Visualizar/Abrir - Portal Barcos do Brasil

Transcrição

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ELETROSUL
MU EU
NACIONAL
DOMAR
Olll~~
Catálo~o
do
Museu Nacional do Mar
Embarcacões Brasileiras
I
Ilha de São Francisco do Sul - Santa Catarina - Brasil
São antigos galpões dotados de espaços amplos com
impressionante estrutura de madeira, construídos
pela "Hoepcke", a mais importante empresa de navegaçãc
de Santa Catarina, no início do século XX.
O Museu Nacional do Mar está situado na Ilha de São Francisco
na mais antiga povoação de Santa Catarina, São Francisco
do Sul, cidade cujo centro histórico é tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Notabiliza-se pela
formosa relação entre o casario centenário e as águas tranqüilas
da baía da Babitonga.
influência
alemã
implantada
à beira mar,
caracteriza o
conjunto centenário
de mais de 12.000 m2
onde está instalado o
Museu Nacional do Mar Embarcações Brasileiras.
O Brasil é o país mais rico do mundo em tipos
de embarcações em ecossistemas variados como
a Lago dos Patos, o Rio São Francisco, o estuário de
Amazonas e o litoral de mais de 8.000 Km , que
produzem barcos adaptados a cada condição
marítima, ao tipo de região e a cada fim específic
Cada embarcação é produto de conhecimentos
milenares que o homem aperfeiçoa desde a
antigüidade mais remota .
No Brasil, estes conhecimento, provêm da
tradição indígena, africana, OJE!diterr~mea,
portuguesa, norte européia e oriental"
O patrimônio naval é um dos s~mentos
mais ricos e significativos da eGitura
brasileira, integrado ao imenso contexto
de festas, tradições, sab res e fazeres,
todos em risco de desápl!recirtlento.
Cuter, saveiros, bianas,
jangadas, canoas , botes e
baleeiras que representam a
diversidade do patrimônio
naval, brasileiro podem ser
admirados em dezenas de
modelos, artesanato e
instrumentos de pesca
e navegação.
O Museu
q
-'"UIImtl#!m a Embarcação I.A. T. "na
remando o Atlantico encontra-se exposta no Museu
com b"sextante utilizado na viagem,
"garanti(io o rumo "deste verdadeiro complexo cultural:(!~ é o mais importante museu de emba
I'
da AmérÍêalatina, e que está entre os de maior varie~dedo mundo.
O Museu NaCional do Mar - Embarcações Brasileir~ é dotado aind
it)lio eca especializada,
oficina de modelismo e.. trapiche, e estuda a implantação de es.leirp m c:leJ.P.. e-q uma 11"\arina
O acervo está dispQito de modo a contextualizar cada objeto
e en
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constituindo-se em vilrcladeira "lição" sobre a cultura m'ilrítima br eita
Sua visitação supera ~0.000 pessoas ano.
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Espaço onde estão painéis com textos, fotografias e
modelos que representam a história da navegação
universal e instrumentos de navegação do século
Aqui os visitantes podem encontrar lembranças,
artesanatos e cartões postais disponíveis para
o
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c.,;
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Em 8 de setembro de 1991 foi criado o Museu
do Mar - Embarcações Brasileiras, lançado nr"~'"'''m<=•n
no mesmo dia e sendo definitivamente aberto ao
em 30 de Dezembro de 1992.
Este museu é o resultado do trabalho conjunto de
técnicos do Patrimônio Cultural e da Comunidade de
São Francisco do sul.
Tornou-se possível graças aos esforços do governo
do Estado de Santa Catarina, da Prefeitura de São
Francisco do Sul do IPHAN e do cidadão
Manfredo Cominesi.
Representa a continuidade da política de ""''n"' 7 "''r'
do Patrimônio Cultutral de São Francisco do Sul,
iniciada com o tombamento do centro histórico da
cidade. Sua referência é o mar, cordão umbilical
da nacionalidade brasileira. Através dele rnr~m<>rY
os núcleos pioneiros do povoamento
do país. E seguindo rios e lagoas,
a interiorização do território.
o
Mestres construtores guardiões de
antigos saberes.
Grandes marinheiros dos capri
do mar. Reconhecer esses
culturais, como parte da oa1séiUt
e da indentidade brasile
objetivo deste museu.
O
~o
Oo
Mpdelo da Nau francesa "Le """"'''"'nu-;-,
quEt ébman«fàda pelo capitão B
de GoReville chego~rJ 1el'O o
São Francisco do Súl em1504. o
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:spaço de$linado a valori2@. os "hom~s que vivem
mar".
)iórama em' tarhaf1!lo natuJa.l reprQ9uz, com todas s uas
~raclêristica's apetreche»,' um ranct'Ki de pescaqores, típico,
orno os existentes-no litoral Catarinense.
e
O modelo exposto e feito de costaneiras e
coberto com telhas tipo colonial.
v
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(.J
u
(.J
(.J
Desde a pré-historia o homem
catarinense busca no mar seu
alimento. Arqueólogos
encontraram inúmeros
testemunhos da atividade
pesqueira de nossos antepassados: pesos de rede feitos
de pedra, anzóis de osso,
pontas de flecha e inscrições
rupestres nos costões das
ilhas ao longo do litoral são
revelações de uma prática
pesqueira desenvolvida pelos
grupos humanos que viviam
no litoral muitos séculos antes
da chegada dos portugueses.
Na beira do mar, em um
rancho construído sobre a
areia, o pescador guarda a
sua embarcação, suas redes
e todos os instrumentos de
que necessita para realizar a
atividade de pesca.
Os ranchos para estas
embarcações variam de
acordo com o local e a pesca
praticada.Os modelos mais
primitivos eram confeccionados com tronco de árvores e
cobertos com folhas secas,
como a tiririca ou palha.
Guardavam a canoa, com a
quilha para cima, para previnir
umidade.
A MADEIRA
O denominador comum da maior parte dos variados tipos de
embarcações construídas pelos homens é a madeira. A madeira é
resistente, pode flutuar e é fácil de ser trabalhada com as
ferramentas mais simples, além de abundância pela natureza
até o século XIX.
O modo mais elementar de flutuar sobre as águas é a balsa,
formada geralmente pela união de troncos ou por feixes de fibra
atados entre si. É uma embarcação lenta e de pouca dirigibilidade.
A canoa, um tronco escavado, é outra das mais simples
embarcações . É instável e tem pouca borda livre
(altura da superfície das águas e no seu interior).
Escultura monocromática
natural de um atum.
OREMO
Navegar é o resultado de três
capacidades: flutuar sobre as
águas, obter equilíbrio e
movimentar-se em uma
direção pretendida .
Agarrado a um tronco, o
homem deve ter feito sua
primeira incursão atravessando
um braço de rio.
Dominado o medo,
familiarizado com o meio
lfquido, verificou que batendo
os pés podia impulsionar e
dirigir seu rudimentar meio de
locomoção: estava inventada a
primeira forma de propulsão
naval.
A EMBARCAÇÃO
issimos os modelos de embarcações existentes no
orno os seres vivos, as embarcações tiveram suas
evoluem segundo "familias" ligadas entre si.
tem sido aceita a tese de que embarcações
em tempos mais ou menos próximos entre
do planeta, possivelmente, em primeiro
na China.
nco, depois vários ligados entre si formane cestos de couro e argila também
antes de aperfeiçoamentos
,.,...,.,....,,..._.,.. extraordinariamente ao meio
do homem que as executa.
ler, "pode-se, discutir-se que na
uma piroga escavada em um
•swLullm por uma armação coberta de
de animais. É possivel que
rr<>rn<><> tenham se desenvolvido no
do uma outra conforme o mateHaida do nordeste da
guerra com o comprimento de
único tronco de árvore,
os esquimós do Alasca , onde
construiam os seus umiaks de
com uma armação de paus sobre
morsa.
encontrar-se outra comparação:
construiram grandes canoas de
os indigenas de Samoa, onde
fabricavam os seus botes
de ligação tapavam com
os cascos com resina de
res;s1aam~s
distantes como a do Arvoredo
comprovam que os povos pré
históricos, que ocupavam o
território milhares ele anos atrés
cOnheciam ~_ma
de propulslo
"7'.!;'1:''~
distAncias ma
=-
COI'18ideráveis 01 rem
Os povoalnd(genas~
o remo e
~~·~~
trechos da
o s6c:Uio XVI
percorriam gra
costa em
remadores
com dezenas de
a lado.
Esta sala com área de 200 m2 é
uma das salas mais nobres do
museu do mar. Situado no segundo
pavimento, sobre o espaço da bibliotéca e administração, proporciona
uma vista panorâmica privilegiada da
Bala da Babitonga e do Porto.
Nesta sala está sendo instalado o
diorama do centro histórico de São
Francisco do Sul, representando a
cidade na época dos anos 30 - 40 do
século XX. Este diorama é executado na escala 1:75, que significa
que 1 metro corresponde a 1,33
centlmentros na maquete. A vitrine
apresenta o comprimento máximo de
14,85m e largura de 6,08m,
ocupando uma área total de 68m2.
Os trabalhos iniciaram
em 13.02.1999 e terminarão 2.012.
Estarao à mostra, além de todos os
ediflcios com as suas caracterlsticas
da época, as ruas, as praças e principalmente os moradores, retratando as
atividades, os hábitos, a cultura e o folclore der Sao Francisco do Sul.
O projeto do diorama é baseado na pesquisa de campo, fotografias e principalmente no testemunho de
moradores idosos que vieram à época apresentada.
Detalhe da maquete: comunidade pesqueira
do litoral de Santa Catarina onde se pode
ver pescadores reparando redes e
consertando canoas.
Maquete do centro Histórico de sao Francisco do Sul: Será a maior maquete de
cidades do Brasil, atualmente em fase de construção.
lodelo artesanal de
5aveiro" produzido
elo 1o curso de
1odelismo do Museu
lacional do Mar.
Modelo do barco ·América"
campeao da America's Cup.
.
_ ..
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)~/---
Por canoa no Brasil
construída es1c:a\ran,cto-s
canoas que não n•:rrPniT::~r
originalmente foram con
escavadas.
A canoa é segundo gra
dos primeiros tipos de
homem.
Representa provavelmente
primeiro tronco, de que se
distância fora das praias.
Há exemplares diversos de
em diferentes pontos de
A CANOA NO BRASIL
A canoa é a embarcação mais comum na
paisagem brasileira,
encontrada de norte a
sul e em todo o interior
do País.
Deriva especialmente
das embarcações
indígenas, mescladas
com modelos trazidos
dos quatros cantos do
mundo pelos portugueses.
Canoa bordada,
típica do litoral de
Santa Catarina,
utilizada para a
pesca artesanal
movida a remo ou
motor de centro.
A origem da palavra é
americana, do Caribe,citada
por Colombo e os primeiros
viajantes da América. No
vocabulário português-latino,
do Padre Rafael Bluetau,
publicado em1 .712, vem:
*canoa ou canõa*
- "Embarcação de que usam
os gentios da América para
as guerras, de que mais
se aproveitam os moradores
para o serviço, pela pouca água
que demandam e pela
facilidade com que navegam.
Cada qual se forma de um
só pau comprido e baleado, a
que retirada a face de cima,
arrancam todo o âmago, e fica
a moda de laçadeira de tear,
e capaz, de vinte ou trinta
remeiros."
Esta palavra é semelhante em
quase todas as línguas. Em
português, espanhol e italiano,
canoa; em francês, canol; em
inglês, canoe; em alemão,
Kahn; em dinamarquês, Kanc; e
em sueco, Kana.
língua
do Brasil
YlnrA~nnrll1~~'> a igara, igar e igá.
Diorama do "Sarilho". Estrutura típica da
região de Laguna e que tem por finalidade a
guarda das embarcações acima das águas,
depois do retorno das fainas diárias.
DIORAMA : SARILHO DA LAGOA
DE SANTO ANTÓNIO E IMARUI
INSTALAÇÃO: Jonny César de Araújo
A cena do diorama é baseada no modo tradicional
de armazenar pequenas embarcações nas lagoas da
região de Laguna: suspensas através de engrenagens
toscas movidas por "hélices" que lembram a pá de
antigos moinhos. Existem muitas centenas de
sarilhos, verdadeiras "cidades" deles nas lagoas
do sul. O conjunto sarilho, bote e canoa foi
comprado na lagoa de Santo Antônio em Laguna .
O bote do sul , "Sorriso", é originário do Rio Grande
do Sul e representa a pesca motorizada na
região sul de Santa Catarina. A canoa "Porque"
é escavada em tronco único de canela e
chamada assim em virtude dos
muitos reparos que recebeu: é uma das
embarcações mais antigas da região.
Representa a pesca tradicional das lagoas,
praticada ha séculos por canoas de
madeira nobre movidas a remo e vela e
equipadas com redes de espera
e tarrafas. Este diorama visa chamar
atenção para o drama dos pescadores
das lagoas do sul , que capturam
toneladas de peixe e camarão
diariamente, sustentam milhares
de famílias diretamente e no entanto,
assistem impotentes a progressiva
destruição das lagoas pela
poluição provenientes do lixo
urbano, dos agrotóxicos
e dos resíduos de carvão.
R
LEGENDA:
A • Admlnlatraçlo
B • Biblioteca
C · Dlorama
"Rancho do Peacador"
D -Hall
E -Sanlürloa
Canoas do Brasil
• Dlorama do "Sarilho"
• Eatalelro
·Oficina
• Sala doa Botee
• Dlorama " Botes de
Santa Catarina"
M • Sala das Baleeiras
N • Dlorama "PHca da Balela"
O • Sala das Jangada•
P • Sala Amyr Kllnk
Q • Sala do Maranhlo
R • MÓDULO 11 • PETROBRÁS
H
I
J
K
L
BAÍA DA BABITONGA
s - Sela da Maquete do
1+-+-'111
Centro Hlat6rico de
Slo Francisco do Sul
T - Sala de Arteaanato
U - Sala de Artesanato
v - Auditório e Sala de
Expoalç6H Temporilrias
BAÍA DA BABITONGA
A silhueta do "Bote do Sul" é inconfundível e curiosa:
a proa vertical , muitas vezes o prumo é arrufada.
A roda de proa prolonga-se para o alto, servindo para
amarração do cabo de atracação. A borda é baixa.
A popa, pouco alçada é igual a das canoas. A boca é
larga. O fundo pode ser redondo ou em "vê". O costado é
construído com tábuas largas e por vezes com chapas de
compensado. Nota-se que o costado abre-se a partir do
fundo, ampliando a boca da embarcação em direção a borda,
aumentando a capacidade de carga e a segurança
no mar. Trata-se de um dos desenhos mais marcantes e
singulares entre todas as embarcações brasileiras.
Originário das lagoas dos Patos, os botes do sui hoje
dominam alguns dos principais núcleos de pesca
de Santa Catarina.
As linhas das pinturas seguem os contornos das
tábuas largas, tornando os botes menos coloridos do que
as canoas bordadas ou as baleeiras de Santa Catarina.
Os botes são tradicionalmente pintados com cores
mais sóbrias, embora não sejam incomuns as tonalidades
claras e vivas. A parte interna é comumente pintada de laranja,
muitas vezes resultante de tintas anti-ferrugens do tipo zarcão.
O vermelho e o azul claro também são utilizados,
proporcionando ótima visibilidade deste barco quando vista do
alto. É usual que o espaço proporcionado pela proa alteada seja
utilizado para pintura de simbolos, números e sinais característicos.
Os botes do sul são embarcações relativamente baratas, seguras e
de ótima capacidade de carga. Construídas inicialmente para navegar
nas lagoas sulinas, hoje atrevem-se nos mares difíceis da barra
de Rio Grande, Laguna e da Ilha de Santa Catarina, onde adaptaram-se
perfeitamente. Atuam em praticamente todas as modalidades da
pesca artesanal, inclusive na pesca da tainha, onde as redes são
lançadas muito próximas dos costões rochosos. Nesta oportunidade,
os botes trabalham quase na arrebentação das ondas, enfrentando situações
de risco. Quase todos preservam seus encaixes de mastro, junto á proa
da embarcação mas é raro que ainda possuam velas.
Diversos botes
distribuidos da
esquerda para a
direita e de cima
para baixo:
Bote do Rio
Grande do fundo
chato, Bateira
Catarinense,
Bote do Ceará
armado com "vela
de Pena", e o
Bote do Rio
Grande de fundo
Redondo.
ASOBR~NCIADA
BALEEIRA
Doada por Amyr Klink,
esta é provavelmente a
última baleeira construída
em Santa Catarina.
Deixada neste estágio da
construção, pode-se ter
uma visão da sofisticada
técnica construtiva dos
antigos carpinteiros
navais.
Por sua construçao
sofisticada e pelo alto cust
da matéria-prima, a baleeir:
de Santa Catarina encontra
se em rápido processo do
extinçlo, sendo hoje rarlssi
mos os seus construtore!
Os botes, de constr\Jçll
mais simplificada, vêm sutl
stitui1do as baleeiras e11
todo o litoral de SaiU Cata
rina. Se nlo houver açl
imeciata, que reconheç2
valorize e preserve o sabe
acumulado pelos
oonslrutores navais, dentfi
de uma década estará
in~ a cadeia d
infonnações orais respor1
sáveis pela existência d
baleeira de Santa Catarina
ira de casco trincado construída com técnica
tseada nas construções Vikings.
se pode notar os diferentes
tipo de embarcação.
D
DA
~JI·
Entre os procedimentos mais cruéis e
mais condenáveis, aos olhos de hoje,
praticados pelos povos antigos,
conta-se a quase dizimação do maior de
todos os mamíferos do planeta: a baleia.
Esta pesca, iniciou-se na região da
Biscaia e da Gasgonha, espalhando-se
pelo mundo e tornando-se após o século
XVII uma atividade econômica de alto
valor, em função do preço do azeite da
baleia, utilizado principalmente na
iluminação pública e na construção civil.
A pesca da Baleia, que quase levou à
extinção várias espécies, tem oposição
sistemática em todo mundo, mas ainda
não foi completamente abolida das atividades de países como o Japão e a União
Soviética.
DIOUNADA
PISCA DA r .lEIA
-"""11. . .. . .
Diorama da pesca da baleia no litoral de
Santa Catarina.
Realizada primeiramente por escravos, foi
uma atividade comercial muito importante
no litoral catarinense até os meados do
século XIX.
Espaço destinado a valorizar esta extraordinária embarcação
brasileira que é a jangada e a reconhecer o valoroso
marinheiro que a maneja: o jangadeiro.
Estão expostas jangadas e apetrechos do Ceará, de
Pernambuco e da Bahia.
Os painéis apresentam ilustrações e textos relacionados com
a embarcação, sua evolução e construção, a procedência do
nome "jangada", hábitos, festas, tradições e histórias dos
jangadeiros.
A JANGADA DE TÁBUAS
"Jangada de Paus" ou "Piuba" é a mais
tradicional das jangadas brasileiras, cuja
origem remonta aos indígenas que
habitavam o nordeste brasileiro antes da
colonização européia.
A pesquisa realizada pelo Museu Nacional do Mar, para compra de embarcações
para o acervo do museu não localizou em todo o Ceará Alagoas ou Pemanbuco
nenhuma das grandes jangadas de troncos .
A razão alegada é a ausência do "Pau de Jangada" ou "Piúba" como é
chamado no Ceará.
Em todas as localidades pesquisadas, encontrou-se somente a jangada de tábuas
semelhantes à "Nossa Senhora Aparecida" que compõe o acervo do Museu.
Vejamos como Luís da Câmara de Cascudo descreve a jangada de tábuas em 1954:
"Mais ou menos em 1940 apareceu no Rio Grande do Norte um novo tipo de
jangada que se popularizou depressa. Há um bom número delas pescando e mesmo
já estão nas águas do Ceará, Paraíba e Pernambuco. É a jangada de tábua .
As primeiras foram feitas em Rio do Fogo por José Monteiro, falecido neste 1954 e
José da Cruz em Genipabu , três milhas ao norte de Natal.
É uma espécie do pontão ou chata, com 30 à 35 em de altura, feito de pinho do
Paraná e na Sf!a falta, louro, freijó ou cedro . O pinho é mais recomendado porque
fornece tabuaoo largo. O fundo e o convés sentam sobre cavemame de peroba,
sucupira, oiti pu mundê. São de :Q à 28 casas de caverna sustentando o bojo da
jangada, presas com grampo de e o galvanizado, 3/8 para as cavernas e 1/4 para
prendê-las ao costado. As ca ema têm na parte superior a lata que as completa no
plano da arquead . r.a, e são o!f~f!~~;;M
A jangada de tábCJ po_ss í b l m
otar água entrada no interior da
embarcação.
Quando a jang a vlJ:a, a tégn·
um jangadeiro por baixo e abrir a
eséõtilha, aei ahdo alagat• .P;Jang a fica boiando, cheia d'água, leve e
tampa
poden yo far posiÇio anterior dêsde que tripulação fique toda num só lado,
dese ilibiÍan'd
. Oêpois funciona a bomba, ajudada pelas cuias esgotadeiras e
n._orrn,lq;a tranquilamente.
·
tudo
Aj
ada'(le'.ltál>ua é simpatizada pelos ;éscadores novos mas não tem prestigio
p
os velHos, os veteranos daS jangadas do alto. Disseram-me que a única
ntagem _,ra a pescaria mais enxuta. As ondas lavam menos a jangada de tábua .
apacidade maior, dur:abilidade incontestáyel, resistência provada, foram esquecidos
dotes pe ·ta~ silenciados.
Nestas jangadaS a tripulação é a mesma, Mestre Proeiro e Bico de Proa.
Os processos de escaria e divisão do pescado, sua marcação, idênticos aos da
jangada velha de au jangadeiro".
Espaço destinado a destacar os feitos
deste que é o maior Navegador
brasileiro da atualidade. Amyr Klink
bateu "recordes" mundiais ainda não
igualados: A "Travessia a remo em
solitário do Atlãntico Sul" e a
"lnvemagem na Antártica" também em
solitário e ainda a circunavegação a
vela. Nesta sala está disposto o "IAT",
conhecido como "Paraty", com o qual o
navegador realizou a travessia do
Atlãntico a remo em 100 (cem) dias.
O barco com todo o seu equipamento
original, inclusive a bússola e o sextante, foram doados por Amyr Klink,
incentivador do museu. Roupas especiais de inverno usadas na expedição à
Antártica a bordo do veleiro "Paratii", os
pacotes de alimentos e objetos de bordo
complementam esta sala que possui
ainda, a primeira canoa utilizada por
Amyr Klink, a "MAX".
I.A. T. Paraty
Embarcação a remo na qual o
navegador Amyr Klink atravessou o
Atlãntico Sul em 1984 em solitário,
proeza ainda não igualada.
Maquete do veleiro
PARATII navegando
entre geleiras. Este
barco foi utilizado por
Amyr Klink para
diversos projetos , como
a invernagem na
Antártida em solitário e
a circo navegação do
pólo Sul ao pólo Norte.
Canoa Max, a
primeira canoa
do navegador
Amyr Klink.
BIANA
Embarcação utilizada principalmente
na pescaria no largo da costa norte
nordeste desde o Ceará até
o Maranhão, utilizando redes de
espera ou espinhei.
Construção artesanal de madeira
sobre cavernas moldadas (cerradas).
Proa e popa de espelho ou escudo
(em São Luis do Maranhão
dizem "chinelo ").
O porte dessas embarcações varia de
3,5m a 7 m. A tripulação também varia,
tanto em função do tamanho do barco
quanto com o tipo de pescaria.
Esta tripulação é constante, todavia
pescadores avul
a curiosa classificaçlo
Banco".
que este tipo de
criada no Ceéra e
com os pesde lá para a Praia
aSio Luis do
Monob6la Petrobnb
AceNo ao Mlllntll
SAWRO
~ IT
SAVEIRO DE PENA
I-
- .., -
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htcNOLOGIA,
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...., J
L~nw1- J
______
ATUALI)ADE
\ FINAL
~
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--
O
SAfoA
'/
A Petrobrás, maior empresa brasileira, é
parceira do Museu Nacional do MarEmbarcações Brasileiras.
Através de patrocinio da Lei do Mecenato
Federal e da Legislação Estadual de incentivo à cultura , a empresa viabilizou a
criação do "Módulo Petrobrás" que proporcionou a ampliação do museu em aproximadamente 1500m2.
ComputaciOfq com acesso a
lnfomlaç6et JObte as embataç6et,
onde apen~et atogomarca da
Petrolrit na ~Mtlnl de eptHentaçlo.
O patrocinio da empresa permitiu a
compra da área, sua restauraçao e a
adaptação museológica, inclusive com a
compra de mais de uma dezena de
embarcações na Amazônia, Bahia e no
Rio São Francisco.
O módulo Petrobrás é composto dos
seguintes espaços museológicos:
I
0
Amblentaçlo da pesca com ll'llnelra
Barcos da Amazônia, Embarcações do Rio
São Francisco, Canoas lndigenas, Barcos
da Bahia, Tecnologia do Mar, Pesca e
Navegação de Lazer.
O aumento da área, possibilitado pela
Petrobrás, configura-se como o grande
acrescimo ....
qualitativo do museu, alcançando seus
objetivos de abrangência e de diversidade,
mudando o patamar do Museu do Mar,
alçando-o ao nível do maior museu do sul do
país e um dos principais atrativos turísticos
de Santa Catarina e do Brasil.
Do ponto de vista museológico, o Módulo 11
tem uma abordagem temát1ca, apresentando alguns dos mais fascinantes contextos
culturais dos barcos do Brasil:
A Amazônia, a Bahia, o rio São Francisco, os
barcos indígenas e um panorama sobre a
atualidade náutica brasileira; o modulo
Petrobrás cumpre uma das metas da criação
do museu, qual seja a de estimular o
"retorno ao mar" dos cidadãos deste que já
foi um país essencialmente marítimo. A área
Amazônica é apresentada com três embarcações da região, cercadas por diorama
alusivo à floresta amazônica e com sonorização de pássaros. A ala da Bahia,
apresenta o saveiro "Riso Do Ano" ,
de propriedade do museu e um pequeno
"saveiro de pena" adquiridos no recôncavo
baiano. A exposição destes barcos, com
seus grandes mastros e velames, exigiu
alterações na cobertura da área adquirida.
A apresentação dos barcos está relacionada
com três expoentes da cultura do Brasil e da
Bahia em particular, todos marcados pela
íntima relação da sua arte com os barcos
baianos: Jorge Amado, Carvbé e Dorival
Caymmi. Sobre o mítico rio Sao Francisco,
de tanta história e tradições, a exposiçtío
versa sobre canoas e carrancas, conta com
a apresentação do estudioso Paulo Pardal e
expõe três exemplares de embarcações
adquiridas ao longo do rio .
O espaço sobre a atualidade náutica aborda,
além da situação atual dos barcos tradicionais, já comentada ao longo de toda a
expos1ção, dois aspectos bás1cos:
tecnologia e lazer. A ala "tecnologia" tem
como suporte a Petrobrás: a maior empresa
brasileira do ramo, destacando-se os
grandes petroleiros e as plataformas de
exploração <:!e petróleo.
Uma maquete expondo o funcionamento da
bóia existente em São Francisco é de
grande significância. Quanto ao lazer, o
espaço se constitu em um convite: vamos
navegar? Busca estimular os brasileiros a
voltarem-se para o imenso potencial de lazer
náutico de nosso país, rearticulando um
importante setor de turismo e prestaçtío de
serviços hoje quase ignorado.
A área anexada sob as denominação do
"Modulo Petrobrás" contou com os recursos
da empresa para a aquisição do espaço,
excuçtío das obras de restauro, compra de
barcos e as a~ptações necessárias para o
espaço museoiOgico. A contrapartida para a
empresa deu-se na forma de divulgação do
novo espaço do museu vinculado à marca
Petrobrás, como também nos vídeos e
programas multimídia exibidos no museu.
Além de eventos promocionais como regatas, exposições temporárias e cursos oferecidos pelo museu.
"Vela" do Bahia
Ex USS Sea-Leopard.
Construída em aço e fibra de vidro era posicionada
sobre o casco do submarino de modo a, com sua
forma hidrodinàmica, diminuir o atrito dos mastros com a
água e facilitar o seu deslocamento quando em imersão.
O "Bahia" foi incorporado à marinha Brasileira em
Key West, Flórida, EUA, em 27 de março de 1973 e deu
baixa do serviço ativo em 14 de julho de 1.993, tendo
obtido: 9.601 horas de imersão, 838 dias de mar e
104.167 milhas navegadas. Doação do Ministério
da Marinha em 20 de agosto de 1995.
Horário de VIsitação
Museu Nacional do ~
Embarcacões Brasileirl
I
Ilha de São Francisco do Sul - Santa Catarina - B
. Terças as sextas-feiras das 09:00 às 18:00 horas
. Sábados, domingos e
feriados das 11:00 às 18:00
. Às segundas-feiras
Fechado para visitação
permanecendo só os serviços
de manutenção Interna.
Museu Nacional do Mar
Embarcações Brasileiras
Rua Manoel Lourenço de Andrade, 133
São Francisco do Sul - SC
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Crédito das Fotos:
Luiz Augusto Ozório
Paulo César Werner
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