Uma BR de sonhos
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Uma BR de sonhos
A Universidade em Revista Publicação da Universidade da Região de Joinville – Univille Edição III, Ano I – Dezembro de 2004 BR-101 Gaúchos e catarinenses unidos. A estrada que movimenta milhões da economia brasileira pede socorro. Conhecida como uma das mais perigosas para trafegar, a BR-101 Sul, do trecho de Palhoça a Osório, é marcada por inúmeras tragédias. Páginas centrais Saúde Meio Ambiente Universidade Cuide da voz. Dicas e cuidados necessários à boa saúde Organizações conscientes priorizam o desenvolvimento sustentável Cenário educacional brasileiro aponta por um ensino mais atrativo Pág. 4 Pág. 14 Pág. 24 Editorial Duplicação da BR-101 alguém ainda tem dúvida? ma das estradas de maior importância para a economia brasileira, que liga dois grandes estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina, está prestes a mudar o rumo da sua história: das tragédias diárias para a concretização de um sonho – a duplicação. Muito foi feito para que as obras no trecho sul, que vai de Palhoça – na grande Florianópolis – a Osório – no Rio Grande do Sul – acontecessem, porém a realização não passava de promessas de governantes. O próprio presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, em seus discursos, declarava que a duplicação da BR-101 era prioridade. Apesar da luta de gaúchos e catarinenses, o sonho da duplicação parecia inatingível. Desde a sua construção, que já faz 23 anos, a quantidade de vidas perdidas é assustadora. Trabalhadores que nunca voltaram para casa, famílias inteiras dizimadas, histórias de dor e sofrimento que poderiam ter sido evitadas. No início do mês de dezembro, um passo importante foi dado: o nosso presidente da República esteve nas cidades de Torres (RS) e Palhoça (SC), dois dos trechos mais importantes do projeto de duplicação do trecho sul, para assinar a Ordem de Serviço de Início das Obras. Segundo o Ministério dos Transportes, o projeto de duplicação da BR-101 Sul envolve 348 quilômetros, dos quais 248,5 Km estão no estado catarinense e 99,5 Km no gaúcho. Além da construção de uma nova pista, serão realizados serviços de restauração da rodovia e mais 225 obras, tais como a construção de pontes e viadutos. O governo afirma que essa obra é preferencial dentre as obras estruturais dos próximos dois anos. Com um orçamento estimado em US$ 800 milhões, a obra será executada em parceria entre a União, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a iniciativa privada. Torcemos para que o trecho sul deixe de ser “a estrada da morte”, como é denominado por muitos, e passe a ser a “estrada com vida”. Vida para o turismo, para os negócios, para os caminhoneiros, que fazem do Brasil um país rico, para quem sonha e deseja um país melhor para se viver . Desejamos a todos um excelente 2005. Que no próximo ano possamos estar juntos novamente. Cíntia Fanezze Só Revista Universo Univille – A Universidade em Revista Publicação Bimestral da Universidade da Região de Joinville – Univille – Edição III, Ano I – Dezembro de 2004 • Reitora: Marileia Gastaldi Machado Lopes • Vice-Reitor: Wilmar Anderle • Pró-Reitor de Ensino: Paulo Ivo Koehntopp • Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação: Sandra Aparecida Furlan • Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários: Therezinha Maria Novais de Oliveira • Pró-Reitor de Administração: Gilmar Erzinger • Gerente de Marketing e Relacionamento: Victor Rafael Laurenciano Aguiar • Editora: Cíntia Fanezze Só (8905 - RS) • Reportagem: Ana Karina Siqueira Dias (1453 - SC) / Cíntia Fanezze Só (8905 - RS) / Silvio Simon (8818 - RS) / Sônia Regina de Oliveira Santos (Conrerp RS/SC 2306) • Revisão: Cristina Alcântara • Design Gráfico / Ilustrações: Juliana Floriano • Colaboradores: Elcio Ribeiro e Karla Pfeiffer Moreira – Escritório de Design / Caroline S. Campos e Renata Beatriz Müller – Estagiárias do Laboratório de Fotografia • Fotografias: Studium Photos / Gerência de Marketing e Relacionamento / Assessoria de Eventos / Elcio Ribeiro – Escritório de Design / Juliana Floriano • Impressão: Gráfica Coan • Tiragem: 12 mil exemplares • Periodicidade: Bimestral • Conselho Editorial – Denise Taschek: Gerência de Marketing e Relacionamento / Berenice Rocha Zabbot Garcia: Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários / Ivanilda Bastos: Comitê de Responsabilidade Social / Genesio Krumheu: Reitoria / Fabíola Possamai: Pró-Reitoria de Ensino / Lucy Campos: Pró-Reitoria de Administração Entre em contato conosco A notícia é você e para você. A Gerência de Marketing e Relacionamento da Univille está no prédio Administrativo, junto à Reitoria. Estamos aguardando suas sugestões, críticas e elogios. Nosso telefones são (47) 461-9022/461-9053 e nossos e-mails [email protected], [email protected] Universidade da Região de Joinville – Univille Campus Universitário, Caixa Postal 246 / Bairro Bom Retiro Cep 89223-251 Joinville - Santa Catarina Homepage - www.univille.br Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 Nesta edição 8 Brasil Quanto o crescimento da cidade influencia no nosso dia-a-dia 16 Responsabilidade Social Como contribuir para um mundo melhor 18 Contraponto Conheça a Campanha do Desarmamento, seus objetivos e metas e qual a participação de Joinville 21 Turismo Atividades radicais ganham cada vez mais adeptos Saúde Conheça os problemas do mau uso da voz e as sugestões de como resolvê-los Cíntia Fanezze Só Silvio Simon ara muitos, um dom; para outros, um aperfeiçoamento. A utilização da voz como instrumento de comunicação é tão tradicional como a roda para a locomoção ou a água para beber. A voz possui característica própria e importante para cada indivíduo e distingue-se quanto à idade, ao sexo e ao estado emocional. É por intermédio dela que expressamos nossas idéias, pensamentos e emoções, além de ser a forma mais convencional e importante que o ser humano tem para se expressar. Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 A voz é produzida por meio do ar que sai dos pulmões, passa pela laringe, onde estão localizadas as pregas vocais, e, no momento da expiração, estas aproximam-se e vibram, produzindo, assim, o som. Esse som, que no início é baixo e fraco, é amplificado pela faringe, boca e nariz e, depois da amplificação, esse mesmo som será articulado por meio dos lábios, bochechas, língua, palato e mandíbula. O cuidado com a saúde da voz é tão grande que acabou se tornando vasto campo de trabalho para médicos – especialistas em otorrinolaringologia e fonoaudiologia, profissionais esses que atuam diretamente no tratamento e no treinamento vocais. Segundo Monika Schlünzen Monguilhott, fonoaudióloga com especialização em voz, o número de pessoas que procuram esse tipo de serviço vem aumentando. “Hoje, atores, cantores, telejornalistas, radialistas e professores são freqüentadores assíduos dos nossos consultórios”, observa. Mais que uma necessidade, o cuidado com a voz torna-se fundamental para esses profissionais, que usam a voz diariamente, e evita problemas futuros. “O mau uso vocal – falar alto demais, em demasia, com tensão e respiração incorreta – tende a gerar um inchaço nas pregas vocais. É nessa hora que aparecem sintomas como rouquidão, fadiga, ardência e pigarro”, observa Monika. Para quem passar por uma das situações colocadas acima, a sugestão é procurar um otorrinolaringologista. Ele fará os exames necessários, dará o diagnóstico e, se necessário, encaminhará a um fonoaudiólogo. “Se o tratamento não ocorrer a tempo, o que era apenas um inchaço transforma-se em um nódulo, aumentando o risco de ter que fazer uma cirurgia”, comenta a fonoaudióloga. Para o otorrinolaringologista, Álvaro Machado Pacheco Neto, caso a pessoa seja negligente em relação a sintomas e cuidados com suas pregas vocais, as lesões evoluem, piorando a qualidade vocal, por vezes de forma irreversível e, com o passar do tempo, mesmo que raramente, pode-se evoluir para um câncer na prega vocal. O médico lembra ainda que a rouquidão, por mais de três semanas, é um dos sete sintomas citados pela União Internacional Contra o Câncer, além da perda de voz, voz fina, fadiga ao falar, garganta seca, ardor, pigarro, tosse crônica, desconforto ao engolir, que devem ser observados e, preferencialmente, avaliados por um médico para tratamento. Por isso, quem depende da voz para desenvolver atividades profissionais precisa de acompanhamento fonoaudiológico para usá-la de forma adequada e manter, assim, uma boa saúde vocal. Durante o trabalho, são adquiridas técnicas de respiração, voz, postura, leitura, aquecimento e desaquecimento vocais e articulação. O tratamento para as alterações vocais, popularmente conhecidas como calos, pode durar de três a quatro meses, e o de comunicação oral, destinado aos profissionais da voz, de quatro a seis meses, passando para um acompanhamento quinzenal e, a seguir, mensal. “É um trabalho que deve ser conservado para manter a qualidade e o padrão vocais”, explica Monika. Ela compara a relação fonoaudiólogo/profissional da voz com a existente entre o atleta profissional e o fisioterapeuta/preparador físico. “São pessoas que necessitam manter condições físicas ideais para poder exercer a atividade que desempenham”. Atenção professor Você é um profissional da voz, portanto precisa tomar alguns cuidados especiais. Faça aquecimento e desaquecimento vocais antes de começar a lecionar para garantir e manter a saúde de sua voz. Enquanto você está em sala de aula, tome muita água, sempre em temperatura ambiente. Ao término desta, faça repouso vocal de, aproximadamente, 15 minutos. Outra dica importante e que vai ajudá-lo a ter uma boa saúde vocal é a realização de exercícios de alongamento e relaxamento dos músculos da região cervical (nuca e pescoço). E lembre-se: rouquidão por mais de 15 dias é uma alteração na normalidade da voz, que deve ser analisado por um otorrinolaringologista. Nossa voz agradece quando temos os cuidados necessários para garantir sua saúde. Lembre-se: ela é nosso principal instrumento de comunicação. Recomenda-se • Beber de 2 a 3 litros de água por dia • Procurar não falar em excesso, nem muito alto • Respirar pelo nariz para que o ar entre nos pulmões aquecido, filtrado e úmido • Comer maçã, pois a fruta ajuda a limpar a garganta • Consumir sucos e frutas cítricas • Dormir bem. Um bom sono é fundamental para o relaxamento das cordas vocais • Fazer aquecimento e desaquecimento vocais sempre que fizer uso profissional da voz (é importante o acompanhamento de um fonoaudiólogo) Evite • Falar demais • Falar muito alto • Competição vocal (falar em ambientes barulhentos) • Usar pastilhas e sprays para a garganta sem conhecimento do seu médico • Fumar ou ficar em ambiente de fumantes • Álcool e drogas • Pigarrear e tossir para não machucar as pregas vocais • Alimentos pesados e condimentados, pois dificultam o movimento respiratório • Consumir leite, chocolates e seus derivados Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 • • • • • • antes da utilização intensa da voz, pois esses alimentos aumentam a secreção de muco no trato vocal Mudanças bruscas de temperatura Tomar líquido muito quente e/ou muito gelado Tomar medicamentos sem conhecimento médico, pois podem causar problemas Sapatos muito altos Roupas apertadas Usar a voz profissionalmente sem o conhecimento das técnicas apropriadas e/ ou sem a preparação adequada Curiosidade Voz de Frank Sinatra escolhida como a melhor do século 20 Que a voz humana é um dos mais belos instrumentos musicais, ninguém discute. A diva Elis Regina, certa vez, chegou a afirmar que se Deus cantasse, cantaria com a voz de Milton Nascimento. Entretanto, eleger qual voz é mais bonita é uma tarefa e tanto, visto a quantidade de cantores, lírico e popular, existente no mundo, além do gosto pessoal. Em 2001, a rede britânica BBC realizou entre o público, cantores e críticos musicais a pesquisa A Melhor Voz do Século 20. Quem ganhou? O americano Frank Sinatra (1915 – 1998). Na época, o organizador da sondagem, o DJ Paul Gambaccini, declarou que a vitória do “Blue Eyes”, como o astro ficou conhecido, foi enfática e fabulosa — ele obteve 44.756 votos. “O resultado não foi uma surpresa. Com seus clássicos My Way e Strangers in the Night, Sinatra é adorado por milhões de pessoas no mundo todo”, justificou Gambaccini. Em segundo lugar, ficou o ídolo do rock Elvis Presley, seguido de Nat King Cole, Ella Fitzgerald e Bing Crosby. Fonte: http://dolexplica.dgabc.com.br Nossas fontes Monika Schlüzen Monguilhott é formada pela PUC, do Paraná, em Fonoaudiologia. Especialista em voz pela mesma universidade, atuando desde 1995 na Clínica Audicenter. É facilitadora de grupos de treinamento em desenvolvimento da comunicação verbal. Coordena o programa de Desenvolvimento em Comunicação da RBS TV, junto aos telejornalistas da emissora em Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau e Itajaí. O médico Álvaro Machado Pacheco Neto é formado pela Universidade Federal de Santa Catarina, tem especialização em Otorrinolaringologista, realizada na Universidade de São Paulo – USP no Hospital de Clínicas. Fez estágio na Ear House Institute em Los Angeles e na Case Western Reserve University em Cleveland. É professor também no curso de Medicina da Univille. Brasil Circule por Joinville E confira os fatores que influenciam no crescimento e no desenvolvimento da cidade Silvio Simon ocê conhece Joinville? Acorda cedo, pega ônibus, carro ou bicicleta e vai trabalhar, estudar, passear? Além do vai-e-vem, você já pensou na influência que a urbanização e a chegada de novas empresas exercem na sua vida? Nas próximas linhas, você vai descobrir que Joinville tem uma formação extremamente norte–sul e que a rua Dona Francisca influenciou diretamente o crescimento da cidade. “Até a década de 50, a ligação entre Curitiba e o sul de Santa Catarina era feita pela Dona Francisca. Todo veículo passava pelo centro da cidade. A conseqüência foi o fortalecimento do comércio e da indústria no centro e nas regiões próximas”, comenta o professor Naum Alves de Santana, MSc em Geografia na área de desenvolvimento regional e urbano, que leciona Geografia Urbana e Planejamento Regional e Urbano, na Univille. Segundo o professor, o primeiro passo é verificar de que forma houve a intervenção do Estado no processo. “A participação pode ocorrer de forma orientativa, quando é proposto o que, onde, quando pode ser feito e como; Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 e indutiva, quando o poder público oferece vantagens como, por exemplo, no caso do distrito industrial norte”. Depois é preciso estar atento aos elementos que controlam o povoamento de uma cidade, como a Lei de Uso e Ocupação do Solo, o Código de Obras, o Código de Posturas e o Plano Diretor. Um fator importante na urbanização de uma cidade é o mercado. Não são poucas às vezes em que este é o grande responsável pelo arranjo espacial, ou seja, a orientação física do município. “Esse é um dos motivos para a orientação norte– sul”, explica Santana, que inclui nesse processo as barreiras físicas, morros e mangue, para a expansão leste–oeste. Na tentativa de auxiliar a constante ocupação de outras áreas, foram construídos eixos de ligação entre o norte e o sul com as regiões do leste e do oeste. Você se lembra do início do texto, quando falamos sobre participação orientativa e indutiva? Então, as construções das pontes do Trabalhador, da Mauro Moura, na rua Inácio Bastos, e da futura ponte na rua Max Colin com a avenida Beira Rio são situações em que o Estado age de maneira a induzir o processo de ocupação. “Temos, na cidade, vias no sentido leste– oeste, como a Plácido Olímpio de Oliveira, que cada vez mais terão papel fundamental na circulação do fluxo de veículos”, diz Santana. De acordo com o professor, ruas como a Blumenau, a João Colin e a Orestes Guimarães vão acabar concentrando a movimentação em torno do centro. Já as ruas Albano Schmidt e Anita Garibaldi reforçam a penetração dos bairros no sentido norte–sul. Com relação aos novos investimentos, feitos por grandes redes de varejo, o professor aponta para uma economia de aglomeração, que dá continuidade a uma oferta maior por empregos na zona norte. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Joinville, ACIJ, Jaime Grasso, destaca que essa é uma questão muito importante e envolve a distribuição das empresas e o desenvolvimento do município. “Precisamos colocar as empresas próximas da população. Isso vai refletir na qualidade de vida para o indivíduo e também para toda a cidade”, comenta. Para o assessor de planejamento do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville - IPPUJ, Marcel Virmond Vieira, a cidade cresceu muito rápido a partir da segunda metade do século 20, principalmente devido à industrialização. “Hoje, a indústria continua sendo importante, mas a idéia é também incentivar setores como educação, saúde, tecnologia, lazer, turismo e eventos”. O Instituto tem alguns projetos para serem implantados nos próximos anos, entre eles a Linha Verde – que ligará parques urbanos, o Prodetur – ligado ao turismo sustentável, o Viva Cidade – na área de urbanização e saneamento, a modernização do sistema de transporte, incluindo ruas e ciclovias, e a formação de binários entre as ruas Inácio Bastos e Padre Kolb e a rua Urussanga com a avenida Procópio Gomes. Capa Uma BR de sonhos A estrutura, a conservação, a economia e as histórias da BR-101 Silvio Simon ma viagem de 1060 km pela BR-101, entre Joinville - Santa Catarina e Osório - Rio Grande do Sul. Na ida de caminhão e na volta de ônibus. A saída ocorreu na manhã de domingo e a chegada na manhã do dia seguinte, segunda-feira. São causas e conseqüências de uma rodovia esgotada, com pistas mal conservadas, falta de acostamento e mais de 300 km à espera da duplicação. As diferenças entre a pista duplicada, que fica entre o município de Palhoça e a divisa de Santa Catarina com o estado do Paraná, e a simples, que começa em Palhoça e termina em Osório, no Rio Grande do Sul, são facilmente percebíveis. Se no sentido norte a ultrapassagem é mais fácil, o escoamento da produção mais rápido e o deslocamento mais ágil, no sentido sul tudo fica diferente. Os buracos são mais freqüentes, pontes estão interditadas, o cuidado na direção deve ser redobrado e a economia, seja ela formada por indústrias ou por extensas faixas de cultivo de produtos como arroz e fumo, sofre com acidentes constantes e custos de logística maiores. Também percebe-se que a fiscalização deveria ser reforçada. Na parte duplicada, o grande problema são os excessos de velocidade praticados principalmente pelos automóveis. Na pista simples, nossa reportagem pôde perceber vários abusos, como ultrapassagens forçadas e em locais proibidos - faixas duplas e sobre pontes, e outros tantos descasos, a começar pela falta da duplicação, pela Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 s,, conquistas e tristezas má conservação da pista, pela falta de acostamento e, por incrível que pareça, pela falta de viaturas circulando pela rodovia – a primeira somente foi encontrada no km 37, no Rio Grande do Sul. Para o motorista de ônibus Lori Fogas de Almeida, que freqüenta as pistas da BR-101 desde os 18 anos, a duplicação é fundamental. “Também é preciso passarela para os pedestres, maior fiscalização e pedágio, pois aí a gente vai pagar, mas teremos o retorno, através de uma rodovia mais conservada e com sinalização”. A cobrança do pedágio é uma prática comum em outros estados, como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, mas inexistente em Santa Catarina. Consiste em se pagar um valor para a empresa que tem a concessão da rodovia e deve mantê-la em perfeitas condições de uso. O pedágio é muito criticado pelas transportadoras, por caminhoneiros e profissionais liberais que contestam os valores cobrados. Segundo Almeida, os buracos, as cabeceiras das pontes, os veículos sem sinalização, muitas vezes com as luzes apagadas, e as ultrapassagens perigosas são problemas enfrentados pelos motoristas todos os dias. Parar em um posto de combustível para abastecer, comer ou pernoitar é uma tradição entre os caminhoneiros. Por questões de segurança, muitos deles trocaram seus locais tradicionais pelos postos da Polícia Rodoviária Federal. Locais como o posto Santa Rosa, no km 116, município de Itajaí, são importantes para a categoria, pois além de serem seguros, oferecem uma série de serviços como cabeleireiro, sala de TV e de jogos, lancheria, borracharia, restaurante, autoelétrica e centrais de atendimento do Serviço Social do Transporte – Sest, Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – Senat e Confederação Nacional dos Transportes – CNT. O posto Santa Rosa concentra um grande volume de caminhões, além de ter um espaço utilizado na triagem para exportação. O pátio do posto tem capacidade para cerca de 150 caminhões e a triagem para mais 300. Segundo o subgerente do posto, Olavio Assini Júnior, com a duplicação o Palhoça (trevo, km 218 ao 216) Local onde termina a duplicação e começa o trecho simples da rodovia em direção ao sul. Palhoça (Morro dos Cavalos, km 236 ao 232) Um dos pontos mais perigosos é a cabeceira da ponte do Rio Maciambu, no início da subida. Paulo Lopes (km 265) Reta, onde existe uma ponte. A pista e dividida por tartarugas, o que não impede ultrapassagens perigosas. Imbituba (km 281) Reta que antecede trevo de acesso a Imbituba. Garopaba (km 273) O trevo de acesso ao município fica depois de uma curva. Tubarão (km 334) Movimento intenso de veículos no trevo de acesso ao município. Capivari de Baixo (km Trevo de acesso ao município. Sombrio (km 436) Trecho em má conservação logo após o trevo de acesso ao município. Terra de Areia Laguna (km 319) Trecho em curva entre as localidades de Santiago e Laranjeiras. 328) Jaguaruna (km 340) No Morro do Formigão, onde as pistas foram construídas entre os dois paredões. (km 50 ao 34) Fluxo intenso de caminhões, desníveis no acostamento. Torres (do km 20 ao 30) Curvas, falta de visibilidade, desníveis no acostamento. Morro Alto (km 77 ao 57) Fluxo intenso de veículos que partem de Porto Alegre para Capão da Canoa. Fonte: ClicRBS número de acidentes diminuiu bastante. Acidentes que continuam a ocorrer com grande intensidade na parte sul, embora não deixem de existir no trecho duplicado. Dados da Polícia Rodoviária Federal, de Santa Catarina, publicados no site clicrbs, mostram que no primeiro semestre de 2004 ocorreram 1.176 acidentes, com 797 feridos, 66 mortos e 2.235 veículos envolvidos. A maioria dos acidentes aconteceu por falta de atenção dos motoristas e quando o tempo estava bom. Uma ponte interditada O número de pontes que fazem parte do trajeto da BR-101 entre Joinville (SC) e Osório (RS) chega perto de uma centena. No entanto duas chamam muito a atenção: as que passam pelos rios Cubatão e Maciambu, nos municípios de Palhoça e Paulo Lopes, respectivamente. Por questões de segurança, o Departamento Nacional de InfraEstrutura – DNIT limitou o peso máximo em 45 toneladas, gerando uma nova atividade comercial: o transbordo de carretas de um lado para outro da ponte. Explica-se: com o desenvolvimento de novas tecnologias e estruturas de transporte surgiram novas opções de logística por meio de estradas. Uma delas é um caminhão que popularmente é conhecido de “rodotrem”, ou seja, um cavalinho que puxa duas carretas. O peso final da carga e do veículo acaba sendo superior a 45 toneladas. A determinação faz com que os motoristas tenham que pagar cerca de R$ 50,00 para estacionar, separar as carretas e realizar o transbordo para o outro lado. Resultado: atraso na entrega do produto e aumento do frete. Antonio Moraes, por exemplo, precisou de quatro horas para que o funcionário contratado pela empresa de transportes onde trabalha, uma das maiores do país, realizasse a operação. Entre os motoristas particulares, o tempo mínimo de espera é de uma hora. A movimentação é grande e muitos estão trocando a estrada pela nova atividade, que já conta com 10 cavalinhos. Personagens de uma estrada cheia de histórias Nossa viagem pela BR-101 fez com que conhecêssemos pessoas que fazem da BR-101 a sua história. Uma delas é Maria Pereira dos Santos, popularmente conhecida como “Tia Cotinha”, que possui restaurante há 54 anos, no município de Paulo Lopes, km 253. Do alto de seus 72 anos, ela é com certeza um dos grandes personagens criados pela 101. “Já vi muitas tragédias na frente do Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 meu estabelecimento. Acredito que vou perder movimento com a duplicação, mas o que interessa é diminuir o número de acidentes”, relata. Os 54 anos da Tia Cotinha na BR-101 foram marcados por inúmeras tragédias. Em acidentes na rodovia, ela já perdeu o marido, um filho, um neto e o marido de uma das netas. “Em uma das tragédias que ocorreram aqui em frente, morreram sete pessoas, todas de uma mesma família de Blumenau”. Outro aspecto interessante é a relação que ela possui com os caminhoneiros, mantendo amizades longas, algumas com 10, 20 e 30 anos. “São pessoas solitárias, que quando chegam ao restaurante precisam que a gente converse com eles”, diz. Dicas para uma viagem mais tranqüila PISTA NÃO DUPLICADA PISTA DUPLICADA Em dia normal • Tenha cuidado com os buracos e desníveis da pista; • Preste atenção ao passar por uma cabeceira de ponte; • Evite o excesso de velocidade; • Cuide ao trocar de faixa ou fazer ultrapassagens. Na chuva • A visibilidade é menor e a sinalização da pista é precária, portanto, muita atenção na condução do veículo; • Na aquaplanagem (poças de água na pista) dirigir de preferência na pista da direita, reduzir a velocidade, não frear e manter os pneus conservados; • Use somente luz baixa, principalmente quando a chuva for contínua e forte. Seja em dia normal, com chuva ou à noite, o negócio é ter cuidado em dobro, mas valem algumas sugestões. • Somente ultrapassar com segurança; • Respeitar a sinalização, não fazendo ultrapassagens em faixa contínua, pontes e em faixas com sinalizadores; • Manter distância adequada em relação ao veículo da frente, para facilitar a visão; • Cuidar ao ultrapassar na seqüência de outro veículo; • Não ultrapassar em curvas e morros; • Quando se deparar com uma ultrapassagem perigosa, reduzir a velocidade, dar o pisca para a direita e se posicionar no acostamento imediatamente; • Na chuva cuidar com o spray (água gerada pelo pneu do caminhão), mantendo a distância. • E lembre-se: fazer manutenção de rotina no veículo é fundamental para pegar a estrada. À noite • Passe de luz alta para luz baixa quando cruzar com outro veículo; • Estar descansado quando começar a viagem e parar imediatamente quando ficar cansado; • Respeitar os limites de velocidade; • Ter cuidado com animais na pista; • Ficar atento à sinalização, às placas e aos sinalizadores. Colaboração de Alcindo Bräuer e Pierre Gomes, motoristas profissionais da Univille há 8 e 2 anos, respectivamente. Meio Ambiente Novas oportunidade Organizações buscam produzir cada vez mais e conciliar a alta produtividade com a gestão ambiental e social Ana Karina Siqueira Dias crescimento da população humana exerce forte pressão sobre o meio ambiente. As mudanças das últimas décadas vêm alterando o relacionamento das organizações com os cuidados com o capital natural. A gestão ambiental está se tornando uma tendência mundial; as empresas buscam, além de trabalhar a questão ambiental, desenvolver também o lado da responsabilidade social. O desafio hoje enfrentado pelas organizações é alcançar soluções capazes de harmonizar o plano econômico, ambiental e social. O processo de globalização das relações econômicas impulsionou o comprometimento das empresas com a questão ambiental, por meio da adoção de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA). Esses Sistemas vêm ao encontro da necessidade das empresas de adotar práticas gerenciais adequadas às exigências da legislação e do mercado. Os procedimentos de gestão ambiental foram padronizados em nível mundial, segundo as normas da ISO 14001. Os objetivos e as finalidades inerentes a um gerenciamento ambiental nas empresas evidentemente devem estar em consonância com o conjunto das atividades empresariais. Eles não podem nem devem ser vistos como políticas isoladas; devem integrar-se na cultura das organizações. A legislação ambiental exige cada vez mais respeito e cuidado com o Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 meio ambiente, buscando a melhoria da qualidade de vida das populações atuais sem comprometer as futuras gerações. As indústrias representam o ramo da atividade humana mais reconhecido como poluente. Por isso, as exigências de controle ambiental e do cumprimento das normas que vêm sendo criadas, como a ISO 14001, que atingem diretamente essas organizações, devem, obrigatoriamente, ser cumpridas para atender às exigências do mercado externo e do consumidor consciente, que vem cada vez mais selecionando a marca, o produto, o serviço etc. Buscando pesquisar essa questão nas organizações de Joinville, cidade considerada o 3o pólo industrial da Região Sul, estudantes do curso de Administração da Univille vêm trabalhando essa temática. O trabalho está sendo desenvolvido a partir de uma base teórica e de pesquisa em organizações de nossa região para levantar dados sobre a questão ambiental. No momento já é possível dizer que o universo das organizações em Joinville é muito diversificado. Há empresas que já possuem certificação ISO 14001, há empresas que têm uma política de gestão ambiental e outras que sobrevivem no mercado de trabalho sem preocupação alguma com o chamado capital natural. Conforme depoimento da profa Mirian Morales, a realização dessa atividade nas organizações permitirá aos alunos conhecer o grau de preocupação com a questão ambiental em Joinville e se há uma consciência de que o Sistema s, novos horizontes de Gestão Ambiental pode ser considerado como fator estratégico a ser utilizado pelo marketing, inclusive como possibilidade de abertura de novos negócios. O exemplo desse trabalho desenvolvido no curso de Administração é apenas um dos realizados pela comunidade acadêmica da Univille, que contempla em sua missão e visão o conceito de desenvolvimento sustentável como parte importante da cultura organizacional. Assim, todos os cursos da Universidade buscam de alguma forma transmitir em seus currículos a preocupação com a questão ambiental e a questão social. Afinal o objetivo da Instituição é formar cidadãos profissionais comprometidos com a sociedade e com o desenvolvimento sustentável, atuando em ensino, pesquisa e extensão. aluno é assessorado por profissionais qualificados e sua formação visa a um constante aprimoramento de técnicas e reflexões em torno do desenvolvimento sustentável”, diz a chefe de departamento Profa. Sandra Medeiros. O curso objetiva a formação de profissionais preparados para essa nova sociedade que busca melhorar cada vez mais a qualidade de vida e é mais exigente com os produtos consumidos. Os estudantes, no curso, convivem com a pesquisa, o trabalho de extensão e em convênio com as organizações, buscando prover soluções que permitam uma melhor harmonização das diversas atividades humanas com o meio ambiente. A Univille foi pioneira na criação de um curso de graduação na área de Engenharia Ambiental, em 1997. “Os desafios pertinentes às empresas que contemplam a Gestão Ambiental em seu mais vasto campo de atuação vêm ao encontro de nossa prática no ensino universitário, onde o Fotos: Elcio Ribeiro Curso pioneiro no Estado Responsabilidade Social Mudar o mundo Como começar? Campanha incentiva ações para melhoria da qualidade de vida no planeta Denise Taschek m mundo melhor, é o que todos esperam. O que é preciso mudar para que esse “sonho” se torne realidade? Em busca de respostas, países vêm se mobilizando na tentativa de fazer algo pelo bem-comum. Mais do que ações assistencialistas, que sem dúvida são importantes, o que muito se discute é a sustentabilidade dessas ações, ou seja, a responsabilidade social perante questões mundiais. Diplomatas, ONGs, instituições, movimentos sociais ou empresariais muito têm se preocupado com o desenvolvimento sustentável do planeta. Em setembro de 2000, os 191 países-membros da Organização das Nações Unidas – ONU assinaram a Declaração do Milênio. O documento pactua o compromisso por um mundo melhor e traça um conjunto de oito metas a serem atingidas pelos países até o ano 2015. No Brasil, para marcar o início das atividades, aconteceu de 9 a 15 de agosto deste ano a Semana Nacional pela Cidadania e Solidariedade. Ela teve o propósito de mobilizar os brasileiros para o exercício da cidadania, por meio da prática da solidariedade de forma integrada, apartidária e ecumênica. A iniciativa é pioneira e busca difundir e colocar em prática o compromisso e a implementação dos “8 jeitos de mudar o mundo” definidos pela ONU (conforme quadro). Na Univille a ação aconteceu em conjunto com a Semana da Comunidade, que, além de contemplar informação, orientação e integração, incrementou sua programação com atividades relacionadas à responsabilidade social. Dentre elas, promoveu o “dia da paz”, incentivando reflexões sobre o tema, e realizou uma oficina em parceria com o Instituto Ethos, referência no Brasil em Responsabilidade Social Empresarial. Essas são algumas formas pelas quais a Universidade pode cumprir seu papel, uma vez que elabora projetos, desenvolve pesquisas e promove ações visando provocar mudanças no meio em que está inserida. E qual é o seu jeito para mudar o mundo? Você pode e deve contribuir para essas mudanças. É tempo de refletir, mas, além disso, agir. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não são necessários grandes feitos para colaborar. Pequenas atitudes em prol da comunidade são suficientes para promover uma verdadeira revolução. • Mobilize amigos e familiares para discutir ações que contribuam para que as metas mundiais sejam atingidas. • Divulgue a campanha. Quanto mais pessoas estiverem comprometidas, melhor será o resultado. • Participe de campanhas solidárias, estimule a criação de hortas populares, cooperativas, a realização de mutirões, os programas de inclusão. Analise suas aptidões e em que você pode ajudar. Procure escolas, ONGs, movimentos sociais, envolva-se em ações transformadoras e mãos à obra! Construir um mundo melhor é responsabilidade de cada um. Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 As 8 Metas do Milênio, saiba mais sobre a campanha e o que se faz na Universidade Erradicar a extrema pobreza e a fome - apoio à geração alternativa de renda, estruturação de cooperativas, implementação de políticas de diversidade social. Movimentação - Atividade Motora para Portadores de Necessidades Especiais, Empreendedorismo para Alunos da Rede Pública de Ensino, Economia em Ação, Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares Atingir o ensino básico universal - capacitação de professores, programas educacionais em comunidades carentes, fornecimento de material didático e de leitura. Programa de Literatura Infanto-Juvenil, Arte na Escola, Programa de Incentivo à Leitura, Métodos Alternativos para o Ensino da Matemática, Site de Apoio Didático para Professores, Direito e Literatura, Projeto Resgate Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres - programas de capacitação para mulheres, inclusão do trabalho feminino em atividades alternativas consideradas masculinas. Fórum de Estudos e Debates sobre Violência Urbana Reduzir a mortalidade infantil incentivo a programas para prevenção e diminuição de doenças infecciosas infantis, esclarecimento sobre higiene pessoal e sanitária, aleitamento materno e nutrição infantil. Educação em Saúde Bucal nas Escolas da Vila da Glória, Terapia da Alegria, Sorriso e Saúde no Lar Abigail, Semente do Sorriso, Sorria Vila da Glória Melhorar a saúde materna apoio a iniciativas comunitárias de atendimento à gestante, melhoria da saúde materna, acesso a informações sobre planejamento familiar. Combater o HIV / Aids, a malária e outras doenças - mobilização e informação no combate à Aids e a outras doenças epidêmicas, programas que facilitem o acesso a medicamentos e às vacinas. Orientações sobre saúde sexual para jovens e adultos. Criação de Comitê para Discussão de Prevenção e Combate ao Uso de Drogas Garantir a sustentabilidade ambiental - implementação de práticas ambientais sustentáveis e responsáveis, por meio da conscientização nas escolas, comunidades, empresas. Mobilização coletiva para estímulo à reciclagem e reutilização de materiais. Programa Reciclar, Assessoria Técnico-Científica ao Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão Norte, Trilhas - Educação e Interpretação Ambiental e Sensibilização Ambiental em Joinville, Estudos Ambientais na Comunidade Rio do Braço, Sentinelas da Babitonga - Sensibilização Ambiental para Conservação dos Recursos Naturais Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento apoio à capacitação profissional dos menos favorecidos, inclusão digital, estímulo a programas de empreendedorismo e auto-sustentação. Atendimento aos Adolescentes Infratores em Medidas Socioeducativas, Centro Internacional de Negócios Fonte: www.nospodemos.org.br A campanha de comunicação foi criada pela agência McCann-Erikson, que autorizou o uso de todos os ícones e imagens que expressam o Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade. Conheça melhor os programas e projetos desenvolvidos pela Univille no site www.univille.br. Contraponto Campanha do Desarmamento Desarmar a população para conter a criminalidade ou o povo refém da marginalidade desmedida no país? Cíntia Fanezze Só Campanha Nacional de Desarmamento, criada pelo Governo Federal em 15 de julho deste ano para incentivar a devolução de armas no país, tem repercutido positivamente em relação ao número de armas entregues. No Brasil, mais de 100 mil armas de fogo, entre munições e acessórios, já foram arrecadadas pelas polícias civil e federal. Com uma indenização que varia de R$ 100 a R$ 300 reais, a população mostra-se engajada na campanha. Mas o que o povo objetiva realmente? Diminuir o número de mortes por acidentes com armas de fogo cometidos por indivíduos sem as mínimas condições físicas e emocionais para manuseálas, ou a recompensa oferecida pelo governo? Para discutirmos sobre o assunto, a Revista Universo Univille, nesta edição, traz o Promotor de Justiça e professor do curso de Direito Genivaldo da Silva. Confira. 1. Desde a criação da Campanha Nacional do Desarmamento, em 15 de julho, o número de armas recolhidas, em todo o território nacional, vem superando as expectativas. Na sua opinião, por que o brasileiro se mostra tão engajado nessa campanha? O brasileiro mostra-se engajado plenamente na campanha do desarmamento, a meu ver, por diversos fatores: um deles e seguramente o principal, a recompensa. Outro fator é a campanha maciça feita na mídia em geral, conclamando as pessoas a entregarem as armas. E, por fim, acredito que os exemplos de tragédias ocorridas com as pessoas Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 acabam fortalecendo o interesse em se desfazerem da arma. 2. A recompensa oferecida para cada arma de fogo entregue varia de R$ 100 a R$ 300. Muitas pessoas já discutem sobre os recursos, acreditando que o Governo poderia utilizar esse dinheiro para investimento nas áreas da saúde e educação. Qual a sua posição sobre o assunto? A educação, a saúde, a moradia, o lazer, o transporte coletivo e outros direitos fundamentais do ser humano, constitucionalmente assegurados, devem ter tratamento prioritário pelo Governo. Independente de onde se busca o recurso para realizar os programas e as ações destinadas a cumprir a Constituição, é fim do estado a realização do bem estar-social de cada um. É evidente que se puder ser utilizada verba a mais para cumprimento das obrigações estatais, merece aplauso a atitude do Governo. Agora, se os direitos fundamentais já estão sendo devidamente cumpridos, nada importa a destinação da verba para o pagamento das armas entregues. 3. Desarmar um cidadão que muitas vezes tem uma arma para sua defesa pessoal não dá margem para o aumento da criminalidade? Em princípio poderia-se pensar que o criminoso em potencial, como por exemplo um assaltante, sabedor que houve um desarmamento total, se sentiria à vontade para sair e assaltar qualquer pessoa com a certeza de que não haveria reação e poderia levar de forma tranqüila seu intento. Entretanto não há registro confiável de que o desarmamento da população contribui ou contribuiria para essa ocorrência. Acredito que, desarmada ou não a população, o índice de criminalidade deverá ser o mesmo ou próximo dos índices atuais. 4. Sabemos que a segurança pública é uma responsabilidade do Governo e da União, porém muitos prefeitos já se deparam com reclamações diretamente feitas a eles. Municipalizar a segurança, assim como saúde e educação, pode ser uma saída para a diminuição da violência no país? Com relação ao direito à saúde, juridicamente, já há um consenso de que a solidariedade dos entes da Federação é passiva no sentido de promover as ações e programas com finalidade de prevenir doenças e outros agravos, recuperar a saúde do cidadão e realizar as etapas necessárias à reabilitação. Com relação à educação, se vê que o Município é o ente mais próximo do estudante, principalmente o estudante do ensino fundamental, o que é ditado pela própria Constituição da República, reservando para o estado a educação do segundo grau e para a União a educação do terceiro grau. A segurança pública é obrigação do Estado, porém o Município também tem parcela de responsabilidade na realização desse direito. Assim, o Município ao manter limpos os terrenos baldios, ao manter funcionando a iluminação pública, ao promover ações destinadas ao fomento do emprego, ao criar e manter creches e escolas públicas está auxiliando no combate à criminalidade. A municipalização da segurança pública, acredito eu, não seria capaz, só por si, de acabar ou diminuir os índices de criminalidade, uma vez que a raiz da criminalidade está na condição socioeconômica da população e não na obrigação da União, do Estado ou do Município garantir a paz pública. 5. Hoje, o conceito de guarda-municipal se restringe à segurança no trânsito. Armar esses profissionais pode trazer mais tranqüilidade aos centros urbanos? À primeira vista parece que sim, ou seja, a utilização de arma de fogo por guardas no trânsito tem o caráter de intimidar a população no momento de algum acidente, por exemplo. Duas questões devem ficar bem claras nesse contexto. Uma é que o guarda para andar armado deve ter respaldo legal e ainda possuir curso especializado e demonstrar capacidades física, técnica e mental para portar arma de fogo. Segundo, o fato do guarda estar armado não vai diminuir a criminalidade, vai sim evitar tragédias no trânsito, mas não sempre. 6. Santa Catarina é o sexto estado com maior participação na Campanha do Desarmamento. Mesmo com uma participação tão expressiva, o Estado mostra um índice baixo de violência em relação a outros. Na sua opinião, os casos de violência não são divulgados pela mídia ou realmente SC mantém qualidade em relação à segurança pública? Partindo do pressuposto de que houve efetivamente a entrega de mais de seis mil armas e que a relação da quantidade de armas entregues com os casos de violência (com arma de fogo) é baixa, podemos entender que a grande maioria do armamento que o catarinense dispunha se destinava a sua defesa pessoal, no interior de sua residência, salvo as exceções apresentadas pela mídia. Por outro lado, os casos de violência em geral não são registrados nos órgãos competentes. O furto ou o roubo de uma bicicleta, de um par de tênis, de uma roupa, ou de objetos de valores pequenos não é levado ao conhecimento da autoridade policial, bem como os casos de agressão física, como, por exemplo, a violência doméstica (pais que agridem esposas ou filhos) que não é levada ao conhecimento da Polícia e, portanto, não ingressa como número estatístico. Saiba mais sobre a Lei do Desarmamento A Lei do desarmamento, n.º 10.826, que entrou em vigor no dia 23 de dezembro de 2003, foi criada para tomar medidas importantes para quem pretende ter porte ou registro de armas. Apesar de muitos portarem armas ou tê-las em suas residências, vários critérios estão sendo impostos pela lei, os quais devem ser esclarecidos à população. A Lei tem o intuito de regulamentar a utilização das armas, buscando desarmar a população e, principalmente, diminuir a criminalidade no Brasil. As armas de fogo serão liberadas apenas àqueles que precisam utilizá-las para suas atividades diárias. Essa liberação destina-se a integrantes das polícias do Brasil, a quem transporta valores, realiza escoltas ou àqueles com ameaça de morte. Já o indivíduo que pretende obter o registro Armas arrecadadas em Joinville e região 482 revólveres 236 espingardas 118 pistolas 97 garruchas 24 carabinas 6 rifles 13 armas de outros tipos Fonte: Polícia Federal de Joinville – outubro de 2004 Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 de arma só terá a autorização para mantê-la em sua residência ou nos limites da propriedade. De acordo com o Delegado da Polícia Federal de Joinville, Rômulo de Castro, todo cidadão que tem alguma arma de fogo em posse deverá ficar atento à regulamentação, pois quem for flagrado portando ilegalmente uma arma, mesmo sendo a trabalho, poderá ser punido. De um lado, o governo incentiva a entrega das armas com recompensas, de outro, busca a legalização para ter registros de quem, quantos e por que utilizam essas armas. Apesar da legalização ser obrigatória, o custo para tanto se aproxima de mil reais em taxas, além de ser necessária a realização de diversos testes, como o de tiro e o psicológico. Com tudo isso, o governo luta, em conjunto com diversos órgãos, ONGs e a comunidade, para diminuir um dos principais problemas que assola o país: a violência desmedida. Nossa fonte: Dr. Genivaldo da Silva é Promotor de Justiça de Joinville em Saúde Pública, Consumidor, Direitos Humanos e Cidadania, desde 1994. Tem especialização em Ciências Jurídicas, Processo Civil e Saúde Pública e mestrado em Processo Penal. É professor em instituições de ensino de Joinville, como a Univille, no curso de Direito e na Escola do Ministério Público. Turismo e Lazer Mochila nas costas! A aventura vai começar Na terra, na água ou no ar, amantes da adrenalina e da natureza encontram o relaxamento em atividades radicais Sônia Regina de Oliveira Santos onciliar as ocupações do agitado dia-a-dia não é uma tarefa fácil nos tempos de hoje. Pensando nisso, as pessoas têm procurado alternativas para aliviar as tensões. Algumas buscam tranqüilidade e conforto, outras já procuram ações que permitam viver intensamente. Independentemente das formas, o que elas desejam é sair da rotina e melhorar a qualidade de vida. É cada vez maior o número de partidários dos esportes radicais, uma prática esportiva realizada em ambientes externos, em harmônico contato com a natureza, na qual o esportista descobre seus próprios limites, com a utilização de equipamentos específicos, de alto nível de especialização e de qualidade, obedecendo aos critérios de segurança obrigatórios, pois o grau de risco dessas atividades varia de médio a alto. Os cenários mudam de acordo com a modalidade praticada, das montanhas às cavernas, do meio da mata aos rios, sendo o espírito de aventura a força motriz para essa prática esportiva que alia adrenalina, treinamento e desafios. Seja de bicicleta, de carro, de caminhão, de jipe, de bote, de quadriciclo ou a pé, os viciados em emoção buscam o equilíbrio da vida pessoal e profissional em atividades que envolvam altas doses de adrenalina e de liberdade total, com aquela deliciosa sensação de friozinho na barriga. Os esportes de aventura viraram moda no mundo moderno, estendendo-se também para o ambiente empresarial. Vivências dessa natureza estão sendo utilizadas como complemento de programas para o desenvolvimento de equipes. Além disso, experiências de esportistas auxiliam no treinamento de executivos, pois são verdadeiros mestres no quesito superar limites e dificuldades. É uma maneira de preparar os profissionais para um mercado cada vez mais competitivo e instável, comenta o acadêmico de Administração da Univille, Fabiano Dell’Agnolo, integrante da 1ª Expedição Catarinense ao Aconcágua em 1997, que se prepara para uma nova escalada em 2005. Na região de Joinville o montanhismo, que consiste na subida de montanhas por caminhada ou escalada com o objetivo de alcançar o topo, movimenta grande número de adeptos. Muito mais que um estilo de vida, é uma prática que exige de seus aventureiros dedicação intensiva, condicionamento físico, disciplina e respeito pelo meio ambiente. Para iniciar nesse esporte sem o mínimo de preparo, é essencial o acompanhamento de um especialista ou o acesso a bons livros. Montanha da região atrai aventureiros Nas encostas íngremes onde se encontram os paredões rochosos da Serra do Mar, no município de Garuva, a 35 km do centro de Joinville, localiza-se a trilha de acesso ao Monte Crista, uma das montanhas mais conhecidas do norte do Estado, com altitude de 967 metros acima do nível do mar. O acesso é feito pela BR 101 na altura do posto de Pesagem da Receita Federal. O nome se dá em função de sua forma semelhante a uma crista de galo. Da montanha pode-se andar pelos campos de altitude, avistando Joinville e Garuva. A caminhada é considerada pesada e até o cume leva aproximadamente 5 horas, dependendo da trilha a ser percorrida. A mais conhecida é a escadaria, que segue pela encosta sul. Há ainda dois percursos que levam à fazenda do alto Quiriri, de propriedade particular, pelo vale do rio Três Barras ou pelos campos. Seguindo a leste da serra, é possível alcançar diferentes cumes, como o pico Garuva, com 1220 m de altitude. No sentido norte-sul, encontra-se a mais extensa travessia, a CristaPapanduva, que pode levar até cinco dias de caminhada. Outros caminhos também revelam momentos de incomparável beleza, como o do baixo Quiriri, o da Pedra da Tartaruga, e outros nunca explorados. Existem ainda diferentes paredes como a Pedra da Divisa, com mais de 300 metros de altura, e outras de complicado acesso. A geóloga e professora da Univille, Mônica Lopes Gonçalves, que juntamente com mais quatro autores publicou o livro Trilhas e Caminhos, sobre sensibilização ambiental, alerta que algumas dicas são importantes na hora de se definir o local para o acampamento. O mais aconselhável é que se escolham sempre locais já utilizados para esse fim. Quando não existirem, deve-se procurar lugares a uma distância de pelo menos 60 metros de qualquer fonte de água e que sejam naturalmente bem drenados, o mais planos possíveis e protegidos do vento, evitando cavar valetas ao redor da barraca e usando um plástico para evitar que gravetos a furem e ocorra a passagem de umidade. Outra recomendação é quanto às trombas de água, que no verão costumam acontecer com mais freqüência; nessas situações deve-se esperar por socorro ou aguardar as águas dos rios abaixarem para atravessar em segurança. Os aventureiros de plantão devem ter em mente que os caminhos e as trilhas são meios que nos levam a riquezas imensuráveis, sendo a sua conservação uma obrigação de todos que por lá passarem. Mais do que um local onde se buscam emoções fortes e belo visual, as paisagens naturais são um patrimônio de propriedade da humanidade. Conheça quem se dedica ao montanhismo e ao excursionismo na região AJM – Associação Joinvilense de Montanhismo Fone: (47) 436-5022 [email protected] Caetés – Centro de Excursionismo e Proteção Ambiental Fone: (47) 472-1726 [email protected] Centro Excursionista Barriga Verde [email protected] Salamandra Escola de Montanha Fone: (47) 455-5119 / 455-0447 www.asalamandra.hpg.com.br [email protected] Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 Qual esporte combina com você? Bungee Jump – saltos executados com o auxílio de um guindaste, que eleva uma gaiola com o saltador e a equipe técnica. O praticante é amarrado pelo peito e virilha ou pelo pé e virilha, com cintos e cordas de náilon e borracha, atirando-se de uma altura de aproximadamente 50 metros. O salto se dá também de pontes. Canyoning – mais que uma escalada em cachoeiras, o objetivo é explorar cânions e rios. O participante desce quedas-d’água preso a uma corda. Enduro – extensos caminhos com alto grau de dificuldade dos obstáculos e pouco tempo para descanso ou eventuais consertos nas máquinas dos participantes, que podem ser caminhões, motos, carros, bicicletas ou quadriciclos. Motocross – circuito fechado de terra em que o piloto de motocicleta tem que superar diferentes obstáculos, como buracos, barrancos, estradas abandonadas, terrenos baldios, elevações ou curvas, em alta velocidade. Rafting – descida de corredeiras de rios sobre um grande bote inflável, desviando de pedras e transpondo quedas-d’água em grande velocidade. O grau de dificuldade é determinado pela classificação das corredeiras, das mais fáceis às mais difíceis, dependendo do regime das chuvas na região. Rapel – técnica de escalada que consiste na descida vertical de montanhas rochosas, pedras ou a / Prof ulgação Trekking – longas caminhadas a pé por trilhas naturais em matas e rios. São feitas em grupos e podem variar de horas a dias, dependendo do nível do percurso, cujo objetivo é a chegada num local predeterminado. Trial – motocicleta especializada para transpor obstáculos como grandes rochas e subidas íngremes. O esporte pode ser executado em ambiente fechado ou aberto. Downhill – descida de uma grande ladeira, em alta velocidade, com uma bicicleta especial, passando por terrenos pedregosos, escorregadios e úmidos. Raid – veículos motorizados do tipo JEEP, cuja meta é chegar ao final da competição no menor tempo possível, passando por pontos de checagem definidos por mapas, lamaçais ou estradas com inúmeros buracos, rios, pedras, aclives e declives acentuados. prédios, com o auxílio de uma corda e de equipamentos adequados, onde o esportista fica completamente sem contato com o solo. Vôo livre – vôo com asa delta, no qual o praticante salta de uma montanha que possua uma encosta e plana à procura de correntes térmicas para ser sustentado o maior tempo possível no ar. s onçalve Lopes G Mônica iv Fotos d Monte Crista, uma das montanhas mais conhecidas do Norte de Santa Catarina por suas belezas naturais Universidade Mentes que brilham Professores cada vez mais profissionalizados buscam tornar a sala de aula um ambiente atrativo com novas formas de ensinar Ana Karina Siqueira Dias oje, empresas, associações, instituições e sala de aula se integram para criar um novo cenário na área educacional, levando a educação para dentro das organizações. Antigamente, a sociedade exigia que as pessoas tivessem um tipo de educação básica, em que o grande objetivo era fazer com que o estudante estivesse apto para trabalhar na área escolhida. Já a sociedade atual exige pessoas detentoras de talentos variados, flexíveis e com uma visão holística. Espera-se que o acadêmico esteja preparado para trabalhar Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 adaptando-se às diversas mudanças de ambiente, com competência para inovar, criar e gerar resultados. A sociedade moderna precisa de cidadãos capazes de oferecer respostas rápidas às mudanças que ocorrem no cenário econômico, político e cultural. Para isso, os professores buscam cada vez mais aprimorar-se e construir em parceria com os alunos as habilidades hoje requisitadas na sociedade da informação. Nova realidade Com o objetivo de apresentar aos acadêmicos o mundo fora da Universidade e as exigências da sociedade atual na sua futura área de trabalho, cada vez mais as universidades estão se integrando com as organizações e associações. Tais experiências fazem com que estudantes possam confrontar ou visualizar o aprendido com a realidade prática. A formação de parcerias ou de programas de cooperação representa benefícios mútuos, indicando haver perfeita sintonia entre os interesses e finalidades de cada parte. A universidade beneficia-se econômica, técnica e até psicologicamente, com a melhoria da motivação de todos os envolvidos. Já as entidades parceiras usufruem da capacidade técnica e intelectual do meio universitário para obter soluções que vão ao encontro de seus anseios por qualidade de vida e melhoria na produtividade. Desenvolvendo Competências Preocupada em atender aos anseios do novo estudante e da nova sociedade, devido às mudanças enfrentadas em todas as áreas, que também se refletem na educação, no papel do professor e do aluno, a Univille busca aprimorar a ação docente, investindo no Programa de Qualificação Docente em nível de Pós-Graduação e no Programa de Profissionalização Docente direcionado para a Pedagogia Universitária. Entenda um pouco melhor sobre cada Programa O Programa de Qualificação Docente – PQD está inserido no Programa de Qualificação Institucional – PQI e tem como objetivo oferecer suporte para o ensino e a pesquisa, por meio da qualificação profissional do corpo docente da Univille, em nível de mestrado, doutorado e pós-doutorado, de modo a promover o desenvolvimento científico e a melhoria da qualidade do ensino e garantir o reconhecimento dos cursos. Atualmente, a Instituição possui 607 professores, dos quais 290 são mestres, 55 doutores e 74 mestrandos e doutorandos que recebem ajuda de custo PQD/ Institucional. Confira a evolução da titulação docente da Univille nos campi de Joinville e São Bento do Sul, no gráfico abaixo: Muitos são os professores que procuram o PQD para solicitar informações sobre cursos de pósgraduação stricto sensu no Brasil e no Exterior e, geralmente, esses docentes são encaminhados e recomendados pelo próprio Departamento do qual fazem parte. Atualmente, tanto o departamento quanto o docente procuram por um programa de Pós-Graduação stricto sensu que atenda às suas necessidades, principalmente no que se refere ao quesito área de atuação. Essa medida atende e cumpre com os padrões de qualidade do MEC, no que concerne à qualificação docente nas áreas específicas dos cursos. Vale lembrar que a qualificação docente em nível de mestrado e doutorado, além de ser requisito básico na seleção e contratação de professores para o quadro de carreira da Universidade, proporciona ao docente ferramentas e conhecimentos que facilitam o cumprimento de seu papel de educador. “É importante conscientizar as pessoas do real papel do professor como educador, bem como valorizar a sua busca contínua pela inovação, Dados fornecidos pelo PQD Univille - Novembro de 2004 • Programa de Qualificação Docente em nível de Pós-Graduação levando-se em conta que o professor não é um mero repassador da informação e sim um socializador de conhecimentos”, afirma a Chefe da Assessoria do Programa de Qualificação Docente, Profa. Ivanilda Bastos. • Programa de Profissionalização Docente direcionado para a pedagogia universitária A Univille trabalha com profissionais de diversas áreas do conhecimento que têm experiência, porém não apresentam uma formação didáticopedagógica para a função de professor. Além disso, mesmo aqueles que tiveram a formação de professor precisam atualizar a sua prática docente na direção das competências que a sociedade atual exige dos profissionaiscidadãos. Hoje, não se espera que o professor somente ensine sua matéria, mas sim estimule no acadêmico a vontade de aprender continuadamente. Com o objetivo de promover a qualidade de ensino, a Universidade vem investindo em um programa de pedagogia universitária continuada. Atualmente, esse Programa está organizado com três grupos de professores, realizando encontros mensais presenciais em um total de 40 horas de estudos e tarefas à distância com mais 40 horas, perfazendo 80 horas de capacitação didático-pedagógica. Os professores participam do Programa aos sábados pela manhã ou às quintas-feiras no período noturno, nos campi de Joinville e São Bento do Sul. Os encontros do Programa tratam de temas relacionados com a profissionalização da docência, as mudanças no paradigma da ciência e seu reflexo nos currículos dos cursos, na metodologia de ensino, na avaliação da aprendizagem e na utilização das novas tecnologias. Revista Universo Univille - Dezembro de 2004 De acordo com a coordenadora do Centro de Apoio Pedagógico – CAP, professora Mirian Morales Nogueira Gonçalves, além dos estudos e das reflexões sobre os temas do Programa, os encontros de docentes de diversas áreas do conhecimento têm se transformado num espaço único e privilegiado com trocas de experiências e relatos das dificuldades enfrentadas por eles, e a cada encontro novas barreiras são quebradas. “Os professores estão abertos na busca de inovações para o seu fazer docente e se fortalecendo por meio das intensas trocas de experiências que acontecem nos encontros mensais”, ressalta. A universidade, que se redesenha no início deste século, é pensada a partir de um novo paradigma civilizacional, que busca a formação de um cidadão capaz de viver e conviver num contexto de uma sociedade aprendente. Nesse contexto, o papel do professor, intelectual, sujeito de seu tempo, a partir de uma visão de mundo, de sociedade e de educação, passa a ser o papel de um orientador, motivador, mediador da aprendizagem centrada no aluno. É nessa direção que o Programa de Profissionalização Docente caminha, assessorando o professor para construir uma postura reflexiva sobre o seu fazer e buscar os saberes de que necessita para construir a sua autonomia profissional. E ss c n e l a i O Código Da Vinci, Dan Brown, Editora Sextante, 480 páginas. A trama é um suspense estimulante e inteligente que revelará um segredo protegido por uma sociedade secreta desde os tempos de Jesus Cristo. Jacques Saunière, curador do Louvre e um dos líderes da antiga fraternidade– o Priorado de Sião –, que já teve como membros Leonardo da Vinci, Victor Hugo, Botticelli, Isaac Newton, entre outros, é assassinado dentro do museu em Paris. Na cena do crime, é encontrada uma mensagem cifrada que pode revelar um segredo milenar que envolve a Igreja Católica. A criptógrafa e neta de Saunière, Sophie Neveu, e um famoso simbologista de Harvard, Robert Langdon, vão à procura de pistas ocultas para decifrar o mistério – da natureza do sorriso da Mona Lisa ao significado do Santo Graal. Por um fio, Drauzio Varella, Editora Companhia das Letras, 222 páginas. A obra narra histórias reais sobre o impacto da convivência com a dor e a perspectiva da morte no comportamento dos pacientes do médico Drauzio Varella, bem como dos familiares, podendo revelar um inesperado sentido para a vida. De um lado, a reação dos que se descobrem doentes, que vai da surpresa à revolta, do desespero ao silêncio e à aceitação. Do outro, a atitude dos parentes, que varia da dedicação incondicional ao abandono. Episódios surpreendentes de mudança de vida, como se a visão da morte fosse quase uma libertação, um divisor de águas, que confere novo sentido ao futuro. As reflexões do autor norteiam-se no princípio de que, mais do que curar, o objetivo da medicina é aliviar o sofrimento humano. Cadeia de comando, Seymour M. Hersh, Editora Ediouro, 400 páginas. Com 35 anos de experiência no jornalismo investigativo, Hersch chama a atenção dos leitores, causando indignação ao governo Bush com a série de reportagens que vem publicando na Revista The New Yorker. Em Cadeia de Comando, o autor lança um corajoso olhar sobre as particularidades ocultas da “guerra contra o terror” do presidente Bush e as mentiras e as obsessões que levaram a nação mais poderosa do mundo à guerra contra o Iraque, revelando as conexões entre os enganos iniciados da caçada da Al Qaeda e os desastres em solo iraquiano. Fazendo Acontecer Visão e Iniciativa A trajetória profissional do Diretor Administrativo Financeiro do Grupo Meta, o contador Udélcio Demczuk, 36 anos, é marcada por determinação e muito vontade de vencer. Natural de União da Vitória, Paraná, e radicado em Joinville desde 1986, Udélcio, nesses 18 anos, traçou uma carreira de sucesso. Confira. Iniciei minhas atividades profissionais como a maioria dos rapazes oriundos do interior e sem experiência, trabalhando como assistente administrativo. Na época fui contratado pela empresa Döhler S/A aqui de Joinville, e lá mesmo galguei uma mudança de área, saindo da área fiscal e indo para a de Recursos Humanos, na qual me identifiquei muito desde o início. Como todo bom curioso, em poucos anos mudei de emprego e fui para uma empresa contábil, também de Joinville, onde tive oportunidade de me aprimorar ainda mais, despertando-me o sentimento de empreendedor, visto que a partir daí iniciei minhas atividades empresariais, que começaram em 1991. Iniciamos nossas atividades com a Meta Organização Contábil eu e meu sócio Wilmar Manske. Tínhamos uma idéia fixa desde o início, trabalhar de forma informatizada/automatizada e prestar serviços personalizadamente diferenciados, o que para a época era um pouco difícil, já que em termos de informatização o país ainda engatinhava e os preços eram exorbitantes. Mas fomos em frente, sem “dar bola pra torcida”, e em poucos anos estávamos nos consolidando como uma empresa diferenciada no segmento contábil. Com nosso crescimento, foram surgindo novas necessidades de nossos clientes, para os quais sempre estivemos atentos. Em 1998 nascia a Meta RH, especializada em recrutamento e seleção de pessoal, e que hoje está entre as três maiores empresas do segmento em Joinville, possuindo filiais em Curitiba, Florianópolis, Jaraguá do Sul e Guaramirim. Em 2003, ainda fundamos um escritório da Meta Organização Contábil na capital paranaense, Curitiba. Sem esquecer de que no meio do caminho, no ano de 2000, ainda nos unimos a Prumo consultoria empresarial, que tem desenvolvido trabalhos excelentes em gestão empresarial. Segredo para isso? Pode parecer simples, mas não tem segredo, tem sim muita dedicação, perseverança e principalmente o bom senso de sempre nos cercamos de pessoas melhores do que nós, pois só assim poderemos tornar o negócio independente e profissional, fazendo com que seus fundadores possam sempre estar atentos a novas oportunidades de mercado e focados na atualização do negócio como um todo, criando oportunidades de uma progressão e sucesso natural para todos que aqui trabalham.