PP Jardim 2014 - Centro Social da Paróquia de São José de

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PP Jardim 2014 - Centro Social da Paróquia de São José de
CENTRO SOCIAL DA PARÓQUIA DE S.
LÁZARO
Valência: _______________
Documento: _____________
Projeto Pedagógico
Jardim-de-Infância 2014 - 2017
Colégio de S. Lázaro
Isabel Vilaça – Diretora Técnica
________________________________________________________________________________
DQ/155.0
Projeto Pedagógico do JARDIM-DE INFÂNCIA
COLÉGIO DO CENTRO SOCIAL DE S. LÁZARO
INDÍCE
I - INTRODUÇÃO
II - OBJETIVOS GERAIS
III – ORGANIZAÇÃO
IV - INTERAÇÕES
V - CURRÍCULO
A - AMBIENTE EDUCATIVO
B - ROTINA DIÁRIA
C – PRÁTICA PEDAGOGICA
VI - BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
ORGANOGRAMA PEDAGÓGICO
QUADRO 1 – SÍNTESE DO PROCESSO PEDAGÓGICO
QUADRO 2 – AVALIAÇÃO DAS CRIANÇAS
QUADRO 3 – AVALIAÇÃO DA ACÇÃO EDUCATIVA
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I - INTRODUÇÃO
“A infância é quando ainda não é demasiado tarde. É quando estamos
disponíveis para nos surpreendermos, para nos deixarmos encantar.”
(Mia Couto)
Nas duas últimas décadas, segundo Nora Milotay, responsável pelas políticas na
Direção Geral de Educação e Cultura da Comissão Europeia, a educação e os
cuidados para a infância ganhou uma importância relevante ao nível da política
europeia. Verificou-se que os vários estados desenvolveram análises às respetivas
situações definindo, de entre outras, como prioridades da sua política, o acesso ao
serviço de educação por parte da população e a qualidade das respostas.
A crise global tem entorpecido este processo embora dados do Relatório
Innocenti refiram progressos em Portugal em todas as dimensões do bem-estar da
criança. Para isto concorrerá a diversidade de tipologias de serviços formais de
atendimento, os eixos público e privado (onde encaixa o setor solidário), a perspetiva
de escola como ferramenta para o crescimento e desenvolvimento e a exigência ao
nível da formação dos profissionais que atendem as crianças nestas faixas etárias.
Aliado a uma formação exigente, o trabalho em equipa, desde que cooperativo,
respeitador das diferenças, leal e ético do ponto de vista profissional, aumenta a
motivação e o profissionalismo de todos os intervenientes e isto traduz-se em
melhor serviço no atendimento às crianças.
A relação entre a escola e a família continua a ser também uma das nossas
prioridades cabendo-nos a responsabilidade de criar as melhores condições para o
exercício dessa parceria, que devidamente articulada nos permitirá um melhor
conhecimento da criança, dos seus interesses e necessidades. O presente
documento visa apontar caminhos e “dar nós” entre todas as pessoas.
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II - OBJETIVOS GERAIS
 Incentivar o “direito à palavra” dos mais pequenos;
 Favorecer o desenvolvimento da capacidade de diálogo e de interação na relação
com o outro;
 Incentivar a autonomia, a iniciativa e a liberdade responsável;
 Promover o desenvolvimento das capacidades da criança em todas as áreas de
desenvolvimento – física, intelectual, artística, moral e espiritual;
 Educar para o pluralismo, reconhecendo e respeitando a diversidade humana;
 Potenciar a capacidade de reflexão e análise despertando a criança para uma
atitude critica e para a curiosidade intelectual;
 Estimular a valorização da educação ao longo da vida.
III – ORGANIZAÇÃO
A organização da resposta social do jardim-de-infância tem de destacar, em
primeiro lugar, as necessidades das crianças, tendo por base um conjunto de
pressupostos de natureza pedagógica a par de uma resposta cabal às necessidades
das famílias que procuram no colégio um complemento de natureza socioeducativa
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que permita manter as crianças com atividades e supervisão durante o tempo de
trabalho dos pais.
Ao longo dos anos temos vindo, paulatinamente, a reformular a nossa
organização sempre no intuito de responder mais adequadamente às necessidades
das crianças e das suas famílias. Profissionais mais preparadas e sensíveis a estas
questões são pessoas mais disponíveis para acolher estas mudanças. Uma equipa
de auxiliares envolvida com a dinâmica do colégio e devidamente entrosada na
rotina da sala acrescenta coerência a toda a prática e será um suporte importante
ao trabalho a desenvolver com as crianças.
O estabelecimento de horários que respeitem a componente educativa prestada
pelas educadoras, complementada por uma cobertura capaz da componente
socioeducativa é outra das prioridades na organização quotidiana. Muitas questões
se têm levantado em torno do funcionamento ininterrupto ao longo do ano para
responder a necessidades dos pais em função das respetivas obrigações laborais. Os
direitos das crianças devem, também aqui, ser devidamente equacionados.
Outro aspeto a considerar na organização institucional tem a ver com a
estrutura dos grupos de crianças. Desde a entrada na primeira sala que se definem
grupos homogéneos em termos etários, levando em linha de conta todo o percurso
dentro do colégio até à passagem para o primeiro ciclo. Este princípio garante às
crianças uma maior estabilidade emocional e afetiva. Contudo, se circunstâncias
extraordinárias mostrarem que é necessário proceder a alguma alteração no pessoal
da sala, ou, em situações absolutamente excecionais, fazer transitar uma criança de
grupo, então essa situação será ponderada e justificadamente aplicada. Em função
das necessidades da resposta social admite-se a possibilidade de criação de pelo
menos um grupo heterogéneo.
A organização da componente socioeducativa deve obedecer também a critérios
que levem em consideração o bem-estar das crianças, criando diversidade num
ambiente que não apresente rutura com o que se desenvolve ao longo do dia,
garantindo às crianças estabilidade emocional, acompanhamento afetivo, promoção
da curiosidade e divertimento. A complementar estas duas componentes surgem as
atividades de enriquecimento curricular. O elevado número de turmas (9) obriga a
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que
estas
atividades
se
integrem
no
horário
letivo.
Atendendo
a
que,
maioritariamente, estas aulas decorrem com metade da turma, estes tempos
deverão ser devidamente aproveitados para que a educadora promova trabalho de
pequeno grupo, privilegiando uma observação mais individualizada do desempenho
das crianças. A articulação permanente dos vários intervenientes no processo
educativo das crianças é algo que se recomenda fortemente.
IV – INTERAÇÕES
Quanto mais significativa for a qualidade das relações estabelecidas entre os
adultos de referência e as crianças, melhor estas aprendem pois são as interações
emocionais que sustentam a maioria das capacidades intelectuais. A isto deve
acrescer um clima harmonioso entre educadora e auxiliar, aliado a um esforço de
colaboração permanente entre todos os adultos do colégio, fundado nos princípios
do trabalho colaborativo. A relação com as crianças e o indispensável respeito que
nos merecem obriga cada uma à responsabilidade de ser um verdadeiro modelo
educativo, na certeza de que o que disserem e o que fizerem será apreendido e
reproduzido e isto aplica-se ao tipo de linguagem usado, ao tom de voz, à postura e
ao comportamento em geral. Podemos dizer que o que ensinamos, acima de tudo, é
o que somos e o que esperamos é que o espaço institucional seja promotor de
valores essenciais à construção da identidade pessoal e social das crianças.
No que respeita à relação com os pais, esta deve pautar-se pelo respeito,
profissionalismo e cooperação, criando consistência entre as experiências em casa e
as que acontecem no jardim - relações cordiais e responsáveis apoiadas numa
comunicação ágil e profícua entre ambos, capaz de respeitar diferentes trajetos de
vida e experiencias diversas.
A pedagogia das relações tem de conviver também com a “educação inclusiva,
aquela em que a educadora cria um contexto educativo onde cada criança encontra
a estimulação de que necessita para progredir, não perdendo de vista nenhuma
criança e respondendo bem a todas elas.” (Portugal, 2010, p.17). Continuamos a
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apostar na determinação de que desejamos que as crianças que acolhemos vivam
plenamente a sua infância.
V – CURRÍCULO
A - AMBIENTE EDUCATIVO
A organização do espaço restrito da sala de aula é uma tarefa que cada
educadora sente como de elevada responsabilidade. Anualmente as crianças
experimentam novos espaços que apesar de supervisionados pela educadora devem
contar com um envolvimento profundo por parte das crianças. A oportunidade para
desenvolver competências estéticas, capacidade de escolha, tanto ao nível dos
materiais como das próprias áreas é tornar a definição do ambiente educativo numa
ocasião desenvolvimental única. Às educadoras cabe selecionar critérios, apontar
estratégias, recomendar soluções.
Os materiais e acima de tudo as interações que estes podem promover são de
considerável importância na organização da sala e devem variar entre os livros,
revistas, fotos, ficheiros de imagens, jogos, instrumentos musicais, material para a
realização de experiências, materiais para construções de variados tamanhos e
formas, material de faz-de-conta, fantoches que possam incentivar a criatividade da
criança, materiais para rasgagem, recorte, colagem, desenho e pintura e material de
audiovisual que seja possível acumular. O desenvolvimento dos vários projetos pode
ser potenciador da necessidade de agregar materiais mais específicos bem como da
criação de pequenos recantos que traduzam o que se passou num determinado
espaço de tempo. Muitas vezes surgem aqui oportunidades para juntar materiais
menos convencionais (caixas diversas, cones, rolos, funis, embalagens, tecidos,
peças de vestuário e acessórios) bem como se cria o ensejo para a participação dos
pais e a possibilidade de as crianças se tornarem intermediários privilegiados nesta
relação entre a escola e a família. Os materiais permitem às crianças tornarem-se
protagonistas,
manipulando,
descobrindo,
experimentando
e
com
isto,
desenvolvendo-se.
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O acesso fácil das crianças aos materiais que elegerem para interagir é a
condição de um espaço que premeia a autonomia, a iniciativa e a responsabilidade
na tomada de decisões. A arrumação dos materiais – devidamente etiquetados e
guardados de forma criteriosa - é também um elemento estruturante da própria
organização interna da criança, mas esta competência, como outras, só se
desenvolve desde que haja oportunidades para participar ativamente nos processos.
O mobiliário deve manter-se limpo e conservado, com manutenção permanente para
ser suficientemente seguro para os seus utilizadores. Cores harmoniosas, paredes
reveladoras das realizações das crianças, acrescendo imagens e fotografias, tudo o
mais próximo possível do olhar da criança, ajuda-a a respeitar e incentiva-a a
cuidar dum espaço que sente como seu.
O espaço coletivo, como corredores, refeitório, salas para outros fins usadas
pelas crianças têm de ser também alvo de cuidado especial da equipa, estimulando
os mesmos cuidados e o mesmo respeito.
B - ROTINA DIÁRIA
Quando pensamos em implementação da rotina diária surge como critério
organizador o estabelecimento de horários. Este é muitas vezes um ponto sensível
na ligação com as famílias e que advém, não raras vezes, do facto de este ser um
“nível de ensino” de frequência facultativa. Contudo, os horários são para cumprir,
inevitavelmente, e a sua observância é um sinal de respeito por todos. O
ajustamento das respostas do colégio às sugestões dos pais tem originado a
inclusão de cada vez mais atividades de enriquecimento curricular no dia-a-dia das
crianças. Por manifesta impossibilidade de espaços e tempos todas estas atividades
decorrem no horário da componente letiva, iniciando-se logo aos primeiros tempos
da manhã e revelando-se aqui as primeiras dificuldades neste domínio.
Se o grupo não se inicia pela atividade, o dia começa com o acolhimento das
crianças, um momento que pode ser decisivo para os comportamentos a observar
até ao seu final. Sensibilidade, compreensão, tolerância e tranquilidade ajudam a
equilibrar a relação com os pais sempre com o cuidado de não estender em demasia
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este tempo que é pertença das crianças. Se a receção é feita no salão, este momento
é ainda mais sensível e deve contar com uma atenção escrupulosa da parte de todas
as colaboradoras. Tem-se verificado que há por vezes severas dificuldades de
algumas crianças em aceitar este espaço e as pessoas que não são da sala. Dado o
numero elevado de crianças não temos como fazer o acolhimento noutro local pelo
que o esforço tem de ser de toda a equipa para minimizar impactos mais negativos.
O registo das informações transmitidas pelos pais é crucial.
A entrega das crianças ao final do dia é outro dos momentos onde se pode
alimentar muito da relação profissional que se deve estabelecer com a família.
Deverá ser um tempo de novidades e de registo do bem-fazer das crianças. À medida
que aumenta a idade da criança, diminuem os tempos de cuidado centrados no
adulto, mas a preocupação com o cumprimento das regras de higiene deve manterse presente, num clima de intimidade e respeito pela criança. Momentos de higiene
antes e depois das refeições ajudam a desenvolver o gosto pelo asseio e boa
apresentação nas crianças. Torna-se fundamental trabalhar a autonomia, um
processo de aprendizagem cuja exigência deve ser gradativa, levando em conta a
idade das crianças e evitando constrangimentos para as inicialmente menos aptas.
O tempo de círculo e de encontro matinal do grupo deve promover o diálogo,
com o uso do direito à palavra vincada pelo respeito por cada um. A duração deste
tempo da rotina deve aumentar de forma progressiva, de acordo com a idade do
grupo.
Se o que move as crianças é a curiosidade, a aprendizagem e a ação, um tempo
importante concentra-se na escolha livre de tarefas por parte das crianças, que
habitualmente se orienta para o trabalho a realizar nas áreas existentes nas salas.
Se quem trabalha em metodologias de carácter construtivista tem por princípio
dispensar muita da atenção a este trabalho levado a cabo pelas crianças, partilhado
entre educadoras e auxiliares devidamente treinadas, outras situações há em que
escasseiam registos sobre estes momentos fundamentais para a observação. As
experiências realizadas pelas crianças durante este tempo dão indicações preciosas
sobre o mundo em que vivem, as interações que desenvolvem e os conflitos que
necessitam de gerir, saindo francamente reforçadas destas experiências. Neste
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tempo da rotina reside muito do poder da aprendizagem. O papel do adulto deve ser
simultaneamente de apoio e de desafio estimulante em todos os momentos do dia.
Os tempos de grupo são fundamentais no trabalho diário e devem ser estabelecidos
de forma equilibrada na rotina. A postura dos adultos deve coloca-los ao nível do
olhar das crianças e isto é fundamental para o estabelecimento de relações de
proximidade e de integração daqueles na rotina da criança.
Um dos momentos de maior perturbação no dia-a-dia das educadoras
relaciona-se, muitas vezes, com os tempos que se enquadram na designada
componente socioeducativa: o almoço ou lanche, recreio e descanso, sendo que o
tempo das refeições é de longe o mais problemático. A permanência das crianças no
colégio é um processo que exige continuidade ao longo do dia e deve ser olhada de
forma articulada, encarando cada momento como uma oportunidade de crescimento
e educação e apresentando-se, os adultos, como modelos, na forma como lidam com
todas as exceções que necessitam acolher. O almoço deverá decorrer num clima de
incentivo ao silêncio, dando à criança o tempo necessário e aceitável para fazer a
sua refeição, ao mesmo tempo que usufrui do estímulo à diversificação de novos
sabores e ao desenvolvimento de competências sociais. Lentamente devem
introduzir-se alimentos menos consensuais para a maior parte das crianças, com
respeito pelo tempo da criança e sempre com o envolvimento da família. Reafirma-se
novamente a ideia de que, se a educadora souber entender e apoiar a criança,
muitas das dificuldades são vencidas sem grandes dificuldades. Muitas vezes, difícil
é perceber que alguns dos problemas que se levantam no momento da refeição
residem nos adultos e até na necessidade de obter respostas uniformes da parte de
todo o grupo. A criança comunica, dá sinais, basta aprender a lê-los. Saber estar à
mesa num clima social baseado no respeito pelo silêncio, pela serenidade e
tolerância, são um incentivo à autonomia e à descontração nestes momentos.
Quanto ao intervalo que sucede ao almoço é, em função das várias idades,
vivido de formas diferentes. Assim, os três e quatro anos farão uma pequena sesta,
o que vai de encontro às necessidades diárias de sono nestas idades, enquanto os
cinco anos farão desse descanso um tempo de brincadeira no salão polivalente.
Apesar de esta ser a norma, há variações individuais entre as crianças que podem
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aconselhar um outro procedimento. Essas situações devem, contudo, ser bem
avaliadas,
sempre
em
colaboração
com
a
diretora
técnica,
para
que
os
procedimentos a adotar sejam similares entre as várias salas. Os tempos de recreio,
no espaço exterior ou no salão, devem privilegiar o jogo livre entre as crianças,
devendo o adulto encorajar a iniciativa individual a par da organização de algumas
atividades grupais, mas nunca descurando um olhar que terá de ser atento, para
que este possa ser um tempo de lazer e de fruição para todas as crianças. Muitos
dos conflitos que surgem entre as crianças podem necessitar de acompanhamento
ou até intervenção dos adultos, que devem assumir uma postura disponível e de
entrega total ao que se passa com as crianças, independentemente do grupo a que
pertençam. A vigilância tem de ser permanente. A distribuição das horas referentes
à ocupação do espaço exterior, quando o tempo o permite, segue uma organização
pré-estabelecida que deve ser respeitada, procurando cumprir com critérios de
igualdade no acesso àquele espaço. A partir do presente ano letivo as crianças do
jardim podem também contar com o recreio do catl desde que não esteja ocupado
por estas crianças.
O atendimento aos pais continua a passar pelo horário entre as 16h30m e as
17h30m, aconselhando-se uma definição semanal ou mensal que evite prejuízos no
trabalho com as crianças.
C – PRÁTICA PEDAGÓGICA
Um clima de expectativas positivas em torno das crianças é promotor de
experiencias desafiantes baseadas na confiança, na iniciativa e na autonomia. A
prática pedagógica estabelece-se na consideração pelo ambiente educativo criado e
pela rotina diária definida, sequencialmente adequada, securizante e flexível. Mas é
sobretudo a qualidade da relação da educadora com a criança e os vínculos afetivos
que ambas fortalecem que são decisivas para a construção da motivação e da
implicação nas atividades a desenvolver.
O projeto curricular de turma deve ser elaborado com base no conhecimento de
cada educadora sobre o seu grupo – idades dos pais, formação académica, situação
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profissional, composição do agregado familiar – a par do estabelecimento de um
conjunto de objetivos realistas e da proposta de um currículo diversificado que
contemple todas as áreas de desenvolvimento. À educadora compete educar pelo
que diz, pelo modo como diz e pelo que realmente faz, confiando na capacidade das
crianças e garantindo-lhes o direito de interagir de acordo com o seu temperamento
e ritmo. A eleição de um método curricular dominante na prática de uma educadora
deve ser capaz de absorver outros contributos que afastem do quotidiano posturas
diretivas, controladoras e meramente transmissivas. A criança deve participar na
construção do seu conhecimento através do princípio da aprendizagem ativa,
desfrutando de uma organização que leve em consideração o ponto de vista da
criança, dando vez e voz às suas curiosidades e desejos. Continuamos a destacar,
com base nos estudos levados a cabo pela IEA (International Association for the
Evaluation of Educational Achievement) que professores mais competentes são
mais eficazes; crianças maioritariamente envolvidas em tempos de grande
grupo mostram menor desenvolvimento das capacidades para explorar o
mundo que as rodeia e que a possibilidade de escolher as atividades está
diretamente relacionado com um alto desempenho da linguagem aos sete
anos. A reflexão centrada nestas conclusões deverá continuar a incitar
mudanças em algumas salas.
Na prática quotidiana é importante que a educadora integre práticas que
incluam o planear-fazer-rever. Ao avançar para o trabalho em pequeno grupo, mais
uma vez a importância dos processos se sobrepõe à dos produtos. A educadora deve
proferir breves comentários que especifiquem o trabalho que a criança está a
realizar, ajudando-a a interpretar as ações e a comunicar com as outras crianças do
grupo, promovendo desta forma as interações. São primordialmente as ações das
crianças que devem anunciar o fim do tempo de grupo.
Ao longo do dia, os tempos de grupo marcam um dos momentos mais
significativos da aprendizagem, quando aproveitados com a mestria de quem
promove a descoberta, incentiva a pesquisa, desperta a curiosidade e respeita a
diversidade – de opiniões, de estéticas e de interpretações. As auxiliares devem ver
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na educadora um modelo não diretivo nem castrador. Compete-lhes estender o
pensamento da criança, ajudando-a a investir na melhoria das suas competências
e, consequentemente, no aperfeiçoamento do seu desempenho. A observação e
registo circunstanciado do desempenho das crianças deve contar com instrumentos
de apoio que permitirão a reflexão e a compilação de dados que conduzam a uma
avaliação mais fidedigna.
A proposta de atividades estimulantes é um dos fatores extrínsecos à motivação
para aprender, circunstância que pode ser determinante ao longo da vida. As
atividades propostas às crianças não são mais do que estratégias que as envolvem,
permitindo-lhes compreender o mundo que as rodeia através da ação. Agindo sobre
os materiais e problematizando sobre processos e produtos, sempre com o apoio da
educadora, a criança elabora em torno das aprendizagens que realiza, apropriandose de áreas do saber diversificadas. O trabalho numa filosofia de projeto é o que alia
criatividade, pesquisa, experimentação e inovação com a curiosidade da criança. As
áreas de conteúdo – Formação Pessoal e Social, Conhecimento do Mundo,
Expressão e Comunicação e Tecnologias de Informação e Comunicação - são, por
seu lado, o eixo orientador da organização curricular ao qual se deve submeter a
diversidade de propostas a realizar ao longo do ano. É importante que cada uma
das profissionais organize o seu trabalho contemplando todas estas áreas,
preparando-se mais e melhor naquelas que porventura tenha mais dificuldade em
abordar.
A calendarização das atividades encontra-se apresentada no plano de atividades
que serve de base ao trabalho das educadoras. Do plano constam os conteúdos a
abordar, que deverão ser contextualizados por cada educadora à realidade do seu
grupo de crianças, aos seus interesses e necessidades, de forma sempre
devidamente justificada nas planificações de sala que obrigatoriamente efetuarão.
Cada conteúdo deverá ser assumido com carácter de projeto, o que o tornará mais
consistente e coerente. O plano de atividades inclui ainda um grupo de outras
propostas conjuntas e atividades que se dirigem a envolver colaboradores e pais,
ampliando a vertente educativa do colégio. Para além do projeto curricular de
turma, no final de cada semestre devem ser elaborados os relatórios previstos.
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Os processos de avaliação continuam a ser marcos incontornáveis na prática
pedagógica das educadoras. Deverão incidir no processo de ensino-aprendizagem,
no cumprimento e aplicação das propostas pedagógicas para o ano em curso, no
desempenho individual de cada colaborador e na relação profissional que
desenvolve dentro da equipa, bem como na sua capacidade para promover mais e
melhor trabalho dentro da Instituição.
Pretende-se que a avaliação seja um sistema que invista na melhoria contínua
dos processos, adquirindo portanto um carácter educativo e de promoção de
competências.
Analisando o procedimento estabelecido relativamente à avaliação das crianças
(Quadro 2) identificaram-se como critérios, em primeiro lugar, as competências
individuais, usando para isso diversos instrumentos. Um segundo critério aponta
para
ocorrências
narrativas
do
dia-a-dia
e
um
terceiro
critério
reúne
comportamento e organização, ou seja, falamos de atitudes e da influência do meio.
Se saltarmos do individual para a avaliação da ação educativa (Quadro 3),
passamos
a
ter
indicadores
que,
através
de
instrumentos
igualmente
sistematizados, nos permitem determinar, desde a assiduidade do grupo, ao nível de
participação das famílias e ao grau de concretização do plano de atividades. É a
complementaridade entre critérios e indicadores, auxiliada pela evidência dos
registos, que fundamenta um investimento na melhoria contínua do serviço
prestado.
Como espectador, por excelência, de cada criança do seu grupo, a educadora
tem na observação um dos métodos mais adequados, em educação, para medir o
grau de satisfação das crianças, bem como o que vão aprendendo ao longo do
processo. Como indicadores, destaca-se o comportamento da criança, a sua
motivação, empenho e participação nas atividades. Os diálogos com as crianças são
outro dos aspetos importantes na avaliação, pois permitem-lhe saber se foram
atingidos os objetivos e se estes se constituem em áreas de interesse e adequação às
crianças a que se destinam. Estas avaliações podem e devem ser extrapoladas para
momentos de discussão partilhada com o resto da equipa, permitindo-se assim
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assegurar reprogramações de algumas atividades previstas. É desta forma que a
avaliação se consuma como elemento regulador da prática e motor da inovação.
As crianças que frequentam os grupos de cinco anos têm um processo de
avaliação mais temporizado e em estreita colaboração com a psicóloga do colégio. O
boletim de informação que acompanhará as crianças na sua passagem para o 1º
ciclo deverá responder a critérios de objetividade e síntese. Compete às educadoras
assumir uma atitude de esclarecimento relativamente às crianças de matrícula
voluntária, devendo as situações de exceção ser devidamente acauteladas.
Quanto à avaliação das crianças com processo de NEE, será efetuado um
trabalho de colaboração com o educador de apoio educativo, permanentemente
acompanhado pela família das crianças e pelos restantes elementos da equipa
educativa.
Crianças
que
aprendizagem/desenvolvimento
levantem
serão
dúvidas
sinalizadas
para
quanto
a
equipa
à
sua
respetiva
desenvolvendo-se posteriormente o processo, de acordo com o enquadramento
legislativo previsto para os apoios educativos.
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VI – BIBLIOGRAFIA
- Decreto-Lei nº 241/2001, de 30 de Agosto – Perfil especifico de desempenho do
educador de infância.
-LAEVERS, F., & Portugal, G. (2010). Avaliação em Educação Pré-Escolar. Porto.
Porto Editora.
- MILOTAY, Nora. (2014). Desenvolvimento das políticas da UE no domínio da
educação e cuidados para a infância (ECI) a partir de 1990. Cadernos Infância na
Europa, 26, 7-11.
- Ministério da Educação, Direção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular
(2007). Circular nº 17/DSDC/DEPEB/2007 – Gestão do Currículo na Educação
Pré-Escolar.
- Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Ministério da Educação.
Lisboa.
- VASCONCELOS, T. (1995). Educação para a cidadania num jardim-de-infância:
Tenho que ser eu. Cadernos de Educação de Infância, 34, 13-18.
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ANEXOS
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DATA: OUTUBRO DE 2014
ELABORADO POR: DTI
ISABEL VILAÇA
DQ/155.1
Projeto Pedagógico do JARDIM-DE INFÂNCIA
COLÉGIO DO CENTRO SOCIAL DE S. LÁZARO
ORGANOGRAMA PEDAGÓGICO
PROJETO EDUCATIVO
PROJETO PEDAGÓGICO
(Por resposta social)
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES
PROJETO CURRICULAR DE TURMA
PLANOS DE INTERVENÇÃO INDIVIDUAL
PLANIFICAÇÕES, AVALIAÇÕES,
RELATÓRIOS
EDIÇÃO: A
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REVISÃO: 1
DATA: OUTUBRO DE 2014
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Projeto Pedagógico do JARDIM-DE INFÂNCIA
COLÉGIO DO CENTRO SOCIAL DE S. LÁZARO
Quadro 1 - Síntese do Processo Pedagógico
Necessidades das Crianças
PE
PP
PII
PAA
Competências
Objetivos
Ações
Atividades
Projeto Curricular
Planificações
AVALIAÇÃO
EDIÇÃO: A
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Quadro 2 - Avaliação das Crianças
Critérios
Formatos
Instrumentos
Sistematizado
Ficha Diagnóstico
Perfil Desenvolvimento
Plano Intervenção
Individual
Grelha Verificação
- Descrições diárias /
incidentes críticos/
ocorrências
significativas(pontualidade,
assiduidade, fatores familiares,
falas das crianças, implicação
na tarefa / motivação, outros)
Narrativo
Registos
-Organização
-Comportamento
Mecânic0
Fotografias
Vídeo e Áudio
(Relatório)
-Desempenho funcional
(competências)
Quadro 3 - Avaliação da Acção Educativa
Indicadores
Formatos
Instrumentos
Sistematizado
- Mapa de presenças
- Registo da participação
- Registo da execução
-Frequência (do grupo)
-Participação nas atividades
-Participação das famílias
-Grau de execução do Plano
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