jornal-2011-1 - Apostolos da Palavra

Transcrição

jornal-2011-1 - Apostolos da Palavra
APóSTOlOS DA PAlAVRA
uma família missionária ao serviço da Igreja Católica
BOLETIM INFORMATIVO
A IGREJA
DOS DESAPARECIDOS
ó Virgem de Fátima, ajuda-nos a encontrar os nossos irmãos desaparecidos!
O que nos está a acontecer?
Baptizam-se e desaparecem. Fazem a primeira comunhão e desaparecem. Celebram a profissão de fé e desaparecem. Recebem
o Crisma e desaparecem. Acompanham baptizados e casamentos
e desaparecem.
Porque acontece tudo isto? Por acaso não ficam satisfeitos com
o que lhes oferecemos? Não lhes apraz o menu? Estamos a falhar
na música? Ou será que não entendemos o que é que, na verdade,
as pessoas procuram quando vêm ter connosco? O facto é que vêm
muito contentes, vão e não regressam.
Onde estão?
Não sabemos. Alguns dizem que eles se dirigiram para Norte,
outros, que para o Sul, outros, que para o Este e outros ainda, que
para Oeste. Ninguém sabe ao certo que rumo tomaram e onde
estão actualmente. Parece que andam errantes por todas as partes.
A única certeza é que andam a tecer críticas negativas de nós e que
não nos querem ver nem em pinturas.
O pior desta realidade é que, entre nós, muito poucos nos preocupamos com eles. Afastaram-se... E?!... Pois, que Deus os abençoe!
Que sejam felizes! E, se alguma vez os voltamos a encontrar, não nos
lembramos deles nem os cumprimentamos, como se nunca tivessem
nada a ver connosco.
A VOZ DOS PROFETAS
Em quê nos podem ajudar os antigos profetas para entendermos
a actual situação da Igreja
e contribuirmos para mudar o que há que mudar?
P.e Flaviano A. V., fmap
Uma missão difícil
Às vezes pergunto-me: «Serei
só eu a dar-me conta de tantas
anomalias presentes na Igreja, que
estão a impedi-la de cumprir cabalmente a sua missão?» Certamente
que não. De facto, não falta gente
que me diz: «Eu sempre pensei
o mesmo, mas não me atrevo a
dizê-lo.» E porquê? Pelo medo de
meter-se em problemas.
A missão do profeta, na realidade, é sempre arriscada, como a História o demonstra abundantemente.
Em que consiste?
Ser profeta é conhecer profundamente, por um dom de Deus, a
situação em que se encontra um
indivíduo e uma comunidade, em
relação ao cumprimento do plano
de Deus, e dá-la a conhecer aos
interessados em vista da superação
das falhas. Segundo o caso, tratase de repreender, corrigir, exortar
ou consolar (1 Cor 14, 3).
É por esta natureza da profecia
que advém a recusa da parte dos
que querem viver ao seu modo e a
tentação da parte do profeta (falso
profeta) de dizer o que as pessoas
querem escutar.
pais e nem lhes prescrevi nada a
respeito de holocaustos e sacrifícios»
(Jer 7, 22).
O que se passou, então? Foi
que depois inventaram tantas coisas
esquecendo-se do essencial (Jer
2, 23). Substituíram a Lei de Deus
por sacrifícios e festas, misturadas
com todo o tipo de iniquidades,
tornando-se desagradáveis a Deus
(Is 1, 14).
E agora não acontece o mesmo? O humano é sobreposto ao
divino, os costumes são preferidos
aos preceitos de Deus.
Pura exterioridade
«Este povo honra-me com os
lábios, enquanto o seu coração está
longe de mim» (Is 29, 13),
Que fariam os antigos profetas
se vissem como actualmente gerimos a pastoral da Igreja no âmbito
da religiosidade popular? Por acaso
ficariam de braços cruzados, pensando: «Nada a dizer. Que podemos fazer? É o seu modo popular
de entender e de viver a fé. Para
quê fazer tanto escândalo e tratar
de a mudar? É a fé inculturada, uma
enorme riqueza para a Igreja. Que
continuem em frente.»? Fariam isto
ou tudo o possível para a purificar?
Uma mensagem actual
Actualmente também existem
situações muito parecidas com as
que sucederam no Antigo Testamento.
Família insólita
Que família tão insólita é a nossa! Afirmamo-nos irmãos, mas
vivemos sem nos conhecermos e sem nos amarmos. E, se alguém
se afasta, ou morre, nem nos damos conta nem nos interessa. Nem
sequer choramos por ele.
Será isto porque a Igreja é uma família demasiado numerosa?
Então, será verdade o que dizem por aí, que a «família pequena vive
melhor»? Certo é que algo anda mal na nossa família.
Oração
Ó Virgem de Fátima, ajuda-nos a procurar e encontrar os nossos irmãos desaparecidos. E que saibamos fazer uma grande festa
quando os encontrarmos.
Ó Virgem de Fátima, ajuda-nos a perceber o que está a falhar
na nossa família. E que não haja mais irmãos a afastarem-se de nós.
P.e Flaviano Amatulli Valente, fmap
Ignorância religiosa
«O meu povo perde-se por falta
de conhecimento» (Os 4, 6).
Qual a causa? O sacerdote
esqueceu-se da Lei de Deus e não
a ensina ao povo. É uma fotografia
da realidade actual. O sacerdote
faz tudo, menos ensinar a Lei de
Deus. Para isso encarrega gente
de boa fé, sem um verdadeiro
conhecimento do assunto. Pobre
povo de Deus, tão necessitado de
conhecimento e tão negligenciado.
Falsa religiosidade
«No dia em que vos fiz sair do
Egipto, não falei com os vossos
Eficácia da Palavra de Deus
«A minha palavra não voltará
a Mim sem que tenha realizado a
minha vontade» (Is 55, 11).
Que acontecerá na Igreja no
dia em que todos utilizem a Palavra
de Deus como fonte para a vida,
começando desde a catequese présacramental?
(continua na página 2)
A VOZ DOS PROFETAS
(continuação da página 1)
Satisfação e alegria
«A vossa palavra é a minha alegria, as delícias do meu coração» (Jer
15, 16)
É tudo uma questão de familiarizar-se com a Palavra de Deus.
Porque haverá hoje, dentro da Igreja, tão poucos profetas? Por causa
do modelo eclesial que se está a adoptar, um modelo de estilo feudal, em
que os de cima pensam e mandam, enquanto os de baixo estão proibidos
de pensar e são obrigados a obedecer sempre. É daqui que resulta a atitude
submissa do leigo diante do presbítero, do presbítero ante o bispo e do
bispo face ao papa, e o escândalo quando alguém se imiscui em assuntos
que supostamente competem apenas à classe superior. A pessoa pensa:
«Como vou julgar o que está a fazer o senhor padre?», ainda que se veja
claramente que se trata de algo indevido.
O mesmo acontece em relação aos documentos da Igreja. São tratados
como se fossem Palavra de Deus, o que não corresponde à realidade. De
todos os modos, se na própria Bíblia distinguimos entre o autor principal,
que é Deus, e os autores secundários, entre ensinamentos, costumes, opiniões e tantos outros aspectos, porque não podemos fazer o mesmo no
respeitante aos documentos da Igreja? Porque temos de aceitá-los como
se tivessem sido ditados directamente pelo Espírito Santo, sem nenhuma
possibilidade de equívoco?
O que nos diz a História acerca disto? Será que não nos damos conta
de que nem tudo o que vem do Magistério eclesiástico é magistério, tal
como nem tudo o que a Bíblia contém é ensinamento? Ora bem, quanto
mais conseguimos desmistificar o que se refere ao Magistério eclesiástico
e, em geral, aos ditames da hierarquia, tanto mais obteremos uma maior
participação de todas as forças vivas da Igreja com um resultado muito mais
expressivo do que aquele que se obtém actualmente, ao excluir da tomada
de decisões a muitos membros da Igreja por não pertencerem à hierarquia.
As Bem-aventuranças
do padre Amatulli
Feliz o homem que sabe exprimir a sua opinião. É como uma fragrante
rosa primaveril que alegra, estimula e enriquece.
1 Feliz o homem que lê e viaja muito.
É como uma águia que voa nas alturas.
Ai do homem que não costuma nem ler nem viajar!
É semelhante a um rato encerrado num buraco.
2 Feliz o homem que aprendeu a pensar.
É como um atleta treinado para o triunfo.
Ai do homem que não sabe pensar!
É semelhante a um viajante caminhando numa noite escura.
3 Feliz o homem que sabe expressar a sua opinião.
É como uma fragrante rosa primaveril que alegra, estimula e
enriquece.
Ai do homem que não sabe pensar!
É semelhante a um tronco abandonado no meio do caminho,
que só serve para estorvar.
4 Feliz o homem que nunca recusa assumir compromissos.
É como um alpinista que, de cume em cume, chega a escalar
até as mais altas montanhas.
Ai do homem que tem medo dos compromissos!
É semelhante a um eterno espectador que nunca sonha subir
ao ringue.
5 Feliz o homem responsável.
É como uma árvore frondosa, a que todos vão à procura de
sombra num dia cálido.
Ai do homem irresponsável!
É semelhante a um carro acidentado do qual só se aproveita
uma ou outra peça em caso de necessidade.
Rompendo esquemas
Se queremos que a Igreja como instituição avance é preciso que
destruamos o modelo vigente de relações entre os distintos membros do
povo de Deus. Demos como Igreja o passo definitivo para a modernidade,
aceitando os avanços que se deram dentro da sociedade em geral. Que
também dentro da Igreja surja a figura do comunicador e do analista religioso, cuja tarefa consiste em informar acerca dos acontecimentos eclesiais
mais relevantes e, ao mesmo tempo, apresentar opiniões, interrogações e
denúncias, como se faz no campo profano. E que isto seja visto como algo
normal, como uma versão moderna do antigo profetismo.
Se se actuasse com esta mentalidade, haveria, sem dúvida, mais aceitação dos jornais diocesanos e da imprensa católica em geral. Pelo contrário,
vendo como na comunicação social católica se emprega muito a censura,
alegadamente para evitar o escândalo, os próprios católicos praticantes
não têm confiança e, quando se trata de dar a conhecer alguma opinião
algo atrevida, um questionamento sério ou uma denúncia, dirigem-se à
comunicação social profana. Isto, obviamente, retira credibilidade a toda
a informação católica, muito necessária quando se refere a irregularidades
presentes na sociedade, e mais ainda, quando são imperfeições presentes
na Igreja.
Outra maneira de actualizar o profetismo dentro da Igreja seria aceitar
a figura do Ombudsman, que poderia ajudar a reduzir notavelmente a
distância entre os diferentes membros do povo de Deus e a criar um clima
de maior respeito pelos direitos e dignidade de cada indivíduo, independentemente da tarefa que cada um desempenha.
Pensar a Igreja
Pensar a Igreja para a actualizar e permitir-lhe cumprir cabalmente a sua
missão de fazer presente Cristo no mundo de hoje, este é o grande desafio
que temos presentemente. Nesta tarefa, a Palavra de Deus e o espírito
profético têm um papel preponderante. De outro modo, arriscamo-nos a
«perder o sabor» e a converter-nos em mais um símbolo do passado, sem
uma verdadeira influência no quotidiano do homem actual.
6 Feliz o homem constante.
É como uma gota de água que com o tempo chega a perfurar
até a rocha mais dura.
Ai do homem inconstante!
É semelhante a um eterno aprendiz que muda continuamente
de ofício e nunca chega a ser mestre.
7 Felizes vós quando vos deixardes guiar pelas ideias e tenhais
uma meta bem fixa na vida.
Sereis como pedra firme que nenhuma inundação ou terramoto
poderá mover.
Ai de vós se não tendes nenhum ideal na vida e vos deixais guiar
pelo sentimento!
Sereis semelhantes à palha do campo que o vento leva de um
lugar para o outro sem rumo certo e que todos pisam sem se
darem conta.
«Participei num curso bíblico
com os Apóstolos da Palavra»
O meu nome é Gessica Jara.
Tenho 22 anos. Sou natural de
Ciudad del Este e estou a viver
actualmente em Santa Rita, no Paraguai, fazendo a primeira etapa
do aspirantado na congregação
das Irmãs Missionárias de S.
Carlos Burromeo Scalabrinianas.
Quero partilhar convosco a linda
experiência de ter participado no
curso bíblico, desenvolvido pelo
Ir. Marcos Garcia Bernal, apóstolo
da Palavra mexicano.
Durante este curso pude conhecer e entender mais coisas
que antes não estavam muito
claras para mim. Ele também
me ajudou de sobremaneira a
perceber a situação em que nos
encontramos os cristãos católicos
e a ignorância que superabunda
acerca da Palavra de Deus (a Bíblia) e relativamente à nossa Igreja
una, santa, católica e apostólica.
Tudo isto me fez reflectir e
pensar sobre o que fazer e como
fazer, da minha parte, para que
esta situação mude. Também me
dei conta da importância de nos
formarmos para conhecer, entender e valorizar o que é a nossa
Igreja e a nossa Fé, iluminados
pela Palavra de Deus.
Este curso foi muito significativo, porque me serviu como
formação, ajudando-me a dar
com mais vigor e firmeza uma
resposta positiva ao chamamento
que Deus me faz, percebendo a
necessidade que há de que surjam
pessoas que doem a sua vida ao
serviço do Reino de Deus.
A mim encantou-me, particularmente, a metodologia seguida
pelo Ir. Marcos, que consistiu em
fazer questionários a várias pessoas com perguntas sobre a Bíblia
e sobre a nossa Igreja, o que me
ajudou a ver a realidade em que
estamos os católicos no que se
refere à nossa fé; e o pouco que
conhecemos sobre ela.
Também gostei muito das avaliações que tivemos, as quais nos
ajudaram a todos a avaliar quanto
aprendemos acerca da Bíblia e
com as explicações do Ir. Marcos,
levando-nos a exigir mais de nós
mesmos.
Agora desejo que, a partir
deste curso bíblico e de tudo o
que aprendemos, Deus nos ajude
a ser agentes anunciadores da
sua Palavra e, como discípulos e
missionários, façamos chegar o
Evangelho onde ele é desconhecido, para que desta maneira se
possa valorizar e amar a única
Igreja fundada por Jesus, a Católica, Apostólica e Romana.
O Pastor e as Ovelhas
P.e F. Amatulli V., fmap
Que tipo de relação há-de haver entre o pastor e as ovelhas? Que diz a Palavra de Deus
acerca disto? Apenas resolvendo este problema podemos estabelecer as bases
de um novo modelo de Igreja, em que a atenção pastoral de todos os fiéis seja fundamental.
P
ode haver dois tipos de
relação entre o pastor e as
ovelhas: o pastor ao serviço
das ovelhas e as ovelhas ao serviço do pastor. São duas situações
muito divergentes que dão origem
a dois modelos muito diferentes
de Igreja.
AS OVELHAS
AO SERVIÇO DO PASTOR
Que ao pastor não falte nada.
Que se sinta à-vontade. Que não
se lhe exija nada. Que ninguém o
julgue nem critique. Ele faz o que
pode, até onde alcança. E o resto?
Deixem-no nas mãos de Deus.
Estando assim as coisas, quantas mais ovelhas houverem melhor.
Há mais garantia de uma melhor
atenção ao pastor. Perdem-se
algumas ovelhas? Nada a fazer.
Não é culpa do pastor. O pastor
não tem mãos a medir para tantas
ovelhas.
O PASTOR
AO SERVIÇO DAS OVELHAS
O que importa é que todas as
ovelhas sejam atendidas devidamente, aplicando o conselho de
Jetro (Ex 18, 21-22). É o que faz
qualquer pastor autêntico. Se não
pode atender individualmente a
todas as ovelhas, procura ajudantes. A mais ovelhas mais pastores.
O importante é que nenhuma
ovelha fique sem ser atendida, ou
se perca.
Que diz a Bíblia?
A Bíblia fala de bons e maus
pastores. O bom pastor é aquele que apascenta as ovelhas,
conhece-as uma a uma e chama-as pelo nome, vai à procura das
ovelhas perdidas, cura as feridas,
trata das doentes e está disposto
a dar a sua vida para as defender
dos lobos rapaces (Jo 10, 3-4; Lc
15, 4-7; Ez 34).
Os maus pastores, ao contrário, aproveitam-se das ovelhas até
onde for possível e, no momento
do perigo, abandonam-nas (Jo 10,
12-13; Ez 34).
Que acontece connosco?
Hoje há muitas ovelhas abandonadas, à mercê dos lobos, sem
que ninguém se acautele. Em vez
de discernir como nos organizarmos para atendê-las a todas,
uma por uma, estamos a procurar
pretextos para nos convencermos
de que, no fim de contas, os lobos
não são lobos, mas outro tipo de
pastores. É algo completamente
inaudito e incrível, biblicamente
falando.
Por isso, segundo essa maneira
de pensar, não há motivo para
preocupar-se demasiado com
esta realidade, uma vez que cada
um vai fazendo o que está ao seu
alcance e, pouco a pouco, as
coisas hão-de voltar ao seu ponto
de normalidade.
No fundo, estamos perante
uma nova configuração religiosa,
que se perfila nos países de tradição católica e que será caracterizada pelo pluralismo religioso mediante o derrube do cristianismo.
É um processo histórico iniludível.
E, portanto, não nos resta senão
envolver-nos em dito processo,
sem ressentimentos contra ninguém, sem saudades do passado
e sem veleidades triunfalistas para
o presente ou o futuro, vendo em
tudo a mão de Deus.
Reestruturar a pastoral
Eu não estou de acordo com
essa maneira de ver as coisas e
convido todos os católicos de boa
vontade a despertar e a fazer
todo o possível
para reverter a
situação.
Em vez de
julgar as coisas
com critérios humanos, aprendamos a vê-las à
luz da Palavra de
Deus e cairemos
na conta de que,
se muitos irmãos
nossos estão a
deixar a Igreja, é por culpa nossa
e não por um processo histórico
que não se pode iludir, nem muito
menos por um plano de Deus.
Acontece porque não queremos enfrentar seriamente o
desafio da atenção pastoral do
nosso povo, por causa do medo
de perder as nossas seguranças.
Não queremos por todas as cartas
em cima da mesa e estruturar um
novo modelo de Igreja, no qual a
atenção pastoral de todo o povo
de Deus seja algo primordial,
recordando o princípio «Salus animarum, suprema lex» (A salvação
das almas, lei suprema).
Para conseguir isto não é
suficiente convidar os leigos a
compromete-se mais com a Igreja,
entregando mais tempo e energias
ao apostolado. Antes de mais
nada, é necessário estar dispostos
a partilhar tudo com eles, isto é,
responsabilidade, “leite e lã”, não
esquecendo o princípio segundo o
qual «o operário tem direito ao seu
salário» (Mt 10, 10).
Colaboradores sim, não criados.
Paraíso na Terra
P.e Miguel Veja León - [email protected]
Diocese de Mexicali, Baja California (México)
Os justos possuirão a Terra
São muitos os textos bíblicos que falam de que os justos possuirão
a Terra. Mas por terra entendem-se várias coisas: a terra prometida a
Abraão (Canaã), a mesma pátria de Israel, a recompensa dos justos,
a era messiânica, a glória futura.
Os irmãos testemunhas de Jeová dizem que a maioria deles viverá
eternamente no paraíso, aqui na Terra… com a sua casa, família, o
seu trabalho, em paz e felicidade… Um paraíso na Terra ao estilo
muçulmano («Jardins de onde brotam as fontes, abundância de frutos
e manjares, virgens de olhos grandes… para o descanso e felicidade
dos eleitos que se casem com elas» (Alcorão, Sura 55, 46ss; 56, 4ss;
78, 17ss).
Era messiânica
As Testemunhas de Jeová citam o livro do profeta Isaías: «Habitará o
lobo com o cordeiro, o boi comerá ao lado do leão, a criança brincará
na toca da víbora» (Is 11, 1ss), mas ali fala-se da era messiânica com a
imagem do paraíso, isto é, com a chegada de Cristo, o Messias, inicia
um tempo de harmonia e paz.
Veja-se que o texto fala do descendente, o «filho de David»: brotará
uma vara do tronco de Jessé, que traz a justiça à Terra. O mesmo é
dito no capítulo 35: Os cegos vêem, os surdos ouvem… no covil dos
chacais crescerão canas e juncos… regozijo e alegria os acompanharão (cf. Mt11,5).
Em resumo, o livro de Isaías profetiza que com Cristo , o príncipe
da paz (Is 9) inicia uma era de alegria e harmonia.
Retribuição neste mundo
As Testemunhas de Jeová citam o Salmo 37, onde repetidamente
se diz que os justos possuirão a Terra. Mas com esta afirmação está
a expressar-se a crença antiga da retribuição neste mundo, ou seja,
pensava-se que as bênçãos divinas eram para esta vida: muitos filhos,
vida longa e riqueza.
Os textos bíblicos escritos antes do século ii antes de Cristo dizem
sempre que aos justos tudo corre bem neste mundo (a ideia da ressurreição e de uma retribuição para os justos depois da morte aclarou-se
até ao século II a.C. Vejam-se os livros de Sabedoria e Macabeus), que
eles possuem a Terra, porque são os abençoados.
A glória futura
Se encontramos alguma frase no Novo Testamento afirmando que
«os justos possuirão a Terra» como em Mt 5, 5 entendemos que se
trata de uma exposição decalcada do Salmo 37, para dizer que serão
abençoados, mas logicamente não como pensavam antigamente os
judeus com bens físicos e materiais senão como o próprio Cristo ensina: em primeiríssimo lugar, com uma comunhão profunda com Deus:
Se alguém Me ama, guardará a minha Palavra, e o Meu Pai o amará
e viremos a ele, e faremos nele morada (Jo 14, 23).
Esta comunhão, precisamente, é o que se prolonga e chega à sua
plenitude na via eterna:
Hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23, 43). Esta citação é importante porque deita por terra dois pontos doutrinais das Testemunhas
de Jeová (o paraíso terrestre e a não existência da alma). Por isso,
Apóstolos da Palavra
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Responsável: Maria Cristina Sisimit Luc
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eles mudaram o texto assim: «Verdadeiramente te digo hoje:
Estarás comigo no paraíso»… puseram os dois pontos a seguir
ao «hoje».
Voltarei e levar-vos-ei comigo, para que onde Eu estiver
estejais também vós (Jo 14, 3).
Esta é a vida eterna: que Te conheçam a Ti, por único Deus
verdadeiro, e àquele que Tu enviaste, Jesus Cristo (Jo 17, 3).
Pai, quero que aqueles que Me deste, onde Eu estiver, também eles
estejam comigo, para que vejam a minha glória (Jo 17, 24).
Estamos sempre cheios de confiança. Sabemos que todo o tempo
que passamos no corpo vivemos longe do Senhor, pois caminhamos
na fé e não na visão… Desejamos sair deste corpo para habitar com
o Senhor (2 Cor 5, 6-8).
Desejo partir e estar com Cristo (Fl 1, 23).
Agora vemos como num espelho, de maneira confusa. Então
veremos face a face. Agora conheço de maneira imperfeita; então
conhecerei exactamente, como também sou conhecido (1 Cor 13, 12).
Deus levará consigo os que morreram em Jesus… E assim estaremos
sempre com o Senhor (1 Ts 4, 13ss).
Portanto, a vida futura, mais do que assinalá-la como um lugar
físico, define-se como uma relação interpessoal, um estado de vida
feliz pela comunhão plena com Deus.
Se na Bíblia se fala da vida após a morte apresentando-a como um
banquete (Is 25), como uma cidade preciosa (Ap 21), como um novo
Céu e uma nova Terra (2 Pd 3), como um grande hotel (Jo 14) ou um
paraíso, é porque nos vemos forçados a falar com símbolos das realidades espirituais, que são invisíveis e ultrapassam a nossa capacidade
de entender. Esse é o papel das comparações ou imagens: tentam dizer
algo do inexplicável.
Mistérios por resolver
À testemunha de Jeová, que interpreta literalmente, poderíamos
perguntar: Os leões tornar-se-ão vegetarianos? Para quê ter mais filhos
se já ninguém morrerá? Como vais ressuscitar: como pai ou como
filho na tua família? Ou alguém poderá ser ao mesmo tempo criança,
esposo, pai e avô? Não atendem à passagem que diz que «na outra
vida não se casarão» (Mc 12, 24-25). E, se comem, também haverá
retretes e esgotos?
E
N
C
O
M
E
N
D
E
N
O
S
1 - A Igreja Católica e as Seitas. Perguntas e Respostas.
2 - Sou Católico (preparação para a Profissão de Fé).
3 - Curso Bíblico para Crianças.
4 - História da Salvação. Curso Bíblico Popular.
5 - Pão de Vida (preparação para a Primeira Comunhão
e Primeira Confissão).
6 - Vem Espírito Santo (preparação para o Crisma).
7 - Uma Aliança de Amor (para noivos e esposos).
8 - Jogos Bíblicos (para crianças, jovens e adultos).
9 - CD (cânticos).
10 - Minidiálogo (80 temas com citações bíblicas para
dar respostas às seitas com a Bíblia).
L
I
V
R
O
S
INSTITUTO MISSIONÁRIO APÓSTOLOS DA PALAVRA
Bolsa de Estudo para uma Irmã de Vida Consagrada
1 - Gostaria de ajudar as Missões com uma Bolsa de Estudo para
colaborar na formação de uma Irmã de Vida Consagrada.
Para isso, ofereço 250 euros.
Desejo que esta oferta seja:
- Em memória de ________________________ (nome do defunto)
ou em honra de _______________________________________
(Virgem de Fátima, Sagrado Coração de Jesus, Santo...)
2 - A Irmã beneficiada com a Bolsa de Estudo compromete-se a
rezar pelas intenções do(a) benfeitor(a).
Assinalar se deseja receber o endereço e a fotografia da Irmã ajudada, para que possa manter correspondência com ela: Sim___ Não ___
Nome: _______________________________________________
Morada completa: _____________________________________
________________________________________________________
Fotocopie esta ficha, preencha-a e envie-a para a morada indicada
nesta página, acompanhada do modo de pagamento. Se fizer depósito
ou transferência bancária, envie também o comprovativo. Obrigado!

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