Edição 317 - Folha do Fazendeiro

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Edição 317 - Folha do Fazendeiro
FOLHA DO
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FAZENDEIRO
www.folhadofazendeiro.com.br
|
Mais rural do que nunca
ABRIL DE 2010 • ANO XIII – Nº 317 – DISTRIBUIÇÃO REGIONAL E DIRIGIDA
Foto: Samir Baptista
Acrissul entrega
relação de áreas
aptas à venda para
reservas indígenas
Na tarde do dia 07 de abril, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, entregou ao chefe do Gabinete
Pessoal do Presidente da República, Gilberto Carvalho, o levantamento das áreas cujos proprietários estão dispostos a
vende-las à União para assentar população indígenas do Estado. PÁGINA 3
Empresa estatal testa
Chip do Boi em 3 mil
bovinos de MS
Produto promete custar metade do preço. PÁGINA 9
OCB-MS reelege
Celso Régis para
a presidência
A OCB/MS realizou Assembleia Geral Ordinária no dia 16 de abril, na qual
reelegeu Celso Ramos Régis como presidente e Marcio Portocarrero como vicepresidente para mandato de quatro anos.
Na assembleia também foram empossados os membros natos do Conselho Diretor. PÁGINA 21
GALERIA DE CAMPEÕES
Fael TE Porto é o
campeão nelore da
Expogrande 2010
Leia mais na Página 17
Fael TE Porto
Vuslala FIV da CB
2
ABRIL 2010
Palavras de quem participou
“A Expogrande este ano estava nota
dez. Registramos a maior quantidade de
animais em pista e os leilões tiveram as
médias que aumentaram gradativamente
durante o evento. Fechamos nossa exposição com chave de ouro”.
Walter Dias Ribeiro, vice-presidente
da Associação dos Criadores do Cavalo
Árabe de Mato Grosso do Sul.
“Este foi o segundo ano que vim. E
percebi que a Expogrande está mais bonita, com um número maior de gado.
Gostei muito da evolução do ano passado para este. Os organizadores estão no
caminho certo. Com o número maior de
animais, a competição nos julgamentos
ficou mais acirrada. Ganhar em uma pista com participantes de nível nacional
como essa tem um peso muito maior na
valorização dos animais”.
Tony Saloum, criador de Nelore em
Franca, São Paulo.
EXPEDIENTE
FAZENDEIRO
Uma publicação mensal da Via Livre
Comunicação e Agromarketing
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EDIÇÃO E EDITORAÇÃO GRÁFICA:
TEXTOS:
Jefferson da Luz; Fábio Sarzi,
Daniel Pedra Dantas e Carlos
Henrique Braga
“A Expogrande vem em uma crescente. Consegue se superar a cada ano, dessa forma mostra a qualidade dos animais
que aqui participam. O resultado disso
aparece nos leilões, que tiveram vendas
expressivas, pois os animais são o que
há de melhor no Brasil”.
FOTOS:
Samir Baptista
Claudio Totó, pecuarista em Três
Lagoas, sócio-fundador da Acrissul.
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VIA LIVRE
Comunicação e Agromarketing
CNPJ. 05.212.423/0001-99
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Parque de Exposições Laucídio Coelho
Campo Grande – MS
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ANA RITA BORTOLIN
(67) 3026-5014
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“A Expogrande foi um sucesso. No
que tange a raça Nelore tivemos mais de
400 animais em pista, criadores do Estado compareceram em peso e também tivemos a honra de receber grandes expositores do cenário nacional. Os animais
que por aqui passaram são de excelente
genética, mostrando toda a força da raça”.
Guilherme Bumlai, presidente da
Nelore MS.
“A feira foi excepcional. Mostrou que
a nova diretoria trabalhou com muita
competência e conseguiu reunir diversas
raças. Foi um sucesso. Temos de parabenizar os dirigentes da Acrissul e os produtores que são, na verdade, quem faz a
feira”.
Paulo Matos, pecuarista em Campo
Grande.
FOLHA DO
José Roberto dos Santos
“A cada edição a Expogrande melhora mais, em volume de gado, qualidade
dos animais e com expositores de diversos estados. Para os julgamentos vieram
criadores que estão entre os cinco melhores do ranking nacional. O que mostra a importância da feira para a pecuária
brasileira”.
José Bonifacio de Almeida Filho, da
Agropecuária Santa Barbara, Uberaba,
Minas Gerais.
VEJA MAIS NESTA EDIÇÃO
Pesquisadores avaliam
amendoin selvagem
A planta,
de alto potencial energético, é alvo
de estudo da
EmbrapaGado de Corte, que quer saber a viabilidade econômica e as vantagens que a planta oferece
para o rebanho. PÁGINA 22
MS vai sediar em junho
a maior PGP do País
ABCZ e Nelore
MS realizarão a
prova de ganho
de peso entre os
dias 10 de junho
e 25 de novembro, no Confinamento Malibu, em Campo Grande. A idéia
é reunir 300 animais das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã. PÁGINA 29
JBS inicia venda direta
de carne ao consumidor
Nova diretoria da Asmaco
quer reorganizar entidade
O frigorífico
JSB já começou a implementar, pelo
município de
Corguinho,
sua nova estratégia de venda em Mato Grosso do Sul, a
entrega em domicílio. PÁGINA 17
Para o novo
presidente,
Vladimir Pereira Farias, a
meta prioritária é reorganizar a cadeia
produtiva da carne ovina em Mato Grosso
do Sul. PÁGINA 30
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ABRIL 2010
Ruralismo
Acrissul entrega relação
com fazendas aptas à
venda para indígenas
Relatório foi pedido durante visita da entidade
ao presidente Lula, em Brasília, em março
N
a tarde do dia 07 de abril, o presidente da Acrissul (Associação
dos Criadores de Mato Grosso do Sul),
Francisco Maia, entregou ao chefe do
Gabinete Pessoal do Presidente da República, Gilberto Carvalho, o levantamento
das áreas cujos proprietários estão dispostos a vende-las à União para assentar
população indígenas do Estado. “Até que
em fim esse relatório chegou. Durante
oito anos esperamos por ele, e vocês, em
sessenta dias, o trouxeram”, exclamou
Carvalho, segundo relato de Maia, que
na ocasião estava acompanhado pelo deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT).
“Cumprimos nosso compromisso assumido como o presidente Lula a respeito
dessas áreas”, disse o dirigente da entidade. “A situação da nação Guarani tem
sido uma constante preocupação na mente
do presidente”, contou Maia ao relatar
sua impressão do encontro. Pela Acrissul, o vice-presidente Jonathan Barbosa
presidiu a comissão que fez o levantamento das áreas aptas à venda.
Conforme a proposta de Lula, apre-
sentada a representantes
Meira reconheceu que é
do agronegócio do Estainjusto se tirar a terra de
do em fevereiro deste
quem nela trabalhou por
ano, a ideia é de que as
70, 80 anos e que tem seu
terras sejam adquiridas
título de posse legal, conpelo Incra (Instituto Natudo, o que está na Conscional de Colonização e
tituição transcende a vonReforma Agrária) e detade de governos e goverpois repassadas à Funai
nantes. Na sequência,
(Fundação Nacional do
Francisco Maia teve uma
Índio).
reunião com o senador
Agenda prévia – AnValter Pereira, acompates do encontro com Carnhado de técnicos do Mivalho, Maia e o deputado
nistério da Justiça; eles
federal Vander Loubet
discutiram sobre a PEC
(PT) tiveram uma reunião
que permitirá a indenizacom o presidente da Fu- Francisco Maia (Pres. Acrissul) ção pela terra nua, a qual
nai, Márcio Meira, e membros do departa- já foi aprovada na Comissão de Constimento jurídico do Ministério da Justiça.
tuição e Justiça do Senado Federal.
Na ocasião, Meira disse que as quesO encontro teve como objetivo achar
tões indígenas de Mato Grosso do Sul ain- um meio termo entre o que propõe a PEC
da não foram resolvidas porque são politi- e as pretensões do governo federal. “O
zadas. “Chegamos a conclusão de que a senador Valter vai ficar na história do
única saída para se resolver o problema de Brasil como o homem que resolveu o
forma rápida é a aprovação da Proposta de problema secular das disputas de terras”,
Emenda Constitucional apresentada pelo disse Maia. “Valter Pereira tem sido um
senador Valter Pereira [PMDB]. A única excelente senador para Mato Grosso do
maneira de a União indenizar a terra nua, Sul, atende prontamente as reivindicae não só as benfeitorias, pela desapropria- ções da classe produtora. Há muito temção para assentar populações indígenas é po não temos um senador assim. Tenho
se a Constituição autorizar isso”, disse.
certeza de que o país e o Estado ficaram
Segundo o presidente da Acrissul, devendo mais essa para ele”, completou.
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ABRIL 2010
Opinião
| Por Jonathan Pereira Barbosa
Quem viu, conferiu!
Andando pela
cidade morena
vimos e conferimos em outdoors: a Expogrande foi
redonda. Verdade. A Acrissul conseguiu
realizar com muito sucesso uma feira com os recordes em volume de
negócios além do esperado pelos
mais variados setores da cadeia do
agronegócio em MS. A tradicional
Expogrande, em sua edição internacional, marcou sua eficácia atingindo seus objetivos em todas as
suas variadas programações previamente agendadas.
O resultado colhido foi um prêmio, conquistado com a dedicação
integral e trabalho de poucos, para
a realização de muitos. Melhor seria se pudéssemos contar com o
reforço de grande parte da nossa
valorosa diretoria. Ainda não foi
dessa vez que o nosso quórum compareceu para o trabalho, embora
sempre estejamos convocando os
ausentes.
Importante que se diga: com menos de um ano da posse, a gestão
Chico Maia restabelece a credibilidade para a nossa entidade, pagando todas as dívidas da gestão anterior, além de remodelar todo o parque, fazer obras novas, como: espaço do criador; cozinha e refeitó-
rio; reforma do prédio para instalação
da Iagro; aumento na rede de água, o
que elevou a vazão de 9000 para 32000
litros de águas por hora; pavimentação asfáltica das ruas e avenidas do
Parque; revisão elétrica de toda a rede;
construção e ampliação dos bicos de
lavadores de animais; implantação da
escolinha hípica e da ecoterapia; revisão geral dos pavilhões de animais, incluindo a pintura; implantação de um
site informativo, atualizado e dinâmico; revisões nos tatersais, desde os telhados, forros, hidráulica, elétrica, esgoto, esquadrias, vidros, calhas, pisos,
sanitários, pintura geral, revisão completa nos sistemas de ar-condicionado, funcionando a toda capacidade.
Essas são, dentre outras, algumas providencias tomadas, e prontamente pagas. Vale também informar que todos
os banheiros e sanitários do Parque
foram revisados e reformados, bem
como os alojamentos para os peões e
demais prestadores de serviços. A pista
de julgamento também foi revitalizada, recuperando a arquibancada de
todos os seus estragos e dando-lhe uma
nova pintura. Foi feita uma nova arborização e jardinagem em diversos pontos das ruas e avenidas do Parque.
Tudo o que acabamos de apresentar, foi feito com o controle máximo de
despesas e ainda rigorosamente acompanhado e fiscalizado diariamente, até
a conclusão e pagamentos finais. Portanto, não existe nenhuma dívida para
se pagar.
Para registro de alguns números
informamos que foram realizados 39
leilões, entre os dias 8 e 28 de março
de 2010, totalizando um valor de negócios de R$ 16.567.266,22 (dezesseis
milhões, quinhentos e sessenta e sete
mil, duzentos e sessenta e seis reais e
vinte e dois centavos), não incluindo
os leilões realizados fora do Parque.
Foram assinados 179 contratos de locação de espaços comerciais. O número de bovinos, das mais variadas raças, foi de 1.380 animais, devidamente alojados; e o de equinos atingiu 440
animais em baias, e 60 animais para
provas programadas. Entre pequenos
e médios animais (ovinos, caprinos,
pôneis e outros) totalizaram 486, em
suas respectivas acomodações. Para
fechar essa grade de animais, concluímos: foram 2.366 (nos pavilhões e
demais acomodações), e mais 10.687
animais comercializados nos leilões, o
que totaliza 13.053 animais. Bate o recorde entre todas as Expograndes realizadas até aqui.
Também devemos informar que o
número de pessoas que visitaram a
feira, foi o maior já registrado, assim como o número de alunos
(3.987). A convite da Acrissul, as
crianças matriculadas na rede municipal de ensino compareceram em
grande número (4.312), visitando o
Parque de Exposições, e principalmente recebendo como cortesia ingressos para usarem no parque de
diversões e se refrescarem com re-
frigerantes oferecidos a todos.
Também foi um sucesso as dezenas de palestras organizada pela
direção, as quais foram prestigiadas por centenas de ouvintes. Os
shows bombaram, para a alegria
dos fãs e barraqueiros que faturaram com ótimas vendas.
Na programação internacional,
tudo aconteceu dentro do previsto. Protocolos importantes com relação à comercialização de bovinos
foram firmados com o Paraguai e
Bolívia. Um Fórum especial permanente foi realizado entre o Brasil e
Bolívia, e a data do próximo já está
fixada para setembro em Santa Cruz
de la Sierra (BL), com atendimentos e metas alcançados pelas coordenações escolhidas no Fórum da
Expogrande.
Delegações estrangeiras compareceram para prestigiar a nossa 72ª
Expogrande Internacional. O sucesso aconteceu com bons negócios, muitos projetos, movimentos,
autoridades de todas as faixas e escalões, comerciantes, indústrias,
pecuaristas, agricultores, empresários, políticos, imprensa... e o povo
em geral -dono da festa.
Quem perdeu, lembre-se que
ano que vem tem mais!
Quem foi, viu e conferiu!
Jonathan Pereira Barbosa é
vice-presidente da Acrissul
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ABRIL 2010
Acrissul em Ação
Iagro deve reabrir posto
do Parque em junho
Reunião na Acrissul acertou últimos detalhes para integrar Iagro,
Agência Fazendário e Banco no Brasil no Parque Laucídio Coelho
E
m mais algumas semanas, a agência da Iagro (Agência Estadual de
Vigilância Sanitária Animal de Vegetal)
vai iniciar
atendimento
ao
público dentro do Parque de Exposições
Laucídio Coelho. No dia 30 de março, o
presidente da Acrissul (Associação dos
Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, recebeu a visita de dos representantes dos órgãos que atuarão na
nova sede, Iagro, Banco do Brasil e Agenfa
(Agência Fazendária). A previsão é de que
os atendimentos comecem em junho.
“Nós pretendemos melhorar a forma
de atender ao produtor, com mais conforto. Aqui teremos um amplo estacionamento”, exemplifica a inspetora geral
da Iagro, Eneida Maria Dacal. “No atual
prédio funcionamos de forma muito precária. Com a vinda para o Parque queremos estar mais perto do produtor, discutir juntos de maneira tranquila as questões do setor”, completou.
O prédio da Iagro no Parque estava
desocupado há cerca de cinco anos. Sua
reforma foi entregue pelo governado do
Estado, André Puccinelli (PMDB), durante a realização da 72ª Expogrande, no
Reabertura da Iagro no Parque vai reaproximar produtor do departamento
início do mês.
No local irão funcionar conjuntamente
a Iagro, a Agenfa e o Banco do Brasil. O
produtor retira a GTA (Guia de Transito
Animal) na Iagro, a nota fiscal da venda
na Agenfa e paga o imposto devido no
Banco do Brasil.
Maia destacou que faltam apenas
questões técnica de instalação de uma
agência bancária e a aquisição do novo
mobiliário para que os órgãos estaduais
estejam aptos a receber o público.
w w w. a c r i s s u l . c o m . b r
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ABRIL 2010
Parceria produtiva
Estado lança ações de apoio à pecuária pantaneira
O Governo do Estado, o Banco do
Brasil e instituições parceiras, firmaram,
no dia 15 de abril, uma parceria em que
ações de apoio passam a vigorar em atendimento aos produtores rurais da planície pantaneira que demandem por remover os bovinos das regiões inundáveis
do Pantanal Sul-Mato-Grossense. A solenidade contempla a assinatura de Termo de Cooperação sobre linha especial
de crédito rural. O evento acontece às
10hs na Governadoria.
A pecuária bovina de corte se constitui na principal exploração econômica do
Pantanal, sendo tradicional o sistema de
cria de animais, que posteriormente são
encaminhados para o planalto, com vistas ao seu completo desenvolvimento e
abate. De acordo com o ciclo de cheias e
É preciso encontrar
canais para conter
desvalorização do milho
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, defende que é preciso encontrar novos canais de exportação
para o milho brasileiro para reverter
a baixa no preço nas regiões produtoras. Em Mato Grosso, segundo maior
produtor nacional do grão, atrás apenas do Paraná, a cotação da saca de
60 quilos do produto em alguns municípios está abaixo de R$ 9, enquanto o preço mínimo definido pelo governo para o estado é de R$ 13,98.
secas, o rebanho é movimentado para as
partes mais altas da região no período
das enchentes e retorna após o escoamento das águas. “Nossa preocupação é que
a movimentação desses animais ocorra
de forma ordenada, contudo, além de
tempo hábil, o produtor também precisa
custear esse processo, que não é barato”,
atenta a secretária da pasta de produção
Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (Seprotur), que participou do ato.
Nesse sentido, a parceria com o Banco do Brasil para a execução de um programa de apoio financeiro para remoção
e comercialização de bovinos de corte do
Pantanal Sul, em caráter emergencial, vem
como alento. “É mais uma opção de financiamento para o produtor sul-matogrossense, principalmente para o pecuaSegundo a Conab, a produção nacional de milho nesta safra deve chegar a 54 milhões de toneladas. O consumo é de aproximadamente 46 milhões de toneladas e a previsão de
exportação é de 8,5 milhões de toneladas. Como os estoques estão acima
de 10 milhões de toneladas, a pressão sobre o preço é alta. De acordo
com Rossi, com a proximidade do fim
da safra, aumenta a necessidade de
comercializar tanto para obter recursos para o próximo plantio quanto para
enfrentar o problema da falta de armazéns, questão crítica do país, que
tem uma das maiores produções de
grãos do mundo. (Fonte: Ag. Brasil)
rista pantaneiro que a partir de agora vai
poder contar com o apoio financeiro para
negociar seus animais e melhorar a capacidade produtiva de sua propriedade”,
destaca o Superintendente Estadual do
Banco do Brasil, Marcos Ricardo Lot, que
assina junto com o governador André
Puccinelli um protocolo de intenções.
Dado ao expressivo rebanho bovino
que ocupa a região do Pantanal, Corumbá é o município com o maior número
de cabeças de bovinos do país – integralmente localizado dentro do Pantanal Sul
– com aproximadamente 2 milhões de
animais comercializando, anualmente,
400 mil, compreendendo as categorias de
bezerros desmamados, novilhos, animais
de descarte e acabados.
A preocupação da Secretária – e que
é a mesma dos pecuaristas daquela região – é com o incremento do fluxo de
bovinos oriundos daquela região, tanto
para comercialização como para utilização de pastagens temporária não sujeitas
a inundações com posterior retorno as
suas áreas de origem. “Tal fato se justifica em virtude das intensas precipitações
ocorridas, desde o período de primavera
de 2009 e até recentemente, nas regiões
das nascentes e nos cursos médios dos
rios que drenam para a planície”, frisa o
pecuarista pantaneiro, Fábio Zamec, que
tem acompanhado e monitorado anualmente as precipitações e o volume de água
nos rios da região.
São parceiros desta iniciativa a Famasul, a Acrissul, Prefeituras Municipais
da região pantaneira, entre outras.
Criadores podem antecipar vacinação
Os criadores de gado do Estado que
desejam antecipar a vacinação contra febre aftosa antes de comercializar o produto devem fazer uma solicitação desta
antecipação para a Agência Estadual de
Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro).
De acordo com o gestor de Defesa Sanitária Animal da Iagro, Rubens de Castro
Rondon, a solicitação deve ser por escrito e encaminhada para o escritório local
da Iagro no município ou para a central,
que fica na Avenida Senador Filinto
Muller, em Campo Grande. O gestor explica que no documento que solicita a
antecipação da vacinação do gado deve
estar especificado número de cabeças que
devem ser imunizadas e o motivo da antecipação. Se a vacina for antecipada para
algum evento, como um leilão, no documento deve constar qual é este evento e
quando ele acontece. Além disso, é necessário um parecer do inspetor local da
Iagro para a decisão seja acatada.Caso o
deferimento seja favorável, a Iagro vai
emitir uma autorização para que o proprietário das cabeças de gado faça a compra das vacinas. O criador que antecipa
a vacinação deve imunizar todo o seu
rebanho, não apenas o lote que vai ser
comercializado.
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ABRIL 2010
Feiras MS
Expoagro vai de 13 a 23 de maio em Dourados
Além de leilões, shows e palestras, evento terá julgamento de Nelore, Brangus e Brahman, raças leiteiras e de ovinos
O
presidente do Sindicato Rural
de Dourados, Marisvaldo Zeuli
(foto), apresentou na segunda-feira (12/
04), durante encontro de produtores, profissionais da imprensa e lideranças rurais, no tatersal de leilões do Sindicato,
um resumo do que será a 46ª Expoagro,
agendada para o período de 13 a 23 de
maio deste ano.
A programação prevê, além de palestras e debates, os shows nacionais dos
dias 14, 15, 16 com João Carreiro & Capataz, Banda Djavú e a dupla Victor &
Leo e no dia 19 de maio com o destaque
nacional do “Programa do Faustão”, Luan
Santana.
De acordo com Marisvaldo, a Expoagro deste ano terá ainda a realização de
debates sobre o momento atual do agronegócio, encontros de profissionais da
área rural, seminários e simpósios temá-
ticos. A Expoagro terá ainda a volta do
rodeio de montarias em bois e cavalos
na categoria internacional, sob a organização da Companhia PBR Bulls, entre os
dias 21 e 23 de maio.
A exposição e o julgamento das raças
Nelore, Brangus e Brahman, além de raças leiteiras e de ovinos, e as provas eques-
tres bem como os cursos de capacitação
do Projeto Fazendinha, completam a programação da Expoagro 2010. A Exposhopping, em parceria com a ACED, que este
ano tem como tema a Copa do Mundo,
também vai acontecer paralelamente à
feira agropecuária, no salão comercial.
Durante o lançamento da Expoagro,
Marisvaldo recebeu manifestações de
apoio e incentivo por parte do presidente da Associação Comercial, Inio Coalho,
cuja entidade é parceira do Sindicato
Rural na realização de vários eventos do
agronegócio; do secretário de Agricultura, Indústria e Comércio municipal, Maurício Peralta, que representou o prefeito
Ari Artuzi e renovou o apoio oficial para
mais esta Expoagro; e do vereador e membro da entidade ruralista Gino Ferreira,
que levou também o reconhecimento do
vice-governador Murilo Zauith, que cum-
FALE CONOSCO: (67) 3388-5000
pria agenda em Campo Grande, ao trabalho que vem sendo desenvolvido pela
atual diretoria do Sindicato, realçando o
papel de liderança que Marisvaldo exerce na entidade.
A mesa de autoridades foi composta
ainda pelo chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste em Dourados, Fernando
Lamas; o superintendente do Banco do
Brasil em Mato Grosso do Sul, Sadi Luiz
Hendeges; o diretor do banco Sicredi em
Dourados, Érico Stefanello; o major Costa
Júnior, representando o comandante da 4ª
Brigada de Cavalaria Mecanizada em Dourados, general Luís Felipe Carbonell e o
diretor da Fundação MS, Dirceu Brock. O
vereador Sidlei Alves, presidente da Câmara de Dourados, também esteve no Sindicato Rural de Dourados, manifestando o
apoio do Poder Legislativo e desejando
sucesso em mais esse empreendimento.
8
ABRIL 2010
Pecuaristas de MS testam o “Chip do Boi”
Fazenda Boa Esperança, em Anastácio (MS) sedia dia de campo para demonstrar utilização do chip
Fotos: Samir Baptista
A
mais ambiciosa das fases de um
projeto de alta tecnologia e 100%
nacional teve início no dia 6 de abril, na
Fazenda Boa Esperança, em Anastácio,
Mato Grosso do Sul. É o teste a campo
em larga escala do Chip do Boi, um brinco que será usado para rastrear eletronicamente os bovinos. Nessa etapa três mil
animais usarão os chips da Ceitec S.A –
uma empresa estatal, sediada em Porto
Alegre, Rio Grande do Sul.
“O mais importante em tudo isso é
que agora estamos usando tecnologia totalmente nacional, o Brasil vai poder começar a influenciar nos padrões internacionais de rastreabilidade. A criação de
produtos de alta tecnologia é fundamental, pois que as tem a propriedade intelectual manda”, sintetiza o presidente da
Ceitec, Eduard Rudolf Weichselbaumer.
Os testes em Mato Grosso do Sul têm
como objetivo verificar a resistência do
produto em conduções reais de uso, saber se o brinco vai funcionar bem sob
sol e chuva. Além disso, receber sugestões das pessoas que lidam diariamente
com os animais também faz parte dessa
etapa. O presidente da Associação Sulmato-grossense dos Produtores de Novilho Precoce (ASPNP), Nedson Rodrigues
Pereira, já deu uma sugestão para a Ceitec – fazer um brinco que possa ser reutilizado. “No caso do produtor querer ter
a identificação dos animais apenas para
o controle próprio da fazenda. Com um
brinco ‘cabeça aberta’ [reutilizável] o investimento não vai se perder quando o
animal for para o abate”, detalha.
A Ceitec já havia iniciado uma fase
de teste em Minas Gerais, mas a amostra não era tão expressiva, apenas 250
animais, e ainda era feita em gado leiteiro. A maior demanda por rastreabilidade está na pecuária de corte, já
que é uma exigência da União Europeia, mercado cobiçado pelos expor-
fazenda em Camapuã, disse que os proprietários querem vender a carne para a
União Europeia, e que a intenção é usar
os brincos eletrônicos, mas os custos estavam desanimadores. “Agora, a ideia
pode se tornar viável”, afirma.
Eduard Weichselbaumer (Ceitec) e o pecuarista Alexandre Raff (Faz. Boa Esperança)
tadores brasileiros porque paga mais.
Entretanto, para o pecuarista o que
realmente importa é o custo do brinco
eletrônico brasileiro, uma vez que essa
identificação é conhecida no meio, mas,
pouco usada devido ao preço elevado,
cerca de R$ 7,00 por brinco.
Segundo Alexandre Raff, proprietário da fazenda, o valor unitário do produto deve ficar entre R$ 2,50 e R$ 3,00.
É um preço compatível com o mercado
brasileiro e com o mercado externo. A
empresa tem a intenção de vender o brinco para outros países, como Estados Unidos e União Europeia, onde há mercados com espaço para expansão.
O presidente da Novilho Precoce, associação parceira nos testes, lembrou que
a tecnologia não é nova, mas que seu uso
estava atravancado pelo alto custo de sua
implantação. Ele destacou os benefícios
da rastreabilidade do rebanho não apenas para se conseguir algo a mais pela
arroba, mas também em se melhorar a
gestão da propriedade.
Opinião
Jerônimo Machado, pecuarista no
município de Rochedo, é um dos que
têm a fazenda habilitada para exportar à
União Europeia, contudo, até hoje, ele
só usa brincos óticos. Questionado sobre o porquê não usa os eletrônicos, o
pecuarista responde rápido: “é muito
caro”.
Ele reconhece que, devido aos erros
de leitura, muitos de seus animais deixam de ganhar o bônus pago ao produtor pelo boi rastreado, mas implantar o
sistema eletrônico, nos atuais preços,
seria ganhar por um lado e perder por
outro. Os prejuízos com informações
incorretas, e consequente perda da rastreabilidade, que ele tem é de cerca de
R$ 2.700,00 – vendendo mil animais –
se fosse implantar os brincos nos custos atuais gastaria R$ 7.000,00.
Lindomar Pereira, administrador de
No mangueiro
Na hora do manejo o processo de
identificação e inserção de dados no histórico de cada animal é muito rápido, cerca de cinco segundos. Começa com a leitura do chip no brete, depois -dependendo do trato que se pretende dar ao animal, vacina, vermifugação, etc- o peão
passa o bastão sobre um cartão onde está
gravada a informação sobre qual tratamento o animal está recebendo, depois o bicho é pesado e embarcado ou liberado.
Tudo muito rápido e sem a necessidade
de um peão canta os números de identificação para outro, o que zera os erros.
Outro detalhe interessante, os brincos
da Ceitec podem ser lidos por qualquer
leitor de baixa frequência existente no
mercado. Aliás, a estatal não pretende
produzir leitores. Os usados no dia de cam-
Nedson Rodrigues, presidente da ASPNP
9
ABRIL 2010
Chips eletrônicos vêm par concorrer no mercado interno com gigantes multinacionais
po eram da Allflex, mas poderia ser de
qualquer outra companhia. “O brinco foi
construído seguindo padrões internacionais, trabalha em baixa frequência, por isso
é compatível com diversos leitores”, diz o
presidente da empresa.
Para quem gostou do preço e quer iniciar a identificação dos animais na fazen-
da vai ter de esperar mais um pouco. De
acordo com Weichselbaumer, o produto
deve chegar ao mercado somente depois
de julho. Até lá, a fase de testes já terá
sido concluída e o brinco habilitado no
Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e
Bubalinos).
Batalha industrial
Com o advento do brinco eletrônico 100% nacional, fabricado pela Ceitec S.A., inicia-se um nova fase no segmento de identificação e rastreabilidade bovina do Brasil. Até então, o setor
é dominado por uma empresa francesa, a Allflex, que tem 70% do mercado, contudo, o principal componente
do produto, o chip de armazenamento,
não é produzido por ela. É comprado
de diversas companhia ao redor do
mundo. No entanto, a tecnologia é a
mesma da Ceitec, ondas de rádio em
baixa f r e q u ê n c i a , logo, os produtos
são compatíveis.
“Fico feliz em ver que haja compatibilidade entre os produtos de empresas diferentes”, disse Didier Simon,
diretor da Allflex no Brasil, presente
no dia de campo da Fazenda Boa Esperança. Questionado se ele vê a possibilidade de uma parceria com a Ceitec,
na qual os chips seriam comprados da
estatal brasileira e instalados em brincos com a marca Allflex, ele respondeu sem se comprometer e nem mostrar entusiasmo com a ideia: “tecnicamente é possível”. “Na demonstração
de hoje estão usando o nosso bastão”,
completou.
Se a tecnicamente as possibilidades
são grandes, no campo político a sugestão de “parceria” parece não prosperar. Eduard Rudolf Weichselbaumer,
presidente da Ceitec, foi enfático ao
dizer que a intenção é “vender o brinco eletrônico” já pronto para ser aplicado no animal.
E ele já deu uma demonstração de
que fala sério. Disse à imprensa que a
capacidade de produção de brincos da
fábrica em Porto Alegre, Rio Grande de
Sul , é de 50 milhões de unidades por
ano. Essa quantidade, segundo ele, é
suficiente para brincar todos os animais
abatidos em um ano no Brasil.
Além disso, Weichselbaumer informou que a fábrica pode ser facilmente
ampliada e a produção chegar a cem milhões de brincos por ano. E adiantou
que há tratativas para instalação de uma
planta de brincos em Mato Grosso do
Sul. Tudo isso evidencia que as ambições da estatal estão, também, voltadas
para o mercado externo.
A equipe da Folha do Fazendeiro viajou a convite da Associação Sul-matogrossense dos Produtores de Novilho Precoce (ASPNP-MS).
www.leiloboi.com
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ABRIL 2010
Expogrande 2010
Juízes elogiam qualidade do gado da Expogrande
Difusão da genética e melhoramento das técnicas de manejo são fatores que contribuíram para melhoria
U
ma dos termômetros de uma exposição agropecuária é o número de animais expostos. Neste quesito a
72ª Expogrande se superou. Trouxe 1.380
exemplares de argola, isso somente de
bovinos. Outra forma de se medir este
tipo de evento é através da opinião dos
jurados – ou juízes de provas – que julgam qual dentre todos os animais de uma
raça a representam da melhor forma.
Nesse ponto os juízes foram unânimes
em qualificar a Expogrande como uma
das feiras mais importantes para a pecuária brasileira.
“Eu tive a oportunidade de julgar o
Nelore o Nelore Mocho e o Brahman, as
três raças foram bem representadas, com
animais que estão na cabeceira do ranking
nacional, indivíduos realmente diferenciados”, disse Ricardo de Lima, juiz da
Tatiana Almeida Drummond Tetzner, jurada efetiva da ABCZ/ABCGIL
ABCZ (Associação Brasileira de Criadores de Zebu). “Isso mostra que há genética de qualidade em Mato Grosso do Sul,
e ainda que é um Estado difusor de tecnologia. Logo, tudo o que foi julgado aqui
são animais de se destacam. De uma forma geral, a Expogrande está bem representada com a nata nacional do Nelore,
Nelore Mocho e do Brahman”, continuou.
Comparando com as exposições passadas Lima disse que é visível a diferença
de qualidade racial dos animais julgados
por ele durante a Expogrande. Segundo
ele, a difusão da genética e de manejo são
fatores que contribuíram para isso.
Tatiana Almeida Drummond Tetzner,
jurada efetiva da ABCZ, da ABCGIL (Associação Brasileira dos Criadores de Gir
Leiteiro) e Girolando, ressaltou a grande
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Ricardo de Lima, juiz da ABCZ (à dir.): “Expogrande trouxe animais diferenciados”
quantidade de exemplares das raças leiteiras, em especial da Girolando, mais de
50% em comparação como o ano passado.
“A quantidade de animais participando do 8º Julgamento Girolando foi um
marco para a Expogrande 2010. Também
fiquei impressionada com a qualidade, em
especial do 5/8, do ¾ e do meio sangue.
Todos os campeonatos com animais que
representam bem a raça, chegando a um
grande campeonato bem competitivo”.
“Exposição Nacional do Girolando, a
Mega Leite, em julho, em Uberaba. São
animais que poderiam disputar exposições com maior número de exemplares”,
completa.
Em seus passeios pelo Parque de Exposições Laucídio Coelho, a jurada também deve a oportunidade ver um pouco
das outras raças que aqui vieram e, segundo ela, os criadores de Guzerá e trouxeram animais “belíssimos”, bem como
os criadores de Nelore.
Célio
Arantes
Heim, jurado
da
ABCZ, julgou o Guzerá, ele disse
que, apesar
da mostra
não ter sido
tão grande,
quem assistiu o julgamento até o
final percebeu que os
animais que Célio Arantes Heim julgo animais da raça Guzerá, na 72ª Expogrande
disputaram
podem ir para uma etapa maior nacio- a comercialização é fraca, logo, na minha
nal. “Se ele não for o melhor premiado concepção, sem nenhum exagero, a Excomo foi aqui, vai perder para outro que pogrande fecha o ciclo da pecuária de
tem o mesmo desenho de carcaça, então, corte”, disse.
“Mato Grosso do Sul é um dos maioem resumo, são animais competitivos”.
Conforme ele, a Expogrande é uma res produtores de carne, e para isso tem
feira com várias raças, logo o criador tem de ter genética também, o qual é o topo
de trazer animais de boa qualidade por- de uma pirâmide que tem como base o
que a comparação não é só dentro da raça, gado de corte. Para que a base seja forte
você tem vir de um gado selecionado e
mas, sobretudo, entre as raças.
“Na Expogrande você tem liquidez, extremamente competitivo. O Estado
comércio, julgamento e palestras. Há fei- atinge isso, e pode ser visto aqui na Exras que tem bons julgamentos, mas que pogrande”, avaliou.
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Expogrande 2010
Guzerá Dodge FIV TIR leva
o título de grande campeão
Dodge FIV TIR, de Brasilândia é o
grande campeão do julgamento Guzerá
que foi realizado no dia 28 de março, na
72ª Expogrande. Ele concorreu na categoria macho sênior. O exemplar foi criado
na fazenda Três Irmãos, de onde também
saiu o reservado campeão da feira, Figo
FIV TIR. Ao receber o troféu do grande
campeão Guilherme Furtado, administrador da fazenda, disse que está muito contente como o resultado que teve aqui na
Expogrande, pois é uma forma de mostrar o que os criadores de Mato Grosso do
Sul têm conseguido.
“Os doze troféus que recebemos hoje
são resultado de uma seleção muito bem
feita e com genética de qualidade. É muito satisfatório para nós sairmos com o
grande campeão e o campeão reservado,
mostra o intenso trabalho que fazemos lá
na fazenda Três Irmãos. Não é mérito só
meu, começa com o patrão e vai até o
peão, somos uma equipe. Estamos contentes e animados para voltar no ano que
vem”, disse Furtado.
Entre as fêmeas a grande campeã foi
Drica FIV TIR, que concorreu na categoria fêmea adulta, o exemplar pertence a
Claudio Fernando Garcia de Souza, de
Três Lagoas. A campeã reservada foi a
Inspirada da J Natal, de propriedade de
Carlito de Lima Felisberto, de Presidente Alves (São Paulo).
O juiz de evento foi Célio Arantes
Heim, membro do conselho técnico da
Sociedade Rural do Paraná, segundo ele,
alguns julgamentos são difíceis, não pela
quantidade de animais a ser julgada, mas
pelo equilíbrio que os animais apresentam entre si, e foi isso o que aconteceu
no julgamento Guzerá deste ano.
Em sua justificativa, Heim disse que
primeiramente havia escolhido um touro Júnior para grande campeão, mas depois de mais uma olhada entre os animais decidiu mudar de opinião. “Se vocês olharem na minha prancheta perceberão que eu risquei o nome do vencedor, isso porque os animais estão equilibrados em um nível bem alto”.
O que foi definitivo para a escolha de
Dodge FIV TIR como grande campeão foram seus aprumos e sua conformação de
carcaça, em especial no lombo. “No julgamento de uma raça tão importante como a
Guzerá, que contribui muito para a produção de carne, se você um touro com um
posterior desse tamanho e com essa conformação de carcaça é muito importante que
seja levada em consideração”, finalizou,
ressaltando que Dodge tem quase 1.100
quilos e seus aprumos são perfeitos.
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ABRIL 2010
Expogrande 2010
Fórum de sanidade
Brasil-Bolívia dá os
primeiros passos
Nos próximos dias deve sair a lista de
exigências brasileiras para o trânsito de
bovinos entre a Bolívia e o Brasil. São os
primeiros resultados do Fórum Brasil-Bolívia: Intercâmbio Comercial de Bovinos,
que foi estabelecido durante a Expogrande
2010. “Os quesitos para a movimentação
de animais entre os dois países serão repassado pelo Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] a nós através da Superintendência Regional em Mato
Grosso do Sul”, disse o vice-presidente da
Acrissul (Associação dos Criadores de
Mato Grosso do Sul), Jonathan Pereira Barbosa, que também é coordenador dos trabalhos do Fórum no Brasil.
Outra iniciativa tomada foi o envio de
correspondência aos órgãos de sanidade
animal da Bolívia solicitando informações
sobre como funcionam o procedimentos
por lá.
Os pecuaristas bolivianos também estão trabalhando para que um acordo sanitário seja alcançado logo. Jonathan recebeu
a notícia de que o governador do departamento de Santa Cruz, Roly Aguilera Gasser, pretende montar um escritório em Campo Grande para agilizar a tomada de provi-
dências necessárias para se alcançar o objetivo do Fórum. Jorge Nuñes del Prado
(presidente da comissão técnica da Asocebu), coordenador dos trabalho pela Bolívia, disse que prepara uma reunião para
discutir o assunto.
Com a presença de autoridades dos
governos federal e estadual, e representantes do setor pecuário do Brasil e da Bolívia
foi assinado no dia 25 de março o protocolo que tem como objetivo iniciar as tratativas para se estabelecer intercâmbio comercial de bovinos entre os dois países. O
documento foi elaborado no Fórum BrasilBolívia: Intercâmbio Comercial de Bovinos,
realizado na 72ª Expogrande.
A proposta é uma iniciativa da diretoria da Acrissul (Associação dos Criadores
de Mato Grosso do Sul) juntamente com a
Asocebu (Asociacion Boliviana de Criadores de Cebu) que veem grandes possibilidades comerciais caso as barreiras sanitárias caiam. Atualmente, o Brasil não pode
receber nenhum tipo bovino vindo da Bolívia, pois o status sanitário do rebanho de
lá é considerado inferior ao de Mato Grosso do Sul – área livre de aftosa com vacinação – mesmo que no país vizinho não haja
Protocolo foi assinado durante fórum na Expogrande; ideia avança entre os países
um caso da doença há quase cinco anos.
O vice-presidente da Acrissul destaca
que os trabalhos do Fórum são permanentes até que se conquiste a liberação do trânsito de bovinos. “Hoje, os animais que vão
para a Bolívia não podem mais voltar”, atenta. Isso inviabiliza a participação de pecuaristas brasileiros em feiras bolivianas. “O
país vizinho está próximo de conseguir o
mesmo status [sanitário] que Mato Grosso
do Sul. Além disso, há quase cinco anos
não há ocorrência de focos de febre aftosa
lá. Essa liberação que pleiteamos já deveria ter sido conquistada se ações como as
propostas pelo Fórum tivessem começado
antes”, supõe.
O próximo passo em direção da abertura das fronteiras que a Acrissul pretende dar é quanto à liberação de trânsito de
animais entre Brasil e Paraguai. “Precisamos tirar o Mercosul [Mercado Comum
Sul] do papel no que diz respeito à pecuária”, defende Jonathan.
Ele ressalta que a entidade está sempre
atuando nos interesse da classe produtora
Bezerro de oito meses conquista título de
grande campeão Santa Gertrudis
Um bezerro que competiu na categoria 8 a 10 meses foi o grande campeão do julgamento da raça Santa
Gertrudis, realizado por ocasião da
72ª Expogrande. Fon UB é o nome
do animal, que pertence a Antônio
Roberto Alves Corrêa, de Vargem
Grande Paulista, São Paulo .
Corrêa também conquistou troféu
da grande campeã com Egide UB, na
categoria novilha de 24 a 27 meses.
O título de grande campeão reservado foi para outro animal jovem, Hércules 2T, que concorreu na categoria
6 a 8 meses. Ele pertence a Thiago Rubega, de Nova Andradina, Mato Grosso do
Sul, que também levou o título de reservada grande campeã, com Grazi 2T FIV.
O julgamento contou com a participação de 30 animais, sendo que a maioria pertence a produtores daqui do Estado. “A participação da raça este ano foi
maior que no ano passado”, disse Rubega. Segundo o criador, a presença do
Santa Gertrudis na Expogrande é uma
parceria entre a Acrissul (Associação dos
Criadores de Mato Grosso do Sul) e da
ABCSG (Associação Brasileira dos Cria-
dores de Santa Gertrudis).
“É uma maneira de mostrarmos
que há varias alternativas de cruzamento industrial para a pecuária brasileira”, ressaltou. Um das vantagens
do Santa Gertrudis apontadas pelo pecuarista é a grande capacidade que o
touro tem em fazer cobertura a campo. “É ainda a qualidade da carne,
marmoreada, a preferida pelos países
importadores por ter mais sabor e ser
mais macia. Mesmo quando cruzado
com vaca Nelore os folhos conservam
esta característica”, aponta.
de Mato Grosso do Sul, e pontua a vitória
contra a cobrança do Funrural (Contribuição Social) e a mudança na comercialização de gado no Estado – agora, segundo o
vice-presidente, 80% são negociados com
pagamento à vista – como as mais recentes
conquistas da Associação. “A Acrissul não
é só Expogrande, não nos acomodamos,
estamos atentos as questões do dia a dia
que interessam à classe”, finaliza.
A próxima reunião do Fórum BrasilBolívia: Intercâmbio Comercial de Bovinos
será em setembro, na cidade boliviana de
Santa Cruz de la Sierra, durante a realização da Expocruz.
Acrissul recebe
homenagem de
vereadores pela
Expogrande 2010
Na manhã do dia 30/03, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco
Maia, recebeu da Câmara Municipal de
Campo Grande a uma Moção de Congratulação pela solenidade de abertura
da 72ª Expogrande, que contou com a
presença do ministro do Planejamento
Paulo Bernardo.
A Moção foi assinada pelo presidente da Câmara, vereador Paulo Siufi
(PMDB), e foi indicação de seu colega de
parlamento, vereador Paulo Pedra (PDT).
“Receba a justa homenagem desta
Edilidade pelos meritórios incentivos
direcionados ao segmento da agropecuária em nosso Estado, promovendo, por
esse viés, o progresso de nossa cidade e
a viabilização de relevantes negócios,
mantenedores do fortalecimento da nossa economia”, diz trecho do documento.
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ABRIL 2010
Expogrande 2010
Fael TE Porto e Vushala FIV da CB
são os grandes campeões Nelore
Julgamento na 72ª Expogrande contou com a participação de 376 animais
F
ael TE Porto e Vushala FIV da CB
são respectivamente o grande campeão e a grande campeã, da raça Nelore.
O julgamento aconteceu dia 28/03, no parque de exposições Laucídio Coelho, durante a 72ª Expogrande e contou com a
participação de 376 animais (242 fêmeas e
134 machos), e 43 expositores que vieram
de vários estados do Brasil, como: Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, e São Paulo.
Segundo o presidente da Nelore MS
(Associação Sul-Matogrossense dos Criadores de Nelore), Guilherme Bumlai, a
participação cada vez maior do público
que expõe e que assiste a esses eventos,
contribui para o crescimento da raça no
mercado. “Os criadores do MS compare-
ceram em peso no evento e também tivemos a honra de contar com grandes expositores do cenário nacional. Os animais
que aqui passaram foram de excelente
genética, demonstrando assim a pujança
da raça Nelore”. diz o presidente, que
agradece também a presença do público
que assistiu ao julgamento.
Para York da Silva Corrêa, expositor
da Grande Campeã, Vushala FIV da CB, o
prêmio recebido mostra a valorização do
plantel. “A disputa estava bem acirrada,
tivemos aqui animais de peso nacional
que ganharam campeonatos de renome.
O fato da Vushala ter sido a grande campeã mostra a qualidade dos animais que
temos em Mato Grosso do Sul”, comenta
York, proprietário da fazenda São Tomaz,
localizada na cidade de Maracaju.
Já o touro grande campeão, Fael TE Porto, faz parte do plantel do expositor
Dorival Antônio Bianchi. O
produtor é proprietário da
fazenda Porto Seguro, que
fica na região de Nova Granada no Estado de São Paulo, e durante o evento ficou
em primeiro lugar na classificação final de pontos dos
criadores. Fael TE Porto
pesa 1.040 Kg e tem como
genitores: a fêmea Diva TE
da Porto e o macho Bitelo
da SS.
Fael TE Porto
Vuslala FIV da CB
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Expogrande 2010
Sai lista dos grandes campeões Girolando
Com 107 animais julgados na Expogrande 2010, feira realizada no final de
março, em Campo Grande (MS), a raça
Girolando teve seus grandes campeões
divulgados pelo Núcleo dos Criadores de
Girolando do MS. No geral, treze criadores inscreveram animais para as disputas. O julgamento ficou a cargo da jurada
Tatiane Tetzner e foram acompanhados
pelo presidente da Girolando, José Donato Dias Filho, o diretor da entidade
Milton Magalhães e o superintendente
Técnico Celso Menezes, além de criadores de várias regiões.
Já o Torneio Leiteiro teve três dias de
competição, 800 kg de leite ordenhado
das nove fêmeas participantes, que foram divididas em 4 graus de sangue: ¼,
½, ¾ e 5/8. Entre as fêmeas ½ sangue, a
vitória ficou com Casquinha Fazendão,
do criador Ronan Rinaldi de Souza Salgueiro. Ela produziu um total de 94,250
kg de leite e média de 31,417kg/dia. Entre as 5/8 sangue, a vencedora foi Guanabara FB do criador Fundação Bradesco,
que produziu um total de 63,755kg e
média de 21,251 kg. No ¾, a vitória ficou com Moleza da Andorinha, do criador Hugo Belchior da Cunha. A fêmea
produziu um total de 95,920 e média de
31,973Kg/dia. Na categoria ¼ venceu Gil
São Marcos, do criador Rubens Belchior
da Cunha, com um total de 128,555Kg e
média de 42,852Kg/dia. Essa produção
rendeu à fêmea o título de Grande Cam-
peã do 3º Torneio Leiteiro de Girolando
da Expogrande.
Mercado internacional
Esta grande produção da raça chamou
a atenção de criadores de outros países
que estiverem presentes na Expogrande.
Pecuaristas da República Dominicana,
que visitaram o Parque de Exposições
Laucídio Coelho, acreditam que a raça
terá fácil adaptação por lá. “Na República Dominicana, nós temos um clima
muito parecido com o brasileiro. E se o
Girolando tem bons resultados aqui, deve
ter uma produção similar lá também”,
disse, Carlos Negrin, membro da Aproleche (Asociacion Dominicana de Productores de Leche). Como Brasil e República Dominicana não tem protocolo
sanitário para importação/exportação de
animais vivos e material genético, será
preciso uma ação conjunta dos dois governos para elaboração de um protocolo.
“Vamos iniciar as negociações para que
seja estabelecido um protocole de importação desse material, pois vocês têm uma
raça altamente resistente a condições climáticas duras, e ainda com alta produtividade”, revela Luis Peña, tesoureiro da
Aproleche.
O rebanho leiteiro da República Dominicana é composto por raças taurinas
(Holandês, Pardo-Suíço e Jersey), cujo
desempenho é afetado pelas altas temperaturas daquele país.
Gil São Marcos, de Rubéns Belchior da Cunha Filho, é a grande campeã leiteira
JBS começa a vender carne
de porta em porta no Estado
O frigorífico JSB já começou a implementar sua nova
estratégia de venda em Mato
Grosso do Sul, a entrega em
domicílio. Há cerca de um
mês e meio, os moradores da
cidade de Corguinho, a 60
quilômetros de Campo Grande, estão tendo a oportunidade de comprar diversos
cortes de carne direto do frigorífico.
“Nossa intenção é levar à
população do Estado um
produto de qualidade, com
Vans refrigeradas do JBS, em unidade de CG
procedência e de uma marca
conhecida no mercado”, disse EduarO presidente do Grupo JBS, João
do Azzi, diretor do JBS em Campo Batista Sobrinho, por ocasião do lanGrande. “Essa é basicamente nossa çamento da Expo MS, no ano passaestratégia. Mas, mais detalhes eu não do, já havia dito que tinha a intenção
posso contar”, adiantou de início.
de diminuir a presença do atravessaContudo, basta ligar em qualquer dor na cadeia da carne.
cidade do interior onde o serviço já
Opinião – Para o presidente da
esteja funcionando plenamente – Pre- Acrissul (Associação dos Criadores de
sidente Prudente (SP), por exemplo- Mato Grosso do Sul), Francisco Maia,
que as atendentes explicam como tudo a ideia é boa e ele não vê obstáculos.
funciona. Todos os dias uma van re- “Se estiver obedecendo as normas safrigerada com a logomarca da Swift nitárias, não vejo problema. Agora,
passa pelas ruas anunciando sua pre- quem vai decidir se é uma boa opção
sença; a dona de casa pode fazer o ou não é a dona-de-casa, que compra
pedido um dia antes que os corte – a carne todos os dias”, atenta.
pesando entre 0,8kg e 3,5kg – serão
Ele lembra que estudos mostram
entregue na porta de sua residência. que o maior lucro na cadeia da carne
As vans também costumam parar em fica com o varejo, enquanto o menor
determinados locais em cada bairro e está com o produtor. “Esperamos que
esperar pelos clientes.
com a eliminação dos atravessadores
Inicialmente, o objetivo é entrar em e do comércio varejista o frigorífico
municípios com até 150 mil habitan- possa remunerar melhor pela arroba
tes em um raio de até 150 quilômetros do boi”, comenta.
de distância de uma unidade de abaNo Paraná, onde o sistema já funcite. Em Campo Grande, a expectativa é ona há mais tempo, os açougueiros não
de que o serviço esteja funcionando já gostaram da concorrência, segundo mano início do segundo semestre, caso téria do jornal Valor Econômico. Em Jannão haja revés.
daia do Sul, os varejistas pediram para
Mas, se comprar direto do frigorí- a prefeitura solicitar que o frigorifico difico parece significar pagar menos pela recionasse as vans primeiramente às cipicanha, não se engane, segundo o dades vizinhas. Em Apucarana, os codiretor, os preços serão competitivos merciantes já fazem as contas de quancom os do mercado local, isso para tos trabalhadores estão sob risco de
evitar concorrência desleal.
perderem seus postos, mil.
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Burmagny – ambas pertencentes
ao Haras Vila dos
Pinheiros, em
São Paulo – são
animais que ganharam o campeonato nacional
do cavalo Árabe
nos Estados Unidos.
Expogrande 2010
Expogrande confirma
Campo Grande como a
Capital do cavalo árabe
Laucidio Coelho
e o campeão
Dinar El Johann;
abaixo (esq.)
Mister Style JM,
o reservado
grande campeão
Dinar El Johann, do Haras Engenho, do criador
Laucídio Coelho Neto, foi o grande campeão
E
ste ano, durante a 72ª Expogrande , vieram mais de 120 cavalos
da raça Árabe, e dentre todos os exemplares Dinar El Johann foi campeão, do
Haras Engenho, pertencente a Laucídio
Coelho Neto. O troféu de cavalo campeão
reservado ficou com Mister Style JM, do
haras MJ – Monte Mor.
“Nossa exposição tem ganhado tradição. É uma das mais concorridas no circuito nacional, tanto é que quanto ao
peso no ranking só perde para Nacional
do Cavalo Árabe, dado o grande volume
de animais e criadores que têm comparecido todos os anos, prestigiando Campo
Grande. O que nos deixa com muito orgulho”, disse Laucídio Coelho, presiden-
te da Associação dos Criadores do Cavalo Árabe de Mato Grosso do Sul.
O proprietário lembrou que seu exemplar vencedor é filho de uma lenda entre
os criadores de cavalo Árabe no Brasil ,
Jahann El Jamaal, que tem confirmado em
sua progênie as características essenciais da raça: força e conformação de cabeça e corpo. “Dinar El Jahann é um animal raro, pelo menos para o meu gosto”,
disse, revelando que o garanhão tem se
tornado o principal do plantel de seu
haras.
O entusiasmo de Laucídio com o cavalo Árabe tem razão de ser, conforme as
palavras do juiz de provas Fábio Amorosino, da Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Árabe, a Expogrande
Asmaco premia sete raças de ovinos
durante a Expogrande deste ano
Sete raças de ovinos foram avaliadas
durante a Expogrande 2010 pelo juiz
homologado pela Arco (Assistência a
Rebanhos de Criadores de Ovinos), Elton Bock, sendo elas: Suffolk, Texel,
Hampshire, Droper, White Droper, Santa Inês, Bergamácia Brasileira e Ile de
France.
Grande Campeão: Basalto 2178
Reservado: Basalto 401
Criador: Cabanha Coqueiro
Resultado:
TEXEL - MACHO
Grande Campeão: Cabanha Quality 1008
Reservado: Cabanha do Vermeio
DORPER – MACHO
Grande Campeão: Cabanha Jarnac 004
Criador: Cabanha Jarnac
TEXEL – FÊMEA
Grande Campeã: Basalto T 42
Reservada: Basalto T 43
Criador: Cabanha Coqueiro
HAMPSHIRE DOW – MACHO
HAMPSHIRE DOW - FÊMEA
Grande Campeã: Basalto 2322
Reservada: 2305
Criador: Cabanha Coqueiro
WHITE DORPER – MACHO
Grande Campeão: BMWD 07
Criador: Beto Maia
Reservado: Cabanha Caretta 024
Criador: Edson Caretta
WHITE DORPER – FÊMEA
Grande Campeã: BMWD 77
sempre traz exemplares
de “primeiríssima qualidade”, com condições
de serem campeões nacionais. Segundo ele, os
animais apresentados
durante a feira são competitivos em qualquer
outro lugar do mundo.
“É a primeira linha em
qualidade genética”, reforça.
Entre as fêmeas, a
excelência dos exemplares trazidos para Campo Grande é mais uma
vez confirmada; a égua
campeã, Angel of Marwan, e a reservada, JR
Criador: Beto Maia
ILE DE FRANCE – MACHO
Grande Campeão – Cabanha Chacan 365
Reservado – Lagoas do Horizinte 1966
Criador: Estância 3AM
SANTA INÊS – MACHO
Grande Campeão: CBF 812
Expositor: Carlos Derzi
Reservado: CBF 738
Expositor: Cabanha Boa Fé
SANTA INÊS – FÊMEA
Grande Campeã: Chácara do Avestruz 08
Reservada: Chacará do Avestruz 06
Criador e Expositor: Carlos Derzi
BERGAMÁCIA BRASILEIRA – MACHO
Grande Campeão: Leite 104
Reservado: Leite 81
Criador: Sydney N. Leite Junior
SUFFOLK
Grande Campeã: Serrana 8595
Expositor: José Augusto Foletto
Cabanha Quality 1008,
grande campeão macho
da raça Texel
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Agende-se
ExpoBonito acontece em agosto
Mega-evento reúne associações em SP
Em poucas semanas, o site Beefpoint
irá reunir em Itupeva, SP, no Quality
Resort, a beira da Rodovia dos Bandeirantes, as principais associações de pecuaristas do Brasil. Nesse encontro pioneiro, haverá troca de experiências de
erros e acertos de pecuaristas no tema
que vai se tornar cada vez mais importante para a lucratividade do produtor.
O evento promete ser um marco no desenvolvimento e avanço das associações.
Mato Grosso do Sul leva a experiência
da criação de novilho precoce e da pecuária orgânica do Pantanal.
• Visão de futuro, oportunidades e
dificuldades das associações de pecuaristas, por Miguel da Rocha Cavalcanti.
• O que podemos aprender com o
MLA, exemplo de organização da cadeia
da carne australiana, por José Roberto
Puoli.
• Representatividade setorial: sustentabilidade e questões com frigoríficos, a experiência da Acrimat no MT,
por Luciano Vacari.
• Associativismo, compra e venda
em conjunto: estudo de caso da Aprova, Britânia GO, por Celos Lopes.
• Conexão Delta G: associativismo,
genética e lucro, por Daniel Biluca.
• Comercialização, certificação e diferenciação: o caso da ABPO, por Leonardo Barros.
• A experiência da Associação de
Novilho Precoce do MS: produção e comercialização de carne de qualidade,
por Nedson Rodrigues.
• Comercialização de gado de corte
para abate em conjunto: a experiência
da ACGC Norte MG, por João Gustavo
de Paula.
• Construção de uma marca de carne nacional: Carne Nelore Natural, por
André Locatelli.
• A experiência de 90 anos da SRB
na agropecuária brasileira, por Cesário
Ramalho.
Informações:
www.beefpoint.com.br
Após o grande sucesso da primeira edição, realizada no ano passado,
o Sindicato Rural de Bonito-MS já
definiu a data da ExpoBonito 2010,
uma das maiores exposições agropecuárias do Mato Grosso do Sul. A feira acontece entre os dias 02 e 08 de
agosto, na cidade que é um dos mais
belos cartões postais do Brasil, em
meio a um verdadeiro santuário ecológico, a 280 kms da capital Campo
Grande.
Os organizadores pretendem superar os números de 2009, quando
reuniram no Parque de Exposições
Leôncio de Souza Brito mais de 10
mil pessoas, entre empresários, criadores e público em geral, e movimentaram através de leilões, shows, rodeio, linha de financiamento, entre
outros, mais de R$ 5 milhões.
Para os julgamentos, a expectativa
também não é diferente. “Queremos
contar com mais de 500 animais e al-
cançar um lugar de destaque no cenário de MS”, afirma o presidente do
Sindicato Rural de Bonito, Denílson
Augusto da Silva, que ressalta. “Serão 11 leilões com a qualidade do gado
sul-mato-grossense”.
Em 2010, a ExpoBonito pretende
atrair o público da região e demonstrar que é possível a perfeita harmonia entre pecuária e meio ambiente.
“Convidamos a todos para conhecer
a feira, É uma mostra de desenvolvimento sustentável”, completa Denílson.
Serviço:
Evento: ExpoBonito 2010 - 2ª Exposição Agropecuária de Bonito-MS
Data: 02 a 08 de agosto
Local: Parque de Exposições Leôncio de Souza Brito
Informações sobre o evento:
www.expobonito.com.br / (67) 32551615
20
ABRIL 2010
Diagnóstico de gestação antecipa resultado da
estação de monta
Com o resultado do diagnóstico,
equipe técnica tem até 95% de certeza
do volume de bezerros da safra
C
om o término da estação de monta, é chegado um dos momentos
importantes da estação reprodutiva: o diagnóstico de gestação. “Este processo,
que pode ser realizado com ultra-sonografia ou palpação retal (“toque”), é considerado estratégico, uma vez que permite ao pecuarista saber antecipadamente o número de bezerros que irão nascer
durante a safra e, com isso, planejar melhor a estratégia comercial”, argumenta
Gabriela Giacomini, zootecnista da Agro
Pecuária CFM, que mantém rebanho de
60 mil cabeças em fazendas distribuídas
nos estados de SP,
MS e BA.
Outro benefício
imediato do diagnóstico de gestação
é servir como parâmetro para avaliar o
resultado da estação reprodutiva da
Técnica permite avaliar estação reprodutiva da fazenda
fazenda como um
todo. Isso permite, por exemplo, medir meas. “Em resumo, após o toque podea eficiência do trabalho dos inseminado- mos avaliar a eficiência reprodutiva da
res, a eficácia dos touros na monta, além fazenda”, declara Gabriela Giacomini.
dos níveis de fertilidade das próprias fêNo calendário técnico da CFM, pro-
jeto especializado na produção de touros Nelore com CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), com
produção anual de 2 mil touros, durante
o mês de abril é feito o diagnóstico de
gestação das 30 mil fêmeas da empresa.
Com o resultado do diagnóstico de
gestação em mãos, a equipe técnica da
CFM tem até 95% de certeza do volume
de bezerros da safra e, com estes dados,
é feita toda a programação de descarte de
animais para abate, cuidados com a formação de pastos maternidade, programa
sanitário, e projeção de vendas de bezerros ou garrotes para recria. Após o toque, dentre as decisões que deverão ser
tomadas, a mais importante é o descarte
das fêmeas vazias. “Animais inférteis são
um peso morto no rebanho e uma boa
fonte de renda na hora do abate e diminuição da lotação das pastagens para o
período de seca”, conclui a especialista.
Cantor João Bosco agora
também é sócio da Acrissul
O cantor João Bosco, da dupla João
Bosco & Vinícius, recebeu no mês de
março o título de sócio benemérito da
Acrissul (Associação dos Criadores de
Mato Grosso do Sul). Na presença do
presidente da entidade, Francisco Maia,
e do presidente da Nelore MS (Associação dos Criadores de Nelore de Mato
Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, o
artista assinou a ficha de adesão à entidade.
Na ocasião, João Bosco revelou que
também é produtor rural, e que sua propriedade fica em Campo Grande. “É a
Estância Chora me Liga, uma referência
ao grande sucesso da dupla”, disse. A
raça criada pelo pecuarista e cantor é a
Nelore. “Agora, também estou investin-
do em animais de elite junto com o Guilherme”, revelou.
Francisco Maia disse que as músicas
da dupla ajudam as pessoas a se aproximarem do campo e a ter um olhar diferente sobre o agronegócio. Maia destacou
ainda a projeção nacional que muitos
artistas de Campo Grande conquistaram
nos últimos anos. “Vocês divulgam a
nossa terra mais do que ninguém”, afirmou.
Segundo explicou João Bosco, isso se
deve ao fato de que – assim como aconteceu com a música mineira, que ultrapassou as divisas do Estado – o estilo
musical tocado em Mato Grosso do Sul
também ganhou o cenário nacional.
“Misturas entre o sertanejo e o axé,
feitas pelo Grupo Tradição; e o sertanejo
com o chamamé, feitas por nós, fizeram
com que a música regional se transformasse em fenômeno nacional. A partir
disso, as outras duplas que faziam o
mesmo som ganharam destaque. Maria
Cecília e Rodolfo, Luan Santana são
exemplos”, analisa João Bosco, lembrando ainda que as composições de Marco
Aurélio, da dupla Marco Aurélio & Paulo Sérgio, fazem sucesso na interpretação de outros artistas.
21
ABRIL 2010
Cooperativismo
OCB/MS reelege Celso Régis para a presidência
A OCB/MS realizou sua AGO- Assembleia Geral Ordinária no dia 16, na qual
elegeu Celso Ramos Régis, como presidente e Marcio Portocarrero como vicepresidente para mandato de quatro anos.
Na assembleia também foram empossados os membros natos do Conselho Diretor: Celso Figueira, presidente central
da Sicredi Brasil Central, Valdir Pimenta, presidente da Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural, dr. Francisco Alberto Dopp, representante da
Federal das Cooperativas Médicas do MS
e Gervásio Kamitani, representante do
ramo agropecuário.
Um novo Conselho de Ética também
foi eleito: Antônio Vieira do ramo infraestrutura, Antônio Kurose do ramo agropecuário e Walter Rodrigues do crédito
como titulares e Carlos Marteli do ramo
agropecuário, Flodoaldo Alencar do ramo
crédito e Lucy Sayegh do ramo saúde
como suplentes.
Durante assembleia também foi aprovada a prestação de contas do Conselho
Diretor referente ao exercício de 2009, que
compreende: Relatório de Atividades;
Balanço Patrimonial; Demonstração de
Receitas e Despesas.
No mesmo dia, a OCB/MS recebeu o
presidente Sistema Paranaense de Cooperativismo-OCEPAR, João Paulo Koslovski,
profundo conhecedor e articulador do cooperativismo brasileiro, para falar sobre a
importância do Sistema de Autogestão.
Diretoria da OCB-MS é reeleita em abril para mais quatro anos de mandato
“A autogestão não pode ser entendiO primeiro enfoque dado por Koslovski foi o significado de autogestão, que da como uma fiscalização e sim uma foré: gerido por si próprio, o que já é in- ma de gestão das organizações cooperatitrínseco do cooperativismo. A Ocepar já vas para atingir melhores resultados”,
desenvolve seu programa de autogestão afirmou Koslovski. Segundo ele, a autodesde 1991 e o cooperativismo parana- gestão tem por objetivo a assunção da
ense já colheu frutos dessa iniciativa, que gestão cooperativa pelos cooperados, lísurgiu após a Constituição de 1988 que deres e dirigentes; ser efetivamente um
extinguiu a tutela estatal, dando autono- instrumento de melhoria empresarial e
mia ao cooperativismo. Atualmente to- agregação dos cooperados e tornar ainda
das as cooperativas registradas na Oce- mais transparente a administração da
cooperativa aos cooperados.
par participam do programa.
Acrissul quita dívida
com o Sicredi-CG
O presidente da Acrissul, Francisco Maia, recebeu no dia 6 de abril na
sede da entidade a visita de diretores
do Sicredi-Campo Grande, quando foi
comunicado oficialmente a quitação
de uma dívida de R$ 256 mil da entidade com a cooperativa de crédito,
que vinha se arrastando desde o ano
de 2007. Presente ao encontro o presidente da Sicredi, Walter Rodrigues.
Segundo o presidente Francisco Maia,
a atual gestão já conseguiu também quitar uma dívida com o Banco Bradesco,
no valor de R$ 560 mil. “É o resultado
de uma Expogrande altamente positiva”,
afirmou. Com essa quitação junto ao Sicredi, a Acrissul coloca todas as suas
dívidas em dia, passando a ser portadora de certidão negativa em todos os âmbitos.
Todo este sistema faz com que o cooperativismo paranaense tenha aproximadamente 60 mil funcionários, 530 mil
cooperados, seja 20% do PIB do Paraná,
só as cooperativas agropecuárias representam 55% do PIB agropecuário estadual e exporta para mais de 100 países.
Outro tema pertinente tratado no dia
foi a palestra “Competitividade responsável e sustentabilidade no cooperativismo”, proferida por Benedito Nunes, consultor do Sistema Cooperativo MineiroOCEMG. Este tema é tão relevante que
será o tema do XIII Congresso Brasileiro
de Cooperativismo.
“O cooperativismo não veio para
mudar o mundo e sim veio fazer diferente no mundo em que vivemos”, declarou
Nunes. Ser cooperativamente sustentável é atender as necessidades do presente sem sacrificar as futuras gerações de
atenderem suas necessidade e ser eficiente e competitivo em equilíbrio com o
politicamente ético, economicamente correto, socialmente justo e ambientalmente responsável, definiu o palestrante.
Por isso Nunes ressaltou que a Responsabilidade Social Empresarial é uma
relação ética e transparente da organização com todas as suas partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável. E concluiu que a Responsabilidade Social tem que ser vista como uma
forma de gestão, que traz reputação e até
fortalecimento da marca.
22
ABRIL 2010
Ciência & Pesquisa
Praga de jardim é a mais rica das pastagens
Embrapa Gado de Corte pesquisa a viabilidade econômica e as vantagens do amendoin-selvagem
Por Jefferson da Luz
Da Redação
E
la é mais conhecida na cidade
do que no campo – e tem uma
má fama – é tida como praga, invasora dos bem cuidados jardins domésticos. Alguns já se renderam ao “charme” da plantinha e a chamam de grama-amendoim e a incorporaram ao
paisagismo urbano. Contudo, a maioria ignora que essa pode ser a mais
nova e promissora variedade de pastagem de origem brasileira. Estamos
falando da Arachis Pintoi, ou como é
mais conhecido das donas de casa,
amendoim selvagem.
Um estudo da Embrapa (Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária)
está em andamento para saber a viabilidade econômica e as vantagens que
a planta oferece. “Até agora já descobrimos que ela se adapta muito bem
em regiões de solo encharcado – isso
é uma vantagem enorme – pois não
temos pastos de alta qualidade para
esse tipo de condição”, revela a bióloga e pesquisadora da Embrapa Gado
de Corte, Rosangela Maria Simeão.
Além disso, como toda leguminosa,
o amendoim selvagem fixa nitrogênio no
solo, o que ajuda a fertilizá-lo. “Então se
a dona de casa ver ele nascendo, não o
tire. Vai fazer um bem para o jardim”,
brinca a pesquisadora, lembrando que
por ano uma leguminosa pode fixar até
180 quilos de nitrogênio por hectare,
como é o caso da Estilosantes.
Mas o que mais impressiona é a quantidade de proteína que a planta tem; em
um teste feito aqui em Campo Grande
Rosangela disse que as folhas possuem
24% de proteína, ou seja, tanto quanto
uma ração para gado deve conter. Para
se ter uma idéia a média de proteína de
uma gramínea é de cerca de 7,5%, ou
seja, mais de três vezes.
Na unidade da Embrapa do Acre,
onde o Arachis também está sendo estudado, já há teste de pastagem em níveis bem avançados, lá foram colocados bovinos, e a resposta foi muito boa.
“Os pecuaristas que estão testan-
Amendoin-selvagem é alvo de
estudo de viabilidade pela Embrapa
do o Arachis, têm a melhor das impressões a respeito da pastagem. Os animais
se adaptam muito bem e o resultado é
melhor do que a pastagem convencional”,
conta.
Rosangela explica que a leguminosa
tem de ser plantada em consórcio com
uma gramínea, pois ela sozinha não suporta o pastejo do gado. “Ela não se recompõe tão rapidamente e pode morrer”,
esclarece. Por isso, nos teste no Acre
ela foi cultivada com o Capim-Estrela. “E o gado aceitou muito bem. A
planta tem uma ótima palatabilidade”,
garante.
Segundo a pesquisadora, o sistema
de plantio consorciado de leguminosa
e gramínea tem um resultado 20% na
produção, número também esperado do
Arachis. “Como exemplo podem ser
citados os resultados com Estilosantes,
outra leguminosa, em que o consórcio
das duas plantas eleva a quantidade de
proteína até nas gramíneas, passando
de 7,5% para 10%, o que é um incremento significativo. Isso ocorre porque
a leguminosa fixa mais nutrientes no
solo e acaba por favorecer a outra planta também”, esclarece.
Além de solos encharcados, o Arachis também é visto como mais uma
opção para os sistemas silvipastoril,
que integra floresta e pecuária. Isso
porque a leguminosa se desenvolve
muito bem sob baixa luminosidade.
Reproduzir a forrageira é o maior desafio
De acordo com a pesquisadora, até
o momento, a reprodução é um dos
grandes entraves para mudar a fama
do amendoin-selvagem e ver pessoas
procurando plantá-lo ao invés de exterminá-lo.
Conforme Rosangela, apesar de se
reproduzir também através de ramos,
ele tem de ser plantado por sementes
para ganhar escala comercial. Ao contrário do amendoim de fazer paçoca e
pé-de-moleque, que quando se puxa
o caule as raízes e as vagens com as
sementes saem juntas, o Arachis arrebenta o caule e deixa tudo enterrado, sendo necessário que se cave e
peneire a terra para achar as sementes. Um processo demorado e que não
rende muito.
Como se não fosse o bastante, a
produção das sementes é extremamente baixa na maioria das espécies, algumas chegam a render apenas 30 qui-
Rosangela Maria Simeão, da CNPGC
los por hectare. “Estão em teste materiais
que chegam a produzir até 4.500 kg de
sementes por hectare. No entanto, as que
produzem maior quantidade de semen-
tes nem sempre são as que apresentam maior massa de cobertura”,
revela. “Mas nós vamos chegar a
uma planta ideal”, diz confiante.
Outra questão é quanto aos fatores anti-qualidade, que são problemas que os animais apresentam
em decorrência do consumo da
pastagem, os quais, no Arachis, ainda são desconhecidos. “Esses fatores anti-qualidade existem até mesmo em alfafa e já foram detectados
em variedades como o Panicum, a
Braquiária e o Estilosantes”, exemplifica.
O certo mesmo é que, ao que
tudo indica, o pecuarista vai ter de
pensar em parar de combater o Arachis quando ele aparece na pastagem. Aliás. Muito pelo contrário,
vai ter de começar a considerar
plantá-lo – 24% de proteína não tem
boi que dispense. (JL)
23
ABRIL 2010
BBM lança Bolsa eletrônica de venda de bois
Os tempos modernos já chegaram à
agropecuária há muito tempo. Inseminação artificial, tratores controlados por satélite e até clones. No entanto, em algumas
questões os pecuaristas ainda tratam como
se fosse no tempo de seus avôs, é o caso
da venda de animais para o frigorífico. Isso
pode mudar radicalmente daqui para frente. No dia 12 de abril, a BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) lançou em Campo
Grande sua mais nova maneira de comercializar animais no País – a Compra e Venda Eletrônica de Carne Bovina.
Na prática a BBM, que é ligada à BM&F/
Bovespa, funciona como uma câmara de
compensação, onde os atores principais,
frigorifico e produtor, contam com as garantias e segurança da Bolsa para realizarem suas operações.
Os dois estando cadastrados, a oferta
de compra, ou de venda, é apresentada
no site da BBM, o vendedor dá algumas
informações fundamentais, como: quantidade de animais, raça, distância da fazenda e quanto quer pela arroba. Essa informações ficam disponíveis no site por determinado tempo, se o frigorífico se inte-
Joaquim da Silva Ferreira (BBM)
ressar faz a oferta e o negocio é fechado.
Tudo online. Mais ou menos, como fazer
compras pela internet.
Mas é na hora de entregar a boiada que
as coisas mudam. Três dias antes da indústria mandar os caminhões para pegar a boiada, ela tem de fazer um deposito de 90%
do valor da negociação na conta de liquidações da Bolsa. Confirmado o depósito,
o produtor recebe a ligação de seu corretor (que tem de ser credenciado à BM&F)
de que pode embarcar os animais. Feito o
abate, de posse do romaneio do frigorífico
o pecuarista solicita a liberação do dinheiro
em sua conta. A diferença, 10%, é acertada sem a intermediação da Bolsa. Caso o
rendimento dê menos do que os 90% já
depositados, a diferença é devolvida.
Segundo o presidente da BBM (Bolsa
Brasileira de Mercadorias), Joaquim da Silva Ferreira, com a Compra e Venda Eletrônica não só os pecuaristas serão os beneficiados, mas também os frigoríficos, os quais
podem contar com um mecanismo que
assegura a entrega dos bois. “Eles têm a
oportunidade de engajar em uma ferramenta moderna de negociação”, disse no dia
do lançamento. “Esse é um modelo que
trará enormes benefícios a todos”, complementou.
Ele destaca que o nosso sistema não
vai resolver todos os problemas da pecuária brasileira, mas vai dar sustentabilidade
e mais confiabilidade à cadeia da carne
como um todo, e que o sistema eletrônico
vem complementar os que já existem.
“Quando a proposta chegou a nós, a BBM
ajustou seu sistema para fazer jus às expectativas de todos”.
O presidente em exercício da Famasul
(Federação da Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, lembrou em seu discurso que as relações entre frigoríficos e pecuaristas “sempre foram
repleta de desconfiança”.
De acordo com ele, as disputas “achatadoras” entre os elos da cadeia da carne
podem acabar com a atividade pecuária.
“Para superar isso não tem outro jeito senão nos unirmos em torno do mesmo propósito, melhorar a comercialização”.
Riedel disse ainda que a Compra e Venda Eletrônica de Carne põe fim a uma forma quase que informal de comercialização.
“O pecuarista pegava o telefone e vendia
sem ter um contrato, uma garantia, sem
nada que assegurasse o recebimento dos
bois”.
O processo de elaboração dos procedimentos de compra e venda eletrônica foi
acompanhado por representantes tanto dos
frigoríficos quanto dos pecuaristas de forma que, aquilo que já acontecia na prática,
de maneira informal, foi sistematizado e
incorporado aos trâmites da BBM e da
BM&F/Bovespa de forma regulamentada.
24
Agronegócio S/A
JBS levanta R$ 1,84 bilhão com oferta de ações
O JBS, maior produtor e exportador de carne bovina do mundo, levantou 1,84 bilhão
de reais com uma oferta primária de ações para financiar seus planos de estabelecer uma
plataforma global de distribuição.
A companhia com sede em São Paulo vendeu 230 milhões de novas ações ao preço
de 8 reais cada, de acordo com informações do site da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM). Nesta terça-feira, a ação da empresa fechou a 8,14 reais. O frigorífico originalmente planejava vender 200 milhões de nova ações, tendo a opção de vender lotes
suplementares e adicionais de 70 milhões de ações. Na época do anúncio da oferta,
considerando o preço da ação na ocasião, o frigorífico levaria pouco mais de 2 bilhões de
reais com a operação.
As informações são da Agência Reuters.
ABRIL 2010
EUA sinalizam abertura de mercado
para as carnes bovina e suína
A primeira sinalização de abertura do
mercado de carnes bovina e suína do estado de Santa Catarina para os Estados Unidos foi oficializada, na sexta-feira (16). O
Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA, sigla em inglês) publicou,
no diário oficial americano, consulta pública da proposta de regulamento para importação, pelo prazo de 60 dias. Depois
de visitas técnicas e análises de risco realizadas pelo Serviço de Inspeção de Saúde
Animal e Vegetal daquele país, os americanos consideraram adequado o Sistema de
Controle Sanitário de Santa Catarina. Entre
as doenças analisadas estão a febre aftosa,
peste suína clássica e africana e doença
vesicular dos suínos.Os técnicos americanos verificaram, também, questões de infraestrutura, desempenho da autoridade veterinária do estado e status de ocorrência
da doença na região e nas localidades adja-
centes. “É importante destacar, ainda, a
demografia do rebanho, programas oficiais
de controle de doenças e de movimentação animal e a avaliação da capacidade de
vigilância sobre doenças, diagnóstico laboratorial e respostas às emergências sanitárias”, enfatiza o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Inácio Kroetz.
Mercado
Hoje, os Estados Unidos compram apenas carne bovina tratada termicamente (termoprocessada) e enlatada do Brasil. A proposta é abrir mercados para carne, sêmen,
produtos e suínos vivos, bem como para
carne bovina, sêmen, ruminantes vivos e
seus produtos. Segundo Kroetz, a expectativa do Ministério da Agricultura é que o
USDA analise os comentários e finalize o
processo de regulamentação até o fim deste
ano. (Fonte: Agência Brasil)
COMUNICADO AO MERCADO
São Paulo, 26 de março de 2010 - Marfrig Alimentos S.A.
(BM&FBOVESPA: MRFG3), informa aos seus acionistas e ao mercado em
geral que, em complemento ao comunicado ao mercado divulgado em 23 de
fevereiro de 2010 onde a Companhia comunicou aos seus acionistas e ao
mercado em geral que estava em negociação com o Grupo Globoaves para
aquisição ou arrendamento de plantas frigoríficas de pequeno porte, foi concluída a aquisição dos ativos de uma planta frigorífica de pequeno porte apta ao
abate de frango caipira com a Marca Nhô Bento, antes pertencente ao Grupo
Globoaves, pelo valor de R$ 9,2 milhões, em processo que ampliará a diversificação da oferta de produtos da empresa em proteínas animais no Brasil.
A Marfrig considera ser estratégica a ampliação de seu portfólio, diversificando a gama de produtos da divisão Nova Seara, que concentra sua atividade
em aves, suínos e industrializados no Brasil.
Ricardo Florence
Diretor de Planejamento e de Relações com Investidores
Marfrig Alimentos S.A.
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ABRIL 2010
Agronegócio S/A
2º Leilão do Corixão fecha com liquidez total
O 2º Leilão Taquari no Corixão foi um
sucesso. Realizado no dia 10 de abril, o
evento levou centenas de pecuaristas ao
tatersal de leilões da Fazenda Corixão, que
fica no Pantanal do município de Rio Verde. Na ocasião foram comercializados 1.300
animais de corte. “Não tivemos nenhuma
defesa”, comemora Pantaleão Flores, proprietário da Taquari Leilões, mais conhecido como Panta.
Ele lembra que o mercado de animais
de corte passa por um bom momento de
preços em alta, seguindo a tendência da
arroba do boi. “Desde o início do ano, a
arroba tem subido, isso também tem influência sobre outras categorias do gado. As
médias desse nosso último leilão foram
muito boas. Os vendedores ficaram muito
satisfeitos com o resultado”, afirma.
Entre todas as categorias de animais, a
que teve a média mais elevada foi a de
Panta: Tradição em vendas no Pantanal
Nelore macho de 36 meses, com excelentes resultados. Os animais mais jovens também merecem destaque, bezerros Nelore
machos foram comercializados acima da
média. “Tivemos 100% de venda, isso é
excelente”.
INCENTIVO PRODUTIVO
São Paulo diz que vai
financiar implemento
agrícola a juro zero
Fábrica de fertilizantes
inicia construções em
2011 em Três Lagoas
A Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo anunciou durante a
Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), a criação do programa Pró-implemento, que,
assim como o programa Pró-trator, financiará implementos agrícolas a juro zero,
com cinco anos para o pagamento e três
de carência. Os beneficiários do programa são pequenos e médios produtores
de São Paulo com renda de até R$ 400
mil por ano, da qual 80% deve ser proveniente da atividade agropecuária.
O programa terá um teto de até R$ 35
mil por produtor para a compra de equipamentos agrícolas como arados, grades
e pulverizadores e, ainda, resfriadores de
leite para os pecuaristas. O agente financeiro será o Banco do Brasil, que vai destinar R$ 25 milhões em linhas dos chamados Recursos Obrigatórios (ROs), cujos juros são de 6,75% ao ano, mas que
serão subvencionados pelo Fundo de
Expansão do Agronegócio Paulista (Feap).
As informações são da Agência Estado.
A Petrobras e o governo de Mato Grosso do Sul discutiram, na terça (27), o cronograma para a instalação da fábrica de
fertilizantes em Três Lagoas, cujas obras
estão previstas para começar em 2011. A
unidade, que produzirá amônia e ureia a
partir de setembro de 2014, é um dos
quatro novos investimentos da Petrobras
na área de fertilizantes para aumentar a
produção brasileira e reduzir a dependência do produto importado. As demais
unidades serão construídas em Uberaba
(MG), Linhares (ES) e Laranjeiras (SE).
A prefeitura de Três Lagoas providenciará o desmembramento da escritura do
terreno onde a fábrica será construída e
o governo do estado trabalhará para que
a licença prévia e a licença de instalação
sejam concedidas no prazo acordado,
permitindo que as obras sejam iniciadas
em 2011.
A unidade de Três Lagoas será abastecida pelo gás natural tdo Gasoduto Bolívia-Brasil.
Maio tem mais
Dia 15 de maio, sábado, é a data do
próximo leilão realizado pela Taquari, o 3º
Leilão Taquari no Corixão, que acontecerá
no mesmo local a partir das 12h.
Segundo Panta, são esperadas cerca de
1.500 cabeças de gado de corte da região.
“Apesar de o Pantanal ainda estar com as
águas altas, os pecuaristas nos procuram
para ofertar o gado para esse próximo leilão”, detalha.
“Essa expectativa por parte dos criadores se deve a nossa tradição na venda de animais da região do Pantanal.
Não é fácil trabalhar o gado com a região cheia, tudo tem de ser feito com
planejamento. Só para juntar as reses
de uma invernada demora cerca de dois
dias”, explica.
Apesar de o mercado estar com preços
atrativos, principalmente para bezerros e
boi magro, Panta não arrisca um palpite de
como serão as próximas negociações. “O
mercado é muito instável. Pode cair ou subir
ainda mais”, comenta.
A Taquari Leilões é uma empresa nova,
foi criada em fevereiro deste ano, mas a
experiência de 31 anos que Panta tem na
realização deste tipo de comercialização
trouxe muita credibilidade; dessa forma a
empresa consegue fazer eventos que atraem muitas pessoas, tanto vendedores quanto compradores.
Em junho tem o Marca 15
No dia 12 de junho será realizado o grande evento do ano da Taquari, o 2º Leilão
da Marca 15, também na Fazenda Corixão.
Na ocasião haverá 8.000 animais no recinto, machos e fêmeas para cria, recria e
engorda. O evento será transmitido pelo
Novo Canal a partir das 12h.
26
ABRIL 2010
Agronegócio S/A
Agro Amazônia lembra:
Juro baixo para renovação
de frota está acabando
Propostas devem ser enviadas até 1º de junho
Q
uatro e meio por cento de juros
ao ano mais seis anos para pagar.
Essas são as condições de financiamento
que o agropecuarista encontra hoje para
modernizar seu parque de máquinas. “Mas
o produtor tem de se apressar porque
nessas condições os bancos só aceitarão
as propostas de crédito até o dia 1º de
junho”, alerta Osvaldo Aparecido Piccinin,
gerente geral de negócios da Agro Amazônia, revendedora autorizada John Deere em Campo Grande, São Gabriel do
Oeste e Maracaju. Isso porque não dá
tempo para as agências processarem tudo
em cima da hora, logo eles estão colocando uma data para as propostas chegarem.
O Finame é a opção de financiamento
colocada à disposição pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e operada por diversas instituições financeiras do País, que dá todas
essas vantagens. Não há limite para a aquisição de máquinas ou equipamentos, desde que fabricados no Brasil, e a entrada é
de 10%. Entre os bancos que trabalham
com o Finame, Osvaldo destaca o Bradesco. “Eles tem sido grandes parceiros da
gente na área de máquinas agrícolas”.
O empresário afirma que a John Deere é uma companhia que tem apostado
muito no Brasil, tanto é que aumentou de
oito para dezoito os modelos de tratores
da marca disponíveis no mercado. São máquinas que vão de 57cv a 320cv, sendo
Osvaldo Piccinin: “Quem compra John
Deere tem a garantia da líder”
que os que estão entre 57cv a 225cv são
fabricados no país. “São tratores que atendem tanto a quem trabalha com agricultura quanto a quem trabalha com pecuária”,
detalha. “A John Deere quer aumentar sua
participação no mercado nacional, até
2012 quer ter 25% dessa fatia. No mundo, hoje, ela domina 65% do segmento”,
revela.
Há modelos de máquinas para qualquer tipo de atividade agropecuária:
plantações de café, de uva, de algodão,
transporte de cana. Mas não é só com o
serviço pesado que a companhia se preocupa, mini-tratores para cortar grama e
mini-caminhões para assistência na fazenda chegaram ao Brasil e podem ser
encontrados nas lojas da revendedora.
Ser visto
Como parte da estratégia de aproximação com o cliente a Agro Amazônia participou da Expogrande 2010, e os resultados
foram altamente positivos. Além de boas
vendas durante o evento, a empresa fez diversos contatos que agora, mais de um mês
de terminada a feira, resultam em negócios
fechados. “Qualquer evento em que o público-alvo seja o agropecuarista, é muito bom
para nós. Temos de ir lá e mostrar que estamos presente. Isso estabelece vínculos, relacionamentos sólidos, entre a empresa e
os clientes”, disse.
Osvaldo lembra que a Agro Amazônia
tem apenas um ano em Campo Grande,
e dois em São Gabriel do Oeste e Maracaju. Portanto, há a necessidade de dar
visibilidade à empresa e a seus produtos.
“Nós não podemos ficar escondidos”, argumenta.
Ele ainda faz questão de salientar que
a John Deere é uma empresa que tem
170 anos de tradição em máquinas agrícolas e é líder mundial no segmento. “Nas
pesquisas de satisfação da companhia 90%
dos entrevistados se dizem satisfeitos com
nossos produtos. Ou seja, quem compra
John Deere não muda”, finaliza.
Venda parcelada pode significar lucro com a soja
Este ano, a safra deve atingir 146,3 milhões de toneladas de grãos, segundo estimativa da Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento), recorde histórico, se confirmado. De um jeito ou de outro, vamos
ter uma colheita muito superior à passada.
No entanto, fartura no campo não significa,
necessariamente, dinheiro no bolso de
quem plantou. Muitos fatores contribuem
para que no fim das contas reste dinheiro.
Luiz Piccinin, presidente do Grupo Agro Amazônia, que visitou Mato Grosso do Sul por
ocasião da Expogrande deste ano, diz que a
melhor forma de se garantir uma boa “colheita de reais” é vender a safra fracionada,
começando logo após o plantio.
“No período de maio, junho e julho vão
existir momentos de melhoria de preço e o
agricultor tem de aproveitá-los e desovar a
safra aos poucos. Porque, se for esperar subir mais, pode acabar perdendo. O agricultor pensa: ‘se subiu agora, vai subir mais’. E
o mercado não é assim. Não concentre a
venda em um único período, porque você
pode pegar um momento de média ruim”,
aconselha. No dia 20/04 a saca da soja foi
cerca de R$ 2,00. Se
o dólar não ajuda na
Bolsa de Chicago – referência mundial da
soja – a oleaginosa segue em firme ascensão. A demanda pelo
grão não dá sinais de
que vai diminuir.
“O mundo inteiro
continua comendo
mais. Vê-se a Índia e a
China melhorando o
consumo, e a soja é
um produto muito usado nesses países, se
não fosse isso estaríaOsvaldo e Luiz Piccinin, estande da empresa na Expogrande
mos vendo a soja ser
negociada em Campo Grande a R$ 30,50.
vendida em torno de US$ 8,00 o bushel, o
Mas, o que realmente pode tirar o sono que seria um desastre para o Brasil”, pondo agricultor é a cotação do dólar. Depois dera o empresário.
de uma tímida subida no fim de 2009, a
moeda americana voltou para a casa dos R$
Milho
1,70. Nas últimas semanas, ela vem se apreA soja, mesmo com as incertezas de tociando em relação ao Real, no entanto, ain- dos os fatores que a cercam, parece que vai
da longe do que Piccinin considera o ideal, bem. O mesmo não acontece com o milho
– colhido recentemente e que continua
abarrotando os armazéns da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Com preços que continuam caindo, a
única alternativa que Luiz Piccinin vê para
a commodity é a intervenção do governo
federal. “Nossa esperança é de que o governo anuncie um fracionamento dos leilões de compra, ao invés de fazer um só,
onde todos tentam vender o seu milho e
acabam depreciando o prêmio que o governo paga. Se for anunciado vários leilões, quem não conseguiu vender o milho agora pode vender depois e não precisar queimar o prêmio. Atualmente, como
está, se for vender para o mercado, não
paga o custo de produção”.
“A agricultura é a força propulsora do
Brasil. Nós estamos localizados na melhor
região do país para a atividade, o CentroOeste. A atividade é cíclica, temos períodos de alta e de baixa. Portanto, é muito
importante o agricultor, além de saber plantar muito bem, e ele sabe comercializar”,
finaliza.
27
ABRIL 2010
Pecuária Leiteira
Encontro Técnico debate setor do leite no dia 17
Encontro acontece no auditório do Sindicato Rural de Campo Grande e traz grandes palestrantes
A
pecuária leiteira no Brasil ainda
é subdesenvolvida – mesmo que
o país seja o quarto maior produtor mundial. Se olharmos para Mato Grosso do
Sul a capacidade de produção está ainda
mais aquém de seu potencial. Para mudar essa situação não é necessário muito
esforço, apenas determinação, pois temos
condições favoráveis para dobrar, e até
triplicar, nossa produção em pouco tempo, basta aplicar as tecnologias que já
estão à disposição. E para mostrar as vantagens do avanço tecnológico de hoje o
Sindicato Rural de Campo Grande
(SRCG) realiza no dia 17 de maio o 13º
Encontro Tecnológico do Leite.
“Este ano, nós inovamos, traremos
palestrantes de fora [do Estado] com experiência internacional e temas como:
adubação de pastagem, técnicas de produção de leite em pastagem irrigada, alimentação de vaca na seca, avaliação eco-
nômica da produção de leite a
pasto, Conseleite-MS [Conseleite Conselho Paritário entre
Produtores e Indústrias de
Mato Grosso do Sul] e cooperativismo entre produtores de
leite”, adianta Wilson Igi, diretor do SRCG e organizador do
evento.
De uma forma geral, todos
os palestrantes vão mostrar técnicas que podem multiplicar a
produção de leite em uma fazenda tradicional. Entre os temas destacam-se a adubação de
pastagem e irrigação de pasto. Os preletores mostraram como é vantajoso aplicar essas técnicas à pecuária leiteira, principalmente no que diz respeito à lucratividade do negócio.
O palestrantes Flávio Augusto Portela dos Santos, professor de zootecnia da
Inscrições para Prêmio Florestal
de Jornalismo vão até o dia 31
O prazo de inscrições para o concurso jornalístico “Prêmio Florestal de
Jornalismo” - instituído pela Secretaria de Produção e Turismo (Seprotur),
SEBRAE e REFLORE (Associação SulMato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas),
vai até o dia 31 de maio. A promoção
faz parte da programação do 2º Congresso Florestal de Mato Grosso do
Sul, que acontece de 7 a 9 de junho
no Centro de Convenções Rubens Gil
de Camilo, em Campo Grande/MS.
O certame deverá premiar matérias
veiculadas na imprensa estadual, e relativas à cadeia produtiva da silvicultura em seus aspectos econômicos,
sociais e ambientais da atividade, com
ênfase na Sustentabilidade do Setor
Florestal. Como lembram os promotores do concurso, as florestas estaduais já ocupam lugar de destaque no
cenário nacional, atraindo o interesse
de diversos investidores e fundos de
investimentos internacionais.
Além de características positivas
do ponto de vista do clima e logística, o setor tem alcançado grandes
avanços tecnológicos, e ampliado a
sua produtividade. Neste aspecto, os
jornalistas poderão revelar para seus
leitores como este setor tem procurado atender as demandas crescentes
por celulose, carvão vegetal, madeira
sólida e painéis reconstituídos (MDF,
MDP, etc), de forma sustentável, e ainda, de baixo impacto ambiental.
O prazo final para a inscrição é dia
31 de maio de 2010, às 17h30. Para ter
acesso à ficha de inscrição e saber mais
sobre os formatos de entrega dos trabalhos, acesse o site www.opeceventos.com.br/msflorestal, e clique no
link do Prêmio Florestal de Jornalismo.
Informações podem ser solicitadas
pelos telefones ou e-mails:
Seprotur (67) 3318-5053
[email protected];
Sebrae - (67) 3389-5536
[email protected]
Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), vai mostrar como
se ter mais lucro com o leite mesmo no
inverno. Conforme ele, são dois os motivos que podem levar o levar a esse
“feito”. Primeiro, os preços durante o
inverno são mais elevado do que
no verão. Segundo, como as temperaturas caem nesta época do
ano, os animais leiteiros produzem mais – se tiverem a alimentação adequada para o período.
Outra palestra que promete
ser muito interessante é a do
Conseleite, que será ministrada
pelo presidente do órgão, Edgar
Rodrigues Pereira. De acordo
com ele, essa nova instituição vai
melhorar o relacionamento entre produtores e os laticínios,
que sempre foi cerca de suspeitas de ambas as partes quanto ao valor
justo pago pelo leite.
SERVIÇO:
O Encontro Técnico do leite é gratuito e as inscrições podem ser feitas pelo
telefone: (67) 3341-2696 ou pelo site
www.srcg.com.br
Premix apresenta portifólio para
nutrição animal e defende preservação
ambiental na Expozebu 2010
A Premix Técnica em Suplementação
participa da 76ª Expozebu, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). A feira,
que é organizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), contará com a apresentação de mais de 3.300
animais, receberá pecuaristas e empresários do mundo todo, sendo uma excelente oportunidade para realizar negócios. A feira vai até o dia 8 de maio.
Este ano, o evento traz como tema
“Genética zebu: futuro sustentável”, e
promete ser novamente a grande vitrine
da pecuária zebuína brasileira. A Premix
está unida com a ABCZ no sentido de
apoiar a consciência ambiental e leva à
Expozebu todo seu portfólio de produtos para suplementação mineral, e promotores de eficiência alimentar formulados de forma orgânica, voltados tanto ao
segmento de pecuária de corte como de
leite.
“Temos que reafirmar nossa posição
de respeito junto ao meio ambiente. Fomos a primeira empresa a lançar o pri-
meiro aditivo orgânico ecologicamente
correto do País (Fator Premium). Nosso
grande objetivo é incentivar os produtores com a venda de pacotes tecnológicos,
de acordo com a necessidade do pecuarista, proporcionando a cada um fins
lucrativos muito bons, e alimentação saudável aos animais, com muita qualidade, sem agredir o meio ambiente”, conta
Jonas Fagundes, coordenador de marketing da Premix.
Durante a maior feira zebuína do
mundo, a Premix também vai inaugurar seu estande próprio, que segundo
o coordenador, servirá como um local
estratégico, onde a equipe local poderá
continuar a interagir com os clientes
após o término da feira, “Estamos, a
partir de agora, localizados num local
privilegiado, onde poderemos interagir
ainda mais com os produtores da região e participar de outras feiras que
acontecem no Parque. Além disso, agora, estamos muito próximos da sede da
ABCZ”, finaliza.
28
ABRIL 2010
Pecuária de Corte
Bataguassu recebe etapa do Circuito Boi Verde 2010
Campeonato vai avaliar aproximadamente 1.000 animais originados da região sul do Estado
A
próxima etapa do Circuito Boi
Verde de Julgamento de Carcaças
está marcada para acontecer na unidade
do Frigorífico Marfrig, em Bataguassu
(MS). São aguardados cerca de 1.000
animais que serão avaliados no julgamento in vivo e no abate técnico, nos dias 27
e 28 de abril.
Segundo o gerente de produto da
Associação dos Criadores de Nelore do
Brasil - ACNB e coordenador do campeonato, Guilherme Alves “é satisfatório
promover etapas em Mato Grosso do Sul,
pois os pecuaristas sempre nos impressionam com a qualidade dos animais
enviados para o abate, em especial no
Marfrig que é nosso parceiro desde que
iniciaram os abates técnicos. Durante o
ano pretendemos realizar mais etapas no
Estado”.
A unidade Marfrig Bataguassu tem
capacidade de abate de 1.500 animais por
dia e é parceira do Programa de Qualidade Nelore Natural - PQNN, uma das ações
de fomento da raça promovida pela
ACNB.
O Circuito Boi Verde de Julgamento
de Carcaças é promovido pela ACNB e
conta com os apoios da Tortuga Cia. Zootécnica Agrária, Coopers Saúde Animal,
Sertão: Há 30 anos facilitando
a vida no campo com a Stihl
A história da Rede Sertão começou em Campo Grande, no final da
década de 70, como uma revendedora de máquinas agrícolas, seguindo as
excelentes perspectivas da agropecuária em Mato Grosso do Sul. Atenta
também ao grande potencial da região
em outras áreas, a Sertão diversificou
a linha de produtos, comercializando ferramentas, máquinas e materiais
para atender a construção civil.
Mesmo com um amplo mix que
contempla mais de 36 mil itens, a
Sertão não deixou de investir no mercado que deu origem ao seu negócio,
a agropecuária. E buscando oferecer
sempre as melhores marcas para aumentar a produtividade e facilitar a
vida do homem do campo, a Sertão
se tornou uma concessionária Stihl.
Pioneira na comercialização e assistência técnica da Stihl aqui no Estado, a Sertão trouxe toda a credibilidade de uma marca que está presente
em mais de 160 países e é reconhecida por garantir um alto padrão de
qualidade e soluções inovadoras para
o dia-a-dia das pessoas. No mercado
brasileiro, a Stihl tem uma ampla linha de produtos, sempre tendo como
foco principal a segurança e o confor-
to na utilização, com equipamentos
que proporcionam o mais alto desempenho com o mais baixo consumo do
mercado.
Em toda a Rede Sertão, o mercado
agropecuário recebe atenção especial,
que vai desde o atendimento altamente qualificado até a grande variedade
de produtos dirigidos para o campo,
como: roçadeiras, pulverizadores,
sopradores, motosserras e ferramentas multifuncionais. E no casos dos
produtos Stihl, a Rede Sertão garante
a melhor assistência técnica. Tudo
para trazer mais facilidade, rentabilidade e economia para este segmento.
No ano passado, a Sertão completou 30 anos com nove lojas em Mato
Grosso do Sul, sendo quatro em Campo Grande e as demais em Dourados,
Ribas do Rio Pardo, Nova Andradina, Paranaíba e Aquidauana, além de
um completo Centro de Distribuição
na capital. São três décadas com foco
no consumidor, facilitando a sua vida
com os melhores produtos, preços
competitivos e atendimento realmente diferenciado.
Assim fica tudo certo, tudo Sertão.
Qualidade dos animais de MS enviados para abate sempre impressionam
Dow AgroSciences, Riviera Tecnologia,
Revista Dinheiro Rural e Frigorífico Marfrig. Esta etapa tem a participação da
Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore.
Mais informações sobre como participar do campeonato podem ser obtidas
pelos telefones (11) 3281-3900 ou (67)
3541-4400.
Sobre o Circuito Boi Verde
O Circuito Boi Verde é a única com-
petição do gênero no país que visa orientar os pecuaristas quanto aos parâmetros de maior liquidez comercial vigente no país. Durante a disputa, o pecuarista entra em contato direto com
as práticas de produção e industrialização de carne de qualidade. O campeonato permite também o mapeamento do desempenho frigorífico dos animais da raça Nelore no Brasil e países
vizinhos, além de proporcionar a troca de experiências e a valorização dos
pecuaristas.
Deputados analisarão fusões
de grandes frigoríficos
Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural instalou nesta semana uma
subcomissão permanente para acompanhar a fusão entre as empresas de
alimentação Perdigão e Sadia; JBS e
Bertin; e Marfrig e Seara, todas iniciadas no ano passado. Perdigão e Sadia se fundiram em maio, e as demais
se fundiram em setembro. Os parlamentares querem evitar que os trabalhadores e os pequenos frigoríficos
sejam prejudicados com as fusões.
As três operações ainda depen-
dem da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade) - que tem como uma de suas
atribuições zelar pela livre concorrência, difundir a cultura da concorrência por meio de esclarecimentos ao público sobre as formas de
infração à ordem econômica e decidir questões relativas às mesmas
infrações -, do Ministério da Justiça, que vai analisar o impacto dessas fusões no mercado brasileiro,
especialmente no que se refere à
defesa da concorrência.
29
ABRIL 2010
Pecuária de Corte
ABCZ e Nelore promovem
em MS a maior prova de
ganho de peso do Brasil
Confinamento Malibu, em Campo Grande
é o lugar escolhido para a Prova
A
Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e a Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores
de Nelore (Nelore MS) realizarão entre
os dias 10 de junho e 25 de novembro a
maior Prova de Ganho de Peso (PGP) do
Brasil.
A PGP ABCZ/Nelore MS pretende
reunir no Confinamento Malibu, em Campo Grande-MS, no mínimo 300 animais
das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã, nascidos entre 11 de agosto e 12
de dezembro de 2009. O número grandioso torna o evento algo jamais visto até
hoje em território nacional.
“Será um divisor na maneira como é
feita uma PGP hoje. As avaliações, no
início e no final, e a possibilidade da
contratação dos animais por uma Central de Coleta de sêmen são os grandes
chamarizes”, enfatiza Adriano Garcia,
gerente da ABCZ em Mato Grosso do Sul.
A prova acontece entre 10 de junho e
25 de novembro (serão 168 dias oficiais
de prova) e tem disponível uma mega
estrutura. A PGP do ZEBU, como já está
sendo chamada, será realizada em estruturas físicas ímpar. O Confinamento
Malibú destinou uma área exclusiva aos
animais inscritos na PGP ABCZ/Nelore
MS e fornecerá todo o volumoso. O evento visa reunir criadores de todo o Brasil
e colocar à disposição da PGP os melhores bezerros da geração 2009 para serem
avaliados.
Nelore irão para uma Central de coleta
de sêmen, como também, caso haja um
mínimo de 50 animais participantes da
raça Brahman e 50 da raça Guzerá, o primeiro colocado de cada também irá para
a Central. Em 2011, a ABCZ, em conjunto com as Associações e Criadores
definirão a melhor forma de comercializar
os animais classificados como ELITE e
SUPERIOR, tendo as seguintes opções:
Expogrande (março), Expogenética (agosto) e Expoinel MS (novembro), podendo
ser através de: Leilão, Feira ou Shopping.
“Será importante para todos. Além de
importante para que o criador possa comparar seus animais em relação aos outros
participantes da PGP, nosso objetivo principal é identificar pelo menos um reprodutor para ser utilizado como melhorador do rebanho nacional” afirma Guilherme Bumlai, presidente da Nelore MS.
Avaliações e resultados
A ABCZ será responsável por todas
as pesagens e avaliações morfológicas que
serão realizadas no início e final da Prova. Também serão feitas nos mesmos períodos avaliações por ultrassonografia
(terceirizada). Os dados da PGP serão disponibilizados a todos os Programas de
Melhoramento Genético que tenham animais participando da PGP.
Os três primeiros colocados da raça
Inscrições
As inscrições são de R$750,00 por
bezerro, efetuadas em cinco parcelas (Entrada - inscrição, 30/06, 30/07, 30/08 e
30/09), e podem ser realizadas a partir
desta segunda-feira (19). Os interessados
devem entrar em contato com o escritório da ABCZ em Campo Grande-MS através do telefone (67) 3383-0775, ou pelo
celular (67) 9985-9994 (Adriano Garcia),
e também com a Nelore MS pelo telefone
Animais antes e durante o tratamento pelo método homeopático
Homeopatia favorece o bom
desempenho da raça Quarto de Milha
A homeopatia, terapêutica descoberta e desenvolvida no século XVIII
pelo médico alemão Samuel Hahneman, consiste na prescrição de medicamentos de acordo com a lei dos semelhantes, ou seja, sua utilização é
baseada no fato de que substâncias
capazes de desencadear em indivíduos sadios determinados sintomas,
também podem curá-los.
No Brasil, a homeopatia que a
princípio era utilizada de forma individual, passou a ser aplicada na medicina veterinária em meados da década de 80, pelo Dr. Claudio Martins
Real, com a criação de uma nova corrente, dentro da própria terapêutica:
a Homeopatia Populacional.
O termo faz referência ao tratamento de determinados rebanhos que estão sujeitos às mesmas condições de
estresse, manejo, alimentação, entre
outros, e por isso sofrem dos mesmos problemas e doenças.
Ainda que nada impeça que o criador utilize a terapêutica em tratamentos isolados, da forma difundida pelo
Dr. Claudio a técnica geralmente é aplicada em grandes grupos de animais,
sejam eles de bovinos, equinos, caprinos, ovinos, suínos ou qualquer
outra espécie.
Recentemente, o método terapêutico foi aplicado com sucesso nos cavalos da raça Quarto de Milha pertencentes ao plantel do Haras Elizabete, localizado em Campo grande
(MS). Os animais treinados para competição sofriam com lesões na pele e,
consequentemente, demonstravam
alto grau de estresse.
Do total de 17 afetados pela doença, alguns apresentavam sinais clínicos, como era o caso da fêmea “Shelb”
que há tempos convivia com nível de
estresse alto, além de áreas circunscritas e alopecias bem visíveis na tábua do pescoço, região de cernelha,
dorso e anca.
Segundo o treinador de cavalos do
Haras Elizabete, Maurício Peralta, a chegada da homeopatia ao criatório deu-se
pelo fato de que havia poucas alternati-
vas para solucionar tais problemas, tendo em vista que, mesmo após a utilização de vários tratamentos com iodo, fungicidas, outros medicamentos e até mesmo banho com água sanitária, a tropa
continuava com as lesões.
Chamados para tentar resolver a
questão, durante a primeira visita à propriedade, a médica-veterinária do departamento técnico da Real H, Denise
Telles, juntamente com o promotor
Vandeir Figueiredo, constataram a possibilidade de ocorrência de Dermatomicose. Auxiliados pelo médico-veterinário homeopata dr. Mário Renck
Real, diretor técnico da empresa, indicaram a utilização dos produtos homeopáticos Homeo Bovis Dermato e
do Homeo Base Convert H.
Poucos dias após o início do tratamento, as lesões começaram a desaparecer e os animais ficaram mais calmos, o que deixou Maurício Peralta
impressionado. “Oito dias após o uso
da homeopatia eu percebi uma diminuição na coceira dos animais, uma
redução no estresse e uma maior concentração na pista”, comentou o treinador.
Recentemente, durante uma competição realizada em Campo Grande (MS),
a tropa do Haras Elizabete tratada com
os produtos homeopáticos se destacou
nas provas de tambor e baliza.
De acordo com a médica-veterinária, o resultado obtido no Haras Elizabete com a utilização da homeopatia foi
excelente, visto que além da cura, nenhum animal manifestou mais a doença. Outro fato que merece destaque é a
forma como a terapêutica mudou o comportamento dos animais.
“O treinador, que reclamava muito
da dificuldade de arrancada nas provas e da dermatomicose, agora está satisfeito. Hoje o cliente está fidelizado,
comprou Real H Equino, Convert H,
Dermato e em breve deverá usar o Parasitário”, comentou Denise.
Satisfeito com os produtos homeopáticos, o treinador afirma: “Para
mim a Real H caiu do céu, onde eu
for vou levar este nome comigo”.
30
ABRIL 2010
Com novo presidente, Asmaco quer reorganizar a
cadeia da carne ovina
Possível exportação de carne de ovinos do Uruguai
para União Europeia pode acabar beneficiando
produtores de MS no mercado interno
V
ladimir Pereira Farias, presidente da Asmaco (Associação SulMato- Grossense de Criadores de Ovinos), assumiu recentemente a direção
da entidade e tem como meta prioritária organizar a cadeia da carne ovina
em Mato Grosso do Sul. “Atualmente,
os pequenos produtores com 20, 30 animais não sabem o que fazer quando o
cordeiro está pronto. Nossa intenção é
ajudar o produtor a colocar sua carne
no mercado consumidor que, diga-se
de passagem, cresce a cada dia não só
em grandes centros como São Paulo mas
também em estados da região CentroOeste”, argumenta.
Ele destaca que 70% da carne ovina
consumida no Brasil é importada do Uruguai. Contudo, segundo disse, essa fonte deve secar em pouco tempo, isso porque o país vizinho está fechando um
acordo com a União Europeia de exportação de carne; como os europeus pagam
melhor pelo produto, a consequência
natural é que falte cordeiros para serem
enviados ao Brasil”, comenta Farias.
“Essa situação abre uma grande oportunidade para Mato Grosso do Sul, que
tem terras de qualidade, clima favorável
e muitos pequenos produtores onde a
atividade pode ser desenvolvida”, avalia.
Conforme o presidente, hoje, o que
impera no segmento de carne ovina é a
clandestinidade. No Estado só há um frigorífico que abate cordeiros, o Strut, em
Campo Grande, mas, devido à desorganização do setor, os abates não são constantes. “Acontece que o produtor, quando chega a hora do abate, não sabe o que
fazer com os animais. Aí mata alguns para
consumo próprio, vende outros para o
mercadinho do bairro e quando ainda
resta algum distribui entre a família e
amigos. Precisamos fazer a ovinocultura
ser mais uma fonte de renda para o produtor”.
De acordo com estimativas da Associação, existem cerca de 460 mil ovinos
em Mato Grosso do Sul. Farias lembra
que o número é impreciso, pois muitos
produtores deixam de declarar seus ani-
Vladimir Farias agora preside a Asmaco
mais à Iagro (Agência de Vigilância Sanitária Animal de Vegetal) por acharem
desnecessário.
O primeiro passo da organização proposta é a criação de núcleos de produtores em todo o Estado, dessa forma tornase possível que os criadores recebam ajuda, em forma de orientação técnica e gestão de propriedade, de órgão dos governos federal, estadual e municipal como
o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), a Agraer (Agência do Desenvolvimento Agrário e Extensão
Rural), do Sebrae (Serviço Brasileiro de
Apoio à Micro e Pequena Empresa), da
EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias), Seprotur (Secre-
taria de Estado de Produção) entre
outros. ”Essas instituições não podem
liberar recursos [financeiros ou não] para
produtores de forma individual, mas
podem fazê-lo para entidades organizadas, ou seja, para núcleos de produtores”, frisa, lembrando que já existem
núcleos em alguns municípios do Estado,
como
Dourados,
Ponta
Porã, Corumbá, Anaurilândia e São Gabriel do Oeste.
A partir dessa organização, pode-se
começar a preparar os núcleos de forma
a viabilizar uma escala de abate contínua
dos frigoríficos. “Juntando 10 animais de
uma propriedade, mais 30 de outra até
fechar uma carga [150 animais, em média]. Dessa forma podemos dar regularidade ao fornecimento, acabando com o
problema da sazonalidade no fornecimento”, detalha.
Farias garante que a atividade é lucrativa, se conduzida de forma profissional. “O Marfrig paga hoje R$ 125,00
na arroba de um animal bem terminado
[valor bruto], fazendo-se as contas gasta-se em torno de R$ 80,00 para produzir um cordeiro, algo em torno de R$
19,00 de frete e ICMS [Imposto sobe
Circulação de Mercadorias e Serviço],
isto nos dá um lucro de R$ 26,00, ou
seja, 20%. Qual é a aplicação financeira que te remunera isso em quatro meses?”, questiona.
Genecoc e livro sobre controle de parasitoses são destaque no Ciência para Vida
O Programa de Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos de Corte (Genecoc) e o lançamento do livro
“Doenças parasitárias de caprinos e
ovinos: epidemiologia e controle” serão os destaques da participação da
Embrapa Caprinos e Ovinos (SobralCE), no VII Ciência para a Vida - Exposição de Tecnologia Agropecuária,
que acontece entre 24 de abril e 2 de
maio na sede da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em
Brasília (DF).
O Genecoc foi uma das tecnologias
selecionadas pela Embrapa para compor
o Espaço Empresarial, onde os visitantes conhecerão experiências com potencial para receber investimentos ou serem
incubadas. O Genecoc presta assessoria
genética a produtores de caprinos e ovinos de corte, contando com ferramentas
eletrônicas via Internet (http://
w w w. c n p c . e m b r a p a . b r / g e n e c o c /
pagen.htm), que permitem ao produtor
cadastrar dados sobre seu rebanho e, por
meio do programa, obter informações
confiáveis para ações como a seleção de
acasalamentos que maximizem o ganho
genético do rebanho, com controle de
endogamia.
O programa possibilita, ainda, pela
Internet, a integração entre rebanhos de
diferentes regiões do país, democratizan-
do o uso de recursos genéticos superiores e disponibiliza informações
para a escolha de animais com desenvolvimento muscular, ganho de
peso, capacidade de acabamento e tamanho adulto adequados. Assim,
podem ser reduzidos os custos de
manutenção para o produtor, além
dele obter informações que permitam
otimizar a capacidade reprodutiva do
rebanho.
31
ABRIL 2010
História de Sucesso
Sabor das comitivas
ganha seu espaço em
restaurante da Capital
Helinho
prepara pratos
típicos da
região
Pantaneira,
entre outros
Helinho, ex-tocador de boiada, troca as estradas
para pilotar seu fogão de lenha em Campo Grande
E
le sabe tocar boiada, trançar laço,
curar umbigo de bezerro, mas
Helinho – Helio Martins Lopes – não é
conhecido por nenhuma dessas habilidades, mas sim pelos pratos que faz –
típicos das comitivas de gado. A experiência com a lida na pecuária rendeu-lhe
o aprendizado que hoje faz sucesso em
Campo Grande. Sabe dar o sabor pantaneiro às comidas que serve em seu restaurante, o Comitiva do Espeto.
“Por 12 anos fui tocador de comitiva
nos municípios de Aquidauana e Miranda”, conta. Em seu restaurante ele faz
questão de usar uma expressão comum
entre os peões – a queima do alho. “Quando os peões partem de manhã com os
animais, eles perguntam para o cozinheiro da comitiva: ‘onde vai ser a queima
do alho’. Que quer dizer: onde será
feita a comida.
Helinho confessa que sempre gostou de
cozinhar, mas, como sempre trabalhou em
fazendas, acabou caindo na lida. Ele lembra que a vida nas estradas pantaneiras é
muito difícil, até cinquenta dias longe da
família. Por esse motivo estava decidido a
mudar de vida. No entanto, não foi de uma
hora para outra que isso aconteceu.
“Comecei com o negócio de vender
comida na exposição em Aquidauana. As
pessoas diziam: vai lá porque você cozinha muito bem, com certeza vai fazer
sucesso”. Desgostoso com a vida longe
da família e precisando dar melhor educação ao casal de filhos ele decidiu abandonar as estradas empoeiradas. “Um
dia de agosto, seco, trazendo uma
boiada de Coxim vi minha tropa
magra, sem comida, o gado na
mesma situação. Senti muita tristeza. Decidi vender
tudo e abrir um restaurante de comida
pantaneira em Aquidauana”, conta.
O negócio deu certo. Mas Helinho não
credita o sucesso somente ao seu toque
de cozinheiro, os amigos são parte importante desse projeto. Os clientes do
restaurante eram, e ainda são, os mesmos que contratavam os serviços de Helinho quando ele era dono de comitiva.
Mesmo que as duas profissões, do
agora comerciante, não tenham muito em
comum, a mudança de uma para outra foi
tranquila. O que realmente deu medo em
Helinho foi ter de mudar para Campo
Grande. “Pensava que iria ficar perdido
em uma cidade tão grande como essa, que
se pegasse um ônibus não iria saber voltar para casa”, revela. No entanto, ele superou o medo, já está aqui há três anos e
seu restaurante está sempre cheio. “Chego a servir 120 refeições no sábado”.
O que mais atrai os clientes, além de
amizade de Helinho, são os pratos que
não se encontra em lugar nenhum: Maria Chica (arroz carreteiro com macarrão),
pucheirada (carne com osso e legumes),
caribel (guisado de mandioca com carne
seca), maçarão pantaneiro (macarrão com
carne seca), linguiça seca, carneiro no
azeite. Além de outros mais tradicionais
como: feijão tropeiro, leitão à pururuca,
galinhada (de galinha caipira), vaca atolada, arroz com costelinha de porco, entre outros, tudo feito em fogão a lenha
bem às vistas da clientela. E, à noite,
como não poderia deixar de ser, ele serve seus famosos espetos.
SERVIÇO:
O restaurante Comitiva do Espeto fica
na Rua Pedro Celestino, 354, Centro,
9247-3141, em Campo Grande, MS.
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ABRIL 2010
Crônica do mês
Expogrande 2010 – Sucesso garantido
Osvaldo Piccinin
Participo da Expogrande como expositor há mais de vinte anos. Tenho observado ao longo dos anos uma evolução
contínua desse evento, através do trabalho profícuo dos vários presidentes que
por lá passaram. Sempre nos brindando
com um banho de excelência tanto nos
produtos expostos, como na organização.
Estes senhores não medem esforços para
que o sucesso sempre ocorra.
Este ano, como concessionário John
Deere, atestei pessoalmente, mais uma
vez, o entusiasmo do atual presidente
Chico Maia e sua diretoria. Dedicaramse de corpo e alma, visando uma única
causa: continuar levando o nome e a fama
de nossa exposição no mais alto degrau
do podium do agronegócio nacional. E
conseguiram!
Em 2010, creio que pela primeira vez,
fomos agraciados com a presença de ex-
positores de
nossos países
vizinhos, nos
conferindo, portanto, status de
feira internacional.
Sem dúvida
bons ventos sopram a favor das
comodities brasileiras, e do
agronegócio em
geral. Tivemos
uma safra de
soja com alta
produtividade,
juros para compra de maquinas agrícolas com 4.5% ao ano, preço da carne em
ascensão etc. O entusiasmo e o alto astral dos visitantes, dos expositores e dos
agropecuaristas ficaram evidentes. No
meu sentimento, pelos anos de janela que
tenho, isso é
prenúncio de
dias melhores.
Às vezes
fico me perguntado o que leva
empresários rurais do calibre
de Laucídio
Coelho e Chico
Maia, apenas
para citar os
mais recentes, a
abraçarem esta
causa com tanto amor, desprendimento e
determinação? Abdicam-se de seus negócios particulares para se dedicarem com
afinco, sem remuneração alguma, por no
mínimo três anos a uma causa coletiva. A
resposta vem a galope: são essas pessoas
que mudam o mundo, doam-se e fazem
acontecer. Com certeza a mediocridade
não faz parte de suas vidas.
Fiquei impressionado com a qualidade do plantel exposto. Muitas vezes ali
está o resultado do trabalho e dedicação
de várias gerações. Sem dúvida esta seleção de raças, por anos afio, nada mais
é que a melhoria contínua daqueles que
cultivam a terra com respeito e devoção.
Todos querem buscar o último degrau do
perfeccionismo – a excelência – e assim
todos nós saímos ganhando com a qualidade indiscutível de nosso rebanho.
Deixo aqui meus cumprimentos a todos aqueles que direta ou indiretamente
contribuíram para mais este espetacular
sucesso da Expogrande em especial ao
presidente Chico Maia e sua diretoria que
sabem como ninguém que o único lugar
aonde o sucesso vem antes do trabalho,
é no dicionário!
E VIVA A EXPOGRANDE 2010!
[email protected]