Edição 317 - Folha do Fazendeiro
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Edição 317 - Folha do Fazendeiro
FOLHA DO [email protected] FAZENDEIRO www.folhadofazendeiro.com.br | Mais rural do que nunca ABRIL DE 2010 • ANO XIII – Nº 317 – DISTRIBUIÇÃO REGIONAL E DIRIGIDA Foto: Samir Baptista Acrissul entrega relação de áreas aptas à venda para reservas indígenas Na tarde do dia 07 de abril, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, entregou ao chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Gilberto Carvalho, o levantamento das áreas cujos proprietários estão dispostos a vende-las à União para assentar população indígenas do Estado. PÁGINA 3 Empresa estatal testa Chip do Boi em 3 mil bovinos de MS Produto promete custar metade do preço. PÁGINA 9 OCB-MS reelege Celso Régis para a presidência A OCB/MS realizou Assembleia Geral Ordinária no dia 16 de abril, na qual reelegeu Celso Ramos Régis como presidente e Marcio Portocarrero como vicepresidente para mandato de quatro anos. Na assembleia também foram empossados os membros natos do Conselho Diretor. PÁGINA 21 GALERIA DE CAMPEÕES Fael TE Porto é o campeão nelore da Expogrande 2010 Leia mais na Página 17 Fael TE Porto Vuslala FIV da CB 2 ABRIL 2010 Palavras de quem participou “A Expogrande este ano estava nota dez. Registramos a maior quantidade de animais em pista e os leilões tiveram as médias que aumentaram gradativamente durante o evento. Fechamos nossa exposição com chave de ouro”. Walter Dias Ribeiro, vice-presidente da Associação dos Criadores do Cavalo Árabe de Mato Grosso do Sul. “Este foi o segundo ano que vim. E percebi que a Expogrande está mais bonita, com um número maior de gado. Gostei muito da evolução do ano passado para este. Os organizadores estão no caminho certo. Com o número maior de animais, a competição nos julgamentos ficou mais acirrada. Ganhar em uma pista com participantes de nível nacional como essa tem um peso muito maior na valorização dos animais”. Tony Saloum, criador de Nelore em Franca, São Paulo. EXPEDIENTE FAZENDEIRO Uma publicação mensal da Via Livre Comunicação e Agromarketing [email protected] EDIÇÃO E EDITORAÇÃO GRÁFICA: TEXTOS: Jefferson da Luz; Fábio Sarzi, Daniel Pedra Dantas e Carlos Henrique Braga “A Expogrande vem em uma crescente. Consegue se superar a cada ano, dessa forma mostra a qualidade dos animais que aqui participam. O resultado disso aparece nos leilões, que tiveram vendas expressivas, pois os animais são o que há de melhor no Brasil”. FOTOS: Samir Baptista Claudio Totó, pecuarista em Três Lagoas, sócio-fundador da Acrissul. [email protected] VIA LIVRE Comunicação e Agromarketing CNPJ. 05.212.423/0001-99 Av. Américo C. Costa, 320 Jd. América – CEP 79.080.170 Parque de Exposições Laucídio Coelho Campo Grande – MS Fone: (67) 3042-7587 [email protected] DEP. COMERCIAL E ASSINATURAS ANA RITA BORTOLIN (67) 3026-5014 9604-6364 [email protected] “A Expogrande foi um sucesso. No que tange a raça Nelore tivemos mais de 400 animais em pista, criadores do Estado compareceram em peso e também tivemos a honra de receber grandes expositores do cenário nacional. Os animais que por aqui passaram são de excelente genética, mostrando toda a força da raça”. Guilherme Bumlai, presidente da Nelore MS. “A feira foi excepcional. Mostrou que a nova diretoria trabalhou com muita competência e conseguiu reunir diversas raças. Foi um sucesso. Temos de parabenizar os dirigentes da Acrissul e os produtores que são, na verdade, quem faz a feira”. Paulo Matos, pecuarista em Campo Grande. FOLHA DO José Roberto dos Santos “A cada edição a Expogrande melhora mais, em volume de gado, qualidade dos animais e com expositores de diversos estados. Para os julgamentos vieram criadores que estão entre os cinco melhores do ranking nacional. O que mostra a importância da feira para a pecuária brasileira”. José Bonifacio de Almeida Filho, da Agropecuária Santa Barbara, Uberaba, Minas Gerais. VEJA MAIS NESTA EDIÇÃO Pesquisadores avaliam amendoin selvagem A planta, de alto potencial energético, é alvo de estudo da EmbrapaGado de Corte, que quer saber a viabilidade econômica e as vantagens que a planta oferece para o rebanho. PÁGINA 22 MS vai sediar em junho a maior PGP do País ABCZ e Nelore MS realizarão a prova de ganho de peso entre os dias 10 de junho e 25 de novembro, no Confinamento Malibu, em Campo Grande. A idéia é reunir 300 animais das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã. PÁGINA 29 JBS inicia venda direta de carne ao consumidor Nova diretoria da Asmaco quer reorganizar entidade O frigorífico JSB já começou a implementar, pelo município de Corguinho, sua nova estratégia de venda em Mato Grosso do Sul, a entrega em domicílio. PÁGINA 17 Para o novo presidente, Vladimir Pereira Farias, a meta prioritária é reorganizar a cadeia produtiva da carne ovina em Mato Grosso do Sul. PÁGINA 30 3 ABRIL 2010 Ruralismo Acrissul entrega relação com fazendas aptas à venda para indígenas Relatório foi pedido durante visita da entidade ao presidente Lula, em Brasília, em março N a tarde do dia 07 de abril, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, entregou ao chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Gilberto Carvalho, o levantamento das áreas cujos proprietários estão dispostos a vende-las à União para assentar população indígenas do Estado. “Até que em fim esse relatório chegou. Durante oito anos esperamos por ele, e vocês, em sessenta dias, o trouxeram”, exclamou Carvalho, segundo relato de Maia, que na ocasião estava acompanhado pelo deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT). “Cumprimos nosso compromisso assumido como o presidente Lula a respeito dessas áreas”, disse o dirigente da entidade. “A situação da nação Guarani tem sido uma constante preocupação na mente do presidente”, contou Maia ao relatar sua impressão do encontro. Pela Acrissul, o vice-presidente Jonathan Barbosa presidiu a comissão que fez o levantamento das áreas aptas à venda. Conforme a proposta de Lula, apre- sentada a representantes Meira reconheceu que é do agronegócio do Estainjusto se tirar a terra de do em fevereiro deste quem nela trabalhou por ano, a ideia é de que as 70, 80 anos e que tem seu terras sejam adquiridas título de posse legal, conpelo Incra (Instituto Natudo, o que está na Conscional de Colonização e tituição transcende a vonReforma Agrária) e detade de governos e goverpois repassadas à Funai nantes. Na sequência, (Fundação Nacional do Francisco Maia teve uma Índio). reunião com o senador Agenda prévia – AnValter Pereira, acompates do encontro com Carnhado de técnicos do Mivalho, Maia e o deputado nistério da Justiça; eles federal Vander Loubet discutiram sobre a PEC (PT) tiveram uma reunião que permitirá a indenizacom o presidente da Fu- Francisco Maia (Pres. Acrissul) ção pela terra nua, a qual nai, Márcio Meira, e membros do departa- já foi aprovada na Comissão de Constimento jurídico do Ministério da Justiça. tuição e Justiça do Senado Federal. Na ocasião, Meira disse que as quesO encontro teve como objetivo achar tões indígenas de Mato Grosso do Sul ain- um meio termo entre o que propõe a PEC da não foram resolvidas porque são politi- e as pretensões do governo federal. “O zadas. “Chegamos a conclusão de que a senador Valter vai ficar na história do única saída para se resolver o problema de Brasil como o homem que resolveu o forma rápida é a aprovação da Proposta de problema secular das disputas de terras”, Emenda Constitucional apresentada pelo disse Maia. “Valter Pereira tem sido um senador Valter Pereira [PMDB]. A única excelente senador para Mato Grosso do maneira de a União indenizar a terra nua, Sul, atende prontamente as reivindicae não só as benfeitorias, pela desapropria- ções da classe produtora. Há muito temção para assentar populações indígenas é po não temos um senador assim. Tenho se a Constituição autorizar isso”, disse. certeza de que o país e o Estado ficaram Segundo o presidente da Acrissul, devendo mais essa para ele”, completou. 4 ABRIL 2010 Opinião | Por Jonathan Pereira Barbosa Quem viu, conferiu! Andando pela cidade morena vimos e conferimos em outdoors: a Expogrande foi redonda. Verdade. A Acrissul conseguiu realizar com muito sucesso uma feira com os recordes em volume de negócios além do esperado pelos mais variados setores da cadeia do agronegócio em MS. A tradicional Expogrande, em sua edição internacional, marcou sua eficácia atingindo seus objetivos em todas as suas variadas programações previamente agendadas. O resultado colhido foi um prêmio, conquistado com a dedicação integral e trabalho de poucos, para a realização de muitos. Melhor seria se pudéssemos contar com o reforço de grande parte da nossa valorosa diretoria. Ainda não foi dessa vez que o nosso quórum compareceu para o trabalho, embora sempre estejamos convocando os ausentes. Importante que se diga: com menos de um ano da posse, a gestão Chico Maia restabelece a credibilidade para a nossa entidade, pagando todas as dívidas da gestão anterior, além de remodelar todo o parque, fazer obras novas, como: espaço do criador; cozinha e refeitó- rio; reforma do prédio para instalação da Iagro; aumento na rede de água, o que elevou a vazão de 9000 para 32000 litros de águas por hora; pavimentação asfáltica das ruas e avenidas do Parque; revisão elétrica de toda a rede; construção e ampliação dos bicos de lavadores de animais; implantação da escolinha hípica e da ecoterapia; revisão geral dos pavilhões de animais, incluindo a pintura; implantação de um site informativo, atualizado e dinâmico; revisões nos tatersais, desde os telhados, forros, hidráulica, elétrica, esgoto, esquadrias, vidros, calhas, pisos, sanitários, pintura geral, revisão completa nos sistemas de ar-condicionado, funcionando a toda capacidade. Essas são, dentre outras, algumas providencias tomadas, e prontamente pagas. Vale também informar que todos os banheiros e sanitários do Parque foram revisados e reformados, bem como os alojamentos para os peões e demais prestadores de serviços. A pista de julgamento também foi revitalizada, recuperando a arquibancada de todos os seus estragos e dando-lhe uma nova pintura. Foi feita uma nova arborização e jardinagem em diversos pontos das ruas e avenidas do Parque. Tudo o que acabamos de apresentar, foi feito com o controle máximo de despesas e ainda rigorosamente acompanhado e fiscalizado diariamente, até a conclusão e pagamentos finais. Portanto, não existe nenhuma dívida para se pagar. Para registro de alguns números informamos que foram realizados 39 leilões, entre os dias 8 e 28 de março de 2010, totalizando um valor de negócios de R$ 16.567.266,22 (dezesseis milhões, quinhentos e sessenta e sete mil, duzentos e sessenta e seis reais e vinte e dois centavos), não incluindo os leilões realizados fora do Parque. Foram assinados 179 contratos de locação de espaços comerciais. O número de bovinos, das mais variadas raças, foi de 1.380 animais, devidamente alojados; e o de equinos atingiu 440 animais em baias, e 60 animais para provas programadas. Entre pequenos e médios animais (ovinos, caprinos, pôneis e outros) totalizaram 486, em suas respectivas acomodações. Para fechar essa grade de animais, concluímos: foram 2.366 (nos pavilhões e demais acomodações), e mais 10.687 animais comercializados nos leilões, o que totaliza 13.053 animais. Bate o recorde entre todas as Expograndes realizadas até aqui. Também devemos informar que o número de pessoas que visitaram a feira, foi o maior já registrado, assim como o número de alunos (3.987). A convite da Acrissul, as crianças matriculadas na rede municipal de ensino compareceram em grande número (4.312), visitando o Parque de Exposições, e principalmente recebendo como cortesia ingressos para usarem no parque de diversões e se refrescarem com re- frigerantes oferecidos a todos. Também foi um sucesso as dezenas de palestras organizada pela direção, as quais foram prestigiadas por centenas de ouvintes. Os shows bombaram, para a alegria dos fãs e barraqueiros que faturaram com ótimas vendas. Na programação internacional, tudo aconteceu dentro do previsto. Protocolos importantes com relação à comercialização de bovinos foram firmados com o Paraguai e Bolívia. Um Fórum especial permanente foi realizado entre o Brasil e Bolívia, e a data do próximo já está fixada para setembro em Santa Cruz de la Sierra (BL), com atendimentos e metas alcançados pelas coordenações escolhidas no Fórum da Expogrande. Delegações estrangeiras compareceram para prestigiar a nossa 72ª Expogrande Internacional. O sucesso aconteceu com bons negócios, muitos projetos, movimentos, autoridades de todas as faixas e escalões, comerciantes, indústrias, pecuaristas, agricultores, empresários, políticos, imprensa... e o povo em geral -dono da festa. Quem perdeu, lembre-se que ano que vem tem mais! Quem foi, viu e conferiu! Jonathan Pereira Barbosa é vice-presidente da Acrissul 5 ABRIL 2010 Acrissul em Ação Iagro deve reabrir posto do Parque em junho Reunião na Acrissul acertou últimos detalhes para integrar Iagro, Agência Fazendário e Banco no Brasil no Parque Laucídio Coelho E m mais algumas semanas, a agência da Iagro (Agência Estadual de Vigilância Sanitária Animal de Vegetal) vai iniciar atendimento ao público dentro do Parque de Exposições Laucídio Coelho. No dia 30 de março, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, recebeu a visita de dos representantes dos órgãos que atuarão na nova sede, Iagro, Banco do Brasil e Agenfa (Agência Fazendária). A previsão é de que os atendimentos comecem em junho. “Nós pretendemos melhorar a forma de atender ao produtor, com mais conforto. Aqui teremos um amplo estacionamento”, exemplifica a inspetora geral da Iagro, Eneida Maria Dacal. “No atual prédio funcionamos de forma muito precária. Com a vinda para o Parque queremos estar mais perto do produtor, discutir juntos de maneira tranquila as questões do setor”, completou. O prédio da Iagro no Parque estava desocupado há cerca de cinco anos. Sua reforma foi entregue pelo governado do Estado, André Puccinelli (PMDB), durante a realização da 72ª Expogrande, no Reabertura da Iagro no Parque vai reaproximar produtor do departamento início do mês. No local irão funcionar conjuntamente a Iagro, a Agenfa e o Banco do Brasil. O produtor retira a GTA (Guia de Transito Animal) na Iagro, a nota fiscal da venda na Agenfa e paga o imposto devido no Banco do Brasil. Maia destacou que faltam apenas questões técnica de instalação de uma agência bancária e a aquisição do novo mobiliário para que os órgãos estaduais estejam aptos a receber o público. w w w. a c r i s s u l . c o m . b r 6 ABRIL 2010 Parceria produtiva Estado lança ações de apoio à pecuária pantaneira O Governo do Estado, o Banco do Brasil e instituições parceiras, firmaram, no dia 15 de abril, uma parceria em que ações de apoio passam a vigorar em atendimento aos produtores rurais da planície pantaneira que demandem por remover os bovinos das regiões inundáveis do Pantanal Sul-Mato-Grossense. A solenidade contempla a assinatura de Termo de Cooperação sobre linha especial de crédito rural. O evento acontece às 10hs na Governadoria. A pecuária bovina de corte se constitui na principal exploração econômica do Pantanal, sendo tradicional o sistema de cria de animais, que posteriormente são encaminhados para o planalto, com vistas ao seu completo desenvolvimento e abate. De acordo com o ciclo de cheias e É preciso encontrar canais para conter desvalorização do milho O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, defende que é preciso encontrar novos canais de exportação para o milho brasileiro para reverter a baixa no preço nas regiões produtoras. Em Mato Grosso, segundo maior produtor nacional do grão, atrás apenas do Paraná, a cotação da saca de 60 quilos do produto em alguns municípios está abaixo de R$ 9, enquanto o preço mínimo definido pelo governo para o estado é de R$ 13,98. secas, o rebanho é movimentado para as partes mais altas da região no período das enchentes e retorna após o escoamento das águas. “Nossa preocupação é que a movimentação desses animais ocorra de forma ordenada, contudo, além de tempo hábil, o produtor também precisa custear esse processo, que não é barato”, atenta a secretária da pasta de produção Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (Seprotur), que participou do ato. Nesse sentido, a parceria com o Banco do Brasil para a execução de um programa de apoio financeiro para remoção e comercialização de bovinos de corte do Pantanal Sul, em caráter emergencial, vem como alento. “É mais uma opção de financiamento para o produtor sul-matogrossense, principalmente para o pecuaSegundo a Conab, a produção nacional de milho nesta safra deve chegar a 54 milhões de toneladas. O consumo é de aproximadamente 46 milhões de toneladas e a previsão de exportação é de 8,5 milhões de toneladas. Como os estoques estão acima de 10 milhões de toneladas, a pressão sobre o preço é alta. De acordo com Rossi, com a proximidade do fim da safra, aumenta a necessidade de comercializar tanto para obter recursos para o próximo plantio quanto para enfrentar o problema da falta de armazéns, questão crítica do país, que tem uma das maiores produções de grãos do mundo. (Fonte: Ag. Brasil) rista pantaneiro que a partir de agora vai poder contar com o apoio financeiro para negociar seus animais e melhorar a capacidade produtiva de sua propriedade”, destaca o Superintendente Estadual do Banco do Brasil, Marcos Ricardo Lot, que assina junto com o governador André Puccinelli um protocolo de intenções. Dado ao expressivo rebanho bovino que ocupa a região do Pantanal, Corumbá é o município com o maior número de cabeças de bovinos do país – integralmente localizado dentro do Pantanal Sul – com aproximadamente 2 milhões de animais comercializando, anualmente, 400 mil, compreendendo as categorias de bezerros desmamados, novilhos, animais de descarte e acabados. A preocupação da Secretária – e que é a mesma dos pecuaristas daquela região – é com o incremento do fluxo de bovinos oriundos daquela região, tanto para comercialização como para utilização de pastagens temporária não sujeitas a inundações com posterior retorno as suas áreas de origem. “Tal fato se justifica em virtude das intensas precipitações ocorridas, desde o período de primavera de 2009 e até recentemente, nas regiões das nascentes e nos cursos médios dos rios que drenam para a planície”, frisa o pecuarista pantaneiro, Fábio Zamec, que tem acompanhado e monitorado anualmente as precipitações e o volume de água nos rios da região. São parceiros desta iniciativa a Famasul, a Acrissul, Prefeituras Municipais da região pantaneira, entre outras. Criadores podem antecipar vacinação Os criadores de gado do Estado que desejam antecipar a vacinação contra febre aftosa antes de comercializar o produto devem fazer uma solicitação desta antecipação para a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro). De acordo com o gestor de Defesa Sanitária Animal da Iagro, Rubens de Castro Rondon, a solicitação deve ser por escrito e encaminhada para o escritório local da Iagro no município ou para a central, que fica na Avenida Senador Filinto Muller, em Campo Grande. O gestor explica que no documento que solicita a antecipação da vacinação do gado deve estar especificado número de cabeças que devem ser imunizadas e o motivo da antecipação. Se a vacina for antecipada para algum evento, como um leilão, no documento deve constar qual é este evento e quando ele acontece. Além disso, é necessário um parecer do inspetor local da Iagro para a decisão seja acatada.Caso o deferimento seja favorável, a Iagro vai emitir uma autorização para que o proprietário das cabeças de gado faça a compra das vacinas. O criador que antecipa a vacinação deve imunizar todo o seu rebanho, não apenas o lote que vai ser comercializado. 7 ABRIL 2010 Feiras MS Expoagro vai de 13 a 23 de maio em Dourados Além de leilões, shows e palestras, evento terá julgamento de Nelore, Brangus e Brahman, raças leiteiras e de ovinos O presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli (foto), apresentou na segunda-feira (12/ 04), durante encontro de produtores, profissionais da imprensa e lideranças rurais, no tatersal de leilões do Sindicato, um resumo do que será a 46ª Expoagro, agendada para o período de 13 a 23 de maio deste ano. A programação prevê, além de palestras e debates, os shows nacionais dos dias 14, 15, 16 com João Carreiro & Capataz, Banda Djavú e a dupla Victor & Leo e no dia 19 de maio com o destaque nacional do “Programa do Faustão”, Luan Santana. De acordo com Marisvaldo, a Expoagro deste ano terá ainda a realização de debates sobre o momento atual do agronegócio, encontros de profissionais da área rural, seminários e simpósios temá- ticos. A Expoagro terá ainda a volta do rodeio de montarias em bois e cavalos na categoria internacional, sob a organização da Companhia PBR Bulls, entre os dias 21 e 23 de maio. A exposição e o julgamento das raças Nelore, Brangus e Brahman, além de raças leiteiras e de ovinos, e as provas eques- tres bem como os cursos de capacitação do Projeto Fazendinha, completam a programação da Expoagro 2010. A Exposhopping, em parceria com a ACED, que este ano tem como tema a Copa do Mundo, também vai acontecer paralelamente à feira agropecuária, no salão comercial. Durante o lançamento da Expoagro, Marisvaldo recebeu manifestações de apoio e incentivo por parte do presidente da Associação Comercial, Inio Coalho, cuja entidade é parceira do Sindicato Rural na realização de vários eventos do agronegócio; do secretário de Agricultura, Indústria e Comércio municipal, Maurício Peralta, que representou o prefeito Ari Artuzi e renovou o apoio oficial para mais esta Expoagro; e do vereador e membro da entidade ruralista Gino Ferreira, que levou também o reconhecimento do vice-governador Murilo Zauith, que cum- FALE CONOSCO: (67) 3388-5000 pria agenda em Campo Grande, ao trabalho que vem sendo desenvolvido pela atual diretoria do Sindicato, realçando o papel de liderança que Marisvaldo exerce na entidade. A mesa de autoridades foi composta ainda pelo chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste em Dourados, Fernando Lamas; o superintendente do Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul, Sadi Luiz Hendeges; o diretor do banco Sicredi em Dourados, Érico Stefanello; o major Costa Júnior, representando o comandante da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada em Dourados, general Luís Felipe Carbonell e o diretor da Fundação MS, Dirceu Brock. O vereador Sidlei Alves, presidente da Câmara de Dourados, também esteve no Sindicato Rural de Dourados, manifestando o apoio do Poder Legislativo e desejando sucesso em mais esse empreendimento. 8 ABRIL 2010 Pecuaristas de MS testam o “Chip do Boi” Fazenda Boa Esperança, em Anastácio (MS) sedia dia de campo para demonstrar utilização do chip Fotos: Samir Baptista A mais ambiciosa das fases de um projeto de alta tecnologia e 100% nacional teve início no dia 6 de abril, na Fazenda Boa Esperança, em Anastácio, Mato Grosso do Sul. É o teste a campo em larga escala do Chip do Boi, um brinco que será usado para rastrear eletronicamente os bovinos. Nessa etapa três mil animais usarão os chips da Ceitec S.A – uma empresa estatal, sediada em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. “O mais importante em tudo isso é que agora estamos usando tecnologia totalmente nacional, o Brasil vai poder começar a influenciar nos padrões internacionais de rastreabilidade. A criação de produtos de alta tecnologia é fundamental, pois que as tem a propriedade intelectual manda”, sintetiza o presidente da Ceitec, Eduard Rudolf Weichselbaumer. Os testes em Mato Grosso do Sul têm como objetivo verificar a resistência do produto em conduções reais de uso, saber se o brinco vai funcionar bem sob sol e chuva. Além disso, receber sugestões das pessoas que lidam diariamente com os animais também faz parte dessa etapa. O presidente da Associação Sulmato-grossense dos Produtores de Novilho Precoce (ASPNP), Nedson Rodrigues Pereira, já deu uma sugestão para a Ceitec – fazer um brinco que possa ser reutilizado. “No caso do produtor querer ter a identificação dos animais apenas para o controle próprio da fazenda. Com um brinco ‘cabeça aberta’ [reutilizável] o investimento não vai se perder quando o animal for para o abate”, detalha. A Ceitec já havia iniciado uma fase de teste em Minas Gerais, mas a amostra não era tão expressiva, apenas 250 animais, e ainda era feita em gado leiteiro. A maior demanda por rastreabilidade está na pecuária de corte, já que é uma exigência da União Europeia, mercado cobiçado pelos expor- fazenda em Camapuã, disse que os proprietários querem vender a carne para a União Europeia, e que a intenção é usar os brincos eletrônicos, mas os custos estavam desanimadores. “Agora, a ideia pode se tornar viável”, afirma. Eduard Weichselbaumer (Ceitec) e o pecuarista Alexandre Raff (Faz. Boa Esperança) tadores brasileiros porque paga mais. Entretanto, para o pecuarista o que realmente importa é o custo do brinco eletrônico brasileiro, uma vez que essa identificação é conhecida no meio, mas, pouco usada devido ao preço elevado, cerca de R$ 7,00 por brinco. Segundo Alexandre Raff, proprietário da fazenda, o valor unitário do produto deve ficar entre R$ 2,50 e R$ 3,00. É um preço compatível com o mercado brasileiro e com o mercado externo. A empresa tem a intenção de vender o brinco para outros países, como Estados Unidos e União Europeia, onde há mercados com espaço para expansão. O presidente da Novilho Precoce, associação parceira nos testes, lembrou que a tecnologia não é nova, mas que seu uso estava atravancado pelo alto custo de sua implantação. Ele destacou os benefícios da rastreabilidade do rebanho não apenas para se conseguir algo a mais pela arroba, mas também em se melhorar a gestão da propriedade. Opinião Jerônimo Machado, pecuarista no município de Rochedo, é um dos que têm a fazenda habilitada para exportar à União Europeia, contudo, até hoje, ele só usa brincos óticos. Questionado sobre o porquê não usa os eletrônicos, o pecuarista responde rápido: “é muito caro”. Ele reconhece que, devido aos erros de leitura, muitos de seus animais deixam de ganhar o bônus pago ao produtor pelo boi rastreado, mas implantar o sistema eletrônico, nos atuais preços, seria ganhar por um lado e perder por outro. Os prejuízos com informações incorretas, e consequente perda da rastreabilidade, que ele tem é de cerca de R$ 2.700,00 – vendendo mil animais – se fosse implantar os brincos nos custos atuais gastaria R$ 7.000,00. Lindomar Pereira, administrador de No mangueiro Na hora do manejo o processo de identificação e inserção de dados no histórico de cada animal é muito rápido, cerca de cinco segundos. Começa com a leitura do chip no brete, depois -dependendo do trato que se pretende dar ao animal, vacina, vermifugação, etc- o peão passa o bastão sobre um cartão onde está gravada a informação sobre qual tratamento o animal está recebendo, depois o bicho é pesado e embarcado ou liberado. Tudo muito rápido e sem a necessidade de um peão canta os números de identificação para outro, o que zera os erros. Outro detalhe interessante, os brincos da Ceitec podem ser lidos por qualquer leitor de baixa frequência existente no mercado. Aliás, a estatal não pretende produzir leitores. Os usados no dia de cam- Nedson Rodrigues, presidente da ASPNP 9 ABRIL 2010 Chips eletrônicos vêm par concorrer no mercado interno com gigantes multinacionais po eram da Allflex, mas poderia ser de qualquer outra companhia. “O brinco foi construído seguindo padrões internacionais, trabalha em baixa frequência, por isso é compatível com diversos leitores”, diz o presidente da empresa. Para quem gostou do preço e quer iniciar a identificação dos animais na fazen- da vai ter de esperar mais um pouco. De acordo com Weichselbaumer, o produto deve chegar ao mercado somente depois de julho. Até lá, a fase de testes já terá sido concluída e o brinco habilitado no Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos). Batalha industrial Com o advento do brinco eletrônico 100% nacional, fabricado pela Ceitec S.A., inicia-se um nova fase no segmento de identificação e rastreabilidade bovina do Brasil. Até então, o setor é dominado por uma empresa francesa, a Allflex, que tem 70% do mercado, contudo, o principal componente do produto, o chip de armazenamento, não é produzido por ela. É comprado de diversas companhia ao redor do mundo. No entanto, a tecnologia é a mesma da Ceitec, ondas de rádio em baixa f r e q u ê n c i a , logo, os produtos são compatíveis. “Fico feliz em ver que haja compatibilidade entre os produtos de empresas diferentes”, disse Didier Simon, diretor da Allflex no Brasil, presente no dia de campo da Fazenda Boa Esperança. Questionado se ele vê a possibilidade de uma parceria com a Ceitec, na qual os chips seriam comprados da estatal brasileira e instalados em brincos com a marca Allflex, ele respondeu sem se comprometer e nem mostrar entusiasmo com a ideia: “tecnicamente é possível”. “Na demonstração de hoje estão usando o nosso bastão”, completou. Se a tecnicamente as possibilidades são grandes, no campo político a sugestão de “parceria” parece não prosperar. Eduard Rudolf Weichselbaumer, presidente da Ceitec, foi enfático ao dizer que a intenção é “vender o brinco eletrônico” já pronto para ser aplicado no animal. E ele já deu uma demonstração de que fala sério. Disse à imprensa que a capacidade de produção de brincos da fábrica em Porto Alegre, Rio Grande de Sul , é de 50 milhões de unidades por ano. Essa quantidade, segundo ele, é suficiente para brincar todos os animais abatidos em um ano no Brasil. Além disso, Weichselbaumer informou que a fábrica pode ser facilmente ampliada e a produção chegar a cem milhões de brincos por ano. E adiantou que há tratativas para instalação de uma planta de brincos em Mato Grosso do Sul. Tudo isso evidencia que as ambições da estatal estão, também, voltadas para o mercado externo. A equipe da Folha do Fazendeiro viajou a convite da Associação Sul-matogrossense dos Produtores de Novilho Precoce (ASPNP-MS). www.leiloboi.com 10 ABRIL 2010 Expogrande 2010 Juízes elogiam qualidade do gado da Expogrande Difusão da genética e melhoramento das técnicas de manejo são fatores que contribuíram para melhoria U ma dos termômetros de uma exposição agropecuária é o número de animais expostos. Neste quesito a 72ª Expogrande se superou. Trouxe 1.380 exemplares de argola, isso somente de bovinos. Outra forma de se medir este tipo de evento é através da opinião dos jurados – ou juízes de provas – que julgam qual dentre todos os animais de uma raça a representam da melhor forma. Nesse ponto os juízes foram unânimes em qualificar a Expogrande como uma das feiras mais importantes para a pecuária brasileira. “Eu tive a oportunidade de julgar o Nelore o Nelore Mocho e o Brahman, as três raças foram bem representadas, com animais que estão na cabeceira do ranking nacional, indivíduos realmente diferenciados”, disse Ricardo de Lima, juiz da Tatiana Almeida Drummond Tetzner, jurada efetiva da ABCZ/ABCGIL ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu). “Isso mostra que há genética de qualidade em Mato Grosso do Sul, e ainda que é um Estado difusor de tecnologia. Logo, tudo o que foi julgado aqui são animais de se destacam. De uma forma geral, a Expogrande está bem representada com a nata nacional do Nelore, Nelore Mocho e do Brahman”, continuou. Comparando com as exposições passadas Lima disse que é visível a diferença de qualidade racial dos animais julgados por ele durante a Expogrande. Segundo ele, a difusão da genética e de manejo são fatores que contribuíram para isso. Tatiana Almeida Drummond Tetzner, jurada efetiva da ABCZ, da ABCGIL (Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro) e Girolando, ressaltou a grande 11 ABRIL 2010 Ricardo de Lima, juiz da ABCZ (à dir.): “Expogrande trouxe animais diferenciados” quantidade de exemplares das raças leiteiras, em especial da Girolando, mais de 50% em comparação como o ano passado. “A quantidade de animais participando do 8º Julgamento Girolando foi um marco para a Expogrande 2010. Também fiquei impressionada com a qualidade, em especial do 5/8, do ¾ e do meio sangue. Todos os campeonatos com animais que representam bem a raça, chegando a um grande campeonato bem competitivo”. “Exposição Nacional do Girolando, a Mega Leite, em julho, em Uberaba. São animais que poderiam disputar exposições com maior número de exemplares”, completa. Em seus passeios pelo Parque de Exposições Laucídio Coelho, a jurada também deve a oportunidade ver um pouco das outras raças que aqui vieram e, segundo ela, os criadores de Guzerá e trouxeram animais “belíssimos”, bem como os criadores de Nelore. Célio Arantes Heim, jurado da ABCZ, julgou o Guzerá, ele disse que, apesar da mostra não ter sido tão grande, quem assistiu o julgamento até o final percebeu que os animais que Célio Arantes Heim julgo animais da raça Guzerá, na 72ª Expogrande disputaram podem ir para uma etapa maior nacio- a comercialização é fraca, logo, na minha nal. “Se ele não for o melhor premiado concepção, sem nenhum exagero, a Excomo foi aqui, vai perder para outro que pogrande fecha o ciclo da pecuária de tem o mesmo desenho de carcaça, então, corte”, disse. “Mato Grosso do Sul é um dos maioem resumo, são animais competitivos”. Conforme ele, a Expogrande é uma res produtores de carne, e para isso tem feira com várias raças, logo o criador tem de ter genética também, o qual é o topo de trazer animais de boa qualidade por- de uma pirâmide que tem como base o que a comparação não é só dentro da raça, gado de corte. Para que a base seja forte você tem vir de um gado selecionado e mas, sobretudo, entre as raças. “Na Expogrande você tem liquidez, extremamente competitivo. O Estado comércio, julgamento e palestras. Há fei- atinge isso, e pode ser visto aqui na Exras que tem bons julgamentos, mas que pogrande”, avaliou. 12 ABRIL 2010 13 ABRIL 2010 Expogrande 2010 Guzerá Dodge FIV TIR leva o título de grande campeão Dodge FIV TIR, de Brasilândia é o grande campeão do julgamento Guzerá que foi realizado no dia 28 de março, na 72ª Expogrande. Ele concorreu na categoria macho sênior. O exemplar foi criado na fazenda Três Irmãos, de onde também saiu o reservado campeão da feira, Figo FIV TIR. Ao receber o troféu do grande campeão Guilherme Furtado, administrador da fazenda, disse que está muito contente como o resultado que teve aqui na Expogrande, pois é uma forma de mostrar o que os criadores de Mato Grosso do Sul têm conseguido. “Os doze troféus que recebemos hoje são resultado de uma seleção muito bem feita e com genética de qualidade. É muito satisfatório para nós sairmos com o grande campeão e o campeão reservado, mostra o intenso trabalho que fazemos lá na fazenda Três Irmãos. Não é mérito só meu, começa com o patrão e vai até o peão, somos uma equipe. Estamos contentes e animados para voltar no ano que vem”, disse Furtado. Entre as fêmeas a grande campeã foi Drica FIV TIR, que concorreu na categoria fêmea adulta, o exemplar pertence a Claudio Fernando Garcia de Souza, de Três Lagoas. A campeã reservada foi a Inspirada da J Natal, de propriedade de Carlito de Lima Felisberto, de Presidente Alves (São Paulo). O juiz de evento foi Célio Arantes Heim, membro do conselho técnico da Sociedade Rural do Paraná, segundo ele, alguns julgamentos são difíceis, não pela quantidade de animais a ser julgada, mas pelo equilíbrio que os animais apresentam entre si, e foi isso o que aconteceu no julgamento Guzerá deste ano. Em sua justificativa, Heim disse que primeiramente havia escolhido um touro Júnior para grande campeão, mas depois de mais uma olhada entre os animais decidiu mudar de opinião. “Se vocês olharem na minha prancheta perceberão que eu risquei o nome do vencedor, isso porque os animais estão equilibrados em um nível bem alto”. O que foi definitivo para a escolha de Dodge FIV TIR como grande campeão foram seus aprumos e sua conformação de carcaça, em especial no lombo. “No julgamento de uma raça tão importante como a Guzerá, que contribui muito para a produção de carne, se você um touro com um posterior desse tamanho e com essa conformação de carcaça é muito importante que seja levada em consideração”, finalizou, ressaltando que Dodge tem quase 1.100 quilos e seus aprumos são perfeitos. 14 ABRIL 2010 Expogrande 2010 Fórum de sanidade Brasil-Bolívia dá os primeiros passos Nos próximos dias deve sair a lista de exigências brasileiras para o trânsito de bovinos entre a Bolívia e o Brasil. São os primeiros resultados do Fórum Brasil-Bolívia: Intercâmbio Comercial de Bovinos, que foi estabelecido durante a Expogrande 2010. “Os quesitos para a movimentação de animais entre os dois países serão repassado pelo Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] a nós através da Superintendência Regional em Mato Grosso do Sul”, disse o vice-presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Jonathan Pereira Barbosa, que também é coordenador dos trabalhos do Fórum no Brasil. Outra iniciativa tomada foi o envio de correspondência aos órgãos de sanidade animal da Bolívia solicitando informações sobre como funcionam o procedimentos por lá. Os pecuaristas bolivianos também estão trabalhando para que um acordo sanitário seja alcançado logo. Jonathan recebeu a notícia de que o governador do departamento de Santa Cruz, Roly Aguilera Gasser, pretende montar um escritório em Campo Grande para agilizar a tomada de provi- dências necessárias para se alcançar o objetivo do Fórum. Jorge Nuñes del Prado (presidente da comissão técnica da Asocebu), coordenador dos trabalho pela Bolívia, disse que prepara uma reunião para discutir o assunto. Com a presença de autoridades dos governos federal e estadual, e representantes do setor pecuário do Brasil e da Bolívia foi assinado no dia 25 de março o protocolo que tem como objetivo iniciar as tratativas para se estabelecer intercâmbio comercial de bovinos entre os dois países. O documento foi elaborado no Fórum BrasilBolívia: Intercâmbio Comercial de Bovinos, realizado na 72ª Expogrande. A proposta é uma iniciativa da diretoria da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) juntamente com a Asocebu (Asociacion Boliviana de Criadores de Cebu) que veem grandes possibilidades comerciais caso as barreiras sanitárias caiam. Atualmente, o Brasil não pode receber nenhum tipo bovino vindo da Bolívia, pois o status sanitário do rebanho de lá é considerado inferior ao de Mato Grosso do Sul – área livre de aftosa com vacinação – mesmo que no país vizinho não haja Protocolo foi assinado durante fórum na Expogrande; ideia avança entre os países um caso da doença há quase cinco anos. O vice-presidente da Acrissul destaca que os trabalhos do Fórum são permanentes até que se conquiste a liberação do trânsito de bovinos. “Hoje, os animais que vão para a Bolívia não podem mais voltar”, atenta. Isso inviabiliza a participação de pecuaristas brasileiros em feiras bolivianas. “O país vizinho está próximo de conseguir o mesmo status [sanitário] que Mato Grosso do Sul. Além disso, há quase cinco anos não há ocorrência de focos de febre aftosa lá. Essa liberação que pleiteamos já deveria ter sido conquistada se ações como as propostas pelo Fórum tivessem começado antes”, supõe. O próximo passo em direção da abertura das fronteiras que a Acrissul pretende dar é quanto à liberação de trânsito de animais entre Brasil e Paraguai. “Precisamos tirar o Mercosul [Mercado Comum Sul] do papel no que diz respeito à pecuária”, defende Jonathan. Ele ressalta que a entidade está sempre atuando nos interesse da classe produtora Bezerro de oito meses conquista título de grande campeão Santa Gertrudis Um bezerro que competiu na categoria 8 a 10 meses foi o grande campeão do julgamento da raça Santa Gertrudis, realizado por ocasião da 72ª Expogrande. Fon UB é o nome do animal, que pertence a Antônio Roberto Alves Corrêa, de Vargem Grande Paulista, São Paulo . Corrêa também conquistou troféu da grande campeã com Egide UB, na categoria novilha de 24 a 27 meses. O título de grande campeão reservado foi para outro animal jovem, Hércules 2T, que concorreu na categoria 6 a 8 meses. Ele pertence a Thiago Rubega, de Nova Andradina, Mato Grosso do Sul, que também levou o título de reservada grande campeã, com Grazi 2T FIV. O julgamento contou com a participação de 30 animais, sendo que a maioria pertence a produtores daqui do Estado. “A participação da raça este ano foi maior que no ano passado”, disse Rubega. Segundo o criador, a presença do Santa Gertrudis na Expogrande é uma parceria entre a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e da ABCSG (Associação Brasileira dos Cria- dores de Santa Gertrudis). “É uma maneira de mostrarmos que há varias alternativas de cruzamento industrial para a pecuária brasileira”, ressaltou. Um das vantagens do Santa Gertrudis apontadas pelo pecuarista é a grande capacidade que o touro tem em fazer cobertura a campo. “É ainda a qualidade da carne, marmoreada, a preferida pelos países importadores por ter mais sabor e ser mais macia. Mesmo quando cruzado com vaca Nelore os folhos conservam esta característica”, aponta. de Mato Grosso do Sul, e pontua a vitória contra a cobrança do Funrural (Contribuição Social) e a mudança na comercialização de gado no Estado – agora, segundo o vice-presidente, 80% são negociados com pagamento à vista – como as mais recentes conquistas da Associação. “A Acrissul não é só Expogrande, não nos acomodamos, estamos atentos as questões do dia a dia que interessam à classe”, finaliza. A próxima reunião do Fórum BrasilBolívia: Intercâmbio Comercial de Bovinos será em setembro, na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, durante a realização da Expocruz. Acrissul recebe homenagem de vereadores pela Expogrande 2010 Na manhã do dia 30/03, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, recebeu da Câmara Municipal de Campo Grande a uma Moção de Congratulação pela solenidade de abertura da 72ª Expogrande, que contou com a presença do ministro do Planejamento Paulo Bernardo. A Moção foi assinada pelo presidente da Câmara, vereador Paulo Siufi (PMDB), e foi indicação de seu colega de parlamento, vereador Paulo Pedra (PDT). “Receba a justa homenagem desta Edilidade pelos meritórios incentivos direcionados ao segmento da agropecuária em nosso Estado, promovendo, por esse viés, o progresso de nossa cidade e a viabilização de relevantes negócios, mantenedores do fortalecimento da nossa economia”, diz trecho do documento. 15 ABRIL 2010 Expogrande 2010 Fael TE Porto e Vushala FIV da CB são os grandes campeões Nelore Julgamento na 72ª Expogrande contou com a participação de 376 animais F ael TE Porto e Vushala FIV da CB são respectivamente o grande campeão e a grande campeã, da raça Nelore. O julgamento aconteceu dia 28/03, no parque de exposições Laucídio Coelho, durante a 72ª Expogrande e contou com a participação de 376 animais (242 fêmeas e 134 machos), e 43 expositores que vieram de vários estados do Brasil, como: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, e São Paulo. Segundo o presidente da Nelore MS (Associação Sul-Matogrossense dos Criadores de Nelore), Guilherme Bumlai, a participação cada vez maior do público que expõe e que assiste a esses eventos, contribui para o crescimento da raça no mercado. “Os criadores do MS compare- ceram em peso no evento e também tivemos a honra de contar com grandes expositores do cenário nacional. Os animais que aqui passaram foram de excelente genética, demonstrando assim a pujança da raça Nelore”. diz o presidente, que agradece também a presença do público que assistiu ao julgamento. Para York da Silva Corrêa, expositor da Grande Campeã, Vushala FIV da CB, o prêmio recebido mostra a valorização do plantel. “A disputa estava bem acirrada, tivemos aqui animais de peso nacional que ganharam campeonatos de renome. O fato da Vushala ter sido a grande campeã mostra a qualidade dos animais que temos em Mato Grosso do Sul”, comenta York, proprietário da fazenda São Tomaz, localizada na cidade de Maracaju. Já o touro grande campeão, Fael TE Porto, faz parte do plantel do expositor Dorival Antônio Bianchi. O produtor é proprietário da fazenda Porto Seguro, que fica na região de Nova Granada no Estado de São Paulo, e durante o evento ficou em primeiro lugar na classificação final de pontos dos criadores. Fael TE Porto pesa 1.040 Kg e tem como genitores: a fêmea Diva TE da Porto e o macho Bitelo da SS. Fael TE Porto Vuslala FIV da CB 16 ABRIL 2010 Expogrande 2010 Sai lista dos grandes campeões Girolando Com 107 animais julgados na Expogrande 2010, feira realizada no final de março, em Campo Grande (MS), a raça Girolando teve seus grandes campeões divulgados pelo Núcleo dos Criadores de Girolando do MS. No geral, treze criadores inscreveram animais para as disputas. O julgamento ficou a cargo da jurada Tatiane Tetzner e foram acompanhados pelo presidente da Girolando, José Donato Dias Filho, o diretor da entidade Milton Magalhães e o superintendente Técnico Celso Menezes, além de criadores de várias regiões. Já o Torneio Leiteiro teve três dias de competição, 800 kg de leite ordenhado das nove fêmeas participantes, que foram divididas em 4 graus de sangue: ¼, ½, ¾ e 5/8. Entre as fêmeas ½ sangue, a vitória ficou com Casquinha Fazendão, do criador Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro. Ela produziu um total de 94,250 kg de leite e média de 31,417kg/dia. Entre as 5/8 sangue, a vencedora foi Guanabara FB do criador Fundação Bradesco, que produziu um total de 63,755kg e média de 21,251 kg. No ¾, a vitória ficou com Moleza da Andorinha, do criador Hugo Belchior da Cunha. A fêmea produziu um total de 95,920 e média de 31,973Kg/dia. Na categoria ¼ venceu Gil São Marcos, do criador Rubens Belchior da Cunha, com um total de 128,555Kg e média de 42,852Kg/dia. Essa produção rendeu à fêmea o título de Grande Cam- peã do 3º Torneio Leiteiro de Girolando da Expogrande. Mercado internacional Esta grande produção da raça chamou a atenção de criadores de outros países que estiverem presentes na Expogrande. Pecuaristas da República Dominicana, que visitaram o Parque de Exposições Laucídio Coelho, acreditam que a raça terá fácil adaptação por lá. “Na República Dominicana, nós temos um clima muito parecido com o brasileiro. E se o Girolando tem bons resultados aqui, deve ter uma produção similar lá também”, disse, Carlos Negrin, membro da Aproleche (Asociacion Dominicana de Productores de Leche). Como Brasil e República Dominicana não tem protocolo sanitário para importação/exportação de animais vivos e material genético, será preciso uma ação conjunta dos dois governos para elaboração de um protocolo. “Vamos iniciar as negociações para que seja estabelecido um protocole de importação desse material, pois vocês têm uma raça altamente resistente a condições climáticas duras, e ainda com alta produtividade”, revela Luis Peña, tesoureiro da Aproleche. O rebanho leiteiro da República Dominicana é composto por raças taurinas (Holandês, Pardo-Suíço e Jersey), cujo desempenho é afetado pelas altas temperaturas daquele país. Gil São Marcos, de Rubéns Belchior da Cunha Filho, é a grande campeã leiteira JBS começa a vender carne de porta em porta no Estado O frigorífico JSB já começou a implementar sua nova estratégia de venda em Mato Grosso do Sul, a entrega em domicílio. Há cerca de um mês e meio, os moradores da cidade de Corguinho, a 60 quilômetros de Campo Grande, estão tendo a oportunidade de comprar diversos cortes de carne direto do frigorífico. “Nossa intenção é levar à população do Estado um produto de qualidade, com Vans refrigeradas do JBS, em unidade de CG procedência e de uma marca conhecida no mercado”, disse EduarO presidente do Grupo JBS, João do Azzi, diretor do JBS em Campo Batista Sobrinho, por ocasião do lanGrande. “Essa é basicamente nossa çamento da Expo MS, no ano passaestratégia. Mas, mais detalhes eu não do, já havia dito que tinha a intenção posso contar”, adiantou de início. de diminuir a presença do atravessaContudo, basta ligar em qualquer dor na cadeia da carne. cidade do interior onde o serviço já Opinião – Para o presidente da esteja funcionando plenamente – Pre- Acrissul (Associação dos Criadores de sidente Prudente (SP), por exemplo- Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, que as atendentes explicam como tudo a ideia é boa e ele não vê obstáculos. funciona. Todos os dias uma van re- “Se estiver obedecendo as normas safrigerada com a logomarca da Swift nitárias, não vejo problema. Agora, passa pelas ruas anunciando sua pre- quem vai decidir se é uma boa opção sença; a dona de casa pode fazer o ou não é a dona-de-casa, que compra pedido um dia antes que os corte – a carne todos os dias”, atenta. pesando entre 0,8kg e 3,5kg – serão Ele lembra que estudos mostram entregue na porta de sua residência. que o maior lucro na cadeia da carne As vans também costumam parar em fica com o varejo, enquanto o menor determinados locais em cada bairro e está com o produtor. “Esperamos que esperar pelos clientes. com a eliminação dos atravessadores Inicialmente, o objetivo é entrar em e do comércio varejista o frigorífico municípios com até 150 mil habitan- possa remunerar melhor pela arroba tes em um raio de até 150 quilômetros do boi”, comenta. de distância de uma unidade de abaNo Paraná, onde o sistema já funcite. Em Campo Grande, a expectativa é ona há mais tempo, os açougueiros não de que o serviço esteja funcionando já gostaram da concorrência, segundo mano início do segundo semestre, caso téria do jornal Valor Econômico. Em Jannão haja revés. daia do Sul, os varejistas pediram para Mas, se comprar direto do frigorí- a prefeitura solicitar que o frigorifico difico parece significar pagar menos pela recionasse as vans primeiramente às cipicanha, não se engane, segundo o dades vizinhas. Em Apucarana, os codiretor, os preços serão competitivos merciantes já fazem as contas de quancom os do mercado local, isso para tos trabalhadores estão sob risco de evitar concorrência desleal. perderem seus postos, mil. ABRIL 2010 17 18 ABRIL 2010 Burmagny – ambas pertencentes ao Haras Vila dos Pinheiros, em São Paulo – são animais que ganharam o campeonato nacional do cavalo Árabe nos Estados Unidos. Expogrande 2010 Expogrande confirma Campo Grande como a Capital do cavalo árabe Laucidio Coelho e o campeão Dinar El Johann; abaixo (esq.) Mister Style JM, o reservado grande campeão Dinar El Johann, do Haras Engenho, do criador Laucídio Coelho Neto, foi o grande campeão E ste ano, durante a 72ª Expogrande , vieram mais de 120 cavalos da raça Árabe, e dentre todos os exemplares Dinar El Johann foi campeão, do Haras Engenho, pertencente a Laucídio Coelho Neto. O troféu de cavalo campeão reservado ficou com Mister Style JM, do haras MJ – Monte Mor. “Nossa exposição tem ganhado tradição. É uma das mais concorridas no circuito nacional, tanto é que quanto ao peso no ranking só perde para Nacional do Cavalo Árabe, dado o grande volume de animais e criadores que têm comparecido todos os anos, prestigiando Campo Grande. O que nos deixa com muito orgulho”, disse Laucídio Coelho, presiden- te da Associação dos Criadores do Cavalo Árabe de Mato Grosso do Sul. O proprietário lembrou que seu exemplar vencedor é filho de uma lenda entre os criadores de cavalo Árabe no Brasil , Jahann El Jamaal, que tem confirmado em sua progênie as características essenciais da raça: força e conformação de cabeça e corpo. “Dinar El Jahann é um animal raro, pelo menos para o meu gosto”, disse, revelando que o garanhão tem se tornado o principal do plantel de seu haras. O entusiasmo de Laucídio com o cavalo Árabe tem razão de ser, conforme as palavras do juiz de provas Fábio Amorosino, da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Árabe, a Expogrande Asmaco premia sete raças de ovinos durante a Expogrande deste ano Sete raças de ovinos foram avaliadas durante a Expogrande 2010 pelo juiz homologado pela Arco (Assistência a Rebanhos de Criadores de Ovinos), Elton Bock, sendo elas: Suffolk, Texel, Hampshire, Droper, White Droper, Santa Inês, Bergamácia Brasileira e Ile de France. Grande Campeão: Basalto 2178 Reservado: Basalto 401 Criador: Cabanha Coqueiro Resultado: TEXEL - MACHO Grande Campeão: Cabanha Quality 1008 Reservado: Cabanha do Vermeio DORPER – MACHO Grande Campeão: Cabanha Jarnac 004 Criador: Cabanha Jarnac TEXEL – FÊMEA Grande Campeã: Basalto T 42 Reservada: Basalto T 43 Criador: Cabanha Coqueiro HAMPSHIRE DOW – MACHO HAMPSHIRE DOW - FÊMEA Grande Campeã: Basalto 2322 Reservada: 2305 Criador: Cabanha Coqueiro WHITE DORPER – MACHO Grande Campeão: BMWD 07 Criador: Beto Maia Reservado: Cabanha Caretta 024 Criador: Edson Caretta WHITE DORPER – FÊMEA Grande Campeã: BMWD 77 sempre traz exemplares de “primeiríssima qualidade”, com condições de serem campeões nacionais. Segundo ele, os animais apresentados durante a feira são competitivos em qualquer outro lugar do mundo. “É a primeira linha em qualidade genética”, reforça. Entre as fêmeas, a excelência dos exemplares trazidos para Campo Grande é mais uma vez confirmada; a égua campeã, Angel of Marwan, e a reservada, JR Criador: Beto Maia ILE DE FRANCE – MACHO Grande Campeão – Cabanha Chacan 365 Reservado – Lagoas do Horizinte 1966 Criador: Estância 3AM SANTA INÊS – MACHO Grande Campeão: CBF 812 Expositor: Carlos Derzi Reservado: CBF 738 Expositor: Cabanha Boa Fé SANTA INÊS – FÊMEA Grande Campeã: Chácara do Avestruz 08 Reservada: Chacará do Avestruz 06 Criador e Expositor: Carlos Derzi BERGAMÁCIA BRASILEIRA – MACHO Grande Campeão: Leite 104 Reservado: Leite 81 Criador: Sydney N. Leite Junior SUFFOLK Grande Campeã: Serrana 8595 Expositor: José Augusto Foletto Cabanha Quality 1008, grande campeão macho da raça Texel 19 ABRIL 2010 Agende-se ExpoBonito acontece em agosto Mega-evento reúne associações em SP Em poucas semanas, o site Beefpoint irá reunir em Itupeva, SP, no Quality Resort, a beira da Rodovia dos Bandeirantes, as principais associações de pecuaristas do Brasil. Nesse encontro pioneiro, haverá troca de experiências de erros e acertos de pecuaristas no tema que vai se tornar cada vez mais importante para a lucratividade do produtor. O evento promete ser um marco no desenvolvimento e avanço das associações. Mato Grosso do Sul leva a experiência da criação de novilho precoce e da pecuária orgânica do Pantanal. • Visão de futuro, oportunidades e dificuldades das associações de pecuaristas, por Miguel da Rocha Cavalcanti. • O que podemos aprender com o MLA, exemplo de organização da cadeia da carne australiana, por José Roberto Puoli. • Representatividade setorial: sustentabilidade e questões com frigoríficos, a experiência da Acrimat no MT, por Luciano Vacari. • Associativismo, compra e venda em conjunto: estudo de caso da Aprova, Britânia GO, por Celos Lopes. • Conexão Delta G: associativismo, genética e lucro, por Daniel Biluca. • Comercialização, certificação e diferenciação: o caso da ABPO, por Leonardo Barros. • A experiência da Associação de Novilho Precoce do MS: produção e comercialização de carne de qualidade, por Nedson Rodrigues. • Comercialização de gado de corte para abate em conjunto: a experiência da ACGC Norte MG, por João Gustavo de Paula. • Construção de uma marca de carne nacional: Carne Nelore Natural, por André Locatelli. • A experiência de 90 anos da SRB na agropecuária brasileira, por Cesário Ramalho. Informações: www.beefpoint.com.br Após o grande sucesso da primeira edição, realizada no ano passado, o Sindicato Rural de Bonito-MS já definiu a data da ExpoBonito 2010, uma das maiores exposições agropecuárias do Mato Grosso do Sul. A feira acontece entre os dias 02 e 08 de agosto, na cidade que é um dos mais belos cartões postais do Brasil, em meio a um verdadeiro santuário ecológico, a 280 kms da capital Campo Grande. Os organizadores pretendem superar os números de 2009, quando reuniram no Parque de Exposições Leôncio de Souza Brito mais de 10 mil pessoas, entre empresários, criadores e público em geral, e movimentaram através de leilões, shows, rodeio, linha de financiamento, entre outros, mais de R$ 5 milhões. Para os julgamentos, a expectativa também não é diferente. “Queremos contar com mais de 500 animais e al- cançar um lugar de destaque no cenário de MS”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Bonito, Denílson Augusto da Silva, que ressalta. “Serão 11 leilões com a qualidade do gado sul-mato-grossense”. Em 2010, a ExpoBonito pretende atrair o público da região e demonstrar que é possível a perfeita harmonia entre pecuária e meio ambiente. “Convidamos a todos para conhecer a feira, É uma mostra de desenvolvimento sustentável”, completa Denílson. Serviço: Evento: ExpoBonito 2010 - 2ª Exposição Agropecuária de Bonito-MS Data: 02 a 08 de agosto Local: Parque de Exposições Leôncio de Souza Brito Informações sobre o evento: www.expobonito.com.br / (67) 32551615 20 ABRIL 2010 Diagnóstico de gestação antecipa resultado da estação de monta Com o resultado do diagnóstico, equipe técnica tem até 95% de certeza do volume de bezerros da safra C om o término da estação de monta, é chegado um dos momentos importantes da estação reprodutiva: o diagnóstico de gestação. “Este processo, que pode ser realizado com ultra-sonografia ou palpação retal (“toque”), é considerado estratégico, uma vez que permite ao pecuarista saber antecipadamente o número de bezerros que irão nascer durante a safra e, com isso, planejar melhor a estratégia comercial”, argumenta Gabriela Giacomini, zootecnista da Agro Pecuária CFM, que mantém rebanho de 60 mil cabeças em fazendas distribuídas nos estados de SP, MS e BA. Outro benefício imediato do diagnóstico de gestação é servir como parâmetro para avaliar o resultado da estação reprodutiva da Técnica permite avaliar estação reprodutiva da fazenda fazenda como um todo. Isso permite, por exemplo, medir meas. “Em resumo, após o toque podea eficiência do trabalho dos inseminado- mos avaliar a eficiência reprodutiva da res, a eficácia dos touros na monta, além fazenda”, declara Gabriela Giacomini. dos níveis de fertilidade das próprias fêNo calendário técnico da CFM, pro- jeto especializado na produção de touros Nelore com CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), com produção anual de 2 mil touros, durante o mês de abril é feito o diagnóstico de gestação das 30 mil fêmeas da empresa. Com o resultado do diagnóstico de gestação em mãos, a equipe técnica da CFM tem até 95% de certeza do volume de bezerros da safra e, com estes dados, é feita toda a programação de descarte de animais para abate, cuidados com a formação de pastos maternidade, programa sanitário, e projeção de vendas de bezerros ou garrotes para recria. Após o toque, dentre as decisões que deverão ser tomadas, a mais importante é o descarte das fêmeas vazias. “Animais inférteis são um peso morto no rebanho e uma boa fonte de renda na hora do abate e diminuição da lotação das pastagens para o período de seca”, conclui a especialista. Cantor João Bosco agora também é sócio da Acrissul O cantor João Bosco, da dupla João Bosco & Vinícius, recebeu no mês de março o título de sócio benemérito da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). Na presença do presidente da entidade, Francisco Maia, e do presidente da Nelore MS (Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, o artista assinou a ficha de adesão à entidade. Na ocasião, João Bosco revelou que também é produtor rural, e que sua propriedade fica em Campo Grande. “É a Estância Chora me Liga, uma referência ao grande sucesso da dupla”, disse. A raça criada pelo pecuarista e cantor é a Nelore. “Agora, também estou investin- do em animais de elite junto com o Guilherme”, revelou. Francisco Maia disse que as músicas da dupla ajudam as pessoas a se aproximarem do campo e a ter um olhar diferente sobre o agronegócio. Maia destacou ainda a projeção nacional que muitos artistas de Campo Grande conquistaram nos últimos anos. “Vocês divulgam a nossa terra mais do que ninguém”, afirmou. Segundo explicou João Bosco, isso se deve ao fato de que – assim como aconteceu com a música mineira, que ultrapassou as divisas do Estado – o estilo musical tocado em Mato Grosso do Sul também ganhou o cenário nacional. “Misturas entre o sertanejo e o axé, feitas pelo Grupo Tradição; e o sertanejo com o chamamé, feitas por nós, fizeram com que a música regional se transformasse em fenômeno nacional. A partir disso, as outras duplas que faziam o mesmo som ganharam destaque. Maria Cecília e Rodolfo, Luan Santana são exemplos”, analisa João Bosco, lembrando ainda que as composições de Marco Aurélio, da dupla Marco Aurélio & Paulo Sérgio, fazem sucesso na interpretação de outros artistas. 21 ABRIL 2010 Cooperativismo OCB/MS reelege Celso Régis para a presidência A OCB/MS realizou sua AGO- Assembleia Geral Ordinária no dia 16, na qual elegeu Celso Ramos Régis, como presidente e Marcio Portocarrero como vicepresidente para mandato de quatro anos. Na assembleia também foram empossados os membros natos do Conselho Diretor: Celso Figueira, presidente central da Sicredi Brasil Central, Valdir Pimenta, presidente da Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural, dr. Francisco Alberto Dopp, representante da Federal das Cooperativas Médicas do MS e Gervásio Kamitani, representante do ramo agropecuário. Um novo Conselho de Ética também foi eleito: Antônio Vieira do ramo infraestrutura, Antônio Kurose do ramo agropecuário e Walter Rodrigues do crédito como titulares e Carlos Marteli do ramo agropecuário, Flodoaldo Alencar do ramo crédito e Lucy Sayegh do ramo saúde como suplentes. Durante assembleia também foi aprovada a prestação de contas do Conselho Diretor referente ao exercício de 2009, que compreende: Relatório de Atividades; Balanço Patrimonial; Demonstração de Receitas e Despesas. No mesmo dia, a OCB/MS recebeu o presidente Sistema Paranaense de Cooperativismo-OCEPAR, João Paulo Koslovski, profundo conhecedor e articulador do cooperativismo brasileiro, para falar sobre a importância do Sistema de Autogestão. Diretoria da OCB-MS é reeleita em abril para mais quatro anos de mandato “A autogestão não pode ser entendiO primeiro enfoque dado por Koslovski foi o significado de autogestão, que da como uma fiscalização e sim uma foré: gerido por si próprio, o que já é in- ma de gestão das organizações cooperatitrínseco do cooperativismo. A Ocepar já vas para atingir melhores resultados”, desenvolve seu programa de autogestão afirmou Koslovski. Segundo ele, a autodesde 1991 e o cooperativismo parana- gestão tem por objetivo a assunção da ense já colheu frutos dessa iniciativa, que gestão cooperativa pelos cooperados, lísurgiu após a Constituição de 1988 que deres e dirigentes; ser efetivamente um extinguiu a tutela estatal, dando autono- instrumento de melhoria empresarial e mia ao cooperativismo. Atualmente to- agregação dos cooperados e tornar ainda das as cooperativas registradas na Oce- mais transparente a administração da cooperativa aos cooperados. par participam do programa. Acrissul quita dívida com o Sicredi-CG O presidente da Acrissul, Francisco Maia, recebeu no dia 6 de abril na sede da entidade a visita de diretores do Sicredi-Campo Grande, quando foi comunicado oficialmente a quitação de uma dívida de R$ 256 mil da entidade com a cooperativa de crédito, que vinha se arrastando desde o ano de 2007. Presente ao encontro o presidente da Sicredi, Walter Rodrigues. Segundo o presidente Francisco Maia, a atual gestão já conseguiu também quitar uma dívida com o Banco Bradesco, no valor de R$ 560 mil. “É o resultado de uma Expogrande altamente positiva”, afirmou. Com essa quitação junto ao Sicredi, a Acrissul coloca todas as suas dívidas em dia, passando a ser portadora de certidão negativa em todos os âmbitos. Todo este sistema faz com que o cooperativismo paranaense tenha aproximadamente 60 mil funcionários, 530 mil cooperados, seja 20% do PIB do Paraná, só as cooperativas agropecuárias representam 55% do PIB agropecuário estadual e exporta para mais de 100 países. Outro tema pertinente tratado no dia foi a palestra “Competitividade responsável e sustentabilidade no cooperativismo”, proferida por Benedito Nunes, consultor do Sistema Cooperativo MineiroOCEMG. Este tema é tão relevante que será o tema do XIII Congresso Brasileiro de Cooperativismo. “O cooperativismo não veio para mudar o mundo e sim veio fazer diferente no mundo em que vivemos”, declarou Nunes. Ser cooperativamente sustentável é atender as necessidades do presente sem sacrificar as futuras gerações de atenderem suas necessidade e ser eficiente e competitivo em equilíbrio com o politicamente ético, economicamente correto, socialmente justo e ambientalmente responsável, definiu o palestrante. Por isso Nunes ressaltou que a Responsabilidade Social Empresarial é uma relação ética e transparente da organização com todas as suas partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável. E concluiu que a Responsabilidade Social tem que ser vista como uma forma de gestão, que traz reputação e até fortalecimento da marca. 22 ABRIL 2010 Ciência & Pesquisa Praga de jardim é a mais rica das pastagens Embrapa Gado de Corte pesquisa a viabilidade econômica e as vantagens do amendoin-selvagem Por Jefferson da Luz Da Redação E la é mais conhecida na cidade do que no campo – e tem uma má fama – é tida como praga, invasora dos bem cuidados jardins domésticos. Alguns já se renderam ao “charme” da plantinha e a chamam de grama-amendoim e a incorporaram ao paisagismo urbano. Contudo, a maioria ignora que essa pode ser a mais nova e promissora variedade de pastagem de origem brasileira. Estamos falando da Arachis Pintoi, ou como é mais conhecido das donas de casa, amendoim selvagem. Um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) está em andamento para saber a viabilidade econômica e as vantagens que a planta oferece. “Até agora já descobrimos que ela se adapta muito bem em regiões de solo encharcado – isso é uma vantagem enorme – pois não temos pastos de alta qualidade para esse tipo de condição”, revela a bióloga e pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Rosangela Maria Simeão. Além disso, como toda leguminosa, o amendoim selvagem fixa nitrogênio no solo, o que ajuda a fertilizá-lo. “Então se a dona de casa ver ele nascendo, não o tire. Vai fazer um bem para o jardim”, brinca a pesquisadora, lembrando que por ano uma leguminosa pode fixar até 180 quilos de nitrogênio por hectare, como é o caso da Estilosantes. Mas o que mais impressiona é a quantidade de proteína que a planta tem; em um teste feito aqui em Campo Grande Rosangela disse que as folhas possuem 24% de proteína, ou seja, tanto quanto uma ração para gado deve conter. Para se ter uma idéia a média de proteína de uma gramínea é de cerca de 7,5%, ou seja, mais de três vezes. Na unidade da Embrapa do Acre, onde o Arachis também está sendo estudado, já há teste de pastagem em níveis bem avançados, lá foram colocados bovinos, e a resposta foi muito boa. “Os pecuaristas que estão testan- Amendoin-selvagem é alvo de estudo de viabilidade pela Embrapa do o Arachis, têm a melhor das impressões a respeito da pastagem. Os animais se adaptam muito bem e o resultado é melhor do que a pastagem convencional”, conta. Rosangela explica que a leguminosa tem de ser plantada em consórcio com uma gramínea, pois ela sozinha não suporta o pastejo do gado. “Ela não se recompõe tão rapidamente e pode morrer”, esclarece. Por isso, nos teste no Acre ela foi cultivada com o Capim-Estrela. “E o gado aceitou muito bem. A planta tem uma ótima palatabilidade”, garante. Segundo a pesquisadora, o sistema de plantio consorciado de leguminosa e gramínea tem um resultado 20% na produção, número também esperado do Arachis. “Como exemplo podem ser citados os resultados com Estilosantes, outra leguminosa, em que o consórcio das duas plantas eleva a quantidade de proteína até nas gramíneas, passando de 7,5% para 10%, o que é um incremento significativo. Isso ocorre porque a leguminosa fixa mais nutrientes no solo e acaba por favorecer a outra planta também”, esclarece. Além de solos encharcados, o Arachis também é visto como mais uma opção para os sistemas silvipastoril, que integra floresta e pecuária. Isso porque a leguminosa se desenvolve muito bem sob baixa luminosidade. Reproduzir a forrageira é o maior desafio De acordo com a pesquisadora, até o momento, a reprodução é um dos grandes entraves para mudar a fama do amendoin-selvagem e ver pessoas procurando plantá-lo ao invés de exterminá-lo. Conforme Rosangela, apesar de se reproduzir também através de ramos, ele tem de ser plantado por sementes para ganhar escala comercial. Ao contrário do amendoim de fazer paçoca e pé-de-moleque, que quando se puxa o caule as raízes e as vagens com as sementes saem juntas, o Arachis arrebenta o caule e deixa tudo enterrado, sendo necessário que se cave e peneire a terra para achar as sementes. Um processo demorado e que não rende muito. Como se não fosse o bastante, a produção das sementes é extremamente baixa na maioria das espécies, algumas chegam a render apenas 30 qui- Rosangela Maria Simeão, da CNPGC los por hectare. “Estão em teste materiais que chegam a produzir até 4.500 kg de sementes por hectare. No entanto, as que produzem maior quantidade de semen- tes nem sempre são as que apresentam maior massa de cobertura”, revela. “Mas nós vamos chegar a uma planta ideal”, diz confiante. Outra questão é quanto aos fatores anti-qualidade, que são problemas que os animais apresentam em decorrência do consumo da pastagem, os quais, no Arachis, ainda são desconhecidos. “Esses fatores anti-qualidade existem até mesmo em alfafa e já foram detectados em variedades como o Panicum, a Braquiária e o Estilosantes”, exemplifica. O certo mesmo é que, ao que tudo indica, o pecuarista vai ter de pensar em parar de combater o Arachis quando ele aparece na pastagem. Aliás. Muito pelo contrário, vai ter de começar a considerar plantá-lo – 24% de proteína não tem boi que dispense. (JL) 23 ABRIL 2010 BBM lança Bolsa eletrônica de venda de bois Os tempos modernos já chegaram à agropecuária há muito tempo. Inseminação artificial, tratores controlados por satélite e até clones. No entanto, em algumas questões os pecuaristas ainda tratam como se fosse no tempo de seus avôs, é o caso da venda de animais para o frigorífico. Isso pode mudar radicalmente daqui para frente. No dia 12 de abril, a BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) lançou em Campo Grande sua mais nova maneira de comercializar animais no País – a Compra e Venda Eletrônica de Carne Bovina. Na prática a BBM, que é ligada à BM&F/ Bovespa, funciona como uma câmara de compensação, onde os atores principais, frigorifico e produtor, contam com as garantias e segurança da Bolsa para realizarem suas operações. Os dois estando cadastrados, a oferta de compra, ou de venda, é apresentada no site da BBM, o vendedor dá algumas informações fundamentais, como: quantidade de animais, raça, distância da fazenda e quanto quer pela arroba. Essa informações ficam disponíveis no site por determinado tempo, se o frigorífico se inte- Joaquim da Silva Ferreira (BBM) ressar faz a oferta e o negocio é fechado. Tudo online. Mais ou menos, como fazer compras pela internet. Mas é na hora de entregar a boiada que as coisas mudam. Três dias antes da indústria mandar os caminhões para pegar a boiada, ela tem de fazer um deposito de 90% do valor da negociação na conta de liquidações da Bolsa. Confirmado o depósito, o produtor recebe a ligação de seu corretor (que tem de ser credenciado à BM&F) de que pode embarcar os animais. Feito o abate, de posse do romaneio do frigorífico o pecuarista solicita a liberação do dinheiro em sua conta. A diferença, 10%, é acertada sem a intermediação da Bolsa. Caso o rendimento dê menos do que os 90% já depositados, a diferença é devolvida. Segundo o presidente da BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias), Joaquim da Silva Ferreira, com a Compra e Venda Eletrônica não só os pecuaristas serão os beneficiados, mas também os frigoríficos, os quais podem contar com um mecanismo que assegura a entrega dos bois. “Eles têm a oportunidade de engajar em uma ferramenta moderna de negociação”, disse no dia do lançamento. “Esse é um modelo que trará enormes benefícios a todos”, complementou. Ele destaca que o nosso sistema não vai resolver todos os problemas da pecuária brasileira, mas vai dar sustentabilidade e mais confiabilidade à cadeia da carne como um todo, e que o sistema eletrônico vem complementar os que já existem. “Quando a proposta chegou a nós, a BBM ajustou seu sistema para fazer jus às expectativas de todos”. O presidente em exercício da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, lembrou em seu discurso que as relações entre frigoríficos e pecuaristas “sempre foram repleta de desconfiança”. De acordo com ele, as disputas “achatadoras” entre os elos da cadeia da carne podem acabar com a atividade pecuária. “Para superar isso não tem outro jeito senão nos unirmos em torno do mesmo propósito, melhorar a comercialização”. Riedel disse ainda que a Compra e Venda Eletrônica de Carne põe fim a uma forma quase que informal de comercialização. “O pecuarista pegava o telefone e vendia sem ter um contrato, uma garantia, sem nada que assegurasse o recebimento dos bois”. O processo de elaboração dos procedimentos de compra e venda eletrônica foi acompanhado por representantes tanto dos frigoríficos quanto dos pecuaristas de forma que, aquilo que já acontecia na prática, de maneira informal, foi sistematizado e incorporado aos trâmites da BBM e da BM&F/Bovespa de forma regulamentada. 24 Agronegócio S/A JBS levanta R$ 1,84 bilhão com oferta de ações O JBS, maior produtor e exportador de carne bovina do mundo, levantou 1,84 bilhão de reais com uma oferta primária de ações para financiar seus planos de estabelecer uma plataforma global de distribuição. A companhia com sede em São Paulo vendeu 230 milhões de novas ações ao preço de 8 reais cada, de acordo com informações do site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Nesta terça-feira, a ação da empresa fechou a 8,14 reais. O frigorífico originalmente planejava vender 200 milhões de nova ações, tendo a opção de vender lotes suplementares e adicionais de 70 milhões de ações. Na época do anúncio da oferta, considerando o preço da ação na ocasião, o frigorífico levaria pouco mais de 2 bilhões de reais com a operação. As informações são da Agência Reuters. ABRIL 2010 EUA sinalizam abertura de mercado para as carnes bovina e suína A primeira sinalização de abertura do mercado de carnes bovina e suína do estado de Santa Catarina para os Estados Unidos foi oficializada, na sexta-feira (16). O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) publicou, no diário oficial americano, consulta pública da proposta de regulamento para importação, pelo prazo de 60 dias. Depois de visitas técnicas e análises de risco realizadas pelo Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal daquele país, os americanos consideraram adequado o Sistema de Controle Sanitário de Santa Catarina. Entre as doenças analisadas estão a febre aftosa, peste suína clássica e africana e doença vesicular dos suínos.Os técnicos americanos verificaram, também, questões de infraestrutura, desempenho da autoridade veterinária do estado e status de ocorrência da doença na região e nas localidades adja- centes. “É importante destacar, ainda, a demografia do rebanho, programas oficiais de controle de doenças e de movimentação animal e a avaliação da capacidade de vigilância sobre doenças, diagnóstico laboratorial e respostas às emergências sanitárias”, enfatiza o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz. Mercado Hoje, os Estados Unidos compram apenas carne bovina tratada termicamente (termoprocessada) e enlatada do Brasil. A proposta é abrir mercados para carne, sêmen, produtos e suínos vivos, bem como para carne bovina, sêmen, ruminantes vivos e seus produtos. Segundo Kroetz, a expectativa do Ministério da Agricultura é que o USDA analise os comentários e finalize o processo de regulamentação até o fim deste ano. (Fonte: Agência Brasil) COMUNICADO AO MERCADO São Paulo, 26 de março de 2010 - Marfrig Alimentos S.A. (BM&FBOVESPA: MRFG3), informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que, em complemento ao comunicado ao mercado divulgado em 23 de fevereiro de 2010 onde a Companhia comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral que estava em negociação com o Grupo Globoaves para aquisição ou arrendamento de plantas frigoríficas de pequeno porte, foi concluída a aquisição dos ativos de uma planta frigorífica de pequeno porte apta ao abate de frango caipira com a Marca Nhô Bento, antes pertencente ao Grupo Globoaves, pelo valor de R$ 9,2 milhões, em processo que ampliará a diversificação da oferta de produtos da empresa em proteínas animais no Brasil. A Marfrig considera ser estratégica a ampliação de seu portfólio, diversificando a gama de produtos da divisão Nova Seara, que concentra sua atividade em aves, suínos e industrializados no Brasil. Ricardo Florence Diretor de Planejamento e de Relações com Investidores Marfrig Alimentos S.A. 25 ABRIL 2010 Agronegócio S/A 2º Leilão do Corixão fecha com liquidez total O 2º Leilão Taquari no Corixão foi um sucesso. Realizado no dia 10 de abril, o evento levou centenas de pecuaristas ao tatersal de leilões da Fazenda Corixão, que fica no Pantanal do município de Rio Verde. Na ocasião foram comercializados 1.300 animais de corte. “Não tivemos nenhuma defesa”, comemora Pantaleão Flores, proprietário da Taquari Leilões, mais conhecido como Panta. Ele lembra que o mercado de animais de corte passa por um bom momento de preços em alta, seguindo a tendência da arroba do boi. “Desde o início do ano, a arroba tem subido, isso também tem influência sobre outras categorias do gado. As médias desse nosso último leilão foram muito boas. Os vendedores ficaram muito satisfeitos com o resultado”, afirma. Entre todas as categorias de animais, a que teve a média mais elevada foi a de Panta: Tradição em vendas no Pantanal Nelore macho de 36 meses, com excelentes resultados. Os animais mais jovens também merecem destaque, bezerros Nelore machos foram comercializados acima da média. “Tivemos 100% de venda, isso é excelente”. INCENTIVO PRODUTIVO São Paulo diz que vai financiar implemento agrícola a juro zero Fábrica de fertilizantes inicia construções em 2011 em Três Lagoas A Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo anunciou durante a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), a criação do programa Pró-implemento, que, assim como o programa Pró-trator, financiará implementos agrícolas a juro zero, com cinco anos para o pagamento e três de carência. Os beneficiários do programa são pequenos e médios produtores de São Paulo com renda de até R$ 400 mil por ano, da qual 80% deve ser proveniente da atividade agropecuária. O programa terá um teto de até R$ 35 mil por produtor para a compra de equipamentos agrícolas como arados, grades e pulverizadores e, ainda, resfriadores de leite para os pecuaristas. O agente financeiro será o Banco do Brasil, que vai destinar R$ 25 milhões em linhas dos chamados Recursos Obrigatórios (ROs), cujos juros são de 6,75% ao ano, mas que serão subvencionados pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). As informações são da Agência Estado. A Petrobras e o governo de Mato Grosso do Sul discutiram, na terça (27), o cronograma para a instalação da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas, cujas obras estão previstas para começar em 2011. A unidade, que produzirá amônia e ureia a partir de setembro de 2014, é um dos quatro novos investimentos da Petrobras na área de fertilizantes para aumentar a produção brasileira e reduzir a dependência do produto importado. As demais unidades serão construídas em Uberaba (MG), Linhares (ES) e Laranjeiras (SE). A prefeitura de Três Lagoas providenciará o desmembramento da escritura do terreno onde a fábrica será construída e o governo do estado trabalhará para que a licença prévia e a licença de instalação sejam concedidas no prazo acordado, permitindo que as obras sejam iniciadas em 2011. A unidade de Três Lagoas será abastecida pelo gás natural tdo Gasoduto Bolívia-Brasil. Maio tem mais Dia 15 de maio, sábado, é a data do próximo leilão realizado pela Taquari, o 3º Leilão Taquari no Corixão, que acontecerá no mesmo local a partir das 12h. Segundo Panta, são esperadas cerca de 1.500 cabeças de gado de corte da região. “Apesar de o Pantanal ainda estar com as águas altas, os pecuaristas nos procuram para ofertar o gado para esse próximo leilão”, detalha. “Essa expectativa por parte dos criadores se deve a nossa tradição na venda de animais da região do Pantanal. Não é fácil trabalhar o gado com a região cheia, tudo tem de ser feito com planejamento. Só para juntar as reses de uma invernada demora cerca de dois dias”, explica. Apesar de o mercado estar com preços atrativos, principalmente para bezerros e boi magro, Panta não arrisca um palpite de como serão as próximas negociações. “O mercado é muito instável. Pode cair ou subir ainda mais”, comenta. A Taquari Leilões é uma empresa nova, foi criada em fevereiro deste ano, mas a experiência de 31 anos que Panta tem na realização deste tipo de comercialização trouxe muita credibilidade; dessa forma a empresa consegue fazer eventos que atraem muitas pessoas, tanto vendedores quanto compradores. Em junho tem o Marca 15 No dia 12 de junho será realizado o grande evento do ano da Taquari, o 2º Leilão da Marca 15, também na Fazenda Corixão. Na ocasião haverá 8.000 animais no recinto, machos e fêmeas para cria, recria e engorda. O evento será transmitido pelo Novo Canal a partir das 12h. 26 ABRIL 2010 Agronegócio S/A Agro Amazônia lembra: Juro baixo para renovação de frota está acabando Propostas devem ser enviadas até 1º de junho Q uatro e meio por cento de juros ao ano mais seis anos para pagar. Essas são as condições de financiamento que o agropecuarista encontra hoje para modernizar seu parque de máquinas. “Mas o produtor tem de se apressar porque nessas condições os bancos só aceitarão as propostas de crédito até o dia 1º de junho”, alerta Osvaldo Aparecido Piccinin, gerente geral de negócios da Agro Amazônia, revendedora autorizada John Deere em Campo Grande, São Gabriel do Oeste e Maracaju. Isso porque não dá tempo para as agências processarem tudo em cima da hora, logo eles estão colocando uma data para as propostas chegarem. O Finame é a opção de financiamento colocada à disposição pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e operada por diversas instituições financeiras do País, que dá todas essas vantagens. Não há limite para a aquisição de máquinas ou equipamentos, desde que fabricados no Brasil, e a entrada é de 10%. Entre os bancos que trabalham com o Finame, Osvaldo destaca o Bradesco. “Eles tem sido grandes parceiros da gente na área de máquinas agrícolas”. O empresário afirma que a John Deere é uma companhia que tem apostado muito no Brasil, tanto é que aumentou de oito para dezoito os modelos de tratores da marca disponíveis no mercado. São máquinas que vão de 57cv a 320cv, sendo Osvaldo Piccinin: “Quem compra John Deere tem a garantia da líder” que os que estão entre 57cv a 225cv são fabricados no país. “São tratores que atendem tanto a quem trabalha com agricultura quanto a quem trabalha com pecuária”, detalha. “A John Deere quer aumentar sua participação no mercado nacional, até 2012 quer ter 25% dessa fatia. No mundo, hoje, ela domina 65% do segmento”, revela. Há modelos de máquinas para qualquer tipo de atividade agropecuária: plantações de café, de uva, de algodão, transporte de cana. Mas não é só com o serviço pesado que a companhia se preocupa, mini-tratores para cortar grama e mini-caminhões para assistência na fazenda chegaram ao Brasil e podem ser encontrados nas lojas da revendedora. Ser visto Como parte da estratégia de aproximação com o cliente a Agro Amazônia participou da Expogrande 2010, e os resultados foram altamente positivos. Além de boas vendas durante o evento, a empresa fez diversos contatos que agora, mais de um mês de terminada a feira, resultam em negócios fechados. “Qualquer evento em que o público-alvo seja o agropecuarista, é muito bom para nós. Temos de ir lá e mostrar que estamos presente. Isso estabelece vínculos, relacionamentos sólidos, entre a empresa e os clientes”, disse. Osvaldo lembra que a Agro Amazônia tem apenas um ano em Campo Grande, e dois em São Gabriel do Oeste e Maracaju. Portanto, há a necessidade de dar visibilidade à empresa e a seus produtos. “Nós não podemos ficar escondidos”, argumenta. Ele ainda faz questão de salientar que a John Deere é uma empresa que tem 170 anos de tradição em máquinas agrícolas e é líder mundial no segmento. “Nas pesquisas de satisfação da companhia 90% dos entrevistados se dizem satisfeitos com nossos produtos. Ou seja, quem compra John Deere não muda”, finaliza. Venda parcelada pode significar lucro com a soja Este ano, a safra deve atingir 146,3 milhões de toneladas de grãos, segundo estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), recorde histórico, se confirmado. De um jeito ou de outro, vamos ter uma colheita muito superior à passada. No entanto, fartura no campo não significa, necessariamente, dinheiro no bolso de quem plantou. Muitos fatores contribuem para que no fim das contas reste dinheiro. Luiz Piccinin, presidente do Grupo Agro Amazônia, que visitou Mato Grosso do Sul por ocasião da Expogrande deste ano, diz que a melhor forma de se garantir uma boa “colheita de reais” é vender a safra fracionada, começando logo após o plantio. “No período de maio, junho e julho vão existir momentos de melhoria de preço e o agricultor tem de aproveitá-los e desovar a safra aos poucos. Porque, se for esperar subir mais, pode acabar perdendo. O agricultor pensa: ‘se subiu agora, vai subir mais’. E o mercado não é assim. Não concentre a venda em um único período, porque você pode pegar um momento de média ruim”, aconselha. No dia 20/04 a saca da soja foi cerca de R$ 2,00. Se o dólar não ajuda na Bolsa de Chicago – referência mundial da soja – a oleaginosa segue em firme ascensão. A demanda pelo grão não dá sinais de que vai diminuir. “O mundo inteiro continua comendo mais. Vê-se a Índia e a China melhorando o consumo, e a soja é um produto muito usado nesses países, se não fosse isso estaríaOsvaldo e Luiz Piccinin, estande da empresa na Expogrande mos vendo a soja ser negociada em Campo Grande a R$ 30,50. vendida em torno de US$ 8,00 o bushel, o Mas, o que realmente pode tirar o sono que seria um desastre para o Brasil”, pondo agricultor é a cotação do dólar. Depois dera o empresário. de uma tímida subida no fim de 2009, a moeda americana voltou para a casa dos R$ Milho 1,70. Nas últimas semanas, ela vem se apreA soja, mesmo com as incertezas de tociando em relação ao Real, no entanto, ain- dos os fatores que a cercam, parece que vai da longe do que Piccinin considera o ideal, bem. O mesmo não acontece com o milho – colhido recentemente e que continua abarrotando os armazéns da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Com preços que continuam caindo, a única alternativa que Luiz Piccinin vê para a commodity é a intervenção do governo federal. “Nossa esperança é de que o governo anuncie um fracionamento dos leilões de compra, ao invés de fazer um só, onde todos tentam vender o seu milho e acabam depreciando o prêmio que o governo paga. Se for anunciado vários leilões, quem não conseguiu vender o milho agora pode vender depois e não precisar queimar o prêmio. Atualmente, como está, se for vender para o mercado, não paga o custo de produção”. “A agricultura é a força propulsora do Brasil. Nós estamos localizados na melhor região do país para a atividade, o CentroOeste. A atividade é cíclica, temos períodos de alta e de baixa. Portanto, é muito importante o agricultor, além de saber plantar muito bem, e ele sabe comercializar”, finaliza. 27 ABRIL 2010 Pecuária Leiteira Encontro Técnico debate setor do leite no dia 17 Encontro acontece no auditório do Sindicato Rural de Campo Grande e traz grandes palestrantes A pecuária leiteira no Brasil ainda é subdesenvolvida – mesmo que o país seja o quarto maior produtor mundial. Se olharmos para Mato Grosso do Sul a capacidade de produção está ainda mais aquém de seu potencial. Para mudar essa situação não é necessário muito esforço, apenas determinação, pois temos condições favoráveis para dobrar, e até triplicar, nossa produção em pouco tempo, basta aplicar as tecnologias que já estão à disposição. E para mostrar as vantagens do avanço tecnológico de hoje o Sindicato Rural de Campo Grande (SRCG) realiza no dia 17 de maio o 13º Encontro Tecnológico do Leite. “Este ano, nós inovamos, traremos palestrantes de fora [do Estado] com experiência internacional e temas como: adubação de pastagem, técnicas de produção de leite em pastagem irrigada, alimentação de vaca na seca, avaliação eco- nômica da produção de leite a pasto, Conseleite-MS [Conseleite Conselho Paritário entre Produtores e Indústrias de Mato Grosso do Sul] e cooperativismo entre produtores de leite”, adianta Wilson Igi, diretor do SRCG e organizador do evento. De uma forma geral, todos os palestrantes vão mostrar técnicas que podem multiplicar a produção de leite em uma fazenda tradicional. Entre os temas destacam-se a adubação de pastagem e irrigação de pasto. Os preletores mostraram como é vantajoso aplicar essas técnicas à pecuária leiteira, principalmente no que diz respeito à lucratividade do negócio. O palestrantes Flávio Augusto Portela dos Santos, professor de zootecnia da Inscrições para Prêmio Florestal de Jornalismo vão até o dia 31 O prazo de inscrições para o concurso jornalístico “Prêmio Florestal de Jornalismo” - instituído pela Secretaria de Produção e Turismo (Seprotur), SEBRAE e REFLORE (Associação SulMato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), vai até o dia 31 de maio. A promoção faz parte da programação do 2º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, que acontece de 7 a 9 de junho no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande/MS. O certame deverá premiar matérias veiculadas na imprensa estadual, e relativas à cadeia produtiva da silvicultura em seus aspectos econômicos, sociais e ambientais da atividade, com ênfase na Sustentabilidade do Setor Florestal. Como lembram os promotores do concurso, as florestas estaduais já ocupam lugar de destaque no cenário nacional, atraindo o interesse de diversos investidores e fundos de investimentos internacionais. Além de características positivas do ponto de vista do clima e logística, o setor tem alcançado grandes avanços tecnológicos, e ampliado a sua produtividade. Neste aspecto, os jornalistas poderão revelar para seus leitores como este setor tem procurado atender as demandas crescentes por celulose, carvão vegetal, madeira sólida e painéis reconstituídos (MDF, MDP, etc), de forma sustentável, e ainda, de baixo impacto ambiental. O prazo final para a inscrição é dia 31 de maio de 2010, às 17h30. Para ter acesso à ficha de inscrição e saber mais sobre os formatos de entrega dos trabalhos, acesse o site www.opeceventos.com.br/msflorestal, e clique no link do Prêmio Florestal de Jornalismo. Informações podem ser solicitadas pelos telefones ou e-mails: Seprotur (67) 3318-5053 [email protected]; Sebrae - (67) 3389-5536 [email protected] Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), vai mostrar como se ter mais lucro com o leite mesmo no inverno. Conforme ele, são dois os motivos que podem levar o levar a esse “feito”. Primeiro, os preços durante o inverno são mais elevado do que no verão. Segundo, como as temperaturas caem nesta época do ano, os animais leiteiros produzem mais – se tiverem a alimentação adequada para o período. Outra palestra que promete ser muito interessante é a do Conseleite, que será ministrada pelo presidente do órgão, Edgar Rodrigues Pereira. De acordo com ele, essa nova instituição vai melhorar o relacionamento entre produtores e os laticínios, que sempre foi cerca de suspeitas de ambas as partes quanto ao valor justo pago pelo leite. SERVIÇO: O Encontro Técnico do leite é gratuito e as inscrições podem ser feitas pelo telefone: (67) 3341-2696 ou pelo site www.srcg.com.br Premix apresenta portifólio para nutrição animal e defende preservação ambiental na Expozebu 2010 A Premix Técnica em Suplementação participa da 76ª Expozebu, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). A feira, que é organizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), contará com a apresentação de mais de 3.300 animais, receberá pecuaristas e empresários do mundo todo, sendo uma excelente oportunidade para realizar negócios. A feira vai até o dia 8 de maio. Este ano, o evento traz como tema “Genética zebu: futuro sustentável”, e promete ser novamente a grande vitrine da pecuária zebuína brasileira. A Premix está unida com a ABCZ no sentido de apoiar a consciência ambiental e leva à Expozebu todo seu portfólio de produtos para suplementação mineral, e promotores de eficiência alimentar formulados de forma orgânica, voltados tanto ao segmento de pecuária de corte como de leite. “Temos que reafirmar nossa posição de respeito junto ao meio ambiente. Fomos a primeira empresa a lançar o pri- meiro aditivo orgânico ecologicamente correto do País (Fator Premium). Nosso grande objetivo é incentivar os produtores com a venda de pacotes tecnológicos, de acordo com a necessidade do pecuarista, proporcionando a cada um fins lucrativos muito bons, e alimentação saudável aos animais, com muita qualidade, sem agredir o meio ambiente”, conta Jonas Fagundes, coordenador de marketing da Premix. Durante a maior feira zebuína do mundo, a Premix também vai inaugurar seu estande próprio, que segundo o coordenador, servirá como um local estratégico, onde a equipe local poderá continuar a interagir com os clientes após o término da feira, “Estamos, a partir de agora, localizados num local privilegiado, onde poderemos interagir ainda mais com os produtores da região e participar de outras feiras que acontecem no Parque. Além disso, agora, estamos muito próximos da sede da ABCZ”, finaliza. 28 ABRIL 2010 Pecuária de Corte Bataguassu recebe etapa do Circuito Boi Verde 2010 Campeonato vai avaliar aproximadamente 1.000 animais originados da região sul do Estado A próxima etapa do Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaças está marcada para acontecer na unidade do Frigorífico Marfrig, em Bataguassu (MS). São aguardados cerca de 1.000 animais que serão avaliados no julgamento in vivo e no abate técnico, nos dias 27 e 28 de abril. Segundo o gerente de produto da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil - ACNB e coordenador do campeonato, Guilherme Alves “é satisfatório promover etapas em Mato Grosso do Sul, pois os pecuaristas sempre nos impressionam com a qualidade dos animais enviados para o abate, em especial no Marfrig que é nosso parceiro desde que iniciaram os abates técnicos. Durante o ano pretendemos realizar mais etapas no Estado”. A unidade Marfrig Bataguassu tem capacidade de abate de 1.500 animais por dia e é parceira do Programa de Qualidade Nelore Natural - PQNN, uma das ações de fomento da raça promovida pela ACNB. O Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaças é promovido pela ACNB e conta com os apoios da Tortuga Cia. Zootécnica Agrária, Coopers Saúde Animal, Sertão: Há 30 anos facilitando a vida no campo com a Stihl A história da Rede Sertão começou em Campo Grande, no final da década de 70, como uma revendedora de máquinas agrícolas, seguindo as excelentes perspectivas da agropecuária em Mato Grosso do Sul. Atenta também ao grande potencial da região em outras áreas, a Sertão diversificou a linha de produtos, comercializando ferramentas, máquinas e materiais para atender a construção civil. Mesmo com um amplo mix que contempla mais de 36 mil itens, a Sertão não deixou de investir no mercado que deu origem ao seu negócio, a agropecuária. E buscando oferecer sempre as melhores marcas para aumentar a produtividade e facilitar a vida do homem do campo, a Sertão se tornou uma concessionária Stihl. Pioneira na comercialização e assistência técnica da Stihl aqui no Estado, a Sertão trouxe toda a credibilidade de uma marca que está presente em mais de 160 países e é reconhecida por garantir um alto padrão de qualidade e soluções inovadoras para o dia-a-dia das pessoas. No mercado brasileiro, a Stihl tem uma ampla linha de produtos, sempre tendo como foco principal a segurança e o confor- to na utilização, com equipamentos que proporcionam o mais alto desempenho com o mais baixo consumo do mercado. Em toda a Rede Sertão, o mercado agropecuário recebe atenção especial, que vai desde o atendimento altamente qualificado até a grande variedade de produtos dirigidos para o campo, como: roçadeiras, pulverizadores, sopradores, motosserras e ferramentas multifuncionais. E no casos dos produtos Stihl, a Rede Sertão garante a melhor assistência técnica. Tudo para trazer mais facilidade, rentabilidade e economia para este segmento. No ano passado, a Sertão completou 30 anos com nove lojas em Mato Grosso do Sul, sendo quatro em Campo Grande e as demais em Dourados, Ribas do Rio Pardo, Nova Andradina, Paranaíba e Aquidauana, além de um completo Centro de Distribuição na capital. São três décadas com foco no consumidor, facilitando a sua vida com os melhores produtos, preços competitivos e atendimento realmente diferenciado. Assim fica tudo certo, tudo Sertão. Qualidade dos animais de MS enviados para abate sempre impressionam Dow AgroSciences, Riviera Tecnologia, Revista Dinheiro Rural e Frigorífico Marfrig. Esta etapa tem a participação da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore. Mais informações sobre como participar do campeonato podem ser obtidas pelos telefones (11) 3281-3900 ou (67) 3541-4400. Sobre o Circuito Boi Verde O Circuito Boi Verde é a única com- petição do gênero no país que visa orientar os pecuaristas quanto aos parâmetros de maior liquidez comercial vigente no país. Durante a disputa, o pecuarista entra em contato direto com as práticas de produção e industrialização de carne de qualidade. O campeonato permite também o mapeamento do desempenho frigorífico dos animais da raça Nelore no Brasil e países vizinhos, além de proporcionar a troca de experiências e a valorização dos pecuaristas. Deputados analisarão fusões de grandes frigoríficos Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural instalou nesta semana uma subcomissão permanente para acompanhar a fusão entre as empresas de alimentação Perdigão e Sadia; JBS e Bertin; e Marfrig e Seara, todas iniciadas no ano passado. Perdigão e Sadia se fundiram em maio, e as demais se fundiram em setembro. Os parlamentares querem evitar que os trabalhadores e os pequenos frigoríficos sejam prejudicados com as fusões. As três operações ainda depen- dem da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - que tem como uma de suas atribuições zelar pela livre concorrência, difundir a cultura da concorrência por meio de esclarecimentos ao público sobre as formas de infração à ordem econômica e decidir questões relativas às mesmas infrações -, do Ministério da Justiça, que vai analisar o impacto dessas fusões no mercado brasileiro, especialmente no que se refere à defesa da concorrência. 29 ABRIL 2010 Pecuária de Corte ABCZ e Nelore promovem em MS a maior prova de ganho de peso do Brasil Confinamento Malibu, em Campo Grande é o lugar escolhido para a Prova A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores de Nelore (Nelore MS) realizarão entre os dias 10 de junho e 25 de novembro a maior Prova de Ganho de Peso (PGP) do Brasil. A PGP ABCZ/Nelore MS pretende reunir no Confinamento Malibu, em Campo Grande-MS, no mínimo 300 animais das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã, nascidos entre 11 de agosto e 12 de dezembro de 2009. O número grandioso torna o evento algo jamais visto até hoje em território nacional. “Será um divisor na maneira como é feita uma PGP hoje. As avaliações, no início e no final, e a possibilidade da contratação dos animais por uma Central de Coleta de sêmen são os grandes chamarizes”, enfatiza Adriano Garcia, gerente da ABCZ em Mato Grosso do Sul. A prova acontece entre 10 de junho e 25 de novembro (serão 168 dias oficiais de prova) e tem disponível uma mega estrutura. A PGP do ZEBU, como já está sendo chamada, será realizada em estruturas físicas ímpar. O Confinamento Malibú destinou uma área exclusiva aos animais inscritos na PGP ABCZ/Nelore MS e fornecerá todo o volumoso. O evento visa reunir criadores de todo o Brasil e colocar à disposição da PGP os melhores bezerros da geração 2009 para serem avaliados. Nelore irão para uma Central de coleta de sêmen, como também, caso haja um mínimo de 50 animais participantes da raça Brahman e 50 da raça Guzerá, o primeiro colocado de cada também irá para a Central. Em 2011, a ABCZ, em conjunto com as Associações e Criadores definirão a melhor forma de comercializar os animais classificados como ELITE e SUPERIOR, tendo as seguintes opções: Expogrande (março), Expogenética (agosto) e Expoinel MS (novembro), podendo ser através de: Leilão, Feira ou Shopping. “Será importante para todos. Além de importante para que o criador possa comparar seus animais em relação aos outros participantes da PGP, nosso objetivo principal é identificar pelo menos um reprodutor para ser utilizado como melhorador do rebanho nacional” afirma Guilherme Bumlai, presidente da Nelore MS. Avaliações e resultados A ABCZ será responsável por todas as pesagens e avaliações morfológicas que serão realizadas no início e final da Prova. Também serão feitas nos mesmos períodos avaliações por ultrassonografia (terceirizada). Os dados da PGP serão disponibilizados a todos os Programas de Melhoramento Genético que tenham animais participando da PGP. Os três primeiros colocados da raça Inscrições As inscrições são de R$750,00 por bezerro, efetuadas em cinco parcelas (Entrada - inscrição, 30/06, 30/07, 30/08 e 30/09), e podem ser realizadas a partir desta segunda-feira (19). Os interessados devem entrar em contato com o escritório da ABCZ em Campo Grande-MS através do telefone (67) 3383-0775, ou pelo celular (67) 9985-9994 (Adriano Garcia), e também com a Nelore MS pelo telefone Animais antes e durante o tratamento pelo método homeopático Homeopatia favorece o bom desempenho da raça Quarto de Milha A homeopatia, terapêutica descoberta e desenvolvida no século XVIII pelo médico alemão Samuel Hahneman, consiste na prescrição de medicamentos de acordo com a lei dos semelhantes, ou seja, sua utilização é baseada no fato de que substâncias capazes de desencadear em indivíduos sadios determinados sintomas, também podem curá-los. No Brasil, a homeopatia que a princípio era utilizada de forma individual, passou a ser aplicada na medicina veterinária em meados da década de 80, pelo Dr. Claudio Martins Real, com a criação de uma nova corrente, dentro da própria terapêutica: a Homeopatia Populacional. O termo faz referência ao tratamento de determinados rebanhos que estão sujeitos às mesmas condições de estresse, manejo, alimentação, entre outros, e por isso sofrem dos mesmos problemas e doenças. Ainda que nada impeça que o criador utilize a terapêutica em tratamentos isolados, da forma difundida pelo Dr. Claudio a técnica geralmente é aplicada em grandes grupos de animais, sejam eles de bovinos, equinos, caprinos, ovinos, suínos ou qualquer outra espécie. Recentemente, o método terapêutico foi aplicado com sucesso nos cavalos da raça Quarto de Milha pertencentes ao plantel do Haras Elizabete, localizado em Campo grande (MS). Os animais treinados para competição sofriam com lesões na pele e, consequentemente, demonstravam alto grau de estresse. Do total de 17 afetados pela doença, alguns apresentavam sinais clínicos, como era o caso da fêmea “Shelb” que há tempos convivia com nível de estresse alto, além de áreas circunscritas e alopecias bem visíveis na tábua do pescoço, região de cernelha, dorso e anca. Segundo o treinador de cavalos do Haras Elizabete, Maurício Peralta, a chegada da homeopatia ao criatório deu-se pelo fato de que havia poucas alternati- vas para solucionar tais problemas, tendo em vista que, mesmo após a utilização de vários tratamentos com iodo, fungicidas, outros medicamentos e até mesmo banho com água sanitária, a tropa continuava com as lesões. Chamados para tentar resolver a questão, durante a primeira visita à propriedade, a médica-veterinária do departamento técnico da Real H, Denise Telles, juntamente com o promotor Vandeir Figueiredo, constataram a possibilidade de ocorrência de Dermatomicose. Auxiliados pelo médico-veterinário homeopata dr. Mário Renck Real, diretor técnico da empresa, indicaram a utilização dos produtos homeopáticos Homeo Bovis Dermato e do Homeo Base Convert H. Poucos dias após o início do tratamento, as lesões começaram a desaparecer e os animais ficaram mais calmos, o que deixou Maurício Peralta impressionado. “Oito dias após o uso da homeopatia eu percebi uma diminuição na coceira dos animais, uma redução no estresse e uma maior concentração na pista”, comentou o treinador. Recentemente, durante uma competição realizada em Campo Grande (MS), a tropa do Haras Elizabete tratada com os produtos homeopáticos se destacou nas provas de tambor e baliza. De acordo com a médica-veterinária, o resultado obtido no Haras Elizabete com a utilização da homeopatia foi excelente, visto que além da cura, nenhum animal manifestou mais a doença. Outro fato que merece destaque é a forma como a terapêutica mudou o comportamento dos animais. “O treinador, que reclamava muito da dificuldade de arrancada nas provas e da dermatomicose, agora está satisfeito. Hoje o cliente está fidelizado, comprou Real H Equino, Convert H, Dermato e em breve deverá usar o Parasitário”, comentou Denise. Satisfeito com os produtos homeopáticos, o treinador afirma: “Para mim a Real H caiu do céu, onde eu for vou levar este nome comigo”. 30 ABRIL 2010 Com novo presidente, Asmaco quer reorganizar a cadeia da carne ovina Possível exportação de carne de ovinos do Uruguai para União Europeia pode acabar beneficiando produtores de MS no mercado interno V ladimir Pereira Farias, presidente da Asmaco (Associação SulMato- Grossense de Criadores de Ovinos), assumiu recentemente a direção da entidade e tem como meta prioritária organizar a cadeia da carne ovina em Mato Grosso do Sul. “Atualmente, os pequenos produtores com 20, 30 animais não sabem o que fazer quando o cordeiro está pronto. Nossa intenção é ajudar o produtor a colocar sua carne no mercado consumidor que, diga-se de passagem, cresce a cada dia não só em grandes centros como São Paulo mas também em estados da região CentroOeste”, argumenta. Ele destaca que 70% da carne ovina consumida no Brasil é importada do Uruguai. Contudo, segundo disse, essa fonte deve secar em pouco tempo, isso porque o país vizinho está fechando um acordo com a União Europeia de exportação de carne; como os europeus pagam melhor pelo produto, a consequência natural é que falte cordeiros para serem enviados ao Brasil”, comenta Farias. “Essa situação abre uma grande oportunidade para Mato Grosso do Sul, que tem terras de qualidade, clima favorável e muitos pequenos produtores onde a atividade pode ser desenvolvida”, avalia. Conforme o presidente, hoje, o que impera no segmento de carne ovina é a clandestinidade. No Estado só há um frigorífico que abate cordeiros, o Strut, em Campo Grande, mas, devido à desorganização do setor, os abates não são constantes. “Acontece que o produtor, quando chega a hora do abate, não sabe o que fazer com os animais. Aí mata alguns para consumo próprio, vende outros para o mercadinho do bairro e quando ainda resta algum distribui entre a família e amigos. Precisamos fazer a ovinocultura ser mais uma fonte de renda para o produtor”. De acordo com estimativas da Associação, existem cerca de 460 mil ovinos em Mato Grosso do Sul. Farias lembra que o número é impreciso, pois muitos produtores deixam de declarar seus ani- Vladimir Farias agora preside a Asmaco mais à Iagro (Agência de Vigilância Sanitária Animal de Vegetal) por acharem desnecessário. O primeiro passo da organização proposta é a criação de núcleos de produtores em todo o Estado, dessa forma tornase possível que os criadores recebam ajuda, em forma de orientação técnica e gestão de propriedade, de órgão dos governos federal, estadual e municipal como o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), a Agraer (Agência do Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias), Seprotur (Secre- taria de Estado de Produção) entre outros. ”Essas instituições não podem liberar recursos [financeiros ou não] para produtores de forma individual, mas podem fazê-lo para entidades organizadas, ou seja, para núcleos de produtores”, frisa, lembrando que já existem núcleos em alguns municípios do Estado, como Dourados, Ponta Porã, Corumbá, Anaurilândia e São Gabriel do Oeste. A partir dessa organização, pode-se começar a preparar os núcleos de forma a viabilizar uma escala de abate contínua dos frigoríficos. “Juntando 10 animais de uma propriedade, mais 30 de outra até fechar uma carga [150 animais, em média]. Dessa forma podemos dar regularidade ao fornecimento, acabando com o problema da sazonalidade no fornecimento”, detalha. Farias garante que a atividade é lucrativa, se conduzida de forma profissional. “O Marfrig paga hoje R$ 125,00 na arroba de um animal bem terminado [valor bruto], fazendo-se as contas gasta-se em torno de R$ 80,00 para produzir um cordeiro, algo em torno de R$ 19,00 de frete e ICMS [Imposto sobe Circulação de Mercadorias e Serviço], isto nos dá um lucro de R$ 26,00, ou seja, 20%. Qual é a aplicação financeira que te remunera isso em quatro meses?”, questiona. Genecoc e livro sobre controle de parasitoses são destaque no Ciência para Vida O Programa de Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos de Corte (Genecoc) e o lançamento do livro “Doenças parasitárias de caprinos e ovinos: epidemiologia e controle” serão os destaques da participação da Embrapa Caprinos e Ovinos (SobralCE), no VII Ciência para a Vida - Exposição de Tecnologia Agropecuária, que acontece entre 24 de abril e 2 de maio na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília (DF). O Genecoc foi uma das tecnologias selecionadas pela Embrapa para compor o Espaço Empresarial, onde os visitantes conhecerão experiências com potencial para receber investimentos ou serem incubadas. O Genecoc presta assessoria genética a produtores de caprinos e ovinos de corte, contando com ferramentas eletrônicas via Internet (http:// w w w. c n p c . e m b r a p a . b r / g e n e c o c / pagen.htm), que permitem ao produtor cadastrar dados sobre seu rebanho e, por meio do programa, obter informações confiáveis para ações como a seleção de acasalamentos que maximizem o ganho genético do rebanho, com controle de endogamia. O programa possibilita, ainda, pela Internet, a integração entre rebanhos de diferentes regiões do país, democratizan- do o uso de recursos genéticos superiores e disponibiliza informações para a escolha de animais com desenvolvimento muscular, ganho de peso, capacidade de acabamento e tamanho adulto adequados. Assim, podem ser reduzidos os custos de manutenção para o produtor, além dele obter informações que permitam otimizar a capacidade reprodutiva do rebanho. 31 ABRIL 2010 História de Sucesso Sabor das comitivas ganha seu espaço em restaurante da Capital Helinho prepara pratos típicos da região Pantaneira, entre outros Helinho, ex-tocador de boiada, troca as estradas para pilotar seu fogão de lenha em Campo Grande E le sabe tocar boiada, trançar laço, curar umbigo de bezerro, mas Helinho – Helio Martins Lopes – não é conhecido por nenhuma dessas habilidades, mas sim pelos pratos que faz – típicos das comitivas de gado. A experiência com a lida na pecuária rendeu-lhe o aprendizado que hoje faz sucesso em Campo Grande. Sabe dar o sabor pantaneiro às comidas que serve em seu restaurante, o Comitiva do Espeto. “Por 12 anos fui tocador de comitiva nos municípios de Aquidauana e Miranda”, conta. Em seu restaurante ele faz questão de usar uma expressão comum entre os peões – a queima do alho. “Quando os peões partem de manhã com os animais, eles perguntam para o cozinheiro da comitiva: ‘onde vai ser a queima do alho’. Que quer dizer: onde será feita a comida. Helinho confessa que sempre gostou de cozinhar, mas, como sempre trabalhou em fazendas, acabou caindo na lida. Ele lembra que a vida nas estradas pantaneiras é muito difícil, até cinquenta dias longe da família. Por esse motivo estava decidido a mudar de vida. No entanto, não foi de uma hora para outra que isso aconteceu. “Comecei com o negócio de vender comida na exposição em Aquidauana. As pessoas diziam: vai lá porque você cozinha muito bem, com certeza vai fazer sucesso”. Desgostoso com a vida longe da família e precisando dar melhor educação ao casal de filhos ele decidiu abandonar as estradas empoeiradas. “Um dia de agosto, seco, trazendo uma boiada de Coxim vi minha tropa magra, sem comida, o gado na mesma situação. Senti muita tristeza. Decidi vender tudo e abrir um restaurante de comida pantaneira em Aquidauana”, conta. O negócio deu certo. Mas Helinho não credita o sucesso somente ao seu toque de cozinheiro, os amigos são parte importante desse projeto. Os clientes do restaurante eram, e ainda são, os mesmos que contratavam os serviços de Helinho quando ele era dono de comitiva. Mesmo que as duas profissões, do agora comerciante, não tenham muito em comum, a mudança de uma para outra foi tranquila. O que realmente deu medo em Helinho foi ter de mudar para Campo Grande. “Pensava que iria ficar perdido em uma cidade tão grande como essa, que se pegasse um ônibus não iria saber voltar para casa”, revela. No entanto, ele superou o medo, já está aqui há três anos e seu restaurante está sempre cheio. “Chego a servir 120 refeições no sábado”. O que mais atrai os clientes, além de amizade de Helinho, são os pratos que não se encontra em lugar nenhum: Maria Chica (arroz carreteiro com macarrão), pucheirada (carne com osso e legumes), caribel (guisado de mandioca com carne seca), maçarão pantaneiro (macarrão com carne seca), linguiça seca, carneiro no azeite. Além de outros mais tradicionais como: feijão tropeiro, leitão à pururuca, galinhada (de galinha caipira), vaca atolada, arroz com costelinha de porco, entre outros, tudo feito em fogão a lenha bem às vistas da clientela. E, à noite, como não poderia deixar de ser, ele serve seus famosos espetos. SERVIÇO: O restaurante Comitiva do Espeto fica na Rua Pedro Celestino, 354, Centro, 9247-3141, em Campo Grande, MS. 32 ABRIL 2010 Crônica do mês Expogrande 2010 – Sucesso garantido Osvaldo Piccinin Participo da Expogrande como expositor há mais de vinte anos. Tenho observado ao longo dos anos uma evolução contínua desse evento, através do trabalho profícuo dos vários presidentes que por lá passaram. Sempre nos brindando com um banho de excelência tanto nos produtos expostos, como na organização. Estes senhores não medem esforços para que o sucesso sempre ocorra. Este ano, como concessionário John Deere, atestei pessoalmente, mais uma vez, o entusiasmo do atual presidente Chico Maia e sua diretoria. Dedicaramse de corpo e alma, visando uma única causa: continuar levando o nome e a fama de nossa exposição no mais alto degrau do podium do agronegócio nacional. E conseguiram! Em 2010, creio que pela primeira vez, fomos agraciados com a presença de ex- positores de nossos países vizinhos, nos conferindo, portanto, status de feira internacional. Sem dúvida bons ventos sopram a favor das comodities brasileiras, e do agronegócio em geral. Tivemos uma safra de soja com alta produtividade, juros para compra de maquinas agrícolas com 4.5% ao ano, preço da carne em ascensão etc. O entusiasmo e o alto astral dos visitantes, dos expositores e dos agropecuaristas ficaram evidentes. No meu sentimento, pelos anos de janela que tenho, isso é prenúncio de dias melhores. Às vezes fico me perguntado o que leva empresários rurais do calibre de Laucídio Coelho e Chico Maia, apenas para citar os mais recentes, a abraçarem esta causa com tanto amor, desprendimento e determinação? Abdicam-se de seus negócios particulares para se dedicarem com afinco, sem remuneração alguma, por no mínimo três anos a uma causa coletiva. A resposta vem a galope: são essas pessoas que mudam o mundo, doam-se e fazem acontecer. Com certeza a mediocridade não faz parte de suas vidas. Fiquei impressionado com a qualidade do plantel exposto. Muitas vezes ali está o resultado do trabalho e dedicação de várias gerações. Sem dúvida esta seleção de raças, por anos afio, nada mais é que a melhoria contínua daqueles que cultivam a terra com respeito e devoção. Todos querem buscar o último degrau do perfeccionismo – a excelência – e assim todos nós saímos ganhando com a qualidade indiscutível de nosso rebanho. Deixo aqui meus cumprimentos a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para mais este espetacular sucesso da Expogrande em especial ao presidente Chico Maia e sua diretoria que sabem como ninguém que o único lugar aonde o sucesso vem antes do trabalho, é no dicionário! E VIVA A EXPOGRANDE 2010! [email protected]