Uma BR de sonhos

Transcrição

Uma BR de sonhos
A Universidade em Revista
Publicação da Universidade da Região de Joinville – Univille
Edição III, Ano I – Dezembro de 2004
BR-101
Gaúchos e catarinenses unidos. A estrada que movimenta
milhões da economia brasileira pede socorro. Conhecida como
uma das mais perigosas para trafegar, a BR-101 Sul, do trecho
de Palhoça a Osório, é marcada por inúmeras tragédias.
Páginas centrais
Saúde
Meio Ambiente
Universidade
Cuide da voz. Dicas e
cuidados necessários
à boa saúde
Organizações conscientes
priorizam o desenvolvimento
sustentável
Cenário educacional
brasileiro aponta por um
ensino mais atrativo
Pág. 4
Pág. 14
Pág. 24
Editorial
Duplicação da BR-101
alguém ainda tem dúvida?
ma das estradas de maior importância
para a economia brasileira, que liga
dois grandes estados como Rio
Grande do Sul e Santa Catarina,
está prestes a mudar o rumo da sua história:
das tragédias diárias para a concretização de um
sonho – a duplicação. Muito foi feito para que
as obras no trecho sul, que vai de Palhoça –
na grande Florianópolis – a Osório – no Rio
Grande do Sul – acontecessem, porém a
realização não passava de promessas de
governantes. O próprio presidente do Brasil, Luís
Inácio Lula da Silva, em seus discursos, declarava
que a duplicação da BR-101 era prioridade.
Apesar da luta de gaúchos e catarinenses, o sonho
da duplicação parecia inatingível. Desde a sua
construção, que já faz 23 anos, a quantidade de
vidas perdidas é assustadora. Trabalhadores que
nunca voltaram para casa, famílias inteiras
dizimadas, histórias de dor e sofrimento que
poderiam ter sido evitadas.
No início do mês de dezembro, um passo
importante foi dado: o nosso presidente da
República esteve nas cidades de Torres (RS) e
Palhoça (SC), dois dos trechos mais importantes
do projeto de duplicação do trecho sul, para
assinar a Ordem de Serviço de Início das Obras.
Segundo o Ministério dos Transportes,
o projeto de duplicação da BR-101 Sul envolve
348 quilômetros, dos quais 248,5 Km estão
no estado catarinense e 99,5 Km no gaúcho.
Além da construção de uma nova pista, serão
realizados serviços de restauração da rodovia e
mais 225 obras, tais como a construção de
pontes e viadutos.
O governo afirma que essa obra é preferencial
dentre as obras estruturais dos próximos dois
anos. Com um orçamento estimado em US$
800 milhões, a obra será executada em parceria
entre a União, o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e a iniciativa privada.
Torcemos para que o trecho sul deixe de ser
“a estrada da morte”, como é denominado por
muitos, e passe a ser a “estrada com vida”.
Vida para o turismo, para os negócios, para os
caminhoneiros, que fazem do Brasil um país
rico, para quem sonha e deseja um país
melhor para se viver .
Desejamos a todos um excelente 2005.
Que no próximo ano possamos estar
juntos novamente.
Cíntia Fanezze Só
Revista Universo Univille – A Universidade em Revista Publicação Bimestral da Universidade da Região de
Joinville – Univille – Edição III, Ano I – Dezembro de 2004
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Alcântara • Design Gráfico / Ilustrações: Juliana Floriano • Colaboradores: Elcio Ribeiro e Karla Pfeiffer Moreira – Escritório de Design /
Caroline S. Campos e Renata Beatriz Müller – Estagiárias do Laboratório de Fotografia • Fotografias: Studium Photos / Gerência de
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Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
Nesta edição
8 Brasil
Quanto o crescimento da cidade influencia
no nosso dia-a-dia
16
Responsabilidade Social
Como contribuir para um mundo melhor
18
Contraponto
Conheça a Campanha do Desarmamento, seus
objetivos e metas e qual a participação de Joinville
21 Turismo
Atividades radicais ganham cada vez
mais adeptos
Saúde
Conheça os
problemas do mau uso
da voz e as sugestões
de como resolvê-los
Cíntia Fanezze Só
Silvio Simon
ara muitos, um dom; para outros,
um aperfeiçoamento. A utilização
da voz como instrumento de
comunicação é tão tradicional como
a roda para a locomoção ou a água para beber.
A voz possui característica própria e importante
para cada indivíduo e distingue-se quanto
à idade, ao sexo e ao estado emocional. É por
intermédio dela que expressamos nossas idéias,
pensamentos e emoções, além de ser a forma
mais convencional e importante que o ser
humano tem para se expressar.
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
A voz é
produzida por meio
do ar que sai dos pulmões,
passa pela laringe, onde estão
localizadas as pregas vocais, e, no momento da
expiração, estas aproximam-se e vibram,
produzindo, assim, o som. Esse som, que no
início é baixo e fraco, é amplificado pela faringe,
boca e nariz e, depois da amplificação, esse
mesmo som será articulado por meio dos lábios,
bochechas, língua, palato e mandíbula.
O cuidado com a saúde da voz é tão grande que
acabou se tornando vasto campo de trabalho para
médicos – especialistas em otorrinolaringologia
e fonoaudiologia, profissionais esses que
atuam diretamente no tratamento e no
treinamento vocais.
Segundo Monika Schlünzen Monguilhott,
fonoaudióloga com especialização em voz,
o número de pessoas que procuram esse tipo de
serviço vem aumentando. “Hoje, atores, cantores,
telejornalistas, radialistas e professores são
freqüentadores assíduos dos nossos consultórios”,
observa. Mais que uma necessidade, o cuidado
com a voz torna-se fundamental para esses
profissionais, que usam a voz diariamente, e evita
problemas futuros. “O mau uso vocal – falar alto
demais, em demasia, com tensão e respiração
incorreta – tende a gerar um inchaço nas pregas
vocais. É nessa hora que aparecem sintomas como
rouquidão, fadiga, ardência e pigarro”, observa
Monika. Para quem passar por uma das situações
colocadas acima, a sugestão é procurar um
otorrinolaringologista. Ele fará os exames
necessários, dará o diagnóstico e, se necessário,
encaminhará a um fonoaudiólogo. “Se o
tratamento não ocorrer a tempo, o que era apenas
um inchaço transforma-se em um nódulo,
aumentando o risco de ter que fazer uma
cirurgia”, comenta a fonoaudióloga.
Para o otorrinolaringologista, Álvaro Machado
Pacheco Neto, caso a pessoa seja negligente
em relação a sintomas e cuidados com suas
pregas vocais, as lesões evoluem, piorando a
qualidade vocal, por vezes de forma irreversível
e, com o passar do tempo, mesmo que
raramente, pode-se evoluir para um câncer na
prega vocal.
O médico lembra ainda que a rouquidão, por
mais de três semanas, é um dos sete sintomas
citados pela União Internacional Contra o
Câncer, além da perda de voz, voz fina, fadiga
ao falar, garganta seca, ardor, pigarro, tosse
crônica, desconforto ao engolir, que devem ser
observados e, preferencialmente, avaliados por
um médico para tratamento.
Por isso, quem depende da voz para
desenvolver atividades profissionais precisa de
acompanhamento fonoaudiológico para usá-la
de forma adequada e manter, assim, uma boa
saúde vocal. Durante o trabalho, são
adquiridas técnicas de respiração, voz, postura,
leitura, aquecimento e desaquecimento vocais
e articulação. O tratamento para as alterações
vocais, popularmente conhecidas como calos,
pode durar de três a quatro meses, e o de
comunicação oral, destinado aos profissionais
da voz, de quatro a seis meses, passando para
um acompanhamento quinzenal e, a seguir,
mensal. “É um trabalho que deve ser
conservado para manter a qualidade e o
padrão vocais”, explica Monika. Ela compara
a relação fonoaudiólogo/profissional da voz
com a existente entre o atleta profissional e
o fisioterapeuta/preparador físico. “São pessoas
que necessitam manter condições físicas
ideais para poder exercer a atividade
que desempenham”.
Atenção professor
Você é um profissional da voz, portanto
precisa tomar alguns cuidados especiais.
Faça aquecimento e desaquecimento vocais
antes de começar a lecionar para garantir e
manter a saúde de sua voz. Enquanto você
está em sala de aula, tome muita água, sempre
em temperatura ambiente. Ao término desta,
faça repouso vocal de, aproximadamente,
15 minutos. Outra dica importante e que
vai ajudá-lo a ter uma boa saúde vocal é a
realização de exercícios de alongamento e
relaxamento dos músculos da região cervical
(nuca e pescoço). E lembre-se: rouquidão
por mais de 15 dias é uma alteração na
normalidade da voz, que deve ser analisado
por um otorrinolaringologista.
Nossa voz agradece quando temos os cuidados
necessários para garantir sua saúde. Lembre-se:
ela é nosso principal instrumento de comunicação.
Recomenda-se
• Beber de 2 a 3 litros de água por dia
• Procurar não falar em excesso, nem muito alto
• Respirar pelo nariz para que o ar entre nos pulmões
aquecido, filtrado e úmido
• Comer maçã, pois a fruta ajuda a limpar a garganta
• Consumir sucos e frutas cítricas
• Dormir bem. Um bom sono é fundamental para o
relaxamento das cordas vocais
• Fazer aquecimento e desaquecimento vocais
sempre que fizer uso profissional da voz (é importante
o acompanhamento de um fonoaudiólogo)
Evite
• Falar demais
• Falar muito alto
• Competição vocal (falar em ambientes
barulhentos)
• Usar pastilhas e sprays para a garganta
sem conhecimento do seu médico
• Fumar ou ficar em ambiente de fumantes
• Álcool e drogas
• Pigarrear e tossir para não machucar as
pregas vocais
• Alimentos pesados e condimentados,
pois dificultam o movimento respiratório
• Consumir leite, chocolates e seus derivados
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
•
•
•
•
•
•
antes da utilização intensa da voz, pois
esses alimentos aumentam a secreção de
muco no trato vocal
Mudanças bruscas de temperatura
Tomar líquido muito quente e/ou muito
gelado
Tomar medicamentos sem conhecimento
médico, pois podem causar problemas
Sapatos muito altos
Roupas apertadas
Usar a voz profissionalmente sem o
conhecimento das técnicas apropriadas e/
ou sem a preparação adequada
Curiosidade
Voz de Frank Sinatra escolhida como a melhor do século 20
Que a voz humana é um dos mais belos instrumentos
musicais, ninguém discute. A diva Elis Regina, certa vez,
chegou a afirmar que se Deus cantasse, cantaria com
a voz de Milton Nascimento. Entretanto, eleger qual
voz é mais bonita é uma tarefa e tanto, visto a
quantidade de cantores, lírico e popular, existente
no mundo, além do gosto pessoal. Em 2001,
a rede britânica BBC realizou entre o público,
cantores e críticos musicais a pesquisa A Melhor
Voz do Século 20. Quem ganhou? O americano
Frank Sinatra (1915 – 1998). Na época,
o organizador da sondagem, o DJ Paul Gambaccini,
declarou que a vitória do “Blue Eyes”, como o
astro ficou conhecido, foi enfática e fabulosa
— ele obteve 44.756 votos. “O resultado
não foi uma surpresa. Com seus clássicos
My Way e Strangers in the Night, Sinatra é
adorado por milhões de pessoas no mundo
todo”, justificou Gambaccini. Em segundo
lugar, ficou o ídolo do rock Elvis Presley,
seguido de Nat King Cole, Ella Fitzgerald
e Bing Crosby.
Fonte: http://dolexplica.dgabc.com.br
Nossas fontes
Monika Schlüzen Monguilhott é formada pela
PUC, do Paraná, em Fonoaudiologia. Especialista
em voz pela mesma universidade, atuando desde
1995 na Clínica Audicenter.
É facilitadora de grupos de treinamento em
desenvolvimento da comunicação verbal. Coordena
o programa de Desenvolvimento em Comunicação
da RBS TV, junto aos telejornalistas da emissora
em Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau e Itajaí.
O médico Álvaro Machado Pacheco Neto é
formado pela Universidade Federal de Santa
Catarina, tem especialização em
Otorrinolaringologista, realizada na
Universidade de São Paulo – USP no Hospital
de Clínicas. Fez estágio na Ear House Institute
em Los Angeles e na Case Western Reserve
University em Cleveland. É professor também
no curso de Medicina da Univille.
Brasil
Circule por Joinville
E confira os fatores que influenciam no crescimento
e no desenvolvimento da cidade
Silvio Simon
ocê conhece Joinville? Acorda
cedo, pega ônibus, carro ou
bicicleta e vai trabalhar,
estudar, passear? Além do
vai-e-vem, você já pensou na influência
que a urbanização e a chegada de novas
empresas exercem na sua vida?
Nas próximas linhas, você vai descobrir
que Joinville tem uma formação
extremamente norte–sul e que a rua
Dona Francisca influenciou diretamente
o crescimento da cidade. “Até a década
de 50, a ligação entre Curitiba e o sul
de Santa Catarina era feita pela Dona
Francisca. Todo veículo passava pelo
centro da cidade. A conseqüência foi o
fortalecimento do comércio e da indústria
no centro e nas regiões próximas”,
comenta o professor
Naum Alves de
Santana, MSc em
Geografia na área de
desenvolvimento
regional e urbano,
que leciona
Geografia Urbana e Planejamento
Regional e Urbano, na Univille.
Segundo o professor, o primeiro passo
é verificar de que forma houve a
intervenção do Estado no processo.
“A participação pode ocorrer de forma
orientativa, quando é proposto o que,
onde, quando pode ser feito e como;
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
e indutiva, quando o poder público
oferece vantagens como, por exemplo,
no caso do distrito industrial norte”.
Depois é preciso estar atento aos
elementos que controlam o povoamento
de uma cidade, como a Lei de Uso e
Ocupação do Solo, o Código de Obras,
o Código de Posturas e o Plano Diretor.
Um fator importante na urbanização de
uma cidade é o mercado. Não são poucas
às vezes em que este é o grande
responsável pelo arranjo espacial, ou seja,
a orientação física do município. “Esse é
um dos motivos para a orientação norte–
sul”, explica Santana, que inclui nesse
processo as barreiras físicas, morros e
mangue, para a expansão leste–oeste.
Na tentativa de auxiliar a constante
ocupação de outras áreas,
foram construídos eixos de
ligação entre o norte e o sul
com as regiões do leste e do
oeste. Você se lembra do
início do texto, quando
falamos sobre participação
orientativa e indutiva? Então, as
construções das pontes do Trabalhador,
da Mauro Moura, na rua Inácio Bastos,
e da futura ponte na rua Max Colin com
a avenida Beira Rio são situações em que
o Estado age de maneira a induzir o
processo de ocupação.
“Temos, na cidade, vias no sentido leste–
oeste, como a Plácido
Olímpio de Oliveira, que
cada vez mais terão papel
fundamental na
circulação do fluxo de
veículos”, diz Santana.
De acordo com o
professor, ruas como a
Blumenau, a João Colin
e a Orestes Guimarães vão acabar
concentrando a movimentação em
torno do centro.
Já as ruas Albano Schmidt e Anita
Garibaldi reforçam a penetração dos
bairros no sentido norte–sul.
Com relação aos novos investimentos,
feitos por grandes redes de varejo,
o professor aponta para uma economia
de aglomeração, que dá continuidade
a uma oferta maior por empregos na
zona norte. O presidente da
Associação Comercial e Industrial de
Joinville, ACIJ, Jaime Grasso, destaca
que essa é uma questão
muito importante e
envolve a distribuição
das empresas e o
desenvolvimento do
município. “Precisamos
colocar as empresas próximas
da população.
Isso vai refletir na qualidade de vida
para o indivíduo e também para toda
a cidade”, comenta.
Para o assessor de planejamento do
Instituto de Pesquisa e Planejamento
Urbano de Joinville - IPPUJ, Marcel
Virmond Vieira, a cidade cresceu muito
rápido a partir da segunda metade do
século 20, principalmente devido à
industrialização. “Hoje, a indústria
continua sendo importante, mas a idéia
é também incentivar setores como
educação, saúde,
tecnologia, lazer, turismo
e eventos”.
O Instituto
tem alguns
projetos para
serem
implantados nos
próximos anos, entre
eles a Linha Verde –
que ligará parques urbanos, o Prodetur –
ligado ao turismo sustentável, o Viva
Cidade – na área de
urbanização e saneamento,
a modernização do sistema
de transporte, incluindo
ruas e ciclovias, e a
formação de binários
entre as ruas Inácio
Bastos e Padre Kolb e a
rua Urussanga com a
avenida Procópio Gomes.
Capa
Uma BR de sonhos
A estrutura, a conservação,
a economia e as histórias
da BR-101
Silvio Simon
ma viagem de
1060 km pela
BR-101, entre
Joinville - Santa
Catarina e Osório - Rio Grande do Sul. Na ida de
caminhão e na volta de ônibus. A saída ocorreu na manhã de
domingo e a chegada na manhã do dia seguinte, segunda-feira. São causas
e conseqüências de uma rodovia esgotada, com pistas mal conservadas, falta de
acostamento e mais de 300 km à espera da duplicação.
As diferenças entre a pista duplicada, que fica entre o município de Palhoça e a divisa de Santa
Catarina com o estado do Paraná, e a simples, que começa em Palhoça e termina
em Osório, no Rio Grande do Sul, são facilmente percebíveis. Se no
sentido norte a ultrapassagem é mais fácil, o escoamento da
produção mais rápido e o deslocamento mais ágil, no sentido sul
tudo fica diferente. Os buracos são mais freqüentes, pontes estão
interditadas, o cuidado na direção deve ser redobrado e a economia,
seja ela formada por indústrias ou por extensas faixas de cultivo de
produtos como arroz e fumo, sofre com acidentes constantes e custos
de logística maiores. Também percebe-se que a fiscalização deveria ser
reforçada. Na parte duplicada, o grande problema são os excessos de
velocidade praticados principalmente pelos automóveis. Na pista
simples, nossa reportagem pôde perceber vários abusos, como
ultrapassagens forçadas e em locais proibidos - faixas duplas e sobre
pontes, e outros tantos descasos, a começar pela falta da duplicação, pela
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
s,, conquistas e tristezas
má conservação da pista, pela falta de acostamento
e, por incrível que pareça, pela falta de viaturas
circulando pela rodovia – a primeira somente foi
encontrada no km 37, no Rio Grande do Sul.
Para o motorista de ônibus Lori Fogas de Almeida,
que freqüenta as pistas da BR-101 desde os 18 anos,
a duplicação é fundamental. “Também é preciso
passarela para os pedestres,
maior fiscalização e pedágio,
pois aí a gente vai pagar, mas
teremos o retorno, através de
uma rodovia mais conservada e
com sinalização”. A cobrança
do pedágio é uma prática
comum em outros estados,
como Rio Grande do Sul,
Paraná e São Paulo, mas
inexistente em Santa Catarina. Consiste em se pagar
um valor para a empresa que tem a concessão da
rodovia e deve mantê-la em perfeitas condições de
uso. O pedágio é muito criticado pelas
transportadoras, por caminhoneiros e
profissionais liberais que contestam os valores
cobrados. Segundo Almeida, os buracos,
as cabeceiras das pontes, os veículos sem
sinalização, muitas vezes com as luzes apagadas,
e as ultrapassagens perigosas são problemas
enfrentados pelos motoristas todos os dias.
Parar em um posto de combustível para
abastecer, comer ou pernoitar é uma tradição
entre os caminhoneiros. Por questões de
segurança, muitos deles trocaram seus locais
tradicionais pelos postos da Polícia Rodoviária
Federal. Locais como o posto Santa Rosa,
no km 116, município de Itajaí, são
importantes para a categoria, pois além de
serem seguros, oferecem uma série de serviços
como cabeleireiro, sala de TV e de jogos,
lancheria, borracharia, restaurante, autoelétrica e centrais de atendimento do Serviço
Social do Transporte – Sest, Serviço Nacional
de Aprendizagem do Transporte – Senat e
Confederação Nacional dos Transportes – CNT.
O posto Santa Rosa concentra um grande
volume de caminhões, além de ter um espaço
utilizado na triagem para exportação. O pátio do
posto tem capacidade para cerca de 150 caminhões
e a triagem para mais 300. Segundo o subgerente
do posto, Olavio Assini Júnior, com a duplicação o
Palhoça (trevo, km 218 ao 216)
Local onde termina a
duplicação e começa o
trecho simples da rodovia
em direção ao sul.
Palhoça (Morro dos Cavalos, km 236 ao 232)
Um dos pontos mais perigosos é a
cabeceira da ponte do Rio
Maciambu, no início da subida.
Paulo Lopes (km 265)
Reta, onde existe uma ponte.
A pista e dividida por
tartarugas, o que não impede
ultrapassagens perigosas.
Imbituba (km 281)
Reta que antecede trevo
de acesso a Imbituba.
Garopaba (km 273)
O trevo de acesso ao
município fica depois
de uma curva.
Tubarão (km 334)
Movimento intenso de
veículos no trevo de
acesso ao município.
Capivari de Baixo (km
Trevo de acesso ao
município.
Sombrio (km 436)
Trecho em má
conservação logo após
o trevo de acesso ao
município.
Terra de Areia
Laguna (km 319)
Trecho em curva entre as
localidades de Santiago
e Laranjeiras.
328)
Jaguaruna (km 340)
No Morro do Formigão, onde as
pistas foram construídas entre
os dois paredões.
(km 50
ao 34)
Fluxo intenso de
caminhões, desníveis
no acostamento.
Torres (do km 20 ao 30)
Curvas, falta de visibilidade,
desníveis no acostamento.
Morro Alto (km 77 ao 57)
Fluxo intenso de veículos
que partem de Porto Alegre
para Capão da Canoa.
Fonte: ClicRBS
número de acidentes diminuiu bastante.
Acidentes que continuam a ocorrer com grande
intensidade na parte sul, embora não deixem de
existir no trecho duplicado. Dados da Polícia
Rodoviária Federal, de Santa Catarina, publicados
no site clicrbs, mostram que no primeiro semestre
de 2004 ocorreram 1.176 acidentes, com 797
feridos, 66 mortos e 2.235 veículos envolvidos.
A maioria dos acidentes aconteceu por falta
de atenção dos motoristas e quando o tempo
estava bom.
Uma ponte interditada
O número de pontes que fazem parte do trajeto da
BR-101 entre Joinville (SC) e Osório (RS) chega perto
de uma centena. No entanto duas chamam muito a
atenção: as que passam pelos rios Cubatão e
Maciambu, nos
municípios de Palhoça
e Paulo Lopes,
respectivamente.
Por questões de
segurança,
o Departamento
Nacional de InfraEstrutura – DNIT
limitou o peso
máximo em 45 toneladas, gerando uma
nova atividade comercial: o transbordo de carretas
de um lado para outro da ponte. Explica-se: com o
desenvolvimento de novas tecnologias e estruturas de
transporte surgiram novas opções de logística por meio
de estradas. Uma delas é um caminhão que
popularmente é conhecido de “rodotrem”, ou seja,
um cavalinho que puxa duas carretas. O peso final da
carga e do veículo acaba sendo superior a 45 toneladas.
A determinação faz com que os motoristas tenham que
pagar cerca de R$ 50,00 para estacionar, separar as
carretas e realizar o transbordo para o outro lado.
Resultado: atraso na entrega do produto
e aumento do frete. Antonio Moraes,
por exemplo, precisou de quatro horas
para que o funcionário contratado pela
empresa de transportes onde trabalha,
uma das maiores do país, realizasse a
operação. Entre os motoristas particulares,
o tempo mínimo de espera é de uma
hora. A movimentação é grande e muitos
estão trocando a estrada pela nova
atividade, que já conta com 10 cavalinhos.
Personagens de uma estrada cheia de histórias
Nossa viagem pela BR-101 fez
com que conhecêssemos pessoas
que fazem da BR-101 a sua
história. Uma delas é Maria
Pereira dos Santos,
popularmente conhecida
como “Tia Cotinha”, que
possui restaurante há 54
anos, no município de Paulo
Lopes, km 253. Do alto
de seus 72 anos, ela é com
certeza um dos grandes
personagens criados pela
101. “Já vi muitas
tragédias na frente do
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
meu estabelecimento. Acredito que vou perder
movimento com a duplicação, mas o que interessa
é diminuir o número de acidentes”, relata.
Os 54 anos da Tia Cotinha na BR-101 foram
marcados por inúmeras tragédias. Em acidentes
na rodovia, ela já perdeu o marido, um filho,
um neto e o marido de uma das netas. “Em uma
das tragédias que ocorreram aqui em frente,
morreram sete pessoas, todas de uma mesma
família de Blumenau”. Outro aspecto interessante
é a relação que ela possui com os caminhoneiros,
mantendo amizades longas, algumas com 10, 20
e 30 anos. “São pessoas solitárias, que quando
chegam ao restaurante precisam que a gente
converse com eles”, diz.
Dicas para uma viagem
mais tranqüila
PISTA NÃO DUPLICADA
PISTA DUPLICADA
Em dia normal
• Tenha cuidado com os buracos e desníveis
da pista;
• Preste atenção ao passar por uma cabeceira
de ponte;
• Evite o excesso de velocidade;
• Cuide ao trocar de faixa ou fazer
ultrapassagens.
Na chuva
• A visibilidade é
menor e a sinalização
da pista é precária,
portanto, muita atenção na
condução do veículo;
• Na aquaplanagem (poças de água na
pista) dirigir de preferência na pista da
direita, reduzir a velocidade, não frear e manter
os pneus conservados;
• Use somente luz baixa, principalmente quando a
chuva for contínua e forte.
Seja em dia normal, com chuva ou à noite,
o negócio é ter cuidado em dobro, mas valem
algumas sugestões.
• Somente ultrapassar com segurança;
• Respeitar a sinalização, não fazendo
ultrapassagens em faixa contínua, pontes e
em faixas com sinalizadores;
• Manter distância adequada em relação ao
veículo da frente, para facilitar a visão;
• Cuidar ao ultrapassar na seqüência de
outro veículo;
• Não ultrapassar em curvas e morros;
• Quando se deparar com uma ultrapassagem
perigosa, reduzir a velocidade, dar o pisca
para a direita e se posicionar no
acostamento imediatamente;
• Na chuva cuidar com o spray (água gerada pelo
pneu do caminhão), mantendo a distância.
• E lembre-se: fazer manutenção de rotina no
veículo é fundamental para pegar a estrada.
À noite
• Passe de luz alta para luz baixa quando cruzar com outro veículo;
• Estar descansado quando começar a viagem e parar imediatamente
quando ficar cansado;
• Respeitar os limites de velocidade;
• Ter cuidado com animais na pista;
• Ficar atento à sinalização, às placas e aos sinalizadores.
Colaboração de Alcindo Bräuer e
Pierre Gomes, motoristas
profissionais da Univille há 8 e
2 anos, respectivamente.
Meio Ambiente
Novas oportunidade
Organizações buscam produzir cada vez mais e conciliar
a alta produtividade com a gestão ambiental e social
Ana Karina Siqueira Dias
crescimento da população humana
exerce forte pressão sobre o meio
ambiente. As mudanças das
últimas décadas vêm alterando
o relacionamento das organizações com os
cuidados com o capital natural.
A gestão ambiental está se tornando uma
tendência mundial; as empresas buscam, além
de trabalhar a questão ambiental, desenvolver
também o lado da responsabilidade social.
O desafio hoje enfrentado pelas organizações é
alcançar soluções capazes de harmonizar o
plano econômico, ambiental e social.
O processo de globalização das relações
econômicas impulsionou o comprometimento
das empresas com a questão ambiental, por
meio da adoção de Sistemas de Gestão
Ambiental (SGA). Esses Sistemas vêm ao
encontro da necessidade das empresas de adotar
práticas gerenciais adequadas às exigências da
legislação e do mercado. Os procedimentos de
gestão ambiental foram padronizados em nível
mundial, segundo as normas da ISO 14001.
Os objetivos e as finalidades inerentes a um
gerenciamento ambiental nas empresas
evidentemente devem estar em consonância
com o conjunto das atividades empresariais.
Eles não podem nem devem ser vistos como
políticas isoladas; devem integrar-se na cultura
das organizações.
A legislação ambiental
exige cada vez mais
respeito e cuidado com o
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
meio ambiente, buscando a melhoria da
qualidade de vida das populações atuais sem
comprometer as futuras gerações.
As indústrias representam o ramo da atividade
humana mais reconhecido como poluente.
Por isso, as exigências de controle ambiental e do
cumprimento das normas que vêm sendo criadas,
como a ISO 14001, que atingem diretamente
essas organizações, devem, obrigatoriamente, ser
cumpridas para atender às exigências do mercado
externo e do consumidor consciente, que vem
cada vez mais selecionando a marca, o produto,
o serviço etc.
Buscando pesquisar essa questão nas organizações
de Joinville, cidade considerada o 3o pólo
industrial da Região Sul, estudantes do curso de
Administração da Univille vêm trabalhando
essa temática.
O trabalho está sendo desenvolvido a partir de
uma base teórica e de pesquisa em organizações
de nossa região para levantar dados sobre a
questão ambiental. No momento já é possível
dizer que o universo das organizações em Joinville
é muito diversificado. Há empresas que já
possuem certificação ISO 14001, há empresas
que têm uma política de gestão ambiental e
outras que sobrevivem no mercado de trabalho
sem preocupação alguma com o chamado capital
natural. Conforme depoimento da profa
Mirian Morales, a realização dessa atividade nas
organizações permitirá aos alunos conhecer o grau
de preocupação com a questão ambiental em
Joinville e se há uma consciência de que o Sistema
s, novos horizontes
de Gestão Ambiental pode ser considerado como
fator estratégico a ser utilizado pelo marketing,
inclusive como possibilidade de abertura de
novos negócios.
O exemplo desse trabalho desenvolvido no
curso de Administração é apenas um dos
realizados pela comunidade acadêmica da
Univille, que contempla em sua missão e visão
o conceito de desenvolvimento sustentável como
parte importante da cultura organizacional.
Assim, todos os cursos da Universidade buscam
de alguma forma transmitir em seus currículos
a preocupação com a questão ambiental e a
questão social. Afinal o objetivo da Instituição
é formar cidadãos profissionais comprometidos
com a sociedade e com o desenvolvimento
sustentável, atuando em ensino, pesquisa
e extensão.
aluno é assessorado por profissionais qualificados
e sua formação visa a um constante
aprimoramento de técnicas e reflexões em torno
do desenvolvimento sustentável”, diz a chefe de
departamento Profa. Sandra Medeiros.
O curso objetiva a formação de profissionais
preparados para essa nova sociedade que busca
melhorar cada vez mais a qualidade de vida e
é mais exigente com os produtos consumidos.
Os estudantes, no curso, convivem com a
pesquisa, o trabalho de extensão e em convênio
com as organizações, buscando prover soluções
que permitam uma melhor harmonização
das diversas atividades humanas com o
meio ambiente.
A Univille foi
pioneira na
criação de um
curso de graduação
na área de
Engenharia
Ambiental, em
1997. “Os desafios
pertinentes às
empresas que
contemplam a Gestão Ambiental em seu mais
vasto campo de atuação vêm ao encontro de
nossa prática no ensino universitário, onde o
Fotos: Elcio Ribeiro
Curso pioneiro
no Estado
Responsabilidade Social
Mudar o mundo
Como começar?
Campanha incentiva ações para melhoria
da qualidade de vida no planeta
Denise Taschek
m mundo melhor, é o que todos
esperam. O que é preciso mudar
para que esse “sonho” se torne
realidade? Em busca de respostas,
países vêm se mobilizando na tentativa de fazer
algo pelo bem-comum. Mais do que ações
assistencialistas, que sem dúvida são
importantes, o que muito se discute é a
sustentabilidade dessas ações, ou seja,
a responsabilidade social perante questões
mundiais. Diplomatas, ONGs, instituições,
movimentos sociais ou empresariais muito têm
se preocupado com o desenvolvimento
sustentável do planeta. Em setembro de 2000,
os 191 países-membros da Organização das
Nações Unidas – ONU assinaram a Declaração
do Milênio. O documento pactua o
compromisso por um mundo melhor e traça
um conjunto de oito metas a serem atingidas
pelos países até o ano 2015.
No Brasil, para marcar o início das atividades,
aconteceu de 9 a 15 de agosto deste ano a
Semana Nacional pela Cidadania e
Solidariedade. Ela teve o propósito de mobilizar
os brasileiros para o exercício da cidadania,
por meio da prática da solidariedade de forma
integrada, apartidária e ecumênica. A iniciativa
é pioneira e busca difundir e colocar em prática
o compromisso e a implementação dos “8 jeitos
de mudar o mundo” definidos pela ONU
(conforme quadro).
Na Univille a ação aconteceu em conjunto com a
Semana da Comunidade, que, além de contemplar
informação, orientação e integração, incrementou
sua programação com atividades relacionadas à
responsabilidade social. Dentre elas, promoveu o
“dia da paz”, incentivando reflexões sobre o tema,
e realizou uma oficina em parceria com o Instituto
Ethos, referência no Brasil em Responsabilidade
Social Empresarial. Essas são algumas formas pelas
quais a Universidade pode cumprir seu papel,
uma vez que elabora projetos, desenvolve pesquisas
e promove ações visando provocar mudanças no
meio em que está inserida.
E qual é o seu jeito para mudar
o mundo?
Você pode e deve contribuir para essas mudanças.
É tempo de refletir, mas, além disso, agir.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam,
não são necessários grandes feitos para colaborar.
Pequenas atitudes em prol da comunidade são
suficientes para promover uma verdadeira
revolução.
• Mobilize amigos e familiares para discutir ações
que contribuam para que as metas mundiais
sejam atingidas.
• Divulgue a campanha. Quanto mais pessoas
estiverem comprometidas, melhor será o resultado.
• Participe de campanhas solidárias, estimule a
criação de hortas populares, cooperativas, a
realização de mutirões, os programas de inclusão.
Analise suas aptidões e em que você pode ajudar.
Procure escolas, ONGs, movimentos sociais,
envolva-se em ações transformadoras e mãos à obra!
Construir um mundo melhor é responsabilidade
de cada um.
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
As 8 Metas do Milênio, saiba mais sobre a
campanha e o que se faz na Universidade
Erradicar a extrema pobreza
e a fome - apoio à geração
alternativa de renda,
estruturação de cooperativas,
implementação de políticas
de diversidade social.
Movimentação - Atividade Motora para
Portadores de Necessidades Especiais,
Empreendedorismo para Alunos da Rede Pública
de Ensino, Economia em Ação, Incubadora
Tecnológica de Cooperativas Populares
Atingir o ensino básico universal
- capacitação de professores,
programas educacionais em
comunidades carentes,
fornecimento de material
didático e de leitura.
Programa de Literatura Infanto-Juvenil, Arte
na Escola, Programa de Incentivo à Leitura,
Métodos Alternativos para o Ensino da Matemática,
Site de Apoio Didático para Professores, Direito e
Literatura, Projeto Resgate
Promover a igualdade entre os
sexos e a autonomia das
mulheres - programas de
capacitação para mulheres,
inclusão do trabalho feminino
em atividades alternativas
consideradas masculinas.
Fórum de Estudos e Debates sobre
Violência Urbana
Reduzir a mortalidade infantil incentivo a programas para
prevenção e diminuição de
doenças infecciosas infantis,
esclarecimento sobre higiene
pessoal e sanitária, aleitamento
materno e nutrição infantil.
Educação em Saúde Bucal nas Escolas da Vila
da Glória, Terapia da Alegria, Sorriso e Saúde
no Lar Abigail, Semente do Sorriso, Sorria Vila
da Glória
Melhorar a saúde materna apoio a iniciativas comunitárias de
atendimento à gestante, melhoria da
saúde materna, acesso a informações
sobre planejamento familiar.
Combater o HIV / Aids, a malária
e outras doenças - mobilização e
informação no combate à Aids e a
outras doenças epidêmicas,
programas que facilitem o acesso
a medicamentos e às vacinas.
Orientações sobre saúde sexual para jovens e adultos.
Criação de Comitê para Discussão de Prevenção
e Combate ao Uso de Drogas
Garantir a sustentabilidade
ambiental - implementação de
práticas ambientais sustentáveis
e responsáveis, por meio da
conscientização nas escolas,
comunidades, empresas.
Mobilização coletiva para estímulo à reciclagem e
reutilização de materiais.
Programa Reciclar, Assessoria Técnico-Científica
ao Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio
Cubatão Norte, Trilhas - Educação e Interpretação
Ambiental e Sensibilização Ambiental em Joinville,
Estudos Ambientais na Comunidade Rio do Braço,
Sentinelas da Babitonga - Sensibilização Ambiental
para Conservação dos Recursos Naturais
Estabelecer uma parceria mundial
para o desenvolvimento apoio à capacitação profissional
dos menos favorecidos, inclusão
digital, estímulo a programas
de empreendedorismo e
auto-sustentação.
Atendimento aos Adolescentes Infratores em Medidas
Socioeducativas, Centro Internacional
de Negócios
Fonte: www.nospodemos.org.br
A campanha de comunicação foi criada pela agência McCann-Erikson, que autorizou o uso de
todos os ícones e imagens que expressam o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade.
Conheça melhor os programas e projetos desenvolvidos pela Univille no site www.univille.br.
Contraponto
Campanha do
Desarmamento
Desarmar a população para conter a criminalidade ou
o povo refém da marginalidade desmedida no país?
Cíntia Fanezze Só
Campanha Nacional de
Desarmamento, criada pelo
Governo Federal em 15 de julho
deste ano para incentivar a
devolução de armas no país, tem repercutido
positivamente em relação ao número de armas
entregues. No Brasil, mais de 100 mil armas
de fogo, entre munições e acessórios,
já foram arrecadadas pelas polícias civil e
federal. Com uma indenização que varia de
R$ 100 a R$ 300 reais, a população mostra-se
engajada na campanha. Mas o que o povo
objetiva realmente? Diminuir o número de
mortes por acidentes com armas de fogo
cometidos por indivíduos sem as mínimas
condições físicas e emocionais para manuseálas, ou a recompensa oferecida pelo governo?
Para discutirmos sobre o assunto, a Revista
Universo Univille, nesta edição, traz o
Promotor de Justiça e professor do curso de
Direito Genivaldo da Silva. Confira.
1. Desde a criação da Campanha Nacional do
Desarmamento, em 15 de julho, o número de armas
recolhidas, em todo o território nacional, vem superando
as expectativas. Na sua opinião, por que o brasileiro se
mostra tão engajado nessa campanha?
O brasileiro mostra-se engajado plenamente na
campanha do desarmamento, a meu ver, por
diversos fatores: um deles e seguramente o principal,
a recompensa. Outro fator é a campanha maciça
feita na mídia em geral, conclamando as pessoas a
entregarem as armas. E, por fim, acredito que os
exemplos de tragédias ocorridas com as pessoas
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
acabam fortalecendo o interesse em se desfazerem
da arma.
2. A recompensa oferecida para cada arma de fogo
entregue varia de R$ 100 a R$ 300. Muitas pessoas
já discutem sobre os recursos, acreditando que o
Governo poderia utilizar esse dinheiro para investimento
nas áreas da saúde e educação. Qual a sua posição
sobre o assunto?
A educação, a saúde, a moradia, o lazer, o transporte
coletivo e outros direitos fundamentais do ser
humano, constitucionalmente assegurados, devem ter
tratamento prioritário pelo Governo. Independente de
onde se busca o recurso para realizar os programas e
as ações destinadas a cumprir a Constituição, é fim
do estado a realização do bem estar-social de cada
um. É evidente que se puder ser utilizada verba a
mais para cumprimento das obrigações estatais,
merece aplauso a atitude do Governo. Agora, se os
direitos fundamentais já estão sendo devidamente
cumpridos, nada importa a destinação da verba para
o pagamento das armas entregues.
3. Desarmar um cidadão que muitas vezes tem uma arma
para sua defesa pessoal não dá margem para o aumento
da criminalidade?
Em princípio poderia-se pensar que o criminoso em
potencial, como por exemplo um assaltante, sabedor
que houve um desarmamento total, se sentiria à
vontade para sair e assaltar qualquer pessoa com a
certeza de que não haveria reação e poderia levar de
forma tranqüila seu intento. Entretanto não há
registro confiável de que o desarmamento da
população contribui ou contribuiria para essa
ocorrência. Acredito que, desarmada ou não a
população, o índice de criminalidade deverá ser o
mesmo ou próximo dos índices atuais.
4. Sabemos que a segurança pública é uma
responsabilidade do Governo e da União, porém muitos
prefeitos já se deparam com reclamações diretamente
feitas a eles. Municipalizar a segurança, assim como saúde
e educação, pode ser uma saída para a diminuição da
violência no país?
Com relação ao direito à saúde, juridicamente, já há
um consenso de que a solidariedade dos entes da
Federação é passiva no sentido de promover as ações
e programas com finalidade de prevenir doenças e
outros agravos, recuperar a saúde do cidadão e realizar
as etapas necessárias à reabilitação. Com relação à
educação, se vê que o Município é o ente mais
próximo do estudante, principalmente o estudante do
ensino fundamental, o que é ditado pela própria
Constituição da República, reservando para o estado a
educação do segundo grau e para a União a educação
do terceiro grau. A segurança pública é obrigação do
Estado, porém o Município também tem parcela de
responsabilidade na realização desse direito. Assim,
o Município ao manter limpos os terrenos baldios,
ao manter funcionando a iluminação pública, ao
promover ações destinadas ao fomento do emprego,
ao criar e manter creches e escolas públicas está
auxiliando no combate à criminalidade.
A municipalização da segurança pública, acredito eu,
não seria capaz, só por si, de acabar ou diminuir os
índices de criminalidade, uma vez que a raiz da
criminalidade está na condição socioeconômica da
população e não na obrigação da União, do Estado
ou do Município garantir a paz pública.
5. Hoje, o conceito de guarda-municipal se restringe à
segurança no trânsito. Armar esses profissionais pode
trazer mais tranqüilidade aos centros urbanos?
À primeira vista parece que sim, ou seja,
a utilização de arma de fogo por guardas no
trânsito tem o caráter de intimidar a população
no momento de algum acidente, por exemplo.
Duas questões devem ficar bem claras nesse
contexto. Uma é que o guarda para andar armado
deve ter respaldo legal e ainda possuir curso
especializado e demonstrar capacidades física,
técnica e mental para portar arma de fogo.
Segundo, o fato do guarda estar armado não vai
diminuir a criminalidade, vai sim evitar tragédias
no trânsito, mas não sempre.
6. Santa Catarina é o sexto estado com maior participação na
Campanha do Desarmamento. Mesmo com uma participação
tão expressiva, o Estado mostra um índice baixo de
violência em relação a outros. Na sua opinião, os casos de
violência não são divulgados pela mídia ou realmente SC mantém
qualidade em relação à segurança pública?
Partindo do pressuposto de que houve efetivamente a
entrega de mais de seis mil armas e que a relação da
quantidade de armas entregues com os casos de violência
(com arma de fogo) é baixa, podemos entender que a
grande maioria do armamento que o catarinense dispunha
se destinava a sua defesa pessoal, no interior de sua
residência, salvo as exceções apresentadas pela mídia.
Por outro lado, os casos de violência em geral não são
registrados nos órgãos competentes. O furto ou o roubo
de uma bicicleta, de um par de tênis,
de uma roupa, ou de objetos
de valores pequenos não é
levado ao conhecimento da
autoridade policial, bem como
os casos de agressão física,
como, por exemplo, a
violência doméstica
(pais que agridem
esposas ou filhos)
que não é levada ao
conhecimento da
Polícia e, portanto,
não ingressa como
número estatístico.
Saiba mais sobre a Lei
do Desarmamento
A Lei do desarmamento,
n.º 10.826, que entrou em vigor
no dia 23 de dezembro de 2003,
foi criada para tomar medidas
importantes para quem pretende ter
porte ou registro de armas. Apesar de
muitos portarem armas ou tê-las em
suas residências, vários critérios estão
sendo impostos pela lei, os quais
devem ser esclarecidos à população.
A Lei tem o intuito de regulamentar a
utilização das armas, buscando desarmar a
população e, principalmente, diminuir a
criminalidade no Brasil. As armas de fogo
serão liberadas apenas àqueles que precisam
utilizá-las para suas atividades diárias. Essa
liberação destina-se a integrantes das polícias
do Brasil, a quem transporta valores, realiza
escoltas ou àqueles com ameaça de morte.
Já o indivíduo que pretende obter o registro
Armas arrecadadas em Joinville
e região
482 revólveres
236 espingardas
118 pistolas
97 garruchas
24 carabinas
6 rifles
13 armas de outros tipos
Fonte: Polícia Federal de Joinville – outubro de 2004
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
de arma só terá a autorização para mantê-la em
sua residência ou nos limites da propriedade.
De acordo com o Delegado da Polícia Federal
de Joinville, Rômulo de Castro, todo cidadão
que tem alguma arma de fogo em posse deverá
ficar atento à regulamentação, pois quem for
flagrado portando ilegalmente uma arma,
mesmo sendo a trabalho, poderá ser punido.
De um lado, o governo incentiva a entrega
das armas com recompensas, de outro, busca
a legalização para ter registros de quem,
quantos e por que utilizam essas armas.
Apesar da legalização ser obrigatória, o custo
para tanto se aproxima de mil reais em taxas,
além de ser necessária a realização de diversos
testes, como o de tiro e o psicológico.
Com tudo isso, o governo luta, em conjunto
com diversos órgãos, ONGs e a comunidade,
para diminuir um dos principais problemas
que assola o país: a violência desmedida.
Nossa fonte:
Dr. Genivaldo da Silva é Promotor de Justiça
de Joinville em Saúde Pública, Consumidor,
Direitos Humanos e Cidadania, desde 1994.
Tem especialização em Ciências Jurídicas,
Processo Civil e Saúde Pública e mestrado
em Processo Penal. É professor em
instituições de ensino de Joinville, como a
Univille, no curso de Direito e na Escola do
Ministério Público.
Turismo e Lazer
Mochila nas costas!
A aventura vai começar
Na terra, na água ou no ar, amantes da adrenalina e da
natureza encontram o relaxamento em atividades radicais
Sônia Regina de Oliveira Santos
onciliar as ocupações do agitado
dia-a-dia não é uma tarefa fácil nos
tempos de hoje. Pensando nisso,
as pessoas têm procurado alternativas
para aliviar as tensões. Algumas buscam
tranqüilidade e conforto, outras já procuram
ações que permitam viver intensamente.
Independentemente das formas, o que elas
desejam é sair da rotina e melhorar a qualidade
de vida.
É cada vez maior o número de partidários dos
esportes radicais, uma prática esportiva realizada
em ambientes externos, em harmônico contato
com a natureza, na qual o esportista descobre
seus próprios limites, com a utilização de
equipamentos específicos, de alto nível de
especialização e de qualidade, obedecendo aos
critérios de segurança obrigatórios, pois o grau
de risco dessas atividades varia de médio a alto.
Os cenários mudam de acordo com a modalidade
praticada, das montanhas às cavernas, do meio da
mata aos rios, sendo o espírito de aventura a força
motriz para essa prática esportiva que alia
adrenalina, treinamento e desafios. Seja de
bicicleta, de carro, de caminhão, de jipe, de bote,
de quadriciclo ou a pé, os
viciados em emoção
buscam o equilíbrio
da vida pessoal e
profissional em
atividades
que envolvam altas doses de adrenalina e de
liberdade total, com aquela deliciosa sensação
de friozinho na barriga.
Os esportes de aventura viraram moda no mundo
moderno, estendendo-se também para o ambiente
empresarial. Vivências dessa natureza estão sendo
utilizadas como complemento de programas para
o desenvolvimento de equipes. Além disso,
experiências de esportistas auxiliam no
treinamento de executivos, pois são verdadeiros
mestres no quesito superar limites e dificuldades.
É uma maneira de preparar os profissionais para
um mercado cada vez mais competitivo e instável,
comenta o acadêmico de Administração da
Univille, Fabiano Dell’Agnolo, integrante da 1ª
Expedição Catarinense ao Aconcágua em 1997,
que se prepara para uma nova escalada em 2005.
Na região de Joinville o montanhismo, que
consiste na subida de montanhas por caminhada
ou escalada com o objetivo de alcançar o topo,
movimenta grande número de adeptos. Muito
mais que um estilo de vida, é uma prática que
exige de seus aventureiros dedicação intensiva,
condicionamento físico, disciplina e respeito pelo
meio ambiente. Para iniciar nesse esporte sem o
mínimo de preparo, é essencial o
acompanhamento de um especialista ou o acesso
a bons livros.
Montanha da região atrai
aventureiros
Nas encostas íngremes onde se encontram
os paredões rochosos da Serra do Mar,
no município de Garuva, a 35 km do centro
de Joinville, localiza-se a trilha de acesso ao
Monte Crista, uma das montanhas mais
conhecidas do norte do Estado, com altitude
de 967 metros acima do nível do mar.
O acesso é feito pela BR 101 na altura do
posto de Pesagem da Receita Federal.
O nome se dá em função de sua forma
semelhante a uma crista de galo.
Da montanha pode-se andar pelos campos
de altitude, avistando Joinville e Garuva.
A caminhada é considerada pesada e até
o cume leva aproximadamente 5 horas,
dependendo da trilha a ser percorrida.
A mais conhecida é a escadaria,
que segue pela encosta sul. Há ainda
dois percursos que levam à fazenda
do alto Quiriri, de propriedade
particular, pelo vale do rio Três
Barras ou pelos campos.
Seguindo a leste da serra,
é possível alcançar diferentes
cumes, como o pico Garuva,
com 1220 m de altitude.
No sentido norte-sul,
encontra-se a mais extensa
travessia, a CristaPapanduva, que pode
levar até cinco dias de
caminhada. Outros
caminhos
também
revelam
momentos de incomparável beleza, como o do
baixo Quiriri, o da Pedra da Tartaruga, e outros
nunca explorados. Existem ainda diferentes
paredes como a Pedra da Divisa, com mais de 300
metros de altura, e outras de complicado acesso.
A geóloga e professora da Univille, Mônica Lopes
Gonçalves, que juntamente com mais quatro
autores publicou o livro Trilhas e Caminhos, sobre
sensibilização ambiental, alerta que algumas dicas
são importantes na hora de se definir o local para
o acampamento. O mais aconselhável é que se
escolham sempre locais já utilizados para esse fim.
Quando não existirem, deve-se procurar lugares
a uma distância de pelo menos 60 metros de
qualquer fonte de água e que sejam naturalmente
bem drenados, o mais planos possíveis e
protegidos do vento, evitando cavar valetas ao
redor da barraca e usando um plástico para evitar
que gravetos a furem e ocorra a passagem de
umidade. Outra recomendação é quanto às
trombas de água, que no verão costumam
acontecer com mais freqüência; nessas situações
deve-se esperar por socorro ou aguardar as águas
dos rios abaixarem para atravessar em segurança.
Os aventureiros de plantão devem ter em mente
que os caminhos e as trilhas são meios que nos
levam a riquezas imensuráveis, sendo a sua
conservação uma obrigação de todos que por lá
passarem. Mais do que um local onde se buscam
emoções fortes e belo visual, as paisagens
naturais são um patrimônio de propriedade
da humanidade.
Conheça quem se dedica ao
montanhismo e ao excursionismo
na região
AJM – Associação Joinvilense de Montanhismo
Fone: (47) 436-5022
[email protected]
Caetés – Centro de Excursionismo e Proteção
Ambiental
Fone: (47) 472-1726
[email protected]
Centro Excursionista Barriga Verde
[email protected]
Salamandra Escola de Montanha
Fone: (47) 455-5119 / 455-0447
www.asalamandra.hpg.com.br
[email protected]
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
Qual esporte combina com você?
Bungee Jump – saltos executados com o auxílio
de um guindaste, que eleva uma gaiola com o
saltador e a equipe técnica. O praticante é
amarrado pelo peito e virilha ou pelo pé e
virilha, com cintos e cordas de náilon e borracha,
atirando-se de uma altura de aproximadamente
50 metros. O salto se dá também de pontes.
Canyoning – mais que uma escalada em
cachoeiras, o objetivo é explorar cânions e rios.
O participante desce quedas-d’água preso a
uma corda.
Enduro – extensos caminhos com alto grau de
dificuldade dos obstáculos e pouco tempo para
descanso ou eventuais consertos nas máquinas
dos participantes, que podem ser caminhões,
motos, carros, bicicletas ou quadriciclos.
Motocross – circuito fechado de terra em que o
piloto de motocicleta tem que superar diferentes
obstáculos, como buracos, barrancos, estradas
abandonadas, terrenos baldios, elevações ou
curvas, em alta velocidade.
Rafting – descida de corredeiras de rios sobre
um grande bote inflável, desviando de pedras e
transpondo quedas-d’água em grande velocidade.
O grau de dificuldade é determinado pela
classificação das corredeiras, das mais fáceis às
mais difíceis, dependendo do regime das chuvas
na região.
Rapel – técnica de escalada que
consiste na descida vertical de
montanhas rochosas, pedras ou
a
/ Prof
ulgação
Trekking – longas caminhadas a pé por trilhas
naturais em matas e rios. São feitas em grupos
e podem variar de horas a dias, dependendo
do nível do percurso, cujo objetivo é a
chegada num local predeterminado.
Trial – motocicleta especializada para
transpor obstáculos como grandes rochas e
subidas íngremes. O esporte pode ser
executado em ambiente fechado ou aberto.
Downhill – descida de uma grande ladeira,
em alta velocidade, com uma bicicleta especial,
passando por terrenos pedregosos, escorregadios
e úmidos.
Raid – veículos motorizados
do tipo JEEP, cuja meta é
chegar ao final da competição
no menor tempo possível,
passando por pontos de
checagem definidos por mapas,
lamaçais ou estradas com
inúmeros buracos, rios, pedras,
aclives e declives acentuados.
prédios, com o auxílio de uma corda e de
equipamentos adequados, onde o esportista
fica completamente sem contato com o solo.
Vôo livre – vôo com asa delta, no qual o
praticante salta
de uma
montanha que
possua uma
encosta e plana
à procura de
correntes
térmicas para
ser
sustentado
o maior
tempo
possível
no ar.
s
onçalve
Lopes G
Mônica
iv
Fotos d
Monte Crista, uma
das montanhas
mais conhecidas
do Norte de Santa
Catarina por suas
belezas naturais
Universidade
Mentes que brilham
Professores cada vez mais profissionalizados buscam
tornar a sala de aula um ambiente atrativo com novas
formas de ensinar
Ana Karina Siqueira Dias
oje, empresas,
associações,
instituições e sala
de aula se integram
para criar um novo cenário na
área educacional, levando a
educação para dentro das
organizações. Antigamente,
a sociedade exigia que as
pessoas tivessem um tipo de
educação básica, em que o
grande objetivo era fazer com
que o estudante estivesse apto
para trabalhar na área
escolhida. Já a sociedade atual
exige pessoas detentoras de
talentos variados, flexíveis e
com uma visão holística.
Espera-se que o acadêmico
esteja preparado para trabalhar
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
adaptando-se às diversas
mudanças de ambiente, com
competência para inovar, criar
e gerar resultados.
A sociedade moderna precisa
de cidadãos capazes de oferecer
respostas rápidas às mudanças
que ocorrem no cenário
econômico, político e cultural.
Para isso, os professores buscam
cada vez mais aprimorar-se e
construir em parceria com os
alunos as habilidades hoje
requisitadas na sociedade
da informação.
Nova realidade
Com o objetivo de apresentar
aos acadêmicos o mundo fora da
Universidade e as exigências da
sociedade atual na sua
futura área de trabalho,
cada vez mais as
universidades estão se
integrando com as
organizações e
associações. Tais
experiências fazem com
que estudantes possam
confrontar ou visualizar
o aprendido com a
realidade prática.
A formação de parcerias
ou de programas de
cooperação representa
benefícios mútuos, indicando
haver perfeita sintonia entre
os interesses e finalidades de
cada parte. A universidade
beneficia-se econômica,
técnica e até
psicologicamente, com a
melhoria da motivação
de todos os envolvidos.
Já as entidades parceiras
usufruem da capacidade
técnica e intelectual do
meio universitário para
obter soluções que vão ao
encontro de seus anseios por
qualidade de vida e melhoria
na produtividade.
Desenvolvendo
Competências
Preocupada em atender aos
anseios do novo estudante e
da nova sociedade, devido às
mudanças enfrentadas em
todas as áreas, que também
se refletem na educação,
no papel do professor e do
aluno, a Univille busca
aprimorar a ação docente,
investindo no Programa de
Qualificação Docente em
nível de Pós-Graduação e no
Programa de Profissionalização
Docente direcionado para a
Pedagogia Universitária.
Entenda um pouco melhor sobre cada Programa
O Programa de Qualificação Docente – PQD
está inserido no Programa de Qualificação
Institucional – PQI e tem como objetivo
oferecer suporte para o ensino e a pesquisa,
por meio da qualificação profissional do corpo
docente da Univille, em nível de mestrado,
doutorado e pós-doutorado, de modo a
promover o desenvolvimento científico e a
melhoria da qualidade do ensino e garantir
o reconhecimento dos cursos.
Atualmente, a Instituição possui 607
professores, dos quais 290 são mestres,
55 doutores e 74 mestrandos e doutorandos
que recebem ajuda de custo PQD/
Institucional. Confira a evolução da titulação
docente da Univille nos campi de Joinville e
São Bento do Sul, no gráfico abaixo:
Muitos são os professores que procuram o PQD
para solicitar informações sobre cursos de pósgraduação stricto sensu no Brasil e no Exterior e,
geralmente, esses docentes são encaminhados e
recomendados pelo próprio Departamento do
qual fazem parte. Atualmente, tanto o
departamento quanto o docente procuram por
um programa de Pós-Graduação stricto sensu que
atenda às suas necessidades, principalmente no
que se refere ao quesito área de atuação. Essa
medida atende e cumpre com os padrões de
qualidade do MEC, no que concerne à
qualificação docente nas áreas específicas
dos cursos.
Vale lembrar que a qualificação docente em
nível de mestrado e doutorado, além de ser
requisito básico na seleção e contratação de
professores para o quadro de carreira da
Universidade, proporciona ao docente
ferramentas e conhecimentos que facilitam
o cumprimento de seu papel de educador.
“É importante conscientizar as pessoas do real
papel do professor como educador, bem como
valorizar a sua busca contínua pela inovação,
Dados fornecidos pelo PQD Univille - Novembro de 2004
• Programa de Qualificação Docente
em nível de Pós-Graduação
levando-se em conta que
o professor não é um mero
repassador da informação
e sim um socializador de
conhecimentos”, afirma
a Chefe da Assessoria do
Programa de Qualificação
Docente, Profa. Ivanilda
Bastos.
• Programa de
Profissionalização
Docente direcionado
para a pedagogia
universitária
A Univille trabalha com profissionais de diversas
áreas do conhecimento que têm experiência,
porém não apresentam uma formação didáticopedagógica para a função de professor.
Além disso, mesmo aqueles que tiveram a
formação de professor precisam atualizar a sua
prática docente na direção das competências
que a sociedade atual exige dos profissionaiscidadãos. Hoje, não se espera que o professor
somente ensine sua matéria, mas sim estimule
no acadêmico a vontade de aprender
continuadamente. Com o objetivo de promover
a qualidade de ensino, a Universidade vem
investindo em um programa de pedagogia
universitária continuada. Atualmente, esse
Programa está organizado com três grupos
de professores, realizando encontros mensais
presenciais em um total de 40 horas de
estudos e tarefas à distância com mais 40
horas, perfazendo 80 horas de capacitação
didático-pedagógica.
Os professores participam do Programa aos
sábados pela manhã ou às quintas-feiras no
período noturno, nos campi de Joinville e São
Bento do Sul. Os encontros do Programa
tratam de temas relacionados com a
profissionalização da docência, as mudanças no
paradigma da ciência e seu reflexo nos
currículos dos cursos, na metodologia de
ensino, na avaliação da aprendizagem e na
utilização das novas tecnologias.
Revista Universo Univille - Dezembro de 2004
De acordo com a coordenadora do Centro de
Apoio Pedagógico – CAP, professora Mirian
Morales Nogueira Gonçalves, além dos
estudos e das reflexões sobre os temas do
Programa, os encontros de docentes de
diversas áreas do conhecimento têm se
transformado num espaço único e privilegiado
com trocas de experiências e relatos das
dificuldades enfrentadas por eles, e a cada
encontro novas barreiras são quebradas.
“Os professores estão abertos na busca de
inovações para o seu fazer docente e se
fortalecendo por meio das intensas trocas de
experiências que acontecem nos encontros
mensais”, ressalta.
A universidade, que se redesenha no início
deste século, é pensada a partir de um novo
paradigma civilizacional, que busca a formação
de um cidadão capaz de viver e conviver num
contexto de uma sociedade aprendente.
Nesse contexto, o papel do professor,
intelectual, sujeito de seu tempo, a partir
de uma visão de mundo, de sociedade e
de educação, passa a ser o papel de um
orientador, motivador, mediador da
aprendizagem centrada no aluno. É nessa
direção que o Programa de Profissionalização
Docente caminha, assessorando o professor
para construir uma postura reflexiva sobre o
seu fazer e buscar os saberes de que necessita
para construir a sua autonomia profissional.
E
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O Código Da Vinci, Dan Brown, Editora Sextante,
480 páginas.
A trama é um suspense estimulante e inteligente que revelará um
segredo protegido por uma sociedade secreta desde os tempos de
Jesus Cristo. Jacques Saunière, curador do Louvre e um dos líderes
da antiga fraternidade– o Priorado de Sião –, que já teve como
membros Leonardo da Vinci, Victor
Hugo, Botticelli, Isaac Newton, entre
outros, é assassinado dentro do museu em
Paris. Na cena do crime, é encontrada uma
mensagem cifrada que pode revelar um
segredo milenar que envolve a Igreja
Católica. A criptógrafa e neta de Saunière,
Sophie Neveu, e um famoso simbologista
de Harvard, Robert Langdon, vão à
procura de pistas ocultas para decifrar o
mistério – da natureza do sorriso da Mona
Lisa ao significado do Santo Graal.
Por um fio, Drauzio Varella, Editora Companhia das Letras,
222 páginas.
A obra narra histórias reais sobre o impacto da convivência com a
dor e a perspectiva da morte no comportamento dos pacientes do
médico Drauzio Varella, bem como dos familiares, podendo revelar
um inesperado sentido para a vida. De um lado,
a reação dos que se descobrem doentes, que vai
da surpresa à revolta, do desespero ao silêncio e à
aceitação. Do outro, a atitude dos parentes, que
varia da dedicação incondicional ao abandono.
Episódios surpreendentes de mudança de vida,
como se a visão da morte fosse quase uma
libertação, um divisor de águas, que confere
novo sentido ao futuro. As reflexões do autor
norteiam-se no princípio de que, mais do que
curar, o objetivo da medicina é aliviar o
sofrimento humano.
Cadeia de comando, Seymour M. Hersh, Editora Ediouro,
400 páginas.
Com 35 anos de experiência no jornalismo investigativo, Hersch
chama a atenção dos leitores, causando indignação ao governo
Bush com a série de reportagens que vem publicando na Revista
The New Yorker. Em Cadeia de Comando, o autor lança um
corajoso olhar sobre as
particularidades ocultas da
“guerra contra o terror” do
presidente Bush e as mentiras e as
obsessões que levaram a nação mais
poderosa do mundo à guerra
contra o Iraque, revelando as
conexões entre os enganos
iniciados da caçada da Al Qaeda e
os desastres em solo iraquiano.
Fazendo Acontecer
Visão e Iniciativa
A trajetória profissional do Diretor Administrativo Financeiro do
Grupo Meta, o contador Udélcio Demczuk, 36 anos, é marcada por
determinação e muito vontade de vencer. Natural de União da
Vitória, Paraná, e radicado em Joinville desde 1986, Udélcio, nesses
18 anos, traçou uma carreira de sucesso. Confira.
Iniciei minhas atividades profissionais como a maioria dos rapazes
oriundos do interior e sem experiência, trabalhando como assistente
administrativo. Na época fui contratado pela empresa Döhler S/A
aqui de Joinville, e lá mesmo galguei uma mudança de área, saindo
da área fiscal e indo para a de Recursos Humanos, na qual me
identifiquei muito desde o início. Como todo bom curioso, em
poucos anos mudei de emprego e fui para uma empresa contábil,
também de Joinville, onde tive oportunidade de me aprimorar ainda
mais, despertando-me o sentimento de empreendedor, visto que a
partir daí iniciei minhas atividades empresariais, que começaram
em 1991. Iniciamos nossas atividades com a Meta Organização
Contábil eu e meu sócio Wilmar Manske. Tínhamos uma idéia fixa
desde o início, trabalhar de forma informatizada/automatizada e
prestar serviços personalizadamente diferenciados, o que para a
época era um pouco difícil, já que em termos de informatização o
país ainda engatinhava e os preços eram exorbitantes. Mas fomos
em frente, sem “dar bola pra torcida”, e em poucos anos estávamos
nos consolidando como uma empresa diferenciada no segmento
contábil. Com nosso crescimento, foram surgindo novas
necessidades de nossos clientes, para os quais sempre estivemos
atentos. Em 1998 nascia a Meta RH, especializada em recrutamento
e seleção de pessoal, e que hoje está entre as três maiores empresas
do segmento em Joinville, possuindo filiais em Curitiba,
Florianópolis, Jaraguá do Sul e Guaramirim. Em 2003, ainda
fundamos um escritório da Meta Organização Contábil na capital
paranaense, Curitiba. Sem esquecer de que no meio do caminho,
no ano de 2000, ainda nos unimos a Prumo consultoria
empresarial, que tem desenvolvido trabalhos excelentes em gestão
empresarial. Segredo para isso? Pode parecer simples, mas não tem
segredo, tem sim muita dedicação, perseverança e principalmente o
bom senso de sempre nos cercamos de pessoas melhores do que nós,
pois só assim poderemos tornar o negócio independente e
profissional, fazendo com que seus fundadores possam sempre estar
atentos a novas oportunidades de mercado e focados na atualização
do negócio como um todo, criando oportunidades de uma
progressão e sucesso natural para todos que aqui trabalham.

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