Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores
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Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores
INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores OEIRAS Delegação Regional de Lisboa da IGE Datas da visita: 11 e 14 de Dezembro de 2009 I – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores ― Oeiras, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada nos dias 11 e 14 de Dezembro. Os capítulos do relatório – Caracterização da Escola, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. ES C AL A D E AV ALI AÇ ÃO Níveis de classificação dos cinco domínios MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos. BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos. SUFICIENTE – Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos. INSUFICIENTE – Os pontos fracos O texto integral deste relatório, bem como o contraditório apresentado pela Escola, estão disponíveis no sítio da IGE na área Avaliação Externa das Escolas 2009-2010 sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 2 II – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores situa-se no município de Oeiras, freguesia de Algés, e iniciou a sua actividade no ano escolar de 1987-1988. É frequentada por 1188 alunos, distribuídos pelos turnos diurno e nocturno. Lecciona o 3.º ciclo do ensino básico regular (15 turmas), um Curso de Educação e Formação de Tipo 3 (uma turma) e o ensino secundário regular (32 turmas, nos cursos científicohumanísticos de Ciências e Tecnologias, Artes Visuais, Ciências Sócio-Económicas e Línguas e Humanidades). Lecciona ainda o ensino profissional (cinco turmas, nos cursos de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e de Apoio Psicossocial), o ensino secundário recorrente por módulos capitalizáveis (5 turmas, nos cursos científico-humanísticos de Ciências e Tecnologias, Ciências Sócio-Económicas e Línguas e Humanidades) e ainda Cursos de Educação e Formação de Adultos (Nível Básico – B3 e Nível Secundário). Possui, desde 2008, um Centro Novas Oportunidades (CNO). Ministra ainda cursos de educação extra-escolar (Alfabetização e Português para Estrangeiros) e formações modulares (Inglês, Espanhol, Informática, Linguagem e Comunicação e Matemática para a Vida). Na Escola, 178 alunos usufruem dos auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar, sendo 82 do escalão A e 96 do escalão B. Os pais e encarregados de educação dos alunos da escola trabalham predominantemente no sector terciário e possuem, na maior parte, habilitações ao nível do 3.º ciclo do ensino básico, ensino secundário e ensino superior. O corpo docente é estável e é composto por 160 professores, dos quais 110 pertencem ao quadro de escola, 3 ao quadro de zona pedagógica e 47 são contratados, tendo 84% dos docentes mais de 10 anos de serviço. O pessoal não docente é composto por 9 assistentes técnicos, 28 assistentes operacionais, 1 profissional de Reconhecimento e Validação de Competências e 1 Técnico de Diagnóstico e Encaminhamento, sendo 19 dos quadros e 21 contratados. III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO 1. Resultados MUITO BOM A Escola melhorou, de um modo geral, o seu sucesso académico quer no ensino básico quer no ensino secundário. As taxas de conclusão são superiores aos valores nacionais, sendo de relevar as do 12.º ano. Os resultados obtidos nos últimos exames nacionais do 9.º ano situam-se acima da média nacional, o mesmo se verificando nos exames nacionais do 12.º ano (à excepção da disciplina de Desenho A) evidenciando-se a disciplina de Matemática, no conjunto das disciplinas objecto de análise. Os níveis de abandono são pouco significativos, em qualquer dos níveis de ensino diurno, sendo detectadas atempadamente as situações problemáticas com vista à sua resolução. O desenvolvimento cívico é incentivado através da organização de diversos projectos e actividades. Os alunos participam em diversas actividades de âmbito desportivo e cultural, evidenciando um forte sentimento de pertença e identificando-se com a dinâmica da Escola. Existe um bom relacionamento entre alunos, docentes e pessoal não docente. Uma das formas de valorizar os sucessos dos alunos consiste na exposição e divulgação dos seus trabalhos e na atribuição de prémios aos que se tenham distinguido pelo seu comportamento, atitudes e valores e na atribuição de bolsas de estudo pelo Rotary Clube de Algés, instituição que apoia a Escola desde o início do seu funcionamento, a alunos carenciados com bons resultados escolares. As aprendizagens estão orientadas por um lado para o prosseguimento de estudos e por outro para a integração na vida activa, respondendo às necessidades do meio envolvente. Os alunos, os encarregados de educação e os professores manifestam uma opinião muito positiva sobre a diversidade das ofertas curriculares e de enriquecimento curricular e a qualidade do ensino e das aprendizagens. 2. Prestação do serviço educativo BOM O trabalho de articulação de docentes faz-se essencialmente ao nível do grupo disciplinar sendo pouco explícita uma visão de conjunto resultante da reflexão entre as diferentes áreas disciplinares. Existem práticas instituídas de articulação entre os docentes nos grupos, no entanto, os documentos não explicitam essa articulação tal Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 3 como se pode constatar pela insuficiência de metas e orientações para a organização e avaliação das actividades que não figuram no Projecto Curricular de Escola. Os docentes são encorajados a trabalhar cooperativamente, procedendo à elaboração e selecção comum de materiais, à definição e aferição de critérios e à elaboração de instrumentos de avaliação, assegurando a sequencialidade das aprendizagens. A Escola tem uma orientação estabelecida e generalizada para que se realizem testes diagnósticos, em todas as disciplinas, no início do ano lectivo. A tarefa do acompanhamento do desenvolvimento das competências dos alunos é facilitada pela continuidade pedagógica dos professores dentro de cada ciclo. A Escola atende de forma flexível e diversificada às diferentes necessidades de apoio educativo. A Escola dinamiza um conjunto de projectos já consolidados que para além de estimularem e valorizarem as aprendizagens, proporcionam experiências significativas no domínio das artes, das ciências, da cultura, da preservação do ambiente e do desporto. 3. Organização e gestão escolar BOM O Projecto Educativo apresenta as linhas orientadoras para o cumprimento da função educativa da Escola, apontando para princípios estruturantes como sejam a educação para a cidadania, a qualidade e a articulação entre o saber – saber ser – saber fazer. No entanto, a ausência de definição de metas claras, quantificáveis e avaliáveis ou a sua definição aquém do já alcançado pela organização, dificulta a apreciação dos restantes documentos estruturantes, designadamente o Projecto Curricular de Escola e o Plano Anual de Actividades já que não permite estabelecer uma correlação directa com os resultados alcançados pela instituição em termos da organização e regulação do seu funcionamento. A distribuição do serviço assenta no reconhecimento das competências profissionais dos respectivos trabalhadores. Na distribuição do serviço docente é assegurada a continuidade pedagógica sempre que possível. Os espaços e instalações são adequados às actividades escolares e a Escola tem procedido à sua requalificação, aproveitando as competências dos alunos de Artes Visuais ao nível da pintura e da cerâmica. Os pais e encarregados de educação participam na vida da Escola, designadamente, na partilha de experiências profissionais e outras actividades e através da sua presença nos órgãos em que têm assento e da Associação de Pais e Encarregados de Educação. Contudo, a participação dos pais e encarregados de educação na vida da Escola é claramente inferior à esperada, baixando significativamente a sua presença nas reuniões com os directores de turma nos 11.º e 12.º anos. A Escola actua de acordo com princípios de equidade e justiça, evidenciados na oferta de diversas modalidades de apoio, designadamente as salas de estudo, bem como na oferta educativa diversificada, sobretudo ao nível dos cursos de educação e formação e de cursos profissionais e ainda ao nível do reconhecimento, validação e certificação de competências. 4. Liderança BOM A Escola é reconhecida como uma unidade de excelência ao nível dos resultados académicos dos seus alunos, designadamente no curso de Ciências e Tecnologias e pelo profissionalismo e capacidades científicopedagógicas dos seus docentes. Ancorada nos bons resultados académicos dos seus alunos, a Escola não apresenta uma visão e estratégia claras que permitam a superação de alguns problemas do seu funcionamento, como o défice de comunicação e circulação da comunicação, a ausência de metas claras, quantificáveis e avaliáveis. As lideranças de topo, designadamente a Directora, são reconhecidas, embora seja apontado uma ausência de delegação de tarefas nas lideranças intermédias, não sendo respeitado o princípio da subsidiariedade. Os órgãos de direcção, administração e gestão e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, docentes e não docentes estão motivados e empenhados no desempenho das respectivas funções e tarefas, notando-se, no entanto, dificuldades na mobilização dos professores para as actividades de substituição e de ocupação plena das actividades escolares. A Escola está aberta à inovação, evidenciada na multiplicidade de projectos e actividades de extensão cultural e de iniciativas de carácter científico-pedagógico, de que se destaca o Clube de Robótica. A edição da revista «Ideias e Temas», de excelente Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 4 qualidade, permitindo a publicação de ensaios de professores e alunos, é um veículo de reconhecimento da produção cultural e científica da Escola. A existência de inúmeros projectos, parcerias, protocolos contribui para a abertura da Escola ao exterior e para a prestação de serviços à comunidade, sendo de destacar a celebração de protocolos com entidades que actuam na área social e com empresas, visando a colocação em estágio dos alunos dos cursos de educação e formação e dos cursos profissionais e cujo impacto positivo é reconhecido pelos diferentes parceiros. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola SUFICIENTE O processo de auto-avaliação da Escola, da responsabilidade do Observatório da Qualidade, assenta, desde 2006, na análise dos resultados escolares, de diversa documentação e no tratamento de inquéritos de satisfação dirigidos à comunidade escolar, à excepção do pessoal não docente. Os relatórios produzidos relativos ao triénio de 2004-2007 e ao biénio de 2007-2009 permitiram a identificação de alguns pontos fortes e fracos da actividade da organização. O processo de auto-avaliação é insuficientemente conhecido por parte da comunidade escolar, não tendo sido objecto de uma reflexão sistemática e generalizada. Apesar de terem sido desenvolvidas algumas acções de melhoria e definidas algumas áreas de intervenção prioritárias, o processo de auto-avaliação não desencadeou a implementação de uma estratégia estruturada e abrangente que garanta a sustentabilidade do progresso. IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. Resultados 1.1 Sucesso académico A Escola Secundária de Miraflores (ESM) tem vindo, nos últimos anos, a recolher e a tratar de forma sistemática a informação sobre os resultados escolares dos alunos e a desenvolver uma análise reflexiva sobre os mesmos. A ESM melhorou, de um modo geral, o seu sucesso académico no último triénio, quer ao nível do 3.º ciclo do ensino básico (CEB), quer ao nível do ensino secundário. As taxas de conclusão do 3.º CEB atingiram, nos dois últimos anos, valores iguais ou superiores a 90%, situando-se acima da média nacional em 7,2% e 4,9%, respectivamente. Nas disciplinas de Físico-Químicas e de Ciências Naturais os valores das taxas de sucesso são 79% e 82%, respectivamente. Em História e em Geografia, os valores são 89% e 86%. Destacam-se as línguas estrangeiras com uma taxa de sucesso de 95% na disciplina de Espanhol, 90% em Francês e 91% em Inglês. Os resultados em exames nacionais do 9.º ano em Língua Portuguesa e em Matemática (considerando a percentagem de níveis iguais ou superiores a 3) situaram-se acima da média nacional nos anos de 2007 e 2009, o mesmo não se verificando em 2008. As classificações positivas em Língua Portuguesa em 2009 (76,8%), apesar de serem superiores à média nacional em 5%, estão muito aquém do valor atingido em 2007 (91,4%). Na disciplina de Matemática, os resultados têm evoluído, acompanhando a tendência nacional, registando em 2009, um valor de 69,9% (mais 3,9% do que a média nacional). No que se refere às médias das classificações internas e às de exame constata-se que a diferença entre ambas tem vindo a aumentar na disciplina de Língua Portuguesa, não ultrapassando, todavia, as sete décimas. No ensino secundário, em 2009, a taxa global de transição/conclusão dos cursos científico-humanísticos (80,1%) foi superior à média nacional em 2,5%, sendo de relevar os resultados obtidos no 12.º ano onde essa diferença atinge maior expressão (+7,4%). No que se refere aos cursos tecnológicos (12.º ano) e profissionais (10.º e 11.º anos), as taxas de sucesso, em 2009, foram de 100%, 88,6% e 95,8%, respectivamente. As médias das classificações obtidas pelos alunos internos na 1.ª fase dos exames nacionais de 2009 nas disciplinas de Português (12,3), de Matemática (15,5) e de História (12,8) foram superiores às nacionais (11,7; 11,7 e 11,9, respectivamente), sendo de destacar a disciplina de Matemática em que essa diferença é maior (+3,8). Nos dois últimos anos, a média da classificação de exame em Matemática tem sido superior à de frequência. Na disciplina de Desenho A, os resultados da Escola não diferem significativamente dos nacionais. Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 5 Como factores determinantes do sucesso, para além da experiência profissional dos professores, são referidos: a implementação do Plano de Acção para a Matemática (PAM) que tem proporcionado a utilização e desenvolvimento de novos métodos de ensino e de aprendizagem, o desenvolvimento de actividades que visam fomentar hábitos de pesquisa, a implementação de estratégias de superação das dificuldades de aprendizagem, quer em sala de aula, quer através de planos de apoio nas diferentes áreas do saber organizadas em actividades de enriquecimento curricular e ainda a existência salas de apoio ao estudo, orientadas por docentes de várias disciplinas, muito frequentadas sobretudo em época de testes. Os níveis de abandono são pouco significativos, em qualquer dos ciclos de ensino diurno, sendo detectadas atempadamente as situações problemáticas, quer pelos professores, quer pelos directores de turma, quer pela Directora e a sua equipa. As estratégias implementadas passam pelo atendimento personalizado aos alunos em risco e aos seus encarregados de educação, com vista ao ajuste dos planos de estudo, com recurso a planos de estudo, à reapreciação e eventual mudança de curso (ou área científica), à inserção em aulas complementares de apoio ou à sua inclusão em outras actividades de enriquecimento curricular. No triénio de 2006-2009, a taxa de anulação de matrícula no ensino básico não é significativa. Ao nível do ensino secundário regular existem variações de acordo com a especificidade dos cursos, atingindo valores mais altos na área de Línguas e Humanidades (4,11%) se compararmos com a de Ciências e Tecnologias (0,68%). Nos cursos de educação e formação (CEF), tecnológicos e profissionais não houve anulações de matrícula. 1.2 Participação e desenvolvimento cívico Existe uma actuação conjunta de todos os intervenientes para levar os alunos a participar em actividades que promovam o desenvolvimento social e cívico, co-responsabilizando-os pela construção de um bom ambiente educativo. Para além da participação e envolvimento dos alunos em projectos e programas desenvolvidos na área da saúde, bem como em áreas ligadas ao enriquecimento humanístico e à preservação do ambiente, são muito relevantes as iniciativas de ajuda a comunidades social e economicamente desfavorecidas, particularmente no âmbito do projecto Optimismo em Construção (organizado por professores e alunos dos cursos tecnológicos e profissionais da área social) que envolve toda a Escola e contribui para a sua projecção no exterior (por exemplo, a oferta de um cabaz de Natal por cada turma). Os alunos foram auscultados através de inquéritos com o objectivo de proceder à avaliação da qualidade da Escola e do seu Projecto Educativo (PE). Participam em diversas actividades desportivas e culturais, evidenciando um forte sentimento de pertença e identificando-se com a dinâmica da Escola. As propostas apresentadas pela Associação de Estudantes têm recebido bom acolhimento por parte da Directora e a sua equipa, sendo aquela incentivada a colaborar na preparação de algumas actividades, designadamente na Semana da Escola, e em acções de recepção e boasvindas aos novos alunos, tendo em vista uma melhor integração dos mesmos. Uma das formas de valorizar os sucessos dos alunos consiste na exposição e divulgação dos seus trabalhos e na atribuição de prémios aos que se tenham distinguido pelo seu comportamento, atitudes e valores. Neste sentido, tem vindo a proceder à eleição do Aluno Mais Amigo e Mais Solidário e do Aluno Mais Assíduo. 1.3 Comportamento e disciplina A Escola refere alguns problemas de comportamento, em geral insubordinação na sala de aula ao nível do saber-estar, que eram normalmente observados em alguns alunos do 3.º ciclo do ensino básico e que passaram a ocorrer mais recentemente no ensino secundário, revelando posturas mais infantis do que seria esperado por parte destes alunos. Como estratégia de resolução precoce do problema identificado e visando uma intervenção mais preventiva do que reactiva, a Escola criou a função de Mediação Disciplinar, atribuída a uma professora e destinada fundamentalmente aos alunos do 3.º CEB, para onde têm sido encaminhados os mais novos numa fase inicial de participação de comportamentos menos graves. O objectivo é tentar, através do diálogo, levá-los a analisar os comportamentos e atitudes, no sentido de uma alteração comportamental consistente com as regras de convivência na Escola. Criou também o clube de desenvolvimento do sentido de humor e da auto-estima, dinamizado pela psicóloga, com o objectivo de explorar novas formas de resolução de problemas e promover o sentido de grupo e melhorar as relações interpessoais, através da partilha de experiências positivas. Estas acções visam responder às orientações definidas no Projecto Educativo da Escola e passam também pela realização de tarefas e actividades de integração escolar, responsabilizando os alunos pelos seus Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 6 comportamentos, dentro e fora da sala de aula, de modo a cumprirem as normas previstas no Estatuto do Aluno e definidas no Regulamento Interno. 1.4 Valorização e impacto das aprendizagens Os alunos, os encarregados de educação e os professores manifestam uma opinião muito positiva sobre a diversidade das ofertas curriculares e de enriquecimento curricular e a qualidade do ensino e das aprendizagens. As aprendizagens estão orientadas por um lado para o prosseguimento de estudos e por outro para a integração na vida activa, respondendo às expectativas dos alunos e do meio envolvente. O investimento em cursos voltados para a inserção na vida activa, como o CEF e os cursos profissionais, criou uma nova dinâmica na Escola. Possuindo desde há alguns anos uma grande experiência no ensino de adultos, sobretudo em regime nocturno, e visando alargar a sua área de intervenção a todos aqueles que não chegaram a concluir os estudos, criou recentemente o Centro de Novas Oportunidades que pretende responder a um público diversificado através de ofertas educativas adequadas à procura, mediante uma reavaliação regular das mesmas. Uma das medidas previstas consiste em recuperar antigos alunos que não concluíram os seus estudos e incentivar trabalhadores da escola e encarregados de educação (EE) a investirem na sua formação. Ouvidos os vários elementos da comunidade educativa, a evidência do impacto das aprendizagens mais citada foi os bons resultados obtidos nos exames, com particular destaque no sucesso dos cursos de Ciências e Tecnologias do ensino secundário. Um outro aspecto de relevo é a atribuição de bolsas de estudo pelo Rotary Clube de Algés, instituição que apoia a Escola desde o início do seu funcionamento, designadamente os alunos carenciados com bons resultados escolares. Também os alunos com as melhores classificações anuais recebem diplomas de mérito. Os alunos têm participado em concursos locais e nacionais, quer no âmbito da robótica e da informática quer no domínio da escrita, da Matemática, da Economia e das Ciências Experimentais, obtendo bons resultados. Os efeitos desta dinâmica são a crescente procura da Escola por parte da comunidade envolvente, nomeadamente de alunos de colégios privados no início dos ciclos escolares e o resultado da candidatura no acesso ao ensino superior: no ano lectivo de 2008-2009, dos 196 alunos que apresentaram candidatura, 77% foram colocados na 1.ª fase e 45% na primeira opção. 2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade A gestão curricular não é evidenciada pelo Projecto Curricular de Escola (PCE), documento que apresenta a organização dos planos de estudos dos cursos e ciclos de escolaridade e elenca a oferta educativa dos apoios à aprendizagem e das actividades de enriquecimento curricular, remetendo a especificação das acções para o Plano de Actividades Anual (PAA). As actividades do PAA estão enunciadas por disciplinas não sendo explícita a orientação expressa no PEE nem a desejável articulação interdepartamental. Estes aspectos só são evidenciados no plano de actividades da Biblioteca e dos clubes que a escola dinamiza. Existem práticas instituídas na Escola de articulação entre os docentes nos grupos, no entanto, os documentos não explicitam essa articulação tal como se pode constatar pela insuficiência de metas e orientações no PCE para a organização e avaliação das actividades. Dada a grande dimensão de alguns departamentos, os respectivos coordenadores organizam o trabalho com os coordenadores de grupo e estes, por sua vez, dentro de cada grupo disciplinar planificam as tarefas, segundo as orientações do Conselho Pedagógico. A interdisciplinaridade pratica-se ao nível das visitas de estudo, planificadas e acompanhadas por docentes de vários grupos disciplinares, do desenvolvimento de actividades conjuntas na “Semana da Escola”, projectos e actividades gerais, como é exemplo a comemoração dos 20 anos da queda do Muro de Berlim, tema abordado transdisciplinarmente, segundo as perspectivas da História, Geografia e Sociologia. As respectivas sessões temáticas envolveram o contributo de docentes de várias áreas científicas. Os docentes são encorajados a trabalhar cooperativamente, procedendo à elaboração e selecção comum de materiais, à definição e aferição de critérios e à elaboração de instrumentos de avaliação, assegurando a sequencialidade das aprendizagens. Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 7 Visando a plena integração dos alunos nos anos/ciclos de escolaridade, as informações sobre o seu percurso escolar são transmitidas pelos directores de turma aos professores no início de cada ano lectivo e ao longo do ano nas respectivas reuniões. Cabe também aos directores de turma informar os encarregados de educação e promover reuniões com eles e o SPO na tomada de decisões sobre a orientação do percurso dos seus educandos designadamente no final do 9.º ano e, por vezes, na reorientação e mudança de curso dos alunos do 12.º ano. 2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula O planeamento do trabalho de ensino e de aprendizagem, embora decorra das orientações dos departamentos e seja objecto de acompanhamento e de supervisão da prática lectiva, é muito centrado no grupo disciplinar, desenvolvendo-se estratégias e materiais educativos de forma cooperativa. A observação de aulas não é habitual, excepto quando são detectados problemas no desempenho dos docentes. A Escola tem uma orientação já estabelecida e generalizada para que se realizem testes diagnósticos, em todas as disciplinas, no início do ano lectivo. O objectivo é avaliar a consolidação das aprendizagens anteriores tanto para os novos alunos como para os que já frequentavam a Escola. A tarefa do acompanhamento e do desenvolvimento das competências dos alunos é facilitada pela continuidade pedagógica dos professores dentro de cada ciclo. A Escola valoriza a Área de Projecto e decidiu atribuir a pares pedagógicos a orientação desta componente no 3.º ciclo, à semelhança do que acontece no 12.º ano. O facto de a Escola pertencer ao Projecto EXCEL, permitiu-lhe ter um protocolo com a duração de quatro anos com o Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa (CESNOVA) que trata estatisticamente os dados de avaliação dos alunos todos os períodos lectivos, favorecendo a reflexão interna tanto no Conselho Pedagógico como nos departamentos. 2.3 Diferenciação e apoios A Escola atende de forma flexível e diversificada às diferentes necessidades de apoio, considerando fundamental o trabalho desenvolvido pelo Serviço de Psicologia e Orientação, pelo docente da educação especial e pelos directores de turma. Complementarmente é também desenvolvido um trabalho de articulação com os pais e encarregados de educação e com técnicos especializados nas áreas da Saúde e da Assistência Social, bem como com outras entidades e organismos públicos visando a maximização dos recursos disponíveis. A percentagem de alunos com planos de recuperação é maior no 9.º ano do que nos restantes anos de escolaridade. Não existem planos de desenvolvimento, embora haja alunos que deles pudessem beneficiar. A eficácia dos apoios é avaliada através de relatórios descritivos e da análise do sucesso. No biénio 2007-2008, 61% dos alunos com planos de recuperação transitaram de ano. No 9.º ano, dos 17 alunos propostos com plano de acompanhamento apenas 1 aluno não transitou de ano. As taxas de sucesso dos alunos abrangidos pelo regime educativo especial do ensino básico e do ensino secundário apresentam, de um modo geral, ao longo do triénio de 2006-2009, valores acima dos 90%. Para além dos apoios educativos ministrados aos alunos com dificuldades de aprendizagem, a Escola desenvolve acções de tutoria que visam apoiar os alunos com dificuldades de integração socioescolar. No presente ano lectivo, o SPO proporciona aos alunos do ensino básico e do ensino secundário formação em Métodos de Estudo, tendo como objectivo dotá-los de conhecimentos acerca das diferentes formas de aprendizagem e desenvolver competências que contribuam para a obtenção de melhores resultados escolares. Além disso, existem salas de apoio ao estudo em diversas disciplinas onde todos os alunos podem tirar dúvidas. 2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem A Escola oferece um conjunto diversificado de actividades de enriquecimento do currículo e dinamiza actividades de carácter cultural, recreativo e desportivo, distinguindo-se pela relevância dada à interculturalidade, à saúde, ao ambiente, ao desporto, à reflexão humanística. Possui práticas de grande relevância ao nível do ensino experimental das ciências nas áreas da Biologia e Geologia e Física e Química, efectuando-se um forte investimento ao nível da programação e realização de actividades experimentais, da aquisição de recursos materiais e pedagógicos e ainda o estabelecimento de parcerias com entidades ligadas à ciência. Assim existem diversas iniciativas neste âmbito: feira da ciência e da tecnologia, laboratórios abertos Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 8 durante a Semana da Escola e o Eco-Clube (clube do ambiente e jardinagem). As actividades da Biblioteca/Centro de Recursos Educativos (BE/CRE) visam fomentar nos alunos hábitos de leitura, de trabalho e de pesquisa, através de acções muito diversas: realização de tertúlias literárias, divulgação do Boletim de Actividades Na nossa escola acontece; manutenção do blogue Biblioteca VIVA e de uma página Web da BE/CRE. A realização de reuniões com docentes das disciplinas de Português e de Área de Projecto destina-se a apoiar o trabalho dos professores: estimular o ensino e treino contextualizado de competências de informação, apoio significativo ao desenvolvimento de actividades de pesquisa. Outras actividades relevantes que contribuem para a valorização dos saberes e das aprendizagens são: o Projecto Navegar na leitura dirigido a toda a comunidade educativa; o projecto Miraflores uma escola de leitores, lema para a dinamização das actividades no âmbito do projecto Ler+, envolvendo pais e encarregados de educação, alunos e trabalhadores; a Oficina de Robótica e os clubes de teatro e de ténis. A Semana da Escola, aberta à comunidade, é muito participada, realizando-se conferências, colóquios e oficinas de trabalho. Para além desta actividade que visa complementar conteúdos e desenvolver competências contribuindo para a formação integral dos alunos, são também tradição as festas desportivas no final de cada período. 3. Organização e gestão escolar 3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade O Projecto Educativo (PE) define claramente a missão da Escola, assente no desenvolvimento dos valores da cidadania, da articulação entre saber, saber ser e saber fazer e na de uma cultura da qualidade. No entanto, tais finalidades têm um fraco impacto na construção dos restantes documentos estruturantes, designadamente no Projecto Curricular de Escola (PCE), no sentido em que este não operacionaliza nem contextualiza, em sede de gestão do currículo, os princípios contidos naquele. O Plano Anual de Actividades (PAA) não refere quais os objectivos e metas do PE que visa operacionalizar e a própria construção deste documento não facilita o trabalho interdisciplinar e transdisciplinar, tendo em conta a sua organização por grupos de recrutamento, à excepção dos projectos e clubes. A fraca coerência entre os documentos orientadores da vida da Escola e, sobretudo, a ausência de metas claras, quantificáveis e avaliáveis em sede de PE – ou a sua fixação aquém do já alcançado pela organização – faz com que aqueles não se constituam como elementos facilitadores da articulação da actividade pedagógica da Escola e da construção dos projectos curriculares de turma. Ao nível das práticas, há evidências de que no âmbito das actividades lectivas e não lectivas, as acções são coerentes com os princípios contidos no PE mas não estão devidamente inscritas e planeadas nos documentos. É possível identificar algumas dessas acções no PAA, analisando o tipo de actividades planeadas e as áreas científicas dos docentes que as propõem e orientam, mas nota-se a ausência do seu enquadramento com as finalidades do PE e com as áreas de intervenção nele identificadas. 3.2 Gestão dos recursos humanos A Directora conhece as competências académicas e profissionais do pessoal docente e procede à distribuição do serviço e ainda à atribuição de responsabilidades, no âmbito de projectos de desenvolvimento educativo, numa lógica de uma gestão eficiente dos recursos e tendo e conta as suas qualificações. Na distribuição do serviço docente, o princípio da continuidade pedagógica é assegurado sempre que possível. Um aspecto facilitador do bom trabalho docente apontado pela Directora é o facto de qualquer professor leccionar tanto o ensino básico como o ensino secundário o que contribui para uma maior consciencialização da sequencialidade entre níveis de ensino. A atribuição do cargo de director de turma não atende a um perfil claramente definido em sede de PCE. Os professores têm tido acesso a formação no âmbito do Centro de Formação da respectiva Associação de Escolas, sobretudo ao nível das Tecnologias da Informação e da Comunicação, da Segurança no Laboratório Escolar e dos Centros Novas Oportunidades. O Plano da Acção da Matemática (PAM) tem também proporcionado formação contínua nesta área disciplinar. Os serviços de administração escolar estão organizados por sectores, sendo que a afectação do pessoal a sectores específicos tem, segundo a Coordenadora, permitido uma maior especialização dos respectivos profissionais, mas a ausência de rotatividade não permite resolver eventuais problemas de falta de assiduidade. O acesso a formação contínua por parte do pessoal dos serviços administrativos tem sido reduzido, apontandoEscola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 9 se a necessidade de formação ao nível da Informática e da Contabilidade, não tendo a Escola concebido um plano para a resolução desta situação. A distribuição do serviço das assistentes operacionais é feita pela Directora com a colaboração da Encarregada Operacional. O acesso a formação por parte das assistentes operacionais tem sido igualmente escasso, havendo necessidades de formação ao nível da Informática, dos Primeiros Socorros e ainda nas Relações Interpessoais. O pessoal não docente tem tido acesso ao completamento/aquisição das suas qualificações no âmbito dos cursos ministrados no Centro Novas Oportunidades. Não existe um plano de formação para os diversos grupos de pessoal. 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros A gestão dos recursos materiais assenta numa lógica de manutenção e reconversão dos espaços e das instalações, atendendo aos recursos financeiros disponíveis. As instalações e espaços são, em geral, adequados às actividades escolares. As instalações destinadas às áreas artísticas estão bem organizadas permitindo a realização de actividades diversificadas: pintura, desenho, olaria e cerâmica. Os laboratórios de ciências são amplos e devidamente equipados, reunindo condições de segurança. Todas as salas de aula foram dotadas com computadores e projectores e as da Matemática possuem quadros interactivos. A Biblioteca/Centro de Recursos é ampla e bem equipada, tendo uma elevada utilização e frequência durante o período lectivo quer diurno quer nocturno. É de salientar a requalificação estética dos edifícios, aproveitando as competências de discentes e docentes de Artes Visuais, designadamente ao nível da pintura e azulejaria. A Directora identifica como oportunidade de melhoria a construção de um auditório e de uma fonoteca, como forma de responder às solicitações dos alunos e da comunidade. Para além das verbas provenientes do Orçamento Geral do Estado, a Escola capta receitas próprias no âmbito do Programa Operacional de Potencial Humano e do Desporto Escolar e demais projectos. 3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa A Escola é aberta à participação dos pais e encarregados de educação, ficando, no entanto, esta aquém das expectativas. A existência recente de uma Associação de Pais e Encarregados de Educação constitui-se como um instrumento para efectivar a relação escola/família, tendo aquela desenvolvido acções de promoção da participação dos seus associados na vida da Escola, bem como actividades de extensão cultural, designadamente palestras. Os EE participam em algumas actividades escolares, designadamente na partilha de experiências profissionais visando a orientação escolar e profissional dos alunos, na «Semana da Escola», cooperam no debelar de situações de indisciplina e ainda em actividades de educação para a cidadania. Recebem, no início de ano lectivo, todas as informações sobre a organização pedagógica, os horários, o plano de actividades e os critérios de avaliação dos alunos, bem como o núcleo essencial dos programas. A participação nas reuniões com os directores de turma é devidamente monitorizada e é claramente mais elevada no ensino básico e no 10.º ano, baixando acentuadamente nos 11.º e 12.º anos. Participam nas reuniões dos órgãos de administração e gestão em que têm assento, ocupando um encarregado de educação o cargo de Presidente do Conselho Geral. A presença no Conselho Geral de parceiros estratégicos como sejam o Rotary Clube de Algés e o Instituto Gulbenkian de Ciência constitui-se como uma oportunidade de abertura da Escola à comunidade local e de conhecimento daquela por parte de parceiros com responsabilidades na área social e científica. 3.5 Equidade e justiça A Escola actua de acordo com princípios de equidade e justiça, evidenciada no acesso, em igualdade de oportunidades, a actividades escolares de qualidade, sejam de carácter científico-experimental, sejam de carácter cultural. A abertura de cursos de educação e formação, de cursos profissionais, bem como da oferta de diversas modalidades de formação inseridas no âmbito do Centro Novas Oportunidades contribui para a inclusão socioescolar de jovens e adultos. As salas de estudo são apontadas, pelos diferentes elementos da comunidade escolar, como um importante factor de apoio aos alunos, promovendo a equidade. Os alunos e os pais e encarregados de educação reconhecem que a Escola promove uma cultura de equidade e actua com justiça, nomeadamente ao nível da avaliação e da aplicação das medidas disciplinares. Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 10 4. Liderança 4.1 Visão e estratégia A Escola é reconhecida pela comunidade local como uma unidade de excelência ao nível dos resultados académicos, sobretudo os dos cursos de Ciências e Tecnologias, do profissionalismo, dedicação e capacidades científico-pedagógicas dos seus docentes e ainda pela existência de projectos de desenvolvimento educativo, designadamente as actividades de enriquecimento curricular. A promoção das aprendizagens dos alunos, tais como o recurso ao ensino experimental das ciências, o investimento na Matemática e nas áreas artísticas e culturais são consideradas como uma mais-valia da Escola. Os documentos estruturantes não operacionalizam suficientemente as orientações presentes no PE e a Directora não hierarquiza nem calendariza os seus objectivos, o que dificulta a mobilização da Escola para a resolução dos problemas já detectados como sejam o défice de comunicação e informação e de trabalho cooperativo a nível departamental e interdepartamental e ainda a ausência de uma efectiva assimilação dos processos de auto-avaliação. A ancoragem nos bons resultados académicos dos alunos dos cursos de prosseguimento de estudos não tem permitido a adopção de uma estratégia que vise a resolução de alguns problemas organizacionais, designadamente o défice de comunicação e informação e ainda a ausência de uma efectiva assimilação dos processos de auto-avaliação ao nível do funcionamento do Conselho Pedagógico e dos departamentos curriculares. As lideranças de topo, em particular a da Directora, são reconhecidas, embora seja apontada por diversos elementos da comunidade escolar a ausência de descentralização, autonomização e delegação de tarefas e de responsabilidade nas lideranças intermédias, bem como a não observância do princípio da subsidiariedade. 4.2 Motivação e empenho Os órgãos de direcção, administração e gestão, as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, docentes e não docentes estão empenhados e motivados no desenvolvimento das tarefas e funções que lhes estão atribuídas, havendo evidências de fragilidades ao nível da mobilização dos docentes para as actividades de substituição, nas suas diversas modalidades. O Plano Tecnológico da Educação e o incremento das Tecnologias da Informação e da Comunicação ainda não permitiram a simplificação e desburocratização de alguns procedimentos, designadamente ao nível da circulação da informação, nem a plena utilização dos recursos em sala de aula. 4.3 Abertura à inovação A Escola está aberta à inovação, evidenciada nos projectos de qualidade desenvolvidos nos últimos anos escolares, com destaque para a organização de palestras, conferências e certames de extensão cultural e educativa, a inovação científico-pedagógica de que se destaca o Clube de Robótica. A publicação da revista «Ideias e Temas», de qualidade assinalável quer ao nível dos conteúdos quer ao nível gráfico, permite a divulgação de ensaios produzidos por professores e alunos e o seu conhecimento numa comunidade mais vasta. As Tecnologias da Informação e da Comunicação, designadamente o uso do correio electrónico e dos quadros interactivos, bem como da plataforma Moodle ainda não são de uso generalizado pelos docentes. O sítio da Escola na Internet está desactualizado, não apresentando uma interface facilitador da sua consulta. 4.4 Parcerias, protocolos e projectos A diversidade e qualidade das parcerias e protocolos constituem-se como um dos pontos fortes da Escola, com particular destaque para a colaboração com o Rotary Clube de Algés, que têm contribuído com incentivos diversos para o desenvolvimento das aprendizagens e para a formação profissional dos alunos, designadamente a atribuição de prémios de mérito e excelência (1 prémio para o aluno mais amigo e mais solidário e 4 prémios anuais para os melhores alunos). O projecto Verney tem promovido o gosto pela arte e o projecto «Navegar na Leitura» o cultivo da leitura. O Programa da Rede Europeia de Escolas Promotoras de Saúde em que a Escola está inserida permite a consciencialização e actuação adequada no que concerne a questões que se reportam, entre outras, à educação alimentar, sexual, ambiental, física (fitnessgram) e à educação para uma cidadania participada. O projecto de Educação Sexual em Meio Escolar assume-se como um Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 11 projecto transversal que não se esgota na área da saúde reprodutiva mas recolhe os contributos da Psicologia, da Filosofia e das Artes, para além da acção permanente do Gabinete Interactivo de Formação Transversal da Sexualidade (GIFTS), de grande sucesso junto dos alunos e das famílias. A constituição do Centro Novas Oportunidades, bem como a oferta educativa visando o reconhecimento, validação e certificação de competências trazem novas parcerias e protocolos que beneficiam a Escola, as aprendizagens dos alunos e a inserção no meio envolvente. Destaca-se a celebração de protocolos com entidades que actuam na área social (Rede Social de Oeiras, autarquias locais) e com empresas tendo em vista a realização de estágios dos cursos de educação e formação e dos cursos profissionais, cujo impacto positivo é reconhecido pelos parceiros envolvidos. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola 5.1 Auto-avaliação O processo de auto-avaliação da Escola, conduzido pela equipa do Observatório da Qualidade, teve início em 2006. A metodologia de auto-avaliação adoptada assentou em inquéritos de satisfação dirigidos a toda a comunidade escolar, com excepção do pessoal não docente, e ainda na análise dos resultados escolares e de diversa documentação (designadamente, actas e relatórios de actividade das diversas estruturas e projectos). Constata-se que o nível de resposta aos inquéritos por parte dos professores, alunos e pais e encarregados de educação situou-se abaixo do desejável. A actividade do Observatório, designadamente os relatórios produzidos relativos ao triénio de 2004-2007 e ao biénio de 2008-2009, permitiu a identificação dos pontos fortes e fracos da actividade da organização, bem como a definição de prioridades de intervenção. O projecto de intervenção da Directora integra as conclusões gerais do relatório final de auto-avaliação e propõe a implementação de medidas que visam consolidar os pontos fortes e ultrapassar os pontos fracos. Todavia o processo de auto-avaliação não é suficientemente conhecido pela comunidade escolar, não tendo sido devidamente apropriado pelos diversos órgãos, estruturas e profissionais. 5.2 Sustentabilidade do progresso O processo de auto-avaliação permitiu o conhecimento de pontos fortes e fracos da actividade da organização, os quais se converteram em áreas prioritárias de intervenção, a saber: a desburocratização das inter-relações, de modo a produzir uma comunicação mais efectiva e eficaz; a definição clara de metas para cada área de intervenção; o planeamento conjunto de actividades a desenvolver em alguns sectores envolvendo mais, e de forma sistemática, todos os elementos da comunidade escolar, particularmente os encarregados de educação; a existência de auto-avaliações intermédias particularmente do PE e do RI; a avaliação da eficácia das estratégias pedagógicas; a divulgação mais frequente e alargada dos resultados da auto-avaliação. No entanto, apesar de terem sido desenvolvidas algumas acções de melhoria, ainda não foi implementada uma estratégia integrada e intencional de melhoria que defina medidas concretas para a resolução dos problemas já identificados no relatório final de auto-avaliação e assumidos no Projecto de Intervenção da Directora. V – CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos da Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam a Escola e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria. Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 12 Entende-se aqui por: • Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos; • Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos; • Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos; Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório. Pontos fortes Bons resultados académicos, com especial destaque para o ensino secundário; Oferta educativa e formativa diversificada que atende às necessidades dos alunos e da comunidade; Diversidade dos projectos e clubes, visando a formação integral dos alunos nas componentes científicas, artísticas, culturais e sociais; Requalificação estética dos espaços, recorrendo às competências dos discentes e docentes de Artes Visuais, expressas na pintura e na azulejaria, o que contribui para a construção do bom ambiente sócioescolar; Qualidade da revista «Ideias e Temas», que publica ensaios de professores e alunos, o que contribui para o reconhecimento da Escola como espaço de produção cultural e científica. Pontos fracos A gestão curricular não é evidenciada no Projecto Curricular de Escola, sendo pouco explícita a visão de conjunto resultante da reflexão entre as diferentes áreas disciplinares; Documentos orientadores pouco coerentes entre si, o que dificulta que se constituam como instrumentos de articulação entre os diferentes responsáveis pela acção educativa; Défice de comunicação entre os diversos órgãos e estruturas; Deficiente articulação entre as lideranças de topo e as intermédias ao nível da descentralização, autonomização e delegação de tarefas e da aplicação do princípio da subsidiariedade; Ausência de uma estratégia integrada de implementação de medidas concretas de resolução dos problemas detectadas no relatório final de auto-avaliação. Oportunidade Construção de um auditório e de uma fonoteca, de modo a responder às solicitações dos alunos diurnos e nocturnos e da comunidade. Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Miraflores – Oeiras 13
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