUISA: MOÇAS NO MEIO RURAL A FETAESC não incentiva o consumo e nem sugere meios para propagar o consumo de tabaco. No entanto, como entidade organizada e representante dos agricultores tem o compromisso de defende os interesses dos 59 mil produtores de Santa Catarina. Além disso, 85% da produção é exportada e a diversificação de atividades já é uma realidade na maioria das propriedades. os representantes dos agricultores vão colocar na mesa de negociação. A produção do tipo Virginia esta concentrada na região Sul, Vale do Itajaí e Planalto Norte e o tipo burley esta concentrada na região Meio Oeste e Oeste de Santa Catarina. Santa Catarina tem 59 mil produtores de tabaco do tipo Virginia e burley. A cadeia de produção de tabaco em Santa Catarina é a segunda em importância pela quantidade de agricultores integrados neste sistema. PRODEMILHO MAIS MILHO SEMENTE EM 2010 O programa de sementes de milho variedade para as pequenas propriedades rurais de Santa Catarina – (Prodemilho) vai ampliar a quantidade de sementes em 2010. Em 2008 a Epagri disponibilizou cinco mil sacas, em 2009 a FETAESC contratou a produção de 10 mil sacas de sementes e para o próximo ano já foram plantadas as sementes para a coleta de 20 mil sacas de semente de milho de 10 quilos para a coSementes de milho com a marca FETAESC mercialização junto aos agricultores familiares. Para esta safra também está previsto a implantação de unidade demonstrativa e dias de campo. “A ampliação do programa comprova que ele está alcançando seus objetivos”, comemora o presidente da Federação Hilário Gottselig. O programa visa o aumento da produtividade de grãos nas propriedades agrícolas, especialmente do milho, redução dos custos de produção e, em conseqüência, a melhoria da renda das famílias rurais. Em 2009 foi realizado convênio de parceria técnica entre a FETAESC, EPAGRI e COOARPA para a multiplicação de semente de milho variedade em Santa Catarina. A Federação ficou com a responsabilidade de contatar produtores cooperantes e realizar todo processo produtivo. A EPAGRI tem responsabilidade de repassar a genética das sementes, assim como oferecer ás condições de tecnologia para a multiplicação de sementes. A COOARPA tem a responsabilidade de fazer a comercialização das sementes em conjunto com os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Santa Catarina. A FETAESC contratou os serviços técnicos do Agrônomo José Henninger como responsável técnico perante o MAPA. A FETAESC realizou pesquisa com os produtores de tabaco em Santa Catarina para buscar dados concretos sobre esta atividade. A pesquisa de campo foi realizada em 59 municípios catarinenses com 934 agricultores e foi conduzida pelos dirigentes e funcionários do Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais de Santa Catarina, utilizando na escolha do entrevistado o sorteio aleatório. A pesquisa aponta a presença, 39%, de agricultores de tabaco com idade na faixa etária entre 33 a 60 anos. Mostra também que 41% do público feminino jovem pretendem continuar vivendo no meio rural. A pesquisa identifica claramente que os produtores plantam tabaco por duas razões principais: venda garantida da produção e porque tem pouca área de terra. A terceira razão apontada é porque a atividade dá boa renda. Entre as principais dificuldades apontadas pelos agricultores: o preço alto dos insumos (54%); problemas climáticos (49%). Um dos fatores que interfere diretamente no resultado da safra é o preço pago da mão-deobra. A pesquisa também apontou variação de preço em regiões produtoras, sendo que o preço médio foi de R$43,92 por dia trabalhado. “Estes são fatores relevantes e interferem diretamente na lucratividade do produtor de fumo”, afirma o assessor de política agrícola da Fetaesc, o administrador Irineu Berezanski. Os resultados completos da pesquisa foram publicados em uma caderneta de bolso pela federação e estão disponíveis na internet: www.fetaesc.org.br CAPACITAÇÃO EM AGRICULTURA ORGÂNICA A FETAESC e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Joinville e de Canoinhas estão realizando cursos de capacitação em agricultura orgânica para olericultores e fruticultores. Assumir a produção de orgânicos significa fortalecer a organização da produção, o processo da alimentação escolar e, principalmente, a sustentabilidade da propriedade rural. Conforme a coordenadora da Comissão das Mulheres da FETAESC, Maria das Graças Darós, essa é uma demanda que tem vindo dos próprios agricultores e, os que já deram os primeiros passos na reconversão, estão satisfeitos com os resultados obtidos, tendo em vista que a produção orgânica tem mais valor no mercado consumidor. No curso são abordadas questões da produção como fertilidade do solo e práticas de receitas agroecológicas simples e mais elaboradas de biofertilizantes e inseticidas naturais. Esses insumos naturais são mais baratos para o controle de pragas e doenças, garantem a nutrição das plantas e, em contrapartida, não agridem o meio ambiente. Também é trabalhado o processo de certificação, tendo em vista que é uma exigência do governo e do mercado a identificação. Com o objetivo de analisar as potencialidades e as dificuldades na área da produção e também da comercialização, os participantes do curso fazem visitas às propriedades para conhecer as experiências. Curso de agricultura orgânica em Canoinhas 6 Jornal da Fetaesc COOPERATIVISMO VENDA COLETIVA DE LEITE A Cooperativa de Agricultores Familiares de Xaxim e Região Oeste Catarinense (Cooper Xaxim) iniciou no dia 1º de dezembro a coleta coletiva de leite de 58 agricultores associados, que tem uma produção mensal de 120 mil litros de leite. A primeira venda foi para o laticínio Da Vila ao preço R$ 0,57 pelo litro de leite recolhido pela cooperativa. Para a redução de custos ao produtor, o caminhão de coleta é contratado pela cooperativa. A cooperativa foi fundada em 19 de junho desse ano com 21 associados e constituída com o objetivo de organizar a comercialização de leite dos cooperados. A partir de agora, mensalmente, a Cooper Xaxim fará contato com os laticínios da região para nego- ciar o melhor preço. “É muito importante a organização dos produtores em cooperativas, pois o preço alto dos insumos e a comercialização individual inviabilizam a produção e o agricultor desmotivado tende a abandonar a atividade”, afirma o presidente da cooperativa Dirceu Grison. Ele está confiante de que com os bons resultados na venda coletiva, mais produtores vão se interessar e haverá aumento no número de sócios. Além do preço, a negociação com laticínio garantiu assistências técnica gratuito, o troca-troca de novilhas, o financiamento de equipamento como ordenhadeiras e refrigeradores, serviços de máquinas e também convênio para consulta médica com 50% de desconto. Caminhão coleta leite na propriedade de José Bruel A organização da produção requer dos agricultores familiares a organização de cooperativas. Neste sentido, a FETAESC está desenvolvendo. conjuntamente com as microrregiões e sindicatos, um trabalho para a constituição de diversas cooperativas no Estado. Em 2009 foram criadas a Cooper Xaxim, a Cooper Trento (Nova Trento) Cooper Vila (Joinvile) e outras iniciativas estão em debate bus- Revisão da política dos territórios O secretário de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Humberto Oliveira, esteve na Fetaesc para tratar do andamento do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (PRONAT). O conceito de territorialidade nasceu das proposições do Grito da Terra Brasil e acabou tornando-se uma política pública. No entanto, a Fetaesc, com 198 Sindicatos de Trabalhadores Rurais filiados, é da opinião de que não são respeitados os princípios de paridade, pluralidade e representatividade que devem nortear a formação dos colegiados dos seis territórios rurais e dois territórios da cidadania constituídos em Santa Catarina. Na avaliação da FETAESC, a concepção teórica do programa é interessante, mas na prática, tem se observado várias lacunas sendo necessário “ajustes nos desvios de finalidades para consolidar os territórios” ressalta Gottselig. Os problemas são de toda ordem e têm início na criação dos territórios onde há um direcionamento político na composição do colegiado, na escolha da coordenação e do papel do articulador. “Essa manipulação interfere na aprovação de projetos de real interesse dos agricultores familiares e resulta em desperdício do dinheiro público que deveria ser direcionado para o desenvolvimento do meio rural”, alerta o presidente da Fetaesc, Hilário Gottselig. Solução: Entre as medidas apontadas pela Fetaesc está a revisão dos colegiados para contemplar a participação de todas as representações da sociedade civil, criar critérios de comunicação e definição de um calendário para que as pessoas possam participar das reuniões do colegiado. Observar a cando identificar seu projeto de negócio e, brevemente, serão formalizadas. A UNICAFSC (União das Cooperativas dos Agricultores Familiares do Estado de Santa Catarina) tem a missão de integrar as iniciativas e um de seus projetos para melhorar a logística de distribuição é a utilização de um box no CEASA de São José. Sindicato incentiva a participação nas conquistas Para o secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santiago do Sul, Paulo Meneguzzi, as políticas públicas conquistadas através do Grito da Terra Brasil estão possibilitando melhorar o nível de vida dos associados e também o desenvolvimento rural sustentável. representatividade entre as entidades na escolha do grupo técnico e que o articulador busque a convergência dos interesses e das idéias de forma imparcial. Outra necessidade é a divulgação de regras do que pode ser financiado pelo Programa para atender o público alvo e cumprir a sua função social. Versão do governo: O secretário Humberto Oliveira, reconhece que há uma série de conflitos, mas “é a matéria prima desse programa e é preciso fazer alianças para o seu enfrentamento”, argumentou. Nesse sentido, ele orienta para a participação das Prefeituras, que são os gestores dos recursos do programa. Hoje, existem 35 pré-territórios aguardando para serem incluídos pelo MDA. Como estratégia para a solução dos problemas, o governo não criará novos territórios até 2011, fará convênios com as entidades para a formação e capacitação dos membros dos colegiados dos atuais territórios, e também com as instituições públicas que prestação serviço de assistência técnica visando aumentar o núcleo técnico e, dessa forma, reduzir o poder de decisão do articulador. O secretário também informou que será dada atenção especial aos projetos que receberam pedido de vista em 2009 e serão priorizados aqueles cujas ações complementam os projetos já em andamento nos territórios. Ele conta que em seu município, vários agricultores já participam do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e agora também estão no Programa da Alimentação Escolar (PNAE). Meneguzzi enfatiza que esse trabalho está voltado “para que os agricultores obtenham mais renda e permaneçam na atividade rural”. O PNAE (Lei nº 11.947/09), determina que, no mínimo 30% dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), devem ser utilizados para a compra de produtos dos agricultores familiares. Já o PAA adquire, pelo preço praticado no mercado e sem licitação, os alimentos produzidos por agricultores familiares e assentados da reforma agrária. A venda direta de alimento para as escolas do município está contribuindo para agregação de valor na produção “tendo uma sobra maior para investir na propriedade”, conta o agricultor associado Elezir Molossi. Segundo o presidente do Sindicato, as crianças também gostam porque os alimentos são mais naturais e vêm das lavouras que eles conhecem. “A merenda da escola é mais saudável e saborosa”, diz o dirigente. Depois de realizar encontros microrregionais para apresentar o funcionamento do Programa e orientar os líderes sindicais de como os agricultores devem proceder para que vendam seus produtos através do programa, a Federação vai continuar assessorando os sindicatos na organização de cooperativas para a venda pelo PNAE. “O associativismo possibilita o oferta de maior variedade de produtos e também a garantia de fornecimento durante todo o período escolar”, assinala o assessor da Fetaesc, o administrador rural Mário Bottega. PRÉ-TERRITÓRIO SERRA MAR Em outubro, em Braço do Norte, aconteceu a Assembléia de constituição do PréTerritório Rural Serra Mar. Nesse primeiro encontro de lideranças locais foi criado o Conselho Técnico com um membro governamental e um não governamental, representante de cada um dos 24 municípios e os respectivos suplentes. O delegado regional do MDA, Jurandi Gugel, disse que “estará empenhado para garantir recursos no orçamento de 2010 do ministério para desenvolver ações no Serra Mar”. Fazem parte do Pré-Território Serra Mar os seguintes municípios: Anitápolis, Armazém, Braço do Norte, Capivari de Baixo, Garopaba, Grão Pará, Gravatal, Içara, Imaruí, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Lauro Muller, Orleans, Paulo Lopes, Pedras Grandes,Rio Fortuna,Santa Rosa de Lima,Sangão,,São Bonifácio, São Ludgero, São Martinho, Treze de Maio, Tubarão. 7 Jornal da Fetaesc SUSTENTAR PRECISA DE AJUSTES Os trabalhadores rurais das pequenas propriedades de Santa Catarina são responsáveis por 87% da produção de alimentos do Estado. Conforme os últimos dados do Censo Agropecuário do IBGE, tem origem nessas propriedades: 93% da mandioca, 87% do leite, 79% do feijão, 70% do milho, 68% do plantel de aves e 66% do de suínos, 64% do arroz e 32% da soja. Uma amostra do potencial da agricultura familiar e dos assentados da reforma agrária do Estado foi apresentada na 1º Feira Catarinense da Agricultura Familiar, Economia Solidária, Pesca e Energias Renováveis - Sustentar 2009, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, no Centro Sul, em Florianópolis. A venda dos produtos não foi o ponto alto da feira, embora os cerca de 200 expositores se empenhassem na apresentação de seus produtos como queijos, salames, conservas, geléias, mel, pães, bolachas, legumes, feijão, amendoim, e outras iguarias, além do artesanato, plantas e flores ornamentais. A escolha do local e o bom tempo do final de semana prolongado com o feriadão de 02 de novembro foram apontados para o baixo volume de vendas. A programação paralela, com muitas palestras, mesa de debates, seminários e oficinas, acontecendo em vários locais da cidade, também foi um ponto negativo e que só serviu para o governo federal “vender o seu peixe” e para sua articulação rumo as eleições 2010. Com esses debates, a intenção dos organizadores era mostrar que a produção familiar, a comercialização e o consumo têm a ver com desenvolvimento sustentável. O presidente da Fetaesc, Hilário Gottselig, foi palestrante da mesa ‘Desenvolvi- mento Rural Sustentável e os Rumos da Agricultura Familiar em Santa Catarina’, no primeiro dia do evento. No dia seguinte, o secretário de Política Agrícola da Contag, Antoninho Rovaris, participou da mesa sobre ‘Soberania Alimentar, Produção de Alimentos e Mercado Institucional’. Como positivo, o interesse do governo federal e estadual e das instituições parceiras, bem como das entidades representativas do setor, em mostrar o potencial da agricultura familiar catarinenses. Nesse sentido, o governo já sinalizou com a realização anual da Sustentar com os devidos ajustes do local e no período de realização. A proposta é realizar nos meses de inverno, aliás, essa era a intenção inicial, mas o evento teve de se adiado por duas vezes por conta do surto da gripe A. Também será necessário organizar rodadas de negócios com o setor atacadista para que os produtos da agricultura familiar estejam disponíveis permanentemente aos consumidores. A FETAESC levou nove empreendimentos de agricultores familiares de Santa Catarina para participar da VI Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, que acontece no início de em outubro, no Rio de Janeiro. Esses empreendimentos dos associados dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Santa Catarina também participaram da feira estadual. Panorama da Feira realizada no Centro Sul e o estante da FETAESC. Da esquerda para a direita, o presidente da UNICAFSC Wilson Kuiava, da FETAESC Hilário Gottselig, Ivanir Basso (laticínios Novo Rumo), a coordenadora estadual das trabalhadoras rurais, Maria das Graças Darós e o assessor da federação, Ives Lopes. MAIS EM MENOR ÁREA O Censo Agropecuário 2006 traz uma novidade: pela primeira vez, a agricultura familiar brasileira é retratada nas pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os resultados permitem constatar o quanto a participação da agricultura familiar é importante para a agropecuária e para a economia brasileira. Foram identificados 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar, que representam 84,4% do total, (5.175.489 estabelecimentos), mas ocupam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Apesar de ocupar apenas um quarto da área, a agricultura familiar responde por 38% do valor da produção, isto é, R$ 54,4 bilhões. Mesmo cultivando uma área menor, a agricultura familiar é responsável por garantir a segurança alimentar do país, gerando os produtos da cesta básica consumidos pelos brasileiros. O setor emprega quase 75% da mãode-obra no campo. De cada dez ocupados no campo, sete estão na agricultura familiar. São 12,3 milhões de trabalhadores no campo que estão em estabelecimentos da agricultura familiar e são responsáveis por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. O valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de R$ 13,99 mil. pela primeira vez, a agricultura orgânica e apontou que apenas 1,8% (ou 90.425) dos estabelecimentos fazem essa pratica. O Brasil possui uma das estruturas mais desiguais do mundo. Enquanto pequenos lotes com menos de 10 hectares ocupam 2,7% da soma de propriedades rurais, grandes fazendas com mais de 1 mil hectares concentram 43% do total. Dados negativos: Mais de 80% dos produtores agropecuários são analfabetos ou não concluíram ensino fundamental; A soja foi a cultura que mais cresceu nos últimos dez anos, registrando um aumento de 88% na produção e 69% na área colhida. Isso representa uma expansão de 6,4 milhões de hectares, em grande parte no Centro-Oeste. Os dados do IBGE mostram que esse crescimento acelerado se deu à base de produtos geneticamente modificados. Cerca de 46% dessas propriedades utilizaram sementes transgênicas, com uso disseminado de agrotóxicos nas lavouras; O Censo investigou, O casal de agricultores de Canoinhas Edson e Marlene Prust, praticam a olericultura orgânica SÍNTESE DA AGRICULTURA CATARINENSE O Estado continua como maior produtor nacional de maçã, cebola, ostras e suínos; o segundo de frango, arroz e fumo e o terceiro na produção de banana e trigo. O setor agropecuário é responsável por 60% das exportações catarinenses. Os dados mais importantes da produção e do mercado dos produtos da agricultura, da pecuária, da aquicultura e do setor florestal catarinense estão da Síntese da Agricultura de Santa Catarina 2008/ 2009. Também faz parte da análise, o balanço de oferta e demanda do Brasil e de Santa Catarina, incluindo as exportações e importações e as perspectivas de produção e de mercado de cada produto, a questão do crédito agrícola, o calendário agrícola, a concentração regional dos produtos, além de informações estruturais, socioeconômicas e geográficas de Santa Catarina. “Deve ser referências de consulta para nossas lideranças sindicais” destaca o presidente da Fetaesc, Hilário Gottselig, sobre a importância da publicação. A publicação está disponível em versão impressa na Epagri/Cepa e em meio eletrônico no site: www.cepa.epagri.sc.gov.br 8 Jornal da Fetaesc MEIO AMBIENTE TERRA NOVO CÓDIGO AMBIENTAL PARA O PAÍS A Comissão Especial do Código Ambiental da Câmara dos Deputados está realizado uma série de audiências públicas em todo o país para discutir com a sociedade mudanças na legislação ambiental brasileira. O projeto de lei 5.367/2009, de autoria do deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC), que institui o Código Ambiental Brasileiro e estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente, é referência nos trabalhos da Comissão. Em Santa Catarina, aconteceram audiências em Lages, Araranguá, Ituporanga, Joinville e Chapecó. O projeto de Colatto foi criado para substituir o Código Florestal Brasileiro, que data de 1965 e inviabiliza o setor produtivo agropecuário e tem como proposta a simplificação da atual parafernália legislativa, que contém mais de 16 mil atos administrativos e Pacto Federativo Ambiental Descentralizado que dá autonomia para que cada Estado implemente o seu Zoneamento Econômico Ecológico. Segundo o presidente da FETAESC, Hilário Gottselig, o projeto tem uma abordagem similar e praticamente todos os itens do Código Ambiental de Santa Catarina. A grande discussão em torno da harmonização entre preservação ambiental e produção iniciou amplamente em 2009 com a iniciativa dos catarinenses de criar seu próprio Código Ambiental e deverá prosseguir com mais força em 2010. Reserva Legal Reserva legal ideal Como até o dia 03 de dezembro não havia nada oficial em relação à prorrogação do Decreto n°6686 que estabelece o prazo de 11 de dezembro de 2009 para que os agricultores façam a averbação da Reserva Legal nas propriedades rurais, era grande a dúvida das lideranças sindicais que participaram da Assembléia da FETAESC sobre como orientar os agricultores. Nesse sentido, a direção informou que a Contag estava tratando com o governo a prorrogação desse prazo e recomendou para que no momento da averbação os agricultores façam a Reserva Legal de acordo com o Código Ambiental de Santa Catarina (Lei Estadual n° 14.675). O que foi anunciado pela imprensa é que o novo prazo será 11 de junho de 2011. Após a entrada em vigor do decreto, o proprietário que for autuado terá 120 dias para fazer uma proposta de adequação da área. Depois, terá até 2031 para apresentar a recuperação da floresta. MAIS BENEFICIÁRIOS COM O REAJUSTE NOS TETOS Em 2009, 700 proposta de compra e venda de terra foram aprovadas em Santa Catarina pelo Programa Nacional do Crédito Fundiário, e outras 1200 propostas estão em análise pelo Banco do Brasil. Essa quantidade poderia ter sido cinco vezes maior se fosse aumentado o teto de financiamento para aquisição de terras por famílias, que hoje é de R$ 40 mil. O reajuste dos tetos foi um dos principais assuntos em debate do 2º seminário nacional de avaliação do programa, realizado no início de dezembro, em Anápolis (GO). O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) já concordou com novos tetos para a Região Sul, que variam de R$ 60 mil a R$ 100 mil e o que está faltando é a aprovação do Conselho Monetário Nacional. A FETAESC esteve presente no evento com beneficiários, assessores e dirigentes sindicais (foto). Os Sindicatos e a federação são responsáveis pelo processo de mobilização, acompanhamento e controle social do programa. Também participaram representante das 21 Unidades Técnicas Estaduais que executam o programa, agentes financeiros e equipe da Secretaria de Reordenamento Agrário do MDA Além da avaliação das ações do programa em 2009 em todo o país, o grupo tratou do planejamento estratégico para o próximo ano. Ao fazer um balanço do Programa Nacional do Crédito Fundiário, o secretário de Política Agrária da Contag, Willian Clementino, classificou de ‘razoavelmente positivo’ e justificou: “Precisamos avançar em algumas demandas específicas do movimento sindical dos trabalhadores e trabalhadoras rurais”. Além do aumento do teto, segundo ele, é preciso modificar a legislação para regulamenta a aquisição de terras entre parentes. HABITAÇÃO RURAL QUEREMOS REFORMAS O Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) passou por algumas mudanças, nos últimos meses, antes mesmo de ser operacionalizado. A primeira mudança é que para o Grupo 1 aumentou o valor do subsídio, de R$ 10 mil para R$ 12 mil em municípios com menos de 20 mil habitantes e para R$ 15 mil em municípios acima de 20 mil habitantes. Com essa alteração foi removida a possibilidade de encaminhar projetos de reforma das moradias rurais, sendo então apenas de casa nova para o Grupo 1. A FETAESC e a Confederação Nacional dos Tra- O STTR de São Miguel do Oeste (extensão de Base nos municípios de Paraíso, Bandeirante e Barra Bonita), promoveu almoço de confraternização das famílias beneficiárias do Programa Nova Morada. São 215 famílias que estão com suas casas novas ou reformadas. balhadores na Agricultura (Contag) estão negociando com o governo federal “a remoção dessa trava do programa, visto que a demanda do nosso estado é muito maior para reforma do que para casa nova”, informa o coordenador da Comissão dos Jovens da Federação e responsável pela área, Adriano Gelsleuchter. Mas para o programa começar a ser operacionalizar ainda está dependendo de uma portaria interministerial para a regulamentação, entre os Ministérios das Cidades e da Fazenda. Tal portaria se encontra desde o dia 13 de novembro na mesa do ministro da Fazenda Guido Mantega, para ser assinada. “Estamos negociando para que nessa portaria volte a incluir projetos de reformas no programa, mas só teremos a certeza no ato da publicação”, diz Gelsleuchter. Segundo o dirigente, percebe-se “pouco interesse por parte do governo para solucionar tal problema, seguidamente temos de cobrar e fazer pressão para que entre em ação”, diz. Na visão da FETAESC o programa é fundamental para consolidar a agricultura no nosso estado, com a permanência dos jovens no campo e desenvolver o meio rural catarinense. Com relação aos G2 e G3 também ainda não houve publicação para operacionalizá-los e dificilmente esses grupos poderão apresentar projetos no primeiro semestre de 2010, pois o interesse do governo é dar prioridade ao G1. Família Osmari Schimdt, beneficiários de Chapadão de Lageado Os catarinenses que estiveram em Anápolis com o consultor do MDA Franscico Urbano (primeiro da direita para a esquerda) 9 Jornal da Fetaesc EDUCAÇÃO NO CAMPO Feiras Pedagógicas Para mostrar os resultados das ações do Programa Interdisciplinar de Educação do Campo, realizadas no período de 2005 a 2009, a Secretaria Municipal de Educação de Canoinhas promoveu as Feiras Pedagógicas das Escolas do Campo. As ações conjuntas envolvem a Secretaria Municipal de Educação, gestores escolares, professores, alunos, comunidade e parceiros integrados no Programa. Desde 2004, a FETAESC desenvolve o projeto de Educação do Campo com o objetivo de estimular iniciativas para a manutenção de escolas no espaço rural. Estas iniciativas primam pelo ensino de qualidade e a valorização da atividade agrícola. Considerando que a Educação do Campo seja estratégica para a sociedade, a federação prestigiou o evento. O diretor tesoureiro, José Walter Dresch, acompanho do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canoinhas, Edmar Padilha, visitaram a Feira Pedagógica na EBM. Maria Izabel de L. Cubas, da comunidade Rio d’Areia do Meio. “É uma forma de reconhecimento pelos excelentes trabalhos que a Secretaria de Educação vem desenvolvendo em parceria com o nosso movimento sindical”, disse Walter Dresch. Com o objetivo de divulgar e implementar as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo, em 2010 está previsto a continuidade da capacitação de educadores da rede municipal de ensino e de dirigentes sindicais da Microrregião da Astramate. Como membro efetivo do Fórum Catarinense de Educação do Campo (FOCEC) a Federação continuará atuando fortemente na luta por educação de qualidade para o meio rural. Uma das conquistas de 2009 foi a criação do curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo da UFSC, cuja primeira turma foi formada a partir do vestibular de inverno. HOMENAGEM DA ALESC O Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) de Santa Catarina, Luiz Carlos Dartora (STTR de Campos Novos), foi um dos homenageados da sessão especial da Assembléia Legislativa, no dia 25 de novembro e requerida pelo deputado Pedro Uczai (PT). A aprovação da Lei Complementar n° 459, que institui o Piso Estadual de Salário em Santa Catarina, que entra em vigor a partir de 1º de janeiro de 2010, motivou a homenagem às centrais sindicais e ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese). A proposta inicial de implantação do piso estadual de salário foi apresentada pela Fetaesc, durante o Grito da Terra Brasil de 2006, aos candidatos ao governo estadual. E se concretizou através da organização e mobilização de toda a classe trabalhadora catarinenses. O projeto de lei de iniciativa popular teve mais de 50 mil assinaturas, número que forçou o Executivo a atender a reivindicação dos trabalhadores e encaminhar o projeto de lei ao Legislativo que, com a pressão popular votou a matéria rapidamente. Dep. Sérgio Grando, Daltora e Dep. Pedro Uczai Alunos da escola Alberto Vardenski, da comunidade Salto da Água Verde, Canoinhas.... e o diretor da FETAESC José Walter Dresch com os educadores Revalorização da vitivinicultura em Major Gercino Cerca de 50 pessoas, na maioria produtores de uvas, participaram do Seminário de Atualização Técnica e Mercadológica em Vitivinicultura, que visa à revalorização de uma atividade tradicional das comunidades de Nova Galícia e Pinheiral, do município de Major Gercino. Essas comunidades foram colonizadas por imigrantes poloneses que trouxeram de seu país de origem o gosto pelo cultivo de vinhas e da fabricação de vinhos artesanais. O seminário foi organizado pela Epagri, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Major Gercino e Associação de Desenvolvimento da Microbacia de Pinheiral e contou com o apoio da Prefeitura Municipal e do Banco do Brasil. As palestras foram proferidas pelos pesquisadores da Embrapa, José Protas, que falou sobre o Panorama Nacional e Mundial da Vitivinicultura e Umberto Camargo, que discutiu Alternativas Tecnológicas para Produção de Uvas. A necessidade da qualificação da atividade surgiu das discussões do Grupo de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) composto pelo Banco do Brasil, Epagri, FETAESC-Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Prefeitura Municipal. E o seminário é uma das etapas de um projeto financiado pelo Sebrae-SC, que pretende fazer um diagnóstico da atividade na região, através de visitas a serem realizadas na maioria dos produtores e que pretende culminar em um acompanhamento técnico altamente especializado, a ser realizado no ano de 2010, em todas as etapas da produção. Agricultores interessados em melhorar a produção de uva PELA UNIDADE Os catarinenses estavam entre as 1.500 lideranças sindicais que participaram do 2º Congresso Nacional da CTB, realizado em outubro, em São Paulo. Entre as principais bandeiras de luta aprovadas, destaque para a consolidação da unidade das centrais sindicais e a realização de uma nova Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora). Há cerca de um ano das eleições presidenciais de 2010, a Declaração Política também sai em defesa de uma plataforma unificada dos trabalhadores e do desenvolvimento com valorização do trabalho. Na foto da esquerda para direita: Presidente do STTR de Blumenua. Márcio Schwanz, Daltora, a coordenadora da Comissão de Mulheres da FETAESC, Maria das Graças Darós e os presidentes dos STTRs de Ituporangal, de Luiz Alvez, Sebastião Rosa e Ademir F. Rosa. O presidente da FETAESC, Hilário Gottselig permanece como membro da diretoria da CTB Nacional. 10 Jornal da Fetaesc paiol O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Antônio Carlos realizou eleições no dia 04 de outubro e a posse foi no dia 11 de novembro. A eleição teve duas chapas e a de situação, encabeçada por José Gilson Garcia, ganhou por uma diferença de 240 votos. Votaram 884 associados sendo 553 votos para a chapa 1. No dia da posse, também teve homenagens aos ex-diretores que receberam um troféu do Sindicato em agradecimento pela dedicação e trabalho em prol da entidade e fortalecimento da agricultura no município. A eleição e posse da nova diretoria do STTR de Criciúma foram realizadas no dia 06 de novembro. Maria Gorete Natal Milak (sentada no centro), permanece no cargo de presidente na gestão 2009-2013. O Sindicato da coordenadora estadual da Comissão Estadual de Mulheres, Maria das Graças Darós (2ª da esquerda para a direita), dá exemplo e supera a cota de 30% de mulheres na composição da diretoria. Graça integra a diretoria como 2º Secretária. A posse da nova diretoria do STTR de Piratuba foi em 20 de novembro com a presença do diretor tesoureiro da Fetaesc, José Walter Dresch (primeiro da esquerda para a direita) e do diretor da Base Oeste da federação, Ítalo Zanelatto (primeiro da direita para a esquerda). Ambos se empenharam na recomposição da entidade feita através do Programa de Fortalecimento das Microrregiões Sindicais, desenvolvido pela direção da FETAESC em 2009. O presidente do sindicato é Irio Port O deputado federal Celso Maldaner (PMDB), o presidente do STTR de Guaraciaba, Luiz Triquez, o presidente da FETAESC, Hilário Gottselig e o secretário de Desenvolvimento Regional de São Miguel do Oeste, João Carlos Grando, no evento em comemoração aos quatro anos de fundação do Sindicato. No mesmo dia também aconteceu a eleição, permancendo Triquez para mais um mandato. Também realizaram eleições os seguintes STTRs: 23/10, em Painel, permanece como presidente Maria Suely Vieira; 06/11, em Tubarão, Miguel Antunes tem novo mandato como presidente; 18/11, em Riqueza, José Steffen eleito presidente da entidade; 28/11 em Itapiranga com extensão de base em São João e Tunápolis, eleito presidente Nestor Hammerschmitt; 24/10, em Monte Castelo, Estefano Saviski Filho, eleito para mais um mandato; no dia 08/12, em Belmonte, João Pires de Lima, também reeleito presidente. A direção da FETAESC deseja a todos os membros das novas diretorias dos Sindicatos sucesso na gestão sindical em prol dos associados e do fortalecimento do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. UNIDOS SOMOS FORTES! Nova diretoria no STTR de São Francisco do Sul, tendo como presidente Valdemar Marcheski (de terno) para o mandato 2009-2013. A atuante dirigente Maria das Graças de Oliveira Sanches (o seu lado), permanece na diretoria como secretária onde vai colaborar com sua experiência na condução dos trabalhos do Sindicato. Ela recebeu homenagem especial pela sua dedica atuação na gestão sindical. O diretor tesoureiro da Fetaesc, José Walter Dresch, prestigiou a cerimônia realizada no dia 20 de setembro. O assessor de política agrícola da Fetaesc, Irineu Berezanski, recebeu homenagem da Câmara dos Deputados da Argentina. No dia 06/11/09, em Buenos Aires, foi feita a entrega do troféu em reconhecimento pelo trabalho em prol do desenvolvimento rural sustentável da agricultura familiar. Berezanski tem formação em administração de empresas e também é técnico agrícola da Epagri, estando cedido à Fetaesc onde atua há vários anos na condução das ações voltadas para o desenvolvimento rural. 11 Jornal da Fetaesc CONTRIBUIÇÃO SINDICAL CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL ENQUADRAMENTO DEPENDE DA QUANTIDADE DE MÓDULOS Conforme a legislação em vigor, o proprietário de terra com até dois módulos rurais é devedor da Contribuição Sindical Rural à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), da qual a FETAESC é filiada. Quem tem mais de dois módulos rurais é produtor rural e deve pagar à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), da qual a FAESC é filiada. O Módulo Rural varia conforme a região e de acordo com a área ocupada. Portanto, é preciso ter conhecimento da exploração agropecuária da propriedade para definir a quantidade de módulo rural e, consequentemente, o enquadramento do seu proprietário para o pagamento da Contribuição Sindical. A FETAESC irá realizar ainda no mês de fevereiro um treinamento para os funcionários e direto- A Carteira Social do associado do Sindicato é uma forma da unificar e de dar visibilidade e vitalidade ao Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais. A carteira facilita a gestão sindical e a identificação do associado no comércio e serviços onde o seu Sindicato celebrar convênios. Não fique só. Fique sócio do seu Sindicato A Assembléia da FETAESC aprovou o reajuste da Contribuição Sindical para o grupo familiar, com base no IGPM do período. Para 2010, o valor da guia será de R$ 57,46 centavos com vencimento em 30 de maio. Quem pagar antecipado até 30 de abril, terá um desconto de R$ 7,51 centavos, pagando apenas R$ 49,91 centavos. res dos Sindicatos para o cálculo de utilização da propriedade. “Essa capacitação facilitará o enquadramento e a atualização do cadastro”, explica o diretor tesoureiro José Walter Dresch. Para não haver dúvidas de quem é de direito legal a cobrança da Sindical, as guias terão o logotipo da Contag e a FETAESC e os Sindicatos serão responsáveis pela logística. A FETAESC está com novo profissional para a área contabilidade da entidade e também dos Sindicatos. Bruno José de Souza é formado pela Universidade de Santa Catarina e pousou para essa foto junto com o tesoureiro Walter Dresch e os três volumes encadernados das operações contábeis da Federação, referentes ao exercício de 2008. Em junho de 2009 a FETAESC e a federação patronal (FAESC), assinaram a Convenção Coletiva de Trabalho no setor rural para o estado de Santa Catarina. A Convenção beneficia cerca de 70 mil pessoas que exercem diversas atividades atribuídas à categoria profissional dos trabalhadores rurais no estado. A cláusula qüinquagésima segunda (52º) estabelece o desconto assistencial no valor de uma diária por trabalhador rural, associado ou não, em favor da sua entidade sindical. Esse repasse deve ser feito pelas empresas em favor do sindicato do trabalhador. “Cabe aos nossos dirigentes informar aos contadores das empresas sobre essa determinação constante na Convenção”, orienta o vicepresidente da FETAESC, Joãozinho Althoff. Ele explica que a contribuição assistencial tem por objetivo custear a participação da entidade nas negociações coletivas ou propiciar a prestação de serviços como assistência jurídica, médica, dentária, entre outras à categoria. O desconto assistencial é condicionado à autorização do trabalhador que deverá ir, pessoalmente, ao seu Sindicato para declarar que não aceita o desconto. Conforme Althoff, os dirigentes sindicais têm bons argumentos para convencer o trabalhador da importância da sua contribuição em favor da entidade que os representa. O piso salarial estabelecido na Convenção de 500 reais é superior ao salário mínimo e, com mais os 10% de insalubridade o salário mínimo para toda a categoria chega a R$ 550,00. O dirigente destaca que além do piso, as cláusulas da Convenção definem também as hora extra, o salário de acidentado, fornecimento de moradia, dias parados, adicional por tempo de serviço, concessão de folgas, aplicação de defensivos agrícolas, entre outras questões. Ainda segundo o vice-presidente da FETAESC, com a entrada em vigor do piso regional a partir de janeiro de 2010, “outra conquista do movimento sindical”, lembra, as negociações do reajuste do piso da Convenção já iniciam pelo valor de 587 reais. Os empregados diaristas, abrangidos pelo contrato de curta duração, também estabelecido na Convenção, farão o recolhimento da contribuição assistencial diretamente no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, sem intermédio do empregador. Althoff informa que a partir de fevereiro iniciam as Assembléias para discussão da pauta de reivindicações da Convenção Coletiva, que vencerá em julho. Quanto maior a mobilização e a participação dos trabalhadores, mais benefícios serão conquistados. 12 Jornal da Fetaesc SUCESSÃO RURAL O calendário de 2010 da FETAESC terá como temática a sucessão rural. Para a Federação, a sucessão rural deve estar entre os principais temas da agenda do movimento sindical e das demais organizações e instituições ligadas ao setor agrícola e agrário. Para o primeiro trimestre de 2010 está prevista a realização do 2º Festival da Juventude Rural, evento temático e esportivo que deverá reunir cerca de 200 jovens, em local ainda a ser definido pelos organizadores. O Festival é preparatório para a etapa nacional e o debate sobre as políticas públicas para a juventude rural terá como tema central ‘Por terra e meio ambiente sustentável’, onde será elaborada a carta reivindicatória para ser negociada durante o Grito da Terra Brasil. Durante o Festival também acontecerá a formatura dos 13 grupos que participaram do Programa Jovem Saber em 2009. A realização do 3º concurso da rainha da juventude rural também está na programação de 2010. As etapas eliminatórias serão organizadas pelas 18 Microrregiões Sindicais em encontro com palestra enfatizando a importância de questões como administração e gestão da propriedade e a sucessão rural. Nessa ocasião será definida as coordenações de jovens da micro e a sua representante para o concurso. 3a IDADE ORGANIZANDO A PARTICIPAÇÃO As estatísticas nacionais recentes indicam que o contingente de idosos tem crescido de forma considerável e estima-se que, até o ano de 2020 o país contará com 40 milhões de pessoas idosas. Segundo o IBGE, a longevidade no país também aumentou: 75 anos e seis meses. Atentos a esses números, os delegados do último Congresso da Contag aprovaram a criação da Secretaria Nacional da 3ª Idade para tratar de políticas públicas específicas para esse público, organizá-los nas bases e planejar ações visando o envelhecimento saudável. Muitas conquistas já foram implementadas e outras ainda aguardam para serem, como é o caso do Fundo Nacional do Idoso. O projeto de lei da Câmara dos Deputados (PLC 161/08) foi aprovado pelo Senado e retornou para ser apreciado pelos deputados antes de seguir à sanção presidencial. Este projeto é muito importante para que tenhamos mais recursos para as ações em favor da qualidade de vida das pessoas idosas, pois sem o Fundo os recursos relativos às políticas do idoso estão acoplados ao Fundo Nacional da Assistência Social. A FETAESC está realizando encontros Microrregionais de organização das coordenações da 3ª Idade nas microrregiões e nos sindicatos para planejar, conjuntamente, ação que beneficiem esse público e melhore a sua qualidade de vida. À medida que as pessoas envelhecem, tanto mais necessitam de vida em grupo para fortalecer-se mutuamente, superar as próprias deficiências e encontrar novos sentidos para a vida. “Atividades criativas combatem a senilidade e, evitar o pessimismo traz saúde e felicidade”, diz a coordenadora da Comissão da 3ª Idade da FETAESC Alice Rovaris, de 69 anos, com 25 anos de atuação no sindicalismo rural e participando ativamente do grupo da 3ª Idade em seu município (Turvo), e também dos encontros pelo estado. Já foram realizados eventos em três microrregiões e para 2010 estão previstos mais nove encontros. Também faz parte do planejamento a realização de um encontro estadual com a participação de 300 pessoas nessa faixa etária. Margaridas Marcham em 2010 As trabalhadoras rurais de todo o país estão se organizando para participar da Marcha Mundial das Mulheres em 2010. No Brasil, a ação se dará entre os dias 8 e 18 de março, com três mil mulheres fazendo o trajeto entre Campinas e São Paulo. A atividade reunirá mulheres de todas as idades, do campo e da cidade, comprometidas com a transformação das condições de vida da população feminina. A Marcha Mundial começou em 2000 como uma ação internacional de denúncia da pobreza e da violência contra as mulheres. Teve mobilização em 2005 e nessa terceira edição o tema é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e se baseia em quatro campos de atuação: Bem comuns e serviços públicos, paz e desmilitarização, violência contra as mulheres e autonomia econômica. Na Jornada das Margaridas realiza em agosto, a Comissão Nacional das Trabalhadoras Rurais, definiu pela participação de delegações por regiões. A coordenadora da Comissão Estadual de Mulheres da FETAESC, Maria das Graças Darós, informa que a delegação da Região Sul se integrará à Marcha nos cinco últimos dias do evento por conta da realização dos encontros em comemoração ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), que os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul realizam também nesse período. Encontros em SC - Os encontros das trabalhadoras rurais catarinenses em comemoração ao dia 8 de março são organizados pelos Sindicatos e Microrregiões Sindicais. No ano em que se comemora o centenário da proposição do Dia Internacional da Mulher, o tema será a saúde preventiva e a federação estará distribuindo 15 mil folders sobre o autoexame de mama. Essa publicação será em material especial para que tenha maior durabilidade e possa estar disponível o nos banheiros das agricultoras, para que não esqueça de, uma vez por mês, fazer o seu autoexame da mama para prevenir esse tipo de câncer. Formação - Para levar as trabalhadoras rurais à questionar a realidade em que vivem e com o propósito de melhorar o seu cotidiano e fortalecer o movimento de mulheres trabalhadoras rurais, a FETAESC realizou de julho à novembro de 2009, encontros de formação em oito microrregiões. Esses encontros envolveram 150 mulheres e foram em duas etapas, sendo que na primeira foram trabalhadas questões sobre “qualidade de vida”, “desenvolvimento rural sustentável” e “gênero”;já na segunda etapa foram abordadas questões sobre políticas públicas”, “a marcha mundial das mulheres” e “metodologias para trabalhar nas comunidades”. Até junho do próximo ano a FETAESC quer fechar o ciclo com a realização desses encontros de formação em todas as 18 microrregiões sindicais, capacitando um público estimado em 400 trabalhadoras rurais.
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