Ano Liszt

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Ano Liszt
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Ano Liszt
29-Jan-2011
Após fechar Ano Chopin, Unesco lança Ano Liszt em 2011
Compositor do século 19 será homenageado em concertos e seminários
Inauguração em Paris reuniu músicos húngaros e poloneses
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, lançou o Ano Liszt em 2011.
O ano dedicado ao compositor e pianista, Franz Liszt, foi aberto, na sede da Unesco em Paris, nesta segunda-feira,
com uma cerimônia que também encerrou o Ano Chopin, celebrado em 2010.
Bicentenário
A obra de Frederik Chopin foi lembrada com concertos e uma série de parcerias com a Universidade de Música de
Varsóvia durante todo o ano passado.
Membros da orquestra e também da Academia de Música de Budapeste se apresentaram em Paris para o concerto
com composições de Chopin e Liszt.
O Ano Liszt também lembrará o bicentenário de nascimento do compositor.
Obra
O pianista húngaro foi um dos representantes mais importantes da Neudeutsche Schule ou Nova Escola Alemã.
A proposta de uma lista de aniversários da Unesco foi aprovada pela Conferência Geral da agência em 2009.
O objetivo é tornar a obra dos compositores ainda mais conhecida do grande público.
Biografia Origem Franz Liszt nasceu em 22 de outubro de 1811 no vilarejo de Raiding (em húngaro: Doborján) no
Reino da Hungria (então no Império Habsburgo, hoje parte da Áustria), no comitato de Oedenburg (em húngaro:
Sopron). Foi batizado em latim com o nome "Franciscus", mas seus amigos mais próximos sempre o chamaram de
"Franz", a versão alemã de seu nome. Era chamado de "François" em francês, "Ferenc", "Ferencz" ou "Ferentz" em
húngaro; no seu passaporte húngaro de 1874, o nome registrado era "Dr. Liszt Ferencz". Seus pais eram Adam e
Anna Maria Liszt. Liszt cresceu em Raiding, parte de Burgenland. A língua tradicional daquela região era alemão, e
apenas uma minoria sabia falar húngaro. Oficialmente, latim era utilizado. Seu pai, Adam Liszt, tivera aulas em
húngaro no ginásio de Pressburg (agora Bratislava, capital da Eslováquia), mas ele não aprendeu quase nada nelas e
sempre tinha notas terríveis. Apenas a partir de 1835 as crianças de Raiding passaram a ter aulas de húngaro na escola.
O próprio Liszt era fluente em alemão, italiano e francês; também tinha um pequeno domínio de inglês, mas seu
húngaro era muito precário. Nos anos 1870, quando todos os habitantes da Hungria foram forçados a aprender
húngaro, Liszt tentou aprendê-lo, mas desistiu depois de algumas aulas. A nacionalidade de Liszt foi causa de muita
intriga e discussão. De acordo com pesquisas, seu bisavô, Sebastian List (o pai de Liszt acrescentou a letra "z" ao
sobrenome da família, e esta versão foi adotada pelo avô de Liszt), era um alemão que resolveu morar na Hungria no
Séc.XVIII. Como a nacionalidade de uma pessoa nascida na Hungria na época era herdada, seu avô e seu pai, Georg
List e Adam List também seriam alemães. Seguindo este raciocínio, Liszt também deveria ser considerado alemão. A
mãe de Liszt era austríaca, e a cidade de Liszt hoje pertence à Áustria. Hoje, ele é considerado alemão por algumas
pessoas, mas quando perguntado sobre sua nacionalidade, Liszt sempre respondia com orgulho que era húngaro,
mesmo sem sequer falar a língua; durante toda sua vida usou seu passaporte húngaro para viajar. Este fato fez com
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que ainda hoje a maioria pense que ele era completamente húngaro. Início da vida Era sonho do próprio Adam Liszt
se tornar músico. Estudara piano, violino, violão e violoncelo. No inverno entre 1797 e 1798, enquanto estudava filosofia
na Universidade de Pressburg, estudou instrumentação com Paul Wigler; infelizmente, devido à sua falta de recursos
financeiros, teve de desistir dos estudos. Logo no dia 1 de janeiro de 1798, ele passou a trabalhar para o Príncipe
Nikolaus II Esterházy. Entre 1805 e 1808, ele trabalhou em Einsenstadt, onde o príncipe Esterházy (que vivia em
Viena) tinha uma casa de férias com uma orquestra. Até 1804 essa orquestra foi regida por Franz Joseph Haydn, e a
partir desta data até 1811, por Johann Nepomuk Hummel. Em várias ocasiões, Adam Liszt tocou nela como segundo
violoncelista. Em 13 de setembro de 1807, a orquestra executou a Missa em Dó Maior de Ludwig van Beethoven, regida
pelo próprio. Adam Liszt conhecia Joseph Haydn, Johann Nepomuk Hummel e Ludwig van Beethoven. Para ele, os
vienenses clássicos haviam atingido o nível de musicalidade mais alto. O próprio Liszt, quando adulto e artisticamente
maduro, dizia muitas vezes que as experiências musicais mais importantes da sua infância foram as performances de
artistas ciganos. Porém, o repertório que ele teve de estudar no Piano era bem diferente da música dos ciganos. Uma
carta de 13 de abril de 1820 de Adam Liszt para o Príncipe Esterházy diz que ele comprou cerca de 8800 páginas de
partituras dos maiores mestres da música. Durante os 22 meses que se seguiram, Liszt já havia estudado as obras
mais tecnicamente complexas de Johann Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus Mozart, Beethoven, Hummel, Muzio
Clementi, Johann Baptist Cramer, dentre outros. Já que o garoto já havia ficado doente várias vezes, é
impressionante saber que ele tocou todas estas obras, mas ele havia começado no verão de 1818, mais ou menos com
sete anos. Progrediu extraordinariamente rápido. Em outubro de 1820, no velho cassino de Ödenburg, ele participou de
um concerto do Violinista Baron van Praun, este também um prodígio. Na segunda parte do Concerto, Liszt tocou um
Concerto em Mi Bemol Maior de Ferdinand Ries, e uma improvisação dele mesmo, com muito sucesso. Em novembro
de 1820, Adam Liszt teve uma oportunidade ainda maior de mostrar ao público o dom de seu filho. Em Pressburg, a
Dieta se encontrou pela primeira vez após um rompimento de 13 anos. Em 26 de novembro, Liszt deu um concerto para
uma audiência de aristocratas e membros da alta sociedade. Um grupo de magnatas assegurou um pagamento anual
de 600 gulden durante seis anos para que o garoto pudesse estudar no exterior. Adam Liszt já havia pedido ajuda ao
Príncipe Esterházy em 4 de agosto de 1819 para educar seu filho. Nessa petição, ele estimou um gasto anual que ficaria
entre 1300 e 1500 gulden. Ele não esperava que o Príncipe fosse pagar essa quantia, mas também pediu uma posição
em Viena. Assim, Adam poderia ganhar dinheiro por conta própria enquanto seu filho teria aulas com um grande mestre
do Piano. A petição foi apoiada por Hofrat Johann von Szentgály, um oficial. Mas como não havia vagas para o trabalho
em Viena, a petição foi negada pelo Príncipe. Os 600 gulden oferecidos pelos magnatas em novembro de 1820 eram
insignificantes comparados aos gastos de 1500 anuais. Nada aconteceu pelo próximo um ano e meio. Em 6 de maio de
1822, Adam Liszt pediu em uma petição por um ano de ausência. Quando o Príncipe aceitou esta, Adam Liszt já havia
vendido tudo que ele possuía em Raiding. Em 8 de maio de 1822, a família Liszt foi para Viena. Em Viena, o jovem
Liszt frequentou aulas de Piano com o grande Carl Czerny, que fora aluno de Beethoven em sua juventude. Czerny
comentou em seu "Lebenserinnerungen" (Memoires) que ficou impressionado com o talento de Liszt ao Piano, mas que
o garoto não tinha qualquer conhecimento de dedilhados apropriados, e seu jeito de tocar era caótico. Czerny, de
primeira, mostrou a Liszt algumas das Sonatas mais fáceis de Clementi e mandou tocá-las. O garoto tocou-as sem
qualquer dificuldade, mas não entendia que tinha de trabalhar nos detalhes da execução e da expressividade. O professor
e seu aluno também tinham opiniões diferentes quanto a dedilhados usados para as obras tocadas. Há boatos de que
o garoto em uma tentativa de escapar das odiadas aulas escreveu dedilhados complexos e difíceis para as obras e os
mostrou ao seu pai, alegando que eles haviam sido escritos por Czerny. Havia se tornado "óbvio" que Czerny não tinha
noção do que manda seus alunos fazerem, e Liszt deveria parar de ter aulas com ele. Após isso, Adam Liszt conversou
com Czerny e seu filho, e as aulas prosseguiram. Pouco depois, Liszt foi ouvido em círculos privados. Sua estreia em
Viena foi em 1 de dezembro de 1822, em um concerto na "Landständischer Saal". Liszt tocou um Concerto em Lá Menor
de Hummel e também uma improvisação numa Ária da Ópera de Rossini "Zelmira" e também o Allegretto da 7ª Sinfonia de
Beethoven. Em 13 de abril de 1823, ele deu um concerto famoso na "Kleiner Redoutensaal". Dessa vez, tocou um
Concerto em Si Menor de Hummel, variações de Moscheles e uma improvisação dele mesmo. Diz uma lenda que
Beethoven ficou tão impressionado com a técnica e o virtuosismo precoce do garoto que o felicitou no palco, dando-lhe
um beijo na testa. Porém, algumas fontes dizem que Beethoven nem sequer subiu ao palco, e alguns registros de
Beethoven mostram que ele não compareceu ao concerto. A partir de julho de 1822, Liszt passou a ter aulas de
composição com Antonio Salieri. De acordo com uma carta de Salieri ao Príncipe Esterházy que data de 25 de agosto de
1822, até então ele havia introduzido o garoto a alguns elementos da teoria musical. Mais aulas viriam depois destas.
Já que os admiradores do garoto o tratavam como um novo Mozart ou Beethoven, Salieri havia aceitado uma tarefa
nada fácil. Na primavera de 1823, quando o ano de ausência concedido a Adam Liszt estava chegando ao fim, este
pediu em vão ao príncipe mais dois anos. Adam mais tarde pediu demissão ao Príncipe, e no fim de abril de 1823, a
família voltou pela última vez à Hungria. Liszt deu concertos em Pest nos dias 1 e 24 de maio. Também participou de
concertos nos dias 10 e 17 de maio no "Königliches Städtisches Theater" e em 19 de maio na "vergnügliche
Abendunterhaltung" (uma tarde de música). Neste último evento, Liszt tocou um arranjo para Piano da Marcha de
Rackózy, algumas danças húngaras e peças de Csermák, Lavotta e Bihari. No fim do mês, a família voltou a Viena.
Altenburg, residência de Franz Liszt em Weimar (Alemanha) entre 1848–1861, época na qual compôs os seus
primeiros doze poemas sinfónicos. Liszt tinha tentado escrever a sua Sinfonia revolucionária já em 1830; mas no início
da sua vida adulta centrou os seus interesses principalmente na sua carreira como intérprete. Em 1847, Liszt era
famoso na Europa como um virtuoso pianista. A «Lisztomania» percorria toda a Europa, e a carga emocional dos seus
recitais converteram os concertos em «algo místico em vez de serem eventos musicais sérios» e a reação de muitos dos
ouvintes poderia ser descrita como histérica. O musicólogo Alan Walker afirma que «Liszt era um fenômeno natural e a
gente era dominada por ele… Com a sua cativante personalidade, a sua larga melena de cabelo solto criou uma
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encenação assombrosa. Havia muitos testemunhos para declarar que a sua interpretação tinha melhorado realmente o
estado de ânimo da audiência a um nível de êxtase místico». Os pedidos para realizar concertos «aumentaram
exponencialmente» e «cada aparição pública provocava a procura de outra dúzia». Liszt desejava compor música,
como trabalhos orquestrais a grande escala, mas acabava por não ter tempo para o fazer devido às suas viagens como
virtuoso do piano. Em Setembro de 1847 Liszt deu o seu último recital público como artista contratado, e anunciou a
sua retirada do circuito de concertos, instalando-se em Weimar, onde tinha sido Kapellmeister honorífico em 1842, para
trabalhar nas suas composições. Relação com a princesa Carolyne Zu Sayn-Wittgenstein A princesa russo-polaca
'Carolyne zu Sayn-Wittgenstein nasceu em 1819 e morreu em 8 de março de 1887 em Roma, ficou conhecida por sua
dedicação a Franz Liszt, o grande sedutor, com quem se reuniu em Kiev em 1847, durante uma de suas turnées. O
encontro correspondeu ao desejo de Liszt de parar qualquer composição orquestral. O Grão-duque de Weimar, tinha
oferecido a Liszt um cargo de prestígio de Kapellmeister, e a princesa juntou-se a ele em fevereiro de 1848, vivendo
juntos durante muitos anos. Carolyne era, então, independente do seu marido desde há algum tempo. A Igreja Católica
Romana eventualmente quis que a princesa casasse com Liszt e regularizasse a sua situação, mas por ela estar ainda
casada e o marido estar ainda vivo, a princesa teve que convencer as autoridades católicas de que seu casamento tinha
sido inválido. Depois de um intrincado processo, foi temporariamente bem sucedida (Setembro de 1860). Estava
previsto que o casal iria se casar em Roma, em 22 de outubro de 1861, 50.º aniversário de Liszt. Liszt, tendo chegado
a Roma em 21 de outubro de 1861, descobriu que a princesa, no entanto, era incapaz de se casar com ele, pois parece
que tanto o marido dela como o Czar da Rússia conseguiram revogar a permissão para o matrimônio no Vaticano. O
governo russo também apreendeu várias das suas propriedades (que tinham milhares de servos), o que fez com que o
seu casamento eventual com Liszt, ou qualquer outro, fosse inviável. Além disso, o escândalo teria prejudicado
seriamente a sua filha, claramente a razão principal pela qual o príncipe pôs fim ao casamento agendado.
Posteriormente, o seu relacionamento com Liszt tornou-se uma companhia platônica, especialmente depois que ele ter
recebido ordens menores na Igreja Católica e se tornar abade. O casal aumentou a influência da música na cidade
convidando muitos músicos, incluindo várias vezes Hector Berlioz, que conversou com a princesa em
correspondência nos anos 1852-1867. Ela foi especialmente encorajadora para que Berlioz escrevesse Les Troyens,
que é dedicada a Virgílio (Virgílio Divo), mas também à princesa Carolyne Sayn-Wittgenstein. O escândalo causado pelo
facto de que Liszt "frequentava" uma mulher casada, ajudou depois a este mudar-se para Itália em 1860. Eles não eram
casados, pois a princesa não começou um divórcio. A sua presença durou cerca de quarenta anos. Faleceram com oito
meses de diferença, o que fez deles um par lendário, como George Sand e Alfred de Musset. Principais Obras
* 19
Rapsódias Húngaras para Piano (posteriormente orquestradas);
* 12 Estudos de Execução Transcendental;
* Sonata
em Si Menor;
* Sinfonia Fausto;
* Sinfonia Dante;
* Concerto para Piano n.º 1;
* Concerto para Piano n.º 2;
* Vals
Mephisto n.º 1;
* Poemas sinfónicos Foi o criador do poema sinfônico, muito popular no século XIX. No campo da
música sacra, salienta-se as 4 oratórias, S. Isabel, S.Stanislaus (incompleta), Christus, e a vanguardista Via Crucis.
Escreveu duas sinfonias, a Sinfonia Dante, inspirada na Divina Comédia de Dante Alighieri, e a Sinfonia Fausto,
composta por diferentes quadros que caracterizam as personagens de Fausto, do escritor romântico alemão Goethe.
Liszt também escreveu inúmeros lieder e peças para música de câmara, das quais se devem destacar as para violino e
piano. A sua Sonata em Si menor, apesar de não ter agradado a Johannes Brahms, que diz ter adormecido durante a
sua execução, é provavelmente a obra maior do compositor húngaro. Também muito populares são suas rapsódias
húngaras para piano. A Rapsódia n.º 2, a mais conhecida delas, tornou-se muito popular até como trilha sonora de
desenhos animados.
Ouça Arthur Rubinstein tocando Liszt - "Liebestraum n°3 - Aqui
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