Laboratório de Ideias-2
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Laboratório de Ideias-2
Laboratório de Ideias 12 a 16 de Outubro 2009 21.30h - ESMAE O Laboratório de Ideias é uma iniciativa do Departamento de Artes da Imagem da ESMAE que conta com o apoio da Alliance Française e do Consulat de France no Porto. É aberto ao público em geral mas destina-se fundamentalmente aos alunos dos cursos de Mestrado em Comunicação Audiovisual, bem como das Licenciaturas em Tecnologia da Comunicação Audiovisual e Tecnologia da Comunicação Multimédia. Os primeiros poderão beneficiar não só do contacto com pessoas cuja experiência lhes será muito útil para efeito de concretização dos seus projectos de Mestrado, mas também de conhecer um conjunto de filmes que de outro modo lhes seria inacessível e em relação aos quais encontrarão muitos pontos em comum com os trabalhos que estão a desenvolver. Os segundos têm a possibilidade de entrar em contacto com matérias com as quais irão necessariamente confrontar-se ao longo dos cursos. E aqueles que agora iniciam o seu percurso no ensino superior, os estudantes do 1º ano, têm aqui uma primeira porta de entrada para o mundo profissional e artístico que, no futuro, será o seu. O Laboratório de Ideias decorre em sessões à noite num contexto de exposição e interacção com os participantes e uma selecção de filmes documentários de última geração premiados nos principais festivais de Cinema Documental de França, com temas e métodos de abordagem muito diversificados. A programação dos filmes foi pensada em termos de montagem cinematográfica, ou seja, do mesmo modo que a edição de diferentes planos tem consequências no significado, também aqui as diferentes partes são postas em relação de modo a expandir, questionando, o sentido de uma estética do real. Tanto se exploram as questões da apropriação e de transversalidade das artes – como pode o cinema lidar, por exemplo com a música, a dança e a pintura – quanto se propõem abordagens sobre o social cujos pontos de vista lançam nova luz sobre os temas versados – por exemplo, a Revolução Cubana ou a prostituição de crianças e adolescentes no Cambodja. No limite, não havendo limites para a imaginação, verificar-se-á como tudo no real pode reverter em cinema – da execução de uma simples obra de construção civil às experiências de vida de cada um de nós, das grandes questões que afectam o mundo . Jorge Campos Dia 12 21.30 Glenn Gould – Au delà du temps, 106 minutos, França, 2004-05 De Bruno Monsaingeon FIPA D’OR 2006 – Categoria “Música e Espectáculos” Sinopse: Glenn Gould – Au delà du temps é um retrato de Glenn Gould resultante de uma tentativa de perceber, por um lado, a razão do seu génio e, por outro, a relação apaixonada que estabeleceu com um público que à escala planetária excedeu e excede o universo mais restrito dos amantes da música. Apoiando-se em documentos existentes sobre Gold, Monsaingeon coloca o próprio artista, mais de 20 anos após a data da sua morte, como que a responder às inúmeras perguntas que no imaginário colectivo se foram perfilando a seu respeito. Bruno Monsaingeon Músico, cineasta e escritor Bruno Monsaingeon é sobretudo conhecido como produtor e realizador de documentários dedicados a alguns dos maiores nomes da música do nosso tempo como são os casos, alem de Glenn Gould, de Yheudi Menuhin e Paul Tortelier. Entre os seus últimos filmes contam-se L’artt du violon, Piotr Anderszewski joue les variations Diabelli, Scènes de quator, Profession chef d’orchestre e Valerie Sokolov un violon dans l’âme. Dia 13 21.30 Cène, 30 minutos, França, 2006 De Andy Guérif Grande Prémio da Competição Francesa FIDMarseille 2006 Sinopse: O que é um quadro? Que é uma imagem? Eis a questão que as personagens deste filme colocam. Começam por ser artesãos do seu próprio cenário movimentando-se rumo a uma imobilidade futura, transformando-se...trabalho, partilha, metamorfose, representação de uma obra e, finalmente, reconhecimento, tudo isto em plano sequência à descoberta da obra singular de Duccio. Andy Guérif Andy Guêrif nasceu em Angers em 1977. Diplomado pela Escola de Belas Artes de Angers é artista plástico e videasta. Cène é o seu primeiro filme. Vers Mathilde, 80 minutos, França, 2004 De Claire Denis Selecção Competição Internacional FIDMarseille 2006 Sinopse: Vers Mathilde é o encontro silencioso de duas artistas, Claire Denis, cineasta e Mathilde Monnier, coreógrafa. A primeira filma de perto o corpo e a sua linguagem. A segunda procura através do movimento lançar pontes para a vida através da dança. Dessa colaboração intensa e íntima resulta o questionar do gesto enquanto mistério. Claire Denis Claire Denis nasceu em Paris em 1948. Foi assistente de Wim Wenders em As Asas do Desejo, de Jim Jarmush em Down by Law e de Roberto Enriço em Le Vieux Fusil. Dos seus filmes destacam-se Chocolat, US Go Home, J’ai pás sommeil, Nenette et Boni, Beau Travail, Trouble everyday e L’Intrus Dia 14 21.30 Tweety lovely superstar, 18 minutos, França, 2005 De Emmanuel Gras Grande Prémio de Curta Metragem Documental Entrevues, Belfort 2005 Prix du Moulin d’Andé aux Ecrans Documentaires, Arcueil 2005 Grand Prix, Prix du jury étudiant, prix du public Doc en Courts, Lyon 2006 Prix de la presse, Mention Spéciale du jury French Films at Monofaktur, Munich, 2006 Mention spéciale Dockumentart, Neubrandeburg, Allemagne 2006 Mention spéciale du jury Tous court, Aix en Provence 2006 Selecção Etats Généraux du documentaire de Lussas 2006 Sinopse: Quatro homens e uma criança estão no telhado de um prédio. A sua tarefa consiste em derrubá-lo. Os seus braços são as ferramentas disponíveis. Os golpes marcam a cadência do trabalho num tempo que parece suspenso. Os gestos sugerem a música, a música transformase em golpes, os golpes na vertigem que é a vertigem do nosso tempo, vacilando a História com o sofrimento humano. Emmanuel Gras Nascido em Cannes em 1976 Emmanuel Grass estudou História antes de enveredar pelo cinema. Diplomado pela Escola Louis Lumière de Paris partiu para o Líbano para trabalhar no Beirut French Cultural Centre como operador de câmara de documentários. Desde então tem feito os seus próprios filmes, designadamente Une petite note d’humanité, LaMotivation! e Triptyque. Le rideau de sucre, 80 minutos, França, 2006 De Camila Guzmán Urzúa Prémio Melhor Documentário, Festival de Havana 2007 Prix Louis Marcorelles, Cinema du Réel 2007 Prémio Melhor Realizador, Sanfic Chili 2007 1º Prémio e Prémio do Público, Festival du Film Insulaire de L’lle de Groix 2007 Prix Signis, Rencontres du Cinema d’Amérique Latine Toulouse 2007 Prix Fipresci, Bafici Buenos Aires, 2007 Sinopse: Traços de uma infância feliz em Cuba e o encontro com o presente. Quinze anos após ter deixado a ilha Camila Guzmán Urzúa regressa a Havana para revisitar a infância e saber do destino dos companheiros que por lá ficaram. Uma viagem ao passado que é uma reflexão profunda sobre os caminhos de uma Revolução. Camila Guzmán Urzúa Camila Guzmán Urzúa nasceu em Santiago do Chile em 1971. O golpe fascista de Pinochet obrigou a família a exilar-se em Cuba. Camila tinha então 2 anos. Em 1990 foi para Espanha, depois viveu em Inglaterra e no Chile. Estudou cinema em Londres e Paris onde acabou por fixar residência. Trabalhou com assistente de diversos realizadores, nomeadamente com Patrício Guzmán em Le Cas Pinochet. A Cortina do Açúcar é o seu primeiro filme. Dia 15 21.30 Le Papier ne peut pás envelopper la braise, 90 minutos, França, 2006 De Rithy Panh FIPA d’OR 2007 Categoria de Documentários de Ensaio e Criação Sinopse: Rithy Panh continua a sua reflexão a propósito das consequências do genocídio perpetrado pelos Khmers Vermelhos no Cambodja. Num prédio de Phnom Penh vivem 13 prostitutas de idade inferior a 20 anos. Ao filmar de perto o seu quotidiano, sem pathos e evitando o voyeurismo, o cineasta mergulha no mais profundo desespero humano. No Cambodja actual há mais de 30 mil prostitutas, um terço das quais tem menos de 17 anos. Rithy Panh Rithy Panh é um dos mais importantes documentaristas contemporâneos. Nascido no Cambodja em 1964 foi feito prisioneiro pelos Khmers Vermelhos e enviado para um campo de morte. Conseguiu escapar quando tinha 15 anos e conseguiu chegar à França onde, nos anos 80, estudou cinema no IDHEC. Profundamente humanista e original a sua filmografia gira toda ela em torno da tragédia do seu país e do seu povo e tem sido objecto de diversas distinções em festivais de todo o mundo. Dia 16 21.30 Voyage en sol majeur, 52 minutos, França, 2006 De Georgi Lazarevski Prix des Jeunes au Cinema du Réel 2006 Prix Louis Marcorelles do Ministério dos Negócios Estrangeiros - Cinema du Réel 2006 Seleccção ACID do Festival de Cannes 2006 Sinopse: Aimé planeia visitar Marrocos há 40 anos. Leu todos os guias, estudou todos os mapas e anotou incontáveis apontamentos. A sua mulher, porém, recusa obstinadamente acompanhálo. Aimé tem 93 anos quando finalmente o seu neto, fotografo e cineasta, resolve levá-lo a fazer a viagem desde sempre desejada. Enquanto a sua mulher, em casa, fala abertamente do que foi a sua vida, a câmara de filmar observa Aimé que parece ter redescoberto a vida, o mundo e os outros. Uma viagem agridoce, cheia de momentos de felicidade, de arrependimentos e de esperança no futuro, como a vida Georgi Lazarevski Georgi Lazarevski nasceu em Bruxelas em 1968. Diplomado em cinema pela Escola Louis Lumière dedica-se em simultâneo à fotografia e ao cinema. O seu trabalho como fotografo tem-lhe valido diversos prémios. Enquanto documentarista os seus filmes têm sido realizados na qualidade de colaborador de diversas organizações não governamentais: na Croácia fez em Guerre et Peigne, em Gaza Visages e no Mali L’un pour l’autre. Ives Klein, la revolution bleu, 52 minutos, França, 2006 De François Lévi-Kuentz Sélection au FIPA 2007 catégorie Situation de la création française Prix du meilleur portrait au FIFA Montreal 2007 Primeiro Prémio do Festival do Filme de Arte de Milão 2007 Laurier du Sénat (mention) Sinopse: Este filme sobre Yves Klein, cujo narrador é o próprio artista, recorre a elementos tão diversos quanto o são imagens de arquivo, fotografias e obras de ficção. Através deles o cineasta constrói um mosaico em função do qual se vai esclarecendo o sentido da obra de um dos grandes artistas contemporâneos, da sua vida e da sua época. François Lévi-Kuentz François Lévi-Kuentz nasceeu em 1960. Diplomado em cinema pela Sorbonne foi assistente de realização de Claude Chabrol e Marcel Bluwal, entre outros. A partir do final dos anos 80 especializou-se em documentários sobre arte. Nesse contexto fez filmes nomeadamente sobre Man Ray, Combas, Matta, Boltanski, Delacroix e Chagal. Colabora co diversos programas de televisão de índole cultural. .