Parâmetros de Resistência Critério Tensorial Resistance
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Parâmetros de Resistência Critério Tensorial Resistance
Parâmetros de Resistência Critério Tensorial Resistance Parameters Tensor Criterion Marcio Vinicius Marini Departamento de Estruturas Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP Avenida Albert Einstein, 951 Cidade Universitária Caixa Postal 6021 CEP: 13083-852 Campinas – SP -Brasil Tel.: (19) 3521-2314 [email protected] Resumo O critério de resistência tem como finalidade estabelecer leis, pelas quais pode-se, pelo comportamento do material nos ensaios de tração e compressão simples, prever condição ruptura sob qualquer tipo de combinação de tensões. Os primeiros critérios de resistência foram desenvolvidos para materiais isotrópicos com simetria de resistência, ao longo do tempo surgiram diversos critérios de resistência, cada um específico para determinado material, sendo os mais conhecidos são os critérios de: Rankine, Tresca, Von Misses, Mohr-Coulomb. Com o avanço dos materiais anisotrópicos na engenharia principalmente os materiais compósitos, os critério tradicionais possuem restrições devido à complexidade dos materiais anisotrópicos, surgiu o método empírico da fórmula de Hankison e posteriormente a TsaiWu. Este trabalho tem por objetivos apresentar teoria geral de resistência dos materiais anisotrópicos Tsai-Wu, apresentando as vantagens da utilização do critério. Palavras-chave: Critério de Resistência. Anisotrópicos. Materiais Compósitos. Isotrópicos. Abstract The criterion of resistance is to lay down laws, by which one can, by the behavior of the material in the tensile and compressive, predict rupture condition under any combination of stresses. The first resistance criteria were developed for isotropic materials with symmetry of resistance, over time various strength criteria have emerged , each specific to particular material , the most known are the criteria : Rankine Tresca, Von Misses, Mohr - Coulomb . With the advancement of anisotropic materials in engineering mainly composite materials, the criteria have restrictions due to the complexity of anisotropic materials , emerged from the empirical formula method Hankison and later the Tsai - Wu . This study aims to present general theory of strength of anisotropic materials Tsai - Wu , presenting the advantages of the use of discretion. Keywords: Failure Composite Materials Criterion. Isotropic. Anisotropic. Introdução O critério de resistência visa fornecer parâmetros para se poder estimar quando um estrutura, constituída de determinado material é submetida a complexas situações de carregamento, entrará em ruptura, ou seja, um critério de resistência pretende interpretar os casos de solicitações combinadas, partindo apenas de um número de parâmetro do material. Identificação do fenômeno responsável pela ruptura. Especificar um número restrito de parâmetros do material. Estabelecer relações entre as tensões para prever a condição de ruptura sob qualquer espécie de combinação de tensões: Estado duplo ou Triplo de tensões Verificação do veracidade do critério em comparação com o comportamento real da estrutura. invariante; b) Os componentes de resistência são expressos em um tensor suas relações de transformação e os invariantes associados são bem definidos; c) As propriedades de simetria do tensor e o número de componentes nulos e independente podem ser rigorosamente determinados. Outra vantagem do critério de resistência Tsai e Wu é sua aplicabilidade a diversos materiais com materiais transversalmente isotrópicos, materiais isotrópicos assimétricos (concreto armado), materiais isotrópicos simétricos (aço), materiais anisotrópicos (madeira e compósitos). Teoria geral de resistência para Os primeiros critérios foram desenvolvidos para materiais anisotrópicos (Critério materiais isotrópicos com simetria de resistência; de Tsai-Wu) com o tempo surgiu a necessidade de utilização de critérios que avaliassem a resistência de material isotrópicos assimétricos, ortotrópicos e por fim material os materiais anisotrópicos. Ao longo dos séculos surgiram diversos critérios de resistência, cada um especifico para cada material, sendo os mais conhecidos Rankine (1820-1872), Tresca (1814-1885), Von Mises, Mohr (1835-1918)Coulomb (1736-1806) entre outros menos conhecidos Hill (1950), Tsai-Hill, Norris, Marin, Gol’s Denblat e Kopnov, Hoffman e Tsai e Hill. Para definição de modelo matemático, de um critério de ruptura, é necessário a identificação dos estímulos mecânicos que induzem a ruptura e a identificação da resposta do material. Atualmente o método Tsai e Wu (1971) apresenta vantagens em relação as inúmeras outras teorias existente. a) Equação escalar e automaticamente Um critério de falha (ruptura) pode ser estabelecido com ou sem a ajuda de um modelo matemático, segundo WU (1974). Se forem realizados ensaios experimentais em todas as componentes do espaço de tensões, a necessidade de um modelo teórico torna-se secundário. No entanto, a determinação experimental necessita de tempo e apresenta custo elevado. Um modelo matemático pode complementar a caracterização da falha através da redução do número de ensaios necessários, pelo fornecimento de bases de comparação do desempenho do material, pela redução dos dados e por aperfeiçoar a adaptabilidade nas aplicações de análise estrutural. Um modelo matemático tem como função facilitar a interpolação, a correlação e as observações experimentais, mas não tem a função de interpretar o mecanismo de falha (ruptura). Um modelo matemático de critério de ruptura começa com a identificação dos estímulos mecânicos que induzem a ruptura e com a identificação da resposta do material e este estímulo. Os estímulos Figura 1 –Estado de tensão mecânicos são as tensões aplicadas no material, e na ausência de outros estímulos externos (químicos,térmicos e outros) o critérios de ruptura A simetria do tensor de tensões permite pode ser expresso como: que o estado de tensões possa ser representado pela matriz coluna. Onde F, G e H são parâmetros do material. A falha de um determinado material é interpretada com a ocorrência de qualquer descontinuidade na resposta do material aos estímulos mecânicos. Algumas das descontinuidades de interesse são: o início da não linearidade na relação tensão x deformação, a ocorrência de deformação irreversíveis e a ruptura do material. Para determinar a causa de falha é necessário analisar o estado de tensão que o material está submetido. De um modo geral, o estado de tensões no entorno de um ponto é caracterizado pelo tensor de 2ª ordem σ ij , cujas componentes podem ser expressas pela matriz. Considerando materiais totalmente anisotrópicos, deve-se admitir que os modos de ruptura sejam condicionados tanto pelas tensões normais quanto pelas tensões tangenciais, uma vez que as fraturas podem ocorrer em virtude de diferentes conjuntos de tensões que agem sobre o elemento. Tendo em vista levar em conta não somente a anisotropia, mas também assimetria da resistência do material, a condição geral de ruptura pode ser colocada sob a forma: (1.1) Onde cada coluna representa a tensão resultante, que atua na face de referência cuja normal tem a Com i,j,k,l=1,2,3 onde são Rij direção do eixo j (1,2,3), Figura 1 coeficientes de termos lineares de resistência, referentes à ação individual das tensões σ ij e Rijkl são os coeficientes de termos quadráticos de resistência, referentes a ação conjunta das tensões σ ij e σ kl . As componentes dos tensores de resistência Rij e Rijkl são expressas pelas matrizes: Considerando o tensor Rijkl , a componente R1111 corresponde à ação isolada da tensão σ 11 e a componente R1122 corresponde à ação simultânea das tensões σ 11 e σ 12 . Neste caso, os elementos da diagonal principal correspondem à ação isolada das respectivas tensões e os elementos simétricos em relação a essa diagonal são iguais entre si pois se referem à resistência sob a ação do mesmo par de tensões. (1.2) (1.3) Assim, considerando o tensor Rij , a componenete A simetria do tensor de 4ª ordem Rijkl permite que ele seja tratado como se fosse R11 é o coeficiente de resistência correspondente à um tensor de 2ª ordem representado pela ação isolada de σ 11 e o coeficiente R12 matriz simétrica: corresponde à ação isolada da tensão σ 12 . Todavia como as tensões σ 12 = σ 21 aparecem R12 = R21 simultaneamente, os coeficientes referem-se à ação simultânea dessas duas componentes do tensor das tensões. (1.5) O tensor simétrico Rij pode então ser representado de modo mais simples pela matriz simétrica: Com as alterações feitas na representação dos tensores Rij e Rijkl , a condição de (1.4) resistência equação (1.1), pode então ser posta sob a forma: ou pela matriz coluna (1.6) A expressão 1.6 elaborada por TSAI e WU (1971), representa a teoria geral de resistência para materiais anisotrópicos. Na forma expandida a expressão 1.6 toma a seguinte forma: (1.7) A equação 1.7 é também conhecida como critério de resistência ou como tensor polimonial de resistência para materiais anisotrópicos. Para um material anisotrópico existem 6 elementos independentes do tensor Fi e 21 elementos independentes do tensor Fij . Os termos lineares da teoria geral de ruptura para materiais anisotrópicos levam em conta as diferenças entre as tensões de tração e compressão, ou seja, considera-se a assimetria de resistência dos materiais. Os termos quadráticos definem, para materiais no estado plano de tensões, uma elipsóide no espaço das tensões. Na hipótese básica, TSAI e WU (1971) ignoraram termos de ordem superior à quadrática no critério de resistência por não serem praticáveis do ponto de vista operacional, pois o número de componentes de um tensor de 6ª ordem aumenta significativamente se comparada a um tensor de 4ª ordem. Os termos cúbicos, tornam a superfície de ruptura não fechada. As várias características do critérios de resistência proposta por TSAI e WU (1971) são: expressos em um tensor, suas relações de transformação e os invariantes associados são bem estabelecidos. 3) As propriedades de simetria do tensor de resistência e o número de componentes nulos e independentes podem ser rigorosamente determinados, da mesma forma que outras propriedades dos materiais anisotrópico 4) Conhecendo as relações de transformação, pode-se facilmente rotacionar os eixos do material de Fi para Fi ’ e de Fij para Fij ’ na equação 1.6 que descreve o tensor polinomial, ou equivalentemente mudar as tensões aplicadas de σ i para σ i ’ quando se quer estudar as propriedades fora dos eixos principais ou propriedades transformadas. A maioria dos critérios existentes é limitada para materiais ortotrópicos, e pode somente ser aplicado por transformação das tensões externas para os eixos dos materiais; a rotação dos eixos do material não pode ser feita porque as transformações do critério de resistência não são conhecidas. 5) Sendo invariante, o critério de resistência é valido para todos os sistemas de coordenadas. Embora muitas superfícies podem ser 1) Uma equação escalar e automaticamente representadas por um polinômio na forma invariante. As interações entre todos os da equação 1.8 nem todas as superfícies componentes de tensões são independentes de ruptura admissíveis. das propriedades do materialo. 2) Os componentes de resistência são (1.8) A superfície não pode ser imaginária nem ser uma As direções principais e as restrições dos superfície aberta. Para satisfazer essas condições coeficientes Fi Fij das duas superfícies algumas restrições para os coeficientes Fi Fij são podem ser obtidas das duas matrizes características da equação 1.9. necessárias. Para o estado plano de tensões, observa-se que a superfície de ruptura é tri-dimensional, pois há três componentes de tensões independentes, σ 1 σ 2 σ 4 . A equação 1.9, na forma expandida, tem a seguinte forma: (1.9) Segundo WU (1974), a natureza da superfície, representa pela equação quadrática 1.9, pode ser examinada pela redução da equação para a forma canônica. Através da translação e rotação das coordenadas a equação 1.9, pode ser expressa em termos de uma das 17 formas canônicas. Das 17 diferentes superfícies que podem ser representadas pela equação 1.9, as superfícies admissíveis são as que possuem somente uma raiz real para qualquer carregamento. Somente duas superfícies admissíveis satisfazem as condições: elipsóide real e parabolóide elíptico. As duas superfícies admissíveis podem ser observadas na Figura 2. Onde IeI e IEI são os determinantes das matrizes. As direções principais l,m,n no espaço plano de tensões (σ 1 , σ 2 eσ 4 ) Podem ser obtidas dos autovalores λ tais que: (1.10) O polinômio característico da equação 1.10, pode ser escrito da seguinte forma: (1.11) Figura 2 –Superfície de ruptura para o estado plano de tensões. Fonte: WU (1974). p.358 (1.12) As raízes da equação 1.11 são λ1 , λ 2 eλ 4 . Através da geometria analítica, pode se determinar que para a equação 1.9 ser uma pela inequalçao 1.15. Geometricamente superfície de ruptura admissível, tem que esta inequação assegura que a superfície apresentar as seguintes características: de ruptura interceptará cada um dos eixos coordenados de tensões. A forma da superfície será um elipsóide, no estado plano de tensões. Se a inequação 1.15 no (1.13) for respeitada, a superfície de ruptura se torna aberta. Considerando o estado plano de tensões (plano 1-2), a inequação 1.15 se divide (1.14) em três condições, de acordo com TSAI e HAHN (1980) A condição de estabilidade, necessária e suficiente, para o cirtério de ruptura para um material de resistência finita é representada pelas condições 1.13 enquanto que para um critério de ruptura com Das várias características apresentadas, resistência infinita em uma direção de tensão é pode-se constatar que a teoria geral de representado dela condição 1.14. resistência de TSAI-WU possui ampla A condição de estabilidade necessária mais simples utilização na estimativa de resistência pode ser obtida em um plano onde uma das tensões para os mais diversos materiais, sejam eles isotrópicos, ortotrópicos ou é zero ( (σ i = 0) anisotrópicos, com ou sem simetria de resistência. Como se trata de uma Para formulação tensorial, a relação de transformação dos elementos do tensor é facilmente determinada. De um modo geral: (1.15) onde Fii representa os termos da diagonal principal. Para ter significado físico, todos os termos da diagonal principal devem ser positivos; os termos de fora da diagonal principal podem ser negativos ou positivos dependendo da naturesa de interação, mas suas magnitudes são restringidas Referências NICOLAS, E. A. Estudo de Critérios de Resistência de Materiais Anisotrópicos Aplicados à Madeira, 2006. 257f Tese (Doutorado em Estruturas ) – Faculdade de Engenharia Civil e Arquitetura, Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, p.42-51. WU, E. M. Optimal experimental measurements of anisotropic failure tensors. Journal of Composite Material, n.4, v.6, p.472-489. Oct. 1972. WU, E. M. Phenomenological anisotropic failure criterion. Mechanis of Composite Materials, v.2, p.353-431. 1974.